N.ยบ 05 Maio 2013
Veneza cps
Konstantin Fedorov entrevista
Stephanie miss grip
North vs South
Puget-Sur-Argens
cenรกrio
millennium
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14-15 Perfil 16-37 Millennium
46-52 Entrevista
102-122
Brotherhood Tour
Miss GRIP - Stephanie
índice 06–07 Equipa
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Editorial
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Destaque Começou
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Notícias
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Perfil Richard Pike Millennium Puget-Sur-Argens Regras Domingos Leitão
Project K Axel Gaudin Entrevista Brotherhood Tour Galeria - Art Chaos Millennium Champions
66–79
Entrevista Konstantin Fedorov 02
índice
113-123 North vs South
80-87 CPS 66-79 Entrevista
Konstantin Fedorov
128-131 Review - AXE LE 137-139
Review - FUEL SupraLite
80–87 CPS Veneza
88–101
CN Parque Emboscada
102-111 Miss GRIP Stephanie
113-123
Cenário - Warped North vs South
124-126
Pesquisa Paintball e o comportamento violento
128-131
137-139
Review FUEL SupraLite
140-143 Backstage
Review AXE LE
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Review Estilo de alto nível
Passatempo Agradecimentos
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RITA PEREIRA Responsável pela paginação da GRIP. É designer de comunicação.
PEDRO SIMÕES Editor de fotografia da GRIP. Fotojornalista credenciado e conhecido pelo seu mau feitio.
DANIEL TEIXEIRA O miúdo da GRIP. Responsável por todas as novidades do mundo da tinta.
HANDY TIMS Quem melho nos ajudar q dos designer Qualquer as relacionado imagem, é c
ANDRÉ FARIA O homem do cenário. Se mete camuflados, réplicas de armas e diversão, este homem está lá.
AXEL GAUDIN Não precisa de apresentações. Quem melhor para vos ensinar de tácticas que um dos mestres da Project K?
DOMINGOS LEITÃO Chefe de campo no Millennium e na Liga Portuguesa. Explica-te o bê-á-bá das regras.
RITA RISCA A nossa «irl traduz e at nos à brava nossas dúvi ela, vocês n entendiam!
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S or para que um rs da RSH. ssunto o com a com ele!
ZANE KJ MAÑASCO Se não estiver a disparar está a fazer magia no computador. A loucura e genialidade de design numa única pessoa.
HAILEY ADRIENNE A menina bonita do paintball mostra-nos o lado feminino do nosso desporto.
DUARTE GOMES O grande mecânico de serviço. Poucos percebem tanto de marcadores e acessórios de paintball como ele.
ADO landesa» turaa com as idas. Sem não nos !
SUSANA NOVAIS Traduz textos a velocidades fascinantes. Ainda não entregámos o texto e já foi devolvido.
ANDRÉ GOMES Um dos «putos» da equipa. Domina o Inglês e ajuda-nos a traduzir alguns milhares de palavras por edição.
GIL BELFORD Com um nome destes só podia ser tradutor… ou então era dono de uma casa de waffles.
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Propriedade de André Filipe Sobreira Garrido NIF: 227215290 Redacção: Rua General Taborda Nº3 - 1º 1070-137 Lisboa Registo na ERC: Nº 126231 Periodicidade: Trimestral
DIRECTOR EDITOR MARKETING E PUBLICIDADE FOTOGRAFIA
André Garrido (mail@grippaintball.com) André Garrido (mail@grippaintball.com) Carla Peixoto (carla.peixoto@grippaintball.com) GRIP - Photo Services Axel Gaudin by Jani Andersson
A GRIP - Paintball Magazine ou André Filipe Sobreira Garrido não são responsáveis pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias.
INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS
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editorial Por André Garrido Director GRIP
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stamos de volta! Passaram cinco meses desde a última edição da GRIP. Muitos têm perguntado o porquê desta ausência, mas este foi o plano inicial da nossa equipa. Decidimos que o paintball se vive na altura dos grandes jogos, dos grandes torneios — e não fora deles. Não fazemos esta revista por motivos financeiros, mas sim como meio de desenvolver este nosso desporto. Aos poucos fomos reparando que aquilo que escrevíamos nestas páginas era tido em conta por pessoas influentes do paintball. Inicialmente pensámos que era apenas um acaso, mas mais tarde seria impossível ignorar tantas coincidências. Começámos por ver melhorias em alguns torneios, algumas atenções extra nos pequenos detalhes e acima de tudo reparámos que tivemos uma grande influência no crescimento da mentalidade dos jogadores. Esta razão apenas é o bastante para sentirmos um enorme alento para continuar a batalhar! Nesta edição voltámos a Puget-Sur-Argens para vos contar as novidades do torneio de eleição de todas as grandes equipas. Ainda passámos por Veneza, naquele que é hoje o torneio mais polémico dos últimos anos. No que toca à vertente recreativa voltámos mais uma vez à terra da Rainha para cobrir o North Vs. South. Tivemos ainda o prazer de entrevistar aquele que é atualmente o melhor jogador Europeu de sempre: Konstantin Fedorov. Não menos importante foi termo-nos debruçado sobre a tese de doutoramento de Karine Souza, na qual é estudada a influência do paintball num comportamento violento. Para o fim, como sempre, ficam os nossos passatempos. Um novo ano, uma nova aventura! O mesmo estilo, a mesma vontade!
editorial
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COMEÇOU Começa a época: a saudade deixada por um longo inverno, com poucos jogos, faz com que todos rumem aos grandes eventos para ver as suas equipas favoritas. Sente-se a loucura no ar e ninguém se inibe de gritar, aplaudir ou apupar os verdadeiros cavaleiros do paintball.
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Europa como um todo É agora possível encontrar no site da GRIP novidades sobre as ligas mais importantes no panorama europeu. Desde o Reino Unido passando pela Alemanha, Itália, Holanda, França, entre outros, podem-se encontrar conteúdos escritos por alguns dos nomes fortes no paintball do velho continente como por exemplo Ash Chaplen, Axel Gaudin ou Fabian Dietz. Com isto a GRIP espera conseguir criar um local único onde não só seja possível conhecer os resultados mas também ficar a par do que aconteceu de importante nessas ligas.
JT Z300 z300 Rifle, assim é conhecido o novo marcador da gama JT Splatmasters. Como era de esperar o novo marcador terá maior alcance (superior a 35 metros) e maior capacidade. Para além disso o z300 vem equipado com um «stock» ajustável que permite ao utilizador obter maior conforto e consequentemente maior performance.
Layout em 3D
A PCB Game e o Millennium Series chegaram a um acordo que vai possibilitar aos jogadores terem os layouts em formato 3D. A editora do jogo XField Paintball coloca assim aos dispor das equipas e curiosos uma aplicação inovadora, leve e gratuita que permite não só conhecer o layout do campo mas também conhecer os ângulos entre obstáculos e assim ajudar a criar uma melhor estratégia de jogo.
Primetime Paintball TV Outubro de 2013 é o més escolhido para o lançamento do Primetime Paintball TV, o novo micro-canal sobre paintball. Depois de no ano passado a Shoreline Paintball ter realizado um programa piloto para testar se realmente existia audiência suficiente para manter um programa televisivo chegou-se à conclusão que existia esse espaço mas para um canal televisivo. A Primetime Paintball TV irá juntar vários fornecedores de conteúdos da indústria do paintball principal-mente do Reino Unido e da América do Norte.
notícias
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Richard Pike
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ichard Pike é facilmente reconhecido pela sua estatura. É um jogador alto e gosta de ocupar a base central de modo a controlar o jogo. Começou a jogar há cerca de dez anos em Messingham Scunthorpe e ainda hoje joga com um amigo dessa altura. Nestes dez anos apenas esteve em duas equipas além dos Disruption, sendo elas os UK Chameleons e os Fe. O paintball já o levou a muitos lugares
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perfil
distantes como a Grécia, Noruega ou a Turquia, mas o ponto alto deste ano será a viagem à Rússia onde poderá testemunhar os torneios fantásticos de que tem ouvido falar. Já ganhou alguns torneios a nível internacional mas diz que uma das melhores sensações foi ganhar a etapa de Campaign Cup em 2011 na liga SPL em frente da sua família. Diz que a vida nos Disruption nunca é enfadonha, destacando a camaradagem entre todos.
NICKNAME Pikey
DATA DE NASCIMENTO 12/02/1985
PROFISSÃO Técnico Mecânico numa refinaria de petróleo
COMEÇOU A JOGAR 2002
EQUIPA ACTUAL Birmingham Disruption
PROVAS INTERNACIONAIS Millennium Series e outros eventos e treinos em países como a Noruega, Grécia ou Turquia.
PROVAS QUE GANHOU E COM QUE EQUIPAS 1º e 2º Lugar SPL com os Disruption em 2011. 3º Lugar com os Fe em 2006 na Campaign Cup. Tricampeões CPPS.
MAIOR REALIZAÇÃO NO PAINTBALL Ganhar em frente à sua família e amigos no Campaign Cup em 2011. Ganhar o primeiro jogo profissional em CPL em St. Tropez em 2012.
Texto: André Garrido
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Puget Sur Argens 2013 tardava em começar. A última etapa deste evento tinha sido em Outubro e muitos já estavam sedentos por voltar aos campos jogar e ver os jogos das melhores equipas da Europa e do Mundo. Texto: André Garrido
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By Handy Tims
Esta primeira etapa não foi de todo o lugar mais desejado, tanto pelos jogadores, como pela organização. Tanto quanto a GRIP soube esta prova esteve para ser realizada em Milão, Itália, embora isto não passe de conversa de bastidores, onde a maioria das coisas não passam de boatos. Nas redes sociais fez-se o anúncio com algum aparato, fazendo-se apostas entre os jogadores onde seria realizada a prova. Muitos pediam para que não fosse realizada em St. Tropez, como o ano passado. Uma coisa é certa, não foi St. Tropez. E não o foi apenas por uma razão, porque o
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ano passado também não era St. Tropez. Em 2012 numa jogada de marketing o Millennium Series (MS) deu-lhe esse nome, mas muitos se queixaram e chegaram a gozar com este facto. Este ano alteraram o nome para o verdadeiro local – Puget-Sur-Argens. Não fosse já a realização de uma prova num local indesejado um factor negativo para uma organização como a do MS, dias antes da prova, numa das noites, vários obstáculos e sistemas de rede foram cortados tornandoos completamente obsoletos. Este tipo de vandalismo foi novidade no nosso desporto e cedo foi associado à pequena guerra existente
entre as duas provas internacionais: MS e São pequenas casas com três camas e um sofá CPS. Uma coisa é certa, Slava, organizador cama, com uma pequena cozinha e uma casa do CPS e jogador no MS pela equipa ICON, de banho. As condições não são a de um hotel mostrou-se preocupado com a situação de cinco estrelas, ainda por cima e desde cedo se desmarcou deste quando três ou quatro jogadores tipo de atitudes. Felizmente de paintball cheios de terra Este ano para todos os jogadores do decidem passar lá três noites. o campeonato MS estes contratempos estão Mas vamos ser sinceros, todos promete previstos e foram alterados nós já pernoitamos em coisas ser o mais atempadamente. bem piores por amor a este competitivo Apesar de toda a falta de desporto. de sempre. vontade dos jogadores na escolha Quanto ao recinto em si, estava do local, uma coisa é certa, não existe disposto da mesma forma que o ano prova onde as casas para aluguer estejam tão passado: Campo CPL e SPL lado a lado, com perto do recinto como em Puget-Sur-Argens. as respectivas bancadas, nas traseiras
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destas todo o recinto comercial com todos onde alguns atletas se lesionaram. O campo os stands das grandes marcas como é o de SPL parecia que o jogo era feito em caso da Empire, Dye, Maxs, Planet Eclipse, câmara lenta com todo o cuidado que os Anthrax, entre muitas outras. O bom tempo jogadores tinham de ter para não colocar um que se fez sentir no local fazia com que o pé em falso. público nas bancadas conseguisse usufruir Os membros de média ainda se depararam de uma paisagem digna dos grandes jogos de com uma nova política onde só os membros paintball. Na parte de trás da zona comercial autorizados podiam filmar, chegando a haver os campos das restantes divisões. autorizações específicas para cada escalão. A zona comercial estava muito idêntica a Os prevaricadores têm de pagar 5000€. 2012, tendo no entanto a zona de bar sido Segundo consta esta proibição arrasta-se renovada sendo mais central e protegida aos jogadores que não podem filmar com as da chuva e do sol. Algumas zonas de suas GoPros, o que nos parece totalmente sombra eram ainda oferecidas a todos os descabido. participantes de modo a protegeremO que se nota no Millennium e se do calor que se fez sentir nesta provavelmente em mais lugar A prova. Foi ainda interessante algum é o sentimento da família novidade ver que os pequenos stands presente. A maioria dos deste ano foi existentes o ano passado, como jogadores conhecem-se, são o novo apito nos era o caso da HK e da Anthrax, amigos, mesmo que dentro dez segundos: passaram a ter o dobro do de campo façam as piores menos confusão tamanho, o que demonstra atrocidades uns aos outros. E e menos falsas que apesar das dificuldades este sentimento não é apenas partidas. económicas mundiais o paintball relativo aos jogadores mas a toda a continua em crescimento, pelo menos no equipa técnica do Millennium que ano após que toca a produtos relacionados com o estilo anos estão presentes para tentar dar o seu pessoal. melhor. O ponto negativo a apontar relativamente Este ano o campeonato promete ser dos ao recinto estava relacionado com uma das mais competitivos, senão o mais competitivo «peças» mais importantes do jogo – o chão. de sempre, pelo menos no que toca à liga Vamos ser directos e brutos em relação a este CPL. As presenças dos campeões norteassunto: Não se pode exigir um pagamento americanos Houston Heat, que vieram tão elevado às equipas e jogadores, sejam substituir os Damage, e da equipa bandeira eles profissionais ou amadores, quando da Empire – Os Infamous elevaram a parada uma das «peças-chave» de todo um jogo de desta liga. Os vizinhos Canadenses Impact competição é completamente imprevisível. E que após um ano numa parceria com os não falamos de um desnível ou de um outro Dynasty assumem o comando por completo da buraco, falamos de verdadeiras trincheiras equipa na Europa, são outra das equipas de
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excelência desta prova. Não bastassem essas provavelmente devido a motivos económicos. equipas para fazer um grande campeonato, O que é certo é que estiveram menos ainda se juntam os óbvios Art Chaos de 21 equipas presentes nesta prova e uns recém-chegados Polar comparando com o mesmo período Bears, já para não falar dos do ano passado. Mas nem tudo As internacionais TonTons ou são coisas más, pois esta Poison Ivy ainda a equipa europeia da diminuição de equipas fez com são as DYE – Nexus. Claro está que que o calendário fosse muito embaixadoras qualquer uma das outras mais relaxado, principalmente do paintball equipas pode criar surpresas para os árbitros que há muito feminino. numa divisão onde a velocidade tempo não tinham uma prova e inteligência estão aliadas a uma com um calendário adequado ao criatividade extrema. profissionalismo que desempenham. Mas já iremos a esta divisão. No entanto, já foi divulgado que a prova Foi notório o menor número de equipas de Bitburg vai ter um aumento acentuado de inscritas nesta prova do Millennium, talvez equipas obrigando a um aumento de vagas na pela localização não agradar a todos ou Divisão 2 e 3.
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A grande novidade, que se calhar para muitos passou despercebida, foi o uso de um novo apito nos dez segundos. Em vez de fazer apenas o apito de arranque passou a apitar durante os dez segundos, em todos os segundos. É mais uma forma de fazer com que não haja enganos nos arranques, quando existem apitos noutros campos, e ao mesmo tempo evita falsas partidas pois todos estão cientes da contagem. Como já é normal a rotatividade da Divisão 3 é imensa, havendo equipas que apenas vão fazer uma ou duas provas para experimentarem o formato Millennium. Não
é de estranhar portanto que duas das equipas que ficaram nos quatro primeiros lugares nunca tenham participado na prova europeia. Com um total de 24 equipas, desde cedo se percebeu quem eram aquelas que iam lutar por estar nas finais, pois ficaram todas em primeiro lugar dos seus grupos, sem terem sentido grandes dificuldades. Nos quartosde-final a única que não conseguiu vencer por 2:0, na divisão onde se joga à melhor de três, foram os Evil Men que ganharam por 2:1, passando assim para as semifinais. Nesta fase já todos os jogos são mais difíceis, de qualquer maneira os Apocalypses ganharam
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sem grande dificuldade, enquanto o jogo têm crescido e depois de o ano passado entre Evil Men e Bulldog ficou nos 2:1 desta terem conseguido fazer os Scorpions Milano vez sem a mesma sorte calhar à equipa dos subir de divisão, este ano contam já com Evil Men. As finais foram todos jogos muito duas equipas em quarto e quinto lugar da pensados que obrigaram todas as equipas geral. Ainda é curioso ver uma equipa a lutarem até ao fim, ficando composta só de mulheres, falamos ambos os jogos 3:2. Na luta pelo das Poison Ivy, que conseguiram Os Dogs primeiro lugar os Apocalypses um sexto lugar nesta prova. D Amour superaram os Bulldog, Esperemos que continuem a esperam a vinda enquanto na luta pelo terceiro de Ollie Lang para melhorar, porque sem dúvida lugar os Hitsquad ganharam aos o sucesso desta equipa pode recuperar de Evil Men. significar mais jogadoras no um verdadeiro Na Divisão 2 a única equipa nosso desporto. Na fase dos desastre. reincidente nos lugares cimeiros são preliminares apenas duas equipas os Elite. O ano passado tinham ficado se destacaram pelos seus resultados, em sexto na geral tendo conseguindo um falamos dos Extreme e dos Joker. A primeira quarto lugar em Paris – Disney. É interessante venceu todos os jogos por 4:1 enquanto reparar que as equipas Italianas aos poucos a segunda ganhou dois jogos por 4:0, no
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terceiro teve mais dificuldades, contra os Black Legion, que venceu por 4:2. Nos 16 avos de final houve de todo o tipo de jogos, dos fáceis, dos intermináveis e daqueles que foram até ao último ponto. Nesta fase destacaram-se as Poison Ivy, os Lucky 15s, os Icon 2, os Italian Idols, Diaspora, Extreme Neapolis, Low life e os Uddevalla. Os quartos de final foram quase todos corridos a 4:0 ou 3:0, exceptuando o duelo italiano entre os Extreme e o Italian Idols, onde a primeira
equipa saiu vencedora por 4:3. Nas semifinais os mesmos Extreme tiveram dificuldades contra os Elite e perderam o jogo por 3:2. Quanto ao outro jogo os Diaspora venceram com o mesmo resultado contra os Lucky 15s. As finais, ao contrário do que seriam esperar foram jogos muito fáceis para os vencedores. Os Elite venceram 4:1 os Diaspora e os Lucky 15s venceram por 4:0 os Extreme Neapolis. Na divisão acima – Divisão 1 – é interessante ver que os Scorpion Milano, mais uma
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equipa italiana, ficaram em segundo lugar No entanto, esperam-se grandes resultados da geral após terem subido de divisão o nas próximas provas, quando Oliver Lang vier ano passado. Obviamente a ajuda de Max jogar com a equipa grega. Nos preliminares Lundqvist é uma das razões do sucesso, mas nota-se claramente que estamos numa divisão as equipas apostam tudo o que podem para muito difícil, todas as equipas que passaram ganhar. Nesta divisão as coisas já são muito à fase seguinte perderam um jogo. Na fase mais sérias, qualquer deslize, qualquer seguinte as equipas que se destacaram foram momento de desconcentração pode ditar os novatos Force Majeaure que venceram por o rumo do jogo. Na primeira fase a equipa 4:0 os Dagnir Dae e os RMG que venceram por que mais se destacou foram os Fighter Pro4:1 os Kosmos. Nos quartos de final a única Shar, que venceram todos os jogos da fase de equipa que não teve qualquer dificuldade em grupos, voltando a ganhar nos 16 avos contra vencer o seu jogo foram os London Tigers que os Vision PPC. Nesta fase todas as equipas cilindraram os Boost Air por 4:0. Os restantes venceram pela diferença de apenas um ponto, jogos ficaram todos nos 4:3, tirando o caso por 4:3 ou 3:2, exceptuando os Scorpion do jogo que defrontou os Comin At Ya Milano que venceram por 4:2. Até e os Ugly Ducklins que foi ganho às finais os resultados das equipas por 3:2 pela primeira equipa. CPL está vencedoras foram quase sempre para as restantes Nas semifinais todos lutaram fáceis. Mesmo na final entre sem tréguas, mostraram que ligas como a os GFI London Defiance e os piscina dos adultos não estavam para deixar fugir Scorpion Milano, foi um jogo está para a piscina nenhum ponto na classificação muito fácil para os britânicos final. No grupo A, os Comin At das crianças. que deram 4:0 à equipa italiana. Ya lutaram com os London Tigers Na luta pelo terceiro lugar já foi uma fixando o resultado nos 4:2 e no luta até ao final saindo vencedores, por 4:3, grupo B os Russos Force Majeure ganharam os Instinct Gemoss sobre os Bad Boys. por 3:2 num jogo acabado pelo tempo. A luta Mais um degrau na escadaria das divisões, pelo primeiro e terceiro lugar foram jogos maior a dificuldade. SPL é sem dúvida onde as estudados, inteligentes, muito tácticos e daí equipas se fazem, onde as equipas mostram o resultado 3:2. Os Russos venceram os Comin que estão a jogar a sério ou simplesmente at Ya, por 3:2, ficando em primeiro lugar. a trocar umas bolas. Existe uma linha clara Resultado idêntico teve o outro jogo que entre aquelas que deixam todo o suor em que opôs os London Tigers que venceram os campo e aquelas que deixam o dinheiro sair Hellwood Paris. pelo cano sem qualquer sentido. O resultado CPL está para as restantes ligas como mais estranho desta liga foi possivelmente a piscina dos adultos está para a piscina dos Dogs D Amour, muito devido às saídas da das crianças. Não existe comparação com equipa, principalmente de Chad George que o que se passa no campo desta divisão joga este ano com os Houston Heat em CPL. com qualquer outra divisão. Há pontos
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que demoram poucos segundos, porque Polar Bears, Syndicate e Carnage, foi um uma das equipas simplesmente vacilou; grupo demasiado fácil para as duas equipas a qualidade dos árbitros é obviamente russas. Os Art chaos não perderem qualquer superior e é comum ver uma equipa corrida a jogo nesta fase de grupos, tendo ganho os penalizações porque um jogador tentou primeiros dois jogos por 5:0 e tendo feito esconder ou limpar um tiro; não um jogo digno de final contra os existem tiros dados ao acaso e é Polar Bears ficando em 5:4. Os Era mais onde estão sem dificuldade mais Polar Bears venceram os dois provável os de dez fotógrafos em campo. restantes jogos passando em Breakout Spa Para além disso ainda tem ganharem a lotaria segundo. um comentador, em directa No grupo B a ordem de do que ganharem comunicação com o chefe de classificação não foi surpresa. qualquer um campo, a explicar e espicaçar Os Infamous ficaram em primeiro, dos jogos. toda a bancada, que ao contrário mas mesmo ganhando os três do ano passado se mostrou muito jogos tiveram alguma dificuldade no profissional e sem por em causa o trabalhos primeiro jogo contra os Icon. A presença dos das equipas de arbitragem constantemente. Infamous são uma das grandes novidades No grupo A composto pelos Art Chaos, desta prova e aquilo que mais os destaca é o
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seu equipamento preto com alguns jogadores a usar máscaras com formas de caveira. No segundo lugar ficaram os Icon que tirando o jogo contra os Infamous ganharam os restantes jogos contra os Disruption e os Ducks. O grupo C era o grupo da morte. Logo à partida os Breakout Spa sabiam que era mais provável ganharem a lotaria do que ganharem qualquer um dos jogos. Mesmo assim, ainda tentaram dificultar a vida aos norte americanos Houston Heat. Os Houston Heat foram provavelmente a surpresa da prova, que se queixaram das arbitragens europeias para justificar os seus resultados. O que é
facto é que já existe uma tradição de muitas equipas norte americanas terem dificuldade em adaptar-se ao estilo de jogo europeu. Este mau resultado, com duas derrotas por 5:1, veio ainda alimentar mais a polémica que esta equipa sem os russos, que jogam pelos Art Chaos no Millennium, não passa de uma equipa banal. Na primeira posição deste grupo ficaram os canadianos Impact que têm um dos jogos mais bonitos de assistir, onde nada é deixado ao acaso e apoiado na mestria de algumas individualidades como Tim Montressor, Ryan Moorhead ou Justin Rabackoff. Esta equipa venceu todo os jogos por 5:1, deixado o segundo lugar livre para
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a derrota dos Art Chaos, que começaram por os Tontons que perderam o jogo contra os ganhar 2:0 mas os Impact conseguiram dar a Canadenses. volta e vir a ganhar o jogo por 5:4. No último grupo tudo era uma incógnita. Faltavam apenas as finais. Os Impact Em primeiro lugar ficaram os Nexus, que com toda a sua experiência, agressividade e tínhamos visto semanas antes no CPS em criatividade individual estariam em vantagem Veneza a jogarem como uma verdadeira perante uns TonTons tácticos, arrojados e ao equipa amadora. E nem é o facto de Marcello mesmo tempo chegando a ser manipuladores Margott estar a jogar pelos britânicos que na forma de jogar? Mas antes haveria a luta justifica esta subida de forma. Eles jogaram pelo terceiro lugar, onde os Polar Bears bem, tinham a lição estudada, tudo corria teriam oportunidade de tentar vingar o na perfeição. Jogos sólidos e provavelmente resultado que tiveram na fase de grupos nesta fase uma das equipas mais coerentes contra os Art Chaos. tendo ganho 5:1, 5:0 e 5:0. Os Outrage No entanto entre este combate de ficaram com o segundo lugar, deixando russos, os artistas do caos levaram para trás os Vision e os Instinct. Os a melhor sobre os Polar Bears Instinct após um ano de sonho A escola fixando o resultado em 5:1. o ano passado fizeram um 13º russa é Na final todos apoiavam lugar. provavelmente a equipa francesa. TratavaNos quarto-finais os Tontons a melhor escola se de um duelo não só entre mudaram. Tornaram-se uma do mundo de equipas, entre países, mas equipa assassina, pronta a paintball. principalmente entre continentes: dizimar quem lhes aparecesse America VS. Europa. Das bancadas à frente. Pegaram em toda a ouviam-se palmas, assobios, berros. experiência que trouxeram dos Estados Todos estavam ao rubro. As probabilidades Unidos e deram uma lição de paintball aos apontavam para uma vitória dos Impact, Infamous vencendo 4:2. Noutro jogo os afinal os franceses apenas ganharam uma Art Chaos passearam em campo contra os única prova de Millennium, a prova de franceses Outrage ganhando por 5:1. Fortuna Londres no ano passado. Foi um jogo renhido, idêntica tiveram os Impact que fizeram 5:2 duro, com os nervos à flor da pele, jogadas de contra os Icon. O jogo mais disputado foi sonho, muitas vezes arriscadas. Ponto a ponto aquele que opôs os britânicos Nexus contra o jogo ia sendo feito, e a última equipa tocar os Polar Bears. Os russos, vindos da divisão nos buzzer foram os Tontons. O delírio foi inferior mostraram que não estavam para grande nas bancadas, a equipa abraçava-se brincadeiras e ganharam aos Nexus por 5:4. e agradecia atirando máscaras e battlepacks Nas semifinais os Tontons continuaram a ao público. Uma coisa é certa, estes Tontons mostrar que não queriam perder no seu país não são a mesma equipa do ano passado. O e tiveram um jogo muito dificultado frente objectivo deles é simples: destronar os Art aos Polar Bears. No outro jogo a surpresa foi
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Chaos como a melhor equipa europeia. delas subido o ano passado, como ainda ter Puget-Sur-Argens foi uma lufada de ar uma nova equipa em primeiro lugar em SPL. fresco no que toca á competição em A próxima prova começa já no si. Excelentes jogos de paintball, próximo dia 24 de Maio num muitas vezes discutidos até ao dos mais clássicos recintos O objectivo último segundo. A presença de Europeus – Bitburg – e uma dos Tontons é equipas não europeias faz com simples: destronar coisa é certa, tudo ainda que o nível suba e obrigue os os Art Chaos como está em aberto, se no ano «nossos» jogadores a terem de passado havia claramente dois a melhor equipa se esforçar ainda mais. favoritos: Art Chaos e Dynasty; europeia. Continua a ser claro que a este ano ninguém sabe o que escola russa é provavelmente a poderá acontecer. Para já venceram melhor escola do mundo de paintball, os franceses Tontons, mas estamos certos seja com duas equipas classificadas entre os que a concorrência não os quer a rir durante quatro primeiros lugares de CPL, tendo uma muito tempo. •
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os árbitros Por Domingos Leitão
Já tivemos oportunidade de falar mais jogadores que deixam de jogar para se anteriormente neste espaço sobre regras e dedicar à arbitragem ou até mesmo pessoas regulamentos, nomeadamente, alterações que nunca jogaram e abraçam uma carreira na e diferenças nos livros de regras existentes arbitragem de raiz. Existem também, e cada nos quatro cantos do mundo. Chegou a hora vez em maior número, organizações (PSP, MS, de nos dedicarmos às pessoas que têm a EPBF, federações nacionais, entre outras) que obrigação de aplicar os rulebooks dentro do regulam os torneios e apoiam os corpos de campo – os árbitros. arbitragem nas suas diversas vertentes. Como é do conhecimento geral, os Hoje em dia nos torneios e divisões de topo primeiros árbitros de paintball eram é comum que os árbitros sejam pagos, o que igualmente jogadores, razão pela qual era permite também outro tipo de exigência e frequente ouvir após o término de Era comum existirem insinuações um jogo, trocas de comentários com insinuações a arbitragens de arbitragens tendenciosas devido tendenciosas para favorecer aos árbitros serem jogadores. as equipas que arbitravam na classificação do torneio porque o seu pagamento era, na maioria das vezes, em compromisso dos mesmos. Esta especialização pontos para o ranking desse mesmo torneio. também tem permitido melhorar a relação Nessa mesma altura, também não existiam entre jogadores e árbitros tendo diminuído o estruturas reguladoras de torneios que número de conflitos, bem como, aumentado monitorizassem e actuassem disciplinarmente o respeito pelo trabalho desempenhado pelas no caso de arbitragens tendenciosas ou as equipas de arbitragem. protegessem de pressões de equipas ou Um dos pontos fundamentais para um jogadores. torneio de topo de sucesso e que pretende ter Felizmente que nos últimos anos estas o reconhecimento por parte da comunidade tendências têm-se invertido e há cada vez de paintball internacional é sem dúvida
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a contratação de uma equipa de árbitros dedicada, isto é, profissional. E como é que alguém se torna árbitro de paintball? Em primeiro lugar, tem que ter a
certeza de que quer mesmo seguir estas pisadas, depois é necessário apresentar-se com total disponibilidade física e mental independentemente do número de dias. Estes três elementos são indispensáveis
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e fulcrais. Arbitrar não se resume a aplicar • Aplicar as regras e regulamentos para que regras, é necessário tomar decisões correctas o jogo se possa desenrolar de acordo com os e é imprescindível estar à altura do desafio. seus princípios; É natural que árbitros com pouca prática • Reportar ao Chefe de Campo toda e revelem hesitações quando chamados a qualquer situação que ocorra; intervir nas primeiras situações mas nada que • Usar sinalética correcta e adequada a cada com a prática não se aperfeiçoe. Arbitrar não é só aplicar regras, Com a experiência adquirese também a sensibilidade para é necessário estar à altura do desafio. sentir o pulsar do jogo, para que este flua de forma natural, somente uma das situações que ocorrem (ajuda a interferindo para o cumprimento objectivo comunicação com jogadores e público); de regras. Em síntese, manter a disciplina • Adoptar um posicionamento dinâmico e a ordem e deixar os jogos fluírem durante os jogos que lhe permita tomar naturalmente. uma decisão no mais curto espaço de tempo De seguida, vamos enunciar mais algumas possível com o mínimo grau de incerteza; directrizes que um árbitro deve garantir • Ter um comportamento exemplar durante durante a jornada a que se propôs arbitrar: toda a jornada que estiver a arbitrar;
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• Garantir a ausência de situações de distração dentro e fora do campo; • Ser pontual, imparcial, coerente e consistente; • Manter em qualquer situação uma linha consistente de comunicação com outro árbitro (trabalho de equipa); • Mover-se na direcção do jogador para qualquer acção necessária. Resumindo, os deveres dos árbitros vão desde o juízo correcto de uma eliminação por um impacto até à eliminação de jogadores por infracção das regras e regulamentos existentes. Por último, o árbitro deve ter em mente que deve ser sempre discreto. O centro das atenções deve ser o jogador e nunca o árbitro. •
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as zonas Por Axel Gaudin
O paintball, como todos os desportos colectivos, não foge à regra: cada jogador tem uma posição em campo, logo, uma forma de jogo característica. Se tivermos como exemplo o futebol de alta competição, um avançado é exclusivamente… um avançado; um defesa, um defesa, e assim sucessivamente. Encontramos muito raramente um defesa de formação começar um jogo como avançado, ou vice-versa. Cada um não se preocupa apenas em desempenhar o seu papel de avançado ou defesa, todos participam no trabalho coletivo enquanto o jogo decorre. A forma de jogar futebol e os riscos que se tomam no momento em que se está em posse da bola dependem em grande parte da posição que se esteja a jogar e do local onde se está posicionado no jogo. Para ser mais claro, um defesa procura relançar o jogo se estiver em posse da bola, ou cortar a bola se estiver num momento defensivo. O meio campo faz a junção entre o ataque e a defesa, enquanto o avançado procura acima de tudo marcar golo e realizar algum trabalho defensivo. Os bons defesas raramente mantêm situações de posse de bola,
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pois isso implica correr certos riscos, tornandose demasiadamente perigoso caso cometam um pequeno erro, visto que nesse caso não existe ninguém mais recuado que o posso corrigir. Em futebol, chamamos a isso «l’effet de zone de Laurens». Grosseiramente podemos dividir um campo de futebol em três partes e atribuir uma cor a cada uma. A zona onde se defende é a vermelha, a zona central é a laranja e a zona de ataque a verde. Este código de cores indica claramente quais são as zonas onde se podem correr riscos, e em que medida.
É importante compreender o efeito de zonas no paintball: vermelha, laranja e verde. Numa zona verde, ou seja, a zona onde os avançados progridem, um jogador pode atrever-se a correr um risco para marcar golo, podendo ocorrer perda de bola pois atrás dele ainda estão duas zonas para que a sua equipa possa defender. Mas um defesa em zona vermelha não pode correr riscos, não pode perder a bola, pois está sujeito a sofrer
um golo adversário. Este efeito de zona existe no paintball mas não se aplica da mesma forma, muito simplesmente porque todos os jogadores têm em sua posse um marcador que permite eliminar qualquer um em qualquer parte do campo. É fundamental conseguir perceber se na posição onde vamos jogar iremos correr riscos ou não, se vamos permanecer em jogo ou não, e, finalmente, estimar se podemos colocar em risco a nossa própria eliminação negligenciando aquilo que se pode trazer à equipa. Vou dar dois exemplos concretos sobre duas posições: — Imaginemos que somos avançados.
Avançamos numa lateral sem correr grandes riscos, esperamos que o nosso adversário falhe um pormenor ou cometa um erro, tentamos obrigar o adversário a recolher ao obstáculo e aproveitar a oportunidade para avançar. Uma vez chegados aos 50 o mais difícil está feito, no entanto, é nesse ponto se cometem mais erros. Muitas vezes o avançado diz «cheguei, agora é sempre a bombar». É um erro. Este local é uma zona vermelha. Conseguimos alcançar uma vantagem enorme sobre o adversário, logo, devemos tentar a todo o custo não ser eliminados. É melhor não jogar se dois adversários estão à nossa espera em cada lado do nosso obstáculo: estamos a fazer o nosso trabalho, estando
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a monopolizar dois jogadores sem estarmos zona, estamos em zona vermelha, ou seja, sequer a disparar apenas por estar naquela NÃO PODEMOS SER ELIMINADOS. Devemos, sim, zona. Não é inteligente construir uma boa tirar partido do posicionamento em campo. jogada durante um minuto ou um minuto e — Neste segundo exemplo, somos back meio para alcançar os 50 e de seguida entrar players, o nosso avançado conseguiu um em «guerra» com um adversário, ignorando bom avanço e está nos 50, e estamos dois se este é melhor ou não que nós próprios obstáculos atrás dele. A equipa adversária e colocando em risco toda uma Na zona vermelha devemos tirar boa jogada, podendo vir a ser eliminado enquanto o tempo partido do posicionamento em campo. corria a nosso favor. Neste caso, deve-se esperar pelo erro do adversário, se não conseguiu ir mais longe do que a linha erros existirem; se tal não suceder, devemos do nosso «espelho». Estamos, portanto, em manter-nos vivos e esperar que os nossos vantagem no terreno pois o nosso avançado colegas de equipa tirem proveito do facto de está mais à frente do que o deles. O nosso dois adversários estarem focados em nós. papel neste caso é redobrado. Ajudar o nosso Voltando à questão das zonas, até chegar avançado a utilizar melhor o seu obstáculo, ao obstáculo dos 50 o avançado está em zona colocando para dentro o adversário que está laranja, ou seja, correr-se-ão alguns riscos disparando sobre ele, mas sobretudo, impedir para lá chegar; mas, uma vez alcançada essa que a equipa adversária consiga recuperar o
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seu atraso em campo, bloqueando o avançado para que ele não suba mais. Neste caso, não devemos entrar em guerras loucas ou correr o risco de ser eliminados; o nosso adversário tem dois obstáculos de atraso em relação ao nosso avançado, fazendo com que tenhamos um «Joker». Devemos a todo o custo incomodá-lo e impedi-lo de subir mas SEM SERMOS ELIMINADOS: estamos em zona vermelha, é proibido ser eliminado, pois ninguém está atrás de nós para impedir a progressão da equipa adversária. Devemos disparar para a entrada do obstáculo e, caso o adversário entre em guerra connosco e for perigoso, recolhemos ligeiramente e disparamos para a entrada do obstáculo seguinte. Estando a disparar, continuamos a fazer o nosso trabalho de bloqueio e prosseguimos assim a ajuda ao nosso avançado. Se não for possível disparar, o adversário terá alcançado o obstáculo à frente, estando apenas a um de distância do nosso avançado. Neste caso, devemos a todo o custo impedi-los de nos igualarem em termos de domínio territorial. Estamos agora em zona laranja/verde, o «Joker» foi usado e temos de dar tudo para manter o nosso avanço. Finalmente, esta noção de zona é de certa forma diferente em relação aos outros desportos coletivos pois não depende unicamente da posição no terreno, mas também da situação num dado momento. Deveremos ser capazes de avaliar em que altura podemos correr um risco, pois um mau timing pode levar à nossa eliminação. Tudo isto é a arte do paintball: saber quando mudar o compasso de tempo e alternar correctamente entre a agressividade e o
controlo do jogo. A fim de melhor compreender tudo isto, veremos no próximo número como aplicar na prática todos estes passos em relação às três posições chave em campo — ou seja, o avançado, o médio e o defesa —, definindo corretamente o papel de cada um no jogo. Entretanto, mantenham no espírito que o paintball de alto nível joga-se, acima de tudo, com a cabeça, e não com o marcador. •
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Entrevistámos os quatro jogadores mais mediáticos que o paintball vai ver este ano. Falamos de Greg Hastings, Sonny Lopez, Wolf e Joshua Boomer, jogadores responsáveis pela Brotherhood Tour. Texto: André Faria Fotografia: DR
GRIP: Como conseguiram reunir estes jogadores numa equipa, a Joint Task Force? Boomer: Em tempos, o Wolf veio ter com o capitão de equipa para uma entrevista. Dois anos depois, após muitos jogos, eventos e grandes jogos de cenários juntos, os ODST Paintball queriam retribuir com algo para o desporto que adoram. Já existiam relacionamentos entre o Sonny e o Greg, e eu, para ser honesto, corri riscos. Como a Brotherhood é a principal motivação para todos aqueles que jogam paintball, facilmente se via nisto um risco positivo para o paintball. Por esse motivo, com Sonny Lopez, Greg Hastings, Wolf, Aztek, Sarge Morin e mais alguns jogadores dos ODST, pretendemos fazer um vídeo que não será esquecido facilmente. GRIP: Quais são os vossos pensamentos sobre esta aventura? Wolf: Acho que irá ser uma experiência fantástica, onde vamos conhecer e jogar com jogadores de vários países da Europa e divertirmo-nos juntos. Nós os três já nos encontrámos muitas vezes em campo como
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Brothe amigos, mas agora é nos possível partilhar esta viagem juntos. Boomer: Eu acho que vai ser o início da viagem da nossa vida, como uma tour de uma estrela de rock. Jogar paintball contra os melhores do Mundo, com os melhores do Mundo! Um verdadeiro teste de guerreiro sem quaisquer efeitos secundários!
erhood tour Sonny: Mal consigo esperar! Sinto-me abençoado e entusiasmado por partilhar esta aventura com um grupo excepcional. Toda esta ideia de filmar um documentário aumentou muito o meu interesse porque pode ser uma forma de alcançar novos jogadores ou aqueles que experimentaram uma vez e não ficaram logo viciados. Isto
pode ser um veículo para trazer mais pessoas para o desporto. Greg: Já fui a eventos destes antes, por isso já sei o que esperar. Estes são alguns dos melhores eventos em alguns dos melhores campos do Mundo. Tenho de concordar com os rapazes, é épico. Fazer equipa com colegas, com a mesma paixão, para fazer
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«Jogar paintball contra os melhores do Mundo, com os melhores do Mundo!» este desporto crescer é ainda melhor. O nosso plano de diariamente fazer um update aos fãs será muito interessante. Tenho que admitir que estou um pouco nervoso. GRIP: O que esperam descobrir durante esta tour, que seja diferente do cenário de outros jogos? Boomer: Basicamente, isto é o Woodstock do paintball. Esta tour vai incluir quatro
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países diferentes, assim como tecnologia, marcadores e reviews de equipamentos dos jogadores que os usam todos os dias. As pessoas vão conseguir entrar na vida de um jogador profissional de paintball durante um mês inteiro e no fim do documentário sentirse-ão como se fossem eles próprios que o tivessem feito. Ao usar mais de dez câmaras Replay HD conseguiremos capturar todos os ângulos e produzir um filme de qualidade
cinematográfica. GRIP: Algum de vocês tem alguma experiência internacional prévia? Sonny: Sim, eu fui afortunado o suficiente para ter jogado em Aruba, no Canadá, na Malásia, em França, talvez mais de que não me consigo lembrar neste momento. Já participei em eventos noutros países onde não joguei, como nos Países Baixos. Mas esta tour é um pouco diferente, maioritariamente aventuras num evento e um país de cada vez. Nesta tour vamos a múltiplos eventos e a múltiplos países. Vai ser especial. Greg: Ganhei o meu primeiro evento profissional na Dinamarca com os Ground Zero há uns anos atrás, e já viajei na Europa por causa do paintball. Mas os amigos que fiz e a aventura fazem-me sempre voltar. Mas não gosto nada de voltar ao Canadá! Os homens que trabalham na fronteira são muito exigentes comigo. Mas eu consigo sempre entrar…e escapar! Wolf: Já joguei por todos os Estados Unidos e pelo Canadá, uma vez no México, em Inglaterra, e é simpático aumentar o currículo. Boomer: Só no Canadá, mas estou entusiasmado para fazer um upgrade do meu jogo para o nível seguinte! GRIP: O paintball é paintball em qualquer parte do Mundo. O que é que vos motiva a jogar internacionalmente? Sonny: Eu acho que é muito interessante como o paintball é visto de forma tão diferente em tantos locais. Nalguns países não é permitido disparar com uma velocidade
«O nosso plano é fazer um update diário para os fãs.»
tão elevada. Noutros países não se pode usar camuflagem. Noutros é considerado quase um desporto nacional e a família real vem ver o evento. Eu gosto de ver diferentes promotores em diferentes países com perspectivas únicas em relação aos jogos
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baseando-se nas suas leis e limitações. Eu costumava pensar que nunca iria ser parte das festas dos jogadores cool. Mas os PALS e a World Cup Asia (WCA) mostraram-me que é possível fazer uma boa festa com jogadores de paintball. Allan Phang, toda a equipa da WCA e todas as empresas de patrocínios fizeram uma das mais fantásticas festas da WCA no último Novembro. Deume esperança de que outros consigam ver o sucesso das festas dos jogadores da WCA e simulá-las. Essa foi uma festa que nunca irei esquecer. Viajar para jogar paintball internacionalmente é um sonho que se torna realidade e que definitivamente me entusiasma. Eu vivo para jogar paintball e estou no paraíso quando viajo para um país que me é desconhecido para jogar e fazer novos amigos. Greg: Paintball não é paintball em todo o lado do Mundo. O jogo é diferente quando jogo fora dos Estados Unidos. Talvez porque sou um dos poucos norte-americanos que joga nesses eventos. Eu geralmente encontro soldados do exército colocados na Alemanha, gente que se mudou para outro continente, mas sinto a necessidade de jogar melhor ainda, para mostrar honra e maior fairplay. O que me motiva? Jogar com mais intensidade quando estou noutro país. Tem de ser. Wolf: O paintball varia conforme o sítio onde vamos, nalguns países só os adultos têm permissão para jogar, em França há alguns campos onde nos deixam jogar apenas com a protecção dos olhos, o que parece uma loucura para os jogadores norte-americanos. Para jogar num nível
internacional, especialmente em cenários onde a experiência é muito diferente, há que se saber aprender outras culturas, o que torna o desporto muito mais desafiante. GRIP: Finalmente, algumas palavras para os leitores e fãs da GRIP? Sonny: Para todos os leitores e fãs da GRIP, vamos jogar paintball, venham ter connosco a estes eventos! As minhas palavras finais são: sigam os vossos sonhos a todo o custo. Nunca ouçam alguém que é negativo e que parece ter sempre uma nuvem negra à volta da cabeça. Essas pessoas nunca irão a lado nenhum a pensar assim e vão vos retrair de seguirem os vossos sonhos. Venham ter connosco ao longo desta tour para nos
encontrarmos nos jogos que teremos e por favor apoiem os nossos patrocinadores! Vão ver a ODST um dia destes e certifiquem-se de que vêem o documentário quando ele sair. Todos juntos conseguimos promover o Paintball! Greg: Obrigado por cobrirem a Tour of Duty, especialmente a jornada da Brotherhood. Todos nós agradecemos aos media do paintball pelo que fazem. Mal posso esperar para viajar com a Wolf, uma vez que nunca viajámos juntos. Eu e o Sonny já, em muitas ocasiões, e participar com a equipa dos OSDT será fantástico. Tenho a certeza de que criaremos meios convincentes para partilhar com os fãs! Wolf: A tour Brotherhood será uma grande experiência. Filmaremos vídeos, jogaremos
«A Brotherhood tour é o Woodstock do paintball.»
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paintball e teremos quantidades absurdas de diversão! Quero conhecer todos os jogadores fixes que me têm deixado comentários, enviado e-mails, e talvez entrar em algumas after-parties em algumas discotecas. «Where the Ladies at?!?!?!?» Boomer: Agradeço a todos os leitores e fãs desta tour! Prometemos entreter, mantenham-se ligados e vejam diariamente as brincadeiras e vídeos do que acontece atrás dos bastidores que poderão ser deixados para trás na edição! •
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Nota de redacção: Poderão seguir a Brotherhood tour em: https://www.facebook.com/ODSTeams
«Vamos usar mais de dez câmaras Replay HD para produzir um documentário de qualidade cinematográfica.»
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© 2013 Copyright Planet Eclipse Ltd. Eclipse, the Estar Logo Device, LV1, Geo, Etek and Etha are all either design trademarks, registered trademarks or trademarks of Planet Eclipse Ltd. All other trademarks are property of their respective owners.
Photos: GRIP Des
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Falámos com aquele que é provavelmente o melhor jogador dos tempos modernos. É demasiado calmo e inesperadamente tímido, algo que não esperávamos num jogador deste nível. Texto: André Garrido
GRIP: Algumas pessoas olham para ti e vêem um puto bonito que passa o tempo a jogar paintball mas na realidade tens um curso em Direito Económico e Empresarial. Estás ligado aos teus estudos de alguma forma? Konstatin Fedorov: Não, na verdade foi apenas para estudar. Não estou a trabalhar como advogado. De momento não estou interessado em ser advogado ou algo relacionado com isso. GRIP: Que fazes da vida? KF: Actualmente vivo para me divertir. Jogo paintball, faço o que me apetece, ando de mota e uma data de coisas de que gosto. Na realidade a minha vida é… (pára de falar). Estou a viver um sonho. Tenho um trabalho que adoro, jogo paintball, ainda viajo muito… é fantástico! GRIP: Um dos grandes mitos sobre os jogadores Russos é a quantidade de
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treinos. Quantas vezes por semana treinas? KF: (Risos) Depende. Se não me sinto confortável com alguma situação em campo vou sozinho ou com o Mishka para o campo que temos em Moscovo. Podemos fazer o que bem entendermos mas a maioria do tempo treinamos dois dias por semana mais alguns drills especiais. GRIP: Que fazes o resto do dia? KF: No resto do dia eu saio com os amigos, vou trabalhar. Primeiro que tudo vou trabalhar e depois saio com os amigos e volto a casa muito tarde! Três ou quatro horas a dormir… está óptimo! GRIP: Na tua página de perfil dos Houston Heat dizes que gostas de cozinhar. Gostas realmente de fazer algumas coisas na cozinha ou é apenas uma forma de engatares miúdas? KF: (Risos) Não, não é uma frase de engate! Sabes, eu cozinho para mim mesmo e gosto de fazer muitos testes. E se gostar de fazer algo especial, aí sim, talvez cozinhe para alguém. Mas para mim cozinho de certeza. GRIP: O ano passado foste campeão Europeu de equipas e países e campeão PSP. O quão especial te sentes neste desporto? KF: O ano passado foi realmente uma loucura porque ganhámos PSP, o World Cup, o Millennium, CPS e campeonato Russo. Foi um ano «enorme»… Não sei como explicar, é algo que só sentido é que se percebe. Jogas para ganhar, é um sonho. Mas queres estar no topo, por isso tens de ganhar. GRIP: Qual é a sensação de entrar num
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campo e todos estarem a olhar para ti? KF: Sabes… na verdade é um pouco estranho porque… não sei… mas as pessoas querem aprender mais e eu tenho uma experiência enorme, viajando pelo Mundo, jogando com outras pessoas mas ao mesmo tempo eu tenho uma vida pessoal, coisas que gosto de fazer e eu nunca digo às pessoas o que fazer mas cada um tem as suas coisas especiais… É estranho mas ao mesmo tempo se jogas ao mais alto nível e se fazes um erro todos vão dizer que fizeste asneira mas se te mantiveres no topo as pessoas gostarão de olhar para ti. Na minha opinião é bom mas ao mesmo tempo é mau,
ensinaste um miúdo de 12 anos na Suécia. Sentes-te orgulhoso por ser uma referência para este miúdo e ao mesmo tempo ensinálo aquilo que fazes melhor? KF: O meu sonho é pertencer a uma equipa muito jovem e muito sedenta por prémios. Esse era o meu sonho. E adoro falar com eles porque eles estão realmente muito excitados, eles sabem quem sou porque jogo nos Art Chaos ou nos Houston Heat. Eles realmente adoram-me e treinarem comigo é muito excitante para eles. Se vejo estes miúdos sinto-me muito bem. GRIP: Um assunto mais sério. Como é óbvio não me vais dizer qual é o teu salário, mas consideras-te bem pago? KF: Na verdade não te posso dizer, mas é o suficiente para mim de momento (risos).
mas faço o melhor para a minha equipa. GRIP: Começaste a jogar com 16 anos, quando a maioria dos jogadores começa a jogar por volta dos 20. Achas que teres começado tão
«O CPS não é a nossa história, nós somos apenas uma equipa.» cedo fez de ti o jogador que és hoje? KF: Não sei… é uma pergunta complicada! Não sei mesmo… GRIP: Noutra entrevista disseste que
GRIP: Tens 28 anos… com esse salário podes dizer que tens o futuro garantido? KF: A vida é a vida e ninguém sabe como vai ser. O paintball não é um grande desporto mas eu tenho um bom salário. GRIP: Após acabar a tua carreira que pensas fazer? KF: Hhaummmm (risos) Eu nunca planeio a minha vida. O que está para vir, está para vir. E eu fiz algumas jogadas arriscadas para apreciar a vida e este desporto. GRIP: Ryan Greenspan disse o ano passado que os Dynasty não têm orçamento para te contratar. És assim tão caro que a equipa mais famosa e comercial da indústria do paintball não te consegue pagar?
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KF: (Muitos Risos) Essa é demais! Não sei, existem sempre muitos rumores a andar de um lado para o outro, mas quem sabe realmente alguma coisa para falar disso? GRIP: Todos adoravam ver-te jogar com os Dynasty. Achas que algumas vez isto poderá acontecer? KF: Nada é impossível, certo? (risos) GRIP: Como lidas com mais de 60 viagens por ano? KF: O ano passado fiz 67 voos. É estranho porque o meu corpo tem de se adaptar a diferentes horários constantemente. GRIP: És provavelmente o jogador mais criativo da história do paintball. Alguma vez pensas que vais falhar quando saltas por cima de um mini-bunker ou quando saltas para dentro da cobra? KF: Estou só a desfrutar o momento. Nunca penso num plano de jogo e apenas olho como a equipa adversária está disposta no arranque. Não consigo dizer com 100% de certeza que sei o que vão fazer, mas é o momento… se eu sinto o momento, eu vou. GRIP: De onde vem essa inspiração? KF: Apenas da excitação de jogar. Não consigo dizer como é que isso se treina. Cada jogador profissional tem as suas habilidades e se olhares para o Ryan Greenspan, Nicky Cuba ou qualquer outro… É apenas uma cena mental. Se desfrutares o momento podes fazer o que entenderes. A maneira como sentes o campo na sua totalidade, como vês todos os jogadores, como imaginas tudo, é como se
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tudo fosse replicado num local e uma vez. GRIP: Muitas vezes tens de dar autógrafos e assinar algum merchandising como fizeste ainda há uns minutos. Gostas de fazer isto? KF: Não posso dizer que não gosto mas é como dar algo em troca aos nossos fãs. Não o podes fazer só por ti, tens de dar algo em troca sempre. Se estás no topo tens de dar algo aos fãs constantemente. GRIP: Achas que os fãs são a parte principal das equipas? KF: Sim! Sem os fãs as equipas não se poderiam sentir verdadeiramente bem. Temos muitos fãs e eu aprecio isso.
«Volto para casa muito tarde! Três ou quatro horas a dormir… está óptimo!» GRIP: Apesar da fama e de todo o marketing à tua volta, não és um jogador muito comercial. Não ligas muito às redes sociais e não te expões muito. Não te sentes confortável neste papel? KF: Não posso dizer que não me sinta confortável. A minha vida é privada e é isso que eu penso. A minha vida do paintball é diferente da minha vida social. A minha vida privada é privada e todos temos os nossos momentos privados. GRIP: Numa das tuas entrevistas alguém disse que tinhas um tiro na botija e tu tinhas dito que não tinhas reparado… KF: Sim! Sim! Eu não posso dizer que fiz
batota porque a minha escola é a escola Russa… nos Art Chaos jogamos limpo, jogamos com fair play. Não gostamos de fazer batota porque no paintball é preciso ser honesto connosco mesmo. Se quiseres ser honesto contigo mesmo é muito bom. GRIP: Nunca fizeste batota? KF: Haaam Não! Nunca… de verdade… não! As pessoas nas linhas conseguem ver tudo. Se te vêem uma vez a fazer batota estás lixado.
É basicamente isto… eu não gosto de fazer batota. Se eu não fizer batota e levar um tiro, é um erro meu e apenas tenho de dizer: «Desculpem, foi um erro meu». GRIP: Noutra entrevista perguntaram-te qual era a próxima equipa com quem ias jogar e não sabias (eram os Dynasty). Jogas sempre assim, como se não quisesses saber quem é a próxima equipa? KF: Sim, a maioria das vezes eu não sei quem
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GRIP: Consegues adaptar-te quando estás em PSP ou no Millennium? KF: Sim, consigo adaptar-me porque são dois estilos diferentes. Estou certo que consigo. GRIP: Já que estamos a falar dos Estados Unidos; um dos momentos mais falados da tua carreira foi quando mudaste para os Philly Americans há alguns anos. Pensas que este foi o momento crucial que te tornou o jogador profissional que és hoje? KF: Há muito tempo joguei com uma equipa e eles ensinaram-me muito mas esse capítulo fechou-se. Dito isto, eu respeito muito aquela malta. Mas a maioria das vezes a liga norte americana é maior. Eu já tinha tido tudo na Europa e precisava de experiência. Fiz essa mudança para os Phillys para ganhar essa experiência. Durante muito tempo ninguém abandonou os Russian Legion, eu fi-lo e gostei. Foi uma grande mudança para mim. é o grupo. Por isso… (risos). O meu trabalho é jogar, não quero saber quem vai jogar. Estou em campo e se são os Dynasty ou outros quaisquer não faz qualquer diferença. GRIP: Mas os Dynasty são uma grande equipa! KF: Eu sei… Mas eu luto contra mim constantemente, não luto contra as outras equipas.
«O paintball não é um grande desporto mas eu tenho um bom salário.»
GRIP: Que estilo de jogo preferes: Americano ou Europeu? KF: O estilo Americano é mais forte e eles têm muita experiência, muitas equipas diferentes, muitas ligas diferentes…
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GRIP: Ainda hoje dizes que os Phillys são a tua equipa favorita. Porquê? KF: Os Phillys eram uma equipa diferente porque não éramos uma família mas grandes amigos e fazíamos tudo em conjunto. Se
fossemos a um bar, íamos todos juntos. Não há nada que faça esquecer estas coisas. Todos se apoiavam uns aos outros e tornámos-mos grandes, grandes amigos. É essa a razão porque gosto desta equipa. GRIP: Porque voltaste aos Russian Legion
passado dois anos? KF: O treinador veio ter comigo e perguntoume se queria regressar à equipa e ao mesmo tempo os Phillys não sabiam se conseguiam aguentar a equipa no ano seguinte. Disseramme que se eu fosse que não havia problema. Disse que gostava de tentar mais uma vez com os Legion e achei que estavam um pouco mudados. GRIP: Agora estás nos Houston Heat. Estás sempre a dizer que fizeste esta mudança a pensar no futuro. Que significa isto? KF: (Risos) Significa que se o dono dos Houston Heat não me tivesse ligado eu provavelmente teria abandonado o paintball
profissional e começar a trabalhar e jogar apenas pelo gozo. Ele chamou-me e perguntou-me se eu queria estar na equipa e disse: «Porque não?». Foi um momento crucial para mim. GRIP: A tua mudança de equipa esteve envolvida em alguma controvérsia com os Red Legion. Após mais de um ano esses problemas desapareceram? KF: Não gosto que as pessoas falem mal de mim. Nunca me disseram nada na cara. É por isso que não respeito… Se tens uma coisa para me dizer, podes-me dizer na cara. Não gosto que as pessoas digam «hooo este gajo precisa de dinheiro, blablabla» ou que precisa
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daquilo. Não é verdade! GRIP: Levaste alguns colegas contigo mas o Berdnikov ficou nos Russian Legion. Isto afectou de algum modo a tua relação com ele? KF: Hoo Não! Não! Não! A nossa amizade é a nossa amizade. Eu apenas lhes perguntei se queriam sair, que podiam vir comigo e jogar. Os outros disseram-me «Sim, nós queremos sair!». «Ok, vamos a isso!» GRIP: Porque é que ele não foi com o resto do grupo? KF: Não sei. Provavelmente é melhor perguntar a ele porque não gosto de falar pelos outros.
Russian Legion dos Art Chaos porque a base da equipa era a mesma… KF: Talvez, mas só os jogadores. A questão é que o lado emocional e como os jogadores se sentiam é provavelmente diferente. Os Legion são uma história completamente diferente, eles pensam muito no lado comercial. GRIP: São os Houston Heat a tua equipa ideal? KF: Não posso dizer isso! Não sei mesmo… boa pergunta! GRIP: Algumas pessoas dizem que os Houston Heat sem ti não são a mesma coisa tal como vimos aqui no Millennium. O que pensas sobre este assunto? KF: Apenas me sinto mal. Têm miúdos novos
«Todos adoravam ver-te jogar com os GRIP: No perfil dos Red Legion da PSP és um dos donos da Dynasty.» « Nada é impossível, certo?» equipa… KF: A séééériooo? Eu sou o dono dos Red e precisam de mais experiência enquanto Legion? (Risos) jogadores e precisam de ser um pouco mais criativos. GRIP: Então não tens qualquer ligação com a equipa? GRIP: Pensas que o facto dos Ryan KF: Não! Não! Ainda sou amigo de alguns Greenspan jogar com os Houston Heat no deles mas não com os gestores. Millennium vai ajudá-los? KF: Espero que sim! Mas um jogador é apenas GRIP: Achas que num futuro próximo é um jogador. possível um regresso aos Red Legion? KF: Nunca! Nunca na vida! GRIP: No primeiro evento do ano em Dallas não passaram aos quartos de final. Que se GRIP: Porquê? passou? KF: Não gosto da forma como seguem o KF: Hooo não sei… Alguns jogadores negócio e a equipa. Não gosto disso! debateram-se muito. É paintball! GRIP: Para nós Europeus é dificil separar os
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GRIP: O lema dos Houston Heat é: «Uma
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equipa, uma familia». Sentes mesmo que estás em família? KF: Muito mesmo! Nós como que viemos do outro lado do muro e quando chegámos à casa dos Houston Heat todos tornaram a nossa vida difícil e aos poucos começas a sentir-te em família.
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GRIP: São os Houston Heat uma familia melhor que os Art Chaos? KF: Os Art Chaos são uma história diferente. Os Houston são um projecto comercial. É totalmente diferente. GRIP: Como descreves o ano de 2012 para
os Art Chaos? KF: Ganhar é sempre ganhar. Apenas precisas de defender! GRIP: Os Dynasty são a maior equipa na indústria. Os Art Chaos são a maior equipa europeia. Pensas que alguma vez conseguirão chegar ao nível deles? KF: Eles têm mais opções que nós. Os Art Chaos apareceram um pouco mais tarde que eles… Não sei. Podemos tentar, mas a história é a história. É como o Michael Jordan e todos os restantes… Quem os pode destronar? Ninguém (risos).
finais. Estava excitado por ir jogar contra eles nas finais. Não posso dizer que alguém os tenha vencido… eles venceram-se a eles próprios. Fiquei realmente triste, mas ao mesmo tempo fiquei feliz. GRIP: Agora és bicampeão Europeu. Que esperas para esta época? KF: Queremos ganhar novamente, com certeza! GRIP: Quem pensas que são os teus rivais este ano? KF: Os Impact têm um equipa muito boa, os Infamous jogaram muito bem o ano passado. Vamos ver…
GRIP: Em Bitburg, os Art Chaos ficaram em quarto. A maioria das equipas ficariam contentes por chegarem ao grupo final, mas lembro-me de todos vocês completamente GRIP: Os Houston Heat estão a jogar no estarrecidos. O que pensas desse «Nunca penso num plano de jogo, momento? se eu sinto o momento, eu vou.» KF: Apenas sinto que não joguei a 150%. Penso que perdemos porque alguns jogadores não estavam a jogar a 100% e eu não Millennium pela primeira vez, mas estás nos estava a jogar a 150%. Art Chaos. Qual é o sentimento de ter a tua «familia» no outro lado a disparar contra ti? GRIP: Pensaste que podias ter perdido o KF: Fora do campo somos amigos, mas lá Millennium por causa desse resultado? dentro eu apenas tenho de lutar. KF: Não, nunca penso no futuro. Vivo apenas para o momento. Se ganhares o torneio… está GRIP: O dono dos Art Chaos joga com vocês. feito! Quão estranho é ter o vosso «patrão» a jogar com vocês todos? GRIP: Antes de Paris, os Dynasty precisavam KF: Não é estranho de todo. Sabes, o Sardar é de não passar a fase de grupos para vocês realmente uma boa pessoa. ganharem o Millennium. Em algum momento te passou pela cabeça que isso seria GRIP: Se estiveres chateado com algo possível? estúpido que ele fez no jogo… Gritas com KF: Fiquei muito surpreendido porque nunca ele como se fosse outro jogador? pensei que os Dynasty perdessem o lugar nas KF: Nunca! Nós não gritamos uns com os
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outros poque somos jogadores profissionais. Sim, às vezes estamos chateados mas nem todos. GRIP: O Sardar diz que tu, o Mishka, o Sergei e o Malloy têm de jogar todos os pontos. Porquê? KF: (Risos) Na verdade é uma história engraçada porque ele confia realmente em nós e sabe que somos profissionais. Ele fez uma piada, ou até talvez não fosse. Estávamos no seu escritório e ele segurava uma caneca de café e diz: «Vocês têm de jogar e eu só tenho de relaxar». GRIP: Quem pensas que é o melhor dos quatro?
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KF: Não consigo dizer que alguém seja melhor. Nós os quatro temos diferentes estilos de jogos. Não consigo dizer um nome. GRIP: O ano passado no ranking da GRIP, votado por todos os capitães de CPL, ficaste em segundo logo a seguir ao Berdnikov. Pensas que ele é melhor que tu? KF: (Risos) Se as pessoas pensam isso… porque não?! GRIP: É sobejamente conhecido que existe uma «Guerra» entre o Millennium/GISportz e o CPS. Apesar disso a maior equipa europeia da GI está presente no CPS. Qual é a tua posição sobre este assunto?
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KF: Não gosto destas guerras. Para mim o paintball é paintball. Se alguém quer fazer um torneio, porque não? É a sua cena! GRIP: Vocês têm o poder de dizer: «Nós vamos ao CPS»? KF: Não! Não! Não! Esta não é a nossa história e nós somos apenas uma equipa. GRIP: Quão importante é para ti representar o teu país enquanto jogador? KF: Tem um grande significado para mim porque eu gosto do meu país. (Fica sem fala)
uma fábrica de equipas muito agressivas e de alta qualidade. De onde vem esse sucesso? KF: Essa é uma pergunta difícil. De momento não consigo dizer porquê. Talvez no futuro, Eu e o Mishka, estamos a tentar fazer uma escola profissional para os miúdos mas de momento não sei a razão.
«Se o dono dos Houston Heat não me tivesse ligado eu provavelmente teria abandonado o paintball.»
GRIP: A Rússia tem um inverno muito rigoroso, apesar disso a Rússia parece ter
GRIP: Porquê é que os Russsos usam sempre uma combinação estranha de cores com roxos, rosas e violetas? KF: Porque somos diferentes! (Risos) •
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O torneio mais falado dos últimos tempos teve a primeira etapa em Veneza. Haverá sitio mais fantástico para um torneio de paintball? Texto: André Garrido
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Devem ser poucos os que ainda não ouviram de Veneza. falar do Champions Paintball Series (CPS), Uma coisa é certa, se houvesse recorde nem que seja devido à mais recente a bater, a equipa do CPS tinha-o batido; no guerra aberta entre o novíssimo torneio dia da prova tudo estava montado e limpo. internacional e o tubarão Millennium Series. Provavelmente com alguma ingenuidade Com esta guerra em mente, e com e ignorância esperávamos algo muito vontade conhecer o torneio que todos falam, maior, visto se tratar do segundo maior pegámos nas máquinas e pela primeira vez evento internacional em terras europeias decidimos tirar férias dias antes de uma e aquele que tem feito as dores de cabeça prova, simplesmente por uma razão – Veneza. do Millennium, torneio que chega a contar E parece que não fomos os únicos, pois com cinco campos, bancadas, entre muitos avistámos vários jogadores durantes os dias outros luxos. Afinal só havia um campo, e que lá estivemos. duas áreas comuns para jogadores e lojas, Aproveitámos a parceria que o CPS tinha três casas de banho, uma pequena loja para com o Quid Hotel Venice Airport, hotel de bebidas e comida. Nem sequer era permitida 4 estrelas, com uma arquitectura a entrada ao público por restrições fantástica, começando pela legais. Foram fachada exterior e acabando nos Sendo assim porque é este avistados quartos. O preço promocional torneio tão falado? Que tem vários jogadores tão de diferente dos restantes ainda tinha a oferta do pequeno-almoço e Wi-Fi em a visitar Veneza torneios? todos os quartos do hotel. O Em primeiro lugar a razão nos dias antes melhor desta parceria foi o facto óbvia para a maioria: Art Chaos, da prova. de puder ser usada a promoção Icon, Nexus, Valkyries, Camp além dos dias da prova. Não podíamos Carnage, Polar Bears, entre muitas estar melhor instalados e mais estupefactos outras equipas. Em que outro local podem as ficámos quando nos apercebemos onde era equipas ditas comuns estar lado a lado com o campo. Apenas a três minutos do hotel, estrelas como Fedorov, Mishka, Ash Chaplen, mesmo ao lado de uma mega superfície Clint Moore ou Cyril Job? São mais de 50 comercial com supermercados e algumas equipas, que disputam jogos entre as oito cadeias de fast-food. da manha e as 11 da noite. Umas estão para Fomos ao local um dia antes da prova treinar para o Millennium, as restantes para para ver como estavam a correr as coisas aprender com os melhores. e a primeira impressão foi de medo… Medo A segunda razão é obviamente o preço de porque parecia que tinha passado um tornado inscrição. Basicamente um ano inteiro de CPS no local, desmontando tudo o que eram pode equivaler a menos que uma única prova estruturas, obstáculos e o próprio turf parecia de Millennium. que tinha sido enfiado num dos muitos canais Mas existe uma razão que muitos só se
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apercebem depois de ali estarem. Por várias vezes fomos abordados por jogadores com um sorriso rasgado a dizer que ali era divertido jogar, que pareciam os velhos tempos de paintball, sem stress, sem chatices. Havia alguma falta de organização no ar, via-se muita gente a correr, a tentar ajudar no máximo as suas capacidades. Mas mesmo assim reparámos na dedicação ao jogador. Os pequenos pormenores eram dedicados
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exclusivamente ao conforto e segurança dos jogadores, fosse pelas várias tendas que formavam a zona de jogadores, fosse pela rede superior que tapava metade do campo de modo a que não saltasse nenhuma bola que pudesse atingir alguém. Até a nível de almoço houve o cuidado de ter comida saudável para todos os jogadores, ao contrário dos típicos snacks, sandes e outras comidas rápidas.
Quanto às lojas presentes podia-se contar No geral é um excelente torneio, onde com a DYE, com a Paintball Life apoiada pela existem muitos aspectos a melhorar. Em Emboscada International, com a Pro-Share e conversa com o organizador percebemos que com o novíssimo stand promocional é um projecto de futuro, onde existe a dos Art Chaos e a sua mascote. preocupação de estabilidade e não Um ano Os vencedores das três ligas apenas ganhar dinheiro e ter o inteiro de existentes foram os Art Chaos, máximo de equipas por prova. CPS equivale a os Kiev Express e os Balkan É sem dúvida nenhuma uma menos que uma Express. prova económica para todas Os locais escolhidos para as as equipas europeias e uma única prova de próximas etapas ficam ao nível solução para algumas equipas Millennium. de Veneza, sendo o próximo Paris, tentarem o primeiro passo para a já em Maio e em Setembro será em internacionalização. • Milão, onde está prometido o maior evento desta prova. Por confirmar ainda está a terceira etapa que será realizada em Junho.
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Parque Emboscada 1.ª ETAPA CAMPEONATO NACIONAL
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Pela primeira vez a FPP levou os jogadores ao Parque Emboscada para uma etapa do Campeonato Nacional. Muitas novidades e muitas coisas estranhas aconteceram, a GRIP conta-te tudo. Texto: AndrĂŠ Garrido
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No fim de semana de 16 e 17 de março realizou-se a primeira etapa do Campeonato Nacional. Como anunciado várias vezes no nosso website, esta foi a primeira vez que uma prova do Nacional foi realizada num campo comercial, nomeadamente no Parque Emboscada em Alcabideche. Numa primeira fase foi difícil pensar que esta era uma prova do evento de maior prestígio em Portugal, visto ser este o lugar no qual a maioria das equipas da Grande Lisboa treina e joga — mas no regional. Foi sem dúvida uma prova com muitas novidades. Além da que acabámos de
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mencionar, adotou-se a realização de dois jogos alternados no mesmo campo, tal como sucede no Millennium. Desta forma, a Federação Portuguesa de Paintball (FPP) consegue usar apenas um campo, em vez de dois. Esta medida, que à partida parece ser negativa por criar maior desordem, faz com que a FPP não tenha de pagar tanto às empresas organizadoras, o que no cenário económico que atravessamos traduz uma vantagem direta a todos os atletas. Esta nova regra, só aplicada nas duas ligas de topo, prometia gerar bastante confusão, pois seria a primeira vez que a maioria das
equipas jogava nestes moldes. Contudo, o arbitragem garantirá uma maior isenção e dinamismo de Pedro Baptista, confundido uma maior credibilidade ao evento. muitas vezes com a combatividade com que A grande queixa do dia deveu-se aos gere os árbitros e as equipas presentes, fez obstáculos usados, pois se de um lado as com que tudo andasse fluidamente e chamuças eram minúsculas e de ainda se conseguisse recuperar um difícil jogabilidade, na posição Este atraso de cerca de meia hora. oposta a cobra era um autêntico promete Outra das grandes novidades castelo, no qual se jogava ser o ano mais foi o uso de uma equipa confortavelmente. Além disso, competitivo do profissional de árbitros, sendo os cilindros ao lado da cobra alguns deles residentes da cortavam todos os tiros das campeonato famosa EuroRef. Esta é sem diagonais, o que fazia com nacional. dúvida alguma a maior inovação que a cobra tivesse a vida mais no nosso campeonato, principalmente facilitada. quando esta medida era pedida pelos No sábado foi realizada a Liga Swell, que é jogadores desde os primeiros tempos da o mesmo que dizer que foram feitos os jogos prova-rainha em Portugal. Esta equipa de de 5Man. Este é um escalão de entrada,
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mas devido aos preços modestos de inscrição e ao estilo de jogo menos agressivo traz alguns tubarões experientes ao campo, como é o caso dos C4=RTU, dos Trolls 5Man ou dos
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Relâmpagos. A surpresa deste escalão, pela negativa, foi a segunda equipa do Benfica, que ficou em último lugar após ter perdido todos os jogos
– algo que não se esperava desta equipa de e poucas equipas não têm aproveitado. Ao jovens que têm crescido literalmente a jogar contrário da prova internacional, o preço paintball. praticado chega a ser ridículo, visto trazer Para as finais passaram os C4=RTU, uma vantagem enorme às equipas que campeões em título, os Mad decidem apostar num treino extra. A grande Dogs, os C02+Ribaliz e ainda os O dia grande do paintball novidade Punishers, cabendo a vitória nacional começou com muito uma vez mais aos C4=RTU. mais chuva do que o anterior. foi o uso No sábado ainda estava Eram esperadas chuvas fortes de uma equipa montado um campo idêntico todo o dia, com alguma profissional de ao dos jogos, para que as trovoada, mas felizmente o árbitros. equipas que iriam entrar em ação sol apareceu por volta das 11 da no domingo pudessem treinar, a manhã, ficando um clima agradável troco de 50 €. Esta tem sido uma aposta — que poucos países além do nosso da federação desde a última etapa do ano conseguem oferecer. passado, tal como é feito no Millennium, Neste dia foram disputadas as ligas O
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JOGO e a liga GRIP. A grande novidade deste esperados Prophecy, que mostraram mais ano foi a presença do Beira-Mar como uma uma vez que a não subida de divisão no ano das equipas mais fortes de toda a prova, passado foi um lapso que não pretendem estando o seu roster repleto de estrelas repetir, a par do Beira-Mar e dos no panorama nacional, como é o Metralhas Silver. Estes últimos Por 50€ caso do retornado Miguel Franco. ficaram pelo caminho nas meiasNa liga GRIP a grande finais contra os Prophecy, sendo as equipas surpresa da prova foi o que o Beira-Mar teve o mesmo podiam treinar Damaiense. Esta equipa destino frente ao Damaiense. no campo apresentou um estilo de jogo Nas finais os Prophecy no final muito agressivo, baseado em mostraram ser mais fortes, do dia. muita comunicação e com uma ficando para já com o primeiro tática muito estudada. Durante todo lugar. o dia apenas perderam um único jogo, na Na liga de topo as surpresas foram final. muitas. Para começar, a equipa do Leiria As restantes equipas que passaram abandonou esta prova após o primeiro jogo, igualmente a fase de grupos foram os já provocando duas faltas de comparência e
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alterando todo a dinâmica da competição. O segundo grande imprevisto foi a falta de comparência propositada dos Trolls frente ao Benfica — aproveitando uma lacuna nas regras —, de modo a que nas meias-finais a equipa de vermelho fosse obrigada a defrontar o seu rival direto, os Metralhas Porto. Uma jogada de bastidores mal interpretada pela maioria dos presentes, que acusaram os Trolls de faltar à verdade desportiva, ainda para mais vindo de uma equipa que sempre se pautou por uma retidão ímpar. Outra surpresa interessante foi a prestação do Sporting, que está a um nível há muitos anos
não visto, prometendo discutir os primeiros lugares do campeonato. Pela negativa, os Paintland perderam todos os jogos, resultado impensável para a equipa-sensação de 2012. Após todas as controvérsias as equipas que passaram às finais foram o Benfica, os Metralhas Porto, os Trolls e o Sporting. Ao fugirem dos Metralhas Porto, os Trolls apanharam o melhor Sporting dos últimos anos — e em jeito de karma acabaram por sair derrotados. Na outra meia-final o Benfica apanhou os Metralhas Porto: os portistas venceram sem grande dificuldade, muito pese o facto de que os encarnados estiveram sem
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jogar praticamente desde as 9 da manhã, devido às duas faltas de comparência seguidas impostas pelo Leiria e pelos Trolls. A final foi um jogo de grande nível entre o Sporting e os Metralhas Porto, cabendo a vitória à equipa de azul. Se o nível e a emoção do nosso campeonato se pautar pelo sucedido na prova de Alcabideche, este poderá vir a ser o campeonato mais interessante dos últimos anos. A próxima prova está prevista para Guimarães — Cidade Europeia do Desporto —, embora esta seja a única prova que ainda não está confirmada. •
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RESULTADOS Divisão 1 Liga O JOGO
Metralhas Porto Sporting Trolls Benfica
Divisão 2 Liga GRIP
Prophecy Damaiense Beira-Mar Metralhas Silver
Divisão 3 - Liga Swell C4=RTU C02+Ribaliz Mad Dogs Punishers
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Luvas Eclipse Marcadores Eclipse Cueca Bikini H&M Cinto preto Bershka Cinto creme H&M
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Stephanie Photographer: Carlos Rodrigues Model: Stephanie (DXL Models) Styling: InĂŞs Carvalhal Makeup & Hair: SĂlvia Ferreira
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Luvas Eclipse Marcador Eclipse Cueca Bikini H&M Cinto Bershka Sapatos H&M
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Luvas Eclipse Calรงas Eclipse Cintos Bershka
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Mรกscara GiSportz Cueca Bikini H&M Sandรกlias Primark
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Jersey Eclipse Luvas Eclipse
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Cotoveleiras Eclipse Joelheiras Eclipse Cueca Bikini H&M Top Bershka Sandรกlias Bershka Cintos Bershka
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Mรกscara GiSportz Sandรกlias Primark Cueca de Bikini Woman Secret
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Luvas Eclipse Battle Pack Eclipse Boxer da produção
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th vs South
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É de loucos o que se passou em Swynnerton, Inglaterra. 1700 jogadores, flares, flashbangs, granadas de fumo e muita, muita tinta fizeram o maior jogo de paintball da europa. Texto: André Faria
O maior evento de paintball recreativo da Europa abriu as portas no dia 3 de Maio, pronto para receber a maior enchente de sempre com mais de 1700 jogadores. Respirou-se paintball durante cada minuto dos três dias de duração do evento, não só com os jogos mas acima de tudo com o companheirismo, o convívio e a reunião de milhares de jogadores, representantes da indústria, lojistas, staff, entre outros. Um ambiente convidativo e salutar. A grande novidade este ano foi um jogo noturno de três horas, com regras baseadas na vertente MILSIM, com veículos todo o terreno para patrulhas, efeitos especiais de pirotecnia, que no seu conjunto proporcionaram uma experiência única. O general Jay Garcia da equipa Hostiles Intentions, foi responsável por montar a defesa de um forte e área adjacente, onde estaria seguro um refém. Reuniu 100 jogadores de equipas especializadas (Apocalypse, Dutch Legion, Brotherhood
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of X, C.E.P. Paintugal, Universal Exports, Myrmidons, Paintball Underworld, Hostile Intentions) e investiu várias semanas na criação de um plano que evitasse a captura do refém durante o tempo de jogo. A equipa holandesa Lima Bravo da Dutch Legion montou um sistema pirotécnico com foguetes de sinalização, flashbangs, armadilhas de tripwire, e dispositivos acionados
A novidade deste ano foi o jogo noturno de três horas. remotamente a comando do general. A Warped começou por introduzir os 400 jogadores atacantes em grupos de 15, por intermédio de carrinhas, que desta forma iriam tentar capturar o refém e retirá-lo em segurança. No escuro da noite todos os ruídos tinham reflexo nas ações dos jogadores, aumentando a adrenalina sempre que rebentavam os pirotécnicos ou eram lançados os flares que iluminavam todo o terreno.
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À medida que o tempo passava, vários grupos de atacantes tentavam penetrar no perímetro do forte. As equipas de defesa requisitavam ao general o apoio das patrulhas motorizadas e lançamento de flares nas zonas de infiltração. O refém foi retirado por breves momentos e a fase «broken arrow» foi iniciada. Todas as linhas de defesa uniram-se para • controlar o perímetro interior, vários atacantes foram eliminados já nos muros do forte e o refém foi capturado logo de seguida por uma patrulha motorizada. No final, o saldo do jogo Blackout foi positivo para ambos os lados, pela experiência diferente e muito realista. O segundo dia começou cedo com as várias atividades como o workshop de CQB
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organizado pelos Hostiles Intentions, o simulador de tiro militar DCCT, a condução ou passeio em carros blindados, os laser games, jogos de pistolas TPX, treinos de motins e os preparativos para o jogo «UK Versus». Este jogo colocava em campo a JNTF,
Os Lima Bravo conseguiram explodir o último recurso a dez segundos do final do jogo. uma fação de equipas estrangeiras liderada pelo general André Faria da equipa C.E.P. Paintugal, contra a outra fação (UK) de jogadores britânicos liderados pelo General Rick Morice da equipa Universal Exports.
Do lado da JNTF destacaram-se as equipas Swedes da Suécia, Dutch Legion da Holanda, GPL Union da Noruega, Apocalypse do Reino Unido, Rat Pack da Suécia, Arms Gallery da Dinamarca e C.E.P. Paintugal de Portugal. Vários jogadores de outros países como Africa do Sul, Alemanha, Polónia e Espanha também participaram no evento. Do lado de UK a fação era maioritariamente composta pela equipa Universal Exports, outras equipas e vários jogadores Ingleses soltos. O jogo teve a duração de 4 horas e foi disputado num terreno muito variado com cerca de 40 hectares de floresta e planícies, montes e valas, rio com barcos funcionais, edifícios, pontes, entre muitas outras coisas. Muito cedo a equipa da JNTF assumiu
Contabilidade do evento O evento acolheu 1718 jogadores de mais de 100 equipas e 12 nacionalidades diferentes, com a gestão assegurada por um staff de 160 pessoas. Foram ainda usados dez quilómetros de fita delimitadora. Foi construído por 70 trabalhadores nos dez dias que antecederam a abertura de portas e será fechado com uma limpeza que dura sete dias, com quatro veículos especializados, para limpar completamente os 35 km de estradas e mais de 50 edifícios do campo de jogo.
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as rédeas do jogo conseguindo explodir três recursos da fação UK em pouco mais de 40 minutos. A organização usava a distribuição dos jogadores que ainda estavam a entrar para balancear o jogo e assim o tornar divertido para todos. Chegaram a ter o dobro de jogadores de UK e depois foi balanceado • de novo para equilibrar o mesmo. No final, após batalhas muito de intensas ainda que com todo o respeito e desportivismo, os Lima Bravo como Demo Squad da JNTF conseguiram o impossível ao explodir o quinto e vitorioso recurso de UK, a dez segundos do final do jogo, já só com um elemento vivo. Ambas as fações estiveram de parabéns por um jogo tão intenso e desafiante. O evento fervilhava de movimento em todas as zonas. O campismo era claramente
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a mais concorrida com a chegada incessante de gente e pequenos churrascos por todo o lado, todas as atividades extra estavam repletas, o comércio na provavelmente maior feira de stands de paintball da Europa era de loucos, bem como a zona de restauração com
Provavelmente a maior feira stands de paintball da Europa. animação sonora e sorteio de prémios. A noite chegou com outra novidade, o concurso de bandas «North vs. South’s Battle of The Bands», onde foi disputada a final com os «Crinkle Cuts» a representar o Sul e os «Red Light District» a representar o Norte. O Sul ganhou e a noite foi complementada com um espetáculo muito quente, de danças de
fogo com dançarinas em lingerie. O sol mal tinha nascido no domingo, e o evento já tinha portas abertas para a principal atração do festival: o big game de seis horas e meia – Checkpoint. A organização do North vs South prima por apostar na inovação todos os anos, e introduziu várias novidades. O terreno aumentou para mais do dobro relativamente a 2012, totalizando cerca de 200 hectares. Para tal, o sistema de transportes por mini bus foi reorganizado e reforçado com dezenas de carrinhas e pontos de recolha. As entradas para o campo de jogo passaram de duas para quatro, alternando de fação de 90 em 90 minutos, sendo complementadas ainda por inserções via transporte de carrinha. Outra das novidades de 2013 foi a colocação de três generais por fação, onde
o Norte foi comandado pelo Dave «TAZ» Bradley dos Tazball Paintball, Greg Hastings pela Tippmann e Ged Green da NPF, e o Sul foi comandando pelo Jamie Powell dos Apocalypse, Jim Rose da Enola Gaye e Pete «Mr U» Utschig da Dye. Em campo os blindados transportavam os jogadores para as zonas mais «quentes» do campo, com a possibilidade acrescida de poderem disparar em andamento. Os objetivos mudaram de mão intensamente, com combates de dimensões nunca antes vistas, tal a entrega e garra de todos os jogadores e seus generais. Muitas das batalhas foram épicas! No final a vitória sorriu à fação do Norte, que conseguiu conquistar mais objetivos, apesar do Sul ter eliminado mais jogadores do Norte.
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PONTOS FORTES • CONVÍVIO DE EQUIPAS DE VÁRIAS NAÇÕES • REPRESENTATIVIDADE SINGULAR NO DESPORTO • CAPACIDADE E EXPERIÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO • EXCELENTE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE TODOS OS PORMENORES DO EVENTO • SEGURANÇA COMO FATOR ESSENCIAL PARA O SUCESSO DO EVENTO
PONTOS A MELHORAR • NÚMERO DE ÁRBITROS PARA A QUANTIDADE DE TERRENO • REFORÇAR A FORMAÇÃO DO STAFF PARA EVITAR DISCREPÂNCIAS DE AÇÃO • CUMPRIR OS TIMINGS DE INÍCIO DE JOGO • ACELERAR O PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE JOGADORES PARA EVITAR FILAS • ZONA DE ESTACIONAMENTO SEPARADA DO CAMPISMO
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PAINTBALL E O COMPO Sendo a revista GRIP uma entidade jornalística com o objetivo de divulgar informações e dados factuais sobre o desporto, foi com todo o interesse que nos debruçámos sobre um tema polémico: Será que a prática do paintball pode vir a influenciar o comportamento violento nos jogadores?
Este artigo baseou-se no trabalho criado por Karine Souza para a conclusão da licenciatura em Educação Física. Centrou-se na relação entre a prática do paintball e a manifestação de comportamentos violentos, com muita pesquisa e entrevistas com os pais e jovens praticantes deste desporto, a respetiva análise do conteúdo das respostas e discussão das mesmas a partir de textos de autores que abordam o tema da agressividade. «Segundo Lorenz (1966), a agressão é um impulso inato que desempenhou uma função positiva na história da evolução
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do ser humano. Seguindo este raciocínio, este impulso não deve ser inibido, mas canalizado para atividades socialmente adequadas.» Karine não é um agente estranho ao paintball, tendo anos de experiência como jogadora, atleta, organizadora, e sendo uma grande simpatizante deste desporto. Neste trabalho, que podem consultar na totalidade no site da GRIP, questionam-se vários factos, abordam-se experiências e navega-se por temas delicados sem qualquer tipo de tabu ou reservas. «É certo que o crime poderia valer-se destas práticas para aprimorar as suas técnicas de combate, assim como o fazem as forças policiais. Mas seria ingénuo acreditar que a simples proibição ou limitação da prática de desportos como o paintball, tiro com arco, esgrima, tiro desportivo e lutas de artes marciais, resolveria politicamente os conflitos sociais do país.» A autora afirma que, por simular situações de conflito, o paintball acaba por gerar no imaginário das pessoas a ideia de que a sua prática leva à aquisição e expressão de comportamentos igualmente violentos. «…a agressividade não é necessariamente um atributo indesejável da personalidade, basta que ela seja
usada de maneira construtiva e positiva, de acordo com as regras desportivas e culturais, inerentes ao desporto praticado…» Com um extenso trabalho de investigação, que aborda as origens do desporto e principais acontecimentos a nível mundial, são realizadas entrevistas a um grupo de pessoas que praticam paintball frequentemente e aos seus pais. A partir das respostas dos progenitores destaca-se a referência de uma maior proximidade destes para com os seus filhos, melhorando o relacionamento familiar. É
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ORTAMENTO VIOLENTO
também notado que a prática do paintball possibilita a construção de novas amizades, priorizando o companheirismo e trabalho em equipa. Na questão que aborda o comportamento agressivo após a prática do paintball, destacam-se as respostas referentes ao controlo de impulsos e emoções, disciplina e responsabilidade. De acordo com a busca de dados, análise e discussão, percebeu-se que, além da importância do paintball como atividade física que melhora o condicionamento físico, raciocínio lógico, libertação de adrenalina e construção de novas amizades, este desporto
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de Karine Souza, que «(…) com os conflitos sociais e peculiaridades culturais existentes, a prática do desporto de paintball possibilita o uso da agressividade de forma construtiva, dentro deste ambiente. Sendo assim, o jogador não usa comportamentos violentos perante aos padrões sociais». •
KARINE SOUZA Dediquei a minha vida inteira ao desporto, desde o seu início aqui no Brasil, com apenas 4 anos de idade. Comecei a jogar com 6 anos, jogos leves de pump, é claro, e com o percorrer do tempo fiquei cada vez mais envolvida e apaixonada, conseguindo ainda concluir uma investigação científica em 2008, quando as noticias relatavam a proibição do paintball. Confesso que esse projeto foi um desafio: o meu orientador na época não tinha conhecimento do que era o paintball, e as referências bibliográficas brasileiras sobre este tema eram inexistentes. Mas nada me fez desistir. Nos dias de hoje existem trabalhos de investigação que utilizam o meu projeto como referência, e isso satisfaz-me: contribuir é o que vale a pena!
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é mais uma opção de lazer para as famílias e uma forma de melhorar o convívio social. O paintball ajuda a disciplinar o indivíduo e ainda pode ser usado como forma de aliviar o stress diário. Conclui-se portanto, com base em todas as pesquisas e relatos documentados no trabalho
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AXE LE
A Axe é uma Invert. O mesmo sistema de bolt, o mesmo funcionamento, os mesmos upgrades. Texto: Duarte Gomes Fotografia: Kee Action Sports
Os XSV jogaram durante a época de 2012 e 2013 com a Axe e deram-nos horas de jogadas e diversão enquanto eram gozados por jogarem com um marcador conhecido como a «Invert graúda». A Invert surgiu no mercado como uma revolução: perfil reduzido, sem macroline e a um preço bastante acessível. Ocupou lugar numa gama onde a concorrência era forte, mas não era
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impossível de destronar não demorando muito a fazê-lo, pois pouco tempo depois do seu lançamento, já era top de vendas. Foi um marcador muito usado e adorado, por ser certeiro, consistente e por ser de fácil manutenção. Como em tudo, tinha algumas falhas, mas mesmo assim, não deixou de ser um sucesso e ter uma legião enorme de fãs. A Axe é uma Invert. O mesmo sistema de bolt, o mesmo funcionamento e upgrades.
Mantiveram o mesmo funcionamento, o marcador está sempre sobre pressão na fire chamber e o popett equipado com uma mola para ajudar a que a fire chamber fique fechada. O bolt está recuado pela sua mola para que a bola possa entrar no breach. Quando é efectuado o disparo, o solenóide faz abrir o popett durante o tempo configurado (dwell), e a pressão guardada na fire chamber faz o bolt avançar e fazer o disparo da bola;
assim que o solenóide fecha, o bolt é recuado pela força da mola e faz o popett fechar a fire chamber. Apesar de parecer confuso, o funcionamento é simples e funcional, permitindo uma manutenção acessível a qualquer jogador mais interessado. Não querendo ficar quietos, a Empire aproveitou o tempo e deu o passo seguinte para melhorar todos os aspectos que tornavam o marcador desatualizado para a
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concorrência atual. A principal falta era o on/off, inúmeros presets e reguladores com rosca moída. Era uma dor de cabeça para quem na altura os tinha de reparar. Passemos para a actualidade, não «inventaram» nada, pois em equipa vencedora não se mexe, mas melhoraram e muito. O on/off utilizado é muito funcional e fácil de usar, construído em conjunto com o regulador que pouca ou nenhuma manutenção tem. O sistema de remoção do bolt, parece complicado ao início porque é necessário apanhar o jeito, torna a remoção algo difícil
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para os mais nervosos, mas após várias utilizações torna-se bastante fácil e prático. Foi feito um upgrade à placa onde os olhos e o gatilho operam. O contato do gatilho era feito através de um íman, que por vezes caía ou a afinar o gatilho este perdia contato com a placa. Os jogadores desesperaram e muito com isso. Agora foi instalado um switch, idêntico a qualquer marcador usado no mercado, algo a que todos estamos habituados sendo mais fácil e fiável a afinação do gatilho. Como nota final, temos um marcador a um preço bastante atrativo com enorme qualidade de fabrico e elevada prestação. Não há como enganar, o seu tamanho
VANTAGENS · Manutenção simples · Variedade de acessórios · Preço DESVANTAGENS · Demasiados encaixes · Peças pequenas que facilmente se perdem ou estragam · Cano de origem
bastante equilibrado permite ser pequeno mas confortável na mão. A versão que testámos estava equipada com os canos Empire Super Freak e com a placa foregrip Redline. O cano Empire é um cano de duas peças com 14”, permite a troca dos fronts e de inserts de acordo com a bola usada, aumentando a precisão. A versão normal vem equipada com um cano de 12”, que na minha opinião é digna de um upgrade por parte do jogador. Para ajudar na festa, a placa Redline aumenta o conforto do marcador, pois o foregrip é mais ergonómico e a placa com
LCD, permite mais facilmente a configuração dos settings. É um marcador que vai ajudar muitos jogadores a alcançarem um certo patamar sem despender muito dinheiro. •
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No final de 2012, vári foram abordados e info no mercado equipa com pouca ou nen literalmente achámos
Texto: André Garrido Fotografia
A primeira reacção quando nos disseram que iam lançar equipamentos de competição sem qualquer protecção, foi pensar que estavam a gozar connosco e rimo-nos. Quando nos mostraram os equipamentos pela primeira vez, pensámos que estavam a falar de uma camisola interior desportiva e dissemos logo que ninguém os ia comprar. Afinal todos os
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jogadores precisam de protecção contra o impacto das bolas e slides. Pelo menos era o que nós pensávamos. Será que tínhamos razão? Apesar de existirem várias marcas com equipamentos muito leves e com muito pouca protecção, só a DYE com o equipamento UL, e a Empire com o Contact Zero é que desenvolveram especificamente equipamentos para o mercado topo de gama. Para já, é preciso ter noção que estes equipamentos devem ser usados com todas as protecções interiores existentes, como é o caso dos protectores de peito, cotoveleiras, joelheiras, entre outros. Sem todas estas
TILO
o Nível
ios elementos da GRIP ormados que iam surgir amentos ultraleves, nhuma protecção, s que estavam loucos.
a: DYE; Kee Action Sports
protecções, torna-se difícil obter o resultado desejável. Solicitámos alguns equipamentos e fornecemo-los às pessoas mais indicadas para os estudar - os jogadores. Quando demos o UL aos jogadores, houve de imediato uma estranheza e de alguma forma, algum receio. No cérebro dos jogadores a mensagem era que deviam entrar em campo com a máxima protecção possível, e de repente, nós damos-lhes para as mãos um equipamento digno de um ciclista. Com os Contact Zero não houve propriamente uma diferença muito grande em termos visuais. Parecem-se muito com
os equipamentos «normais» e só depois de se pegar neles é que se nota uma diferença no peso. Tanto as calças como a Jersey, têm algumas protecções leves mas em muito menor quantidade do que temos sido habituados pelas marcas. Ambas as marcas têm fecho nos bolsos, algo que apesar de não ser inovador
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muitos jogadores apreciaram tendo em conta que é uma forma eficiente de não perderem o tapa-canos. Mas vamos ao que realmente interessa: comportamento em jogo. Era óbvio que qualquer um deles provocaria um aumento de agilidade nos movimentos dos jogadores. Os jogadores mencionaram que inicialmente era muito estranho, chegando a ser desconfortável, afinal de contas não estavam habituados a algo tão leve. Passados alguns minutos, acharam que era uma mais-valia. No caso dos UL era impossível ser mais flexível, algo que os Contact Zero limitam um pouco mais. No entanto nem tudo são vantagens. Nestes equipamentos, o bounce é muito menor sendo a probabilidade de uma bola rebentar no impacto muito maior, no entanto, para os «profissionais da limpeza», ambos os equipamentos, são uma maisvalia. No caso do equipamento da DYE toda a textura é óptima para se esfregar qualquer mancha de tinta e simplesmente fazê-la desaparecer. O tecido é super suave e liso. No que toca ao equipamento da Empire, toda a jersey é perfurada milimetricamente o que provoca uma maior absorção de tintas mais aguadas. Um factor que nos preocupou foi a impermeabilidade e a passagem de frio para o corpo. Nesse aspecto ficámos impressionados com o
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equipamento da DYE que conseguiu aguentar um forte dia de chuva sem que os jogadores ficassem completamente encharcados. No caso da Empire, o resultado não foi tão satisfatório, funcionando como um equipamento normal. Relativamente à passagem do frio ambos são equipamentos muito finos, até perfurados, logo, não se pode esperar que sejam o agasalho mais quente de inverno. Relativamente a resistência, só o tempo dirá, é de todo impossível testar esse factor em apenas alguns dias. O último factor que nos preocupou foi a questão das estampagens. Apesar de não termos conseguido testar, ficámos com a impressão que o equipamento da Empire conseguiria aguentar uma estampagem por mais tempo devido ao seu tecido. Os preços não são os mais amigáveis, o que é de esperar de um produto topo de gama e inovador. O conjunto de calças e jersey custa cerca de 300€ no caso da DYE e cerca de 200€ no caso da Empire. O medo foi superado pela agilidade ganha pelos jogadores. Aquilo que o nosso cérebro tentava avisar como sendo um contra-senso, tornou-se de imediato algo óbvio e a escolha certa para aquilo que era proposto. Acreditamos que no prazo de dois anos todas as equipas de topo estarão equipadas com este género de roupas, principalmente se o preço descer um pouco. Pelo menos este ano fica uma certeza: aqueles que possuírem estes equipamentos serão os mais vaidosos em campo. •
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F EL SupraLite A corrida Ă botija mais leve continua. Texto: Duarte Gomes Fotografia: Maxs
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Tivemos uns anos de sossego depois do lançamento da Stako e o seu percurso atribulado, com diversas alegações de falta de segurança. Pensou-se que não havia continuidade, nem intenções em evoluir para uma botija ainda mais leve. Foi um passo de gigante, se tomarmos em conta a evolução que as botijas tiveram desde as botijas de alumínio que pesavam «toneladas» e com uma capacidade reduzida, às botijas leves de kevlar, e mais recentemente, as botijas superleves que definitivamente vieram para ficar. Além da evolução fantástica que este componente trás ao jogo, passamos a ter muito mais opções de mercado. Hoje falamos da Fuel SupraLite, a mais recente novidade no mercado das botijas superleves. A Fuel SuplaLite pesa 650 gramas, tem 23 cm de comprimento e o núcleo é feito de aço inoxidável. Após data de fabrico, tem dez anos de tempo de vida e faz hidroteste ao fim de cinco anos. De todas as características apontadas, a mais relevante é o seu núcleo de aço inoxidável, o que permite que sejam realizados hidrotestes. Os hidrotestes consistem em encher a botija a uma pressão superior à que a botija é certificada, coisa que não era possível fazer até agora nas botijas superleves porque o material usado era plástico e o teste rasgava o mesmo. Com o aço inoxidável existe uma maior elasticidade, no entanto, devido à quantidade de material usado, só é permitido um hidroteste, o que sinceramente é suficiente para o tempo de vida de uma botija. A botija é fabricada e certificada sobre
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as normas da entidade TÜV SÜD, organismo que define as regras e normas de segurança e certifica equipamentos para utilização em vários ramos de várias indústrias. Esta é a nova coqueluche das botijas. Não existe nenhuma que conjugue a leveza, a capacidade, e o tempo de vida como a Fuel SupraLite. •
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backstage Acampamento, terra, cerveja e mais de 1700 pessoas. Não é um festival de verão, mas sim o North Vs. South. Conhece alguns dos responsáveis deste mega evento. 1 – Qual é a tua função? 2 – Quais são as tuas maiores dificuldades nessa tua função? 3 – Qual é a história mais engraçada que viste acontecer no North Vs. South?
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backstage
JIM FRENSHAM Director 1 – Sou o director da Warped e responsável por todo o festival, desde o lançamento do festival em Novembro até à última noite. Durante seis meses é o meu trabalho na Warped. 2 – Tamanho e habilidade. A Warped, a maioria do tempo, é relativamente pequena, com seis a sete pessoas a trabalhar a tempo inteiro. Neste festival tivemos 160 pessoas. A grande dificuldade é encontrar pessoas dedicadas e apaixonadas pelo que fazem. 3 – Todos os anos podia dar dez! Este ano vou mencionar uma história do Night-Ops. Acabámos o jogo à meia-noite como planeado, varremos a área, tudo estava terminado e todos voltaram para beber cerveja e para as tendas. Às 1:45, um jogador é encontrado por um segurança que lhe diz que ainda está no Night-Ops.
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STEVE EDDOWES Game Controller 1 – Sou o game controller. As pessoas chamam-me chefe de árbitros. A minha função é garantir que os jogos corram sem problemas, que os jogadores tenham o que precisam para o jogo e que tenham toda a informação necessária. 2 – Tamanho e escala devido aos 700 hectares. 3 – Vou-te dizer a coisa mais esquisita que vi. Estava a conduzir o meu carro e a entrar num terreno rodeado de árvores onde estava um árbitro de respawn num dos lados, outro árbitro de respawn no outro lado e duas linhas de tropas tal e back- qual como nos filmes de guerra antigos, no meio estavam dois comandantes e anunciaram cessar-fogo.
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backstage
STUART MATTISON Responsável de Comunicações 1 – Faço as comunicações de rádio, DJ, tomar conta dos cabos eléctricos e basicamente um pouco de tudo entre as comunicações de rádio. 2 – Todos querem algo de mim. Vou fazer um trabalho e ainda antes de lá chegar alguém já me está a pedir algo que é mais importante. É assim todo o dia, todos os dias, desde as seis da manhã até às sete da tarde durante quatro dias. 3 – Provavelmente algumas as personagens vestidas de Vikings, freiras ou Khadafi. Podemos ver tantas personagens diferentes… vestido de coelho cor-de-rosa a jogar paintball. Definitivamente estar vestido de coelho cor-de-rosa será uma forma de ninguém o ver.
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passatempos
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AGRADECIMENTOS Alexandre Calvário Guilherme Pires João Ramos José Ferreira Pedro Batista Ricardo Catarino
Muito obrigado!
/GripPaintball
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