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Desafio da gestão de custos e despesas

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Cavalo arreado

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DE SAFIO DA GESTÃO DE CUSTOS E DE SPESAS

Como o distribuidor pode extrair valor com a entrada de fabricantes chineses, indianos e paraguaios?

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Alexandre Mauricio Kuronuma, Uriel Rotta e Wellington Souza

OBrasil está mergulhado em uma das mais graves crises políticas e econômicas de que se tem notícia e o desafio do empresário é se ajustar rapidamente a esta nova realidade macroeconômica. O ajuste não é fácil de ser executado, porque alguns setores da economia vêm amargando quedas significativas em seu faturamento e lucratividade, o que implica na necessidade de tomada de decisões rápidas e drásticas na condução do negócio. Na busca por ajustes, as empresas que se mostram mais eficazes na redução de seus custos e despesas de acordo com a nova realidade de mercado são as que se saem melhor em momentos turbulentos como os dias de hoje.

A Gestão de Custos e Despesas pode parecer uma atividade rotineira e simples, mas fazê-la de forma eficiente e eficaz demanda o envolvimento de toda a empresa. No entanto, muitas empresas a tratam como uma atividade secundária, focando apenas em vendas.

Indicadores de acompanhamento utilizados pelos empresários devem focar na rentabilidade do negócio, como:

Rentabilidade = Margem x Giro

Margem =

Giro = Lucro Receita

Receita Capital

O Lucro é indicador de Margem do Negócio, ou seja, quanto maior a diferença entre Receitas e Custos/Despesas, maior será a sua Rentabilidade. Por outro lado, a Receita em relação ao Capital Investido é um indicador de Giro, ou seja, quanto maior a venda, maior será o Giro da empresa (estoques, manufatura, etc...).

Para a melhora do indicador em um ambiente de recessão, em que as vendas estão em queda e a lucratividade contraindo, o principal ponto que o gestor pode trabalhar para a sobrevivência da empresa é a Margem do Negócio.

Trabalhar na Margem do Negócio significa ajustar os Custos e Despesas da empresa à nova realidade. Este ajuste, em muitos casos, deve ser radical. Basta olharmos para os números da indústria automobilística nacional, cuja produção, em média, decresceu 35% no último ano (Dados Anfavea - Fev-15’ a Fev-16’). Diminuir a produção em 1/3 em 12 meses é um ajuste que deve ser feito de forma rápida e eficaz, senão a indústria, em pouco tempo, poderá ter de recorrer à recuperação judicial. Fato este comprovado: em 2015, foram requeridos 1.287 pedidos de recuperação judicial, 55,4% a mais do que o registrado em 2014, em números da Serasa Experian.

O desafio está na Gestão de Custos e Despesas. Os Custos devem ser controlados via precificação e através de Compras. Ou seja, ao primeiro sinal de que os preços estão em queda por excesso de oferta, o setor de Compras deve atuar junto aos fornecedores para manter a margem. A área comercial deve ter atenção redobrada sobre a precificação para não efetuar vendas que tragam prejuízos. Do lado da Despesa, a mesma deve ser controlada via Orçamento e, ao primeiro sinal de queda de faturamento e estreitamento das margens, ela deve ser trabalhada para se ajustar à nova situação econômica. Isto geralmente envolve a racionalização de despesas com pessoal, comercial, financeira e não operacionais.

Outro ponto importante em todo esse processo de adequação é olhar para os riscos envolvidos no negócio. Não adianta focarmos unicamente nos custos e despesas e esquecermos de outros aspectos, como um rígido controle sobre contas a receber, tendo uma política firme de crédito e cobrança. Senão, todo o esforço será perdido com o aumento da inadimplência.

Sabemos que o negócio de revendas agrícolas é de margem reduzida e alto giro, portanto, o empresário deve ver a sua empresa com olhos postos no futuro, mas ciente da dura realidade atual. E, ao primeiro sinal de alerta, tomar as decisões necessárias a tempo de manter a rentabilidade do negócio em níveis saudáveis para a sua sobrevivência em tempos de crise. Uma demora na tomada de decisão pode ser fatal para a manutenção do negócio. ar

* Alexandre Mauricio Kuronuma - Consultor Associado da Stracta Consultoria. Administrador e Mestre em Finanças. Atua em projetos de startups e M&As, elaborando Valuation, plano de negócios e análise viabilidade econômica financeira.

* Uriel Rotta - Sócio Gestor da Stracta Consultoria. Engenheiro Agrônomo e Mestre em finanças, especialista em desenvolvimento de projetos de gestão financeira em empresas do agronegócio, com mais de 20 anos de experiência.

* Wellington Souza - Sócio da Stracta Consultoria. Economista e Mestre em Finanças. Atua em projetos de otimização da estrutura de capital da empresa e maximização da rentabilidade para os acionistas.

A Stracta Consultoria é uma empresa de prestação de serviços e treinamentos focada no atendimento personalizado de seus parceiros. Buscando participar dos seus desafios diários, a Stracta auxilia na melhor tomada de decisão para resoluções de problemas, permitindo o sucesso a médio e longo prazos para a empresa.

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