Código 560

Page 1

Portugal

Nº 20 |1º SEMESTRE 2013 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

AMÉRICO

RIBEIRO

“Só com a maior oferta possível podemos garantir aos consumidores a escolha acertada”

22ª GLOBAL GS1 HEALTHCARE CONFERENCE uma cura global para a Saúde

Sync PT

Sincronização de dados em tempo real

CRISE E CRESCIMENTO EMPRESARIAL na visão do Prof. Augusto Mateus

GS1® PORTUGAL



A UMA SÓ VOZ

GS1® PORTUGAL

Uma receita para a Saúde:

eficiência e visibilidade Uma cadeia de valor na Saúde saudável e eficiente, capaz de assegurar “uma forma harmonizada de melhorar a segurança do paciente”. Foi este o mote para a 22.ª Global GS1® Healthcare Conference, encontro que juntou, pela primeira vez em Portugal, de 23 a 25 de outubro passado, mais de 250 líderes mundiais da Saúde, entre produtores, distribuidores, hospitais, associações, universidades e entidades reguladoras e que destacamos nas próximas páginas. A esse respeito, os testemunhos de individualidades como Ulrike Kreysa, Vice-Presidente da GS1® Healthcare, não podiam ser mais estimulantes: “Costumamos ter conferências boas, mas esta ultrapassou as minhas expetativas”.

João de Castro Guimarães Diretor Executivo GS1® Portugal CODIPOR

“É ainda com grande orgulho que sublinho a

contribuição ativa da GS1 Portugal em temas e projetos

inovadores

a nível internacional...”

Os números são impressionantes: duzentos e sessenta e nove participantes, quarenta e cinco países e trinta e nove oradores. De facto, a excelência dos oradores, a atualidade e a relevância dos temas e a forte adesão dos mais diversos stakeholders provenientes de toda a cadeia de valor da Saúde, portugueses e internacionais, são motivos de grande orgulho para a equipa envolvida na realização deste evento central na atividade da GS1 e a demonstração que a adoção de Standards (Normas) Globais no setor da Saúde é um assunto virtuoso e atual. As propostas de regulação sobre a Identificação Única de Dispositivos Médicos (UDI) e outras iniciativas lançadas recentemente pela Comissão Europeia (CE) e pela norte-americana Food and Drug Administration (FDA); o apelo deixado aos prestadores de cuidados de Saúde para que resolvam as questões de interoperabilidade nos hospitais; ou, ainda, a apresentação pela consultora McKinsey & Co. do relatório Strength in unity: The promise of global standards in healthcare, um estudo inédito sobre os benefícios que decorrem da adoção de um Standard único e global na Saúde – que incluiu entrevistas a mais de 80 líderes mundiais do setor e 25 estudos de caso –, foram alguns dos temas em destaque no encontro de Lisboa. Replicar na Saúde uma experiência de rastreabilidade com mais de quatro décadas no setor do Retalho. É esta a visão e a proposta da GS1 para este setor vital da nossa economia e da nossa sociedade. Em concreto, e à semelhança do que acontece com o Retalho desde 1973, garantir a existência de uma linguagem comum que permita assegurar os cinco direitos do paciente (o paciente certo, com o medicamento correto, administrado na dose adequada, pela via apropriada, no momento exato) e ultrapassar os problemas crónicos do setor que resultam em ineficiências dramáticas em toda a cadeia de valor da Saúde e, acima de tudo, (direta ou indiretamente) na morte de cerca de sete mil portugueses todos os anos. A intensa atividade da entidade que introduziu os códigos de barras em Portugal há mais de 25 anos inclui, no entanto, uma diversidade de outros projetos igualmente inovadores e estimulantes, atualmente em estudo ou em fase de desenvolvimento ou implementação. B2C (Business to Consumer), MobileCom ou sincronização de dados são algumas das soluções que apresentamos nas páginas que seguem e propostas de negócio que podem vir a resultar em mudanças substanciais nas cadeias de valor dos setores em que estão a ser testadas ou implementadas. É ainda com grande orgulho que sublinho a contribuição ativa da GS1 Portugal em temas e projetos inovadores a nível internacional e a participação em encontros como o GS1 in Europe Regional Forum 2012, em Bucareste, de 15 a 19 outubro. Estes são fóruns de discussão globais e locais por excelência para levar mais longe a voz dos nossos associados. Melhorar a visibilidade e a eficiência das cadeias de valor e dos negócios dos nossos associados continuam a ser as referências do nosso trabalho diário. As histórias que apresentamos a seguir são um agradável testemunho disso mesmo e, assim o esperamos, uma espécie de guia inspirador para os tempos difíceis que se avizinham, num ano em que a nossa associação cumpre os seus quarenta anos de existência.

1º SEMESTRE 2013 1


Portugal

A revista “Código 560” é uma publicação semestral da GS1® Portugal dirigida e distribuída gratuitamente aos seus Associados, aos parceiros e à comunidade de negócios. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da GS1 Portugal. Paulo Gomes Presidente Luís Moutinho Vice-Presidente Fernando Ereio Diretor Manuel Sousa Pinto Diretor João de Castro Guimarães Diretor Executivo

COMITÉ EDITORIAL Beatriz Águas Filipa Peixoto Luís Peixoto Patrícia Tavares Pedro Lopes Susana Duarte Marketing e Relações Corporativas Beatriz Águas Coordenação Editorial Patrícia Tavares PUBLICIDADE Diogo Almeida EDIÇÃO Publichance, Serviços de Consultoria de Comunicação, Lda. Rua Castilho 5, 5º andar 1250-066 Lisboa T. 213 583 098 PROJETO GRÁFICO Linha 21 PUBLICAÇÃO SEMESTRAL | TIRAGEM 2 000 exemplares NRICS 124971 DEPÓSITO LEGAL 245212/06 PROPRIEDADE GS1® Portugal (CODIPOR) R. Prof. Fernando da Fonseca, 16 Escritório II – 1600-618 Lisboa T: 217 520 740 | F: 217 520 741 | website: www.gs1pt.org |email: comunicags1@gs1pt.org, marketing@gs1pt.org “A GS1é uma marca registada da GS1 AISLB” Esta edição da revista “Código 560” de GS1 Portugal foi escrita segundo o novo acordo ortográfico.

22

EM FOCO

Lisboa foi palco da conferência sobre Saúde mais importante no mundo GS1®.

Duzentos e sessenta e nove Stakeholders, provenientes de todo o mundo, reuniram-se na capital portuguesa,

entre 23 e 25 de outubro, com um único objetivo: debater a eficiência do setor e a segurança do Paciente.


GS1® PORTUGAL

NESTA

EDIção 04

BREVES

06

Entrevista

12

EM FOCO

Dr. Américo Ribeiro (Auchan) 22ª Global GS1® Healthcare Conference

EM FOCO

12

Katy George, McKinsey & Company: “A chave para o sucesso reside na ligação de toda a cadeia de abastecimento. Para que essa ligação seja eficaz, é necessário que exista uma linguagem comum e uma forma normalizada de partilhar informação. A única forma de o fazer é através de Normas Globais.”

48

perspetiva

“2013 será, ainda, um ano de dificuldades para as empresas e para a população, exigindo o prosseguimento dos esforços e medidas de ajustamento, nomeadamente no que diz respeito à obtenção de ganhos de eficiência coletiva.”

46

Standards em ação

48

Perspetiva

50

Código Genético

CÓDIGO GENÉTICO

Dispositivos Médicos Implementação do GDSN Datacrunch na Saúde

2013 em Análise: Crise e Crescimento Empresarial

GS1 comemora 40 anos como a Linguagem Global dos Negócios

32

GS1® Portugal

40

OS NOSSOS ASSOCIADOS

42

Os Códigos Descodificados

52

O Outro Lado de...

54

Sabor & BEm-Estar

56

Agenda

Sync PT: sincronização de dados em tempo real

Novartis

GDSN: A Rede Global de Sincronização de Dados

50

Patrick Vanlombeek, GS1®: “A celebração

do 40º aniversário da GS1® vai começar na nossa Assembleia Geral, em maio de 2013, em Los Angeles. Lá, vamos lançar um programa de marketing global, que envolverá mais de 111 Organizações Membro.”

54

SABOR & BEM-ESTAR

Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas: “Será a ancestral e «prodigiosa alimentação mediterrânica» um padrão alimentar a

adotar por populações fora da sua zona de origem, ou tornar-se-á mera atração turística?”

Silvério Paixão, Diretor de Inovação e Standards da GS1® Portugal: “Na GS1® os outros têm mais a ganhar do que eu”

Alimentação Mediterrânica: Um padrão alimentar a preservar.

1º SEMESTRE 2013 3


BREVES

Reunião Tripartida da GS1® Portugal

N

o dia 19 de dezembro realizou-se a “Reunião Tripartida” da GS1® Portugal, na qual participam os Membros dos Órgãos Sociais e os Presidentes/ CEO’s das empresas representadas nestes Órgãos. Esta foi a segunda vez que a Associação realizou este encontro, criado no âmbito do projeto Housekeeping com o objetivo de fomentar uma maior proximidade entre a GS1 Portugal e as empresas que integram os seus Órgãos Sociais.

Eficiência e colaboração nos negócios

A

GS1® Portugal realizou, em novembro e dezembro, dois workshops com o objetivo de divulgar boas práticas de gestão para otimizar a eficiência e a colaboração nos negócios. O primeiro, realizado a 29 de novembro, foi dedicado ao setor dos Transportes e Logística e teve como intuito encontrar as melhores soluções para reduzir custos e facilitar a eficiência dos processos logísticos. Intitulado “Normas GS1® nos Transportes e Logística”, o workshop abordou as mais-valias da Etiqueta Logística GS1 e da Sustentabilidade nas operações do setor e contou com a presença da GS1 Espanha/AECOC de 46 agentes de Transporte e Logística, que testemunharam como as Normas GS1 ajudam a reduzir custos, a tornar os seus inventários mais rápidos e precisos e a otimizar os processos de transporte de mercadorias. A 6 de dezembro, a Associação conduziu o workshop “Maior Colaboração para melhorar o serviço ao Consumidor”, 4 CÓDIGO | 560

Da esquerda para a direita:

A reunião permitiu fazer um balanço das atividades da GS1 Portugal em 2012 e dar a conhecer os planos e o roadmap estratégico da Associação, nomeadamente no que diz respeito aos projetos que irão ser conduzidos em 2013.

Além dos Membros e dos Presidentes/ CEOs das empresas dos Órgãos Sociais, a GS1 Portugal teve ainda o privilégio de contar com a presença de José María Bonmatí, CEO da GS1 Espanha/ AECOC.

João de Castro Guimarães

Diretor Executivo da GS1® Portugal

José María Bonmatí

CEO da GS1 Espanha/AECOC

José Clemente Quinta Presidente do Conselho Fiscal da GS1® Portugal

Paulo Gomes

Presidente da GS1® Portugal

Nuno Pinto de Magalhães

Presidente da Mesa da Assembleia Geral

a pensar nas Boas Práticas Colaborativas entre parceiros comerciais. Vinte e cinco operadores da cadeia de abastecimento reuniram-se em Fátima para conhecer as melhores práticas e soluções de colaboração e saber como estas podem ajudar a alcançar mais Eficiência e Sustentabilidade nos seus negócios.

Como fazer parte da rede global de negócios, como exportar os produtos via eletrónica e como potenciar os negócios em todo o mundo através dos códigos de barras foram os temas dos três cafés temáticos.

GS1 Portugal participa no

Neste evento estiveram presentes Indústria, Câmaras de Comércio, Embaixadas, Associações Empresariais, Bancos e empresas prestadoras de serviços de variados setores.

®

“Portugal Exportador 2012”

A

GS1® Portugal associou-se, a 21 de novembro, ao evento Portugal Exportador 2012, organizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) em parceria com a aicep Portugal Global e o Banco Espírito Santo. Através de três Cafés Temáticos, a GS1 Portugal mostrou aos participantes como é que as Normas GS1 podem ajudar as empresas a alcançar Eficiência, Segurança, Colaboração e Sus-

tentabilidade, melhorando os processos logísticos de exportação.


GS1® PORTUGAL

Joseph Woodland

Nasceu a 6 de setembro de 1921 em Atlantic City, New Jersey.

Morreu um dos criadores do

código de barras

J

oseph Woodland, um dos criadores do código de barras, morreu no dia 12 de dezembro, aos 91 anos. Engenheiro mecânico, Joseph Woodland desenvolveu em finais da década de 40, em conjunto com o colega de turma Bernard Silver, o sistema gráfico de dados numéricos ou alfanuméricos que nos anos 70 revolucionou o setor das empresas de distribuição. O sistema foi patenteado em 1952 e o projeto vendido à empresa Philco por 15 000 dólares (cerca de 11 400 euros). No entanto, acabou por não ser aplica-

Diretiva Nº 1169/2011:

Informação completa sobre produtos obrigatória na Internet a partir de 2015

do, porque precisava de meios tecnológicos de grande potência – os aparelhos de leitura ótica por infravermelhos e os microprocessadores. Woodland integrou mais tarde o grupo tecnológico IBM, onde um dos seus colegas acabou por aperfeiçoar o projeto: o quadrado branco com barras pretas foi desenvolvido e adotado pelo setor mundial da produção e da distribuição em 1973. Esta representação gráfica é ainda hoje utilizada de forma massiva em vários setores de atividade, sendo a sua gestão normativa e implementação da responsabilidade da GS1®.

GS1® Portugal

e INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DR. RICARDO JORGE

seus produtos, “sem que possa exigir custos suplementares ao consumidor”.

A

partir de 2015, os detentores de marcas que pretendem vender os seus produtos na internet terão de disponibilizar informação completa sobre os mesmos nos websites. A diretiva é da Comissão Europeia (Diretiva Nº 1169/2011) e pretende apoiar o comércio eletrónico e o comércio móvel, garantindo que o consumidor tem acesso à mesma informação relevante sobre os produtos quer nas compras em loja, quer nas compras “online”. Em concreto, o regulamento da Comissão Europeia estipula que, a partir de dezembro de 2014, os proprietários das Marcas são obrigados a publicar na internet toda a informação das embalagens dos

A

De acordo com uma apreciação jurídica da sociedade de advogados Mason, Hayes & Curran, esta regulamentação europeia terá impactos à escala global, uma vez que:

A GS1® Portugal e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, I.P. (INSA) realizaram a 25 de outubro a 5ª Reunião Anual do PortFIR (Portal de Informação Alimentar Português) sob o mote “a mais-valia da partilha da informação”.

• Se a informação sobre o produto não está

Neste encontro participaram mais de 100 Stakeholders do setor do Retalho & Bens de Consumo, que ficaram a conhecer os benefícios mútuos da partilha de dados ao nível da segurança alimentar e da nutrição, tanto para produtores/consumidores alimentares como para a área da saúde pública. Em destaque esteve a Rede Global de Sincronização de Dados GS1® (GS1 GDSN) e a nova plataforma integrada de partilha de dados da GS1 Portugal – Sync PT – Powered by GS1® Portugal.

disponível antes da compra, o mesmo não pode ser vendido num website; • Se o Detentor da Marca não disponibiliza, de forma simples, a informação relevante ao Re talhista num website, será difícil para o Reta lhista vender o produto no seu próprio website; • Será necessário um sistema de colaboração entre o Detentor da Marca e o Retalhista, para garantir que a informação precisa e completa sobre os produtos é disponibiliza da ao consumidor antes da compra.

Foram ainda apresentados os resultados dos trabalhos em torno das Redes PortFIR – Portal de Composição de Alimentos e Informação Microbiológica de Alimentos.

1º SEMESTRE 2013 5


ENTREVISTA

Entrevista A

AMÉRICO RIBEIRO “Só com a maior oferta possível podemos garantir aos consumidores a escolha acertada” Américo Ribeiro integrou o grupo Auchan em 1990. Foi responsável pelas compras alimentares e pela exportação de produtos portugueses até 2007, altura em que se tornou Diretor-Geral do grupo. Recentemente falou com

a Código 560 sobre as mudanças que a Auchan introduziu no retalho português e a experiência de compra do futuro. “Código

O Grupo Auchan é um dos principais líderes da distribuição moderna em Portugal. Em que medida considera que a Auchan imprimiu inovações/ mudanças no retalho nacional? O que mudou na relação com o consumidor?

Américo Ribeiro

Desde que abriu a primeira loja de distribuição moderna em Portugal, há 42 anos, que o mercado tem vindo a evoluir muito rapidamente. No entanto, a capacidade de continuar a desenvolver o setor tem que ser permanentemente encarada como um desafio.

560”

6 CÓDIGO | 560

Do nosso lado, as mudanças foram sempre no sentido de nos adaptarmos aos novos tempos, procurando continuamente as melhores soluções para os nossos clientes. Estou a pensar nas inovações que introduzimos na distribuição moderna em Portugal e que, desde então, já ninguém dispensa. A título de exemplo destaco que fomos pioneiros na introdução dos códigos de barras no Jumbo de Alfragide (1988), das marcas próprias (1984). A inovação esteve e está sempre presente

na nossa atividade comercial seja nos produtos, democratizando o consumo em muitas categorias que não eram habituais no nosso mercado, seja nas operações comerciais, como a feira dos vinhos ou as operações sazonais. Também tenho de destacar o lançamento do primeiro cartão cliente “Cartão Jumbo” ou o lançamento do Clube Rik e Rok para crianças. Inovação também nos sistemas de registo e pagamento das compras em que hoje oferecemos diferentes soluções para responder


GS1® PORTUGAL

1º SEMESTRE 2013 7


ENTREVISTA

às necessidades dos diferentes clientes – Caixa tradicional, Caixa Quik, Self-Scanning, Via Jumbo. Outras inovações que introduzimos, entretanto, no Grupo Auchan foram as entregas ao domicílio, o lançamento de novas atividades como as áreas de saúde e bem-estar, assim como as óticas. Inovámos também na forma como gerimos as nossas gasolineiras, o que permitiu praticar os preços mais baixos do mercado provocando uma verdadeira revolução neste setor de atividade.

Nos hipermercados Jumbo existe uma zona “Self-Discount”. Como é que esta zona se enquadra na estratégia da Auchan? Considera que o conceito se pode aplicar a outros mercados? O Self-Discount permite que os nossos clientes façam compras ajustadas às suas necessidades, uma vez que ali se encontra uma oferta disponível avulso, em unidoses, de calibres mais baixos, no caso de frutas, por exemplo. Graças ao Self-Discount, os produtores têm, agora, a oportunidade de escoar produtos que antes eram rejeitados por serem de calibres mais pequenos. No Self-Discount, cada produto é, na sua categoria, o mais barato do mercado e este preço baixo é permanente. Sempre que é desenvolvido um novo produto para o Self-Discount reduz-se ao máximo os custos das embalagens, sem pôr em causa a sua qualidade. Assim é possível minimizar o impacto ambiental e garantir que chega ao cliente com o preço mais baixo.

“O Grupo Auchan

foi a primeira empresa da distribuição moderna em Portugal e a segunda no mundo a obter a certificação

em responsabilidade social (Norma SA 8000 ).” 8 CÓDIGO | 560

Localiza-se num espaço único e bem identificado com uma sinalética própria, diferente do resto da loja, onde os nossos clientes encontram uma gama completa de artigos (que vai dos produtos de mercearia aos lácteos, drogaria, perfumaria, bebidas, petfood, congelados, frutas, verduras e charcutaria).

Atualmente existem 22 hipermercados da insígnia Jumbo e 10 lojas Pão de Açúcar em Portugal. Quais são os objetivos do grupo Auchan para estas insígnias nos próximos anos: expansão ou reforço do mercado existente? O nosso principal objetivo é trabalhar todos os dias para melhorar a qualidade de vida dos nossos clientes, nomeadamente através do compromisso em manter os preços mais baixos das regiões onde estamos implementados, quer nas nossas lojas Jumbo e Pão de Açúcar quer nos combustíveis, onde somos claramente os mais baratos. Cada vez mais somos reconhecidos pelos preços mais baixos em cada uma das nossas lojas, seja pelos nossos clientes, seja por estudos independentes. Por outro lado, temos vindo, também, a remodelar e modernizar algumas das nossas lojas, como aconteceu com o Jumbo de Vila Nova de Gaia e o Jumbo de Aveiro e como vai acontecer com a modernização do Jumbo de Setúbal, onde vai nascer o 3.º centro comercial Alegro, da nossa Imobiliária – Immochan. Temos, igualmente, apostado em novas gasolineiras Jumbo, como por exemplo do Algarve, com o objetivo de chegarmos cada vez a um maior número de clientes.

O grupo Auchan foi a primeira empresa da Distribuição em Portugal a ser certificada pela Norma Internacional de Responsabilidade Social SA8000. Que impacto teve esta decisão na gestão interna?

O Grupo Auchan foi a primeira empresa da distribuição moderna em Portugal e a segunda no mundo a obter a certificação em responsabilidade social (Norma SA 8000). Esta importante distinção é fruto das nossas políticas de responsabilidade social que praticamos há anos e que são elogiadas pelas mais variadas entidades e reconhecidas como um exemplo de boas práticas. Resulta, também, de uma política de recursos humanos centrada em reconhecer o Colaborador enquanto principal recurso e fator de diferenciação. Efetivamente, ao garantirmos esta certificação, asseguramos ao nível interno um maior rigor em matérias como a gestão de horários, cumprimento de todas as regras de segurança, higiene e saúde no trabalho ou na aplicação justa e transparente dos sistemas de avaliação e premiação. É, assim, mais uma garantia tanto para colaboradores como para parceiros. Um dos eixos de maior investimento e onde nos temos vindo a diferenciar é sem dúvida nas práticas de Conciliação entre o trabalho e a vida pessoal, da qual destaco naturalmente, a abertura de duas creches pela Fundação Pão de Açúcar-Auchan para apoio aos Colaboradores e famílias do Grupo.

Numa altura de tanta incerteza e pessimismo, como é possível continuar a acreditar e motivar os Colaboradores para os desígnios da Responsabilidade Social Corporativa e da Sustentabilidade? São compromissos que fazem parte da política e missão do Grupo Auchan, pelo que todos os nossos Colaboradores estão sensibilizados para estas causas. Contribuíram para estes resultados diversas iniciativas que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos e que nos colocam como um emprega-


GS1® PORTUGAL

dor de referência. A implementação do Sistema de Gestão da Responsabilidade Social, certificado de acordo com a norma SA 8000 que referi há pouco, foi uma das formas que encontrámos para o fazer.

goria premium, sempre ao melhor preço do mercado. As nossas promoções, em variedade e em quantidade, também têm uma vantagem competitiva em relação aos outros formatos.

Santa Maria da Feira

Neste âmbito, também importa referir o Plano para a Igualdade de Género, que assume como prioridades a integração de mulheres e homens em funções tradicionalmente masculinas e/ou femininas, o que promove o acesso de mulheres a cargos de direção e decisão e a igualdade salarial com base no género (44% dos cargos de chefia e 19% dos cargos de direção/decisão são ocupados por Colaboradores do sexo feminino), bem como a promoção da conciliação da vida/ trabalho dos nossos Colaboradores.

De outra forma, garantir resposta à crise é também promover a economia local e nacional. Aqui, aumentar continuamente as referências de produtos locais é nosso objetivo. As nossas marcas próprias assumem, nesta matéria, um papel importante. A título de exemplo recordo que foi a nossa marca própria a primeira a comunicar os produtos de produção nacional, como o leite.

Família

Ao mesmo tempo, consideramos também fundamental o reforço no apoio à Comunidade. E aqui destaco duas ações: o programa de Voluntariado “Parte de Nós” que coloca todos os Colaboradores a darem uma parte do seu tempo em prol dos mais necessitados e a Fundação Jumbo para a Juventude que suporta projetos locais de apoio à infância e juventude. Este ano tivemos 1 100 voluntários e apoiámos 11 projetos de intervenção social.

Cidade onde nasceu

Américo Ribeiro é casado e pai de 2 filhos

Por fim, a grande vantagem de poder fazer todas as compras num mesmo local, ou seja, o Cliente poupa em deslocações e tempo.

Em entrevistas anteriores, referiu que os hipermercados são a melhor alternativa à crise. Quais as mais-valias dos hipermercados para os consumidores? De que forma podem ajudar a minimizar a crise na economia doméstica? Sem margem para dúvidas que os hipermercados têm a melhor resposta para as famílias neste contexto difícil. Desde logo, conseguem ter o melhor preço e uma escolha de preços adaptada a todos os poderes de compra. Por outro lado, têm a oferta mais variada, tanto nos produtos, como nos formatos. No Jumbo, pode comprar produtos mais essenciais, como produtos de cate-

1º SEMESTRE 2013 9


ENTREVISTA

“A tendência será cada vez mais “cada cliente é um cliente” com necessidades próprias, seja ao nível do produto ou do serviço.” Quais são as grandes tendências de consumo – e consequentemente do Retalho Alimentar e Especializado – que vislumbra nos próximos anos? Como será uma loja Jumbo ou Pão de Açúcar em 2030? No Jumbo acreditamos que, mais do que nunca, o Discount Responsavél é uma tendência de futuro porque é a melhor solução para os clientes. Daí que estamos apostados em reforçar o nosso posicionamento de preço baixo, reafirmando que continuaremos a ser os mais baratos nas zonas onde operamos.

Colaboradores

8 500 Presença Internacional

A tendência será cada vez mais “cada cliente é um cliente” com necessidades próprias, seja ao nível do produto ou do serviço. Acreditamos, que só com a maior oferta possível podemos garantir aos consumidores a escolha acertada. Das nossas marcas próprias às marcas do fornecedor, dos produtos mais simples aos de maior valor acrescentado, dos pequenos produtores aos grandes fornecedores, sabemos que temos de disponibilizar o maior leque de oferta

12

Número de países onde o grupo Auchan está presente

Luxemburgo

Hungria

Polónia

Ucrânia

10 CÓDIGO | 560

PORTUGAL

ESPANHA

Rússia

Roménia

França

ITÁLIA

China

Taiwan

possível para manter satisfeitos os nossos clientes. Seguramente, essa é uma aposta com futuro. Veja-se que, apesar da crise, continuamos a desenvolver novas tendências de consumo como sejam os produtos biológicos, a alimentação racional, os produtos Gourmet mas também a desenvolver programas para uma alimentação cada vez mais saudável. Aproveitamos as vantagens de uma economia global, mas apostamos nos produtos nacionais e locais. Queremos apoiar ainda mais os pequenos produtores locais facilitando as entregas, mesmo que seja apenas numa loja, minimizando os problemas de dimensão. Mas a grande diferença será sempre feita pelas nossas equipas e a sua formação e responsabilização serão elementos essenciais para a excelência do serviço. As pessoas são a grande força das marcas e as nossas pessoas são a nossa imagem de marca. São elas que nos tornam, enquanto empresa, mais fortes e melhor capazes de agradar e surpreender quem visita as nossas lojas, fazendo com que os clientes voltem. Acreditamos que, no futuro, tal como nos últimos 51 anos, continuaremos a contribuir com mais exemplos desta grandeza. A tecnologia só faz sentido como meio para melhorar a nossa eficácia e aumentar a satisfação dos nossos clientes.

A Auchan foi responsável pela abertura, em 1988, do primeiro hipermercado totalmente informatizado em Portugal – com leitura óptica de códigos de barras. Três anos antes

a GS1 Portugal/CODIPOR tinha introduzido os códigos de barras em Portugal. Na sua opinião, qual foi o papel da GS1 Portugal/ CODIPOR e dos seus standards na evolução da Grande Distribuição? Um papel extremamente importante e que marcou uma etapa crucial na Distribuição em Portugal. Permitiu adquirir bastantes benefícios a vários níveis, quer na otimização do processo de compras, quer na nossa organização e logística interna. A simplificação do processo facilita a gestão das vendas, diminuição dos gastos, o que se reflete no aumento da produtividade e na poupança. O futuro irá trazer ainda mais soluções que promovam a cadeia de valor, não só do ponto de vista dos compradores como também dos clientes e a GS1 continuará seguramente a reforçar o seu papel de motor da inovação e consequente massificação.

A Companhia Portuguesa de Hipermercados, pertencente ao Grupo Auchan, é associada da GS1 Portugal desde 1985, com o Código de Empresa Portuguesa “5601002”. Que mensagem gostaria de deixar às restantes empresas que constituem o universo associativo da GS1 Portugal? Num momento em que o contexto económico não é o mais animador é importante que existam empresas, parceiros, stakeholders que, numa visão e relação de longo prazo, criem mais-valias que possam ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes. É também de extrema importância a existência de organizações que proporcionem a criação de sinergias entre os seus parceiros e associados. No sentido de promover a partilha e a colaboração criando soluções para os desafios de negócio que garantam a qualidade de vida de todos.


GS1® PORTUGAL

PA R C E I R O T E C N O L Ó G I C O GS1 PORTUGAL

Etiquetas de qualidade, Impressões com qualidade! A Altronix fabrica etiquetas recorrendo a tecnologia moderna e controlo de qualidade exigente. Só assim se atingem impressões bem

Vasta gama de

definidas e resistentes.

Etiquetas autocolantes O

processo

de

fabrico

respeita

as

suas

necessidades específicas, levando em linha de conta os materiais e medidas que mais se ajustam às características dos seus produtos e ao seu ambiente operacional.

• TÉRMICAS • TRANSPARENTES • MATE

Todas as nossas etiquetas passam por rigorosos controlos de qualidade, após

• MEIO BRILHO

os quais são devidamente identificadas pelo tipo de etiqueta, medida e lote.

• POLIPROPILENO • POLIÉSTER • SEGURANÇA • CARTOLINA

Qualidade elevada

Sem resíduos

Optimizadas para imp. de etiquetas

Vários tubos internos

Várias quant. por rolo

Consigo estamos presentes no Futuro!

Grande Stock

info@altronix.pt

www.altronix.pt

1º SEMESTRE 2013 11


EM FOCO

22ª Global GS1® Healthcare Conference

Uma cura global para o setor da Saúde

12 CÓDIGO | 560

Lisboa foi palco da conferência

sobre Saúde mais importante no mundo GS1®. Duzentos e sessenta e nove Stakeholders, provenientes de todo o mundo, reuniram-se na capital portuguesa, entre 23 e 25 de outubro, com um único objetivo: debater a eficiência do setor e a segurança do Paciente.

E

entre 23 e 25 de outubro estiveram reunidos no Hotel Marriott, em Lisboa, 269 Stakeholders da Saúde de vários países do mundo: de 45, para ser mais preciso. Juntos debateram a eficiência do setor e a segurança do Paciente, concretizando assim a 22ª edição da conferência sobre Saúde mais importante do mundo GS1 - a Global GS1® Healthcare Conference. Foi a primeira vez que esta conferência se realizou em Portugal. E foi “um sucesso”, diz Ulrike Kreysa, Vice-Presidente da GS1 Healthcare. “Costumamos ter conferências boas, mas esta ultrapassou as minhas expetativas”. Motivo? “Tivemos uma elevada participação, incluindo da parte dos Stakeholders portugueses”.


GS1® PORTUGAL

Foram 90 os agentes da Saúde portugueses que participaram. Em termos de cadeia de valor, todos os elos estavam representados. Desde Produtores e Distribuidores a Hospitais, Indústria Farmacêutica, Entidades Reguladoras, Associações, Prestadores de Serviços Tecnológicos e Organizações Membro da GS1.

23

“Esta conferência permitiu-nos ver o progresso que tem sido feito, à escala global, na harmonização e otimização do setor”, continuou Ulrike Kreysa, acrescentando que essa otimização apenas é possível através da colaboração à escala global e da adoção de Normas Globais. Isto é, Normas que assegurem a Identificação única e inequívoca dos produtos de saúde e a Captura Automática de Dados, a luta contra a contrafação, a Rastreabilidade, a Sincronização e a Qualidade dos Dados.

“Costumamos ter

conferências boas, mas esta ultrapassou as minhas expetativas”

Os benefícios das Normas Globais para a eficiência e segurança do setor

João de Castro Guimarães Diretor Executivo GS1® Portugal

Para ajudar a compreender esta necessidade, foram apresentados vários casos de estudo e projetos inovadores, suportados pela partilha de conhecimento e de experiência.

E

speramos um debate intenso para melhorar o setor da Saúde e a segurança do Paciente”. Foi assim que o Diretor Executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães, deu início ao primeiro dia da Global GS1 Healthcare Conference, destacando de seguida a seleção de Portugal para receber a conferência: “Portugal precisa de soluções no setor da Saúde.”

Ulrike Kreysa

Vice-Presidente da GS1® Healthcare

Primeiro pela McKinsey & Company e depois através da US Food and Drug Administration, essas soluções ganharam um nome – “Normas Globais”.

1º SEMESTRE 2013 13


EM FOCO

O conhecimento dos

23

especialistas

A

hora de almoço ficou marcada por duas sessões de perguntas aos especialistas sobre codificação de produtos de Saúde. De um lado, Silvério Paixão, Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal e, do outro, Chuck Biss, especialista da GS1 na simbologia DataMatrix.

Katy George

Partner da McKinsey & Company

O estudo da

“Existem erros. Alguns são capturados, mas muitos escapam e colocam em causa a segurança do Paciente. São necessárias identificações robustas – de pacientes, prestadores de serviços e produtos de saúde”, sublinhou Silvério Paixão, acrescentando que os Códigos de Barras GS1 podem ser utilizados em todas estas identificações.

Mckinsey & Company

K

A simbologia de Códigos de Barras recomendada pela GS1 para o setor da Saúde é o GS1 DataMatrix, um código bidimensional que pode ter dimensões reduzidas e ser aplicado (marcado ou etiquetado) em produtos muito pequenos, como um bisturi, e, mesmo assim, conter muita informação (GTIN, data de validade do produto, números de série e lote, p. ex.).

aty George, Partner da McKinsey & Company, apresentou, em primeira mão, o mais recente estudo da consultora norte-americana. “Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare”, o primeiro estudo a quantificar os benefícios das Normas Globais para a cadeia de valor da Saúde, revelou que a adoção de Normas Globais representa uma oportunidade “win-win” para todos os agentes do setor. Quer em termos de eficiência, quer em termos de segurança. Desde o produtor ao paciente. Os benefícios são reais: menos 40 a 100 mil milhões de dólares em custos anuais em toda a cadeia de valor, mais 130 milhões de unidades de medicamentos não conformes recolhidas, mais 25 000 vidas protegidas e mais 60 mil milhões de dólares em poupanças para todos os agentes da cadeia de valor. Este conjunto de benefícios significa que “as Normas Globais fazem a diferença” e que é necessário “alinhamento e colaboração entre todos” na sua implementação, rematou a norte-americana. Os presentes concordaram. Ajit Shetty, da Johnson & Johnson, foi um dos oradores a dar voz aos aplausos. E a sublinhar a importância das Normas Globais para todos os elos da cadeia de valor. “As Normas Globais são uma mais-valia para o governo, uma mais-valia para a indústria, uma mais-valia para os retalhistas, uma mais-valia para os hospitais.” 14 CÓDIGO | 560

A identificação única e inequívoca dos produtos de Saúde através dos Identificadores-chave GS1 é o primeiro requisito para a atribuição de códigos de barras passíveis de serem capturados (lidos) de forma automática em toda a cadeia de valor da Saúde, incluindo à cabeceira do Paciente. Isto é, uma codificação universal dos produtos de Saúde, de modo a eliminar erros e garantir a segurança do Paciente.

Silvério Paixão

Diretor de Inovação e Standards da GS1® Portugal


GS1® PORTUGAL

Identificação Única de Dispositivos Médicos a legislação nos EUA

A

última sessão plenária do dia foi dedicada à Identificação Única de Dispositivos Médicos (UDI), um projeto desenvolvido pela US Food and Drug Administration, em conformidade com as Normas ISO – International Standards Organization. Esta identificação é feita através de um código, que inclui o GTIN – Global Trade Item Number do dispositivo e que pode ser capturado automaticamente por um leitor ótico.

Contrafação de Medicamentos 24 Rastreabilidade e Sincronização de Dados

Agnès Mathieu

Direção-Geral de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia

Jay Crowley, Senior Advisor do regulador norte-americano, deu a conhecer a proposta de regulação para esta matéria. Em traços gerais, a US Food and Drug Administration pretende que a identificação única e inequívoca dos dispositivos abranja a distribuição e a utilização, podendo incluir, para além do GTIN, informação sobre os números de lote e de série.

A Diretiva europeia sobre

Medicamentos Falsificados

D

ireção-Geral de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia deu início ao segundo dia da conferência, numa sessão plenária sobre Contrafação de Medicamentos e Rastreabilidade. Agnès Mathieu, daquele organismo, apresentou a Diretiva da União Europeia sobre Medicamentos Falsificados, que estabelece novas regras no que diz respeito às caraterísticas de segurança dos medicamentos prescritos, nomeadamente, a obrigatoriedade de utilização de um identificador único nas embalagens.

Jay Crowley

Senior Advisor US Food and Drug Administration

O objetivo da Comissão Europeia é incluir, a partir de 2017, o máximo de informação possível na rotulagem das embalagens dos medicamentos – por exemplo, o número de série, o número de lote, a data de validade, o código de identificação, o número de reembolso nacional, entre outros.

1º SEMESTRE 2013 15


EM FOCO

Na opinião dos Stakeholders europeus, disse Agnes Mathieu, esta aplicação deve ser feita de forma “uniforme e global, baseada em normas harmonizadas e reconhecidas internacionalmente”. A simbologia de códigos de barras GS1 DataMatrix, por ser uma simbologia bidimensional e reconhecida pela ISO – International Standards Organization, permite responder às exigências da Diretiva da Comissão Europeia. Por isso, os Stakeholders farmacêuticos europeus apontam-na como uma solução eficiente e segura para o setor.

24

no setor da Saúde

A

sincronização e a qualidade dos dados no setor da Saúde foram os temas centrais do debate durante a tarde do 2º dia da Global GS1 Healthcare Conference. Os agentes da cadeia de abastecimento sublinharam a importância da qualidade e da partilha dos dados sobre medicamentos e dispositivos médicos entre toda a cadeia de abastecimento, de modo a garantir a segurança do agente final – o Paciente.

Grant Courtney, Gestor de Serialização e Segurança na EFPIA (Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas), é um dos defensores desta solução, capaz de fornecer uma identificação única, inequívoca e global sobre os medicamentos e, por isso, de facilitar o combate à contrafação.

Espanha foi o primeiro país a alertar para esta necessidade, apresentando o atual projeto de sincronização de dados sobre dispositivos médicos da GS1 Espanha e da IMS Health: o GDSN Datacrunch.

“O nosso objetivo

é aumentar a segurança da cadeia de

abastecimento de medicamentos”

A EFPIA, em conjunto com GIRP (Associação Europeia dos Grossistas Farmacêuticos), PGEU (Grupo Farmacêutico da União Europeia) e EAEPC (Associação Europeia de Empresas Farmacêuticas da Zona Euro), está inclusive a desenvolver um European Stakeholder Model (ESM), para ajudar os Stakeholders europeus a cumprir os requisitos legais da comissão europeia. A integração do GS1 DataMatrix no centro deste modelo é um dos próximos passos, asseguraram as quatro organizações europeias durante a sessão plenária. “O nosso objetivo é aumentar a segurança da cadeia de abastecimento de medicamentos. Para isso é necessário verificar a autenticidade e a identificação das embalagens individuais de medicamentos”, sublinhou Grant Courtney. Na Alemanha, o GS1 DataMatrix já está a ser utilizado na cadeia de abastecimento, em virtude de um projeto piloto iniciado pela Bayer. Na sua realização participaram 21 produtores e 200 a 300 farmácias e foram verificados cerca de 2,3 milhões de embalagens de medicamentos. Na base deste projeto está a necessidade de responder à diretiva europeia e de reduzir os erros de medicação. Ou como sustentou Peggy Staver, a propósito dos processos de rastreabilidade conduzidos também pela Pfizer, de garantir a segurança do Paciente: “O Paciente é o nosso foco.”

16 CÓDIGO | 560

Sincronização e Qualidade dos Dados

Cerca de 1 000 produtos e 42 atributos foram analisados no âmbito deste projeto. O objetivo era avaliar a qualidade dos seus dados, fundamental para a excelência operacional e a segurança

Da esquerda para a direita:

Grant Courtney Gestor de Serialização e Segurança, EFPIA

Monika Derecque-Pois

Diretora-Geral, GIRP

John Chave

Secretário-Geral, PGEU


GS1® PORTUGAL

do paciente. “A falta de identificação normalizada dos produtos leva a que os erros sejam replicados em outros processos importantes ao longo da cadeia de abastecimento”, alertou Sergi Vilella, da GS1 Espanha.

25

Irlanda e Austrália também tomaram a palavra para apresentar os seus projetos de partilha de informação. Do lado irlandês, o foco esteve no Hospital St. James, que partilha regularmente informação sobre os produtos de saúde com os restantes agentes da cadeia de abastecimento. Essa partilha é feita através de mensagens eletrónicas normalizadas, isto é, baseadas nas Normas GS1 eCommerce.

A Implementação de Normas Globais

no setor da Saúde

Do lado da Austrália, o destaque esteve no Catálogo Eletrónico de Produtos, uma ferramenta implementada pela NEHTA – –National eHealth Transition Authority. Entre as empresas que aderiram a esta plataforma estão a Abbot e a Cook Medical. A primeira utiliza o catálogo para inserir e aceder a informação, partilhando-a com os seus parceiros de negócio através da sincronização de dados normalizados (GS1 GDSN). A segunda aderiu ao catálogo e iniciou a partilha da informação aí residente através de mensagens eletrónicas normalizadas (GS1 eCommerce) com os restantes agentes da cadeia de abastecimento. Desta forma, o Catálogo Eletrónico de Produtos tornou-se uma fonte única e de confiança de informação sobre os produtos de saúde e os seus preços.

O

Sergi Vilella

Gestor de Projetos de Saúde, GS1® Espanha

dia de encerramento da 22ª Global GS1 Healthcare Conference teve como destaque a implementação de Normas Globais pela Indústria e pelos Hospitais. Holanda, Brasil, Irlanda e Portugal foram alguns dos países a revelar os seus projetos de adoção das Normas GS1. O argumento principal foi o de que as Normas Globais ajudam a melhorar a segurança do Paciente. Em grande parte graças à vi-

1º SEMESTRE 2013 17


EM FOCO

sibilidade que fornecem aos processos e aos produtos ao longo de toda a cadeia de valor – nomeadamente a “visibilidade dos inventários”, fez questão de frisar Justin Bitter, da University Medical Center, sediada na Holanda. Aí foi adotada a Norma GS1 para a Rastreabilidade na Saúde, que se traduziu na codificação dos produtos com um GTIN, data de validade e número de série ou de lote, na identificação de localizações com um Global Location Number (GLN) e na sincronização desta informação com o Registo Eletrónico do Paciente e o Sistema de Informação do Hospital. Os resultados foram dados em números pelo orador: os níveis de inventário nos hospitais diminuíram 20 por cento e os produtos e materiais obsoletos 80 por cento.

“As Normas são verdadeiras soluções”, reforçou Nilson Malta, do hospital brasileiro Albert Einstein, que deu a conhecer o projeto de codificação de produtos conduzido naquele hospital. Um projeto que inclui a utilização de códigos de barras (GS1 DataMatrix) nas embalagens secundárias dos medicamentos e à cabeceira do Paciente. Roberto Frontini, Presidente da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares, mostrou o panorama geral no que diz respeito aos códigos de barras: “a utilização dos Códigos de Barras reduz 67 por cento os erros logísticos e 51 por cento os erros de administração.” E esclareceu que, em termos europeus, Portugal é o 11º país que mais utiliza Códigos de Barras na gestão de stocks nos hospitais e o sexto no que diz respeito à sua utilização no ponto de cuidado.

25

Margarida Alves

Gestora de Assuntos Regulamentares de Medicamentos, Novartis

Da esquerda para a direita:

Feargal McGroarty

Gestor de Projetos, St. Jame’s Hospital

Justin Bitter

Chefe de OR, University Medical Center

Roberto Frontini

Presidente, Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares

Nilson Malta

Farmacêutico, Hospital Albert Einstein

18 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

Criação de valor na Saúde

D

epois da apresentação das melhores práticas de implementação das Normas Globais na Saúde, o Professor Universitário Augusto Mateus tomou a palavra para fazer o encerramento da 22ª Global GS1 Healthcare Conference.

Galeria de Fotos

Veja os principais momentos da 22ª Global GS1® Healthcare Conference

Enquanto antigo Ministro da Economia e Secretário de Estado da Indústria e atual Presidente da empresa de consultoria Augusto Mateus & Associados, o Professor Universitário foi o “Orador Convidado” desta conferência. O objetivo era transmitir aos presentes a sua visão sobre o caminho que o setor da Saúde deve seguir.

Implementação das Normas GS1® pela Novartis

Em poucas palavras, o professor esclareceu que “já fizemos muito pela cadeia de abastecimento, mas ainda não fizemos tudo.” “É possível criar valor”, sublinhou, acrescentando que, para tal, é necessário colocar as pessoas no centro da atenção dos Stakeholders da Saúde e utilizar as melhores soluções de Identificação, Captura e Partilha de informação – isto é, soluções que já tenham dado provas de eficiência e segurança antes. Esta ideia foi reforçada no final do discurso do Professor, com o lançamento de um repto que realçou a importância das Normas Globais: “Porque não trazer para a Saúde as soluções de eficiência e segurança que são utilizadas noutras atividades económicas, como as Normas Globais?”

Augusto Mateus Professor Universitário

N

a Indústria existem já alguns projetos em curso para a harmonização da informação sobre os produtos de saúde, de modo a garantir mais segurança e eficiência em toda a cadeia de abastecimento. Neste âmbito, Portugal esteve em destaque no terceiro dia da conferência, graças ao projeto “Normalização e Rastreabilidade de Produtos” conduzido pela Novartis. Rastreabilidade, registo de identificação numa base de dados e verificação online de identificação são os grandes objetivos deste projeto, que se centra na utilização do GS1 DataMatrix para identificar as embalagens de medicamentos, desde o produtor ao hospital. “O projeto incluiu o desenvolvimento de uma aplicação de registo – cada hospital tem um account e diferentes users. Estes capturam o DataMatrix e a hora da captura é registada na aplicação. A informação permanece confidencial”, esclareceu Margarida Alves, da Novartis.

1º SEMESTRE 2013 19


EM FOCO

A conferência

vista por quem participou

OS PARTICIPANTES

os temas

“E

sta conferência foi claramente uma aposta ganha. Tivemos um elevado nível de participação de entidades locais e internacionais, com apresentações de grande qualidade e já começamos a assistir a apresentações sobre projetos nacionais, fruto do esforço desenvolvido nos últimos tempos.”

a conferência

Paulo Gomes

as normas globais

Presidente, GS1® Portugal

ara mim, é uma oportuni“ P dade, enquanto prestador de cuidados de saúde, de partilhar

muito bom que estes encon“ É tros aconteçam em zonas diferentes do mundo, pois ajudam as pessoas e as instituições a perceber como podem utilizar localmente as Normas Globais e providenciar maior segurança para o Paciente.”

Mark Brommeyer

Gestor da Cadeia de Abastecimento, NEHTA, Austrália

20 CÓDIGO | 560

a minha experiência e também de ouvir os outros prestadores para saber o que eles pensam, no que é que concordam ou discordam. Podemos todos trabalhar em conjunto para melhorar a cadeia de valor da Saúde e garantir a segurança do Paciente.”

Feargal McGroarty

Gestor de Projetos, St. James’s Hospital, Irlanda

a primeira vez que partici“ É po nesta conferência. Estou surpreendida pela muito boa orga-

nização desta edição, que me faz sentir confortável para saber o que há de novo no setor da Saúde. E já tenho muitas ideias para a Conferência de Saúde da GS1 Macedónia que se realiza em dezembro.”

Sladjana Milutinovic CEO, GS1® Macedónia


GS1® PORTUGAL

“O

que é particularmente interessante é o contacto dos participantes com as experiências que existem noutros países. Para mim, é uma mais-valia e um momento enriquecedor.”

Miguel Lança

Diretor de Sistemas de Informação, Associação Nacional de Farmácias, Portugal

iquei muito impressionada “ F com o número de pessoas que participam nesta conferência e o seu nível de conhecimento sobre a legislação farmacêutica.”

Agnès Mathieu

Membro da Unidade de Produtos Medicinais, Direção-Geral de Saúde e Consumidores (Comissão Europeia)

criação de um catálogo úni“ A co entre os fornecedores e os provedores de cuidados médi-

cos, portanto entre hospitais e, no nosso caso, J&J, porque estamos muito interessados em projetos de comunicação eletrónica de dados e toda a automatização do processo de compra.”

Diogo Travassos

“U

ma vez que esta edição decorre na Europa, julgo que se torna importante analisar e perceber melhor os pressupostos da Diretiva de Medicamentos Falsificados, da Comissão Europeia. Mas também o modelo europeu criado pelos Stakeholders – o European Stakeholder Model – e a relação com os hospitais.”

Gestor de Soluções de Valor Acrescentado, J&J Medical Iberia, Portugal

stamos a passar por um pro“ E cesso muito forte em estudos sobre rastreabilidade de medica-

mentos e queremos aprender mais, em conjunto com os países que já usam frequentemente processos de rastreabilidade, para poder aplicar esta solução no Brasil.”

Mike Rose

Serafim Branco Neto

Vice-Presidente, J&J, EUA

Assessor da Presidência, ABRAFARMA – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, Brasil

s erros de administração “ O têm sido muito divulgados em todo o mundo como um proble-

ma muito grave, que mata pessoas. O que nós queremos é implementar um sistema que permita que este processo seja o mais seguro possível. Nós consideramos que as Normas Globais GS1 são uma ferramenta extremamente importante para esse processo.”

s Normas Globais são muito “ A importantes. Nós precisamos de uma norma global que pos-

samos utilizar em qualquer país, em qualquer parte do mundo. As Normas Globais garantem que os custos de implementação são menores, que a certeza aumenta e que os erros diminuem – pois múltiplos sistemas e normas conduzem ao risco máximo.”

Grant Courtney

Líder de Serialização, EFPIA – European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations, Reino Unido

Nilson Malta

“S

ão uma solução win-win para todos os agentes da cadeia de abastecimento. Todos ganham.”

Farmacêutico Sénior, Hospital Albert Einstein, Brasil

Katy George

Partner, McKinsey & Company, EUA

1º SEMESTRE 2013 21


EM FOCO

As Normas Globais

reduzem custos e salvam vidaS “Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare” tem o carimbo da McKinsey & Company e é o primeiro estudo a quantificar os benefícios das Normas Globais na redução de custos e na segurança dos cuidados de saúde prestados ao Paciente.

22 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

S

ão vários os estudos que comprovam os benefícios da utilização das Normas Globais em setores como, por exemplo, o Retalho & Bens de Consumo. Mas no setor da Saúde não existia um estudo capaz de quantificar as mais-valias decorrentes da identificação, captura e partilha normalizada da informação sobre produtos de saúde, à escala global. Até ao passado mês de outubro, quando a consultora norte-americana McKinsey & Company apresentou, em primeira mão em Lisboa, “Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare”, no âmbito da 22ª Global GS1® Healthcare Conference. O estudo, que contou com a participação de 80 líderes de organizações de Saúde de todo o mundo, revela que a adoção de Normas Globais gera benefícios significativos para toda a cadeia de abastecimento da Saúde.

Strength in Unity

The promise of global standards in healthcare

“A implementação de Normas Globais poderia salvar 22 a 43 000 vidas” Em concreto, a “implementação de Normas Globais poderia salvar 22 a 43 000 vidas” e evitar “até 1,4 milhões de deficiências no paciente” devido a erros de medicação, refere o relatório. Além disso, “poderia impedir a entrada de dezenas de milhões de dólares provenientes de medicamentos falsificados na cadeia legítima de abastecimento” e “permitir a redução de custos de cuidados de saúde entre os 40 e 100 mil milhões de dólares”.

“O setor de saúde enfrenta uma multiplicidade de requisitos potencialmente cara. A longo prazo, esta multiplicidade pode-se tornar inviável. A adoção de um único conjunto de normas globais vai custar significativamente menos do que dois e muito menos do que três ou mais sistemas”, pode-se ler no estudo.

Estes benefícios das Normas Globais são calculados a 10 anos. Porém, também são visíveis no processo inicial de adoção das mesmas, afirma a McKinsey, sublinhando que o investimento em Normas Globais é 10 a 25 por cento mais baixo do que em sistemas proprietários ou em múltiplos sistemas de identificação de produtos de saúde

O grande exemplo vem do setor do Retalho e Bens de Consumo, onde as Normas Globais têm sido amplamente adotadas. O Sistema GS1® tem neste setor um papel fundamental, enquanto sistema de Normas Globais mais utilizado no mundo e garante de que os bens são rastreados do prado ao prato. É preciso replicar esta experiência em

– atualmente muito utilizados pelos agentes da cadeia de abastecimento.

toda a cadeia de valor da Saúde, diz a consultora norte-americana. “Não se trata de uma equação de valor nulo”, afirmou Katy George, Partner da McKinsey, no primeiro dia da 22ª Global GS1 Healthcare Conference. “Através da adoção de Normas Globais, todos os agentes da cadeia beneficiam, poupando dinheiro e garantindo a segurança do Paciente.

Leia e faça o download do estudo “Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare”

1º SEMESTRE 2013 23


EM FOCO

“Código

É a primeira vez que participa numa Global GS1® Healthcare Conference? Qual a sua opinião sobre esta conferência?

Katy George

É a primeira vez que participo e penso que este evento é fantástico. É emocionante ver tantas pessoas, de diferentes áreas da Saúde, reunirem-se para debater problemas comuns. Vê-se o mesmo empenho, em primeiro lugar, em termos de compromisso com a segurança e o cuidado do paciente e, em segundo lugar, no reconhecimento de que a colaboração e utilização de Normas Globais são necessárias para garantir a segurança do Paciente.

560”

Tendo em conta o estudo que apresentou, quais são os principais desafios que enfrentamos na Saúde? E como os podemos resolver? Os principais desafios que analisámos no nosso estudo centram-se em torno da segurança do Paciente ao longo de toda a cadeia de abastecimento e também na redução de custos à escala global. Por isso, analisámos sete processos diferentes, nos quais as Normas Globais poderiam fazer a diferença, melhorando a segurança do Paciente e reduzindo custos. Concluímos que esses processos, quando conduzidos através de Normas Globais, permitem salvar milhares de vidas e poupar biliões de dólares, todos os anos, em toda a cadeia de valor da saúde. Quais são os benefícios da utilização de normas globais por oposição a normas locais ou nacionais? Nós analisámos questões como o combate à contrafação através da autenticação ou a possibilidade da leitura de códigos de barras junto à cabeceira do Paciente, enquanto facilitador da redução dos erros de medicação, de recolhas eficientes e eficazes de medicamentos, entre outros aspetos importantes para o setor. Muitos destes aspetos poderiam ser conduzidos sem a utilização de Normas ou, pelo contrário, atra-

24 CÓDIGO | 560

Entrevista A

Katy George

McKinsey & Company

“É necessário uma

comunicação comum entre toda a cadeia de abastecimento”

No dia 23 de outubro, primeiro dia da 22ª Global GS1® Healthcare Conference, Katy George apresentou o estudo “Strength in Unity: The

promise of global standards in healthcare”

a mais de 250 Stakeholders mundiais da Saúde. Pouco tempo depois falou com a Código 560 e explicou quais são os principais desafios do setor e como é que as Normas Globais podem ajudar a ultrapassá-los. vés da utilização de múltiplos sistemas de normalização. Mas concluímos que a chave para o sucesso reside na ligação de toda a cadeia de abastecimento – do produtor ao distribuidor, às farmácias, aos hospitais, etc. Para que essa ligação seja eficaz – em termos de processos e em termos de custos – é necessário que

exista uma comunicação comum e uma forma normalizada de partilhar informação entre toda a cadeia de abastecimento. A única forma de o fazer é através de Normas Globais. A utilização de diferentes normas pelos agentes da cadeia de abastecimento conduz a um aumento de custos e a um risco acrescido.

“Concluímos que a chave para o

sucesso reside na ligação de toda a cadeia de abastecimento – do produtor ao distribuidor, às farmácias, aos hospitais, etc.”


GS1® PORTUGAL

Katy George Partner, McKinsey & Company

“A utilização de diferentes normas pelos agentes da cadeia de abastecimento conduz a um aumento de custos e a um risco acrescido.” A adoção de Normas Globais e a colaboração são vitais para garantir a segurança do Paciente. Que tipo de mensagem é necessário transmitir aos governos e aos reguladores para obter a sua colaboração? A nossa mensagem tem-se focado nas oportunidades que os agentes têm para colaborar: isto é, de trabalhar em conjunto, de forma proativa, para garantir a segurança da cadeia de abastecimento e dos cui-

dados de saúde; de trabalhar em conjunto para aumentar a segurança do Paciente no que diz respeito à utilização dos medicamentos e dos dispositivos; de trabalhar em conjunto para diminuir os custos coletivos do setor. Por isso, a nossa mensagem é uma mensagem focada nos processos que são necessários para o alcance destes benefícios. E a colaboração de todos é, sem dúvida, necessária. Penso que a adoção de Normas Globais poderia realmente ajudar e facilitar essa colaboração.

Portugal tem um Healthcare User Group (HUG) desde fevereiro de 2012. Que mensagem gostaria de deixar aos Stakeholders que atualmente colaboram neste HUG para alcançar uma normalização global para a Saúde? Tendo em conta o que concluímos no estudo, existem muitas oportunidades win-win para todos os agentes da cadeia de abastecimento. O foco nessas oportunidades é uma forma de assegurar que cada membro da cadeia que colabora com os outros tem capacidade para alcançar benefícios nos seus negócios. Quando as empresas veem esses benefícios, é mais fácil para elas fazer o investimento necessário e apostar ainda mais na colaboração.

1º SEMESTRE 2013 25


EM FOCO

pensar

PENSAR pensar

PENSAR pensar

debater

Debater

DEBATER

DEBATER

Think Tank

O fórum internacional da Saúde passou por Portugal 26 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

Como é que os principais desafios do setor da Saúde podem ser ultrapassados? Esta foi a pergunta orientadora do primeiro Think Tank de Saúde realizado em Portugal, no âmbito da 22ª Global GS1® Healthcare Conference.

O

s principais reguladores mundiais da Saúde reuniram-se, no dia 24 de outubro, para refletir sobre as melhores soluções para o setor da Saúde. A reunião aconteceu em Lisboa, no âmbito da 22ª Global GS1® Healthcare Conference, e marcou o primeiro Think Tank de Saúde em Portugal.

PENSAR

Denominado “International Government Healthcare Supply Chain Think Tank”, este fórum mundial teve um único objetivo: reunir à mesma mesa re-

guladores e entidades governamentais para discutir as principais preocupações no que diz respeito à área da Saúde e a forma de serem resolvidas ou ultrapassadas. O tema da Global GS1 Healthcare Conference, “A globally harmonized way to improve patient safety”, serviu de mote a este Think Tank, que se revelou uma plataforma de partilha de benefícios e aprendizagem das melhores práticas internacionais. Nomeadamente, no que diz respeito ao combate à contrafação, à rastreabilidade de medicamentos e dispositivos médicos, à redução de custos e à garantia dos Cinco Direitos Fundamentais do Paciente: o Paciente certo, com o medicamento correto, administrado na dose adequada, pela via apropriada e no momento exato.

PENSAR

DEBATER

O debate foi realizado de acordo com a Chatham House Rule. Publicidade

1º SEMESTRE 2013 27


GS1® EM PORTUGAL

SYNC PT ®

sincronização de dados em tempo real

28 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

que pertençam à mesma rede (sincronizadas com a base de dados mestre) e comunicada às empresas que as detêm, através de mensagens normalizadas GS1 eCommerce (Mensagens Eletrónicas Comerciais). Assim, os parceiros comerciais têm certeza de que a informação residente nos seus sistemas está atualizada e é rigorosa e de confiança. Sem margem para erros ou equívocos.

A Sync PT – Powered by GS1® Portugal, uma plataforma integrada de sincronização de dados, foi lançada há quatro meses e já está a revolucionar as bases de dados do Retalho & Bens de Consumo.

E

rros na inserção de dados e perda de tempo na gestão dos sistemas de informação são dois problemas que as empresas enfrentam no dia a dia. O motivo está na atualização manual dos sistemas de informação, que coloca em causa a fiabilidade dos dados. A solução para este problema nasceu há quatro meses – chama-se Sync PT e tem a assinatura da GS1® Portugal. Baseada nas Normas GS1® de Sincronização de Dados (GS1 GDSN), a Sync PT – Powered by GS1® Portugal é uma plataforma de sincronização de dados que permite a partilha, em tempo real, de informação sobre fichas de produto, fichas de empresa e contactos. De forma confidencial, automática e segura. O processo é simples: qualquer alteração efetuada numa base de dados é, simultaneamente, repetida ou replicada de forma automática nas bases

Esta solução de sincronização de dados é pioneira em Portugal e está já a revolucionar o setor do Retalho & Bens de Consumo. Motivo? A partilha automática de dados entre empresas tem otimizado a qualidade e atualidade da informação das bases de dados, gerando a visibilidade dos produtos ao longo da cadeia de valor e, consequentemente, mais vendas.

vel. Contudo, para que seja sólido, são necessárias plataformas agregadoras de informação de qualidade sobre os produtos e serviços, capazes de serem geridas e consultadas em qualquer momento. A partilha automática e em tempo real de dados entre parceiros comerciais através da Sync PT é, desta forma, uma ponte para o B2C. Para isto contribuiu o facto de esta ser uma plataforma integrada – isto é, constituída por diferentes componentes, cada uma com diferentes funcionalidades e vantagens para a gestão normalizada e automática dos dados.

“A partilha automática

e em tempo real de dados entre parceiros comerciais através da Sync PT é, desta forma, uma ponte para o B2C.” Da sincronização de dados ao B2C

O

sucesso das vendas estará cada vez mais dependente da informação disponibilizada aos parceiros comerciais e consumidores. Neste último caso, a regra aplica-se tanto nas lojas, como nas plataformas de venda à distância – como é o caso do telemóvel. Este tipo de comércio começa a dar provas no âmbito do Business–to-Consumer (B2C): a consultora Forrester estima que, nos próximos cinco anos, os europeus vão comprar 11 vezes mais produtos e serviços através do telemó-

1º SEMESTRE 2013 29


GS1® EM PORTUGAL

Base de Dados de Informação Empresarial: Serviços de Sincronização disponíveis no E2E (área reservada)

O

E2E – Ficha de Empresa é uma base de dados que contém informação empresarial sobre as empresas ativas em Portugal. Atualmente, tem

30 CÓDIGO | 560

mais de 550 000 registos de empresas, fornecidos pela COFACE, responsável pela compilação dos dados provenientes, por exemplo, da Direção-Geral da Administração da Justiça e da Direção-Geral dos Registos e do Notariado. O método de funcionamento é baseado na automatização: quando um utilizador faz a primeira pesquisa do NIF de uma empresa nesta base de dados, o registo fica guardado na sua base de da-

dos ou sistema de gestão (ERP) que, por sua vez, passa a fazer a sincronização em tempo real da informação associada àquela ficha de empresa através de métodos ou processos automáticos. Para isso, os utilizadores devem ser associados da GS1® Portugal, estar registados no website da GS1 Portugal (área reservada) e possuir um Global Location Number (GLN).


GS1® PORTUGAL

“A Data Pool da Sync PT é

Códigos de Barras “home made”: Data Driver, uma solução para Micro e Pequenas Empresas

uma base de dados certificada,

O

Data Driver é uma ferramenta online de gestão de Códigos GS1 que dá mais autonomia às Micro e Pequenas Empresas na criação e gestão de Códigos de Barras GS1. Em concreto, o Data Driver permite que as PME’s “construam” os seus GTINs – Global Trade Item Numbers e os convertam em Códigos de Barras, sempre em conformidade com as Normas GS1 para a Captura Automática com Códigos de Barras (GS1 BarCodes). Como? Introduzindo ou importando a informação dos produtos no Data Driver. Essa informação é depois traduzida, de forma automática, em séries numéricas (GTINs) e estas, por sua vez, convertidas em Códigos de Barras GS1.

que funciona como um Catálogo Eletrónico onde estão agregados os dados normalizados sobre os artigos.”

Motor de Busca de informação comercial da GS1: GEPIR – Global Electronic Party Information Registry

Data Pool: Catálogo Eletrónico de Produtos (certificado

pela GS1 Portugal)

A

Data Pool da Sync PT é uma base de dados certificada, que funciona como um Catálogo Eletrónico onde estão agregados os dados normalizados sobre os artigos. Desta forma, permite que os utilizadores acedam a registos de diferentes produtos, bem como a informação adicional sobre os parceiros comerciais, de acordo com as Normas de Sincronização de Dados do Sistema GS1.

O

GEPIR é um serviço de pesquisa da Sync PT que permite ao utilizador aceder aos dados de uma empresa utilizadora do Sistema GS1. O método de pesquisa pode basear-se em qualquer Identificador-Chave GS1 ou na designação social da empresa.

A Sync PT – Powered by GS1® Portugal em números Benefícios para a Oferta (quem alimenta o catálogo) Introdução de Dados

Gestão de Encomendas

67%

Documentos Comerciais

a

2a6

melhoria na Gestão de Itens e Encomendas

semanas de redução em média do Time-to -Shelf

25% 55%

redução das operações relacionadas com a verificação de dados comerciais

Benefícios para a Procura (subscritores) Gestão de Dados

30% redução das operações administrativas

OSA

(On Shelf Availability)

a

3% 8%

melhoria na reposição de produtos

Gestão de Encomendas

50% melhoria na eficiência

Check out

40% redução em coupons rejeitados

Fonte: GS1, “Synchronising Data: Proven Benefits for your Company”, 2008

1º SEMESTRE 2013 31


GS1® EM PORTUGAL

Portugal na vanguarda DA

sincronização de dados nutricionais 32 CÓDIGO CÓDIGO||560 560


GS1® PORTUGAL

Três organizações, uma rede de sincronização de dados e um Memorando de Entendimento. Foi quanto bastou para colocar Portugal na vanguarda da sincronização de dados nutricionais, com a realização de um projeto-piloto que, no futuro, irá abranger o resto da Europa.

I

magine uma plataforma comum a todo o setor do Retalho & Bens de Consumo, na qual as empresas podem carregar e consultar os valores nutricionais de milhares de alimentos. E imagine que, apesar da língua utilizada, todas as empresas são capazes de aceder e compreender a informação disponível. Foi com este objetivo que a GS1® Portugal, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, I.P. (INSA) e a European Food Information Source (EuroFIR) assinaram, em outubro, um Memorando de Entendimento que determina a interligação das bases de dados do Portal de Informação Alimentar português (PortFIR) e da GS1 Portugal. Essa interligação é feita através da sincronização normalizada dos valores nutricionais de milhares de alimentos – isto é, através de uma linguagem comum, capaz de ser compreendida por todos os utilizadores. A troca obedece às Normas GS1® de Sincronização de Dados (GS1 GDSN) e resulta na criação de uma fonte única e alargada de informação alimentar, que coloca Portugal na vanguarda da sincronização de dados nutricionais. “Este processo constitui um projeto-piloto em Portugal e vai permitir disponibilizar mais e melhor informação alimentar às empresas”, frisa João Picoito, Gestor Sénior de Projetos na GS1® Portugal. A explicação é simples. “Haverá mais informação porque as duas bases de dados estarão sincronizadas e, por isso, qualquer alteração ou acréscimo de dados ou informação nu-

tricional será imediatamente replicada em ambas. A informação será melhor porque, graças a esta sincronização em tempo real, estará sempre atualizada e completa.”

Sync PT ao serviço da Sincronização de Dados Nutricionais

A base de dados do PortFIR vai passar a estar sincronizada com a Data Pool Certificada da GS1® Portugal e vice-versa. Trata-se de uma base de dados recente, integrada na plataforma Sync PT – Powered by GS1® Portugal. Esta Data Pool Certificada funciona como um Catálogo Eletrónico, que fornece aos utilizadores serviços de

suporte de sincronização de dados sobre um produto, em tempo real e à escala global, bem como informação adicional sobre os parceiros comerciais, de acordo com as Normas GS1 GDSN. A sua utilização é gratuita durante 2013 para Associados da GS1 Portugal.

“Este processo constitui um projeto-piloto em Portugal e vai permitir disponibilizar mais e melhor informação alimentar às empresas” O desenvolvimento deste projeto será acompanhado de perto pelo EuroFIR, a associação que gere as bases de dados com informação alimentar na Europa. O PortFIR é uma das 25 bases de dados que compõem a rede europeia do EuroFIR, mas a primeira a integrar um projeto de sincronização com uma Data Pool (base de dados) Certificada da Rede Global de Sincronização de Dados da GS1. Por ser pioneiro na Europa, este projeto irá dar origem a um caso de estudo sobre as mais-valias da sincronização normalizada da informação nutricional. E será o ponto de partida para que, no futuro, este tipo de sincronização seja alargado ao resto da Europa, com a interligação da base de dados europeia do EuroFIR e a Data Pool Global da GS1, que atingiu recentemente o marco dos 10 milhões de produtos registados. “A intenção de aplicar este projeto de sincronização de dados à escala eu-

ropeia revela que a sincronização normalizada de dados é, sem dúvida, uma mais-valia para a gestão da informação nutricional”, afirma João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal e participante no Memorando de Entendimento.

“A intenção de aplicar este projeto de sincronização

de dados à escala europeia revela que a sincroni-

zação normalizada de dados é, sem dúvida, uma mais-valia para a gestão da informação nutricional” O projeto de sincronização das bases de dados do PortFIR e da GS1 Portugal irá ser iniciado muito em breve. O Memorando de Entendimento que lhe deu origem tem validade de cinco anos.

1º SEMESTRE 2013 33


GS1® EM PORTUGAL

Formadores GS1® Da esquerda para a direita:

Luis Peixoto Marcos Carreira Leonor Vale Artur Andrade Silvério Paixão Nuno Miranda Susana Duarte João Picoito Filipe Esteves 34 CÓDIGO | 560

Ações de Formação à medida dos negócios

D

uas novas ações de formação integram a oferta formativa da GS1® Portugal em 2013: “Supply Chain Management para PME´s” e “Otimização da Gestão de Categorias”. Mas a novidade não são apenas as novas ações; é também a renovação das ações que constam do Catálogo de Formação GS1®. Assim, em 2013 são disponibilizadas as seguintes ações de formação:

Formação introdutória ao Sistema GS1®

Mais e melhor. Em 2013 as ações de

formação da GS1® Portugal prometem ajudar as empresas a tirar ainda mais proveito do Sistema GS1® para tornar os negócios mais eficientes.

Introdução à linguagem global dos negócios: Sistema GS1 (recomendada para novos Associados); As normas de identificação mais utilizadas no mundo


GS1® PORTUGAL

Formação essencial sobre o Sistema GS1® O Código de Barras para a Eficiência dos Negócios; O Código de Barras no Retalho; Venda de produtos frescos e de peso/quantidade variável

B2C: As Novas Tecnologias na Informação ao Consumidor; Identificação de Medicamentos até ao Paciente;

Formação sobre gestão Introdução ao Comércio Eletrónico;

Supply Chain Management para PME´s;

Como transacionar os seus produtos por via eletrónica

Otimização da Gestão de Categorias.

Fatura Eletrónica; Mais negócio, menos papel

Segurança, eficiência, economia

Rede Global de Negócios. Como colocar os seus produtos no maior catálogo eletrónico certificado

O redesenho da formação sobre o Sistema GS1 tem como objetivo apoiar as empresas na utilização de todas as suas potencialidades, de modo a gerarem mais eficiência, segurança, colaboração e sustentabilidade nos negócios. Além das ações de formação realizadas nas instalações da GS1 Portugal, existem também

workshops setoriais e multitemáticos, roadshows regionais e formação em meio académico. Para melhor corresponder às necessidades da empresa, existe também a possibilidade de uma equipa de formadores da GS1 se deslocar à empresa para uma “Formação à Medida”.

Todas estas ações têm como foco as três áreas que estruturam o Sistema de Normas Globais da GS1, designadamente a normalização de informação comercial, ou seja, Identificação de Produtos, Captura Automática e Partilha de Dados. Em cada uma destas áreas a GS1 oferece ferramentas que automatizam os processos e transações de negócio.

oferta formativa - percurso formativo Identificação e captura

Partilha

Soluções

O Código de Barras no Retalho

Introdução à linguagem global dos negócios: SISTEMA GS1

Rede Global de Negócios Fatura Eletrónica

Introdução ao Comércio Eletrónico

O Código de Barras para a Eficiência dos Negócios

B2C: As Novas Tecnologias na Informação ao Consumidor

Identificação de Medicamentos até ao Paciente

Supply Chain Management para PME´s

Formações gratuitas em 2013

Otimização da Gestão de Categorias

À semelhança dos anos anteriores, os Associados da GS1 Portugal têm direito a duas inscrições gratuitas em ações de formação. O Catálogo Anual das Ações de Formação está disponível em www.gs1pt.org. Pode fazer a sua inscrição através de login no website da GS1 Portugal, através do e-mail info@gs1pt.org ou por telefone (21 752 07 40), contactando os serviços de Apoio ao Associado.

1º SEMESTRE 2013 35


GS1® EM PORTUGAL

Já ouviu falar da

GS1 ? ®

estudo de avaliação DA notoriedade DA marca gs1® realizado pela primeira vez em portugal Nasceu há sete anos, na sequência da fusão de duas organizações e dos respetivos sistemas de normalização.

Hoje é a Organização que gere o Sistema de Normas Globais mais utilizado no mundo. Mas será que a Marca GS1® é conhecida?

S

istema UCC – Uniform Code Council (EUA) e Sistema EAN – European Article Numbering, (EU). Foram estes os dois Sistemas de Normas que, juntamente com as suas organizações gestoras, iniciaram um processo de fusão em 2005, dando origem à GS1®. A GS1 é, desde então, uma plataforma comum de gestão de um sistema de normas globais à escala mundial, utilizado por cerca de 2 milhões de empresas. Mas qual é o seu nível de notoriedade?

36 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

Foi esta a pergunta que deu origem a um estudo de avaliação da notoriedade da Marca GS1, que tem sido conduzido por várias Organizações Membro da GS1 e que em 2012 foi desenvolvido, pela primeira vez, pela GS1 Portugal. Este estudo pretendia medir não só o índice de notoriedade da Marca GS1, mas também o reconhecimento das áreas de atuação da GS1 Portugal. Para

isso, foram realizadas 254 entrevistas, entre 27 de agosto e 4 de outubro, a maioria a empresas de pequena e média dimensão (82 por cento das entrevistas) e associadas da GS1 Portugal (86 por cento das entrevistas). Concluiu-se que 87 por cento dos entrevistados reconhece a Marca GS1, afirmando que se trata de uma marca “credível” (avaliação de 8,8 numa escala de 1 a 10).

Sumário de Respostas

Associação à Marca

Notoriedade da Marca GS1

90%

87% dos entrevistados reconhece a Marca GS1

“87 por cento dos entrevistados reconhece a Marca GS1, afirmando que se trata de uma marca «credível».”

“Codificação/ Identificação de produtos”

Serviço GS1 com maior notoriedade e utilização

65,6% “Aquisição e Validação de Códigos de Barras”

Sumário de Resultados

A GS1

®

e os Códigos de Barras

A

principal associação feita à GS1 diz respeito à Codificação/Identificação de produtos (90 por cento das respostas), sendo que o Serviço GS1 com maior índice de notoriedade e utilização é a aquisição e validação de códigos de barras – cerca de 66 por cento dos entrevistados conhece e utiliza. Os inquiridos afirmam ainda que os códigos são fáceis de usar e implementar, que os serviços e soluções respondem às necessidades das suas empresas e que os principais benefícios

associados à GS1 são a automatização dos processos e a facilitação dos negócios através dos códigos de barras. No geral, os entrevistados fazem uma avaliação positiva da Marca (média de 7,8 numa escala de 1 a 10) e acrescentam que os Serviços GS1 que satisfazem são a verificação de Mensagens Eletrónicas, imediatamente seguida do serviço de validação de Códigos de Barras. “Foi a primeira vez que, em Portugal, a GS1 realizou uma pesquisa de mercado desta natureza”, conta João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal. “O estudo revela um bom índice de notoriedade para a marca GS1. Dá-nos a fotografia dos serviços mais valorizados pelos Associados e confirma a credibilidade como um dos atributos mais associados à GS1 Portugal”.

Imagem da Marca

Credível média de 8,8 numa escala de 1 a 10

Satisfação Global com a Marca

7,8 média numa escala de 1 a 10

Os serviços e soluções respondem às necessidades da empresa

Serviço GS1 com maior satisfação: “Verificação de Mensagens Eletrónicas”

8,4 média numa escala de 1 a 10

Benefícios Associados à marca: “Processos mais automatizados” e “Facilitar o meu negócio com os códigos de barras”

7,8

8,5

média numa escala de 1 a 10

média numa escala de 1 a 10

1º SEMESTRE 2013 37


GS1® EM PORTUGAL

GS1 reunida em ®

Bucareste

38 CÓDIGO | 560

Bucareste foi em outubro palco do GS1® in Europe Regional Forum: um fórum onde se reuniram as Organizações Membro europeias da GS1 para trocar conhecimento e experiência sobre Normas Globais.


GS1® PORTUGAL

C

inco dias de partilha de conhecimento e experiência marca-ram mais um encontro entre as Organizações Membro (OM) europeias da GS1®. À 8ª edição, o GS1® in Europe Regional Forum realizou-se em Bucareste e reuniu 37 países europeus da GS1, representados por 265 pessoas que partilharam entre si o que de melhor se tem feito na Europa no âmbito das Normas Globais, sob o mote “Do Básico à Inovação”.

consciência do que é e o que faz a GS1 à escala global: uma organização orientada para a criação e implementação de soluções que dão eficiência, segurança, visibilidade e sustentabilidade aos negócios de milhares de empresas em todo o mundo”.

O fórum, que decorreu entre 16 e 19 de outubro, foi constituído por sessões de formação, sessões sobre projetos dentro de áreas comuns de trabalho, sessões plenárias e encontros entre líderes das Organizações Membro. Em cada um desses momentos foi possível trocar conhecimento, experiências e boas práticas e ainda discutir as principais prioridades e preocupações da GS1 em diferentes áreas. Desde o básico (a Identificação e os Transportadores de Dados) à inovação: o desenvolvimento do B2B2C (Business-to-Business-to-Consumer) e do Comércio Móvel; a adoção das Normas GS1® na Banca – “Cash Handling”, a utilização da Fatura Eletrónica GS1, a partilha de dados através de plataformas integradas de sincronização de dados, o comércio eletrónico, o serviço de recolha de produtos GS1, a rastreabilidade, entre outros.

ganha estatuto legal

GS1 in Europe

Dezembro foi o mês em que a GS1 in Europe recebeu o estatuto de Organização sem fins lucrativos, ao abrigo da lei belga. A atribuição foi anunciada durante o último GS1 in Europe Regional Board Meeting, que decorreu nos dias 11 e 12 de dezembro em Sofia, na Bulgária.

“Este fórum é uma

oportunidade única

para que os novos elementos das Organizações Membro tenham uma maior

consciência do que é e o que faz a GS1

à escala global”

Através deste estatuto, a organização europeia da GS1 torna-se um parceiro legal nas negociações com a Comissão Europeia e organismos relacionados, podendo ainda participar diretamente em projetos nacionais ou da União Europeia.

A GS1 Portugal esteve presente, com cinco colaboradores (dois deles estreantes) e o seu Diretor Executivo. Para João de Castro Guimarães, o encontro permitiu “um alinhamento internacional” das Organizações Membro e “um contacto de perto com o que melhor se está a fazer na Europa, no que diz respeito à implementação de Soluções, Serviços e Normas GS1, em setores como o retalho, a banca ou a restauração”. Mas não só. O Diretor Executivo da GS1 Portugal destaca ainda que “este fórum é uma oportunidade única para que os novos elementos das Organizações Membro tenham uma maior

1º SEMESTRE 2013 39


OS NOSSOS ASSOCIADOS

Novartis

Rastreabilidade da produção ao Paciente É uma das principais farmacêuticas mundiais e a autora de um projeto inovador em Portugal. Falamos da Novartis, que desde 2010 faz a rastreabilidade total de um medicamento de administração intra-vítrea, desde a produção ao Paciente. No coração deste projeto está o GS1® DataMatrix.

40 CÓDIGO | 560

H

á 16 anos duas empresas, a Ciba Geigy e a Sandoz, iniciaram um processo de fusão que deu origem a uma das principais farmacêuticas mundiais – a Novartis. Com sede global na Suíça, esta empresa opera hoje em 140 países, apoiada por cerca de 127 mil colaboradores. Portugal é um dos países da lista.


GS1® PORTUGAL

Por cá são 440 os colaboradores que contribuem para o desenvolvimento da atividade da Novartis. E são cinco as áreas em que atuam: a Novartis Farma, dedicada à produção de medicamentos inovadores e de prescrição médica e também à Saúde Animal; a Novartis Consumer Health, focada exclusivamente em medicamentos não sujeitos a prescrição médica; a Sandoz, empresa de medicamentos genéricos; a Alcon, dedicada a medicamentos e dispositivos médicos para oftalmologia e, por último, a divisão de Vacinas e Diagnósticos. Entre as cinco existe uma área que assume especial importância em Portugal: a Novartis Farma. Concentrando quase 70 por cento dos colaboradores do grupo, esta área tem vindo a desenvolver “medicamentos inovadores” para a prevenção e tratamento de doenças, diz Luís Rocha, Diretor de Relações Institucionais e Acesso ao Medicamento da Novartis Portugal. O trabalho não se resume, porém, à disponibilização de medicamentos. Em 2010 passou também a abranger a sua identificação única e inequívoca, com o lançamento de um projeto-piloto de rastreabilidade em torno de um medicamento de administração intra-vítrea. O projeto, intitulado “Programa de Rastreabilidade”, assegura o processo de “acompanhamento” do medicamento desde a produção ao Paciente, graças à marcação das embalagens com a simbologia de código de barras GS1® DataMatrix. “Este programa de rastreabilidade visa a introdução de todas as unidades do medicamento, individualmente identificadas pelo código GS1 DataMatrix, numa base de dados acessível ao Hospital que, por sua vez, atribuirá cada unidade a uma administração particular, mediante leitura daquele código de barras”, conta Margarida Alves, Gestora de Assuntos Regulamentares de Medicamentos da empresa farmacêutica e uma das responsáveis pela

condução deste projeto, apresentado no dia 25 de outubro na 22ª Global GS1® Healthcare Conference, em Lisboa. Desta forma, é possível ao hospital ter acesso à identificação da ampola, a informação sobre data e hora da dispensa, sobre o profissional de saúde responsável pela dispensa, o profissional de saúde responsável pela receção da ampola no Serviço, a data da administração/ tratamento, o código interno do hospital e a identificação das ampolas que retornam à Farmácia. O objetivo deste processo de rastreabilidade a 100 por cento é “garantir maior segurança na dispensa e administração do medicamento”, bem como “maior eficiência na gestão de eventuais riscos para o doente”, acrescenta Margarida Alves. Atualmente, todas as unidades do medicamento têm um código GS1 DataMatrix, que inclui o número de série. Durante 2011 foram rastreados, em 5 hospitais públicos, 979 tratamentos com este medicamento. Contudo, sublinha a gestora, “a aplicação informática e todo o sistema que suporta o programa estão já preparados para a introdução de outros medicamentos que requeiram medidas mais apertadas de segurança e controlo na administração, como por exemplo medicamentos da área de oncologia”.

“A inovação estende-se muito além do medicamento. É uma cultura da empresa” As perspetivas de expansão não ficam por aqui. Outros grupos da Novartis, em vários pontos do mundo, estão interessados em adotar o projeto, codificando os seus medicamentos com um GS1 DataMatrix. Bélgica, Brasil e Espanha são alguns dos países interessados.

“Cuidar e Curar” O projeto-piloto de rastreabilidade da Novartis faz parte daquilo que Luís Rocha classifica como o grande fator diferenciador da empresa: a inovação. “A inovação estende-se muito além do medicamento. É uma cultura da empresa”, afirma. E acrescenta: “O futuro da empresa e do setor da saúde joga-se precisamente neste campo. Há que manter o foco nas necessidades de saúde de cada doente e inovar nos modelos de gestão empresarial, nos modelos de cuidados de saúde, nos modelos de financiamento e sustentabilidade da saúde e da investigação.” No centro desta cultura está o doente e uma missão: cuidar e curar. Uma missão que passa por “aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos doentes”, esclarece o Diretor de Relações Institucionais e Acesso ao Medicamento. Afinal, conclui, “os doentes são a razão pela qual queremos fazer mais e melhor”.

1º SEMESTRE 2013 41


OS CÓDIGOS DESCODIFICADOS

GS1 GDSN ®

a Rede Global de Sincronização de Dados GS1 Sincronizar dados significa torná-los disponíveis, ao mesmo tempo, em pelo menos duas bases de dados.

Sincronizar dados através da Rede Global de Sincronização de Dados GS1® significa criar um único ponto de entrada de informação, acessível à escala global.

T

odas as empresas têm uma base de dados com informação sobre os produtos que produzem, vendem ou compram. Estas bases de dados funcionam de forma semelhante a um catálogo de produtos, que os clientes podem utilizar para efetuar, por exemplo, notas de encomenda. Mas quando uma empresa altera parte da informação residente na sua base de dados ou lhe acrescenta um novo produto, este “catálogo” deixa de estar atualizado. E os seus parceiros comerciais deixam de ter a informação correta.

“A GS1 GDSN fornece as ferramentas para as empresas entrarem na rota da sincronização de dados, com base nas Normas para Partilha da GS1.” É por causa deste problema – de falta de acesso a informação exata e de confiança – que a sincronização de dados entre empresas se torna um requisito-chave para a atualidade dos dados residentes nos sistemas de informação e para o sucesso dos negócios. Sincronizar dados significa torná-los disponíveis, ao mesmo tempo, em pelo menos duas bases de dados. Essa sincronização pode ser otimizada através da GS1® GDSN – a Rede Global de Sincronização de Dados GS1. A GS1 GDSN fornece as ferramentas para as empresas entrarem na rota da sincronização de dados, com base nas Nor-

42 CÓDIGO | 560

mas para Partilha da GS1. Isto é, com base em “orientações” de harmonização da informação que garantem que todos os parceiros comerciais acedem e compreendem, da mesma forma, a informação partilhada. Sem margem para erros ou equívocos. E como essas orientações são globais, é possível a integração de todos os parceiros comerciais na sincronização de dados, desde pequenas e médias empresas a multinacionais. A GDSN pode ser definida, assim, como um ambiente global automatizado, que assegura a sincronização precisa da informação (Qualidade dos Dados), de forma segura e contínua, entre parceiros comerciais em todo o mundo – isto é, um único ponto de entrada de informação, acessível à escala global.

Esta rede é constituída por: um Registo Global GS1™ – um diretório de “páginas amarelas”, que identifica, armazena e sincroniza a informação dos produtos no universo das bases de dados que constituem a GS1 GDSN. Atualmente já possui 10 milhões de registos de produtos. um Modelo de Qualidade de Dados – modelo que valida a qualidade dos Dados Mestre nos processos comerciais.

Data Pools certificadas – catálogos eletrónicos de dados normalizados de produtos. Servem de fonte e/ou recetor de Dados Mestre (isto é, as informações mais importantes de um produto), que podem ser geridos por Organizações Membro GS1, fornecedores, clientes ou prestadores de serviços. uma Classificação Global de Produto – matriz de classificação comum aos parceiros comerciais para agrupar produtos da mesma maneira, em qualquer parte do mundo. Quando combinados, estes quatro elementos fornecem um ambiente poderoso e seguro para a sincronização normalizada de dados entre parceiros comerciais – como, por exemplo, entre um fornecedor e um retalhista.


GS1® PORTUGAL

Cinco etapas da sincronização de dados através da REDE GLOBAL DE SINCRONIZAÇÃO DE DADOS GS1

GS1® GDSN 3 PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO

2 Registo Global GS1™

REGISTO DE DADOS

1 CARREGAR DADOS

3 PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO

3

RETALHISTA /COMPRADOR

PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO

DATA POOL FONTE

DATA POOL RECETORA

4

4

FORNECEDOR /VENDEDOR

PUBLICAÇÃO DE DADOS

PUBLICAÇÃO DE DADOS

5 5

5

CONFIRMAÇÃO DE RECEÇÃO

CONFIRMAÇÃO DE RECEÇÃO

Os fornecedores e os clientes ou compradores que querem sincronizar, entre si, os dados de produtos e locais (parceiro comercial), devem seguir cinco passos essenciais: 1

2

CARREGAMENTO:

Cada Parceiro tem acesso uma Data Pool onde regista as informações da empresa e dos seus produtos.

3

CONFIRMAÇÃO DE RECEÇÃO

PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO: Cada parceiro subscreve um pedido de autorização para a receção de informação de outro Parceiro através da Data Pool.

4

PUBLICAÇÃO DE DADOS: A partir deste momento qualquer Data Pool pode publicar as informações solicitadas na base de dados de outro Parceiro.

REGISTO DE DADOS: Um subconjunto destes dados é enviado para o Registo Global GS1 para efeitos de “povoamento” da plataforma central, facilitando o passo seguinte (subscrição).

5

CONFIRMAR/INFORMAR: As confirmações entre Parceiros são automáticas e simultâneas nas bases de dados entre Parceiros.

1º SEMESTRE 2013 43


OS CÓDIGOS DESCODIFICADOS

GS1® GDSN

GS1® GDSN

a Norma que estabelece regras de sincronização Dentro da Rede Global de Sincronização de Dados GS1, os produtos comerciais estão identificados através da combinação única de GTINs (Global Trade Item Numbers) e GLNs (Global Location Numbers) do fornecedor, distribuidor ou agente e do mercado alvo (o país no qual o item pretende ser vendido), enquanto as entidades (todos os parceiros comerciais) são identificadas por um GLN. Além disso, todos os produtos são agrupados de acordo com uma matriz de classificação comum aos parceiros comerciais – a Classificação Global de Produto. Os fornecedores e os clientes ou compradores têm um único ponto de acesso à sincronização de dados através de uma Data Pool certificada. No entanto, se as necessidades de negócio o exigirem, também são possíveis múltiplos pontos de acesso.

NO MUNDO PRODUTOR PRODUTOR PRODUTOR RETALHISTA

DATA POOL

RETALHISTA RETALHISTA

DATA POOL

PRESTADOR E SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

RETALHISTA

RETALHISTA

PRODUTOR PRODUTOR

DATA POOL

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRODUTOR

REGISTO GLOBAL GS1

PRODUTOR

PRODUTOR PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

RETALHISTA

RETALHISTA

RETALHISTA

“Os fornecedores e os clientes ou compradores têm um único ponto

de acesso à sincronização de dados através de uma Data Pool certificada.” Os parceiros comerciais asseguram a partilha normalizada da informação entre as suas bases de dados, de forma segura, automática e em tempo real. A Rede Global de Sincronização de Dados GS1 permite, assim, que os dados estejam sempre atualizados, tenham qualidade e sejam exatos e de confiança. Além disso, garante que os parceiros

44 CÓDIGO | 560

comerciais classificam os seus produtos da mesma forma e através de um único ponto de entrada da informação. Conclusão: evitam a duplicação de processos e sistemas e os custos de sincronização ou partilha, que são inerentes à implementação de codificações proprietárias.

RETALHISTA

RETALHISTA

DATA POOL

RETALHISTA

RETALHISTA

RETALHISTA RETALHISTA

PARTILHA DE Dados Mestre através da

GS1® GDSN


GS1® PORTUGAL

PRODUTOR

Data Pools Certificados

Registo Global GS1

Parceiros de Negócio

29

10 000 000

em 139 países

artigos

20 000

PRODUTOR PRODUTOR

DATA POOL

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRODUTOR

PRODUTOR

PRODUTOR

PRODUTOR

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRODUTOR

DATA POOL

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRODUTOR

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

RETALHISTA

PRODUTOR

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

DATA POOL

PRODUTOR PRODUTOR

PRODUTOR

RETALHISTA RETALHISTA

DATA POOL

RETALHISTA

RETALHISTA RETALHISTA

RETALHISTA

PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

PRODUTOR

DATA POOL

PRODUTOR PRODUTOR

PRODUTOR

PRODUTOR RETALHISTA RETALHISTA

PRODUTOR

DATA POOL

PRODUTOR

PRODUTOR PRESTADOR DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS

{

REDE GLOBAL DE SINCRONIZAÇÃO DE DADOS GS1 (Dados Mestre) • GTIN (GLOBAL TRADE ITEM NUMBER) • GLN (GLOBAL LOCATION NUMBER) • Proprietário da Marca

• Descrições • Dimensões • Classificação do Produto

}

{GTIN & atributos}

Produtor

item

Caixa

Palete

Transporte

Armazém

Transporte

Palete

Transporte Centro de Distribuição

Caixa

item

LOJA

Consumidor

1º SEMESTRE 2013 45


STANDARDS EM AÇÃO

Dispositivos Médicos

Implementação do GDSN Datacrunch na Saúde Um projeto da GS1® Espanha e IMS Health

A Qualidade dos Dados é fundamental para a eficiência do setor da Saúde e para a Segurança do Paciente. A pensar nisto, a GS1® Espanha e a IMS Health1 lançaram um projeto para medir a qualidade dos dados no sistema de saúde espanhol – o GDSN Datacrunch.

O

Sistema de Saúde Espanhol é composto pela administração do Governo Central e pelas Regiões Autónomas de Administrações Públicas de Saúde, que trabalham em coordenação para responder aos deveres de saúde pelos quais as autoridades públicas são legalmente responsáveis. Cada região autónoma tem o seu próprio serviço de saúde, ou seja, um órgão de administração e gestão responsável por todos os centros, serviços e instalações de saúde. Nove dessas regiões estão a utilizar as Normas GS1® nos seus processos internos, bem como nas suas relações comerciais com os fornecedores. No entanto, ainda “sofrem” da mesma doença: a debilidade dos Dados de Produtos (Dispositivos Médicos). O Catálogo de Produtos é um exemplo claro. Hoje em dia, quase todos os serviços regionais têm o seu próprio catálogo ou estão a trabalhar nisso. No entanto, é necessário um Catálogo Nacional

de Produtos, que possa ser usado como uma referência para todos os serviços regionais de saúde e possa facilitar a partilha e a atualização correta dos Dados Mestre de produtos entre parceiros. Este problema de fraca qualidade dos dados afeta muitos processos e acrescenta custos e riscos desnecessários à cadeia de abastecimento que poderiam ser evitados. Esta é a razão pela qual a GS1® Espanha decidiu medir a qualidade da informação gravada nos bancos de dados dos serviços de saúde e seus prestadores de serviços, desenvolvendo o projeto GDSN Datacrunch na Saúde.

GDSN Datacrunch

garantir a Qualidade dos Dados partilhados entre parceiros

O

projeto é conduzido pela GS1 Espanha e pela IMS Health e centra-se em torno da qualidade dos dados de 1018 Dispositivos Médicos. Esses dados relacionam-se com 42 atributos dos produtos e foram disponibilizados por quatro sistemas de saúde e quatro laboratórios. Alguns dos atributos relacionam-se com o processo de compra (por exemplo, o Global Trade Item Number e o Código Interno), a segurança do paciente (por exemplo, a data de validade, a temperatura, os números de série e de lote) ou a logística (por exemplo, a tipologia de embalagem).

“Através da gestão de Dados Mestre com Normas GDSN,

o setor de saúde pode resolver o problema da deficiente qualidade dos dados e tornar os seus processos mais eficientes, proteger melhor a segurança do paciente e salvar milhões de pessoas.”

46 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

Através deste projeto, a GS1 Espanha e a IMS Health pretenderam, numa primeira fase:

SISTEMAS DE SAÚDE

LABORATÓRIOS

Recolher as necessidades e funcionalidades abrangidas pelo(s) modelo(s) atual(ais) de sincronização de dados.

Destacar os pontos fortes e fracos do(s) modelo(s) atual (ais) e o seu impacto em termos de eficiência nas relações comerciais com fornecedores.

Comparar o custo / benefício do(s) atual(ais) modelo(s) vs o Modelo de Sincronização de Dados da GS1: Rede Global de Sincronização de Dados (GDSN).

Analisar a qualidade dos dados nas bases de dados. dos participantes do estudo.

Demonstrar que a deficiente sincronização de dados afeta os custos dos produtos, desde a primeira encomenda, e, mais importante, a segurança do paciente. Estes objetivos assentam em quatro eixos de execução: recolha de todos os dados e seleção dos produtos principais; Recolha dos dados sobre os atributos da informação; comparação de dados entre cada sistema de saúde e produtores e resultados e próximos passos. Em concreto, pretende-se demonstrar que é possível otimizar a eficiência e reduzir os custos das cadeias de abastecimento através da partilha normalizada de dados exatos e completos sobre os produtos, por via da Rede Global de Sincronização de Dados (GDSN). Através da gestão de Dados Mestre com Normas GDSN, o setor de saúde pode resolver o problema da deficiente qualidade dos dados e tornar os seus processos mais eficientes, proteger melhor a segurança do paciente e salvar milhões de pessoas. 1 Empresa fornecedora de informação, serviços e tecnologia para o setor da saúde

Conclusões da primeira fase do projeto

A

primeira fase do projeto permitiu concluir que existe uma muito deficiente qualidade de dados nos catálogos de dados de produtos dos Serviços Regionais de Saúde.

Quanto à IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO (Dispositivos Médicos) Quando se cruzou o GTIN entre serviços regionais e laboratórios, alguns dos registos não coincidiam. E quando se analisou a descrição do produto, verificou-se que nenhum dos registos correspondia – enquanto os laboratórios utilizam o atributo “nome do produto”, os sistemas de saúde utilizam a “descrição livre e a descrição livre curta” para descrever o produto. Esses dois atributos são muito mais difíceis de combinar, uma vez que normalmente são alinhados

(“sincronizados”) manualmente. A falta de identificação normalizada do produto provoca a transmissão de erros para outros processos importantes ao longo da cadeia de abastecimento.

Quanto à SINCRONIZAÇÃO A inexistência de partilha normalizada de informação entre bases de dados afeta a circulação dos bens, tornando o processo de aquisição e armazenamento ineficiente e comprometendo seriamente a segurança do paciente. Disto se conclui que a Qualidade de Dados é a chave para a excelência operacional e para a eficiência dos processos. É, por isso, necessário um modelo de dados harmonizado entre os Serviços Regionais de Saúde, nomeadamente no que diz respeito aos atributos, definições e regras de validação dos dispositivos médicos.

Hospitais em Espanha

804 75%

setor Público

25%

setor Privado

A análise completa e as conclusões do GDSN Datacrunch serão publicadas em março.

1º SEMESTRE 2013 47


PERSPETIVA

2013 em Análise

Crise e Crescimento Empresarial 48 CÓDIGO | 560

A

economia portuguesa procura, no quadro mais geral das economias europeias, sair de uma crise económica e financeira de grandes proporções, enfrentando ajustamentos profundos nas contas do Estado, das famílias, das empresas e dos bancos, com consequências gravosas ao nível do emprego e do rendimento disponível.


GS1® PORTUGAL

A saída da crise não será, no entanto, possível sem a construção, ao mesmo tempo, de bases suficientemente sólidas para um crescimento sustentável e duradouro enfrentando o núcleo-duro das dificuldades competitivas da economia portuguesa. A austeridade, por si só, não resolve nenhum problema, apenas responde, no curto prazo, à escassez de financiamento e é, exatamente por isso, inescapável. O crescimento, pelo seu lado, não resulta, nem direta, nem automaticamente, da austeridade, nem já é possível, sequer, pensar em termos de retoma, de uma espécie de regresso ao “crescimento perdido”. Austeridade e crescimento devem ser, ao contrário, dois tempos de uma estratégia global e coerente e que devem caminhar em paralelo mas com tempos e prioridades diferentes. A consolidação orçamental é uma condição necessária para a superação da crise financeira, mas não é uma condição suficiente. Seria impossível avançarmos sem pôr em ordem as contas públicas. O problema do endividamento dos estados é transversal a toda a Europa. Precisamos primeiro de pôr as contas públicas em ordem mas com base numa estratégia de reforma dos estados democráticos, para que possam fazer o que é essencial para a nossa qualidade de vida, para a geração de sociedades mais inclusivas, equitativas e coesas e para a sustentabilidade do nosso planeta. As democracias devem ser aprofundadas para que todos nós possamos ter mais futuro e não postas ao serviço de uma quimera inaceitável e insustentável de compensar num presente breve as nossas limitações de verdadeira criação de riqueza pelo trabalho produtivo e competente.

O crescimento demorará tempo a catalisar, mas é determinante para a crise atual poder ter uma saída a prazo. A promoção da competitividade através de melhores políticas e incentivos públicos, de parcerias efetivas de qualificação do capital humano e da iniciativa empresarial é a única forma de se resolver o nosso principal problema económico e social que é o do desemprego. O imprescindível crescimento económico só pode resultar de mais e melhor investimento e não de mais despesa pública alimentada por mais dívida. É o bom investimento privado, articulado com esforços públicos mais focalizados, que fará a competitividade que permitirá criar os empregos qualificados e bem remunerados que farão um novo ciclo de prosperidade na Europa e em Portugal. Sabemos agora, bem dentro de uma crise grande e duradoura, que o verdadeiro desafio não é apenas o de corrigir os erros do passado mas, também, o de reinventar os modelos de produção e de consumo em união com uma nova articulação entre as realidades urbanas e rurais. Tal como sabemos que a defesa dos níveis elevados de protecção social e prosperidade alcançados estarão ameaçados, no futuro, sem uma profunda renovação dos modelos sociais e das próprias funções dos Estados e dos sectores públicos, susceptível de favorecer uma efectiva união entre a competitividade e a coesão económica e social, entre a eficiência na utilização dos recursos e a eficácia na criação e redistribuição da riqueza. O ano de 2013 assume, neste quadro, uma importância significativa. Com efeito 2013 será, ainda, um ano de dificuldades para as empresas e para a população, exigindo o prosseguimento dos esforços e medidas de ajustamento, nomeadamente no que respeita à obtenção de ganhos de eficiência coletiva onde, precisamente, o mundo da logística e das normas, servido pelas tecnologias de informação e comunicação, abre

“O imprescindível

crescimento económico só pode resultar de mais e melhor investimento e não de mais despesa pública alimentada por mais dívida.”

novas oportunidades à agilização das cadeias de abastecimento, produção e distribuição que importa não desperdiçar. Mas o ano de 2013 será, necessariamente, um ano onde será decisivo melhorar as condições de execução do programa de auxílio económico e financeiro, negociado com o FMI, a Comissão Europeia e o BCE, prestando muito maior atenção às medidas de acompanhamento que podem voltar a dar confiança aos agentes económicos estimulando a poupança e o investimento no respeito pelas caraterísticas concretas dos mercados e das empresas. O ano de 2013 terá de ser, finalmente, um ano de progressos num novo fôlego em matéria de exportação e internacionalização da economia portuguesa. O tempo que vivemos exige capacidade estratégica e prospectiva. A crise encarregou-se já de destruir muita riqueza e muito rendimento, muitas empresas e muitos empregos. Precisamos de enfrentar a crise pelo lado da criação de realidades mais sólidas e mais duradouras porque mais baseadas no conhecimento, no respeito pela biodiversidade e pela

conservação da natureza, mas sem limitar a criatividade humana e empresarial.

Perfil

Augusto Mateus

Prof. Universitário e Presidente da consultora Augusto Mateus & Associados

1º SEMESTRE 2013 49


CÓDIGO GENÉTICO

GS1 comemora 40 anos como a linguagem ®

global dos negócios

50 CÓDIGO | 560


GS1® PORTUGAL

“Nos 40 anos que se seguem,

a GS1 vai continuar a ser o líder

neutro que permite às comunidades desenvolver e implementar Normas Globais”

de, Transportes, Defesa, Aeroespacial, para além de mais 20 setores. A celebração do 40º aniversário da GS1 vai começar na nossa Assembleia Geral, em maio de 2013, em Los Angeles. Lá, vamos lançar um programa de marketing global, que envolverá mais de 111 Organizações Membro, para comunicar os benefícios da implementação de Normas Globais e encorajar uma maior utilização das mesmas por todos os parceiros comerciais.

Patrick Vanlombeek

Diretor de Marketing, GS1®

A utilização de Normas Globais pela indústria de bens de consumo levou a uma poupança significativa para todos os utilizadores, principalmente através da maior visibilidade da cadeia de abastecimento. Por exemplo, uma pesquisa realizada pela GS1 Reino Unido e pela Cranfield School of Management revelou que a adoção do código de barras permitiu à indústria britânica do retalho poupar 10,5 mil milhões de libras em 2011.

E

m abril de 1973, os líderes da indústria selecionaram uma Norma única de identificação de produto, conhecida hoje como Código de Barras GS1®. Quarenta anos depois, a GS1® tem crescido na oferta do sistema de normas mais utilizado no mundo: cerca de dois milhões de empresas que fazem negócios em 150 países utilizam o Sistema de Normas GS1 para garantir a visibilidade da cadeia de abastecimento. A GS1 atua em vários setores e indústrias, que vão do Fast Moving Consumer Goods aos Cuidados de Saú-

As Normas GS1 ainda têm, sem dúvida, um enorme potencial inexplorado, quer no que diz respeito ao aumento da eficiência da cadeia de abastecimento, quer no apoio a áreas de colaboração que estão para além da cadeia de abastecimento. A visibilidade possibilitada por este robusto Sistema de Normas, desenvolvido pelos utilizadores, permite que empresas de vários setores e indústrias economizem biliões por ano. No entanto, a indústria de bens de consumo está a atravessar um período de transformação. Espera-se que as mudanças no comportamento do

consumidor, a disponibilização de tecnologias novas e avançadas, as mudanças no poder de compra e escassez de recursos naturais reformulem a cadeia de abastecimento num ritmo sem precedentes. Estas tendências têm criado desafios e oportunidades para os agentes da Indústria, que têm cada vez mais exigido aos fabricantes e retalhistas a redefinição da forma como colaboram com os seus parceiros comerciais. Nos 40 anos que se seguem, a GS1 vai continuar a ser o líder neutro que permite às comunidades desenvolver e implementar Normas Globais, fornecendo ferramentas e confiança aos parceiros comerciais, organizações e provedores de tecnologia, com o objetivo de facilitar a adoção das mesmas. A nossa Visão é a de um mundo onde os bens e a sua informação circulam de forma eficiente e segura para o benefício dos negócios e melhoria da vida das Pessoas, todos os dias, em todo o Mundo. Se nos comprometermos com os nossos valores fundamentais e crenças básicas, podemos alcançar uma comunidade global que “Vê uma Visão, Fala com uma só Voz”, e mais importante ainda, funciona como uma Organização consistente com a sua Visão. A ação com base na união significa fazer melhor do que ninguém. Winston Churchill disse, certa vez: “Quanto mais se olha para trás, mais longe se pode ver à frente”. A história da GS1 é rica em realizações. E as reflexões sobre o caminho já realizado vão orientar o nosso futuro. Afinal, a GS1 é um parceiro em que se pode confiar.

1º SEMESTRE 2013 51


O OUTRO LADO DE...

Silvério Paixão

Diretor de Inovação e Standards da GS1® Portugal

“Na GS1® os outros têm

Ofertas de emprego não faltavam. Mas Silvério tinha um objetivo em mente: trabalhar na Marconi. Três meses depois de ter concretizado o objetivo, surgiu uma outra proposta de emprego, que considerou um desafio. Dias mais tarde deixou a gigante de telecomunicações e passou a colaborar na Indústria.

O primeiro contacto com os

mais a ganhar do que eu” códigos

de barras

Nascido e criado em Lisboa, diz-se um verdadeiro “Bichinho do Cimento”, porque em 46 anos - a sua idade - nunca tirou o código postal lisboeta do bilhete de identidade. Foi também na capital que se formou e é ainda aí que hoje vive. Falamos de Silvério Paixão, o diretor do departamento de Inovação e Standards da GS1® Portugal. Se fosse um Standard GS1 seria:

EPCIS – uma rede de partilha permanente de informação para tomar boas decisões

S

ilvério Paixão formou-se em Engenharia Eletrónica e de Telecomunicações, mas faz questão de sublinhar que apenas é engenheiro porque não pode ser palhaço. “Lembro-me perfeitamente de a minha mãe quase me bater por eu ter dito que escolhia estudar engenharia porque não podia ser palhaço. Porque sabia que não era possível viver disso em Portugal”, conta, entre sorrisos. O gosto pelos palhaços nasceu cedo e levou a que, em vários momentos da vida, Silvério vestisse roupas extravagantes e usasse um nariz vermelho. Por exemplo, nas colónias de férias onde era monitor. “Eram dias intensos e havia muita festa. E sempre que eu podia fazer de palhaço, fazia”. Mas desses dias poucas memórias restam. “Já é tão longe no tempo...”

52 CÓDIGO | 560

“Nós temos uma caraterística muito específica:

temos um potencial de benefício real para quem nos utiliza.”

O primeiro contacto com o universo da engenharia aconteceu em 1984, quando entrou no Instituto Superior Técnico. Cinco anos depois terminou o curso. “Acabei o curso e fui para a tropa. Acabei por me casar quando estava de saída da tropa. E nessa altura estava desempregado”, afirma.

Silvério Paixão entrou a bordo da GS1® Portugal a 2 de janeiro de 2006, mas o primeiro contacto com a Associação aconteceu na década de 90, quando ainda trabalhava na Indústria. “Eu trabalhava na produção de detergentes. Na altura entregaram-me dois dossiês brancos da CODIPOR – que ainda temos aí cópias – e levaram-me a um armário. Lá dentro havia estantes com mais dossiês. Ainda me lembro que eram uns dossiês cor de laranja”, conta. “No interior estavam prints master dos códigos de barras: quer as películas, quer os carimbos. Colocaram-me aquilo nas mãos e disseram: «a partir de agora tratas tu disto.» Nesse momento começou a perceber o “enorme potencial” dos códigos de barras e da Linguagem Global dos Negócios. Hoje, já com seis anos de GS1, afirma que encontrou um dos melhores sítios para trabalhar. “A GS1 é diferente das outras organizações. Nós temos uma característica muito específica: temos um potencial de benefício real para quem nos utiliza.” Mais do que uma organização global, a GS1 é, para Silvério Paixão, a detentora do “melhor produto do


GS1® PORTUGAL

O que mais gosta de fazer nos tempos livres

Ler

Livro preferido

“Um Estranho numa Terra Estranha”, Robert Heinlein

Viagem marcante

China

Filme preferido

Blade Runner, porque “a história não é mais do que um processo de rastreabilidade”

Artista preferido

mundo”: os Standards (Normas). Esse produto é um facilitador dos negócios, que se traduz numa oportunidade win-win para todas as empresas. E por isso, Silvério não tem dúvidas: “Na GS1 os outros [as empresas] têm mais a ganhar do que eu”. Porém, o mundo ainda não conseguiu descobrir a totalidade deste benefício. “Para os utilizadores comuns as normas são irrelevantes”, diz Silvério, exemplificando com uma simples ida ao supermercado. Aí o utilizador comum faz as suas compras sem olhar ou pensar na importância do código de barras – fá-lo sem qualquer problema. Mas a mesma atitude nos negócios tem inevitáveis consequências. Silvério Pai-

xão atira duas: “ineficiências e os correspondentes custos”.

A criação do

HUG

Dos seis anos de casa na GS1 Portugal, Silvério confessa que há dois momentos que o marcaram. Um foi a remodelação das instalações da Associação. “Quando entrei havia uma estrutura muito cristalizada, compartimentada. Hoje somos muito mais dinâmicos e temos muito mais ambição”, diz. O segundo é mais recente e diz respeito ao lançamento do Healthcare

User Group (HUG) da GS1 Portugal. “Foi o momento em que conseguimos sentar todas as pessoas à mesma mesa, em que criámos uma comunidade”, sublinha. Essa comunidade é hoje composta por 180 profissionais da saúde de 70 entidades diferentes. Desde a criação deste grupo que Silvério Paixão tem sido o responsável pela sua orientação. E diz que esse trabalho é um privilégio e até uma obrigação. “Uma obrigação de ajudar esses profissionais a concentrarem-se naquilo em que eles são bons, naquele juramento que eles fazem - que é cuidar dos Pacientes”, sublinha. “Por isso, é quase criminoso não os ajudarmos.

Queen

Música preferida

Bohemian Rhapsody, Queen

Prato mais exótico que já provou

Escorpiões

Preferência Futebolística

Sporting

1º SEMESTRE 2013 53


SABOR & BEM-ESTAR

Alimentação Mediterrânica Um padrão alimentar a preservar

O conceito “Alimentação Mediterrânica” foi cunhado por Ancel Keys, nos anos 50, após investigação dos hábitos alimentares dos habitantes de sete países da bacia mediterrânica, que apresentavam Alexandra Bento Bastonária da Ordem dos Nutricionistas

A

primeira publicação dessas observações foi acompanhada por uma recolha extensa do receituário da região, compilada pela sua esposa, e constituiu a base moderna caracterizadora de séculos de evolução das populações do Mediterrâneo, dando início a uma miríade de estudos até à atualidade, que têm comprovado os benefícios para a saúde deste padrão alimentar [2]. O padrão alimentar mediterrânico é caracterizado pelo consumo diário de cereais, fruta, hortícolas, frescos ou secos. Os alimentos de origem animal são consumidos mais esparsamente: os laticínios e os ovos consoante a disponibilidade doméstica, com frequência semanal, o peixe e a carne de acordo com as festividades. O azeite é a gordura utilizada para a culinária e também consumido cru, sendo ocasionalmente substituído pela banha de porco. Esta última é usada na época fria, pois é um

54 CÓDIGO | 560

incidência reduzida de doenças cardíacas ateroscleróticas, à semelhança dos emigrantes daí originários para os Estados Unidos que mantinham o padrão alimentar do país de origem [1].

“O padrão alimentar mediterrânico é caracterizado pelo consumo diário de cereais, fruta, hortícolas, frescos ou secos.” aproveitamento dos animais familiares que eram abatidos anualmente, com uma forte dimensão ritualística envolvendo toda a comunidade; o azeite, por ser de melhor conservação, armazena-se durante todo o ano até à próxima campanha. Como bebidas de eleição, o vinho diluído consoante as necessidades e as infusões, revelam um conhecimento empírico dos perigos inerentes ao consumo de água não tratada [3,4]. Este diálogo milenar entre Homem e natureza encontra-se, contudo, em risco de desaparecer, com a importação dos padrões alimentares e técni-

cas de produção industrial típicas das sociedades mais avançadas a constituírem uma influência significativa na alteração da disponibilidade alimentar dos países da bacia mediterrânica, com óbvias repercussões negativas no estado de saúde das populações [5]. Os esforços empreendidos por cada vez mais entidades, centralizados na Fundação Dieta Mediterrânica, no sentido de preservar este legado, apoiados por décadas de trabalhos de investigação que unanimemente reportam a alimentação mediterrânica como saudável e sustentável, culminaram na criação da Pirâmide da Dieta Mediterrânica e no


GS1® PORTUGAL

seu reconhecimento como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, na sua Assembleia Geral de novembro de 2010 (Nairobi) [3,4]. A 30 de março do presente ano deu entrada na sede da UNESCO, em Paris, uma candidatura transnacional que para além de Portugal e da sua comunidade representativa de Tavira envolve outros Estados e comunidades como Chipre/Agros, Croácia/Hvar e Brac, Grécia/Koroni, Espanha/Soria, Itália/ Cilento, Marrocos/Chefchaouen. Esta nova candidatura destina-se ao alargamento ao Chipre, à Croácia e a Portugal

da classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade, atribuída em 2010, e deverá ser apreciada e votada pela UNESCO, na Assembleia Geral prevista para o último trimestre de 2013. Das comunidades rurais para o mundo globalizado, passando com distinção em todos os escrutínios que lhe são aplicados pela sociedade científica, será a ancestral e “prodigiosa alimentação mediterrânica” um padrão alimentar a adotar por populações fora da sua zona de origem, ou tornar-se-á mera atração turística?

RECEITA

Preparação

“Camembert”

ou queijo de cabra gratinado com mel, avelãs e tomilho limão

No caso do queijo de cabra, coloque-o umas horas antes no congelador, para melhor cortar e manusear (como na fotografia). Quanto ao “camembert” inteiro, com um garfo faça pequenas incisões no seu topo e coloque pela seguinte ordem: um pouco de mel, as avelãs, as folhinhas do tomilho limão, regue novamente com um pouco de mel e de azeite e termine com umas “pedrinhas” de flôr de sal.

Coloque no forno pré-aquecido a 200 ºC até tostar um pouco, mas sem desmanchar ou derreter, aproximadamente durante 10/15 min. Sirva com umas tostinhas ou pedaços de pão tostado. No caso do queijo de cabra, pode eventualmente fazer uma “cama”/salada de agriões e/ou espinafres, com romã temperada com vinagrette de mel. Pronto a servir como uma entrada deliciosa.

Ingredientes 1 “camembert” inteiro

ou vários troços (individuais) de queijo de cabra…

mel q.b. 1 “fio de azeite” e flôr de sal q.b.

Avelãs

q.b., grosseiramente picadas

Folhinhas de tomilho de limão…

Receita Esta receita é da autoria de Marta Bártolo, Finalista da 1ª Edição MasterChef Portugal, Programa de Culinária da RTP, 2011.

Foto Rui Faria Rodrigues

1º SEMESTRE 2013 55


AGENDA

Calendário e Eventos Fev.

Mar.

Abr.

Mai.

Jun.

OUT.

18a22

06a08

22a25

20a23

12a14

07a11

Bruxelas, Bélgica GS1® Global Forum 2013

Barcelona, Espanha Conferência Internacional de Segurança Alimentar do The Consumer Goods Forum

Buenos Aires, Argentina 23ª Global GS1® Healthcare Conference

Los Angeles, EUA Assembleia Geral da GS1®

Tóquio, Japão The Consumer Goods Forum Global Summit 2013

Lisboa, Portugal GS1® Standards Event

28 Lisboa, Portugal Assembleia Geral da GS1® Portugal Publicidade

56 CÓDIGO | 560


Portugal

FORMAÇÃO GS1®

TREINAR PARA A EFICIÊNCIA. twitter.com/GS1Portugal

Saiba mais em www.gs1pt.org ou através do 21 752 07 40.

facebook.com/GS1Portugal


Portugal

Faça parte da maior Rede Global de Informação Comercial e partilhe informação com os seus parceiros comerciais de forma confidencial, segura e em tempo real. Sem margem para erros ou equívocos.

Powered by GS1® Portugal Plataforma de Sincronização de Dados Comerciais

A adesão e a utilização da plataforma são gratuitas em 2013. Saiba mais em www.gs1pt.org ou através do 21 752 07 40.

twitter.com/GS1Portugal

facebook.com/GS1Portugal


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.