Formação econômica do brasil

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BRASIL:FORMAÇÃO DO ESPAÇO ECONÔMICO


A exploração econômica do Brasil iniciou-se com as grandes navegações européias, cujo principal objetivo era descobrir novas fontes de produção de especiarias e metais nobres (colonização de exploração). Com a inexistência de metais nobres na área litorânea brasileira, onde os portugueses se instalaram inicialmente, restou como alternativa a extração do pau-brasil, considerado o primeiro ciclo econômico do Brasil.


CICLO DO PAU-BRASIL (1500-1530) O pau-brasil, utilizado como corante vermelho em tecidos e papĂŠis, era extraĂ­do pelos nativos, que o trocavam por quinquilharias (escambo), e armazenados em feitorias



CICLO DO AÇÚCAR (SÉC. XVI-XVII) Com as constantes invasões inglesas e francesas, Portugal foi obrigado a iniciar a colonização do território brasileiro; a cana-de-açúcar, fonte do valioso açúcar, foi o produto escolhido a ser cultivado do Brasil


O nobre Martim Afonso de Souza, donatário da capitania de São Vicente, fundou em 1532 a primeira vila do Brasil, São Vicente. O rei D.João III dividiu o Brasil em quinze capitanias hereditárias


Apesar dos primeiros engenhos terem se instalado em São Vicente, o clima quente e úmido da Zona da Mata nordestina, o domínio de terras baixas de topografia suave e presença de solos férteis (massapê) tornou o Nordeste a maior área produtora, baseada no trabalho escravo, inicialmente indígena, depois africano, sempre com base nas grandes propriedades (latifúndios).


Paralelamente ao cultivo da cana na Zona da Mata, a pecuária bovino avançou pelo sertão nordestino, principalmente no vale dos rios Parnaíba (PI) e São Francisco (“rio dos currais”) Na Amazônia extraíam-se as drogas do sertão


CICLO DA MINERAÇÃO (SÉC.XVIII) Após longa período de estagnação (1654-1693) com o declínio do ciclo açucareiro, a mineração recuperou a economia colonial brasileira. O ouro era encontrado nos rios (aluvião)


CONSEQÜÊNCIAS DO CICLO DA MINERAÇÃO Intensa mobilidade social migrações do litoral e de Portugal para o interior (regiões mineradoras como MG, GO e MT) transferência da capital para o Rio de Janeiro (1763)

Processo de urbanização acentuado na região mineradora deslocamento do eixo econômico do NE para o SE Integração entre o Sul, SE e NE



CICLO DO CAFÉ (SÉC. XIX) Com o fim jazidas, a economia entrou novamente em decadência. O café, proveniente da Etiópia e trazido da Guiana Francesa pelo oficial Francisco de Melo Palheta, salvou o Brasil.


A cafeicultura iniciou-se no Vale do Paraíba do Sul, com base no trabalho escravo negro. Avançou para a terra-roxa do Oeste Paulista (imigrantes italianos e japoneses) e depois para o sul de MG e Norte do PR (japoneses e nordestinos)


Conseqüências da cafeicultura Desenvolvimento de um eficiente sistema ferroviário, principalmente em SP, ligando o interior ao litoral Aparelhamento de portos, principalmente o de Santos

Acentuada urbanização, com destaque para a cidade de São Paulo atração da mão-deobra livre(imigrantes) Excedente de capitais aplicados na indústria




A economia cafeeira não modificou a organização do espaço econômico brasileiro, que manteve seu caráter de “arquipélagos econômicos”, ou seja, cada região com um tipo de economia compartimentada: o Nordeste Açucareiro e algodoeiro; o Sudeste cafeicultor, o Sul pecuarista e a Amazônia ligada à extração da borracha.


INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA O Brasil encontra-se entre as dez maiores economias industrializadas mundiais, representando o maior parque industrial da América Latina. O país substituiu o modelo econômico dos “arquipélagos”, além de diminuir o caráter agrário exportador e ampliar a produção de manufaturados.


O Brasil começou a se industrializar no início do séc. XX (industrialização tardia), durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Europa em guerra parou de fabricar seus produtos e precisou importar, então o Brasil aproveitou a oportunidade para abastecer o continente europeu.


A recém-nascida indústria brasileira concentrou-se na cidade de São Paulo, graças a fatores como: Capitais gerados pela cafeicultura, próspera no Estado de São Paulo; Mercado consumidor com bom poder aquisitivo, já que o café gerou uma forte classe alta e média; Infra-estrutura sólida, já que o café proporcionou a construção de ferrovias e o aparelhamento do Porto de Santos, que permitiam o escoamento da produção

Mão-de-obra qualificada, exercida pelos imigrantes italianos que se instalaram na capital paulista. Na Itália eles já sabiam operar máquinas.


A integração do espaço econômico nacional, obtida pelo processo de industrialização, fez-se conforme o modelo “centro-periferia”, no qual o centro (Região Centro-sul) fornece bens industrializados, capitais e tecnologia, e recebe da periferia (Nordeste e Amazônia) gêneros agrícolas, minerais, além da mão-deobra pelas migrações internas; esse modelo gerou graves desigualdades


Durante o Período Colonial (1500-1822) o Brasil não teve indústrias, já que para Portugal nosso país deveria apenas fornecer matériaprima; a metrópole portuguesa proibiu qualquer iniciativa industrial no Brasil.


Durante o Segundo Reinado (1840-1889), João Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, tornou-se o pioneiro da indústria do Brasil, construindo a primeira ferrovia do Brasil (1854, RioPetrópolis), siderúrgicas, estaleiros e outros tipos de indústrias, cuja fortuna chegou a ser maior do que o orçamento anual do governo brasileiro. Porém, D. Pedro II priorizou os cafeicultores, e sem apoio o Barão de Mauá entrou em falência.


A indústria nascida durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) limitou-se a produzir bens-de-consumo como roupas, sapados e alimentos. A indústria pesada, ou seja, a de base (siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas e maquinários) só surgiu com a iniciativa do Presidente Getulio Vargas (1930-1945).


Foram iniciativas de Vargas a Petrobrás (1953), a Vale do Rio Doce, a FNM (Fábrica Nacional de Motores) e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), ainda a maior do país.

Vargas também criou as leis trabalhistas, boa parte delas ainda vigorando nos dias de hoje (férias remuneradas de 30 dias, aposentadoria, DSR (final de semana remunerado), carteira de trabalho)


DIVISテグ GEOECONOMICA DO BRASIL







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