Cartografias da Escuta

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Proposta:

O projeto consiste em uma série de 8 encontros práticos e expositivos (dois por semana) no mês de Fevereiro, já realizados na Cidade Escola Aprendiz, na Universidade de Artes de Limerick na Irlanda e no Posto de Orientação familiar do Campo Limpo, e tem como intuito cativar nos participantes(acima de 16 anos) as potências da escuta e fomentar a pesquisa sonora, empírica e conceitual. Para tanto, são usados caminhadas para escuta da unidade e do bairro, recursos multimídias de diversas ferramentas gratuitas em código aberto que se encontram disponíveis nas redes digitais, bem como o estudo de ciência sonora, lógica musical e história simbólica destas. O uso paralelo das diversas plataformas online com a escuta das interações harmônicas locais permite uma produção coletiva de subjetividade social através das artes sonoras; a aprendizagem dos meios de produção, edição e propagação sonora; além da experimentação das mais diversas vertentes de linguagens da composição sonora e musical. Deste modo, este projeto não foca na mera produção técnica de objetos sonoros e(ou) musicais de consumo, mas visa através da incitação a uma escuta ativa gerar novos modos de atuação soante na comunidade.


Objetos Finais: •Um ambiente sonoro com apresentações musicais dos participantes. Podendo incluir instalações sonoras, performances e intervenções e vídeos. •Um blog contendo as obras, pesquisas e demais documentações do processo. •Uma apostila teórica e experiencial a ser criada e compartilhada.

Justificativa: Proporcionar o desenvolvimento teórico e sensível dos jovens através dos distintos modos de escuta amplia as possibilidades culturais do som para além das normas sociais da música1 mediada por veículos massificados de comunicação. Desmistificando as formas não comerciais de musicalidades, incitando uma geração cada vez mais produtora de objetos culturais à autonomia artística e crítica. O uso das plataformas de pesquisa e distribuição virtual gera uma área trânsito entre pesquisa sonora e a indústria musicante, ampliando o foco auditivo no panorama psicoacústico cotidiano. Propondo o mercado cultural como um ponto chave num estudo de harmonia musical2 abrem-se novas vias de acesso ao mercado de trabalho e aos novos ambientes culturais para os participantes. Sempre incentivados a produzirem suas próprias cartografias afetivas e racionais, os participantes se tornam multiplicadores do conhecimento técnico, teórico e principalmente sensível para com os coletivos de criação atravessada pelo som de suas regiões, seja qual sua gama de gosto. Como é ouvir hoje? Precisaremos percorrer o caminho histórico do uso sonoro nas artes3, para compreender os meios de produção e propagação social dos objetos sonoros4(incluindo a música) e os diversos vínculos sociais mediados como a televisão, o rádio e a internet5. Deste modo poderemos levar o jovem a um posicionamento coerente do papel que a escuta tem nem sua percepção do mundo e como o soar(ou não) desenvolve nele a necessidade contínua instantânea de escolher o que se escuta, uma dieta sonora. 1

Theodor Adorno, Walter Benjamin, Brandeon Labelle, Luciano Berio, Gedhalia Tazartés. Arnold Schöemberg, Hans-Joachim Koellreutter, Pierre Boulez, Luigi Nono. 3 Douglas Khan, R.M. Schafer, Leo Kupper, Bill Drummond, Lee Scratch Perry. 4 John Cage, Karlheinz Stockhausen, Rodolfo Caesar, Meredith Monk. 5 Abraham Moles, Jean Baudrillard, Masami Akita, Bart Kosko, Paul Hagarty. 2


Cronograma: O planejamento sugerido compõe um período de práticas que totalizam 4 meses de atividades, teóricas e práticas experimentais, para dois grupos de aproximadamente 20 pesquisadores(na terça e quinta) e 20 pesquisadores(na quarta e sexta), com duas horas de duração. A formação acústica básica dos participantes, assim como também a proficiência técnica do manejo das ferramentas utilizadas no decorrer deste percurso se darão da seguinte forma: Primeira Semana: Semana haverá uma introdução à psicoacústica, com os procedimentos de afetação sensível do som desde a física sonora à lógica musical. Esta é formada por quatro momentos na prática da captação sonora: estímulos sonoros, sonoros estímulos musicais, musicais respostas sonoras & respostas musicais. musicais

Segunda Semana: será gerada uma cartografia dos jovens pesquisadores acústicos através de pesquisa musical e sonora nas suas vivências cotidianas do som. Este processo inclui os seguintes quatro workshops práticos de escuta urbana: encontra, gravações dos sons passeio de escuta pela unidade e bairro onde esta se encontra corporais, corporais sons naturais e artificiais & recolhimento de músicas familiares. familiares


Terceira semana: passaremos aos programas de pesquisa sonora e musical online sempre embasados na cartografia pessoal de cada participante. Durante este período trataremos a questão em quatro momentos: pesquisa sonora(freesound, sonora findsounds), pesquisa musical(all music, youtube), gravação e produção musical sonora(audacity, multiquence) & divulgação sonora(myspace, soundcloud, facebook). sonora sonora

Quarta semana: faremos uma revisão do programa todo e prepararemos o site do núcleo e a apresentação final das obras e pesquisas dos participantes. As necessidades das obras de cada pesquisador darão o tom deste período que focará na produção prática e técnica das idéias concebidas(instalação) de forma a criar um concebidas ambiente sonoro a partir de instalações eletroacústicas com performances sonoras e musicais, bem como a divulgação em pequena e larga escala(virologia).


Felipe Ribeiro: é músico, filósofo e trabalha com arte transmidiática sinestésica já tendo se apresentado em diversos festivais internacionais com instalações e performances sonoras, palestras e óperas. Entre estes estão a Bienal de Havana e Istambul, Medialab Prado ARCO08 Madrid, Ttransmediale, Tesla Berlin, NOD Meet Facktory Prague, Fórum Social Mundial, Freewaves Los Angeles, Instituto Hemisférico, Acúsmatica, Encontro Internacional Nietzsche Deleuze, Fórum Social Mundial, Mídia Tática, Submidiologia, Tsonami Valparaíso, Corpoinstalação, Videobrasil, Dança em Foco, Montevideo Amsterdam, Café Filosófico CPFL, Semanas de Dança, entre outros. Trabalhou no Centro de Referência à mulher encarcerada com criação de canções de ninar. Recebeu o prêmio APCA com a Key e Zetta Cia. onde é diretor de som além do prêmio Entretodos pelo documentário Ocupação e Despejo com Rafael Adaime. Foi jurado das Oficinas de Cultura do Estado de São Paulo em 2010. É músico residente das casas Voodoohop e Sutra. Trabalha com diversas companias de dança e teatro, artistas plásticos além de divulgar seu livro “gnoise: barulho e heresia” e apresentar as óperas Scineciclagem e OperOleo em diversas cidades do interior. Participa de diversos eventos de cultura livre com as redes de arte-atuação Submidialogia, Metareciclagem e Ruidocracia.

Contatos: felipepiresribeiro@yahoo.com.br

telefones:+55(11)8458.5596 http://filosonia.tumblr.com


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