Revista DeFato 274

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DeFato

Ao Leitor

Mais uma DeFato

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tabira é um retrato na parede. Vocês aceitaram e estão aceitando isso”. A frase, dura, é do entrevistado desta edição de DeFato, Stefan Salej, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ao comentar sobre o cenário econômico da terra de Drummond, o esloveno/brasileiro usa uma citação célebre do próprio poeta para definir porque a cidade continua tão dependente da mineração. E depois questiona: “Onde está o plano para reverter?”. Ilustra a capa desta edição o empresário César Lopes, diretor do Grupo Dular. Ele teve visão diferenciada. Mesmo em um ano de profunda dificuldade econômica, ele sorri para os números de sua empresa. As lojas crescem, inaugurações acontecem e novos projetos são desenvolvidos. Segundo conta, isso tudo só foi possível graças à antecipação do que estava para acontecer. O controle de gastos ficou mais rígido, os funcionários compraram a ideia e os resultados estão aí. César rema contra a maré. Pertencem ao Grupo Dular, também, as lojas TIM Celulares e a Pousada Pedra que Brilha, em Ipoema. Ao todo, são 25 lojas em 16 cidades diferentes. Trezentos funcionários e um mix com mais de 11 mil produtos ofertados aos consumidores. Números grandes que só foram alcançados por causa da persistência e da resiliência. O tema economia tem sido constante nas edições de DeFato. Em tem-

pos de crise, insistimos, a cada mês, em apresentar exemplos de que é possível crescer mesmo nas dificuldades. Mostrar gente que pensa diferente. Pessoas que se reúnem para propor o desenvolvimento. Como foi feito em Santa Bárbara, na 18ª edição da Feira Multissetorial, que neste ano discutiu o turismo como alternativa para os municípios de nossa região. Esta edição também tem exemplos de pessoas bem sucedidas nos variados caminhos que decidiram trilhar. O jornalista itabirano Rodrigo Franco, repórter da TV Globo e do SporTV. O estudante Otto Baêta, da Unifei Itabira, que concilia os livros e os alteres para sagrar-se campeão sul-americano de fisiculturismo. O promotor Marcelo Mata Machado, com espírito combativo e sem medo de cara feia em Conceição do Mato Dentro. Pelas cidades, mostramos os movimentos sociais pela redução dos salários dos políticos. Em Itabira, tem também a luta da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) para conseguir uma unidade da entidade no município. Ainda na terra de Drummond, o Ministério Público deu prazo para que a Prefeitura construa um novo canil para retirar animais abandonados das ruas. O assunto foi tratado na última edição de DeFato e repercutiu. Fotos, notícias e pontos de vista diferentes acerca dos mais variados assuntos. Tudo isso na DeFato 274. Boa leitura!

Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Tatiana Santos Mariana Reis jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Atendimento Cleise Martins atendimento@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro Aline Duarte financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR

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Entrevista

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Segurança pública

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Negócios

Conceição

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Política

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Perfil

Canil

36

Capa

54

Esporte

Stefan Salej

Última trincheira da sociedade

Lar temporário

Esperança entre as grades

Salários questionados

Grupo Dular

Divulgação

Sumário

A força do turismo

Movido pelo sonho

Disciplina, foco e resultados

Colunas

30

Márcio Labruna Empreendedorismo

51

Daniel Lança Cidadania

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Daniel de Castro Prosa

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Opinião Auriston Magalhães Vitor

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Cartas

Capa Realmente, um projeto audacioso, ainda mais quando todos falam em crise. Torço muito para que dê certo, para que o esforço e a visão desses empreendedores seja valorizada. Em uma época difícil como a que a gente enfrenta, é inspirador ver exemplos de quem tem coragem de ir contra a maré. Sucesso! André de Freitas | Belo Horizonte

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É um projeto interessante, que aproveita bem o vetor de crescimento de Itabira. E também torna aquela área da cidade mais bonita e atraente. Pelos depoimentos dos compradores, é possível notar que observaram esse detalhe e estão satisfeitos com o investimento feito. Ana Angélica A. Gomes | Itabira Sempre quando passo por aquela região do bairro Praia comento com quem está comigo que aquele ponto ainda será o centro de Itabira. Há quem duvide, ou quem me chame de louco. Mas hoje já podemos perceber que não é viagem minha. Loteamentos, grandes empresas e agora este prédio movimentado. Muito bom para Itabira! Paulo S. Mascarenhas | Nova Era/MG

Envie sua opinião para contato@defatoonline.com.br ou comente as matérias no site: www.defatoonline.com.br

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Entrevista A entrevista do Presidente da AMM, Antônio Julio é extremamente esclarecedora e retrata bem a atual situação financeira que passa os municípios mineiros, em especial os que literalmente dependem dos recursos do Cefem. Com a diminuição nos valores enviados por meio do FPM e ICMS torna-se insustentável a gestão pública. Mas o que mais me espanta é vereador dizer em plenário na Câmara Municipal que “não há crise financeira”. Difícil acreditar em tamanha falta de argumentos. Tonny Morais – Itabira

Canarinho itabirano Excelente matéria desenvolvida pelo jornalista Renato Carvalho, onde evidencia o profissionalismo do garoto itabirano Vinicius Henrique, com promessa e perspectiva de ser um craque na Seleção Brasileira principal. Parabéns ao olheiro Ilton Andrade (Nôca) e treinador Geraldo Lúcio (Sacolinha), que o descobriram, treinaram e projetaram Vinicius Henrique. Não poderia deixar de congratular Ivan Moreira Pena, pai de Vinicius, que sempre teve muita paciência com filho brilhante, indo constantemente aos treinos e jogos na Toca da Raposa para incentivar o canarinho itabirano. Fernando Moreira Cunha | Itabira Parabéns, Vinicius, você merece! Mateus Jácome | Itabira Camaco O maior entendido em linguagem de camaco em Itabira é o professor Lelinho Sampaio. No início dos anos 2000, ele publicou um texto sobre o assunto, contando a história provável do nascimento desse dialeto – uma espécie de resistência cultural. Os estrangeiros falavam inglês pelas ruas de Itabira, então alguns itabiranos passaram a enrolar a língua trocando sílabas das palavras. Lelinho foi quem levantou essa bola na cidade. Depois dele, o Museu da Pessoa se interessou pelo assunto. Há até um documentário feito pela Vale com depoimento de diversos usuários dessa linguagem. Lelinho, inclusive contou no texto como é a fonética, a pronúncia, detalhou tudo. A maior autoridade nesse assunto é o professor Lelinho. Cláudio Fraga Bueno – Itabira Adorei a matéria. Eu sei falar um pouco da linguagem de camaco e tenho vonta-


de de estudar tal fenômeno linguístico. Ivan de Souza | Itabira Desde menino sei falar a linguagem de camaco. Muito legal! Daniel de Oliveira | Itabira Cores da prevenção Olá DeFato, estou atualmente como coordenadora do CVV e, em nome da instituição, quero agradecer a matéria escrita sobre “Cores da Prevenção “ na qual cita o CVV e informa o telefone e o horário de atendimento. Obrigada. Meu cordial abraço. Valdélia Almeida C. Fonseca | Itabira Parabéns para a equipe DeFato! Não é só mais um “portalzinho” de notícias

que quer divulgar tragédias e ganhar dinheiro como muitos outros na cidade. Quer levar qualidade de vida, informações de primeira e ações como esta. Meus parabéns! Marcela Linhares | Itabira Festival dos sabores Parabéns aos ganhadores. Adorei participar. Ano que vem sem dúvidas estaremos de novo. Muito show! Guilherme Pessoa Salles | Itabira Parabéns ao pessoal do Toyama, merecido o primeiro lugar. O atendimento, de fato, é muito bom. Inclusive, a atendente vencedora (Luana) bem que poderia ratear o seu prêmio com sua colega de profissão, pois ela também exerce o seu

mister com maestria. Risos. Alessandro Lima | Itabira Problema do cão Sou de Belo Horizonte e quando fui para Itabira este ano fiquei impressionada com o descaso com os animais abandonados na rua. Na rodoviária da cidade, são diversos cachorros abandonados. O triste é ver as cadelas reproduzindo e nascendo mais cachorros para sofrerem na cidade. A prefeitura não cuida mesmo e não enxerga como um problema de saúde pública. O mínimo que poderiam fazer é realizar castrações. Fora o sentimento de tristeza com o mau estado dos animais, as doenças que podem se proliferar também é um outro problema. Márcia Ferreira | Belo Horizonte/MG


DeFato

Entrevista

STEFAN SALEJ

Mais do que

dinheiro

Empresário renomado, ex-presidente da Fiemg e criador da Escola Técnica de Formação Gerencial, Stefan Salej dá a receita do sucesso: não pensar apenas no lado financeiro. É preciso sonhar!

Rodrigo Andrade

D

e atendente de lanchonete à presidência de uma das maiores entidades empresariais do país. A vida do esloveno Stefan Bogdan Barenboim Salej, 72 anos, mudou muito desde que chegou ao Brasil, há 55 anos, fugindo do clima hostil que se instalou na Europa após o nazismo alemão. Minas Gerais foi o local escolhido pela família para recomeçar a vida. A partir daí, teve início uma história de muita persistência. Na Eslovênia, a mãe de Salej chegou a ser presa, a irmã desapareceu e ele passou um ano em reformatório. Sofreram até conseguirem embarcar de navio para o Brasil, onde o pai já estava há 11 anos. Chegaram pelo Rio de Janeiro, fizeram fotos no Cristo Redentor e depois seguiram de trem para Belo Horizonte. O principal cartão postal carioca está eternizado na memória do esloveno. Lembra a infância difícil e o sucesso empresarial. Uma das empresas dele foi a responsável por iluminar o Cristo Redentor. Salej foi atendente de lanchonete, vendedor e representante comercial. Hoje, é relações públicas, administra-

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dor de empresas e cientista político. Foi presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas (1991-1994), onde criou a Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG). Em seguida, tornou-se o 11º presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) (19952001). Também já foi diplomata pelo governo da Eslovênia e representante da União Europeia junto aos países da América Latina. Nos últimos anos, dedicou-se à carreira acadêmica na África do Sul. No fim do mês passado, Stefan Salej esteve em João Monlevade para uma palestra em evento do Sebrae sobre inovação. O sucesso empresarial, segundo ele, vem da persistência e dos sonhos. Para o esloveno, o principal erro que um empresário pode cometer é pensar só no dinheiro. “É o caminho para o fracasso”, sentencia. Inovação, situações empresariais, a Escola de Formação Gerencial, o panorama político-econômico do Brasil e até uma crítica pesada a Itabira estão na entrevista que Setefan Salej concedeu a DeFato.

Ainda é muito alto o índice de empresas que fecham as portas antes mesmo de completarem cinco anos. Por que isso acontece? Nem todas as iniciativas na área empresarial dão certo na primeira vez. Tem que tentar e persistir. Mas também a isso se juntam dificuldades fiscais que são enormes, volatilidade de mercado e falta de capital, seja de conhecimento ou financeiro. Mas há outro fator: as pessoas querem ser empresárias para ganhar dinheiro. Não têm sonhos, não têm projeto e não têm compromisso a não ser ganhar dinheiro. É o caminho certo para o fracasso. Ser empresário é algo mais do que ganhar dinheiro. Em tempos de crise, como o que vivemos, é comum ver várias pessoas despertarem para uma atividade própria. O brasileiro ainda liga o empreendedorismo ao impulso do desespero, ou essa mentalidade já mudou? É a alternativa que se apresenta às pessoas. Eu mesmo comecei com negócio próprio porque não conseguia emprego. Não há nada de mau nisso. O


Fotos: Divulgação

“As pessoas querem ser empresárias para ganhar dinheiro. Não têm sonhos, não têm projeto e não têm compromisso a não ser ganhar dinheiro. É o caminho certo para o fracasso”

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Entrevista

Stefan Salej presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), uma das maiores entidades empresariais do Brasil

que precisa ter é mais do que só impulso ou desespero. Precisa ter um sonho, um projeto, estar disposto a sacrifícios e persistência. Aliás, quando é negócio de família, todos têm que estar dispostos a colaborar. Como avalia os investimentos em inovação no Brasil? Temos alguma inovação, mas o pior é que não seguimos e aproveitamos bem as inovações que o mundo nos oferece. Nós investimos pouco e gastamos muito em inovação e tecnologia. Fala-se e escreve-se demais e faz-se pouco. Há um hiato que continua ser preenchido com discurso ao invés de ações, que é distância que separa nossos centros acadêmicos e de pesquisa do mercado. Itabira é uma cidade extrema-

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mente dependente da mineração. É mais difícil empreender em ambientes como esse? Não. Itabira não é único caso no mundo que depende de um produto só. O problema é que outros conseguiram desenvolver e Itabira, mesmo com muito apoio da Vale, não consegui. E talvez o maior problema de vocês é que nem sabem o porquê. Ou se sabem, não re-

“Acho que entidades empresariais poderiam ser mais ativas e, junto a outros segmentos, apresentarem planos e liderarem desenvolvimento”

agiram. Itabira é um retrato na parede. Vocês aceitaram e estão aceitando isso. E onde está o plano para reverter? Em artigo publicado pela Fiemg (“Do guarda-chuva no dia de sol”), o senhor aborda a importância do planejamento nos municípios. Falta visão empresarial nas gestões públicas? Falta mesmo nas gestões públicas é visão pública. Falta planejamento que transborde as fronteiras de planejamento urbano. E os eleitores não cobram isso. Não conheço um município mineiro que tenha plano de desenvolvimento. Tudo é política de esperar que os governos estadual ou federal façam. É a política local do ‘dá cá e recebe lá’. Nenhum compromisso com futuro de vida dos seus cidadãos. Acho que entidades


Para Salej, empresários precisam ter sonhos e persistência para que os negócios prosperem

empresariais poderiam ser mais ativas e, junto a outros segmentos, apresentarem planos e liderarem desenvolvimento. E a oportunidade é na próxima eleição. Uma das medidas do pacote de ajuste fiscal do governo brasileiro é reter até 30% da receita do Sistema S como forma de cobrir os rombos nas contas públicas. O que o senhor pensa disso? O sistema tem suas excelências. Em Minas, tanto Sebrae como outras entidades têm sua excelência. Mas não é igual em todo Brasil. O sistema precisa ser mais transparente. Você já viu balanço de alguma entidade? Precisa ter mais compromisso, não com seus dirigentes, mas com seus clientes, que, aliás, pagam as contas. Mas repudio a maneira que o governo fez. Esta eficiência do sistema pode ser obtida através de diálogo. E

se é para reduzir a contribuição, que se reduza para as empresas e que os trabalhadores participem deste dialogo. O que o motivou a criar a Escola Técnica de Formação Gerencial? O senhor se baseou em algo? Simplesmente que nossa maior obrigação é dar educação, oportunidade de aprender aos nossos companheiros e nossos sucessores. Este é o mantra da minha vida. E daí partimos para o planejamento. O trabalho continua sendo um sucesso graças a alguns sucessores, como Gilman e Roberto Simões, da Faemg, e em especial funcionários de carreira do Sebrae Minas. O senhor viveu em vários países, esteve recentemente na Europa e na África do Sul. Que lições traz do exterior? Que o Brasil é maior do que suas

crises. Que o empresário brasileiro, e em especial o mineiro, precisa pensar menos em apoio e ajuda do governo e dos políticos, e se focar no mercado, cliente, produto ou serviço. Alguma outra consideração? Apenas agradeço pela oportunidade deste diálogo.

“O empresário brasileiro, e em especial o mineiro, precisa pensar menos em apoio do governo e dos políticos, e se focar no mercado” OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Anote Cidades

Reforço bem-vindo

Sérgio Santiago/DeFato

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio de Peixe, em Itabira, começou a funcionar a base de gerador no dia 15 de outubro. O sistema de captação e tratamento ficou pronto, mas a energia elétrica ainda não foi instalada. Como é época de seca e há sérios problemas de falta d’água em diferentes pontos da cidade, o Saae e a Prefeitura resolveram ligar o sistema antes da inauguração, mesmo faltando alguns arremates. A ETA Rio de Peixe custou R$ 5 milhões, produz 60 litros por segundo de água, e tem capacidade para atender inicialmente 25 mil pessoas das regiões dos bairros Santa Ruth, Santa Marta, Monsenhor José Lopes, Valença, Fênix e João XXIII. A sobra da água, depois de enchido o reservatório do Fênix, será transferida para o reservatório do milhão, no Juca Batista, e permitirá atender até 65 mil pessoas na cidade. A obra saiu do papel graças a uma parceria entre a Prefeitura e a Vale.

Osvaldo Afonso

Moradias populares

Uma grande estrutura foi montada no bairro Novo Cruzeiro, em João Monlevade, no dia 14 de outubro, para a entrega de 832 moradias populares do programa Minha Casa, Minha

Vida. O evento contou com diversas autoridades, entre elas, o prefeito Teófilo Torres, o vice-governador Antônio Andrade e a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Cada uma das 832 casas populares entregues no município mineiro foi avaliada em cerca de R$ 60 mil. Contam com cozinha, dois quartos, aquecimento solar para a água, área de serviço externa e piso de cerâmica. Os beneficiados são famílias que têm renda de até R$ 1.600. Aproximadamente

Mais asfaltamentos O prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Antônio Carlos Noronha Bicalho, inaugurou no dia 17 de outubro o asfaltamento das rodovias municipais Felisberto Fonseca (São José - Placa), Hermes de Novais Fonseca (Cachoeira do Carmo) e Luiz de Azevedo Barros (Borges). A solenidade aconteceu na quadra de esportes de São José.

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A pavimentação asfáltica, com cerca de 17 km ao todo, propicia diversos benefícios à população como melhores condições de saúde por causa da diminuição do barro e da poeira, fim dos atoleiros, além de contribuir para melhoria de acesso à rodovia, escoamento da produção e aumento da valorização dos imóveis na região.

3.300 pessoas foram contempladas. Por meio de videoconferência, a presidente Dilma Rousseff falou para a cidade de João Monlevade que o Minha Casa, Minha Vida é o programa do governo federal do qual ela tem mais orgulho. “Esse é um momento muito especial. As famílias recebem a chave da casa própria. Muitas pagavam aluguel, moravam de favor, outras moravam em habitações precárias. O sonho de terem um lar seu é o que compartilhamos hoje com todos os brasileiros”, afirmou Dilma.

Acom PMSGRA


Orgulho LGBT Tatiana Santos/DeFato

2 mil atletas

Itabira sediou, no início de outubro, a etapa estadual dos Jogos de Minas Gerais 2015. No total, 2,2 mil atletas participaram de competições diversas na cidade durante a semana. O objetivo do evento é potencializar o esporte de rendimento e contribuir com o surgimento de atletas que possam representar o estado nas principais competições nacionais e internacionais. O prefeito Damon Lázaro de Sena disse que é um privilégio para Itabira

A Associação da Diversidade Itabirana (Addi) confirmou a data da Primeira Parada do Orgulho LGBT na cidade: dia 8 de novembro. A programação ainda está sendo definida pela entidade, mas já se sabe que haverá uma passeata pelas ruas, roda de conversa, depoimento de familiares dos homossexuais e participação de profissionais de áreas diversas. A Addi já tem confirmadas as presenças do Coordenador Especial de Políticas de Diversidade Sexual de Minas Gerais, Douglas Miranda, e do secretário de Estado de Direitos Hu-

Sérgio Santiago/DeFato

manos, Nilmário Miranda. A entidade está em negociação com o grupo de dança Ônix, de Belo Horizonte, que milita em favor da causa dos homossexuais. O representante da entidade, Gercimar Almeida (direita na foto), defende que o encontro é relevante para a classe, uma vez que o foco é a luta pela igualdade e contra o preconceito. “A importância é todos os cidadãos contra a homofobia. Estamos na rua reivindicando os direitos contra a homofobia. E que cada um seja respeitado em sua forma de amar”, argumentou.

sediar uma competição de tamanha importância. Ele citou que houve certa preocupação dos organizadores com relação ao abastecimento de água, mas

que as manobras efetuadas pelo Saae foram aprimoradas para evitar transtornos. O secretário Elson Sá ressaltou as parcerias entre as secretarias na realização do evento. “Mesmo diante de todas as dificuldades orçamentárias, não podíamos deixar de atender a um chamado do Estado de Minas Geras. É, talvez, a maior competição do estado, e vir para Itabira essa fase estadual é motivo de muito orgulho para nós”, afirmou.

construída, dois andares e elevador. No primeiro pavimento serão abrigados recepção, sala de controle e avaliação, banheiros, sala de assistente social, epidemiologia, sala de marcação de exames (transportes), logística e agendamento de consultas, vigilância sanitária, atenção básica e sala de espera. O segundo pavimento vai abrigar gabinete da secretária municipal, arquivos, almoxari-

fado, auditório, salas de vacina, reuniões, cozinha, copa e banheiros. No total, serão gastos R$ 1.467.463,09 na obra, recursos próprios. O prazo de conclusão é de aproximadamente oito meses. “É uma área segura e de fácil acesso. Lá os servidores poderão trabalhar com tranquilidade e oferecer um atendimento mais humanizado a nossa comunidade”, disse o prefeito.

Prédio novo A Prefeitura de Barão de Cocais vai construir um prédio novo para a Secretaria Municipal de Saúde. A ordem de serviço já foi assinada pelo prefeito Armando Verdolin e pelo secretário de Obras, João Albano de Morais Quintão. A edificação será na rua Dr. Antônio Soeiro, vila Regina, ao lado do PSF Dr. Lineu Lara. O novo prédio terá 393 m² de área

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Anote Política

Racha em Itabira

O vice-prefeito de Itabira, Reginaldo Calixto (PMDB), anunciou, no dia 30 de setembro, que está rachado com o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV). O peemedebista afirmou que não concorda com a metodolo-

Arte/DeFato

gia do governo e reclamou que era isolado das decisões. Calixto era titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, cargo que entregou. Ele continua como vice, mas vai doar o salário para entidades

filantrópicas. “Eu não concordava com as decisões do prefeito e com as pessoas nomeadas por ele, especialmente nos últimos meses. Essas pessoas tinham muito mais voz ativa do que eu”, reclamou Calixto. Questionado sobre a atitude do vice, o prefeito Damon disse que não procuraria explicações. “Eu sinceramente não fico procurando explicações. Isso é uma decisão dele, não sei quem o orientou”, afirmou o chefe do Executivo, ao dizer que Reginaldo “é uma boa pessoa e tem boa formação”. Damon afirmou também que é um homem persistente e de princípios. “Não vai ser neste momento de dificuldade que vou abandonar o barco. Se o barco afundar, eu afundo junto com ele. Mas vou fazer de tudo para que o barco não afunde, e aqueles que continuam junto comigo são os verdadeiros marinheiros”, declarou.

Vereador condenado O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou o ex-vereador de Itabira, Carlos Henrique da Silva, o Carlinhos do Sacolão (PP), a seis anos, quatro meses e cinco dias de prisão em regime semiaberto pelo crime de incêndio. Segundo o TJMG, há provas de que Carlinhos incendiou, na companhia de outra pessoa, a casa de uma amante em Santa Maria de Itabira, no dia 6 de outubro de 2006. A decisão em segunda instância, cujo relator é o desembargador Walter Luiz de Melo, foi recebida pelo juiz de Itabira em setembro deste ano. Carlinhos Sacolão havia sido condenado

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em 1ª instância e recorreu da decisão. A defesa do ex-vereador alegou que a denúncia era “inepta e precária por não descrever exatamente o que cada acusado teria feito, em tese, no dia dos fatos, estando prejudicado o exercício do contraditório e ampla defesa”. Os argumentos não convenceram os desembargadores, que optaram por manter a condenação da Justiça de Itabira. Carlinhos Sacolão renunciou ao mandato de vereador alegando problemas de saúde. Sua carta de renúncia foi lida na Câmara de Itabira no dia 29 de setembro. Allaim Gomes (PDT) assumiu a cadeira.

Acom CMI


Prefeito agredido Bel Silva

O prefeito São José do Goiabal, José Aparecido do Carmo, foi agredido por um homem de 21 anos durante um evento na Praça central da cidade, no dia 11 de outubro. Um vereador foi quem acionou a Polícia Militar e de-

nunciou o caso. O autor, além de agredir o prefeito, teria quebrado a vidraça de uma das janelas da parte da frente da Prefeitura e danificado o portão da garagem. Testemunhas relataram ainda que o jovem, durante evento musical que acontecia da Praça, teria desligado o sistema de iluminação por pelo menos três vezes. Ele chegou a ser agredido por populares e sofreu escoriações pelo corpo. O rapaz assumiu a autoria e, após ser medicado, foi levado para a Delegacia de Polícia Civil, em João Monlevade, para prestar esclarecimentos.

Sentença favorável Acom PMSGRA

No mês de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) publicou no Diário Oficial que mantém a sentença proferida pelo juiz José Afonso Neto, titular da comarca do município de Santa Bárbara, na qual o prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Antônio Carlos Noronha Bicalho, e seu vice, Eduardo Fonseca, foram absolvidos de processo proposto pela coligação da oposição derrotada nas eleições de 2012. A decisão é em última instância, não cabendo mais qualquer recurso. No processo, prefeito e vice eram acusados pelo grupo derrotado de terem praticado distribuição de material de construção em troca de votos. Porém, o TRE não considerou os argumentos apresentados pela oposição como suficientes. “Sempre confiei na justiça e mantive a consciência tranquila sobre os nossos atos, não só durante a campanha eleitoral, como também à frente da Administração de São Gonçalo do Rio Abaixo”, afirmou Antônio Carlos.


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Anote Economia

Novo distrito

A Vale e a Prefeitura de Itabira assinaram convênios na área do desenvolvimento econômico, da saúde e do meio ambiente no dia 6 outubro. Um dos acordos contempla a cessão de posse e a doação de uma área da mineradora, com encargos e condicionantes, para a instalação de um novo distrito industrial. O espaço terá capacidade para receber novos empreendimentos, com geração de emprego e renda no município. A área é de 291,52 hectares, em um terreno rural conhecido como Fazenda Palestina. Seis empresas assinaram protocolos de intenções, já demonstrando interesse em ocupar a área industrial. Outro convênio é para elaboração de projetos Básico e Executivo e também implantação de um centro de Triagem de Resíduos Sólidos Urbanos e Centro de Tratamento de Resíduos da Construção Civil, com diversas unidades. O valor é de R$ 8 milhões. A unidade contemplará aterro de resíduos da

Tatiana Santos/DeFato

construção civil, área de transbordo e triagem de resíduos da construção e resíduos volumosos, além de uma unidade de reciclagem.

Brucutu expandida

Nove anos após a inauguração do projeto de expansão de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, a Vale começou a operar, em agosto, sua quinta linha de beneficiamento. Segunda maior mina de minério de ferro do país, atrás apenas de Carajás (PA), a jazida vinha perdendo fôlego e, para recuperar sua competitividade, a Vale investiu US$ 423 milhões nos últimos sete anos. Sem as intervenções, a expectativa era de que a produção caísse 23% em relação a sua capacidade ple-

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na, de quase 30 milhões de toneladas, atingida em 2010. Com o investimento, a meta da Vale é manter esse patamar de produção, apesar do empobrecimento natural do minério extraído no local. A recuperação de Brucutu faz parte da estratégia da companhia de tentar turbinar a produção de minérios de melhor qualidade e reduzir custos. O objetivo é ampliar suas margens a despeito do cenário de preços em baixa no mercado internacional.

Acom PMSGRA

Segundo a Vale, o projeto permitiu o melhor aproveitamento do material lavrado e a diminuição do volume de rejeito produzido. A partir de 2016, a produção da mina terá um acréscimo de mais 9,5 milhões de toneladas anuais, atingindo 32,7 milhões de toneladas. O volume representa cerca de 9% da produção total de minério da Vale, estimada em 340 milhões de toneladas este ano. Hoje, Brucutu tem reservas provadas e prováveis de 432,4 milhões de toneladas de minério de ferro.


Campanha de Natal Contratações tímidas Tatiana Santos/DeFato

Sérgio Santiago/DeFato

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Itabira (Acita), Marco Aurélio Garcia Matos, está otimista com a campanha “Natal dos Sonhos”, promovida pela Federaminas em parceria com as associações comerciais de Minas Gerais. Ele afirma que a expectativa é movimentar pelo menos R$ 25 milhões no comércio itabirano, entre os dias 20 de outubro e 31 de dezembro, período de vigência da campanha. Os clientes que comprarem nos estabelecimentos participantes vão ganhar seladinhas com as quais concorrerão a diversos prêmios: uma moto, três picapes Amarok (R$ 120 mil cada), uma casa (R$ 250 mil em barra de ouro) e prêmios instantâneos nos valores de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e R$ 400. A moto e os prêmios instantâneos serão exclusivos para Itabira. As demais premiações serão sorteadas entre as 70 cidades que participam da campanha da federação. O sorteio será no dia 25 de janeiro.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de Itabira, Maurício Henrique Martins (foto), está pouco otimista com as contratações temporárias neste fim de ano. Segundo ele, apenas no final de novembro é que os lojistas itabiranos começarão a contratar. “Não acredito muito em aumento da contratação temporária, francamente. Acredito, sim, que, quem tem um quadro muito enxuto, mais próximo do Natal deve contratar pessoas; quem contratou dez no ano passado deve contratar cinco neste”, afirmou. Segundo estimativas da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem), cerca de 130 mil contratações serão feiras em dezembro – e 490 mil no acumulado entre outubro e janeiro – em todo território nacional. Na melhor das hipóteses, segundo a pesquisa, a quantidade deve ser similar à do ano passado devido a retração na economia brasileira.

TV Assembleia 20 anos

A gente não mede esforços para estar junto de você. A Assembleia de Minas está presente em todo o Estado. Só neste ano, as comissões de deputados já percorreram mais de 60 mil quilômetros, fiscalizando ações, promovendo debates e escutando a opinião dos mineiros. E, mesmo quando a Assembleia não vai até a sua cidade, você pode acompanhar e participar de tudo o que acontece aqui, através do Portal e da TV Assembleia. A emissora, que está comemorando 20 anos, transmite as atividades parlamentares ao vivo e oferece uma programação exclusiva, com notícias, eventos, debates e conteúdo educativo, 24 horas por dia. As nossas portas estão sempre abertas para você. Assista à TV Assembleia, pelo canal da sua cidade ou pelo portal: www.almg.gov.br/tv

ALMG

Mariana


DeFato

Anote Gente

Liderando pesquisas Divulgação

Vencendo os limites Arquivo pessoal

A pesquisadora itabirana Mila Fernandes Moreira Madeira está desenvolvendo um projeto voltado ao entendimento da doença periodontal, enfermidade infecto-inflamatória que acomete os tecidos de suporte e sustentação dos dentes. Ela desenvolve o projeto junto a outros pesquisadores, até mesmo de países como Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, que a ajudam na obtenção de recursos para a pesquisa e no entendimento das respostas que se obtém. Formada em Odontologia e especialista em Microbiologia, Mila mora em Belo Horizonte desde 1991. Ela atua como pós-doutora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e acabou de ser aprovada como professora-adjunta na mesma instituição. A itabirana recebeu verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para o financiamento do projeto. A previsão é que parte do projeto seja finalizado em aproximadamente um ano, e o restante, em três anos.

O são-gonçalense Haendel Fonseca Lobão lançou em Itabira, no dia 26 de setembro, seu livro “Eu e ELA: Histórias de Uma vida Incomum”. O evento ocorreu no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. A publicação conta as histórias e os casos vividos pelo autor, portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Há seis anos, Haendel teve os primeiros sintomas da ELA, doença degenerativa do sistema nervoso que acarreta paralisia motora progressiva e irreversível. Atualmente, ele se comunica com os olhos. A obra foi escrita com o auxílio de um programa de computador que capta o movimento ocular. O projeto foi financiado pela Lei Municipal de Incentivo a Cultura de São Gonçalo do Rio Abaixo.

Adepto ao diálogo Desde que assumiu o Valério, no dia 29 de setembro, o monlevadense Éder Bastos, 49 anos, tem demonstrado que sua principal característica é o diálogo. Contratado após a demissão de Wantuil Rodrigues, o profissional comentou que é preciso conversar bastante com os jogadores para que eles tenham tranquilidade e autoestima elevada. O Valério será a primeira experiência de Éder Bastos como técnico efeti-

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vo de um clube profissional. Antes, ele trabalhou nas categorias de base do Cruzeiro, até que aceitou convite para ser auxiliar do treinador Ney Franco. Passou por Botafogo, Vitória, Flamengo, São Paulo e Seleção Brasileira Sub20, onde colaborou na formação de um time que tinha Neymar, Oscar, Lucas, Casemiro e outros. Éder Bastos comanda o Valério no Hexagonal Final da Terceira Divisão. Até o fechamento desta edição, o Dra-

gão ocupava a quarta colocação na classificação, com sete pontos e em cinco jogos, a três pontos do líder, que era o Uberaba, com 10.


“Fiquem tranquilos” Um dia depois de deixar o campo em partida pelo Cruzeiro reclamando de fortes dores na clavícula, o monlevadense Vinicius Araújo usou as redes sociais para tranquilizar a torcida. Ele foi examinado e foi detectado que o atleta não sofreu uma fratura na clavícula, mas sim um deslocamento. “Graças a Deus não houve fratura, foi deslocamento de clavícula. Muito obrigado a todos pelas mensagens de apoio que recebi. Está tudo bem comigo. Agora é recuperar o mais rápido possível para ajudar a equipe e voltar a jogar”, postou Vinicius em seu Instagram. Depois do jogo com o Atlético-PR, no dia 14 de outubro, a assessoria do Cruzeiro chegou a dizer que o jogador havia sofrido uma fratura na clavícula e havia a possibilidade de voltar a jogar somente em 2016.

Arquivo Pessoal


DeFato

Conceição do Mato Dentro

Última trincheira da

sociedade Promotor Marcelo Pereira fala sobre a batalha cotidiana na defesa dos interesses da sociedade

Sérgio Santiago

M

aio de 2012. Durante a efervescência da implantação do projeto Minas-Rio, chegava a Conceição do Mato Dentro o promotor de Justiça Marcelo Mata Machado Leite Pereira. Natural de Belo Horizonte, ele tem passagens por Caratinga e Curvelo e é conhecido pela postura aguerrida. No município do Médio Espinhaço, além do trabalho corriqueiro do dia a dia, Marcelo lida com processos complexos, principalmente relacionados à mineração. Faz parte de sua equipe mais quatro servidores: dois oficiais de Justiça e dois analistas de Direito. Leia trechos do que ele disse a DeFato. Promotor de cidade pequena “O trabalho do Ministério Público numa Comarca de 1º Instância, que é o caso aqui de Conceição, envolve todas as áreas de interesse da sociedade. Passa pela área da Infância e Juventude, Patrimônio Público, área Criminal, Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural, Educação, Saúde, Direitos Humanos, entre outros. A região se diferencia em razão dos impactos gerados pelo em-

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preendimento minerário, que mudou, principalmente em Conceição e Dom Joaquim, toda a dinâmica social. Com isso, houve uma pressão sobre os serviços públicos, gerando uma infinidade de demandas em razão do número de pessoas que veio pra cá, principalmente no momento em que eu cheguei, que foi quando acontecia a instalação do empreendimento. Então, além das atribuições corriqueiras, houve um aumento exponencial da demanda e uma necessidade de acompanhamento e fiscalização dos impactos da mineradora.” Política “O Ministério Público é um agente político, no sentido de ser um representante do Estado na defesa dos interesses importantes da sociedade. O político tem de defender o interesse comum, o interesse público, e não os interesses políticos, a politicagem. Conceição tem essa característica de uma política arraigada, muito tradicional, que não se modernizou, que muitas vezes acaba privilegiando interesses de um em detrimento de muitos. Tentamos evitar de que isso aconteça.”

Última trincheira da sociedade “Estive em Caratinga e em Curvelo. O que acontece nas cidades maiores é que você divide o leque de atribuições com outros colegas promotores. Numa cidade menor a gente acaba sendo um promotor mais generalista. No atual estágio de desenvolvimento da sociedade, a população confia muito no trabalho do Ministério Público como quase que a última trincheira frente aos mandos, desmandos e omissões de determinados políticos (Poder Executivo, Legislativo), que parecem não ter esse respaldo da sociedade. O cidadão comum procura muito o Ministério Público aqui. Às vezes é até uma situação de vizinho, ou a falta de um atendimento no poder público, medicamento, questões de família. Ele vem aqui para tudo.” Hospital Imaculada Conceição “O hospital vinha de uma situação administrativa financeira muito precária. Foi mal gerido, mal administrado, tinha uma dívida financeira muito elevada, o que acabava refletindo na qualidade de prestação de serviço de saúde. O município vinha, aos trancos


Divulgação

e barrancos, mantendo uma espécie de parceria para manter o hospital funcionando, porque é importante que a atenção básica, que é feita na policlínica, tenha pelo menos uma retaguarda hospitalar. Tínhamos um inquérito civil instaurado para fiscalizar e tentar buscar soluções para a continuidade do hospital. Ao mesmo tempo, existe uma condicionante do licenciamento ambiental que compromete a Anglo American e, em parte, o município, a aportar recursos para a manutenção do hospital. A dificuldade era viabilizar o aporte desses recursos em função, justamente, dessa dívida, porque o compromisso dessa condicionante é destinar recursos para a atividade fim do hospital, e não para o pagamento das dívidas. Se esse recurso entra no hospital, existem dívidas já constituídas, os credores vão penhorar e acessar o dinheiro, e a condicionante não vai atingir sua finalidade, que é o incremento na qualidade e oferta de serviços de saúde. Nós ajuizamos uma ação de intervenção na associação que gere o hospital, com a nomeação de uma Comissão Interventora, para poder receber o aporte desses recursos, renegociar as dívidas, fazer um plano de pagamento dos credores e reorganizar administrativa e financeiramente o hospital.”

Promotor Marcelo Mata Machado tem mostrado espírito combativo em Conceição do Mato Dentro

Sem medo de trabalhar “Lidamos não só com grandes grupos ou pessoas influentes, como também com criminosos reiterados, contumazes. Tenho uma filosofia que é assim: a gente trata as pessoas com respeito, dentro da lei, apontando não o que ela é, mas o que ela fez de errado, sem invadir a esfera privada da pessoa. Tenho autonomia, lógico, fazendo tudo dentro da legalidade. Sou fiscalizado por órgãos tanto interno quanto externos, mas tenho essa independência funcional. Claro, o Ministério Público desagrada alguns, isso é natural, faz parte do nosso trabalho. Mas não me curvo à pressão.” OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Canil

Lar temporário Ministério Público e Prefeitura de Itabira firmam Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a construção de um novo canil para animais abandonados Acom PMI

Antigo canil está desativado e não recebe animais abandonados nas ruas

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a última edição (273, setembro/2015), DeFato trouxe matéria sobre um problema comum a várias cidades da região: a grande quantidade de animais soltos pelas ruas. Especialmente em Itabira há o agravante de um local adequado para abrigar os cães e gatos recolhidos. Menos de um mês depois veio uma notícia animadora: a Prefeitura e o Ministério Público firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a construção de um novo canil. O acordo foi assinado pela promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Itabira, Giuliana Talamoni Fonoff, e pelos secretários municipais de Saúde, Reynaldo Damasceno, e de Desenvolvimento Urbano, Geraldo Roberto Ferreira da Silva. Segundo o MP, o TAC foi elaborado com base em in-

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quérito civil que apurou interrupção do funcionamento do canil e a ausência de medidas ou providências para o controle da população de animais domésticos. Pelo documento, a Prefeitura de Itabira fica obrigada a construir um novo canil em quatro meses, contados a partir de 28 de setembro. O descumprimento resultará em multa diária de R$ 200. De acordo com o Governo Municipal, o abrigo ficará no Aterro Sanitário e terá capacidade para 200 animais. Com a estrutura pronta, agentes especializados deverão realizar a apreensão de cães e gatos abandonados e levá-los para o canil para que aguardem os proprietários. Se em dois dias não aparecerem os donos, os animais apreendidos deverão ser vermifugados, vacinados contra raiva e receber tratamento de ectoparasitos e exames clínicos e laboratoriais, quando

necessário. O TAC prevê que, tanto os animais não reclamados pelos proprietários, quanto aqueles que tiverem sua castração autorizada pelos donos sejam esterilizados. Serão realizadas 30 esterilizações mensais, até que não existam animais soltos nas vias e logradouros públicos que necessitem do procedimento. Uma vez recuperados, os animais poderão ser doados ou devolvidos ao seu local de origem. A Prefeitura terá que promover, no mínimo, uma feira mensal para doações dos animais dando a publicidade adequada aos eventos. As feiras podem ter a periodicidade aumentada ou reduzida, mediante justificação. O sacrifício de animais somente se cumprirá em caso de animais nocivos à saúde e à segurança de seres humanos, em fase de doença terminal ou que apresentem quadro irreversível de saúde, circunstâncias certificadas em laudo técnico subscrito pelo médico veterinário responsável. O descumprimento dessa cláusula resultará em multa de R$ 5 mil por animal. Outra determinação é que, em seis meses, a Prefeitura ofereça, mediante taxa instituída, serviço de esterilização e cadastramento de cães e gatos que possuam proprietários. Também em seis meses, o governo começará a promover ações educativas que difunda difusão a posse responsável e a importância da vacinação e a vermifugação de animais domésticos, além de divulgações sobre as zoonoses, informações sobre os serviços prestados pelo município e sobre os benefícios da castração.


DeFato

Educação

Maurício Reis, Sílvia Menezes e Fabrício Roulin comemoram a conceituação dos cursos que coordenam Mariana Reis/DeFato

Qualidade atestada Mais uma vez, cursos da Funcesi são bem conceituados pelo Guia do Estudante da Editora Abril, que reconhece a excelência no ensino em instituições de todo Brasil

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rês cursos da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi) receberam conceituação positiva pelo Guia do Estudante - Profissões e Vestibular 2016, da Editora Abril. Fisioterapia e Sistemas de Informação foram “estrelados” pela terceira vez, enquanto o de Administração foi contemplado pela primeira vez. Esses cursos foram classificados, após minuciosa avaliação, com três estrelas e o conceito “Muito Bom”. Fabrício Roulin Bittencout, coordenador do curso de Sistemas de Informação, diz que a premiação é um reconhecimento do trabalho árduo que a Funcesi vem realizando há anos. “A premiação é uma forma de reconhecer a qualidade dos cursos da instituição. Temos ótima infraestrutura, docentes qualificados e muito conhecimento tecnológico”, conta o coordenador. Ele lembra que a instituição possui todos os cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) “e todos com notas muito satisfatórias”.

Maurício Moreira Reis, coordenador do curso de Fisioterapia, diz que dois motivos foram essenciais para a conceituação do Guia. “Primeiro, é que a clínica escola de fisioterapia proporciona aos alunos a prática da profissão. Segundo, são os projetos de extensão desenvolvidos pelos alunos e professores do curso. Os alunos têm a oportunidade de ter a vivência que complementa os conteúdos teóricos abordados em sala de aula”, afirma. De acordo com Sílvia Menezes Pires Dias, coordenadora do curso de Administração, a instituição vem cumprindo seu papel e filosofia, pois tem proporcionado à Itabira e região uma educação diferenciada e de alta qualidade. Sílvia acredita que a Funcesi deve se orgulhar de ter conseguido a conceituação, pois existem inúmeras faculdades de administração no país, mas poucas são tão bem avaliadas. “É um dos cursos que possui maior número de alunos e procura no Brasil. É importante para todos nós que

o nosso curso de Administração apareça pela primeira vez no ranking. Isso comprova que o que estamos oferecendo é realmente de qualidade”, conta Sílvia.

O Guia do Estudante é o resultado de um trabalho de avaliação feito por uma equipe de consultores, entre eles professores, coordenadores de cursos, diretores de departamento e avaliadores do Ministério da Educação (MEC). A publicação tem mais de 25 anos e orienta estudantes sobre o mercado de trabalho, como passar no vestibular e sobre quais universidades oferecem as melhores graduações para as mais diversas áreas de atuação. Essa avaliação é de grande relevância, já que dispõe os cursos “estrelados” no nível de instituições importantes em esfera nacional.

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DeFato

São Gonçalo do Rio Abaixo Hendrigo Costa Acom PMSGRA

Comitiva conheceu metodologia de ensino integral do município

Servindo de

exemplo

Escolas de tempo integral de São Gonçalo do Rio Abaixo poderão servir de modelo para projeto do Governo do Estado de Minas Gerais

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sistema de ensino integral de São Gonçalo do Rio Abaixo poderá servir de modelo para toda Minas Gerais. Em visita à cidade para conhecer escolas que adotam esse tipo metodologia, no mês de setembro, a secretária de Estado de Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos, ficou encantada com o que viu. A visita foi uma solicitação do deputado Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho” (PDT), em virtude da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 30/15, de sua autoria, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e trata do acesso à educação em tempo integral na esfera do ensino fundamental da rede pública estadual. O parlamentar quer que 50% dos alunos estudem nesse tipo de metodologia no estado. A secretária Macaé Evaristo esteve acompanhada do presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, deputado Paulo Lamarc (PT),

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do deputado Nozinho e do prefeito de São Gonçalo, Antônio Carlos Noronha Bicalho. Na ocasião, as autoridades estiveram na Escola Municipal de Tempo Integral Maria de Lourdes Duarte Moreira dos Santos, na Escola Estadual Desembargador Moreira dos Santos e na Escola Municipal de Tempo Integral de Vargem Alegre. Nozinho destacou que os exemplos das escolas de São Gonçalo do Rio Abaixo devem ser replicados para a rede estadual de ensino. “Fiz o requerimento para essa visita para que a Comissão e a secretária de Educação pudessem conhecer esse modelo de ensino que tem obtido ótimos resultados e que pode ser implantado em todo Estado”, afirmou. A secretária Macaé Evaristo comentou que a meta do governo é ter 25% dos alunos da rede de ensino fundamental em escolas de tempo integral, em até dez anos. De acordo com ela, o que se viu na visita às escolas de tempo integral

Maria de Lourdes Duarte Moreira dos Santos e de Vargem Alegre deve servir de exemplo e inspiração para esse desafio. “O que vimos aqui é uma estrutura adequada para receber estudantes não só das cidades, como também das zonas rurais”, disse. Para Macaé Evaristo, é preciso valorizar as boas práticas e estimular a cooperação entre Estado e municípios. A Escola Municipal Maria de Lourdes Duarte Moreira dos Santos foi o principal destino da comissão. Com cerca de 400 alunos, a instituição recebe alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, que contam com quatro refeições, além de atendimento especializado. A estrutura conta com sala de informática, brinquedoteca, laboratório de ciências, salas de ballet e karatê, biblioteca, horta, oficina de artes plásticas e quadras de esportes. A escola oferece, ainda, serviços de fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e psicopedagogos.



DeFato

Segurança Pública

Fotos: Tatiana Santos/DeFato

Na metodologia Apac, os próprios recuperandos são responsáveis pelo controle do portão de entrada da unidade

Esperança fora das grades Defendida como uma alternativa ao sistema prisional tradicional, Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) propõe ressocialização com valorização do sentenciado

Tatiana Santos

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qui entra o homem. O delito fica lá fora”. A frase é uma das principais filosofias da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), sistema penitenciário que busca dar uma nova perspectiva de vida aos

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detentos, com recuperação e reintegração social, independente do delito cometido. É uma forma alternativa ao modelo prisional tradicional, comprovadamente ineficiente. Nesse modelo, os sentenciados têm acesso a diversas atividades, como a laborterapia, cursos

profissionalizantes, estudos, atividades religiosas, acompanhamento psicológico e envolvimento da família. Há os regimes aberto, semiaberto e fechado. Em Itabira, a implantação de uma unidade da Apac discutida há mais de dez anos. Uma verdadeira novela. Um


Danilo Alvarenga e demais diretores da Apac lutam para ter uma unidade da associação em Itabira

terreno na localidade de Candidópolis foi doado pelo Governo Federal para a construção. Teve até evento para inaugurar o marco inicial, em 2012, mas, anos depois, o projeto encontra resistência dos moradores vizinhos à área cedida. É que o mesmo local é pleiteado por uma comissão de empresários e pelo governo municipal para abrigar o Parque Científico Tecnológico. O presidente da Apac de Itabira, Danilo Alvarenga Freitas, acredita que a falta de informação é o que tem provocado resistência na população. “A população primeiro tem que conhecer as coisas, para depois tomar partido, se é bom, se é ruim. A Apac é a única solução que nós temos hoje para a recuperação dos presos”,defende. O terreno doado pelo Governo Federal tem 50 mil m². As atividades na Apac itabirana serão mais voltadas à agricultura e à pecuária, aproveitando as potencialidades do município. Danilo explica que entidade inicialmente será construída no modelo de regime fechado, para três a quatro residentes, estendendo gradualmente a capacidade para 16 recuperandos. Segundo ele, detentos do sistema prisional comum trabalharão na edificação. Para a ins-

talação em Itabira, parte de recursos financeiros já estão disponibilizados pela mineradora Vale e pela empresa Socoimex. Reforço de peso A resistência contra a Apac foi escancarada em uma reunião do Codema, em julho deste ano, quando as licenças ambientais para a instalação

da entidade seriam votadas e acabaram saindo da pauta do dia por causa de pressão externa. Desde então, a polêmica se arrasta, com argumentos contrários e favoráveis à associação. O lado favorável ganhou um reforço de peso no mês de setembro. O itabirano Marco Antônio Lage, diretor de Comunicação da Fiat Automóveis e diretor-coordenador do Instituto Minas Pela Paz, passou a fazer coro pela implantação da Apac em sua terra natal. A entidade que ele coordena é formada por importantes empresas do estado e tem apoio da Federação das Indústrias do Estado Minas Gerais (Fiemg). Desde que entrou na “briga”, Marco Antônio tem articulado encontro entre as partes conflitantes. Em um deles, no início de outubro, acertou com o prefeito Damon Lázaro de Sena que a entidade abriria mão do terreno na região do Candidópolis desde que seja apresentada uma área tão interessante quanto a original. Foi dado um prazo de 20 dias (contados a partir do dia 13 de outubro) para que alternativas sejam oferecidas. No dia 24 de setembro, o Instituto Minas Pela Paz levou uma comitiva de

Itabirano Marco Antônio Lade, do Instituto Minas pela Paz, reforçou a luta da Apac em sua terra natal

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DeFato

Segurança Pública Fotos: Tatiana Santos/DeFato

Itabira para conhecer a Apac de Nova Lima. In loco, é fácil perceber que o clima de tensão típico de penitenciárias comuns dá lugar ao silêncio, à calmaria e ao trabalho em equipe, já que todas as tarefas são realizadas rotineiramente pelos próprios residentes. Marco Antônio explicou que a ideia de conhecer o local surgiu justamente por causa das intensas discussões acerca da implantação de uma unidade em Itabira. A exemplo de Danilo Alvarenga, ele defende que a associação é a forma mais eficaz de se recuperar um detento e devolvê-lo à sociedade. “Há uma polêmica, uma discussão meio desinformada e até certo ponto preconceituosa com relação à Apac. E isso nós temos que quebrar, como bons itabiranos que somos. Temos que quebrar um pouco essa visão e entender primeiro o que é uma Apac”, declarou.

Marcelo Bispo é interno do metódo Apac e não quer nem saber mais do presídio tradicional

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Ismael da Silva é voluntário na Apac de Nova Lima e aprova a metodologia do local

A equipe conheceu a rotina dos residentes e como funciona o modelo na prática. A Lei de Execução Penal, sem a presença de armas e agentes de segurança é aplicada dentro da associação. A juíza da 2ª Vara Criminal de Itabira, Cibele Mourão, que participou da visita, acredita que a Apac é uma forma de se cumprir a Constituição, pois o sentenciado cumpre a pena dignamente. “Acredito que a implantação da Apac em Itabira contribuirá não só para a ressocialização dos recuperandos, mas também para a diminuição da reincidência e da própria criminalidade”, argumenta. Aprovação O belo-horizontino Marcelo Bispo Rodrigues cumpre pena na Apac e aprova a metodologia. Ele está na associação de Nova Lima desde junho deste ano. Lá, aprende técnicas de costura em uma oficina da unidade. Ele chegou à Apac depois de viver três anos e três meses no sistema prisional comum. O sentenciado deverá cumprir cinco anos de pena na associação. Apesar de pouco tempo na Apac, ele já consegue traçar um paralelo entre

sua vida na prisão e a realidade atual. “Estou gostando do clima na Apac. Estava no sistema comum e lá a gente não tem essas opções de trabalhar, de estudar. A gente fica lá fechado e não tem atividades como temos aqui”, relata. Para o residente, o aprendizado representa, além de distração, uma oportunidade de reintegração à sociedade e ao mercado de trabalho, já pensando em um cenário posterior ao cumprimento da pena. Marcelo reflete sobre a mudança de vida e elogia o tratamento: “O pessoal trata a gente aqui como se fôssemos filhos deles mesmo. Somos tratados com muito amor e com muito carinho. No sistema comum é totalmente diferente, por isso, é mais difícil de a pessoa se recuperar”, enaltece. Baixa reincidência Conforme informou o desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e coordenador-executivo do Programa Novos Rumos, José Antônio Braga, estima-se que a reincidência entre os egressos das unidades gira em torno de 10%, enquanto que


Apac’s em Minas Gerais

Apac’s em Minas Gerais Em funcionamento 01 – Alfenas 02 – Arcos 03 – Campo Belo 04 – Canápolis 05 – Caratinga 06 – Conselheiro Lafaiete 07 – Frutal 08 – Governador Valadares – Feminina 09 – Inhapim 10 – Itaúna – Masculina 11 – Itaúna – Feminina 12 – Ituiutaba 13 – Januária 14 – Lagoa Da Prata 15 – Manhuaçu 16 – Minas Novas 17 – Nova Lima 18 – Paracatu 19 – Passos 20 – Patrocínio – Masculina 21 – Patrocínio – Feminina 22 – Pedra Azul 23 – Perdões 24 – Pirapora 25 – Pouso Alegre – Masculina 26 – Pouso Alegre – Feminina 27 – Rio Piracicaba – Feminina 28 – Santa Bárbara 29 – Santa Luzia 30 – Santa Maria Do Suaçui 31 – São João Del Rei – Masculina 32 – São João Del Rei – Feminina 33 – Sete Lagoas 34 – Teófilo Otoni 35 – Uberlândia 36 – Viçosa

aqueles que saem do sistema comum alcançam assustador índice de 90%. O lado financeiro também é importante. Segundo cálculos dos defensores da Apac, no sistema comum, o custo de um preso é de R$ 3,5 mil/mês, enquanto o de um interno da associação fica em torno de R$ 900/mês. Das 50 Apac’s existentes no país, quase 40 delas estão em Minas Gerais – e a previsão é de se instalar mais 27 no estado até 2018. No Brasil há 3.172 reeducandos; 2.500 só em Minas. O número de presos no sistema comum no Brasil é de 600 mil, sendo que em Minas Gerais é de 60 mil. Ao ano, os custos com o modelo penitenciário convencional chegam a R$ 25 bilhões no país e R$ 2,5 bilhões no Estado. Voluntariado De segunda a sexta-feira, Ismael da Silva doa um pouco de seus conhecimentos aos residentes da Apac de Nova Lima. Ele contribui para o aprendizado dos reeducandos na horta comunitária, mas também acolhe as experiências de vida de cada um deles. “Além de ensinar, eu aprendo muito com eles”, diz. Formado em Pedagogia e Artes, Ismael presta o serviço voluntariamente desde abril deste ano, em uma atividade que ele define como “apaixonante”. Antes da Apac, o pedagogo já tinha sido voluntário no regime fechado de uma prisão tradicional. Como conhecia a presidente da entidade, Sandra Tibo, fez uma visita ao local e simpatizou pela metodologia. A presidente o ofereceu uma vaga, que foi prontamente aceita. “Aqui é como se fosse a minha casa. É com muito carinho que eu realizo o trabalho com os sentenciados e nasce uma afinidade e um respeito de uma forma tão tranquila que eu nunca havia imaginado”, comenta, se referindo à aceitação dos recuperandos. Para ele, o ponto mais importante é poder atuar num método que ele acredita ser o mais eficaz. “A metodologia da Apac nos faz acreditar que é possível recuperar o ser humano”, conclui.

Em implantação 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

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Águas Formosas Araçuaí Araguari Araxá Barbacena Barroso Belo Horizonte – Masculina Belo Horizonte – Feminina Betim Boa Esperança Bom Sucesso Camanducaia Campos Gerais Carlos Chagas Conceição Do Rio Verde Conselheiro Pena Coromandel Coronel Fabriciano Curvelo Diamantina Divinópolis Elói Mendes Ervália Espera Feliz Guanhães Ibiá Ipanema Ipatinga Itabira Itabirito Itajubá Itamarandiba Lavras Malacacheta Manhumirim Mantena Mariana Matozinhos Monte Santo De Minas Montes Claros Muriaé Mutum Nanuque Nova Era Novo Cruzeiro Patos De Minas Piumhi Ponte Nova Rio Preto Sabará Sacramento Salinas Santa Vitória Santos Dumont São Francisco São Sebastião Do Paraíso Timóteo Tupaciguara Uberaba Varginha Várzea Da Palma

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DeFato

Empreendedorismo Márcio Labruna

Precisamos desenvolver a resiliência E stamos em um momento em que é necessária uma característica específica: resiliência. Essa característica do empreendedor é a capacidade de adaptar- se às mudanças, de saber enfrentar dificuldades. Só os empreendedores são capazes de lidar com os problemas e superá-los com agilidade, coragem e determinação. O momento exige flexibilidade, busca de alternativas e espírito otimista. Em um cenário de pessimismo, pelo qual passam nosso país e nossa cidade, temos que desenvolver nossa resiliência, seguir nossos valores e agir com responsabilidade. Temos o privilégio de estarmos numa cidade que tem história, tem riquezas naturais e tradição. Somos uma cidade reconhecida entre as dez maiores arrecadações do estado, somos berço da maior empresa mineradora do mundo, temos a figura do poeta mais respeitado nascido aqui, temos ilustres itabiranos ocupando funções importantes no cenário nacional, temos uma das melhores universidades tecnológicas instalada, uma juventude empreendedora e uma renda per capita acima da média nacional. Bem, temos muito e somos pouco reconhecidos. O que está faltando? Por que será? Em minhas observações, lamento muito o pouco interesse da população em conhecer e amar sua cidade. De viver o dia a dia e participar ativamente das decisões políticas e institucionais da nossa sociedade. Talvez seja a herança de ter vivido muitas décadas capitaneados pela cultura empresarial de uma grande empresa. Talvez seja a quebra de paradigma de uma cidade que se agigantou, trazendo personagens externos, acabando com as

labruna.inovatec@gmail.com

tradições familiares e empurrando seus valores jovens para outros centros. Talvez seja a visão do poeta maior que um dia declamou Itabira como “um retrato na parede” e afirmou: “como dói”! Enfim, dói mais ainda e vai doer muito mais se nada for feito. O momento é esse. O dia mais importante de nossa vida é hoje, ontem nada mais podemos fazer, amanhã ainda não chegou e o futuro se constrói a cada dia de nossa vida. Vamos nos engajar e participar. Existe um grupo de pessoas comprometidas com o futuro, sem qualquer interesse pessoal. Vamos sair de nossa zona de conforto e praticar a resiliência criativa e empreendedora, vamos conhecer o que está sendo proposto e construído, vamos nos juntar no mutirão da cidadania e exercer nossa capacidade de construtores de um novo futuro. Estou me referindo ao Fórum Permanente de Desenvolvimento, criado pela Acita e apoiado por mais de setenta entidades da nossa sociedade. Temos metas e planos, venha conhecer. O Parque Científico-tecnológico é a forma concreta de dar um passo adiante para a inovação. São plataformas de troca de conhecimento, comunicação e espaço de trabalho conjunto. Tecnologia e inovação são o motor da economia nesses tempos modernos, em um mundo de grandes mudanças. Temos metas definidas na área da saúde, da educação, da cultura, do turismo, do esporte e do lazer. Vamos aproveitar enquanto temos ainda a mineração para nos alimentar e de forma endógena e comprometida, alicerçados na ética e na visão empreendedora, dar uma resposta para as futuras gerações de nossa querida Itabira

Vamos sair de nossa zona de conforto e praticar a resiliência criativa e empreendedora, vamos conhecer o que está sendo proposto e construído Márcio Antônio Labruna é eletrotécnico, matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e expresidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec.

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DeFato

Política

Salários

questionados Movimentos populares e políticos se espalham pela região e pedem a redução das remunerações dos vereadores, prefeitos e vices. Será a pressão capaz de atingir os objetivos? Rodrigo Andrade

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de diminuição dos vencimentos na secretaria da Câmara Municipal, seguido de um abaixo assinado com mais de 1,2 mil assinaturas. Os documentos serão analisados pelo departamento jurídico da Casa. “Entendemos que integrar o parlamento é uma função nobre, que engrandece quem a faz e que deve ser exercida por quem realmente deseja ser um representante do povo, independentemente da remuneração. Assim sendo, solicitamos à Câmara Municipal que apresente um Projeto de Lei equiparando o subsídio dos vereadores ao salário dos professores”, diz a jornalista Ana Paula, uma das integrantes do movimento. Os tempos mudaram Vereador por dez anos entre 1972 e 1982, o jornalista José de Almeida Sana representa um tempo em que os legisladores municipais sequer tinham remuneração. Só tinham salários os legisladores das capitais. Nas Câmaras do interior o trabalho era voluntário. Isso durou até 1977, quando o presidente-general Ernesto Geisel sancionou um decreto estendendo o benefício a todos os vereadores do país. A intenção era angariar a simpatia dos agentes políticos para suas medidas impopulares.

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udo começou em meados de julho, em uma pequena cidade do interior do Paraná. Revoltados com a intenção dos vereadores de aumentarem os próprios salários, do prefeito e do vice, moradores de Santo Antônio da Platina protestaram, fizeram pressão e conseguiram não só que os políticos desistissem da ideia, mas que fizessem uma emenda reduzindo a atual remuneração. O caso se espalhou pelo país e serviu de incentivo para outros municípios. Movimentos populares e até mesmo alguns políticos fazem coro e questionam os contracheques dos membros do Legislativo e Executivo. Impulsionado pelo complicado momento econômico e pela necessidade de redução de despesas, esse “espírito questionador” chegou também a Itabira e cidades próximas. Além da terra de Drummond, na região há movimentos desse tipo em Nova Era, Barão de Cocais e Conceição do Mato Dentro. Todos pedem redução significativa nos salários dos vereadores e dos representantes do Poder Executivo. Em Conceição do Mato Dentro, um movimento popular pede a redução dos salários dos vereadores dos atuais R$ 6 mil para R$ 1,9 mil. O valor foi pensado para ser próximo ao que é o piso nacional dos professores. Em meados de setembro, o grupo protocolou o pedido


“Mesmo assim a remuneração era em torno de um salário mínimo, por aí. Diziam que era para comprar terno e gravata”, relembra José Sana, que foi presidente da Câmara de Itabira em 1978 e 1982. “A remuneração de vereador perdeu as rédeas de uns tempos para cá. Por causa disso, o vereador ganha sete mil reais, valor irreal, descabido. Normalmente, poucos trabalham”, critica. Para José Sana, o alto salário dos vereadores origina um problema recorrente em todo país, que é a política da troca de favores. “Quando o vereador nada recebia, o povo nada pedia de di-

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nheiro para pagar contas diversas. Pois o povo sabia que o vereador era mesmo um sacrificado, um cidadão que trabalhava de graça. Esse alto valor é que atrai o povo a bancar o pedinte. Se vereador nada recebesse, ninguém pediria nada, como antigamente”, analisa. Na Itabira de José Sana, os vereado-

Ex-vereador José Sana não concorda com os salários que são pagos aos políticos atualmente

res hoje recebem mais de R$ 7 mil. Um ofício assinado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – que não tem representantes no Legislativo - pede que os vencimentos sejam reduzidos em 25%. A proposta recebeu uma resposta áspera do presidente da Câmara, Solimar Silva (SD), direcionada ao presidente da sigla, o farmacêutico Edílson Lopes. “Sugiro a ele também, que é comerciante, dono de farmácia, vender seus produtos farmacêuticos a preço de custo. Já que ele está com essa preocupação, é uma forma de ele colaborar também com a comunidade”, disse. Solimar defendeu que os salários dos vereadores de Itabira não sofrem reajustes há oito anos e que a remuneração atual poderia ser bem maior do que é. “Tomamos essa decisão lá atrás. Tem oito anos que estamos sem aumento salarial. Nosso salário hoje poderia ser de R$ 14 mil e ele é de R$ 7 mil. Acho que a contribuição que a gente poderia fazer a gente já antecipou”, declarou o presidente. Sistema viciado O subsídio do vereador é um percentual que varia entre 20% a 75% do subsídio do deputado estadual e que é determinado com base na população de cada cidade. Itabira, por exemplo, está na faixa populacional de 100 mil

a 300 mil habitantes, que permite que os legisladores municipais recebam até 50% do que ganha um ocupante da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Como o salário dos deputados é R$ 25.322,25, o contracheque dos vereadores poderia ser de R$ 12.661,12, um pouco a menos do que argumentou o presidente Solimar Silva. Mesmo abaixo do que poderia ser, o salário dos vereadores é considerado muito alto pelo marketólogo político Márcio Magno Passos. “É exagerada (a remuneração). Além de salários altíssimos e distantes da realidade da remuneração média do trabalhador brasileiro, ainda tem os penduricalhos em forma de diárias, verbas de gabinete e outras invencionices que nada acrescentam à qualidade do trabalho prestado por eles”, argumenta. “Um vereador de município do porte de Itabira ou João Renato Carvalho

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Arquivo pessoal

Para Márcio Passos, só uma reforma profunda mudará o panorama atual

Monlevade ganhar mais de R$ 3 mil não se justifica”, defende. Para Márcio, se a atividade de vereador fosse como era antigamente, sem remuneração, o número de candidatos cairia pela metade ou mais. Ele, no entanto, defende que haja uma ajuda de custo ao legislador municipal, mas pondera que isso só acontecerá quando houver uma mudança mais profunda no sistema político brasileiro. “O vereador deveria receber pelo serviço prestado OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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População passou a questionar vencimentos dos políticos locais e a organizar movimentos sociais pela redução dos salários

como parlamentar, mas muitos querem receber pela campanha eleitoral permanente que praticam. E o pior é que o sistema político vigente beneficia isso. Sem reforma política não há solução”, diz. O jornalista e ex-vereador José Sana concorda com a opinião de Márcio e aponta um sistema viciado. “O aconselhável mesmo, a meu ver, seria uma remuneração em torno de, no máximo, dois salários mínimos, para custeio de despesas, como vestuário e 2 horas por dia de trabalho. Infelizmente, os vereadores atuais não são culpados. Muitos já tentaram a redução e não conseguiram. Depende, sim, de uma lei que vem do

Senado e Câmara Federal. Mas anote isto também: senadores e deputados federais jamais farão isso, pois são pressionados e temem perder os votos municipais”, afirma. Pressão popular A exemplo do que fizeram moradores de Conceição do Mato Dentro, habitantes de Barão de Cocais também recolhem assinaturas para forçar a redução dos salários dos vereadores (R$ 5.805,65), prefeito (R$ 17.942,25) e vice (R$ 5.805,65). A ideia deles é criar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para que os subsídios mensais dos vereadores e do vice-prefeito sejam fixados em valor

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equivalente ao piso salarial pago aos professores de nível 1 (que atualmente é de R$ 1.547). O vencimento do prefeito seria reduzido em 25% (passando para R$ 13.456,69). O estudante universitário Renam Fonseca, um dos líderes do movimento, informa que o grupo é apartidário e tem diversos militantes que apoiam a causa direta e indiretamente. “São estudantes, trabalhadores, operários, comerciários, funcionários públicos, donas de casa, aposentados. O povo quer mais médicos, mais educação, quer funcionários públicos que saibam tratar bem as pessoas”, afirma. A ideia de criar uma Lei de Iniciati-

Em Barão de Cocais e em Conceição do Mato Dentro, grupos populares tentam a redução dos salários dos políticos locais Fotos: Divulgação

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O salário dos vereadores é fixado de acordo com o número de habitantes e tem como parâmetro o vencimento dos deputados estaduais. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, um vereador pode ganhar até 75% do salário dos deputados estaduais. Nas outras, essa proporção varia de 20% a 50% Levando em conta quanto ganha atualmente um deputado estadual (R$ 25.322,25), o maior salário de um vereador pode ser R$ 18,9 mil, e o menor, R$ 5 mil.

e muito”, diz. Demagogia Em manifestações na imprensa mineira, o presidente da Associação Brasileira das Câmaras Municipais (Abracam), Rogério Rodrigues da Silva (PDT), que foi vereador em Coromandel Divulgação

va Popular é válida apenas como forma de pressão. É que todas as propostas de alterações de salário de vereadores são de competência exclusiva da própria Câmara Municipal. No caso da redução das remunerações de prefeitos e vice, a iniciativa pode partir do Executivo. Em Nova Era, a proposta de redução salarial partiu de um próprio vereador. Roberto Antônio Bicalho (PT) elaborou um projeto para diminuir os salários dele e dos colegas de R$ 4,299,05 para R$ 2.149,52. A matéria foi rejeitada por sete votos a um. Dos nove vereadores, apenas o autor do projeto votou favorável – o presidente só vota em caso de empate. “Foi uma vergonha. O povo não merecia isso”, afirmou Roberto. Para o marketólogo Márcio Passos, esses movimentos pela redução dos salários dos políticos demonstram que a sociedade está mais consciente. “O protesto é contra os salários exorbitantes, as despesas desnecessárias, o abuso, a corrupção e o alto custo da máquina administrativa dos órgãos públicos. Parte significativa da população já percebeu que temos um sistema político falido e caríssimo”, avalia. Ele defende que a pressão sobre os políticos seria menor se os serviços públicos fossem prestados de maneira mais eficiente. “Pesquisas nacionais mostram que o cidadão brasileiro lamenta muito mais o mau atendimento do que a resposta negativa sobre suas demandas. O atendimento nos órgãos públicos precisa melhorar

Em Nova Era, vereador Roberto Bicalho tentou a redução dos salários dele e dos colegas, mas não conseguiu

por seis mandatos consecutivos, discorda do corte dos salários e do fim da remuneração. Ele classifica os atos como “demagogia”. “O único subsídio para parlamentares no Brasil que tem parâmetros é o dos vereadores. O salário é fixado com base na população e há um limite para o gasto de todas as câmaras, que varia de acordo com o número de habitantes das cidades”, defende. Segundo Rogério Silva, os gastos dos legislativos municipais representam

2,7% das despesas orçamentárias totais das prefeituras. “As pessoas têm que cobrar dos vereadores independência em relação ao Executivo, para que eles possam de fato exercer sua principal tarefa, que é fiscalizar a aplicação de verbas públicas.” A palavra “demagogia” também é usada por Márcio Passos para definir a ação de prefeitos que têm anunciado cortes nos próprios salários como uma alternativa contra a crise econômica. Na região, o prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena (PV) enviou projeto à Câmara para rebaixar seus vencimentos em 25%, passando de R$ 24.986,16 para R$ 18.739,62. Os salários do vice e dos secretários também caíram no mesmo percentual. Por todo Brasil, chefes do Executivo tomaram decisão semelhante. “Demagogia pura. Não acredito que só o corte nos próprios salários resolva os problemas de crise. O que é preciso é uma legislação mais rigorosa que impeça a mentira deslavada e irresponsável que a maioria usa para se eleger e uma gestão mais responsável que reduza consideravelmente o custo da máquina pública”, argumenta Márcio Passos. Entre protestos, manifestações e argumentos contrários e favoráveis à redução dos salários dos políticos, o que a população espera, de verdade, é que os governantes e legisladores invistam mais no bem-estar da comunidade do que nas próprias remunerações.

A remuneração dos vereadores deve seguir a seguinte faixa populacional: POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO (HABITANTES)

LIMITE EM FUNÇÃO DO SUBSÍDIO DO DEPUTADO ESTADUAL

Até 10.000

20%

De 10.000 a 50.000

30%

De 50.001 a 100.000

40%

De 100.001 a 300.000

50%

De 300.001 a 500.000

60%

Mais de 500.000

75%

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O melhor ano Capa

Diretor do Grupo Dular diz que 2015 é o ano mais forte da empresa. Afirmação pode soar estranha num momento em que todos só reclamam. Mas há explicações!

É de

Casa É Dular

“Se é de casa, é Dular”: campanha publicitária mostra que empresa tem produtos para toda família

A

credite! 2015 tem sido um dos melhores anos para o Grupo Dular, rede de móveis e eletro nascida em Itabira e que tem 25 lojas espalhadas pelas principais cidades do interior de Minas Gerais. E não é porque 2015 marca os 51 anos da empresa. A Dular, a despeito da crise, experimenta um crescimento vertical em vendas, faturamento e rentabilidade. Mas como? De acordo com o sócio-diretor do grupo, César Lopes, o segredo está na preparação para encarar os desafios econômicos. Em abril do ano passado, quando a diretoria

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desconfiou que o “mar não estava para peixe” no Brasil, medidas rigorosas de redução de gastos foram tomadas para vencer o tsunami que estava por vir. Após traçar um prognóstico pouco animador, ainda no início de 2014, César reuniu todos os gerentes e anunciou os cortes. O plano incluía redução do quadro de pessoal e economia de insumos diversos. “Em 51 anos de Dular, é a primeira vez que é necessário fazer cortes drásticos, mas tudo com muita transparência e objetividade. Reduzimos energia elétrica, água, material de escritório e contamos com compreensão

de vários proprietários dos imóveis dos quais temos lojas, para a redução dos aluguéis. Falamos: é melhor cortar algumas despesas excessivas agora, do que demitir um pai de família”, afirma César. Os gerentes ouviram as explicações e concordaram por unanimidade. O aperto nos cintos surtiu resultados – ainda mais com a adesão de todos os colaboradores. “A equipe comprou a ideia, percebeu a importância de doar mais, de fazer algo mais. A gente fala sempre o seguinte: nós aqui somos o meio. A equipe é que é dona da empresa”, comenta. E-commerce


Divulgação Arquivo pessoal

César Lopes comemora o sucesso da Dular mesmo em um ano de dificuldades econômicas

Desde o1998, quando aconteceu a aquisição da Loja Dular pelos irmãos Lopes, a empresa só cresce em Itabira e por toda Minas Gerais. Atualmente, o grupo possui 25 lojas espalhadas pelo estado. A empresa tem mais de 300 funcionários diretos e terceirizados, conta com frota própria de caminhões, utilitários e motos e disponibiliza aos cliente um mix com mais de 11 mil produtos.

“Entrei na empresa há 22 anos com um trabalho temporário, para cobrir licença maternidade de uma funcionária, mas gostaram de mim e fui contratado. Passei por diversas áreas e hoje ocupo o cargo de supervisor. A Dular é mais que uma empresa, é uma família. Ela respeita e gera muitas oportunidades para os funcionários. Valoriza pessoas que querem aprender e que têm força de vontade” Rangel Souza Vieira, 38 anos - Supervisor

O ano de 2015 marcou também a entrada da Dular no comércio eletrônico. A empresa inaugurou uma plataforma na internet, a exemplo de outras redes varejistas, e está satisfeita com os resultados até agora. A divulgação do site tem sido sutil por enquanto, visando contornar possíveis falhas no processo, mas as vendas crescem a cada dia. O projeto de entrar na internet começou há quatro anos e foi discutido e rediscutido antes de sair do papel. O objetivo é minimizar ao máximo as chances de erro, assim como toda decisão de investimento tomada dentro da Dular. Por enquanto, a venda pela internet

se limita às cidades onde o grupo tem loja e uma plataforma consolidada de logística. À medida que o serviço for amadurecendo, a ideia é ampliar para todo o Brasil e entrar de vez na concorrência com os grandes varejistas do mercado. “A gente fala que internet é um caminho sem volta. Se o cliente for mal atendido em alguma expectativa, ele não fala para oito pessoas, fala para 8 milhões. Por isso todo cuidado é pouco”, explica o diretor. Centro de Distribuição Outro investimento também previsto para sair do papel em até dois anos é um novo centro de distribuição, bem

maior e mais moderno que o atual, em área ainda a definir. O novo galpão terá capacidade de suportar o crescimento da empresa pelos próximos 20 anos. Atualmente, o Grupo Dular tem um centro de distribuição, na avenida Ipiranga, no bairro Amazonas. O CD tem acompanhado o crescimento da empresa nos últimos 17 anos. Mas com o lançamento das vendas pela internet, a Dular pretende deixar o atual galpão dedicado ao e-commerce e usar um novo, ainda a ser construído, para as vendas das lojas físicas. Perguntado sobre o momento econômico, não só em Itabira e região, mas OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Capa

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PRESENÇA DA DULAR EM MG Alvinópolis Barão de Cocais Caeté

Mariana Reis/DeFato

Inauguração da Loja Dular de Santa Maria de Itabira

Guanhães Itabira João Monlevade Mariana Nova Era

O GRUPO AINDA POSSUI NEGÓCIOS NAS CIDADES:

Santa Bárbara São Domingos do Prata

Sérgio Santiago/DeFato

Loja Dular na avenida João Pinheiro em Itabira

Timóteo Santa Maria de Itabira

Ouro Preto Viçosa

Coronel Fabriciano Ponte Nova

EM BREVE EM: Itabirito

COMO TUDO COMEÇOU Depoimento de Joaquim José Lage, fundador da primeira loja Dular em Itabira

Centro de distribuição das lojas Dular

em todo o Brasil, César responde que não está bom, isso é fato. Mas o exemplo das lojas Dular mostra que também é possível aproveitar as oportunidades que aparecem na crise e crescer. “Temos que trabalhar muito, fazer uma ação atrás da outra, manter a equipe entusiasmada e treinada, e fazer promoção”, comenta. Quando anda pelos corredores das lojas ou se reúne com os gerentes e funcionários, a orientação é uma só: com crise ou sem crise, o foco é no cliente. Isso significa ter uma equipe sempre pronta para prestar o melhor atendimento e oferecer produtos inovadores, diferentes e de qualidade.

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“Comecei com a Livraria e Papelaria Real junto com meu pai. Em 1964, com o advento da televisão a cores, interessei em mudar de ramo. Meu pai não queria. Estávamos muito bem com a livraria, que fazia também distribuição de jornais e revistas. Era um sucesso na época, mas teimei e vendi. Iniciei com a Dular em 15 de outubro de 1964. Para mim era algo desconhecido, porque não tinha experiência com vendas a prazo, eletrodomésticos e nem móveis. No início foi meio difícil, por causa da nossa inexperiência. Mas fomos crescendo, crescendo, principalmente com a chegada de novas empreiteiras a Itabira. Trabalhei 34 anos com a Dular e depois vendi. Mesmo após a venda, sempre visitava Jean e César, que se transformaram em dois amigos. Não faltou nosso incentivo para que eles continuassem crescendo. Hoje a

Arquivo pessoal

Jean Lopes, Joaquim José Lage e César Lopes durante inauguração da primeira loja Dular, em 1998 empresa é um sucesso. E hoje eles já estão com 25 lojas espalhadas por várias cidades, de Itabira a Itabirito. Jean e César iniciaram na atividade já com bastante conhecimento, eles trabalhavam com artigos importados na época. Então tinham um conhecimento, e daí para frente foi só crescer. Desejo a eles muito sucesso.”


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Telefonia

Fotos: Divulgação

Crescer sem

Bruno Lopes comanda o projeto de expansão das lojas TIM GD

fronteiras No início era só um quiosque da TIM dentro de uma das lojas Dular em Itabira. Onze anos depois a rede tem 12 lojas exclusivas espalhadas (em breve serão 14) por várias cidades de Minas Gerais

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ntre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, a TIM/Dular Celulares inaugurou quatro lojas e reinaugurou uma em diferentes cidades de Minas Gerais: Ouro Preto, Mariana, Coronel Fabriciano, João Monlevade e Viçosa. Uma loja por dia. Não houve na história recente da operadora nenhum grupo empresarial que abrisse tantas unidades em tão pouco tempo. Ainda mais em época de crise. As lojas TIM GD, 12 no total, geram aproximadamente 50 empregos e integram o Grupo Dular, rede de eletrodomésticos sediada em Itabira e com filiais em 25 cidades do interior do estado. Os investimentos, segundo o diretor de marketing do grupo, Bruno Lopes, não param por aí. Em novembro mais duas lojas serão inauguradas, uma em Caeté e outra em Itabirito. Alguém pode perguntar: por que mesmo diante de um cenário econô-

mico ruim, uma rede quase dobra de tamanho quando todos só falam em crise? Na visão de Bruno, toda crise tem oportunidades. O segredo, segundo ele, é estar preparado para aproveitar as chances da melhor maneira possível, sempre com muita responsabilidade, do contrário o crescimento não se sustenta. “Muitas vezes a gente dá um passo para trás para dar dois para frente. Porque não adianta abrir uma loja hoje e fechar amanhã,” comenta o diretor. Lá no início Tudo começou há 11 anos, com um quiosque dentro de uma das lojas Dular, em Itabira. Bruno, filho de Jean Lopes, um dos sócios do grupo, era o responsável pelo gerenciamento das vendas dos aparelhos e planos. Do quiosque surgiu a oportunidade da primeira loja exclusiva, em João Monlevade. Filho de peixe, o jovem

encarou o desafio, mudou-se para a cidade vizinha temporariamente e fez o negócio dar certo. Bruno conta que a TIM sempre “ditou regras no mercado”. Foi assim com os pré-pagos e com os planos ilimitados para WhatsApp. A preocupação em oferecer serviços diferenciados para cada tipo de cliente faz parte da filosofia da empresa. Nas lojas TIM há serviços para todo mundo. Desde aquele que prefere colocar crédito todo mês ao cliente corporativo, que precisa de um pacotão de dados e voz. O mesmo vale para a diversidade de aparelhos. Tem celulares de R$ 99 a R$ 3,9 mil. “No Dia das Crianças, por exemplo, um pai esteve em uma das nossas lojas e comprou um Iphone para ele e um Samsung Gran Prime para o filho de quatro anos, que é um dos aparelhos que estão na moda. Ou seja, todos são nossos clientes”, diz Bruno.

As lojas TIM GD estão presentes em: Itabira, João Monlevade (2), Nova Era, Timóteo, Cel. Fabriciano, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Ouro Preto, Mariana, Ponte Nova e Viçosa. Em breve, Caeté e Itabirito.

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INAUGURAÇÕES LOJAS TIM GD

JOÃO MONLEVADE

CORONEL FABRICIANO

MARIANA

OURO PRETO

VIÇOSA


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Turismo

Paraíso nas

Em Ipoema, Pousada Pedra que Brilha é local tranquilo e perfeito para quem quer fugir da rotina estressante

montanhas Pousada Pedra que Brilha: um refúgio em meio ao verde da mata e às montanhas rochosas do distrito de Ipoema, em Itabira

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eleza, tranquilidade, conforto e uma paisagem exuberante. Localizada em Ipoema, distrito de Itabira, a Pousada Pedra que Brilha está rodeada por matas, rochas, rios e cachoeiras. Espaço ideal para descanso e lazer junto à natureza. Com uma estrutura propícia para diferentes tipos de grupos, o estabelecimento é destinado para todas as idades e acolhe bem confraternizações de famílias, amigos, empresas, igrejas e encontro de casais. É ótima opção também para casamentos. As atividades tiveram início em 2009. A Pousada Pedra que Brilha, que pertence ao Grupo Dular, possui uma bela área natural com lago e árvores frutíferas, piscina com cascata, área gourmet com churrasqueira, redes, playground, área gramada e espaço para práticas esportivas. O local é excelente opção para quem vem de longe e também para moradores da região, que muitas vezes nem sabem das belezas

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naturais que Ipoema possui. “A pousada também é ótima para os que trabalham a semana inteira e desejam relaxar no final de semana”, diz Jean Lopes, sócio-proprietário do empreendimento. A Pedra que Brilha possui 20 suítes classificadas em standard, luxo (com varanda) e super luxo (com varanda e hidromassagem). Todas são equipadas

IPOEMA Ipoema pertence ao Circuito do Ouro e à Estrada Real. O distrito de Itabira fica a 86 km de Belo Horizonte. O local é conhecido pelas belas cachoeiras, festas típicas, (como a tradicional Roda de Viola aos sábados de lua cheia), cavalgadas e pelo famoso Museu do Tropeiro, que retrata a origem e história dos tropeiros da região.

Fotos: Roneijober Andrade

com cama de casal king size, frigobar e TV LCD. As suítes luxo e super luxo possuem ar condicionado, as demais ventilador. As decorações sofisticadas e aconchegantes tornam a hospedagem especial. Com um clima ameno e bem característico das estações, os hóspedes encontram lazer para todas as épocas do ano. Num espaço muito confortável, ao som dos pássaros e com vista para o jardim, os hóspedes podem apreciar um delicioso café da manhã, preparado com muito carinho. Todos os ingredientes são escolhidos a dedo, com diversas opções caseiras, além de frutas da época, frios variados, bolos, tortas e chás. Além disso, a pousada Pedra que Brilha possui uma localização privilegiada, próxima aos principais pontos turísticos de Ipoema e região. Dentre eles, Morro Redondo, Mata do Limoeiro, Museu do Tropeiro, Serra dos Alves, Canyon dos Marques, diversas cachoeiras e igrejas.


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Negócios

Feira Multissetorial de Santa Bárbara reuniu milhares de pessoas e chamou atenção para a importância do turismo

A força do

Fotos: Elivane Costa

turismo

18ª edição da Feira Multissetorial de Santa Bárbara, organizada pela ACISB/CDL, despertou atenção para uma atividade que é grande alternativa em tempos de economia cambaleante

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aisagens exuberantes, patrimônios culturais seculares, gastronomia diferenciada e cidades acolhedoras. Esses quatro pilares são fundamentais para o desenvolvimento pleno da atividade turística. Em tempos de economia complicada, atrair pessoas dispostas a gastar algum dinheiro é grande alternativa para os municípios aliviarem os cofres cada vez mais vazios.

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É o que quis mostrar a 18ª edição da Feira Multissetorial, organizada pela Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara e Câmara de Dirigentes Lojistas (ACISB/CDL). Santa Bárbara, cidade sede da feira, é um exemplo de como o turismo é rentável. O município é o segundo do estado no ranking do ICMS Cultural, que pontua os investimentos locais em preservação do patrimônio e retorna

essa atenção em repasses financeiros. Neste ano, a terra do mel recebeu R$ 900 mil do Governo do Estado pelo resultado alcançado em 2014. E, claro, o patrimônio bem cuidado reflete em atração de mais turistas. A região de Santa Bárbara também não fica para trás. Catas Altas, Caeté e Barão de Cocais também possuem atrativos e motivaram a criação do Roteiro Entre Serras: da Piedade ao Caraça,


Lideranças políticas e empresariais marcaram presença na Feira Multissetorial de Santa Bárbara

organizado pela Associação Circuito do Ouro (ACO). Para se ter uma ideia, a Serra da Piedade, em Caeté, recebe 300 mil turistas por ano e o Parque Nacional do Caraça, em Catas Altas, atraiu, só no ano passado, 80 mil visitantes. Toda essa força do turismo motivou o tema da Feira Multissetorial. Durante os dias 8 e 10 de outubro, no Parque de Exposições Adilson Melo, o evento discutiu métodos para que as cidades atraiam cada vez mais visitantes e alternativas para que os empresários locais também saiam ganhando. Stands, palestras e atividades culturais movimentaram milhares de pessoas e prospectaram milhões em negócios. Os cálculos ainda estão sendo fechados pelos organizadores. Atividade forte Em seu discurso na abertura do evento, o presidente da ACISB/CDL, José Renato Oliveira “Mackllani”, citou que o turismo foi reconhecido pela cúpula das Nações Unidas como fonte de desenvolvimento sustentável e considerado essencial pela capacidade de gerar empregos. “O turismo é a forma de distribuição de renda mais pulverizada que se tem conhecimento. Toda a cadeia produtiva ganha com a atividade turística. Mesmo com a crise global,

o setor cresce 5% ao ano”, afirmou. O presidente lembrou as características de Santa Bárbara e municípios vizinhos e enfatizou a integração para o desenvolvimento conjunto da atividade turística. “Nossa região é singular em gastronomia, cultura e patrimônio histórico e tem uma variedade enorme de atrativos naturais. Somos privilegiados por integrarmos o Circuito do Ouro, a Estrada Real e o recente Circuito Entre Serras: da Piedade ao Caraça, que abarcam o turismo religioso e cultural,

além das nossas belezas naturais”, destacou. “O desenvolvimento sustentável depende do turismo e a capacidade de gerar empregos e promover a cultura local é uma das grandes aptidões do setor”, completou. O deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho” marcou presença na abertura do evento. Convidado a discursar, fez questão de ressaltar a importância do turismo para o desenvolvimento sustentável da região, ainda tão dependente da mineração. “O

Gerente de manutenção da Samarco, Thiago Guimarães Coelho, presidente da ACISB/CDL, José Renato Oliveira, e o gerente de mineração da AngloGold Ashanti, Cristovão dos Santos OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Negócios

Abertura do evento contou com autoridades e discursos que valorizaram a importância do turismo

turismo é a saída para a gente buscar alternativas de negócios. E vale lembrar que Santa Bárbara é a cidade da nossa região mais preparada para receber o turismo. A gente sabe que o minério não é um negócio pra toda vida. Não dá duas safras. Por isso é importante que a cidade e a região se preparem, desenvolvendo outros segmentos para as gerações futuras”, afirmou. Representantes de duas importantes empresas com atuação na região de Santa Bárbara também destacaram o quanto o turismo pode ser benéfico para a arrecadação dos municípios e para as atividades autônomas. O gerente de manutenção da Samarco, Thiago Guimarães Coelho, elogiou a escolha do tema. “Sabemos da importância da iniciativa desta feira, que amplia nossas possibilidades de negócios para todas as cidades da região. Em se falando de Santa Bárbara, a escolha do tema é importante porque se trata de uma cidade que tem cultura, atrativos naturais e uma história que são por si só atrativos turísticos”, afirmou. Já o gerente de mineração da AngloGold Ashanti, Cristovão dos Santos, citou a cadeia sustentável do turismo.

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“É um segmento que gera emprego, que gera renda e que protege o meio ambiente, por isso é um segmento em

Deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho”

que a gente pode investir. O turismo é um incentivador do empreendedorismo e, no contexto de crise que atravessamos, é a hora de pensar em inovação”, disse.

Feira Multissetorial Durante os três dias de atividades, a Feira Multissetorial recebeu autoridades políticas e empresariais. Prefeitos de cidades da região, além de deputados e diretores de associações comerciais marcaram presença. A feira teve rodadas de negócioS, apresentações culturais, exibições de atividades radicais e palestras. No dia 9, falaram ao público Cláudio Forner, conselheiro de Roberto Justos no programa “O Aprendiz”, da Rede Record, e Tom Pires, mestre em Turismo e Meio Ambiente e consultor do Sebrae/MG. Ambos falaram sobre inovação de territórios. No dia 10, a palestrante foi a jornalista da TV Band Minas e da rádio Band News, Inácia Sores, que deu detalhes de como atrair investimentos para a região através do turismo. Em mais uma edição a Feira Multissetorial mostrou que é um ambiente de oportunidades, inovação e bons acordos. Ainda mais em um momento tão desfavorável economicamente, nada melhor que contar com um evento desse tamanho para incentivar novas ideias e propor negócios.


FEIRA MULTISSETORIAL EM SANTA BÁRBARA

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DeFato

Perfil

Movido pelo

sonho

O itabirano Rodrigo Franco saiu cedo da cidade natal para realizar o sonho de ser jornalista esportivo. Com talento e perseverança, ele chegou lá. Agora é hora de novos passos

Fotos: Arquivo pessoal

Rodrigo Franco saiu de Itabira para buscar o reconhecimento no jornalismo esportivo

Tatiana Santos

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uem diria que uma viagem frustrada mudaria para sempre a vida de uma pessoa? Foi assim com o itabirano Rodrigo Franco, 34 anos. A chuva que atrapalhou

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as férias da família em Porto Seguro fez com que ele e os irmãos passassem dias e noites dentro de um quarto de hotel assistindo as Olímpiadas de Barcelona, em 1992. Ali nasceu uma paixão que o

acompanharia e viraria profissão. Poucos conterrâneos que assistem Rodrigo na TV Globo imaginam que o simpático repórter é nascido e criado na terra de Carlos Drummond de Andrade. Filho de dona Agostinha e de seu Sebastião, o profissional saiu de Itabira aos 15 anos para estudar e correr atrás de seu grande sonho: ser jornalista esportivo. E a empreitada deu certo. Em Belo Horizonte, trilhou os primeiros passos e, desde 2001, quando iniciou o curso de Comunicação Social, atua na área. Mais de 20 anos depois da viagem frustrada, Rodrigo tem no currículo importantes eventos, como a Copa do Mundo do Brasil 2014, Copa das Confederações 2013, Copa Libertadores da América, Copa do Mundo de Natação, Copa Davis de Tênis, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Superliga de Vôlei e diversas outras. Da terra natal, Rodrigo guarda saudades e boas lembranças. O repórter traça novos planos e foca em novos objetivos. Saiba tudo na entrevista a seguir. Qual a sua relação com Itabira? Itabira, para mim, é orgulho e saudade. Foi onde nasci e tive a melhor infância que se poderia ter. Como muitos, tive que sair para correr atrás do sonho de ser jornalista esportivo. Ficaram ami-


gos, lembranças e a melhor família do mundo. Itabira tem a melhor culinária do mundo, praticada pela Agostinha, mãe, exemplo, inspiração, amor. Tudo de melhor que aprendi e que levo na vida é doce herança itabirana. O que te motivou a ser jornalista? Em 1992 fui com a família para Porto Seguro. Viagem de uma semana. Choveu muito e quase não foi possível ir à praia, que eu e meus três irmãos adorávamos. Ficamos a maior parte do tempo no quarto do hotel e, na TV, a maior diversão eram os Jogos Olímpicos de Barcelona. Eu e meu irmão, Ricardo, passávamos madrugadas em claro para ver as provas de natação, mas o interesse logo passou para todos os outros esportes. Para quem já vivia correndo atrás do pai, Sebastião, em torneios de peteca, foi o estopim para a paixão, que só cresceu com o passar do tempo. Ao mesmo tempo, desde pequeno, sempre me interessei por jornais e rádio. Gostava de ler e ouvir notícias de política e esportes. Já admirava grandes jornalistas, especialmente Caco Barcellos, e, na hora de escolher o curso no vestibular, essas influências ganharam força, determinaram minha vocação. Como iniciou sua trajetória na Rede Globo? Por dois anos, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), eu tive contato apenas com rádio. Trabalhei e tive uma bolsa de Iniciação Científica no estúdio da universidade. Gostava, mas sentia a necessidade de buscar uma experiência no mercado de trabalho antes de me formar. Então, foi curioso, porque passei quase um ano enviando currículos para estágios. Foram mais de 100 e só em dois lugares me chamaram para fazer provas e entrevistas: na Rádio Globo e na TV Globo. Fiz o processo seletivo para ser estagiário por um ano e meio, mas acabei ficando até hoje. Passei por quase todas as áreas do jornalismo: apuração, internet, produção, edição e, há três anos, reportagem de esporte. É

Itabirano viaja por todo país e está em coberturas de grandes competições

um privilégio poder trabalhar com o que se gosta. E foi um longo processo na TV para que pudesse alcançá-lo. Quais os maiores desafios de se atuar em uma grande rede de televisão? O maior desafio é, não só buscar, mas conseguir, de fato, inovar. Inovar o tempo todo. Na Globo somos incentivados e cobrados a melhorar e evoluir constantemente, com criatividade. Não é tarefa fácil. Mas “fácil” não é, definitivamente, palavra parte do jornalismo. Seja na Globo ou em outros veículos. Como lidar com a paixão por algum clube? Há alguma dificuldade ou desconforto em entrar no contexto de um time “adversário”? Como todo apaixonado por esporte e por futebol, meu coração pertence a um time. Infelizmente muitos torcedores não entendem que, quando trabalhamos, nós jornalistas, buscamos ser profissionais. Por isso, muitos de nós não revelam os clubes pelos quais torcem. Alguns colegas realmente confundem torcida com trabalho, mas muitos conseguem ser profissionais antes de tudo. Mas, quando se escolhe ser jornalista, você admite que terá que deixar a paixão pelo clube de lado, para se dedicar à paixão pela profissão, pelo jornalismo. Então não há desconforto algum, mas, sim, responsabilidade e profissionalismo. De qualquer maneira, meu coração tem um pedaço grande vermelho. Do Valeriodoce. Sempre acompanho e defendo o clube. É um orgulho que levo na vida. Ser torcedor do Valério. A outra parte do coração também tem uma cor, mas, infelizmente, não dá mesmo para revelar. Poderia citar alguma matéria ou situação que o marcou nesses anos de Jornalismo? Um dos momentos mais tristes e impressionantes que já vivi ocorreu em Huancayo, no Peru. Acompanhei o jogo do Cruzeiro contra o Real Garcilaso, OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Perfil

pela Libertadores do ano passado. O Cruzeiro perdeu por 2 a 1, e todos nós perdemos de goleada para o racismo. Foi inacreditável quando o meio-campo Tinga, negro, foi vaiado e ofendido com gestos e sons que imitavam macacos que vinham das arquibancadas. Homens, mulheres, crianças, todos ofendendo o jogador. Foi muito triste. Lamentável. Nunca imaginei que iria presenciar uma injúria racial como essa. E o momento mais positivo aconteceu neste mesmo jogo. Nunca vou esquecer a grandeza do Tinga para lidar com aquilo. Campeão de tudo no futebol, disse, na entrevista mais emocionante que já fiz, que trocaria todos os títulos da carreira pelo fim do racismo. Foi ali, no campo, logo depois do apito final, no calor do jogo, que Tinga deu uma aula de respeito e grandeza. Como você lida com as críticas? Você se cobra muito? As críticas são muitas, constantes, e logo é preciso aprender a lidar com elas. A exposição da imagem potencializa elogios e críticas. É preciso ouvi-las, analisá-las e, principalmente, tirar delas aprendizado e força para seguir. Vale para o jornalismo e para a vida também. Jornalista é um profissional que vive em constante pressão. A cobrança é grande, de fora e interna também. Se cobrar acaba virando um exercício natural diante de tantos desafios e da busca constante por melhoria e criatividade. Quais os próximos passos? Parece simplista, meio lugar-comum, mas acho que a vida funciona assim mesmo: é preciso sonhar e acreditar no sonho. Ela oferece a possibilidade de sonhar outros sonhos quando se realiza ou se perde algum, e acho que essa busca constante pelos sonhos, velhos e novos, é um bom combustível de vida. O meu maior sonho ainda não foi realizado. Cobrir as Olimpíadas é o grande sonho. Aquele que começou no quarto de hotel em Porto Seguro, em 1992.

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Fotos: Arquivo pessoal

Rodrigo Franco e companheiros em coberturas pela TV Globo Minas e SporTV


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Cidadania Daniel Lança

O (des)governo das fofocas Nos últimos anos, tenho sido um curioso pesquisador dos modelos de gestão em quaisquer empreendimentos que possam existir – de empresas a projetos sociais, da iniciativa pública à privada – e quais seriam os mecanismos e diretrizes do sucesso e do fracasso. E, de tantas conclusões, uma parece-me um tanto universal: fofocas são como ervas daninhas e conseguem destruir, mesmo, as mais consolidadas estruturas. A primeira premissa que deixo aqui, oriunda dessa minha inquietude de procurar entender a diferença de sucesso e fracasso: existem, nessa metodologia, somente dois tipos de pessoas – as quem fazem e as que falam. Em outras palavras: criou-se no nosso país um tipo de gente que não cria riqueza com trabalho e com iniciativa de resolver problemas – de outra sorte, preferem o lamento ao status quo e buscam a todo tempo falar de outras pessoas e julgá-las a todo momento – enquanto perdem a oportunidade de levantarem, fazerem algo produtivo e resolverem problemas concretos. Infelizmente, nas andanças por onde estive, fiquei perplexo em verificar que em grande parte das organizações, há mais pessoas assim do que aquelas resolutivas. E pior: não raras vezes essas pessoas se sobrepõe às resolutivas, porque são boas em puxar-saco dos chefes com sua pseudo-retórica altruísta.

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Vamos exemplificar: se aparece um problema, digamos, de um erro pequeno cometido por um colega de trabalho, que emperrou um processo qualquer. Uma das alternativas é resolver a questão ou ajudar o colega a entender o que se passou para que haja efetivamente uma resolução. A outra é ficar sentado, lamentando a situação e julgando o colega pelos quatro ventos (exceto para o próprio colega). Isso é fofoca e é muito prejudicial! A cada dia me surpreendo (e me alegro) mais quando conheço alguém com o perfil oposto a esse – leia-se, alguém resolutivo, avesso às fofocas, capaz de resolver no mesmo instante uma demanda e de render produtividade a qualquer processo. São pessoas como essa que verdadeiramente constroem o país, que evitam discussões que não levam a lugar algum e que fazem do próprio ambiente de trabalho um lugar com menos desavenças e mais entrosamento. Abro um parênteses: na política e na esfera pública esse cenário se multiplica por quinhentos. Eis uma das razões pelo fracasso dos governos país afora. De fato, criou-se um emaranhado de teias de conspiração e falatório que preferem oito horas de discussão sobre reclamações, pessimismo e fofocas a efetiva busca pela melhora da qualidade do serviço público. Políticos se cercam de fofoqueiros de plantão e com base nas suas “reflexões” tomam decisões erradas. Valoriza-se a fofoca em detrimentos de dados e indicadores de gestão e é onde quero chegar: se eu perguntar, hoje, qual a análise que o cidadão faz do seu prefeito, qual a sua resposta? Será ela baseada num “chutômetro” (provavelmente oriunda de um fofoqueiro) ou pautada em indicadores finalísticos da cidade? Certa vez li que pessoas de sucesso falam de ideias e realizam algo produtivo com seu tempo, enquanto as outras falam de pessoas e pouco criam. E você, de que está falando e quanto de novo está criando para melhorar o que está à sua volta?

Daniel Lança é advogado e gestor público, com Especialização e Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa – Portugal

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Idiomas

Esqueça o “portunhol” É melhor ser fluente: lá fora existem 500 milhões de pessoas que falam espanhol e que não estão muito dispostas a entender o “jeitinho brasileiro” de falar a língua delas

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ocê com certeza já ouviu alguém – ou você próprio já fez isso – tentando arranhar um espanhol meio mequetrefe, que só muda a entonação da voz e troca algumas letras por outra. Isso acontece muito, especialmente quando os brasileiros vão para alguma nação de língua espanhola. Devido à proximidade entre os idiomas, a maioria das pessoas pensa que na base do “portunhol” conseguirá se comunicar com facilidade nesses países. O resultado disso, no entanto, costuma ser muito aperto e pouco diálogo. Enfermeira de formação e professora de espanhol por oportunidade, Claudilane de Paiva e Silva, que leciona no CCAA Itabira, conta que lá fora as pessoas não estão muito dispostas a entender o idioma mal falado e as mímicas dos brasileiros. Ela estudou no Uruguai e sentiu na pele a importância de uma comunicação fluente. “A pessoa (brasileiro) acha que é fácil porque ele consegue compreender tudo que escuta. Mas o vice-versa não ocorre. Eles não entendem. Não é só fazer a entonação, é preciso ter o hábito. Às vezes, uma letra faz com que a comunicação não ocorra. É simples (aprender), mas é preciso prática”, comenta. Por causa dessa compreensão relativamente fácil, o espanhol é um idioma “marginalizado”. “A pessoa pensa: ‘mas o espanhol é tão fácil, eu consigo’. Fácil até a página dois. Você precisa ser fluente. ‘Hola, qué tal’, ‘muy bien’, ‘pero si, pero no’. Não é só isso. Tem a elaboração da língua e a gente tem que incentivar isso, não incentivar o ‘portunhol’”, afirma Claudilane. “Não podemos menosprezar qualquer língua

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Em todo planeta, 500 milhões de pessoas falam espanhol

por pensar que é fácil. É fácil só quando se estuda. Se acha que é só chegar lá e tentar falar, você vai pagar mico. E o nativo percebe. Ele vê que você está falando errado e não dá atenção”, completa. A preocupação é válida. Em todo planeta, 500 milhões de pessoas falam espanhol. O idioma é a língua oficial de 22 países, o segundo mais importante em número de nações. Mesmo em países em que o inglês é o oficial, o espanhol também é bem aceito. Nos Estados Unidos, por exemplo, o cálculo é de que 35 milhões de pessoas “hablan español”. Existem mais de 16 mil publicações periódicas, 254 canais de televisão e 5,1 mil estações de rádio que se comunicam em espanhol.

O Brasil está cercado pelo espanhol. O idioma é o oficial em nove países da América do Sul, nove da América Central e o México na América do Norte. Ou seja, quem quer viajar pelo continente precisa saber falar bem. De acordo com a professora, um aluno pode adquirir a fluência em até quatro anos e meio de curso em uma escola personalizada. Nas instituições regulares, desde 2005 há uma lei que obriga o ensino de uma segunda língua estrangeira (além do inglês). O espanhol foi o escolhido pela maioria delas. “A aceitação cresceu muito. É muito bacana você pegar um aluno que sai da escola regular e vai para a escola de línguas e já chega com boa noção”, conta a professora Claudilane.


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POR QUE APRENDER ESPANHOL? CARREIRA Hoje em dia, falar inglês não é mais diferencial. Você realmente irá se destacar se tiver uma terceira língua no currículo. Economias latino-americanas estão se desenvolvendo cada dia mais rápido e é bem provável que como profissional, em algum momento, você tenha a necessidade de falar espanhol. VIAGENS Falando espanhol, o número de países que você poderá visitar será muito maior. Mesmo que você ache que consegue se comunicar pelo “portunhol”, nada melhor do que realmente poder conversar com alguém de outro país sem ter que depender de mímica. FACILIDADE Aprender espanhol é fácil, principalmente para os falantes do português. A fonética e gramática são parecidas e muitas palavras são iguais. Em apenas alguns anos você já poderá dominar boa parte do idioma.

Procura por espanhol é constante em escolas de idiomas

Oportunidades Não é novidade que o domínio de línguas estrangeiras é fundamental no mundo globalizado. Nesse contexto, o espanhol se apresenta como um das melhores e mais vantajosas escolhas para brasileiros, tanto do ponto de vista profissional e acadêmico quanto cultural. Grandes universidades estão localizadas em países de língua espanhola, o que atraem muitos estudantes brasileiros. No mercado de trabalho, a importância do espanhol cresce à medida que aumenta o volume de negócios entre empresas brasileiras e companhias internacionais que têm o espanhol como principal língua. A ampliação das relações político-comerciais, facilitadas por acordos econômicos como o Mercosul, é um dos principais motivos da valo-

rização da língua espanhola no Brasil. Se a integração comercial e profissional com nossos países vizinhos já são motivos suficientes para despertar o interesse pela aprendizagem no espanhol, a importância acadêmica e cultural da língua reforça a importância de incluí-la no currículo. Nas áreas de Direito, Economia, Engenharia e Medicina, por exemplo, os cursos de pós-graduação têm extensas bibliografias em língua espanhola. “É chato você ouvir o portunhol. É feio. Claro, se você não tem outro jeito, se você está lá e tem que se virar, você tem que tentar. Mas se você tem a possibilidade de estudar, é uma língua muito linda. Eu sou apaixonada pelo espanhol. É uma língua que abraça, gostosa de se aprender, divertida”, finaliza Claudilane.

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Esporte

Mariana Reis/DeFato

Otto Baêta concilia estudos com o ritmo pesado da academia

Disciplina, foco e

resultados Muita paixão, dedicação, dieta adequada e treinos fizeram o estudante Otto Baêta tornar-se um dos maiores fisiculturistas do Brasil Mariana Reis

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ampeão sul-americano de fisiculturismo e principal atleta da atualidade no Brasil. Mas, acreditem, ele já sofreu bullying por ser magro demais. Da infância para a juventude, o viçosense Otto Baêta, 20 anos, aluno do campus de Itabira da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), transformou as piadas de mau gosto por causa dos 48 quilos em incentivo para estar com o corpo

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cada vez mais ao seu gosto. “Assim que comecei a ter resultados na academia, me encantei por esse estilo de vida e busquei cada vez mais me aprimorar”, conta. O ganho de massa muscular cresceu na mesma proporção da paixão pela musculação. Aos 17 anos, recebeu incentivos de amigos para entrar no fisiculturismo, modalidade que visa o desenvolvimento dos músculos corpo-

rais a partir da resistência progressiva. Foi quando viajou para Belo Horizonte e conheceu o treinador Fernando Maradona, campeão da modalidade. “Comecei a fazer um acompanhamento com ele, que me auxiliou na preparação para o meu primeiro campeonato, o Campeonato Mineiro de Fisiculturismo pela IFBB (Internetional Fereration of Bodybuilding), em 2012, no qual fui vice-campeão na categoria júnior unificada”, relembra.


Arquivo pessoal

que envolva tempo, os estudos geralmente se sobressaem”, explica o atleta. Otto é o quarto filho de cinco irmãos e conta com apoio irrestrito da família. “Meus pais me apoiam totalmente, mesmo sendo um esporte muito caro e que não possui muito retorno financeiro. O apoio costuma ser escasso, mas tenho sorte de ter tantas parcerias. Formei uma estrutura muito boa em minha volta. O fisiculturismo é uma coisa que realmente me satisfaz e me deixa feliz”, diz.

Estudante sagrou-se campeão sul-americano de fisiculturismo

Após muitos anos de dedicação, treinos e premiações, Otto sagrou-se campeão brasileiro de fisiculturismo do campeonato internacional regido pela IFBB e depois campeão sul-americano, disputado em Lima, no Peru, em meados de setembro. A próxima etapa é o mundial, e o desejo é conquistar bons resultados. “Almejo uma boa colocação nos campeonatos dos quais irei participar. Contudo, futuramente, quero me tornar uma referência no esporte. Para isso, preciso cada vez mais aprimorar meu físico”, conta Otto. Dia a dia Conciliar a vida acadêmica com treinos, de forma exemplar, principalmente em períodos de provas e competições, é complicado e exige foco, planejamento, organização e disciplina. “Diariamente tenho o tempo limitado e ambas as atividades requerem muita dedicação. Então eu defino prioridades. Os estudos estão sempre à frente, com exceção do período pré-competição. Mas isso não significa que eu me dedique menos aos treinos, e sim que, quando há conflito

Físico e nutricional Otto não se considera um obcecado. Segundo ele, tudo está acontecendo de maneira natural. “Os meus objetivos de ganhos estão relacionados aos meus objetivos de atleta, não como uma obsessão pelo espelho”, explica o fisiculturista. Normalmente, o estudante realiza oito refeições diárias, compostas por proteína (clara de ovo, frango, patinho e peixe) e carboidrato (batata doce, arroz, macarrão, aveia e frutas). Basicamente, a variação alimentar que ocorre no período de pré-competicão é a diminuição da ingestão de calorias. Todos os dias, o atleta treina musculação por cerca de uma hora e meia, dependendo da fase em que se encontra. Em pré-competição, off season (período entre uma competição e outra) ou cutting (fase que busca a diminuição da porcentagem de gordura corporal) ele realiza até três exercícios cardiovasculares com duração de 30 a 60 minutos cada. Atualmente, Otto ingere suplementos básicos no pré e pós-treino, como whey protein, creatina, glutamina, BCAAs e waxy maize. “No pré-treino também gosto de utilizar uma fonte de gordura, como castanhas, abacate ou amendoim”, diz Otto. Vários profissionais acompanham e orientam a trajetória de Otto, como o médico endocrinologista Bruno Lage e o fisioterapeuta José César, que visam unir saúde e alto desempenho esportivo. Além da loja de suplementos My Shape e a academia Corpo & Saúde. Com parcerias e muita dedicação, o estudante/ fisiculturista mostra a receita do sucesso: força nos músculos e na mente. OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Elegante Sempre Janaína Depiné

Como lidar com pessoas invasivas D ia desses um colega jornalista desabafou nas redes sociais: “Só eu que detesto gente invasiva?! Recentemente encontrei uma amiga que só faltou perguntar a data de vencimento das minhas contas!”. Certamente esse problema não é só dele. Vai dizer que você nunca se sentiu pressionado por pessoas invasivas? Se for o seu caso, vem que eu lhe ajudo na questão. Convenhamos, o mundo está mais egoísta e as pessoas andam tão autocentradas que já não enxergam mais o outro, seu espaço e limites. As relações estão informais, fato, até demais. Cadê aquela delicadeza em se aproximar do outro, respeitando o tempo de cada um? Veja como lidar com pessoas assim e se policiar para também não ser alguém invasivo.

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passando aquela barreira saudável entre você e o outro. Por exemplo, se você sempre recusa os insistentes convites de uma amiga para sair, seja específica: “Fulana, eu sou uma pessoa muito caseira que não gosto desse tipo de programa. Quando você quiser me convidar para um filme em casa, conte comigo. Além disso, estou fora”. Não se vitimize Nós somos responsáveis por aquilo que permitimos que seja feito conosco. Portanto, respeite-se. Ao sentir-se invadida por um parente, sogra ou cunhada não espere que a outra pessoa vá notar, nem peça ao cônjuge para dar limites na vida que lhe dizem respeito.

Tenha clareza Um dos grandes problemas das pessoas invasivas é que elas não entendem (ou fingem não entender) que estão ultra-

Conheça-se Para entender de onde vem esse imã que atrai pessoas abusivas na sua vida, é preciso olhar para dentro. Às vezes nosso medo em estabelecer limites tem a ver com o medo de ser rejeitado. Talvez você tenha sofrido algum tipo de abandono físico (separação, ausência ou morte) ou emocional (falta de afeto, carinho ou apreciação). Essa pode ser “a raiz da rejeição” (aliás, esse é o nome de um livro excelente escrito por Joyce Meyer. Vale a pena ler e entender mais o tema). O resultado desse medo de ser rejeitado ou abandonado é uma inabilidade para colocar limites em comportamentos inaceitáveis. Entendeu?

Um dos grandes problemas das pessoas invasivas é que elas não entendem (ou fingem não entender) que estão ultrapassando aquela barreira saudável entre você e o outro

Comece devagar É possível aprender a colocar limites. Comece aos poucos, mas comece. O amigo que quer saber quanto você ganha pode ouvir um “- O suficiente para viver bem”. Já sogra bisbilhoteira pode ouvir um firme aviso seguido de um abraço que direciona a pessoa para onde você quer: “- Sogrinha, vamos deixar as minhas gavetas de lado e conversar aqui na sala, hein?”.

Dê limites Quando você limita mostra que respeita a si mesmo e exige isso do outro. Por exemplo, se a pessoa disparar a falar, sem sequer perguntar antes se você pode falar, seja como uma faca Tramontina e tenha um corte rápido. Interrompa o falatório dizendo que não pode falar naquele momento e combine outro horário.

Janaína Depiné é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos.

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DIÁLOGO COMUNIDADE

RELAÇÃO PRÓXIMA COM A COMUNIDADE O Fale Conosco, canal de comunicação entre a Anglo American e as comunidades anfitriãs do Minas-Rio, recebe uma média de 11 manifestações diárias. Por meio do sistema, que em 2015 chega ao seu sexto ano de funcionamento, os moradores podem dar opinião, tirar dúvidas ou registrar reclamações e sugestões relacionadas à empresa e a suas atividades. O cuidado da empresa no diálogo com a comunidade já foi reconhecido. No ano passado, o Sistema Fale Conosco foi vencedor regional (Minas Gerais e Centro-Oeste) do prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), na categoria Comunicação e Relacionamento com a Sociedade. A premiação existe há 40 anos e elege, em 17 categorias, as melhores práticas da comunicação empresarial brasileira.

Como funciona • As manifestações são recebidas via telefone (linha 0800), e-mail, caixas de manifestações na comunidade e contatos face a face com profissionais da empresa. Os responsáveis pelo atendimento do 0800 são profissionais treinados para prestar um atendimento humanizado. • As manifestações são registradas em sistema próprio. Aquelas que não podem ser respondidas de imediato são encaminhadas aos respectivos gestores das áreas. • Vencido o prazo de sete dias úteis, o manifestante é informado sobre o posicionamento da empresa.

Confira os locais onde as urnas de manifestações estão disponíveis: • Serro: prefeitura e rodoviária. • Conceição do Mato Dentro: rodoviária, Posto São Judas Tadeu (Ale), Policlínica Doutor Juvêncio Guimarães e UBS de São

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Sebastião do Bom Sucesso.

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• Dom Joaquim: UBS de São José da Ilha e Mercearia da Ilma.

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• Alvorada de Minas: Centro de Saúde Municipal e Bar Parada Real.

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Culinária

Sorvete de baunilha INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

1/2 xícara (120 ml) de leite gelado

Misture o leite, a baunilha, o leite condensado e o sal. Reserve.

1 colher (sopa) de extrato de baunilha 1 lata de leite condensado 1/8 colher (chá) de sal 475 ml de creme de leite sem soro ou fresco

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Bata o creme de leite até formar picos firmes. Misture o creme de leite ao leite condensado. Despeje o sorvete num refratário baixo com capacidade para 2 litros. Congele por 2 horas, mexa o sorvete com uma colher e congele por mais 2 horas. Sirva a seguir ou guarde em um recipiente fechado no congelador.


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Infantil

BEATRIZ HERINGER SOARES 5 MESES

BERNARDO DO NASCIMENTO

8 MESES Pais: Nilton Fábio de Souza Karla Everlaine Pereira

Pais: Felipe Soares Priscila Quaresma Heringer

Pais: Heliomar Celso do Nascimento Jéssica Araújo Valadares

ENZO VICTOR VIANA SANTOS

CAUÃ AUGUSTO

BEATRIZ EMANUELLY DE SOUZA

4 ANOS

MIGUEL GONÇALVES VIEIRA

3 ANOS

11 MESES

1 ANOS

Avô: Karine Viana Silva Mãe: Victor Eugenio dos Santos

Pais: Allan Cristian Emily Diana

Pais: Gladson Domingos Vieira Bruna Silva Gonçalves

MURILO GOMES CRUZ

NICOLE CRISTINA COSTA

OTÁVIO LAGE SILVA

Pais: Robson Cruz Gabriela Gomes

Pais: Adelson Araújo Lima Maethê Cristina da Silva Costa

Pais: Igor César Passos e Silva Jéssica Pires Lage

4 ANOS

4 ANOS

4 MESES

Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br

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Flash Social

Yves Hermínio

Arquivo pessoal

Tatiana Santos/DeFato

Os empresários Ronan Sampaio e Guida Guedes comemoram dez anos de mercado da Top Ambientes, loja itabirana especializada em móveis para escritórios e montagens comerciais

João Dornelas e o chileno Ricardo Rocco, que residem em Itabira, viajaram por dez dias, sendo cinco deles só de caminhada, pelo Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia Chilena. Os amigos são apaixonados por viagens, trekking e aventura

Sheila Rodrigues e o marido Beto Silva na inauguração da nova loja da empresária, Sheila Rodrigues Semi Jóias, em Itabira

A modelo mirim Mariana, de 9 anos, foi fotografada pelo novo estúdio fotográfico de Itabira, Alexandre Rocha Photography. O book mostra coleções de roupas e sapatos da loja Baby Lú

Alexandre Rocha Photography

Alexandre Rocha Photography

Rosilene Bueno

A estudante itabirana Bianca Vieira, filha de Max Meireles e Alessandra Vieira, comemorou 15 anos de idade com uma festa no buffet Cor e Magia em Itabira

A gerente de projetos Luciane Moreira posou para fotos do book gestante pelo estúdio Alexandre Rocha Photography. Luciane aguarda a chegada do filho David e ficou maravilhada com as fotos Tatiana Santos/DeFato

Tatiana Santos/DeFato

Em Itabira, o Stúdio Espaço Pilates, da empresária Marilândia da Silva, comemora neste mês de outubro um ano de atividades. Muito trabalho e sucesso!

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OUTUBRO, 2015 defatoonline.com.br

A Gomes Pereira Veículos, distribuidor Ford, lança em Itabira o novo Focus FastBack, novidade da marca, com design moderno e sofisticado. As DeFatetes participaram do evento e ajudaram na divulgação


Arina Bragança/DeFato

Os empresários César Morais e Ana Paula inauguraram em Itabira, no dia 17 de setembro, a mais nova imobiliária da cidade: César Morais Imóveis. Sediada na avenida Mauro Ribeiro, no novo centro comercial itabirano, a empresa trabalha com vários modelos de imóveis para todo tipo de cliente Arquivo pessoal

O são-gonçalense Anderson Ferreira foi ordenado padre no último 26 de setembro, em missa campal na Praça Central de São Gonçalo do Rio Abaixo. A celebração reuniu mais de dois mil fiéis, que ficaram emocionados no momento da benção do novo presbítero Mariana Reis/DeFato

Gabriela Cabral, proprietária do Espaço da Sobrancelha Gabriela Cabral, em Itabira, é especialista em micropigmentação, método que garante a cobertura de falhas e imperfeições das sobrancelhas


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Galeria de fotos

4º Encontro dos Ferroviários Fotos: Rosilene Bueno Fotografias

No dia 12 de setembro, velhos amigos se reencontraram para um almoço em Itabira no 4º Encontro dos Ferroviários Aposentados da Estação Ferroviária Vitória Minas (EFVM). Na sexta, dia 11, aconteceu o baile. O encontro foi na Associação Recreativa Dos Ferroviários De Itabira – Arfita. Ferroviários, aposentados e familiares prestigiaram o evento que contou com diversas atrações. Além de se divertirem, puderam relembrar histórias e colocar o papo em dia. O encontro recebeu ferroviários de muitas cidades, como Governador Valadares, Vitória, São Gonçalo do Rio Abaixo, entre outras.

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DeFato

Galeria de fotos

Inauguração Sheila Rodrigues Semi Jóias

Fotos: Yves Hermínio/DeFato

Um coquetel sofisticado no dia 5 de outubro marcou a inauguração da Sheila Rodrigues Semi Jóias, em Itabira. A loja traz toda a essência da beleza feminina, com diversas semi jóias finas e cuidadosamente elaboradas, e também atende ao público masculino. Cada traço ajuda criar formas atemporais, todas com o mais alto padrão de qualidade. Rua Gonzaguinha, número 8- loja 5, Esplanada da Estação, 3831-2941

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Toni Garrn, Mario Spaniol, Drew Barrymore, Monalisa Spaniol e Adriana Lima

Carmen Steffens NEW YORK FASHION WEEK EM DESFILE HISTÓRICO, COM OLHAR DAS PRINCIPAIS EDITORIAS DE MODA DO MUNDO, CARMEN STEFFENS ESTREIA NA NEW YORK FASHION WEEK. E COM A PRESENÇA DAS TOPS ADRIANA LIMA E TONI GARRN


Fabiana Justus, Sophia Alckmin e Camila Coelho

A

apresentação aconteceu numa ensolarada tarde de domingo, dia 13 de setembro, no Vanderbilt Hall Manhattan. Global como a marca, o desfile teve styling do alemão Pablo Patané e beleza a cargo da make-up artist israelense Einat Dan junto com Valeria Orlando, especialista em efeitos especiais. O salão novaiorquino Fox & Jane foi o responsável pelos cabelos das modelos. Já na passarela, quem encantou convidados e jornalistas presentes foi a alegria da mulher brasileira. O destaque ficou para as estampas exclusivas e o animal print – marca registrada CS. Adriana Lima, nossa supertop que brilha pelos quatro cantos do planeta, foi o grande destaque da apresentação. Dividindo os flashes com ela, outra modelo: a alemã Toni Garrn. Ao final do desfile, a estilista da grife Monalisa Spaniol, entrou na passarela para receber os aplausos e confirmar que a CS foi mais que aprovada em sua primeira apresentação internacional. Para Mario Spaniol, diretorpresidente da label, “esse momento único da Carmen Steffens é só o início de uma nova temporada de muito sucesso”. Sem dúvidas...

Carmen Steffens 505 Lojas - 18 Países

A top Adriana Lima

A top Toni Garrn

Matheus Mazzafera, Drew Barrymore e Luciana Gimenez


DeFato

Destaque Mineiro

Noite de

homenagens Sexta edição do evento Destaque Mineiro reconhece empresários e empreendedores que se destacaram na região do Médio Piracicaba

O

tradicional Destaque Mineiro, que já está na sexta edição, realizou uma noite de gala repleta de homenagens, reconhecimentos e honrarias no dia 25 de setembro no Ideal Clube, em João Monlevade. Diversas empresas, empresários, instituições, autoridades e personalidades que se destacaram na região do Médio Piracicaba em 2015 receberam o apreciado troféu de destaque. O evenFotos: Bruno Guimarães Produções

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to foi promovido pela publicitária Leila Pavan e pelo empresário Mauro Tavares. Os agraciados são escolhidos pelo compromisso que mantêm de criar oportunidades e negócios que tragam possibilidades de crescimento e desenvolvimento para a região. Além das empresas e personalidades destacadas, também foi concedido o “Troféu Minas Gerais”, premiação destinada a instituições que se sobressaem pelo espirito

empreendedor, trabalho social, cultural e prestação de serviços diferenciados. A cada ano, uma celebridade é escolhida para entregar os troféus. Este ano a modelo, apresentadora e ex-BBB Fani Pacheco entregou os troféus aos vencedores. O Destaque Mineiro contou com a presença de empresários e autoridades de toda a região, que desfrutaram de buffet completo e apresentação musical da banda Soul do Samba.

Mauro Tavares, Leila Pavan, Fani Pacheco e Dindão Gonçalves em entrega das homenagens


OS HOMENAGEADOS

2015

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DeFato

Destaque Mineiro

Empresário Destaque 2015 EVARISTO BUENO DA FONSECA NETO

Empreendimento Destaque SUCUPIRA

Jovem Empreendedora CAROL PONTES - A FAVORITA

Cantora Destaque LÍVVIA BICALHO

Jornalista Destaque BELL SILVA

Mulher de Expressão CÁSSIA COURA M. S. FERREIRA

Troféu Minas Gerais ESTER SANCHES NAEK

Aluguel de Vestido de Noiva e roupas de festas REQUINTE NOIVAS E FESTAS

Área de Lazer - Escolinha Oficial do Cruzeiro ESPAÇO SOCCER

Armários Sob Medida e Cozinhas Planejadas ARMÁRIO E CIA

Auto Escola CFC RODA DE OURO/ SANTA BÁRBARA

Arquiteta LARISSA REIS ARQUITETURA

Artigos de Decorações e Acabamentos HARMONIA DECORAÇÕES E ACABAMENTOS

Artigos de Festas FESTAS PRÁTICAS

Auto Peças RONDOMIG

Bar YURI’S BAR

Bolos e Doces GIOVANA MARA CHOCOLATES

Buffet BUFFET MERCEZINHA

Clinica Radiológica Odontológica CLÍNICA DE RADIOLOGIA IMAGEM X

Consultoria Empresarial INSIGHT

Empresa de Comunicação Visual SP COMUNICAÇÃO

Projetos de Seg. Contra Incêndio e Pânico PROTEC

Revista REVISTA DEFATO

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Melhor Atendimento COM CLASSE


Fotos: Bruno Guimarães Produções

Curso de Idiomas - João Monlevade e S. Gonçalo - NUMBER ONE

Destaque Excelência em Cooperativismo LEDES COTA / ALVINÓPOLIS

Distribuidora de Chopp CHOPP EXPRESS

Emissora de Rádio ALTERNATIVA 1 FM

Empresa de Gestão Empresarial EMC SISTEMAS

Empresa de Relações Internacionais CENTRO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Fertilizante Orgânico ADUBOS AMIGÃO / ROÇAS NOVAS

Escola de Ensino Médio COLÉGIO CESP

Escola Infantil CENTRO EDUCACIONAL PEDACINHO DO CÉU

Estamparia e Uniformes TECNOSILK

Auto Escola CFC SÃO GONÇALO / SÃO GONÇALO

Fotografia e Filmagem BRUNO GUIMARÃES PRODUÇÕES

Lingeries e Moda Íntima DOCE PECADO

Loja de Calçados SOPHIA CALÇADOS

Loja de Colchões CASA DOS COLCHÕES / ITABIRA - JM

Advogado LEONARDO MOURO ALVES/RIO CASCAS

Loja de Refrigeração REFRIGERAÇÃO GRIJÓ

Medicina do Trabalho VIDA SAÚDE OCUPACIONAL

Padaria PADARIA ALVORADA

Placas de Sinalização 7 VISUAL COMUNICAÇÃO

Transportadora TRANSMAFI

Vidraçaria VIDRAÇARIA LÍDER

Banda SOUL DO SAMBA

Clube Recreativo SOCIAL CLUBE

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DeFato

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Galeria de Fotos

SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br


DeFato

Prosa

Daniel de Castro

Outubro é dez Q

ue não se enciúmem os outros onze meses. Mas outubro é dez. Para começar, o mês dez brota em uma primavera ainda jovem. É nesse mar de luzes e cores que este mês semeia os seus trinta e um dias. E, para Itabira, outubro é dez com louvor e com direito a bilhetinho com elogio. Nele nasceu Drummond, o gênio da Terra. Nele, a cidade emancipou-se, tornou-se senhora de seu destino na caminhada para consolidar seu projeto no mundo. No mês dez insere-se o Dia das Crianças. Nele, nós acariciamos esses botões em viço, para quem a vida é um mar de sonhos e de esperanças. Junto aos quais, através da educação, propomo-nos a criar-lhes o campo onde os sonhos possam crescer e frutificar. Outubro, no país de Drummond, é dez porque tornou-se como fosse uma praça quadrangular, em cujos cantos plantaram-se o dia de Itabira emancipada, o Dia da Criança, o dia do aniversário de nascimento de Drummond, o gênio dessa terra, e o dia do professor. A criança, o Gênio, o professor e a cidade engastada no país estarão sempre, por um lisonjeiro desígnio, eternamente ligados a outubro. Por isso, o mês é dez. O seu décimo quinto dia nos foi disponibilizado para um dever dos mais altos: refletir sobre o estar do professor no mundo. Ver que o desempenho do professor sobe ao nível de excelência quando, com sua ternura, seu senso de serviço e sua ligação aos insights do Gênio de Itabira, lapida, nutre e conduz o educando a se tor-

Em sua alma jamais deverão figurar o autoritarismo e a prepotência, atitudes de quem se acha sobre um pedestal de arrogância.

profdanieldecastro@hotmail.com

nar cidadão competente, hábil e cultor dos mais altos valores, no vivenciar de um comportar-se ético. Outubro tornou-se um tempo nascedouro, um mês olho d’água, quando nos presenteou com um dos seus dias, para que o empregássemos em meditar no perfil do professor. Como fruto dessa meditação, solidificaremos em nós essa figura semente. Reforçaremos em nossa consciência, a certeza de que é do rebentar dessa semente que brotarão as habilidades e as atitudes necessárias a toda atuação no complexo mundo que habitamos. Desse sêmen, devem brotar os valores e o comportamento ético. Eles tornarão possível o funcionamento de uma sociedade com a distribuição justa da riqueza produzida e a eliminação das indesejadas violência e corrupção. Outubro dez põe sob nossa lupa, o professor. Na certa, nele, por ser humano, se encontrarão defeitos. Nem por isso o deves retirar de tuas preocupações. Estenda-lhe a mão para que ele se refaça. Quando eficiente, encoraja-o, para que assim prossiga. Quando bem sucedido, dá-lhe os parabéns. O reconhecimento anima e reconforta. Mas faça de maneira que ele não se entregue a um narcisismo autocomplacente. Isso poria em risco a consciência de que servir é o que importa quando se edifica o mais sublime dos templos: o homem. Pois nesse edificar incomparável, o professor não deve entalhar no seu canteiro de atitudes a postura de quem está sentado à mesa, mas a de quem a serve. Em sua alma jamais deverão figurar o autoritarismo e a prepotência, atitudes de quem se acha sobre um pedestal de arrogância. Encontrando-o, cumprimenta-o numa postura agradecida. Ele é o operário que edifica a sociedade; a catedral que tu frequentas. Seu trabalho é um constante pôr-se a serviço. A ele, pois, com carinho, todos os nossos mais efusivos e sinceros parabéns. Pois tudo o que há à nossa volta carrega, implícito, a palavra, os gestos, a dedicação e a ternura desse alguém comprometido em construir o homem.

Daniel de Castro é professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras

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DeFato

Opinião

Tempos Modernos: uma ode aos pais do século XXI

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a música Tempos Modernos, Lulu Santos bradava, no início dos anos oitenta, o testemunho de quem via “um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não”. Sucesso ontem e hoje essa música nos remete a uma reflexão. Pois bem! Trinta e poucos anos depois, muito do que foi dito pode ser testemunhado em fatos diários: a tolerância com as diferenças aumentou notavelmente; a aceitação e convivência harmoniosa com questões que até outro dia mesmo eram tabus é outro ponto de destaque; a forma como os jovens de hoje entendem o mundo, menos impregnados de pré-conceitos que foram imperativos sobre as gerações anteriores, também nos remete a fortes alterações no atual formato social. Hoje os pais querem menos filhos para investir mais em qualidade. E de uma forma espantosa, as crianças manejam melhor que os adultos as ferramentas de “gente grande”, como tablets e celulares. Todos estes fatores nos levam a pensar que, sim, vivemos um tempo singular em toda linha da história. Fato é que essa alteração de padrões tão significativa, de forma tão acelerada e sem precedentes, nos obriga a aprender a fazer, fazendo. Trocar o pneu com o carro andando. Não existe mais manual. A lógica é plug and play (conectar e usar, sem muita dificuldade com instalação). E como acompanhar todo esse raciocínio tecnológico, quando falamos em criação de filhos, relacionamento interpessoal e relacionamento familiar? Afinal, o ser humano não consegue simplesmente se reprogramar e se atualizar na velocidade em que fazemos com softwares e aplicativos. Saímos de um conceito de manda quem pode e obedece quem tem juízo, para o conceito de que tenho que dar para meu filho tudo aquilo que não tive. Mudamos a ideia de repressão por medo, para a ideia do quem ama aceita tudo. Saímos do não pode, para o “deixa ele ser criança”. Todos são exemplos de conceitos que são os extremos de um mesmo raciocínio sobre a melhor forma de criar os filhos. Como extremos, servem de referenciais para buscar um ponto de equilíbrio e não como atuação

Saímos de um conceito de manda quem pode e obedece quem tem juízo, para o conceito de que tenho que dar para meu filho tudo aquilo que não tive

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Auriston Magalhães Vitor

auristonmagalhaes@hotmail.com

prática. Parece óbvio que coação, medo e imposição não são, e talvez nem foram tempos atrás, as melhores formas de conduzir a relação entre pais e filhos. O que pode causar-nos dúvidas e até descrença é pensar que amor, carinho, presentes e tudo de bom podem também ser prejudiciais. Pensando nisso, em comprovar se realmente o excesso de zelo sobre uma criança poderiam atrapalhá-la, a psicóloga da universidade Stanford, Carol Dweck, criou uma pesquisa mensurável. Basicamente, o estudo consistiu em solicitar a algumas crianças que realizassem uma sequência de três testes e no decorrer foram divididos em grupos aleatórios que receberam estímulos diferentes. Um grupo foi elogiado por sua inteligência e esperteza, outro pelo seu esforço e empenho e um terceiro recebeu apenas informação da nota, sem nenhum elogio. A partir dos resultados e de alguns questionamentos feitos para as crianças, foi apurada a tabulação dos resultados que é a seguinte: 92% das elogiadas por seu esforço queriam problemas desafiadores em que pudessem aprender mais; 67% das crianças elogiadas por sua inteligência escolheram trabalhar com problemas mais fáceis que permitissem que continuassem parecendo inteligentes. Outro indicador comparativo chama ainda mais atenção. As crianças elogiadas por seus esforços apresentaram um acréscimo de 1,21 ponto no teste. As que não foram elogiadas melhoraram 0,13 ponto em média. Já as elogiadas por sua inteligência apresentaram, para espanto de todos, uma queda de 0,92 ponto. Isso por terem evitado se expor a novos desafios e correrem o risco de perder o status de pequenos gênios. Ficou comprovado que estímulos que inflam demasiadamente a autoestima da criança podem não ser tão benéficos como nós pensávamos. Nesse sentido, privar as crianças de certos regalos, permitir que caiam e se levantem sozinhas e que busquem novos desafios, serão grandes presentes. Lulu Santos confirma mais uma vez seus poderes de enxergar o futuro quando diz: “com habilidade pra dizer mais sim do que não, não, não”. Fala-se muito “sim”, enquanto a inexperiência e a falta de maturidade dos pequenos nos impõe sermos porta vozes de vários “nãos”, dolorosos às vezes, mas fundamentais para um crescimento mais forte e preparado para o mundo que os espera. Auriston Magalhães Vitor é Psicólogo, psicoterapeuta, especialista em Gestão Empresarial, instrutor de treinamentos com atuação Organizacional e Escolar


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Carmen Steffens CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS AV. VILA LOBOS, 82 - ESPLANADA DAS ESTAÇõES | ITABIRA - MG AIX-EN-PROVENCE BUENOS AIRES CANNES JOHANNESBURG HOLLYWOOD LAS VEGAS NICE ORLANDO PUNTA DEL ESTE RIO DE JANEIRO SÃO PAULO 505 LOJAS - 18 PAÍSES


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