#prestandocontasRS
ANO1 | Nº1 | SETEMBRO 2015
AJUSTE FISCAL GAÚCHO
FAZENDA
Medidas buscam equilíbrio financeiro para o Estado
Novo ICMS entra em vigor no próximo ano Página 5
LEGISLATIVO
Previdência Complementar é aprovada Página 6
PLANEJAMENTO
Governo entrega orçamento realista de 2016 à AL Página 7
ADMINISTRAÇÃO
Estado reduz em 30% o número de secretarias GOVERNO já mandou mais de 40 projetos de reforma estrutural do Estado à Assembleia Legislativa
Páginas 3, 4 e 5
Página 7
AGRONEGÓCIO
Expointer 2015 supera expectativas Contracapa
Em um cenário de crise econômica no país e com o Parque Assis Brasil reconstruído após um vendaval, a 38ª Expointer mostrou a força do agronegócio gaúcho. Marcada pela parceria e pela superação, a feira registrou recordes de público, na venda de animais e nos produtos da agricultura familiar. O volume de negócios foi de R$ 1,7 bilhão.
ESBARRADA com cavalos Crioulos foi apresentada na abertura oficial antes do Desfile dos Campeões
CARTA AO CIDADÃO
Arrumando a casa
O
Jornal Piratini é mais um canal de comunicação do governo do Estado que vem se somar ao site de notícias (rs. gov.br), onde o leitor pode acessar também a Rádio Piratini e a TV Piratini, e às redes sociais (Facebook, Twitter, YouTube e Instagram). Agora, com o jornal, o governo amplia a interação com os mais diferentes públicos que se interessam em saber o que o Estado está fazendo. Será produzida semanalmente uma versão online e uma vez por mês vai circular uma edição impressa. Nas páginas a seguir, estão os detalhes do Ajuste Fiscal Gaúcho, nome dado pelo governo ao conjunto de medidas propostas para vencer a crise financeira e devolver ao Rio Grande a capacidade de prestar serviços públicos de qualidade e de estimular o desenvolvimento econômico e social. Tudo isso exige tempo, esforço, persistência e, antes de mais nada, a coragem da decisão. As cinco fases do Ajuste Fiscal, que envolve decretos, projetos de lei e propostas q de emendas à Constituição A 1ª edição do Estadual, estão Jornal Piratini traz claramente detalhes do Ajuste alinhadas Fiscal Gaúcho, aqui. Também um conjunto de estão descritos medidas para os projetos já aprovados pela enfrentar a crise Assembleia financeira e retomar Legislativa. o desenvolvimento Todas as do RS propostas são direcionadas a uma meta que não pode mais ser adiada: tirar as contas públicas de um desajuste que vem se agravando ao longo de anos. Para chegar lá, o governo planejou uma economia imediata de R$ 1 bilhão – o que exige corte de despesas e responsabilidade com o gasto público. Outras medidas do Ajuste Fiscal priorizam a ampliação de receitas. Somente com mais recursos em caixa e menos despesas será possível vislumbrar o reequilíbrio das contas. Vale a mesma regra simples do orçamento doméstico: se os gastos são maiores que o dinheiro disponível, o resultado é o endividamento e a incapacidade de investimentos. Com o Ajuste Fiscal, o governo quer fazer o caminho inverso. Sempre com transparência.
#
conectados
Interação e prestação de serviços Desde o início do ano, o governo do Estado usa as redes sociais, em especial Facebook e Twitter, como mais uma forma de intensificar a comunicação com o cidadão. Com conteúdo interativo e linguagem específica adaptada a cada tipo de rede, as pautas, ações e campanhas do governo alcançam, em média, 1,5 milhão de pessoas por semana e já registra crescimento de mais de 35% desde janeiro em número de seguidores. O foco é a prestação de serviço, a valorização da cultura local e a divulgação de campanhas educativas e sociais, como a do Agasalho e da Meia Entrada, que em poucos minutos gerou
SECRETARI A
interação e mais de 300 mensagens recebidas e respondidas. Com bom humor e apostando em temas de alto alcance em redes, como memes, imagens impactantes e vídeos rápidos, as postagens estimulam a participação do cidadão, contribuindo para a maior circulação das notícias relacionadas ao Rio Grande do Sul.
#DesafioDaPimenta Com uma linguagem descontraída e buscando engajar os gaúchos de forma espontânea, a Campanha do Agasalho 2015 foi destaque nas redes sociais do Estado durante quatro meses. Os conteúdos publicados alcançaram mais de 4 milhões de pessoas. Desses, 400 mil foram em visualizações dos vídeos do #DesafioDaPimenta, a principal ação de engajamento da campanha. A estratégia, inspirada no Desafio do Balde de Gelo, estimulou personalidades gaúchas a entrarem na onda de solidariedade, doando agasalhos e divulgando a importância da campanha para os seus públicos.
GURI de Uruguaiana mordeu a pimenta
D’ALESSANDRO e a jornalista Eduarda Streb participaram da brincadeira
Expointer nas redes Durante a Expointer, a página do Facebook gov.rs alcançou mais de 8 milhões de pessoas em uma semana com postagens informativas e bem-humoradas sobre a maior feira a céu aberto da América Latina. Pela primeira vez, um vídeo veiculado pela página oficial chegou a mais de 1 milhão de visualizações. Unindo duas paixões dos gaúchos, o campo e a carne,
o vídeo ensina a preparar a típica costela com dicas de um especialista. Os números alcançados “organicamente”, ou seja, sem investimento de recursos em publicidade, foram mais de 11 mil likes, 44 mil compartilhamentos e mais de 2 milhões de visualizações dos vídeos produzidos especialmente para a promoção da feira e do setor no Estado.
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O conteúdo jornalístico do Jornal Piratini é elaborado pela Secretaria de Comunicação e assessorias de imprensa das secretarias estaduais.
Para auxiliar os gaúchos em caso de enchentes, falta de luz ou incêndio, a equipe de Comunicação Digital do governo do Estado preparou uma série de cards para auxiliar o cidadão em momentos de emergências. Publicados nas páginas do governo, os conteúdos tiveram ampla repercussão, alcançando mais de 140 mil pessoas.
Para acessar os dados complementares, baixe um aplicativo leitor de QR Code em seu celular e então faça a leitura utilizando a câmera através do aplicativo.
AJUSTE FISCAL
Equilibrar as contas é o 1º passo para recuperar serviços públicos Mais de 40 propostas já foram apresentadas pelo governo gaúcho
Revisão da dívida
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou no Supremo Tribunal Federal com a ação principal pedindo a revisão geral do contrato da dívida do Rio Grande do Sul com a União. Nas cerca de cem páginas, a ação discute a relação federativa, o reequilíbrio econômico-financeiro e cláusulas consideradas abusivas. A PGE indica que o Pacto Federativo foi muito afetado por legislações posteriores à assinatura do contrato, que refletiram na queda de arrecadação por efeito de desoneração das exportações e pelos compromissos impostos aos estados pelas reformas constitucionais, especialmente a vinculação de receita nas áreas da saúde e educação.
Plano Energético
EQUIPES do governo do Estado conversaram com a população em nove regiões do RS, como no Noroeste, em Ijuí
P
ara enfrentar um déficit histórico nas contas públicas, o governo do Estado apresentou um conjunto de medidas que visam garantir a sustentabilidade financeira, recuperar a qualidade dos serviços públicos e retomar o desenvolvimento. Só em 2015, o saldo negativo do Estado está projetado em R$ 5,4 bilhões. O governo também está chamando a sociedade para debater, de maneira transparente e democrática, o Estado que ela deseja. A intenção é expor a verdade para a população e executar ações que coloquem o Rio Grande do Sul de volta nos trilhos do crescimento, para que o Estado se desenvolva e o setor público tenha capacidade de atender bem os cidadãos em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação. Por meio de decretos, projetos de lei e propostas de emendas à Constituição Estadual, o Executivo planeja enfrentar problemas antigos, que foram aumentando num cenário em que a arrecadação de recursos foi quase sempre menor que as despesas. Durante
qSituação das finanças no início de 2015 FALTAM
R$ 5,4 bilhões Isso equivale a
3 folhas de pagamento (R$ 1,8 bilhão cada)
Despesas realizadas em 2014 sem autorização: R$ 663 milhões Saques do Caixa Único: R$ 11,8 bilhões (Depósitos judiciais, Recursos da Corsan, CEEE, Empréstimos, etc)
Precatórios não pagos: R$ 8 bilhões Dívida Fundada Adm. Direta: R$ 54,8 bilhões sendo R$ 49,3 bilhões (cerca de 90%) com a União
44 anos, em apenas sete o Estado alcançou superávit, ou seja, conseguiu ter mais dinheiro em caixa do que os gastos a pagar. A atual gestão do Executivo gaúcho trabalha desde o primeiro dia pelo equilíbrio das contas públicas. Já tomou providências para o contingenciamento de despesas, fez reprogramação orçamentária do custeio, cortou gastos com diárias e revisou contratos com consultorias. Paralelamente, foram
encaminhadas para análise da Assembleia Legislativa propostas que têm o objetivo de melhorar a eficiência do Estado, a curto, médio e longo prazos. Isso significa qualificar a gestão pública, aumentar a receita, ampliar os repasses de recursos aos municípios e assegurar os compromissos assumidos pelo governo nas cinco fases que compõem o chamado Ajuste Fiscal Gaúcho. Outras propostas ainda estão sendo estudadas e serão remetidas ao Legislativo.
A Secretaria de Minas e Energia está preparando o Plano Energético do RS, que vai projetar a demanda e o fornecimento de energia com qualidade no RS para os próximos dez anos. A primeira etapa já está concluída, após 17 reuniões regionais para ouvir as necessidades apontadas por instituições, empresas e a comunidade. O Plano Energético deverá ser apresentado no começo de 2016.
NOVO MODELO
Ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo são as palavras-chave do novo modelo de desenvolvimento sustentável e descentralizado planejado pelo governo do Estado para impulsionar o crescimento do RS. Até dezembro, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia concluirá o mapa estratégico das ações. Para isso, o Estado foi dividido em nove regiões, que estão sendo visitadas para a consolidação de parcerias com universidades.
ENTENDA A CRISE FINANCEIRA DO RS E CONHEÇA AS PROPOSTAS DO GOVERNO PARA REFORMAR O ESTADO
FUTURO
Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual: mecanismo busca evitar novas crises no RS Proposta pioneira no país proíbe aumento de despesas sem garantia de receitas
L
imitar o crescimento das despesas sem a devida fonte de receita. Este é o principal legado da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual (LRFE) proposta pelo Executivo. Pioneira no país, a iniciativa cria regras para conter as despesas com pessoal e custeio para todos os Poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário). A legislação estadual complementa a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) federal que já existe. Enquanto a LRF estabelece medidas prudenciais para o quadrimestre seguinte ao desequilíbrio financeiro, a LRFE amplia essa limitação para dois anos. A LRFE determina ainda
que, para propor aumento de despesa, poderes e órgãos comprovem que não excederam os limites da LRF. Essa comprovação, atualmente, não é exigida. A LRFE veda a concessão de aumentos para os mandatos seguintes. A LRF não permite acréscimos salariais nos oito meses anteriores ao
final do mandato de quem está no exercício do poder. Isso evita irresponsabilidade fiscal e a concessão de aumentos que terão que ser pagos por outro governo. Depois de aprovada pelos deputados estaduais, a lei permitirá estabelecer um horizonte para a retomada dos investimentos mediante barreiras nos gastos públicos.
Veja as medidas que integram as diferentes fases do Ajuste Fiscal Gaúcho FASE 1*
yRedução dos gastos com publicidade yRedução de 29 para 20 secretarias yReprogramação orçamentária com redução média de 21% do custeio yRevisão de contratos com fornecedores yLimitação de cedência de servidores yAprovação da LDO com novos parâmetros para 2016
FASE 4
yPL cria a Câmara de Conciliação de Precatórios yPL cria a Banrisul Seguradora yPL propõe a readaptação de militares da Brigada Militar
yPL propõe a extinção da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps)
yPLC veda a incorporação de Função Gratificada entre diferentes Poderes para fins de aposentadoria yPL propõe a transformação da Licença-Prêmio em Licença Capacitação Profissional yPL prevê mudança nas alíquotas de ITCD
yDecreto estabelece a criação do Programa de Reorganização, Aperfeiçoamento e Promoção da Eficiência da Administração Pública
yPL propõe a elevação dos saques dos depósitos judiciais de 85% para 95% yPL estabelece limite de RPVs em sete salários mínimos, ao invés de 40 yPL autoriza o repasse de parte dos juros dos depósitos judiciais pelo Executivo
yPL cria a Banrisul Cartões
yPL prevê o aproveitamento de policiais militares inativos
yModificações no IPVA [ver detalhes na página ao lado]
FASE 5
yModificações sobre o procedimento tributário administrativo yPEC propõe a eliminação de necessidade de plebiscito para a Cesa
yPL propõe revisão nos benefícios fiscais
yCriação do Programa especial de quitação e parcelamento (REFAZ)
yPL propõe o Sistema Administrativo de Conciliação e Mediação
yPL propõe mudanças nos critérios de ascensão à carreira dos oficiais da BM
yAlterações nas alíquotas de ICMS [ver detalhes na página ao lado]
yPL cria o Fundo de Proteção e Amparo Social – Ampara/RS [ver detalhes na página ao lado]
yPL negocia financiamentos habitacionais da extinta Cohab
yDecreto determina a divulgação nominal da remuneração dos servidores yPL propõe a revisão de fundos
yPL propõe a extinção da Fundação Zoobotânica yPL propõe a extinção da Fundergs yPLC propõe a instituição do regime de Previdência Complementar para os servidores públicos estaduais yPEC altera regra que dispõe sobre tempo de serviço na BM. Retira da Constituição Estadual a norma sobre o tempo mínimo de serviço para a inatividade remunerada, que passará a ser disciplinada em lei complementar yPL busca avançar na transformação do Laboratório Farmacêutico do Estado (Lafergs) em empresa pública
SAIBA MAIS
Projeto aprovado pela Assembleia | PLC = Projeto de Lei Complementar | PL = Projeto de Lei | PEC = Projeto de Emenda à Constituição
yContingenciamento dos CCs em 35%
yPLC que prevê a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual
FASE 3 Decreto já implementado
yContingenciamento do orçamento em R$ 1 bilhão
*Medidas administrativas já implementadas
ySuspensão de despesas por 1 ano
FASE 2
FAZENDA
IPVA
A Assembleia Legislativa aprovou alterações na cobrança do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor). A medida busca concentrar o recolhimento do imposto no primeiro quadrimestre e, ao mesmo tempo, garantir maior agilidade no combate à inadimplência, com descontos aos bons motoristas de 5% (um ano sem infrações), 10% (dois anos) e 15% (três anos consecutivos sem multas).
Novo ICMS é decisivo para o equilíbrio fiscal do Estado Medida preserva benefícios ao consumidor de baixa renda
A
provada pela Assembleia Legislativa, no dia 22 de setembro, a alteração das alíquotas de ICMS se constitui no projeto com o maior resultado imediato entre as medidas de ajuste fiscal já definidas pelo governo gaúcho desde o início do ano. Com a elevação da alíquota geral de 17% para 18% e de 25% para 30% sobre os chamados produtos e serviços seletivos, a Secretaria da Fazenda projeta um incremento na receita líquida para o Estado de R$ 1,896 bilhão/ ano.
Já para os municípios, o crescimento nos repasses é estimado em R$ 764 milhões/ano. As novas alíquotas do ICMS passam a vigorar em 2016 e serão válidas por três anos. Além de equiparar o RS aos principais estados do país, a proposta do novo ICMS preserva uma série de benefícios ao consumidor final e à competitividade das nossas empresas.
DEPÓSITOS JUDICIAIS
Não haverá mudanças na incidência do imposto, por exemplo, sobre o custo da energia elétrica para residências
com consumo mensal de até 50 KW ou para as propriedades rurais. Da mesma forma, as novas alíquotas não terão reflexos na cesta básica de alimentos, pois o governo manterá a política de desoneração tributária. Outro produto com forte impacto no custo de vida do cidadão e que seguirá sem mudança de ICMS é o óleo diesel. Qualquer aumento de imposto neste combustível utilizado em larga escala por caminhões, máquinas agrícolas e ônibus teria reflexo direto no custo do frete e na passagem do transporte coletivo. O gás de cozinha igualmente não sofreu alterações de ICMS. Como se trata de alíquota interna, a elevação do
ICMS de 17% para 18% não irá prejudicar a disputa das empresas gaúchas em relação ao comércio interestadual. As vendas para fora seguem tendo a incidência do imposto do destino e para as empresas de fora, o mecanismo da Difa (Imposto de Fronteira) serve para a equalização do tributo. A política de incentivos fiscais para micro e pequenas empresas permanece inalterada, o que significa que 70% dos contribuintes do Simples Gaúcho (185 mil empresas) continuam isentas do ICMS.
qO que muda MERCADORIA/SERVIÇO
Combustíveis Gasolina Álcool Hidratado Comunicação Telefonia fixa e móvel Bebidas Cerveja, chope Refrigerante Energia Elétrica Residencial, acima 50kW Comercial Industrial
ANTERIOR
ATUAL
25% 25%
30% 30%
25%
30%
25% 18%
27% 20%
25% 25% 17%
30% 30% 18%
qO que não muda Combustíveis Óleo diesel GLP e gás de cozinha Energia Elétrica Residencial, até 50kW Rural
12% 12%
12% 12%
12% 12%
12% 12%
R$ 1,896 bilhão/ano
é o que o Estado arrecadará a mais
R$ 764 milhões/ano a mais irão para os municípios
Passada a votação de projetos da quarta fase do Ajuste Fiscal Gaúcho, os deputados apreciaram duas matérias relacionadas aos depósitos judiciais. O projeto de lei encaminhado pelo Tribunal de Justiça trata da redução e da limitação temporárias das dotações oriundas do Sistema de Gerenciamento dos Depósitos Judiciais e foi aprovado por 53 votos. O Poder Judiciário autoriza o repasse, nos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018, de parte das dotações oriundas do Sistema de Gerenciamento dos Depósitos Judiciais, contribuindo com o Estado na disponibilização de receita para enfrentamento da crise. Já o projeto do Executivo permite a ampliação da liberação de volume maior ao Tesouro do Estado de valores que estão depositados judicialmente. Embora a medida tenha impacto no cenário das finanças públicas apenas no curto prazo e acarrete novos encargos, tem um caráter de emergencialidade, já que a previsão é de que a ampliação dos saques de 85% para 95% possa disponibilizar cerca de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
AMPARA/RS
Os deputados estaduais também referendaram a criação do Fundo de Proteção e Amparo Social (Ampara/RS), que prevê aplicação de recursos em ações de nutrição, habitação, educação, saúde, segurança e reforço da renda familiar para atender camadas mais vulneráveis da população. O fundo será financiado a partir da criação de adicional na alíquota interna do ICMS de 25% para 27% para operações com bebidas alcoólicas e cervejas sem álcool, cigarros, cigarrilhas, fumos, perfumarias e cosméticos. Na prestação de serviço de TV por assinatura, a alíquota sobe de 12% para 14%.
FUTURO
AGRICULTURA
Previdência Complementar é aprovada pela Assembleia Projeto histórico muda a aposentadoria dos futuros servidores
U
m projeto histórico para o Rio Grande do Sul foi aprovado pela Assembleia Legislativa: a criação da Previdência Complementar para os futuros servidores estaduais. No novo regime, servidores contribuirão com 13,25% até o teto do Regime Geral da Previdência (R$ 4.663,75). Quem recebe acima desse valor, poderá optar pela Previdência Complementar. Nesse caso, aportará 7,5% sobre o valor excedente, e o Estado reserva outros 7,5% sobre esse montante. A medida, que preserva direitos adquiridos para quem já é servidor público, enfrenta uma realidade perversa. Atualmente, o RS tem mais inativos do que ativos. Ou seja, a maior parte da folha de pagamento é para aposentados e pensionistas. Como esta equação não está fechando, o rombo no setor é estimado em mais de R$ 7 bilhões até o final do ano. Logo, mudança não é contra os funcionários. Ao contrário: é uma garantia de sustentabilidade do próprio sistema.
Função Gratificada Por unanimidade (40 votos), foi aprovado o projeto que proíbe a incorporação de função gratificada entre diferentes Poderes para fins de aposentadoria. A proposta foi encaminhada ao Parlamento na Fase 2 do Ajuste Fiscal Gaúcho, no dia 3 de junho, e não atinge os servidores que exerceram ou exercem função gratificada até a data de publicação da lei. Com a aprovação, serão evitadas distorções e descontrole na folha de pagamento no órgão de origem, pois a função gratificada será paga ao servidor somente no período de exercício da atividade, desestimulando cedências e auxiliando, no médio prazo, a reduzir o déficit previdenciário.
PODER LEGISLATIVO já debateu e aprovou 16 propostas enviadas pelo Executivo [ver página 4 ]
Conciliação de Precatórios vai ampliar pagamento a credores A criação da Câmara de Conciliação de Precatórios foi aprovada com 40 votos favoráveis dos deputados estaduais. Com a medida, que também foi enviada em junho na Fase 2 do Ajuste Fiscal, será possível acordo com credores para desconto de 40% do valor da dívida. As negociações serão encaminhadas pela Procuradoria-Geral do Estado e homologadas pelo Judiciário. A iniciativa ampliará o número de credores pagos, permitirá negociação direta com o Estado e desestimulará o mercado paralelo de precatórios. A Câmara contará com recursos da ordem de 50% do total previsto no orçamento anual para pagamento de precatórios, respeitando-se a fila de prioridades. O aproveitamento de policiais militares inativos, que faz parte da Fase 2 do Ajuste Fiscal, igualmente foi aprovado pela Assembleia. O projeto possibilitará a ampliação do aproveitamento de PMs inativos para que possam trabalhar no videomonitoramento. A alteração das alíquotas do Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação (ITCD) também foi aprovada pelos parlamentares na sessão do dia 16 de setembro. Ao invés da alíquota única de 4%, como é hoje, o governo propôs um escalonamento de faixas, que passam a valer em 2016. Outra proposta do Executivo acatada pela Assembleia foi a extinção de fundos que atenderam no passado a uma determinada finalidade e que estão inativos há três anos ou mais. A transformação do Laboratório Farmacêutico do Estado em empresa pública, a partir de alterações na Lei 14.469 (de 21 de janeiro de 2014), que já autorizava essa iniciativa em relação ao Lafergs, foi aprovada pela ampla maioria dos deputados. Com a medida, será possibilitada ao Lafergs a fabricação de diversos itens em benefício da saúde, atualmente importados a custo maior. O último projeto aprovado pela Assembleia autoriza a prorrogação de cargos em comissão e funções gratificadas da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa).
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação firmou com o Ministério da Integração Nacional o empenho para liberação de R$ 20 milhões para a barragem Taquarembó, em Dom Pedrito, e de mais R$ 5 milhões para a barragem de Jaguari, em Rosário do Sul, que já totaliza R$ 15 milhões. Também ficou acertada a liberação de R$ 1 milhão para elaboração do projeto da barragem São Sepé e seus canais. Dos R$ 20 milhões para a barragem Taquarembó, já foram liberados R$ 3 milhões no fim do mês de agosto, e outros R$ 3 milhões agora em setembro, a fim de viabilizar a retomada das obras, que já estão 80% concluídas. Já em relação à barragem Jaguari, em Rosário do Sul, há um acordo para a liberação de R$ 1 milhão por mês, dos R$ 5 milhões empenhados para a continuidade da obra.
SAÚDE
Hospitais do interior receberão mais de R$ 130 milhões por ano, sendo R$ 73 milhões de recursos estaduais, conforme convênio assinado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (SES). As entidades beneficiadas, que oferecem atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, localizam-se em oito municípios: Camaquã, Caxias do Sul, Cerro Largo, Constantina, Erechim, Quaraí, Santa Bárbara do Sul e Tuparendi.
AMBIENTE
A redução de quase 30% do estoque de 12.752 mil processos que aguardam avaliação técnica é um dos mais importantes resultados obtidos pelos órgãos de gestão ambiental desde o início do ano, quando começou a ser implantado novo modelo de gestão para qualificar o licenciamento ambiental na Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) e na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Hoje, o estoque caiu para cerca de 9 mil processos. Até o final do ano, o tempo médio de análise dos processos deverá ser reduzido de 900 para 180 dias, desde o ingresso no protocolo até a emissão da decisão técnica.
PLANEJAMENTO
EDUCAÇÃO
Orçamento realista de 2016 é entregue ao Legislativo estadual Investimentos em saúde, segurança e educação estão garantidos
O
governo do Estado entregou, na quartafeira (16/09), à Assembleia Legislativa, a Proposta Orçamentária para o ano de 2016. Dentro da linha construída desde a apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), em maio, de realismo financeiro e responsabilidade fiscal, o documento prevê na sua integralidade as despesas que o governo estadual terá pela frente em 2016, assim como estima as receitas com as quais de fato poderá contar para financiar os gastos. A proposta trabalha com um déficit de R$ 6,2 bilhões, resultado de uma equação de despesas de R$ 62,5 bilhões e um patamar de receitas de R$ 56,3 bilhões. Mesmo com toda a prudência adotada para as diretrizes da LDO 2016, o déficit permanece, pois as receitas caem enquanto que a maior parte das despesas ainda cresce. Com isso, reforça-se a necessidade de ir em busca de incremento nas receitas próprias, sem deixar de rever determinadas despesas que ainda passam por uma readequação.
TECNOLOGIA
Em relação às receitas, estão previstas as que têm real possibilidade de ingresso, em montantes compatíveis com o atual cenário macroeconômico desenhado. Nas despesas, estão previstas de forma integral as dotações necessárias para o pagamento da folha de ativos, inativos e pensionistas, o serviço da dívida, as transferências constitucionais e
legais aos municípios, o custeio básico da administração pública e os investimentos mínimos, financiados basicamente por recursos provenientes de operações de crédito, convênios ou recursos próprios. Elaborado a partir das diretrizes estabelecidas pela LDO, o orçamento tem de ser aprovado em Plenário até 30 de novembro.
Governo diminui nove secretarias
O
governo do Estado diminuiu nove secretarias. A adequação da estrutura – de 29 para 20 – entrou em execução em janeiro de 2015 e foi publicada no Diário Oficial em setembro. A lei aprovada pelo Legislativo dispõe sobre a estrutura administrativa e as diretrizes do Executivo, que são o equilíbrio fiscal, a gestão orientada para resultados e a transversalidade na ação governamental. Na revisão da gestão, foi criada a Secretaria de Comunicação, em razão de suas atribuições de
O programa estadual “Escola Melhor: Sociedade Melhor”, que ainda deve ser regulamentado, foi publicado no Diário Oficial. A iniciativa visa incentivar pessoas físicas e jurídicas a se tornarem parceiras do Poder Público, podendo doar materiais escolares, móveis, equipamentos eletrônicos e de informática, além de promover obras de manutenção, conservação, reforma, construção de muros e ampliação de prédios ou outras ações em benefício do ensino nas escolas estaduais.
ADEQUAÇÃO da estrutura visa aprimorar a gestão
planejamento e gerenciamento da política de comunicação. Além de reduzir a estrutura
na administração direta, o governo busca enxugar a administração indireta, tendo encaminhado projetos de extinção de fundações, com a incorporação de seus bens e serviços pelas respectivas secretarias às quais são vinculadas. O governo do Estado também reduziu significativamente o preenchimento de cargos em comissão na atual gestão. A nova estrutura reposiciona a gestão estadual com foco em resultados e melhor adequação à realidade financeira do Estado.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect) lançou editais de apoio a projetos nas áreas de inovação e desenvolvimento. Foi anunciada a liberação de mais de R$ 14 milhões, com recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (instituição financeira do Banco Mundial - Bird), referentes a projetos em parques e polos tecnológicos, incubadoras e indústria criativa. Também foi formalizada a consolidação do Polo de Inovação Tecnológica Metropolitana Delta do Jacuí.
BANDEIRA do RS foi erguida por representantes de etnias
20 DE SETEMBRO
Centenas de pessoas prestigiaram o desfile na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, no encerramento das comemorações do 20 de Setembro. O evento contou com a passagem de dez invernadas, 800 cavalarianos de 55 Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e Departamentos de Tradições Gaúchas (DTGs) da Região Metropolitana. Ao todo, cerca de 2,5 mil pessoas integraram os desfiles cívico-militar, temático e tradicionalista. A abertura teve ainda a presença de integrantes do Orçamento Participativo de Porto Alegre.
EXPOINTER 2015
A feira da parceria e da superação Após temporal, reconstrução do Parque Assis Brasil resultou de esforço coletivo
OS NOVE dias da maior feira a céu aberto da América Latina revelaram a força do agronegócio, apesar da recessão econômica no país
P
arceria e superação. Essas são as principais marcas da Expointer mais ensolarada da história. Foram nove dias inéditos de tempo bom na maior feira agropecuária da América Latina, marcada sempre pela ocorrência de chuvas durante a sua realização anual. A união do Governo do Estado com as entidades parceiras do evento foi fundamental para a superação das expectativas em relação à Expointer, que recebeu mais de 545,9 mil visitantes, de 29 de agosto a 6 de setembro, no Parque Assis Brasil, em Esteio. O vendaval de dezembro de 2014 que atingiu a Região Metropolitana danificou cerca de 70% das instalações do parque.
Apesar da crise financeira, a Secretaria da Agricultura e Pecuária buscou auxílio junto ao Sindicato da Indústria das Máquinas do RS (Simers), à Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC) e à Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul). A cooperação das entidades permitiu a recuperação completa do parque, por meio de um investimento de R$ 1,5 milhão. Pavilhões da Área Internacional e do Gado de Corte foram totalmente restaurados. Ocorreram ainda reformas estruturais em toda a rede elétrica e troca de cercas das quatro pistas de provas. Além disso, foi construído um novo lavadouro para o
gado leiteiro, e as duas coberturas para desembarque – uma para os rústicos e outra para os animais de argola – foram reabilitadas. A ABCCC também concluiu mais um pavilhão, que abrigou equinos e teve espaço para o público conferir o Freio de Ouro, boulevard e pista coberta para os leilões da raça. O resultado desta colaboração exemplar entre Estado e iniciativa privada foi extremamente positivo. Foram batidos recordes na venda de animais e nos produtos da agricultura familiar. O volume de negócios alcançou R$ 1,7 bilhão, superior à projeção inicial. Foi, enfim, uma Expointer que venceu o pessimismo e mostrou a força do agronegócio gaúcho.
Aplicativo Uma das inovações da edição da Expointer deste ano foi um aplicativo para smartphones. Ao todo, quase 5 mil pessoas baixaram o app que continha o mapa do parque, além de dicas e informações sobre a feira. O projeto foi patrocinado pelo Badesul.
qVenda de animais foi 24% maior
qAgricultura Familiar bate novo recorde
yA venda de animais cresceu 24% em relação a 2014. O volume de negócios fechou em R$ 15.508.530,00. Os leilões da raça Crioula e a colocação de coberturas alcançaram R$ 10,98 milhões. A comercialização de bovinos de corte e mistos atingiu R$ 2.793.860,00, 60% a mais que na edição passada.
yO Pavilhão da Agricultura Familiar bateu novo recorde neste ano. A venda das agroindústrias, nos nove dias, chegou a R$ 2.200.504,99, incremento de 12,67% em comparação a 2014. Houve recorde também no número de agroindústrias familiares inscritas. Foram 239 expositores - 17% a mais do que em 2014.
qMáquinas têm R$ 1,69 bi em negócios
qArtesanato reúne 282 expositores
yDiante de um cenário de retração econômica, taxas de juros maiores que a dos últimos anos e preços mais elevados, o segmento de máquinas e implementos agrícolas teve redução de 37,4%, totalizando R$ 1,69 bilhão em negócios encaminhados.
yNo Pavilhão de Artesanato, o faturamento ficou em R$ 960.090,25, com a venda de 28.631 peças expostas na área, onde estiveram 282 expositores cadastrados no Programa Gaúcho do Artesanato, da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social.