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Ciência e Investigação | OralMED

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Editorial

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INVESTIGAÇÃO

E SE OS DENTES DEFINITIVOS CRESCEREM NOVAMENTE?

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Imagine que tinha um problema num dente e ele, simplesmente, voltava a crescer como novo. A hipótese de termos uma terceira dentição tem-nos fascinado desde sempre. E até hoje, não tem sido mais do que ficção científica. Mas pode deixar de o ser. Entenda melhor esta investigação, com a ajuda do Dr. Filipe Fernandes, Médico Dentista no Instituto OralMED.

Ainda parece mentira, mas já esteve mais longe de ser uma realidade. Numa altura em que cerca de 70% dos portugueses têm falta de dentes, a ciência caminha a passos largos para tornar o processo mais simples do que nunca. E depois das atuais próteses dentárias, usadas com ou sem implantes, o segredo pode estar nas células estaminais. Já ouviu falar desta investigação?

O QUE SÃO CÉLULAS ESTAMINAIS?

As células estaminais são células que se podem diferenciar em vários tipos de outras células. Por outras palavras, podem-se transformar em osso, músculos e órgãos. Para além disso, apresentam a capacidade de se autorrenovarem e de se multiplicarem quase infinitamente. E, por isso, têm sido alvo de vários estudos para a melhoria de tratamentos e para a cura de muitas doenças. Recentemente, estas células foram associadas a uma descoberta que pode revolucionar a Medicina Dentária, com vários investigadores a estudarem a criação de um dente novo a partir de células do próprio dente.

QUE ESTUDOS TÊM SIDO FEITOS?

Os estudos estão a ser feitos a vários níveis e em todo o mundo, em termos de aplicabilidade no corpo humano. Têm sido estudadas soluções para resolver problemas musculares, nos ossos e nos órgãos. A teoria que está por detrás é para ser aplicada em todos os órgãos. E é empolgante perceber que, se a ciência avançar neste sentido, não só vamos conseguir ter um dente novo, como podemos curar doenças degenerativas ou um fígado com cirrose. É bastante revolucionário, sem dúvida.

QUAIS PODEM SER OS BENEFÍCIOS?

Existem vários benefícios. Mas o principal é que vamos deixar de ter elementos artificiais. E passamos a ter um elemento biológico, feito com as nossas próprias células. No fundo, é como se tivéssemos uma terceira dentição. Temos a dentição de leite, a dentição de adulto e poderíamos vir a desenvolver uma terceira dentição, criada desta forma.

O QUE NOS RESERVA O FUTURO?

Se esta tecnologia avançar, vamos conseguir desenvolver dentes novos e nossos. E isso é extraordinário. Portanto, qualquer outro tratamento de colocar implantes ou próteses, obviamente, fica obsoleto. Porque não há nada melhor do que os nossos próprios dentes. Esse é sempre objetivo: tratarmos dos nossos próprios dentes. E se conseguirmos chegar a esse ponto através da ciência, ótimo.

Dr. Filipe Fernandes Médico Dentista Implantologista C.P. Nº 7210

Existem vários investigadores a estudar a criação de um dente novo a partir de células do próprio dente.

No entanto, ainda estamos numa fase inicial do desenvolvimento desta tecnologia. Até conseguirmos criar um dente e termos essa tecnologia presente nos nossos consultórios, vai demorar 30, 40 ou 50 anos. Portanto, mais vale tratarmos dos nossos dentes – que são realmente nossos e nós conseguimos mantê-los – do que esperar que essa tecnologia venha a ser desenvolvida e esteja aberta ao mercado. Porque isso vai demorar bastante tempo.

Até lá, quem tem falta de dentes tem de recorrer às tecnologias que nós já temos. Isto é, a uma solução fixa ou removível. Hoje em dia, em casos de desdentados totais, até já conseguimos colocar todos os dentes num só dia. É o mais próximo que temos de alguém desenvolver os nossos dentes. E é uma solução que já temos nos nossos consultórios.

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