SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA - Edição 162 - Setembro 2022 - Contato: revisaolca@gmail.com

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DEBRASILEIRANACATARINENSEACADEMIALETRAS SUPLE MENTO LITE RÁRIO Florianópolis, SC – Setembro/2022 – No 162 – Edições A ILHA – Ano 42 Portal A ILHA: http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br DORESGATEPÃOPOR DEUSCELESTINO SACHET, POR ELE MESMO GRUPO LITERÁRIO A ILHA LANÇA ANTOLOGIA PELOS SEUS 42 ANOS NA BIENAL DO LIVRO DE SÃO JOSÉ (SC) PERDEUBRASIL PÚBLICASBIBLIOTECAS800

Pra que revolta, ódio, dor, ganância?

Não deixe que eu morra pelo nãoódio,importa quando eu vá. Quero morrer com uma flor na namão,outra mão um toque de ecriançanosolhos um sorriso teu... Paz, teu tempo é sempre, teu lugar é aqui!

Pra que a guerra?

A PAZ QUE EU QUERO

Eu quero a queroserenidade,paz,amor,asaspovoando o céu... Quero crianças correndo em meu querocaminho,ouvirrisos em todos os querolugares,sorrisos no rosto do Airmão.paz, ah, a paz... Não vá embora, amiga escorraçada, fica um pouquinho mais... Inda há crianças, por aqui, anjos Vemvoar...andandocomoanjospardos,brancos,pequeninos,negros,amarelos,quetetêmnasasas,pássarosemliberdadepelochãoparadepoisqueeutequero,paz.

Lu Iz CArLos Amor I m – São JoSé, SC

(da obra do autor na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

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Já falamos disso na edição anterior, mas o Grupo Literário A ILHA e a sua revista Suplemento Literário A ILHA estão de aniversário: completaram 42 anos de atividades neste ano de 2022. E comemoramos com uma edição especial desta revista, em junho. Agora no mês de setembro, comemoramos com o lançamento da antologia ESCRITO RES DO BRASIL, reunindo uma boa parte dos escritores do Grupo. A coletânea ESCRITORES DO BRASIL, com seis páginas dedicadas a cada autor, teve seu lançamento na Bienal do Livro de São José, no último dia 9 de setembro deste ano de 2022. Foi uma festa espetacular, reunindo escritores da Grande Florianópolis e de outros pontos do Estado: Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Tubarão, La guna, etc. Autores de outros estados, como Minas, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e outros não puderam comparecer. Nesta edição, matéria especial com muitas fotos do evento. Infelizmente não publicamos a edição de agosto da revista ESCRITORES DO BRASIL, em razão de estarmos publicando a antologia com o mesmo nome da revista, em comemoração aos 42 anos do grupo e da revista Suplemento Literário A ILHA. Voltamos com o novo sucesso editorial do Grupo Literário A ILHA no final deste ano. Esta é uma edição especial, também, do Suplemento Literário A ILHA. Esperemos que nossos leitores gostem. Escrevam o que acharam, sugiram e enviem seu comentário no e-mail revisaolca@ gmail.com. Boa leitura

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COMPLETAMOS 42 ANOS DE LITERATURA!

O Editor EXPEDIENTE SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA – Edição 162 – Setembro/2022 – Ano 42 Edições A ILHA – Contato: lcaescritor@gmail.com e revisaolca@gmail.com A ILHA na Internet: Portal PROSA, POESIA & CIA.: http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

EDITORIAL

SUPLE MENTO LITE RÁRIO

anos 80, levamos a poesia para a rua, com os Varais da Poesia e os Recitais de Poesia. Ajudamos a tornar a poe sia um pouco mais popular, numa época em que não havia internet, colocando os nossos poemas e os poemas de poetas consagrados no ca minho dos leitores. E esbarrando com a poesia, até aqueles que não a conheciam, descobriram que gostavam dela. Então, além das feiras de arte de Joinville, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, levamos o Varal da Poesia à Festa das Flores, ao Festival de Dança de Joinville, aos lançamentos de livros, aos bares, a shoppings centers, a emumtampadocomaocobriramtoatésupermercados,abancos.Emui-maisleitoresdes-apoesialerumacartolinaumpoemaesouaoouvirpoetadeclamarinusitadosluga-

Lu I z CAr Los Amor I m

O Grupo Literário A ILHA e a sua revista SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA completaram 42 (quarenta e dois) anos de trajetória no mês de junho de 2022. Nada mais justo do que comemorar toda esta longevida de e, para isso, reunimos uma boa parte dos escritores que integram o grupo e aderiram ao convite para organizarmos essa antologia, um painel da produção atual deles. É um belo time de escritores que representa muito bem a literatura con temporânea produzida pelos brasileiros, nos gêneros conto,

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crônica e poesia. Afinal, 42 anos de trabalho de divulgação da ciopolis.outratransferiu-sevinteneceuJoinvilledoucoilha,ILHAOseanos.nãodoresçãoderesleira,catarinenseliteraturaebrasi-denovosautoedesuasobras,incentivoàforma-denovosleito-edepromoçãohábitodaleiturasãodoisoutrêsEntãoháquecomemorar.GrupoLiterárioAcomeçounumaemSãoFrancisdoSul(SC),mu-suasedeparaeperma-láporquaseanosedepoisparailha,Florianó-Desdeoiní-dogrupo,lános

DOESCRITORESALITERÁRIOGRUPOILHAEOSBRASIL

res. É claro que a revista do grupo e as antologias sempre foram parceiras fortes para levar a poesia e os outros gêneros como crônica e conto aos nossos leitores, novos ou não. Não é à toa que a revista Suplemento Literário A ILHA é a publicação mais perene do gênero: quarenta e dois anos de circulação. De maneira que nada melhor do que comemorar com

mais literatura, comemorar dando uma amostra mais alentada da produção de nossos escritores. E além de reunir vários dos escritores do Grupo Literário A ILHA, aproveitamos

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a oportunidade de mais este aniversário para nossacatarinenses.duçãoatualizadoumparaelenossaqueelequelêtarinenses.daoessaSachetprofessorRendemoseporâneaçãodequeborarampessoashomenagearquecola-muitoparaonossotrabalhomostraraproduliteráriacontem-continuassechegasseatéaqui.tributoaoCelestinoededicamosantologiaaele,maiordivulgadorliteraturadosca-Éelequeosnovosautoresvãosurgindo,équepesquisaohádenovoemliteratura,équeregistratudoquetenhamospainelsempredapro-literáriadosEntãohomenagema

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este grande escritor e amigo dos escritores que é Celestino TambémSachet. homenageamos nometacaramautoresmosBraz.Queirozlamossoa,comonomescomra,cadeixarampassaramteráriojetóriaimportantesescritoresnatradoGrupoLi-AILHA,queporeleeasuamar-equeestão,agofazendopoesiaoutrosgrandesdasletras,Quintana,Pes-Coralina.Fa-deJúliodeeAracelyEnãopodería-esqueceroutrosquesedes-levandoodogrupoede

seus escritores para além das fronteiras do nosso Estado, como é o caso de Erna Pidner, nossa correspondente em Mi nas; para além dos limites do Brasil, como é o caso de Jacqueline Aisenman, que levou a nós e a nossa literatura para o Salão Internacional do Livro de Genebra, e para além das páginas dos livros e das revistas, como Célia Biscaia Vei ga, que levou nossa prosa e poesia para os palcos, transformando nossa literatura em teatro, em performances es

petaculares, em declamações personalizadas, em montagens espetaculares de nossos poemas e crônicas. A antologia ESCRI TORES DO BRASIL tem literatura para todos os gostos. É uma reunião eclética de escritores de várias idades, esti los, gêneros, cosmovisões. Porque a literatura é universal. Ela registra a vida acontecendo em tempos e espaços diferentes, gravando para a posteridade a passagem do ser humano por este mundão de Deus.

REVISÃO DE TEXTOS E EDIÇÃO DE LIVROS Da revisão até a entrega dos arquivos prontos para imprimir. revisaolca@gmail.comContato:

rosÂNGELA BorGEs - MéxICo

E é tanta chuva, tanto frio, tanta épele...umabraço perfeito, uma música bonita, uma noite, um céu, um dia!

E é tanta vontade, tanto gelo, tantas mãos!

E é tanto sonho, tanto sol, tanto ésorriso...umamúsica lenta, uma longa umestrada,grito, um doce, um aviso!

E é tanto beijo, tanto espaço, tanta estrela... é um rio azul, uma tarde fria, um passo, uma flor, uma agonia!

é um caminho molhado, uma luz umapagada,medo, um vazio, uma Eespada.étanta força, tantas caídas, tanta cilada!

E eu me sinto assim, sem chão, sem rima, sem nada!

DESENCANTO

(Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

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A FESTA DA LITERATURA NO LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA “ESCRITORES DO BRASIL”

dados os escritores do Grupo mais assíduos em nossas pu blicações – a revista Suplemento Literário A ILHA e a nova revista Escritores do Brasil - e idealizamos uma nova antologia para comemorar a longevidade e a perenidade do nosso grupo literário e da revista mais antiga. E 32 escritores se ha bilitaram, talvez uma terça parte de Grupo, e não poderíamos incluir todos, mesmo, pois daria um volume de mais de qui nhentas poderãotâneassótodossudaumaadotamosmeropouco.EumascessáriocadaumamuitoumanaleréPensamospáginas.quenãojustoparaoleitorapenasumapágidecadaautoremantologia,poisépoucoparaterideiadaobradeum;serianepelomenosseispáginas.talvezaindasejaEfoiessenú-depáginasqueeficariaobramuitomasseestivessemjuntosdeumavez.Outrascole-virãoetodossercontem

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Da esquerda para a direita, no alto: Eloah Westphalen Naschenweng., Renata Dal-Bó, Neusa Bernardo Coelho. Sentados: Sonia Pilon, Luiz Carlos Amorim, Maura Soares e Dr. Enéas Athanázio.

O Grupo Literário A ILHA e a sua revista Então,toincentivaçãoEstadodasprolapoiarsagem,que,dasemcia42literáriasanos42comramversário:fizeramLITERÁRIOSUPLEMENTOAILHAmaisumani-completa-ecomemoraram,seusescritores,(quarentaedois)deatividadeseculturais,anosdeexistên-eresistência,nenhumaajudeórgãosoficiaisdiga-sedepas-deveriaminiciativasemdadivulgaçãoletrasdenossoedopaíseadohábi-daleitura.foramconvi-

Escritores Maria de Fátima Barreto Michels, Eliane Debus, Sonia Pilon, Luiz Carlos Amorim, Maura Soares e Eloah Westphalen Naschenweng.

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Escritores Eliane Debus, Luiz Carlos Amorim, Prof. Celestino Sachet, Dr. Enéas Athanázio. plados. E é impor tante que assim seja. Queremos registrar um trecho da obra de todos os nossos escritores em volumes mais alentados, mas não exageradamen te grandes: o ideal é uma amostra que dê para saber como cada escritor escreve, como é o seu estilo, sua maneira de ver o mundo, sua capacidade de criação. De maneira que a antologia ficou pron ta e, muito a pro pósito, a cidade de São José, na tramospresso,mesmodosuaciouFlorianópolis,Grandeanun-arealizaçãodaprimeiraBienalLivro.Semnemterolivroim-ainda,en-emcontato

com a organização da Bienal e agenda mos o lançamento da coletânea ESCRITORES DO BRASIL. Então, no dia 9 de setembro, o Grupo Literário A ILHA es tava na Bienal, num espaço amplo, onde recebemos nossos escritores e leitores. Foi um sucesso, uma

reunião fantástica, uma festa literária que nos possibilitou a todos rever nossos pares, mais que isso, nossos amigos e conhecer escritores com quem conversávamos pela internet, mas não conhecíamos pessoalmente, por causa do hia to que a pandemia causou, por mais de dois anos. Um encontro meritório, com a presença de autores ícones da lite ratura catarinense e brasileira, como o professor Celestino Sachet e Dr. Enéas Athanázio. O primeiro, o grande pesqui

mais do que muito jovenzinho que não tinha um terço da sua idade, compareceram ao evento do Grupo Literário A ILHA. Foi muito grati ficante ter um pouco da queridíssima Aracely no lançamento da antologia que era, também, uma homenagem “in me morian” a mãe deles, uma das principais escritoras do Grupo, que participou desde o seu início, há 42 anos. Obrigado, Cláudia e Claudionor, pela presença de vocês, que nos deixou ainda mais felizes. É como se Aracely estivesse

so Estado. Urda Ali ce Kueger, a grande romancista de Santa Catarina e do Brasil, não pode comparecer, infelizmente. Foi uma alegria reu nir tantos escritores numa mesma obra e reunir tantos deles na Bienal do Livro de São José, para um congraçamento be líssimo. E grandes alegrias se sucederam, pois dois filhos da querida e saudosa Aracely Braz, a escritora com mais de noventa anos que participava de tudo e escrevia sempre,

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Professor Celestino Sachet, autografando suas páginas na antologia ESCRITORES DO

sadorBRASIL.

e divulgador da literatura que se produz em Santa Catarina e o segundo, o grande contista e ensaísta da nossa terra catarina, o prosador das coisas de nos -

Luiz Carlos Amorim autografando seu “O VALE DAS ÁGUAS” para a escritora Maura Soares.

Alguns escritores das fotos anteriores, e a esposa do Dr. Athanázio, à esquerda e Cláudia, filha da poetisa Aracely, à direita.

lá, também, com a sua poesia imortal e a presença valiosís sima de seus filhos. Não poderíamos deixar de contar com a poesia de Aracely nessa antologia de aniversário do Grupo do qual ela participou tão Entãoativamente.foiuma noite de festa para a literatura na Bienal do Livro de São Jo

Algumas das escritoras do Grupo Literário A ILHA com o Dr. Enéas Athanázio, um dos grandes prosadores de SC.

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e leitores de Santa Catarina. Obrigado por nos ajudar a comemorar os 42 (quarenta e dois) anos de perenidade do Gru po Literário A ILHA e de sua revista Suplemento Literário A ILHA.

sé. Agradecemos a todos os organizadores da grande realização literária, por podermos, nós do Grupo Literário A ILHA, fazer parte dessa iniciativa tão meritória, tão importante para escritores

Claudionor e Cláudia, filhos da saudosa escritora Aracely Braz e Luiz C. Amorim

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DOIS MIL E VINTE E DOIS

Faz Diasprimavera?clarosdedoer na pele, intervalos verdes, amoras, areias com macieza de talco, agudezas, sobressaltos, Cantarolamosgirassóis. músicas jamais enraizamosouvidas, versos na planura branca dos gestos. Indolentes feito panos de seda sonhamosdobrados, água de fonte, ponto emlivrebando de aves perdido na imensidão barulhenta da ealegria,sorrimos, impunes da Sófelicidade.sei,será assim, ainda. (Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BASIL)

CI ssA DE oLIVEI rA – CAMPINAS, SP

em Detroit (EUA). Iniciou por livros infantis populares, imprimindo-os em uma impressora em braile que seu pai havia feito e vendendo-os pelo preço do papel. A notícia se espalhou entre pais e professores de crianças deficientes visuais e a demanda aumentou. Eventualmente, com a ajuda de amigos e familiares, Debra fun dou uma ONG que começou a receber doações para subsidiar a produção dos comleSeedlingsparaOexemplares.nomeescolhidoainstituição,Brail-Books,temaverasuacrença

de que semeamos o amor de uma criança pela leitura lhe dando um livro. Em seu primeiro ano, a Seedlings imprimiu 221 Comexemplares.uminíciotímido, 37 anos atrás, a Seedlings já produ ziu e distribuiu mais de 600 mil livros. Metade deles são doados. A outra é vendida pela meta de do custo de pro dução de cada um, cerca de US$ 10 cada (R$ 56, aproxiAmadamente).Seedlings Braille Books também vende amuletos, camisetas e presentes em braille por meio de seu site.

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Os livros têm tanto letras impressas como em braille.

começou quando Debra resolveu se inscrever em um curso de transcrição em braile para traduzir livros para o idioma de pessoas que “leem com as mãos”, no sótão de sua casa,

Debra Bonde é uma mulher tímida que só queria encontrar um trabalho voluntário. Embora não planejasse criar uma organização sem fins lucrativos, em 1984 deu o primeiro passo nesta direção. Desde então, já produziu e doou mi lhares de livros infantis em braile para crianças deficientes visuais do mundo Tudotodo.

DOAÇÃO DE LIVROS EM BRAILE PARA CRIANÇAS CEGAS

Busco teu rosto na multidão Nos olhares de mistério que vagueiam pelos abismos Contemplo tua silhueta nos raios empoeirados da memória. Garimpo nossos sonhos nas lápides do infinito Nas teias que nos envolvem para além dos silêncios vazios Em versos desconcertantes pintados nos sinos das Naufragocatedrais. nos meus desatinos Urdindo ilusões colhidas nas Naspedrasarmadilhas de um jardim de Nossoscactos rascunhos se perdem Nos reflexos do espelho que Sobrechora as velas amarelas do presságio.

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ESTRELA AMARGA

(Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

r ITA QuEI roz – SAlVADor, BA

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Atenção, vida, está pronta minha mala Cheia de vontade, desejo e Poisesperança,nomeu coração minha alma não se cala E sigo firme na minha Voutemperança!marcarum encontro com quem me espera Num ritmo delicado e com Queropoesia.sentir cada passo, marcar a terra. Aspirar a vida, viver cada dia.

A Hora H é agora, pois também, A vida é sentida por amor e por Vem,amar! vamos com coragem viver! Passou o tempo, o ano do Querodistanciamento.chegar,te tocar e ter ver. Desmanchar a mala e me vestir de Dizemsentimento!quedepois da tempestade vem a bonança.

Espero que marque “estação Esperança”. Então o encontro marcará o fim desta viagem.

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mArLI LÚCIA LI sBoA (BUlUCHA) – São JoSé,SC

V I A G E M

Então veja o nome da estação em tua passagem.

A imaginação salpica meu sentimento Singelo, verdadeiro e confiante. Que a energia espiritual em seu Metempofaça do amor, ser sempre Pegueiviajante!carona no vento, no trem Desde muito longe, por mar, terra e ar.

(Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

os nomes que enriqueceram a cultura com romances, con tos, crônicas, poe sia, história e outros gêneros. É membro da Academia Catarinense de Letras e lecionou, também, em universidades es trangeiras. É um dos membros mais importantes do Grupo Literário A ILHA.

PASSOS NO CAMINHO DAS LESerTRASofilho mais velho de um grupo de 10 irmãos nascidos entre 1930 – 1953, em Nova Veneza, município de Criciúma, Sul de

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ESCRITORES DO BRASIL: CELESTINO SACHET

Celestino Sachet lecionou Literatura de Santa Catarina, do Brasil e também La tim na UFSC. Foi rei tor da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina e destaca-se como escritor, principalmen te no resgate e valorização da gioudoGuerradoobraspelaDoutortônomadadelosofiaUFSC;trecatarinense.literaturaÉmes-emLiteraturapeladoutoremfipelaUniversiNacionaleAu-doMéxico;emLiteraturaUFSC.PublicousobrehistórianossoEstado,adoContesta-eoutras,eprivile-oscatarinenses

O HOMENAGEADO DA ANTOLOGIA

com livros em que descreve a literatura catarinense, como “A Literatura dos Cata rinenses – Espaços e caminhos de uma identidade e a coleção “Literatura dos Catarinenses”, com quatro volumes, des de o primeiro escritor até o final dos anos 2020, relacionando

mar, túmulo do Mãe Luzia, meti o dedo na água e na boca: de fato, a água era salgada, conforme a professora Lucin da Machado Vieira, originária de Imaruí, havia jurado ser verdade, em uma das aulas ministradas, na semana anterior, no Grupo Escolar Abí lio César Borges, em Nova Veneza, onde o cronista frequentava o Curso Primário. Depois da Escola de primeiras letras , em Nova Veneza, vieram os estudos fora de casa e fora da vila natal. Em Urussanga, na casa da prima Carmela Bez Batti, depois de dois anos frequentando o Curso Complementar, foi

Santa Catarina, per mitiu conviver com gentes e terras que se molhavam com o verde-azul do Mãe Luzia, rio que, naqueles anos, desfila va vaidoso em trânsi to para o mar, depois de poucos quilômetros, para o descanso de sempre. Hoje, a pobre criatu ra sente vergonha: as águas do Mãe Luzia transformaram-se num excremento amarelado e mal cheiroso pelo car vão mineral que, em moto continuum, lhe jogam nas costas, a partir da nascente. Nova Veneza, plan tada no meio da cor rida da infeliz criatura aquática, ainda é o caminho heroico

do velho amigo de Essesempre.cronista conheceu a cidade de Criciúma, à época, sede do município que incluía Nova Veneza, aos 12 anos de idade, quando adquiriu um exemplar da revista internacional Seleções do r ea der’s Digest. À noite, lá nas casas de pedra, o jovem estudante lia, em voz alta, o conteúdo da publicação para Pa pai e Mamãe, sem pre interessados em acompanhar fatos e feitos que ocorriam fora do pedaço de terra onde éramos convictos colonos de enxada às costas. Dois anos mais à frente, ao visitar o

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carimbos nos mol des para ser e nos modos de estar. Sem contar a companhia da esposa Therezinha, frequentando o curso de Filosofia. E aí, o encontro com aulas, com alunos, com discursos e conferências! Ainda hoje! E sempre! UmProfessor!fatocurioso nessa etapa de convivências com a vida literária. Quando o cronista se encon trava na cidade de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, início dos anos 90, na condição de professor visitante de Literatura Brasileira, naquela Universidade, viviam convidando o novo professor para discursos e conferências. Intriga do com o fato, perguntou a um amigo a razão de tanta honra para tantos convites: - É que o senhor fala tão bonitinho a língua do (Ah!Brasil!Ele pensou que fosse

recebido o título de professor para o Ensino Primário.

pela originalidade do Correndoconteúdo!)em parceria com o Magistério, foram brotando ganas de escrever e publicar: primeiro, em jornais e revistas. Depois, em livros e até na FATOStelevisão.EAFETOSMeu siasmointeresse-entu pela Literatura é irmão gêmeo do entusiasmo-interesse pela leitura, que surgiu ao mesmo tempo em que ocor reu a alfabetização pelos professores Guido Costa e Lucinda Machado Vieira, na Escola Primária de Nova Veneza, lá pelo fim dos anos 30 do século passado.

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O adolescente não assumiu o magistério estadual e preferiu continuar investindo na aprendizagem. Em 1945, em Florianópolis, no Colégio Catarinense, entrou no Ensino Médio, à época denominado Ginásio e Colégio. Termina da a passagem por essa instituição, matrícula na Faculdade do Curso de Direito, não havia outro, em toda Santa Catari na. Anos mais adiante, Curso de Letras Neolatinas, na Faculdade Catarinense de Filosofia, em Florianópolis, com o professor Henrique da Silva Fontes, um mestre que plantou

que se passava pelo Brasil e pela Europa. Enquanto o adolescente ia sendo alfabetizado, atraía a leitura dos dois jornais, um em Português, o outro, em Italiano, que o neto dominava através do dialeto Vêneto, sua língua Daquelesmaterna. tempos, o jovem sempre teve, e ainda sente, total veneração pela leitura, de vez que ela era a janela para descor tinar horizontes com os quais não convivíamos na roça ou na Aoenxada!lado da primos,federais.ridadesrespeitocultivávamosescola,fortepelasauto-estaduaiseTenhotrêsnascidos

(avó) Irene, que não sabia ler nem escrever e que ensinou as orações católicas do Pai Nosso e da Ave Maria, em latim! O avô, colono, pe dreiro e produtor do vinho Veneziano, era assinante de o Jornal do r io de Janeiro, na época o mais respeitado diário do Brasil. Ele recebia, ainda, a edição dominical l a Doménica del Corriere della Sera – o Domingo, do Correio da Tarde, de Milão, diário ainda em circulação, lido de vez em quando, porque existe uma edição impressa em Buenos Aires. Os dois jornais alimentaram a curiosidade para saber o

Por uma razão nada importante para esta caminhada, vivi a infância na casa do avô, Luiz Bratti, nas famosas casas de pedra, hoje atração turística, localizada a dois quilômetros da cidade de Nova ÀVeneza,época, o avô Luiz estava casado, em segundas núpcias, por morte da primei ra esposa, mãe da Mamãe. Estava casado com Irene Crema, uma senhora de Urussanga. Acho que ela encontrou um neto especial para o marido e de filho único para a nonna

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naqueles anos trinta, com o nome de Nereu, homenagem ao çoteutendoanálisesemdoparaATORDEnense,noprimeiroRepública,tãoGetúlioouviam-seE,nadorinterventor-goverNereuRamos.pelaprimeiravez,críticasaVargas,en-presidentedaduranteoanoginasial,ColégioCatari-issoem1945.LEITORAAU-passagemdeleitorautorfoisurgin-aospoucose,até,perceber.Nadofato,enqueeleseme-navidadepeda-empedaço!Quer

e as interpretações nas quais não se dera conta, antes de tê-las jadaumaComoPOLISPARATRANSFERÊNCIAproduzido.FLORIANÓ-ogarototinhacabeçaavanta-–testa grossa , dizia-se no dialeto vêneto – a família en tendeu que ele devia continuar os estudos no Colégio Catarinense, em Florianópolis, à época, a mais respeitada insti tuição de Ensino Médio no Estado. Papai aguentou as despesas nos dois primeiros anos. A partir daí, 1947, não deu mais! No entanto o avô, Luiz Bratti, amigo do prefeito municipal de Criciú ma, Ado Caldas Fa raco, conseguiu bolsa escolar que cobriu todas as despesas

dizer, aos poucos! Na casa do nonno (avô), diziam que, muito curioso, o neto vivia metido em assuntos que não ri mavam com sua ida de. Assim, o impulso básico do futuro autor encontrou disparo inicial nos frequentes exercícios de redação que pra ticávamos na escola, a cada semana. Assim, o gurizote comportava-se razoavelmente pelo estoque de leituras que vivia armazenando com os dois jornais acima referidos. Além do mais, a professora pedia para lermos em voz alta o que havíamos escrito. Um dos colegas, o Francisco – onde andará essa criatura? – es crevia, também, pelo prazer de escrever e de colocar dentro do escrito, as novidades

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Um segredo: Só consigo escrever à mão. É que a palavra, para mim, é um ente vivo que adora brigar comigo! Ela sempre sai ganhando. E, perder, para mim, é uma vi tória gostosa!

não dizer nenhum prestígio – dentro da análise literária das respeitadas cabeças de São Paulo e do Rio de Janeiro. Hoje, meus livros entram pela casa das 40 obras, algumas em parceria, publicadas para enfrentar carência nos espa ços da Cultura Ca tarinense. A maioria das edições foi suportada financeiramente pela Editora Lunardelli, proprieda de de Odilon Lunar delli, respeitado livreiro da Capital.

nos cinco anos Daíseguintes.paramais adian te, como professor do Colégio Catarinense e do Instituto Estadual de Educação, consegui fre quentar o Curso de Direito e o Curso de Letras Neolatinas, na Faculdade Catarinense de Filosofia. Mais à frente, veio o doutorado em Literatura Brasileira, situação que abriu as portas do Magistério da Universidade Fe deral de Santa Cata rina, na própria Faculdade de NaLOGIAPRIMEIRAFilosofia.ANTO

A obra recebeu discretos aplausos pelo Estado afora, já que ela procurava difun dir as marcas da Lite ratura dos Catarinenses, ainda com pouco prestígio – para

Antologia de au tores catarinenses , de 1969, quase duas centenas de páginas,

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estão agrupados 22 escritores, entre fic cionistas, poetas, crí ticos e ensaístas. Na apresentação do trabalho, o prof. Jaldyr Bhering Faustino da Silva, Secretário da Educação e Cultu ra do Estado, afirma: Através de suas páginas, retrato vivo da cultura nanosuacomparecendodeontem,riasveremoscatarinense,desfilarvágerações:osdeosdehoje,osamanhã.Cadaumnaáreaespecífica,ensaio,noconto,críticaliterária.

O que forçou, e ainda empurra, a pesquisa

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Sachet, Evaldo Pau li, Iaponan Soares de Araujo, José Curi, Osmar Silva, Pedro Bertolino da Silva, Sílvia Amélia Carnei ro da Cunha e Theo baldo Costa Jamundá, fomos empossados nas respectivas Cadeiras da Academia Catarinense de DesignadoLetras. para, em nome dos novos imortais, saudar a Sociedade Cultural de Santa Catarina, o conferencista assim apresentou: Nosso trabalho é de conscientização a todos para que não nos transformemos em máquinas. Para que não nos robotizemos. Para que não continuemos a nos

LETRASTARINENSEACADEMIADACA-DEEm1968,oque me levou à Cadeira 15, da Academia Catarinense de Letras, foi responder sim ao convite do então pre sidente Nereu Corrêa, quando convidou novos escritores para que revitalizassem a Instituição, que andava meio mal das pernas e, pior, ainda, da cabeça. Em 18 de abril de 1968, em cerimônia no Teatro Álvaro de Carvalho, os escri tores catarinenses Carlos Alberto Silveira Lenzi, Celestino

respeitoso silêncio. Que já é um aplauso!

IMORTAL

sobre a moderna produção literária de Santa Catarina foi –e ainda ocorre, – é o inexplicável silêncio da crítica neste gargalo entre o Pa raná e o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Oceano Atlântico. Parece que não dispomos de sabedoria para fazer-nos ouvir Estado afora. Mas será sempre um grito a mais para que os surdos ouçam, os cegos vejam e os tei mosos se peniten ciem sobre este inexplicável mutismo. Temos bons escritores? Medíocres rabiscadores? Não sei! Falem mestres de nossas plagas que vossos servos vos escutarão em

clamadoorgulhohumanohumana,pordohomem-operáriooperário-homempotransformaçãonósnão-espírito.domentecreiamosdesumanizar.Nãoque,apenas,romantica-noprimadoespíritosobreooquedefendemoséadoti-emindivíduo,doemeintelectualque,acaso,écriaturaemumserquetenhadeserpro-intelectual.

se transformou em Continuofardo! frequentando reuniões como se fosse a primeira vez. Dou contribuição in telectual quando me solicitam

VIDA DE ACADÊPoucoMICO

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mudou na carreira literária depois que ingressei na Academia Cata rinense de Letras. E nunca, em circunstância alguma, o fato

escreve e quem lê, sem levar em conta graus ou níveis de Acadêmicosacademicidade.ou não, contribuímos para a valorização da Lín gua, da Leitura e das Letras, sem impor normas, formas, ou reformas. Acadêmico, ou não, de vo conviver com mil caminhos que existem para raciocinar, para escrever, para valorizar e, principalmente, para ler e Valorizarcomunicar.como? Valorizar sem impor graus, degraus, engrenagens ou degradações. Valorizar pe la convivência com o outro e não pela concorrência contra o

teráriaumaAcademiaOoualteradaabertaaduzir.queopinião-conhecido,doEdeoutrascomdoficanhopublicados.livrosdecomAprende-sedaAcademiadocomparaconferênciapalestra,ouartigoaRevista.Viajoogrupoquan-setratadelevaraparaforaIlha.muitoviagensecoletafartomaterialparaquevãosendoOcaripelaInstituiçãomaisenterneci-pelaconvivênciaescritoresdeparagenseoutrasfreguesias.dáprazer,quan-umautorrecém-solicitasobreaobraeleacabouproNessecaso,análiseéopiniãoquepodeserpeloautorporoutroanalista.primeiropapeldaégerarconvivênciali-entrequem

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grande número de seguidores enquanto vão caminhando pelas esquinas da vida. LITERATURA DE NoQUALIDADEcampoda valorização de um texto, navega uma questão feroz: O que é ser um grande escri tor ? Existem tabelas, graus ou degraus para emplacar este designativo? Existem provas

outro. O juiz de uma obra literária não é apenas o destacado professor-doutor de uma

capazesquinhosmovimentamdeçaparaveztarinenserenestomaisacadêmicoHoje,comentários.eladagarmiadeverOalgum.umaqualidadeobraleitorespeitadopresençariadevisão.deinsubstituível-americana;europeiauniversidadeounortenãoéocríticojornaloudetele-Omelhorjuizumaobraliterá-éoleitor,jáqueadeumresnúmerodesobreumadespertamaisdoqueobrasemleitormaisrespeitadodeumaAcade-deLetrasédivul-quedetermina-obraexisteequeesperaleituraedepoisdeserhábemde50anos,sinqueosdeverespedaCulturaCa-sãocadamaisumdesafiosuportarafor-(forca)dalegiãomaquininhasquebone-eletrônicosdeentreter

versatilidade de ser ou não ser literatura de qualidade, já disse em outro lugar, agora, insiste-se: tudo vai depen der de um grupo de leitores dispostos a bombardearem ouvidos, mentes, vidas e vidros, todos a proclamarem que os ca tarinenses dispõem de uma literatura que não fica atrás, nas devidas proporções, da literatura dos assim chamados Esta dos gênios DIVULGANDO!

raciocínioDentrosobredemainquestionávelinvejávelE,lorsurarboratórionanico?tor!Anhensescerratórioali?maisasuradasmensuráveis,científicas,menparachegarresultados,aqui,criativosdoqueExisteumlabo-paraconven-gregos,maraoubaianos?éumgrandeescri-BéumescritorExisteumla-paramenpresumidovadapalavra,aqui.ali,não?Aforçadotema?Odile-daoriginalidadeAsobreB?Deyz?desseousadoeinusitada

A LITERATURA CA NasciTARINENSEnaroça, inte rior de Nova Veneza, então município de Criciúma. Na casa

pesquisando e es crevendo. E espero ir mais longe! Até chegar ao cerne do mistério Deusestético!melivre virar o idoso que perdeu es se Duasdesafio!asrazões motivam e garantem a gana de produzir literatura e pesquisa: - o prazer de namo rar o que está aqui dentro e o que vem à tona, com as palavras que vão entrando no artigo que es tou produzindo; - ser leitor de si mesmo, sentir e descobrir onde estão as palavras que é preciso agarrar para dar -lhes vida, arte, beleza e Escrevoliteratura!àmão como estou fazendo agora, nesta página, en quanto vou conviven do com as palavras que saem dos três dedos da mão direita: polegar, indicador, médio. E ocorre uma caminhada gos tosa com a palavra aninhada dentro do texto.

Mas, cuidado: ela, a palavra, tem que sobreviver, após várias leituras em voz alta para sentir-lhe o ritmo e a musicalida de. Que teimosias! Que sorrisos de vitória! (Delas!) Como me deixam vaidoso quando aceitam morar dentro da frase que serve de prazer!meuconvencidoCulturanal,Porchegorar.sempre,escrever-convicção:altosileirotarinenseoDepoisdesafio!ratura:oscomeçamparaMinhaOSMENSAGEMapoio!PARAINICIANTESmensagemaquelesqueatrilharcaminhosdalite-Aquimoraodeterlidotextodeautorca–oubra-–digabemecomplenaVouescr,escrev,muito,eatémelho-Sintoqueumdia,lá!quenão?Afi-souumfilhodaCatarinense,dequetrabalhoémeu

do vovô com quem convivi na infância, nada cheirava a literatura. Nem pensar em literatura dos Acontececatarinenses!que No va Veneza, geograficamente plantada a poucos quilômetros de uma cadeia de montanhas, a Serra Geral, limita os es paços da visão. Dá a impressão de que aqueles morros, logo ali, querem correr para cima de você! Toda essa amarra ção visual cutucava o então eu-menino para conhecer mais e mais no reduzido espaço da terra em que vivíamos, pé-no-chão, arrancando das pedras a polenta nossa de cada Lárefeição!pelos anos 50 do século passado, comecei a escrever estudinhos sobre escritores. Nossos, os Comocatarinenses!ainda não se esgotou o estoque da curiosidade intelectual, continuo

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E vibra a natureza afagando os Nojardinsaconchego da atmosfera dadivosa, Plasmando campos floridos e Entrequerubins,oaroma refrescante das érosas.avida mostrando-se plena em Narealeza,majestosa beleza que envolve a terra, Ao espírito envolvido em grande tristeza,

(Da seleção do autor na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

CANÇÃO DA ALVORADA

Norteando sua existência no espaço que erra. E nesta paisagem do próprio Sobcalvárioacadência das noções de resperança,enova-se o espírito em confiança, Irradiando sorrisos em um novo cenário.

ADI r PACHECo – FlorIANóPolIS, SC

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Na manhã ridente, mágica e osublimada,inebriante contato sob doce Melodiaaroma, que a radiosa paisagem Àssomavibrações suaves na canção da alvorada.

construção, uma má quina. Ela existe como uma construção no ar, como uma tinta que não pinta... A ilusão é uma existência breve, mas possui co meço e fim, fim e coAmeço.ilusão de um cego poder enxergar à nossa maneira, de um peralta andar sem ba lanços extravagantes, a ilusão de que na hora... eu veja a hora! Sonhos. A ilusão é o externo funcionar sem o interno... A ilu são é irrealizável... Não parece que ilusão, a palavra ilusão, está sempre no futuro?... Sim... E o sonho, o que é sonhar? Você sonha muito? Sim. Por quê? Porque os meus sonhos são alguma coi sa que para muitos não é nada... O meu sonho é o meu querer de agora, é o querer que se realiza enquanto estou vendo... Sonhar, como é bom sonhar! Sonhar acordado é bom, pois só sonhamos o que que-

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SONHAR mArLI LÚCIA LI sBoA (BUlUCHA) – São JoSé, SC

remos. Sonhar dor mindo é o sonho de outra coisa que chega até Meusnós...sonhos podem chegar a uma mate rialização... Minhas ilusões... jamais! Isso tudo é programado por máquinas? É dirigido por máquinas? Sim. Não. En tão o que haverá para que eu sonhe desse Ajeito?ilusão e o sonho possuem fins, começos, começos, fins... Quais fins e começos serão Realidade.esses?Somente a realidade destrói tudo, como também pode construir tudo! A realidade é a peça central das ilusões e dos sonhos, é a luta sem armas materiais, sem guerra fria. Rea lidade é o cego que não enxerga à nossa maneira. Realidade da guerra que destrói tentando construir! Como você se sente na realidade? A má quina na realidade, Asente?realidade que nos

Recebi doses e mais doses de... ilusão. Sa beria explicar mate rialmente a ilusão que conseguimos agarrar? Ilusão. Você já permaneceu em ilusão? Sim. Mas não sabe o que é ilusão, sabe? Então explique pra você mesmo, tá? A ilusão de existir uma guerra sem armas, sem destruição, a ilusão de não existir uma guerra fria! Será que não estou na ilusão de poder achar a verdade? Sei que não estou. Por quê? Porque a ilusão é algo inexistente. Como Aassim?ilusão na imaginação, conseguimos vê-la, percebê-la tal como ela é; mas não existe materialmente como existe uma

A realidade que che ga virando nossos botões para lados que não nho,suadade.Ilusão.gar!vez,meudadequeroilusão,berga,Ah,vernho-armadilhas!tenhovamos,também!realidade!de?édodadede?Qualmarca,realidadelidade?Qualloridos,maisporcascolocá-los...queremosquetrocaporparafusosduros,fixos,docruéis...éaminharea-Qualéademinhadomeusexo?éasuarealidaQualéareali-desuamarca,seusexo?Qualanossarealida-QuerosaberaEvocê...Realidade,apareça.NãomedodesuasRealidade,nãotevergonhadelhenua!agoravocêche-hein?Querosa-ofimdaminhadomeusonho,saberareali-domeueu,doporquê...Dessaseiquevaiche-Sonho.RealiQuerosaberailusão,oseuso-querosabera

- Por que você não -existe?Porque... porque não sei da realidade de mim, de você, não sei da realidade de Conseguireinós... existir só com a ilusão, com o sonho, com a realidade de tudo? Não, porque há a realidade que eu ainda co nhecerei... Com o que mais... existirei? (Do livro HORA H)

A...ser?realidade aparece nua e crua à nossa frente, nos enfrenta de um modo ousado que nos leva à derrota, destruição dos sonhos, das ilusões, dos castelos no ar, da construção, da tinta que não pinta... Se os castelos no ar não existem, não me interessa, pois gostei de castelos... Por que iria querer um castelo? Para guardar minhas porcas, minhas peças, todas em ge ral? Se a construção flutua ou não, ela pode estar erguida com paredes sólidas ou Senão...alata de tinta não pinta... pelo menos serve, deve servir para outra coisa...

- A realidade de assim poder... existir!

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sua realidade... Por quê? Porque quero saber a nossa reali-dade...Ailusão de poder -querer-lhe...Osonhode realizar a ilusão...

tira de um ambiente mórbido, poluído pelos sonhos e pelas ilusões... O que acontece comigo? Jamais sonhei. A ilusão nun ca trouxe o meu eu a esse estado de realidade! Que estado de realidade? Ser ou não

- Sim, claro que sim!

31 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 CALMARIA ANA JANETE PEDrI – JArAGUá Do SUl, SC A calma espiga em flores E transborda pedras, Algumas inúteis Em ziguezague ligeiro A calma, qual escutelo DançandoEAEMostrarecém-formado,forçaresistênciasilenciosa.calmasorrinosilênciogrita,serena Em estames floridos. (Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

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mais conviver com esta sensação de culpa: comungo a ideia de que promessa é dívida e palavra empenhada deve ser deuinstintosfeiçõesaquelesmeninasros.cerdotesmanuseadasções,Tinhamviaminício,dastemposvelmenteresexistemdeTenhocumprida.conhecimentoqueasbonecashámilha-deanos,possi-desdeosdohomemcavernas.Noelasnãoser-parabrincar.outrasfunsópodiamserporsa-ecurandei-Maistarde,asassociaramobjetoscomdegenteaosmaternoseoquehojeapre-

ciamos e admira mos, principalmente, na vida das criannasEmdelindasfunçãomilho,naxavam-nasoulhaspanosenrolaram-nossabugospausvamto:sóastroseleRionizaçãoNoassim.Masquase-gente-viva.enologianhecimentocomodosbonecasdescreverNãoças-meninas.énecessárioaquiasdehoje.Tonóssabemoselassão.Oco-eatec-produziramproduzembonecasnemsemprefoiVoucontar.iníciodacolo-doValedoHercílio,ouVadoItajaídoNortetambémemou-lugares,haviabonecasquasedepensamen-asmeninasusapedaçosdeeatésocasedemilho,emvelhosoufodebananeirasinhame,oudei-envoltasprópriapalhadequefaziamadasroupasdasbonecashoje.temposdemilhoroças,quando

Em tempos idos visitei uma escola e uma menina que es tudava no segundo ano do Ensino Fundamental me perguntou se eu já havia escrito algum texto sobre bonecas. Não foi preciso revirar minha memória para achar a resposta: – Não, nunca escrevi sobre tido,primentodepoismesmopreitadanecasEscrevercumprieu,meninaOmacaescreversobrePrometibonecas.pesquisarobrinquedoeumacrôni-eenviá-laàtur-tãointeressada.tempopassou,acresceueinfelizmente,nãoapromessa.sobrebo-nãoéem-fácil,mastantotempodonãocum-doprome-eunãoquero

A BONECA HArry W IE s E –I NDAIAl, SC

leitores amigos. Fi quei esperando abrir e observando o movimento de carros e pessoas passando na rua. E eis que de repente passou um caminhão que recolhe o lixo da cidade. Na traseira do veículo estavam, como sempre, alguns ho mens pendurados para saltarem em cada ponto de recolhimento de lixo para o recolherem e o jogarem no fundo do baú e que, vez ou outra, acionavam um tipo de compressor para deixá-lo comprimido dando lugar a novos recolhimen tos. Pois é... foi ali que vi o inusitado, o emocionante, o belo e o mento.pordocaminhão,aberturaquecorda,vanhassuja,Umamaravilhoso.bonecavelha,comasroupirasgadasesta-penduradanumanumferroatravessavaatraseiradobalançanexaustivamentecausadomovi-Àsvezes,os

Tanto há exceções que um fato extraordinário chamou mi nha atenção, numa manhã ensolarada, no mês de maio. Foi ali que me lembrei da promessa feita há muitos anos diante de uma turma de alunos do Ensino Fundamental. Eu estava em frente ao correio de Ibirama, pois ainda não era hora do expediente, pois necessitava enviar alguns livros para

o pai e a mãe eram coniventes, espigas verdes cumpriam a missão de bonecas que tinham até cabelos. O imaginário das futuras mamães era tão autêntico como o das meninas de hoje com suas bonecas de última Masclaro).cascessidadesedam,tecnológica,geraçãoquean-falam,choramfazematéasnefisiológi(dementirinha,éháexceções.

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pacotes de lixo ro çavam nela, dando, então, um impulso fazendo-a rodar e balançar. Rodava, balançava, mas não caía no meio dos sa cos recolhidos, que seria seu fim definitivo: o Certamente,lixão.

que ainda não era a hora derradeira da quele simulacro de Elagente.vai fazer a alegria de uma criança, com certeza. Não importa se é velha e suja. Sempre há uma magia nos brinquedos de infância e velhas bonecas ficam como novas. Valeu a intenção de dar àquele ser uma sobrevida. Com certeza vai cumprir sua função eminente de boneca.

Agora, o que eu não sei é se a menina do segundo ano do Ensino Fundamental a quem um dia prometi escrever sobre bonecas vai ler minha crônica. Faz tanto tempo, não sei onde ela está; pior, até esqueci o nome dela! Mas o que me consola é que eu cumpri a Afinal,promessa.não

há outro jeito. O provérbio “antes tarde do que nunca” ainda tem sua validade, ainda bem!

em algum ponto da cidade, um dos homens do caminhão de lixo, de sensibilidade apurada, viu, no meio dos entulhos, aquele objeto dife renciado e pensou

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35 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 O TEMPO ANDrÉ GALVÃo – AMArGoSA , BA Vento manhãsfriode sol cheiro de mato caju e porhájáeodeetudoedesombrasedezembromangaNatalsilêncioefolhasárvoresjámortasumsonhovivonacabeçaaresistentevontadeserissodenovotemporilevaascoresdoquintalnasceumnovodiamuitosoutrostemposchegar eu fico aqui e olho pra trás feliz. (Da seleção do autor na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

CÉLIA BI sCAIA VEIGA – JoINVIllE, SC

ÚNICOSMOMENTOS

no quarto, podiam le var um susto ao ouvir o barulhinho na janela do sobrado...

passaram pela cabe ça. Achei que tinha quebrado alguma coisa, que alguma coisa tivesse caído no chão ou que ele quisesse algo que estava em cima do guarda-rouMaspa. ele me dirigiu até a janela aberta por ele, logo que acor dou, e disse para eu olhar para cima: - Olha que lindo, vó. Um pica-pau. Eu nunca tinha visto um de verdade. Só que ele está bicando o vidro da janela do vizinho, não a madeira... Olhei e vi que realmente o pica-pau fazia o tec-tec-tec ca racterístico no vidro da janela da cozinha. Até pensei: sorte dos vizinhos que não era

Aí ele falou para eu esperar um pouco e foi acordar minha fi lha, a tia dele, para mostrar para ela também. Depois acordou a mãe e pai também. Todos desfrutamos do momento de admi rarmos o passarinho e ver os olhinhos do meu neto brilhando, encantado com a experiência de ver um ser específico da na tureza, pela primeira vez. É maravilhoso podermos redescobrir o mundo através dos olhos de uma criança. Se ria.preguardamdofá-los,precisamosmentosaproveitarsoubermosessesmo-únicos,nemfotograpoisaslentesnossocoraçãoosparasem-emnossamemó-

Um dia desses, meu neto de 7 anos veio ao meu quarto de ma nhã, ainda de pijaminha, e perguntou se eu já estava acordada. Acho que acordei com a porta abrindo. Então respondi que já tinha acordado.

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(Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BASIl)

- Então venha ver uma coisa! – disse ele, estendendo-me a Namãozinha.fração de tempo de acompanha-lo pelo corredor até seu quarto, mil coisas me

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Visto- me de velhas lembranças junto-me às novas vivências que às vezes são puras Tãofantasias.lindas, tão belas! Imaginação solta, enfeitando a alma renascida. Há nelas uma arte de magia, um colorido que ultrapassa o pintadoarco-íris,de éapaixonados.silênciosconstrução,história, desejo e esperança guarnecida de escorrendopoesia, suavemente no ritmo da vida. é colo que acolhe, partilha que aquece, inspira palavras, faz das elealdade,saudades,umnovomundo, alinhado e sonhado.

ELoAH WEsTPHALEN NAsCHENWENG – FlorIANóPolIS, SC

VELHAS LEMBRANÇAS

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BASIL)

com a linhas a serem recortadas a lápis e cortado com uma tesoura de ponta fina. Despois se escreve a quadrinha de preferência com letra miúda, utilizando caneta de ponta fina para que não rasure o pa pel. As quadrinhas do grupo tiveram como tema a saúde.

“Ler é Viajar Sem Sair do Lugar”, chegou até nós o livro “Pão por deus”, de Lilian Magali Machado Flores. Ao ler o livro, busquei fazer uma leitura oral. Deixo minha gratidão pelas minhas fontes de oralidade, Izonete Costa de Souza e Francisca da Costa, que recitaram e encantaram com o pão por deus, explicando como era feito e como se recitava nas festi vidades açorianas. Um grupinho de crianças recriou uma tradição popular açoriana,

Ao finalizar fomos entregar no Setor de Oncologia do Hospi tal Regional o pão por deus feito pelas crianças. (Professora Mariza Abaixo,Schiochet) pão por deus de Luiz Carlos Amo rim, feito especialmente para os alunos que trabalharam

RESGATE DO TRADICIONAL PÃO POR DEUS

que se constitui de versos escritos em quadrinhas denominados pão por deus: é um cartão feito em papel de seda ou vegetal, picotado com tesoura ou estilete, contendo em seu centro de 4 até 8 ver sos. O pão por deus era paraiampelasconfeccionadocriançasquedeportaemportapedirfrutasse-cas,romãs,pãoebolos.Asrimasecantigaseramnormalmen-terecitadasquandoascriançasbatiamàporta.JáemSantaCatarinaatradição,herançadosAçores,foimaisapreciadape-losjovenssolteiros:faziamousodo pão por deus para elogiar, com muito respeito, suas pretendentes ou Asnamorada.medidas foram respeitadas: uma folha de papel de seda quadrada de 30 cm de lado, dobrado em forma de triângulo, dobrado novamente,

Através do Projeto

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qualquer coisa, mes mo que fosse apenas pão. Dado o desespero, as pessoas pediram: “Pão, por deus”. Em troca mui tos pedintes recebe ram pão, bolos, vinho e outros alimentos, dados para honrar os mortos do doador e pedir pela sua alma. Com o passar dos anos foi cada vez mais promovido pela Igreja Católica o culto dos mortos, e a tradição de reservar lugar à mesa, e também de deixar comida para os Começoumesmos. também o costume de deixar o primeiro pão de uma fornada à porta da casa tapado por um pano. Seria para honrar os mortos, mas a intenção era também beneficiar pessoas mais pobres que por ali passassem, para que tomasse a parte física para si. Assim o pão para os fieis defuntos come çou a ter a vertente de partilha com quem necessitava.

envia.QuedeusMerecemDaamadosEssesamor.ParadeusVouéNamoradosdosumdiaencantadorfazerumpãopordaraomeualunosprofessoraMarizaumpãopormeucarinho

O UmDETERREMOTO1755dosdiasmais negros da história de Portugal é o de 1 de Novembro de 1755. Neste Dia de Todos os Santos, Lisboa viria a sofrer a maior catástrofe da sua história, sendo o país todo também afetado por ela. Aí os afetados por tal tormenta foram pedir o pão por deus a quem ainda tinha algo com o que pudes se ajudar, aqueles que sobreviveram à catástrofe, tentando conseguir alguma coisa para matar a fome. Relatos contam que nos anos seguintes, nesse mesmo dia, aumentou o costume

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A ORIGEM DO PÃO POR DEUS EmCRISTÃO1756,as pessoas percorreram as ruas de Lisboa , batendo às portas e pedindo

no projeto “Pão por deus”, da professora Mariza: o Dia

do pão por deus, em celebração e agradecimento a quem tinha sobrevivido. Talvez por isso esta tradição seja tradicionalmente mais forte na região da grande Lisboa.

A ATÉEVOLUÇÃOAOSDIAS DE ComHOJEo

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A INICIALCANTIGA

passar dos anos, progressivamente passou a ser cada vez mais um peditório das crianças. No século XX, época da qual os registos são mais constantes e fiáveis, começamos a ver muito o pão por deus como a festa das Nessecrianças.dia,as crianças, de manhã cedo, iam de porta em porta a pedir o pão por deus, recebendo tra dicionalmente frutos secos, romãs, pão e bolos.

Bolinhos e bolinhós
 Para mim e para vós, 
Para dar aos finados
 Que estão mortos e enterrados À bela, bela cruz
 Truz, Truz!

A senhora que está lá

Nos anos mais recen tes, e mesmo contando alguns ciclos de menor fulgor, começou a ver-se cada vez mais como um dia em que as crian ças pedem de porta em porta doces, sendo que ainda se continua a ver alguns frutos secos.

em Portugal, embo ra com o diferencial dos poemas escritos em lindos papéis Asfiligranados.rimase cantigas são normalmente de clamadas quando as crianças batem à porta. E em alguns casos vemos que detêm estrofes de agradeci mento a quem oferta os doces, mas menos simpáticas para quem não o faz.

O saco de pano do pão por deus é muito comum em todos estes registros e, nos dias atuais, continua a existir, sendo que com a Internet te mos visto muitos pequenos negócios a vender até

visãonospularfoqueUmPORTUGUÊSTRAVESSURAOmesmos.personalizadasversõesdosDOÇURAOUdospontosdeendaculturapoamericana,quechegapelatele-eInternet,éo doçura ou travessura, do dia das bruxas. É engraçado, no entan to, ver que algo semelhante existe tradicionalmente registrado

Esta casa cheira a unto

território, algumas va riações do mesmo.

Na Estremadura é conhecido, muitas vezes, como o “Bolinho” e a tradição é dar bo los festivos especial mente confeccionados nesta época do Desdeano. a tradição céltica, passando por to das as tradições cris tãs, o pão por deus é, neste momento, uma festa do povo e,

Faz favor de s’alevantar

mais que tudo, das Comcrianças.ou sem máscaras, com ou sem Halloween, o pão por deus veio para ficar e até que tem volta do a crescer nos últimos anos. E é mais uma bela tradição de DizemPortugal.os que man jam do assunto que o costume veio do Arquipélago dos Açores e da Ilha da Madeira,

Aqui mora um espantalho.

VARIAÇÕES AO LONGO DO PAÍS

Esta casa cheira a Aquibroa,
 mora gente boa.

dentro

Pra vir dar tostãozinho.um

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A RESPOSTA NAS CASAS EM QUE SÃO DOCES.OFERTADOS

E A OSPARARESPOSTAQUEMNÃODÁ

Sentada em um banquinho

Esta casa cheira a alho

Em muitas outras re giões do país o PÃO POR DEUS é celebrado. No entanto existe, ao longo do

Esta casa cheira a vinho, 
Aqui mora um santinho.

Aqui mora algum defunto.

é uma “tradição arraigada” ainda hoje, porém é “circunscrita aos jornaleiros” que, “pelos santos”, isto é, no período que prenuncia o Dia de Todos os Santos, “solicitam uma dádiva aos fregueses e assinan tes”. Foi o que afir mou o Dr. Francisco Carreiro Costa, folclorista micaelense que, em visita à Santa Catarina, reconheceu a sobrevivência da tra dição distinguindo-a, no entanto, daquela praticada em sua

terra, onde não se lhe dão o formato de coração. Guardadas as diferenças, o que de semelhante existe, lá e cá, é o obje tivo: o pão por deus é essencialmente o mensageiro de um pedido de esmola escrito em papel artisticamente recortado por mãos inspiradas, com extrema perícia.

lugares onde se desenvolveu a tradição de recortar papel até deixá-lo filigranado como uma fina renda para depois escrever, em seu centro preservado, uma mensagem pedindo um ajutório ali marcado como “pão”, riqueza essencial, pelo amor de Deus!

Em Santa Catarina as mensagens assumiram um tom peculiarmente poético, ain da que feito de rimas simplórias, de caráter romanesco que, ao olhar do cientista Seixas Neto, o aproxi mariam das Cantigas d’Amor e Cantigas d’Amigo do cancioneiro da Idade Média (in: Maria de Lourdes Monteiro).

“Quando abrir este Abraenvelopecom todo Dentrocuidadodele acharás Meu retratado”.coração (verso anônimo)

42 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

“Pão por deus fiel com deus Bolinho no saco, Andai com Deus”. Na Ilha de São Miguel, o pão por deus

ELIANE DEBus – FlorIANóPolIS, SC

Em pequenos goles Na poça cinza d´água Debica o passarinho o orvalho da manhã. o buraco no asfalto é cálice do Napassarinho!poçad´água, acrescida pela banha-sechuva, elegante o passarinho. Vestido de penas coloridas Prepara-se para os festejos da Cruzamanhão céu o passarinho Bailarino em disparate no borbulhar dos sons urbanos. Passarinho sem ninho Voa incessantemente Não tem pouso de chegada Nada lhe aguarda. (Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BASIL)

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DAS URBANIDADES ALADAS

APELIDO

espalhou e não te ve dificuldade para vender tudo, assegurando que se tratava de produto de primeira. Quando a mulher voltou com as compras, na boca da noite, ele já mateava em frente ao lago, lavado e de roupa trocada, com o dinheiro bem guardado no fundo do baú.

ENÉA s ATHANÁ z I o –B A l N . C AMB or I ú, SC

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Quando Amadeu notou que o cachaço estava doente e nada o salvaria, uma ideia má lampejou na sua cabeça. Aquele enorme porcão branco lhe custara muito ca ro, um investimen to equivalente a inúmeras horas no cabo da enxada, e não poderia ser assim jogado fora por causa de um azar de peste que quase nunca atacava por ali. Com o olhar perdido no horizon te, amadureceu a ideia e se convenceu de que agia certo na defesa de um bem adquirido com tanto esforço e que estava pres tes a perder por pura falta de sorte. Pesou os prós

e contras, as van tagens e os riscos, e se decidiu. Faria a coisa bem feita, ninguém ficaria saNobendo.dia tantessa.outrovoadorumoubarcoudagouparabrancosços,emnepoismuitogrouarrastado,parala,nolherenquantoseguinte,amu-foisefornecerarmazémdaVi-puxouoporcãoomato,meioelásanecarneoucomcuidado.De-colocouacar-rosada,divididagrandespedaemdoissacoseoslevouacanoa.Apa-osvestígioscarneação,em-nacanoaeparaopo-doLeão,noladodarepre-Empoucosins-anotíciase

Na tarde do outro dia, um domingo de calor, quando des cansava estirado na cama, ouviu vozes na frente da casa, coisa que não acontecia naquele ermo onde mora va. Com os cabelos engrovinhados e ajeitando a roupa, andou até a porta e espiou para fora.

Se você conhece Corupá, vai gostar de relembrar e rever as belezas da cidade. Se não conhece, vai gostar de conhecer as belezas do Vale das Águas.

dela, denuncian do que se tratava de animal Passoumaucriminando-oprópriadasexaltada,çõesasenquanto-sero,restituirrecursoção,Dianteconsumo.imprestável“inteiro”,paraodasituanãoteveoutroanãoserodinhei-desmanchando-emdesculpas,ouviamaioresxingadaquelagentereforça-pelasdesuamulher,re-peloserviço.váriosdias

45 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

(Da seleção do autor na ESCantologiarITorES Do BrASIl)

enfurnado em casa, carregado de vergonha, e por muitos anos não teve coragem de pisar no povoado do Leão. Mas o pior mes mo foi que seu nome de batismo caiu no Cachação!últimoquealcunhasubstituídoesquecimento,porumainfamantecarregouatéodeseusdias:

O livro O VALE DAS ÁGUAS, seleção de crônicas sobre Corupá, a Cidade das Cachoeiras, com muitas fotos e cores ilustrando os textos, está à disposição, na Amazon. Veja no link https://amz.run/4LtO .

Mal pôde acreditar no que viu. No pátio varrido a capricho pela mulher ajuntava-se um mundão de gente, se assim pode ser definida a escassa população do Leão. Armados de picapaus, garruchas, foices e machados, os compradores da carne exigiam desculpas e a restituição do tidoassar,sosExplicavamdinheiro.furio-que,nahoradeumcheirofésedesprendera

46 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 LAVRADOR BRASILEIRO EDLTrAuD z I mm ErmANN Fo N sECA – INDAIAl, SC Corpo suado, exausto: Mãos doridas, calejadas Pelo cabo da enxada dura. Queimada de sol Tua pele lTePelaAquaseMasTudoMuitoMuitaChoveu,DaNuncaDaPelosCansado,morena.desanimadojurosbancários,dívidaqueseacaba,poucacolheita;nevouáguasoldestruiu.tucontínuas,semforçaslutainglóriaterraqueviunascer,avradorbrasileiro! (Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

A BABACADOQUESTÃOESCRITOR

A gente precisa trabalhar melhor a questão do escritor babaca. É assim: o sujeito vai lá, escreve uns livros, fica "famoso" (famoso entre um nicho da sociedade que é des se tamanhico assim, que são leitores de literatura, ainda mais de eletedemonstraantigos,eventoesbarrãocumprimentá-lobabacaautorDáessasdocomdograxareinventoudecontemporânea),literaturaeele,repente,pensaquearoda,pôsnasengrenagensuniverso,conversouDeusesabequan-omundoseacaba,coisas.prasentirquandoojásetornouumquandotuvainum(narua,numdeautomóveisnafeira)eelealegremen-quetujásabesquemé:nome,sobreno-

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me, livros e prêmios que ganhou. Daí que ele faz aquele gesto de Papai Noel em época natalina: te senta no colo dele com indiferença, pressa, só querendo que tu saias dali para que outra criança sente naquele colo gostoso e confortável. De amigas e amigos es critores vêm as histórias: de quando se cruzaram no elevador e foram ignorados, de quando o autor respondeu indignado a uma pergunta de um lei tor num evento, de quan do, questionado por uma jornalista, outro autor disse que não responderia porque a pergunta era Euruim.sei, eu sei: ter nosso nome na capa de um livro, depois ter nessa capa um prêmio estampado, depois ter nosso livro comentado num jor nalão, tudo isso é sedu tor pra cacete. Mas não se enganem: o grosso do mundo não sabe quem a gente é. Sabe o que cura isso? Andar de ônibus, de trem, de metrô - quan do o grosso do povo está no vai e vem do trabalho. Ali, meus caros, minhas

caras, ninguém dá a mí nima para nossos livros, nossos prêmios, as falas daquele evento internacional, nossa entrevista para as revistas x e y. Dito isso, só posso con cluir argumentando que já fui reconhecido até usando máscara, e quando o sujeito perguntou se eu era o Marcelo Labes, eu não pensei em literatura. Pensei: ou é caso conjugal do cara que pergunta antes de atirar, ou é oficial de justiça vin do entregar intimação, ou é um desafeto antigo de quem já me esqueci. Assim, não se esqueçam: vocês são importantes? São. Mas vocês não movem o mundo e não têm o direito de ser babacas. Eu também não tenho. Ninguém tem. E se estiver escrito em algum lugar que é o con trário, por favor, vamos lá revisar esse texto - porque uma das coisas que falta à literatura brasileira contemporânea é revisão e reescrita, então podemos começar exa tamente por aqui. Dica gratuita de sábado. Aproveitem!

MArCElo lABES –FlorIANóPolIS, SC

Um dia com tanto azul vai trazer a nossa ida para o Ficoalémimaginando que sabedoria é queessaprograma a vida com tanta Entremaestriatantos prazeres nos deixa viver esquecidos do fim.

Festeja hoje os teus sonhos Amanhã é tempo de dormir Ele não te deixa acordar Para ver o amanhecer Nem saber que atrás do sol, a morte está Ela é certa Vem um dia desses nos Podesurpreenderserderepente ou não

FIM HILDA CHIQuETTI BAumANN – IBIrAMA , SC

(Da seleção da autora na Antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

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Nasci em meados de dezembro, quando o sol apontava o meio do céu no signo de sagitário. Minha mãe diz que passou muita fome até o momento de eu nascer (as 12h30min) e por isso, talvez eu seja tão gulosa. Mas minha fome real sempre foi de vida, de aprender coisas novas e instigantes, de conhecer pessoas diversas e de ir construindo elos. Na cidade onde

CATARINENSENANASCIDACENTAUROUMASERRA

KAr INE ALVE s r IBEI ro – GASPAr, SC

para que não saís se do círculo, ofendendo ou chovendo sobre mim nasceucarNuncamesmodilacerado,Mesmodescalços,mesmoamarradas,mesmohumilhantes.palavrasPorém,comasmãospensei,comospésandei.comopeitosonhei,violada,criei.sedevebrincomquemjácomfome.

(Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

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Visite o Portal PROSA, POESIA & CIA. do Grupo Literário A ILHA, na Internet, http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

nasci faz muito frio e, assim sendo, aos quatro anos de idade toquei a neve pela primeira vez. Lembro-me do azul longo sobre a rua de terra à noite, dos flocos caindo e da alegria ao juntar as estrelinhas de gelo para fazer um miniboneco de neve. A frieza nas mãos e o coração quente me fazem poder tocar a pureza da minha alegria daquele dia. Tentaram tirar essa pureza de mim, cercando-me

Gratidão é um sentimento Que cala forte o coração, Manifesta a humildade, Traduzida na emoção. Um olhar de compreensão, Ilumina os pensamentos, Que revelam ao Universo os mais belos sentimentos. Entre gestos de ternura E manifestos de esperança, Há um tanto de formosura, Que aos Céus apontam Emanandolembranças,a gratidão Com notas do coração!

LorENA zAGo – PrESIDENTE GETúlIo, SC

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(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO GRATIDÃO!BRASIL)

Aqueles são seres com 4 patas. São duas para andar e duas para agarrar. Ficam com metade do corpo fora d’água e, caçando ventos, vigiam o movimento das marés e do peixe enorme, que vai e vem, devorando cardumes. Daqui, pers cruto a vida, com minha tenra carne, ora enterrada na areia, ora me expondo, ao ritmo das águas no seu balan çar. Não tenho exatamente um rosto delineado nem conduto auditivo, o que tenho é uma classi ficação na taxiono mia daqueles, os de quatro patas, as de andar e as de agar-

m A r IA DE FÁTI m A BA rr ET o MICHE l S – lAGUNA , SC

rar. O que tenho mesmo é um vínculo, com o universo, ou seja, simplesmente faço parte. Isto é tudo, o per

águas.investemteiasbrados,correndotoenormepercebemQuandotencimento.aquelesopeixebemjun-daprainhasaemsoltandosegurandoenormes,quesobreasMuitosgri-tamquandopuxamospeixesquevempulando.Aquelescortamospeixes,assam,comem.Sorriem.Ontemumbichodelongobicoeasasmuitobrancasdes-ceudocéuedeuumarasantenami-nhadireção.Enfiei--meterraadentro,

desta vez foi por pouco que não sumi para sempre, no seu Minhasorriso.vidaé assim, perfeita! Levando minha concha, me enterrando e vindo à superfície, ao sabor da lei, à serviço de RepartoNetuno.os dias, o tempo e as águas com todos, inclusive com quem jamais saberá que existo, inclusive os moradores de Pasárgada e até de Liliput! Reparto tudo, sobretudo, com aqueles daqui, os que correm aos gritos, com garras que se guram teias, as de encantar peixes. Na verdade eu passo dias e dias abraçando os tatuíras

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IFÁROSÁRIO-DE-(*)

(*) Rosário-de-IfáEspécie de colar de búzios lançado, pa ra interpretar divinatoriamente. (Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

distraídos. Com minha rádula vou gastando pacientemente sua carapaça até alcançar sua carninha, para sor ver a vida que Deus lhes deu. Sorrio. Sem nenhuma sofisticação além da casa própria, minha maneira de ser no mundo é sen do ou estando, sei lá! Não faço história, na verdade não conceituo e não me chamo João, nem DeusMaria.é bom. É per-

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lugar de honra no Dependendorosário-de-ifá! do terreiro, serei buzo-macho, ou buzo-fêmea, e minha concha mostrará muita coisa, para quem souber ler!

feição. Se quiser vê-lo venha até aqui nos Molhes da Barra e fique aínumneQuandodoriso.çaali,Deusção,tainha,enchertogrande,Quandodisfarçadamente.olhando,opeixefalodoboaquidaLaguna,obuchodeprestaaten-elesorrirá.estáali,bemolha,nadentudobicho.Nosor-Nagargalhadaboto!minhacar-virarsorriso,buchodessesdomundo,terei

MArIA lEFEVrE – rIo DE JANEIro, rJ

PoistotalidadeSabesbrancoEumadeiraFostetudo.Desentimentos...Conhecespensamentos,osmeusmimsabespraticamentedaminhaavó...ésdemaciça...tereformei...hojeésdelaqueado.ametade...não!Adaminhamissa,àminhavida,hámuito

MEU CRIADO MUDO

Meu fiel e amado criado mudo, Já leste todos os meus

estás agregado.

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Já me viste sensual, em noites de paixão,

Já me viste, chorando saudades, largada no chão... Privas diariamente da minha Masintimidade,nadadizes... discreto, preservas nossa cumplicidade. Tuas gavetas guardam muitos dos meus segredos: Meus rascunhos, meus escritos mais Meusbisonhos,rasgosde bravura e também meus piores medos... Meus amores, minhas fotos, meus livros, meus sonhos. Vez ou outra enxergo, em tua gaveta aberta, Um sorriso parceiro, quando me vês animada...

(Da seleção da autora na Antologia ESCRITORES DO BRASIL)

Tantas vezes calado, varas comigo a madrugada, Quando me sinto só, triste, abandonada e incerta. Vez ou outra, acordo com um livro por perto, Aberto, justamente, em uma poesia animadora, Sobre a cama vazia, em dias de pleno deserto, Quando minh‘ alma está solitária e sofredora. Meu criado mudo, és meu amigo, meu companheiro Discreto, caladão... por ti tenho grande apego. Não te vendo por nada, por nenhum dinheiro, Pois me dás a sensação de paz, apoio e aconchego.

INCERTEZA IA TErEsA FrEI – CUrITIBA ,

ouço uma voz Que me Surpresa,descreve.guardoas palavras No meu oNãoConheço-me?QuestionoTristonho,âmagoencolhido.oquesouseimais.espelhomostraminha face

mAr

Pr

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Aquela que vejo diariamente Serei eu?

A resposta está nos meus Nasgestosminhas palavras, ações, Aatitudes.reposta está em mim Como eu fui Como eu sou e serei Com lacunas, falhas e erros Com acertos também Sou Quemeumais poderia ser?

(Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

rE

a dois

ANTES / DEPOIS

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mAurA soArEs – FlorIANóPolIS, SC

...Antes, no banheiro duas escovas no pote sobre a doispia sabonetes dois cremes dois

...Depois, a partida uma só escova uma só toalha um prato só um par só de talher; ...Depois, uma só solidão. (Da seleção da autora na antolo gia ESCRITORES DO BRASIL)

momentosumumdois...Antes,doistalheresdois...Antes,duasxampustoalhasnamesapratosparadoistiposdebebidanacamacorpossóamorsódesejodevolúpia

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CULTURALPARALELO

NEUSA BEr NAr Do C o ElH o – PAlH oçA , SC

A inovação da Semana de Arte Moderna reflete na sociedade ao trazer uma nova visão sobre os processos artísticos. O sapassadora.plásticasraolharmodoformaçãopapel.ousadoservarciclar-EducarPro-CREP-Criar-RezaçãogemporriopensarnaSãoturaisdasdesenvolvimentoatividadesculocorridasemPaulonasema-de1922mefaznumcená-dasartescriadasmeiodareciclaeconscienti-ambiental.A-ePre-éumprojetoafazeresseAtuanatrans-dolixo,dealançaruminovadorpa-apoesia,arteseliteratuArupturacomoseexpres-narenovaçãoda

linguagem que bus ca a solidariedade, a experimentação da liberdade econômica e a criação. Expressa a certeza de que os materiais re cicláveis são fontes de renda e sustento para muitas famílias, por meio da criatividade. O burburinho causado na Semana da Arte Moderna é, na coleta seletiva, o barulho das caçambas que chegam atulhadas de reciclados, para a alegria dos trabalhadores no gal pão. Separar plásti co, metal, alumínio e papel; realizar o enfardamento dos materiais e reciclar óleo para usina de biodie sel, representam a nova vanguarda. Essa nova linguagem atrai turistas, institui-

ções escolares pú blicas e privadas, artistas e outros públicos admiradores da arte da transformação. No projeto, as tendências artís ticas florescem nos resíduos sólidos ao adquirir valor comercial com o brechó ecológico de “Con sumo Consciente”. Na “Feira do Cacareco”, tudo se aproveita e se troca dando nova destinação aos objetos e biental,educaçãozerAcommodaosCostura”,ticas.representaçõesintensosrais,simosumavilpelamicasveitamentoAzulejos”,cinarejeitados.elementosNa“OfideMosaicodeoreapro-decerâ-descartadasconstruçãociofertaaopúblicogamadebelís-quadros,mu-vasos,todosdecoloridosepoéNa“Oficinaderecicla-setecidoserecria-seemharmoniaformasecores.inspiraçãoparafaarte,comfoconasocioam-provémdo

Na semana de feve reiro de 1922, destacaram-se artistas e articuladores do movimento; hoje, os protagonistas são os trabalhadores, ta lentos anônimos experimentadores de outras estéticas; saíram do lixão para o galpão, preservam o meio em que vivem e sublevam as coisas do homem ao sagrado. A arte de reciclar é a poesia transformada, são anseios e virtudes, quiçá instru mento de paz entre as nações. Esse paralelo cultural é meu “Olhar Feminino entre Letras e Tintas” o qual defendo ser alinhavado e cada vez mais implementado pela sociedade para irmos além, e gerar outros movimentos a exemplo deste e daquele ocorrido há 100 anos na Semana da Arte Moderna. (Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

biente. São oportunidades de trabalho que proporcionam o sustento para várias famílias, inclusive haitianos, micos,ex-dependentesressocializaçãodescendente,da,desprovidasmulheresderen-populaçãoafrodequí-entreoutros...

57 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

lixo que seria descartado de forma ir regular na natureza. É a matéria-prima a gerar o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. Enfim, são valores agregados a valori zar o trabalho manual e, preservarsobretudo,omeioam-

58 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 NANO UM -14 PINHEIro NETo – FlorIANóPolIS, SC Poemar ausênciaeplanigrafammasturbamE,semaodifamamestupramFalsosatotransformouhojeemmentira.poetasalínguaagramáticasomdetrombetasnexo.aoinvésdesexo,overbooversocomprovamdenovodeplexo. (Da seleção do autor na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

DIZIMADOPASSADOQUEIMADAS,MEMÓRIAS rENATA DAL-BÓ –TUBArão, SC

de História

dedosmilquesadelasdetadaanosnhapais.visitá-lomenteLembro-mecana,Constituintemeira1889,brasileira,goudeliadeanteriormenteBoatóvão,Paláciotransferidosaros”.madapopularmenteNatural,cha-"CasadosPás-Em1892,foiparaodeSãoCrisnaQuintadaVista/RJ,queserviuresidênciaàfamí-realportuguesa,1808a1821,abriafamíliaimperialde1822aesediouapri-AssembleiaRepubli-de1889a1891.perfeitadequandofuicommeusAcreditoqueti-emtornodedezefiqueiencancomacoleçãomúmias.UmaeraaPrince-egípciaKherima,tinhacercade2anosetraziaosdospéspra-

Museu Nacional, Rio de Janeiro.

Costumamos ouvir que o brasileiro não tem memória, que somos um povo desmemoriado. Diante de alguns retrocessos que estamos viven do atualmente e pela deçãosentimentosibilitandosevosondede,riacristalizartos,arquivosmória,Oscordar.ria,osdosdesconsideraçãogovernantescomlugaresdememó-nãohácomodislugaresdeme-comomuseus,emonumen-nospermitemamemódeumasocieda-deumanação,gruposoupo-seidentificamoureconhecem,posexistirumdeforma-deidentidadeepertencimento.

59 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

Nos últimos seis anos, o descaso com a memória e o patrimônio nacional, nos fez perder três lugares de memória im portantíssimos para a história brasileira: Há quatro anos, o Museu Nacional virou cinza, queimando 200 anos de histó ria e um acervo de mais de 20 milhões de itens. O museu era a mais antiga instituição científica do Brasil que, até setembro de 2018, figurou co mo um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Fundado em 1818 por Dom João VI, o Museu Nacional foi instalado inicialmente na Praça da República, no Rio de Janeiro, re unindo o acervo le gado da antiga Casa

a língua portuguesa escrita, falada e cantada em um espetáculo imersivo de som e luz. Que felicidade poder revisitar e po der levar meus filhos para fazer um mergulho na história e na diversidade do idioma falado por 261 milhões de pessoas em todo o mundo. Esses lugares de memória, que viraram cinza, são o coração vivo da memória. E por que é tão im portante mantê-los vivos? Respondo citando a historiadora Emília Viotti da Costa: "um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado." E acres cento: Um povo sem memória é um povo sem cultura e identidade. (Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

Museu da Língua Portuguesa

Eparamemóriabrasileiro.amuseu,naanostinhamdedina,ficatecadomentosdevoscomodalhãoano,háOutroselhostempoInfelizmente,intactos.nãodeudosmeusfi-conheceremes-tesouronacional.incêndioque,poucomaisdeumpôsfimaummidedocumentosantigaEmbrafilmeroteiros,arqui-empapel,cópiasfilmeseequipaantigos,foiogalpãodaCinema-Brasileira,quenaVilaLeopol-naZonaOesteSãoPaulo.Algunsmaisde100eseriamusadosmontagemdeumparacontarhistóriadocinemaMaisumaqueimadasempre.oterceirolugar,que

ticamente

60 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

visitei poucos dias antes de ser destruí do pelo fogo e vai ficar para sempre na minha memória, é O Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em março de 2006 e incendiado em dezembro de 2015. O museu, que fica na Estação da Luz, um dos principais prédios históricos em São Paulo, foi reaberto no dia 29 de julho de 2021. Felizmente teremos novamente um lugar para celebrar a língua como elemento fundador da nossa cultura. Uma das experiências mais emocionantes que tive no museu foi a Praça das Línguas, uma espécie de ‘planetário do idioma’, homenageando

Perder teu sorriso, teu abraço, a melhor emoção

Perder o abraço mais esperado o olhar de azul sereno dos olhos teus

A melhor sombra para as tardes de Perderverãoo

A melhor inspiração, a melhor Perdermotivação.ocaminho de ida, o caminho de volta o silêncio de teu olhar como Perderresposta…meu

A essência de tua bondade e teu amor o paraíso de tua companhia. Perder meu elo de amor maior Perder um pouco de tudo e muito de mim mesma Perder tanto de tua sabedoria, tua alegria

chão

A beleza do reencontro e o desejo de retornar o som de tua harmônica, ao Comolonge, o mais belo poema, a mais bela canção…

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

61 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 PERDER

A sonoridade de tuas palavras Tuas rimas, teus contos e velhos ocantosencanto de teu sorriso Teufranco…jeito humilde de ser pai e Sempreamigo o melhor abrigo

a melodia da tua palavra Tua sintonia entre o tempo e a Perderlembrançatuas palavras de Teusesperançarelatos sobre nossos Aimigrantes,belacultura, tradição, luta e Guardadosvitória em tua histórica Passagensmemória… do pensamento, passagens do tempo lembranças do coração, memórias da alma, Memórias do tempo, alma do tempo…

Perder o ritmo de teus oensinamentos,caminho,aluz de teu olhar E todo sentido que o verbo amar pode Perderexpressar…oritmo,arima,

sELmA FrANzo I AyALA – JArAGUá Do SUl, SC

Perder a luz que ilumina meus dias mais escuros

porto seguro, a calma do mar, o mais belo sonho, o mais belo luar.

OS SONS E AS FOLHAS OUTONODE

62 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

Da minha janela é possível ouvir o canto alvoroçado dos passarinhos, pulando entre os galhos, numa harmoniosa sinfonia. Ao fechar os olhos por al guns instantes, é pos sível perceber com um apuro maior a delicadeza dos acordes. Com certeza é a maneira graciosa que as aves canoras nos presenteiam ao comemorar a chegada do outono e o retorno tímido do sol, ainda par cialmente encoberto pelas nuvens.

SÔNIA PIloN – JArAGUá Do SUl, SC

uma

As árvores “trocam a roupagem”, soltam as flores e as folhas mu dam de tonalidade, passam do verde para o amarelo e depois para o cinza. Cansadas de enfrentar os intensos raios solares do verão, chegou a hora de se despirem das antigas folhas e abrirem espaço para as novas folhas que virão. Assim se desenrolam os ciclos da vida. O contorno das árvores se transforma em um grande tapete bicolor. E quando chove, esse “tapete” tecido pela natureza ganha uma envernizada,aparênciaperceptí-

Já estava com saudade daquele frescor reconfortante. Sentia falta daquela sensação de sopro suave dos ares outonais. É certo que, com as mudanças climáticas, as quatro estações deixaram de seguir o calendário, e que o calor aparece rá repentinamente em diversos momentos...

vel principalmente pe los que caminham por uma via arborizada. Nessas horas, prestar atenção aos detalhes faz toda a diferença. E nos dias em que o vento outonal sopra, caminhar por esses lugares também nos permite ver as folhas voando e se espar ramando pelos quin tais e ruas. Pode ser um momento poético (ou desesperador, aos que correm para pegar a vassoura...). Mais uma vez é a natureza se manifestando, sutilÉmente.aestação que nos convida a sermos introspectivos, reflexi vos, quando muitos começam a ficar mais entocados em casa, estudando, planejando, avaliando os próximos passos, as escolhas e as renúncias. É a época em que, jamais, se deve dar espaço à melancolia... (Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

O outono chega trazendo as primeiras massas de ar frio em solo meses.focantebertandoamenizandocatarinense,enoslidocalorsu-dosúltimosParamuitos,

despedida bas tante aguardada.

TÚNEL DO TEMPO

TAmArA z I mm ErmANN Fo N sECA – INDAIAl, SC

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

63 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

Próximo às nuvens Cortando montanhas Viajando pela história Atravessamos a Mata Atlântica Em êxtase, olhávamos atentas ora para o horizonte que se oabriarapara as formas da mata ora para as casas, devoradas pelo tempo, Dos operários que dedicaram Suas vidas para a construção Desse

ENosSorrimosConhecemosoNoVoltamosNossoAoCadaCruzávamosoCachoeiras,patrimônio.rios,pontescheirodanatureza,aSerradoMar!detalhenosinebriava.apitodotremsangueferroviáriofervia!asercrianças!tremdeCuritibaaMorretesuvimoshistórias,heróisencantamosrejuvenescemos!

nho, olhos abertos, expressão descan sada, e quando o deixei, depois que esfriou, fiquei procurando por ele, mas nenhuma respos ta me satisfazia. Ele não tinha virado uma estrelinha, nem tinha ido para o céu dos cachorros, mas ontem soube para onde foi: viajou para dentro do meu coração e ali vai ficar enquanto eu viver. Em algum

ur DA ALICE KLu EGE r – PA lH oçA , SC

64 Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42 DIÁRIO PANDEMIADA –03.05.2020

Ontem fiquei pergun tando a Zorrilho e Tereza: “Cadê Atahualpa? Onde está Atahualpa?” – e então a resposta veio nítida e clara, e eu soube aonde ele es tá: dentro do meu coração. Chorei muito, então – choro ainda, um choro de muita doçura, por, afinal, saber aonde ele está. Estive com ele como se ainda estivesse vivo, quenti -

momento futuro vou receber suas cinzas, mas isto é outro assunto. Vou ver a live dos Galãs Feios (youtube), agora, para ver se melhoro. Esses meninos dos Galãs Feios precisavam saber o quanto estão me ajudando. (Da seleção da autora na antologia ESCrITorES Do BrASIl)

E com nova aurora em Aesplendor,lembrança do primeiro amor Me embriaga em doce alento. renovado, planto rosas e Ecaméliasnoraiar de nova primavera Vou colhendo as flores do Ecaminhonasnoites vou colhendo estrelas.

Abro a janela para um novo dia numa manhã de sol e muita luz, com a passarada num trinado Embevecidotriunfal. no afago do seu Foge-mecanto a alma com tamanho Eencantoavanço o azul do céu a revoar. A luz que minha janela invade Aperta no coração uma Massaudade,quero abandonar horas Querosombrias,esquecer de tudo.

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

UM NOVO DIA ArACELy BrAz

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porque a minha mãe sempre foi uma pessoa que lia”.

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YASMIM EBlE –JoINVIllE, SC

LEITURASOCIAISDEVOLUNTÁRIAMARIZA,PROJETOSDE

las Artes. E, foi na escola, por meio das aulas, que Mariza viu nos alunos seus principais aliados para disseminar a arte da leitura para as

GratidãoemQuandofalam,ohaviaumdoraumado“LerOVOLUNTÁRIOPROJETOINÍCIOpessoas.DOprojetovoluntárioéviajarsemsairlugar”iniciouemépocadifícilpa-aprofessora,quan-amãedescobriucâncer.“Eununcaconvividocomcâncer.Aspessoascomentam,perdeumaparceiratudo,masganhaumAnjo.,mãeportudo.

A família frequentava a igreja em Corupá, onde ela nasceu e passou sua infância. Todos sempre foram envolvidos com a arte e a leitura. “Quando você está nesses espaços, você sempre é colocado na frente pa ra falar, dar palestras, fazer teatro. Você está em contato com essas práticas”, explica. O pai, por exemplo, sempre participava de peças de teatro. “Ele colocava um lençol e contava histórias, era uma festa”, recorda. Criados em um mun do de arte e leitura, foi natural para Mariza fazer faculdade de Letras e seguir pelo caminho do ensino. Ela começou a atuar como professora de Ensino Religioso, depois fez a faculdade de Letras e a pós-graduação em Gestão Escolar, na Udesc. Anos depois fez uma pós em Libras e um curso de teatro no Be-

Há quem diga que ler pode ser uma forma de se transportar para outras realidades. Uma máquina envolvidada.presentesleitura,troriosemnovaemquededeMarizasemencontradale,moradorachet,Pararaexclusivamentefeitapaasuaimaginação.MarizaSchio-corupaensemasdeJoinvil-aleituraéaformadeviajarsairdolugar.éumamulherCorupá,aCida-dasCachoeiras,fazadiferençaJoinville.Desdeestevepresentetrabalhosvoluntá-ecarregavaden-desiapaixãopelapráticasessasemsuavi-“Eusemprefuicomleitura

entrar no setor e lem brar que tem vida, que não existe só morte”, Aorelembra.veras pessoas lutando contra a doença, Mariza começou a pensar em formas, além de mudar o local, de trazer sensações positivas para as pessoas. Procurando por parcerias e con versando com pessoas, ela conseguiu flores para o local, por Foramexemplo. pequenas ações, com propósi tos diferentes, que geraram o caminho que Mariza precisava percorrer para encontrar o que realmente que ria transmitir com o Emprojeto.um dia de quimioterapia, ao se depa-

Espaço foi criado por Mariza em uma das escolas de Joinville.

mas até acontecer com a sua família, vo cê não se envolve”, Marizaconta. diz que o diagnóstico impactou a vida dela e a de toda a família, principalmen te quando o tratamento da mãe começou. Aquela foi a primeira vez que ela entrou em um centro de Oncolo gia. “Meu deus, o que estou fazendo aqui? Por que estou trazendo a minha mãe para esse local?”, recor da de pensar naquele Paramomento.ela, a entrada até hoje é impactante, pois era um local muito triste. “Eu que ria mudar o espaço, tentar dar mais vida e deixar a entrada mais alegre. Para a pessoa

Para alguém especial Um projeto de cartas para os pacientes oncológicos foi inicia do com os alunos de Mariza. “Eles sempre topavam tudo. Íamos em asilos, aldeias e outros locais para que eles vissem todas as realidades”, conta. Não foi surpresa para a professora que eles aceitassem a cartinhassalmente,Oslógico.soaspositivasperançamocartinhasinstantaneamente.ideiaAstinhamco-objetivolevares-evibraçõesparaaspes-doCentroOncoalunosentão,men-escreviamparaolocal.

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rar com o ambiente cercado por assuntos como doença e tratamento, ela resolveu agir de outra forma. Principalmente ao ver a mãe, com sua alegria e animação. “Aquele clima vai te deixando mal, não tem vibração. Eu sabia, era isso que fal tava, era essa alegria que minha mãe transmitia”, relata.

As caixas são colocadas em espaços em diversos lugares de Joinville. Os principais locais são hospitais, o Centro POP, delegacias e outros pontos que podem estimular a leitura de pessoas que não têm acesso a Nolivros.local, é colocado

“Foi um pouco difícil, mas eu levei até a direção do hospital o propósito da caixinha. Até que eles aceitaram”, conta Mariza. Essa foi a primeira de muitas ações envolvendo leitura na ci LERdade.É

um banner explican do o projeto e que o trabalho é voluntário. As caixas são produzidas por voluntários e os livros são doados. Após a primeira caixa, a iniciativa cresceu pela cidade. “O projeto foi crescendo e começamos a focar em levar os livros para locais onde não há um incentivo a leitura”, explica. Hoje, ele está localizado em outras cidades como Penha, onde os livros são distribuídos em uma árvore, perto das Ospraias.livros são todos etiquetados e guardados para que não es traguem. As pessoas podem pegar os livros sem necessidade de devolver e sim passar adiante. Para Ma riza, não há sensação melhor do que mudar a vida de alguém por meio da leitura. “São sementes que vamos plantando e regando com muita paciência”, MARCAcompleta.

Antigo local do Espaço Criativo, localizado no bairro Jardim Paraíso.

VIAJAR

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das cartinhas.

“Eles decoravam elas e assinavam com seu primeiro nome e o nome do colégio”, expli ca. A confecção era toda feita pelo aluno, desde as cartas até os envelopes e sempre eram designados “para alguém espe cial”. Nos dias em que a mãe de Mariza fazia quimioterapia, ela entregava as cartas. Foi nessa época que nasceram as caixas de leitura, que no futuro se transformariam no projeto “Ler é viajar sem sair do lugar”. Elas foram dis tribuídas em diversas áreas, iniciando no Centro Oncológico, após a boa aceitação

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nha Deb, que faleceu alguns anos atrás.

AREGISTRADAvontadede fazer a diferença também chegou aos alunos de Mariza, que criaram camisetas para o projeto e ajudaram ati vamente com o trabalho voluntário. Mariza conta que a primeira camiseta do projeto foi uma surpresa de um de seus alunos. “Ele me levou até a biblioteca e tinha quatro pessoas em pé, com uma camiseta e boné diferentes. Eu per guntei o que era e ele explicou que era para o meu projeto”, relembra. Para Mariza, foi uma surpresa boa e que mostrou a força do trabalho voluntário. Após essa primeira versão, um artista plástico de Joinville fez o desenho que ilustra o projeto, presente nos produtos até hoje. A ideia partiu da própria Mariza. A moradora de Joinville queria colocar todas as paixões em um só desenho. Os livros, bicicletas e a cachorri-

O projeto também continua por meio da ajuda de terceiros. Além do volunta riado, Mariza aceita doação de livros e dinheiro, para custear a fabricação das caixas e a locomoção. Outra forma de ajudar é comprar o copo e a camiseta do projeto, por R$ 15 e R$ 25, ciedade“Vivemosdadesalémetaçõesdimcriançasgaragemfuncionavacentivo.paravaBraztivodade.importantefrentezaPorESPAÇOrespectivamente.CRIATIVOdezanos,Maritambémesteveàdeoutroprojetoparaaci-OEspaçoCria-eLiterárioJúliofoioutrainiciati-quelevavaleituralocaissemin-OespaçoemumaerecebiadobairroJar-Paraísoparacon-dehistóriasleiturascoletivas,deoutrasativirecreativas.emumaso-ondeétu-

do instantâneo e isso não gera lembranças. O projeto era voltado para a interação entre as crianças”, relata UmaMariza.década depois, a professora se desligou do projeto. “Ali era um terreno árido, eu afofei e plantei sementes. Eu sei que as crianças foram to cadas e vão caminhar com suas próprias pernas”, acrescenta. No entanto, Mariza não pretende ficar pa rada. “Agora eu quero tentar um novo espaço, desta vez com a ajuda de algum professor de educação física… São muitas ideias”, conta a moradora de Joinville aos Pararisos.ela, ao se conectar com tantas pes soas com o trabalho voluntário, é impossível se desgrudar. “Faz parte da minha vida e da minha história. Quero continuar to cando as pessoas por meio da arte e da leitura”, finaliza.

EU VENHO

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ErNA PIDNEr – IPATINGA , MG

Eu dasvenhonoites mal dormidas dos dias mal vividos dos sonhos desfeitos a buscar abrigo no fascínio da flor, no canto da cigarra, nas cores do arco-íris! Eu venho dos casos mal dasresolvidos,esperanças dilapidadas, das derrotas anunciadas a buscar consolo na palavra amiga, no gesto fraterno, na confiança conquistada! Eu dasvenhoesferas tenebrosas, dos antros mal-assombrados, dos guetos mal habitados a buscar guarida nos dias ensolarados, nas moradas envolventes, na alegria das gentes.

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

Já Antônio Secchin confirmou sua recusa e disse ter imaginado pri meiramente que a me dalha seria destinada a pessoas com vivências com a Biblioteca Nacional "e o universo do livro". "Pelo que soube, a ce rimônia vespertina se constituiu na celebração de uma única diretriz política, agraciando pessoas sem relação com livros, biblioteca e cultura", declarou. "Não me sentiria bem vendo compartilhada a Medalha do Mérito de Livro a personalidades que pro vavelmente não veem no livro mérito nenhum", Contatamosconcluiu. a Funda-

ção Biblioteca Nacional para confirmar os demais nomeados que re ceberem a homenagem e também questionamos a Fundação a respeito das recusas feitas em público. Não houve Aretorno.medalha

Os escritores Mar co Lucchesi e Antônio Carlos Secchin, ambos imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL), anunciaram que se recusaram a re ceber a medalha de Ordem do Mérito do Livro, concedida pela Biblioteca Nacional, porque o deputado Daniel Silvei ra também foi um dos agraciados. E todos sabemos quem é Daniel PeloSilveira.Twitter, Lucche si afirmou que não tem "condições" de receber a homenagem devido à indicação de Silveira e de "outros bolsonaristas".

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blioteca. Agradeço, mas não posso aceitar", escreveu em publicação.

"Se eu aceitasse a me dalha, seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma bi-

já foi entre gue a grandes autores brasileiros, como Gilberto Freyre e Carlos Drummond de Andrade. Os nomes escolhidos deste ano foram selecionados pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Luiz Carlos Ramiro Júnior, e pelo secretário Especial da Cultura, Hé lio Ferraz de Oliveira. Daniel Silveira, ex-policial militar do Rio de Janeiro, foi condenado em abril pelo STF (Su premo Tribunal Fede ral) a oito anos e nove meses de prisão por ameaças às instituições democráticas, inclusive ataques aos ministros do STF, mas logo recebeu o perdão presidencial de Bolsonaro.

BIBLIOTECA NACIONAL E AS MEDALHAS DO MÉRITO

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

PELO CAMINHO DA PRESSA

JACQuELINE AI sEN mAN - PorTUGAl

Ando comendo os pés pelas largandomãos, poeira e metendo a mão e a colher onde nem sei. o chamado vem daqui dos confins das terras secas de mim. Se eu fizer besteiras com gosto de criança, inocente e sapeca, fugirei do enfado? ou ao lado, bem ao lado, deste engolirquemesmosSentimentosousurgirájúbilo,odesgostoaculpa?mesmos,sentimentos,sósabemfazerecalar?

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THAíS CArrANçA - São PAUlo

Entre 2015 e 2020, o Brasil perdeu ao menos 764 bibliote cas públicas, segun do dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, mantido pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do TuEmrismo.2015, a base de dados contava 6.057 bibliotecas públicas no Brasil, número que caiu para 5.293 em 2020, dado mais recente disponível no site do SNBP. Para especialistas em biblioteconomia, a queda no número de bibliotecas revela um descaso do

poder público com a população mais vulnerável, que não tem acesso a livrarias. Eles também alertam que o número de bibliotecas fechadas pode ser ainda maior, devido à atual fragilidade do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, após a extinção do Ministério da Cultu ra, e da falta de con trole efetivo pelos sistemas estaduais, cujos dados alimentam o sistema naBibliotecascional. públi cas são aquelas mantidas pelos municípios, Estados,

Distrito Federal ou governo federal, que atendem a todos os públicos. São consideradas equipamentos culturais e, portanto, estão no âmbito das políticas públicas do governo federal — antes, sob o Ministério da Cultura e atualmente, com a extinção da pasta, sob a Se cretaria Especial da NãoCultura.entram nessa conta as bibliotecas escolares e universi tárias, que têm como público-alvo alunos, professores e funcionários das instituições de Procuradaensino.para es clarecimentos, a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo não respondeu a questiona mento sobre o que explica o fechamento de centenas de bibliotecas públicas

BRASIL PERDEU QUASE 800 BIBLIOTECAS PÚBLICAS

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empúblicasDasBIBLIOTECASFECHARAM764bibliotecasfechadascincoanos,698

Nacional de Cultura, conjunto de objetivos para o setor em vigência desde 2010, cuja validade foi prorrogada pelo atual presidente até 2024, tem como uma das metas "garantir a implantação e manutenção de bibliotecas em todos os municípios brasiAleiros".perda de mais de 700 bibliotecas nos últimos anos deixa o país cada vez mais distante desta meta.

SP E QUE MAIS

pela gestão do Sis tema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), confirmou que os números registra dos no sistema na cional estão corretos e foram fornecidos pelo SisEB, ponderando, porém, que podem tratar-se de dados intermediários e não do recadastramento oficial feito ao final de cada ano. Segundo a organização, parte da queda no número de biblio tecas é explicada pela pandemia, que levou ao fechamento provisório ou permanente de diversas Questionadaunidades. sobre os motivos dos fechamentos desde 2015, antes da pan

ESTADOSMG:

(ou 91% do total) estavam localizadas nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo em sua maioria mentenizaçãoAnobibliotecastamontanteemdaemquedoembibliotecasSãomunicipais.bibliotecasPaulotinha842públicas2015,segun-oSNBP,númerocaiupara3042020,comaper-de538unidadescincoanos.Orepresen-70%detodasasfechadaspaísnoperíodo.SPLeituras,orga-socialatual-responsável

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nos últimos anos, nem qual a política do (des)governo Jair Bolsonaro para biObliotecas.Plano

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ro que caiu para 728 em 2020, uma perda de 160 bibliotecas em cinco anos, conforme os dados do ProcuradaSNBP. para comentar a queda no número de bibliotecas, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais respondeu que "o Governo de Minas se responsabiliza pelos dados do cadastro estadual, sendo que em Minas Gerais, o número de bibliotecas anosverteebliotecasOamesmos",ciparemaossãoentesponsabilidadedastrosderárecadastramentoquatroépasta,Aindaequipamentos".atualmente,bliotecastemacadastradaspúblicasnoSis-EstadualdeBiPúblicas,éde752conformeaaatualizaçãorealizadaacadaanoseonovose-feitoemdezembro2022."Outrosca-sãoderes-dospelosquaisgeradose,cabemunicípiosparti-ounãodoscompletousecretaria.fechamentodebi-entre20152020nopaísre-tendênciadeanteriores.

demia, a SP Leituras remeteu o questionamento à Secretaria de Cultura e Economia Criati va do Estado de São "ÉPaulo.difícil concluir o motivo da variação (ou queda) de número de casbibliotecassuaMinase-mail.pondeunúmerostacompodemosapóssendobibliotecasfelizmente,Sabemosinstituições.que,in-muitasforamfechadasanoano,masnãoafirmar,certezaabsolu-queestessãoosfinais",res-apasta,porGerais,porvez,somava888públi-em2015,núme-

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renda para poder comprar livros. Justamente quem mais precisa de bibliotecas são as pessoas mais vulneráveis, que não tem o aces so tão fácil ao livro." As vendas de livros no Brasil caem ano após ano. Em 2013, ano de me lhor desempenho do mercado livreiro nacional na última década, as vendas das editoras para livrarias somaram 279,7 milhões de exempla res, segundo levantamento realizado pela Nielsen BookData para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). No ano passado, foram 191 milhões de livros vendidos, uma queda de 1% em relação aos 193 milhões de livros vendidos em 2020 e recuo de 32% em relação ao pico de Também2013. em 2021, o rendimento médio

De 2004 a 2011, período em que durou o Programa Livro Aberto do governo federal em parceria com municípios, 1.705 novas bibliotecas foram criadas no Brasil e 682 mo dernizadas, bliotecasoconomia,FederalsidenteFábioVULNERÁVEISCOMDESCASOseanocionamentocascadastroaFoiprioinformaçõessegundodopró-sitedoSNBP.pedidoaoSNBPsériehistóricadodebibliote-públicasemfun-noBrasilaano,masnãoobteveresposta.OSMAISCordeiro,pre-doConselhodeBiblioteavaliaquefechamentodebi-noBrasil,

nos últimos anos, é explicado por uma série de "Bibliotecasfatores. são equipamentos culturais e, durante esse último período, tivemos a eliminação do Ministério da Cultura e uma falta de valorização desses equipamentos", afirma Cordeiro. "O fechamento das bibliote cas públicas revela a falta de investimento e de interesse do goEleverno."cita ainda um descaso com a po pulação de baixa renda, que depende mais das bibliotecas. "Há uma falta de políticas voltadas para a parte mais vulne rável da população, que não tem acesso a livrarias, não tem

mensal dos brasileiros caiu ao menor patamar desde 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para R$ Ainda1.353. conforme o IBGE, o percentual de municípios brasi leiros com bibliotecas públicas caiu de 97,7% em 2014, para 87,7% em 2018, segundo a edição mais recente da Pesquisa de Segundocas.públicoquenoutecnologiasOsou2014,subiama.queBásicasInformaçõesMunicipaisincluiuestete-Opercentualanoaanoatéquandopas-acair.avançodasnovasfuncio-comoumfatortemreduzidoodasbibliote-apesquisa

Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro, em 2019, 68% dos brasileiros di ziam nunca frequen tar liaBibliotecários,deFederaçãoesidadeHumanasfia,culdadeFernandesbliotecaretoraAdrianataessadosdepúblicanãotrevistadoslenisso,tambémdeMasbibliotecas.ofechamentounidadespareceinfluenciarjáque,naqueano,45%dosendiziamexistirbibliotecaemsuacida-oubairro,acima20%quedavammesmarespos-em2007.Ferrari,di-técnicadaBi-FlorestandaFadeFiloso-LetraseCiênciasdaUniver-deSãoPaulovice-presidentedaBrasileiraAssociaçõesdeava-queháumafra-

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gilidade nos AFerrari.bliotecasàformação,maanosummaior,rotofecharam.764quegura"Nãodos",deresultadodestemaiorEntãotroleoutrostemascazum"AlgunsBibliotecastaduaiscomédoAtualmente,vahálodisponibilizadosdadospe-SNBP,porquenãoumacoletaefeti-deinformações.segunoSNBP,acoletafeitaemparceriaosSistemasEs-eDistritaldePúblicas.Estadostêmcontrolemaisefisobreseussis-estaduais,têmumcon-maisfrágil.essaquedanaregiãoSupodeserumdaqualida-dacoletadeda-afirma.mesintoseemassumirforamsóessasbibliotecasqueAcredi-queessenúmepodeseraindaporquevemossucateamentohádetodoosiste-deacessoàin-àleitura,culturaedasbiemsi",dizbibliotecáriaob-

mas com uma estru tura teLivro,Duranterioreverterlíticastalecimentoqueções",vãocimento,contros,Sãopertóriosdenitasévrosó"Aafirma.vemlonãofragilizada.extremamentePorisso,avançamos.Pe-contrário,agenteretrocedendo",bibliotecanãoéumespaçodoli-edaleitura,elaumaportadeinfi-possibilidades,aberturadereculturais.espaçosdeen-deperten-entãoelasalémdascoledizFerrari,defendeofor-daspo-públicasparaessecená-deretrocessos.aBienaldorealizadanes-mêsdejulhoem

serva que o Plano Nacional de Cultu ra nunca foi cumprido. E, mesmo após a aprovação da Política Nacional de Leitura e Escri ta, conhecida co mo Lei Castilho (Lei 13.696/18), sancionada por Michel Temer, o objetivo de "universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas" em nada "Nãoavançou.temos nenhu ma política pública em pé, não temos o Ministério da Cultura, que é a pasta que gerencia o Sistema Nacional de Biblio tecas Públicas. Então, o sistema existe,

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São Paulo, a CFB lançou a cos.equipamentostentesdadosmaseérias)táriasescolares,osbibliotecas,demabreveJáatingida.quegotoumentoOalunonimocas,contarnoeinstituiçõesminoucolares),dasdanºcumprimentocolar,#SouBibliotecaEscampanha-quebuscaodaLei12.244/2010(LeiUniversalizaçãoBibliotecasEs-quedeter-quetodasaspúblicasprivadasdeensidopaíspassemacombibliote-comacervomí-deumtítulopormatriculado.prazodecumpridaleiseesem2020,semametafosseaFebablançaemumaplataforcomoobjetivomapeartodasasdetodostipos(públicas,universiecomunitádopaís.Aideiapodermonitorarajudarossiste-estaduaisatermaisconsissobreessespúbli-

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O MESTRE JÚLIo DE QuEI roz

(Da seleção da autora na antologia ESCRITORES DO BRASIL)

Que será uma falsa paz. ou repetir sobre a paz, Da qual outros me contaram. Nada disso é paz.

Posso te falar da paz que Possobuscas;te dizer da cor, do nome, Da altura e da profundidade da Possopaz. te contar da minha,

A paz está além de seu nome. Está no silêncio Que eternamente pulsa a paz, Sem jamais dizer palavras.

NACATARINENSEABL

deingressarmeiroOliveiraDermevaloGonçalvesSilva,coBermudes,onovoCandidocedeComnoemBrasileiradeirafoifredouniversitárioprofessorGododeOliveiraNetoeleitoparaaCa-35daAcademiadeLetras,sessãorealizadadia2desetembro.22votos,elesu-aoacadêmicoMendes.OimortalsuperouadvogadoSergioomédiAntônioHéliodaoescritorEliasPereiraeprofessorefilósofoSaviani.NetoéoprificcionistaanaCasaMachadodeAs-

Catarinense é o pri meiro a conquistar uma vaga na instituição desde a sua reaObertura.escritor e

no período em que a ABL esteve fechada seria reservada a um escritor de ficção. No entanto, elas acabaram ficando com uma atriz (Fernanda Montenegro), um cantor e compositor (Gilber to Gil), um economis ta (Eduardo Gianetti), um médico (Paulo Niemeyer Filho), e um

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sis desde a retomada das atividades presenciais da instituição, em outubro do ano passado, após longo mais de um ano de resguardo em função da pandemia. O discurso dos bastidores naquele momento era de que pelo menos uma das cinco vagas abertas

jurista (José Paulo ApósCavalcanti.amorte de Candido Mendes, em fevereiro, a ideia de acolher um acadê mico com um perfil mais literário voltou a ganhar força. Oliveira Neto, que havia perdido a eleição para Niemeyer Filho em novembro, inscre veu-se novamente. Apesar de uma intensa campanha de Bermudes, o escritor catarinense con seguiu convencer a maioria dos imortais, que conhecem bem a sua obra. Em 2009, a Academia já o havia premiado com a Medalha Euclides da NascidoCunha. em Blumenau, em 1951, Oliveira Neto cursou o estudo superior na França durante a ditadura militar. Após fazer graduação e mestrado em Letras pela Universidade de Paris III (França), ele voltou ao Brasil para um doutorado na Universidade Fede -

GoDoFrEDo DE olIVEIrA NETo é ElEITo PArA A CADEIrA 35 DA ABl

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AMilitar.ditadura também aparece em “Amores exilados” (2011), sobre um triângulo amoroso entre exila dos políticos que per tencem a uma célula política socialista em Paris. Outros romances importantes do autor são “Oleg e os clones” (1999), “Mar celino” (2008) e “O grito” Oliveira(2016)Neto publicou livros de não ficção, como “Cruz e Sousa: o poeta alfor riado” (2010), sobre o poeta simbolista ca -

ral do Rio de Janeiro (UFRJ), onde leciona atualmente. Desde 2017, é MundialaraSéculohistóriarentessobrepõedoocríticamouEmParisUniversitépaísesdeassociadoPesquisadordoCentroPesquisassobrelusófonosnaSorbonneIII.1996,elecha-aatençãodanacionalcomromance“OBruxoContestado”,quetrêsdife-momentosdadoBrasilnoXX,aGuerdoContestado,SegundaGuerraeaDitadura

tarinense. Também foi co-autor de “Secchin: uma vida em letras” (2013), sobre o seu novo colega na Academia, Antonio Carlos OliveiraSecchin.Netoé ainda Membro Titular da cadeira Barão do Rio Branco da Academia Carioca de Le tras; membro do PEN Clube do Brasil e do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro; além de embaixador da América Latina na Academia Europeia de Ciências, Letras e Artes.

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comportamos durante as fazes mais terríveis da covid 19, com confi namentos, desemprego, solidão, falta de vacina, descaso com a doença, distribuição deficiente e irresponsável da vacina, depois que ela finalmen te foi aprovada. Lá por meados do ano de 2021, quando a vacina estava bem encaminhada, com uma cobertura das duas doses aproximando do ideal para evitar a disseminação descontrolada, os números de mortes e novos casos diminuídos, transformei o diário em Crônica semanal da pandemia, pois já não havia tanto a registrar. E parei em maio deste ano, quando os números do novo coronavírus caíram ainda mais e a vacinação já estava na quarta dose. Com a nova onda, em meados deste ano, pensei em voltar com o diário, mas existe tanta coisa acontecendo neste nosso mundão de Deus que achei melhor não. Temos uma nova ameaça de pandemia, desta vez da varíola dos macacos, que está se es palhando pelo mundo, temos a guerra criminosa da Rússia contra a Ucrânia, que já dura

meses, temos os absur dos do atual desgover no do Brasil, que rasgou a Constituição, com a PEC das bondades, distribuindo benefícios em ano de eleição para se Entãoreeleger.estou revisando os dois anos de registro para publicar o Diário da Pandemia, em dois volumes. O primeiro volu me, referente ao ano de 2020, já está encami nhado, estou na fase de preparação para a editoração e ele deve ser lançado ainda este ano. O segundo volume, re ferente ao ano de 2021 deve sair no início do próximo Torcendoano.para que a nova onda não se concretize e as pessoas que ainda não tomaram a vacina se conscientizem de que só se imunizando poderemos respirar e considerar a dade.branças,2021ainda,Entãoção,sempeguemra,devemdoultrapassada,pandemiatomantodasasdosesquesertomadaspasepegaremacovid,bemfraquinha,perigodeinterna-UTIemorte.vamoscuidar,paraque2020esejamsómáslem-semcontinui-

DIÁRIO PANDEMIADA EM LIVRO

Por luiz Carlos Amorim – Escritor, professor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo literário A IlHA, que completou 42 anos de literatura neste ano de 2022. Amorim é detentor da cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de letras. com.brlosamorim.blogspot.com.brprosapoesiaecia.xpg.http://www.–http://luizcar-

A pandemia, infelizmen te, continua, e atual mente estamos tendo a ameaça de uma nova onde, mas eu parei de escrever o Diário da Pandemia no final d passado, em novembro e continuei a registrar o que havia para detemdeceisemanalmente.nhosemanalmente,registraratéju-desteanode2022,Comeaescrevê-loemabril2020,entãoodiáriomaisdedoisanosregistrosdecomonos

Clique no Parahttps://amz.run/4VFolinkirdiretoàpágina do livro. Viaje por Portugal através das crônicas desta obra.

O livro O VALE DAS ÁGUAS, seleção de crônicas sobre Corupá, a Cidade das Cachoeiras, com muitas fotos e cores ilustrando os textos, está à disposição, na Amazon. Veja no link https://amz.run/4LtO . Se você conhece Corupá, vai gostar de relembrar e rever as belezas da cidade. Se não conhece, vai gostar de conhecer as belezas do Vale das Águas.

SAUDADE , seleção de crônicas sobre diversas viagens do autor à terra de Pessoa, também está disponível para compra no formato e-book na Amazon.

O livro PORTUGAL, MINHA

BIENAL DO LIVRO DE SÃO JOSÉ

Sensibilizado com mais esta oportunidade que o “Universo” lhe presenteia através da inspiração, Adir Pacheco vem com nova produção plena de vibrações, compartilhan do esse presente com os amigos e admiradores de seus “Etéreastrabalhos.vibrações” é o tí

O primeiro volume do DIÁRIO DA PANDE

MIA está em fase final da revisão para ir para a editoração. O Diário da Pandemia, publica do no blog CRÔNICA DO DIA, de Luiz Carlos Amorim e no Facebook, durante os anos em que a covid 19 grassou com

gravidade, ceifando milhares vidas e deixando sequelas, terá dois volume e abrange os anos de 2020, 2021 e início de 2022.

O primeiro volume abrange o ano de 2021, mostrando como vivemos, o que fizemos e contando as conse -

A novidade literária mais alvissareira, neste ano pós-pandemia foi, sem dúvida, a realização da primeira Bienal do Livro de São José, na Grande Florianópolis. O Grupo Literário A ILHA esteve lá, participando, com a noite de autógrafos da sua antologia ESCRITORES DO BRASIL. Espaços excelentes, ótima organização, apre sentação impecável de stands, espaço para lan

palco para o escritor fazer saraus e palestras. A Bienal bombou, teve milhares de visitantes nos cinco dias de vigência. Vida longa para a Bienal do Livro de São José. Em 2024 estaremos lá, com certeza.

quências de ficar em casa muito tempo, do isolamento forçado que se fez necessário, da solidão que acometeu a muitos, até depressão, muitas vezes. Ainda este ano o livro estará a disposição na Amazon e no Clube de Autores.

LITERARTE

DIÁRIO DA PANDEMIA

tivo em variadas escalas da vida. Resta-nos usufruir da sua obra.

çamentos, auditório, espaços para arte, praça de alimentação, tudo o que é preciso para fazer uma boa feira do livro. O evento estava perfei to, com espaços confortáveis, opções culturais as mais variadas e um

Suplemento Literário A ILHA – Setembro/2022 – N. 162 – Edições A ILHA – Ano 42

NOVO LIVRO DE ADIR

tulo que antecipa aos lei tores, com a sutileza do tema, o arcabouço dessa nova obra. A característica espiritual embasa e fundamenta as narrativas da lavra do poeta. Ele procurou, com a devida humildade, ofertar ao leitor uma mensagem que tenha significado ilustra

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