Revista Fora De Casa Edição 03

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REVISTA DA CASABLANCA TURISMO JUN/JUL/AGO | 2011

Disney Dicas para você otimizar seu tempo com a família nos parques de diversão

Futebol

A paixão brasileira leva o torcedor aos mais famosos estádios do mundo

Patrimônio Natural Reportagem fotográfica apresenta os bens tombados pela Unesco

PopstarLatina Prepare-se para o Rock in Rio 2011; uma das atrações internacionais mais aguardadas é a colombiana Shakira. Saiba qual o segredo da sensualidade dessa latina



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Ainda passeamos pela paixão nacional: o futebol. Quem é apaixonado pelo esporte não deixa de incluir os estádios no roteiro turístico. Falamos ainda sobre cinema. Vai dar vontade de visitar a capital carioca depois de assistir à animação Rio, grande sucesso das telonas. Debatemos como o turismo pode impulsionar a economia brasileira. Conversamos com a psiquiatra Regina Navarro Lins, sobre as relações familiares. E fazemos um raio x do grande festival de rock que irá movimentar o país, o Rock in Rio. Nossa garota da capa é Shakira, principal atração do festival, que dá um belo exemplo de talento e solidariedade. O time da Casablanca Turismo se reúne para homenagear os pais, para contar sobre o Famtour e convidar a todos para ajudar ao próximo, através do São João Solidário, tradição da Casablanca Turismo. Boa leitura!

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Leia mais sobre as reportagens da Fora de Casa, revista da Casablanca Turismo em: www.casablancaturismo.com.br/blog REVISTA DA CASABLANCA TURISMO

Tiragem: 10 mil exemplares Contato comercial: foradecasa@casablancaturismo.com.br

EXPEDIENTE FORA DE CASA, REVISTA DA CASABLANCA TURISMO é customizada pelo O POVO Coordenadora do Núcleo de Revistas: Ana Naddaf Editora-Executiva do Núcleo de Revistas: Paula Lima Projeto gráfico e diagramação: Alessandro Muratore Textos: Bruno Cabral, Callen Leão, Érika Neves, Pedro Rocha e Wanderley Neves Revisão de Textos: Daniela Nogueira Diretora Comercial: Mariza Quinderé Gestora de Projetos Comerciais: Linda Tavares Gerente Comercial de Projetos: Adriano Matos Gerente de Negócios: Edileuza Mendonça Banco de dados: Aldo Menezes Filho, Flávio Júnior, Miguel Pontes e Roberto Araújo Foto da capa: Jaume de Laiguana/Divulgação Fale conosco: nucleoderevistas@opovo.com.br www.opovo.com.br Impressão: Gráfica Halley

REVISTA FORA DE CA SA <<

Natália e Regis Abreu, diretores

terceira edição da Fora de Casa, revista da Casablanca Turismo é para viajante nenhum ficar em casa. Selecionamos roteiros cheios de emoção para aventureiros, roqueiros, românticos e a família inteira se divertir. Para julho ser inesquecível, arrume as malas e leve as crianças à Disney. Preparamos um verdadeiro guia do mundo encantado dos contos de fadas e desenhos animados. Você ficará sabendo qual a melhor maneira de se divertir nos parques. Aproveitando o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, apresentamos os sete patrimônios naturais da Unesco. Qual paraíso brasileiro você sonha conhecer? Na dúvida, vá à Bahia. Na primeira década de morte de Jorge Amado, o escritor que desvendou a alma brasileira, ensinamos a moqueca que fez Dona Flor conquistar dois maridos.

E DI TOR I AL >>

Arrume as malas! A




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M E I O AM B I E N T E 18

Patrimônios Naturais Junho é o mês do meio ambiente. Apresentamos os sete patrimônios naturais tombados pela Unesco

B AH I A 4 0

Jorge Amado Autor de sucessos como Gabriela revela a alma brasileira. Revisitamos a obra desse baiano

F UTE B O L 5 4

Paixão Nacional Quem é torcedor de verdade não deixa de visitar os estádios pelo mundo

C I NE MA 5 0

42 Animação O sucesso de Rio e os 25 anos do estúdio de animação Pixar. Você vai se apaixonar pela ararinha azul!


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Disney Um passeio pelo mundo encantado do Walt Disney World com dicas para você otimizar seu tempo nos parques de diversão E NTR E V I S TAS 14 Negócios

MO DA 66

Lino Villaventura O estilista radicado no Ceará traduz o lifestyle brasileiro em trabalhos feitos à mão que conquistam o mundo

Deusmar Queirós, presidente do Grupo Pague Menos, desvenda o império de farmácias Família 62

A psiquiatra Regina Navarro Lins fala sobre férias em família mesmo depois do divórcio

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Fala, Leitor!

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Chegaram à redação opiniões de leitores sobre a segunda edição da Fora de Casa, Revista da Casablanca Turismo

REVISTA DA CASABLANCA TURISMO MAR/ABR/MAI | 2011

ANIVERSÁRIO

24 anos

Casablanca Turismo

"Achei muito bacana a matéria com o presidente do grupo empresarial 3 Corações. Mostrou que um empreendedor tem que respeitar muito seus companheiros de trabalho, pois mesmo todo o talento do mundo não é capaz de realizar nada sozinho. Mais ainda, demonstrou que não podemos parar no tempo, nem nos esquivarmos de crescer". Heyde Souza, empresário do setor de tecnologia.

Férias

Os destinos para você aproveitar o melhor da temporada de inverno

Viaje +

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C AS A L EI TO R >>

Museus de chocolate pelo mundo + Esportes radicais + Vinícolas

A número 1 do mundo

A top brasileira Gisele Bündchen já foi eleita pelos quatro cantos do globo a mulher mais linda. A Fora de Casa acompanhou a passagem da modelo na passarela da SPFW

Mande seu comentário sobre esta edição para: nucleoderevistas@opovo.com.br

"Gostei da matéria “Mente Zen, corpo são”. Adoro conhecer maneiras de como controlar minhas emoções e ansiedades. Além disso, manter a concentração e a tranquilidade são dicas fundamentais. Vou tentar pôr em prática as dicas de meditação!" Samara Semião Freitas, produtora de TV. "Achei muito interessante a matéria “Flashes Radicais”. Com uma estética bem moderna, a reportagem mostra tanto esportes menos convencionais, como belíssimas fotos em instantes únicos e lindos. Muito legal!" Marcos Melo, DJ. "A qualidade das fotos da revista são impressionantes. Gisele Bündchen, como sempre, deslumbrante. As paisagens geladas dos destinos turísticos de inverno mostram o esplendor dos cenários. As imagens que ilustram a matéria sobre esportes radicais parecem saltar das páginas! Até a foto de destaque com o cotidiano do trânsito de São Paulo tem a sua beleza. Parabéns!" Virna Macedo, webjornalista.

Promoção Concurso dos 24 anos leva vencedora a Lisboa!

A Ana Maria Ferreira Cunha foi a grande vencedora da promoção da Casablanca Turismo. Na foto, com Régis Abreu, recebendo a passagem para Lisboa.

O que faz uma viagem ser inesquecível? “Uma viagem é inesquecível desde a arrumação das malas, quando a surpresa do desconhecido nos deixa ansiosamente cheios de adrenalina, quando o prazer da companhia nos dá alegria, quando a busca do novo nos renova a alma. Uma viagem inesquecível nunca se apaga de nossa história e sempre que um detalhe nos faz lembrar os momentos mágicos que vivenciamos, nosso coração se enche da nostalgia gostosa de que esse "mundão" vale a pena ser descortinado, que a vida é bela e cheia de oportunidades. Uma viagem é inesquecível quando deixa registros em nossa mente, desde os pequenos "deslizes" até os mais belos horizontes que passamos a conhecer. As pessoas que atravessam o nosso caminho nesses percursos, as situações vividas, os aprendizados adquiridos, a história de cada povo, a cultura, a beleza, compõem e marcam nossa história de vida”, Ana Maria Ferreira.



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TICKET na mão! C AS A V I P >>

DIVULGAÇÃO/CASABLANCA TURISMO

A revista Fora de Casa clicou alguns passageiros que passaram pela Sala Vip do aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, e também pela recém-inaugurada Sala Vip, do aeroporto dos Guararapes, em Recife

Leide Souza De: Recife | Para: Guarulhos

Julio Cesar Duarte De: Recife | Para: Natal

Marcello Marques De: Fortaleza | Para: Recife

Marcelo Cavenaghi e Renato Lima De: Recife | Para: Campinas

Regina e Cláudio De: Fortaleza | Para: Paris

Romélia Rola e Mara Rola De: Fortaleza | Para: São Paulo

Tarcisio Netto De: Recife | Para: Fortaleza

Carolina e Igor Demes De: Fortaleza | Para: São Paulo

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Fabio Souza Paloma Stanázio Jose Almeida Neto De: Recife | Para: Fortaleza



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VIAJAR é preciso Conhecer um lugar novo é sempre uma experiência maravilhosa de dividir. Viajantes revelam à Fora de Casa, Revista da Casablanca Turismo, o que de mais interessante fizeram em seus passeios pelo mundo

+SUA FOTO

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ARQUIVO PESSOAL

S C R APB O O K >>

Envie sua foto de viagem para ser publicada aqui! nucleoderevistas@opovo.com.br

NOVA YORK, Ecilaine Alves Azevedo, empresária, com família no Central Park, em homenagem à música Imagine, de John Lennon (da esquerda para direita: Junior, Igor, Ecilaine, Ingrid e Hugo) "Fomos com um grupo bastante animado de 15 amigos passar 15 dias nos Estados Unidos. Na foto, estamos no Central Park, especificamente no edifício onde morava o cantor John Lennon. No terceiro dia, vimos neve, e o Natal em Nova York foi completo, inclusive com a missa na St. Patrick’s Cathedral. O grupo visitou ainda Washington e Orlando. Recomendamos o trecho de trem: Washington /Orlando, uma delícia de viagem", Ecilaine.


ESPANHA, Telma Aguiar, designer e artista plástica, Casa Batlló "Barcelona, cidade na qual viveu e trabalhou o gênio e arquiteto Antonio Gaudí, é parada obrigatória para os arquitetos, engenheiros e designers. Sua obra mais relevante, que atrai a cada ano milhões de visitantes, é o Templo da Sagrada Família, que Gaudí deixou inacabada e segue sendo construída com previsão de término para 2020. Outras obras são o Parque Güell (Parc Güell), Casa Milà, também chamada de “La Pedrera”, e a Casa Batlló. Barcelona também nos encanta com museus de Miró, Picasso, Museu da Catalunha e o Castelo de Montjuic".

PARIS, Louise Benevides, chef, no Museu do Louvre "Viajei à Europa em janeiro, acompanhada da minha mãe e da minha filha de 10 anos. Foram 18 dias entre Paris e Lisboa. O objetivo era ir a Paris levar minha filha para conhecer a escola de gastronomia Lê Cordon Bleu, onde estudei. Em Paris, o turista não pode deixar de ver os pontos turísticos tradicionais, como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, e os jardins da cidade. Já em Lisboa, para quem tem crianças, recomendo o parque temático KidZania, um centro de entretenimento familiar com diversas opções de diversão e lazer. Lá, as crianças aprendem a fazer de tudo, até comidas”.

CHILE, Marina Mota e Bruno Rios, em frente ao Ahu Tongariki, na Ilha de Páscoa "Quando se pensa em Ilha de Páscoa, a imagem que vem à mente é das famosas estátuas Moai, que pertencem ao acervo de patrimônios emblemáticos do mundo, por sua forma característica e o desconhecimento de como foram transportadas pela ilha. E as estátuas realmente atingem a expectativa, por serem várias, diferentes e cheias de significado. Mas a ilha oferece muito mais. Desde a hospitalidade do povo à demonstração cultural das raízes Rapa Nui. Reserve, pelo menos, três dias e não deixe de alugar um carro para explorar o lugar".

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ITÁLIA, Ana Raquel, arquiteta, Ponte Vecchio Viajou com um grupo de amigas para participar da Feira de Design e Decoração de Milão. "Em 15 dias de viagem, passamos por Espanha, França, Portugal e Itália. Das cidades visitadas, Florença (na Itália) foi o lugar mais mágico da viagem. Quem vai a Florença não pode deixar de ver o pôr do sol na Ponte Vecchio, sobre o rio Arno. Lá os artistas de rua tocando música ajudam a compor a beleza do lugar. Também em Florença indico, para quem gosta de artes, uma visita ao Palazzo Uffizi".

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DEU SMA R Q UE I R Ó S

Emp r esá r i o

O comandante da mancha azul Entre uma viagem e outra, a trabalho, Deusmar Queirós continua sonhando grande à frente da maior rede de farmácias do País

WANDERLEY NEVES_wanderleyneves@opovo.com.br

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menino de Amontada, que aos oito anos começou a trabalhar para ajudar o pai, venceu na vida. Fez fortuna no mercado financeiro. Em poucos anos, já tinha seu primeiro milhão de dólares. Mas foi há 30 anos, quando iniciou a rede de farmácias Pague Menos, que Francisco Deusmar de Queirós realizou-se e tornou-se um dos maiores empresários cearenses. Aos 64 anos, ele se prepara para abrir o capital da hoje maior rede de farmácias do Brasil. À frente de 430 lojas, o empresário pretende captar “no mínimo R$ 1 bilhão” na Bolsa para financiar seus planos de expansão do negócio. Entre as metas, chegar às mil unidades ao ritmo de 100 novas farmácias por ano. Na entrevista, a fala é ligeira e o tom é firme. Deusmar recebeu a Fora de Casa em seu escritório no Centro de Fortaleza. A horas de embarcar para mais uma viagem a trabalho, o empresário respondeu às perguntas em pé no ambiente sóbrio, sem ostentação. Não tem tempo nem para o estresse, como ele mesmo diz.


com o comércio iniciou logo na infância. O senhor acredita que tem vocação para isso ou foi algo que aprendeu? DEUSMAR QUEIRÓS: Eu realmente acho que comércio está na minha veia. Eu, com certeza, se a rainha da Inglaterra me chamasse, eu também seria um bom assessor, mas eu prefiro o comércio.

FC: Como foi sua trajetória profissional? DEUSMAR: Começou numa bodega, quando eu era criança, fugindo dos fiscais da Fazenda. Depois, eu fui para a IBM do Brasil, trabalhei com computadores antigos, que usavam cartão de 80 colunas. Tive uma passagem muito boa pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. Aí, eu tive numa distribuidora de valores, numa companhia de crédito imobiliário, tive o privilégio de ser o instalador, precursos da área de operações da Bolsa de Valores [Regional], inaugurada em 1977. E logo em seguida montamos a PAX Corretora de Valores, que foi a primeira empresa do grupo. Em seguida, a Renda Participações e Farmácias Pague Menos, que foi em 1981, está completando 30 anos.

FC: Por que o senhor decidiu voltar ao varejo? Foi a sua vocação que falou mais alto? DEUSMAR: Me incomodava não estar no varejo. Foi uma separação repentina. Era comerciante, saí durante um tempo e sabia que meu destino ia ser no varejo mesmo.

FC: E por que farmácias? DEUSMAR: Você conhece aquela parábola que diz que tinha uma criança na praia botando água dentro de um buraco, e aí diz que é mais fácil tentar transferir o mar para dentro desse buraco do que entender a Santíssima Trindade? Eu não tenho a menor ideia de por que eu fui para farmácias. Surgiu farmácia, podia ter sido qualquer outro bicho. Aliás, se eu tivesse que escolher outra coisa, eu voltaria para a farmácia de novo. Porque tem tanta confusão, é tão animado, tanto obstáculo, tanto pepino, que você não tem tempo nem de ter estresse. É uma beleza! Depressão é uma palavra que não existe para quem trabalha com farmácia, porque o cara não tem tempo de ficar deprimido.

Não gosto nem de sonhar com mulher pelada, de ganhar na loteria, eu gosto de sonhar com novos pontos, onde eu vou abrir loja, uma esquina bonita, com gente bacana pra faturar bem

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FORA DE CASA: O contato do senhor

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FOTO EDIMAR SOARES

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FC: Como era esse mercado há 30 anos, quando a Pague Menos surgiu? DEUSMAR: Há 30 anos, a maior campanha que nós fazíamos era com leite Ninho, dar desconto de 10%. Hoje, a gente tem que dar desconto em tudo. As exigências do consumidor foram crescendo e nós fomos nos adaptando, nos profissionalizando. As farmácias não tinham autosserviço, nós é que introduzimos o autosserviço. Você já pensou uma donzela chegar e pedir “me dá um absorvente”?. Um rapaz chegava e dizia “me dá uma camisinha”. Hoje não, vai lá e pega...

FC: Hoje a Pague Menos está em todos os estados do País. Como que essa farmácia tão forte no Nordeste chega a outras regiões? DEUSMAR: Na verdade, assusta muito, porque a nossa fama de barateiro já chegou no Brasil inteiro. Então, quando você vai abrir uma loja em Araguaína, por exemplo, no Tocantins. Ou em Gurupi [também em Tocantins]. Ou em Rio Verde, em Goiás. Ou em Manacapuru. Tem ideia de onde é Manacapuru? Fica entre o Rio Negro e o Solimões, fica lá no Amazonas. Então, nós vamos como uma mancha azul, que eles chamam: “Lá vem a mancha azul”, que é a Pague Menos (nossas cores são azul e branco).

Se eu tivesse que escolher outra coisa, eu voltaria para a farmácia de novo

FC: Quais são as metas para abertura de filiais nos próximos anos?

DEUSMAR: Olha, nós vamos abrir tantas filiais quantos municípios acima de 80 mil habitantes têm no Brasil. Além dos municípios acima de 80 mil, para cada 100 mil habitantes, eu vou ter uma filial, o que dá um universo acima de mil lojas.

FC: O senhor já tem um horizonte de tempo para isso?

FC: Entre os próximos passos do

DEUSMAR: O horizonte sempre tem,

grupo, o senhor já anunciou que vai abrir o capital da empresa este ano. A expectativa é captar R$ 1 bilhão... DEUSMAR: No mínimo, R$ 1 bilhão!

agora chegar lá no final do horizonte é que é difícil. Mas nós vamos caminhando para isso. Por exemplo, é 100 lojas por ano a partir de agora.

FC: Qual será o foco dos investi-

FC: A busca por investidores já co-

mentos?

meçou?

DEUSMAR: Abrir um CD [centro de

DEUSMAR: Não, só depois do dia 30

distribuição] no Sul, aumentar a área das lojas, colocar um e-commerce bem atuante em 50 cidades, entregando em três horas. Porque você pode fazer um pedido pela internet e se for um livro e um CD, você espera dois dias para receber, mas se for um remédio você tem quer receber na hora. Tem uma série de ações. Ampliar, abrir lojas, gerar empregos.

de junho, quando encerrar o balanço do primeiro semestre. O que a gente fez foi contratar já os bancos, os advogados, a empresa de auditoria. A IPO será este ano ainda. Se o mundo não se acabar. De repente, acontece um fato estranho. Mas eu não acredito que isso impeça a nossa IPO não.

FC: Para acompanhar os seus negóFC: Hoje vocês têm em torno de 400 filiais...

DEUSMAR: 430 hoje, mas tem 40 em reforma.

cios, o senhor tem de viajar muito. Que Brasil o senhor tem descoberto? DEUSMAR: Não vou dizer pra você que lá dentro eu não tenha 32 anos.

Eu vou completar 64 sexta-feira [a entrevista foi realizada no dia 24 de maio]. Mas eu queria a metade para viver este Brasil. Este Brasil de hoje eu comparo com aquelas caravanas que tinha lá na época do Eldorado, e que viajavam lá para a Califórnia, não sei para onde, à busca de ouro. Quem quiser vencer no mundo tem que vir pro Brasil. E o Brasil, se souber aproveitar as oportunidades, está feito. Isso aqui vai ser uma fábrica de milionários, quer dizer, uma fábrica de pessoas que vão se realizar produzindo e ganhando dinheiro. Quem gosta. Tem gente que não gosta; o que é que eu posso fazer, né? Tem gente que acha que tem que acordar mais tarde e dormir mais cedo. O ócio produtivo. Eu não acredito muito nisso não. Não existe esse ócio produtivo. Quando eu estou dormindo, eu procuro sonhar com novas oportunidades de negócios. Não gosto nem de sonhar com mulher pelada, de ganhar na loteria, eu gosto de sonhar com novos pontos, onde eu vou abrir loja, uma esquina bonita, com muita gente bacana para faturar bem. O Nordeste é a China brasileira e o Brasil hoje é uma junção do que era o Japão há 20 anos atrás, naquele boom de 1992 até 1997, junto com os Estados Unidos de uma década atrás. Pujança total. Isso é que vai ser o Brasil a partir de agora. Ninguém segura este país.

+NÚMEROS 430 farmácias compõem a rede Pague Menos, presente em todos os estados do Brasil

100 novas lojas por ano é a meta de expansão da Pague Menos

R$ 1 bilhão é o que o Grupo espera captar com a abertura do capital

R$ 2,2 bilhões foi o faturamento do Grupo em 2010, metade no Nordeste



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DE TIRAR O FÔLEGO Esses são mais do que importantes pontos turísticos do País. No mês do meio ambiente, junho, apresentamos a lista dos Patrimônios Naturais da Humanidade, tombados pela Unesco LIANA COSTA_lianacosta@opovo.com.br

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o Oiapoque ao Chuí, passando por florestas, chapadas e quedas d’água, cenários de tirar o fôlego, que sintetizam a cultura de um povo e trazem em suas paisagens belezas naturais incomparáveis. Não há como negar que o Brasil é dono de alguns dos mais diversos e importantes ecossistemas do planeta. Por esse motivo, o País mantém sete sítios naturais na lista da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) dos Patrimônios Naturais da Humanidade. Receber o título da Unesco é um reconhecimento importante, mas também um desafio. O destino ganha projeção internacional e possibilidades de receber turistas de todas as partes do mundo. Por outro lado, como o patrimônio é uma referência cultural ou na-

tural para toda a humanidade, precisa ser respeitado e preservado. “Ao se elevar o status de proteção através do reconhecimento da relevância da área para toda a humanidade, aumenta-se a responsabilidade do governo na gestão do sítio”, explica Bernardo Issa, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente responsável pela proteção dos patrimônios brasileiros. Para a sorte dos turistas de plantão, a maioria dos Patrimônios Naturais apresenta uma ótima estrutura para visitação e é, portanto, parada obrigatória para os mais aventureiros que desejam ir além dos destinos tradicionais. A Fora de Casa convida, nesta e nas próximas páginas, a uma jornada para desvendar as belezas e riquezas desses Patrimônios.

PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU (PARANÁ) As 275 quedas d’água no Parque Nacional do Iguaçu abrigam o que muitos consideram ser a oitava maravilha do mundo: as Cataratas do Iguaçu. Localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, o Parque Nacional recebeu a condecoração de patrimônio da Unesco ainda em 1986. E, durante muito tempo, foi o único a possuir o título no Brasil. O destino chega a receber mais de 1 milhão de visitantes por ano e possui uma excelente infraestrutura para o turismo – suas instalações comportam até 12 mil pessoas por dia. Entre suas principais atrações estão a Usina de Itaipu, uma das maiores do mundo, e o Parque das Aves, passeio obrigatório de quem visita a região. O parque possui ainda mirantes, elevadores panorâmicos e diversas opções para os amantes de esportes radicais.


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FOTO JOEL ROCHA

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© NIKO VUJEVIC

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MATA ATLÂNTICA – RESERVAS DO SUDESTE (SÃO PAULO ATÉ PARANÁ) A faixa litorânea que compreende as “reservas do Sudeste” da Mata Atlântica reconhecidas pela Unesco vai da Serra da Juréia, em São Paulo, até a Ilha do Mel, no Paraná – fato curioso, já que o Estado faz parte da região Sul do País. Nessa área, estão localizados importantes pontos turísticos nacionais como o Parque Estadual Pico do Morumbi, a Reserva de Salto Morato, Guaraquençaba e a Serra da Graciosa. A região também chama atenção pela sua biodiversidade. Nela podem ser encontradas cerca de 55 mil variedades de plantas, que representam até 22% das espécies existentes no planeta. Um local perfeito para os amantes da natureza. Vista aérea do Rio de Janeiro


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FOTO SAGRILO

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MATA ATLÂNTICA – COSTA DO DESCOBRIMENTO (BAHIA / ESPÍRITO SANTO) Na terra onde “nasceu” o Brasil, ainda há muito o que ser desbravado. Um verdadeiro paraíso ecológico, com praias maravilhosas entrecortadas por rios e coqueirais, a região da Costa do Descobrimento inicia-se no norte do Espírito Santo e prolongase até o sul da Bahia. Nesta área, estão o Parque Nacional Monte Pascoal e o Parque Nacional do Pau Brasil, ambos localizados na Bahia, onde se pode fazer uma trilha até o topo do Monte Pascoal – o primeiro a ser avistado pelos portugueses que chegaram ao Brasil – e ter contato com uma aldeia de índios pataxós. Já na área capixaba, a pedida é conhecer as praias da região que preservam a vegetação Mata Atlântica; entre elas, a Praia da Costa, uma das mais belas do Estado. Praia do Costa


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GILBERTO MOREIRA

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COMPLEXO CENTRAL DE CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA – PARQUE NACIONAL DO JAÚ (AMAZONAS) Localizado entre os municípios de Novo Airão e Barcelos, no norte do Amazonas, o parque nacional do Jáu é grande, por assim dizer. É o maior parque nacional do mundo em floresta tropical úmida, contínua e intacta; o maior corredor biológico preservado em selva equatorial e possui a maior bacia de águas pretas, a do Rio Negro. Além disso, a região abriga a maior variedade de aves da Amazônia Central e diversas espécies de mamíferos. A maioria dos visitantes do local são pesquisadores autorizados pelo Ibama, pois ainda falta uma estrutura turística. Mas é possível aos visitantes agendar um passeio ao rio Carabinani, visitar as populações ribeirinhas e caminhar nos igarapés, além de contemplar as belezas naturais da região.


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DIVULGAÇÃO

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ÁREA DE CONSERVAÇÃO DO PANTANAL (MATO GROSSO) O Pantanal é uma das regiões mais intrigantes do País: possui um sistema de cheias e vazantes que dá origem a uma fauna especialmente variada. Por isso, não poderia ficar de fora da lista dos Patrimônios Naturais do Brasil. Porém não todo ele. A área selecionada corresponde a somente 1,3% do ecossistema e está localizada no Estado do Mato Grosso. Esse ponto não foi escolhido ao acaso, pois reserva as principais bacias dos rios Paraguai e Cuiabá e sua vegetação produz verdadeiras “ilhas” formadas por plantas. A fauna e a flora endêmica fazem a alegria de quem passeia pelos “safáris fotográficos”. Outra atividade bastante procurada por quem visita a região é a pesca esportiva, permitida fora do período da piracema, quando ocorre a desova dos peixes.


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ILHAS OCEÂNICAS – FERNANDO DE NORONHA E ATOL DAS ROCAS (PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE)

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Um pedaço do paraíso. É como a maioria dos turistas gosta de definir o arquipélago de Fernando de Noronha. Isolada, paradisíaca e com rica biodiversidade, a ilha foi contemplada com o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, em 2001. As principais atrações do arquipélago são o mergulho, o surfe, as praias e a fauna marinha, capitaneada pelos golfinhos. Ao lado de Noronha, está o Atol das Rocas que, diferente de seu vizinho, não possui estrutura para o turismo. Para visitar a ilha, é necessária uma autorização do Ibama. Mesmo assim, o Atol é conhecido pelo seu rico ecossistema, com suas revoadas de andorinhas e atobás ao entardecer, as esculturas formadas nas rochas e as piscinas desenhadas dentro dos recifes.

Fernando de Noronha

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Repleta de misticismo, a Chapada dos Veadeiros é o ponto mais alto do Estado de Goiás. Com diversas cachoeiras e cânions, saltos e vales, altos e baixos, ela é perfeita para os aventureiros praticantes de canyoning e rapel, quanto para quem quer apenas relaxar e desfrutar das paisagens naturais. A Chapada também é conhecida pela concentração de cristais de rocha, que afloram no solo da região. Segundo os esotéricos, é daí que vem a energia do local. Outro Patrimônio Mundial da Humanidade localizado no Cerrado é o Parque das Emas. Considerado um santuário ecológico, o Parque abriga uma riquíssima variedade de flores, plantas, animais e paisagens. Entre outubro e abril, a chuva e o calor fazem florescer as flores do cerrado e ativam o fenômeno da bioluminescência do cupinzeiro. Um fenômeno digno de ser visto – mesmo debaixo de chuva.

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ÁREAS DE CONSERVAÇÃO DO CERRADO – PARQUE NACIONAL DAS EMAS E CHAPADA DOS VEADEIROS (GOIÁS)

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GILBERTO MOREIRA

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REVISTA FORA DE CA SA <<

Pacotes Visite os Patrimônios Naturais PACOTE PARA FOZ DO IGUAÇU Inclui: Passagem aérea ida e volta 3 noites de hospedagem com café da manhã em hotel categoria turística Traslados aeroporto/ hotel/ aeroporto Passeios inclusos: Cataratas do lado Brasileiro e Argentino, Macuco Safári e Hidrelétrica de Itaipu. (Não inclui ingressos para os Parques). Seguro de viagem. Valores por pessoa em apartamento duplo para baixa temporada: Saída de Fortaleza: Entrada de R$ 596 e 5 parcelas de R$ 278 Saída de Recife: Entrada de R$ 542 e 5 parcelas de R$ 253 Saída de São Paulo: Entrada de R$ 374 e 5 parcelas de R$ 174,60 PACOTE PARA FERNANDO DE NORONHA Inclui: Passagem aérea ida e volta 4 noites de hospedagem com café da manhã. Traslado de chegada e saída. Passeios inclusos: Caminhada Histórica pela Vila dos Remédios, Passeio de Barco e Ilhatur. Seguro de viagem. Não inclui taxa de preservação ambiental. Sobre a taxa de Preservação Ambiental: Todos os visitantes e turistas estão obrigados, pela Lei N° 10.403/89, a pagar a Taxa de Preservação Ambiental, do Distrito Estadual

de Fernando de Noronha, destinada a assegurar a manutenção das condições ambientais e ecológicas do arquipélago. A Taxa pode ser paga no aeroporto de Fernando de Noronha ou por meio do site www.noronha. pe.gov.br Aconselhamos o pagamento antecipado da taxa para agilizar o seu desembarque na Ilha. Valores por pessoa em apartamento duplo para baixa temporada: Saída de Fortaleza: Entrada de R$ 515 e 5 parcelas de R$ 240 Saída de Recife: Entrada de R$ 353 e 5 parcelas de R$ 165 Saída de São Paulo: Entrada de R$ 678 e 5 parcelas de R$ 313 PACOTE PARA CHAPADA DOS VEADEIROS Inclui: Passagem para Brasília aéreo ida e volta 4 noites de hospedagem com café da manhã em São Jorge, 5 almoços e 3 lanches de trilha. Traslados: Brasília - São Jorge - Local - Alto Paraíso - Brasília Traslados: Brasília/ São Jorge/ Chapada dos Veadeiros/ Alto Paraíso/ Brasília Passeios inclusos no roteiro : Morada do Sol, Vale da Lua e Raizama, Parque Nacional - Cânions e Cariocas, Parque Nacional - Saltos do Rio Preto. Seguro de viagem. Valores por pessoa em apartamento duplo para baixa temporada: Saída de Fortaleza: Entrada de R$ 445 e 5 parcelas de R$ 207,20 Saída de Recife: Entrada de R$ 504 e 5 parcelas de R$ 235 Saída de São Paulo: Entrada de R$ 372 e 5 parcelas de R$ 174

Oferta de lugares limitada e sujeitas à disponibilidade. Parcelamento no cartão. Para planos parcelados, entrada obrigatoriamente à vista. Reservamo-nos o direito de alterar, sem aviso prévio, os preços anunciados, conforme acertos de valores a serem feitos na confirmação da reserva. Consulte período de promoções e data de saída. Os pacotes não incluem taxas nem gorjetas.



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Onde os sonhos se realizam Vários de seus desenhos animados e filmes clássicos encantam e emocionam jovens e adultos. Muitas crianças sonham em conhecer de perto a terra do Mickey. Descubra a fantasia do mundo mágico da Disney

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ERIKA NEVES_erikaneves@opovo.com.br

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m dos pontos turísticos mais visitados do mundo, Walt Disney World Resort é composto por dois parques aquáticos, quatro parques temáticos e 23 hotéis com inúmeras lojas e restaurantes que tornam quaisquer férias dos sonhos em realidade.

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Um tour pelos parques Magic Kingdom É impossível pensar em Disney World sem pensar no famoso Castelo da Cinderela. O castelo é a marca registrada do primeiro parque construído, o Magic Kingdom. Na frente dele, diariamente, desfilam carros alegóricos com personagens dos filmes e, no começo da noite, é realizado o Wishes, um show de queima de fogos. Magic Kingdom é parada obrigatória. Marília Miguel, 21, viajou para a Disney por 15 dias em uma excursão nas férias

de janeiro, em 2006. “Tudo é realmente muito lindo, organizado e todos que trabalham lá são muito educados. É realmente impressionante. O Castelo da Cinderela é muito bonito”, diz Marília. Já Marina Medeiros, 21, foi à Disney ano passado. Ficou lá de novembro a fevereiro e queria ainda mais tempo. “O que me encanta mais sobre a Disney é como eles realmente conseguem criar uma atmosfera mágica”, explica.

Neste parque, o brinquedo que mais atrai os jovens é a montanha-russa Space Moutain. Ela é totalmente coberta e parcialmente escura. Dentro dela, pode-se observar constelações e buracos negros, o que dá a impressão de sentir-se realmente no espaço. Outro espetáculo que encanta qualquer pessoa é o Mickey’s PhilharMagic, que é uma apresentação em 3D de uma sinfonia conduzida por Mickey, Pato Donald e outros personagens.

preferido dos adultos. O parque recebeu novas atrações nos últimos anos. Uma delas é inspirada no filme “Procurando Nemo”, na qual entra-se em um marisco para assistir a imagens projetadas de Nemo e seus amigos. Também merece destaque o simulador de voo Soarin, que

permite o aventureiro observar de cima o estado da Califórnia. “O Epcot é legal porque o tema dele é centrado em tecnologia. Tem um simulador que imita um foguete saindo da Terra e um brinquedo que mostra a história dos meios de comunicação. Gostei muito!“, diz Marília.

Epcot Traduzindo, a sigla significa “Protótipo de Comunidade Experimental do Amanhã”. Nessa comunidade, imaginada por Walt Disney, as pessoas vivem em harmonia acompanhando o progresso. É um parque voltado para educação e estudos de inovações tecnológicas. O Epcot é o parque

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Disney-Hollywood Studios Você se interessa por cinema e música? Então vai gostar do parque Disney-Hollywood. Ele foi fundado em 1989 com o intuito de mostrar os cenários das produções e todos os bastidores dos filmes já feitos pelo estúdio. “O parque que eu mais gostei foi o MGM, que hoje se chama Disney-Hollywood Studios. É possível visitar

os bastidores de filmes, ver os cenários e figurinos de Star Wars, Indiana Jones, Magico de Oz. Lá dentro também tem uma parte com o tema Rock, que tem uma montanha-russa da banda Aerosmith com uma decoração meio punk”, comenta Marília Miguel. Outro brinquedo muito popular é o

The Twilight Zone Tower of Terror, um elevador de 13 andares de altura que faz uma queda livre emocionante. Para as crianças, a animação é participar do Disney Junior – Live on Stage. Esse espetáculo fornece aos pequenos uma chance de cantar e dançar junto com os personagens que aparecem como marionetes.

acompanhados por seus tratadores. E se você tiver alguma dúvida quanto a criação dos bichos, eles estarão à disposição para responder às perguntas. Na área Conservation Station, é mostrado como são criados os diversos animais do Animal Kingdom.

Uma das atrações mais interessantes é It’s Tough to be a Bug, um simulador que permite enxergar o mundo através dos olhos de um inseto. O coração do Animal Kingdom é a Tree Of Life (Árvore da Vida) que possui rostos de diversos animais esculpidos em seu tronco.

Animal Kingdom Inaugurado em 1998, é o mais novo parque da Disney. É um ambiente de muita natureza e animais, a maioria trazida da África. Diariamente é apresentado um desfile dos animais, às 11h e às 14h. Por todo o parque, é possível encontrar animais raros,

Parques Aquáticos Blizzard Beach e Typhoon Lagoon Blizzard é um parque aquático com vários tobogãs e correntezas que são representadas como uma estação de esqui na neve. A dica para se aproveitar bem o dia é ir primeiramente nos tobogãs pouco concorridos. As maiores filas de espera são em Summit Plummet, Slush Gusher e Downhill Double Dipper. Uma das atrações mais divertidas

que permite toda a família ir junta é o Teamboat Springs, escorregador de 366 metros com boia de três a seis assentos. A correnteza Cross Country Creek percorre o parque inteiro e o mais interessante é que pode-se usar a força da água para ir sem esforço de uma área do parque para a outra. O parque fecha nos meses mais frios do inverno.

Inspirado nas praias do Hawaí, Typhoon Lagoon (Lagoa do Tufão) é considerado um dos maiores parques aquáticos do mundo. A atração de maior espera é o Shark Reef, no qual você pode observar tubarões e outros animais marinhos de perto. Typhoon Lagoon encontra-se em reabilitação durante apenas um mês, fevereiro.


Downtown Disney Todo dia parece festa no centro de lazer do Downtown Disney com várias atividades como restaurantes e lojas, além de inúmeras boates durante a noite. Se você gosta de pedalar, também é possível alugar bicicletas dentro do resort. É um programa bem disputado

principalmente no verão. A área divide-se em três diferentes setores: Marketplace, Pleasure Island e West Side. Para quem gosta de teatro, o Cirque du Soleil fica em cartaz com o espetáculo “La Nouba” de aproximadamente 90 minutos. É uma apresen-

tação exclusiva da Disney e ocorrem de terça a sábado às 18h e 21h. Próximo ao Downtown, existe o centro “Boardwalk”, um vilarejo inspirado nos anos 30 ao longo da beira de uma lagoa com muitas opções de restaurantes e atividades interativas.

a março, mais frio e com pouca chuva. Como no final do ano tem a festa de réveillon, o show de fogos do Castelo da Cinderela passa a ser não só uma atividade diária, mas a atração principal. “Eu

acho que a melhor época de ir a Disney é no final do ano. Aquele lugar é mágico e passar o Natal e o Ano Novo por lá é uma experiência muito boa!”, comenta Marina Medeiros.

seca com mais facilidade. Marina comenta que o necessário mesmo é sempre vestir roupas confortáveis. “Recomendaria principalmente shorts e tênis. Ficamos distraídos o dia inteiro nos brinquedos, paradas e atrações, andamos muito e geralmente por muito tempo”, explica. Também é

uma boa ideia quem quiser levar uns lanchinhos na mochila para ir beliscando enquanto aguarda nas filas. E não importa a estação, é importante levar uma muda de roupa, principalmente para as crianças (inclusive meias), pois você vai acabar se molhando em alguns brinquedos.

cansaço para quem espera na fila. Para quem não quer perder tanto tempo, existe a opção do “fast pass”,

um ticket de acesso para não ficar esperando para se divertir nas atrações mais procuradas. É gratuito.

Melhor época Como se localiza na América do Norte, o clima de Orlando é o inverso do brasileiro. A cidade possui duas estações distintas, sendo de abril a outubro bastante quente e chuvoso e de novembro

O que levar na mala Dependendo da época da viagem, leve somente o necessário. Não adianta levar casacos mais pesados em julho, pois além de ocupar bastante espaço na mala, você dificilmente irá usá-los. No verão é interessante levar hidratante para pele, protetor solar e labial, porque, por ser um clima quente e úmido, a pele res-

Fast Pass Principalmente em época de férias, as atrações são concorridas e o tempo na fila pode chegar a uma hora, gerando

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32 Mapas Pegue um folheto em português na en-

trada do parque para se guiar e saber

tudo que o parque oferece.

é também uma das mais populares do parque, localizando-se no Tomorrowland. Já a área temática do Adventureland foi projetada para recriar a sensação de um lugar exótico tropical que remete às florestas africanas. A famosa casa do Mickey Mouse localiza-se em sua área particular chamada Mickey’s Toontown. Uma aula de história pode ser bem representada no Frontierland, que passa aos visitantes uma sensação de estar vivendo na época da colonização e recria a trajetória dos indígenas america-

nos. Em Critter Country é onde muitos personagens da Disney fazem a festa. Neste mesmo lugar, a Splash Mountain é um dos brinquedos que mais divertem e encantam os jovens. Main Street USA e New Orleans Square possuem as atrações mais populares da Disneyland. No primeiro, o estilo vitoriano predomina nas ruas do complexo, enfeitando galerias e docerias. Já no New Orlans Square a inspiração vem do século 19 e a atração mais concorrida é a visita ao barco do filme Piratas do Caribe.

“O Mundo de Ontem, de Amanhã e da Fantasia” foi o slogan pensado por Walt Disney para seu primeiro parque temático, inaugurado em 1955. Embora Disneyland se localize em uma área de menor proporção, recebe tantos turistas e visitantes quanto o complexo Walt Disney World da Flórida. Possui parque temático com diversas lojas, restaurantes e atrações ao vivo. Na Fantasyland estão concentrados todos os heróis, vilões e princesas das histórias da Disney. A montanha-russa Space Moutain

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Disneyland, Califórnia

Pacotes CALIFÓRNIA Passagem aérea ida e volta para Los Angeles em classe econômica 4 diarias em hotel categoria turística Transfer de chegada e saída em Los Angeles 2 passeios a Disneyland com transfer Saída de Fortaleza Entrada de R$ 773 e 5 parcelas de R$ 350,20 Saída de Recife Entrada de R$ 899 e 5 parcelas de R$ 420

Saída de São Paulo Entrada de R$ 763 e 5 parcelas de R$ 356 DISNEYLAND PARIS Passagem aérea ida e volta para Paris em classe ecônomica 6 diarias em hotel categoria turística Transfer de chegada e saída em Paris 2 passeios a Disneyland com transfer Para saídas de Fortaleza, Recife ou São Paulo. Entrada de R$ 1.203 e 5 parcelas de R$ 562,40

Preços por pessoa em apartamento duplo. Oferta de lugares limitada e sujeitas à disponibilidade. Parcelamento no cartão. Para planos parcelados, entrada obrigatoriamente à vista. Reservamo-nos o direito de alterar, sem aviso prévio, os preços anunciados, conforme acertos de valores a serem feitos na confirmação da reserva. Consutlte período de promoções e data de saída. Os pacotes não incluem taxas nem gorjetas. Valores calculados no dia 6/6/11 ao câmbio de R$ 1,70 (Dólar/ Real)



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Explos達o sensual


No Rock in Rio 2011, uma das atrações internacionais mais aguardadas é a colombiana Shakira, que está com a turnê The Sun Comes Out e se apresenta dia 30 de setembro no Palco Mundo. Ela é nossa garota da capa, ninguém melhor para traduzir a magia latina

JAUME DE LAIGUANA

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“Acho que o acústico que ela fez para a MTV (1999) revelou que ela não era só uma cantora empacotada por produtores para o mercado latino, que tinha talento, voz e uma performance”, diz Luciano. “A partir daí, ela investiu mais no intercâmbio (crossover) de música latina e anglo-saxã e isso a fez se tornar um ícone do pop com o megahit Whenever, Wherever (2001)”, avalia. “Se continuasse cantando só em espanhol, ela poderia até se tornar a maior artista do mundo latino, o que já é uma fatia considerável, mas, ao cantar em inglês, ela abriu as portas do mainstream norte-americano e obteve sucessos também nos países da Europa anglo-saxã, da Austrália e restante do mundo”, conclui. Ainda assim, o espanhol lhe rendeu outras conquistas. Em 2005, por exemplo, ao lançar dois álbuns simultaneamente, Fixação Oral, com um volume em espanhol e outro em inglês, foi surpreendida com o sucesso do single La Tortura. Shakira entrou para o Guiness Book por permanecer 25 semanas no topo da Billboard com essa canção e ganhou o Grammy Latino de “Canção do ano”, em 2006. Em 2010, o hit Waka Waka fez sucesso nos dois idiomas e embalou as comemorações da Copa do Mundo de futebol em diversos países. A segurança de performance nos palcos e as composições parecem ajudá-la a sobreviver à “concorrência”, que já era pesada no início da carreira, com “duas cantoras americanas oriundas da comunidade latina: Christina Aguilera e Jennifer Lopez”, diz Luciano. O que elas tinham em comum era o dance, o pop e o ritmo latino. Britney Spears estava no páreo como contemporânea. Agora, elas encaram um fenômeno chamado Lady Gaga. “Shakira talvez seja a única que parece não se abalar criativamente com a entrada de Lady Gaga, ou pelo menos até agora não demonstrou nada que parecesse uma reação, ao contrário, por exemplo, de Christina Aguilera”, analisa o crítico. Ainda neste ano, Shakira concorre em sete categorias nos Prêmios Juventud, incluindo a de Meu Vídeo Favorito, com o single Loca. Jaume de Laiguana, que está nesse projeto e já havia trabalhado com a cantora nos clipes de Gypsy/Gitana, Loca e Sale el sol, cedeu gentilmente à revista Fora de Casa algumas das imagens que ilustram esta matéria.

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Q

uem acompanhou a passagem da cantora pelo Brasil se lembra do sufoco por conta da chuva forte em Brasília e o reagendamento do show, em março deste ano. A enfermeira Priscilla Goes, 26 anos, ainda se emociona quando lembra que conseguiu chegar a tempo no estacionamento do Estádio Mané Garrincha. “O show foi per-fei-to e superou minhas expectativas”, conta Priscila, admiradora da artista desde 2000. No auge da emoção, ela foi capaz até de uma loucura de fã. “Eu estava na divisão da Pista e da (área) Premium e se aproximou um garoto, daí eu pedi que ele me desse o canhoto do seu ingresso e tive a brilhante ideia de ir até o segurança com este canhoto dizer que eu estava no setor errado e queria que ele me levasse para a área Premium”, revela. A discrição e o engajamento social da artista também encantam. Shakira apoia cuidados com infância e juventude na Colômbia, como o trabalho que acompanha com a Fundação Pies Descalzos, e o amparo a causas sociais similares em outros países, como embaixadora da Boa Vontade da Unicef desde 2003. “O que eu mais admiro nela é que ela não se envolve em escândalos; ela aparece na mídia por conta do seu trabalho e não da vida pessoal”, diz Felipe Silva, designer de moda, 25 anos. A influência árabe não ficou só no nome. Filha caçula do casal William Mebarak, descendente de libaneses, e Nidia Ripoll, descendente de espanhóis, Shakira Isabel Mebarak Ripoll conta que o nome foi escolhido pela mãe e significa “mulher cheia de graça”, “agradecida”. Nos palcos e videoclipes, ela atrai olhares com um pouco do que aprendeu e pratica desde os quatro anos de idade: a dança do ventre. As bases na dance-music e nas baladas românticas também se sobressaem. “A Shakira é uma cantora pop por excelência”, diz Luciano Almeida, editor-adjunto de Cultura do O POVO e crítico de música. “Mas por sua origem latina (colombiana), sua música traz elementos fundamentais dos ritmos latinos – salsa, cumbia, merengue e outros – e a força da passionalidade latina nas baladas”, detalha. “Pelo lado latino, sua influência forte é do trabalho da cubana naturalizada norte-americana Gloria Estefan (ex-Miami Sound Machine)”, explica o crítico, que também destaca a influência da cantora Madonna como referência para muitas artistas pop dessa geração.

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CALLEN LEÃO_callen_ce@yahoo.com.br


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Shakira entre as crianças assistidas pelas Fundação Pies Descalzos, criada por ela

Pies descalzos Aos 18 anos, preocupada com crianças em situação de risco, desde casos de abandono em ruas até enfrentamento à violência por conta das guerrilhas, Shakira fundou em Barranquilla, na Colômbia, a Fundação Pies Descalzos, responsável pelo atendimento de cerca de 6 mil crianças e beneficiamento de 32 mil pessoas atualmente. A cantora tornou-se referência para eles por vários motivos, principalmente “porque lhes tem ajudado a saber que também são muito importantes e podem seguir adiante, e a Fundação trabalha com eles, junto com professores, famílias e comunidade para que isso seja possível”, explica Patricia Sierra, diretora executiva da Fundação Pies Descalzos. O trabalho da Fundação tem foco em educação, nutrição e saúde desse grupo vulnerável e numeroso formado por crianças, além de oferecer apoio psicológico e integrar as famílias desses jovens. Há casos de crianças iniciarem os estudos aos cinco anos.

A partir de 2012, espera-se que esse início seja a partir dos três anos. “A evasão escolar mais alta ocorre aproximadamente aos 14 anos; por isso, temos um programa de Jovens Educadores, onde os alunos mais adiantados se envolvem na educação dos mais jovens e, por isso, recebem um pequeno auxílio financeiro para custear seus gastos, e isso tem prevenido a evasão escolar que se apresentava antes”, diz Patricia Sierra. Ao todo, são cinco escolas estruturadas e espalhadas por cidades como Barranquilla, Altos de Cazucá e Quibdó, além de uma recém-iniciada na cidade portuária de Cartagena. Shakira também esteve no Haiti em 2010 e falou sobre a escola Haiti Descalça, projeto paralelo que pretende levar adiante em parceria com outras ONGs uma proposta de funcionamento similar. Para conhecer mais o trabalho da fundação, acesse o site: www.fundacionpiesdescalzos.com

Cidadã do mundo Em 2010, Shakira recebeu medalha da Organização Internacional do Trabalho, das mãos do chefe da agência de trabalho da ONU, o chileno Juan Somavia. O prêmio de Artista do Ano 2011 foi entregue à cantora pela fundação da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, pela postura de cuidados a desamparados. O mesmo prêmio já foi entregue a personalidades como Will Smith e Jackie Chan. Em 2011, segundo o jornal espanhol Mundo Deportivo, ela firmou parceira com o clube catalão de futebol Barcelona, para o qual será a voz da Fundação Barcelona, como embaixadora, ao lado da Fundação Pies Descalzos. Fontes: Portal Shakira (www.portalshakira.com.br), desde 2003 reconhecido pela Sony BMG como site oficial no Brasil, e Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef (www.unicef.org).


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37 DISCOGRAFIA 1991 | Magia: álbum de estreia, aos 13 anos

1995 | Peligro: álbum autoral 1996 | Pies Descalzos, com o hit Estoy Aqui, vendeu cerca de 1 milhão de cópias no Brasil e rendeu edição especial com algumas faixas em português

1997 | The Remixes, com versões estendidas de algumas canções e participação de DJs inspirado no roubo das composições da artista que estavam em uma mala no aeroporto e lhe rendeu o Grammy de Melhor Álbum de Rock Alternativo

2000 | MTV Unplugged: primeiro álbum gravado ao vivo e premiado com o Grammy de Melhor Álbum Pop Latino

Maquete da estrutura que irá receber o Rock in Rio

Pro dia nascer feliz

2001 | Laundry Service, com o hit Whenever, Wherever

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1998 | ¿Dónde están los ladrones?,

MARCOS SAMPAIO_ marcossampaio@opovo.com.br

Antologia, Un Poco De Amor e outros sucessos

2004 | Live & Off the Record, com interpretações emocionadas da colombiana

2005 | Fijación Oral Vol. 1, com participação de Alejandro Sanz

2005 | Fijación Oral Vol. 2, versão latino americana

2009 | She Wolf, cuja faixa título rendeu um clip onde Shakira dança em uma jaula

2010 | Sale el Sol, com o hit Loca

CARREIRA PREMIADA GRAMMY 2001 Melhor álbum latino de música pop - MTV Unplugged GRAMMY 2006 Melhor álbum latino de música alternativa ou rock - Fijación Oral Vol. 1 GRAMMY LATINO 2006 Canção do ano, por La Tortura (com Alejandro Sanz) BILBOARD LATIN MUSIC AWARD 2011 “Latin Pop Airplay, Artista do Ano”, “Artista Solo” e “Artista Feminina do Ano” nas categorias “Hot Latin Songs” e “Top Latin Albums”

No dia 11 de janeiro de 1985, o Brasil entrava de vez para a rota dos festivais internacionais. Era a primeira noite do Rock in Rio, festival que este ano chega à quarta edição brasileira, confirmando nossa vocação e fome pelos megaeventos. A experiência do brasileiro, no entanto, até o início dos anos 80, era uma resultante de aventura, falhas técnicas e cenas hilárias. Os pintados do Kiss, por exemplo, tiveram parte do equipamento roubado durante sua primeira turnê no Brasil, em 1983. Rick Wakeman, tecladista do Yes, rasgou as calças enquanto ensaiava um samba torto na quadra da Mangueira, em 1975. A voz de Joe Cocker quase

não foi ouvida em 1977, quando ele se apresentou para um Maracanãzinho vazio. Em 1985, apesar da má fama do país andar entre os grandes artistas internacionais, o publicitário e empresário Roberto Medina, dono da Artplan, decidiu fazer um grande evento musical no Brasil chamado Rock In Rio. O festival chega à décima edição, após passar por Portugal e Espanha. Entre 25 e 30 de outubro e 1º e 2 de novembro, a Cidade do Rock – um imenso descampado de 150 mil m² em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro – vai receber mais de 100 atrações convidadas, divididas entre quatro espaços. O custo disso tudo? R$ 95 milhões de reais.

Público e atrações Com 25 anos de história, tornou-se uma marca de sucesso e atrai o maior público entre festivais. As 600 mil entradas colocadas à venda em 2011 (entre R$ 95 e R$ 190) esgotaram-se em quatro dias. O SWU, realizado no interior paulista em outubro de 2010, reuniu em três dias 150 mil pessoas para assistir a Rage Against to Machine e o retorno dos Los Hermanos. Em abril deste ano, a edição chilena do

Lollapalloza trouxe 80 mil fãs de Jay-Z e The Killers. Black Eyed Peas, no Ceará Music, em 2010, tocou para 25 mil pessoas. Um dos motivos pelos quais o Rock in Rio atrai tanta gente é a quantidade de estilos musicais. Atende o roqueiro setentista, o saudosista, o satanista e os teens. A recifense Karina Buhr, que lançou o elogiadíssimo Eu menti pra você (2010), comemora

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2002 | Greatest Hits, com Estoy Aqui,


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38 PONTO DE VISTA

MARCOS SAMPAIO é repórter do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

O PESO DA BERLINDA

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[ Projeção do palco e gramado em Jacarepaguá

o convite para tocar no evento, principalmente, pela oportunidade de dividir o palco Sunset com Marcelo Yuka e Cibelle. “Esse palco traz, sim, uma representatividade bem legal do que se faz de música atualmente no Brasil. Mas tem muita coisa boa sendo feita; então, não tem como um festival só abarcar tudo isso”, considera. Experiente em Rock In Rio, o baterista dos Paralamas do Sucesso, João Barone, reconhece o valor do festival na carreira do trio. “Uma virada na nossa carreira. Deixamos de ser conhecidos no eixo Rio-São Paulo para entrar no País inteiro e até nos países vizinhos, como ficou provado, em 1986, quando começamos nossa carreira na Argentina”, elogia Barone, que, junto com os Paralamas, tocou na primeira edição e vai tocar novamente este ano. “O Rock in Rio é uma grife fortíssima. Se provou

uma grande marca até mesmo fora do Rio, como muita gente até estranhou, Rock in Rio em Lisboa e Madrid. Agora volta ao berço”, encerra. Mariana Aydar canta no palco Sunset, com os grupos Móveis Coloniais de Acaju e Orkestra Rumpilezz. “Estou muito feliz com essa proposta, pois são pessoas com quem me identifico musical e pessoalmente”, conta Mariana, que ouvia o rock de Led Zeppling e Beatles, influenciada pelo pai. O espanhol Dani Macaco integra o time de internacionais. “Tocamos na primeira edição do Rock in Rio em Madri e foi muito emocionante, mas estamos entusiasmados de poder fazer essa apresentação na cidade que viu o evento nascer”, conta Dani, cujo álbum recente Moving traz participações brasileiras como Marcelo D2, Seu Jorge e Nação Zumbi.

Pacotes Se jogue no Rock in Rio Inclui: Passagem aérea ida e volta 3 noites de hospedagem em hotel categoria turística com café da manhã. Traslado regular aeroporto/ hotel/ aeroporto Obs.: Ingressos não inclusos

Saída de Fortaleza: Entrada de R$ 518 e 5 parcelas de R$ 241,40 Saída de Recife: Entrada de R$ 512 e 5 parcelas de R$ 238,50 Saída de São Paulo: Entrada de R$ 379 e 5 parcelas de R$ 177

Preço por pessoa em apartamento duplo. Oferta de lugares limitada e sujeitas à disponibilidade. Parcelamento no cartão. Para planos parcelados, entrada obrigatoriamente à vista. Reservamo-nos o direito de alterar, sem aviso prévio, os preços anunciados, conforme acertos de valores a serem feitos na confirmação da reserva. Consutlte período de promoções e data de saída. Os pacotes não incluem taxas nem gorjetas.

Para Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Pode ser que sim, mas unanimidade nunca foi o caso do Rock in Rio. Ao mesmo passo que nunca faltou público, sempre sobraram críticas ao cartaz para as bandas estrangeiras, preconceito com o produto brasileiro, maus-tratos etc. Ainda assim, discorde quem quiser, este evento foi o que houve de mais importante para a música moderna brasileira. Explico. Até antes dele, “festival de música” se referia às competições promovidas pela TV ou a um ajuntamento de bandas (referenciais, é verdade), mas com produção ineficiente. O que Roberto Medina e sua turma fizeram foi empurrar o profissionalismo na música brasileira pra frente. Músicos e técnicos se viram obrigados a aprender o que era montar um verdadeiro espetáculo, como o Queen, por exemplo, já fazia. Tratava-se inicialmente de uma questão de mercado. Até quem não era da turma do rock se adequou aos novos tempos. Em seguida, pra reforçar mais o mito Rock In Rio, o Brasil estava saindo de uma ditadura para começar os primeiros passos (ainda que lentos) de uma democracia. No centro desse contexto, a juventude estava em busca de uma cara. Foi onde surgiu uma turma gritando “a gente não sabemos escolher presidente” e “nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado”. Era tudo o que a “geração coca-cola” queria repetir. Juntou contexto e música, o rock brasileiro explodiu. Ainda hoje, as reclamações para o Rock In Rio são as mesmas. Parte delas, inclusive, com razão. Se a escalação representa bem a multiplicidade cultural brasileira? Nem de longe. Reafirma as raízes verdes e amarelas? Nem pensar. Também é fato que tem mais rock no nome do que na escalação de bandas. Mas não podemos esquecer, são dezenas de shows acontecendo. O negócio é procurar o que mais lhe agrada e curtir a farra. Quem souber aproveitar a chance não vai se arrepender.



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Romântico, sensual e baiano


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Dez anos passados desde a morte de Jorge Amado, escritor permanece essencial intérprete da vida do povo da Bahia e do Brasil. E um sucesso de vendas

do e a alegria do Brasil”, escreveu o português José Saramago em artigo publicado no seu blog. Nos mais de 40 títulos publicados durante 60 anos de intensa produção literária, Amado ocupou-se de construir uma rica e vasta paisagem cultural do povo brasileiro através da sua Bahia. Até porque, como disse o escritor em entrevista a O Pasquim em janeiro de 1971, “quando eu digo baiano, é brasileiro; baiano é só vaidade baiana”. Paisagem e personagens que nas-

cem das cores, dos cheiros e dos sons da rua. “Os anos de adolescência na liberdade das ruas da cidade do Salvador da Bahia, misturado ao povo do cais, dos mercados e feiras, nas rodas de capoeira e nas festas dos candomblés e no átrio das igrejas centenárias, foram minha melhor universidade, deram-me o pão da poesia, que vem do conhecimento das dores e das alegrias de nossa gente”, discursou Amado ao assumir a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras em 1961.

do é fortemente marcado pelo espírito da sua geração. Na década de 1930, havia no meio intelectual um ímpeto para entender o Brasil. Unidos pela amizade e pela boemia, ficcionistas e cientistas buscaram esse ideal. Foi nesse momento que despontaram nas ciências sociais importantes intérpretes da sociedade brasileira, como Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Gilberto Freyre (Casa Grande & Senza-

la) e Caio Prado Júnior (Evolução política do Brasil). No campo da literatura, surgem para o público escritores que incorporam a fala e o cotidiano do povo, recontam a formação do Brasil em que viviam. Desde poetas como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e José Lins do Rego até os prosadores Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e o próprio Jorge Amado.

levou-o à militância política. Em 1932, ingressou na juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por convite da amiga Rachel de Queiroz. O que se vê nos romances que vêm em seguida é um crescente engajamento político alinhado às diretrizes do PCB, fazendo do autor um grande sucesso entre militantes de todo o mundo. Em obras como Jubiabá, Capitães de Areia, Terras do Sem Fim e Seara vermelha, o Brasil sofrido das manchetes de jornal inunda de miséria e de violência as páginas dos livros de Jorge Amado. O

bando de crianças abandonadas pelas ruas de Salvador, as sangrentas disputas de terra na vastidão do Interior, os retirantes que fogem da seca e da fome. O rigor no cumprimento da cartilha comunista facilitou a inserção da obra de Jorge Amado no mercado internacional. A primeira tradução dos seus livros foi para a língua russa, em 1937. Em poucos anos, já era editado regularmente em diversos países do Leste Europeu, como Tchecoslováquia e Polônia. Era, ainda, apreciado por outros militantes de partidos comunistas de países capitalistas.

Best-seller Segundo a antropóloga Ilana Seltzer Goldstein, autora de O Brasil best-seller de Jorge Amado, o escritor “tomava nota de tudo que observava, proseava com todo tipo de gente, e ia deixando as impressões amadurecerem em sua cabeça” antes de sentar-se à máquina para escrever. E daí nasceram Gabriela, Pedro Archanjo, Dona Flor, Vadinho, Theodoro e tantos outros memoráveis personagens. O início da literatura de Jorge Ama-

Voz Já em seu primeiro romance, O País do Carnaval, lançado em 1931, pode-se apreciar, como escreve José Castello, “uma imagem trêmula, indefinida, de um país que ainda está por construir.” Nesse romance, as contradições e dúvidas do protagonista Paulo Rigger refletem o próprio estado de espírito do autor. Mais tarde, na década de 1970, Amado afirmou em entrevista à escritora Edla van Steen que “trata-se de meu livro mais unanimemente aceito e elogiado pela crítica”. A inquietação do jovem Amado

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o tempo em que Paulo Coelho era apenas um hippie magrelo que pregava a sociedade alternativa, um outro escritor brasileiro já acumulava milhões de livros vendidos pelo mundo, traduzidos para os mais distantes idiomas: Jorge Amado. Segundo o escritor e crítico literário José Castello, “o inventor do Brasil moderno”, aquele exuberante dos coqueirais, das mulatas, do samba, do jeitinho, do sol e do suor. “Durante muitos anos, Jorge Amado quis e soube ser a voz, o senti-

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WANDERLEY NEVES_wanderleyneves@opovo.com.br


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Cenário da obra de Jorge Amado: Bahia

Sentido Ser publicado em todo o mundo fez de Jorge Amado uma espécie de “intermediário cultural”, como conceitua a antropóloga Ilana Goldstein. Ao mesmo tempo em que frequentava os mais altos círculos intelectuais do Brasil e da Europa, visitava terreiros de candomblé e rodas de capoeira, andava pelas ruas de Salvador. No seu livro de Memória, Navegação de cabotagem, o escritor reflete sobre essa intermediação que costumava fazer entre os ambientes acadêmico e popular: “privei com alguns dos mestres, dos verdadeiros, no universo da ciência, das letras e das artes: Picasso, Sartre, Fréderic Joliot-Curie, meu privilégio foi tê-los conhecido. Não menor o apanágio de ter merecido a amizade dos criadores da cultura popular da Bahia”. Goldstein aponta, inclusive, um movimento de retroalimentação entre a representação da identidade brasileira construída na obra de Jorge Amado e a cultura popular. “Se, por um lado, o estilo amadiano é profundamente inspirado pela literatura de cordel, por outro lado contam-se mais de 50 folhetos populares” que recontam os livros do escritor ou narram sua própria biografia. Assim, “a baianidade/brasilidade retratada e idealizada pelo autor, ao mesmo tempo em que condensa elementos objetivos e observáveis, distorce ou inventa outros aspectos da sociedade brasileira - que passam a existir para os leitores”, afirma a antropóloga. E acrescenta que “essa relação de mão dupla torna tênues e complexas as fronteiras entre realidade e representação”.

Durante muitos anos, Jorge Amado quis e soube ser a voz, o sentido e a alegria do Brasil José Saramago

Alegria A militância comunista não durou para sempre. Em 1956, Nikita Khruschev foi o responsável por trazer à tona as violências cometidas durante o governo de Josef Stálin. As denúncias abalaram seguidores do partido por todo o mundo, e Jorge Amado foi um deles. Não partiu para uma oposição mais dura, mas modificou abruptamente a sua literatura. Surgem seus livros e personagens mais famosos. Se a trilogia Subterrâneos da liberdade (1954) é fortemente marcada pela propaganda comunista, a obra subsequente, Gabriela, cravo e canela, inicia a segunda fase da carreira literária de Amado, em 1958. A partir de agora, as questões sociais não deixam de vir à tona, mas o tratamento é outro. Para o escritor e crítico literário José Castello, Gabriela marca o surgimento de “uma nova visão do Brasil

e do mundo, agora não mais esquemática, ou programática, mas viva, cheia de contradições e de incongruências — como a realidade, de fato, é.” Caem, então, as lentes vermelhas pelas quais o escritor via a sua Bahia e o mundo. Os romances de Jorge Amado ganham a riqueza das cores, os cheiros e os barulhos das ruas. Segundo Goldstein, a mestiçagem ganha um papel importante na definição do que será esse novo Brasil escrito pelo autor. Para ela, “a mestiçagem biológica e cultural - sobretudo entre portugueses e africanos - funcionava como uma espécie de eixo em torno do qual foram se agregando outras supostas características do Brasil”, como a valorização da amizade nas relações sociais, a sensualidade da mulata, o otimismo do povo e o amor à festa. O mundo se abre em uma infinidade de prazeres. O sexo, a festa, a comida e a bebida. Uma atmosfera de gozo se impõe. Vadinho morto fantasiado de mulher em pleno Carnaval, Gabriela cozinhando para Nacib, Tieta revirando o moralismo da pacata Sant’Anna do Agreste. Dona Flor que, entre os dois pretendentes, escolhe ficar com os dois. Características que eram a própria vida de Jorge Amado. Como lembra Castello, ele preservava a imagem de bonachão, era uma espécie de embaixador da Bahia. Sua influência no cotidiano e a sua rede de amizades chegaram a ser tão extensas e fortes que se brincava que o escritor era o governador de fato. Mas o grande Jorge, mais de 20 milhões de livros vendidos, apenas desconversava.


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+ONDE COMER

Um escritor guloso

RESTAURANTES BAIANOS PELO BRASIL ACARAJÉ DA CIRA

O mais tradicional restaurante de comida baiana em Salvador, o Yemanjá é famoso principalmente pelas moquecas. Uma das mais pedidas é a de peixe para duas pessoas (R$ 98,80), que pode ser feita com robalo ou pescada e que é acompanhada arroz, farofa de dendê e pirão. Endereço: Avenida Otávio Mangabeira, 4661 - Jardim Armação - Salvador, BA (71) 3461 9010 CABANA DA NEGONA Com ingredientes direto da Bahia, o Cabana da Negona é um refúgio da culinária do estado no centro gastronômico de Fortaleza. Os míniacarajés (R$ 17,90 com seis unidades) são a escolha mais pedida para beliscar. Além de pratos tradicionais como o bobó de camarão (R$ 52,90), a cozinha oferece pratos como o camarão crocante (R$ 29,90) Rua Ana Bilhar, 1150 – Meireles Fortaleza, CE (85) 3242 0111

Gabriela marca o surgimento de uma nova visão do Brasil

“Tristeza é não ter gosto na boca”, diz Gabriela, aquela com cheiro de cravo e cor de canela, uma das mais famosas protagonistas da obra de Jorge Amado. O escritor costumava dizer que os seus personagens “são vivos, precisam fazer tudo que os vivos fazem”, relembra a filha Paloma Jorge Amado, que também é escritora. Então, os personagens de Jorge brincam Carnaval, fazem sexo, comem fartamente. Mesmo na primeira fase de sua obra, durante a qual Jorge está voltado para temas de forte cunho político, a comida está lá. E até de formas inusitadas. Paloma destaca o caso ocorrido em Subterrâneos da liberdade, trilogia de 1954 que narra acontecimentos do regime do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945) a partir do ponto de vista de um militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A saudade do baiano longe de casa, exilado na então Tchecoslováquia comunista há quatro anos, foi mais forte do que a fidelidade ao desenvolvimento da trama, ambientada em São Paulo. No segundo romance da trilogia, Agonia da noite, em meio a greves,

perseguições policiais, negociatas, surge o vatapá. Em conversa com a jovem militante Mariana, um dirigente alagoano do PCB “espantava-se, quase se indignava, ao descobrir jamais ter Mariana comido vatapá”. E segue a desfiar elogios ao quitute baiano: “Ah! um bom vatapá, isso é comida, não são esses ‘raviolezinhos’ que vocês comem por aqui, comida pra menino pequeno…” “Papai estava com tanta saudade de sua Bahia, da comida que amava, que deu um jeito de comerem vatapá em São Paulo, e feito por um dirigente comunista”, brinca Paloma. Apaixonada por gastronomia, a escritora realizou uma minuciosa pesquisa pela obra de Jorge Amado em busca das referências a comida. Dois dos três livros previstos já foram lançados. Em 2000, a Companhia das Letras editou As frutas de Jorge Amado. Três anos depois, a editora Record lançou A cozinha baiana de Jorge Amado, livro que reúne receitas de pratos da culinária baiana presentes na obra do escritor. Além dos ingredientes e do modo de preparo, as receitas são acompanhadas por trechos dos livros em que os pratos aparecem.

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YEMANJÁ

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No fim da tarde de Salvador, a fila começa a se formar no tabuleiro da baiana Cira, em Itapuã. Ingredientes frescos e de qualidade, além da receita tradicional, já renderam prêmios à baiana. A freguesia garante que o camarão do acarajé da Cira é maior do que nos tabuleiros concorrentes. Além do acarajé (R$ 5 com camarão, R$4 sem), uma boa pedida é uma cocada puxa de sobremesa (R$ 3). Rua Aristides Milton, s/n - Itapuã Salvador, BA


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L I TE R ATU RA + G A STRO NO M I A >>

+RECEITA

Receita de Dona Flor Moqueca de siri mole Do romance Dona Flor e seus dois maridos, de 1966, foi retirada a receita de moqueca de siri mole que a professora de culinária Dona Flor ensinava a suas alunas. Confira.

Aula teórica:

INGREDIENTES uma xícara de leite de coco, puro, sem água; uma xícara de azeite de dendê; um quilo de siri mole. Para o molho: três dentes de alho; sal ao gosto; o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas; meia xícara de azeite doce; um pimentão; meio quilo de tomates. Para depois: quatro tomates; uma cebola; um pimentão.

Aula prática:

Ralem duas cebolas, amassem o alho no pilão; cebola e alho não empestam, não, senhoras, são frutos da terra, perfumados. Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão. Misturem tudo em azeite doce e à parte po-

nham esse molho de aromas suculento. (essas tolas acham a cebola fedorenta, que sabem elas dos odores puros? Vadinho gostava de comer cebola crua e seu beijo ardia).

(Ia ele mesmo comprar o siri mole, possuia freguês antigo, no Mercado...)

Lavem os siris inteiros em água de limão, lavem bastante, mais um pouco ainda, para tirar o sujo sem lhes tirar a maresia.

Quando estiver quase cozido e só então juntem o leite de coco e no finzinho o azeite de dendê, pouco antes de tirar do fogo. (Ia provar o molho a todo instante, gosto mais apurado ninguém tinha)

E agora a temperá-los: um a um no molho mergulhando, depois na frigideira colocando um a um, os siris com seu tempero. Espalhem o resto do molho por cima dos siris bem devagar que esse prato é muito delicado. (ai, era o prato preferido de Vadinho!) Tomem de quatro tomates escolhidos, um pimentão, uma cebola, tudo por cima e em rodelas coloquem para dar um toque de beleza. No abafado por duas horas deixem a tomar gosto. Levem depois a frigideira ao fogo.

Aí está esse prato fino, requintado, da melhor cozinha, quem o fizer pode gabar-se com razão de ser cozinheira de mão cheia. Mas, se não tiver competência, é melhor não se meter nem todo mundo nasce artista do fogão. (Era o prato predileto de Vadinho nunca mais em minha mesa o servirei. Seus dentes mordiam o siri mole, seus lábios amarelos do Dendê. Ai, nunca mais seus lábios, sua língua, nunca mais sua ardida boca de cebola crua!) Rendimento: para 8 pessoas.

Pacotes Conheça a Bahia Passagem aerea ida e volta em classe econômica Traslados aeroporto/ hotel/ aeroporto 04 noites de hospedagem hotel categoria turistica com café da manhã City tour panorâmico

Saída de Fortaleza Entrada de R$ 276,00 e 05 parcelas de R$ 128,8 Saída de Recife Entrada de R$ 269,00 e 05 parcelas de R$ 125,20 Saída de São Paulo Entrada de R$ 336,00 e 05 parcelas de R$ 156,40

Preço por pessoa em apartamento duplo, para baixa temporada. Oferta de lugares limitada e sujeitas à disponibilidade. Parcelamento no cartão em até 10 x sem juros. Para planos parcelados, entrada obrigatoriamente à vista. Reservamo-nos o direito de alterar, sem aviso prévio, os preços anunciados, conforme acertos de valores a serem feitos na confirmação da reserva. Consulte período de promoções e data de saída. Os pacotes não incluem taxas nem gorjetas.



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Na intimidade de Patativa No livro Patativa – O sertão dentro de mim, o fotógrafo Tiago Santana e o jornalista Gilmar de Carvalho fazem uma homenagem a Antônio Gonçalves da Silva, o maior poeta que o sertão cearense já viu nascer

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PEDRO ROCHA_pedrorocha@opovo.com.br

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iago ainda não planejava ser fotógrafo, quando nasceu no Crato (588 km de Fortaleza) e conheceu o colo de Patativa do Assaré. O pai, o ex-deputado estadual e militante de esquerda Eudoro Santana, havia se mudado com a família para o Cariri anos antes, refugiando-se do clima de tensão em Fortaleza após o Golpe Militar de 1964. A temporada acabou estendendo-se por duas décadas, tempo em que a família encontrou no poeta sertanejo um grande amigo, a quem recebiam em casa e visitavam com frequência. “Eu comecei a descobrir aquele universo do Cariri vendo Patativa. Eu sempre tive essa relação meio familiar, de afeto com ele”, relembra hoje Tiago Santana. A intimidade com o poeta de Inspiração Nordestina (1956) e Ispinho e Fulô (1978), que ganhou ao longo do tempo notoriedade e reconhecimento, foi registrada em imagens ao passo que o menino se formou fotógrafo, instantâneos guardados em um acervo que agora chega ao público com a edição de Patativa – O sertão dentro de mim, editado pelas Edições Sesc SP e Tempo d’Imagem, editora de Tiago Santana.


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FOTOS TIAGO SANTANA

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48 “Eu sempre fotografei o Patativa. Cinco anos antes dele morrer, fotografei muito. Não tinha essa pretensão de fazer um livro, mas era uma coisa que me encantava. Obviamente muita gente fotografava o Patativa, mas eu queria fazer um ensaio afetivo da minha convivência com ele”, explica o fotógrafo. A partir da proposta do livro, uma espécie de homenagem e carinho ao poeta, Tiago convidou Gilmar de Carvalho para escrever o texto que acompanha as fotografias. Profundo conhecedor da obra e vida de Patativa do Assaré, o professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará se viu diante de uma questão: “Pensei no que eu poderia fazer que já não tivesse feito”. O sertão dentro de mim é o décimo livro do jornalista e pesquisador cultural sobre Patativa. Uma história de admiração e amizade que começou em 1993, quando Gilmar encontrou pela primeira vez com o poeta para entregar uma caixa editada por ele com os folhetos de cordel de Patativa. Está tudo contado no ABC do Patativa. O intelectual voltou várias vezes a Assaré para relembrar situações e, de alguma forma, tentar naturalizar a perda do grande amigo. “É sempre muito complicado, ao mesmo tempo é prazeroso e doloroso, porque você fica trabalhando a perda, mas nisso tudo tem o prazer. É uma homenagem, uma tentativa de dizer o quanto ele foi importante”, conclui. O texto de Gilmar de Carvalho percorre com beleza e simplicidade os espaços que o poeta de epíteto passarinho escolheu para pousar suas palavras. As fotos de Tiago Santana transparecem a intimidade e sua sabedoria, como o fotógrafo repara: “Ele podia não estar enxergando, mas sabia muito bem o que estava acontecendo".

+SERVIÇO Livro Patativa do Assaré – O sertão dentro de mim, de Tiago Santana e Gilmar de Carvalho 144 pág, R$ 95, Edições Sesc SP e Tempo d’Imagem


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PEDRO ROCHA é repórter do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

ONDE ESTÁ ASSARÉ? Certo dia, vasculhando fitas K-7 de meu pai amontoadas nas gavetas de um móvel há tempos encostado lá em casa, deparei com uma versão esquisita da música Vaca Estrela e Boi Fubá. A voz rouca, por vezes vacilante, era na verdade a do autor original da composição popularizada pela interpretação de Raimundo Fagner. Naquela época, eu devia beirar os 15 anos e conhecia o poema de Patativa, não desconfiava que aqueles versos já haviam sido musicados pelo próprio poeta, numa entoação muito mais cadenciada que de Fagner. A gravação era caseira e, para minha maior surpresa, havia sido feita numa das tantas vezes que meu pai levou o poeta para o lendário “Repouso do Guerreiro”, um sítio dele nos arredores do Icaraí que viu algumas das maiores façanhas de um grupo de amigos na década de 1980, sobretudo noitadas regadas a cerveja, música e poesia. A presença ilustre do poeta de Assaré era arquitetada por meu pai em ocasiões especiais, como na comemoração do nascimento do primogênito, que naqueles tempos não apreciava o sabor amargoso da cevada, preferindo o resguardo do sono. O fato é que eu soube do ocorrido mais de uma década depois, quando decidi sacar um dos livros do poeta da estante. Um exemplar de Cante lá, que eu Canto Cá com alguns garranchos na folha de rosto fazendo as vezes de uma dedicatória do autor. Não pude esquecer mais a sensibilidade precisa de Patativa. Eleger um padre envolvido em artimanhas políticas como o cearense do século e relegar o poeta à medalha de bronze? Achei a eleição de uma TV local uma marmelada. O pleito hoje me parece mais razoável. Não obstante, reservo a convicção do meu voto. Como o perdão do sentimentalismo, o livro de Tiago Santana e Gilmar de Carvalho é um novo mergulho no sertão que cada cearense carrega dentro de si.

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Antônio Gonçalves da Silva nasceu na Serra de Santana, Assaré, Ceará, a 5 de março de 1909, filho de pequenos proprietários rurais. Cegou de um olho aos quatro anos de idade. Teve poucos meses de escola formal, mas viveu sempre entre livros. Perdeu o pai aos oito. Aos 16, vendeu uma ovelha para comprar uma viola e passou a distrair os serranos com poemas e repentes. Viajou para o Pará na juventude a convite do jornalista e folclorista cearense José Carvalho de Brito, que lhe deu o epíteto de Patativa, por causa do canto mavioso. Depois, Antônio acrescentou o topônimo Assaré ao nome artístico. Casou-se, em 1936, com Belarmina Paes Cidrão. O casal teve nove filhos: Geraldo, Afonso, Pedro, João, Mirian, Inês e Lúcia – além de Maria Maroni e Raimundo, que morreram bem jovens. Foi violeiro e, quando deixou de cantar, passou a compor seus poemas, na roça, depois transcritos para o papel. Publicou livros como Inspiração nordestina (1956, reeditado em 1967), Novos poemas comentados (1970), Ispinho e Fulô (1978) e Balceiro (1991, com outros poetas do Assaré). As Edições UFC reuniram seus folhetos no volume Cordéis, em 1999, quando recebeu o título de doutor honoris causa dessa instituição. Antes, recebera a mesma titulação da Universidade Regional do Cariri (Urca), em 1989, e da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em 1999. Deixou gravados discos como Poemas e canções (1979) e Canto nordestino (1989), além de ter sido gravado por Luiz Gonzaga (Triste partida, 1964), Fagner (Vaca Estrela e Boi Fubá, 1980), e um grande número de intérpretes, tais como Daúde, Simone Guimarães, Cláudio Nucci, Sérgio Reis, Pena Branca e Xavantinho, entre outros. Faleceu a 8 de julho de 2002.

PONTO DE VISTA

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Biografia


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FOTOS DIVULGAÇÃO

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Um mundo muito animado A surpreendente bilheteria de Rio e os 25 anos da Pixar chamam atenção para a cada vez maior indústria dos longas-metragens de animação

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o ano em que a pioneira Pixar completa 25 anos, a indústria da animação vê suas produções liderarem bilheterias no mundo todo. O último grande sucesso foi rio, produzido pela Blue Sky Studios, braço da gigante norte-americana Twenty Century Fox. A animação dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, que já assinou sucessos como as duas últimas sequências da franquia a Era do Gelo, tornou-se a maior estreia de uma animação no Brasil e liderou por duas semanas consecutivas as bilheterias de todo o mundo, arrecadando mais de R$ 448 milhões até o fim de abril nos 71 países nos quais foi exibida. A história da ararinha azul brasileira blu, que chega filhote aos Estados Unidos pela mão de contrabandistas de

animais silvestres e se vê de volta à terra natal anos depois para salvar com a fêmea Jade a espécie de extinção, ganhou uma gigantesca estratégia de marketing e lançamento em mais de mil salas de cinema pelo mundo. As críticas aos clichês cariocas reforçados em Rio, exemplificados pelo trinômio favela, samba e futebol, não chegaram a imputar ao filme de Carlos Saldanha uma visão preconceituosa e, em muitos casos, encontraram na figuração da cidade nuances que muitas vezes não são consideradas em produções dirigidas por estrangeiros, como Velozes e Furiosos – Operação Rio. “A cidade é descrita com vibração, algo impossível caso o diretor não fosse um carioca como Carlos Saldanha”, escreveu o crítico Alexandre Agabiti

Fernandez, na Folha de São Paulo. “São claros a habilidade e o esmero técnico e tecnológico característicos da indústria, que Carlos Saldanha aproxima da estrutura tradicional da chanchada - incluindo seus números musicais irreverentes e seu absurdo otimismo - produzindo um microchoque de mundos também na forma do filme, na convivência de pontas opostas da ostentação e precariedade", considerou Fábio Andrade, da revista on-line Cinética. Apesar dos elogios, de certa forma pontuais, ambos os críticos, assim como outros nomes, chamaram a atenção principalmente para a natureza de rio ser outra produção de uma indústria que tem como grande objetivo entreter e o faz muito bem. A garantia de enredos divertidos, dinâmicos e engraça-


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DANIEL AKEL, cineasta de animação

cancelado. A razão foi a semelhança dos dois enredos. Em Newt, o último casal de salamandras de pé-azul do planeta seria impelido pela ciência a salvar a espécie, apesar de ambos não se suportarem. “Nós colocamos filmes em desenvolvimento, alguns avançam, outros não. Quando achamos que não estão no ponto ainda, colocamos de lado. A história de Newt era muito similar à de um filme que está atualmente nos cinemas, com o papagaio azul. A gente pensou ‘não, não tem como...’. Grandes mentes pensam de forma semelhante, acho. Era muito parecido mesmo”, disse Lasseter. O animador sabe do que está falando como um dos precursores de uma indústria hoje orçada em 80 bilhões de dólares.

O cinema de animação no Brasil nunca esteve em melhor momento. Entre produções de longas, séries para TV e iniciativas autorais independentes, o segmento cresce a grandes passos, rumo a dias cada vez melhores. Uma das grandes características deste novo momento é que a cada dia surgem novos realizadores, sedentos por desbravar as fronteiras técnicas, práticas e teóricas do meio. Com o aumento de iniciativas do governo, criação de escolas e cursos específicos e um interesse cada vez maior do público em se tornar autor, o momento é mais do que promissor. Ajuda também a relativa facilidade de acesso aos meios digitais - onde o trabalho de produção passa invariavelmente -, assim como um domínio maior deste e sua relação com toda a tradição secular da animação. Por outro lado, a cada dia mais o realizador de animação brasileiro de dá conta do que é necessário para se criar uma obra de peso, dos conhecimentos específicos por área e da importância de se ter profissionais altamente especializados em cada campo de realização cinematográfica animada. Enquanto cresce e se desenvolve, a animação brasileira já é considerada uma das melhores do mundo, dada a sua diversidade de estilos, técnicas e temáticas, e tende a se tornar cada vez melhor. A produção mundial segue no mesmo compasso, mas a cada destaque e premiação em mostras e festivais os brasileiros já se impõem como referência em diversos aspectos de realização cinematográfica de animação. Com diversas produções inovadoras e inéditas em andamento, os próximos anos prometem ser ainda melhores. É apenas esperar para ver.

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GENUINAMENTE BRASILEIRO

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dos, muitas vezes comoventes, aliada ao apuro técnico que impressiona a cada novo lançamento está na base das produções de estúdios como a Blue Sky, Pixar e Dreamworks, este último responsável pelos sucessos do ogro Shrek e das atrações de zoológico de madagascar. “[Rio] não é a obra de exceção que os corações nativos adorariam que ele fosse. Ao contrário, a vinda ao Rio - e o encontro fortuito com a origem de um diretor respeitado pela indústria - é apenas uma nova forma de manter as engrenagens rodando, e de criar um novo filme propositalmente parecido com tantos outros, e que será esquecido com a mesma rapidez", assevera Fábio Andrade. A semelhança das produções pode provocar fatos inusitados. O sucesso do filme de Carlos Saldanha afetou os planos até da maior produtora de animações do mercado, a Pixar. No início deste mês, o presidente do estúdio, John Lasseter, anunciou que o projeto da animação Newt seria

A Era do Gelo, tornou-se a maior estreia de uma animação no Brasil e liderou por duas semanas consecutivas as bilheterias de todo o mundo, arrecadando mais de R$ 448 milhões até o fim de abril nos 71 países nos quais foi exibida


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Pixar A história da indústria de animações em 3D remete aos meados da década de 1980, mais precisamente 1986, quando Edwin Catmull e Steve Jobs, o executivo-chefe da toda poderosa Apple, fundaram a Pixar Animation Studios, fruto da divisão de computação gráfica da Lucasfilm, empresa do autor e diretor da saga Guerra nas Estrela, George Lucas. Os primeiros experimentos de John Lasseter, hoje o chefe de criação da Walt Disney Animation Studios – empresa que comprou a Pixar em 2006 por US$ 7,4 bilhões –, renderam quase uma década depois o primeiro longa-metragem de animação do cinema. Toy Story, dirigido pelo próprio Lasseter e lançado em 1995, abriu caminho para o que seria mais um gênero altamente rentável da indústria cinematográfica norte-americana. Ano passado, o terceiro filme sobre a história dos brinquedos que ganham vida arrecadou US$

100 milhões apenas no final de semana de estreia, bateu todos os recordes para uma animação e conquistou a maior bilheteria do cinema em 2010. De quebra, Toy Story 3 levou o Oscar de “melhor animação”. Antes dele, Procurando Nemo, Os Incríveis, Ratatouille, Wall-e e Up altas aventuras já haviam arrematado a estatueta para a Pixar. Um fã do estúdio chegou a fazer uma montagem com vários trechos das premiadas produções da Pixar para homenagear seus criadores, que conquistaram milhões de espectadores ao longo desses 25 anos, de crianças a adultos. A continuação Carros 2 já é ansiosamente aguardada para junho e Monstros S.A. 2 deve chegar aos cinemas próximo ano, assim como Brave, primeiro conto de fadas da Pixar. As animações prometem dar continuidade à escala de sucesso do mundo extraordinário das criaturas computadorizadas.

Ano passado, o terceiro filme sobre a história dos brinquedos que ganham vida arrecadou

us$ 100 milhões

apenas no final de semana de estreia, bateu todos os recordes para uma animação e conquistou a maior bilheteria do cinema em 2010

Pacote Visite a Cidade Maravilhosa Inclui: Passagem aérea ida e volta 04 noites de hospedagem em hotel categoria turística com café da manhã Traslados aeroporto/ hotel/ aeroporto

Passeio ao Corcovado ou ao Pão de Açúcar Saída de Fortaleza: Entrada de R$ 436 e 5 parcelas de R$ 203,20 Saída de Recife: Entrada de R$ 407 e 5 parcelas de R$ 189,40 Saída de São Paulo: Entrada de R$ 298 e 5 parcelas de R$ 139

Preço por pessoa em apartamento duplo. Oferta de lugares limitada e sujeitas à disponibilidade. Parcelamento no cartão. Para planos parcelados, entrada obrigatoriamente à vista. Reservamo-nos o direito de alterar, sem aviso prévio, os preços anunciados, conforme acertos de valores a serem feitos na confirmação da reserva. Consulte período de promoções e data de saída. Os pacotes não incluem taxas nem gorjetas.



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wanderleyneves@opovo.com.br

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uzes apagadas, arquibancadas vazias, mas o encanto que o estádio de futebol exerce sobre os fãs do esporte não cessa. A jornalista Fernanda Belém diz que “um estádio nunca está vazio de verdade”. Para essa carioca torcedora do Flamengo, “sentar em um gramado por onde já passaram milhares de ídolos, imaginar tudo o que já aconteceu ali” é uma experiência inesquecível. Fernanda recorda a primeira vez em que entrou no Maracanã silencioso: “Quase chorei quando passei pelo túnel e fui vendo o campo, as arquibancadas”. Segundo ela, um momento tão emocionante que “foi ainda mais especial” do que sentar nas arquibancadas do estádio em dia de jogo do rubro-negro. E há torcedores que rodam o mundo inteiro atrás dessa emoção. A universitária Nayana Siebra, de 20 anos, é um exemplo. A jovem herdou do pai e do irmão o gosto pelo futebol. De início, apenas acompanhava com a família, mas foi em 2002 que nasceu a paixão pelo Santos. Aos 12 anos, Nayana encantou-se com o futebol habilidoso do trio Robinho, Elano e Diego, que rendeu ao time o campeonato brasileiro daquele ano. Os jogos de futebol passaram a fazer parte do planejamento das viagens da família. Nayana diz que, antes de viajar, “já olha se vai ter jogo, se não vai”. Ciro Câmara, jornalista, faz a mesma coisa ao programar datas e locais. De viajar em alta estação, por exemplo, ele não faz questão. “Geralmente é período de férias de jogador de futebol”, justifica. O primeiro jogo que Nayana assistiu fora do Brasil foi em 2004, no estádio José Alvalade, de Lisboa. Lá, testemunhou a seleção portuguesa comandada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari golear a Rússia por 7 a 1 pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Daí, seguiram-se jogos no Camp Nou, em Barcelona – onde viu Ronaldinho Gaúcho jogar –, e em outros estádios como o Wembley, de Londres, e o da Luz, de Lisboa. Para visitar este último, Ciro fez “uma loucura”. Já na volta para o Brasil, teve de passar seis horas em Lisboa à espera

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O turista apaixonado por futebol não deixa de visitar estádios por onde passa

WANDERLEY NEVES

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Férias em campo

FCO FONTENELE

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ETHI ARCANJO

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E S POR TE >>

Num estádio vazio, você conhece o quanto moderno ele é, a boniteza

de uma conexão para Fortaleza. Com as instruções de um funcionário do aeroporto e torcedor do Benfica, conseguiu dar uma volta pelo estádio e voltar a tempo de embarcar para casa. Tanto Ciro quanto Nayana põem o estádio do Barcelona, o Camp Nou (campo novo em catalão), nas suas listas de recomendações. O motivo, segundo ela, está na torcida do time da Cataluãn, que é “muito parecida com as do Brasil”. Além desse, Nayana indica o Wembley e o Olímpico de Berlim. Ciro vai de Santiago Barnabéu, em Madri; e La Bombonera, em Buenos Aires, que ele visitou quatro vezes. Assistir ao jogo, envolver-se com a torcida é o que Nayana mais gosta de fazer nessas visitas, mas também não deixa de visitar os estádios quando não há partidas. “Num estádio vazio, você conhece o quanto moderno ele é, a boniteza”, diz. E ainda há museus, programas de visitação e lojas de souvenires. Já em outros, é a história o principal atrativo. É o caso do Estádio Olímpico de Berlim, construído para as Olimpíadas de 1936. Assim como Ciro, que procura conciliar a cultura local com a paixão pelo futebol: “Não deixo de visitar a torre Eiffel ou o Louvre”. Uma das viagens que ele ainda quer fazer é para Istambul, na Turquia; “uma cidade muito bacana e lá tem três times inacreditavelmente tradicionais, de uma rivalidade muito grande, que são o Fenerbahçe, o Galatasaray e o Besiktas”.

Nayana visita os estádios mesmo vazios

Paixão de brasileiro Futebol é uma invenção inglesa, mas que foi incorporada de forma tão profunda ao cotidiano do brasileiro que ninguém duvida que o Brasil seja o país do futebol. “Diz um ditado popular que no Brasil só existem três coisas sérias: a cachaça, o jogo do bicho e o futebol”. Assim o antropólogo Roberto DaMatta inicia o ensaio Antropologia do óbvio: Notas em torno do significado social do futebol brasileiro. O texto faz parte do livro A bola corre mais que os homens, lançado pela editora Rocco em 2006. Um dos mais aclamados intérpretes da sociedade brasileira contemporânea, DaMatta afirma nesse texto que o futebol já é tão

nosso que “muitos brasileiros pensam que ele é, como a mulata, o samba, a feijoada, o jogo do bicho, o cafuné, a sacanagem e a saudade, um produto brasileiro.”

+SERVIÇO A bola corre mais que os homens: duas copas, treze crônicas e três ensaios sobre futebol Roberto DaMatta Rocco R$ 27,50


AFP

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AFP

Maracanã FERNANDO GRAZIANI é jornalista esportivo do O POVO

Pacaembu

ESTÁDIOS PACAEMBU (SÃO PAULO) O estádio abriga o Museu do Futebol, cheio de recursos tecnológicos. Inaugurado no ano passado, já conta com mais de um milhão de visitas. A entrada inteira custa R$ 6 De terça a domingo das 10h às 17h. Às quintas-feiras, a visitação é gratuita.

LA BOMBONERA (BUENOS AIRES, ARGENTINA) Casa do Boca Juniors, é visita quase obrigatória para os turistas brasileiros que inundam a capital argentina. Além da visita ao estádio, pode-se conhecer o Museu Boquense. Entradas a partir de US$ 15.

ESTÁDIO OLÍMPICO DE BERLIM (ALEMANHA) Construído para as Olimpíadas de 1936, foi o palco do famoso espisódio em que Adolf Hitler retirou-se para não entregar a medalha de ouro

ao americano negro Jesse Owens.Os ingressos para visitas guiadas custam 8 euros para adultos e o pacote familiar sai por 16 euros.

CAMP NOU (BARCELONA, ESPANHA) O estádio do Barcelona abriga também um museu sobre o time. Em 2010, foi visitado por mais de 1 milhão de turistas. As entradas custam 19 euros.

ALLIANZ ARENA (MUNIQUE, ALEMANHA) Casa do Bayern de Munique, o estádio foi construído para a Copa do Mundo de 2006. Chama atenção pelas suas paredes externas, cuja iluminação muda de cor de acordo com o time que estiver em campo. Visitas guiadas ocorrem diariamente em alemão e inglês. Os ingressos custam 10 euros para adultos e o pacote família para dois adultos e crianças menores de 18 anos custa 29 euros. Grupos devem agendar visita.

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DIVULGAÇÃO

Estádio Olímpico de Berlim

Visitar estádios de futebol faz parte de todo roteiro de viagem que faço. Podem ser viagens profissionais ou de turismo, mas sempre dou um jeito de conhecer os lugares mais famosos onde o futebol é praticado. Para um jornalista esportivo, é um prazer obrigatório, uma expectativa enorme até o momento da chegada ao templo sagrado. E para a esposa de um jornalista esportivo, uma prova de amor (obrigado, Candice). Para escrever este texto, resolvi contar quantos estádios conheço pelo mundo, levantamento que ainda não tinha feito. Contei 40, sendo 20 no exterior, ou seja, um número apenas razoável diante de tantos que ainda faltam para conhecer. O que mais chama atenção fora do Brasil é como os clubes aproveitam bem seus espaços nos estádios, construindo e disponibilizando museus dos times, que são atrações fundamentais e emocionantes para quem gosta do esporte. Os museus do Sporting e do Benfica, ambos de Portugal, são espetaculares, assim como os do Real Madrid e do Barcelona. Os rivais River Plate e Boca Juniors na Argentina também investiram bem demais nesta forma de agregar conteúdo ao torcedor. Os estádios na Europa e nos Estados Unidos, mesmo os mais antigos, são claramente melhores do que os estádios do Brasil. Por lá, conforto e respeito aos torcedores fazem parte do espetáculo. Na África do Sul, onde estive na Copa do Mundo de 2010, os estádios construídos e reformados ficaram excelentes, em que pesem as denúncias de superfaturamento. Com a Copa de 2014, teremos estádios bem melhores no Brasil. Muitas obras estão atrasadas ou nem começaram, mas os projetos são adequados e, quando prontos, terão ótimo nível. Resta saber se a população vai saber cuidar.

E S POR TE >>

ALEGRIA DE TORCEDOR


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O Brasil vai decolar No alvorecer da segunda década do século XXI, o turismo brasileiro surfa uma onda de otimismo que muitos consideram sem precedentes na história do País PEDRO ROCHA_pedrorocha@opovo.com.br

O

turista brasileiro pode até não saber precisamente os efeitos que a macroeconomia mundial tem sobre as suas folgas, nem porque se fala tanto na ascensão da nova classe média, ou mesmo da maior relevância do Brasil no cenário político internacional. Mas acompanha de perto as promoções das empresas de aviação e já imagina um lugar aprazível para viajar com a família nas próximas férias, quem sabe em um feriado prolongado, quiçá uma esticada no fim de semana. Segundo o Ministério do Turismo, o total de desembarques domésticos esse ano deve chegar aos 70 milhões. No último mês de março, o aumento em comparação com o mesmo período do ano passado foi de 21,5%. Os desembarques internacionais seguiram a toada e cresceram 22,52%, chegando aos 728 mil em março. As estatísticas divulgadas pelo Ministério não ressaltam a possível influência do Carnaval, comemorado no início do mês de março este ano. De todo modo, se o ritmo for mantido, pode-se chegar ao fim do ano com um total de 9 milhões de desembarques internacionais em 2011, um incremento de mais de um milhão em comparação aos 7,8 milhões do ano passado, sem falar no recorde doméstico. Os números acalentam boas perspectivas. Entre os fatores desse otimismo, está a escolha do País como sede de

dois megaeventos. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 parecem ter injetado uma dose de adrenalina no setor, que trabalha com metas de crescimento aparentemente inspiradas em Juscelino Kubitschek. Em meia década, governos federal, estudais e municipais pretendem dotar o país de uma infraestrutura turística de padrões internacionais que há tempos é apontada como o grande gargalo do setor por aqui. No Rio de Janeiro, Alfredo Lopes, presidente da sede carioca da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), afirma nunca ter deparado com um cenário semelhante ao atual. “É a década de ouro da cidade”, avalia. A futura sede das Olimpíadas e palco da final da Copa do Mundo já tem investimentos previstos ou em andamento para áreas como a mobilidade e requalificação urbana, além de atrair cada vez mais investimentos privados. “Hoje nós temos 29 mil quartos e vamos passar pra 40 mil até as Olimpíadas”, fala Alfredo sobre a expansão do setor hoteleiro. Outra transformação no turismo da capital carioca tem chamado atenção. Historicamente o principal destino do turismo de lazer no País, a cidade agora vê mais da metade da capacidade de seus hotéis ocupada pelo chamado turismo de negócios. “É um trabalho de décadas, os hotéis foram se aperfeiçoando, fazendo centro de convenções, se preparando pra esse momento”, ressalta Alfredo.

Segundo o Ministério do Turismo, o total de desembarques domésticos esse ano deve chegar aos 70 milhões.


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O turismo de negócios é uma tendência no País e ganha cada vez mais investimentos pelo fluxo o ano todo dos eventos corporativos, uma garantia de que o setor não ficará refém dos meses de alta temporada. Atualmente a média de ocupação dos hotéis cariocas passa dos 70% durante o ano todo. Em São Paulo, a situação não é diferente. Está cada vez mais difícil encontrar vagas de última hora, apesar de a maior cidade do País possuir mais de 40 mil quartos, a maior oferta da América Latina. Além de eventos corporativos impulsionados pelo crescimento econômico de indústrias dos mais diversos setores, os grandes shows de estrelas como U2 e Paul McCartney atraem um grande número de turistas, seja lá onde e quando acontecem. O ministro do Turismo, Pedro Novais, ressalta a boa colocação do país no ICCA (International Congress and Convention Association), instituição que atesta a qualidade e quantidade de eventos promovidos por um país. “De 2003 a 2009, o país subiu 12 posições na lista e mais que dobrou o número de cidades brasileiras que recebem eventos internacionais dentro do padrão ICCA”, contabiliza o ministro. Para Pedro Novais, o resultado se deve ao trabalho da Embratur, que desde 2003 se especializou na divulgação do Brasil no exterior e pôs em ação o programa de captação de eventos internacionais. Segundo projeção da Fundação Getúlio Vargas realizada em 2008, o Brasil recebeu durante aquele ano 254 eventos internacionais, responsáveis por US$ 122 milhões em gastos dos visitantes. Hoje o país ocupa a 7º posição no ranking do ICCA, com 56 eventos a mais que em 2008. No Ceará, a construção do novo Centro de Eventos, um investimento de mais de R$ 300 milhões, é a grande aposta do governo estadual no incremento desse tipo de turismo no Esta-

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Eventos, congressos, negócios

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60 do. “Antes, o nosso Centro de Convenções era o quarto do Nordeste em área, perdia pra Salvador, Recife e Natal”, compara Bismarck Maia, secretário de Turismo do Ceará. O novo equipamento, a ser inaugurado ainda este ano, deverá ser o segundo maior do País, com 176 mil metros quadrados de área construída e uma capacidade de abrigar até 30 mil pessoas. Bismarck ainda aponta investimentos estatais na construção de novos centros de convenções no interior do Estado, a exemplo da região do Cariri e cidades como Iguatu, Beberibe e Flexeiras, além dos aeroportos de Jericoacoara e Aracati, a duplicação de estradas que ligam Fortaleza aos litorais leste e oeste, entre outras ações. “O governo está fazendo grandes investimentos na infraestrutura do turismo no Estado. A vida inteira, por exemplo, nós promovemos as nossas praias, mas esqueceram de fazer o saneamento delas”, fala Bismarck, destacando mais uma das ações da pasta. O secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa, é outro que encarrilha boas notícias sobre o setor. No último Carnaval, a arrecadação superou todas as expectativas, atingindo o recorde de R$ 571 milhões gerados com a festa. A euforia não acaba na Quarta-feira de Cinzas. O crescimento do Complexo Industrial Portuário de Suape, assim como a referência de polos como o gastronômico e médico de Recife, deixaram as taxas de ocupação da rede hoteleira pernambucana em níveis elevados. Hoje o turismo representa 7% do PIB do Estado. “O país realmente tem passado por um ótimo momento econômico nos últimos cinco anos. Essa é uma coisa que não acontecia antes”, afirma Alberto Feitosa. Pernambuco, segundo Alberto, está imune aos atrasos nas obras com vistas a Copa de 2014, fato que tem frequentado insistentemente as manchetes de jornais. O aeroporto pernambucano, por exemplo, foi inaugurado em 2006 e não precisará de grandes intervenções.

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Antes o nosso Centro de Convenções era o quarto do Nordeste em área, perdia pra Salvador, Recife e Natal Bismarck Maia, secretário de Turismo do Ceará.


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Depois de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmar em abril que não estarão prontos até 2014 nove dos 13 aeroportos que receberão investimentos de ampliação e modernização para a Copa do Mundo, o alerta foi ligado. A lista inclui Fortaleza, Manaus, Brasília, Guarulhos (SP), Salvador, Campinas (SP), Cuiabá, Confins (MG) e Porto Alegre. O Governo Federal correu prontamente para apagar o fogo e afirmar que os prazos para a conclusão das obras de infraestrutura da Copa não estavam ameaçadas, mas a desconfiança parece ter fundamento. O titular da pasta de Turismo no Ceará, Bismarck Maia, não esconde a preocupação com a reforma do Aeroporto Internacional Pinto Martins. “Pela situação que está hoje, não vejo condição de terminar a tempo”, afirma. Para o secretário, a conclusão da obra depende de uma aceleração dos trâmites burocráticos. “Paralelo a essa preocupação, vejo uma sinalização do Governo Federal para mudar os procedimentos legais que possam apressar a construção dos aeroportos”, considera. Questionado sobre o assunto, o ministro Pedro Novais responde: “O Ministério do Turismo não constrói nem estádios nem aeroportos”. Entre uma das principais ações do

ministério para a Copa 2014, está a qualificação de 306 mil profissionais do setor, em um investimento de R$ 440 milhões até 2013. “A presidente Dilma Roussef está sendo muito rigorosa na cobrança das ações de todos os setores envolvidos nos preparativos da Copa e não tenho dúvidas de que estaremos preparados”, esclarece Novais. A realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas – que serão realizadas no Rio de Janeiro – será a contraprova da atual euforia entre gestores e iniciativa privada. Apesar do crescimento, o Brasil ainda está longe dos números da lista de 15 maiores receptores do turismo mundial, perdendo para países como Turquia e México. Enquanto esses dois recebem uma média de 20 milhões de turistas por ano, o Brasil segue oscilando em torno de um quarto disso. Os dados são do documento “Estatísticas Básicas de Turismo”, divulgado em outubro de 2010 pelo Ministério do Turismo. Por outro lado, nos últimos dez anos, o País mais que triplicou sua receita cambial relativa ao turismo e duplicou sua participação no total arrecadado na América do Sul: passou de R$ 1,63 bi, em 1999, para R$ 5,30 bi, em 2009, quase 30% do total latino-americano. O gigante americano dos trópicos trabalha para fazer o mundo se render ao seu encanto.

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A Copa do Mundo é nossa

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Os desembarques internacionais seguiram a toada e cresceram 22,52%, chegando aos 728 mil em março.


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L UA E NTRDE E V IME STAL >> >>

62 REGINA N AVAR R O LI N S P S I C ANAL I S TA


feliz Planejar férias depois do divórcio do casal não é um problema pra criança, e sim grilo criado pelos pais. Em entrevista exclusiva, a psicanalista Regina Navarro Lins explica que o que os filhos precisam se sentirem amados

ARIEL SUDÁRIO_arielsudario@opovo.com.br

C

asar está nos planos de vida de muitas pessoas. A cerimônia, a viagem de lua de mel e, um tempo depois de curtir a vida a dois, os filhos. O problema é que tudo pode se transformar com o passar dos meses e quase nada daquilo que você imaginou antes está ali, no seu dia a dia. Pode ser a hora do divórcio. Mas e os filhos? A psicanalista e escritora Regina Navarro Lins lança a ideia inicial: “criança nenhuma nasce achando que pai e mãe têm que ficar juntos”. Na hora das férias, o grilo também é dos pais. Nada de ficar se lamentando que a família não vai viajar unida. Regina ensina: “se os pais se divorciam e a criança continua sendo amada pelo pai e pela mãe e não existe drama, abandono, ela não vai ter por que ter saudade. Ela sabe que foi passar o final de semana fora com a mãe e que, na segunda-feira, quando ela voltar, o pai vai correndo vê-la e vai levá-la para a casa dele.” Com assertivas firmes, Regina conclui ainda que o trauma da separação é feito pelos pais, e não criado pela criança. Na entrevista a seguir, a psicanalista coloca o foco na responsabilidade do ex-casal na hora do divórcio.

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Como se separar e ser

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FOTOS AGÊNCIA ESTADO

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64 FC: Como saber que é a hora certa de apresentar o novo namorado (a) para o filho?

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REGINA: Eu acho o seguinte: o pai ou a mãe têm

FORA DE CASA: Como a separação pode afetar a vida dos filhos?

REGINA NAVARRO LINS: Estudos mostram que filhos de pais separados não têm mais problemas que filhos de pais casados. Na verdade, uma separação não afeta negativamente uma criança; o que afeta, o que prejudica uma criança na separação é a atitude dos pais a respeito do divórcio. Então, geralmente, os pais usam a criança, se agridem, um fala mal do outro para a criança. Com isso, essa criança fica confusa e culpada. Ela imagina que, se está bem com a mãe, o pai vai achar que ela está traindo-o. Com isso, o filho fica com medo de perder o amor dos pais por conta da incompetência deles na separação. Uma criança precisa ser amada, valorizada, respeitada. Não precisa de pais morando juntos.

FC: Então, o fato de ter pais separados não distorce o valor de família dessa criança?

REGINA: A questão não é o valor de família. O importante é a criança se sentir amada, amar o pai e a mãe, se for amada. Então, esse conceito de valor de família, se houver esse amor, com os pais casados ou não, ela vai se sentir em uma família. Se ela for amada, for cuidada e respeitada, ela vai valorizar essa família.

FC: O que mais prejudica a criança nesse processo? É o momento pós-divórcio?

REGINA: Não só o pós-separação, mas também durante a separação. Existem pais que brigam, que gritam, que se xingam e choram, o que deixa a criança assustada, fazendo com que ela comece a se sentir desamparada. Depois da separação, têm mães que, quando têm a guarda dos filhos, dificultam a visita do pai; por causa disso, a criança, quando vai sair com o pai, acha que a mãe vai ficar muito zangada. Então, esse tipo de comportamento e o fato do pai ou da mãe não conseguirem lidar bem com a separação, não conviverem de uma forma amigável e civilizada é que afeta mais a criança.

que decidir que visão eles têm do sexo e do amor. Para uma criança, é muito bom saber que a mãe ou o pai está se interessando por outra pessoa. Então, por exemplo, se o menino ficou com a mãe e o pai foi morar em outro lugar, é muito bom a mãe ter um namorado para que ele possa ver que ele não é dono da mãe, que ele não ganhou a mãe do pai. Então, quanto mais cedo a mãe tiver um namorado, melhor. E o pai também. Veja bem, não é obrigado ter um namorado, mas não pode esconder. Quanto à vida sexual da mãe ou do pai, vai depender de que visão o pai ou mãe têm do sexo. Existem pessoas que acham que sexo é sujo, feio e que os filhos não podem saber que mamãe tem vida sexual. Eu acho que as pessoas deveriam ver no sexo uma coisa boa, que faz bem. Uma coisa natural. Então, se tem um namorado, qual o problema do namorado dormir na casa da mãe, com o filho no outro quarto? Evidentemente não vai transar com o namorado na frente do filho, mas depende da maneira como cada um encara o sexo; tem gente que tem preconceito com o sexo; então, jamais vai admitir que o filho saiba que a mãe dorme com alguém, por exemplo.

FC: Na hora de um pai ou uma mãe divorciada (o) viajar com o filho pequeno, como administrar o possível desejo dele de que os pais ainda estivessem juntos naquela situação? REGINA: Isso daí é uma coisa que os pais põem na cabeça da criança. Os pais, os avós, o meio ambiente. Nenhuma criança nasce achando que pai e mãe têm que ficar junto. Isso daí é uma construção social que existe em volta. Então, evidente que se a mãe e o pai se separam e o pai, por exemplo, sai muito zangado, vai embora e não procura mais a criança, é claro que ela vai estar sempre lamentando e sempre vai estar saudosa do dia em que eles estavam juntos. Agora, se os pais se divorciam e a criança continua sendo amada pelo pai e pela mãe e não existe esse drama, esse abandono, ela não vai ter por que ter saudade. Ela sabe que foi passar o final de semana fora com a mãe e que, na segunda-feira, quando ela voltar, o pai vai correndo vê-la e vai levá-la para a casa dele. Então, quem põe esses grilos todos na cabeça da criança são os pais. A criança não tem isso. E também tem uma coisa que é muito mais importante: quanto mais a mãe e o pai encararem a separação como uma coisa natural, que faz parte da vida e que não se tornam inimigos por causa disso, melhor a criança vai viver essa questão.

FC: Depois do divórcio, é normal que a educação dos filhos passe a ser


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responsabilidade maior de um dos pais? Como dividir essas obrigações entre pais separados? REGINA: O ideal é que haja uma guarda compartilhada, o que, aliás, é o que está mais acontecendo. Os juízes estão determinando que o filho fique seis meses na casa de um, seis meses na casa do outro. O ideal é que se compartilhe e que os pais continuem amigos. Não tem por que separar e se tornar inimigo. Tudo deve ser decidido em conjunto. Agora, para isso, os pais têm que abrir a cabeça, eles têm que fazer um trabalho para entender que separação é uma coisa natural e que não serve para acabar com a convivência. Essa cultura que a gente vive, tudo é vivido como um drama: a separação, a quebra dos modelos da sociedade. A ideia de continuar casado para os filhos não sofrerem é uma mentira. O filho sofre muito mais se tem pai e mãe morando junto, mas que não se curtem, que já não têm mais tesão um pelo outro; que tem vontade de separar, mas não separa por causa do filho. Isso é a maior maldade que se pode fazer com um filho, uma mãe ou um pai deixar de se separar por causa da criança. Esse filho não merece essa responsabilidade.

FC: Muitos pais consideram alguns assuntos, como o sexo, difíceis de tratar com o filho. Você acha que existe uma maneira mais fácil de conduzir essa conversa? REGINA: Eu acho que os pais têm que olhar para dentro de si e ver o que eles pensam do sexo. Se o pai pensa, ou a mãe, que o sexo é sujo, feio, tem

FC: Então, o trauma que o filho desenvolve do divórcio é criado pelos pais?

REGINA: Com certeza absoluta. Criança nenhuma fica traumatizada se pai e mãe separam-se numa boa, continuam amigos, têm uma relação civilizada e não usam a criança para agredir o outro. É enorme o número de pais que eram contra a separação e que passa a usar o filho para agredir o outro. Isso é que traumatiza a criança. A separação em si não traz problema nenhum. Eu volto a dizer: criança precisa ser amada, respeitada, valorizada.

+SERVIÇO Livro Regina Navarro Lins é psicanalista e autora dos livros A cama na Varanda e Se Eu Fosse Você..., que saíram pela editora Best Seller. Está há quatro anos trabalhando no sua próxima publicação, O Livro do Amor, que apresentará uma pesquisa que começa desde a pré-história, passa por várias épocas da história e termina nos dias atuais. Além disso, Regina se dedica aos leitores quase que de hora em hora em seu twitter (@reginanavarro).

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FC: No caso de pais que só veem seus filhos aos finais de semana, como não deixar essa relação enfraquecer? REGINA: Eu acredito que não tem por que só ver o filho no final de semana. Quanto mais contato os pais tiverem com o filho, melhor. Tenho visto uma coisa muito interessante: já atendi vários casos em que depois da separação, o filho passa a ter um contato muito mais verdadeiro com o pai. Os pais se divorciaram, o filho ficou morando, por exemplo, com a mãe e o pai pega a criança uma vez na semana. Então, quando esse pai está com o filho, ele está inteiro, faz comida junto, leva para passear, conversa. Quando, no tempo de casado, deixava a mãe fazer tudo. Eu já vi vários casos em que o pai era ausente, e que, depois da separação, o filho ganha um pai que ele não tinha. O que ele tinha era aquele pai de casa, meio distante, com a mãe resolvendo tudo. Depois do divórcio, ele fica muito mais próximo do filho.

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Os pais se divorciaram, o filho ficou morando, por exemplo, com a mãe e o pai pega a criança uma vez na semana. Então, quando esse pai está com o filho, ele está inteiro, faz comida junto, leva para passear, conversa

que ser escondido, é pecaminoso, é um horror, eles nunca vão conseguir lidar com esse assunto com naturalidade. Agora, se esses pais olham para dentro de si e percebem que sexo é uma coisa boa, que faz bem, é natural e desejável, eles vão falar com os filhos com naturalidade. Isso tudo vai depender do preconceito e do moralismo do pai e da mãe.


O mago do estilo Um dos maiores nomes da moda autoral brasileira, Lino Villaventura exporta lifestyle brasileiro em trabalhos handmade de encantar

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MODA > >

ÉMERSON MARANHÃO_ emerson@opovo.com.br

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ino Villaventura começou a fazer moda para os amigos, no final dos anos 70. Paraense, veio morar no Ceará na adolescência e ao fazer um colete de presente para a namorada Inês, despertou o interesse de conhecidos. No final dos anos 70 ganhou notoriedade, fez carreira em passarelas nacionais e internacionais. Desde 1996, a grife Lino Villaventura desfila no São Paulo Fashion Week. Admirado pelo trabalho artesanal, Lino injetou tropicalidade na roupa de inverno, levou teatro para os desfiles de moda. Além de duas lojas próprias, uma em Fortaleza e outra em São Paulo, Lino tem pontos de venda em Brasília, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. As roupas também são exportadas para os Estados Unidos, Portugal, Inglaterra, Arábia Saudita e Dubai.

FORA DE CASA - Como é que surge a inspiração para uma coleção?

LINO VILLAVENTURA - Na verdade, não tem explicação. Você começa a imaginar o que você gostaria que fosse essa coleção. Agora para chegar a isso… você não tem ideia do que vai ser. É claro que eu tenho um prazo, não é? Eu tenho que fazer alguma coisa. Tenho que abastecer bastante meus registros, para poder a minha imaginação ter onde se alimentar. Eu tenho que ter um olhar aguçado para as coisas. Eu não sou muito de fazer pesquisa, não sou muito de ir atrás das coisas, eu olho muito para o que está à volta, sabe? Acho que todo mundo tem um inspirador na vida. Se você tiver um olhar bem dirigido e conseguir ver as coisas de uma maneira muito própria sua, você consegue formas maravilhosas. Eu acho que minha visão também é muito cinematográfica. Eu olho os ambientes todos… Eu digo isso hoje em dia, porque as pessoas me perguntam tanto que às vezes eu fico refletindo como é que é você conseguir imaginar as coisas.

FC - Você passa em suas coleções um repertório estético muito amplo. Como você abastece esse repertório? LINO - Olhando as coisas que estão ao meu alcance. Quando

EDIMAR SOARES

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operísticos... LINO- Acho que tem essa história. Eu tenho uma admiração muito grande por esse universo. Me sinto mais feliz assistindo a uma ópera que assistindo a um teatro em si, porque a ópera tem uma música e eu gosto muito de música – nesse momento. Nem sempre eu ouço música, não. Tanto é que eu não desenho com música.

FC - Você gosta de ouvir o quê? LINO - Gosto de ouvir o que me emociona. Blues, jazz, de cantoras brasileiras – algumas, nem todas. Gosto de música americana. Essas grandes cantoras americanas são maravilhosas. Acho que a música americana é muito presente na vida de todo mundo, principalmente os de minha faixa etária. Porque todo mundo viveu muito a coisa do cinema americano – e, obviamente, sua música.

FC - Você é considerado um dos mais autorais estilistas brasileiros. Quem você vê trabalhando com autoria no Brasil? LINO- Eu acho que eu sou o mais autoral, não sou um dos (risos). E eu digo isso sem a mínima... porque eu sou mesmo. Desde que eu comecei, imagine... no final dos anos 70, eu fazia as coisas como bem quis, sempre. Inclusive de vez em quando me perguntam: “Ah, Lino, quando você começou, trabalhava de uma outra maneira?”. Não! Sempre fiz aquilo que eu achava que deveria fazer. Sempre levei a sério as minhas vontades. E assim, acho que existem outros com trabalhos bem autorais sim, existem pessoas que estão fazendo... Mas quando eu olho o trabalho, porque eu olho muito pouco o que fazem, não vejo nem revista de moda. Às vezes, por acaso, eu analiso o trabalho dos outros – analiso não, olho, vejo. E quando eu olho o meu trabalho eu acho que ele é o que mais chama atenção pela diferença, pelo menos. Eu acho que ele é até... é até bem impactante. Eu mesmo tomo certos sustos comigo mesmo (risos). Quando termino um trabalho: “Nossa, o que é que é isso? Estou ficando louco mesmo!”. Adoro isso.

PAULA LIMA, jornalista e colunista de moda do O POVO

MUITOS LINOS São Paulo, junho de 2010. Na Bienal do Ibirapuera, Lino apresentava sua coleção Verão 2011. A passarela listrada, a trilha operística conduziu a plateia lotada a um desfile cheio de emoção, homenageando Carmem Miranda. Referências circenses, modelos teatralizando. Na maratona de cobrir uma semana de moda, com tanta informação estética jogada sobre nós, é difícil se emocionar. As roupas eram lindas, vestidos surpreendentes, tudo muito sensual. A plateia apaludiu de pé. Algo que, em duas coberturas anteriores de semanas de moda, eu nunca tinha visto. Conheci Lino Villaventura no backstage desse desfile. Ele estava eufórico, de lentes brancas usadas pelos modelos, recusava explicar sua própria coleção aos jornalistas e era incessantemente elogiado. "Não me manda explicar nada!", bravejava ele ao mesmo tempo em que falava da valorização da mulher brasileira, do sexo, do colorido. O frio paulistano não entrou no backstage lotado. Na temporada de inverno, conversei com Lino antes do desfile. O backstage ainda vazio. Ele se recusava a mostrar o make das modelos. "Minha roupa não tem nada de japonesa, isso é o que a imprensa às vezes diz". De novo aplaudido de pé. Compradoras russas na plateia cochichavam sobre a beleza de vestidos brancos e pretos estruturados, românticos, decotados. Em Fortaleza, conheci um terceiro Lino. Sereno, conversou com o público em um evento na Livraria Cultura, projeto do O POVO. Divertido, Lino contou que chegou a mentir num desfile em Tóquio sobre o material que havia jogado sob a seda pura. "Era tinta plush, mas eu disse aos japoneses que era uma borracha amazônica, eles adoraram". Lino usava um tênis da própria grife, da coleção inspirada no filme Laranja Mecânica. Qualquer que seja o Lino que eu encontre, a roupa dele sempre me encanta, e ele sempre me surpreende.

MO DA > >

FC - Não é à toa que seus desfiles são muito

PONTO DE VISTA

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eu viajo, eu não penso em trabalho. Não olho o que está acontecendo em matéria de moda, por exemplo… só quando eu passo e olho e vejo, assim, por coincidência. Mas eu não vou atrás disso, vou atrás de outras coisas. Eu gosto de coisas que me elevem o espírito. Eu estava pensando nisso agora, porque está acontecendo essa coisa do cinema apresentar espetáculos ao vivo. Eu já fui muito, já fui à ópera, já fui ao balé, mas é legal porque eles têm os bastidores, sabe? A troca de cenário… você participa daquilo no cinema. Eu fui assitir à Lucia di Lammermoor, que é do Donizetti, e quando eu saí do cinema eu disse: “Poxa vida, uma coisa dessas como eleva o espírito da gente!”. Eu acho que é isso que abastece, na verdade. A sua sensibilidade, a emoção, porque uma ópera é muito emocional demais, não é! É uma coisa... as interpretações passionais demais, muito drama, superdramático em tudo. Interpretação, música e cenário maravilhosos. Para mim, isso é muito bom.


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FOTOS KLEBER A. GONÇALVES

Como tudo

COMEÇOU Profissionais que fazem parte da história de sucesso da Casablanca Turismo revelam a essência da empresa, com o olhar de quem trabalha lá há mais de uma década BRUNO CABRAL _ brunocabral@opovo.com.br

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história de sucesso da Casablanca Turismo é também a dos seus funcionários. Maior agência de viagem do Norte e Nordeste, a Casablanca Turismo se destaca como uma empresa onde os funcionários se sentem bem no dia a dia do trabalho. Nesta edição, a Fora de Casa apresenta dois funcionários que acompanharam de perto toda a evolução da agência: Francisca Oliveira, responsável por cadastros e documentos, e o administrador de redes Clayton Matos. Os dois estão na empresa há mais de 15 anos e relatam a satisfação de fazerem parte dessa história.

Clayton Matos O administrador de redes Clayton Matos também começou a trabalhar na Casablanca Turismo em 1995, a convite de Henrique Sérgio, quando este se tornou um dos sócios da agência. Numa época em que não havia as facilidades de Internet, Clayton foi contratado para instalar a primeira rede de microcomputadores da Casablanca, utilizada para acessar sistemas de reservas de passagens, quando as principais companhias aéreas eram a Varig, Vasp e Transbrasil. Para Clayton Matos, o trabalho na Casablanca “foi uma escola”, que enriqueceu sua carreira quanto às relações pessoais e no “lado humano”. Hoje ele é o responsável pela gestão de redes, servidores, Internet, segurança e toda a infraestrutura de redes da Casablanca Turismo.


Francisca Oliveira Francisca Oliveira começou a trabalhar na Casablanca Turismo em 1995 como auxiliar de serviços gerais e após passar por diversos setores dentro da empresa, como o de pós-vendas, hoje ela é responsável pela área de cadastro e documentos. Testemunha da evolução da Casablanca Turismo, que começou como uma lojinha de vendas de passagens e transformou-se na maior agência de viagens do Norte e Nordeste, Francisca Oliveira se orgulha em dizer que foi a “sexta funcionária contratada na atual gestão”. “No início, éramos um grupo muito pequeno”, conta ela, “e hoje somos uma empresa muito grande”. Para Francisca Oliveira, o melhor de trabalhar na Casablanca Turismo são o “companheirismo, o respeito e a interação total com os colegas. Somos uma família”. Ela diz que a relação é a melhor possível com todos os funcionários e que, após todos esses anos na agência, se sente bastante à vontade para falar com todo mundo, inclusive com os chefes. “Fico à vontade para entrar na sala de todo mundo”. Hoje, além de exercer suas atividades diárias na empresa, Francisca faz bolos e biscoitos para vender aos colegas e complementar a sua renda. Suas receitas agradaram tanto que ela passou a ser fornecedora da Casablanca Turismo. A empresa tem um serviço de pós-venda no qual envia biscoitos, como brindes, aos clientes quando retornam de viagem. Os deliciosos amanteigados são feitos pela Francisca. "É um prazer enorme".

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Para Francisca Oliveira, o melhor de trabalhar na Casablanca Turismo são o “companheirismo, o respeito e a interação total com os colegas. Somos uma família

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Pé na estrada

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Equipe de vendedores da Casablanca Turismo fez um Famtour por Lisboa e Bogotá, para conhecer de perto tudo o que os portugueses e colombianos têm de melhor e, assim, criar roteiros para cliente nenhum resistir

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ortugal é um dos primeiros países da Europa. Se você precisa relaxar, procure as pequenas vilas, espalhadas um pouco por todo o continente português, dentro de antigas muralhas ou no meio da natureza ainda selvagem. Se preferir ficar bronzeado, não pode deixar de experimentar as longas e belas praias do Algarve, rodeadas por imponentes falésias e com águas cristalinas. Esta é a região de Portugal que melhor tempo tem ao longo de todo o ano, sendo conhecida pelo seu clima ameno e solarengo. Portugal é um país com uma excelente tradição histórica e cultural, excelentes hotéis e resorts e constitui um destino de férias para toda a família!

Thiago Lima, Ana Paula Marques, Carlos Gaspar

Pacotes Lisboa

Aline Ferrari, Carlos Gaspar, Sandra Santos, Camila Farias, Thiago Lima, Isabelle Costa, Lu Ferreira, Ana Paula Marques, André Albuquerque, Liana Costa e Alane Silva

Preço por pessoa em apartamento duplo, baixa temporada Passagem aerea voando Tap em classe economica transfer de aeroporto/hotel/aeroporto 4 noites de hospedagem em hotel categoria turistica Seguro de viagem Valores para saídas de Fortaleza, Recife ou São Paulo Entrada de R$ 742,00 + taxa e 05 parcelas de R$ 346,40 Obs.: (Valores sujeitos a disponibilidade e alteração sem aviso previo calculado ao cambio dolar/real R$ 1,70)

Aline Ferrari, Isabelle Costa, Alane Silva, Liana Costa, André Albuquerque, Thiago Lima, Sandra Santos, Ana Paula Marques


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Mônica Oliveira, Carol Alencar, Jimmy Santos, Suane Lima, Paulo Silva, Cynthia Adjafre , Fabiany Romcy, Marcia Delgado, Angela Moreira, Percila Nobre, André Santos, Janyla Dourado, Luana Silva, Henrique Sérgio Abreu, Isabelita Aragão

André Santos, Jimmy Santos, Luana Silva, Paulo Silva, Carol Alencar, Cynthia Adjafre, Henrique Sérgio Abreu, Janyla Dourado, Fabiany Romcy, Percila Nobre, Suane Lima, Ângela Moreira

Pacotes Bogotá Passagem aérea TAM, ida e volta, em classe econômica; Hospedagem no Hotel quatro estrelas com café da manhã; U$ 260 por pessoa em duplo Traslado de chegada e saída. Saída de São Paulo: 5 parcelas de U$ 162,80 Saída de Fortaleza: 5 parcelas de U$ 222 Saída de Recife: 5 parcelas de R$ 234 Cynthia Adjafre , Monica Oliveira, Percila Nobre, Jimmy Santos, Fabiany Romcy, Marcia Delgado, Paulo Silva, Ângela Moreira, Betty Suvunaga, Carol Alencar, Luana Silva, Isabelita Aragão, Janyla Dourado, André Santos, Suane Lima

Obs.: (Valores sujeitos a disponibilidade e alteração sem aviso previo calculado ao cambio dolar/real R$ 1,70)

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Aos pés das montanhas Andinas, Bogotá é rodeada de um verde intenso, além de estar sempre florida. Rosas, girassóis e lírios enfeitam os quatro cantos da capital da Colômbia - nomeada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. O povo é alegre e a cidade vibrante, com novos parques e vias por onde circulam pedestres e ciclitas. Com mais de oito milhões de habitantes e em rápido desenvolvimento, é uma metrópole que combina passado e futuro. Tem ao mesmo tempo shoppings e mercados ao ar livre, grandes edifícios e casarões coloniais, torres de vidro futuristas e catedrais do século XVI. Ao todo, são 60 museus na capital. Também não faltam cinemas e teatros. As cafeteiras são um capítulo à parte. E não perca por nada o programa mais tipicamente turístico: subir de bondinho ou teleférico o Cerro Monserrarte. O topo está a 3.160 metros de altitude proporcionando uma vista espetacular da cidade. Desse ponto é inevitável impressionar-se com o tamanho e a beleza de Bogotá.

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Bogotá


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herói! FOTOS KLEBER A. GONÇALVES

Agosto é mês de comemorar o Dia dos Pais. A Casablanca Turismo está cheia de gente que tem pai herói. Para descobrir os heróis de verdade, a Casablanca Turismo realizou um concurso cultural entre os funcionários. A melhor justificativa para a frase "Meu pai é um herói" ganhou uma foto juntinha com o pai. Nós publicamos aqui os grandes vencedores e seus heróis

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Meu pai

JANAINA CHAGAS, pai Tiago Chagas “Porque meu papai é um exemplo para mim, com ele aprendo valores de vida que me ajudam a amadurecer a cada dia. Lembro com carinho de quando eu era muito pequena e ele me pegava no colo, assistíamos desenho animado juntos e como cantava para eu dormir. Meu papai é meu herói e agradeço a Deus pela vida dele!”

LUIZA CAMPELO, pai Evilásio Campelo “Meu pai, meu herói, meu amigo, meu companheiro. Aquele cara que se fez presente em meu cotidiano todos os dias da minha vida, em todos os momentos bons e felizes, que me dá conselhos, puxa minha orelha e acima de tudo me compreende. Obrigada por ter feito das minhas lutas e incertezas um motivo a mais para poder prosperar. Obrigada!"


WALÉRIA HITZSCHCKY, pai Luiz Hitzschcky “Herói? Porque soube dizer não da maneira mais amável e necessária, tornando-me assim um ser humano integro. Colocou beleza em cada passo que eu dava. Você pai, é a luz da minha vida que hoje brilha no céu. Sempre encontrei em você o verdadeiro sentido de amor"

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JULIANA CRUZ, Maria das Dores "Meu pai é um super-herói; ele não é comum de carne e osso não, pois esse comum perdeu a grande oportunidade de conhecer essa pessoa maravilhosa "Eu". Meu pai é Deus todo poderoso. Ele deu uma função a uma pequena senhora chamada Maria para me educar".

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ROBSON R. DE MEDEIROS, pai Laudelino R. De Medeiros “Ele tem a força na medida certa, uma paciência infinita, total dedicação e grande sabedoria. Espera ai, este é um herói ! Ah! É lógico, é o meu pai”.

FRANCISCO GASPAR, pai Aldisio Gaspar “Desde meu nascimento ele teve sempre do meu lado, protegendo e ensinando os princípios de sua crença, amor ao próximo, a verdade e sempre ser justo. Ele é minha base, meu ídolo e meu super herói”.


ROSALY DIOGO, pai Joaquim Braga Filho “Porque ele sempre foi capaz de esquecer de si próprio para dar tudo às filhas e esposa. Dele, recebi a educação e formação de caráter que me fazem hoje uma pessoa muito melhor e preparada para encarar as dificuldades. Devo tudo a ele...! Pai, você é meu herói!”

RAVENA TEIXEIRA, pai Iomar Bezerra “Todo mundo já ouviu falar que pai não é o que faz e, sim, o que cria. Quem me criou foi meu avô, o qual sempre considerei como meu pai. Ele é um herói para mim porque, ao invés de ter recriminado sua filha por ser mãe solteira ele a ajudou a me criar e sempre me deu muito amor"

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SABRINA VIANA, pai Antonio Walter Viana “Ele é o meu herói não somente por ter tido a graça de ser meu pai, mas por ser o homem que é e que de tanto esforço e bondade torna-se a cada dia mais um exemplo de ser humano o qual tenho orgulho de chamar de pai... simplesmente sem seu amor não sou feliz. “Te amo como jamais amei um outro alguém”. Obrigada por existir em minha vida!"

LARÍCIA MORAIS, pai Hugnelson Morais “Pelas noites mal dormidas, pelo suor gasto, pelo apoio, pelo esforço em educar-me, pelas lágrimas, pelo olhar de amor, pela palavra de conforto, pelo abraço carinhoso, pelos ensinamentos, por nunca deixar de acreditar no meu potencial, por abrir mão dos seus sonhos para viver os meus... Não há palavras capazes de descrevê-lo tão bem quanto a palavra “pai”...meu amado herói!”



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FESTA 24 anos A Casablanca Turismo comemorou 24 anos com uma edição especial da Fora de Casa e uma animada festa para os funcionários

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Em todas as lojas da Casablanca Turismo, março foi um mês de festa. A empresa comemorou 24 anos de mercado e os motivos para celebrar eram muitos. Os principais convidados não poderiam deixar de ser o time de profissionais que fazem a Casablanca Turismo. A festa na Matriz teve bolo, confete e muita animação.


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ARRAIÁ do bem A Casablanca Turismo aproveita o clima festivo do mês de junho e promove todos os anos campanhas beneficentes no já tradicional São João Solidário

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ma das tradições da Casablanca Turismo é o compromisso com a solidariedade. Desde 2001, a empresa realiza o São João Solidário, que arrecada doações de alimentos e roupas para entidades carentes. Anualmente, entre os meses de maio e junho, é realizada uma gincana entre os funcionários da empresa e cada tarefa da gincana representa uma pontuação interna que somada premia a equipe campeã. No ano passado, Hemoce e cinco ONGs foram beneficiados pela ação. Em 2009, foram doadas várias toneladas de alimento, peças de roupas e livros. Um importante momento doSão João Solidário Casablanca foi a Campanha de Doação de Sangue, realizada em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) em junho de 2010. As doações de 2009 chegaram a números que surpreenderam a organização: 112 bolsas de sangue e 124 doações de medula óssea. No dia do encerramento das arrecadações é feito um grande arraial, com direito a muita festa e quadrilha improvisada. Qualquer pessoa pode participar da festa do São João Solidário e as doações são sempre bemvindas.

O Hemoce agradece A Casablanca Turismo transforma o período de festas juninas em um momento de ajuda ao próximo. Iniciada no começo de maio e com final marcado para 29 de junho, a ação consiste em uma gincana beneficente entre os funcionários da empresa, que este ano estão divididos em quatro equipes. Cada equipe atuará em diversas tarefas para arrecadar doações de dinheiro (através de rifas), alimentos e leilões para ajudar entidades beneficentes, além de doações de sangue para aumentar o banco do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). Cada tarefa representará uma pontuação interna que somada premiará a equipe campeã. Natália Abreu e Percila Nobre se divetiram na doação de sangue ao Hemoce


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A liberdade do balançar. Por Damião Santana, fotógrafo pernambucano

MEMÓRIAS INVENTADAS: A INFÂNCIA “Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo” Manoel de Barros, poeta matogrossense (1916)




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