Revista Gourmet Virtual Número 07

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EDIÇÃO

07 BELO HORIZONTE MINAS GERAIS

SETEMBRO 2009

INFORMAÇÃO, ENTRETENIMENTO E LAZER NA ÁREA DA GASTRONOMIA.

80 anos de Mercado Envelhecer faz bem

Fora da cozinha Entre aquarelas e pinceis, Bracher revela como é a gastronomia em sua vida

Entrevista Conheça a história do Chef Elson da Silva, dono dos restaurantes Koban

Saúde Filippo Pedrinola explica os diferentes tipos de TPM e a dieta ideal para cada um


Gourmet

Editorial

Coordenação Luiz Ricardo Silva Supervisão Marcelo Gomes Produção editorial Mariana Marcial de Almeida

Nessa edição, apresentamos algumas novidades em nosso editorial. O número de páginas, mudanças no layout e a criação de novos cadernos. Em todas as edições você encontrará notas curtas, entrevistas com pessoas que não sejam da área gastronômica, ilustrações, colunas e o que os chef ’s comem em situações diversas. Tudo sobre o maravilhoso mundo da gastronomia e com uma proposta diferenciada. A matéria de capa comemora junto com você os 80 anos do Mercado Central de Belo Horizonte, um gigante mineiro. No Fora da cozinha, um bate-papo com o artista plástico Carlos Bracher, que mostra como a gastronomia se faz presente em sua vida. E na entrevista do mês, o chef Elson da Silva, com uma verdadeira história de vida. Uma revista recheada com muita gastronomia, um mundo que, de alguma forma, está na sua vida. Mariana Marcial de Almeida

Estagiária Stephanie Zanandrais Colunistas Lara Natacci Fotografia Marcos Michelin Ilustração Luiz Cláudio da Silva Barros Relações públicas Ilda Rocha RP-52/2008 Consultor gastronômico Cacá Pádua

Contato Revista Rua Campo Alegre, nº 86, Floresta Belo Horizonte – MG- 31015-200 Telefone: (31) 3463-8282 www.gourmetvirtual.com.br assessoria@gourmetvirtual.com.br

O Gourmet Virtual autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte.

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Cardápio 08 O que o Chef come

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O Pão de Cada Dia “Vocês já ouviram o pão cantar?”

06 Curtas

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Mercado Central

Alterações de humor, dor de cabeça e nos seios, depressão e choro descontrolado.

No dia 07 de setembro desse ano o Mercado Central completa 80 anos .

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Vale do Charme Imagine um lugar que reúna cultura, gastronomia, meio ambiente e esportes de natureza.

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TPM


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Entrevista Chef Elson

Fora da Cozinha

24 Bate Papo com Sabor

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Comidas Afrodisíacas Mexendo com a libido.

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Ilustrando

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Lara Natacci Nutricionista fala sobre ação dos agrotóxicos .

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[ Curtas ] Pela primeira vez no Brasil

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O Chef francês Pascal Fresneau, que comanda o restaurante Le Soufflé de Paris, esteve pela primeira vez no Brasil para preparar alguns dos deliciosos soufflés servidos na capital francesa. O evento aconteceu no restaurante Bellini, em Campinas, no início de agosto. “Os convidados puderam usufruir de uma experiência gastronômica ímpar, sob a maestria do meca do soufflé mundial”, afirma Cristina Róseo, chef do Bellini. Criado em 1961, o Le Soufflé é o único restaurante especializado em soufflés em todo o mundo. O menu é atualizado a cada dois meses pelo próprio Pascal. Segundo o chef, os sabores mais pedidos são soufflé de frutos do mar, foie gras, chocolate e maçã.

Flores, café e bar

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Uma miscelânea entre petiscos, café, chocolate, flores e presentes. Essa é a proposta do Contemporânea Flores - Café - Bar, recém inaugurado na Praça da Savassi. Instalado num casarão antigo na Avenida Cristóvão Colombo (antigo Café Tina), o espaço funciona durante o dia como café e boutique de flores e, à noite, como bar.

A decoração da casa é rústica e bastante aconchegante. Do lado de dentro, cadeiras e mesas se contracenam com estantes recheadas de flores, velas e outros produtos. Do lado de fora, foram colocadas cadeiras, ombrelones e balcões, tornando o espaço propício a happy-hours. No cardápio, combinações e quitutes dos mais variados, um repertório assinado pelo chef e um dos proprietários do local, Samuel Schettino.

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Salada em quiosque

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Com baixo investimento, o Salad Creations é uma opção atrativa para novos empreendedores e aqueles que já operam no sistema de franquias e querem diversificar os negócios. O formato contará com o mesmo padrão de atendimento e produtos oferecidos nas lojas convencionais da rede: cardápio composto por 40 opções de ingredientes frescos para montagem das saladas, 15 tipos de molho, opções de complemento como queijos e carnes e wraps frescos e grelhados, sopas e sobremesas. Segundo a gerente de expansão da rede, Cecilia Gonçalves, o importante é que a unidade seja implantada em locais com grande fluxo de pessoas. “Desta forma o investimento torna-se viável e capacitado a atingir os consumidores e figurar como opção saudável para alimentação”, explica.

Thai Food Festival Uma parceria entre o restaurante Thai Gardens, de São Paulo, o Escritório comercial da Tailândia e o Belo Horizonte Othon Palace resultou no Thai Food Festival (Festival de Culinária Tailandesa), realizado em agosto. O cardápio variado teve como diferencial importar grande parte de seus ingredientes típicos diretamente da Tailândia. O objetivo do evento é divulgar a culinária tailandesa, bem como certificar a qualidade e autenticidade dos restaurantes tailandeses, através do Thai Select. A rede Thai Gardens é conhecida mundialmente por sua diversidade e qualidade e conta com filiais em Madri, Barcelona, Cidade do México, Casablanca e São Paulo. A casa brasileira é um dos únicos restaurantes no país a ter o selo Thai Select.

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[ O que o Chef come? ]

na feira

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Ir à feira é um problema pra mim. Começo a ver os legumes e frutas e fico fissurada em tudo. Geralmente compro mais do que consumo. O que me encanta na feira especialmente são as verduras. Brócolis azuis, alfaces verdes e roxas, ervas cheirosas. Semana passada, achei aspargos brancos, difíceis de serem encontrados. Já as frutas são um outro capítulo, sou guiada pelo cheiro, maracujás e goiabas acabam sempre na minha sacola. Maria Victória

Ronie Peterson Costa

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Roberta Sudbrack

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Não só o chefe, mais todos que vão à feira deveriam comer o pastel com caldo de cana e limão, o sabor do pastel da feira é único. E, além é claro, os biscoito e broas caseiras, feitos no forno do fogão à lenha, e que os produtores utilizam no preparo um leite que azedou ou aquele fubá de moinho d' água. Já deu até vontade!

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Uma das minhas criações mais conhecidas, o tartare de abóbora, aconteceu justamente por causa dessa mania de comer tudo o que enxergo na feira. Um belo dia avistei uma abóbora linda, no auge da sua maturação e pensei: porque não crua? Surgiu ali uma nova possibilidade de exploração, uma nova dimensão desse ingrediente. Adoro quando os feirantes me oferecem algo que não conheço ou que está em plena estação.

Estive outro dia no Rio fazendo um evento e tive oportunidade de passear na Feira de São Cristovão. Adorei comer o queijo de coalho no espetinho. Não dispenso também a tapioca com coco, como sobremesa. Gosto de provar de tudo!

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Beth Beltrão


Grutas e Cavernas da Província Cárstica do Alto São Francisco Minas Gerais

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[ O pão de cada dia ] “Vocês já ouviram o pão cantar?” Com essa pergunta o padeiro Olivier Anquier, inicia o texto de seu livro Padaria em casa. E explica, “o canto do pão acontece no momento mágico e único em que ele sai do forno. A casca dourada e pelando de quente parece querer estourar de tão esticada. Ela se dilata, crepita e, em alguns segundos, se estilhaça toda, como se fosse de cristal. Quando tirar seus pães quentinhos do forno, ouça o barulhinho incandescente. É o canto alegríssimo do pão saindo do forno.” Um alimento democrático, que faz parte da mesa de todos. Cada um tem o seu, independente da cultura. Sinônimo de poder e moeda de troca em muitos lugares, o pão é um dos alimentos mais importantes da história. Sempre esteve ligado à vida do homem, tanto na culinária quanto na política, religião e cultura.

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Gourmet “O pão foi criado na mesopotâmia, a partir do cultivo do trigo, há 6 mil anos. Como a agricultura surgiu na mesopotâmia, os historiadores acreditam que os primeiros pães foram produzidos por esta civilização”, explica a professora de história Raquel Peres. Acompanhando os processos de industrialização na humanidade, o pão foi aperfeiçoado ao longo do tempo. As técnicas foram sendo inovadas com o surgimento de máquinas e novos condimentos foram aderidos na produção da massa e do recheio. “A receita do pão evoluiu no sentido de tornar o processo mais rápido. Técnicas de amassamento, processamento de ingredientes e evolução de equipamentos transformaram a panificação antiga e artesanal para industrial”, afirma o Chef Luiz Alberto Abrantes da confeitaria e delicatessen Talho Capixaba. O Chef conta, ainda, que as evoluções aconteceram tanto no processo de produção

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quanto nos ingredientes utilizados, como o fermento, que antes era natural e hoje pode ser comprado em tabletes ou em pó. “Hoje os pães são feitos à base de chá, ervas e uma infinidade de grãos e farinhas, inclusive sem glúten”, completa. O pão já protagonizou crises econômicas em função do seu preço, altos e baixos que atingem os grandes grupos, bem como o bolso de cada um. Para a economista Maria Eulália Alvarenga de Meira, presidente do Sindicato dos Economistas de Minas Gerais – Sindecon-MG, o que onera muito o preço do pão, é a excessiva carga tributária sobre o consumo. E, ainda, “o pobre e o rico pagam o mesmo valor. Se dermos R$ 1,00 a um mendigo e este comprar um pão estará pagando de impostos (embutidos no preço) o mesmo que um milionário”. Em tempo de alta no preço do pão, muitas pessoas preferem fazer o pão em casa ou mesmo substituí-lo por outros produtos, como bolos e biscoitos. Essa medida, pode parecer econômica, mas só é funcional quando o preço alto não está ligado a tributos relacionados aos ingredientes. Pois, caso, contrário o pão caseiro também pode sair caro. Para Carlos Alberto de Lima - um administrador que, prestes a se aposentar, entrou para a cozinha – fazer pães em casa vai além de critérios financeiros. Lima é padeiro por amor, especialista em criar receitas e testar novas texturas, temperaturas de forno e tempo de fermentação. Seus produtos são artesanais e aprovados por aqueles que já tiveram a oportunidade de saboreá-los. “Apesar da modernidade e sofisticação, o mais simples dos alimentos ainda mantém sua mistura básica inicial: trigo, fermento, sal e água”. www.gourmetvirtual.com.br

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Por Carlos Alberto Lima Ingredientes 1 ¼ xícara de farinha de trigo ¼ xícara de farinha de trigo integral ½ colher de sopa de sementes de linhaça 1 colher de sopa de farelo de aveia ½ colher de sopa de farelo de trigo 2 colheres de sopa de leite em pó 1 colher de chá de açúcar mascavo ½ colher de sopa de óleo de girassol ½ colher de sopa de fermento seco (granulado) 1 colher de chá de sal grosso; água gelada Preparo Triture grosseiramente as sementes de linhaça. Aqueça-as rapidamente em uma frigideira para liberação de seus óleos essenciais. Misture a farinha de trigo com a farinha de trigo integral, as sementes de linhaça, o farelo de aveia, o farelo de trigo, o leite em pó, o açúcar mascavo e o fermento. Adicione o óleo de girassol

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Pão de forma integral

e ½ xícara de água gelada. Misture até a massa estar homogênea. Somente neste momento adicione o sal. Adicione mais água, se necessário, para formar uma massa lisa e maleável. Forme uma bola com a massa e descanse-a, coberta, sobre uma superfície enfarinhada por 20 minutos. Unte uma forma de pão (20x9x5cm) com óleo de girassol. Retire o excesso. Abra a massa em um formato retangular e faça um “rolo” que caiba na forma. Polvilhe com farinha de trigo e deixe “crescer” por aproximadamente 1 hora, coberta, em local ao abrigo da luz e de vento. Aqueça o forno por 20 minutos antes de colocar o pão. Asse-o até o teu desejo de “moreno”, cuidando para não queimá-lo.


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[ Um Vale do Charme ] Imagine um lugar que reúna cultura, gastronomia, meio ambiente e esportes de natureza. Esse é o objetivo do Festival do Vale do Charme, que em sua primeira edição já conta com renomados chefs, como Claude Troisgos e Ivo Faria. O festival, que é idealizado pelo publicitário Armando de Angelis e pelo Chef Eduardo Avelar, busca explorar as maravilhas desse lugar. Durante o evento as opções serão diversificadas, como praça gastronômica, seminário empresarial, radical trecking, passeio ecociclístico, torneio de golf e de paraglider, balonismo, festins, mostra de arte, arvorismo, cavalgada, oficina de caiaque, palestras e mostra de vídeos ambientais. As principais atividades do Festival do Vale do Charme acontecem entre os dias 17 e ...

20 de setembro, paralelo ao concurso “Bom de Prato – Inverno/2009”, que através do “Passaporte Gastronômico do Vale do Charme”, concede ao público preços promocionais e elege o melhor prato de cada categoria. A promoção do passaporte teve início no dia 1º de agosto e termina junto com o festival, no dia 20 de setembro. O Vale do Charme, batizado assim por Avelar, está em uma região privilegiada do Vale do Paraopeba, nas encostas das serras do Rola Moça e Moeda. A poucos quilômetros de Belo Horizonte, abrange os municípios de Brumadinho, com suas localidades e vilarejos – Casa Branca, Piedade do Paraopeba, Topo do Mundo, Suzana, Palhano, Aranha, Melo Franco, Córrego do Feijão e Inhotim, Moeda, Belo Vale e Bonfim.

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[ Dieta ideal para TPM ]

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Alterações de humor, dor de cabeça e nos seios, depressão e choro descontrolado. Esses são alguns sintomas presentes na vida de 80% das mulheres uma vez ao mês. A temida tensão pré-menstrual, mais conhecida como TPM, que pode ser amenizada quando associada à uma alimentação ideal. Conversamos com o endocrinologista Filippo Pedrinola, que explicou os diferentes tipos de TPM e a dieta ideal para casa um.

Padrão 1 Sintomas: Ansiedade, irritabilidade e oscilações de humor. Priorizar na dieta: Alimentos que favoreçam a liberação de serotonina, que é o neurotransmissor que controla a sensação de prazer e bem-estar. Preferir os integrais, que são ricos em vitamina B6, magnésio e também ajudam a estimular o bom humor. Recomendações: cereais integrais, nozes, castanhas e vegetais.

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Padrão 2 Sintomas: Compulsão por açúcar, fadiga e dor de cabeça. Priorizar na dieta: Comer fracionado (a cada 3 - 4 horas) para saciar aquela vontade incontrolável de doces. Vale até chocolate, desde que seja “programada” uma porção de 30 a 50 gramas, usada como lanche da tarde. Recomendações: Peixes, pães e massas integrais, cereais integrais, iogurte, frutas secas, banana e abacate.


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Padrão 3 Sintomas: Depressão, insônia e perda de memória. Priorizar na dieta: Alimentos que ajudem a combater a depressão. Recomendações: Iogurte, cereais integrais, nozes, castanhas e peixes.

Padrão 4 Sintomas: Seios doloridos, inchaço, intestino preso e ganho de peso. Priorizar na dieta: Alimentos diuréticos e os funcionais (alimentos que ajudem no controle do intestino, como lactobacilos presentes nos iogurtes e semente de linhaça). Recomendações: Agrião, berinjela, alface, beterraba, chuchu, cebola, melancia e água de coco.

Dicas para todas Diga não à cafeína, presente no café, nos chás e em refrigerantes do tipo cola. Essa substância aumenta a irritabilidade e a dificuldade para pegar no sono.

Experimente comer abacaxi, melancia, pêra, melão, chuchu ou salsão, que são alimentos diuréticos.

Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas, que intensificam crises de dor de cabeça. Pratique uma atividade física. Os exercícios estimulam a liberação de endorfina, que provoca uma sensação de bem-estar e manda a irritação (e até a cólica) embora.

Beba bastante água, que é a melhor forma de ajudar a eliminar líquido. A bebida estimula os rins a trabalhar mais e a jogar fora o sal.

Na salada, incluir 01 colher de sopa da mistura de gergelim, semente de abóbora e linhaça. Diminua o sal da comida para impedir o inchaço tão comum nesse período.

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[ Capa ]

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Gourmet No dia 07 de setembro desse ano o Mercado Central completa 80 anos de existência, um gigante que faz parte da história da capital mineira. Um elemento importante não só na economia da cidade, mas também com grande representatividade no turismo e cultura local. Para celebrar a data, fomos ao Mercado com objetivo de mostrar algumas de suas belezas.

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O mercado é onde procuro inspiração para elaborar novos pratos e onde encontro produtos diferenciados em relação ao frescor e sabor dos ing redientes. Além disso, o clima de convivialidade nos remete a nossa mineirice. Bruno Albergaria

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Prepare-se para uma aventura da diversidade. Sabe aquele tradicional queijo minas, você encontra lá. E comer um pedaço de abacaxi picado na hora ou aquele saboroso fígado acebolado com jiló. E tem muito mais: pimenta, temperos, hortaliças, panelas, colher de pau, embutidos, produtos típicos, artesanato, carnes, peixes, flores, cachaças, doces e uma infinidade de produtos carregados de cultura.

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Muito prazer. Não se assuste, sou um senhor de idade e se caduquice é fazer das experiências uma força vital, então sou caduco de tudo. Nascido em uma cidade jovem, que tinha apenas 31 anos na época, vim para ficar. Belo Horizonte é minha casa, ser mineiro é meu orgulho. Para sobreviver, passei por mudanças físicas e espirituais. Antes, era ao ar livre, hoje sou adepto a sombra e água fresca. Na minha juventude, estive à frente de manifestações e lutas para continuar de pé. E já deixo meu recado, continuo vivaz para qualquer briga que vier, não queira mexer com um dos meus. Possuo uma coroa de abacaxi em cima de uma cabeça de repolho e com cabelos de anjo por baixo. O meu umbigo é de banana e o dente de alho. Eu aponto com um dedo de moça e piso com o pé de mandioca. Posso até parecer estranho, mas estou sempre aberto para todas as tribos e estilos. Em 80 anos de existência, aprendi muito com os calos e lições de vida que por mim passaram. E não estou cansado, quero viver muito mais. Tenho sede de mostrar a todos a maravilha da cultura e tradição da nossa terra. Estou feliz com a sorte que tenho, só gostaria de não ficar sozinho. Repito, sou um senhor de idade e caduco de tudo. Muito prazer. Francisco Romão

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Comunicação Digital

Criação, atualização e manutenção de Sites, Hot sites, Portais, Intranet, Extranet; Gerenciamento Remoto de Conteúdo; Email Marketing; Otimização de Sites e Portais (SEO - Search Engine Optimization); Boletim informativo/ Jornal institucional; Sistema de gestão para associações; Banners Eletrônicos (Banners para internet); Identidade visual e papelaria; Brindes.

R. Campo Alegre, 86 - Floresta - Cep: 31015-200 - BH - MG - Tel:: (31) 3463-8282 E-mail: atendimento@plusinfo.com.br / http://www.plusinfo.com.br


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[ Entrevista ] Quando se mudou, aos 13 anos, do interior da Bahia, o chef Elson da Silva não podia imaginar o que encontraria na grande São Paulo, nem mesmo que seu futuro estaria ligado à cozinha nipônica. De família humilde, o nordestino começou a atuar na gastronomia primeiramente como ajudante em um restaurante chinês até se tornar cozinheiro e, anos depois, um especialista na culinária japonesa. Conheça um pouco da história do Chef Elson da Silva, 41 anos, hoje, dono dos restaurantes de comida japonesa Koban.

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Gourmet GV - Aos 13 anos você mudou para São Paulo, trabalhou na construção civil e como caixa de supermercado. Conte-nos um pouco como foi esse processo, as lutas e as vitórias que você vivenciou durante esse tempo. Chef - Assim como a maioria dos nordestinos que migram para cidades grandes como São Paulo, eu fiquei um bom tempo desempregado. Então consegui trabalhar como caixa, fiquei dois meses trabalhando como anunciante de venda e compra de ouro nas praças. E trabalhei também na construção civil. Depois disso, em 1982, consegui um emprego como ajudante de um restaurante chinês e lá cresci. Passei de cortador a cozinheiro. GV - Conte-nos um pouco sobre a influência da culinária chinesa na década de 1980 e se ainda tem a mesma influência. Chef - A culinária chinesa atraiu muitos nordestinos para o centro por um motivo: é um trabalho que não cansa muito, porque não precisa carregar peso, não suja a roupa e é leve, foi responsável por grande parte da migração de nordestinos na época.

Chef - Passei muita dificuldade, eu era menor de idade, não tinha documento e não fazia idéia da correria que é uma cidade grande, eu era de Jacobina, interior da Bahia, lugar mais tranquilo e pacato. GV - Em 1986, você se especializou definitivamente em culinária nipônica. Qual foi o principal motivo que te levou a essa especialização? Chef - Eu cozinhava no chinês e tinha um amigo

GV - Como é o dia-a-dia do Chef Elson da Silva, agora responsável por três restaurantes, e como conciliar vida profissional e pessoal? Chef - Meu dia é muito corrido, precisava de um dia com 48h para que conseguisse executar todas as minhas pendências. Eu acordo às 7h30 da manhã e vou dormir somente às 3h30. Não tenho folga faz alguns anos e, por isso, conto com o apoio de toda minha família.

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GV - Como foi o processo de adequação à nova cidade? Quais foram as principais diferenças que você notou entre a cultura baiana e a sociedade paulista?

que atuava, havia algum tempo, na culinária japonesa. O salário dele era melhor que o meu. Então decide migrar para a comida japonesa por que, além de gostar muito, fazia e faz mais sucesso, o mesmo sucesso que a comida chinesa fazia na década de 1980. Muito do que sei aprendi com um japonês, que viu o meu interesse e me ensinou. Desde então, vivo uma relação de amor e respeito pela cozinha japonesa. Tem que ter amor por aquilo que você faz.

Inaugurado em São Paulo no ano de 2006 e agora com mais duas unidades, o restaurante reúne o clássico da gastronomia japonesa com novidades para atrair a clientela. Fazem parte do cardápio sushis preparados com cream cheese, morango ou goiabada. Além de novidades como o sushi do chef (salmão, camarão empanados com shimeji e molho especial) e do tempurá de sorvete com calda de laranja. A casa funciona tanto em sistema de rodízio quanto à la carte. www.gourmetvirtual.com.br

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[ Comidas Afrodisíacas ] Mexendo com a libido

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Alimentos diretamente ligados à produção de energia e hormônios sexuais que incita a virilidade do corpo humano são conhecidos como afrodisíacos. Recentemente, estudos divulgaram o poder estimulante da libido por meio de alimentos como o vinho tinto e a pipoca. Sendo o primeiro com efeito especial nas mulheres e o segundo, nos homens. Tais teorias ainda demandam de muito estudo e comprovação, mas, já são indícios. Muitas das atribuições afrodisíacas a diversos alimentos são graças a lendas e crenças antigas. O Hallawe, tradicional doce árabe, é feito a base de gergelim que, segundo a lenda, tem poderes afrodisíacos. A sobremesa é acompanhada por uma dose de Arak, bebida árabe destilada de tâmara e uva aromatizada com anis, erva afrodisíaca. Segundo o livro Alimentos que curam de Paulo Eiró Gonsalves, o amendoim é um ótimo estimulante sexual para os homens, além do mel e da castanha de caju. Outras frutas, como a banana, têm seu poder afrodisíaco associadas à forma. Já o figo remete-se à fertilidade e o morango, a framboesa e a uva são muito utilizadas em atos preliminares.


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Para nosso entrevistado, o professor Luciano Andrade, o uso de alimentos afrodisíacos é essencial para sair da rotina. Casado há dois anos e meio, Luciano afirma que “encontros amorosos regados a alimentos afrodisíacos ficam muito mais estimulantes”. Muito consumido pelos apaixonados e uma das principais opções de presente, o chocolate produz duas substâncias químicas, feniletilamina e serotonina, responsáveis pelo “prazer”. Seu poder afrodisíaco é inspiração para vários cardápios, bem como fetiches.

Um bom exemplo é o kit Chocoterapia a dois, da Cacau Show, “um delicioso Creme de Chocolate feito exclusivamente para massagear e saborear”, segundo a Cacau Show, em nota. O produto foi desenvolvido especialmente para os casais e vem nos sabores chocolate com menta e chocolate com pimenta. Aos alimentos afrodisíacos cabe a função de estimular e esquentar os relacionamentos sexuais. “Todos os relacionamentos por si já são afrodisíacos, incluir os alimentos é só a poesia da coisa”, conclui Luciano.

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[ Bate papo com sabor ] Aliar boa comida e conversa entre amigos, essa é a proposta do Bate Papo com Sabor, um projeto que completa 3 anos em novembro deste ano. Idealizado e executado pelo Chef Carlos Pita, o Bate Papo nasceu com propósito de ser um festival de gastronomia diferenciado, que não seguisse os modelos já existentes em Belo Horizonte e região. Pensando nisso, Pita reúne amigos para apreciarem a gastronomia, reunindo um cardápio com quatro pratos elaborados especialmente para a ocasião. O evento é itinerante, a cada edição está

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presente em uma casa diferente, podendo ser um restaurante, bar ou pizzaria, desde que atenda a alguns critérios básicos, como higiene, carta de bebidas, preços acessíveis, entre outros. É uma troca, enquanto a casa recebe os convidados do Bate Papo, este, atrai novos clientes para o estabelecimento, que podem voltar outros dias. O projeto conta com uma temática em cada realização, sempre calcada pela cozinha contemporânea. Durante os eventos, é realizada uma pesquisa com os clientes, com intuito de identificar a preferência do público. Atualmente, o Bate Papo está fazendo uma volta ao mundo, trazendo cozinhas como a italiana, japonesa, baiana e o que mais mandar a criatividade dos sabores. Conversamos com Pita, que nos revelou a importância do Bate Papo em sua carreira. “Esse projeto me fortaleceu muito na mídia, além de ter captado vários clientes para meu trabalho como Personal Cook. Hoje sou convidado para participar de fóruns, festivais e conquistei reconhecimento profissional”. O chef ressalta, ainda, que além de promover uma volta ao mundo este ano, apresentando sabores de vários lugares, em novembro também acontece a festa de comemoração de 3 anos do Bate Papo, que já pensa em novidades para 2010.


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Ragu de lagarto com cogumelos salteados e purê de batata doce Por Carlos Pita Ingredientes (ragu de lagarto)

Preparo: Aqueça o azeite e sele o lagarto. Acrescente os legumes cortados em pedaços grandes e doure. Acrescente o tomilho, o alecrim, a salsa e a cebolinha. Acrescente também o vinho e a água. Leve para cozinhar. Poderá ser utilizada uma panela de pressão para diminuir o tempo de cozimento. A carne deve ficar bem macia e no ponto de desfiar. Coe o caldo e reserve. Após desfiada volte com a carne para a panela e acrescente um pouco do caldo reservado. Deixe reduzir até a carne ficar molhada mas sem o caldo. Ingredientes (cogumelos salteados) 70 gr de shitake fresco 70 gr de shimeji fresco 02 colheres de sopa de manteiga 01 colher de azeite sal

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600gr de lagarto magro 03 colheres de sopa de azeite 01 alho poró 01 lâmina de salsão 01 cenoura pequena 01 cebola pequena 02 ramos de tomilho 02 ramos de salsa 02 filetes de cebolinha 01 ramo de alecrim 500ml de vinho tinto seco 400ml de água sal e pimenta do reino a gosto

Preparo: Limpe os cogumelos e fatie. Numa frigideira aqueça a manteiga com o azeite. Acrescente os cogumelos fatiados e mexa levemente. Acrescente o sal. Este processo dura 3 a 4 minutos. Ingredientes (purê de batata doce) 700gr de batata doce cozida e espremida para purê, ainda quente 150ml de leite de coco sal 02 colheres de manteiga sem sal Preparo: Numa panela coloque a batata doce e o leite de coco. Misture bem. Acrescente a manteiga, desligue o fogo e bata bem até o purê ficar cremoso. Montagem: Disponha o purê no prato. Faça uma cavidade no centro e acrescente o ragu de lagarto. Sobre ele coloque os cogumelos salteados. www.gourmetvirtual.com.br

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[ Fora da cozinha ] “Encontrei-me com Minas Gerais através da pintura de Carlos Bracher”. Essa é a definição de Carlos Drummond de Andrade sobre o trabalho de Carlos Bernardo Bracher.

Sérgio Pereira Silva

O mineiro de Juiz de Fora, que mora em Ouro Preto, tem reconhecimento em todo o país e também no exterior. Atualmente Bracher está com uma exposição retrospectiva na Europa, sendo mostrada em vários países, como Bélgica, Rússia, Luxemburgo, Alemanha e República Tcheca. Para o artista, gastronomia e pintura são riquezas muito próximas, que se ligam na “espectralidade cromática infinda”. Ele ressalta,

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ainda, que Minas é tradição e uma dessas vertentes está justamente na culinária, feita de uma gente miscigenada, os mineiros. “A culinária é um dos grandes capítulos da vida”. Para saber como a gastronomia está na vida de Carlos Bracher, fizemos uma brincadeira com nosso entrevistado, que revelou, inclusive, ser apaixonado pelo puro e simples arroz.


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Criança – Arroz de forno da minha mãe, aos domingos. Amigos – Tomo cerveja, acompanhado de um tiragosto imbatível: queijo gorgonzola ou grana padano. Madrugada – Na calada da noite, às vezes vou à cozinha. Como ontem, que convidei minha esposa Fani para conversarmos algo. Não foi nada especial, apenas petiscos. Valeu não pelo que comemos, mas pela companhia. Café da manhã – Não tomo café da manhã, infelizmente. Perco, de fato, o start do dia. Fazer o quê? Restaurante – Quando meu amigo Sérgio Pereira da Silva vem a Ouro Preto, vamos direto ao Restaurante Deguste. Lá nos espera um bom chopp gelado e um frango com abobrinha. Tudo em um ambiente encantador, cercado de belas pedras. Todo dia – Sempre arroz. Gosto tanto do arroz que como arroz com arroz, isto é, purinho. Feito na panela de pedra e torradinho, prato dos deuses. E costelinha de porco, pena que a Fani não deixa

Cristiano Quintino

O que ele come...

mais de uma vez por semana, é comer e sonhar. Só amarrado – Jiló. Não sou dado a legumes em geral, só salvo o inhame. Tradição – O que me apetece é a comida do dia-adia, não cansa. As estripulias mágicas, as desventuras, ficam para os dias régios. Bebendo – Cerveja, talvez meu vício maior. Nela encontro os prazeres (e por vezes os desastres) etílicos de minha necessidade física. Um bom copo ao lado de amigos queridos é beirar o paraíso. Luxo – O luxo para mim é a simplicidade das descobertas, mas lógico que a um bom camarão ninguém consegue resistir. Enquanto trabalha – Quando pinto retratos, em geral bebo cerveja com petiscos. E pintando vagorasamente, as cores soltas na paleta, parece que vou voar, entre sons e alucinações de uma emoção incontida. O álcool, na medida certa, faz parte deste prodígio, quando o homem vai encontrar um novo lado que se transparece, sobretudo, nos adventos artísticos.

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[ Lara Natacci ] contundente, imediatamente após o contato com o produto (os chamados efeitos agudos) ou depois de algum tempo semanas ou anos, por exemplo (os chamados efeitos crônicos). Segundo a OMS, há 20.000 óbitos/ano em conseqüência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas nos países em desenvolvimento. Uma analise da Anvisa detectou que alguns alimentos tem maior teor de agrotóxicos que o permitido. São eles: morango, alface, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão e tomate. Algumas dicas podem ajudar a eliminar um pouco dos agrotóxicos. Armazenar os alimentos separadamente, entre crus e cozidos. Usar água filtrada ou fer vida para cozinhar os alimentos. É importante, também, conhecer a procedência do que está sendo consumido. Antes de

Divulgação

Os agrotóxicos, segundo definição da Anvisa, são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas. Eles podem ser encontrados em vegetais (verduras, legumes, frutas e grãos), açúcar, café e mel. Alimentos de origem animal (leite, ovos, carnes e frangos) podem conter substâncias nocivas que cheg am a contaminar a musculatura, o leite e os ovos originados do animal, quando ele se alimenta de água ou ração contaminada. A ação dos agrotóxicos sobre a saúde humana costuma ser deletéria, muitas vezes fatal, provocando desde náuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias a lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações cromossomiais, doença de Parkinson, etc. Essa ação pode ser percebida de maneira clara,

Lara Natacci é nutricionista lara@dietnet.com.br

ingerir frutas, verduras ou legumes crus é preciso lavá-los em água corrente, de preferência com sabão, que possui a propriedade de eliminar alguns agrotóxicos superficiais. O cozimento provoca a degradação do defensivo agrícola. Um alimento in natura certamente terá mais agrotóxicos do que outro que passou por algum processamento, como também o descascamento.

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