UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN- HABILITAÇÃO EM PROJETO DO PRODUTO
BENTO GUSTAVO DE SOUSA PIMENTEL
O DESENVOLVIMENTO DE UMA COMPOSTEIRA DOMÉSTICA SEGUNDO O DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO DA QUALIDADE: UM MÉTODO SINTÉTICO
Belém 2011
BENTO GUSTAVO DE SOUSA PIMENTEL
O DESENVOLVIMENTO DE UMA COMPOSTEIRA DOMÉSTICA SEGUNDO O DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO DA QUALIDADE: UM MÉTODO SINTÉTICO
Trabalho de Conclusão de apresentada à banca examinadora da Universidade do Estado do Pará como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design – Habilitação em Projeto do Produto sob orientação do Prof. Dra. Núbia Suely Silva Santos. Área de concentração: Ecodesign, desenvolvimento de novos produtos
BELÉM
2011 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP), Biblioteca do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia, UEPA, Belém - PA.
P644d Pimentel, Bento Gustavo de Sousa
O Desenvolvimento de uma composteira doméstica segundo o desdobramento da função da qualidade: um método sintético. / Bento Gustavo de Sousa Pimentel; Orientação Núbia Suely Silva Santos. -Belém, 2011. 50 f. : il.; 30 cm.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Bacharelado em Design) – Universidade do Estado do Pará, Centro de Ciências Naturais e Tecnologia, Belém, 2011. 1. Designers - Projetos. 2. Ecodesign. 3. Desenvolvimento sustentável. I. Santos, Núbia Suely Silva. II. Título.
CDD 658.5752
DEDICATÓRIA Dedico aos colaboradores e companheiros de trabalho, aos mentores, às inspirações, aos fomentadores, e todos pelos quais este trabalho e esta graduação tiveram passagem. Aos colegas do curso de Engenharia Ambiental e Arquitetura (UNAMA-PA), Extensionistas do Pró-Campo II (2009), encontristas de design presentes nos evento em que participei, instituições parceiras e ONGs que conheci de tão perto. De um modo especial à minha incansável mãe Maria Olinda de Sousa Pimentel, minha companheira e namorada Ana Cristine Rocha Mendonça, e os caríssimos: Bento José Raimundo Ribeiro Pimentel, prof. Msc. Manoel Alacy da Silva Rodrigues e profa. Dra. Núbia Suely Silva Santos. De igual importância, gostaria de mencionar os tutores: professora Dra. Roseli Sousa, professora Msc. Denise Cristina Torres, prof. Dr. Antonio Jorge Hernandez Fonseca, prof. Dr. Ivo Pons (MACKENZIE-SP), Prof. Msc. Samanta Nahon, arquiteto Bichara Lopes Gabi, e Esp. Ana Betânia de Sousa Pimentel Martins. Aos colegas Érika Castilho, Francinaldo Matos, Hernan Sandres, Pedro Filho e Marcel Coimbra. Este trabalho é antes de tudo, uma oferta a Deus, Reis do Reis.
RESUMO Este trabalho destina-se ao desenvolvimento de novos produtos objetivados a uma finalidade intrinsecamente sustentável. Consta de método sintético e racional no diagnóstico de avançadas ferramentas para um fortalecimento em qualidade de resultados, no desenvolvimento de novos produtos inteiramente fundamentados pelos paradigmas da sustentabilidade e iluminados pela necessidade de inovação. Para este objetivo, é renovador no método de projeto, visualização de mercados e pesquisa acerca de novas soluções projectuais. Demonstrar-se-á mediante uma atividade hábil à prospecção e ação e um método marcado pela recorrência da reflexão no tema, a viabilidade técnica de uma resposta à problemática do resíduo orgânico doméstico, uma estratégia que tem como objetivo a redução volumétrica dado por um processo alternativo, natural e nutritivo. Espera-se com este trabalho trazer novas perspectivas a compreensão contribuição do fomento no desenvolvimento de novos itens de ordem sustentável.
Palavras- Chave: sustentabilidade, desdobramento da função da qualidade, inovação
ABSTRACT This work
is
intended to
develop new
products targeted for
a
particular
purpose inherently sustainable. It consists of rational synthetic method in the diagnosis of advanced tools for building a quality result in the development of new products fully substantiated by the paradigms of sustainability and enlightened by the need for innovation. For this purpose, it uses a refreshing method of design, for the visualization of research on markets and new solutions on project activity. It prove to be by one skilled in dialetics and in a method marked by the recurrence of reflection on the subject, the technical feasibility of an
answer to
the
problem
of organic
household waste, a strategy
that aims to
reduce data volume by a alternative process, natural and nutritious. It is hoped that this work bring new perspectives to understand the contribution of fostering the development of new sustainable order items.
Key-words: sustainability, quality function deployment, innovation
LISTA DE FIGURAS
Figura1- Representação acerca do entendimento dos problemas em Tripolaridade..............p.16 Figura 2 - A inovação em direção e aproximações rumo ao produto/serviço intrinsecamente sustentável....................................................................p. 24 Figura 3 – Roda de eco-concepção.......................................................................................p. 26 Figura 4 - Ciclo de vida na óptica do serviço/produto apresentado......................................p. 29 Figura 5 - Exemplo da correlação matricial usual no qual o QFD se baseia........................p. 31 Figura 6 - Os três níveis do modelo EFQM..........................................................................p. 32 Figura 7 – Relação tempo e etapas de ações no desenvolvimento de produtos utilizando QFDs...............................................................p. 34 Figura 8 – Como se dá o funcionamento da matriz no QFD................................................p. 35 Figura 9 – Fluxo de Input e output considerados no produto estudado mediante conceitualização do ACV......................................................................................................p. 40 Figura 10 - Mural contando de pesquisa de similares qualitativos pesquisados...................p. 42 Figura 11 – Renderização com auxílio software fotorrealista...............................................p.43 Figura 12 – Configuração projectual para o presente estudo.................................................p.44 Figura 13 – Prospecção fotorrealista do uso..........................................................................p.45 Figura 14 – Prospecção fotorrealista do processo de compostagem induzido.......................p.45
LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Desdobramentos das CQ para o QFDr.1............................................................p. 36 Quadro 2 – Desdobramentos das CQ para o QFDr...............................................................p. 36 Quadro 3 - Desdobramentos das CQ para o QFDr.3 e 4.......................................................p. 37 Quadro 4 - Desdobramento das QE......................................................................................p. 37 Quadro 5 – Desdobramento da qualidade para o presente projeto.......................................p. 38
SUMÁRIO 1
INTRODUÇÃO........................................................................................................p.13
1.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................p.13
1.2
O DESIGN SUSTENTÁVEL PARA UMA PERSPECTIVA SISTÊMICA E A TRIPOLARIDADE........................................p. 15
1.3
OS OBJETIVOS DO TRABALHO..........................................................................p. 19
2
REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................p.21
2.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................p. 21
2.2
BASES PARA UM PRODUTO INTRISECAMENTE SUSTENTÁVEL...............p. 22
2.3
ECOEFICIÊNCIA.....................................................................................................p. 22
2.4
BENEFÍCIOS DA ECO-CONCEPÇÃO E QFD NA ATIVIDADE PROJECTUAL..................................................................................p. 23
2.5
CONSIDERAÇÕES ACERCA DO QFD................................................................p. 23
2.6
A EFICÁCIA............................................................................................................p. 24
2.7
O CAMINHO DO PRODUTO/SERVIÇO INTRISECAMENTE SUSTENTÁVEL...................................................................p. 25
2.8
AS ESTRATÉGIAS SINÉRGICAS E INOVADORAS.........................................p. 25
2.9
O DESENHO DO CICLO DE VIDA......................................................................p. 27
2.10
A COMPOSTAGEM COMO ESTRATÉGIA SINÉRGICA E INOVADORA.................................................................................p. 29
2.11
ACEITAÇÃO DO PRODUTO SUSTENTÁVEL....................................................p. 31
3
DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO EM UMA ABORDAGEM SIMPLIFICADA DO QFD...............................................p.32
3.1
SIMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO QFD..................................................................p. 32
3.2
REQUISITOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO.........................p. 35
3.3
VIABILIDADE TÉCNICA.......................................................................................p. 39
4
RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................p. 43
5
REFERÊNCIAS......................................................................................................p. 48
6
APÊNDICE..............................................................................................................p. 51
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1. INTRODUÇÃO As compreensões acerca das necessidades de mudança do método em design há muito ocupam um lugar de prioridade no debate da profissão. Suas habilidades, prioridades, ferramentas e ideais compõem um equipamento que, frente a mudanças de ordem contextual, precisam ser renovados.
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A atividade do designer surge durante a segunda revolução industrial no intento de cumprir a necessidade de incrementar os setores produtivos da época, a partir das mudanças na dinâmica mercadológica de uma sociedade em transição de um retrato monárquicoescravocrata para um modelo urbano-industrial. Neste recorte, o profissional da área do design aparece como um catalisador da mudança, capaz de viabilizar o diferencial estético do produto para ganhos maiores e maior competitividade. Devido a isso, este profissional recebe apontamentos cabíveis acerca da validade de suas contribuições ao meio, principalmente no que se diz quanto à responsabilidade social. Desde seu destaque mercadológico, o designer - e outras profissões surgidas na época e até mesmo antes - carrega consigo o estigma de leviano, o ônus de culpa no cartório quanto às contribuições relacionadas à evolução da humanidade e ao futuro para o qual as sociedades apontam. Vive-se a pouco mais de um século uma transição de outra ordem, que aponta para uma fragmentação econômica e política, uma multi-acessibilidade das relações sociais, e um retorno a uma espécie bucolismo revisionado, capaz de auditar os protagonistas de uma trama direcionada ao desenvolvimento sem fronteiras dos ganhos, das influências, do poder, e dentre os protagonistas mais visados, se encontra o designer. No período histórico em que a organização da economia industrial esteve marcada pela especialização da tarefa, o designer dividia o palco do desenvolvimentismo com grandes artesãos e artífices do ferro, da madeira, com quem a partir do ideário de artistas de um panteão arcaico, construiu os conceitos clássicos da modernidade européia após o século XVIII, nas casas da classe alta e média européia. Hoje, o designer encontra novos e atualizados desafios dentro de organizações descentralizadas e suspensas por uma nova ocasião econômica. Todos estes desafios impõemse a uma adesão profunda de um programa de necessidades exigente, extenso e
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comprometedor, no qual o designer é chamado a cumprir todas as etapas de um projeto controlado e acompanhado, seja ele orientado para o objetivo ecológico, seja para o vestuário, ou ainda para a usabilidade em Internet. Para cumprir tal objetivo, o designer precisaria se desdobrar em vários profissionais, ou agir simultaneamente em várias frentes, posição oposta àquela levada a cabo pela ocasião e modismo, marcados pela necessidade de destacar-se de tal maneira que possa atender à busca de um vislumbrar habilitado a multi-destrezas, o que contribui para a perpetuação da idéia estereotipada do profissional. Portanto faz-se necessário um novo equipamento metaforizado: uma nova plataforma de análise, ações e melhora contínua, capaz de habilitar o designer à resolução destes novos e sincronizados problemas. Portanto, mediante a compreensão de um antagonismo, questiona-se então o que de fato realiza um designer: desenvolver a habilidade de gerar ferramentas, interfaces e experiências de vidas efetivas, reais, inovadoras e de vínculo afetivo, junto a outros vários profissionais e técnicos de várias ordens e áreas, tais quais a do Marketing ou da Arquitetura, capazes de, mediante a legitimação do uso e da ambiência, prosseguir com equivalência na evolução informacional. Mediante esta compreensão de tempo e entendimento acerca de sua função histórica, percebe-se que esta profissão possui consigo algumas experiências que não podem ser repetidas. Profissionais necessitam rever suas posturas frente a mudanças: se, mudou o objetivo, o profissional tem que adaptar-se a ele. Porém, se ele ainda não consegue visualizar sua ambiência, é sinal que sua própria modelagem precisa ser adaptada para este fim. Se, concebemos então o profissional nesta modelagem considerando aspectos como a formalização de novas relações do trabalho informal baseadas em agilidade e multiespecialização, pode se admitir como atributos desta modelagem e ambiência, a denominação líquida, informacional e de serviços. Acrescente-se a estas características a qualidade da sustentabilidade não apenas para a modelagem do profissional que vive nela, mas principalmente como fim. Para tal, o primeiro requisito para que um projeto seja assinalado como sustentável, é possuir um projeto conceitual. Nele aplicam-se todas as elaborações para previsão da recepção do produto pelo usuário, acerca de sua estética, funcionalidade, custo produtivo, engenharia de componentes, logística de uso/desuso e descarte, inteligência e ciclo tecnológico. De forma complementar, muito do sucesso econômico de grandes empresas, grandes designers ou grandes marcas, se devem ao domínio de dois fatores, principalmente:
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capacidade de entender e atender mercados, e domínio das ferramentas para executar todas as atividades exigidas por um escopo de projeto completo, detalhado e bem acompanhado. A capacidade de entender mercados é intrínseca à capacidade de entendimento da sociedade em que vivemos, uma vez que tal como a arte, o consumo é um atributo de nossa sociedade. Desejo de gozo estético é uma necessidade puramente humana, e a maneira como ela se dá, levada a cabo pelas formas de trocas, é uma conseqüência natural da criação do valor em uma sociedade avançada. Porém, para que se cumpram todas as ações de um sumário executivo de marketing, é necessário um programa completo destas ações, bem como a própria apresentação dos indivíduos na forma da segmentação de mercados, quantificados e compreendidos para que possam ser levantadas as diretrizes de projeto: o que fazer, para quem fazer e quanto cobrar. Mesmo assim, percebe-se muito descompasso do desempenho conjuntural em cumprirem-se metas que possuam a ferramenta design dentro de seu equipamento, principalmente tendo-se em vista as disparidades nacionais, tal qual relações entre nações latino-americanas e européias, aonde o design é reconhecido por suas contribuições há mais de 200 anos. Sendo assim, mesmo como ferramentas largamente fomentadas, competências e habilidades para um bom desempenho em design sustentável dependem primeiramente do entendimento mercadológico e tecnológico, requisitos atemporais para qualquer atividade nativa do ramo.
1.2. O DESIGN SUSTENTÁVEL PARA UMA PERSPECTIVA SISTÊMICA E A TRIPOLARIDADE A atividade projectual em design não pode ser vislumbrada sem o equipamento necessário para atender, ou pelo menos visualizar a real necessidade que os problemas propostos por uma ótica sustentável real. Diagnosticar um programa de necessidades projectuais expandido, e estudar a viabilidade técnica de uma implementação inovadora, é: ter a possibilidade de rever a roda da história que aponta os designers estratégicos como meros paraquedistas preocupados com o desenho e despreocupados com prejuízos e contribuições reais de seus designs para a sociedade e o meio ambiente. Posicionando-se contrariamente àquela postura e, diante da
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necessidade de materializar novas culturas (cf. BONSIEPE, 1989), temos a percepção de que Sustentabilidade é o objetivo ao qual queremos atingir, não apenas o processo em si. A necessidade de uma implementação inovadora, seja em um receptáculo formatado para oferecer um serviço (produto), seja como modalidade de prática ou processo, é uma variável recorrente para a sobrevivência mercadológica de produtos e serviços. Sem ela não se configura um conjunto de atributos fortes para um dado empreendimento, capaz de angariar lucros ou sobreviver à disputa por mercados cada vez mais complexos e interligados por novas formas comunicacionais para relacionamentos. Sendo assim, visualizando-se os atores de uma trama repleta de intervenções de ordem social, econômica e política, adotar-se-á a abordagem da tripolaridade como termo de referência e planejamento para possíveis melhorias. Tripolaridade é uma expressão abrangente e de terminologia clara, que determina problemas reais e é recorrentemente utilizada em critérios de decisões para objetivos sustentáveis (LINDSEY, 2010). Ao mesmo tempo, a tripolaridade recorre à metáfora de um interruptor em série que quando apertado, se estende efetivamente em outros botões de forma simultânea, para visualização de problemas sistêmicos estruturais que devem ser resolvidos de forma conjunta, como por exemplo: atores sociais dependendo de bom desempenho econômico ligado ao setor industrial, e este sucesso econômico dependendo do ecossistema global.
Figura 1 - Representação acerca do entendimento dos problemas em Tripolaridade (PIMENTEL, 2011).
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Estas contingências em tripolaridade retratam a passagem de uma sociedade com problemas cataclísmicos sistêmicos para uma sociedade sustentável, tal qual uma transição e a demanda de um novo equipamento. Tal transição seria dada por uma nova plataforma, um novo equipamento: um aparato econômico exercido por uma redução sistêmica de várias práticas danosas ao uso dos recursos naturais de nosso habitat, em macro e micro escalas. Este esvaziamento inclui em suas práticas, fatores essenciais à continuidade de aprimoramento constante do fomento ao consumo (suficiente), o qual veiculado pela educação ambiental e consumo
cauteloso
em
vias
mercadológicas
massivas
torna-se
uma necessidade
imprescindível, basilar. Sendo assim, para a visualização e referencial propício a uma aproximação comparativa que possa igualar impacto antrópico e vida sustentável em níveis assegurados, utilizam-se pontos de equilíbrio entre ‘ciclos’. A interseção que apontaria um ponto em comum entre biociclos (ciclos naturais de ordem ecológica) e tecnociclos (ciclos produtivos intervenientes na atividade natural do planeta) seria a eficiência tecnológica, prescindindo de um bom resultado em performances de produção, uso, desuso, seguido de reaproveitamento, reciclagem/ reuso dada uma determinada produção. Porém, como colocado anteriormente acerca da demanda de uma necessidade de tornarem-se praticáveis estilos sustentáveis de vida diferenciados, percebe-se que a primeira passagem obrigatória para início do processo seria a aceitação mercadológica do produto. Ou seja, variáveis de ordem da qualidade: aspectos qualitativos que sustentem a aquisição contínua com melhorias progressivas, para que seja alcançado o hábito de consumo prolongado do mesmo, um prolongamento do ciclo de vida do produto sustentável. No desenvolvimento deste trabalho, utilizar-se-á na concepção deste programa de necessidades expandido do Desenho do Ciclo de Vida, a Função Desdobramento da Qualidade (Quality Function Deployment - QFD). Em Miguel (2008), o emprego do QFD para o desenvolvimento de novos produtos se dá em torno do sucesso dos empreendimentos que aderiram a esta prática e vêem-no como método perene para o equipamento da Inovação, como catalisador da relação tempo x desenvolvimento na aplicação do pensamento hierárquico, e portador da habilidade de conversão de necessidades do cliente em parâmetros técnicos do produto. Este alinhamento entre abordagem utilizada pelo método QFD, e necessidade de inovação para o consumo sustentável serão os pilares para a sustentação deste presente trabalho.
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Temos no desperdício, em direção escalar e cumulativa, o maior problema de um pensamento tendente a apresentar uma grande quantidade de erros (cf. SEADON, 2007). Em uma ótica produtiva então, o lixo doméstico pode ser considerado um grande problema para a vida saudável das cidades, por seus intrínsecos impactos ambientais e problemas sanitários, que demandam a dimensão educacional e seus atributos. Reduzir gastos, portanto, é uma constante recorrente em todo e qualquer tipo de programa destinado a implementação de níveis de qualidade utilizado no ambiente lucrativo, sendo o desperdício, fundamentalmente um resultado defeituoso de um desenvolvimento de produto ou empreendimento, processo ou sistema. Conseqüentemente, eliminar defeitos e gastos através de uma modificação qualitativa é uma motivadora maneira de eliminar capital natural desperdiçado e bem como tal, fomentar a sustentabilidade. Percebe-se também o nível de complexidade em um escopo de projeto destinado a gestão de resíduos, mediante a necessidade do material a ser remanejado (independentemente de seu destino), ser selecionado em 7 categorias distintas: compartimentados; de construção e demolição; eletrônicos; oriundos da atividade campesina; que emitem algum tipo de perigo; orgânicos e de veículos. Todo este universo de categorias para agrupamento de lixo prescinde um plano de ações específicas capaz de geri-los a diferentes destinos, de forma economicamente viável, redutora dos riscos intrínsecos ao material, e sustentável do ponto de vista ambiental. Neste trabalho vislumbraremos o reaproveitamento do lixo orgânico tal como ele se apresenta em nossa sociedade, como tendência perene, parte de hábitos presentes no vocábulo natural do homem de hábitos saudáveis. Destinar resíduos orgânicos a um fim que não o descarte usual do lixo doméstico direcionando-os a uma reintegração biológica, é conceitualmente uma atividade concebida dentro da formação dos biociclos, ou seja, contribui para comportamentos naturais do ecossistema, colaborando assim para um melhor equilíbrio tecnologicamente eficiente. Sendo assim, procurar-se-á uma solução projectual que opere sobre o lixo orgânico, uma solução que induza ao costume sustentável. Verificamos que, de acordo com os autores pesquisados e as análises realizadas, o lidar com o objetivo da Sustentabilidade Ambiental e seu programa de requisitos necessários, são complementares, sistêmicos e concernem não só ao desenvolvimento e comportamento humano, mas também a permanência saudável desta espécie em seu habitat.
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Desta forma, qual seriam as necessidades sistêmicas de um serviço/produto que pudesse vislumbrar o comportamento sustentável de maneira inovadora, alinhado a abordagem utilizada pelo método QFD de contribuir em níveis qualitativos para a aceitação suficiente do consumidor médio?
1.3. OBJETIVOS DO TRABALHO Segundo o referencial pesquisado, Eco-Design abrange dado um sistema-produto, as seguintes atividades: o Redesign ambiental do existente; o Projeto de novos produtos ou serviços que substituam os atuais; o Projeto de novos produtos-serviços intrinsecamente sustentáveis; a Proposta de novos cenários que correspondam ao estilo de vida sustentável. Desse modo, tem-se por objetivo a criação de um Projeto de novos produtos-serviços intrinsecamente sustentáveis e voltados ao reaproveitamento de resíduos orgânicos, utilizando-se a atividade de compostagem como referência em comportamentos de biociclo para uma finalidade em ofertas de serviço. Sendo assim, a compostagem é percebida de forma inovadora, mediante a sinergia de vários fatores que são requisitos para sua viabilidade técnica em bens de produtos e serviços, tal como a metodologia projectual, a eficiência ecológica do resultado de seu uso e os níveis de aceitação eficaz deste produto em possibilidades mercadológicas.
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2. REVISÃO DA LITERATURA Apresentaram-se no capítulo anterior, as proporções do problema que concerne a uma adaptação da idealização e práxis do design na cadeia produtiva em fins de melhoria contínua objetivada à sustentabilidade. Apresentar-se-ão aqui os devidos aprofundamentos sobre esta possível adaptação. 2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Em qualquer processo produtivo, que se encontre frente à necessidade de mudança, tem-se em pauta preocupações com desempenho e apresentação de bons resultados. O mesmo deverá ocorrer com os números que a sustentabildade tem em prospecção e necessita apresentar, estes que possuem validade trinomial: social, econômica e para o mundo administrativo. Somadas à visualização dos problemas por uma perspectiva sistêmica, existe também a necessidade de um equipamento para o desenvolvimento de produtos, práticas e processos voltados para a inovação. Tal equipamento é objetivado a uma demanda dada pela equivalência das expectativas dos interessados em tal desenvolvimento, mediante a inclusão das preocupações com o meio ambiente nos hábitos da sociedade informacional, o que leva ao conceito de design a ser aplicado aqui, capaz de propor oportunidades que tornem praticáveis estilos sustentáveis de vida. Tais estilos em Manzini et al., (2008) são explicados por: realização de iniciativas empresariais específicas, que nascem particularmente orientadas para o mercado verde (é o caso de produtos ecológicos como alimentos e produtos para o corpo, mas também vestuário e bens de consumo duráveis que emergem de conceitos produtivos declaradamente ecológicos). (MANZINI ET AL., 1998, p. 21).
Aceitar-se-á neste presente trabalho a concepção sistêmica da função projectual, compreendendo funções inerentes atribuídas à definição de Designer, dado as contingências que a contrapartida da Sustentabilidade angaria. Uma vez relacionada ao tipo de necessidade presente neste desenvolvimento, e portanto, perante a uma cartela econômica de gastos necessários para manter-se um dado empreendimento em níveis salutares de geração de renda, tal como qualquer equipamento que demanda um foco centralizado em fatores ecológicos, o desempenho destes resultados deverá ir além do ótimo, deverá ser sustentável. Sendo assim, tal eficiência capaz de prospectar bons resultados seja em formatos de serviços ou produto, acerca de desempenho mercadológico, estético ou funcional, precisará diferenciar-se de seus concorrentes por apresentar níveis efetivos de resultados que vão além
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das prospecções ambientais, que, por serem em suma caracterizadas pela dificuldade em mensurar o risco, precisarão ultrapassar os limites do bem-estar cíclico que o produto oferece: terão que possuir validade por entre as gerações.
2.2. BASES PARA UM PRODUTO INTRISECAMENTE SUSTENTÁVEL Admite-se para um projeto de ferramentas, interfaces e experiências de vida efetivas, reais, inovadoras e de vínculo afetivo, um escopo de projeto que possua em suas extensões para organização de suas próprias ações, as esferas de ordem mercadológica e tecnológica. Estas, se objetivadas á eficiência sustentável, terão por sua vez também um leque de ferramentas capaz de gerir tais esferas, para a apresentação de resultados eficientes e simultaneamente sustentáveis. Antes mesmo de diagnosticar que ferramentas são estas, é preciso ter compreensão desta ambiência, como fora colocado anteriormente acerca da tendência de ter-se a medida exata dos fenômenos circundantes, dado uma transitoriedade constante de ideais, medidas, afetos e objetivos. O alto nível de exigência angariado para atingir-se uma validade intergeracional tão prontamente, reflete a emergência da necessidade em aceitar esta realidade de intensa movimentação informacional. Diante disto, diagnostica-se que subjetividades tendem a perder espaço para elaborações racionalizadas que por esforço, superar-se-ão mediante tais necessidades direção à um objetivo que irá além do êxito mercadológico. Estas necessidades somente serão supridas por um regime de inovação que se apresenta em uma tendência cada vez mais aprofundada nos estilos de vida, por sua vez também ímpares. Desta forma, desenhar-se-á estratégias e êxitos equivalentes a tal cenário, tendo em mãos a ocasião projetada propensa ao sucesso em aquisição de níveis escalares industriais. Para que tal sucesso ocorra mediante expectativas que ultrapassam a geração que consumirá, melhores ferramentas para critérios de escolha, pronta adequação a formatos vigentes regulados pela bem-feitoria do Estado, e idealização ecologicamente orientada, serão requeridos como elementos perenes deste desenvolvimento. Verifica-se, portanto, de forma idêntica a um tripé de necessidades trivalentes, a validade da necessidade de potencializar o fortalecimento da ambiência do desenvolvedor de projetos com um alto nível de informações balizadas por metas e afinidades socioambientais, que superem o arquétipo industrial da forma/função. Em Kazazian (2005) esta função que demanda fortalecimento informacional e eco-orientação como constantes da práxis do design, aparece como:
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É nessa altura que o designer se distingue, porquê seu papel pode ser transversal, integrador entre ecologia e concepção de produtos, inovações econômicas e tecnológicas, necessidades e novos hábitos. (p.27).
2.3. ECOEFICIÊNCIA Nesta pesquisa a finalidade da produção será idealizada em um pensamento ecologicamente orientado para melhores resultados qualitativos. Para tal, a ecoeficiência produtiva aplicada para índices de finalidade do produto pode resumir-se na redução de matéria utilizada na produção do produto. Em Spangenberg et al. (2010), a ecoeficiência aparece acerca do aumento do nível da eficiência implantada, no reuso, e inclusive, a redução dos resíduos domésticos, agregando assim, capital natural à cadeia da gestão do produto, análise do ciclo de vida e do custo, mas, também reduzindo desperdícios e entrelaçando competitividade, em uma situação economicamente salutar para ambas partes. Para tal, a eficiência aqui planejada teria de ser economicamente praticável, além de socialmente atraente, para se tornar eco-eficiente. Ou seja, trata-se aqui também de uma equiparação da satisfação do consumidor às fontes utilizadas na produção.
2.4. BENEFÍCIOS DA ECO-CONCEPÇÃO E QFD NA ATIVIDADE PROJECTUAL Têm-se na plataforma do QFD (Desdobramento da Função da Qualidade, do acrônimo Quality Function Deployment – QFD) a ferramenta propícia para o desenvolvimento qualitativo do produto, uma vez que esta viabiliza níveis de qualidade produtiva, qualidade do ambiente informacional, qualidade intrínseca no modelo de serviço ofertado, e aproximações na pesquisa acerca dos níveis de qualidade em nível mercadológico (ou seja, um levantamento inicial das informações necessárias acerca do cenário econômico que gira em torno do desenvolvimento do produto). O QFD, vale reiterar, validará a necessidade de inovação a um consumidor que deseja adquirir hábitos sustentáveis, e em acordo com a revisão apresentada aqui, aparece como gerador de práticas e processos geridos por melhora contínua e destinados a melhoria contínua; como possuidor de um claro arcabouço de contribuições intangíveis, e, mediante a síntese metodológica, aproximador da práxis inovadora da gestão com a reflexão sistematizada da academia: propõe-se assim um aprendizado conjuntural e multidisciplinar do ambiente aonde for aplicado. Em Miguel (2008), o QFD sinteticamente e resume na
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necessidade de: ‘desenvolver os projetos certos e também desenvolvê-los corretamente’ (p.33)’
2.5. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO QFD De acordo com Spangenberg et al. (2010), o QFD surge entre as contribuições japonesas para o pensamento industrial, com duas principais diretrizes: melhorar o desenho da qualidade da manufatura e melhorar visão dos funcionários acerca da produção. Em Khan et al. (2011), o método se aplica por meio de conceito básico de séries de casas da qualidade, no intento de transformar requisitos qualitativos em especificações de qualidade. Sobre todas as contribuições estudadas acerca do QFD seria correto afirmar que, em suma, seu uso consiste em uma forma de comunicar a informação relacionada com a qualidade, e de explicitar ordenadamente trabalho objetivado à obtenção da qualidade durante o desenvolvimento de produto. Seu uso é subdividido em Desdobramento da Qualidade (QD) e Desdobramento da Função Qualidade no sentido Restrito (QFDr)'. Dado o início do procedimento, seqüenciamse várias matrizes, a começar pela 'Casa da Qualidade'. O resultado final de tais matrizes dá origem a um segundo procedimento, uma Matriz de correlação, cuja função é estabelecer as relações diferentes entre os produtos das outras matrizes, estabelecendo-se assim uma espécie de possibilidade de analisar e aprimorar requisitos de qualidade. Portanto, uma espécie de metrologia de acompanhamento e monitoria da qualidade produtiva e qualidade do produto resultante.
2.6. A EFICÁCIA A engrenagem do raciocínio que se apresenta aqui propicia contribuições de valor intangível aos consumidores e comunidade produtiva, bem como as necessidades para sua viabilização. Em sua abordagem, a atividade projectual entendida aqui em sua forma ampliada produz objetivada ao Desenvolvimento Sustentável uma nova visão global de benefícios, tendo como objetivo final a Sustentabilidade Ambiental. Tal meta se concretizaria através de uma atividade focada em comportamentos sociais e mercados sensibilizados, sendo o sucesso de tal mudança dado por uma sincronia de fatores, apontados pela eficácia de suas execuções. Tais fatores são avaliados de forma global por um trinômio de polaridades capazes de produzir o resultado que - se bem sucedido em amplos retratos sociais mercadológicos resultaria no acontecimento sustentável. Tal fenótipo denomina-se Eficácia, e não exige como
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requisito uma divergência de normatização entre possíveis formatos mercadológicos concorrentes neste mesmo raciocínio naturalista (COSTA et al., 2010), mas juntamente efetuados em uma pluralidade eco-concebida, tornam-se um passaporte coletivo para uma obrigatória e processual intensificação.
2.7. O CAMINHO DO PRODUTO/SERVIÇO INTRISECAMENTE SUSTENTÁVEL Por conta desta atividade focada em comportamentos sociais e mercados sensibilizados, apontam-se as contribuições para a visualização efetiva dos problemas acerca da atividade projectual neste recorte no qual esta pesquisa é elaborada. A visão sistêmica da atividade projectual para ações prospectivas e gestoras, é munida de variáveis do cenário produtivo, as quais por definição lida. Para isso, estratégias sinérgicas e inovadoras são incentivadas, investido nas mesmas uma carga de inúmeras boas práticas e valores de afinidade para este fim. Sendo assim, em contrapartida a uma produção e sociedade insustentável, alinha-se uma concepção de que projetos têm de serem realizados dados dois focos estratégicos destinados a inovação: a Desmaterialização Econômica e a Ecoeficiência.
Figura 2 - A inovação em direção e aproximações rumo ao produto/serviço. (PIMENTEL, 2011).
Em Simoni (2009), este dado alinhamento aparece também como força de mudança de um quadro de novos valores em: ‘diferenças em rendimento das ações de uma empresa associadas à percepção da sustentabilidade do negócio ajudam a acelerar a mudança do perfil, em especial a atitude de investidores.’ (p. 39)
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2.8. AS ESTRATÉGIAS SINÉRGICAS E INOVADORAS Aqui a Inovação pode ser concebida em um cenário minuciosamente planejado, um posicionamento estratégico ecologicamente orientado, contendo a escolha das Melhores Práticas e Melhores Tecnologias (cf. MANZINI, ET AL., 2008), destinados a um novo conceito em empreendimento. Para tal, estas estratégias precisam ser sinérgicas. Sinergia aqui se trata de um cenário de forças propícias, unidas e voltadas à busca pela inovação, tendo nesta uma orientação a atividade empresarial destinada à melhores soluções em âmbito econômico-ecológico. Neste presente trabalho, sinergia e inovação serão enxergadas pela ótica do QFD como conseqüência do desdobramento deste conceito de qualidade a ser viabilizado pela prática do método, mediante implantação de plataformas e ferramentas mais avançadas para o desenvolvimento de produtos. A desmaterialização econômica – termo que aponta um esvaziamento do comportamento natural dos sistemas em que as atividades econômicas e produtivas estão baseadas - poderia ser definida por atividades hábeis em aumentar a capacidade de uso de fontes disponíveis (usando-se alternativas fontes de suporte a cadeia produtiva), suprindo a demanda
mercadológica
bem
posicionada
pela
boa
prática
sócio-ambiental
(SPANGENBERG et al., 2010), ou ainda, poderia ser uma resposta exata para produtosserviços intrinsecamente sustentáveis: criados a partir da sustentabilidade, e, destinados inteiramente a incentivar este fim.
2.9. O DESENHO DO CICLO DE VIDA Desta forma, alinhado a intento estratégico e de forma complementar á agregação de valor na forma de capital natural dentro da gestão de produto, utiliza-se a atividade de projetar o Ciclo de Vida, uma plataforma esta que deve ser aplicada a partir da etapa de Projeto Conceitual do Desenvolvimento de Produtos (LOBACH, 2001), portanto, concebido como elemento perene da metodologia projectual. A aplicação do Projeto de Ciclo de Vida está diretamente ligada ao estudo da extensão da vida dos materiais, se manifestando tal qual o anteriormente apontado sobre o exercício das modalidades de atividade projectual em design, e se manifesta em formas avaliativas para a análise de custos e avaliação de impactos ambientais, unindo implementação de níveis maiores de qualidade e necessidades dos envolvidos no projeto (stakeholders). Na prática normatizada, o Projeto do Ciclo de Vida
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abrange as atividades que vão desde extração da matéria-prima até a eliminação reutilização/ reciclagem/ reuso, dadas pelas ISO 14040, 14041, 14042 e 14043 (KHAN et al., 2011). Podese de forma conclusiva afirmar então que: é mais favorável em vários âmbitos projetar para soluções dentro da cadeia produtiva, uma vez que estas não terão que lidar com variáveis desfalcadas de etapas que não incluam em seus programas de gestão do custo, as atividades do pós-uso. Além de menos oneroso, incluiria uma atividade a menos nas prioridades de planejamento para implementar, ativar, analisar e incrementar melhorias qualitativas aplicadas ao Projeto do Ciclo de Vida do Produto.
Figura 3 – Roda de eco-concepção. Adaptado de Kazazian, 2005, p.37.
Em Chehebe (1998), A Análise do Ciclo de Vida, ACV, é apresentada como uma consolidada ferramenta surgida em meados da década de 70, contendo em seu preâmbulo e aplicação as etapas de: Princípio geral e Procedimento (ISO 14040), Inventário Geral e Específico (ISO 14041), Avaliação de impacto (14042) e Interpretação (ISO 14043). Verificase também uma validade em análises de abrangência global, específica, e relativa, portanto sistêmica e estratégica tal qual o QFD em uma fase de desenvolvimento pós-caracterização e especificação do escopo, na qual executa um papel crucial de métrica ecologicamente orientada. Mediante o entendimento da ISO 14041 na ótica exposta pelo autor, o presente trabalho contempla de forma exploratória o inventário de suas ações, quais estas: da apresentação do sistema de produto a ser estudado e dos limites considerados em termos dos estágios de ciclo de vida, unidades de processo e entradas e saídas do sistema; da base para
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a comparação entre sistemas (em estudos comparativos); dos procedimentos de cálculo e da coleta de dados, incluindo-se as regras para a alocação de produtos e o tratamento dispensado à energia;dos elementos necessários a uma correta interpretação, por parte do leitor, dos resultados da análise do inventário (p. 23). Tais ações são precedidas de Avaliação de impacto, para que possa ser revisado então o objetivo e escopo de projeto no desenvolvimento secundário. Objetivo do trabalho e escopo podem ser verificados em suas viabilidades e especificações de forma particular, mediante apreciação isolada de cada um dos itens do inventário, denominadas de ‘unidade funcional’. Tal análise específica compreende as ações de: identificar as possíveis funções do sistema; seleção da função utilizada para análise; definição da unidade funcional; identificação da performance do produto; cálculo do fluxo de referência (CHEHEBE, 1998, p. 39). 2.10. A COMPOSTAGEM COMO ESTRATÉGIA SINÉRGICA E INOVADORA A compostagem se resume em induzir uma determinada coleção de resíduos, ou conduzir matérias-primas orgânicas residuais de seu estado sólido ao estado parcial ou total de humificação (KIEHL, 1986), gerando assim o humus. A importância desta atividade é vastamente reconhecida pela capacidade intrínseca de recuperação de fertilidade em áreas de terreno já empobrecido, seja em quadros de mal-uso, ou por possibilidades de alteração na ordem natural ecológica. Sua aplicação é empregada em situações de grande variedade, seja em grandes terrenos destinados ao plantio rural, ou no pequeno cultivo doméstico, devido ao benefício microbiológico obtido na geração de microagregados ao solo, uma vez que seu fator estrutural (aglutinantes coloidais) terá melhor desempenho por meio de estabilização atômica, possibilitando uma melhor nutrição para vegetais.
Fotografia 1 – Compostagem. (PIMENTEL, 2011).
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No levantamento de dados factíveis para uma melhor aproximação entre teoria e prática, acompanhou-se um grupo de extensionistas no Núcleo de Responsabilidade Empresarial Social – NURES na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA da Amazônia Oriental, sob orientação da professora assistente Ana Julia Soares Barbosa da Universidade do Estado do Pará entre Abril e Maio de 2011. Dentro da plataforma de pensamento proposta aqui, a atividade de compostagem aparece como uma das possibilidades técnicas para a gestão de resíduos, compreendendo antes de induzir e facilitar para formação do húmus, as atividades de: identificar, separar, e limpar. O reconhecimento da importância da compostagem se dá em várias esferas, inclusive aquela responsável pela formulação das políticas nacionais de contingências nesta área, que em Sette et al. (2010), acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), aparece como: Há também a possibilidade de reaproveitar parte dos residuos orgânicos pela compostagem, que consite em um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais, com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na(s) matéria(s) prima(s), a exemplo, do adubo orgânico. (p.7)
No âmbito da normatização, reconhece-se também a consolidação progressiva das leis que regem a série ISO 14000, tais quais as formantes da ISO 14040, acerca da avaliação do Ciclo de Vida do Produto, compreendendo ações de estruturação para a análise, definição do âmbito de análise e análise aprofundada, avaliação, interpretação da avaliação, e apresentação da avaliação, ou seja, todas as etapas relativas à documentação de uma situação produtiva analisada por critérios de validade legal. Sendo assim, a partir da reiteração da importância das atividades de indução de resíduos ao estado de humificação e seu pertencimento como prioridade governamental nos fins dados a resíduos sólidos, as ações projectuais requeridas pelo escopo de projeto desenham uma oferta de serviço a ser produzido pela ação da compostagem e exposta pelo produto a ser desenhado por este projeto, tal qual em seu ciclo de vida expandido:
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Figura 4 - Ciclo de vida na óptica do serviço/produto apresentado. (PIMENTEL, 2011).
Sendo assim, os benefícios da atividade de compostagem dentro do desenho da vida do produto para o intuito realizado no recorte teórico aqui apresentado, se resumem na capacidade de habilitar a percepção do sistema-produto, a partir da redução de níveis de poluição intrínsecos da produção e consumo, formando um fluxo fechado das etapas de ciclo de vida de forma hábil a se responsabilizar sobre resíduos sólidos e gasosos, em fases antecipadas de análise de impacto ambiental, até a conseqüente minimização de sua pegada ambiental (KAZAZIAN, 2005, p. 86), portanto, contribuições de ordem organizacional e de execução de metas, para qual o projeto fora idealizado.
2.11. ACEITAÇÃO DO PRODUTO SUSTENTÁVEL O Eco-design se destina de forma mercadológica, a suprir necessidades do âmbito ecologicamente orientado, porém, pode ser estrategicamente visualizado (como atividade-fim, método ou objetivo para arrecadação) dada uma crescente procura por produtos de consumo, atividades laborais, ofertas de serviços e necessidades deste universo ecológico. Seja como Consumo Verde ou Mercado Verde - vislumbrando produção e gestão sustentável acertada percebe-se aqui uma recorrência forte e propícia à objetivação do estudo e aprofundamento na área. Tal oportunidade baseia-se em um retrato atualizado de uma sociedade industrial em transição e espacialmente restringida a escassos terrenos férteis para cultivo, possuindo no
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consumo consciente uma crescente necessidade que ganha maior espaço de influência entre as trocas intangíveis (REX, ET AL., 2007). Desta forma, percebe-se entre o diagnóstico mercadológico e a percepção para inspiração em biociclos, certa sincronia, e uma situação tal qual demanda sustentável a ser resolvida. O consumo verde aqui será concebido como fenômeno consolidado, capaz de viabilizar uma transferência de necessidades que se deslocam de uma atividade que envolve o âmbito denunciatório, para o foco da economia de mercado, uma legitimação conseqüencial levada a cabo por uma relação de consumo tal qual disseminadora e assegurada. Neste sentido incentivar-se-á a adesão a uma ecologia industrial fortemente desmaterializada, uma economia baseada em ofertas de serviço, favorecendo o interesse pela cultura empreendedora, orientada pela inovação sustentavelmente viável. Porém, questiona-se se esta problemática mercadológica tem de fato relação objetiva e mensurável com produtos eco-elaborados, e, se este vínculo é possível, apresentamos a indagação: como vender tais produtos? Em Rex et al. (2007), encontramos considerações importantes acerca da pesquisa sobre os reais consumidores de produtos verdes, uma vez que o foco dominante na pesquisa acerca do mercado verde têm sido determinar o tamanho e as características deste mercado. Sendo assim, percebe-se como cenário mercantil desta produção, o crescimento considerável da ênfase aos assuntos verdes, e seu início da década de 90. A pesquisa na área segundo o mesmo autor, revela que, a análise de sucessos e comportamentos do consumidor, os quais em plataformas de pesquisa de mercado convencional eram o foco e o objeto de estudo, no campo de produtos sustentáveis tornam-se ainda mais incógnitas. Então, outra variável para a pesquisa se apresenta: visualizar consumidores que realmente são verdes, e a partir disto, quantificar uma propensão parcial para crescimento de produção e consumo. Mesmo assim, o mesmo autor apresenta alguns dados importantes: na União Européia, o mercado dos produtos eco-elaborados tomam conta de 5% das vendas, já em países nórdicos o autor faz a diagnose de 55 grupos de produção exclusiva baseada em eco-elaborados, contando com 2800 produtos disponíveis no mercado. No Japão, somam-se 64 grupos produtivos e 5000 produtos em distribuição. Contudo, o potencial do mercado avaliado pelo autor é considerado baixo, com exceção do setor alimentício, que apresenta crescimento contínuo (cf. REX, ET AL., 2007). Ou seja, percebe-se que o mercado para produtos verdes é não-existente ou saturado, e o ambiente informacional necessita produzir resultados mais qualitativos em suas práticas.
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3. DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO EM UMA ABORDAGEM SIMPLIFICADA DO QFD Diante de tal método, percebe-se a possibilidade de contribuição em várias ordens de ação, seja na gestão, nos critérios de decisão projectual, ou seja ainda no mapeamento acerca do comportamento dos interessados no desenvolvimento do projeto.
3.1. SIMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO QFD Sabe-se que as contribuições reais do QFD á atividade projectual envolvendo o design, são capazes de projetar melhorias conseqüentes mediante o desdobramento da qualidade, consolidando-o como um exemplar entre avançados métodos para o desenvolvimento de bens/serviços, uma vez que é capaz de identificar desejos e necessidades dos clientes para criar produtos que atendam às demandas reais. O método consiste em um gerenciamento de tabelas, matrizes, e sua extração, relação e conversão, se apresentando geralmente mediante o uso de 4 e até 5 destas, podendo ainda ser realizada também com o uso de apenas uma matriz, como no caso Wolkswagem (MIGUEL et al., 2002).
Figura 5 - Exemplo da correlação matricial usual no qual o QFD se baseia. (PIMENTEL, 2011)
Em nível acadêmico, o estudo do QFD se concentra acerca do desenvolvimento teórico focado em discernir acerca de sua implementação, bem como o assentamento da
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compreensão de seus critérios dentro das organizações aonde fora implantando, no intento de compreender a inter-relação entre critérios de decisão com as ferramentas de gestão, e objetivado em atingir resultados ótimos no uso de tais ferramentas. Aparece também como habilitador em nível ótimo da capacidade de avaliar o comprometimento da organização através da relação entre cada critério de escolha, ferramenta gestionária e seu tipo de relação, podendo mensurar assim de forma comparativa, a consistência entre necessidades organizacionais do modelo QFD e outros modelos de qualidade, como por exemplo, o conceito de Excelência da Fundação Européia para a Gestão da Qualidade (European Foundation for Quality Management – EFQM), que expõe uma relevante representação acerca da interação de seus Fundamentos conceituais, Critérios e Ferramentas Gestionárias, os três níveis da aplicação do QFD em sua compreensão (YOUSEFIE et al., 2011):
Figura 6 - Os três níveis do modelo EFQM. Adaptado de Yousefie et al. (2011)
Comercialmente, o QFD se torna uma ferramenta da competitividade, contribuindo assim para o desenvolvimento de produtos e serviços com qualidade, e que satisfaçam as exigências dos seus clientes, garantindo a sobrevivência no mercado e agindo no planejamento, estruturação e sistematização de melhorias da qualidade e desenvolvimento de novos produtos. Uma vez relacionando processos de formação dos julgamentos acerca da qualidade, consideram-se também as possibilidades de contribuição em nível das interações entre objetividade x subjetividade, relacionado à caracterização dos desejos atribuídos às características do produto, possibilitando identificar áreas onde tanto decisões comerciais, quanto de pesquisa e desenvolvimento, podem requerer sua aplicação (CORTÉS et al., 2005). A recorrência do tema do QFD aparece segundo Miguel (2002) com freqüência: 61 artigos de QFD publicados no Brasil de 1995 a 2001, onde 38,9% fazem parte do desenvolvimento de produtos e 61,1% do setor de serviço (foram desconsiderados os artigos sobre o estudo da metodologia do QFD). No setor de serviços, os casos foram aplicados em diversos ramos, observou-se que o QFD foi aplicado em 8,1% saúde 5,4% dos casos em ensino e 2,7% em cada um dos casos de telecomunicações, Internet, clubes, laboratórios, shopping, serviços automotivos, dentre outros. No desenvolvimento de produtos, 20,8% mais frequentes as aplicações foram para
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produtos automotivos e 12,5% em alimentos. Após a análise, verificou-se que todas as empresas que implantaram o método do QFD alcançaram resultados positivos. (MIGUEL, 2002, p.2)
Acrescentando a ocorrência de sua pesquisa, o QFD torna as empresas – além de aptas em desenvolver produtos que satisfaçam exigências crescentes e diversificadas de seus clientes - eficazes em armazenamento e transmissão de informações durante a atividade multifuncional de desenvolvimento de produto, ou seja, viabiliza um cenário propenso a decisões tendentes a bons resultados. Sendo assim, uma vez que é necessário que se desenvolvam novos, melhores, mais baratos, mais seguros, enfim, produtos mais competitivos, o QFD se afirma como método ideal para atingir um nível de satisfação maior nesses objetivos, portanto maiores aquisições na relação usuárioXproduto. Visto o recorte teórico aqui apresentado, o método QFD dividido em três etapas será resumido, realizando-se uma adaptação de tais etapas, bem como da forma com que os agentes o aplicam. Mesmo assim, verifica-se a estreiteza do método com a tradicional metodologia para o desenvolvimento de produtos apresentada em Lobach (2001). Portanto, a aplicação do QFD neste trabalho dá-se de forma simplificada, prática e baseada no compartilhamento das informações e decisões de projeto perante os avaliadores do método, composto de discente e orientador, baseando-se em reuniões pautadas por 3 fases estudadas, a saber: Estudo Preliminar, Ciclo de Condução por 6 passos, e Monitoramento. Abrangendo assim as três primeiras fases projectuais em Lobach (2001), tais quais: Projeto Informacional, Projeto Conceitual e Projeto Preliminar. Como parte ausente do desenvolvimento deste trabalho, o acompanhamento mercadológico e a etapa de Projeto Final não serão vislumbrados, sendo o desenvolvimento do presente trabalho continuamente focado em seu objetivo conceitual. A fase preliminar se dá pela exposição informacional do projeto perante o grupo de trabalho, bem como a forma como o QFDs (sintético) pode ser implantado junto a suas ferramentas de avaliação e monitoramento, portanto, concernente a fase de Projeto Conceitual. A fase do Ciclo de Condução por 6 passos dá-se apenas por 3 destes, viabilizando os primeiros (coleta de dados qualitativos/ quantitativos, feedback de dados e avaliação do desempenho), durante a etapa de Projeto Conceitual e a fase de avaliação de desempenho durante a fase de avaliação do Projeto Detalhado. Portanto, a segunda fase consistirá na análise de dados, planejamento da ação (dado pela comparação de soluções projectuais), e implementação das ações (dada por reuniões em que serão decididas as escolhas projectuais).
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A fase de monitoramento abrangerá a avaliação de desempenho, feedback e relatório do monitoramento da aprendizagem.
Figura 7 – Relação tempo e etapas de ações no desenvolvimento de produtos utilizando o QFDs (PIMENTEL, 2011)
Sendo assim, no intermédio de cada etapa projectual realizam-se reuniões que funcionam como os gates, convenções para o discernimento dos critérios projectuais a serem executados, requisitos basilares do método QFD em que são homologadas as QP (Qualidades planejadas) para a realização do projeto. Para obtenção das QP é necessário mediante cada atributo projectual, um cálculo em que se obtenha o grau de importância para o planejamento desta qualidade, que é obtido por uma relação de média entre Qualidade Exigida (QE, ou Voz do Cliente) e Características da Qualidade (CQ ou Voz da Empresa), tal como o critério afunilado para cada apontamento projectual em sua unidade restrita - QFDr (restrito) - aponta. Demandam-se as QE pelo grupo de trabalho através da lógica indutiva, para que, por entendimento da demanda que o bem/serviço angaria (a Voz da Empresa), sejam formuladas as Características da Qualidade (CQ), e se atinjam as qualidades planejadas, homologadas nas reuniões do Ciclo de Condução do QFDr pelos gates.
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Figura 8 – Como se dá o funcionamento da matriz no QFD (PIMENTEL, 2011)
3.2. REQUISITOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO Para início desta atividade dentro do andamento projectual, têm-se nas experiências acumuladas pela pesquisa no desenvolvimento deste mesmo serviço/produto e do estudo teórico acerca do mesmo panorama, as seguintes atividades desenvolvidas pelo autor: BRASIL, É. C. et al. 2009. Menção Honrosa no Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio América Latina e Caribe. 2009. Alcoa; PIMENTEL, B. G. S. Ressignificações em Design. In: II International Symposium on Sustainable Design, 2009, São Paulo. Especial Mundo Sustentável, 2009; FURTADO, E. J. C. et al. Diálogos. 2009 (Video); BRASIL, É. C. et al. Estudo sobre o processo de construção de um protótipo de uma composteira eletrodoméstica em alumínio. In: II CICEA - Congresso de Iniciação Científica de Engenharia Ambiental, 2010, Foz do Iguaçu; BRASIL, É. C. et al. Study on the process of building a prototype of an aluminum appliance composters. In: 63ª Reunião Anual da SBPC, 2011 (Congresso). Goiânia. Para desdobramento dos critérios restritos (QFDr) para este projeto, pesquisou-se qualidades tais em critério de afinidade com o desenvolvimento de produtos sustentáveis (MANZINI et al., 2008), e que poderiam apresentar-se para a formação das CQ. Também
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fora pesquisado Kiehl (1986), Dorneles et al.(2010) e SENAR (2003), e conforme o mesmo critério para a metodologia projectual, são expostas, desdobradas e pontuadas com importância de 1 a 5 pontos, as Características de Projeto, conforme o quadro abaixo: Quadro 1 - Desdobramentos das CQ para o QFDr.1
Fonte: O autor (PIMENTEL, 2011) Quadro 2 - Desdobramentos das CQ para o QFDr.2
Fonte: O autor (PIMENTEL, 2011)
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Quadro 3 - Desdobramentos das CQ para o QFDr.3 e 4
Fonte: O autor (PIMENTEL, 2011)
E para desdobramento dos critérios de Qualidade Exigida, utilizou-se das referencias teóricas analisadas por este desenvolvimento textual, bem como do conhecimento acerca de um bom desempenho funcional para o desenvolvimento de produtos, contribuindo para a organização das informações abaixo, as Qualidades Exigidas pelo cliente: Quadro 4 - Desdobramentos das QE
Fonte: O autor (PIMENTEL, 2011)
Sendo assim, a média alcançada para esta relação entre Peso Absoluto e Peso Relativo mostra seu Grau de importância para o foco da atividade projectual, mediante a pontuação:
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Quadro 5 - Desdobramento da qualidade para o presente projeto
Fonte: O autor (PIMENTEL, 2011)
Quanto ás prospecções da ordem de alimentação energética, seu fluxo deverá priorizar dispositivos de ordem digital, tal o mostrador eletrônico com iluminação por aplicação de LED (Diodo Emissor de Luz), e outros formantes destinados ao funcionamento mecânico das seções internas, como se verifica na necessidade de um sistema de trava na abertura do tampo superior a ser condicionado por um contador de tempo, pois que durante parte da atividade, quando em estágio avançado em meio ao processo de compostagem, o input contínuo de novos resíduos orgânicos não é aconselhável ao bom resultado do material obtido. Para a maior durabilidade dos componentes internos do produto, aponta-se a materialidade de algumas peças serem moldadas em alumínio reciclado, uma vez que é comprovada sua alta
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recorrência de uso em novas finalidades em moldagem que não a sua original e sua coesão com a importância de um desenho do ciclo de vida de afinidade com a proposta de projeto. Para maior redução das possibilidades de vazamento do conteúdo a ser despejado e induzido ao estado de humus, verifica-se a aplicação de um sistema de travas mecânicas capazes de interligar o enclausuramento das partes do produto que mais necessitam de tal atribuição, tal como o funil e as áreas de contato próximas a ele. Adicionada a alimentação do sistema eletro-eletrônico, verifica-se possíveis implementações que poderão ser objeto de modificações em seu próprio abastecimento, podendo por implementação possuir integrações com possibilidades de ordem piezométrica (aonde a aplicação de peso converte-se em energia), fotovoltaica (aonde utiliza-se a energia solar para conversão) ou mesmo calorimétrica, considerada a partir do própria possibilidade de absorção de calor do sistema de contato com o composto, direcionando assim aos sistemas eletro-eletrônicos (LAMONTANHA, et al., 2009). Tal busca por uma otimização energética e equivalente redução de gastos está atrelada a ecoeficiência idealizada para o projeto. Devido ao alto grau de importância dado aos fatores de segurança e transporte, as atividades projectuais foram direcionadas a um afunilamento funcional para o projeto, segundo objetivos ligados ao usuário e a possibilidade de facilitar a limpeza dos componentes e desmontá-los em segurança no manuseio, também sendo funcionamento por default, visado junto a estas prioridades. A segurança deverá ser visada, devido à possibilidade de fatores bioquímicos intrínsecos da compostagem serem de reconhecido perigo à saúde humana. A sinalização de regiões de fragilidade do produto será aplicada na diferenciação de superfície do recipiente, de modo que verifique-se, mediante sensibilidade do toque, a percepção de fragilidade ou mesmo necessidade de tato cauteloso. Para a disposição espacial do produto dentro do ambiente doméstico, aconselhar-se-á mediante uma ferramenta informacional a indicação de ambientes arejados, tangenciados a áreas de grande circulação de pessoas, aonde possam facilmente ser realizadas operações de limpeza doméstica, bem como aquelas que compreendem o manuseio de alimentos e resíduos orgânicos, operações estas que antecedem o input de insumos no produto, mas que estão diretamente ligadas as ações que compreendem seu uso.
3.3. VIABILIDADE TÉCNICA Considera-se o Polietileno Tereftalato – PET - a opção mais acertada para a moldagem do recipiente externo do produto cujo desenvolvimento está sendo descrito neste trabalho.
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Mediante a compreensão acerca da validade da ACV exposta neste trabalho, a caracterização geral de input/output de atributos, insumos e outros resíduos a serem gerados pelo produto idealizado acerca de sua configuração e processos então será conceitualmente:
Figura 9 – Fluxo de Input e output considerados no produto estudado mediante conceitualização do ACV (PIMENTEL, 2011)
O Polietileno Tereftalato, é transparente, inquebrável, impermeável, suporta temperaturas razoáveis (327º C), e é leve (cf. CALLISTER JR., 2002). É um polímero sintético (portanto oriundo da atividade industrial) obtenível na forma de fibra tecida por atividade mecânica, cuja importância e processos são extensamente conhecidos pelo setor produtivo no Brasil, primordialmente no setor de embalagens. O avanço técnico-científico que utiliza o PET como interface resultante da atividade de reciclagem, se desenvolve a partir do objetivo comunal de reduzir os impactos de ordem bioquímica provocados por sua reutilização, percebidos na ordem alimentícia e residual dos processos oriundos de sua aplicação, portanto conivente com este desenvolvimento. Porém, apesar da importância para tal atividade e para este trabalho, a produção por moldagem de novos itens que tenham sua configuração original descaracterizada, é a menor utilização que o PET recebe via reciclagem (cf. FORLIN, et al., 2002). Neste recorte, portanto, é importante ressaltar a relevância de uma boa plataforma de gestão capaz de organizar, implantar, ativar e controlar custos e viabilidade técnica desta magra fatia produtiva. Em países como o Brasil, políticas como a de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010) possuem uma formulação conivente com os problemas recorrentes expostos neste trabalho, tais quais o Desenvolvimento Sustentável, a Ecoeficiência, a prospecção de Riscos e os cálculos do Ciclo de Vida do produto. Porém,
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verifica-se uma ambígua, deficiente ou tardia execução acerca das ações concernentes a estas áreas (SETTE et al., 2010). Também não muito diferente das necessidades acerca de produtos verdes ou ecoelaborados expostos neste desenvolvimento, estão os requisitos de um bom desempenho na indústria de reciclados, uma vez que o ‘sucesso da reciclagem está diretamente ligado ao fornecimento de matéria-prima, à tecnologia de reciclagem e a um mercado diferenciado para o produto reciclado’ (TEIXEIRA, 2004). Localmente, verifica-se um alto grau de equidade entre as qualidades locais e aquelas descritas quanto a seus enclaves, não as de nível ótimo em execução, mas as que retratam um desenvolvimento progressivo, porém atrelado as práticas governamentais do país, seguido do ônus das responsabilidades do usuário sobre a do industriário.
Porém, mesmo frente a tal crítica caracterização, verifica-se em um curto
retrato histórico, a importância da atividade para setores estratégicos: desde que em 1998 a reciclagem do PET a partir de garrafas plásticas, tornara-se indústria mais importante do setor de polímeros do Brasil, cresceu cerca de 20 vezes em 16 anos (ABIPET, 2011), colocando o país no status de segundo lugar no ranking dos países que mais utilizam esta tecnologia. A partir de uma pesquisa qualitativa em similares para o produto desenvolvido, encontram-se variações na ordem de: custo produtivo; apresentação da engenharia e funcionamento; conteúdo instrucional; e design diferenciado. A menor parte desta topologia caracteriza-se pela apresentação da espacialidade interna e design diferenciado, seguido de uma caracterização ilustrativa do uso, contendo informações sobre as etapas da atividade da compostagem, disposição espacial do produto, camadas e ordem de formação e empilhamento do composto. A maior parte dos similares pesquisados destina-se a um custo produtivo baixo, priorizando a função de empilhamento ao desenho da superfície do receptáculo. Aparecem aqui também, ocorrências de apropriação tecnológica, consolidando o baixo custo da atividade de compostagem via produto/serviço. Foram considerados neste levantamento também, os dados de similares desenvolvidos pela pesquisa no desenvolvimento deste mesmo serviço/produto e do estudo teórico acerca do mesmo panorama, pelo autor, conforme apontado anteriormente.
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Figura 10 - Mural contando com imagens da pesquisa de similares qualitativos pesquisados*1
1
ReferĂŞncia das imagens utilizadas em ordem alfabĂŠtica: http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/08/15/design-na-compostagem-ideias-para-fazer-emcasa/?replytocom=562 http://innsoma.blogspot.com/2009/04/composteira-de-catalogo.html http://julienbergignat.com http://pt.scribd.com/doc/25545678/Ecobox-Hobby-Sistema-de-Compost-a-Gem http://sacolaecologica.wordpress.com/2009/04/23/composteira-eletrica/
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir das pontuações acerca das prioridades projectuais desenvolvidas pelo método QFD, obtêm-se algumas considerações acerca do perfil do usuário, do desenvolvedor e das prioridades do projeto. Em nível comunicacional, o QFD é capaz de apontar a complexidade do nível informacional do desenvolvimento em questão, que neste trabalho caracteriza-se por um recorte teórico. A respeito dos atributos objetivos que representam os desejos de qualidade exigida para a composteira, têm-se: transporte e segurança se mostram as maiores preocupações com o uso do produto; o produto necessita ser projetado para ser um bem durável, cujo funcionamento ultrapasse a vida útil normal de um eletrodoméstico regular e de vida otimizada; consideram-se importante os critérios acerca do uso eficiente de energia, bem como ter conhecimento acerca de certificações de qualidade, uso do meio ambiente e segurança.
Figura 11 – Renderização com auxílio software fotorrealista (PIMENTEL, 2011)
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FIgura 12 – Configuração projectual para o presente estudo (PIMENTEL, 2011)
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Figura 13 – Prospecção fotorrealista do uso. Autor: Marcel Gentil Coimbra (2011)
Figura 14 – Prospecção fotorrealista do processo de compostagem induzida (PIMENTEL, 2011)
Levou-se em consideração neste trabalho itens para concepção de um produto intrinsecamente sustentável, e averigua-se o delineamento equivalente aos mesmos. Estes foram: consideração da influência ambiental nos critérios de decisão projectual; atividade focada em antecipar em nível de inovação um incentivo rumo à novos caminhos do consumo sustentável; conexão emocional com usuário se mostrando como atributo decisivo acerca da aquisição do produto; bom resultado estético do projeto; qualidade intrínseca atingida mediante formulações teóricas de durabilidade, funcionalidade e valor de consumo tangível e intangível; autenticidade do projeto mediante a apresentação de uma ferramenta metodológica diferenciada; e, compatibilidade do produto perante o retrato do tempo vigente. O presente projeto apresenta um desenho final capaz de reunir itens que partem de uma pesquisa de continuidade em três anos, sendo de forma consecutiva objetivada com três focos respectivos: gestão da reciclagem (2009), novos mercados (2010) e produtos intrinsecamente sustentáveis (2011). Verifica-se nesta última configuração, um projeto mais classicista, menos propenso a traços estéticos emocionais e menos atrelado a uma elaboração
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que o conceberia como ferramenta de uma plataforma gestionária maior (como a de um projeto voltado a reciclagem), que não o da própria criação de novo produtos. Seu uso foi conclusivamente pensado para ambientes domésticos amplos, uma locação com cômodos capazes de interligar áreas de fácil limpeza, aeração, e manuseio de resíduos orgânicos relacionados à alimentação doméstica. Sua alimentação é elétrica e de 127 volts, uma vez que a potência que circula em território nacional é de mesma natureza. Na análise desta proposta para um serviço/produto intrinsecamente sustentável, e que converge toda a atividade projectual a uma oferta de resultado conivente com a redução de um impacto ambiental, percebeu-se também em certo grau uma função social capaz de outorgar e vincular a responsabilidade ativa e consciente do usuário na participação e produção de resultados afins com o objetivo sustentável. Percebe-se na análise de suas funções elaboradas com a ferramenta QFD de critério de escolha, que, estas apresentam-se de forma hierárquica, coesas e coniventes com o processo natural de humificação, uma vez que este, se dando de forma natural nos ecossistemas, aponta aqui sua viabilidade e propensão. As principais funções que serviram de eixos para o projeto foram: função de humificação mediante compreensão das etapas de empilhamento e decomposição; função de pressurização e transporte, mediante elaboração de um sistema compartilhado de trava/pegador; função de desmontagem, mediante separação do produto em três partes encaixáveis; função de durabilidade e redução de peso, mediante critério racional na escolha dos materiais e análise do ciclo de vida; e função de sensibilização de superfície, mediante um desenho boleado com evoluções. Compreende-se que todas estas funções, são componentes da correlação dada pelo conceito de qualidade desdobrada no método. A aplicação em relevo dos selos de material reciclado e resíduos sólidos, dados pela ABNT/NBR 13320 e ABNT/NBR 10004 também foi levada em conta na elaboração da superfície do produto como um item indispensável para sua composição estratégica e bem embasada. Para futuras
implementações
em
nível
de aplicações reais
acerca deste
desenvolvimento, verifica-se: •
Residual em forma de calor e gás e sua possibilidade de escoamento (output),
ou entrada (input) para fins eco-concebidos destinados a reutilização energética dentro da rede de bens de consumo que rege o domicílio do usuário; •
Tal reutilização poderá servir também a necessidades vinculadas as próprias
funções do produto;
47
•
A reabilitação deste projeto a partir de um objetivo focado em
desenvolvimento de ambientes, e deverá conter ações de prognóstico, análise, planejamento, metodologia projetcual e execução posterior com as devidas modificações para uma aprimorada solução eco-eficiente; •
Para outros formantes internos da engenharia do produto não-expecificados,
considera-se o alumínio obtido por processos de reciclagem para integrantes de metal, e para a necessidade de cerâmicos na composição exterior, vidro temperado; Considerou-se neste presente trabalho a explicação ideal como resposta acadêmica às indagações contínuas acerca da atividade projectual, capaz de carregar consigo responsabilidades em várias ordens de execução e controle, em esferas que foram conceituadas acercas de seus requisitos mais basilares, tais como ferramentas informacionais no ambiente projectual, mercadologia, e requisitos para a viabilidade técnica da Sustentabilidade. De modo complementar a todos os paradigmas sócio-produtivos que foram analisados, considera-se a Sustentabilidade aqui como o ideal perene e referencial maior para todas as ações da gestão e atividade projectual. Mesmo assim, percebe-se que apesar do intento em projetar para a inovação visando um ciclo de retorno ecologicamente orientado de insumos destinados a alimentação humana ou nutrição vegetal, existe uma tendência que leva a crer em um afinco maior mirado em resultados de maior eco-efetividade, capaz de mostrar aptidão em ações tais quais definições de metas, aumento na qualidade de resultados, mudanças qualitativas no nível do ferramental necessário para tais ações, e otimização das mesmas, em menor tempo possível.
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APÊNDICE Abaixo uma lista da recorrência do tema acerca dos resultados apresentados aqui.
Para prêmios e títulos:
• e
Menção Honrosa no Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio - América Latina
Caribe, Alcoa.
Para trabalhos completos publicados em anais de congressos:
•
PIMENTEL, B. G. S. ; RODRIGUES, M. A. S. ; SANTOS, N. S. . O
desenvolvimento de uma composteira doméstica. In: Simpósio Brasileiro de Design Sustentável/ International Symposium on Sustainable Design, 2011, Recife. ISSD - SBDS Anais 2011. Recife : Editora Universitária-UFPE, 2011.
•
PIMENTEL, B. G. S. . Ressignificações em Design. In: II International
Symposium on Sustainable Design, 2009, São Paulo. Especial Mundo Sustentável, 2009;
•
PIMENTEL, B. G. S. . Design sustentável: diálogos. In: International
Symposium on Sustainable Design, 2009, São Paulo. Anais do 2 Simpósio Brasileiro de Design Sustentável (II SBDS) Jofre Silva, Mônica Moura & Aguinaldo dos Santos (orgs.) Rede Brasil de Design Sustentável RBDS, 2009;
Para apresentações de trabalho:
•
BRASIL, É. C. ; MATOS, F. O. ; PIMENTEL, B. G. S. ; RODRIGUES, M. A.
S. ; SANDRES, H. G. . Estudo sobre o processo de construção de um protótiopo de uma composteira eletrodoméstica em alumínio. 2011. (Apresentação de Trabalho/Congresso).
•
PIMENTEL, B. G. S. ; RODRIGUES, M. A. S. ; SANTOS, N. S. . O
desenvolvimento de uma composteira doméstica como proposta de destinação sustentável dos resíduos domésticos. 2011. (Apresentação de Trabalho/Congresso).
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• empréstimo
PIMENTEL, B. G. S. . Criação de produtos com bases sustentável e visual
do
imaginário
amazônida.
2008.
(Apresentação
de
Trabalho/Comunicação).
Para produção artística/cultural:
•
FURTADO, E. J. C. ; LAGO, D. M. ; PIMENTEL, B. G. S. ; SILVA, T. M. L.
Diálogos. 2009 (Video).
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