Ano XX
nº 116
/ Outubro 2022 www.graosbrasil.com.br
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Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS
As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores.
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Caros Amigos e Leitores
Continuando com nossa vocação de difundir a melhor informação de pós-colheita de grãos e sementes para o Brasil, contando com a parceria de especialistas e empresas de todo o mundo. Temos o grande desafio de otimizar nossos processos, melhorar a logística e oferecer aos consumidores produtos da máxima qualidade possível.
A grande oportunidade de bons preços permite dar ao setor uma maior rentabilidade, que deve ser reinvestida em mais e melhores tecnologias. Porém, sabemos que a tecnologia de última geração (de precisão) só pode ser implementada se nossas equipes de trabalho estiverem capacitadas, devidamente treinadas, atualizadas e com um bom conhecimento dos princípios básicos da especialidade.
A mídia Grãos Brasil, da semente ao consumo , já está em seu vigésimo aniversário, dentro de uma trajetória de 40 anos de experiência, isso nos permite visualizar com clareza para onde devemos direcionar nossos passos. O Brasil não só exporta commodities, também está exportando especialidades, tecnologia para a armazenagem, manipulação e condicionamento dos grãos, praticamente todos os países da América e de outras partes do mundo recebem os equipamentos e silos fabricados no Brasil
Nesta edição apresentamos variada informação de interesse para o setor armazenista. A Conab nos compartilha Corredor Centro norte: Importância e Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro, falamos de controles de ratos (os visitantes indesejáveis), grandes consumidores, contaminantes, destruidores e transmissores de doenças, o assunto micotoxinas também está presente, já que os fungos sempre estão nos grãos e estes metabólitos resultam perigosos, apresentamos uma matéria sobre qualidade dos pellets das rações, compartilhada por um especialista da Espanha, o assunto segurança não pode estar ausente já que nossa atividade frequentemente é motivo de acidentes, nosso amigo Hernan Ferrari nos fala sobre os problemas do ingresso aos silos, nosso parceiro Tomra expõe sua tecnologia e também tratamos assuntos de atualidades e comercializações de grãos.
Agradecemos aos assinantes que se somaram nos últimos meses e as empresas armazenistas, assim como as empresas que estão concretizando treinamentos e atualização para seu pessoal. Entre os assuntos mais destacados encontramos: controle de pragas, aeração, secagem, quebras técnicas, amostragem e monitoramento
Muito obrigado as instituições e empresas parceiras que nos ajudam a dar continuidade a este trabalho
Que Deus abençoes suas famílias e trabalhos.
Com afeto
Domingo Yanucci
Diretor Executivo
Consulgran - Granos - Grãos Brasil
02 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 EDITORIAL
•
Setembro
Ligue e Assine: 48 99165.8222
0055 48 9 9162-6522
04 – O Dilema do Teor da Umidade da Soja – Marcos Wendt
09 - Corredor Centro Norte: Importância e Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro - Thome Luiz Freire Guth
14 - Roedores Quebrando seus Códigos e Mapeando seus Riscos - Eng. Agr. Marcelo Hoyos
17 - Beatrice Peanuts, Maior Exportadora de Amendoim do Brasil, Confia na Tomra Food e Adquire a Primeira Máquina de Classificação Bsi+ para Automatizar a sua Linha de Produção – TOMRA
20 - A Tecnologia que o Pós Colheita exige – BENECKE
22 – Inovação no Beneficiamento de Sementes – SILOMAX
24 – Contaminações Fúngicas em Milho - Eng. Agr. Mariano Javier Perulan
26 - 3 Dicas para Escolher o Sistema de Impermeabilização Ideal para o seu Silo - Eng. Pedro Cardoso
29 - PDI um Indicador de Qualidade Determinante na Redução de Perdas em uma Fábrica de Rações -Vet. Francisco Giral
31 - Trabalhando Dentro do Silo, seus Riscos e as Formas Seguras de Fazê-Lo - Hernán Ferrari
34 - 3 Dicas Importantes para Todo Produtor Rural que Pretende Investir em Armazém de Grãos - Nathan Levien Vanier
37 - Trigo é o Maior Desafio do Brasil, Declara Ministro da Agricultura no Congresso da Abitrigo
39 - Não só de pão...
40 - Utilíssimas
Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br
NOSSOS ANUNCIANTES
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03SUMÁRIO
Marcos Wendt Instrutor
Já não são mais novidade alguma os debates que se estendem desde meados de 2021 entre produtores, armazenadores, exporta dores e o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen to) quanto à polêmica em torno dos novos padrões comerciais para a soja brasileira, requisitados pelo mercado chinês, nosso maior comprador.
Conforme já vêm sendo difundido amplamente em vários canais de notícia ao longo do último ano, o mercado chinês vem pleitean do algumas alterações no padrão de comercialização para a soja brasileira, com objetivo de elevar os índices de segurança e qualida de da oleaginosa que chega àquele país.
Mais recentemente a qualidade da soja brasileira foi novamente colocada em questão pelo mercado chinês, agora sob a alegação de baixo índice de proteína, acalorando novamente os debates em torno dos novos padrões requeridos para a commodity.
O assunto vem sendo motivo de discussões desde o ano passa do, envolvendo inclusive o Ministério da Agricultura, que então soli citou esclarecimentos ao mercado chinês quanto às reivindicações de alterações nos padrões de comercialização.
Já em 2022, no mês de fevereiro, buscando um consenso, o Mi nistério da Agricultura apresentou a proposta para revisão no pa drão de classificação da soja (vigente desde 2007), o qual tem divi dido opiniões e provocado intensos debates entre representantes da indústria e produtores.
Dentre as mudanças propostas, a que mais causou controvérsia até então, trata da redução no padrão atual de teor de umidade máximo admitido de 14% para até 13%, o que já vinha sendo requisi tado pelo mercado chinês.
Essa redução em 01 ponto percentual vem por horas gerando di vergências de opiniões entre indústria de processamento, produto res e armazenadores brasileiros que já de longa data convenciona
04 TECNOLOGIA Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022
TAG Treinamento em Armazenagem de Grãos marcos.cristian.wendt@gmail.com
ram o padrão comercial de 14% de teor de umidade para a soja.
O teor de umidade do produto tem, dentre ou tros, impacto direto sobre o peso e interfere tam bém no volume do grão.
Reduzindo essa variável, teremos certamente re dução de peso e algum impacto sobre o volume dos grãos.
Isso significa dizer que serão necessárias mais unidades de grãos para atingir um determinado vo lume em m³, ao passo que será necessário também um maior volume em m³ de grãos para obter o mes mo peso em toneladas, por exemplo.
Resumindo à grosso modo, a redução no teor de umidade demandará uma maior quantidade de grãos para atingir o mesmo peso e volume.
Essa tem sido a grande preocupação de produto res, armazenadores e exportadores, pois em primei ra análise representa redução no faturamento e na lucratividade, elevando inclusive o custo de produ ção por hectare.
Mas, seria essa mudança de todo ruim para o pro dutor e exportador brasileiro, ou temos aí também uma oportunidade de valorização da soja brasileira?
Se analisarmos os benefícios da adoção dos no vos padrões em termos de qualidade da soja, temos uma possibilidade real de valorização, o que pode ser positivo para o produtor e exportador brasileiro.
A redução no teor de umidade, principal ponto da polêmica, traz consigo uma série de impactos benéficos sobre a conservação e manutenção dos índices de qualidade (inclusive proteína) dos grãos, o que deve resultar em vantagem tanto para o com prador quanto para o vendedor, que disponibilizará um grão mais saudável e nutritivo, consequente mente de maior valor agregado.
Dentre os benefícios que a redução desse 01 pon to percentual no teor de umidade pode trazer para a conservação dos grãos durante o pós-colheita e armazenagem, criando assim uma vantagem com petitiva e valorização do nosso produto, podemos destacar aqui alguns:
Redução da atividade metabólica dos grãos: um dos primeiros benefícios na redução do teor
Figura 1. Efeitos da respiração dos grãos.
de umidade está ligado à atividade metabólica dos grãos, a respiração.
A respiração (ou atividade metabólica) dos grãos tem impacto direto sobre a conservação do produto durante a armazenagem.
Quanto maior a atividade metabólica dos grãos, maior o calor gerado, maior a liberação de CO2, e maior a quantidade de água (umidade) liberada para a massa de grãos (figura 01), o que acelera ain da mais o metabolismo, culminando na deteriora ção do produto.
Figura 2. Liberação de CO2 em diferentes teores de umidade para várias espécies de grãos
Apesar de não
termos os dados específicos da soja no gráfico apresentado, podemos facilmente perceber uma certa similaridade no comporta mento dos diferentes grãos, onde na maioria dos casos analisados a respiração praticamente dobra entre 12-14% de teor de umidade, o que nos serve em caráter orientativo.
Redução do aquecimento natural da massa de grãos: uma vez que temos um grão com uma ati vidade metabólica mais estável, por consequência teremos índices significativamente menores de liberação de CO2, energia (calor) e umidade, con tribuindo para a melhor conservação da massa de grãos.
05TECNOLOGIA www.graosbrasil.com.br
Quanto maior o teor de umidade, mais intensa a atividade metabólica e consequentemente mais rapidamente a massa de grãos irá aquecer, deman dando assim um monitoramento constante das condições de temperatura e tornando necessárias operações de aeração mais frequentes, onerando o processo da armazenagem, elevando custos opera cionais e consumindo lucros.
A seguir, uma tabela (figura 03) demonstrando o tempo necessário para a elevação da temperatura da massa de grãos em diferentes teores de umidade e temperatura iniciais para alguns tipos de cereais:
Figura 3. Tempo em horas para elevação da temperatura da massa de grãos.
germinativas.
Redução da atividade da microflora: com teor de umidade mais baixo, teremos também a redução do potencial de desenvolvimento e proliferação de pragas da armazenagem de grãos.
Fungos, ácaros e insetos dependem de calor e umidade para seu pleno desenvolvimento. Redu zindo a umidade relativa da massa de grãos, obvia mente teremos também uma redução do desenvol vimento e proliferação de pragas.
Perdas na armazenagem pela ação de fungos em teores de umidade de até 13% (umidade relativa de equilíbrio até 70% considerando grãos de soja) ou menos costumam ser muito pequenas, obviamente com temperatura também controlada.
Veja a seguir uma tabela (figura 04) apresentan do condições ideais de Umidade para o desenvolvi mento de fungos:
Figura 4. Condições ideais de umidade para desenvolvimento de fungos.
Podemos observar que, quanto mais elevado o teor de umidade dos grãos, mais rapidamente a temperatura da massa de grãos se eleva devido a intensificação da atividade metabólica.
Redução do índice de quebra técnica: com um teor de umidade mais baixo e atividade metabólica de baixa intensidade, consequentemente teremos
redução na emissão de CO2 e no consumo de matéria seca (que compõe as propriedades nutriti vas e germinativas dos grãos), o que é denominado como quebra técnica.
Com índices de teor de umi dade mais baixos os grãos têm tendência de atingirem um esta do de dormência devido à redu ção de seu metabolismo, preser vando assim sua estrutura física, mantendo suas qualidades nu tritivas (dentre elas a proteína) e
Maior viabilidade para aeração na armazenagem: levando em conta as condições do clima brasileiro de característica subtropical, a redução do teor de umidade para até 13% vai proporcionar também uma ampliação na janela de condições climáticas favoráveis para aeração (o que impacta diretamente a conservação de grãos), uma vez que teremos pos sibilidade de realizar aeração com umidade relativa ambiente menor, mais facilmente obtida especial mente em regiões de clima mais seco.
Em números médios, grãos de soja com teor de umidade na casa de 13% demandam umidade rela tiva de equilíbrio em torno de 70%.
Para obtermos teor de umidade de 14% (soja) se faz necessária uma umidade relativa de equilí brio na faixa de 75%, enquanto para 12% de teor de
Figura 5. Tabela de equilíbrio higroscópico da soja.
Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 06 TECNOLOGIA
umidade são necessários 65% de umidade relativa, conforme podemos observar na tabela de equilíbrio higroscópico (figura 05).
Redução da Atividade de Água (Aw): mantendo -se o grão com teor de umidade de até 13% alcança mos também um valor de Atividade de Água (Aw) mais favorável à armazenagem e conservação.
Uma vez que para uma armazenagem segura a Atividade de Água deve se manter abaixo de 0,70 estamos assim entrando na faixa segura quando mantemos os grãos dentro do limite máximo de 13% de teor de umidade.
A Atividade de Água é obtida pela seguinte equa ção:
Aw = URe/100
Onde URe = Umidade relativa de equilíbrio.
Para armazenagem por períodos mais prolonga dos, é recomendável que a Atividade de Água esteja abaixo de 0,65 ou seja, grãos (de soja) com teores de umidade até 12% (umidade relativa de equilíbrio na casa de 65%).
Redução de perdas da armazenagem: certa mente teremos também, com essa redução de 01 ponto percentual no teor de umidade, uma diminui
ção significativa de perdas durante a armazenagem as quais hoje, de acordo com levantamentos recen tes realizados pela Conab, ficam na casa dos 3% a 4% (valores médios) do volume total armazenado.
Essa redução de perdas se dará, principalmente, pela redução da atividade metabólica dos grãos, re tardando processos de deterioração e diminuindo a quebra técnica.
Além disso, teremos também a redução da ati vidade da microflora, uma vez que com índices de umidade mais baixos o desenvolvimento e prolifera ção de fungos e insetos é reduzido.
Esses são alguns dos benefícios proporcionados pela mudança no padrão de teor de umidade.
Não se faz necessário muito esforço para notar que o agro brasileiro tem oportunidades de ganho, podendo disponibilizar ao mercado um grão com maior qualidade, o que certamente culminará na valorização do produto.
08 TECNOLOGIA
Thome Luiz Freire
A produção brasileira de grãos acima do paralelo 16 corresponde, atualmente, segundo dados da Conab, a 49,8%, sendo que a soja corresponde a 55,0% e o milho 51% de todo volume produzido. Isto por que a produção acima desta posição é abastecida pelos estados do Norte e Nordeste, Mato Grosso, parte de Goiás e Distrito Federal.
Considerando somente milho e soja, dois dos principais grãos do país, na atual safra, cerca de 127 milhões de toneladas devem ser movimentadas nesta região e, hoje, um dos principais corredores logísticos para o escoamento desta produção é o Corredor Centro Norte.
Segundo a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corre dor Centro-Norte (ADECON), este corredor logístico corresponde a uma extensa região, compreendendo um conjunto multimodal de transportes e infraestrutura interligando o Centro Oeste, através do Norte e Nordeste, direcionando ao mercado externo e demais regi ões do país por meio de ferrovias, hidrovias e rodovias.
O corredor Centro Norte tem, atualmente, como principal eixo de movimentação de cargas, a Ferrovia Norte Sul (FNS), que liga o município de Estrela D’Oeste (SP) a Açailândia (MA), pertencente à Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (VALEC), interligada com a Estrada de Ferro do Carajás, administrada pela VLI, ligando Cara jás (PA), passando por Açailândia (MA) até o Complexo Portuário do Maranhão, o qual compreende os terminais privados da Vale e da Alumar, bem como o Porto de Itaqui (Figura 1).
A FNS é uma das principais ferrovias nacionais, não somente pe los investimentos que estão sendo feitos, mas por sua extensão e ligação com outras ferrovias que fazem parte dos projetos de inves timentos logísticos do país, como: a Ferrovia de Integração Centro Oeste – FICO (que ligará Porto de Açu (RJ) à Boqueirão da Espe rança (AC), a Ferrovia do Pantanal (de Estrela D’Oeste (SP) à Por to Murtinho (MS), à Ferrovia de Integração Oeste Leste
www.graosbrasil.com.br 09LOGISTICA
– FIOL (de
Guth Superintendente de Logística Conab thome.guth@conab.gov.br
LOGISTICA
Figueirópolis (TO) à Ilhéus (BA)), além do trecho de Açailândia (MA) à Barcarena (PA), que fará parte da FNS e ligação com a Malha Paulista (até o Porto de Santos).
Além das ferrovias citadas, este corredor pode dispor de duas potenciais hidrovias, como a do Ara guaia e do Tocantins, bem como as rodovias BR-222, BR -135, BR – 153, BR – 010 e BR – 226.
A hinterlândia do corredor Centro-Norte abran ge os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, municípios do Sul do Pará e do Nordeste do Mato Grosso.
A FNS, operada pela VLI, possui um trecho de Porto Nacional (TO) à Açailândia (MA) (720 km), ge rando uma economia de 8%, em ralação ao trans porte rodoviário, sendo que 55% da carga trans portada por esse trecho foi soja. Os outros 684 km desta ferrovia são administrados pela RUMO Logís tica e movimentou 5,5 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja, contudo vale considerar que parte desta carga tem direcionamento ao Porto de Santos, tendo em vista o início das Operações do terminal de São Simão (GO).
O trecho da VLI, que inclui parte da FNS e a EF do Carajás dispõe 03 terminais integradores, Porto Franco (MA), Palmeirante (TO) e Porto Nacional (TO), todos como pólo de cargas do setor do agronegó cio para exportação de grãos. Há, também, o projeto para importação de fertilizantes que deverá sair do Terminal Portuário de São Luís para o Terminal Inte grador de Palmeirante (Figura 2).
A movimentação de cargas neste corredor, con siderando rodovias e trechos ferroviários existentes neste corredor (FNS e EF Carajás) até o Porto de Ita qui, em 2021, foi de cerca de 31 milhões de toneladas. Destes 7% corresponderam a granéis sólidos vege tais.
Quando o trecho da FNS até Barcarena (PA) for concluído, esta ferrovia deverá transformar o Corre
dor Centro Norte como um dos mais importantes do país para o setor do agronegócio, visto que terá os 02 principais portos expor tadores de grãos e importadores de fertilizantes do Arco Norte.
O Porto de Itaqui faz parte do Complexo Portuário do Ma ranhão, onde constam os termi nais privados da Vale (com uma movimentação em 2021 de 182,4 milhões de toneladas e Alumar com 14,6 milhões de toneladas movimentadas. Todavia, esses 02 terminais privados possui um foco maior em movimentação de minério de ferro.
O porto de Itaqui possui atu almente, 09 berços, sendo que apenas o berço 99 ainda não há
ocupação. Os berços direcionados para exportação de soja, milho e farelo de soja são o 105, 103 e o 100. O berço 105 é o que possui o maior calado, de 17,5 metros de profundidade + HB (altura de baixamar), uma largura de 50 metros, o que permite um navio com DWT máximo de 150.000 toneladas.
Para atendimento dos embarques de grãos, os berços são atendidos pelos armazéns da TEGRAM, com capacidade de estática disponível de 500 mil toneladas, podendo movimentar anualmente até 15 milhões de toneladas, e o armazém da VLI, com ca pacidade estática de 220 mil toneladas e com pos sibilidade de movimentação de 5 milhões de tone ladas por ano. O TEGRAM recebe 51% da sua carga por via ferroviária e 49% por via rodoviária, enquanto o armazém da VLI recebe 100% da carga por via fer roviária.
Segundo a Comexstat, o Porto de Itaqui exportou cerca de 13,0 milhões de toneladas de milho e soja, onde as principais origens são os estados do Mara nhão com 27% do total de embarques (3,5 milhões de toneladas), Tocantins com 26% (3,3 milhões de toneladas) e o Mato Grosso com 23% (3,1 milhões de
Figura 1. Ferrovia Norte Sul e EF do Carajás (trecho ferroviário do Corredor Logístico Centro Norte)
10 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022
Fonte: Valec, VLI
Figura 2. Infraestrutura da Ferrovia Norte Sul operada pela VLI
Fonte: Valec, VLI
Para internalização de fertilizantes, os berços são o 102, 101 e 99. O terminal de recebimento de ferti lizantes é administrado pela Companhia Operado ra Portuária de Itaqui – COPI, o qual investiu cerca
de R$ 350 milhões no terminal arrendado, também para o futuro desvio ferroviário ligado ao terminal, terminal de Palmeirante (TO) e equipamentos.
A capacidade estática atual é de 105 mil tonela das (sendo 70 mil no Terminal do Porto e 35 mil na Vila Maranhão) e uma previsão de 60 mil no Termi nal de Palmeirante (TO).
Os investimentos no terminal de Palmeirante tendem a dar uma nova dinâmica para toda a região do Corredor Centro Norte, isto por que se terá mo vimentação de cargas, por meio de uma logística integrada com entrega de grãos para exportação e retorno com fertilizantes para as regiões produtoras,
11LOGISTICA toneladas). Este porto também é grande importân cia para os estados do Piauí, Bahia e Pará. Gráfico 1. Participação percentual dos estados nas exportações de milho e soja pelo Porto de Itaqui em 2021
Fonte: Comestat
podendo tudo ser feito por via ferroviária, segundo a VLI, a qual está firmando esta parceria com a COPI, em um sistema de pera (Figura 3).
Estima-se um volume de movimentação de fer tilizantes entre 3,5 a 4,0 milhões de toneladas/ano, atendendo a região do Matopiba, Vale do Araguaia, Nordeste do Mato Grosso e Sul do Pará. Atualmente, há uma grande concentração de misturadoras de adubos nas Regiões Sul e Sudeste do país, sobretu do próximas ao Porto de Paranaguá, principal porto de internalização de fertilizantes. No entanto, já co meçam a surgir novas plantas de misturadoras de adubos
próximas aos portos do Arco Norte, como São Luís e Barcarena, bem como no próprio estado do Mato Grosso. Com esses investimentos em uma logística mais eficiente direcionadas aos portos do Arco Norte, além de terminais de recebimento de fertilizantes, como o da COPI em Palmeirante (TO), aliado a um sistema multimodal de transporte, acre dita-se que deverão surgir novas plantas de mistura doras de fertilizantes acima do paralelo 16.
Finalizando, o que se percebe no Corredor Cen tro Norte tem um enorme potencial para o setor agropecuário, no que se refere ao escoamento da produção agrícola de estados do Matopiba, Pará e boa parte do Mato Grosso e Goiás, com uma eficiên cia maior e, possivelmente, menor custo, tendo em vista o forte direcionamento para a multimodalida de. Vale salientar que ainda há a expectativa, com o advento da BR do Mar, de utilização de cabotagem, visto o forte crescimento dos portos do Arco Norte, além de possibilidade de negociações para exporta ções de grãos saindo de Itaqui pela Canal do Pana má, podendo melhorar, ainda, mais a competitivida de brasileira.
Figura 3. O conceito de Logística Integrada
12 Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 LOGISTICA
Figura 4. Localização das misturadoras de fertilizantes no Brasil Fonte: AMA Brasil Fonte: VLI
Eng. Agr. Marcelo Hoyos
de Higiene Ambiental
Argentina S.A.
Roedores comensais ou sinantrópicos são espécies que convi vem com o homem e a atividade produtiva. As três espécies de rato da Noruega ou ratazana, rato de telhado ou preto e camundongo são as que podem colonizar uma planta de armazenamento de grãos, terminal portuário de cereais ou depósito de armazenamen to de sementes.
Nesses ambientes os roedores encontram tudo o que precisam para viver sem limitações alimentares e se reproduzir sem restri ções. Os ambientes, por sua vez, estabelecem áreas mais limitadas ou locais com bioambientes mais específicos. Em outras palavras, podemos encontrar diferentes colônias em cada lugar e, por sua vez, diferentes espécies.
Vias de entrada de roedores nos armazéns: Como os roedores chegam? Eles acessam de duas maneiras.
Uma delas é a entrada ativa através da migração de indivíduos ou colônias de locais vizinhos ou próximos à planta. Mesmo fora do perímetro onde as colônias presentes em valas de estradas ou vias locais podem procurar um local melhor dentro do armazém. Assim, eles acessam locais com maior oferta de alimentos e abrigo.
A outra forma de entrada é passiva. Isso ocorre a partir da entra da de exemplares individuais ou partes de uma colônia dentro dos insumos que entram nas instalações (grãos, sacos com sementes, materiais de embalagem, sacos, pallets, etc.). Isso muitas vezes ex plica os problemas no declínio das populações que as empresas de controle de pragas tentam realizar.
Ser capaz de monitorar permanentemente estes pontos de in gresso ajudará a estabelecer estratégias de mitigação precoces e mais contundentes. As chegadas recentes dificultam a detecção de padrões de nidificação e alimentação até que o(s) indivíduo(s) se estabeleçam e desenvolvam sua estratégia de demarcação ter
14 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 CONTROLE DE ROEDORES
Gerente
BASF
marcelo.hoyos@basf.com
CONTROLE DE ROEDORES
ritorial, que realizam com fezes e urina, ou seja, seus próprios odores.
Códigos de adaptação e marcação de território.
Esse padrão territorial que define cada colônia permitirá decifrar os códigos de adaptação. Estes são: O local de nidificação subterrâneo para a rata zana e em estruturas altas ou máquinas para o Rato do telhado, locais de trânsito de sua toca para o local de alimentação. Se no caminho para o alimento os roedores tiverem que entrar em um local fechado, adicionamos um ponto adicional que é o local de entrada que conecta a toca com o alimento. Este será o caminho que os adultos alfas e alguns roe dores beta farão permanentemente. A atividade de carregar permite que o alimento seja transferido para o seio de sua toca e seja compartilhado entre os congêneres. Caso os ninhos ou tocas estejam muito próximos do alimento (grãos ou sementes derrama das), isso permitirá que grande parte da colônia se alimente no que muitos autores indicam como zona de segurança.
O padrão ou código de colonização com tráfego de ida e volta seria:
Ninho/toca > caminhos marcados > aberturas ou vulnerabilidades do edifício > comida
Se os roedores colonizarem ambientes fechados, eles terão um padrão de atividade
Ninho/toca > caminhos marcados > comida
O papel do homem no processo de colonização. Constatamos também que o ambiente, a atividade produtiva, a presença do homem com seus hábitos culturais, processos produtivos e costumes, e outros animais predadores definem os hábitos de coloniza ção das diferentes espécies sinantrópicas no que diz respeito à construção de suas tocas, trânsito, entra da nas instalações e consumo alimentar.
Por isso não podemos deixar de incorporar o homem neste diagnóstico. Todos esses fatores de pendem muito da atividade humana que modifica o ambiente e possui locais para nidificar, transitar, entrar e se alimentar.
Qualquer descuido, erro ou negligência, parece favorecer os roedores. Mas tudo tem seu código, é possível decifrá-lo e encontrar os pontos fracos onde podemos trabalhar mais focados.
O papel do homem na colonização foi funda mental ao longo da história, pois a mímica define os ambientes, estruturas, relevos, valas, montes de terra, presença de ervas daninhas, portões abertos, obras que envolvem terraplenagem, fiação aérea ou subterrânea, derramamento de grãos e tudo mais, relacionado com ordem e limpeza. Tudo isso adicio na uma complexidade ao ambiente.
Analisamos o mapa de risco e os pontos críticos:
O mapeamento de risco é algo que desenvolve mos em nosso diagnóstico nesses ambientes. Exis tem dois tipos de mapas.
Um está relacionado à possível (riscos) colonização de roedores dependendo da espécie.
• locais em risco de colonização ou nidificação.
• locais/trilhas de risco de tráfego
• Locais ou pontos de entrada para o interior da planta. (Aberturas, fiação aérea e subterrânea)
• locais com risco de alimentação de setores com derramamento de grãos.
15 www.graosbrasil.com.br
DE ROEDORES
O outro é o mapa de riscos de danos à planta.
• Locais com fiação elétrica, motores e painéis elétricos. Onde um roedor pode gerar uma perda crítica.
• Locais considerados de contaminação da ma téria-prima ou produto final. Fezes e urina. Locais de possíveis danos aos materiais finais, como sacos de sementes. Furos
• Outro risco que está ligado à saúde dos opera dores e funcionários devido à possibilidade de contrair doenças potencialmente transmitidas por roedores. Leptospirose, salmonela, febre hemorrágica argentina ou hantavírus. (Estas últimas viroses correspondem a espécies de ro edores da lavora)
Dessa maneira é possivel identificar e mapear de forma eficiente as possíveis espécies de roedo res (Ratazana, Rato de telhado, camundongo) que poden estar presentes neste ambiente ou também poder dimensionar o risco que estas colonizações ocorram em curto, médio ou longo prazo. A gestão preventiva através de pontos de risco e decifrando os códigos de colonização pode nos colocar em uma posição melhor e poder estar à frente dos roedores e não atrás. Esta é a base e o significado do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Para fazer um bom diagnóstico, você deve ser trei nado com antecedência. Para isso, a BASF disponi biliza aos usuários de nossos produtos, treinamentos personalizados e serviços de consultoria (por telefo ne, WhatsApp, correio ou visitas, se necessário).
16 CONTROLE
"Sem um diagnóstico prévio, não é possível desenvolver estratégias eficazes."
Beatrice Peanuts, Maior Exportadora de Amendoim do Brasil, Confia na Tomra Food e Adquire a Primeira Máquina de Classificação Bsi+ para Automatizar a sua Linha de Produção
Fundada em 1980, a Beatrice Peanuts, com sede em Tupã (São Paulo), é referência nacional na produção e exportação de amendoim. Com um objetivo bem definido desde o primeiro dia, a empresa procura fornecer amendoim de alta qualidade para o mercado interno e externo. Com uma plantação própria, a Beatrice Peanuts pro cessa cerca de 90.000 toneladas de amendoim em casca, sendo 100% dessa produção de amen doim com caraterísticas Alto Oleico. O plantio e colheita mecanizada são os mais avançados do Brasil e seguem os padrões de grandes produto res como Estados Unidos e Argentina.
O mercado do amendoim está crescendo rapi damente e tem potencial para se tornar umas das maiores forças do mercado brasileiro no setor da agroindústria. De acordo com os dados mais re centes, o setor brasileiro de amendoim registrou uma receita de US$ 70,8 milhões entre janeiro e abril de 2021 em exportações do produto in natura. O aumento é de mais de 12% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados da ComexStatportal do Ministério da Economia com estatísticas de comércio exterior.
Com diferentes etapas de progresso e desenvol vimento ao longo dos últimos 40 anos, a Beatrice
Peanuts tem no seu DNA a palavra inovação. A em presa é a maior exportadora do setor, enviando a produção para mais de 50 países. Com as exigên cias do mercado cada vez maiores, nomeadamen te no mercado internacional, a qualidade do pro duto é nos dias de hoje, o grande ponto-chave do sucesso. Dessa forma, para continuar superando as expectativas dos consumidores internacionais, a Beatrice Peanuts adquiriu a primeira Nimbus BSI+ da TOMRA Food, empresa norueguesa líder de mercado em equipamentos de seleção por sen sores ópticos.
Pablo Rivera, CEO da Beatrice Peanuts, não hesi ta na hora de justificar a escolha pela TOMRA Food. “A TOMRA tem hoje uma das tecnologias mais conceituadas em seleção de grãos, como tam bém a marca mais recomendada pelos nossos clientes. Tudo isto nos levou à decisão da compra e não podíamos estar mais satisfeitos”. Com 90 mil toneladas de amendoim de casca processado por ano, o responsável acrescenta que “que estamos sempre buscando novas tecnologias, inovações, o que tem de melhor no mercado para aumentar a qualidade e segurança de nossos produtos e, assim, transmitir maior tranquilidade aos nossos clientes”.
17 www.graosbrasil.com.br INFORME EMPRESARIAL
Por sua vez, João Medeiros, Gerente Comercial da TOMRA Food Brasil, explica a importância des ta nova parceria: “A Beatrice Peanuts é um novo cliente para TOMRA, que adquiriu uma tecnologia inovadora para o mercado de amendoim no Bra sil. Isso é um motivo de muito orgulho, pois mostra que estamos no caminho certo, conquistando no vos clientes através da confiança em nossas tecno logias e atendimento”
Nimbus: garantia de eficácia e qualidade Com uma unidade de processamento comple xa, de forma a garantir a máxima qualidade aos clientes nacionais e internacionais, a Beatrice Pe anuts colocou o equipamento da TOMRA em uma localização estratégica. Explica Pablo Rivera que “o equipamento da TOMRA está instalado em nossa nova linha de reprocesso. Desta forma, consegui mos garantir produtos extra-clean, como também recuperar grãos descartados em nossas linhas de benefício e blancheamento”. Quando colocada a questão em quanto se aumentou a qualidade, a resposta não podia ser mais categórica: “100%!”.
João Medeiros reforça que a máquna Nimbus “possui tecnologia de detecção baseado em senso res a laser de alta precisão, combinada com tecno logia BSI+, desenvolvidos pela TOMRA. O módulo padrão BSI+ (Biometric Signature Identification) funciona detectando as caraterísticas biométricas dos produtos, para isso utiliza um espectro mais amplo e além de materiais estranhos, identifica também irregularidades visuais, detectando im perfeições e descolorações indesejadas específicas dos produtos, com a mais alta eficiência e rendi mento”. Essa tecnologia garante alta eficiência e qualidade na classificação de amendoim, se tor nando peça fundamental para clientes que ex portam seus produtos para mercados altamente exigentes, ressalta o responsável da TOMRA Food Brasil.
No beneficiamento de amendoim, bem como em outros setores da área de alimentos, é necessá rio aumentar a eficiência na produção, reduzindo ao máximo o nível de defeitos dos seus produtos, com a finalidade de competir com mercados tec nologicamente mais avançados, abrindo possibili dade de exportação para outros países que exigem alta qualidade e que oferecem um preço maior pelo produto, consequentemente aumentando a lucratividade da operação. Tudo isto é possível com a ajuda da TOMRA.
Beatrice Peanuts e a TOMRA: uma parceria com futuro
Depois do sucesso da primeira instalação, a Beatrice já olha para o futuro, pensando em refor çar a parceria com novos equipamentos. Do lado da Beatrice Peanuts, Pablo Rivera explica que “há previsões de aumentar o número de equipamen tos num futuro próximo, para melhorar ainda mais nosso processo de seleção no atual benefício e para nossa nova unidade em Nova Ubiratã. O CEO realça o serviço da TOMRA Food, como um dos elementos distintivos ao longo de todo o proces so: “Tem sido uma ótima experiência em todas as etapas da compra. Ou seja, antes, durante e depois da compra. Não só pela cordialidade, qualidade no atendimento e a eficiência dos colaboradores da TOMRA, mas também a eficácia e a disponibilida de de diferentes canais.
Na mesma linha de pensamento, João de Me deiros sublinha a “excelente” colaboração entre as duas partes: “vejo a parceria entre TOMRA e Be atrice Peanuts como uma combinação perfeita entre duas empresas que buscam inovação tec nológica constantemente. A TOMRA por seu lado está sempre liderando o mercado, oferecendo suas tecnologias de ponta para classificação óptica de amendoim, e a Beatrice por sua vez, está constan temente buscando inovações, seja na área indus trial ou no campo, para atender seus clientes com excelência e conquistar novos mercados. Agradeço a Beatrice Peanuts pela confiança e parceria, segu ramente continuaremos juntos neste caminho, tra balhando em futuros projetos inovadores.
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Sobre TOMRA Food
A TOMRA Food projeta e fabrica máquinas de classificação baseadas em sensores e solu ções integradas de pós-colheita, transformando a produção global de alimentos para maximizar a segurança alimentar e minimizar a perda de alimentos, garantindo que Todos os Recursos Contam. Essas soluções incluem classificação avançada, descascamento e tecnologia analíti ca para ajudar as empresas a melhorar os re tornos, obter eficiências operacionais e garantir um fornecimento seguro de alimentos.
Mais de 12.800 unidades estão instaladas em produtores, embaladores e processadores de alimentos em todo o mundo para confeita ria, frutas, frutas secas, grãos e sementes, pro dutos de batata, proteínas, nozes e vegetais.
A TOMRA Food opera centros de excelência, escritórios regionais e locais de fabricação nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Ásia, África e Australásia.
Siga a TOMRA Food no Facebook @TOMRA. Food, Twitter @TOMRAFood, Instagram @ TOMRAFood e no LinkedIn em TOMRA Food.
A TOMRA Food é uma divisão do Grupo TOMRA.
A TOMRA foi fundada em 1972 e começou com o projeto, fabricação e venda de máquinas de venda reversa (RVMs) para coleta automati zada de recipientes de bebidas usadas.
Hoje, a TOMRA está liderando a revolução de recursos para transformar a maneira como os recursos do planeta são obtidos, usados e reuti lizados para permitir um mundo sem desperdí cio. As outras divisões de negócios da empresa incluem TOMRA Recycling, TOMRA Mining e TOMRA Collection.
A TOMRA possui aproximadamente 100.000 instalações em mais de 80 mercados em todo o mundo e teve uma receita total de ~10,9 bilhões de NOK em 2021. O Grupo emprega ~4.600 glo balmente e está listado publicamente na Bolsa de Valores de Oslo. A sede da empresa fica em Asker, Noruega.
Para obter mais informações sobre a TOMRA, consulte www.tomra.com
19INFORME EMPRESARIAL
Em inúmeros sistemas de combustão aplicados na secagem de grãos, fornalha a lenha, alimenta dores de cavaco e geradores de gases quentes a cavaco a utilização de tijolos ainda é predominan te. Sabidamente esse é um dos grandes pontos de manutenção, com periodicidade curta e com um dos maiores custos para uma unidade de recebi mento e armazenagem.
Com o desenvolvimento tecnológico de toda a cadeia produtiva de grãos, a secagem de grãos deve acompanhar e buscar novas práticas, a efi ciência energética no custo por tonelada seca, a melhora da qualidade do produto nos índices de classificação e os custos baixos com manutenções são essenciais para o resultado do negócio.
A Benecke domina a fabricação de sistemas de combustão desde 1982, exatos 40 anos, com mais de mil unidades fabricadas e sua imensa maioria aplicada em geradores de vapor. Sua vasta experi ência e a constante busca por melhoria e eficiência para nossos clientes, fez com que em 2013 ocorres se uma quebra de paradigma que perdura até os dias de hoje. A Benecke é o único fabricante que não utiliza tijolos refratários.
A utilização de concreto refratário e placas de fibra cerâmica livrou nossos clientes de manuten ções, pois todos os equipamentos fabricados após essa mudança não necessitaram de reparos, o que
prova e consolida essa inovação.
No Gerador de Gás Quente utilizamos placas de fibra cerâmica, componente que tem resistência tér mica de 1.260 graus, propriedade refratária e isolan te, que em conjunto com a modulação dos ventila dores de ar primário e secundário, com a modulação da velocidade das grelhas e a modulação dos mis turadores de ar no desfagulhador, formam um con junto energeticamente eficiente, econômico e com a garantia da temperatura do ar de secagem.
Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 20 INFORME EMPRESARIAL
Novas tecnologias, inovação e garantia da qualidade destaca empresa do segmento.
Empresa paranaense que atua desde 1999 como pioneira em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a fabricação de equipamentos de secagem, seleção, classificação, transporte e arma zenagem de sementes, a SILOMAX é hoje uma das maiores indústrias da América Latina neste seg mento.
A empresa vem se destacando por ser pioneira em novas tecnologias e processos para o mercado sementeiro, além disto fornece estruturas comple tas para UBS’s.
Possui ainda uma equipe técnica altamente qualificada para prestar assessoria e garantir uma excelente performance e um alto índice de eficiên cia em todos os processos. Somos uma empresa que redimensionou os conceitos de qualidade e durabilidade ao nos preocuparmos desde a maté ria-prima utilizada nos processos industriais até o armazenamento das sementes.
Saiba mais sobre a SILOMAX.
Acesse: www.silomax.com.br
Revista Grãos Brasil -Julho / Agosto 2022 22 INFORME EMPRESARIAL
Eng. Agr. Mariano Javier Perulan
Classificador especialista de cereais, oleaginosas e leguminosas
Micotoxinas
As micotoxinas são compostos de origem orgânica e biológica que causam diversas intoxicações, estas são produzidas por fungos que produzem diferentes tipos de podridão no milho, invadindo di retamente as espigas e grãos, danificando seus tecidos.
A contaminação fúngica como ASPERGILLUS FLAVI ou ASPER GILLUS FLAVUS é a causa da presença significativa de aflatoxinas e ataques de FUSARIUM que dão origem a desoxinivalenol e fumoni sinas.
Importância das micotoxinas
A presença de micotoxinas tem um impacto econômico nega tivo direto, pois não só prejudica o desempenho agronômico, mas também a qualidade pós-colheita.
Essa contaminação das espigas e grãos com micotoxinas pode ocorrer antes da colheita, durante a colheita, no processo de seca gem, ou durante o armazenamento. A quantidade e diversidade de espécies toxicogênicas no milho é muito influenciada por fatores climáticos e outras causas como tarefas agronômicas como tipo de plantio, variedades plantadas, rotações de culturas nos lotes e uso de diferentes tratamentos fitossanitários, afetando assim seu risco toxicológico.
Perdas econômicas
Algumas das perdas são:
• Diminuição do rendimento por hectare devido ao fato de que essas contaminações produzem abortos na floração e menor enchimento de grãos na espiga.
• Aumento dos custos extras para tratamentos fitossanitários para prevenção.
• Perdas no armazenamento e conservação devido à deteriora ção dos grãos.
24 Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 MICOTOXINAS
Micotoxinas prevalentes em milho e nível de to xicidade
Existem quatro principais micotoxinas no grão de milho
• FUMONISINAS
• AFLATOXINAS
• DEOXINIVALENOL
• ZEARALENONE
O nível de toxicidade dessas micotoxinas é vari ável de acordo com a espécie e são difíceis de eli minar após a contaminação. Quando essas toxinas são ingeridas ou inaladas em determinadas concen trações por animais ou por humanos, produzem um quadro clínico-patológico conhecido como MICO TOXICOSE.
As perdas estimadas pela FAO são de um bilhão de toneladas de alimentos devido aos efeitos des ses contaminações. As perdas econômicas afetam a maioria das etapas da cadeia de valor e estão asso ciadas à redução da produtividade devido ao efeito de fungos, consequências na saúde animal e pro blemas de saúde humana. A isso devem ser adicio nados custos adicionais para mitigar o problema e perdas no valor do produto ou rejeições nos merca dos interno e externo.
Há desequilíbrios nos marcos regulatórios entre países produtores e importadores que agravam o problema devido à tendência de exportar os itens menos contaminados para os mercados mais exi gentes, deixando o restante para consumo local.
As faixas de concentrações máximas das princi pais micotoxinas no grão de milho recomendadas
pela Food and Drug Administra tion dos Estados Unidos são as seguintes descritas na tabela 1.
Atualmente, os mercados ten tam comercializar produtos inó cuos e os limites permitidos ten dem a diminuir, tentando atingir os menores valores possíveis. É necessário desenvolver e imple mentar medidas de mitigação para manter a produção de mi
lho com níveis de contaminação compatíveis com a saúde da população e as exigências que os mer cados atuais impõem por meio de tolerâncias má ximas.
Algumas das medidas recomendadas são as se guintes:
• Utilizar cultivares que expressem resistência genética à podridão da espiga.
• Use as práticas de manejo recomendadas e evi te condições estressantes.
• Faça plantios precoces, pois são menos afeta das.
• Minimize os danos causados por insetos. Uso de híbridos BT ou inseticidas para Lepidoptera.
• Faça colheitas antecipadas.
• Ajuste a colheitadeira para remover grãos dani ficados e evitar a quebra de grãos.
Tabela 1. Faixas de concentrações máximas das principais micotoxinas no grão de milho recomendadas
25MICOTOXINAS www.graosbrasil.com.br
Não é nenhum segredo que a infiltração em silos é responsável por grandes prejuízos ao produtor rural. Por isso, é extremamente importante a escolha de um sistema de impermeabilização ade quado, capaz de impedir que a umidade prejudique os grãos e comprometa o trabalho de toda uma safra.
No entanto, escolher este sistema de impermeabilização ideal muitas vezes é uma tarefa complicada, afinal, no mercado, há uma variedade de produtos indicados para este fim. Pensando nisso, reuni neste artigo os três principais pontos a prestar atenção na hora de escolher o sistema de impermeabilização do silo.
Estanqueidade
A impermeabilização serve para selar uma superfície, impedir a passagem da água e, dessa forma, prevenir infiltrações. Sendo as sim, a primeira característica que você precisa verificar na hora de escolher a impermeabilização para o seu silo é a estanqueidade. Ou seja, a capacidade que o produto escolhido terá de realmente servir como uma barreira entre a água e a chapa metálica do seu silo.
Lembre-se de garantir a proteção principalmente dos pontos críticos do telhado do seu silo, como a sobreposição das chapas e parafusos, por exemplo. Essas áreas de interferência são mais pro pensas a infiltrações. Desse modo, pesquise também sobre reforço da impermeabilização com tela estruturante e a proteção da cabe ça dos parafusos com selante.
Durabilidade
O silo e, consequentemente, a sua impermeabilização ficarão ex postos às agressões do clima e tempo, por isso é essencial que ele tenha alta resistência a intempéries. Dessa forma, pesquise por pro
Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 26 TECNOLOGIA
Eng.
Pedro Cardoso GRUPO HARD Entre em contato, leia o QrCode acima!
dutos que passem por testes de resistência a raios solares, chuva ácida e névoa salina. Esses ensaios podem atestar a qualidade do produto e o seu com portamento depois de aplicado no silo.
Lembrando que a durabilidade do material terá influência na frequência de manutenções no futu ro. Ou seja, quanto mais o material escolhido durar, menos reparos serão necessários, oferecendo em longo prazo um melhor custo e benefício.
Aplicação
Por último, mas não menos importante, verifique
se a forma de aplicação do sistema escolhido é rápi da e fácil. Isso garantirá serviços rápidos até mesmo em locais de difícil acesso. Dê preferência por pro dutos que já vêm prontos para o uso, com menores tempos de cura e com um modo de aplicação des complicado.
Conheça o Sistema RR 500 ECO
Uma solução para a impermeabilização do silo é o sistema RR 500 ECO, composto pelo Impermeabi lizante Hard RR 500 ECO, a Tela Estruturante de Re forço para Impermeabilizações Flexfelt e o Selante RR 500 ECO.
O impermeabilizante RR 500 ECO tem aditivos anti UVB na sua composição, ou seja, apresenta re sistência ao tempo (raios UV). Esse é um dos moti vos para o aumento da vida útil do substrato com a aplicação dessa solução, podendo chegar a até 15 anos. Além dos aditivos anti UVB na composição, a membrana líquida com base na tecnologia hibrida não dilui em água, assegurando uma vedação com pletamente estanque. Essa característica é um dife rencial também na hora da aplicação, porque como ele cura em contato com a umidade, a aplicação não corre o risco de ser perdida mesmo em meio a chuva.
Já o Selante RR 500 ECO é ideal para a vedação
27TECNOLOGIA
de parafusos, até mesmo dos que foram instalados incorretamente. Com esse produto, é possível en capsular a cabeça do fixador e protege-lo, uma vez que apresenta excelente resistência a intempéries. Rende até 200 parafusos por sachê e, em sua formu lação, não tem nenhum tipo de solventes, isociana tos e estirenos, sendo amigável ao meio ambiente. Disponível nas cores branco e cinza, testes compro vam sua alta resistência a raios solares, névoa salina e chuva ácida.
Para reforçar a impermeabilização em pontos críticos, recomenda-se o uso da tela Flexfelt. Comer cializada na largura ideal para aplicação, esse pro
duto pode ser usado nas sobreposições das chapas do seu silo, garantindo 100% de impermeabilização.
Conte com parceiros comprometidos com a qualidade
Com mais de 36 anos de história, o Grupo Hard é comprometido com a qualidade, tem altos níveis de estoque com 100% de rastreabilidade e a missão de facilitar o dia a dia dos clientes com soluções inova doras. Além de oferecer um mix completo de produ tos, todas as linhas cumprem normas de qualidade nacionais e internacionais. Ou seja, utilizar os pro dutos Hard é o primeiro passo para levar mais qua lidade, durabilidade e eficiência para o canteiro de grandes obras, residências e silos.
28 TECNOLOGIA
Vet. Francisco Giral
A fabricação de ração balanceada é um processo complexo que é influenciado por uma infinidade de fatores que interferem na qualidade do produto final. São utilizados grandes volumes de cere ais como o milho e o trigo e oleaginosas como a soja e o sorgo, ma téria-prima essencial no processo proveniente de diversas fontes, por vezes locais (específicas de cada país) ou importadas. Devido a esta variabilidade da fonte de matéria-prima, existem diferenças importantes na qualidade nutricional, na qualidade microbiológica e na quantidade de humidade contida na matéria-prima, esta úl tima obriga o técnico da fábrica de alimentos a fazer variações no processo de fabricação para compensar as perdas e é determinante nos parâmetros a serem levados em consideração para obter um bom PDI.
Dentro dos indicadores de qualidade, no que diz respeito à fa bricação de rações concentradas para ração animal, temos o Índice de Durabilidade do Pellet por sua sigla em inglês PDI. O PDI pode ser definido como um padrão ou parâmetro de análise física e é baseado na quantidade de pellets recuperados após serem subme tidos a agitação mecânica ou pneumática, que simula o transporte e manuseio da ração em pellet em condições normais dentro da fábrica. Este parâmetro é expresso como uma porcentagem e, por tanto, um PDI alto (92-95 por cento qualifica um alimento durável de alta qualidade).
É importante notar que a durabilidade do pellet é uma coisa e a dureza é outra completamente diferente, então podemos definir dureza como a resistência que um corpo opõe às forças de defor mação. Ao contrário do termo anterior, a dureza de um pellet é defi nida como a quantidade de força necessária para quebrar um pellet
29RAÇÕES www.graosbrasil.com.br
Consultor francisco.giral@gmail.com
RAÇÕES
ou uma série de pellets ao mesmo tempo. Este parâ metro é expresso em KG/CM2. Por sua vez, a análise da dureza dos pellets é realizada pelo menos meia hora após o resfriamento do pellet, enquanto a aná lise de durabilidade é realizada imediatamente após a saída do pellet do resfriador.
Diante do exposto, o PDI é um indicador de qua lidade muito importante, pois está relacionado a um pellet durável, mas não necessariamente precisa ser duro, isso influencia diretamente em vários parâ metros importantes como palatabilidade e digesti bilidade, melhorando o desempenho nas taxas de conversão. Um bom PDI depende de uma altera ção bioquímica produzida por uma ação mecânica durante o processo de peletização, que é conheci do como Gelatinização de amidos, nada mais é do que a quebra das longas cadeias dos carboidratos contidos nos cereais que geram aglutinação das partículas e melhorar significativamente a digesti bilidade e utilização de carboidratos. O processo de gelatinização ocorre no momento em que a mistura alimentícia passa pelo condicionador e é submeti da à temperatura e pressão do vapor, gerando essas alterações bioquímicas na estrutura das moléculas de amido.
Um parâmetro associado ao índice de durabilida de do pellet é o percentual de finos que nada mais é
do que o resultado da peneiração do produto final e que é determinante para as perdas na planta de ra ção, os finos são inversamente proporcionais ao PDI e em todos os casos, quanto melhor o PDI, menor o valor das multas e, portanto, as perdas associadas ao processo de fabricação para este conceito.
Uma forma prática de melhorar o PDI é a adição de tenso ativos e agentes reidratantes que permi tem uma melhor distribuição da água adicionada, esse tipo de produto diminui a tensão superficial da água, melhorando a permeabilidade e permi tindo que ela penetre nas partículas de alimentos, isso produz uma melhora substancial na gelatiniza ção de amidos e consequentemente melhora o PDI e reduz significativamente os finos. Em geral, são ferramentas que permitem ao fabricante de ração reduzir suas perdas por finos, melhorando a palata bilidade, digestibilidade e PDI da ração.
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SEGURANÇA E HIGIENE
É sabido por todos que é inevitável não ter que entrar em ne nhum dos silos ou graneleiros que temos no armazém em algum momento da safra ou durante o ano.
Por qualquer motivo (desentupimento da descarga, quebrar uma camada do granel, esvaziar o cone para ajudar a terminar a descarga, etc.). Sempre teremos que trabalhar dentro do silo em algum momento.
Deve-se notar que, embora seja uma atividade algo habitual ou comum dentro do armazém, todos os anos encontramos acidentes neste tipo de tarefa.
Todos os anos há feridos e, nos piores casos, mortes por esmaga mento ou asfixia causados pelo colapso de cereais ou grãos.
Parece incrível que em meados de 2022 e com tantas medidas e práticas de segurança para implementar, esse tipo de evento ainda tenha que ser lamentado por mau desempenho, mau trabalho ou má formação de pessoal.
Como sempre insisto, PODE SER PREVENIDO, NÃO É UM ACI DENTE
A seguir, compartilho três imagens com as situações que podem ocorrer dentro de um silo ou granel e abaixo explicarei detalhada mente como proceder para trabalhar com segurança em cada si tuação.
Situação 1: Operador trabalhando a granel enquanto o silo está sendo descarregado.
Bem sabemos que quando o silo começa a descarregar, o cone ou a camada superior se inverte. Isso significa que a última coisa inserida é a primeira coisa que sairá.
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Hernán Ferrari Perito Classificador de Cereaes e Oleaginosas hernanferrari14@hotmail.com
E HIGIENE
Nesse tipo de situação, quando o silo está em movimento (carregando ou descarregando) sem motivo NINGUÉM deve estar dentro.
Se tiver que ser inserido como primeiro passo, a carga ou descarga deve ser interrompida, avisar que a entrada será feita para que todos sejam informa dos de que alguém estará dentro do silo e o painel de controle também deve ser marcado para evitar ativações acidentais ou erradas.
Situação 2: Pode-se observar que uma camada do volume ficou molhada ou compactada e formou o que se chama de ponte ou, se olharmos mais para baixo, foi feita uma caverna.
Vemos na imagem de exemplo o erro gravíssimo que está sendo cometido ao entrar para quebrar essa camada ou ponte sem nenhum elemento de segurança e a consequência que isso acarreta.
Situação 3: Neste caso pode-se observar que o volume grudou ou se comprimiu contra as paredes do silo.
Você também pode ver o trabalho ruim do ope rador tentando desgrudar o grão por baixo e o que pode acontecer se o grão preso ou compactado se desintegrar.
Depois de ver esses exemplos de tudo o que pode acontecer se o trabalho for desconhecido, você trabalhar incorretamente ou não for treinado, vamos marcar uma série de pontos e indicar algu mas formas de trabalho para que a entrada no silo seja o mais segura possível e não temos que lamen tar acidentes de qualquer tipo.
Como primeira medida, antes de entrar no silo, deve ser comunicado a todos os setores da planta, para que fiquem cientes e cientes de que há pesso al trabalhando em algum dos depósitos.
Nunca entre em um silo que esteja em proces so de esvaziamento ou enchimento (o volume está em movimento), se, por exemplo, o sem-fim de des carga ficar preso com grãos de soja enquanto esta mos descarregando, devemos parar de descarregar, entrar no silo, desobstruir boca do sem-fim ou des carga, saia e reinicie. Desta forma, evitaremos que o grão nos "sugue" se a descarga for repentinamente descoberta
Nunca entre no silo para trabalhar sozinho; Pelo menos duas pessoas devem ir para realizar a tarefa.
Enquanto um entra no silo, o outro deve ficar do lado de fora e com muita expectativa observando e atendendo quem está dentro.
Quem está do lado de fora deve estar atento ao que acontece dentro, deve dar mais ou menos cor da no final da vida útil do arnês e estar pronto para agir em qualquer situação.
Se for necessário empregar 3 pessoas para esses trabalhos, você não deve hesitar ou dispensar pes soal para fazê-lo com segurança.
Nunca pise diretamente no granel, use tábuas, placa firme ou algum elemento de fácil manuseio que nos permita ter uma maior superfície de conta to no grão e assim evitar que nossos pés ou pernas
Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 32 SEGURANÇA
Figura 1.
Figura
2.
Figura 3.
afundem, dificultando o movimento.
SEMPRE entre com um arnês e corda de segu rança manuseados por pessoal fora do silo ou arma zém.
Desta forma, se necessário, mais corda ou corda será habilitada, ou então será coletada progressiva mente.
Nunca use uma corda amarrada na cintura ou outros elementos de proteção rudimentares para entrar no volume, pois em caso de emergência o arnês distribui melhor as forças por todo o corpo e em caso de ter que puxar para sair a pessoa presa, não sofrerá ferimentos ou danos pelo movimento brusco como se estivesse amarrado a uma corda em apenas um ponto (sua cintura, por exemplo).
Por fim e para concluir, nesta última imagem pode ver a forma correcta, ou como deve trabalhar para evitar qualquer acidente, num silo com grão grudado ou endurecido contra as paredes.
SEMPRE trabalhe de cima para baixo; Não fique na frente ou sob grãos suspensos por qualquer mo tivo.
Esta forma também se aplica se o silo foi constru ído como ponte ou caverna, sempre de cima, com arnês e bem sustentado pela(s) linha(s) de vida.
Também é importante estabelecer locais no silo (seja teto, parede, montantes, etc.) onde fixar pon tos de ancoragem, roldanas; mosquetões etc. poder passar cordas ou poder segurar com o arnês ou faci litar o trabalho de quem está segurando o operador que está dentro do silo.
Levando em consideração as três situações cita das acima e representadas graficamente em ima gens, trabalhando com segurança, com pessoal treinado, comprometido e consciente, esses tipos de situações graves e muitas vezes trágicas devem ser evitadas ou não acontecerem, que ainda são tão comuns e atuais. eles deveriam ser praticamente er radicados ou nunca aconteceriam.
Dessa forma e com tudo o que foi citado acima, devemos ter uma atividade pós-colheita cada vez mais segura e eficiente.
33SEGURANÇA E HIGIENE www.graosbrasil.com.br
Nathan Levien Vanier Professor na FAEM-UFPel
Especialista na área de PósColheita, Industrialização e Qualidade de Grãos
A armazenagem de grãos em nível de fazenda pode te ajudar a maximizar o rendimento da propriedade rural, mas para isso é preciso tratar a pós-colheita com o mesmo profissionalismo que a etapa de produção é tratada.
A redução dos custos com o frete, a redução de perdas por des contos de umidade e matérias estranhas e impurezas, o melhor preço geralmente praticado na entressafra e o aproveitamento de resíduos de impurezas para a ração animal estão entre os aspectos favoráveis e motivadores deste tipo de investimento.
Então, se você é produtor rural e está pensando em investir em armazém próprio, confere as dicas listadas a seguir:
Evite erros no projeto
Muitos dos transtornos operacionais enfrentados pelos armaze nistas poderiam ser evitados se os projetos das unidades contem plassem as reais demandas das propriedades rurais, sempre proje tadas, pelo menos, no médio prazo.
Imagine as seguintes situações:
1. Filas de caminhões para descarregamento de grãos: Sua mo ega está cheia de grãos e há vários caminhões que vieram da lavoura, com grãos úmidos e sujos, aguardando para descar regar.
2. Dificuldades operacionais para realizar o manejo de secagem escalonada: Você precisa acelerar o recebimento e por isso está realizando secagem parcial, até 15,5% de umidade, para num segundo momento completar a secagem até 13% de umi dade. No entanto, você não consegue retornar para o secador os grãos que estão no silo utilizando transportadores.
3. Acúmulo de grãos em túnel ou poço de elevador devido à que
Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022 34 ARMAZENGEM
nathanvanier@hotmail.com
da de energia elétrica: Sua equipe precisará descer em poço de elevador para limpar a base do elevador e permitir que ele volte a operar.
4. Equipamentos que não atendem as suas re ais demandas para o manejo da conservação de grãos: A máquina de remoção de matérias estranhas e impurezas não consegue remover matérias estranhas e impurezas finas, de me nor dimensão e peso do que os grãos. Ou en tão o secador que você adquiriu não possibilita ajustes de manejo para secagem de coluna in teira para meia coluna.
Estas situações hipotéticas poderiam ser evitadas no momento da definição do layout e das capacida des de movimentação e armazenamento da unida de, bem como ao serem escolhidos os modelos dos equipamentos.
O manejo de pós-colheita é tão importante quanto o de produção!
Para obter alta produtividade no campo é neces sário observar diversos fatores e seguir as recomen dações do manejo agronômico de produção. Da mesma forma, na etapa de pós-colheita é necessá rio seguir as recomendações dos manejos das eta pas de pré-armazenamento, armazenamento e con
servação dos grãos, para que a quebra técnica seja mínima e que a qualidade dos grãos seja mantida o mais próximo possível da inicial.
35ARMAZENAGEM
Grãos são organismos vivos, que respiram, têm metabolismo ativo e microrganismos associados. Já pensou armazenar 100.000 sacos de soja e ao final de apenas 6 meses retirar 95.000 sacos?
Uma quebra técnica como esta, de 5%, é muito alta para o período. E por que isto ocorre? Porque boas práticas nas etapas de pré-armazenamento, armazenamento e conservação não foram seguidas.
Em casos graves, principalmente em soja ar mazenada com umidade inadequada em silos ou graneleiros localizados nas regiões de clima mais quente (portanto mais propício às perdas quali -quantitativas), além da perda em massa pode ocor rer dificuldade em retirar e movimentar grãos pelo aquecimento decorrente da dinâmica metabólica.
Qualifique os profissionais do setor de armazenagem
Muitos dos profissionais que trabalham na etapa de produção têm restrições de migrar para as ati vidades da unidade armazenadora quando solici tados. Assim como ocorre no campo, onde alguns
colaboradores têm maior aptidão para operar se meadoras enquanto outros têm melhor aptidão e desempenho em colhedoras ou pulverizadores, no armazém isto também pode acontecer.
As equipes geralmente são divididas entre os setores de (A) recepção/expedição, (B) descarrega mento/pré-limpeza e (C) secagem. De acordo com a capacidade da unidade armazenadora pode haver diferenças no número de setores e de colaborado res.
No período de entressafra é muito comum a re alização de reuniões e palestras técnicas por parte dos gestores das propriedades rurais ou mesmo de empresas de insumos para apresentação de resulta dos e atualização técnica.
E relacionado à pós-colheita? Você também terá de dar atenção à esta equipe, realizando reuniões de apresentação de resultados e alinhamento técni co. É uma questão de estabelecer a cultura das boas práticas no armazenamento e manter os colabo radores comprometidos com cada operação, cada manejo, para o sucesso da propriedade rural.
36 ARMAZENAGEM Revista Grãos Brasil - Setembro / Outubro 2022
Encerrou-se no dia 27 de setembro o 29º Con gresso Internacional da Indústria do Trigo, evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) que reuniu toda a cadeia do ce real para a discussão de temas relevantes ao setor, como cenário político-econômico, gestão, tendên cias de mercado, segurança alimentar e inovações.
“Nós tivemos três dias com bastante movimento nessa edição do Congresso do Trigo. Ele foi um espa ço para muita interação e networking com todos os participantes. Os painéis abordaram temas impor tantes, discutindo o mercado tanto interno quanto externo, além da invocação e tecnologia”, explicou o Presidente-Executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.
Presente no último dia do evento, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Mon tes, ressaltou em seu discurso a importância das pesquisas e do trabalho da cadeia no crescimento da produção nacional do trigo, que, segundo ele, “é o maior desafio atual do Brasil e talvez do mundo”.
“O mundo caminha para um cenário de insegu rança alimentar muito grave e o nosso País é um im portante player para reduzir esse risco. Não é muito falar que o planeta depende do Brasil para se ali mentar e o trigo é essencial nesse cenário”, afirmou Montes.
O Presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti, que
também esteve presente no Congresso, enfatizou as pesquisas de tropicalização do trigo desenvolvidas pela entidade, que serão fundamentais para a ex pansão do cultivo do cereal no Brasil. “Há algumas décadas, o Brasil saiu do papel de importador para exportador de alimentos, e com o trigo não será di ferente. As pesquisas vão ajudar a superar os desa fios enfrentados pelo produtor no campo para que o País produza mais e melhor e, com isso, exerça sua vocação de alimentar o mundo”.
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Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes
Presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti
Fortalecimento do Brasil no cenário do trigo
As discussões iniciais do 29º Congresso Interna cional da Indústria do Trigo, evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abi trigo, abordaram a desestatização, além do cresci mento da produção do cereal no Brasil e como isso contribui para a garantia da segurança alimentar.
Durante a abertura dos trabalhos, o Presidente -Executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, recebeu o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, que destacou a importância econômica e o dinamismo da cadeia do trigo brasileira.
“O trigo é um desafio para o qual o Brasil se po siciona cada vez mais como um player diferencia do. Quando olhamos para as empresas que apoiam eventos como este, percebemos que elas fortale cem o dinamismo do setor. Nós precisamos conti nuar atraindo investimentos com o compromisso de fornecer para o mundo alimentos, equipamentos e serviços”.
A palestra inaugural do congresso, ministrada pelo cientista político e professor do Insper, Fer nando Schuler, pontuou a desestatização como ca minho para o futuro da política nacional. “Vivemos um momento de grande instabilidade no campo político brasileiro. Ao mesmo tempo, passamos por uma revolução tecnológica, que abalou ainda mais a democracia e o debate público. Isso trouxe à luz
a discussão do inchaço do Estado, sendo a deses tatização e especialização da esfera governamental uma solução para reduzir a burocracia dos proces sos e atrair novos investimentos ao País”.
Dia dois: segurança alimentar e visão das mu lheres na gestão dos negócios
Durante a cerimônia oficial de abertura do 29º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, rea lizada no segundo dia do evento, o Chefe Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, pontuou que o Brasil tem totais condições de produzir todo o ce real necessário para atendimento de sua demanda. “Podemos contribuir com a segurança alimentar e com a cultura da paz. Até 2030, o Brasil supera as 20 milhões de toneladas de trigo. Isso é resultado do trabalho de toda a cadeia do trigo em prol desse crescimento de produção e qualidade”.
Dia três do congresso: tendências de consumo e inovações
O último dia de evento recebeu o painel “Ten dências do mercado consumidor”, moderado pelo Presidente da Moageira Irati, Marcelo Vosnika. Ele abordou inicialmente o papel do consumo e suas tendências. “´Foi importante falar sobre a visão ge ral do mercado e a saudabilidade. A Abitrigo desem penha um papel muito importante no suporte às in formações sobre o papel nutricional dos alimentos à base de trigo, principalmente para a população de baixa renda. Trabalhamos com produtos saudáveis, o que é uma exigência do consumidor e que fazem parte da segurança alimentar do mundo”.
Encerrando o ciclo de apresentações do 29º Con gresso Internacional da Indústria do Trigo, foi rea lizado o painel “Inovações e Tecnologias no Brasil e no Mundo”, com a moderação do Presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, Rogério Tondo.
O ministro enfatizou o papel da Embrapa, que, segundo ele, encontrou perspectivas de transforma ção com apoio da ciência e da tecnologia, destacan do o potencial produtor do Brasil quando o assunto é trigo. “O país, por meio do conhecimento da equi pe da Embrapa, tem demonstrado a capacidade de produzir trigo com muita pesquisa, conhecimento tecnológico e muito trabalho de campo. Hoje nós já temos referenciais que sinalizam a oportunidade de, em breve, o país não só deixar de ser importador, mas também produzir com qualidade, atendendo toda a demanda da indústria”, pontuou.
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Rogério Tondo, Presidente do Conselhor Delibertivo da Abitrigo
Autoridades durante abertura oficial do Congresso do Trigo
Produção de amendoim cresce mais de 100% nos últimos 8 anos
A produção brasileira de amendoim saltou de 346,8 mil toneladas na safra 2014/15 para uma estimativa de 746,7 mil toneladas no ciclo 2021/22, um aumento de 115%, como apontam dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O bom resultado é reflexo principalmente do aumento da área destinada para a cultura, que chega a quase dobrar quando os dois ciclos são comparados.
Maior produtor de amendoim do país, o estado de São Paulo é responsável por 92,8% dessa projeção, com uma safra estimada em 692,7 mil toneladas e expectativa de crescimento. O resultado representa um acréscimo de 23,3% em relação à safra estadual anterior, segundo dados do 12° Levantamento da Safra de Grãos. “O amendoim deixou de ser uma cultura secundária e passou ocupar novas áreas, tanto na expansão do cultivo em rotação com a cultura de cana-de-açúcar quanto como opção principal do produtor”, pondera a gerente de Desenvolvimento e Suporte Estratégico da Conab em São Paulo, Marisete Belloli.
A maior parte do produto cultivado no país é exportada. Aproximadamente 70% da produção é destinada ao mercado internacional, tendo nos países da União Europeia os principais compradores, com destaque para Holanda, Polônia, Austrália e Itália. Outros importantes compradores são Rússia, Ucrânia, Reino Unido, Colômbia, África do Sul e México. Mas, nos últimos anos, a China começou a demonstrar cada vez mais interesse no amendoim brasileiro, abrindo novos e vultosos mercados.
O amendoim, que tradicionalmente era cultivado no norte paulista, mais especificamente na região de Ribeirão Preto e Jaboticabal, atualmente tem o plantio mais intenso no nordeste do estado. Na rota que engloba as cidades de Marília, Tupã e Presidente Prudente são encontradas várias exportadoras de amendoim.
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