DiRolê Ed. 13

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Revista

Brasília, Set | Out. 2015

Ano II Ed.13

Diversidade

Federal No mês internacional de luta contra o câncer de mama, outubro terá programação especial destinada à mulher Pág. 8

Brasília se firma como um dos maiores polos de entretenimento LGBT do Brasil, segundo dados do Centro de Excelência em Turismo da UnB

Primeira estação de metrô totalmente sustentável da capital foi inaugurada em Ceilândia Pág. 20


Ministério da Cultura apresenta BB Seguridade apresenta e patrocina

COMIDA TRANSFORMAÇÃO

E ARTE exposição Até 12 de outubro de 2015 no CCBB Brasília entrada franca Nos termos da Portaria 3.083 de 25.09.2013 do Ministério da Justiça, informamos que a Licença de Funcionamento deste CCBB tem número 00340/2011 com prazo de validade indeterminado.


Patrocínio

Produção

Realização


EDITORIAL

Nascer, viver, evoluir e morrer. Esta talvez seja a fórmula básica da vida, em que detalhes fundamentais – que não podem ser esquecidos e relevados ao longo da vida - permeiam cada uma destas etapas. São as descobertas, os aprendizados, a maturidade e as experiências adquiridas. Momentos históricos, decisões importantes e acontecimentos marcantes são acompanhadas pela sociedade que presencia, de tempos em tempos, transformações essenciais para o progresso da humanidade. Tema de capa desta edição, o movimento LGBT é, primeiramente, a bandeira que prega o ato de amar sem distinções, seja de sexo, crença, cor ou religião, e é o termo utilizado para identificar as orientações sexuais de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti, Transexuais e Transgênicos. Tema também que nos remete à evolução de sociedades cada vez mais modernas e maduras. Neste sentido, esperamos poder contribuir, acima de tudo, com a difusão de um amor universal, sem preconceitos ou restrições. Viva o amor! Boa leitura!

JÚLIA DALÓIA Diretora Executiva Revista Di Rolê

Espaço do leitor

EXPEDIENTE Textos: Elisabete Martins, Juliana Mendes, Kirk Moreno, Laila Zucarini, Ludmilla Brandão, Mariana Dâmaso, Olavo David, Priscilla Teles, Thalyne Carneiro e Yngrid Silvério Fotos: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim, Pâmela Kissianne, Pedro Magalhães e Flávia Geraldine Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon Brito Diretora Executiva: Júlia Dalóia

Expresse sua opinião, sugestão ou comentário acerca das matérias abordadas nesta edição. Envie sua sugestão de pauta para o email: revistadirole@gmail.com /revistadirole @revistadirole www.arevistadirole.com.br


Mulheres Raras

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Shows são sonhos que viram histórias para contar Sim, Brasília tem um Planetário, e único!

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Mulheres também jogam hugby! Food Bike: Gastronomia sobre duas rodas

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Metrô do Distrito Federal adere à captação de energia solar Vamos invadir essa praia!

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Estudantes de Brasília criam livro sensorial para crianças

Brasília alcança o quarto lugar como polo LGBT no país

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Festa brasiliense mistura temas como Burlesco e ‘Nerd’ Apenas Um “Bom Dia’

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Sumário

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Receita Di Rolê: prato sofisticado com pequi é destaque em festival gastronômico


Quero comer

Receita Di Rolê: prato sofisticado com pequi é destaque em festival gastronômico Saindo da composição tradicional com frango, o gosto forte da fruta pode ser utilizado no risoto

temperosbrasil.com.br

Por Kirk Moreno

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Quero Comer

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stamos em época do pequi! De setembro a fevereiro a fruta é bastante comercializada na Capital Federal, pois é nesta época em que a frutificação da árvore homônima ocorre especialmente nas cidades do Entorno do DF.

Símbolo da cultura e culinária de Goiás e Minas Gerais, o pequi está presente na mesa dos brasilienses por conta da influência e imigração daqueles naturais dos Estados vizinhos.

E o pequi vem com tudo nessa temporada! O chef paulista Clodomiro Tavares passou para a Di Rolê uma receita diferenciada para que os leitores saboreiem a fruta natural do cerrado de uma forma diferente, deixando de lado o tradicional pequi com arroz e frango.

A celebração gastronômica estima um público de dez mil pessoas, com expectativa de participantes de Brasília e Goiás. A programação conta com rodas de conversa, aulas-show com A receita de lombo de tam- chefs convidados, oficinas gasbaqui defumado com risoto tronômicas, feira de produtos de pequi já foi destaque no da agricultura familiar dentre Festival LEM Gastronomia, outras atividades. que este ano terá a segunda edição entre os dias 01 e 04 de Agora é avental, luvas e seguir outubro, na cidade baiana de o passo a passo da receita:

Ingredientes • • • • • • • • • • • • • • •

Luís Eduardo Magalhães, no Extremo Oeste Baiano, cerca de 530 km de Brasília.

800 g de lombo de tambaqui Suco de um limão cravo 50 ml de azeite de oliva 400 g de arroz arbóreo 01 cebola picada 01 dente de alho picado 50 ml de vinho branco seco 800 ml de caldo de peixe 08 fatias de pequi 40 g de parmesão ralado 50 g de manteiga 10 ml de cachaça Pele crua do lombo de tambaqui. Sal Pimenta do reino

Preparo: 1. Corte o lombo em quatro peças iguais, tempere com sal, pimenta do reino e suco de limão. Grelhe, e coloque-o sob o defumador. 2. Faça o risoto colocando em uma panela aquecida, metade do azeite de oliva, alho, cebola, o arroz arbóreo, e o pequi, frite rapidamente, junte o vinho, deixe reduzir, adicione aos poucos o caldo de peixe até o final do cozimento, junte o parmesão à manteiga, desligue o fogo e tampe por dois minutos. 3. Tempere a pele do peixe com sal e cachaça, frite em azeite de oliva até ficar crocante. 4. Em um prato coloque o risotto no centro, sobre ele o lombo de pirarucu, quebre a pele crocante em pequenos pedaços e salpique sobre o prato.

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Carlos Eduardo Jr.

Cidadania

Mulheres Raras Mulheres demonstram que passar por um câncer não é fácil, mas a escolha de sofrer e não lutar não pertence a esta classe Por Mariana Dâmaso

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m 1997 os Estados Unidos iniciou uma campanha contra o Câncer de mama, com o objetivo de conscientizar acerca da impor tância de um diagnóstico precoce e de alerta para a grande quantidade de mortes relacionadas à doença.

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Tal iniciativa foi tão forte que o mundo adotou Outubro como o mês Internacional para a luta contra o câncer de mama. O laço rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído durante a primeira corrida pela cura, em 1990. Desde

então várias cidades promovem essa corrida anualmente, sempre com o intuito de sensibilizar a população sobre esse tema importante. Pensando em uma expansão mais abrangente para divulgar a campanha, mui-

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cidadania tas cidades iluminam seus principais pontos turístico s d u r a n te to d o o m ê s . Thalita Melo não passou por um câncer de mama, mas descobriu aos 20 anos que estava com Linfoma MALT, um tipo de câncer do estômago. E no início a dificuldade para aceitar e procurar ajuda foi a mesma enfrentada por todos que passam por essa doença.

Para a Diretora da empresa, Hilda Alves, a Charp quer ser reconhecida pelo compromisso humano por meio da arte, cultura e sustentabilidade.

SIM Brasília Se unindo a essa proposta de que as mulheres são seres inspiradores e que investem cada vez mais na carreira e na família, o Salão Internacional da Mulher (SIM) vem com um foco diferenciado esse ano: um evento voltado totalmente para o público feminino.

Cada vez mais as mulheres avançam nas conquistas e mostram que são capazes de enfrentar problemas que achamos incapazes. A luta contra determinadas doenças não deve ser exposta apenas em um mês, a luta é diária e deve ser reconhecida pela mídia e por todos desde o começo não só quando a história é de superação e sobrevivência.

A idealização vem da empresa Charp Eventos que nasceu na capital no ano de 1997, mesmo ano que começou a luta contra o câncer de mama nos Estados Unidos, e tem como missão promover feiras e eventos mantendo o foco de ações sustentáveis.

A feira vai acontecer de 21 a 25 de outubro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com exposições diversas de empreendedoras da beleza, moda, decoração, gastronomia e muito mais. Saiba mais em www.salaointernacionaldamulher.com.br.

Carlos Eduardo Jr.

Mas engana-se quem acredita que Thalita se deixou abater. Após várias sessões de radioterapia recebeu um convite para estrelar um ensaio fotográfico que, no início foi relutante por estar sem cabelo, mas ao fazer algumas pesquisas resolveu tentar. O projeto das fotos deu tão certo que a divulgação foi além das redes sociais e chegou a ser exposta em um shopping de Brasília.

“Gostei da ideia, a exposição permitiu incentivar que pessoas com eu pudessem se achar bonita, se enxergar além do padrão de beleza exposto pela mídia e quebrar o paradigma de que estar careca é feio.”

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Comportamento

Shows são sonhos que viram histórias para contar Fãs economizam, enfrentam longas horas de viagem e até acidentes por ídolos Por Laila Zucarini

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eja em Brasília ou em qualquer outro lugar, os fanáticos sempre têm boas histórias para contar, seja pelo show ou as aventuras vividas até chegar lá. Boas ou ruins, essas experiências deixam marcas que dificilmente serão esquecidas. É como foi a história da professora de dança, Carol Freitas, de 34 anos, que foi mais longe. Viajou para a Argentina para assistir a rainha do pop, Madonna. A princípio não conseguiu ingresso para a área VIP (em frente ao palco) mas não desanimou e foi para a pista mesmo. No dia do show, a des-

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cendência italiana facilitou a comunicação com o segurança que a deixou passar para a área tão cobiçada. “Fiquei bem na grade divisória das áreas. Fui para perto do segurança, perguntando em inglês, porque eu não falo absolutamente nada de espanhol, se teria algum jeito de passar para a área VIP. Prometi ficar quietinha e pagar a diferença do ingresso”. A resposta do segurança veio em forma de pergunta; ele quis saber se Carol tinha alguma origem italiana. Com a afirmativa, os dois continuaram a conversar em italiano. O segurança a deixou passar,

com algumas condições: nada de fotos ou filmagens, pois o show estava sendo gravado para virar um DVD. Além de ter assistido o show de onde queria, a professora também foi filmada na cobertura local do evento e se viu na televisão no dia seguinte. O consultor, pesquisador e estudante Gabriel Teykal, 34 anos, já viveu momentos assustadores no caminho para alguns shows. Em maio de 1999, o ônibus de excursão em que ele estava capotou em Minas Gerais, no caminho para um show das bandas Sepultura e Metallica. Ele

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Comportamento lembra que carregava um walkman branco e azul para todos os lugares. De madrugada, acordou com uma sensação estranha e percebeu que algo estava errado pela forma que a televisão do ônibus se movia. Agarrou-se ao walkman, fechou os olhos e se encolheu. O ônibus deu quase quatro voltas no ar antes de cair de lado na estrada. Na época o trecho não era duplicado e, por conta da neblina, o motorista inexperiente não viu a curva. Muitos gritavam, alguns foram jogados para fora do veículo, dentre eles o motorista, e dezenas tinham cortes causados por um isopor com garrafas de cerveja que voou enquanto o acidente acontecia. Quando deu por si, Gabriel havia sido puxado para fora do ônibus; uma garota gritava pelo namorado desacordado que foi parar dentro do bagageiro; pessoas ensangüentadas saíam ou eram retiradas do ônibus por quem aparentemente não tinha se ferido e motoristas que pararam para ajudar. Todos foram levados para Uberaba/MG, sendo 11 em situação mais grave para um hospital e os demais para

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um posto de saúde. Gabriel teve apenas hematomas. Quem tinha condição de seguir viagem foi levado para o Country Clube da cidade e de lá seguiu em outro ônibus para São Paulo aonde chegaram por volta das 21h, quando o show da banda Sepultura já estava começando. Agoniado com a calma do guia que distribuía pacientemente os ingressos, Gabriel conta: “Enfiei a mão no meio da galera, peguei meu ingresso no balcão, gritei que tinha pegado e saí correndo.” Até hoje ele não sabe como, no meio do show do Sepultura, já estava na grade, parte de um público estimado em 40 mil pessoas. Uma foto tirada pela equipe da banda mostrando o público saiu no site oficial do Metallica e dá para vê-lo bem na primeira fila. Ele ainda seguiria para o Rio de Janeiro, para ver as duas bandas mais uma vez. Pegou um táxi para Guarulhos e de lá embarcou para o Rio, onde se hospedou na casa da avó. O jovem lembra que foi muito dolorido ficar tão perto das bandas no primeiro show. “Em São Paulo a grade era mais baixa, e fica-

va na altura exatamente do meu quadril. Os dois ossos da bacia estavam sendo esmagados contra o ferro por causa das 40 mil pessoas atrás de mim. Passei o show inteiro sentindo dor porque me empurravam absurdamente. Doeu tanto que, no dia seguinte, com medo de ser esmagado de novo – eu ia para a grade no matter what* – a minha avó conseguiu ou eu comprei aqueles absorventes que pareciam uma almofadinha e coloquei por dentro da cueca, do lado esquerdo e do lado direito, para ficar em cima do ossinho e doer menos”. O susto ainda refletiu na viagem seguinte, também para um show. Preocupado com a instabilidade do ônibus, que apresentava sinais de falta de manutenção, ligou para a mãe, ainda na estrada, e pediu que ela pagasse a viagem de avião para a volta. Passados 16 anos do acidente, os shows e viagens continuam fazendo parte da vida dele, mesmo do outro lado do Oceano Atlântico, pois hoje o pesquisador vive na Alemanha. *não importa o quê (no contexto: de qualquer jeito)

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nasa.gov

Próxima parada

Sim, Brasília tem um Planetário, e único! O prédio com ‘ares’ de disco voador, inaugurado em 1974 no Eixo Monumental, passa a funcionar em mais um dia da semana e a doar os mantimentos cobrados como entrada para o Banco de Alimentos da Ceasa

Carlos Eduardo Jr.

Por Priscilla Teles

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Próxima parada m dos passeios culturais mais populares nos anos 90 mostra que, após 17 anos fechado, ainda faz sucesso entre os brasilienses. O Planetário de Brasília, que reabriu as portas em 2013, está pronto para receber 100 mil visitantes por ano. Com as obras realizadas, a aquisição e restauração de equipamentos, a casa de divulgação científica transmite sessões especiais para escolas públicas e particulares, sessões juvenis e adultas, além de exposições de imagens e instrumentos astronômicos e colônia de férias. “Divulgamos conhecimento científico de forma lúdica e divertida. Os visitantes se tornam ‘esponjas’ prontas para absorver as informações pelo clima aqui apresentado”, afirma o Diretor e Astrofísico, Airton Lugarinho. Com a gestão da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal foi feita a recuperação do equipamento analógico, Spacemaster e instalado um planetário digital com oito projetores full dome. Também existe a parceria com a Agência Espacial Brasileira – AEB. “Qualquer instituição que não muda, tem por fim o esquecimento. A Secretaria tem a obrigação legal de gerir

o Planetário de Brasília, mas isso não impede a existência de apoios. Já temos com a AEB e estamos fazendo reuniões com algumas instituições para trabalharmos juntos também”, conta Lugarinho. Há 25 anos no sistema público de educação do Distrito Federal, Hélia Vogado, Diretora da Escola Classe 18 de Ceilândia, diz que pelo menos quatro vezes ao ano seus alunos saem para passeios culturais como teatro, cinema e o próprio planetário. “Esse ano só conseguimos agendar o planetário para setembro, mas nossos alunos já estão bem curiosos”. Sobre as dificuldades de realizar esse tipo de atividade, a diretora aponta como fator de maior peso o poder aquisitivo dos estudantes, que restringe o acesso a passeios. “No mês de julho, por exemplo, levamos duas turmas ao shopping como premiação por terem ganhado a gincana da nossa festa junina. Alguns alunos chegaram a relatar que era a primeira vez que comiam um sanduíche do Giraffas”, lembra Hélia.

Carlos Eduardo Jr.

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Conheça o Planetário de Brasília! Funcionamento: Segunda a sexta-feira das 9h às 21h Sábado e domingo das 8h às 20h Entrada: 1 kg de alimento não perecível (crianças de até três anos não precisam doar) Acompanhe a programação: http://www.sect.df.gov.br/planetariodebrasilia/funcionamento.html#

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Educação

Estudantes de Brasília criam livro sensorial para crianças A ideia é inovadora e foi criada por alunos do ensino médio do Colégio Militar Por Elisabete Martins

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no DF e mais de 100 mil aplicações dos programas nas áreas de empreendedorismo, negócios, finanças, sustentabilidade e ética. No mês de agosto os estudantes inscritos participaram da rodada de palestras com empresários que conta-

ram suas experiências profissionais e, em seguida, fizeram a exposição e venda dos seus produtos na Feira de Miniempresas, no shopping Conjunto Nacional. Os colégios participantes foram Sigma, Sesi, Setor Leste, Colégio Militar e Centro Educacional 01 do Cruzeiro. Pâmela Kissianne

les agarraram com firmeza a oportunidade vinda do projeto “Miniempresa”, criada pela Fundação Educativa Junior Achievement. Presente desde 1983 no Brasil, a ideia é aplicada em escolas públicas e privadas, nos ensinos fundamental e médio. Já são dez anos de realização

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Pâmela Kissianne

Educação

Os estudantes do Colégio Militar optaram por criar a empresa Educarte, que idealizou os livros sensoriais voltados ao público infantil. A ideia inicial era de que o livro fosse voltado para crianças especiais, mas depois notaram que a ideia poderia facilitar o aprendizado de qualquer criança. Ao todo, 15 estudantes trabalharam na confecção do livro. A ideia surgiu quando a mãe de um dos criadores falou que hoje em dia as crianças não tem mais contato com livros, querem saber apenas de celular e computador. A partir daí os alunos tiveram a ideia de fazer um livro diferente, que chamasse a atenção das crianças.

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O livro é todo artesanal e são os próprios estudantes que confeccionam. O grupo reúne-se toda quarta-feira para fazer os cortes e as colagens. A capa, por exemplo, é feita com retalhos de calças jeans doadas aos alunos. A criança não aprende apenas sobre números e vogais, mas também sobre atividades do dia a dia, como amarrar um cadarço, por exemplo. O projeto começou em maio deste ano e, mesmo depois da Feira de Miniempresas, os estudantes pretendem continuar confeccionando e vendendo os livros, já que enxergam a ideia como um projeto social e não apenas como uma empresa. O livro

custa R$60 e é feito também por encomenda. De acordo com uma das integrantes do grupo, Gabriela Malesuik, o grande diferencial da empresa Educarte é a de ser composta por jovens. “Nós não só vendemos, mas também ajudamos. O intuito da empresa é fazer o bem.” Além de doações, os alunos também recebem ajuda financeira de acionistas e 20% da venda de cada livro é doado para a ONG Ampar, que ajuda crianças deficientes. Acesse a página da Educarte no facebook: www.facebook. com/educartesae

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Pâmela Kissianne

capa

Brasília alcança o quarto lugar como polo LGBT no país Sede da administração pública do país, capital serve de exemplo para muitas cidades no que diz respeito a entretenimento homossexual Por Olavo David

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rasília é uma terra de misturas, experimentações. A própria construção da Capital Federal, na década de 1950, é uma prova disso: milhares de trabalhadores vieram de todos os lugares do país para ajudar a tornar realidade as maquetes de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Desde então, vimos uma cidade que cresceu acostumada com as diferenças, que aprendeu a incorporar um pouco da cultura de cada canto do Brasil e criar seus próprios e característicos costumes. A tolerância com as disparidades que

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o brasiliense desenvolveu ultrapassa sotaques, limites geográficos e, há algum tempo, vem superando inclusive as questões de gênero. Até o início deste ano, por exemplo, Brasília liderava o ranking nacional de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Segundo estudo da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, a ARPEN, em 2012, foram registradas, em cartório, 6.5 uniões estáveis para cada 100 mil habitantes. Os dados mais interessantes, porém, vêm

por meio da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): de 2012 para 2013, houve redução de mais de 74% nas ocorrências policiais ligadas à homofobia. Assim, a cidade do avião vai se consolidando como uma metrópole aberta a todas as tribos, todos os públicos. Prova disso é a mais nova dissertação de mestrado de Ágatha Guerra, pesquisadora do Centro de Excelência em Turismo (CET) da Universidade de Brasília (UnB). Sob a supervisão de Ágatha, a equipe do CET

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capa

percorreu diversos bares, casas noturnas, restaurantes e produtoras de eventos, entrevistando consumidores e empresários. O estudo chegou a uma bela conclusão: Brasília tornou-se o quarto maior destino turístico para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente. Apesar do crescimento, a área de entretenimento voltada para homossexuais ainda carece de estabelecimentos especializados. É o que conta Guedds Teago, 23, mineiro radicado em Brasília e estudante de Publicidade e Propaganda do UniCEUB. “Temos uma grande população gay aqui, mas não vemos muitos lugares voltados exclusivamente para esse público. Muitos locais ‘tradicionais’ passaram a aceitar o homossexual e muitos empresários dispuseram dias para que seus estabelecimentos recebessem eventos para esse grupo, além de eventos ao ar livre, o que ocorre muito na cidade. Acho legal, pois foge ao padrão de ‘festa hétero’ ou ‘festa gay’”, comenta o futuro publicitário. Comparando-se com outras grandes metrópoles, Brasília não deixa a desejar em nada. Para Guedds, o fato de Rio e São Paulo, por

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exemplo, serem cidades mais populosas e receberem uma quantidade de turistas muito superior à Capital, não deve frear o aumento de opções de entretenimento LGBT na cidade. Ele também comenta que esse público “cresce cada vez mais, tem força política e tem uma voz muito forte atualmente”, não podendo, portanto, “ser ignorado. Não só pela questão social, mas pela econômica também”.

convivem pacífica e amistosamente com homossexuais.

De fato, segundo dados do Ministério do Turismo, os viajantes homossexuais gastam 30% a mais que o turista médio, além de viajarem com mais frequência. Na capital da República foram listados apenas 16 estabelecimentos voltados exclusivamente para o público gay. A escassez de locais de entretenimento para o público LGBT é compensada pelo revezamento em bares, restaurantes e casas noturnas que possuem público predominantemente hétero. Em Brasília, a programação de muitos estabelecimentos conta com eventos voltados à comunidade homoafetiva.

“São festas específicas, temáticas, sim. Mas isso não quer dizer que os outros públicos não podem entrar e se divertir. Gostamos muito quando realizamos essas festas, pois vemos pessoas muito interessantes, muito cultas mesmo, que se juntam com o único objetivo de socializar e se divertir. Tem muita gente bonita também”, acrescenta a comerciante.

É o caso do pub Bendito Benedito, na 315 norte. Pelo menos uma vez por semana é realizada uma festa com decoração, música e público gay. Dividido em dois ambientes (mesas e cadeiras comuns no térreo e uma pista de dança no subsolo), o pub é hoje reconhecido com gay-friendly - expressão usada para identificar pessoas e locais héteros que

Carla Andreza, proprietária do estabelecimento, conta que, nos dias de maioria de público homossexual, as confusões, as grosserias e as indelicadezas ficam de lado. Segundo ela, é um grupo “muito civilizado e educado”. Além disso, Carla afirma que não há espaço para segregação no Bendito Benedito:

Com apenas 54 anos de existência, Brasília já faz sombra a cidades mais antigas no entretenimento LGBT. São Paulo, líder do ranking, já tem consideráveis 461 primaveras, enquanto que o Rio de Janeiro foi fundado há 450 anos e Belo Horizonte há 118. A pouca idade da Capital, porém, não se mostrou um problema. Acostumados a grandes mudanças em curtos períodos de tempo, os brasilienses certamente receberão com orgulho o mais recente status que a maravilha arquitetônica erguida em meio à seca do cerrado brasileiro conquistou.

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coluna eco

Metrô do Distrito Federal adere à captação de energia solar As placas solares foram instaladas na estação Guariroba. Projeto piloto fará utilização da energia limpa e “gratuita” em sua instalação Por Priscilla Teles

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coluna eco

O

país passa por uma crise hídrica que afeta milhares de brasileiros. Mas além disso, este problema adoece o planeta. Não é apenas um banho a menos na rotina diária, nem um fim de semana a mais em que o carro continuará sujo, é a água que está deixando de existir aos poucos pela nossa falta de atenção. A população mundial pensa cada vez mais em explorar o que temos em abundância todos os dias, do nascer ao pôr do sol: a energia solar.

De olho no futuro o Metrô de Brasília conta, desde setembro, com a primeira estação totalmente sustentável da cidade, a estação Guariroba - a menor dentre as 24 do Distrito Federal - localizada em Ceilândia. A iniciativa, desenvolvida por uma empresa chinesa e a custo zero para o Metrô e para a cidade, será uma fonte totalmente limpa de energia, sem nenhum impacto ao meio ambiente. Além disso, para não ocorrer desperdícios, toda energia

produzida será vendida para a Companhia Energética de Brasília - CEB. “A estação Guariroba será a quarta no mundo totalmente autossuficiente em termos de energia elétrica e será um exemplo na América Latina. Planejamos estender o Projeto para as outras estações do DF. A energia captada servirá para abastecer a plataforma, bilheteria, e seu uso mostra a nossa preocupação em causar o menor impacto possível ao meio ambiente com a operação”, explica o Diretor-Presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado. Informe-se e conheça mais sobre a energia solar e a função das placas fotovoltaicas! #energiasolar #brasiliasustentavel #sustentabilidade Pedro Magalhães

Porém no Brasil ainda é muito caro equipar uma residência com placas fotovoltaicas, para gerar sua própria energia por meio da luz do sol. Contudo, o movimento ganha força e já teve até representação no Palácio do Planalto por meio

do Greenpeace Brasil, que se predispôs a instalar painéis solares no Palácio gratuitamente, com o intuito de mostrar à Presidente e ao país que a energia solar é uma fonte renovável, ideal para superarmos a situação atual.

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Pedro Magalhães

Próxima parada

Vamos invadir essa praia! O projeto Praia do Cerrado é um exemplo do uso consciente e democrático da orla do Lago Paranoá em Brasília Por Kirk Moreno

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pesar de não ter a maresia - movimento e cheiro característico do mar, a brisa do Lago Paranoá em dias de sol forma a Praia do Cerrado, boa opção entre a quinta-feira e o domingo, das 9h até o pôr do sol. O projeto permanente, que fica em um parque de preservação ambiental ao lado da ponte Costa e Silva, no Lago Sul, existe há um ano e meio e incentiva o esporte e a preservação do meio ambiente. O espaço é destinado a toda família. Como poucos lugares da capital federal, qualquer um pode desfrutar do Lago Paranoá com boa estrutura

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sem precisar pagar pelo serviço. O brasiliense pode utilizar das cadeiras de sol, tendas, banheiros, parque infantil e amplo estacionamento sem custo nenhum. Mas nem sempre o espaço foi assim. Antes da Praia do Cerrado, o parque ambiental era abandonado. Com a permissão do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), responsável pelo local, Serginho Marques e Gustavo Vasconcelos, idealizadores do projeto, montaram o sonho de fazer um projeto espor tivo democrático no lago e, em contra partida, realizam a limpeza de todo espaço e mantém o local público

em uso por quem é de direito: a população. “A iniciativa é muito legal. Aqui em Brasília tem o grande problema do domínio indevido da orla do lago. Poucas pessoas têm acesso. Aqui é acessível”, desabafa a freqüentadora da Praia do Cerrado, Olga Correia, funcionária do Ministério dos Esportes. A estrutura encontrada hoje foi montada depois de oito meses de existência do projeto. “Começamos com uma limpeza da área. Ao passar do tempo, fomos recebendo ajuda de amigos e montando as tendas, disponibilizando

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próxima parada sombreiros e cadeiras”, explica o também representante de artigos esportivos, Serginho Marques, que atualmente dedica a maior parte de seu tempo ao projeto.

disponibiliza o aluguel de wake wich - desporto aquático praticado com uma prancha tipo snowboard, só que com guinchos móveis, sem precisar de lanchas.

Manter o espaço não é tarefa fácil, mesmo com apoio de cerca de 20 pessoas. O que o mantém são os aluguéis de pranchas de SUP e caiaques. O dinheiro arrecadado vai para o pagamento de aluguéis dos banheiros e manutenção da estrutura. Só os três caminhões da areia espalhada no local, por exemplo, foram comprados após dois meses de funcionamento do local. “Não temos apoio de empresas, só das pessoas”, ressalta Serginho.

PRAIA PARTICULAR Nos meses de julho e agosto, o projeto Na Praia esteve instalado na Orla do Lago Paranoá, ao lado da Concha Acústica. O local contava com grande estrutura que a Praia do Cerrado, mantido com o valor da entrada, que era em torno de R$50 e R$500, a depender do dia e atração musical, que contou com alguns nomes de famosos, como Saulo Fernandes e Durval Lelys.

O preço para praticar os esportes oferecidos no local também é acessível. O aluguel da prancha de stand up custa R$25 a hora. A Praia do Cerrado também oferece outros esportes, como frescobol e slackline, além de ser o único local de Brasília que

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A ideia dos organizadores era levar os brasilienses diretamente aos deslumbrantes cenários do Nordeste do país, sem sair da capital. O investimento foi alto - desde a cenografia, assinada pela Rosa Chá, com réplicas de igrejas tradicionais e casas coloridas, ao grande redário.

Apesar de receber críticas a respeito do valor cobrado para a entrada, o projeto aderiu a boas práticas. A exemplo da promessa de que toda a areia do complexo, assim como as palmeiras, serão doadas ao GDF com objetivo de revitalizar não somente a área ocupada pelo projeto, como os parquinhos públicos do Distrito Federal. O projeto também contou com uma prática sustentável, ‘Água Reciclada’, que garantiu a reutilização de toda a água do espaço, seja em banheiros ou nas duchas montadas. Uma forma de reaproveitar a água, reduzindo o desperdício. Além disso, a organização promoveu o Na Praia Social, que levou mais de 2.000 alunos da rede pública de ensino do DF para realizarem atividades recreativas no local. O projeto foi encerrado no último final de semana de agosto, com o show de Lulu Santos. Pedro Magalhães

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esporte

Lucas Braga

Mulheres também jogam rugby! O segundo esporte mais praticado do mundo tem conquistado também as brasilienses Por Thalyne Carneiro

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e você já assistiu a um jogo de rugby, talvez tenha achado um pouco violento. É

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empurrão de um lado, jogador caindo e se alguém machuca em campo, os times conti-

nuam jogando como se nada estivesse acontecendo. Meio bruto, não? Mas se engana

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quem pensa que só homem poderia gostar de um jogo assim. O Rugby Sem Fronteiras, time de Sobradinho, conta com dois times, sendo um feminino e um masculino, e vem atraindo cada vez mais mulheres para a modalidade, que já possui três times femininos em Brasília e mais dois em fase de criação. O Sem Fronteiras Feminino surgiu em 2014, a partir do time masculino, que já existe desde 2012. “As namoradas, amigas, irmãs dos nossos jogadores sempre vinham acompanhar os treinos e jogos” explica Ricardo Maciel, Presidente e fundador do Sem Fronteiras. ”Pensamos em abrir um espaço para elas também, já que Brasília tinha outros dois times femininos”. Gabriela Teixeira é uma das jogadoras que conheceram o esporte por conta do namorado e agora é apaixonada pela modalidade. “Meu namorado já jogava e eu o acompanhava. Então surgiu o time feminino, mas eu não gostava no começo. Achava bem violento, que não tinha nada a ver comigo” explica. O rugby, criado na Inglaterra, é um esporte de contato, jogado coletivamente. Os atletas não usam proteções como no Futebol Americano e usam o corpo para “atrapalhar” o adversário. Além de ser uma modalidade olímpica, o esporte ocupa a segunda posição no ranking mundial de esportes mais praticados no mundo. A Copa do Mundo de

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Rugby – que acontece a cada quatro anos – chega a ter 100 milhões de telespectadores assistindo à final. É a terceira competição esportiva mais vista do mundo, perdendo apenas para os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de Futebol. Fora dos Jogos Olímpicos desde 1928, o esporte estará presente nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Segundo Lia Delgado, é umas das razões para o crescimento da modalidade no país. ”Agora o rugby está bem mais divulgado, mas há dois anos, quando a gente começou, ninguém sabia o que era. Tinha que vir ver para conhecer e entender”. Não pense você que é um esporte limpinho. “A roupa fica toda suja. Imunda mesmo,” diz Sabrina, capitã do time. ”A gente separa umas roupas só para treinar. Até a nossa boca fica suja. O protetor bucal fica cheio de terra. Mas o mais legal é quando está chovendo, que a gente escorrega na grama”. Elas costumam treinar com o time masculino e garantem que isso é ótimo para criar resistência e força. Mas isso não é desculpa para elas serem brutas. O rugby é conhecido por ser “um esporte de cavalheiros que

lutam como cavalos”. Os lances duros são exclusivos do jogo. Nesse esporte, árbitros e adversários são respeitados e somente o capitão pode contestar uma marcação do juíz. “O mais lindo do rugby é o final da partida. Todo mundo se abraça,” diz Tandara Laíse. “Você se acaba, está sangrando, mas no final acontece o Terceiro Tempo. Que é uma festa com os colegas do outro time. Isso é muito bom pra não existir rivalidades”. Em setembro, as meninas irão participar do DF Sevens, campeonato anual entre os times de Brasília que, este ano, vai acontecer dia 29 de setembro, na Universidade de Brasília UnB). O Sem fronteiras está sempre recrutando e todos são bem vindos para começar a treinar. Não existe um tipo físico adequado para praticar a modalidade e a únicas coisas necessárias para jogar é a bola de rugby, chuteiras com trava e a roupa da academia. “É um jogo todo cheio de estratégia” pontua Viviane Maltha. “O pessoal fala ‘é muito violento!’ “Sim, é. Mas tem suas técnicas. Tem até forma certa de cair. Tem que tentar para dizer se gosta ou não”, finaliza a atleta.

Conheça sobre o time Go, go, Piratas! facebook.com/RugbySemFronteiras

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Lucas Braga

Esporte


Empreendedorismo

Food Bike: Gastronomia sobre duas rodas A novidade do momento é utilizar o meio de transporte mais sustentável que existe para distribuir sabores pelas ruas da cidade. Sucesso em São Paulo, a food bike está chegando a Brasília Por Juliana Mendes

A

moda da comida de rua não é novidade. Afinal, quem nunca comeu um cachorro quente na carrocinha da praça ou um churrasquinho, ou tomou um sorvete

longe da mesa de algum estabelecimento? No entanto, a novidade no ramo existe sim. Depois da moda do Foodtruck - furgões, trailers, vans ou caminhões que oferecem pratos

gastronômicos - que bombou nos Estados Unidos e chegou ao Brasil fazendo sucesso e incentivando pequenos empreendedores, é a vez da Food Bike. Isso mesmo! São pequeFlávia Geraldine

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Empreendedorismo

nos empresários que utilizam esse meio de transporte sustentável e econômico para vender comidas gourmet. Os pratos são menos elaborados que os servidos nos caminhões da comida, mas tem conquistado muitos clientes. As vantagens rondam o negócio como melhor custo x benefício, economia com combustível e tributos, melhor locomoção, inclusive com possibilidade de participação em eventos públicos e privados como feiras, shows e festas. Essa novidade em expansão no Brasil já tomou de conta das ruas de São Paulo e está chegando a Brasília trazendo glamour com bicicletas personalizadas. Na capital brasileira o movimento ainda está tímido, mas já apresenta bons exemplos de criatividade e inovação, como a Sweet Popcorn. Aquele carrinho com um simpático senhor vendendo pipoca nas portas de Igrejas, praças e parques já dá água na boca, agora imagine uma bicicleta com um vendedor uniformizado e oferecendo sabores variados de pipocas doces. Leite ninho, ovomaltine, nutella, pistache, limão siciliano, nesquik, frutas vermelhas, framboesa, banana

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com canela. Pois é, essa é a bicicleta das pipocas gourmet. E esses são alguns dos 20 sabores que se pode encontrar por R$ 5 o pacote. O negócio, segundo o idealizador Carlos Fonseca, surgiu em uma festa infantil realizada na família no início deste ano. O jovem buscou receitas na internet para fazer uma ilha de pipoca que no final transformou-se em um verdadeiro sucesso. A partir daí amadureceu a ideia e investiu no negócio que tem dado certo e conquistado o público brasiliense pela novidade do estabelecimento sobre duas rodas e pela elaboração da velha receita. “O motivo da Bike foi por já existir em Brasília pipoca gourmet. Então queria a pipoca gourmet com algo a mais, para chamar a atenção. Além da inovação, o custo fez com que a bike fosse escolhida por ter um valor de investimento mais baixo que os outros meios de vendas”, conta. O negócio funciona sob encomenda para participação nos mais variados eventos. E circula pelas ruas da cidade sem ponto e horário definidos. “A Sweet Bike não tem local ou ponto especifico,

mas divulgamos sempre em nossas redes sociais aonde vamos estar um ou dois dias antes e sempre postamos fotos atualizando nossa localização”, informa Carlos. Para quem ficou com água na boca pode acompanhar essa bike no instagram @sweetpopcornbsb ou pela página no facebook da Sweet Popcorn – Food Bike Pipoca Gourmet. Além de pipoca gourmet, podemos encontrar outras sete bicicletas charmosas e divertidas circulando pelas ruas da Capital oferecendo guloseimas irresistíveis. A Luana com a Mistura que Agrada e a Ligia Boechat com a Madame Chocolate Gourmet para os chocólatras de plantão. Thais com a BrownieCleta e o Olavo com a Maravilha Doces. Para quem curte um bom café tem também o Julio com a bike do PicNic Café e a Fui di Bike do Clovis oferecendo um lanchinho natural. E uma, com arranjo colorido e charmoso guiada pelo Sommelier Carlos Soares. É a Wine Moving que circula pelos eventos de Brasília oferecendo o que há de melhor em vinho e espumante. Fique de olho ao andar por ai. Não vai perder essa novidade. A Di Rolê recomenda!

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wambamclub.com

na balada

Festa brasiliense mistura temas como Burlesco e ‘Nerd’

A Simetria é uma balada trimestral que acontece no Velvet Pub com shows burlescos de meia em meia hora, muito pop/rock e jazzy, estilo parecido com o jazz Por Ludmilla Brandão

northyorkshireadvertiser.co.uk

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na balada

Q

uando se fala em burlesco hoje em dia, o que vem à cabeça? Mulheres com estilo pin-up de espartilho, cinta-liga, topless e transbordando sensualidade. Mas a origem do burlesco é do século XIX, quando eram comédias teatrais. Com o passar do tempo foi se transformando em shows femininos de dança que deu origem ao striptease. E por que não fazer uma festa com essa temática? Foi o que o idealizador e produtor da balada, “A Simetria”, Ragnar Paz, 36, pensou. “O estilo burlesco renasceu nos anos 90. Um exemplo dessa influência foram os clipes do cantor Marilyn Manson com a namorada dançarina burlesca, Dita Von Teese [que faz shows pelo mundo e se tornou referência do estilo]”, explica. Paz conta que existem também outras transformações dessa tendência. Para o produtor, a intenção é agregar.

“Um exemplo é o nerdlesque e/ou geeklesque, uma mistura da cultura nerd/geek com o burlesco, que eu trouxe para “A Simetria”. Eu não fiz a festa pensando em um público específico, mas sim misturar as pessoas”, afirma. A primeira apresentação da quarta edição da “A Simetria” foi baseada na história pokémon. “Hoje a minha primeira performance vai ser nerdlesque, inspirada em um jogo”, conta a dançarina, Drielle Vicodin, 21. A recepção da plateia é positiva. O servidor público, Marcelo Brito, 33, gostou do que viu e ouviu. “Eu achei muito legal. É interessante e diferente porque não é pornográfico e sim sensual”, elogia. Outro show diferente do burlesco clássico é o do ator e bailarino, Marcelo Davilla, 28, conhecido como Sete de Ouros, que critica o burlesco habitual. “O meu trabalho é

tirar sarro, o burlesco contra o próprio burlesco. Eu faço o striptease como se fosse uma mulher”, diz. Davilla também aborda a questão de gêneros com o objetivo de fazer as pessoas repensarem os estereótipos como homem e mulher, bonito e feio. “Eu trabalho a questão de gêneros e por eu ser um rapaz chamam de boylesque. É um ato para além da objetificação do corpo da mulher, mas também do homem. Todos somos belos independente de gênero, identidade sexual ou sexualidade,” completa. Para a estudante Raissa Moura, 21, a performance do bailarino quebra o padrão de gênero. “Gostei da apresentação, porque mostra que o homem também pode ser sensual, algo que todo mundo ainda acha ser feito somente por mulheres”, finaliza.

“A SIMETRIA” Quando: “A Simetria” acontece em média de três em três meses Onde: Velvet Pub - CLN 102, Bloco B Asa Norte/ Brasília

https://www.facebook.com/pages/ A-SIMETRIA/552528158117815? sk=timeline

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palavras ao vento

Apenas Um “Bom Dia’ Por Yngrid Vias Silvério Me peguei diversas vezes pensando nas infinitas constelações de tudo o que rege a alienação capitalista sob os seres humanos. Também contemplei a ignorância mais perto do que pude, quando que, observar, aprende se mais, do que viver; e o sábio basta observar, para aprender. Creio que em meras palavras é difícil se transpor o incrível sentimento de indignação, mas meu peso é maior... Os valores foram perdidos - ou melhor, vendidos -, os princípios já tiveram o seu fim quando teve de testemunhar a falência do intelectualismo, ou da

rotina de, acordar e ler um livro, ou simplesmente dar bom dia para o carteiro, padeiro e até o nosso querido gari. Como disse, o meu peso é maior, perto de tudo aquilo que disse agora e mais algumas bagagens que viajam sem rumo dentro do meu psíquico, em busca de um caminho inabalável, sem incertezas (elas que me atormentam). Quando se tem conhecimento sobre determinada questão, nos tornamos responsáveis por ela, logo, por eu ter esse conhecimento sobre tudo o que citei, eu carrego em meus valores o peso de ser diferente, de fazer a diferença.

anoshoflife.com

Posso não estar sempre correta, e empregar uma filosofia que não existe, que não é praticada. Mas os meus princípios, como me mudam a cada escrita, a cada ação, a cada pensamento, a cada conclusão ou a cada bom dia que dou ao gari, permaneceram até atingir no mínimo, a mim mesma.

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