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EXCELÊNCIA NO COMBATE À FOME

Do pequeno agricultor à alimentação escolar, saiba o que faz o Escritório do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas em Brasília e como você pode ajudar no combate à fome no mundo

DA REDAÇÃO

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OWFP (Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas) é a maior agência humanitária do mundo. Oferece assistência a 86,7 milhões de pessoas em 83 países. E o escritório do WFP Brasil, em Brasília (DF), é também sede do Centro de Excelência contra a Fome, um hub global de diálogo para a formação de políticas públicas, aprendizagem, desenvolvimento de capacidades e assistência técnica Sul-Sul para promoção de ações contra a fome.

O Centro de Excelência é o resultado de uma parceria que existe desde 2011 entre o WFP e o governo do Brasil. O escritório apoia governos da África, da Ásia e da América Latina no desenvolvimento de soluções sustentáveis, programas e políticas públicas contra a fome que sejam geridos por governos nacionais.

O maior objetivo do Centro de Excelência é aproximar países que enfrentam desafios similares nas áreas de segurança alimentar e nutricional, com foco especial em programas de compra local para alimentação escolar ligados à agricultura familiar e à nutrição. Outro braço importante do

6WFP/MARIANA ROCHA

Foto tirada por Mariana Rocha, Oficial de Programas do WFP Brasil, em visita técnica feita a Moçambique

Alimentação escolar em Gana

trabalho é o projeto Além do Algodão, que é uma parceria entre o Centro de Excelência, a Agência Brasileira de Cooperação e o Instituto Brasileiro do Algodão.

O Centro de Excelência fortalecerá sua atuação em nutrição em 2020, com um novo projeto voltado especificamente ao fortalecimento das ações nacionais de combate à má nutrição e de promoção da alimentação adequada e saudável, compartilhando a ampla experiência brasileira na redução da insegurança alimentar e nutricional.

O algodão é um dos produtos agrícolas mais importantes do mundo e sua produção é significativa para a geração de emprego e renda. É também uma alternativa para superar a pobreza rural. Cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo realizam atividades econômicas relacionadas ao algodão, que é uma das 20 commodities mais importantes do mercado mundial em termos de valor.

No entanto, o principal desafio de muitos pequenos produtores é encontrar mercados estáveis para os subprodutos do algodão e alimentos associados, diferentemente da fibra de algodão, para a qual o mercado já está definido e garantido. E é aí que entra o trabalho do Centro de Excelência.

O projeto conecta subprodutos de algodão – como óleo e farelo – e culturas consorciadas – como milho, sorgo e feijão – a mercados estáveis, incluindo programas de alimentação escolar. A iniciativa con-

Vinicius Limongi, Oficial de Programas do WFP Brasil, interage com crianças em escola do Maláui

tribui para a geração de renda dos agricultores familiares e aumenta a segurança alimentar e nutricional nas áreas rurais.

O projeto Além do Algodão apoia pequenos agricultores e suas famílias, bem como instituições públicas em países como Benin, Moçambique, Quênia e Tanzânia, em uma iniciativa conjunta entre o governo brasileiro – representado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) – e outros escritórios locais do WFP.

Fome no mundo: o que vem sendo feito?

Atualmente, 821 milhões de pessoas – mais de uma em cada nove pessoas – não têm acesso a comida suficiente para se alimentar. E uma em cada três pessoas no mundo está desnutrida. Em breve, isso pode mudar para uma em duas pessoas se os impactos negativos na saúde e no bem-estar das populações continuarem.

A situação é especialmente grave em áreas de conflito e naquelas regiões afetadas por situações climáticas extremas, como longos períodos

de seca. Um relatório recente do WFP descreve emergências alimentares projetadas para o primeiro semestre de 2020 em todo o globo. Desafios relacionados à fome devem persistir e as necessidades alimentares na África Subsaariana são especialmente preocupantes.

A comunidade internacional, mediante órgãos das Nações Unidas, está trabalhando para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que se subdividem em 169 metas. O trabalho do WFP concentra-se especialmente nos itens 2 (acabar com a fome) e 17 (revitalizar parcerias globais para o desenvolvimento sustentável). A contribuição do Centro de Excelência, em Brasília, está focada em alimentação escolar, nutrição, desenvolvimento social, agricultura familiar, agricultura comercial com impacto social, fortalecimento de capacidades e pesquisa.

Aluna apresenta uma horta escolar para a vice-ministra de Serra Leoa, Emily Kadiatu Gogra

• Todos os dias, cerca de 5 mil caminhões, 20 navios e 92 aviões levam alimentos e outros tipos de assistência a algumas das regiões mais remotas e desafiadoras do planeta.

• 16,4 milhões de crianças recebem merenda escolar do WFP, o que melhora tanto a nutrição quanto o acesso à educação.

• 44 países gerenciam seus próprios programas de alimentação escolar.

• 52% dos beneficiários que recebem assistência do WFP são mulheres e meninas, enquanto 1,3 milhão de mulheres participam de treinamentos sobre projetos de assistência alimentar.

• O WFP conecta agricultores familiares de 40 países. Em 2018, o WFP comprou o equivalente a US$ 31 milhões em alimentos da agricultura familiar.

Alimentação escolar: criando pontes para o desenvolvimento

Dado o aumento acentuado do duplo fardo da desnutrição entre crianças em idade escolar (coexistência de sobrepeso e obesidade, juntamente com a desnutrição), as escolas representam um importante ponto de entrada para uma melhor nutrição. Os programas de alimentação escolar oferecem uma grande oportunidade para transformar os sistemas alimentares, ajudando a estabe

Workshop ministrado pelo WFP Brasil na visita de estudo da delegação de Uganda

lecer hábitos saudáveis entre as crianças, fomentando, assim, cadeias sustentáveis.

Parte do trabalho do WFP Brasil é conectar países com experiência em nutrição, alimentação escolar e políticas sociais – como o Brasil – e outros que estão iniciando essa jornada. Somente em 2018, 17 países receberam assistência do Centro de Excelência, o que inclui workshops nos países, apoio remoto e visitas técnicas ao Brasil. A mais recente visita foi da delegação de Uganda, em novembro do ano passado. O objetivo do grupo foi aprender mais sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar do governo brasileiro, que é reconhecido internacionalmente. O país veio também em busca de estratégias de planejamento para superar alguns dos desafios locais, como a fome entre estudantes durante o horário letivo e as altas taxas de evasão escolar,

WFP/NATAN GIULIANO WFP/NATAN GIULIANO

Alimentação escolar em Salvador (BA) As merendeiras possuem um papel essencial na alimentação escolar

Avião do WFP distribui comida em região de emergência

WFP/NATAN GIULIANO

Joélcio Carvalho, Oficial de Programas do Projeto Além do Algodão, em visita ao Benin

o que resulta em baixa transição para o ensino médio, especialmente para meninas.

Em 2018, autoridades de Serra Leoa e Senegal vieram conhecer a experiência brasileira. Na ocasião, Serigne Mbaye Thiam, ministro senegalês de Educação, afirmou que tais visitas serviam de importante inspiração. “Com essa vontade política forte e com esse apoio do WFP Brasil, nós teremos um programa de alimentação escolar que cobrirá todas as crianças do Senegal de forma universal. É algo possível de se fazer”, declarou.

Representantes de países de outras regiões também buscaram inspiração na experiência brasileira, como Bangladesh, Filipinas, Timor Leste e Paquistão. Em 2017, o governo de Mianmar enviou uma delegação para uma visita de estudo ao Brasil e um plano de ação foi preparado.

Quer conhecer mais sobre o trabalho do Centro de Excelência contra a Fome do WFP Brasil e contribuir para acabar com a fome no mundo?

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