Arte e estética

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ARTE E ESTÉTICA Prof. Jiani Fernando Langaro Filosofia


O que é estética? • Quando falamos em estética, geralmente vem à nossa mente a noção de arte ou de gosto (belo ou feio). • Realmente a estética envolve tudo isso. • Podemos dizer que a estética é o campo da filosofia que discute as noções de belo, feio e o gosto das pessoas.


Onde utilizamos a estética? • Em praticamente tudo. • Em nosso dia a dia, quando nos vestimos, escolhemos roupas a partir de concepções estéticas. • Em nosso trabalho, não apenas na decoração dos ambientes, mas na própria realização das atividades. • Por exemplo, na Gastronomia existe toda uma estética para apresentar os pratos, pois como dizem alguns gastrônomos a primeira forma de comer é com os olhos.



Estética e arte • Porém, acima de tudo, é o campo que discute uma das formas específicas de conhecimento humano: a arte. • Arte é uma forma de conhecimento muito específica pois ela é consiste em uma interpretação que o artista faz do mundo. • A arte mexe com a imaginação, com aquilo que pode acontecer e não com aquilo que de fato é. • Não existe arte verdadeira ou falsa, mas formas de interpretar o mundo. • E... a quantidade de interpretações que se pode fazer do mundo são múltiplas.



Sobre a arte • O valor de uma obra de arte não está no copiar a realidade, mas na representação simbólica que artista faz do mundo. • Arte é uma forma de conferir sentido à realidade, como classificar algo como bom ou ruim. • É uma forma de transformar a experiência em objeto de conhecimento, representando-a simbolicamente.



Obras de arte: relação artista/público • Para criar uma obra de arte, o artista parte da intuição. • Isso significa que ele parte do conhecimento geral do mundo para então transferi-lo para a obra de arte. • O Público faz o movimento contrário. • Observa primeiro a obra para então atingir o mundo representado na obra. • Para isso é preciso treinar a nossa sensibilidade.



A Educação da Sensibilidade • A educação da sensibilidade requer o contato com muitas obras de arte. • Por isso os museus são tão importantes.


Ferramentas para entender a arte: Disponibilidade • Disponibilidade é querer entender a arte. • Para tanto, é preciso, em primeiro lugar, deixar de lado preconceitos e também o medo de fazer papel de bobo. • É querer deixar a obra revelar seus sentidos para nós.


Ferramentas para entender a arte: História e História da Arte • A história possui uma importante função, pois ela contextualiza a obra de arte. • Isso significa que a história nos mostra valores e condições que influenciaram o artista, no momento em que ele produzia. • A história da arte situa a obra nas técnicas e na sucessão de escolas e tendências artísticas ao longo do tempo.



Algumas formas de arte: Arte figurativa • Representa um lugar, pessoa ou objeto de modo que não impeça sua identificação. Pode ser realista ou estilizada.


Algumas formas de arte: Arte abstrata • Cria uma figura que pode apenas existir na imaginação do artista, não tem a preocupação em representar o real. • Muitas vezes se utiliza de figuras geométricas.


Algumas formas de arte: Arte moderna • Sua principal preocupação é com a mensagem transmitida pelo artista e as formas utilizadas na elaboração da obra.


Algumas formas de arte: Arte contemporânea • Designa um movimento diversificado de obras de arte, iniciado nos últimos 30 ou 40 anos. • Não existe uma unidade dentro dele, pois as concepções estéticas são plurais, assim como as técnicas e formas utilizadas.


Algumas formas de arte: Arte de vanguarda • Pessoas que produzem uma arte fora de alguma corrente artística de seu tempo. • Experimentam novos estilos e maneiras de fazer arte.


Sobre a estética: o belo • Já vimos que a estética é o ramo da filosofia que estuda racionalmente o belo. • Mas afinal o que é o belo? • Beleza é algo objetivo? • Muda de acordo com o tempo? • Muda de acordo com o lugar? • Muda de pessoa para pessoa? • A essas e outras questões que muitos filósofos se dedicaram a responder ao longo da história.


O belo para Platão (Séc. V a.c.) • Para Platão, o belo está ligado a uma essência universal. • O belo não depende de quem observa, pois está contido no próprio objeto. • Esse é o ideal das Academias de Arte. • Elas tentam fixar regras para a produção artística a partir de uma determinada concepção de belo.



O belo para David Hume (Séc. XVII) • A Beleza é algo pessoal. • Portanto, não pode ser discutido racionalmente. • Como diz o ditado popular: “Gosto não se discute”.


O belo para Immanuel Kant (Séc. XVIII) • O Belo é universal porque julgar algo é uma faculdade de qualquer ser humano. • Todavia o critério de avaliação não é a razão, mas os sentimentos.


O belo para Georg Hegel (Séc. XIX) • Para Hegel a arte, o gosto e a noção do que é belo muda de acordo com o tempo (dialética). • Portanto, a produção de uma obra ou a definição de algo como belo depende mais da cultura de uma determinada época. • O que é considerado feio em certo período pode ser belo em outro.



O belo para a fenomenologia (Séc. XX) • A fenomenologia é uma corrente filosófica atual. • Para os fenomenólogos a obra é única e pode ser entendida por meio da experiência estética. • Cada coisa tem uma forma singular de beleza. • Não existe único de estética para se avaliar tudo.



Mas... e o feio? • A discussão sobre o que é o feio se coloca junto com a discussão do que seja o belo. • O feio pode aparecer em uma obra de arte de duas maneiras. • Em uma primeira, pode surgir como forma (estilo artístico feio). • De outra maneira, pode aparecer como tema retratado (algo que não seja bonito de ser apreciado).



Isso significa que uma obra de arte pode ser feia? • A resposta é NÃO. • Não é nesses termos que se avalia uma obra de arte. • Elas são avaliadas de acordo com a sua originalidade e capacidade de mexer com nossas sensibilidades. • Uma obra somente é feia se o artista não atingir os objetivos a que se propôs ao criá-la.


Sobre o gosto • O gosto, dentro da estética, não é sinônimo de preferência. • Não devemos optar pelo que preferimos em detrimento do que somos. • Agindo dessa maneira fechamos possibilidades de melhorar e experimentar situações novas. • Para educar nosso gosto devemos querer conhecer mais do que preferir.


O que é ter gosto? • É saber julgar (uma obra de arte) sem preconceitos. • É deixar a arte modificar nossa concepção de arte e superarmos o individual para chegarmos ao universal. • Mikel Dufrenne (Atual) – arte se entende com olhar livre. • Está além do saber e da técnica.



Sobre a educação do gosto • Ela ocorre dentro da experiência estética. • Para tanto não devemos impor nossas regras à arte. • Deve-se deixar que as obras apresentem as suas próprias. • Porém, educar nosso gosto não é uma tarefa fácil. • Deve-se começar com obras mais próximas de nós, que agradem ao nosso gosto para depois apreciar obras mais complexas.



Para finalizar...

• A vida humana possui diferentes dimensões, especialmente no nosso tempo, que é caracterizado pela fragmentação. • A filosofia se ocupa em entender profundamente a totalidade da vida humana, tentando unir essa diversidade em um todo coerente. • A estética e arte, nesse sentido, são setores de grande importância para nossas vidas, pois estão presentes em nossos julgamentos. • Em especial, o nosso tempo requer uma educação e conseqüente valorização das artes, em detrimento de um mundo dominado pela técnica e pela ciência.


Obrigado pela atenção...


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