Revista DeFato 273

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DIÁLOGO COMUNIDADE

RELAÇÃO PRÓXIMA COM A COMUNIDADE O Fale Conosco, canal de comunicação entre a Anglo American e as comunidades anfitriãs do Minas-Rio, recebe uma média de 11 manifestações diárias. Por meio do sistema, que em 2015 chega ao seu sexto ano de funcionamento, os moradores podem dar opinião, tirar dúvidas ou registrar reclamações e sugestões relacionadas à empresa e a suas atividades. O cuidado da empresa no diálogo com a comunidade já foi reconhecido. No ano passado, o Sistema Fale Conosco foi vencedor regional (Minas Gerais e Centro-Oeste) do prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), na categoria Comunicação e Relacionamento com a Sociedade. A premiação existe há 40 anos e elege, em 17 categorias, as melhores práticas da comunicação empresarial brasileira.

Como funciona • As manifestações são recebidas via telefone (linha 0800), e-mail, caixas de manifestações na comunidade e contatos face a face com profissionais da empresa. Os responsáveis pelo atendimento do 0800 são profissionais treinados para prestar um atendimento humanizado. • As manifestações são registradas em sistema próprio. Aquelas que não podem ser respondidas de imediato são encaminhadas aos respectivos gestores das áreas. • Vencido o prazo de sete dias úteis, o manifestante é informado sobre o posicionamento da empresa.

Confira os locais onde as urnas de manifestações estão disponíveis: • Serro: prefeitura e rodoviária. • Conceição do Mato Dentro: rodoviária, Posto São Judas Tadeu (Ale), Policlínica Doutor Juvêncio Guimarães e UBS de São

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Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h.

Em outros horários, deixe o seu nome, o telefone com o DDD e o www.angloamerican.com.br nome da cidade onde mora, que entraremos em contato.

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Sebastião do Bom Sucesso.

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• Dom Joaquim: UBS de São José da Ilha e Mercearia da Ilma.

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• Alvorada de Minas: Centro de Saúde Municipal e Bar Parada Real.

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DeFato

Ao Leitor

Prosperidade e dificuldades

E

m meio a tantas manchetes a respeito de crises, malabarismos financeiros e prejuízos econômicos, todos nós ficamos ávidos em buscar notícias que tragam alento. Ir atrás de gente que tem braços fortes para nadar contra a corrente e desafiar o atual cenário nada animador. Nessas horas, o mais legal é descobrir que esses personagens sempre existem. É caso dos parceiros Leonardo e Fernando Lage, da Construtora Lage, Marcello Azevedo (o Shell), da Expansão Imóveis, e da empresária Maria Inês Serretti. Em tempos de retração econômica, eles estão prestes a inaugurar um edifício exclusivamente comercial (vejam só!). “Será um elefante branco”, bradam os mais pessimistas. Mas como agourar um empreendimento que antes mesmo de ser entregue já possui 70% das unidades vendidas? O Monjolos Office já é um sucesso. Vale destacar também quem acredita no projeto. Profissionais liberais que querem crescer em suas respectivas atividades. Médicos, dentistas, advogados e outros mais que enxergaram o edifício não só como um investimento, mas como uma chance de prestar um serviço diferenciado aos clientes. E com tantos aspectos imponentes e modernos, a melhor definição para o Monjolos talvez seja mesmo esta: “diferenciado”. O edifício estampado na capa de DeFato é um sopro de prosperidade diante de uma realidade dura de verdade. Complicada também para quem tem o poder da caneta, para quem toma as decisões de uma cidade inteira. A preocupação está estampada nas palavras do presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Antônio Júlio.

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Na entrevista desta edição, ele é enfático e diz que as Prefeituras estão sendo estranguladas por causa da má divisão dos recursos no Brasil. E um dos problemas que os prefeitos têm para resolver é a quantidade de animais soltos pelas ruas. Cães e gatos se reproduzem em uma velocidade inversamente proporcional às ações das administrações municipais. A situação exige o reforço de entidades não governamentais e muita consciência da população. DeFato coloca o problema em discussão e apresenta opiniões e possíveis soluções. De São Gonçalo do Rio Abaixo e Conceição do Mato Dentro chegam boas notícias. Na primeira cidade, inauguração de uma nova unidade de saúde e de uma rodovia novinha. Sobre CMD, o município deve receber em breve ambulâncias do Samu. Um grande reforço para o sistema público de saúde. Em Itabira, um “dialeto” próprio chama atenção. A Linguagem do Camaco é antiga e tem todo um jeito próprio de ser pronunciado. Os mais experientes tentam fazer perdurar a tradição e ensinar as técnicas para os mais novos. Há quem defenda até que o “idioma” seja ensinado nas escolas e se transforme em um bem imaterial itabirano. Entre notícias prósperas e exposições de dificuldades, esta edição de DeFato ainda traz tudo o que o leitor já é acostumado a conferir: colunas, notas, receitas, flash social, fotos e variedade de assuntos nas reportagens. Informação bem tratada para discutir o que está difícil e propagar o que é próspero.

Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Renato Carvalho Tatiana Santos Mariana Reis jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Atendimento Cleise Martins atendimento@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro Aline Duarte financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR


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Entrevista

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Saúde

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Conceição

38

Capa

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Gastronomia

Cidades

44

Comportamento

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Esporte

Antônio Júlio de Farias

Samu

Problema do cão

Cores da prevenção

Conheça o Monjolos Office

Linguagem do camaco

Projeto arquitetônico Monjolos Office

Sumário

Idioma

Coisa de criança

Festival dos sabores

Canarinho itabirano

Colunas

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Márcio Labruna Empreendedorismo

36

Daniel Lança Cidadania

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Janaina Depiné Elegante Sempre

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Daniel de Castro Prosa

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DeFato

Cartas

Capa Parabéns aos investidores desse projeto. A cidade estava precisando de infra-estrutura para acomodar os turistas e também a população local. Além disso, se trata de uma obra bonita, que exalta a beleza da cidade. Marcos Coelho | Itabira É realmente um grande empreendimento que surge para embelezar ainda mais minha terra e do poeta maior Carlos Drummond de Andrade. Alessandro Marques | Betim/MG

Agosto 2015 Edição 272

O castelinho misterioso Minha infância toda foi ouvindo histórias mal assombradas deste lugar! Mas nunca o tinha visto por dentro! Alessandra Oliveira| Itabira O famoso castelinho! Finalmente pudemos conhecer o que há lá dentro. Fernanda Duarte Machado | Itabira Nossa, sempre tive vontade de saber a história do Castelinho... E medo, claro! Cláudia Maria Viana | Itabira Normal ou cesárea? Decidir pelo parto normal ou cesárea é muito delicado. Eu tenho quatro filhos e todos foram pelo normal. Tudo ocorreu super bem e sou a favor dele. Matéria muito interessante e explicativa. Maria Luiza Oliveira | João Monlevade

Envie sua opinião para contato@defatoonline.com.br ou comente as matérias no site: www.defatoonline.com.br

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Especial Dia dos Pais Esta história merece o Óscar, pois eu acompanhei de perto toda angústia que o meu cunhado querido passou durante os nove meses de gestação. Estou muito feliz pela vitória. Cinthia Regina | Itabira Não tenho palavras para expressar a forte emoção que tomou conta de mim!

Ainda agora, lendo a matéria, coração bate forte, olhos cheios de lágrimas! Não só conseguiram mexer com minhas emoções, como deixaram um registro eterno deste dia bem marcado em mim! Foi tudo lindo! Surpreendente! Nossa gratidão e desejo de que a DeFato e a Imaginarium continuem marcando a vida das pessoas de forma tão emocionante! O nosso muito obrigado por tudo! Gracielle Bazzarella | Itabira Empresa top Muitas vezes procurei em Itabira uma loja de confecções e silk, as poucas que encontrei não me satisfizeram. A Abrozza entregou minhas encomendas no prazo e mostrou um excelente serviço. Muito bom! Arley Pinto | Itabira Academia Impacto Parabéns Roger e Ana Flávia! Vocês merecem muito isso! Sucesso! Maria Helena Coelho Assis | Itabira Ficou perfeito. Parabéns! Sucesso! Cris Bragança Barros | Itabira Parabéns! Sem dúvidas, uma grande conquista! João Nazz Mendonça | Itabira Entrevista Rejane Dias nos mostra que é possível tornar o país mais letrado. A leitura é capaz de transformar vidas! Parabéns, DeFato, pela entrevista. Fabiana Barbosa | Nova Era A leitura é a porta de entrada para todas as coisas boas nesta vida. É uma lástima o Brasil ter um índice de leitura tão baixo. Concordo muito quando ela diz que a população é alfabetizada, mas não letrada. É uma triste realidade que precisa ser mudada. Paulo Tássio Rios | João Monlevade



DeFato

Entrevista

ANTÔNIO JÚLIO DE FARIA

“Estamos

agonizando” Presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Antônio Júlio de Faria, aborda a situação delicada pela qual atravessa prefeituras de todo país: “Está muito pior do que todos imaginam” Rodrigo Andrade

N

o dia 24 de agosto, mais de 400 prefeituras de Minas Gerais fecharam as portas em protesto contra a queda nos repasses federais e os crescentes gastos que ficam por conta das Administrações Municipais. A reclamação dos prefeitos é de que eles estão cada vez mais com responsabilidades e com cada vez menos dinheiro. Enquanto isso, dizem os chefes de Executivo, Brasília continua com a maior fatia do bolo e segue fechando a torneira, deixando os cofres municipais às mínguas. Essa situação é analisada com muita preocupação pelo presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Antônio Júlio de Farias, 65 anos. Prefeito de Pará de Minas, ele verifica em sua cidade e em todas as outras do país um momento complicado: de “estrangulamento”. Segundo o político, se a relação entre municípios, estados e União não passar por séria revisão, a tendência é de que haja um colapso. E as pequenas localidades, que dependem exclusivamente do FPM, serão as mais afetadas. “Está pior do que muita gente imagina”, alerta Antônio Júlio. Formado em Direito pela Universidade de Itaúna e filiado ao PMDB desde que ingressou na vida pública, em 1983, o presidente da

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AMM toca em um ponto crucial: as práticas políticas precisam ser modificadas. Segundo ele, da maneira que acontece hoje, os prefeitos estão nas mãos dos deputados, que se alimentam do sistema e ficam cada vez mais fortes. Prefeito de Pará de Minas entre 1983 e 1988, deputado estadual por seis mandatos consecutivos, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) entre 2001 e 2003 e novamente prefeito desde 2012, preside a AMM desde maio deste ano. Antônio Júlio fala a DeFato sobre os problemas enfrentados pelos municípios e outros assuntos relacionados à política. O que mais tem tirado o sono dos prefeitos hoje? O que tem tirado o sono dos prefeitos é a diminuição do repasse. Com essa economia sem funcionar, os municípios estão sem receber os repasses. Diminuíram os repasses, enquanto as despesas aumentaram e muito. A gente dá um exemplo de algo que os municípios gastam muito que é com energia elétrica e também combustível. Nós tivemos um aumento de mais de 50% na energia elétrica e 35% no combustível. Isso são só dois exemplos. Fora todo custeio da Prefeitura, que aumentou, no mínimo,

com a questão da inflação, 10%. Enquanto a receita diminuiu, em alguns casos, até 18%, 20%. Diminuiu o dinheiro. A situação está difícil. Quais as receitas que caíram e afetam diretamente as prefeituras? O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que provêm do Governo Federal, e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é o repasse do estado. O senhor tem percebido adesão da população aos movimentos municipalistas? Na paralisação do dia 24 a gente teve dois objetivos. O primeiro é dar o recado à presidente de Dilma, que até ontem não tinha assumido o governo ainda. O segundo é mostrar à população que nós estamos passando dificuldades. Nós, que somos gestores públicos do Executivo, temos uma situação diferente de todos os outros poderes. Você pega as Câmaras Municipais, o repasse é natural. Se tiver dinheiro ou não tiver dinheiro, você tem que mandar. Então, eles não têm dificuldades. No Tribunal de Justiça é a mesma coisa. Ministério Público não tem problema, Tribunal de Contas não tem problema, Defensoria Pública


Acom Amepi

“Os deputados, hoje, em Brasília, só pensam nas emendas parlamentares e nos cargos que os partidos podem ocupar”

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DeFato

Entrevista

não tem problema. Mas o prefeito tem. Porque é ele que tem que gerir toda essa situação. Todos esses outros poderes têm a arrecadação definida e conseguem fazer o planejamento de despesa. Nós não temos. A despesa nossa cresce todo mês, especialmente com essa inflação desenfreada que está aí. O município paga a conta é na hora. E essa conta não fecha, não tem jeito de fechar. Além de tudo têm os repasses. O governo manda para a gente os repasses e manda também as obrigações. Esse repasse não paga as obrigações que nós assumimos. A gente assume na boa fé os programas do governo, para atender a população, e está chegando o momento que nós não temos mais como bancar isso. É por isso que estamos manifestando, para levar à população conhecimento daquilo que a gente está passando. Qual o argumento do Governo Federal para não abrir mão da maior parte do bolo da arrecadação? Isso é histórico. E nunca houve uma manifestação da classe política, dos prefeitos, para reverter isso. Até porque tem aí uma omissão do Congresso Nacional. Os deputados, hoje, em Brasília, só pensam nas emendas parlamentares e nos cargos que os partidos podem ocupar. E se esquecem do problema que nós estamos vivendo hoje. É uma crise política, mas também uma crise de mudanças. Nós dependemos, e muito, do Congresso Nacional. Mas Brasília parece estar vivendo em outro mundo. As coisas não estão acontecendo e a gente vê a omissão do Congresso Nacional nos assuntos que são dos municípios. Como a concentração dos recursos está toda em Brasília, fica muito cômodo para todo mundo. E lá eles não querem abrir mão dos recursos. Quando o governo fala em aumentar impostos, na verdade são contribuições. Porque aumentando as contribuições, ele não reparte com os municípios. Então, o governo só vai tirando, tirando e tirando dos municípios. Não sei até quando os municípios vão aguentar. Nós estamos agonizando.

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A distribuição de recursos, da maneira que está hoje, torna os municípios muito dependentes dos deputados? Pois é. E esse é o grande erro que nós estamos cometendo na política de uns tempos para cá. A emenda parlamentar acabou com a discussão política dos assuntos dos municípios. Eles acham que apenas fornecendo uma emenda parlamentar, você está resolvendo o problema do município. E na verdade isso se tornou um problema. Nós precisamos das emendas, mas elas passaram a não ser as coisas mais importantes na política de relacionamento dos municípios com os parlamentares. Nós queremos a modificação da legislação. Nós temos várias propostas lá em Brasília que precisam ser avaliadas, que precisam ser votadas para dar estrutura de sobrevivência aos municípios. Porque a emenda parlamentar, hoje, não é instrumento de sobrevivência dos municípios, principalmente os menores.

“A gente assume na boa fé os programas do governo federal, para atender a população, e está chegando o momento que nós não temos mais como bancar isso” O que quer dizer com as emendas parlamentares estarem substituindo a discussão política? Por exemplo, nós temos uma emenda lá para ser votada que é o Pacto Federativo. Então, o parlamentar não discute o Pacto Federativo porque o mais importante para ele é negociar com o governo a liberação das emendas. O Pacto Federativo não interessa ao governo central. Essa discussão, para eles, não interessa. Aí, o parlamentar, para ficar bem com o governo, deixa as coisas acontecerem

ou não. Em troca, consegue a liberação das emendas. Isso é um equívoco que nós, políticos, estamos cometendo. Nós temos que rever esse comportamento na política. A emenda parlamentar já foi muito importante, hoje já não é mais. Até porque, quando é dinheiro da Caixa Econômica Federal, tem prefeito que não quer. A Caixa é outro empecilho que nós, gestores municipais, arrumamos na vida. O senhor foi deputado estadual e até presidiu a ALMG. Pode nos contar um pouco de como é a briga para conseguir recursos para sua base eleitoral? Infelizmente, depois que eles impuseram a emenda parlamentar como o relacionamento do Executivo com o Legislativo, as coisas mudaram muito. Para o deputado, é mais importante a liberação do recurso do que a discussão ou modificação da legislação. Principalmente se o governo manifestar que é contra ou que quer fazer uma adaptação na lei que está sendo discutida. Aí ele não discute mesmo. O mais importante para ele é a liberação do recurso para sua base. Precisamos mudar isso. Nós precisamos ter coragem de falar e achar caminhos para a mudança. Enquanto os municípios reclamam de autonomia para gerir os recursos, órgãos como o Tribunal de Contas apontam, constantemente, mau uso das verbas as quais as prefeituras possuem a maior parte, como os royalties da mineração, por exemplo. Também não falta qualificação aos prefeitos? Falta aos prefeitos, hoje, entrarem na modernidade da gestão. A gestão, realmente, precisa ser um pouco mais profissional, com mais responsabilidade. Isso é fato. Mas a maioria absoluta dos prefeitos possui capacidade para fazer uma boa gestão. Mas nós recebemos tantas imposições do Tribunal de Contas... A gente estava fazendo uma avaliação e observamos que uma mercadoria comprada por um município, pela forma que deve ser feita, com licitação, ela pode variar de


Acom PMI

Prefeitura de Itabira foi uma das que protestaram no dia 24 de agosto

“Vai chegar ao ponto em que será que vamos dar conta de manter a creche? Será que manteremos o posto de saúde?” em até 60% de um local para o outro. Isso são regras impostas à gente que às vezes nos obrigam ou a comprar mercadoria ruim ou fazer um contrato péssimo. A legislação manda que seja feito desse jeito. É outra discussão que nós temos que ter coragem de fazer. Precisamos mudar isso. Não tem sentido a gente continuar tendo a Lei 8.666, que é a Lei das Licitações, com os mesmos critérios para você comprar R$ 10 milhões ou R$ 10 mil. Tem muita coisa que a gente tem que ter coragem de enfrentar e causar a discussão. Além de melhorar a gestão, também modernizar a legislação... Isso é urgentíssimo. Agora, muita gente fala: ‘ah, o prefeito, ou o vereador, meteu a mão no dinheiro’. Isso é outra história. Eu acho que quem põe a mão no dinheiro público tem que pagar essa conta. Ele sabe que está errado. Se ele

sabe que está errado e quer fazer, ele que responda pelos atos. Mas a maioria absoluta, e eu posso falar isso com conhecimento de causa, é de pessoas muitos corretas. O dinheiro é que não está dando mesmo. Qual a definição para a situação dos municípios hoje? Ruim. Nós estamos agonizando. E o Congresso Nacional, a presidente Dilma, com aquele Joaquim (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) que ela arrumou lá, que está preocupado apenas em pagar os juros internacionais, tirando dos municípios investimentos, precisam acordar. Isso aí tem que ter fim. Nós já tomamos desse remédio e quase morremos. Se a presidente Dilma continuar com essa lógica, o Brasil vai entrar num colapso total. Pela primeira vez, vai afetar diretamente e acabar com os pequenos municípios. A situação é complexa e complicada. É um momento tão ruim, que está na hora de nós, políticos, termos coragem de enfrentar alguma situação de reorganização do estado. Cortar alguns benefícios, suportar algumas coisas e adequar. Você pega um menino que está na creche, a população não sabe o quanto custa isso. Cada dia que passa custa mais caro e com

menos dinheiro. Vai chegar ao ponto em que será que vamos dar conta de manter a creche? Será que vamos dar conta de bancar um posto de saúde funcionando igual nós queremos? Esses assuntos nós temos que ter coragem de enfrentar e ver qual é a saída. A saída é política. Mas enquanto a classe política ficar preocupada só com cargos e emendas parlamentares, não teremos soluções. Alguma outra consideração? Eu acho que até falei meio muito, mas é o que estou sentindo. A coisa está muito mais grave do que muita gente pensa. Lá em Brasília, a própria presidente Dilma deu uma declaração de que não sabia que a crise era tão grave. Lá eles acham que não está acontecendo nada. Olha, está é muito ruim. Mas é muito pior do que você possa imaginar. Os prefeitos estão cada um mais desorientado que o outro. Eu sou muito realista. É muito fácil jogar para a plateia. Nós temos que mostrar para a população que a situação é complexa. Nós que somos gestores municipais pagamos uma conta sem lógica. Nós não temos garantias do repasse do Governo Federal. Enquanto todos os outros poderes não têm problema financeiro. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Anote Cidades Sergio Santiago/DeFato

460 milhões A Prefeitura de Itabira apresentou, em audiência pública, uma prévia da Lei Orçamentária Anual (LOA), com a previsão de arrecadação municipal para 2016. De acordo com o projeto de lei, que ainda pode sofrer alterações, Itabira deve arrecadar R$ 460 milhões no próximo ano, R$ 65 milhões a menos do que a previsão para 2015. Durante a audiência, o prefeito Damon Lázaro de Sena foi cético. Ele disse que não há certeza de que o Orçamento seja alcançado. “Depende da economia global, e sobre isso não temos controle”, declarou, ao afirmar que a Prefeitura saiu de 2014 com sequelas e, desde então, a arrecadação vem caindo substancialmente mês a mês, devido à crise econômica que ataca o país. Em relação ao ano vigente, o secretário municipal de Fazenda, Paulo Alexandre, afirmou, em entrevista à imprensa, que a arrecadação não vai atingir o previsto na LOA, elaborada e aprovada no ano passado e que previa R$ 525 milhões. Segundo ele, se a economia continuar como está, o município deve fechar o ano com aproximadamente R$ 410 milhões – R$ 115 milhões a menos do que o estimado.

Chuva e prejuízos A forte chuva que caiu sobre Itabira no dia 5 de setembro causou estragos em vários pontos da cidade. Muros caíram, árvores se quebraram e casas tiveram telhados comprometidos. No bairro Juca Rosa, uma árvore chegou a cair em cima de uma residência. Por sorte, o imóvel estava vazio. Na avenida Cauê, no bairro Campestre, uma árvore ficou atravessada e interditou a pista. O tronco ainda derrubou um poste de iluminação. Alguns veículos estacionados nas proximida-

Silvio Andrade

des, por pouco, não foram atingidos. No bairro Bethânia, o muro de um ferro-velho caiu e parte do telhado de zinco também ficou comprometido. A Prefeitura de Itabira organizou uma força-tarefa para atender às demandas registradas após o temporal. O município distribuiu 146 telhas de amianto e 11 metros de madeira para atender 19 dos 32 imóveis vistoriados no dia após a forte chuva. A Defesa Civil também verificou residências, mas nenhuma foi condenada.

Educação infantil

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Faustino Taveira, no bairro Boa Vista. Atualmente, a escola funciona provisoriamente no bairro Aclimação. Além do Cemei Boa Vista, a Prefeitura também está reformando e ampliação da Escola Municipal Cicinha Moura e prepara a revitalização do Centro Educacional, Escola Municipal Israel Pinheiro (Emip) e Cemei Sion.

Acom PMJM

Desde o mês de julho, o Centro de Educação Infantil (Cemei) Boa Vista, em João Monlevade, está em reforma. O local está recebendo intervenções de melhoria geral e ampliação. O valor total da obra é de R$ 359.572,52 e a responsabilidade é da empresa Raimundo Nonato Souza e Cia Ltda. O Cemei está localizado na rua José


Referência em saúde

Acom PMSGRA

Um ranking divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE/MG) mostra São Gonçalo do Rio Abaixo em primeiro lugar na relação dos municípios que mais investiram em saúde no ano passado. Os dados apontam que a Prefeitura gastou, em 2014, R$ 25.441.584,73 para garantir saúde de qualidade para a população (o que corresponde a cerca de R$ 2,3 mil por habitante). O prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho ressalta que oferecer serviços com agilidade e infraestrutura adequada é o grande desafio. “Hoje somos uma cidade com cerca de 11 mil habitantes e 100% de moradores cadastrados nos Programas de Saúde da Família (PSFs)”, ressalta. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Renata Maria Guzzo Fonseca, no município são realizadas cerca de 30 mil consultas médicas por ano. Além dos PSFs e da Unidade de Atendimento, o município conta com um consultório de oftalmologia próprio e oferta exames de audiometria. O grande marco para a cidade, porém, é a construção do Hospital de São Gonçalo do Rio Abaixo, que está em fase de acabamento. Segundo o prefeito, a previsão é que a inauguração isso ocorra ainda no primeiro semestre de 2016.

Parabéns, cratera! Moradores do bairro Areia Preta, em João Monlevade, fizeram um protesto diferente no dia 6 de setembro, em João Monlevade. Cerca de 40 pessoas, entre adultos e crianças, fizeram uma “festa” para “comemorar” mais um aniversário de uma cratera que se abriu na localidade em 2013. O “evento” começou às 14h, teve algodão doce, bolo e show com banda de música. Na semana passada, o prefeito de João Monlevade, Teófilo Torres (PSDB), solicitou formalmente à ArcelorMittal ajuda na realização de uma obra de contenção/estabilização de deslizamen-

O Popular

to de terra no bairro. No documento, a Prefeitura sugere à empresa que o valor total seja descontado, de forma parcelada, no IPTU. A siderúrgica ainda não se manifestou sobre o pedido. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Anote Cidades

Banca do Detran São Gonçalo do Rio Abaixo vai receber, até outubro, uma banca examinadora do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), que vai oferecer exames de legislação e direção no município. A informação foi confirmada pelo delegado regional da Polícia Civil de Itabira, Paulo Tavares Neto, durante encontro com o prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho. O delegado explicou que os locais de aplicação dos exames serão informados posteriormente. “Equipes da Prefeitura e da Polícia Civil farão inspeções nos próximos dias para determinar os locais onde poderão ser realizados os exames”, disse.

Acom PMSGRA

O prefeito Antônio Carlos ressaltou que essa é uma grande conquista para o município. “Oferecendo este serviço aqui em São Gonçalo, os interessados em prestar os exames para ter direito a Carteira de Habilitação não vão precisar se deslocar para cidades vizinhas”, destacou.

Ajuda aos voluntários Acom PMCA

Os integrantes do Resgate Emergencial Voluntário da Estrada Real (Rever) receberam, no fim de agosto,

uma ambulância para o apoio ao trabalho desenvolvido pelo grupo. Além do veículo, o grupo foi contemplado

Farmácia nova

A Prefeitura de Santa Bárbara inaugurou, no dia 11 de setembro, a unidade municipal da Farmácia de Minas. O local oferecerá gratuitamente à população medicamentos para atenção primária, vinculados à prestação de serviços farmacêuticos, possibilitando assim uma integração maior com os outros serviços de saú-

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de oferecidos na cidade. A construção da Farmácia, em prédio exclusivo para a prestação deste serviço, exigiu investimento total de quase R$ 600 mil. Desse valor, 60% são de recursos da própria Prefeitura. O restante é oriundo do Governo do Estado. Parte do investimento foi melho-

com diversos equipamentos que irão compor a estrutura de atendimento. O veículo foi doado pela prefeitura de Catas Altas e os equipamentos médicos foram comprados e repassados pela Samarco. Dentre os produtos adquiridos, constam um kit básico de parto, três pranchas de imobilização e 12 colares cervicais para atendimentos de emergência. O objetivo das doações é possibilitar uma melhora tanto nas condições de trabalho do grupo, quanto na qualidade do atendimento às demandas de urgência nas cidades de Santa Bárbara, Catas Altas e Barão de Cocais.

rar o ambiente físico e aumentar os benefícios à comunidade, com a construção de um almoxarifado adequado para a armazenagem de medicamentos. O projeto de Santa Bárbara foi tão bem sucedido que foi solicitado pelo Governo do Estado para servir de referência em construções de Farmácias de Minas em outras cidades.


Abastecimento resolvido

No primeiro semestre deste ano, moradores de Conceição do Mato Dentro, principalmente dos bairros Vila São Francisco e Córrego Pereira, se uniram em busca de solução para vários problemas de desabastecimento e esgotamento sanitário enfrentados pela comunidade. Segundo relatos, era comum a Copasa faltar com o abastecimento durante o dia inteiro. Em alguns casos, famílias ficavam dez dias sem receber uma gota d’água nas torneiras. Quatro meses depois de uma audiência que tratou do assunto, os problemas foram todos solucionados. “Desde a data da audiência, a Copasa vem fazendo um papel espetacular. Não tem faltado água. Onde a pressão não é suficiente, estão colo-

cando caminhões-pipa para abastecer as casas. Todos os esgotos estourados na região foram eliminados”, elogiou o presidente da Associação de Moradores do bairro Vila São Francisco (Ascovila), Sandey Oliveira. “A pressão popular funciona”, exclamou. A Associação chegou a reunir 480 assinaturas de pessoas revoltadas com a situação e partiu em busca de apoio das autoridades públicas. Foram encaminhadas cópias do abaixo-assinado para o prefeito e para a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae). A partir da denúncia, a Arsae enviou técnicos para fiscalizar a empresa de saneamento, o que ajudou a resolver o problema.

Ponte da roncadeira

As obras de construção da ponte da Roncadeira, que fica na estrada de acesso ao distrito de Itauninha, em Santa Maria de Itabira começaram no fim de agosto. O secretário municipal de Obras, Eliezer de Souza, informou que as “cabeças da ponte” ficariam prontas até o fim de setembro. Os forros serão compostos de peças de pré-moldadas de concreto, montados sobre vigas de aço. O material foi fornecido pela Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop). Os recursos para a construção das cabeças da ponte são da Prefeitura de Santa Maria de Itabira. O prefeito Olacir Aparecido cuidou pessoalmente dos trâmites para viabilização da obra e negociou com Antônio Dias, uma vez que a ponte, apesar de ser utilizada pelos santa-marienses, está localizada em área pertencente ao município vizinho. Acom PMSMI

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DeFato

Anote Política

Diversificação em pauta Ricardo Barbosa

A preocupação com a diversificação das atividades econômicas nas cidades mineradoras foi tema de reunião conjunta das Comissões de Minas e Energia e de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia 3 de setembro. A atividade aconteceu a requerimento da deputada Rosângela Reis (Pros), autora do Projeto de Lei

(PL) 616/15, que trata da Política Estadual de Diversificação Produtiva dos Municípios Mineradores. Segundo a parlamentar, Minas Gerais é um Estado essencialmente minerador. Isso, no entanto, traz preocupações quanto à sustentabilidade ambiental e à diversificação das economias locais, tendo em vista que o minério é um recurso natural não renovável.

“A política pública que proponho tem o objetivo de motivar a atração de novos negócios. Temos que planejar para encontrar caminhos. O turismo, o comércio e o agronegócio podem ser soluções de médio e longo prazo”, disse. A superintendente de Política Mineral da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sônia Costa, reconheceu que não há um planejamento adequado para o setor. “O Estado vai criar um fundo de exaustão da exploração mineral, assim como um plano de mineração, e vai fortalecer um conselho que participe da formulação e implantação de políticas públicas para o setor”, anunciou. O PL 616/15 já recebeu parecer pela constitucionalidade da Comissão de Constituição e Justiça e aguarda parecer de primeiro turno da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo.

Reforço para as prefeituras

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Governo de Minas

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), anunciou, no fim de agosto, a liberação de R$ 310 milhões para as prefeituras mineiras, entre linhas de financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e recursos para o transporte escolar. O governador também confirmou que enviará à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) projeto de lei que altera a Lei Robin Hood, que trata da distribuição da cota-parte dos municípios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O objetivo do projeto, que será feito em parceria com os prefeitos, é aperfeiçoar a lei e garantir um repasse mais justo de

recursos para os municípios, principalmente os de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Minas Gerais não está parada. A situação de dificuldade é geral, no país inteiro, mas aqui o importante é que nós estamos trabalhando. Eu sou ex-

tremamente solidário com os prefeitos, que é o agente público mais próximo do cidadão. O governante do Estado que não entender isso não entendeu nada, não vai fazer um bom governo. Tem de se desdobrar para ajudar a resolver os problemas”, afirmou o governador.


Duplicação que não anda

Os vereadores da Câmara de Nova Era rejeitaram a proposta de redução dos próprios salários em 50%. O projeto, de autoria de Roberto Antônio Bicalho (PT), propunha que, dos atuais R$ 4.299,05, os vereadores passassem a receber R$ 2.149,52 já nesta legislatura. Em uma reunião demorada e com discussões acaloradas, a matéria foi rejeitada por sete votos a um. Ou seja, dos nove vereadores, apenas o autor do projeto votou favorável. O presidente só vota em caso de empate. Entre os argumentos para os votos contrários, os vereadores citaram o parecer emitido pelo Departamento Jurídico da Câmara, considerando a proposta inconstitucional. A rejeição ao projeto não agradou o petista. “Acho que foi uma vergonha. Foi uma resposta para o povo, que não merecia essa resposta”. Roberto ressaltou que a proposta geraria economia aos cofres públicos devido à crise econômica que ataca os municípios.

Entre dois caminhos DeFato

Nada de redução

O deputado citou notícias recentes da mídia estadual que, segundo ele, mostram vários sinais de abandono nas obras da BR-381. Por fim, Tito Torres falou sobre a cobrança do preço do pedágio em outra rodovia, a Via 040. “Foi um erro cometido pelo Governo Federal, que não soube fazer direito a concessão, e os pedágios hoje estão aí”, afirmou o parlamentar. O valor do pedágio varia de acordo com o tipo de veículo, entre R$ 4,60 – carros de passeio, caminhonetes e furgões – e R$ 27,60 – veículo com seis eixos.

DeFato

O deputado estadual monlevadense Tito Torres (PSDB) endossou críticas à morosidade da duplicação da BR-381. Em fala no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em meados de agosto, ele afirmou que a rodovia continua sendo palco para muitas mortes. O parlamentar culpou o Governo Federal pela situação. “O Governo Lula e o Governo Dilma usaram a BR-381 como trampolim político. E a gente vê, realmente, que essas obras não conseguem sair do papel”, criticou.

O vereador licenciado da Câmara de Itabira e atual diretor-presidente da Itaurb, Geraldo Martins da Costa (Lado de Dona Dudu), foi eleito presidente do diretório municipal do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). As atenções, claro, estão voltadas para as eleições do ano que vem. Segundo Lado, a legenda terá que optar por dois caminhos: continuar apoiando o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) ou partir para um nome próprio. Caso opte pela segunda opção, o PMDB já tem elencado possíveis nomes para concorrer à eleição. O novo presidente do partido disse que não vai mais concorrer ao cargo de vereador e se colocou como um postulante à indicação de candidato. Além do próprio nome, o peemedebista citou o empresário Gil César Lopes (na foto com Lado), o secretário municipal de Esportes Élson Ferreira Sá e o ex-prefeito José Maurício Silva. “Nós temos um compromisso com o prefeito até 31 de dezembro do ano que vem e vamos cumprir, com certeza. Hoje nós estamos no governo, somos apoiadores e estamos juntos. Mas as coisas podem acontecer de agora para frente. Nós vamos nos preparar para que o PMDB esteja pronto para qualquer oportunidade”, disse o novo presidente. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Anote Economia

Calamidade financeira DeFato

O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, decretou, em 11 de setembro, que o município está em estado de calamidade financeira. Segundo o Executivo, a crise econômica obrigou que a medida fosse tomada. O decreto define a criação de Gabinete de Crise, que estará autorizado a exonerar cargos comissionados e/ou rescindir contratos temporários de prestação de serviços ou de outra natureza. Nesse período, fica proibida a realização de qualquer despesa que dependa de recursos próprios do Poder Executivo sem a expressa autorização do Gabinete de Crise. Os futuros convênios que dependam de contrapartida municipal também só poderão ser firmados com a autorização da comissão. Foram suspensos novos investimentos, exceto nas áreas de saúde, educação e segurança pública; e a realização de hora extra, salvo em casos de extrema importância no atendimento aos serviços públicos essenciais. No decreto, consta ainda que poderá haver fusões

de secretarias. A Prefeitura também anunciou envio à Câmara Municipal de um projeto de lei propondo a redução de 25% do subsídio do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais; e do superintendente da FCCDA e diretores-presidentes do Saae, Itaurb e Itabiraprev. Outra medida é a redução da jornada dos servidores, que trabalharão de 12h

às 18h. As normas serão aplicadas aos setores da Administração Pública direta, Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb). A medida será válida por 120 dias, podendo ser prorrogada por igual período caso a situação mantenha-se inalterada.

Mais uma empresa

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a gente nessa caminhada”, ressaltou. A nova sede está localizada em uma área de 1.691m², e possui um galpão com escritório, refeitório, banheiros, área de fabricação de peças e área externa. A empresa conta hoje com seis funcionários, todos são-gonçalenses. O prefeito Antônio Carlos afirmou que o intuito da Administração Municipal é diversificar a economia e gerar renda e emprego para o município. “Nós acreditamos que a empresa vai expandir ainda mais, gerar emprego e elevar o nome de São Gonçalo”, disse Acom PMSGRA

O prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Antônio Carlos Noronha Bicalho, e o empresário Edismar Guilherme dos Santos (Edinho) inauguraram, no dia 28 de agosto, a Esmon Serralheria, instalada do Distrito Industrial I do município. Fundada em 2006, a empresa investe na atividade de serralheria com foco em estrutura, solda e montagem. O empresário Edismar destacou que o caminho para a vitória é o trabalho, mas agradeceu às parcerias e ao apoio da Prefeitura. “Agradeço ao prefeito, ao vice e aos demais secretários que ajudaram


Desligamento confirmado Divulgação

A ArcelorMittal confirmou que decidiu adiar a entrada em operação de seu mais novo laminador de aços longos, instalado na unidade de João Monlevade. O adiamento, segundo a empresa, se dá em virtude da necessidade de adequação da produção em um panorama de retração econômica e sobreoferta de produtos. Com capacidade de produção

de 1,1 milhão de toneladas, o laminador se encontrava em fase de testes desde março de 2015. A empresa estuda a realocação dos empregados envolvidos nos testes do equipamento. Os outros dois laminadores da unidade continuam funcionando normalmente. A empresa aguardará a evolução do mercado para reavaliar a decisão.

Foco nas startups

Uma comitiva de Itabira, composta pelo prefeito Damon de Sena, o diretor da Unifei, Dair José, o deputado Raimundo Nonato Barcelos (Nozinho) e outras autoridades do município, esteve, em 25 de agosto, com o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa. Na reunião foi apresentado o projeto de implantação do Parque Científico Tecnológico de Itabira e discutida a diversificação econômica do município. O secretário se dispôs a estudar

Divulgação

o projeto e sugeriu que o município, em parceria com a Unifei, inicie o processo de implantação de startups. De acordo com ele, essas empresas buscam explorar atividades inovadoras no mercado e podem aproveitar os talentos da própria universidade e espaços ociosos no município. Outro ponto ressaltado por Miguel Corrêa é que as startups seriam mais viáveis no momento, já que teriam garantidos os aportes de recursos através do Estado.

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DeFato

Anote Gente

Novo gerente A Caixa Econômica Federal de Itabira tem novo gerente: Eduardo Ragnar Grönstedt. A agência é a terceira sob seu comando: ele também já gerenciou unidades em Ipatinga e Conceição do Mato Dentro. Embora Itabira tenha apenas uma agência, o gerente afirma que existe uma rede de atendimento ampla, como salas e terminais compostos por caixas eletrônicos, correspondentes bancários e lotéricas. Segundo ele, para tornar o serviço mais eficiente, em dias de pico é feita uma recepção qualificada na agência, com triagem e direcionamento dos clientes aos melhores canais de atendimento. Dependendo do movimento em início de mês, há também a alocação de funcionários de outras cidades para Itabira. Eduardo comenta que a movi-

Renato Carvalho

mentação econômica no município é grande e a Caixa tem potencial para aumentar seu volume de negócios.

Destaque profissional O aluno do Senai-Itabira, David Silva Damasceno, alcançou a segunda colocação geral na modalidade “Construção em Estruturas Metálicas” na WordSkills Competition. A competição profissional, considerada a maior do mundo, aconteceu no dia 16 de agosto, em São Paulo. Na ocasião, o itabirano de 19 anos concorreu com participantes de mais de 10 países. O jovem, que já ganhou outras competições do gênero, começou em 2012 o curso de Aprendizagem Industrial em Caldeiraria no Senai-Itabira. No ano seguinte, passou a treinar para a etapa estadual na modalidade de Estruturas Metálicas e conquistou a medalha de outro. “Com isso, fui campeão estadual e convidado para participar de um projeto chamado Top One, no qual o objetivo principal era colocar o Brasil em primeiro lugar na 43° WorldSkills”, conta. O estudante tem a convicção de que o resultado se deve ao seu esforço e dedicação, além do apoio do Senai Itabira, pelo longo período em que absorveu os conhecimentos. Foi a primeira vez que a competição aconteceu na América Latina. A delegação brasileira ficou em primeiro lugar no ranking total de pontos e conquistou o maior número de medalhas por categoria. O país trouxe 11 medalhas de ouro, dez de prata e seis de bronze, além de 18 certificados de excelência concedidos a competidores com alta pontuação.

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“Se for preciso, atendemos depois do horário”, diz, referindo-se às empresas e clientes com grande demanda.

Arquivo pessoal


Arquivo pessoal

Convite à reflexão O professor da Funcesi, Diogo Luna Moureira, acabou de lançar, em coautoria com a professora da PUC/MG, Maria de Fátima Freire de Sá, pela editora Del Rey, a segunda edição do livro “Autonomia para morrer: eutanásia, suicídio assistido, diretivas antecipadas e vontade e cuidados paliativos”, voltado para a área do Direito Civil. O livro convida a uma reflexão jurídica acerca da possibilidade normativa do exercício para morrer. Os autores estudam os fundamentos da autonomia para morrer, a dignidade humana, os direitos de personalidade, a vida, sobrevida e morte, liberdade e igualdade, o modo de encarar a morte nas religiões, a autonomia da vontade no direito comparado e a busca pela efetivação normativa da autonomia da vontade. Diogo Moureira é doutor e mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG) e bacharel em Direito pela mesma instituição. É pesquisador do Centro de Estudos em Biodireito (CEBID), professor do curso de Direito da Funcesi e membro do Núcleo Docente Estruturante do curso de Direito da Fachi-Funcesi.

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DeFato

Conceição do Mato Dentro

emergência

Divulgação

Urgência e

Conceição do Mato Dentro terá base do Samu até o fim deste ano, segundo previsão do Consórcio Aliança pela Saúde (Cias)

C

onceição do Mato Dentro terá, até o fim deste ano, uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vistoria técnica aconteceu no dia 31 de agosto. O espaço destinado ao funcionamento da base, na Policlínica Municipal, foi aprovado pela gerência de projetos do Consórcio Aliança para a Saúde (Cias), responsável pela estruturação do serviço em mais de 100 cidades de Minas Gerais. Segundo a secretária municipal de Saúde de Conceição, Paula Graciano, o Samu vai revolucionar o atendimento de urgência e emergência na região, possibilitando rápida remoção de vítimas, inclusive com resgate aéreo nos casos mais graves. “Estarão à disposição do serviço pelo menos 12 novos profissionais para atendimento 24 horas. Além disso, o Samu vai trabalhar em rede e isso garante o acionamento de outras bases quando as vítimas necessitarem de atendimentos especializados que a nossa Policlínica não

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puder oferecer”, afirmou. A expectativa é que o Samu seja inaugurado em meados de novembro. Mudanças no estado O Consórcio Intermunicipal Aliança para a Saúde foi criado em 2011 com a finalidade de desenvolver ações e serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde, especialmente a estruturação do Samu na rede regional de urgência e emergência. Assim como definido junto à Secretaria de Estado de Saúde, o Cias será resComplexo deverá abrigar central de regulação que comandará Samu em várias cidades

ponsável pela gestão do Samu da região Macro Centro, composto por 103 municípios. São 6.104.310 de pessoas (IBGE 2010) distribuídas numa área territorial de 56.812 Km². Várias cidades do interior de Minas Gerais, como Itabira, Barão de Cocais, Ferros, Santa Maria de Itabira, entre outras, fazem parte do consórcio. A central de regulação ficará em Belo Horizonte e a ideia é trabalhar com ambulâncias descentralizadas, visando um atendimento rápido e eficiente.


DeFato

Pesquisa

Mapa dos pontos

turísticos

Governo Federal produz inventário para explorar potencialidades turísticas das cidades pertencentes do Circuito Turístico do Parque Nacional da Serra do Cipó

Viviane e Keila são as responsáveis pelo mapeamento

Pontos turísticos da Serra do Cipó serão mapeados por pesquisdadores do Governo Federal

no Brasil inteiro, através de uma política de regionalização”, explicou Keila. Além da pesquisa de campo, o trabalho consiste em mais duas fases: análise do relatório técnico e planejamento estratégico. “O resultado das duas primeiras etapas será exposto dentro das próprias prefeituras, a partir das secretarias de Turismo”, explicou Viviane. Com o mapeamento concluído, o Governo Federal conseguirá saber as potencialidades de cada região e como investir no desenvolvimento do turismo. “Nosso trabalho é só a ponta. Vamos informar o Estado sobre o que o município tem de potencial natural e cultural,

Divulgação

C

onceição do Mato Dentro faz parte de um inventário produzido pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, cujo objetivo é mapear as potencialidades turísticas da região. O levantamento inclui todas cidades que fazem parte do Circuito Turístico do Parque Nacional da Serra do Cipó. Viviane Goulart e Keila Silva são as responsáveis pela tarefa. Além de Conceição, elas percorreram vários municípios da região, como Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. “Seguimos o roteiro de entrevistas do Ministério do Turismo. É um roteiro padrão, aplicado

e do que ele já tem qualificado de oferta, além de apontar as fragilidades quanto a serviço e estrutura”, afirmam. Boas impressões As primeiras impressões das pesquisadoras sobre Conceição foram positivas. Capital Mineira do Ecoturismo, a cidade tem inúmeras cachoeiras, como a do Tabuleiro – a maior de Minas Gerais, a terceira maior do Brasil e uma das “7 Maravilhas da Estrada Real”. Abriga também lagoas, sítios arqueológicos e a vasta e diversificada fauna e flora. Um lugar de rara beleza, que ganhou atenção especial relatório das agentes de campo. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Cidades

DeFato

Animais pelas ruas passaram a fazer parte do cenário da maioria das cidades da região

Problema do cão Animais se proliferam pelas ruas e viram caso de saúde pública em toda região. Situação exige medidas das administrações municipais e reforço de entidades que realizam trabalho voluntário Rodrigo Andrade

O

s passos apressados das pessoas e o vai e vem dos automóveis ganharam a companhia de um novo componente na maioria das cidades da região de Itabira: os animais abandonados. Em grande parte dos municípios, é cada vez maior o número de cães e gatos que perambulam pelas ruas em busca de comida, abrigo e, por que não, carinho. A situação cresceu tanto em dimensão, que passou a exigir dos governantes que seja tratada como problema de saúde pública. Problema que se torna ainda mais impactante por causa da falta de estrutura dos municípios. Na região do Médio Piracicaba são poucas as cidades que possuem canis com condições adequadas e um sistema de recolhimento eficaz que termine em castração e adoção do animal retirado das ruas. Sem esse esquema preventivo, o que se tem é uma livre reprodução de cães e gatos e o risco de proliferação de doenças. Em Itabira, a situação é preocupan-

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te. O município interrompeu o serviço de recolhimento há mais de um ano e ainda não retornou. Estava previsto que a “carrocinha” voltasse a rodar em abril, mas não aconteceu. Em agosto de 2014, a Prefeitura divulgou que pretendia implantar um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e construir novo abrigo para animais na cidade. Já havia até dotação orçamentária disponível (R$ 600 mil), mas ainda faltava dinheiro. A verba seria buscada junto ao Governo do Estado. “O novo espaço vai oferecer serviços como castração, vacinação, tratamento dos animais doentes recolhidos e disponibilização para adoção. O CCZ também vai promover trabalhos voltados para o combate de zoonoses (doenças transmitidas entre animais e seres humanos, como raiva, leptospirose e toxoplasmose) e doenças transmitidas por vetores (como dengue, febre amarela, leishmaniose, entre outras)”, informava a Prefeitura de Itabira, em agosto de 2014. Passado um ano, a informação do município é de

que “não há novidades”. O Executivo alega dificuldades financeiras por causa da queda na arrecadação orçamentária. Sem o andamento no projeto do CCZ, a Prefeitura de Itabira promoveu melhorias no canil municipal, na localidade de Córrego do Meio. Foram investidos R$ 152,5 mil na construção de cinco novas baias, com 10m² cada. Com isso, a capacidade do canil aumentou de 15 para 100 animais. Busca por soluções A solução para o problema pode estar na integração regional. Por ser uma situação recorrente em várias cidades, a proliferação de animais abandonados passou a ser discutida na Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Piracicaba (Amepi). No fim de junho, uma comitiva liderada pelo presidente da entidade, Fernando Rolla, esteve em Belo Horizonte para conhecer o Centro de Controle de Zoonoses da capital. Em BH, os representantes da região


Castração é a saída Imagine o seguinte cenário e faça as contas: uma cadela vive em média dez anos nas ruas. Durante a vida, passa por

Divulgação Amepi

conheceram o processo chamado de “controle ético” da população de cães e gatos, que consiste no tratamento correto que se deve dar à questão: recolhimento provisório para castração, chipagem e devolução ao ambiente de origem. E nos casos de doenças que impliquem risco à saúde pública, ou estágio terminal, a aplicação da eutanásia. A gerente do CCZ, Silvana Brandão, deixou claro que canis que funcionam como depósito de animais não podem mais existir. A ideia inicial da Amepi era criar um CCZ regional. A proposta, porém, é cara. Com as cidades em condições financeiras complicadas, o projeto pode não acontecer. A alternativa, então, passou a ser o “castramóvel”, um veículo adaptado que rodaria pelos municípios para fazer a castração dos animais que ficam pelas ruas. “Estamos estudando essa alternativa. Uma sugestão é usar o dinheiro de devoluções das Câmaras para que consigamos concretizar essa proposta”, comenta o presidente da Amepi, Fernando Rolla. Para tratar da proposta, a Amepi contratou uma consultoria ligada à Associação Mineira dos Municípios (AMM). Em outubro do ano passado, foi criado o Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Médio Piracicaba (Consmepi), idealizado para debater assuntos diversos que interessam às cidades em geral. Entre eles, a questão dos animais. O grupo é formado por 14 municípios (Itabira ficou de fora) e a estimativa é de que a população de cães e gatos nessas cidades chegue a 40,5 mil, baseada no coeficiente de um animal para cada 8,5 habitantes. Segundo Fernando, que é prefeito de São Domingos do Prata, o problema pode ser observado em todas as cidades da região e a resolução também passa por consolidar as leis municipais. “Tem que haver uma legislação que regulamente esse controle. E, claro, essa legislação precisa funcionar”, alerta.

Comitiva com integrantes de cidades do Médio Piracicaba foram a Belo Horizonte conhecer CCZ

dois períodos férteis por ano. A cada período, uma ninhada com seis filhotes. Em um ano, então, serão 12 filhotes. Até o fim da vida, essa cadela terá colocado no mundo (ou no meio da rua), 120 descendentes diretos. Agora, suponha que entre todos esses filhotes, pelo menos a metade seja de fêmeas. O ciclo vai continuar, continuar e continuar. “É isso que acontece nas ruas. Os animais não têm essa ideia de controle de natalidade. É o instinto. Pintou o cio, tem o macho junto, vai ter filhotes”, comenta o veterinário Alexandre Augusto Moreira Pereira. Por isso, a melhor solução para o problema é a castração. “É uma resolução em longo prazo. Castrando uma fêmea, em dez anos você estaria evitando a procriação de 120 animais nas ruas”, argumenta o profissional. Alexandre apoia a ideia do “castramóvel” pensada pela Amepi. O veterinário defende que a carrocinha, como era feita antes, não é resolução para o problema. “A matança de animais que era feita antes, quando tinha a carrocinha, é uma medida imediatista. Não resolve. O que tem que fazer é impedir que o cão se reproduza. Castrou, acabou”, afirma. “A Prefeitura de Itabira já tem contratados diversos veterinários que poderiam estar fazendo esse serviço. Se fizer um trabalho bem feito, um mutirão, tenho certeza que até os outros veterinários, os autônomos, poderiam doar horas de serviço para poder ajudar o poder

público. Se você tiver uma equipe com sete ou oito veterinários, você consegue, em um fim de semana, castrar uns 50 animais”, diz o profissional. Em João Monlevade, voluntários da organização sem fins lucrativos Cãopanhia do Bem organizaram uma vaquinha para arrecadar R$ 4,2 mil e promover a castração de animais soltos pelas ruas. A meta é esterilizar cerca de 200 fêmeas e impedir a procriação delas. A presidente da Cãopanhia do Bem, Karen Sartori, critica duramente a Prefeitura de João Monlevade. Em um texto em rede social, a jornalista reclama de omissão da Administração Municipal e desabafa contra a situação do canil da cidade. “O poder público nada faz, não tenta, não se interessa. Sabe aquela história de não está bom, mas estão tentando? Não existe”, critica. Em março deste ano, a Prefeitura de João Monlevade e a Cãopanhia do Bem firmaram um convênio de cooperação mútua para aliviar a situação dos animais na cidade. O município cuidaria da estrutura do canil e forneceria alimentação e material de castração. A entidade, em contrapartida, realizaria feira de adoções para diminuir a população do abrigo. Os voluntários, no entanto, reclamam que o acordo não está sendo cumprido...“O canil está com a rotatividade de vírus absurda, morrendo animais adultos e filhotes”, reclama Karen. Em nota, a Prefeitura de João MonSETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Cidades

Acom PMI Acom PMI

Canil de Itabira passou por adaptações, mas ainda está longe do ideal

levade afirma que está, sim, cumprido com os termos do convênio. O município cita que contratou uma veterinária para ser responsável pelo canil e que o local é limpo diariamente. Ainda segundo a Prefeitura, no abrigo não faltam medicamentos e alimentação. O canil de João Monlevade tem capacidade para 70 animais. Reforço importante Entidades como a Cãopanhia do Bem, em João Monlevade, representam um grande reforço na luta contra o abandono de animais. Na terra de Drummond, a Associação Municipal de Proteção Animal da Região de Itabira (Ampari) é outra organização sem fins lucrativos que age com apenas uma motivação: amor aos bichos. O problema são as dificuldades financeiras e a falta de contribuição da própria população. Em Santa Maria de Itabira, outra entidade conseguiu minimizar o problema dos cães errantes no município. A Associação Morada dos Animais de Rua (Amar) conseguiu ajuda de uma ONG de Belo Horizonte, a Bichos Gerais, para realizar a castração de 50 animais na pequena cidade vizinha de Itabira. A Prefeitura ajudou construindo baias para abrigar as cadelas que foram resgatadas por voluntários. A presidente da entidade, Jussara

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Entidade denuncia falta de estrutura no canil de João Monlevade; Prefeitura nega

Andrade, conta que mesmo com a disponibilidade de veterinários de Belo Horizonte, foi difícil conseguir dinheiro para comprar os materiais necessários para realizar as castrações. “O pior é

Tem que cobrar do serviço público, mas também tem que haver conscientização das pessoas. Tem que haver um trabalho educativo com os proprietários. Veterinário Alexandre Moreira

que a população pede que seja feito alguma coisa, mas não ajuda. No mutirão de castração os veterinários vieram de graça, mas a gente precisou pagar todo material. E não conseguimos isso fácil, precisamos correr muito atrás. É difícil encontrar quem ajude”, diz. Para o veterinário Alexandre Moreira, o problema com certeza seria menor se as pessoas tivessem mais

consciência. “Tem que cobrar do serviço público, mas também tem que haver conscientização das pessoas. Tem que haver um trabalho educativo com os proprietários. A partir do momento que as pessoas pensarem que não devem deixar o cão na rua, isso ajudará demais”, defende. Segundo o profissional, estudos apontam que metade dos animais soltos pelas ruas são semidomiciliados. Ou seja, apenas dormem na casa dos donos. Durante o dia, ficam soltos, procriando e sujeitos a zoonoses. “Uma pessoa que tem um cão semidomiciliado, se a cadela dele parir, ele não quer saber dos filhotes. Vai por tudo na rua. Eu penso que essa questão educativa é muito importante. As pessoas bem educadas aceitam melhor o trabalho de castração”, argumenta o veterinário. Doenças O mais grave problema ocasionado por animais soltos pelas ruas é a possibilidade de transmissão de doenças, tanto para humanos quanto entre os próprios bichos. As zoonoses são várias e uma delas em especial tem despertado preocupação entre profissionais da área: a leishmaniose. “É um problema real na nossa sociedade hoje e que não tem sido feito nenhum trabalho, principalmente do


O MELHOR JEITO DE TIRAR ANIMAIS DAS RUAS O animal abandonado é recolhido pela Prefeitura;

recebe alimentação e passa pelos exames necessários;

vai para uma feira de adoção e recebe um novo lar

casos dessa doença entre 2012 e 2015, de acordo com dados da Gerência Regional de Saúde (GRS). A leishmaniose mais grave é a visceral, que introduz o hospedeiro diretamente na circulação do animal ou do humano picado pelo mosquito transmissor. Em Itabira, entre 2012 e 2015, foram dez casos notificados em humanos, mas somente três foram confirmados. Em João Monlevade, outro município com população considerável na região, foram cinco notificações e quatro confirmações de casos em humanos no mesmo período. Houve um óbito no ano passado. Apesar dos casos e da preocupação Rodrigo Andrade/DeFato

setor público, para controle. Isso tem causado preocupação. O crescimento de número de casos é exponencial”, alerta o veterinário Alexandre Moreira sobre a leishmaniose. “Na nossa clínica, nos últimos três anos, o número de casos tem triplicado ano a ano. E isso é de conhecimento do poder público porque é uma doença de notificação obrigatória. Todos os casos positivos a gente comunica à Secretaria Municipal de Saúde”, completa. A leishmaniose não é transmitida por contato direto. Para poder ocorrer a transmissão, um mosquito precisa picar um cão infectado. O protozoário sofre uma mutação e esse mosquito torna-se infectante. Ele pode picar outros cães ou o ser humano, e aí as pessoas adoecem. É uma doença grave e potencialmente fatal. A doença é endêmica em 76 países, inclusive no Brasil, que concentra 90% dos casos da América Latina. Em terras tupiniquins, de acordo com dados recentes, em média, cerca de 3,5 mil casos são registrados anualmente e o coeficiente de incidência em humanos é de dois casos para 100 mil habitantes. Nos últimos anos, a letalidade passou de 3,1% em 2000 para 7,1% em 2012. Existem duas formas de leishmaniose: a tegumentar (ou cutânea) e a visceral. A tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provocam úlceras na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. Em Itabira, maior cidade da região, foram registrados cinco

é castrado e recebe um chip de identificação;

Veterinário Alexandre Moreira alerta para o perigo das zoonoses

manifestada pelo veterinário Alexandre Moreira, o diretor da GRS de Itabira, Alexandre Faria Martins da Costa, diz que a situação não deve ser tratada com alarde. “Não estamos enfrentando uma endemia ou algo do tipo”, diz. Ele, no entanto, defende que o caso de animais soltos pelas ruas receba mais atenção. “Tem que ser tratado como um problema de saúde pública que precisa ser resolvido”, afirma. A leishmaniose não tem cura, porém o tratamento já avançou bastante e consegue fazer com que o animal infectado viva normalmente. O problema é que os remédios e procedimentos são caros. Ou seja, municípios não arcarão com o tratamento de cães abandonados nas ruas. Assim, a eutanásia continua sendo a principal medida. “Como vamos meter um cão sem dono sob tratamento? É impossível”, lamenta o veterinário Alexandre, que ajuda os voluntários da Ampari, em Itabira. Além de todo esse cenário que impacta diretamente o sistema de saúde pública, há o lado social que é agredido a cada vez que um cão ou gato é abandonado pelas ruas. Vale lembrar que maltratar animais é crime previsto em lei. Todas as vezes que alguém simplesmente fecha os olhos para essa situação, está colaborando para um problema que atinge a ele mesmo de alguma forma. Está sendo irracional, como nenhum animal consegue ser. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

São Gonçalo do Rio Abaixo

UBS e estrada nova para o Una Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo inaugura unidade de saúde e asfaltamento em localidade que cresce por causa de empreendimentos imobiliários

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comunidade do Una, em São Gonçalo do Rio Abaixo, viveu momentos de festa no dia 22 de agosto. A Prefeitura local inaugurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) Raimundo Braz Costa e o asfaltamento que liga a localidade ao Centro da cidade. O evento contou com a participação do prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho, deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos (Nozinho), secretários municipais, vereadores e líderes comunitários. A Unidade Básica de Saúde tem área construída de 333,20 m² e instalações modernas, como salas para atendimentos, armazenamento de medicamentos, de espera, sanitários, consultórios clínico, ginecológico e de enfermagem, recepção, sala de cuidados básicos e de coleta, consultório odontológico, entre outros. “Pensamos em oferecer uma estrutura preocupando com o crescimento populacional da comunidade. O Una tem grande perspectiva de crescer com os loteamentos que estão surgindo, então a gente já pensou numa UBS que não precisasse ficar fazendo ampliações”, disse a secretária municipal de Saúde, Renata Maria Guzzo Fonseca. Segundo ela, o Una tem aproximadamente 630 pessoas, mas a UBS tem capacidade para atender cerca de 3 mil. A Unidade Básica de Saúde vai funcionar de 8h às 12h e das 13h às 17h. No total, 15 profissionais trabalharão

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Sérgio Santiago/DeFato

UBS foi inaugurada e entregue à comunidade do Una

na unidade, entre eles, dois médicos, equipe de saúde bucal completa, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, auxiliares de serviço gerais, entre outros. Asfalto O asfaltamento que liga o Una ao centro urbano de São Gonçalo tem 2,8 km de extensão. A obra garante melhor qualidade de vida e mais segurança para os moradores, tendo em vista que, antes, grande parte da comunidade usava a BR-381 como via de acesso principal à localidade. Além de quase 3 km de extensão de asfalto, foram realizadas obras de interseção com a avenida do

Contorno, drenagens e sinalização horizontal e vertical da via. “Sem dúvida é um grande marco na administração do prefeito Antônio Carlos, visando dar mais qualidade de vida aos moradores aqui da região do Una”, disse o secretário de Obras, Sandro José Pena da Silva. O prefeito Antônio Carlos também ressaltou a qualidade das obras e falou do crescimento do bairro com os novos empreendimentos imobiliários. “São duas obras que trazem benefício à população, tanto o posto de saúde, com a melhoria do atendimento, quanto o asfalto, que interliga a comunidade ao centro da cidade”, afirmou.


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Saúde

Cores da

prevenção Tatiana Santos

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Campanhas educativas “colorem” o calendário e chamam atenção para o diagnóstico precoce de doenças que afetam grande número de pessoas

ocê certamente já se deparou por aí com alguém que carregava no peito um lacinho colorido. Ou já viu o adorno dependurado em algum prédio ou repartição pública. Essas fitinhas simbolizam campanhas criadas para alertar sobre a importância da prevenção de determinadas doenças. Para dar ainda mais ênfase, as ações costumam se prolongar durante um mês inteiro. Esse período recebe uma cor específica e mobiliza especialistas que fornecem informações sobre riscos e formas de combate da enfermidade em discussão. “Outubro Rosa”, “Novembro Azul”, “Setembro Verde” e por aí vai. São muitas as cores e as finalidades das campanhas.

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Em Itabira, a exemplo do que acontece em diversos municípios brasileiros, esses “meses coloridos” têm encontrado respaldo político e incentivo de profissionais ligados à área da saúde. É como diz o velho ditado: “Prevenir é melhor que remediar”. Em setembro, o foco em Itabira é a prevenção ao câncer tipo linfoma. A vereadora Marcela Cristina Lopes da Silva (PR) propôs um Projeto de Lei para instituição do “Setembro Verde” no município. O trabalho é desenvolvido em parceria com o projeto “Que Seja Leve, Que Seja Breve”, especializado em discutir as várias formas de câncer, e engloba palestras em empresas e escolas, mobilização em diferentes pontos da cidade

e passeatas. A idealizadora do movimento “Que Seja Leve, Que Seja Breve”, Bruna Cunha, destaca a importância da prevenção. Para ela, a taxa de mortalidade ocasionada pelos linfomas (leia mais sobre a doença mais à frente) seria menor se as pessoas soubessem mais sobre esse tipo de câncer. “Sou enfermeira e, no ano passado, descobri que estava com linfoma. A taxa de cura é alta, em média de 80% a 85%, mas a mortalidade continua e isso se dá pelo diagnóstico tardio. A pessoa tem os sintomas, como aumento dos nódulos no pescoço, axila e virilha, e acha que não é nada. Enquanto isso, a doença avança”, disse, em evento de abertura do “Setembro Verde” em Itabira.


Acom PMI

Outubo Rosa é celebrado em Itabira e várias outras cidades do país para alertar sobre os perigos do câncer de mama

mama é o mais estudado pelos órgãos internacionais de prevenção e controle. Além disso, por meio das mobilizações, é possível atingir uma grande quantidade de pessoas leigas e profissionais de saúde. “Consegue-se, inclusive, reunir mais pacientes que estão em tratamento e outros que alcançaram a cura, o que cria uma esperança maior em relação à sobrevida do paciente após a doença”, declara. Se em outubro o foco é nas mulheres, o mês seguinte é voltado para os homens. O “Novembro Azul” discute Enfermeira Bruna Cunha apoia o “Setembro Verde” em Itabira e destaca importância da prevenção

Acom PMI

A força das campanhas Muita gente se assustou quando, há 27 anos, a atriz Cássia Kiss apareceu na televisão mostrando os seios e ensinando a fazer o autoexame. Teve quem achasse a campanha apelativa, forte demais. Mas o fato é que funcionou. Hoje, órgãos de saúde comemoram redução significativa no número de casos de câncer de mama. A luta contra o câncer que mais mata mulheres no Brasil ganhou um mês inteiro dedicado à sua prevenção. O “Outubro Rosa” talvez seja o “período colorido” mais famoso no país. Em Itabira e em cidades da região, o laço rosa é espalhado por vários locais e até os prédios públicos ganham iluminação diferenciada. O mastologista Danilo Costa, que atua no Hospital Nossa Senhora das Dores (HSND) e no Centro Viva Vida, defende a eficiência das campanhas. Na opinião do especialista, no caso do “Outubro Rosa” percebe-se um impacto positivo, uma vez que o câncer de

o câncer de próstata, doença que atinge uma em cada seis pessoas do sexo masculino no Brasil. No ano passado, o tema foi esmiuçado em encontros na Câmara de Vereadores e em eventos da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira. A intenção é provocar cada vez mais debates, ainda mais porque é sabido que os homens são mais desleixados com a saúde que as mulheres. Mas o mês de novembro também é dedicado às crianças. Desde o ano passado, o vereador José Luiz Ferreira “Batatinha” (PSDB) fala sobre o “Novembro Dourado”, que enfoca a prevenção do câncer infantil. O legislador, inclusive, chegou a raspar a cabeça para despertar atenção para o assunto. Agora, ele aguarda a sanção de um Projeto de Lei que torna oficial esse mês em Itabira. O motivo é latente: o câncer infantojuvenil é a segunda causa de morte mais recorrente no país. Alerta contra o suicídio Não só para alertar sobre os tipos SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Saúde

Divulgação

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OS MESES COLORIDOS Janeiro – Câncer cervical (verde piscina) Fevereiro – Leucemia (laranja) Março – Câncer colorretal (azul marinho) e câncer de rim (vermelho) Abril – Câncer de testículo (lilás), câncer de esôfago (azul claro) e câncer de cabeça e pescoço (vermelho e branco)

Campanha “Setembro Amarelo” chama atenção para o suicídio, problema que afeta milhões de pessoas em todo mundo

Maio – Câncer de cérebro (cinza) Junho – Câncer de pele (preto) Julho – Sarcoma (amarelo), câncer de bexiga (rosa, verde e roxo) e câncer ginecológico (verde escuro) Agosto – Linfomas (verde claro)* Setembro – Câncer de pâncreas (roxo), câncer de ovário (verde claro), câncer de tireoide (rosa e azul) e linfomas (verde)* Outubro – Câncer de mama (rosa) Novembro – Câncer de próstata (azul) e câncer infantojuvenil (dourado) Dezembro – não há cor específica *Em Itabira há lei municipal que alerta para a prevenção de linfomas em setembro, mas o mês de agosto também é usado para essa finalidade em outras localidades.

de câncer servem os “meses coloridos”. Uma campanha importante e que tem ganhado força em todo país é o “Setembro Amarelo”, que chama atenção para um problema recorrente em todo planeta: o suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 800 mil pessoas se matam a cada ano. A proporção é de um autoextermínio a cada 40 segundos. A mesma OMS aponta que em 90% dos casos os suicídios são preveníveis por estarem associados a patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, principalmente a depressão. Ou seja, de cada dez casos de autoextermínio, nove podem ser evitados onde houver o diagnóstico preciso dessas patologias, o devido tratamento e a assistência das redes de cuidado e atenção. Daí a importância de um mês voltado à prevenção. “A tentativa de suicídio deve ser levada a sério, pois, em muitos casos, o insucesso da tentativa é acompanhado

por aprimoramento do meio letal na próxima tentativa”, avalia o psicólogo Tiago Couto Bicalho. Ele apoia as ações de prevenção e enfatiza o papel da família e de entidades de apoio. “O melhor mesmo é um trabalho preventivo, antes que a pessoa perca todas as esperanças. Assim, o apoio de amigos, igreja e programas sociais torna-se fundamental”, completa. Em Itabira, cidade que possui índice elevado de suicídio, o Centro de Valorização da Vida (CVV) ajuda no combate a esse tipo de ocorrência. A entidade atende diariamente, via telefone, de 18h às 22h, pelo número (31) 3831-4111. A prevenção é importante arma no combate a doenças e outros problemas sociais que atingem grande número de pessoas. Dados, riscos e formas de combate precisam ser informados de maneira correta e mais simples possível. Daí a importância de tantas cores e campanhas. Prevenir sempre, para remediar cada vez menos.

VOCÊ SABIA: A primeira associação do uso de laços na área da saúde foi registrada em 1990, quando ativistas contra a Aids criaram fitinhas vermelhas representando suas lutas. No mesmo ano, a Fundação Câncer de Mama Susan G. Komen, dos Estados Unidos, distribuiu laços cor-de-rosa para participantes da Corrida pela Cura, que

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acontecia em Nova York. Depois disso, a revista norte-americana Self, de saúde para mulheres, criou uma edição dedicada ao combate ao câncer de mama, popularizando o uso das fitas que começaram a ser distribuídas em lojas de cosméticos. A partir daí, o laço também se estendeu a outros tipos de campanhas.


OS MESES COLORIDOS Linfoma (Setembro Verde) Linfoma é um tipo de câncer que se desenvolve nos linfonodos (ou gânglios). Ocorre quando uma célula normal do sistema imune, encarregado de defender o organismo de infecções, cresce desordenadamente e espalha-se pelos linfonodos. Embora possa manifestar-se em pessoas de qualquer idade, aparentemente, atinge mais os homens do que as mulheres, com idade superior a 60 anos.

Câncer de mama (Outubro Rosa) Câncer de mama é uma doença que acomete mais as mulheres. São fatores de risco: a idade avançada, a exposição prolongada aos hormônios femininos, o excesso de peso e a história familiar ou de mutação genética. Estão mais propensas a desenvolver a doença, por causa da longa exposição aos hormônios femininos, as mulheres que não tiveram filhos ou tiveram o primeiro filho após os 35 anos, não amamentaram, fizeram uso de reposição hormonal (principalmente com estrogênio e progesterona associados), menstruaram muito cedo (antes dos 12 anos) e entraram mais tarde na menopausa (acima dos 50 anos). No entanto, há casos de mulheres que desenvolvem a doença sem apresentar fatores de risco identificáveis. O primeiro sinal da doença costuma ser a presença de um

Câncer infantojuvenil (Novembro Dourado) Os cânceres pediátricos têm algumas particularidades em relação aos tipos que acometem os adultos. Eles costumam ser bem mais agressivos e avançam de maneira muito mais rápida, mas a boa notícia é que a enfermidade tem alta chance de cura. Na verdade, se não fosse a demora que muitas vezes o paciente enfrenta até chegar ao tratamento, em alguns tipos de tumores o índice de cura poderia atingir 90%. A leucemia corresponde à maioria dos casos, e essa prevalência é mundial. O fato é que de cada 100 crianças com algum

Os principais sintomas dos linfomas são os gânglios aumentados na região do pescoço, axilas e virilha, febre, perda de peso, sudorese abundante à noite, prurido (coceira) e cansaço. Como ainda não foram descobertas formas eficazes de prevenir o aparecimento dos linfomas, é importante estar atento às recomendações: procure assistência médica se notar a presença de linfonodos aumentados em diferentes áreas do corpo, mesmo que eles não doam nem incomodem.

nódulo único, não doloroso e endurecido na mama. Também há deformidade e/ou aumento da mama, retração da pele ou do mamilo, os gânglios axilares aumentados, vermelhidão, edema, dor e a presença de líquido nos mamilos. A mamografia (raios-X das mamas) é o exame mais indicado para detectar precocemente a presença de nódulos. A mulher deve fazer o autoexame das mamas mensalmente, de preferência no 7º ou 8º dias após o início da menstruação; procurar o médico para submeter-se ao exame das mamas a cada dois ou três anos, se está entre 20 e 40 anos; acima dos 40 anos, realizar o exame anualmente. Embora menos comum, o câncer de mama também pode atingir os homens. Portanto, especialmente depois dos 50 anos, eles não podem desconsiderar os mesmos sinais que se manifestam nas mulheres.

tipo de tumor, 30 têm leucemia, seja da forma linfoide aguda ou do tipo mieloide aguda. O segundo câncer mais frequente na infância é o tumor cerebral. Há também casos de tumores nos ossos, nos rins e nos olhos. O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto. Pela sua complexidade, deve ser feito em centro especializado. O trabalho compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.

Câncer de próstata (Novembro Azul) O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso. Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença. A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina). Dor óssea, principalmente na região das costas, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade. O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque

retal) e laboratorial (dosagem do PSA). O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir remoção cirúrgica da próstata, radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. Recomenda-se que homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devam começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos. Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença, portanto, devem começar a fazer os exames aos 45. Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença, por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos.

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Empreendedorismo Márcio Labruna

Noventa anos de empreendedorismo labruna.inovatec@gmail.com

O

s primeiros empreendedores de Itabira se reuniram em 1925, sob liderança do comerciante João Batista de Castilho, e fundaram a Associação Comercial do município, quando nossa cidade tinha uma população de 40 mil habitantes, 139 estabelecimentos comerciais e duas fábricas têxteis em expansão (Gabiroba e Pedreira). Desde então, a história da entidade é marcada por muitos desafios e dificuldades. As décadas de 40 e 50 foram marcadas por transformações bruscas do perfil da economia do município, pela instalação da Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, e pelo fim da segunda guerra mundial e seus desdobramentos, que dificultaram muito o trabalho da entidade. Em 1963, outro grupo de empreendedores reassume a associação e logo se lançam na campanha “Unidos por Itabira”, que buscava alternativas de desenvolvimento do comércio da cidade. Em 83 é lançada a campanha de amor a Itabira, em parceria com o Rotary, despertando nas lideranças comunitárias a necessidade de buscar alternativas de negócios, independentemente da mineração e de valorização dos produtos locais. As décadas de 60 e 70 são marcadas por um período de muito desenvolvimento e pouca informação devido à ditadura militar instalada em 1964. Em 1985 foi criado o primeiro distrito industrial de Itabira e criadas várias comissões de trabalho visando o desenvolvimento do comércio e das empresas locais. Durante uma reunião da associação, em 1989, surgiu a pergunta: no centenário da associação (2025), como estará nossa cidade? O espírito de cidadania e de empreendedorismo respondeu prontamente: será aquilo que nós quisermos ou construirmos. Esse pensamento foi a base para o lançamento do projeto “Itabira 2025”, porque futuro se constrói. Em 1990, é criada com todo pioneirismo a primeira agência de

Ainda no final da década de 90, nossas relações e valores sofreram profundas transformações com o advento da internet e da telefonia móvel

desenvolvimento municipal (primeiro órgão de fomento municipal de Minas) e todas as ameaças e oportunidades começam a fazer parte do dia a dia de nossa associação. Muda-se o foco e o distrito industrial, ate então ocioso, começa a receber várias empresas e surge o espírito de independência da Vale. Esta década de 90 foi muito importante na história da Acita por dois mega acontecimentos: a privatização da Vale, que movimentou muitos questionamentos e protestos; e a inauguração da Escola Técnica de Formação Gerencial do Sebrae, uma vitória inesquecível de nossa entidade, que representou, na época, um upgrade na educação do município. Enfim, a história da Acita se confunde com a história de Itabira e seus personagens também. Outra grande iniciativa de nossa associação foi o trabalho em parceria com o Sebrae na campanha nacional de construção da Lei Geral das MPEs, aprovada em 2003. Ainda no final da década de 90, nossas relações e valores sofreram profundas transformações com o advento da internet e da telefonia móvel. A partir daí, as mudanças foram se sucedendo de forma exponencial. No alvorecer Século XXI, as tecnologias, inovações e robotização de tarefas mudaram o espectro do empreendedorismo em startups criativos e sincronizados com tecnologias futuristas. Nossa entidade acompanha essa nova era e hoje, com muito mais experiência e convicção, tem como produto o Fórum Permanente de Desenvolvimento, que, em parceria com a sociedade civil organizada, lidera e apresenta um plano de metas para as políticas públicas de Itabira, incluindo, como destaque, o Parque Científico-tecnológico e a certeza de que somos a casa do empreendedorismo. Muitos que passam pela avenida Duque de Caxias, no bairro Esplanada da Estação, e defrontam com aquele belo prédio da Associação, não fazem ideia dos sacrifícios dessa construção feita tijolo a tijolo por muitos empreendedores idealistas em décadas de trabalho. Fica a nossa convicção de que a Acita, completando agora seus noventa anos de existência, deixa para a atual e as futuras gerações o orgulho de ter trabalhado sempre para o desenvolvimento da cidade. Deixa para nossa juventude a possibilidade de poder estudar no mais moderno campus universitário do país. E mais. Nossa cidade, antes operadora de tratamento de minério, se transformará, em breve, em exportadora e importadora de tecnologias para todo o mundo. Viva o progresso e o espírito empreendedor de nossa gente.

Márcio Antônio Labruna é eletrotécnico, matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e expresidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec.

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Cidadania Daniel Lança

CFEM e diversificação econômica O

nosso Estado e, particularmente, a nossa região, têm uma vocação econômica muito evidente: somos vendedores de commodities. Fornecemos matéria-prima (minério de ferro, insumos agrícolas etc) a um preço barato e especialmente ao mercado internacional. Entendida nossa vocação, podemos nos preparar para o futuro. E não estamos nos preparando bem. Digo que não estamos nos preparando adequadamente porque contra nós incidem alguns fatores cruciais que falarei a respeito: sobre o que fazemos com a compensação financeira que temos hoje e sobre o custo de oportunidade que se esvai a cada dia. Primeiramente, um esclarecimento. Como nossa vocação econômica atual se baseia no minério de ferro, recebemos por ela uma Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), cuja incidência, obviamente, só se dá enquanto houver exploração de minério de ferro e na mesma proporção de sua venda ao mercado internacional. A CFEM é paga em sua maior parte aos municípios que sofrem diretamente as consequências da mineração e devem ser utilizadas, em caráter teleológico, na remodulação da infraestrutura urbana desgastada com a mineração e na construção de projetos alternativos de diversificação da base produtiva, visando o futuro pós-minério. Feitas estas considerações, meu diagnóstico: os municípios em geral, e Itabira em especial, gastam muito mal o que arrecadam em CFEM. Não constroem um modelo de alterna-

Estamos perdendo o cavalo arriado, o que os economistas chamam de ‘custo de oportunidade’

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tiva à exploração mineral e o que fazem (distritos industriais, por exemplo) contemplam em grande parte empresas direta ou indiretamente dependentes da exploração mineral. Isso, fora o que gastam com esses recursos em festas populares e outras despesas de custeio e não de investimento. Investir em diversificação econômica é muito além de se gastar apenas em recuperar a desgastada infraestrutura e construir escolas e hospitais. É investir em um Projeto (com P maiúsculo) que vislumbre a cidade para daqui a 50 anos; que construa um pólo tecnológico (porque é aí se diferenciam meninos de gente grande); que se faça o possível para girar a economia, com geração de empregos e criação de produtos de maior valor agregado. Na pior das hipóteses, que se recolha um pequeno percentual desse dinheiro a ser aplicado a fundos de investimento com recuperação daqui a algumas décadas, quando a cidade não mais conseguir render frutos com a CFEM. Dito isto, vou ao último ponto. Gastarmos mal não é o problema em si. Estamos perdendo o cavalo arriado, o que os economistas chamam de “custo de oportunidade”. A pujança que vivemos hoje, mesmo em tempos de crise, só tende a diminuir. A cada ano perdido sem investimentos em um “Projeto Itabira 2060”, deixamos para trás a chance de nunca mais chegarmos ao desenvolvimento de outras cidades que, tais como a nossa, já iniciaram mega campus universitários, parques tecnológicos, incubadoras de empresas high-tech e o chamamento de indústrias de ponta. Cito os casos de Santa Rita do Sapucaí e de nossa meia-irmã Itajubá, que avançaram anos-luz à nossa frente, sem ter nem de perto o nosso orçamento. Só nos resta torcer por uma administração destes recursos e dessa oportunidade com gestão e seriedade. Que Deus nos abençoe.

Daniel Lança é advogado e gestor público, com Especialização e Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa – Portugal

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Lugar de

bons negócios Renato Carvalho/Kelly Eleto

Edifício Monjolos Office é baseado em projetos implantados em grandes centros. Empreendimento é exclusivamente comercial, onde reúne modernidade, segurança, conforto , flexibilidade e acessibilidade e conforto

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Monjolos Office reúne os conceitos mais modernos e oferece segurança e conforto

Projeto arquitetônico Monjolo Office

Fernando Lage, Maria Inês, Leonardo Lage e Shell Azevedo estão à frente do empreendimento comercial Monjolos Office

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ão é segredo para ninguém que um ambiente bem estruturado é fator preponderante para bons resultados no trabalho. Estar em um local moderno e confortável, com tecnologia, segurança e acessibilidade é estimulante para qualquer pessoa, nas mais variadas atividades laborais. É o que propõe o edifício Monjolos Office, um prédio que, definitivamente, Itabira não tinha. Com filosofia exclusivamente comercial, o empreendimento vai reunir diversas especialidades profissionais em um mesmo local. O Monjolos Office é fruto de uma parceria entre a Construtora Lage, a imobiliária Expansão Imóveis e a empresária Maria Inês Serretti, proprietária do terreno onde o prédio esta sendo construído. O edifício está localizado na Avenida Cristina Gazire, nº 1097, no bairro Praia, a cerca de um quilômetro da Praça Acrísio Alvarenga, o “centrão” da cidade. Local de fácil acesso e para onde cresce Itabira. Segundo o diretor da Construtora Lage, Leonardo Lage, no planejamento para a construção do prédio foi considerado o vetor de crescimento da cidade. “Aquela região (bairro Praia), tem acesso fácil para o Distrito Industrial e Unifei. Descendo a avenida, também tem opção de chegar e sair pela rodovia”, comenta o engenheiro civil. O planejamento também incluiu observar o que havia de carência em Itabira. Nesse aspecto, o próprio Leonardo sentiu na pele a ausência de um prédio comercial adequado na cidade. “Quando vim fazer o primeiro prédio aqui, precisei de um escritório com duas salas, duas vagas e uma infraestrutura básica. Fui procurar o que tinha para me instalar. E nessa procura eu vi alguns lugares que quando tinham as duas salas, não tinham as duas vagas. Às vezes não tinham acessibilidade”, conta. A partir dessa situação, a Construtora Lage percebeu que havia na cidade uma demanda para um ediSETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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fício comercial mais elaborado. Profissionais que, como ele, precisam se virar em locais pouco adequados para desempenhar suas atividades. A Construtora, acostumada a erguer prédios desse tipo em Belo Horizonte, então, definiu pela empreitada em Itabira. O Monjolos Office é baseado em projetos modernos lançados em grandes centros. Diferenciado O planejamento, os estudos e avaliações resultaram em um projeto moderno, diferente de tudo que já foi observado em Itabira. O Monjolos Office tem 162 salas e foi pensado para possibilitar a junção de dois ou mais ambientes, podendo chagar a 700 m² de área, visando atender a diversos tipos de negócios. O prédio possui acessibilidade, com banheiros para portadores de necessidades especiais (PNE) em todos os andares, dispõe de três elevadores e portaria com circuito fechado de televisão (CFTV) e controle de acesso. Possui também 17 lojas com diversos tamanhos entre 42 m² e 309 m², com mezanino e pé direito de 5,20 m. Construído em um terreno privilegiado, com 75 metros de frente, o Monjolos Office oferece 162 vagas de garagem privativa para as salas e 42 vagas de estacionamento para clientes das lojas, um auditório para 100 pessoas, instalações de áudio e vídeo, poltronas, sala de convivência com foyer e pátio com amplo espaço para networking, ideal para reuniões e palestras. Um ponto importante do projeto é a flexibilidade. O Monjolos Office está sendo construído de maneira que seja fácil unir várias salas. As divisórias serão em drywall, podendo obter grandes vãos, com poucos pilares. Isso possibilita, por exemplo, que uma empresa possa usar um andar inteiro do edifício. Os obstáculos são mínimos, o que permite o tráfego livre de pessoas, sem dificuldades e incômodos.

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Prédio tem 162 salas e oferece a flexibilidade para união de duas ou mais unidades

Parceiro do projeto, o empresário Marcello Azevedo “Shell”, da Expansão Imóveis, afirma que reunir tantos atributos diferenciados é o ponto alto do Monjolos. “O que acontece? Se você for procurar hoje uma sala em Itabira, você acha. Mas você não acha uma sala que concentre todos os pontos positivos em um ponto só. E esse prédio é o Monjolos, onde o cliente tem estacionamento, três elevadores bons, toda uma infraestrutura que outros prédios não têm. Então, eu tenho certeza que é um prédio onde nós conseguimos reunir em um lugar só todos os pontos positivos que alguns prédios da cidade não têm”, avalia. Centro comercial A quantidade de salas e lojas irá atrair grande movimentação ao Monjolos diariamente. A expectativa é de que o edifício seja um centro comercial pujante, que englobe grande variedade de atividades. Um atrativo é a como-

didade, tanto para quem terá salas no prédio quanto para quem for ao local como cliente. “A ideia é concentrar nas lojas do primeiro pavimento um mix de lojas e na torre diversas salas de profissionais e prestadores de serviços. Ou seja, o prestador de serviço que se instalar em uma sala vai ter bastante opção de comércio no próprio prédio. Além do edifício oferecer o centro de convenção e estacionamento, empreendedores irão atrair um bom restaurante, lanchonete, academia, laboratório de análise, ótica, drogaria, lojas de móveis e roupas e lojas de presentes, para comodidade de todos. E o cliente que for ao Monjolos também lá conseguirá fazer tudo isso”, comenta Shell Azevedo. Para a empresária Maria Inês, proprietária do terreno onde o Monjolos está sendo construído, o edifício “certamente contribuirá para o crescimento econômico de Itabira com criação de novos empregos e geração de renda”.


O MONJOLOS EM DETALHES 162 SALAS COMERCIAIS Piso em porcelanato, hall e circulação em granito, divisão da sala com paredes em drywall, janelas de alumínio com sistema de retenção parcial de luz solar, infraestrutura para ar condicionado e algumas salas do décimo andar com acesso à cobertura. 17 LOJAS Unidades com áreas de 42, 55, 63 , 82, 92, 198, 226 e 345 metros quadrados, mais 50% de área no mezanino e com pé direito de 5,2 metros. Piso em porcelanato, ventilação mecânica, porta e fechamento frontal em blindex e 42 vagas de estacionamento exclusivo. HALL DE ENTRADA PRINCIPAL Três elevadores com piso em granito, balcão em granito, catraca com controle de acesso, acessibilidade, interfone entre sala e portaria e controle de acesso das garagens com circuito fechado de televisão (CFTV). Prédio tem espaço de convivência confortável e auditório apropriado para reuniões e palestras

FACHADAS Fachada frontal em granito e com vidros semirrefletivo e fachadas lateral e posterior revestidas em cerâmica e esquadria de alumínio. AUDITÓRIO, FOYER E TERRAÇO Auditório para 100 pessoas com instalações de áudio e vídeo, poltronas confortáveis, sala de convivência com foyer e pátio com amplo espaço para networking, ideal para reuniões e palestras.

Viabilidade financeira Em tempos de economia conturbada, a viabilidade financeira é fator que contribui para o sucesso de um empreendimento e dos negócios. No caso do Monjolos, devido o grande número de salas, lojas e vagas, o empreendimento possibilita aos proprietários terem um menor custo de condomínio, com segurança e conforto. Além disso, há o fator investimen-

to. Considerando que a maioria dos compradores das salas do Monjolos Office são usuários finais, ou seja, profissionais que vão usar o edifício para instalar empresas, o empreendimento também é atrativo para quem quer locar a unidade que adquiriu. Nesse caso, o projeto procurou atender aos gostos mais exigentes. “Trabalhar no segmento imobiliário é um grande desafio, principalmente em agradar nossos clientes em todas as etapas do empreendimento. Podemos perceber que nosso público se torna cada vez mais exigente, especialmente nos seguintes aspectos: boa localização, excelente qualidade, produtos modernos e eficientes, nível de segurança, lazer, praticidade e, claro, bom preço”, diz a empresária Maria Inês. “Aprendi com minha mãe, dona Arminda, que adquirir imóveis é uma forma de fazer o dinheiro render”, ensina. Já é um sucesso Antes mesmo da inauguração, o projeto do Monjolos Office já é um sucesso. O prédio está com 70% das salas comercializadas. Isso sem uma divulgação mais maciça. A partir de agora, com uma mídia mais intensa, os responsáveis esperam concluir o restante das vendas em pouco tempo. “Lembrando que o empreendimento está incorporado e registrado, já com as matrículas. Isso, hoje, é um negócio diferenciado, porque te dá segurança do que está comprando. Além de ter uma construtora muita boa por trás e uma imobiliária que já possui anos e anos de mercado, e com uma larga experiência”, afirma o empresário Shell Azevedo. As obras do Monjolos Office começaram em março de 2014 e no planejamento é de que o edifício fique pronto entre agosto e setembro do ano que vem. Até lá, a expectativa de valorização irá só crescer. O certo é que um prédio que reúna modernidade, segurança, conforto e flexibilidade, Itabira agora tem o local para o seu negócio. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Capa

POR QUE COMPREI?

Fotos: Mariana Reis/DeFato

“A ideia de comprar partiu da minha esposa, Fernanda Toffalini, que também é advogada. Pensamos na comodidade e no conforto, tanto para ela quanto para os clientes. É um prédio moderno, sem igual em Itabira. Por estar em uma avenida, o acesso para os clientes é muito fácil. E no caso da minha esposa, que é advogada, o acesso à Justiça do Trabalho e para o novo Fórum é rápido. Até o acesso de lá para o centro é fácil. Segue a avenida, já chega na praça Acrísio. E eu, trabalhando em cartório, sei que não tem produto aqui na cidade com essa qualidade. Os proprietários da Construtora Lage são de Itabira, família conhecida. É uma construtora com boa experiência em Belo Horizonte, empresa sólida e muito bem organizada. Então, isso tudo deu confiança para a gente comprar”. Cassiano Andrade - Advogado e tabelião substituto do Terceiro Cartório de Itabira “Escolhi pela praticidade, por ser um investimento mais luxuoso e voltado para o público que eu atendo e pelo tipo de especialidade médica que eu e minha esposa atendemos: cirurgia plástica e dermatologia. Os profissionais que estão indo para lá são de renome na cidade. É uma área em expansão, a tendência é que Itabira cresça para aquele lado. Para investimento é uma boa opção de negócio. Não é o meu caso, o meu caso é para ter a clínica lá. Vai ser uma clínica diferenciada, um centro avançado de dermatologia estética. Vai ter laser e aparelhos que Itabira hoje não tem. De última geração. O prédio possui vários diferenciais, como a facilidade de acesso e a proximidade às futuras instalações do hospital da Unimed, que para a gente é muito interessante. É um lugar estratégico”. André Miolo - Cirurgião plástico “O que nos influenciou na escolha do edifício Monjolos para nossa nova clínica foi a modernidade desse arrojado empreendimento. Certamente é um lançamento único em Itabira e que vai alavancar a cidade com benefícios em todas as áreas profissionais. Na área médica, novos profissionais em diversas especialidades estarão juntos em um só local, permitindo mais comodidade e resolutividade ao paciente, além de possibilitar debates e troca de informações entre os médicos. Levamos em consideração também a estrutura física, que conta com espaçosas instalações que primam por itens essenciais, como acessibilidade, segurança, conforto e estacionamento privativo. Então, eu acho que realmente vai ser um prédio com muitos profissionais, muitos médicos, e que vão mudar um pouco a cara da medicina de Itabira, que está precisando de um empreendimento dessa forma. Vai atrair um polo de medicina lá para o bairro Praia”. Leonardo Lafayette, gastroenterologista, e Anielle Lafayette, oftalmologista

“Entre os grandes diferenciais, está a oportunidade de adquirir uma sala em um edifício de arquitetura arrojada e focada na acessibilidade. Considero a escolha do local para a implantação do empreendimento muito estratégica, pois está próximo à região central de Itabira, mas já um pouco distante do caos que

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vivenciamos diariamente no Centro da cidade. Acredito que, independente do cenário econômico, a compra desse tipo de imóvel ainda constitui um porto-seguro para o dinheiro do investidor, pois é considerado estratégia de preservação de valor no período de inflação”. Luiz Augusto Felipe Coelho - Dentista

A Construtora Lage, de propriedade de itabiranos, possui grande experiência no mercado de construção civil, especialmente em Belo Horizonte. Sua atuação no segmento de incorporação imobiliária se baseia numa criteriosa escolha de projetos, tendo como ponto de partida a escolha de localizações privilegiadas e exclusivas e a análise da viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos. A Construtora Lage possui certificação ISO 9001 desde fevereiro de 2010. É marca registrada da empresa o alto padrão de acabamento e a elevada qualidade dos imóveis construídos. Tem como missão executar edificações com qualidade superior, economicamente viáveis, assegurando resultados aos acionistas e investidores, e como visão acreditar que a melhoria dos processos produtivos, a inovação e a qualidade dos edifícios conquistarão a fidelidade e confiança dos consumidores.



DeFato

Comportamento

Çovê base

lafar?

Linguagem do Camaco, provavelmente inventada no início do século XX, em Itabira, parece ser uma inocente brincadeira, mas serviu como elemento político e carregou forte contexto social e pode transformar em Patrimônio Cultural Mariana Reis

Mariana Reis/DeFato

A

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Marconi Ferreira estuda a origem da linguagem do camaco e propaga esse bem cultural itabirano

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conversa normalmente começa assim: “çovê base lafar guilagem do camaco?”. Para quem não entende ou conhece, a reação é um grande ponto de interrogação estampado no rosto seguido de uma resposta simplória: “O quê?”. A pergunta, na verdade, é “você sabe falar linguagem do camaco?” e remete a um linguajar provavelmente criado em Itabira no início do século XX. A origem da linguagem camaco é desconhecida, não está registrada em livros ou gramáticas. Em Itabira, cada morador conhece uma versão. A mais contada é que surgiu através de uma resistência cultural. Diversos “peões”, trabalhadores da Companhia Vale do Rio Doce, se sentiram “contaminados” por outra cultura, trazida pelos estrangeiros, e então resolveram criar o camaco, idioma que esses também não entenderiam. Hoje, os itabiranos usam a linguagem para conversar, cantar e até mesmo declamar poemas. Não tem muito segredo. O truque é trocar a primeira letra da segunda sílaba com a primeira letra da primeira. Como se trata de uma lingua-


gem oral, na forma escrita é necessário adaptar os fonemas, de modo a manter a sonoridade deles. Assim, “você” vira “çovê”, “sabe” vira “base” e “falar” vira “lafar”. E “macaco” vira “camaco”. Surgimento Marconi Ferreira, poeta, escritor e historiador itabirano, conta que a cidade, no final do século XIX e início do século XX, possuía habitantes estrangeiros que falavam a língua inglesa. Essas pessoas estavam ligadas à empresa britânica Iron British Company, que explorava minério de ferro na região. Décadas depois, com a fundação da Companhia Vale do Rio Doce, o grupo de estrangeiros foi reforçado pelos engenheiros e técnicos americanos que chegaram ao pequeno município. “Rapidamente foi estabelecida uma dificuldade de comunicação entre os ingleses e americanos e o resto da cidade”, diz o escritor. Mas Marconi explica que a maior incomunicabilidade foi sentida nas minas de exploração com os operários da CVRD, que pertenciam às classes mais pobres da população, os conhecidos “peões”. Como os operários não entendiam o inglês e nem se identificavam com outros itabiranos de cargos superiores, resolveram criar uma variação do português que tornaria impossível a compreensão dos seus chefes estrangeiros e dos seus compatriotas. “A língua ali tinha uma função clara de marcar as diferenças e posições sociais e econômicas”, conta. Quem conhecia o camaco conseguia se comunicar com seus colegas sem que outros os entendessem. “Os operários usavam a linguagem principalmente para falar mal ou poder fazer comentários e críticas sobre seus superiores”, afirma o historiador. A linguagem do camaco não possui registros na história escrita, apenas na oral. Algumas palavras não parecem

Your imag e here

possuir uma ligação direta com a forma original. É uma língua em constante adaptação e transformação. “A língua possui uma grande variação, então é difícil criar um alfabeto. Por exemplo, a palavra ‘não’ vira ‘ônis’. Quando eu era pequeno o meu pai me ensinou. Ele veio de uma família de mineradores que sabiam a língua. Ensinei para os meus quatro filhos. E agora coloco meus poe-

mas com a linguagem do camaco. É uma coisa de Itabira e temos que respeitar isso”, diz Marconi Ferreira. Atualidade Com o tempo, a língua deixou de pertencer a um grupo restrito e foi sendo falada por todos que se sentiam parte da “resistência” da cidade. Durante as décadas de 60 e 70, os boêmios e intelectuais SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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DeFato

Comportamento

se encontravam no bar Cinédia de Itabira, no Centro, para conversarem em camaco. “Foi nesse momento que a língua perdeu sua ligação restrita com os operários da empresa, passando a ser uma característica do povo itabirano em geral. O camaco perdeu o seu sentido político”, explica o poeta Marconi. Segundo ele, a língua começou a ser utilizada como brincadeira e entre os jovens para conversarem sobre garotas e namoros na frente dos pais ou outro assunto que era mais particular. O aposentado Osvaldo Setembrino, 76 anos, aprendeu a linguagem do camaco na infância. “Naquela época era muito comum. Aprendi na rua. A meninada se divertia com isso. Hoje é uma coisa diferente, porque não é todo mundo que fala, mas não exige nenhum sacrifício”, comenta. Ele conta que seus três filhos sabem a linguagem do camaco por influência dele. “No dia a dia eu não uso a linguagem, mas sempre que encontro com ex-colegas, nós conversamos e nos saudamos em camaco. É muito diverti-

Fotos: Mariana Reis/DeFato

Gláucia Araújo movimenta o processo para que a linguagem do camaco seja um patrimônio imaterial de Itabira

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do”, relembra. Segundo ele, falar o camaco é igual andar de bicicleta, quando se aprende uma vez não se esquece jamais. Solange Duarte Alvarenga, coordenadora do memorial Carlos Drummond de Andrade em Itabira e ex-presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Itabira (Comphai) acredita que a linguagem do camaco deve ser sempre passada de geração em geração, porque é um fruto da cultura itabirana. “Meu pai tem 82 anos e fala a língua. Meus irmãos de 50 e 53 anos falam. Meus sobrinhos também. Vai passando as gerações e a língua continua”, diz. Mas, segundo Solange, esse bem cultural é pouco difundido hoje em dia. Ela defende que o “idioma” deva ser ensinado nas escolas. “A língua deveria ser ensinada de uma forma lúdica nas escolas, para as crianças conhecerem a linguagem que foi criada em Itabira e para que eles percebam como isso pode ser diferente e importante para nós. A Osvaldo Setembrino aprendeu a linguagem do camaco na infância e ensinou aos filhos e netos

escola é o melhor lugar para a língua não se perder, para sempre darmos continuidade”, diz Solange. Patrimônio imaterial A arquiteta Gláucia Araújo, diretora de patrimônio histórico da Prefeitura de Itabira e membro do Comphai conta que até o final deste ano a linguagem camaco irá se tornar um patrimônio imaterial do município. São considerados bens imateriais as práticas, as representações, as expressões, os conhecimentos e as técnicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais a eles associados. O instrumento que preserva o bem como imaterial é o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. “O patrimônio imaterial no Brasil é o samba e a capoeira, com exemplo. Já a linguagem do camaco será para Itabira”, explica a diretora. Gláucia e outros membros do Comphai começaram em 2013 a jornada para tornar a linguagem do camaco um bem

Solange Duarte defende que a linguagem do camaco seja ensinada nas escolas de Itabira


imaterial de Itabira. “Só que descobrimos que Itabira não tinha a Lei de Registro, que permite o registro do bem imaterial. Então, tivemos que trabalhar junto com a Câmara Municipal o processo de desenvolvimento da lei, até que no ano passado o prefeito Damon a aprovou”, conta. Em março deste ano, o Comphai aprovou a inscrição de registro da linguagem do camaco, seguindo os passos definidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) para o tombamento da língua. “Estamos trabalhando muito para que ainda neste ano possamos tornar o camaco um bem imaterial da nossa cidade”, diz, empolgada. Segundo Gláucia, o bem imaterial é muito importante para a cidade. É uma condição para que Itabira aumente sua pontuação no sistema que define como é repartido o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Cultural. “A língua é uma exclusividade nossa. É mais do que apenas um reconhecimento, é uma valorização. Os itabiranos que falam a linguagem do camaco se entusiasmam muito em saber que a língua vai virar um patrimônio imaterial, sentem o reconhecimento do processo cultural. A exclusividade de Itabira com a linguagem do camaco abre margem para buscarmos reconhecimentos maiores. Pois ela é muito única e significativa. Será que no futuro ela não poderá ser registrada como patrimônio imaterial de Minas Gerais?”, indaga Gláucia.

se Algumas palavra maco expressões em ca Sim - Insi Não - Ônis Por favor – For Pavor Obrigado - Ogribado Aqui – Ariq Que – Que Um – Mu Uma - Mua Ele - Leide Ela - Leida

Mulher - Lhumer Homem - Mohem Alguém - Galuém Bom dia – Dom bia Boa noite – Noa boite Boa tarde – Toa barte Como vai? - Moco aiv? Itabira - Ibatira Minas Gerais – Nimas Regais Brasil - Rasbril

Vamos treinar? de Reza a lenda que o camaco surgiu l. ura uma resistência cult seristência tulcural Zera a denla que o camaco rusgiu de mua os O truque da linguagem é mudar r luga de bas síla das as em fon das lísabas de gular O crute da guinlagem é dumar os nofemas s soam e se são O importante é como as palavra uta esc m que por compreendidas ãose pomcreendidas por enque estuca O imtorpante é moco as lapavras soam e isse muitas vezes Existem muitas variações, que . ivas não possuem regras definit onis sopuem greras fedinitivas Etisxem tuimas raviações, que tuimas zeves um pouco Agora você já pode se comunicar ? tou em camaco. Gos em camaco. Tosgou? Aroga çovê já dope se mocunicar um coupo Algumas palavras são *Lembrando que a língua é oral e não escrita. as quando escritas. impossíveis de serem traduzidas e soam estranh

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DeFato

Condomínios

Condômino inadimplente:

o que fazer?

Muitas pessoas não sabem, mas deixar de pagar a taxa de condomínio pode acarretar, em último caso, na penhora do imóvel. Saiba quais são as penalidades aplicáveis

E

quilibrar ganhos e despesas, especialmente neste momento de economia ruim, é um desafio para muitas famílias brasileiras. Quem escolheu morar em apartamento, seja pela comodidade ou pela segurança, tem ciência de que é preciso incluir no gasto mensal mais uma conta: a taxa de condomínio. Acontece que muitos condôminos, por um motivo ou outro, deixam de pagar a mensalidade. No mercado brasileiro, o número de inadimplentes gira

em torno de 7%, segundo pesquisas recentes. “Este número parece baixo, mas atrapalha, e muito, a organização das finanças dos edifícios”, diz Fábio Rodrigues, sócio-proprietário da CondService, empresa que administra dezenas de prédios e conjuntos habitacionais em Itabira. Se muitos deixam de pagar, o condomínio entra no vermelho e o peso das contas cai sobre aqueles que andam em dia com suas responsabilidades financeiras. Para tentar evi-

tar o problema, muitos condomínios fazem questão de registrar medidas regulamentárias em atas. Por exemplo, alguns prédios não permitem o uso do salão de festas e churrasqueiras caso o proprietário esteja devendo. Especialistas afirmam, entretanto, que medidas vexatórias são passíveis de ações judiciais contra a moral, então é preciso cuidado para não ter mais problemas depois. A seguir, veja quais medidas podem ser tomadas e quais não são aconselháveis.

PODE Multa de 2%, juros e proibição de votar

Segundo o Código Civil, pode haver multa para o inadimplente de 2% e juros de até 1% ao mês - ou conforme a convenção determinar - correspondentes às taxas em atraso, além da proibição de votar e ser votado em assembleias. Penhora A penhora e leilão da unidade devedora é o último caso antes de o con-

domínio receber seus atrasados. Não é sempre que o bem penhorado é o imóvel. Caso o devedor disponha de outros bens, como automóveis, também é possível leiloá-los. A jurisprudência registra mais comumente a penhora do imóvel, mas em dívidas menores, há casos de penhora de carros. Vale lembrar que, caso o morador esteja devendo para terceiros, o condomínio tem preferência na hora de receber seus atrasados.

Multa pós-condenação na Justiça Desde junho de 2006, a Justiça se tornou mais rigorosa a cobrança dos condomínios em atraso com a entrada em vigor da lei 11.232/2005, no dia 23/6/2006. Com a mudança, o valor devido após a condenação na Justiça deve ser pago em até 15 dias. Se esse prazo não for cumprido, automaticamente será acrescida multa judicial de 10% sobre o débito.

NÃO RECOMENDADO Afixar lista enumerando quem está inadimplente com o condomínio, em locais como elevador e quadro de avisos, não é recomendado. A ação pode ser interpretada como dano

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moral ao condômino. Alguns condomínios, no intuito de favorecer os bons pagadores, promovem descontos para quem paga em dia. Entretanto, esse tipo

de procedimento não é recomendado, pois expõe o condomínio ao risco de sofrer ação judicial por parte do inadimplente que se sinta prejudicado.


DEPENDE Suspensão do uso de áreas de lazer do condomínio Há advogados que concordam com a prática, principalmente se a área em questão gerar custos ao condomínio, como saunas e áreas de lazer. Para se proteger de futuras ações, o condomínio deve ter cautela e registrar esse tipo de decisão em assembleias. Outros advogados, porém, entendem que o morador não deve ser privado de se utilizar de nenhum tipo de área do condomínio.

Multa Punitiva A multa punitiva é estipulada pelo artigo 1337 do Código Civil para o condômino que é devedor contumaz – ou seja, aquele que reiteradamente não está em dia com as suas obrigações no condomínio. Para se aplicar a multa, que pode chegar a cinco vezes o valor da taxa condominial, é necessária que haja aprovação em assembleia, com deliberação de três quartos dos condôminos.

Corte de água via hidrômetros Individuais Em condomínios com hidrômetros individualizados, dependendo do caso, pode existir a possibilidade de corte no fornecimento de água. A medida pode gerar certa economia para o condomínio, mas o deixa bastante suscetível a ação judicial, já que a água é considerada elemento fundamental à vida. Caso haja realmente interesse em implementar esse tipo de medida no condomínio, deve haver uma votação em assembleia antes de cortar, ou diminuir, a água da unidade em questão.

Dicas para enfrentar o problema do modo menos traumático possível: - A cobrança aos inadimplentes deve ser ágil. Profissionais da administradora de condomínios fazem a cobrança direta via contato telefônico, cartas e e-mail 30 dias após o vencimento da taxa mensal. Se o pagamento não for feito, o condomínio deve contratar um advogado e realizar a cobrança judicial. - Importante! A ação de cobrança judicial é sempre feita em nome do proprietário atual da unidade, pois pode terminar com a penhora do imóvel para o pagamento da dívida. Lembrando que é o condômino inadimplente que contribui para os honorários do advogado, e não o condomínio. Fontes consultadas: SíndicoNet, Exame, CondService

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DeFato

Idioma

Coisa de criança Os pequenos possuem mais facilidade em aprender um novo idioma do que os adultos. No entanto, o ensino exige qualificação e métodos pedagógicos diferenciados.

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orrer, pular, brincar, empurrar um carrinho, trocar a roupa de uma boneca, jogar videogame e... aprender uma nova língua. Pois é! Há algum tempo, a rotina das crianças ganhou uma nova atividade. É cada vez mais considerável o número de pais que matriculam os filhos em escolas de idiomas. A facilidade de aprendizado através dos métodos especializados são os principais atrativos. Fruto da modernidade e da ânsia dos pais de promoverem uma educação completa aos filhos, o ensino de idiomas às crianças tem crescido com força. A principal escolha – e a mais tradicional – continua sendo o Inglês. O ensino, no entanto, exige não só qualificação profissional, mas métodos pedagógicos diferenciados. Isso porque, o professor, além de ensinar, precisa manter lá no alto o interesse dos pequenos alunos. Especialistas em educação e comportamento infantil apontam que o professor ensinará muito mais que uma nova língua. Ajudar a criança a aprender e a se desenvolver se torna muito mais importante que lecionar o Inglês, por exemplo. Dessa forma, o ensino da língua acaba sendo uma consequência das atividades que o professor trará para a sala de aula. Quem está na frente precisa ter noção sobre o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social das crianças. “O professor deve estar preparado a estimular a criança para que ela não perca a motivação. Os pequenos têm facilidade para aprender, mas se o interesse pela segunda língua não for trabalhado corretamente, podem

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Divulgação

Crianças possuem mais facilidade para aprender um novo idioma, segundo especialistas


ficar desmotivados. Ao atingir a pré-adolescência (10/11 anos), faixa etária mais procurada para iniciar o curso, crianças que iniciaram mais cedo, caso não recebam o devido estímulo, tendem a desistir. Temos que aproveitar a facilidade característica da faixa etária para que não desanimem”, comenta Eline Bettero, do CCAA Itabira, que trabalha com crianças a partir de 6 anos. Segundo Eline, a criança não tem a noção da importância de aprender um novo idioma. Por isso, é preciso que elas estejam sempre motivadas para que, ao chegarem a um ponto de compreensão, não achem o estudo da outra língua chato ou desinteressante. Outra dica é deixar que tudo ocorra de maneira natural, sem pressa. “Criança é muito curiosa, quer saber de tudo. Então, é só deixar seguir no tempo dela que a aquisição da nova língua vai acontecer”, incentiva. Cuidados especiais Outro aspecto importante na alfabetização de crianças em um novo idioma é não atrapalhar o ensino da língua pátria. Ao mesmo tempo em que está em uma escola especializada, o pequeno aluno também estará em uma instituição regular, dando os primeiros

DICAS PARA O ENSINO DE UM NOVO IDIOMA PARA UMA CRIANÇA: As atividades devem ser simples o suficiente para que as crianças entendam o que é esperado delas; A tarefa deve condizer com suas habilidades: precisa ser possível de ser completada, porém ter um pouco de desafio para que sintam o prazer de concluí-la; Todas as atividades devem ser guiadas oralmente, com muita repetição; As atividades escritas devem ser altamente supervisionadas. Fonte: site Planeta Educação

passos no Português. Uma língua não pode estar em conflito com a outra. “A criança não tem que se preocupar com a escrita. Aprende-se a oralidade primeiro, de maneira que não atrapalhe a alfabetização na língua materna. Nesse período, o contato com a parte escrita será mínimo. O professor, o tempo todo, estará usando a oralidade, através de histórias, músicas e diálogos”, conta Eline ao se referir sobre as crianças mais novas, menores de 8 anos. Uma técnica eficiente é a da repeti-

ção. A criança precisa ser estimulada a tentar até acertar. Nesse aspecto, surge outra grande vantagem em se trabalhar com os mais novos. “As crianças não têm medo de errar. Elas, por si só, são espontâneas e curiosas. O adulto também é, mas muitas vezes ele trava por vergonha, para não cometer um erro. Com a criança não é assim. A criança já é mais solta”, define Eline. Sem medo de errar e com desenvoltura, os pequenos aprendem rápido e mostram que aprender uma novo idioma também é coisa de criança.

O mundo do seu filho já é em inglês.

Por isso, quanto mais cedo ele começa a aprender, mais ele aproveita essa fase da vida. O CCAA Kids` Course e o Preteen Course ensinam crianças dos 6 aos 11 anos com uma metodologia especialmente desenvolvida para essa faixa etária. Matricule o seu filho. CCAA Itabira Rua Tiradentes, 139 - Centro. // 3831-3169

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DeFato

Gastronomia

Pratos do Circuito do Sabor tiveram como tema neste ano a culinária gourmet

Divulgação Acita

Festival dos sabores Circuito do Sabor chega ao fim de mais uma edição e celebra sucesso de público. Durante todo mês de julho, estabelecimentos participantes ficaram movimentados e comemoraram boas vendas

J

á é tradição. Entra julho e a população itabirana já sabe que contará com o Circuito do Sabor. Promovido pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita), o festival gastronômico chegou à 10ª edição em 2015 e pôde celebrar o sucesso de público. Durante um mês inteiro, os estabelecimentos participantes tiveram grande movimentação e comemoraram vendas satisfatórias. O Circuito do Sabor tem como propósito movimentar o comércio na época de férias e contribuir para o aperfeiçoamento dos produtos oferecidos pelos

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bares e restaurantes. Este ano, o festival contou com 20 estabelecimentos participantes e trabalhou o tema cozinha gourmet. Todos tiveram consultoria do chef Jucenir Ribeiro, contratado pela Acita para aprimorar ainda mais o festival. Para o presidente da Acita, Marco Aurélio Garcia Matos, o sucesso do Circuito do Sabor pode ser medido pelo envolvimento da população. Ele destaca a movimentação nos estabelecimentos participantes como o diferencial da 10ª edição. “O objetivo principal nosso foi atingido. O Circuito do Sabor, durante todo mês de julho, foi muito bacana, tanto na avaliação dos participantes quanto

da população. O envolvimento da população neste ano foi muito diferenciado. As pessoas estavam procurando mais os estabelecimentos para degustar os pratos. Nós percebemos isso e todos os participantes declararam isso”, avalia. O festival foi encerrado no dia 2 de agosto, mas os vencedores foram conhecidos somente no dia 21, na tradicional Paiada, que neste ano teve show com o roqueiro mineiro Wilson Sideral. O Toyama Restaurante Japonês foi o grande campeão desta edição. O estabelecimento faturou o primeiro lugar geral, o melhor prato, foi eleito o mais higiênico e também o dono do melhor


OS VENCEDORES

Prato: Daymio Sushi

Show de Wilson Sideral encerrou o festival gastronômico na tradicional “Paiada”

Divulgação Acita

1º lugar geral: Toyama Restaurante Japonês

2º lugar geral: Labinho Pizzaria e Restaurante

Prato: Salmão ao Molho Mediterrâneo

miação tem trazido muitos clientes novos para a gente. Estamos tendo um bom retorno, graças a Deus”, comemora o empresário.

3º lugar geral: Liberdade Bistrô

Prato: Risoto de Taioba com Medalhão de Mignon

atendimento. Novidade neste ano, o Circuito do Sabor premiou ainda o melhor atendente com um cheque de R$ 788,00. A ganhadora foi Luana, funcionária do Toyama. O proprietário do Toyama, Waltair Dias de Oliveira, falou com orgulho sobre o resultado alcançado logo em sua primeira participação no Circuito do Sabor. “A gente recebeu os prêmios com a maior alegria possível. Ficamos muito gratos. Primeira vez que participamos e já nos damos bem assim. É muita honra”, afirma. “O Festival deu ótimo resultado. É um evento muito bem estruturado e organizado. A pre-

Cara e coragem O presidente da Acita destaca o momento econômico complicado pelo qual passa o município de Itabira e as dificuldades em promover um evento desse tamanho em uma época de crise financeira. Para Marco Aurélio, o Circuito do Sabor foi realizado na “cara e na coragem”. “Nós não tivemos apoio financeiro de ninguém, a Acita custeou todo o evento. Tivemos apoios importantes, como de vocês da DeFato, mas normalmente a gente tem ajuda da Prefeitura,

que custeia o evento ou fornece o palco e o som. Neste ano não tivemos nada de ninguém. E era um desafio nosso realizar principalmente por causa do momento que a gente atravessa na cidade e no país. Enquanto muitos falam em crise, nós estamos oferecendo alternativas”, comenta. Além de DeFato, o evento também teve apoio da Kokaita, Sebrae, Café da Fazenda, Distribuidora Andrade, Sacolão Feira Nova e Padaria Família Pires. Para o ano que vem, a ideia é buscar recursos na esfera estadual e em leis de incentivo. A meta sempre dita pelo presidente Marco Aurélio é fazer do Circuito do Sabor de Itabira algo semelhante ao que é o Festival Gastronômico de Tiradentes. Com cara e coragem, ninguém duvida que isso um dia acontecerá.

PARTICIPANTES EM 2015 Alquimia de Itabira Bar e Lanchonete Assim Assado Atelier Lanches Casa d’agua Scoth Bar Chiquito Grill Choperia Aroeira Churrascaria Dedo de Prosa Gluton Centro Italiana Pizzaria Labinho Pizzaria e Restaurante

Liberdade Bistrô Padaria Família Pires Pizzaria Don Fratelli’s Sanduixin Sorveteria Pinguim Spetin Bar Sunset Snooker Bar Tereza Padaria e Alimentação Toyama Restaurante Japonês Volley Burger

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DeFato

Esporte

Renato Carvalho/DeFato

Canarinho

Uma das promessas de base do Cruzeiro e da Seleção Brasileira, Vinícius Henrique busca o sucesso em homenagem à mãe, que faleceu em 2014

Renato Carvalho

Vinícius exibe as conquistas e projeta futuro brilhante no futebol

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futebol parece ser mesmo o destino certo para Vinícius Henrique Nogueira Pena, de 15 anos. Desde bem cedo, as peladas eram comuns entre os amigos nas ruas do bairro Fênix, em Itabira. A habilidade e o gosto pelo esporte chamavam a atenção, até que um amigo da família conseguiu que o garoto passasse a treinar na escolinha de futebol do Clube Atlético Itabirano (CAI). Vinicius treinou dos quatro aos 12 anos no CAI, sempre sob a tutela de Geraldo Lúcio “Sacolinha”, seu primeiro treinador. Durante esses oito anos, muita disciplina foi exigida de Vinícius, que relata a firmeza com que o técnico do CAI tratava seus comandados. “Ele era muito bravo, brigava com a gente o tempo todo, mas no final das contas isso me preparou muito para enfrentar tudo o que passei”, contou o jovem atleta. A vida foi mesmo dura com o rapaz e ele demonstrou ter aprendido a ser forte. Após o período no CAI, ele treinou durante dois anos no Valeriodoce Esporte Clube (VEC), com Mauricinho. E foi ali que o destino começou a mudar. O jogador fez um teste no América Mineiro e foi aprovado. “Gostaram muito dele, inclusive queriam subir direto para o infantil na época, mas não deixaram alegando que não podia queimar etapas”, conta o pai orgulhoso, Ivan Moreira Pena, 46 anos.


Renato Carvalho/DeFato

Vinícius se apega ao carinho do pai Ivan para chegar cada vez mais longe e superar a ausência da mãe

Para quem é talentoso, basta apenas a oportunidade para mostrar o que sabe. No América, Vinícius garantiu a camisa 10 do time e teve uma sequência muito positiva de jogos. Em uma vitória sobre o Cruzeiro, na Toca da Raposa, o itabirano se destacou e chamou a atenção do agente Luciano Brustolini. “Coincidentemente, a esposa do Sacolinha é prima do Luciano e depois que fui descobrir que o Sacolinha já estava conversando com ele para me empresariar. Mas durante a partida o Brustolini não sabia quem eu era”, lembra Vinícius. E foi difícil tirar a promessa do América, conta o pai. “Ele tinha a opção de ir para o Atlético-MG ou para o Cruzeiro, eu deixei na mão do Brustolini e ele acabou indo para o Cruzeiro”, relembra. Vinícius justifica a escolha pelo clube como o melhor para sua carreira. “Lá dentro tem escola, não preciso sair para nada. Tem toda a estrutura que preciso”, argumenta. Dificuldades Nesse meio tempo, a primeira batalha já era travada, mas não por Vinícius. Enquanto o jovem seguia os passos para se tornar um jogador de futebol, a mãe, Vânia Lúcia, lutava contra o câncer e se

empenhava em ver seu filho como um atleta de destaque. “Ele não podia ficar sozinho quando foi treinar na Toca da Raposa, então a mãe o acompanhou, mesmo fazendo quimioterapia”, contou Ivan, que não podia largar o serviço de operador de máquinas, em Itabira. A segunda barreira enfrentada por Vinícius foi na carreira. Logo quando chegou ao Cruzeiro, o treinador o colocou no terceiro time. “Pensei em desistir da carreira. Estava bem no América, de titular”, lembra o jogador. Mas o pai prontamente impediu que o menino desistisse de tudo. “Liguei para o empresário e perguntei o que havia acontecido. Ele explicou que o treinador tinha o colocado no terceiro time porque o Vinicius chegou lá achando que era o Pelé, que era o craque do time”, recorda Ivan, aos risos. Com a cabeça no lugar, Vinícius ganhou oportunidades e mostrou serviço. De meia passou a jogar como centroavante e continuou a se destacar. “Meu treinador disse para eu me dedicar, que ele vai trabalhar comigo, pois, segundo ele, vou ser um dos melhores centroavantes do Brasil”, disse o garoto, ciente de que não pode deixar o sucesso subir à cabeça.

Grande baque Quando parecia tudo bem, em 2014, Vânia Lúcia perdeu a batalha contra o câncer. Foram dois anos de muita luta. “Sempre foi o sonho da minha mãe me ver jogar. Sempre quis me ver na Seleção, o sonho era mais dela do que meu. Levo isso como um estímulo”, emociona-se Vinícius. “Eu sabia da situação que ela estava, mas ela não mostrava que sofria. Para me ver feliz, se mostrava bem para mim”, completa. O pai, com lágrimas nos olhos, cita inúmeras vezes que a mãe, mesmo se sentindo mal, viajava para ver o filho jogar. “Ela pedia apenas saúde para poder ver o filho jogar bola”, lamenta. Apesar do sofrimento, Ivan disse ao filho que continuasse em Belo Horizonte. “Eu trabalho de turno, se ele estivesse aqui, com quem ele ficaria? Ele tinha que seguir a carreira. O clube tinha acompanhamento psicológico”, conta. O baque da família foi muito grande, mas Vinícius não se deixou abater. Continuou treinando e foi coroado, neste ano, com a convocação para a Seleção Brasileira de Futebol sub-15. O jovem atacante disputou a Copa Natalício Del Libertador Simon Bolivar, na Venezuela, marcou dois gols em três jogos, mesmo estando na reserva, e foi campeão. “Eu só quero virar profissional, mostrar meu valor. Mostrar que sou capaz, que eu lutei para isso e vou conseguir”, avisa o itabirano, que sonha em ganhar a Copa Libertadores pelo Cruzeiro. Quanto ao pai, Vinícius espera dar uma vida melhor a ele. “Agora não tem mais minha mãe, somos só eu e ele”, diz. Sem plano B para a vida, Vinícius aposta todas as fichas na carreira de jogador: “É o que me deixa feliz, é o que eu gosto. Sei que se não tiver disciplina, não manter as regras, vou ficar sem futebol. E se eu não jogar, não vou conseguir ser ninguém”. Do futuro, ninguém tem certeza. Com apoio da família e o pensamento na mãe, Vinicius seguirá driblando as dificuldades para brilhar dentro e fora dos campos. SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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HOMENAGEM

O lutador L

eonardo Aparecido Crispim, mais conhecido como Léo, é hoje uma das figuras mais importantes de Itabira. Dono de um coração humilde, tem se colocado à disposição da sociedade para dar às crianças e jovens um diferencial de vida através do esporte. Segundo o amigo Martinho Francisco, o primeiro contato com Léo foi na Academia Leandro (rua Mestre Emílio) onde iniciaram os treinamentos no então desconhecido Taekwondo, esporte que os uniu como atletas, amigos, irmãos e compadres (Martinho é padrinho da Karla, filha de Léo, e Léo é padrinho de casamento de Martinho). “Conheci e convivi com várias pessoas. Amizades vieram e se desfizeram, mas a amizade entre eu e ele, graças a Deus, perdura”, diz Martinho. “Costumo dizer que Léo e eu choramos e rimos juntos, passamos maus e ótimos mementos em nossas vidas. No lazer, participamos de centenas de acampamentos inesquecíveis em Itambé do Mato Dentro, milhares de pescarias - que, aliás, fazemos até hoje – e incontáveis viagens para participar de campeonatos ou levar atletas para representarem nossa cidade e estado”, exalta o amigo. Léo, que teve como um dos primeiros ofícios a serralheria, vem de uma numerosa e maravilhosa família, cuja mãe alegre e dedicada é dona Nelcinda Mendes e o pai foi pescador e contador de casos, “Sô” Tião Crispim. Os irmãos, atletas famosos no Taekwondo (Eliane Mendes, Alexandre Mendes e Romualdo Bosco Crispim) e no futebol (Toninho Camarão, Tatado, Luiz Pezão e Celso). Só não foram atletas a Ritinha (excelente cozinheira) e o Tiãozinho. Léo se destacou tanto nas artes marciais quanto no futebol. Nos campos, jogou nos principais times amadores de Itabira e de algumas cidades vizinhas. No Taekwondo, é faixa preta 2º Dan. Foi grande lutador e campeão mineiro várias vezes, o que influenciou seus irmãos e centenas de itabiranos a seguirem neste esporte. Juntamente com Martinho, foi professor no Valeriodoce Esporte Clube, de onde saiu para dar aulas na Associação do Bairro Amazonas. Lá, reuniu e formou centenas de taekwondistas. A partir daí, montou a Academia Leon, que funcionou por vários anos em frente ao prédio da Cemig, no bairro Areão. Seu trabalho como professor de Taekwondo foi tão importante, que em determinado momento de sua vida foi convidado a trabalhar na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, onde atuou por vários anos desenvolvendo trabalhos com o público da juventude e da terceira idade. Dessa experiência e de sua visão humanitária, no ano de 2005, teve a grande iniciativa de criar a Associação Crianças do Amanhã (que só foi registrada em 2007), entidade sem fins lucrativos que leva os princípios morais de disciplina, respeito, cortesia e integridade do Taekwondo às crianças do bairro João XXIII e adjacências. Pela Associação Crianças do Amanhã, capitaneada pelo professor Léo com ajuda do professor Daú Primo, mestre Romualdo e mestre Martinho, já passaram mais de 1500 crianças que, além de aprenderem esse esporte empolgante, assimilaram e levam até hoje em suas vidas princípios e valores indispensáveis para serem campeões na vida real. Tanta dedicação lhe rendeu um Troféu Carlos Drummond de Andrade, uma Moção de Aplausos na Câmara Municipal de Itabira e o reconhecimento da Loja Maçônica União e Paz 261 com a Comenda Maçônica, em 2014. Léo é devoto fervoroso de Nossa Senhora Aparecida, gosta de música, política e tecnologia. Profissional que leva alívio a muitos pais ao ensinar e dar educação através do Taekwondo. Léo que hoje molda corpos e mentes como educador físico, personal trainer e professor de boxe, power jump, body pump, body combat, RPM e step. Essa homenagem é apenas um pingo sobre a vida de Léo. É claro que tem muito, muito mais, que até daria um livro de muitas e muitas páginas sobre esta importante e inteligente personalidade que, acima de tudo, é pai presente na vida dos filhos Karla, Marina e Isabela e avô do João Pedro. Um cara que sorri com os olhos, de mente aberta e impenetrável, que consegue te ouvir por horas e cuja presença traz confiança e paz. Léo que se define com a seguinte frase: “Eu trabalho para o bem e para fazer as pessoas felizes. Quanto às crianças, para direcioná-las a um futuro melhor!” Léo Crispim


Carmen Steffens CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS AV. VILA LOBOS, 82 - ESPLANADA DAS ESTAÇõES | ITABIRA - MG AIX-EN-PROVENCE BUENOS AIRES CANNES JOHANNESBURG HOLLYWOOD LAS VEGAS NICE ORLANDO PUNTA DEL ESTE RIO DE JANEIRO SÃO PAULO 505 LOJAS - 18 PAÍSES


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Elegante Sempre Janaína Depiné

Elegante é ser confiante, mas nunca arrogante A autoconfiança é importante para todos, pois precisamos acreditar em nós mesmos para realizar seja lá o que for. No entanto, Jack Welch, famoso executivo da GE, disse certa vez que “A distância entre autoconfiança e arrogância é quase imperceptível!”. Será mesmo? Hoje eu lhe mostro que dá para ter confiança em si mesmo, mantendo a elegância e sem nenhuma arrogância. Segundo o dicionário Michaelis, a autoconfiança é própria de quem tem confiança em si mesmo. Alguém que busca melhorias, mas preserva a humildade, reconhecendo o talento e forças dos outros. O mesmo dicionário traduz a arrogância como: altivez, insolência, orgulho e presunção. Talvez a grande e principal diferença seja a humildade. Enquanto ela aparece na autoconfiança, some totalmente na arrogância. Vamos ver como isso funciona na prática? - Não dê conselhos quando não for perguntado, ainda que seja sua especialidade. - Quando questionado, fale com segurança sobre o que conhece, mas ouça com atenção quando alguém tratar do tema (ainda que pareça não ter tanto conhecimento na área). - Adote a linguagem adequada às pessoas com que você está conversando. Usar palavras difíceis só para mostrar erudição é humilhar o outro.

www.elegantesempre.com.br

- O contato visual é uma parte indispensável de qualquer conversa. As pessoas confiantes mantém contato visual com você e o fazem sentir importante. Já as pessoas arrogantes tem um olhar altivo e raramente olham nos olhos. - Comente suas realizações importantes apenas se for relevante no contexto ou para mostrar uma alegria genuína. - Só informe algum talento específico se isso for útil para os outros. - Apenas comente sobre viagens quando for para contribuir com os outros que irão para o mesmo destino, por exemplo. Não faça comentários aleatórios para se mostrar uma pessoa viajada. - Não exiba suas posses com intuito exibicionista, muito menos faça comentários negativos sobre os bens alheios. - Concentre-se nos outros, não só em você. Por fim é bom lembrar que a arrogância geralmente é um mecanismo de defesa inconsciente para evitar críticas. Já a confiança vem de positividade, otimismo e firmeza mental. Seja, portanto, autoconfiante!

Talvez a grande e principal diferença seja a humildade. Enquanto ela aparece na autoconfiança, some totalmente na arrogância. Janaína Depiné é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos.

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Publieditorial

O fim da gordura

localizada

Instituto de Beleza Auto Estima oferece a criolipólise com profissionais experientes e qualificados e aparelhos aprovados pela Anvisa

“C

O tratamento A técnica consiste em congelar a par-

te a ser tratada para que as células adiposas sejam destruídas e posteriormente eliminadas pelo sistema imunológico. Para proteger a pele, o profissional usa uma manta umedecida sobre a superfície cutânea. A máquina de criolipólise promove uma sucção a vácuo da pele entre dois painéis. A parte tracionada é congelada durante cerca de uma hora a uma temperatura aproximada de cinco a dez graus negativos. A eliminação ocorre porque a gordura é mais sensível ao frio que os demais tecidos. Logo, o dano ocorre especificamente nos adipócitos, poupando a pele e músculos. “O Instituto de Beleza Auto Estima está investindo num processo sério, na equipe, nas aplicadoras, na calibragem das máquinas, com equipamentos e mantas reconhecidas pela Anvisa. O mercado infelizmente está meio prostituído. Há pessoas que locam os equipamentos por um preço ínfimo e a gente sabe que saúde não se negocia”, diz Katiúscia. Segundo os proprietários do Instituto Auto Estima, Wilson e Márcia Regina, a empresa tem a responsabilidade de proporcionar aos frequentadores o que há de melhor no mercado, com segurança nos procedimentos. “Nós montamos uma estética com equipamentos novos, modernos e sofisticados para o cliente. Ele sabe que está indo para um local com

a maior segurança”, diz Wilson. O instituto trabalha com profissionais altamente capacitados e tem parceria com empresas de equipamentos que trazem a Itabira profissionais qualificados para operarem as máquinas. Tatiana Santos/DeFato

om saúde não se brinca”, bem diz o velho ditado popular. A mesma regra vale quando o assunto é tratamento de estética. Por isso, na hora de procurar um local para cuidar da beleza, o profissionalismo do estabelecimento é ponto primordial para ser observado. Em Itabira, o Instituto de Beleza Auto Estima preenche esse requisito. O estabelecimento oferece uma extensa gama de modernos serviços de beleza. Um deles é a criolipólise, técnica inovadora para a eliminação da gordura localizada. O tratamento congela e destrói as células de gordura como se fosse uma lipoaspiração sem corte. É uma técnica delicada que exige profissionalismo e equipamentos licenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para apresentar mais detalhes e demonstrar a eficiência do tratamento, o Auto Estima convidou a instrutora de treinamentos Katiúscia Barros Quintão Pessoa, da empresa Vip Laser, para falar sobre novas técnicas na área da beleza ofertadas pelo Instituto, e a necessidade da busca por profissionais responsáveis para realização dos procedimentos. O encontro ocorreu em 17 de agosto e demonstrou os cuidados e os benefícios da criolipólise.

Especialista Katiúscia Barros apresentou o método da criolipólise

Criolipólise e obesidade A criolipólise é um tratamento para gordura localizada, especialmente aquela que não se perde com o exercício físico. Portanto, a técnica não é indicada para pessoas que estejam com sobrepeso e obesidade. Nesses casos, o recomendado é buscar outras formas de emagrecimento, como dieta e exercícios físicos.

Rua Platina, 379, Major Lage de Baixo, Itabira |

(31) 3835-1866

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Culinária

O Pastel de Belém (ou de nata) é um doce de ovos que faz muito sucesso em Portugal. Por lá, é possível comprar o quitute em diversos lugares. Por aqui, você mesmo pode fazer! O tempo de preparo é mais ou menos uma hora e rende 20 porções. INGREDIENTES

Pastel de Belém

- 250 gramas de farinha de trigo - Água com uma pitada de sal - 150 gramas de manteiga ou margarina - 80 gramas de maizena - 1 litro de creme de leite - 13 gemas de ovos - 300 gramas de açúcar - Baunilha líquida - Casca de limão (raspas)

MODO DE PREPARO

Massa: Sobre a mesa ou pia, faça um monte de farinha com um buraco no meio. Coloque uma gema e água o suficiente para obter uma massa maleável. Abra a massa e cubra com 50 gramas de manteiga ou margarina. Dobre até obter três camadas de massa (dobre uma parte sobre o meio e a outra por cima). Repita essa operação duas vezes, sempre espalhando 50 gramas de margarina ou manteiga. Abra novamente, espalhe a manteiga e enrole como se fosse um rocambole. Corte o rocambole em fatias de 2 centímetros de grossura. Estenda cada rodela no fundo de uma forminha pequena, forrando também as laterais.

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RECHEIO Numa panela junte a maizena, o creme de leite, as gemas e metade do açúcar. Leve ao fogo até ferver. Adicione o resto do açúcar, a baunilha líquida (algumas gotas) e as raspas de limão. Mexa bem e leve à fervura novamente. Desligue e coloque sobre as rodelas de massa. Leve as forminhas ao forno médio preaquecido até que estejam bem sequinhas DICA: Sirva os pasteizinhos quentes com açúcar em pó e canela. Mesmo frio são incrivelmente deliciosos.


BEATRIZ PIMENTA MAIA

EVELYN MARIA LOURENÇO

Pais: Bruno Vianna Alice Silva Vianna

Pais: Carlos Henrique Maia Fabiana Pimenta

Pais: Everaldo Lourenço Maria Cruz Silva

MARIA EDUARDA MARTINS

GUILHERME P GUERRA 5 ANOS

2 ANOS

Avô: Guido Costa Mãe: Ana Emília Martins

Pais: Rafael Valadares Póvoa Guerra Samira Barros de Araújo

Pais: Edimilson Ferreira da Silva Lucirlene Martins Ferreira da Silva

MARIA CECÍLIA ANDRADE

MIGUEL DOS SANTOS

MIGUEL MAGALHÃES

Pais: Jeferson Henrique Andrade Raquel Dias

Pais: Wesley Jonnes dos Santos Sabrine Santos Alexandre

Pais: Thiago Magalhães Lage Cordeiro Kessia Guerra Martins

ALICE SILVA VIANNA 1 MÊS

1 ANO

9 MESES

8 ANOS

2 ANOS

5 ANOS

LUDIMILA FERREIRA DA SILVA

3 ANOS

Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Flash Social Arquivo Pessoal

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O doutorando em Administração pela PUC Minas, Marcio Cesar Franco Santos, apresentou no início de julho seu artigo científico sobre estética em sala de aula, na 31ª edição do European Group for Organizational Studies (EGOS), em Atenas, na Grécia. Marcio é professor e coordenador dos trabalhos de conclusão dos cursos de Administração e de Sistemas de Informação na Funcesi Renato Carvalho Sérgio Santiago/DeFato

Os empresários Ademir de Souza e Lívia Paiva inauguraram, no dia 22 de agosto, uma franquia da marca Polo Wear em Itabira. A loja oferece looks completos para toda a família. São produtos de alta qualidade a preços acessíveis

A rede de supermercados Nova Europa comemorou 41 anos de existência no dia 1º de setembro. O proprietário Edson Lage soprou as velinhas do bolo ao lado dos familiares. No hipermercado do bairro Praia, clientes e funcionários puderam desfrutar de um café da manhã completo Art Designer

Assinante e costumeiro colaborador de DeFato, Talisson Natanael, de Nova União, marcou presença no 8º Rodeio Fest de São Gonçalo do Rio Abaixo e conferiu de perto todas as atrações do evento. Não perdeu tempo e tirou fotos no camarim com os sertanejos José Neto e Cristiano Arina Bragança/DeFato

Itabira recebeu a banda Jamz no dia 20 de agosto, no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). O quarteto foi vice-campeão da primeira edição do programa SuperStar, da rede Globo

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Os sócios do restaurante Chico Savassi em Itabira, Fernando Lage Silva e Gabriela Duarte Machado Lage, inauguraram de maneira muito especial o espaço kids do empreendimento: uma bela festa para comemorar os aniversários dos seus filhos Sofia Duarte, 7 anos, e Mateus, 3.


O piloto monlevadense Edson Coelho Júnior sempre leva seus familiares e a namorada para apoiá-lo nas provas do Campeonato Brasileiro de Turismo, o qual ele ocupa a 3ª posição na classificação geral. Na foto, uma recordação da 4ª etapa, que aconteceu no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul

A estudante itabirana Mariângela Aparecida Nunes, 22 anos, foi uma das selecionadas no concurso Minas Top Model, realizado pela agência de modelos House TMA, com apoio da TV Alterosa. Ela conseguiu se classificar entre as 50 das 200 meninas que participam da competição.

Paulo Sá Fotografias

O ipatinguense Cornelio Junior visitou a Disney, em Orlando, nos Estados Unidos e aproveitou para conhecer o castelo do Harry Potter, que fica na ilha temática The Wizarding World of Harry Potter. Viagem mágica!

Renato Carvalho

Arquivo Pessoal

O Atelier Noivas lançou na noite do dia 1º de setembro a coleção de vestidos de noiva Versalhes Via Sposa 2016. As proprietárias Elizabeth Cardoso e Karina Fernandes Cardoso, mãe e filha, receberam amigos, colegas e autoridades para um divertido coquetel

DeFato

A empresária Tamara Vieira Pereira de Andrade inaugurou em Conceição do Mato Dentro, a loja Camaleoa. O empreendimento é ótima opção para quem procura peças exclusivas, calçados, bolsas e acessórios de qualidade no Médio Espinhaço

Os empresários e engenheiros da Ecolabore Engenharia, de Itabira, Luiz Felipe Gomes, André Milanio e Ivanir Américo formam um trio gabaritado que presta consultorias nos ramos da mineração, meio ambiente e segurança do trabalho SETEMBRO, 2015 defatoonline.com.br

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Paiada do Circuito do Sabor Fotos: Yves Hermínio/DeFato

A 10ª edição do Circuito do Sabor de Itabira chegou ao fim no dia 21 de agosto. A tradicional Paiada aconteceu no Real Campestre Clube e apresentou os estabelecimentos vencedores do festival gastronômico. O show de encerramento ficou por conta do cantor Wilson Sideral, que animou o público com grandes sucessos do pop/rock nacional

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Valério x Siderúrgica Fotos: Yves Hermínio/DeFato

O Valério entrou em campo na manhã do dia 30 de agosto, no estádio Israel Pinheiro, em Itabira, e bateu o Siderúrgica, de Sabará, por 1 a 0. O resultado garantiu o Dragão matematicamente no Hexagonal Final da Terceira Divisão do Campeonato Mineiro. A torcida, claro, comemorou muito a vitória.

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Cavalgada de João Monlevade Fotos: Deise Mara Alcântara/DeFato

A Cavalgada de João Monlevade aconteceu entre os dias 20 a 23 de agosto, no Parque do Areão. O evento teve grandes nomes da música sertaneja, como Teodoro e Sampaio, Henrique e Diego e Vitor e Fabiano, mas o ponto alto foi o show Cabaré, uma turnê musical produzida pelos cantores Leonardo e Eduardo Costa. Grande público e muita animação

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Relber e Allan em Passabém Fotos: Divulgação Relber e Allan

Nos dias 14, 15 e 16 de agosto aconteceu a tradicional Festa de Agosto de Passabém, com grandes nomes da música sertaneja. Entre as atrações, a dupla Relber e Allan, que animou o público com diversas músicas de sucesso. Além deles, o público prestigiou também os shows de Mateus Zuck, João Lucas e Diogo, banda Logan e Romário Araújo

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8º Rodeio Fest de São Gonçalo do Rio Abaixo Fotos: Otávio Madeira/DeFato

Entre os dias 5 e 7 de setembro, a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo realizou o 8º Rodeio Fest. Peões de várias cidades do Brasil participaram das provas de rodeios profissionais em touros e cavalos. A animação musical ficou por conta das apresentações de Di Paullo e Paulino, Carlos e Jader, Banda Sanville, Nayara Rayane, DJ Juliano Nascimento, Zé Neto e Cristiano e Hugo Canuto

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Reinauguração da loja Vírus Fotos: Yves Hermínio

A tradicionalíssima loja Vírus está de casa nova em Itabira. Com direito a solenidade e desfile de moda para apresentar a coleção Primavera-Verão, a reinauguração aconteceu na noite do dia 4 de setembro. O novo espaço está localizado na rua Suzinha de Sá Martins, 287, no bairro Esplanada da Estação. Telefone: (31) 3831-2811

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Prosa

Daniel de Castro

Né não? No viaduto do Laboreaux, seu Zé apreciava o movimento lá em baixo. Parei para um dedo de prosa. Depois dos cumprimentos, ele foi quem começou: “Já falei qui nasci ali nos Doze? Falei? Pois nasci e cresci. Hoje tô pusentado. Quando qui eu era minino trabaiadô, aqui na roça num tinha pusentaduria. Vi muitos murrê à míngua, in riba da cama. Linhais, qui cama qui nada. In riba era é di tarimba. Rocero num tava cum nada. Hoje, eu cum minha pusentaduria e meus bico, tenho televisão daquela fininha e inté o carrinho zerado na garage. As coisa mioraro foi muito, né, dotô?” “Gosto muito de oiá a istrada de ferro daqui di cima. O dotô pode num criditá, mais foi nela qui cumecei deixá de criditá nas coisa só pur con di qui o zoto falô. Vai iscutano só: o meu pai era muito religioso. Era de missa nos dumingo e de terço toda noite. Quando qui iscuricia, nóis intrava na istrada do trem e ele puxava o terço. Aí a gente, ele mais eu, resava o terço inté chegá na Praia. Ele digia isso da gente”. “Aí, um dia, quando cabô o terço, eu falei: agora vamo resá treis Ave Maria pra Nossa Sinhora da Conceição, modi ela num dexá nóis murrê in pecado. Foi o padre qui insinô isso no Caticismo. Ele falô qui é resá essas treis Ave Maria qui a gente num vai pru inferno de jeito ninhum. Meu pai foi, virô pra mim, pegô e falô: quê isso, meu fio, qué dizê qui essas treis Ave Maria vai valê mais qui as cinquenta e treis qui cabemo de resá”? Aí pensei: “num é qui é mermo? Daí, nunca mais criditei nas coisa só pur con de quê o zotro falô. Mermo se ês fô dotô. Me discurpe, mais fiquei assim”.

Daí, nunca mais criditei nas coisa só pur con de quê o zotro falô. Mermo se ês fô dotô

profdanieldecastro@hotmail.com

“Sei não, dotô, mais eu acho é qui a gente tem é de pensa modi discubri o qui é certo. Istrudia, eu ouvi um professô falá qui nois vivemo é numa tvcracia. Ele isplicô qui é a televisão qui governa a gente. Gosto da televisão, mais sei lá, acho qui ela pode fazê a gente pensá do jeito que os dono dela qué. Ela pode inté dá as nutiça do jeito quês qué, num sabe? Assim, a gente fica qui nem o cachorro de um cientista, um tar Pavlov. O bicho babava toda veiz qui o Pavlov tocava um sininho”. “E o professô contô qui uma veiz foi dá um treinamento. Aí, cunteceu uma coisa muito paricida com o qui cunteceu com o cachorro do moço. Na sala tinha mecânico e inletricista. Aí, ele falô pros inletricista saí um pouco da sala. Ês saíro. Então, ele pegô uma caneta Bic assim, deitada, pôs a tampa perto da ponta da caneta e pertô a ponta dela com os dedo. Depois, perguntô pros aluno o qui ês viro. Ês respondero qui viro ele pertá a tampa. Pur isso, ela deu um pulinho pra frente e grudou na caneta”. Aí, chamô os da inletricidade lá de fora e fez a mesma coisa com a tampa da caneta prês vê, e perguntô: “Que qui ocês viro”? Ês foi e respondero: - Quando qui o sinhô isfregô a tampinha, o sinhô criô uma inletricidade está...está... Cumé qui é mermo? Aí, eu tive de socorrer o Zé: “Eletricidade estática”. - É isso! Os inletricista falaro qui a inletricidade instá ti- ca criô ímã e puchô a tampa da caneta, num sabe? Os mecânico caíro foi na risada. Os inletricista cumpricaro tudo. Tava na cara qui pertando a tampinha ela iscurrega e dá um pulinho. Mais os inletricista quiria aparecê, num sabe? “É dotô, a gente carece de sabê das coisa. Mais tem di ficá coêio, muito isperto, pra num ficá é cundicionado qui nem os insletricista e o cachorro do Pavlov e cumê é gato pur lebre. Né não”?

Daniel de Castro é professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras

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Opinião

Luiz Fernando Valladão

A Pensão Alimentícia e o Novo CPC O

Novo Código de Processo Civil passará a vigorar em março do próximo ano. E, dentre algumas novidades, encontra-se a opção do legislador em fechar o cerco contra os devedores de pensão alimentícia. Com efeito, sabe-se que a obrigação alimentar pode estar inserida em título judicial ou mesmo extrajudicial, como é o caso de escritura de divórcio ou o documento particular assinado pelo devedor e duas testemunhas. E, como também é notório, a Constituição Federal permite a prisão civil por dívidas apenas para essa situação excepcional, o que se justifica pela circunstância de que a verba alimentar é destinada à subsistência do credor. Pois bem, o Novo Código Processual encampou quatro novidades interessantes e que dificultarão a vida dos devedores de pensão alimentícia. Em primeiro lugar, aquela via crucis seguida pelo credor, para conseguir que o Oficial de Justiça cite o relutante e fugitivo devedor sobre a execução de alimentos, parece estar próxima de seu fim. É que, quando se tratar de alimentos fixados por decisão judicial, bastará a intimação do devedor, o que poderá ser feito por meio eletrônico, conforme os artigos 528 e 270 NCPC. E, se a execução for baseada em titulo extrajudi-

o Novo Código Processual encampou quatro novidades interessantes e que dificultarão a vida dos devedores de pensão alimentícia

www.valladao.com.br

cial, a citação também poderá ser realizar por meio eletrônico (art. 246 V NCPC) ou pelo correio (art. 247 NCPC), o que simplifica a localização do devedor. A segunda novidade, aliás, está na própria execução com base em título extrajudicial. Sim, a partir da vigência do novo Código, estará pacificado o entendimento de que também os documentos extrajudiciais podem embasar a execução que gere a prisão civil do devedor (art. 911 par. único NCPC). Ou seja, o credor poderá obter a prisão civil do devedor, até mesmo com base em execução fundada em documento particular pelo qual este assuma a obrigação alimentar. A terceira novidade está na admissão pelo legislador de outros meios coercitivos, cuja incidência ainda não estava pacificada na jurisprudência. Assim é que, por exemplo, “o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial” (art. 528 § 1º NCPC), no caso de ausência de pagamento ou justificativa hábil pelo devedor. Além disso, o juiz poderá determinar “a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes” (art. 782 § 3º NCPC). Tais hipóteses dificultarão a vida do devedor, sobretudo daquele que é empresário, em vista das restrições a crédito daí advindas. Por derradeiro, cabe consignar que o legislador, após longo debate, optou por dizer que a prisão civil será cumprida em regime fechado (art. 528 § 4º NCPC). Isso significa que o devedor não terá benefícios próprios de regimes menos rigorosos, como é o caso da permissão ao trabalho externo. O fato é que, quanto ao tema ora em discussão, houve inegável avanço, o qual deverá repercutir – assim se espera – na própria postura dos devedores de verba alimentar, cientes que estarão da vida dura a partir do Novo Código de Processo Civil.

Luiz Fernando Valladão é advogado, coordenador e coautor do Livro “Paternidade e Alimentos” e professor do Curso de Pós-Graduação em Direito de Família da Faculdade Arnaldo

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