Revista DeFato 275

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DeFato

Ao Leitor

Uma dor sem descrição

C

onfesso que às vezes, quando termino um texto, fico com uma sensação chata de que não consegui colocar no papel tudo aquilo que eu queria. De que faltou alguma coisa. Isso geralmente acontece em uma cobertura de grande impacto, quando tudo acontece ao mesmo tempo e há muitos sentimentos envolvidos. Tem horas que por mais sensível que você seja, fica difícil demonstrar a dimensão do que está acontecendo. Quando fui a Mariana no dia 6 de novembro, um dia depois da tragédia de Bento Rodrigues, já voltava de lá meio pensativo. Sabia que depois de escrever a matéria para a revista eu iria estar com aquela sensação chata de novo. E é claro que isso aconteceu. Mas no caso dessa cobertura do rompimento das barragens, uma coisa me conforta: sei que todo jornalista que esteve lá, vai estar sentindo o mesmo que eu. Usar as expressões “impactante”, “assustador”, “entristecedor” ou “estarrecedor” é cosquinha diante do que qualquer pessoa sente ao olhar para aquele lugarejo completamente submerso à lama. Agora imagina quem morava em Bento Rodrigues; ou em Barra Longa; ou em Valadares e cidades dependentes do rio Doce, que ficaram sem água até para beber; nas comunidades ribeirinhas, que enxergam seus peixes todos mortos. Pessoas estão mortas. Pessoas que sobreviveram morreram um pouco. E o pior disso tudo é que quem teve a vida alterada de uma hora para outra não sabe nem porque isso aconteceu. Ah, houve uma falha. Oras, claro que houve! Mas de quem? Onde? Desde quando essa falha acontece? E o mais

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grave: vai acontecer de novo? Outras cidades estão seguras? Mariana está segura? A mineração está segura? Ao que parece, todos os laudos da barragem de Fundão, controlada pela Samarco (Vale/BHP) estavam em dia. O local tinha licença que atendia a todas exigências da lei vigente. A estrutura era considerada de estabilidade garantida por auditoria externa. Estava apta para funcionar e reter o rejeito, o que acaba sendo ainda mais desesperador. É inevitável questionar: a tragédia de Mariana não joga por lama toda a legislação que rege a mineração no Brasil? É dever de qualquer pessoa (jornalistas, especialistas da área, poder público e outros mais) cobrar respostas para todas as perguntas. Talvez, o que tenha matado tantas pessoas em Bento Rodrigues e em outras tragédias relacionadas a acidentes em grandes atividades econômicas seja justamente o silêncio. As vistas grossas. Infelizmente (e aqui faço minha mea-culpa, se é que adianta), a gente se acostumou a só olhar para o copo depois que o leite já derramou. Mariana é nossa boate Kiss da vez. A dor dos atingidos pela lama em Bento Rodrigues e outras localidades é indescritível. Impossível, de verdade, de ser relatada. Aspas em revistas e jornais, depoimentos sofridos em sites e televisões, nada, nada disso é capaz de demonstrar o que aconteceu em Mariana e que a cada dia toma proporções ainda maiores. A maior tragédia ambiental de Minas Gerais? Certamente. A maior do Brasil? Talvez. Mas nem mesmo esses “títulos” têm o tamanho da dor daqueles que morreram um pouco no dia 5 de novembro.

Rodrigo Andrade

Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Mariana Reis Tatiana Santos jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Atendimento Cleise Martins atendimento@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro Sandra Costa financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR


Sumário

Foto de capa: Antônio Cruz / ABr

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Entrevista

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Hematita

42

Perfil

Conceição

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Segurança

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Comportamento

Meio Ambiente

38

Capa

54

Especial

Ângelo Oswaldo

Cidadão bem informado

Consumo consciente

Maior jazida do mundo

Monlevade com medo

Tragédia em Mariana

O homem que escreve com os olhos Barba, cabelo e bigode

DeFato Noivas

Colunas

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Márcio Labruna Empreendedorismo

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Janaína Depiné Elegante sempre

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Daniel de Castro Prosa

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Opinião Denilson Madeira

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DeFato

Cartas

Capa Parabéns ao Grupo Dular! Realmente é mais que um negócio e sim uma família com foco e objetivo! Rosangela Benvenuti | Itabira Parabéns, César e Jean! Vocês são pessoas sérias e competentes. E Itabira precisa de gente como vocês. Ataliba Madureira | Itabira

Outubro 2015 Edição 274

Pousada Pedra que Brilha Apenas uma palavra para descrever: sensacional! Uma ótima estrutura, moderna e rústica ao mesmo tempo. Isso que a região precisa, além de ter uma beleza natural incrível. Muito aconchegante, ótimo para descansar. Indico a todos a conhecerem, principalmente nas épocas festivas do distrito, como as Rodas de Viola e a Festa do Museu do Tropeiro. Parabéns à DeFato por divulgar as belezas do interior de Minas Gerais. João Mendes | Belo Horizonte Entrevista Conheço o Salej e agradeço pela sua coragem em acreditar na Escola Sebrae e na sua ajuda para que se instalasse em Itabira. Vivemos boas parcerias quando estava no Governo do Paraná, principalmente na conquista da ABINEE. Sejam grandes os próximos passos e longos os sonhos, assim como a criança ao se juntar ao pai em Minas e retornar vitorioso. Sebastião Andrade | Itabira

Envie sua opinião para contato@defatoonline.com.br ou comente as matérias no site: www.defatoonline.com.br

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Admiro e respeito muito este eminente mestre do empreendedorismo de nome Stefan Salej, mas vejo que seus brilhantes conhecimentos são ignorados pela maioria dos empresários brasileiros, principalmente pelos mineiros. Falam muito e não praticam. Não investem em tecnologia, querem tirar leite da pedra. Os empresários só

pensam em produzir e ganhar muito. Na realidade, eles contabilizam os lucros e socializam os prejuízos, mas como fica o social? Em Itabira não é diferente, vejo as três maiores empresas extremamente dependentes do setor público municipal, haja visto que entra prefeito e sai prefeito, essas empresas estão marcando presença lá. Fernando Cunha | Itabira Última trincheira da sociedade Ousadia e coragem necessárias para que nossa sociedade se evolua. Jânio Oliveira Bragança | Itabira Se não fosse pela intervenção do Dr. Marcelo, nós das comunidades rurais de Conceição do Mato Dentro estaríamos perdidos! Parabéns pelo seu trabalho transparente e responsável! Vanessa Santos | CMD Esperança fora das grades Magnífica reportagem. Nunca imaginava que tinha esses grupos, ainda mais dentro desse lugar que ninguém que não seja o familiar quer ir. Deus seja louvado pela vida dessas pessoas e que elas consigam continuar tendo força e persistências para continuar esse trabalho lindo. Maria Braga | Itabira Bom saber que há quem leve um pouco de religiosidade a estes homens: muitos feras outros mais mansos. Eduardo Costa Val | João Monlevade Esse trabalho é muito bom. Promovem o recolhimento de condenados à pena de reclusão, em regime fechado e semiaberto, proporcionando-lhes a reeducação e a ressocialização, mediante o tratamento penitenciário fundado no trabalho, na instrução da religião, na recreação e no esporte, visando a sua valorização humana e reintegração


no meio social, familiar e profissional. Mauro Costa| Itabira Movido pelo sonho Parabéns, Rodrigo Franco! Parabéns, DeFato, pela reportagem. Eu já sabia do sucesso do Rodrigo. São reportagens que engrandecem Itabira. É bom saber que tem itabirano honrando o nome da nossa cidade. Eliete Lage | Itabira

Parabéns! Bom saborear as histórias de quem transforma sonho em realidade. Coincidência ou não, nesses dias, perguntei ao meu pai se ele já tinha visto o repórter do esporte da Globo que é de Itabira. Bom, suspeito que torcemos para times adversários, mas, ainda assim, gosto de ver suas matérias e falo para todo que somos conterrâneos. Sucesso! Karine Camilo | Itabira

O Rodrigo é um profissional excelente. Afasta, realmente, o time do coração do trabalho (deve ser difícil) e toca com grandiosidade todos os eventos propostos. Parabéns, não só ao Rodrigo, como também à sua família pelo apoio e carinho. Essa é a trilha do sucesso. Glaucius Bragança | São Bernardo do Campo/SP

Servindo de exemplo Parece que a minha São Gonçalo do Rio Abaixo está no caminho certo. Procura se diversificar, servindo de exemplo com o ensino integral. Hoje, é referência em educação, comparada as outras cidades mineradoras do estado. Parabéns aos gestores públicos locais! Thaís Figueiredo | São Gonçalo R.A.

Salários questionados É correto, tanto o Poder Executivo, quanto o Poder Legislativo, quererem dar suas parcelas de contribuição para amenizar a crise, ou os encargos ficarão somente nas costas da população. Francisco Carlos Silva | Itabira Muito bem, rapazes de Barão de Cocais, vocês têm que lutar por um tempo melhor. Mais profissionais e melhor qualificados na saúde, mais segurança, mais e melhores profissionais na educação, menos políticos, mais qualificados e menores salários para eles. Tereza Carneiro | Salvador/BA Parabéns! Que essa notícia viaje aos quatro cantos do país e ao epicentro da crise: Brasília! Rodrigo Alcântara | Itabira


DeFato

Entrevista

ANGELO OSWALDO DE ARAÚJO SANTOS

Cultura como

prioridade Secretário de Estado da Cultura visita Itabira e anuncia recursos para diversas áreas culturais em Minas Gerais: afro-brasileira, indígena, bandas de música, entre outras Sérgio Santiago

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tabira recebeu, no dia 31 de outubro, Dia Nacional da Poesia e aniversário de Carlos Drummond de Andrade, a visita do secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo de Araújo Santos. Era o último dia da Semana Drummondiana, evento promovido na cidade em homenagem ao Poeta Maior. Angelo chegou cedo, visitou pontos turísticos, conheceu o projeto Meninos de Minas e participou, no período da tarde, de uma solenidade no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). Depois do evento, mesmo sem agendamento prévio, concedeu entrevista a DeFato. Falou sobre o poeta itabirano, com quem teve o privilégio de se encontrar algumas vezes, e dos vários projetos em andamento em sua secretaria. Destaque para os recursos que estão sendo liberados para a cultura indígena, o Fundo Estadual de Cultura, as tradições afro-brasileira, as bandas de música, entre outros projetos. Nascido em Belo Horizonte em 1947, Angelo Oswaldo é curador de arte, jornalista profissional, advogado e gestor público. Formou-se em Direito pela UFMG, em 1971, e cursou o Instituto Francês de Imprensa, em Paris (19731975). Foi crítico literário do Diário de

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Minas e editor do Suplemento Literário de Minas Gerais. Redator e editor de Cultura do jornal Estado de Minas, colaborou com a Folha de São Paulo, na condição de editorialista. Foi crítico de cultura da Globo Minas e colaborador do Jornal do Brasil. Colaborou ainda com o jornal francês Le Monde e foi consultor literário das Edições Gallimard em Paris. Como gestor público, foi prefeito de Ouro Preto por três mandatos (19931996; 2005-2008; 2009-2012), secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais (1999-2002) e ministro interino de Estado da Cultura do Brasil (1986 e 1987), na gestão do ministro Celso Furtado. Foi ainda chefe de Gabinete do Ministério da Cultura (1986-88) e presidente do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC), entre 1985 e 1987. Membro fundador da Rede de Cidades Barrocas da América Latina, foi eleito vice-presidente para o biênio 2011-2012, em Puebla, México. Depois foi nomeado presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), de onde saiu para assumir a Secretaria de Estado da Cultura. O senhor é um grande conhecedor da obra de Drummond. Chegou a conhecer o poeta?

Conheci pessoalmente Carlos Drummond de Andrade, tive o privilégio de me encontrar com ele algumas vezes e guardo uma carta muito bonita que ele me mandou quando celebramos os seus 70 anos, em 1972. Eu era editor de Suplemento Literário no Minas Gerais. Drummond sempre foi um colaborador, um entusiasta do suplemento. E ele nos escreveu com muito carinho para agradecer àquela homenagem. Ele morreu em 1987, quando eu trabalhava no Ministério da Cultura, e nós, também, naquele momento, prestamos uma grande homenagem a Drummond e sentimos imensamente a partida dele. Mas isso é da condição humana. Ele nos deixou uma obra singular, uma obra universal, que é reconhecida no mundo inteiro e traduzida para diversas línguas. A poesia de Drummond é reconhecida como uma das mais importantes expressões poéticas de todos os tempos. No Governo do Estado, qual é a posição da cultura no ranking de prioridades? O Governo Fernando Pimentel tem uma atenção toda especial para com a cultura. Fernando Pimentel tem uma visão ampla do que seja cultura e mostrou isso muito bem quando foi prefeito de


Sérgio Santiago/DeFato

“Cultura não é apenas as belas letras e as belas artes, como algumas pessoas pensam. Cultura é tudo aquilo que aprimora e eleva a qualidade de vida do cidadão”

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Entrevista Sérgio Santiago/DeFato

Angelo Oswaldo esteve em Itabira para participar do encerramento da Semana Drummondiana

Belo Horizonte. Cultura não é apenas as belas letras e as belas artes, como algumas pessoas pensam. Cultura é tudo aquilo que aprimora e eleva a qualidade de vida do cidadão. Cultura é a nossa marca indentitária, é o que nos estimula a buscar uma vida melhor, é o que fomenta as nossas atividades. Hoje falamos, por exemplo, em economia criativa. Uma expressão que traduz a última moda em termos de entendimento do que seja um recorte da cultura no campo da economia. Na era digital, cultura criativa é tudo isso que envolve novas tecnologias. Já se falou muito que cultura é a “cereja do bolo”. Na verdade, cultura é a massa que faz o bolo, é o fermento. Se nos apartamos da cultura, se não mergulharmos na cultura, no patrimônio cultural, nas linguagens artísticas, numa compreensão antropológica dos fenômenos, uma visão sociológica da sociedade, não vamos sair do impasse, não vamos compreender essa trajetória tão curta que é a existência de cada ser humano. E é importante que a gente tenha essa noção clara de que o processo cultural nos leva a transfor-

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mações essenciais à vida do cidadão e da sociedade. Por isso a cultura é tão importante. Ela não enriquece apenas intelectualmente uma pessoa, mas é essencial para que possamos consolidar princípios como democracia, igualdade, diversidade, pluralidade, justiça e paz. Principalmente nas cidades históricas, há a tradição das bandas de música, que andam meio caídas... Exatamente! Nos últimos dois anos não houve aquele famoso edital para distribuição de instrumentos. Nós conseguimos R$ 1 milhão da Codemig para a compra e distribuição de instrumentos, o que deve ocorrer agora em novembro. São mais de 600 bandas de música em Minas Gerais. O governador Fernando Pimentel tem tanto empenho em prestigiar a área da cultura que conseguimos R$ 7,5 milhões para o Fundo Estadual de Cultura, que não tinha nenhum tostão. O fundo estava sem fundo. Mas com R$ 7,5 milhões fizemos um edital para projetos em todas as regiões do estado; há inclusive um projeto de Itabira, que

foi aprovado, o projeto dos Meninos de Minas. E a reclamação dos artistas quanto à falta de recursos? A reclamação também é procedente. Em 2013, a Lei Estadual de Incentivo à Cultura se esgotou em outubro e havia poucos recursos no fundo. No ano passado também, com muito pouco recurso no fundo, a lei se esgotou em julho. E neste ano, quando nós entramos no governo, já não havia mais disponibilidade de recursos para a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, porque o teto já tinha sido alcançado – aquela quantidade de recursos que o Estado autoriza para que possa ser captado pelos proponentes junto a quem paga ICMS. E não tinha dinheiro no fundo. Então conseguimos esse recurso e executamos um edital importante, R$ 7,5 milhões. Temos também R$ 2 milhões para o programa Música Minas, R$ 2 milhões para o programa Minas em Cena e R$ 350 mil para a circulação de artistas protagonistas da ação cultural, que queiram viajar


Agência Minas

pelo Estado. Estamos gastando isso no segundo semestre. Então, numa época de dificuldade, de poucos recursos, de impasse até em termos de financiamento da cultura, nós conseguimos acionar a máquina. A Secretaria de Estado da Cultura lançou todos esses programas, todos esses editais, e acabamos de fechar ainda um edital inédito para a cultura indígena, para as tribos indígenas de Minas Gerais aplicarem recursos em seus rituais, porque todas essas manifestações ritualísticas são muito importantes para a cultura indígena. Elas são a própria expressão dessa cultura. E se não houver recursos para isso, claro que a cultura indígena tende a ser diluída, evaporada. Há recursos também para a cultura afro-brasileira? Queremos ter mais editais especificados. Talvez consigamos isso agora em 2016, para a cultura de matriz afro-brasileira. Temos uma série de manifestações, como os congados, os catopés, os moçambiques, os caboclinhos, as Folias de Reis, as festas do Rosário. Há um universo imenso que nunca teve uma atenção especial e é importante que possamos também prestigiar, valorizar esse ciclo importante de manifestações que estão muito ligadas à cultura afro-brasileira. Mas o importante é que estamos sempre buscando mais oportunidades, trabalhando em sintonia com o Ministério da Cultura, com as grandes linhas de discussão da cultura na atualidade, sobretudo da parte mais avançada. Vamos definir, por exemplo, uma política pública para o audiovisual em Minas Gerais. Houve sempre coisas esparsas, é um prêmio para projeto de cinema aqui; um recurso de prêmio para elaboração de um filme ali. Mas nós queremos uma política de audiovisual, desde a formatação de um projeto até o financiamento dele e sua execução, distribuição e exibição. Com apoio da Codemig, estamos lançando um projeto especial para a reabertura de salas de cinema no interior do estado. Em nossas regiões existem poucas salas de exibição de cinema, muitas foram

Secretário garante que setror cultural será tratado como prioridade no governo de Fernando Pimentel

fechadas, e em algumas cidades só alguns shoppings ou um colégio exibem filmes. Não há mais. Importante que haja também capacitação de profissionais do campo audiovisual, terminando até no Arquivo Público Mineiro, que tem a guarda de uma documentação fílmica muito significativa, toda a cinemateca mineira. Estamos em contato com a Ce-

“Cultura é essencial para que possamos consolidar princípios como democracia, igualdade, diversidade, pluralidade, justiça e paz” mig, a Codemig, que são empresas que patrocinam audiovisual, e também com a Ancine, além de universidades que têm cursos na área. Quando aceitou o desafio de gerir a Secretaria de Cultura, a crise econômica lhe causou preocupação? Cultura e crise convivem muito bem. Crise é uma palavra de origem grega que está ligada também à criatividade. E a crise é permanente. Se lermos a poesia de Drummond, ela é a obra de um homem

em crise. Ele está permanentemente angustiado, e esse sentimento grave, essa grande preocupação, esse drama interior é que gera a poesia, a maior poesia do mundo. Murilo Mendes, um amigo de Drummond, também um poeta universal mineiro de Juiz de Fora, que morreu em Lisboa há exatos 40, tem um livro chamado Poesia em Pânico. Porque a poesia conjuga e articula toda a tragédia da condição humana, da existência humana. Nós que estamos na área da cultura, e que toda hora encontramos protagonistas da criação, da criatividade, vamos encontrar pessoas também que sabem lidar com a crise. E a cultura nunca teve muitos recursos, então falta de dinheiro não é problema para a gente. Estamos acostumados a lutar, a buscar recursos, como temos conseguido agora com o governador Fernando Pimentel. Essa crise é da burguesia brasileira. Estamos lidando com um fenômeno da insatisfação, mas de uma insatisfação que não leva em conta o coletivo. Leva em conta o individual, que beneficia alguns segmentos da sociedade, especialmente aqueles mais favorecidos, e que está muito ligada ao ressurgimento do preconceito do Brasil. É importante que lutemos contra todo tipo de preconceito, de opressão, de ódio. Não podemos viver acuados. As pessoas que perderam a eleição têm de aprender perder. Democracia é isso. NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Anote Cidades Silvio Andrade

Redutores

Segundo um morador, desde o último acidente, que matou o jovem Wanderson da Silva Barcelos, 19 anos, a comunidade tem se mobilizado, pedindo a colocação de quebra-molas no local. O trecho é conhecido pelo índice considerável de acidentes, inclusive atropelamentos.

Depois de várias manifestações dos moradores da localidade Barro Branco, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) construiu redutores de velocidade na MG-129, km 29, na localidade no início de novembro.

O Serviço Voluntário de Resgate (Sevor) terá uma sede definitiva em João Monlevade. O prefeito Teófilo Torres enviou para votação na Câmara Municipal o projeto de Lei que autoriza o município a conceder para a entidade o direito real de uso de um imóvel. O espaço está situado na avenida Sebastião Simão de Almeida, no bairro Sion. O local foi escolhido por representantes do Sevor devido à sua localização estratégica, próximo à saída da cidade, e por seu tamanho, que de acordo com a entidade, é adequado às suas necessidades e projetos. Anteriormente, o Sevor estava sediado em uma casa na avenida Armando Fajardo, com aluguel pago pela Prefeitura. Em outubro, o Sevor comemorou

Divulgação

Sede definitiva

15 anos de trabalhos voltados a salvaguardar vidas em João Monlevade e região. Segundo o presidente da entidade, Humberto Guimarães, foram realizados ao longo deste tempo, mais de 20 mil

atendimentos em Monlevade e região. “Sempre buscamos prestar os nossos serviços da melhor forma possível e graças aos voluntários é que conseguimos manter o nosso trabalho”, destacou.

Educação infantil

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município por mais de R$ 2 milhões. A terraplanagem começou em julho do ano passado. No Boa Esperança, o terreno onde será construído o Cemei foi desapropriado pela Prefeitura por R$ 890 mil. O espaço tem 7.710 m². No Fênix, em frente ao 26º Batalhão da Polícia Militar, o centro será construído em terreno público. “O investimento em educação é alto e é o que tem que ser feito para que a cidade tenha aquele ambiente que todos nós precisamos: um ambiente alegre, otimista e socialmente adequado

Tatiana Santos

O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, informou que as obras de três dos cinco Centro de Educação Municipal Infantil (Cemei’s) devem ser iniciadas ainda este ano. Serão construídas unidades nos bairros Gabiroba, Boa Esperança e Fênix, todas com verba do Governo Federal, empenhada no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Cada Cemei custará R$ 1,5 milhão. No caso do Gabiroba, a área é de 11.876,55 metros quadrados. O terreno era particular e foi desapropriado pelo

para se viver bem”, declarou Damon. Cada unidade atenderá pelo menos 120 crianças com idades entre 0 e 5 anos.


Novo hospital projeto prevê três módulos: um prédio hospitalar, um ambulatorial e outro administrativo. A construção iniciará pelo módulo hospitalar, mas a ocupação do imóvel vai depender de várias circunstâncias”, informou doutor Virgilino, que voltou à presidência da Unimed este ano. Pelos cálculos iniciais, a obra deve passar dos R$ 25 milhões. O hospital será construído em um terreno próprio que compreende quase 12 mil m², na avenida Prefeito Li Guerra, ao lado de um condomínio residencial.

Sérgio Santiago/DeFato

A Unimed deu início às obras de terraplenagem para a construção de seu complexo hospitalar em Itabira. Homens, máquinas e caminhões trabalham cotidianamente nos desaterros, aterros, abertura de valas e outros serviços no bairro Praia. As fundações começarão em breve. Os projetos de construção do hospital são discutidos entre os diretores da instituição desde 2007. A partir de 2012 as discussões se intensificaram, durante a gestão do presidente doutor Virgilino Quintão Tôrres Cruz. “O

Desde o segundo semestre de 2015, a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, disponibiliza um veículo adaptado que faz o percurso entre casa e escola, e vice-versa, de seis estudantes cadeirantes do município. Os alunos frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), o Centro Educacional de São Gonçalo do Rio Abaixo (Cesgra), Escola Municipal Manoel Gonçalves e Escola Estadual Desembargador Mo-

Orgulho LGBT

reira dos Santos. Antes desse serviço, os jovens cadeirantes enfrentavam dificuldades de locomoção. Agora, são transportados na própria cadeira de rodas, com mais conforto, segurança e independência. O veículo é adaptado com três espaços para cadeirantes, elevador, barras de ferro para apoio, cintos de segurança e 12 bancos para transportar os demais alunos e professores. O motorista do veículo é capacitado para atender de

maneira adequada os alunos e operar o elevador. Uma monitora também acompanha o trajeto.

de fazer a 1ª Parada LGTB surgiu no ano passado, quando vários amigos se reuniram e fundaram a associação. “A associação sempre faz um trabalho dentro da cidade. Chamamos a atenção da população. O nosso evento não é só farra e festa, temos que educar a nossa população. Homofobia é crime. Chega!”, disse. Gercimar acredita que a parada é um grande passo para a cidade. Ele temia ser “apedrejado” pela popula-

ção itabirana. “Mas, graças a Deus, fomos recebidos de braços abertos”, comemorou.

Mariana Reis/DeFato

A 1ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Itabira aconteceu no dia 8 de novembro. A parada foi criada e programada pela Associação da Diversidade Itabirana (Addi), que luta contra a homofobia. O evento teve muitas apresentações, shows, sorteio de brindes e brincadeiras. O vice-presidente da Addi, Gercimar Almeida, contou que a ideia

Acom PMSGRA

Acessibilidade

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DeFato

Anote Política

Despedida Sérgio Santiago/DeFato

O vereador Geraldo Magela Pena Torres (PDT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Itabira no dia 27 de outubro para anunciar que não vai mais disputar vaga no Legislativo Municipal. O pedetista afirmou que tomou a decisão ao longo dos últimos anos e que a Casa precisa de uma oxigenada de vez em quando. “Acho que na Câmara tem de passar mais pessoas”, disse. Apesar do tom de despedida, o

Eleitores dos municípios vinculados à 132ª Zona Eleitoral, com sede em Itabira, começam no dia 12 de novembro o cadastramento biométrico no Cartório Eleitoral. O procedimento começará pelos eleitores de Passabém. Até o dia 18 de dezembro, eleitores de Itabira, Santa Maria de Itabira e Itambé do Mato Dentro também serão atendidos. A biometria não é obrigatória. O procedimento trata-se de um atendimento ordinário, quando não há pra-

Divulgação

Cadastramento biométrico

zo definido para o comparecimento do eleitor. Para fazer o cadastramento, o eleitor deve se dirigir ao Cartório Eleitoral de Itabira, localizado na

Colar metropolitano O Projeto de Lei Complementar, de autoria do deputado Nozinho (PDT), que inclui Itabira e João Monlevade no Colar da Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi aprovado Clarissa Barçante

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em 1° turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A matéria recebeu 41 votos a favor e nenhum contra. O projeto altera a Lei Complementar 89/2006, que na prática garante aos municípios benefícios de programas destinados às regiões metropolitanas em diversas áreas, dentre elas as de habitação, saúde e educação. Agora, fazem parte do Colar Metropolitano: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Bonfim, Catas Altas, Fortuna de Minas, Funilândia, João Monlevade, Inhaúma, Itabira, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará de Minas,

vereador declarou que cumprirá o restante do mandato, que termina no fim do ano que vem. Eleito pela primeira vez em 2000 e na Câmara desde então, Geraldo Torrinha foi duas vezes presidente da Câmara (2003 e 2012) e trabalhou na mesma época que José Celso de Assis, avô do atual líder de governo Rodrigo Diguerê, e de José Cupertino Gomes, pai de Allaim, recém-empossado como vereador.

rua Padre Ângelo, 38, no bairro Pará, próximo à Igreja da Saúde. Em Minas Gerais, os municípios que passam pela biometria ordinária terão votação mista nas Eleições 2016, ou seja: quem se cadastrou biometricamente, vota com a identificação biométrica, enquanto os demais serão identificados pelo modo tradicional. Em cada seção de votação, a urna eletrônica (com leitor biométrico) será a mesma para os dois tipos de identificação.

Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José da Varginha e Sete Lagoas. “Além da questão territorial, João Monlevade e Itabira possuem vínculos com os demais municípios em importantes setores. A inclusão permitirá que esses municípios se articulem com os municípios integrantes da RMBH, órgãos e entidades federais e estaduais, para promover o planejamento em função da metrópole, apoiando a execução integrada das funções públicas de interesse comum.” destacou o deputado Nozinho.


DeFato

DeFato/Divulgação

Vem disputa por aí

Uma disputa acirrada está se desenhando dentro do grupo do deputado estadual Nozinho (PDT). É que dois de seus principais apoiadores já articulam para concorrer à Prefei-

tura de Itabira em 2016. E, claro, eles querem o apoio do deputado. O ex-prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), em agosto, já havia anunciado que é pré-candidato. No início de novembro, foi a vez do delegado aposentado Robson Matos Esteves (PDT) oficializar suas pretensões. Segundo o pedetista, serão as pesquisas que decidirão quem será o candidato. “Não existe racha. É legítimo o que o Ronaldo faz e é legítimo o que eu faço. O que a sociedade indicar, através de pesquisa, vai ser o escolhido”, argumentou o delegado aposentado. “Serão três alternativas: ou você vai compor, ou você vai rachar, ou alguém vai recuar. O mais fácil é a composição, a conversa, o diálogo”, completou. Em agosto deste ano, quando houve divulgações de notícias a respeito das pretensões de dois de seus principais aliados, o deputado Nozinho se manifestou e disse que ainda era prematuro falar em nomes para a disputa da Prefeitura. “Não vamos definir nomes no momento e vou apoiar o projeto que estiver comprometido com Itabira”, afirmou.

Devolução milionária

A Câmara Municipal de São Gonçalo do Rio Abaixo devolveu R$ 1 milhão para a Prefeitura. O ato aconteceu no dia 11 de novembro. O dinheiro é referente a parte das sobras orçamentárias de 2015. A verba corresponde a 16% do orçamento deste ano, que foi de R$ 6.130.000. O

restante do valor será entregue até o final do ano. A presidente do Legislativo, Luciana Bicalho, ressaltou que a devolução só foi possível graças ao planejamento e às economias feitas sem prejudicar o andamento da Câmara. “Administramos com responsabili-

Acom CMSGRA

dade o dinheiro público. Além dos projetos já existentes e da manutenção do Legislativo, construímos, ampliamos e reformamos o prédio da Câmara e mesmo assim conseguimos economizar e devolver o recurso. Sabemos que esse dinheiro será bem aplicado pelo Executivo”, disse. NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Anote Economia

Baita prejuízo A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) anunciou no final de outubro os resultados do terceiro trimestre de 2015 (3T15). No período, a receita líquida da Companhia foi de R$ 2,4 bilhões, 9,4% inferior à do 2T15, que foi de R$ 2,7 bilhões, principalmente devido à queda de 11,6% no volume de vendas de aço no mercado interno, que representa produtos de maior valor agregado que na exportação, e à queda de 35,8% no volume de vendas de minério de ferro. No 3T15, a Companhia registrou

prejuízo líquido de R$ 1.042,2 milhões, contra prejuízo líquido de R$ 780,8 milhões no 2T15, que foi impacDivulgação

tado pelo impairment (deterioração) de ativos na Unidade de Mineração. Adicionalmente, o 3T15 foi impacta-

do pelo efeito negativo das despesas financeiras líquidas no valor de R$ 820,1 milhões, resultado da forte desvalorização cambial, e pelo desempenho operacional mais fraco das Unidades de Siderurgia e Mineração. Em setembro, a Usiminas anunciou a desativação do laminador de chapas grossas na usina de Cubatão, em São Paulo. Antes, na mesma usina, já havia sido desligado o Alto Forno 1, no dia 31 de maio deste ano. A siderúrgica também já desligou o alto forno nº 1 da usina de Ipatinga, em 4 de junho.

Novas integrantes tanto em projetos de abastecimento de água, educação, saúde e desenvolvimento econômico”, ressaltou o prefeito Damon Lázaro de Sena. Acom PMI

Duas novas empresa assinaram contratos com a Prefeitura de Itabira para a obter terrenos públicos nos distritos industriais I e do Fênix. As concessões foram para a Elitte Engenharia e Itapoços Poços Artesianos. A concessão dos terrenos faz parte do projeto governamental de diversificação econômica do município. “Todas as nossas ações são voltadas para criarmos um ambiente sólido e fértil para a diversificação econômica. Por isso estamos investindo

As duas empresas, já estabelecidas na cidade, precisavam de um terreno para expandir suas unidades, com uso de tecnologia competitiva nos mercados nacional e internacional. Para a Itapoços, a Prefeitura concedeu uma área de 2 mil m², situada na rua Caviúna, no Distrito Industrial Fênix. Já o terreno da Elitte Engenharia possui 1,6 mil m² e está localizado na rua Columbita, no Distrito Industrial I. O prazo da concessão é de 15 anos.

Mudança de rumos DeFato

A mineradora Manabi, com ativos de minério de ferro em Morro do Pilar, Santa Maria de Itabira e projeto de construção de um terminal por-

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tuário em Linhares (ES), passa por reestruturação que inclui mudança de nome, de controle acionário e o desenvolvimento de um novo plano de negócios. A Manabi passará a se chamar MLog e terá como foco ser uma operadora de terminais portuários e oferecer soluções logísticas em navegação. “Vamos entrar na operação de terminais portuários com a aquisição de

ativos maduros, geradores de caixa, nos próximos meses”, disse a advogada Patricia Tendrich Pires Coelho, presidente e nova sócia controladora da MLog. Para assumir o controle da Manabi, Patricia conduziu a fusão da sua empresa de navegação, a Asgaard, com a mineradora. A Asgaard é uma empresa de navegação brasileira (EBN) especializada na prestação de serviços à indústria de petróleo e gás.


Shopping à vista?

Apesar do cenário econômico ruim, o projeto de construção de um shopping center em Itabira continua em discussão, segundo o prefeito Damon Lázaro de Sena. A ideia, de acordo com ele, é que o investimento seja privado e a empresa que vencer o processo de licitação assuma, em contrapartida, a construção de um centro de convenções e de uma nova estação rodoviária. Os três empreendimentos (shopping, centro de convenções e estação rodoviária) seriam erguidos no mesmo terreno (foto), às margens da MG-129, entre o Parque de Ex-

Sérgio Santiago/DeFato

posições e o trevo do Distrito Industrial. A área, na verdade, é a junção de três terrenos que somam mais de 100 mil m². Um deles é público, um é privado e deve passar por desapropriação, e o terceiro, que também é de propriedade particular, deve ser permutado. “O projeto agora deve tomar força porque é necessário para cidade de Itabira. Ele segue no sentido de ajudar a gente na mudança do cenário atual para o cenário que queremos, aquele da diversificação econômica, da sustentabilidade e geração e emprego”, declarou o prefeito.

Maior recicladora A reciclagem anual de mais de 15 milhões de toneladas de aço faz com que a Gerdau ocupe a posição de maior recicladora de sucatas da América Latina. De todo o aço processado pela empresa, 75% é proveniente de material reciclado. A reciclagem tem um grande potencial econômico, já que o aço é um metal que pode ser transformado infinitamente, sem que suas propriedades e sua qualidade sejam alteradas. “O que não é mais útil para a sociedade, como a sucata, é uma valiosa fonte de negócios para nós”, afirma o diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Gerdau, Enio Viterbo Junior.

O reaproveitamento das sucatas também promove relevantes ganhos ambientais. Em comparação à tradicional produção de aço, a reciclagem reduz em mais de 90% a utilização de água no processo. O desenvolvimento social é outro viés trabalhado. O Projeto Reciclagem Inclusiva, criado em 2007 por meio de uma parceria entre a Gerdau e Agência Alemã de Desenvolvimento, representa uma oportunidade de geração de renda à comunidade. A iniciativa tem o objetivo de contribuir para a formalização de cooperativas de recicladores de sucata. Atualmente, mais de cinco mil sucateiros – no Brasil, Chile e Peru – estão entre os fornecedores da empresa.


DeFato

Anote Gente

O empreiteiro

DeFato

O empresário Adício Dias Soares, proprietário Vale Verde, recebeu Moção de Aplausos da Câmara de Vereadores em reconhecimento à classificação de “uma das maiores construtoras do Brasil”, dada pela revista especializada “O Empreiteiro”. De acordo com a pesquisa feita, a Vale Verde teve renda bruta de R$ 50,6 milhões em 2014 e acumula patrimônio de R$ 35,3 milhões. A empresa ficou na 121ª posição nacional no ranking das “500 Grandes da Construção” e na 21ª posição no ranking Regional Sudeste – excluindo São Paulo. Para Adilson da Vale Verde, aparecer bem colocado no ranking nacional é motivo de satisfação e orgulho para todos da equipe, que trabalham duro para entregar os melhores resultados aos clientes. “Por isso digo sempre que, para ser reconhecido, basta trabalhar”, afirma.

Miss Mundo Itabira Keiliane Lima foi eleita, no fim de outubro, a nova “Miss Mundo Itabira”. A modelo também foi agraciada com o título de “Miss Simpatia” e representará o município na etapa estadual do concurso, que acontecerá em dezembro deste ano. A vencedora desta edição teve uma história de superação dentro do próprio concurso. No ano passado ela acabou fincando em segundo lugar,

Terra Viva Produções

mas não desistiu do sonho, se preparou e foi recompensada. Este ano o evento contou com uma categoria especial, em que o público pôde escolher a “Miss Internet 2015” por meio de votação nas redes sociais e nos sites parceiros. A jovem Ana Clara Botelho recebeu mais de mil votos e levou o título. O evento contou com organização e coordenação de Kleber Figueiredo e Karina Wanzeler.

Pesquisadora rural Arquivo pessoal

A estudante de Itabira, Juliana Caires Moura, teve seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) aprovado para o IV Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade (IV SINGEP). O evento aconteceu entre os dias 8 e 10 de julho, na Universidade Nove de Julho, em São Paulo. Juliana cursa Engenharia Ambiental na Funcesi. Ela nasceu no Vale do Aço, mas mora há vários anos em Itabira. O trabalho é intitulado “Percep-

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ção de Pequenos Proprietários Rurais Acerca da Reserva Legal no Município de Itabira / MG” e visa identificar a percepção dos pequenos proprietários rurais sobre a criação da Reserva Legal, apontando os entraves sociais para a sua regularização, os impactos positivos resultantes da sua implementação e seus efeitos nos âmbitos social, econômico e ambiental. Quarenta e um produtores rurais participaram da pesquisa.


Bicampeões A Equipe de Robótica Drumonsters, da Unifei-Itabira, conquistou o bicampeonato na Competição Latino Americana e Brasileira de Robótica (LARC/CBR), ocorrido entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, em Uberlândia. Os Drumonsters disputaram na categoria robôs IEEE Very Small Size, com mais de 30 equipes de diferentes lugares do Brasil e da América Latina. Nessa modalidade, times de três robôs se enfrentam em uma partida de futebol. Os robôs são controlados remotamente por um computador, mas sem intervenção humana. O computador processa a imagem de uma câmara de vídeo colocada acima do campo e comanda os robôs. “Todos nós da equipe estamos muito felizes pela premiação do tra-

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balho desenvolvido durante todo o ano e já estamos pensando no ano que vem, quando devemos ir ainda melhores para o campeonato que acontecerá em Recife. Trabalhos como este são de suma importância para os

alunos, uma vez que desenvolvem características importantes como trabalho em equipe, autoaprendizagem, cooperação, gestão de pessoas, entre outros”, afirmou a equipe, em nota.

Clientes da Unimed Itabira que já recorreram a algum atendimento inicial e não se sentiram satisfeitos com a solução apresentada, agora podem utilizar nosso novo canal de relacionamento: a OUVIDORIA.

esclarecimentos

qualidade no atendimento solução

Ouvidoria Unimed Itabira. Nosso novo canal de comunicação.

A ouvidoria tem como finalidade acolher as manifestações dos clientes da Unimed Itabira, tais como elogios, sugestões, reclamações e informações, buscando a solução mais adequada para cada situação. Acesse www.unimeditabira.coop.br para saber mais sobre a ouvidoria da Unimed Itabira.


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Conceição do Mato Dentro

Cidadão bem

informado

Câmara de Vereadores de Conceição do Mato Dentro terá órgão que prestará serviços diversos e permitirá maior aproximação entre o conceicionense e o Legislativo

M

anter o cidadão bem informado e, ao mesmo tempo, aproximá-lo da Câmara de Vereadores. São essas as duas principais finalidades do Projeto de Lei 20/2015, que cria o Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) de Conceição do Mato Dentro. O órgão, vinculado ao Legislativo, oferecerá diversos serviços aos conceicionenses, como acesso à internet, orientação jurídica e encaminhamentos de demandas sociais. De acordo com a presidente da Câmara, Flávia Magalhães, apesar de ser um órgão ligado ao Legislativo, o CAC buscará interação com a Prefeitura, o Governo do Estado e a União, além de organizações da iniciativa privada e da sociedade civil. É um instrumento semelhante à Unidade de Atendimento Integrado (UAI), antigo Psiu, que funciona em Belo Horizonte. “Juntamente com a reforma do prédio, nós estaremos inaugurando este espaço, onde vamos buscar aproximação com o cidadão oferecendo diversos serviços. Nós entendemos que quase a metade da população (de Conceição) ainda é rural. Eles chegam aqui na cidade e ficam meio perdidos. Então, vamos ajudá-los”, comenta a presidente. A reforma citada pela vereadora teve início em agosto do ano passado e

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Rodrigo Andrade/DeFato

Presidente aguarda finalização de obras e concurso público para implantar o Centro de Atendimento ao Cidadão

Serviços do Centro de Atendimento ao Cidadão - Acesso a internet; - Orientações e atendimento jurídico; - Orientações e atendimento social; - Requerimento do seguro DPVAT; - Agendamento da Previdência Social; - Emissão de segundas vias de contas; - Isenção para casamentos civis; - Certidão de antecedentes criminais; - Consulta à legislação vigente; - Serviços dos Correios;

estão nos arremates. A ampliação contempla um espaço para a instalação do CAC. Porém, além disso, o início das atividades do centro de atendimento também depende da realização de concurso público no Legislativo. Uma das vagas será para um advogado que ficará responsável pelo serviço. “Uma coisa está amarrada à outra. O espaço físico está bem avançado e a lei já está

- Inscrição em concursos.

pronta. Agora, nós precisamos fazer o concurso público. Eu acredito que, como tudo já está avançado, este ano já tenhamos o edital pronto. Acredito que em janeiro, no máximo, o concurso ocorra e aí estaremos prontos para iniciar o CAC”, explica Flávia.



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São Gonçalo

Mais asfaltamento São Gonçalo do Rio Abaixo inaugura pavimentação de estradas rurais e proporciona mais qualidade de vida às comunidades beneficiadas Fotos: Sérgio Santiago/DeFato

Comunidade de São José ganhou estrada asfaltada

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ais estradas rurais asfaltas e mais inaugurações em São Gonçalo do Rio Abaixo. Dessa vez, três comunidades foram atendidas e podem comemorar o fim do barro, da poeira e dos buracos. As rodovias municipais Felisberto Fonseca (São José - Placa), Hermes de Novais Fonseca (Cachoeira do Carmo) e Luiz de Azevedo Barros (Borges) foram pavimentadas com recursos próprios da Prefeitura. Ao todo foram asfaltados 17 km de estradas, que vão proporcionar diversos benefícios à população. A inauguração das obras ocorreu em 17 de outubro. O asfalto da comunidade de São José tem aproximadamente 15 km, que vai da BR-381 até a localidade de Placa. Cachoeira do Carmo recebeu mais de 1 km de asfalto, que se estende até a estrada de São José. Em Borges, a pavimentação possui quase 2 km de extensão. O investimento foi na casa dos R$ 20 milhões. Em seu discurso, o secretário muni-

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cipal de Obras, Sandro Pena, lembrou os desafios superados ao longo da execução dos projetos. Ele disse que as obras começaram em 2012, mas houve problemas com a empresa que venceu a primeira licitação e o cronograma precisou ser revisto. Após o novo processo licitatório, as empresas itabiranas Vale Verde e Santa Fé assumiram a empreitada. “Passamos por diversos contratempos, mas graças a Deus estamos aqui fazendo essa inauguração”, relatou o secretário. O prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho também falou em superação de desafios. Ao relatar a burocracia e outros problemas enfrentados ao longo da obra, reconheceu de público o empenho dos funcionários da Secretaria Municipal de Obras e de toda a Prefeitura. Antônio Carlos falou ainda da satisfação de entregar mais obras de grande importância para a comunidade. Segundo o prefeito, São Gonçalo tem hoje um dos maiores projetos de asfaltamento de estradas municipais do Brasil.

Falaram ainda o ex-prefeito de São Gonçalo e atual deputado estadual, Raimundo Nonato Barcelos, o Nozinho – sempre presente nas inaugurações e outros eventos do município; a presidente da Câmara Municipal e autora dos projetos que dão nome às rodovias, Luciana Maria Bicalho; e Juninho Starling, representando as famílias dos homenageados. Mais obras Durante o evento, o prefeito Antônio Carlos anunciou mais obras para o município. De acordo com o chefe do Executivo, já está em processo de licitação a revitalização de ruas nos bairros Guanabara e Santa Efigênia, o asfaltamento de vias na comunidade de Martins e a segunda etapa do programa Novos Caminhos. “Mais do que erguer obras, a

Prefeito Antônio Carlos durante evento de inauguração das obras

Prefeitura de São Gonçalo prioriza hoje a melhor qualidade de vida para cada um de seus moradores. E isso não é uma decisão de gabinete. É resultado da capacidade de ouvir exercitada pelo governo e que, acreditamos, passa a ser a tendência de gestão pública a partir desse momento de insatisfação generalizada com a classe política”, ressaltou o prefeito.


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Meio Ambiente

Sem espaço para o

desperdício Em época de crise hídrica, consumidores adotam métodos para economizar água em casa e no ambiente de trabalho

Mariana Reis/DeFato

Dono de lava-jato, Juninho deu um jeito de guardar a água usada no estabelecimento e reaproveitá-la

Mariana Reis

J

á imaginou viver sem água? Essa é uma pergunta que vira e mexe se escuta por aí, especialmente em épocas de pouca chuva e de torneiras secas. É verdade que a hipótese de habitar em um planeta sem recursos hídricos é uma previsão tão catastrófica que pode até soar como surreal, mas bas-

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ta um dia sem água em casa para que qualquer pessoa sinta na pele como é desesperador. O Planeta Terra é formado por 2/3 de água e é difícil imaginar que isso tudo um dia se extinguirá. O problema, porém, é que a quantidade de água de boa qualidade e disponível para o consumo

humano – aquela que podemos usar para beber e cozinhar – está diminuindo. O baixo nível dos reservatórios tem apavorando as pessoas e forçado campanhas de economia. Para evitar o desperdício, muita gente tem usado a criatividade e lançando mão de “engenhocas”, além das tradicionais dicas, que ajudam o con-


Arquivo pessoal

lavam roupas de 3 a 4 vezes na semana, quantidade suficiente para encher a caixa. Reginaldo conta que não fez esse projeto pensando muito nas despesas e nos gastos, mas pela consciência ambiental. “Meu próximo projeto é colocar tambores para aproveitar a água da chuva. Não dá tanto trabalho e é muito gratificante”, diz. Hoje, o professor incentiva os alunos a visitarem sua casa para que conheçam o método que ele adotou e façam igual em suas casas.

Engenheiro Ivanir Américo diz que planejamento ajudou a provocar escassez de água em Itabira

sumo consciente em casa e no trabalho. De acordo com o engenheiro ambiental e professor Ivanir Américo, muitos métodos podem ser adotados no dia a dia para o consumo racional da água. Um exemplo prático é o bico de silicone em torneiras. “O bico faz com que a torneira aproveite melhor a vazão da água”, explica Ivanir. Outras práticas podem ser utilizadas, como encurtar o banho, acumular roupas para lavar, não usar a mangueira como vassoura e ficar atento a vazamentos e infiltrações.

Professor Reginaldo quer ensinar aos alunos as práticas adotadas por ele em sua casa Mariana Reis/DeFato

Ensinando a economizar Existem aqueles que vão além das dicas tradicionais. Ao ensinar para os alunos do curso técnico em Meio Ambiente a tendência da diminuição da água no mundo, o biólogo, técnico em agropecuária e professor Reginaldo de Oliveira Melo, aprendeu mais do que ensinou. “Um dos meus alunos me falou o que fazia em casa para poupar água, o outro me disse que a nascente do sítio

dele secou. Toda aquela informação foi mexendo comigo e eu me perguntei o que poderia fazer para contribuir com o meio ambiente e reaproveitar água”, conta Reginaldo. Há mais de dois anos, Reginaldo fez uma engenhoca que reaproveita a água da máquina de lavar roupas. Ao invés da água ser descartada para o esgoto, ela é direcionada para um cano que leva até uma caixa d’água de 500 litros de armazenamento. “Uso essa água para lavar a área do cachorro, terreno, garagem, molhar plantas e dar descargas no vaso sanitário”, ensina o professor. Três pessoas moram na casa de Reginaldo e

Soluções inteligentes A preocupação do professor Reginaldo se justifica. Em Itabira a situação é complicadíssima. O racionamento é adotado pelo Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e os principais mananciais de abastecimento estão praticamente secos. O engenheiro ambiental Ivanir Américo conta que o temor pela falta d’água na cidade é um assunto discutido há bem tempo. Há cinco anos, quando se formou na área, estudou a maior fornecedora de água para Itabira, a sub-bacia hidrográfica do ribeirão Candidópolis, e constatou que tempos difíceis estariam por vir. “Na época, não existia essa forte crise hídrica que vivemos hoje, mas as pessoas já temiam que o abastecimento de água não atenderia toda população”, conta Ivanir.


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Meio Ambiente Divulgação

Na casa de Shirley, soluções práticas foram adotadas e todo mundo economiza água

Segundo o engenheiro, diversos fatores contribuíram para a crise hídrica em Itabira e região. Um deles foi a falta de planejamento. “Não foi somente a degradação ambiental ou ações antrópicas que levaram à nossa crise hídrica. Faltou planejamento e acompanhamento do crescimento da cidade”, diz. Outro fator é a cultura brasileira. “Nós temos uma cultura da falsa abundância de água. A pessoa acha que tem muita e que por isso pode usar do jeito que quiser. Isso nos leva à cultura do desperdício”, analisa. O empresário Joaquim Meireles Júnior (Juninho) abandonou essa cultura do desperdício. Proprietário de um lava-jato, precisou se mexer para não ver toda a água usada diariamente em seu empreendimento simplesmente ir para o ralo. Atualmente, reaproveita 80% de todo recurso hídrico usado para lavar os automóveis. No lava-jato de Juninho, toda a área em que são lavados os veículos possui canaletas que direcionam a água utilizada para três caixas separadoras. Esses recipientes, feitos de alvenaria, separam os resíduos da água suja e manda o líquido para uma caixa de 2 mil litros. “Tem dois anos que eu uso a caixa separadora. Antes de usar, minha conta chegava a custar R$ 1,5 mil, hoje

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eu pago uns R$ 400. É uma economia no bolso que ajuda o meio ambiente”, diz Juninho, que usa a água reaproveitada para lavar o pátio do lava-jato e a parte debaixo dos carros, como chassi e motor. Juninho ainda não tem coragem de usar a água reaproveitada para lavar os veículos completamente. Teme que algum resíduo arranhe a pintura dos automóveis. Mas isso está prestes a mudar. “Fiz uma parceria com a Unifei (Universidade Federal de Itajubá) e eles estão estudando um jeito para a água melhorar a qualidade e assim eu possa reaproveitar 100% dela”, conta. Mudança de hábitos Pensando em como é desagradável abrir a torneira e não sair sequer uma gota d’água, a professora Shirley Oliveira vem há aproximadamente um ano mudando seus hábitos para poupar água dentro de casa. “Minha maior preocupação é com o ser humano. Nós sabemos que se não economizarmos água agora, logo a população inteira será penalizada”, diz. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cada pessoa precisa de 40 litros de água diariamente para atender necessidades de consumo e higiene. Em cidades com mais de 120 mil habitantes, esse número sobe para

cerca de 200 litros por dia. O uso doméstico é responsável por 18% do consumo de água na maioria das cidades do Brasil. Em média, o consumo de água do chuveiro, vaso sanitário e cozinha pode chegar a mais de 70% do gasto total em uma casa com quatro moradores. Shirley mora em uma casa com mais cinco pessoas e lá todos colaboram com a economia de água. Diversas formas sustentáveis foram e estão sendo habilitadas por eles. Uma delas, foi colocar uma garrafa pet cheia de água, areia ou pedras dentro da caixa de descarga. A garrafa passa a ocupar um espaço que seria da água e faz com que o equipamento encha mais rápido, evitando desperdício. “Cada vez que der a descarga, são dois litros economizados. Pensando em mais ou menos oito descargas por dia, chegamos em uma média de 16 litros diários, ou seja, 480 litros por mês”, explica Shirley. A família da professora também coloca uma bacia no fundo da pia quando vai lavar vasilhas, para aproveitar a água do enxágue. Quando acaba, vira a água no balde e rega as plantas. A água da máquina de lavar também é armazenada em baldes e usada para a limpeza das áreas externas da casa. Até a criança da casa colabora. “Tenho uma filha de sete anos. Ela toma banho usando a banheira de bebê. Após o banho, reservamos a água e usamos para dar descargas”, conta Shirley. Com todas essas mudanças de hábitos, Shirley acredita que ela e sua família estão economizando por mês 1000 litros de água. “Penso que ainda não é o suficiente mas aos poucos vamos mudando nossos hábitos”, contenta a professora. Economia para os bolsos e uma pequena ajuda para o planeta. E você, o que anda fazendo?


DIÁLOGO COMUNIDADE

RELAÇÃO PRÓXIMA COM A COMUNIDADE O Fale Conosco, canal de comunicação entre a Anglo American e as comunidades anfitriãs do Minas-Rio, recebe uma média de 11 manifestações diárias. Por meio do sistema, que em 2015 chega ao seu sexto ano de funcionamento, os moradores podem dar opinião, tirar dúvidas ou registrar reclamações e sugestões relacionadas à empresa e a suas atividades. O cuidado da empresa no diálogo com a comunidade já foi reconhecido. No ano passado, o Sistema Fale Conosco foi vencedor regional (Minas Gerais e Centro-Oeste) do prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), na categoria Comunicação e Relacionamento com a Sociedade. A premiação existe há 40 anos e elege, em 17 categorias, as melhores práticas da comunicação empresarial brasileira.

Como funciona • As manifestações são recebidas via telefone (linha 0800), e-mail, caixas de manifestações na comunidade e contatos face a face com profissionais da empresa. Os responsáveis pelo atendimento do 0800 são profissionais treinados para prestar um atendimento humanizado. • As manifestações são registradas em sistema próprio. Aquelas que não podem ser respondidas de imediato são encaminhadas aos respectivos gestores das áreas. • Vencido o prazo de sete dias úteis, o manifestante é informado sobre o posicionamento da empresa.

Confira os locais onde as urnas de manifestações estão disponíveis: • Serro: prefeitura e rodoviária. • Conceição do Mato Dentro: rodoviária, Posto São Judas Tadeu (Ale), Policlínica Doutor Juvêncio Guimarães e UBS de São

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Sebastião do Bom Sucesso.

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• Dom Joaquim: UBS de São José da Ilha e Mercearia da Ilma.

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História Divulgação

Alexandrita é pedra preciosa e, por isso mesmo, desperta cobiça e histórias de aventuras e traições

Maior jazida do mundo

A descoberta, os conflitos, as amizades e as traições. Pessoas que vivenciaram a abertura da mina de alexandrita em Hematita, distrito de Antônio Dias, contam o que viram e ouviram em meados da década de 1980 Sérgio Santiago

O

descobrimento da maior jazida de alexandrita do mundo, no distrito de Hematita, em Antônio Dias, é uma história cheia de versões. Com poucos registros oficiais, é difícil creditar quem, de fato, descobriu a mina, nos idos de 1986. O que se sabe é que foi por acaso e por gente que não fazia ideia do quanto valia o material daquele subsolo. Por ser extremamente rara, a alexandrita

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se compara ao diamante em valor de mercado. Uma senhora simpática que mora atualmente ao lado da lavra – e preferiu manter-se no anonimato – conta que foi um primo seu, garoto na época, quem encontrou a preciosidade pela primeira vez. O menino brincava perto de um rego d’água, quando uma galinha ciscou um monte de cascalho e as pedras brotaram da terra.

Não se sabe se foi este ou outro menino que, impressionado com a beleza da gema, que muda de cor de acordo com o tipo de luz à qual é submetida, achou aquilo bonito, cavou um pouco mais com as mãos, encheu uma sacola e levou para o distrito. Chegando lá, o garoto mostrou o achado a um comerciante, que provavelmente identificou ali algo valioso, e recebeu em troca dois pacotes de bala.


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de desconhecidos, veio a criminalidade: furtos, roubos, homicídios, brigas. Estima-se que pelo menos 3 mil garimpeiros chegaram de uma vez. E o que antes era uma área florestada, se tornou um formigueiro humano.

Mina de alexandrita, em Hematita, é considerada a maior do mundo

O assunto logo virou tema de conversa em reuniões de família, grupinhos de beira de rua e frequentadores de botecos. “Dizem que é uma tal de Alexandrita. Estão falando que vale muito dinheiro”, especulavam os moradores. Em 1986 não havia internet no Brasil, muito menos Facebook ou WhatsApp. Televisão em casa era para poucos. Mesmo assim, a informação correu rápido e em poucos dias começavam a chegar garimpeiros do país inteiro em busca das preciosas alexandritas de que tanto se falava. E eles chegavam armados com pás, picaretas e engenhocas para lavar cascalho. Armados também com revólveres, escopetas, garruchas, facas e canivetes. O tumulto foi maior, contam os moradores, quando a Rede Globo exibiu uma reportagem em um de seus programas semanais sobre a mais nova jazida de pedras preciosas do Brasil. “Ficou falando naquilo a semana inteira, fazendo uma propaganda danada para o programa”, conta um comerciante. Quando a reportagem foi ao ar, nos dias seguintes o distrito estava abarrotado. Famílias inteiras que moravam em cima da “mancha”, o epicentro do garimpo, foram obrigadas a se mudar. Pessoas que trabalhavam em companhias florestais, viviam da agricultura familiar ou da produção de carvão vegetal abandonaram suas funções para arriscar o futuro em busca da riqueza. Divino Ramos, 62 anos, foi um de-

les. “Achei pedra lá que dava para comprar daqui até Nova Era”, comenta o morador, com o olhar distante. Comedido nas palavras, parecia ainda receoso. Por que tantas perguntas a respeito de algo que aconteceu há quase 30 anos? Mesmo nos dias de hoje, as pessoas falam sobre o assunto, mas não gostam de sair na foto. “Muita gente do distrito e de outras comunidades próximas ficou rica na época, mas parece que dinheiro de garimpo é amaldiçoado”, comenta Divino. A transformação social de Hematita foi grande e rápida. Contam os moradores que dava fila quilométrica de carros às margens da estrada que liga a área garimpada a Hematita. E com o bando

Confronto sangrento Os anos seguintes a 1986 foram sangrentos. A Polícia Militar registrava homicídio toda semana. Com tanto dinheiro em jogo, começaram as disputas pela terra e pelo direito minerário. Um que se dizia dono dos registros e da pesquisa chegava com documentos, às vezes falso, e tirava do local quem estava no domínio. Não demorava e chegava outro com alguma liminar embargando a operação. Saía um “dono”, entrava outro e os tiroteios se intensificavam. No cair da noite, aventureiros invadiam o local, mesmo que estivesse interditado por alguma ordem judicial, e se enterravam nas catas e túneis em busca do metal precioso. Sempre armados. Não raras as vezes a polícia aparecia, e “já chegava atirando”, contam algumas testemunhas. A qualquer sinal de perigo, saía gente correndo e efetuando disparos para tudo que é lado. Mas o batalhão era grande, se posicionava estrategicamente nas rotas de fuga, e conseguia índice satisfatório de prisões.

A busca pela pedra: garimpo virou febre em Hematita e atraiu gente de todo país e até do exterior

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DeFato

Alexandrita

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Mina no distrito de Hematita, em Antônio Dias, impacta pelo tamanho

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para cima. Ao cavar para ver do que se tratava, descobriu os restos mortais de Silvinho conta histórias macabras da época do garimpo Sérgio Santiago/DeFato

Camburão nem dava conta. Com tantos detidos, os policiais lotavam ônibus de garimpeiros, todos algemados às poltronas, e os levava para Ipatinga. Uma história famosa é de que numa dessas viagens eles foram obrigados pelo comandante a cantar Trio Parada Dura da mina até o Vale do Aço. Muitas pessoas morreram nos confrontos e os corpos só foram encontrados muito tempo depois. José Aparecido, 50 anos, conhecido como Silvinho, um dos que se aventurou na corrida pela alexandrita, conta horrores da época: corpos encontrados aos pedaços, cadáveres enterrados na lama, ossadas localizadas em meio ao matagal. Em uma das histórias horripilantes, Silvinho diz que estava passando pelas imediações da mina e percebeu que havia um sapato virado com o salto

um homem, enterrado de cabeça para baixo dentro de um buraco, possivelmente vítima de algum ladrão de pedra e dinheiro. Não são raros também os relatos de policiais corruptos. Em muitas ocasiões eles chegavam, espantavam os garimpeiros a tiros e depois voltavam às cavas para caçar as valiosas alexandritas. Dizem que um tenente da PM que comandava a tropa na época nunca mais precisou trabalhar. Pediu baixa da corporação e mudou-se sabe Deus para onde. São histórias contadas e não registradas. Relatos de quem passou sufoco tentando garantir alguma riqueza fácil. Amizades e traições Dinheiro e ambição abalaram e destruíram muitas amizades em Hematita. Às vezes um grupo se reunia,


Detalhes da exploração de alexandrita em Hematita: natureza explorada no distrito de Antônio Dias

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O QUE É Alexandrita é uma pedra muito apreciada e de grande valor. À luz natural geralmente verde-oliva, mas à luz incandescente assume a coloração vermelha. É uma das pedras mais caras do mundo. A Rússia foi o único produtor dessa variedade de crisoberilo por muito tempo, até que, entre 1960 e 1980, devido ao esgotamento de suas reservas, o Sri Lanka passou a ser o produtor mais importante. Entre 1970 e 1980, o Brasil também se tornou um produtor de alexandrita com extrações na Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais onde, inicialmente, a alexandrita era extraída no município de Malacacheta. Em 1986 descobriu-se a jazida de Hematita, distrito de Antônio Dias, o que provocou o abandono dos demais garimpos. A mina de Hematita levou o Brasil à condição de maior produtor mundial.

Sérgio Santiago/DeFato

Compradores Em meio à confusão, um chinês dono de uma Kombi velha virou presença constante nos cantos de rua do distrito de Antônio Dias. Era comprador de pedras garimpadas pelos moradores locais e forasteiros. Como ninguém sabia direito o preço, a avaliação da matéria era feita na hora e a negociação beneficiava quem apresentasse melhor argumento. Até dólares entravam na jogada.

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combinava de esconder as pedras para depois vendê-las e repartir o dinheiro. Tinha até cofre que ficava em poder do líder do grupo. Silvinho, Divino Ramos e vários outros moradores contam que as traições eram comuns nesses grupos de “amigos”. Companheiros ambiciosos sumiam com as gemas, não repartiam o dinheiro como combinado e os desentendimentos quase sempre resultavam em brigas, revólver em punho, ameaças e até mortes. Registros de arrombamentos e furtos a residências também eram constantes. Em um dos casos, ladrões arrombaram a casa de um morador do distrito que tinha conseguido achar pedras valiosas, pegaram o que puderam e fugiram pelo quintal, deixando para trás um rastro de dinheiro (muitas notas de 100) e gemas preciosas.

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Sérgio Santiago/DeFato

Divino Ramos também guarda muitas recordações

Escambo também era comum. Silvinho mesmo trocou uma porção de pedras que conseguiu salvar no garimpo por um Fusca velho. Depois ficou sabendo que o homem com quem fez negócio vendeu as mesmas gemas e comprou um caminhão zero. Era um alvoroço. Conta-se que o chinês da Kombi, algum tempo depois, comprou a jazida e regularizou a exploração. Na década de 1990, o garimpo virou empresa de mineração, a segurança foi reforçada e o pessoal começou a trabalhar com carteira assinada. A produção seguiu a pleno vapor durante muitos anos, com emprego para pessoas do distrito e dos municípios vizinhos. Com a diminuição do ritmo de produtividade, entretanto, muita gente foi demitida e hoje em dia a mina representa muito pouco para a região em termos de geração de emprego e renda. Muitos acumularam riqueza na época, esbanjaram e voltaram a trabalhar nas suas funções anteriores ou similares. Há especulações de que alguns acumularam patrimônio e ainda guardam os achados, que passaram despercebidos dentros de garrafas térmicas. Mas o que tem de sobra mesmo é história, contada e recontada em diferentes versões.


DeFato

Economia

7,5 milhões Feira Multissetorial de Santa Bárbara atinge objetivos e contabiliza número expressivo em negócios gerados e prospectados

R$ 7,5 milhões

em negócios prospectados e fechados

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m suspiro em meio a tantas notícias sobre dificuldades econômicas. A Feira Multissetorial de Santa Bárbara, realizada entre os dias 8 e 10 de outubro, movimentou cifras milionárias e mostrou que a união, realmente, faz a força. Segundo a direção da Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara e da Câmara de Dirigentes Lojistas (Acisb/CDL), os objetivos propostos com o evento foram alcançados. O tema da Feira Multissetorial neste ano foi o turismo. Para o presidente da Acisb/CDL, José Renato Fonseca Oliveira, a atividade foi bem escolhida e bem explorada durante o evento. “Foram várias parcerias concretizadas, maiores e menores, que irão alavancar o turismo em nossa região. Nós enxergamos que

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turismo é negócio, não é só passear. E negócios têm que gerar resultados. O que nós fizemos na Feira foi abrir portas para esse setor”, avalia. De acordo com os organizadores, a Feira Multissetorial movimentou R$ 7.523.767,50 entre negócios gerados e prospectados. Desse total, R$ 865.632,50 foram de acordos fechados e R$ 6.658.135,00 de negócios prospectados. Outros números também são impactantes. Mil empregos diretos foram registrados e 12 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições Adilson Melo durante os três dias de evento. “Os participantes buscaram oportunidade de mercado, divulgação do negócio da empresa, prospecção e captação de novos clientes e oportunidade para lidar com o cenário de crise econô-

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stands

mica brasileira”, comenta a gerente-administrativo da Acisb/CDL, Elizângela Helena Gonzaga Ribeiro. A Feira Multissetorial de Santa Bárbara reuniu 75 expositores, divididos em 99 stands espalhados pelas áreas interna e externa da estrutura montada no Parque de Exposições. O evento reuniu lideranças políticas e empresariais e contou com palestras, apresentações culturais, espaço gourmet e outras atrações. “Para nós, superou as expectativas. Estamos em um ano de economia fraca e, mesmo com todas as dificuldades, conseguimos concretizar o projeto com um número maior de participantes que no ano passado e público visitante também maior. Foi excelente e gerou resultados financeiros positivos”, conclui o presidente José Renato.


DeFato

Desenvolvimento

Força de lei

Plano de ação elaborado pelo Fórum de Desenvolvimento de Itabira, coordenado pela Acita, chega à Câmara de Vereadores e poderá ser obrigatório para o próximo prefeito Acom Acita

Legislativo no dia 12 de novembro. O vice-presidente da Acita e um dos idealizadores do Fórum, Eugênio Muller, acompanhou a reunião e defendeu o projeto, considerado por ele inédito no Brasil. “É uma agenda mínima da sociedade”, ressaltou. Por se tratar de uma emenda à Lei Orgânica, o projeto tem prazo de até 45 dias para tramitar e precisa de determinado número de assinaturas dos vereadores. Vários parlamentares já assinaram, ainda durante a reunião de comissões, o projeto, que pode ser aprovado ainda este ano. Sérgio Santiago/DeFato

Plano de ação foi apresentado em reunião final do Fórum de Desenvolvimento, na Acita

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ropostas da sociedade podem se transformar em lei em Itabira. É o que pretende o Fórum Permanente de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação de Itabira, liderado pela Acita e que reúne mais de 70 entidades da cidade. Depois de anos de trabalho, o grupo montou um plano de ação que chegou à Câmara de Vereadores para ser votado em forma de emenda à Lei Orgânica do município. Para o presidente da Acita, Marco Aurélio Garcia Matos, “a implantação do plano de ação pode gerar desenvolvimento sustentável e alavancar a economia itabirana”. No total, foram apresentadas 133 estratégias, que receberam contribuições técnicas do Sebrae e da Unifei, o que permitiu formatação

didática e de fácil compreensão para o público. O plano de metas chegou à Câmara por intermédio do vereador Paulo Soares (PSB), que assinou o projeto de emenda à Lei Orgânica. “É um amparo para a sociedade, uma garantia que os problemas serão resolvidos”, afirmou o socialista. O prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) também assinou o termo, garantindo que ele será sancionado depois de passar pelo Legislativo. “É um processo de trabalho da comunidade, que vai colocar Itabira numa situação privilegiada”, disse. Se o projeto for aprovado na Câmara, o próximo prefeito de Itabira terá de incorporar as propostas a seu plano de governo. O assunto foi discutido e debatido na reunião de comissões do

Vice-presidente da Acita, Eugênio Muller defendeu o projeto na Câmara de Vereadores NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Segurança

Assustados pela violência, comerciantes monlevadenses decidem apelar para as grades de proteção

Monlevade com medo

Mariana Reis/DeFato

Roubos, arrombamentos e até morte. Aumento da criminalidade tira o sono de comerciantes e moradores de João Monlevade, que saem às ruas pedindo segurança Mariana Reis

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asta uma volta pelas ruas e avenidas centrais de João Monlevade para constatar que as pessoas estão sofrendo de insegurança. Entre moradores e lojistas, o assunto é o mesmo: o medo causado pela criminalidade. Em novembro, a situação que já não era confortável, parece

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ter piorado. O estopim foi a morte de um comerciante em plena luz do dia. A população, assustada, saiu às ruas para pedir mais segurança. Querem a Monlevade pacata de volta. A morte aconteceu no dia 3 de novembro, por volta das 13h. Inácio Alves Viana, 57 anos, foi morto dentro da ótica

Pontual, de sua propriedade, na avenida Getúlio Vargas, em Carneirinhos, coração comercial de João Monlevade. Dois ladrões – menores de idade – invadiram o local e anunciaram o assalto. A vítima reagiu e acabou sendo morta a tiros. As histórias de comerciantes vítimas de ladrões são muitas. Alguns, sem


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ter o que fazer, mudam de endereço, fecham os estabelecimentos e até pensam em mudar de atividade. No caso do comerciante Inácio, por exemplo, ele próprio já havia sido vítima de assalto há pouco mais de um mês antes de ter um fim trágico. Por toda a região comercial, é fácil encontrar quem já passou por terror semelhante.

destemidos demais. Eles não querem saber se está de dia ou se tem polícia na rua. São muito audaciosos”, diz. No dia seguinte à morte de Inácio, os comerciantes fecharam as portas de seus estabelecimentos por 10 minutos. Foi o primeiro protesto contra a insegurança. No dia 11, houve nova manifestação, bem impactante. Mais de 500 pessoas, entre empresários, funcionários e estudantes, realizaram uma passeata até a Câmara de Vereadores, exigindo mais ações contra a criminalidade. Mariana Reis/DeFato

Comércio funciona trancado por grades na avenida Getúlio Vargas, em Carneirinhos, coração de Monlevade

Arquivo pessoal

Insegurança e protestos João Monlevade é uma cidade com 75 mil habitantes e considerada tranquila até então. Hoje, a sensação de insegurança pode ser explicada pelos números. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), nos últimos quatro anos o número de crimes contra o patrimônio (roubos e assaltos) só aumenta. Em 2012 foram 96; em 2013, 115; em 2014, 180; e em 2015, apenas entre janeiro e setembro, já são 215 ocorrências registradas. A criminalidade cresce e causa uma inversão nos papéis. Hoje, em Monlevade, são os comerciantes que estão indo para atrás das grades. Trancar as portas e passar cadeados é uma das soluções encontradas para impedir que o estabelecimento seja mais um a receber “visitas” de bandidos. Foi o que fez uma lojista, que preferiu não se identificar, proprietária de uma relojoaria. Desde a morte de Inácio, passou a atender com grades e os clientes só entram se forem identificados. “Hoje os assaltantes estão

Mais de 500 monlevadenses saíram às ruas para pedir mais segurança na cidade

Presidente da Acimon, Carlos Arthuso, defende mudanças mais profundas para o fim da criminalidade

Causas e soluções Todos buscam entender onde estão as falhas que têm permitido o aumento da criminalidade em Monlevade. O presidente da Câmara dos Dirigentes e Legistas (CDL) da cidade, Luiz Eugênio Oliveira Santos, acredita que a alta pode ter a ver com a atual crise econômica do Brasil. “Nossa cidade sempre esteve dentro de um índice de normalidade criminal, mas todo o país começou a passar por uma situação de inconstância, então aqui aconteceu também”, analisa. NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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“Espero que a polícia, com seu esforço e patrulhamento, logo tenha condições de restabelecer a situação para que a sociedade possa viver de uma forma mais tranquila possível”, completa. O comerciante e vice-presidente da CDL, Luiz Valente, tem uma loja no centro da cidade e há dois meses instalou câmeras e uma grade no estabelecimento. “Nunca fui assaltado, mas sou prevenido. Até que o Poder Público faça um serviço de qualidade, vamos nós mesmos fazendo um pouquinho para nossa segurança”, comenta. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de João Monlevade (Acimon), Carlos Arthuso, não existe uma causa exclusiva no fenômeno da criminalização, muito menos uma única solução. “Se existe algum ‘sistema’ que deve ser reformado ou substituído, com certeza seria o sistema de intervenção estatal. Mudando políticas voltadas para a educação, cultura, saúde e geração de empregos”, diz Carlos. A geografia pode ser uma das causas para a intensificação dos crimes, segundo o comandante da 17ª Companhia NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds)

Gráfico mostra elevação dos crimes contra o patrimônio em João Monlevade

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Independente da Polícia Militar, major Jayme Alves da Silva. Monlevade está situada às margens da BR-381 e tem Mariana Reis/DeFato

Luiz Eugênio, da CDL, liga o aumento da criminalidade à crise financeira pela qual passa o país

fácil acesso para criminosos de outras cidades e uma rota de fuga escancarada. “Vem muita coisa boa pela BR, mas muita coisa ruim também. Tivemos um assalto em um restaurante às margens da rodovia e os indivíduos eram de Contagem. Eles passavam por aqui e decidiram praticar o assalto”, conta o major. De acordo com o comandante da PM, 38% dos roubos ocorridos nas últimas semanas em João Monlevade se relacionam a celulares e pequenos comércios, como padarias e mercados. “Uma loja de vitaminas e lanches foi alvo de um cidadão dependente químico, que assaltou o local com uma faca. Levou apenas R$ 50. É um valor baixo, mas já é o suficiente para impor medo na sociedade”, diz. Nas redes sociais, os monlevadenses passaram a enumerar os crimes ocorridos na cidade. Programas de trocas instantâneas de mensagens também ajudam a espalhar as informações. Para o major Jayme, essa interação é positiva, mas, muitas vezes, também transmite boatos. “Entrei nos grupos e pedi a


Fotos: Mariana Reis/DeFato

gentileza de multiplicarem somente o que tiverem certeza”, disse. “Gerou um fenômeno que chamamos de ‘medo do crime’, porque a comunidade se sente acuada e começa a ver coisas que não estão acontecendo”, conta Jayme. “Monlevade Viva” Diretores da CDL e da Acimon participaram de uma reunião na Câmara de Vereadores, no dia 3 de novembro, para a apresentação do projeto “Monlevade Viva”, que visa a instalação de 41 câmeras de alta resolução em 17 pontos da cidade, todos levantados pela Polícia Militar. O sistema está avaliado em R$ 849.560,00 e deverá ser custeado por uma parceria público-privada. O projeto vai ajudar a prevenir crimes na área comercial da cidade. Até conseguirem verba para implantar o “Monlevade Viva”, a Polícia Militar prepara um projeto semelhante e emergencial, em parceria com os comerciantes da cidade. O major conta que os comerciantes das avenidas Getúlio Vargas e Wilson Alvarenga poderão ceder o sinal das câmeras deles para a PM. “Vamos receber as imagens e monitorá-las”, explica. Segundo Jayme, o projeto custará cerca de R$ 20 mil e terá de 30 a 40 câmeras instaladas. “Já temos diversos comerciantes participando e um técnico da Prefeitura fazendo o projeto”, diz Jayme. A parceria com os comerciantes é uma forma de combater a impunidade. Os autores do latrocínio do lojista Inácio – adolescentes de 15 e 16 anos – só foram apreendidos graças a imagens de câmeras de um estabelecimento vizinho. “Os menores entraram, atiraram e fugiram. Eles tinham mais de 12 passagens pela polícia. Nós só conseguimos identificá-los pelas filmagens. Fizemos um print e conseguimos chegar até eles”, narra. Os dois foram levados para um Centro de Ressocialização para Menores Infratores e ficarão lá pro 45 dias. A participação de adolescentes em crimes, aliás, é algo comum nas ocorrências em Monlevade. Com a sensação de

Empresário Inácio Alves Viana foi morto dentro de sua relojoaria, na região central de Monlevade

Major Jayme, da Polícia Militar, acredita que posição geográfica de Monlevade favorece criminalidade

impunidade, os menores voltam rapidamente para as ruas, criando um ciclo que sempre acomete novas vítimas. A polícia sabe quem são os assaltantes, tem detido alguns, mas pouco pode fazer, além de esperar que atinjam a idade suficiente para responder em tribunal. O major Jayme conta que está realizando um trabalho em conjunto com a Polícia Civil, buscando apoio do Ministério Público e da Justiça para conse-

guirem acautelar esses menores. “Assim que conseguirmos fazer a apreensão de oito ou dez menores, a sensação de segurança vai melhorar. Hoje eles não têm sensação de impunidade, eles têm certeza da impunidade”, lamenta o major. A luta contra a impunidade é árdua, mas precisa ser travada. Os monlevadenses querem de volta a tranquilidade. Querem ter, realmente, uma Monlevade viva. Mas que viva sem medo. NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

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Tragédia

Rodrigo Andrade/DeFato

inestimável Rompimento de barragens em Mariana causa danos irreparáveis, mata pessoas e fere profundamente o meio ambiente. Em Itabira e outras cidades mineradoras o sinal de alerta foi ligado. Estamos protegidos?

Rodrigo Andrade

E

ra um lugar muito bonito e tranquilo. Casas antigas, ruas mais apertadas. Tinha uma pracinha em que o pessoal se reunia para conversar. Era uma vida muito boa. Acredito que todos eram felizes ali. Mas agora é só lama. Lama, lama e lama”. O depoimento é de um morador que olhava, atônito, o que restou do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. Era dia 6 de novembro, um dia depois da tragédia que destruiu toda a localidade e continua espantando pelas consequência. DeFato esteve no local naquela data. O movimento era intenso próximo ao lugar em que a lama das barragens de Fundão e Santarém, da mineradora Samarco – controlada pela Vale e pela BHP Billiton –, simplesmente passou por cima de tudo. Todos queriam ver de perto aquilo que nenhum relato, por mais detalhado que seja, consegue explicar.

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O distrito de Bento Rodrigues foi dizimado. O local ficava há poucos quilômetros das barragens de Fundão e Santarém, que se romperam por volta das 15h30 do dia 5 de novembro. As estruturas rompidas despejaram 62 milhões de m³ de rejeito de minério no meio ambiente, o equivalente a 24,8 mil piscinas olímpicas. A lama soterrou casas, matou pessoas e correu para rio Doce, ferindo gravemente o ecossistema até o Espírito Santo. “Foi muito pesado. A gente não foi avisado de nada. Fomos avisados pela água. A água foi chegando e só assim a gente soube que a barragem tinha arrebentado. O prazo para a gente sair foi cinco minutos, no máximo. Ninguém veio avisar. Ninguém falou nada, não teve alarme. Foi por isso que aconteceu dessa forma. Se tem muita gente soterrada, se muita gente perdeu seus entes

queridos, foi por causa da falta de aviso”, lamenta Adão Geraldo Gomes, morador de Bento Rodrigues. Adão estava com o pai, a mãe e uma filha no momento que a barragem se rompeu. Eles perderam tudo, mas mantiveram a esperança. “Graças a Deus, deu para salvar todo mundo. O que importa é isso, as vidas de todos. Bens materiais, com o tempo, a gente recupera tudo”, afirma o morador. Um distrito que sumiu A imagem do distrito de Bento Rodrigues é impressionante. Para quem não conhecia o lugarejo antes, é impossível sequer imaginar como ele era. Restou apenas uma pequena parte, no ponto mais alto. “O distrito simplesmente não existe mais. Acabou. É impressionante. Eu estou impressionado, porque não existe nada lá mais”, disse o prefeito de


Fotos: Rodrigo Andrade/DeFato

Antônio Cru/ABr

Corpo de Bombeiros-MG

Morador Adão e um distrito que não existe mais: Bento Rodrigues foi varrido pela lama da mineração

Mariana, Duarte Eustáquio Júnior, ainda atordoado, um dia após a tragédia. Em Bento Rodrigues moravam pouco mais de 200 famílias, cerca de 600 pessoas. Todas tiveram que deixar suas casas e correr para a parte mais alta do distrito. Mas nem todo mundo conseguiu escapar. Até o fechamento dessa edição, no dia 17 de novembro, sete mortos já estavam confirmados e quatro ainda aguardavam identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. A lista de desaparecidos continha 12 nomes, sendo nove funcionários da Samarco e empresas terceirizadas e três moradores locais. “A gente estava trabalhando na hora e em um momento a barragem tremeu. Nisso, nós olhamos para baixo e os caminhões com nossos colegas já estavam caindo na lama e indo embora. Foi tempo só de correr, juntar as pessoas e sair de lá. Mas muita gente não conseguiu escapar. Até agora estamos sem notícias de colegas nossos”, relata Rodrigo Júnior, motorista de uma contratada da Samarco. Um dos colegas de Rodrigo era o monlevadense Sileno Narkievinicius de Lima, 47 anos, que teve o corpo encontrado quatro dias depois da tragédia, no município de Acaiaca, distante 100 quilômetros de Mariana. Aílton Carlos Arcanjo, morador de Bento Rodrigues, reclamou de desamparo. Segundo ele, a falta de um sistema de aviso potencializou a tragédia. “Foi um terror. A Samarco não avisou ninguém,

pegou todo mundo desprevenido. Pessoal teve que sair às pressas. Se a Samarco tivesse dado um alerta, talvez não seria nessa dimensão”, reclama. “Perdi a casa, perdi tudo. Eu trabalho fora, mas meus familiares estavam em casa. Salvaram-se todos, mas ficou tudo para trás. Só restaram as roupas do corpo”, completa. Em entrevista coletiva um dia após o rompimento das barragens, o gerente-geral de projetos da Samarco, Germano Lopes, disse que a empresa avisou alguns moradores via telefone, além da Prefeitura e Defesa Civil. O engenheiro argumentou que a comunicação seguiu o plano emergencial estipulado pela legislação vigente. Questionado, ele não informou quantos dos habitantes foram alertados. Rodrigo Andrade/DeFato

Aílton Carlos lamenta falta de aviso da Samarco

Causas Mas o que levou ao rompimento da barragem? Essa é uma pergunta que ainda não foi respondida. Apenas hipóteses são levantadas. Há quem fale em abalos sísmicos, outros culpam o alteamento da barragem. Mais uma possibilidade é que rejeitos sólidos possam ter se tornado líquido e pressionado a estrutura. Tudo está sendo estudado pela autoridades competentes e pelo Ministério Público. Para o engenheiro civil Tales Augusto Dias e Santiago, especialista em Engenharia Geotécnica, professor dos cursos de Engenharia de Minas da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Doctum, em João Monlevade, uma coisa é certa: em algum ponto houve uma falha muito grave. “Se você me perguntar qual foi a causa, isso ainda é um mistério. Eu poderia falar de ausência de seleção de um tipo de solo adequado para o talude de contenção e para a fundação da barragem. Poderia questionar se a compactação que foi executada estava apropriada. Se as especificações que foram colocadas por algum consultor realmente foram cumpridas pela empresa. A gente, como profissional e técnico, fica questionando se havia toda instrumentação de monitoramento, como piezômetros e inclinômetros. Se forem obedecidas as normas técnicas e a legislação, é difícil ocorrer de forma natural uma ruptura. Creio eu que a Samarco, por se tratar de uma empresa de grande porte, não deixou de cumprir as recomendações de segurança. Mas NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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ANTES Pouca coisa restou: imagens de satélite mostram o antes e o depois do distrito de Bento Rodrigues. As casas deram lugar ao rejeito

Consequências Se as causas ainda são desconhecidas, as consequências da tragédia aumentam a cada dia. O rompimento das barragens afetaram diretamente não só Bento Rodrigues, mas outras seis comunidades no entorno, inclusive o município de Barra Longa, a 60 quilômetros de Mariana. O rejeito correu pelo rio Gualaxu, passou para o rio do Carmo e atingiu o rio Doce, que configura a bacia da região.

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O rio Doce, segundo especialistas possuía biodiversidade diversificada, com cerca de 80 espécies de peixes. A lama, apesar de não ser considerada tóxica, pavimentou o ecossistema aquático e tirou o oxigênio dos habitantes marítimos. Por todo o rio, foram milhares de animais mortos. Danos imensuráveis e que terão reflexo na qualidade e quantidade da diversidade aquática que sobreviveu. Em Governador Valadares, cidade com aproximadamente 280 mil habitantes, a população passou por momentos de desespero. O município retira água do rio Doce, mas precisou deixar de fazer isso, já que o líquido estava impróprio para consumo. As torneiras secaram e faltou água até para beber. Por causa desse cenário, a Vale, uma das controladoras da Samarco, se comprometeu a enviar 2,2 milhões de litros de água por dia para a região do Vale do Rio Doce, distribuídos da seguinte forma: 600 mil litros por dia de água mineral para Valadares e outros 500 mil litros para outras cidades da região também atingidas. O restante – cerca de 1,1 milhão de litros – foi enviado de Ipatinga por meio de vagões-tanque para distribuição em Valadares. A mineradora Samarco sofreu sanções. O Governo do Estado de Minas Gerais suspendeu a licença de operação da empresa, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) estipulo multa de R$ 250 milhões e o Ministério Público Federal firmou um termo de compromisso para que a empresa desembolsasse um uma caução socioambiental de R$ 1 bilhão. O Governo Federal, no entanto,

informou que esse acordo era à parte dos cálculos de danos que ainda estavam sendo feitos pelos órgãos responsáveis, que certamente superariam essas cifras. O valor ainda seria anunciado. Em Mariana O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, está no cargo há quatro meses. Ele era o vice de Celso Cota, cassado pela Justiça. Mal chegou e já tem de lidar com um problema dessa magnitude. “Parece que a todo momento aparece uma nova notícia. A gente espera dar uma notícia melhor e a informação é que está piorando”, descreve. “Precisamos saber quem é o responsável por isso que aconteceu. De onde saiu essa licença, quem deu essa licença? Eu acho mais do que justo que as pessoas que estão passando por isso saibam de quem é a responsabilidade”, cobra. Para o promotor de Jusitça Guilher-

Rodrigo Andrade/DeFato

em algum ponto ela falhou”, comenta. De acordo com o engenheiro, a hipótese do alteamento ter causado a tragédia deve ser levada em consideração. A barragem de Fundão, a primeira a se romper, tinha 90 metros e estava em obras para ter a capacidade elevada. “Se você realiza alteamento da barragem, é porque a capacidade dele já está saturada. A empresa está produzindo, produzindo e precisa aumentar a capacidade. Pode ser que o próprio alteamento tenha causado pressão na barragem. Essa solicitação de carga pode provocar ou induzir a uma trinca que mais tarde se tornará uma ruptura. Nesse caso, já se tem uma carga acumulada e ainda é colocada uma complementação, com maquinários provocando tensões. Nisso, se houver alguma falha, pode ser que tenha contribuído. É uma hipótese que deve ser levada em consideração”, analisa Tales. Segundo a Samarco, as obras na barragem possuíam licenciamento e atendiam as normas técnicas brasileiras e internacionais

Prefeito Duarte Júnior quer apuração de responsabilidades


me Meneghin, responsável pela área criminal e direitos humanos, a investigação sobre a tragédia, apesar de complexa, chegará a resultados concretos. Por sua interferência, a Samarco concordou em pagar um salário mínimo mensalmente para as famílias atingidas e também custear alugueis em casas. “Queremos que a empresa se responsabilize por tudo e que futuramente reconstrua todas essas vilas. Não no local que foi arrasado, mas que permita que as pessoas possam retomar as suas vidas”, afirma o representante do Ministério Público. “É uma novidade por dia, muita coisa que acontece ao mesmo tempo. A dimensão do problema ainda é incalculável. A empresa precisa se comprometer em amparar todo mundo. É muito cedo ainda para chegar a conclusões, mas o fato é que morreram várias pessoas, trabalhadores e moradores de Bento Rodrigues”, completa. Em Itabira e Minas A tragédia em Mariana acende um sinal de alerta para todo estado de Minas Gerais, que tem a mineração como principal atividade econômica. A segurança das cidades está em pauta e o cenário que se revela não é dos melhores. A fiscalização é insuficiente e os próprios órgãos responsáveis admitem isso. De acordo com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Minas Gerais estão 317 barragens de mineração de conhecimento do órgão, o que representa 48% das 662 instaladas no Brasil. Dessas, contudo, 95 sequer constam do Plano Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) do departamento. No ano passado foram realizadas 151 vistorias pelos 220 técnicos responsáveis pela fiscalização. O órgão não informa o número de profissionais da superintendência mineira, mas, em 2011, relatório do Tribunal de Contas da União apontou que a falta de mão de obra é gravíssima nas superintendências de Minas Gerais. Em Minas Gerais, segundo relatório de 2014 da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), são 42 barragens sem garantia de estabilidade. E a fiscalização é deficiente. Segundo a secretaria de Esta-

do de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), há apenas oito fiscais da Feam, que são os que avaliam as condições de barragens. Contando reservatórios de usinas e de rejeitos, são 754 represamentos em Minas Gerais, sendo que a Semad afirma conseguir visitar pelo menos uma vez por ano cada um. As barragens são divididas em classes I, II e III, dependendo do potencial de risco ambiental que representam. As estruturas rompidas em Mariana eram de classe III. Em Itabira, segundo dados de 2014 da Feam, são 34 barragens, sendo seis de classe I, 19 de classe II e nove de classe III. Algumas delas, como as do Pontal, Conceição, Itabiruçu e Santana O ESTADO DE MINAS GERAIS TEM

754 REPRESAMENTOS, ENTRE RESERVATÓRIOS DE USINAS E

DE REJEITOS. DESSE TOTAL, 42 NÃO POSSUEM GARANTIA DE ESTABILIDADE POR AUDITORIAS EXTERNAS. EM ITABIRA, SÃO 34 BARRAGENS, SENDO 6 DE CLASSE I, 19

DE CLASSE II E 9 DE CLASSE III. UMA DELAS, DA PITEIRAS MINERAÇÃO, NÃO TEM GARANTIA DE ESTABILIDADE. A EMPRESA ESTÁ DESATIVADA DESDE 2006.

causam imensa preocupação devido à proximidade com o município. De acordo com relatório da Feam, todas as barragens itabiranas estão com estabilidade garantida por auditores externos. Há apenas uma exceção, que é uma barragem de classe I da Piteiras Mineração, no sentido Nova Era. A empresa, no entanto, está com a operação suspensa pelo órgão ambiental desde 2006 justamente pela ausência de garantia de segurança. Itabira também tem diques de contenção classe II da Belmont Mineração. As barragens maiores, de classes II e III, são da Vale. O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) e a Câmara

de Vereadores de Itabira solicitaram à mineradora relatórios que garantam a estabilidade das barragens que a empresa mantém na cidade. Procurada por DeFato, a Vale, por meio de sua Assessoria de Comunicação, informou que fez uma verificação detalhada das condições estruturais das barragens mais relevantes da diretoria de Ferrosos, que incluem as de Itabira. “Neste momento, todas as nossas estruturas estão funcionando em absoluta normalidade, atendendo a todos os requisitos legais vigentes e com todos os aspectos de segurança garantidos, afirmou a mineradora. Para o engenheiro Tales Augusto, a fiscalização dos órgãos competentes precisa ser mais rígida. O especialista em Engenharia Geotécnica afasta o risco de rompimentos constantes de barragens, mas critica o acompanhamento das autoridades. “Não quer dizer que é porque existe a barragem que ela vai romper. Hoje, a engenharia tem tecnologia e mecanismos de instrumentação que permitem monitorar e observar a movimentação da barragem de hora em hora. Tem que haver um controle rigoroso por parte da equipe técnica, porque aí você consegue verificar e corrigir qualquer problema. Tudo precisa estar de acordo para que a barragem cumpra seu papel de contensão. Quanto aos órgãos competentes, eles têm o papel de fiscalizar com mais rigor. Envolve vidas humanas. Não é só ir lá, emitir um papel e virar as costas. É preciso verificar se a empresa está cumprindo com as exigências da legislação”, analisa. Apesar dos pesares, é impossível pensar em Minas Gerais sem mineração. A atividade econômica é a principal fonte de receita do estado e sustenta municípios com perfis semelhantes ao de Itabira, extremamente dependentes da arrecadação dos impostos gerados pela extração mineral. O próprio prefeito de Mariana, Duarte Júnior, diz que a cidade fecharia as portas caso as empresas parassem de funcionar. O que se cobra é mais atenção à segurança. Mais preocupação com as vidas. Para que portas não se fechem e nem casas sejam engolidas pela lama. Para que rejeitos de minério não soterrem histórias.


DeFato

Arquivo pessoal

Superação

Haendel Fonseca e a mãe Maria de Carvalho Fonseca Lobão

O homem que escreve com os olhos São-gonçalense Haendel Fonseca, portador de esclerose amiotrófica lateral (ELA), vence os limites impostos pela doença e escreve livro sobre momentos de sua vida Rodrigo Andrade

O

quarto bem arejado só tem o silencio rompido pelo barulho do aparelho de oxigênio e do ventilador. Janela grande, que permite entrada considerável de luz. Pelas paredes, avisos e textos instrutivos. E um quadro com letras

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usadas para formar palavras. O local tem duas camas. Uma comum e outra daquelas que todo mundo vê em quartos de hospitais. É nela que está Haendel Fonseca Lobão, 43 anos, ex-motorista de veículos pesados e agora escritor. O homem que escreve com

os olhos. Haendel é portador da esclerose amiotrófica lateral (ELA), doença degenerativa nefasta que ataca o sistema neurológico e tira os movimentos da pessoa acometida. O ex-motorista é natural de São Gonçalo do Rio Abaixo


Haendel recebe o carinho e a força dos dois filhos

Rodrigo Andrade/DeFato

mas mora em Itabira há bastante tempo. Teve de largar a atividade na área da mineração por causa da doença. A ELA avançou rápido, o deixou imobilizado, mas não tirou-lhe o sorriso. E nem a força dos olhos. O sorriso e os olhos são as ferramentas que permitem Haendel se comunicar com familiares, amigos e admiradores que chegam sobretudo pela rede social Facebook. Em seu perfil, o são-gonçalense compartilha suas experiências e as batalhas que vence diariamente. Tudo escrito por ele mesmo, através de um equipamento instalado no notebook que permite a formação de palavras por meio da assimilação do movimento ocular. Foi com auxílio dessa tecnologia que Haendel escreveu o livro “Eu e ELA: Histórias de Uma vida Incomum”. A publicação é dividida em três partes (“Eterna criança em São Gonçalo”, “Um adolescente em visita a Ferros” e “A maturidade em Itabira”) e narra fases da vida do ex-motorista. O livro é repleto de bom humor e muitas piadas. Causos divertidos contados por alguém que, em tese, teria muitos motivos para se afundar em tristeza. Mas a ELA não levou o sorriso de Haendel.

O computador que ajuda Haendel se comunicar e o possibilitou escrever um livro

A batalha Os primeiros sintomas da ELA foram sentidos por Haendel em 2009. Naquela época, ele ajudava na construção de uma casa nova em São Gonçalo do Rio Abaixo. Percebeu que já não tinha a mesma força para carregar alguns materiais. E passou a cair, do nada, com alguma frequência. Não Arquivo pessoal

tinha mais possibilidade de dirigir os caminhões, mas, mesmo assim, insistiu em trabalhar e começou a desempenhar outras funções. Mas a doença avançou rápido demais. Em pouco tempo, ficou sem os movimentos dos braços e das pernas. Não conseguia falar. A respiração não era mais a mesma. O diagnóstico da ELA não é fácil. Quando os médicos, enfim, anunciaram do que se tratava a doença, foi um baque. “Nunca tinha ouvido falar sobre ELA. Pensei: ‘Morri’! Achei que teria mais três anos de vida, no máximo”, conta Haendel, em entrevista com auxílio de seu programa no computador. O são-gonçalense soube da existência do programa de computador quando esteve internado no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte. Foi complicado ter acesso à tecnologia, já que o leitor e o software são muito caros. Difícil também é não poder fazer as próprias coisas. “O maior problema é depender das pessoas, o resto eu vou adaptando rapidamente. Não tem muita dificuldade onde Deus está e onde há pessoas para ajudar”, ensina Haendel, que em casa conta com apoio


DeFato

Superação Rodrigo Andrade/DeFato

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA No ano passado, a internet foi tomada por vídeos de famosos virando um balde com água gelada sobre a cabeça. A campanha, chamada de desafio do balde de gelo, atentava para a esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença até então pouco falada. A brincadeira consistia em topar o desafio ou então doar cem dólares para a ALS Association, organização sem fins lucrativos que arrecada fundos para pesquisa e ajuda pacientes acometidos pela ELA. A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Esses neurônios são células nervosas especializadas que, ao perderem a capaDivulgação

O computador ajuda Haendel a manter contato com amigos e admiradores pelo Facebook

da mãe, da esposa, dos dois filhos e de auxiliares contratadas. Depois de seis anos lidando com a esclerose, Haendel hoje trata a doença com certa intimidade. Dispensa a proposição “a” e já diz diretamente “eu e ELA”, como se fizesse referência a alguém usando o pronome substantivo feminino. Apesar de aceitar bem a sua condição e mostrar senso de humor mesmo em uma situação tão complicada, o são-gonçalense escritor diz que entende bem quem não tem o mesmo comportamento. “Doenças são várias. O que precisa é ter como tratá-las. Ter medicamentos, aparelhos, profissionais e familiares. Aceitar o que aconteceu. Tudo tem um motivo. No meu caso foi ELA, doença muito terrível. Se algum paciente não quiser lutar e desistir, está no direito dele. Só quem tem ELA sabe o que é”, afirma. “Eu porque sempre sorri muito e não será ELA que vai tirar meu sorriso”, completa, indicando de onde tira forças para lutar. O livro “Eu e ELA: Histórias de Uma Vida

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Incomum” nasceu por incentivo de uma tia de Haendel, que ficou empolgada com as narrativas do ex-motorista. Ela, então, sugeriu que o sobrinho separasse bons causos para montar um livro. Assim foi feito. Haendel escrevia as histórias no computador e a tia Lúcia editava, formatava e salvava tudo. Os familiares conseguiram aprovar o livro na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de São Gonçalo do Rio Abaixo, o que impulsionou a produção. A publicação foi apresentada pela primeira vez em setembro, na cidade natal do escritor, e depois em outubro, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), em Itabira. Se outro livro virá, o são-gonçalense diz que depende da tia Lúcia. “Sei que para ela é muito trabalhoso, mas se estiver disposta...”, diz, demonstrando empolgação. “Por mim está fácil, tenho muito a contar. É cada dia uma coisa diferente”, brinca o escritor. E que ninguém tenha dúvidas disso. Afinal, enquanto houver sorrisos e força nos olhos, Haendel continuará a escrever sua história de batalhas e resistência.

Apresentadora Ana Maria Braga foi uma das famosas que entrou no desafio do balde de gelo

cidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença. Não se conhece a causa específica para a esclerose lateral amiotrófica. Há indícios de que a utilização excessiva da musculatura favorece o mecanismo de degeneração da via motora, por isso os atletas representam a população de maior risco. É considerada rara por atingir uma a cada 50 mil pessoas no mundo. No Brasil, há 12 mil casos de ELA, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela). Como não há cura, o tratamento deve ser multidisciplinar para manter o paciente vivo. Um neurologista precisa avaliar as funções dos neurônios motores e prescrever remédios, assim como um fisioterapeuta e terapeuta ocupacional são necessários para ajudar na mobilidade do paciente. Nutricionista, cardiologista e psicólogo também são indicados porque o doente poderá usar sondas para comer e ter suas funções cardíacas comprometidas.


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Comportamento

Barba, cabelo e bigode Muito se engana quem pensa que barba e cabelo grande são sinais de desleixo e preguiça. Manter os pelos macios e estilosos demanda dedicação e um tempo extra na hora de se arrumar

Mariana Reis

N

os últimos tempos, a rotina dos homens ganhou uma preocupação a mais: a aparência. Ter um visual diferente e mais despojado passou a ser um estilo de vida que ganha cada vez mais adeptos. Barbas, cabelos e bigodes diferenciados saíram dos catálogos de moda, novelas, cinema e propagandas e ganharam as ruas. Ser barbudo voltou a ser tendência entre os homens. O hairstylist e barbeiro Rogério Rastafári, 48 anos, que atua na área há 32 anos, conta que está na moda o estilo “lumberjack” (lenhador) ou “lumbersexual”, que é marcado pelo visual da barba longa e densa. O estilo foi criado nos Estados Unidos. Outra tendência apontada pelo barbeador são as barbas coloridas, que ele inclusive adotou. “A minha barba é branca, então passo um spray preto em algumas partes, fica bem bonito. E as partes claras eu tonalizo com um creme roxo matizador”, diz. Segundo o barbeiro, o cabelo rastafári voltou com tudo. “Talvez seja o

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segundo penteado mais requisitado hoje depois do moicano”, conta. De acordo com ele, os cuidados com o cabelo rastafári são parecidos com os do cabelo comum, mas exigem alguns procedimentos especiais. “As pessoas pensam que os dreads são sujos e mau cheirosos, mas não. Podemos lavar e condicionar eles normalmente. Porém, deve-se evitar praias e piscinas. Eles também precisam de uma manutenção, principalmente na raiz, enquanto vão crescendo”, explica. De acordo com Rogério, as barbas e os cabelos estilosos são procurados por homens de todas as idades e a maioria realiza diversos tipos de manutenções. “A maioria dos homens gostam de fazer barbas desenhadas e topetes no cabelo. As que estão mais na moda são as barbas alongadas e os bigodes. Tenho um cliente de 70 anos que aderiu ao estilo lenhador”, conta Rogério. O barbeiro afirma que os homens costumam ir pelo menos uma vez no mês para pentear, aparar, secar, escovar, pintar e tratar os cabelos e a barba.

No Facebook, o fotógrafo itabirano Rodrigo Reis mandou um recado para os amigos: barbudo e com orgulho


Arquivo pessoal

Visual estiloso O estudante itabirano Gustavo Nascimento, 22, começou a usar barba há três anos com o estilo “chin curtain” ou “cortininha”, no qual os pelos acompanham o contorno do rosto até o queixo. Atualmente o jovem usa o “handlebar”, que é um bigode com os fios mais longos e as pontas enroladas. “O handlebar é mais difícil no inicio para cuidar, pois não sabemos a maneira correta de como modelar. Hoje eu preciso ter muita paciência para modelar todos os dias”, diz Gustavo. O cuidado diário de Gustavo com o bigode gera um custo médio de R$ 40 mensal. “Eu lavo com o shampoo que uso também no cabelo. Seco e passo um fixador para modelar”, conta o estudante. Segundo ele, muitas pessoas acham o bigode estiloso e engraçado. “Sempre dizem que eu pareço o Salvador Dalí, outros falam que se tivessem uma tesoura cortariam meu bigode”, brinca. Mas o jovem adora o bigode. “Eu adotei esse estilo há um tempo e decidi deixar crescer, desde então tenho que arrumar todos os dias ao levantar. Não é tão fácil nos dias corridos, mas sempre dou um jeitinho”, diz.

Gustavo Nacimento chama atenção com seu bigode

Mariana Reis/DeFato

Rogério Rastafári honra o apelido e dá dicas sobre os estilos que estão na moda

Questão de personalidade Estudante, professor de inglês e barbudo. Kelvin Ferraz, 23, começou a cultivar a barba na época de faculdade, quando tinha uns 19 anos. Sua primeira intenção era tampar as falhas de pelos que tinha, mas hoje tornou-se uma marca registrada. Para manter do jeito que gosta, apara a barba a cada três dias. “Uso a maquininha de aparar pelos quando a barba está muito volumosa. Já nas laterais eu uso lâmina de barbear”, diz o jovem. Kelvin já usou diversos estilos de barba, mas o modelo favorito é o de “cortininha”. “Quando usei cavanhaque achei que fiquei com a cara de sério e bravo, não gostei. Já o bigode ficou com um ar de muito retrô”, explica. Teve uma vez que o estudante resolveu raspar toda a barba que já fazia parte da sua personalidade. “Eu fiquei muito diferente, não parecia eu. As pessoas estranharam muito e eu também”, relembra. Além da barba, o cabelo de Kelvin também já passou por vários estilos, cores e cortes. Tudo começou quando era criança. Por ter muitos redemoinhos, os cabeleireiros nunca acertavam no corte. “Até hoje tenho traumas de infância, porque cortavam o meu cabelo errado. Então resolvi inventar desculpas para deixar o cabelo crescer, já que minha mãe o odiava grande. Falei que não iria cortar o cabelo até passar no vestibular”, conta Kelvin, que além de garantir uma vaga na universidade, raspou o cabelo após o episódio e ficou careca. Mas o estilo de cabelo favorito do jovem são os fios longos. Depois de ficar careca duas vezes, deixar raspado apenas com uma mecha longa, pintar de loiro e ter cortes tradicionais, atualmente Kelvin usa o cabelo grande e repicado. Lenhador O tatuador e fotógrafo itabirano Gustavo Dantas, 29, começou usar barba quando tinha 16 anos e desde então não a largou mais. Já manteve o estilo tradicional e a barbicha, mas a favorita é a estilo lenhador, bem grande NOVEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato e cheia, como a que usa atualmente. O “lumbersexual” conta que por falta de barbearias especializadas na cidade, ele mesmo apara a barba. “Faço a manutenção uma vez por mês, frequentemente lavo, hidrato e seco. Em média gasto uns R$ 200 por mês com produtos para ela”, conta Gustavo. Para

o tatuador, usar barbas diferentes é um estilo de vida, que sempre será alvo de comentários. “Na rua sempre tem uma pessoa para olhar e achar engraçado, claro que muitas delas também criticam”, diz Gustavo, que nem se importa. Os tempos mudaram e hoje até o estilo mais rústico é sinônimo de que o

homem se importa – e muito – com o visual, apesar de muita gente ainda não ter entendido. Para essas pessoas, o fotógrafo Rodrigo Reis manda o recado: “Não é promessa, não virei mendigo, minha barba não fede e não quero ser Papai Noel. Estou feliz de barba! É simples assim,” escreveu em seu Facebook.

Kelvin gasta tempo para cuidar da barba e do cabelo, Gustavo não economiza para deixar a barba do jeito que gosta e Rodrigo declara sua felicidade com o novo visual. Mariana Reis/DeFato ArtDesigner

Arquivo pessoal

A BARBA IDEAL Rosto oval: é o rosto mais “proporcional” e aceita praticamente todas as formas de barba, então fica a gosto do homem!

grande; para os gordinhos e homens de rosto redondo o ideal é optar pelas linhas mais retas para alongar o rosto.

Rosto redondo: tirando a barba lateral, na região da bochecha, o rosto fica mais alongado.

Costeletas: devem ter uma distância de dois dedos a partir do lóbulo da orelha.

Rosto quadrado: os desenhos mais arredondados são os ideais para amenizar as linhas fortes desse tipo de rosto.

Bigodes: são ideais para quem tem traços marcantes, como o queixo quadrado, por exemplo; quem tem um espaço muito grande entre os lábios e o nariz pode usar o bigode para melhorar as proporções do rosto.

“Queixo duplo”: o indicado é deixar a barba mais comprida para disfarçar. Gordinhos: pode-se usar o mesmo truque de quem tem o rosto redondo; o ideal é não deixar a barba retangular na parte inferior justamente para não criar o efeito do “queixo duplo”.

Bochechas: o ideal é respeitar a linha natural de crescimento dos pelos, mas se tiver o rosto muito redondo pode-se deixar a barba abaixo da linha da bochecha para não arredondar ainda mais a silhueta.

Carecas: o melhor é deixar a barba mais curta; uma barba muito cheia acaba destacando ainda mais a careca.

Pescoço: para garantir um visual mais limpo, o ideal é retirar todos os pelos abaixo do pomo de adão, mantendo uma linha reta.

Cavanhaques: deve ser evitado por quem tem o queixo muito

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Fonte: http://www.fashionbubbles.com


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Empreendedorismo Márcio Labruna

Sementes de empreendedorismo H

á dois anos estamos através desta coluna semeando a cultura da inovação e do empreendedorismo. Com certeza, as sementes caíram em vários terrenos, muitas já secaram, outras se camuflaram nas entranhas das dificuldades e talvez poucas aguardam o momento de florescer. Cabe-nos acreditar e continuar semeando, pois temos certeza que futuro se constrói com muito trabalho, perseverança e um pouco de ousadia. Os produtos e serviços que hoje são líderes de mercado um dia foram apenas um rascunho ou uma ideia na cabeça. A inovação pode se dar em qualquer setor da empresa. Não só em tecnologia, mas em processos de negócio, gestão, certificação, selo de qualidade, estrutura organizacional e outros. Quando alguém teve a ideia de colocar uma balança no restaurante e passar a vender comida pelo peso, desenvolveu uma grande inovação. Para inovar só precisa começar a pensar a respeito. Uma MPE pode bolar meios para diminuir o desperdício de energia, alimentos, água ou matéria prima, como também pode criar novos processos. O passaporte do futuro e do sucesso de qualquer empreendimento esta na capacidade de inovação dos seus gestores. Um município ou uma região que queira entrar no universo da inovação, tem que criar ou abrir quatro portas, a saber:

labruna.inovatec@gmail.com

1- Ter a presença ou estar próximo de uma universidade. 2- Empresários conscientes que não se limitem a produzir apenas o que é inventado ou criado fora e se comprometam com pesquisas. 3- Ambiente político, econômico e institucional estável e comprometido. 4- Educação básica de qualidade. Uma criança ou jovem que não aprende idiomas, regras básicas de ciências, que não tem oportunidade de desenvolver uma cultura empreendedora, é um capital inovador interrompido. Nosso município felizmente tem as quatro portas abertas e o momento é esse. Quem estiver atento e com o DNA do empreendedorismo aflorado, enxergará as múltiplas oportunidades existentes, dentro da propalada crise dos pessimistas de plantão. Este é o momento. Veja o cenário atual, conheça o que esta sendo proposto pelas instituições empresariais e poder publico, sinta o pulsar das oportunidades com o novo arranjo econômico que vem transformando os negócios em Itabira e região em face da possibilidade do fim da atividade mineradora. Se ainda faltam sementes, continue adubando a terra, se preparando, buscando informações. Quem tem informação tem poder e pode fazer a transformação.

Os produtos e serviços que hoje são líderes de mercado um dia foram apenas um rascunho ou uma ideia na cabeça

Márcio Antônio Labruna é eletrotécnico, matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e expresidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec.

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Culinária

A receita de rocambole de carne leva presunto e queijo no recheio. É fácil, muito saborosa e fica apenas 35 minutos no forno.

Rocambole de carne recheado INGREDIENTES Massa 500 g de carne moída 1 embalagem de creme de cebola 3 colheres (sopa) de leite

Pré-aqueça o forno em temperatura média, unte uma assadeira retangular média com margarina e reserve. Em uma tigela, misture a carne, o creme de cebola e o leite.

Recheio

Sobre uma folha de filme plástico, abra a carne, formando um

150 g de queijo muçarela picado

retângulo. Em uma tigela, misture a muçarela, o presunto, os ovos,

150 g de presunto cozido picado 2 ovos cozidos picados 1/2 xícara (chá) de azeitona verde picada 1 cenoura pequena ralada

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MODO DE PREPARO

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a azeitona verde e a cenoura. Distribua a mistura sobre a carne e enrole como rocambole. Feche bem as laterais. Coloque na assadeira untada, retire o papel filme e cubra com papel alumínio. Leve ao forno por 20 minutos. Retire o papel alumínio e leve ao forno por mais 15 minutos. Retire do forno, polvilhe com cheiro-verde e sirva em seguida.


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Infantil

DAVI LUCCAS LOUREIRO 1 ANO

OTÁVIO DE SOUZA MOREIRA

3 ANOS Pais: Patrick Nunes Sarah Juliana Nunes

Pais: José Fidelis Loureiro Maria José Braga Loureiro

Pais: Arlan Moreira Figueiredo Iraci de Souza Oliveira

JOÃO VICTOR DE ALCANTARA

KAIKE E KAIO MARTINS

BERNARDO MIGUEL

3 ANOS

KAYQUE RAFAEL NUNES COSTA

7 ANOS

9 E14 ANOS

5 ANOS

Mãe: Deise Mara de Alcantara

Pais: Gilberto da Silva Barros Cassia Martins

Pais: Cláudio Roberto Costa Renata de Paula Barbosa Nunes

MELL DIAS MOREIRA ROSA

RAUL MARTINS

REBECA JÚLIA

Pais: Adamo Rosa Stefanie Gregoria Dias

Pais: Gilberto da Silva Barros Cassia Martins

Pais: Patrick Nunes Sarah Juliana Nunes

4 ANOS

1 ANO

2 MESES

Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br

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Flash Social

As sócias Lívia Pinheiro Gouvêa e Viviane Souza Camargos, proprietárias da franquia Ponto Natural em Itabira, fornecem produtos para pessoas com dietas restritivas ou que buscam uma vida mais saudável

Tatiana Santos

Mariana Reis/DeFato

A Cacau Show está de cara nova em Itabira. A empresária Rita de Cássia Duarte Oliveira reinaugurou a loja no dia 8 de outubro, no mesmo endereço. As mudanças são para oferecer mais conforto e bem-estar aos clientes Mariana Reis/Defato

No dia 10 de novembro foi inaugurado em Itabira o Chicken Dourado, primeiro estabelecimento da região que oferece o famoso “frango no balde”. O Chicken Dourado foi pensado e criado pelos empresários Rangel de Sá e Bruno Oliveira. Na foto, a equipe do Chicken Dourado: Maria de Lourdes, João Victor, Rangel, Bruno e Paulista Mariana Reis/Defato

As defatetes marcaram presença e ajudaram na divulgação da inauguração da Quick Lube, em Itabira, no dia 7 de novembro. A empresa pertence ao Grupo Família Pires e é especializada em troca de óleo

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Tatiana Santos

Os empresários Deydson Lage Barbosa, Ilton Magalhães, Sebastião Marcelino e João Paulo Barbosa anunciaram parceria entre a Luminar Materiais Elétricos e Hidráulicos e a Equipe Materiais de Construções, em Itabira DeFato

Mariana Reis/Defato

Os sócios Valdemar Sá e Silvio Souza Rodrigues, da loja de móveis e decoração Personalité, em Itabira, fornecem até o começo de dezembro diversas promoções e descontos. Tudo para comemorar o aniversário da loja

Na noite do sábado, 7 de outubro, as defatetes promoveram o lançamento da Campanha de Natal da CDL, que neste ano irá sortear um apartamento totalmente mobiliado da Construtora MD Predial Tatiana Santos

O empresário Carlos Roberto Batista de Sá e seu filho Matheus Vieira inauguraram a loja de calçados e bolsas M 111, em Itabira. Carlos conta com a ajuda e bom gosto da esposa, Diane de Sá, que também é empresária no ramo da moda feminina. A proposta da loja é ser inovadora. Na foto, a equipe da M111, Diane (vestido branco), Carlos (blusa azul) e Matheus (blusa preta)


DeFato

Especial

DeFato

Noivas Coquetel com anunciantes e colaboradores marca lançamento da DeFato Noivas, primeira revista especializada em casamentos da região produzida pelo Grupo DeFato

O

grande dia. A expressão pensada para estampar a capa da primeira edição da DeFato Noivas também pode ser perfeitamente usada para definir o coquetel de lançamento da publicação. O evento foi realizado no dia 22 de outubro, no Bristol Itabira Hotel, com a participação de anunciantes e colaboradores e marcou o início de um projeto que promete ser duradouro e surpreendente. A revista era surpresa para os convidados. Nenhum anunciante havia visto o resultado. No coquetel, os exemplares foram colocados estrategicamente ao lado dos doces, salgados, flores e decorações. As pessoas chegavam ávidas para folhear a revista e matar a curiosidade assim que pisavam no local do evento. A DeFato Noivas começou a ser pensada há três anos. A revista é um projeto da diretora de redação Kelly Eleto e ganhou a adesão de todos do Grupo DeFato. Com a participação indispen-

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sável dos parceiros, patrocinadores e colaboradores, a ideia se transformou em realidade. Com 124 páginas, a revista oferece aos noivos todos os serviços essenciais à realização de um casamento, como buffet, bolos, vestido, som, iluminação, decoração, cabelo, maquiagem, entre outros. A publicação traz também uma lista de fornecedores especializados em casamentos e festas, de Itabira e região. A revista pode ser comprada nas principais bancas e supermercados de Itabira e região. Confira depoimentos dos parceiros nas próximas páginas.


VEJA QUEM DISSE “SIM” PARA A DEFATO NOIVAS “O lançamento da revista foi grandioso para Itabira, já que a cidade nunca teve uma ação parecida. Estou muito feliz com essa parceria, pois visualizo uma excelente oportunidade de network entre todos os participantes. Estou apaixonado e muito feliz com a minha página na revista. Do início ao fim perfeita.” Bernardo Bello – Espaço Bernardo Bello

“Apostei no projeto desde o princípio e, confesso, que o resultado final me surpreendeu. Não apenas o anúncio da Dona Beija, mas também dos demais anunciantes. Afinal, somos todos parceiros e amigos com um objetivo em comum: conquistar novos clientes. Além disso, fui muito bem atendida pelo Grupo DeFato.” Tatiana Lage - Dona Beija

“O lançamento da revista foi um evento inovador, de coragem e atitude. Sempre idealizei uma revista que fosse direcionada para o público feminino e o Grupo DeFato conseguiu realizar esse feito. O resultado final foi perfeito! Tenho certeza que esse produto será um grande sucesso. Parabenizo a todos e reafirmo: me surpreendeu mesmo.” Rodrigo Reis – Art Designer Fotografias

“Estou impressionado com a apresentação da revista, principalmente com qualidade das imagens e as informações na medida certa, sem deixar as matérias cansativas durante a leitura. Já estou ansioso para a próxima. Foi uma surpresa, me apaixonei!” Paulo Sá – Paulo Sá Fotografias

“Para nós do Meet é um grande prazer fazer parte dessa ideia. Quando a Kelly me apresentou a revista, abraçamos o projeto como se fosse nosso. Já fui noiva e sei como é importante termos como referência um veículo onde podemos encontrar informações preciosas sobre o trade.” Bruna Penna – Meet Restaurant & Lounge

“A DeFato Noivas chegou para fortalecer o mercado da região. Itabira não tinha isso. As matérias e as fotografias ficaram ótimas, com grande diversidade. Tenho certeza que a noiva verá a revista como uma grande aliada na hora de escolher um fornecedor ou serviço.” Carla Jardim – Carla Jardim Centro de Beleza

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DeFato

Especial “Anunciei pela credibilidade da DeFato, por conhecer toda a equipe e respeitar muito o profissionalismo do Grupo. Estamos em um mercado estratégico, cosmopolita, onde não existe crise para casamento. Essa iniciativa de aliar vários segmentos e setores de prestação de serviços irá facilitar a vida das noivas, da família e das pessoas envolvidas. Percebemos que as pessoas não têm mais tempo para ficar testando e avaliando. Elas querem praticidade, segurança e credibilidade. E o Grupo DeFato conseguiu realizar isso.” Ronaldo Silvestre - Estilista

“Foi um desafio fazer a decoração de um evento onde estão os fornecedores mais renomados da região. Foi muito importante, quisemos fazer tudo com a cara da novidade da revista de noivas e do trabalho da DeFato, principalmente por ser um trabalho bem autoral. Resultado maravilhoso da revista, DeFato está de parabéns, foi um excelente trabalho de equipe. A revista está perfeita” Bethânia Couto – Flor da Nêga

“A Flor da Nêga realizou a gestão do coquetel de lançamento com decoração floral e arranjos exclusivos para ornamentar o evento. A revista DeFato Noivas não está com aspecto de revista de interior, ela está à altura de uma revista de renome nacional.” Giovanna Couto – Flor da Nêga

“Era mais que necessário uma publicação como essa na cidade, pois é um mercado que vem crescendo há um bom tempo, despertando e qualificando fornecedores para atender esse setor. Trouxemos materiais, painéis e banners para o coquetel de lançamento. Vi a revista e fiquei impressionado com a qualidade dos anúncios e conteúdo.” Júnior Sana – Ws Comunicação

“A Top Som realizou o trabalho de iluminação, luz cênica, mídia e sonorização do evento. Foram quatro televisões instaladas no hall, luz cênica para o ambiente e toda a parte estrutural. A revista superou minhas expectativas, está muito acima do nível das demais que temos visto no mercado.” Cristiano Couto – Top Som

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“Adorei a revista, parabéns para a Kelly e equipe. Lancei no coquetel o novo uniforme da Barman Fest, que é branco com suspensório e gravata dourada. Aproveitando a revista de noivas, lançamos também o novo drink Blue Caramboline, que combina o suco da carambola, espumante meio seco, açúcar nas bordas e, para decorar, a fruta. O drink, suave e refrescante, já está fazendo sucesso.” Kezyo Barbosa – Barman Fest

“Gostei muito da revista, meus clientes estão adorando. Itabira precisava muito de uma revista como esta, um guia perfeito para as noivas. No dia do lançamento eu tive o prazer de realizar uma pequena amostra do que eu faço e do meu diferencial. Coloquei doces finos, como brigadeiro de churros e de nutella. Para marcar a festa, fiz o porta retrato de amêndoas com a revista”. Angélica Martins - Angélica Chocolates

“A revista ficou linda e muito bem elaborada, de primeira qualidade. A nossa empresa atua no segmento de eventos de todos os portes e somos responsáveis pela decoração e mobília. Inclusive, no coquetel pudemos mostrar um pouco do nosso trabalho. Atendemos em Itabira e região, e a nossa característica é o detalhe, o acabamento, o toque final.” Euryalo Coura – Festas Práticas

“A revista ficou muito profissional. Espero que todos tenham um retorno positivo, pois é um produto de muita qualidade. A impressão e o papel também contribuíram para a revista ficar ainda melhor. Ficou interessante, dá vontade de ficar folheando.” Jader Peixoto – Studio JR Fotografias

“Há quatro meses, quando decidi inaugurar minha clínica, realizei a divulgação na DeFato e tive um retorno muito satisfatório. Fiz uma pesquisa no primeiro mês e identifiquei que 80% dos meus clientes conheceram a clínica por meio da DeFato. Por isso decidi participar da DeFato Noivas, que é direcionada para o público que eu quero atingir: mulheres que se preocupam com a aparência, que querem estar bem no dia do casamento. Então casou perfeito.” Gabriella Lacerda - Gabriella Lacerda Biomedicina Estética

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DeFato

Especial “A revista DeFato Noivas ficou ótima. Itabira e região estavam precisando de uma publicação completa para as noivas.” Morvan Luiz – Bristol Itabira Hotel

“Eu acreditei porque confio e acredito no trabalho desenvolvido pela Kelly. Eu sabia que seria um sucesso. A revista DeFato Noivas apareceu no momento exato em que eu precisava divulgar o trabalho que estou iniciando com as noivas. Queria uma comunicação que ficaria fixa, porque no outdoor anunciamos temporariamente, já na revista, por ela ser bonita, as pessoas guardam e sempre vão recordando o que está guardado nelas.” Ludmilla Figueiredo - Ludmilla Figueiredo Make Up

“Fiquei muito satisfeita. A revista atendeu às minhas expectativas e acredito que tem um grande potencial. Em termos de reportagem, os temas escolhidos foram muito bons. Além disso, a equipe conseguiu reunir diversos fornecedores do ramo.” Cecília Xavier – Célébrité Cerimonial

“Hoje posso afirmar que confio tanto na Kelly que qualquer parceria que ela propor, aceito de olhos fechados. Quando ela falou que era um projeto de noivas, que é a minha ‘praia’, fiquei muito feliz. Foi uma honra ter sido convidado para fazer a primeira capa. Tudo que a Kelly e a equipe da DeFato fazem é um sucesso.” Bruno Guimarães – Bruno Guimarães Produções

“Sempre pensei que Itabira precisava de uma revista especializada em noivas. Acreditei e acredito no nome da DeFato. Foi um prazer enorme conhecer a equipe e a Kelly. Espero outras parcerias pela frente. A DeFato é muito bem conceituada na região, e só de uma revista de noivas para fechar com ‘chave de ouro’.” Fernando Vieira – Fernando Vieira Fotografia

“A revista ficou fantástica, muito melhor do que eu imaginava. Quero estar em todas as edições com certeza.” Naura Couto – Naura Cabelereira

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GALERIA DE FOTOS - COQUETEL DEFATO NOIVAS Fotos: Thales Canaãn/Bruno Guimarães Produções, Roni Ribeiro e Yves Herminio/DeFato

Adriano e Juliana (Celebrité Cerimonial)

Sérgio, Sandra, Aline, Cleise, Kelly, Bruno, Celinha, Rodrigo, Mariana, Pablo e Solange (Equipe DeFato) Ana Carolina, Kelly e Lorena (DeFato)

Andrea e Marcos (Soft Filtros e Purificadores)

Donaldson e Ana (Ana Moreira e Roberto)

Roberto e Daniela (Ana Moreira e Roberto)

Bernardo Bello (Espaço Bernardo Bello)

Bernardo, Naura, Tatiane, Ludmilla, Deicielle e Carla

André e Bruno (DeFato)

Tatiana e Luiz Cláudio (Dona Beija)

Ronaldo e Rodrigo (Ronaldo Silvestre)

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Bruno e Glícia (Bruno Guimarães Produções)

Cecília (Célébrité Cerimonial)

Elaine, Paulo e Melissa (Paulo Sá Fotografias)

Cristiane e Cristiano (Top Som)

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Bruno, Bruna (Meet) e Bruno

Maria Priscila e Marília (Ideale Lingerie)

Carla, Léia (Carla jardim Centro de Beleza), Sandra e Willame (Carolina Amorim)

Célio, Gabriel e Amália (Carmen Steffens)

Daniele e Mirian (Aliança Cerimonial)

Cínthia, Mônica, Kelly e Antônio

Silma e Naiara (Rabbit Camisaria)


Márcio, Marcela e Ione (Sonho das Noivas)

Elaine e Amilson (Cia das Flores e Garden Fest)

Fernando e Gisele (Fernando Vieira Fotografias)

Gabriella Lacerda e José Maurício (Gabriella Lacerda Biomedicína Estética)

Kelly e Estevão

Giovana e Bethânia (Flor da Nêga)

Naura e Rangel (Naura Cabeleireira)

Gideone e Célio (Studio Nova Imagem)

Dimas e Sandra (Sandra Ele e Ela)

Tatiana, Ludmilla, Naura, Bernardo, Carla, Léia, Telma e Deicielle

Fernando, Luiza, Bethania, Hermes e Maria Fernanda

Giovanna (Flor da Nêga)


DeFato

Luiz Alfredo e Marli (Casa Cesar)

Ana Carolina e Rodrigo Reis (Art Designer Fotografias)

Juliana e Eliomar

Delmo (Barman Fest)

Jader e Rafaela (Studio JR Fotografias)

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Júnior e Cissa (WS Comunicação)

Kelly e Kátia

Graziela e Linderson (Gráfica Vip)

Angélica e José Carlos (Angélica Chocolates)

Gliciana e Taciana (Cerimonialle)

Gustavo (Gomes Pereira Veículos), Andressa, Bruno e Isabela

João e Deicielle (DJ João Nazz)


Felisberto e Karina (Atelier Noivas)

Renato, Fernanda e Ângela (Vazolândia Duarte)

Kátia e Rafael

Juscilene e Eliene (Capitu)

Micheline e Robson (Lojas Robsons)

Kelly, Kezyo e Bruno

Lorenna, Kezyo e Karoline (Barman Fest)

Luciléia e Ludmilla (Baluart e Ludmilla Figueiredo Make Up)

Ludmilla, Bernardo, Patrícia, Bethânia, Tatiane, Naura, Isadora e Tarcila

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Donaldson, Ana, Cecília, Adriano, Juliana, Cristiane, Cristiano, Rodrigo e Ana Carolina

Morvan, Kelly e Jânio (Bristol Itabira Hotel)

Pablo, Aline e André (DeFato)

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Lucas e Júnior (WS Comunicação)

Kelly, Ludmilla, João e Luciléia

Maria Fernanda e Hermes

Mirian e Paulo


Sandra e Willame (Carolina Amorim)

Tatiane (Mais Bela)

Rodrigo, Kátia, Ludmilla e Patrícia

Yves e Aline

Rodrigo, Fernando e Paulo

Solange e Celinha (DeFato)

Silma e Naiara (Rabbit Camisaria)

Sérgio, Rodrigo, Mariana e Pablo (DeFato)

Rafaela, Jader, Bruno e Rodrigo

Wanderlei (Ele e Ela Lingerie)

Telma e Altamiro (Embellish)

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Galeria de fotos

Festival da Cachaça de Itabira Fotos: Roni Ribeiro/DeFato

O Rotary Club Itabira Cauê realizou, pelo quinto ano consecutivo, mais uma edição do Festival da Cachaça de Itabira. O evento aconteceu na Arfita, no dia 31 de outubro, e reuniu diversos apreciadores e degustadores da tradicional bebida mineira. Houve várias atrações, dentre elas, shows com bandas da região e comidas de boteco.

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Galeria de fotos

Lançamento de Alto Verão Carmen Steffens Fotos: Paulo Sá Fotografias

Na noite do dia 5 de novembro, a empresária Amália Botrel e seu marido Célio Amaral, novos franqueados da Carmen Steffens em Itabira, realizaram um coquetel de reinauguração da loja. Na ocasião, também lançaram a nova coleção Alto Verão 2016, com a presença de diversos amigos, clientes e familiares.

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Galeria de fotos

Troféu Carlos Drummond de Andrade, Destaque do Ano e Jovens de Sucesso Fotos: Roni Ribeiro/DeFato

Com muito glamour e elegância, aconteceu no dia 24 de outubro a entrega dos troféus Carlos Drummond de Andrade, Destaque do Ano e Jovens de Sucesso, no salão nobre do Real Campestre Clube. O evento foi promovido pelo jornalista Eustáquio Lúcio Félix e sua esposa Sônia Félix. A noite de homenagens reuniu destaques de Itabira, região e de várias cidades brasileiras.

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Galeria de fotos

Reinauguração da loja Hering Fotos: Yves Hermínio/DeFato

No dia 14 de novembro, os empresários Ady Rodrigues, Lucimar Gonçalves da Silva e Maria José Gonçalves (Maninha), reinauguraram a loja Hering em Itabira. Diversos amigos, clientes e populares marcaram presença. Os novos franqueadas, com a participação da supervisora Daniella Wolf e da gerente Amanda Almeida, aproveitaram a ocasião para lançar a coleção Alto Verão 2015.

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Elegante Sempre

Como fazer um 3x4 elegante

Janaína Depiné

www.elegantesempre.com.br

Q

uem detesta fazer foto 3×4? Todo mundo reclama que nunca sai bem nessas fotos, mas hoje eu vou mostrar que é possível mudar isso. O grande problema da foto 3×4 é que você tem que ficar muito ereto e pouco espontâneo. Acabamos saindo com uma expressão tensa, pois é exatamente assim que nos sentimos. Dá para mudar isso:

Postura correta Coluna reta, blusa arrumada, olhos um pouco abaixo das lentes e rosto um pouco para frente. Deixe os braços relaxados ao lado do corpo. Sorria de leve Nas fotos de passaporte e visto o sorriso não é permitido, mas na foto 3×4 sim. Então, dê um leve sorriso. Se você colocar a língua atrás dos dentes vai deixar seu rosto mais relaxado. Tente relaxar Na hora da foto você pode usar uma dica bem simples: pense em algo agradável ao seu paladar. Pode ser um doce,

um sorvete ou uma fruta. Imagine-se degustando. O resultado vai ser uma expressão mais leve e relaxada. Cabelo em ordem Nada de cabelo sem lavar. Na hora da foto leve uma escova com você, penteie e não deixe que tampe seu rosto. As mulheres devem evitar coque e rabo de cavalo, pois o rosto pode ficar muito grande na foto. Prefira o cabelo solto. Use um pouco de maquiagem Ainda que sua pele seja perfeita, uma maquiagem vai tirar o brilho e realçar seu ponto forte. As mulheres devem usar sombras opacas e batom bem natural (esqueça os tons escuros). Já os homens podem usar um pó fácil se tiverem uma pele brilhosa. Produção discreta Prefira roupas escuras, pois o fundo é branco. Use blusa com mangas e as mulheres jamais devem optar por tomara-que-caia para não parecer que está nua. Escolha ainda acessórios delicados e sem brilho para não chamar a atenção.

Na hora da foto você pode usar uma dica bem simples: pense em algo agradável ao seu paladar. Pode ser um doce, um sorvete ou uma fruta. Janaína Depiné é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos.

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Prosa

Daniel de Castro

A voz do anjo C

ambaleava que nem bêbado. Mas quem não teria passos inseguros, sobre um calçamento irregular como aquele da rua Guarda Mor Custódio? Mesmo assim, seu inseguro e lento caminhar faziam-no passar por um alcóolatra. Mancava ao seguir pelas sombras mais sombrias: as do Mato Dentro. Mancava, porque, nas sombras, as pedras roliças de minério de ferro faziam da rua um campo minado a causar passos incertos e desajeitados. Ninguém o teria por um anjo. Muito menos, por um anjo torto, desses que sempre viveram acostumados às sombras. Que, por mal de seus pecados, atordoava-se na claridade daquele dia 31 de outubro. O ar severo dos sobrados e os poucos e sisudos transeuntes da pacata Itabira confirmavam a data longínqua: 1902. E o verde forte das jabuticabeiras nos quintais denunciava que se estava em plena primavera quando o anjo de passos tortuosos esgueirava-se nas sombras das casas entre bananeiras. Assim descia o Anjo Torto, nas sombras do Mato Dentro. Nelas, procurava um certo sobrado, onde, segundo seu saber de natureza angelical, mas sombria, acabara de nascer um menino. É que o anjo sombrio trazia a missão de dizer a ele, recém-nascido: “Vai Carlos, vai ser gauche na vida”. A voz do anjo ecoou sombria por entre as madeiras de braúna. Por entre o pau a pique das paredes. Por sob as sombras do telhado escuro. Mas o menino nada respondeu. A voz de

À voz de um anjo, foi pra vida afora. E, de uma rua que nasce em Itabira, ele chegou ao nosso coração

profdanieldecastro@hotmail.com

um anjo apenas se obedece se for ouvida em dia em que se nasce. E os meninos de outras ruas, sem ter a voz sombria em seus ouvidos, foram, um a um, cuidar da própria vida: sair à compra de tropas e boiadas. Sair à cata de ouro, à construção de forja. À explodir o Pico do Cauê. Mas o garoto mofino, menino da Guarda Mor, o que ouviu a voz de um anjo torto, foi ser apenas gauche nessa vida. À voz de um anjo, foi pra vida afora. E, de uma rua que nasce em Itabira, ele chegou ao nosso coração pra nos dizer ao pé do ouvido: “Lutar com palavras é a luta mais vã. E entanto lutamos mal rompe a manhã”. À tentação de encher-se de orgulho e de ser o maioral, de se entregar aos braços da vanglória, humildemente põe os pés no chão. Mostrou-lhe o anjo torres e castelos erguidos na Espanha e na Escócia. Pôs a seus pés a glória dos brasões. Tudo isso é seu, lhe diz o Anjo Torto. Drummond, então, rebate a tentação na voz mais doce e calma de um menino: “Em matéria de genealogia, estou bem servido... A questão é que minha pátria é mesmo Itabira, de pé no chão e esterco no curral diante da casa do fazendeiro, e meu brasão deve ser um cincerro de tropa emoldurado em palhas de milho... Isto, sim, mexe com as minhas entranhas”. Falou assim, o Gênio de Itabira. De lá, confidenciou-nos, trouxe-nos prendas diversas. Trouxe santos de santeiro. E nos trouxe, entre outras coisas, noites brancas sem mulher. Trouxe o hábito de sofrer que tanto o divertia. E trouxe as maiores prendas: um orgulho e uma cabeça baixa. Vencida a tentação narcisista, viveu história mais linda que a história de Crusoé. Hoje, em Itabira, nos Caminhos Drummondianos, a história mais linda escondeu-se em placas propositalmente enferrujadas. Isso é bonito. Mas é bonito quanto ao simbolismo e desagradável quanto ao visual. O que, a meu ver, faz de Drummond, uma luz destinada a ser vistosa e linda, luz semioculta sob mesa. E isso não condiz com a sua genialidade.

Daniel de Castro é professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras

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Opinião

Quando será a sua virada?

V

ocê já parou para pensar em quantas oportunidades você já perdeu? Já contabilizou o quanto você poderia ter crescido se tivesse tomado uma decisão diferente? O fato é: a maioria das pessoas perdeu grandes oportunidades na vida porque não tiveram forças para agarrar as novas ideias. Oportunidades só existem no momento presente. Se elas passam, não tem como segurá-las num tempo futuro. Elas podem vir como ideias, sentimentos, objetos, inspirações e tantas outras formas, mas o que as tornam comuns é a velocidade com que correm e fogem se não forem agarradas. Quantas pessoas brilhantes estão apagadas? Quantas pessoas podem mudar o rumo de nossa geração, mas vivem na procrastinação? Quantas áreas da sua vida poderiam estar totalmente diferentes? A vida é generosa em oportunidades e todos podem agarrá-las, mas poucos têm a coragem de assumir as responsabilidades que elas trazem consigo. Talvez a sua ótica esteja errada e o problema não seja a sua vida, mas seja como você tem levado os seus dias.

Talvez a sua ótica esteja errada e o problema não seja a sua vida, mas seja como você tem levado os seus dias

Denílson Madeira

denilson.madeira@outlook.com

As oportunidades correm a terra todos os dias e, se você não agarrá-las, alguém fará isso por você. Caso isso aconteça, não adianta enraivecer, criar ódio ou difamar a tudo e a todos, pois você teve a chance, mas a deixou passar. Se você não planta, você não colhe. Comece agora a lançar as suas sementes! Certas oportunidades podem mudar o seu dia, outras podem mudar o mundo. Não seja tolo em ver o barco dos outros irem para o alto mar e ver o seu atracado na beira da praia. Não perca mais tempo, tenha um olhar diferente sobre a vida, sobre o mundo e, sobretudo, tenha velocidade em executar as suas ideias. Não espere o amanhã para dar uma virada radical na sua vida. Comece hoje, agora! Uma ideia no papel fica apenas no papel. Em contrapartida, uma ideia executada ganha vida. Evoluir é uma ordem na vida e você precisa rejeitar toda estagnação e regressão. É notável que o emprego da palavra “correria” em nossas vidas tem sido empregada de forma exponencial, mas para onde você tem ido? Qual a sua meta? O oportunismo é muito diferente de oportunidade. Não se conforme em deixar a vida te levar. Pense, inspire, projete, execute e provoque uma mudança extrema em sua vida. Esta é a hora da sua virada. Encerro com essa motivação de Madre Teresa de Calcutá: “O ontem foi embora. O amanhã ainda não veio. Temos somente o hoje, portanto comecemos!”. Denilson Madeira é missionário católico, bacharel em Sistemas de Informação

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