Os Primeiros Povos da Península Ibérica Os primeiros habitantes da Península Ibérica vieram de África, atraídos pela abundância de recursos naturais e pelo clima ameno. Viviam em grutas naturais ou em cabanas, construídas com ramos e peles de animais. Eram povos recolectores. Alimentavam-se daquilo que a natureza lhes dava, da caça e da pesca. Caçavam elefantes, cavalos, rinocerontes,.. Eram nómadas, andavam de um lado para o outro à procura de alimentos. Descobriram o fogo, que revolucionou o seu modo de vida. Com ele podiam afugentar os animais, cozinhar os alimentos, aquecerem-se e iluminar a escuridão. As primeiras manifestações de arte que se conhece são desta época. A decoração das grutas onde viviam, era feita com pinturas de animas e de caçadas, e ficou conhecida com Arte Rupestre. Há mais de 6 000 anos, o Homem começou a domesticar e criar animais em cativeiro. Nasceu, assim, a agricultura e a pastorícia que levaram o homem a tornar-se sedentário. Junto das culturas surgiram aldeias. Começaram a fabricar-se instrumentos utilitários como a foice, a enxada e desenvolveram-se actividades como a cestaria ou a tecelagem. Há cerca de 3 000 anos chegaram à Península Ibérica os Iberos.
Iberos: - Primeiro povo a habitar a Península Ibérica; -Cobriam-se com peles de animais; - Viviam em cavernas; -Não sabiam cultivar a terra, logo, viviam da caça e da pesca; -Dominavam a arte de trabalhar o bronze; - Povo que deu origem ao nome da nossa península Península Ibérica.
Celtas: - Chegaram á Península no século VI a..C.; -Trouxeram a arte de trabalhar o ouro e o ferro; - Dedicavam-se à cultura do trigo e do linho. 1
Os Iberos e os Celtas acabaram por se juntar, dando origem aos Celtiberos (Iberos + Celtas = Celtiberos). Os Celtiberos viviam agrupados em tribos, sendo a mais conhecida, a tribo dos Lusitanos. Lusitanos: - Povo guerreiro; - Povo chefiado por Viriato “Pastor Guerreiro” e Sertório; - Povo que lutou contra os Romanos.
Os Lusitanos, na luta contra os Romanos ofereceram sempre muita resistência. Inicialmente tinham como chefe Viriato. Nas várias lutas travadas os Romanos não conseguiram vencer Viriato pelas armas, assim, mandaram assassiná-lo à traição. Foi morto por três companheiros, enquanto dormia. Apesar da sua morte, a resistência continuou com um novo chefe – Sertório – que era um ex-general romano que se tinha revoltado com Roma por questões políticas. Foi durante o seu governo que se formaram as primeiras escolas, onde se ensinava latim, grego e os usos e costumes romanos. Tal como Viriato, Sertório também foi morto à traição pelos romanos. Apesar de tudo isto a resistência lusitana continuou activa. Como perceberam que pelas armas não conseguiam dominar o povo lusitano, os Romanos tentaram chegar a um acordo pacífico, no qual ofereciam várias regalias em troca da sua rendição. Seduzidos com tal proposta, os Lusitanos depuseram as armas e desceram das montanhas, os Romanos cercaram-nos e massacraram-nos outra vez à traição, não cumprindo as promessas feitas. Anos mais tarde, o general romano responsável por este massacre foi punido pelo seu próprio povo por não ter cumprido a palavra dada.
Fenícios: -Trouxeram para a Península Ibérica a escrita alfabética.
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Gregos: - Introduziram a moeda nas trocas comerciais.
Cartagineses: - Ensinaram a fazer a conserva de alimentos em sal.
Romanos: - Povo vindo de Roma por volta do século III a.C.; - Povo que após dois séculos de luta venceu os Lusitanos; - Povo que dominou a Península Ibérica durante oito séculos. Benefícios que os Romanos trouxeram: o Desenvolveram a cultura do trigo, da vinha e da oliveira; o Desenvolveram várias indústrias como a tecelagem, a olaria, a salga do peixe,... o Criaram locais de comércio e usaram a moeda; o Construíram estradas e pontes; o Construção de monumentos e templos; o Trouxeram o latim e a religião cristã. ... A todos os benefícios que os Romanos trouxeram para a Península Ibérica dá-se o nome de Romanização. A Romanização foi a assimilação dos usos, costumes e cultura romana pelos povos conquistados.
Bárbaros: Foi no início do século V que a Península Ibérica foi invadida por vários povos germânicos atraídos pelas riquezas do império. Desses povos destacam-se: - Os Suevos; - Os Visigodos. 3
Os Suevos vieram do norte da Europa, invadiram a Península Ibérica e estabeleceram novas regras. Mais tarde foram submetidos pelos visigodos que eram um povo mais forte do que eles e que ficou a dominar todo o território da Península. Os Visigodos eram um povo guerreiro muito habilidoso no uso das armas. Era, ainda, um grupo que pertencia à raça ariana mas que rapidamente se converteu ao catolicismo. Este povo estava estratificado em três classes: -Povo; -Nobreza; -Clero. Os Romanos apelidaram estes povos de Bárbaros por terem uma cultura diferente da deles.
Árabes: - Último povo a invadir a Península Ibérica – século VIII; - Conseguiram dominar toda a Península, excepto os montes das Astúrias; - Introduziram novos costumes; - A sua religião era o inslamismo – acreditavam em Alá como único Deus; - Desenvolveram várias áreas: Agricultura – introduziram a nora e várias culturas; Matemática – introduziram os algarismos; Ciência – introduziram o uso da bússola e do astrolábio.
Bússola
Astrolábio Palavras de origem árabe
Agricultura
Ciência
Comércio
Alface
Zero
Armazém
Azeite
Albufeira
Albarda
Alecrim
Chafariz
Alfândega
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Após a invasão árabe, os cristãos refugiaram-se nas Astúrias e de lá organizaram a Reconquista. A primeira batalha foi chefiada por Pelágio, que saiu vitorioso. A partir daí, as lutas sucederam-se, e o reino cristão foi alargando o seu território, formando novos reinos como Leão, Castela, Navarra, Aragão e Catalunha. No século XI os reinos de Castela e Leão continuaram a Reconquista, ajudados por cavaleiros cristãos, os Cruzados, vindos de outros pontos da Europa. Dois cruzados – D. Raimundo e D. Henrique de Bolonha chegaram a Portugal, vindos de França, para ajudar D. Afonso VI, rei de Leão, na luta contra os mouros. Como recompensa pela sua valentia, o rei Afonso VI, ofereceu-lhes terras e outras riquezas. A D. Raimundo foi concedida em casamento D. Urraca, filha mais velha, e o governo do condado da Galiza. A D. Henrique concedeu o Condado Portucalense e a mão em casamento da sua filha, D. Teresa. Estes últimos fixaram-se em Guimarães – capital do Condado, onde passaram a viver e onde nasceu D. Afonso Henriques que viria a ser o primeiro Rei de Portugal. Por esta razão se diz que Guimarães é o berço da nação. Foi com base neste Condado que mais tarde nasceu Portugal. Quando D. Henrique morreu, D. Afonso Henriques tinha três anos. Assim, a sua educação ficou entregue a um aio- Egas Miniz. D. Teresa assumiu o governo do condado e durante vários anos tentou conquistar a independência mas sem sucesso. Vendo que não conseguia a independência aliou-se a alguns fidalgos galegos. Não concordando com a posição da mãe e apoiado por alguns nobres do condado, D. Afonso Henriques arma-se a si próprio cavaleiro na catedral de Zamora, aos 14 anos. Deste modo, formaram-se dois partidos: um estava do lado de D. Teresa e apoiava os desejos que Castela tinha (domínio do Condado Portucalense) outros apoiavam D. Afonso Henriques que lutava pela independência do condado. Sendo de posições diferentes ocorreram várias batalhas: Batalha de São Mamede (1128) – nesta batalha D. Teresa foi derrotada pelo seu filho, passando este a governar o condado. Após ganhar a batalha D. Afonso Henriques auto-proclamou-se rei de Portugal e recusou-se a prestar obediência a D. Afonso VII, rei de Leão e seu primo. Batalha de Ourique (1139) – D. Afonso Henriques derrotou 5 reis mouros. A partir desta batalha passou a intitular-se Rei de Portugal. Tratado de Zamora (1143) – depois de muitas batalhas, D. Afonso VII, rei de Leão e Castela e o Cardeal Guido de Viço, em representação do papa, reconheceram D. Afonso Henriques com rei de Portugal.
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D. Afonso Henriques – O Conquistador (*1139-1185) Após estarem resolvidos os conflitos com o reino de Leão, D. Afonso Henriques inicia uma série de batalhas contra os mouros com o objectivo de alargar o reino. Nas batalhas travadas conseguiu conquistar aos mouros várias terras: Santarém, Lisboa, Sintra, Almada, Palmela, Alcácer do Sal, Évora, Beja, Moura, etc.
*1139
é a data em que inicia o seu reinado e 1185 é o ano em que termina o reinado,
devido à sua morte.
D. Sancho I – O Povoador (*1185-1211) Com a morte de D. Afonso Henriques sucede-lhe o seu filho D. Sancho I. Este rei dedicou o seu reinado sobretudo ao povoamento do território conquistado, por esta razão ficou conhecido com o cognome de “ O Povoador”. Fez também algumas conquistas: Castelo de Alvor, Albufeira e Silves. Apesar das conquistas feitas Silves e outras terras algarvias foram reconquistadas pelos mouros. Estes conseguem também apoderar-se do território a sul do Tejo, excepto Évora.
*Em 1211 morreu D. Sancho. Ele, assim, como seu pai, D. Afonso Henriques, encontramse sepultados na igreja de Santa Cruz, em Coimbra.
D. Afonso II – O Gordo (1211-1223) Rei preocupado com a administração do reino. Reuniu as Cortes de Coimbra, onde foram aprovadas as primeiras leis gerais do reino.
D. Sancho II – O Capelo (1223-1248) Continuou a alargar o território. Conseguiu reconquistar aos mouros: Elvas, Serpa, Moura, Tavira, etc. D. Sancho II não foi capaz de reprimir os abusos da Nobreza e do Clero, o que enfraqueceu bastante a disciplina e o poder real. Por este motivo não governou até ao fim, tendo sido substituído pelo seu irmão D. Afonso, conde de Bolonha que ficou como regente. Chamavam-lhe o capelo porque usava um capuz. 6
D. Afonso III – O Bolonhês (*1248-1279) Irmão de D. Sancho II. No seu reinado, realizaram-se as Cortes de Leiria onde, pela primeira vez, estiveram presentes representantes do povo. Durante o seu reinado foi feita a conquista definitiva do Algarve aos mouros. A partir daí, D. Afonso III e todos os reis que se seguiram, passaram a utilizar o título de Rei de Portugal e dos Algarves. Era conhecido por Bolonhês por ter o título de Conde de Bolonha.
*Morreu em 1279 e os seus restos mortais encontram-se no Mosteiro de Alcobaça. D. Dinis – O Lavrador (*1279-1325) Casado com a rainha Santa Isabel a quem é atribuído o milagre das rosas. Durante o seu reinado dedicou-se ao engrandecimento e riqueza do país. Foi um grande administrador, pois concedeu vários forais e fundou castelos e povoações. Foi escritor, trovador e compositor de trovas e canções. Protegeu a agricultura e mandou semear o pinhal de Leiria. Promoveu o comércio, a indústria e a marinha. Tratado de Alcanises Este tratado foi assinado por D. Dinis e pelo rei de Castela em 1297. Neste tratado, fixaram-se as fronteiras definitivas entre Portugal e Castela.
* Morreu em 1325 e os seus restos mortais encontram-se sepultados no convento de Odivelas.
D. Afonso IV – O bravo (1325- 1357) Publicou leis que beneficiaram muito o comércio, a agricultura e a marinha. Batalha do Salado: Nesta batalha D. Afonso IV ajudou o rei de Castela a derrotar os Mouros, na batalha de Salado, por isso tem o cognome de “O Bravo”. Durante o seu reinado surgiu a Peste Negra que matou cerca de um terço da população portuguesa. 7
D. Inês de Castro D. Pedro, filho de D. Afonso IV, apaixonou-se por D. Inês de Castro e tencionava desposá-la em segundas núpcias quando subisse ao trono. Acontece que D. Inês era galega e exercia muita influência junto de D. Pedro, facto que preocupava bastante D. Afonso IV, seu pai, que temia pela independência do reino. D. Inês acabou por ser morta por ordem do rei, para desgosto de D. Pedro, que nunca superou a infelicidade de perder o seu amor.
D. Pedro I – O Justiceiro (1357-1367) Durante o seu reinado realizaram-se as Cortes de Elvas, que serviram para atender às reclamações do povo onde foi instituído Beneplácio Régio. A partir desta data nenhuma ordem vinda do Papa poderia ter efeito legal sem o visto e sanção do rei. Era chamado de “O Justiceiro” pelo facto de aplicar a justiça de igual forma para todos. Mandou construir dois tumultos em frente um do outro, no Mosteiro de Alcobaça. Um para si e outro para D. Inês de Castro.
D. Fernando – O Formoso (1367-1383) D. Fernando casou com D. Leonor Teles, facto que desagradou aos portugueses. O seu reinado teve efeitos muito negativos para Portugal: o seu casamento, as três guerras que travou com Castela e as suas atitudes inconstantes. Apesar dos aspectos negativos impôs algumas medidas importantes:
Lei das Sesmarias – estas leis obrigaram os vadios e os desempregados a trabalhar as
terras em repouso.
Companhia das Naus – D. Fernando promoveu a construção de navios e alguns foram
financiados por ele. Esta companhia foi criada com o objectivo de desenvolver a marinha portuguesa: -Protegeu o comércio, livrando de impostos as mercadorias, que eram exportadas; -Assinou um tratado de aliança e amizade com os ingleses que chegou até aos nossos dias.
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D. João I – O de Boa Memória (1385-1433) A morte de D. Fernando provocou uma crise de sucessão. D. Leonor Teles assumiu a regência do reino depois da morte do marido e proclamou a sua filha D. Beatriz, como rainha de Portugal. Acontece que D. Beatriz era casada com o rei de Castela, o que punha em risco a independência do país. Crise de 1383-1385 Perante tal situação Portugal dividiu-se, pois uns apoiavam D. Beatriz e outros apoiavam D. João mestre de Avis. Esta divisão pôs em risco a independência de Portugal. Nesta indecisão D. João, meio irmão de D. Fernando expulsou a rainha e resistiu ao Cerco que foi feito em Lisboa. Em 1385 foram reunidas as Cortes de Coimbra, onde D. João Mestre de Avis foi proclamado rei de Portugal, com o nome de D. João I. Iniciou-se assim a segunda dinastia. Como era de esperar o rei de Castela não ficando contente com o que aconteceu revoltasse, assim, inicia-se a chamada Guerra da Independência. O Condestável do reino Após ter sido nomeado rei de Portugal, D. João I nomeou D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável do reino, para que prosseguisse a luta contra Castela. D. Nuno passou assim a exercer o cargo de chefe supremo do exército português. A Guerra da Independência Esta guerra durou 27 anos e durante esses anos ocorreram várias batalhas. Batalha dos Atoleiros - primeiro confronto armado entre Portugal e Espanha. D. Nuno Álvares Pereira comandou os portugueses na luta contra os castelhanos, pois eles submeter Portugal à regência de Castela. Batalha de Aljubarrota (1385) – uma das batalhas mais importantes da nossa história, pois foi nesta batalha que os portugueses asseguraram a independência de Portugal. Para tal vitória contribuíram os comandantes D. João e D. Nuno. Tratado de Windsor Tratado assinado entre Portugal e Espanha. Com a assinatura deste tratado, ficou combinado o casamento do rei de Portugal com D. Filipa de Lencastre. Este tratado foi mais um marco na longa aliança entre Portugal e Inglaterra. 9
Conquista de Ceuta Os filhos de D. João I quiseram continuar em África a luta contra os mouros por vários motivos: Necessidade de reforçar o comércio com o Norte de África. Portugal estava enfraquecido pela falta de ouro e Ceuta era um mercado de cereais e o centro de passagem das rotas de ouro e de especiarias do Oriente. O povo vivia em más condições porque havia escassez de alimentos. A nobreza queria ganhar fama e riqueza. O Clero queria espalhar a fé cristã.
Os Descobrimentos
No século XV começou um dos períodos mais importantes da nossa história: a época dos Descobrimentos Marítimos. O Infante D. Henrique foi o grande impulsionador dos descobrimentos, pois ele mandou vir navegadores estrangeiros para que os marinheiros portugueses aperfeiçoassem as suas técnicas de navegação. Descoberta de Porto Santo 1418 João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira descobriram as ilhas de Porto Santo. Descoberta da Madeira 1419 Os dois marinheiros anteriores e ainda Bartolomeu Perestrelo, descobriram uma ilha a que deram o nome de Madeira. Descoberta dos Açores 1427 Diogo Silves descobre a ilha de Santa Maria nos Açores. 10
D. Duarte – O Eloquente (1433-1438) Era um rei muito letrado e bondoso. No seu reinado, e ainda sob a direcção do Infante D. Henrique continuou-se a empresa dos descobrimentos. Gil Eanes dobra o Cabo do Bojador em 1434. D. Duarte governou pouco tempo, pois morreu em Tomar vítima de peste.
D. Afonso V – O Africano (1438-1481) D. Afonso V era muito novo quando morreu D. Duarte, deste modo até atingir a maioridade, D. Leonor e D. Pedro foram regentes. Durante este reinado descobriu-se: - Em 1445 a Guiné - Em 1456 Cabo Verde - Em 1470 S. Tomé e Príncipe
D. João II – O Príncipe perfeito (1481-1495) Durante o seu reinado descobriram-se: O Congo em 1483 A passagem do cabo das Tormentas em 1488, por Bartolomeu Dias, passando a chamar-se cabo da Boa Esperança.
D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521) D. João II faleceu sem deixar descendentes directos. Por essa razão sucedeu-lhe no trono o seu parente mais próximo, D. Manuel que era primo e cunhado. Durante o seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia (por mar), em 1498.
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Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500.
Em 1519 Fernão de Magalhães, ao serviço de Espanha, faz a primeira viagem de circum-navegação, à volta da Terra.
D. João III – O Piedoso (1521-1557) Deu muita importância à evangelização dos territórios alcançados pelos portugueses, dai ser designado de “ O Piedoso”. Os portugueses continuaram a sua aventura e encontraram novas terras. - Estabeleceram-se nas ilhas Molucas. - Chegaram ao Japão. - A China doou a Portugal a cidade de Macau. Em 1524, nasceu um dos maiores poetas portugueses, Luís de Camões, que escreveu os “Os Lusíadas”, onde conta a História de Portugal em verso. Colonização do Brasil D. João III sabia que o Brasil tinha enormes riquezas como o açúcar, madeiras, tabaco, ouro e pedras preciosas. Mandou então dividir o território em capitanias (zonas de cinquenta léguas contadas a partir da costa marítima). Cada foi entregue a um capitão que tinha a obrigação de a povoar, desenvolver, defender e evangelizar. Em troca da terra recebida, deveriam pagar certos direitos ao rei. 12
Companhia de Jesus D. João III mandou vir para Portugal a Companhia de Jesus. Esta instituição tinha por objectivo difundir a civilização cristã. Protegeu os humildes, educou, instituiu e divulgou a língua portuguesa.
D. Sebastião – O Desejado (1557- 1578) Quando D. João III morreu já não era vivo nenhum dos seus nove filhos, por isso sucedeu-lhe o seu neto, D. Sebastião, que na altura tinha pouco mais de três anos de idade. O Cardeal D. Henrique, tio-avô de D. Sebastião, ficou como regente do reino. Batalha de Alcácer Quibir No dia 4 de Agosto de 1578 deu-se a Batalha de Alcácer Quibir, onde as tropas portuguesas, aliadas ao rei de Marrocos, combateram outros Mouros. A derrota foi devastadora. Milhares de portugueses perderam a vida ou foram feitos prisioneiros. Entre eles o rei D. Sebastião, cujo corpo nunca foi encontrado.
D. Henrique – O Casto (1578-1580) D. Sebastião não deixou descendentes directos, logo, após a sua morte subiu ao trono o seu tio-avô, Cardeal D. Henrique, que por sus vez também não deixou descendentes. Após a morte de D. Henrique houve vários pretendentes ao trono: Prior de Crato, etc (falta aqui algo) Batalha de Alcântara Aproveitando a desorganização do reino, D. Filipe II de Espanha invade Portugal e derrota o exército português. Em 1580 o país perdia a sua independência. D. Filipe é proclamado rei de Portugal nas Cortes de Tomar com o nome de Filipe I.
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D. Filipe I (II de Espanha) – O Prudente (1580-1598) Reuniu as Cortes de Tomar, lugar onde prometeu respeitar as liberdades, os usos e costumes do povo português. Destruição da Invencível Armada D. Filipe I invadiu a Inglaterra para se vingar de desentendimentos tidos com o governo inglês. Para isso, reuniu os melhores navios portugueses - A Armada Invencível. Os navios portugueses foram quase todos destruídos durante a invasão. Os que regressaram naufragaram durante uma forte tempestade.
D. Filipe II (III de Espanha) – O Pio (1598-1621) Com o passar dos anos a governação espanhola foi-se degradando sobretudo no que diz respeito aos interesses dos portugueses:
As possessões ultramarinas eram constantemente ameaçadas
devido aos ataques ingleses, franceses e holandeses, inimigos de Espanha;
Os impostos aumentaram.
D. Filipe III (IV de Espanha) – O Grande (1621-1640) Durante
este
reinado,
Portugal
perde
algumas
colónias
ultramarinas. Assim, com todo o descontentamento por parte dos portugueses dá-se uma revolução, designada -Revolução de 1640. Esta revolução foi desencadeado por 40 fidalgos - os Conjurados que invadiram o Paço da Ribeira e prenderam a Duquesa de Mântua (responsável pelo governo português). Por fim, proclamaram rei de Portugal o 8º duque de Bragança, com o nome de D. João IV. Com esta revolução Portugal consegue de novo a sua independência – restauração da independência. Após 60 anos de domínio espanhol Portugal era de novo um país independente.
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D. João IV – O Restaurador (1640-1656) Em 1641 D. João IV é proclamado rei de Portugal. Como era de esperar Espanha não gostou da ideia de perder o domínio de Portugal logo, lutou contra os portugueses para assim conseguir reconquistar Portugal. Esta guerra traduziu-se em várias batalhas, às quais se deu o nome de Guerra da Restauração. Esta guerra durou 28 anos. Algumas das batalhas travadas foram:
Batalha de Montijo Batalha das Linhas de Elvas Batalha do Ameixial Batalha de Castelo Rodrigo Reconquista de algumas colónias Todas estas batalhas foram ganhas pelos portugueses.
D. Afonso VI – O Vitorioso (1656-1667) Durante a menoridade do filho (D. Af VI), D. Luísa de Gusmão ficou regente do reino. Neste reinado deu-se a continuação e a conclusão da Guerra da Restauração: Batalha dos Montes Claros– batalha onde mais uma vez os portugueses saíram vitoriosos. Pouco tempo depois foi assinada a paz entre Portugal e Espanha. Este rei foi considerado incapaz de governar.
D. Pedro II – O Pacífico (1683-1706) o Tratado de paz com Espanha: Tratado que fez com que D. Pedro ficasse conhecido como “ O Pacifico”.
o Tratado de Menthwen: acordo comercial que Portugal fez com Inglaterra facilitando a entrada, em Portugal, dos lanifícios ingleses. Em troca, a Inglaterra facilitava o negócio do Vinho do Porto. Deste contrato os portugueses não colheram os benefícios esperados.
o Minas de ouro do Brasil: Foi no seu reinado que as minas de ouro e diamantes do Brasil foram descobertas.
D. João V – O Magnânimo (1706-1750) -Inicio da exploração das minas do Brasil; -Obras realizadas: Convento de Mafra; Aqueduto das Águas Livres; A casa da Moeda.
-Concentrou em si todos os poderes (legislativo, executivo e judicial) – regime absoluto.
D. José – O Reformador (1750-1777) D. José ficou conhecido como “O Reformador” por ter levado a cabo muitas reformas. Este governou em regime absoluto, tendo nomeado para seu 1º ministro vários homens, sendo o mais conhecido e dos últimos Marquês de Pombal. Este:
Criou a Companhia do comércio; Desenvolveu a indústria de manufactura e as oficinas para tentar diminuir o volume de importações. * Foi no seu reinado que se deu o terramoto de Lisboa (1755).
D. Maria I – A Piedosa (1777-1816) A D. José sucedeu a sua filha de D. Maria I, que alguns anos após estar no poder adoeceu, assim, foi o seu filho D. João que assumiu a regência do reino. Em 1801, Portugal foi invadido por tropas espanholas e francesas. Bloqueio Continental – Napoleão ordenou o bloqueio contra os ingleses. Todas as nações europeias cumpriram a ordem, excepto Portugal. Como consequência disso, os franceses e os espanhóis, seus aliados (de Napoleão) invadem Portugal. As invasões francesas foram três invasões. Nelas as tropas portuguesas venceram as tropas espanholas e francesas.
D. João VI – O Clemente (1816-1826) Filho de D. Maria I. Foi durante o seu reinado que se deu a Revolução de 1820 – passagem do absolutismo para o liberalismo. Foi ainda no seu reinado que se deu a independência do Brasil. D. João VI regressou a Portugal deixando o seu filho D. Pedro a governar o Brasil, os portugueses desejavam o regresso de D. Pedro, mas, ele preferiu ficar no Brasil, deste modo os seus poderes foram anulados e ele declara o Brasil um país independente e torna-se seu imperador.
D. Pedro IV – O Rei Soldado (1826 - 1828) Imperador do Brasil e sucessor de D. João VI, mas não rei de Portugal. D. Pedro não podia se simultaneamente rei de Portugal e rei do Brasil, logo, achou por bem dar o lugar a sua filha D. Maria da Glória que na altura só tinha 7 anos.
D. Miguel – O Rei Absoluto (1828-1834) A constituição de 1822 não foi do agrado de todos os Portugueses, era apoiada pelos liberais e condenada pelos absolutistas que defendiam a união dos três poderes na pessoa do rei. Assim, deu-se início a uma Guerra Civil entre os liberais (partidários de D. Maria) e os absolutistas (partidários de D. Miguel). Os liberais venceram a guerra e D. Miguel é obrigado a assinar a paz na Convenção de Évora, em 1834, pondo termo à guerra civil. Depois de assinada a paz D. Pedro IV proclama rainha, sua filha Maria da Glória, com o nome de D. Maria II. Até ela atingir a maioridade D. Pedro ficou como regente.
D. Maria II – A Educadora (1834-1853) Começou a governar segundo o regime liberal e a partir do seu reinado os governos liberais procuraram desenvolver os vários sectores económicos que estavam em crise desde a guerra civil. Deste modo, devem-se a D. Maria II as reformas e melhoramentos tais como:
A criação de liceus e escolas primárias; A criação do conservatório de Música; D. Pedro V – O Esperançoso (1853-1861) Casou com D. Estefânia. Quando tomou posse Portugal atravessava um período de desenvolvimento e o povo depositava muita esperança neste rei, dai o seu cognome “O Esperançoso”. Durante o seu reinado surgiram duas grandes epidemias: cólera e febre-amarela, sendo um dos afectados D. Pedro. Apesar das epidemias Portugal passava por um período de desenvolvimento:
Inauguração da primeira via-férria e do telégrafo eléctrico. Morreu aos 24 anos e como já era viúvo e não tinha filhos sucedeu-lhe o seu irmão D. Luís.
D. Luís – O Popular (*1861-1889) No seu reinado realizaram-se grandes melhoramentos e importantes reformas, que contribuíram para o progresso de Portugal. O seu cognome surge do facto de ele gostar de conviver com as pessoas do povo.
Algumas reformas importantes:
Abolição da escravatura - aboliu a escravatura em Portugal e acabou com a pena de morte por crimes civis.
Explorações africanas – organizou expedições em África, entre Angola e Moçambique, começando no Atlântico e terminando no Índico, para demonstrar a todo o mundo que aquelas terras pertenciam aos portugueses.
O mapa cor-de-rosa – essa área foi assinalada num mapa, a cor-de-rosa, facto esses que veio dar o nome do documento.
*Morreu a 19 de Outubro de 1889. Está sepultado em São Vicente de Fora.
D. Carlos – O Diplomata (*1889-1908) Pelo prestígio que obteve para Portugal, recebeu o cognome de “O Diplomata”. D. Carlos governou num período difícil da nossa história. Assim, surge o Partido Republicano que culpava a monarquia de todos os males. Ultimato inglês – A Inglaterra não reconheceu os nossos direitos sobre as terras do mapa cor-de-rosa e ordenou que as abandonássemos, dizendo eu lhe pertenciam. Perantea ameaça de uma guerra, D. Carlos viu-se obrigado a obedecer a essa ordem e a desistir das suas intenções de unir Angola a Moçambique. Revolução de 31 de Janeiro – O país ficou revoltado contra o ultimato. Aproveitando o descontentamento do povo, instalou no Porto uma revolução que tentou implantar a República. Atentado contra o rei – Perante a confusão politica e social em que se encontrava o reino, D. Carlos implantou um regime de ditadura, que causou mais uma vez o descontentamento do povo. Dia 1 de Fevereiro de 1908, D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são abatidos a tiro no Terreiro do Paço. * D. Carlos está sepultado em São Vicente de Fora.
D. Manuel II – O Patriota ou o Desventurado (1908-1910) É designado “O Patriota ou o Desventurado” devido ao seu amor à pátria e à sua pouca sorte. Proclamação da República – dia 4 de Outubro dá-se uma revolução, dia 5 é proclamada a república e inicia-se uma nova etapa da História de Portugal. Portugal deixa de ser uma Monarquia e passa a ser uma República.
Depois de proclamada a república em 1910 foi organizado um governo provisório, presidido por Teófilo Braga que aprovou uma nova bandeira, um novo hino nacional (A Portuguesa) e elaborou uma nova Constituição.
1ª República – Parlamentar (1910-1926) Manuel de Arriaga – (1911-1915) Primeiro presidente da república eleito, mas por causa das constantes lutas políticas renunciou em 1915. Foi durante a sua estadia no poder que se deu a 1ª Guerra Mundial. Esta deu-se em 1914 em toda a Europa e ficou conhecida pela Grande Guerra. No início desta guerra, Portugal optou-se por manter-se neutro mas, em 1916, devido à aliança com Inglaterra, viu-se forçado a entrar no conflito que só terminou em 1918, com a derrota da Alemanha.
Teófilo Braga – (28 de Maio a 5 de Outubro de 1915) Bernardino Machado – (1915-1917) Sidónio Pais – (1917 - 1918) Chefiou uma revolução que saiu vitoriosa, formando um novo governo. Mais tarde viria a ser eleito Presidente da República. Morreu assassinado.
João de Canto e Castro – (1918-1919) António José de Almeida – (1919-1923) Manuel Teixeira Gomes – (1923-1925)
Bernardino Machado – (1925-1926)
2ª República – Corporativa (1926-1974) O Estado Novo Mendes Cabeçadas – (1926) Gomes da Costa (Marechal) – (1926) Na manhã de 28 de Maio de 1926, liderou uma revolução que saiu vitoriosa e estabeleceu um governo de ditadura militar, abolindo todos os partidos políticos.
António Óscar Carmona (Marechal) – (1926-1951) Em 1928, o General Carmona assumiu o cargo de Presidente da República e nomeou para Ministro das Finanças o Dr. António Oliveira Salazar. A nação portuguesa passou a ser uma república unitária e cooperativa. A soberania nacional passou a ter os seguintes órgãos: Chefe de Estado; Assembleia Nacional; Governo; Tribunais. Salazar restaurou as finanças e fez melhoramentos por todo o país. Em 1939, teve início a II Guerra Mundial que durou até 1945, na qual se envolveram países de todas as partes do mundo. Portugal manteve-se neutro.
Francisco Craveiro Lopes – (1951-1958) Américo Tomás (Almirante) – (1958-1974) Em 1958 foi eleito Presidente da República e depois reeleito em 1965-1972. Guerra do Ultramar Os governos portugueses, chefiados primeiro por Salazar e depois por Marcelo Caetano, reforçaram o envio de tropas para evitar a perda dos territórios ultramarinos. A guerra só terminou depois do 25 de Abril de 1974, quando as ex-colónias se tornaram independentes. Revolução do 25 de Abril de 1974 O descontentamento relativo ao Estado Novo e o desconforto causado pela”Guerra Colonial” provocaram uma revolução, chefiada pelo Movimento das Forças Armadas, que derrubou o governo.
3ª República – República Democrática (1974-1996) António de Spínola (General) – (1974) Assumiu a presidência da República, instaurando um governo democrático que legalizou a existência de partidos políticos. Assim, foi elaborada uma nova Constituição Política e reconhecida a independência dos Territórios Ultramarinos. Em 28 de Setembro de 1974, Spínola abdicou do cargo.
Costa Gomes – (1974-1976) Ramalho Eanes – (1976-1986) Mário Soares – (1986-1996) Jorge Sampaio – (1996)