Codigo 560 - Edição 26

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EM FOCO GS1 Portugal comemora 30 anos Página 6

ENTREVISTA António Casanova, CEO Unilever: N. 26 | 1. SEMESTRE 2016 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA “Procuramos sempre uma relação mais focada e interativa com os consumidores” O

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COLABORAÇÃO ENTRE ASSOCIAÇÕES

GS1 EM PORTUGAL Novo plano estratégico irá tornar a GS1 Portugal num “parceiro de confiança” até 2020 Página 20

Conheça as diferentes visões sobre a colaboração associativa e a gestão da cadeia de valor dos responsáveis da APED, da Centromarca e da FIPA

Jorge Jordão Presidente da APED

EM FOCO GS1 Portugal comemora 30 anos Página 6

ENTREVISTA António Casanova, CEO Unilever: “Procuramos sempre uma relação mais focada e interativa com os consumidores”

João Paulo Girbal Presidente da Centromarca

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GS1 EM PORTUGAL Novo Plano Estratégico irá tornar a GS1 Portugal num “parceiro de confiança” até 2020 Página 20

GS1® PORTUGAL Codipor – Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos

Jorge Henriques Presidente da FIPA


Em 2016, melhore a eficiência das operações da sua empresa, desenvolva o seu negócio e fortaleça a relação com os seus parceiros comerciais. Participe nos nossos eventos e posicione a sua empresa no centro da cadeia de valor. • Workshops de Eficiência Logística • Roadshows setoriais • Roadshows regionais • Seminário de Boas Práticas • Seminário Internacional de Saúde • III Edição do Congresso Nacional da GS1 Portugal

Contamos consigo. GS1® Portugal R. Prof. Fernando da Fonseca, 16 Escritório II – 1600-618 Lisboa T 217520740 E info@gs1pt.org www.gs1pt.org

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A UMA SÓ VOZ

E JOÃO DE CASTRO GUIMARÃES Diretor Executivo da GS1® Portugal

A QUALIDADE DOS DADOS DAS MARCAS: 30 ANOS DEPOIS, O FUTURO

No princípio, éramos apenas códigos de barras. Trinta anos mais tarde, somos muito mais do que isso: somos um parceiro vital dos nossos Associados, que lhes propõe e fornece soluções eficientes e de elevado valor acrescentado. E, graças ao esforço continuado de uma equipa muito competente e empenhada, podemos hoje afirmar com orgulho que a qualidade dos dados de produto é um ativo estratégico para as marcas numa diversidade de setores – e temos a esperança de poder replicar, muito em breve, toda a experiência de rastreabilidade do Retalho na Saúde, nos Frescos ou na Administração Pública.

sta 26.ª edição da Código 560 reflete, por um lado, aquela que é a ambição de fundo da nossa Organização, a de nos transformarmos “no Google Maps da informação de produto”, conforme referiu o Presidente e CEO da GS1 Global Office, Miguel Lopera, e evidencia, por outro, o entusiasmo de uma Associação que acaba de celebrar os seus 30 anos de atividade em Portugal, mas de olhos postos no futuro. Nesse sentido, assumimos com clareza a nossa missão no horizonte 2020: a de ser um trusted adviser dos Associados, com enfoque crescente nas micro/PME, “visão que guiará a nossa atividade e os nossos projetos nos próximos anos e um princípio de base já plasmado no Plano Estratégico 2015-18/20”. O papel da GS1® no Business-to-Business-to-Consumer (B2B2C). Este é, sem dúvida, um tema em destaque neste número da Código 560 e de importância capital para todas as marcas envolvidas no comércio eletrónico – e, de forma mais abrangente, que promovem estratégias omnicanal. A esse nível, relembramos: (I) a decisão tomada em setembro pela gigante Google que tornou obrigatória a inclusão de identificadores GTIN (Global Trade Identification Number) em todos os feeds de produto das marcas (fabricantes e/ou retalhistas) disponíveis no Google Shopping – sob pena de saírem desse catálogo de vendas global; e (II) sublinhamos a pertinente e emergente parceria ibérica entre a GS1 Portugal e a GS1 Espanha/AECOC para o desenvolvimento de diversos projetos de âmbito institucional e de negócio – tais como o Benchmark Logístico ou as soluções B2B2C SmartScan e o 560 Validata. Realçamos ainda outro tema que nos é particularmente caro, na medida em que traduz a passagem “do papel para a realidade” do nosso desígnio de mandato: a abertura do Centro de Inovação e Competitividade (CIC). Conforme anunciamos mais à frente, “os trabalhos de requalificação do edifício K3, onde irá nascer o CIC e ficará alojada a sede da GS1 Portugal, arrancaram este mês”. Aguardamos com expectativa a possibilidade de ver os standards em ação e ao vivo num espaço cujo exterior foi idealizado pelo artista Alexandre Farto, o VHILS, um dos três portugueses que integra a lista 30-sub30 da Forbes, com as personalidades que estão a mudar o mundo. A publicação dos atos delegados subjacentes à Diretiva de Falsificação de Medicamentos, prevista para o primeiro quadrimestre de 2016, é mais uma notícia a acompanhar com expectativa e antecipamos nesta edição algumas das suas consequências. Uma delas, talvez a mais importante para a comunidade GS1, é que pode conduzir à concretização da nossa promessa para: (I) combater a falsificação e a contrafação de medicamentos e dispositivos médicos em Portugal, e (II) tornar a leitura ótica (scanning) à cabeceira do paciente e a identificação de todo o processo hospitalar em rotinas. Os resultados dos pilotos realizados no Centro Hospitalar Lisboa Norte, apresentados em Budapeste, na Global GS1 Healthcare Conference, e que recuperamos mais à frente, são um ótimo primeiro passo rumo à adoção plena de standards globais num setor que lida com vidas humanas. Finalmente, e como sempre, em nome de toda a equipa GS1, agradeço, a Uma Só Voz, o entusiasmo e o empenho de todos os nossos Associados, Parceiros, Colaboradores, Direção e restantes Órgãos Sociais em favor da Linguagem Global dos Negócios, desejando igualmente ótimas leituras! Código 560 | GS1® Portugal 1o semestre 2016

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NESTA EDIÇÃO

EM FOCO

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Em 1985 ouviu-se o primeiro bip em Portugal. A introdução do código de barras no Retalho & Bens de Consumo abriu caminho à automatização e à eficiência nos processos de negócio, hoje transversais a setores como a Saúde ou os Transportes & Logística. Celebramos três décadas da GS1® Portugal–CODIPOR.

ENTREVISTA

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A GS1® EM PORTUGAL

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Com António Casanova, CEO da Unilever Jerónimo Martins. No ano em que comemora três décadas, a GS1® Portugal traçou um Plano que orientará a sua estratégia nos próximos cinco anos, com a ajuda dos seus Associados.

OS NOSSOS ASSOCIADOS 30 Público e privado, dispositivos médicos e medicamentos. Damos a conhecer os respetivos projetos pioneiros de rastreabilidade, conduzidos no Centro Hospitalar Lisboa Norte e no Grupo Lusíadas Saúde.

STANDARDS EM AÇÃO

APED, Centromarca e FIPA mostram a sua perspetiva sobre o digital, a GS1® e a colaboração entre organismos associativos.

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CÓDIGO GENÉTICO

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O OUTRO LADO DE...

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Divide a liderança entre a Itália e a Europa. Conversámos com Bruno Aceto sobre os desafios de gerir uma organização multicultural tal como a GS1 in Europe e conhecemos a sua visão sobre o futuro dos standards e do papel da GS1®.

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Perfis de consumo e dados do consumidor na palma da mão. Chegou o SmartScan, o novo serviço Business-to-Business-to-Consumer que permite às marcas interagirem com o consumidor… através do código de barras dos seus produtos.

PERSPETIVA

UNIVERSO GS1®

Em 2015 foi desenvolvido um plano estratégico para desenhar a estrutura, os conteúdos e a abordagem da formação GS1 a quatro anos. Gonçalo Caetano, da AValor, explica em que consistiu e o que irá mudar na sequência do plano que liderou.

34 Bruno Aceto, CEO GS1 Itália

Cláudia Oliveira, Rececionista da GS1® Portugal.


DIREÇÃO Presidente Paulo Gomes Vice-Presidente Luís Moutinho Diretor Américo Ribeiro Diretor Manuel Sousa Pinto Diretor Executivo João de Castro Guimarães Comité Editorial Artur Andrade Beatriz Águas Filipa Peixoto Nuno Azevedo Patrícia Tavares Pedro Lopes Pedro Salazar Silvério Paixão Textos Ana Mira Patrícia Tavares Pedro Salazar Coordenação Editorial Patrícia Tavares Publicidade Diogo Almeida Edição

Divisão de Novas Soluções de Media Rua Calvet de Magalhães, 242, 2770-022 Paço de Arcos Tel.: 21 469 80 00 | Fax: 21 469 85 00 Impressão Lisgráfica – Impressão e Artes Gráficas, S. A.

SABOR & BEM-ESTAR

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Afinal, as carnes vermelhas e processadas são boas ou más para a saúde? A nutricionista Ana Leonor Perdigão esclarece. A chef Marta Bártolo acompanha com uma deliciosa receita em nome do equilíbrio.

BREVES

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Portugal e o mundo. Contamos, em formato breve, as novidades sobre a participação da GS1® Portugal em eventos internacionais de relevo.

CRÓNICA

Luís Moutinho, CEO da Sonae Modelo Continente, comenta o aniversário do primeiro hipermercado português.

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20 A GS1® EM PORTUGAL

Portugal recebeu pela primeira vez o GS1 in Europe Regional Forum, em novembro do ano passado. Com 330 participantes de 45 países, esta tornou-se a edição mais concorrida de sempre.

Publicação semestral | Tiragem 1500 exemplares NRICS 124971 Depósito Legal 245212/06 Propriedade GS1® Portugal (CODIPOR) R. Prof. Fernando da Fonseca, 16 Escritório II – 1600-618 Lisboa T: 217520740 |F: 217520741 | Website: www.gs1pt.org | e.mail: comunicags1@ gs1pt.org, marketing@gs1pt.org “A GS1 é uma marca registada da GS1 AISBL” Esta edição da revista Código 560 foi escrita segundo o novo acordo ortográfico. A revista Código 560 é uma publicação semestral da GS1® Portugal dirigida e distribuída gratuitamente aos seus associados, aos parceiros e à comunidade de negócios. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da associação.

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EM FOCO

30 anos da GS1® Portugal

A ARTE DE REVOLUCIONAR OS NEGÓCIOS… E A VIDA DE TODOS NÓS Quarenta anos separam o primeiro bip dos cinco mil milhões que hoje se ouvem nos pontos de venda, todos os dias, em todo o mundo. Em Portugal, ouviu-se pela primeira vez em 1985

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ma sequência de barras pretas intervaladas por espaços brancos ressoou na máquina registadora do ponto de venda do primeiro grande hipermercado do país quando um feixe de luz infravermelha pousou nessa simbologia gráfica. Não passaria disso mesmo – de um amontoar sonoro de linhas retas, dispostas cirurgicamente na vertical e ordenadas de forma paralela, fazendo lembrar a linguagem binária de zeros e uns –, não fosse este o primeiro sinal de que uma revolução estava a nascer. Nesse ano – 1985 –, Mário Soares assinava o Tratado de Adesão à Comunidade Económica Europeia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Finalmente, via-se Portugal na CEE,

EM 1985 CRIOU-SE UMA LINGUAGEM GLOBAL QUE SE IRIA OUVIR TODOS OS DIAS, A TODA A HORA como pediam os GNR. Em pleno Atlântico, na freguesia de Santo António, Funchal, nascia aquele que viria a ser o primeiro futebolista português a receber não uma nem duas, mas três Bolas de Ouro. Nas esferas do desporto, da política ou dos negócios este foi, sem dúvida, um ano de viragem para Portugal e uma nova era para as entidades governativas, para as empresas, para a sociedade em geral e para os consumidores em particular. E quem haveria de imaginar que um simples bip numa caixa de hipermercado iria originar um abalo tão grande no dia a dia das empresas e dos portugueses como a adesão do país aos primórdios da União Europeia? Estava criada uma linguagem global que se iria ouvir todos os dias, a toda a hora, em todos os pontos de venda, e não só. Havia arte nesta revolução. E havia uma certeza entre as empresas: nada voltaria a ser como era. Passaram 30 anos e elas tinham razão: nada voltou a ser como antes. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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EM FOCO

Génese

A REVOLUÇÃO NOS NEGÓCIOS ACONTECEU HÁ 30 ANOS Desde então, as empresas e o consumidor mudaram em Portugal. Da compra em supermercado à administração de medicamentos no hospital, não esquecendo a gestão de stocks ou de paletes em armazém

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o mesmo ano em que Portugal aderia à Comunidade Económica Europeia (CEE) e o primeiro hipermercado do país abria portas, nascia uma revolução na forma como se faz negócio que iria afetar, a partir de então, a relação entre empresas e das empresas com o consumidor. O ano era 1985 e a revolução uma sequência de linhas a preto e branco – os mesmos tons que ainda dominavam o pequeno ecrã no início dessa década. Falamos do código de barras, adotado pelo Retalho & Bens de Consumo para identificar e agilizar a gestão de produtos de grande consumo no ponto de venda. Associado a ele, começou a ganhar forma a missão de uma Organização enraizada em território luso, mas virada para o mundo… da eficiência: a CODIPOR – Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos, hoje GS1® Portugal. Estávamos a 26 de novembro

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de 1985. Do núcleo diretivo que ratificou a sua constituição constavam a Nestlé Produtos Alimentares, a Supa – Companhia Portuguesa de Supermercados, os Armazéns da Matinha, a Nova Farmácia e a Favorita – Indústria Agro-Alimentar. Em 1986, o número de Associados ainda não tinha atingido as duas dezenas; 30 anos depois, ultrapassa os 7700. Em três décadas muito mudou. “No início, era o código de barras. Realizaram-se jornadas nacionais, seminários e palestras para apoiar as empresas na identificação e codificação de produtos”, esclarece João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da Associação. Depois surgiu a Transferência Eletrónica de Documentos (EDI – Eletronic Data Interchange), foram criadas as condições para a identificação de produtos através de etiquetas de radiofrequência (Electronic Product Code) e, na última década, a sincronização de dados-mestre ganhou relevo com o advento do comércio eletrónico e a Rede

No mesmo ano em que Portugal aderia à Comunidade Económica Europeia e o primeiro hipermercado do país abria as suas portas, nascia uma revolução na forma como se faz negócio Global de Negócios (GS1 GDSN). Este empenhamento, e dados “os relevantes e continuados serviços à comunidade em geral no tocante à inovação e ao desenvolvimento económico de múltiplos setores de atividade”, bem como o facto de a GS1 Portugal-CODIPOR “cooperar com as mais diversas entidades e com a Administração Pública”, levou a Presidência do Conselho de Ministros a atribuir-lhe o estatuto de entidade de utilidade pública, publicado em Diário da República (Despacho n.º 831/2013, de 16 de janeiro de 2013).


Os marcos da história da GS1® Portugal

Três décadas pelos olhos da nossa Direção

Paulo Gomes

Luís Moutinho

Presidente da GS1 Portugal

Vice-Presidente da GS1 Portugal

“Somos uma Organização de direito privado, sem fins lucrativos e de utilidade pública e um elemento dinamizador dos negócios em Portugal, que acredita no poder dos standards para revolucionar a forma como trabalhamos e vivemos. É esta a nossa matriz e o nosso ADN há três décadas.”

“Trinta anos depois, somos mais do que uma organização de código de barras. Somos uma Organização de futuro, preparada para apoiar o mercado e o país na conversão dos desafios em colaboração, inovação, eficiência e valor. São esses os nossos compromissos e esta é a nossa linguagem, a Linguagem Global dos Negócios.”

GS1® Portugal–CODIPOR: em 1985 era código de barras. Hoje é uma plataforma de colaboração Surgiu em Portugal para identificar produtos de grande consumo, mas rapidamente deixou de ser um ativo exclusivo do Retalho & Bens de Consumo. Durante os últimos 30 anos, o código de barras – a “imagem de marca” da GS1® Portugal – tornou-se uma garantia de segurança nos cuidados de saúde, de eficiência no transporte e gestão de unidades logísticas, como caixas e paletes, de colaboração entre empresas, de promoção da sustentabilidade na gestão de embalagens e de rastreabilidade nos produtos frescos, entre outros exemplos do dia a dia. Estas três décadas de revolução multissetorial tornaram-se também décadas de crescimento da Associação. Da atribuição de identificadores-chave e gestão de código de barras à criação de um portefólio abrangente de serviços e de benefícios para os negócios, a GS1 Portugal é hoje uma Organização multidisciplinar e uma plataforma colaborativa orientada para e pelos seus Associados. Uma entidade de utilidade pública desde 2013, que mantém os standards – “A Linguagem Global dos Negócios” – como alavanca da colaboração entre empresas. João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, justifica: “Quando falamos a mesma linguagem, ficamos mais próximos.”

Américo Ribeiro Diretor da GS1 Portugal “Do Retalho & Bens de Consumo à Saúde e à Logística. Permanecemos fiéis à nossa função de facilitadores dos setores core e de outros emergentes que vão surgindo no mundo e nos negócios, colaborando cada vez mais com o mercado, gerando envolvimento em áreas fundamentais à vida das empresas e de todos nós.”

Manuel Sousa Pinto

João de Castro Guimarães

Diretor da GS1 Portugal

Diretor Executivo da GS1 Portugal “A GS1 Portugal é hoje uma Organização dinâmica e inovadora, focada em prestar um serviço colaborativo de excelência e elevado valor aos seus Associados e stakeholders. Mas é também o resultado de uma equipa de profissionais com uma motivação comum: crescer.”

“Uma das apostas de futuro da GS1 Portugal passa pelo fortalecimento e consolidação da relação institucional com outras associações, na medida em que o esforço colaborativo permite chegar a mais empresas e setores.”

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EM FOCO

30 anos de evolução

O PRESENTE É COLABORATIVO Ao ADN de eficiência da GS1® Portugal juntou-se um espírito de promoção da cooperação entre os vários agentes das cadeias de valor. Trinta anos depois da fundação, a nossa ação é sobretudo colaborativa e desdobra-se em serviços, iniciativas e uma missão que caminha da utilidade para o valor

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rodutores de matérias-primas, produtores de marcas, distribuidores e retalhistas, associações industriais e prestadores de serviços, entre tantos outros. No total, representam as mais de 7700 empresas que constituem o atual núcleo de Associados da GS1® Portugal e cujo volume de faturação corresponde, aproximadamente, a 50 por cento do produto interno bruto nacional. Hoje, a principal missão da

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GS1 Portugal-CODIPOR reside em facilitar as relações colaborativas entre todos estes agentes das cadeias de valor, gerar conhecimento aplicável à inovação e competitividade, implementar soluções e promover o desenvolvimento de competências que impactem a geração de valor, mantendo elevados padrões de neutralidade e aportando utilidade e valor através de um sistema de standards comerciais robusto e multissetorial e de serviços

alicerçados na eficiência, na qualidade e na colaboração. Mas, como há três décadas, o propósito da GS1 Portugal-CODIPOR continua a passar por contribuir para uma relação mais eficiente e sustentável entre os vários agentes na cadeia de valor, sempre com o objetivo último de beneficiar o consumidor e o paciente. As soluções e as iniciativas que se apresentam a seguir fazem parte deste propósito.


Hoje, a nossa missão é liderar a melhoria da competitividade de todos os agentes da cadeia de valor através de soluções, standards e transferência de conhecimento que a tornem mais eficiente e sustentável, proporcionando maior valor ao consumidor

Um centro formativo Um centro de 450 m2, integrado nas novas instalações da GS1 Portugal, que tem como objetivo demonstrar, observar e partilhar os processos que promovem a eficiência dos negócios. Chama-se Centro de Inovação e Competitividade, abrirá portas no final do ano e será o veículo oficial para uma experiência de “imersão” em toda a cadeia de valor durante os próximos anos. Conceito de arquitetura assinado pela Promontório, a fachada terá o cunho artístico de Alexandre Farto, aka VHILS. Está a ser criado para apoiar as pequenas e médias empresas nacionais na adoção de boas práticas comerciais na relação com os parceiros de negócio, no sentido de tornar os processos mais eficientes, inovadores e competitivos. “Seguindo o modelo CANVAS, da Stanford University, o objetivo é que inclua uma academia de formação, permita a demonstração de tecnologia dos parceiros e a possibilidade de experiência e interação, servindo ainda de plataforma para decision-makers”, esclarece João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal.

Serviços de valor acrescentado Tal como no tango, a adoção de normas exige o envolvimento de, pelo menos, dois agentes da cadeia de valor: o emissor e o recetor, um publicador e um subscritor, aquele que identifica os dados e aquele que os captura de forma automática. Sendo atualmente uma das maiores plataformas colaborativas do país, a GS1 Portugal dispõe de um conjunto de serviços de valor acrescentado para ajudar os Associados a implementar este diálogo ao longo da cadeia de valor. Quer seja uma necessidade de

Eventos colaborativos conformidade de códigos de barras, de recolha de informação e garantia da exatidão dos dados, de aquisição de conhecimento ou de contacto com as melhores práticas de logística no mercado, a Associação está disponível para ajudar com formação especializada, serviços de sincronização e validação da qualidade dos dados, consultoria, relação com o consumidor através de mobile engagement (interação móvel), faturação eletrónica e desenvolvimento de negócio com recurso a benchmarks logísticos.

Digital Da gestão e partilha normalizada das bases de dados-mestre e fichas de produto com os parceiros comerciais à garantia da qualidade da informação que é disponibilizada ao consumidor nos meios de venda à distância – como catálogos online, websites e aplicações móveis. O comércio eletrónico é um dos eixos de ação da GS1 Portugal, colocado em prática através de ações formativas, encontros e serviços com vista a apoiar os Associados na resposta às tendências de consumo e aos desafios de negócio. Na pesquisa e na compra, o papel da Associação passa cada vez mais por facilitar a relação das empresas com o consumidor, a gestão de promoções e campanhas e potenciar o conhecimento dos perfis de consumo através da leitura do código de barras nos rótulos dos produtos. SYNC PT, 560 Validata e SmartScan são alguns dos serviços que constam do portefólio de serviços orientados para o digital.

A participação em eventos e congressos, regionais e nacionais, ou a participação em grupos de trabalho, comités e projetos piloto são algumas das modalidades em que a GS1 Portugal age enquanto plataforma colaborativa. Nestes encontros – e noutras ações de promoção do diálogo nas cadeias de abastecimento – é criada uma rede de partilha de conhecimento, de troca de ideias e de relação entre parceiros comerciais que beneficia os negócios, as cadeias de valor e o mercado. Este ano, a GS1 Portugal pretende continuar a realizar roadshows regionais, seminários de boas práticas, workshops de saúde e de logística, fóruns de discussão focados no digital e no consumidor e um congresso nacional.

Parceiro de confiança da comunidade empresarial Organização neutra, sem fins lucrativos e, mais recentemente, de utilidade pública. Assim é a GS1 Portugal, cujo futuro passa, em grande parte, por ser um parceiro vital dos Associados em temas relativos à eficiência e competitividade na rede de valor, mantendo sempre a neutralidade como posicionamento preferencial. Tal como há 30 anos, com a introdução do código de barras, a missão atual da Associação passa por promover cada vez mais a eficiência nas cadeias de valor, divulgar o conhecimento das mesmas e continuar a apoiar as empresas na implementação de standards globais em diferentes setores de atividade.

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EM FOCO

Portugal 2020

O FUTURO DO PAÍS TAMBÉM SE ESCREVE COM “GS1” Três décadas de história celebradas com os olhos postos no futuro. Ao longo de 2015, a GS1® Portugal reuniu com empresas associadas e organizações parceiras, ouviu-as e recolheu as suas opiniões sobre os próximos anos

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ual deverá ser o papel principal da GS1® Portugal no futuro? Esta foi uma das perguntas colocadas e respondidas pelos Associados e parceiros da GS1 Portugal no último ano. O resultado desta consulta foi a criação de um Plano Estratégico capaz de alavancar os projetos e os serviços da Associação e orientar a sua missão até 2020, orientada para e pelo Associado. As respostas não deixam margem para dúvidas: ainda que a revolução tenha surgido em 1985, com a introdução do código de barras no retalho, há outras áreas em

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que a ação da GS1 Portugal pode ter um forte impacto. Na visão dos Associados e na missão da Organização, há tendências e desafios transversais e há uma certeza comum: a Associação, que acaba de celebrar 30 anos da Linguagem Global dos Negócios em Portugal, deve continuar ao lado das empresas enquanto plataforma colaborativa e facilitadora dos negócios, gerando eficiência nos processos logísticos, garantindo a segurança do paciente e do consumidor e apoiando o mercado em geral e as pequenas e médias empresas em particular de forma a serem mais sustentáveis e competitivos. O futuro do país também se escreve com “GS1”.

Colaboradores de várias Organizações-membro da GS1 formam logótipo no Parque Eduardo VII, em Lisboa


A visão dos Associados

A missão da GS1® Portugal

Transformação digital “O consumidor necessita cada vez mais de informação sobre o produto” É uma das grandes tendências no setor da Distribuição. Aos olhos dos Associados da GS1 Portugal, a transformação digital levanta desafios que apenas podem ser ultrapassados num contexto de colaboração entre as empresas. Entre eles estão a necessidade de dar resposta ao comércio online, de encontrar soluções inovadoras que melhorem a qualidade da informação e a transparência para o consumidor e de acompanhar o desenvolvimento do novo modelo de loja física. A “Internet das coisas” (Internet of Things) será “a” revolução do futuro.

João de Castro Guimarães Diretor Executivo da GS1® Portugal

TRUSTED ADVISER A GS1® Portugal deve ser um parceiro vital dos Associados na rede de valor a partir de uma posição neutra. É esta a nossa visão de futuro: assumirmo-nos como um parceiro de confiança dos nossos Associados, que promove a eficiência e a competitividade dos seus negócios e que, enquanto facilitador neutro e equidistante, gere as necessidades setoriais junto dos reguladores e demais stakeholders institucionais e de negócio. Acreditamos que a GS1 deve transformar-se no Google Maps da informação de produto, focada em standards, serviços e soluções e na premissa de que a qualidade dos dados é uma variável incontornável dos negócios.

Competitividade/sustentabilidade “É um benefício positivo colateral à atividade da GS1” Empresas mais competitivas, processos de negócio mais sustentáveis. O alinhamento entre os agentes da cadeia de abastecimento quanto ao modelo de identificar, capturar e partilhar informação sobre os produtos e serviços tem impacto na competitividade das empresas e é um recurso ao serviço da sustentabilidade. Para os Associados, a missão da GS1 passa por desenvolver soluções que facilitem a implementação de práticas sustentáveis e desenvolver e divulgar standards e estudos que abordem a logística da cadeia de valor.

Robert Beideman Diretor Senior de Transformação e Omnicanal da GS1 AISBL

OMNICANAL O papel dos standards no omnicanal reside em integrar o “tecido conjuntivo” que ajuda as empresas a partilharem dados numa organização entre parceiros comerciais e com os consumidores. A melhor maneira é começar a “jornada” de transformação omnicanal conversando com a equipa da GS1 Portugal, para aprender como é que processos de negócios normalizados se traduzem em eficiências operacionais sustentáveis. O consumidor deve estar sempre no centro.

Inovação “As empresas portuguesas são cada vez mais sensíveis à inovação” Na opinião dos Associados, há desafios que carecem de resolução urgente e onde a GS1 Portugal pode assumir um papel determinante no futuro. Entre eles, liderar a implementação de standards que facilitem a rastreabilidade ao longo de toda a cadeia de valor e apoiar-se na relação com o regulador para desenvolver soluções inovadoras que deem resposta aos regulamentos.

Gonçalo Nunes Rodrigues Diretor de Projeto da GS1® Portugal

INOVAÇÃO Queremos partilhar o conhecimento que temos vindo a acumular há 30 anos com os parceiros comerciais – seja produtor, distribuidor, consumidor, investigador, empreendedor, etc. – no mais inovador espaço de demonstração tecnológica criado em Portugal, onde a experiência e a interatividade serão elementos essenciais.

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ENTREVISTA

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António Casanova

PROCURAMOS SEMPRE UMA RELAÇÃO MAIS FOCADA E INTERATIVA COM OS CONSUMIDORES Um percurso histórico de mais de 60 anos que hoje se materializa num portefólio de marcas que ultrapassa as três dezenas – algumas delas bem portuguesas. Na Europa e no mundo, a reputação da Unilever Jerónimo Martins é “excelente”, aponta o CEO. Em entrevista à Código 560, António Casanova fala ainda de novas formas de relacionamento com o consumidor e defende o investimento no desenvolvimento dos colaboradores como “uma prioridade estratégica”

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A ENTREVISTA

presença da Unilever em Portugal teve início antes da década de 50, em articulação com a Jerónimo Martins. O que começou como uma relação de comercialização de produtos transformou-se numa parceria que hoje está cimentada em três grandes áreas de consumo: nutrição, higiene e bem-estar. Como evoluiu esta relação desde então e o que representou para o país e para os consumidores portugueses? Ainda antes de 1949 já a Jerónimo Martins comercializava em Portugal vários produtos da Unilever. Em agosto desse ano, esta relação comercial transformou-se numa parceria decisiva para a entrada de uma das primeiras multinacionais no nosso país. Essa união teve um impacto bastante significativo na sociedade, não só pela criação de mais emprego em Portugal, como também no desenvolvimento da indústria de bens de grande consumo. Na época, a Unilever trouxe novas formas de fazer negócio, permitindo ainda revolucionar, ao longo do tempo, a forma como diversas indústrias, a montante e a jusante, se viriam a estabelecer, nomeadamente as agências de publicidade, as agências de meios, as empresas de demonstrações de produtos e os centros de distribuição e de logística. Esta parceria chegou a estar dividida em três empresas: a Fima, produtora de margarinas e azeite, a LeverElida, com produtos de limpeza e higiene pessoal, e os gelados Olá. Mas depois de várias alterações nas últimas décadas, as três juntaram-se, no início de 2007, criando a atual Unilever Jerónimo Martins, detida em 55% pela Unilever e em 45% pela Jerónimo Martins.

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Qual a essência do sucesso desta parceria com mais de 65 anos? Julgo que a harmonia entre as culturas, a comunhão de objetivos e o excelente relacionamento, alicerçado na confiança e no respeito mútuo, foram os principais fatores de sucesso para uma parceria tão duradoura. Que valor atribui às relações de colaboração nas cadeias de valor modernas? São essenciais. Hoje em dia, é impossível para qualquer empresa nas indústrias de relevo ser detentora de todos os elementos das cadeias de valor. Aliás, está cada vez mais presente a lógica de concentrar os recursos das empresas no que lhes é verdadeiramente único e essencial, em relações mais ou menos estruturadas, e partilhar, para diminuir custos e aumentar flexibilidade, todos os outros aspetos. Em 65 anos, quais os grandes marcos de inovação na Unilever Jerónimo Martins? Existem muitos marcos de inovação associados à história da nossa empresa. Criámos em Portugal a indústria de margarinas, na qual somos líderes, e a de gelados, com produtos da marca Olá, que ainda hoje acompanham a memória de muitos portugueses. Gelados como o Epá, o Super Maxi ou o Perna de Pau são invenções nacionais que acompanham gerações há mais de 30 anos. Em produtos de higiene para o lar, a marca Skip lançou o primeiro detergente para lavagem mecânica de roupa, em paralelo com o aparecimento das máquinas de lavar em Portugal. Estes são apenas alguns de muitos marcos de inovação. Como caracteriza a relação entre a Unilever Jerónimo Martins e as diversas Unilever em todo o mundo? Ótima. Existe uma fortíssima relação de cooperação entre as diversas empresas da Unilever em todo o mundo. Como é que a empresa se posiciona neste cluster e de que forma é influenciada por ele? Existem categorias nas quais temos posições de mercado menos relevantes, onde somos recetores de boas práticas e desenvolvimentos europeus. Noutras, em que Portugal tem uma excelente reputação na Europa e no mundo, colaboramos frequentemente e, por vezes, lideramos o desenvolvimento de produtos, de sistemas de negócio, de publicidade e de promoção para o mundo. Existe um grande número de exemplos, nomeadamente em gelados, margarinas e detergentes para a roupa. Nos últimos dois anos, fomos internamente distinguidos pelo projeto Sou Olá,


AS NOSSAS MARCAS COM UM PROPÓSITO SUSTENTÁVEL REPRESENTARAM, SÓ NO ANO DE 2014, METADE DO CRESCIMENTO DA EMPRESA E O DOBRO DO CRESCIMENTO DAS OUTRAS MARCAS dezenas. Gerir um portefólio destes é um desafio? Sobretudo pela ambição que temos para com as marcas e pelo impacto que queremos que tenham na sociedade em geral. A Unilever lançou há cinco anos um plano de sustentabilidade bastante ambicioso, que tem como objetivo duplicar o seu crescimento económico de forma sustentável, ao mesmo tempo que reduz a pegada ambiental dos seus produtos (incluindo matérias-primas, consumo e logística) e aumenta o seu impacto social positivo. É um desafio constante e de grande envergadura, mas com o qual estamos fortemente empenhados.

no qual fomos pioneiros, em 2014. É um programa de responsabilidade social que pretende reduzir a taxa de desemprego jovem e impulsionar, ao mesmo tempo, o crescimento sustentável da marca. O programa é dirigido a estudantes, que poderão desenvolver e adquirir, através da Academia Olá, competências, nomeadamente em vendas e negociação, durante o verão, e a jovens desempregados que pretendam tornar-se microempresários, criando o seu próprio negócio em parceria com o IEFP. O projeto tem vindo a ser replicado com sucesso em vários países europeus. O portefólio de marcas com o “selo” Unilever comercializadas em Portugal ultrapassa as três

O que mudou na gestão das marcas Unilever com o advento do comércio eletrónico e do omnichannel? A nível internacional, tem vindo a mudar significativamente. Em Portugal, a esmagadora maioria das compras de bens de grande consumo ainda é feita no comércio físico. No entanto, todas as nossas marcas estão presentes no online, através de parceiros na grande distribuição e retalho que criaram plataformas para tal. Como é que a Unilever Jerónimo Martins se posiciona no digital e que ações tem conduzido em virtude da experiência e satisfação do consumidor? Procuramos sempre o desenvolvimento de uma relação mais focada e interativa com os consumidores. As nossas marcas reforçam continuamente a sua presença online, tanto através das redes sociais, parcerias com bloggers, como em plataformas criadas para consulta, e não para aquisição, sobre os nossos produtos. Os exemplos são muitos: na categoria alimentar, a Knorr lançou Ideias para Jantar, um canal no YouTube para inspirar a confeção de Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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ENTREVISTA

diversas receitas através da partilha de vídeos tutoriais. No website da marca é possível fazer o download das receitas da semana e da lista de compras necessárias para a confeção dos pratos. Becel Pro.activ construiu um website para consulta sobre os benefícios da sua gama de produtos no combate ao colesterol. Vaqueiro apresentou um e-book com um conjunto de mais de 60 receitas para a época de Natal. A sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa são princípios da Unilever Jerónimo Martins e da Unilever. Considera que as marcas devem ser sustentáveis e socialmente ativas? Só assim é que poderão ter, a prazo, licença da sociedade para operar. Em todo o mundo, metade dos jovens que pretendem entrar para a Unilever afirma sentir-se maioritariamente motivada a juntar-se a uma companhia como a nossa devido ao seu impacto sustentável e socialmente positivo. As nossas marcas com um propósito sustentável representaram, só no ano de 2014, metade do crescimento da empresa e o dobro do crescimento das outras marcas. Estes indicadores refletem também a crescente preocupação da população mundial sobre o futuro do nosso planeta, fazendo com que se torne mais exigente e aumente as suas expectativas sobre as marcas.

O INVESTIMENTO NO DESENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES DEVE SER UMA PRIORIDADE ESTRATÉGICA E programas específicos de formação e liderança para recém-licenciados como os que a Unilever promove atualmente também devem fazer parte das estratégias das empresas? O investimento no desenvolvimento dos colaboradores deve ser uma prioridade estratégica. Na Unilever Jerónimo Martins procuramos desenhar programas de formação adequados a cada fase de carreira, para que possam exercer melhor as suas funções e o seu papel enquanto líderes. Consequentemente, acreditamos que se vai repercutir não só nos resultados de negócio, mas também no desenvolvimento da organização.

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Num momento em que a tecnologia e a inovação transformam o mundo e a forma como nos relacionamos todos os dias, qual deve ser o posicionamento e estratégia de um bom líder? E as competências e valores que deve reunir para ultrapassar os desafios com sucesso? Este “novo” mundo, volátil e instável, requer um novo tipo de liderança. Formar, desenvolver e preparar futuros líderes tornou-se, por isso, numa das principais preocupações da Unilever. Valores como perseverança, responsabilização e espírito empreendedor são, na nossa perspetiva, cruciais e diferenciadores. Assume a presidência da APAN em representação da Unilever Jerónimo Martins, que, por sua vez, lidera desde abril o investimento em Portugal. A televisão continua a ser o meio em que os anunciantes mais investem. Em 2020, considera que ainda será assim? A maior tendência de crescimento pertence ao digital. Hoje em dia, a maior parte das pessoas já não tem apenas um computador à sua frente, mas também tem um tablet e um smartphone. Esta nova realidade permitiu criar um ambiente de comunicação completamente diferente daquele que existia há dez anos. Com o objetivo de chegar a mais espectadores, os anunciantes passam a investir cada vez mais no meio digital. Mas é difícil prever a evolução de todos os outros. Depende muito da capacidade que tenham em se reinventar e assegurar o interesse e atenção contínua do público. A GS1 Portugal celebrou 30 anos de existência, que simbolizam a introdução do código de barras no retalho nacional (1985) e o arranque de uma plataforma colaborativa entre produtores e distribuidores. A Unilever Jerónimo Martins é Associada desde essa altura. Como vê a atuação da nossa Organização no universo empresarial português? Como indispensável para as empresas. Graças à GS1, a entrada desta tecnologia, absolutamente disruptiva, revolucionou o retalho e a distribuição moderna, alavancando a expansão destes setores. A introdução do código de barras mudou integralmente a forma como compramos e como as empresas se organizam. Com este sistema, tornou-se possível acelerar o registo e venda do produto e agilizar a gestão de stocks, evitando-se quebras e ruturas nos lineares. Como seria um mundo sem códigos de barras? Seria caótico e muito mais dispendioso.



GS1® EM PORTUGAL

2015 - 2018

TRINTA ANOS DEPOIS, O FUTURO: OUVIR E SER O PARCEIRO VITAL DOS ASSOCIADOS Um Trusted Adviser dos Associados. Sem dúvida, esta é a visão que guiará a nossa atividade e os nossos projetos nos próximos anos e um princípio de base já plasmado no Plano Estratégico 2015-18/20 da GS1 Portugal

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om o objetivo de passar de uma “Organização de standards” a um “fornecedor de soluções”, que responde às necessidades e aos anseios de negócio dos seus Associados, a GS1® Portugal tem por missão de futuro promover a competitividade das redes de valor com soluções, standards e conhecimento eficientes e sustentáveis e de valor para o consumidor e ser um facilitador da unidade de ação para o setor dos Bens de Consumo (FMCG). Reforçar e alargar o core, em especial junto das micro e PME; fomentar a implementação de serviços de valor acrescentado focados na inovação e na autossustentabilidade dos projetos; fomentar a transferência de conhecimento, a que chamámos “observatório de tendências”; servir de facilitador da unidade de ação entre os vários atores na cadeia de valor, com especial enfoque nos FMCG, e adaptar e otimizar a organização e capacidades internas de execução da GS1 Portugal às novas linhas estratégicas para atingir uma maior concretização. São estes os eixos de atuação da entidade

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neutra e colaborativa que gere o sistema de normas mais utilizado no mundo, o Global Standards One. A transparência no consumo: a prioridade das prioridades “A prioridade dos próximos anos vai centrar-se na transparência do consumo [entendida como a necessidade de fornecer aos consumidores informação de qualidade sobre os produtos que consomem no ponto de venda ou nas plataformas digitais]”, afirmou Miguel Lopera à consultora Price Waterhouse Coopers (PwC) a propósito do Plano Estratégico 2015-18/20 da GS1 Portugal. Segundo avançou na altura o Presidente e CEO da GS1, “[a organização] deve transformar-se no Google Maps da informação de produto”, adiantando ainda que é necessário estar atento “a aspetos muito relevantes”, como (I) o envolvimento e a interação com os consumidores, (II) a rastreabilidade, ou (III) a “última milha” – e que tem a ver, nomeadamente, com os modelos logístico ou de loja do futuro. O potencial de um cluster ibérico: juntos, chegamos mais longe E se, por um lado, é essencial

ouvirmos os Associados e responder com soluções de valor aos seus anseios e necessidades, é da maior importância e atualidade, por outro, promover uma maior colaboração entre as duas GS1 ibéricas. Convém, no entanto, sublinhar que este maior entrosamento não é de agora; teve início com o Benchmark Logístico, um estudo pioneiro sobre níveis de serviço logístico no setor de Bens de Consumo (FMCG) iniciado pela GS1 Portugal em 2013, e tem prosseguido a alta velocidade através do desenvolvimento de projetos e soluções B2B2C de referência, como o SmartScan ou o 560 Validata. Ambos os casos são paradigmáticos de um progressivo cluster ibérico ao nível do conhecimento e da partilha de experiências e competências; mas debrucemonos sobre o segundo, o 560 Validata. Este é um serviço de valor acrescentado focado na auditoria e verificação da qualidade dos dados dos produtos, que inclui, por um lado, a recolha em loja desses mesmos dados (nomeadamente, medidas, peso, dados comerciais, nutricionais


Tornando-se o Trusted Adviser dos seus Associados, a GS1 Portugal conseguirá incorporar eficiências nas redes de valor, divulgar melhor o conhecimento e aumentar a implementação de standards

Trusted Adviser

Ser um parceiro vital dos Associados em temas relativos à eficiência e competitividade na rede de valor a partir de uma posição neutra.

Colaborador/facilitador

Serviços de suporte e implementação

Gestão e divulgação do conhecimento

Implementação de standards globais

Gestor de necessidade do setor “desde e até” aos reguladores (facilitador da “unidade de ação”).

• Referência de tendências: identificação e análise de tendências globais. • Fornecedor de serviços autofinanciáveis adaptados às necessidades dos seus Associados: formação, divulgação de conhecimento/estudos.

• Divulgador/comunicador das potenciais eficiências/benefícios que envolve a implementação dos standards da GS1. • Suporte na implementação de standards e soluções atuais da GS1 e dos novos desenvolvidos a nível global.

Impulsionador da adoção/implementação dos standards e soluções atuais da GS1 e dos novos desenvolvidos a nível global.

O posicionamento da GS1 Portugal até se tornar Trusted Adviser dos seus Associados variará em função do setor, dado o diferente nível de avanço em cada um deles (por exemplo, R&C, Saúde...).

e gráficos) e a sua inserção na SYNC PT e, por outro, a verificação da conformidade de códigos de barras e a qualidade dos dados de produtos alojados nessa plataforma de sincronização da GS1 Portugal. Ora, se os negócios e as empresas têm uma expressão cada vez mais ibérica, porque não apostar também numa parceria GS1 em “portuñol”? Hoje, a resposta a esta pergunta é, nos dois lados da fronteira, um dado adquirido, sendo a criação de sinergias e a troca de experiências – da GS1 Portugal e da GS1 Espanha/ AECOC – uma realidade

incontornável. Na verdade, além dos projetos mencionados acima, o mais recente, que vai resultar, em breve, no novo website de ambos os países – e, mais amplamente, na definição de todo o web tool kit de ambas as Organizações –, assenta já em equipas multidisciplinares dos dois países, para definir, entre outras questões, templates e uma visão comuns. O website da GS1 em Portugal e Espanha Motivos na base da mais recente parceria ibérica: • Os mesmos objetivos, as mesmas necessidades;

Roberto Barreda Strategy & Part of PwC Network

Foi vital que a GS1 Portugal tenha reunido e ouvido os seus Associados e parceiros e incorporado de forma proativa a visão de ambos na sua estratégia futura. De agora em diante, para uma boa implementação do Plano Estratégico que foi criado, é determinante que a Associação avance na materialização das linhas de ação definidas em toda a sua extensão, de modo a que se converta, através de uma visão partilhada com os Associados, no seu parceiro vital (Trusted Adviser).

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GS1® EM PORTUGAL

• As mesmas ideias sobre o website ideal para ambos os países/utilizadores; • Estado de partida semelhante (no kick-off); • Facilidade de partilha (língua, proximidade geográfica,…). Aprendizagens e benefícios: • Uma equipa de marketing mais alargada; • Partilha de custos; • Chegar mais rapidamente ao mesmo objetivo; • Aprendendo uns com os outros, pensar fora da caixa; • Juntos somos mais fortes; • Maior envolvimento com a nossa própria equipa (da GS1).

João de Castro Guimarães Diretor Executivo da GS1® Portugal

Chief Data Officer precisa-se!...

Os consumidores têm hoje ao seu dispor um volume massivo de dados sobre os diversos bens e serviços que consomem – quer no linear de um hipermercado, quer em catálogos eletrónicos. Esta informação, a chamada Big Data, tem múltiplas e difusas proveniências – algumas controláveis e seguras, outras nem por isso. Para garantir e replicar online e mobile a segurança de sempre no ponto de venda – evitando a oferta de produtos e serviços adulterados ou contrafeitos –, as marcas estão cada vez mais empenhadas em assegurar a transparência, a robustez e a integridade dos dados de produto em todos os canais de interação com o consumidor. Além da aposta numa série de medidas capitais, como a sincronização de dados-mestre normalizados e globais (comerciais, logísticos e de marketing, entre outros) na cadeia de abastecimento, essenciais à adoção eficiente e segura de estratégias omnichannel, uma das medidas mais prementes inclui a criação nas empresas da função de Chief Data Officer (CDO). Cerca de 90 por cento da informação que circula a nível mundial no online foi produzida nos últimos dois anos. Este fenómeno faz com que a muito curto prazo perto

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de 25 por cento das grandes multinacionais já não consigam passar sem um CDO. E se, em 2014, assegura a Gartner Research, eram já 150 as organizações globais com um CDO, este ano registou-se uma subida muito significativa para os 250 CDO. Esta tendência explica-se igualmente pelo facto de existirem, hoje, soluções e aplicações customizadas Business-toBusiness-to-Consumer, que permitem obter perfis concretos de consumo (com insights como localização, perfil sociodemográfico ou reação a campanhas) e interações personalizadas, automáticas e em tempo real, das marcas com o consumidor.

… sem esquecer o Marketing 3.0

Já não existe apenas um indivíduo A, uma marca B e o canal C, mas antes um consumidor exigente e informado que pode chegar à marca e a um produto ou serviço através de um canal, mas concluir a compra num outro totalmente diferente. Vivemos os tempos das estratégias omnichannel (para as marcas, do Marketing 3.0.), SOLOMO (Social, Local, Mobile) e content marketing (conhecer o consumidor para fornecer conteúdos que respondam aos seus interesses e necessidades); atualmente já não falamos apenas em vender produtos ou em satisfazer e fidelizar clientes, mas antes em criar relações emocionais e duradouras com os consumidores, que assentam numa proposta de valor clara e em valores com os quais o consumidor se identifica e partilha. Dito isto, do que é que está à espera para contratar o seu primeiro Chief Data Officer e pô-lo o quanto antes a colaborar com a sua equipa de marketeers? Amanhã pode ser tarde de mais.


GS1® EM PORTUGAL

560 Validata

QUALIDADE DOS DADOS. É DELA QUE DEPENDE CADA VEZ MAIS O SUCESSO NOS NEGÓCIOS A partilha de dados comerciais e logísticos com clientes e fornecedores é importante para a sua empresa? Já tem uma estratégia para melhorar a informação que transmite ao consumidor sobre os seus produtos? Com o 560 Validata é mais fácil gerir o seu portefólio comercial na prateleira e na Internet

U

m ambiente onde todos os dias são gerados novos dados sobre os produtos e as empresas. É nesta era de “hiperinformação” que a qualidade dos dados assume um papel vital para as empresas e as suas estratégias de negócio. O comércio eletrónico e móvel veio acelerar a tendência, assim como a necessidade de normalização. ”Se os dados não estiverem normalizados, isto é, em concordância com normas globais, há o risco de a informação facultada pelos motores de busca não ser a que o consumidor pretende”, aponta Nuno Azevedo, da GS1® Portugal. As empresas têm de assegurar a qualidade da informação que transmitem aos seus parceiros comerciais e consumidores e, ao mesmo tempo, têm que dar inteligência aos dados que recolhem sobre os seus clientes. Assegurar a confiança nas empresas É com este objetivo – de assegurar a confiança

SABIA QUE...? “Da cadeia de abastecimento à interação com o consumidor, há dados de má qualidade. É importante que as empresas tenham consciência de que esses dados têm impacto nas suas margens de lucro.” Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies

nas empresas – que a GS1 Portugal criou um serviço de valor acrescentado para auditoria e verificação da qualidade dos dados dos produtos – o 560 Validata. Os Associados da Organização podem, por um lado, solicitar à GS1 Portugal a recolha em loja dos dados dos seus produtos (medidas, peso, dados comerciais, nutricionais e gráficos) e a respetiva inserção na plataforma de sincronização SYNC PT e, por outro, a realização de auditorias à qualidade das fichas de produto que já se encontram nesta plataforma, utilizada por mais de mil empresas. “Acreditamos, por isso, que o 560 Validata é um serviço de valor acrescentado, porque ajuda as equipas de qualidade das empresas a gerir com exatidão e eficiência os dados dos seus produtos e a garantir a credibilidade da informação que é disponibilizada nos rótulos físicos dos produtos e nos canais de venda à distância”, conclui Nuno Azevedo. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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No terceiro dia do evento subiram ao púlpito 11 oradores internacionais para falar sobre a cadeia de valor do futuro

GS1 in Europe Regional Forum

A EUROPA VEIO A PORTUGAL E O RESULTADO FOI O FÓRUM MAIS CONCORRIDO DE SEMPRE Mais de 330 participantes de 45 países europeus, do Atlântico aos montes Urais. A última edição do GS1 in Europe Regional Forum foi a primeira em solo português e a de maior êxito na história da Organização

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Da esquerda para a direita: Camille Dreyfuss (GS1 in Europe), Patrícia Tavares (GS1® Portugal), Bruno Aceto (GS1 in Europe), Beatriz Águas, Ana Mira e Diogo Almeida (GS1 Portugal)

Lisboa recebeu 330 participantes de 45 países europeus. Foram muitos os momentos de networking

N

a semana de 2 a 6 de novembro a cidade de Lisboa foi o centro da Europa. Com o mote “Serving the Value Chain of the Future”, a GS1 Europa desafiou todas as Organizações-membro (MO), do Atlântico aos montes Urais, a aterrar em Lisboa e a partilhar boas práticas, conhecimento e experiência. Resultado: mais de 330 participantes, num total de 45 países representados, fazendo desta edição a mais concorrida de sempre e um

marco na história da Organização. O Hotel Sheraton foi o palco deste evento, onde se debateram temas centrais à ação e ao propósito da GS1 Europa: desde a qualidade dos dados, o comércio eletrónico e o omnicanal, à utilização de standards globais na identificação e gestão de dinheiro, entre outros. O networking e a diversão também não faltaram. A melhor parte? “Ter a oportunidade de falar com os meus colegas de outros países, de visitar Lisboa e conhecer a sua beleza e de contactar com a alegria dos meus

colegas portugueses”, conta um dos participantes. Para a GS1® Portugal, o facto de este ter sido o fórum regional com o maior número de sempre de participantes comprova a crescente importância que a Organização e o país assumem no universo de Organizações GS1. Para o ano, o evento está marcado no mapa no Leste da Europa, mais precisamente na Bulgária, em Sófia. A GS1 Portugal estará presente para mais uma semana de colaboração! Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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Centro de Inovação e Competitividade

ESTÁ LANÇADA A PRIMEIRA PEDRA 2015 fechou com o início dos trabalhos de construção do Centro de Inovação e Competividade da GS1® Portugal, no Parque Tecnológico do Lumiar

O CIC está a nascer. Veja pelos seus próprios olhos

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o papel para a realidade. O Centro de Inovação e Competitividade (CIC) da GS1® Portugal, que abrirá portas no final do ano no Parque Tecnológico do Lumiar, em Lisboa, já está a ganhar forma. Os trabalhos de requalificação do edifício K3, onde irá nascer o CIC e onde ficará alojada, no futuro, a sede da GS1 Portugal, arrancaram em dezembro, depois de no último trimestre de 2015 também ter sido selecionado o empreiteiro de obras – a empresa TÉTRIS, do Grupo Jones Lang Lassale – e criada a empresa que irá ficar responsável pela gestão do projeto – Data Trust,

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L.da A constituição desta empresa, uma sociedade unipessoal por contas, foi aprovada na última Assembleia Geral Extraordinária da GS1 Portugal, a 15 de outubro. Os últimos meses de 2015 ficaram também marcados pelo início da seleção de parceiros tecnológicos com maior potencial de relação com a demonstração de todos os processos da cadeia de valor. A arte de VHILS Lançada a primeira pedra do centro, inicia-se agora uma fase de encontros com o artista português, reconhecido internacionalmente, Alexandre Farto (aka VHILS), responsável pelo conceito criativo

do CIC. Em cima da mesa estará a adaptação desse conceito aos processos construtivos da fachada, considerada a única experiência construtiva da sua já vasta obra, assim como a proposta de uma reflexão plástica contemporânea sobre o caos da informação e do ruído visual, conotada com a intervenção do artista nas paredes dos edifícios nos subúrbios de várias cidades portuguesas e internacionais. Este mês está ainda prevista a seleção da empresa tecnológica que irá trazer os elementos de experiência expositiva e interativa ao CIC, aliada a uma forte e impactante componente tecnológica.


S IA C TÍ O N

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

CENTRO DE INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE APROVADO POR UNANIMIDADE

III FÓRUM SOLUTION PROVIDERS

A visão da GS1® Portugal num futuro tecnológico Na terceira edição do Fórum de Solution Providers, que se realizou a 24 de setembro, a GS1® Portugal colocou em foco o consumidor. Dedicado à economia digital, à qualidade dos dados e às estratégias omnichannel e de consumer engagement, e seguindo a natureza e a virtude das soluções únicas e globais da GS1, o tema deste fórum não podia ter sido mais atual e inequívoco: “O Desafio Global do Omnichannel. Standards GS1 na Web: o elo essencial entre os Negócios e o Consumidor”. Entre os presentes estiveram os principais fornecedores de serviços tecnológicos e também muitas das marcas e empresas que interagem, todos os dias, diretamente com o consumidor. Marcas, fornecedores de serviços tecnológicos e consumidor são, aliás, um triângulo no qual os standards globais da GS1 são essenciais para, “em conjunto, chegarmos a soluções B2B2C que asseguram experiências de consumo seguras e memoráveis, assentes em dados de qualidade (normalizados e globais) no ponto de venda e nas plataformas digitais”, afirmou João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal. O futuro é cada vez mais tecnológico e a visão da GS1 neste mesmo futuro não podia estar mais presente.

Apresentação do Centro de Inovação e Competitividade (CIC) e deliberação sobre o respetivo plano de investimento, mas também constituição de uma sociedade unipessoal por quotas. Segundo adiantou o Presidente da Assembleia Geral da GS1 Portugal, Nuno Pinto de Magalhães, que conduziu a última Assembleia Geral (AG) Extraordinária, a 15 de Outubro, foram estes os dois pontos na ordem de trabalhos. “O CIC é um projeto disruptivo e estruturante para toda a atividade da GS1 Portugal”, começou por considerar Nuno Pinto de Magalhães, que acrescentou: “Faz parte de uma linha seguida por outras Organizações-membro” e “todos os Associados acreditam na bondade deste projeto”. O CIC e respetivo plano de investimento foram aprovados por unanimidade, com um voto de louvor proposto pelo Presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), Jorge Henriques.

WEBSITE

PROJETO CONTACT CENTRE

ESTE ANO HÁ UM NOVO WEBSITE, MAIS PRÓXIMO DO UTILIZADOR

MAIS QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO ASSOCIADO NUM FUTURO PRÓXIMO

O website da GS1 Portugal vai mudar. No final do primeiro trimestre deste ano, a Organização irá lançar um novo website, com novos conteúdos e uma nova imagem, em linha com a mudança gráfica que está a ser implementada nas 112 Organizações-membro da GS1 (MO). A renovação gráfica enquadra-se numa iniciativa de criação de um grafismo normalizado nos websites de todas as MO, para que exista uma marca mais consistente, coerente e unificada. Depois de uma profunda análise de opiniões de colaboradores, fornecedores e utilizadores do website, bem como de algumas tendências recolhidas, a GS1 Portugal está a desenvolver os novos conteúdos e o novo grafismo, de forma a que até ao final de março de 2016 os Associados tenham à sua disposição um canal de contacto renovado. A data de lançamento está marcada para 31 de março, dia de Assembleia Geral.

Na sequência do projeto Housekeeping 2.0, que visa a reestruturação de processos, mais concretamente na área de apoio aos Associados, foi feito um levantamento sobre o que tem sido feito e quais as melhorias a apontar neste serviço. Foi por esta razão que, com a ajuda da InPar, empresa de formação e consultoria, foi feito um diagnóstico que recolheu a opinião dos colaboradores da GS1, alguns Associados, bem como o levantamento dos sistemas de informação de apoio ao Contact Centre atual. Deste esforço resultaram várias oportunidades de melhoria. Assim, a GS1 Portugal seguirá um plano de melhoria apresentado pela InPar, cujo objetivo é criar um centro de apoio ao Associado omnicanal. Este plano está dividido em três fases distintas, sendo que engloba três vetores essenciais para que o sucesso seja alcançado: processos mais avançados, tecnologia e pessoas dotadas e informadas. Com esta proposta de melhoria pretende-se aumentar o nível de qualidade do serviço de atendimento ao Associado, apresentando mais soluções e ferramentas que ajudem o Associado a resolver as suas dúvidas sem recorrer diretamente à GS1, e, consequentemente, angariar mais Associados e mais serviços adquiridos pelos mesmos.

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União Europeia

MEDICAMENTOS FALSIFICADOS? O QUE PRECISA SABER PARA CUMPRIR A NOVA DIRETIVA A Diretiva de Medicamentos Falsificados, aprovada em 2011, impõe agora a adoção de atos delegados. Portugal é um dos países que terá que se adaptar às novas regras, e para maior apoio aos nossos Associados da área da Saúde explicamos neste artigo como deverão proceder para conseguirem dar resposta a todos os requisitos deste novo sistema

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m 2011, a GS1® Portugal congratulava-se com a aprovação da Diretiva Europeia de Medicamentos Falsificados – Diretiva n.º 2011/62/UE, vulgarmente designada por “Diretiva dos Falsificados” – uma iniciativa que visa impedir a introdução de medicamentos falsificados na cadeia de valor da saúde, abrindo caminho para a adoção de medidas de segurança que garantam elevados níveis de rastreabilidade de medicamentos e proteção do paciente. Segundo Stefano Soro, responsável pela unidade que coordena as questões de qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos na DireçãoGeral da Saúde e Segurança dos Alimentos da Comissão Europeia, o propósito desta iniciativa é tornar cada vez mais difícil e dispendioso falsificar medicamentos, situação que se verifica, de facto, estar a aumentar. A novidade do momento é que se julga ser no primeiro quadrimestre

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de 2016 que serão publicados os atos delegados sobre esta mesma diretiva e que terão que ser implementados, no máximo, até três anos após a sua emissão por todos os países da União Europeia – à exceção da Bélgica, Itália e Grécia, que por terem um programa próprio de controlo verão este prazo estendido. Assim, laboratórios farmacêuticos e produtores de medicamentos terão que responder a estes atos delegados seguindo duas regras: 1. Utilizar um identificador único europeu para os medicamentos; 2. Garantir que o produto está inviolado através de um dispositivo de segurança de medicamento que fica à escolha do produtor, por exemplo, um selo de fecho.

Outra novidade desta diretiva é o facto de existir a indicação para a criação de um diretório de medicamentos a nível europeu, onde a ideia é que o código atribuído a cada embalagem produzida seja integrado na mesma

Este identificador único do medicamento deve ser harmonizado a nível europeu e conter: – código do produto; – número de série – é a novidade e a base desta diretiva, uma vez que é este que nos permite controlar se o medicamento pode ou não ser falsificado; – número de reembolso nacional (se requerido no país em causa); – número de lote; – data de validade. Toda esta informação deverá estar contida num código bidimensional (DataMatrix), numa estrutura que deverá estar de acordo com o que foi promulgado pela International Organization for Standartization (ISO compliant). Este código de duas dimensões como suporte do identificador único permite o armazenamento de uma grande quantidade de informação e é adequado ao uso em embalagens pequenas. Sobre os medicamentos ou as categorias de medicamentos que devem ter ou não estas características de segurança existem as chamadas black and


white lists (listas preta e branca). De notar que as OTC (Over the Counter) que fazem parte da black list também necessitarão de cumprir as características acima indicadas. Outra novidade que abrange os atos delegados desta diretiva é o facto de existir a indicação para a criação de um diretório de medicamentos a nível europeu – datapool (repositório) –, onde a ideia é que o código atribuído a cada embalagem produzida seja integrado na mesma. Quando o medicamento prescrito ao doente é vendido, o código é validado e “desaparece” da lista. Se, por outro lado, for roubado, pode de imediato ser dado um alerta e assinalado no repositório. E “se alguém tentar reintroduzir o produto no mercado, isso será mais facilmente detetado”, diz Stefano Soro. Na prática, sempre que os medicamentos forem dispensados deverá verificar-se se estes estão ou não aptos para esse efeito. Por exemplo, na farmácia, antes de ser vendido um produto, deverá verificar-se primeiro no sistema se este pode ser dispensado.

CHECKLIST GS1 PARA O CUMPRIMENTO DA DIRETIVA DE FALSIFICADOS Registar-se na GS1® Portugal Formar recursos humanos no conhecimento da diretiva e do sistema GS1 Determinar qual o grupo de produtos sujeito à aplicação da diretiva Criar as identificações únicas GS1 para cada um dos produtos abrangidos Desenvolver a capacidade de criar, aplicar e gerir números de série Assegurar a capacidade de marcação do identificador único nas embalagens comerciais do produto Escolher e aplicar o(s) dispositivo(s) antiadulteração Validar junto da GS1 Portugal a qualidade da codificação/ marcação utilizada Estabelecer os mecanismos de comunicação para o preenchimento de dados no repositório europeu Atribuir papéis e responsabilidades, bem como assegurar os processos e procedimentos de manutenção, relativos à informação dos produtos e correspondente registo no repositório de dados

Excecionalmente, e por garantia, quando os medicamentos vêm de uma fonte que não é a tradicional ou esperada, os intervenientes intermédios da cadeia de valor devem também verificar esta situação – por exemplo, acontece em situações em que o medicamento não provém de quem o produziu ou se o produto foi devolvido ao distribuidor. O sistema GS1 também está e quer cada vez mais estar presente no setor da Saúde. E em particular, precisamente sobre o tema da falsificação de medicamentos, pode ter um forte contributo, uma vez que ajuda a cumprir todos os critérios necessários para concretizar a diretiva em causa no que respeita à identificação e marcação dos produtos. Uma vez que, tal como o sistema GS1, a diretiva se baseia na identificação, captura e partilha de dados, é perfeitamente claro que o conceito de identificador único pode ser ativado por standards GS1, sendo estes os mais adequados para o efeito, visto que à partida, e tal como já referido, são ISO compliant. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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OS NOSSOS ASSOCIADOS

Lusíadas Saúde

O MEDICAMENTO CERTO AO PACIENTE CORRETO Como evitar erros e insegurança no circuito do medicamento? No Hospital de Cascais a resposta vem acompanhada de um GS1® DataMatrix, um código de barras que garante a rastreabilidade e a segurança do paciente, desde a prescrição ao momento da administração do medicamento

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a Lusíadas Saúde a gestão do circuito do medicamento segue uma estratégia de qualidade e segurança dos cuidados prestados nos hospitais e clínicas de norte a sul do país. Em 2010, o processo associado à gestão da informação das quatro fases desse circuito – prescrição, validação, dispensa e administração – foi automatizado no Hospital de Cascais (único hospital deste grupo privado em regime de parceria público-privada). Há dois anos, a automatização evoluiu para um projeto pioneiro de normalização baseado no sistema GS1. A substituição de standards proprietários por standards globais naquele hospital, o primeiro do grupo privado a fazê-lo, foi “uma evolução necessária”, aponta Vasco Antunes Pereira, Presidente do Conselho de Administração. “Os standards proprietários tinham limitações a vários níveis” e na contínua procura por processos mais eficientes e um menor risco na administração dos medicamentos era preciso atribuir um número único – o GTIN – Global Trade Item Number – que “permitisse a sua correta identificação em qualquer país, sem restrições ou erros”. Juntamente com dados sobre o fabricante, o lote, a validade e a

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stock”, todo o Grupo Lusíadas Saúde tem agora acesso a “uma base de dados única e inequívoca”, comenta Vasco Antunes Pereira.

dosagem do medicamento, esse número foi convertido num código de barras GS1 DataMatrix, que passou a estar impresso nos artigos de consumo clínico e nas unidoses hospitalares. Através de um simples scan, é hoje possível ao Hospital de Cascais recolher e gerir toda a informação relevante do medicamento em todas as fases do circuito, da farmácia à cabeceira do paciente. Desta forma diminuiu o risco associado aos cinco direitos fundamentais do paciente: i) o medicamento certo, ii) na dose adequada, iii) pela via de administração correta, iv) à hora certa, e v) ao paciente correto. Também os processos de rastreabilidade estão assegurados: ao mesmo tempo que há um “melhor controlo sobre todo o nosso

Parceria com a GS1®: “Fizemos a aposta certa” O sucesso desta iniciativa está a transportá-la para lá da unidade de saúde de Cascais: estuda-se já a sua implementação noutros hospitais e clínicas do grupo, detido pela AMIL, que, por sua vez, integra o UnitedHealth Group, um dos mais importantes grupos de saúde do mundo. Não admira, por isso, que também do outro lado do Atlântico o hospital se tenha tornado uma referência na gestão normalizada da informação do circuito do medicamento. O projeto foi já divulgado no grupo e, conta Vasco Antunes Pereira, “estamos a estudar a implementação num dos nossos hospitais no Brasil”. A internacionalização desta boa prática pressupõe a utilização de standards globais na codificação dos medicamentos. “Quanto maior a rede de hospitais, mais importante é termos um parceiro como a GS1 na área da codificação.” O Administrador não tem dúvidas: “Fizemos a aposta certa.”


Centro Hospitalar Lisboa Norte

NESTE GRUPO HOSPITALAR A LOGÍSTICA FALA A LINGUAGEM GS1® Ali não há batas brancas, macas ou pacientes a circular pelos corredores. Há empilhadoras e estantes carregadas de paletes e caixas com material de consumo clínico identificado com códigos GS1. No armazém central do CHLN, os standards globais deram origem a dois pilotos, um deles com o INFARMED

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á 10 anos albergava 1200 referências e pertencia em exclusivo ao Hospital de Santa Maria; atualmente armazena 10 vezes mais, abastecendo os armazéns periféricos e as unidades de serviço do Santa Maria, ao seu lado, e do Pulido Valente, três quilómetros a norte. Falamos de um armazém de 700 m2 que desde 2008 é o coração da gestão logística do primeiro centro hospitalar público associado da GS1 Portugal – o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). A centralização da logística dos dois hospitais neste espaço surgiu após a criação do CHLN, numa estratégia de “contínua redução de custos, stocks, tempo, desperdícios e uniformização de dispositivos”, revela Nuno Loureiro, Diretor de Logística do Centro Hospitalar. Desde logo, a poupança de mais de 600 mil euros e o acréscimo significativo da eficácia e eficiência de gestão dos stocks mostraram que esse era o caminho certo, em consonância com o pedido do Ministério da Saúde de maior racionalização de custos no Sistema Nacional de Saúde. A utilização de standards globais na identificação e codificação de material de consumo clínico foi o passo seguinte, com as auditorias e análises internas do CHLN a evidenciarem que era também possível melhorar o circuito de rastreabilidade dos dispositivos médicos. No horizonte surgiu a GS1 Portugal. “As vontades, as ideias, a perspetiva e a ambição estavam alinhadas”, aponta o responsável. Desta parceria nasceram dois projetos pioneiros de utilização de códigos de barras GS1 na gestão logística hospitalar.

A MESMA LINGUAGEM: MENOS CUSTOS E MAIS EFICIÊNCIA LOGÍSTICA A adoção de uma única linguagem na gestão logística foi uma opção natural para o CHLN – embora pioneira no setor hospitalar português – pelas vantagens de eficiência, redução de stocks e agilização de processos. O resultado foi a adesão à GS1 Portugal e a utilização de standards globais para identificar e codificar os produtos que abastecem todo o CHLN, desde o fornecedor às unidades de serviço. Após a análise de mais de 250 referências existentes no armazém central, correspondentes a cerca de 150 fornecedores, concluiu-se que 80 por cento estão já identificados com códigos de barras GS1. O GS1-128 é a simbologia mais utilizada, transportando uma chave de identificação única do produto (GTIN – Global Trade Item Number), a sua validade e o número de lote. Para além de benefícios como a redução de tempo e de desperdícios ou a melhor racionalização de custos, esta identificação única e inequívoca permitiu ainda, no caso dos dispositivos médicos específicos de cardiologia, um reforço da relação com os fornecedores e a garantia de uma melhor gestão dos pedidos de compra.

SER PIONEIRO: RASTREABILIDADE EM TEMPO REAL Com o apoio do INFARMED, o CHLN serviu também de cenário a um projeto piloto que visou garantir a rastreabilidade dos dispositivos médicos, desde a receção no armazém central ao momento em que são “consumidos”, e, assim, facilitar o report de consumos e compras destes materiais ao regulador. O GTIN tornou-se a chave deste modelo de gestão de informação: este passou a ser registado quando entra no armazém central e “navega” pelos diferentes sistemas de informação do CHLN sempre que o produto muda de localização. Para facilitar os reports ao INFARMED, o GTIN dos diferentes produtos é mapeado com o código exigido pelo regulador – o CDM, Código do Dispositivo Médico –, numa relação de um para um. Desta forma, tornou-se possível “saber em tempo real onde se encontra um determinado dispositivo; se o mesmo já foi ou não utilizado; em que doente; qual a validade do dispositivo; o seu número de série; lote; fornecedor, etc.)”, afirma Nuno Loureiro. Neste piloto foram contempladas 750 referências de material de cardiologia, das quais 98,5 por cento estavam codificadas com códigos de barras GS1 com GTIN, data de validade e número de lote ou número de série.

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STANDARDS EM AÇÃO

SmartScan

PERFIS DE CONSUMO E DADOS DO CONSUMIDOR NA PALMA DA MÃO É o novo serviço Business-to-Business-to-Consumer (B2B2C) da GS1® Portugal para o digital. Através do código de barras dos produtos, as marcas podem conversar e conhecer o consumidor que está do outro lado do ecrã do telemóvel

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GS1® Portugal lançou recentemente a SmartScan, uma aplicação (app) que vai ajudar as marcas/insígnias a interagir diretamente com os seus clientes via scan ao código de barras no ponto de venda, online ou mobile. Desenvolvida em parceria com a ScanBuy, líder mundial em soluções de mobile engagement, e assente nas Normas Globais para a Sincronização de Dados Comerciais (GS1 GDSN), esta ferramenta B2B2C permite fornecer informação completa sobre os produtos e promover experiências de marketing de envolvimento. “A SmartScan é um bom exemplo dos múltiplos benefícios da colaboração, ao longo da cadeia de valor, de todas as cadeias de valor, que ajuda as marcas e insígnias a assegurar aos seus clientes experiências de consumo seguras e memoráveis, com dados de qualidade no ponto de venda e nas plataformas digitais”, afirma João

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de Castro Guimarães. Nesse sentido, acrescenta o Diretor Executivo da GS1 Portugal, “a nossa Organização deve ser encarada como um parceiro de negócio, neutro e multissetorial, capaz de ajudar a sua marca a entrar no digital”. Partilhar informação sobre os produtos no linear ou produtos e serviços no website de um retalhista, promover e gerir promoções e cupões, criar diálogos automáticos e inquéritos instantâneos entre a marca e o consumidor, aceder a dados e perfis de consumo (insights) – como localização, perfis demográficos, reação a campanhas de marketing – são algumas das muitas funcionalidades do SmartScan. E, uma vez que os códigos de barras fornecidos pela GS1 podem ser encontrados em quase todos os produtos comercializados, esta solução assegura às marcas a oportunidade de multiplicarem os pontos de contacto e de

interação com os consumidores através de experiências únicas e customizadas. Sincronizada com a plataforma SYNC PT, a SmartScan permite ao consumidor aceder aos dados carregados pelos fabricantes naquela plataforma e que são relevantes no ato de compra: origem, preço, nutrientes, validade, intolerâncias ou campanhas e promoções.


cupões das suas promoções. Essa não é uma possibilidade futura, é o futuro hoje. Mais, está já a ser testada em diversos países, especialmente em Espanha, de onde podem ser aproveitadas sinergias para a implementação em Portugal. Nesses países, a organização neutra e colaborativa lançou, numa primeira fase, uma extensa campanha “promocional” junto das marcas, fabricantes e insígnias do Retalho, que incluiu diversos contactos aos respetivos Associados (visita, contacto telefónico ou e-mail) para explicar o novo serviço B2B2C. Ao mesmo tempo, e para sensibilizar fabricantes e retalhistas, mas também os próprios consumidores, tem partilhado artigos sobre mobile engagement nos media e nos respetivos websites, bem como vídeos que explicam como tudo isto funciona.

Uma imagem vale mil palavras. Veja como funciona o mobile engagement

Sincronizada com a plataforma SYNC PT, a SmartScan permite ao consumidor aceder aos dados carregados pelos fabricantes na plataforma

Desconto direto na fatura das promoções via scan ao código de barras: o futuro é hoje Imagine que o consumidor chega à caixa do supermercado e, ao invés de mostrar o cartão de promoções e beneficiar dos descontos em talão, faz a leitura ótica (scan) a um código de barras – ou código bidimensional – junto à caixa de pagamento e o PoS (Point-of-Sale) desconta diretamente na fatura os

Marcas multinacionais apostam em projetos-piloto Dos projetos-piloto em curso, que incluem sete grandes insígnias do Retalho e fabricantes globais, como Coca-Cola, Danone, Nestlé, Procter & Gamble, San Miguel, Capsa ou Gallina Blanca, a ação com maior impacto junto dos consumidores foi aquela em que os Associados da GS1 foram convidados a incluir um pictograma – de acesso a mais informação – junto ao código de barras (EAN-13) aposto na embalagem. Atualmente na segunda fase de testes, estes pilotos, assentes na plataforma mCoupon da ScanBuy – a mesma solução tecnológica que estrutura o português SmartScan –, abrangeram, em primeiro lugar, os colaboradores das marcas envolvidas. Nessa primeira fase, foram gerados perto de 100 diferentes cupões e promoções. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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PERSPETIVA

APED, FIPA e Centromarca

QUE LUGAR OCUPA A COLABORAÇÃO ENTRE ORGANISMOS ASSOCIATIVOS? Três associações portuguesas, três visões distintas sobre a gestão de dados e a cadeia de valor. Aos responsáveis da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), da Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (Centromarca) e da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) a GS1® Portugal colocou as mesmas seis questões que marcam a atualidade, para mostrar as suas perspetivas sobre o digital, a GS1 e a colaboração entre organismos associativos. Conheça em pormenor os pontos de vista de Jorge Jordão, Presidente da APED, João Paulo Girbal, Presidente da Centromarca, e Jorge Henriques, Presidente da FIPA

QUESTÕES 1. Tendo em conta as novas e múltiplas plataformas online e mobile, que são complexas e difusas, acredita que os dados merecem uma atenção crescente por parte das marcas? Pode essa maior ou menor atenção traduzir-se num fator crítico à sua reputação?

4. Acha que a colaboração na cadeia de valor – promovida pela GS1® Portugal – pode, de facto, resultar em interações mais seguras e eficientes com os consumidores – em especial no online, onde existe muita informação de produto incorreta?

2. Em dezembro de 2014 entrou em vigor o Regulamento UE/1169/2011 – dirigido essencialmente às marcas do alimentar. Nesse sentido, como vê a adesão exponencial à plataforma de sincronização de dados SYNC PT?

5. De forma global, como encara a atuação da nossa Organização no universo empresarial? Parece-lhe que a neutralidade – e o papel progressivo de facilitador da unidade de ação na cadeia de valor – ajuda a promover estas sinergias ao nível associativo?

3. Considera que este exemplo de colaboração entre parceiros a montante e a jusante na cadeia de valor, em especial ao nível associativo, pode e deve ser replicado noutros projetos e áreas? Em quais?

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6. Que mensagem gostaria de deixar aos líderes das mais de 7700 empresas associadas da GS1 Portugal?


4. A credibilidade da informação é hoje um fator crítico em qualquer organização. Recordo que a visão da GS1 é a de um mundo onde os bens e a sua informação se movimentam de forma eficiente e segura, para benefício dos negócios e melhoria da vida das pessoas, todos os dias. A colaboração na cadeia de valor é uma forma de responsabilizar todos com o objetivo final e principal de servir os consumidores. 5. Como Organização que serve todo o tipo de empresas, desde as multinacionais às PME, a GS1 desempenha um papel determinante na procura de soluções equilibradas, seguras e eficientes para satisfazer todos os interesses numa cadeia de valor. A neutralidade é indispensável para uma organização como a GS1, o seu verdadeiro ADN. Quanto mais

JORGE JORDÃO

Presidente da APED 1. Atualmente, um dos principais desafios é “descodificar” e tirar o melhor partido possível do Big Data. A análise de uma quantidade imensa de dados, aliada à utilização de ferramentas tecnológicas cada vez mais evoluídas, permite analisar as estratégias de consumo e otimizar a gestão das empresas. Estes três eixos são essenciais para a construção e consolidação da reputação de uma empresa, que no digital se configura como um desafio permanente. 2. O foco da distribuição moderna é construir as melhores propostas de valor para o consumidor, apostando na inovação para responder às exigências cada vez mais diversificadas e em constante mutação dos consumidores atuais. A adesão à plataforma SYNC PT

A GS1 DESEMPENHA UM PAPEL DETERMINANTE PARA SATISFAZER TODOS OS INTERESSES NUMA CADEIA DE VALOR contribui indubitavelmente para o melhor funcionamento e articulação entre todos os operadores. 3. Deve ser replicado e até estimulado. Só com um espírito de colaboração é que todos poderemos chegar a bom porto. Aliás, o setor da Distribuição é um exemplo na procura de boas relações com os seus fornecedores. Basta lembrar, a nível europeu, a Supply Chain Initiative e, em Portugal, o Código de Boas Práticas Comerciais, assinado em 2013 entre os setores da Agricultura e da Distribuição.

neutral for, mais respeito e prestígio serão granjeados no mercado. 6. Após um período difícil para todos os portugueses, o país está à espera, não de milagres nem de teorias “messiânicas”, mas sim de pragmatismo e moderação. Os gestores das empresas têm a especial responsabilidade de tornarem as suas empresas cada vez mais eficientes, sem descurarem as componentes de sustentabilidade e de responsabilidade social que hoje fazem parte do desenvolvimento de qualquer negócio. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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PERSPETIVA

JOÃO PAULO GIRBAL

Presidente da Centromarca 1. As plataformas móveis e online tornaram-se essenciais para o nosso dia a dia e introduziram desafios importantes para todos os operadores no setor dos Bens de Grande Consumo. Esse crescimento exponencial vem associado a uma multitude de novos produtos, novas marcas e novos fornecedores, novos operadores, pelo que a normalização se torna absolutamente necessária para que a coerência dos dados seja mantida. Estudos recentes sobre a qualidade da informação sobre produtos disponível na Internet demonstraram que a maioria das informações está errada ou incompleta. Esta situação é prejudicial para as marcas, para os consumidores, e pode afetar de maneira grave a reputação e os resultados dos detentores das marcas. 2. A normalização que é introduzida pela via da regulação tem um papel fundamental no ordenamento do mercado. A adesão à plataforma de sincronização de dados SYNC PT é reflexo desta necessidade de existir no mercado uma linguagem comum, através da qual os operadores se possam entender e em que os consumidores possam confiar. 3. Este tipo de colaboração, em que todos participam e obtêm resultados positivos, é um exemplo do que é possível conseguir quando os operadores ao longo de uma cadeia se coordenam numa lógica de partilha em benefício de todos. Mas, tal como em certas reações químicas, são precisos catalisadores e, neste caso, o papel de catalisador coube à GS1®. Outras áreas beneficiariam deste tipo de comportamento, e para dar um exemplo apenas bastaria referir

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A ADESÃO À PLATAFORMA SYNC PT É REFLEXO DA NECESSIDADE DE EXISTIR UMA LINGUAGEM COMUM NO MERCADO os códigos de boas práticas que são comuns em muitas áreas, mas que tardam em aparecer entre produtores e distribuidores. O objetivo último deve ser que, em todas as situações que criem valor ao longo da cadeia, esse valor seja distribuído de uma forma justa, de forma proporcional aos riscos e responsabilidades assumidos por cada parte, e que – em última análise – beneficie os consumidores. 4. Eu penso mesmo que é a única maneira. Só desta colaboração poderá sair informação fiável, atempada e em que os consumidores confiem quando fazem as suas escolhas.

5. A GS1 Portugal tem tido uma atitude aberta, construtiva, de neutralidade face aos operadores, mas simultaneamente de aproximação aos diferentes elementos da cadeia de valor. O efeito desta forma de estar no mercado resulta no bom nome da instituição GS1 e nos excelentes resultados que tem conseguido atingir ao longo do tempo. 6. Os bons exemplos são para ser replicados. A colaboração ativa e o espírito positivo conseguem atingir metas mais ambiciosas em termos de qualidade de operação no mercado e de satisfação dos nossos consumidores.


souberam estar à altura do desafio. O trabalho continuará em campos como a informação nutricional, a sustentabilidade da produção e na gestão da cadeia de valor. 4. Essa é uma questão que nos preocupa e mobiliza! Numa montra global, os produtos podem ser dissociados da sua informação original. A GS1 Portugal tem um papel fundamental para consolidar a confiança dos consumidores e “desarmar” quem possa estar no mercado online de forma menos séria. 5. Entre as organizações associativas não deve haver competição, mas sim cooperação. A GS1 Portugal tem sabido não só ocupar bem o seu espaço e reconhecer os seus

JORGE HENRIQUES Presidente da FIPA

1. A acelerada evolução das plataformas online e mobile está na base de uma nova e irreversível interação das empresas, com toda a sua envolvente. Se há poucos anos as escolhas resultavam, em grande parte, de um “diálogo” entre as marcas e os consumidores, hoje vemos os consumidores a trocarem informações muitas vezes já com os produtos à sua frente e qualquer dúvida pode travar a decisão da compra. Daí que um forte investimento numa boa “logística” dos dados seja hoje uma obrigação estratégica. As novas plataformas constituem uma grande oportunidade, mas também um grande risco, pois é neste palco que se joga não só a visibilidade, mas, acima de tudo, a reputação de produtos, marcas e até mesmo setores. 2. A parceria com a GS1® Portugal foi um fator determinante na mobilização das empresas para uma rápida

ENTRE AS ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS NÃO DEVE HAVER COMPETIÇÃO, MAS SIM COOPERAÇÃO adaptação às novas regras para a venda online. Fico muito satisfeito por ver os resultados dessa sinergia e por poder testemunhar a enorme capacidade que a nossa indústria agroalimentar tem em dar resposta aos constantes desafios e se adaptar à tecnologia. Com espírito de diálogo e trabalho conjunto, são as empresas e os consumidores que ficam a ganhar. 3. Esta colaboração não foi a primeira a dar frutos. Devo lembrar o intenso trabalho feito há mais de 10 anos em antecipação às regras de rastreabilidade. A publicação do regulamento de informação ao consumidor voltou a exigir uma intervenção proativa e as associações

parceiros, como tem conseguido criar várias pontes na cadeia de valor. A transparência, o profissionalismo e a neutralidade são hoje marcas incontornáveis da sua ação. 6. Tendo o privilégio de poder conjugar a atividade profissional com funções associativas, gostava de ver mais empresários e gestores comprometidos com um movimento que deve ser encarado como um ativo das empresas. Pertencendo grande parte do universo de Associados ao setor Alimentar e das Bebidas, gostaria ainda de ver um crescimento sustentado e sinérgico da GS1 Portugal e da FIPA, em prol do bem comum! Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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UNIVERSO GS1

GS1 IN EUROPE

“A DIVERSIDADE DE CULTURAS É UM PRIVILÉGIO E NÃO UM OBSTÁCULO” Bruno Aceto está aos comandos da GS1 Itália desde 2007 e recentemente da GS1 in Europe. Veio a Portugal para o GS1 in Europe Regional Forum e falou à Código 560 sobre a dupla liderança e a multiculturalidade europeia. No futuro, o sucesso da GS1 e dos negócios virá da colaboração entre países

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G

erir uma Organização que reúne países que vão desde a Costa Atlântica até aos montes Urais não deve ser fácil. Como tem sido esta experiência e quais são as principais diferenças entre gerir uma Organização local (GS1 Itália) e uma Organização europeia, caracterizada pela diversidade de culturas? É definitivamente desafiante e ao mesmo tempo existe uma abordagem comum às duas realidades – local e europeia. Gerir uma Organização local requer habilidade para ouvir os Associados. Isto é extremamente importante. Precisamos de definir uma agenda de atividades, definir o uso dos recursos da Organização de forma útil para as empresas – uma vez que estes recursos vêm das próprias empresas. Por toda a Europa existem muitas pequenas Organizações-membro (MO) com o objetivo global de compreender, melhorar e ajudar as empresas a adotar os standards. Na GS1 Itália, um dos nossos grandes desafios é a explicação dos standards, uma vez que as empresas – especialmente as mais pequenas – tendem a pensar que a identificação se trata apenas de números. Resumidamente, a um nível local, a prioridade é ouvir e estipular uma agenda que possa ser útil para os membros. Por outro lado, a GS1 Europa é uma rede de MO que partilham objetivos comuns. E, claro, ouvir é também uma coisa muito importante. Atualmente, o networking é o elemento mais importante das nossas atividades, conduzido de forma a ajudar as MO a implementar e a servir melhor os seus Associados através da comunicação, da troca de informação, suporte,

benchmarkings ou clusters de MO. Nós somos uma pequena equipa, mas o nosso modelo é baseado numa forte colaboração entre as MO. Isto significa que promovemos o intercâmbio de conhecimento e de recursos entre MO, partilhando capacidades uns com os outros. Acreditamos que este é o modelo certo e que a diversidade de culturas é um privilégio e não um obstáculo. Iniciativas como o GS1 in Europe Regional Forum servem exatamente para promover a colaboração e transferência de conhecimento e partilha com a comunidade GS1. A colaboração é a base – e manifesto – da GS1 à escala global. Olhando para o contexto europeu, há MO de maior dimensão que estão a apoiar as mais pequenas. Como tem visto esta colaboração entre Organizações-membro? As iniciativas de colaboração promovidas diretamente pela GS1 Global, tais como os clusters de MO – isto é, a vontade de dar apoio específico a uma necessidade específica –, são também determinantes. Acima de tudo, é crucial que a colaboração entre as MO aconteça, mesmo que seja num projeto one-to-one ou num projeto com uma base específica. Na realidade, está nas mãos de cada MO estabelecer e ativar diferentes canais de colaboração entre as várias MO – mesmo que estejam geograficamente distantes. Há umas semanas, em nome da GS1 in Europe, enviou uma carta a Miguel Lopera, Presidente e Diretor Executivo da GS1 AISBL. Escreveu que o mundo está em constante e rápida mudança e que “nem toda a gente caminha ao mesmo passo”. O que é que significa esta expressão e o que o levou a escrever esta carta?

A minha carta para o Presidente e Diretor Executivo da GS1, Miguel Lopera, está relacionada com a nova estratégia digital, uma iniciativa muito boa e pertinente. Em primeiro lugar, começámos por identificar iniciativas que descrevem a importância e relevância da GS1 no mundo digital e no ambiente omnicanal. É claro que somos muito importantes no mundo digital, mas temos que repensar o que fazemos – e como o fazemos – para estarmos aptos a dar respostas certas às necessidades dos nossos Associados. A nossa maior preocupação está em como facultar e distribuir informação de confiança. Por exemplo, pensemos em ferramentas específicas, tais como a SmartSearch ou os identificadores únicos, e no facto de os nossos standards serem agora relevantes em diferentes áreas, como o marketing, os negócios, na relação entre empresas e o consumidor ou a necessidade de informação de confiança nos novos media. Todas estas grandes mudanças significam que teremos que aprender uma nova linguagem. Consequentemente, o pedido que fizemos ao Miguel Lopera foi o seguinte: deixar-nos primeiro compreender este elemento de mudança, esta big picture, e rever o significado da nossa relevância para as empresas – uma vez que temos que aprender novas linguagens e falar com novos interlocutores. Não podemos simplesmente ver o lado técnico. Temos que ir da utilidade para o valor. Sabemos que um dos objetivos da GS1 in Europe é facilitar o contacto entre as diversas MO e as instituições internacionais, de natureza governativa Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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UNIVERSO GS1

e não governativa, tais como a Comissão Europeia e a Cruz Vermelha. Quais são os projetos que têm em mãos? Como Organização-membro da GS1, temos de perceber se os regulamentos que entram em vigor localmente podem envolver os nossos standards, prestando atenção não só aos reguladores mas também a associações que representam os nossos Associados, tais como o EuroCommerce, a FoodDrink Europe, etc. O que fazemos é ter uma forte relação com os mesmos, de forma a estabelecer uma afinidade cada vez mais transparente com o objetivo de trabalharmos cada vez mais e melhor. Fazer lobbying não faz parte das atividades da GS1 in Europe. Mas existem outras organizações não governativas, como as organizações humanitárias, onde nós podemos ajudar com apoio e suporte logístico para que se tornem mais eficientes e eficazes. Vemos que temos aqui um papel muito importante, porque sabemos como estas organizações trabalham – e sabemos que são dependentes de financiamentos – e que pelo seu papel no mundo são cruciais para ajudar pessoas que procuram asilo, refugiados, entre outras. Para nós é muito importante pensar que podemos ajudar estas organizações a tornarem-se mais eficientes e eficazes através do nosso sistema. Atualmente, temos atividades na logística humanitária com o UNHCR, com a Cruz Vermelha, WChoice, etc. E isto temos feito em conjunto com a GS1 Global. Localmente, as MO estão a introduzir eficiência em novos setores, para além do Retalho e Bens de Consumo, Transportes e Logística e Saúde. Quais são os setores menos explorados e quais

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os que têm sido objeto de esforços a nível europeu? E qual a estratégia? Aqui, a situação é diferente de país para país. Talvez o novo setor que podemos ver ser desenvolvido seja o setor Financeiro, no setor Bancário. O projeto de cash handling continua a ser desenvolvido e é onde temos um grande potencial. O envolvimento do Banco Central Europeu e dos bancos centrais nacionais é uma vantagem que devemos definitivamente alavancar para nos ajudar a avançar neste projeto. Eventos como o GS1 in Europe Regional Forum são muito importantes para uma maior motivação dos colaboradores e também para surgirem novas ideias e trabalhos. O que espera a GS1 in Europe retirar deste

encontro e também potenciar para as Organizações-membro? Esperamos conseguir contribuições em termos de ideias, por exemplo. Usámos algumas ferramentas para conseguir isso em Lisboa, como a realização de uma reunião do Board da GS1 in Europe. Fizemos alguns exercícios, dividimos o grupo, debateram-se alguns temas, perguntámos o que consideram mais relevante, como pensam que a Organização pode ser útil ao mercado, entre outros. Conseguimos reunir muitas ideias também com um exercício de team building e que foi também uma forma de fazer networking. Para alcançar tudo isto, precisamos de pessoas ativas, de discussões produtivas. Este é o nosso trabalho: estimular as pessoas que participam nos nossos encontros a contribuir em conjunto para o nosso futuro.


Projeto Ajuda Humanitária

LINGUAGEM GLOBAL DOS NEGÓCIOS CHEGA ÀS CADEIAS DE VALOR HUMANITÁRIAS Desde 2014, a GS1 colabora com várias organizações não governamentais (ONG) para facilitar a logística na cadeia de valor humanitária global

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endas, baldes de plástico, utensílios de cozinha, cobertores e roupa. Fazem todos parte de uma extensa lista de bens necessários para apoiar cerca de 38 milhões de deslocados, 20 milhões de refugiados e dois milhões de pessoas em busca de asilo. No total, são sessenta milhões de pessoas com estatuto de refugiados, deslocados ou em busca de asilo – os números são de 2014, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR). A Cruz Vermelha, a UNICEF ou o próprio UNHCR são algumas das organizações não governamentais que fazem a gestão do apoio humanitário e às quais a GS1 se juntou em 2014. A missão é garantir a eficiência logística desde o ponto da doação ao da distribuição. O projeto chama-se GS1 in the Humanitarian Supply Chains e nasceu na

O projeto GS1 in the Humanitarian Supply Chains é um dos projetos centrais da GS1 in Europe

GS1 Suíça. Hoje, é um projeto central da GS1 in Europe e da GS1 Global. “Não existem standards comuns nos processos e na logística entre organizações humanitárias”, apontou Vicente Escribano, Diretor dos serviços de gestão logística da UNHCR, durante o Fórum Global da GS1, em fevereiro de 2015, em Bruxelas, acrescentando que os processos são muito idênticos aos do Retalho, onde os standards GS1 estão cimentados há já 40 anos. Além disso, “os fornecedores do setor humanitário são muitas vezes associados de Organizaçõesmembro da GS1.” De acordo com a UNHCR, 30 a 40 por cento dos custos estão relacionados com a logística na cadeia. A ação da GS1 visa melhorar este desempenho e ajudar a “devolver a dignidade e dar esperança às pessoas”, o principal objetivo do setor humanitário. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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CÓDIGO GENÉTICO GONÇALO CAETANO Sócio gerente, AValor

Plano Estratégico

A FORMAÇÃO GS1®, ANTECIPANDO NOVOS TEMPOS E TENDÊNCIAS De março a dezembro de 2015, a AValor foi a empresa que liderou, desenvolveu e apresentou as conclusões do Plano Estratégico de Formação 2016-2019 da GS1® Portugal

E

ste exercício de planeamento no contexto da formação GS1 visou perspetivar e criar as bases necessárias para a sua afirmação progressiva como um dos grandes pilares do novo Centro de Inovação e Competitividade (CIC), procurando dar resposta efetiva a questões essenciais, como seja a visão e missão da formação no contexto do CIC e da GS1® Portugal, os modelos e gestão de negócio, estrutura e recursos (financeiros, humanos e tecnológicos, etc.), os seus mercados e públicos-alvo, conteúdos e metodologias, parcerias, metas, entre outros. Com este propósito, para além de vários debates e entrevistas

Tem sido desenvolvido um exercício ímpar de auscultação ao mercado, dirigido a uma amostra significativa de 2720 Associados da GS1® Portugal

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Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

com os elementos mais relevantes da estrutura da Associação e especialistas convidados e de exercícios muito importantes de benchmarking a nível nacional e externo, tem-se vindo a desenvolver um exercício ímpar de auscultação ao mercado dirigido a uma amostra significativa de Associados da GS1 Portugal (2720), cobrindo empresas das mais variadas dimensões, regiões e setores de atuação, com particular incidência nas fileiras agroalimentar, moda, saúde, logística e distribuição e restauração. Até ao final do mês de novembro de 2015 tinham sido já recebidas e tratadas cerca de 300 respostas. Este exercício foi complementado e aprofundado com a realização de entrevistas presenciais a alguns Associados da amostra delimitada, definidos em função do seu maior potencial percebido para poderem figurar como líderes de opinião no domínio da evolução da formação da GS1 Portugal. No futuro, a formação GS1 pretende vir a afirmar-se como

a principal “academia”, neutral, a nível nacional, de produção, difusão e partilha de conhecimento nas áreas, designadamente, da utilização dos standards e normas de identificação, captura e partilha de dados ao nível das diferentes cadeias de valor. Tem como desafios uniformizar linguagens, simplificar a gestão e potenciar a colaboração, a eficiência, a logística e distribuição e a competitividade empresarial. Para além da neutralidade, a sua atuação será pautada também pela orientação para as necessidades do mercado e das diferentes cadeias de valor, pela excelência (nos conteúdos, formadores, metodologias, espaço, organização), pela inovação (nos conteúdos, âmbitos, metodologias, tipologias, modelo de negócio, parcerias) e pelo espírito de


parceria com diferentes atores na sua envolvente. Para concretizar esta visão, foram definidas seis grandes linhas de orientação estratégica, desdobradas em várias iniciativas e projetos, destacando-se:

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A aposta num modelo de negócio da formação renovado, bastante mais orientado para as necessidades da procura e dos Associados da GS1 Portugal;

2

O alargamento do âmbito das temáticas da formação GS1 Portugal, apostando num modelo de diversificação concêntrica para domínios que tenham pontos de contacto efetivos com os standards e com as normas de identificação, captura e partilha de dados e com o seu papel no desenvolvimento

No futuro, a formação GS1 pretende afirmar-se como a principal “academia” a nível nacional nas áreas da utilização dos standards e normas de identificação, captura e partilha de dados ao nível das cadeias de valor

estudos de caso, por exemplo;

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O estabelecimento de parcerias, nomeadamente com o mundo académico;

5

das cadeias de valor (gestão de compras e stocks, gestão de logística e distribuição, gestão de armazéns, gestão de categorias, rotulagem, com ações já previstas para 2016);

O reforço da comunicação e divulgação da formação GS1 Portugal junto dos seus Associados e comunidade empresarial, avaliando as suas necessidades de formação profissional e desenhando ofertas formativas que respondam, de forma efetiva, às mesmas;

3

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A prossecução do esforço de renovação continuada das metodologias e tipologias de formação, tornando-as mais práticas, interativas e apelativas, com presença regular de parceiros tecnológicos, Associados e outros parceiros e com a análise de

Disponibilizar a informação e a formação a todos os Associados e empresas interessadas através de uma maior presença em todo o território nacional e de uma aposta na formação assistida à distância, complementada devidamente pelo e-learning. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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O OUTRO LADO DE...

Cláudia Oliveira

ALMA DE FAMÍLIA, FORÇA DA NATUREZA É a cara da GS1® Portugal há cinco anos. É também “uma mulher igual a tantas outras”, focada no crescimento da filha. Vive de e para a sua família e para o elemento de quatro patas que também mora lá em casa. Conheça o outro lado de Cláudia Oliveira, Rececionista da GS1 Portugal

N

ascida no Barreiro, cresceu na Torre da Marinha, perto do Seixal, sítio onde ainda hoje vive. Cláudia Oliveira, a mulher que ocupa a cadeira da receção da GS1® Portugal, não se imagina sequer a viver noutro local. Da sua infância, passada a sul do rio Tejo, lembra com saudade coisas muito boas e outras… não tão boas. Lembra-se das peças de teatro ao serão e das brincadeiras com os irmãos, os “protetores” que a enchiam de mimos por ser a mais nova de quatro; lembra-se do baloiço no jardim ao pé de casa e da ansiedade que sentia antes da chegada do pai de cada viagem. Admite que a rebeldia marcou a sua adolescência e que aí ficou. Não passou de uma fase de novas emoções e sentimentos, que se refletiram na forma de pensar, vestir e até mesmo no modo de dançar – sabemos que uma das suas paixões mais recentes é a zumba. “Tenho a minha vida marcada por muitos momentos. Todos importantes. Todos marcaram um percurso da minha vida e todos eles com muito valor e sempre com uma aprendizagem.” Mas é

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nestes momentos que quem mais intensamente pesa é a sua família o seu “maior troféu”, descreve. Começando pelos seus pais, os seus “dois grandes comandantes”, e pelos irmãos – os “três mosqueteiros” –, e terminando na sua “equipa revelação”, composta por três elementos que se juntaram a esta família mais tarde e que trouxeram uma “loucura reconfortante” a Cláudia. O primeiro elemento desta equipa é o Júlio, benfiquista ferrenho e amante do desporto. O segundo, e não menos importante, é a famosa Inês, a filha prodígio. O terceiro chama-se Mafalda e é a fiel companheira de quatro patas de toda a família há mais de dois anos.

Tal mãe, tal filha O dia em que Inês nasceu foi, sem dúvida, o mais feliz da vida de Cláudia. “Foi como se tivesse conquistado o grande e o melhor prémio da minha vida. A partir dali tudo na minha vida passou a ter sentido - mesmo sabendo que é parecida com o pai (estou a brincar), é o mais precioso que tenho na vida.” Inês tem nove anos e pela descrição de Cláudia parece-nos que tem a

quem sair: “Fala, fala, fala que nunca mais se cala, comenta tudo, quer saber de tudo, opina em todos os assuntos e mais alguns. Fala do que viveu na escola, com direito a representação e a comédia do dia. Isto todos os dias! É uma curiosa nata, muito interessada pelo mundo dos ‘porquês’.” Cláudia sonha essencialmente em conseguir passar-lhe os valores e a educação que recebeu dos seus pais, tentando transmitir confiança na capacidade de ultrapassar dificuldades, tornando-a mais forte. Passar uma mensagem de incentivo pensando que “nem sempre as pessoas mais felizes têm os melhores resultados, mas


Cláudia Oliveira ocupa a cadeira da receção da GS1 Portugal há cinco anos

com o Associado, não houver qualidade no atendimento.” Para que assim resulte, a cada dia que passa, afirma, tenta acrescentar valor à sua função, estabelecer um claro elo de ligação entre o benefício e o trabalho que concretiza, o que para ela funciona como um claro incentivo. E para isto o ambiente fantástico partilhado por toda a equipa “é a cereja no topo do bolo”, admite. É motivante trabalhar numa equipa onde desde o primeiro dia as ideias não acabam. E, por falar em ideias, Cláudia destaca o flashmob que a equipa realizou ao som da música Happy, de Pharrell Williams, durante o jantar de gala do fórum europeu da GS1, que decorreu em Lisboa, em novembro, como um dos momentos mais marcantes da sua vida na GS1. ”Correu muito bem. Foi um exemplo de que toda a equipa junta pode surpreender”, lembra Cláudia.

que as pessoas com melhores conhecimentos conseguem ter as melhores oportunidades.” “Quero, acima de tudo, passar a mensagem à Inês de que a importância da vida está nos nossos valores e na essência de cada um.” Mas como nem só de família vive a Cláudia, a Código 560 quis saber como chegou à GS1 Portugal. O seu primeiro trabalho foi como patinadora no Modelo Continente do Seixal. “Sempre que fosse necessário, lá ia eu com os meus patins.” O seu trabalho passava por verificar se os preços dos produtos estavam corretos ou não. “Já estava previamente ligada ao sistema GS1 – era o EAN que eu

transmitia via telefone à operadora para o produto passar com o preço certo. E sim, caí muitíssimas vezes em plena loja e também atropelei vários carrinhos!”, admite. Sobre o que a motiva no trabalho que lhe compete na GS1 Portugal, afirma que costuma dizer que “a receção e o atendimento são a chave da fidelização do Associado”. Para Cláudia, a receção é o cartão de visita da GS1 Portugal e desempenha um papel fundamental no atendimento e na satisfação de cada Associado. Assim, o seu lugar na Organização é essencial: “Não basta um grande investimento em termos de produto, tecnologia e marketing se, na hora do contacto

“Adoro dançar, estar com amigos e divertir-me” Fora do horário laboral, o tempo urge para Cláudia. Não existe um dia sem ocupações e o pouco tempo livre tem de ser aproveitado ao máximo, entre estar com a Inês, ir às aulas de zumba, passar uma tarde nas compras, fazer patinagem ao final da tarde, ir à praia no verão ou jantar com amigos. Mas quando vai de férias, no verão, a sua estação do ano preferida, Cláudia não hesita em dar um salto à sua praia de eleição no Algarve, Altura. No inverno adora visitar a região do Douro e locais com neve. Conhecer o Alasca é, aliás, um dos seus grandes sonhos, mas... “com o frio, é impossível para mim”. Ainda assim, desengane-se quem pensa que encontrou o ponto fraco de Cláudia. Mesmo com calcanhar de Aquiles, esta mulher é uma força da Natureza. Código 560 | GS1® Portugal 1.o semestre 2016

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SABOR & BEM-ESTAR ANA LEONOR PERDIGÃO Nutricionista

Saúde

CARNES VERMELHAS E PROCESSADAS: BOAS OU MÁS PARA A SAÚDE? A Organização Mundial de Saúde lançou o alerta e apelou à redução do consumo de carnes vermelhas e processadas. Saiba como pode adaptar a sua alimentação para uma vida mais saudável

O

documento sobre os riscos para a saúde do consumo de carnes vermelhas e/ou processadas, publicado recentemente pela Organização Mundial da Saúde, levantou imensas dúvidas e alguma preocupação na opinião pública. No entanto, este tema não é novo e já em 2002 as recomendações da OMS (1) faziam alusão à importância de moderar o consumo deste grupo de alimentos para reduzir o risco de cancro, nomeadamente cancro colorretal. É importante referir que este documento não recomenda a eliminação da carne vermelha e das carnes processadas da alimentação, até porque estes alimentos são nutricionalmente ricos, concretamente em proteínas de elevada qualidade biológica, diversas vitaminas e minerais, como a vitamina B12 e o ferro. O que se entende por “carnes vermelhas” e “processadas”? A designação “carnes vermelhas” inclui, por exemplo, as carnes de vaca, porco e borrego, incluindo picadas ou congeladas. “Carne processada” refere-se a carne que tenha sido transformada através da salga, cura, fermentação, fumagem ou outros processos com o objetivo de lhe melhorar o sabor e a conservação.

O que dizem os estudos? A análise de vários estudos científicos mostra uma associação positiva entre um elevado consumo de carnes processadas e o risco de vários tipos de cancro, nomeadamente colorretal. A mesma associação, embora menos evidente, surge no caso das carnes vermelhas. Alguns estudos sugerem que o nível de risco está diretamente associado com a dose ingerida, apresentando um aumento de 17 por cento por cada 100 g diários de carne vermelha e 18 por cento por cada 50 g/dia de carnes processadas. Eliminar ou moderar? Ponderando os resultados dos (1)

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vários estudos disponíveis, o grupo de trabalho da Organização Mundial de Saúde concluiu que, apesar de tudo, as evidências do potencial carcinogénico das carnes vermelhas em seres humanos é baixo, não justificando a recomendação da eliminação do consumo destes alimentos, mas sim a sua moderação. Pela sua riqueza nutricional, as várias recomendações nutricionais, nomeadamente a Roda dos Alimentos portuguesa e a Pirâmide da Dieta Mediterrânica, continuam a recomendar um consumo regular, embora moderado, de carnes vermelhas, dando preferência ao peixe e às carnes brancas.

Diet, Nutrition, and prevention chronic diseases – OMS 2002.


Receita de Marta Bártolo, finalista da 1.ª edição Masterchef Portugal, programa de culinária da RTP, 2011

Receita

Lombo de novilho braseado com sementes de sésamo e azeite de manjericão, a acompanhar legumes vários corados no forno com mel e alecrim… Como afirmou a nutricionista Ana Leonor Perdigão, o mais importante na alimentação é que esta seja completa, equilibrada e variada. Cumprimos a recomendação e propomos-lhe uma deliciosa receita de lombo de novilho da chef Marta Bártolo Para o novilho: • 150/200 g de lombo de novilho por pessoa (peça no talho para lhe cortarem a peça em paralelepípedos, sem fazer muito desperdício) • azeite, sal e pimenta q. b. • sementes de sésamo q. b. • rebentos de ervilhas, mostarda ou beterraba Para o azeite de manjericão: • azeite • “um molhinho” de manjericão, sal e pimenta q. b. • raspa e sumo de limão q. b. Para os legumes corados no forno com mel e alecrim: • azeite • “um molhinho” de alecrim fresco, mel, sal e pimenta q. b. • raspa de limão ou tangerina q. b.

Confeção do azeite de manjericão: Num copo misturador, coloque o “molhinho” de manjericão, aprox. 150/200 ml de azeite, sal e pimenta q. b. e um pouco de sumo de limão e sua raspa. Triture até formar um líquido homogéneo e ligeiramente espesso. Pode e deve guardar no frigorífico e utilizar quando quiser. Confeção dos legumes com mel e alecrim: Pré-aqueça o forno no programa com ventilação nos 200ºC. Num tabuleiro forrado com papel vegetal, disponha os legumes que selecionou (por exemplo, tomatinhos cereja em cacho, cenouras, batata-doce, cebolas roxas, abóbora, castanhas, etc.) e tempere com alecrim, mel, sal, pimenta, raspa de limão ou tangerina e um generoso fio de azeite. Coloque no forno até dourar. Depois, é só servir…

Modo de confeção: Comece por temperar os lombos com sal, pimenta e um fio de azeite, esfregando bem. Numa tábua ou recipiente, coloque as sementes de sésamo e “pane” de todos os lados. Aqueça de seguida a frigideira antiaderente. Quando estiver bem quente, coloque um fio de azeite e sele todos os lados durante aprox. 1 a 2 min. Retire e deixe descansar a carne. Depois, fatie e sirva, acrescentando os rebentos de ervilhas, mostarda ou beterraba por cima e o azeite de manjericão a gosto, salpicando com um pouco de flor de sal.

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B R EV ÍS SI M A S

BREVES

SESSÃO INFORMATIVA

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS QUÍMICAS No dia 17 de novembro, a GS1® Portugal realizou uma sessão de esclarecimento com a Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre a nova legislação europeia para substâncias e misturas químicas. Com o objetivo de conhecer o Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo à classificação, rotulagem e embalagem deste tipo de substâncias, estiveram presentes fabricantes, importadores e distribuidores de produtos químicos. A sessão informativa foi conduzida por Cesaltina Ramos, da DGS. REUNIÃO ANUAL PORTFIR

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL E SEGURANÇA ALIMENTAR A GS1® Portugal voltou a ser parceira da reunião anual do Portal de Informação Alimentar (PortFIR), a cargo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. A 8.ª edição reuniu, a 30 de outubro, cerca de 100 participantes para debater a “Qualidade da informação alimentar, um ingrediente da sua alimentação”. A reunião contou com a participação do Diretor Executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães, e de Nuno Azevedo, Diretor de Inovação e Tecnologia, que frisou a importância da qualidade dos dados na eficiência da cadeia de valor.

AGENDA JANEIRO 27 Ação de Formação Setor Têxtil (sede GS1 Portugal)

FEVEREIRO 21-26 GS1 Global Fórum (Bruxelas)

MARÇO 8 Workshop Healthcare User Group (HUG) (Lisboa)

10 Workshop EAN-128 Etiqueta Logística, em parceria com a AUCHAN (Local a definir)

15 4º Seminário Boas Práticas (SONAE, Maia – Learning Centre)

ABRIL 14 Workshop EAN-128 Etiqueta Logística, em parceria com o INTERMARCHÉ (Local a definir)

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

GS1® Portugal além-fronteiras A GS1® Portugal foi representada por Nuno Azevedo, Diretor de Inovação e Tecnologia, em grupos de trabalho internacionais no último quadrimestre de 2015. Entre os dias 14 e 18 de setembro, em Pequim, debateram-se temas como a rede global de sincronização de dados ou a ferramenta que permite a criação de serviços de interação com o consumidor, a Aggregator. Em outubro, na Polónia,

Nuno Azevedo representou também a GS1 Portugal numa reunião de grupo de trabalho, desta vez sobre o processo de gestão dos standards globais, e de onde saiu o projeto piloto para a definição do standard de qualidade dos dados incorporados em ativos digitais (Standard de Data Quality e embedded information para digital assets), em colaboração com a GS1 França, a GS1 Alemanha e a GS1 Suécia.

SAÚDE

CONFERÊNCIA GLOBAL NA HUNGRIA COLOCA PORTUGAL EM DESTAQUE A Saúde é um dos setores nos quais as Organizações-membro da GS1 mais têm conduzido esforços para a implementação de standards globais – e a GS1® Portugal não é exceção. Esta foi a razão pela qual, entre os dias 20 e 22 de outubro, a nossa Organização esteve presente na Conferência Global de Saúde da GS1 (GS1 Global Healthcare Conference), que se realizou em Budapeste, na Hungria, representada por dois dos seus colaboradores. Nuno Loureiro, Diretor de Logística do Centro Hospitalar Lisboa Norte, também marcou presença e colocou Portugal em destaque ao apresentar os resultados do projeto de codificação de dispositivos médicos com standards GS1, realizado em colaboração com a GS1 Portugal. Mais de 300 membros das diversas Organizações-membro, provenientes de 43 países, estiveram presentes nesta conferência, cujo tema principal foi a segurança do paciente e da cadeia de valor. O esforço pela segurança do paciente é comum a todos os profissionais de saúde. Este encontro visou reunir as soluções para os problemas que colocam o paciente em risco e cuja principal garantia de segurança está na implementação dos standards GS1, que permitem a identificação única e global de medicamentos e dispositivos médicos, bem como a rastreabilidade ao longo da cadeia de valor.


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CRÓNICA

LUÍS MOUTINHO CEO SONAE MC

TRINTA ANOS DE DISTRIBUIÇÃO MODERNA EM PORTUGAL

Ficará certamente na história da distribuição moderna uma longa história de transformação e desenvolvimento, que se iniciou com a introdução do código de barras no retalho, numa estreita colaboração entre o Continente e a GS1® Portugal

C

orria o ano de 1985 quando o Continente abriu a sua primeira loja, em Matosinhos. A abertura desta superfície marcou o princípio da revolução do mercado da distribuição português. O processo de fazer compras adquiriu um novo significado, transformou-se num momento de lazer, e as famílias passaram a poder comprar centenas de produtos num só espaço. Nestes 30 anos, o Continente assumiu a liderança do mercado da distribuição através da inovação e da irreverência. A estratégia assentou na orientação para o consumidor, nos preços baixos, na qualidade dos frescos e no serviço personalizado. Hoje, as lojas são polos sociais e culturais, à semelhança do que melhor se faz a nível mundial. O que se pretende é que os espaços acolham a sociedade com conforto e proporcionem comodidade, qualidade e diversidade. Tem sido objetivo do Continente dinamizar a produção nacional e contribuir para o desenvolvimento de uma indústria agroalimentar competitiva e criadora de riqueza, através do Clube de Produtores Continente, que surgiu em 1998 e que conta hoje com mais de três mil produtores. Em simultâneo, a companhia tem procurado fortalecer as suas parcerias através de relações que privilegiam o interesse mútuo. Por outro lado, o Continente tem apostado na redução do impacto ambiental da sua atividade, otimizando o consumo de recursos e valorizando resíduos. Esta estratégia é seguida em toda a cadeia de valor, ou seja, desde o abastecimento à gestão dos edifícios. Consciente de que a capacidade logística é um fator fundamental e diferenciador no setor da Distribuição, a Sonae MC tem apostado constantemente no desenvolvimento de projetos inovadores. É disso exemplo a implementação do Projeto Login, um processo de integração logística e de racionalização da cadeia de abastecimento; a abertura do primeiro entreposto compósito do país, na Azambuja; o abastecimento de pescado fresco e bacalhau a todas as lojas Continente, centralizado pelo Centro de Distribuição do Pescado, e a implementação do sistema voice picking em processos de

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preparação de encomendas nos entrepostos. Atualmente, os entrepostos da Sonae MC são um polo de investimento nas áreas da sustentabilidade, merecedores de vários prémios e distinções. A liderança do Continente no retalho, que tanto nos orgulha, permitiu-nos apostar na inovação e desenvolver marcas que são hoje reconhecidas pelo seu baixo preço e elevada qualidade, prevendo-se no futuro uma progressiva afirmação internacional destes atributos. Foi uma longa história de transformação e desenvolvimento, numa estreita colaboração entre o Continente e a GS1® Portugal, que se iniciou com a introdução do código de barras e que se prolongou com a contínua implementação das melhores práticas e standards do retalho. Ambas as organizações estão de parabéns pelo coincidente 30.º aniversário, momento de celebração do passado e de manifestação de compromisso para o futuro.


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Contém • 100 mil referências de produto

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