R E V I S T A
ANO 1 NÚMERO 3 NOVEMBRO 2020
nutrição
OLEAGINOSAS: AS SEMENTES DA GORDURA DO BEM
turismo
ALTER DO CHÃO, A PRAIA QUE NÃO É BANHADA PELO MAR
PANETONE
A IGUARIA QUE É SÍMBOLO CULINÁRIO DO NATAL
ADEGA
CHAMPANHES E ESPUMANTES: BORBULHAS E UM BRINDE AO NOVO ANO!
Tradições de fim de ano Pratos suculentos e ingredientes carregados de simbolismos que se consagraram como personagens centrais nas ceias de Natal e de Réveillon
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CAPA
PRATOS CLÁSSICOS DAS FESTAS DE FINAL DE ANO
PANIFICAÇÃO
PANETONES, UM DOS PROTAGONISTAS DAS FESTAS NATALINAS
ADEGA
É TEMPO DE DEGUSTAR OS REFRESCANTES ESPUMANTES
GASTRONOMIA
INCLUINDO PEIXES NA CEIA DE NATAL
NUTRIÇÃO
BENEFÍCIOS DAS OLEAGINOSAS PARA A SAÚDE
30 38 42 44 52
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HORTIFRÚTI
AS FRUTAS DE CADA ESTAÇÃO
DIRETO DO PRODUTOR
O CUIDADO E A QUALIDADE DOS PRODUTOS ORQUÍDEA
MIXOLOGIA
CAIPIRINHA: O DRINK COM O SABOR DO BRASIL
ENTRETENIMENTO
O BOOM DOS REALITIES SHOWS GASTRONÔMICOS
TURISMO
AS BELEZAS NATURAIS DE ALTER DO CHÃO
editorial
É hora de celebrar!
C WWW.DELMORO.COM.BR DELMOROSUPERMERCADOS DELMORO_SUPERMERCADOS
hega dezembro e todos pensam em duas coisas: o Natal e Ano Novo. Para aquecer ainda mais os preparativos para essa tão esperada época, preparamos uma edição especial de Fim de Ano para você. Na matéria de Capa, apresentamos deliciosos pratos que se tornaram tradições nas ceias natalinas e de Réveillon. Além dos consagrados assados, como peru e tender, e dos típicos doces panetone e rabanada, trouxemos aqueles ingredientes simbólicos, como frutas secas, a romã e lentilha. Venha descobrir como alguns destes pratos se inseriram como tradições nas ceias do final de ano, além de conferir muitas receitas para surpreender a família ao redor da mesa. As oleaginosas, como castanhas, nozes, avelãs etc. Também são presença garantida nas mesas de final de ano. Seja in natura, como acompanhamento ou até ingrediente para bolos e tortas, elas são muito ricas nutricionalmente, e na verdade, deveriam fazer parte da nossa alimentação o ano todo. A cada virada de ano, um ciclo se inicia. Novos planos, projetos, desejos e promessas. Gratidão por um ano que se encerra e otimismo para um novo que está por vir. E para selar essa transição, um brinde ao alto! Champanhes e espumantes borbulham nas taças de Réveillon. De primeira mão, já um spoiler: todo champanhe é um espumante, mas nem todo espumante é champanhe. Está passando muito tempo em casa e querendo aprimorar os dotes culinários? Que tal aprender ou aperfeiçoar seu desempenho na cozinha e, ainda, se entreter? Os realities gastronômicos aliam os dois, e opções não faltam, seja por categoria de alimentos (doces, churrasco etc.) ou pelo formato do programa. Ainda nesta edição, você confere mais matérias voltadas ao Fim de Ano, como as frutas da temporada, o universo dos panetones e peixes na ceia da virada; além de viajar através de nossas páginas para Alter do Chão, se refrescar com o drink brasileiro da estação – a caipirinha, e conferir tendências da gastronomia.
Excelentes compras e ótima leitura!
Equipe DelMoro
DELMORO SUPERMERCADOS: MARKETING Hugo Del Moro, Valmir Marques, Fernando Fernandes, Guilherme Barboza CONTEÚDO, EDIÇÃO E ARTE GOYA CONTEÚDO CORPORATIVO LTDA direção editorial Glauco Piccirillo da Silva arte Eduardo Silva,
Maria Isabel Donini Redação Ana Clara Moreno, Elen Valereto, Gabriela Ferigato, Graziela Delalibera, Katia Carminatto, Marcelo Ferri, Michelle Monte Mor, Priscila Vanti, Shayla Silva revisão Bárbara Spigolon Loureiro impressão Gráfica Elyon imprensa assessorias@goyaconteudo.com.br A REVISTA DELMORO É UMA PUBLICAÇÃO DO DELMORO SUPERMERCADOS, PRODUZIDA E EDITADA POR GOYA CONTEÚDO CORPORATIVO. O DEL MORO SUPERMERCADOS NÃO SE RESPONSABILIZA PELOS CONCEITOS EMITIDOS EM ARTIGOS ASSINADOS, BEM COMO PELAS INFORMAÇÕES OU CONTEÚDO DOS ANÚNCIOS PUBLICADOS. A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DO CONTEÚDO DESTA OBRA É EXPRESSAMENTE PROIBIDA SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO.
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nas gôndolas
por ANA CLARA MORENO
p r odut os se l e c io nad o s especialmente para deixar seu dia a dia ainda mais saboroso
Toque aveludado
Elaborado para elevar o padrão de higiene das mãos, o Gel Higienizante Giovanna Baby seca instantaneamente, promovendo uma sensação de limpeza e toque aveludado, com perfumes suaves e exclusivos. Sua fórmula é composta por 70% de álcool, esferas hidratantes e vitamina E, o que não permite ressacamento ou deixa as mãos pegajosas. Há duas opções de fragrâncias para escolher: o Baby Classic, com embalagem rosa, e o Baby Blue, azul, que mesclam estilo, aconchego, praticidade e sutileza. São vários os tamanhos e formatos dos frascos para se adequar a cada tipo de situação, para levar no bolso ou na bolsa, tem o frasco de 50ml e para as mesas de escritório, tem as bisnagas de 160 ml ou de 500 ml.
CONSCIENTE E SUSTENTÁVEL
Fundada com um objetivo simples, de tornar pessoas e planeta mais bonitos, a linha de produtos Love, Beauty and Planet surge como uma alternativa aos cosméticos convencionais. Apaixonadamente estudadas, suas fórmulas contêm extratos e óleos vegetais obtidos de maneira consciente e sustentável, extraídos desde a floresta amazônica ao deserto do Marrocos. Os frascos utilizados são feitos de plástico reciclado pós-consumo e são recicláveis. Os shampoos, cremes e condicionadores são livres de silicones, parabenos e corantes, não causando prejuízos à água após enxágue, também possuem selo vegano, por não serem testados em animais. A linha também conta com os tratamentos adequados para cada cuidado e tipo de cabelo.
NOTÓRIO E SINGULAR
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ob o slogan “when it all began”, que na tradução literal significa “tudo começou quando”, a linha de vinhos Tripantu afirma estar presente nos momentos e histórias mais inesquecíveis compartilhados entre amigos e família. Produzidos nos vinhedos mais tradicionais do Chile, como Vale Central, Maule e Casablanca, apresentam aromas elegantes, suaves e de sabores marcantes. As uvas são selecionadas e colhidas manualmente, depois, maceradas a frio e fermentadas em tanques de aço inoxidável com a temperatura controlada para favorecer a expressão dos frutos. Em seguida, para conferir ainda mais sabor e qualidade, os vinhos envelhecem em barris de carvalho francês e americano até ficarem prontos para engarrafar. Essa passagem pela madeira é perceptível ao paladar o que torna seus toques mais macios e refinados.
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Elegância natural Originária do Vale do Loire, na França, a geleia de quatro frutas da St. Dalfour é composta por morangos, framboesas, amoras e cerejas, sendo a combinação perfeita para suas torradas e doces. Os ingredientes, totalmente selecionados, são preparados em cozimento lento com baixa temperatura e embalados a vácuo em frascos de vidro, para agregar ainda mais qualidade e elegância. Fundada em 1984, a St. Dalfour produz geleias sem açúcar, corantes ou conservantes, que são substituídos por sucos concentrados, o que realça ainda mais seus sabores. Atualmente, a empresa está localizada na região da Aquitânia, sudoeste da França, e exporta para mais de 70 países ao redor do mundo.
CLÁSSICO NATALINO
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enerosamente recheados e com qualidade incomparável, os panetones da Casa Suíça são sinônimos de sabor e excelência. Tudo começou há muito tempo, na Suíça, onde nasceu Emile Otto Eichenberger. Apaixonado por confeitaria, conquistou o certificado de “Confiseur-pâtissier” na famosa confeitaria de Monsieur Paul Steller, em Geneve, e se mudou para o Brasil, onde passou a incorporar sua bagagem e experiência nas clássicas receitas natalinas. Logo, surge a Casa Suíça, uma confeitaria artesanal que oferece produtos de qualidade e sabor irresistível. Entre as opções para se deliciar estão: Três Chocolates, com uma combinação perfeita entre chocolate ao leite, amargo e branco; Frutas Zero Açúcar; Gotas Trufado; Gotas Zero Açúcar; Frutas Tradicional e Gotas Tradicionais.
PARA TODOS OS GOSTOS
Não há nada melhor do que saborear um delicioso biscoito durante o dia. Doce, salgado ou integral, a linha de Biscoitos da Vitarella, fundada em 1993, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, tem opções para agradar os mais diferentes paladares e tornar as refeições ainda mais prazerosas. Seus biscoitos doces são ideais para serem adicionados a receitas, por ter sabor suave e derreter na boca. Os biscoitos salgados são perfeitos para a correria do cotidiano, além de saciar a fome, são crocantes, saborosos e práticos. Completando a linha de produtos, para os que se preocupam com dietas balanceadas, existem as opções integrais, ricas em fibras e pouco calóricas.
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Tradição de qualidade
FEITO PARA O VERÃO
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ovial, refrescante e descontraído, o Moscatel Ice é a combinação perfeita para o verão, seja para beber durante o jantar, na beira da praia ou em uma tarde na piscina. Produzido na Serra Gaúcha, o espumante harmoniza com frutas, sobremesas, bolos e pratos leves, como frutos do mar, peixes e saladas. Mais suave que o Moscatel Tradicional, possui notas inconfundíveis de frutas, como pêssego, pera e maçã, e florais, de jasmim e rosas, que proporcionam uma experiência única ao paladar. Com sabor marcante e frescor das uvas moscatéis, é levemente adocicado e extremamente trufado. Pode ser servido com pedras de gelo, acompanhado de vinho tinto ou o ingrediente ideal para incorporar drinks diversos.
De um simples café da manhã a um jantar sofisticado, seja servido como aperitivo, acompanhando alguma receita ou o prato principal, os biscoitos Piraquê possuem a qualidade ideal para suas refeições, consequência do compromisso firmado pela empresa carioca há mais de 70 anos. O comprometimento da empresa permanece o mesmo desde 1950: disponibilizar de forma responsável e coerente, produtos da mais alta qualidade que proporcionem alegria e bem-estar para os clientes. Para isso, toda a produção dos biscoitos é controlada por tecnologia de ponta, desde o recebimento da matéria-prima até a embalagem. O mix de produtos é variado e inclui biscoitos recheados, doces, salgados, aperitivos e cookies, além de deliciosas torradinhas e rosquinhas.
DELICIOSO E NUTRITIVO
A crescente busca por um estilo de vida mais saudável trouxe à tona a discussão sobre a importância das escolhas alimentares. Cada vez mais, os atributos nutricionais são levados em consideração no momento da compra. Nesse contexto, com um conceito clean label, ou seja, rótulo simples e uma lista curta de ingredientes, a nova linha Itambé Natural Milk oferece produtos mais naturais, saudáveis e cremosos. O leite, por exemplo, é livre de estabilizantes, substância adicionada no processo de fabricação para conservar seu aspecto físico, o que lhe confere mais leveza e sabor. Para superar a falta do conservante, da ordenha ao envase são menos de 24 horas, três vezes mais rápido que um leite comum, o que garante um produto fresquinho.
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capa por ELEN VALERETO
Delícias de fim de ano COM PRATOS EMPRESTADOS, ADAPTADOS OU SUBSTITUÍDOS POR DE VÁRIAS OUTRAS NACIONALIDADES, AS CEIAS NATALINAS E DE ANO NOVO CHEGAM PARA MARCAR CELEBRAÇÕES
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peru clássico INGREDIENTES • 1 peru temperado descongelado (aproximadamente 4 quilos) • 1/2 colher (chá) de tempero pronto para carne branca • 1 xícara (chá) de vinho branco • 4 colheres (sopa) de manteiga Molho cítrico • 1 colher (sopa) de farinha de trigo • 1/2 colher (chá) de suco de limão-cravo • 2 colheres (sopa) de suco de laranja • 1/2 colher (chá) de tempero para carne branca
MODO DE PREPARO Peru: em uma assadeira, coloque o peru e espalhe sobre ele o tempero pronto amassado com meia xícara (chá) de água, formando uma pastinha. Acrescente o vinho e o suco de
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laranja. Cubra com papel-alumínio e leve à geladeira por, pelo menos, 30 minutos. Retire da geladeira, coloque o peito virado para baixo e besunte com a manteiga. Cubra novamente com o papel-alumínio e leve em forno preaquecido, em cerca de 200 º C, por, aproximadamente, uma hora e meia. Passado esse período, retire o papel-alumínio, vire o peru e deixe assar por mais uma hora, mas sempre regando com o caldo do cozimento que estiver se formando na própria assadeira. Depois de assado, transfira o peru para uma travessa para servir e reserve o restante do caldo para o molho. Molho cítrico: Em um recipiente, dissolva a farinha de trigo em meia xícara (chá) de água e adicione aquele caldo restante da assadeira. Acrescente o suco de limão-cravo, o suco da laranja e o tempero pronto. Deixe ferver sobre a chama do fogão até engrossar. Sirva à parte para acompanhar o peru.
Fonte: Receitas Nestlé
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im de ano já chegou e nem todo mundo está esperando somente o momento de trocar os presentes ou brindar a chegada de um novo ciclo. A programação das ceias para o Natal e Ano Novo também está entre as prioridades, pois marca o momento de compartilhamento entre famílias e amigos com pratos saborosos à mesa. Essa tradição de comemorar o Natal, por exemplo, com fartas refeições, tem algumas interpretações. A primeira delas é a mais conhecida e remete à última ceia de Jesus Cristo em companhia de seus discípulos. A segunda teoria faz menção a um antigo hábito dos europeus de deixar as portas de suas casas abertas, na noite de Natal, para receber aqueles que estavam distantes de seus familiares e entes queridos. A ideia, segundo a literatura, é que praticar essa confraternização é um ato cristão muito importante, pois é como se houvesse uma ampliação da família. Além disso, o compartilhamento dos alimentos em uma farta ceia é outra ação significativa que foi sendo ampliada a cada cultura, região ou país. Aqui no Brasil, a adição do peru na
salpicão natalino INGREDIENTES • 1 maçã verde descascada, em cubos • meia colher (sopa) de suco de limão • 2 xícaras (chá) de frango cozido e desfiado • 1 colher (sopa) de azeite • 1 colher (sopa) de salsa picada • 1 pote de iogurte natural integral 170 g • 1 caixinha de creme de leite • 2 colheres (sopa) de salsão picado • 1 cenoura média ralada • 2 batatas cozidas e picadas • 2 envelopes de tempero pronto para aves • meia xícara (chá) de amêndoas tostadas em lascas
MODO DE PREPARO
ceia de Natal, por exemplo, que atualmente é tão representativo para essa refeição de fim de ano, teve como influência o hábito dos norte-americanos de consumir essa ave. Eles também comemoram o Dia de Ação de Graças com esse prato. “Hoje, a mesa de Natal brasileira possui pratos de origens distintas, como o peru, que tem sua origem com os índios norte-americanos, astecas e maias. Eles acreditavam que a ave, por ser grande, era capaz de alimentar muitas pessoas e um símbolo de fartura”, destaca o professor de gastronomia e personal chef Rodrigo Bueno. A origem de outros povos também está no uso das frutas frescas para
Fonte: Receitas Nestlé
Em uma tigela grande, misture a maçã com o suco de limão. Junte o frango, o azeite e a salsa picada. Acrescente o iogurte natural, o creme de leite, o salsão picado, a cenoura, a batata, o tempero pronto para aves e sal a gosto. Misture bem, coloque em uma saladeira, distribua as lascas de amêndoas e sirva.
NOZES E CASTANHAS FAZEM PARTE DA CEIA DOS BRASILEIROS
compor a mesa. A herança desse costume veio dos romanos, conta Bueno, como forma de homenagear o solstício de inverno, assim como as castanhas e frutas secas. “As avelãs, por exemplo, eram adicionadas para evitar a gula, já que causam saciedade; as nozes, por serem símbolo de prosperidade, e as amêndoas, porque acreditava-se que protegiam dos efeitos causados pelo excesso de bebida”, explica o profissional. “O Réveillon é símbolo de recomeço. Acredita-se ser um momento de fartura e felicidade, de planejar e executar novos planos ou os não possíveis no ano velho, perdoar aqueles que nos fizeram algum mal e repor as energias. Exatamente por isso, não podem faltar
O PERNIL É UMA DAS ESTRELAS NAS CEIAS BRASILEIRAS
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dade também é depositado na romã. A fruta, inclusive, é muito usada em simpatias na virada do ano, juntamente às uvas. As duas frutas têm suas sementes guardadas em bolsas ou carteiras como sinal de um ano com mais dinheiro no bolso. Há, ainda, aqueles que acreditam, como superstição, que todos os tipos de aves devem ser evitadas na ceia de Ano Novo. Isso porque consideram o hábito de ciscar das aves um mau agouro para o novo período que se inicia, ao ser compreendido como retrocesso, um “andar para atrás”. Peixes e suínos são boas pedidas, já que nadam ou fuçam para frente, como sinal de vida contínua. ALIMENTOS TRADICIONAIS
tender INGREDIENTES • 1 minitender • Suco de 3 laranjas • 1 /2 xícara (chá) de mel • 2 ramas de canela • 1 /2 maço de hortelã
Fonte: Sadia
MODO DE PREPARO Coloque o tender em uma assadeira e regue a peça com o suco de laranja e o mel. Adicione as ramas de canela na assadeira para aromatizar a carne. Cubra o tender em papel-alumínio e leve para assar em forno médio (210 º C), por cerca de uma hora. Retire o papel e deixe no forno dourando por mais 30 minutos. Em outro recipiente, coloque o líquido formado no fundo da assadeira e misture com a hortelã picada. Sirva o molho com o tender fatiado.
alegria e mesa farta na virada”, reforça o professor de gastronomia, que completa: “O que realmente podemos garantir é que as ceias de final de ano representam essa miscigenação brasileira, pois une tradições de várias partes do mundo”. FARTURA E BOA SORTE A lentilha é outro alimento famoso nas ceias brasileiras – tanto na de Natal, quanto de Ano Novo –, mas de consumo emprestado da tradição italiana. Segundo os povos do país da grande bota, a lentilha representa dinheiro e promove a abundância para o próximo ano. O símbolo da prosperi-
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PERU um clássico das ceias natalinas, a ave representa fartura devido ao seu tamanho superior a outras espécies. A tradição de incluir o peru nas refeições veio dos norte-americanos, mais precisamente dos índios, há centenas de anos, mas também era apreciado no Brasil Colônia por influência dos portugueses. Também é uma ave de rápida engorda. PERNIL devido a adaptações ao hábito de consumir bacalhau, que não era viável financeiramente a muitos brasileiros, houve uma tendência em substituir o peixe por opções de fácil criação e pequeno porte, como os porcos. A carne é farta e tradicionalmente temperada, aromatizada com especiarias, tendo tanta importância para as ceias brasileiras – de Natal e Ano Novo – quanto o peru.
BACALHAU, UMA TRADIÇÃO PORTUGUESA
TENDER é um pernil de porco defumado e caiu, primeiramente, no gosto do paulistano, na década de 1950. Conta-se que um frigorífico importou algumas peças de tender, que trazia os dizeres “tender made”, ou seja, “feito com carinho”. Daí o novo nome. Embora já venha praticamente pronto, o tender é levado ao forno para assar e dourar com especiarias e outros molhos para dar umidade e aroma. BACALHAU tradição portuguesa, o bacalhau é ingrediente fundamental para várias receitas que podem ser servidas nas ceias. Com batatas, ovos e muito azeite de oliva extravirgem, as opções podem incluir bacalhau em lascas, em postas ou desfiado, para pratos quentes, saladas e entradinhas. Versátil, é um ingrediente que pode ser escolhido tanto para as ceias de Natal, quanto de Ano Novo.
bacalhau à gomes de sá INGREDIENTES • 500 g de bacalhau • 1 kg de batatas • 2 cebolas em fatias finas • 2 dentes de alho em fatias finas • 200 ml de azeite • 1 colher (sopa) de salsa picada • 2 ovos cozidos • 30 g de azeitonas pretas • Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE PREPARO Descongele e lave a peça já dessalgada. Lave as batatas e cozinhe-as com a casca em água temperada com sal. Escorra
FRUTAS SECAS em homenagem ao solstício de inverno, foi ideia dos romanos oferecer uma mesa farta para agradecer ao novo período. As frutas secas e castanhas tinham como objetivo dar saciedade, evitar a ressaca de exageros etílicos e, ainda, promover o símbolo de prosperidade – como era compreendida a presença de nozes. RABANADA preparada tradicionalmente com pão amanhecido, ou seja, não fresquinho, esse doce é uma simples e deliciosa criação dos portugueses. As fatias de pão são passadas no ovo e canela e, em seguida, vão para a
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bem e deixe esfriar para retirar a casca. Corte-as em rodelas. Reserve. Cozinhe o bacalhau, escorra e transforme a peça em lascas. Coloque o azeite, as fatias de alho e cebola, e leve ao fogo para refogar. Acrescente as batatas e o bacalhau, tempere com pimenta-do-reino e acerte o sal. Mexa, cuidadosamente, para não quebrar as batatas e continue até tudo aquecer bem. Em seguida, coloque em uma assadeira, espalhe a mistura, mas sem pressionar. Leve ao forno a 170 º C até dourar – o equivalente a, aproximadamente, 15 minutos. Retire do forno e finalize decorando com um ovo cozido picado, o outro em rodelas, a salsa picada e as azeitonas.
tiramisu de limão-siciliano com iogurte grego
PANETONE É A CARA DO NATAL BRASILEIRO
INGREDIENTES • 6 potes de iogurte grego tradicional • 1 pote de requeijão tradicional cremoso 200 g • raspas da casca de 2 limões-sicilianos Montagem •m eia xícara (chá) de suco de limão-siciliano • 1 pacote de biscoito tipo champanhe • raspas de chocolate branco • 2 colheres (sopa) de amêndoas em lascas, torradas
MODO DE PREPARO
Fonte: Receitas Nestlé
Creme: em um recipiente, misture o iogurte grego, o requeijão e metade das raspas de limão-siciliano. Reserve. Montagem: em um recipiente, misture o suco de limão-siciliano com meia xícara (chá) de água e passe rapidamente parte dos biscoitos champanhe, acomodando-os lado a lado no fundo de um refratário quadrado (21 x 21 cm). Distribua metade do creme de iogurte e requeijão e repita as camadas de biscoito e creme. Finalize com as raspas de chocolate branco, com o restante das raspas de limão-siciliano e com as amêndoas em lascas, torradas. Leve para gelar por cerca de 2 horas.
frigideira. Embora no continente europeu as rabanadas tenham aceitação o ano todo, caiu na graça dos brasileiros apenas nas ceias de Natal, para reaproveitar os pães e evitar desperdício nos excessos das refeições. ARROZ À GREGA apesar do nome sugerir uma possível origem na Grécia, o arroz à grega é um prato de origem brasileira. Ele pode ser preparado com ervilha, passas, cenoura e outros vegetais cozidos e cortados em pedaços bem pequenos. PANETONE é a cara do Natal brasileiro
e não é servido apenas na ceia, mas também em cafés da manhã e da tarde. De origem italiana, o panetone surgiu no norte do país, onde era comum preparar pães doces para as comemorações de fim de ano. Com as imigrações para o Brasil, não demorou para o consumo do panetone no Natal se fortalecer. O pão adocicado possui massa delicada e traz, tradicionalmente, frutas cristalizadas, mas também ganhou outras deliciosas versões com chocolate, recheios diversos e coberturas. UVA-PASSA seu uso é polêmico e uma enxurrada de “memes” já podem ser
A RABANADA É PREPARADA TRADICIONALMENTE COM PÃO AMANHECIDO
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encontrados na internet com as torcidas contra e a favor, pois há aqueles que amam e outros que odeiam sua adição nas refeições. Pelo sim ou não, o fato é que a frutinha mostra versatilidade, pois garante um sabor agridoce a vários pratos, como farofas, maioneses e outras saladas. Sua inclusão nas refeições para celebrações tem origem na alta sociedade da Roma Antiga. A uva-passa era servida até mesmo coberta de ouro e fazendo parte da decoração.
biscoito natalinos
VINHOS E ESPUMANTES além de saborosos pratos, não podem faltar nas ceias comemorativas do Natal e Ano Novo bons vinhos e espumantes. As bebidas, que podem ser do tipo tinto, branco ou rosé, não são opções apenas para acompanhar as refeições, mas, principalmente, para brindar, remetendo a antigos hábitos de vários povos para marcar o início das confraternizações.
INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
• 6 xícaras (chá) de farinha de trigo • 2 colheres (sopa) de fermento em pó • 1 pitada de sal • 1 lata de leite condensado • 2 colheres (sopa) de manteiga derretida • 2 ovos • 1 xícara (chá) de mel • meia colher (chá) de canela em pó • meia colher (chá) de noz-moscada ralada • 1 colher (chá) de cravo-da-índia moído • 1 gema para pincelar • açúcar cristal para decorar
Em uma tigela grande, peneire juntos a farinha, o fermento e o sal. Faça uma cova no centro e coloque os demais ingredientes. Amasse até soltar totalmente das mãos. Abra a massa até a espessura de 1 cm e corte os biscoitos em formas variadas, de sua preferência. Coloque-os em uma assadeira untada, pincele gema. Polvilhe açúcar cristal e leve os biscoitos ao forno médio (180°C) por 20 a 30 minutos, até assarem. DICAS: decore os biscoitos, cobrindo-os total ou parcialmente com chocolate derretido ou glacê.
sugestões para a ceia
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No DelMoro você encontra uma ampla carta de vinhos para deixar suas festas de fim de ano ainda mais especiais. Listamos alguns deles: 1. Vinho Chileno Casa Silva Syrah 2. Vinho Argentino Aguaribay Malbec 3. Espumante Brasileiro Garibaldi Prosecco Ice 4. Vinho Chileno Faro Rosé Syrah 5. Vinho Italiano Anella Lambrusco Frisanti Bianco
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radar por SHAYLA SILVA
sai n do d o fo r no dicas quentinhas do universo da gastronomia
DEDO DE MOÇA
Imagine só, ter um cardápio prontinho para suas refeições ao longo da semana? E, ainda, já vir a receita do prato para que você mesmo possa prepará-lo? O site Dedo de Moça proporciona isso, com um cardápio semanal com receitas para o café da manhã, almoço e jantar. A página inicial é repleta de outras receitas, das mais diversas categorias, de saladas, sorvetes a drinks alcoólicos ou não. Como se não bastasse, ainda tem a seção “Como Fazer” - com diversos truques: Como acertar o ponto da carne; Como fazer um bom café coado; Como engrossar o molho, entre muitos outros. Um site super didático, com um design chamativo e receitas de dar água na boca, das simples às mais requintadas, mas, se o seu negócio mesmo for as sofisticadas, lá é o lugar certo. Pato assado com laranja e vinho branco, Ceviche de coco, Chiffon Floresta Negra, Pêssegos assados com calda de café etc. Receitas chiques e clássicas não faltam para que você possa bancar o chef no conforto de casa, apenas com um clique: https://dedodemoca.net
pão nosso
Não restam dúvidas de que o pão caseiro roubou a cena nas redes sociais e mesas brasileiras durante a quarentena. Muitas receitas sendo replicadas e compartilhadas… pães tradicionais, de queijo, italiano, de fermentação natural, com sementes, frutas e outros acompanhamentos. Então, já que um pãozinho não pode faltar em nossos cafés, seja da manhã ou tarde, aqui vai uma dica de podcast pra você mergulhar neste universo, e até aprender mais receitas, truques e curiosidades. O “Pão Nosso” é idealizado pelo jornalista especializado em comida, pesquisador da panificação e autor do livro que dá nome ao podcast, Luiz Américo Camargo. Por lá, você encontra episódios sobre farinhas e fermentos, de viagens através do pão – seguindo culturas e ingredientes regionais –, além de até ter um episódio dedicado aos pães da quarentena e àqueles para já se aquecer para o Natal, como o querido panetone. Ah, e o melhor, são episódios curtinhos, de até 10 minutos, assim nem dá tempo de deixar o pão queimar no forno! Disponível no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.
THE CHEF
Fonte: F5 Uol
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TV aberta brasileira está com mais um programa culinário em seu portfólio. Diferentemente dos realities shows de gastronomia, que bombaram nos últimos tempos, o programa é exibido de segunda a sexta, não apenas um dia da semana. Apresentado por Edu Guedes, o “The Chef” será exibido pela Band TV, substituindo o Aqui na Band, pelas manhãs. Cidinha Santiago será sua parceira na atração, além da companhia de sua filha, de 11 anos, Maria Eduarda, que, inclusive, deu nome ao programa, e do repórter Lucas Salles. De acordo com o apresentador, a ideia do programa é mostrar a receita do começo ao fim, para que as pessoas realmente aprendam e possam reproduzi-las. Aproveitando o momento, em que muitas pessoas se encontraram na gastronomia e até a usaram como alternativa de renda, Edu também conta que, inicialmente, vão investir em pautas de coisas que as pessoas possam fazer e vender para ajudar neste período de pandemia. “The Chef” entrou no ar no final de setembro e é exibido das 9 h às 11 h.
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COZINHA MINEIRA – DOS QUINTAIS AOS TERRITÓRIOS GASTRONÔMICOS
Que tal desbravar as terras mineiras por um outro viés? Pela visão gastronômica. O chef Eduardo Avelar se dedicou a pesquisar a complexidade dos sabores de Minas Gerais e fez um verdadeiro mapeamento gastronômico. No livro “Cozinha Mineira – dos quintais aos territórios gastronômicos, as cidades não são definidas e separadas por limites ou fronteiras, mas, sim, através das características de suas cozinhas. Nesta “nova versão” de Minas, o estado foi dividido em cinco territórios gastronômicos – Rios, Espinhaço, Mantiqueira, Cerrado e Central – e cerca de 30 subterritórios. A obra é resultado de mais de 20 anos dedicados ao estudo de Minas Gerais pela mesa, depois de Avelar visitar mais de 1.200 localidades, entre cidades e distritos.
FELIPE BRONZE
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onsiderado um dos maiores nomes da gastronomia contemporânea, Felipe Bronze já detém duas estrelas Michelin – guia que avalia os melhores restaurantes do mundo – pelo seu restaurante carioca Oro. Além das cobiçadas estrelas, Bronze acumula mais de vinte prêmios, sendo a maioria à frente do Oro, que, em 2018, estreou no ranking Latin America 50 Best Restaurants, além de ter sido o único carioca a fazer parte do ranking dos cem melhores chefs do mundo, organizado pela revista francesa Le Chef. Já, o Pipo é a primeira empreitada do chef em território paulista, tendo uma proposta mais informal e acessível, de petiscos e tapas a arrozes e pastas. Os dotes culinários de Felipe Bronze também podem ser conferidos nas telinhas. No comando de atrações culinárias do canal fechado GNT – Que Seja Doce e The Taste –, agora, o chef expande seus horizontes ao apresentar o mais novo reality de gastronomia da Record, o Top Chef.
dulce delight
Fonte: GQ Globo
Dulce Delight Brasil é o primeiro canal do YouTube dedicado à confeitaria. Há 10 anos, a diretora de arte e chef de confeitaria Raiza Costa, radicada em Nova Iorque, chegou à plataforma apresentando receitas de sobremesas feitas sem o uso de corantes artificias e celebrando ingredientes frescos e orgânicos. Raiza frequentou o The French Culinary Institute of New York e, inicialmente, seu conteúdo era dedicado à confeitaria francesa e suas técnicas verdadeiras. Atualmente, com quase um milhão de inscritos (928 mil, mais precisamente), o canal está mais abrangente, inclusive com playlist dedicada também a nossa rica confeitaria brasileira. Independentemente da origem do doce, francesa ou brasileira, o que garantimos é que o canal é um verdadeiro paraíso para as “formiguinhas de plantão”. Este formato e conteúdo inovador, até então, inclusive levou o canal a ganhar um prêmio pelo Taste Awards San Francisco como o programa mais criativo do YouTube.
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panificação por KATIA CARMINATTO
sabor de
t r a dição
PANETONE, O DOCE NATALINO QUE NÃO PODE FALTAR NA MESA DURANTE A ÉPOCA
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ma história por trás de muitas histórias. Talvez seja essa a essência do verdadeiro sabor do panetone. Para quem é fã incondicional do gosto frutado e da massa leve, difícil não associar um pedaço fresquinho do mais tradicional pão de Natal às lembranças gostosas de momentos ao redor da mesa com a família. A verdade é que, apesar de ser considerada uma tradição nacional, essa iguaria é das mais deliciosas influências italianas em terras brasileiras. O historiador italiano Pietro Verri descreve em seu registros que a tradição das famílias milanesas do século IX era se reunir em torno da lareira no Natal, esperando que o patriarca repartisse um grande pão e oferecesse um pedaço a todos presentes como sinal de comunhão.
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ca do Renascimento que viviam em Milão. Ao se apaixonar por Adalgisa, filha do padeiro Toni, Ughetto viu-se impedido de se casar pela condição humilde da moça. Para resolver a situação, ele resolveu ajudar o futuro sogro na padaria e incrementar a receita de pão com manteiga, açúcar, pedaços de cidra caramelizada e ovos. O sucesso estrondoso do “pan del Toni” transformou a padaria em uma referência na cidade e os bons resultados financeiros do intento abriram caminho para que as famílias concordassem com o casamento do jovem casal.
NA PRATELEIRA
Neste ano, os clientes DelMoro vão encontrar as seguintes marcas de panetones: Bauducco, Casa Suíça, Itália Mia, Romanato, Santa Edwiges e Seven Boys. Além destes, a padaria DelMoro terá uma fabricação própria de panetones artesanais.
PAN DI TONI O que se sabe, de fato, é que o panetone, como é conhecido hoje, nasceu na Idade Média. Sua origem é permeada de lendas. A mais famosa conta que o panetone nasceu na corte de Ludovico il Moro, senhor de Milão no distante século XV. Um famoso cozinheiro que estava a serviço de Ludovico havia criado, pessoalmente, a massa para uma sobremesa extraordinária, cuja receita era segredo de família. Porém, na hora do preparo, o cozinheiro se esqueceu de tirar o bolo do forno a tempo, deixando-o queimar totalmente. Felizmente, um criado chamado Toni guardou para si um pouco da massa perdida e acrescentou algumas frutas cristalizadas, ovos, açúcar e passas. Ele queria cozinhá-la depois de terminar o trabalho para ter algo bom para comer. O cozinheiro descobriu os restos de massa e decidiu dar-lhe a forma de
pão e levá-la, mesmo assim, para a mesa do príncipe. A sobremesa foi tão apreciada que a família decidiu chamá-la de “pan di Toni”, que, com o passar dos anos, foi se transformando em panetone. A receita passou a ser servida em todos os banquetes de Natal dos anos seguintes e, logo, o costume se espalhou por toda a população. ROMANCE A outra história sobre a origem do panetone é recheada de romance. O protagonista da vez é Ughetto, escudeiro dos Sforza, governantes da épo-
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PÃO ESPECIAL Existe também uma lenda que atribui a origem da receita à Irmã Ughetta, uma freira de um convento milanês que, para a celebração do Natal, pensou em fazer um bolo para as outras irmãs com os poucos ingredientes disponíveis na despensa do mosteiro. Ela acrescentou ovos e açúcar, frutas cristalizadas e passas à massa de pão de costume. Para abençoar aquele pão de Natal, ela desenhou uma cruz nele com a faca. Não só as freiras, mas também a população de Milão apreciou a criação da Irmã Ughetta. Não demorou para que os milaneses começassem a fazer ofertas ao convento para levar para casa um pouco daquele pão especial. PANETONE DE SAN BIAGIO A tradição é tão forte que, até hoje, em Milão, é costume guardar uma porção do panetone servido no almoço de Natal para ser comido só no dia 3 de fevereiro, junto com a família e de estômago vazio. O gesto faz parte da celebração da festa de San Biagio, o santo protetor contra doenças da garganta e resfriados, segundo a crença cristã. Também neste dia, os lojistas, para se desfazer dos
itens não vendidos, comercializam o chamado panetone di San Biagio. RECEITA CLÁSSICA Mitos à parte, o que nunca mudou nesta história toda foi a receita do panetone. A fabricação artesanal da iguaria se manteve concentrada até 1900 e se espalhou pela Itália a partir de 1950, quando passou a ser industrializada. Por lá, a produção é levada tão a sério que, desde 2005, existe um decreto determinando as quantidades de cada um dos ingredientes que compõem a receita: farinha, sal, açúcar, ovos, nata, frutas cristalizadas, aromas naturais e, detalhe, fermentação natural. “Os italianos também têm panetone de limão, amêndoas, outras frutas cítricas e o pandora, que é a versão sem frutas, mas o panetone tradicional é o de passas e frutas”, conta o chef-padeiro Rogério Shimura. No Brasil, a receita do panetone foi trazida em 1948 por Carlo Bauducco, empreendedor italiano que fez questão de incluir na bagagem uma massa fermentada enrolada em um pano molhado, a massa viva que, segundo a empresa que leva o nome do fundador, ainda hoje compõe a receita de cada panetone da marca.
segredo do chef O chocotone, inserido no mercado nacional em 1978 por conta de um trabalho experimental de faculdade do neto de Bauducco, e as outras variações foram introduzidas no mercado nacional aos poucos e, sim, também caíram no gosto popular.
O CHOCOTONE FOI INSERIDO NO MERCADO NACIONAL EM 1978
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Para aqueles que se aventurarem na receita caseira, uma dica de Shimura: “É importante trabalhar com ingredientes de primeira qualidade e respeitar os processos de batimento, descanso, tempo de fermentação e cocção”. Parece básico, mas a leveza da massa depende, essencialmente, destes fatores. “Para o aroma, podemos usar raspa de limão, laranja, fava de baunilha, mel de laranjeira, casca de laranja cristalizada, casca de limão, raspa de lima da pérsia”, acrescenta o chef eleito como o melhor padeiro do mundo, em 2019, pela International Union of Bakers and Confectioners (UIBC). Shimura lembra que, por conta das enzimas e aromas utilizados nos panetones industrializados, a receita caseira não consegue atingir as mesmas características, mas não deixa de ser uma experiência gastronômica deliciosa. Seja com passas, com chocolate, com frutas cristalizadas ou do seu jeito, o que vale, de verdade, são as memórias deste momento especial com as pessoas queridas. Porque, no Natal, o importante é celebrar.
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adega
por GABRIELA FERIGATO
O FIM DO ANO JÁ BATE À PORTA E, COM ELE, TODO MUNDO COLOCA PARA GELAR OS CHAMPANHES E ESPUMANTES, MAS VOCÊ CONHECE AS DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS?
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teor alcoólico
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á muitos protagonistas nas festas de fim de ano. Dois deles são responsáveis pelos brindes repletos de agradecimentos pelo ciclo que passou e desejos para o que ainda está por vir. Estamos falando dos champanhes e espumantes, presenças confirmadas nesse período, mas, afinal, o que difere um do outro? Há uma máxima na enologia, a ciência que estuda tudo o que está relacionado com a produção e conservação de vinho, que diz: “todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne”. Isso porque, para ser chamado assim, o vinho precisa ter sido feito na região de Champagne, no Nordeste da França. Segundo Daniel Salvador, presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), a diferenciação deve estar no rótulo de cada produto. Os franceses indicam se tratar de Champagne, enquanto os demais países usam outras expressões, por exemplo: espumante, no Brasil; Cava, na Espanha e Prosecco, na Itália. “Em outros locais há predominância pelo uso de espumante também”, completa. O Champagne, o vinho com as famosas bolhas, acompanhou uma trajetória de eventos célebres, principalmente ao lado de reis e rainhas. Um grande
apaixonado foi o monarca francês Luís XIX, apelidado de “Rei Sol”, que ocupou mais de setenta décadas de reinado. Ele provou a bebida aos 16 anos na cidade de Reims, durante sua coroação e, a partir de então, o elegeu como a sua favorita. Nos Champagnes, as uvas autorizadas na produção são Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. “Obrigatoriamente, a tomada de espuma (ou segunda fermentação) deve ocorrer na própria garrafa e o tempo de envelhecimento também é determinado. Esse processo usado é chamado de Tradicional ou
Todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne”. Isso porque, para ser chamado assim, o vinho precisa ter sido feito na região de Champagne, no Nordeste da França
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O teor alcoólico dos espumantes deve ser entre 10 e 13% em volume e, dependendo da cor da uva utilizada e de sua fermentação, podem ter as seguintes variedades: Brancos; Rosés ou Rosados e Tintos ou Rouge. Eles ainda podem ser classificados pelo seu teor de açúcar (adicionado no fim do processo de produção). Dos mais secos aos mais adocicados, são eles: • NATURE: até 3 g/L de açúcar • EXTRA-BRUT: entre 3,01 e 8 g/L • BRUT: entre 8,01 e 15 g/L • SEC OU SECO: entre 15,01 e 20 g/L • DEMI-SEC, MEIO SECO OU MEIO DOCE: entre 20,01 e 60 g/L • DOCE: acima de 60,01 g/L Seja qual for o escolhido, eles podem acompanhar inúmeros pratos. Segundo Salvador, pensando em carnes brancas (pescados e frangos), é possível apostar nos tipos Nature, Extra-Brut e Brut, tanto Brancos como Rosés. Já, pulando para a sobremesa, como o tradicional Panetone ou mesmo cremes, doces e bolos de frutas, o Moscatel e bebidas com maior açúcar residual são boas pedidas. Por fim, para o aguardado brinde, todos são ideais, desde que servidos na temperatura correta (entre 5 ºC e 8 ºC).
Champenoise”, destaca Salvador. Essa foi uma das primeiras técnicas de fermentação desenvolvidas na França. Nela, depois que o líquido transforma o açúcar em álcool, ele precisa ser engarrafado para entrar em contato com as leveduras que geram o gás carbônico. O espumante se diferencia das demais bebidas por ser elaborado a partir de duas fermentações
alcoólicas. A primeira é a mesma que se faz para produzir um vinho sem “bolhinhas” – a fermentação é o que ocorre quando a levedura presente na uva come o açúcar e o transforma em álcool e anidrido carbônico (gás que forma as bolhas). Quando se elabora um vinho, normalmente o anidrido carbônico é liberado. Portanto, é exatamente na segunda fermentação que ele ganha a sua identidade.
“A região de Champagne se destaca pelo glamour e tradição, já aqui, ganhamos espaço e qualificação por uma produção mais moderna e com altíssimo nível de qualidade.” Daniel Salvador, presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE)
“No Brasil (e em muitos países), há duas técnicas ou processos para elaborar espumantes. Pelo método Tradicional (segunda fermentação na garrafa) ou pelo método Charmat, onde a segunda fermentação ocorre em grandes tanques de inox chamados de autoclaves. Para o Tradicional usamos, principalmente, uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling. Já para o Charmat, além dessas três, utilizamos também uvas Trebbiano e Prosseco (Glera)”, explica o presidente da ABE. Segundo Salvador, existem muitas diferenças entre as bebidas em relação à clima, solo e variedades. Para se produzir um bom espumante ou champagne, são necessárias características naturais propícias para sua elaboração. “No Brasil, as condições são ideais, tanto que nossos espumantes bateram recorde de premiações internacionais em 2019. A região de Champagne se destaca pelo glamour e tradição, já aqui, ganhamos espaço e qualificação por uma produção mais moderna e com altíssimo nível de qualidade.”
para brindar e refrescar! Uma seleção de rótulos espumantes estão disponíveis nas lojas do DelMoro Supermercados. Escolha e o seu e boas festas.
Monte Paschoal Moscato
Aurora Moscatel
Aurora Sem Álcool
Garibaldi Ice 0,0% álcool
Garibaldi Prosecco
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Primícias Moscatel
Virtus Brut
Virtus Demi-Sec
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receita do chef
por SHAYLA SILVA
um gesto de carinho O QUE A QUARENTENA TROUXE PARA QUE AS PESSOAS TIVESSEM O INTERESSE DE RESGATAR O PREPARO ARTESANAL? MÁRCIA FARIAS As famílias puderam ficar mais próximas, muita gente conseguiu dar uma respirada neste momento de agonia. Conseguiram parar e relembrar o passado, e pensar em como era com a família, porque há um tempo, há uns 20 anos, nós tínhamos um ritmo de vida mais tranquilo, em que as pessoas, para conversar, se encontravam mais, tinha aquele almoço de família, ou o café da manhã… Então, são coisas que eu acho que foram resgatadas neste tempo que as pessoas ficaram muito em casa. Quando você prepara um pão ou qualquer comida que seja pra agradar a sua família, ela tem um valor sentimental também, um valor afetivo muito grande.
Márcia Farias “Eu vendo comidas que gosto de dar para minhas filhas e filho comer”. É assim que Márcia Farias descreve a essência de seu negócio, o Márcia Farias Gastronomia (@marciafarias_gastronomia), situado em Alta Floresta – MT, especializado em panificação artesanal. Bancária e professora universitária por muitos anos, Márcia tem contato com a gastronomia há cerca de uma década. Tudo começou ao recusar o convite de um trabalho que exigia inúmeras viagens. Decidida a passar mais tempo com a família, após o nascimento de sua segunda filha, foi na culinária que encontrou uma porta aberta. A investida nesta área teve início com a venda de pães de queijo caseiros, que foram expandindo para bolos, pães etc. Com o reconhecimento na cidade, Márcia montou uma cozinha e também passou a atender buffets de cafés e jantares. Declarada a sua paixão pela panificação, decidiu se especializar. Durante quatro meses, sua casa foi o laboratório experimental, onde testou as possibilidades da fermentação natural. Em 2019, realizou três cursos na Levain Escola de Panificação, regida por Rogério Shimura, eleito “Melhor Padeiro do Mundo em 2019” pelo UIBC – International Union of Bakers and Confectioners. Com a especialização unida à bagagem familiar, a qual credita seu interesse de transpassar a memória afetiva aos alimentos que produz, Márcia resolveu atacar, de vez, no empreendimento, levando o carinho para mesas de outras pessoas.
A DIFERENÇA ENTRE A PANIFICAÇÃO/CULINÁRIA ARTESANAL EM COMPARAÇÃO AOS INDUSTRIALIZADOS VAI MUITO MAIS ALÉM DO VALOR COMERCIAL? MÁRCIA FARIAS Sim, sem dúvidas. Porque você vai precisar preparar e vai ter dedicação, vai pensar no tempero diferente, você vai criando uma situação como se você preparasse individualmente, pensando naquele seu cliente. No caso dos meus pães mesmo, eu tenho clientes que falam ‘Márcia, você consegue fazer meu pão mais branquinho? Mais moreninho, que eu gosto mais?’, então, no que eu posso personalizar esse pão pra pessoa, é o que eu procuro fazer. Acho que, no paladar, ela sente essa dedicação do momento ali. AGORA QUE AS PESSOAS RESGATARAM ESSE GOSTINHO DE PRODUZIR/COMPRAR PRODUTOS ARTESANAIS, VOCÊ ACHA QUE É UMA ONDA QUE VEIO PARA FICAR? MÁRCIA FARIAS Eu acredito que sim. Daqui uns dias, voltam essas coisas de viagens, ou pai e mãe que tem que sair cedo pra trabalhar, mas a diferença deste momento, deste sabor que ficou, ‘ah, vamos comprar de tal pessoa, que tem uma pegada mais artesanal’, não tenho dúvidas de que vai permanecer. Quem pode, quem tem condições de continuar fazendo, eu acredito que vá ter essa dedicação ainda. Mas que essa coisa do artesanal vai permanecer, e as pessoas vão cada dia mais buscar isso, eu não tenho dúvidas.
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Bolo de castanha-do-brasil INGREDIENTES • 3 ovos • 1 xícara de açúcar • 1 xícara de trigo • 1 colher sopa de manteiga • 250 g de castanha triturada • ½ xícara de creme de leite • 1 colher de fermento em pó
MODO DE PREPARO 1 Bata as claras em neve e reserve. 2 Bata o açúcar, as gemas e a manteiga até que fique bem cremoso.
3 Acrescente o creme de leite, o trigo e as castanhas.
4 Acrescente o fermento e as claras em neve, mexendo suavemente.
5 Leve ao forno a 180 °C, por 30 minutos.
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receita do chef
por SHAYLA SILVA
colecionando histórias COMO SURGIU O CONCEITO DO FERRO VELHO? FERRO VELHO Quando eu voltei de uma viagem pra África, surgiu esta ideia de montar um restaurante que é, basicamente, o lixo de todo mundo. Em algumas cidades aqui do Mato Grosso, com apenas 30, 25 anos, não se tem muita antiguidade como a gente encontra nas capitais. E aí tudo isso vira lixo. Só que esse lixo é apego, história, sentimento de alguém. No outro restaurante, que ficamos por sete anos, o Dito e Feito, fomos acumulando objetos, carro antigo, máquina de escrever, tudo… e aí, por fim, que nasceu o Ferro Velho.
Ferro Velho A gastronomia está presente na veia da família Scopel há um bom tempo, mais precisamente há 60 anos. Tudo começou com a bisavó de Pablo Scopel, a matriarca que repassou seus dotes culinários a sua filha, Gisela, até que chegasse em Pablo, que representa a terceira geração de cozinheiros de mão cheia da família. O talento se reverteu em empreendimento e o mais recente deles é o Ferro Velho Cozinha Artesanal. Inaugurado em 21 de agosto de 2018, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, o restaurante comandado por mãe, pai e filho – Gisela Scopel, Valmir Mathias e Pablo Scopel – tem o intuito de levar, justamente, o que só uma família pode oferecer: amor, atenção e cuidado. Todos esses aspectos que a gastronomia afetiva do Ferro Velho proporciona ainda estão aliados a um outro diferencial, a ambientação. A decoração retrô, composta por inúmeros objetos raros, muitas vezes descartados, complementa o resgate da história, o mergulho no passado, aflorando, assim, a memória afetiva que a culinária do Ferro Velho já propõe. A semente na gastronomia plantada por Gisela está sendo regada por Pablo, que, juntamente a ela, continua o legado da família, e através de seu estabelecimento, proporciona uma experiência gastronômica completa, uma visita às memórias do passado para que novas sejam construídas: “Em dois anos, a gente já perdeu o número de vezes que a gente viu pessoas chorando, de felicidade, de emoção. Ela pega um telefone de guerra, e fica recordando, relembrando. O cliente senta e perde a noção do tempo”.
O QUE DEFINE A COZINHA DO FERRO VELHO COMO ARTESANAL? FERRO VELHO Artesanal engloba a gastronomia, o geral, pra gente, que seria o que… A gente não vende só comida, pro pessoal ir lá, encher a barriga, pagar e ir embora. A gente vende a experiência. O nome do restaurante, a passagem pelos objetos, o aroma, a comida… E, se nada disso funcionou para o cliente dentro do restaurante, a hora que ele chegar à mesa, só toca música com LPs. O artesanal, pra gente, engloba isso. Artesanal seria uma experiência gastronômica. Eu tenho o costume de falar que a comida nossa é só um complemento para toda a experiência que você vai viver dentro do nosso restaurante. EM RELAÇÃO À CARACTERÍSTICA DA COZINHA, DE ONDE ELA RECEBE INFLUÊNCIAS? FERRO VELHO Na entrada do restaurante, temos um mapa do Brasil, e todo cliente que entra, a gente pede pra pegar um pontinho e colocar de onde ele é. Aí eu consigo olhar pro mapa e tratar de onde eu vou colocar a gastronomia. Eu percebo que, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, eu tenho bastante cliente. Esse é um mecanismo que eu tenho dentro do restaurante pra captar o que a galera tá afim de consumir, de gastar, investir. A nossa característica é uma cozinha mais “bruta”, a comida feita na panela de barro, servida em cima do fogão, essa coisa toda.
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smash burger turbinado
5 Coloque os hambúrgueres em camadas em saquinhos plásticos, entre uma camada e outra, e reserve.
6 Grelhe um lado dos hambúrgueres (fizemos na chur-
rasqueira!) e, depois de 5 min., vire e coloque o queijo de sua preferência, deixe mais 3 min. e pronto!
INGREDIENTES HAMBÚRGUER
INGREDIENTES CEBOLA
• Pão de Hambúrguer com Gergelim • 120 g de Acém moído (carne de 2ª é a melhor, devido à quantidade de gordura da carne que o deixará suculento) • 50 g de Bacon, sal e pimenta a gosto
• 2 Cebolas roxas grandes • 2 col. sopa de Manteiga • 1 col. sopa de Açúcar Mascavo • 1 col. chá de Sal • 1 lata de Cerveja Preta
MODO DE PREPARO 1 Em um processador, coloque o bacon em cubos grandes e
MODO DE PREPARO
processe bem.
2 Misture o bacon com a carne, tempere com sal e pimenta.
1 Refogue a cebola já cortada em cubos (mas pode ser em tirinhas) na manteiga.
3 Pegue uma porção de 120 g da carne e formate uma bola
2 Adicione o açúcar mascavo e o sal, misture bem e já adicio-
não muito grande, jogue de uma mão para a outra para que a gordura do bacon incorpore na carne.
ne a cerveja preta.
4 Amasse a bolinha de carne e ajeite as bordas, formando
3 Em fogo médio, mexa de vez em quando, por, aproxima-
um hambúrguer.
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damente 30 minutos até a cebola reduzir bem e reserve.
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gastronomia
peixe nas festas de
por MARCELO FERRI
fin a l de ano
ALÉM DE ALTAMENTE NUTRITIVO E DE FÁCIL DIGESTÃO, PEIXE É SINÔNIMO DE BOAS VIBRAÇÕES NAS CEIAS DE NATAL E DE ANO NOVO 38
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ômega 3 são atribuídos efeitos anti-inflamatórios e neurorreguladores. O pescado também é rico em proteínas de alta digestibilidade, rico em lisina e aminoácidos essenciais, é fonte de vitaminas A, C, D, B1, B2 e ácido fólico. Ainda é fonte de fósforo, cálcio, ferro e, no caso dos marinhos, iodo. Além disso é rico em ômega 3 e ômega 6. SIMBOLOGIA Além de muito saudável e de fácil digestão, ideal para compor um cardápio balanceado e adequado ao calor típico desta época do ano no Brasil, algumas culturas alimentam, também, a crença de que o pescado traz boas vibrações
Pacu na Folha de Bananeira INGREDIENTES • 1 pacu inteiro (2 kg) • 3 colheres (sopa) de tempero de carnes brancas e legumes • 2 colheres (sopa) de suco de limão • 3 colheres (sopa) de óleo • 2 cebolas raladas • 2 dentes de alho amassados • 1 xícara e meia (chá) de farinha de mandioca crua • 1 xícara (chá) de salsa • 1 folha de bananeira grande
MODO DE PREPARO Limpe bem o peixe e retire as vísceras. Tempere com a metade do tempero pronto e o suco de limão. Reserve. Em uma panela, aqueça uma colher (sopa) de óleo e refogue a cebola e o alho. Junte a farinha de mandioca, o restante do tempero pronto, a salsa e mexa até ficar levemente dourado. Recheie o peixe com a farofa. Lave bem a folha de bananeira e unte-a com o óleo restante. Envolva o peixe na folha de bananeira, coloque-o numa forma e leve ao forno médio (180ºC), preaquecido, por cerca de 60 minutos. Retire do forno e sirva a seguir.
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Fonte: Receitas Nestlé
peixe é carne indispensável nas ceias de Natal e Ano Novo em diversos lugares. Além de leve e altamente nutritiva, a proteína é carregada de simbologia que abastece diferentes culturas milenares pelo mundo. Mesmo no Brasil, onde o consumo médio por pessoa é a metade dos 20 Kg recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o peixe é produto bastante requisitado quando chega o momento de elaborar os cardápios das tradicionais festas de final de ano. Nesse período, o consumo de pescados costuma crescer 15% no país. Só não é maior que o volume registrado na Semana Santa, época em que as vendas sobem 30%. Os dados são da Peixe BR (Associação Brasileira de Psicultura) e englobam peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada usados na alimentação humana. O pescado ganhou maior atenção como alimento após a descoberta de seu alto valor nutritivo, principalmente em relação aos ácidos graxos poli-insaturados, um tipo de gordura considerada saudável. O ômega 3, por exemplo, tem capacidade de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, de alguns tipos de câncer, de asma e de artrite reumatoide. Além disso, ao
às ceias de Natal e Ano Novo. Entre os cristãos, o peixe está diretamente associado a Jesus Cristo e seus milagres. Em grego, peixe significa ICHTUS, sigla para “Iesus Christus Theos Uios Soter”, que em português quer dizer “Jesus Cristo filho de Deus, o Salvador”. Para os orientais, o peixe é símbolo de fecundidade e abundância, em
referência à capacidade de reprodução. Também é sinônimo de purificação, por viver na água, e de superação, por vencer grandes travessias. CONSUMO O primeiro registro do consumo de peixe por nossos antepassados é de 1,8 milhão de anos atrás, na região
salmão com crosta de manjericão INGREDIENTES • 1 kg de lombo de salmão sem espinho com pele cortado em 4 partes iguais • 1 limão • Salsa picada • 2 colheres de sopa de azeite • 2 colheres de sopa de manteiga • Sal e pimenta-do-reino
Chef Melchior Neto
CROSTA DE MANJERICÃO • Folhas de 1 maço de manjericão • 2 fatias de pão de forma integral • Raspas de 1 limão • Sal e pimenta-do-reino
MODO DE PREPARO Acomode os lombos de salmão na
assadeira, já temperados com sal e pimenta-do-reino. Em uma panela pequena, esquente o azeite, depois coloque a manteiga e a salsa, desligue quando derreter e junte um limão espremido. Regue o salmão com essa mistura e coloque no forno preaquecido a 200 °C por 20 minutos, sem cobrir. Retire do forno, acomode a crosta por cima do salmão e regue com a manteiga usando uma colher. Volte ao forno para gratinar e sirva. CROSTA DE MANJERICÃO Pique o manjericão com a faca, esfarele as fatias de pão de forma. Misture bem, colocando raspas de 1 limão, sal e pimenta a gosto.
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onde, atualmente, fica a Tanzânia. É o período em que o Homo erectus incluiu proteína animal à dieta, dando início ao processo de desenvolvimento do cérebro, que culminaria – 1,45 milhão de anos depois – no surgimento do Homo sapiens. Hoje em dia, os pescados correspondem a 17% de toda a proteína animal consumida no mundo. A média anual de consumo é de 20,5 Kg por pessoa. Os dados são da FAO, agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura. China, Noruega, Vietnã e Tailândia são os principais produtores. União Europeia, EUA e Japão são os principais compradores. Juntos, os três países representam 64% do mercado importador de pescados e subprodutos. No Brasil, que tem o estado do Paraná como maior produtor, seguido por Rondônia e São Paulo, os pescados mais consumidos ao longo do ano são a tilápia, o salmão, o camarão, a polaca e o cação. Anualmente, o Brasil importa a média de US$ 1,3 milhão em pescado. Os maiores vendedores de pescado para o mercado brasileiro são o Chile, a Argentina e a China. PEIXES DE ÉPOCA Para facilitar a vida do consumidor em meio à imensa variedade disponível no mercado e à sazonalidade, o Instituto de Pesca, órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, elaborou uma pesquisa sobre a melhor época para aquisição de cada peixe. O estudo
caldeirada de peixe INGREDIENTES •m eio quilo de cação cortado em pedaços • 1 quilo de pescada em postas • 1 quilo de corvina em postas • 2 colheres e meia (sopa) de tempero para carnes e legumes • S uco de 2 limões • 3 colheres (sopa) de óleo •4 cabeças de alho grandes amassadas • 1 cebola grande cortada em rodelas • 1 quilo de tomates batidos e peneirados • 1 folha de louro • 1 pitada de açafrão em pó • f arinha de trigo para empanar •ó leo para fritura • 6 fatias de pão de forma • 2 colheres (sopa) de manteiga • 2 000 ml de água
MODO DE PREPARO Tempere os peixes com o tempero para carnes e legumes e o limão. Em uma panela, aqueça o óleo e doure o alho. Junte a cebola e refogue. Adicione o tomate, batido no liquidificador e passado por peneira. Quando ferver, junte o cação e cozinhe por cerca de 5 minutos. Acrescente dois litros de água, o louro e o açafrão e cozinhe por 30 minutos. Passe a corvina e a pescada pela farinha de trigo e frite em óleo quente. Escorra em papel absorvente. Quando o cação estiver cozido, junte o peixe frito à caldeirada. Cozinhe por mais cerca de 5 minutos. Doure o pão na manteiga, junte à caldeirada e sirva.
considerou a oferta, a característica da carne e o modo de preparo. Na lista do Instituto de Pesca de melhores aquisições para o mês de dezembro estão: bacalhau, cação, corvina, pintado, pacu, pescada amarela e salmão. O bacalhau tem sabor acentuado e baixo teor de gordura, e pode ser preparado cozido, assado ou grelhado. De textura macia e sabor suave, a pescada amarela pode ser preparada cozida, assada, grelhada ou frita. De sabor marcante, textura firme e alto teor de gordura, o pintado fica ótimo quando
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preparado na brasa, mas também pode ser cozido ou assado no forno. O salmão tem textura firme e carne rosada. Traz alto teor de ômegas 3 e 6, e pode ser preparado assado, cozido, grelhado ou até mesmo cru. O pacu tem sabor marcante e alto teor de gordura. Pode ser feito assado ou grelhado. O cação é de sabor suave, textura macia e não tem espinhos. Pode ser feito cozido, assado ou frito. Já, a corvina tem baixo teor de gordura e carne branca de textura firme. Fica boa assada, grelhada, cozida ou frita.
nutrição por PRISCILA VANTI
gordura
do b e m
FIGURINHA FÁCIL NA MESA DE FINAL DE ANO, AS OLEAGINOSAS DEVEM SER CONSUMIDAS O ANO TODO E TRAZEM DIVERSOS BENEFÍCIOS À SAÚDE
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fim do ano está aí. Nesse período, o que não pode faltar à mesa são as frutas oleaginosas (castanhas, nozes, avelãs, amêndoas, entre outras). A tradição natalina de usar frutas secas e oleaginosas vem da Roma Antiga. Naquela época, era costume dá-las de presente a familiares e amigos, com o objetivo de desejar sorte, prosperidade e fartura. De lá para cá, muita coisa neste mundo mudou, mas a presença delas nas comemorações de fim de ano ainda prevalece. Existem diversas maneiras de incluí-las na alimentação, sendo a forma mais comum misturá-las em receitas natalinas ou em sobremesas. No entanto, as oleaginosas podem trazem diversos
benefícios à nossa saúde e devem ser ingeridas o ano todo. As oleaginosas são sementes ricas de óleo, envolvidas por uma casca rígida e que podem ser consumidas in natura. Entre os principais tipos de oleaginosas estão alimentos muito conhecidos, como as nozes, as castanhas, a avelã, o amendoim e a amêndoa. A nutricionista do DelMoro em Alta Floresta, Franciele Zilio Zimmermann, explica que elas são importantes fontes de gorduras boas e possuem efeito anti-inflamatório, protegem nosso cérebro de processos degenerativos, contêm vitaminas do complexo B, além do triptofano, nutriente importante para o equilíbrio do humor.
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NOZES COLABORAM PARA O BOM FUNCIONAMENTO DO ORGANISMO
“As oleaginosas trazem muitos benefícios, pois não alteram nosso colesterol ruim, têm um potente efeito antioxidante, são ricas em fibras, minerais e ômega 9”, fala. De acordo com ela, as principais vitaminas encontradas são: E, A e K. Já, em relação aos minerais, são: ferro, cobre, cálcio, zinco, fósforo e magnésio. Zimmermann conta, ainda, que todas as oleaginosas têm seu valor nutricional e são benéficas para a saúde, não havendo um tipo que seja mais indicado. “As nozes, castanhas, amêndoas, amendoim e avelã são fontes de energia, vitaminas e minerais que colaboram para o bom funcionamento do nosso organismo.” Em relação à quantidade correta de oleaginosa que devemos consumir diariamente, a nutricionista explica que pode variar dependendo do tipo de oleaginosa que será consumida. “Por exemplo, se for consumir nozes, castanha-de-caju, amêndoa, macadâmia e avelã, o recomendado são quatro unidades por dia. Já, a castanha-do-pará,
duas unidades diárias são suficientes.” Para Zimmermann, o consumo desses alimentos deve fazer parte do nosso habito diário. É comum encontrar as oleaginosas já salgadas, açucaradas, caramelizadas ou fritas em gordura hidrogenada. Evite essas versões. “A melhor forma de incluir as oleaginosas na nossa alimentação é de forma in natura”. No entanto, a nutricionista não descarta a adição delas em outras receitas. “Podemos fazer muitos pratos, tanto doces como salgados, com elas, que vão dar um sabor todo especial às preparações e enfeitá-los deixando com um aspecto sofisticado.” Por serem bem versáteis, a partir das oleaginosas também é possível extrair manteiga, óleo e até produzir leite vegetal, que podem ser utilizados em diversas receitas. Quanto ao armazenamento, as sementes oleaginosas não devem ser guardadas em temperatura ambiente, uma vez que elas perdem umidade rapidamente e podem desenvolver mofo. Isso acontece por conta do alto
teor de gorduras saudáveis e antioxidantes das castanhas, que as deixam muito sensíveis, principalmente durante a primavera e o verão. O ideal é guardar na geladeira, de preferência em um recipiente de vidro ou de aço inoxidável bem fechado, que deve estar limpo e seco. Dessa forma, evita-se a oxidação das gorduras e a alteração do sabor. As castanhas ficarão frescas, crocantes e saborosas por muito mais tempo. Mas, se você descuidou e sua oleaginosa acabou perdendo a crocância ou ficando com sabor alterado, ainda assim, procure colocá-las na geladeira em um recipiente hermeticamente fechado por algumas horas. Dependendo do estágio do processo de auto-oxidação, ele ainda pode ser revertido. Se por acaso quiser carregar na bolsa ou levar para o trabalho, não há problema em deixar em temperatura ambiente nesse período. Contudo, leve apenas a quantidade suficiente para ser consumida nesse dia e evite a exposição à luz.
“Podemos fazer muitos pratos, tanto doces como salgados, com elas, que vão dar um sabor todo especial às preparações e enfeitá-los deixando com um aspecto sofisticado” Franciele Z. Zimmermann, nutricionista DelMoro Alta Floresta
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Hortifrúti
por KÁTIA CARMINATTO
A ESCOLH A de cada estação
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e você está entre as pessoas que adoram frutas, vai gostar de saber que está aberta a temporada da fartura, já que dezembro e janeiro são os meses com maior disponibilidade e variedade. E, para você que não gosta tanto assim, saiba que, por serem fontes naturais de vitaminas e minerais, elas são grandes aliadas da boa saúde. Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de, pelo menos, 400 gramas – o equivalente a cinco porções – de frutas ao longo do dia. Ricas em fitoquímicos, micronutrientes e fibras, elas atuam na prevenção de doenças e no fortalecimento do sistema imunológico. Também são válidos os sucos e polpas in natura.
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COMO ESCOLHER
Separamos aqui algumas dicas importantes na hora de escolher a fruta. • Abacate – dê preferência às cascas mais foscas e aos abacates mais pesados, porque possuem mais polpa. • Abacaxi – escolha os mais amarelados e puxe uma folha da coroa; se ela sair facilmente é porque a fruta está boa para consumo. • Banana – dê preferência aos cachos menos amarelados e às bananas mais graúdas. • Laranja e limão – escolha as mais pesadas, pois indicam que possuem bastante suco. • Maçã – evite as que estão muito grandes e brilhantes, pois é sinal de uso de agrotóxico. • Mamão e manga – o aroma suave e doce e a casca alaranjada indicam que estão bons para o consumo.
QUALIDADE Mas, para tirar o máximo proveito desses benefícios, bom mesmo é ficar de olho nas opções oferecidas em cada estação. “As frutas colhidas em época própria são maiores e mais saborosas”, diz o fruticultor Onieger Abritta, proprietário da Abritta Plantas. Isso quer dizer que o ciclo do plantio foi integralmente respeitado e que a fruta foi cultivada nas condições climáticas apropriadas ao seu desenvolvimento. “Além do sabor, frescor e qualidade nutricional superior, as frutas colhidas dentro da safra chegam às bancas com
A LARANJA É UMA DAS FRUTAS DISPONÍVEIS O ANO TODO
preços mais acessíveis por conta do aumento da oferta”, completa Abritta. Mas, nem sempre é fácil identificar a fruta da época, já que muitas delas estão disponíveis o ano inteiro. O fruticultor explica que algumas técnicas agrícolas voltadas para a produção acabam interferindo no tempo de amadurecimento das frutas e, por consequência, no sabor e nas propriedades nutritivas de algumas delas: “Além da demanda do mercado consumidor brasileiro, que é muito grande, muitas frutas são usadas na fabricação de alimentos, sucos e até cosméticos. Por isso, a produção tem que ser contínua”. É o caso do abacate – a estrela da vez – que vem sendo usado como princípio ativo de diversos produtos para cabelos e pele. VARIEDADE Para ajudar o consumidor na identificação da safra, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) criou uma tabela com os principais produtos e os melhores períodos para comprá-los. Agora, no verão, por exemplo, é hora de explorar – e se deliciar – com opções refrescantes como: abacaxi, ameixa,
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cereja, damasco, figo, framboesa, graviola, kiwi, laranja-pera, limão, lichia, maçã, mamão, manga, maracujá, melancia, melão, nectarina, pêssego, romã e uva. Os cuidados extras ficam por conta da escolha e higienização das frutas. Olhar atento à textura, odor, cor e consistência é essencial para verificar se o produto não possui rachadura ou se não passou do ponto. Embora cada fruta tenha a sua particularidade, existem características comuns que ajudam a identificar a qualidade. “Cascas muito brilhantes indicam o amadurecimento precoce e induzido, já o odor muito forte é sinal de que a fruta passou do ponto”, aponta Abritta. Na hora de lavar, a recomendação é deixar as frutas de molho em uma solução de água sanitária depois de lavá-las em bastante água corrente. E nada de esfregar a casca para não romper a superfície e facilitar contaminação. Tomados os devidos cuidados, é só aproveitar. APROVEITE AS SAFRAS Veja aqui a lista completa da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) e
FRUTAS DE NATAL
fique atento às melhores épocas de cada fruta. Janeiro: figo, fruta-do-conde, laranja-pera, mamão, maracujá, melancia e uva. Fevereiro: abacate, ameixa, carambola, coco-verde, figo, fruta do conde, goiaba, jaca, maçã, pera, pêssego, seriguela e uva. Março: abacate, abacaxi, ameixa, banana-maçã, banana-nanica, coco-verde, figo, fruta-do-conde, goiaba, jaca, limão, maçã, mamão, mangostão, nectarina, pera, uva, pêssego, seriguela e tangerina. Abril: abacate, ameixa, banana-maçã, caqui, cidra, jaca, kiwi, maçã, mamão, pera, tangerina e uva. Maio: abacate, banana-maçã, caqui, jaca, kiwi, maçã, pera, tangerina e uva. Junho: carambola, kiwi, laranja-lima, marmelo, mexerica e tangerina. Julho: carambola, kiwi, laranja-lima, mexerica e tangerina.
Agosto: banana-nanica, caju, carambola, kiwi, laranja-pera, lima, maçã, mamão, mexerica, morango e tangerina. Setembro: abacaxi, banana-nanica, caju, jabuticaba, laranja-lima, laranja-pera, maçã, mexerica, nêspera, tamarindo e tangerina. Outubro: abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, manga, coco-verde, jabuticaba, laranja-pera, lima, maçã, mamão, nêspera e tangerina. Novembro: abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, coco-verde, framboesa, jaca, laranja-pera, maçã, mamão, manga, maracujá, melancia, melão, nectarina, pêssego e tangerina. Dezembro: abacaxi, ameixa, banana-prata, cereja, coco verde, damasco, figo, framboesa, graviola, kiwi, laranja-pera, limão, lichia, maçã, manga, maracujá, melancia, melão, nectarina, pêssego, romã e uva.
O ABACATE É USADO COMO PRINCÍPIO ATIVO DE DIVERSOS PRODUTOS PARA CABELOS E PELE
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Nem só de uva-passa vive o Natal. Uma boa mesa de fim de ano pede cor e sabor. E as frutas dessa época têm tudo a ver com isso. Conheça um pouco mais das opções dessa temporada e abuse delas para decorar, degustar e deixar os pratos e sobremesas saudáveis. • Cereja: rica em vitaminas A, B e C, a cereja é alcalinizante. Versátil, pode ser utilizada em combinações de sobremesas ou como acompanhamento de receitas salgadas. • Damasco: altamente funcional, o damasco auxilia o metabolismo por concentrar vitaminas do complexo B, ácido fólico, cálcio, e potássio. • Figo: rico em fibras, o figo é aliado do bom funcionamento intestinal e pode ser usado de diversas maneiras, seja na composição dos pratos ou in natura. • Lichia: fonte de flavonoides, a lichia auxilia na proteção cardiovascular e no equilíbrio do organismo. Perfeita para decorar e ser consumida in natura. • Romã: opção incomum para doces ou salgados, a romã pode surpreender em receita de doces, geleias e até suco. É fonte de ácido elágico e ajuda reduzir a atuação dos radicais livres no organismo. • Oleaginosas: castanhas como amêndoas, nozes e avelãs estão presentes o ano todo nas bancas, mas é no final do ano que elas ganham destaque. Fontes de ômega 3, 6 e 9 elas auxiliam na redução do colesterol e têm ação antioxidante.
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MARCA GAÚCHA ORQUÍDEA OFERECE MIX COMPLETO DE PRODUTOS AO DELMORO, DESDE A FARINHA DE TRIGO ATÉ OS MAIS VARIADOS TIPOS DE BISCOITOS por GRAZIELA DELALIBERA
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constante busca do DelMoro por produtos de qualidade foi um ponto forte para o início de uma parceria de sucesso, que já dura mais de dois anos, com a marca Orquídea, do Rio Grande do Sul. A marca consegue oferecer um mix completo de produtos, desde a farinha de trigo até os mais variados tipos de biscoitos, para, junto ao DelMoro, atender o consumidor final. “A Orquídea, através de seu completo
mix de produtos, está distribuída nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. A parceria com o DelMoro marca a entrada da marca no Centro-Oeste do Brasil e reforça a importância da distribuição nessa região tão importante para o nosso país”, avalia o gerente de marketing, Marcelo Tondo Tissot. No DelMoro, a Orquídea trabalha com as linhas de varejo, desde farinhas domésticas, misturas para bolo, massas e biscoitos. No segmento de panificação, fornece a sua linha tradicional de
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misturas para bolo e também a linha Panifique, de cakes especiais. Entre os carros-chefes nessa parceria, está a Farinha de Trigo Orquídea de 1 kg, produto que, neste ano, novamente, recebeu o prêmio Top of Mind, segundo a revista Amanhã. Ainda como carro-chefe, Tissot destaca a Massa Orquídea e seus mais variados tipos que são oferecidos ao consumidor, entre eles a Massa com Ovos, Integral, Grano Duro e Tricolore com Vegetais. “Por fim, também podemos destacar as misturas
para bolo de 400 gramas, que segundo a Nielsen (empresa de informação e dados), é líder de vendas na região Sul”, afirma o gerente de marketing. DIFERENCIAIS Todos os nossos produtos Orquídea têm tradição, qualidade e dedicação na sua fabricação. “Os diferenciais são insumos de qualidade, controle desde a matéria-prima até o cliente. Farinhas e pré-misturas contam com trigo selecionado e tecnologia de ponta, alinhados com um laboratório de testes que consolida a qualidade do produto”, explica Tissot. A farinha integral e os seus derivados são certificados pelo Whole Grains Council, que garante a integralidade dos grãos. “Nossa linha de massas leva praticidade aos consumidores, possui embalagem especial com medidor prático para porções, reduzindo desperdício no preparo. O mix de biscoitos é diverso, atendendo ao gosto dos nossos consumidores”, afirma o gerente de marketing. HISTÓRIA Os produtos da marca Orquídea são fabricados pela Tondo S.A., uma indústria de 67 anos que começou sua história com um pequeno moinho de trigo, em agosto de 1953, em Pinto Bandeira, interior de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. No início, a empresa moía trigo e milho, e tinha um descascador de arroz. Atualmente, a empresa possui fábricas em Caxias do Sul e Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, sendo que todos
ORQUÍDEA LANÇOU DOIS SABORES DE MISTURA PARA BOLO
“Farinhas e pré-misturas contam com trigo selecionado e tecnologia de ponta, alinhados com um laboratório de testes que consolida a qualidade do produto.” Marcelo Tondo Tissot, gerente de Marketing
os produtos de varejo são fabricados em Caxias do Sul, além de centros de distribuição em Garibaldi (RS), Itajaí (SC), Curitiba (PR) e São Paulo. Além da fundação, em 1953, entre os marcos na história da indústria está a aquisição, na década de 1970, de um moinho de trigo com maior capacidade, instalado na cidade de Bento Gonçalves. No final da década de 1990, outro marco foi a compra do moinho
de Forqueta, em Caxias do Sul, onde está instalada até hoje. Nos anos 2000, houve a construção de um novo moinho na unidade de Caxias do Sul, sendo esse um dos mais modernos do país. Aconteceu também a inauguração do pastifício, em 2006; fábrica de biscoitos, em 2012, e o Centro de Armazenagem com um moderno sistema de movimentação automática, em 2017.
TODOS OS PRODUTOS DE VAREJO SÃO FABRICADOS EM CAXIAS DO SUL
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passo a passo
NA CHEGADA DO TRIGO À FÁBRICA, O PRODUTO PASSA POR UMA CRITERIOSA AVALIAÇÃO
QUALIDADE O processo de fabricação dos produtos da marca Orquídea começa com a escolha da matéria-prima e dos parceiros de negócios. A premissa é que, para fornecer os melhores produtos, a marca precisa ser abastecida pelo o que há de melhor. Na chegada do trigo à fábrica, antes do descarregamento, o produto passa por uma criteriosa avaliação e, somente após os testes, o caminhão é liberado para descarregar. A moagem é feita num moderno moinho que atende às fábricas da indústria, e produz farinhas para varejo, panificação e indústrias. “Somos certificados pela FSSC 22000, que garante a segurança alimentar na produção de farinhas. Nosso pastifício é um dos mais modernos do mundo, com tecnologia italiana. O sistema de movimentação automatizado traz agilidade e segurança ao processo. Todos os produtos são testados antes de serem liberados, desde farinhas para testes de desempenho, até cozimento de massas e análise sensorial dos biscoitos”, explica Tissot.
fazem com que, cada vez mais, estejamos envolvidos em ações em prol de saúde e qualidade de vida”, afirma o gerente de marketing. A Orquídea apoia eventos esportivos, estando muito presente nas provas de corrida de rua. Patrocinou a equipe de basquete de Caxias do Sul, apoia o time infantojuvenil de Forqueta, entre outras atividades esportivas da região Sul. A empresa também está muito envolvida com as causas sociais, focando, neste ano, muitos esforços para auxiliar a comunidade, reforçando, ainda mais, essas ações no auxílio ao enfrentamento da Covid-19.
CAUSAS SOCIAIS Além de primar pela qualidade dos produtos, a Orquídea também é pautada pela promoção da saúde e da qualidade de vida. “A Orquídea acredita que o alimento é básico para saúde e qualidade de vida, e o que fazemos é alimentar. Como o nosso propósito de alimentar, além do alimento, está cada vez mais vivo entre todos, acreditamos que alimentar oportunidades e alimentar o futuro (pilares do propósito)
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• O processo de fabricação dos produtos da marca Orquídea começa com a escolha da matéria-prima e dos parceiros de negócios. • Na chegada do trigo na fábrica, antes do descarregamento, o produto passa por uma criteriosa avaliação e, somente após os testes, o caminhão é liberado para descarregar. • A moagem é feita num moderno moinho que atende às fábricas da indústria, e produz farinhas para varejo, panificação e indústrias. • A empresa é certificada pela FSSC 22000, que garante a segurança alimentar na produção de farinhas. • O pastifício é um dos mais modernos do mundo, com tecnologia italiana. • Todos os produtos são testados antes de serem liberados, desde farinhas para testes de desempenho, até cozimento de massas e análise sensorial dos biscoitos.
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mixologia
sabor de
por SHAYLA SILVA
v e r ão
DRINQUE CENTENÁRIO LEGITIMAMENTE BRASILEIRO, A CAIPIRINHA SE DESTACA NAS ALTAS TEMPERATURAS
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achaça, limão, açúcar e gelo. Estes foram os ingredientes escolhidos para formar uma bebida que é a cara do verão. Ingredientes simples, acessíveis e refrescantes que, juntos, deram a origem ao drink nacional mais legítimo, a caipirinha. Mas será que, quando foi criada, o objetivo mesmo era a exprimir a refrescância em um copo? DE VOLTA ÀS ORIGENS Existem várias versões sobre sua criação, fazendo com que sua origem seja incerta. Uma dessas aponta que ela tenha sido criada em Piracicaba, interior de São Paulo, no século XIX, como um drinque local para festas e eventos de alto padrão, sendo um
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reflexo da cultura canavieira da região. Outra versão contesta que ela teria se originado de uma receita popular de limão, alho e mel, para combater a gripe espanhola. A cachaça foi adicionada para fins terapêuticos. Depois, o mel deu lugar ao açúcar e o gelo apareceu em seguida, para espantar o calor. Eis que ela chega a versão que conhecemos atualmente. Fato é que hoje a caipirinha está presente em muitos lares brasileiros, nas mais diversas ocasiões, no churrascão ou feijoadas, nas sociais em casa com os amigos, em happy hours nos barzinhos, festas, eventos e demais celebrações. No verão então, aí é que ela bomba, dando as caras nas redes sociais em praias e piscinas! Afinal de contas, refrescância é seu segundo nome.
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SUCESSO CENTENÁRIO O que levaria a centenária caipirinha a continuar fazendo enorme sucesso e a ter seu espaço reservado no coração dos brasileiros, dentre tantas opções que a Coquetelaria atual oferta?
Caipirinha com café INGREDIENTES • 1 limão-tahiti • 2 colheres (sobremesa) de açúcar • 60 ml de cachaça - pode usar a prata, mas a envelhecida dá um sabor ainda mais especial • 10 ml de café coado • Gelo a gosto • Opcional - grãos de café torrados para decorar
MODO DE PREPARO Prepare o limão no copo cortado e com a polpa para cima, acrescente o açúcar e macere o suficiente para soltar o caldo. Coloque o gelo e, sobre ele, a cachaça. Mexa bem e, então, coloque o café. Se quiser, jogue uns grãos de café torrados para dar um visual bonito ao drinque, mas não mexa. Deixe para mexer quando for degustar, porque fica um efeito bifásico lindo.
Para o bartender e consultor Moizés Barros, que também ministra cursos de bartender na Kylpos, isto está ligado a uma soma de fatores. “Um deles é que a cachaça, desde 1998, é considerada e aceita como um produto brasileiro. Toda essa aceitação de um produto como sendo brasileiro contribuiu bastante para que ele passasse a ser melhorado cada dia mais, e grande indústrias de bebidas começassem a ter marcas de cachaça em seu portfólio.” Mestre Derivan, já eleito como Mestre da Coquetelaria em 2017 pela revista Prazeres da Mesa, reforça o grande papel da cachaça nesta consagração: “O Brasil produz 1.300.000.000 (um bilhão e trezentos milhões de litros) de cachaça por ano, disto, um percentual muito grande é consumido em Caipirinha, que continua sendo a grande preferência Nacional, em bares, lares e reuniões de amigos”. E, vamos combinar que, nosso clima tropical, em que o calor predomina praticamente o ano inteiro, dá um baita empurrãozinho para a apreciação desta bebida, visto que “você tem gelo, você tem limão, que a acidez contribui para o frescor, e não é só isso que hoje a gente usa. Hoje, eu posso colocar uma hortelã, que também é refrescante, eu posso acrescentar gengibre, e vários outros ingredientes”, explica Moizés. Então, vamos aproveitar que é verão, e brindar com um copo de caipirinha. Reunimos dicas preciosas
patrimônio nacional
Para não restar dúvidas de que a caipirinha tem alma brasileira, ela é, inclusive, declarada como Patrimônio Nacional Brasileiro. Em 2003, a bebida passou a ser registrada na legislação, que a reconhece como um produto inerentemente brasileiro.
de quem realmente entende do assunto, para que você possa preparar um drinque de sucesso, na beira do mar, da piscina ou até mesmo para impressionar os amigos em casa: SAINDO DO CONVENCIONAL Encontramos inúmeras versões e releituras do drinque por aí, que vão desde a adição de frutas e aditivos ao uso de outros destilados. Esses, por sua vez, recebem outras designações. Conheça alguns dos mais famosos: Caipiroska: a cachaça é substituída pela Vodka; Caipiríssima: a cachaça é substituída pelo Rum; Saquerinha: a cachaça é substituída pelo Saquê; Caipivinho: a cachaça é substituída pelo vinho, seja ele tinto ou branco.
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tam. A combinação de duas riquezas do Brasil harmonizou tão bem que, hoje, vejo muitos perfis e até bares fazendo sucesso com a receita que, nada mais é do que a caipirinha tradicional com um pouco de café coado sobre o drinque.”
de onde surgiu o nome? Hoje, existem caipirinhas para todos os gostos, e quem entende mesmo de versões diferenciadas, e digamos que até inusitadas, é Kelly Costa, idealizadora do Caipirinha Prendada e autora do livro Caipirinhas – 60 dicas testadas e aprovadas. “A caipirinha com café é a que mais surpreende quando falo e também quando as pessoas experimen-
Acredita-se que o nome dado à bebida deriva-se do termo “caipira”, usado para designar habitantes do campo, o pessoal do interior, região onde, possivelmente, tenha sido o berço do drink.
A ARTE E A CAIPIRINHA A pintora Tarsila do Amaral era uma grande apreciadora da bebida. Há alguns relatos de que quando morou em Paris, em meados de 1920, a artista recebia cachaças enviadas pelo Brasil para o preparo da bebida, e lá, apresentou para alguns colegas famosos como Pablo Picasso. O coquetel também ganhou notoriedade durante a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Os artistas aprovaram o drink e levaram a criação para seus estados de origem, garantindo que todos a conhecessem.
a caipirinha perfeita Cajurica INGREDIENTES • 5 0 ml de cachaça • ½ caju fatiado • ½ tangerina em cubos • ½ limão-cravo em cubos • 1 colher de açúcar
MODO DE PREPARO Em um copo para Caipirinha, coloque o caju, o limão-cravo, a tangerina e o açúcar. Amasse com um socador, em seguida, coloque gelo, depois, a Cachaça e misture bem . Decore com fatias de tangerina e caju, e sirva.
mestre derivan
moizés barros
“Primeiro ingrediente que devemos ter em mãos é uma boa cachaça, de qualidade e procedência (com registro no MAPA). Depois use um limão-taiti, de pele verde brilhante. Corte de modo a retirar o miolo (parte branca interna), em seguida, corte em cubos, use açúcar só para adoçar levemente, não em demasia. Por último, ao pressionar o limão, faça com delicadeza, sem força bruta. Acrescente gelo de boa qualidade, faça a união perfeita entre o limão, o açúcar, o gelo e a cachaça, com mexidas precisas. Depois, erga os copos em um brinde a saúde e ao Brasil.”
“No geral, hoje, a gente usa o limão-taiti, até porque ele é muito mais ácido em relação ao galego ou siciliano. Quando um limão tem a casca grossa, às vezes você aperta e pode até ter suco, mas pelo fato da casca ser grossa, vai fazer com que você force na hora de macerar, e forçando a maceração, você vai extrair muito ácido da casca, fazendo com que ela fique muito mais ácida e amarga.”
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televisão
Fonte: DIVULGAÇÃO/BAND
por MICHELE MONTE MOR
MASTERCHEF BRASIL
o despertar de
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REALITIES GASTRONÔMICOS ATRAEM O PÚBLICO AO MOSTRAR COMPETIÇÕES COM DIVERSIDADE DE INGREDIENTES, SABORES, TEXTURAS E PRATOS
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pandemia da Covid-19, que obrigou o mundo a ficar mais tempo dentro de casa, em quarentena, levou mais gente a se aventurar na cozinha com a ajuda dos realities shows gastronômicos. São vários programas,
em formatos diversos, que exploram a gastronomia brasileira e internacional. São responsáveis por apresentar ao público uma diversidade de ingredientes, sabores, técnicas, texturas e pratos. Aliado às receitas, estão as competições, que terminam por premiar um
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vencedor. O formato logo caiu no gosto dos brasileiros e faz sucesso até mesmo nas redes sociais, usada como segunda tela por quem acompanha esse tipo de programa. Existem programas para todos os gostos: com chefs experientes, com
BUDDY VALASTRO, DO PROGRAMA CAKE BOSS
Fonte: R7
Existem programas para todos os gostos: com chefs experientes, com cozinheiros amadores, de confeitaria, com degustação às cegas
o melhor bolinho (atualmente, este programa ainda está na grade da Discovery) e a famosa competição Masterchef, que conta com edições em vários países. As versões nacionais de Masterchef Brasil são coproduzidas com a Band e exibidas no Discovery Home & Health.
SUCESSO NO BRASIL E NO MUNDO Os formatos dos programas de gastronomia de maior audiência da TV aberta, o “Masterchef”, “Masterchef Júnior” e “Batalha dos Confeiteiros”, já eram exibidos há tempos nos canais Discovery. Ou seja, há 13 anos a Discovery investe neste filão. “Tivemos a comprovação do sucesso das noites de realities gastronômicos através dos resultados de audiência. Há seis anos, em julho de 2014, convidamos o astro Buddy Valastro (Cake Boss) para sua primeira visita ao Brasil e a comoção causada em São Paulo foi mais uma evidência do quanto esse tema causa paixão nos brasileiros. Em 2015, coproduzimos com a Record a versão brasileira de “Batalha dos Confeiteiros Brasil”, um formato da Discovery. Foi a primeira vez que um astro da TV por assinatura ganhou um
Fonte: VICTOR SILVA
cozinheiros amadores, de confeitaria, com degustação às cegas… Uma coisa é fato: o interesse por cozinhar aumentou e passou a ser mais plural. Homem, mulher, velho e jovem… todos querem ter espaço na cozinha. Na TV aberta, os programas de maior sucesso são o “MasterChef Brasil” (BAND), “Bake Off Brasil” (SBT), “Mestre do Sabor” (Globo), “Top Chef Brasil” e “Cake Boss – Batalha dos Confeiteiros (ambos da Record). Já na TV fechada, os programas de culinárias fazem sucesso há anos e a variedade é grande. No Discovery Home & Health, que reúne a maior parte deles, os programas de culinária estrearam na grade em 2007, com séries como “Chefe a Domicílio” (Take Home Chef), em que o chef australiano Curtis Stone elegia uma pessoa num supermercado e se oferecia para cozinhar na casa dela, e “Um Jantar de Mestre” (Dinner Takes All), que apresentava cinco aficionados cozinheiros que se revezavam para preparar um jantar para os outros e, no final de cada encontro, os convidados classificavam o evento e havia um vencedor no fim da temporada. O canal TLC, também na TV por assinatura, desde sua estreia em 2011, exibe programas de gastronomia que, atualmente, já são consagrados. Os primeiros foram “Guerra dos Cupcakes” (Cupcake Wars), série na qual quatro grandes confeiteiros competem entre si por um prêmio em dinheiro e o título de quem faz
BAKE OFF BRASIL
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O “MasterChef Brasil” é um talent show de culinária brasileiro, baseado no consagrado formato original de mesmo nome exibido pela BBC no Reino Unido, que é apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão, e tem como jurados os chefes Henrique Fogaça, Érick Jacquin e Paola Carosella. O Programa vai ao ar às terças-feiras, às 22h45, na Band e toda sexta-feira, às 20h30, no Discovery Home & Health.
O “QUE SEJA DOCE” É UM DOS SUCESSOS DA TV FECHADA
programa na TV aberta e que acabou ganhando uma segunda temporada produzida e exibida pelos dois canais (Discovery Home & Health e Record)”, diz a assessoria de imprensa dos canais Discovery no Brasil. Realities de gastronomia possuem conteúdo leve e divertido e, geralmente, são apresentados por personagens carismáticos, que acabam se tornando verdadeiras celebridades, para citar alguns exemplos da nossa programação, temos os astros internacionais Buddy Valastro, e no Brasil, os chefs jurados do “Masterchef”: Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça. Ainda na TV fechada, fazem sucesso os
O “Bake Off Brasil” é uma disputa entre confeiteiros amadores, apresentada por Nadja Haddad. Os participantes são submetidos a provas técnicas e criativas e precisam colocar a mão na massa para enfrentar a dupla de jurados especializados, Olivier Anquier e Beca Milano. A atração é transmitida aos sábados, às 22h30, no SBT, e todas às sextas-feiras, às 22h40, no Discovery Home & Health.
realities dos canais Globo, como “Que Seja Doce”, apresentado pelo chef Felipe Bronze, com a ajuda de Carole Crema, Lucas Corazza e Roberto Strôngoli. Outro ponto importante é que, além de servirem como fonte de entretenimento, esses programas fornecem dicas práticas e inspiram o público, que não se restringe apenas a quem gosta de cozinhar. Isso faz com que se invista em formatos variados, inclusive os realities, fáceis de agradar a toda a família e com forte apelo popular, como por exemplo os realities “Cake Boss”, “Batalha dos Confeiteiros”, “Masterchef”, “Bake Off Brasil: Mão na Massa” e “Mestre do Sabor.
MESTRE DO SABOR
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O “Mestre do Sabor”, apresentado por Claude Troisgros, busca valorizar a gastronomia nacional. Em sua segunda temporada, um time de jurados prova os pratos às cegas, sem saber quem foi o cozinheiro que o preparou. O programa, exibido pela Globo, está disponível no GloboPlay, plataforma de streaming dos canais Globo.
Fonte: Victor Pollak
Fonte: Adalberto de Melo ‘PYGMEU’
FIQUE DE OLHO
O “Que Seja Doce”, programa exibido no canal pago GNT, é apresentado por Felipe Bronze e recebe sempre três duplas de confeiteiros (e assistentes), que competem por prêmios e pelo título de Confeiteiro Mais Doce. As receitas são inspiradas em doces de família e apresentadas para três jurados: Carole Crema, Roberto Strongoli e Lucas Corazza. O reality é exibido diariamente, às 20 h, no canal GNT e também no GloboPlay.
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turismo por PRISCILA VANTI
joia
do Pará
ALTER DO CHÃO, ÀS MARGENS DO RIO TAPAJÓS, GANHOU FAMA INTERNACIONAL APÓS SER ELEITO UM DOS MELHORES DESTINOS DE PRAIA DO BRASIL PELO THE GUARDIAN
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Ticiana Giehl
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m destino que, mesmo distante do oceano, ganhou fama mundial após ter sido eleito pelo jornal “The Guardian” como um dos mais belos destinos de praia no Brasil, à frente de paraísos como Fernando de Noronha e Alagoas. Parece inusitado, mas não para Alter do Chão, distrito de Santarém (PA), que, com uma cultura forte e belezas naturais de cair o queixo, conta com praias dignas dos mais esplendorosos cenários do país, tudo cercado pelo intenso verde amazônico e regado a muita água doce dos rios Tapajós e Arapiuns. E não se engane em pensar que um destino de praias na região norte do Brasil pede uma viagem muito complexa. O destino é bem mais fácil de conhecer do que se imagina.
O Pará espera o turista com bancos de areia branquinha, banhos de rio inesquecíveis, florestas encantadas e, claro, uma culinária espetacular.
Elpidio Costa Junior
VISTA AÉREA DA PRAIA DO AMOR
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Aproveite os magníficos rios paraenses e mergulhe sem medo de ser feliz. O Pará espera o turista com bancos de areia branquinha, banhos de rio inesquecíveis, florestas encantadas e, claro, uma culinária espetacular. O período do ano em que se pretende ir para Alter do Chão é uma informação muito importante para quem pretende conhecer a região, pois se trata de um destino que muda completamente de paisagem a depender do volume de chuvas. Com duas estações bem definidas, uma de chuva e uma de seca, Alter do Chão não deixa a desejar com suas belezas naturais em nenhuma delas. A melhor época para ver as famosas praias de rio (principais atrações da região) é o chamado verão amazônico, temporada seca que vai de agosto a dezembro. Já quem busca passeios de barco em meio à floresta e quer ver muita vida animal, o mais recomendado é viajar no inverno amazônico, temporada de chuvas que vai principalmente de janeiro a julho. Independentemente do momento escolhido, contudo, a localidade oferece paisagens espetaculares. O ideal para curtir o destino sem correria e conhecer as principais atrações é ficar uma semana por lá. Em sete dias, será possível conhecer as principais praias do Rio Tapajós e Rio Arapiuns, visitar a Floresta Nacional do Tapajós, descansar na Praia da Ilha
NA PONTA DO CURURU, VOCÊ PODE VER UM LINDO PÔR DO SOL
para os arredores, de onde se pode ver o Lago Verde, o Lago das Piranhas, a Ponta do Cururu e o imponente Rio Tapajós, além, é claro, de toda Alter do Chão. Pode parecer estranho, mas as praias de Alter do Chão não são iguais umas às outras. Para conhecer diversas
A GIGANTE SUMAÚMA
Ticiana Giehl / Shutterstock
ATRAÇÕES A Ilha do Amor é o principal destino dos turistas que chegam a Alter do Chão. Apesar do nome, a “ilha”, na verdade, é uma ponta de areia ligada ao continente, onde, de um lado, está o Lago Verde, e do outro, o Rio Tapajós. Cercada por simpáticos barquinhos coloridos e bem de frente para a vila, essa é a praia mais popular de Alter do Chão. Especialmente interessante para quem gosta de praia com infraestrutura, a Ilha do Amor é repleta de quiosques e serviços, como o aluguel de caiaques. Para sair do movimento de turistas, basta caminhar por alguns minutos e a praia já estará deserta. Ao final da tarde, não deixe de ver o entardecer que acontece na faixa de areia voltada para o Rio Tapajós. O espetáculo está entre os mais bonitos da região. Vale dizer que, para chegar à Ilha do Amor, será preciso passar por um pequeno trecho de água. São poucos metros que podem ser percorridos com uma travessia de barco, nadando ou a pé, a depender da época do ano. Se o visitante já estiver na Ilha do Amor, não deixe de seguir a trilha até o Morro da Piraoca. Maior morro da região, ele reina em meio à vegetação amazônica e oferece visão panorâmica
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delas, o melhor é investir nos passeios de barco ou de lancha. As rotas variam muito e há opções para todo tipo de turista. Os tours são realizados por agências de turismo, pela associação de barqueiros ou por profissionais particulares. Para ter mais liberdade de roteiro, o ideal é contratar um barqueiro particular e escolher as paradas do passeio junto com ele. A Praia da Ponta de Pedras, banhada pelo Rio Tapajós, é daquelas faixas de areia que agrada a todo mundo. O visual, raro entre as praias de Alter do Chão, conta com formações rochosas à beira-rio. Apesar de haver diversos restaurantes ao fundo da faixa de areia, o bom mesmo por lá é sentar-se com os pés na água e curtir sem pressa. A Praia do Pindobal está entre as prediletas dos turistas que não abrem mão de quiosques e restaurantes para passar o dia. Com diversas cabanas de palha à beira do Rio Tapajós, o local é o cenário ideal para relaxar. É possível alugar uma dessas boas sombras nos restaurantes locais e passar o dia todo curtindo sem se preocupar. Outro de-
Ticiana Giehl
do Amor, subir o Morro da Piraoca, passear pelo Lago Verde e, ainda, investir em um tour pelos canais, igapós e igarapés locais.
Evandro Arenari
talhe que dá destaque para a Praia do Pindobal é o maravilhoso entardecer. O pôr do sol acontece na água, bem de frente para as barracas da praia. Quando o dia estiver terminando, aproveite para registrar o espetáculo. Com uma linda ponta que adentra o Rio Tapajós em formato de gancho, a Ponta do Jutuba tem cenário dos mais bonitos de Alter do Chão. De um lado, a praia forma uma profunda piscina, enquanto, no outro, a diversão fica por conta das ondas do grandioso Tapajós. A diferença entre um lado e outro não para aí. A água tem temperatura diferente a depender do local do mergulho.
tares. O passeio passa por trilhas dentro da vegetação densa, onde é possível ver a diferença entre uma mata secundária e primária. O turista verá espécies fantásticas da Amazônia, como a gigante sumaúma e a seringueira, além de infinitas outras plantas curiosas, como
as que servem de papel e repelente natural contra insetos. Além da visita diurna, é possível ter um contato mais próximo com a floresta e comunidades locais em um passeio com pernoite. O acampamento pode ser em meio à mata ou à beira do Rio Tapajós.
LAGO DAS PIRANHAS
PASSEANDO PELA REGIÃO Os passeios que partem de Alter do Chão rumo ao Rio Arapiuns costumam ter parada para almoço nas comunidades ribeirinhas. Preparadas para receberem os turistas, os povoados à margem do Arapiuns oferecem deliciosas refeições, sempre à base de peixes fresquinhos. De quebra, você, ainda, será presenteado com um irresistível redário para aquela soneca depois do almoço. Bem pertinho de Alter do Chão está um dos lugares mais mágicos da região: a Floresta Nacional do Tapajós. Quem visita Alter e nunca teve a oportunidade de ver uma floresta com ambiente amazônico, não pode perder a chance de caminhar entre as árvores grandiosas desta reserva com mais de 527 mil hec-
Ticiana Giehl / Shutterstock
Vágner Rondon Ribeiro da Silva
LAGO VERDE
PÔR DO SOL NA PRAIA DO PINDOBAL
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receitinhas DelMoro
Couve-flor gratinada com aveia integral INGREDIENTES
e misture bem. Junte o leite aos poucos, mexendo sempre até que comece a engrossar. Na sequência, desligue o fogo, acrescente as ervas e tempere com sal e pimenta e reserve.
• 1 cebola pequena picada • 1 ½ colher (de sopa) de margarina • 1 xícara (de chá) de Aveia em Flocos Finos • 2 ½ xícaras (de chá) de leite desnatado (500 ml) • 1 ramo pequeno de alecrim lavado e picado • 6 ramos de tomilho lavados e picados • ½ pé de couve-flor cortado em floretes • 1 batata média cortada em rodelas • Sal e pimenta-do-reino moída a gosto • Queijo parmesão a gosto
MONTAGEM Cozinhe os floretes de couve-flor em água fervente com sal por aproximadamente três minutos ou até que, ao toque de uma faca, eles estejam levemente macios. Preencha o fundo de um refratário retangular (15 x 25 cm) com ½ xícara (de chá) do molho branco. Depois, disponha algumas fatias de batata até cobrir o molho e cubra essas fatias com mais molho. Em seguida, disponha alguns floretes de couve-flor. Repita o mesmo processo terminando com molho branco. Polvilhe queijo parmesão por toda a superfície e asse em forno a 180 °C por cerca de 40 minutos ou até que as batatas estejam macias.
MODO DE PREPARO MOLHO BRANCO Refogue a cebola na margarina, acrescente a Aveia
Quaker
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receitinhas DelMoro
Casarecce ao pomodoro com camarões INGREDIENTES MASSA • 200 g de Casarecce • 200 g camarões médios descascados e limpos • ½ cebola • ½ cenoura pequena • 1 talo de salsão • 250 g de tomate pelado • 1 dente de alho • Folhas de manjericão • 30 ml azeite de oliva extravirgem • Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE PREPARO Comece aquecendo uma frigideira com um fio de azeite. Doure os camarões por aproximadamente 1 minuto de cada lado. (a cocção do camarão é bem rápida, se cozinhar demais ele fica borrachudo). Reserve. Na mesma frigideira, aqueça mais um fio de azeite e doure a cebola, cenoura e salsão picados. Assim que estiverem bem refogados, junte o alho em lâminas e refogue por mais 1 minuto. Adicione o tomate pelado e deixe cozinhar por 10 minutos. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Enquanto isso, cozinhe a massa em abundante água fervente e salgada. Escorra 2 minutos antes do tempo indicado e junte à frigideira com o molho, mexendo sempre, pelo tempo faltante. Desligue o fogo e então volte com os camarões. Finalize com folhas de manjericão fresco e um fio de azeite extravirgem. Barilla
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