1º Edição Revista Criança em Foco - Autonomia da Criança, Funciona?

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ANO

1

SETEMBRO

2018

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EM

FOCO

AUTONOMIA

DA CRIANÇA FUNCIONA? Veja+


(11) 94725-0414 / 99502-8367 | psicopedagoga.monique@gmail.com


EDITORIAL

Oi

gente, tudo bem? Monique Gonçalves Psicopedagoga, e estou aqui para anunciar para vocês um grande sonho meu, que hoje está se tornando realidade. Que eu sou apaixonada pelo desenvolvimento da criança todos sabem né?

Então pensei, porque não compartilhar com as pessoas tudo sobre este universo tão maravilhoso? Elas precisam saber o quanto é especial conviver com uma criança, elas precisam compreender o quão importante é sua formação de forma integral. Acredito que estamos vivendo um tempo em que os estudos voltados para a infância têm dado um salto significativo e isso consequentemente traz muitos questionamentos, dúvidas, incertezas, curiosidades e uma infinidade de sentimentos. O objetivo desta revista é

expandir conhecimento, um pedacinho de alento para mamães e papais aflitos, uma leitura gostosa e cheia de aprendizado para os profissionais da infância, enfim, é ter num único espaço, a CRIANÇA em FOCO! Aí vem a perguntinha básica: “E quanto tudo isso vai custar Monique? “e a resposta é: O seu tempo! A revista será gratuita, e você só precisará definir um tempinho especial no seu dia para poder viajar pela leitura. Aqui nos encontraremos como se fosse uma roda de amigos, para conversarmos e trocarmos experiencias, então, pegue o seu cafezinho ou o seu chá e bora sentar nessa roda imaginária para falar o que aqui é prioridade: “Nossas crianças” Espero que gostem, porque tudo aqui é realizado com muito, mas muito carinho e amor, palavras de uma eterna apaixonada pelo desenvolvimento humano e pela maravilhosa e instigante infância.

Monique Gonçalves Mãe do Pablo e da Valentina, Pedagoga formada há 12 anos pela Universidade Bandeirantes de São Paulo, Psicopedagoga, Especialista em Literatura Infantil e na Arte de Contar Histórias.

Professora da rede pública de ensino, escritora e autora do e-Book “Os Meus Caracóis”: um conto sobre a representatividade e uma eterna aprendiz do desenvolvimento infantil.


SUMÁRIO NÃO FAÇA PELA CRIANÇA AQUILO QUE ELA SE SENTE CAPAZ DE FAZER POR ELA MESMA.

Colunistas

O mundo infantil com o olhar de cinco especialistas que compartilham o mundo do desenvolvimento em âmbitos diferentes que se unem quando o assunto é a CRIANÇA. Descubra em nossas colunas.

Staff

Direção-Geral: Monique Gonçalves Revisão: Rubi Burg Realização: Grupo Camminus Design e Diagramação: Daniel Gonçalves Imagens: https://br.freepik.com

Fale Conosco editorial@grupocamminus.com.br psicopedagoga.monique@gmail.com

Distribuição Gratuita QUEREMOS VOCÊS EM NOSSA PRÓXIMA EDIÇÃO. SE VOCÊS TEM UMA HISTÓRIA ENGRAÇADA COM OS FILHOTES ENVIE PARA NÓS.

PARTICIPE * Selecionaremos algumas histórias e compartilharemos por aqui



Cristiane Santos Vaz (CRN.29077) Nutricionista formada há 10 anos pela Universidade Nove de Julho - SP. Pós graduada em nutrição Clínica Funcional e em nutrição na saúde da mulher. Atua com atendimento clínico em consultório e programas de qualidade de vida em empresas. Sua missão como nutricionista é levar qualidade de vida às pessoas, desmistificar assuntos que envolvem a alimentação cotidiana, mostrar a importância de hábitos saudáveis e como esses influenciam nossa vida de forma positiva. Contato: (011) 96412-2157.

COMO AJUDAR A CRIA

Obesidade Infantil, Precisamos Falar Sobre Isso Todos sabemos que a alimentação é importante para a promoção da saúde e o consumo energético adequado de nutrientes que contribuem para o bom funcionamento do organismo. Uma alimentação com baixo valor nutricional e alto aporte calórico, quando comparado com o gasto energético, pode favorecer o desenvolvimento de doenças crônicas como a obesidade. Infelizmente, estudos mostram que o percentual de obesidade infantil vem crescendo, independe da classe econômica. Isso está associado à mudança do estilo de vida atual das famílias brasileiras. As brincadeiras de rua ou aquelas de maiores gastos energéticos, como pique-esconde, amarelinha e pega-pega, foram substituídas por maior tempo em frente à televisão ou por jogos de videogame, brincadeiras Essas que demandam menor gasto energético. Além disso, houve uma diminuição do consumo por alimentos naturais e Refeições com preparações caseiras. O consumo de produtos industrializados tem desencadeado sobrepeso e a obesidade já na primeira idade, em crianças de 1 a 5 anos.

Proponha boas trocas alimen de forma positiva, ao invés comer contra a vontade dela.

Insira a criança em brincade para que estas possa conhec

Faça preparações alimenta crianças, tanto nas escolha gerando familiaridade com o repertório para boas escolhas

Reduza ou extinga a oferta de doces, balas e bebidas com néctares e refrescos). Uma v baixo valor nutritivo, tem alto pode gerar consequências adequado das crianças.

Promova a rotina de brincad Tanto para a intervençã emagrecimento, como na red peso.


ANÇA A COMER BEM?

ntares ou negocie com a criança de obrigar ou forçar a criança a

eiras que envolvam os alimentos, cê-los.

ares saudáveis envolvendo as as, como na forma de preparo, os alimentos e, assim, criando s.

e industrializados, como biscoitos, alto teor de açúcar (refrigerantes, vez que estes produtos, além de o teor de sódio e açúcar, o que danosas ao desenvolvimento

deiras que geram gasto calórico. ão positiva no processo do dução ou prevenção do ganho de

COMO SE INFÂNCIA?

DEFINE

OBESIDADE

NA

A criança tem o aumento da estatura e a aceleração da idade óssea, ou seja, os ossos vão mudando o seu tamanho. Depois, há uma redução no ritmo do crescimento e também do desenvolvimento do esqueleto e o peso continua aumentando, gerando, assim, o sobrepeso e a obesidade, o diabetes, a hipertensão e a hipercolesterolemia. São dois os fatores que interferem na alimentação infantil. Os fatores externos correspondem à vida social, aos hábitos alimentares dos pais, ao convívio com amigos, à mídia e a apresentação dos alimentos. Já os fatores internos dizem respeito à disponibilidade e aceitabilidade dos alimentos, aos fatores psicológicos e à auto estima. A união destes fatores pode interferir de forma positiva ou negativa no hábito alimentar da criança, para o resto da vida dela. Quando falamos de obesidade infantil e formas de tratamento há uma problema a ser enfrentado, que é a mudança de mentalidade dos pais. Lamentavelmente, muitos não reconhecem o problema em seus filhos e, por isso, sugerir intervenções para efetuar alterações nos hábitos alimentares nem sempre é visto de forma positiva . No entanto, a participação dos pais no processo de emagrecimento e controle de saúde das crianças é imprescindível para que haja bons resultados , uma vez que são eles que estimulam ou não o consumo de bons alimentos. É comum pais incentivarem as crianças a comerem alimentos saudáveis, porém eles mesmos não terem por hábito o consumo, o que gera insucesso, pois as crianças aprendem por exemplo e, assim, seguem os hábitos da família. Se não vêem os seus pais comendo frutas ,legumes ou saladas, dificilmente se interessarão por esses alimentos. Para a criança o convívio familiar determina o padrão alimentar. O hábito de fazer pelo menos uma refeição em família, sem a intervenção de televisão, celular ou outros equipamentos eletrônicos, gera na criança um bom relacionamento com os alimentos. Assim, a participação da família e da escola contribui para que ocorra resultados positivos.


Magali Fernandes (CRP 06/128937) Psicóloga formada pela Universidade Paulista–UNIP. Faz atendimento Clínico na Laços da Saúde, SP. Atua com crianças, adolescentes e adultos, visando sempre ao crescimento e desenvolvimento de cada pessoa. Seu trabalho é pautado na Psicologia Positiva, a qual consiste em potencializar o que o individuo tem de melhor, criar novos caminhos, organizar metas e traçar objetivos. A Psicologia Positiva tem como objetivo tirar o foco da dor e ampliar o campo de visão que o paciente tem de si e do mundo.

“Filho se cura com amor, afeto e dedicação” Filho se cura com amor, afeto e dedicação, pois os cuidados com a criança se mostram constantes e permanentes, tornando-se a chave principal para a saúde de toda e qualquer criança. Mesmo tendo ela alcançado certo grau de desenvolvimento e independência. Para isso, é necessário conhecer as inúmeras condições sociais e psicológicas que influenciam, positiva ou negativamente, o seu desenvolvimento. Sempre converso com os pais sobre o espelhamento, pois os filhos são reflexo do que acontece dentro do ambiente de convivência. Portanto, é preciso compreender a dinâmica familiar, escolar ou outros ambientes em que a criança permanece por muito tempo para entendermos a real necessidade desta criança estar ou não em terapia. O processo de terapia infantil se dá por meio de brincadeiras, leituras, desenhos e atividades diversas que podem ser compreendidas como um meio de entrarmos em contato com o “mundo” da criança. Bem diferente de um trabalho com adultos. Então, vamos à busca do que a criança tem de melhor, ou seja, não focamos no rótulo que é colocado sobre ela. Uma criança é muito mais do que os rótulos que são criados a partir de comportamentos que os pais, professores e cuidadores são conseguem lidar diariamente. E, por isso, muitas crianças chegam aos nossos consultórios com queixas de comportamento. Na maioria das vezes, essas crianças estão apenas representando aquilo que elas aprenderam. Imagine que você passe mais tempo no

celular do que com seu filho, o que acha que pode acontecer? Já vimos muitos relatos de crianças que disseram a seus pais que gostariam de ser o telefone deles. Isso quer dizer que os filhos vão para os consultórios de Psicologia, não por realmente precisarem, mas porque, muitas vezes, os pais não sabem conversar, brincar, escutar e até mesmo agir com os filhos. Claro que há casos em que a criança realmente necessita de uma mudança de comportamento e por isso é importante o processo de terapia, pois dentro do processo e através da maneira como ela se apresenta vamos gerar mudança. Como? Mostrando para a criança que ela tem potencial, que ela pode ser melhor e, mais ainda, sendo ela mesma. É fundamental que os pais participem de todo o processo da criança, pois é preciso gerar mudanças nos pais também. Porém, muitos pais não aceitam que são eles que precisam de mudança e não os filhos. É, então, ai que pode haver em um conflito, pois muitas vezes é através das crianças que alcançaremos os pais, enquanto deveria ser o contrário. Para finalizar, deixo uma sugestão para os pais. Cuidem dos seus filhos, tenham tempo de qualidade, não brinque por obrigação. Faça as cobranças necessárias, mas sejam exemplos. Não adoeçam seus filhos, cure-os com amor, afeto e dedicação.


Todos nós, seres humanos, temos necessidades básicas que precisam ser atendidas para que possamos nos sentir bem. Essas necessidades podem ser fisiológicas - como de alimento, água, ar – elementos que garantem nossa sobrevivência. Porém, podem ser também subjetivas. Como a necessidade de ser aceito, pertencer a um grupo, se sentir amado e importante. Não é diferente na vida de uma criança. Para elas receber atenção afeto e amor incondicional encontra-se no topo da lista. Toda criança tem a necessidade de sentir que é importante para os seus pais e amada por eles. É claro que os pais amam os filhos e dão a eles muita importância. Entretanto, a questão é se essa mensagem está mesmo chegando aos pequenos de forma plena, de maneira que encha de paz e afeto seus coraçõezinhos. Às vezes, na correria do dia a dia, com tanta pressão e excesso de tarefas a cumprir, deixamos de reservar um tempo pra simplesmente curtir nossos filhos e mostrar a eles como são especiais pra nós. Para sanar essa necessidade, existe na educação positiva uma ferramenta da educação positiva chamada “momento especial”. Essa é uma estratégia maravilhosa para promover conexão e vínculo com as crianças, para dar a elas esse senso de amor e importância de que tanto precisam. O “momento especial” é um momento exclusivo para nutrir a relação da mãe ou do pai com o filho.

Juliana Cidade Cardoso

Como Você Pode Praticar O “Momento Especial” Com A Sua Criança?

1 – Diga que você está com muita vontade de passar um tempo especial com ela, brincando ou fazendo alguma outra atividade (ela pode escolher). Combine como vocês farão isso e qual será a periodicidade (pode ser meia horinha todos os dias ou talvez uma hora no final de semana, o que couber na sua rotina e no seu coração). 2 – Se você tem mais de um filho, não vale fazer o momento especial com todos ao mesmo tempo. O ideal é que seja um tempo exclusivo de total atenção a apenas uma criança. 3 – Quando o momento especial chegar, deixe de lado todo o resto e esteja presente de corpo e alma para a criança. Não vale dar aquela espiadinha no celular, conversar com outra pessoa enquanto brinca ou aproveitar para arrumar as gavetas do armário. A proposta é que seja um tempo realmente de qualidade do adulto com a criança. Muito simples, não é? Também muito intenso e transformador. Quando a criança se sente amada e importante, quando nós, pais, nutrimos esse sentimento dentro dela, o vínculo aumenta e ela fica mais disposta a cooperar. Muitas vezes, até problemas de mau comportamento são resolvidos sem que tenhamos de atuar diretamente sobre ele, apenas mantendo o foco na conexão e no afeto. Sem contar que é uma delícia deixar as nossas obrigações um pouquinho de lado para voltar a ser criança junto dos nossos filhos. Não há nada mais urgente na vida de uma mãe ou de um pai do que expressar de forma genuína o infinito amor que sentimos pelos nossos pequeninos. Marque hoje mesmo seu momento especial com o seu filho! Todo o resto pode esperar.

Psicopedagoga e educadora certificada em Disciplina Positiva. Trabalha como consultora de educação positiva através de atendimentos e cursos online de Disciplina Positiva. É idealizadora do projeto @universodascriancasoficial, www.universodascriancas.com.br.


AUTONOMIA DA CRIANÇA

SIM, É POSSÍVEL! @rubiburg

COMO TRABALHAR?


Rubiana Pereira Burg Mãe da Aimeé (3 anos) e do Gabriel (1 ano). Formada em Letras, atuou como professora, revisora, escritora, apresentadora de TV e outras coisas mais que a vida lhe presenteou. Autora do e-Book: Criação De Filhos: Como Nutrir O Relacionamento, Desenvolver O Caráter E Fortalecer Os Valores Familiares. No momento, ama cozinhar para a família e receber os amigos ao redor de uma mesa bem ornada. Luta pela dignidade das crianças e de mulheres e, também por causa disso, está de mudança para África esse ano. Email: rubiana.brasil@gmail.com

Se você fosse questionado sobre se deseja que, no futuro, seus filhos ou alunos sejam homens e/ou mulheres autodisciplinados, responsáveis, altruístas, empáticos, generosos, gentis, cordiais, e outras mais atitudes nobres, tenho certeza que 100% das respostas serão positivas. No entanto, se perguntados sobre quem está disposto a dar autonomia para as crianças poderem se desenvolver e adquirir essas virtudes, acredito que o percentual será bem menor. Nossa sociedade ainda carrega a errônea crença de que as crianças são seres pequenos e, portanto, incapazes. Tanto, que expressões como “Está se achando o adulto”, “Parece gente grande”, “É um pingo de gente” e até mesmo a absurda “Até parece gente”, e outras semelhantes, são despejadas cotidianamente nas conversas dos adultos, quando descrevem ações ou tentativas de protagonismo das crianças. No entanto, tal pensamento está há tempos - há mais de um século, para ser mais precisa totalmente refutado e amplamente rechaçado pelas descobertas da psiquiatria e da neurociência, sobre o funcionamento do cérebro da criança e como acontece o desenvolvimento da infância. Tais descobertas mostram que, além da criança ser plenamente capaz (e muitas vezes

extremamente mais geniais que os adultos), o exercício da autonomia na infância produz imensos benefícios – se não dizer que APENAS benefícios – ao desenvolvimento do ser humano. Uma das principais precursoras dessas descobertas foi a cientista italiana Maria Montessori. Ela sintetiza muito bem uma premissa de como avaliarmos se a criança está ou não pronta para exercer determinada responsabilidade, na sua celebre frase: “Não faça pela criança aquilo que ela se sente capaz de fazer por ela mesma.” Note que destaquei o “sentir-se capaz”, pois é critério fundamental. Pode acontecer de o adulto cuidador não se sentir capaz, ou julgar que a criança não é capaz ou não está ainda preparada para determinada responsabilidade. No entanto, quem deve nos dizer isso é a própria criança, e não o adulto. A criança demonstra, a criança diz, a criança age a partir da autoconciência da sua capacidade. A criança nos guia. Cabe ao adulto permitir o ambiente apropriado e o apoio ou cuidado necessário para que essa crença da criança se efetive em suas ações ou, do mesmo modo, esse adulto poderá tolir totalmente a autoconfiança e o desabrochar de autonomia do pequeno explorador.

“Não faça pela criança aquilo que ela se sente capaz de fazer por ela mesma.”


A primeira conquista de autonomia da criança é a motora. Dos 0 aos 6 anos, ela busca a independência física – sustentar o pescoço, mexer as mãos e pés, rolar, sentar, engatinhar, andar, falar, comer, correr, limpar, cozinhar, ler, escrever etc. A pediatra húngara Emmi Pikler (1902-1984) estudou profundamente essa fase do desenvolvimento humano e concluiu que a atividade autônoma da criança é importantíssima para o desenvolvimento harmonioso da personalidade. A partir de aproximadamente 6 até 12 anos, a criança busca uma independência intelectomoral. É quando descobre o mundo por meio de histórias e perguntas. Aos 12 até por volta dos 18, desenvolve a independência social. É a necessidade de descobrir PARA QUE ele/ela serve no mundo. Descoberta essa feita por meio do pertencimento a um grupo. Após os 18 até por volta dos 24 é a autonômia profissional, em que descobre o papel individual e em que contribui socialmente.

com sua presença, transmitindo empatia e segurança. 3. Assegure que o ambiente é apropriado para a criança, com objetos e espaço suficientes, adequados e seguros. 4. Garanta tempo suficiente para a criança se concentrar na tarefa. Uma boa rotina é um chefe por si mesmo: aquela organização do dia-a-dia, o tempo e a ordem dos acontecimentos e sua regular repetição. 5. Permita que a criança realize atividades reais da vida prática, começando com pequenas tarefas ou parte de tarefas e evoluindo gradativamente à medida que demonstra interesse.

Mas, Afinal, O Que É Autonomia?

Quais As Vantagens Da Autonomia?

Autonomia nada mais é que o autogoverno, a capacidade de se dar as ordens certas e executálas. Parece simples, não? Mas adquirir essa capacidade é algo extremamente complexo. O dicionário da língua portuguesa define autonomia como a “liberdade para usar leis próprias, independência. Capacidade de autogovernar-se, de dirigir-se. Liberdade moral ou intelectual do indivíduo. independência pessoal. Direito de tomar decisões livremente. Liberdade do homem que, pelo esforço de sua própria reflexão, dá a si mesmo os seus princípios de ação, não vivendo sem regras, mas obedecendo às que escolheu depois de examiná-las”. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Infantil definem autonomia como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro [...] Exercitando o autogoverno em questões situadas no plano das ações concretas, [as crianças] poderão gradualmente fazê-lo no plano das ideias e dos valores.

Segundo a bestseller internacional Jane Nelsen, o exercício da autonomia pelas crianças desenvolve: 1. Forte percepção das habilidades pessoais – Eu sou capaz. 2. Forte percepção sobre sua importância nas relações primárias – Eu contribuo de maneira significativa e sou genuinamente necessário. 3. Forte percepção de seu poder de influência pessoal sobre a própria vida. - Eu posso influenciar as coisas que acontecem comigo. 4. Forte habilidade intrapessoal: habilidade de entender suas próprias emoções e de usar esse entendimento para desenvolver autodisciplina e autocontrole. 5. Forte habilidade interpessoal: habilidade de trabalhar com os outros e desenvolver amizades por meio de comunicação, cooperação, negociação, troca, empatia e escuta ativa. 6. Forte habilidade sistêmica: a capacidade de lidar com os limites e consequências da vida cotidiana com responsabilidade, adaptabilidade, flexibilidade e integridade. 7. Forte habilidade de avaliação: habilidade de usar a sabedoria para avaliar as situações de acordo com valores apropriados.

Como Trabalhar A Autonomia Da Criança? 1. Não intervenha diretamente na brincadeira ou no movimentar-se da criança. Maria Montessori diz: “Nunca interrompa uma criança em alguma coisa que ela acha que pode fazer sozinha.” Claro, a não ser que exista algum risco à criança, à outro, ou à algo. É preciso um olhar preparado para conseguir avaliar esse risco, que não seja baseado nos medos pessoais do adulto. 2. Garanta segurança emocional para a criança, acompanhando e apoiando-a permanentemente


Além disso, estudos recentes da neurociência revelam o desenvolvimento das funções executivas do cérebro, aquelas responsáveis pela concentração, memórias de curto prazo, capacidade de fazer escolhas baseadas em múltiplos fatores e controle do próprio comportamento (controle inibitório).

Falhas no desenvolvimento dessas funções geram déficits de desenvolvimento cognitivo, problemas de conduta e na aprendizagem acadêmica (Síndrome Disexecutiva). Seus sintomas mais perceptíveis são alterações cognitivocomportamentais, associadas às dificuldades na seleção de informação e na tomada de decisão, distratibilidade, problemas de organização, comportamento perseverante ou estereotipado, dificuldades na constituição de novos repertórios comportamentais, déficit de abstração e de antecipação das consequências. Atualmente, aliás, se descrevem diversas dificuldades cognitivas em termos de disfunção executiva, quando se trata de problemas marcantes como a hiperatividade, falta de atenção e problemas de aprendizagem.

O que a autonomia não é? Vale ainda lembrar que autonomia não é abandono, e sim que o adulto não intervém desnecessariamente, não tenta dirigir ou ativar ou controlar ou determinar o realizar da ação específica da criança. E se a criança fizer errado? Maria Montessori diz que não se ensina corrigindo, se ensina, ensinando. É mostrando, com nosso exemplo e conduta, que se inspira a criança a aperfeiçoar suas ações. Usar de respeito e generosidade ao comunicar limites a criança é fundamental, pois somente um ambiente emocional seguro, empático, respeitoso, atento e acolhedor é o liberador de crianças autônomas, que não temem o erro como parte do processo de aprendizagem e autoaperfeiçoamento.

Por fim, o grande desafio de possibilitar a autonomia da criança, em geral, não está na criança, mas em nós adultos, que precisamos acreditar na capacidade delas, conhecer as fases de desenvolvimento da infância, abrir mão (ainda que não totalmente) do nosso tempo massacrante, nos permitir plenamente presentes (corpo e mente no mesmo lugar), e nos revestir de “humildade e humilhação” - nas palavras de Montessori - para ver livres, autodisciplinados, responsáveis, altruístas, empáticos, generosos, gentis, cordiais, e tantas virtudes mais em nossos meninos e meninas, homens e mulheres do amanhã, construtores de uma sociedade melhor.


A PSICOIN

Por Monique Gonçalves

livros

O livro A Descoberta da criança é uma síntese dos escritos em que Maria Montessori delineou o seu método pedagógico. Ela descreve o desenvolvimento psíquico e intelectual das crianças a partir dos resultados da experiência prática realizada na suas escolas. Com princípios inovadores, o Método Montessori revolucionou os parâmetros educativos, dando ênfase na autonomia, na liberdade e no respeito pelo ritmo de aprendizagem dos alunos.

Autoridade no assunto, a renomada psicóloga, educadora e mãe de sete filhos Jane Nelsen desenvolveu o conceito de Disciplina Positiva a partir das teorias de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs e concebeu um programa altamente eficaz em que a disciplina é ensinada de uma maneira respeitosa e encorajadora, tanto para as crianças como para os adultos.

A psicopedagoga Monique Gonçalves compartilha nesse eBook a sua experiencia com o seu filho mais velho. Sempre questionador queria saber de onde vinham tantos cachinhos. Uma forma bem humorada para trabalhar a importância da representatividade com as nossas crianças. Faça o Download Gratuito:

https://goo.gl/Q2BDuu

filmes SINOPSE A série acompanha um jovem de 18 anos com autismo em sua busca por amor e independência. Sua jornada de autodescoberta é tão divertida quanto dramática e tem um impacto em toda a sua família, forçando-os a lidar com as alterações em suas próprias vidas e os fazendo questionar: afinal, o que realmente significa ser normal? Primeiro Episódio: 11 De Agosto De 2017 Número De Temporadas: 2 Número De Episódios: 18 Emissora Original: Netflix Criadora: Robia Rashid

ELENCO


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