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Liz Greene
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Um Guia Astrológico Completo Sobre Relacionamentos
Tradução Mônica Joseph
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Título do original: Astrology for Lovers. Copyright © 1980, 1986 Liz Greene. Copyright da edição brasileira © 2021 Editora Pensamento-Cultrix Ltda. 2a edição 2021. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revista. A Editora Pensamento não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro. Editor: Adilson Silva Ramachandra Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz Preparação de originais: Maria Fernanda F. da Rosa Neves Gerente de produção editorial: Indiara Faria Kayo Editoração eletrônica: Join Bureau Revisão: Luciana Soares da Silva Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Grenne, Liz Os astros e o amor: um guia astrológico completo sobre relacionamentos / Liz Grenne; tradução Mônica Joseph. – 2. ed. – São Paulo: Editora Pensamento Cultrix, 2021. Título original: Astrology for Lovers ISBN 978-65-87236-66-7 1. Amor 2. Autoconhecimento 3. Astrologia 4. Esoterismo 5. Relacionamentos I. Título.
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CDD-133.5
Índices para catálogo sistemático: 1. Astrologia 133.5 Aline Graziele Benitez – Bibliotecária – CRB-1/3129
Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA., que se reserva a propriedade literária desta tradução. Rua Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo – SP – Fone: (11) 2066-9000 http://www.editorapensamento.com.br E-mail: atendimento@editorapensamento.com.br Foi feito o depósito legal.
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As ilustrações deste livro foram reproduzidas dos livros Poeticon Astronomicon, de C. J. Hyginus (Veneza, 1485), e De Magnis Coniunctionibus, de Albumasar (Augsburgo, 1489), e foram reproduzidas por gentileza do Victoria and Albert Museum.
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Sumário
Prefácio à Edição Brasileira .............................................................
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Primeira parte: Os Signos Solares ............................................
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1. 2. 3. 4.
Os signos solares .............................................................. 14 O que um horóscopo pode revelar (ou não) ......................... 18 Sobre espelhos... ................................................................... 24 O Sol, o Ascendente e outras coisas... ................................. 38
Tabela de Ascendentes ................................................ 45
Segunda parte: Os elementos Fogo e Terra – Imaginação versus Realidade .....................................
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5. O elemento Fogo ................................................................... Áries ....................................................................................... Leão........................................................................................ Sagitário .................................................................................
88 99 121 145
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6. O elemento Terra .................................................................. Touro...................................................................................... Virgem ................................................................................... Capricórnio............................................................................
166 175 195 217
7. Algumas palavrinhas a mais... .............................................. 239
Terceira parte: Os elementos Ar e Água – Verdade versus Harmonia .......................................... 249
8. O elemento Ar ....................................................................... Gêmeos .................................................................................. Libra ....................................................................................... Aquário ..................................................................................
250 260 284 307
9. O elemento Água ................................................................... Câncer.................................................................................... Escorpião ............................................................................... Peixes .....................................................................................
328 339 360 384
10. Outras palavrinhas a mais... ................................................. 407 11. Conclusão .............................................................................. 413
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PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA
oi uma alegria participar do processo de reedição deste clássico de Liz Greene. Num momento em que o mundo vive incertezas e polarizações, agravado por situações mundiais extremas, que exigem de nós um grande senso de colaboração e capacidade para o diálogo, ter novamente acesso ao conteúdo deste livro é muito significativo, uma vez que ele se propõe a apontar caminhos para o autoconhecimento que, por sua vez, reflete externamente na harmonização dos relacionamentos. Os Astros e o Amor é bem mais que um livro sobre compatibilidade entre namorados e relacionamentos amorosos em geral. Antes disso, é um guia bem detalhado sobre as características particulares que compõem cada um dos doze signos do zodíaco, em seus aspectos conscientes e inconscientes, com exemplos práticos, em linguagem simples e direta, que podem ser rapidamente compreendidos mesmo pelo leitor sem conhecimento prévio de astrologia. Encontrar-se nas descrições que a autora faz dos signos é uma experiência muito curiosa. Lembro-me da primeira vez que li este livro e fui diretamente à indicação do meu signo natal: como era possível me ver tão nitidamente naquela descrição? Parecia que a autora me conhecia muito mais do que eu mesma!
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A cada explicação, ia me dando conta de que eu tinha aquelas características atribuídas ao signo solar e que, nos relacionamentos, eu realmente agia da forma que Liz descrevia. Ainda que eu quisesse manter um comportamento diferente, mais próximo do socialmente aprendido (e, sobretudo, mais próximo do esperado para uma mulher), eu não conseguia sustentar essas posturas por muito tempo e acabava me decepcionando ou sofrendo. Entender a engrenagem dos astros que nos torna únicos e, portanto, com comportamentos e percepções tão diversas enriquece a visão que temos de nós mesmos, abre caminho para aceitações importantes e gera mudanças – que são verdadeiros resgates da nossa própria natureza. É maravilhoso sentir-se bem em sua própria pele. E compreender mais a fundo como funcionamos permite nos apropriarmos dos traços pessoais com lealdade ao si mesmo e a sua essência. Para mim, foi importante encontrar no livro de forma nomeada aquilo que eu apenas pressentia, mas que ainda não tinha linguagem para traduzir nem compreender, de maneira que o livro trouxe uma enorme contribuição. Seguramente isso aconteceu com outras pessoas também, e talvez seja esse o motivo de o livro ser um best-seller mundial, traduzido para muitos idiomas, e ainda hoje ser um estudo atemporal. É verdade que hoje avançamos nas questões de igualdade de gênero, problematizamos mais os desequilíbrios nas convivências e talvez, diante de alguns exemplos práticos que a autora faz, tenhamos que nos relembrar que esta é uma obra originalmente publicada nos anos 1980, período no qual não tínhamos o entendimento que temos hoje sobre as relações em contextos mais amplos. E, mesmo assim, as análises oferecidas pela autora de forma alguma invalidam o soberbo estudo astrológico desta que é uma obra de referência em seu gênero. Portanto, não importa a cultura, a socialização ou o momento histórico, a astrologia ilustra precisamente como a natureza humana opera em qualquer contexto relacional e pode nos dar pistas valiosas para desenvolvermos convivências mais harmoniosas. Uma bela surpresa desta obra é sua proximidade com a teoria dos tipos psicológicos de C. G. Jung. É perfeitamente possível estabelecer essa correspondência ao ler a distribuição dos signos por seus elementos. Os 10
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signos de fogo são descritos junto aos signos de terra, acompanhando a interação entre os tipos psicológicos Intuição e Sensação, e os signos de ar junto aos de água, equivalendo aos tipos Pensamento e Sentimento, sugerindo uma relação de complementariedade nesse agrupamento. De fato, no encadeamento da ordem do zodíaco, existe uma sequência alternada de signos masculinos e femininos (fogo-terra-ar-água, e assim sucessivamente), e aquilo que excede em um signo é logo corrigido no signo seguinte, confirmando a lógica da união do cinturão zodiacal pela ação dos contrários. Da mesma forma, Jung organiza os tipos psicológicos por sua atração pelos contrários, e em cada dupla um tipo representa a sombra do outro. Todo o potencial contido na sombra só é passível de realização de forma indireta, por meio da projeção em outra pessoa, e é essa a “mágica” da atração inconsciente que nos direciona àquela determinada pessoa dentre tantas outras. O potencial oculto e não desenvolvido, por estar inacessível nas profundezas do inconsciente, é estimulado a se apresentar quando nos deparamos com o contraponto que a complementariedade oferece. Por exemplo, uma pessoa do signo de Ar pode ser emocionalmente distante, precisar de momentos de criatividade sozinha e talvez se ocupe com várias atividades interessantes ao mesmo tempo; ao se relacionar com uma pessoa de água, começa a perceber o valor da presença, do foco em assuntos importantes e na expressão das emoções, podendo desenvolver intencionalmente, a partir do relacionamento, esses atributos que não estavam disponíveis à consciência num primeiro momento. Pode ser também que essas características opostas gerem tensões por serem tão diferentes, mas o afeto que se estabelece torna possível o exercício da alteridade. E é assim, reconhecendo que a natureza produz pessoas tão diversas, que podemos aceitar que o outro tenha suas próprias características e seus pontos de vista sem que isso represente uma ameaça para nós. Ao contrário, as diferenças são bem-vindas pois complementam um ao outro oferecendo aquilo que individualmente não possuem, favorecendo a expressão integral de cada um ao mesmo tempo que cria uma sinergia de produtividade e realização. 11
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Um exemplo para ilustrar essa lógica seria o casal Brad Pitt (Sagitário) e Angelina Jolie (Gêmeos) que não reúne os elementos necessários para gerar a tensão e a alteridade. De fato, apesar de apaixonados, não permaneceram juntos. Outro exemplo seria o casal Barack (Leão) e Michelle Obama (Capricórnio), que são extremamente realizadores de modo individual, além de muito potentes juntos. Essa dinâmica também se justifica nos princípios da equivalência e da constância da energia, aplicadas à autorregulação psíquica. Jung diz no livro Psicologia do Inconsciente (in Obras Completas, vol. VII/1):
Estou mais do que convencido de que o caminho da vida só continua onde está o fluxo natural. Mas nenhuma energia é produzida onde não houver tensão entre contrários; por isso, é preciso encontrar o oposto da atitude consciente. (...) Visto do ponto de vista unilateral da atitude consciente, a sombra é uma parte inferior da personalidade. Por isso, é reprimida; e devido a uma intensa resistência. Mas o que é reprimido tem que se tornar consciente para que se produza a tensão entre os contrários, sem o que a continuação do movimento é impossível. A consciência está em cima, digamos assim, e a sombra embaixo. E como o que está em cima sempre tende para baixo, e o quente para o frio, assim todo consciente procura, talvez sem perceber, o seu oposto inconsciente, sem o qual está condenado à estagnação, à obstrução ou à petrificação. É no oposto que se acende a chama da vida. Se o mapa natal é um microcosmo que se relaciona com a mecânica celeste do macrocosmo, e se o Universo está em constante expansão, considerar as relações como fonte de expansão individual e coletiva é especialmente restaurador. E esse é o mérito de Liz Greene nesta obra. Afinal, é olhando para o céu que o homem vem se orientando desde tempos imemoriais, pois são as estrelas da noite que inspiram a continuidade das jornadas e que nos apontam novos caminhos a seguir. Que este estudo traga a você um lugar de reconhecimento a partir da sua carta astrológica e lhe permita alcançar as estrelas mais inspiradoras ao amor. VERBENNA YIN, VERÃO DE 2021 12
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Primeira Parte
Os Signos Solares
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or que nos preocupamos tanto com coisas tão complicadas, tortuosas e problemáticas como relacionamentos? Por que nos esforçamos tanto para aprender algo sobre “cuidar de”, “dar a”, “tirar de”, proteger, “brigar com” e amar seres humanos? Esses são questionamentos que o cineasta Woody Allen faz no filme Annie Hall e que ele mesmo responde com uma anedota:
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– Meu irmão enlouqueceu. Ele pensa que é uma galinha. – Por que você não o interna? – Ora, porque eu preciso dos ovos. Relacionamentos se parecem muito com isso. Ainda hoje, é moda em alguns círculos sociais abandonar os antigos valores que nossos pais e avós nos legaram. Isso porque, para essas pessoas, é óbvio que esses valores não funcionaram – os casamentos de antigamente não eram melhores do que os de agora. Sem dúvida, havia menos divórcios, com duas pessoas vivendo sob o mesmo teto e interpretando seus papéis em silêncio “até que a morte as separe”. Porém, 14
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carregadas de inimizade e veneno, acabavam provocando conflitos psicológicos em seus filhos. Mesmo que você não “acredite” em psicologia, é uma triste evidência que a família moderna esteja necessitada de um novo alento se quiser continuar a existir. É só dar uma olhada nas estatísticas de divórcios. Hoje, além de enfrentarmos a crise econômica, os perigos de uma destruição nuclear, a crise de energia, a superpopulação e a desvalorização do planeta Terra, o perigo que correm os animais (e os humanos) e todos os pesadelos desse tipo que pesavam sobre o fim do século XX e o início do que a astrologia chama de Era de Aquário, temos de acrescentar o grande problema das relações humanas. Isso pode ter motivos variados, dependendo do ponto de vista de cada um. Uns dizem que é falta de moral, outros, que falta a velha disciplina dos nossos pais e avós, ou que não se acredita mais em Deus e na Igreja Católica. Os problemas de relacionamento também são atribuídos à repressão sexual, ao capitalismo, ao comunismo ou a qualquer outro bode expiatório ao qual se possa creditar a responsabilidade por nossos próprios insucessos. Em uma época de tecnologia avançada, em que, pela primeira vez, milhões de pessoas podem se dar ao luxo do lazer, outras estão desesperadas para entender por que tudo é tão sem sentido e por que se sentem tão sozinhas que acabam se voltando para ensinamentos e crenças antigos sem nem conseguir chegar às suas origens. Aos poucos, mas cada vez mais, aquilo que era guardado cuidadosamente pela cúpula da religião ortodoxa hoje nos é revelado pelo que conhecemos como estudos esotéricos. A palavra “esotérico” significa “o que está dentro”, “no interior de”. “Esotérico” pode referir-se a uma série de coisas: do Maharishi e da Meditação Transcendental até as Crianças do Templo de Deus, na Guiana. Estudos esotéricos englobam desde o ridículo até o sublime. Podem trilhar os caminhos dos sábios da Antiguidade e o que já foi ensinado em matéria de alquimia, magia, filosofia hermética e cabala. Podem explorar mistérios do Triângulo das Bermudas, fenômenos parapsicológicos, sonhos, visões e diferentes estados da consciência, mas também sonhos pré-cognitivos, sincronicidade, 15
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telepatia, clarividência e, em psicologia profunda, o estudo da alma humana. E podem versar sobre astrologia. Pode a astrologia – conhecida de todos nós pelas tolas mas irresistíveis colunas diárias no jornal em que Madame Fulana de Tal diz que a quarta-feira vai ser um péssimo dia – contribuir de alguma maneira para o dilema humano de viver em um planeta superpovoado no qual temos que nos acotovelar todos os dias com estranhos (e suas almas)? Ainda hoje, tem havido muitos clamores contra a astrologia, principalmente vindos das universidades e daqueles que se dedicam a estudos científicos, talvez assustados com a sua popularidade (afinal, se existe algum mistério sobre a vida que a ciência oficial não pode explicar, que mundo é esse em que vivemos?). Mas não importa com que força se proclame que a astrologia é um amontoado de superstições medievais sem sentido, o número de seus seguidores aumenta a cada dia. Houve um tempo em que todo mundo lia diariamente sua coluninha de horóscopo no jornal, mordendo os lábios e receando, no íntimo, que a quarta-feira fosse mesmo um péssimo dia, e suspirando de alívio ao constatar que nada de mau acontecera na tal quarta-feira. (Irresistível essa droga. Afinal, toca fundo em todo ser humano – é seu passatempo preferido – ler sobre si mesmo.) Mas ninguém ousaria admitir, especialmente uma pessoa racional como você, que possa existir algo por trás disso. Ainda bem que houve alguns homens respeitáveis, como Sir Isaac Newton e o professor Carl Jung, que se aprofundaram nela. Mas a maioria das pessoas, caso leia um livro de astrologia, logo coloca nele uma capa marrom, para não ser considerado um excêntrico. É melhor ser apanhado lendo a revista Playboy! Então, um francês persistente chamado Michel Gauquelin apareceu e decidiu que iria acabar de uma vez por todas com as ridículas pretensões da astrologia. Lançou-se em um enorme projeto, com estatísticas baseadas em milhares de horóscopos de pessoas de diversas profissões, para ver se o resultado mostraria alguma correlação entre os corpos celestes que orbitam o espaço e as nossas miseráveis vidas humanas. Assim, horrorizado e perplexo, o sr. Gauquelin, em vez de constatar a vacuidade da astrologia, provou que ela funcionava de verdade. 16
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