REVISTA DA CUT CEARÁ - ANO I - NÚMERO 1 - NOVEMBRO DE 2019

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R E V I S T A

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Ano I | Número 1 Novembro de 2019

CUT Ceará protagoniza maior ciclo de lutas da sua história 8 de março

Interiorização

1º de maio

Mulheres CUTistas lideram resistência contra os retrocessos no Brasil

CUT Ceará presente do litoral ao sertão: a resistência da NOVEMBRO DE 2019 classe trabalhadora cearense

Trabalhadores e sindicatos na luta por mais empregos 1 e salários decentes


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REVISTA DA CUT CEARÁ


Por Wil Pereira

EDITORIAL

| Presidente da CUT-CE

2015 a 2019: a CUT vive o maior ciclo de lutas desde sua fundação

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Central Única dos Trabalhadores no Ceará lança a primeira edição da Revista da CUT. Nossa intenção é fazer um balanço e mostrar nossas atividades mais relevantes nos últimos quatro anos. Mas também é a oportunidade para uma reflexão. O afastamento da presidenta Dilma Rousseff, vítima de um golpe de Estado há três anos, resultou no governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), que atacou direitos sociais garantidos pela Constituição de 1988 e até mesmo a CLT de Getúlio Vargas, além de entregar as riquezas naturais e as principais estatais do país, minando a soberania nacional. Com Jair Bolsonaro (PSL), uma continuidade piorada do governo Temer, o desemprego bate recorde, a economia patina, a educação perde investimento, os brasileiros e brasileiras correm o risco de ficarem sem aposentadoria, a privatização avança e os retrocessos sociais, trabalhistas e democráticos não param. Durante este período turbulento da nossa história a CUT, sindicatos e federações filiadas foram protagonistas das mais importantes lutas da classe trabalhadora. Podemos destacar, em 2016, a organização do histórico acampamento “Ceará contra o Golpe”, com a participação de 50 mil companheiros e companheiras mobilizados por mais de 24 horas. Em 2017, realizamos a maior greve geral da nossa história, mobilizando mais de 500 mil cearenses em atos de massa em todas regiões do estado. No ano seguinte, em conjunto com os movimentos sociais, organizamos o “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre” que, por sete dias, recebeu na Praça Murilo Borges, em Fortaleza, mais de 50 mil pessoas que lutavam pela democracia e pela inocência do ex-presidente Lula, preso injustamente. Já neste último ano de mandato, realizamos todos os meses pelo menos um grande ato em defesa da aposentadoria e da educação. Em três oportunidades, levamos às ruas mais de 100 mil pessoas, com destaque para a greve geral de 14 de junho.

aos da época da sua fundação. Em 1983, o país estava mergulhado numa crise econômica e política. A inflação batia 150% ao ano, a dívida externa chegava a US$ 100 bilhões, o desemprego e a fome cresciam e os salários ficavam cada vez mais arrochados. Somando tudo isso a ditadura militar e muita repressão e opressão, mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade de todo o Brasil, reunidos no galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, fundaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 2019, a CUT Brasil realizou o seu 13º Congresso Nacional (ConCUT), e a CUT Ceará realiza o seu 14º Congresso Estadual (CeCUT), enfrentando desemprego recorde e o maior ataque aos direitos sociais e trabalhistas já vistos desde a redemocratização do país. Desde que assumiu, o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL) não anunciou uma única medida em benefício da classe trabalhadora. Como a reforma da Previdência, aprovada em outubro deste ano pelo Senado, tudo, até agora, beneficia somente os empresários. Com Bolsonaro, a CUT tem um papel mais importante ainda, pois ele está promovendo um ataque feroz aos direitos conquistados com muita luta em todos esses anos, além das ofensivas direcionadas à criminalização das organizações sindicais, destruição da luta coletiva e à democracia. Portanto, este é o mais importante ciclo de lutas que a CUT e entidades filiadas estão enfrentando desde as décadas de 1970 e 1980. Os cenários político e econômico de 1983 e 2019 impõem organização, mobilização e estratégias de luta contra o desemprego e os ataques aos direitos da classe trabalhadora. A palavra de ordem continuará sendo: nenhum direito a menos! Boa leitura!

No ano em que a CUT completou 36 anos, os desafios impostos pela conjuntura são semelhantes

NOVEMBRO DE 2019

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EXPEDIENTE Uma publicação da CUT-CE - Central Única dos Trabalhadores no Ceará Rua Solon Pinheiro, 915 - José Bonifácio - Fortaleza-CE - CEP: 60.050-041 - Fone: (85) 3464 7377 Site: ce.cut.org.br - Facebook: /cutceara - Instagram: @cutceara - Twitter: @cutceara

DIRETORIA EXECUTIVA 2015/2019 Presidência Francisco Wil e Silva Pereira Vice-presidência Eduardo Honorato Paulo Secretaria Geral Carmem Santiago Secretaria de Administração e Finanças Helder Nogueira Secretaria de Comunicação Emanuel Alves Lima Secretaria da Mulher Trabalhadora Maria Ozaneide de Paula Secretaria de Formação Lúcia Maria Silveira de Queiroz Secretaria de Juventude Adryely de Sousa Silvino Secretaria de Organização Política e Sindical Helenira de Sousa Pinheiro Secretaria de Políticas Sociais Roberto Luque de Sousa Secretaria de Relações de Trabalho Francisco Gomes Sobrinho Secretaria de Saúde do Trabalhador Hernesto Luz Cavalcante Secretaria de Meio Ambiente Lilian Araújo Pinto Secretaria de Igualdade Racial e Combate ao Racismo Gardênia Pereira Baima DIRETORES REPRESENTANTES NAS DIVERSAS CATEGORIAS Diretora Estadual (01) Rosângela Alves Sá - STTR Quixeramobim Diretora Estadual (02) Maria Janielli Xavier Silva - STTR Paracuru Diretora Estadual (03) Joana D´arc Barbosa Almeida - STTR Crateús Diretor Estadual (04) Francisco Ataíde de Oliveira - STTR Massapê Diretor Estadual (05) Glaydson Antônio Rodrigues Mota - STTR Umirim Diretor Estadual (06) José Cândido da Silva Filho - STTR Russas Diretora Estadual (07) Maria Edite Pitombeira Pessoa - STTR Icó Diretora Estadual (08) Enedina Soares da Silva - Sindsep Caucaia Diretora Estadual (09) Nadja Carneiro de Souza - Sindsep Ubajara Diretora Estadual (10) Karla Suleny Bessa da Silva Alves - Sindsep Caucaia Diretor Estadual (11) Cícero Anderson de Almeida Bezerra - Sinsep Várzea Alegre

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Diretor Estadual (12) Francisco Henrique da Conceição - Sindsep Cruz Diretor Estadual (13) | Francisco Gomes Sobrinho - Sindicato dos Têxteis Diretora Estadual (14) Maria Leocrice Cesário Castro - Sind. Comerciários Quixadá Diretora Estadual (15) Marileide Pires de Halanda - Sind. dos Comerciários Crato Diretor Estadual (16) Raimundo Muniz Mendes - Sindicato dos Têxteis Diretor Estadual (17) Anizio Santos Melo - Apeoc Diretor Estadual (18) Carlos Eugênio Pereira Soares - Sintsef Diretor Estadual (19) Geraldo Alves de Sales - Sindeletro Diretor Estadual (20) Cláudio de Araújo Rocha - SEEB-Ceará Diretora Estadual (21) Marília Gomes Santos - Sinttel Diretora Estadual (22) Francisca Maria A. Mourão - Sindicato dos Comerciários CONSELHO FISCAL EFETIVOS Maria Silvânia Pires de Morais - STTR Itapipoca Ieda Marques Rodrigues - SEEB-Ceará Fábio Rosa Moreira Silveira - SindPd Claudemir Brito da Silva - Sindicato dos Comerciários Iguatu SUPLENTES Quitéria Freira da Cruz - Sindsep Itapipoca Vanessa Ferreira Silva - STTR Ibiapina Rômulo Jerri Carlos de Andrade - Apeoc Francisco José Madeira de Albuquerque - Sindicato dos Comerciários Sobral REVISTA DA CUT CEARÁ Coordenador de Comunicação CUT-CE Tarcísio Aquino Edição e redação final Tarcísio Aquino MT CE02378JP | Redação Samira de Castro Fotografias Allan Taissuke, Anderson Pontes, Elton Viana, Emanuel Lima, Janes P. Souza, Letícia Alves, Levi Nogueira, Marcos Adegas, Marcos Felipe, Raquel Chaves, Ricardo Stuckert, Thainá Duete, Tarcísio Aquino, Tiago Moura, Ticiana Studart e Txai Costa | Estagiárias: Isabela Gomes e Thainá Duete Concepção Gráfica e Edição de Arte: Glaymerson Moises Impressão e acabamentos: Print Color Gráfica e Editora | Tiragem: 1.000 exemplares

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NESTA EDICAO ,

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EDITORIAL

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2015 a 2019: a CUT vive o maior ciclo de lutas desde sua fundação

DE TEMER A BOLSONARO

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CRESCER E FORTALECER A CUT vai aonde o povo está

Um longo retrocesso

Por Wil Pereira, Presidente da CUT-CE

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DEMOCRACIA FRATURADA

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CUT Ceará protagoniza luta contra o golpe

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LINHA DO TEMPO

DIA DO TRABALHADOR Milhares nas ruas por direitos e emprego

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PROTAGONISMO DELAS

Por Helder Nogueira Andrade, Secretário de Administração e Finanças da CUT-CE

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A resistência é lilás

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PROJETO COLETIVO Formação e estratégia

NOVEMBRO DE 2019

ARTIGO Gestão Sindical para fortalecer o projeto político da CUT no Ceará

Se votar, não volta - Fim da linha para os traidores da classe trabalhadora

Retrospectiva ilustrada das grandes ações e eventos da gestão 2015 - 2019

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VOTO CONSCIENTE

NAS RUAS E NAS REDES Coração, juventude e luta

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VOZ NO PLURAL Comunicação sindical cada vez mais forte 5


DEMOCRACIA FRATURADA

CUT Ceará protagoniza luta contra o golpe Central esteve nas ruas, organizando a classe trabalhadora cearense no enfrentamento ao golpe e aos seus nefastos desdobramentos

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s últimos três anos foram marcados não só por fortes ofensivas aos direitos dos trabalhadores, com o desmonte da legislação trabalhista e do estado de bem-estar social, mas também pelo ataque à democracia brasileira. Depois de três décadas de regime democrático e de pouco mais de uma década de avanços nas políticas de inclusão social das populações historicamente marginalizadas, o Brasil voltou à situação de país sitiado, onde democracia, Estado Democrático de Direito e von­tade soberana do povo foram jogados por terra. A cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff expôs um sistema político falso-moralista, um Judiciário partidário e uma elite escravocrata. A velha e corrompida oligarquia brasileira, representada por partidos políticos liberais-conservadores, mais uma vez, aliou-se ao capital internacional (especialmente os grandes grupos petroleiros defendidos pelo governo dos Estados Unidos) para perpetrar um golpe de Estado no país: o afastamento da primeira mulher a comandar o posto mais elevado da República. De 2 de dezembro de 2015, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment, até 31 de agosto de 2016, dia no qual a presidenta legitimamente

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eleita teve seu mandato cassado, a CUT Ceará esteve nas ruas, organizando a classe trabalhadora cearense no enfrentamento ao golpe e aos seus nefastos desdobramentos. Os motivos para o golpe foram vários, mas nem de longe passaram pelo combate à corrupção ou pelo fortalecimento do Estado brasileiro. Ao contrário, a participação do Brasil na construção de uma nova geopolítica mundial, com a formação dos Brics (grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), despertaram os países hegemônicos, capitaneados pelos Estados Unidos e Inglaterra. O governo brasileiro também estava resistindo aos interesses capitalistas que queriam a desnacionalização do Pré-Sal, a privatização da Petrobrás e dos

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Contra a retirada de direitos, 500 mil pessoas saíram às ruas na Greve Geral de 28 de abril de 2017. A CUT organizou mobilizações e atos de rua em mais de 130 municípios

bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa) e a desconstituição dos direitos sociais implementados. “Com o golpe instalado e em plena execução, o país viu surgirem duas Frentes: Brasil Popular (da qual a CUT se orgulha de ter ajudado a construir) e Povo Sem Medo. Aguerridas e incansáveis, elas se organizam cada vez mais para defender a democracia e lutar contra as medidas de ajuste que vêm atropelando todo e qualquer direito da classe trabalhadora”, ressalta o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira. Ele lembra, que “Nenhum direito a menos”, “Fora Temer”, “Diretas Já” e “Lula Livre”, foram algumas das palavras de ordem mais utilizadas neste período turvo da recente democracia. “Realizamos juntos quase 400 atividades em todas as regiões do Estado, entre atos, greves, paralisações, plenárias e audiências públicas para

denunciar que o golpe foi muito bem orquestrado com iniciativas institucionais e que envolveu os três poderes e a grande mídia”, pontua o dirigente. Acrescenta que esses setores “abriram o caminho para a retomada do projeto neoliberal no país e nos impuseram duras derrotas, como a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, mas a luta continua”. ENTENDA O GOLPE Diferentemente do que ocorreu em 1964, em 2016 os golpistas não precisaram fazer uso da força; contaram com os grandes grupos de mídia, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e setores do Ministério Público Federal para produzir o golpe. Travestido de legalidade, um farsesco processo de impeachment foi desencadeado a partir de uma crise econômica superdimensionada para provocar uma crise política e moral. Por trás dele, o objetivo era implementar a agenda reformista neoliberal derrotada na eleição de 2014. NOVEMBRO DE 2019

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Diversidade dos atos marca resistência da classe trabalhadora cearense Greves, “trancaços”, atos políticos, virada cultural, acampamentos. As atividades que marcaram a resistência dos trabalhadores cearenses foram muitas e com formatos diversificados. Um mar de gente invadia ruas e praças de Fortaleza – e do interior – a cada chamado da Central para protestar em defesa da democracia. Ali, as lideranças já falavam na garantia da soberania nacional e na defesa da Petrobras e dos bancos públicos. Em setembro de 2015, bancários, metalúrgicos e petroleiros cearenses promoveram o lançamento unificado das campanhas salariais do segundo semestre, com o mote “Em defesa da democracia, do emprego e do salário”. No mesmo ano, entraram em greve os trabalhadores dos Correios, os bancários e os servidores do Serpro Regional Fortaleza. A Frente Brasil Popular, lançada nacionalmente em setembro de 2015,

em Belo Horizonte (MG), logo encontrou terreno para sua atuação regionalizada no Estado, com a adesão orgânica da CUT-CE. “O lançamento da Frente pode ser visto como um marco na organização e lutas da sociedade desde os anos 1990”, avaliou Helder Nogueira. O dirigente, que também é Doutor em Ciências Sociais e professor de História na Rede Estadual de Educação do Ceará, integrou a delegação cearense presente à atividade, em Belo Horizonte. A ideia de se criar uma Frente partiu de militantes dos movimentos populares, sindicais, de juventude, negros e negras, mulheres,

Em sentindo horário: em 2016, milhares de pessoas participaram da Virada Cultural Contra o Golpe e acompanharam a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados; 100 mil pessoas lotaram as ruas do Centro de Fortaleza em defesa de Lula e da democracia no mesmo ano; em manifestação histórica e sob chuva no Centro de Fortaleza, com a presença de Lula, o povo cearense disse “não” ao golpe; presidente da CUT-CE, Wil Pereira, discursa na Virada Cultural Contra o Golpe, quando mais de 20 artistas se revezaram no palco; 150 mil paralisaram na Greve Geral de abril de 2017 e pediram Fora Temer

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LGBT, pastorais, partidos políticos, intelectuais, religiosos e artistas - diante da necessidade de derrotar a ofensiva da direita conservadora e golpista e propor outra política econômica para o país. Como primeira ação de massa aprovada pela Frente Brasil Popular, foi definido o 3 de outubro de 2015 como Dia Nacional de Mobilização - em Defesa da Democracia, da Petrobras e contra o ajuste fiscal. Mobilizadas pela Frente Brasil Popular no Ceará, cerca de 4 mil pessoas ocuparam as ruas do Centro de Fortaleza naquele sábado. Da Praça da Lagoinha à Praça do Ferreira, o verde, o amarelo e o vermelho dos manifes-


mado da FBP-CE e das entidades que a compõem. Outro exemplo marcante foi o do dia 2 de abril de 2016, quando mais de 65 mil pessoas se juntaram a ninguém menos do que Luís Inácio Lula da Silva, mesmo debaixo de forte chuva, para gritar a plenos pulmões não ao golpe, pelo respeito à vontade da maioria do povo brasileiro expressa nas urnas em 2014. Mais de 2 milhões de pessoas acompanharam o ato público via Internet, na transmissão da Frente Brasil Popular e do coletivo Mídia Ninja, inaugurando as transmissões online e a presença dos coletivos de comunicadores na construção de uma mídia democrática. “A CUT, demais centrais sindicais, movimentos sociais e frentes organizadas tiveram razões de sobra para

conclamar suas bases a parar o país naquele dia 17 de abril de 2016. Uma presidenta eleita democraticamente estava prestes a ser afastada da presidência pela Câmara dos Deputados, sem ter cometido nenhum crime. Portanto, mais de 30 mil cearenses se uniram na Avenida da Universidade, em Fortaleza, para acompanhar a votação obscena na Câmara dos Deputados, naquela madrugada, e que prosseguiu com o golpe que afastaria pouco depois, a presidenta Dilma Rousseff”, relembra o presidente da Central. “Nosso recado foi claro: o Ceará não permitia nenhuma ruptura institucional, muito menos um governo que, antes de chegar, já anunciava que queria empurrar reformas para prejudicar a classe trabalhadora”, finaliza.

LINHA DO TEMPO Confira nas próximas páginas os fatos e eventos mais relevantes da CUT Ceará de 2015 a 2019 em ordem cronológica (5/9) - Lançamento da Frente Brasil Popular Brasil

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tantes coloriram o caminho e levaram esclarecimentos à população sobre as ameaças à maior estatal do Brasil, que acabara de completar 62 anos. Atos, panfletagens e agitações deram a tônica nos eventos #ForaCunha, contra o então presidente da Câmara e articulador do golpe no Congresso, Eduardo Cunha. Uma das atividades de maior repercussão foi em 18 de março de 2016, o #CEContraOGolpe, quando 100 mil pessoas lotaram a Praça do Ferreira, conhecido como o coração da capital cearense, fazendo do espaço palco de mais um dia histórico em defesa da democracia no Estado. Na ocasião, dezenas de artistas que apoiaram o movimento contra o golpe se revezaram nas apresentações no palco do Manifesta Cultura. Também foram registradas manifestações nesse mesmo dia em Sobral e Jua­zeiro do Norte. O povo cearense ainda deu demonstrações inequívocas de que não foge à luta, sempre atendendo ao cha-

A Conferência Nacional de lançamento da Frente Brasil Popular reuniu mais de 2 mil pessoas, entre lideranças e militantes dos movimentos social e sindical, que lotaram a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Helder Nogueira representou a CUT-CE na atividade. NOVEMBRO DE 2019

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(3/10) - Ato em defesa da democracia e da Petrobras

(22/9) - Ato em defesa do pré-sal A CUT-CE e entidades filiadas reforçaram a mobilização nacional em defesa da manutenção do regime de partilha do Pré-sal e o fundo social com destinação dos recursos para educação e saúde, realizando manifestação no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Os trabalhadores pressionaram deputados pela garantia dos royalties do petróleo para a Educação.

Mobilizadas pela Frente Brasil Popular no Ceará, cerca de 4 mil pessoas ocuparam o Centro de Fortaleza para se unir à mobilização em todo o País em defesa da Democracia, da Petrobras e contra o ajuste fiscal. Da Praça da Lagoinha à Praça do Ferreira, o verde, o amarelo e o vermelho dos manifestantes coloriram o caminho e levaram esclarecimentos à população sobre as ameaças sofridas pela maior estatal do Brasil.

(25/11) Encontro Estadual do Coletivo da Mulher Trabalhadora 2015

2016

A atividade fez parte da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. Na ocasião, também foi eleita a nova coordenação estadual do Coletivo.

(13/11) Ato Fora Cunha Ato da Frente Brasil Popular reúne centenas de pessoas em manifestação na Praça do Ferreira, em Fortaleza, em defesa da democracia, da Petrobras e contra a postura conservadora implementada no País pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

(8/3) - 8 de Março

(8/12) Panfletagem Fora Cunha Numa luta articulada à estratégia nacional de vários movimentos sociais e sindicais, a Frente Brasil Popular – da qual a CUT-CE faz parte, realizou panfletagem nos cruzamentos que margeiam a Praça da Imprensa, em Fortaleza. Os manifestantes se posicionaram contra o processo de impeachment, em favor da democracia e pedem a saída imediata do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Em Fortaleza, Ceará, centenas de mulheres se reuniram para um ato unificado pelo eixo “Nenhum Direito a menos! Contra o conservadorismo na política, na economia e na vida das mulheres! Pela democracia, contra o golpe!”.

(18/3) - Ato Ceará contra o golpe 100 mil pessoas lotaram as ruas do Centro de Fortaleza em defesa da democracia. A passeata seguiu da Praça da Bandeira à Praça do Ferreira na defesa dos direitos e contra o Golpe. Mobilização vai ficar para a História de Fortaleza. Juazeiro do Norte e Sobral também registraram atos.

(31/3) - Ato Ceará contra o golpe

(2/4) - Ato Ceará contra o golpe com Lula Em manifestação histórica e sob chuva no Centro de Fortaleza, Lula e o povo cearense disseram “não” ao golpe. Mais de 65 mil pessoas lotaram a Praça do Ferreira para receber o ex-presidente e defender a democracia.

(11/4) - Ato no aeroporto contra o golpe Um grande ato público para sensibilizar a população para a luta contra o golpe foi realizado durante a madrugada, no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, reunindo centenas de participantes e dezenas de movimentos sociais, entidades, associações e representantes de vários setores, com esforços conjugados na Frente Brasil Popular. 10

50 mil pessoas reuniram-se em Fortaleza para dizer não ao golpe. A mobilização teve início em duas praças do Centro, com caminhada até o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, onde houve ato político e show pela democracia. Também foram registrados atos no Cariri e em Sobral.

(11/4) - Ceará contra o golpe no Benfica Praça da Gentilândia reúne manifestantes em defesa da democracia no segundo ato público do dia em Fortaleza na luta contra o golpe. REVISTA DA CUT CEARÁ


(1/5) - 1º de Maio

(16/4) - Virada Cultural contra o golpe Mais de 20 artistas se revezaram no palco da Virada Cultural contra o Golpe, que foi montado no cruzamento da Avenida da Universidade com 13 de maio, em frente ao Museu de Arte da UFC (MAUC). A atividade começou na noite de sábado e terminou na madrugada de segunda-feira, reunindo milhares de pessoas que faziam vigília em defesa da democracia e acompanhavam, além das atrações artísticas, a transmissão da sessão de votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

(Agosto e Setembro) Caravana da Democracia Ciclo de Debates Plataforma da Classe Trabalhadora A Caravana da Democracia visitou entre agosto e setembro de 2016, oito municípios do interior do Estado. A iniciativa em parceria com a Escola de Formação Nordeste, promoveu um ciclo de debates sobre a plataforma da classe trabalhadora, discutindo política e a defesa incessante dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras.

Em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora, a CUT-CE, a CTB Ceará, a Frente Brasil Popular e o movimento Ceará Contra o Golpe, além de dezenas outras entidades realizaram o ato de 1º de maio. Os manifestantes caminharam da Areninha do Pirambu ao CUCA da Barra do Ceará. O ato foi encerrado com atividades culturais e políticas.

(10/5) - Ato em defesa da democracia Mais uma vez, a CUT/CE e as entidades que fazem parte da Frente Brasil Popular foram às ruas para mostrar sua disposição de luta e resistência, e chamar atenção para o golpe, até então, em curso no País. As fortes mobilizações conseguiram parar o Centro comercial e bancário de Fortaleza, importantes avenidas da cidade e Rodovias em todo o Estado.

(10/6) - Ato Fora Temer Com o lema "Fora Temer, Não ao Golpe e Nenhum Direito a Menos", mais de 10 mil pessoas foram às ruas no Dia Nacional de Mobilização e Paralisação em defesa da democracia, dos direitos sociais e pela saída do presidente interino Michel Temer (PMDB). Os manifestantes caminharam da Praça Luiza Távora até a Praça da Imprensa, em Fortaleza.

(9/8) - Ato contra o Golpe, Fora Temer

(22/9) - Ato rumo a Greve Geral

(25/10) Ato contra a PEC 241

Cerca de 5 mil pessoas participaram de dois atos públicos. O primeiro foi realizado pela manhã, quando manifestantes de diversos sindicatos e centrais sindicais realizaram ato em frente a agência do Banco do Brasil, na Av. Duque de Caxias. O outro ato foi realizado à tarde, na Av. Borges de Melo, em frente à Oi Contax.

Entidades de classes, partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e sociedade civil uniram-se para o primeiro grande ato contra a PEC 241. A convocação veio da união das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo no Ceará, reunindo mais de 20 mil pessoas no auge da caminhada, que partiu da Praça da Gentilândia, no bairro Benfica, em Fortaleza, rumo à Praça do Ferreira, no Centro.

Em Fortaleza, trabalhadores, estudantes e os movimentos sociais fizeram caminhada e ato político em defesa da democracia, do Sistema Único de Saúde (SUS) e da manutenção dos direitos trabalhistas. Cerca de 3 mil pessoas participaram da atividade, que teve início na Praça da Bandeira e seguiu em marcha pelas principais ruas do Centro, passando pela Praça do Ferreira e finalizando na Praça Murilo Borges.

(22 e 23/11) Encontro Estadual da Secretaria de Organização e Política Sindical A Secretaria Nacional de Organização, em parceria com a Secretaria Geral Nacional e a CUT Ceará, realizou a atividade, que fez parte do ciclo de debates sobre Democracia e Fortalecimento do Projeto Político-Organizativo da CUT.

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(31/3) - Dia Nacional de Mobilização contra o desmonte da aposentadoria e da CLT As Estaduais da CUT dos 26 Estados do Brasil e do Distrito Federal organizaram atos contra o desmonte da aposentadoria e da CLT e para tentar impedir a sanção pelo governo Temer da lei da terceirização (PL 4302/1998). Em Fortaleza, a atividade foi realizada na Praça da Bandeira.

(16/2) - Audiência pública sobre a reforma da Previdência A atividade foi mobilizada pelos gabinetes do deputado estadual Moisés Braz (PT) e deputado federal José Guimarães (PT), em parceria com a Frente Brasil Popular - Ceará e a CUT-CE. A plenária envolveu ainda diversos representantes de movimentos sociais e coletivos e teve como convidado principal o ex-ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.

(28/4) - Greve Geral Um dia histórico que contou com servidores públicos, trabalhadores urbanos e rurais que organizaram uma intensa agenda de lutas em mais de 130 municípios do Ceará, segundo a Fetraece e Fetamce, totalizando 500 mil pessoas nas ruas. Só na Capital foram mais de 100 mil pessoas que lotaram a Praça da Bandeira e saíram em caminhada até a Praça do Ferreira, contra a “reforma” trabalhista e da previdência. Com adesão dos sindicatos de diversos ramos econômicos, as paralisações dos locais de trabalho mudaram a fisionomia de diversas cidades do nosso estado. Os Portos do Pecém e Mucuripe interromperam suas atividades logo cedo, assim como o Aeoporto Internacional Pinto Martins. Ao todo, 150 mil trabalhadores e trabalhadoras interromperam suas atividades durante a Greve Geral.

(1/5) - 1º de Maio e Conferência Estadual e Sindical e Popular Com a participação de 1.000 dirigentes sindicais e militantes sociais, a Conferência Estadual Sindical e Popular, em Fortaleza, abriu a programação de atividades do 1º de Maio de Luta no Ceará. A Conferência foi promovida pela CUT-CE e a Frente Brasil Popular. O evento foi marcado pelo lançamento político do Congresso Extraordinário da CUT-CE e, ainda, do Plano Popular de Emergência da FBP, com a realização de debates e Grupos de Trabalho na sequência. A Conferência ocorreu na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, no Centro da capital. Na parte da tarde, foi realizado um ato unificado das centrais sindicais que se concentrou no Aterro da Praia de Iracema e seguiu pela Av. Beira Mar.

(9/2) - CUT-CE apresenta campanha contra reforma da Previdência

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Trabalhadores, estudantes, centrais sindicais e movimentos sociais organizaram uma tribuna livre em defesa do ex-presidente Lula, na Praça do Ferreira.

(11/5) - CUT e Fetraece lançam agenda de lutas Com apoio da CUT Ceará, a Federação lançou a campanha “Maio de Luta – Rurais Resistem”, que promoveu uma intensa agenda de reuniões regionais com os sindicatos de trabalhadores e rurais de todo o Ceará para debater ações contra o golpe e os ataques aos direitos da classe trabalhadora, em especial os trabalhadores e trabalhadoras rurais.

Durante a atividade, a Direção Executiva da CUT-CE anunciou a campanha contra a reforma da Previdência, a agenda de mobilizações de massa para o mês de março e os três eixos de luta para o primeiro semestre de 2017: defesa do emprego, contra a reforma trabalhista e contra a reforma da Previdência.

2017

(10/5) Tribuna Livre em defesa do Lula

REVISTA DA CUT CEARÁ


(13/7) - Ato em defesa do Lula e dos trabalhadores (30/6) - Dia Nacional de Manifestações e Paralisações contra as reformas de Temer Pelos menos 50 mil pessoas participaram do ato de massa em Fortaleza, como parte das mobilizações da Greve Geral, em âmbito nacional. Na capital, trabalhadores e trabalhadoras, representantes de movimentos sociais e sindical, juventude, estudantes, negros, LGBTI e sociedade civil organizada se manifestaram desde as primeiras horas da manhã. A caminhada teve concentração principal na Praça Clóvis Beviláqua, no Centro. Depois, seguiu pelas ruas do bairro até a Praça do Ferreira, mobilizada pela CUT-CE e demais centrais sindicais e pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Movimentos sociais e sindical realizaram ato em defesa dos direitos da classe trabalhadora e do ex-presidente Lula, na sede da CUT-CE, em Fortaleza. A atividade foi convocada um dia antes, pela Frente Brasil Popular - Ceará, da qual a Central estadual faz parte, em resposta à sentença do juiz Sergio Moro, que condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por conta do processo que envolve um apartamento no Guarujá-SP.

(14/9) - Dia Nacional de Luta, Protestos e Panfletagens Em Fortaleza, CUT-CE, sindicatos filiados e movimentos sociais realizaram uma Tribuna Livre, na Praça do Ferreira, contra o fim da aposentadoria, pela defesa dos serviços públicos e deram seguimento à campanha nacional da CUT, em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular que anule os efeitos da reforma trabalhista.

(27/10) - Dia nacional de coleta de assinaturas pela anulação da Reforma Trabalhista

(20/6) - Dia Nacional de Mobilização Contra as Reformas Trabalhista e da Previdência Com o avanço da reforma Trabalhista no Congresso (PLC 38/2017) a CUT e as demais centrais sindicais ampliaram a resistência em todo o país. Em Fortaleza, foi realizada uma blitz no Aeroporto Internacional Pinto Martins, na madrugada do dia 20, para pressionar os parlamentares sobre os riscos da proposta para a classe trabalhadora.

(9 e 10/6) - 13ª Plenária Estatutária e I Congresso Extraordinário e Exclusivo A CUT Ceará realizou durante dois dias sua 13ª Plenária Estatutária, simultaneamente ao seu I Congresso Extraordinário e Exclusivo. Sob o lema 100 anos depois... A luta continua! Nenhum direito a menos! As atividades foram realizadas na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, no Centro de Fortaleza, e também relembraram o centenário da 1ª greve geral no Brasil e da Revolução Russa.

(23/1) Movimento sociais trancam rodovias Manifestantes de movimentos sociais ligados à Frente Brasil Popular - Ceará (FBP-CE) trancaram CEs e BRs no Estado, somando-se ao enfrentamento nacional de denúncia ao golpe contra a classe trabalhadora, em defesa da democracia e pelo direito do Lula ser Candidato. Cerca 200 trabalhadores e trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) trancaram a CE-060. Já em São Luís do Curu, a BR-222 foi bloqueada por cerca de 500 trabalhadores/as do MST, Levante Popular da Juventude e simpatizantes ligados à FBP-CE.

2018 (5/12) Ato #NãoMexaNaAposentadoria Em Fortaleza, cerca de 5 mil pessoas participaram do ato pacífico contra a reforma, que teve início no cruzamento das avenidas 13 de Maio x Universidade, no Benfica, e seguiu pelas ruas do Centro da capital até se encerrar em frente ao prédio do INSS.

Em Fortaleza, a CUT-CE, sindicatos filiados e movimentos sociais reforçaram a luta pela anulação da Reforma Trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB). A atividade somou-se à luta em defesa dos bancos públicos, que motivou, no mesmo dia, Audiência Pública na Câmara Municipal de Fortaleza.

(30/11 a 1/12) Encontro Estadual de Comunicação da CUT Com carga-horária de 14 horas, o encontro foi realizado na sede da Central, em Fortaleza, e debateu sobre o fortalecimento e o aperfeiçoamento da comunicação entre os trabalhadores, e ainda a ampliação das relações de comunicação entre os sindicatos filiados e a CUT-CE.

(10/11) - Dia Nacional de Paralisações e Marcha da Esperança A CUT-CE e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo reuniram cerca de 20 mil pessoas de 160 municípios cearenses no Centro de Fortaleza para protestar contra a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor no dia 11/11. O ato, que teve início na Praça da Bandeira, foi um movimento unificado também com partidos de esquerda e demais centrais. Os trabalhadores que participavam da Marcha da Esperança, organizada anualmente pela Fetamce, também se somaram à manifestação. No Cariri também houve caminhada, que seguiu da Praça da Prefeitura de Juazeiro do Norte até a Praça Padre Cícero.

NOVEMBRO DE 2019

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(24/1) - Ceará com Lula Contra a perseguição política e a seletividade de parte do judiciário brasileiro, cerca de 5 mil pessoas reuniram-se na Praça Murilo Borges, no Centro de Fortaleza, em frente ao prédio da Justiça Federal, durante toda a manhã e parte da tarde. As atividades na capital foram organizadas pela Frente Brasil Popular – da qual a CUT-CE faz parte – em parceria com a Frente Povo Sem Medo e Movimento Ceará Contra o Golpe. Foram registrados atos também pelo Interior do estado, em todas as regiões, em cidades comoLimoeiro do Norte, Sobral, Crateús, Quixadá, Acarape e Juazeiro do Norte.

(6/2) - Conferências Interregionais Populares de Educação Cinco conferências regionais foram realizadas como etapas preparatórias para a Conferência Estadual Popular de Educação (Coepe 2018). Os encontros representaram um avanço na mobilização popular pelo direito à educação de qualidade socialmente referenciada. Dois dirigentes executivos da CUT-CE, Helder Nogueira e Carmem Santiago, representaram a Central estadual nas atividades.

(19/2) - Dia Nacional de Lutas e Paralisações contra a Reforma da Previdência Com a palavra de ordem “Se botar pra votar, o Brasil vai parar!”, a Frente Brasil Popular, CUT, CTB, CSP Conlutas, CSB, Nova Central, Força Sindical, UGT, Intersindical, sindicatos e movimentos populares mobilizam a população para ir às ruas contra a Reforma da Previdência. Em Fortaleza, um ato público foi realizado na Praça Clóvis Beviláqua (Praça da Bandeira), no Centro.

(4/4) - Ceará em defesa do Lula, da Democracia e contra o Fascismo

(8/3) - 8 de março O ato integrou uma jornada de lutas para mostrar os retrocessos cometidos contra as mulheres e reuniu trabalhadoras em todo o país em defesa da democracia e dos direitos. Em Fortaleza, a concentração teve início na Praça da Bandeira e percorreu diversas ruas do Centro até finalizar na Praça Murilo Borges.

Seguindo a linha nacional de unidade para defender a democracia e lutar contra o fascismo, partidos de esquerda, centrais sindicais, movimentos populares e militantes realizaram no Ceará o Ato contra a prisão de Lula, em defesa da democracia e contra o fascismo na capital cearense. Em Fortaleza, atividade teve concentração na Praça da Bandeira, e seguiu em caminhada pelo Centro até a Praça da Justiça.

(7/4) - Segundo ato em defesa do Lula Mais de 20 mil pessoas caminharam por ruas e avenidas do bairro Aldeota, em direção à Praça da Imprensa, no Dionísio Torres. Este foi o terceiro ato seguido realizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo em Fortaleza, desde o julgamento do habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Lula, no Superior Tribunal Federal (STF).

(6/4) - Ceará em defesa do Lula, da Democracia e contra o Fascismo Em Fortaleza, mais de 20 mil participaram de ato no Benfica. Pelos menos outras 14 cidades cearenses registraram atos em defesa do ex-presidente Lula.

(11/4) - Ato e acampamento do Povo Cearense por Lula Livre Cerca de 10 mil pessoas caminharam pelo Centro em direção ao “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre”, montado pela manhã, na Praça da Justiça. Mobilização reforçou luta aguerrida em Curitiba. Além da capital cearense e de Curitiba-PR, em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal, um acampamento Lula Livre também foi instalado em Brasília.

(1/5) - Congresso do Povo O 1º de Maio de 2018 no Ceará ganhou uma atividade inédita na cena política e social brasileira: o lançamento estadual do Congresso do Povo. Um grande esforço de diálogo e trabalho de base com o povo trabalhador nas periferias das grandes cidades, municípios médios e pequenos, organizando comitês populares e enraizando a Frente Brasil Popular (FBP). O lançamento deu início à extensa programação do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora em Fortaleza. A atividade, que reuniu milhares de pessoas do movimento sindical e dos movimentos populares ligados à FBP, ocorreu no Centro Poliesportivo da Parangaba. 14

REVISTA DA CUT CEARÁ

(17/4) - Ato dois anos de resistência contra o golpe e encerramento do acampamento Foram sete dias de luta por Lula, pela Democracia e pelo povo no Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre: a resistência somos nós, na Praça Murilo Borges (da Justiça Federal), em Fortaleza. Conforme as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, organizadoras da iniciativa, cerca de 50 mil pessoas passaram pelo local entre a instalação no dia 11 e o encerramento, no dia 17 de abril. A data não foi escolhida à toa: um dia inteiro de atividades e de multidão na Praça, marcando os dois anos do golpe jurídico-midiático no Brasil.


(1/5) - 1º de Maio

(5/6) - CUT-CE apresenta Plataforma da Classe Trabalhadora

15 mil pessoas saíram às ruas de Fortaleza no Dia do Trabalhador. Ato político-cultural e caminhada da Parangaba à Serrinha deram seguimento a dia de luta na capital, que teve início pela manhã, com lançamento estadual do Congresso do Povo.

A CUT-CE apresentou a Plataforma da Classe Trabalhadora para as eleições 2018, durante a abertura da VIII Jornada dos Servidores Municipais do Ceará realizada pela Fetamce no Centro de Convivência do Sindicato dos Bancários, em Caucaia.

(10/8) - Dia do basta

(13/7) - Ato Lula Livre Já Trabalhadores e trabalhadoras caminharam e realizaram panfletagem pelas ruas do Centro de Fortaleza para pedir a liberdade do ex-presidente Lula, mantido como preso político desde 7 de abril daquele ano na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba-PR. A militância realizou uma panfletagem, concentrando-se na Praça Clóvis Beviláqua (Praça da Bandeira), seguindo até a Praça do Ferreira. Alguns ramos CUTistas estiveram representados, além de parlamentares e partidos de esquerda e movimentos sociais, mobilizados pela Frente Brasil Popular Ceará e PT Ceará.

Em Fortaleza, cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras protestaram no Centro da capital durante toda a manhã. Também houve registro de atos em Madalena, Limoeiro do Norte, Quixadá e Juazeiro do Norte. A concentração para o ato teve início na Praça da Bandeira e encerrou na Praça do Ferreira.

(24/8) - Plataforma das Mulheres da CUT A CUT Ceará lançou um conjunto de propostas da Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018, com o objetivo de dialogar e responder a problemas com os quais as mulheres trabalhadoras e sindicalistas se deparam no cotidiano de trabalho e de vida. O evento ocorreu na sede da CUT-CE, em Fortaleza e contou com a presença da vice-presidenta nacional da CUT, Carmem Foro, e da secretária nacional de Relações do Trabalho da Central, Graça Costa.

(22/11) - Ato em Defesa da Previdência e da Seguridade Social

O ato “Em defesa dos direitos sociais e da Justiça do Trabalho” foi organizado pela Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Ceará (ATRACE) com o apoio da CUT e de outras entidades, em frente ao Fórum Autran Nunes, em Fortaleza. O evento reuniu dezenas de trabalhadores e juristas e fez parte de uma mobilização nacional, organizada pela Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT).

Mobilizada pela CUT-CE, juntamente com a Frente Brasil Popular no Estado e outras duas centrais sindicais (CTB e CSP-Conlutas), a classe trabalhadora cearense realizou atividade em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Centro da capital.

2019

(21/1) Ato em defesa da Justiça do Trabalho

(19/2) - Encontro estadual da juventude trabalhadora

(15/2) - CUT Ceará recebe a visita de Haddad Buscando a retomada do diálogo com as bases da sociedade, o ex-candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, conversou com os movimentos sociais, na sede da CUT-CE, em Fortaleza. O encontro, organizado pela Frente Brasil Popular Ceará, reuniu mais de cem repreNOVEMBRO DE 2019 sentantes de movimentos de todo o estado.

O seminário reuniu na sede da CUT mais de 70 jovens, representando todos os ramos econômicos que compõem a Central no estado, com o objetivo de debater a participação dos jovens e fortalecer a articulação da juventude CUTista na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

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(11/3) - Audiência Pública sobre a reforma da Previdência (PEC nº 6/2019) Em palestra para os mais de 400 presentes ao Auditório Murilo Aguiar, na Assembleia Legilativa, o ex-ministro da previdência, Carlos Gabas, debateu sobre o desmonte ocasionado pela reforma da Previdência de Bolsonaro.

(8/3) - 8 de março O ato unificado “Pela vida das mulheres! Somos todas Marielle, Stefhanie, Ingrid e Dandara” reuniu cerca de 10 mil mulheres, no centro de Fortaleza. Elas marcaram posição contrária ao crescimento do número de feminicídios no Ceará e repudiaram diversas propostas do governo de Jair Bolsonaro (PSL), dentre elas, a reforma da Previdência (PEC nº 6/2019).

(8/4) - Comitê Lula Livre no Ceará Mais de 500 pessoas lotaram o auditório da Fetraece, em Fortaleza, para acompanhar o lançamento do Comitê Lula Livre Ceará. A atividade reuniu movimentos sociais, movimento sindical, estudantes, professores, trabalhadores rurais, parlamentares do PT, PSOL e PCdoB e contou com a presença de Carmen Foro, vice-presidenta nacional da CUT, Guilherme Boulos, dirigente nacional do MTST e Lindberg Farias, ex-senador (PT/RJ).

(9/4) - Preparação para Marcha das Margaridas Considerada uma das maiores mobilizações femininas do mundo, a Marcha das Margaridas foi tema da reunião do Coletivo de Mulheres da CUT Ceará, na sede da entidade. Elas debateram sobre a campanha para garantir recursos para custear a infraestrutura da edição de 2019.

(29/3) - Conferência Estadual de Formação

(20/2) - Dia Nacional de Luta e Em Defesa da Previdência Pública e Contra o Fim da Aposentadoria Em Fortaleza, as atividades aconteceram durante todo o dia. Pela manhã, os movimentos distribuíram panfletos e alertaram a população sobre os efeitos negativos da “nova reforma” nos terminais de ônibus e na porta da fábrica Guararapes. No começo da tarde, foi a vez deles conversarem com os trabalhadores que entravam e saíam da empresa de telemarketing Liq (Contax), no bairro de Fátima. A principal atividade do dia foi a Tribuna Livre, que mobilizou uma multidão na Praça do Ferreira, pra dizer não à reforma de Bolsonaro.

Com o tema “Somos e Fazemos o Trem da História”, a CUT Ceará realizou a etapa estadual da Conferência de Formação da CUT. Com 59 representações de todos os ramos de atuação da Central no Estado, o encontro debateu propostas para contribuir com a Política Nacional de Formação e elegeu delegados para as etapas Regional e Nacional da Conferência.

(1/5) - 1º de maio A chuva que caiu em Fortaleza por todo o dia 1º de maio não foi obstáculo para os mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras que marcharam no final da tarde pelas ruas da Praia de Iracema. A manifestação saiu da Av. Beira Mar, próximo ao espigão da Rui Barbosa e seguiu pela Av. Historiador Raimundo Girão até o largo Luís Assunção, na Praia de Iracema, encerrando com ato político e show do cantor Erickson Mendes em tributo ao compositor Belchior, falecido em abril de 2017.

(22/3) - Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Centrais sindicais, movimentos sociais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizaram mais de 50 atos em todo o Ceará. Em Fortaleza, a manifestação teve concentração na Praça da Imprensa, passou pela sede do INSS e terminou na Praça Portugal, no coração do bairro Aldeota, com a participação de mais de 30 mil pessoas.

(15/5) - Tsunami da educação

Cerca de 100 mil pessoas ocuparam as ruas de Fortaleza para protestar contra o corte de verbas para o setor anunciado pelo ministro da Educação Abraham Weintraub. Os manifestantes saíram em marcha da Praça da Bandeira e seguiram pelas ruas do Centro rumo ao cruzamento da Av. da Universidade com a Av. 13 de Maio, em frente à Reitoria da UFC, no Benfica.

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(12/7) - Dia Nacional em Defesa da Aposentadoria

(30/5) - Segundo tsunami da educação Assim como no 15 de maio, o segundo "tsunami da educação" levou mais de 100 mil pessoas às ruas de Fortaleza. Eles protestaram novamente contra cortes de verbas para a Educação, anunciados pelo Ministério da Educação (MEC), e contra a reforma da Previdência (PEC 06/2019). Manifestações foram realizadas em outras 210 cidades em todo o país. Também foram registrados atos em nove países.

Centenas de pessoas protestaram contra a reforma da Previdência (PEC 06/2019), em frente ao prédio da gerência regional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Centro. As centrais sindicais, sindicatos, federações, movimentos sociais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo fecharam parte da rua Pedro Pereira, ocuparam a frente do prédio da Previdência Social e coletaram assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência.

(7/6) - Centrais sindicais divulgam agenda de atividades em defesa da aposentadoria Centrais sindicais, sindicatos, federações, movimentos sociais, estudantis e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo divulgaram agenda de atividades unificada contra a reforma da Previdência (PEC 06/2019). As atividades foram definidas em plenária realizada na sede do Sindifort, no Centro de Fortaleza. Uma marcha, carreata, panfletagens e adesivaços em cruzamentos da capital foram realizadas entre 9 e 14 de junho.

(29/7) - Seminário Estadual da Mulher Trabalhadora A CUT-CE em parceria com a Escola de Formação da CUT no Nordeste realizou o Seminário Estadual da Mulher Trabalhadora. Com o tema “Feminicídio e o enfrentamento à violência contra a mulher: Somos Todas Margaridas!”, o encontro reuniu cerca de 150 mulheres representantes de todos os ramos da CUT no estado e de movimentos sociais, no auditório da Fetrace, em Fortaleza.

(3/10) Atos em defesa da educação e soberania nacional Estudantes, professores, trabalhadores em educação e servidores de estatais participaram de dois atos. Na pautas das atividades convocadas pelas frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Comitê em Defesa da Autonomia Universitária, CUT-CE e Sindiute, em Fortaleza, a defesa da educação pública, da soberania nacional, da autonomia universitária e da liberdade de cátedra. Na Câmara Municipal, mais de 300 professores e pais de alunos participaram de um protesto contra o projeto “escola sem partido”, a militarização das escolas e o ataque à liberdade de cátedra. No Benfica, os manifestantes concentraram-se no cruzamento da Av. 13 de Maio com Av. da Universidade, antes de seguirem rumo à Praça General Murilo Borges, no Centro.

(20/9) Ato em defesa da soberania nacional, da educação e da aposentadoria Trabalhadores, servidores públicos, professores, estudantes e aposentados se reuniram em frente ao Serpro e seguiram pela Av. Pontes Vieira até a Assembleia Legislativa do Ceará. Os manifestantes foram recebidos pelos deputados Elmano Freitas (PT), Augusta Brito (PCdoB), Renato Roseno (Psol) e Acrísio Sena (PT), que representam à frente parlamentar da casa que defende as estatais ameaçadas de privatização.

(14/6) - Greve geral Em Fortaleza e em mais de 60 cidades cearenses, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e movimentos sociais protestam contra a reforma da Previdência (PEC 06/2019) de Jair Bolsonaro (PSL) desde as primeiras horas da manhã no dia da greve geral em defesa da aposentadoria, por mais empregos e contra os cortes na educação. Na capital do Ceará, 100 mi foram às ruas e, em todo o Brasil, aproximadamente 45 milhões participaram de atos políticos e paralisações, segundo balanço divulgado pelas centrais sindicais.

(30/8) Haddad em Fortaleza (13/8) Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves em Defesa da Educação e da Aposentadoria Estudantes, professores e trabalhadores foram às ruas de Fortaleza contra a reforma da Previdência e os cortes na educação. A marcha da educação se concentrou na Praça da Gentilândia e seguiu pelo Benfica e Centro, passando pela reitoria da UFC e o prédio da erência Regional do INSS até finalizar com ato político na Praça do Ferreira.

NOVEMBRO DE 2019

Fernando Haddad participou de ato da caravana #LulaLivre em defesa da Amazônia, da cultura e dos direitos na praça da Gentilândia, em Fortaleza. Haddad afirmou que o objetivo também é protestar contra a condenação do ex-presidente Lula, conversar sobre o que está acontecendo no Brasil e “preparar o país para um novo projeto de desenvolvimento que esse governo não representa”.

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dia do trabalhADOR

Milhares nas ruas por Conferência Estadual Sindical e Popular e etapa do Congresso do Povo marcam

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o contexto de grave crise social, política e econômica, a Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE) deu demonstrações inequívocas do seu propósito de organização, pressão e mobilização. A cada 1º de Maio – data simbólica da luta de classes em todo o mundo –, milhares de pessoas foram às ruas em todo o Estado, atendendo ao chamamento da entidade para a reação de forma organizada e constante. Como forma de organizar as bases, a Central realizou plenárias e congressos. Entre as atividades marcantes estão a Conferência Estadual Sindical e Popular, em 2017, e a etapa estadual do Congresso do Povo, em 2018. “Em 2017, enfrentamos os mais brutais ataques desferidos pelo governo federal contra os sindicatos e os trabalhadores. Desses combates, tiramos aprendizados que potencializaram as nossas

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lutas dali em diante. Organizamos e mobilizamos as categorias e direções sindicais em várias frentes”, relembra o presidente da CUT-CE, Wil Pereira. Uma das mais destacadas dessas ações neste ano foi a realização Conferência Estadual Sindical e Popular, em março, em Fortaleza. Com a presença de 1.000 dirigentes sindicais e militantes sociais, a Conferência integrou a programação do 1º de Maio de Luta no Ceará. O evento, realizado durante toda a manhã, foi promovido também pela Frente Brasil Popular (FBP) – Ceará e marcado pelo lançamento político do Congresso Extraordinário da CUT-CE e, ainda, do Plano Popular de Emergência da FBP, com a realização de debates. A Conferência ocorreu na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, no Centro de Fortaleza. Estiveram como palestrantes na Conferência: o diretor Nacional do Movimento dos Trabalhado-


r direitos e emprego organização dos movimentos em torno do dia 1º de maio res Sem Terra (MST), João Pedro Stédile; o diretor da Fundação Perseu Abramo, Artur Henrique Santos; e a presidenta da CUT-Minas Gerais, Beatriz Cerqueira. Representantes da CUT e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), partidos políticos de esquerdas, sindicatos, federações e associações manifestaram-se na defesa da construção do modelo de luta proposto pela FBP e em defesa da aposentadoria e dos direit­os trabalhistas, ameaçados pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer. A Frente Brasil Popular apresentou suas propostas para restabelecer a ordem constitucional democrática, defender a soberania nacional, enfrentar a crise econômica, reverter o desmonte do Estado e a desnacionalização da economia, para salvar e aprofundar as conquistas históricas do povo

trabalhador. O Plano elencou pontos nos Estados, como fazer uma construção coletiva da esquerda, principalmente apontando saídas e ações para tirar o Brasil da crise política e social sob a qual ainda está mergulhado. “Há mais de 100 anos, a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores dava-se pela conquista de direitos básicos de proteção à saúde e em busca da promoção da dignidade humana.

Trabalhadores, sindicalistas e movimentos sociais ocupam a Praia de Iracema na marcha de 1º de maio de 2017 NOVEMBRO DE 2019

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Hoje, a estratégia de resistência da classe trabalhadora é para garantir que esses direitos sejam ampliados, e não reduzidos”, reforça Pereira. Desde que a refor-

Em 2017, enfrentamos os mais brutais ataques desferidos pelo governo federal contra os sindicatos e os trabalhadores. Desses combates, tiramos aprendizados que potencializaram as nossas lutas dali em diante. Organizamos e mobilizamos as categorias e direções sindicais em várias frentes.” Wil Pereira, presidente da CUT-CE

ma trabalhista entrou em vigor, dia 11 de novembro de 2017, a CUT e os seus 320 sindicatos filiados têm realizado ações que se contrapõem à Lei 13.467. Uma das formas de organização foi a realização da 13ª Plenária Estatutária/ I Congresso Extraordinário Exclusivo da CUT, em junho de 2017, no Sindicato dos Bancários. As falas destacaram a necessidade da luta constante, diante do momento vivido pelo país e a confiança na força da classe trabalhadora demonstrada mais uma vez na histórica greve de 28 de abril daquele ano. Na sequência, houve o debate de conjuntura, estratégias e planos de luta, com palestras de Ricardo Gebrim, da Frente Brasil Popular e Sérgio Nobre, então secretário geral da CUT Nacional.

Lutas unitárias

2019

A chuva que caiu em Fortaleza durante todo o dia na quarta-feira, 1º de maio, não foi obstáculo para os mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras que marcharam no final da tarde pelas ruas da Praia de Iracema, cartão postal da cidade. A manifestação saiu da Avenida Beira Mar e seguiu pela Avenida Historiador Raimundo Girão até o Largo Luís Assunção, na Praia de Iracema, encerrando com ato político e show do

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cantor Erickson Mendes em tributo ao compositor cearense Belchior.

2018

Trabalhadoras e trabalhadores cea renses foram às ruas no 1º de maio, em um ato unificado das principais centrais sindicais que atuam no Estado, e das Frentes Brasil Popular Ceará e Povo Sem Medo, no Centro Poliesportivo da Parangaba, em Fortaleza. A atividade do Dia do/a Trabalhador/a teve como pautas a revogação das medidas conservadoras do Governo Temer, a defesa da Soberania Nacional, contra o fascismo e pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi um dia histórico com intensa programação de luta e resistência, que teve início com o lançamento estadual do Congresso do Povo.

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2017

Passada a manhã de debates e contribuições dos trabalhadores e trabalhadoras durante a Conferência Estadual Sindical e Popular em Fortaleza, a parte da tarde do 1º de Maio foi dedicada a um ato público, partindo do Aterro da Praia de Iracema, seguido de caminhada pela Avenida Beira Mar, em defesa da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. Além da CUT-CE, o ato envolveu outras centrais sindicais


Lançamento do Congresso do Povo reuniu milhares de pessoas do movimento sindical e dos movimentos populares no Centro Poliesportivo da Parangaba

como CTB, CSP Conlutas, Intersindical, CSB, Força Sindical, Nova Central e das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A manifestaçção teve o slogan “100 anos depois: a luta continua. Nenhum direito a menos”.

2016

Em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora, a CUT-CE, a CTB Ceará, a Frente Brasil Popular e o movimento Ceará Contra o Golpe, além de outras dezenas de entidades que compõem a luta em defesa da Democracia convocaram e a população cearense atendeu: cerca de 15 mil pessoas participaram da atividade estadual do Dia do/a Trabalhador/a. Em pleno domingo, o evento teve início às 8 horas, na Areninha do Pirambu de onde os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Presidente Castelo Branco (Leste Oeste), em direção ao CUCA da Barra do Ceará, onde ocorreu um ato político-cultural.

Formar para lutar: um Congresso com e para o povo Um grande esforço de diálogo e trabalho de base com o povo trabalhador nas periferias das grandes cidades, municípios médios e pequenos, organizando comitês populares e enraizando a Frente Brasil Popular. Esse foi o principal objetivo do Congresso do Povo, cuja etapa estadual foi lançada no 1° de Maio de 2018, no Centro Poliesportivo da Parangaba. “É, sobretudo uma iniciativa de construção de força social do povo brasileiro para enfrentar o Golpe e a ofensiva conservadora que estamos enfrentando”, definiu o presidente da CUT-CE, Wil Pereira. A ideia partiu do objetivo de construir com o povo e para o povo um projeto de nação. “Precisamos construir e fortalecer nossa unidade em todo o Estado o Ceará, nas regiões e municípios, potencializando um processo de organização popular para as lutas do próximo período”, disse Joyce Ramos, da Frente Brasil NOVEMBRO DE 2019

Popular Ceará (FBP-Ceará). A iniciativa contou também com um trabalho de base nas escolas, igrejas, associações, fábricas e periferias. Construindo sua unidade em todo o Estado, a Frente Brasil Popular (FBP) seguiu levando adiante o Congresso Estadual do Povo no Ceará. As atividades ampliaram-se para o fortalecimento da escola pública e do ensino médio. Mais de 300 jovens de quatro escolas participaram do projeto Aulão-Enem Atualidades, em parceria com a CUT-CE. “Os aulões do Congresso Estadual do Povo tanto ajudaram a preparar as e os estudantes para o Enem quanto a fortalecer a capacidade de organização dentro do ambiente educacional”, afirma Helder Nogueira, secretário de Administração e Finanças da CUT-CE. De acordo com ele, exercitar a capacidade de reflexão para mudar o país começa pela capacidade de fortalecer a escola. 21


Lula livre, nos braços do povo. São Bernardo do Campo, 9 de novembro de 2019. Foto: Ricardo Stuckert

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DE TEMER A BOLSONARO

Um longo retrocesso Governos ultraliberais destroem direitos sociais e recolocam o Brasil no Mapa da Fome

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rês anos depois do golpe que afastou a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), as perdas sociais são inquestionáveis e marcam profundamente a vida de milhões de brasileiros. A destruição das conquistas acumuladas no decorrer de décadas de lutas se dá através de diversas iniciativas como parte do mesmo projeto político: a retirada de direitos expressa nas contrarreformas trabalhista e previdenciária; a diminuição da proteção social e a desestruturação das políticas públicas de saúde, educação e de valorização do salário mínimo; a subordinação da soberania nacional aos interesses das empresas multinacionais (por meio da entrega das riquezas e da privatização de empresas estatais), e a ofensiva contra os movimentos sociais e contra os sindicatos. Um dos aspectos mais contundentes desse processo de retirada de direitos dos trabalhadores influencia

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diretamente as estatísticas de desempregados no país: no 1º de maio de 2016, eram 10 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho; no Dia do Trabalhador de 2018, sob o comando de Michel Temer (MDB), o número superou os 13 milhões. Com o governo de Jair Bolsonaro (PSL), o contingente de desempregados segue “estável”, na casa de 12,9 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Imposta sob o argumento de que era necessário acabar com direitos dos trabalhadores para que houvesse aumento dos postos de trabalho, a contrarreforma trabalhista aprovada no governo Temer completa, em novembro, dois anos de aplicação sem chegar perto de resolver o problema do desemprego no Brasil. O cenário, ao contrário, piorou. “Essa contrarreforma não ia gerar emprego; ela só aumentou a precarização e o trabalho intermitente. As

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empresas podem contratar do jeito que quiserem. Os salários estão baixos e vão baixar mais ainda porque o objetivo dos empresários era reduzir o custo da mão de obra”, afirma o presidente da CUT-CE, Wil Pereira. Ele cita um dado revelador: a taxa de desemprego era de 11,2% no trimestre encerrado em abril de 2016. Já em dezembro de 2017, após a implantação da contrarreforma trabalhista, chegou a 11,8% e não parou de subir.

Política da morte A política ultraliberal iniciada com Temer e aprofundada por Bolsonaro concentra-se em acabar com direitos, retirar recursos das políticas sociais, flexibilizar as relações de trabalho ao máximo, inviabilizar a organização sindical, atacar os movimentos sociais, vender a preços aviltantes o patrimônio público para o capital internacional para atender a uma pequena elite que se beneficia de isenções fiscais, explora de forma predatória e impune os recursos naturais, frauda a Previdência e se beneficia da especulação financeira, não contribuindo para gerar um emprego sequer. “Os resultados dessa política nefasta são assustadores: a economia continua paralisada, a indústria em crise, escolas e hospitais sendo fechados, o desemprego continua em patamares inaceitáveis, há aumento progressivo dos trabalhadores e trabalhadoras que sobrevivem na informalidade e o crescimento da miséria e da fome. Em outras palavras, estão destruindo o país”, avalia Pereira. “Por isso, temos dito que Bolsonaro pratica a necropolítica, ou seja, utiliza o poder político para decidir quem vive e quem morre. E esse é um governo de morte para os trabalhadores”.

No trimestre terminado em julho de 2019, o desemprego no Brasil chegou a 12,6 milhões de trabalhadores. Além disso, foram identificados 4,8 milhões de desalentados, pessoas que desistiram de procurar ocupação. Outro dado estarrecedor: a mão de obra subutilizada (que vive de bicos) atingiu 28,3 milhões de brasileiros no primeiro trimestre de 2019, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do IBGE. Segundo Pereira, a lógica dos dois presidentes pós-golpe – de deixar que o mercado de trabalho se regule sozinho, com mínima intervenção do Estado – só beneficia os empregadores.

Terceirizações Com menos direitos trabalhistas, menos fiscalização – Bolsonaro extinguiu o Ministério do Trabalho – e mais “flexibilidade” nas relações, aumentaram o uso e a rotatividade de empresas de terceirização por setores econômicos, o que precariza ainda mais os serviços. Para especialistas, na renovação de contratos e nas disputas das licitações, as empresas vão tentar reduzir ao máximo os custos com salários e benefícios trabalhistas. “A lei 13.429, da terceirização irrestrita, sancionada por Temer em março de 2017, foi, sem dúvida, uma das piores medidas para a classe

NOVEMBRO DE 2019

Protesto Diretas Já, na Praia de Iracema, em Fortaleza; abaixo, milhares nas ruas contra a lei da terceirização e o desmonte da aposentadoria, em 2017

PRECARIZAÇÃO Agora, além de o desemprego não recuar, os que conseguem vagas estão sujeitos à chamada precarização, que é o trabalho em con­dições piores do que as anteriores, com salários menores e menos benefícios. Segundo economistas, o Brasil regrediu, em termos de garantias trabalhistas, à década de 1930.

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AUMENTO DA POBREZA Entre 2016 e 2017, quase

2 milhões

a mais de brasileiros passaram a viver em situação de pobreza, dependendo de renda familiar inferior a

US$ 5,5 por dia ou R$ 406,00 por mês.

Segundo o IBGE, essa parcela da população soma

54 milhões

Já a extrema pobreza, quando a renda familiar dividida pelo número pessoas fica abaixo de

US$ 1,90

de pessoas, equivalendo

15,3 milhões

por dia e equivale a

de pessoas no país, ou

mensais, aumentou 13%.

da população.

R$ 140,00

26%

do a total de brasileiros.

Essa camada representa

7%

Fontes: Ibase e IBGE

trabalhadora”, afirma Fausto Augusto Júnior, coordenador de Educação do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Dados obtidos a partir de recortes específicos na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) revelam que, nas atividades tipicamente terceirizadas, as condições de trabalho e a remuneração são inferiores às verificadas nas atividades tipicamente contratantes. “Num momento de profunda crise econômica como o atual, a permissão indiscriminada da terceirização, em vez de ser uma solução, transformou-se em risco adicional à retomada do crescimento econômico, do emprego e, especialmente, da saúde financeira do Estado”, avaliou o Dieese em Nota Técnica sobre o assunto. A lei 13.429, da terceirização irres­trita, sancionada por Temer em 2017, foi, sem dúvida, uma das piores medidas para a classe trabalhadora.” Fausto Augusto Júnior, coordenador de Educação do Dieese

De volta ao Mapa da Fome Com cada vez menos empregos formais, com a terceirização irrestrita em vigor, com os gastos públicos congelados por 20 anos e com o fim de políticas públicas em diversas áreas, o Brasil retrocedeu 12 anos de resultados alcançados no combate à extrema pobreza, segundo o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Maior fronteira agrícola do planeta, o país voltou ao Mapa da Fome – de onde havia saído em 2014, após 24 anos figurando no ranking dos países com população ingerindo menos calorias que o recomendável. “Quem já era pobre ficou mais pobre. E quem era classe média ficou pobre”, resume o presidente da CUT-CE. “Para além do meio ambiente, muita coisa vai mal no Brasil, afetando diretamente as condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora. Está havendo uma verdadeira destruição do país, comandada pelo atual governo, que aprofunda as políticas neoliberais que tiveram início com o golpe de 2016”, acrescenta. “Essas políticas nefastas têm aumentado a fome, a pobreza, as desigualdades e a violência”.

Professores marcham em defesa da soberania nacional, da educação e da aposentadoria, em Fortaleza

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REVISTA DA CUT CEARÁ


voto consciente

, R A T O V SE A T L O V res O o d i à a r t N a linha para os adora Fim d lasse trabalh da c Campanha da CUT alerta sobre políticos que apoiaram contrarreformas de Temer e de Bolsonaro

C

onsiderados traidores, deputados federais e senadores que aprovaram medidas prejudiciais à classe trabalhadora, colocando em prática a agenda de retrocessos do governo golpista de Michel Temer (MDB), foram alvo de ampla campanha de conscientização social realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em todo o país. Com o tema “Se votar, não volta”, a mobilização surtiu efeitos e o reflexo pôde ser visto nas urnas. No Ceará, além de outdoors, cartazes e publicações em redes sociais, a iniciativa contou com a realização de 127 audiências públicas, em parceria com as Câmaras Municipais, os sindicatos de trabalhadores rurais, Fetraece, movimentos sociais, Fetamce e sindicatos de trabalhadores urbanos. “O material trouxe fotos e nomes de deputados e senadores que votaram a favor de medidas do governo Temer consideradas retrocessos sociais e afronta à Constituição, como a contrarreforma trabalhista, a emenda constitucional que congelou investimentos públicos por 20 anos, a entrega do pré-sal a es-

trangeiros e a terceirização irrestrita”, explica Emanuel Alves Lima, secretário de Comunicação da CUT-CE. Ressaltou que os parlamentares que votaram a favor dessas medidas eram, em sua maioria, os mesmos que votaram pela derrubada da presidenta Dilma Rousseff no golpe de 2016.

NOVEMBRO DE 2019

Trabalhadores denunciam parlamentares que votaram a favor da reforma da Previdência

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RESULTADOS Dos

310

deputados denunciados pela campanha da CUT,

143

não se reelegeram. No Ceará, ficaram de fora da Câmara Federal para a legislatura 2019-2023 os inimigos da classe trabalhadora Adail Carneiro (Podemos), Cabo Sabino (PR), Gorete Pereira (PR), Paulo Henrique Lustosa (PP) e Raimundo Gomes de Matos (PSDB). O deputado Aníbal Gomes (hoje no DEM) não se reelegeu, mas chegou a exercer mandato após afastamento de titular.

Professores se manifestam contra o fim da aposentadoria

Como resultado da campanha, que chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter em 2017, alguns dos principais parlamentares de partidos fieis a Temer foram rejeitados pelos eleitores nas urnas, em 2018 Outro efeito da campanha sob os políticos foi que a CUT e demais centrais sindicais impediram a aprovação da reforma da Previdência de Temer no Congresso Nacional, realizando a maior greve geral da história, em abril de 2018. “Nesse sentido, as audiências públicas pelo interior do Estado, que tiveram participação expressiva de servidores públicos municipais, servidores federais e trabalhadores rurais, ajudaram a esclarecer à população sobre os riscos de perda da aposentadoria, além de prepararem o clima para a construção de uma das maiores greves já realizadas no país”, destaca o presidente da CUT-CE, Wil Pereira.

Plataformas das eleições Além do monitoramento e divulgação das candidaturas nocivas às trabalhadoras e trabalhadores, a CUT-CE também mobilizou os sindicatos filiados para o lançamento das plataformas CUTistas paras os pleitos de 2016 (municipal) e 2018 (estadual e federal). Construídos sob a ótica da classe trabalhadora e em favor do povo brasileiro, os documentos buscaram servir de referência para o debate político comas bases e deposicionamento frente aos candidatos que disputaram os cargos eletivos em cada pleito. Uma das prioridades da Plataforma da CUT para a Eleição 2018 foi a revogação de todas as medidas do governo ilegítimo de Michel Te-

Campanha da CUT-CE contra reforma da previdenciária de Temer, em 2017

mer que atacaram os direitos da classe trabalhadora, a liberdade democrática, a soberania nacional e as bases do desenvolvimento com igualdade social. Além disso, o documento exigiu, em primeiro lugar, o restabelecimento da ordem democrática no Brasil. E isso só seria possível com a garantia de eleições livres e verdadeiramente democráticas, partindo da liberdade para o ex-presidente Lula. “Lula é a expressão viva de um projeto nacional da classe trabalhadora e da maioria do povo brasileiro, favorito em todas as pesquisas de opinião. Prender Lula e tentar tirá-lo da disputa é mais uma forma dos agentes do golpe driblarem a vontade popular, em busca de uma falsa legitimação ao seu projeto de atraso e entrega do país ao capital internacional”, apontou o documento, cujo subtítulo era “Democracia, Direitos e Soberania” e continha 13 eixos.

Plataforma das Mulheres Ressaltando a importância das mulheres nas lutas que sucederam o golpe de 2016, a CUT-CE realizou, em Fortaleza, o lançamento da Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018. A ideia foi fomentar o debate e construir compromissos das candidatas e dos candidatos com as mulheres trabalhadoras, incorporando suas demandas em seus programas e propostas de mandatos. A atividade, organizada pelo Coletivo Estadual da 28

REVISTA DA CUT CEARÁ


Mulher Trabalhadora da CUT-CE, lotou o auditório da Central estadual e contou com a participação da vice-presidenta nacional da CUT, Carmem Foro, e da secretária nacional de Relações do Trabalho da Central, Graça Costa. Na ocasião, candidatas que disputaram vaga no Senado e Câmaras Federal e Estadual receberam o documento e assinaram um Termo de Compromisso referente às propostas das mulheres. A ideia, segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE, Ozaneide de Paula, foi também consolidar o documento na construção da igualdade entre os sexos “em todas as esferas da vida pública e privada”. Ela destacou a presença de vários ramos de atividades no evento: “mulheres rurais, bancárias,

jornalistas, das telecomunicações, funcionárias públicas estaduais e federais, da educação, dos correios e telégrafos e tantas outras”. A Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018 foi organizada em quatro eixos: Igualdade e não discriminação no trabalho; A Violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer; Política de cuidados e de responsabilidades domésticas e familiares compartilhadas; e Direitos sexuais e reprodutivos. “Há um protagonismo da mulher nessa luta de resistência que temos vivenciado no país”, disse Ozaneide de Paula, em referência a atividades como 8 de Março e em todos os atos e mobilizações da central contra a retirada de direitos da população.

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS REALIZADAS POR REGIONAL EM 2017 REGIONAL FORTALEZA 27 SINDICATOS Aquiraz Acarape Aracoiaba Aratuba Barreira Baturité Beberibe Capistrano Cascavel Caucaia Chorozinho Eusébio Guaiuba Guaramiranga Horizonte Itaitinga Itapiuna Maracanaú Maranguape Mulungu Pacajus Pacatuba Pacoti Palmácia Paracuru Pindoretama Redenção REGIONAL ITAPIPOCA 17 SINDICATOS Amontada Apuiarés

General Sampaio Irauçuba Itapajé Itapipoca Itarema Miraíma Paraipaba Pentecoste São Gonçalo do Amarante São Luís do Curu Tejuçuoca Trairi Tururu REGIONAL IGUATU 21 SINDICATOS Acopiara Aiuaba Antonina do Norte Baixio Carius Catarina Cedro D. Irapuan Pinheiro Icó Iguatu Jucás Lavras da Mangabeira Milhã Mombaça Orós Pedra Branca Piquet Carneiro

Quixelô Saboeiro Solonópole Umari REGIONAL CARIRI 28 SINDICATOS Abaiara Altaneira Araripe Assaré Aurora Barbalha Barro Brejo santo Campos Sales Caririaçu Crato Farias Brito Granjeiro Ipaumirim Jardim Jati Juazeiro do Norte Mauriti Milagres Missão velha Nova olinda Penaforte Porteiras Potengi Salitre Santana do cariri Tarrafas Várzea alegre

REGIONAL CRATEÚS 18 SINDICATOS Ararendá Arneiroz Catunda Crateús Independência Ipaporanga Ipú Ipueiras Mons. Tabosa Nova Russas Novo Oriente Parambu Pires Ferreira Poranga Quiterianópolis Santa Quitéria Tamboril Tauá REGIONAL VALE DO JAGUARIBE 20 SINDICATOS Alto Santo Aracati Ererê Fortim Icapuí Iracema Itaiçaba Jaguaretama Jaguaribara Jaguaribe

NOVEMBRO DE 2019

Jaguaruana Limoeiro do Norte Morada Nova Palhano Pereiro Potiretama Quixeré Russas S. J do Jaguaribe Tab. do Norte REGIONAL SERTÃO CENTRAL 14 SINDICATOS Banabuiu Boa Viagem Canindé Caridade Choró Ibicuitinga Ocara Itatira Madalena Paramoti Quixadá Quixeramobim Ibaretama Senador Pompeu REGIONAL SOBRAL 14 SINDICATOS Acaraú Alcântara Barroquinha

Bela Cruz Camocim Cariré Carnaubal Chaval Coreaú Croatá Cruz Forquilha Frecheirinha Graça Granja Groaíras Guaraciaba do Norte Hidrolândia Ibiapina Jijoca de Jericoacoara Marco Martinópole Massape Meruoca Moraújo Morrinhos Mucambo Pacujá Reriutaba Santana do Acaraú São Benedito Senador Sá Sobral Tianguá Ubajara Uruóca Varjota Viçosa do Ceará

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PROTAGONISMO DELAS

A resistência é lilás Mulheres CUTistas lideram lutas contra o capitalismo, o neoliberalismo e o patriarcado

R

Manifestação em 2019 também denunciou o covarde assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), ocorrido em 14 de março de 2018 30

esistência: substantivo feminino. Mais que uma palavra definida nos dicionários, a resistência feminina foi praticada nas ruas pelas mulheres trabalhadoras de todo o país, em especial as do Ceará, ao longo dos últimos três anos. É inegável o protagonismo delas em muitas das lutas que se sucederam após o golpe de 2016. A cada ano, o 8 de Março vem se configurando como uma atividade que marca não só a pauta feminista, mas a luta contra o capitalismo e os retrocessos no Brasil. As conquistas das mulheres, a partir dos governos democráticos e populares e com a chegada da primeira delas à Presidência da República, contribuíram para ascensão da luta feminista e dos movimentos de mulheres. Nunca se falou tanto sobre igualdade de gêneros. Por outro lado, essa movimentação aflorou o conservadorismo e o fundamentalismo religioso, forças necessárias à manutenção do capital e que hoje cresce nos espaços políticos. A opressão às mulheres é parte estruturante do capitalismo, responsável por uma divisão na classe trabalhadora. “O capitalismo reforça a relação de poder dos homens sobre as mulheres e estrutura os papeis tradicionais de ambos na sociedade, fortalecendo a dominação masculina, na vida privada e na esfera pública, e sustentando a con­cepção

REVISTA DA CUT CEARÁ


anos, as contrarreformas trabalhista e da Previdência e a flexibilização do porte de armas de fogo, para citar as principais medidas de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL).

Nas ruas contra o golpe

autoritária e violenta dos homens sobre a nossa existência”, afirma Ozaneide de Paula, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE. É compreensível, portanto, que as forças conservadoras e fundamentalistas tenham sido estratégicas para forjar o golpe à serviço de uma elite machista, sexista, misógina, patriarcal e cisgênero. “Nesse processo, as mulheres da classe trabalhadora foram as principais vítimas”, sentencia Ozaneide, enumerando os retrocessos nas mais diversas áreas: a Emenda Constitucional que congelou os gastos públicos por 20

A dirigente CUTista ressalta que o 8 de Março tem sido, a cada ano, referência para a organização e ativismo das mulheres trabalhadoras. “Em 2016, fomos às ruas em defesa da democracia, contra a reforma da Previdência, a favor da legalização e descriminalização do aborto, pela ratificação das Convenções 189 e 156 da OIT, pelo fim da violência contra mulher nos locais de trabalho, por uma educação igualitária e não discriminatória e pelo desenvolvimento sustentável que tenha como centro a vida humana”, pontua. A representatividade e o simbolismo da data tornaram-se ainda mais fortes desde 2017, quando completou 100 anos da manifestação das operárias comunistas de Petrogrado (veja box) e as mulheres trabalhadoras de todo o Brasil marcharam contra a deposição de Dilma Rousseff e todos os retrocessos que atingiam em cheio o gênero feminino. Uma grande passeata saiu da Praça da Imprensa com destino a agência do INSS, no bairro Aldeota, em Fortaleza. Sindicalistas, artistas, estudantes, mulheres indígenas e quilombolas coloriram o bairro nobre da cidade com faixas, cartazes, camisetas e bonés. Para a secretária geral da CUT-CE, Carmem Santiago, o dia 8 de Março é a principal data de mobilização do calendário feminista e, em 2017, foi especial para as mulheres trabalhadoras do campo e da cidade. “As CUTistas dos movimentos sociais e sindicais estiveram unificadas, dizendo que eram contra as reformas da Previdência e Trabalhista e não aceitavam a terceirização sem limites, na qual as mulheres seriam as mais prejudicadas”, argumenta. Em 2018, Fortaleza somou-se a centenas de cidades brasileiras e realizou o ato Mulheres nas Ruas Contra o Golpe - Pelo fim da violência, contra as reformas e por democracia! O ato reuniu partidos políticos de esquerda, centrais sindicais e as mais diversas entidades dos movimentos sociais ligados à Frente Brasil Popular Ceará. As manifestantes percorreram as vias do Centro, enfatizando a luta incessante contra toda forma de violação de direitos, como o racismo e o extermínio da juventude negra; novamente as contrarreformas da Previdência

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Comerciárias denunciam a violência contra as mulheres, em 2018

e Trabalhista; o neoliberalismo, que reforça o patriarcado e o controle da vida e dos corpos das mulheres e em defesa de políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. “Pela vida das mulheres! Somos todas Marielle, Stefhanie, Ingrid e Dandara” foi o tema do 8 de Março de 2019. Com concentração na Praça da Justiça (Murilo Borges), no Centro de Fortaleza, a atividade encerrou na Pra-

ça da Gentilândia, no Benfica, com falas políticas, batucada feminista e apresentações. “Denunciamos o feminicídio, o machismo e as ameaças que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) representa aos direitos da classe trabalhadora. Reforçamos a luta por democracia, mais direitos e contra a reforma da Previdência, que atinge, principalmente, as mulheres”, lembrou Ozaneide de Paula.

Sempre estivemos nas ruas reivindicando mais direitos e agora temos a tarefa de nos mantermos mobilizadas para não perdermos direitos duramente conquistados.”

O capitalismo reforça a relação de poder dos homens sobre as mulheres e estrutura os papeis tradicionais de ambos na sociedade.” Ozaneide de Paula, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE 32

“Nossa luta é histórica. Sempre estivemos nas ruas reivindicando mais direitos e agora nós mulheres temos a tarefa de nos mantermos mobilizadas para não perdermos direitos duramente conquistados. Temos que barrar o retrocesso que este governo e o Congresso querem nos impor. Não podemos deixar que a vida das mulheres seja ainda mais prejudicada”, acrescenta Carmem Santiago.

Carmem Santiago, secretária Geral da CUT-CE REVISTA DA CUT CEARÁ


Ato de 2017 alerta perversidade da reforma da Previdência contra as mulheres

Revolução de Outubro começou pelas mulheres Corria o ano de 1917 e as operárias de Petrogra­do realizaram uma manifestação para comemorar o Dia Internacional da Mulher e apresentar suas reivindicações econômicas, sociais e políticas. Em vez de reprimir a atividade, tropas do Exército protegeram a manifestação. E ocorreu uma onda de greves em solidariedade às mulheres nas principais cidades russas. Em poucos dias, o czar renunciou em favor de um parente que não aceitou o cargo. Tinha fim o poder da dinastia Romanov, que havia assumido o trono imperial em 1613. Vinha abaixo 300 anos de autocracia. Sempre é bom lembrar que os primeiros passos da Revolução de Outubro foram dados pelas mulheres russas. Mesmo antes da revolução industrial, mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, já que tinham jornadas extremantes puxadas e salários muito inferiores aos dos homens. A proposta de criar uma data internacional para celebrar as lutas e conquistas das mulheres foi apresentada em 1910, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A definição pelo 8 de Março ocorreu em 1921, na Conferência Internacional de Mulheres Comunistas.

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PROJETO COLETIVO

Formação e estratégia Secretaria de Formação da CUT-CE fortalece o papel dos dirigentes sindicais

CURSOS Entre 2015 e 2019, a Secretaria de Formação da CUT-CE promoveu

12 cursos e formou 233 dirigentes

sindicais, entre os quais

2 de Organização e Representação Sindical de Base,

2 de Gestão Sindical, 3 de Formação de Formadores de Dirigentes,

2 de Negociação e

Contratação Coletiva e

3 de Desenvolvimento de Políticas Públicas de Direitos Humanos e Ação Regional.

C

onhecer para lutar e transformar resume a estratégia CUTista na área da formação. Os dirigentes sindicais precisam, cada vez mais, de conhecimento amplo para enfrentar os desafios das novas relações de trabalho que estão surgindo com a contrarreforma Trabalhista, a terceirização, a “uberização”, a “Revolução 4.0” e outras transformações na sociedade. Pensando nesse cenário adverso e em constante alteração, a Secretaria de Formação da CUT Ceará teve um papel central na preparação dos líderes CUTistas nos últimos quatro anos. “A Secretaria de Formação desenvolveu eixos como a formação de base, tanto na Capital como no Interior do Estado. Trabalhamos com 12 cursos, formando 233 dirigentes, e demos suporte a iniciativas segmentadas, como as das secretarias de ju-

A gente fez a formação de base para quem necessitava conhecer a CUT, mas fizemos outros cursos para os dirigentes sindicais, que precisavam se qualificar para entender o que está acontecendo no Brasil.” Lúcia Silveira, secretária de Formação da CUT-CE 34

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ventude, comunicação e da mulher trabalhadora, que reuniu 150 mulheres na preparação para a Marcha das Margaridas”, avalia Lúcia Silveira, secretária de Formação da CUT-CE e coordenadora da Escola Nordeste de Formação da CUT Brasil. A dirigente destaca que as formações foram organizadas conforme as demandas das entidades CUTistas e viabilizadas por meio da solidariedade entre os sindicatos e da Escola Nordeste, uma vez que os recursos foram poucos, desde o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Pelo segundo mandato consecutivo, uma dirigente da CUT-CE esteve à frente da Escola Nordeste de Formação, o que potencializou as iniciativas de formação da Central no Estado. Por meio da Escola Nordeste, a classe trabalhadora da região pode se apropriar de temas muito caros como as contrarreformas trabalhista e da Previdência, além de aprender mais sobre o Mundo do Trabalho e a Revolução 4.0. “É o papel da Secretaria de Formação, é papel da Escola Nordeste, é papel da CUT Nacional, tentar fazer com que os dirigentes se capacitem e se informem de tudo isso para que possam discutir com as bases. Porque no momento em que ele visita a base, seja de que categoria for, ele precisa estar entendendo dessas mudanças para que ele possa dialogar”, reforça Lúcia Silveira. Assim, ela ressalta o papel das Conferências Estaduais e da Nacional de Formação, reunindo centenas de delegados.


sobre conjuntura e apresentação da Plataforma da Classe Trabalhadora, aproximando a CUT da população.

Fórum regional

Secretaria de Formação atua na construção do projeto político popular e democrático

As principais ações, lutas, atividades e a própria relação coma sociedade foram pautadas pelo eixo da formação, compreendendo o papel estratégico da CUT-CE na organização articulada dos sindicatos, da classe trabalhadora e da sociedade para o fortalecimentodo projeto popular e democrático no país. Um exemplo foi a Caravana da Democracia, em 2016, onde o ônibus da Escola Móvel visitou as periferias de Fortaleza e sete cidades do interior, com exibição de filmes, debates

Todo o trabalho de articulação feito pela Escola Nordeste resultou no Fórum das CUT’s do Nordeste. O objetivo desse colegiado é impulsionar na formação CUTista o debate regional, na perspectiva da implantação de políticas públicas nas áreas da saúde, educação, serviço social, segurança e infraestrutura voltadas ao desenvolvimento da região, de forma que se tenha ampliação de políticas sociais, políticas de proteção ao emprego e melhor distribuição de renda. O último encontro do Fórum foi realizado nos dias 2 e 3 de agosto, na sede da CUT Ceará, em Fortaleza, e apresentou como encaminhamento a “Carta aos Governadores”. O documento entregue em agosto de 2019, durante encontro do Consórcio dos Governadores do Nordeste, em Teresina (PI), faz uma análise sobre as potencialidades econômicas de cada estado e propõe políticas públicas para enfrentar as principais dificuldades enfrentadas pela população nordestina na ótica da classe trabalhadora.

ENCONTROS Nos últimos

4 anos foram realizados 3 encontros estaduais temáticos, em parceria com as secretarias de juventude, comunicação e da mulher trabalhadora, que reuniram

260 representantes

sindicais. A Conferência Estadual de Formação da CUT-CE reuniu

40 dirigentes de

todos os ramos e elegeu

20 delegados para a etapa Regional, em Recife (PE), e

23 delegados para

a etapa Nacional, em Belo Horizonte (MG).

FOTO REGISTRO

Caravana Lula Livre Ceará Em junho, os secretários Helder Nogueira e Gardênia Baima também participaram de atividades na Vigília Lula Livre. Eles integraram uma delegação de 25 professores de Fortaleza, que estava na capital paranaense para acompanhar a 9ª Conferência da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Em carta escrita a mão, Lula agradeceu a vista da caravana. Os dirigentes Emanuel Lima, Carmem Santiago e Adryelly Sousa e representantes da Frente Brasil Popular, MOVA-SE, Sindiute, Fetraece e Sindicato dos Comerciários visitaram, em março de 2019, a Vigília Lula Livre, em Curitiba/PR, e prestaram solidariedade ao ex-presidente Lula. A comitiva cearense se hospedou no acampamento e participou de uma roda de conversa sobre os impactos dos governos Lula e Dilma na vida dos nordestinos. NOVEMBRO DE 2019

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crescer e fortalecer

A CUT vai aonde o povo está Atividades como a Caravana da Democracia marcam interiorização da Central, presente do litoral ao sertão cearense

P EXPANSÃO De 2015 a 2019,

25

novos sindicatos filiaram-se à CUT Ceará, totalizando hoje

320

entidades sindicais em sua base, o que a deixa entre as

5

maiores CUTs estaduais.

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rioridade estratégica na organização da classe trabalhadora no Estado, a interiorização da Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Ceará (CUT-CE) foi um elemento estrutural da gestão 2015-2019. Todas as ações, mobilizações e lutas programadas consideraram a atuação da central sindical em todas as regiões cearenses. No período, a direção da CUT-CE esteve ainda mais presente no cotidiano dos sindicatos filiados. Foram eleições, greves, negociações, mobilizações, atividades de formação e participação política em instâncias da democracia participativa, como audiências públicas e sessões parlamentares. A direção estadual da CUT-CE participou ativamente de atividades de lutas dos sindicatos, em defesa dos interesses da classe trabalhadora dos diversos ramos econômicos do Estado.“Foram nada menos do que 847 atividades realizadas em

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parceria com os sindicatos, com destaque para 257 audiências públicas e sessões parlamentares, nas quais buscamos debater os impactos das mudanças em curso no país, sobretudo das contrarreformas de Michel Temer e Jair Bolsonaro, além de 102 atos, protestos e manifestações”, afirma o presidente da CUT-CE, Wil Pereira. Pereira chama atenção para as 127 audiências públicas sobre a contrarreforma da Previdência, realizadas nos municípios de todas as regiões cearenses, em parceria com a Federação


GESTÃO EM NÚMEROS Entre 2015 e 2019, a CUT-CE realizou em todo o estado

847

ações. Entre elas, contabilizam

102

atos, protestos e manifestações, além de

257 audiências públicas, e sessões em parlamento.

dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) e com os sindicatos de trabalhadores rurais. “Fizemos esse esclarecimento sobre a danosa proposta do Governo Temer, que praticamente acabava com a aposentadoria rural. Esse era um temor muito grande dessa parcela da classe trabalhadora.

Destaque foram os encontros,

59

, entre totalizando eventos regionais, estaduais e municipais. Além desses, foram realizados

6 congressos de categoria, 24 campanhas salariais e 60 assembleias.

Momentos festivos não faltaram. Nos quatro anos, a CUT-CE realizou/participou de

21 confraternizações, 14 festivais, 18 feiras, 18 aniversários de sindicatos, além de

54 cerimônias de posse.

Com esclarecimentos nas bases e pressão, conseguimos barrar as alterações no sistema previdenciário naquele momento”, pontua. Os dirigentes percorreram todo o Estado, representando a Central em dezenas de eleições, apoiando chapas CUTistas e oposições, sediando e atuando na sua coordenação, além de participar das posses das novas diretorias nos sindicatos. Foram ao menos 47 eleições de sindicatos e 54 posses.“Fomos ao interior também com organização e formação, como por exemplo: 60 assembleias, 36 debates temáticos, 28 reuniões, 25 formações, 24 campanhas salariais, 18 planejamentos de sindicatos e 14 plenárias”, enumera Helder Nogueira, secretário de Administração e Finanças. Nos últimos quatro anos, 25 novos sindicatos filiaram-se à CUT-CE. “Possuímos 320 sindicatos filiados em nossa base, estamos entre as cinco maiores CUTs estaduais. Nos últimos quatro anos, tivemos um crescimento superior a 10%. Mais de dois terços das nossas entidades sindicais estão no interior do Ceará, distribuídas em todas as regiões e ramos de atividade, sem contar que muitos sindicatos sediados na Capital possuem bases estaduais”, informa Nogueira.

NOVEMBRO DE 2019

Da esq. para a dir.: Marcha dos servidores municipais em Iguatu; audiência pública sobre a reforma da Previdência, em Canindé; marcha por democracia e Lula Livre, em Caucaia; e Tsunami da Educação, em Barbalha

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De encontro ao povo Dialogar com o trabalhador e com a trabalhadora, olho no olho, onde quer que eles estivessem. Esse foi o propósito da Caravana da Democracia, realizada pela CUT-CE em 2016. Dirigido a donas-de-casa, operários, agricultores, desempregados, professores e quem mais estivesse por perto, o programa não se restringiu a debates nos locais de trabalho ou nas sedes de sindicatos, mas na periferia, a céu aberto. “Nesses encontros, eram debatidas a conjuntura política e econômica e as eleições municipais. O ônibus da Escola Nordeste da CUT, conhecido como “escola móvel”, esteve sempre presente, ajudando a difundir vídeos e áudios que auxiliaram a conversa com as pessoas”, relembra o secretário de Comunicação da CUT-CE, Emanuel Lima. “Falamos com a população indo aos locais onde as pessoas moravam”. A Caravana da Democracia fez parte do plano de interiorização da CUT e de uma estratégia de aproximação da Central com as pessoas que sequer conheciam o que era o movimento sindical. “Foi uma forma de também lutarmos contra os retrocessos que se avistavam”, reforça Lima. A iniciativa

Passagem da Caravana da Democracia por Redenção, no maciço de Baturité

DESTINOS A Caravana da Democracia da CUT-CE visitou as cidades de Tamboril, Crateús, Redenção, Aracoiaba, Quixeramobim, Ibiapina e Sobral. Na Capital, a periferia recebeu a visita de dirigentes sindicais e assessores nos bairros de Montese, Bom Jardim, Paupina e Castelo Encantado.

contou coma imprescindível parceria dos movimentos sociais como o dos Atingidos por Barragens (MAB), o das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais SemTerra (MST), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Frente Brasil Popular entre outros. Em Fortaleza, os encontros costumavam ser realizados à noite. No interior, pela manhã. Todos os encontros contaram com apresentações artísticas, valorizando a cultura local. Foram distribuídos exemplares da “Plataforma da CUT para as Eleições 2016” e um panfleto explicando o que é a Central. Iniciativas semelhantes foram realizadas por outras CUTs estaduais, como as de Pernambuco, Santa Catarina e Paraná. “Foi um momento enriquecedor, do ponto de vista de aproximação com a população cearense e de debates cada vez mais próximos da nossa gente que luta e resiste no dia a dia”, acrescenta Lima.

Lideranças da CUT apresentaram a Plataforma da Classe Trabalhadora, em Tamboril, durante a Caravana da Democracia

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REVISTA DA CUT CEARÁ


Por Helder Nogueira Andrade

ARTIGO

| Secretário de Administração e Finanças da CUT-CE

Gestão Sindical para fortalecer o projeto político da CUT no Ceará

A

CUT-Ceará possui 320 sindicatos filiados a sua base, está entre as cinco maiores CUTs estaduais do país, nos últimos quatro anos tivemos um crescimento superior a 10%. Mais de dois terços das nossas entidades sindicais estão no interior do estado, distribuídas em todas as regiões e ramos de atividade, sem contar que muitos sindicatos sediados na capital possuem bases estaduais. Em 2019, o ciclo congressual da CUT demonstra a força política da nossa organização no estado do Ceará, participamos do Congresso Nacional da CUT (CONCUT 2019) com quase 150 delegados/as, a segunda maior delegação do país, vamos realizar um dos maiores Congressos Estaduais (CECUT 2019) do país com quase 350 delegados e delegadas. Nesse cenário, precisamos continuar aprofundando o debate estratégico sobre nossa realidade política. É preciso consolidar a política de interiorização da CUT, fortalecer a nossa política de formação, ampliar nossa política de comunicação e avançar na organização priorizando as eleições sindicais, greves, campanhas salariais e grandes manifestações que devem compor nossa estratégia por sindicatos fortes, direitos, soberania e democracia. A política e gestão sindical deve ser fortalecida, ao considerar nossa atual estrutura de arrecadação, precisamos enfrentar o desafio de realizar atualizações cadastrais das nossas entidades, combater a inadimplência nas contribuições estatutárias, realizar campanhas de sindicalização, fortalecer nossa estrutura solidária e ampliar o número de entidades filiadas à nossa Central no estado do Ceará. Ao longo dos quatro anos do atual mandato, desenvolvemos uma política de interiorização pautada pela participação e/ou realização de 847 atividades em parceria com os sindicatos filiados. Apoiamos eleições sindicais, atos e manifestações de rua, greves, feiras da agricultura familiar e campanhas salariais. A nossa estrutura de arrecadação precisa ser reconfigurada com ampliação da solidariedade entre

as entidades, atualização de cadastro para combater a sonegação e redução das taxas de inadimplência. A atual estrutura financeira da CUT-Ceará deve priorizar a sustentação das crescentes demandas das nossas lutas, política de formação, comunicação e organização, ou seja, nossas atividades finalísticas. Ao considerar os quatro anos da atual gestão da CUT Ceará, tivemos que superar um déficit orçamentário e consolidar nossa auto sustentação financeira, sob a égide dos três eixos das nossas principais demandas orçamentárias que são os investimentos com pessoal, com dirigentes e os chamados custos operacionais. Precisamos monitorar de forma permanente e sistemática nossos custos fixos equilibrando os três eixos de demandas orçamentarias. Os nossos desafios orçamentários e de gestão sindical são enormes, pois é crucial ampliar nossas lutas de massa, fortalecer nossas campanhas e agendas nacionais de mobilização e resistência, aprofundar nossas políticas estratégicas de interiorização, formação e comunicação. A próxima direção estadual da CUT-Ceará, deve debater e deliberar sobre essas questões para garantir nossa sustentabilidade política e orçamentária. A nossa atual realidade, exige a realização de mudanças financeiras, administrativas e principalmente políticas imediatas e de longo prazo para garantir a manutenção do nosso protagonismo nas principais lutas do nosso estado. Precisamos atuar na organização de novas categorias profissionais que nascem sob a égide da precarização, além dos milhões de trabalhadores desempregados. Devemos atuar na construção de pautas e balizar os debates e definições de políticas públicas. O projeto político da CUT, classista, democrático e de massas, deve ser atualizado ante a nova realidade do mundo do trabalho no Brasil, além do nosso enfrentamento político decisivo contra o neoliberalismo no Brasil e na América Latina.

NOVEMBRO DE 2019

Helder Nogueira Andrade é professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Ceará; doutor em Ciências Sociais (UFRN); mestre em Ética e Filosofia Política (UECE); especia­lista em Gestão e Políticas Públicas (FESPSP); graduado em História (UFC).

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NAS RUAS E NAS REDES

Coração, juventude e luta

Encontro estadual da juventude trabalhadora reúne 70 jovens, em Fortaleza

Pesquisa mostra que juventude CUTista quer formação política para se engajar ainda mais nos embates da classe trabalhadora

C

PESQUISA

52,8%

dos entrevistados responderam que seus sindicatos possuem secretarias de juventude;

69,4%

informaram que a diretoria apresenta propostas de luta em prol dos jovens trabalhadores;

94,4%

afirmaram que os sindicatos devem investir em formação política para os jovens; e

olocar a juventude trabalhadora num patamar político e organizativo a altura de enfrentar e vencer o grande capital foi tarefa assumida pela CUT-CE. Buscando estimular a participação dos jovens e fortalecer a articulação da juventude CUTista na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, do campo e da cidade, a Central realizou, em 2019, o Encontro Estadual da Juventude Trabalhadora. Além disso, a Secretaria de Juventude da CUT-CE e o Coletivo Estadual de Juventude realizaram um mapeamento da juventude sindical. Com o tema “O mundo do trabalho e os desafios da classe trabalhadora”, o seminário reuniu na sede da CUT mais de 70 jovens, representando todos os ramos econômicos que compõem a Central no Estado. Para o presi-

91,7%

disseram que os sindicatos devem abrir espaço para jovens dirigentes sindicais.

É muito importante que a juventude da CUT se organize ainda mais neste momento de retrocessos.” Adryelly Sousa, secretária da Juventude da CUT-CE 40

REVISTA DA CUT CEARÁ

dente da CUT-CE, Wil Pereira, os encontros de juventude preparam o jovem trabalhador para participar mais ativamente das discussões que envolvem a política local e nacional, sendo importantes para qualificar os discursos e fortalecer a resistência tanto na rua quanto nas redes sociais. “A CUT preza muito pela formação dos seus quadros, pois entendemos que o processo de formação é construído de forma contínua, seja na Central, no sindicato, nas federações ou em momentos de formação específica, como o encontro realizado este ano com representantes de todos os ramos de atuação a CUT no Ceará”, afirma a secretária estadual de Juventude da CUT, Adryelly Sousa. Na ocasião, os jovens também puderam participar de uma oficina sobre posicionamentos nas redes sociais e ativismo digital, ministrada por Alex Capuano, jornalista e sociólogo da CUT Nacional. Para organizar com maior efetividade, a pesquisa sobre o perfil da juventude CUTista cearense foi fundamental. Respondida por jovens de 18 a 35 anos, conforme o Estatuto da Central, ela apontou que 52,8% dos sindicatos respondentes têm secretarias de juventude. Além disso, 69,4% informaram que a diretoria apresenta propostas de luta em prol dos jovens trabalhadores. “Essa pesquisa será como instrumento pedagógico na resistência contra a retirada de direitos da classe trabalhadora”, reforça Adryelly de Sousa Silvino.


voz no plural

Encontro de comunicação promoveu oficina de rádio para dirigentes sindicais

Comunicação sindical cada vez mais forte R Secretaria tem papel estratégico nas coberturas e na produção da contranarrativa à mídia tradicional hegemônica

econhecida como verdadeiro instrumento de luta, a Comunicação da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE) vem reforçando a conscientização da classe trabalhadora e exercendo destacado papel nos embates contra o golpe de 2016 e seus desdobramentos. Com coberturas colaborativas de atos e de eventos, além da elaboração de campanhas e de materiais para redes sociais digitais, o setor demonstra seu papel político estratégico dentro da estrutura organizativa da Central. NOVEMBRO DE 2019

“Com as novas tecnologias comunicacionais e as redes sociais, houve uma verdadeira explosão de conteúdos que circulam em nosso cotidiano. A disputa de narrativas, que sempre existiu, ganhou dimensão bem maior e complexa”, comenta o secretário de Comunicação, Emanuel Lima. Para ele, o fenômeno da desinformação em massa, que ajudou a eleger Jair Bolsonaro (PSL), também tem sido utilizado pelo empresariado para tentar legitimar o desmonte de direitos dos trabalhadores. Rotativas, antenas, câmeras e microfones sempre estiveram a serviço das classes dominantes no Brasil. “A mídia convencional, financiadora do golpe, é a principal aliada daqueles que têm o interesse de derrubar nossos direitos”, reforça o dirigente sindical. Palavras confirmadas no vultoso volume de verbas destinadas por Michel Temer (MDB) aos veículos amigos Época, IstoÉ, Globo, Band, Veja e Folha de São Paulo após a derrubada de Dilma Rousseff (PT). 41


nicação popular, construindo uma resistência ao massacre que se instala a cada dia contra a classe trabalhadora. “Para isso, conhecer os aspectos políticos, sociais e técnicos da Comunicação são fundamentais. Na atualidade, o rádio e a internet podem funcionar como armas ainda mais poderosas para a comunicação sindical”, afirma. Peças produzidas pela comunicação da CUT

Com Bolsonaro, os veículos “chapa-branca” mudaram um pouco – Record, SBT, Band e Jovem Pan são os maiores parceiros agora –, mas a relação da grande mídia com o capital rentista continua sendo umbilical. “Por isso, a tarefa da Comunicação é contínua”, comenta Lima. Ele acrescenta que além de enfrentar a mídia tradicional hegemônica, que sempre desvirtuou a atuação dos sindicatos, desde o governo Temer, os movimentos social e sindical presenciam o desmonte do tímido sistema público de comunicação criado no governo Lula, com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A tarefa da comunicação da Central também envolve a formação dos dirigentes para a temática. Em 2017, a CUT-CE realizou o Encontro Estadual de Comunicação, tendo como tema “A comunicação dos trabalhadores: movimento social, rádio e internet”. “A ideia foi capacitar o movimento sindical para torná-lo agente indispensável de difusão de conhecimento, que é mais amplo do que a própria informação. E o rádio e a internet são peças fundamentais nesse processo”, enfatiza Lima. Para o secretário de Comunicação, somente um povo consciente poderá levar o conhecimento ao maior número de pessoas possíveis através da comu-

Se foram as notícias falsas que nos trouxeram até aqui, só o jornalismo e os conteúdos feitos sob a perspectiva da classe trabalhadora é que vão nos municiar para as lutas e disputas nas redes e nas ruas”, pontua.” Emanuel Lima, secretário de Comunicação da CUT-CE 42

Comunicação pela Democracia Jornalistas, publicitários, radialistas, comunicadores populares e ativistas digitais organizados em sindicatos CUTistas e mandatos de parlamentares progressistas realizaram, em março de 2016, o “Encontro da Mídia Livre e Popular – Comunicadores pela Democracia”. O evento reuniu dezenas de profissionais no auditório da CUT-CE a fim de fortalecer a defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito e realizar ações contra o golpe jurídico-midiático que culminou com o impeachment da presidenta Dilma. Representantes de 25 entidades trouxeram contribuições e iniciaram a construção do coletivo “Comunicadores pela Democracia”, grupo plural de ativistas progressistas conscientes da disputa de hegemonia em torno da Comunicação e dispostos a atuar na contranarrativa. Dessa iniciativa, nasceu a TV Democracia, presente em todos os atos, manifestações, audiências públicas, plenárias, tribunas livres e atividades em defesa da Democracia, do Estado Democrático de Direito e dos movimentos sociais e sindicais. Emanuel Lima ressalta a atuação do coletivo nas coberturas de atos como “Virada Cultural contra o golpe”, “Ato histórico com Lula contra o golpe, “Greve Geral de 28 de abril”, “Acampamento Lula Livre”, entre outros. Todos com apoio logístico da Central. A CUT-CE também esteve à frente da criação da edição estadual do jornal Brasil de Fato, cuja edição zero foi distribuída no ato do Dia dos Trabalhadores de 2016. O tabloide também foi entregue nas filas de agências de bancos e nas principais praças de Fortaleza. “Precisamos ocupar as redes sociais, a internet de uma maneira geral e os grupos de WhatsApp com conteúdo relevante que ajude o trabalhador a compreender o que está em jogo no país”, diz Lima. Ele alerta, por exemplo, sobre a ampla campanha do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, de ataque aos servidores públicos. “Hoje, o portal da CUT é um veículo de comunicação que deve ser utilizado como fonte para todo o movimento sindical”, reforça.

REVISTA DA CUT CEARÁ


ESCOLA NORDESTE Formação e Luta

A Escola Sindical da CUT no Nordeste é uma entidade da CUT, que desenvolve ações formativas nos nove estados da região. Fundada em 1997, tem 22 anos de luta e trabalho na construção de um mundo mais justo e solidário.

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CEARÁ CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

Rua Solon Pinheiro, 915 José Bonifácio, Fortaleza - CE CEP 60050-041 Tel: (85) 3464-7377

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