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A nova Revolução Industrial A

A NOVA REVOLUÇÃO

INDUSTRIAL A inovação bate fortemente à porta das empresas. Até 2030, o consumo estará totalmente tecnológico. E não será somente a Por Paula Santana inteligência artificial, e Um dos marcos da Segunda Revolução Industrial, que sim o modelo de negócio começou no fim do século 19, foi o advento da eletricidade nos meios de produção, em substituição às máquinas movidas a vapor. Para garantir a sobrevivência e competitividade no mercado, as indústrias passaram a adotar a eletricidade em substituição ao carvão.

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Adotada nas indústrias como uma forma mais barata, limpa e eficiente de produzir, a eletricidade tornou-se um ativo fundamental em qualquer companhia. A mesma analogia podemos fazer atualmente em relação à tecnologia: para permanecerem no mercado, todas as empresas deverão adotar a inovação tecnológica em seus processos e modos de produção.

“Da mesma maneira que todas as empresas se tornaram elétricas na Segunda Revolução Industrial para se manterem competitivas, todas as empresas daqui em diante se tornarão necessariamente digitais”, diz Denis Balaguer, diretor de inovação e do EY wavespace para América Latina Sul, durante palestra na Futurecom, maior evento de tecnologia da América Latina realizado em São Paulo.

Balaguer recorreu à História para explicar como os modelos de negócios em todos os setores estão em constante transformação e a necessidade de adaptarem e criarem oportunidades para um salto nos negócios, em especial com a implementação das novas tecnologias, como o 5G. A quinta geração da internet móvel obriga as empresas a se adaptarem a um novo mercado consumidor, cada vez mais exigente e igualmente tecnológico. A palavra-chave para essa conquista é a inovação.

“Todo mundo sabe a importância da inovação. A dificuldade, às vezes, é saber por onde começar e entender como elaborar a estratégia do negócio”, diz Balaguer. “O problema não é a velocidade da mudança, mas entender o propósito da mudança para o negócio”, completa. E essa mudança não implica apenas na aplicação da tecnologia, mas no treinamento dos colaboradores, na análise dos rumos do setor ao qual está inserida a companhia e, principalmente, em entender os anseios do consumidor.

Quando se fala em inovação, não se trata apenas de tecnologia, mas ela é a força motriz dessas transformações. “Cabe a nós analisarmos o que deve acontecer no futuro em termos de organização e as decisões certas que devem ser tomadas por parte da empresa”, completa. Entre as tendências que devem ser levadas em consideração no ecossistema de negócios, hoje e no futuro, estão as novas práticas de sustentabilidade, as mudanças demográficas e um consumidor cada vez mais inovador e empoderado. Esse consumidor não se contenta mais apenas com aquilo que as empresas querem que ele consuma.

“Tudo isso são grandes desafios, mas também oportunidades para as empresas em sua jornada rumo ao futuro”, diz Balaguer, lembrando que o desafio é ainda maior às grandes e tradicionais empresas que estão no mercado há muito tempo e devem se adaptar para que não sejam tragadas em um mundo em constante transformação, como ocorreu com antigas fábricas de máquinas de escrever e máquinas fotográficas analógicas. “A disrupção não é provocada pela tecnologia, e sim o modelo de negócio”, explica Balanguer.

A grande virada

Segundo José Ronaldo Rocha, sócio da EY e líder de consultoria para Tecnologia, Mídia & Entretenimento e Telecomunicações, muitas empresas devem desaparecer e surgir nos próximos anos em decorrência das exigências proporcionadas pelas inovações tecnológicas, mas não será um processo tão grave como ocorreu no passado com as gigantes de produtos analógicos, como a Kodak. “Será um processo mais natural do que aquele que ocorreu no passado. Pode-se não perceber a transição de um produto para o outro”, diz, citando os antigos iPods que foram gradativamente substituídos por novas tecnologias.

Fotos: Shutterstock Para o pesquisador Paulo Rufino, o ano de 2030 é colocado pelos especialistas como um marco para o mundo presenciar a consolidação da quinta revolução industrial, que será estimulada por todas as possibilidades das aplicações a serem desenvolvidas em torno das redes móveis 5G e 6G.

Segundo Rufino, PhD Researcher em 6G na universidade de Aarhus, na Dinamarca, a rede 6G apresentará atributos como hiperconectividade (IoB), sendo inteligente, onipresente e focada em energia verde e eficiência. “Será humanizada, ultrarrápida, descentralizada e segura, inteligente e cognitiva, com novas tecnologias, heterogênea e de orquestração múltipla”. Nesse sentido, o 6G parte de um princípio diferente das tecnologias anteriores, buscando considerar aspectos humanos prioritariamente.

E se a tecnologia traz inúmeros benefícios, por outro lado é necessário estar atento aos possíveis problemas. Crimes cibernéticos e vazamento de dados sensíveis, de acordo com Solano de Camargo, presidente da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados da OAB/SP. Camargo abordou as medidas jurídicas de proteção contra-ataques hackers, principalmente sobre a legislação brasileira, que, inclusive, são anteriores à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

“Os casos de má-fé são em menor número do que os casos de ataques. Temos notícia de órgãos públicos sendo atacados por hackers já há muito tempo”, observa Camargo. E ressalta: “a pandemia digitalizou o mundo todo, fez com que todos ficássemos cada vez mais dependentes da internet e, por isso, tivemos uma pandemia de ataques cibernéticos tão intensa quanto a pandemia da Covid”. Quem paga essa conta mesmo são principalmente as startups, que vão arcar com uma conta ainda maior quando entrar o marco civil da Inteligência Artificial.

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