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CALÇADOS ROUPAS E ACESSÓRIOS AV. VILLA LOBOS, 82 LJ. 06 - ITABIRA / MG - R. DANILO BICALHO, 51 - JOÃO MONLEVADE / MG AIX-EN-PROVENCE BUENOS AIRES CANNES HOLLYWOOD LAS VEGAS NICE ORLANDO PUNTA DEL ESTE RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
550 LOJAS - 18 PAÍSES
DeFato
Ao Leitor
Águas de março...
B
em disse Tom Jobim em uma de suas mais famosas canções: “São as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração”. Lá se foi o Carnaval, e o mês de março chegou. E com ele a esperança de que com muito trabalho o ano de 2016 será positivo. Aqui na redação, já estamos “ligados no 220 volts” para levar a você, caro leitor, reportagens relevantes para mantê-lo informado sobre os mais diversos assuntos e também entretê-lo. A começar pela nossa capa, que revela um modelo de negócio nascido em Itabira e que, muito em breve, deve ganhar o mundo. No ano em que comemora o seu 18º aniversário, a Gran Filé anuncia ampliação e busca selo de inspeção para exportar. E pensar que tudo começou com um açougue, ao lado do Mercado Municipal de Itabira. Agora é que são ELAS. Como todos sabem, no dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher e nós não poderíamos deixar de homenagear algumas figuras femininas que representam esse sexo nada frágil que tem surpreendido a cada dia pela garra e determinação, principalmente quando o assunto é empreender. Entrevistamos três empresárias que superaram obstáculos e preconceitos e se destacaram no mercado de trabalho. Mercezinha, Gorette Porto e Fernanda Brum relatam um pouco de suas trajetórias em um especial de seis páginas. Ainda na esfera mercado de trabalho, mas desta vez com uma notícia nada encorajadora, abordamos o alto índice de desemprego em
Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br
Itabira. De janeiro a dezembro do ano passado, 7.212 postos de trabalho foram fechados na cidade. Esse panorama coloca Itabira em um indigesto ranking das 50 cidades brasileiras que mais demitiram em 2015. A situação pode estar ruim, mas há sempre uma saída para aqueles que tem fé, não é mesmo? É o que ensina a missionária itabirana e estudante de medicina que passou 30 dias em Moçambique, na África, ajudando como podia as pessoas que vivem em situação de miséria na cidade. Uma verdadeira lição de vida e amor ao próximo. Se o assunto é diversão, nas editorias de Tecnologia e Entretenimento abordamos duas paixões: games e Fusca. Isso mesmo. Você vai conhecer dois hobbies amados pelos itabiranos e desvendar um pouco mais sobre cada um deles. Aperte o play ou ligue os motores... E como bons mineiros que somos, desta vez o personagem principal da nossa editoria mais “saborosa” é o queijo. Sim, ele dá o ar da graça em diversas variações, combinações e em uma receita sofisticada de dar água na boca, fornecida pelo Meet Restaurant e Lounge, de Itabira. Está imperdível! Você está com “a faca e o queijo na mão”, que tal virar a próxima página e se deliciar com o conteúdo especial que preparamos para você?
fotógrafo www.brunoguimaraes.com.br
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MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Kátia Portilho katia@defatoonline.com.br Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Sérgio Santiago Rodrigo Andrade Kátia Portilho Mariana Reis jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Estagiário de Arte Igor Procópio arte2@defatoonline.com.br Atendimento Cleise Martins atendimento@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro Sandra Costa financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda.
Boa leitura!
Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH
Colaboradores desta edição:
Bruno Guimarães
Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br
Fernando Vieira
fotógrafo www.fernandovieirart.com.br
Redação e Administração Rua Cezário Alvim Sobrinho, 133 Centro, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR
Sumário
Foto de capa: Fernando Vieira
14 20 22
Entrevista
26
Comportamento
36
Especial
Técnologia
30
Solidariedade
42
Capa
Itabira
34
Esporte
46
Kléber Guerra
Apaixonados por games
Portas fechadas
Se meu fusca falasse
Faça o bem sem olhar a quem
Fábrica de talentos
Mulheres empreendedoras
De Itabira para o mundo
Gastronomia
Com a faca e o queijo
Colunas
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Márcio Labruna Empreendedorismo
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Janaína Depiné Elegante Sempre
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Opinião Os desafios do empreendedor brasileiro MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Cartas
Sorte Grande Parabéns Hosana. Todos nós, aqui na sorveteira, ficamos muito felizes por você. Prêmio mais do que merecido. Deus abençoe você e sua família. Ana Marta Martins Lage | Itabira Parabéns, Hosana. Feliz demais por vocês! Sandra Costa | Itabira Parabéns, Hosana. Deus te abençoe e te dê muitos anos de vida para curtir bastante esse prêmio que foi uma bênção de Deus sua vida! Sueli Franco | Itabira
Fevereiro de 2016 Edição 278
Parabéns, Hosana Andrade! Você merece. Ludimila Santos | Itabira Essa mulher é uma lutadora. Merece muito esse prêmio. Que Deus lhe conceda essa e outras bençãos Hosana. Luana Pessoa | Itabira Exemplo de ensino em Itabira A escola privada está em evidência, principalmente nos primeiros anos de vida escolar, que vai dar base para o futuro do aluno. Infelizmente, a escola pública estadual ainda deixa muito a desejar no tocante aprendizado, haja vista que nos últimos resultados a nível nacional e internacional temos obtido péssima avaliação. Então vale a pena recorrer às escolas particulares. Vale o investimento! Fernando Moreira da Cunha | Itabira
Envie sua opinião para contato@defatoonline.com.br ou comente as matérias no site: www.defatoonline.com.br
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A magia da fotografia Isto só acontece com quem tem sensibilidade. Parabéns, Bruno! Neiva Cruz | João Monlevade
Bruno, você é fantástico! Amei a sua atitude. Foi emocionante a sua visita à família. Parabéns! Esmair Deniz Pietrowski | Várzea Grande Nova presidência do VEC Parabéns, meu amigo! Sucess o n e s t a n o va e m p r e i t a d a . Carlin Filho | Itabira Parabéns, Luiz, pela coragem de assumir nosso VEC. Que você venha com ideias novas e que realmente coloque o time no lugar que merece. Dida Ferreira | Itabira Adeus a Haendel Fonseca Bela história de aceitação e superação. Infelizmente a ELA é uma doença degenerativa e chegou a vez do Haendel. Mônica Sampaio M Costa | Itabira Ao contrário do Hawking que há mais de 50 anos vive com a doença, a ELA pegou mais pesado nesse caso. Mesmo assim ele não desistiu. Que Deus o tenha! Sebastião Hilario | Itabira Este livro vai nos ajudar a termos mais informações sobre a ELA; doença pouco conhecida e rara. Lucila Pangracio Azevedo | Belo Horizonte Pena, “ELA” venceu, mas ele deixou seu legado, sua história, sua experiência para ajudar outras pessoas. Um dia todos vamos. Deus o tenha. Descanse em paz Haendel. Glutton Miro | Itabira
diáLogo CoMuNidade
Verde protegido, água preserVada Iniciativas da Anglo American apoiam a conservação de áreas verdes e protegem os recursos hídricos
Preservar áreas verdes é fundamental para a diversidade do meio ambiente e para manter as espécies da fauna e da flora. Mais do que isso, uma vegetação conservada ajuda a garantir uma boa disponibilidade de água, um recurso fundamental para a vida. É por isso que a Anglo American investe na conservação de áreas de vegetação e matas ciliares ou ribeirinhas, aquelas que ficam nas margens dos rios. No mês de março, em que comemoramos o Dia Mundial da Água no dia 22, destacamos a nossa preocupação com os recursos hídricos nas regiões onde atuamos por meio da conservação da flora. A vegetação que margeia o curso d’água é considerada um ambiente privilegiado porque protege os rios e os reservatórios do assoreamento. Além disso, as matas garantem o abastecimento das águas subterrâneas e contribuem de uma forma geral para a preservação dos seres vivos.
A Anglo American investiu cerca de R$ 48 milhões através da compensação ambiental na região do Sistema Minas-Rio. Desde o início da implantação do empreendimento, mantemos ações de conservação da biodiversidade, alinhadas às melhores práticas para prevenir e reduzir os impactos das nossas atividades no meio ambiente.
Confira alguns loCais em que já investimos na preservação ambiental: - Parque Estadual Serra do Brigadeiro, na região do mineroduto do Sistema Minas-Rio em Minas Gerais. - Parque Estadual Pico do Itambé, próximo ao Serro (MG). - Áreas de Proteção Ambiental (APAs) de Água Santa de Minas e Nova Era, localizadas nas cidades de Tombos e Nova Era (MG), respectivamente. - Parque Estadual da Serra do Intendente, Parque Estadual do Pico do Itambé, Monumento Natural Municipal Serra da Ferrugem e Parque Natural Municipal Salão de Pedras, localizados na região da mina do Sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro. - Parque Nacional de Restinga de Jurubatiba, no norte do estado do Rio de Janeiro.
Entre as iniciativas estão a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), a regularização de Reservas Legais e pesquisas com foco em conservação, desenvolvidas em parceria com universidades. Entre outros benefícios, estas ações são fundamentais para a proteção das nascentes e dos cursos d’água. Nossa proposta é preservar cerca de 10 mil hectares de matas e campos de RPPNs. Assim, além de buscarmos a conservação da biodiversidade, queremos contribuir para a proteção de nascentes, dos cursos d´água e de áreas de recargas dos corpos d’água da região. Pensamos na preservação ambiental de forma integrada e, com isso, demonstramos efetivamente a sustentabilidade de nosso negócio.
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DeFato
Anote Cidades
DeFato
Dominguinhos eternizado Domingos Albino Ferreira, o Dominguinhos da Pedra, ganhou uma estátua em Itambé do Mato Dentro. Ele era natural de Dom Joaquim e foi descoberto pela revista DeFato em 1996 – reportagem assinada por José Sana. Depois de a história vir à tona, diversos jornais, revistas, TVs (incluindo a BBC de Londres) se interessaram pelo personagem. Dominguinhos era um hermitão que vivia em uma toca de pedra situada dentro do município de São Sebastião do Rio Preto, terreno pertencente à Fazenda da Rocha, de propriedade de João Oscar Fernandes. Ele tinha 64 anos, e há 30 anos residia naquele local, dormindo no chão, comendo fubá com água e às vezes um queijo sujo de terra. Dominguinhos da Pedra virou até filme. “A Alma do Osso”, documentário de Cao Guimarães, fez sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, entre outras cidades. Depois de morar muitos anos isolado em uma caverna, o Homem de Itambé foi levado para o Lar de Ozanan, em Itabira, onde viveu seus últimos dias. Morreu no dia 28 de janeiro de 2011.
Concha Acústica interditada
Na visão do prefeito, a Concha Acústica é usada esporadicamente e terceirizá-la por meio de um processo de licitação “pode ser uma boa ideia”. De responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a estrutura abriga shows e eventos culturais, principalmente relacionados ao Festival de Inverno, que acontece em julho. O prefeito informou que, segundo um levantamento preliminar, a reforma da Concha deve custar cerca de R$ 220 mil.
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O arquiteto que projetou a obra será consultado para saber se é possível fazer alguma modificação no projeto que evite os problemas em época de chuva. DeFato
Durante entrevista coletiva no dia 23 de fevereiro, o prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, disse que está pensando em terceirizar a administração da Concha Acústica Maestro Norberto Martins, instalada no Pico do Amor. O equipamento está interditado desde setembro do ano passado, quando uma ventania rasgou a lona e estragou parte da estrutura.
Indenização para pagar dívidas O prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) afirmou que o dinheiro de uma indenização paga pela Vale será usado para quitar dívidas. O chefe do Executivo confirmou que o valor atinge R$ 53,9 milhões. Desse montante, 30%, ou R$ 15,9 milhões, já foram pagos no dia 3 de fevereiro. O
restante será dividido em quatro parcelas mensais. Essa indenização da Vale é uma luta antiga dos municípios mineradores e corresponde às deduções incorretas de “custos de transportes” que a empresa fez no cálculo da Contribuição
Financeira sobre Produtos Minerais (Cfem), desde 2004. O impasse movimenta batalha judicial há mais de uma década, mas resultou em um acordo no início de fevereiro deste ano, com a Vale concordando em pagar R$ 250 milhões às cidades de Minas Gerais, entre elas, Itabira.
Reprodução
Teatro interditado O Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, em Itabira, foi interditado devido a sérios problemas com a parte elétrica e telhado. Uma empresa será contratada pela Prefeitura de Itabira para executar os reparos emergenciais. Até o fechamento desta edição, os valores da obra não tinham sido divulgados. A reforma emergencial seguirá um projeto de reestruturação do prédio do Centro Cultural como um todo, obra que deve custar algo em torno de R$ 3,25 milhões. Mas isso é coisa para longo prazo. O urgente, por enquanto, é resolver a parte elétrica, de sonorização e do telhado.
Operações da madrugada
De acordo com o comandante do policiamento em Itabira, capitão Werner Leonardo dos Santos, a PM vai dar continuidade às operações. “Vamos atuar incisivamente nessa repressão
qualificada”, afirmou. Segundo o capitão, os policiais têm apreendido Divulgação
Visando proporcionar mais segurança aos cidadãos de bem, a Polícia Militar tem intensificado as operações de fiscalização em diferentes pontos de Itabira. A ordem é montar blitzes em qualquer hora do dia ou da noite (inclusive durante as madrugadas) na cidade. São abordados carros, motos e pessoas em situação suspeita.
com frequência carros roubados, prendido suspeitos armados e abordado motoristas em situação irregular. A presença mais intensa da PM na rua após a meia-noite tem como objetivo reprimir crimes, como furtos, roubos e arrombamentos, registrados com maior frequência após esse horário. Para o comandante do policiamento, o crime organizado tem crescido, inclusive em Itabira, e isso exige uma resposta à altura da Polícia Militar.
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DeFato
Anote Economia
Sindicato Metabase
Uma bomba para o comércio A notícia de que a Vale não pagará a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos seus trabalhadores causou grande impacto não só aos funcionários, mas também aos comerciantes e empresários de Itabira. “O não pagamento da PLR caiu como uma bomba
na cidade. A Vale tem grande influência na economia regional e com certeza trará forte impacto caso não pague a participação dos resultados aos seus trabalhadores. Este dinheiro não é esperado apenas pelo empregado, mas também pelos lojistas”, lamen-
Com auditório lotado, a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita) realizou a primeira edição do Café Empresarial de 2016. Durante o evento, o público pode acompanhar a palestra “Realize – Transforme o associativismo empreendedor em histórias de sucesso”, com o consultor Ricardo Carrijo Lino. A reunião também marcou o lançamento do Programa Empreender, uma iniciativa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e do Sebrae,
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em parceria com a Federaminas. O Empreender tem projeção nacional e já beneficiou mais de 70 mil empresas vinculadas às associações comerciais no país. Teve início na década de 80 em Santa Catarina e procura elevar a competitividade das micro e pequenas empresas. Faz parte do Empreender, também, a busca por novos mercados e tecnologias, além de sensibilizar os empresários para a adoção de posturas frente aos desafios atuais.
Segundo dados divulgados pelo Sindicato Metabase, o não pagamento da PLR representa R$ 30 milhões a menos circulando na cidade.
DeFato
Programa Empreender
tou Maurício Martins, presidente da CDL.
Depois de muita especulação de que a Anglo American estaria negociando a venda de seus ativos no Brasil, saiu a notícia que todos esperavam. No dia 16 de fevereiro, data em que foram divulgados os resultados financeiros de 2015, a mineradora anunciou que não há planos em andamento para se desfazer do Sistema Minas-Rio. A empresa disse que o Minas-Rio não faz mais parte dos seus ativos centrais, o que significa que a unidade não receberá investimentos adicionais do grupo. Apesar disso, o foco será otimizar a operação no atual ce-
Anglo American
Anglo American continua
nário de preços do minério de ferro, “de forma a contribuir para a geração de fluxo de caixa positivo em 2016 e nos anos seguintes”. O presidente da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, Pedro Borrego, destacou que irá trabalhar fortemente para obter as licenças necessárias para a conclusão do Sistema Minas-Rio. “Pretendemos também reduzir custos e aumentar a produtividade, visando à continuidade do negócio de forma sustentável para todos os empregados e parceiros”.
Prejuízo de R$ 44,2 bi Agência/Vale
Com a queda dos preços do minério de ferro, a Vale registrou um prejuízo líquido de R$ 44,213 bilhões em 2015, ante um lucro de R$ 954 milhões em 2014. No intervalo de outubro a dezembro, o prejuízo ficou em R$ 33,156 bilhões, perda quase sete vezes superior à anotada no mesmo período de 2014.
DeFato
Anote Gente
De volta ao Montes Claros Ascom/ Montes Claros
Campeão olímpico (1992), o itabirano Talmo Curto de Oliveira está de volta ao comando do time Montes Claros. O treinador foi apresentado na equipe do Norte de Minas no dia 17 de fevereiro e se mostrou emocionado em retornar ao time que dirigiu por três anos e onde foi vice-campeão da Superliga Masculina de Vôlei na temporada 2009-2010. Até o início deste ano, Talmo era técnico da equipe feminina do Sesi-SP, mas os maus resultados levaram à saída do treinador em janeiro. Considerada uma das favoritas, a equipe não engrenou e venceu apenas oito das 19 partidas que disputou. No Montes Claros, o itabirano assume o lugar de Marcelinho Ramos, que precisou deixar o cargo por problemas de saúde. O novo técnico tem contrato até o fim da temporada.
Lutador de MMA
Há três anos, João Paulo, que é de Itabira, se mudou para Caratinga para cursar Engenharia Ambiental. Mesmo assim, em todas as competições que participa, representa sempre Itabira. O atleta pratica Muay Thai há 8 anos e, desde o ano passado, se dedica exclusivamente ao MMA, em que se enquadra na categoria cinturão Peso Pena, de até 66 kg. Já participou de diversas competições e se prepara para muitas outras. No dia 12 de março, por exemplo, participará do Gladiator Combat, às 20h, no Parque Aquático de Sobrália. Em abril, lutará no II Balloutta Combate, em Timóteo.
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Arquivo Pessoal
Todo mundo que tiver um sonho na vida tem que acreditar. Com esse pensamento, João Paulo Camilo, 25 anos, que pratica artes marciais há mais de oito anos e participa de diversas competições de MMA (Artes Marciais Mistas), quer chegar ao UFC.
Arquivo Pessoal
Itabirano de novo na seleção O itabirano Vinicius Henrique, atleta das categorias de base do Cruzeiro, foi convocado pelo técnico Carlos Amadeu para defender a Seleção Brasileira Sub-17. O atacante disputará o Torneio de Montaigu, na França, no mês de março. A competição terá oito equipes. O Brasil estreia no dia 22, contra os Estados Unidos. Ao todo, Carlos Amadeu chamou 20 atletas, todos de times do
Lhama em BH
futebol nacional. A preparação antes de viajar para a Europa acontece na Granja Comary, em Teresópolis, a partir do dia 13 de março. Pelo Facebook, o itabirano comemorou a oportunidade de estar na Seleção mais uma vez. “Obrigado, meu Deus, por mais uma convocação”, escreveu. Essa é a primeira vez que Vinícius é convocado para a Sub-17. Antes, ele era chamado para a Sub-15.
Reprodução Facebook
O empresário itabirano Elias Marques, o popular Elias Campolar, ganhou a internet no dia 24 de fevereiro de uma maneira, digamos, bem peculiar. Ele foi flagrado dando uma voltinha com uma lhama pelo bairro Buritis, em Belo Horizonte, e virou meme em uma página de humor no Facebook. A imagem do empresário andando tranquilamente com seu exótico animal de estimação foi postada pelo perfil “BH M1L G4AU”, com a descrição: “Mais um dia normau (sic) nu buritis (sic)”. Os internautas, claro, não perdoaram. “Famosa lhama, muito simpática. É só não falar com ela que ela não cospe em você”, disse uma seguidora da página. A lhama é um animal nativo da América do Sul e muito comum na região andina, sobretudo no Peru e na Bolívia.
Arquivo Pessoal
Adeus a Dr. Jairo Morreu na noite de 3 de março o ex-prefeito de Itabira Jairo Magalhães Alves, 90 anos. O médico estava internado em Belo Horizonte, onde era tratado de um acidente vascular cerebral (AVC). Ele padecia também de problemas cardíacos.
hoje administrado por Sônia Magalhães (Kiki), sua filha. Formado em Medicina, era especializando em cardiologia e atuou, durante vários anos, como médico nos hospitais Carlos Chagas e Nossa Senhora das Dores.
Natural de Cabo Verde (MG), Dr. Jairo foi prefeito de Itabira entre 1977 a 1982 e construiu o Centro Cultural,
O ex-prefeito de Itabira foi enterrado no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.
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DeFato
Entrevista
KLEBER CARVALHO GUERRA
Itabira precisa do
parque
Engenheiro, consultor e um dos idealizadores da Unifei afirma que parque científico e tecnológico é a chance de Itabira se emancipar economicamente
E
mbora tenha sido concebido em 2004, o projeto do parque científico e tecnológico de Itabira, vinculado à Universidade Federal de Itajubá (Unifei), só ganhou notoriedade no final de 2015, em meio a uma disputa polêmica de terreno com a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), na região do Candidópolis. Para esmiuçar o assunto, DeFato conseguiu uma entrevista com o consultor estratégico na área de mineração e siderurgia, Kleber Carvalho Guerra, um dos criadores dos projetos da Unifei e do parque tecnológico. Engenheiro eletricista, Kleber tem diversos MBAs (FDC, FGV, entre outras) e experiência em desenvolvimento corporativo no exterior. Já trabalhou na Austrália, Rússia e em outros países mais desenvolvidos que o Brasil, de onde trouxe extensa bagagem de conhecimento. Nascido em Itabira, Kleber trabalhou muitos anos na Vale e protagonizou o projeto Unifei-Parque Tecnológico quando era gerente na mineradora. Na
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visão dele, Itabira tem uma considerável área territorial e precisa conciliar Apac e parque sem conflitos. “É do futuro da cidade que estamos falando”, afirma. Muito se tem falado em parque científico e tecnológico ultimamente em Itabira. Em que consiste este projeto? Na concepção do projeto da Unifei, em 2004, surgiu essa ideia dentro da Vale. Eu era gerente da mineradora na época e minha área sempre foi ligada à tecnologia – energia, telecomunicações, engenharia de manutenções, etc. Sempre tivemos muita proximidade com a tecnologia. Então, naquela época, pensamos em ter, em primeiro lugar, uma universidade de nível, que tivesse reconhecimento tanto no Brasil quanto no exterior. E o nome da Universidade Federal de Itajubá surgiu de imediato. Já tínhamos relações com a Unifei, através da Fupai, uma fundação que sempre ministrou treinamento para o pessoal da Vale na área de engenharia. A Unifei foi a grande universidade que sempre esteve muito próxima à demanda do
setor produtivo brasileiro. E esse foi um fator motivador para que a gente fizesse esse convite na época para a instituição, uma universidade com 103 anos que criou o primeiro curso de Engenharia Elétrica da América do Sul. Primeiro concebemos esse projeto internamente, levamos às esferas superiores da Vale e houve a aprovação. Depois contatamos a Prefeitura de Itabira, que se mostrou pronta a abraçar o projeto. Então se formou uma tríade que sustenta a universidade que está aí hoje: Prefeitura de Itabira, Vale e Unifei. Naquela época, em 2004, o projeto da universidade já foi pensado junto com o parque tecnológico. A Unifei é reconhecida no mundo inteiro como uma universidade de produção de tecnologia pela criatividade e inovação. Ela tem esse perfil. Esse parque foi projetado, então, para receber grandes empresas de tecnologia, que chamamos de empresas âncoras, e também médias e pequenas empresas, que estarão trabalhando no mesmo ambiente, numa rede de relacionamento com as grandes multinacionais. Consiste em fomentar o empreendedorismo de maneira planejada.
DeFato
Itabira precisa de um projeto que seja estruturante para o futuro. Não teremos a mineração por muito tempo”
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DeFato
Entrevista
Porque pouco se falou no projeto do parque até agora? Na verdade pouco se falou no parque porque era condição sine qua non que tivesse a Unifei implantada. Ela vem primeiro. Hoje a Unifei tem nove cursos de engenharia e um plano de
A gente já devia ter começado há mais tempo. A primeira turma da Unifei começou em 2008 e se formou em 2012. A construção do segundo prédio deu mais oxigênio, mais vida à universidade, que está em uma fase propícia a receber o parque tecnológico. Temos que trabalhar em duas
Kleber Carvalho protagonizou o projeto Unifei-Parque Tecnológico quando era gerente na Vale
crescimento que contempla também o curso de Medicina. É preciso ter a universidade instalada, com os docentes aqui dentro – temos um número muito grande de doutores e mestres trabalhando dentro da universidade – para depois começar a implantar o parque. Com o atual estágio de estruturação do campus da Unifei, já dá para começar o parque?
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vertentes. A primeira é continuar o projeto de implantação do complexo universitário, seguindo aquele projeto do Gustavo Penna, naquela dimensão para 10 mil alunos e uma comunidade de servidores e professores de 2,5 mil. Aquele campus é uma meta que precisa ser alcançada. E, paralelamente, é o momento de entrarmos com o parque científico e tecnológico, principalmente pelo momento que a própria cidade vive. Temos uma mina que opera desde
1942. É uma mina onde o minério já é mais pobre e o custo de produção, mais elevado. Temos uma crise de preço no mercado internacional, então é uma cidade que tem o ciclo da mineração em vias de se exaurir. Dentro de tantos projetos, você acha que o parque é prioridade? Itabira precisa de um projeto que seja estruturante para o futuro. Não teremos a mineração por muito tempo. Isso é fato. Então precisamos de uma atividade que nos dê uma plena diversificação da atividade econômica para que, com o eventual término de operação da Vale, haja a emancipação econômica do município. A Vale está aqui há muitos anos e a gente sabe que o minério de hoje não é mais o que era no passado e que existe um problema de competividade. Sabemos também que o minério só dá uma safra. Precisamos urgentemente de trabalhar num projeto estruturante para que Itabira possa caminhar no futuro sem a Vale. Por isso vejo que deve haver uma prioridade muito grande para esse projeto, que é um divisor de águas: a cidade sai do extrativismo mineral e passa para a indústria da geração do conhecimento (a universidade) e da produção de tecnologia (o parque tecnológico). Indústrias que eram importantes no passado estão sucumbindo à nova ordem mundial. A mineração não tem mais a capacidade de remunerar os stakeholders como antes. E a gente vê que outras indústrias, como a siderurgia, também estão terminando seus ciclos no Brasil. A Usiminas, por exemplo, vive uma situação crítica. Está à beira de um colapso e vai necessitar de um aporte vultoso de recursos que vai gerar um problema muito sério para a região do Vale do Aço. Ipatinga está estruturada na Usiminas, assim como
Itabira está na Vale, Monlevade está na ArcelorMittal, Volta Redonda está estruturada na CSN, Ouro Branco na Açominas. E isso é um risco muito grande. O Brasil está vivendo hoje o que os Estados Unidos viveram na década de 1970, que é o fim da siderurgia. O aço chinês chega aqui mais barato que o aço da Usiminas. Seria possível construir o parque tecnológico em outro terreno que não seja aquele ao lado da Unifei? Veja bem. Ele tem de ser próximo à universidade. Se não for ali, acho que complica muito por dois motivos: primeiro é que quando você forma um parque desse perfil, o objetivo é atrair empresas de vários países. O parque tem a função de gerar emprego e renda, principalmente diante de uma atividade que vai entrar em declínio, que é a mineração. Temos que trabalhar também na questão das pessoas que serão demitidas. Estamos vendo na mídia indicativos de demissão na Vale para este ano, parece que se fala em 1.400 funcionários em Itabira. Como ficam esses profissionais da mineração? Onde eles serão recolocados? Parque industrial e Apac podem conviver no mesmo espaço? Vejo que os projetos não podem ser conflitantes. Ambos são de interesse da sociedade. A Apac tem o interesse social, que é a reinserção do condenado à sociedade. E a gente tem que ter elementos de atratividade das empresas. Temos de criar um cenário atrativo. Você pensa bem, uma Siemens ou uma Microsoft tem políticas com relação à segurança. E tem mais: Itabira não é a única cidade que está buscando atrair empresas com parque tecnológico. Temos concorrentes e grandes, como Divinópolis, Uberaba
e outras cidades de Minas Gerais. Temos um diferencial competitivo que é a Unifei, mas também elementos que dificultam, como a BR-381 e a falta de um aeroporto.
uma concepção da Segunda Revolução Industrial.
O que temos pronto em termos de projeto para o parque tecnológico?
O parque tecnológico precisa estar próximo à universidade e, para isso, há a necessidade de um plano diretor de urbanismo que proteja aquela região contra uma exacerbada valorização econômica. Tem de proteger, inclusive, para propiciar o crescimento de tudo aquilo ali. O Brasil é um país que vive de commodities e esse ciclo está acabando. Vejo o seguinte: o fomento que o país precisa dar a partir de agora é na tecnologia, essa é a prioridade. Vamos pegar um exemplo de um país que não era absolutamente nada há 50 anos, o Vietnã. Hoje o índice de produção tecnológica de lá é maior que o Brasil. Tem um programa espacial que dá gosto. Por que entendeu a necessidade de mudar de patamar, de se industrializar, mas na indústria do conhecimento. A indústria de base tem um ciclo de permanência em cada país. A partir do momento que fica caro produzir, ela deixa de ser competitiva e vai para outro local. Estamos vivendo isso no Brasil com a mineração, o aço e as commodities agrícolas.
Temos o projeto conceitual. Precisamos partir para o projeto básico e, depois, para o executivo. Quais os atrativos o parque deve ter para as empresas se interessarem em investir? Primeiro a universidade. Essas empresas só estão presentes onde tem boas universidades. E isso a gente tem. Esse campo já foi arado. Segundo: você precisa de uma área com um plano de urbanismo, sistemas viários, redes básicas de infraestrutura, como esgoto, água, telefone, internet, etc. Diferentemente dos distritos industriais tradicionais, no parque não acontece doação de área. A empresa tem o usufruto do terreno, mas ele continua sendo do parque. Se a empresa resolver deixar o local dez, 15 anos depois, ela tem de entregar a área e todas as instalações. Há multinacionais tecnológicas interessadas em vir para Itabira? Desde 2005 que os contatos foram feitos. Eu estive na Espanha juntamente com o então prefeito João Izael e assinamos um contrato com uma empresa do parque tecnológico de lá. A própria Microsoft demonstrou interesse em vir para cá. Não só para a minha pessoa, como para a própria universidade – desde que tenha o parque. E há outras. As empresas de tecnologia ficam perto de grandes centros de pesquisa porque dali saem as novas ideias. Já o distrito industrial como conhecemos é
Qual o conselho o senhor dá às autoridades itabiranas?
A própria Microsoft demonstrou interesse em vir para Itabira” MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Conceição do Mato Dentro
De olho na
segurança Câmeras de monitoramento, Guarda Municipal e quartel para a PM: projetos têm como propósito reduzir a criminalidade e aumentar a sensação de segurança em Conceição do Mato Dentro Divulgação
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ara conter o aumento da criminalidade, um efeito colateral causado pelo crescimento da cidade, projetos distintos – mas complementares – es-
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tão se tornando realidade em Conceição do Mato Dentro. Um deles é a estruturação da Polícia Militar, que inaugurou um novo quartel no dia 29 de janeiro, durante uma solenidade
repleta de autoridades e convidados ilustres. Há também dois projetos da Prefeitura: a criação da Guarda Municipal e a instalação de câmeras de segurança em pontos estratégicos da
DeFato
área urbana, ambos em sintonia com as autoridades policiais. Na inauguração do quartel, o comandante do 35º Batalhão, tenente-coronel Carvalhaes, fez uma declaração que deixou os conceicionenses esperançosos: o Pelotão de Conceição do Mato Dentro poderá se transformar em Companhia. Segundo o tenente-coronel, a estrutura física do quartel comporta com tranquilidade mais PMs. O pedido já está em análise nas instâncias superiores da Polícia Militar de Minas Gerais. Caso seja aprovado, significa aumento de efetivo e mais policiamento em Conceição, Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio Abaixo, São Sebastião do Rio Preto, Dom Joaquim e Congonhas do Norte. O quartel abriga também as guarnições da Polícia Militar Rodoviária, da Polícia Militar de Meio Ambiente e foi construído com recursos da Anglo American. A obra custou R$ 2,5 milhões e ficou pronta em 2015. Olho Vivo e Guarda Municipal De responsabilidade da Prefeitura, o Olho Vivo e a Guarda Municipal também avançam. O monitoramento por câmeras de segurança deve ser inaugurado ainda no primeiro semestre, segundo o secretário municipal de Administração, Cláudio Alexandre Rodrigues de Oliveira. Houve um entrave na licitação para a última etapa, referente à instalação das câmeras, e o processo precisou ser reiniciado. Mesmo assim, a expectativa é colocar o sistema para funcionar antes de agosto. O Olho Vivo funcionará em parceria com a Polícia Militar, que cederá um espaço dentro do quartel para a sala de monitoramento. “Optamos por fazer a locação das câmeras porque se ela tiver algum dano é fácil trocar. Quando o equipamento se torna patrimônio do
Quartel da PM custou R$ 2,5 milhões e ficou pronto em 2015
Enquanto isso... município, acaba virando sucata. Na locação, deu problema, troca. Também é possível atualizar e melhorar o sistema de acordo com o surgimento de novas tecnologias”, explicou o secretário. A Guarda Municipal, aguardada com ansiedade pela população, avançou mais um passo com a abertura do concurso público que visa contratar 20 profissionais de segurança. O concurso tem vagas para outras áreas e foi aberto em janeiro. O objetivo da corporação é contribuir com a segurança pública principalmente em relação aos bens patrimoniais do município. Após a seleção dos candidatos, a próxima etapa será o treinamento dos guardas que, segundo o secretário Cláudio Oliveira, deve acontecer ao longo de 2016. “A Guarda Municipal é uma reinvindicação antiga da comunidade de Conceição, tendo em vista que a violência, os roubos e a depredação do patrimônio público aumentaram muito”, afirma o secretário. Na visão dele, será um marco da gestão do prefeito Reinaldo César de Lima Guimarães.
Ao contrário da Polícia Militar, a Polícia Civil precisa urgente de investimentos em Conceição do Mato Dentro. Faltam profissionais, estrutura adequada e incentivo para tanto trabalho. DeFato entrevistou alguns policiais e ouviu relatos preocupantes sobre a situação de estrangulamento por que passa a unidade policial. A delegacia deveria ter, antes do advento da mineração, pelo menos 13 policiais (dois delegados, três escrivães e oito investigadores). A realidade, entretanto, é bem diferente: apenas dois escrivães e dois investigadores. Importante ressaltar que a PC não investiga crimes somente. É responsável também pelo departamento de trânsito (carro apreendido, emplacamento, vistorias) e pelo setor de identificação. Um dos entrevistados pela reportagem, que pediu para não ser identificado, afirmou que enquanto a criminalidade cresce, a capacidade da Polícia Civil diminui. “Aqui é o caos. Nenhum ‘polícia’ quer ficar aqui, não”, declarou.
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DeFato
Tecnologia
Apaixonados por
games
O mercado de jogos conquista cada dia mais admiradores que buscam diversão sem sair de casa Kátia Portilho
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Esse universo que antes englobava apenas diversão tem se ampliado e hoje oferece jogos cada vez mais diversificados, por meio dos quais é possível aliar entretenimento a conhecimento e até mesmo a práticas esportivas como tênis, futebol, golfe e outros.
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Igor Procópio
á imaginou ser um guerreiro em uma batalha épica ou jogador da seleção brasileira de futebol? No mundo dos games qualquer pessoa pode ser o que desejar. O mercado brasileiro de videogames movimenta em torno de R$ 1 bilhão por ano e já é o quarto maior do mundo, segundo Associação Brasileira de Games (Abragames). É tanta gente comprando que, no período de 2009 a 2014, as vendas de jogos online cresceram 256% e as de joguinhos mobile, aqueles que rodam em tablets e celulares, 780%.
Fernando Molina mostra com orgulho o primeiro viodeogame que ganhou quando tinha 12 anos de idade
A paixão do itabirano Fernando Molina, 39, por games começou muito cedo, aos 12 anos de idade. “Sou da geração Atari”, brinca Molina, fazendo menção ao Atari 2600, um vídeogame projetado por Jay Miner e lançado em 1977 nos Estados Unidos e em 1983 no Brasil, considerado um símbolo cultural dos anos 80. Ele conta que desde essa época não parou mais de jogar. Hoje, com um Playstation 4, o itabirano conta que joga pelo menos umas três horas por dia, mas que nos fins de semana, quando não tem nenhum compromisso, já chegou a jogar um dia inteiro. “Minha enteada, Clara, 6 anos, ama jogar também, nos divertimos muito juntos”.
DeFato
Lancamentos
Para jogar em familia
Com o mercado em franca expansão e jogadores mais antenados e conectados do que nunca, os fabricantes de jogos lançam constantemente games cada vez mais inovadores e para as mais diferentes plataformas. Confirma algumas dicas de games para se divertir com a família, trabalhar o raciocínio e até queimar calorias!
Just Dance 2016 (Xbox360)
Fifa 16 (PS4)
Jogos que trabalham o raciocinio Para se exercitar
The Elder Scrolls V: Skyrim (PS3)
Halo Wars (Xbox 360) Trainer (Xbox 360)
Molina conta que seus jogos preferidos são de futebol, carros de corrida e de guerra. “Logo quando anunciam um lançamento de um jogo que eu gosto, trato logo de comprar o meu”, afirma. O último jogo adquirido e que tem feito o itabirano perder o sono é o Project Car, lançado no último ano. “É um simulador de corridas automobilísticas muito próximo da realidade. Se parece muito com os simuladores usados pelos pilotos de Fórmula 1 para treinamento”,
enaltece. O hobby é tão levado a sério por Molina que ele participa de campeonatos online com jogadores do Brasil inteiro. “É muito bom. Sou uma pessoa muito competitiva e levo a sério esses campeonatos. Além do mais, quem ganha ainda arrecada uma quantia bacana”. Ele conta que os prêmios em dinheiro são em torno de 1000 reais, mas podem ultrapassar essa quantia. Em sua cida-
Zumba Fitness (Xbox 360)
de Natal, Molina também participa de um campeonato realizado entre ele e amigos, há 5 anos. “Cada campeonato é composto por dez etapas. O jogador que vencer a final leva para a casa um prêmio definido entre a turma. Normalmente em dinheiro, ou uma camisa do time de futebol e etc.”, explica. Orgulhoso, o itabirano conta que de 13 campeonatos realizados até hoje, já venceu dez. “Sou viciado, mesmo!”, brinca. MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Itabira
Portas
fechadas A crueldade da crise econômica: Itabira é uma das cidades que mais fecharam postos de trabalho em todo o Brasil
Rodrigo Andrade
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nício de fevereiro deste ano. Uma informação se espalha pelas redes sociais e aplicativos de mensagens e leva quase mil pessoas a passarem a noite em frente à sede municipal do Sistema Nacional de Empregos (Sine), em Itabira. Era a esperança de uma recolocação no mercado de trabalho. Homens e mulheres se aglomeraram em uma longa fila, viraram a madrugada ao relento e no outro dia descobriram que tudo não passava de um boato. Uma grande mentira. A brincadeira sem graça – perversa, até – escancarou o que talvez seja a consequência mais cruel de uma crise econômica: o desemprego. A fila em frente ao Sine mostrou à
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quantas anda o desespero por um emprego em Itabira. A informação era de que uma empresa estaria contratando trabalhadores para atuar na área da mineração. Muita gente chegou de madrugada, outros ainda mais cedo, durante a noite do dia anterior. Pela manhã, quando funcionários do órgão chegaram para o serviço, veio a informação de que a contratação não existia. Alguns, inconsoláveis e incrédulos, permaneceram no local até o fim da tarde. A crise econômica pegou Itabira de jeito. Com extrema dependência da mineração, a cidade sentiu a queda no valor do preço do minério de ferro e viu
a arrecadação despencar. A Vale, principal empresa empregadora do município, encerrou contratos e demitiu muita gente. O reflexo, claro, foi sentido por outros setores, como o comércio, que registra baixos índices de vendas desde então. Em outras palavras, o mar não está para peixe, e os números do desemprego mostram isso. Em 2015, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 18.382 pessoas foram demitidas em Itabira. O número de admissões foi de 11.170. Ou seja, de janeiro a dezembro do ano passado, houve um déficit de 7.212 empregos. Esse panorama coloca Itabira em um
Divulgação
Josué era um dos que estavam na fila quando o boato de que havia empresas contratando correu pelas redes sociais. Ele chegou ao Sine às quatro da madrugada e só saiu de lá quando os funcionários comunicaram que era uma mentira. “A maior decepção é essa: ouvir que não tem vaga. Aí você volta para casa, mais uma vez, sem nada”, diz o técnico.
De janeiro a dezembro do ano passado, 18.382 pessoas foram demitidas em Itabira
Números assustadores Os números do Ministério do Trabalho exprimem a gravidade da crise econômica pela qual passa Itabira. Dessa vez, não tem nada de “marolinha”. Se em 2015 a situação já foi ruim, 2016 não começou diferente. Somente em janeiro, 409 postos de trabalho já foram fechados na cidade.
indigesto ranking das 50 cidades brasileiras que mais demitiram em 2015, a quarta de Minas Gerais. “Constrangedor” O setor da economia que mais puxa para o alto números do desemprego em Itabira é o da construção civil. Foram 4.297 postos de trabalho fechados nessa área em 2015. É importante citar, porém, que o setor também engloba os funcionários de empresas terceirizadas contratados para obras de edificação na área da Vale. O campo da extração mineral, responsável pela extinção de 913 vagas, só contabiliza os empregos diretos.
Os cortes nas terceirizadas da Vale afetaram a vida do técnico em Mecânica Industrial Josué de Paulo Afonso, 40 anos. Casado e pai de uma garota de 10 anos, ele está desempregado desde setembro de 2014. De lá para cá, vem fazendo serviços particulares, os populares “bicos”, para sustentar a família. A situação não é nada fácil. “É constrangedor. Hoje pode ter um serviço e amanhã pode não ter. O tempo todo você fica pensando em como vai ser o dia seguinte. Tenho que colocar o alimento dentro de casa, pagar o escolar, a gasolina que a gente consome. É difícil não saber como vai ser o amanhã”, desabafa.
Na última grande crise, entre 2008 e 2009, Itabira não teve retração de empregos. Muita gente foi demitida, mas o número de contratações nesses dois anos foi superior aos desligamentos. Em 2008, quando estourou a crise, foram 250 novas vagas. Em 2009, foram 206. Nos anos seguintes, época em que a Vale iniciou a contratação para novos projetos nas minas de Conceição e Cauê, a cidade viveu um verdadeiro boom de contratações. Foram 3.714 novas vagas em 2010, 3.956 em 2011 e 4.508 em 2012. A partir de 2013, no entanto, os números passaram a ser sempre negativos. Nesse ano, Itabira registrou 1.305 vagas a menos; em 2014, foram 2.339; e em 2015, 7.212 postos de empregos fechados. Depois do setor de construção civil, o que mais fechou vagas foi o de serviços (1.554), seguido por mineração (913), indústria de transformação (384), comércio (97) e serviço industrial de utilidade pública (51). O único setor que teve saldo positivo em 2015 foi o da agropecuária, com 84 contratações a mais do que demissões. O setor de administração pública contratou o mesmo tanto que demitiu e teve saldo zero. MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Após o protesto na Câmara, o presidente do Legislativo, Rodrigo Assis “Diguerê” (PV), criou uma comissão especial para acompanhar a situação dos desempregados em Itabira. “É um assunto importantíssimo, que vem preocupando a nossa cidade. Eles estiveram aqui na Câmara, colocaram o que estão enfrentando e reclamaram, principalmente, sobre a falta de oportunidade aos itabiranos. É algo que vamos acompanhar de perto”, afirmou o pevista.
Sindicato Metabase reclama da predileção das empresas por trabalhadores de outras cidades
Preteridos Uma grande reclamação dos desempregados itabiranos é a predileção das empresas, especialmente na área da mineradora Vale, por trabalhadores de outras cidades. Essa motivação levou um grupo a protestar na Câmara e a pedir apoio dos vereadores. Eles querem que o município crie algum mecanismo de proteção aos trabalhadores locais. O vereador Tãozinho Leite (PP) há tempos tenta aprovar no Legislativo um projeto de lei que estabelece obrigação de contratação de um percentual mínimo de itabiranos nas empresas que se instalam na cidade. Mas ele foi avisado de que a medida é inconstitucional. Ele, então, sugeriu, por meio de indicação, que essa negociação parta do prefeito, com a instituição de alguma contrapartida – que pode ser isenção fiscal – à empresa que atingir determinado percentual de absorção de mão de obra local. Presidente do Sindicato Metabase, o vereador Paulo Soares (PSB), é outro que fala constantemente sobre esse assunto dentro da Câmara de Itabira. Ele calcula que o número de trabalhadores desempregados em Itabira chegue a 10 mil. Para o socialista, a Prefeitura não só deve criar um acordo para contratação mínima de itabiranos, como também já deveria ter
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criado um programa de assistência aos demitidos. “Acaba o seguro-desemprego e não tem emprego. Como essas pessoas vão comer? Cabe ao Poder Público criar essa linha de recursos emergenciais para esses trabalhadores”, defende.
Enquanto as autoridades públicas procuram soluções para resolver de imediato o problema do desemprego, é preciso também tirar do papel os projetos para fomentar a diversificação econômica do município. Do contrário, a cidade e seus trabalhadores estarão sempre expostos aos efeitos de qualquer crise. Já passa da hora de abrir as portas para novas ideias, ou então elas estarão fechadas para o futuro de Itabira.
A EVOLUÇÃO DOS EMPREGOS EM ITABIRA
1.636
2007 2008
250
2009
206 3.714
2010
3.956
2011
4.508
2012
- 1.305
2013 2014 2015
- 2.339 - 7.212
DeFato
Comportamento
Se meu Fusca
falasse Econômico e de fácil manutenção, o carro mais popular do Brasil não tem nada de luxo, mas é a paixão de muitos colecionadores Sérgio Santiago
E
le sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, à concorrência dos carros confortáveis e continua despertando emoções por onde passa. Conhecido como Besouro, Barata, Porsche Bolha ou simplesmente Volks, o Fusca carrega ao longo de décadas histórias e mais histórias envolvendo gerações. Quem nunca teve um Fusca na família, provavelmente conhece alguém que tem. É o carro mais querido do Brasil, não há outro. De mecânica simples (há quem diga que ele tem pelo menos 280 peças a menos que outros carros populares), o Fusca tem fama de valente. Não enjeita barro, poeira, nem estrada esburacada. Seus defensores comentam que, se os pneus estiverem bons e o motorista for destemido, até 4x4 fica com inveja. Em Itabira, vez ou outra os membros do Clube do Fusca se reúnem para exibir seus modelos. Um desses encontros aconteceu no dia 28 de fevereiro, na Praça do Areão. Veio gente de tudo que é cidade. Além dos fusquinhas, Opala, Maverick, jipes, TL e outros carros de
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épocas foram exibidos sobre o gramado da praça e em frente à concessionária da Fiat. Colecionadores e apaixonados pelos veículos bateram papo, trocaram experiências, deram entrevistas, posaram para fotos e contaram histórias. Um evento para apreciar. Parte da família O personal trainer Jefferson Luiz Clemente Ferreira, membro do Clube do Fusca de Itabira, tem um 1978 que faz parte da família desde que ele era criança. “Era a condução do dia a dia”, conta ele. Mesmo antes de tirar a carteira de motorista, Jefferson ajudava o pai a manter o automóvel em dia e sempre brilhando. Assim que conseguiu a CNH, em 2008, Jeffinho assumiu o carro em definitivo. O jovem conta que já passou muitos perrengues ao bordo do Fusquinha: um enguiço aqui, um imprevisto ali... Em uma das ocasiões, ele colocou sete pessoas dentro do veículo (isso mesmo, sete pessoas) e foi passear no Real Campestre Clube. Na volta, o carro furou um pneu e não tinha estepe.
O carro de Jefferson é mais de 90% original. Só não é 100% por causa dos acessórios de época que dão uma customizada no veículo. Ele conta que recebe frequentemente proposta de vender, mas recusa de imediato. Já recebeu oferta de R$ 13 mil no carro. Amor antigo Dono de oficina de lanternagem, Jaime Magela Mendes comprou seu primeiro e único Fusca há oito anos. O carro estava meio “caído”, precisando de um trato. Profissional da área, Jaime investiu tempo e dinheiro numa reforma completa. Ele mesmo fez o serviço, atento a todos os pequenos detalhes. O carro ficou “zero” de novo. “Isso aí é amor antigo. Há muito tempo que eu gosto de Fusca”, afirma o empresário.
Fotos: Igor Procópio/DeFato
Clube do Fusca de Itabira se reuniu em fevereiro deste ano para exibir seus modelos
Sempre brilhando, o Fusca chama a atenção por onde passa e desperta o interesse de compradores. Não raras as vezes, Jaime é abordado na rua por alguém interessado em comprar seu carro. Já lhe ofereceram até R$ 15 mil, mas ele achou pouco. “Se aparecer uma proposta satisfatória, quem sabe”.
Já ofereceram R$ 15 mil no exemplar de Jaime Magela
Jefferson Luiz posa satisfeito com seu fusca 78, herdado do pai MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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Primeiro carro
Perguntado sobre o motivo de gostar tanto do “besouro”, o colecionador responde que é um carro econômico, de manutenção barata, resistente e que aceita todo tipo de acessório. “Tudo que você põe nele é bem-vindo. Todo mundo gosta de enfeitar o Fusca, tudo combina. Se eu pudesse eu teria 50 fuscas”, brinca.
Mariana Reis/DeFato
Fusca também é uma paixão antiga do médico José Luiz Scaglioni Filho. Foi seu primeiro carro, comprado logo quando se formou em Medicina. “Quando me mudei para Itabira, em 1977, cheguei a bordo de um lindo fusquinha 1300, azul claro. Nunca fiquei muito tempo sem um Fusca na minha garagem”, afirma o médico, que é dono há 12 anos de um vermelho “Ferrari”, ano 1994, modelo 1600 de dupla carburação. “É nele que me desloco no meu dia a dia. Procuro mantê-lo sempre limpo, com visitas regulares ao mecânico. Sempre tem alguma pessoa interessada em comprá-lo”, diz.
seus carros na garagem, quietinhos, bem guardados. Roda só de vez em quando para destravar as rodas. Wilson, não. Todo dia ele sai em um Fusca diferente. E não aceita ninguém bater a porta.
Vindo da Alemanha, o Fusca começou a ser fabricado em terras brasileiras em 1959, seguindo uma trajetória de sucesso até 1986, quando saiu de linha pela primeira vez. Em 1993, o presidente Itamar Franco decretou a volta do Fusca como “carro popular”. Com relativo sucesso, ele continuou a ser produzido até 1996, quando saiu de cena definitivamente do mercado nacional. No México, último país a produzi-lo, o Fusca derradeiro saiu da fábrica em 2003.
Dr José Luiz evita andar com o veículo em estradas ruins, não porque ele não aguenta (pelo contrário), mas porque “é o queridinho do pedaço”. “Quando minha filha se casou em 2009, na cidade de Tiradentes, ele foi escolhido para conduzi-la até a igreja matriz. Demos uma caprichada no visual e, como que saído de um salão de beleza, ele ficou todo estiloso, com ares de Herbie do filme “Se meu Fusca falasse”, conta José Luiz. O médico conta que recentemente, uma vovó, ao levar sua neta para uma consulta médica , lhe disse sem muita cerimônia: “É, doutor, o senhor é um bom profissional, muito antigo e respeitado aqui em Itabira. Só não entendo porque até hoje fica andando de Fusca para todos os lados, em vez comprar um carro melhorzinho”.
O médico José Luiz Scaglioni e seu inseparável Fusca vermelho “Ferrari”
“O carro mais bonito que existe” Apaixonado por Fusca desde 1979, Wilson Meireles tem oito exemplares na garagem de casa. Para ele, quanto mais antigo, melhor – desde que o veículo esteja em bom estado de conservação e seja o mais original possível. “É o carro mais bonito que existe”, diz ele, com sorriso largo no rosto. Muitos colecionadores gostam de deixar O colecionador Wilson Meireles tem oito fuscas na garagem
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DeFato
Solidariedade
Divulgação
Faça o bem sem olhar a quem Itabirana vivenciou experiências marcantes durante viagem missionária de um mês para Moçambique, na África Mariana Reis
Á
frica, Moçambique. Seja em filmes ou em reportagens, sempre ouvimos falar dos problemas e da pobreza que a maior parte dos africanos enfrentam. Para muitos, isso é uma realidade distante, mas para Aline Gusmão, 31 anos, não. Por um mês, a África foi o mundo
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da itabirana. E hoje, ela guarda consigo muito mais que meras fotografias turísticas. Ela carrega uma grande experiência.
médicos, fornecer medicamentos e dar atenção e carinho a essas pessoas carentes. Aline diz ter conhecido o verdadeiro sentido da vida.
Durante os dias que passou na cidade, a jovem participou de diversas ações solidárias como auxiliar em serviços
Nascida em Itabira, Aline é odontóloga e no começo de 2014 se mudou para Buenos Aires, na Argentina, para estu-
voluntários, havia médicos e estudantes de medicina. Todos nós levamos malas lotadas de medicamentos doados”, ressalta.
A itabirana Aline Gusmão
Arquivo pessoal
dar medicina. Aluna do terceiro ano, a moça vislumbrou na profissão a oportunidade de ajudar mais as pessoas. Mas porque a jovem decidiu “largar” tudo no Brasil, se mudar para a Argentina e seguir com o sonho de ser médica e missionária? Segundo a odontóloga, há alguns anos, enquanto frequentava a Igreja Presbiteriana, em Itabira, ela passou a enxergar as palavras de Deus de uma maneira diferente. “Foi uma conversão mesmo, porque antes eu não pensava muito nisso. Eu sempre frequentei igrejas, mas em um momento Deus tocou meu coração de uma forma diferente. Passei a ver as pessoas e o mundo de outra maneira. Senti a necessidade de ajudar mais e fazer diferença!”, conta.
“Todos os voluntários arcam com as despesas da viagem, como passagem de avião e visto, somente a hospedagem que não, pois eles se hospedam na casa da ONG Plantando Seus Pés na África”. Para custear a viagem de aproximadamente R$ 7 mil, Aline vendeu doces na faculdade e contou com a ajuda de amigos e da igreja, que mobilizou uma campanha para arrecadar verbas. Ela conseguiu. No começo de janeiro deste ano, Aline e uma equipe de 19 pessoas, residentes de diferentes países da América do Sul, embarcaram para encarar a dura realidade de Moçambique, um país empobrecido que sofre até hoje as consequências de anos de guerra civil, que terminou somente em 1992. “Entre os
Dura realidade Na Argentina, Aline conheceu pessoas que participavam do Jovens Com Uma Missão (Jocum), associação que mobiliza várias nações para obras missionárias e tem como objetivo levar o evangelho de Cristo e a ajuda humanitária para todos os lugares do mundo. Jocum organizou uma viagem missionária para Moçambique, na África, e quando soube, Aline ficou logo interessada, mas não tinha condições financeiras de ir.
Atendemos na igreja, na escola e em outros bairros pobres, onde muitas pessoas tinham malária ou aids”
As estatísticas demográficas de Moçambique, segundo o Censo, revelam que mais de 50% da população vive em extrema pobreza. Apesar das dificuldades e dos recursos escassos, cada missionário conseguiu atender cerca de 500 pessoas no mês. “Eu atendia mais na área da medicina, pois não tinha os aparelhos necessários para atuar como dentista”, conta Aline. Como odontóloga, a itabirana pôde ensinar crianças e também adultos a escovarem os dentes. “Fiquei impressionada porque eles nunca tinham visto um fio dental. As escovas de dentes deles eram feitas de plantas”, relata a jovem. Aline e sua equipe ficaram hospedados no bairro Machava, na capital Matuto, um lugar muito pobre, onde realizavam atendimentos diariamente. “Atendemos na igreja, na escola e em outros bairros pobres, onde muitas pessoas tinham malária ou aids. Fizemos trabalhos diferentes também, como pintar a casa onde ficamos. Todo o tipo de ajuda mesmo, até de carinho”, conta Aline. Três pessoas da equipe contraíram malária e, infelizmente, uma missionária de 25 anos que estava morando na cidade, morreu devido a essa doença. A maioria da população de Moçambique é composta por crianças e adolescentes, devido à baixa expectativa de vida. “Pelas ruas podemos ver muitas crianças de sete anos carregando bebês. Muitos são órfãos. Vi muitos testemunhos de adolescentes que enxergam os missionários como pais”, conta Aline. “Nos sentimos meio impotentes, porque o trabalho teria que ser muito maior. Temos que pensar num projeto para poder mudar a realidade deles”, pensa. Ao contrário do que muitos imaginam, apesar do pouco recurso, as pessoas MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Solidariedade
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Dezenas de pessoas se alimentam de restos de alimentos encontrados em um lixão
A missionária durante atendimento médico em uma comunidade carente
em Moçambique são alegres. “Isso foi o que mais me surpreendeu. Passamos em várias comunidades em que as casas são feitas de palha, muita pobreza, mas eles têm sempre um sorriso no rosto”, diz. Apenas o fato dos estrangeiros se arriscarem com algumas pronúcias do dialeto local, foi motivo para os moçambiquenhos ficarem super felizes. Além da língua oficial, que é o português, o país possui diversos dialetos - designação para variedades linguísticas que podem ser regionais. “É muito difícil ver pessoas caucasianas por lá, então quando eles encontram alguma, é motivo para muita festa. Várias crianças iam me abraçar”, conta Aline, que ficou encantada com a música, dança e alto astral deles.
com vermes e fungos, estavam sentadas no chão comendo o lixo, mas mesmo assim pude ver alegria nos olhinhos deles”, conta.
Claro que eles também se depararam com pessoas muito tristes e amarguradas mas, segundo Aline, essa dor era na alma. “Nosso objetivo não era só atendimento médico, mas levar esperança e tratamento espiritual também. Pude atender uma senhora que perdeu três filhos e a dor dela estava relacionada a essa perda”, conta. “A gente orava para essas pessoas, levando palavras de consolo e elas ficavam muito gratas”.
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Imagens chocantes Uma das cenas mais tristes que Aline presenciou foi durante o atendimento de um bebê que estava com as partes íntimas muito machucadas. “Na verdade não descobrimos o porque das feridas, o médico desconfia que é de ficar muito tempo sentada na mesma posição. A criança chorava muito. Medicamos e ensinamos para a avó da criança como ela deveria aplicar a pomada, mas o mais triste é não saber como seria o final da história, pois o caso era grave, ela deveria ter sido internada no hospital, mas não tinha vagas”, conta Aline, com o olhar triste. Outro fato que chocou a missionária foi ver diversas pessoas, inclusive crianças, comendo os restos de comida que estavam espalhados em um lixão. No local, o atendimento médico não pôde ser realizado, pois o Governo não permitiu, mas o grupo de missionários aproveitou para conversar, brincar e dar muito carinho para as pessoas. “Centenas de pessoas estavam por lá pegando o lixo. Chegou um caminhão, que parecia ser de um supermercado, e diversas pessoas começaram a gritar e correr desesperadas atrás dele. Diversas crianças magrinhas,
Realidade Após um mês em Moçambique, Aline pôde chegar a várias conclusões: que a felicidade não depende de dinheiro; que os moçambiquenhos são seres humildes que não acreditam em si mesmos; e a valorizar ainda mais o que tem. “Às vezes eles tem apenas uma refeição por dia e mesmo assim são muito felizes”, afirma. Aline, que também já participou de missões no Nordeste brasileiro, diz que a viagem para a África mudou sua forma de enxergar a vida. “Espero voltar em Moçambique como médica e fazer diversas outras missões”, acrescenta. Histórias como a de Aline, que enfrentou a falta de dinheiro, conheceu a pobreza extrema, correu o risco de contrair doenças, tudo isso para ajudar o próximo, nos mostra o verdadeiro sentido da vida e que ser solidário é uma troca. Isso porque, quem é ajudado não é o único beneficiado pela sua atitude.
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IMPLANTES DENTÁRIOS PARA UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA
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entes saudáveis fazem parte da alegria de viver. A perda parcial ou total dos dentes influencia de forma direta na qualidade de vida das pessoas. Devolver a capacidade mastigatória, estética e a autoestima são objetivos primordiais na reabilitação com implantes. Pacientes desdentados totais, que perderam seus dentes há muitos anos, sofrem um processo natural de perda de estrutura óssea, o que dificulta muito a adaptação de dentaduras. Para esses pacientes, a colocação de implantes traz uma nova vida, proporcionando bem estar, conforto na mastigação, melhoria na autoestima, com grande repercussão positiva na sua vida social. Os implantes dentários são parafusos de titânio que, inseridos no osso da maxila ou mandíbula, irão funcionar como as raízes que receberão os futuros dentes. A colocação de implantes acontece em duas fases, de forma bem tranquila e indolor. Em primeiro lugar, temos a fase cirúrgica, com a implantação dos parafusos e, posteriormente, a fase protética, com a colocação dos dentes. Atualmente, contamos com materiais de excelente qualidade e técnicas avançadas, o que torna o tratamento com implantes muito seguro, confortável e com excelentes resultados. IMPLANTES E ENXERTOS ÓSSEOS
DeFato
Saúde
Onde anda a sua cabeça? Os riscos da má postura da cabeça para a nossa saúde
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postura correta é considerada um importante indicador de saúde muscular e esquelética. Se a postura não está correta, ocorrem mudanças importantes na distribuição de cargas através do corpo gerando doenças musculoesqueléticas diversas. Esta desordem ou “má postura” está relacionada, principalmente, ao mau posicionamento do corpo na rotina diária (trabalho, estudo, etc) aliado ao sedentarismo. Como resultado, podem surgir dores e disfunções em diferentes partes do corpo. A projeção da cabeça é considerada a anormalidade postural mais frequentemente encontrada na clínica. Esta postura tem sido relacionada a ocorrência de
56,18°
54,48°
27,25°
21,86° 39,97° 29,05°
2,21° Exame de Biofotogrametria Computadorizada na posição de perfil ou sagital.
3,31°
queixas nas regiões craniofacial, pescoço e ombros, caracterizadas por dores crônicas e alterações no funcionamento do corpo. O mundo moderno nos tem direcionado, cada vez mais, ao uso constante de monitores de exibição visual, sendo os computadores e os celulares os exemplos mais impactantes. Estudos demonstraram que indivíduos que trabalham usando computadores seis ou mais horas diárias, por mais de dez anos, apresentaram postura de projeção da cabeça, deslocamento anterior do centro de gravidade do corpo e redução da habilidade de equilíbrio e controle postural maior, quando comparado ao grupo que não tem a mesma rotina. Para entender melhor, os esforços na musculatura do pescoço aumentam 50% quando a cabeça se encontra inclinada 30° à frente de sua posição normal. Além disso, a carga na parte baixa da coluna cervical é aumentada de 3 a 4 vezes, quando a cabeça está em postura de flexão total, levando a dores e desequilíbrio na saúde global do indivíduo. O prejuízo torna-se ainda maior quando a “má postura” acontece em jovens, como crianças e adolescentes. Nestes casos, os resultados são deformações posturais que podem acompanhar o indivíduo por uma vida inteira. Entre adolescentes, faixa etária em que o uso da tecnologia é mais constante, os dados são preocupantes. Pesquisa recente indica que 68% deles apresentam projeção da cabeça e 58% apresentam desvio dos ombros, apontando para um futuro com sérios problemas posturais se não observados a tempo.
Dra. Rozilene Maria Cota Aroeira
Assim, é altamente recomendada uma avaliação postural de qualidade a partir dos 9 anos de idade, durante a adolescência e sempre que o indivíduo for iniciar um programa de treinamento físico.
A figura representa uma postura de projeção da cabeça em uso de celular
Nos dias atuais, técnicas modernas e quantitativas de avaliação postural, por meio de visão computacional, já estão disponíveis em nosso meio. A mais acessível, não invasiva e que permite uma avaliação do corpo inteiro nos diversos planos corporais é a Biofotogrametria Computadorizada.
A fisioterapeuta Rozilene Maria Cota Aroeira, mestre em Bioengenharia e doutoranda em Biomecânica da coluna vertebral pela Escola de Engenharia de Estruturas da UFMG e Universidade do Porto (Portugal), é especialista em diagnóstico funcional com Biofotogrametria Computadorizada e tratamento das deformidades da coluna vertebral. A Dra. Rozilene atende em Itabira pelo telefone (31) 3831-5302
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DeFato
Esporte DeFato
O treinador Sacolinha e alguns dos jovens talentos do clube
Fábrica de
talentos
Escolinha de futsal do Clube Atlético Itabirano (CAI), uma das mais tradicionais de Itabira, abre as portas para o esporte e aponta caminhos para o futuro
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er jogador de futebol talvez seja o principal desejo da maioria dos meninos. A bola, quase sempre, é o primeiro brinquedo. Mas entre o sonho e a realidade existe um longo caminho cheio de variáveis. Oportunidades, disponibilidade, incentivo e até o próprio talento. Também é preciso alguém que indique a direção. Em Itabira, a escolinha de futsal do Clube Atlético Itabirano (CAI) já tem essa função há algum tempo. Anos e anos moldando e, porque não dizer, educando crianças e adolescentes. Ensinando o futebol, mas também formando cidadãos. É evidente que só uma pequena minoria consegue seguir os caminhos da bola, mas outras portas poderão se abrir em áreas completamente diferentes. E é nessa hora que a formação faz a diferença. “Primeiramente socializamos as crianças. Logicamente, após essa primeira missão, aparecem alguns talentos. Em seguida, uso minha expertise de treinador e invisto nesses destaques com o objetivo de fazer com que eles joguem um futebol de alto rendimento”, comenta Geraldo Lúcio Silva, o popular Sacolinha, no comando da escolinha do CAI há duas décadas e meia. Boa praça, Sacolinha sempre demonstra muita seriedade quando está dentro das quadras. Tanto tempo à frente da escolinha ensinaram o treinador a ser um educador. E ele sabe a importância de sua missão. “Exige muito cuidado. As crianças, geralmente, chegam aqui comigo com cinco anos de idade. Então, você as molda. Ensina a ter valores, a saber perder e ganhar. Mostra que há regras e limites”, relata. “Quando você faz isso, automaticamente consegue analisar os valores. Os que não alcançam esse alto rendimento, com certeza, serão pessoas que conseguirão se inserir com tranquilidade na sociedade. Tem gente que trabalhou comigo que hoje é médico, engenheiro e por aí vai”, completa, orgulhoso.
Talentos que surgem A dedicação gera resultados. Nos 25 anos à frente da escolinha do CAI, Sacolinha já viu muitos alunos fazerem sucesso em quadras e campos de todo Brasil. Mais recentemente, passaram por ele o jovem Vinicius Henrique, atleta das categorias de base do Cruzeiro e da Seleção Brasileira Sub 17, e o jogador Thiago Galhardo, atualmente no RB Brasil, de São Paulo, mas com passagem pelo Coritiba e atuações pela Série A do Campeonato Brasileiro.
das em Itabira por causa da falta de visão das pessoas. Eu acho que é inadmissível fazer uma seleção adulta em Itabira sem ter as categorias de base. Não acho que falte boa vontade, porque isso todo mundo tem, mas falta um pouco mais de intercâmbio. As pessoas daqui precisam sair um pouco mais, ver o que acontece lá fora para trazer ideias novas para Itabira. Afinal de contas, todos nós aprendemos um pouco mais a cada dia”, defende. Pedro Henrique, por exemplo, começou a jogar futsal no CAI em 2008, quando tinha sete anos de idade. Aprimorou o talento e, hoje, aos 17, é um dos destaques do time Campeão Mineiro Sub-17 e quarto colocado no Brasileiro da mesma categoria. Agrada tanto que foi chamado para jogar também no Sub-20, onde foi vice-campeão do estadual. “A gente tem que correr atrás do que gosta, perseguir os sonhos. Infelizmente, precisei sair de Itabira para conseguir isso. Agradeço ao Sacolinha, que me ensinou a jogar futsal e me ajudou muito”, diz o atleta.
Thiago Galhardo joga atualmente no RB Brasil, de São Paulo
A safra mais recente também inclui atletas que ainda não alcançaram estruturas milionárias ou figuraram em grandes competições, mas que estão na batalha para que isso aconteça. Matheus Fernandes, 15 anos, saiu do CAI para jogar o Campeonato Mineiro Infantil de futebol de campo pelo Usipa, de Ipatinga; Pedro Henrique, 17, Victor Soares, 14, Arthur Félix, 13, e João Antônio, 11, estão no Praia Clube, de Uberlândia, uma das equipes mais tradicionais do futsal brasileiro. Exportador de talentos, Sacolinha lamenta que seus “pupilos” precisem deixar Itabira tão jovens para continuarem na perseguição do sonho de serem jogadores profissionais. “As portas estão fecha-
Vinícius foi convocado novamente para a seleção
O sonho dos garotos vai continuar. Enquanto a bola rolar, haverá alguém disposto a chutá-la e fazer do esporte um projeto de vida. Que pessoas como Sacolinha estejam sempre dispostas a educar e formar talentos para o futebol ou qualquer outra área. Produzir cidadãos de bem. E segue o jogo! MARÇO, 2016 defatoonline.com.br
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DeFato
Mês da Mulher ES PECIAL
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EMPRE
Filha de
Fernanda Brum Avelar, diretora da Rede Campestre, assumiu com garra os negócios da família
peixe... A empresária Fernanda Brum Avelar esbanja competência e beleza como diretora da Rede Campestre; empresária tem o pai como referência quando o assunto é empreender Fotos: Fernando Vieira
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m um ambiente tipicamente masculino, cheirando a gasolina e repleto de veículos, a empresária Fernanda Brum
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Avelar, 38 anos, esbanja profissionalismo e elegância como diretora da Rede Campestre - que acaba de completar 36 anos. Nascida em Belo Horizonte e
criada em Itabira, filha de um ex-vendedor de veículos que se tornou um grande empresário, aprendeu a ser empreendedora com o pai. Somando
valores como honestidade, ética, humildade e aprendizado constante, ajudou a transformar a empresa fundada pelo patriarca da família em uma das maiores do seguimento de postos de combustíveis da região. Desde criança, Fernanda se interessava pela área de negócios. Nas férias escolares ajudava seus pais na empresa da família. Com 17 anos, conseguiu seu primeiro emprego como auxiliar administrativo no departamento de compras do Bretas. Foi estagiária do Banco do Brasil e trabalhou como consultora financeira de uma empresa em BH, sempre conciliando os empregos com a faculdade de administração da PUC Minas. Em 2000, com 22 anos, quando se formou, Fernanda mudou-se para Itabira e começou a trabalhar na empresa da família, na Rede Campestre, onde trabalha até hoje. No começo, a jovem empreendedora fazia de tudo um pouco, mas rapidamente assumiu a direção dos negócios. “Eu mudei para Itabira justamente porque os meus pais foram trabalhar em outra cidade. Comecei fazendo serviços básicos. Errava, acertava, errava de novo e assim fui aprendendo”, relembra Fernanda. Aprender sempre Atualmente, Fernanda já possui mais de 15 anos de trabalho na empresa e relembrando toda a sua trajetória, ela acredita que o sucesso foi graças à perspicácia de estar sempre disposta a aprender. “Medo eu nunca tive”, garante. A diretora acredita que ninguém pode se contentar e parar no tempo. “Senão o mercado te engole”, diz ela que sempre se mantém atualizada por meio de cursos na UFMG. A Rede Campestre conta com quatro postos de combustíveis, dois em Itabira (na Avenida Brasil, no Bairro Amazonas e na Rua Água Santa), um em Barão de Cocais e outro em Timóteo. Recentemente a Rede se engajou em
Posto Campestre localizado no bairro Amazonas, em Itabira
um novo ramo, o de madeireira. O novo empreendimento e o posto de Barão de Cocais também são administrados por Fernanda, juntamente com o seu irmão. “Tenho sangue de comerciante correndo nas veias. Meu pai é um empreendedor nato, tudo que eu sou hoje, devo à ele. Meu pai é melhor que uma faculdade, ele é minha referência de valores”, diz a empresária. Em sua jornada, atuando em um ambiente tipicamente masculino, Fernanda conta que já passou por muitos obstáculos, como preconceitos por ser mulher e filha do fundador. “Hoje eu não passo mais por isso, mas imagina quando eu tinha vinte e poucos anos e assumi a empresa? Muitos acharam que eu não seria capaz”, relembra. Atualmente, Fernanda possui muitas funcionárias, que trabalham como frentistas e no escritório. Conciliando vida pessoal, uma filha de
sete anos e carreira profissional, Fernanda administra tudo com muito “jogo de cintura”. “É difícil, mas estou sempre buscando excelência. A base para conseguir qualquer coisa na vida é a ética”, diz Fernanda, que assume amar muito tudo o que faz. “Costumo dizer que posto de gasolina é como uma cachaça, sabe? Vicia”, brinca. “E não perco minha feminilidade, não deixo de passar rímel sequer um dia. Faço questão”, diz a empresária, que capricha no visual e é muito vaidosa. Valorizando a tradição e a confiabilidade da empresa, Fernanda planeja sempre manter o padrão de qualidade. “Estamos em um momento muito difícil em todo o país, então acredito que é o momento de arregaçar as mangas e inovar. Meu cliente confia no que estou vendendo, prezo pela confiança, afinal 36 anos não são 3 meses, não é mesmo?”, finaliza.
Posto Campestre localizado na região central de Itabira
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DeFato
Mês da Mulher
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Empreendedora nata, Gorete Porto é diretora de três lojas em Itabira
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Fotos: Fernando Vieira
Salto para o sucesso Gorete Porto, diretora das lojas Dominante Calçados e Esportes, Marina Shoes e Pisa Leve Calçados, conta como se tornou uma empreendedora referência em toda a cidade
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atural de Ipatinga, no Vale do Aço, a empresária Luzimar Gorete Porto, ou simplesmente Gorete, é praticamente uma itabirana. Mudou-se para a terra de Drummond em 1981, quando deu início a suas atividades comerciais por aqui. Foi dona de loja de móveis, de confecções, até abrir, em 1997, a Dominante Calçados, primeira das três lojas que Gorete é sócia-administradora. Além da Dominante, que foi reinaugurada recentemente em grande estilo com a presença da musa fitness Gracyanne Barbosa, fazem parte da rede a Marina Shoes e a Pisa Leve Calçados. As três lojas compõem o que se convencionou chamar de “Calçada da Moda”, na avenida João Pinheiro, no Centro. A exemplo de outras empreendedoras de sucesso, Gorete trabalhou duro desde cedo. Aos 13 anos já tinha carteira
assinada – na época podia, desde que o pai autorizasse. Atuando sempre no comércio, construiu empresas sólidas, reconhecidas pela reputação de bom atendimento, honestidade e produtos de qualidade. Dominante Calçados e Esportes, Marina Shoes e Pisa Leve empregam, juntas, mais de 50 pessoas em Itabira. Mulher de atitude Gorete é daquelas que trabalham diuturnamente, sem hora para encerrar expediente. Está sempre de olho nas tendências da moda e nas mudanças de hábitos do consumidor. “Graças a Deus, os bons fluidos sempre estão de encontro com os nossos planos, junto as empresas”, comenta. O segredo do sucesso? “Muito trabalho e pé no chão”, diz a empresária. Crise, na visão dela, também traz oportunidade. “Sou uma pessoa muito otimista. Pensan-
do sempre positivamente, trabalhando com foco e determinação as coisas boas acontecem naturalmente“ , relata. Inovação é palavra de ordem. A reinauguração da Dominante Calçados e Esportes, a loja mais antiga do grupo, é um exemplo. “Não podemos parar. Trabalhamos agora com confecções esportivas (fitness), porque hoje em dia, todos estão preocupados em se manterem saudáveis, `mente sã, corpo são´”, afirma a empresária sobre a novidade na Dominante, que tem 18 anos de mercado. A Dominante Calçados e Espotes tem uma variedade grande de produtos, inclusive populares, e vende para todo tipo de público, assim como a Pisa Leve Calçados – a caçula das três lojas, com seis anos de fundação. A Marina Shoes, que tem 15 anos, é voltada mais ao público feminino e infantil. Perguntada sobre os planos para o futuro, Gorete afirma que o objetivo é evoluir sempre, seja em qualidade dos produtos e, principalmente, em atendimento ao cliente. “Precisamos agradecer muito a Deus, que tem derramado suas bênçãos sobre nós, e a todos os colaboradores que contribuíram e contribuem para o sucesso das nossas empresas. O sucesso é nosso!”, comemora. “Estamos sempre inovando para atender os desejos dos nossos amados clientes. Isso é resultado de um trabalho que começou lá atrás. Espero que o futuro nos reserve só coisas boas”, finaliza.
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DeFato
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Ela tem o dom ES PECIAL
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De sorriso doce e pulso firme para os negócios, Mercezinha conta a sua trajetória até alcançar o sucesso no mercado de buffets Fotos: Bruno Guimarães
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empre batalhadora e independente, já na infância, Mercês Maciel Lopes trocou seu apelido “Princesinha” por Mercezinha. Nome escolhido para o seu empreendimento há 40 anos. O Buffet Mercezinha se tornou reconhecido não só na Região de João Monlevade e cidades do entorno, mas também em Belo Horizonte, graças ao pulso forte e simpatia da proprietária. Mercezinha desde cedo batalhou para alcançar os seus objetivos. Natural de Mariana, ainda na infância, com 5 anos de idade, mudou-se para João
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Mercês Maciel Lopes, proprietária do Buffet Mercezinha, é referência em João Monlevade e em toda a região
Monlevade com os seus pais, e aos 13 anos já ajudava sua mãe a administrar uma pensão. Ela acredita que a paixão pela culinária foi herdada de sua avó. “Sempre fui muito curiosa. Eu ia treinando, criando receitas e aprendendo com ela”, diz. Dentre as receitas que a empresária mais gosta de cozinhar estão o doce amor em pedaços, a sua famosa torta de frango com catupiry e carne de panela. Trajetória Aos 18 anos se casou e, com 22 anos, já com uma filha de 1 ano, resolveu voltar a estudar. Fez magistério e mais quatro anos de Estudos Sociais. Trabalhou como professora, mas percebeu que não era o seu sonho e resolveu investir no que mais amava fazer, cozinhar. Unindo o útil ao agradável, já com uma visão empreendedora, Mercezinha vendia salgados na escola e foi se tornando conhecida pela qualidade e sabor ímpar dos seus produtos. Trabalhou por 20 anos no Serviço Social da Industria (Sesi) de João Monlevade, dando aulas de culinária e, paralelamente, a empresária cuidava do Buffet Mercezinha.Logo quando abriu seu negócio, a empresária conta que passou por momentos difíceis até ganhar a confiança das pessoas e se tornar conhecida no mercado. “Há quarenta anos, buffet era sinônimo de serviço caro. Sofria bullyng por trabalhar nesse ramo e por morar em um bairro humilde”, conta a empresária. Hoje, com uma marca consolidada, Mercezinha faz questão de prevalecer na casa onde tudo começou. “Eu cresci aqui, no bairro Satélite, e não admito sair desse lugar”, afirma. Com a ajuda de 16 funcionários, ela segue firme com a responsabilidade de ser referência entre os melhores buffets da região.
Audaciosa Mercezinha superou com maestria os desafios que foram aparecendo ao longo de sua carreira - inclusive as crises econômicas do país, como a atual, sem ter que dispensar nenhum de seus funcionários. Ela conta que logo quando fundou sua empresa, o senador José de Alencar precisou de alguém que assumisse um buffet para 4 mil pessoas em Almenara e ligou para ela perguntando se poderia atendê-lo. “Eu disse que sim, mas expliquei que não tinha ajudantes suficientes para o trabalho. Ele então se disponibilizou a contratar mais funcionários terceirizados para me auxiliar no evento e fechamos o contrato”, relembra. “Graças a Deus conseguiu servir bem todos os convidados da festa”, enaltece. O momento mais difícil da carreira de Mercezinha foi quando ela fechou uma festa para 400 convidados em Barão de Cocais, mas no dia compareceram 600
pessoas. “Minha filha pensou que nesse dia iríamos colocar nosso nome em risco”, conta. Mas a empresária garante que sempre é preciso ter um plano B. “Os convidados foram chegando e eu mantive o pulso firme. Liguei para meus plantonistas e eles se desdobraram para conseguir mais 15 caixas de cerveja e 4 mil salgados”. Mercezinha mora em uma casa na rua de trás da sede do buffet com o marido, o pai de 100 anos de idade e a filha, a administradora de empresas, Maria Fernanda, que é o braço direito da mãe nos negócios. A outra filha da empresária, a médica Janaína, lhe presenteou com dois netos: Luísa e Guilherme. Com 65 anos, Mercezinha garante que o segredo para o sucesso é fazer o que ama. Com diversos troféus na entrada do Buffet, a empresária conta que adora ganhar prêmios, mas o maior reconhecimento é ver o cliente satisfeito. “Não tem dinheiro que pague isso”, finaliza.
Mercezinha herdou da avó a paixão por cozinhar
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DeFato
Capa
Os produtos são adquiridos de frigoríficos habilitados para exportação e com inspeção do Ministério da Agricultura
Além das
fronteiras
No ano em que comemora seu 18º aniversário, Gran Filé busca habilitação para exportar
Fotos: Fernando Vieira
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uem visita a sede da Gran Filé, no bairro Fênix, em Itabira, nem imagina que 18 anos atrás a empresa, que hoje tem capacidade para produzir 6,6 mil toneladas de carne por ano, era apenas um açougue ao lado do Mercado Municipal. Fundada em 1998 pelo empresário Rosano Procópio Duarte, a modesta casa de carnes, que tinha apenas três funcionários, cresceu, se transformou em distribuidora e atualmente é uma indústria com certificado de inspeção do governo federal. A Gran Filé (que lá no início se chamava Casa de Carnes Alvorada) comercializa carnes bovina, suína, pescados e linguiças. Emprega 89 funcionários, tem dez representantes comerciais e dispõe de uma logística própria composta por sete caminhões, que faz a distribuição em diversas cidades de Minas Gerais e de outros estados brasileiros. Recentemente, a empresa investiu pesado na ampliação da indústria, com a construção de novas câmaras frigoríficas, ampliação da área de processamento e aquisição de novos equipamentos. O investimento faz parte de um projeto ambicioso da Gran Filé: a exportação. De acordo com Rosano, falta acertar apenas a parte burocrática junto aos órgãos competentes para despachar os produtos itabiranos para além das fronteiras. “Nossa empresa está preparada para crescer”, diz o diretor. Atualmente, os produtos Gran Filé estão nas prateleiras de supermercados, açougues e mercearias de centenas de cidades brasileiras. A empresa atende semanalmente Itabira e cidades circunvizinhas, Belo Horizonte e Região Metropolitana, Vale do Aço e boa parte do Leste Mineiro, cidades históricas (Ouro Preto, Mariana, Barbacena, Tiradentes), entre outras
A empresa possui uma frota de sete caminhões que fazem a distribuição em diversas cidades de MG e em outros estados brasileiros.
regiões. Uma parte significativa do faturamento (cerca de 15%) vem da Grande Vitória (ES), onde a entrega é feita toda a semana, com algumas vendas também em São Paulo e Rio de Janeiro. Procedência A grande preocupação de todo cliente quando chega no açougue ou no supermercado é saber se a carne tem procedência. Na Gran Filé, a qualidade é garantida. Todos os produtos são adquiridos de frigoríficos habilitados para exportação e com inspeção do Ministério da Agricultura. “São empresas que abatem 1.500 animais por dia, então conseguimos selecionar o que eles têm de melhor”, afirma Rosano. Os bovinos são provenientes das regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Os suínos vêm do Paraná e de Santa Catarina. E os pescados, geralmente, são provenientes de Belém do Pará ou importados de outros países. “Só de termos um certificado de inspeção federal, já é um grande diferencial. Significa que só podemos comprar de outro frigorífico que também tenha a inspeção
federal, destacando que há três níveis de inspeção no nosso país: o municipal, feito pela Vigilância Sanitária; o estadual, de responsabilidade do IMA; o federal, expedido pelo Ministério da Agricultura; que também habilita para exportação. Importante ressaltar que o trabalho do Ministério da Agricultura dentro dos frigoríficos é muito sério e rigoroso”, afirma Rosano. Para atestar a qualidade dos produtos que chegam às prateleiras dos mercados, o Ministério da Agricultura designa uma engenheira de alimentos para trabalhar exclusivamente na fiscalização da linha de produção da Gran Filé, em Itabira. A agente de inspeção responde ao governo federal e tem autoridade para parar a linha de produção, caso haja alguma inconformidade. É um trabalho muito rigoroso, o que atesta a qualidade do produto. Na linha de produção, cada dia é processado um tipo de carne. O dia que é bovino, é só bovino. O dia que é suíno, idem. Rosano cita como exemplo, a importância do trabalho da equipe de faxina responsável pela limpeza dos setores da indústria diariamente. Se não for 100%, a fábrica não roda.
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A família Gran Filé comemora o bom momento da empresa
Família Gran Filé Das três pessoas que começaram a trabalhar com Rosano lá no início, quando a empresa ainda era uma casa de carnes, duas permanecem até hoje na empresa.
Rubens Costa começou como açougueiro e se tornou gerente de produção. É dele a responsabilidade de todo o setor de produção, tarefa que desenvolve com louvor. Andreza Macieira era caixa e se tornou gerente administrativo/financei-
Os produtos Gran Filé passam por uma rigorosa inspeção de qualidade, processo que começa desde a origem da carne até chegar à mesa dos consumidores
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ro. Enquanto trabalhava na empresa, cursou Administração e acumula grandes responsabilidades. Dos 89 funcionários que compõem o quadro de pessoal atualmente, 53 têm acima de 3 anos de casa, sendo que, dentre esses, 22 têm de 5 a 15 anos na Gran Filé. Um processo de gestão focado nas pessoas, aliado a um ambiente organizado e bom de se trabalhar, garantem à empresa uma rotatividade mínima. “As pessoas que vêm trabalhar aqui costumam vir para ficar. E é isso que queremos. Esperamos que a empresa se perpetue pelos meus filhos e filhos de meus colaboradores. Os funcionários que trabalham aqui se sentem parte da empresa”, explica Rosano. Tamanha dedicação da equipe repercute nos resultados. São os produtos de qualidade, testados e aprovados pelos mais rigorosos padrões de qualidade, que garantem à empresa condições de disputar com todo o tipo de concorrente:
as gigantes, como Friboi e Minerva, e as empresas médias e pequenas, que também querem a sua fatia de mercado. A única concorrência desagradável é aquela proveniente dos abates clandestinos, comum em cidades pequenas com fiscalização precária. Essa, sim, uma concorrência desleal, que coloca em risco a saúde da população. Sobre o futuro, Rosano afirma que a Gran Filé ainda tem muito mercado a desbravar e muito investimento a fazer, seja em estrutura, pessoal, qualidade do produto ou vendas. A finalização da ampliação da área industrial, que elevará a capacidade de produção das atuais 6,6 mil toneladas por ano para 10 mil toneladas por ano, faz parte dessa visão de crescimento, gerando, aproximadamente, mais 50 novos empregos. Para saber mais sobre os produtos, acesse o site www.granfile.com.br
Andreza e Rubens estão na Gran Filé desde quando a empresa ainda era uma pequena casa de carnes
PRODUTOS GRAN FILÉ CARNE BOVINA
PESCADOS
A carne bovina da Gran Filé chega ao cliente pronta para ser comercializada. Antes de ser embalada, ela passa por um rigoroso processo de limpeza, chamado de toalete, que retira todas as muxibas e pelancas. De acordo com o diretor da empresa, Rosano Procópio, muitos concorrentes vendem mais barato, mas entregam a carne com impurezas. “No fim das contas, o supermercado que compra uma carne que não seja a nossa, acaba pagando mais caro, com a perda de peso, além de ter o retrabalho de limpar”, afirma o diretor.
Os peixes ofertados no mercado, geralmente, vêm com uma camada de gelo, denominada “glaciamento”, que visa proteger e conservar a carne. O problema é que gelo também pesa e muitas vezes não há desconto na balança. Esse é um problema que não existe com os pescados da Gran Filé. A empresa compra o peixe inteiro, faz os cortes e a embalagem utilizando uma técnica que dispensa a camada de gelo. E o que você compra é efetivamente peixe, não gelo.
CARNE SUÍNA
LINGUIÇAS
São suínos de alta qualidade genética, o que proporciona carnes mais magras.Um dos diferenciais da carne de porco também é a limpeza e o baixo teor de gordura. O processo de produção, com alto controle de qualidade, nos permite oferecer maior shelf life (vida de prateleira) na linha de carnes resfriadas da indústria suína.
As linguiças Gran Filé são produzidas com as melhores carnes. São quatro tipos: toscana, suína, bovina e mista. O processo de produção envolve a mínima quantidade possível de insumos industrializados, garantindo sabor incomparável.
Av. Dep. Jorge Ferraz, nº 235 - Bairro Fênix - Itabira/MG - (31) 3833-4300 - www.granfile.com.br
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Gastronomia
Com a faca e o quejo na mão Iguaria apreciada desde os primórdios da humanidade, o queijo vai bem com quase tudo na gastronomia
Divulgação
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VARIAÇÕES
Kátia Portilho
H
á tantos queijos na França quanto dias no ano”. A citação de Winston Churchill, primeiro-ministro britânico e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, pode ser perfeitamente reproduzida pelos quatro quantos do planeta. Sem se esquecer de Minas Gerais, onde um dos tesouros da culinária regional – o famoso pão de queijo – tem como ingrediente principal nada mais, nada menos, que o queijo. Derretido, em cubinhos, ralado, fatiado, na tábua de frios, no fondue ou na pizza, independentemente de como é consumido, o fato é que o ingrediente fica bom com quase tudo. Uma das iguarias mais conhecidas e apreciadas do mundo, o queijo passa por um longo e delicado processo de fabricação antes de chegar à mesa. Por isso, seus especialistas, os denominados “fromager” ou “mestre queijeiros”, estudam anos para dominar a técnica dessas verdadeiras obras de arte gastronômicas. De acordo com o especialista em queijos, Víctor Mattos, o processo de fabricação se inicia com a ação de bactérias lácteas sobre o leite, transformando a lactose em ácido láctico. Adiciona-se o coalho para que a proteína e a gordura do leite se liguem e se separem do soro. A coalhada, posteriormente, é separada do soro, moldada e passa por um processo de maturação. “Evidentemente, cada queijo possui algumas especificidades no processo produtivo, portanto essa descrição é apenas um breve resumo”, complementa. Queijo Minas O queijo minas é parte da riqueza do estado e de grande reconhecimento em todo o país. Não é à toa que o modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Institu
De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias de Queijos (ABIQ), existem hoje, somente em território nacional, em torno de 250 tipos de queijo. Alguns, tipicamente brasileiros, e outros inspirados nos conhecimentos queijeiros trazidos ao país por franceses, dinamarqueses, italianos e, mais recentemente, introduzidos por hábitos alimentares ingleses e americanos. As variações de sabor, textura e cor são muitas e agradam até os mais seletos paladares. Conheça a seguir alguns tipos de queijo e bon appétit!
BRIE
De origem francesa, o queijo Brie é fabricado no Brasil e tem sabor intenso. Possui casca branca aveludada que lhe confere textura macia e quebradiça. É conhecido também como queijo de mofo branco. Consumo: Puro, em tábuas de queijos ou saladas. Pode ser usado em versões culinárias quentes. Combinação perfeita com geleia de frutas vermelhas.
Seu sabor é fresco, lácteo e agradavelmente ácido. É o queijo mais fabricado e consumido no Brasil. Quando fresco, sua textura é tenra e borrachuda. Após onze dias de maturação, adquire consistência mais cremosa e fundente. De origem italiana.
MUÇARELA
Consumo: é um queijo tipicamente culinário, que se pode consumir frio, puro ou em saladas. Compõe saborosas pizzas, massas e recheios.
PROVOLONE
Seu sabor varia do picante ao doce. É um queijo de origem italiana, compacto e duro, de cor amarelada e aroma agradável. Costuma ser comercializado em forma de cilindro. Tem longa duração, por volta de um ano. Hoje, grande parte do provolone é comercializado no Brasil na forma defumada. Consumo: É delicioso sozinho, em sanduíches ou frito servido como tira-gosto. Perfeito para derreter na churrasqueira.
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Gastronomia
to do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, é o queijo mais consumido no Brasil, provando que caiu no gosto da população. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), atualmente, o Brasil é o 6º maior produtor de queijo no mundo. Só a indústria mineira produz 215 mil toneladas do produto anualmente.
O queijo Gorgonzola caracteriza-se por maturação com Penicillium roqueforti, que confere aos queijos seus veios azulados. Por isso, faz parte da família dos queijos azuis ou blue cheeses. Apresenta massa úmida, textura macia, um pouco pastosa e quebradiça. Têm sabor pronunciado e característico, ligeiramente salgado. De origem Italiana.
GORGONZOLA
Consumo: Puro, em tábuas de queijos, como aperitivo ou em aplicações culinárias, como molhos ou recheios. Cortado em pequenos cubos em uma salada com damasco fica muito saboroso.
ROQUEFORT Apresenta massa de consistência cremosa e esfarelada, com casca úmida, sabor acentuado e picante. Assim como nas variedades de queijo Gorgonzola e Camembert, faz parte da família dos queijos azuis. De origem francesa. Consumo: Macio, o roquefort fica ótimo em molhos.
Em Minas Gerais são produzidos atualmente três tipos de queijo: Frescal, Minas Padrão e Meia Cura. Segundo Víctor Mattos, o Queijo Frescal, como o próprio nome já diz, é fresco, com alta humidade, sabor menos pronunciado, massa crua e delicado. “Devido à pouca ou nenhuma maturação, o recomendável é que esse seja consumido em até 10 dias depois da fabricação”, explica. Em contrapartida, o queijo Minas Padrão passa por um processo de maturação mais longo. “Possui uma casca firme e de cor amarelada, sabor mais marcante e ácido. O prazo de validade, se refrigerado, é de até 90 dias”, acrescenta. Já o Queijo Meia Cura é basicamente o meio termo entre o queijo Minas Frescal e o Minas Padrão. “É chamado de semicurado, pois seu tempo de cura é menor que o do queijo Minas Padrão”. Sua textura é macia, amarelada, e com um teor de gordura considerável.
O queijo Parmesão, de origem italiana, é uma das variantes dos chamados queijos Grana, assim denominados por possuírem uma estrutura granular de consistência dura e seca. Possui um sabor levemente picante e salgado.
PARMESÃO
Consumo: delicioso para acompanhar massas e para gratinar pratos.
GRUYÉRE
O Gruyère é um queijo de massa dura e sabor pronunciado originário da cidade de Gruyères, na Suíça. Sua longa maturação propicia a formação de uma casca espessa e dura que protege o queijo. O sabor do Gruyère é frutado e adocicado. Este é o queijo que, em parceria com o Emmental, se faz a verdadeira fondue. Consumo: Pode ser consumido puro, acompanhado de frutas e compondo as tradicionais tábuas de queijos.
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HARMONIZAÇÃO A dupla queijo e vinho é sinônimo de companhia ideal e receita fácil para receber amigos. No entanto, saber com qual bebida servir determinado tipo queijo é imprescindível para o sucesso da degustação. “Além de saber quais as combinações ideais, se a intenção é servir apenas queijos e vinhos, o recomendável é oferecêlos do mais suave ao mais forte”, afirma o especialista Víctor Mattos.
Ele destaca que de um modo geral, salvo exceções, queijos de casca dura combinam com vinhos tintos, e queijos frescos vão melhor com os brancos. E quanto mais cremoso o queijo, mais acidez o vinho deve ter. Para acertar em cheio na escolha, confira algumas dicas de harmonização.
QUEIJOS AZUIS Gorgonzola, Roquefort, Stilton e Maytag
VINHOS DE SOBREMESA Sauternes, Tokaji, Porto
QUEIJOS FRESCOS SEM CASCA
ESPUMANTES, BRANCOS LEVES E ROSÉS: Sauvignon Blanc, Champagne, Rosé da Provence
QUEIJOS MACIOS E SUAVES Brie, Edam e Camembert
Burrata, Frescal
VINHOS BRANCOS AMADEIRADOS E/OU ENCORPADOS: Chablis, Chardonnay com madeira, Trebiano
VINHOS TINTOS LEVES OU BRANCOS DOCES: Chardonnays, Pinot Noir Carménère, Bardolino
QUEIJOS DE MÉDIA CURA Emmental, Gruyère e Minas Padrão
Quem mexeu no meu queijo? Na casa da advogada e empresária Betânia Neves, o queijo, aliás, a falta dele, já foi motivo para uma discussão familiar. Brincadeiras à parte, Bel conta que é apaixonada por queijo e abrir a geladeira de sua casa e não encontrar um “naco” da iguaria é como se o mundo fosse acabar. “Sempre tenho à mão o frescal, o parmesão ralado (de saquinho não. Mando ralar na hora da compra) e o gorgonzola. Amo cozinhar, e queijo para mim é complemento para tudo”. Ela conta que só não coloca o ingrediente no feijão. “No mexido é obrigatório um pouco de queijo. Coloco no risoto, no crepe, no purê de batata, no arroz, na broa. De sobremesa? Queijo com goiabada, claro!”, afirma Bel com entusiasmo. A empresária diz que todos os sábados, logo quando acorda, seu primeiro compromisso é ir à feira comprar o queijo para a semana. “Posso ter dez eventos para organizar no fim de semana, mas não abro mão de ir à banca do ‘seu Neném’ buscar meu queijo”. Ela ressalta que já tiveram ocasiões, que o próprio comerciante foi à casa de Bel para levar o queijo pessoalmente. “É quase uma assinatura de queijo”, comenta. Outra curiosidade interessante que a empresária conta é a paixão de suas duas “filhas” cadelinhas pelo ingrediente. “Se quiser fazer amizade com elas é só dar uma ‘lasquinha’. Puxaram a ‘mãe’. Adoram queijo!”, finaliza Bel.
QUEIJOS BASTANTE CURADOS Parmesão, Provolone e Pecorino VINHOS TINTOS ENCORPADOS E/OU RESERVA: Cabernet Sauvignon, Malbec, Brunello
Para Bel Neves, queijo vai bem com quase tudo
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SUGESTÃO DO
QUEIJO BRIE COM GELEIA DE DAMASCOS Fotos: Bruno Guimarães (prato) e Igor Procópio/ DeFato (chef)
INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
HARMONIZAÇÃO
1 fatia de queijo brie (120g)
Hidrate os damascos na água por 24h. Escorra e reserve a água
Por ser um prato cremoso e aromático, para acompanhar, a adega do Meet sugere espumante, vinho branco ou rosé.
Pique os damascos e leve ao fogo médio com a água e o açúcar até ferver
Espumante Brut rose Rio Sol (R$ 59)
Geleia de damascos Amêndoas laminadas Torradas
INGREDIENTES GELEIA DE DAMASCOS
Espere encorpar. Adicione mais água ou açúcar a gosto. Caso queira, pode adicionar suco de 1 limão pequeno e raspas de casca de limão.
120g de açúcar
Espumante Arti Moscatel (R$ 49) Vinho branco Les Combelles (R$ 84) Vinho branco Tantehue (R$ 45)
200ml de água
MONTAGEM
200g de damascos
Abra uma tampinha na fatia de queijo brie, adicione geleia e tampe novamente
*Rende 500g
Prosecco Fatinel Extra Dry DOC (R$ 92)
Vinho rosé Virtus (R$ 57)
Gratinar em fogo a 200 graus por 5 min em uma assadeira comum. Não deixe o queijo desmanchar. Sirva quente em uma travessa com amêndoas e torradas. Combina com frutas e castanhas também.
Por Douglas Sabino, cozinheiro chef do Meet Restaurant e Lounge
Rua Gonzaguinha, 08, Esplanada da Estação, Itabira https://www.facebook.com/meetitabira
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Empreendedorismo Márcio Labruna
Fé, esperança e ação M
inas se diferencia dos demais estados do Brasil pela sua diversidade econômica e social. Somos uma síntese do país. Os municípios representam as células construtoras dos estados, assim como os estados formam o país. É no município que tudo acontece e é no município que moramos e construímos nossa vida. Dentro dessa realidade precisamos ter fé e esperança dentro do nosso habitat, agindo localmente com visão sistêmica e globalizada. Se quisermos construir um melhor futuro para a humanidade temos que investir na formação das futuras gerações e tudo começa dentro de cada um de nós. No entanto, fé e esperança sem ação não constrói, assim como qualquer empreendimento. Nós empreendedores conscientes precisamos agir rapidamente e o momento é agora. Não podemos continuar aceitando o baixo nível das gestões de nossas instituições, nos contentando com migalhas de esperanças e promessas. Não podemos continuar fingindo que está tudo bem e que a qualquer momento vai melhorar, enquanto nossas riquezas se desvalorizam, nossa economia recrudesce, o desemprego aumenta e começa a faltar pão em nossa mesa. Nosso pais é uma pátria desmemoriada e um povo sem memória, sem utilização da maior dadiva que Deus nos deu: a capacidade de refletir, discernir, valorizar o que é bom, enxergar
labrunabh@gmail.com
o futuro de forma contextualizada e não voltada ao egoísmo e interesses pessoais, é um povo sem futuro. Precisamos agir neste particular e evitar o existencialismo que celebra apenas o instante que vive. Vamos buscar na história de nossa cidade os bons exemplos de itabiranos vencedores que através do trabalho justo e ético ajudaram a fazer o momento presente e repudiam os sonegadores e aventureiros. Temos muitas oportunidades para trabalhar e as adversidades podem ser transformadas, basta deixar nossa criatividade aflorar. Estamos iniciando um novo cenário político para nossa cidade e não podemos ser omissos, pois, como disse Platão 300 a/C, o destino dos bons cidadãos que se omitem e se escondem, é o de serem comandados pelos medíocres. Nós, educadores, líderes comunitários, pais e mães de família, empresários conscientes e éticos, somos os arqueiros e nossos jovens e filhos as flechas. Vamos meditar para onde estamos lançando o futuro. Precisamos de muita fé e esperança e nossas ações, nossa determinação, nosso compromisso com o futuro, nos farão empreendedores, construtores de um novo cenário político e social.
Não podemos continuar aceitando o baixo nível das gestões de nossas instituições
Márcio Antônio Labruna é eletrotécnico, matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e expresidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira.
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Culinária
Ingredientes
Carpaccio
e n r a c e d Saborosa, sofisticada e fácil de fazer, essa entrada é uma ótima pedida para um jantar a dois
Dicas Para um bom resultado deste prato, é imprescindível que as fatias do filé sejam cortadas bem finas.
70 g de filé mignon Sal e pimenta do reino branca a gosto 15 folhas de rúcula 10 lâminas de queijo parmesão 1 champignon fresco médio cortado em lâminas 1 colher (sopa) de azeite Suco de 1 limão siciliano
Modo de preparo Limpe a peça de filé mignon, deixando o miolo, corte em fatias bem finas, espalhe pelo fundo do prato, tempere com sal e pimenta branca do reino. Coloque as folhas de rúcula, o cogumelo e finalize temperando com azeite e o limão. www.gshow.globo.com
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Flash Social Fernando Vieira
A hairstylist Naura Couto, proprietária do salão Naura Cabeleireira, ministrou um curso para profissionais da área da beleza em seu espaço, em Itabira. Ao centro Naura Couto ladeada por Sabrine, Jaqueline, Valdênia, Rita de Cássia, Márcia, Isabel, Flaviania e Fabiania que se tornaram “Experts em Noivas”. Vestidos: Mônica Noivas/ Foto: Fernando Vieira/ Modelos: Atitude Models
Divulgação
O itabirano Roberto Rocha de Alvarenga especialista em Implantodontia, visitou o Yosemite National Park, durante viagem de férias para a California.
Yves Herminio
DeFato
O empresário e um dos sócios da #Megga, Eduardo “Lumbriga”, ao lado de Júlio Macedo e Hugo Barcelar, durante o badalado evento #Megga Summer, no restaurante Apricci, em Itabira.
Point do Açaí comemora a abertura de terceira loja em Itabira. Na foto, os proprietários Thelles Gregório, Pollyaine Campos, Haroldo e Raquel Nascimento.
DeFato
Arquivo pessoal
Yes Fotografia
O empresário Nanaldo inaugurou no mês de fevereiro, em Itabira, a franquia iGUi, uma das marcas mais conceituadas do ramo de piscinas do país.
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O casal Alexandre e Helen Diulhia disseram “sim” em cerimônia na igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, em Santa Maria de Itabira
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Galeria de fotos
Coquetel de Inauguração INAL Fotos: Yves Hermínio
Itabira recebeu no mês de fevereiro uma clínica especializada em exames de cintilografia, procedimento que os itabiranos e pacientes da região só conseguiam realizar em Belo Horizonte. A INAL Itabira Medicina Nuclear realiza a cintilografia em várias áreas médicas, tais como: cardiologia, óssea, pulmonar, tireoide, renal e cerebral, dentre outras. Com profissionais experientes, instalações modernas e tecnologia de ponta, a inauguração da clínica é um grande passo para a área de saúde de Itabira e região. INAL Itabira Medicina Nuclear Endereço: Avenida Duque de Caxias, 24, loja 03, bairro Quatorze de Fevereiro Telefone: (31) 3834-0753 email: inalmn.itabira@gmail.com
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Galeria de fotos
Reinauguração Hucamotos Fotos: Ives Hermínio/DeFato
A HUCAMOTOS Yamaha, única concessionaria autorizada Yamaha de Itabira, está de casa nova. No dia 16 de fevereiro, clientes, colaboradores e amigos participaram do evento de inauguração da loja, na avenida Osório Sampaio. A nova loja tem 470 metros quadrados, dos quais 250 são de área de venda, e conta com uma equipe altamente qualificada e vendedores preparados para prestar um atendimento personalizado. Av. Osório Sampaio, 231 - Vila Santa Rosa Telefone: (31) 3840-1677
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Elegante Sempre Janaína Depiné
Ter tempo para os filhos é essencial O
cotidiano das mães brasileiras costuma ser repleto de tarefas. Trabalhar, fazer compras, estudar, encontrar os amigos e preparar a comida são apenas algumas atividades. Em meio às pressões do dia a dia, às vezes falta tempo para ficar com os filhos. Além disso, o uso cada vez mais frequente de celulares, tablets, computadores contribui ainda mais para o afastamento entre as mães e os pequenos. Veja como mudar isso. Desconecte
Os pais precisam controlar o tempo que passam em seus celulares. Quando estão com os filhos, os pais devem se desligar das redes, do celular e do computador porque hoje nós temos a tendência de ficar o tempo todo conectados. Às vezes, os pais até estão com a criança, mas o celular toca toda hora ou as mensagens não param de chegar. Isso não é um tempo de qualidade. Interaja As situações de interação com os filhos ajudam a transmitir-lhes valores, como o respeito ao próximo. Hoje, a sociedade está muito centrada no individualismo. Quando a criança percebe em casa, que é importante ouvir o outro, ela aprende a não ser egoísta. A conversa com os pais ainda ajuda a criança a ter mais autoconfiança.
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Crie momentos inesquecíveis - Desligue seu celular quando estiver fazendo algo com seus filhos. – Faça ao menos uma das refeições do dia em família. – Procure levar e/ou buscar a criança na escola. – Faça perguntas e valorize o cotidiano de seus filhos. – Crie momentos com os pequenos, como cinema em casa para ver um filme ou um desenho de que a criança goste. – Cozinhe com seus filhos e aproveite esse tempo para transmitir-lhes valores. – Acompanhe o dever de casa e o desempenho escolar deles. – Crie suas próprias tradições familiares, como dia da pizza, dia do pijama, etc. – Na hora de dormir, leia e conte histórias. Aproveite para contar a eles suas histórias pessoais também. – Brinque com a criança. E, então, vamos ter mais tempo de qualidade com nossos filhos?
As situações de interação com os filhos ajudam a transmitirlhes valores, como o respeito ao próximo Janaína Depiné é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos.
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Opinião
Os desafios do empreendedor brasileiro S
er um empreendedor em um mercado cada vez mais competitivo não é tarefa fácil. Ser dono do próprio negócio em um país como o Brasil, porém, é um desafio ainda maior. O perfil da economia nacional se modificou muito nos últimos e, de acordo com dados de uma pesquisa do Sebrae, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), quase 44% dos brasileiros sonham em ter a própria empresa. No entanto, os que desejam entrar para o universo do empreendedorismo no país se deparam com fatores que são verdadeiros entraves para o crescimento e, em alguns casos, para a sobrevivência da empresa. Burocracia excessiva, carência de incentivos por parte do poder público e, principalmente, a complexidade e defasagem do sistema tributário e fiscal. Na contramão dos dados que mostram o crescimento da parcela de pessoas que querem abrir a própria empresa, um estudo divulgado pelo IBGE revela que, de cada 100 companhias abertas no Brasil, 48 encerram suas atividades em três anos. Esse diagnóstico abarca, principalmente, as micro e pequenas empresas. Todavia, não são somente os negócios com essa configuração que sofrem com os entraves de gestão. Isso porque, se uma empresa consegue crescer aqui, ela é punida com mais burocracia e, proporcionalmente, com mais impostos, que correspondem a uma fatia considerável das receitas dos governos. Em relação à nossa alta carga tributária, ficamos atrás somente de nações desenvolvidas, como a Suécia, Finlândia, Bélgica, França e Dinamarca. Uma grande diferença entre nós e eles, porém, é que, nos outros países, os encargos retornam para a sociedade por meio de ser-
É preciso oferecer mais subsídios aos micro e pequenos empresários para que eles tenham condições de realizar a gestão eficiente do negócio
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Helbert Macedo
helbert@mastermaq.com.br
viços públicos de qualidade, como saúde, educação e segurança. Além dos impostos cada vez mais elevados e com valores desequilibrados, a volatilidade das normas fiscais e tributárias do país exige atenção por parte dos empresários para atender às demandas do fisco. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), são editadas no Brasil, em média, 37 normas por dia, ou seja, 1,57 por hora. Essas alterações se dão, principalmente, porque as bases da atual legislação datam da década de 1950, por esse motivo ela precisa não só ser reformada, mas reconstruída “do zero”, de modo a acompanhar as configurações de mercado sem causar impactos diretos no desenvolvimento e na gestão das empresas. Como isso ainda não é uma realidade, os empreendedores brasileiros, incluindo os contadores, precisam gastar cada vez mais tempo e dinheiro para se atualizar sobre as diferentes demandas da Receita Federal. Nesse sentido, os softwares contábeis e de gestão podem ser grandes aliados no cumprimento dessas obrigações. Somadas à complexidade da nossa legislação, outras barreiras também surgem quando o assunto é fazer a gestão do negócio no Brasil: baixa produtividade do trabalhador brasileiro (rendemos, em média, um quarto do que os americanos produzem), falta de incentivo do governo à inovação, baixa qualificação dos colaboradores, menos infraestrutura física e tecnológica, entre outros. Algumas alternativas, no entanto, se mostram viáveis para atenuar esse quadro. Entre elas estão a simplificação e a transparência dos procedimentos fiscais, maior prazo para recolhimento dos tributos e a possibilidade de renegociação de dívidas com o empreendedor. Além disso, é preciso oferecer mais subsídios aos micro e pequenos empresários para que eles tenham condições de realizar a gestão eficiente do negócio, aumentando, assim, as taxas de sobrevivência dessas companhias..
Helbert Macedo, Cientista Econômico