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DeFato
Ao Leitor
Vida inteligente no interior
U
m amigo da adolescência, que eu não conversava há mais de 15 anos, me achou dia desses no Facebook. Fato corriqueiro nas nossas vidas depois da propagação das redes sociais, mas esse vale o registro. Ele era um cara muito inteligente, tinha resposta para tudo – olha que estou falando de uma época em que o Sr. Google não havia nascido ainda. E eu que amava estudar e ser a primeira da classe vivia disputando com ele: a melhor nota, a melhor resposta, o melhor caminho para se chegar a algum lugar, a melhor solução para problemas que nem tínhamos. Passaram-se os anos e o destino foi coerente com os esforços dele: virou promotor de Justiça, professor de faculdade, morou em vários lugares, casou-se e teve filhos perfeitos. Quando contei-lhe que eu estava morando novamente em Itabira, notei um ar de decepção: “Nossa, você era brilhante! Achei que ia ganhar um Nobel, que ia ganhar o mundo...”. Pois é, ganhei alguns destaques acadêmicos na faculdade, mas depois perdi o gosto pela competição. Estava muito mais interessada em colocar meus conhecimentos jornalísticos em prática do que ficar colecionando títulos. Meu amigo não estava errado no julgamento porque conhecia meus sonhos de juventude. Sabia da minha vontade de morar no exterior. O plano era fazer isso logo após a faculdade. Depois, voltaria ao Brasil direto para São Paulo, onde faria estágio em alguma revista feminina da editora Abril. Em pouco tempo, seria promovida a repórter e, mais tarde, me especializaria em economia para assumir uma editoria específica na Folha. Então, voltaria ao exterior, provavelmente Londres, como correspondente internacional e escreveria artigos para jornais e revistas de várias partes do mundo. Só que Deus olhou para meu planejamento, achou muito bom, mas pensou em algo bem melhor: me deu dois filhos
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lindos e me mandou de volta a Itabira para ficar perto da minha família e assumir uma missão à frente da DeFato. E, sete anos após voltar à minha terra natal, acumulo um recorde incrível de “recusar propostas irrecusáveis” para ir embora. Não significa que vou morar aqui para sempre, mas hoje estou presa a Itabira pela mais pura vontade de ficar. E conheço um monte de profissionais na mesma situação. Alguns nascidos aqui, outros que se mudaram para cá e encontraram o cenário ideal para construir carreiras brilhantes. As pessoas costumam associar sucesso ao local onde vivem. Como se os bem-sucedidos só pudessem ser encontrados nas capitais ou cidades maiores. E insistem em marcar consultas médicas, fazer compras ou buscar serviços fora de suas fronteiras. Não quero dizer que isso seja errado (em alguns casos, é até necessário), mas precisamos acabar com o mito da grama mais verde. Certa vez, a Gerente de Comunicação Regional de uma das maiores empresas do mundo, em visita à redação da DeFato, usou uma expressão que nunca mais esqueci. Ela nos chamou de “vida inteligente no interior”, parodiando o slogan do programa Altas Horas, do Serginho Groisman. Em nossa equipe, há profissionais que poderiam trabalhar nas melhores redações do Brasil. Mas eles estão aqui em Itabira, alguns de passagem, outros com intenções de permanecer até a aposentadoria. Porém, todos compartilhando o mesmo sonho neste momento: marcar nossa geração e criar o melhor legado possível de informações para nossa região. A Bíblia diz que onde estiver nosso tesouro, ali também estará nosso coração. Valorize sua cidade, sua família, sua profissão, seu momento atual. Principalmente, valorize sua fé, pois é a partir dela que você poderá transformar qualquer um desses outros. Kelly Eleto
Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Renato Carvalho Tatiana Santos jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Comercial comercial@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR
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Entrevista
Mario Sérgio Cortella
Meio Ambiente
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Fotos: Divulgação
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Sumário
Nada de fogo
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Encubação
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Trabalho social
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Capa
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Expoita
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Promoção
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Esporte
Escola de Negócios
Esperança entre as grades
Quarenta anos de Festival de Inverno
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Diversão e solidariedade
Eu visto Itabira
Correndo atrás da saúde
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Colunas
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Daniel Lança
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Márcio Labruna
Gestão eficiente e sustentabilidade
Valores e princípios determinam o ponto de chegada
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Janaina Depiné
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Antônio Roberto
Etiqueta na hora das compras Momento de dor
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DeFato
Cartas
Capa Parabéns pelo investimento em prol da saúde! Marco Antônio | Contagem/MG Ótima notícia. Se nossa cidade realmente almeja seja um polo em saúde, precisa de ações que verdadeiramente a credenciem a ser essa referência. E não importa se são ações do poder público ou da iniciativa privada. O que importa é o crescimento. Parabéns aos médicos empreendedores. Olívia Dias | Itabira/MG
Julho 2014 Edição 259
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Parabéns ao doutor Roberto Barros e seus companheiros. Inovação é o que precisamos para tornar a nossa cidade mais moderna. Chega de cruzar a BR e correr riscos para conseguir atendimento de saúde de qualidade. E que venham outras notícias boas. Camilo Junior | Itabira/MG Entrevista É o melhor diagnóstico já feito por um especialista sobre Itabira como cidade mineradora. Expert no assunto, o professor João Carlos Costa Guimarães, com muita propriedade faz um prognóstico econômico desanimador\ realista para a terra de CDA. Por quanto tempo ainda perdura a mineração em Itabira? 100, 70, 50, 30 ou 20 anos? Os políticos juram de pés juntos que Itabira tem minério para mais de 100 anos, mas as autoridades no assunto, como o mestre da Unifei, falam com muita cautela. Embora um pouco tardio, ele enfatiza a falta de um plano de fechamento de minas para Itabira e, questionado se Itabira está preparada para o encerramento das atividades mineradoras, responde com muito embasamento técnico que NÃO. O professor João Carlos conclama a população e o Legislativo itabirano para uma discussão ampla do momento atual para que todos tomem conhecimento da gravidade. Fernando Moreira Cunha | Itabira/MG
Atalho perigoso Pessoal, parabéns pela reportagem. Quem sabe com a campanha de elegermos os deputados de Itabira conseguimos melhorar essa situação. Sérgio Ferreira | Itabira/MG A MGC-120 tem sido usada com alternativa para caminhoneiros desde que eles descobriram que é mais atrativo passar por lá do que continuar pela BR381 sentido Vale do Aço. Mas, em minha opinião, o que prejudica a rodovia não é o fluxo intenso de veículos, mas sim a imprudência dos apressadinhos. Muito comum ver ultrapassagens proibidas e longas (daquelas que passam por vários carros de uma só vez). É preciso, sim, um projeto de engenharia, mas também é preciso cultivar educação em nossos motoristas. Ruy Pereira – Itabira/MG Muito bom posicionamento do professor João Carlos. É nítido que ele sabe do que está falando. E é nítido também o quanto Itabira está despreparada para seguir sem a Vale. A Unifei é um grande projeto, mas não deve ser vista como a salvação da lavoura. É preciso que pensemos em alternativas econômicas de curto prazo, que gerem resultados imediatos. Senão seremos apenas uma cidade atrasada, viúva do que foi um dia. Vânia Prado – Itabira/MG Essa rodovia sempre apresentou problemas. Na verdade, já começou errada. Lembro-me de uma declaração do então representante do DER, Álvaro Goulart, na Câmara de Itabira, dizendo que essa estrada era um erro crasso de planejamento. Não tinha mesmo como dar certo, né. Agora, com a duplicação da BR-381 que está para vir, a tendência é que o que está ruim fique ainda pior. E olhe quem nem podem colocar a culpa na pressa, porque demorou muito para ficar pronta. Juliano Assis Camargo | Nova Era/MG
Vai dar rock Muito legal a reportagem. O rock está perdendo espaço, mas nunca vai acabar porque será sempre cultivado por seus amantes. Aqui em casa só ouvimos rock. Vinil, CDs e até em fitas K7s. Não consigo passar um só dia sem escutar os clássicos. Viva o rock! André Carram | Barão de Cocais/ MG Mãos à massa Dá até para sentir o cheirinho do pão. Parabéns aos profissionais dedicados que abastecem nossas mesas com o delicioso pãozinho de sal e outras delícias de padaria e confeitaria. Quem nasce em São Sebastião do Rio Preto faz bem feito. Ana Maria de Magalhães | Itabira/ MG Parabéns a todos os padeiros de Itabira e região. Nada melhor que um pão fresquinho com manteiga. Nada mais mineiro do que isso. Que continuem trabalhando com muita disposição e carinho. Rita Assis Miranda | Itabira/MG Patrimônio ameaçado Muito triste ver minha querida Itabira nessa situação, entregue à criminalidade. Daqui de Vitória/ES acompanho as notícias pelo site DeFato Online e pela revista DeFato e é lamentável o que chega a respeito da onda de crimes. Outro dia li que o delegado “aconselhou” aos comerciantes que se acostumem com os roubos, porque na cidade não há centro de internação de menores. Isso remete a outra discussão, que é a perda da nossa juventude para os bandidos. Vou ficar aqui torcendo para que as notícias melhorem e que eu possa ter ainda mais prazer em dizer que sou itabirana. Letícia Vieira Chagas | Vitória/ES
DeFato
Entrevista
MARIO SERGIO CORTELLA
“Começamos a sair da indigência educacional” Professor Mário Sergio Cortella aponta que embora tenha evoluído nos últimos 30 anos, Brasil ainda precisa galgar muitos passos na área da educação Rodrigo Andrade
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“
aímos da UTI, mas continuamos na enfermaria”. A constatação é do professor, filósofo e escritor Mario Sergio Cortella ao analisar o cenário da educação brasileira. Uma das principais vozes dessa área no país, o especialista acredita que a situação melhorou nos últimos 30 anos, mas que ainda estamos distantes do ideal. O momento é de evoluir e aproveitar os novos métodos e pensamentos, mas sem deixar de lado tudo o que já se construiu. Nascido em Londrina/PR, Mario Sergio Cortella, 60 anos, tem mestrado e doutorado em Educação. Atuou por 35 anos como professor titular da PUC-SP, leciona como convidado na Fundação Dom Cabral e ensinou no Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas (GVPEC). Possui mais de 20 livros publicados e também já atuou como secretário Municipal de Educação de São Paulo, entre 1991 e 1992. Cortella é figura carimbada quando a educação está em debate. Tem colunas em importantes órgãos de imprensa e frequentemente está em programas de rádio e televisão. Na juventude experimentou a vida monástica em um convento da Ordem Carmelitana Descalça, mas abandonou a perspectiva de ser monge para seguir a carreira acadêmica. Estudou Filosofia
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e depois se dedicou à Educação. Partiu para o mestrado e em seguida para o doutorado. Nesse último nível, teve orientação de ninguém menos que Paulo Freire, considerado o Patrono da Pedagogia no Brasil. No último dia 5 de agosto esteve em João Monlevade para ministrar palestra aos professores do município. Antes, porém, recebeu a equipe de DeFato para uma entrevista. O local não poderia ser mais adequado, uma biblioteca. Espaço para ideias e inspirações. E Cortella as tem em abundância. Confira: O senhor sempre cita uma frase, de que “a vida é muito curta para ser pequena”. Qual o significado disso? Essa frase é de um grande pensador britânico do século XIX e é curioso, porque algumas pessoas acham que essa frase é minha. Eu a cito, mas é de autoria do Benjamin Disraeli, que foi primeiro ministro da rainha Vitória. E o que ele quer dizer com essa frase é que nós já temos uma vida que não tem extensão muito grande, e apequená-la, isso é, torná-la banal, fútil, inútil ou superficial, é o que a gente não deve fazer. Por isso, uma vida com um propósito, uma vida com um sentido, com uma razão de ser é o que temos que procurar. Afinal de contas, a vida é um mistério estupendo e, acima de tudo,
para nós é uma dádiva. Perdê-la com tolice, com superficialidade, com egoísmo, com desperdício de existência é uma forma de apequená-la. Esse é o sentido da frase. O que apequena nossa vida hoje? Em grande medida duas coisas que são extremamente negativas: de um lado o individualismo exacerbado, isso é, a aceitação malévola de que a regra da vida é cada um por si e Deus por todos, ao invés de ser o que tem que ser que é um por todos e todos por um; e em segundo lugar uma “consulmolatria”, um desespero adorado pelo consumo no qual se confunde abundância com desperdício, com sobra inútil. Temos, portanto, a formação das gerações dentro dessas perspectivas. Há uma frase antiga de que o mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende dos filhos que nós vamos deixar para o mundo. E há uma formação hoje dos jovens dentro dessa lógica de consumo. Não de uso das coisas, mas de um consumo desesperador, a tal ponto de que hoje, para uma parte das famílias, aliás para quase a totalidade, e para as crianças, sair de casa para passear é sinônimo de comprar alguma coisa. Isso é, se não comprou algo, parece que não saiu. Sendo que se deve sair para caminhar, para ver a lua juntos, para ver formiga
Divulgação
trabalhar, para sentar na beira da grama. Ou seja, coisas que dão o sentido que não é um uso tolo das coisas que se tem. E é claro que as duas coisas se conectam, porque no mundo da empresa, no mundo da família, no mundo da cidade, quem admite essa ideia do individualismo tem como lema a ideia do “fazemos qualquer negócio”. E há negócios que não devem ser feitos. Aqueles que tornam a vida imunda, que tornam a tua trajetória banal e a tua existência indigna. Portanto, desse ponto de vista isso é marcante nos tempos atuais, mas não é invencível. Isso é só uma característica. Na história da humanidade, grandes momentos graves também puderam dar a luz a uma nova situação. No doutorado, o senhor foi orientado por Paulo Freire, que propôs um método diferente para a Pedagogia, com base no criticismo. Ele recebeu o título de “Patrono da Educação Brasileira”. O Brasil que dá essa consideração a Paulo Freire, segue seus preceitos? Uma parte. Você tem uma parte de pessoas no país que utiliza a metodologia Paulo Freire. A gente precisa fazer uma distinção entre metodologia e método. Metodologia é tua concepção sobre educação, a sua filosofia sobre o trabalho pedagógico. Método é o procedimento, o caminho. Por exemplo, você tem o método Paulo Freire para alfabetização de adultos, que não tem serventia direta para as crianças, mas tem uma metodologia Paulo Freire que serve para a educação em geral. Que é a ideia de que a escola tem de estar conectada com a realidade do aluno, a percepção dialógica de convivência, a formação permanente de educadores escolares. Portanto, a filosofia de educação Paulo Freire, sua metodologia, ela se estende para várias áreas, em qualquer nível de ensino. Já o método, aquele com o qual ficou mais conhecido na aula Pedagogia do Oprimido, é mais específico para educação de jovens e adultos. Não é exclusivo, mas é o mais recomendado. Agora, o Brasil em relação ao método Paulo Freire
“Quem admite a ideia do individualismo tem como lema a ideia do ‘fazemos qualquer negócio’. E há negócios que não devem ser feitos” AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Entrevista
, o Mova, que é o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos, existe pelo país afora, é apoiado por várias prefeituras, independentemente do partido. A metodologia ocupa com grande força parte do trabalho que fazemos. Lembrar que tudo isso é Paulo Freira já é mais rarefeito. Paulo Freire escreveu tudo isso há quase 50 anos, e produziu uma experiência concreta há meio século. No ano passado completamos exatamente 50 anos da experiência realizada em Angicos, no Rio Grande do Norte. Portanto, nesse meio século, nós lemos e discutimos tanto isso que Paulo Freire escreveu, que hoje a gente volta a ler Paulo Freire e acha ele óbvio. E a gente só o acha óbvio porque foi exatamente ele que disse aquilo que nós passamos os últimos 50 anos estudando em outros lugares. Por isso ele é menos reconhecido até no nosso país, mas tem uma presença mundial que é marcante. E ele é o patrono da educação brasileira tal como Caxias é do Exército, Tamandaré da Marinha. Em recente entrevista a DeFato, o especialista em empreendedorismo Fernando Dolabela criticou o modelo educacional atual, por considerar que “mata a criatividade” dos alunos. Concorda? Sim. Se você observar, nós temos uma grande disfunção, quase que um anacronismo dentro dessa atividade. Por exemplo, nossos alunos são do século XXI, nós docentes somos do século XX e uma parte das metodologias e organizações é do século XIX. Claro que há uma anacronia, uma perda de relação de tempo quanto a isso. Uma parcela do que a escola faz é ultrapassada, mas nem tudo. A gente não deve confundir na vida aquilo que é antigo com aquilo que é velho. Tem coisas na educação escolar que são antigas, mas não são velhas. A aula expositiva é antiga, mas não é velha. A atenção aos conteúdos é antiga, mas não é velha. A relação com a comunidade escolar é antiga, mas não é velha. O que é velho? É o autoritarismo, o desprezo à participação do docente e do discente na relação de gestão, a descaracterização
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da presença do aluno na capacidade de também ele gerar conhecimento, isso tudo é velho. Por isso, em mundo de mudanças, nós usamos cautela para não sermos mudancistas, isso é, acabarmos caindo em uma armadilha que é nos fixarmos de mais na novidade e deixar aquilo que é novo de lado. Tem muita coisa que é mera novidade. A novidade vem, produz uma certa mudança e vai embora. E tem coisas que são novas. Elas ficam
“Não podemos confundir aquilo que é antigo com aquilo que é velho. Tem coisas na educação escolar que são antigas, mas não são velhas” no tempo. A obra de Guimarães Rosa é nova, o pensamento de Platão é novo, a música de Catulo da Paixão Cearense, a pintura de Aleijadinho. Isso não é novidade, persiste no tempo e não fica ultrapassado, mantém vitalidade. Por isso, Dolabela está correto ao levantar que uma parte daquilo que hoje é escola é, de fato, anacrônica, mas nem tudo.
Então, em que estágio estamos? Temos de ter cautela para não supor que se possa desmontar tudo aquilo que se faz e se fez na área da educação e construir outra coisa. Educação lida com processo. E o processo se dá com pessoas no tempo. Por isso ,se olharmos hoje a educação brasileira, não podemos ter uma visão catastrofista, que é de achar que as coisas não funcionam, e nem triunfalista, de achar que já resolvemos tudo. Nosso país, nos últimos trinta anos, começou a sair da indigência educacional. Nos dois governos do Fernando Henrique, nos dois do Lula e agora da Dilma nós começamos a sair da indigência. Saímos da UTI, mas continuamos na enfermaria. Ainda não tivemos alta e demoraremos um pouco para tê-la, mas nós estamos numa condição absolutamente superior ao que nós tínhamos em outros tempos. O que significa que a escola tem que se preparar para isso. Aliás, essa é a razão para a minha palestra aqui em Monlevade. O que é dito nessa palestra? O senhor aconselha professores? Não. Não aconselho, eu trago reflexão. Eles são especialistas em algo que eu não sou, que é educação básica. Seria curioso que eu os aconselhasse, eu nunca alfabetizei uma criança, nunca ensinei fora do ensino superior. Eles é que podem me aconselhar em relação a isso. Eu posso, sim, trazê-los a refletir um pouco sobre a atitude docente, em relação à perspectiva avaliativa metodológica, à presença do conhecimento no nosso cotidiano, tudo aquilo que é minha área, como alguém do campo da filosofia e da educação. Por isso a intenção não é nem admoestá-los, não é chamar atenção deles negativamente e nem ensiná-los algo que eles já sabem melhor do que eu. Mas é não deixá-los tranquilos, supondo que as coisas só porque eles já sabem fazer desse modo seja o único jeito possível. Tem um viés que é incomodativo, mas no sentido pedagógico do tema. Provocar um pouco a reflexão de maneira que os educadores sejam capazes de fazer melhor aquilo que estão fazendo.
O que pensa do sistema de cotas? vilégio. Eu respondo: Não, isso é uma O senhor tem um livro de título Eu sou absolutamente favorável recuperação de uma injustiça por um “Política para não ser idiota”. Em époosistema de cotas emergencialmente no período determinado. Quando alguns ca de eleição, como se enquadra esse campo da atividade escolar, no serviço argumentam comigo que desejariam que termo “idiota”? público e em algumas das estruturas em tudo fosse na base da igualdade, minha Há uma frase antiga, que está nesque se passa por um sistema seletivo de pergunta é mais simples: Você é a favor se livro, que diz que os ausentes nunca duas maneiras: o processo seletivo por de retirar as UTIs dos hospitais? Porque têm razão. Portanto, numa estrutura de entrevista, que de maneira geral descar- o argumento é o mesmo. Por que alguns diversidade, de confronto, colocar-se ta aquele que não tem o padrão usual, são atendidos nos quartos de enferma- como neutro ou ausente é ser cúmplice isso na área privada; e na área pública a ria e outros têm direito a uma UTI com da negatividade. As pessoas precisam possibilidade de se retomar o fôlego que boa aparelhagem. Ué, porque ele está entender que a democracia tem as eleise perdeu com uma situação agravada em uma situação pior. Ótimo, isso é a ções como um patrimônio e não um encom alguns séculos de escravatura. cargo. E muitas vezes a gente olha Portanto, é uma solução emergencial “A nação norte-americana fez polí- o período eleitoral como sendo um que não pode durar mais do que três Eu preciso ouvir um proticas afirmativas por três décadas encargo. décadas, e nosso país talvez adiante grama, preciso ler, preciso assistir, isso para duas. A nação norte-ameri- e tem hoje um presidente que é preciso ir votar. Isso não é encargo, cana fez políticas afirmativas por três é patrimônio. É só você ter um moafrodescendente” décadas e tem hoje um presidente vimento inverso, isso é, a ausência que é afrodescendente. Jamais haveria cota. Aquele que está em uma situação de democracia, para perceber o quanto uma Condoleezza Rice, ou um Colin desvalida durante um período recebe isso é um patrimônio. Por outro lado, o Powell como general do exército se não um atendimento prioritário. Assim cidadão tem responsabilidade em relafosse a política afirmativa. Obama nun- que a gente conseguir equalizar e não ção a essa questão. Afinal, é ele que faz ca teria entrado em Harvard, por mais houver mais necessidade de se colocar a escolha. E se é ele que faz a escolha, que ele seja capacitado. Quando alguém alguém em uma UTI, aí não haverá UTI ele que faça a escolha certa para não ser diz para mim assim: mas isso é um pri- para ninguém. alvo de si mesmo. □
DeFato
Anote Cidades
Água salgada A partir de outubro os monlevadenses terão que pagar mais caro pela água. Após aprovação do Conselho Municipal de Saneamento, o Departamento de Águas e Esgotos (DAE) decidiu alterar o valor da tarifa em 15%. Com isso, o valor por 10 m³ - taxa mínima – passará de R$ 19,92 para R$ 22,91. Para aprovação do reajuste, foram levados em consideração fatores como: equilíbrio financeiro e orçamentário; recuperação da autarquia; reajuste na tarifa de energia elétrica; e aumento nos gastos com pessoal. A Prefeitura de João Monlevade defende que, mesmo com o reajuste, a tarifa da cidade continuará sendo uma das mais baratas da região
Uma polêmica que se arrasta há cerca de dois anos em Itabira é a questão da licitação para os taxistas. O assunto estava frio, quase no esquecimento, mas uma decisão judicial reacendeu a discussão na cidade. Uma liminar do juiz Henrique Schwartzman determinou que todas as placas de táxi fossem revogadas até meados de setembro. Caso contrário, a Prefeitura será multada em R$ 3 mil a cada dia de descumprimento. Na liminar, o juiz argumenta que “muitos permissionários [taxistas] sequer fornecem o serviço ao público local, apenas usufruindo isenções fiscais da categoria”. A prefeitura poderá realizar um processo seletivo simplificado para expedir 70 placas, mas que só terão validade por seis meses, tempo para a realização da licitação.
Situação preocupante A falta de um centro de internação para menores infratores em Itabira tem deixado até mesmo a polícia frustrada. Em uma reunião com empresários na Acita para debater a segurança pública, o delegado Juliano Alencar foi direto ao afirmar que os comerciantes podem se acostumar com os roubos, porque, sem o local adequado para o acautelamento dos jovens criminosos, continuarão acontecendo. Tanto a Polícia Civil quanto a Militar afirmam que praticamente todos os crimes contra o patrimônio registrados na cidade são cometidos por menores em conflito com a lei. Como eles sabem que não serão punidos, vão para a delegacia, ficam lá no máximo cinco dias (dependendo da gravidade do crime) e depois voltam às ruas. Juliano disse que nem para crimes graves, como homicídios e tentativas de homicídios, está havendo condições de acautelar os autores. Para crimes de furtos e roubos, nem adianta solicitar o Estado. Não há vagas. Em entrevista a DeFato, o prefeito de Itabira disse que a construção de um centro de internação é “mais um abacaxi que caiu em seu colo”. Ele afirmou que o município já indicou três locais para o Governo do Estado, mas que todos foram rejeitados. Recentemente, Itabira apresentou mais um, que, segundo o prefeito, animou os representantes da Secretaria de Defesa Social. O centro custará em torno de R$ 4,5 milhões.
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Placas cassadas
Senai em Nova Era Uma convênio assinado entre a Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e a Prefeitura de Nova Era garantiu a instalação de uma unidade do Senai na cidade. A unidade atenderá demandas do Pronatec em curso de qualificação Formação Inicial e Continuada (FIC). Inicialmente, está prevista a realização dos cursos de Auxiliar Administrativo, Desenhista Mecânico, Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, Montador de Painéis Eletrônicos e Pedreiro de Alvenaria. Esses cursos contemplam a Bolsa-Formação Trabalhador, cujo objetivo é promover a oferta de cursos com duração mínima de 160 horas. O prefeito Benito Araújo citou a importância da assinatura do convênio. “Garantimos acesso a um ensino de qualidade para os nossos jovens, que serão a próxima mão de obra das nossas empresas”.
De cara nova O Parque da Água Santa, em Itabira, deverá estar de cara nova nos próximos meses. O projeto conceitual já está pronto, desenvolvido pela Fundação Renato Azeredo, contratada pela prefeitura. O próximo passo será o detalhamento do plano executivo e das planilhas, com levantamento dos custos para se realizar a licitação. Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Jader Magalhães, os técnicos da fundação ficaram impressionados com o potencial do parque, ao mesmo tempo em que observaram sua situação de abandono. “Eles enxergam no Parque da Água Santa algo que tem potencial para a cidade inteira. Entendem que é um belo atrativo”, declarou. Depois de melhorado, o espaço poderá ser usado para visitação, ponto de eventos, realização de feiras e atividades culturais. Tudo para fazer que o ponto turístico seja realmente turístico.
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DeFato
Anote Economia
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Empresas embrionárias A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itabira (Inovatec) deu mais um passo no projeto de geração de novos negócios na cidade. Durante solenidade no Itec, em 30 de julho, a incubadora formalizou contratos com quatro empresas que serão incubadas: Conecta Imóveis, Mobilidade Cadeirantes Condutores, Consustec e Ecolink. Também foram apresentadas as 12 empresas que estão em processo de pré-incubação. Marcio Labruna, gerente da Inovatec, deu boas-vindas aos selecionados e disse que eles passaram por “um rigoroso processo de seleção”. Ele lembrou que a partir de agora as empresas terão no máximo três anos para crescer e começar a andar sozinha.O vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Reginaldo Calixto, lembrou da necessidade de se criar em Itabira mais negócios, principalmente de base tecnológica, que possam transformar a economia da cidade, hoje muito dependente da mineração.
Setenta analistas e investidores de mercado que participaram da 14ª edição do Analyst & Investor Tour estiveram em Itabira entre os dias 6 e 7 de agosto para conhecer projetos da Vale. Eles foram informados sobre a evolução da produção em Minas Gerais, que viveu sucessivos ciclos tecnológicos até a fase atual, que viabiliza o aproveitamento do minério itabirito mais compacto. O encontro de Itabira foi dividido em duas etapas. No dia 6, diretores da Vale apresentaram os investimentos da empresa no estado, com ênfase nos projetos Itabiritos: Conceição I e II, e Cauê, em Itabira; e Vargem Grande, na região de Itabirito. No dia 7, os visitantes conheceram na Mina Conceição as instalações das novas plantas de beneficiamento do itabirito compacto.
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Analistas em Itabira
Distrito cresce
Trens melhores e com passagens mais baratas. É isso mesmo. Desde o início de agosto, a composição da Vale que faz o trajeto Itabira/ Nova Era tem todos os vagões de classe executiva e preços de tíquetes menores. O preço caiu de R$ 21 para R$ 10. A partir de 5 de agosto começaramm a circular os trens de luxo comprados na Romênia no trecho Belo Horizonte/Vitória. Todos os vagões terão ar condicionado, mesinhas de refeição atrás das poltronas, e tomadas elétricas. Câmeras de vídeo foram instaladas por todo o trem para evitar furtos e roubos. A passagem no trajeto completo continua custando R$ 91 na executiva e R$ 58 na econômica.
O Distrito I de São Gonçalo do Rio Abaixo recebeu uma unidade Superloc Indústria e Comércio de Containeres Ltda. O empreendimento foi inaugurado em 8 de agosto e já está em funcionamento. A empresa gera mais emprego e renda ao município, com 100% de mão de obra local. A Superloc fabrica containers habitacionais e marítimos, mini containers, módulos acopláveis, locação de caminhões munck e elaboração de projetos especiais. Inicialmente, são 15 empregos diretos com previsão de expansão. A equipe de funcionários é jovem e formada por são-gonçalenses ou trabalhadores que moram na cidade. A empresa opera com várias profissões como mecânico montador, soldador, eletricista e boa parte deles são ex-alunos do Senai de São Gonçalo. O Distrito I opera com outras empresas nos ramos pré-moldados e de produção de artefatos de borracha, poliuretano e plásticos. Além de concessão de área por 30 anos, com possibilidade de renovação por igual período, as empresas recebem isenção de impostos municipais. Outros galpões seguem em fase de acabamento e construção e, em breve, o espaço irá receber outras empresas possibilitando diversificação da economia.
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DeFato
Anote Política
Depois das formalizações burocráticas, chegou a hora de pedir votos nas ruas. Em Itabira e região, os candidatos a deputado estadual e federal promoveram os tradicionais eventos de lançamento de campanha e inauguração de comitês. Em Itabira, o primeiro a lançar a campanha foi João Izael (PSL), em 28 de julho. Com grande presença de apoiadores e políticos de cidades vizinhas, o ex-prefeito insistiu na necessidade de Itabira ter um representante para a região na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. João Izael destacou, ainda, a riqueza da região e sua importância para a economia de Minas Gerais. No dia seguinte, 29 de julho, foi a vez do postulante a deputado federal, Adílson da Vale Verde (PTN), lançar candidatura. Dentre as bandeiras de campanha apresentadas pelo empresário, estão o desenvolvimento econômico, a duplicação da BR-381 e investimentos em saúde e educação. Ele definiu como uma grande responsabilidade a possibilidade de representar o povo na Câmara Federal. Em Monlevade, quem saiu na frente foi Tito Torres (PSDB), filho do ex-deputado estadual Mauri Torres e que pretende ocupar o mesmo cargo do pai. O lançamento de candidatura foi em 4 de agosto, no Real Esporte Clube. O tucano disse que espera sair vitorioso nas eleições de outubro para preencher a lacuna deixada por Mauri quando resolveu se desligar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Novamente em Itabira, o candidato a deputado estadual Tião da Antena (PTC), deu o pontapé inicial de sua campanha em 8 de agosto. O evento contou com a presença e apoio declarado de diversas autoridades políticas de Itabira, como secretários do Governo Damon. Em discurso, Tião destacou a necessidade de representação e de mais cuidado com a saúde. Quem também lançou campanha em Itabira foi o ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Nozinho Barcelos (PDT), que quer ser deputado estadual. O evento foi no dia 12 de agosto. O candidato falou do perfil regional de sua campanha e afirmou que vai lutar para que o Médio Piracicaba tenha retorno de tudo que fornece para o estado. Até o fechamento desta edição, esses foram os eventos cujos convites chegaram à redação.
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Campanhas nas ruas
Aeroporto? Tá difícil! Divulgação
entrevista a DeFato, disse que o ato era praticamente um início de obra, tamanha a iminência da concretização do projeto entre Itabira e São Gonçalo do Rio Abaixo. O aeroporto regional do Médio Piracicaba estaria dentro do Programa Aeroportuário de Minas Gerais (ProAero), projeto lançado em 2003 pelo Governo de Minas. O projeto já tem até empresa contratada para o estudo de viabilidade. Agora, no entanto, tudo indica que respostas sobre a obra só devem sair depois das eleições.
A novela do aeroporto regional continua e o último capítulo não foi bom para os telespectadores. Em visita a João Monlevade no dia 4 de agosto, o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, jogou um “banho de água fria” nas expectativas. Disse que Minas Gerais está com dificuldades em emplacar novos aeroportos, porque não tem encontrado respaldo do Governo Federal. Antes desse capítulo, o último havia acontecido no fim de março. No distrito de Ipoema, o então secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, assinou a ordem de serviço para os estudos de viabilidade do aeroporto regional do Médio Piracicaba. Logo depois, em
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Anote Gente
Com as palmas das mãos...
É seleção!
Se tem uma posição em que o treinador precisa ter alguém de confiança é no gol. E no Valério, o escolhido do técnico Paulo César Alencar é o experiente Fábio Noronha. Aos 38 anos, será ele o arqueiro com a missão de evitar os tentos adversários e ajudar o Dragão a sair da incômoda Terceira Divisão do Campeonato Mineiro. Revelado pelo Flamengo, Fábio Noronha coleciona passagens por grandes clubes do Brasil e seleções de base. Porém, nos últimos anos, tem se especializado em defender times do interior e buscado acessos de divisões. Conhece os caminhos como as palmas das próprias mãos. ”Foi com esse pensamento que vim para cá. Todos os jogadores vieram para botar o Valério na segunda divisão”, disse. Mais experiente do elenco, o arqueiro passa sua vivência no futebol para os demais jogadores e acredita que a mescla entre jovens e experientes é um forte elemento para fortalecer a equipe. Em Itabira, ele vai tentar repetir o sucesso que alcançou em outras cidades, como Teófilo Otoni, onde ficou tão popular que até tentou ser candidato a vereador. A eleição não veio, mas o trabalho dentro de campo deu resultado.
O monlevadense Vinicius Araújo foi convocado para defender a Seleção Brasileira Sub-21 que fará três amistosos em setembro. O atacante, revelado pelo Cruzeiro, atualmente está no Valência, da Espanha. A equipe comandada por Alexandre Gallo enfrentará Egito, Catar e Líbano, entre os dias 1º e 10 de setembro. Na Seleção, o atacante terá de mostrar serviço ao técnico Gallo. O objetivo é estar nas Olímpiadas do Rio de Janeiro em 2016. Já está anunciado que o treinador será o responsável pelo time brasileiro que vai disputar a inédita medalha de ouro e essa equipe convocada possui atletas que terão idade para jogar o torneio (sub-23).
Renato Carvalho Divulgação
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Jovem escritor O escritor monlevadense Thieres Duarte, de 21 anos, lançou o livro “As aventuras de Superzil” em Portugal. O livro foi publicado pela Editora Chiado, considerada uma das maiores do mundo em língua portuguesa. A obra é voltada aos fãs de revistas em quadrinhos, animes, mangás e super-heróis. “As aventuras de Superzil” conta a história do jovem Fernando Still, que carrega a identidade secreta Superzil. Após presenciar um assassinato em Nova City, ele resolve abandonar sua vida tradicional embarcando num mundo de aventuras e perigos em defesa dos oprimidos. Thieres iniciou a carreira no meio das artes no teatro, em 2010, em João Monlevade, aos 17 anos. Foi um dos participantes na implantação do Projeto Acordar Cultural. Atualmente, o escritor mora na cidade de Bela Vista de Minas.
Presidente reeleita A presidente da Fundação Itabirana Difusora de Ensino (Fide) Cândida Izabel de Campos Moraes foi reeleita para continuar no cargo por mais quatro anos. A posse foi no fim de julho. Também foram oficializados os integrantes dos conselhos Diretor, Fiscal e Curador. Os empossados assumem para o quadriênio 20142017. Em seu discurso a presidente reeleita disse que aceitou continuar no cargo porque encontrou pessoas com espírito de cooperação dispostas a discutir de forma democrática o que é melhor para o ensino e para a Fundação, e citou que o imenso trabalho que tem pela frente é equivalente à vontade de acertar. Divulgação
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Dia dos pais Ruy Bebiano de Souza 10/02/1922
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egundo domingo de agosto: Dia dos Pais. Quem determinou essa data? Não. Definitivamente, os dias dos pais são todos os 365 dias do ano. Vamos abraçar nosso pai, beijá-lo e dizer sempre: eu o amo. Vamos dizer essas palavras do fundo do nosso coração, com a pureza da alma. Eu tive o privilégio de ter “o” pai, pois ele não foi um pai qualquer, foi meu pai e de mais sete irmãos. Tivemos o privilégio de conviver com ele por muitos e muitos anos. Desfrutamos de sua companhia e aprendemos muito com ele através de sua inteligência, sabedoria, paciência, classe, cultura e de tantos outros adjetivos. Infelizmente, nós o temos hoje só nas lembranças e em nossos corações. Desfrutem da companhia dos seus pais, como eu sempre desfrutei do meu. Cantem parabéns e soprem as velas para eles e com eles sempre que puderem e quiserem, durante todo o ano. Fique com Deus, meu querido pai. E neste primeiro ano sem sua presença física, rezaremos por você, com a certeza que do céu você, juntamente aos anjos e arcanjos, estará dizendo amém e muito obrigado.
Carmen Maria de Souza Assumpção e irmãos
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Ouro Preto Divulgação
Preservação do patrimônio histórico em Ouro Preto coloca a cidade com o melhor ICMS Cultural de Minas Gerais
Líder em cultura Ouro Preto conquista a maior pontuação entre as cidades de Minas Gerais no Programa ICMS Cultural
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nvestir em cultura e na preservação do patrimônio, além de propagar a história de um povo, pode também gerar resultados financeiros compensatórios. É o que propõe o Programa ICMS Cultural, do Governo do Estado. A intenção é retornar aos municípios parte do imposto de acordo com uma pontuação alcançada. E, em Minas Gerais, quando se fala em cultura, lembra-se logo de Ouro Preto. A antiga Vila Rica conquistou a maior pontuação entre as cidades mineiras listadas no programa. Os dados foram divulgados no início de agosto pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Ouro Preto chegou aos 44,5 pontos, com destaque para a preservação das estruturas arquitetônicas e urbanísticas.
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O “ICMS Cultural” é assim chamado pelo fato de retornar ao município parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Circulação de Serviços. O trabalho consiste na realização, por parte das cidades inscritas, do Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais (IPAC). O objetivo é conhecer as diversas manifestações culturais do estado e identificar, em cada um dos 853 municípios, os bens culturais de natureza material e imaterial. Dessa forma, tem-se um banco de informações que revela o patrimônio cultural e a evolução da ocupação em Minas, que serve de base para políticas públicas de proteção locais e regionais. Em Ouro Preto, esse relatório sobre os bens culturais é realizado desde 2007. São detalhadas informações sobre bens inscritos nas categorias de estruturas
arquitetônicas e urbanísticas, bens móveis, bens integrados, patrimônio arqueológico, sítios naturais e patrimônio imaterial. Até o momento há 1681 bens inventariados. Para o secretário de Cultura e Patrimônio, José Alberto Pinheiro, a alta pontuação de Ouro Preto é reflexo de um trabalho de valorização da cultura e do patrimônio por parte da Prefeitura e da equipe da Secretaria. O valor do recurso que retornará para a cidade histórica ainda não foi divulgado pelo IEPHA, mas o Secretário garantiu que o dinheiro será empregado nos bens culturais da cidade. “Vamos analisar algumas intervenções, juntamente com os Conselhos Municipais competentes e vamos aplicar na manutenção do patrimônio para que cada vez mais Ouro Preto seja exemplo de cultura em Minas Gerais”, afirmou. □
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São Gonçalo do Rio Abaixo
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Vai rolar a festa! Dupla Victor & Léo será a principal atração do Rodeio Fest de São Gonçalo do Rio Abaixo
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Rodeio Fest de São Gonçalo do Rio Abaixo reúne grandes nomes do sertanejo
ão Gonçalo do Rio Abaixo se prepara para mais uma edição do Rodeio Fest. Será o sétimo ano consecutivo de realização do evento, com a mesma marca registrada dos anteriores: shows de graça. E a programação inclui grandes nomes da música sertaneja nacional. O Rodeio Fest acontece entre 5 e 7 de setembro, no Parque de Exposições Edirlei Márcio Moreira Lacerda. A abertura será com Amado Batista sexta-feira (5), a partir das 23h. Além de cantor e compositor, é considerado o artista mais amado do Brasil com 35 anos de carreira e mais de 25 milhões de discos vendidos. O mais recente trabalho é “Meu louco Amor”, seu 31º disco composto de 14 faixas inéditas das quais seis levam a
assinatura de Amado. Ainda na sexta, Adair Cardoso será a atração do palco 2. O jovem artista tem três discos lançados, e, no penúltimo emplacou o sucesso “Que se dane o mundo”, na novela Malhação da TV Globo. Aos dois anos de idade, o cantor já revelava dom pela música e aprendeu a tocar sozinho vários instrumentos como uma pequena sanfona que ganhou de presente. No sábado (6), a dupla Victor & Leo comanda o show principal, também às 23h. Os irmãos mineiros completam 21 anos de carreira e acabam de lançar o 11º disco, “Viva por Mim”. É o primeiro álbum da carreira da dupla composto inteiramente por músicas inéditas, trazendo 13 faixas sendo 12 autorais. No domingo (7), às 20h, Marco Brasil
e Banda animam a festa que já é tradição no Médio Piracicaba. Com 18 anos de carreira, Brasil é considerado um marco na história do rodeio brasileiro, com reconhecimento internacional. Foi o primeiro locutor de rodeio a lançar um CD com músicas e narrações. Rodeio e concurso A programação terá shows com artistas da terra todos os dias, rodeio profissional com locução do Marco Brasil nos dias 5 e 7 de setembro, sempre a partir das 21h, e o tradicional Concurso Rainha do Rodeio que visa valorizar a beleza e a desenvoltura da mulher são-gonçalense. As participantes são avaliadas nos quesitos, beleza, traje, postura, expressão corporal e simpatia. □ AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Cidades mineradoras Fotos: Sérgio Santiago/DeFato
Em Conceição do Mato Dentro, motoristas convivem com interrupções no trânsito por causa de obras
Já falta espaço Conceição do Mato Dentro começa a discutir problemas de cidade grande, como trânsito congestionado e estacionamento insuficiente. São os efeitos do crescimento Sérgio Santiago
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ois projetos que têm como propósito melhorar a fluidez do trânsito e resolver os gargalos do estacionamento estão em desenvolvimento em Conceição do Mato Dentro. Um deles municipaliza o trânsito. O outro transforma a Guarda Patrimonial em Guarda Municipal, a quem será atribuída a responsabilidade de fiscalizar motoristas e motociclistas. Os projetos, de autoria do Executivo, devem entrar em vigor tão logo passem pela Câmara Municipal e cumpram os trâmites burocráticos. Estagnada a anos, Conceição do
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Mato Dentro começou a experimentar o crescimento desde que se transformou em cidade mineradora e passou a receber um grande número de operários de fora, a chamada população flutuante. Durante o pico de obras do projeto Minas-Rio, congestionamentos ficaram frequentes e encontrar vagas para estacionar virou um exercício de paciência. Passado o auge, o movimento se estabilizou. O ir e vir hoje em dia se constitui basicamente de pessoas que vieram morar na cidade e de cidadãos conceicionenses que estão de carro novo. O chefe de Gabinete da Prefeitura
de Conceição, Vulmar José Procópio, explica que houve, sim, influência do projeto, mas a verdade é que a vida do morador local melhorou. Hoje praticamente todos estão bem empregados, recebendo bons salários, e isso reflete diretamente no aumento de automóveis nas ruas – vale lembrar que a cidade ainda não tem transporte coletivo. Está tentando licitar o serviço agora. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a frota emplacada no município subiu de 1.236 veículos em 2004 para 5.192 em 2014. A partir da municipalização do
Outra intervenção que está sendo discutida é a possibilidade de proibição do tráfego de veículos com carga acima de quatro toneladas no centro histórico da cidade. Atualmente não há uma lei municipal que proíba o ir e vir de caminhões pesados entre os casarões. A intenção, além de reduzir a quantidade de veículos em circulação na região central, é evitar a deterioração do patrimônio tombado, que carrega mais de 300 anos de história. A princípio, a medida restritiva pode não agradar aos transportadores que atravessam a cidade sentido capital e vice-versa. Contudo, não será mais problema quando o anel rodoviário ficar pronto.
CIdade movimentada é sinônimo de falta de epaço. Em Conceição, já é difícil achar lugar para estacionar o carro
trânsito e da criação da Guarda Municipal, a Prefeitura pretende implantar também o estacionamento rotativo, a exemplo de cidades que estão em pleno crescimento. Hoje não há nenhum controle sobre as vagas, nem da Polícia Militar nem do Departamento de Trânsito, responsável basicamente por questões administrativas e burocráticas. “A gente observa o seguinte: às vezes pessoas que moram a 200 metros do local de trabalho sai de casa de manhã, bota o carro numa vaga e deixa lá o dia todo. Paralelamente a outras ações, já está definida também uma campanha de educação e conscienti-
zação no trânsito”, diz Vulmar. Além de cuidar do trânsito, a Guarda Municipal poderá ajudar também na proteção do patrimônio histórico, que tem um grande potencial turístico mas não está sendo bem aproveitado. Sem efetivo suficiente para fazer a segurança, as igrejas, por exemplo, que poderiam ficar abertas à visitação, acabam fechadas durante a semana. Mas é algo que demanda tempo. Além de treinar os atuais guardas patrimoniais, a Prefeitura precisaria abrir um concurso público para contratação de novos profissionais, e isso não tem data para acontecer.
Ainda no papel Anel rodoviário, inclusive, é outro assunto que está na lista de prioridades das autoridades de Conceição. O projeto executivo, segundo a Prefeitura, está pronto e já foi apresentado ao Departamento de Estradas de Rodagens (DER), que será responsável pela obra. O desvio deve ter cerca de 5 km e se estenderá de uma entrada a outra da cidade, passando pelo pé da serra. A obra custará em torno de R$ 28 milhões, recursos ainda não totalmente assegurados. Até agora, o que está garantido é a verba da Anglo American, parceira no projeto, que fará um aporte de R$ 10 milhões. O prefeito Reinaldo César de Lima Guimarães tem demonstrado preocupação com o que pode vir a acontecer. Segundo ele, quando as obras de pavimentação da MG-010, até Serro, ficarem prontas, e a rodovia que liga Senhora do Porto a Dom Joaquim for pavimentada, o tráfego dentro de Conceição deve aumentar pelo menos quatro vezes. Ele acredita que quem mora em Senhora do Porto, Guanhães e outras cidades optem pela nova rota para evitar a BR-381. O mesmo pode acontecer com moradores de Serro e adjacência. Para evitar complicações, o anel precisa ficar pronta o quanto antes. Mas sem os recursos necessários para por a obra em prática, fica difícil prever. □ AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Cidadania
Gestão eficiente e a sustentabilidade das receitas municipais
N Daniel Lança Advogado e gestor público, com Especialização e Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa – Portugal. É também procurador-geral do município de Itabira www.perrellilanca.adv.br
“E muitas podem ser as estratégias para a recuperação do déficit tributário, inclusive a remissão ou anistia de valores pequenos para aqueles que se encontrem em vulnerabilidade social”
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ão é novidade para ninguém que o Poder Judiciário está atravancado, com muitas demandas e estrutura insuficiente para suprir a equidade social com processos eficientes e em tempo razoável. Já escrevi neste espaço, em outra oportunidade, que a justiça que tarda é justiça que falha. Poderíamos tratar aqui da racionalização dos “culpados” ou do engrandecimento dos problemas do status quo, mas preferimos trazer uma solução interessantíssima que foi apresentada essa semana, em caráter exclusivo e transformador, no município de Itabira. Após longo processo de gestão e de levantamento de indicadores, verificou-se que o Poder Público, leia-se, União, Estado e principalmente Município, é o principal cliente da justiça comum brasileira. No caso da nossa comarca, praticamente metade de todos os processos das duas varas cíveis são decorrentes de ações ajuizadas pela Administração Pública – em quase sua totalidade, processos de execução fiscal, isto é, cobrança de tributos não pagos pelos cidadãos. Isso atravanca por completo o regular andamento do Poder Judiciário que, sobrecarregado com tantas demandas, não consegue dar resposta aos processos que tanto importam ao cotidiano do cidadão comum. Uma coisa leva a outra, e todas levam à descrença no Poder Judiciário e à efetivação da injustiça social. Sabidos dessa realidade, Itabira iniciou o Projeto de Recuperação de Receitas Próprias do Município. Num primeiro momento, identificou-se que o custo da cobrança judicial para o Poder Público é de R$ 4.253,70, com porcentagem de êxito irrisória e tempo médio
de busca de aproximadamente 10 anos. Assim, a solução foi exatamente quebrar a antiga lógica do sistema, e optou-se então pela retirada dos processos de execução fiscal da justiça que sejam inferiores ao custo de cobrança judicial. A partir daí, tais processos passam a ser cobrados administrativamente, cuja taxa de êxito é infinitamente superior e o valor de cobrança é um tanto inferior. E muitas podem ser as estratégias para a recuperação do déficit tributário, inclusive a remissão ou anistia de valores pequenos para aqueles que se encontrem em vulnerabilidade social, dentre outras. Com a realocação da estratégica de cobrança mais eficiente de tais processos, o Poder Judiciário agradece. Em Itabira, por exemplo, as duas varas cíveis passam a ter metade do arquivo pré-existente (por volta de 6 mil processos/vara), e as poucas CDAs (Certidões de Dívida Ativa) que continuarem ajuizadas terão também maior agilidade. Também deverá ser criada uma comissão para análise e acompanhamento dos grandes devedores, que certamente merecerão atenção especial e redobrada. Tais soluções, diga-se, não são mágicas, mas decorrem de longo processo de conversação e alinhamento entre Poderes Executivo e Judiciário, ambos chancelando o projeto e empregando grande capacidade de resolução. Os frutos, vale dizer, serão sentidos a médio prazo. Mas pode-se dizer, sem medo de errar, que vivenciamos momento ímpar na história. Itabira se torna pioneira no Brasil e ensinará ao país uma lição de gestão pública intersetorial de eficiência para a sustentabilidade das receitas governamentais. □
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Empreendedorismo
Valores e princípios determinam o ponto de chegada
Márcio Antônio Labruna Eletrotécnico, Matemático, pósgraduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e ex- presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec.
“Nossa geração talvez não possa deixar um mundo melhor, porém vamos nos esforçar para deixar filhos melhores que possam também fazer um mundo melhor”
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inguém consegue chegar mais longe de onde seus princípios e valores permitem. Ninguém pode dar ou transferir o que não tem. Dessa forma, precisamos trabalhar na construção de valores e princípios melhores e mais consistentes. Essa base de construção está enraizada na família, na escola e na sociedade. Por aí sentimos as dificuldades e muitas vezes culpamos os jovens e as leis pelos desacertos. O mundo contemporâneo mudou totalmente o conceito de família. A escola ensina e nem sempre educa. A sociedade, habitat de todos, nos alimenta de maus exemplos a cada epílogo. Criar leis, modificar regimentos e punições não bastam para desenvolver valores e princípios. O mundo não é cartesiano e trabalhar com pessoas é difícil, não existe um padrão estabelecido. Na infância, precisamos desenvolver nas crianças o conceito de resiliência, tal qual a física nos ensina como a capacidade de certos materiais têm de acumular energia quando submetido à pressão e, depois de absorver o im-
pacto, voltar ao estado original sem deformação. O elástico, por exemplo. No comportamento humano a resiliência é a habilidade de superar adversidades, sem ser afetado por elas. Uma pessoa com os princípios da resiliência tem energia e disposição para enfrentar dificuldades, em vez de se deixar abater ou ser dominado pelo caminho mais fácil e pela lei de levar sempre vantagem, chamada lei de Gerson. Nós, dirigentes, educadores e líderes de grupos, devemos exercitar o saber pensar em longo prazo, pois vamos ser julgados por outros com os valores da época. Nossa geração talvez não possa deixar um mundo melhor, porém vamos nos esforçar para deixar filhos melhores que possam também fazer um mundo melhor. Todo resultado é consequência de ações e devemos trabalhar, hoje, em todos os nossos ambientes, para gerar e planificar princípios e valores éticos, capazes de exemplificarem as futuras gerações. Tudo é possível para aquele que acredita, persiste e luta. Somos do tamanho de nossos sonhos. □
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Meio Ambiente Renato Carvalho
Nada de
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fogo
De maio a outubro, tempo seco propicia a rápida e fácil propagação das queimadas, que trazem prejuízos à fauna, flora, saúde e ao solo
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Rodrigo Andrade/DeFato
Em agosto, período mais seco do ano, queimadas ficam mais frenquentes
gosto é o mês com a maior média de queimadas e focos de incêndios em todo o período do ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A falta de chuvas, vento forte, baixa umidade do ar e, consequentemente, vegetação seca, formam uma “bomba” prestes a explodir com qualquer faísca. Segundo o INPE, apenas em 2014 já foram registrados 2091 focos ativos de incêndios em Minas Gerais. O mês de julho teve 559 focos e o de agosto já registrava 404 pontos descobertos por satélites. Os dados são referentes até o dia 11 deste mês. Na tentativa de minimizar o dano causado pelo fogo, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) trabalha com orientações à comunidade rural. Com foco no desenvolvimento econômico, social e ambiental, a Emater baseia-se no desenvolvimento sustentável para melhorar todos os aspectos de forma igual, sem desestabilizar nada. O trabalho tem gerado resultados. Antes muito usada para abrir áreas, a queimada está cada vez mais em desuso na agricultura. O engenheiro agrônomo da Emater, Mauro Lúcio Ferreira, conta que com o passar do tempo, os agricultores perceberam que a prática causa mais prejuízos que benefícios. “Atualmente é permito apenas queimadas controladas, com aceiros (desbaste para impedir propagação de incêndio), e para isso é preciso autorização do Instituto Estadual de Florestas (IEF)”, explicou. Com a evolução da tecnologia e o advento das máquinas, os agricultores passaram a usar os novos equipamentos para diminuir o mato. “É bem melhor, pois a grama fica cortada no terreno, vira material orgânico e depois acaba virando composto orgânico, que é bom para o solo”, contou o engenheiro. O engenheiro ainda afirma que a única vantagem de fazer queimadas é
da Emater. As queimadas também representam problemas para a pecuária. Com o solo danificado e as plantas com poucos nutrientes, o gado também absorve menos minerais. “É uma cadeia. No fim o gado não produzirá todo seu potencial. É no balde que você vai ver a diferença, ou então no desempenho de ganho de peso”, enfatiza Mauro. Por fim, o engenheiro aponta que é necessária uma conscientização maior das pessoas quanto ao problema. “Precisamos insistir na educação, trabalhando com crianças, moradores rurais, e, além disso, ter uma punição adequada para quem comete crimes ambientais”. Mauro define que o maior número de queimadas acontece por más intenções, simplesmente por fazer ou por ter interesse em uma área. “Ele quer abrir área, e como é proibido fazer corte raso em floretas, coloca fogo, abre aquela clareira e planta a pastagem para criar gado”, exemplifica. Bombeiros O 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros, em Itabira, atende 18 municípios da região e tem um efetivo de 26 combatentes. Naturalmente, pela proximidade, o maior número de chamadas vem da cidade sede e dos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo. O tenente Washington, comandante do Pelotão, conta que excepcionalmente este ano não houve tantas chamadas Mauro Lúcio, da Emater, aponta que agricultores estão usando menos o recurso da queimada
para combater incêndios. “As chuvas foram esparsas e isso ajuda a manter a vegetação mais verde e úmida”, explicou. Renato Carvalho/DeFato
a rapidez com que a vegetação é eliminada. No entanto, os problemas maiores ocorrem em longo prazo. O primeiro prejuízo é percebido logo de início. Com a retirada da cobertura vegetal, o solo fica exposto às intempéries, sofrendo com variações de temperatura, além de estar sujeito à erosão, ação do vento e compactação. “A camada superficial é um protetor. Sem ela, a microfauna do solo vai ter um dano enorme. Bactérias e fungos que fazem a decomposição de material orgânico são completamente dizimados pelo fogo”, alerta Mauro. “O sistema é completamente bagunçado e vai levar tempo para que se reorganize”, completa. Além disso, nutrientes presentes no solo, como o nitrogênio e o enxofre, importantes elementos para o desenvolvimento das plantas, são volatilizados. “Depois de volatilizados, eles se transformam em compostos na atmosfera e podem voltar em forma de chuva ácida. O enxofre como ácido sulfúrico e o nitrogênio em forma de ácido nitroso”, revela Mauro. Com isso, o solo pode ficar ácido e dificultar o desenvolvimento das raízes. Já em longo prazo, com queimadas sequenciais, pode haver compactação superficial do solo. Algumas partículas podem se expandir, principalmente argilas, formando uma espécie de capa no terreno. “Quando caem as primeiras chuvas, a água não consegue penetrar no solo”, diz o engenheiro
Mesmo assim o alerta é contínuo, afinal a incidência de queimadas aumenta nessa época do ano. O comandante não recomenda o uso do fogo em hipótese alguma. Para ele o risco é grande e, mesmo com cuidados, a queimada pode se descontrolar, por causa dos ventos fortes e inesperados, por exemplo. “O homem controla o fogo entre aspas. Uma vez fora do controle, pode incidir sobre uma residência, na zona urbana, ou afetar a fauna e flora, em zonas rurais, com maior probabilidade de se alastrar”, aponta. Além dos problemas já citados pelo representante da Emater, o tenente lembra que as queimadas, principalmente em centros urbanos, podem afetar a saúde das pessoas. “Nessa época o ar já é seco, então com a poluição pode agravar os problema respiratórios”, destaca o comandante. Caso não haja alternativa a não ser o fogo, o tenente relata que é preciso procurar o IEF para conseguir a licença e se atentar aos cuidados a serem tomados. “É importante se preocupar com os aceiros, com o horário da queimada, fazendo preferencialmente pela manhã ou até de madrugada, com o tempo mais frio e úmido. Mas sempre com atenção e com várias pessoas controlando o fogo em seu arredor”, finaliza. □ AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Incubação
Escola de
negócios
Consultor Mauricio Bitencourt fala sobre o papel das incubadoras na geração de negócios sólidos e dos riscos do empreendedor por necessidade. “Pode gerar problema social”
Sérgio Santiago
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Engenheiro Mauricio de Pinho Bitencourt é consultor de negócios na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá, a melhor do Brasil
Sérgio Santiago/DeFato
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itabira (Inovatec) assinou, no dia 30 deste mês, os primeiros contratos com as empresas selecionadas para o processo de incubação. Mantida pela Prefeitura e gerida pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fapepe), a instituição tem o papel de conceber novos negócios que transformem a economia de Itabira, hoje muito dependente da mineração. Na ocasião, participou do evento solene o engenheiro Mauricio de Pinho Bitencourt, consultor de negócios na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá (INCIT), a melhor do Brasil no ano passado em seu segmento, segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Depois da solenidade, Mauricio concedeu entrevista a DeFato e falou sobre a importância das incubadoras na transformação do perfil empreendedor no Brasil. Segundo ele, incubadora é uma escola de negócio. É onde o empreendedor aprende a ser empresário, a lidar com capital, com riscos e todos os aspectos da economia globalizada. Na incubadora, a empresa nasce pro-
tegida e tem mais chance de sobreviver quando ganha o mercado – cada vez mais competitivo. Consultor da INCIT há oito anos, Mauricio também vai ajudar a Inovatec a gerar empresas sólidas e negócios inteligentes para Itabira. A seguir, trechos da entrevista.
Estudos sobre taxa de mortalidade de empresas mostram que elas morrem porque não nasceram certo. Nasceram com dificuldade ou despreparadas. Às vezes são pessoas muito boas, brilhantes, mas não à frente de negócios. Para ter um negócio de sucesso, é preciso se capacitar, aprender a fazer parcerias, a lidar com riscos, aprender sobre o mercado. E isso no ambiente de incubação é muito bem trabalhado. Muitas vezes quem sai do ambiente de incubação sai mais robusto, mais fortalecido para enfrentar o mercado, por se tratar de um ambiente privilegiado. É impor-
sucesso, porque ele sabe o quer fazer, ele planeja e sabe onde quer chegar. Não é aquele que está simplesmente tentando sobreviver, que muitas vezes gera um problema social. Uma pessoa que se arrisca a desenvolver algo sem o planejamento, sem analisar os riscos, geralmente acaba gerando um problema social. Gasta energia, capital, recursos e acaba endividado. Agora o empreendedor de oportunidade, não. Ele sabe o que quer”.
A melhor do Brasil “A incubadora é o local onde os empreendedores encontram o melhor ambiente para o desenvolvimento de seus projetos. Recebemos no ano passado uma honraria muito importante O papel da escola da Anprotec, a associação nacional “O problema educacional é histódas incubadoras do Brasil, que rico no nosso país. O modelo da anualmente promove uma pre- “O problema educacional é histórico educação brasileira é o modelo miação para as instituições que no nosso país. O modelo da educação fordista. Se você olhar para uma mais se destacam. Na edição sala de aula, vai ver um aluno 2013, fomos contemplados ao brasileira é o modelo fordista. Se você atrás do outro. É como se fosse submetermos um projeto e con- olhar para uma sala de aula, vai ver uma linha de montagem. Esse corrermos com várias incubamodelo educacional foi desenhadoras. No nosso projeto, mos- um aluno atrás do outro. É como se do para o Brasil da década de tramos as ações e os resultados 1940, quando o país precisava fosse uma linha de montagem” e fomos agraciados com esse de mão de obra para a indústria prêmio. Isso é importante no sentido tante dizer também que o ambiente automobilística, de profissionais apede ser uma chancela de instituições de incubação serve de transferência nas para apertar parafusos. Temos, sim, públicas que fazem parte desse evento de conhecimento. Muitas vezes uma de investir em profissionais que vão de premiação, como CNPq, Sebrae Na- pesquisa que está na universidade – e trabalhar na indústria, mas precisacional e Finep. Também nos fortalece e seria apenas uma pesquisa acadêmi- mos ampliar a educação – em todos nos motiva a continuar trabalhando”. ca, científica – pode ir para o mercado os sentidos. Não adianta também por através de uma incubação. É isso que a dinheiro em sala de aula, construir Nascer ou não em uma incubadora gente espera também dos nossos pes- prédio e achar que do outro lado vai “Costumo dizer que a incubadora é quisadores: soluções e produtos, não sair profissional capacitado. Tem de uma escola de negócio. É onde o em- só conhecimento”. investir na formação dos educadores. preendedor aprende a ser empresário. E do outro lado, investir em temas É bom a gente entender que nem todo Empreendedor por necessidade relacionados à área empreendedora. o empreendedor vai ser empresário, “O Brasil está bem ranqueado do ponto Nem todo mundo quer e precisa ser mas todo empresário é um empreen- de vista de pessoas empreendedoras. funcionário de uma grande empresa. dedor. O pesquisador pode ter uma Porém, é o empreendedor por neces- Ele pode ser um grande empresário de boa ideia, mas para ter um negócio sidade. É aquele tipo de pessoa que uma pequena empresa e desenvolver ele precisa olhar seu projeto de forma abre um negócio porque precisa so- toda uma sociedade. O caso de Sanmais ampla. E no ambiente de incuba- breviver – e que muitas vezes dá certo. ta Rita do Sapucaí é um exemplo. É ção, é possível aprender a gerir uma Porém, a taxa de risco desse negócio uma cidade pequena, tem em torno empresa, a lidar com capital e com as é muito elevada. Aí vem a importân- de 50 mil habitantes, mas com o perfil finanças. Na incubadora você apren- cia da pré-incubação, de programas econômico baseado na indústria de de a desenvolver o seu mercado. A junto às escolas. Formar o indivíduo, eletrônicos. Há 20 anos o município diferença está no período de aprendi- de preferência desde a maternidade, produzia café. Hoje a cidade tem uma zado. É um ambiente, entre aspas, de para que ele possa seguir um caminho base industrial de pequenas empresas proteção para que, na fase primordial na vida, identificando e observando na área tecnológica. Isso foi investide qualquer negócio, que é a fase do oportunidades, é primordial. Esse será mento em formação e é o que pode nascimento, ele não venha a sucumbir. o empreendedor que terá chances de ser feito aqui em Itabira”. □ AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Saúde
Coisa de homem
também
Câncer de mama, geralmente diagnosticado em mulheres, também pode se desenvolver em homens. Autoexame é fundamental para um tratamento eficaz Dr. Danilo Costa alerta para a necessidade de homens também se atentarem para o câncer de mama
Fotos: Sérgio Santiago/DeFato
Sérgio Santiago
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vigia Hudson Wagner dos Santos, 49 anos, nascido e criado em Itabira, faz parte de uma estatística que não preocupa muito as autoridades de saúde, mas deveria preocupar. Diagnosticado com câncer de mama há cerca de dois meses, Hudson nem sabia que a doença vitimava homens. Como geralmente se fala com mais frequência em câncer de mama nas mulheres, quando
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ele descobriu o caroço no lado esquerdo do peito, há cerca de dois anos, pensou que fosse um furúnculo e nem se preocupou em procurar um médico. Hudson ficou esperando o caroço desaparecer até que se esqueceu dele. De vez em quando, ia ao consultório fazer uma revisão, mas não se lembrava de falar do nódulo. No dia 7 de junho deste ano, o vigia foi ao Hospital Carlos Chagas, em Itabira, fazer uma consul-
ta simples e acabou descobrindo algo que não imaginava. Quando o médico colocou o estetoscópio em seu peito, esbarrou, sem querer, na saliência e foi logo percebendo que não se tratava de um furúnculo. O doutor foi direto ao ponto: disse que as chances de o nódulo ser um câncer eram grandes. Ainda sem acreditar, Hudson foi para casa pensativo e, na semana seguinte, procurou o mastologista Danilo
Sinais e sintomas O câncer de mama atinge homens com menos incidência porque eles têm menos glândulas mamárias que as mulheres, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, doutor Carlos Alberto Ruiz. Em cada 100 casos em mulheres, existe pelo menos um homem com o diagnóstico da doença. Apesar de ter pontos em comum com a doença que atinge as mulheres, como histórico familiar correspondente, no homem a doença está mais ligada a fatores hormonais e pode ser desenvolvida a partir de uma dieta rica em gorduras, cigarro ou excesso de álcool ingerido. Os possíveis sinais de câncer de mama em homens incluem: protuberância ou inchaço, geralmente (mas nem sempre) indolor. Pele ondulada ou enrugada. Retração do mamilo. Vermelhidão ou descamação da pele da mama ou do mamilo. E inchaço nos linfonodos axilares. Estas alterações não são sempre causadas pelo câncer. Por exemplo, a maioria dos nódulos de mama em homens é causada por ginecomastia. Portanto, em caso de qualquer alteração nas mamas, um médico precisa ser consultado imediatamente. Tratamentos A maioria das informações sobre o tratamento de câncer de mama em homens vem da experiência dos médicos com o tratamento da doença em mulheres. São eles: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia alvo. O tratamento pode ser local ou sistêmico. Na terapia local, o tumor é tratado localmente, sem afetar o resto do corpo, como a cirurgia e a radioterapia. Na terapia sistémica são utilizados medicações que podem ser administradas, por via oral ou via venosa na corrente sanguínea, para atingir as células cancerígenas em qualquer parte do corpo. A quimioterapia, hormonioterapia e a terapia alvo são terapias sistêmicas. Fonte: SBM
Costa, referência em tratamento da doença em Itabira. Após os exames, a constatação: ele estava mesmo com câncer de mama. No mês seguinte, Hudson foi submetido a uma mastectomia, cirurgia para retirada total do órgão afetado. O procedimento foi realizado em Itabira, por meio de convênio médico, e desde então ele vem dando sequência ao tratamento. O caso do vigia da Itaurb serve como alerta. Por se tratar de uma doença rara, faltam informações e campanhas educativas sobre prevenção, segundo os médicos. Boa parte dos homens nem sabe que existe câncer de mama masculino, como o caso de Hudson. “Como não doía nem me incomodava, não esquentava a cabeça”, conta ele. O mastologista Danilo Costa, responsável pelo tratamento, afirma que esse foi o primeiro caso de câncer de mama em homem diagnosticado e tratado em Itabira. O médico disse ainda que o paciente está “cirurgicamente curado”, apesar do diagnóstico tardio, mas vê com preocupação a falta de informações a respeito da doença no país. “Normalmente são casos muito agressivos, devido ao fato de não haver rotina de mamografia para pessoas do sexo masculino. Homem também é um tanto quanto relapso no que se refere à busca por lesões mamárias. Investiga-se muito próstata e outros órgãos, mas não se procura câncer de mama. Então, quando a gente faz o diagnóstico, geralmente é um caso avançado”, explica o médico.
um carocinho indolor na auréola (região em volta do mamilo) pode ser o início de um tumor. Segundo especialistas, a doença aparece com mais frequência em homens com mais de 40 anos – principalmente fumantes. Mesmo que haja poucos casos registrados no Brasil, doutor Danilo defende a inserção, dentro do próprio Outubro Rosa, de campanhas de prevenção direcionada ao público masculino. Quanto mais informação, mais chance de o paciente descobrir a doença precocemente, alcançar a cura e continuar a vida normalmente. Assustado no início, Hudson agora conhece a doença. E no que depender dele, vai ajudar a disseminar informações para que outros homens não sejam pegos de surpresa como ele. □
Hudson se assustou com a doença, mas agora diz que vai ajudar a disseminar informações
Prevenção Segundo Danilo, os homens, assim como as mulheres, podem e devem examinar cotidianamente as mamas em busca de qualquer alteração. Caso descubra alguma nodulação suspeita, o mastologista deve ser procurado o quanto antes. “Tem gente que acha que mastologista é médico só de mulher. Não é verdade”, comenta. O que para o homem passa despercebido por ser AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Trabalho social
Esperança entre as
grades
Grupos religiosos se organizam e levam ajuda espiritual e material aos detentos no Presídio de Itabira. Principal desafio é combater a reincidência
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Tatiana Santos
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Presídio de Itabira conta com ajuda de grupos religiosos para ter clima mais ameno
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ocal de privações, distanciamento da família, do convívio social e de cumprimento de pena, a carceragem nunca foi um ambiente prazeroso ou desejado por ninguém. Sentimentos como desamparo, solidão e falta de esperança muitas vezes é o que resta para quem está em uma prisão. Para tentar amenizar esse cenário, três grupos vão até o Presídio de Itabira com o intuito de levar consolo aos quase 300 detentos, escutar e ajudá-los quando possível. Um deles é a “Pastoral Carcerária Mensageiros da Paz”, mantida pela Igreja Católica, e que faz visitas aos detentos todas as quartas-feiras, de 8h30 às 11h30. Nesse grupo, estão cerca de 20 pessoas. Entre as ações desenvolvidas, os integrantes realizam evangelização com os detentos e auxiliam na ressocialização, tanto dentro quanto fora do presídio, além de viabilizar questões jurídicas. Quando solicitada, a pastoral concede os sacramentos, como batismo e matrimônio. E, em todas as primeiras quartas-feiras do mês, os presos se reúnem no pátio para celebrações ministradas pelo grupo. De acordo com a secretária diocesana da Pastoral, Selma Coura Damasceno, existe uma preocupação com a vida espiritual dos detentos e também com o lado humano, garantindo o cumprimento dos direitos. “A Pastoral Carcerária não vai lá só para orar com o preso. Tem que estar atento às violações de direito dessa pessoa, se ele está sendo torturado, se está faltando comida, água para banho...”, exemplificou. A secretária esclareceu que os integrantes da pastoral atuam também para preparar os detentos para a saída da detenção, o que inclui trabalhar junto à família do preso. Em muitas ocasiões, o próprio presidiário pede que a equipe visite os parentes para fornecer ajuda AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Trabalho social Grupo Capelania Prisional trabalha de cela em cela para levar os ensinamentos da Bíblia
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Material e espiritual Um dos maiores desafios da Pastoral Carcerária - e da maioria dos grupos de apoio – é a reincidência. Conforme Selma, mesmo com o trabalho de ressocialização, o retorno à criminalidade chega a até 80%, especialmente por dois fatores: falta de oportunidade porque passou pelo cárcere; e ausência de inserção no retorno ao lar ou desagregação familiar, uma vez que, quando ele retorna, a própria família costuma afastá-lo, pois nem sempre está preparada para o receber. Mesmo com esse alto índice de reincidência, a Pastoral não desanima e sabe que poderia ser pior se não fosse o trabalho dentro do presídio. “A maior importância desse trabalho é ser presença de Jesus junto à pessoa em situação de prisão e seus familiares. É dizer para ela que, apesar do seu delito, apesar de sua fragilidade, ela tem alguém que a ama e Deus a ama. É poder fazer aquilo que Jesus faria se estivesse no meu lugar”, comenta Selma.
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De cela em cela Com trabalho individualizado, um grupo com cerca de oito pessoas, de várias denominações evangélicas de Itabira, passam de cela em cela levando conforto aos encarcerados no presídio local. Com o princípio de oferecer perspectivas e possibilidade de transformação por meio da Palavra de Deus, o grupo “Capelania Prisional” atua também às quartas-feiras, das 14h às 16h. Liderado pelo pastor Renato Martins da Rocha, da Igreja Presbiteriana de Itabira, o trabalho de capelania existe na cidade há aproximadamente cinco anos. A iniciativa surgiu ainda na gestão anterior do presídio, quando o então diretor, Alexandre José de Assis, abriu espaço para a atuação. Integrantes das igrejas Batista Central, Assembleia de Deus e Presbiteriana se organizaram e deram início à ação. “Esse trabalho funciona no sentido de levar uma palavra de conforto, de encorajamento, de direcionamento para eles. Acredito que o Evangelho é poder de Deus para
mudar o homem”, declara o pastor. Nas celas, os detentos têm acesso às Bíblias, que são distribuídas pelo grupo. O religioso atesta que, com isso, há mudança de vida, de comportamento e de interesses, não somente nas questões espirituais, mas no comportamento, no contato com os agentes penitenciários, com os outros presos e até com a família. Ao tomar conhecimento de situações de dificuldade, ou quando o próprio detento solicita, a Capelania também auxilia com doação de cestas básicas e outras ações. Um dos focos do grupo é trabalhar a não reincidência. O pastor conta que às vezes tem a notícia de que determinado detendo saíra da prisão, mas que, após certo tempo, o encontra novamente na Unidade Prisional. O religioso admite que é difícil promover a reinserção, mas se apega em histórias bem sucedidas para continuar com o trabalho. “Os via lá dentro e agora aqui fora. Isso para mim tem sido muito legal, poder encontrá-los. A gente pode se aproximar deles e consegue ver um
pouquinho de como eles estão. Isso para mim é um ganho muito grande”, comemora. Momento de consolo Desde a fundação do Presídio de Itabira, há cerca de seis anos, o “Grupo de Visita Luiz Sérgio”, composto por integrantes da Fraternidade Espírita Manoel Soares, desenvolve um trabalho focado em levar consolo aos detentos. Todas as quintas-feiras, três pessoas dedicam pelo menos uma hora do dia para visitar os reclusos. A cada semana, um grupo de aproximadamente 12 detentos saem das celas para receberem ensinamentos focados em um tema da Bíblia previamente escolhido. A coordenadora do grupo de visita, Giovanna Maria Vieira Gonçalves, comenta: “Trabalhamos o lado moral, o comportamental, para eles terem mais calma e sabedoria para enfrentar o dia a dia lá dentro”. A atuação da equipe iniciou quando uma detenta pediu à direção o envio de uma pessoa da religião espírita para uma conversa. A partir daí, foi formado um grupo que atendia apenas a mulheres. Com a transferência da unidade feminina para a cidade de Rio Piracicaba, o trabalho acabou focando o sexo masculino. A receptividade entre os detentos, segundo Giovanna, é muito boa, tanto que, quando os reclusos têm dúvidas, sempre questionam. Sem pregar religião, o trio atua de forma a lembrá-los do aprendizado, incentivando-os a não voltar à criminalidade quando soltos. De acordo com a coordenadora, muitos não entendem o trabalho do grupo, às vezes por preconceito. Entretanto, ela chama as pessoas a mudarem a forma de pensar. “Se a gente aplicar no nosso dia a dia o ensinamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, consegue-se entender esse trabalho, que é muito importante, porque leva consolo e esperança”, diz.
Voluntários incansáveis O diretor em exercício do Presídio de Itabira, Alex Vitor da Silva, aprova a presença dos grupos e ressalta a importância junto aos encarcerados. Ele explica que quando uma pessoa vai presa, perde o direito à liberdade, mas permanecem outros direitos. A assistência religiosa é um desses pontos intocáveis. “Esses trabalhos são de suma importância dentro do ambiente carcerário, pois oferecem aos detentos seu tempo, seus ouvidos e um olhar que não os recrimina”. Alex garante que a presença daqueles a quem chama de “voluntários incansáveis”, reflete diretamente no comportamento dentro do presídio, já que a pessoa
encarcerada encontra auxílio nos voluntários, que se preocupam com o bem-estar deles e de seus familiares. Alex conhece de perto a realidade do sistema prisional e, por isso mesmo, também lamenta o alto índice de reincidência. Apesar disso, ele ressalta que o detento não poderá lastimar-se de que, quando esteve recluso, ninguém o visitou ou o mostrou que existe outro caminho. “Gosto de pensar que aprendemos com nossos erros e que os que aqui entram não voltarão, pois é muito triste pensar que alguém não pode mudar. Sendo assim, acredito que esses grupos contribuem para uma mudança na vida dos detentos”, encerrou. □
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Construção
Fotos: Paulo Sá
Mais um grande passo Equimacon moderniza loja onde tudo começou e comemora um marco na história da empresa
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assado e futuro se misturaram na festa de reinauguração da Equimacon Apoio, no dia 26 de julho, em Itabira. A loja onde tudo começou, na praça Acrísio de Alarenga, agora está moderna e de cara nova. Foram cinco meses de trabalho árduo, tudo para acompanhar as tendências do mercado e deixar o cliente satisfeito. A modernização da loja é um marco na história da empresa. De acordo com um dos sócios, Caio Sérgio Guerra Lage, a reinauguração é o terceiro grande passo da trajetória da Equimacon. O primeiro foi justamente a criação do estabelecimento, há 24 anos. O segundo foi a inauguração da Equimacon Completa, no bairro Caminho Novo, no ano 2000. E outros passos virão. Segundo Caio, a Equimacon está sempre voltada para a evolução do mercado e para as necessidades dos clientes. Pensando nisso, a empresa trabalhou para aproveitar ao máximo o espaço que tem no centro
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da cidade. O resultado impressiona: loja bonita e atraente. Outro ponto positivo é para o cenário de Itabira. A Equimacon está bem no coração da cidade, em uma das áreas mais movimentadas do município. “Nossa intenção foi também dar um ar mais moderno a essa região central”, comentou o proprietário. “O que a Equimacon deseja é sempre privilegiar o cliente. Por isso investimos para modernizar essa loja, que é onde a nossa história começou. São 24 anos de muito trabalho e hoje a nossa grande preocupação é evoluir”, afirmou Caio. □
Equimacon Apoio está mais moderna e pronta para receber os clientes
Equimacon Apoio | Avenida das Rosas, 23, Centro - Itabira | www.equimacon.com.br
DeFato
Veículos
A proprietária Maria Lúcia Cunha Silva, o marido Gilberto Júlio da Silva e os filhos do casal Carolina Assis
Negócio de mulher
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Itabira agora tem uma oficina de veículos, especializada em assistência elétrica e peças automotivas, dedicada exclusivamente ao público feminino Ela disse que descobriu, durante o levantamento realizado com a ajuda da consultoria, que mulher não gosta de levar carro em oficina. “Não se sente à vontade”, afirmou. Na Oficina Mulher, o ambiente é diferenciado e a equipe preparada para prestar o melhor atendimento às clientes. Para deixar o clima ainda mais feminino, alguns detalhes tornam a empresa única. Além de consertar carros, a Oficina Mulher conta com um salão de beleza (manicure, pedicure e sobrancelhas), lanchonete, minibiblioteca e um laboratório, onde é possível explicar o funcionamento das peças e o motivo da substituição delas. “Não tem nenhuma oficina como a nossa no país. Enquanto a mulher arruma o carro, ela se arruma também”, comenta a dona do negócio. Renato Macedo, o arquiteto contratado para fazer o projeto da loja, afirma que foi um “desafio fantástico”. “Todo projeto inovador exige muita pesquisa e uma atenção especial para atender a cliente naquele real objetivo que pretende alcançar. Então o projeto foi, de certa forma, bastante livre também. Pude criar algo completamente inusitado e novo”, conta. Ele se preocupou em dar
um toque esteticamente agradável, mas sem perder o básico – afinal, trata-se essencialmente de uma oficina. Gilberto Júlio da Silva, marido de Maria Lúcia, tem 45 anos de idade e 30 deles dedicados ao conserto de automóveis. Ele aprovou a ideia da mulher e espera que a nova investida alcance resultados surpreendentes. “É um negócio novo, diferente e criativo. Vamos esperar para ver como o público vai aceitar. Foi feito um trabalho de pesquisa e tenho certeza de que vai dar certo”, afirmou. Para as mulheres interessadas em aprender o ofício, uma boa oportunidade. Maria Lúcia está recrutando interessadas em fazer parte da equipe. □ Sérgio Santiago/DeFato
epois de participar de um treinamento promovido pelo Sebrae, Vale e Acita, a empresária itabirana Maria Lúcia Cunha Silva resolveu colocar em prática uma ideia que amadurecia há um certo tempo: abrir uma oficina dedicada exclusivamente ao público feminino. Com a ajuda de um consultor, fez pesquisa de mercado, estudou a viabilidade do negócio e descobriu que tinha acabado de identificar uma grande oportunidade. Feito o estudo, mãos à obra. Depois de encontrar o ponto comercial, Maria Lúcia fez todas as adaptações necessárias, com a ajuda de profissionais capacitados, e na noite do dia 4 de agosto inaugurou a Oficina Mulher. A solenidade reuniu amigos e clientes na sede da empresa, na rua Nova Era, 178, no Centro de Itabira, e contou também com a presença do pastor Elvis Majela Barcelos. A Oficina Mulher é especializada em assistência elétrica e peças automotivas. A dona da empresa, que trabalha no setor administrativo na Autoelétrica Gilberto, de seu marido, vai dividir o tempo a partir de agora – dedicando maior parte do dia à sua oficina, claro.
Oficina Mulher | Rua Nova Era, 178, Centro, Itabira. (31) 3831-7751
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Festival
quarentão Festival de Inverno de Itabira completa quatro décadas ininterruptas com programação intensa e marcante. Atrações movimentaram vários pontos da cidade e levaram cultura aos mais diversos públicos
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Fotos: Divulgação FCCDA
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ulho é sinônimo de cultura em Itabira, quando chega o frio, lá vem também o entretenimento. É o legado do Festival de Inverno, a festa mais tradicional da cidade. Em 2014, o município comemorou 40 anos ininterruptos de realização do evento com a intensidade que uma marca dessas merece. Durante 21 dias, a terra de Drummond foi tomada por manifestações culturais das mais variadas: grandes shows, espetáculos teatrais, oficinas, exposições e outras mais. Tudo para honrar uma história tão bonita. O Festival de Inverno de Itabira começou em 1974, no governo de Virgílio José Gazire, e atingiu uma proporção que naquela época não se imaginava. Hoje, carrega a responsabilidade de ser o único evento desse tipo que acontece ininterruptamente em Minas Gerais. Ainda mais para um município com a cultura tão arraigada. Em julho, quando abre as portas, Itabira só
espera receber o que de melhor é produzido e apresentado no cenário nacional. Em 2014, todo o conceito do 40º Festival de Inverno foi pensado em dois temas centrais: tradição e contemporaneidade. Tradição por causa das quatro décadas de realização e por tudo que a festa representa para Itabira; e contemporaneidade pela capacidade de ser sempre atual, de investir naquilo que é novidade. É, então, a união de gerações. Os temas foram expostos pelo prefeito Damon Lázaro de Sena e pela superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Sônia Cristina Magalhães, na apresentação da programação do Festival de Inverno. Naquele 26 de junho, os dois disseram que a missão da 40ª edição era ser ainda melhor que a anterior, sucesso entre os itabiranos. “Ficou fenomenal”, adiantava o chefe do Executivo.
Cantor Zeca Beleiro foi uma das grandes atrações do 40° Festival de Inverno de Itabira
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21 dias de cultura “Zeca Baleiro, Nando Reis, Zizi Possi e Jorge Ben Jor no Festival de Inverno de Itabira”, anunciava o Portal DeFato Online, com exclusividade, no dia 27 de maio. A repercussão da notícia deu o tom de como os itabiranos são ansiosos pela festa. Foram mais de 20 mil acessos, vários comentários e compartilhamentos nas redes sociais. A programação já estava aprovada antes mesmo de ser divulgada oficialmente. Faltava a informação de um artista que iria preencher a escala de grandes shows. Era o cantor e compositor Erasmo Carlos, contratado para encerrar a festa. O “Tremendão” foi escolhido, segundo a superintendente Kiki, porque representa exatamente o tema do festival: é tradicional, mas se renova sempre. Mas nem só de grandes shows é composto o Festival de Inverno de Itabira. Na 40ª edição, foram mais de 600 propostas de atividades sugeridas à FCCDA por meio de
Abertura oficial do Festival: Início de 21 dias de intensa programação
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edital. Desse total, 241 foram classificadas e executadas. Destaque para as 84 oficinas, sendo 56 voltadas à música, 11 à literatura, sete às artes cênicas, seis com foco em cinema, cinco na arte do circo, mais cinco nas artes plásticas e quatro na dança. As oficinas, aliás, foram, novamente, um dos pontos altos do Festival de Inverno. Desde o tema escolhido, a preocupação inicial da organização foi valorizar os artistas da cidade e estender as atividades aos bairros, distritos e cidades vizinhas. E uma das formas de se fazer isso foi por meio das oficinas. A própria superintendente da FCCDA destacou três delas: “Arte do Lixo”, onde o foco era a criatividade e poder ver o lixo sob novas óticas e pontos de vistas; “Aprendendo a contar histórias – Uma vivência através dos contos tradicionais”, ministrada pela atriz global Priscila Camargo; e a “Literatura Fantástica: teoria e prática”, que levou os adolescentes ao universo da
literatura e do cinema. Kiki disse que em todos esses 40 anos de Festival as oficinas sempre receberam atenção especial, pois são educativas e promovem formação aos participantes. Nesse sentido, um dos destaques foi o convidado o Antônio Carlos Secchin, estudioso da obra de Drummond. A superintendente afirmou que todos querem que o especialista retorne à terra natal do poeta em outras ocasiões. O prefeito Damon também destacou as oficinas. Para o chefe do Executivo, essas atividades representam a preocupação do Festival de Inverno com o incentivo à cultura e à educação. “É a demonstração de que áreas como a literária não devem ser deixadas de lado. O Festival tem os grandes shows, mas isso não é o principal. O principal é a interação, os momentos de contato com a cultura e com o entretenimento”, comentou.
Oficinas Destacadas por ser um elo entre a cultura e a educação, as oficinas movimentaram os participantes do Festival de Inverno em vários pontos de Itabira. Pessoas de dentro e de fora da cidade se interagiram e absorveram aprendizado e novas técnicas. Teve também recreação e momentos de descontração para a criançada.
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Consolidação e novidade Novidade no ano passado, o Bar do Festival se consolidou como fundamental ao Festival de Inverno na edição de 2014. O local, mais uma vez, ficou lotado em todos os dias que funcionou. Muita gente que participou dos shows na praça
do Areão, no Paredão da Tiradentes e na Concha Acústica e que depois esticou a noite para curtir mais atrações musicais. Rock, blues, pop, samba e vários outros gêneros. O Bar do Festival se tornou uma síntese do que é o Festival de Inverno.
Mistura de estilos e reduto de quem procura boa música. O sucesso é tanto que, neste ano, o Corpo de Bombeiros precisou impor uma limitação para o público na Fazenda do Pontal. Eram 500 convites e, em vários dias, teve gente voltando para casa porque o local já estava lotado. Com a consolidação do bar, a novidade para 2014 ficou com o projeto “Carona Cultural”. Antes do início do Festival de Inverno, um ônibus com intervenções artísticas percorreu diversos bairros da cidade. Com entrada gratuita, o veículo acolhia as pessoas que queriam fazer o trajeto de uma determinada linha e, ao mesmo tempo, conhecer a essência e a história do evento. No lançamento do projeto, por exemplo, os passageiros tiveram a oportunidade de apreciar intervenções do grupo Drummonzinhos, Tumbaitá e do Coral da Fundação, além de conhecer fotos do fotógrafo itabirano Braz Martins da Costa. A cultura contagiou até o prefeito Damon, que foi à frente do veículo, cantou uma música descrita por ele como “antiga, da época da minha avó”, e arrancou aplausos.
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“Forasteiros” Nem só de itabiranos é feito o Festival de Inverno. A edição de número 40 atraiu muita gente para as diversas intervenções culturais realizadas em todos os cantos da cidade. Foram vários participantes de municípios distantes e até de outros estados do país. Montes Claros, Pará de Minas, Ipatinga, Rio de Janeiro, Brasília, Pará, Vitória e até Londres foram apontadas nos cadernos de registro dos eventos. De acordo com Sandra Duarte, chefe de Departamento de Produção da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), o festival tomou uma proporção tão grande que nem os próprios itabiranos têm a exata noção. No espetáculo Mawaca, apresentado no dia 20 de julho, por exemplo, diversos espectadores de São Paulo e Belo Horizonte estiveram na cidade só para apreciar o show. Diversas caravanas foram organizadas com destino a Itabira. Turmas como a do estudante Joe Arthuso, de Coronel Fabriciano. Desde 2006, ele frequenta o Festival de Inverno. No ano passado, organizou uma van e trouxe alguns amigos para o show de Criolo. Na apresentação de Ney Matogrosso, fretou um ônibus. Neste ano, Joe veio ao show de Jorge Ben Jor e ao de Zeca Baleiro. Só ele trouxe cerca de 100 pessoas a Itabira. Os “forasteiros” também marcaram presença nas oficinas. A estudante Daniela Martins, 23 anos, veio de Divinópolis e se interessou pela atividade que ensinava técnicas tradicionais da produção de doces de frutas. O objetivo era adquirir experiências na cozinha e aprender “coisas novas”, mas ela acabou “tomando um banho de cultura”, como mesmo disse. Já o aposentado Marcos Rogério, veio de Governador Valadares e se hospedou na casa de amigos só para participar da oficina de artesanato com cerâmica. “Participei por curiosidade e também para ver se tenho potencial artístico”, disse. Para a assessora cultural da FCCDA, Ana Carla Magalhães, isso só acontece por causa da tradição. “São 40 anos. O evento tem uma poética diferente para proporcionar à população”, destaca.
Acima das expectativas A programação intensa, os grandes shows, as oficinas recheadas e a participação dos itabiranos e de gente que vem de fora são fatores que fazem os organizadores avaliarem o 40º Festival de Inverno de Itabira como “acima das expectativas”. Foi esse o termo usado tanto pelo prefeito Damon quanto pela superintendente Kiki. “Este foi o segundo festival de nosso governo, e ele cumpriu o que propomos anteriormente, de ser melhor que o do ano passado. Na realidade, foi acima do que esperávamos e Itabira mostrou, mais uma vez, que pode ousar ter um festival que se compare aos maiores do estado”, comentou Damon. “As atividades deram respostas tão positivas que seria um grande desafio resumi-las. Cerca de 10 mil pessoas compareceram na abertura (show do Jorge Bem Jor) e mais de 15 mil estiveram no show do Nando Reais. A Zizi Possi emocionou todas as pessoas. E nos shows de Zeca Baleiro e Erasmo Carlos nem mesmo a chuva atrapalhou”, disse Kiki. A superintendente agradeceu aos colaboradores do evento e declarou que este só foi possível graças ao apoio e às parcerias firmadas, como a Prefeitura de Itabira, que aportou aproximadamente R$ 2,2 milhões e a Vale, que doou R$ 200 mil. “A equipe trabalhou duro, pegamos com
muita coragem. Foi muito bacana”, definiu. Kiki assumiu a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade em meio aos trabalhos para a realização do Festival. Ela substituiu a Marconi Drummond e teve a incumbência de levar à diante a preparação para o evento. Tarefa nada fácil, ainda mais em uma data tão importante como os 40 anos ininterruptos. O sucesso de 2014 aumentou a responsabilidade – e também a ansiedade – para o Festival do próximo ano. “Queremos, em 2015, valorizar ainda mais as expressões culturais de Itabira. Eu costumo dizer que Itabira possui um orçamento que permite uma festa mais pomposa, mas, mesmo se não tivesse, teria ainda assim que ter um grande Festival de Inverno, por causa de suas raízes culturais. Vamos pensar para o ano que vem algo que supere os anteriores e resgate ainda mais as nossas tradições”, afirmou o prefeito Damon. E assim, o Festival de Inverno seguirá com seu propósito de unir gerações, de fazer experiência e juventude darem as mãos. E de movimentar a cidade, levar a cultura a todos os cantos, esquentar as noites de julho. Com ou sem pedras no caminho. Para fazer de Itabira um retrato mais bonito. Mais colorido.
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Praça iluminada A praça do Areão voltou a ser o palco principal do Festival de Inverno em 2014. O local, um dos principais cartões postais de Itabira, recebeu milhares de pessoas durante os grandes shows do evento. E, para que isso acontecesse, a praça e a Maria Fumaça receberam iluminação especial. A prefeitura instalou dez postes na praça, sendo duas torres mais centralizadas e oito no entorno. O projeto foi feito com cabeamento subterrâneo, para não causar nenhum tipo de impacto ambiental e urbanístico. Foram utilizadas 50 lâmpadas de vapor de sódio de 400 Watts de potência e o mesmo número de reatores. Na nova iluminação foram usados mais de 2,6 mil metros de fiação, anéis, padrão, conexões e disjuntores, entre outros materiais. A luminosidade total da praça foi para 20 mil watts.
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Os grandes shows JORGE BEN JOR O cantor abriu o 40º Festival de Inverno de Itabira, no dia 6 de julho, na praça do Areão, e mandou os seus maiores hits, como “Jorge da Capadócia”, “País Tropical” e “Fio Maravilha”.
NANDO REIS Um dos artistas mais aguardados no 40º Festival de Inverno de Itabira, Nando Reis lotou a praça do Areão, em 18 de julho, com um show à altura das expectativas. A plateia cantou junto, gritou e dançou.
ZIZI POSSI Quem foi à Concha Acústica na noite de 11 de julho teve o privilégio de assistir ao show de Zizi Possi. A cantora mostrou em Itabira porque tem 36 anos de sucesso e é consagrada no cenário nacional.
ZECA BALEIRO
PALAVRA CANTADA A noite de 12 de julho foi especialmente dedicada às crianças. Os pequenos cantaram e se empolgaram com os integrantes da dupla “Palavra Cantada” numa animada apresentação dentro da 40ª edição do Festival de Inverno. O show foi realizado na Concha Acústica, que abrigou centenas de espectadores mirins e também os adultos.
ERASMO CARLOS
Adorado pelo público local, o cantor voltou a Itabira para se apresentar na praça do Areão no dia 26 de julho. Nem mesmo a chuva espantou os fãs. No repertório, arranjos contagiantes de canções como “Salão de Beleza”, “Babylon”, “Telegrama” e “Quase Nada”.
A 40ª edição do Festival de Inverno de Itabira terminou em 27 de julho, em grande estilo. O cantor e compositor Erasmo Carlos agitou o público com grandes sucessos e músicas inéditas e embalou diferentes gerações na praça do Areão.
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Expoita
Paulo Sá
Diversão e
solidariedade Expoita reúne milhares de pessoas em cinco dias de shows e ainda ajuda entidades beneficentes com doações de alimentos e caixas de leite
Cantora gospel Aline Barros abriu a 32ª edição da Expoita
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ma das melhores festas de Itabira teve a sua 32ª edição realizada entre 30 de julho e 3 de agosto. E, mais uma vez, o Parque de Exposições Virgílio José Gazire recebeu milhares de pessoas durante os cinco dias de shows. Oportunidade para os fãs curtirem de perto artistas de renome nacional e também para a prática da solidariedade, já que três dias de programação tiveram os ingressos liberados mediante a troca por alimentos não perecíveis ou leite longa vida. A 32ª Expoita começou com show gospel da cantora Aline Barros, no dia 30 de julho. No dia seguinte, quem agitou o Parque de Exposições foi a tradicional dupla sertaneja Teodoro e Sampaio. Na
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sexta-feira, dois shows: Michel Teló e Humberto e Ronaldo. No sábado, novamente dose dupla, dessa vez com Zé Ricardo e Thiago e Zezé di Camargo e Luciano. O evento terminou no domingo, com dois horários de programação. A criançada se divertiu à tarde com a Turma do Sítio do Pica Pau Amarelo; à noite foi a vez de Guilherme e Santiago. Pelo segundo ano consecutivo, o evento foi organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que firmou convênio com a Prefeitura de Itabira e recebeu R$ 300 mil para a prestação de serviço. Para o vice-presidente da entidade, Maurício Martins, a Expoita foi “sem dúvidas, sucesso total”. “A gente falou que tinha que fazer melhor do que
no ano passado. E esse objetivo foi alcançado”, afirmou. Os alimentos recolhidos durante a Expoita foram entregues às entidades beneficiadas no dia 7 de agosto, no Ginásio Poliesportivo Maestro Silvério Faustino. No total, 12.524 quilos de arroz, macarrão, leite, fubá, feijão e outros itens alimentícios foram arrecadados nos dias em que a troca era necessária. Os mantimentos foram divididos em partes iguais para o Lar de Ozanam, Apae, Amai e Grupo de Fraternidade Espírita Jésus Gonçalves. Cada entidade recebeu 3.130 quilos. O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, lembrou que a Expoita, além de contribuir para o desenvolvimento
Momentos da 32ª Expoita: Coquetel de lançamento e shows de Teodoro e Sampaio, Michel Teló, Humenrto e Ronaldo, Zé Ricardo e Thiago, Guilherme e Santiago e Zezé di Camrgo e Luciano
Fotos: Paulo Sá e Carolina Assis
do agronegócio e proporcionar lazer para a região, também realiza um importante trabalho social. “É uma enorme satisfação termos hoje 12.580 quilos de alimentos para repassar às entidades assistenciais de nosso município. Por isso, devemos continuar acreditando no ser humano e na sua capacidade de ajudar ao próximo. Esses alimentos contribuirão para reduzir o sofrimento de várias famílias”, disse. Acertou em cheio Maurício Martins afirma que a organização acertou em cheio na programação. Quando concedeu entrevista a DeFato, a CDL ainda não havia fechado o balanço de participação de público,
mas o vice-presidente usou a expressão “movimentação espetacular” para definir o comparecimento de pessoas. A maior quantidade de público foi no sábado, 2 de agosto, quando o Parque de Exposições ficou lotado. “Foi um número bastante representativo. Tivemos gente de toda região, com vendas de ingressos em Nova Era, João Monlevade, Barão de Cocais e Santa Bárbara”, comentou Maurício. O vice-presidente diz que o sucesso do evento é fruto de muito trabalho e de superação. Ele aponta que as dificuldades são muitas, embora o grande público nem fique sabendo. “Na verdade, nós tivemos muitos contratempos. Como toda festa, tem muita coisa a ser resol-
vida. São coisas que não chegam à comunidade, porque são internas. Tivemos muitas dificuldades. Não é fácil fazer uma festa do porte da Expoita, que é gigantesca. Mas graças a Deus saiu tudo bem, com uma estrutura ainda melhor que do ano passado. Foi melhor e ainda mais bonita”. Agora, a expectativa é pelo fechamento do balanço financeiro. No ano passado, a Expoita deu lucro inédito de mais de 90 mil. Neste ano, a perspectiva é de saldo positivo novamente. A CDL tem prazo de 90 dias (contados a partir da assinatura do convênio) para entregar a prestação de contas para a Prefeitura de Itabira. Se der lucro, o dinheiro será dividido entre entidades. □
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Promoção
Concurso “Eu Visto Itabira” premiou quem investiu no comércio local
Fotos: Renato Carvalho/DeFato
Comprou, vestiu
ganhou...
Concurso “Eu visto Itabira” movimenta a Expoita mais uma vez, ajuda o comércio local e ainda premia quem foi curtir os shows no Parque de Exposições
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ais uma vez, o concurso “Eu visto Itabira” movimentou a Expoita. Durante os cinco dias da exposição agropecuária, que ocorreu de 30 de julho a 3 de agosto, quem comprou em lojas itabiranas pôde se inscrever para concorrer a um tablete e a vale-compras. Ou seja, valorizou o
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comércio local, foi bem vestido para a festa e ainda deixou o Parque de Exposições com a chance de ganhar prêmios. O concurso foi organizado pelo Grupo DeFato, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabira (CDL) e ocorreu da seguinte maneira: bastava que os interessados procurassem a tenda de DeFato, fizessem um
cadastro e informassem a loja em que compraram a peça de roupa ou acessório. O participante fazia um registro com o fotógrafo Paulo Sá e depois tinha que torcer para ser um dos selecionados pelo júri técnico. Em seguida, as fotos escolhidas foram para um site do concurso. Quem teve mais votos, venceu.
A pequena Yasmin Caroline ficou em terceiro lugar e ganhou R$ 300
O ganhador foi o estudante Dérion Dias Marinho, 21 anos, que adquiriu um tênis na loja Dominante Calçados. O rapaz fez forte campanha pela web e pediu curtidas aos seus amigos na rede social. Deu certo. Alcançou 307 votos e faturou um tablet Samsung Galaxy 7’’e um vale-compras de R$ 500. “Nem estava esperando ganhar. No dia em que saiu o resultado estava tão apertado no serviço que havia me esquecido da promoção, até que minha chefe me avisou sobre o resultado”, contou. A votação se encerrou no dia 14 de agosto e registrou 1613 curtidas nas fotos finalistas. No geral, a promoção contou a participação de aproximadamente 300 pessoas. O segundo lugar foi para Guilherme Augusto, 17 anos, que alcançou 204 votos e ganhou um vale-compras no valor de R$ 400. Já Yasmin Caroline, 7, que garantiu o terceiro lugar, teve 158 votos na foto. Ela
Guilhermeu Augusto foi bem votado e terminou na segunda colocação
recebeu um vale-compras de R$ 300. Os dois vestiram roupas da Hering e Ismênia Modas, respectivamente. Os vencedores do concurso cultural foram premiados no fim da tarde do dia 18 de agosto. Eles compareceram na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) onde receberam os prêmios. Juri especializado No dia 6 de agosto, um juri especializado compareceu à redação de DeFato para selecionar os 30 finalistas. O júri era composto por pessoas que entendem de moda e beleza: Mariane Barcelos, advogada e empresária do ramo da beleza (Lacqua di Fiori); Thiara Araújo, designer de moda, especializada em História da Moda pela escola Mairie de Paris e o personal stylist Alex Gomes, gerente da loja Carmen Steffens Itabira. Mariane lembrou que a promoção destacou a valorização o comércio
Dérion Dias Marinho foi o vencedor do concurso e arrematou um tablet e R$ 500
itabirano. “Devemos valorizar nossas empresas, que são lojas cada vez mais modernas e bonitas. Elas oferecem produtos de altíssima qualidade, cujos proprietários estão sempre em busca da venda de itens que atendam os anseios dos clientes”, declarou. Na opinião de Thiara, a promoção serviu para as pessoas ressaltarem seus estilos. “No evento da Expoita, observou-se bastante originalidade e criatividade dos participantes do concurso ‘Eu Visto Itabira’. Por ser um evento mais rústico, o estilo country foi bem marcado em alguns looks. A referência do couro e do xadrez estava bem representada, com destaque para os acessórios com franjas, que são uma super-tendência”, observou. Para Alex, os participantes se mostraram bem ‘antenados’ com as tendências da moda, sem receio de ousar nas apostas. “Os itabiranos não têm medo de apostar em looks diferentes”. □ AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Esporte Fotos: Renato Carvalho/DeFato
Correndo atrás da saúde
Sozinhos ou em grupos, novos ou idosos, atletas profissionais e amadores saem às ruas em busca da prática esportiva e de mais qualidade de vida
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orrer é um ato do ser humano, seja nos primórdios de nossa existência, como instinto pela sobrevivência, ou nos tempos atuais como esporte. Hoje a corrida é, talvez, o exercício mais básico e comum para quem quer perder calorias ou simplesmente se exercitar. São duas grandes vantagens: além de poder ser praticado em qualquer lugar, o esporte não é caro. O aspirante a atleta só precisa de vestimentas adequadas e se atentar bastante à escolha do tênis. O calçado representa conforto e segurança e evita lesões a curto e
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longo prazo. Os corredores amadores são facilmente encontrados em qualquer cidade. Logo cedinho ou no fim dos dias lá estão eles caminhando por distintas ruas e avenidas. Em Itabira, a equipe de corrida Speedy Fox completa oito anos em 2014 e conta com 140 atletas. Engana-se quem pensa que são profissionais. Todos ali possuem suas profissões e correm por paixão. É certo que alguns estão em níveis avançados e competem para valer, mas a grande maioria faz parte do time para exercitar corpo e mente.
O vice-presidente da Speedy Fox, Luiz Procópio, é um dos treinadores da equipe e sempre orienta os corredores. Com 38 anos de experiência, começou a correr com 14 anos de idade. “Eu tinha problema de coluna, estava ficando corcunda, até que um professor de educação física me colocou para correr. Desde então nunca parei”, conta o treinador. A equipe conta com três catego-
rias. A iniciante, na qual são feitas caminhadas; a intermediária, com corridas mais leves; e a categoria avançada, onde são propostas corridas pesadas e longas. “Qualquer um pode se juntar a nós para experimentar. Se tiver algum problema de saúde, a gente orienta. Só é preciso trazer o atestado médico”, explicou Procópio. Durante as corridas, os treinadores sempre se atentam aos atletas para ajudar na conquista dos objetivos com mais eficiência. “Às vezes a pessoa corre torto, sem coordenação, e aí vamos orientando, porque com esses desacertos perde-se velocidade e pode ocasionar lesões”, disse Luiz. Correndo sempre com a equipe, Procópio conta que os benefícios da prática esportiva em grupo são diversos. “Somos todos uma família. O stress vai embora, os problemas ficam em casa. Para quem não gosta de correr sozinho é uma boa opção, pois trabalha corpo, mente e ainda cria amizades”, diz. Para a educadora física Stephane Ferreira Pena, 28 anos, a corrida é um dos esportes mais completos. “Trabalha-se o corpo todo, pernas, abdómen, glúteos e outros. Ao mesmo tempo em que você ganha massa, você perde muitas calorias.”, destaca. “O condiciona-
mento e a capacidade física melhoram, assim como a circulação sanguínea. Além disso, para as mulheres, ajuda muito a tirar o culote. É o exercício que mais tira barriga e culote”, revela. Stephane começou a correr neste ano. Antes, porém, passou pela academia. Ela tinha o objetivo de perder peso, mas notou que o resultado estava sendo inverno. “Fiz três meses (de academia) e vi que estava hipertrofiando, crescendo, ganhando muitos músculos. Então resolvi correr na rua, pois na esteira é muito diferente e você não perde o mesmo tanto de caloria”, relata. Ela iniciou devagar, e à medida que persistia, ganhava mais condicionamento. “Não aguentava nem 5 km, ia parando, andando. Hoje sou apaixonada pela corrida e não largo mais. Consegui unir o útil ao agradável e perdi 9 quilos”, conta. Melhorias na saúde Vanderlei da Silva, de 40 anos, além de correr com a Speedy Fox nas terças e quintas, agrega o final de semana à sua rotina de exercícios. Ele começou a correr em 2007 após realizar um exame periódico e constatar que seu colesterol estava alto. “Decidi que tinha que melhorar minha saúde. Comecei fazendo academia, para for-
Vanderlei e Diego: pai e filho correm juntos por uma vida mais saudável
talecer, e caminhada. Com o tempo fui evoluindo”, disse. Priorizando sempre a corrida por trabalhar melhor o condicionamento e estrutura do corpo, Vanderlei passou a se sentir cada vez melhor no seu dia a dia. “Minha respiração melhorou, passei a trabalhar com mais vigor, sem cansar, e a qualidade de vida foi outra. Fiz outros exames depois e ficou constatado que o colesterol estabilizou”, comentou. Animado com os resultados, Vanderlei “arrastou” o filho, Diego da Silva, 10, para praticar exercícios. “Ele começou a correr há três meses. O médico disse que tínhamos tendência de passar o peso, e precisávamos controlar isso. Hoje é ele quem me chama para correr”, revela o pai. Diego conta que fazia futsal, mas decidiu parar por não ter gostado. “Eu ficava à toa em casa. Eu via meu pai saindo para correr e um dia ele me chamou para ir também. No começo ele quase me arrastou, mas depois gostei e não largo mais. Vou continuar correndo”, disse o filho. A vida passa rápido e é melhor não titubear. Hora de calçar os tênis, colocar uma roupa leve e sair para se exercitar. Se saúde é o que interessa, então, vamos correr! □
Luiz Procópio é corredor das antigas e incentivador de uma nova geração
Stephane começou a correr há um ano e já sente as melhorias da atividade física
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Culinária
Pudim de doce de leite INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
-1 lata de leite condensado bem cozido -1 lata e 1/2 de leite -3 ovos inteiros
Cozinhe a lata de leite condensado na panela de pressão por 40 minutos (contados depois que a panela começou a apitar). Deixe esfriar. Em uma panela, despeje o açúcar e a água e ferva até obter a cor de guaraná. Retire do fogo e despeje na forma de pudim com buraco no meio. Bata no liquidificador o leite condensado cozido, o leite e os ovos. Despeje tudo na forma e asse em banho-maria por 45 minutos. Só desenforme depois de frio, para não desmanchar.a abobrinha fique cozida, mas ainda firme. Tempere com sal e pimenta e deixe esfriar.
CALDA -2 xícaras de açúcar -1/2 xícara de água
infantil
Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br
MIGUEL MARCHIORI
GUSTAVO HENRIQUE MARTINS
ALICE BRANDÃO 5 MESES
3 ANOS
Pais: Weverton Martins Rafaela Fernandes
Pais: Eder de Souza Graciele Brandão
Pais: Wanderlúcio de Araújo Paulo Cláudia das Graças Fonseca Paulo
ALICE FRANCINY
LUCAS HENRIQUE TENÓRIO 4 ANOS
7 ANOS
Pais: Elaine Franciny Marciano Souza
Pais: Luciano Henrique Froes Tenório Danielle Aparecida Silva
Pais: Messias Dias Santos Ferreira Karine de Souza Marinho
PIETRO GOMES
MARIA EDUARDA DA SILVA
LUMA GABRIELE
Pais: Leandro Evangelista Grazielle Gomes
Pai: Douglas Silva Santos Jeisiane da Silva
Pais: Arlan Elio da Silva Karoline Silva Santos
1 ANO E 9 MESES
4 ANOS
3 ANOS
RECÉM NASCIDA
YASMIM CAROLINE FERREIRA
RECÉM NASCIDA
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DeFato
Flash Social
Fotos: DeFato e divulgação
A secretária municipal de Educação de João Monlevade, Helena Perdigão, o presidente da Câmara, Guilherme Nasser, o professor Mario Sergio Cortella, o prefeito Teófilo Torres e a primeira dama, Helen Póvoa
Poliana e Tales casaram-se dia 19 de julho, no Santuário de São João Batista, em Barão de Cocais
Thais Almeida está fazendo o maior sucesso como modelo em São Paulo. Ela é natural de Itabira e morou até os 17 anos na localidade de Hematita. E já possui trabalhos para marcas como O Boticário, Salon Line, Garnier Brasil, entre tantas outras.
Esteve em Itabira no dia 12 de agosto o recordista brasileiro de memória, Renato Alves. O homem com a melhor memória do Brasil ministrou palestra voltada à classe empresarial. O evento foi promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e realizado na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
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Ana Luiza Lage comemorando a formatura de Medicina ao lado da irmã Maria Thereza e da mãe Rosa Márcia
Recém-formada em Medicina, a itabirana Gizeli Oliveira Mazoni recebe o carinho dos pais, Cléber Coelho e Janisélia
Ana Cecília Silveira comemorou seus 15 anos no dia 30 de julho com uma sessão de fotos com o fotógrafo Paulo Sá. Ela é filha de Elcione Magda Silva (funcionária da Fundação Cultural) e Maurício da Silveira.
A modelo Thaimara Fernandes no editorial da nova coleção de Verão da Carolina Modas. As fotos do editorial foram produzidas pela Art Designer Fotografias,com make e hair do Espaço Bernardo Bello AGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Coluna
10 dicas para cuidar de sua imagem no trabalho
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Janaina Depiné Jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior, Janaina Depiné ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos. www.elegantesempre.com.br
“Dominar as próprias emoções é uma arte que conta pontos no ambiente corporativo”
competição, a falta de tempo e o excesso de trabalho têm feito muitas pessoas ficarem perdidas na hora de cuidar da própria imagem. Como conciliar carreira e vida pessoal. Onde começa uma e termina a outra? Para ajudar nessas dúvidas com relação à carreira, preparei dez dicas vitais que vão ajudá-lo(a) no seu sucesso profissional.
do que pode cumprir vai, certamente, levá-lo ao fracasso. Por isso, tenha uma lista das suas atividades diárias. Quando surgir algo novo mostre que terá que encaixar na data disponível e não na que o seu chefe quer. Você também pode sugerir postergar algo solicitado anteriormente para a semana seguinte e atender a emergência nova. Assim ele verá que não é má vontade, mas pura falta de tempo.
1 - Celular tem hora – No horário de descanso não responda e-mail ou atenda o celular (a não ser que você seja um obstetra, pediatra etc). Saiba impor limites. Aliás, a justiça recentemente considerou que incomodar o funcionário na folga configura hora extra. Relaxe! Isso ajudará você a ser mais produtivo nos dias de labuta.
6 - Dentro ou fora da panelinha – Não é porque a turma do trabalho se reúne nos fim de semana que você tem obrigação de participar. Colegas não precisam ser amigos pessoais, mas de vez em quando dê o ar da graça para não soar antissocial demais da sua parte.
2 - Celular é pessoal, com exceções – Se um colega deixa o celular na mesa e o aparelho toca insistentemente você só deve atender se ele lhe pediu isso explicitamente. Nesse caso diga assim: “Celular do beltrano” e logo explique que ele está em reunião ou outro compromisso. Agora, se ele NÃO pediu para você atender, faça-se de surdo(a) e deixe tocar. 3 - Almoço no escritório – Caso o local não tenha um refeitório ou copa, evite. Almoçar na mesa do escritório incomoda os colegas e o cliente pode flagrar você com a boca na botija, literalmente. 4 - Amigos, amigos, negócios à parte – Seja na busca por um emprego ou promoção, lembre-se que seu amigo quer crescer tanto quanto você. Se estiverem disputando a mesma oportunidade, não leve para o lado pessoal. Se a pessoa for amiga de verdade, vai superar perder a vaga para você. 5 - Diga não – Assumir mais tarefas
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7 - Responda tudo – Um ou 300 e-mails na sua caixa postal? Se não for corrente ou piada, você deve responder tudo ainda que se atrase um pouco. 8 - Engula o choro – Chorar por motivos profissionais mostra que você não consegue lidar com o estresse natural do trabalho. Além disso, pode revelar falta de autocontrole. Para não ganhar fama de pessoa que não sabe lidar com a pressão, aprenda a manter uma postura serena, mesmo nas horas mais difíceis. 9 - Um dia de fúria – Nem pense em ter um acesso de cólera no trabalho. Dominar as próprias emoções é uma arte que conta pontos no ambiente corporativo. Bater na mesa ou gritar depõe negativamente contra você. 10 - Vista-se adequadamente – Escolha a roupa de acordo com o cargo que almeja ou como quer ser vista profissionalmente. Mulheres que investem em roupas sensuais acabam ofuscando a competência Use roupas sóbrias e inspire confiança.
Lesões na corrida Renato Carvalho/DeFato
fisioterapeutas e orientação adequada de treino com educador físico. Dentre as lesões mais freqüentes, destacam-se: Fascite plantar: inflamação da estrutura de sustentação da planta dos pés que se estende do calcanhar aos dedos . Metatarsalgia: dor nos metatarsos, região anterior dos pés
A corrida é um dos esportes mais populares no mundo, e no Brasil, como todos nós estamos percebendo, o número de praticantes vem crescendo nos últimos anos. É comum a presença diária de homens e mulheres correndo nas avenidas da cidade e nas esteiras, em academias. E se até bem pouco tempo as competições de corrida eram interesse somente dos atletas, hoje, eventos envolvendo corredores amadores são cada vez mais comuns. O grande número de adeptos se deve muito pela facilidade em sua prática, pelos benefícios para a saúde e pelo baixo custo. Quem corre ou está envolvido no “mundo da corrida” sabe muito bem que tudo que o corredor não quer ouvir é que tem que parar de correr. Mas, assim como os benefícios decorrentes da corrida são inúmeros e facilmente perceptíveis, as lesões músculo-esqueléticas decorrentes da sua prática são freqüentes e apontadas como as principais causas de afastamentos e interrupções. Na literatura, ocorrência de 19,4% a 92,4% de lesões entre corredores, já foi descrita. Em estudo recente, no Brasil, foi verificado que cerca de 30% dos corredores de rua apresentaram algum tipo de lesão nos últimos 6 meses, sendo o sexo masculino e a faixa etária entre 31 e 45 anos os mais atingidos.
/AcademiaImpactoItabira
Talvez, seja exatamente a “facilidade na execução” que faz com que as lesões sejam tão freqüentes. Quase ninguém, quando resolve correr procura realizar uma avaliação profissional antes de começar e também não se preocupa em ter orientação profissional para conduzir o treinamento. Histórico de lesão ou alteração no sistema músculo-esquelético, grande volume de treinamento, aumento abrupto de volume ou intensidade, recuperação pós treino inadequada, calçado inapropriado e terrenos muito irregulares, aparecem como fatores de risco para lesão na corrida. Com base na biomecânica, constata-se que a maioria das lesões em corredores acontece pelo estresse repetitivo ao qual o corpo é imposto. Cada vez que encostamos o pé no chão na corrida, o corpo recebe um impacto de aproximadamente 3 vezes o peso corporal. Além disso, durante todo o tempo, ele luta contra a força da gravidade para se manter em pé e alinhado. Então, a maior parte dos fatores está relacionado a falhas de movimento ou de biomecânica corporal, decorrente ou não de lesão anterior, ou treino inadequado. Já foi identificado que cerca de 60 a 70% das lesões por uso excessivo podem ser prevenidas apenas com uma boa avaliação funcional com médicos e
Tendinopatias dos tendões dos pés e joelhos: processo crônico-degenerativo dos tendões, principalmente calcâneo e patelar Síndrome do estresse medial da tíbia: popular canelite, dor na região póstero-medial da tíbia, relacionada com inflamação do periósteo ou remodelação óssea na tíbia Bursite trocantérica dos quadris: inflamação da bursa (bolsa) lateral do quadril decorrente da fricção das estruturas localizadas entre fêmur e musculatura lateral da coxa.
“Quem corre ou está envolvido no ‘mundo da corrida’ sabe muito bem que tudo que o corredor não quer ouvir é que tem que parar de correr. ”
Rua Tiradentes, 95 - Centro - 31 3831-7509 Av. Mauro Ribeiro Lage, 65, Esplanada da Estação - 31 3831-6676
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Inauguração Itaótica em Barão de Cocais Fotos: DeFato
Seguindo seu projeto de expansão regional, a Itaótica inaugurou sua nova loja, em Barão de Cocais, no dia 26 de julho. Muita gente prestigiou a inauguração que teve direito a sorteio de brindes e várias novidades. A filial fica na avenida Wilson Alvarenga Oliveira, 30, Centro.
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Carmen Steffens Fotos: Paulo Sá
A loja Carmen Steffens Itabira lançou sua coleção Primavera Verão no dia 7 de agosto com coquetel especial para suas clientes.
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Festa de Agosto em Passabém Fotos: DeFato
A tradicional Festa de Agosto de Passabém aconteceu entre os dias 15 e 17. A principal atração foi o cantor sertanejo Marcelinho de Lima, que se apresentou na abertura do evento. Também houve participação do religioso Frei Zeca. No sábado, as atrações foram as duplas Henrique e Mateus e Marcelo Silva e Ryan. O encerramento, no domingo, foi com Gilliard e Cristiano. Houve rodeio todos os dias.
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32ª Expoita Fotos: DeFato
A 32ª Exposição Agropecuária de Itabira foi realizada entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, no Parque de Exposições Virgílio José Gazire. A festa foi aberta com show de Aline Barros. No segundo dia foi a vez da dupla Teodoro e Sampaio. Na sexta-feira, dois shows: Michel Teló e Humberto e Ronaldo. O sábado teve as duplas Zezé di Camargo e Luciano e Zé Ricardo e Thiago. O encerramento foi com apresentações da Turma do Pica Pau Amarelo e de Guilherme e Santiago.
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32ª Expoita Fotos: DeFato
Uma opção diferenciada para curtir os shows da 32ª Expoita foi o Camarote Brahma, que funcionou entre os dias 31 de julho e 3 de agosto (domingo). O espaço foi open bar, com cerveja, vodka, refrigerante e água liberado.
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Camarote Brahma na 32ÂŞ Expoita
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Prosa
Polícia! Roubo em feliz cidade
F Daniel de Castro Professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras
profdanieldecastro@hotmail.com
“Altruísmo e solidariedade são os ingredientes para este movimento único, potencial que representa o caminho transformador que almejamos para nossa sociedade”
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eliz vem igualando-se às suas grandes irmãs do Sudeste, com direito até à explosão de caixa eletrônico em pleno centro nervoso. E botem nervoso nisso! Ali não se empregou banana de dinamite. Plantaram no caixa foi um bananal inteiro! E quando Feliz já se esquecia da explosão, aí é que veio o roubo. Ele aconteceu também no centro nervoso, e, lógico, explosivo, do lugar. Um santo roubo! É, pensando bem um roubo não poderia merecer esse título. Mas Terra Santa também não. No entanto, ela continua sempre muito santa. Mesmo que, com toda sua terrestre santidade, tenha matado crianças na Faixa de Gaza, tenha feito os moradores daquele lugar ficarem mais enfaixados que múmias do Egito e tenha transformado aquela faixa, antes de Gaza, agora em Faixa de Gaze e de Esparadrapos. Ôba ia até me esquecendo do roubo. Do tal que deu-se de dia, com o sol quente, no centro nervoso, e explosivo, de Feliz Cidade. O comerciante estava ausente. E aquele artigo, diga-se de passagem, de primeira necessidade, dava sopa em cima do balcão. Ele tinha mais é que transformar-se em objeto direto do verbo mais conjugado no Brasil em todos os tempos. E modos. Era tarde, o meliante não encontraria mais o artigo, que não estava à venda, à sua disposição. Então, sem outra alternativa, roubou. O tal era muito valioso. Tratava-se de um artigo de Ronaldo Scucato, n’O ESTADO DE MINAS de 18/07/14, intitulado Cooperativismo e Solidariedade. Como àquela hora não haveria mais jornais nas bancas. O jeito foi despistar e inserir o papel dobrado no bolso. Com o dono do comércio, e consequentemente do artigo em questão, ausente, o meliante, o mesmo que aqui conta o caso, sentiu a compulsão de lê-lo devagar, de remoê-lo com calma. Aí...roubou!
Já se confessou com o ex-proprietário. Foi absolvido. Mas que roubou, roubou! Todavia, foi tudo por uma santíssima causa: levar as palavras do Ronaldo a um maior número de leitores. No jornal, Scucato escreve sobre o espírito cooperativista. Ali, ele diz que: “Os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo semelhante...” E, diz ainda que: “O diferencial do cooperativismo como modelo econômico é a preocupação com a coletividade, com a manutenção do bem-estar dos associados e da população do entorno das cooperativas. Um exemplo disso é a campanha do dia de cooperar (Dia C), que nasceu cinco anos atrás em terras mineiras. O projeto idealizado pelo Sistema Oceng em parceria com as cooperativas mineiras, busca incentivar e promover cooperados, colaboradores e familiares a realizar atividades de atenção ao próximo. É o Cooperativismo confirmando seu potencial transformador. Altruísmo e solidariedade são os ingredientes para este movimento único, potencial que representa o caminho transformador que almejamos para nossa sociedade.” É isso aí, seu Ronaldo, muito bom o artigo que eu roubei. Um país com tantos problemas sociais como o nosso precisa dessa injeção de altruísmo. E é como disse o Papa Leão XIII: “O Cooperativismo eleva economicamente o mundo”. E vê-se que ele cria riquezas de um modo solidário, democrático, humano e compartilhado. Que os empreendimentos cooperativistas se expandam entre nós. Eles possuem o potencial de responder àquela necessidade de que nos falou o sempre saudoso Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.
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Humor
Cabrito existe, pensa e conta causos Acompanhem os passos do Mestre durante este período de eleições
Candidato Um homem chega ao supermercado de uma cidade da região e compra todos os ovos e tomates estragados que encontra. Intrigada, uma jovem que atende no caixa pergunta: — Por acaso, o senhor vai assistir ao comício do deputado que está na cidade? — Psiuu...Fale baixo! Eu sou o deputado! Eleitor cego Aquele(a) presidente candidato(a) à reeleição estava em seu escritório, quando a secretária avisa: — Presidente, tem um eleitor cego aqui fora querendo vê-lo(a). E ele(a) diz: — Aí já e demais! Diga a ele que eu ainda não estou fazendo milagres!!!
se Dilma. — Os pessimistas estão achando que o lixo não vai dar para todo mundo… Karatê Numa cidadezinha do interior, estava acontecendo um Campeonato de Karatê. Num determinado momento do evento, uma repórter pergunta ao prefeito da cidade: — Prefeito, o que o senhor acha do Karatê. E o prefeito respondeu: — É melhor o cara tê do que não tê.
Piano Aquele político famoso, candidato mais uma vez à eterna reeleição, vai assistir à inauguração de um teatro numa pequena cidade do interior. O espetáculo começa com um recital de um pianista muito conhecido.Tentando evitar um vexame, o político vira-se para o seu assessor e pergunta: — Você entende de música? — Um pouco — responde o assessor. — O que é que esse cara está tocando? — Piano!
Pessimistas x Otimistas A presidente Dilma pediu ao seu secretário que fizesse uma pesquisa popular, para saber o que o povo estava achando de seu governo. Quando o resultado chegou, ela ficou muito curiosa: — E aí, qual é o resultado? — Olha, basicamente o povo se dividiu em pessimistas e otimistas. Qual você quer ver primeiro? — Os otimistas, disse Dilma. — Os otimistas dizem que daqui a alguns anos não haverá mais comida e o povo, desesperado, passará a comer lixo. — Assim não dá, assim não pode, esses são os pessimistas, você se enganou. Então quais são os pessimistas? — DisAGOSTO, 2014 defatoonline.com.br
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Opinião
Família : por um tempo maior
N
Renato Martins da Rocha Teólogo, trabalha com aconselhamento familiar em Itabira
rmrocha2002@hotmail.com
“É fundamental que a humildade seja a marca por excelência, como diz C. S. Lewis, autor da série As Crônicas de Nárnia: ‘A humildade é o caminho do prazer’”
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o livro “Um conto de duas cidades”, Charles Dickens aponta os problemas sociais e políticos da Inglaterra do início da Revolução Francesa. O autor traduz o seu tempo com uma frase paradoxal: “Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos”. Como podia o tempo ser, ao mesmo tempo, o melhor e o pior? O que ele estava retratando foi um período bem real e conflitante da história. Para alguns, foi um tempo de acumular grandes riquezas – o melhor dos tempos – e para outros houve uma expansão da pobreza e aumento do sofrimento – o pior dos tempos. Talvez pudéssemos traduzir a frase de Dickens também para a história de muitas famílias em nossos dias com a seguinte pergunta: “Como é possível termos configurações familiares tão paradoxais?” Se temos de um lado pais dedicados na formação do caráter moral e intelectual dos filhos; mães que até mesmo sem a presença do pai se esforçam em dar o melhor para os seus pequenos; filhos altamente preocupados com o bem-estar dos pais; e até mesmo avós envolvidos ativamente na educação dos netos; do outro, temos as maiores loucuras acontecendo no seio familiar: filhos que se juntam para assassinar os pais; pais que, movidos por interesses de ascensão financeira, entregam seus filhos à sorte; maridos que são amados por suas esposas mas que se aproveitam do momento para traí-las com outras; esposas autoritárias e mandonas; e irmãos que preferem se manter distantes uns dos outros. No final de tudo nos perguntamos: “o que está acontecendo com as famílias?”. Por que o paradoxo também se instala nas famílias? Acredito que a origem de tanta confusão está na falta de paradigmas balizadores dos relacionamentos familiares. Quero chamar sua atenção para uma pessoa que histórica e humanamente tem muito a nos ensinar na questão da vida e suas relações familiares: Jesus Cristo. Entre seus vários ensinamentos e princípios, destaco três que nos servem como excelentes balizas para que as famílias vivam “o melhor dos tempos”, experimentado pelo
o próprio Jesus em seu relacionamento familiar: Humildade: É fundamental que a humildade seja a marca por excelência, como diz C. S. Lewis, autor da série “As Crônicas de Nárnia”: “A humildade é o caminho do prazer”. Os conflitos no seio familiar acontecem quando a humildade não está presente para colocar cada um no seu lugar e cada um, ao invés de brigar por seu direito, se humilha e reconhece que errou e está arrependido. Autoridade: É preciso que os pais assumam o papel de autoridade sobre seus filhos. Que não entreguem a formação do caráter dos seus filhos a babás eletrônicas (tv, internet), nem terceirize a criação dos mesmos para as escolas, governo ou outras entidades. Os pais devem servir de modelo de autoridade pautada no amor, cuidado, serviço, disciplina e no perdão para os filhos. Relacionamentos onde há autoridade como a de Jesus, que mesmo sendo Senhor e Mestre lavou os pés, nunca correm o perigo de se subverter em autoritarismo, ditadura ou despotismo. Exemplo: Jesus, sendo Deus, sabia perfeitamente que o melhor aprendizado é pelo exemplo. Ele sabia que discursos ou meras informações não seriam suficientes para moldar a vida de ninguém, mesmo daqueles que moram na mesma casa. Pais precisam ser exemplo de perdão, compaixão, renúncia, arrependimento, serviço e principalmente de caráter. Maridos precisam ser exemplo de cuidado, serviço, bondade e verdadeiro amor. Esposas, exemplo de paciência, esperança e bondade. Como dizia Malba Tahan (1895-1974), um dos maiores divulgadores da Matemática no Brasil: “Os sábios educam pelo exemplo e nada há o que atinja o espírito humano mais suave e profundamente do que o exemplo”. Para finalizar, minha oração é que Deus esteja cuidando de sua família de um modo muito especial, trazendo não só o melhor dos tempos mas principalmente um tempo de paz, harmonia, alegria, reconciliação, perdão, pertencimento, convivência e amizade.