N.º 01 · Abril · 2012
Ash Chaplen entrevista
CEP
cenário
Big Games Europe cenário
Inês Braz miss grip
St. Tropez Millennium
1
16-43 Millennium
14-15 Perfil
58-71
54-57
Galeria
Entrevista - M. Margott
índice 06-07 Equipa 08 Editorial
16-43 Millennium
54-57 Entrevista
44-45
58-71 Galeria
St. Tropez
10-11 Destaque
Regras
Strange love
46-50
Domingos Leitão
12-13 Notícias
Táctica
14-15 Perfil
51-52
Patrick Wrobel
Nuno Lourenço
02
índice
João Anjos
Técnica
Marcello Margott
Get a Grip!
74-86 Entrevista
Ash Chaplen - Nexus
88-91
Girl Paintballer Hailey Adrienne
74-8
Entrevist A. Chapl
86
ta len - Nexus
108-119
CEP
102-106 Big Games Europe
90-101
134-138
Miss grip
92-101 Miss GRIP
Inês Braz - Though Girl
102-106 Cenário
Big Game Europe
108-119 CEP Centro Expedicionário Portugês - PAINTUGAL
120-123 Paintball pelo Alexandre
Review - Etha
124-129 Backstage
144-145 Passatempos
130-133 Review
146-147 Crónica
Manual do Paintball de Cenário
134-138 Review
Hugo Domingues
148 Agradecimentos
Hoya HD - O Poder da Tinta
140-145 Review Etha
CRÉDITOS CAPA Foto: Photopaintball
índice
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RICARDO CAMPOS Director-Adjunto da GRIP. É fotógrafo e respira paintball desde pequenino.
RITA PEREIRA Responsável pela paginação da GRIP. Designer de comunicação como profissão.
PEDRO SIMÕES Editor de fotografia da GRIP. Fotojornalista credenciado e conhecido pelo seu mau feitio.
HUGO DOM O “opinionde serviço. apresentaçõ O melhor jo português d
JOÃO ANJOS Vai ser o professor na GRIP. Tácticas, métodos de trabalho e mentalidade de jogo são com ele.
RAUL TAVARES Seja quem for, onde for e quando for, ele estará lá para fazer as perguntas que ninguém tem coragem de fazer.
ANDRÉ FARIA O homem do cenário. Se mete camuflados, réplicas de armas e muita diversão então é onde este homem está.
JANI ANDER Fotógrafo d Photography visão da luz nórdicos.
NUNO “OSSOS” LOURENÇO Um dos melhores jogadores Portugueses explica-te como treinar e melhorar a tua performance.
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equipa
MINGUES -maker” É preciso ões? Ok! ogador de sempre.
DANIEL TEIXEIRA O miúdo da GRIP. É responsável por todas as novidades do mundo da tinta.
HAILEY ADRIENNE A menina bonita do paintball mostra-nos o lado feminino do nosso desporto.
DUARTE GOMES O grande mecânico de serviço. Poucos percebem de marcadores e acessórios de paintball como ele.
RSSON da Paintball y, traz-te a z dos países
GIL BELFORD Com um nome destes só podia ser tradutor… ou então era dono de uma casa de waffles.
RITA RISCADO A nossa professora corrige, traduz textos da revista e atura-nos à brava com as nossas dúvidas.
DOMINGOS LEITÃO Chefe de campo no Millennium e na Liga Portuguesa. Explica-te o B-A-B das regras.
DIOGO ALMEIDA Com futuro promissor no jornalismo, é o jornalista da GRIP. Profissionalismo e verdade numa única pessoa.
equipa
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editorial Por André Garrido Director GRIP
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inalmente o número um. Muitos ainda não nos conhecem, mas os que nos descobriram nos últimos meses adoraram a revista e deram-nos excelente feedback. Agradecemos a todos os nossos leitores, e garantimos que faremos tudo para não desiludir. Quanto aos que estão pela primeira vez a ler as nossas páginas, esperamos que encontrem aquilo que desejámos criar: informação de qualidade, fotografias de excelência e muito paintball europeu. Neste primeiro número apresentamos muitas novidades, entre as quais estão novos colaboradores para explicar componentes específicas do desporto, como é o caso da arbitragem – com o chefe de campo do Millennium e Campeonato Nacional, Domingos Leitão – ou outras áreas mais técnicas, explicadas pelo Nuno «Ossos». Contamos também com Hailey Adrienne, mundialmente conhecida por «Girl Paintballer», que nos dá uma visão feminina no panorama Europeu. Neste número queremos dar-vos a conhecer Ash Chaplen, que explica todo o trajeto e novas ambições dos Nexus. Para além disso, entrevistámos Marcello Margott, que nos revela um pouco da sua vida e da experiência americana no velho continente. Os aficionados do cenário devem guardar esta edição nos bookmarks, pois damos-vos as datas de todos os Big Games deste ano. Irão ainda conhecer o Corpo Expedicionário Português e saber tudo sobre o livro que todos os paintballers deviam ter. E o melhor fica para o fim: neste número um da GRIP inauguramos a secção de Passatempos. Concorram e ganhem produtos oferecidos por nós.
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editorial
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PhotoPaintball
Strange Love
— Já acabaram os teus jogos? — Já... Mas... Hã... — Mas, o quê? — A «gente» precisa de ver estes que vão jogar agora e os que vão jogar a seguir. — Mas eu queria ir para a praia, nós estamos na Côte D’Azur!! — Vai tu sozinha, amor, eu não levo a mal! destaque
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Crossover
EPBF Championship A Ladies Cup, Nations Cup e a Youth Cup passam a ser chamadas de EPBF Championship, mantendo-se no entanto a separação. Assim sendo a Ladies Cup passa a ser chamada de European Championship Women que irá decorrer nos dias 25, 26 e 27 de Maio em Bitburg. Por sua vez a Nations Cup verá o seu nome mudado para European Championship e será realizada entre os dias 29 de Junho e 1 de Julho em Londres. Em Paris, decorrerá a European Championship U19 entre os dias 12 e 14 de Outubro.
A Tippmann apresentou na Paintball Extravaganza o seu novo marcador o Crossover. Este marcador electropneumático, muito leve e de alta performance, custará cera de 340 euros. Estará no mercado entre Março e Abril. O Crossover é um marcador de calibre 0.68 que consegue disparar entre 8 a 15 bolas por segundo até 46 metros. Entre os modos de disparo o utilizador pode escolher semiautomático, autoresponse, PSP, NPPL e Millennium. Tudo isto num marcador com apenas 1,08kg.
Novas Regras A primeira etapa do Millennium Series 2012 é marcada pela alteração de algumas das regras. Passou a ser proibido o coaching a partir da pit e foi alterada a regra das falsas partidas, sendo possível voltar à base para recomeçar. Para 2013 a Federação Europeia de Paintball quer também proibir algum equipamento e algumas cores da bola.
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notícias
Champions Paintball Series Os dias 10 e 11 de Março marcaram o início de um novo torneio de paintball europeu, o Champions Paintball Series. Esta primeira etapa foi realizada em Veneza e contou com a participação de 25 equipas, divididas em 2 ligas, e com a visita de centenas de fãs e curiosos. Os Empire Venice foram vencedores da “Super League”. Na “League One” os vencedores foram os Consilium Dei 2.
E-Flex A nova máscara da Empire foi apresentada na Paintball Extravaganza e será uma fusão entre a E-Vents e a Proflex. O nome escolhido foi E-Flex. Contará com um sistema rápido de troca de lentes típico da E-Vents, espuma na zona dos ouvidos para um maior conforto e lentes termais.
Proton Proton é o nome do novo marcador que está a ser desenvolvido e produzido numa parceria entre a Valken e a Mokal. Pouco ainda se sabe sobre o mesmo, no entanto a empresa anuncia que o preço base será de aproximadamente 230 euros.
Clone GT A MacDev irá lançar um novo marcador de alta competição com o nome de Clone GT, acabando assim com os rumores que davam como certo o lançamento da Cyborg. O Clone GT deverá ser lançado nos finais de Março e será o marcador que equipará os Russian Legion, Explicit Syndicate, Uprising e San Francisco Explicit.
notícias
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Patrick Wrobel
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CAPITÃO DOS SYNDICATE
atrick é daqueles jogadores que todos nos habituámos a ver nas lides europeias, seja no Millennium ou noutros circuitos menores como o Centurio, actualmente conhecido como Grand Tour. Começou a jogar pelos Instict e em 2005 mudou-se para os Syndicate onde joga desde então. Já participou em 8 temporadas inteiras de Millennium
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perfil
sendo o seu ponto alto o primeiro lugar conquistado em CPL em Málaga. É ainda conhecido pelas suas aparições em alguns vídeos da MAXS devido à posição que ocupa nesta empresa. Muito recentemente criou uma escola de paintball com novas metodologias de treino que prometem revolucionar o desporto.
NICKNAME Precision Pat
DATA DE NASCIMENTO 29/03/1983
PROFISSÃO Marketeer na MAXS
COMEÇOU A JOGAR 2000
EQUIPA ACTUAL Syndicate
PROVAS INTERNACIONAIS Millennium, DPLs, Centurio/ Grand Tour
PROVAS QUE GANHOU E COM QUE EQUIPAS 4x Campeão Alemão; 1º lugar em Málaga CPL 2009
MAIOR REALIZAÇÃO NO PAINTBALL Criação da nova escola de Paintball que irá revolucionar os treinos juntamente com o Kirill dos Russian Legion: www. dasprojektk.com
Texto: André Garrido Fotografia: PhotoPaintball
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St. Tr
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ropez Após 5 meses de paragem as bancadas foram montadas, as carpetes estendidas e as redes esticadas. O sul de França foi o local escolhido pela organização do Millennium. Texto: André Garrido Fotografia: PhotoPaintball
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O Millennium Series, o maior evento europeu de paintball de competição, tanto a nível de qualidade como de quantidade, voltou à estrada para uma época ao mais alto nível. O local escolhido para a primeira etapa foi Puget Sur Argens e não SainteTropez ou Cannes, ao contrário do que foi anunciado. Esta pequena vila, com mais de sete mil habitantes, recebeu a maioria das equipas no Oasis Village, um parque de vivendas, o que permitiu criar uma verdadeira comunidade de paintball
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— como se de uma verdadeiro festival se tratasse. A confraternização entre equipas era constante e todos tiveram conhecimento da árvore que dava latas em vez de fruta. O complexo do Millennium encontrava-se imediatamente ao lado deste parque, o que permitia à maioria dos jogadores ir a pé para os jogos. Sem dúvida um luxo que poucos torneios conseguem ter, mas facilmente reparamos que é política da organização, pois Bitburg, Londres
e mesmo Paris (Disney) são envoltos no muito devido à dificuldade de se mesmo conceito. Isto faz com que seja encontrar espaços com acesso facilitado possível os jogadores descansarem mais a outros visitantes. Mesmo assim — e e melhor e de alguma forma também por isso —, se não for poupar nas deslocações. pensada uma abordagem com A entrada para outras facilidades ao público Todos o evento era feita geral torna-se ainda mais tiveram por uma zona da difícil levar o paintball a conhecimento retaguarda, escondida, terceiros. da árvore que o que poderia Os campos estavam dava latas em dificultar o acesso a dispostos da maneira a vez de fruta. pessoas que quisessem que o Millennium nos tem visitar o evento. Sabemos habituado, com os dois campos perfeitamente que o nosso principais juntos e acompanhados desporto é um nicho e os espectadores de duas bancadas. Os outros dois são por norma jogadores de outras campos encontravam-se numa parte equipas e os seus acompanhantes, traseira do recinto, estando separados
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caso os jogadores não tenham feito dos campos principais pelas lojas. o registo previamente. Custa-nos a No recinto comercial estavam perceber a razão do pagamento de um presentes marcas como a DYE, a cartão de jogador, com o valor competir com a GI Sportz para de 45 €, quando as equipas ver quem tinha o maior pagam inscrições por vezes stand, a Celtic Paintball, Qual avultadas para entrar nesta a Maxs, a Vanguard, a a razão competição. Não faria Eclipse, a PaintXtreme, de pagar um mais sentido se esse preço a Tippmann, a Paintball cartão de estivesse incluído no valor Valley, a Spyder e os jogador no da inscrição? gurus do estilo HK Army valor de 45€? Neste dia ainda é e Anthrax. possível, tal como nos anos Quinta-feira é sempre anteriores, treinar nos campos o dia da habitual confusão, existentes. São muitas as equipas que onde a necessidade de comprar um aceitam pagar 400€ para treinarem no cartão de jogador obriga a longas filas,
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campo onde irão jogar no dia seguinte. a vontade de vencer. A partir deste Vêem-se nomes como os Nexus, os momento sabemos que o Millennium tem Amsterdam Heat, os Art Chaos Moscow mais uma prova pronta a começar. ou mesmo equipas de divisões O sistema de calendário inferiores, como é o caso continua a ser o mesmo do dos RMG Bratislava ou dos ano passado, em que duas As Scorpions Milano. equipas se confrontam conversas O dia seguinte, sextaintercaladamente de corredor feira, já é a sério. Com com outras duas. Este centravam-se um céu que indicia chuva, sistema não é fácil e nos Damage, basta percorrer o caminho gera por vezes pequenas Dynasty e Art até aos campos para se confusões em algumas Chaos. perceber o nervosismo nos equipas menos preparadas, jogadores — que tanto ouvem no entanto parece-nos um música e ficam isolados para se boa mudança que veio para ficar e concentrarem, como gritam em grupo que melhora substancialmente todo o numa espécie de ritual para mostrar funcionamento das provas.
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As conversas nos “corredores” centravam-se principalmente em três equipas: nos norte-americanos Damage e Dynasty e, obviamente, nos atuais bicampeões europeus Art Chaos.
Relativamente aos Damage foi uma prova para esquecer, começando com uma vitória de 5:4 face a um Benfica renovado, que volta a ter Hugo Domingues como principal
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cara da equipa e com dois miúdos unânime: a equipa portuguesa merecia que, a manterem o nível exibicional ter ganho. Contudo, infelizmente para demonstrado, não deixam dúvidas eles esse não foi o seu destino. Após quanto ao êxito que poderão ter: este resultado contra uma equipa Sven De Weerdt e António inferior, o jogo seguinte Fedorov Mestre. No primeiro ponto contra os Dynasty prometia ganha contra os Damage, Sven ser difícil. E a promessa facilmente fica sozinho contra passou a realidade após o título J-Rab, e sem mostrar o resultado se ter fixado de melhor qualquer nervosismo nos 5:1 a favor da equipa jogador ganha esse ponto para do dragão. Foi um jogo europeu. gáudio do púbico que extremamente calculado cada vez mais deixa de e incrivelmente técnico, lado o apoio a equipas norteem que as equipas estiveram americanas e passa a apoiar sempre à espera de uma pequena equipas europeias. No final falha do adversário. Neste primeiro deste jogo a opinião era dia ficou ainda uma prestação
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medíocre por parte dos Damage, soberba; o segundo representando uma muito aquém do nível demonstrado no autêntica dor de cabeça para qualquer ano passado, provavelmente devido adversário que se atrevesse a desafiá-lo. a uma ineficiente adaptação às Fedorov ganha facilmente o título regras do Millennium. de melhor jogador europeu e Os Dynasty fizeram o prova disso foi uma jogada Os que todos esperavam, com — provavelmente a melhor Nexus foram duas vitórias: frente aos de todo o evento — em ajudados Syndicate, que este ano que estando na cobra1 por um Ford que contam com Kirill, demoníaco e um salta para a parte de por 5:2, e diante dos dentro do campo matando Chaplen muito Damage, por 5:1. o cobra2, protege-se consistente. Quanto aos Art Chaos, no templo da cobra e pareciam mais oleados do imediatamente depois volta a que nunca. De um lado Fedorov e atirar-se para o cobra2; como se não do outro Knyazev: o primeiro com bastasse, ainda tira o cobra1 adversário uma criatividade e qualidade de jogo e o base esquerdo, indo tocar no buzzer
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como um verdadeiro herói. Este tipo de jogadas está ao alcance de muito poucos! Neste dia ainda sobressaiu também a consistência dos Tontons, que, apoiados pelo público francês, fizeram jogos fantásticos. É, sem dúvida, uma equipa que promete dar cartas este ano. Uma das equipas que mais dúvidas podia causar devido ao seu novo roster era os Nexus. Embora demonstrando alguma instabilidade
em certos momentos dos jogos, foram ajudados por um Jay Ford demoníaco e um Ash Chaplen muito consistente, conseguindo ultrapassar os obstáculos que lhes foram sendo apresentados. Apesar da derrota contra os Art Chaos, os Nexus acabaram por vencer os Ranger por 5:3. Sábado é o dia que começa a terceira divisão, onde são realizados jogos muito mais curtos, uns após os outros, disputados à melhor de três.
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Devido a este método ser um pouco diferente do das restantes divisões — que trocam de lado no campo ao fim de cada dois pontos, enquanto na divisão 3 a troca se faz ao fim de cada ponto — surgiram algumas confusões. Esta á uma divisão de entrada, para todas aquelas equipas que desejam experimentar o formato do Millennium; no entanto, isso não devia ser motivo para ver equipas tão mal preparadas no que respeita ao conhecimento das regras.
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Neste segundo dia o Benfica voltou a criar surpresa no jogo contra os Dynasty ao conseguir marcar os dois primeiros pontos, embora o segundo tivesse sido anulado devido a penalizações. Foi ainda de notar que a equipa de vermelho anulou Alex Fraige, que por poucas vezes conseguia chegar ao obstáculo pretendido, não impedindo que a sua equipa ganhasse o jogo por um expressivo 5:1. No outro jogo deste grupo os
Syndicate foram literalmente sovados fossem consideradas favoritas: Vision, pelos Damage, que ganharam 5:0. Dogs D Amour, Hulk e Hellwood. Os Nos restantes grupos a surpresa Vision foram sempre a equipa forte, foram os Carnage, que nos querem fazer mostrando um tipo de jogo consistente e esquecer os resultados do ano não deixando margem para dúvidas passado e fazer lembrar a de que estavam em Sainteequipa de 2010. Tropez para ganhar. Os Dogs Os No final de sábado D Amour, que contam com Carnage as oito equipas que Chad George, perderam querem-nos estavam habilitadas a fazer lembrar apenas nas preliminares passar aos quartos de a equipa contra uns inspirados final eram as seguintes: de 2010. Empire Venice. Quanto Art Chaos, Instinct, aos Hulk mostraram um Dynasty, Breakout, Tontons, jogo mais difícil de convencer, Damage, Carnage e Nexus. cedendo alguns pontos que podiam Em SPL destacaram-se claramente muito bem ter evitado, mas nada que quatro equipas, embora nem sempre comprometesse a sua passagem. Ao
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mesmo nível estiveram os Hellwood, cedendo 3 pontos nas suas vitórias contra os Graffiti e os 7eme Compagnie. Na Divisão 1 destacaram-se os RMG, que conseguiram não sofrer mais do que um ponto nas suas vitórias até — e mesmo após — às eliminatórias. É sem dúvida um exemplo a seguir a nível de consistência, revelador de que nem sempre basta a
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vontade de marcar pontos, sendo também necessário saber defender e esperar pelos momentos certos. Das 16 equipas que passaram às fases de eliminação destacaram-se as seguintes, não só pelas suas vitórias mas também pela luta que deram em campo: Redball, PB Club 2, Gold Coast, ML Kings, Coyotes, RMG, Desperados, Collision e Lardi. Na Divisão 2 temos obviamente
de destacar a antiga equipa de CPL, Ignition, que passaram os preliminares com um resultado perfeito ganhando todos os jogos com 4:0. No entanto, sentiram algumas dificuldades no jogo com o Manchester Firm 2, que terminou 3:2, com vitória para os Ignition. Nesta divisão ainda devemos falar nos Scorpion, uma equipa muito estável e sempre a mostrar a sua garra, e nos Relentless, que conseguiram mostrar a qualidade do seu jogo forte contra
equipas como Dagnir Dae 2, Valkyries e MPA Blackout, embora tenham perdido face os NPP. Na Divisão 3, como já dissemos anteriormente, o resultado é à melhor de 3. Podendo isto parecer mais fácil para as equipas deste escalão, também significa que pode sair muito caro a uma equipa que leve uma penalização, que tenha um marcador em baixo ou que tenha qualquer distração que possa matar o jogo. A única exceção a esta
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regra é a disputa da final e do terceiro e quarto lugar, que é à melhor de 7. Neste escalão é muito difícil avaliar o desempenho em termos médios, pois geralmente ou é oito ou oitenta. No entanto consegue-se perceber facilmente a estabilidade, coerência de jogo e supremacia de ambas as equipas GFY Evolution. Na noite de sábado identificam-se claramente quais as equipas que já
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passaram às finais e aquelas que ainda estão em jogo. O barulho nesta noite é constante e dura até altas horas, sendo por isso conhecida por muitos como a Loser Party — são geralmente os derrotados que ficam até altas horas a festejar. Domingo arranca: é do dia do tudo ou nada. Quem perde faz as malas e quem ganha passa à fase seguinte. É um verdadeiro espetáculo ver as
bancadas cheias para se apreciar as melhores equipas do Mundo, e alguns mais afortunados conseguem ter uma vista mais geral a partir da tenda VIP da DYE. Não deixa de ser estranho, no entanto, que algumas equipas que ficaram pelo caminho já não estejam presentes para aprender com aqueles que são melhores do que
eles, mas essa é desvantagem do Millennium, ao fazer provas em locais tão apetecíveis. O grande momento da manhã foi o jogo entre os Tontons e os Damage, onde os franceses, com um apoio fantástico do público, deram uma
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lição aos campeões do Mundo de como 4:0, enquanto no outro jogo os Vision jogar paintball. O resultado final fixounão fizeram mais do que lhes competia, se nos 5:2. com a ajuda do melhor jogador Nos restantes jogos não houve inglês da actualidade Clint Moore, ao grandes surpresas, tendo os Dynasty ganharem por 4:1 os Hellwood. ganho aos Breakout por 5:2, e os Art Na Divisão1 os Collision ganharam Chaos vencido os Instinct por 5:0. O 4:3 aos Redball, enquanto os ML Kings de outro jogo em falta tinha frente a frente Praga ganharam aos RMG por 4:1. os Carnage contra os Nexus, terminando Na Divisão 2 os Relentless dominaram num merecido 5:3 a favor dos franceses. os Agression por 4:1 enquanto os Ignition Sendo assim, passaram para as se viram mais aflitos para ganhar por 4:3 meias-finais duas equipas francesas, aos Scorpions Milano. uma equipa russa e uma equipa norteNa última divisão ambas as equipas americana. Para algum infortúnio de Paris, GFY Evolution, passaram as dos Tontons, a equipa que finais com vitórias imaculadas, defrontaram foram os Art o que fez com que a final Os Chaos, que ganharam por fosse entre duas equipas Tontons 5:1, enquanto os Carnage do mesmo emblema. Na deram uma perderam pelo mesmo final ganhou a primeira lição de como resultado contra os equipa dos GFY Evolution jogar paintball Dynasty. por 4:2, enquanto no aos campeões Estavam apurados terceiro e quarto lugar os do Mundo. os finalistas, estando Argonauts perderam num reservado para a final o jogo jogo renhido por 4:3 contra os mais do que esperado entre os Art franceses Brakassees. Chaos e os Dynasty, enquanto a disputa Voltando à Divisão 2, os dois jogos de terceiro e quarto lugar caberia às das finais foram uma demonstração de duas equipas francesas. domínio completo tanto por parte dos Em SPL passaram as equipas Ignition como dos Scorpion, vencendo que durante todo o torneio mais se ambas por 4:0 aos Relentless e aos evidenciaram, embora os Hulk se Agression, respectivamente. tivessem visto aflitos contra os Consilium A Divisão 1 teve também dois Dei, ganhando por 3:2. Já os Hellwood resultados idênticos, desta vez de ganharam por 4:3 aos Ugly Ducklings. 4:1, com vitória dos ML Kings sobre os Nas semifinais, os Dogs D Amour Collision e dos RMB sobre os Redball. garantiram um lugar na disputa pelo Em SPL os jogos já se tornam primeiro lugar, vencendo os Hulk por um pouco mais sérios. Neste caso
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já existe uma organização de jogo diferente e chega a ser visível alguma falta de fair-play, permitida pelas regras, como foi o caso do countercoaching excessivo por parte dos Vision, não sendo no entanto esse o motivo da vitória por 4:2 aos Dogs D Amour. Na disputa do terceiro e quarto lugar os Hellwood ganharam também por 4:2 aos Hulk. As finais de CPL são sem dúvida o momento mais alto de todo o torneio.
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Neste ano, na disputa pelo terceiro lugar os Tontons lutaram até ao cair do pano fixando o resultado em 5:4. Um jogo muito renhido entre duas equipas francesas a jogar em casa e com o público a aplaudir cada ponto. O último jogo do evento acabou por ser uma final repetida ao longo de vários anos de Millennium: russos de um lado e norte-americanos do outro,
quase a lembrar os ódios dos tempos da Guerra Fria. Antes deste jogo viam-se as equipas a reunirem-se para estudar as suas táticas, ouvirem as suas últimas palavras de motivação e descansarem um pouco para estarem o mais bem preparados possíveis. É excecional a força de vontade destas duas equipas,
que passam todo o torneio a estudar campos, a ver as falhas cometidas mesmo durante as vitórias de modo a chegar a este último jogo e errarem o menos possível. Azul de um lado, roxo do outro e o público começa a torcer pelos seus favoritos. Uma coisa é certa: neste
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momento muitas pessoas já torcem pela equipa europeia, algo que há alguns anos era impensável. Os maiores fãs dos Dynasty são a equipa mais bem disposta em Sainte-Tropez, os Assala, que com as suas perucas de palhaço animam toda uma bancada enunciando o grito de guerra da equipa de Oliver Lang e seus companheiros. Este foi de longe o jogo mais calculado, mais estudado e mais nervoso que passou naquele campo.
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Poucas movimentações, sempre a valorizar o jogador vivo em vez de arriscar para eliminar o adversário, procurando-se muitas vezes zonas cegas no campo. A equipa liderada por Fedorov deu espetáculo e mostrou aos Dynasty que eles já não mandam na Europa. A dupla Fedorov/ Knyazev fez muita mossa, conseguindo ganhar o jogo por 5:1. O resultado foi de alguma forma injusto para o que se jogou, mas em momento
algum ficou a dúvida de quem era o nos veio prender muito mais o jogo. claro vencedor. Europa 1 — EUA 0. Muitos jogadores têm dificuldades em Olhando para o passado sobreviver numa cobra tão baixa e os acreditamos que estes que sobrevivem pouco conseguem são claramente os dois Muitas jogar. Ainda é cedo para candidatos ao título pessoas perceber se isto é positivo europeu, com a torcem pela ou negativo, mas foi sem possibilidade de uns equipa europeia, dúvida uma mudança Tontons, motivados pela algo que há agradável. comemoração dos seus alguns anos era A grande novidade 20 anos de existência, impensável. deste ano foi a nova bola se meterem ao barulho da DYE. Muitas equipas falam e estragar a festa às outras maravilhas desta bola e não duas equipas. podemos deixar de reparar em todos Relativamente à nova cobra pareceos caprichos que a DYE coloca,
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ADAPT
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desde os relevos na caixa, passando Continua a fazer parte da praxe a por uma caixa mais resistente e venda de todo o material dos Dynasty acabando nos famosos sacos com no final de cada prova. Não deixa de fecho e que ficam de pé. ser uma oportunidade de adquirir A entrega de prémios é demorada, material único e até colecionável. em parte porque são 5 divisões e O torneio acabou e no geral todos desejam agradecer aos seus achamos que foi um torneio num patrocinadores e apoios. Não deixa de local interessante, quase como se se ser notória a camaradagem que existe tratasse de um festival de paintball, entre todos os jogadores, mesmo mas distante de tudo e com quando Fedorov agradece em demasiado pó. Nem queremos tom de brincadeira por os pensar no que seria se Fedorov Dynasty terem perdido o tivesse chovido: teríamos agradece primeiro lugar. certamente de enfrentar aos Dynasty Mais uma vez enormes dificuldades por terem a equipa Assala para andar na zona das perdido demonstrou toda a sua lojas e nas passagens o primeiro boa disposição quando até aos campos. Já vimos lugar. os Dynasty subiram ao muito melhor, como foi pódio, o que mereceu um o caso de Longchamps o ano agradecimento de Alex Fraige ao passado. colocar todos os presentes a gritar o A próxima prova é em Bitburg, um nome da equipa do Gabão. local já com uma longa tradição em Causa-nos alguma estranheza que receber eventos do Millennium. Será de as lojas comecem a ser desmontadas certeza mais uma grande prova. Irão os ainda os jogos vão a meio. No momento Dynasty conseguir o primeiro lugar para do pódio praticamente todas as lojas já animar as coisas? Ou continuarão os Art se encontram fechadas. Chaos na senda da vitórias? •
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época nova, regras novas Por Domingos Leitão Nos EUA, a PSP apresentou recentemente as alterações às suas regras para a época de 2012. Não se verificaram alterações significativas, bem pelo contrário, reforçaram a manutenção de regras introduzidas em 2011 para regulação dos jogadores de divisões superiores em equipas de divisões inferiores. Ainda harmonizaram as regras de desempates entre equipas classificadas na mesma posição para todas as suas divisões. A NPPL ainda não mencionou se vai introduzir alterações mas julgo que não vão ocorrer grandes novidades, visto que está praticamente a arrancar a primeira etapa. Já no Velho Continente, a EPBF anunciou a introdução de regras novas para aplicação imediata na época de 2012 e informou algumas das alterações para a época de 2013. Aqui verificamse alterações mais profundas que poderão influenciar a velocidade dos jogos como é o caso da proibição do
“coaching” no lado das pits. Passa também a ser permitido aos jogadores voltarem à sua base de partida mesmo após uma falsa partida desde que respeitem determinadas condições expressas nas regras e os fabricantes de bolas de paintball têm um ano para se desfazerem dos lotes de tinta laranja que deixará de ser permitida.
“Em Portugal a regra dos 90
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segundos reduz o tempo para os 60 segundos” Em Portugal, através da FPP, irão surgir também algumas novidades, sendo que as mais importantes serão sem dúvida a redução do Rate of Fire (ROF) para o limite de 10.0 bps (10.5 na prática) e a alteração da regra dos 90 para os 60 segundos. Relativamente à Ásia, segue sobretudo o modelo europeu, onde é possível encontrar regras próprias
e diferentes dos rule books já aqui enunciados. Em síntese temos os EUA a marcar o ritmo, a Europa a tentar homogeneizar o seu rule book com os modelos americanos, Portugal e Ásia a tentar convergir com o modelo europeu. A pergunta que se impõe é sem dúvida a seguinte: Quando teremos um rule book único para o Paintball a nível mundial? Independentemente dos formatos possíveis no Paintball de competição, as restantes regras são compatíveis de serem homogeneizadas à escala planetária. Á primeira vista
permitiria aos jogadores, quando jogam noutros países, preocuparemse exclusivamente com a tática e não perderem tempo em perceber e
“O Rate of Fire foi reduzido para as 10.0bps” adaptarem-se às diferenças de regras entre cada país/continente. Nesta edição pedimos aos nossos leitores se conseguem enunciar 3 regras que sejam diferentes entre Portugal e a EPBF? •
Respondam para magazine@grippaintball.com e a melhor resposta será divulgada. regras
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jogo sujo Por João Anjos É sabido que o xball revolucionou por completo a forma como se joga paintball actualmente. Deixou de haver lugar para certos tipos de fisionomias em campo, exige-se a todos os jogadores capacidade atlética e todo o jogador tem a obrigação de saber jogar em qualquer posição e em qualquer obstáculo. Mas estas diferenças tácticas e técnicas estenderam-se também para fora de campo, directamente para a gestão emocional de cada equipa. Actualmente uma equipa com excelentes capacidades de gestão na área de dinâmica de grupo tem grandes possibilidades de manter um grupo unido e capaz de lutar por todos os resultados até ao último segundo. Nos formatos de 7man e 5man, após uma derrota estrondosa, era mais fácil unir o grupo, dar a volta por cima e vencer o jogo seguinte. Com o xball isso tornou-se mais difícil de realizar. Depois de se levar uma
sova em campo, o tempo entre pontos é mínimo para meter toda uma equipa de cabeça levantada e focada no objectivo final: A Vitória! Em momentos destes entregarmonos às emoções de frustração, de vergonha ou de raiva é facilitar a vitória à equipa adversária. Ter um treinador que ajude nesta gestão emotiva é um grande passo, mas no final compete ao próprio jogador ter esta capacidade. O tempo e a
“Não confundir com falta de fair-play, é apenas uma forma de instigar
desordem nos adversários.”
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táctica
experiência ajudam a desenvolver esta capacidade num jogador de paintball e acima de tudo fornecem-no com uma quantidade de tácticas sujas, que o ajudam a reequilibrar a balança
emocional nestes momentos chaves. O que vou escrever a seguir são então uma série de tácticas a que muitos jogadores recorrem nestes momentos. Não confundam estas acções com batota ou falta de fair play. Acima de tudo isto trata-se de tentativas de instigar alguma desordem e desarmonia nos vossos adversários. Começamos pelo famoso “OverShooting”. Esta é provavelmente a táctica suja mais conhecida, muitas vezes associada à maldade dos jogadores em campo. Mas a verdade é que é um excelente ponto de pressão sobre a equipa adversária, obrigandoos a terem que passar mais tempo a limparem-se na sua box, por vezes implica mesmo que esse jogador não possa retornar ao jogo por estar demasiado sujo. Sejam inteligentes no momento de fazer overshooting e especialmente no sítio a pintar. Escolham o battlepack, é mais difícil e complicado de limpar, implica uma segunda pessoa para a limpeza e muitas vezes o jogador entra em campo com essas mesmas marcas em campo. O único senão do overshooting é que dificilmente teremos a oportunidade de o fazer se estivermos a ser esmagados ponto após ponto. Identifiquem o elemento mais
fraco mentalmente da equipa adversária. Quando passamos uma época inteira a jogar contra os mesmos adversários, começamos a conhecer a sua personalidade e a forma como reagem perante algumas situações.
“Ao fazerem overshooting apontem ao battlepack. Precisa de uma
segunda pessoa para o limpar.”
táctica
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Mesmo que não conheçam os vossos adversários, vejam todos os jogos que estes realizam. Identifiquem essa pessoa e façam a escolha de colocar muita pressão no vosso breakout sobre este. Ao fim do terceiro ponto a ser eliminado no breakout, ele vai quebrar e a frustração instala-se, vai exigir à equipa dele que mudem algo para que este possa jogar ou ficar em jogo. Se a equipa mudar de táctica por causa de um só jogador - objectivo conseguido. O senão deste truque implica ter mais do que um jogador focado num só jogador no breakout. Enervem a equipa adversária, não existe a necessidade de se entrar no
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táctica
campo das ofensas, mas pequenas coisas podem criar uma tempestade enorme no seio da equipa adversária. Celebrem a conquista de um ponto efusivamente, digam adeus a um adversário eliminado quando estes estiverem a caminhar para a box, finjam que lhes vão roubar os potes especialmente se estes mesmos estiverem mesmo em frente das boxes da equipa adversária. Os time-outs que tão frequentemente são desperdiçados pelas equipas por as piores razões (falta de organização) são também eles uma ferramenta que devem usar. Pedir um timeout quando a equipa adversária começa a recuperar o ímpeto, pode ser uma verdadeira
ajuda para a vossa equipa. Obriguem a equipa adversária a ceder o ponto, juntem-se todos no meio do campo a falar, não demonstrem grande interesse em marcar ponto. Nestas situações há que saber sempre avaliar o momento, se for benéfico para a equipa adversária ter o seu tempo para recuperar e acalmar, então nesse caso demonstrem precisamente o contrário. Marquem o ponto rapidamente e demonstrem todo o interesse em voltar
para campo o mais rápido possível. Arrisquem com um run through arrojado. Os layouts modernos permitem quase sempre uma corrida
“Celebrem a conquista de um
ponto efusivamente. Digam adeus
a um adversário eliminado. Finjam que lhes vão roubar os potes.” directa em segurança até ao centro do campo. Descubram esse caminho e estiquem-no até ao campo adversário. Não se preocupem muito com o facto
táctica
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desse jogador poder ficar em jogo ou não, o objectivo é apenas chegar ao outro lado e eliminar um ou dois jogadores e provocar confusão. No ponto a seguir garanto-vos que a equipa adversária irá estar preocupada com a possibilidade de isso se repetir. Se isso acontecer e se eles mudarem de táctica perante essa possibilidade, objectivo conseguido. Provoquem o erro ao adversário. Há uns anos vi um famosíssimo jogador profissional Norte-americano fingir que marcava ponto, fingir que era checkado pelos árbitros e começar a dirigir-se para fora do campo, sem sair do mesmo, enquanto apanhava potes. Alguns segundos depois um elemento da
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táctica
Pit Crew da equipa adversária entra em campo para apanhar potes. Penalização automática para esta equipa, que no ponto a seguir teve de começar apenas com 4 elementos. Muitos destes pequenos truques são
“Provoquem o erro ao adversário.” usados dezenas de vezes ao longo de um dia de torneio, percebam que a sua utilização não vos torna um jogador batoteiro, mas sim que vos torna um jogador astuto e com muitos recursos. E que estes recursos farão muitas vezes a diferença no decorrer de um jogo. •
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de volta ao básico Por Nuno Lourenço O senso comum diz-nos que ninguém corre sem antes ter andado, portanto é pelo básico que vamos começar. Existem certos aspectos que qualquer jogador de paintball deve ter em consideração em termos de técnica, um exemplo é jogar com as duas mãos. Já não há destros nem canhotos no paintball, isso são coisas do passado e dos marcadores em semi. Com o ramping os dedos correm a 5 e o marcador dispara a 10, portanto já não há desculpas para jogarem com o marcador sempre na mão “confortável”. Forcem nos treinos, obriguemse a fazer drills com a outra mão, vão ver que a vossa pontaria e mobilidade atrás de um obstáculo melhora exponencialmente e com isso vão conseguir ajudar a vossa equipa a ganhar jogos. Outro aspecto básico que ainda hoje vejo acontecer é o posicionamento na “flag station” aquando o início do
jogo. Pode parecer pormenor, mas é nestes pormenores que os Prós não falham e que vocês não devem falhar. Portanto um jogador que vai correr para a base da esquerda, seja a disparar ou simplesmente a correr, nunca em situação alguma pode estar com o marcador na mão direita, se o fizer vai estar a contrariar o movimento natural do corpo. Ou seja, as pernas vão estar a correr a direito e o tronco vai estar
“Não há destros nem canhotos no
paintball, isso são coisas do passado e dos marcadores em semi.”
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torcido para tentar apontar para o adversário que cada vez fica mais para a direita. Se o objectivo for correr para chegar vivo ou chegar mais rápido sem disparar, ir com o marcador na mão que está virada para as bolas que vêm contra nós não é uma boa opção, o ideal é ter sempre o marcador na mão mais
distante do adversário e colocar o corpo entre as bolas e o marcador. Se a bola bater na perna pode fazer bounce, se for no marcador não fará certamente, erro que custa um jogador, e todos os jogadores fazem falta. Ainda em relação ao posicionamento, o mais fácil para se aperceberem se estão colocados da forma correcta, é apontarem para onde querem ir ou disparar e de seguida ir virando o marcador para a base, o caminho mais curto é sempre o certo. Observem como os grandes jogadores se comportam nestas situações e tentem absorver tudo o que conseguirem.•
técnica
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arcello argott
Habituado a jogar nas melhores equipas do Mundo, este ano mudou-se para a melhor equipa europeia. VĂŞ qual a opiniĂŁo deste jogador sobre o paintball na Europa.
Texto: Diogo Almeida Fotos: PhotoPaintball
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GRIP: Como foi o teu primeiro contacto com o paintball? Marcello Margott: Comecei a jogar paintball com o meu pai tinha eu nove anos. Jogávamos juntos todos os fins-de-semana, foi uma experiência fantástica que eu nunca pensei que se tornasse num trabalho a tempo inteiro. GRIP: Quando começaste a jogar profissionalmente? MM: Comecei a jogar paintball profissionalmente quando tinha quinze anos com os LA Ironmen. GRIP: Quais são as tuas expectativas desta nova experiência com os Russian Legion? MM: Espero melhorar o meu nível de jogo e ganhar muitos torneios. GRIP: Quando foi a tua primeira experiência na europa e o que pensas do nosso nível de jogo? MM: A primeira vez que vim à Europa foi em 2008, tinha dezassete anos. Naquela altura o nível de jogo era muito mais baixo do que é agora. Nos últimos anos assisti a um crescimento dramático a nível de talento e habilidade. Fico muito contente que esteja a crescer de uma forma tão rápida. GRIP: Nesta fase o Millennium é uma parte importante da tua carreira? MM: Penso que sim. É muito
“Nos últimos anos assisti a um crescimento dramático na europa.” entrevista
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importante ser conhecido internacionalmente e acima de tudo tenho imensos amigos que só consigo ver quando vou ao Millennium Series. Sem o Millennium iria sentir falta deles e da grande oportunidade que esta prova oferece. GRIP: Jogaste com alguns dos
melhores jogadores do Mundo. Lendas como Oliver Lang e Nicky Cuba e agora os Russos. Se estivesses a jogar 2 contra 5, quem é que tu escolhias para ter a teu lado? MM: Escolhia o Alex “Mouse” Goldman. Crescemos os dois a jogar juntos e sempre fomos um duo imparável. Eu e o Mouse ganharíamos… sempre! •
“Tenho imensos amigos que só consigo ver quando vou ao Millennium.” 56
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Fotografia: PhotoPaintball
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“Não vamos desistir sem dar luta.” Ash Chaplen, capitão dos Nexus, falou com a GRIP sobre o passado, presente e futuro da sua equipa. Texto: André Garrido Fotografia: PhotoPaintball
GRIP: Se olharmos para a história dos Nexus conseguimos ver três fases distintas: Antes do Robbo vender os Nexus à DYE; dois anos com o Brandon Short, Mikko Huttunen e Hugo Domingues a até ao ultimo ano com o Clint Moore, Jason Wheeler e Neil Campbell. Todos estes nomes são grandes nomes do paintball europeu. Neste ano de mudança, quem pensas que irá ser o próximo grande nome dos Nexus dentro de um ano ou dois? Ash: Essa é uma boa questão. Sem dúvida alguma já passaram grandes jogadores nesta equipa ao longo dos anos. Neste momento temos uma equipa muito jovem que tem potencial para dar luta por muito tempo, por isso é provável que todos fiquem de alguma forma conhecidos. Talvez tenhas visto o George Bruton a jogar no Millennium o ano
passado. Ele só tem quinze anos e tem um enorme potencial. Também fomos buscar um miúdo chamado Liam que só joga paintball há 18 meses. Ele aparece nas nossas captações de Inverno e deixou tudo em campo. Ponham os olhos nestes miúdos e no resto da equipa. Estou em pulgas pela época que temos pela frente. GRIP: Sejamos honestos. Uma nova equipa, com jogadores muito novos, que deixou de contar com três dos melhores jogadores europeus, na liga mais competitiva na Europa… É uma tarefa muito difícil. Ash: Sim, é sem dúvida uma perspetiva bastante assustadora. E sabemos que levará algum tempo a que as coisas se componham. Mas não há volta a dar, sabemos que perdemos alguns jogadores e se passássemos o ano a pensar nisso não
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poderíamos seguir em frente. Em 2012 os Nexus são uma equipa muito diferente, mas os princípios ainda são os mesmos. Treinamos no duro, estamos todos com vontade de competir, de ganhar. GRIP: Como é que a equipa reagiu à saída do Clint, do Neil e do Jason? Ash: Cada jogador abandonou a equipa em circunstâncias diferentes, por isso foi diferente em cada uma das vezes. O Clint disse à equipa que pensava sair no final da época, embora ninguém tivesse a certeza se isso iria acontecer. Calculo que todos queríamos que isso não acontecesse… O Jason tem tido uma relação com os Russos há alguns anos mas as coisas nunca se tinham proporcionado antes. Todos estávamos à espera na altura que aconteceu e fico muito contente que ele tenha conseguido a oportunidade de viver o seu sonho. Com o Neil separámo-nos já depois do final da época. O Neil tem sido um jogador fulcral para esta equipa e é uma dos jogadores menos egoístas em campo – sempre que os Nexus estavam no pódio, era o Neil que controlava um dos lados do campo e dava a liberdade aos restantes para abrir o livro. Fico triste por o ver partir, mas de momento estamos a construir uma equipa para o futuro e esse é o nosso objetivo.
foram feitos comentários sobre os grandes nomes que se ofereceram para jogar nos Nexus. Nomes que nem precisavam de mostrar as suas capacidades. Porque não foram escolhidos esses jogadores? Ash: Existiram algumas pessoas que fizeram a pergunta. Presumo que te estejas a referir aos jogadores profissionais Americanos? GRIP: Naquela altura não vi nenhum nome ou país. Mas os Nexus não querem jogadores pros Americanos na equipa? Ash: Tivemos essa discussão umas quantas
“Foram feitos alguns pedidos
para certos jogadores entrarem
GRIP: Durante as vossas captações,
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pela porta do cavalo.” vezes. Do meu ponto de vista, por cada Americano que entre na equipa vai negar um lugar a um puto Inglês na nossa equipa. O panorama de competição no Reino Unido está em declínio, cada vez menos jogadores estão a chegar aos níveis de topo no paintball, por isso decidimos que se não voltássemos a investir em jogadores locais os Nexus não teriam jogadores Ingleses no espaço de três anos. Podia até já ter acontecido, não tivéssemos nós decidido isto no espaço de um ano. Fomos buscar seis novos jogadores nos últimos dezoito meses. Se não tivéssemos feito esta decisão, não haveria Nexus.
GRIP: E podes-nos dizer quais os nomes dos jogadores que rejeitaste? Ash: Rejeitar é um pouco duro. Foram feitos alguns contactos por alguns dos Ironmen que queriam jogar na europa e nós explicámos a nossa posição. Eles são todos tipos porreiros e perceberam as nossas ideias. Irás vê-los aparecer em outras equipas este ano. Além dos Americanos, foram feitos alguns pedidos de alguns jogadores que basicamente pretendiam entrar pela porta do cavalo porque não queriam que certas pessoas soubessem das suas intenções. Não tenho tempo para isso. GRIP: Essa situação é aquela em que um
jogador passava a vida a dizer mal dos Nexus e no final queria jogar com vocês? Ash: (risos) Existem sempre tipos que nos vão odiar, a maioria deles são invejosos ou pensam que sabem mais que nós. Mas quando veem uma oportunidade para roubar uma fatia do bolo, passam a ser os teus melhores amigos. Esta situação já aconteceu algumas vezes, mas eu não vou revelar nomes. GRIP: Porque é que não foram buscar um ou dois Ironmen para ajudar os novos jogadores a crescer mais rápido neste primeiro ano? Ash: Da minha perspetiva, esses dois jogadores só iriam ensinar alguma coisa
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aos miúdos se estivessem nos treinos, nos torneios mais pequenos e presentes praticamente a toda a hora. Se eles viessem só jogar aos grandes torneios, estariam a tirar o lugar a um jogador da equipa e esse jogador não iria ganhar qualquer experiência. Não há forma mais rápida de aprender do que nas trincheiras, no calor da batalha. Se vais jogar a nível profissional, inevitavelmente terás de ir lá para dentro e fazê-lo. Porquê esperar? Temos conhecimento e experiência suficiente
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dentro da equipa para ensinar estes miúdos, e ao mesmo tempo deixá-los desenvolver o seu próprio estilo. GRIP: Apesar disso tudo os Nexus foram buscar mais uma vez o Mikko Huttunen. Porquê? Ash: Resumindo, o Mikko perguntou se podia ajudar e estar no roster. Penso que está numa fase de transição e a pensar retirar-se do paintball, visto que já não joga pelos Ironmen. (sorri) O Mikko é um jogador muito inteligente, e
uma forma positiva. Em primeiro lugar, somos uma equipa de topo que pretende ganhar torneios. Mas isso não fica por aqui; somos embaixadores da DYE e do Paintball de Competição num modo geral. Tu podes ganhar todos os torneios do Mundo mas se fores um imbecil ninguém quer saber de ti. GRIP: Mas a DYE não quer que vocês fiquem no top4 europeu? Ash: Claro que querem. O nosso maior objetivo é vencer torneios. A DYE fornece-nos tudo o que precisamos para treinar para quando chegar a Domingo ainda estejamos na luta pelos primeiros lugares. Se conseguires fazer isto de uma forma consistente, terás sempre uma possibilidade de ganhar.
acima de tudo irá ajudar a equipa a nível tático numa perspetiva de treinador. Nem sabemos a quantas provas ele poderá ir mas quando um Bi-Campeão do Mundo te oferece os seus conhecimentos, não há forma de dizer que não. GRIP: Sendo os Nexus uma equipa da DYE trás muitas responsabilidades e muitas vantagens. Podes-nos dizer quais são as exigências da DYE? Ash: Para a DYE a nossa responsabilidade é promover a marca e os produtos de
GRIP: Isto faz-me lembrar uma coisa que o Hugo Domingues (ex-jogador dos Nexus) disse na última entrevista da GRIP. Ele disse que quando ele estava nos Nexus tudo aparecia feito. Isto é verdade? Ash: Basicamente sim. De momento esse trabalho faz parte das minhas competências na DYE. Trato de todos os detalhes para que quando a equipa está toda junta só pense 100% em paintball. GRIP: A primeira pergunta difícil. Nesta crise económica ainda existem jogadores com salário nos Nexus? Ash: Acho que está na altura de desfazer alguns mitos. Nenhum jogador dos Nexus recebeu qualquer salário desde que a
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DYE ficou com a equipa no final de 2006. DYE fornece-nos todas os meios para treinar, para viajar, para estar presente nos eventos mas todos os jogadores da nossa equipa têm o seu próprio trabalho. GRIP: Nem o Mikko Huttunen, Brandon Short ou o Hugo? Ash: Não enquanto jogadores dos Nexus. É óbvio que existem pessoas como eu, o Tommy Pemberton, o Mikko e mais alguns que trabalham para a DYE ao mesmo tempo que jogavam nos Nexus mas neste momento existe apenas uma quantidade
muito pequena de pessoas a serem pagas para jogar a nível profissional. Todos os nossos jogadores estão aqui porque querem competir, querem ganhar e definitivamente prefiro isso. GRIP: Mais uma vez, o Hugo disse-nos que ele recebia mais que o Short ou o Mikko. Ele não trabalha para a DYE como empregado mas como atleta. Ash: A DYE patrocina atletas tal como equipas, e o Hugo é um desses casos. Penso
“Quando um Bi-Campeão do Mundo te oferece os seus conhecimentos, não há forma de dizer que não.”
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no entanto que não será correto discutir os detalhes de acordos com os jogadores. Os patrocínios no paintball são uma outra conversa totalmente diferente (sorri). GRIP: Ok, é justo. Mas onde eu quero chegar é sendo tu o novo capitão dos Nexus, como geres as diferenças e mentalidades entre jogadores profissionais pagos e jogadores profissionais não pagos? Ash: Mantenho tudo orientado para a equipa. Ninguém é maior que a própria equipa por isso foco-me mais no que é que faz a equipa funcionar e como obter o melhor de cada jogador. Temos muita sorte em não ter uma quantidade grande de egos para gerir. GRIP: Os Nexus treinaram todos os fins-de-semana desde as captações. Em que consistem os vossos treinos? Ash: Dedicamos os sábados aos drills. Cobrimos muitas coisas: pontaria no primeiro tiro ocupa-nos grande parte do tempo, por isso temos break shooting, snap shooting,
drills de um só tiro e por aí fora. Gostamos de dar alguns castigos quando alguém falha o alvo, ou perde um um contra um, tais como corridas, agachamentos, flexões, etc. Também fazemos alguns cenários de jogo de modo a melhorar o movimento e a comunicação. Os domingos são geralmente dias de jogo, onde jogamos contra outras equipas no nosso campo de treino – Bricket Wood Paintball. Existe um grande grupo de equipas a treinar neste campo, esperemos que continue a crescer. GRIP: O paintball dos nossos dias é um desporto muito profissional, agressivo e exigente. Para um miúdo, que começa a jogar paintball e quer jogar numa equipa como os Nexus ou qualquer outra equipa da CPL, quais são os teus conselhos para ele? Ash: Que vá para campo e jogue. Jogue tanto quanto conseguir e que se divirta a fazêlo. Não tenha medo de experimentar coisas novas, que apenas tenha a certeza que aprenda com os erros quando as coisas não
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correrem como planeadas. Se ele quiser passar para um nível mais sério, então comece a focar-se na técnica: break shooting, running and gunning e snapshooting são todas habilidades chave, mas acima de tudo que se divirta. GRIP: Olhando para os vossos resultados no Millennium podemos ver
uma equipa muito inconstante. Tanto conseguem um segundo lugar como um décimo primeiro no mesmo ano. Porque é que isto acontece? Ash: Se eu soubesse a resposta nunca teríamos acabado em décimo primeiro. Essencialmente a CPL é tão competitiva nos dias de hoje que não te podes descuidar. Estávamos a ter um ano em grande, a
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melhorar consistentemente, e acabar em segundo lugar em casa foi realmente incrível. Ir para Paris, com as oito primeiras equipas separadas por tão poucos pontos, era surreal. Estávamos quatro equipas empatadas para o terceiro lugar. A equipa em oitavo estava apenas a dez pontos atrás. Houve muita pressão imposta por nós para tentar sair por cima e não conseguimos.
Podemos culpar todo o tipo de coisas, mas no final do dia a culpa é apenas nossa. Sabíamos o que estava sobre o nosso controlo e o que não estava, apenas tivemos de levar com ela nos queixos e prometemos a nós mesmo que não voltaria a acontecer. GRIP: Este vosso espírito levou, já nesta época, os Nexus a obter o primeiro
lugar no CPPS, embora não tenham havido finais por causa do tempo. Como sentiste a equipa neste primeiro teste? Ash: Todos estiveram muito bem. Estavam condições horríveis, mas todos fizeram o que tinham a fazer. Tentámos algumas coisas diferentes e experimentámos um pouco para que tivéssemos algumas coisas para levar para casa e melhorar.
GRIP: Confiança ou a concorrência é fraca? Ash: Confiança nas capacidades dos meus jogadores.
O que mais me agradou foi o facto que todos terem ouvido e mantido o plano. ‘Equipa’ é a palavra de ordem para este ano e o trabalho de equipa vai-nos ajudar a triunfar.
penso que serão o nosso maior rival agora que estão em CPL, mas é uma rivalidade boa. É fantástico que o reino-unido tenha duas equipas pros novamente, e quero que continue assim.
GRIP: Achas que se houvesse finais tinhas ganho este evento? Ash: Sim. Tão simples quanto isso.
GRIP: Como consideras o CPPS em termos de competitividade e qualidade?
GRIP: Os Disruption são uma equipa forte. Este ano até estão na CPL. São eles o vosso maior rival? Ash: Os Disruption são uma boa equipa,
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Ash: A malta da CPPS faz um trabalho fantástico nas suas provas. O facto de terem mais de sessenta equipas em cada evento é a prova do seu trabalho árduo e do serviço que fornecem. Em termos de competição parece existir uma grande divisão no reino-unido. Existem algumas equipas competitivas pros e semi-pros, mas abaixo disso existem para aí duas equipas sérias no Divisão 1 e Divisão 2 do Millennium. Adorava ver o reino-unido com dez ou doze equipas competitivas desde a Divisão 1 a Pro. GRIP: Pode ser caro para uma equipa fazer uma época inteira no Millennium… Ash: Não é barato; tenho a certeza disso, também já passei por isso. Mas não o fazemos porque é barato, fazemo-lo para competir, para ganhar. GRIP: E comparar o CPPS com o Millennium. Existem muitas diferenças? Ash: Claro. O CPPS tem de ser mais flexível para todas as diferentes equipas que servem e funcionam como um negócio. O Millennium cria um evento à medida em todos as provas. O Millennium tem alguns problemas a nível do serviço ao cliente, mas as suas provas continuam a liderar em termos de infraestrutura e de organização. GRIP: Praticamente respondes-te à minha próxima questão. Consideras o Millennium o melhor torneio de
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“É fantá
paintball europeu? Ash: Definitivamente. Não é dizer que eles são perfeitos, e que não existem outras ligas nacionais que sejam muito boas. A França e a Alemanha têm ligas muito organizadas, mas os Millennium são um espetáculo.
tenha duas e
e que
GRIP: Em Londres vamos ter outra Nations Cup. Qual achas que é o melhor roster para a equipa do Reino-Unido? Ash: Boa pergunta. É difícil sugerir outra do que a que ganhou o ano passado.
GRIP: Achas que o Reino-Unido será de novo campeão? Ash: Quando és o campeão, todos querem ganhar-te, por isso todos irão estar a apontar as armas à equipa do Reino-Unido. Mas vamos lá defender o título e não desistimos sem dar luta.
ástico que o reino-unido
equipas pros novamente,
ero que continue assim.” Afinal são os campeões em título! GRIP: Mas não jogaste… Não tiravas ninguém da equipa para tu jogares? Ash: Adorava jogar. Tenho a certeza que este ano vai ser mais difícil entrar na equipa, com duas equipas do Reino-Unido em pro, e ainda com o Clint Moore, o Neil Campbell e o Jason Wheeler disponíveis. Vamos ter de novo uma grande equipa.
GRIP: Quem é para ti o melhor jogador inglês no ativo? Quem é aquele jogador que faz realmente a diferença numa equipa? Ash: Terei de dizer que é o Clint Moore. Tendo jogado na mesma equipa que ele nos últimos anos, posso dizer que é um jogador extraordinário. Mas o seu ponto forte é a sua capacidade de ler o campo, é muito bom a processar tudo o que está a acontecer e dizer ao resto da equipa o que deve fazer na altura certa. GRIP: O que pensas desta nova regra de não se poder fazer coaching a partir da pit? Ash: Por acaso gosto da regra. Já jogámos no World Cup do ano passado com essa regra. Põe a vantagem de novo aos jogadores ratos e inteligentes que sabem aproveitar os tiros cegos. GRIP: Existe uma grande diferença entre os Dynasty, Russian Legion/ Art Chaos e todas as outras equipas. Porque é que pensas que isto acontece? Ash: Equipas como os Dynasty, Russian
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Legion e Damage são equipas especiais. Elas são as maiores e melhores equipas na nossa área. Mesmo nos Estados Unidos estão consistentemente acima das outras equipas. Todas subiram a fasquia do paintball profissional nos últimos anos e é o que todos aspiramos conseguir ser. Todas estas equipas têm um misto de juventude e experiência. Outra coisa que têm é um treinador de topo, tipos que percebem o paintball em todas as vertentes. Todos eles definem tendências em estilo de jogo, organização e profissionalismo. GRIP: Porque é que os Nexus não jogam
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na NPPL ou PSP? Ash: Deve-se principalmente às nossas responsabilidades com a DYE. Somos a equipa bandeira da DYE na Europa, por isso a Europa é a nossa prioridade. Adorávamos ter a oportunidade de jogar na PSP, já que para mim é o topo do paintball a nível mundial. GRIP: Os Nexus foram umas quantas vezes ao World Cup em Orlando. Estão a pensar ir este ano? Ash: Nesta altura ainda não sabemos. É sempre algo que tratamos durante a época. Espero que consigamos ir. O World Cup é o melhor que existe no paintball. Vamos fazer figas!
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paintballer Por Hailey Adrienne Março marcou a data para a maior participação feminina numa competição de paintball. Este evento é o Ladies Cup, que foi realizado na Arena Moscow, na Rússia. Esta prova é completamente independente de todos as outras séries de torneios e é da inteira responsabilidade da Arena Moscow. O evento é uma competição de apenas um dia, com dois grupos de equipas a jogar à melhor de três em apenas uma divisão ao estilo open. Uma grande variedade de talento feminino participou e puderamse ver as seguintes equipas: - Harpies – França - FL Charms – Suécia/Dinamarca/Noruega - Javidan – Irão - I.S.Y.T.A. – Ucrânia / Rússia
- DreamBall – Rússia - Wolfs – Rússia - Headshot Girls – Rússia - MaRussia – Rússia / Malásia - Yad Girls – Rússia Com 10 equipas compostas apenas por elementos femininos, foi feita história no paintball. Esta prova foi realizada para mostrar o melhor que existe no paintball de Inverno, tal como divulgar a participação feminina no desporto. Esperase que haja um grande crescimento deste
“A prova foi realizada para mostrar o melhor que existe no paintball
de Inverno, e divulgar a participação
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feminina no desporto.” torneio para 2013, onde a Arena Moscow prevê abrir uma divisão adicional. A GRIP falou sobre esta prova com a Ekaterina M. da equipa feminina russa Valkyries, onde nos contou os planos da
O Ranking das melhores 5 equipas são as seguintes: 1 - FL Charms 2 - Valkeries 3 - Harpies 4 - Headshot Girls 5 - I.S.Y.T.A paintball sempre foi um jogo onde todos não podem apenas apreciar, mas sim superar-se. Não importa se és homem ou mulher, pois existem as mesmas
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sua equipa para a presente época. Ela disse que as Valkyries vão celebrar 10 anos esta época e que têm um roster composto por dez mulheres. Também mencionou que tencionam continuar a competir na Divisão 2 no Millennium, Ice Ball e Hot Ball. Existe ainda a possibilidade de elas viajarem aos Estados Unidos para participar no World Cup PSP. Como a Ekaterina jogou em algumas equipas nos últimos anos, ela fala nas diferenças entre uma equipa com elementos apenas femininos e entre uma equipa com elementos mistos. Ela diz-nos “Numa equipa mista tu sentes-te uma rainha, tu és única. Numa equipa feminina nunca te vais sentir assim. O
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HEADSHOT Paintball and Life Magazine (Russia) HEADSHOT Paintball and Life Magazine (Russia)
oportunidades. Depende apenas de cada um dedicar-se e aproveitar o seu tempo para chegar ao seu potencial máximo e realizar os seus objetivos.” Após o Arena Moscow Ladies CUp conferimos com algumas das “ladies” e a reação foi extremamente positiva. Todas as raparigas jogaram ao seu mais alto nível e esforçaram-se ao máximo em campo, sendo depois dos jogos contempladas com várias formas de cultura e cozinha russa. Todas as raparigas envolvidas neste torneio pretendem continuar a competir na época de 2012. Com uma resposta tão boa neste evento parece que a diferença entre o rácio feminino para masculino começa a diminuir. Boa sorte para todas as participantes da Ladies Cup Moscow para a restante época. Esperamos ver-vos em campo!!!
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toPain fia: Pho Fotogra o id rr a ators ndrĂŠ G oa Navig Texto: A tos: Lisb n e im c Agrade
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Uma das jogadoras de paintball mais agressivas em Portugal, campeĂŁ mundial de tang soo e instrutora de fitness. VĂŞ as fotos da nossa nova guerreira. miss grip
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IDADE 22 anos
PROFISSÃO Instrutora de fitness
COMO COMEÇASTE A JOGAR PAINTBALL? Comecei a jogar em recreativos e fui convidada para jogar na Paintland.
O QUE É QUE TE DÁ MAIS GOZO NO PAINTBALL? A adrenalina e o desafio que compõem o desporto.
QUAL O TEU TIPO DE HOMEM? Sincero, com objetivos na vida, inteligente, com sentido de humor e meigo
OLIVER LANG DOS DYNASTY, FEDOROV DOS ART CHAOS OU TONY DO BENFICA. QUAL A TUA ESCOLHA? Oliver Lang dos Dynasty, sem dúvida nenhuma!
COMO CORREU A SESSÃO FOTOGRÁFICA? Correu bastante bem, foi uma experiência diferente, divertida e simplesmente adorei!
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BIG GAME Local: Proença-a-Nova, Portugal Organização: Paintugal / Big Game Alliance Nome do evento: Emboscada Diamond Conflict Data: 29 e 30 de Setembro Bilhete: 5€ Associados Paintugal, 15€ Não Associados Paintugal Bola: Livre Site: http://diamondconflict.paintugal.com
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cenário
Nome do ev Data: 4 a 6 Bilhete: 65 Bola: Livre Site: http:/
ES EUROPE
Local: Swynnerton, U.K. Organização: Warped / Big Game Alliance vento: North vs South Big Game Festival de Maio 5€
//www.northvsouth.com
Local: Mahlwinkel, Alemanha Organização: EuroBigGame Nome do evento: EuroBigGame Data: 17 a 20 de Maio Bilhete: 76€ Bola: Aquisição obrigatória no local Site: http://www.eurobiggame.de
Local: Veckring, França Organização: Veckring / Big Game Alliance Nome do evento: Big Game Veckring Data: 23 e 24 de Junho Bilhete: 107€ (inclui 1 caixa de bolas) Bola: Aquisição obrigatória no local Site: http://www.paintball-veckring.fr
Local: Sennybridge, U.K Organização: Shoreline Nome do evento: Tippmann Challenge UK Data: 13 a 15 de Julho Bilhete: 71€ Bola: Aquisição obrigatória no local Site: http://www.tippmannchallengeuk.com
Local: Brozek, Polónia Organização: Gotchaspielfeld Nome do evento: Szenario Biggame Data: 5 e 6 de Maio Bilhete: 30€ Bola: Aquisição obrigatória no local Site: http://www.szenario-game.com
Local: Eleusis, Grécia Organização: Paintballonline & Action Field Nome do evento: D-Day Greece Data: 27 de Maio Bilhete: 25€ Bola: Livre Site: http://d-day-greece.blogspot.com
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U.K. - SWYNNERTON North vs South Big Game Festival Celebra em 2012 o seu 10º Aniversário, sendo há já vários anos o maior evento Europeu de Paintball Recreativo, juntando mais de 1600 jogadores em mais de 200 hectares do campo militar de Swynnerton. Jim Frensham confessou à GRIP que vai apresentar aos jogadores mais jogos, mais actividades e mais diversão! Prova disso o novo Big Game de 5 horas “Invasion UK”, onde todos os jogadores estrangeiros jogarão juntos contra uma facção da Grã Bretanha, em zonas da base, nunca antes usadas, com pontes e rio e outras surpresas. Os bilhetes dão acesso a campismo, mini jogos, aulas de CQB, simulador de tiro DCCT, jogos de Lasercombat, duelo de pistolas, concurso de comer bolas de paintball, strip show, o novo jogo de 5 horas “Invasion UK” (no sábado), e jogo principal “Vigilante” de 7 horas (no domingo).
POLÓNIA - BROZEK Szenario Biggame A GRIP entrevistou o dono da empresa, Mark Wightman, que organiza desde 2008 este Big Game em Brozek - Polónia, junto à fronteira Alemã, que conta anualmente com mais de 400 jogadores. O trabalho desenvolvido ao longo dos anos é muito apreciado, com cenários diferentes e surpresas como efeitos especiais e pirotécnicos, granadas de fumo ou um tanque Russo T 54 real!!!
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O bilhete de jogo inclui a festa de jogadores ao ar livre com DJ, strip show, visionamento dos vídeos do jogo em ecrã gigante, campismo, acesso aos balneários, restaurante e os jogos de sábado e domingo. Adicionalmente na tarde de domingo, uma visita guiada onde poderão inspeccionar uma das maiores áreas de produção de explosivos para a Alemanha, que foi construído nesta zona de mato durante a Segunda Guerra Mundial.
ALEMANHA - MAHLWINKEL EuroBigGame Christian Kammerer começou a organizar eventos em 1996 em Bockange e depois em Veckring - França. Em 2006 criou a EuroBigGame que começou a organizar eventos na Alemanha, no célebre campo de treino de carros de combate de Mahlwinkel. Este ano organiza um evento de 4 dias em Maio onde são esperados mais de 1000 jogadores, num campo com edifícios e mato
(Mahlwinkel), totalizando 37 hectares. O bilhete inclui campismo com electricidade, acesso a balneários, mini jogos nocturnos, torneios 3 vs 3, festa de jogadores com strip show e 4 dias de jogos de 8 horas!!!
GRÉCIA - ELEUSIS D-Day Greece O maior evento da Grécia é resultado da união dos dois maiores organizadores, a Paintballonline Greece e a Action Field, que desde de 2008 organizam um evento anual que bate recordes nacionais de jogadores, ano após ano, sendo esperados 300 em 2012. O organizador George Adamidis descreve com orgulho a ascensão de jogadores mesmo com os tempos difíceis que se vivem na Grécia. O melhor remédio para a crise é sem dúvida um bom dia de Paintball com um cenário montado nas antigas minas de Eleusis, com vários edifícios, mato e elevações no terreno, construções propositadas como peças de artilharia e
barcas de desembarque. O bilhete para este jogo inclui várias horas de diversão com o jogo principal, onde para além das personagens de Role play, se poderá sentir ainda que por breves segundos a emocionante sensação do desembarque no Dia D.
FRANÇA - VECKRING Big Game Veckring Veckring ocupa o calendário dos melhores jogos europeus há 13 anos, fruto de uma localização invejável, na fronteira de França com a Bélgica, Luxemburgo e Alemanha, com um campo misto urbano e mato de cerca de 12 hectares. Mickaël Amar espera um aumento de 10% a 20% de jogadores em 2012, para os 1000 a 1400, onde refere: “A Big Game Alliance é óptima para promover o jogo nos outros países”. O bilhete inclui a entrada no recinto podendo escolher-se entre 1 ou 2 dias de jogos, onde a caixa de bolas é incluída, zona de lojas e manutenção de marcadores, festa de jogadores, torneio de poker, e assistência do famoso “sexy car wash”, realizado por beldades em bikini. Durante a noite ainda há tempo para sorteio de prémios e um show de strip.
U.K. - SENNYBRIDGE Tippmann Challenge UK A Shoreline organiza eventos há 5 anos, e o evento de cenário Tippmann
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Challenge 2012 é o orgulho de Tim Barnett. Esgotou os bilhetes em pouco mais de 4 minutos…a nove meses de distância do evento. Este, será disputado durante 54 horas sem paragens, numa cidade, com prédios, casas, igrejas, garagens, hotéis e até mesmo campas funerárias. É um campo de treino militar urbano, equipado com sistema de áudio avançado que faz o chão tremer, câmaras CCTV de dia e de noite, sistemas de esgotos, dezenas de tanques russos a arder e mais de 3000 flares de luz e drones a filmar a acção e a transmitir a mesma para os generais. Para os 732 sortudos
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que conseguiram comprar bilhete para este evento, aguarda-os um jogo que dura 3 dias e 2 noites, num ambiente alucinante do Sennybridge Military Urban Training Facility.
PORTUGAL - PROENÇA-A-NOVA Aniversário Paintugal A Associação Paintugal, entidade sem fins lucrativos, celebra o seu 8º Aniversário em Proença-a-Nova com uma festa de 500 jogadores, com o turismo local a potenciar um fim-de-semana muito atrativo, único na Europa. Luis Mestrinho explica que ao longo destes 8 anos, a Paintugal organizou dezenas de eventos onde promovemos o paintball a nível nacional, juntando largas centenas de jogadores nos mais diferentes cenários e locais do país. Tendo presente este objectivo, convidamos todos os associados e praticantes a juntarem-se à nova festa, promovendo valores como o fairplay e o respeito entre jogadores, além da prática do nosso desporto de eleição com toda a segurança. O bilhete inclui entrada no recinto, estadia gratuita no pavilhão desportivo da cidade, Torneio Sniper Challenge, Torneio CQB Challenge para equipas, Airball de uso livre, Duelos de pistola de Paintball, Carreira de tiro de Paintball, Workshop de CQB, Zona comercial de lojas de Paintball e Acessórios, com manutenção gratuita dos marcadores, convívio de jogadores e o Jogo principal de 4 horas. •
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OR P RIO Á N CIO I D XPE E PO COR
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O CEP, Corpo Expedicionário Português, nasceu em 2006 com a ida de dois jogadores da Paintugal ao evento North vs South, em Inglaterra. A experiência foi muito positiva e daí para a frente o CEP constituiu-se como uma espécie de selecção de várias equipas, gerida pela Paintugal, que representa o paintball recreativo português além-fronteiras. Desde então a garra, a coragem e o empenho com que jogam no estrangeiro, inspirados no CEP original, que combateu na Primeira Grande Guerra, valeram-lhe louvores e reconhecimento nos grandes palcos do paintball europeu. Este ano lançaram a EuroTour 2012, onde prevêm a participação em quatro grandes eventos europeus. António Maia e Alexandre Bettencourt, membros do CEP, contam-nos mais.
CEP é necessário em primeiro lugar ser-se sócio activo da Paintugal, ter participado no ano transacto nos eventos da Paintugal, e por fim mediante a aprovação do Comité CEP.
GRIP: Quantas pessoas integram o CEP? Maia: Não se pode precisar um número, visto o CEP não ser um grupo fechado. Depende de ano para ano. Este ano por exemplo estimam-se que vão 16 elementos a Inglaterra, embora sejamos 27 no total. Gostaríamos de referir que não foi possível contar com a presença de todos os elementos que fazem parte do CEP
Encaramos o CEP como o braço da Paintugal no estrangeiro.
GRIP: Quem foram os fundadores do Corpo Expedicionário Português? Maia: Talvez tenham sido aqueles primeiros dois jogadores. No entanto seria injusto se não se dissesse que o grande promotor e dinamizador do CEP foi o André Faria da Paintugal.
GRIP: O que é preciso para fazer parte do CEP? Maia: Esta é uma pergunta interessante, visto haver muitas pessoas, inclusivamente na Paintugal que não sabem bem quais as condições de admissão do CEP. Para se pertencer ao
na sessão fotográfica realizada pela PhotoPaintball. Temos vários elementos que se estendem de Norte a Sul de Portugal, a eles o nosso agradecimento por fazer do CEP o que ele é hoje!
GRIP: O vosso símbolo tem obviamente uma forte componente patriótica. Como surgiu a ideia para o vosso símbolo? Maia: O tema escolhido caiu um pouco no esquecimento, mas é motivo de orgulho de todos os Portugueses, o CEP teve a sua intervenção na Primeira Grande Guerra, com o distintivo verde e vermelho, separados na diagonal de um rectângulo.
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Adicionalmente, decidimos incorporar a Cruz da Ordem de Cristo, sempre presente nas velas das Naus durante os descobrimentos, e recentemente pela Força Aérea Portuguesa. O resultado foi brilhante, com a criação e desenho a cargo do magnífico Nuno Tuna, com acabamentos de luxo da Swell.
GRIP: O que diferencia o CEP das outras associações de jogadores? Alexandre: Existem dois aspectos fundamentais que eu considero como diferenciadores para quaisquer outras equipas e associações de jogadores. A primeira é de que o encaramos o CEP como o braço da Paintugal no estrangeiro. Significa isto que carregamos dentro e fora de campo as mesmas ideias de fair-play, camaradagem, e associativismo que representam o espírito da Paintugal. Talvez quem esteja de fora não compreenda bem isto, mas para nós a Paintugal é de facto qualquer coisa diferente, única no mundo. O outro aspecto que torna o CEP diferente, é o facto de funcionarmos como uma selecção. O CEP não é uma equipa, é uma selecção de jogadores de diferentes equipas pertencentes à Paintugal. Este formato permitenos, também, criar um mecanismo de selecção dos jogadores, garantido que cada jogador pertencente ao CEP, seja de facto matéria CEP.
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GRIP: O CEP ganhou várias vezes o prémio d e best squad no North vs South em Inglaterra, tendo sido a única equipa a ganha-lo mais que uma vez. O que é que faz o CEP tao especial em campo? Alexandre: Penso que acima de tudo esse prémio acaba por ter muito a ver com a atitude. O nosso espírito e entrega em campo acabam por ser reconhecidos como consequência disso. Muitos dos elementos pertencentes ao CEP são pessoas com muitas responsabilidades ao nível da organização de jogos em Portugal. Por isso, não é difícil de imaginar que, quando vão a Inglaterra aquelas horas de jogo representam quase um ano inteiro de paintball. Entra-se com tudo, dá-se tudo por tudo, não há paragens a não ser as programadas para reabastecer ar e bola. Para os ingleses aquele é mais um jogo, enquanto que para nós é o jogo da vida. Lembro-me, por exemplo, o ano passado, de vermos equipas inteiras a saírem de campo com os seus equipamentos impecáveis, quase sem uma nódoa. Nós, por outro lado, éramos uns autênticos farrapos, sujos dos pés à cabeça. Mas cada um tinha um sorriso estampado na cara, era notória a intensidade daquilo que tínhamos vivido.
GRIP: Não têm medo que um nome e postura tão militarizados afaste novos jogadores que não se identificam com
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esses valores? É preciso ter Para os inglese um fascínio pelo combate enquanto que p para ser um bom membro do CEP? Alexandre: Muitas vezes parece que existe um certo complexo em associar o paintball às questões militares, o que se compreende até certa medida. O Paintball, de facto não é, nem tem
na vertente do recreativo. O paintball é em muitos aspectos uma simulação de um exercício militar. Essa é uma questão à qual não podemos fugir, mas isso não significa que seja uma coisa perigosa ou negativa, na minha perspectiva tem mais a ver com a estratégia. Todos os desportos têm um tipo de estratégia inerente à própria natureza do desporto. No caso do paintball é inevitável que essa estratégia se baseie em princípios militares. Mas acima de tudo não me parece que o nosso nome ou postura seja mais “militarizado” do que qualquer outra equipa de recreativo. Na verdade não é preciso ter-se fascínio pelo combate. É preciso é acima de tudo ter uma grande paixão pelo paintball.
GRIP: Essa postura e o facto de serem uma espécie de selecção dos que melhor se enquadram no perfil do CEP valem-vos alguma fama no panorama internacional. Representar Portugal é o vosso objectivo final ou ainda podemos esperar mais da vossa organização?
es aquele é mais um jogo,
para nós é o jogo da vida. nada a ver com guerra ou com violência. É apenas um desporto como outro qualquer. Mas também não pode haver a ingenuidade de se pensar que o Paintball não se inspira muitas vezes nesses modelos, especialmente quando falamos
Alexandre: É um bocado complicado falar-se de fama quando nos referimos a um meio tão pequeno e tão pouco divulgado, como é o caso do mundo do paintball. O que talvez exista, é um reconhecimento, no sentido em que eles sabem quem somos, sabem que somos portugueses, e respeitam-nos por isso. Lá está, penso que tem a ver com a tal questão da postura. Isso advém da atitude que demonstramos, tanto em
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campo como fora dele, com a qual as pessoas facilmente se identificam. É interessante, porque tudo começa pelo simples facto de apanharmos um avião, e viajarmos de tão longe para jogar um jogo com eles. Isso é algo que os ingleses e estrangeiros no geral admiram muito. Mas depois existe todo um outro lado que implica muito trabalho. Sem esse trabalho não é possível dar a dimensão necessária a este projecto. E sem essa dimensão não há reconhecimento. Para nós representar Portugal mais do que um objectivo, é uma honra máxima. É algo que nos dá um enorme sentido de responsabilidade, que muitas vezes nos carrega, e nos faz sentir que trabalhamos por uma causa justa.
GRIP: O vosso grande objectivo para este ano é o Eurotour 2012. Em que consiste esta iniciativa? Maia: A Eurotour 2012 do CEP, parte do nosso objectivo de poder representar o paintball Português no estrangeiro, marcando presença nos maiores eventos europeus. Vamos estar presentes nos eventos Warped North vs South, Veckring, Paintugal e Milsim.es. GRIP: Deve ser difícil levar um grupo tão alargado de pessoas a jogar no estrangeiro. Têm algum tipo de apoio? Maia: Apenas o apoio financeiro pessoal, apoio mediático por intermédio da GRIP, X3 e Social Paintball, bem como a fantástica receptividade e ajuda dos organizadores dos eventos Europeus.
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GRIP: Qual é o momento que descreveria como mais marcante enquanto parte do CEP? Maia: Havendo sempre vários momentos é uma escolha que não se torna fácil. Mas, talvez, também, por ser um acontecimento mais recente, possamos referir como um momento marcante, a relação que foi estabelecida o ano passado em Inglaterra, com uma equipa Norte Americana, os Hostile Intentions. Na véspera do jogo, dedicámos algumas horas a fazer formação de CQB – Close Quarters Battle – com os Hostiles, que são na sua maioria militares, e que por isso têm uma profunda compreensão
daquilo que são as movimentações tácticas. Todo esse treino acabaria por ser posto à prova, precisamente no dia seguinte em jogo, onde não só se obtiveram excelentes resultados, mas como sobretudo, nos deu um enorme gozo. No entanto, o que é de facto extraordinário, e foi isso também que nos marcou, é a capacidade de diferentes pessoas, vindas contextos e realidades tão diferentes, se unirem e funcionarem como um só corpo em campo. É nesses momentos que sentimos e percebemos o verdadeiro significado do paintball. •
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PAINTBALL
pelo Alexandre
O PAINTBALL NÃO É SÓ TIROS, TINTA E ADRENALINA. O UMA DAS MAIORES CAMPANHAS DE SOLIDARIEDADE DO
Direitos Reservados
A causa social em volta do Alexandre Pascoal sensibilizou a equipa Vipers de Viseu, que decidiu apoiar a família com o que mais gostam de fazer: Paintball! O objectivo era angariar donativos em dinheiro e tampinhas para converter em dinheiro e ajudar a comprar a prótese que o Alexandre necessitava. O Alex, como é tratado carinhosamente por todos, a quem foi amputada uma perna, é portador da síndrome de Parkes-Weber, uma doença muito rara que causa uma deformação arteriovenosa nas pernas. Em conjunto com a equipa Blue Falcon Squadron, os Vipers lançaram um desafio a nível nacional a todas as equipas de paintball, para que no dia 4 de Dezembro fizessem um jogo de paintball em vários pontos dos País, com uma inscrição simbólica de 2 euros. Responderam ao desafio as equipas
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Texto: André Faria
OS VIPERS CRIARAM O NOSSO DESPORTO.
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Vipers, Blindados, Blue Falcon Squadron, Paintgaia Equipa, Emboscada Paintball, Frente a Frente Paintball, Rangers-Paintball Clube, Associação Clube Raia Aventura, Core PaintballTeam, Headshot e Força PSI, organizando o evento “Paintball – Desafio Ajudar Alexandre Pascoal”, em vários locais do país no dia 4 de Dezembro de 2011. Neste evento participaram muitas outras equipas, totalizando 603 jogadores a nível Nacional e foi com enorme prazer e satisfação que entregaram esta contribuição ao Alexandre Pascoal que, entre dinheiro e outros donativos, incluindo as tampinhas, somou 1791,71€. No dia 23 de Dezembro o Alexandre Pascoal recebeu a sua 1ª prótese, treinando afincadamente para recuperar e voltar a poder fazer o que a maioria das crianças da sua idade faz.
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A equipa Vipers nasceu de um grupo de amigos que começaram a praticar o nosso desporto em Viseu, sempre com o apoio de causas sociais em mente. A GRIP falou com o Comandante Marco Lopes. GRIP: Porque é que os Vipers decidiram ajudar o Alexandre? ML: O Alex veio de encontro com um dos nossos objectivos na criação desta equipa, que era participar em causas sociais. Depois da apresentação oficial da equipa, decidimos apoiar esta causa (recolha de tampinhas para o Alex) quando tomámos conhecimento da mesma pelo facebook.
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O Alex morava relativamente perto e conhecíamos pessoas em comum, logo foi fácil entrar em contacto com ele e com a sua família. GRIP: Como surgiu a ideia de expandir esta ajuda a um nível Nacional? ML: Devido ao nosso pouco tempo de existência e pouca experiência neste campo, decidimos pedir auxílio aos Blue Falcon, equipa que nos apadrinhou. Foi então que lhes pedi como ou o que se podia fazer pelo Alex. Devido à experiência deles lançou-se este big game e a partir daí foi começar a trabalhar.•
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Direitos Reservados
PhotoPaintball
backstage Um dos trabalhos mais duros no paintball, que poucos gostam fazer. Vem conhecer os quatro melhores árbitros Europeus.
1 - Normalmente os jogadores não gostam de arbitrar. Porque decidiste ser árbitro? 2 - Muitos jogadores, especialmente os NorteAmericanos, queixam-se que os Eurorefs são muito rigorosos. Que dizes sobre isto? 3 - Qual foi a história mais cómica que te aconteceu enquanto árbitro?
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RICHARD HUSBAND Reino Unido Chefe de Campo CPL
1 -Fui jogador e nessa altura as arbitragens eram muito más. Quando deixei de jogar decidi que havia de ser árbitro para melhorar o nível existente. 2 - Alguns jogadores queixamse que os árbitros são muito exigentes, outros queixam-se que não damos penalizações suficientes. Tens de escolher qual é o jogador que está certo e qual é que está errado. 3 - Muitos jogadores não sabem as regras e discutem connosco porque são destruídos por outras equipas. Isto tem piada porque se eles soubessem o que andavam a fazer isto não aconteceria.
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KENJI SAELENS
Bélgica Chefe de Campo SPL 1 – Fiz um curso de árbitros e hoje em dia adoro partilhar a minha experiência a novos árbitros e dar oportunidade aos jogadores de ter uma grande arbitragem. O meu objetivo é conhecer pessoas novas, que todos estejam felizes no final do dia e se divirtam. Basicamente adoro esta comunidade. 2 - Provavelmente somos exigentes. Mas existem regras que precisam de ser seguidas e se eles não gostam das regras precisamos de os penalizar. Em todos os desportos existem regras e todos precisam de as seguir. Os Eurorefs seguem a mesma política a qualquer país que atuem. 3 - Tivemos um jogador ainda ativo que se queixava que o seu colega não tinha a mão na cabeça e ao mesmo tempo fazia o gesto, colocando a mão na cabeça. Claro que o tivemos que tirar.
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DOMINGOS LEITÃO Portugal Chefe de Campo Div1
1 -Comecei a dedicar-me à arbitragem ainda era jogador mas ocupava-me imensos fins-de-semana. Há dois anos parei de jogar paintball e decidi começar apenas a arbitrar, continuando com a ligação a este desporto que amo e ligado a uma área que precisa de ser desenvolvida. 2 -Eu apanho no meu campo equipas de divisão 1, 2 ou 3 que quando apanham penalizações tendem a perceber o que se passou e a corrigir, após uma breve explicação. Obviamente não existem arbitragens perfeitas mas o número de queixas é muito reduzido. 3 - Foi no Centurio, na minha primeira arbitragem internacional. Estávamos nas finais e estávamos arbitrar jogos de 5man. A equipa já estava toda eliminada atrás da grade, e após verificarmos o jogador da equipa adversária fazíamos um gesto para a equipa eliminada poder sair da dead box. Essa equipa ao ver o gesto pensou que estávamos a dizer que tinham ganho o jogo e começaram a correr para ir apanhar a bandeira da outra equipa. A outra equipa ao ver isto começaram a disparar e eles ripostaram…
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AUDRIUS PAUKŠTYS Estonia Chefe de Campo Div2
1- Comecei a arbitrar em 2007 em torneios locais e o meu objetivo era melhorar o nível de arbitragens na Estónia. Em 2008 fiz um curso de Euroref com o Srº Ulrich e comecei a arbitrar o Centurio, o GrandTour e o Millennium. Acima de tudo penso que é um modo de estar na vida embora seja muito exaustivo, com muitos tiros no corpo. O que realmente desejo é ajudar as equipas com a melhor arbitragem possível. 2 - Penso que muitos jogadores não estão familiarizados com as regras. Se pensares há regras em todo o lado, seja no Millennium seja na nossa sociedade e as pessoas só as precisam de seguir. Se não fizermos o nosso trabalho haverá caos no campo. 3 - Uma equipa de uma divisão mais baixa estava a jogar pela primeira vez e um jogador pediu check. Quando fiz o sinal que o jogador estava em jogo (o movimento circular com a mão) ele começou a rodar sobre ele mesmo. Ele demorou tanto tempo que acabou por ser atingido. Se não fizermos o nosso trabalho haverá caos no campo.
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Manual do Paintball de Cenário Uma verdadeira bíblia no mundo do paintball. Torna-te o verdadeiro guerreiro com este livro. Texto: André Faria
A GRIP analisou o manual que preenche uma lacuna no desporto, construído numa base de literatura séria, inteligente e com muitos anos de experiências, abordando todos os aspectos do Paintball de cenário, por um dos principais jogadores de cenário no Reino Unido. Este manual dá uma excelente visão sobre tácticas e habilidades exigidas no jogo cenário moderno, ao jogador, equipa ou General, com uma linguagem acessível, numa apresentação concisa e profissional. Uma bíblia de ensinamentos ao estilo do famoso “Web Dog Radio”, muito útil numa era onde a informação inútil, parcial e até comercial, abunda na internet.
São 15 capítulos em 121 páginas, que abordam cada tema detalhadamente, mostrando prós e contras das várias maneiras de actuar: O jogo, a equipa de
“No final do dia, o que podes
obter de um jogo de cenário,
é na realidade o que tu quiseres.”
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cenário, o esquadrão, o comandante, atacar, defender, movimentação, habilidade em campo, perícia de tiro, poder de “fogo”, pirotécnicos, comando e controle, a missão, o campo e equipamento. Cada um destes capítulos tem uma conclusão, com vários pontos de resumo, para fácil compreensão e memorização de detalhes que tornam o jogo mais
A GRIP OFERECE-TE 2 “SCENARIO PAINTBALL” sabe como na página 144.
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interessante. É ponto assente que a inteligência em campo, supera o poder de “fogo”. O leitor viaja pelos conceitos básicos do jogo e de equipa, como a formar e treinar, como a utilizar em campo, como encarar o terreno de jogo, atacar e defender, a logística, o comando, sem esquecer os cuidados com o equipamento. Tudo para terminar um dia de paintball de cenário, com muita satisfação. O Autor Al Murray afirma: “Ao escrever este livro, nunca foi minha intenção criar um manual de doutrina militar, mas simplesmente fornecer alguma visão sobre a natureza do paintball de cenário e sugerir algumas maneiras em que os jogadores iniciantes e experientes, possam obter tanto do jogo quanto possível, desenvolvendo ao mesmo tempo a sua habilidade pessoal e de equipa. Se eu consegui isto ou não, vai ter de ser o leitor a decidir. O que posso dizer é que, empregando algumas destas simples técnicas, nunca poderá pensar que tem o controlo de todas as variáveis do jogo, mas será possível enganar, ganhar vantagem e derrotar os seus adversários, mesmo quando as probabilidades estiverem desfavoráveis.” •
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Quem é Al Murray? Al Murray está envolvido no paintball como jogador desde 1987. Em 1999, criou o centro de Paintball Escocês perto de Glasgow e no início de 2003 formou a equipa SPC, amplamente reconhecido como uma das equipas mais importante cenário no Reino Unido. Sob sua direcção a SPC assegurou inúmeros prémios e um marco histórico com o patrocínio de um dos gigantes do paintball a Tippmann Sports. SPC (agora Tippmann Escócia) foram coroados a melhor equipa de cenário do Reino Unido em 2005 e 2008. Al é também o criador de uma série de sucesso de jogos
de cenário e capitão da equipa UK Scenario para as suas expedições tanto no Reino Unido como no estrangeiro. Há algum tempo que ele tem escrito sobre todos os temas relativos ao paintball de cenário, na capacidade de Editor de Paintball de cenário para a revista PBUK. Al também é a força motriz por trás do principal recurso on-line do Reino Unido para paintball de cenário; ukscenario.com. A alcunha de “The General” assenta-lhe que nem uma luva, comandando vários jogos com sucesso, conquistando assim uma legião multinacional de fãs! •
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A força
da
Aguentará um filtro Hoya HD com uma bola de paintball projetada a uma velocidade legal? Texto: André Garrido Fotos: PhotoPaintball Agradecimentos: Emboscada Store
Fomos desafiados pela Hoya para testar os seus filtros de alta densidade. Como não somos de virar as costas a novos desafios metemos mãos á obra e armámo-nos em verdadeiros Caçadores de Mitos, tal e qual como se estivéssemos no Discovery Channel. A Hoya lançou uma nova gama de filtros que são quatro vezes mais resistentes que os restantes do mercado. Os seus testes em laboratório são mundialmente conhecidos. São largadas bolas de aço e o filtro não
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sofre um único risco. É também conhecido um vídeo, de um vendedor da marca que bate com um destes filtros num canto de uma mesa e a sua resistência fica novamente comprovada. A Hoya desde logo nos advertiu que o resultado do teste que pretendia-mos realizar era imprevisível, visto não ter sido esse o propósito do fabrico do filtro. Assim sendo a pergunta que se faz é: Aguentará um filtro Hoya HD com uma bola de paintball projetada a uma velocidade legal?
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A resposta é sim e não. Após nos assegurarmos que a nossa Axe alimentada por um Prophecy disparava à velocidade legal, testámos os filtros a três distâncias diferentes. Começámos a um metro e dez centímetros, passámos pelos dois metros e vinte centímetros e acabámos o teste nos três metros e vinte centímetros. Ingenuamente, e provavelmente levados pela vontade que fossem realmente resistentes para os
nossos fotógrafos, começámos pela distância mais curta. É impossível descrever a nossa cara quando o vidro do filtro simplesmente desapareceu ficando espalhado
O vidro ficou completamente estalado, não correndo
o risco de riscar a lente.
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por todo o estúdio. Foi um pouco desanimador e ficámos a pensar até que ponto este teste teria sucesso. Passámos então para a distância dos dois metros e vinte centímetros,
onde o resultado foi muito mais animador. Partiu na zona de impacto, ficando o restante vidro preso no filtro completamente estalado. Uma coisa é certa, ao contrário dos filtros das outras marcas, tirando a zona de impacto não se corre o risco de se riscar a lente. Com esperança de um resultado mais positivo passámos para o nosso último teste, pois sabíamos que a uma distância maior de que os três metros e vinte centímetros o impacto não seria digno de ser testado. Finalmente o teste foi um sucesso. O filtro da Hoya levou com um impacto perfeito e nem um risco teve.
E por último quisemos comparar os filtros Hoya com os filtros de outras marcas. Como se comportaria um filtro de outra marca? Será que iria aguentar o impacto tal como o filtro construído para ser quatro vezes mais resistente? O filtro de outra marca ao levar com o impacto mostrou um comportamento perigoso. Não só partiu, como rachou em formas pontiagudas podendo riscar a lente e até cortar o fotógrafo ao remover o filtro. Foi interessante ver os diferentes resultados consoante as distâncias e podemos assegurar que
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o filtro HD da Hoya é realmente mais resistente que os das outras marcas. O comportamento do filtro ao levar com um impacto a distâncias médias é muito seguro, o vidro estilhaçasse, lembrando um vidro de um carro ao partir, e acima de tudo faz com que a lente não se risque. Infelizmente para os fotógrafos da PhotoPaintball, que desejavam um filtro resistente a tufões e terramotos, o resultado não foi o mais animador, pois as fotos mais espetaculares são geralmente aquelas onde se correm mais riscos,
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com distâncias muito curtas. Mas uma coisa é certa, mesmo no impacto com a distância mais curta a lente ficou sempre em segurança, ficando apenas com alguns salpicos de tinta. Podemos concluir que este é o filtro ideal para fotógrafos e operadores de câmara de paintball, pois apesar de não ser infalível é sem dúvida alguma muito mais resistente que os restantes filtros do mercado fazendo com que se trabalhe em muito maior segurança e garanta uma maior longevidade ao material. •
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ETHA Nesta edição a GRIP faz o teste ao marcador que surpreendeu todos pela sua simplicidade e prestação.
Depois do sucesso que foi a Etek 3 na gama de entrada, a Planet Eclipse brinda-nos com um marcador da mesma gama, a Etha. Não é novidade as marcas estarem a dar mais atenção a esta gama devido á crise económica mundial. A surpresa é a qualidade dos produtos lançados pela Eclips, este marcador não foi exceção e brilhou. Quando olhamos para o marcador a primeira impressão é que parece a irmã mais nova de Geo. Depois de examinarmos o marcador notamos no uso de uma tecnologia já existente noutros marcadores, mas depressa percebemos as diferenças. O detalhe e o profissionalismo, de como fazer um produto com qualidade, são os que a
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Eclipse já nos habituou. O sistema do bolt tem sido alvo de uma grande controvérsia. Uns dizem que é uma Poppet Valve, outros uma Spool Valve. A Eclipse chama o sistema de Pull Poppet Spool. O funcionamento do bolt é bastante simples. A Fire Chamber está sempre cheia com ar e quando é feito o disparo é dado início a duas fases, uma mais lenta de início de movimento do bolt, para uma aproximação mais suave á bola e uma segunda fase onde o bolt é movido mais rapidamente e liberta o ar disparando a bola. O retorno é feito pela mola e o bolt ao recuar faz fechar uma secção, fechando o circuito, impedindo o ar de sair e ganhando pressão para
o próximo disparo. A vantagem do desenho deste sistema é que facilita qualquer resolução de fugas e manutenção. O bolt tem uma cabeça de borracha para que o toque com a bola seja o mais suave possível. Tem também uma forma para impedir que o bolt corte a bola que está no feedneck reduzindo assim o perigo de partir a bola. O frame é feito de um composto de plástico, chamado de Reenforced Nylon. À primeira vista parece frágil mas depois do uso que teve na Etek 3 deu mais que provas da sua robustez e resistência para o uso normal dado pelos jogadores em campo. Infelizmente não está previsto
uma versão All Metal do frame, talvez porque os jogadores que tenham a Etek 3 não sentiram que esse investimento fosse necessário. Por esse motivo a Eclipse não pretende lançar o kit. Uma inovação é o grip, com um só parafuso, facilita o acesso para trocar a pilha ou mudar modos. No interior do punho há um autocolante com
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os códigos de cores correspondente às configurações de dwell, modo de disparo e cadência, entre outros. A Emortal board infelizmente é um upgrade que também não estará disponível, embora a placa que vem no marcador seja muito boa. É fácil de
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programar e bastante fiável. O botão de ligar é de fácil acesso com um tamanho considerável podendo ser manuseado com luvas, os leds emitem uma luz que não permitem que haja dúvidas quanto ao modo escolhido. Shaft 4 é a grande bomba a nível
de canos que a Eclipse desenvolveu e que equipa as últimas versões dos seus marcadores. Com um back mais comprido que o normal permite melhor controlo da bola e uma ponta bastante bem elaborada permite a redução do ruído. O bore do back é de 0,693. Sendo um marcador de entrada os jogadores vão usar todos os tipos de bolas e por norma as bolas de campo costumam ser um pouco maiores. Está previsto o lançamento de um kit de bores e uma ponta de 16’’. O regulador é o SL3 é o mesmo que vem na Geo 2.1, Ego 11, Ego SLS e Ego CLS. Com um desenho bastante simples, permite utilizar um sistema de ar de qualquer HP, MP ou LP e permite usar o ar da botija a pressões mínimas. A nível de manutenção consegue ser dos mais simples e básico que temos visto. A ligação ao regulador é feito pelo novo OOPS, com saída frontal e o manuseamento é feito pelo botão rotativo que permite abrir e fechar o ar facilmente. Uma melhoria foi a mala de transporte, feita de plástico, com fechos mais robustos e com mais espaço interior para poder fazer o transporte de mais alguns acessórios. Na prática o marcador mostrou ser bastante consistente, com o kick reduzido e bastante certeiro, devido á
VANTAGENS
· Preço · Apoio Técnico · Fiabilidade · Manutenção DESVANTAGENS
·
Emortal Board e All Metal kit não disponíveis · Consumo no limite do aceitável
pressão de funcionamento e qualidade do cano. A nível de consumos de ar podemos dizer que com uma botija de 4500 psi, obtemos cerca de 1000 tiros. Um valor bastante aceitável para o sistema em questão. Em conjunto com o excelente apoio ao cliente que a Eclipse nos habituou, faz com que este marcador seja uma das opções mais viáveis para quem quer um bom marcador a preço baixo. • Texto: Duarte Gomes Fotografia: Planet Eclipse
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passatempo 2 LIVROS THE SCENARIO PAINTBALL HANDBOOK
Al Murray com os seus 24 anos de experiência traz-nos um dos livros de paintball mais completos de sempre, com dicas e tácticas viradas para o jogador de paintball moderno.
“Se não está nestas páginas é porque provavelmente não precisa de saber” Rich McManners (UK Scenario Player of the Year 2008) COMO GANHAR Faça like no nosso facebook até dia 12 de Maio e duas pessoas serão sorteadas. www.facebook.com/grippaintball
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passatempo 1 JERSEY ASSINADA PELOS JOGADORES DOS NEXUS
A GRIP só vos dá o melhor. Uma jersey oficial da equipa NEXUS assinada por todos os seus jogadores.
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crónica Por Hugo Domingues Cresci num bairro difícil, com drogas, roubos e pessoas menos recomendáveis. Claro está que as minhas amizades nem sempre eram as que os meus pais gostavam. Num desses dias de convivência o meu pai chamou-me e deu-me aquele que para mim ainda é um lema de vida: “Junta-te aos bons e serás como eles, junta-te à merda e acabas salpicado!” É com este lema na cabeça que vejo esta questão das equipas e “mercenários” Americanos na Europa. Posso não estar a ser parcial, pois a minha equipa e eu já tivemos o prazer de jogar com nomes como Rodney Squires, Brandon Short, Mikko Huttunen, Marcello Margott, Nicky Cuba, Scott Kemp, entre outros. Mas esta falta de parcialidade faz-me ver o que evoluímos naqueles tempos pela influência de jogadores muito mais experientes conseguindo estar neste momento no top 16 Europeu sem qualquer jogador Americano.
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crónica
Esta evolução só pode ser vista de uma forma positiva, pois faz-nos crescer enquanto jogadores e equipa. Ter os melhores por perto obriga-nos, muitas vezes sem intenção, a compreender melhor o jogo, principalmente a nível técnico e táctico e por fim a querermos mesmo ser melhores. Não gosto de dizer que os Americanos são melhores que nós porque no dia que eles se distraírem nós rebentamos com eles. E existe uma equipa europeia capaz de o fazer todos os dias que é obviamente os Russian Legion, como ficou provado no último Millennium e nos últimos anos na PSP. Existem outras equipas, como os Nexus, os TonTon, os Icon ou os Syndicate que se seguissem os métodos russos ou tivessem outros apoios certamente estariam no topo também, de tão perto que estão neste momento. O que acontece é que os números são díspares. Existem cerca de duas a três vezes mais jogadores americanos
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do que europeus. Isto faz com que haja mais equipas de qualidade do outro lado do oceano devido à quantidade de jogadores novos a aparecer todos os dias. Esta quantidade de novos jogadores permite uma maior escolha por parte de uma equipa, não tendo que aproveitar jogadores menos capazes apenas para fazer número. Um facto engraçado é que muitas vezes estas equipas, e até jogadores, nem sempre conseguem o sucesso na Europa por duas simples razões: as arbitragens e o excesso de confiança. A arbitragem do Millennium é assustadoramente tirana e em relação aos Americanos nem se fala. São na maioria um grupo de ressabiados que nunca chegaram a algum lado enquanto jogadores e simplesmente passam a vida a dar penalizações e a intimidar os atletas. É absurda a quantidade de penalizações e a forma como são dadas
na Europa então nas Divisões mais baixas chega mesmo a ser uma afronta ao cliente que está ali a pagar para ser servido e se divertir. É ridículo que o simples facto de se fazer uma pergunta a um árbitro durante o jogo dê direito a penalização. Isto não acontece nos EUA e possivelmente essa é uma das razões porque o jogo deles é muito mais bonito e agressivo.
“Os Russian Legion rebentam com os americanos todos os dias.” Enquanto a nossa mentalidade de treino e de jogo não mudar dificilmente estaremos ao mesmo nível, embora cada vez mais vá vendo melhorias nesse capítulo. Até esse dia chegar será um prazer ver e aprender com os nossos colegas e amigos Americanos. Prefiro apanhar tiros deles e tentar dar-lhes uns quantos, do que vê-los num DVD ou na Internet.•
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AGRADECIMENTOS Domingos Leitão Guilherme Pires Isabel Soares João “Wasabi” Pedro “Semi” Ricardo Catarino Pekka Roininen
Muito obrigado!
/GripPaintball
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