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Impresso Especial 9912272675 – DR/PR GF EDITORA LTDA

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Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.

Revista GF Número 58 – Ano 5 – Maio 2011 www.grandesformatos.com – R$15,00

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SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE As novidades e desafios da “geração verde” de suprimentos para impressão digital O Segredo dos Campeões ADSigns. Confira os detalhes do projeto vencedor da Categoria “Projetos Diferenciados” do Prêmio Bureau Criativo 2010 Remetente: GF Conceito Editora Ltda Caixa Postal 20030 CEP: 80060 - 230 - Curitiba - PR 1

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Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


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SUMÁRIO

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Especial Suprimentos III Sustentabilidade A continuação desse importante debate em nosso segmento

O que você e seu bureau precisam saber sobre suprimentos e sustentabilidade Conheça a postura, ação e produtos sustentáveis dos principais fabricantes e distribuidores em nosso país

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6 Editoriais e Expediente 8 Suas Impressões 12 Coluna Solvente nas Veias

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BNDES aumenta investimento em pequenas e médias empresas

16 Para Suas Dúvidas, Grandes Respostas Por que usar suprimentos sustentáveis?

Por Adriano Medeiros

20 Entrevista Especial

50 Coluna Gestão de Pessoas

Marcello Ferreira

Por Alessandra Assad

42 Sustentabilidade em Comunicação Visual Por Ricardo Valiceli

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44 Prêmio Bureau Criativo 2010 – O Segredo dos Campeões Projetos Diferenciados: ADSigns

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Aniversário Alphaprint 25 anos de sucesso!

48Espaço de Negócios - EFI Pimenta Print investe na tecnologia EFITM Vutek® GS 3200


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Queridos leitores, É com imensa satisfação que transmito esta notícia em primeira mão. O GF Centro de Capacitação Profissional já está de portas abertas para recebê-los! Com os mesmos ideais da Revista GF, a missão da nossa escola de profissionais em impressão digital é levar até vocês o melhor conteúdo, com os melhores palestrantes, de forma neutra e imparcial. Nosso objetivo é que qualquer pessoa possa se transformar em um profissional do nosso segmento, com ferramentas capazes de auxiliar no crescimento das empresas em que atuam. E para cumprir essa missão já estão disponíveis os primeiros módulos de cursos de gestão e técnica em impressão digital! Esperamos vê-los em Curitiba em breve! Um forte abraço, Luciana Andrade Editora / Diretora

Maio 2011 | Ano 5 – nº 58 Editora/ Diretora Luciana Cristina Andrade editora@grandesformatos.com Redação Janaína Castro – 8493/PR faleconosco@grandesformatos.com Atendimento ao Assinante +55 (41) 3023-4979 Assinaturas assinaturas@grandesformatos.com

editora@grandesformatos.com Anúncios Liana Andrade comercial@grandesformatos.com atendimento@grandesformatos.com

Da Redação Sustentabilidade em pauta novamente. A palavra está na moda e ganha cada vez mais espaço nas discussões de grandes empresas, programas de televisão, discursos políticos e até mesas de bar. Mas será que todos sabem mesmo o que é sustentabilidade? Qual é o conceito desse tema do qual ninguém consegue mais fugir? Nos dicionários a definição é “a capacidade de ser sustentável”. Essa afirmação óbvia, trazida para o contexto da nossa sociedade, significa a capacidade de vivermos inseridos no meio ambiente, usarmos seus recursos e devolvê-los de forma responsável, planejada, correta e o menos agressiva possível. Isso quer dizer que mais do que cobrar uma atitude sustentável do país ao lado, do governo, das grandes empresas ou do seu vizinho, cada um deve fazer também a sua parte. Afinal, o planeta em que vivemos é um só e todos sentimos os impactos que ele sofre. As ameaças da “fúria da natureza” e do aumento das catástrofes naturais, muitas delas causadas pela ação do homem, estão aí. Tudo o que fazemos tem uma consequência. Nosso objetivo iniciado com o especial “Máquinas V” no começo deste ano e continuado agora com “Suprimentos III” é alertar o setor de comunicação visual para a sua “fatia desse bolo”. Nesta edição, trazemos dados para reflexão a respeito do que temos deixado por aí. Você já parou para pensar “para onde vai o banner, o PDV, o adesivo” e tantos outros produtos que o seu bureau faz? Antes disso, que destino você dá para os resíduos dessa produção? E quanto tempo tudo isso leva para se degradar no ambiente? Sim, caro, leitor. Temos uma responsabilidade muito grande e não podemos ficar omissos. “Suprimentos III” vem com dicas, ideias, novidades e soluções para ajudar seus bureau a fazer a sua parte por um planeta melhor para todos nós. Espero que gostem! Até junho! Um abraço e boa leitura, Janaína Castro Redação faleconosco@grandesformatos.com

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A Revista GF é publicada 11 vezes ao ano pela Conceito Editora Maio de 2011 GF Conceito Editora LTDA Todos os direitos reservados. A reprodução total ou parcial deste material é permitida mediante autorização prévia expressa pela GF Conceito Editora Ltda e desde que tenha citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista. Os informes técnicos são de caráter informativo, não são comercializados e a revista é imparcial, não prevalecendo nenhum fabricante em detrimento de outro. Os anúncios são de total responsabilidade dos anunciantes. Visite nosso portal www.grandesformatos.com


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O que você gostaria de encontrar nas próximas edições da sua Revista? Mande sua sugestão!

Pelo twitter: “@superimagem: parabéns novamente a equipe GF. A cada edição a equipe se supera e mostra o seu profissionalismo” Bilton Costa Super Imagem Digital, Curitiba (PR)

PARABÉNS Parabéns pelos cinco anos da GF. A edição de março ficou muito bonita e gostei muito dos textos também. Mônica Rodrigues Comunicale, Barueri (SP)

ELOGIOS E PEDIDO Meu nome é David Mendes. Sou gerente de produção da empresa Identidade Visual que atua no ramo de comunicação visual. Sou leitor fanático da GF, pois amo minha profissão e o ramo que atuo e costumo ler revistas e visitar feiras que falam sobre comunicação. Faço isso, há uns dez anos, o tempo em que estou no mercado. Mas fiquei fã da GF, porque encontrei nesta revista a realidade do dia-adia. Às vezes estou lendo e começo a rir sozinho, olho para os lados e penso “Não é possível! Esse camarada escreveu isso escondido aqui na empresa”. Vocês falam muito sobre os problemas, soluções, novidades e exemplos reais do mercado. Acho interessante, e ficaria muito grato se a Revista publicasse uma matéria sobre gerência de produção para falar sobre relacionamento da gerência com a produção e explicar algo que eu sinto

muita dificuldade de fazer: levar a galera a entender e abraçar a questão da qualidade no trabalho em geral. Já passei por outras empresas e sempre percebi que esse é um assunto muito discutido. Inclusive, se a Revista quiser qualquer tipo de ajuda ficarei muito feliz e estarei à disposição. Desde já muito obrigado e mando grande abraço a todos da equipe. David Mendes Identidade Visual, Rio de Janeiro (RJ)

Envie suas sugestões, comentários e críticas: e-mail: faleconosco@grandesformatos.com cartas: Conceito Editora Revista GF Rua Salvador Ferrante, nº 547 Boqueirão, Curitiba/PR CEP 81650-230 twitter: twitter.com/RevistaGF

David, Agradecemos muito pelos elogios. É uma grande satisfação para a GF, saber que o nosso trabalho está sendo útil e apreciado. Quanto à sua sugestão de matéria, está anotada. Assim que possível, faremos uma matéria sobre este assunto. Um grande abraço!

* Em razão do espaço ou compreensão, os textos podem ser resumidos ou editados 8

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NOTA

Luciano Coutinho, presidente do BNDES afirma que o banco vai expandir o financiamento para pequenas e médias empresas

BNDES aumenta investimento em pequenas e médias empresas Em visita a Curitiba, presidente do BNDES apresentou nova política do governo federal para investimentos em inovação O presidente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], Luciano Coutinho, iniciou no último dia 1º de abril, em Curitiba (PR), um “giro” pelo país para falar e ouvir diretamente o empresariado brasileiro, principalmente a respeito de investimentos em inovação.

“O BNDES continua sendo o banco que apoia os grandes projetos de infraestrutura, mas nós não estamos nos esquecendo, ao contrário, dedicamos uma energia enorme para os pequenos” Coutinho afirmou que o banco de fomento quer expandir o financiamento para pequenas e médias empresas e ao mesmo quer estimular a qualificação delas por meio da inovação. Em 2010, do total de R$ 143 bilhões financiados pela instituição, cerca de 27% foram destinados a este grupo. “O BNDES continua sendo o banco que apoia os grandes projetos de infraestrutura, mas nós não estamos nos esquecendo, ao contrário, dedicamos uma energia enorme para as pequenas”, garante. Durante a palestra aos empresários paranaenses, Coutinho apontou o atendimento às pequenas empresas como a “agenda mais desafiadora”, para o banco de fomento. E

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destacou instrumentos como o PSI, Programa de Sustentação de Investimento, que apoia a comercialização de equipamentos com juros competitivos, prorrogado até o fim de 2011, e o Cartão BNDES, destinado a facilitar a compra de serviços de capacitação tecnológica. “Todos esses fatores combinados indicam uma perspectiva favorável para o processo de investimento e inovação da pequena empresa”, explica. O discurso foi encerrado com uma espécie de “convocação” de Coutinho a uma união de esforços entre o BNDES e a iniciativa privada para promover inovação. Para ele, a iniciativa privada deve se colocar como protagonista desse processo. “Falta uma estruturação consciente da demanda privada por um lado, e de outro, mais compreensão e agilidade de nossa parte para atender essa demanda. Em 2011, queremos ultrapassar os R$ 2 bilhões em financiamento. Espero que a gente consiga”, conclui. Para mais informações sobre as ações e programas de financiamento do BNDES acesse www.bndes.gov.br. Lá você encontra também uma página com perguntas e respostas que tira as principais dúvidas a respeito de quais investimentos e empresas podem ou não ser financiados pelo banco de fomento, e como se deve proceder para solicitar um financiamento para a sua empresa.


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COLUNA SOLVENTE NAS VEIAS

Adriano Medeiros é escritor, palestrante, diretor geral da PixelDots Treinamento e Consultoria em Criatividade Digital, empresa pioneira que presta serviços para todo o Brasil sobre impressão gráfica digital. Atualmente está cursando pedagogia.

Sustentabilidade na Linha de Produção Adriano Medeiros

Caros leitores,

Trama verde

Esta edição fala de suprimentos com foco em sustentabilidade. Como visito bureaus por todo o Brasil, tenho visto diversas maneiras sustentáveis de usar os resíduos de produção. Antes de avançar no assunto, uma pesquisa rápida na Wikipédia, nos traz um conceito interessante:

Esta é uma campanha que eu vi na empresa “Módus” de Recife (PE), onde o cliente recebia um desconto na impressão, ao levar um banner velho, que seria jogado no lixo. Eles reaproveitavam as madeiras e ponteiras, além de usar a lona velha para embalar produtos da própria empresa, ou fazer bolsas de lona.

Gestão sustentável é a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, por meio de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro. O conceito de sustentabilidade está intimamente relacionado com o da responsabilidade social das organizações. Vou “puxar na memória” aqui algumas soluções sustentáveis de reaproveitamento de mídia.

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Perdas de adesivo Os erros de impressão em adesivo, ou restos refilados de adesivo branco, viram fitas de empacotamento, reaproveitadas na própria empresa. Entrada de mídia Para impressoras que consomem muita mídia ao alimentar a máquina, por usarem sistema de tração rolo-a-rolo, como as

Scitex, Vutek e JetI, erros de impressão, com 1 a 2 metros de extensão, com a largura exata da mídia usada, são vulcanizados ou colados com adesivos, aproveitando assim ao máximo a área útil de impressão, sem perder nada do substrato novo. Filtragem da tinta do descarte Algumas empresas criaram formas de colher tinta de descarte individualmente, fazendo com que o purgue saia individualmente de cada cabeça de impressão direto para um frasco para cada cor. Depois de acumular uma certa quantidade, usam diversos métodos para coar esta tinta e recolocam na impressora. Este processo eu não recomendo, pois a tinta do purgue quase sempre está suja. Além disso, o


método de filtragem pode gerar resíduos que entrarão no sistema e entupirão a cabeça. Não estou dizendo que é impossível reaproveitar a tinta, mas dos sistemas que eu vi, acredito que um estudo mais tecnológico e aprofundado, pode gerar um sistema eficiente e seguro para isso.

liner retirado da lona sempre ia parar na casa de um funcionário, seja janela de uma cozinha, ou em um banheiro, servindo de cortina para box. Uma vez fiz um case para o meu baralho com resto de lona e a solda-banner. Restos de lona foram usados para recobrir o sofá do refeitório de uma das gráficas que trabalhei.

Tudo de embalagem da lona O tubo de embalagem da lona serve para fazer de lixeira ou um recipiente para guardar e organizar ponteiras, ou qualquer outra coisa que o pessoal do acabamento precise. É possível até usar a embalagem de lona como molde para construir pilar de casa. Quem me contou foi um funcionário de uma das empresas em que trabalhei. Ele jogava concreto dentro da embalagem na construção de sua casa. Eu não vi, mas ele disse que funcionou. Vai saber, né?

Em dias de frio, os restos de lona serviam de cobertor para um cochilinho na hora do intervalo. Duas coisas que vi e não aconselho Apesar da boa vontade do reaproveitamento, não recomendo ninguém a fazer isso. 1) Usar o descarte de tinta da máquina como tinta preta. 2) Este mesmo descarte em uma gráfica de um amigo meu, foi usado para pintar o chão do estacionamento.

Reaproveitamentos estranhos Não custa nada lembrar de alguns aproveitamentos estranhos de restos de mída que eu vi e fiz. Uma vez, quando eu era operador de impressão, errei um “pedação” de lona no turno da madrugada. Dias depois este mesmo pedaço de lona estava na cobertura de um “barraquinho” na favela próxima à empresa. Ruim para a gráfica, bom para quem o aproveitou.

Os resíduos de tintas devem ser recolhidos por indústrias químicas que reaproveitam o solvente contido na tinta para processos internos. Qualquer outro uso não é recomendado, por ser um material altamente tóxico. Caso vocês tenham mais sugestões de sustentabilidade e queira compartilhar com o pessoal, mandem para mim, para colocar no meu blog www.adrianomedeiros.net

Site: www.pixeldots.com.br Blog: www.adrianomedeiros.net Twitter: twitter.com/pixeldots Msn: medeiros@pixeldots.com.br

Nesta mesma gráfica, era uma briga toda vez que tinha impressão de lona ortofônica. O

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ESPECIAL

Suprimentos III Sustentabilidade Por Janaína Castro Na primeira edição do ano, a GF, alinhada a uma das maiores preocupações da atualidade, propôs o debate sobre sustentabilidade em comunicação visual, com o especial “Máquinas V”, que tratou da questão com foco nas tecnologias utilizadas no mercado. Agora, “Suprimentos III” retoma o assunto, para completá-lo. Afinal, são duas áreas que precisam andar juntas para atingir um objetivo comum. De que adianta trabalhar com máquinas mais sustentáveis e continuar contribuindo para que materiais que levam milhares

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de anos para se decompor sejam descartados de maneira incorreta na natureza? Conversamos com os principais fabricantes e distribuidores de suprimentos para impressão digital em grandes formatos do mercado, e novamente ouvimos especialistas da área e bureaus, que puderam expor suas experiências, pontos de vista e ideias. Demos voz também ao nosso governo, representado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que teve o “direito de resposta” diante das recorrentes reclamações de


que faltam ação e incentivos do governo para que a sustentabilidade seja praticada em todas as empresas do país. Teixeira afirmou que o ministério não está omisso e quer ajudar no que for possível para promover o crescimento sustentável das empresas. “O Brasil perde R$ 8,5 bilhões por ano, por não reciclar. Esse é um número apontado por uma pesquisa do IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada], que queremos reduzir com programas de apoio à reciclagem. Também lançamos um programa em parceria com o BNDES para desenvolvimento de tecnologias limpas e redução de

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emissões. Além disso, vamos criar uma área específica para a gestão ambiental dentro do ministério para incentivar e apoiar as empresas neste sentido”, enumera. Mais uma vez, nosso objetivo é promover um debate saudável e útil que produza bons frutos para todos que fazem parte de nosso setor, desde os fabricantes até o cliente final. E mostrar que é sim possível adequar a atuação de cada integrante da escala produtiva a um modelo mais limpo, que vai gerar frutos para todos nós e para as futuras gerações. »

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PARA SUAS DÚVIDAS, GRANDES RESPOSTAS

Por que usar suprimentos sustentáveis? Em todo o Brasil, bureaus ainda se questionam quanto a que elementos considerar para dar ou não esse passo

Por Janaína Castro Chapas à base de papelão, lonas produzidas com garrafas PET, tintas com formulações químicas menos agressivas. Pouco a pouco, os suprimentos mais sustentáveis ganham espaço no mercado de impressão digital. A “moda” da sustentabilidade parece vir com força, mas ainda encontra olhares confusos, pela falta de informação, e outros não menos desconfiados, diante dos preços mais altos. Será que os

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substratos produzidos a partir de matérias-primas mais ecológicas oferecem a mesma qualidade de impressão? Vale a pena pagar mais por esses produtos? Confira a experiência de dois bureaus que já apostaram nessa tendência e descubra os resultados que alcançaram.


A importância da produção “verde” Rômulo de Abreu Guimarães Diretor da Artwork Digital Belo Horizonte (MG)

display feito em MDF. Se fizermos as contas, o preço fica quase igual, ou mais barato. Além de usar o Re-board, trabalhamos também com tecidos e impressoras UV para imprimir O setor de impressão digital ainda está em qualquer material sugerido pelo cliente. começando a se desenvolver para oferecer Estamos substituindo os equipamentos à base produtos realmente sustentáveis. Já evoluímos de solvente, pelos mais ecologicamente corretos. bastante na qualidade de impressão e Começamos a planejar essa mudança em 2004, velocidade das máquinas. Acredito que quando compramos nossa primeira máquina UV em um futuro bem próximo, os clientes para reduzir a utilização de adesivos em chapas de PVC. Com esta mudança, vão decidir com quais além de agredir menos o meio fornecedores trabalhar “Acredito que em ambiente, reduzimos o tempo levando em consideração um futuro bem de produção e aumentamos a também o impacto ambiental qualidade do acabamento. da produção. próximo, os clientes A Artwork se preocupa com Na Artwork, começamos a vão decidir com essa questão e sempre busca trabalhar com o Re-board, quais fornecedores as melhores tecnologias para há três anos. Trata-se de uma chapa composta por trabalhar levando em oferecer uma produção mais Mas esse esforço diversas camadas de papelão, consideração também sustentável. não vai adiantar, se os clientes com espessuras diferentes. o impacto ambiental não comprarem o projeto. Sua resistência é semelhante É preciso ampliar o debate à do MDF, mas seu peso é da produção” e, na medida em que todos aproximadamente oito vezes perceberem a importância menor. Escolhemos este material, porque ele proporciona uma excelente de uma produção “verde”, vamos conseguir qualidade de impressão, é reciclável e não transformar o que ainda é exceção em regra. » tem a aparência de material reciclado [parece um substrato tradicional]. Com ele, podemos produzir estandes, mobiliários para feiras e eventos, displays, maquetes, entre outros. Usar suprimentos mais sustentáveis é importante para o fortalecimento da nossa marca e para a satisfação dos nossos clientes. Em breve, teremos que usar somente produtos ecologicamente corretos, portanto, já estamos nos preparando. Alguns clientes já nos procuram por causa da nossa variedade de soluções para projetos sustentáveis. Conciliar o cuidado com o meio ambiente com a lucratividade da empresa é possível. Citando o Re-board como exemplo, podemos equilibrar os custos [normalmente mais altos das mídias sustentáveis], ao comparar com o tempo de execução e o frete de um Estante Foyer, produzida com o Re-board para a Casa Cor Minas Gerais 2010

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PARA SUAS DÚVIDAS, GRANDES RESPOSTAS

Takara e Arnaldo Peres Jr, respectivamente diretor geral e diretor comercial da Neoband

Caminho para um mundo melhor Arnaldo Peres Jr. Diretor comercial da NeoBand São Paulo (SP) Hoje, a questão da sustentabilidade é de extrema relevância para os grandes clientes. Colocar a preocupação com o meio ambiente no foco dos negócios é muito positivo para a imagem de uma empresa perante seus consumidores e agrega bastante valor à marca. Em fevereiro de 2009, a NeoBand obteve a certificação com o selo verde do FSC [Conselho de Manejo Florestal, ou Forest Stewardship Council, em inglês]. Atendemos grandes empresas que têm a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente como princípio. Com essa motivação, e em busca de nos manter alinhados com os objetivos de nossos clientes, começamos, em julho de 2008, o trabalho para conquistar esse certificado para nossa fábrica. Para a NeoBand, isso representa enquadrar-se nas tendências de um mundo moderno e responsável, em que, a preservação do meio ambiente passou a ter um peso muito grande nas negociações comerciais e relacionamentos entre clientes e fornecedores. Atualmente, trabalhamos com uma linha ecológica que começa com a primeira impressora látex de 3,20m da América Latina. Este equipamento trabalha com tintas à base de látex e proporciona durabilidade semelhante à oferecida pelas máquinas solventes. Entre os substratos, usamos lonas

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ecológicas biodegradáveis e recicláveis à base de [garrafas] PET e também tecidos ecológicos. Estes suprimentos são indicados para os mesmos trabalhos que antes imprimíamos com lonas e tecidos normais. Apresentam boa durabilidade, e altíssima qualidade de impressão. Francamente, creio que para o consumidor final, não há diferenças perceptíveis entre impressos com esses produtos e os tradicionais. Já temos clientes que optaram por trabalhar com a Neoband, justamente pela certificação FSC. Há empresas que exigem que seus fornecedores atendam às suas necessidades com relação à sustentabilidade. Mas a procura por produtos ecológicos ainda não é total. As grandes empresas, que buscam agregar valor às suas marcas com a sustentabilidade, procuram esses materiais, mas pequenos e médios clientes ainda não enxergaram essa oportunidade. Os preços dos substratos utilizados neste processo são mais caros, porém notamos uma tendência de queda que, no futuro, viabilizará grandes produções. Sem dúvida, é possível praticar o zelo pelo meio ambiente sem prejudicar a lucratividade da empresa. Futuramente, só existirão produtos ecológicos e com preços competitivos. Acredito que o Brasil está muito próximo de uma realidade mais ativa em relação à

sustentabilidade. Os preços estão caindo e as máquinas estão mais produtivas e seletivas. A reciclagem está em alta, assim como os produtos à base de PET. Estamos caminhando em direção a um mundo melhor e mais responsável, não somente para o “agora”, mas para nossos filhos e o futuro da humanidade.

“Sem dúvida, é possível praticar o zelo pelo meio ambiente sem prejudicar a lucratividade da empresa. Futuramente, só existirão produtos ecológicos e com preços competitivos”

DÚVIDAS? PERGUNTE! Se você tem qualquer dúvida envie para a GF. Nossa equipe vai buscar as melhores respostas para você. DÊ A SUA OPINIÃO Envie suas impressões sobre esta matéria para faleconosco@ grandesformatos.com com seu nome, empresa, cidade e estado.


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ENTREVISTA ESPECIAL: MARCELLO FERREIRA

Marcello Ferreira Grande conhecedor do mercado de suprimentos para impressão digital, Marcello Ferreira compartilha um pouco de seus 30 anos de experiência

Janaína Castro Atual engenheiro de desenvolvimento da Plast.co, Marcello Ferreira iniciou sua trajetória profissional há quase três décadas. Formado em engenharia civil, o primeiro emprego foi em uma empresa de estrutura de concreto, nos anos 1980. Ferreira conta, que na época, as principais construtoras já possuíam equipamentos de impressão digital para a confecção de placas de sinalização, adesivos e transferência térmica.

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De lá para cá, muita coisa mudou. Nosso mercado cresceu, se desenvolveu e se estabeleceu no Brasil. Há um ano na Plast.co, para onde foi em busca de um novo desafio profissional, Ferreira é um dos especialistas quando se trata de suprimentos para impressão digital. Em entrevista à GF, o engenheiro falou de detalhes de uma história da qual ele mesmo fez parte, apontou suas expectativas para o futuro, e claro, analisou as questões referentes ao tema dessa edição especial: sustentabilidade.


Revista GF: Qual a situação atual do mercado de suprimentos no Brasil? Marcello Ferreira: O mercado está muito mais competitivo e dinâmico. O “mix” de produtos e equipamentos para impressão digital está facilitando o crescimento de pequenos e médios bureaus. Os custos estão mais baixos e isso faz com que a concorrência se torne mais competitiva. Hoje, está muito mais fácil encontrar produtos importados no mercado, mas precisamos ter cuidado em relação à qualidade. Nem sempre o menor preço representa o melhor custobenefício. As indústrias nacionais têm investido em tecnologia de ponta para produção de mídias de alta performance, com comprovada economia no momento da impressão – de até 17%. Além disso, é possível perceber um aumento no volume de devoluções de alguns produtos importados, com muitas reclamações de instabilidade dos frontais de lonas e adesivos. Revista GF: Como foi o começo do mercado em nosso país? Quais mídias eram utilizadas e qual era o foco das aplicações? MF: O mercado de impressão digital começou com as impressões à base d’água, eletrostática e impressão com transferência térmica (cera). Depois, chegaram as impressoras com tinta à base de solvente e mais recentemente as UV e látex. As mídias mais utilizadas e suas respectivas aplicações eram/são:

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para as impressões com tinta à base d’água protegidas com laminação: vinil e papel com tratamento, para uso interno, como banners e decoração; para impressões eletrostáticas e transferência térmica: o vinil, para uso interno e externo em decoração de veículos, fachadas e luminosos, por exemplo; para impressões com tinta à base de solvente, UV e látex: vinil, lonas e substratos rígidos, também para uso externo e interno em adesivação de veículos, fachadas e luminosos, por exemplo. Revista GF: Que mudanças o mercado sofreu ao longo dos anos que permitiu a modificação desse quadro inicial? Quais mídias foram eliminadas e quais foram inseridas? MF: O mercado recebeu um grande volume de equipamentos de impressão digital com tinta à base de solvente, que gradativamente substituíram as impressoras à base d’água/eletrostáticas/cera. Essa mudança exigiu a substituição das mídias tratadas, por outras sem tratamento, como vinil e lona, que hoje, são utilizados na maioria das aplicações. Revista GF: Quais as perspectivas para o futuro? Você vê novas modificações no mercado? MF: A tendência é um crescimento nos incentivos aos programas de aceleração nos processos de reciclagem dos substratos derivados de PVC produzidos para

o mercado de impressão digital. Nos últimos dois anos, as principais empresas desse segmento no Brasil já colocaram esses projetos em prática e lançaram vários produtos como eco-banners, lonas sustentáveis e papéis reciclados. E outra grande modificação no nosso mercado é a chegada de lonas sustentáveis e das impressoras com tintas à base de látex. Revista GF: A sustentabilidade está “em alta” na atualidade em diversos setores. Como você vê essa questão em nosso segmento? MF: Já há no mercado grandes empresas que incentivam o consumo consciente de produtos sustentáveis, produzidos com PVC reciclado, por exemplo.»

“A tendência é um crescimento nos incentivos dos processos de reciclagem dos substratos derivados de PVC. As principais empresas desse segmento no Brasil já lançaram vários produtos como eco-banners, lonas sustentáveis e papéis reciclados”

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ENTREVISTA ESPECIAL: MARCELLO FERREIRA

Essas ações já divulgam e promovem a conscientização quanto à importância de se preservar o meio ambiente. Em diversos estados brasileiros, em parceria com cooperativas, muitas empresas também direcionam recursos para reaproveitamento de lonas descartadas, para a confecção de sacolas, mochilas, entre outros. Vejo que hoje, as indústrias e os principais bureaus estão preocupados com o meio ambiente. A Plast.co também tem atuação na área e tem criado pontos de coletas de lonas utilizadas, para destinar à reciclagem. Contamos com uma grande cooperação de vários parceiros para direcionar os resíduos e produtos do nosso mercado para a sua transformação em produtos alternativos. Revista GF: Qual parcela do mercado os suprimentos sustentáveis ocupam atualmente? MF: É perceptível que grandes grupos, como, por exemplo, Ambev, Unilever e CocaCola, se preocupam com o meio ambiente e já exigem produtos sustentáveis de seus fornecedores. No que se refere a adesivos e lonas, os principais bureaus estão estabelecendo parcerias com estes grupos e realizando um ótimo trabalho no desenvolvimento de produtos menos agressivos ao meio ambiente. Revista GF: Como é possível reduzir os principais impactos dos suprimentos tradicionais no meio ambiente?

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MF: O principal ponto é o consumo consciente de produtos que não agridem o meio ambiente. Vários distribuidores já possuem um “mix” de produtos com alta tecnologia direcionados ao conceito de sustentabilidade. Revista GF: Existem novos suprimentos em desenvolvimento, que ainda não chegaram ao mercado? MF: A indústria está desenvolvendo novos produtos com o intuito de preservar o ambiente, principalmente com relação a uma das matériasprimas mais poluidoras, o PVC. Temos fornecedores que já lançaram linhas ecológicas, por exemplo. Muitas incorporações do segmento habitacional demonstram a preocupação de utilizar produtos ecológicos e já percebemos que grande parte dos materiais utilizados em construções são sustentáveis. Os produtos voltados para decoração são um complemento para esse setor e possuem ótima qualidade. Revista GF: Qual parcela das empresas atuantes no mercado você estima que efetivamente já utiliza mídias mais sustentáveis? MF: Os bureaus que têm foco direcionado para as grandes parcerias já se destacam com a exigência de produtos que não agridam o meio ambiente. Alguns fabricantes já provaram que os substratos ecológicos produzidos com resinas recicladas têm ótima qualidade. Dessa forma, não há o que temer em relação a esses materiais.

Revista GF: Que futuro você enxerga para o mercado de mídias ecológicas? MF: Com certeza, o principal passo já foi dado. Já vemos o avanço das principais empresas de plásticos, que estão industrializando produtos ecológicos com qualidade. Esses produtos já possuem rotatividade grande, há um grande trabalho de divulgação dos principais profissionais de marketing deste mercado e, sendo assim, atingiremos nosso compromisso com o meio ambiente em médio prazo. Na Plast.co, por exemplo, nós já trabalhamos para conscientizar nossos cliente a utilizar esses produtos.

“Grandes grupos se preocupam com o meio ambiente e já exigem produtos sustentáveis de seus fornecedores. Os principais bureaus estão estabelecendo parcerias com estes grupos e realizando um ótimo trabalho no desenvolvimento de produtos menos agressivos ao meio ambiente”


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ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

O QUE VOCÊ E SEU BUREAU PRECISAM SABER SOBRE

Suprimentos e Sustentabilidade Fabricantes têm investido em pesquisa e produção de materiais ecológicos, para amenizar os impactos ambientais da comunicação visual

Janaína Castro

A necessidade de desenvolver e produzir suprimentos mais sustentáveis para nosso segmento, não é mais uma novidade para os principais fabricantes e distribuidores do setor. Todos eles, em maior ou menor grau já estão atentos e trabalham em convergência com essa questão. Já existem até certificações emitidas por órgãos de credibilidade internacional como o FSC [Conselho de Manejo Florestal] e a ISO, que possui a ISO 14000, uma série de normas, que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro as empresas. O grande desafio parece ser a popularização desses produtos no mercado. Quase todas as empresas com que conversamos afirmam que faltam informações disponíveis tanto para os bureaus, quanto para os clientes finais. Grandes corporações, que já incluem a sustentabilidade como ponto estratégico de seus planos de negócios, exigem que seus trabalhos sejam produzidos de acordo com esse direcionamento e

26 GF GF- MAIO - MAIO2011 2011

utilizam esse critério para selecionar seus fornecedores. Mas, se olharmos para a “massa” do mercado, veremos que não é o acontece em todos os casos. De fato, ainda há muitas dúvidas em torno da substituição dos suprimentos tradicionais pelos mais “verdes”, exatamente pela falta de conhecimento acerca deles. Esse “mal”, a GF quer combater. Para isso, ouvimos os principais fabricantes e distribuidores de suprimentos para impressão digital. Lonas, adesivos, tecidos, papéis, tintas e chapas, nada fugiu à nossa busca. Descobrimos o que essas empresas pensam sobre o tema, o que têm feito para colocá-lo em prática, quais produtos já estão disponíveis e algumas novidades que estão a caminho. O resultado dessa“super pesquisa”, realizada especialmente para você, está nas próximas páginas. Leia, informe-se e prepare-se para entrar também numa realidade que, mais cedo ou mais tarde, certamente vai chegar ao seu bureau. »


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ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

Peças produzidos com lonas da linha Eco-Vulcan

LONAS Vulcan

produtos e manter parcerias com fornecedores de RAQUEL LIMA, coordenadora de marketing

matérias-primas ecologicamente corretas. Outro destaque é a linha Eco Vulcan, produzida com produtos compostos por plastificantes de

“Produtos que seguem a linha da sustentabilidade estão entrando no mercado com força cada vez maior. Acredito que a maioria das empresas e pessoas estão

origem vegetal, resinas ‘verdes’ e manta composta de material reaproveitado. As aplicações desse produto são muito variadas e permitem que o

preocupadas com o futuro do planeta. Os materiais sustentáveis substituem os tradicionais sem problemas e aos poucos, as substituições estão sendo feitas. Os nossos produtos, ao menos, proporcionam resultados muito satisfatórios. A Vulcan está investindo cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento para a fabricação de produtos

“O caminho para reduzir os principais impactos dos suprimentos tradicionais no meio ambiente é reciclar, diminuir perdas, otimizar a linha de produtos e manter parcerias com fornecedores de matérias-primas ecologicamente corretas”

sustentáveis. Para a linha de

cliente decore e personalize seu ambiente desde o piso até o teto. É uma linha bem recente, mas os clientes já se mostram bastante interessados. Apesar de o preço desses suprimentos ser, em geral, mais alto, não creio que os bureaus estejam preocupados com este custo na hora da compra. Hoje, esses produtos são

comunicação visual, lançamos a

diferenciais e assertivos para os trabalhos feitos

Ecolux 2000 Plus, uma lona para grandes formatos

por eles. É possível notar essa preocupação,

com fundo preto, em que o filme preto é produzido

pois há grandes vantagens em promover essa

com resina reciclada. Em nossa fábrica, possuímos

mudança. Além de adquirirem materiais de alta

uma unidade de reciclagem, em que as 50 toneladas

qualidade e inovadores, a aquisição de produtos

de sobras de materiais são recicladas e vendidas a

ecológicos abre as portas para clientes que hoje

produtores de calçados, que fabricam solas para botas, por exemplo. Essas ‘ações sustentáveis’ ainda não são normas, mas já começamos a implementá-las, porque que

exigem isso de seus fornecedores. É importante tratar mais deste tema, buscar regulamentação adequada e motivar a utilização dos suprimentos ecologicamente corretos.

acreditamos que esse é um grande diferencial. O

Precisamos ‘trabalhar’ e educar as pessoas para

caminho para reduzir os principais impactos dos

esta tendência. Assim, estimamos que em torno de

suprimentos tradicionais no meio ambiente é reciclar, diminuir perdas, otimizar a linha de

28 GF GF- MAIO - MAIO2011 2011

cinco anos esses produtos terão se popularizado no mercado”.


Colordrop do Brasil

processo, que, após análises, filtragem e aditivação, retornam a processo na elaboração

JOYCE GRASSIOTO, gerente comercial e de marketing

de novo lote de revestimento. E está em desenvolvimento, há mais de seis meses, um novo produto, também à base de filamentos PET, porém

“A Colordrop constatou a necessidade de inserir produtos com essência ecológica no mercado e iniciou, em 2009, suas atividades no Brasil distribuindo o produto Resolution, com absoluto sucesso. Nosso segundo passo é a execução do projeto Sistema de Reciclagem Contínua, o SRC. Vamos criar parcerias com clientes, distribuidores e revendas para implantar uma rotina de comercialização do produto virgem, coleta e retorno à indústria do material pós-uso,

100% reciclados. A previsão de lançamento é para julho de 2011. Alguns desses novos materiais substituem as mídias tradicionais com vantagens incontestáveis,

“A questão do preço é relativa, por causa da economia de escala. Produções de lotes maiores reduzem custos. E se considerarmos custo x benefício, as mídias ecológicas levam clara vantagem”

seleção, limpeza, reciclagem e fechando a cadeia, a ‘re-comercialização’ de um produto novo, composto por mais de 50% de matéria-prima reciclada. Integrará o SRC também uma instituição de ensino para auxiliar na capacitação da mão-de-obra envolvida. Estamos lançando uma nova mídia para impressão digital, o Evolution. É produzido a partir de substrato composto de um filamento de poliéster (PET), cargas minerais e revestimentos exclusivos, todos eles aquosos, livres de componentes tóxicos, poluentes ou inflamáveis. Está disponível em versões para impressão à base d’água, à base de solvente e à base de eco-solvente/ látex. A produção é em sistema fechado, com reaproveitamento de 100% dos efluentes do

como maior resistência, longevidade, menor peso e excelente printabilidade. O feedback dos clientes é fantástico e a procura por esses produtos não para de crescer. Mas, o espaço no mercado ainda é pequeno, porque a oferta no Brasil ainda é reduzida. A questão do

preço é relativa, por causa da economia de escala. Produções de lotes maiores reduzem custos. E se considerarmos custo x benefício, as mídias ecológicas levam clara vantagem. O principal desafio da indústria de suprimentos para comunicação visual é promover a evolução dos produtos para que sejam mais sustentáveis e economicamente viáveis, pois o mercado está mais competitivo a cada dia. Algumas medidas poderiam surtir efeitos mais imediatos como a redução do ônus fiscal para os produtos sustentáveis, o estímulo governamental para seu desenvolvimento e produção e reunião dos componentes da cadeia produtiva para instituir especificações para a certificação deles como ‘verdes’, por exemplo”. »

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ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

ADESIVOS Aplike Produtos Adesivos Ltda FÁBIO R. COLELLO, diretor comercial

fatia considerável. A procura não é muito grande, pois nosso mercado é muito sensível ao preço. Por enquanto, o retorno a este investimento é pequeno, e as consultas por parte dos clientes são inferiores a 5% do total. Outro ponto que

“Vemos a chegada da sustentabilidade ao segmento de impressão digital como uma ótima oportunidade de criarmos produtos inovadores que tragam benefícios a nossos clientes e aos consumidores finais. Na Aplike, temos boas práticas na seleção das matérias-primas. Os silicones e adesivos que produzimos são à base d’água e os resíduos gerados têm o destino certo. Um dos principais desafios da nossa indústria é promover a reciclagem desses resíduos em escala produtiva para causar menor impacto ambiental. Algumas empresas,

materiais ainda não substituem satisfatoriamente os tradicionais. As diferenças têm sido marcantes quanto à flexibilidade reduzida, por exemplo. Os preços também são mais altos, em virtude do investimento nesta tecnologia e da baixa escala de produção. Esse fator interfere demasiadamente

“Para superar a resistência a produtos mais ‘verdes’, precisamos evidenciar os benefícios que estes novos materiais trarão ao mercado e à sociedade. Esta é a estratégia básica”

como grandes redes de supermercados, já se preocupam em adquirir esses produtos sustentáveis. Eles oferecem vantagens tanto para esses clientes finais, quanto para os próprios bureaus, entre as quais podemos destacar a insalubridade e ausência de toxicidade, que melhoram a qualidade de vida de quem tem contato com estes produtos. O espaço para as mídias sustentáveis no mercado atual é crescente, mas ainda não constitui uma

30 GF GF- MAIO - MAIO2011 2011

precisamos observar é que as propriedades destes

na escolha dos bureaus, pois com maior custo, menos unidades podem ser produzidas com a mesma verba. A jornada ainda é longa, pois as matrizes de fornecimento para estes produtos não estão prontas em nosso país e creio que leve mais alguns anos para que estejam.

Para superar a resistência a produtos mais ‘verdes’, precisamos evidenciar os benefícios que estes novos materiais trarão ao mercado e à sociedade. Esta é a estratégia básica. O brasileiro pode aceitar e praticar mais a sustentabilidade. Tudo começa com a educação. Este é o primeiro passo. Se as empresas colocarem a sustentabilidade como alvo de seus negócios, certamente qualquer ‘falta de consciência’ que exista será superada”.


Avery Dennison

reciclagem de resíduos de produção, que são direcionados para o uso pós-consumo, por

EELKO LEEUWENBURGH, gerente sênior de marketing e comunicação

exemplo, em embalagens de leite. Lá e também na Europa, possuímos parcerias com especialistas em reciclagem para reduzir o acúmulo desses

“Acreditamos que a sustentabilidade tem muitas faces. Conseguimos mensurar que nossos clientes estão procurando inovações comprovadamente sustentáveis e economicamente viáveis, como a redução de resíduos durante todo o ciclo de produção, desde as matérias-primas até a renovação dos recursos e alternativas genuínas para os materiais existentes. Os pedidos por produtos sustentáveis têm crescido mais rápido, pois a maioria dos clientes está se

resíduos em aterros sanitários. Outros projetos contribuíram para redução de emissões de CO e uma poupança de energia de US$ 1,2 milhões por ano em 15 localidades. Nossas operações de varejo estão utilizando

“Os produtos verdes chegaram para ficar. Acreditamos que não é apenas uma tendência. A sustentabilidade está sendo impulsionada pelos consumidores e eles são a maior força para as empresas em todo o mundo”

esforçando para identificar melhorias reais em meio a um monte de produtos ‘verdes’ existentes no mercado. Para atender a essa expectativa, temos uma ampla gama de produtos sustentáveis autoadesivos. O melhor exemplo é a linha ‘Avery Greenline’, que traz alternativas para os filmes PVC, fabricadas com uma película adesiva de poliolefina de emulsão acrílica livre de solvente e um liner Kraft (que não contém madeira como matéria-prima). Quando esses produtos são alternativas ‘verdadeiras’, e não apenas produtos ‘re-embalados’ e ‘repaginados’ para parecerem ‘verdes’, eles são capazes de substituir os tradicionais sem problemas.

tintas para impressão à base de óleo de soja e água para reduzir a necessidade de solventes perigosos durante os processos de eliminação. Por fim, estamos investigando maneiras de aproveitar a energia solar em fábricas que têm tecnologia e clima adequados ao redor do mundo. O maior obstáculo para o

progresso nessa área, ainda são os preços. Os produtos mais ecologicamente amigáveis têm falta de escala para serem economicamente viáveis, e, geralmente, são vendidos a preços muito altos. Mas, os produtos verdes chegaram para ficar. Acreditamos que não é apenas uma tendência, e nossas pesquisas estão provando isso. A sustentabilidade está sendo impulsionada pelos consumidores e eles são a maior força para as empresas em todo o mundo. Elas precisarão se adaptar para aprender a projetar e fabricar tendo o meio ambiente em mente ou perderão essa grande oportunidade”. »

Na América do Norte, temos um forte projeto de

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ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

Plavitec Ind. e Comércio de Adesivos Ltda CRISTINA SILVA, supervisora comercial GRACINDA SCARASSATTI, química responsável do depto. técnico e desenvolvimento “A maior parte das indústrias já dispõe ou está desenvolvendo produtos que atendam a essas novas exigências do público. Na Plavitec já há uma grande movimentação no segmento de comunicação visual voltado à sustentabilidade. Trabalhamos com matériasprimas e processos ecologicamente corretos.

serem manuseados não exista nenhum risco, seja para nossos colaboradores na fabricação ou para nossos clientes na utilização. O fundamental é harmonizar nossas necessidades sociais, com o uso de produtos que não agridam o ambiente em que vivemos. Além desses cuidados na produção,

“O custo [dos produtos ‘verdes’] ainda é mais elevado, e o fator preço tem grande prioridade em nosso segmento. Mas a procura por eles está em aquecimento. Isso faz parte de um processo maior, em que o consumidor final, como as grandes redes de comércio, vêm traçando os rumos do mercado”

Nossos fornecedores de films de PVC, silicone e adesivos atendem a ISO 140000 e os produtos que recebemos são isentos de metais pesados. Todos os nossos processos de siliconização e adesivação são feitos no sistema à base d’água. Isso é especialmente importante no caso específico do vinil, pois com a siliconização aquosa do liner, é possível a posterior reciclagem do papel, já que ao entrar em contato com a água, o silicone se torna totalmente solúvel.

32 GF GF- MAIO - MAIO2011 2011

Nossos produtos são produzidos para que ao

separamos resíduos, como refiles de papel ou PVC, e enviamos para empresas parceiras de coleta e reciclagem desses materiais. Os suprimentos sustentáveis já ocupam um espaço considerável no mercado e substituem tranquilamente os produtos tradicionais. O custo deles ainda é mais elevado, e sem dúvidas, o fator preço tem grande prioridade em nosso segmento. Mas a procura por eles está em aquecimento. Isso faz parte de

um processo maior, em que o consumidor final, como as grandes redes de comércio, vêm traçando os rumos do mercado. A falta da prática de sustentabilidade em nosso país, não é mais uma questão de ‘falta de consciência’ e sim de recursos. O Brasil está assimilando essa tendência com grande velocidade. Acreditamos que devido à nossa geografia e posicionamento político perante essas questões, essa mudança vai estar cada vez mais em evidência”.


Imprimax Ind. Auto Adesivos ROSANA ARAÚJO, gerente de marketing

relevo, com composição química diferenciada, anti-mofo, bactericida, bloqueador de umidade e acima de tudo, ecologicamente correto, como já explicado. Esses materiais ‘verdes’ já ocupam grande parte

“A sustentabilidade está em alta em todo mercado. No entanto, é importante observar se a empresa que se diz sustentável realmente é. Para nós essa preocupação vai além de vantagens com o marketing da empresa. Adotamos ações que visam o bem-estar das pessoas e estão de acordo com nossa consciência, que é o que nos motiva a agir assim. Toda a matéria-prima que utilizamos é livre de metais pesados, como o chumbo, e de solventes. Todo o papel é proveniente de florestas remanejadas (FSC) e destinamos todos os resíduos de produção

do mercado e substituem satisfatoriamente os tradicionais. Levam até uma grande vantagem, pois proporcionam a melhoria da qualidade de vida das gerações futuras. Menos agressão ao meio ambiente, mais vida ao ser humano. Infelizmente, muitos fabricantes de produtos sustentáveis exploram o maior valor agregado e impõem custos altos ao consumidor. Devido à falta de informação e incentivos

“Os materiais verdes proporcionam a melhoria da qualidade de vida das gerações futuras. Menos agressão ao meio ambiente, mais vida ao ser humano”

um processo mais caro, mas, nós estamos trabalhando para melhorar nossa eficiência, reduzir os custos de produção e não repassar esta diferença ao mercado. Do outro lado, ainda há muita

de maneira correta. Parte é reciclada, e o que não pode ser reaproveitado é descartado da forma adequada, com total respeito ao ambiente. Desta forma, temos a convicção de que estamos disponibilizando ao mercado produtos com qualidade e menos agressivos ao planeta. Obedecendo a todos esses princípios, estamos lançando uma nova linha de produtos sustentáveis para o mercado de decoração, a ‘Revest Wall’. É um PVC auto-adesivo para ser impresso digitalmente para ser aplicado como papel de parede. Serão diversas texturas em alto e baixo

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ficais, essa produção torna-se

falta de conhecimento entre os consumidores. Os brasileiros precisam estar cientes de projetos sustentáveis e seus benefícios. Se o cliente não tem esses dados, certamente vai tomar a decisão de compra baseado somente nos preços. Quem compra alimentos orgânicos, por exemplo, sabe que eles são mais caros por terem mais qualidade, sabor e não agridem o meio ambiente. No entanto, quem desconhece essas vantagens, não vai querer pagar mais caro por eles. Torcemos para que esta década nos traga mudanças fundamentais nesse sentido”. »

GF - MAIO 2011 33


ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

TINTAS Marabu do Brasil

deixar claro que uma tinta sem odor não é necessariamente uma tinta sustentável. Nosso desafio MARCOS ROQUE,

gerente comercial, divisão digital

é justamente encontrar a combinação desses dois pontos: solventes de alta tecnologia que tenham odor ameno e ao mesmo tempo não prejudiquem a saúde.

“A sustentabilidade é um ‘caminho sem volta’.

o solvente um produto cada vez mais inofensivo.

As empresas que não se adequarem a estas exigências sofrerão impactos negativos e terão grande redução em seus volumes de vendas. Essa tendência deve se expandir para os bureaus, que com certeza, no futuro, também só vão oferecer produtos adequados a este quesito para seus clientes. Hoje, há muitos produtos de baixa qualidade no mercado. O segmento de comunicação visual como

“Sustentabilidade é um ‘caminho sem volta’. As empresas que não se adequarem a estas exigências terão grande redução em seus volumes de vendas. Essa tendência deve se expandir para os bureaus, que com certeza também só vão oferecer produtos adequados a este quesito para seus clientes”

um todo não está praticando a sustentabilidade que deveria. São raros os casos em que se utilizam suprimentos ‘verdes’ com 100% de qualidade. Precisamos informar e cativar o cliente final para que ele busque suprimentos com qualidade e sustentabilidade. A Marabu do Brasil segue as rígidas normas alemãs [da sua matriz na Alemanha], para a produção de suas tintas. Após a consolidação da linha DI-LS, totalmente sem odor, para impressoras de alta resolução, estamos trazendo também para o Brasil a linha para impressoras de grandes formatos de baixa resolução. É bom 34 GF GF- MAIO - MAIO2011 2011

Temos desenvolvido constantes pesquisas para tornar Todos os nossos produtos estão dentro de padrões europeus de exigência de qualidade e sustentabilidade. Graças a essa postura, recebemos o Prêmio de Sustentabilidade 2011, da SGIA. Este é um importante reconhecimento do trabalho que desenvolvemos pensando no meio ambiente. Mas, nosso maior orgulho é poder proporcionar produtos feitos com qualidade e consciência aos nossos clientes. Oferecer produtos ecologicamente corretos deveria

ser padrão em todas as indústrias, mas, infelizmente muitos clientes optam por produtos fora dessa linha pelo custo inferior. Esse compromisso ainda não é total no Brasil e parte da culpa é dos próprios fornecedores, que deveriam levar mais informação ao mercado. Quando os clientes finais possuem estas premissas, impulsionam esse direcionamento e o sucesso é certo e rápido. A popularização dos produtos ‘verdes’ no mercado virá no futuro. Mas, se você não trabalhar de forma correta no presente, esqueça o futuro. É uma questão de tempo e paciência até os clientes entenderem esta necessidade e então, a migração será inevitável”.


Saturno Ind. De Tintas Ltda EDUARDO VAZ, gerente de marketing e comercial

Por exemplo, existem tintas com solventes menos tóxicos, porém, que apresentam dificuldade de aderência em substratos mais baratos. Em outros países, a solução é simples: aplicar um verniz de proteção e usar materiais com mais qualidade.

“Esse é um movimento muito forte na sociedade. Mas há muitas empresas em que, se olharmos mais de perto, veremos que a ideia está mais nos slogans e do que no coração. O público precisa tomar consciência do que realmente significa sustentabilidade. O sujeito compra uma bebida com garrafa de material reciclado, mas joga a embalagem vazia pela janela do carro. Nós desenvolvemos um produto que reduz o impacto ambiental, mas o cliente não compra se for um pouco mais caro. Ou seja, o cliente não está pronto para pagar mais por um produto

ainda são necessários esses custos adicionais, o cliente não compra a tinta, porque o cliente dele não quer pagar mais caro por isso. Esse é um

“O cliente não está pronto para pagar mais por um produto sustentável. Ele ainda não enxerga esse valor, nem na comunicação visual, nem no supermercado. Essa informação é que precisa ser trabalhada com o público geral e as empresas”

sustentável. Ele ainda não enxerga esse valor, nem na comunicação visual, nem no supermercado. Essa informação é que precisa ser trabalhada com o público geral e as empresas. Como manipuladores de produtos químicos, temos uma grande responsabilidade em relação à segurança do meio ambiente, e nossa empresa sempre esteve atenta a isso. A fórmula para reduzir o impacto ambiental de nosso setor existe. Para utilizá-la, precisamos de mudanças nos conceitos de mercado.

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Mas, no Brasil, se a tinta é um pouco mais cara e

dos grandes desafios, pois o desenvolvimento exige investimentos e para isso precisamos de vendas. É um círculo difícil de quebrar. É muito difícil prever quando os suprimentos sustentáveis vão se popularizar no mercado brasileiro. Creio que isso envolve dois fatores fundamentais. Primeiro, o nível de educação e cultura da população para que ela aceite

estas opções e tenha recursos para pagar por elas. As pessoas precisam de informação sobre como suas ações afetam o meio ambiente. Depois, a disponibilidade destes produtos. Hoje, ainda é muito caro trazer matérias-primas melhores para o Brasil. O governo deveria criar incentivos para que esses produtos façam cada vez mais parte do dia a dia. Nosso país, com uma biodiversidade diferenciada do resto do mundo, deveria dar o exemplo”. »

GF - MAIO 2011 35


ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

TINTAS TS2 MARCIONILHO NETO,

TECIDOS Isoliner Mídias Especiais Laminadas

diretor técnico CLÁUDIA SILVANA, “Inevitável não pensar sobre o tema. O mundo

gerente comercial

caminha para a escassez dos recursos naturais. Ignorar o assunto é o mesmo que um dono de

“Estamos vivendo uma nova era, em que devemos

gráfica offset ignorar um Ipad [dispositivos para

nos atentar aos processos desde a produção, o

leitura de conteúdos como livros, revistas e jornais

ciclo de vida de cada produto e planejar o seu

digitais]. O futuro vai cobrar um preço alto.

descarte. Na Isoliner, nos preocupamos com

Na TS2 temos ações de recolhimento dos

a coleta do lixo químico, que é retirado por

resíduos de tintas para reciclagem, pesquisas e

empresas especializadas neste tipo de tratamento.

comercialização de equipamentos alternativos de

Separamos também tecidos, papéis e papelões,

tecnologia sustentável, como os que usam tintas

para reciclagem. Dissipar a prática da coleta seletiva

UV e sublimáticas. Nossos clientes, assim como o

entre as empresas é o principal desafio e para isso

brasileiro de modo geral, ainda estão engatinhando

é importante combater a falta de informação e de

“A falta de sustentabilidade significa a interrupção do processo lá na frente. Se você não mudar, a natureza vai interromper. Ou, o seu melhor cliente, ou seja, o mais consciente, interromperá em busca de alternativas mais ecológicas”

incentivos do governo.

“A procura dos clientes por essas linhas sustentáveis gira em torno de 30% do total. Os produtos ainda são mais caros, e isso interfere na hora compra” Hoje, a Isoliner está investindo em tecnologia para

na formação de sua consciência ambiental. Mas isso

produzir novas soluções ecológicas para o mercado.

não significa que devamos ficar parados. A falta de

Estamos desenvolvendo produtos como o ISO New

sustentabilidade significa a interrupção do processo

Pet, de algodão e fibra de garrafa PET reciclada,

lá na frente. Se você não mudar, a natureza vai

e o ISO Pet 100, feito com 100% de garrafa PET.

interromper. Ou, antes que a natureza reaja, o

Já apresentamos a certificação para garantir que

seu melhor cliente, ou seja, o mais consciente,

nossas linhas Eco são realmente de produtos

interromperá em busca de alternativas mais

reciclados.

ecológicas. O problema para que os suprimentos

A procura dos clientes por essas linhas sustentáveis

sustentáveis substituam os tradicionais, ainda é o

gira em torno de 30% do total. Os produtos ainda

custo. Esses produtos são de qualidade, podem

são mais caros, e isso interfere na hora compra. O

ser aplicados em mídias de melhor efeito visual,

caminho para que esses materiais se popularizem

como tecidos de poliéster, vidro, madeira, cerâmica,

no mercado brasileiro é que mais empresas se

fórmica, e por incrível que pareça, apresentam

dediquem a trabalhar com reciclagem e produção

resultados até superiores. Precisamos reunir

de matéria-prima reciclada. Assim, os preços vão

esforços para reduzir os preços e assim popularizar

cair e se tornar mais competitivos. Caminhamos

os ecológicos. Isso, a TS2 já se prepara para fazer".

a passos lentos, mas pouco a pouco estamos mudando”.

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Heytex Bramsche Gmbh

PVC. Todos são 100% recicláveis, assim como suas embalagens e os resíduos de produção. Junto

WALLACY DALDEGAN, gerente regional de vendas para América Central e do Sul

com este conceito, montamos uma equipe interna para adequar nossos processos às normas da ISO 140001. A procura por estes produtos já é grande, mas a

“Para a Heytex a questão da sustentabilidade é de maior importância. Trabalhamos muito seriamente para desenvolver materiais ecologicamente corretos e já há muitos anos produzimos tecidos tratados para impressão digital sem PVC. Nosso processo de fabricação é muito limpo e qualquer resíduo que vá

A maioria dos primeiros painéis de PVC que foram jogados nos lixões permanece intacta natureza. Para mudar essa realidade, é preciso que os bureaus levem soluções e alternativas amigáveis ao meio ambiente para seus clientes. O grande desafio das empresas é a produção desses produtos,

ao potencial do mercado. A mudança é lenta, mas necessária. No momento, os materiais ecologicamente corretos representam menos de 5% dos volumes de vendas. A maioria dos clientes finais ainda não está disposta a pagar mais por produto amigável ao meio ambiente. No Brasil,

para o ar é filtrado diversas vezes.

comercialização ainda é pequena, se comparada

“A maioria dos primeiros painéis de PVC que foram jogados nos lixões permanece intacta natureza. Para mudar essa realidade, é preciso que os bureaus levem soluções e alternativas amigáveis ao meio ambiente para seus clientes”

com maior foco na capacidade de reciclagem, mesmo para o PVC e que sejam econômicos. Em 2008, lançamos a campanha “HEYTex goes Green” [HEYTex se torna verde] e agora, dando um passo adiante, estamos desenvolvendo a estratégia “HEYBlue” [Heytex azul], que traz a ideia dos produtos azuis, com referência à água e ar. O lançamento será em maio, na Fespa, na Alemanha. É uma linha de produtos para impressão digital, para uso externo, sem PVC, branqueadores, metais

mais de 90% dos materiais utilizados na comunicação visual são à base de PVC, provenientes da China. Os preços são mais altos, porque os materiais usados são mais nobres, e também pelo volume menor. Quando a produção crescer, automaticamente os preços vão cair. Os bureaus que forem mais ousados e tomarem

a iniciativa de oferecer estes produtos, mesmo que às vezes mais caros, para empresas que já têm esta preocupação com o meio ambiente e querem passar esta imagem ecologicamente correta, certamente terão um retorno muito significativo e podem se tornar referencia nesta área. Algo que poderia ajudar na aceleração desse processo é uma lei que promovesse uma mudança instantânea, similar ao que aconteceu com a lei ‘Cidade Limpa’, em São Paulo”.

»

pesados e corantes cancerígenos. Como exemplo, apresentaremos uma série de tecidos recicláveis, sem

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GF - MAIO 2011 37


ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

PAPÉIS VinilSul PAULO HÜBNER, diretor comercial

Já o EnviroScape Mural é um papel para sinalização, feito com 10% de material reciclado, com adesivo menos agressivo, ativado com água, o que o torna uma alternativa ecológica ao vinil. Para jobs em que seja necessário o uso de material rígido, oferecemos a

“O tema sustentabilidade está em pauta no mundo todo. Sabemos e não devemos esconder que nosso segmento também polui e agride o meio ambiente. Por isso, temos a obrigação de discutir e buscar soluções para este grave problema. Existe um conjunto de práticas que podem reduzir esse impacto. A primeira é a reciclagem ou reutilização dos substratos. Paralelamente, é premente a substituição de materiais e tecnologias agressivas. O grande desafio da indústria é oferecer essas novas tecnologias e produtos com qualidade e preço similar ao dos atuais. A VinilSul busca alinhar-se a esta filosofia, preferindo papéis reciclados e reaproveitando materiais derivados de comunicação visual (como bolsas e capas de agendas feitas co lona impressa), por exemplo. Atualmente, oferecemos ao mercado os produtos ConVerd, que são certificados com o selo do FSC (Conselho de Manejo Florestal) e são produzidos com materiais reciclados e recicláveis. Temos, por exemplo, o Papel Blox-Lite, uma opção reciclável, ideal para a confecção de banners. Para luminosos, dispomos do Papel Greenlight, com 10% de material reciclado em sua composição.

Chapa Enviroboard, um material de papel branco com miolo alveolar, que pode substituir plásticos e é 100% reciclável. O que ocorre no momento não é a exclusão das mídias tradicionais, e sim a disponibilidade de mídias sustentáveis. Em termos de qualidade, elas apresentam desempenho tão bom, ou até melhor. Os bureaus começam a conhecer e fazer testes com os novos materiais. É preciso adaptar-se a esses substratos diferentes, o que naturalmente demanda tempo. A curiosidade é grande, mas uma parcela ainda muito pequena procura e adquire esses substratos. Mídias sustentáveis têm aspecto diferenciado, por sua textura e cobertura. São materiais leves, que proporcionam bom caimento e acabamento, com variedade de aplicações. Outra grande vantagem para as empresas é seu posicionamento frente ao cliente final, com o alinhamento a práticas cada vez mais valorizadas pela sociedade. As mídias sustentáveis não são necessariamente caras. O que

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existe é uma prática de preços muitos baixos

estiverem enquadrados neste processo.

das tradicionais. Alguns clientes querem a mídia

Não existe consciência sem informação. Muitas

sustentável, mas querem pagar por elas, o mesmo

empresas não se atentaram para a questão

que pagam numa lona tradicional proveniente da

sustentável e para a importância da informar seus

China.

colaboradores e parceiros. Precisamos cuidar bem

O apelo sustentável ainda é recente, e deve levar

de nosso presente para que as gerações futuras

alguns anos para que faça realmente parte do

também possam usufruir dos avanços tecnológicos e

portfólio dos bureaus. Num primeiro momento, deve

das dádivas da natureza. Podemos nos desenvolver e

complementar esse portfólio, e não necessariamente

fazer negócios sem nos esquecer do meio ambiente

substituí-lo. No entanto, a nova geração, com alto

e da melhoria dos padrões de vida de todas as

grau de conhecimento e poder de comunicação,

pessoas. Assim, o brasileiro, como qualquer povo

deverá pressionar fortemente a indústria neste

bem informado, responderá rapidamente ao apelo

sentido. Então, não será surpresa se entre três a

ecológico. »

cinco anos a maior parte dos materiais e tecnologias

“Mídias sustentáveis não são necessariamente caras. O que existe é uma prática de preços muitos baixos das tradicionais. Alguns clientes querem a mídia sustentável, mas querem pagar por elas, o mesmo que pagam numa lona tradicional proveniente da China”

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ESPECIAL: SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

Móveis fabricados com chapas produzidas a partir de papel Kraft 100% reciclado

CHAPAS Serilon

Outro exemplo é a Chapa PET, 100% reciclada e reciclável, fabricada a partir de garrafas PET e LEO SCHMIDTKE, diretor comercial

recomendada para sinalização e placas, por exemplo. Trabalhamos também com a Chapa PS - Poliestireno Tricamadas, feita de poliestireno composta por

“Entendemos o conceito de sustentabilidade no sentido mais amplo da palavra, que se refere às esferas social e econômica, além da ambiental. No segmento de impressão digital, especificamente, vemos que a movimentação de fabricantes e a oferta de soluções alternativas têm crescido, mas ainda com pouca expressão. A Serilon se preocupa com o estabelecimento de produtos de alta tecnologia, linhas ambientalmente responsáveis, com

67% de material reciclado e 33% de material virgem, utilizada na comunicação social, sinalização e brindes. Esses produtos com menor impacto à natureza podem sim ser uma alternativa aos tradicionais, mantendo propriedades como qualidade de impressão e resistência. Já há

“Produtos com menor impacto à natureza podem sim ser uma alternativa aos tradicionais, mantendo propriedades como qualidade de impressão e resistência”

características sustentáveis, processos de produção mais conscientes e que poluam menos. Trabalhando dessa forma conseguimos atender às necessidades de nossos clientes, oferecendo soluções diferenciadas conforme as exigências do mercado. Um produto que segue esse direcionamento é a chapa Wide Print Eco, produzida com papel Kraft 100% reciclado. Esse material possui ótima qualidade para impressão, suporta peso, e ao mesmo tempo, é leve, o que o faz ideal para aplicação em PDV, placas de divulgação, construção de stands e móveis, por exemplo.

uma parcela, ainda pequena, de clientes que têm uma demanda específica por esses materiais para atender necessidades dos seus clientes finais. Hoje, o fator preço interfere na escolha sim e muitas vezes os clientes finais, mesmo que interessados, não estão dispostos

a pagar. Mas usar suprimentos ecológicos agrega valor ao produto final, o que permite aos bureaus oferecer um trabalho de qualidade e com apelo sustentável. Esta pode ser uma forma de lucrar. Os brasileiros estão cientes da necessidade de mudança e estão cada vez mais alertas rumo à transição. É natural que isso ocorra de maneira gradativa. Vai acontecer aos poucos, de acordo com as exigências dos clientes finais. A partir daí toda a cadeia envolvida será cobrada por seus parceiros, até que todos estejam envolvidos por completo. A tendência é que as cobranças ganhem força e façam a mudança ser cada vez mais rápida”.

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SUPRIMENTOS III SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade em Comunicação Visual Melhor para nós e para nossos clientes Ricardo Valiceli*

Pensar sobre sustentabilidade em

imagem; usar perfil adequado;

instalada.

comunicação visual, à primeira

desligar as máquinas sempre que

Outra ação eficaz é estudar métodos

vista, não mostra uma luz no fim

possível para evitar cabeças jogando

de realizar a limpeza, de cabeças

do túnel. Mas há! Há uma maneira

tinta fora.

ou partes do equipamento, para

comportamental e uma maneira

Podemos ainda, nos atentar à

minimizar o uso de materiais

tecnológica de se ver essa luz.

redução de energia elétrica com

descartáveis e a sujeira nas mãos,

A maneira comportamental diz

atitudes simples, como: acumular

evitando que sejam constantemente

respeito às atitudes que tomamos

jobs de um mesmo material;

lavadas.

para efetivar a sustentabilidade.

planejar os lotes de impressão;

Tecnologicamente, os recursos mais

No segmento de comunicação

ligar o equipamento só quando for

interessantes hoje no mercado são:

visual, o primeiro passo é diminuir

realmente necessário; desativar

os desperdícios e a geração de

heaters [aquecedores da máquina]

Aditivos oxi-biodegradáveis:

resíduos, principalmente, porque

quando vão ficar um longo

alguns fornecedores de materiais

a maioria dos resíduos fabricados

tempo sem uso e utilizá-los com

já oferecem mídias e substratos

pelo setor são tóxicos. Isso envolve

a temperatura adequada; não

com fórmulas que aumentam a

pontos, como: purgar corretamente;

deixar lâmpadas ou dispositivos

biodegrabilidade do material.

efetuar limpeza e manutenção

que consomem energia ligados sem

Chapas de PVC ou PS já podem

diárias adequadas; saber em

necessidade;

ser fabricadas com um aditivo

qual modo é melhor imprimir,

Também é importante informar, ou

oxi-biodegradável que reduz

conforme o tamanho e a aplicação

melhor, formar o consumidor final.

significativamente o tempo médio

da imagem, para economia de

Ele deve entender que uma imagem

de degradação do material, que para

tinta e tempo de impressão; treinar

que será colocada em um lugar

a maioria dos plásticos comuns é de

as equipe de impressão e vendas

distante, não precisa ser impressa na

200 anos (o tempo também depende

sobre qual qualidade de impressão

mais alta qualidade, pois pequenas

da espessura do material. Quanto

oferecer ao cliente, de acordo com

possíveis imperfeições não irão

mais fino, menor. Já há sacolas

o equipamento e a utilização da

aparecer quando a imagem estiver

plásticas biodegradáveis que se

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degradam em apenas 90 dias). Está

resíduos, como purgue individual de

não permite a limpeza individual de

em estudo a possibilidade de aplicar

cores. Para a grande maioria que não

cores? Quanto de rendimento se pode

esses aditivos em materiais para

tem, já há dispositivos que podem

ganhar com um software que lhe

impressão, como lonas e vinil auto-

ser comprados separadamente para

permite um gerenciamento melhor

adesivo;

essa finalidade;

de cores? Quando se colocam essas diferenças no papel, constata-se

Midias reposicionáveis: recursos de

Novas tecnologias de equipamentos:

que, ao utilizar esses materiais, a

reposicionamento, diminuem perdas

máquinas UV podem ter

economia monetária é imediata na

de material por falha na aplicação,

componentes agressivos ao meio

conta da empresa.

pois permitem que se remova o

ambiente, mas geram muito pouco

No Brasil, empresas fornecedoras de

adesivo aplicado algumas vezes

resíduo, devido à sua estabilidade e

mídias e suprimentos já demonstram

para seu reposicionamento, evitando

ao fato de as cabeças não entupirem

crer que esse é ser o rumo a ser

perdas de material por falha durante

com frequência. A tinta látex é

tomados por seus clientes e investem

a aplicação;

praticamente à base d’água, e contém

em pesquisas e produção mais

menor quantidade de componentes

ecologicamente corretas. Algumas

Mídias com tecnologia escape de

que agridem o meio ambiente.

empresas que utilizam serviços de

ar: há materiais com um sistema de

Também geram poucos entupimentos

propaganda impressa já exigem que

escape do ar que fica preso durante

e resíduos;

seus materiais sejam produzidos com

a aplicação, que permitem ao

estas especificações (propagandas

aplicador não deixar bolhas, o que

Softwares RIP: não se limite a usar

com materiais biodegradáveis).

também evita perdas e desperdício

o software que é vendido junto

Mesmo que esses produtos

de material já processado;

com o equipamento. Softwares

aparentem ser mais caros, eles

mais profissionais ajudam no

contribuem para construirmos

gerenciamento de cores e impressão.

um planeta melhor e é certo que

Adequação química em mídias: alguns fornecedores de mídia

reduzem a utilização de recursos

realizam pesquisas para reduzir

Trabalhar com essa tecnologia

futuros e contribuem para a

a quantidade de tinta necessária

tem um preço, normalmente mais

despoluição do ambiente.

para a impressão. Isso significa uma

elevado, e isso pode impedir o

menor produção de tinta em larga

investimento das empresas que

escala. Mudanças na formulação do

querem sempre baixar custos.

composto com o PVC podem fixar

Porém, é preciso repensar tais

melhor a tinta e permitir que uma

custos: quanto de material já

menor quantidade de tinta já seja

impresso se perde por não ser

suficiente para se obter o resultado

reposicionável ou por ter ficado

desejado.

cheio de bolhas de ar na sua aplicação? Quanto de tinta se

Adequação química em tinta

joga fora ou quantas cabeças de

solvente: tintas de qualidade

impressão são perdidas por causa de

podem reduzir a quantidade de

tintas de baixa qualidade? Quantas

entupimentos e gerar ainda mais

impressões são refeitas porque

economia.

mídias e tintas de baixa qualidade desbotam muito antes do tempo

Recursos de equipamentos: os

esperado? Quanto de tinta é jogada

equipamentos podem oferecer

fora ao se executar uma limpeza das

recursos de geração menor de

cabeças em um equipamento que

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*Ricardo Valiceli é físico, pelo Instituto de Física – USP. Trabalha na área de impressão digital desde 1985. Desde 1998, dirige a Eureka Soluções e imagens, que atua em desenvolvimento, melhoramento e industrialização de equipamentos patenteados no segmento de impressão digital, cursos e treinamentos. Contato: ricardo@eurekasolucao.com.br www.eurekasolucao.com.br

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PBC 2010 - “O SEGREDO DOS CAMPEÕES”

Categoria Projetos Diferenciados: ADSigns De Santo André para o mundo. ADSigns criou peça inovadora e com impacto internacional

Janaína Castro Fotos: arquivo pessoal e AW9 Meses de pesquisa, madrugadas em claro, trabalho duro e determinação. Foi com essa fórmula, que a AdSigns transformou um projeto ousado em realidade. O painel em 3D de 16 x 1,20m, instalado em estações do metrô de São Paulo e Rio de Janeiro, como parte da campanha da CocaCola para a Copa do Mundo de 2010, definitivamente alcançou o sucesso. A aprovação do público pode ser facilmente percebida nas imagens registradas por câmeras no local, que mostram sorrisos, brincadeiras e muitas pessoas

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indo e voltado na frente do painel para ver de novo e de novo a “ola” da torcida do Brasil. “Gastamos centenas de metros de materiais para escolher o substrato ideal para a execução, definir as técnicas e cálculos matemáticos para encontrar o algoritmo óptico exato que, de acordo com o espaço de exposição e a distância do público, permitisse a perfeita visualização de todos os efeitos 3D e movimentos idealizados”, explica Adilson Godinho, sócio-diretor da ADSigns e responsável pelo projeto.

Além de encantar todos que puderam ver de perto e interagir com a peça, o painel virou “febre” na internet com milhares de visualizações em sites de exibições de vídeos e repercussão nas redes sociais. Depois de receber até prêmios internacionais pela obra, a coroação final veio com a vitória no Prêmio Bureau Criativo 2010. Mas a ADSigns quer mais. Em 2011, a empresa promete ir além e criar o maior painel em 3D do mundo, com direito a registro no Guines Book. Depois do que vimos em 2010, alguém dúvida?


Não viu o projeto campeão? Confira o vídeo com o painel produzido pela ADSigns no link: www.youtube.com/ watch?v=t8mVqhhfR9U

Para ser um Bureau Criativo:

Equipe Adsigns, presente no Prêmio bureau Criativo 2010

“A conquista do Prêmio Bureau Criativo 2010 foi o resultado do trabalho de uma equipe de colaboradores comprometidos a levar soluções inovadoras e nunca antes executadas por qualquer empresa no Brasil e no mundo. Sermos os campeões na categoria ‘Projetos Diferenciados’ reflete nosso alvo de sempre ir além para oferecer o melhor impacto a nossos clientes e seus públicos públicos-alvo”

- Gostar do que se faz; - Desenvolver o projeto para surpreender o cliente, não apenas para suprir a necessidade dele; - Saber que cada projeto é uma oportunidade de apresentar ideias inovadoras; - Superar todos os obstáculos, pesquisar muito e saber que a marca do cliente é um patrimônio de anos de trabalho que você assume. Sua responsabilidade é fazê-la notável e divulgá-la com toda a dedicação e comprometimento. Adilson Godinho

O Próximo Campeão pode ser Você! Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Bureau Criativo 2011. Não perca tempo! Envie seus melhores projetos para premiobureau@ grandesformatos.com. O regulamento está no site www.grandesformatos.com. Este ano o troféu pode ser seu! Painel 'Ola, comemore do seu jeito", instalado no metrô de São Paulo

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ANIVERSÁRIO ALPHAPRINT

25 anos de sucesso! Alphaprint completa mais um ano bem-sucedido

Luciana Andrade No dia 1º de abril de 2011, a Alphaprint celebrou seu 25º ano no mercado. Para comemorar esta data tão importante, a empresa promoveu uma coletiva de imprensa no Hotel Renaissance em São Paulo (SP), da qual a Revista GF não poderia deixar de participar. No evento, o presidente Antonio Pacheco apresentou a história do Grupo, desde seus primeiros passos iniciados em 31 de março de 1986, quando contava com uma equipe de apenas cinco funcionários, até os dias de hoje. Os diretores Hadriano Domingues e Alberto Freitas contextualizaram em conjunto todo o crescimento da empresa, destacando os pontos mais importantes desta história de sucesso. A Alphaprint teve a indústria gráfica como foco principal de atuação até o ano 2000, quando entrou no segmento de impressão digital em grandes formatos inicialmente com a linha Scitex

Hadriano Domingues, diretor da Alphaprint, realiza apresentação sobre a empresa

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Vision, depois com HP Designjet e Océ. Atualmente, entre as grandes marcas dos mercados de préimpressão e impressão offset, nas linhas digitais destacam-se as gigantes: EFI Vutek, EFI Rastek, HP Designjet, Esko e Axyz. A Revista GF deseja ainda mais sucesso a esta empresa tão bem conceituada.

Da esquerda para a direita: Presidente Antonio Pacheco e o diretor Alberto Freitas da Alphaprint


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ESPAÇO DE NEGÓCIOS - EFI

Juan e Ana Paula

Pimenta Print investe na tecnologia EFITM Vutek® GS 3200 Há três anos em atividade, empresa se destaca no mercado de impressão em grandes formatos

Com sede na cidade de Cotia (SP) a Pimenta Print, adquiriu seu primeiro maquinário, a EFITM Vutek® EC 3360, em 2008. O equipamento ampliou o atendimento da empresa, que já oferecia soluções em diferentes mídias e passou atender também o segmento de grandes formatos. “Nossa empresa tem o objetivo de conquistar clientes de diversos segmentos e grandes agências de comunicação que apresentam alta demanda em projetos. Para atendê-los, seguindo as tendências do mercado, ampliamos a eficiência do parque gráfico, dinamizando a produtividade para mostrar ao mercado que somos uma empresa inovadora”, afirma Juan Beneit Usas, proprietário da Pimenta Print. Agora, a Pimenta Print investiu na compra da EFI Vutek GS 3200, que abriu ainda mais o leque de serviços. Os equipamentos foram adquiridos na revenda nacional da marca, a Alphaprint. Essa impressora híbrida de 3,2m é indicada para produção de mídias em grandes formatos com excelente qualidade de resolução

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fotográfica, 1000dpi, velocidade de até 223 m², reprodução oito cores, mais a cor branca, um diferencial sem precedentes. A máquina imprime diferentes substratos, dos rígidos aos flexíveis, com possibilidade de impressão branca de três camadas. O equipamento também é perfeito para grandes, médias ou pequenas tiragens. “Com esse maquinário podemos produzir muito além de banners,

“A parceria entre a EFI e Pimenta Print promete ser duradoura. Sabemos que com as soluções EFI nosso parque gráfico estará continuamente atualizado e apto a atender as demandas mais exigentes do mercado” Juan Usas adesivos e lonas em grandes formatos”, comenta Ana Paula Gancho, proprietária e responsável pelo marketing da Pimenta Print. A EFI Vutek GS 3200 traz economia no tempo de produção e custo final – seu processo

produtivo é linear, propicia o maior rendimento possível, otimizando o uso de consumíveis. Alterna em minutos, o tipo de substrato utilizado, desde placas de MDF com 40mm de altura a tecidos. A programação da máquina é racional no uso de substratos estimulando a redução da emissão de gases. Ela trabalha com grande velocidade nas pequenas tiragens e evita novo ajuste na troca de trabalho ou de substrato. As perdas são quase inexistentes. Satisfeita com a aquisição, Gancho garante: “Nosso parque gráfico está completo, contamos com tecnologia de ponta e podemos afirmar que temos o que há de mais moderno no mercado”. E Usas completa: “A parceria entre a EFI e Pimenta Print promete ser duradoura. Sabemos que com as soluções EFI nosso parque gráfico estará continuamente atualizado e apto a atender as demandas mais exigentes do mercado”.


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COLUNA GESTÃO DE PESSOAS

Onde está o seu coração? *Alessandra Assad Talvez o segredo para as mudanças com sucesso esteja na estabilidade. Estabilidade só acontece quando se mostra, se explica para as pessoas o porquê das mudanças. Quando elas se sentem envolvidas no senso de urgência das coisas. É preciso deixálas se comprometerem, delegar tarefas, compartilhar decisões e analisar junto os resultados. E quem consegue isso nas corporações modernas? Apenas os grandes líderes, sem sombra de dúvidas. Afinal, eu não decido para onde ir, mas decido como vou chegar lá e se eu quero chegar lá. E esta decisão vai depender muito mais do compartilhamento da visão, que tem de ser clara para todos da equipe. Afinal, não basta ter a visão da mudança. É preciso despertar esta visão nas pessoas e ainda mostrar para elas que onde quer que estejam, haverá claramente um rumo, uma luz no final do túnel e quais os impactos que estas mudanças gerarão positivamente em suas vidas, mesmo que isto aconteça a médio e longo prazos. É preciso inspirar a mudança... e isso só se consegue conhecendo profundamente as necessidades inspiradoras de cada indivíduo, um a um, e costurando-as de uma forma que consiga se alinhar para o bem comum...e só quem ama o que faz consegue chegar neste nível. O amor fraterno é a única força capaz de gerar a verdadeira coesão entre as pessoas.

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Este é o diferencial que vai gerar o compromisso. E é o compromisso que vai determinar o tempo de vida útil de uma pessoa dentro de uma organização. Por sua vez, o tempo de vida útil de uma pessoa dentro de uma organização interfere diretamente no sucesso ou na ruptura de um processo de mudanças. A simplicidade na comunicação e a assertividade no envolvimento são as peças-chaves para o sucesso de qualquer mudança numa organização. Ações e palavras comunicam, mas são as atitudes que servem de exemplo e espelho para tirar as pessoas de suas zonas de conforto ou voltarem a acreditar em algo, aumentando sua auto-estima e querendo que dê certo realmente. Sensibilidade e transparência - Para conquistar corações e mentes é preciso ter sensibilidade e transparência, que são o núcleo básico da credibilidade. O colaborador precisa acreditar nisso e só o fará se o seu coração disser que sim. O compromisso com a transformação é o que gera a transmutação das pessoas e as mudanças nas corporações. É preciso entender a diferença ente o contagioso e o contagiante. E quem pode controlar todo este fluxo emocional é apenas um líder bem preparado auditivamente. É preciso aprender a ouvir os colaboradores e suas necessidades. Mas o primordial é aprender a ouvir a

voz do coração de cada um deles e a ler o que diz o brilho de cada olhar. Uma vez que as mudanças são contínuas e a pessoas apaixonadas pelo trabalho, o crescimento é nítido e notável da corporação e das pessoas. Num processo contínuo e no qual as pessoas são realmente envolvidas, os sucessores estão em treinamento constante e diário para não deixar a peteca cair. É preciso que este alinhamento estratégico esteja muito claro entre os níveis de alta gerência e de suas equipes. Alinhando as vozes dos corações das pessoas com os discursos sinceros dos líderes das corporações, dificilmente haverá ruído nas comunicações, dificilmente haverá falhas nos processos, dificilmente alguém morrerá de infarto antes da hora. Por um único motivo: o coração será capaz de falar aquilo que está sentindo.

*Alessandra Assad é diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano. Formada em Jornalismo, pós-graduada em Comunicação Audiovisual e MBA em Direção Estratégica, é professora universitária e em MBAs, colunista de vários meios de comunicação e palestrante. De 2003 a 2009, atuou como diretora de Redação da revista VendaMais, a maior revista de vendas do Brasil. É autora do livro Atreva-se a Mudar! – Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos. E-mail: alessandra@alessandraassad. com.br www.alessandraassad.com.br


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