O Livro Wiccano de Bruxaria Solitária de Raymond Buckland
O Livro Wiccano de Bruxaria Solitária de Raymond Buckland
Introdução à Prática, Ética Mágica, Rituais, Consagrações e Instrumentos
Tradução Denise de Carvalho RochaTítulo original: Wicca for One.
Copyright © 2004 Raymond Buckland.
Publicado pela 1a vez por Kensington Publishing Corp. Direitos de tradução mediante acordo com Sandra Bruna Agencia Literária, SL.
Copyright da edição brasileira ©2006, 2022 Editora Pensamento-Cultrix Ltda. 2a edição 2022.
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Obs.: Publicado anteriormente como O Guia da Tradição Wicca para Bruxos Solitários
Editor: Adilson Silva Ramachandra
Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz
Gerente de produção editorial: Indiara Faria Kayo
Editoração eletrônica: Join Bureau
Revisão: Daniela Pita
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Buckland, Raymond
O livro wiccano de bruxaria solitária de Raymond Buckland: introdução à prática, ética mágica, rituais, consagrações e instrumentos / Raymond Buckland; tradução de Denise de Carvalho Rocha. –2.ed. – São Paulo: Editora Pensamento, 2022.
Título original: Buckland’s complete book of witchcraft ISBN 978-85-315-2248-2
1.Bruxaria 2. Magia 3. Wicca (Religião) I. Título. 22-128142 CDD-133.43
Índices para catálogo sistemático:
1.Bruxaria: Ocultismo 133.43
Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427
Direitos de tradução para o Brasil adquiridos com exclusividade pela
EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA., que se reserva a propriedade literária desta tradução.
Rua Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo – SP Fone: (11) 2066-9000 http://www.editorapensamento.com.br
E-mail: atendimento@editorapensamento.com.br Foi feito o depósito legal.
Para minha mulher, Tara.
Sumário
PARTE 1: Razões Para Se Praticar A Bruxaria Solitária
1. De Endor a Endora, e Além
9
15
2. Qual a Origem dos Covens? 27
3. Religião ou Prática? Coven ou Bruxaria Solitária? 31
4. As Crenças
37
PARTE 2: A Prática Solitária
5. Os Instrumentos 53
A Consagração dos Instrumentos
69
O Templo 71
O Ritual 79
O Primeiro Passo
89
10. Os Esbás .................................................................................... 95
11. Os Ritos de Passagem ............................................................... 103
12. Os Sabás 115
13. A Magia (de modo geral) .......................................................... 135
14. A Magia (específica) 155
15. A Divinação 197
16. A Cura ........................................................................................ 211
17. A Ética do Bruxo Solitário 223
18. A Prece e a Meditação 227
19. O Desenvolvimento .................................................................. 231
20. Reflexões Finais 235
APÊNDICES
Glossário de Termos Wiccanos e Mágicos ...................................... 241
Propriedades Mágicas das Ervas 255 Propriedades Mágicas das Pedras 265 Alfabetos Mágicos ............................................................................. 267
Bibliografia 268
Introdução
Não há dúvida de que a televisão, o cinema e a Internet contribuíram para que as pessoas passassem a ver a Bruxaria como um caminho re ligioso moderno e viável. Isso só aconteceu graças ao modo como ela foi retratada nos últimos cinco ou dez anos. Antigamente, qualquer coisa mostrada na tela – fosse pequena ou grande – com respeito à Bruxaria apresentava esse tema de modo ultrapassado, na forma de adoração ao diabo ou magia negra. Mas por mérito dos wiccanos pioneiros e de uma Hollywood finalmente mais disposta a mostrar um pouco do lado au têntico da Bruxaria, agora temos filmes com personagens que conver sam sobre “a Arte” de um modo razoavelmente inteligível.
Não parece que já se passaram tantos anos desde o tempo em que eu dava palestras sobre Bruxaria e ouvia perguntas do tipo “As Bruxas voam mesmo em vassouras?” Essa época ficou para trás, pelo menos em termos, pois hoje as perguntas mais prováveis dizem respeito ao rela cionamento entre o adorador e os Deuses Antigos, e aos pontos mais complexos da apresentação do Sabá.
Os livros, evidentemente, também tiveram a sua participação nessa mudança. Na verdade, foram eles que deram início à mudança. O pri meiro livro sobre Bruxaria realmente escrito por um praticante da Arte só surgiu em 1954 ( Witchcraft Today , de Gerald B. Gardner), quando foi publicado na Inglaterra. O primeiro livro escrito por um praticante
norte-americano apareceu em 1970 (Witchcraft From the Inside , de Raymond Buckland). Desde essa época, a literatura sobre o assunto vem crescendo rapidamente, cobrindo todos os aspectos possíveis da Arte. Certo de que nunca houve tanta informação a respeito, eu acres cento este livro à lista das obras sobre Bruxaria.
A maior confusão que ainda resta, aos olhos dos não praticantes, parece ser entre religião e magia. A magia faz parte de muitas religiões, inclusive as principais. A transubstanciação da Igreja Católica Romana, por exemplo, não passa de pura magia, embora essa magia represente apenas uma pequena fração de toda a religião católica. A magia tam bém é usada pelos praticantes de Bruxaria. Mas, como acontece com a religião católica, a Bruxaria é, antes de tudo, uma religião, e qualquer magia praticada representa meramente uma pequena parte do todo.
A magia, propriamente, é uma prática; qualquer um pode fazer ma gia ou pelo menos tentar. Você não tem de ser bruxo, judeu, budista, católico ou qualquer coisa em particular para praticar magia. Na verda de, até ateus praticam magia. Portanto, se o seu único interesse é lançar feitiços e fazer magia, você não precisa se tornar um bruxo ou uma bruxa. Eu li, há algum tempo, que a diferença entre um wiccano e um bruxo era o fato de que o wiccano praticava a Antiga Religião e o bruxo só praticava magia. Que bobagem! Qualquer um que “só pratique magia” é simplesmente um mago. “Bruxo” e “wiccano” são dois termos que significam praticamente a mesma coisa, mas eu vou comentar mais a respeito posteriormente. Qualquer um pode ser um mago, mas, do meu ponto de vista, para ser bruxo é preciso algo especial.
A Wicca/Bruxaria também é conhecida como a “Antiga Religião”, pois sua origem é anterior à do Cristianismo (a Nova Religião). Ela tam bém é chamada às vezes de “a Arte”, um termo abreviado de Bruxaria. O tipo mais antigo de Bruxaria é o praticado pelos Bruxos Solitários. Os covens – grupos de bruxos e bruxas que praticam juntos – só começaram a surgir no século XV e XVI. É preciso admitir que, desde essa época, a ideia de que os bruxos sempre trabalham em covens se disseminou a tal ponto que, até hoje, muitos praticantes de Bruxaria acreditam que bru xos “autênticos” são só aqueles que fazem parte de um coven. Isso não é verdade. Sempre existiram bruxos solitários, e estou certo de que sempre existirão. Na Inglaterra, eles eram às vezes chamados de hedge
witches (bruxos da sebe1), pois muitos deles eram especializados em herbalismo e colhiam muitas de suas ervas no jardim de casa. A palavra “solitário” pode ser aplicada a uma pessoa que vive sozinha, embora na maioria das vezes como reclusa. Esse termo foi adotado por alguns que praticam Bruxaria por conta própria.
Na primeira parte deste livro, eu apresentarei algumas ideias sobre as origens da Bruxaria Solitária e alguns dos mais famosos bruxos que nunca se associaram a nenhum coven. Eu prosseguirei mostrando que toda a ideia dos covens entusiasmou alguns praticantes graças à doutora Margaret Murray, na primeira parte do século XX, e persistiu desde então. Então comentarei sobre o surgimento da Wicca, ou da Neobruxaria, com a apresentação de Gerald Gardner sobre o mecanis mo do culto moderno na Bruxaria, e examinarei as várias crenças sobre a Wicca. Eu me aprofundarei no exame das diferenças que existem entre a Bruxaria e a magia.
Na segunda parte deste livro tratarei das questões relacionadas par ticularmente ao modo como alguém pode se tornar um praticante da Bruxaria Solitária, quais os fatores que isso envolve e como estudar e finalmente praticar essa face da Arte. Analisarei os instrumentos usados, as variedades da prática, dos rituais e das celebrações, e os princípios éticos e as responsabilidades da Bruxaria. A Wicca não é um passatempo que se possa praticar nos momentos de folga; trata-se de um exercício diário. Trata-se de algo que você vive. Trata-se de um sistema de crença e de um caminho de vida que traz enormes recompensas, quando segui do com dedicação. Este não é um livro de feitiços instantâneos para tornar você uma pessoa extremamente atraente e popular (e, principal mente, temida). Ele é um portal para um modo de vida que colocará você entre pessoas muito especiais: os Bruxos Solitários. Eu concluo este livro com uma bibliografia na qual incluo obras que, a meu ver, podem realmente ajudar você. Existem centenas, se não mi lhares, de livros sobre o assunto2, mas poucos podem ser usados na
1 Cerca viva feita de plantas, ou de arbustos e ramos secos para proteger vinhas e quintais. (N. do E.)
2 Consulte The Witch Book: The Encyclopedia of Witchcraft, Wicca, and Neo-Paganism, de Raymond Buckland (Visible Ink Press, 2002), para uma bibliografia mais com pleta. A Editora Pensamento também já publicou vários livros sobre o assunto.
prática. Os livros incluídos na bibliografia são aquisições valiosas, embora possa haver alguns que já tenham saído de catálogo. Se você ainda não tem uma coleção de livros sobre Bruxaria, comece a adquiri-los a partir de agora. Ler nunca é demais. Quanto mais ler, mais possibilidade você terá de selecionar livros que façam mais sentido para você do que outros, que simplesmente não lhe mostram o seu caminho verdadeiro ou que são pura perda de tempo (somos todos indivíduos, com preferências e um jeito próprio de fazer as coisas). Leia, estude, aprenda e faça com que a sua vida seja prazerosa e realmente digna de ser vivida.
Parte Um
Razões para se Praticar a Bruxaria Solitária
De Endor a Endora, e Além
Como é doce, como é momentaneamente doce a solidão!
– William CoWper (1731–1800), Retirement
e mbora a maioria das pessoas ache que os praticantes de Bruxaria sem pre fazem parte de um coven, alguns dos bruxos mais conhecidos da história, das lendas e dos romances eram solitários , que praticavam sem um coven. Na verdade, a Bruxaria Solitária é muito mais antiga do que a Bruxaria praticada em covens. Vamos conhecer um pouco desses primeiros praticantes solitários.
Um dos mais conhecidos não era, na verdade, bruxo coisa nenhu ma… trata-se da chamada “Bruxa” de Endor. Na tradução e na versão da Bíblia escrita pelo rei James, ele escreve no Capítulo 28 do Primeiro Livro de Samuel da seguinte maneira: “Saul, tendo destruído todas as bruxas, e agora em seu medo de ser abandonado por Deus, procurou uma feiticeira…” No entanto, em nenhum trecho do texto bíblico ori ginal a palavra “bruxa” é usada. A mulher é simplesmente descrita como alguém que tem um “espírito familiar”. Embora não haja nenhu ma descrição dela, da sua idade ou da casa onde morava, escritores de épocas posteriores continuaram a se referir a ela como uma bruxa e a
representá-la como uma velha feiticeira, que morava num casebre. Na realidade, Montague Summers, uma suposta autoridade em Bruxaria, disse a respeito dela: “Num paroxismo de fúria e de pavor, a esquálida anciã voltou-se para ele (Saul) e deu uma risada aguda e estridente”. De onde ele tirou a ideia de que ela era uma “esquálida anciã”, nós não sabemos. Na Bíblia, ela é descrita simplesmente como “uma mulher que tinha uma espírito familiar em Endor”. Endor é uma pequena aldeia no declive setentrional de uma colina, dez quilômetros ao sul do Monte Tabor. Saul, apesar do fato de ter tentado purgar a terra da sua sorte, fora consultar a mulher na véspera da batalha de Bilboa por temer os grandes exércitos dos filisteus. Ela imediatamente o reconheceu, embo ra Saul estivesse disfarçado, mas ele garantiu que não lhe faria nenhum mal. A mulher de Endor era, na verdade, apenas uma médium espiritual – não uma bruxa de fato. Ela descreveu para Saul a cena que viu por meio de sua clarividência e foi capaz de colocá-lo em contato com o espírito de Samuel. Reginald Scott, nos idos de 1584, duvidou da exis tência das bruxas e sugeriu que Saul tivesse sido apenas vítima de “uma ilusão ou fraude”.
Podemos definir um Bruxo Clássico da seguinte maneira: uma pessoa (em geral uma mulher idosa) que usa ervas, raízes, cascas de árvores etc., tanto com a intenção de curar quanto de prejudicar (incluindo a preparação de poções, afrodisíacos, alucinógenos etc.), e que conhece os princípios básicos tanto da magia passiva quanto da ativa, podendo utilizá-los tanto para o bem quanto para o mal –de acordo com a sua vontade.
– isaaC boNeWits, Witchcraft: A Concise Guide
Houve, porém, outras figuras bem conhecidas, descritas como bru xas por aqueles que achavam esse rótulo apropriado. A primeira delas foi Circe. Ela ficou famosa em virtude de suas artes mágicas, era filha da oceânide Perseia e do deus-sol Hélio. O seu irmão era Eetes, um rei mago da Cólquida e pai de Medeia. Depois de ter envenenado o mari do, Circe foi banida para a ilha de Ea e passou a viver no lado oeste dessa ilha. Diziam que ela era uma deusa da Lua. O mais provável, no entanto, era que ela fosse uma deusa do amor, e, em muitos sentidos, comparava-se à deusa babilônica Ishtar. Homero, na Odisseia, descreveu
Circe como uma “deusa de encantadoras madeixas (…) e que cantava com uma voz melodiosa…[vestindo] uma túnica branca resplandecen te, delicada e adorável, com uma primorosa guirlanda de ouro ao redor da cintura”.
Se algum homem porventura desembarcasse na ilha, Circe transfor mava-o em porco, fazendo-o beber um pouco do seu filtro mágico. Quando Ulisses desembarcou na ilha, ela tentou fazer o mesmo com ele e com seus homens, e conseguiu realizar o seu intento com todos, à exceção do próprio Ulisses. Para contra-atacar o feitiço, o deus Hermes dera a Ulisses uma erva mágica chamada móli. Ulisses obrigou Circe a desfazer o feitiço que transformara os seus homens em porcos, e ele passou um ano inteiro na ilha, ao lado da feiticeira. Circe acabou tendo um filho de Ulisses, Telégono. Graças aos conselhos que ela lhe deu, Ulisses finalmente deixou a ilha e conseguiu voltar para casa. Circe pode ser associada à antiga deusa mediterrânea conhecida como “A Senhora dos Animais”, cuja imagem é entalhada nas joias minoicas. Ela acabou sendo assassinada por Telêmaco, filho de Ulisses com Penélope. Outra mulher famosa que poderia ser descrita, à perfeição, como uma bruxa foi Medeia. Na mitologia grega, Medeia era a Bruxa da Cólquida e sacerdotisa de Hécate, deusa da Lua. Na mitologia desse povo, ela era também sobrinha de Circe. Medeia, filha de Eetes, rei da Cólquida, era conhecida graças às suas habilidades nas artes mágicas. Assim como Kerridwen (de quem comentaremos mais adiante), ela pos suía um caldeirão mágico. Existem histórias sobre reis e outros homens que ferveram nesse caldeirão e depois renasceram. Entre eles estavam o rei Minos, o rei Aeson e Pélopes, filho do rei da Frígia. Medeia se apai xonou por Jasão e, por meio de magia, ajudou-o a tomar do pai o Tosão de Ouro. Jasão disse a Medeia que “[sua] amabilidade certamente mos trava que ela primava pela gentil cortesia”. No entanto, quando Jasão a traiu, Medeia levou à morte os dois filhos que tivera dele e também a segunda esposa de Jasão. Medeia se casou com o rei Egeu e teve um filho dele, Medo. Ela depois se casou com Aquiles, nos Campos Elíseos, e foi reverenciada como uma deusa em Corinto, embora a sede do seu culto fosse a Tessália, a sede da magia. Medeia se tornou imortal pelas mãos de Hera, e passou a ser conhecida como “a Sábia”.
A deusa Ártemis, filha de Zeus e Leto, e irmã gêmea de Apolo, era uma das doze deusas e deuses gregos do Olimpo. Como deusa, ela
era principalmente associada à vida selvagem e ao nascimento dos be bês. Originalmente, ela era uma das grandes Deusas-Mãe, com ênfase em seu aspecto de caçadora virginal e de protetora da castidade. Como irmã gêmea de Apolo, ela é considerada uma divindade da luz – a luz da Lua, porém – e, como tal, tem sido um arquétipo influente para as bruxas. O símbolo de Ártemis é a ursa, por isso ela é associada à cons telação da Ursa Maior. Reza a lenda que essa deusa nasceu um dia antes do irmão (no sexto dia do mês de Targelião). Enquanto crescia em Arcádia, sua região favorita, ela caçava na companhia de sessenta jo vens oceânides e de vinte ninfas. Armada de arco e flechas, um presen te de Zeus, essa deusa ganhou o epíteto de Apolousa, “a destruidora” e era a divindade da morte súbita. Ártemis era venerada na Grécia e na Ásia Menor, mas principalmente na Arcádia.
A equivalente romana de Ártemis é Diana, descrita como “a eterna feminista”. Diana é a fonte do poder mágico das bruxas, que se reúnem para reverenciá-la à luz da Lua cheia. O Canon Episcopi, datado do sé culo X, condenava aqueles que “acreditavam e professavam durante a noite, para cavalgar certas bestas com Diana, a deusa dos pagãos”. Ela é a virgem bela e longilínea, geralmente retratada com cabelos presos e usando uma túnica curta – um chiton dório. Ela é frequentemente acom panhada por uma jovem corça ou por um cão. Como deusa da fertilida de, ela é às vezes retratada com vários seios. Ártemis fez da castidade uma lei severa, embora tenha se apaixonado por Oríon. Infelizmente, Apolo induziu-a, por astúcia, a atingir Oríon na cabeça. Ártemis tinha um caráter sombrio e vingativo, e muitos que cruzaram o seu caminho ou se esqueceram de lhe prestar reverência foram castigados com a morte ou o sofrimento. Ela podia, entretanto, ser amável e gentil. Também era deusa da música e amante do canto e da dança. A maioria dos wiccanos reverencia Ártemis/Diana como uma parte do aspecto de deusa tríplice da Lua e como uma deusa maternal e protetora. Ela também inspirou a tradição diânica da Wicca, de acentuado feminismo.
A Grande Deusa (…) é a encarnação do Eu Feminino que se manifesta na história da humanidade e na história de toda mulher; sua realidade determina a vida individual assim como a coletiva.
– eriCh NeumaNN, A Grande Mãe: Um estudo Histórico sobre os Arquétipos, Simbolismos e as Manifestações Femininas do Inconsciente