EM ITABIRA: AV. VILA LOBOS, 82, ESPLANADA DA ESTAÇÃO - TEL: 31 3831-3588
DeFato
Ao Leitor
A vida é bélica
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oubei esse título de uma redação que fiz em 1999, em uma aula de Língua Portuguesa do 4º ano da Escola Técnica de Formação Gerencial. Encontrei a folha do fichário, manuscrita, em meio a alguns materiais antigos que guardei após a formatura do Ensino Médio (aquela papelada que a gente junta sem saber o porquê e um dia tem que dar fim). A nota do professor estava escrita de vermelho, no topo da folha: 4.9 sobre 5.0. Curiosa para saber porque perdi 0.1 ponto, resolvi ler o texto. Foi escrito aos 18 anos. Eu não era jornalista, não era empresária, não tinha filhos e “não sabia nada da vida”. Descobri porque não tirei a nota máxima: havia uma palavra escrita errada. Descobri também que as palavras certas estavam mais certas do que eu pensava. Peço licença para me poupar de escrever o editorial desta edição e transcrever a minha velha redação, com o perdão da linguagem juvenil e do anacronismo. “Não sou capaz de imaginar onde uma sociedade tão egoísta como a nossa irá chegar. Parece que as pessoas não se importam mais umas com as outras. Não existe respeito mútuo, solidariedade é uma teoria. Somos ciclanos e beltranos vivendo sob os poderes de um executivo corrupto, um judiciário engessado e um legislativo jurássico. Somos não mais que um emaranhado de números, pontinhos, tracinhos, dígitos, sem os quais não seríamos ninguém, nem ao menos existiríamos. Não passamos de seres ignotos, habitantes de uma terra capitalista, onde a moeda tem valor muito maior do que o expresso nas notas. Um lugar em que a definição de riqueza está como que absorvida e confundida com a ideia que temos de poder, felicidade e até beleza. Vivemos em tempos esmagadores.
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Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br
Não podemos mais andar nas ruas sem correr o risco de sermos atingidos por uma bala que se perdeu. Ou, pelo contrário, estar no alvo exato da bandidagem. O sujeito trabalha, economiza, e aquilo que compra não é dele; está apenas guardando para o espertinho que poderá vir tomar a qualquer momento. A gente paga imposto para ter, imposto para ser, imposto para viver. Até para morrer tem que pagar. E mais: a televisão despeja uma tonelada de lixo tóxico em nossas salas todos os dias. O famoso corredor da escola virou quase um corredor da morte, tamanha a violência que invadiu as salas de aula. Há populações inteiras passando fome; há pessoas rejeitando comida. Homens brigando e se matando sabe-se lá pelo quê. Ainda poderia citar uma porção de fatos que completariam esse meu dossiê opressivo, mas ficarei por aqui. Com tanta coisa ruim acontecendo, onde estaria o amor? Será que ainda existe? Claro que sim. E pode ser comprado em qualquer esquina. Pode se amá-lo até via internet. E pode chamá-lo por qualquer nome, porque é um amor falso. É um pouco difícil de entender, mas apesar de tanta maldade, tudo está sob controle. O Senhor da História continua sendo o mesmo e isso nos certifica de que não estamos em um trem descarrilado. E, assim, continuamos nossa caminhada rumo ao desconhecido. Pegamos carona com a modernidade e sequer perguntamos aonde ela estava indo. Sinto saudades da época em que tempo não era artigo de luxo, era algo popular, todo mundo tinha. Saudades de uma época em que a única informação realmente ultrassecreta era a receita do bolo da vovó.” Kelly Eleto
Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Renato Carvalho Tatiana Santos jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Comercial comercial@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR
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Entrevista
Carlito Andrade
Fotos: Divulgação
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Sumário
São Gonçalo
Bons de escola
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Morro do Pilar
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Solidariedade
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Capa
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Especial
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BR 381
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Esporte
Tutu da Madrugada
Som altruísta
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Mineração, diversificação e empreendedorismo
Circuito do Sabor
A contadora de histórias
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Voando alto
Colunas
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Daniel Lança
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Márcio Labruna
O futuro de Itabira está na Califórnia, não na China
Momento de decisão
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Janaina Depiné
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Daniel de Castro
Na viagem não se esqueça da etiqueta! O ducentésimo
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DeFato
Cartas
Capa O Festival de Inverno de Itabira superou expectativas. Belas apresentações, shows de qualidade e muita movimentação pela cidade. A Prefeitura de Itabira poderia aproveitar esse clima que fica depois do Festival e investir em ações que durem o ano inteiro. Itabira precisa respirar mais cultura e menos minério e nada melhor que se espelhar no Festival de Inverno para atingir esse objetivo. Cálio Lúcio Andrade| Itabira
Agosto 2014 Edição 260
Grande apanhado fez a DeFato sobre o Festival de Inverno. Belas imagens. Julho é, realmente, um mês diferenciado em Itabira. Salve, salve o Festival! Pedro Antônio | Itabira Investir em cultura é de suma importância para o desenvolvimento de qualquer cidade. E o Festival de Inverno de Itabira é a prova disso. Tudo fica mais bonito no mês de julho em nossa querida terra. Dá gosto de acompanhar a agenda, ver o teatro da FCCDA movimentado, as pessoas empolgadas com grandes shows. Fica a torcida para que o Festival de Inverno continue encantando nossas cidade. Maria Eulália Vieira | Itabira Que maravilha é o mês de julho em Itabira. Mas a cultura precisa ser perene, durar o ano inteiro. O Festival de Inverno precisa ser um incentivo para que os nossos governantes invistam com constância em cultura e diversidade de apresentações. Vânia Bretas Guimarães | Itabira
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Entrevista Professor Cortella é um exemplo na área da educação. Sereno e com ideias arejadas. Sempre bom ler o que ele diz e anotar seus ensinamentos. Andrea Pires Santos | Itabira Estive em Monlevade e acompanhei a palestra do professor Cortella. Foi muito legal. O jeito que ele passa os
ensinamentos é motivador para nós que somos da área da educação. Leila Ferreira | João Monlevade Em uma área tão importante, mas, ao mesmo tempo, tão cheia de ingratidão como é a educação, é sempre bom ter acesso a ideias de mentes tão lúcidas. Vamos trabalhar forte para “dar alta” à nossa educação. Precisamos vencer essa luta. Vânia Patrícia | Barão de Cocais Já falta espaço Assistimos em Conceição do Mato Dentro o que já vimos em cidades como Itabira, Ouro Preto, Mariana e Barão de Cocais. Municípios mineradores que sofrem com o boom de grandes projetos. O triste é constatar o motivo disso ainda acontecer. Falta visão política de nossos governantes, que sempre esperam a doença para depois tentar remediar. Agnaldo Vasconcelos | Itabira Coisa de homem também Excelente matéria. Esclarecimento de extrema importância para todos. Rosália Corrêa | Itabira/MG Matéria importantíssima. Eu mesmo não sabia que homens também estão sujeitos ao câncer de mama. Parabéns à DeFato pelo esclarecimento e pelo desempenho perfeito do papel da imprensa, que é a prestação de serviço. Vinícius Gusmão | Caeté Fica a informação para os homens. Somos, geralmente, mais desleixados com essas coisas de saúde e quase nunca nos atentamos para certas anormalidades. O câncer de mama, apesar de raro, já apresenta certa recorrência em homens, especialmente pela falta de conhecimentos. Vamos abrir os olhos e ficar bem atentos aos sintomas. Saúde é coisa séria e não deve ser tratada com desleixo. Carlos Alberto Freitas | Itabira
Escola de negócios Empreender. É essa a saída para os nossos dias atuais, tão marcado pelas mudanças constantes. Parabéns ao engenheiro Mauricio Bitencourt pelo trabalho desenvolvido em Itajubá e parabéns ao Inovatec por se espelhar nesse modelo de sucesso. Coisas boas vão sair daí, podem esperar. Jair Machado | Itajubá Esperança entre as grades Que bom que ainda temos bom samaritanos no mundo. A solidariedade, felizmente, ainda é um característica conservada pelo homem. É preciso, sim, que as pessoas paguem pelos seus erros, mas isso não quer dizer que devem ser jogadas no fundo do poço e deixadas lá, sem qualquer tipo de ajuda ou palavra de acolhimento. Felicidades aos que participam desses
grupos que trabalham no presídio. Que recebam em dobro tudo aquilo que destinam às pessoas. Arlete Cruz | Itabira Parabéns ao pastor Renato e aos grupos da Igreja Católica e Espírita. Imagino o quanto vocês sofrem ouvindo as histórias de quem está preso e também com a repressão da sociedade. Ainda existe muito preconceito e aquele pensamento de que não deve haver direitos para quem cometeu crime. Mas Deus sempre nos ensinou que amar ao póximo sobre todas as coisas é o caminho. É difícil, mas é assim que devemos nos portar. Ana Maria Vieira | Itabira Trabalho muito bonito. Que Deus dê forças a todos vocês para que consigam atingir os objetivos.
Vanderlei Miranda | Nova Era Expoita Fale quem quiser falar, mas desta vez a CDL e a Prefeitura acertaram em cheio. Além do preço acessível do ingresso e shows ótimos, tem também o lado social, ajudando as entidades itabiranas. Parabéns! Jane Silva | Itabira Parabéns ao prefeito e aos organizadores. Pela primeira vez na história de Itabira esta foi uma verdadeira exposição para a população. Sérgio Máximo | Itabira Correndo atrás da saúde Saúde é o que interessa e o resto não tem pressa. Vamos todos nos exercitar. Luiz Nolasco | Caeté
DeFato
Entrevista
SEBASTIÃO CARLOS DE OLIVEIRA ANDRADE
A vida em sua
simplicidade Carlito Andrade conta como as práticas das chamadas ecovilas, recomendadas pela ONU, têm transformado a realidade social de seis comunidades no vale do Rio Tanque, em Itabira Sérgio Santiago
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anhã de domingo, dia da Independência do Brasil, vale do Rio Tanque, Itabira. O mestre em economia empresarial e terapeuta social pelo Colégio Internacional de Terapeutas, Sebastião Carlos de Oliveira Andrade, recebe DeFato para uma entrevista exclusiva. O tema: ecovila. Carlito, como é conhecido entre os amigos, vem desenvolvendo, desde 2007, um trabalho baseado em pensamentos de países como Escócia e Índia com o objetivo de resgatar a tradição e introduzir novos conceitos sociais nas seis comunidades que compõem a Associação Comunitária Rural dos Moradores do Vale do Rio Tanque (Amorita). Moradores das localidades de Pereira, Parí, Ponte, Machado, Capitinga e Gomes o consideram um grande líder. Basta ver algumas mensagens de agradecimentos expostas do lado de fora de alguns centros comunitários. Carlito conhece todos no vale. Em qualquer encontro, faz questão de cumprimentá-los com um forte abraço. Sempre que possível, convida também pessoas de outras cidades, estados e até países a conhecer o estilo de vida simples da região e trocar experiências. O resultado, segundo os próprios moradores, é sempre surpreendente.
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Itabirano – apesar de ter sido registrado em Santa Maria de Itabira –, Carlito mora atualmente no Rio de Janeiro, mas vem à região rural de Itabira todos os meses. Especialista em ecogestão, ele quer fazer do Vale do Rio Tanque um exemplo de que a comunidade pode conquistar sua autonomia, ser dona do seu território e provar que há, sim, alternativa ao consumismo exacerbado. O que são ecovilas e como esse conceito está sendo trabalhado aqui nas comunidades? Isso tudo nasceu com a Universidade da Paz (Unipaz), criada por Pierre Weil. Quando José Aparecido de Oliveira foi governador do Distrito Federal, ele doou a Granja do Ipê, em Brasília, para a sede da Universidade da Paz, que propõe estimular uma cultura não consumista que possa desenvolver uma alternativa à cultura atual, que é consumista, imediatista e leva à exaustão do Planeta. Na Universidade da Paz, honramos três ecologias: a ecologia pessoal, que é manter seu corpo com a nutrição mental, física, espiritual e emocional; a ecologia social, que trabalha a ideia de mediação de conflitos; e a ecologia ambiental. Tudo nasce dessa raiz da Unipaz. Juntamos isso ao conceito de ecovilas, que
é uma recomendação da Organização das Nações Unidas através da Unesco. A ONU recomenda que as doenças das grandes metrópoles devem ser saradas com as dimensões humanas. A primeira ecovila referencial da Unesco está em Findhorn, na Escócia. Mais ou menos duas mil pessoas foram alojadas num lixão da Segunda Guerra e hoje, depois de 50 anos, elas estão resgatando a cultura local e vivendo uma cultura de paz. Eles trabalham uma egrégora que tem oito componentes: o respeito à espiritualidade, cultura, saúde integral, cultura integral, meio ambiente, comunicação, governança e economia. Nós trouxemos essas ideias e estamos procurando praticar. Nos inspiramos também na Universidade dos Pés Descalços, da Índia, onde um grande mestre, um senhor rico de tudo – até diplomata – se alojou numa vila que tinha dificuldades de suprimento de água, muita carência, e, através das mulheres, fez uma transformação e criou lá uma universidade. Quando e como o trabalho começou? Começou em 2007. Criamos aqui uma Oscip e ela foi reconhecida pelo Ministério da Justiça em janeiro de 2008. Criamos um estatuto também inspirado em Findhorn, em que honramos essa egrégora com oito pilares.
“A ONU recomenda que as doenças das grandes metrópoles devem ser saradas com as dimensões humanas”
Tanto que o nosso centro comunitário é um octógono. Temos como princípio a recomendação da Unesco: num território local, que é este vale, também chamado base local, estimulamos uma liderança legítima, que significa aquela que vai mudar a cada dois anos para manter a renovação e dar autonomia à comunidade. São seis comunidades. Em cada uma delas, temos três dirigentes. Um é o líder, que mudamos a palavra de presidente para ecogestor. O outro é o diretor administrativo, que chamarmos de ecogerente, voltado para dentro. E o terceiro é o diretor de desenvolvimento, voltado para fora, que também chamamos de ecogerente. Temos em cada uma das seis comunidades três líderes. Os ecogestores elegem entre eles o que a gente chama de governante, que tem a representação jurídica e legal da Associação Comunitária Rural dos Moradores do Vale do Rio Tanque (Amorita). As comunidades são Pereira, Parí, Ponte, Machado, Capitinga e Gomes.
Sérgio Santiago/DeFato
Quando você chegou com todos esses conceitos de outros países e culturas, como foi a aceitação? Na época do Governo Li, fiz aqui um trabalho e constatamos que a zona rural de Itabira tinha um desenvolvimento parecido com o Vale do Jequitinhonha. É uma relação antiga, de fazendeiro com empregado – falo isso com muita tranquilidade, porque sou filho de fazendeiro – ainda meio que servil. As pessoas olham para o chão, o fazendeiro às vezes nem cumprimenta. E ensinar a essa população a dar um abraço e se sentir igual é muito difícil. O trabalho que estamos fazendo contrapõe ao domínio de cabo eleitoral. Tem um cabo eleitoral aqui que nos cria muitos desafios. Até agradeço a Deus porque dizem que nada é melhor do que uma boa oposição. Mas fazer com que a comunidade se sinta dona é um exercício muito difícil, é um exercício cotidiano e não dou nenhuma garantia de que esteja enraizado. Para você ter uma ideia, fizemos a 31ª reunião de governança. Todo mês reunimos as lideranças, olhando ata, tudo registraSETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Entrevista
do, fazendo com que essas práticas e ideias estejam sendo sempre honradas. Durante nossas reuniões, quando o pessoal começa a entrar naquela reclamação mútua, a gente lembra da orientação: sempre copo meio cheio. Senão entramos na dificuldade do conflito que leva ao lado destrutivo (o meio copo vazio). Quando você olha o lado construtivo, as pessoas vão criando um novo comportamento. Começamos aqui um trabalho de capoeira no Gomes, uma comunidade de descendentes de africanos, e uma das lideranças é o Rafael, um garoto de 19 anos. Então eu diria para você: está nascendo. Mas é uma planta sensível, que requer regar todo dia. Você falou da alternativa ao consumismo. Na prática, tem algum exemplo daqui que pode ser citado? Tem. Uma prática que imediatamente me vem à cabeça é dos meus aprendizes lá da Unipaz, da qual sou também um facilitador. Trazemos aqui engenheiros, advogados, gente de nível que está naquele consumismo exacerbado, e selecionamos as famílias da comunidade que estão dispostas a recebê-los por um dia. Imagine só, por um dia. Eles vêm de ônibus, descem aqui no centro comunitário, tomam um lanche, e lemos para eles um currículo das famílias, com todas as características. Eles então escolhem as famílias e vão dormir uma noite com ela, tomando banho de cuia, dormindo no chão, em quarto sem porta, para viver a chamada simplicidade voluntária. É um exemplo maravilhoso. Tenho o caso de uma psicóloga que quando voltou para casa, olhou o guarda-roupas e viu o quanto ela tinha de coisas que não usava. Disse ela: “Vi amor e solidariedade em abundância”. Doou quase 80% das roupas que não usava. É impressionante como esse exemplo quebra aquela visão do consumismo exagerado. É como aquela prática usada no Butão, na Ásia, onde a ONU está estimulando a simplicidade, não no conceito de produto interno bruto, mas de felicidade interna bruta. Em
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outra ocasião, trouxemos aqui também pessoas de Belo Horizonte que podiam trocar cobertores, roupas e outros itens com a comunidade por produtos locais. Três cobertores, por exemplo, foram trocados por um pé de alface. Quatro vestidos maravilhosos por um chuchu. Isso serve para mostrar que os conceitos de valores são diferentes. Dá para replicar o modelo de ecovilas em grandes comunidades ou cidades? Antes de responder, queria dizer que estamos indo para o sexto ano em que distribuímos em dezembro presentes para todas as crianças da comunidade. Arranjamos patrocínio, o Corpo de Bombeiros de Itabira às vezes vem e também nos ajuda, e é muito interessante contar isso porque os adultos também recebem presentes. Há senhoras aqui que nunca tiveram uma boneca. E detalhe: distribuímos bonecas negras e brancas. Em relação à sua pergunta, dá para replicar, sim. Credito ao bispo dom Marcos Noronha o fato de Itabira ter hoje um movimento comunitário com 102 associações filiadas à Interassociação. Mas essas associações não foram respeitadas por todos os governos. No governo Li, com uma orientação excelente do Governo Itinerante, as associações participaram ativamente, contribuindo para as políticas públicas e reivindicando coisas simples, como a melhora de suas bases. Isso deu uma força muito grande. Era uma época em que a associação era
muito ativa. Hoje me assusto com a Interassociação. Cadê as lideranças de Itabira? Cadê a elite? Estão omissas. Chego lá na Interassociação, naquilo que posso chamar de elite intelectual e econômica de Itabira, e acho gatos pingados. Ressalvo o Mozart ou algum outro nome que aparece, mas é difícil achar um nome porque está entregue, com todo respeito, à periferia. Quero honrar a periferia, mas ela precisa estar integrada à elite. Acho que dá para replicar, mas quebrando essa história de um líder comunitário perenizar no poder. Líder comunitário que pereniza no poder é cabo eleitoral. E cabo eleitoral intermedeia o bem público, aproveita dele e distribui migalhas. Isso não faz com que o bem público permeie toda a sociedade. Em relação aos conhecimentos tradicionais da comunidade, como os fitoterápicos e chás, você disse que pesquisadores de Betim têm visitado o vale. Que trabalho é esse? Leio muito física quântica – se quiserem, pesquisem na internet aí o Efeito Isaías –, e o que está sendo provado é o seguinte: o indivíduo, quando está em estado meditativo, receptivo, relaxado, ele potencializa o remédio ou o medicamento em 20, 25 vezes. Tenho um amigo da Unipaz, um físico nuclear da Índia que vive no Ceará, que pesquisa física quântica e cura. Ele conta o caso de uma senhora que fazia tratamento de radioterapia e não tinha ideia do que se tratava. Pergun-
DeFato tou ele à mulher: “A senhora sabe o que é radioterapia?”. Ela, muito simples, respondeu. “Sei não, senhor, mas acho que é ouvir rádio”. Ele continuou. “A senhora gosta de ouvir rádio?”. E ela respondeu. “Adoro”. Com base nessa informação, o físico disse para os médicos ligar para a paciente um rádio, na estação que ela gostava de ouvir, enquanto ministrava o medicamento. Com o absoluto estado de relaxamento, o medicamento previsto para se aplicar durante 10 vezes, em cinco não precisa mais. Essas práticas, como a fitoterapia, que é a base da medicina chinesa, a acupuntura, muito praticada pelos orientais, trabalham no chamado efeito placebo. É justamente o caminho quântico, que pode ser chamado de milagre. O Ministério da Saúde já reconhece como prática integrativa complementar esses conhecimentos. Há imediatismo e consumismo também no ato de medicar? A medicina clássica hoje está “financeirizada”, medicamentosa. O dinheiro está falando mais alto. A pessoa não vai ao posto de saúde procurar medicamento. Ele quer remédio, remediar. Numa pesquisa voluntária que fiz em Ipatinga, de 738 pessoas que foram ao centro de saúde, nem 10% precisavam tomar medicamento alopático. Queriam ser ouvidos, tinham um problema em casa. E o que que está havendo? Quando o médico aplica um remédio daquele forte, o laboratório
fica feliz, porque fatura alto. Os médicos também, porque se livram do paciente. Mas a cura não está existindo. E essas práticas preventivas, chamadas integrativas complementares, estão tirando gente de posto de saúde e de uma alopatia viciante. Trouxemos aqui pessoas de Betim, que já têm uma prática boa, e os terapeutas trazem de lá acupuntura, fitoterapia, homeopatia e
“A medicina clássica hoje está ‘financeirizada’, medicamentosa. O dinheiro está falando mais alto. A pessoa não vai ao posto de saúde procurar medicamento. Ele quer remédio, remediar” várias outras práticas que estão sendo feitas aqui na comunidade com efeitos testemunhados muito bons. Pessoas que não estavam andando, a perna que doía, a dor de cabeça que não curava. São práticas que potencializam a cura. Conversei com Reynaldo (Damasceno), secretário municipal de Saúde, e ele já criou dentro da estrutura da secretaria a Seção de Práticas Integrativas Complementares. Vai criar também a farmácia fitoterápica, para disponibilizar plantas e etc. Fiquei muito feliz porque Reynaldo disse que aqui [Vale do Rio Tanque] pode ser o ambiente experimen-
tal. É isso que a gente tem feito. Gostaria de acrescentar algo? Posso listar o seguinte. Temos aqui o cemitério da família feito pelos escravos que estava abandonado. O primeiro ancestral foi enterrado lá em 1860. Então você imagina. Antes de resgatarmos aquilo lá, tinha boi passando em cima, e hoje está tudo arrumadinho, com a capela toda pintada, salão comunitário e tudo mais. Brinco com meus parentes assim: já tem lugar para rezar, morrer, fazer velório e enterrar. Quando a gente resgata isso, sente que nossos ancestrais estão vivos dentro de nós. A ancestralidade é uma grande corrente, um grande rio que indica de onde venho e para onde vou. Tenho alertado o pessoal daqui para alguns aspectos sérios. A duplicação da BR-381, que vai trazer uma invasão de chácaras para essa região, e a pressão do investimento das mineradoras, que já está causando uma invasão muito grande por aqui, são alguns deles. Hoje mesmo tive contato aqui com espeleólogos, medindo a região para, no futuro, passar um mineroduto da Vale. A gente precisa estar preparado para isso e a comunidade está, a meu ver, consciente de que é a dona do seu território, com liderança legítima e cada vez mais conquistando sua autonomia. □
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DeFato
Anote Cidades Renato Carvalho/DeFato
A fonte minguou
O que todos temiam, aconteceu. Devido à seca e, principalmente, à falta de obras de captação nos últimos anos, Itabira entrou em um racionamento de água que deixou muitas famílias desabastecidas em meados de setembro. Antes mesmo de o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) anunciar que a água seria cortada das 13h às 21h todos os dias da semana, moradores de bairros como Colina da Praia, Juca Batista, Amazonas e Pará passavam dias sem uma gota na torneira. A reclamação foi geral. Diante da necessidade urgente de economizar (o itabirano gasta mais água que o recomendado pela ONU), DeFato começou uma campanha de conscientização, um pouco agressiva até, que deu repercussão: a “Patrulha do Desperdício”. Várias fotos de flagrantes de cidadãos “varrendo” a calçada com a mangueira ou lavando o carro foram publicadas – resguardando a identidade dos envolvidos, claro. Vazamentos em reservatórios e encanamentos do próprio Saae também não escaparam. A autarquia fez algumas intervenções pontuais, contratou um gerador para bombear água do rio de Peixe para a bacia da Pureza e as obras improvisadas remediaram um pouco. Mas o abastecimento municipal continua fragilizado. Três projetos de captação estão em andamento, sendo um deles, o do rio Tanque, o maior e mais caro. Enquanto as obras não forem realizadas, contudo, o racionamento em época de estiagem será sempre uma ameaça.
Diversos advogados que atuam em Itabira fizeram uma manifestação inédita, no dia 11 de setembro, contra a morosidade com que tramita cerca de 50 mil processos no Fórum Desembargador Drummond. O protesto aconteceu na porta do prédio do Judiciário, no bairro Pará, e reuniu também membros da comunidade, as principais vítimas da falta de juízes. Os discursos, alguns deles inflamados, foram ampliados por um carro de som estacionado no canto da rua. Manifestantes também empunhavam cartazes com palavras de ordem. O presidente da 52ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Fabiano Penido, afirmou que quem leva a culpa é o advogado, que está em contado direto com o cliente. Penido afirmou também que, devido ao acúmulo de serviço, os servidores do Judiciário estão desmotivados, a estrutura caótica, os advogados desmoralizados e a população abandonada. O protesto foi apenas o começo. Assinaturas foram colhidas e serão enviadas ao presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e à Corregedoria Geral de Justiça. “Se precisar, vamos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Onde for necessário, vamos denunciar e reivindicar a solução para esse problema”, ressaltou Fabiano Penido.
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Sérgio Santiago/DeFato
50 mil processos parados
Guardas do patrimônio Morro do Pilar, cidade de pouco mais de 3 mil habitantes, acaba de criar a Guarda Patrimonial Municipal. Segundo a Prefeitura, a equipe foi treinada para cuidar do patrimônio público, como escolas, unidade de saúde e demais prédios públicos. Os guardas também vão atuar em parceria com as polícias Militar e Civil, principalmente nas ocorrências mais graves. “A Guarda vem reforçar, não só a questão da segurança, mas a sensação de segurança em favor da comunidade de Morro do Pilar”, afirmou a prefeita Vilma Diniz. Divulgação
Apae 40 anos A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) comemorou 40 anos em Itabira no dia 20 de setembro. Para celebrar a data, a instituição realizou um evento dedicado aos alunos, pais, parceiros, diretores e convidados. Foi uma tarde de homenagens, com a entrega do troféu “40 Mais”. A presidente da entidade, Emídia Tércia, fez um discurso emocionado e lembrou dos obstáculos e desafios superados ao longo dos anos. “Só tenho a agradecer ao Senhor. São 40 anos de lutas, de glórias, de sacrifício, de emoções”, disse. Depois da celebração de um culto ecumênico, o momento mais marcante: a entrega dos troféus. Foram homenageados os usuários da entidade, representados pelos alunos mais antigos, os pais, parceiros antigos e atuais, além de ex-presidentes da associação. Divulgação
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DeFato
Anote Cidades
Operação pente-fino
Não caia no golpe
O Procon e a Vigilância Sanitária de Itabira apreenderam cerca de 400 quilos de alimentos nas fiscalizações realizadas nos supermercados da cidade. A força-tarefa começou no dia 1º de agosto, no supermercado Bretas, e em apenas dois dias apreendeu, em diversos estabelecimentos, produtos vencidos, com avarias, deteriorados e acondicionados fora dos padrões de temperatura. Entre os materiais estavam carne, linguiça, peixes, queijos, enlatados e farináceos. Em breve os supermercados dos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema também serão fiscalizados. Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, Ilacir José da Silva, mais do que apreender, a intenção é conscientizar os comerciantes. “O mais importante disso é a educação sanitária”, disse. A secretária-executiva do Procon, Rejane Assis, informou que a força-tarefa vai continuar.
Acesso fácil ao Taboleiro
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A cachoeira do Tabuleiro, localizada em Conceição do Mato Dentro, ganhará uma trilha ecológica que proporcionará acessibilidade e mais segurança aos visitantes. O acesso será estruturado de forma a diminuir a corrosão, erosão e degradação da natureza. Com 273 metros de queda d’água, a cachoeira é a maior de Minas e a terceira maior do Brasil. Em média, 5 mil pessoas visitam a cachoeira por ano. Com o acesso facilitado, esse número pode aumentar significativamente. Para o Instituto Estadual de Florestas (IEF), que tem expertise em gestão de parques de conservação, o uso público é importante, uma vez que proporciona geração de renda com pouca interferência no patrimônio. A trilha ecológica do Tabuleiro ocupará menos de 1% da área Parque. Ao todo, serão 11 quilômetros, ligando as cachoeiras do Tabuleiro e Rabo de Cavalo. Da sede do Parque do Tabuleiro até a cachoeira do Tabuleiro são 2,3 quilômetros.
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Um novo golpe tem lesado proprietários de cartões de crédito em Itabira. Criminosos que fingem ser atendentes das operadoras estão ligando para os clientes, iludindo-os com informações falsas sobre benefícios e bônus com a intenção de induzi-los a passar informações pessoais. De acordo com a secretária-executiva do Procon, Rejane Maria Assis Bretas, os estelionatários pedem a confirmação de dados, levando o consumidor a pensar que realmente tem algo a receber. Ao ceder as informações, o consumidor concorda automaticamente com os falsários e acaba vítima da fraude. O órgão orienta os clientes a não fornecerem dados caso recebam qualquer ligação suspeita. Conforme Rejane, nesses casos as operadores se eximem da responsabilidade, uma vez que o próprio dono do cartão não foi prudente. “Ligou oferecendo bônus em cartão, descarte”, afirma ela.
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Computador para todos
A Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo entregou, durante o mês de setembro, computadores a todos os estudantes da rede municipal de ensino. No total, mais de 2 mil equipamentos foram distribuídos. Levantamento feito pela organização Todos Pela Educação aponta que 48,1% das escolas públicas do Brasil não têm computadores à disposição dos estudantes. Para a secretária de Educação, Glória Pessoa, a novidade representa um salto na educação do município. “Vivemos no mundo da tecnologia e nossos professores terão um equipamento pedagógico prazeroso que irá deixar nossos alunos mais motivados”, disse. O prefeito Antônio Carlos ressaltou: “O futuro está na educação. O programa Computador por Aluno foi planejado desde o meu primeiro dia de governo e este investimento vai fazer a diferença em São Gonçalo”. Os computadores entregues são netbooks educacionais, tipo tablet PC, com a funcionalidade dos computadores robustos, acessíveis e voltados para os estudantes. Eles possuem telas sensíveis ao toque e funcionam também como tablets.
Árvores nativas e frutíferas
O Rotary Clube Itabira distribuiu 230 mudas de árvores nativas, frutíferas e flores, além de sementes, durante uma ação comemorativa ao Dia da Árvore, na manhã do dia 22 de setembro. A distribuição aconteceu no Largo do Batistinha, no centro histórico itabirano, e contou com a participação de diversos rotarianos. Dois intercambistas do Rotary, Zoé Gueudet, da França, e Samuel I. Cana Jiménez, do México, participaram da atividade. Segundo a presidente do Rotary Clube Itabira, Beatriz Macedo, é a terceira vez que mudas são distribuídas à população em parceria com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Empresas e membros da sociedade também são parceiros da iniciativa. SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Anote Economia
Sérgio Santiago/DeFato
Siderurgia em pauta
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A empresa contratada para fazer o projeto do aeroporto regional do Médio Piracicaba, que ficará dentro do município de São Gonçalo do Rio Abaixo, começou a sondar o terreno, situado às margens da MG-434. Os funcionários são da Geosondar, contratada pela Enecon, empreiteira vencedora do processo de licitação do Governo do Estado. A área ocupa parte das fazendas Vale Verde e Sercel. O projeto executivo deve ficar pronto até o final deste ano. O aeroporto vai ocupar cerca de 20 hectares, sendo 60% dentro da fazenda Vale Verde, e terá pista com 2,5 mil metros de comprimento por 40 metros de largura. Os custos, tanto do projeto quanto da desapropriação das fazendas, foram assumidos pela Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, após o Governo de Minas ameaçar abortar a missão por falta de dinheiro. Segundo o Departamento de Obras Públicas (Deop), só o contrato com Enecon ultrapassa R$ 570 mil. Trata-se, por enquanto, de projeto. Sobre a obra de fato, nenhum secretário de Estado arrisca datas ou valores. Para levantar os recursos necessários à construção, o projeto de engenharia precisa ser aprovado em várias instâncias estaduais e federais. E isso leva tempo. Sérgio Santiago/DeFato
Desativada desde o final de 2008, no auge da crise econômica internacional, a usina siderúrgica de Itabira pode voltar a funcionar. Segundo o prefeito Damon Lázaro de Sena, há interessados em investir no negócio. A usina pertence à Socoimex Siderurgia e fica no Distrito Industrial. Os nomes dos empresários que planejam reativar a operação não foram revelados. Também não é certo se o interesse deles é comprar ou alugar as instalações. “Estamos discutindo várias possibilidades de projetos na cidade de Itabira. Um deles é a possibilidade do reinício das ações ali. Mas é um projeto embrionário ainda que nós estamos discutindo”, declarou Damon, ao dizer que é preciso resolver também a disponibilidade de água, discutir poluição e outros assuntos. Quando encerrou as atividades, em outubro de 2008, a siderúrgica demitiu todos os funcionários, cerca de 200 na época. Desde então, apenas vigias trabalham no local. Atualmente, uma empresa que presta serviços ao projeto de reestruturação e ampliação da Mina Cauê, da Vale, usa a área para montagem de peças industriais. Em conversas com empresários ligados ao setor, a informação é de que há, sim, uma união de esforços para retomar a produção de ferro gusa em Itabira.
Projeto em andamento
Desenvolver Itabira
Até que o novo distrito fique pronto
Os primeiros pregões presenciais do Projeto Desenvolver, da Prefeitura de Itabira, reuniram no final de agosto 21 empresas. Foi a primeira vez que um processo de licitação aconteceu fora do prédio do Executivo. Os pregões, com direito a solenidade, discursos e presença do prefeito Damon de Sena, foram realizados na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), no bairro Esplanada da Estação. O primeiro deles, com a finalidade de adquirir 6 mil cestas básicas, contou com 16 empresas participantes. Apenas cinco delas eram de Itabira. O segundo pregão, para aquisição de diversos eletrodomésticos, começou logo em seguida e teve cinco empresas na disputa – duas de Itabira. Segundo Daniel Lança, procurador-geral do município, foi apenas o começo. Outros processos licitatórios presenciais serão realizados fora da Prefeitura e a expectativa é que mais empresas itabiranas participem. Um dos objetivos do Desenvolver, além de reduzir a burocracia, é aumentar a quantidade de fornecedores locais da Prefeitura e, com isso, movimentar a economia local, estimulando o empreendedorismo e a diversificação econômica.
A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) doou à Prefeitura de Itabira 15 lotes no Distrito Industrial. Os terrenos serão repassados a empresas que estão ansiosas por espaço para expandir seus investimentos. Quando esteve na Câmara Municipal, em julho deste ano, o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico, Reginaldo Calixto, afirmou que as áreas estavam ociosas ou ocupadas indevidamente e foram resgatadas após um longo período de negociação. Pelo menos 15 empresas devem ser atendidas. “Nosso objetivo é adotar uma política agressiva, para possibilitar a ampliação das empresas já existentes e atrair outras”, disse Reginaldo, ao ressaltar a necessidade da diversificação econômica de Itabira. Segundo ele, os lotes darão um fôlego à demanda por áreas industriais, mesmo que a curto prazo, até que o novo distrito fique pronto.
Sérgio Santiago/DeFato
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DeFato
Anote Política
Divulgação
O ex-governador de Minas Gerais e candidato ao Senado pelo PSDB, Antonio Anastasia, fez campanha pela região do Médio Piracicaba no fim de agosto e em setembro. O tucano esteve em Barão de Cocais, Santa Bárbara e João Monlevade. Sempre acompanhado de lideranças políticas da região e candidatos a deputados estadual e federal, Anastasia visitou estabelecimentos comerciais, tomou café em lanchonetes e conversou com eleitores. Houve pausas para fotografias, inclusive selfies.
Desde que foi anunciada pela Secretaria Municipal de Educação de Itabira, no fim de agosto, a municipalização das séries iniciais tem gerado muita polêmica na cidade. A proposta estabelece que, ano a ano, o Ensino Fundamental (1ª à 5ª série) deixe de ser ofertado por escolas estaduais, ficando a cargo das instituições mantidas pela prefeitura. O anúncio causou reação especialmente entre professores e pais de alunos da Escola Estadual Major Lage, uma das mais tradicionais de Itabira. Eles organizaram até um abaixo-assinado contra o que chamam de “fechamento” da escola. Também houve protesto de estudantes. A secretária de Educação, Luciane Ribeiro, diz que não há fechamento de escola e sugeriu a implantação do sistema de coabitação, que é quando alunos de uma rede de ensino estudam em outras. Ela diz que o município apenas está cumprindo uma determinação da Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB).
Choro na Câmara
Adeus a Guaraína
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Divulgação
Morreu em 17 de setembro o ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Joaquim Gabriel Ferreira. Ele faleceu aos 88 anos, vítima de parada cardiorrespiratória e foi sepultado no cemitério de São Gonçalo. Joaquim Ferreira era carinhosamente conhecido por Guaraína, apelido originado pela junção de sua profissão de farmacêutico com o nome de um comprimido eficaz que existia antigamente e acabava com as dores das pessoas. Ele foi prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo entre 1977 a 1982.
O vereador Ilton Magalhães (PR) se emocionou durante a reunião da Câmara de Itabira em 16 de setembro. O progressista não se conteve e chorou ao defender uma indicação que fez e foi vetada pelo prefeito Damon Lázaro de Sena. O legislador queria colocar o nome de Robson Rosário (Bimba) na estrada do Candidópolis, mas o chefe do Executivo não aceitou. Ilton tentou convencer os colegas a derrubarem o veto. “Eu não vim aqui para fazer sensacionalismo. As pessoas têm que ser respeitadas. Fica aqui o meu apelo, o meu pedido”, afirmou, em tom firme e emocionado. Mais para o fim da fala, o vereador chorou. “A gente fica muito chateado porque a homenagem que eu prestei foi com convicção de que era para uma pessoa que mereceu”, disse, com voz embargada. Apesar do apelo e da emoção, apenas três vereadores votaram ao lado de Ilton. Os outros legisladores seguiram o prefeito e o projeto de Ilton Magalhães foi rejeitado.
Sérgio Santiago/DeFato
Anastasia pela Municipalização polêmica região
Rodrigo Andrade/DeFato
Sem força política não dá!
O presidente da 52ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Itabira, Fabiano Penido, diz que se sente desguarnecido quando vai até o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cobrar alguma demanda para o judiciário do município. Tudo por causa da falta de força política. “Sem deputado fica difícil”, comentou. Uma das demandas é transformar a comarca de Itabira em entrância especial, que traria alguns benefícios, como menor rotatividade de juízes. O presidente da OAB citou a cidade de Ibirité, que contou com os irmãos Pinheiro para conseguir a entrância especial. Fabiano Penido disse que já foi uma dezena de vezes ao TJMG e ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para fazer reivindicações e até conseguiu algumas coisas, como o novo Fórum e a 2ª vara criminal, mas que a “solidão” impede que Itabira tenha mais avanços. “Vamos sempre sozinhos. Se eu vou com forças políticas, a coisa é diferente. Precisamos de um deputado que olhe na cara do presidente e diga ‘eu sou Itabira”, disse.
Da PM para o Governo Municipal
Renato Carvalho/DeFato
O ex-comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Itabira, coronel Júlio Maria Abílio, foi o escolhido pelo prefeito Damon Lázaro de Sena para comandar a recém-criada Secretaria Municipal de Ordem Pública. A nomeação deve sair no início de outubro. Damon explicou porque escolheu um policial para integrar o primeiro escalão de sua equipe. “Fui militar, sou da reserva hoje, e sei como acontece dentro da PM. É uma instituição que não temos problemas com ela no tocante aos convênios por causa da seriedade. A Polícia Militar mantém aquilo que nós precisamos recuperar para a sociedade: os valores de disciplina, hierarquia e respeitabilidade. Temos de trazer essa formação para a nossa Guarda Municipal”, afirmou. A Guarda Municipal, que ainda será criada, ficará dentro da Secretaria Municipal de Ordem Pública. Júlio Maria Abílio Ferreira dedicou 30 anos de sua vida à Polícia Militar. Em Itabira, ele comandou o Batalhão por um ano e meio. “É uma pessoa que já vem desse meio, que sabe muito bem buscar os caminhos que a gente precisa para viabilizar uma secretaria que trabalhe excelentemente para a cidade de Itabira”, disse Damon, com expectativa.
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Anote Gente
#FaçaAMariSorrir Uma campanha está sendo feita nas redes sociais para ajudar a monlevadense Mariana Marques Leite, de 20 anos, que foi atropelada por um menor de idade inabilitado, em abril deste ano. Sem o movimento das pernas, a jovem já está se recuperando em casa e faz sessões diárias de fisioterapia. Assim que Mariana retornou para casa, em julho, a mãe, Rosimeire Lopes, teve que abandonar o emprego para cuidar da moça. A família conta apenas com a renda proveniente do trabalho do pai, Edgar Leite, que é professor. Os médicos recomendam que a fisioterapia seja feita por quatro horas, mas a família paga por apenas duas horas e as outras duas são feitas pela própria mãe. Por este motivo, amigos criaram a campanha #FaçaAMariSorrir, para arrecadar recursos financeiros para ajudar no custeio do tratamento da garota. Idealizador do movimento, o maquiador Márcio Oliveira, diz que a intenção é fazer outras formas de arrecadação das doações, com a realização de um brechó, rifa e até shows na cidade. Os interessados em ajudar podem entrar em contato pelo e-mail do pai da garota: edgarprofessor@hotmail.com.
Cheia de superstição Rodrigo Andrade/DeFato
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Quem acompanha os jogos do Valério talvez já tenha reparado em uma superstição do treinador da equipe. Em todos os jogos, Paulo César Alencar usa as mesmas roupas. Segundo ele, o conjunto que usa no primeiro jogo se repete durante todo o campeonato. Para a Terceirona do Mineiro, resolveu adotar uma camisa listrada em preto e amarelo. Se a estratégia vai dar certo, só é possível saber ao fim da competição.
Novo comandante
Desde o dia 18 de setembro, o 26º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Itabira, está com novo comandante. O tenente-coronel Jair Pontes Neto assumiu o posto no lugar de Júlio Maria Abílio, que foi para a reserva como coronel. O novo comandante diz que vai trabalhar para motivar a tropa. “Se existe menos [militares] do que deveria existir, temos que multiplicar nosso trabalho”, disse. Jair relatou que os recursos logísticos, como viaturas e equipamentos, a corporação conquista por meio de parcerias, mas homens e mulheres “não se consegue da noite para o dia”. “Se falta, o que vamos fazer para suprir essa falta? Trabalhar muito, motivados. Mostrar para a sociedade que nós, apesar da deficiência, temos condição de fazer o nosso trabalho”. O tenente-coronel acredita que para frear a criminalidade não há uma ‘receita de bolo’, uma vez que a violência tem crescido no país inteiro. Ele afirmou que pretende dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito. “A linha de trabalho é seguir o que o Júlio já vinha fazendo. Vou me esforçar muito, pois ele era um ótimo comandante. O povo das 11 cidades pode ter certeza de que vou trabalhar muito, me dedicar muito”, disse.
Luto na imprensa
Larissa ligeirinha Divulgação
“Rerereeleito”
DeFato
Com tempo de 1h20m2s, a itabirana Larissa Marcelle, de 28 anos, da equipe SESI/HF Treinamento Esportivo, foi a vencedora da 1ª Meia Maratona Feminina da América Latina (W21K Asics), realizada no início de setembro, em São Paulo. A corrida era destinada exclusivamente a mulheres. A prova foi disputada por 1,5 mil mulheres, que largaram e chegaram na Universidade de São Paulo (USP). A temperatura beirava os 17ºC. O percurso passou por locais como a Ponte Cidade Universitária, Parque Villa Lobos e a região do Jockey Club, contando com toda estrutura de apoio às atletas.
O colunista social Armando Quintão Bello de Oliveira, 77 anos, morreu em Itabira no dia 7 de setembro. Ele estava internado há mais de um mês no Hospital Carlos Chagas, onde tratava de um câncer. Segundo parentes, o colunista descobriu a doença no fígado no mês de março deste ano. Desde então passava por tratamento. Mas o câncer se espalhou e atingiu também o pulmão. Natural de Tombos e criado em Carangola, Armando morava em Itabira há cerca de 25 anos. Na terra de Drummond, foi dono de bar, juiz classista e colunista por muitos anos do Jornal Diário de Itabira, que dedicou a ele uma página na edição no dia seguinte. O velório foi realizado no Plenarinho da Câmara Municipal. O corpo de Armando foi sepultado no Cemitério da Paz, em Itabira. O colunista deixou esposa e quatro filhos.
Com 1.653 votos, Paulo Soares de Souza, da Chapa 1, foi eleito mais uma vez presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região (2014-2018). A eleição aconteceu no início de setembro. Paulo, que é também vereador, presidirá a entidade pela quarta vez consecutiva. Para o presidente, o resultado já era previsível. “Não houve surpresa. Foi dentro do previsto”. Paulo disse que dará continuidade aos trabalhos realizados nos últimos três mandatos.
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DeFato
São Gonçalo do Rio Abaixo Acom PMSGRA
Escolas de tempo integral de São Gonçalo do Rio Abaixo oferecem educação diferenciada a crianças
escola
Investimentos colocam São Gonçalo em ascensão no Ideb. Município tem nota acima da média nacional
O
resultado de São Gonçalo do Rio Abaixo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é reflexo do quanto investir em educação pode ser benéfico para uma cidade. Em plena expansão econômica, a Prefeitura local não se descuida em oferecer serviços básicos de qualidade. E os bons frutos já são colhidos. No Ideb, São Gonçalo do Rio Abaixo ultrapassou a média nacional em 2013 e registrou uma das melhores pontuações na região do Médio Piracicaba. O resultado divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) aponta que em uma escala de 0 a 10, o município atingiu a média de 7,2. Na avaliação anterior, referente ao ano de 2011, a cidade obteve a nota 6,7. Para se ter uma ideia da evolução em São Gonçalo do Rio Abaixo, a meta brasileira para 2022 (bicentenário da Independência do Brasil) é a média 6, que corresponde à qualidade do ensino em países desenvolvidos. O resultado do Ideb mostra que os
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investimentos na educação, entre eles a formação dos professores e construções de escolas de tempo integral e centros de educação infantil têm contribuído para a melhoria da qualidade do ensino do município. A cidade possui duas escolas de tempo integral e já está em fase de licitação para construir mais duas instituições desse modelo. Nas escolas de tempo integral o ensino é diferenciado. Além da base nacional comum da matriz curricular, as instituições oferecem inglês, literatura, filosofia, oficina de Arte e Expressão, Música, jogos e experiências matemáticas, laboratório de informática e ciências, brinquedoteca e biblioteca. Durante o período que as crianças ficam na escola, para as turmas da Educação Infantil, são oferecidas cinco refeições: desjejum, colação, almoço, lanche 1 e lanche 2. Para as crianças do Ensino Fundamental são oferecidas quatro refeições: desjejum, colação, almoço e um lanche à tarde. É uma alimentação que atende as necessidades nutricionais das crianças, preocupando com o macro e micro
nutrientes necessários para o desenvolvimento dessa faixa etária. As escolas municipais de tempo integral de Vargem Alegre e Maria de Lourdes Duarte Moreira dos Santos, na região central de São Gonçalo, foram construídas nos mesmos moldes, com 4.200 metros quadrados. Possuem dez salas de aula, sala de informática, laboratório de ciências, sala de vídeo, biblioteca, brinquedoteca, refeitório, auditório, pátio coberto e quadra de peteca. Outras duas serão construídas nas comunidades rurais do Recreio e de Pacas. A secretária municipal de Educação, Glória Pessoa, destaca o bom desempenho de São Gonçalo no Ideb às parcerias. “Desenvolvemos um trabalho em equipe com formação continuada de professores, em parceria com as famílias sempre em prol dos alunos”, comemora. Carmen Maria de Souza O Ideb foi criado pelo MEC em 2007 e irmãos paraAssumpção medir a qualidade no ciclo básico de ensino. Ele é calculado a cada dois anos e já tem cinco edições (2005, 2007, 2009, 2011 e 2013). □
DeFato
Cidades Mineradoras Divulgação/Anglo American
Novo cenário econômico e
social
Prefeitura de Conceição do Mato Dentro espera triplicar arrecadação com operação do projeto Minas-Rio. Nova realidade econômica vai gerar também infinitas oportunidades de negócios
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specialistas andam dizendo que 2015 será um ano difícil para o Brasil. As projeções mais pessimistas indicam que o próximo presidente (ou presidenta) terá de lidar com inflação alta, crescimento econômico baixo e contas externas complicadas. Conceição do Mato Dentro, por outro lado, não vê a hora do ano novo chegar. A expectativa dos gestores públicos e do mercado está na operação do projeto Minas-Rio, da Anglo American, que deve começar ainda neste ano. Além de turbinar o caixa da Prefeitura, que pode praticamente triplicar a arrecadação, a produção mineral
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Primeira remessa do mineroduto Minas-Rio foi realizada em agosto
vai atrair muitos investimentos privados e gerar oportunidades para os empreendedores locais. O impacto positivo imediato será na arrecadação municipal. Com a desmobilização das empresas responsáveis pelas montagens industriais, os impostos caíram e a previsão orçamentária para 2014, de R$ 65 milhões, não vai se concretizar. O município vai arrecadar R$ 10 milhões menos que o esperado. Mas para o ano que vem, o cenário é outro. A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) e os demais impostos vão elevar o orçamento a pelo menos R$ 150 milhões, segundo
cálculos da Prefeitura. “Isso realmente é o que Conceição do Mato Dentro está precisando. Mais dinheiro para realizar as melhorias que a população precisa”, afirma o prefeito Reinaldo César de Lima Guimarães. Desgastada pelos impactos da população flutuante, que se instalou temporariamente na cidade para trabalhar na mineradora e suas terceirizadas, a estrutura pública de Conceição está precisando de reparos. De acordo com o prefeito, alguns projetos prioritários estão sendo selecionados para sair do papel assim que o dinheiro do minério começar a chegar.
Prefeito Reinaldinho comemora o fato de ter mais dinheiro para investimentos
“São coisas urgentíssimas. O anel viário, que vai tirar essa loucura de trânsito aqui do Centro, e o hospital, que está precisando de ajuda, são as maiores demandas hoje”, explicou Reinaldinho. No caso do anel, o projeto executivo está pronto, mas os recursos necessários à obra, da ordem de R$ 28 milhões, ainda não estão totalmente assegurados. Em relação ao Hospital Imaculada Conceição, que, a exemplo de outros da região, está endividado, ainda não se sabe exatamente o que fazer. O prefeito pensa em recuperar a estrutura da instituição, em parceria com a Anglo, e, no futuro, costurar parcerias para construir um novo hospital. Tudo dependerá do orçamento. Negócios Além de mais recursos para os cofres públicos, a nova realidade mineradora de Conceição do Mato Dentro vai abrir também oportunidades de negócio. Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial do município, Corinto José de Oliveira, começa, a partir de agora, um fluxo econômico mais estável, depois do pico de obras da montagem do projeto. Para o comerciante local, significa também que a concorrência vai apertar. Muitas empresas de
fora, sabendo das carências do mercado local e regional, estão interessadas em se instalar no município. Para Corinto, é momento de se preparar. “Para a classe que eu defendo, há grandes oportunidades e grandes desafios, porque o comerciante que não se adequar vai ser vencido pela concorrência que virá. Isso de fato já está acontecendo. Já fui procurado por alguns grupos de negócios que querem se instalar em Conceição do Mato Dentro, e eles estão mais preparados do que nós”, afirma o presidente, que é empresário do ramo de informática, telefonia e correspondência bancária. A partir de agora, os comerciantes acreditam que as oportunidades estarão direcionadas principalmente às áreas de alimentação e enternecimento (restaurantes e lanchonetes, cinema, casa de shows, teatro, etc.). Empresas especializadas em prestar serviços para área da mineração também terão espaço. Além da Anglo American, que pretende explorar as jazidas de Conceição por pelo menos 50 anos, a Manabi também se prepara para colocar seu projeto em prática, no município vizinho de Morro do Pilar. São alguns bilhões de reais circulando pela região.
SINAIS E SINTOMAS Setor Público Prefeitura de Conceição do Mato Dentro prevê quase R$ 100 milhões a mais no orçamento de 2015, com operação do projeto Minas-Rio. - Arrecadação em 2014: R$ 55 milhões - Arrecadação prevista para 2015: R$ 150 milhões Diversas obras públicas prioritárias aguardam o ano novo para sair do papel. Anel rodoviário e a recuperação do Hospital Imaculada Conceição são algumas delas. Setor Privado Cenário também é propício ao desenvolvimento dos negócios. Segundo Associação Comercial e Empresarial de Conceição do Mato Dentro, algumas áreas são carentes de investimentos no município, como: - Alimentação (mais lanchonetes e restaurantes de qualidade) - Lazer (cinema, casa de shows, etc.) - Prestação de serviços na área da mineração Entidades que representam o comércio local vão focar, a partir de agora, em treinamentos para ajudar os empreendedores a enfrentar a concorrência que, certamente, virá. Primeiro carregamento No dia 24 de agosto, chegou ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro, a primeira polpa de minério bombeada através do mineroduto Minas-Rio, de 529 km. O carregamento, que saiu da mina em Conceição do Mato Dentro, é parte do cronograma de testes e de comissionamento do empreendimento, que está em fase final para a realização do primeiro embarque, previsto para o fim do ano. A Anglo American estima produzir 26,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro por pelo menos 50 anos. □
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DeFato
Cultura
Tutu da madrugada Divulgação
Festa tradicional de Morro do Pilar, que homenageia três santos, serve tutu, arroz, carne e outros acompanhamentos às 4 horas da manhã
Mesa é farta para quem participa de tradicional festa de Morro do Pilar
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odos os anos, no mês de agosto, Morro do Pilar celebra a mais tradicional festa religiosa do município. Na verdade,
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são três festas em homenagem a São Benedito, Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rosário, respectivamente. Neste ano, o evento foi realizado
entre os dias 15 e 17 e teve procissões, missas, apresentações musicais, fogos de artifício e tríduo sacro. Mas o destaque da festividade, que a torna única, é o tutu da madrugada, servido durante os três dias na casa de cada festeiro às 4 horas da manhã. Três santos, três dias de tutu. O festeiro de casa santo é o responsável por preparar, durante o ano inteiro, os tachos arroz, carne, macarronada, refrigerante (às vezes um vinhozinho) e, claro, muito tutu. Como já é tradição, a comunidade doa ingredientes e se engaja em diversas iniciativas para angariar fundos. No dia de cada festa, todos acordam, ao som do foguetório, alguns minutos antes das 4 horas e pegam a fila. Segundo a chefe da divisão de Cultura da Prefeitura de Morro do Pilar, Darlene de Lima Soares, a origem da festa se mistura à do município. Antigamente, o tutu era servido apenas aos marujeiros e integrantes das bandas que tocavam em frente à casa do festeiro durante a alvorada – momento considerado pelos fiéis católicos propício a orações. Mas com o passar do tempo, o tutu acabou sendo aberto a toda a comunidade e, hoje em dia, cerca de 4,5 mil pratos chegam a ser servidos numa única madrugada. Segundo Darlene, como a comida é feita no capricho, alguns entram na fila mais de uma vez. Muitos turistas vêm de cidades distantes só para comer do tutu. Na alvorada de sábado para domingo, por exemplo, a fila perdura na frente do casa do dono da festa até o dia amanhecer. Depois da comilança, todos voltam para suas casas e se preparam para os eventos do dia seguinte. □
DeFato
Política
Votos valorizado$ Candidatos investem pesado em campanhas para conquistar o eleitorado. Arrecadações chegam a passar de R$ 500 mil, com origens em fontes das mais diversas. Por outro lado, há quem aposte em empreitadas mais humildes
Divulgação
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uanto vale a chance de se eleger deputado, representar a cidade e a região na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ou na Câmara Federal? Para a maioria dos candidatos do Médio Piracicaba vale muito e prova disso é a prestação de contas deles. Arrecadações polpudas e despesas na mesma proporção, gastos consideráveis, investimento alto em propaganda
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e em pessoal. A caça aos votos chega à reta final, quando todo esforço pode significar aquele apoio que faltava para se chegar à eleição. Para estarem de acordo com a legislação eleitoral, os candidatos precisam apresentar três prestações de conta durante a campanha. A primeira foi no início de agosto e a segunda saiu agora em setembro. Depois das eleições, até 4 de novembro, os pos-
tulantes a cargos públicos precisam entregar as contas completas, com discriminação de tudo que recebeu e de onde veio o dinheiro, bem como todos os gastos. Pela região do Médio Piracicaba, quem mais arrecadou foi o ex-prefeito de Santa Bárbara, Antônio Eduardo Martins (Toninho Timbira). O candidato a deputado federal pelo PSL declarou ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) que já arrecadou R$ 520.950,00 para a campanha. Ex-presidente da Associação Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Timbira tem 76% de sua campanha bancada por mineradoras. Cerca de R$ 400 mil vieram de empresas desse ramo. O ex-prefeito de Itabira e candidato a deputado estadual, João Izael Querino Coelho (PSL), aparece em segundo no ranking da arrecadação. Ele levantou R$ 435.000,00 até o início de setembro para tentar chegar à Assembleia de Minas. Logo após, mas distante nas cifras, aparece Tito Torres, de João Monlevade. Postulante a uma cadeira na ALMG, o filho do ex-deputado Mauri Torres obteve receita de R$ 280.202, 06. Tito Torres, aliás, encabeça a lista dos que gastaram mais do que arrecadaram. O tucano já investiu na campanha mais de R$ 376 mil. Outros candidatos aparecem no mesmo cenário. O ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Nonato Barcelos (Nozinho – PDT), arrecadou aproximadamente R$ 252 mil e já empenhou R$ 308,7 mil para tentar ser deputado estadual. Concorrente ao mesmo cargo, a ex-vice-prefeita de Monlevade, Conceição Winter (PPS), levantou R$ 86,3 mil e gastou R$ 138,1 mil. Campanhas humildes Na outra ponta estão os candidatos que apostam nas campanhas menos vultosas. O ex-gerente da Caixa Econômica Federal de Itabira, Eduardo Realino (PC do B), foi o que menos arrecadou e o que menos gastou. Levantou R$ 2,5 mil e investiu R$ 150 para conquistar os votos que o levariam a ser deputado estadual. Candidato a deputado federal, o empresário itabirano Otagildo Simões (PSOL) é o segundo que menos levantou recursos. Trabalhou até setembro com R$ 5.240,00 e gastou R$ 4.768,65. Depois aparece o publicitário Dalton Albuquerque (PEN), que levantou R$ 15 mil e investiu quase
tudo: R$ 14.915,00. Ele também tenta ser deputado federal. As campanhas mais humildes possuem características semelhantes. As doações são pequenas, geralmente dos próprios candidatos e os investimentos em elaboração de materiais e pagamento de pessoal. Há também quem receba doações de candidatos mais abastados do partido. É o caso do padre de João Monlevade, Élson Vital (PT), que para tentar chegar à Assembleia Legislativa recebeu verbas dos candidatos Leonardo Monteiro, Nilmário Miranda e Reginaldo Lopes. Autossuficiente Chama atenção a candidatura do empresário de Itabira Adício Dias Soares, o Adílson da Vale Verde (PTN). Postulante a uma cadeira na Câmara Federal, ele tem a campanha baseada na autossuficiência. Os R$ 250 mil que ele arrecadou para a campanha saíram de seu próprio bolso. Foram dois cheques: um de R$ 100 mil e outro de R$ 150 mil. Para bancar sozinho a própria campanha, Adilson conta com outra característica peculiar: o patrimônio. Os R$ 12.341.439,63 que declarou à Justiça Eleitoral o coloca entre os dez candidatos a deputado federal mais ricos de Minas Gerais. Para se ter uma ideia, a soma dos bens dos três principais candidatos à Presidência da República não chega nem à metade do montante do empresário. O próprio Adilson falou sobre isso em um evento político no fim de julho. Para ele, tal discrepância está ligada à transparência. O empresário deu a entender que outros candidatos escondem seus bens e não divulgam tudo o que têm. Ricos ou pobres, gastadores ou humildes, o fato é que o eleitor precisa analisar muito bem as propostas e a vida de qualquer candidato que lhe peça o voto. É o melhor a se fazer, para não pagar caro pela escolha mal feita. □
Quem mais arrecadou
TONINHO TIMBIRA (PSL) -Candidato a deputado federal -Arrecadação: R$ 520.950,00 -Tem como principais fontes as doações de mineradoras
Quem menos arrecadou
EDUARDO REALINO (PC DO B) -Candidato a deputado estadual -Arrecadação: R$ 2.550,00 -Tem como fonte principal a doação da candidata Jô Moraes, de seu partido
Autossuficiente
ADILSON DA VALE VERDE (PTN) Candidato a deputado federal - Arrecadou e investiu R$ 250 mil do próprio bolso para a campanha. - É um dos dez candidatos a deputado federal mais ricos de Minas Gerais - Sua declaração de bens é o dobro da soma das declarações dos três principais candidatos à Presidência da República SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Solidariedade Renato Carvalho/DeFato
Em Ferros, banda de juízes se apresentou em evento beneficente
Som altruísta Boas ações marcam apresentações da banda On The Roof, que conta com companheiros de profissão e amantes da música
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Renato Carvalho
cidade de Ferros recebeu muita alegria, caridade e música no início deste mês. A banda On The Roof, composta essencialmente por magistrados, organizou, com apoio dos empresários Robson Lessa e Rubens Lessa, um show beneficente no Centro Cultural da cidade para angariar doações para o asilo local. A iniciativa partiu da própria banda. O vocalista, guitarrista e desembargador da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Saulo Versiani Penna, trabalhou em Ferros entre 1989
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a 1991, e como ele mesmo diz, tomou ‘gosto pelas pessoas da cidade’. Desta forma, a ideia do evento beneficente surgiu de um encontro da banda com o empresário Robson Lessa, em uma festa de fim de ano. “O Robson comentou das necessidades da cidade, que o asilo precisava de ajuda e decidimos que faríamos o show”, disse Versiani. A partir dali, a banda organizou uma caravana com colegas de profissão, que doaram mais de 40 cestas básicas, fraldas, agasalhos, colchões, entre outros itens, e seguiram rumo a Ferros para entregar as doações e assistir ao evento.
O público, inclusive ferrenses, encheu o auditório para acompanhar o show e mais mantimentos foram arrecadados. O rock clássico da banda, com músicas de The Beatles, Creedence e outras bandas famosas, animou e divertiu a plateia, que cantou e até se levantou para dançar as canções. Apoiador do evento, o empresário Rubens Lessa contou que está sempre atento às questões sociais, e que a escolha de Ferros não foi por acaso. “A banda tem esse trabalho sem fins lucrativos, fazendo shows beneficentes. Como temos uma ligação muito forte com a cidade
e sabíamos das necessidades do asilo, resolvemos ajudar”, revelou Rubens. Já o diretor do asilo, José Silvestre Coelho, agradeceu muito pela iniciativa. “As doações não vêm em hora melhor. O asilo estava passando por dificuldades e temos um gasto elevado. Agora vamos poder realizar algumas obras para melhorar a acessibilidade do local”, revelou. Representando a caravana de magistrados presentes, o procurador de justiça do Ministério Público de Minas Gerais, José Antônio Baeta de Melo Cançado, pediu mais apoio e empenho dos órgãos públicos para com o asilo. “Viemos prestar essa ajuda, arrecadamos vários donativos em Belo Horizonte, mas viemos, também, dar uma demonstração da necessidade de que o abrigo receba mais auxílio das pessoas”, declarou Baeta.
Organizadores do evento e a banda On The Roof: diversão e solidariedade em Ferros
On The Roof Além de Saulo Versiani, nos vocais e guitarra, o grupo conta com Fernando Vasconcelos Lins, no baixo; Lilian Maciel Santos, no teclado; Flávio Escobar Veríssimo, guitarra e vocais; Maurício Pinto Coelho Filho, na guitarra; e Eustáquio Fernandes, na bateria. Dos seis componentes, quatro são magistrados. Lilian é juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual; Maurício trabalha como juiz da 3ª Vara de Feitos Tributários do Estado; Fernando é juiz da 1ª Vara de Feitos Tributários do Estado e atuou como juiz em Itabira de 1997 a 2003; e Saulo Versiani, desembargado da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Os outros dois, Eustáquio e Flávio, não atuam na área de direito. O primeiro é aposentado da Cemig e o segundo é professor de música e ajuda os companheiros. Os magistrados têm a banda como um hobbie e não se dizem profissionais na música. O objetivo é se divertir com a música e ajudar os que precisam, já que não cobram nada para se apresentar. “Recentemente fizemos um show para financiar um intercâmbio de um estudante carente, em Belo Horizonte”, contou Fernando Lins. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Educação
Conhecimento que
transforma
Aluna do curso de Engenharia da Mobilidade da Unifei Itabira mostra que é possível dar destino sustentável ao rejeito da mineração, considerado inviável economicamente Tatiana Santos
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a natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. A velha máxima do químico francês Antoine Laurent de Lavoisier é a inspiração
para a estudante Jully Mara Graciano no projeto que desenvolve no campus itabirano da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Aluna do 6º período do Curso de Engenharia da Mobilidade, ela
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Tatiana Santos/DeFato
Jully Mara desenvolveu método de aproveitar rejeito de minério na construção civil
desenvolveu um método de aproveitar o rejeito do minério na confecção de tijolos para a construção civil. A jovem é natural de Ipatinga e mora em Itabira. O trabalho faz parte
do Projeto de Iniciação Científica (PIC) da estudante e é orientado pelo professor Carlos Augusto de Souza Oliveira, doutor na área de Engenharia de Materiais. No início de agosto, Jully Mara teve a notícia de que seu projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com isso, ela terá o financiamento necessário para seguir com a pesquisa. A ideia é mostrar como o rejeito do minério, que não tem valor econômico para o mercado, pode ser útil e ainda rentável quando aplicado na produção de concreto. O projeto expõe como uma proporção da areia – cerca de 50% - pode ser trocada pelo rejeito do minério. O objetivo é diminuir o impacto ambiental. Jully Mara argumenta que na extração mineral o descarte do rejeito é o que mais causa conflito com o meio ambiente. Isso porque o material acaba indo para as barragens de rejeitos. Em Itabira, por exemplo, isso pode ser visto entre os bairros Bela Vista e Campestre. “Geralmente é alagada uma área. Mesmo tendo várias legislações que regulamentem essa atividade, há um alto impacto ambiental, porque não deixa de ser um descarte de material que vai ocupar uma área de vegetação”, comenta.
Do ponto de vista sustentável, a reutilização do material estudado pela aluna pode minimizar a construção de bacias de rejeitos, evitando que a barragem seja um fator de risco para a população e o assoreamento de rios. Além disso, também há o fator econômico. É o que explica o professor orientador: “Certamente, a cidade também teria ganhos financeiros, gerando empregos”. Carlos Augusto ainda enfatiza que a obtenção de areia tem ficado mais difícil, pois os órgãos ambientais estão tornando as regras mais rigorosas. Parcerias Toda a pesquisa é feita na Unifei e será disponibilizada para as empresas mineradoras. Conforme Jully, a Vale se mostrou receptiva para que seu rejeito seja trabalhado. “É interesse dela se livrar desse problema. Extinguir esse tipo de condicionamento do estéril nas barragens ou pilhas”, comentou a aluna. Pela região, será feito contato com outras mineradoras para o fornecimento do estéril. Em contato com a reportagem de DeFato, a Vale informou que o programa de geração de estéril da empresa tem perspectiva de 85.366 milhões de toneladas, somente neste ano. O quan-
titativo é vultoso, considerando que os impactos ambientais consequentes da atividade minerária são consideráveis. Jully Mara explica que a intenção é de que o trabalho seja desenvolvido em larga escala. Caberá às empresas locais empregar esse material na construção civil. Já neste mês, a aluna inicia a fabricação dos concretos. O projeto está sendo desenvolvido dentro do grupo de pesquisas Mat Cime, voltado aos estudos de materiais de construção civil e mecânica. Com vários projetos na área, os integrantes do grupo têm adquirido experiências ao longo da carreira acadêmica. Os alunos já trabalharam o aproveitamento de resíduos da construção civil, que no ano passado foi premiado pela Sociedade Mineira dos Engenheiros, além de pesquisar a produção de argamassa a partir de copos descartáveis. Na pesquisa bibliográfica feita por Jully Mara, entretanto, ao buscar algo sobre o reaproveitamento de estéreis da mineração, ela não encontrou nenhum registro específico sobre o tema proposto. Pelo menos em Itabira, esse trabalho seria inédito. É a contribuição da Unifei Itabira para a tese de Lavoisier: renovar a natureza através do conhecimento. O meio ambiente agradece. □
Objeto de estudo na Unifei rejeito de minério é encontrado aos montes em Itabira
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DeFato
Sustentabilidade
Energia limpa
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e Aterro Sanitário viram fontes de pesquisas para produção de energia sustentável em Itabira. Um dos projetos atrai até estudantes internacionais
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Tatiana Santos
geração de resíduos sólidos entre as populações tem crescido na mesma proporção em que a demanda por energia se expande no mundo atual. Então, por que não unir as duas coisas? Em boa parte dos países, o lixo produzido e o esgoto sanitário têm se convertido em solução energética. Essa ideia, agora, chegou a Itabira. A ideia atraiu até pesquisadores internacionais. Em 14 de agosto, um trio de estudantes se reuniu com o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) para apresentar um projeto que visa verificar o potencial de geração de biogás na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). O alemão Klaus Nelting, a equatoriana
Cynthia Caicedo, e o colombiano Carlos Lizarazo são da universidade Hannover, uma das mais conceituadas da Alemanha. Em Itabira eles trabalham em parceria com o brasileiro Thiago Braga, representante da empresa Methanum. O objetivo do projeto é intercambiar conhecimentos em tratamento de esgoto e conhecer os diversos parâmetros operacionais da ETE de Itabira. Todo trabalho de coleta e análise de dados deve durar seis meses. Segundo os pesquisadores, o gás pode ser transformado em energia elétrica, térmica e também em combustível veicular. Depois de pronto, o trabalho indicará a viabilidade da exploração e comercialização do produto. Por enquanto, é
apenas uma pesquisa. A expectativa é boa. Segundo Jorge Borges, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), 98% da matéria orgânica pode ser transformada em gás que é formado, em média, por 70% de metano. O prefeito Damon gostou da ideia e disse que, em breve, a ETE Laboreaux vai começar a tratar 100% do esgoto da cidade. Ele informou que já estão assegurados recursos para expandir a capacidade de operação da estação. Segundo Damon, o projeto une o útil ao agradável, ao propor preservação do meio ambiente aliada à geração de energia limpa. O trabalho de pesquisa é realizado por meio da agência alemã G&Z, em parceria com a Prefeitura e com o Saae.
Athos e Rafael esperam conseguir produzir energia com gás gerado
Tatiana Santos/DeFato
no Aterro Sanitário de Itabira
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Produção no aterro
Renato Carvalho/DeFato
Outro projeto Proposta semelhante à dos pesquisadores internacionais têm o engenheiro ambiental Athos Moisés Lopes Silva, mestrando em Saneamento Básico, e o engenheiro eletricista Rafael Átila Silva. Itabiranos, os dois possuem a ideia de transformar em energia o gás metano gerado no Aterro Sanitário de Itabira. O trabalho é intitulado “Estudo do Aproveitamento do Metano Produzido no Aterro Sanitário de Itabira – MG como Fonte Geradora de Energia Elétrica” e já foi apresentado no Simpósio Científico de Gestão Ambiental (Siga), nos dias 16 e 17 de agosto, no campus de Piracicaba da Universidade de São Paulo. Athos esclarece que a finalidade do trabalho é quantificar e estimar a produção do metano presente no biogás do aterro municipal e analisar se a quantidade gerada é capaz de produzir energia elétrica, por meio do processo de conversão energética. “Ou seja, converte-se a energia química do metano em energia térmica, a térmica em mecânica e, por fim, a mecânica em elétrica”, explica. De acordo com os itabiranos, a energia elétrica gerada por meio desse processo poderá ser destinada a residências e indústrias, da mesma maneira como é produzida a energia em uma hidrelétrica. A diferença é que vai partir
O metano, presente no biogás produzido em aterros sanitários, representa uma opção para a produção de eletricidade. A geração de energia elétrica por meio desse subproduto pode permitir autossuficiência energética em sua operação, ou mesmo, geração de um excedente a ser vendido para a rede de distribuição local. O conteúdo energético do metano presente no biogás produzido nos aterros é semelhante ao gás natural e, assim como os combustíveis, também é inflamável quando colocado sob pressão. Os resultados obtidos no trabalho demonstraram que o aterro sanitário do município teve capacidade de gerar no ano de abertura (2012), 29.931.828 m³ de metano, atingindo um valor de 43.594.073 m³ no ano de fechamento (2032). O valor médio de produção obtido foi 37.571.288 m³. Com base na taxa de crescimento populacional anual, de 0,7% (IBGE, 2013) e a geração per capita de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) de Itabira foi possível estimar a população e a quantidade gerada ao longo dos anos estudados. De acordo com a Itaurb, o percentual de RSU coletados e dispostos no aterro sanitário é de 62,6%.
de um aterro. “A intenção é diversificar a matriz energética do município, para a cidade não ficar tão atrelada apenas a hidrelétricas”, diz Athos. O estudante acredita que, caso o projeto entre em prática, a cidade não ficará tão vulnerável ao racionamento de energia em períodos de estiagem. O aterro sanitário entrou em atividade em novembro de 2012. A projeção de vida útil é de 20 anos, a partir do ano de sua abertura. De acordo com o projeto apresentado pelos engenheiros, tomando por base o consumo médio mensal de 161 Kw/h por residência (EPE, 2013) e com base na energia disponível calculada em Kw/h, é possível estimar a energia mensal disponível. Com esse consumo, já no primeiro ano de operação pode se obter energia
suficiente para alimentar o equivalente a 1.727 casas. No ápice da operação, a perspectiva seria o equivalente a 2.526 residências. Levando em consideração uma média de quatro moradores por casa, estima-se que aproximadamente 6,9 mil pessoas podem ser beneficiadas com essa energia, podendo chegar a até 10.100 pessoas quando aterro estiver em seu último ano de operação. A intenção dos jovens é apresentar o projeto aos empreendedores locais ou para o governo municipal. “Como o aterro é administrado pela Itaurb, pensamos que seria interessante uma Parceria Público Privada (PPP). Assim, alguma empresa poderia investir nessa fonte energética. O metano é uma fonte riquíssima de energia e vale a pena aproveitá-la”, avalia Athos.□
Estudantes estrangeiros escolheram Itabira para pesquisar produção de energia na ETE SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Cidadania
O futuro de Itabira está na Califórnia, não na China
N Daniel Lança Advogado e gestor público, com Especialização e Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa – Portugal. É também procurador-geral do município de Itabira www.perrellilanca.adv.br
“Um espirro na China hoje, pode trazer uma pneumonia por aqui.”
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os jornais e periódicos desta semana, uma notícia me chamou atenção. O preço do minério de ferro no mundo está despencando. Um relatório emitido nos últimos dias pela gigante estadunidense Goldman Sachs prevê efusivamente que a era de ouro do minério de ferro acabou. O preço da commodity, que chegou aos quase 130 dólares em 2012, está sendo vendido aos chineses, nossos maiores compradores, por 82 dólares (queda de 39% ) e com previsão de queda ainda mais acentuada. Com isso, Itabira e todos os municípios mineradores sofrem muito. Segundo a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), essas cidades têm dependência de até 85% nos seus orçamentos da commodity. Em Itabira, a maior produtora de minério de ferro em Minas, a queda da arrecadação oriunda da CFEM chegou a 62,1%. Um espirro na China hoje, pode trazer uma pneumonia por aqui. Se por um lado a extração de minério de ferro está em declínio, e seu fim é algo tão certo quanto a morte (já que minério “não dá duas safras”), urge que iniciemos uma transição do modelo econômico que sustentará a cidade nas próximas décadas. Da lógica extrativista mineral, que usufrui de matéria prima vendida a preço de banana, para o modelo da economia industrial, do valor agregado e da inovação tecnológica. Algo semelhante aconteceu há muitas décadas atrás na Califórnia. Anteriormente reduto do México, a Califórnia iniciou seu crescimento com a Corrida do Ouro. Ganhou muito dinheiro até que... o ouro acabou. Sem prejuízo de manter em sua economia traços de produtos primários,
como a agropecuária e a cultura de uvas e produção de vinho (quem nunca ouviu falar do Napa Valley?), a Califórnia iniciou forte processo de industrialização a partir de 1920. Além disso, o Estado se tornou referência global na indústria cinematográfica e do entretenimento, com Hollywood faturando milhões a cada ano. Hoje, a Califórnia sozinha se apresenta como a 8ª economia mundial! De tudo o que a Califórnia investiu e colheu, cito duas questões pontuais, chaves do sucesso que ainda continuará por muito tempo: investimento na educação e na alta tecnologia. No primeiro ponto, cito a criação dos três níveis de ensino universitário, capitaneados pela University of California, responsável pelo maior projeto de inserção de jovens no ensino superior nos EUA, seja nas áreas de pesquisa, técnica ou nas community colleges. O segundo ponto é o investimento na tecnologia de ponta e a criação do Silicon Valley (Vale do Silício), com empresas como Google, Apple, Facebook e Nasa, e que cria produtos de altíssimo valor agregado, utilizando exatamente a força de trabalho altamente educada em suas universidades e na cultura empreendedora local. Se Itabira quer sobreviver como polo nacional no próximo século, terá que migrar drasticamente para o modelo californiano, com foco, investimento e visão na cultura tecnológica e industrial da Califórnia. Temos hoje a Unifei e os louros da CFEM, uma mistura que pode dar muito certo. Mas se persistirmos na lógica extrativista, sem olhar o futuro, seremos condenados ao mesmo rumo dos estados que fazem fronteira com a Califórnia, como o Arizona e o Novo México, conhecidos nos filmes de faroeste por suas cidades fantasmas.□
DeFato
Negócio
Um super
Divulgação
supermercado Projeto para o bairro Gabiroba é o maior da rede Nova América
Um enorme projeto no maior bairro de Itabira: Supermercado Nova América já tem obras na região do Gabiroba. Amplo e moderno, estabelecimento tem na diferenciação sua principal marca
O
maior bairro de Itabira, o Gabiroba, terá em breve um novo (e grandioso) empreendimento: o Supermercado Nova América. Os primeiros passos da obra iniciaram em julho do ano passado e estão em fase avançada. A perspectiva é que o estabelecimento seja inaugurado em fevereiro de 2015. A edificação fica na avenida Doutor Pedro Guerra, sentido Parque de Exposições. O espaço tem uma área total de 2 mil metros quadrados. Assim que estiver pronto, abrigará um sacolão, um açougue, uma padaria e uma floricultura. Também haverá várias vagas para
estacionamento e acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Moderna, a loja será toda em vidro. Quando estiver em funcionamento, o supermercado gerará em torno de 85 empregos diretos. O empreendimento é fruto da iniciativa do empresário itabirano Márcio Luiz Lage, após uma pesquisa de mercado realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que apontou grande viabilidade econômica no bairro. Ele aproveitou a oportunidade de ampliar seus negócios. Um dos fatores que mais atraiu a atenção do empresário foi o fato de o
bairro ser muito populoso e estar em ampla expansão, pedidos de clientes para abrir uma loja no Gabiroba, além da proximidade da Unifei. Para ele, existe uma lacuna, onde há um nicho de mercado a ser explorado. “Não só para supermercado. Mas existe uma carência e a minha intenção é preencher parte dessa carência”, declarou. O que o consumidor pode esperar, conforme Márcio, será uma loja moderna e como ele mesmo diz, “diferenciada tanto das nossas, quanto das outras da cidade”. Ele acredita que a comunidade ficará bem satisfeita com o futuro empreendimento. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Capa
oportunidades Negócios que podem nascer da extração mineral foi tema principal da 17ª Feira Multissetorial de Santa Bárbara. Nova estrutura, cursos e foco empreendedor movimentaram e garantiram o sucesso do maior evento de negócios do Médio Piracicaba
A
Renato Carvalho
ssunto recorrente em toda a região dependente de uma fonte econômica predominante, a diversificação esteve em pauta novamente neste mês, com a 17ª edição da Feira Multissetorial do Médio Piracicaba, em Santa Bárbara. Realizada pela Associação Comercial e Industrial (ACISB) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o evento protagonizou, mais uma vez, oportunidades de mais desenvolvimento para pequenos e grandes empresários. Entre os dias 18 e 20 de setembro, mais de 15 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições Adilson Melo e visitaram 90 expositores espalhados por quase 130 stands. Neste ano, a feira passou por uma inovação na estrutura física e estratégica a fim de dar novos rumos ao cenário econômico da região. O tema em 2014 foi a “Cadeia Produtiva da Mineração”. Para desenvolver o mote econômico, a Feira Multissetorial contou com a participação de mineradoras da região, fornecedores
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e consumidores do setor, além dos expositores da indústria, comércio e serviços. Estrategicamente, a feira explorou em seu tema o impacto econômico gerado pelas riquezas minerais, principal fonte de renda da região. Nos três dias de evento, o público pôde caminhar pelos corredores da feira e conhecer mais sobre os produtos e serviços dos expositores. A parceria com o Sebrae e o Senac proporcionou, ainda, palestras técnicas e motivacionais, além de cursos e treinamentos aos visitantes inscritos. Na quinta-feira, 18, a abertura do evento contou a presença de autoridades de Santa Bárbara, grandes empresas e da região. A Corporação Musical Santo Antônio tocou o Hino Nacional para o início da solenidade. No palco, discursaram o presidente da ACISB/ CDL, José Renato Fonseca Oliveira; o prefeito de Santa Bárbara, Leris Braga; o gerente de mineração da AngloGold Ashanti, Cristóvão Teófilo dos Santos; o coordenador técnico de desenvolvi-
mento sócioinstitucional da Samarco, José Ricardo Ferreira; e o gerente de manutenção da mina de Brucutu, da Vale, Márcio Antônio Rodrigues. Em seu discurso, José Renato disse estar honrado por ter as mineradoras como parceiras do evento. O prefeito Leris Braga destacou que Santa Bárbara acredita nas potencialidades da mineração para alavancar e movimentar ainda mais a economia local. Já o representante da AngloGold Ashanti citou diversos projetos e parcerias e falou do orgulho da empresa em estar na cidade. José Ricardo, da Samarco, falou brevemente sobre a oportunidade de estreitar relacionamentos na feira. Finalizando, Márcio Antônio Rodrigues definiu a missão da Vale com o desenvolvimento sustentável. Finalizadas as formalidades, foi aberta a feira, e o público que aguardava ansiosamente conheceu os expositores. A Feira Para José Renato, da ACISB/CDL,
Divulgação
Feira de
Feira Multissetorial de Santa Bárbara apresentou oportunidade de negócios a empresas e entidades
Fotos: Renato Carvalho/DeFato
o evento traz a oportunidade de negócios e crescimento de fornecedores para as grandes empresas. “É uma grande oportunidade de contato, de vendas e negócios”, disse o dirigente empresarial. A escolha do foco em mineração, segundo José Renato, tem a ver com a movimentação que o setor gera na cadeia econômica da região do Médio Piracicaba. “Temos várias mineradores na região, e com esse destaque na feira
criamos oportunidades de negócios para seus fornecedores: pequenas e grandes empresas têm a chance de crescerem por aqui”, destacou. A oportunidade de criação de um networking gera frutos futuros, segundo opinião de José Renato. “Conversar e negociar, fazer amizades, o pequeno empresário acompanhar a evolução do grande, tudo isso proporciona um crescimento individual e que, à frente, pode
virar crescimento coletivo”, enalteceu. Foco em mineração O gerente de manutenção da mina de Brucutu, da Vale, Márcio Antônio Rodrigues, exaltou a feira e destacou que a missão da empresa é transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável. Para ele, a feira focada na mineração prospecta novos empreendimentos e dá
Diretoria da ACISB/CDL, organizadora da Feira Mutissetorial do Médio Piracicaba SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
visibilidade ao trabalho da empresa. “A mineração é um produto não visível à sociedade. A gente tem que ter o efeito transformador, que é pegar os recursos naturais e trabalhar de forma que ele retorne em forma de geração de emprego, educação, renda, saúde”, destacou. Para o gerente, não há como a empresa atuar desconectada da sociedade, já que seus fornecedores e funcionários fazem parte da comunidade. “É importante fomentar o negócio local, desenvolver fornecedores locais para que assim a gente consiga aquele efeito transformador da mineração, que é gerar renda em cima da multiplicação no próprio local de origem da mina”, disse Márcio. O gerente de mineração da AngloGold Ashanti, Cristóvão Teófilo dos Santos, aponta que a cidade precisa assumir sua característica de polo minerador, e por isso, a escolha do foco econômico da feira foi muito feliz. “Sem desmerecer nenhum outro setor, muito pelo contrário, mas é preciso explorar essas características para desenvolver outros setores”, explicou. Por fim, coordenador técnico de desenvolvimento sócioinstitucional da Samarco, José Ricardo Ferreira, revelou que a empresa faz questão de estar presente em todos os eventos e que
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Presidente da ACISB/CDL, José Renato Fonseca Oliveria destacou o contato entre vendedores e compradores na Feira
coloca seus projetos sociais e cria um relacionamento forte e duradouro com o município. “A feira caracteriza para a empresa uma questão de multiplicação de valores, de projetos sustentáveis e de um futuro melhor para todos da cidade”, declarou. Empreendedorismo O fomento ao empreendedorismo é um dos principais, senão o principal objetivo da feira. Para o prefeito de Santa Bárbara, Leris Braga, a observação permite que novos produtos ou negócios surjam. “Eu posso não vender um produto A, nem comercializar um produto B, mas posso criar um produto ou negócio novo abrindo a mente e conhecendo novas formas de fazer, e a feira permite isso”, destacou. O prefeito argumentou que não é preciso entender ou conhecer o conceito de empreendedorismo para, de fato, empreender. Ao circular na feira, a pessoa vê carros produzidos, novas máquinas, papéis impressos, e tudo isso está ligado a sua vida cotidiana. “Ele não vem simplesmente como aquele que vai buscar o serviço ou produto, aqui ele tem a oportunidade de contato da forma de produção daquilo que ele utiliza em sua vida”, explicou. Leris Braga destaca o empreendedorismo pode ser usado até nas
administrações públicas. “Entender e reconhecer soluções empreendedoras proporciona uma possibilidade maior de desenvoltura na forma de comando público e relação com o setor privado”, afirmou o prefeito. Para Cristóvão, da AngloGold Ashanti, o empreendedorismo dos empresários da cidade fortifica a economia da cidade. “Se conseguirmos desenvolver prestação de serviços, ou o próprio fornecimento de material, vai ser interessante paras as grandes empresas que aqui estão”, disse. Rodada de negócios Na sexta-feira, 19, e sábado, 20, além das exposições e cursos, a Feira contou também com seis rodadas de negócios divididas nos dois dias. No primeiro, os visitantes inscritos puderam negociar diretamente com Samarco, Vale e AngloGold Ashanti. Já no dia seguinte foi a vez da Jaguar Mining e Pedreira Um Valemix ouvirem as propostas dos interessados, além interação entre os próprios expositores. O presidente da Acisb, José Renato, contou que as inscrições para a rodada de negócios com as empresas completaram em apenas quatro horas. O claro sucesso permitiu que empreendedores e microempresários mineiros apresentassem seus projetos, produtos e serviços às grandes empresas.
Autoridades e líderes empresariais participaram da abertura da 17ª edição da Feira Multissetorial
Cristóvão Teófilo dos Santos, da AngloGold Ashanti Márcio Antônio Rodrigues, da Vale
Movimentação econômica Neste ano a feira teve um crescimento de quase 400% no tamanho. Em 2013 o espaço destinado foi de 1.800 m², enquanto em 2014, 7.000 m² foram utilizados para as exposições. As cifras também foram superiores. Nesta edição, cerca de R$ 8 milhões foram movimentados em negócios fechados e prospectados. “Só não foi maior devido ao tempo que tivemos, mas é uma feira que tem tudo para crescer ainda mais”, contou José Renato. A feira, além de aquecer os negócios entre as empresas, movimenta a economia da cidade. Segundo o presidente da ACISB, 500 empregos diretos e mais de 600 indiretos foram gerados. “A rede hoteleira está toda ocupada, os restaurantes ganham com o movimento, as lojas vendem mais, assim como as gráficas. É uma cadeia de geração de negócios”, explicou José Renato. □
José Ricardo Ferreira, da Samarco
EMPRESAS E ENTIDADES PARTICIPANTES ACG PNEUS ADESB AFASB AHS Publicidade AngloGold Ashanti APAE Santa Bárbara ACISB / CDL Santa Bárbara AHS Publicidade Associação dos Aposentados de Santa Bárbara Associação dos Artesãos de Sta Bárbara Cachaça Segredo do Pastor Café Impulso Caixa Econômica Federal Castellar Acabamentos Cenibra Centro Téc. Educacional Somarti Cervejaria La Violla Ciclo Soluções Inteligentes CM Marketing e Eventos Correios Santa Bárbara Concessionária CVG DeFato Degust Distribuidora Rainel Eletroduarte
Em Cantos Bar e Restaurante Eros Segurança Eletrônica Estácio de Sá / Uniseb FORTEPLUS SISTEMAS FRS Projetos Hermendiesel IMCOP Impacto Indústria de Equip. Rodoviários Imperial Negócios Imobiliários INMECO Italoc Jaguar Mining Jornal Voz do Caraça JRC Usinagem/Comercial Ferreira Lanchonete Doce Vício Mel Santa Bárbara Minas Máquinas MRW Serviços Ong Seguindo de Mãos Dadas Organização Sonho de Festa Pedreira Um Valemix Portela Fotografia e Filmagem Pré - Moldados Cordeiro Pref. Municipal de Catas Altas Pref. Municipal de Santa Bárbara
Pref. Municipal de São Gonçalo Prisma Imobiliária Prudential do Brasil Real Buffet Revista Defato e Defato On line Roci & Arte Artesanatos Rossetti Equipamentos Rodoviários Rotoplast Samarco Mineração SEMPRE INOX Sicoob Credimepi SJ Construções SuperLoc Telas e Tanque Rede HAV TMP GRUPO ITAPUÃ Top ´s Persianas TV Caraça Unimed BH Vale VEMASA Vemon Veículos Visual Propaganda Wiband
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GALERIA DE FOTOS
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Especial Tatiana Santos/DeFato
Banana foi o ingrediente obrigatório da edição 2014
Conquista pelo
paladar
Circuito do Sabor registra recordes em 2014 e se consolida como incentivo para que estabelecimentos itabiranos façam da melhoria contínua um atrativo para os clientes
C
heiro agradável, ornamentação impecável e sabor delicioso. Não há quem resista a um bom prato se a composição estiver baseada nesses três pilares. Junte a isso o bom atendimento e um ambiente limpo e acolhedor. Misture tudo e use uma pitada de criatividade. Pronto! Está dada a receita para que estabelecimentos conquistem os clientes pelo paladar. Tornar essa receita cada vez mais popular é a intenção do Circuito do Sabor. Em 2014, o festival gastronômico promovido pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita) chegou à nona edição. E bateu recordes. Foi o que mais teve participação de estabelecimentos e de público. Na Paiada - festa que encerra o
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evento - mais de mil pessoas compareceram ao Real Campestre Clube para o show do cantor Leoni. A 9ª edição apresentou novidades. Além de um artista renomado na festa de encerramento, o Circuito do Sabor 2014 contou com profissionais de gastronomia entre os jurados e deu maior peso à avaliação popular. O festival foi mais extenso e ganhou atrações culturais nos estabelecimentos participantes. Pelos bares, restaurantes e pizzarias, mágicos, músicos e outros artistas tornaram mais atrativas as refeições. O ingrediente obrigatório desta edição foi a banana. A escolha se deu pelo fato de ser uma fruta regional, barata e com muitas possibilidades de receitas. No dia da apresentação do ingrediente,
no início de julho, o chef itabirano Jucenir Ribeiro, que atua em uma rede de restaurantes de Belo Horizonte, preparou um cardápio com entrada, prato principal e sobremesa a base de banana. Tudo para inspirar os participantes e incentivá-los a fazer o melhor prato possível. Melhoria contínua O presidente da Acita, Marco Aurélio Garcia Matos, comemorou os resultados do Circuito do Sabor 2014. O empresário citou que o festival teve mais dias de duração (entre 1º de julho e 3 de agosto), mais estabelecimentos (20 no total) e participação mais efetiva da população. Além disso, há o fator estimulante, da busca pela melhoria, que transcende o festival.
Tatiana Santos/DeFato
PARTICIPANTES
Yves Hermínio
Alquimia Apricci Atelier Lanches Barzinho Vegas Callavini Pizzaria Chiquito Grill Churrascaria Dedo de Prosa Deguste Mais Glutton Amazonas Glutton Centro Labinho Pizzaria Pardantella Pizzaria Pizzaria Don Fratelli’s Pizzaria Forno a Lenha Pizzaria Italiana Restaurante Kyrius Sanduixim Sorveteria Salada Spetim Volley Burguer
Chef Jucenir Ribeiro apresentou receitas ao presidente da Acita, Marco Aurélio, ao prefeito Damon e à primeira dama Áurea
“É um evento que incentiva a melhoria. A atenção que eles (participantes) dão aos clientes e os cuidados com o estabelecimento se mantêm após o festival. A Acita ajuda neste processo. Ajudamos a identificar os pontos positivos e negativos. As falhas e os problemas receberão atenção especial. Em parceria com o Sebrae, iremos fornecer cursos de qualificação para que o atendimento continue em evolução”, comentou Marco Aurélio. Quem também se surpreendeu com os resultados foi a empresária Maria Guida Pires Guedes, que integrou a Comissão Organizadora do Circuito do Sabor. Para ela, a divulgação e as atrações inseridas no festival em 2014 colaboraram para o sucesso do evento. “Temos o retorno dos participantes, que se mostraram muito felizes com o festival e também do público, que saiu satisfeito”, comentou. “Os estabelecimentos tiveram público 60% maior que nos dias habituais”, completou. Todo o sucesso foi refletido na Paiada. O evento aconteceu no dia 29 de agosto, no Real Campestre Clube, com show de Leoni, ex-integrante do grupo Kid Abelha. Mais de mil pessoas compareceram e os ingressos se esgotaram. Também teve apresentações do Coral do Combem e do grupo Uobá. “Foi um sucesso. Muito legal ver o Real cheio e os participantes comercializando seus pratos. Atingimos o objetivo
do Circuito do Sabor, que é incentivar a gastronomia e proporcionar lazer aos itabiranos”, afirmou o presidente da Acita. Resultados Os vencedores do Circuito do Sabor foram conhecidos durante a Paiada. Pela terceira vez, o grande campeão foi o Atelier Lanches, que ficou com o primeiro lugar geral e ainda garantiu melhor atendimento e higiene. O estabelecimento concorreu com o prato “Granbanana”. Chiquito Grill classificou-se em segundo lugar e foi dono do melhor prato, a “Tilápia da Terra”. A terceira colocação foi para a Pizzaria Apricci, que apresentou a “Pizza de Banana com Canela e Sorvete de Creme”. Os estabelecimentos foram julgados por três comissões: uma da Acita, com peso de 20%; a segunda de especialistas, formada por profissionais de gastronomia da Faculdade Estácio de Sá, com peso de 40%; e terceira que é o público, também com peso de 40%. Os clientes que responderam aos questionários concorreram a prêmios sorteados durante a festa de encerramento. Se a edição de 2014 agradou, a do próximo ano promete ainda mais. Em 2015 a Acita comemora 90 anos e o Circuito do Sabor chega à 10ª edição. As datas redondas merecem comemoração, e o festival gastronômico será a grande festa. “Já estão me perguntando quem será a atração do ano que vem. Será marcante, tenho certeza”, comenta Marco Aurélio. A promessa é de uma festa que agrade a todos os gostos. Para que o Circuito do Sabor continue conquistando pelo paladar. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Empreendedorismo
Momento de decisão
T Márcio Antônio Labruna Eletrotécnico, Matemático, pósgraduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e ex- presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec. labruna@inovatecincubadora.com.br
“Chegou a hora de assumir nossa vida, nosso destino, acreditar em você, lutar sem medo e fazendo de cada erro um aprendizado”
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odos os dias de nossa vida temos que tomar decisões. Nossa trajetória de vida é determinada pelo sim e pelo não que colocamos a cada momento de nossa caminhada. Viver é ir se fazendo em todos os intervalos. Uns vencem sua trajetória no indiferentismo, deixando a vida o levar. Porém quem usa sua faculdade de pensar, característica singular do ser humano, tem o DNA do empreendedorismo e jamais é levado pela vida, mas coloca sua existência a seu serviço e dos outros que o circundam. A vida atual coloca à disposição um incomensurável cenário de opções, exigindo de todos muita informação. No entanto, só a informação não quer dizer conhecimento e toda informação tem que ser trabalhada e planificada. Estamos na era da velocidade do pensamento, onde temos as redes sociais, os sites de consultas e as tecnologias da informação agitando nosso dia a dia e até nos levando ao estresse pela dificuldade da certeza. Conhecimento, desenvolvimento, inovação, empreendedorismo, são palavras de ordem e todas elas terão que ser vividas em conjunto, não havendo qualquer possibilidade de se ater em apenas uma delas. É a revolução silenciosa da atualidade. Os jovens enxergam tudo isso com alguma naturalidade, pois nasceram e vivem dentro deste cenário de facilidades onde não existem limites definidos. Nossa atualidade não tem padrões, não existe referência, não existe último modelo e o avanço é muito mais
rápido que a nossa capacidade de perceber. Novas profissões vão surgindo e muitas outras se extinguindo, gerando desconforto e acabando com as zonas de conforto. Mas como decidir? E qual é o momento? Com certeza é todo o tempo, desde que nascemos. E a decisão está muito relacionada aos nossos valores culturais e sociais, herdados ou desenvolvidos em nossos ambientes. Não existe decisão sem risco. Segurança só no colinho da mamãe. Chegou a hora de assumir nossa vida, nosso destino, acreditar em você, lutar sem medo e fazendo de cada erro um aprendizado. No século XVII nasceu o empreendedorismo em Minas Gerais. Pessoas sem conhecimento, apenas acreditando que seria possível, lutaram e trabalharam bravamente para garimpar nossas riquezas minerais, transformando sonhos em riquezas que hoje nos alimentam. Nossa geração tem hoje acesso a todas tecnologias, os conhecimentos estão universalizados e oportunidades golpeiam nossas cabeças. Há um fio de esperança pairando no ar e nossa responsabilidade é cada vez maior na construção de um novo futuro. Precisamos ser empreendedores e inovarmos cada vez mais, lembrando que tudo é dinâmico. Porém, é preciso saber ler a linguagem do Criador através de suas obras em todos os ambientes, sabendo que o ser humano é o ápice de tudo e foi criado para arquitetar e criar sua própria felicidade. □
DeFato
Negócio
O segredo do sucesso
AtelieR Lanches vence pela terceira vez o Circuito do Sabor, festival gastronômico que chegou à nona edição
Divulgação
Fernanda Bergo e Alex de Oliveira garantem que o sucesso só vem com trabalho e dedicação
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ual o segredo do sucesso do jovem casal de empresários, sócios do AtelieR Lanches, que este ano levou pela terceira vez o Circuito do Sabor, em Itabira? Alex de Oliveira e Fernanda Bergo garantem que o sucesso se dá através de muito trabalho, dedicação, esforço, comprometimento, transparência e, principalmente, respeito aos clientes, funcionários e amigos. Tudo começou em 2000, quando a A gata comeu
família de Alex instalou um trailer no final da rua Platina, em Itabira, logo abaixo de uma passarela que ali existia. Em 2003, com a chegada da avenida Mauro Ribeiro, o então prefeito Ronaldo Magalhães e seu vice João Izael visitaram o trailer a fim de indenizá-lo para a abertura da avenida, trazendo, assim, o estabelecimento para cima da casa dos pais de Alex, senhor Dimas. O trailer se transformou em restaurante e funcionou até 2009. Nesse ano, Tropicaliente
Alex voltou para Itabira para dar uma “repaginada” no ambiente e transformá-lo no que é o AtelieR hoje. A inauguração aconteceu em junho de 2012, coincidindo com o Circuito do Sabor daquele ano. O AtelieR participou pela primeira vez com o lanche “A Gata Comeu” e ganhou em primeiro lugar geral. No final do mesmo ano, Alex voltou para Belo Horizonte e passou a administração da lanchonete para seu pai. Em junho de 2013, retornou à administração do AtelieR, participando pela segunda vez do festival gastronômico com o prato “Tropicaliente”. Conquistou o terceiro lugar geral e o primeiro na categoria Melhor Prato. Após um ano de muito trabalho, o AtelieR venceu mais um Circuito do Sabor, em 2014, com o prato “GranBanana”. Além do primeiro lugar geral, foi classificado também como Melhor Higiene e Melhor Atendimento. No AtelieR, os funcionários são treinados e supervisionados para preparar os lanches em um ambiente limpo, com uma “cozinha vitrine”, onde os clientes visualizam o preparo dos alimentos. Tudo baseado nos conceitos de qualidade e transparência. Pioneiros em hambúrguer gourmet em Itabira, o AtelieR ganhou o gosto do público e não para de inovar. Segundo Alex e Fernanda, o cliente está sempre em primeiro lugar. □ GranBanana
Pratos que concorreram nas três últimas edições do Circuito do Sabor e ajudaram AtelieR Lanches a sair vencedor SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Saúde
Sorrir sem
medo Q
ual o poder de um sorriso? O que ele pode conquistar e quais as portas é capaz de abrir? Em uma sociedade globalizada as pessoas estão cada vez mais exigentes, ter os dentes em bom estado de conservação pode significar oportunidades. A evolução tecnológica tem sido cada vez mais rápida, e as pessoas não só almejam mais, como querem alcançar seus objetivos num curto espaço de tempo. Além disso, as relações interpessoais são decisivas no mundo dos negócios, o que motiva a busca por um visual mais agradável aos olhos de si e do outro. Um belo sorriso torna-se muito importante, pois é capaz de elevar a autoestima de um indivíduo, transmitindo confiança e personalidade aqueles que estão ao seu redor. É nesse contexto que atua a clínica itabirana Reabilitação Oral Lopes e Costa. Há 14 anos no mercado, a clínica liderada pelo Cirurgião-dentista Gilson Edgar Lopes da Costa que atende nas especialidades de implantes e próteses dentárias, conta com equipe formada por 6 especialistas e 5 auxiliares altamente capacitados. Desempenha trabalho singular na odontologia itabirana, realizando um tratamento multidisciplinar, capaz de interligar todas as disciplinas da odontologia, indo da estética ao im-
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plante em um único local. O profissional é formado pela Universidade Vale do Rio Verde UNINCOR de Três Corações, e se especializou nessas duas áreas. Segundo o odontológo, reabilitação oral é a união de todas as especialidades em um único tratamento. “Conhecer os conceitos, dominar a técnica não é o suficiente, é preciso interagir as especialidades, não devemos ver o dente apenas como um dente, é necessário ver o sorriso, o indivíduo como um todo, observar a maneira que esse dente vai trabalhar na boca, essa filosofia de trabalho permite a realização de uma odontologia de alta performace", comenta Edgar, como gosta de ser chamado. Simplificando, a técnica da implantodontia consiste em colocar um parafuso de titânio dentro do osso, na região em que houve a perda dentária. “ O parafuso funciona como se fosse a raiz do dente no qual é instalado a prótese.” De acordo com Dr. Edgar apenas isso não é o suficiente para “devolver" o dente perdido. “Na maioria das vezes precisamos trabalhar a gengiva com enxertos gengivais e uso de próteses provisórias, interagido a implantodontia com as especialidades de periodontia e prótese dentária. Isto é fazer reabilitação oral. Realizando implantes desta maneira, reduzimos em muito a perda dos implantes
Divulgação
Especialista em implantes e próteses dentárias, odontólogo Gilson Edgar Lopes da Costa aponta a reabilitação oral como fator preponderante para devolver autoestima a quem tem problemas com dentes
e conseguimos devolver a harmonia do sorriso”. O alerta, no entanto, é para a demora em procurar o tratamento. O dentista informa que quanto mais cedo o paciente buscar o implante após a perda do dente, melhor será o resultado. Nova odontologia A paixão de Dr. Edgar pela odontologia se revela tanto na prática diária da profissão realizando as reabilitações orais como também na forma que nos recebe e responde nossas perguntas. Perguntado sobre seu público alvo, se havia uma faixa etária especifica de seus clientes, sorrindo responde: “Não dá para especificar, atendo a todos os que precisam, mas há uma procura maior pelo tratamento dos pacientes de 40 a 70 anos”. Segundo ele, isso tem uma explicação. “Nos últimos anos, os implantes dentários assumiram grande importância entre a população adulta e idosa, pois além de melhorarem a estética e a função, as próteses implanto-suportadas podem prevenir a perda de autoestima e combater o isolamento social. A segurança da técnica e depoimentos de pacientes que já realizaram o tratamento e resgataram o poder de mastigação, a liberdade de sorrir, o conforto, a estética servem de motivação para novos pacientes que por um motivo ou outro têm receio ou
dúvidas sobre o tratamento.” Os fatores de perda dentária destas gerações são semelhantes, pois não havia informação, tão pouco dentistas preparados. A mentalidade odontológica era outra. Não havia prevenção e os recursos técnicos eram escassos. A odontologia teve uma evolução enorme com o aparecimento dos implantes”, comenta. A implantodontia não é uma técnica tão recente, surgiu há mais de 40 anos, mas demorou a chegar ao Brasil. Somente na década de 90 o procedimento se tornou acessível em terras tupiniquins. Apesar disso, o método evoluiu e vem evoluindo com grande velocidade e hoje é extremamente confiável. “A indústria odontológica desenvolve e investe muito em biomateriais, para enxertia óssea, design de rosca de parafuso, tratamento de superfície dos implantes, instrumentais e equipamentos sofisticados, exames tomográficos digitais... Tudo isso faz com o implante seja hoje uma realidade, um procedimento seguro, confortável e duradouro”, explica. Mas também há os casos de perdas dentárias originados em acidentes ou o não desenvolvimento do dente, as agenesias, que podem afetar pessoas de qualquer faixa etária. Nesse cenário, a única exigência para fazer o implante é que o crescimento ósseo esteja concluído. O aconselhável é que o paciente tenha mais de 18 anos. “Pacientes que são muitos novos, casos de adolescentes e crianças que por algum motivo perderam o dente, precisam esperar o término do crescimento ósseo para depois fazer o implante. Enquanto isso, substituímos o elemento dental perdido com a confecção de próteses removíveis”, comenta o dentista. Independentemente da idade, o odontológo explica que o importante é que a pessoa esteja bem informada.
O paciente precisa estar ciente de que não vai receber um novo dente, mas um implante industrializado. “É muito mais fácil você aceitar um tratamento e ser cooperativo quando há informação, mesmo que você não tenha costume de ir ao dentista e não tenha formação técnica, é preciso saber que dente é Deus quem faz, e que o implante não é dente é uma prótese. A informação gera a consciência da limitação, gera cuidados de conservação, traz o paciente para o tratamento, evita insucessos e decepções, elimina falsas expectativas com o tratamento, diz.
esta nova técnica , são confeccionadas lâminas cerâmicas extremamente finas e o maior ganho disso é manutenção do tecido dentário. As lentes de contato muitas vezes não exigem desgaste do dente e permitem alterar o formato dos mesmos, fechar espaços (diastemas), solucionar problemas recorrentes de fraturas de resinas com um material que não sofre degradação no meio bucal - a porcelana.“Essa técnica permite mudar totalmente o perfil do paciente, com mínimo de desgaste e grande durabilidade. Era o acabamento que faltava à reabilitação oral”, comenta. Dentista Gilson Edgar Lopes da Costa é esPara se fazer reabilitação pecialista em implantes e próteses dentárias oral é necessário um tratamento multidisciplinar, para alcançar a excelência. A finalização estética é, na realidade, a última etapa. É preciso primeiro diagnosticar, avaliar as possibilidades de tratamento, discutindo-as com cada paciente, planejar com a equipe as técnicas a serem empregadas, para somente então, restabelecer a saúde e a função, e devolver a estética que a pessoa tanto procura. “Um belo sorriso é capaz de salvar Odontologia de Alta Performance vidas interiores, através da elevação da Quando o assunto é sorriso a ex- autoestima. Por isso devemos investir na pectativa e a exigência estética são ainda construção e na manutenção de um sormaiores, a procura por novas técnicas riso belo e saudável”, conclui o dentista. e materiais é uma busca constante. O A clínica só trabalha com atendiprofissional conta que recentemente es- mento particular. O pagamento, aliás, é teve em São Paulo para um curso sobre um dos grandes medos de quem necesuma nova técnica que apresenta soluções sita de um tratamento odontológico mais estéticas espetaculares. A novidade está sofisticado. Mas o dentista avisa que não sendo trazida por Edgar para Itabira. Tra- é preciso temor. Segundo ele, até mesmo ta-se da colocação nos dentes de facetas as intervenções mais sofisticadas podem laminadas ou fragmentos cerâmicos, as estar a preços acessíveis, e serem parcelachamadas lentes de contatos de porce- das. A evolução da odontologia tem torlana. O que difere estes novos procedi- nado os tratamentos mais acessíveis para mentos das facetas convencionalmente os pacientes e contribuído também para realizadas é a espessura da porcelana, os especialistas, que encontram melhores usualmente as porcelanas precisavam métodos para executar o tratamento com de uma espessura mínima para que fosse excelência. É a tecnologia a serviço da aderida a estrutura dentária e suportasse odontologia, para que mais ninguém a carga mastigatória. No entanto, com tenha medo de sorrir. □ clinicalopescosta@yahoo.com.br
Endereços em Itabira:
Rua Irmãos D’Caux, 47, salas 108 e 109, Centro | (31) 3831-7073 Rua Tabelião Valdemar de Alvarenga Lage, 1286, Água Fresca | (31) 3834-1720
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DeFato
Inauguração
Nova loja de O Boticário em Itabira foi inaugurada com evento que enfatizou principal especialidade da franquia: promover beleza
Experiência em
Fotos: Tiago Arruda/DeFato
M
beleza
Itabira ganha nova loja O Boticário, que promete interatividade com cada cliente
ais do que um simples momento de compra e venda, a loja O Boticário quer que o contato com cada consumidor seja uma verdadeira experiência de beleza. Para que essa experiência se concretize com cada cliente, foi inaugurada no dia 2 de setembro, mais uma loja da rede em Itabira. O novo espaço abriu as portas com
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um coquetel e a presença do renomado maquiador Cris Moreno, vencedor da segunda edição do programa “Desafio da Beleza”, do canal GNT. Pelas mãos habilidosas de Moreno, as clientes conheceram a sofisticação dos itens especiais para o verão da coleção Make B. Tropical Colors. Localizada na avenida mais movimentada da cidade, a João Pinheiro, a loja foi toda pensada para valorizar
a exposição dos produtos e incentivar ainda mais a experimentação, combinada à oferta de conteúdo aos consumidores de maneira envolvente. “A nova loja tem mais espaço para experimentação e exposição dos produtos. São 50m² e mais de mil produtos disponíveis ao cliente”, ressalta a franqueada Aparecida de Sá , conhecida pela clientela como Paré. A tecnologia também é uma das
A Nova loja O Boticário se localiza no seguinte endereço: Avenida João Pinheiro, 765, Centro- Itabira estrelas do espaço. Em diversos pontos, o cliente pode se aprofundar nos conceitos das marcas, por meio de tablets, sonorização e guias que apresentam vídeos, músicas e tutoriais, transportando ao consumidor cada produto. Espaços para experimentação e exposição dos produtos também são destaque no Beauty Bar. Nas prateleiras de perfume, as fragrâncias divididas por estados de espírito e estilos associados a
cada marca possibilitam ao consumidor escolher a opção que mais combina com ele. Já na área reservada para maquiagem, além de experimentar os produtos da linha premium Make B., o cliente encontra sugestões de uso e combinação de texturas e cores. O espaço tem tutorial com looks exclusivos, que serão renovados a cada nova coleção. A nova loja também traz um espaço especial para quem vai presentear,
além de produtos destinados aos homens. No ponto “Monte seu presente”, é possível customizar as embalagens com fitas e laços, canetas coloridas e cartões. Além disso, a oportunidade de fazer e imprimir uma foto na hora, para compor a caixa de presente é um diferencial. É por isso e muito mais que os itabiranos já têm à disposição um novo conceito de loja, bem atraente e interativo. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
BR 381
A contadora de
histórias
Jornalista sai pela BR-381 atrás de personagens que vivenciam os perigos de uma das rodovias que mais mata no país. Resultado está em um livro com mais de 60 páginas que serviu como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na faculdade Rodrigo Andrade
P
lantar uma árvore, escrever um livro e ter filhos. Dizem por aí que a vida da gente só estará verdadeiramente completa se esses três objetivos forem concluídos até o fim de nossa existência. Um desses passos já foi dado pela jornalista itabirana Tatiana Santos. A profissional que integra a equipe da DeFato aproveitou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da faculdade de Jornalismo do Unileste, no Vale do Aço, para elaborar um projeto que marcasse a sua passagem pela instituição. Resolveu, então, sair pela BR-381 atrás de histórias e descobriu personagens que vivem, diariamente, os perigos da “Rodovia da Morte”. O resultado dessa “empreitada educacional” é o livro “Vidas que vêm e vão: personagens da BR-381”. A obra, com mais de 60 páginas, é a compilação das melhores histórias coletadas por Tatiana nos dias em que percorreu a rodovia atrás de personagens. Sempre na companhia de seu pai, José da Conceição Santos, e a bordo do “velho Fiesta verde”, a jornalista passou por mais de uma centena de quilômetros entre João Monlevade e o Vale do Aço.
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Escutou muita gente, conheceu muitas realidades. “Alguns relatos eram de dor, como o da mulher que perdeu dois sobrinhos e um mês depois, um filho de apenas 24 anos na 381. Essa foi a história que mais me tocou. Pude também conhecer pessoas que demonstravam medo extremo, como a universitária que trancaria a faculdade por este motivo”, comenta a jornalista. De certa forma, a história de Tatiana se confundia com a da estudante amedrontada. A itabirana também percorria a BR-381 todos os dias para cursar a faculdade. A “intimidade” criada com rodovia foi um dos motivos que levou a jornalista a escolher o tema do livro. Outro aspecto levado em conta é a importância da BR-381 para a região e para o país. “Contrariamente ao que a mídia mostra e ao que já é sabido por todos (acidentes, falta de estrutura, mortes), queria apresentar outro lado da rodovia. Minha proposta era falar sobre um lado mais ‘humano’, contar os relatos de pessoas que, por algum motivo, têm que conviver com as dificuldades da rodovia”, diz a autora.
O trabalho O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é a última etapa da faculdade e a mais temida pela maioria dos estudantes. Aquela que pode jogar por terra todos os anos dedicados aos estudos, mas, por outro lado, que também pode consagrar o aluno. Tatiana resolveu apostar no lado bom e contou com a orientação do professor William Caldas Trevizani para desenvolver o livro sobre a BR-381. “Eu tinha receio de que, com um trabalho tão amplo, pudesse me perder nos prazos. Tinha total consciência de que esse tipo de projeto daria bastante trabalho, até mesmo pelo tempo restrito, por ter que viajar para o Vale do Aço todos os dias. Mas acabei optando pelo livro, e no momento em que me decidi não olhei para trás, pensei somente no resultado”, conta a jornalista. Tatiana Santos precisou se desdobrar entre as atividades profissionais e universitárias para concluir o projeto. As pesquisas pela BR-381 não foram tão difíceis quanto a jornalista imaginava. Tatiana diz que até se surpreendeu com a abertura que as personagens davam. “Não sei se porque tinham uma
Jornalista Tatiana Santos exibe com orgulho o livro que fez para contar histórias da BR-381
Renato Carvalho/DeFato
‘voz entalada’ na garganta ou se era porque queriam contribuir com a estudante que os abordava, mas ajudaram muito”, comenta. “Deixaram que eu entrasse em seus mundos, desenterrasse histórias e extraísse sentimentos como revolta, medo e tristeza”, completa. Os frutos de tanto esforço já são colhidos pela jornalista. Desde que apresentou o trabalho à Banca Examinadora, em dezembro de 2013, Tatiana tem recebido incentivo para que publique o livro, mesmo que de maneira independente. O projeto também rendeu matérias em veículos de comunicação do Unileste e na mídia do Vale do Aço. A obra, por enquanto, está disponível para pesquisas na biblioteca da faculdade, mas a autora pretende fazer com que o livro ganhe rumo. Para isso, quer buscar parceiros e inscrever-se em leis de incentivo à cultura, como a Lei Drummond, de Itabira. Tatiana quer que seu livro se torne instrumento para que ações enérgicas sejam tomadas para mudança de realidade da BR-381. Para que sentimentos de dor e tristeza, como os que ela descreve na obra, fi-
quem apenas nas memórias de quem vivencia o cotidiano dessa rodovia. Para que quem vá, sempre volte. “O trabalho tem tido uma repercussão positiva e fico muito, muito satisfeita com isso. Trabalhar, se dedicar e colher os frutos é maravilhoso. É sinal de que todo o esforço tem sido reconhecido”, orgulha-se Tatiana. E por falar em frutos, depois do livro é hora de começar a pensar em plantar a árvore. Ou de ter filhos. Para ter uma vida completa. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Esporte Fotos: Renato Carvalho/DeFato
Ginástica de trampolim itabirana, mesmo pouco conhecida, se destaca em competições e sonha com boa colocação no Mundial em novembro
Jhonatham faz do trampolim um incentivo para voar alto na vida
I
tabira sempre teve muita tradição na disputa dos Jogos do Interior de Minas Gerais (Jimi). Presente em todos os esportes da competição, a cidade passou a treinar ginástica de trampolim há 13 anos, quando pela primeira vez a modalidade foi inserida nos jogos. Com dois meses de preparo, o educador físico Márcio Rosa Guerra, 55 anos, selecionou 12 jovens estudantes para competir. A partir de então, o município passou a investir e hoje colhe frutos de um trabalho persistente. Desde o início, os treinamentos acontecem no Valério. No começo a estrutura era precária. A área de treinamentos para as acrobacias dos ginastas era a mesma utilizada pelo Judô - hoje desativado. “Foi no chão duro do tata-
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me que começamos a fazer os primeiros saltos”, contou Márcio. As condições melhoraram algum tempo depois, quando o Sesi, ao sair de Itabira, doou alguns equipamentos, como plintos, bancos romanos, minitrampolim, prancha e colchões. O trabalho dá tão certo que a equipe já conquistou todos os títulos possíveis, desde jogos escolares, campeonatos mineiros, brasileiros e até um mundial. “Hoje estamos entre as melhores equipes do Brasil, que são Minas Tênis Clube, Contagem, Ouro Preto e Itabira, todas mineiras”, revelou o professor de educação física que coordena a equipe até hoje. As aulas são gratuitas e atualmente 70 alunos treinam de segunda à sexta, divididos entre o período da manhã e da
tarde. Com investimentos de R$ 420 mil da Prefeitura para a compra de novos equipamentos, a expectativa de Márcio Guerra é que o número de participantes aumente para mais de 100. A rotina de treinamentos é pesada e apenas crianças de 5 a 10 anos de idade são aceitas na equipe. Isso porque a partir dos 11 anos já existem competições com certo grau de exigência que um iniciante não conseguiria cumprir. “Na fase pré-infantil a criança trabalha a lateralidade, o sentido de espaço e tempo, coordenação motora, rolamento simples, corrida lateral, o básico do esporte”, explicou o treinador. Além disso, outra exigência é que a criança esteja estudando para poder participar da equipe. Márcio explica que
apresentar o boletim não é exigência, já que seu interesse é que a criança aprenda a criar responsabilidades. “Se o aluno perder nota, não vou tirá-lo do treinamento. Ele precisa vir, aprender a ter disciplina e ver que os colegas conseguem treinar e ter notas boas. Se ele sair daqui, vai ficar na rua, sem ocupação”, disse. Não é só Márcio que treina os jovens atletas. Wesley Alexandre, 26 anos, fez parte da primeira turma de ginástica e hoje trabalha como coordenador técnico e ensina tudo o que aprendeu às crianças. Além deles, dois alunos da equipe que integram a Seleção Brasileira são contratados para orientar os mais inexperientes. “Tudo que os orientadores fazem foi planejado por mim e pelo Wesley, então eles nos ajudam muito a desenvolver as aulas”, contou Márcio. Para Wesley, o trabalho é gratificante, pois bons frutos sempre são colhidos. “As pessoas acham que o esporte não é uma forma de educação. Pelo contrário, é sim. Forma cidadãos e pessoas de bom caráter”, exaltou o coordenador técnico. Outros pontos positivos são destacados pelo auxiliar. Para ele, os alunos aprendem a trabalhar sob pressão. “Você treina para superar seu limite e o do próximo. E às vezes você treina um exercício o ano inteiro, e no momento do campeonato você erra. É importante aprender a lidar com isso, até para situações da vida”, disse Wesley. De Itabira para o mundo Em novembro acontece o Mundial de Ginástica de Trampolim, em Daytona, nos Estados Unidos. A competição se divide em três modalidades: trampolim, tumbling e duplo minitrampolim. Cinco atletas da equipe itabirana foram convocados para a Seleção Brasileira e disputarão nos aparelhos tumbling e duplo minitrampolim, assim como Wesley, convocado como treinador dos aparelhos citados. Jhonatham Eustáquio Machado, 18 anos, (Duplo Minitrampolim Adulto); Eli Vinícius Amorim Almeida e Gustavo Soares de Oliveira, ambos com 16 anos, (Duplo Minitrampolim Juvenil); Larissa dos Santos Gomes, 15, (Tumbling Juvenil); e Rinaldo Ribeiro, 18, (Tumbling
Atletas de Itabira estarão nos Estados Unidos para a disputa do Campeonato Mundial
Márcio Rosa e a equipe de Itabira é unida para o fortalecimento do esporte no município
Adulto) são os itabiranos que disputarão medalhas na competição. Para o treinador Márcio, a perspectiva no mundial não é subir no pódio, mas figurar entre 20º a 25º na classificação. Em 2013, quando seis itabiranos disputaram a competição na Bulgária, a melhor colocação da equipe foi o 25º lugar e a pior o 29º. Logo, qualquer classificação acima disso será vista como positiva. “Se um atleta ficar em 20º, por exemplo, já é uma vitória imensa, se tratando de mundial, onde mais de 40 países e mais de 160 atletas competem por aparelho”, estipula o professor. Neste ano, a grande esperança é Jonathan. Segundo o treinador, a expectativa é que ele fique entre os 12 primeiros colocados. “É uma expectativa nossa, com pé no chão, mas a gente passa isso a ele para que ele sinta a responsabilidade e se aplique mais nos treinos”, explicou.
Treinando há seis anos, Jhonatham - que também é um dos orientadores contratados - diz estar ansioso para a competição, já que nunca viajou para o exterior. No Brasil, já competiu em várias cidades por campeonatos nacionais. A ginástica transformou a vida dele. Além da parte financeira, o atleta passou a ter uma ocupação. “Eu passava muito tempo na rua, e agora não mais. Além disso, fiz amizades e viajo para vários lugares”, contou o rapaz. Mesmo com todo sucesso, pouca gente sabe da existência da ginástica em Itabira, ainda que os atletas tenham participado de desfiles em datas comemorativas na cidade. O professor espera que os jovens se interessem mais pelo esporte, e que o trabalho seja sempre valorizado. “Muita gente julga que por ser de graça não daria certo, e nós provamos o contrário”, completou Wesley. □ SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Culinária
Torta de batata com recheio de frango -1 copo de requeijão cremoso -2 cebolas grandes picadas -5 dentes de alho -1 caixa de molho de tomate pronto -1/2 pimentão picado -Pimenta de cheiro -Coentro -1 tablete de caldo de galinha -3 colheres (sopa) de azeite de oliva
INGREDIENTES
RECHEIO
-2,5 kg batata cozida e espremida -1 pacote de queijo ralado -1 caixa de creme de leite -100g de leite em pó -100g de manteiga
-500g de frango desfiado -500g de queijo mussarela -1 lata de milho verde -1 lata de ervilha -10 azeitonas picadas -5 colheres (sopa) de maionese -Ovos de codornas
MODO DE PREPARO
No fogo médio, misture ao tempero o frango. Em seguida junte os demais ingredientes, menos o queijo e o requeijão. Deixe no fogo por alguns instantes. Cubra a massa com queijo mussarela e um pouco do requeijão cremoso. Coloque metade do recheio e mais uma camada do queijo, o restante do recheio, e cubra com requeijão e mais algumas fatias de queijo. Leve ao forno para derreter o queijo. Está pronto para servir.
Junte todos os ingredientes da massa e leve ao fogo baixo, por alguns minutos, até soltar do fundo da panela. Em seguida, espalhe a massa em um refratário grande.
infantil
Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br
ARTHUR FELIPE
MIGUEL MARCHIORI
LAÍS EMILLY
3 ANOS
7 ANOS
2 ANOS
Pais: Geuderson Marchiori Cristiane Lopes dos Santos
Pais: Gilmar Silva Andrade Lidyane Cristina Costa Andrade
Pais: Elmiro Jesus Costa Jaqueline Ferreira Gomes
JÚLIA LOURENÇO
JOÃO PEDRO
DAVI LUAN
Pais: Samuel Moraes Milena Moraes
Pais: Elmiro Jesus Costa Jaqueline Ferreira Gomes
Pais: Luciano Aparecido Oliveira Silva Gizielle Gomes Nicolau
ISABELLE
CAROLINA SOUZA
GUSTAVO E ORLANDO
Pais: André Daniel Josiane Ferreira
Pai: Amarildo Amaro Souza Alexsandra Nascimento Souza
Pais: : Antonio Guerra Duarte Luciana Dias de Oliveira
8 MESES
1 MÊS
5 ANOS
2 ANOS
2 ANOS E 8 MESES
2 ANOS E 8 ANOS
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DeFato
Flash Social Art Designer
A estudante Jéssica Maysa foi eleita Miss Mundo Itabira 2014 e vai concorrer ao Miss Mundo Minas Gerais em novembro.
Renata Miranda reinaugurou sua loja, agora como Miss Store Multimarcas, aumentando seu espaço e passando a oferecer também roupas femininas, além de acessórios. A missão continua sendo agradar as clientes com produtos e atendimento da melhor qualidade. O endereço é o mesmo: Av: Mauro Ribeiro Lage, 438 - loja 8, Esplanada da Estação, Itabira.
Bruno Lopes fez um “mochilão” de 30 dias rodando de ônibus em cidades da Bolívia, Chile e Peru. Para chegar a Machu Picchu fez um trekking de cinco dias e comemorou a aventura com a bandeira do nosso Valeriodoce!
André Daniel
A modelo itabirana Luana Carvalho, que estrelou recentemente campanha publicitária para a marca Danone, marcou presença na terra natal e esbanjou simpatia durante a 8ª Festa do Bode.
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Salvador Aguiar e Maria Isabel Nogueira, da Imcop, durante a Feira Multisetorial da Acisb, em Santa Bárbara
Kamilly Lage Duarte completou 18 anos em 24 de agosto. A bela é filha de Gilmar Caldeira (Rádio Itatiaia Ouro Preto) e Lilian Lage Duarte.
A loja Marina Shoes, comandada por Gorete e Gustavo Porto, comemorou aniversário e promoveu o tradicional desfile de calçados para apresentar as novidades e tendências da moda primavera-verão. O desfile foi coordenado pela design de moda Líssia Avelar.
A itabirana Ana Luiza Bernardes formou-se em Engenharia de Minas, pela UFMG. Comemoraram muito orgulhosos os pais Vicente Bernardes e Valmira, e o irmão Luiz Otávio.
Essa turma estudou junta na Escola Estadual Major Lage, de 1987 a 1990. Quase 25 anos depois, resolveram fazer um encontro histórico que reuniu boa parte dos alunos e as quatro professoras: Dôra, Elza, Leir e Marilene.
A fisioterapeuta especialista em dermato-funcional Bianca Oliveira aperfeiçoando seus conhecimentos no 22º Congresso Científico Internacional de Estética, em São Paulo. Bianca atende no Salão Naura Cabeleireira, em Itabira.
Luiz Alexandre (gerente geral), Marcio Velloso (gestor de contratos) e Ivan Ferrari (gerente administrativo) da Tetra Tech do Brasil, comemorando o aniversário do Márcio, em Conceição do Mato Dentro SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Registro
Casamento Fábio e Tânia Fotos: Art Designer
O engenheiro ambiental Fábio Barbosa, filho de José do Rosário e Maria do Rosário (Cota), e a médica Tânia Márcia, filha de Geraldo Silva e Isa Lopes, casaram-se no dia 16 de agosto, em uma linda cerimônia ao ar livre seguida de festa na Fazenda Itagracel, em Itabira. Muitos amigos e familiares compartilharam a alegria do casal.
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DeFato
Registro
Casamento Marcus e Natália Fotos: Equipe Impacto
O empresário Marcus Vinícius, filho de Edgardo Pires Braga e Maristela dos Santos Braga, e a farmacêutica Natália Eleto, filha de Gilberto Vilela Medeiros e Léa Maria Eleto Vilela, casaram-se no dia 6 de setembro, em Peçanha. A comemoração reuniu familiares e amigos de diversas cidades.
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Eventos
Com dez anos de atuação no mercado da floricultura, Cia das Flores oferece serviços de arranjos para eventos e aposta nos buquês como diferencial
O
casamento envolve muitos elementos importantes, como o vestido, a decoração, o bolo e o local da festa. Mas um pequeno e importante detalhe faz toda a diferença para quem vai subir ao altar e dizer o “sim” no grande dia: o buquê. A Cia das Flores, localizada em Itabira, trabalha para fazer com que esse elemento seja realmente um detalhe mais do que exclusivo. Para isso, oferece atendimento personalizado e se baseia no perfil da noiva para escolher o melhor arranjo.
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A empresa especializada em decoração e eventos é dirigida pelo casal Amilson Flávio e Elaine. A história da floricultura começou em 2004, quando Amilson e o primo Toninho resolveram abrir um local apenas para o plantio de flores na cidade. Porém, com os pedidos de produção de arranjos e buquês, Elaine resolveu se especializar na área. Até então, ela atuava com contabilidade e não tinha nenhum conhecimento na área. Em 2009, a Cia das Flores expandiu o negócio e investiu em decoração, e especialmente nos buquês. E o empreendimento deu certo.
Hoje, após dez anos no mercado, a empresa tem clientela em cidades como Belo Horizonte, Santa Bárbara e Ipatinga e uma agenda apertada, com orçamentos fechados já para novembro de 2015. Apesar da grande procura pelos buquês, a clientela também busca arranjos de todos os tipos para batizados, festas de 15 anos, formaturas e eventos em igreja. Na hora de fazer o orçamento, a cliente contará com pelo menos uma hora de atendimento, para expor suas ideias e receber orientações dos profissionais. Elaine ressalta que esse atendimento prévio é muito importante, pois é
assim que ela saberá como serão as cores do ambiente e da estrutura física escolhida pela cliente, com o objetivo de “casar” toda a decoração e o buquê. “A noiva vem aqui e tem o tempo somente para ela, para expor a sua ideia. Temos esse tempo para dedicar, para fazer algo mais detalhado, de acordo com cada noiva, com cada casal”, comenta. Elaine faz uma leitura de vários aspectos como a estatura da noiva, o tipo de penteado que ela usará, as toalhas da mesa, iluminação do ambiente e outros fatores. Para auxiliar as clientes mais indecisas, a empresa disponibiliza fotos de seus trabalhos, decorações de outros casais. Elaine diz que isso sempre dá certo, porque as noivas se espelham em algo interessante para fazer algo
parecido, mas sem deixar de lado a própria identidade. A empresária diz que o buquê é o símbolo do sonho da noiva. É o elemento que sintetiza tudo que ela imaginou desde o processo de organização do casamento. Por isso não pode haver erros. “Tudo pode estar maravilhoso, mas se ela receber o buquê e tiver algum problema, coloca em risco. A emoção está toda ali na hora do buquê”, comenta. Em uma década de atuação, a Cia das Flores já atendeu pessoas de alto poder aquisitivo e também as mais simples. Mas todos as noivas que vão ao estabelecimento chegam com o mesmo propósito de ter o casamento mais belo. Por isso a filosofia da floricultura é “ter tempo com o cliente”, pois não estão
comprando uma mercadoria, e sim a realização de um sonho. A relação é tão forte que gera até amizade pós-casamento. Segundo Elaine, não é raro no dia seguinte à cerimônia alguém ligar e agradecer pelos serviços. A empresária diz que esse reconhecimento é muito gratificante, pois são os frutos que se colhem quando se faz aquilo que é prazeroso. “Quero ser lembrada de forma boa, como quando chego ao salão para entregar o buquê e a noiva começa a chorar de alegria. É muito bom, a gente fica feliz de fazer um trabalho que a gente gosta muito. Amo o que eu faço. E peço aos funcionários que também gostem do que fazem”, diz. □
A Cia das Flores fica na rua Dona Modestina, 1000, no bairro 14 de Fevereiro, em Itabira/MG Telefones: (31) 3835-6409 / 8792-2903 / 8792-2901 E-mail: ciadasflores@gmail.com www.ciadasflores.com.br www.facebook.com/floricultura.ciadasflores.1
Elaine e Amilson comandam a Cia das Flores em Itabira SETEMBRO, 2014 defatoonline.com.br
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DeFato
Elegante Sempre
Na viagem não se esqueça da etiqueta! - Parte I
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iajar é uma delícia, mas ser um viajante elegante não é questão de ter um assento na primeira classe. É só se preocupar com as pessoas à sua volta, pensar no bem estar do outro e não ter uma visão egocêntrica do mundo. Vamos às dicas?
Janaina Depiné Jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior, Janaina Depiné ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos. www.elegantesempre.com.br
“Chamar a comissária de bordo de ‘aeromoça’ é tão démodé quanto usar calça boca de sino. Por isso, tire essa palavra do seu vocabulário”
Vestida para viajar Quem vai viajar deve preferir roupas e sapatos confortáveis. Desista do que amarrota ou o aperta. Esqueça também as camisetas temáticas como “I love NY” ou qualquer outra que indique que você esteve no local estampado. Exibicionismo é uma das piores gafes. Lembre-se que no avião a temperatura é sempre mais baixa e você não quer congelar, certo? Outro caso típico é o da pessoa que usa sobretudos e roupas invernais no aeroporto. Lembre-se você não é Ingrid Bergman, em Casablanca. No avião, o clássico mesmo é uma calça jeans com blazer. Elegante e à prova de tudo. Com relação aos calçados, fuja dos saltos altíssimos, mas também não é o caso de ir de chinelos ou rasteirinhas. Opte por uma sapatilha, um slipper, um sapato de salto baixo. Fique de olho nas meias. Se você decidir relaxar os pés durante o voo elas não podem estar furadas. Por falar nisso, cuidado ao tirar o calçado. Faça uma autoanálise se é necessário mesmo e se você não tem chulé. Em qualquer um dos casos, uma boa saída é usar uma meia comum ou daquelas tipo sapatilha. Cuidado também com cintos, muitos acessórios e alguns calçados que não passam no aparelho de raio-x. Você não quer ser o “mala” do aeroporto antes mesmo de embarcar, não é mesmo? Minha mala, meu tesouro Cuidado para não pagar excesso
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de bagagem. Prefira malas leves e pequenas, exceção para longas viagens, claro. Para identificar suas bagagens use etiquetas ou uma fita colorida. Nada de lenços de gosto duvidoso. Deixe os objetos de metal em um único local, fácil de ser localizado. Assim você evita formar uma fila para todos verem sua mala ser desfeita por causa de uma caneta. Banque o cupido Percebeu um casal que acabou separado? Ofereça-se para trocar de assento. Nada mais elegante do que se preocupar com o bem estar do outro. Meu amigo, comissário Chamar a comissária de bordo de “aeromoça” é tão démodé quanto usar calça boca de sino. Por isso, tire essa palavra do seu vocabulário. Além disso, não abuse desse profissional. Nada de gracinhas ou de tratá-la como uma empregada. Ela está lá para servi-lo da melhor forma, assim como a todos os outros passageiros. Ai, que sol! A não ser para esconder uma conjuntivite ou um olho roxo, não faz o menor sentido usar óculos escuros dentro do avião. Se o problema for mesmo o sol, feche a janela e aproveite a viagem. Avião ou restaurante? Muito cuidado com comidas no avião. Evite levar comida de casa, no máximo uma barrinha de cerais. Geralmente a companhia oferece petiscos leves em voos curtos. Os longos e internacionais têm refeição completa, mas nada de pedir para repetir. Cuide do lixo e use os sacos que os comissários disponibilizam nos corredores ao final da refeição. (Mais dicas na próxima edição)
Qual é o seu motivo para ter saúde Divulgação
A felicidade decorre do bem-estar físico, emocional e espiritual e pode ser conquistada através de pensamentos, atitudes e comportamentos saudáveis. Embora a maioria das pessoas conheça os caminhos e alternativas para se cuidarem, agem como se não tivessem recursos disponíveis ou encontram diversas justificativas para não mudarem seus hábitos. Isso acontece muito em relação à prática de atividades ou exercícios físicos. Ajustamos o tempo para quase tudo, mas atividade física é, muitas vezes, sacrificada em detrimento das outras obrigações. Muitos desistem, também,por preguiça ou comodismo. É fundamental ter consciência do quanto sair do sedentarismo pode contribuir para a saúde do corpo e da mente. A atividade física induz a liberação de substâncias no cérebro, como serotonina, dopamina e endorfina que atuam na motivação, prazer, bem-estar e bom humor, ajudam a prevenir e a melhorar a depressão, auxiliam na regulação do sono, reduzem o estresse e a ansiedade e diminuem as tensões. Mas por que tantas pessoas não têm motivação e evitam fazer exercícios físicos?
/AcademiaImpactoItabira
Muitos alimentam pensamentos negativos. Ao refletir e alterar esses pensamentos você muda suas atitudes, crenças e hábitos. Comportamento pode ser aprendido. Ao considerar a motivação como energia pessoal que dá início, sustenta e integra o comportamento do ser humano, fica fácil entender que é a motivação que nos impulsiona em direção aos nossos objetivos. Apoio profissional,um ambiente seguro, agradável e com infraestrutura compatível com os objetivos favorecem um bom nível de motivação. Por outro lado, tudo o que for feito em termos de treinamento deve ter uma consequência positiva em relação aos objetivos pessoais. E mais, a partir do momento em que cada etapa ou meta for atendida, outros desafios precisam ser vislumbrados para manter a motivação. Os resultados do exercício só aparecerão se ele for praticado com rotina, organização, objetividade, persistência, com boa alimentação e descanso. A determinação e a disciplina nos ajudam a resistir e persistir. Não questione muito sobre a atividade, não coloque obstáculos para começar a se movimentar. Busque orientação, comece e não interrompa. No início po-
derá ser um pouco difícil e até mesmo desconfortável. Hábitos não são formados de uma semana para outra. Além de escolher algo que você goste, veja se não tem algum artifício para aumentar o prazer. Uma boa companhia pode ser uma boa estratégia! A atividade física traz importantes benefícios psicológicos, emocionais, sociais e físicos e deve passar para a lista das prioridades. Identifique os motivos para cuidar da saúde, “corra atrás” da felicidade aproveite o bem-estar alcançado! □ Daniela Lage Rolla Brunelli
dlrbrunelli@yahoo.com.br
Rua Tiradentes, 95 - Centro - 31 3831-7509 Av. Mauro Ribeiro Lage, 65, Esplanada da Estação - 31 3831-6676
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DNA Folia Ana Carolina Ferreira
A primeira micareta universitária da região aconteceu no dia 13 de setembro, no Parque de Exposições de Itabira e foi organizada pela República DNA. Para garantir a animação, diretamente de Diamantina, o grupo Bat-Caverna se apresentou na festa.
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Galeria de fotos
Festival da Cachaça Fotos: Yves Hermínio
Em sua quarta edição, o evento realizado pelo Rotary Clube Itabira Cauê aconteceu no dia 30 de agosto, no Parque de Exposições de Itabira. Diversas cachaçarias levaram seus produtos e muita gente prestigiou o festival, que tem a renda revertida para projetos beneficentes.
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Eustáquio Félix Fotos: Estefany Pâmela
Realizado pelo colunista social Eustáquio Félix, os tradicionais troféus Carlos Drummond de Andrade, Jovens de Sucesso e Elegantes do Ano atraem personalidades de todo o Brasil e até do exterior a Itabira. Este ano, aconteceu no salão da Ativa, no dia 23 de agosto.
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Paiada Circuito do Sabor Fotos: Yves Hermínio
No dia 29 de agosto, os vencedores da 9ª edição do Circuito do Sabor foram revelados em uma festa para lá de animada no Real Campestre Clube. O cantor Leoni, ex-Kid Abelha, a Banda Uobá e o Coral do Combem se apresentaram no evento.
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Galeria de fotos
Cavalgada João Monlevade Fotos: Deise Mara Alcântara
Gusttavo Lima, Fernando e Sorocaba, Relber e Allan e Gino e Geno foram as atrações da 26ª Cavalgada de João Monlevade. Organizada pela prefeitura, reuniu grande público no Parque do Areão, entre os dias 28 e 31 de agosto.
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DeFato
Galeria de fotos
8ª Festa do Bode Fotos: Ana Carolina Ferreira
A loja Maçônica Estrela do Vale promoveu em Itabira, no dia 20 de setembro, seu mais tradicional evento. As bandas Curva de Gauss, Zé Pretin e Minibloco se apresentaram para um público bem seleto, na Fazenda Itagracel.
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DeFato
Prosa
O ducentésimo
E Daniel de Castro Professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras
profdanieldecastro@hotmail.com
“Falei então, em nome dos colegas, e disse que jamais o perdoaria. Que não tínhamos motivo algum para perdoá-lo. Tínhamos, sim, e de sobra, motivos para agradecer-lhe e dar-lhe o mais sonoro dos parabéns”
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le sopraria, naquele dia 15 de outubro, as velas de um bolo pela centésima vez em sua vida. Convidara para aquele aniversário todos os seus ex-alunos. Na festa, a certa altura, numa atitude entre humilde e solene, surpreendeu-nos a todos ao dizer: - Quero agora pedir perdão. Perdoem-me por ter sido professor, o que professa, o que se declara ser competente em determinado assunto, capaz, portanto, de ensinar. É que eu queria ter sido apenas janela aberta. Desejava apenas ter sido “o galo que passa a outro galo e vai tecendo a manhã”. - Perdoem-me por tê-los encerrado como se fossem fichas preenchidas em um arquivo de paredes e carteiras. Afinal, eu queria tão somente que tirassem os sapatos e as meias e, de pés no chão da terra nua, observassem o balé das nuvens brancas no salão do céu. Queria que respirassem toda a beleza do nascer da lua cheia. Queria que ouvissem o marulhar da água do regato sobre as pedras, e o rebentar das sementes no canteiro. Queria, e muito, que se deliciassem com a beleza indescritível de um ipê florido. - Queria que, ao soprar do vento nos seus rostos, se enamorassem do grande mistério em que a vida fez seu ninho. Queria apenas deixá-los boquiabertos ante o misterioso vagar de nossa nave azul pelos mares do infinito. Eu queria envolvê-los no mistério da procura. Pois tudo mais viria em consequência. “Meus alunos”, assim nos chamou, “peço perdão a cada um de vocês por nunca lhes ter dado este mandamento: Comerás o pão com o sorriso de teu rosto. Com o sorriso o comerás. Que só o sorriso poderia brotar do rosto de quem se descobre participante do mais humano e sacrossanto dos pro-
cessos, da mais gloriosa das aventuras: a de criar o futuro. Onde nos espera um mundo por fazer-se. - Perdão por ter afunilado a vida, o amor e a criatividade. Perdão por petrificá-los em regras, fórmulas, teoremas e operações. Perdoem-me, sobretudo, por nunca lhes ter dito que apesar de todos os pesares, deveriam prosseguir na certeza de que é procurando que se caminha. Na certeza de que somos a pergunta que se fez carne e habitou sob os céus. Na certeza de que o risco, a perda, o erro e o sofrimento alicerçam nosso aprendizado. - Perdão! Nunca lhes disse que como glândulas sudoríparas sob a pele de nossa alma, trabalham incansáveis as glândulas do egoísmo. Mas somos seres inteligentes. E, por sermos assim, sonhamos em construir de mãos dadas um mundo humano, compartilhado e justo, onde as pessoas sejam amadas como se não houvesse amanhã. Aí, com os olhos lacrimejantes, emocionado, calou-se. Falei então, em nome dos colegas, e disse que jamais o perdoaria. Que não tínhamos motivo algum para perdoá-lo. Tínhamos, sim, e de sobra, motivos para agradecer-lhe e dar-lhe o mais sonoro dos parabéns. Pois, afinal, tudo o que ali ele dissera resumiu-se no enamorar-se pelo mistério do existir. E ele fizera desse enamorar-se a carne de sua carne, e ensinara o que vivera. Então, ele agradeceu-nos. Foi quando senti o futuro a nos convidar para outro aniversário ainda mais importante: o ducentésimo. Nele estaríamos presentes na alegria dos netos de nossos netos. E, na algazarra alegre dos nossos descendentes, fluiríamos como se em vida estivéssemos. Fruto da visão de que nos apossáramos naquele tão distante Dia do Professor. □
DeFato
Humor
Cabrito continua em ritmo de eleições e de política O gago votou e... coitado! No dia da eleição, um coronel do interior, metido a valente falou para os eleitores que trabalhavam na sua fazenda: “Quem votar nulo vai tomar uma surra. Assim, na porta da secção eleitoral, ia cercando as pessoas e perguntando. De repente chega um gago e vai logo explicando: “Eu votei nu....nu... nu... lu...lu... lu...” E só bastou isso, ele pegou o gago e lhe deu um senhor coro, deixando-o deitado. Depois de tanto apanhar, o gago demorou ainda mais a explicar, mas acabou dizendo: “Seu filho da p...., eu vo... tei... nu... nu... nu... lu...lu... lu... Lula”. Afinal, morreram ou não? Num microônibus viajava alguns políticos para fazer um comício no interior. Quando sofrem um acidente e capotam violentamente numa perigosa curva. Um caipira que viu tudo tratou de fazer o enterro. Dias depois a polícia vai ver o que aconteceu e disse: - Morreram todos os políticos que havia no ônibus? E o caipira: - Óia... tinha uns que dizia que não, mas o senhor sabe como são mentiroso esses politico!!! Viva a Presidente! O Presidente da República vai visitar um hospício e é recebido por uma comissão de pacientes. — Viva a Presidente! Viva a Presidente! — gritavam eles, entusiasmados. Ao ver um dos doidos da comissão calado, um dos assessores da Presiden-
te, aborda-o e pergunta: — E você, por que é que não está gritando “Viva a Presidente”? — Porque eu não sou louco, sou médico! Entre parlamentares No Congresso Nacional: — Vossa Excelência quer fazer o favor de tirar a mão do meu bolso? — Perdão, Excelência. Pensei que Vossa Excelência estivesse distraído. Em épocas de eleições são comuns as famosas piadinhas de prefeito principalmente em cidades do interior. Contribuindo com a limpeza Um certo prefeito da região foi visitar Brasília, quando se deparou com uma placa assim: “Contribua com a limpeza desta cidade.” O dito cujo não contou dois tempos:
tirou uma nota de dez reais do bolso e colocou-a na lata de lixo. Bom negócio Um prefeito de cidade do interior queria construir uma ponte e chamou três empreiteiros: um alemão, um americano e um brasileiro. — Faço por três milhões de reais — disse o alemão. — Um pela mão-de-obra, um pelo material e um para o meu lucro. — Faço por seis milhões — propôs o americano. — Dois pela mão-de-obra, dois pelo material e dois para mim. Mas o serviço é de primeira. — Faço por nove milhões — disse o brasileiro — Nove? — espantou-se o prefeito. — É de mais! Mas por quê? — Três para mim, três para si e três para o alemão fazer a obra! □
DeFato
Opinião
O ilustrador e as 1.001 facetas da ilustração infantil
A
Juliane Assis Juliane Assis é pintora, desenhista, gravadora e ilustradora graduada pela Escola de Belas Artes da UFMG. Pós-graduada em Ensino de Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG.
julianea@terra.com.br
“O livro não é somente capa, texto e ilustrações, ele é um objeto tridimencional”
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ilustração é uma forma de expressão artística não-verbal que acompanha um texto, e tem função além de apenas informá-lo e enfeitá-lo. Ela pode expandir o sentido do texto de inúmeras formas, estimulando a criatividade da criança para descobrir um mundo de símbolos, signos, mensagens, significados, fazendo o pequeno leitor sentir prazer pela leitura. Um bom ilustrador precisa “mergulhar” de corpo e alma no texto que vai ilustrar. Deve pesquisá-lo na íntegra, não apenas a história em si, mas todas as suas frases, palavras, letras, tipografia, a maneira de escrever do escritor e, principalmente, aquilo que está camuflado nas entrelinhas, pois tudo pode gerar um sentimento, uma ideia que por sua vez se transformará em desenho. Rui de Oliveira, no livro Língua de Trapos, de Adriana Lisboa, buscou o modo e a forma plástica de escrever da escritora. Ele observou o aparecimento da letra “O” 29 vezes e essa análise o orientou a criar formas circulares, como se fosse uma sucessão de sons gerados pela poética dessa letra. No livro que ilustrei, “Era uma vez eu”, de Neuza Sorrenti, viajei até a cidade onde a história se passava e fotografei a região para posteriormente recriá-la e transformá-la em desenhos. Dessa forma pude sentir mais intensamente o significado de cada palavra escrita pela autora, para que as ilustrações ganhassem vida. A técnica de trabalho é outro item importante quando o assunto é criação de ilustrações. Há uma grande variedade de técnicas que podem ser aplicadas para ilustrar: aquarela, acrílica, colagem, lápis, computador, etc. O ilustrador precisa entrar no “clima” da história e perceber aquela que ficará melhor para ilustrá-lo. É uma decisão pessoal e não existem normas, mas apenas a capacidade do ilustrador de
ser sensível e perceber o quanto ele poderá utilizar a técnica a favor do texto. Ao ilustrar “Coroai-me de rosas”, de Roseana de Mont’Alverne, escolhi a aquarela por ser uma técnica mais solta, menos determinada. A maneira delicada e leve que a autora revela seu olhar sobre o cotidiano me impregnou de liberdade para criar. A aquarela com suas aguadas, manchas, seu poder de sugestão me auxiliou no processo criativo. Perceber e entender o livro como um todo é também tarefa imprescindível para o trabalho de criação do ilustrador. O livro não é somente capa, texto e ilustrações, ele é um objeto tridimensional. Possui capa, contracapa, lombada, orelhas, folhas de guarda, etc. Todos esses elementos podem ser trabalhados a favor do enriquecimento da narrativa, da sua expressividade, ludicidade, de auxiliar no contar a história. Uma particularidade importante oferecida pelo suporte livro é a dobra entre as páginas, que pode ser aproveitada para dar expressividade, acentuando uma emoção, a perspectiva, um movimento e ainda enfatizando o conteúdo da história. No momento em que a página é manuseada, virada pelo leitor, tem-se novas formas de leitura, outras maneiras de absorver a história. Os braços abertos de um personagem na dobra da pagina terá movimento ao abrirmos e fecharmos as páginas. O movimento de virar a página traz também novas possibilidades para a narrativa com o efeito de continuidade. Um gato pode iniciar seu pulo em uma página e terminá-lo na página seguinte. A ilustração e o livro têm um amplo universo de possibilidades técnicas, gráficas, físicas, plásticas e visuais e o ilustrador precisa estar atento a todas elas para construir ilustrações de qualidade, que possam fortalecer o elo da criança com o livro, com a história. □