3ª Edição da Revista Criança em Foco

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Oi minha gente linda tudo bem? A revista demorou, mas saiu... Rsrs tanta coisa aconteceu, é criança que fica doente aqui, é planejamento escolar ali, cursos lá, consultório acolá, quem é atarefado aqui vai me entender rs! Mas não pense que esqueci de vocês! Esse mês a nossa revista também está com matérias lindas e pra lá de boas. Eu como eterna apaixonada pelo desenvolvimento da criança, fico muito empolgada quando tenho novas leituras para realizar, conhecer este "universo" chamado "criança" é o que me motiva, o que me move, esta é a Monique, a minha essência, quem me acompanha sabe né?! Tô muito feliz também, por que esse mês alcançamos 10 mil corações no Instagram, ebaaaaa!!!!! (E já estamos com quase 11 mil) saber que temos um tanto assim de "gente linda" se importando com as nossas crianças e procurando caminhos para entendê-las, enche meu coração de amor! E você, por estar aqui, lendo esta revista, também faz parte dessa grande viagem no mundo das crianças! Continue com a gente, vamos refletir e mudar juntos! Sem mais delongas, vamos ler?! Espero que gostem! Bjs da Psico aqui. Monique Gonçalves


José Luiz de Souza Santos

Educador Parental @zecagameleira

A um ano e algum tempo a mais, a Bella chegou de vez em nossas vidas, alterou drasticamente aquilo que chamamos de vida normal. Mexeu com nosso cotidiano e nos fez, mesmo com muito cansaço físico, querer viver. Pois é, estou falando no plural, simplesmente para tentar não ser egoísta, de tirar o mérito da Belleza da maternidade que minha querida esposa Anielly Koerich compartilha lindamente comigo. Porém, ser pai ultrapassou todas minhas expectativas anteriores, objetivos futuros e sonhos inalcançáveis. Ser pai é poder ser você mesmo, mas, com o cuidado de saber que uma vida, em sua extrema fragilidade, depende de ti. E que rico momento vivemos! Noites de pouco sono, fraldas sujas, cólicas, choro, vômitos, bicos e banhos, tudo fora do comum. Dias de êxtase, alegrias, amor verdadeiro, presença. Assim são meus dias de pai, onde o cuidado enfrenta o medo, o cheiro acalma o choro, a vida nova substitui qualquer coisa. Descobrimos antes mesmo do nascimento de nossa Ana Bella, que SOMOS CUIDADORES DA VIDA! A gente entende isso quando percebemos que nossas emoções nem sempre estão como gostaríamos, que nossa inteligência nem sempre nos acompanha para nos trazer racionalidade, que nossas necessidades se apequenam diante da grandeza de um filho. Isso é prática hard! Estar emocionalmente saudável é questão de sobrevivência, mas, quem aqui nunca esteve “entre a cruz e a espada”? Quem nunca se sentiu impotente por não saber como agir diante de coisas tão simples ou óbvias? Quem nunca precisou de um momento consigo mesmo, mas, as necessidades de nossa posteridade gritou urgência? Como não ser ou estar vulnerável a tudo isso?

Quando se tem companhia Verdadeira, tudo se encaixa. Quando se tem alguém para compartilhar alegrias, mas, principalmente as dores, tudo se ameniza. Seria impossível dizer da não existência de conflitos! Todavia, sem alguém para compartilhar nossos conflitos internos, seria muito mais doloroso. “Ué, mas ninguém me falou que eu precisava trocar fraldas, ficar noites acordado, saber o tamanho das roupas ou qual deveria comprar. Ninguém me avisou que eu teria que saber fazer papinha e nem o que fazer. Ninguém me disse que eu tinha que lavar as roupas e guardar. Me disseram somente que eu precisava Amar minha companheira!” Falou o homem. O Amor de um casal não basta, não basta somente amar. Um casal só existe verdadeiramente quando possuímos Amizade, o que muitos não entendem que essa conexão possa haver em uma relação amorosa. Eu poderia desenhar um mapa mental do que a palavra Amizade poderia nos gerar. Mas, não se faz necessário, nem cabe aqui. Pois, é preciso viver isso! Uma família só é saudável emocionalmente, quando entendemos que não existem dependências individuais, mas, uma relação de interdependência, ou seja, quando não se afloram estados de machismo, de individualismo, de menosprezo, de falta de reconhecimento, de observação para as necessidades. Falando como um Pai, muitas vezes deixamos para as Mães a responsabilidade em decidir praticamente tudo. E isso é muito injusto com elas! Uma família só é saudável emocionalmente, quando o Pai não amplia as responsabilidades da Mãe, mas, compartilha.


Eu não ajudo a Any em nada, eu compartilho. Eu não ajudo a minha filha a tentar andar, eu compartilho. Ela não escolhe sozinha as coisas para a Bella, ela compartilha. Ela não sonha sozinha, compartilhar. Não guardamos todos nossos sentimentos reprimidos que nos acompanham desde nossa infância e que nos visitam a todo tempo, principalmente em momentos de possíveis conflitos, COMPARTILHAMOS. Portanto queridos leitores, uma família só é saudável emocionalmente, quando Compartilhamos a responsabilidade de Cuidarmos da Vida. E o Amor? O Amor é consequência, junto com a Felicidade. E para que eduquemos nossas crianças, com inteligência emocional, apego, proximidade e presença, precisamos gerar um movimento em nós, uma roda de nossas competências como educadores que somos. É preciso que mostremos na prática, no dia a dia, no exemplo, no olhar e no toque. Sem punição! Com afeto e transparência. É, eu disse transparência! Mentimos para nossos filhos sem perceber, com a justificativa de que eles precisam aprender a desapegar. Gritamos com nossos filhos com a justificativa de que eles precisam parar de barulho. Deixamos eles no cantinho do pensamento para que nós tenhamos tempo de refletir sobre nossas incompetências inconscientes no ato de educar. Agredimos fisicamente para ensinar que é feio agredir. Usamos de indiferença quando não estamos de acordo com eles. Quem nos deu a liberdade de exigir tanto de uma vida que está apenas começando? Quem nos deu autonomia para isso? Não sei, mas, eu e Any preferimos usar essa liberdade, nossos “gatilhos mentais” para buscarmos a certeza de que nossa filha não nos deve nada, nem um tipo de orgulho. Acreditamos em nossa saúde emocional, pois, o que nos move são nossos propósitos inabaláveis. E o principal é: dar autonomia e apoiar a Bella a constituir seus próprios caminhos. Como diria um grande amigo: “é preciso que nos ajoelhemos diante de nossos filhos e para pedirmos ajuda para crescer, pois, eles são grandes.”


Daniel Gonçalves

Consultor e Coach

@danielgoncalves_coach Um dos maiores desafios da nossa caminhada como pais nesse mundo digital é: não deixar os nossos filhos tanto tempo “na tecnologia”, sabemos que os empregos e empreendimentos do futuro estarão ligados ao digital. Mas uma criança 100% em celulares, vídeo games e tablets não desenvolve alguns estímulos necessários como por exemplo: companheirismo, experiência e convivência com o próximo. Tanto as crianças de 2 anos como as de 11 anos se sentem já ligados a internet, na verdade, ocorre pelo fato de já nascerem no mundo tecnológico e já estão mais familiarizados com a internet. Você encontra crianças pequenas, passando o dedinho na tela para escolher seus desenhos, outros maiores conversando com seus amiguinhos “digitais” em jogos como ROBLOX, por exemplo, e outros já utilizando Headsets nos games complexos e vendo seu Yourtuber favorito no celular, mas como proteger nossos filhos dessa interação forte do mundo digital no mundo de hoje? Não existe a fórmula de tira-los 100% do mundo digital, pois até mesmo você, está envolvido nele, ou a sua família e melhores amigos com os quais seu filho convive.

O que eu digo como pai é, usar as estratégias que compartilho hoje com vocês, para iniciar uma caminhada, que não é fácil, o desafio é árduo mas que é necessária para seu filho. Vamos Usar 3 passos para desenvolver uma cultura saudável na tecnologia.

1º Você está 100% comprometido para desenvolver essa cultura? Existe uma frase que ouço muito da minha esposa “Ter filhos é para quem “quer” ser pai/mãe”, isso é verdade o “querer” é um desafio. Muitos acham normal enfiar na cara do seu filho uma tela e deixá-lo horas e horas em frente vendo um desenho

tão colorido que mais parece uma balada! (brincadeiras à parte), diante disto, qual convivência a criança está desenvolvendo ou quais habilidades estão sendo desenvolvidas em seu cérebro? Quais caminhos cognitivos estão sendo desenhados para o seu futuro? Será que todos dos quais ele precisa?

Eu posso responder, não, não são todos dos quais ele precisa! Quando expomos nossos filhos muito tempo diante a uma tela, na verdade estamos facilitando a nossa vida, pois os celulares, tablets ou vídeo games são as babás do século. É mais fácil? sim! É necessário? Nem sempre. Estar comprometido é saber a real necessidade que seu filho necessita para o seu desenvolvimento. Uma cultura que traga benefícios e você pode começar hoje, mas necessita de empenho, dedicação e acima de tudo o amor pelo seu filho. Eu mesmo, errei muito com o meu primeiro filho e sei que poderia ter feito melhor referente ao mundo da tecnologia, mas digo a vocês, não é tarde para começar uma cultura de educação digital, nem para o meu filhote de 12 anos e nem para o seu. Hoje tenho uma menorzinha de 2 anos e já faço muito diferente, ela assiste desenhos? sim, mas o “mínimo” possível porque eu resolvi me comprometer, em ter essa cultura digital “saudável” em minha casa.

2º Qual controle você tem implementado para essa cultura? O primeiro controle tem que ser o seu, nossas crianças observam como seus papais e mamães passam o tempo nesse mundo digital. Sabemos que muitos pais controlam seus filhos com unhas e dentes na internet e nas telas impondo limites e bloqueando acessos, mas são pais que vivem 24h por dia no celular, funciona cobrar e não ser exemplo?


Você “controlar” não é “tirar”, mas propor limites e até mesmo para toda a família. Uma das ideias é, juntos montarem um acordo de horários de uso diário, realizar uma agenda para facilitar a vida de todos! Vai funcionar 100%? Não, nada funciona 100%, mas com dedicação e muita conversa você terá um resultado “funcional”. Também vale ressaltar, que uma conversa sobre o que é bom e os perigos que podem ocorrer com o uso indevido é muito válida.

3º Proteger seus filhos é um sinal de amor. Certa vez, o meu filho resolveu ter um canal no Youtube para colocar os vídeos que ele fazia em seu celular para mostrar suas habilidades, que modéstia parte tem mesmo, as crianças desta geração tem muita desenvoltura, decidimos então que permitiríamos, desde que todo o monitoramento fosse realizado por nós. Em um dos momentos ele recebeu uma mensagem com um link e mais o convite muito atrativo... quando analisamos, o link levava à uma página de pornografia. Isto não ocorre apenas no youtube, mas em redes sociais, como Facebook e Instagram ou dentro dos joguinhos dos nossos filhos.

KIDS PLACE Kids Place, encabeça nossa lista dos melhores aplicativos de controle de pais. Este aplicativo basicamente torna o smartphone à prova de crianças. Usando este aplicativo de controle de pais, você pode bloquear a tela inicial, voltar, procurar e chamar botões para que seu filho não possa sair do Kids Place e também não fazer chamadas. É um ótimo aplicativo, pois ajuda você a garantir que o telefone seja usado dentro dos limites. https://kiddoware.com/kids-place-parental-control-for-androiddevices/

Por isso, indico 2 apps que controlam acessos por idades, horários e liberação de maiores informações dos celulares e muito mais. Você não estará só cuidando dos acessos, mas também de como ensiná-lo a desenvolver autonomia para o bom uso.

Sejamos para nossos filhos o caminho de qualidade que os levarão ao conhecimento necessário para o seu futuro.

FAMILY LINK GOOGLE O app Family Link permite que você estabeleça regras digitais e oriente seus filhos enquanto eles aprendem, brincam ou jogam, sejam eles crianças ou adolescentes. Instalação simples e permite que você não só monitore mas estabelece acessos. https://families.google.com/intl/pt-BR/familylink/



Sheila Nogueira

Fundadora da Despertar Montessori @montessoridespertar A primeira infância é uma idade cheia de descobertas e transformações. Fase essa em que a criança precisará de orientação e ao mesmo tempo de espaço para alcançar com sucesso o pleno desenvolvimento. Porém, como nós adultos podemos favorecer essa plenitude? Para responder a essa questão, vamos pensar no processo de crescimento da criança. Ela nasceu, rolou, engatinhou, equilibrou-se, andou, falou e passou a descobrir muitas novidades ao seu redor. No entanto, imagine que ela não poderá explorar esse “redor”, porque as decisões e transformações não as pertencem e as mesmas são negadas. Poderá essa criança desenvolver-se plenamente? Infelizmente, em geral, nós adultos, de forma inconsciente, excluímos a criança desse mundo que também é dela. Negamos as explorações e descobertas necessárias à infância. A consequência são irreversíveis às conexões neurais desse ser humano que se faz na criança. Quantas crianças que hoje são adultos foram excluídas do mundo e hoje vivem sentimentos de negação? Somos adultos, no entanto uma grande parte do que somos foi fundamentada pelas oportunidades de experimentação que tivemos durante a primeira infância. Não é por acaso que uma das características marcantes desse valioso período da vida é a curiosidade. As crianças são cientistas e, portanto, o mundo ao seu redor precisa ser experimentado, pois é através da exploração sensorial que elas descobrem o “EU”, esse que muitas vezes é ferido e negado. A experimentação é a motivação para a evolução psíquica e biológica da criança. Assim, nós adultos devemos incentivá-las dia a dia, permitindo que o ambiente converse com a criança para que a mesma cresça independente, autônoma, consciente e feliz, num ambiente formador e saudável. Entretanto, como proporcionar para a criança um ambiente acolhedor e ao mesmo tempo transformador? Maria Montessori (1870 – 1952) ficou conhecida por criar o método Montessori (chamada por ela de Pedagogia Científica), e ter revolucionado a forma como a criança passou a ser respeitada e compreendida. Uma frase marcante dessa estudiosa foi, “A educação da criança muito pequena, portanto, não visa prepará-la para a escola, mas para a vida”. Ajudamos, portanto, no sucesso do desenvolvimento da criança, conectando-a ao ambiente saudável para a vida. Vamos

entender essa conexão. O primeiro passo para um ambiente conectar a criança é o adulto compreender que a mesma é um ser único e humano, cheio de vontades como ele. Desse pressuposto, podemos reformular o espaço onde essa criança vive para que seja acolhedor, com mobílias que estejam à altura dos pequenos exploradores, o filtro de água a seu alcance, dentre outros. Além disso, é preciso oferecer também um ambiente emocional que permita à criança ter escolhas como nós adultos temos, como, por exemplo, vestir a calça preta ao invés de vestir a calça cinza, entre outras ações que favoreçam a independência e a autonomia. Quando o adulto e o ambiente estão preparados para receber a criança, pare por um instante e observe como tudo fica mais calmo, desafios são encarados com alegria e o adulto deixa de ser o centro das ações. Ele sai de cena e passa a ser um observador dos fatos, para adicionar novidades ao ambiente, quando necessário. Porém, um ponto importante é que o adulto esteja preparado para orientar sem controlar, sem comandar, sem punir, apenas orientar. Precisamos entender que a criança está em constante transformação e tudo que absorver poderá levar para a vida, reproduzindo as mesmas ações que o adulto produziu, sejam elas boas ou ruins. Também devemos ter clareza de que se erramos podemos voltar, repensar e mostrar diferente, de uma forma melhor. Para nos tranquilizar quanto aos inevitáveis equívocos, vale lembrar que Montessori dizia que nós adultos cometemos erros de forma inconsciente, que erramos, porque não sabemos outra forma de agir, que existe só aquela situação desenhada em nosso inconsciente. Ainda bem que existem pessoas como Maria Montessori, que estudou a criança, observando o desenvolvimento natural dela, através de um ambiente preparado. Aprender com estudiosas como ela é um grande privilégio para nossa geração. Montessori nos deixou um riquissímo legado, no qual podemos nos basear para atingir nosso objetivo de educar crianças para serem seres humanos plenos, para isso respeitando a criança como um ser único, em desenvolvimento e que está absorvendo detalhes vindos do mesmo universo que nós adultos vivemos.



Monique Gonçalves

Psicopedagoga

@psicopedagogamonique

Recentemente, publiquei um texto em meu Instagram, que falava sobre o fato de incomodar tanto quando somos amáveis, tudo isso por que quando demonstramos alguma atitude de amor, respeito e carinho para com o outro, automaticamente de “alguma parte” do planeta, somos julgados de fracos e até mesmo considerados “bobos”, mas porque há tanta dificuldade assim em dar as mãos para o amor? O que acontece é que a sociedade está cheia de pessoas machucadas, que precisam de um longo processo de cura, digo longo por que essas feridas vem muitas vezes de uma infância cheia de desafios. Quando escutamos alguém dizer: Deixa essa criança chorar para aprender, ou, não dê colo, se não ele vai aprender a te dominar, é tão chocante e ao mesmo tempo “tão normal” nestes tempos em que temos vivido. Hoje quando falamos de afetividade já recebemos olhares tortos, e parece até que conseguimos ouvir o que diz o pensamento das pessoas: “Xiiii lá vai a doida ou doido que deixa o filho pintar e bordar”, e sabe o que é mais intrigante nisso tudo? Que é mais “aceitável” um comportamento hostil que “amoroso” e sim, isso é grave. Voltando ao processo de cura e o porquê dele ser longo, sabemos que não é tão simples assim, o primeiro passo é “aceitar” esse processo, saber que ele é necessário não apenas para que se viva bem com o outro, mas para que se viva bem consigo mesmo. Geralmente as pessoas que tem dificuldade em falar do amor, são justamente aquelas em que foram mais machucadas um dia. A infância é uma fase preciosa da vida, e nós só temos 12 anos dela, e este é o tempo em que mais absorvemos, onde estamos sendo moldados principalmente pelo ambiente a nossa volta. Quando um adulto reconhece que teve uma infância dura e pesada, ele se desprende na maioria das vezes para duas decisões: Ou ele dá continuidade a esse comportamento hostil, tratando o outro da mesma forma como foi tratado, ou ele decide quebrar este ciclo, assumindo o compromisso de não tratar assim o outro por que sabe o quanto dói.

As emoções acontecem dentro de nós 24h por dia e precisamos aprender a lidar com elas. Se percebo que tenho

dificuldade em determinado assunto, preciso aprender a lidar com ele, logo, se falar do amor me dói, eu preciso reconhecer o que me causou essa ferida, por que o amor não deve doer. A maior parte do meu tempo, estou junto com as crianças, meus alunos, pacientes, filhos, eu sempre estou rodeada por elas, então elas toram-se meu campo de estudo constante, elas reproduzem e refletem exatamente o que recebem... e olha, posso te contar? Tá faltando muito amor, tá faltando cura de infância ferida, para que possamos caminhar para um lugar seguro. A humanidade tem ficado fria em meio a tanta tecnologia, em meio a tantas convicções antigas, sabe aquela velha frase: “Sempre apanhei, e não morri por isso”, talvez, este alguém, tenha morrido por dentro e nem descobriu ainda, enquanto percebermos pessoas com dificuldade em lidar com suas emoções, saberemos que haverá “dor no amor”

A gente precisa reconhecer que melhor é começar do zero, do que continuar caminhando em direção a um abismo. O amor não dói, ele constrói... então, que ele “reconstrua” todos aqueles que já desmoronaram há tempos.


Melina Caldani

Educadora BLW

@oficinablw

Até iniciar a alimentação do Miguel, em setembro de 2012, eu transitava entre seguir orientações de forma estrita e questionálas. Assim, começamos com papinhas e suquinhos, de forma bem tradicional, no dia do 6º mês. Encantados com a nova fase, saindo da amamentação exclusiva, organizamos toda uma estrutura e filmamos o 1º suquinho. A frustração naquele e nos dias que se seguiram foi imensa: muita recusa, muita dúvida e a confiança minada diante dos outros adultos que participavam da nossa vida. Passei a buscar o que eu estava fazendo errado - meu olhar ainda não se voltava ao que meu bebê demandava, mas ao agir correto, a resultado – se eu não conseguia fazer com que ele engolisse, eu estava falhando. E foi assim que ouvi que minha comida era ruim, que eu não sabia “segurar direito” suas mãos, ou depositar a comida do jeito certo em sua boca para que ele não a devolvesse. Também tinha a linha que defendia que eu não o distraía o suficiente. Fui criada em uma família autoritária, com controle rígido da alimentação. Não comer algo era ofensivo. Errar à mesa era inaceitável. Broncas por comer exclusivamente o alimento que eu havia rejeitado era comum, assim como outras formas de ameaça e punição. Já adulta, vivi transtornos alimentares como bulimia, anorexia e ortorexia. Meus pais nos amaram e agiram como sabiam, mas há marcas. Eles estavam imersos no modelo de escassez e desconfiança. Eu não sabia como conduzir a alimentação do meu bebê, mas eu queria que ele pudesse construir uma relação leve e prazerosa com o alimento; que se sentisse capaz e respeitado; eu sabia que nossa condução teria muita relevância nesse processo. E eu soube que todas aquelas dicas não serviam para esse propósito. Era uma época de grande fluxo de comunidades maternas online e num desses fóruns, pedindo ajuda para “fazer meu bebê comer”, cheguei à indicação do BLW – baby-led weaning. Trata-se de uma abordagem da alimentação na qual o bebê é protagonista. Ele come como, quanto e se quiser, de acordo com suas capacidades, em sintonia com fome e saciedade. Aprende pelos sentidos. Ele come junto com a família e da mesma comida. Por olhar para aquele bebê, em sua singularidade, cada fase promove uma apresentação diferente da comida – um bebê que ainda agarra, comerá pedaços; um bebê que já pinça, come igual à família. Fiquei encantada e quis tentar. Por coincidência, com quase 7 meses, Miguel provou. Ali, o BLW entrou na nossa vida.

Optamos por achar que era uma forma diferente e mais gentil de fazer o bebê comer. Com o tempo, notamos que é mais: quanto mais nos comunicávamos com ele, mais entendíamos como era capaz e como deveríamos incluí-lo, mais o conhecíamos. Havia conexão. Suas capacidades motoras e intelectivas voltadas à alimentação agiam como o desenvolvimento global: ele não aprendia a comer; ele comia por estar pronto. O BLW melhorou a alimentação de todos, nos levou à disciplina positiva, à responsividade e hoje, com 3 crianças, temos convicção de que influenciou na relação com a comida pra toda a vida. Desejamos colaborar na criação de pessoas autônomas e respeitosas. A alimentação é uma das manifestações de troca ou de controle. Como toda decisão, nosso paradigma guia essas escolhas. Parafraseando Gill Rapley, BLW é sobre confiança. Ser tratado como sujeito capaz é o maior benefício que se pode alcançar.


A PSICO

Por Monique Gonçalves

Livros

Como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em você e nas crianças. A partir de sua experiência como consultora de comunicação não violenta (CNV) e comunicação consciente, educadora parental e mãe de duas crianças, Elisama Santos propõe uma conversa com pais e mães que desejam construir relações e aprendizados baseados no respeito e no diálogo.

Com este livro você será não só uma mãe ou pai melhor, mas uma pessoa sensibilizada para a preciosidade da vida. Fred Mattos Psicólogo e palestrante Num mundo em que as pessoas dizem que pais não podem dar muito colo, que não podem dar amor demais, mais um monte de outros nãos, Thiago Queiroz seguiu por um outro caminho.

12 Estratégias Revolucionários para Treinar o Cérebro em Desenvolvimento do Seu Filho.O Cérebro da Criança é uma abordagem revolucionária à educação, que contempla doze estratégias-chave, que fomentam o desenvolvimento saudável do cérebro, fazendo com que as crianças sejam mais calmas e felizes

Filmes Data de Lançamento: 25 de setembro de 2017 Transmissão: ABC Elenco: Freddie Highmore, Nick Gonzalez, Antonia Laura Thomas e entre outros. Gênero: Série Drama

SINOPSE Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore) é um jovem cirurgião diagnosticado com autismo que se muda para San Jose a fim de trabalhar em um hospital de prestígio. Lá, além de enfrentar os desafios profissionais de praxe, ele ainda precisa provar aos colegas e superiores que é competente o bastante. Para isso, ele conta com a ajuda do Dr. Aaron Glassman (Richard Schiff).


Direção-Geral: Monique Gonçalves Revisão: Rubi Burg Realização: Grupo Camminus Design e Diagramação: Daniel Gonçalves Imagens: https://br.freepik.com

Maria Montessori


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