Psicologia clínica (1)

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Psicologia Clínica

Trabalho Realizado Por: Ricardo Neves Disciplina: Psicologia Turma: B Ano: 12º Nº: 12


Introdução A importância crescente da actividade dos psicólogos e o esclarecimento através de legislação das práticas das diversas psicologias implica uma reflexão aprofundada sobre o que é hoje a Psicologia Clínica, que papel cumpre na sociedade e na relação com outros saberes. Se nunca é fácil estabelecer conceitos, noções, ideias, sobre actividades simultaneamente científicas e profissionais que emergem e se desenvolvem rapidamente, a Psicologia Clínica parece comportar dificuldades acrescidas já que nunca foi una, nem mereceu consensos, e se estabeleceu de acordo com escolas de pensamento que cada um aceita, e a partir da qual propõe a «sua» Psicologia Clínica.


História e Desenvolvimento A Psicologia Clínica desenvolveu-se e adquiriu nome após a Segunda Guerra Mundial na contribuição para a resolução dos problemas das vítimas da guerra, tanto na Europa (1968), como nos Estados Unidos da América (1965), focando primariamente as perturbações mentais, mas como sempre, podemos recuar um pouco e referir a utilização de métodos psicológicos no domínio Clínico já no período da Primeira Guerra Mundial. É entretanto importante constatar que nessa época, a Psicologia Clínica se baseava, como actividade, em torno da medição. De facto, no período entre as duas guerras, a Psicologia Clínica foi, essencialmente, um aquartelamento de «medidores de funções» ao serviço das psiquiatrias e neurologias da época. Daqui decorrem, dois eixos de análise que habitualmente se constituem, como grandes definidores da Psicologia Clínica: - A objectivação e a medida, traduzida nos testes - Proximidade e serviço em relação á psiquiatria.


Psicologia clínica A Psicologia Clínica é um ramo da Psicologia que privilegia o estudo e a análise da singularidade do indivíduo e que pretende entender a sua realidade, as suas dificuldades e os seus problemas. No estudo pormenorizado de cada realidade individual, o Psicólogo Clínico detém-se sobre todos os aspectos que influenciam a pessoa, já que a personalidade é entendida como um todo e o que se pretende é uma compreensão global da situação. Assim, interessam à Psicologia Clínica todas as variáveis que afectam o sujeito: a história pessoal, o passado, as perspectivas para o futuro, os valores, os afectos e as relações importantes, entre muitos outros factores. Depois de uma avaliação pormenorizada da queixa, que para além da consulta de observação pode também exigir o recurso a testes psicológicos, estabelece-se um psicodiagnóstico e propõe-se uma intervenção terapêutica adequada aos problemas psicológicos específicos de cada paciente. Durante a psicoterapia, o Psicólogo Clínico vai ajudar a desenvolver a capacidade de análise e compreensão da realidade interna do paciente, bem como dos seus comportamentos. A relação que se estabelece permite, num ambiente de confidencialidade e confiança, ajudar a resolver os aspectos que são causadores de sofrimento e dificuldade, facilitando também outras interpretações para as experiências individuais e permitindo a capacidade de acção do paciente no seu processo de mudança e de promoção do desenvolvimento da sua personalidade. À medida que se desenvolve e torna mais complexa, a sociedade vai criando mais tensões e problemas. A violência, a solidão, a competição e a insegurança dos meios profissionais, entre outros factores, fazem parte de uma realidade actual, que potencializa as dificuldades individuais e justifica a sensação de infelicidade e incapacidade. A Psicologia Clínica pode oferecer respostas na abordagem de diferentes problemáticas relacionadas, entre outras, com inibição


social, baixa auto-estima, ansiedade e crises de pânico, impulsividade, dificuldades na årea profissional ou no estudo, medos irracionais, dificuldades relacionais, depressão, etc.


O papel do Psicólogo Clínico O psicólogo clínico realiza, principalmente, avaliações psicológicas, levando assim á elaboração de psicodiagnósticos diferenciais, estudos da estrutura da personalidade, deterioração mental, assim como a compreensão do funcionamento mental global da pessoa. Estas avaliações têm como objetivo identificar qualquer psicopatologia. O psicólogo também faz um acompanhamento psicológico/psicoterapêutico, no qual, adopta uma postura de suporte e contenção, de forma a tentar criar em conjunto com a pessoa a ser acompanhada, estratégias de intervenção psicológica de forma a diminuir, aliviar e até mesmo eliminar o sofrimento da pessoa, com o objetivo de se atingir o bem-estar e o equilíbrio emocional. Entre o psicólogo e o paciente é criada uma relação terapêutica, em que existe um trabalho de ambas as partes. Nesta relação, o psicólogo compromete a sua personalidade e o seu saber, decorrente da sua experiência e formação, no sentido, de desenvolver, na pessoa, a confiança e a receptividade. Assim, a relação terapêutica constitui-se como o protótipo de todas as relações humanas, ao serviço da articulação, elaboração e revisão das construções mentais empregue pelo paciente, como forma de organizar a sua experiência e ação. A relação terapêutica é, portanto, uma relação de ajuda, compreensão e apoio na qual o psicólogo não realiza julgamentos, ou juízos de valor. Pelo contrário, leva a pessoa a uma abertura de seu campo de visão, para que possa perceber a sua vida sob novas perspectivas, analisare entender melhor as suas características, potencialidades e limites, utilizando o conhecimento adquirido em benefício de seu crescimento pessoal. Nesta relação terapêutica, a função não é dar conselhos, porque ao se dar um conselho é dito ao paciente o que fazer, mas não é encorajado a desenvolver as suas forças e recursos de forma a encontrar as suas próprias respostas. Os conselhos vão tornar a pessoa dependente da ajuda da pessoa ou do livro que forneceu tais conselhos. Antes, a terapia prestada pelo psicólogo visa encorajar o paciente a fazer uma busca interior, de forma a descobrir as suas próprias respostas e a ganhar coragem para agir e as utilizar na sua vida.


A Psicologia Clínica em Portugal A Psicologia Clínica em Portugal merece esse nome de uma forma mais generalizada a partir dos anos 60 por via das congregações religiosas que no ano de 1963 criaram o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). A origem da Psicologia Científica é localizada por Abreu (1990) no início do século com a criação dos primeiros laboratórios de psicologia experimental nas Faculdades de Letras das Universidades de Coimbra em 1912-14 e, posteriormente, na de Lisboa em 1930. Na mesma época refere a criação do Instituto de Orientação Profissional. Deve ainda ser salientado nos primórdios da Psicologia em geral e de algumas preocupações clínicas em particular, a Fundação Calouste Gulbenkian através do seu Centro de Investigação Pedagógico que, durante muitos anos foi um suporte da investigação aplicada à educação e ao desenvolvimento e onde inúmeros psicólogos estagiaram e se formaram profissionalmente (1994). Nos anos seguintes indivíduos formados em diferentes universidades europeias e americanas, e indivíduos provenientes dos cursos de filosofia com uma especialização em Psicologia esboçam os primeiros programas de intervenção na área da Psicologia Clínica. A década de 70 vê nascer os cursos de Psicologia nas universidades estatais, com os primeiros licenciados a aparecerem no final da década. Com efeito, nesta década foram inauguradas em Lisboa, Porto e Coimbra as três Faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação que iniciam, simultaneamente, a criação do ensino superior oficial em Psicologia e a segunda geração de psicólogos portugueses. Surge, entretanto, uma quinta escola de Psicologia, deste feita, na Universidade do Minho, e logo a seguir, na década de 80 multiplicam-se os cursos de psicologia em inúmeras escolas privadas. A diversidade de formações dos professores destas escolas implica que, cada uma delas acabe por privilegiar áreas bem específicas, teóricas ou metodológicas, que se transformam no cerne dos conhecimentos transmitidos na geração seguinte. Decorre deste facto, currículos


académicos com diferenças sensíveis de escola para escola. No caso específico do ensino da Psicologia Clínica, verifica-se que apenas é comum o tempo de especialidade: dois anos. Algumas escolas promovem o ensino da clínica sem destaque especial para o referencial teórico enquanto outras se repartem por modelos teóricos que se constituem como áreas ou departamentos relativamente autónomos. Assim, e neste último caso, os Psicólogos Clínicos são-no desde logo de acordo com uma teoria.


Conclusão Com este trabalho conclui que a psicologia clínica é a parte da psicologia que se dedica ao estudo dos transtornos mentais e dos aspectos psíquicos de doenças não mentais; conheci um pouco a sua história. No que toca à psicologia clínica, consegui melhor entender o que um profissional nessa área faz, como actua, assim como algumas das áreas de actuação desta especialidade.


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