• Cognição consiste no conhecimento humano e animal sob diferentes formas: perceção, aprendizagem, memória, consciência, atenção e inteligência. Marc Richelle define cognição como: “o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire informação, a trata, a conserva, a explora; designa também o produto mental destes mecanismos, quer seja encarado de um modo generalizado quer a propósito de um caso particular.”
• Estão relacionados com o saber, com o conhecimento, reportam-se à criação, transformação e utilização da informação no meio interno e exterior. Associam-se à questão “ O quê? “.
O processo através do qual aprendemos e conhecemos envolve dois momentos distintos:
SENSAÇÃO: resulta do primeiro contato com a realidade, captação pura e simples de um objeto sensorial. É um estado bruto e imediato, cujo papel principal é proporcionar à perceção os dados que necessitava. Realiza-se através dos sentidos PERCEÇÃO: a perceção é um processo psicofisiológico através do qual o sujeito organiza e interpreta os estímulos do meio que foram captados através dos órgãos dos sentidos (sensação), permitindo-nos identificar objetos e acontecimentos significativos.
Perceção visual Perceção auditiva Perceção olfativa Perceção gustativa Perceção tátil
• A nossa perceção do mundo é subjetiva, na medida em que percebemos o meio que nos rodeia em função dos nossos conhecimentos adquiridos, necessidades, interesses, valores, expectativas e experiências passadas. É importante perceber que não percecionamos de uma forma neutra e objetiva, mas sim individual, parcial e subjetiva.
Perceção social é o processo que está na base das interações sociais, ou seja, o modo como conhecemos os outros, analisamos os seus comportamentos e entendemos os seus perfis. É o modo como percecionamos as situações sociais e o comportamento dos outros que orienta o nosso próprio comportamento. Por isso, podemos afirmar que a perceção social está inteiramente relacionada com os grupos sociais, a cultura e o contexto social do indivíduo.
A predisposição percetiva mostra-nos que os indivíduos e os grupos sociais atribuem significados particulares à realidade física, reconstruindo-a e, muitas vezes, percebendo situações de modo diferente. Um exemplo disso, é o efeito dos estereótipos e dos preconceitos na perceção.
A forma como se perceciona o mundo varia consoante a cultura, com o contexto cultural. Reconhecemos que o modo como um chinĂŞs, um europeu e um americano representam o mundo ĂŠ diferente.
(…) A perceção de profundidade é também afetada pela cultura. Na seguinte figura o caçador está a preparar-se para caçar o elefante ou o antílope ?
Registo de todas as experiências existentes na consciência
É a capacidade do cérebro em armazenar, reter e recordar a informação. Tem duas funções fundamentais: a capacidade de fixar e a capacidade de reproduzir.
(…) O realizador de cinema Luís Buñuel manifesta a importância da memória neste pequeno excerto : “É preciso começar por perder a memória, nem que sejam só fragmentos, para perceber que ela é a essência da vida… A nossa memória é a nossa razão, o nosso sentir, até as nossas ações. Sem memória não somos nada…”
A codificação é a primeira operação da memória. Depois de codificada, a informação deve ser armazenada. A recuperação é, como o nome indica, a fase em que recuperamos, recordamos, reproduzimos a informação anteriormente guardada.
Memória a curto prazo: retém a informação durante um período limitado de tempo. memória imediata: o material recebido fica retido durante uma fração de tempo, mais aproximadamente 30 segundos. memória de trabalho: mantemos a informação enquanto ela nos é útil.
(…) Memória a longo prazo: É um tipo de memória que é alimentada pelos materiais da memória a curto prazo. memória não declarativa: retém informações do género ‘como fazer’? memória declarativa: explícita ou com registo, implica consciência do passado, do tempo, de experiências vividas, de acontecimentos e de pessoas. * memória episódica é constantemente associada a memória autobiográfica. * memória episódica é constantemente associada a memória autobiográfica.
Esquecimento: incapacidade de recordar, de recuperar dados, informações, experiências que foram memorizadas. A memória é seletiva e limitada na sua capacidade de armazenamento. O esquecimento é a condição essencial ao normal funcionamento da memória. O esquecimento tem uma função seletiva e adaptativa: afasta a informação que não é útil e necessária.
Segundo Myers: “Uma boa memória é útil, mas também o é a capacidade de esquecer”.
Esquecimento regressivo: Acontece quando há dificuldades em apreender novas informações e relembrar conhecimentos. Esquecimento motivado: segundo Freud nós esqueceríamos o que inconscientemente, nos convém esquecer. Esquecimento por interferência das aprendizagens: é explicado pela interação das novas memórias com as mais antigas.
A aprendizagem pode ser definida por uma modificação relativamente estável do comportamento ou do conhecimento, que resulta do exercício, experiência, treino ou estudo. É um processo que, envolvendo processos cognitivos, motivacionais e emocionais, se manifesta em comportamentos.
Aprendizagem não associativa(habituação e sensitização); Aprendizagem associativa(condicionamento clássico e operante); Aprendizagem por observação e imitação;
Aprendizagem com recurso a símbolos e representações.
É quando o indivíduo aprende as características de um só estímulo. Tem dois conceitos chave: a habituação e a sensitização. A habituação é o fenómeno que nos permite aprender a não reagir a estímulos específicos. A sensitização é uma forma de aprendizagem através da qual percebemos as propriedades de um estímulo negativo, prejudicial.
A aprendizagem associativa é mais complexa do que a habituação e a sensitização, que são as formas mais simples de aprendizagem, dado que para se aprender tem que se associar estímulos e respostas.
Existem dois tipos de aprendizagem associativa: o condicionamento clássico e o condicionamento operante.
O condicionamento clássico refere-se a uma forma de aprendizagem chamada reflexo condicionado. Um estímulo que não provoque qualquer reação, depois de associado a outro estímulo que provoque resposta, passa, por si só, a provocar a resposta do segundo. http://www.youtube.com/watch?v=ZZV5KaDeBUY estímulo neutro estímulo não condicionado ou incondicionado resposta incondicionada estímulo condicionado resposta condicionada
No condicionamento clássico, o sujeito é passivo porque não depende da vontade dele.
Experiência: Dispositivo automático que liberta o alimento quando acionado. O investigador colocou: 1. Colocou o rato esfomeado na ‘caixa operante’ ou ‘caixa de skinner’. 2. O animal explora o ambiente cheirando, deambulando no interior da gaiola. 3. Por acaso, aciona a alavanca recebendo uma porção de alimento. 4. A partir de várias tentativas bem-sucedidas, o rato passa a premir a alavanca para receber o alimento.
(…) Reforço –impulsiona a aprendizagem de um determinado elemento. Ou seja, o reforço é o estímulo que, por trazer consequências positivas, aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer. Reforço positivo: estímulo que por trazer consequências positivas, aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer. Ex: o alimento é o reforço positivo que leva o rato a carregar na alavanca. Reforço negativo: o sujeito evita uma situação dolorosa, se se comportar de um determinado modo. É a eliminação do estímulo que permite evitar a situação dolorosa. Ex: Skinner colocou um rato numa caixa cujo chão produzia choques elétricos que eram eliminados se uma alavanca fosse acionada. O rato aprendeu que, para evitar a dor, deveria premir a alavanca.
O castigo é um procedimento que diminui a probabilidade de ocorrer uma resposta através do recurso a um estímulo aversivo.
Recompensa é o procedimento ou estímulo usado para aumentar a probabilidade da resposta. Corresponde ao reforço positivo do condicionante operante.
No quadro que se segue apresentamos esquematicamente a diferenรงa entre o condicionamento clรกssico e o condicionamento operante.
Acontece ao longo do processo de socialização. Foi estudada pelo investigador Albert Bandura, que desenvolveu um conjunto de experiências para mostrar a importância da observação e da imitação na aprendizagem. Descreveu uma experiência que relacionava a agressividade de um grupo de crianças com a observação e imitação de um modelo. Bandura confirmou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos. A teoria cognitiva e social defende que cada indivíduo possui um conjunto de competências que permitem a aprendizagem e o desenvolvimento: capacidade de avaliar o ambiente e de se avaliar a si próprio.
Permite adquirir conhecimentos ou adquirir procedimentos e competências. Aquisição de conhecimentos:
Para a aquisição de conhecimentos, são necessários esquemas cognitivos prévios que nos permitam integrar nova informação. Só há aprendizagem se se conseguir integrar o conhecimento novo nos padrões anteriores. Os novos conhecimentos podem aumentar e enriquecer os esquemas cognitivos preexistentes, podem modificá-los ou suscitar a criação de novos esquemas. É um processo complexo porque os esquemas cognitivos são estruturas dinâmicas que proporcionam os conhecimentos que já possuímos e integram conhecimentos novos, só há aprendizagem se houver esta relação, este processo de integração.
Aquisição de procedimentos e competências:
Para executarmos uma determinada tarefa, temos de desenvolver um conjunto de ações concertadas, designadas por procedimentos. Na escrita implica a c identificação das letras, das sílabas, da coordenação motora que permite que desenhemos. Tal como a escrita, a leitura é uma competência que exigiu um conjunto de procedimentos que a tornaram automática. Sempre que surge a necessidade de aprender algo novo vais aplicar esquemas gerais de competências idênticas à nova tarefa, fazendo adaptações necessárias, integrando os novos elementos que te permitam ser eficaz. Com a repetição, interiorizamos o processo, corrigimos as ações inadequadas e acabamos por tornar o processo automático.
A aprendizagem é um processo cognitivo que implica que o ser humano interaja com o meio, a partir da experiência de vida. Para se adaptar, cada um de nós tem de gerir a informação que recebe, tendo em conta as informações que já possui. A aprendizagem é um processo pessoal que envolve a totalidade da pessoa: o seu pensamento, as suas emoções, sentimentos e afetos, a sua história de vida.
(…) Motivação Conhecimentos anteriores Quantidade de informação Diversificação das atividades Planificação e organização Cooperação
Trabalho realizado por: -Cristiana Ferreira nยบ9 -Marta Santos nยบ20 12ยบA