Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Núcleo Teatral Opereta apresentam
Almas Peregrinas Circulação ProAc 2018
Catálogo da exposição fotográfica
Peregrinação com as principais imagens da circulação ProAc 2018
Almas Peregrinas Ficha Técnica Gênero: Drama Elenco: Anderson Borges – Camila Rafael – Dora Nunes Edson Guilherme – Jhony Uriel – Marco Senna Patty Nascimento – Priscila Klesse Dramaturgia: Camila Rafael Direção: Ailton Ferreira Assistência de Direção: Priscila Klesse Cenografia: Marco Senna e Grupo Criação de Figurino: Pâmella Carmo e Grupo Assessoria de Figurino: Maria C. S. de Oliveira – Vilma Oxando Costureiras: Carmen Miguel – Leonice Klesse Maquiagem: Priscila Klesse e Grupo Direção Musical: Fílipi Lima Músicos: Fílipi Lima – Kelvin Lucas Músicas: Alexandre Guilherme – Camila Rafael – Fílipi Lima – Silas Xavier Coreografias: Isabela Lanute Fotografia e Projeto Gráfico: Giulia Martins Captação e Edição de Vídeo: Giulia Martins – Taciano Holanda Iluminação e Som: Taciano Holanda Produção: Marco Senna Assessoria de Imprensa: Delcimar Ferreira – Núcleo de Mídia Opereta Duração: Aproximadamente 75 minutos Classificação Indicativa: 12 anos
Núcleo Teatral Opereta O Núcleo Teatral Opereta foi formado por um grupo de jovens com vontade e ânsia em se expressar além dos caminhos convencionais, que viram no teatro uma forma de dar voz aos anseios de uma vida pulsante e confrontar uma sociedade carente de oportunidades. Apesar de surgido no bojo de uma instituição secular – a Igreja Católica, não faz dele um instrumento de massificação ou alijamento intelectual, pelo contrário, jovens eufóricos e motivados ante a possibilidade de transformar o mundo – ou pelo menos os seus – fazem e utilizam o teatro e as artes como um instrumento de transformação, engajamento e oposição ante o feroz mundo que tudo promete e pouco realiza. O tempo passa; uns saem, poucos ficam, outros entram, e saem também. Mas o grupo, como um coletivo forte, atuante, organizado e ciente de suas capacidades e desafios, resiste e persiste. O coletivo suplanta o individualismo, mas não o desmerece: como um organismo único, e como tal, um complexo formado por distintos e essenciais fazeres – saberes – quereres. O NTO tem, como base, os potenciais dos integrantes, que contribuem no processo criativo de seus trabalhos. Cada um com sua formação acadêmica, ou com sua experiência de vida, mantém viva essa troca de saberes em busca de contribuir com o processo artístico. Mas, também, o grupo se coloca aberto para novas formações que contribuam com o aperfeiçoamento técnico, intelectual ou humano de cada um de seus integrantes. Essas trocas, essa busca pelo aperfeiçoamento, tem levado o NTO ao crescimento como um coletivo teatral: experimentando, arriscando, provocando – a arte é assim mesmo. O grupo, não se faz tão somente de peças e experimentos, o coletivo – que originou a Associação Cultural Opereta – participa de fóruns, debates, mostras de teatro, discussões, em suma, compreende a sua função social e se une a outros tantos coletivos que lutam pela cultura na região do Alto Tietê e no estado. Apesar da longa estrada, o grupo ainda precisa ser (re)conhecido. Sair dos limites geográficos e alcançar novos horizontes é um dos atuais desafios do coletivo. Levar adiante a proposta de provocar reflexão nas pessoas através da cultura e da arte é o papel do NTO. Aparentemente utópico e ingênuo, mas não o é! Falta aos tempos atuais amor, respeito, o bem querer do outro e o valorizar a si mesmo: matérias-primas para um novo tempo.
Sobre a exposição fotográfica
Peregrinação “Peregrinação” é um recorte das cenas que compõem o espetáculo “Almas Peregrinas”, do Núcleo Teatral Opereta, de Poá SP. Peça que circulou por sete cidades do Estado de São Paulo e resultou em mais de 1.200 imagens, sendo 60 selecionadas para esta mostra. As fotografias escolhidas retratam momentos significativos do espetáculo, trazendo um pouco da atmosfera da peça ao público. As imagens da cena, do ator em movimento, da maquiagem, montagem de cenário e luz e das rodas de conversa são uma síntese de todo o trabalho realizado pelo Núcleo, que em 27 anos de estrada segue como peregrino neste mundo. As fotos que integram a exposição foram produzidas na circulação ProAc do espetáculo, no período entre Fevereiro e Maio de 2018, nas cidades de Americana, Taboão da Serra, Poá, Franco da Rocha, São José dos Campos, Paraibuna e Ribeirão Preto. A exposição foi aberta ao público na última apresentação da circulação, no Teatro Municipal de Poá, em Junho de 2018.
Espetáculo
Almas Peregrinas Sinopse Quando Juan promete a sua mãe, que está à beira da morte, que voltará a cidade que ela deixou para trás quando ainda estava grávida dele, não imaginava que iria de encontro com o seu próprio fim. O principal motivo que o estimula a ir para Campo Lunar é o de conhecer seu pai, Rubão Barros, que foi um rico e poderoso fazendeiro daquela região. Juan não encontra seu pai, pois descobre antes mesmo de entrar na cidade que ele está morto, mas encontra um de seus meio-irmãos, que o conduzirá até a entrada da cidade. Para grande desespero de Juan, ele descobre que a cidade está abandonada e que seus moradores têm aparência e jeito estranhos: todos estão mortos e seus espíritos vagam pela cidade, sem descanso, esperando pelo perdão para os seus pecados. O limite entre tempo e espaço se rompe e os habitantes da cidade revivem seus tormentos e suas vidas num movimento cíclico que nunca termina. É a maldição de Rubão Barros, que nunca teve o seu amor pela triste e solitária Suzana correspondido.
Proposta de Encenação O espetáculo “Almas Peregrinas” nasceu da necessidade do Núcleo Teatral Opereta de aprofundar seu contato com o universo literário latino-americano. Partindo desta necessidade, encontra-se em Juan Rulfo e sua obra “Pedro Páramo”, o desafio almejado: um autor não tão conhecido por estas terras, que escreve e cria uma atmosfera rica e provocadora e que se localiza na América Latina, especificamente no México, mas é uma história tão particular e tão familiar que facilmente nos identificamos: poderia ser uma história brasileira, ou colombiana, ou paraguaia; não importa – é uma obra universal e regional ao mesmo tempo e que nos faz refletir sobre a existência humana em terras ameríndias colonizadas por europeus e convertidas pelo catolicismo. Objetivando aproximar-nos da cultura latino-americana, e também ao nosso público, o NTO mergulhou na obra e passou a debater o que entendemos por nossa América Latina: a colonização, seus irresolúveis problemas sociais e estratificação de classes, a formação heterogênea partindo de culturas tão díspares como a europeia e a nativa. Dessa antropofagia cultural surgem as questões que norteiam o trabalho concebido sob o título de “Almas Peregrinas” (almas que não descansam, peregrinam em busca de redenção e absolvição): a fé, a questão da terra, a imposição do pecado católico, a opressão dos poderosos, a subserviência dos fracos e simplórios, a mulher relegada a segundo e terceiro planos no contexto social e político. Quando desses estudos, surge uma obra que joga certa luz sobre os debates e nos faz entender melhor certos aspectos da condição humana: “O Discurso Sobre a Servidão Voluntária”, de Étienne de La Boétie; entende-se que nem sempre se é servil por obrigação ou necessidade, muitas vezes é por gosto e opção. E dessa constatação transforma o projeto e o grupo, e também as pessoas que dele fazem parte: até que ponto somos vítimas e somos algozes? Outro ponto é a forma da narrativa escrita por Rulfo em sua obra e que a dramaturgia e a direção se esforçam em manter no texto: uma narrativa fantástica, em que os mortos rememoram e revivenciam passagens de suas vidas e de toda a cidade, mas eles não sabem que estão mortos. Fragmentos de imagens e diversos narradores que flutuam entre o passado e o presente transformam a história numa colcha de retalhos que se vai costurando aos poucos e mesmo assim permanece cheia de buracos.
A partir da proposta estética da montagem, a produção foi trabalhada coletivamente nesse sentido. A música, concebida pela construção de paisagens sonoras, distingue o clima, os espaços e os personagens com bases na musicalidade hispânica e tribal sul-americana. O cenário e elementos cênicos traduzem a atmosfera de uma cidade esquecida, perdida no tempo da memória, reflete suas cores e texturas ajudando a contar os sofrimentos e paixões de pessoas/almas que também encontram-se perdidas. A maquiagem representa pessoas mortas numa cidade quente e árida, na fronteira entre países, que pode ser também a fronteira entre o fantástico e o real. Uma dicotomia inerente ao ser humano – social e cultural, metafísico – físico; não importa... O limite foi rompido e a discussão está posta: toda ação exige uma reação, qualquer culpa se leva e nem sempre haverá alguém para perdoar. O elemento terra surge com o barro e a poeira que cobrem essas pessoas, como sua conexão com a terra, tanto do ponto de vista místico, quanto da terra que fornece o alimento e o quanto essas pessoas são exploradas por causa dela. Como se tivessem sido enterradas... corpos que se desmancham e deixam suas histórias para trás... para o esquecimento. Assim como todos, as mulheres são oprimidas e objetificadas, marcando o machismo de uma época que pode parecer distante, mas se mantém atual, machismo marcado e vivido pelas próprias personagens, não apenas como vítimas, mas também como opressoras, nos mostrando que a própria mulher é usada como multiplicador do patriarcado, exemplo é a figura de Clariana que mostra a submissão da mulher ao sistema, quando reproduz os mandos e desmandos de seu patrão e age de forma a prejudicar as outras mulheres que se relacionam com ele, como uma concorrência. Todas vivem relações abusivas em algum nível, até mesmo Dodema, que mesmo numa posição mais mítica, e atravessando a história de forma mais livre e mais próxima das tradições femininas antigas, serve ao patriarcado, quando negocia as menininhas para o patrão e depende desse negócio com Rubão para sobreviver. Almas Peregrinas é um trabalho colaborativo de todos do grupo, em que cada um deixou uma marca indelével nas almas uns dos outros. Um trabalho que instiga a quem entra em contato, pela sua forma pouco usual de ser contada e pelas questões que levanta, não que sejam novidades (o que é uma pena ainda resvalarmos nos mesmos e recorrentes problemas), mas porque é sempre bom reforçarmos as lutas diárias de uma minoria/maioria oprimida.
Americana
Juan e AsclĂŠripo Atores: Jhony Uriel e Anderson Borges
Dolores Atriz: Patty Nascimento
Clariana Atriz: Dora Nunes
Coro dos Arruaceiros Ao fundo: Marco Senna A frente, da esquerda para direita: Patty Nascimento, Jhony Uriel e Anderson Borges
Padre Ator: Anderson Borges
TaboĂŁo da Serra
Juan Ator: Jhony Uriel
Dodema Atriz: Priscila Klesse
Dolores com busto de Suzana Atriz: Patty Nascimento
Dodema e Juan Atriz: Priscila Klesse Ator: Jhony Uriel
RubĂŁo Barros Ator: Marco Senna
Poรก
RubĂŁo Barros Ator: Marco Senna
Dolores e RubĂŁo Atriz: Patty Nascimento Ator: Marco Senna
Coro de La Muerte
RubĂŁo e Coro das Mullheres
Elenco e Público no Teatro Municipal de Poá
Franco da Rocha
Coro das Mulheres Atrizes: Priscila Klesse, Patty Nascimento e Camila Rafael
Padre Ator: Anderson Borges
(na pรกgina anterior) Padre e Anita Ator: Anderson Borges Atriz: Camila Rafael Ao fundo: Marco Senna e Edson Ramires
Coro das Mulheres Atrizes: Priscila Klesse e Camila Rafael
São José dos Campos
Coro de Abertura
Coro de Abertura
Clariana, RubĂŁo, Padre e FrerĂŞncio Atriz: Dora Nunes Atores: Marco Senna, Anderson Borges e Edson Ramires
FrerĂŞncio e Arruaceira Ator: Edson Ramires Atriz: Patty Nascimento
Músicos Kelvin Lucas e Fílipi Lima
Paraibuna
Clariana e FrerĂŞncio Atriz: Dora Nunes Ator: Edson Ramires
Anita e Músicos Atriz: Camila Rafael Músicos: Kelvin Lucas e Fílipi Lima
Juan e AsclĂŠripo Atores: Jhony Uriel e Anderson Borges
Músico: Kelvin Lucas
FrerĂŞncio Ator: Edson Ramires
Coro das Mulheres Atrizes: Priscila Klesse, Camila Rafael e Patty Nascimento
RibeirĂŁo Preto
RubĂŁo e Clariana Ator: Marco Senna Atriz: Dora Nunes
Coro das Mulheres Atrizes: Camila Rafael, Priscila Klesse e Patty Nascimento
Dolores, busto de Suzana e RubĂŁo Atriz: Patty Nascimento Ator: Marco Senna
Músico: Fílipi Lima
Clariana Atriz: Dora Nunes
Roda de Compatilhamento
A ExpressĂŁo e OpressĂŁo do Feminino
Fรกbrica das Artes - Americana/SP-Brasil
Centro Cultural Newton Gomes de Sรก Franco da Rocha/SP-Brasil
Centro de Artes Cênicas (CAC) Walmor Chagas São José dos Campos/SP-Brasil
Fundação Cultural Benedicto Siqueira e Silva Paraibuna/SP-Brasil
Memorial da Classe Operรกria/UGT Ribeirรฃo Preto/SP-Brasil
Making Of
Ensaio Técnico As atrizes Priscila Klesse e Patty Nascimento e o diretor Ailton Ferreira em marcação de cena do coro das mulheres. A atriz Camila Rafael segura o busto de Suzana. Americana/SP-Brasil
Camarim O ator Anderson Borges se prepara no camarim do Espaço Clariô de Teatro. Taboão da Serra/SP-Brasil
Camarim O ator Jhony Uriel se prepara no camarim do Espaço Clariô de Teatro. Taboão da Serra/SP-Brasil
Camarim Integrantes do Núcleo Teatral Opereta se preparam no camarim do Espaço Clariô de Teatro. Taboão da Serra/SP-Brasil
Montagem de Luz O técnico Taciano Holanda afina a iluminação antes do início do espetáculo no Teatro Municipal de Poá. Poá/SP-Brasil
Ensaio Técnico O diretor Ailton Ferreira observa coreografia do coro de abertura do espetáculo Franco da Rocha/SP-Brasil
Ensaio TĂŠcnico O diretor Ailton Ferreira orienta as atrizes Dora Nunes e Priscila Klesse. Franco da Rocha/SP-Brasil
Ensaio TĂŠcnico Na imagem, os atores Edson Ramires e Marco Senna, a atriz Camila Rafael e o diretor Ailton Ferreira Franco da Rocha/SP-Brasil
Montagem de Cenário Na imagem, integrantes do Núcleo Teatral Opereta durante a montagem do cenário no CAC Walmor Chagas São José dos Campos/SP-Brasil
Ensaio Técnico O diretor Ailton Ferreira observa coreografia do coro de abertura do espetáculo São José dos Campos/SP-Brasil
Ensaio Técnico O diretor Ailton Ferreira orienta as atrizes Dora Nunes e Priscila Klesse. São José dos Campos/SP-Brasil
Ensaio Técnico Integrantes do Núcleo Teatral Opereta em exercício proposto pelo diretor musical Fílipi Lima Ribeirão Preto/SP-Brasil
Associação Cultural Opereta A partir da junção de dois grupos preocupados com a formação artística de seus integrantes, Grupo de Arte “Terra Nova” e Grupo de Teatro “Opereta”, atuantes na cidade de Poá e região desde a década de 80, foi concebida em 30 de julho de 1994 a Associação Cultural Opereta (ACO), instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, cujo objetivo primordial é auxiliar na recuperação do ensino através da arte e cultura. A ACO desenvolve na cidade de Poá diversas atividades e eventos educacionais e culturais com o intuito de estimular a população em geral a interessar-se por tais assuntos que são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento humano. Ao longo de quase vinte e quatro anos de existência, a entidade tem recebido o apoio de artistas, entidades simpatizantes, imprensa, comerciantes e colaboradores em geral e conseguiu colocar em prática diversos trabalhos e projetos que foram efetivamente desenvolvidos. A ACO é mantenedora do Espaço Cultural Opereta, que abriga grupos artísticos como o Núcleo Teatral Opereta, Cia Siso Teatral e a Cia. Teatro Roda Mundo e recebe atividades culturais durante todo o ano. Dentre elas, o processo de produção do espetáculo “Passos da Paixão”, o maior espetáculo ao ar livre do Alto Tietê, a bienal “Mostra de Artes Cênicas Opereta”, o festival de arte e cultura negra “Afroá” e o projeto anual de formação artística “Mãos à Obra”.
Núcleo Teatral Opereta /nucleoteatralopereta
@operetaoficial
ntopereta@gmail.com
nucleoteatralopereta.blogspot.com.br
(11) 99318-8001
www.opereta.org
Espaços Culturais - Circulação ProAc 2018
Produção
Apoio
Realização