r e v i s t a
ANO 1 NÚMERO 1 ABRIL 2020
Direto do produtor Hortifrúti DelMoro, frutas frescas da Serra Gaúcha
turismo
Encantos da Páscoa no sul do Brasil
nutrição
chocolate, delicioso e ainda faz bem para a saúde
harmonização Chocolate e vinho, a arte do equilíbrio na doçura
Bacalhau a clássica tradição alimentar portuguesa que conquistou a mesa e o paladar dos brasileiros no almoço de Páscoa
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Gôndola
Produtos selecionados para deixar seu dia a dia mais saboroso
capa
Bacalhau, a clássica tradição portuguesa
radar
novidades do universo da gastronomia
enologia
vinho verde, uma boa pedida para a páscoa
Receita do chef
Fabiana Borges e Leana reis
38 42 47 52 38 60 42 47 52 60
harmonização
experiências sensoriais com vinhos e chocolates
direto do produtor
a qualidade e excelência do hortifrúti Mussoi
a páscoa no sul
um roteiro especial para celebrar a data
tradiçÃo
a celebração da páscoa ao redor do mundo
regional
as belezas naturais de nobres
editorial
olá, seja bem-vindo
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www.delmoro.com.br delmorosupermercados delmoro_supermercados
rede DelMoro de Supermercados está há cerca de 40 anos facilitando a vida de moradores do interior de Mato Grosso, com produtos de excelente qualidade. O que começou como um pequeno armazém familiar se tornou uma história de sucesso, com unidades espalhadas pelo estado. E para celebrar essa trajetória de conquistas, apresentamos a primeira edição da nossa revista, mais uma ferramenta importante para nos aproximar ainda mais de você, cliente e amigo. A proposta da revista é apresentar, de maneira agradável, tendências, histórias, receitas, e tudo mais ligado ao universo da gastronomia. Aqui, o leitor também encontrará conteúdos regionais interessantes, matérias de turismo, estilo de vida, entre outros. A nossa primeira edição contempla uma das épocas mais saborosas do ano, a Páscoa. A matéria de capa traz o protagonista dos pratos salgados do período, o bacalhau, com história e receitas para um almoço em família. Partindo para o doce, outro destaque de Páscoa, o chocolate, estampa algumas de nossas páginas, trazendo a tradição dos ovos de Páscoa, harmonização entre chocolates e vinhos, e os benefícios nutricionais do quitute originário do cacau, porque, sim, ele não é o vilão da saúde que muitos pensam. A região sul do Brasil é muito conhecida tanto por sua produção artesanal de chocolate quanto pela programação especial de Páscoa. Em turismo, apresentamos três cidades para celebrar o feriado religioso em alto estilo. Outro destino que vale a pena conhecer, independentemente da época do ano, e, melhor, sem se deslocar do estado, é Nobres. Um paraíso de atrativos naturais, com destaque para suas águas cristalinas, grutas, variedade de fauna e flora, e atividades em meio à natureza. Nesta edição, você, ainda, fica por dentro da origem das frutas do Hortifrúti DelMoro, conhece algumas das tradições de Páscoa ao redor do mundo e confere dicas de leitura, sites, canais ligados à gastronomia e muito mais. Uma excelente Páscoa e ótima leitura!
Família DelMoro
DELMOro supermercados: MARKETING Hugo Del Moro, Valmir Marques, Fernando Fernandes, Guilherme Barbosa CONTEÚDO, EDIÇÃO E ARTE Goya Conteúdo Corporativo Ltda direção editorial Glauco Piccirillo arte Eduardo Silva, Juliano Polotto Redação Adriana Panzini, Elen Valereto, Graziela Delalibera, Kátia Carminatto, Marcelo Ferri, Michelle Monte Mor, Priscila Vanti,
Shayla Silva revisão Bárbara Spigolon Loureiro impressão Gráfica Elyon imprensa assessorias@goyaconteudo.com.br A Revista DelMoro é uma publicação do DelMoro Supermercados, produzida e editada por Goya Conteúdo Corporativo. O Del Moro Supermercados não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, bem como pelas informações ou conteúdo dos anúncios publicados. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização.
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nas gôndolas
por PRISCILA VANTI
p r odut osseusedial ea cdiaioainda nadmaiso ssaboroso especialmente para deixar
massas caseiras
As tradicionais Massas Caseiras Mosmann possuem uma receita exclusiva e levam ao consumidor o toque da comida colonial. Preparadas com os melhores ingredientes, os produtos são desenvolvidos com o carinho de quem sabe o quanto é bom estar sentado à mesa com as pessoas que amamos. Nas gôndolas do DelMoro, você encontra toda a linha de massas caseiras da marca, desde a tradicional, passando pelas integral e orgânica (pensada para o consumidor que aprecia uma boa macarronada, mas que não abre mão dos cuidados com a saúde e com o meio ambiente), além das versões sem glúten com tapioca e multigraõs, com aveia, linhaça e soja, que resulta em um produto com muita fibra, proteína, minerais e com baixo teor de sódio.
Macarrão de palmito
Já pensou em comer uma macarronada, mas sem se sentir pesado depois? Ou deu vontade daquela lasanha, mas está fazendo uma dieta low-carb? Os produtos de pupunha da Rigomel com cortes em talharim e lâminas para lasanha são perfeitos para estes momentos. O palmito pupunha tem nutrientes importantes para nossa saúde, como potássio e vitamina C, sendo uma grande fonte de fibras, o que ajuda a saciar a fome e melhorar o funcionamento do intestino. O talharim de pupunha Rigomel fica bem em diferentes tipos de receitas, como saladas, ao molho como macarrão, com carne e legumes. Já a lasanha de palmito, apresenta um corte diferenciado do pupunha que permite o preparo de pratos maravilhosos e saudáveis. Ambos os produtos fazem parte da linha fit da marca e estão disponíveis no DelMoro.
Sabor incomparável
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cuidado com a produção e envase dos produtos da Fazenda Trevisan fazem dela uma indústria preocupada em fornecer produtos com procedência garantida, seguros para o consumo dos seus clientes. O leite da marca é produzido em rigorosas condições higiênicas e sanitárias, sendo pasteurizado e envasado dentro da Fazenda e sem contato humano nas etapas de produção. A pasteurização assegura que o leite estará isento de microrganismos que possam causar doenças e, portanto, não é necessário fervê-lo. O Leite Tipo A Fazenda Trevisan conta com padrão de qualidade diferenciado, proporcionando sabor incomparável e é encontrado nas versões integral, semidesnatado, desnatado e sem lactose. A marca também oferece creme de leite fresco pausterizado.
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nas gôndolas Alimentação Equilibrada
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Schär, empresa fundada em 1922, é líder do mercado sem glúten e oferece a mais ampla variedade para quem precisa ou opta por uma dieta sem glúten. Por isso, eles trouxeram clássicos da cozinha para sua linha de produção. Assim todos podem aproveitar as delícias da marca do café da manhã ao jantar, saboreando a vida sem ter que abrir mão de nada. Os produtos da Schär são divididos em áreas: pães da linha Mestres Padeiros, macarrões, pizzas e pratos prontos da linha Bontà d´Italia, farinhas e massas na linha Cozinha Criativa, além dos biscoitos doces e salgados. Há mais de 35 anos, a empresa se dedica ao desenvolvimento de produtos que atendam uma alimentação especial, desenvolvendo produtos de alta qualidade, feitos com ingredientes selecionados para uma alimentação equilibrada.
excelência em confeitaria Novidade nas Gôndolas do DelMoro, a Casa Suíça é uma marca de tradição e reconhecida pela missão de ter excelência em confeitaria. Procurando sempre levar produtos saborosos e de qualidade para a mesa dos consumidores, a empresa tem o cuidado em selecionar os melhores ingredientes, quase que artesanalmente. Além disso, os mestres confeiteiros da Casa Suíça têm o compromisso de evidenciar toda a sensibilidade em suas receitas, aliando tecnologia de ponta e qualidade. Não deixe de experimentar os produtos da linha Clássicos, que apresenta o bolo suíço de frutas (com frutas cristalizadas e passas), o bolo de laranja com recheio da fruta, chocolate recheado (sabor presente na massa e no recheio cremoso) e o bolo de baunilha com gotas de chocolate. Qualquer uma das versões é certeza de se apaixonar a cada mordida.
Saborosos e saudáveis
Pioneira e inovadora em criar linhas diferenciadas de pães especiais e com grãos, a Wickbold é uma empresa essencialmente brasileira que você encontra nas gôndolas do DelMoro. A marca conta com as mais variadas linhas de pães, sempre saborosos e saudáveis, contribuindo para uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes. O consumidor pode escolher entre pães 100% integral, sem glúten, repletos de grãos ou de baixas calorias. Há, ainda, a linha Do Forno, com pães do tipo artesanal feitos a partir de fermento natural. Além disso, a Wickbold também apresenta opções de torradas regulares e especiais, assim como as novidades “Tá Pronto!” (wraps nas versões original e 100% integral), cookies 100% integral e a tapioca semipronta, de fácil preparação, já que não precisa peneirar.
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nas gôndolas
fruta fresca Geleias podem figurar no café da manhã, em uma torrada, no queijo fresco, no lanchinho rápido entre as refeições ou mesmo sendo uma opção diferente para incrementar a sobremesa. E melhor ainda se elas, além de saborosas, puderem ser mais saudáveis, não é mesmo? As geleias Casa Giulia são produzidas em Abruzzo, na Itália, e elaboradas com 65% de frutas frescas selecionadas. Os produtos contam ainda com um diferencial exclusivo: são adoçados com suco de agave e não levam açúcar. O suco de agave é extraído de uma planta que tem baixo teor calórico, já que é composta principalmente por frutose, que adoça sem alterar o sabor da fruta. Venha conhecer e se apaixonar por toda a linha Casa Giulia no DelMoro.
Tradição Indiana
O ghee é um óleo muito utilizado na culinária indiana e na medicina ayurvédica. Durante um processo de fermentação com bactérias láticas específicas e posterior clarificação da manteiga, os resíduos sólidos do leite são removidos, dentre eles, a lactose, o que torna o ghee uma excelente gordura para o consumo humano. Essa fermentação difere o ghee de uma simples manteiga clarificada e confere ao produto suas características sensoriais. Para adicionar ainda mais sabor e benefícios no seu dia a dia, a Ghee Me More apresenta o Ghee com Sal Rosa, o Ghee com Ervas Finas, o Ghee com Cúrcuma, o Ghee com Alho e o Ghee com Pimenta Caiena. A combinação entre eles também forma sabores maravilhosos, não deixe de provar.
Laticínios de Búfala
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Bianco Latte é uma marca especializada em laticínios feitos a partir de leite de búfala. Ela possui uma infraestrutura que engloba todas as etapas do processo produtivo, desde a produção dos alimentos e insumos do rebanho bubalino até a entrega do produto final nas gôndolas do DelMoro. Não deixe de experimentar a forma clássica da mozzarela de búfala, cuja conservação em soro garante toda a pureza de seu sabor e textura. Em sua produção, a bola no soro não leva sal, assim você pode ter mais liberdade para temperá-la de acordo com o seu gosto e criatividade. Prove também a ricota e o queijo frescal da Bianco Latte e se apaixone pelos derivados do leite de búfala, que contam com valores nutritivos superiores aos do queijo bovino, pois têm menor teor de colesterol e são mais ricos em cálcio, proteínas e vitaminas.
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capa por ELEN VALERETO
bacalhau o protagonista do almoço de Páscoa Ingrediente, que é tradicionalmente nobre, pode chegar à mesa com várias apresentações e sabores 14
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m peixe que não é peixe. Talvez, essa seja a melhor definição para o bacalhau, um ingrediente nobre usado no preparo de tantas receitas e que, ainda, destaca-se como a grande estrela em almoços e jantares de comemorações religiosas. O bacalhau, na verdade, é preparado a partir da salga e desidratação de algumas espécies de peixes. O mais importante e nobre deles é o Gadus morhua – também conhecido como bacalhau do Porto. Os demais são zarbo, ling e saithe e, assim como o gadus, são pescados, principalmente, em regiões muito frias do Atlântico Norte, a exemplo da Noruega e Islândia, embora também sejam encontrados em outras áreas litorâneas. A presença ilustre do bacalhau nas refeições da Semana Santa e no domingo de Páscoa surgiu de uma cultura do catolicismo que pede aos fiéis que substituam a carne vermelha, em representação e memória à morte de Jesus Cristo, pelo consumo de peixe. Este costume ganhou força, inicialmente, pela vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808. A preferência dos portugueses em consumir bacalhau sempre existiu, seja por questões religiosas ou não. A abundância do produto possibilitava
esta popularidade na gastronomia que chegava às mesas de famílias ricas e pobres, mas foi garantir seu espaço no período das grandes navegações para exploração territorial. Durante essas viagens, que podiam demorar vários meses, os alimentos eram desidratados por dois motivos: primeiro, pela conservação, durabilidade e sabor, e, segundo, para a redução do peso, que, consequentemente, diminuía o espaço necessário para guardá-los no decorrer de todo o período necessário. Aqui no Brasil, até o início da segunda grande guerra, o bacalhau continuava presente no dia a dia de muitas famílias, pois os preços eram acessíveis. Com a escassez dos alimentos e reconstrução dos países logo após o retorno da paz, o bacalhau ficou mais caro e seu consumo ficou restrito apenas a ocasiões mais especiais, como as festas cristãs da Páscoa e do Natal. Para as ceias desses feriados, algumas receitas são clássicas, como bacalhoadas, saladas, bacalhau à Gomes de Sá ou à Brás, entre outros. No entanto, as possibilidades de pratos são versáteis e permitem o uso de várias partes do bacalhau, desde grande postas a pedaços menos nobres para preparos como: desfiados, como tortas, massas, assados, saladas e bolinhos fritos.
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bacalhau à lagareiro Ingredientes • 6 postas de bacalhau dessalgadas congeladas • 1 litro de leite • 1 kg de batata bolinha • 3 cabeças de alho • ¾ de xícara (chá) de azeite
Modo de preparo Na véspera do preparo, transfira as postas de bacalhau do congelador para a geladeira. Preaqueça o forno a 200 ºC (temperatura média). Corte a ponta de cada cabeça de alho, as transfira para uma assadeira pequena e deixe no forno enquanto ele aquece. Lave as postas de bacalhau em água corrente. Com uma escovinha para legumes, lave bem a casca das batatas, também em água corrente, já que não será necessário descascar. Em uma panela grande, junte o leite e as postas de bacalhau. Leve ao fogo médio e, quando ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Com uma escumadeira, retire as postas de bacalhau e as transfiram para uma assadeira grande. Posicione as batatas já lavadas na panela com o leite em que o bacalhau foi ferventado. Leve a fogo médio e, quando ferver, deixe cozinhar por mais 10 minutos. Retire as batatas e reserve o leite para outra preparação, como molho bechamel. Agora, junte as batatas ao bacalhau na assadeira e regue tudo com bastante azeite. Retire as cabeças de alho do forno, corte em fatias e adicione na assadeira com o bacalhau. Tempere com sal e pimenta-do-reino moída na hora. Por último, leve ao forno para assar por 40 minutos. Sirva. Dica: pode ser acompanhado por ervilhas tortas e brócolis.
Receiras: Panelinha
bacalhoada Ingredientes • 1 ,6 kg de lombo de bacalhau em postas (média de 6 postas) • 4 batatas do tipo “asterix” ou “baraka” • 2 pimentões amarelos • 2 pimentões vermelhos • 2 xícaras (chá) de tomate-cereja • 2 cebolas • 2 cabeças de alho • 1 xícara (chá) de azeitonas verdes • 1 ½ xícara (chá) de azeite • 3 ramos de louro • S al e pimenta-do-reino moída na hora a gosto
Modo de preparo Lave as postas do bacalhau para retirar o excesso de sal e as coloque em uma tigela. Cubra com água e deixe de molho por 24 horas na geladeira e faça o processo de troca de água por cinco vezes em temperatura fria. Preaqueça o forno a 200 ºC. Cortes os pimentões ao meio, no sentido do comprimento, e recorte as metades em tiras. Corte as cebolas em quartos. Lave bem a casca das batatas com uma escovinha para legumes e corte cada uma ao meio, no sentido do comprimento, e cada metade em seis pedaços. Descarte a água
do bacalhau e lave as postas em água corrente. Corte cada posta ao meio, no sentido da largura. Transfira o bacalhau para uma panela e cubra com água. Junte as folhas de louro e as cabeças de alho, e leve ao fogo médio. Quando começarem a subir as primeiras bolhas, abaixe o fogo e deixe cozinhar por mais cinco minutos para, então, colocar o bacalhau em um refratário. Mantenha a panela com a água no fogo e adicione as batatas. Deixe-as cozinhar por cerca de 10 minutos – elas devem estar cozidas, mas ainda firmes. Passe as batatas, o alho e os ramos de louro por um escorredor. Reserve. Regue o fundo de uma assadeira grande com meia xícara (chá) de azeite. Disponha as postas de bacalhau, deixando espaço entre cada uma. Entre essas postas, distribua os demais ingredientes (batatas, pimentões, tomates, cebolas, alho, azeitonas e folhas de louro. Tempere os legumes com sal e pimenta a gosto e regue tudo com o azeite restante. Cubra a assadeira com papel-alumínio e leve ao forno para assar por cerca de 30 minutos. Retire o papel, regue o bacalhau e os legumes com o líquido da assadeira e deixe assar por mais 15 minutos. Retire do forno e sirva.
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Muitas receitas saborosas e algumas até inesperadas podem ser encontradas em um livro chamado “As minhas receitas de bacalhau”, publicado pela editora Casa das Letras e escrito pelo chef de cozinha e escritor português Vítor Sobral. Entre elas está uma releitura da feijoada brasileira com o famoso ingrediente de Portugal: a “Feijoada de bucho de bacalhau com pimenta malagueta e coentro”. Mais refrescante e delicada, outra sugestão é a “Salada de línguas de bacalhau com peras ao forno”. Como o brasileiro gosta de churrasco, outra opção menos comum é assar postas grandes de bacalhau na grelha. E, para evitar que fique seco com a intensidade do calor das chamas, um bom azeite deve ser usado para regar e deixar as peças suculentas.
Cuidados no pré-preparo Para que qualquer receita seja bem elaborada para a Páscoa, é fundamental que o bacalhau esteja em bom estado e passe pelo processo de dessalga, caso seja necessário. Além disso, em pratos assados ao forno, grelhados na frigideira ou na churrasqueira, é importante que o ponto do bacalhau não seja perdido. Assim como as carnes vermelhas, o bacalhau tem um ponto ideal para manter seu sabor, sua umidade e suculência. O recomendado pelos chefs de cozinha é que as postas apresentem “pétalas”, como se fossem finas
Sugestões de pratos com bacalhau Açorda de bacalhau a açorda é uma tradicional sopa com pão, bacalhau, azeite, alho, sal, coentro e ovo cozido, muito apreciada pelos portugueses. A iguaria era muito consumida nos meses de inverno rigoroso, especialmente entre os trabalhadores rurais e pessoas muito pobres. No lugar do bacalhau, também podem ser usadas sardinhas e pescadas. Bacalhau à Brás um dos pratos mais emblemáticos da gastronomia portuguesa, preparado com bacalhau desfiado, é preparado buscando equilíbrio de rodelas de cebolas fritas, batata palha, ovos mexidos, azeitonas, salsinha e bastante azeite extravirgem. Esta receita com baca-
lhau à moda de Brás faz homenagem a um taberneiro, de Lisboa, que teria elaborado essa combinação. Bacalhau à Gomes de Sá outra importante receita que faz menção a seu autor: o negociante de bacalhau José Luís Gomes de Sá Júnior, do Porto. Aqui, o bacalhau pode ser cortado em lascas menores e passadas por cozimento, embebidas em leite. Adquirindo sabor delicado e mais macias, as lascas do bacalhau são, ainda, cozidas com azeite extravirgem, alho e cebola, sendo servidas com ovos cozidos em pedaços, azeitonas pretas e salsinha salpicada. Bolinho de bacalhau muito popular em bares brasileiros, pode ser uma opção saborosa de entrada para as refeições da Páscoa. A base do bolinho é o bacalhau desfiado com massa de batata. Como é frito, a preferência pela batata asterix é recomendada, pois possui menos umidade, evitando que os bolinhos fiquem gordurosos. O nome “bolinho”, aliás, é reconhecido apenas na região Norte de Portugal, já que, no Centro e Sul, são chamados de “pastéis de bacalhau”. CARPACCIO de bacalhau uma entradinha famosa e refrescante preparada com bacalhau. São usados os ingredientes comuns: lascas de bacalhau, alho, cebola, salsinha, azeitonas pretas e azeite extravirgem. No entanto, a receita é servida fria, como uma saladinha, para acompanhar pães firmes e torradas.
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brandade de bacalhau Ingredientes • 400 g de bacalhau desfiado • 500 g de batata • 2 dentes de alho • ¼ de maço de salsinha • ½ xícara (chá) de creme de leite fresco • Sal e pimenta-do-reino moída na hora, a gosto • Noz-moscada a gosto • 2 colheres (sopa) de azeite • 6 fatias de pão torrado
Modo de preparo
Receitas: panelinha.com.br
camadas passadas, uma a uma, ao introduzir o garfo. O ponto perdido deixa o bacalhau mais rígido, com fiapos duros. A higienização e os cortes precisos dos alimentos que devem acompanhar o bacalhau também são importantes. Dependendo do tipo de cozimento, cada legume deve ser adicionado de forma diferente, como batatas, pimentões, cebolas, alhos e tomates, entre os mais comuns. Além disso, o uso abundante de azeite extravirgem é fundamental. Muitos pratos dependem do ingrediente durante seu preparo e, principalmente, na hora de servir.
Dessalgue o bacalhau em água por 5 horas, trocando a água a cada hora. Faça um purê com as batatas: coloque-as em uma panela, cubra com água e leve ao fogo alto. Quando ferver, abaixe para fogo médio e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos ou até que estejam macias. Retire as batatas do fogo e escorra a água. Deixe-as esfriar o suficiente para conseguir manusear. Descasque as batatas e as amasse com um garfo ou passe pelo espremedor. Reserve. Preaqueça o forno a 180 ºC. Agora, descasque os dentes de alho. No processador de alimentos, coloque o purê de batatas, o bacalhau, o alho e o creme de leite. Tempere com sal, pimenta-do-reino moída na hora e noz-moscada ralada. Bata em velocidade alta até obter uma massa homogênea. Transfira a massa para uma travessa e leve-a ao forno preaquecido, deixando assar até dourar. Lave e seque a salsinha, pique bem as folhas. Sirva a brandade generosamente sobre as fatias de pão torrado. Regue com o azeite de oliva e salpique com a salsinha. Sirva.
radar
por shayla silva
saind o d o forno dicas quentinhas do universo da gastronomia
ana maria brogui
comida cheia de história
Um bom prato acompanhado de uma boa conversa. É isso que propõe o livro Comida Cheia de História, do SENAC São Paulo, no qual a autora, Patrícia Ferraz, introduz suas receitas favoritas com algumas crônicas de sua experiência de vinte anos com o jornalismo gastronômico. Além disso, o livro apresenta entrevistas com chefs e celebridades, viagens e visitas a restaurantes variados, descobertas e segredos aprendidos em casas e cozinhas famosas. Destinado a todos amantes da Gastronomia e das boas histórias, os pratos mencionados são incrivelmente saborosos e de fácil preparo em casa.
Comandado pelo publicitário Caio Novaes, o canal Ana Maria Brogui – primeiro programa de culinária do YouTube Brasil – acumula quase 3,5 milhões de inscritos na plataforma. O canal ganhou visibilidade ao ensinar, de maneira, descomplicada, aquilo que todos querem: replicar receitas famosas de fast-food em casa. A cebola do Outback, a batata frita do McDonalds e o milkshake do Bob´s são alguns da lista. O nome do canal, claro, é uma alusão à apresentadora Ana Maria Braga, cujo programa também faz muito sucesso com o quadro de gastronomia e o típico “HUMMM”. Acompanhe o canal no YouTube para fazer sua própria receita de fast-food em casa.
top chef brasil 2
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reality show de gastronomia da Record, Top Chef Brasil, tem sua segunda edição confirmada para 2020. Apresentado pelo chef de cozinha Felipe Bronze, a nova fase do programa está prevista para estrear em abril, em novo horário de exibição. Dessa vez, irá ao ar nas noites de sexta, disputando com o Globo Repórter (Globo) e a Tela de Sucessos (SBT). O reality confina 16 participantes numa casa, onde terão que conviver e preparar os melhores pratos, misturando os conceitos de Big Brother e MasterChef. O número de episódios será o mesmo da primeira temporada, ou seja, 13 programas.
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radar alex atala
Tadeu Brunelli
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ilad Alexandre Mack Atala, mais conhecido por Alex Atala, é um premiadíssimo chef de cozinha e restaurateur brasileiro. Durante um mochilão pela Europa, Atala fez um curso de gastronomia e trabalhou em restaurantes na Bélgica, na França e na Itália. De volta ao Brasil, teve sua carreira deslanchada ao renovar o cardápio do extinto restaurante Filomena. Em 1999, veio a inaugurar o restaurante D.O.M, responsável por consolidá-lo no universo gastronômico. Já no primeiro ano, D.O.M foi eleito melhor restaurante e Atala, melhor chef, pela revista especializada Gula. Também foram reconhecidos pelo Guia Quatro Rodas e pela revista Veja. Em 2007, D.O.M figurou em 40º lugar na lista dos melhores restaurantes do mundo (San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants) e foi incluído no guia organizado pela revista londrina Restaurant. Ao decorrer dos anos, o empreendimento gastronômico foi subindo posições até que, em 2012, rankeou-se em 4º lugar. Alex é defensor da culinária regional e tem como base de alguns de seus melhores pratos a cozinha amazônica e paraense.
cozinhando no exterior
Para os apreciadores de comida brasileira, esse e-book apresenta vinte e duas receitas fáceis, básicas e ilustradas, com ingredientes universais. As receitas são de pratos consumidos nacionalmente ou típicos da região sudeste, como Feijoada, Moqueca de Peixe, Tutu de Feijão, Beijinho etc. Dividido em capítulos – Verduras & Legumes; Grãos; Peixe e Frutos do Mar; Frango; Carne e Sobremesas –, traz 18 receitas sem glúten e 10 vegetarianas, todas com preparo de 30 minutos ou menos, com exceção da feijoada. Além disso, informações sobre os ingredientes principais de cada receita são abordadas. Você pode comprá-lo pelo site da Amazon.
Restodontê
Sabe aquele ingrediente que está parado na dispensa ou geladeira e você não tem a mínima ideia do que fazer com ele? O site “Restodontê” te ajuda a procurar a solução. Com um formato bem legal de busca, você pode encontrar inúmeras receitas que utilizam esse ingrediente “perdido” na sua casa, transformando-o em um verdadeiro prato. Você ainda pode filtrar a pesquisa por tempo de preparo, rendimento, e combinar com quantos ingredientes quiser. Já foram encontradas 959 receitas pelo site. Acesse e descubra também receitas fáceis de preparar com o que você sempre tem em casa www.restodonte.com.br
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enologia por MICHELLE MONTE MOR
Bebida que se confunde com a alma de Portugal ĂŠ uma boa pedida para a PĂĄscoa, pois harmoniza bem com peixes
encante-se com o sabor do
vin h o ve rde 22
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o noroeste de Portugal, entre os rios Douro e Minho, encontra-se a região do Minho, berço do vinho verde, estilo de vinho português único no mundo. Esta é uma das mais antigas regiões vinícolas do país, onde são produzidos, anualmente, 78 milhões de litros (dados de 2019/2020). Aproximadamente, 22 mil pequenos produtores espalham-se em uma área de 34 mil hectares. O primeiro registro de plantio de vinhas data do século 12, mas a bebida só começou a fazer parte dos hábitos dos moradores daquela região em meados do século 13. O vinho verde é produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, uma denominação de origem controlada criada em 1908. E, não se engane, pois o nome não tem a ver com uvas verdes ou com a cor do vinho, visto que há vinhos verdes brancos, rosés, tintos, espumantes, aguardentes e de colheita tardia. As condições naturais desta região são as ideais para a produção de excelentes vinhos, assim como espumantes e aguardentes. São bebidas que trazem uma frescura natural. Existem algumas versões para o uso do nome verde. Uma delas diz que a região de produção deste vinho é formada por cenários de tons exuberantemente verdes. A outra afirma
que o nome refere-se ao estilo do vinho, fresco, leve e jovem. E uma terceira versão diz que o nome é uma referência ao elevado teor de acidez, que dá a falsa impressão de que as uvas foram colhidas antes de sua maturação. Mas as uvas são colhidas no momento certo e a acidez marcante dos vinhos verdes é uma assinatura deste estilo de vinho. Em Portugal, a sensação provocada na língua por essa acidez é chamada de “agulha”. Os vinhos verdes têm entre 12% e 13,5% de graduação alcoólica.
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O frescor dos vinhos verdes Os vinhos verdes se caracterizam por sua leveza, frescor, borbulhas e acidez. Devem ser servidos um pouco mais gelados do que os brancos normais. Após a região do Douro, os vinhos verdes representam o segundo maior volume de exportação da bebida de Portugal, apreciados em mais de 80 países. Entre os rótulos mais famosos está o Casal Garcia, produzido desde 1939 pelo enólogo francês Eugène Hélisse, na Quinta da Aveleda, em Penafiel. O Casal Garcia reúne opções de vinhos branco, tinto, rosé e sweet. Além de
Dicas importantes
• O local de armazenamento não deve ser muito úmido (a umidade relativa deve ser inferior a 75%), evitando bolores que danificam os rótulos e as rolhas; • As garrafas devem ser mantidas deitadas de forma a manter a rolha sempre em contato com o vinho; • Os vinhos verdes devem, por norma, ser consumidos jovens. Contudo, os vinhos que apresentam teor alcoólico mais elevado e que são mais complexos, como os da casta Alvarinho, têm um potencial de envelhecimento muito positivo; • Se a garrafa estiver a uma temperatura de 20 °C, serão necessárias cerca de 2 a 3 horas no refrigerador para que o vinho fique à temperatura adequada; • Os copos são outro elemento-chave do serviço do vinho. O mesmo vinho servido em copos diferentes transmite uma percepção diferente do sabor e aroma, por isso o ideal são as taças, pois possuem pé para segurar, evitando assim que a mão aqueça o líquido; • Quando o conteúdo da garrafa não é todo consumido, esta pode ser guardada, em geral, durante um ou dois dias na geladeira. A garrafa deve ser fechada, de preferência, com um sistema de vácuo para preservar as características do vinho; • A temperatura recomendada para o consumo é: Vinho Verde branco: 8 a 12 °C; Vinho Verde rose: 10 a 12 °C; Vinho Verde tinto: 12 a 15 °C; Espumantes de Vinho Verde: 6 a 8 °C.
sangrias e sparklings. Nesta época de Páscoa, a sugestão são os vinhos verdes branco e rosé, que harmonizam muito bem com peixes grelhados, bacalhau, pratos com mariscos e limão, e, ainda, com saladas com queijo. Devem ser apreciados a uma temperatura entre 8 °C e 10 °C. Os vinhos verdes brancos apresentam cor citrina ou palha, aromas ricos, frutados e florais, dependendo das castas que lhes dão origem. Na boca,
são harmoniosos, intensos e evidenciam uma grande frescor. Os vinhos verdes rosados revelam uma cor levemente rosada ou carregada, aromas jovens, frescos, lembrando frutos vermelhos. O sabor é harmonioso, fresco e persistente. O clima da Região é propício para o cultivo de castas brancas, como a Alvarinho, a Arinto, a Azal, a Loureiro e a Trajadura. As principais variedades de uvas tintas cultivadas na região são a Alvarelhão, a Amaral, a Borraçal, a Espadeiro, a Padeiro, a Pedral, a Rabo de Anho e a Vinhão. Enoturismo A região produtora dos vinhos verdes já foi conhecida como “Os Jardins de Portugal”. Seu clima úmido e os altos índices pluviométricos deixam as paisagens exuberantes e as condições excelentes para a produção de vinhos. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes
O clima da Região é propício para o cultivo de castas brancas, como a Alvarinho
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Ao percorrer estes caminhos, o visitante tem a oportunidade de descobrir as origens e sabores da milenar cultura vinícola e mergulhar na história de Portugal
A impressionante beleza da região do Minho serve de cenário para a Rota dos Vinhos Verdes
Harmonização
Os vinhos verdes devem ser servidos a temperaturas mais baixas para que sua acidez seja refrescante e não pungente. Por este motivo, é preciso atenção na hora de harmonizar, pois a escolha do prato deve levar em conta essa característica. Os vinhos ácidos combinam, em geral, com frutos do mar e peixes de água salgada. Outra dica: o vinho verde valoriza os pratos típicos portugueses. Por isso, podemos harmonizar os vinhos verdes com bacalhoadas, risotos de frutos do mar, saladas refrescantes ou, até mesmo, um suflê de salmão. Outra sugestão são os pratos orientais — como sushi, sashimi, ou pratos elaborados com polvo —, cujo sabor destaca-se na presença da acidez do vinho verde.
tem como limites, ao norte, o rio Minho, que estabelece parte da fronteira com a Espanha, ao sul, o rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro, a leste, as serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão, e, a oeste, o Oceano Atlântico. Em termos de área geográfica, é a
Passeio de barco pelo rio Douro
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maior Região Demarcada Portuguesa e uma das maiores da Europa. Embora esteja situada na região de clima mediterrâneo, a influência marítima do Atlântico deixa o clima ameno. Estes fatores climáticos, somados aos solos majoritariamente de origem granítica, traduz-se em leveza, frescor e elegância dos vinhos produzidos ali. E esta impressionante beleza da região do Minho serve de cenário para a Rota dos Vinhos Verdes. Ao percorrer estes caminhos, o visitante tem a oportunidade de descobrir as origens e sabores da milenar cultura vinícola e mergulhar na história de Portugal. O roteiro inclui quintas, adegas, restaurantes, unidades de alojamento e empresas de animação turística. São 49 municípios, chamados de concelhos, que abrangem todo o noroeste de Portugal. Destinos que oferecem praias
e montanhas, vales e rios, e de uma paisagem única em que o verde, que dá nome ao vinho, é a cor dominante. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes foi dividida em nove sub-regiões. Cada uma delas tem diferentes castas recomendadas à produção de vinhos e outras bebidas, cada um com sua peculiaridade: • Sub-região de Amarante • Sub-região do Ave • Sub-região de Baião • Sub-região de Basto • Sub-região do Cávado • Sub-região do Lima • Sub-região de Monção e Melgaço • Sub-região de Paiva • Sub-região do Sousa
• Rosé Podem ser levemente rosados ou rosas bem carregado. Os aromas jovens são a marca dessa variedade. Trazem notas de frutas vermelhas. O sabor é persistente, apesar de seu frescor natural. • Tintos Com coloração intensa, podem apresentar uma espuma mais rosada ou avermelhada. Em seu aroma, destacam-se os frutos silvestres, mantendo as características gerais dos vinhos do noroeste português: acidez mar-
As características e os tipos de vinhos verdes O vinho verde é uma bebida jovem que está pronta para ser consumida sem ter passado por períodos de maturação nas barricas ou em caves. • Brancos Os vinhos verdes brancos apresentam cores que variam entre o citrino até tons de palha. Têm acidez intensa, ainda que delicada, e são harmoniosos ao paladar. Seus aromas são frutados e florais intensos.
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cante, frescor intenso em seu sabor e aroma. São considerados vinhos extremamente gastronômicos. • Espumantes Os espumantes mantêm o perfil característico dos vinhos daquela região portuguesa. O frescor aromático está sempre presente. Como é servido em temperatura mais baixa, este frescor é evidenciado. O que diferencia o espumante é a doçura por causa da concentração de açúcar residual presente no resultado final.
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receita do chef
por Adriana Panzini
cozinhando com o coração Muitas pessoas associam a comida a lembranças afetivas e momentos inesquecíveis de sua história de vida. Acredita nessa conexão? E qual é a sua lembrança preferida? Leana Reis Sem dúvida, cozinhar, além de dom, é uma paixão! É um ato de afeto que precisa de dedicação, amor aos alimentos e, principalmente, às pessoas. E quando trabalhamos com amor e dedicação, sempre temos bons resultados. Quando eu era pequena, morávamos em um sítio no interior do Paraná. Eu sempre acompanhava minha mãe com as preparações das refeições da família, era encantador como ela conduzia tudo, ela é minha maior inspiração desde criança.
Leana Reis Quem observa a empresária, chef e futura gastrônoma Leana Reis em sua agitada rotina de atendimento do buffet e marmitaria que leva seu nome, em Alta Floresta, servindo eventos diversos como casamentos, formaturas, aniversários, eventos corporativos, coffee breaks e reuniões em casa, não imagina a forma curiosa como essa história de amor com o mundo da culinária ganhou forma em sua vida. Tudo começou quando, em 2009, após ter que fechar sua fábrica de lingeries e em um momento de dificuldades financeiras, um amigo, Onildo Palhares, ofereceu um trabalho que era, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade, em uma área totalmente diferente: servir 140 reeducandos na Cadeia Pública de Alta Floresta, incluindo o preparo de café da manhã, almoço e jantar. Arregaçando as mangas na cozinha e acumulando um grande aprendizado na elaboração dessas marmitas, Leana ganhou confiança para abrir seu próprio serviço de fornecimento de refeições para a população em geral e, em 2016, veio o convite para preparar seu primeiro jantar de casamento. Dessa ocasião, em que teve que recorrer até mesmo a amigos para obter as louças necessárias para o buffet, até a excelência em bem receber com a melhor gastronomia em uma das mais importantes empresas do ramo na região, a chef nunca deixou de persistir na busca pela inovação e alta qualidade à mesa, encantando seus sortudos comensais.
O que você gosta de cozinhar para sua família e amigos nos momentos de lazer? Leana Reis Minhas especialidades como profissional são a culinária brasileira e a italiana, com algumas variedades internacionais, mas meu maior prazer é a culinária caipira, não dispenso um bom franguinho caipira com uma cerveja gelada. Nesta edição, indico aos leitores uma receita minha que está no livro do festival gastronômico Sabores da Floresta. No seu dia a dia, qual é aquele ponto de destaque que os clientes mais elogiam? Leana Reis Os maiores elogios são para minhas mesas postas de entradas, com variedades e ornamentações caprichadas. Que dica daria para alguém que está começando nessa área? Leana Reis Trabalhar com o coração, com qualidade e honestidade, sempre buscando a satisfação do cliente. Porque qualquer um pode, sim, aprender a cozinhar, mas seguir carreira é realmente para quem tem o dom e ama essa profissão.
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filé de corvina ao molho de araçá-boi com purê de banana INGREDIENTES • 5 00 g de filé de corvina • 1 limão • 5 dentes de alho • 1 colher (sopa) rasa de sal Molho de Araçá-boi: • 200 g de polpa de Araçá-boi • 1 cebola em pétalas • 2 colheres (sopa) de açúcar • 1 colher (sopa) de trigo • 1 colher (chá) de sal • 1 xícara (chá) de água • 1 colher (sopa) de manteiga Purê de banana-da-terra: • 2 bananas-da-terra • 1 colher (sopa) de manteiga • 1/2 xícara (chá) de leite • 1/2 xícara (chá) de creme de leite • 2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado • 1 dente de alho amassado
MODO DE PREPARO 1 Tempere os filés de corvina com o limão, o alho e o sal, e reserve.
Molho de Araçá-boi:
2 Em uma panela, aqueça a manteiga, refogue a cebola,
polvilhe o açúcar e deixe caramelizar por um minuto. Acrescente o trigo, deixe dourar, junte o sal, o Araçá-boi e uma xícara (chá) de água, cozinhando até engrossar. Reserve.
Purê de banana da terra:
3 Cozinhe as bananas no vapor e bata no liquidifica-
dor com o leite. Aqueça a manteiga, doure o alho e acrescente as bananas até levantar fervura. Em seguida, acrescente o queijo parmesão e o creme de leite.
Montagem e modo se servir o prato:
4 Grelhe os filés de corvina na manteiga. Coloque em um
refratário, cubra com o molho e sirva quente, guarnecido com o purê de banana.
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receita do chef
por Adriana Panzini
cozinhar, a melhor forma de amar Muitas pessoas associam a comida a lembranças afetivas e momentos inesquecíveis de sua história de vida. Acredita nessa conexão? Fabiane Borges Com certeza. Diria que é a melhor forma de amar as pessoas… é uma declaração de amor. Na comida mostramos muito da nossa personalidade e, principalmente, do nosso humor.
Fabiane Borges
O que você gosta de cozinhar para sua família e amigos nos momentos de lazer? Fabiane Borges Gosto muito de caldos e sopas. Mas nada supera um bom risoto. A receita de minha autoria que indico para os leitores hoje é o Risoto Nordestino, que leva esse nome em homenagem a um povo que me acolheu de coração.
Foi com muita garra e coragem que a chef e consultora Fabiane Borges colocou o pé na profissão, como diria Milton Nascimento. Hoje, proprietária do Café e Bistrô Munguba, dá aulas para o Senac e presta consultoria na área de Alimentos & Bebidas, mas sua trajetória nesse universo começou em 2010, quando decidiu empreender. Não sabia quase nada sobre o assunto, mas, com o apoio da mãe, abriu naquele ano o restaurante Açafrão, tendo como investimento inicial apenas 600 reais em dinheiro e 300 reais em alimentos comprados no mercado próximo. De cada, vieram os utensílios e pronto, estava montada uma charmosa peixaria na terra do churrasco. No começo, eram só as duas mesmo para dar conta de servir o almoço e jantar, com peixe-frito, moqueca, Matrinchã. Mas, aos poucos, o negócio foi crescendo, exigiu um novo ponto, maior. O jeito foi invadir a casa dos pais, onde funciona até hoje. Em 2014, Fabiane foi morar em uma praia chamada Zumbi, no litoral norte de Natal, no Rio Grande do Norte, e lá na região acabou concluindo sua formação no Senac. Esse caminho ajudou a consolidar sua especialidade em peixes e frutos do mar, mas a chef conta que cozinha de tudo um pouco, gosta muito de receitas autorais e faz seus temperos usando tudo o mais natural possível.
Que dica daria para alguém que está começando nessa área? Fabiane Borges Reflita: você faria isso de graça a vida toda? Para qualquer pessoa? Se faça essa pergunta e saberá se deve ou não continuar. A cozinha não é glamour, é amor, dedicação, persistência. Eu sou feliz com a profissão que me escolheu. Acredita que qualquer pessoa pode aprender a cozinhar? Fabiane Borges Com certeza, basta querer. Quando dou cursos falo bastante sobre isso. Claro que tem gente que tem mais facilidade ou quer mais e, nesse caso, isso facilita muito. Quem é sua inspiração na culinária? Fabiane Borges Muitos profissionais me inspiram, mas sou superfã da Paola Carosella. Hoje em dia, tem muito chef de cozinha que esquece que somos cozinheiros… é muito mais alma que glamour.
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risoto nordestino INGREDIENTES • 160 g de arroz arbóreo • 1 colher (sopa) de azeite • 180 ml de vinho branco •A lho a gosto • Cebola a gosto • 1 00 g de carne de sol desfiada grosseiramente •M eia banana-da-terra picada • 50 g de queijo coalho picado •Q ueijo parmesão a gosto • 20 g de manteiga gelada • Pimenta-dedo-de-moça a gosto • 1 ,5 litro de caldo de legumes feito com cenoura, alho-poró e abobrinha
MODO DE PREPARO 1 Aqueça o caldo. Refogue o
alho e a cebola no azeite. Coloque o arroz e refogue bem. 2 Acrescente uma pitadinha de sal e cubra com o vinho. Mexa sempre sem parar para soltar o amido. Assim que o vinho secar, comece a colocar o caldo, aos poucos, com uma concha. Mexa sem parar até ficar al dente. 3 Coloque a carne desfiada, a banana-da-terra e o queijo coalho. 4 Adicione mais uma concha de caldo, o parmesão e finalize com a manteiga gelada. 5 Finalize os pratos com cheiro-verde e pimenta-dedo-de-moça.
dica dA chef Antes de finalizar com a manteiga, coloque 3 colheres (sopa) de nata gelada.
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tradição
Ovo stradição d e e Pás coa sabor por Michelle Monte Mor
Para a tradicional data, marcas lançam produtos de maior valor agregado, com atributos diferenciados para agradar ao consumidor
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Páscoa é a data em que cristãos celebram a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Momento de refletir sobre o significado da vida. Famílias se reúnem à mesa e trocam ovos de Páscoa. No entanto, muitos não conseguem visualizar a relação entre essa celebração religiosa e o hábito de
presentear com chocolate. É uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem da palavra Páscoa vem do termo em hebraico Pesach, cujo sentido simbólico é de “passagem”. Nas celebrações pagãs, significa passagem do inverno para a primavera e nas judaicas, da escravatura no Egito
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para a liberdade na Terra prometida. Tanto no significado judeu, quanto no cristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova. Antes de o ovo de chocolate se transformar em sinônimo de Páscoa, é preciso saber que em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, Leste Europeu e Oriente, o ovo era um presente
bastante comum. E isso antes do cristianismo. Em geral, presenteava-se com ovos quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera. Estes ovos comemorativos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Durante a Idade Média, este costume se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa. Neste período, muitos destes povos realizavam rituais de adoração para Eostre, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, esta deusa pagã aparece na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante, enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem, há a conjunção de três símbolos - a mulher, o ovo e o coelho - que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos. Tais símbolos foram incorporados às festividades cristãs, com a pintura de ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria. A chegada dos ovos de chocolate Foi no período medieval, que os ovos ganharam status de presente durante a Páscoa. Nesta data, nobres e reis presenteavam os seus com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Os ovos de chocolate chegaram após a descoberta do continente americano. Com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação des-
Foi no período medieval que os ovos ganharam status de presente durante a Páscoa. Nesta data, nobres e reis presenteavam os seus com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas.
te alimento sagrado no Velho Mundo. Foi somente duzentos anos depois que culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate. Ele entra na história porque durante a Quaresma, período entre o fim do Carnaval e a Páscoa, muitos cristãos costumam não comer carne e ovos. E, já que em algumas épocas era comum presentear com ovos de galinha decorados, estes foram substituídos por ovos feitos de chocolate. Símbolo da Páscoa No Brasil, as primeiras sementes de cacau chegaram no século 18, no sul da Bahia. A primeira fábrica nacional de chocolates foi aberta em 1891,
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em Porto Alegre. Era a Neugebauer, que existe até hoje. Vinte e um anos depois, nascia a Lacta. Depois, veio a Kopenhagen, em 1928, a Garoto, em 1929 e, em 1959, a suíça Nestlé começou a fabricar chocolates no Brasil. De 1986 até 1990, o Brasil foi o segundo maior produtor mundial de chocolate, chegando a produzir 458 mil toneladas de amêndoas/ano. Hoje, está em sétimo lugar do ranking com uma produção de 214 mil toneladas, em 2018. De acordo com a Abicab, associação que representa a indústria brasileira de chocolate e cacau, o brasileiro consome, em média, 2,5 quilos de chocolate por ano, enquanto o suíço, o austríaco e o alemão consomem um volume superior a 7 quilos por pessoa/ano.
Muitos foram criados para atender o público infantil, oferecendo chocolate e brinquedos.
A evolução dos ovos de chocolate Ao leite, amargo e branco. Há alguns anos, os ovos de Páscoa eram compostos pelo artefato em formato oval, recheados com bombons. Anos depois, os ovos começaram a reproduzir os sabores e a diversidade dos chocolates em barra. Além disso, muitos foram criados para atender o público infantil, oferecendo chocolate e brinquedos. Atualmente, a tendência é que se valorize, cada vez mais, a origem da matéria-prima e as características peculiares do chocolate feito com o cacau de uma determinada região. O mercado nacional, hoje, busca por produtos menos genéricos, de maior valor agregado, com atributos diferenciados e que indiquem um certo nível de status. A Páscoa é uma das datas mais importantes para a indústria de chocolates. Em 2018, foram produzidas mais de 11 toneladas de ovos e itens de Páscoa, um crescimento de 26% em relação a 2017. De acordo com a Abicab, a indústria de chocolate tem amplo portfólio que agrada a todos os perfis dos brasileiros. Em 2019, as vendas de ovos registraram crescimento de 1,29% em relação a 2018, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre os produtos mais procurados estão os ovos de chocolates industrializados (61%),
seguido por caixas de bombons (50%), ovos de Páscoa artesanais e caseiros (38%), barras de chocolate industrializadas (33%) e artesanais (25%), colombas pascoais (13%) e bebidas, como vinho (13%). Ovos para todos os gostos Todos os anos, as marcas prepararam novidades que vão do clássico ao “diferentão”. Hoje, é possível encontrar ovos de chocolate dos mais diversos sabores, tipos e cores. Além disso, um estudo da Nielsen revelou que os brasileiros estão procurando produtos mais saudáveis. Pensando nisso, as marcas desenvolveram ovos sem glúten, zero açúcar e sem lactose. Muitas também apostam na inovação, incorporando a tecnologia na escolha
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e compra de produtos. A Nestlé, por exemplo, criou um aplicativo que ajuda o consumidor a fazer suas escolhas no ponto de venda. A marca lançou, também, ovos de chocolate que vêm com miniaturas de animais e um portal de realidade aumentada. Outro ovo vem em uma lata decorativa especial. Tem, ainda, os ovos em sabores inusitados, como limão, morango e maracujá e até ovos em embalagem reciclável. E para o público infantil, os ovos vêm recheados de novidades. São ovos de filmes e personagens de desenhos, e, este ano, tem opções com as famosas bonecas LOL, recheados de brindes e brinquedos. Outro lançamento na linha infantil é o ovo Unicórnio, de chocolate branco, com confeitos coloridos espalhados pela casca. A Arcor vai trazer ovo de chocolate 70% cacau, ovo de morango com creme, versão zero lactose e outra de doce de leite. A famosa Tortuguita ganhou ovos Tortuguita Copo e Tortuguita Headphone, que vêm acompanhados, respectivamente, de um copo e um fone de ouvido personalizado com a personagem. Tem, ainda, ovo da Patrulha Canina, da Moranguinho, Minecarft e do youtuber Luccas Neto, para as crianças.
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nutrição
por Priscila Vanti
eu só quero
ch o c o l at e
Presença certeira na maioria das casas brasileiras, o doce pode ser incluído no cardápio de forma saudável
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assado o Carnaval, é dada a largada para a melhor época do ano para os chocólatras de plantão. O excesso de oferta do doce no período da Páscoa, no entanto, traz a preocupação sobre como inserir o chocolate no cardápio sem que, com isso, deixemos a saúde de lado. E fazer isso não é um bicho de sete cabeças não. Aliás, o queridinho pode trazer diversos benefícios para quem o consome. Os tipos de chocolate que existem são o branco, de leite, ruby ou rosa,
meio amargo e amargo. Eles têm composições muito diferentes entre si e, portanto, os seus benefícios para a saúde também são muito distintos. Um deles é fornecer energia ao organismo, porque ele é rico em calorias (30 gramas de chocolate têm, em média, 120 calorias). A nutricionista Franciele Zilio Zimmermann explica que o cacau melhora o humor, pois auxilia na redução dos níveis de estresse, é rico em ferro, ajuda a regular o intestino e reduz a pressão arterial, uma vez que melhora a
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qualidade dos vasos sanguíneos, entre tantos outros benefícios. “O chocolate em consumo moderado oferece vários benefícios como bem-estar, saúde do coração, saúde cerebral e, é também, um ótimo anti-inflamatório”, conta. Para a nutricionista, contudo, é importante que não se cometa exageros. “Apesar de todos os benefícios, o importante é não abusar nas quantidades. Além disso, opte por chocolates com, pelo menos, 70% de cacau e verifique na lista de ingredientes se o cacau é o principal componente.” No
rótulo dos produtos, os nomes dos ingredientes aparecem na lista em ordem decrescente de quantidade. Zimmermann defende que consumir entre 30 a 40 gramas de chocolate pode ser considerado saudável, o que equivaleria a uma barra pequena ou a quatro quadradinhos. Já para os amantes do chocolate branco, a nutricionista recomenda ainda mais moderação. “O chocolate branco é mais gorduroso, pois é feito a partir da manteiga de cacau, seu consumo deve ser evitado.” O chocolate branco é feito somente com a manteiga do cacau e, por isso, não tem os mesmos benefícios que o chocolate ao leite, amargo ou meio amargo. Apesar disso, ele não tem cafeína, o que pode ser uma vantagem, especialmente para pessoas que não abrem mão de comer chocolate, mas não podem consumir cafeína depois das 17 horas, por exemplo. Mitos x Verdades Quando o assunto é chocolate, todo mundo já ouviu falar de algum benefício ou malefício que teria origem nele. Por exemplo, aquela velha história de que ele provoca espinhas não passa de um mito. Nunca houve comprovação e essa questão ainda é uma incógnita para a medicina. De uma coisa, contudo, tem-se certeza: o excesso de chocolate, assim como o excesso de qualquer outro alimento, prejudica o corpo de alguma forma, logo, o chocolate pode dar espinhas também, mas isso não é cientificamente comprovado. Por outro lado, é fato que o alimento ajuda os fumantes. Como o chocolate ajuda na produção de antioxidantes, os tabagistas se beneficiam mais dessas ajudas, pois os mesmos têm mais radicais livres em seus corpos, logo, a catequina e a epicatequina presentes no alimento absorvem mais dessas partículas danosas e ajudam a diminuir os efeitos maléficos do cigarro. Outro mito é o que liga o chocolate à origem da enxaqueca. Algumas pessoas acusam uma dor de cabeça a um chocolate que elas tenham comido, porém, estudos recentes não relacionam isso ao consumo dessa guloseima. Apesar de nada ter sido provado, alguns componentes do alimento como a cafeína, gorduras e feniletilamina podem causar aumento da enxaqueca
“Apesar de todos os benefícios, o importante é não abusar nas quantidades. Além disso, opte por chocolates com, pelo menos, 70% de cacau e verifique na lista de ingredientes se o cacau é o principal componente.” Franciele Zimmermann, nutricionista
em pessoas mais sensíveis. Colaboram para o aumento, não para a origem. Quanto ao consumo no período da tensão pré-menstrual, sabe-se que as mulheres mudam de humor pelo desconforto de dores e más sensações que ocorrem no período. Ao comer
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chocolate, há a liberação de serotonina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Portanto, pode haver um alívio, sim. Sobre o desejo de comer chocolate, a nutricionista Zimmermann explica por que ele ocorre. “Pode ser pelo simples fato de sentir desejo de comer um doce, ou pelo organismo sentir falta de algum mineral que compõe o chocolate. Quando a vontade aparecer, se a porção recomendada de 30 g a 40 g já foi consumida neste dia, deve-se evitar, caso não, pode-se comer, sim, sem culpa.”
harmonização
combinando
del í c i as Tradicionais nos cardápios de Páscoa, vinhos e chocolates oferecem experiências sensoriais únicas quando combinados por Marcelo Ferri
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a gastronomia, harmonização é a arte de combinar comidas e bebidas de forma a ressaltar sabores. É uma atividade capaz de proporcionar experiências sensoriais agradáveis, muitas vezes inesquecíveis. No universo da harmonização, não existe receita salgada ou doce que não possa ficar ainda mais apetitosa quando acompanhada da bebida certa. Aberta às mais improváveis combinações, a harmonização permite unir até mesmo dois símbolos do cardápio tradicional de Páscoa que, no Brasil, costumam ocupar a mesa em momentos diferentes da refeição: vinho e chocolate.
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sugestão da Kelly Barbosa Para chocolate 70%
As opções são o Cabernet Sauvignon ou o Syrah que tenham estágio em barris de carvalho. Assim, o paladar mais amadeirado vai incrementar a combinação. Para apreciadores de espumantes, boa pedida são os Brut com uvas Chardonnay e Pinot Noir que tenham sido vinificados pelo método tradicional. Assim, a bebida terá mais estrutura para acompanhar o chocolate. Na França, país que conduz as tendências da gastronomia mundial, a combinação vinho e chocolate vem conquistando paladares já há alguns bons anos. “Lá, encontramos vinhos de sobremesa conceituados dedicados à harmonização com chocolate, e chocolates em tabletes muito elaborados para acompanhar vinhos”, diz Miriam Rocha, chocolatier e sommelier formada em Paris pela Escole Ecoffier. No Brasil, onde a harmonização de vinhos e sobremesas ainda é novidade, as bebidas e os chocolates ofertados, de acordo com sommelieres e chocolatiers, tornam a tarefa de encontrar a combinação ideal desafiadora. “O açúcar e a gordura do chocolate envolvem as papilas gustativas e dificultam a percepção de outros sabores. É onde está o desafio”, diz Kelly Barbosa, sommelier internacional, fundadora da KD Sommeliere e do projeto Brasilidade na Taça, de popularização do vinho nacional. As especialistas, no entanto, são unânimes em afirmar que, se a escolha for assertiva, o resultado certamente vai agradar muito ao paladar dos apreciadores. “Terminar uma refeição degustando uma barra de chocolate já traz uma sensação ótima. Acompanhada de uma taça do vinho ideal é ainda mais incrível”, afirma Kelly.
Para chocolate meio amargo
O gosto mais amargo deste chocolate combina muito bem com vinhos mais encorpados, de taninos densos e sabores intensos. Neste caso, a recomendação é o Cabernet Sauvignon, o Malbec e o Zinfandel. Pinot Noir e Merlot também harmonizam bem com chocolates com até 60% de cacau.
Para chocolate ao Leite
Por ser cremoso e doce, o chocolate ao leite harmoniza melhor com uma maior variedade de vinhos. Os mais indicados são os tintos de corpo leve, como Pinot Noir, ou corpo médio, como Merlot ou Carménère.
Para chocolate branco
Além da manteiga de cacau, o chocolate branco tem baunilha em sua composição. Vinhos brancos e doces ajudam a equilibrar os sabores. Os mais recomendados para acompanhar uma barrinha ou sobremesas com chocolate branco são o Moscato e o licoroso Pedro Ximenez. Caso não goste muito de vinhos doces, uma alternativa é o espumante Chardonnay demi-sec.
As melhores combinações Kelly ensina que a regra básica para a combinação é a de que o vinho seja igualmente doce ou mais doce do que o chocolate. “A acidez pode comprometer a experiência, apesar de toda regra ter exceção”, diz. Nessa linha clássica de harmonização, Vitor Fernandes, sommelier profissional pela ABS – SP (Associação Brasileira de Sommelier) indica os fortificados portugueses Porto Tawny e Porto Ruby, além do moscatel de Setúbal (Portugal) e o de Banyus (França).
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sugestões do Vitor Fernandes Para harmonização com vinho tinto, Fernandes indica que o chocolate seja acompanhado de frutas vermelhas e negras.
Chocolate ao leite
Chocolate ao leite com morango em calda trará um sabor sutil e adocicado. A sugestão neste caso é um Malbec argentino jovem sem madeira.
“Oferecemos sugestões que seguem um caminho, mas somente provando e testando é que a pessoa vai descobrir qual a combinação que melhor lhe agrada.”
Miriam destaca que o amargor do chocolate é um fator que pode atrapalhar a harmonização. “Mas, assim como se trabalha as uvas no vinho, o cacau também pode ser trabalhado para provocar o surgimento de notas sensoriais incríveis. Nesses casos, o amargor e a torra, características que seriam descabidas à harmonização com vinho passam despercebidas.”
Os mais desafiadores Miriam classifica o Cabernet Sauvignon e o Malbec entre os mais desafiadores na harmonização com chocolates. São vinhos bastante apreciados no Brasil, com uvas que trazem mais acidez, com tanino mais forte que provoca a intensidade do chocolate. “Podem dar um leve amargor na boca, mesmo que o chocolate seja bem equilibrado.” Por isso, a dica é que para harmonizar com chocolate, o Cabernet Sauvignon e o Malbec sejam redondos e suaves, com leve tanino. “Com essas características, os vinhos combinam muito bem com sobremesas de chocolate.” Para driblar os defeitos sensoriais, Vitor Fernandes recomenda que, em casos de harmonização com vinho tinto, o chocolate seja servido preferencialmente acompanhado de frutas vermelhas e negras, como morango, cereja, ameixa e amora. “Caldas e reduções com essas frutas ajudam a quebrar um pouco a gordura, deixando mais leve na boca.” Na linha de Fernandes, Miriam recomenda chocolates com torra suave e poucos resquícios de amargor. “Chocolates com frutas secas trazem aromas presentes também nos vinhos e surgem como boas opções de harmonização.” Já o Carménère, outro vinho bem apreciado entre os brasileiros, é produzido com uvas de taninos arredondados e notas mais frutadas, o que traz mais facilidade de harmonização com chocolates. Kelly lembra que a harmonização não segue regras rígidas. Afinal, trata-se de sensações e prazeres, coisas que, tanto o chocolate, quanto o vinho fornecem em demasia. “Oferecemos sugestões que seguem um caminho, mas somente provando e testando é que a pessoa vai descobrir qual a combinação que melhor lhe agrada.”
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Chocolate Amargo
O chocolate amargo leva pequenas doses de açúcar e altas quantidades de cacau. Para opções de 70% a 90% de cacau, que carregam maiores quantidades de flavonoides, a dica é o vinho da uva Cabernet Sauvignon do Valle Central Chile. Vitor conta ter degustado o chocolate amargo com uma redução de frutas negras (amora e ameixa) com suco de laranja. “O resultado é ótimo, pois a redução traz a acidez necessária para quebrar a gordura do chocolate. Além disso, o vinho sugerido tem aroma de amora madura e corpo macio.”
Chocolate branco
O chocolate branco é preparado com a mistura de ingredientes e contém, aproximadamente, 20% de manteiga de cacau. Acompanhado de cerejas em calda, harmoniza bem com um Carménère de Peumo (Chile). “A experiência produz notas de frutas vermelhas e negras com acidez ótima. É uma bela sensação entre aromas e sabores juntos na boca”, diz o sommelier.
Chocolate meio amargo
O chocolate meio amargo leva, aproximadamente, 50% de cacau sólido. É menos calórico e contém baixas doses de açúcares, gorduras e leite. A recomendação é um Malbec de Cahors (França), que traz notas de frutas vermelhas e um leve toque de baunilha.
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direto do produtor
da serra gaúcha para
a s ua m e sa
Conheça a história do Hortifrúti Mussoi, o fornecedor de frutas no Rio Grande do Sul do supermercado DelMoro por Graziela Delalibera
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or trás do nosso setor de hortifrúti repleto das mais variadas frutas sempre fresquinhas e selecionadas, há muita dedicação e trabalho envolvidos, além de um longo caminho percorrido. Na Serra Gaúcha, uma das mais tradicionais regiões produtoras de frutas do país, encontra-se nosso produtor do Rio Grande do Sul: a Família Mussoi, dona do Hortifrúti Mussoi, que tem o DelMoro como principal cliente.
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Fornecendo um mix variado de frutas de excelente qualidade, a família conta com unidades de produção em Flores da Cunha e Farroupilha, com plantio de ameixa, caqui, laranja, maçã, mexerica, pêssego e uva. Segundo o agroempresário Tiago Mussoi, além da sua própria produção, a empresa também atende a demanda das lojas DelMoro com frutas de outros produtores da região da Serra Gaúcha que compartilham dos mesmos critérios de qualidade exigidos. Nos negócios dos Mussoi, Tiago assume a tarefa de administrar o Centro de Distribuição (CD) instalado em Farroupilha em parceria com o DelMoro, onde são preparados, de forma criteriosa, todos os produtos que vão para as gôndolas. O pai dele, Jorge Luiz Mussoi, dirige a parte da produção. Tiago conta que a história do Hortifrúti Mussoi começou há várias décadas, em Flores da Cunha, com seu avô paterno, Pedro Mussoi, produzindo uva vinífera e uva de mesa. Com o tempo, a produção da família foi se expandindo e sendo diversificada. De Flores da Cunha, o plantio foi ampliado para Farroupilha, onde, hoje, está sua maior área de produção. E foi para atender à demanda do DelMoro que a família diversificou, ainda mais, seu mix de produtos, apostando, também, nos cítricos e passando a ter diferentes culturas cultivadas o ano inteiro em suas propriedades. Atualmente, a família conta com uma produção média na casa das 20 toneladas de frutas por ano por
o Hortifrúti Musso produz uma média de 20 toneladas de frutas por ano por hectar
Atualmente, todo o mix de frutas que a família produz em suas propriedades é fornecido para o DelMoro, seu único consumidor.
hectare, quantia estimada a partir das variações apresentadas dentro de cada uma das culturas e também levando em conta fatores externos que podem influenciar na produção anual, como as variações climáticas. “O Hortifrúti Mussoi trabalha com um mix bem sortido que também foi influenciado pelo início da parceria com
o DelMoro. Antes, a família trabalhava mais com uva, pêssego, ameixa, maçã e caqui, frutas que possuem um ciclo de produção que costuma ir até abril ou maio, e, depois, só retorna em outubro ou novembro”, explica Tiago. “Quando fechamos a parceria, resolvemos investir mais na diversificação, incluindo o cultivo de bergamota, também conhecida como mexerica, e da laranja, para termos uma produção constante durante o ano inteiro. O que foi ampliado, principalmente, foi a bergamota. O nosso foco está na necessidade do cliente”, detalha o agroempresário. Atualmente, todo o mix de frutas que a família produz em suas propriedades é fornecido para o DelMoro, seu único consumidor. A parceria forte que foi firmada ao longo dos anos, hoje, também pode ser descrita como uma relação de amizade. Um sucesso resultante do trabalho sério de ambas as partes e de muita confiança, como define Tiago.
O início A relação entre o supermercado DelMoro e o Hortifrúti Mussoi começou em um encontro na Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/ RS), em Porto Alegre. Um tio de Tiago encontrou com um comprador que estava em busca de novos fornecedores de fruta para o supermercado. O primeiro acordo foi para fornecimento de frutas como pêssego, ameixa e nectarina, produzidas em Flores da Cunha entre outubro e março. No entanto, Tiago e seu pai viram a opor-
Centro de Distribuição (CD) instalado em Farroupilha (RS)
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reside principalmente na confiança estabelecida na relação com o Jocondo Del Moro. Ele sempre vai de duas a três vezes por ano para a Serra Gaúcha para visitar a estrutura. Tem, também, a seriedade no trabalho que desenvolvemos e o mais importante: ser pontual, nunca falhar, sempre fazer o máximo. Há, ainda, a questão da qualidade. Visamos a qualidade, atendemos com a maior sinceridade e trabalhamos sério. Esses são os segredos para o sucesso.” Os valores trazidos para o negócio pelo Hortifrúti Mussoi são os mesmos que fazem parte da base dos supermercados DelMoro. Ética, integridade, humildade, comprometimento, credibilidade, respeito ao próximo e desenvolvimento contínuo. Além disso, o trabalho das duas empresas caminha por rumos semelhantes, sempre buscando oferecer excelência nos seus serviços e os melhores produtos.
tunidade de diversificar a produção e atender à demanda do DelMoro durante todo o ano. “Foi quando começamos a expandir também nossa gama de produtos”, conta. Com a relação comercial caminhando bem, uma parceria resultou na instalação do moderno Centro de Distribuição (CD) em Farroupilha. Antes, esse serviço era feito por meio de um depósito em Caxias do Sul. No CD em Farroupilha, o Hortifrúti Mussoi passou a contar com uma estrutura moderna, câmaras frias, facilitando o trabalho e possibilitando o
atendimento dos carregamentos com maior agilidade e qualidade. Ao todo, um volume de aproximadamente 150 mil caixas de produtos por ano passa pelas mãos da família Mussoi por meio do Centro de Distribuição instalado em Farroupilha, onde todas as condições preestabelecidas de higiene e sanitização são atendidas, desde a recepção e seleção das frutas, até a embalagem e armazenamento, mantendo as características da fruta fresca e saborosa até a mesa do cliente. “Acho que o sucesso dessa parceria
Além das uvas, o Mussoi oferece um mix variado de frutas de excelente qualidade
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Produção em alta
A Serra Gaúcha é uma das regiões referência na colheita de frutas no Brasil. Os municípios da região, inclusive, têm na fruticultura sua principal atividade e, segundo dados da Emater/ RS-Ascar, na safra 2018/2019 a produção atingiu 1,1 milhão de toneladas. A uva apresenta-se como o principal produto, com uma produção estimada em 635 mil toneladas, entre as variedades para vinho e de mesa. Logo em seguida, aparece a maçã, com 355 mil toneladas. Completam a lista o pêssego (38 mil toneladas), a laranja (22 mil toneladas) e o morango (15,4 mil toneladas).
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roteiro
Páscoa inesquecível no sul do país, programações especialmente pensadas para este período do ano é garantia de agradar toda a família por Priscila Vanti
cidade de Gramado
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iajar pelo Sul do Brasil é sempre um passeio inesquecível e não precisa de data especial para fazer isso. No entanto, uma vez que a Páscoa é um dos feriados mais celebrados nesta região do país, escolher este momento do ano para aproveitar a vasta programação temática promovida por lá pode ser uma decisão das mais acertadas. Um roteiro pascal, visitando Gramado, Canela e Nova Petrópolis, certamente, fará a alegria de toda a família.
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Matriz São Pedro na região central de gramado
As atividades principais, grande parte gratuitas, acontecem na Rua Coberta de Gramado, Praça Major Nicoletti (ao lado da Rua Coberta), Praça das Etnias e na Praça Igreja Matriz São Pedro.
A Páscoa em Gramado é uma data que sempre promete muita diversão. A terra onde nasceu o chocolate artesanal no Brasil fica ainda mais atraente nessa época, repleta de cores e magia. Os deliciosos ovos de chocolate, apresentações artísticas, atividades lúdicas e educativas fazem brilhar os olhos de adultos e crianças. Tudo isso unido ao emocionante Gramado Aleluia, em que luz, sons, encenações artísticas e o clima religioso despertam os melhores sentimentos em nossos visitantes. Em 2020, as atrações da Páscoa de Gra-
mado são de 20 de março a 12 de abril. Ovos e coelhinhos decoram as ruas e lojas da cidade. Lojas de chocolate como Caracol, Lugano, Prawer, Planalto e Florybal tornam-se paradas obrigatórias não só para compras, como também para admirar a decoração. As atividades principais, grande parte gratuitas, acontecem na Rua Coberta de Gramado, Praça Major Nicoletti (ao lado da Rua Coberta), Praça das Etnias
Rua Coberta de Gramado
e na Praça Igreja Matriz São Pedro. Há oficinas, cultos religiosos, brincadeiras como caça ao ninho, teatro, entre outros. A atração principal para quem leva crianças é a Parada de Páscoa – desfile que acontece aos sábados e domingos na Avenida Borges de Medeiros, sempre às 16 h. Nela, os pequenos interagem com personagens divertidos em um desfile temático com muita música, dança, brincadeiras e, claro, muito chocolate. Este ano, a novidade em Gramado é a Vila de Páscoa, localizada na Praça das Etnias, com expositores locais e seus produtos artesanais, lembranças feitas à mão para decorar sua casa com o espírito de Páscoa ou para dar de presente. A vila funciona diariamente das 11 h às 20 h.
Pórtico de entrada de gramado
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chocolate? Pois essa é uma das experiências que o parque de diversões Play House oferece aos seus visitantes. A pista é feita com uma produção sintética e mantida quinzenalmente com um óleo de cacau. O parque fica em Canela e, além da pista de patinação, também há outras atividades como o Território dos Horrores, Simulador de voo, entre outros, que prometem a diversão de toda a família. A patinação na pista de chocolate custa R$ 20 e você pode ficar nela por 15 minutos. As atividades pascais em Canela também contemplam apresentações teatrais ao ar livre (sem cobrança de ingresso), Caça ao Ninho e o Espetáculo “O Coelho de Canela” – sempre aos sábados, domingos e feriados no Teatro de Bonecos. A tradicional Parada de Páscoa e o desfile da turma do Seu Coelho também são atrações imperdíveis e acontecem com saída em frente à Catedral de Pedra e seguindo até a Praça João Corrêa. Grande parte das atividades como a Casa do Coelho, o Espaço Teatro dos Bonecos e a Casa do Chocolate se concentram na Praça João Corrêa (praça central de Canela) e arredores. catedral de pedra de canela
na entrada da cidade, na Avenida das Hortênsias. O funcionamento é de domingo à sexta-feira, das 8h30 às 18h30. Sábados e feriados, das 8h30 às 19h30. Já imaginou patinar em uma pista de Renato Soares - MTUR
Canela Em 2020, os eventos de Páscoa de Canela estão previstos para acontecer entre 20 de março a 12 de abril. Assim como em Gramado, a programação é mais intensa nos finais de semana e, é claro, no feriado da Páscoa. A praça principal da cidade e o Multipalco (palco montado ao lado da praça) são os locais de realização de grande parte das atrações da Páscoa de Canela. Conhecer uma fábrica de chocolate é um item essencial na sua lista de atividades de Páscoa em Gramado e Canela. No Reino do Chocolate, você pode conhecer mais sobre essa iguaria e as curiosidades que a envolvem. No local, há um museu que traz a história do chocolate e, ainda de lá, é possível ter uma bela vista do Vale do Quilombo. E, claro, no final, há uma lojinha para aqueles que não resistirem à tentação e quiserem provar mais do chocolate ali produzido. O Reino fica
Nova Petrópolis Nova Petrópolis fica pertinho de Gramado, cerca de 30 km, seguindo pela via RS-235. Nesse trecho há pedágios. Também há ônibus saindo de Gramado sentido Nova Petrópolis e costumam sair de hora em hora. É lá que ocorrerá o principal evento de Páscoa do Brasil. Anualmente, o
As lojas no Centro de Canela
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Pórtico para a cidade de Nova Petrópolis
Todas as atrações do Chocofest são gratuitas. Na programação, decoração especial de Páscoa na praça principal e atividades especiais. O ponto alto do Chocofest na Magia da Páscoa é o Desfile com personagens do Chocofest
se tornaram conhecidas e passaram a comercializar seus produtos e chocolates para todo o Brasil; a partir da criação do evento há mais de duas décadas. Todas as atrações do Chocofest são gratuitas. Na programação, decoração especial de Páscoa na praça principal e atividades especiais. O ponto alto do Chocofest na Magia da Páscoa é o Desfile com personagens do Chocofest e carros alegóricos. A caça ao ninho é uma das atividades favoritas das crianças durante o evento. Diversos ovos de chocolate são escondidos no parque e as crianças devem achá-los. São ovos de todos os tamanhos e a criançada se diverte nessa busca para lá de gostosa e cheia
de aventura. A atividade acontece no Parque Aldeia do Imigrante. Outra atração imperdível é a árvore de Páscoa Osternbaum, que envolve toda a família, já que todos são convidados a decorar as árvores da cidade com os ovos coloridos. A tradição começou na Alemanha e foi trazida para a cidade junto com os imigrantes. Esse traço da cultura alemã é ainda mantido, e todos os anos as árvores são decoradas no período de páscoa, tornando-se uma grande atração na cidade. Na Fábrica de Ovos, as crianças podem colocar toda a criatividade em ação, e customizar os ovos que serão usados na Osternbaum. A árvore fica na Rua Coberta, no Planeta das Guloseimas.
e carros alegóricos.
Chocofest reúne 180 mil visitantes a cada edição. Neste ano, o evento será realizado de 02 a 12 de abril. O evento, que acontece há 21 anos, conta com diversas atrações tais como Desfiles, Teatros, Oficinas, Exposições e diversas atividades, que encantam os turistas que visitam a bela Serra Gaúcha. O Chocofest é também uma grande vitrine nacional para os produtores do famoso chocolate caseiro da Serra Gaúcha. As principais marcas do segmento
ninho da águia Nova Petrópolis
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tradição
a páscoa pelo
por Kátia Carminatto
mundo
Ao longo da história, cada país foi construindo sua tradição e maneiras diferentes de festejar a Páscoa
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esponda rápido: qual a primeira imagem que lhe vem à mente quando ouve a palavra Páscoa? Provavelmente, ovos de chocolate, bacalhau, uma boa chipa de ervas e, até mesmo, um tímido coelhinho aparecerão entre as principais respostas. E não poderia ser diferente, já que tradição religiosa e gastronomia sempre andaram de mãos dadas. Considerada a mais importante festa cristã, a Páscoa celebra a ressurreição
de Jesus Cristo e a redenção dos pecados. Nos países católicos, ela também marca o fim da quaresma, longo período de jejum, oração e penitência. Daí a tradição da mesa farta. Ainda que a crença e a celebração sejam as mesmas, as formas de comemorar variam muito. “Ao longo da história, cada país foi construindo sua tradição e maneiras de festejar a Páscoa de acordo com sua história, costumes, valores e expressões”,
explica o historiador Manoel Otero. E nem precisa ir muito longe para perceber as diferenças. Aqui no Brasil mesmo, os pratos variam muito de um lugar para o outro: da tradicional bacalhoada na região Sudeste ao quibebe preparado no Nordeste, passando pelo pirarucu à casaca servido na região Norte. Em comum, as procissões, os tapetes coloridos na Sexta-feira Santa, os ovos de chocolate e as grandes reuniões em família.
bacalhoada é tradicional na região Sudeste
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o prato principal na itália costuma ser o cordeiro
Tradição religiosa “Na verdade herdamos muitos dos costumes do continente europeu, berço das religiões cristãs”, diz Otero. Na Itália, por exemplo, o domingo da Páscoa começa na igreja, onde as famílias levam ovos de galinha cozidos e decorados para serem abençoados. A celebração continua em casa, no almoço em família, no qual o prato principal costuma ser o cordeiro. Também é nessa hora que se come os ovos que foram bentos. A sobremesa é a tradicional colomba pascal, um pão doce em forma de pomba recheado de laranja cristalizada ou apenas coberto com amêndoas. Por lá, a caça aos ovos de chocolate é tradição. Em Portugal, o período que relembra a morte e a ressurreição de Jesus é marcado por procissões e encenações teatrais. Outro costume é a limpeza da casa para receber a visita pascal, chamada Compasso, que simboliza a entrada de Cristo no lar, com a bênção
do padre. Nessa ocasião, os portugueses têm à mesa amêndoas e doces, além de licores e vinho do Porto. No domingo de Páscoa propriamente dito, o almoço costuma ter cabrito ou borrego como pratos principais. O folar, pão de Páscoa que simboliza a fartura, normalmente oferecido como presente pelos padrinhos aos afilhados, é outra maneira de marcar a data. A tradição religiosa também fala alto na Espanha. Ainda hoje, a semana inteira que antecede à Páscoa é considerada feriado e os devotos se dedicam a participar das celebrações. Durante as procissões, as pessoas usam roupas que remetem aos romanos ou aos apóstolos e carregam cruzes pelas ruas. O prato tradicional do domingo costuma ser o bacalhau acompanhado de torrijas ou pastéis doces, feitos de pão, leite e mel, depois fritos em azeite e passados em açúcar, mel, vinho ou canela. Já os católicos franceses substituem a carne vermelha por pescado ou pelo
folar, pão de Páscoa que simboliza a fartura
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torrijas é tradição na espanha
“Na verdade herdamos muitos dos costumes do continente europeu, berço das religiões cristãs” Manoel Otero, historiador
gateau de Paques, bolo assado em forma de cordeiro que simboliza Jesus. Conta a tradição que na França, os sinos das igrejas tocam na Quinta-feira Santa anunciando a morte de Jesus Cristo e, depois disso, calam-se até o domingo. As crianças acreditam que neste período de silêncio os sinos voam para Roma e retornam com os ovos de chocolate. No domingo, o café da manhã são os omeletes e quiches, além dos ovos de chocolate e o prato principal do almoço, o cordeiro assado.
na espanha, O prato tradicional do domingo costuma ser o bacalhau
Outros costumes Um mergulho pelos diferentes costumes têm, necessariamente, que passar pela Alemanha, onde a Páscoa é chamada de Ostern. Lá, o maior símbolo da celebração é o osterbaum, a árvore da Páscoa. Montadas com galhos secos - que simbolizam a frieza e morte do sepulcro de Jesus - decorados com ovos e objetos coloridos, que remetem à ressurreição. As árvores podem ser vistas por todos os lugares e dão um charme especial à data. Além disso, os alemães têm o hábito de decorar o interior das casas. Neste período, são acesas fogueiras em frente às igrejas durante a realização de missas. No domingo, a tradição é a caça aos ovos. Entre os pratos tradicionais estão o osterzopf, rosca servida com ovos cozidos, a möhrencremesuppe, uma sopa de cenoura, o osterbraten, assado de Páscoa que pode ser feito com qualquer carne, e o osterlamm, um pão em forma de cordeiro.
Simbolismo Não obstante à vertente religiosa, alguns países agregam alguns símbolos à celebração da Páscoa. “Certas culturas possuem costumes tão enraizados que eles começam a fazer parte da comemoração”, observa o historiador. É o que acontece na Finlândia, que mistura referências religiosas com costumes pagãos relacionados à chegada da primavera. Ainda no Domingo de Ramos, as crianças se vestem de bruxas, usando lenços coloridos imitando velhas agricultoras e pedindo guloseimas em troca de bênçãos. Além da bênção para a colheita, é costume entre as famílias plantar a primeira grama depois do longo inverno. O tradicional almoço de domingo tem como prato principal o pernil de carneiro e as sobremesas, doces típicos, são feitas com muitos ovos. O mais conhecido se chama pasha, um tipo de pudim cremoso feito de coalhada, ovos, manteiga, creme de leite e frutas cristalizadas.
o osterlamm, um pão em forma de cordeiro tradicional na alemanha
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E já que o assunto é simbolismo, já ouviu falar do Bilby? O Bilby é um pequeno marsupial australiano em extinção. Adotado como símbolo da Páscoa, o bilbies de chocolate são comercializados em alguns pontos da Austrália, com parte do lucro sendo revertido para instituições de proteção ao pequeno animal. Como o país não adota uma religião oficial, os australianos não possuem nenhuma tradição na celebração da data. O período é marcado pelo Show de Páscoa Real de Sydney, apresentação de duas semanas em que as comunidades fazendeiras exibem as plantações e criações de gado.
Diversão
Assim como na Austrália, outros países celebram a Páscoa com grandes festas e menor ênfase religiosa. Como a Inglaterra, cuja tradição são as Easter Egg Hunts como são chamadas as caças aos ovos de Páscoa organizadas pelas prefeituras e alguns comércios. Por lá, é possível encontrar pessoas fantasiadas de coelhos gigantes carregando saquinhos de ovos, simbolizando a fertilidade. Comemoração semelhante acontece nos Estados Unidos, onde a diversão é caçar ovos, normalmente cozidos e decorados. Até a Casa Branca comemora a data com um evento para as crianças, a Egg rolling race, corrida de rolamento de ovo que já virou tradição. Eles também praticam uma quaresma de jejum, mas no dia da Páscoa, a alimentação não segue uma tradição.
a pasha é uma sobremesa da Finlândia
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história do DelMoro por MICHELLE MONTE MOR
facilitando a vida
das pe s s oas
Delmoro completa quatro décadas de história com orgulho de fazer parte da vida de centenas de famílias
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o lado do pai, Duílio Luiz Del Moro, em 1957, Jocondo Del Moro cuidava do primeiro negócio da família, um pequeno bar na cidade Siderópolis, no interior do Paraná. No ano seguinte, resolveram mudar-se para Laranjita, uma região rural no Paraná, onde começaram a se dedicar à agricultura. Foi em 1966, que Jocondo Del Moro deu início ao seu primeiro negócio, vendendo bebidas, doces e cereais em sua própria casa. Com o aumento da procura por seus produtos, ele resolveu montar, no ano seguinte, o Armazém Santo Antônio. Em 1974, Jocondo fundou a Casa Aurora, em São Miguel Iguaçú, no Paraná, ao lado de José Sangaletti. Os dois trabalharam juntos na venda de gêneros alimentícios até 1978, quando a paixão pelo comércio levou Jocondo a ampliar o negócio. Ao lado dos irmãos Dernei Olindo Del Moro, Antonio Del Moro, Paulo Del Moro e Clecino Del Moro, levou a Casa Aurora para Alta Floresta, na região norte de Mato Grosso. Nascia, ali, o que seria, no futuro, a rede DelMoro. Com um conceito de armazém, na Casa Aurora os clientes eram atendidos diretamente no balcão. Graças ao crescimento da região norte mato-grossense, a família logo viu o negócio expandir. Em 1987, a cidade de Apiacás ganhava o primeiro supermercado da rede DelMoro. No
Ao lado dos irmãos Dernei Olindo Del Moro, Antonio Del Moro, Paulo Del Moro e Clecino Del Moro, levou a Casa Aurora para Alta Floresta, na região norte de Mato Grosso. Nascia, ali, o que seria, no futuro, a rede DelMoro.
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ano seguinte, a matriz em Alta Floresta deixou o conceito de armazém, tornando-se também um supermercado. A cidade de Peixoto Azevedo, localizada em uma região fomentada pelo garimpo, recebeu uma filial do supermercado DelMoro em 1990. E, nos anos 2000, graças ao desenvolvimento da agricultura no Mato Grosso, outras localidades cresceram e logo receberam unidades da rede de supermercados. A cidade de Lucas do Rio Verde recebeu a quarta loja da rede, em 2002. No ano seguinte, foi a vez de Sorriso inaugurar uma unidade da rede DelMoro. Seis anos depois, o negócio segue em amplo crescimento, atendendo mais cidades e oferecendo qualidade e variedade de produtos para centenas de famílias.
Em 2009, o município de Nova Mutum abria seu primeiro supermercado DelMoro. Já em 2011, Lucas do Rio Verde inaugurava sua segunda loja, dessa vez no bairro Veneza. E os investimentos não pararam. Tapurah ganhou uma filial em 2012, e em 2014, foram inauguradas as filiais de Paranaíta, Guarantã do Norte e a segunda filial em Sorriso. Em 2015, a loja matriz em Alta Floresta ganhou um novo espaço, tornando-se a maior loja da rede, apresentando um conceito inovador, tanto no atendimento, quanto na estrutura. Conta com um espaço de 3.800 metros quadrados, a maior área de venda da rede DelMoro. No início de 2018, a rede inaugurou uma loja em Terra Nova do Norte, fortalecen-
do a presença naquela região. E, em 2019, além de um Centro de Distribuição, em Sorriso, a rede DelMoro inaugurou, na mesma cidade, seu primeiro atacare-
jo, o DelNorte, ampliando suas opções de atendimento ao consumidor, sua participação no mercado e oferecendo novas opções de compras.
Recentemente, o grupo DelMoro inaugurou o seu primeiro atacarejo, o DelNorte. Localizado em Sorriso, conta com uma área de vendas de 4.500 metros quadrados e mais de 300 vagas de estacionamento.
Confira onde está o DelMoro mais perto de você: Apiacás Av. Júlio Campos, 07, Centro Fone: (66) 3593-2100 Horário: 7h às 19h
Paranaíta Av. Dois, 2180, Centro Fone: (66) 3563-1150 Horário: 7h às 19h
Guarantã do Norte Loja 01: Av. Pioneiro José Nelson Coutinho, 999, Centro Fone: (66) 3552-5600 Horário: 7h30 às 19h30 Plantão aos domingos: 7h30 às 12h
Nova Mutum Av. Perimetral das Samambaias, 685, Centro Fone: (65) 3308-7000 Horário: 7h30 às 19h30 Plantão aos domingos: 7h30 às 12h
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Alta Floresta Av. Ludovico da Riva Neto, 2.920, Centro Fone: (66) 3512-7200 Horário: 7h às 19h Plantão aos domingos: 7h às 12hs Tapurah Av. Brasil, 1150, Centro Fone/Fax: (66) 3547-3000 Horário: 7h às 19h
Diferenciais da rede DelMoro Com a proposta de tornar a experiência de compra do consumidor mais completa e agradável, o supermercado DelMoro investe em uma ampla rede de lojas e em produtos selecionados. Para isso, conta com uma base de operações na Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – e outra em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Isso garante a compra de frutas, legumes e verduras frescas, de qualidade e procedência. Outra vantagem está relacionada à logística da rede DelMoro. Com dez caminhões próprios, os produtos selecionados em São Paulo e Caxias do Sul chegam em melhores condições e mais rápido em cada uma das lojas. Com sua própria frota, o DelMoro mantém todo o controle dos processos operacionais, agilizando o processo de entrega dos produtos em sua rede de supermercados.
E o DelMoro Card é outro diferencial oferecido pela rede. Com um prazo de pagamento de 40 dias, as compras são facilitadas. O cartão não tem anuidade e, ainda, oferece acúmulo de pontos para a troca de prêmios ou descontos em compras. Todo esse cuidado em servir seus clientes levou a rede DelMoro a ser reconhecida pela Associação de Supermercados de Mato Grosso – ASMAT – como o Melhor Supermercado da região norte do estado, em 2014 e 2015. Além disso, o DelMoro recebe, anualmente, o prêmio “Top of Mind”, nas cidades onde está presente. Crescimento constante Presente em dez cidades do Mato Grosso, com 12 supermercados, um centro de distribuição e um atacarejo, a rede DelMoro não para de expandir. Suas lojas oferecem ambiente aco-
lhedor e familiar, com o objetivo de fazer com que seus clientes sintam-se em casa ao realizarem suas compras. Para isso, suas lojas contam com áreas de vendas bem sinalizadas, com uma comunicação visual padronizada e contemporânea, deixando a experiência de compra mais simples e ágil. O resultado dessa proposta? Entre 2017 e 2018, a rede obteve um crescimento de 4,12%. E, em 2019, os investimentos não pararam. Recentemente, o grupo DelMoro inaugurou o seu primeiro atacarejo, o DelNorte. Localizado em Sorriso, conta com uma área de vendas de 4.500 metros quadrados e mais de 300 vagas de estacionamento. Uma loja focada em pessoas e lojistas, para quem deseja economizar e adquirir produtos de qualidade. E, em breve, o Grupo DelMoro vai inaugurar o seu segundo atacarejo, na cidade de Nova Mutum.
Peixoto de Azevedo Av. W1, 288 – Centro Fone: (66) 3575-5600 Horário: 7h às 19h Plantão aos domingos: 7h às 11h
Lucas do Rio Verde Loja 01: Av. Goiás, 73s, Centro Fone: (65) 3549-9200 Horário: 7h às 19h30 Plantão aos domingos: 7h às 11h
Sorriso Loja 01: Av. Belo Horizonte, 94, Centro Fone: (66) 3545-5700 Horário: 7h às 21h
Terra Nova do Norte Avenida Noberto Schwantes, 855, Centro. Fone: (66) 3547-7300 Horário: 7h às 18h30 Plantão aos domingos: 7h às 11h
Loja 02: Rua Bérgamo Veneza Fone: (65) 3549-1498 Horário: 7h às 19h30 Plantão aos domingos: 7h às 11h
Loja 02: Av. Natalino João Brescansin, 414, Centro Fone: (66) 3545-9300 Horário: 7h às 21h
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turismo
um paraíso
l o g o ali
Nobres é o destino perfeito para um final de semana repleto de atrações para quem ama o ecoturismo por Priscila vanti
a linda cachoeira da Serra Azul
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isitar um lugar calmo e com excelentes atrativos naturais, sem ter que viajar muito para isso, é um privilégio para poucos. Distante a 190 km de Cuiabá e a 270 km de Sorriso, Nobres é um show à parte para quem ama o contato exclusivo com a natureza e prefere manter uma distância
saudável de lugares cheios, agitados e, em muitos casos, poluídos. Lindas cachoeiras, rios de águas transparentes, um confortável balneário e outra gama de atrações que agradam crianças, jovens e idosos. Os rios de águas cristalinas, cheios de peixes, grutas e cachoeiras belíssimas ficam, mais especificamente, em
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Bom Jardim, um pequeno distrito de Nobres com, aproximadamente, 500 habitantes. A vila fica a 65 km do centro da cidade e conta com um número não muito maior que dez pousadas. Entretanto, por estar mais próximo das atrações, Bom Jardim se torna o melhor local para hospedagem, a menos que você queira um pouco
Ele fica escondido entre árvores, com águas azuis e uma grande diversidade de peixes. A dica é mergulhar com snorkel e boiar, observando a beleza escondida debaixo d’água.
o Rio Triste é ideal para fazer flutuação
mais de conforto e não se importe em se deslocar todos os dias para o centro de Nobres, onde há mais alternativas. Vá com uma quantia razoável de dinheiro a Bom Jardim. Não há como sacar dinheiro no distrito e são poucos os estabelecimentos que aceitam cartão de crédito ou débito. Fique atento, pois a grande maioria das atrações de Nobres fica em propriedades privadas. Em algumas delas, é possível adquirir o voucher no próprio local, já, para outras, é preciso mais planejamento, sendo necessária a contratação de guias e o pagamento a agências de turismo.
Caso escolha ficar no Centro, a ligação ao distrito se dá por estrada asfaltada. De um ponto ao outro, os visitantes seguem com um carro próprio ou combinam traslados pagos à parte. Contudo, independentemente do local da hospedagem, prepare-se para se apaixonar pelas atrações. Aquário Encantado Com o formato de uma piscina natural e seis metros de profundidade, o Aquário Encantado, situado a cerca de 60 km do centro de Nobres, está entre os mais apreciados destinos turísticos do local.
Lagoa das Araras, um lugar de contemplação e observação da natureza
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Cachoeira da Serra Azul Numa região um pouco distante da área central de Nobres e, mais especificamente, no município vizinho de Rosário Oeste, o viajante poderá conhecer a linda cachoeira da Serra Azul. São 45 metros de queda d’água que formam uma lagoa de um azul límpido – com 8 metros de profundidade, por isso, é preciso usar coletes salva-vidas –, que impressiona os turistas que encaram a trilha que leva até ela. Trata-se de 470 degraus de subida e mais 130 de descida, mas a beleza do lugar recompensa o esforço feito ao longo da caminhada de cerca de 500 m. Lá, existem vários peixes, que não recusam uma boa fruta. Lagoa das Araras Situada no distrito de Bom Jardim, a lagoa é um lugar de contemplação e observação da natureza. O turista consegue ver mais de perto araras-azuis, papagaios, periquitos e maritacas. Com a paisagem marcada pelo pântano de características do cerrado e da floresta amazônica, por lá, é possível encontrar muitos Buritis – uma espécie de
aos menos aventureiros, ou mesmo a quem deseja escolher um dia para curtir algo com menos aventura.
As águas clarinhas do Rio Salobra
palmeira – e uma exuberante lagoa. Não se esqueça de levar repelente e um binóculo para observar as aves ainda mais próximas. A dica é visitar o local no final da tarde, entre 17h30 e 18h, para contemplar um impecável pôr do sol. Rio Salobra e Rio Triste Não é difícil descobrir que a flutuação nos rios de Nobres é a atividade mais desejada pelos visitantes do destino, e o Rio Salobra, que fica na fazenda Reino Encantado, é um ótimo lugar para esse passeio. As águas clarinhas têm peixes de diferentes espécies e, em determinado ponto, é possível observar as nascentes. Outra opção para fazer a flutuação é o Rio Triste, situado também no município vizinho, Rosário Oeste. Ele tem um tom azulado e uma água extremamente transparente, por isso, é proibido pisar no fundo, usar repelente e protetor solar. Tudo para manter as águas cristalinas e preservar a natureza do lugar. No passeio, é possível observar peixes dourados e até arraias. Gruta Duto do Quebó Trata-se de um túnel escuro de, aproximadamente, 280 m de extensão e dez metros de altura, com água chegando na altura dos joelhos. Pode ser explorado a pé ou de boia cross, por um percurso de quase 2 km pelas corredeiras do rio Quebózinho. Os guias iluminam o caminho para que os turistas possam observar as formações de calcários no teto e nas paredes da
gruta. Importante levar repelente, roupa de banho, ir de tênis e levar para o passeio água mineral e comidas leves, como frutas ou barras de cereais. Balneário Estivado É a atração mais próxima à Vila de Bom Jardim e o lugar ideal para toda a família, principalmente se você tiver crianças. O Balneário fica em uma propriedade privada, onde serve um delicioso almoço e petiscos em um quiosque. Trata-se de uma prainha formada por uma piscina natural de água bem limpa, perfeita para mergulho e excelente para ver diferentes espécies de peixes, como Piraputanga, Dourado, Piau, entre outras. O local funciona das 9 h às 17 h, e o passeio é indicado
pôr do sol na vila de Bom Jardim
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Trilha com pôr do sol Outra opção para o final da tarde é a trilha no Complexo Turístico Akaiá, localizado no distrito Coqueiral/Bom Jardim. É um complexo que funciona como agência de turismo, pousada, restaurante e local para atividades diversas na natureza. O destaque vai para a Trilha do Megafone, que leva esse nome porque, durante o trajeto, há megafones de madeira gigantes que amplificam os sons da natureza. Não deixe de se sentar dentro do megafone para curtir a experiência, e em um balanço com vista para a paisagem. A dica é começar a trilha um pouco antes do pôr do sol, pois lá tem um ponto específico com visão privilegiada. Passeio de Quadriciclo Se você ficou animado ao saber que Nobres é um destino para aventureiros, aqui vai mais uma razão para viajar: um passeio de quadriciclo por estrada de chão e mata fechada. A atração é oferecida por uma pousada de Bom Jardim. O percurso tem 13 km e dirigir o quadriciclo requer treinamento, que o visitante terá antes de iniciar a trilha. No entanto, mesmo que sem experiência prévia com o veículo, basta dirigir com tranquilidade em uma baixa velocidade, sempre seguindo as orientações do guia local.
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receitinhas DelMoro
receitasnestle.com.br
Salmão ao molho de ervas INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
• 1/2 quilo de filé de salmão fresco (ou postas) • 1/2 colher (sopa) de MAGGI Fondor • 1 colher (sopa) de suco de limão • 1 colher (sopa) de manteiga • 1 cebola em cubos • 1 lata de creme de leite • 1 colher (sopa) de mostarda • 1 colher (chá) de sal • 1/2 colher (sopa) de cebolinha-verde picada • 1/2 colher (sopa) de salsa picada • 1/2 colher (sopa) de alecrim fresco • 1/2 colher (sopa) de tomilho fresco
E um recipiente, tempere os filés de salmão com o MAGGI FONDOR e o suco de limão e deixe tomar gosto por cerca de 10 minutos. Em uma frigideira grande, grelhe os filés e reserve-os em local aquecido. Na mesma frigideira, derreta a manteiga e doure a cebola. Retire do fogo, junte o NESTLÉ Creme de Leite, a mostarda, o sal, a cebolinha-verde, a salsa, o alecrim, o tomilho e misture. Sirva a seguir sobre os filés de salmão. DICA Se desejar, substitua o salmão por linguado ou badejo.
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receitinhas DelMoro
TORTA de
cookie com nutella INGREDIENTES Massa • 100 g de manteiga OU margarina gelada (aprx. 5 colheres de sopa cheias) • 50 g de açúcar mascavo (aprox. 5 colheres de sopa) • 50 g de açúcar cristal (aprox. 5 colheres de sopa) • 1 ovo • 200 g de farinha de trigo (aprox. 1 xícara e 3/4) • 1 colher (de chá) de bicarbonato de sódio • 1/2 colher (de chá) de sal • 1 colher (de chá) de essência de baunilha • 100 g de chocolate picado OU gotas de chocolate • 1/2 colher (de chá) de sal • 300 g de Nutella (pode substituir por chocolate derretido)
MODO DE PREPARO Massa Adicione o ovo, a essência de baunilha e o sal, bata por 2 minutos, acrescente a farinha de trigo e o bicarbonato, bata até misturar, depois adicione o chocolate e misture usando uma espátula. Deixe a massa na geladeira por 20 minutos antes de montar na forma. Numa forma de 16 cm de diâmetro, coloque a massa e vá espalhando no fundo e nas laterais da forma, deixe massa para a tampa do cookie. Coloque a Nutella no meio e espalhe, em seguida cubra a nutella com pedacinhos de massa. Não encha completamente a forma pois ele cresce um pouco. Asse à 180 °C, por 40 minutos. Deixe esfriar um pouco, desinforme e pode servir! tudogostoso.com.br
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