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A Jornada do Herói: Transformando pequenas histórias em grandes aventuras na sala de aula. Gabriela Matias (gabrielamatias8@gmail.com ; Giuliana Cappelli (giuliana2011@hotmail.com.br); Mauro Henrique Santos (maurohen@hotmail.com) Escola Estadual João Baptista de Oliveira / Escola Estadual Leda Felice Ferreira – Itapecerica da Serra/SP.

Introdução As crianças de faixa etária entre 11 e 12 anos, apesar de adorarem aventura, tem apresentado dificuldades ao realizarem uma Narrativa de Aventura de maneira adequada. Com base neste problema, procuramos encontrar uma metodologia que envolvesse mais os alunos e que relacionasse ou atualizasse a prática da sala de aula, com o contexto que o aluno está inserido. Os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam que a contextualização no espaço escolar dá sentido ao que o aluno aprende, motivando-o a relacionar o que está aprendendo com a sua experiência do dia a dia. Assim, ao constatarmos que a prática do ensino de narrativas está um tanto distante da realidade dos discentes, buscamos uma teoria que está mais relacionada a sua realidade, muitas vezes multimidiática: com internet, cinema, hipertextos e etc. Nosso projeto foi desenvolvido para ajudar a criar as narrativas de aventuras conforme conceitos do roteirista Christopher Vogler. Para fazer uma Narrativa de Aventura mais apresentável e interessante ao leitor deve se seguir 12 etapas, que auxiliam na formação de sua história. Objetivos Padronizar as narrativas de aventura, tornando-as mais fáceis de serem desenvolvidas; Ajudar na forma de ensino dentro das salas de aula. Metodologia Utilizamos como material a Jornada do Herói proposta por Vogler. Nela há 12 etapas que o hérói percorre até o final da história. Para a realização da pesquisa participaram alunos do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Jardim Montesano, de Itapecerica da Serra- SP, no ano de 2015. Inicialmente foi solicitado uma produção textual do gênero narrativa de aventura, para isso tiveram no mínimo duas horas para realizarem. No dia seguinte explicamos para a turma a Jornada do Herói, uma etapa por vez. Após, os educandos assistiram trechos de filmes recentes conhecidos por eles que seguem sabidamente o modelo proposto, como o filme Avatar. Propomos ainda que assistissem, na íntegra, ao filme ‘Indiana Jones – a última cruzada’ do Diretor Steven Spielberg, que possui a estrutura clássica da Jornada do Herói. Por último solicitamos novamente uma outra produção textual do gênero narrativa de aventura, com o mesmo tempo de duração para realizarem. Resultados

Para obter os resultados, comparamos uma narrativa com a outra e analisamos a incidência das etapas propostas na Jornada do Herói. Antes da intervenção as produções textuais tiveram em média 6 etapas, sendo as mais frequentes: Chamado a Aventura; Travessia do Primeiro Limiar e Provocação Suprema. Após a intervenção, a incidência das etapas foram de 9 à 10 e as que mais apareceram foram: Mundo Comum; Chamado a Aventura, Travessia do Primeiro Limiar; Provacação Suprema; Testes, Aliados e Inimigos e Retorno com o Elixir. Percebe-se que nas duas produções textuais a etapa "Chamado a Aventura" foi muito utilizada, isso pode ter ocorrido pois é onde o herói começa sua trajetória. A etapa "Travessia do Primeiro Limiar" apareceu com frequência por ser a etapa na qual o herói entra em sua aventura. E a etapa "Provocação Suprema" é o ato heroico, o que o tornará um herói de fato. A etapa na qual demonstra o motivo pelo qual o herói enfrentou a aventura. Conclusão Com base nos resultados, pudemos concluir que a Jornada do Herói proposta por Vogler utilizada como uma ferramenta no ensino de Narrativas de Aventuras para alunos de 7º ano é eficaz e totalmente aplicável na sala de aula. Concluímos também que as etapas que foram frequentes nas duas produções textuais são as mais comuns e perceptíveis, fáceis de assimilar. Também pudemos perceber que no final eles pouco utilizaram as etapas, pois são mais difíceis e trabalhosas, mas deram um final na maioria com a etapa Ressurreição ou Retorno com o Elixir. Os alunos, apesar de muito jovens, sabem sim como desenvolver uma narrativa de aventura e se interessam bastante pelo gênero quando comparado com heróis nos quais eles admiram e essa comparação é possível diante do uso dessa ferramenta “Jornada do Herói”.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica: Brasília (DF), 2006 v.l. CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 1992. LIMA, Edvaldo. A Jornada do Herói e o Cristo Interno. Disponível em http://www.edvaldopereiralima.com.br/index.php/jornalismo-literario/pos-graduacao/memoria-portal-abjl/143-ajornada-do-heroi-e-o-cristo-interno MARTINEZ, Martinez. Jornada do Herói: A Estrutura Narrativa Mítica na Construção de Histórias de Vida em Jornalismo. São Paulo: Annablume, 2008.

Luciano Grassini

Referências


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