ano XXi • nº 265 dezembro de 2014
ONDE
APOSTAR? Com movimentações atípicas, como Copa do Mundo e eleições presidenciais, o ano de 2014 termina com o registro de desaceleração do varejo. É chegada a hora de ser mais seletivo nos programas de investimentos
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EDITORIAL
O fôlego não acabou O crescimento em larga escala observado na Era de Ouro do varejo realmente se esgotou, mas, ainda assim, o setor farmacêutico é um dos grandes responsáveis por evitar que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não atinja patamares ainda mais desanimadores. Com movimentações atípicas, como Copa do Mundo e eleições presidenciais, o ano de 2014 termina com o registro de desaceleração, mas com índices superiores à média dos demais setores. Enquanto o PIB deve crescer entre 0,3% a 0,5%, a expectativa é de que o varejo cresça 2,5%. A boa notícia é que, para o mercado farmacêutico, os números são mais favoráveis. O que se conclui é que está na hora do Brasil investir em infraestrutura, mas sem esquecer o consumo. Acompanhe a reportagem de capa da última edição de 2014, na íntegra, e saiba quais os rumos que o País tende a seguir, sobretudo com a economia
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) EDITORA-ASSISTENTE Flávia Corbó EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
instável resultante da reeleição da presidente da República Dilma Rousseff. No mês de dezembro, o Guia da Farmácia não poderia deixar de fornecer informações necessárias e relevantes sobre o combate do vírus HIV e da aids. O Ministério da Saúde estima que, no Brasil, 720 mil pessoas vivam com eles. Porém, desse total, pelo menos 150 mil não sabe de sua condição sorológica, o que aumenta o risco de transmissão. O farmacêutico tem muito a colaborar, já que o início da terapia antirretroviral é sempre um período muito difícil. É preciso ter empatia e incentivar a boa aderência, bem como criando vínculo com a pessoa para que esse torne um lugar de estímulo ao retorno. Feliz Natal e um Ano-Novo repleto de realizações e bons negócios.
ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Claudia Manzzano, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Gustavo Semblano, Marcelo Cristian, Mariele Balconi de Moura Oliveira, Valéria Carinhato e Silvia Osso
MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira
IMPRESSÃO Abril Gráfica
ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto
CAPA Shutterstock
GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2014
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Lígia Favoretto Editora-chefe
O ano de 2014 termina com o registro de desaceleração, mas com índices superiores à média dos demais setores
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
FOTO: SHUTTERSTOCK
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SUMÁRIO
#265 DEZEMBRO 2014 E MAIS
138 38 > ATUALIDADE Saiba como deve ser prescrito um medicamento off-label, com aplicação diferente daquela aprovada pela vigilância sanitária
56 > DEBATE A Justiça manteve a venda de artigos de conveniência nas farmácias de alguns estados brasileiros, retomando a briga entre varejo e órgãos reguladores
8 > 12 > 16 > 22 > 30 > 42 > 46 > 76 > 82 > 88 > 94 >
GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE CONJUNTURA GESTÃO CONSUMO PONTO DE VENDA E-COMMERCE TENDÊNCIA
ESPECIAL SAÚDE 96 104 114 120 124
> > > > >
AIDS COLESTEROL E DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE ALERGIAS BEBÊS
130 138 148 152 154 162
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CUIDADOS ESPECIAL VERÃO EVENTO – ABRADILAN EVENTO – ECONOFARMA MG SEMPRE EM DIA SERVIÇOS
ARTIGOS
62 > ECONOMIA
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70 > PANORAMA
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Apesar dos números ruins da economia, o comércio espera que as vendas do Natal sejam positivas a ponto de recuperar o desempenho de 2014
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CAPA
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Especialistas de mercado são taxativos em dizer que a Era de Ouro do varejo chegou ao fim. Empresários precisam se adptar aos novos tempos
VAREJO Silvia Osso TREINA PDV Marcelo Christian CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano MERCADO Valéria Carinhato ESTRATÉGIA Mariele Balconi de Moura Oliveira
ERRATAS • Diferente do que foi publicado na seção Atualizando, página 28, da edição 263 (outubro), o produto Lubrigel, da Master Farmacêutica, não é isento de registro conforme RDC 27/10. O número de registro MS correto é 80005910023. A nota foi republicada na edição 264 (novembro), com a informação corrigida, na página 33. • A farmacêutica Takeda anunciou o desenvolvimento de uma nova unidade de negócios, a Consumer Healthcare Brasil, que tem como objetivo atender ao potencial do mercado para produtos Over the Counter (OTC), Genéricos (GX) e Similares (BGx). Não RX (itens de marca), como divulgado na nota Desenvolvimento e qualidade, publicada na seção Antena Ligada, página 18, edição 264 (novembro). • O preço correto do produto Clindo Pele Acneica (Liquid Soap), da Stiefel, publicado na seção Sempre em Dia, página 206, edição 264, é R$ 37,99.
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USO ALTERNATIVO Confira outros exemplos de medicamentos off-label.
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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS
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DIAGNÓSTICO PRECOCE EVITARIA 50% DOS CASOS FATAIS DE CÂNCER DE PRÓSTATA
SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
TEM FARMACÊUTICO, SIM!
Olha só a quantidade que sai das faculdades todos os anos. Só aqui em São Luís (MA), deve ficar na casa dos 300 profissionais, por baixo. Marcos Alan, em resposta à nota MP que exige presença obrigatória de farmacêutico voltou a causar polêmica, publicada dia 12/11, no Facebook do Guia da Farmácia
CONTEÚDO DE QUALIDADE CONSUMO DE TARJA PRETA APRESENTA ALTO CRESCIMENTO NO BRASIL USE MEDICAMENTOS COM CAUTELA. REPASSE ESTE CONSELHO
DIA MUNDIAL DO DIABETES
Gostaria de parabenizar a toda equipe do Guia da Farmácia pelas excelentes notícias nas publicações. Assinei a revista há pouco tempo e estou gostando muito das informações que recebo aqui na farmácia. Rodolfo da Rocha Fonseca, em comentário postado no Portal do Guia da Farmácia, no dia 11/11
TARJA PRETA
A culpa é dos próprios médicos que, por qualquer coisa, passam esses tipos de medicamentos, com tantos outros naturais que poderiam indicar, e não o fazem. Darley Santiago, em resposta à nota Consumo de tarja preta apresenta alto crescimento no Brasil, publicada no dia 11/11, no Facebook do Guia da Farmácia
PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS!
Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 30.
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ENTREVISTA - TAKEDA
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Reestruturação
global de negócios e operações EMPRESA JAPONESA DE 233 ANOS DE HISTÓRIA, 15ª MAIOR FARMACÊUTICA DO MUNDO, CONSOLIDA SUA PRESENÇA EM MAIS DE 170 PAÍSES E APRESENTA PLANOS DE EXPANSÃO
A
P O R L Í G I A FAV O R E T T O
A Takeda, 8ª maior companhia farmacêutica do País, anunciou uma reestruturação global de negócios e operações que coloca a empresa em “Fase de Transformação”. As novidades, que acontecem na mesma época do aniversário de 60 anos da companhia no Brasil, chegam com a missão de deixá-la mais preparada e competitiva para o mercado nacional, além de fortalecê-la como empresa centrada no paciente e no consumidor. As mudanças, que acontecem a partir de 1º de abril de 2015, envolvem desde a criação de novas áreas de negócios à troca de cargos. Entre as mudanças mais significativas, podemos ressaltar à integração na Unidade de Negócios de Mercados Emergentes (Emergency Markets), que devido às semelhanças gerais no portfólio de produtos e à necessidade de apoiar o crescimento contínuo da companhia no mundo, reestrutura-se em cinco áreas: Ásia-Pacífico, Grande China, América Latina, NEMEA (Oriente Próximo, Médio e África) e CIS (Rússia, Cazaquistão, Ásia Caucasus e Bielorússia). O atual presidente da Takeda no Brasil, Ricardo Marek, assume a posição de Head LATAM, em uma estrutura que abrange sete países: Brasil, Argentina,
Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela. A região conta com 3 mil profissionais e, apenas no ano fiscal de 2013, faturou U$ 789 milhões. Outra novidade importante para o Brasil é a criação da unidade de negócios Consumer Healthcare, que tem como objetivo atender ao potencial do mercado para produtos Over the Counter (OTC), Genéricos (GX) e Similares (BGx). O projeto atuará em busca do bem-estar e saúde do consumidor, visando ampliar a atuação no mercado brasileiro, expandir a linha de produtos e aumentar o acesso da população brasileira a medicamentos de qualidade. Marek possui MBA pela Universidade de São Paulo (USP), extensão em Finanças pela Universidade de Michigan e Especialização em Gestão de Marketing Internacional, pela Universidade da Califórnia. O executivo se aperfeiçoou como CFO pela Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. Em conversa exclusiva com o Guia da Farmácia, revela sua estratégia de crescimento e de que forma a companhia pretende se tornar mundial. Guia da Farmácia • A estratégia de reestruturação global dos negócios funcionará de que forma, na prática? Ricardo Marek • Essa integração tem como objetivo 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ENTREVISTA - TAKEDA
otimizar o gerenciamento de uma ampla diversidade e dispersão geográfica, além de aproveitar sinergias entre as dinâmicas de mercado, o portfólio, as culturas e os fusos horários. A partir de agora, a estratégia e implementação serão geridas pelos líderes designados em suas respectivas áreas e essa nova estrutura organizacional irá reduzir a complexidade, ampliar o senso de responsabilidade, a velocidade para o mercado e permitir que a empresa opere de maneira mais eficiente. Guia • Como o Brasil se engloba nessa operação? Marek • O Brasil atua de maneira importante nessa nova estrutura. O País e a América Latina passam a ser uma única região dentro de Mercados Emergentes, e São Paulo será a sede dessa região. Guia • Por que essa transformação acontece nesse momento? Marek • Na realidade, quando a Takeda comprou a Nycomed, tinha grandes produtos em seu pipeline, eles geravam cerca de US$ 2,5 bilhões no faturamento; com a perda de patente desses produtos e a entrada de genéricos em algumas áreas terapêuticas específicas, principalmente diabetes, a Takeda precisou se reestruturar. Houve sim uma compensação, só que nesse momento havia uma Takeda e uma Nycomed, além da Millenium, voltada exclusivamente para oncologia, então existiam 3 grandes negócios, mas faltava uma configuração global. Guia • A Takeda ficará em “Fase de Transformação” por quanto tempo? Marek • Quando um novo líder assume uma organização, ele precisa conhecer seu perfil, o perfil das pessoas 14
que trabalham na organização, seus gestores, seus líderes, o perfil do portfólio, dos mercados competidores. Essa é minha missão para a América Latina e a mesma dinâmica é vivenciada pelo nosso novo presidente mundial, o Sr. Christophe Weber, que precisa visitar grandes países. Quando eu assumi, isso se deu em 2, 3 meses, porque eu já estava no processo da organização, agora nessa nova fase de gerenciamento global, serão de 3 a 6 meses, para construção de um novo time, adaptação, posicionamento, novos lançamentos, construção de estratégias, revisão das estratégias já existentes. Guia • Você pretende dar continuidade ao crescimento acelerado. Na sua opinião, o que é um crescimento acelerado? Marek • Na verdade, o termo correto seria crescimento sustentável. Crescer sustentavelmente trará mais efeitos positivos para a organização. Quando falo organização, envolvo colaboradores, mercados, pontos de venda, pacientes e consumidores. Temos uma pauta de crescer no Brasil sustentavelmente, lançando produtos ano após ano, nas várias áreas terapêuticas em que atuamos: oncologia, de forma global, cardiometabólica, produtos para diabetes, hipertensão, área respiratória, área de imunologia e vacinas. E crescer sustentavelmente é dar passos conforme o “tamanho das pernas”. Não quero cometer equívocos nas decisões tomadas para a organização. Guia • Da mesma forma que vocês estão unificando, falando em um foco global, existem as necessidades regionais. De que forma a Takeda olha para isso? Marek • Por mais que a gente acredite que um país, como México, Brasil, tenha similaridades, existem as diferenças. Com o perfil de produtos que nós possuímos, principalmente na área de OTC, onde o Brasil é muito forte e bem posicionado, nós queremos trazer essa experiência de portfólio já existente, da Takeda Brasil, para ser submetida a toda região da América Latina, com a constituição da nova área chamada de Consumer Healthcare, explorando oportunidades de conhecer o perfil de consumidores e mercados dessas regiões. Por exemplo: por que não uma Neosaldina na Colômbia? Por que não um Eparema no México? E por que não um produto da Argentina no Brasil? Por que não um produto do México na Colômbia? Guia • Então a nova divisão poderá trabalhar com troca de portfólios? Marek • Essa nova divisão nada mais é do que a composição do negócio de OTC com os negócios da Multilab. Vamos ampliar os leques de produtos que são hoje desenvolvidos pela Multilab, complementando a estratégia e fortalecimento dos negócios OTC, com o
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objetivo de oferecer produtos de qualidade para pacientes e consumidores. Trata-se de uma união de portfólios, mantendo as duas marcas. O mercado da Multilab atua muito fortemente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que acaba sendo complementar à estratégia da Takeda, que é forte no Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. As trocas serão feitas de uma forma estruturada, vamos trazer a experiência e expertise de outros países para um workshop aqui no Brasil. Para trocar vivências, experiências, interesses, conhecimento de mercado. Atender às necessidades dos pacientes e consumidores será pontual para cada um dos países e onde tivermos portfólios que possam ser replicados para outras regiões, será feito. Guia • Isso envolve cada medicamento assumir a legislação de determinado país, certo? Então talvez uma Neosaldina, por exemplo, não fosse para lá da mesma forma que é comercializada aqui e vice-versa? Marek • Na Colômbia, ela pode ser comercializada da mesma forma que aqui, talvez não possa, por exemplo, nos Estados Unidos. Mas não posso ficar restrito a esses exemplos, porque desta forma não consigo atingir regiões do Emergency Markets, mais necessitados, como a África e a Ásia, e eu posso conseguir expandir parte do portfólio de Consumer Healthcare para lá. Guia • A Takeda nunca deixou de usar o nome de outras empresas, como a Multilab, por exemplo, mesmo a Takeda sendo uma empresa de pesquisa. Você acha que deve estar presente em todos os segmentos do mercado farmacêutico, como no de genéricos, com a Multilab? Marek • Houve um grande crescimento no mercado brasileiro, nos últimos dez anos, no volume de vendas de medicamentos, que se deu por vários fatores: vasto e amplo acesso por parte da população, principalmente a grande e nova classe média brasileira, em aumentar seu consumo. Ela não só consome produtos, como carro, geladeira, micro-ondas, fogões, mas também medicamentos, além do fato da expansão do Governo, que obviamente vai dar acesso a medicamentos de baixo custo. Olhando para esse movimento, captamos uma real oportunidade de termos uma companhia, que seria complementar a estratégia da Takeda no Brasil, de maximizar sua presença e ampliar seu portfólio. Guia • Temos visto muito essa estratégia, que se configura como uma tendência mercadológica. Você acha que podem vir outras fusões e/ou aquisições para a Takeda? Marek • Podem. O mercado é daqueles que soube-
rem se antecipar. Se acreditarmos na capacidade de criar ou ampliar portfólio e o melhor caminho for uma aquisição, vamos estudar uma aquisição. Não fecho as portas. Guia • Para uma empresa de pesquisa, como sobreviver em um mercado que já perdeu suas principais patentes? O objetivo da Takeda é continuar nesse caminho, o mercado de pesquisa ainda é o mais interessante para vocês? Marek • A Takeda investe anualmente US$ 3,2 bilhões em Pesquisa e Desenvovimento (P&D), o que equivale a 20% do faturamento total da organização. Cerca de aproximadamente 34% dos investimentos de P&D se dão para oncologia, que é um dos principais key-drivers da companhia para o futuro. Não somente o mercado de pesquisa é o mais interessante, como ele aponta para inovação. Ele aponta tendência, ela aponta um futuro. Não estou falando que um mercado de pesquisa, para a indústria farmacêutica, seja a única alternativa, ele é a maior oportunidade para você acelerar suas inovações, é a maior oportunidade para você acelerar a cura de algumas doenças específicas, mas não descartamos produtos maduros que ainda atendem e muito às necessidades dos pacientes do Brasil, além dos brand-generics, que dão acessibilidade à população brasileira. Guia • Como se dá a relação da Takeda com o varejo, sobretudo no que diz respeito à venda de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) que envolvem a decisão do consumidor? Marek • A Takeda é uma das grandes parceiras do varejo brasileiro e este é bastante complexo se comparado a outras regiões dentro da América Latina. Temos hoje algo estimado em 70 mil pontos de venda no Brasil e aqui, no País, você tem uma pequena farmácia onde o dono é o farmacêutico, é o gerente de compras, é o vendedor. E você tem varejos, de grandes redes, com mais de mil lojas. Com estruturas, organizações, grandes diretorias. A Takeda quer estar cada vez mais bem preparada para atender a essas nuances, do pequeno varejista, com uma loja, e do grande varejista, com mil lojas. Quero ter uma das melhores forças de venda no campo, alinhadas com todas as estratégias de trade marketing e ter os produtos que estarão sempre disponíveis às necessidades dos consumidores, o que me obriga a ter um supply chain muito forte, marketing e brand act muito fortes e um relacionamento bem estruturado. Hoje o mercado de OTC representa praticamente 40% dos nossos negócios, com marcas que são carros-chefes, como Neosaldina, Eparema, Nebacetin, entre outros. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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RESULTADOS
EXPRESSIVOS EM 2014, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA MANTEVE AS VENDAS EM ALTA E CONFIRMOU A EXPECTATIVA DO ANO ANTERIOR. INVESTIMENTOS EM PESQUISAS DE NOVOS MEDICAMENTOS FAVORECERAM O RESULTADO POSITIVO POR TASSIA ROCHA
CARACTERÍSTICA DO SETOR
Em meio ao baixo dinamismo da indústria brasileira em 2014, o desempenho dos fabricantes de medicamentos é uma exceção. A estimativa do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma) é de um crescimento entre 14% e 15% de faturamento no ano. Confirmada a expectativa, as vendas no varejo devem alcançar R$ 66,3 bilhões no ano. A essa receita ainda é preciso acrescentar R$ 15 bilhões em vendas institucionais, para governos e o mercado hospitalar. Para 2015, o sindicato projeta uma expansão de faturamento entre 12% e 13%. Mantida a conjuntura atual, a perspectiva dos fabricantes é de que o Brasil ultrapasse a França e a Alemanha, se posicionando como o quarto maior mercado farmacêutico do mundo em 2017, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. Há quatro anos, o Brasil ocupava a 10ª posição no ranking global, mas um crescimento constante nas vendas acima de 10% ao ano levou o País ao atual 6º posto. • www.sindusfarma.org.br 16
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ATUAÇÃO RENTÁVEL
A Torrent do Brasil, empresa do setor farmacêutico, encerrou o terceiro trimestre do ano, em setembro, com crescimento de 10% acima da meta prevista. As vendas subiram 19% em relação ao segundo trimestre deste ano e 21% em comparação ao mesmo período de 2013. Segundo o presidente da companhia, Luís Tadeu Strongolli, depois de vendas fracas em julho, o pós-Copa foi muito bom. Em agosto último, a Torrent bateu recorde de vendas. As três divisões da empresa, genéricos, farma e hospitalar, venderam juntas quase 4 milhões de caixinhas de medicamentos. “Com esse desempenho, certamente atingiremos nossa meta anual, podendo fechar 2014 com faturamento 20% acima de 2013, quando atingimos R$ 295 milhões.” Para ele, a entrada no segmento de genéricos, no ano passado, contribuiu muito para esses resultados e já representa mais de 5% das vendas. • www.torrent.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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Não importa o tipo de dor de cabeça, Doralgina e esqueça.
O remédio da família brasileira.
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COMPARTILHANDO IDEIAS
A Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, quer inspirar as pessoas a viver sua vida ao máximo. A empresa estabeleceu parceria com o TEDGlobal 2014 Tecnologia, Entretenimento e Design (TED), dedicada à difusão de ideias inspiradoras na forma de palestras curtas e impactantes. Neste espírito de compartilhar ideias que levam à reflexão sobre como viver melhor, a Abbott trabalhou com a agência SapientNitro para criar um exclusivo canal on-line – o Canal Abbott. Por meio dele, a empresa compartilha com o público brasileiro os vídeos TED Talks, pela primeira vez dublados em português. O Canal Abbott contém 20 TED Talks. Os passageiros do metrô de São Paulo (Linhas Verde e Azul) e de linhas de ônibus da capital verão cartazes fixados nas estações e no mobiliário urbano, convidandoos a se conectar e assistir às palestras do TED, que duram cerca de cinco minutos. A ação incentiva o público a ter “cinco minutos que podem inspirar a sua vida”. A conexão wi-fi também foi reforçada em vários desses locais para facilitar o acesso. • www.abbott.com
INCENTIVOS FISCAIS
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou, no fim de outubro deste ano, o primeiro lote com os nomes das empresas analisadas pela pasta sobre a utilização dos incentivos fiscais da Lei do Bem no ano-base 2013. A Lei do Bem cria a concessão de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica. Os pedidos de 49 empresas foram analisados e receberam parecer da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) por e-mail. Entre elas, estão grandes laboratórios como Sanofi e Novartis. • www.novartis.com.br 18
MAIS UM CURSO ON-LINE GRATUITO
O site Treina PDV Farma, plataforma on-line de cursos da Contento, acaba de lançar mais um curso rápido gratuito, com o tema Como reduzir os descontos na farmácia. Na videoaula, o consultor da Desenvolva Consultoria, Marcelo Cristian, fala sobre como conciliar a estratégia de atrair clientes, por meio de um bom preço, e a necessidade de manter as margens e rentabilidade da loja. Veja o artigo sobre o tema na página 34: você pode acessar agora mesmo o vídeo do curso através do QR Code, pelo seu celular! Além desse, existem ainda outros 6 cursos rápidos no Treina PDV Farma e para ter acesso, basta fazer o cadastro no site. Já o programa de capacitação traz 10 módulos (mais dois a ser lançados até o fim do ano) com ferramentas interativas, avaliações on-line e certificado de participação, disponíveis mediante o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custo-benefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Para conhecer e experimentar, acesse www. treinapdvfarma.com.br. E para informações sobre compra, visite a loja Contento (www. lojacontento.com.br) ou ligue (11) 5082 2200.
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DISPUTA POR PATENTES
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu razão à indústria farmacêutica Bayer Schering AG em uma disputa sobre a patente da substância dihidroespirorenona, utilizada na preparação de um anticoncepcional e reafirmou o entendimento de que a concessão de patentes no regime pipeline não exige a verificação dos requisitos normais da proteção à propriedade industrial, como a novidade e a atividade inventiva. A ação foi ajuizada pela Libbs Farmacêutica contra a Bayer Schering e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) com o objetivo de anular a patente da substância. • www.bayer.com.br
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EMPREGO NA INDÚSTRIA
O nível de emprego da indústria farmacêutica avançou 3,03% no estado de São Paulo entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2013, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Apesar da alta, o incremento é o menor registrado no acumulado dos nove primeiros meses dos últimos cinco anos. O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, no entanto, acredita que o resultado final de 2014 ainda poderá superar o de 2013. • www.sindusfarma.org.br
10º MOTIVO
RESULTADOS
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VENDAS CRESCENTES
RESULTADO REFORÇADO
A multinacional de produtos farmacêuticos e de higiene Johnson & Johnson obteve lucro líquido de US$ 4,75 bilhões no terceiro trimestre deste ano, com alta de 59,2% frente aos mesmos meses de 2013, informou a companhia americana em seu balanço. O resultado foi reforçado pelo ganho de US$ 1,1 bilhão relativo à venda da unidade de diagnóstico ortodôntico. A receita líquida da companhia, por outro lado, teve alta bem menos expressiva, de 5,1%, e somou US$ 18,47 bilhões. Esse avanço foi registrado por conta do crescimento de 18,1% na divisão farmacêutica do grupo, que conta com empresas como a Janssen. • www.jnjbrasil.com.br
COMBATE À DOENÇA
A farmacêutica suíça Roche e a norte-americana Merck devem apresentar agora em dezembro dados sobre medicamentos rivais de imunoterapia contra o câncer de mama, estendendo a nova abordagem para combater o tumor para outro tipo. Resultados clínicos iniciais com a droga da Roche, conhecida como MPDL3280A, no câncer de mama chamado triplo negativo (TNBC), será revelada entre 9 e 13 de dezembro, no San Antonio Breast Cancer Symposium, revelou a empresa depois de anunciar os resultados do terceiro trimestre. • www.roche.com.br 20
A Pfizer divulgou resultados trimestrais mais fortes que o esperado, com a ajuda de vendas crescentes de drogas para câncer e demanda por seus medicamentos em mercados emergentes, mas não sinalizou qualquer plano de aquisição na esteira dos recentes esforços fracassados para comprar a rival britânica AstraZeneca. A maior fabricante de medicamentos dos Estados Unidos revelou, em outubro último, que teve lucro de 2,67 bilhões de dólares, ou 0,42 dólar por ação, no terceiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano anterior, a companhia teve lucro de 2,59 bilhões de dólares, ou 0,39 dólar por papel, quando registrou encargos por reestruturações, baixas contábeis de ativos e outros custos. • www.pfizer.com.br
PRÊMIO DESTAQUE ASCOFERJ
No dia 30 de outubro deste ano, foi realizada mais uma edição do Prêmio Destaque Ascoferj (PDA). Os convidados, entre eles profissionais da indústria, do atacado e do varejo, conheceram as empresas que mais se destacaram em 2014 e prestigiaram momentos de muita emoção. As empresas ganhadoras foram: Aché Laboratórios, Emefarma Rio, Hypermarcas, La Roche-Posay, L’Oréal, Medley Farmacêutica, Neo Química, Profarma, Unilever e Unilider. Em relação ao troféu da categoria Super Destaque, a empresa que teve mais indicações entre as 11 categorias foi a Profarma. • www.ascoferj.com.br
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NOVO PRESIDENTE
Paulo Nigro assumiu, no início de novembro deste ano, a presidência do Aché Laboratórios e traz para a companhia vasta experiência e trajetória de sucesso como executivo no Brasil e no Exterior. A sua chegada encerra um ciclo de quase dois anos em que a empresa teve sua gestão liderada por um Comitê. “Os resultados do período foram surpreendentes e as metas alcançadas permitiram que o processo de busca por um executivo da mais alta qualidade fosse feita de forma estratégica, assim como a transição está sendo realizada com tranquilidade”, informou o presidente do Conselho do Aché, Jonas Siaulys. • www.ache.com.br
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A Neo Química, marca líder em similares do Brasil, traz novidades nas embalagens do medicamento Miorrelax. O produto passa a contar com apresentações de 30 e 200 comprimidos, substituindo as versões de 20 comprimidos e a embalagem fracionável de 100 comprimidos. Além disso, o preço do produto está muito mais competitivo e acessível para o consumidor. Miorrelax é indicado para alívio da dor leve e moderada associada à contratura muscular, tal como acontecem em traumatismos (entorses, distensões e contusões). A marca também lança nova campanha, que leva o slogan “CURTA A VIDA SEM DOR”, para materiais de ponto de venda e anúncios em revistas especializadas. O foco da campanha é esclarecer que uma dor muscular, tensional ou de cabeça não pode ser um impedimento para as pessoas curtirem a vida e os bons momentos. MS 1.5584.0073 www.neoquimica.com.br 22
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Fruto da parceria entre Teuto e Pfizer, é disponibilizado ao mercado pelo Laboratório Teuto o medicamento genérico que possui a Pregabalina como princípio ativo, que possui propriedades analgésica, ansiolítica e anticonvulsivante. A Pregabalina é indicada para o tratamento da dor neuropática (dor devido à lesão e/ou mau funcionamento dos nervos e/ou do sistema nervoso) em adultos, como terapia adjunta das crises epiléticas parciais (convulsões), com ou sem generalização secundária, em pacientes a partir de 12 anos de idade, tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) em adultos e controle de fibromialgia (doença caracterizada por dor crônica em várias partes do corpo, cansaço e alterações do sono). O produto genérico Pregabalina é de uso oral e está disponível nas apresentações de 75 mg com 28 e 150 mg com 28 cápsulas gelatinosas duras. MS 1.0370.0589.004-1 (75 mg com 28) MS 1.0370.0589.011-4 (150 mg com 28) www.teuto.com.br FOTOS: DIVULGAÇÃO
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ARACELI
ALCACHOFRA
A Medley Indústria Farmacêutica, uma empresa Sanofi, lança no mercado nacional o contraceptivo Araceli (desogestrel 75 mcg). Sem estrogênio, desenvolvido com uma fórmula moderna e segura, a combinação conta com respaldo de estudos científicos, como o Medical Elegibility for Contraceptive Use, Milson et al, White et al e o Dutta et al, que atestam os seus benefícios. Entre eles, ser indicado para mulheres lactantes, tabagistas, que tenham registros de enxaqueca e hipertensão arterial. MS 1.0181.0644.001-0 www.medley.com.br
Produzido e comercializado pela Aspen Pharma, o produto é considerado um dos fitoterápicos mais tradicionais da indústria e é reconhecido por sua eficácia e segurança. O medicamento é indicado para facilitar a digestão das gorduras e aliviar a sensação de desconforto abdominal e náuseas. Um dos diferenciais da Alcachofra Aspen Pharma é o fato de não conter açúcar, o que possibilita o consumo por diabéticos. MS 1.3764.0116 www.aspenpharma.com.br
MEDLEY
ASPEN PHARMA
NEUTROFER PREV E NEUTROFER POLI EMS
A EMS amplia o portfólio de polivitamínicos infantis e lança mais dois produtos frutos de inovação incremental: Neutrofer Prev e Neutrofer Poli. Com formulações fundamentadas na combinação de ferro e zinco, os produtos têm sabor chocolate e brigadeiro, o que facilita a administração em crianças – e não contêm açúcar. Neutrofer Prev possui ferro, zinco, vitaminas A e D e é uma formulação exclusiva. É indicado para crianças de 7 meses a 2 anos de idade, na prevenção e suplementação de carências de vitaminas e minerais. Já Neutrofer Poli combina ferro, zinco e vitaminas do complexo B e é indicado para crianças de 2 a 10 anos de idade. Ambas as apresentações possuem seringa dosadora para manter a precisão da dose. MS Produtos isentos de registro, conforme RDC 27/10 www.ems.com.br 24
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SIMETICONA
BION® 3
Esse medicamento é indicado para pacientes com excesso de gases no aparelho digestivo. O acúmulo de gases no estômago e no intestino, mais conhecido como flatulência, também pode apresentar desconforto abdominal, aumento do volume abdominal e dor ou cólicas no abdômen. Apresentação: 75 mg/ml (Emulsão oral, frasco 15 ml). Diferenciais: Sabor Cereja. MS 1.4381.0166.002-0 www.grupocimed.com.br
A Merck Consumer Health traz para o Brasil um sucesso de vendas em mais de 15 países: Bion®3, a primeira associação de probióticos, vitaminas e minerais do País. Bion®3 é muito mais que um multivitamínico, pois vai além da nutrição. Com apenas 1 tablete ao dia, Bion®3 fortalece as defesas do organismo, promove equilíbrio da flora intestinal e contribui para manutenção de uma vida saudável e ativa. Tudo isso graças ao seu complexo balanceado de probióticos, vitaminas e minerais. O produto está disponível em apresentação de 30 tabletes, com distribuição nas principais redes de farmácia do Brasil. Conheça a nova geração de multivitamínicos da Merck. MS 4.1077.0305.001-5 www.merck.com.br
GRUPO CIMED
MERCK
CELECOXIBE TEUTO
Fruto da parceria entre Teuto e Pfizer, é disponibilizado ao mercado pelo Laboratório Teuto o único genérico do mercado com ativo Celecoxibe. Trata-se de um anti-inflamatório e analgésico que inibe especificamente a enzima COX-2, não interferindo na ativação da COX-1, que é essencial em processos fisiológicos. É indicado para o tratamento sintomático de osteoartrites e artrite reumatoide; no alívio dos sintomas da espondilite anquilosante; no alívio da dor aguda, no pós-operatório de cirurgia ortopédica, ou dental, e em entorses do tornozelo; no alívio da cólica menstrual e de dores nas costas. O produto genérico Celecoxibe é de uso oral e está disponível nas apresentações de 100 mg com 20 e 200 mg com 10, 15 e 30 cápsulas gelatinosas duras. MS 1.0370.0598.003-2 (100 mg com 20) MS 1.0370.0598.009-1 (200 mg com 10) MS 1.0370.0598.010-5 (200 mg com 15) MS 1.0370.0598.012-1 (200 mg com 30) www.teuto.com.br 26
SUPRADYN® ATIVA BAYER
Supradyn® Ativa é um suplemento de vitaminas e minerais que complementa a alimentação e ajuda a manter o organismo equilibrado para as atividades do dia a dia, ou em períodos de maior demanda. O polivitamínico não possui açúcar em sua composição e é apresentado em três versões, com 30 e 60 comprimidos, além do formato efervescente com dez unidades. Supradyn® Ativa está disponível em farmácias e drogarias de todo o Brasil. É indicado que sua ingestão seja feita a partir de indicação médica e em quantidades adequadas. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.bayer.com.br
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Bom apetite, boa digestão e boas vendas.
Indicações: medicação antiácida. Registro MS: 1.5584.0396. Novembro/2014.
SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
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VAREJO VAREJO
Tendências em marketing para 2015
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NOVO ANO PROMETE SER DIFÍCIL, MAS EXISTEM DIVERSAS OPORTUNIDADES A SER EXPLORADAS. SAIA DO SENSO COMUM E ENCONTRE A MELHOR ALTERNATIVA PARA O SEU NEGÓCIO
SILVIA OS S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 28
O ano de 2015 vem aí e mesmo com previsão de que não será um ano fácil, há oportunidades para bons resultados e melhoria nas táticas e conquistas de novos consumidores. Acompanhe algumas tendências que podem ser desenvolvidas. Tenha transparência Depois de tantos eventos economicamente ruins, é preciso reconquistar a confiança dos consumidores e, para isso, é imprescindível ser sincero. Construir a lealdade é um dos fatores mais importantes para solidificar uma marca. E não esqueça que manter a transparência com seus clientes esse é um processo contínuo. Mostre mais conteúdo Na hora de divulgar sua marca, dê informações valiosas que acrescentem algo – se antes o objetivo da propaganda era apenas conseguir a atenção do consumidor, agora precisa ser o de transmitir os valores da empresa. Fale de preços Com a recente crise econômica, muitos consumidores passaram a buscar descontos, promoções e a negociar para gastar seu dinheiro de forma consciente. Mesmo quando as coisas melhorarem, é bom ter em vista esse comportamento, construindo campanhas que o favoreçam. É melhor mostrar do que apenas falar Na hora de fazer uma campanha sobre algum produto ou serviço, sempre prefira apresentar os benefícios que ele oferece do que apenas falar – os consumidores andam meio céticos, é melhor confiar no sentido da visão do que apenas na força da sua lábia.
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As redes sociais vieram para ficar, então se acostume Provavelmente muitos dos seus clientes estão no Twitter, no Facebook, no Instagram, no YouTube e em outras ferramentas da internet, portanto, comece a interagir – ofereça conteúdo exclusivo e promoções. Use a positividade Eventos desastrosos, principalmente problemas climáticos e naturais, também marcaram o ano de 2014 e muitos consumidores esperam mensagens positivas das campanhas de marketing. Tente sempre passar uma sensação de segurança e conforto para atender a essa necessidade. Discuta a relação O marketing boca a boca ganha um novo potencial com a internet. Nenhum dos seus consumidores é pequeno demais para receber algum tipo de interação on-line. Tenha foco Defina o público-alvo e suas metas da forma mais precisa possível. É importante fazer isso inicialmente, antes de tentar expandir ou pensar em novas campanhas. Faça um marketing integrado Use os diferentes meios a fim de atingir seus consumidores nas diversas partes de suas vidas – cada uma adaptada e imaginada a cada um deles. Padronizar as campanhas para todos os veículos pode cansar o público. Mas não deixe de ser consistente, persistente e, acima de tudo, positivo em suas mensagens e atitudes: os consumidores agradecerão. FOTO: DIVULGAÇÃO
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EXISTE ALGUMA RDC QUE PROÍBA O CONSUMIDOR DE FAZER USO DO MEDICAMENTO NA FARMÁCIA, MESMO QUANDO NÃO FOR OTC? 30
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PERGUNTA ENVIADA POR JULIO CESAR MACEDO, FARMACÊUTICO DO RIO DE JANEIRO (RJ)
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Para responder a essa pergunta, podemos utilizar como base a RDC 44/09 que possibilitou a prestação de diversos serviços farmacêuticos nas far farmácias e drogarias, como: perfuração de lóbulo auricular, aferição de tem temperatura corporal, aferição de glicemia capilar, aferição de pressão arterial e a administração de medicamentos. Uma possível interpretação para a administração de medicamentos é aplicação por via injetável, inalante e também pela via oral. Assim, existe a possibilidade de que o farmacêutico faça inclusive a administração do medicamento via oral, respeitando a legislação com o devido preenchimento da declaração de serviços farmacêuticos. Pode parecer incomum, entretanto, algumas mães levam os filhos à farmácia e pedem auxílio, pois não conseguem administrar os medicamentos em crianças pequenas. Desconheço qualquer legislação federal que proíba o consumidor de utilizar o medicamento dentro da farmácia ou em outro local, mas a legislação do estado e município em que a farmácia se encontra deve ser observada. Já vi casos em que o consumidor trouxe uma medicação injetável, seringa, sem prescrição médica e pediu para utilizar a sala de prestação de serviços, ele é quem faria a aplicação em outra pessoa. Claro que não
foi permitida a utilização da sala porque caso ocorra algum problema no ambiente da drogaria, o responsável técnico é quem responde, independente de quem fez a administração. A responsabilidade pelo que ocorre dentro da farmácia é sempre do responsável técnico e caso haja outro farmacêutico no momento da ocorrência, ele responde solidariamente com o responsável técnico. Ou seja, se o paciente tomar a medicação no ambiente da farmácia e tiver algum tipo de problema, será responsabilidade deste profissional prestar socorro e justificar o ocorrido. Da mesma forma, se o cliente tem algum tipo de problema sem ter tomado medicação nenhuma, cabe ainda à farmácia prestar ajuda e relatar o ocorrido. Assim, não vejo problemas no paciente fazer uso do medicamento no ambiente da farmácia. É comum que, dependendo dos sintomas, o paciente não consiga aguardar chegar a sua casa para utilizar o produto; geralmente medicamentos para asma, pílula do dia seguinte e analgésicos são consumidos imediatamente devido à urgência que o consumidor tem. Assim, é necessário que o farmacêutico conheça a legislação e avalie cada caso com bom senso, orientando os pacientes e ao mesmo tempo cumprindo as exigências legais. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Uma condição para atrair clientes e, ao mesmo tempo, uma preocupação, os descontos afetam diretamente a rentabilidade do negócio. Desconto bem gerenciado é sinônimo de lucro, mal gerenciado, de perdas. Neste artigo, trago algumas dicas e cuidados que os gestores devem ter para que o desconto seja um motivo de crescimento em número de clientes, uma arma de marketing e uma estratégia para aumentar os resultados. No entanto, é possível sempre gerenciar os descontos. Veja as melhores alternativas a seguir: 1) Acompanhe o desconto Tudo pode ser melhorado se for medido. Um gerenciamento preciso ajuda a cuidar para que os descontos não aumentem muito. Gerencie o desconto por vendedor, o geral da loja e por categoria. Faça isso de maneira ostensiva. 2) Cartão fidelidade Cartão fidelidade é uma excelente ação para diminuição de descontos. Clientes fidelizados compram mais e seu tíquete médio é maior. 3) Negociação com o cliente Não tema negociar com o cliente a compra dos produtos. Prazos, desconto se for comprado à vista. Condições de pagamentos. Esta ação ajuda a não perder a venda. Quanto maior o prazo, menor o desconto.
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4) Faça vendas agregadas Estimule a venda de produtos coligados com a receita do cliente. Um exemplo: ofereça termômetros se levar medicamentos para febre. 5) Não entregue desconto de qualquer forma Muitas empresas oferecem descontos sem uma estratégia de preço e sem o cliente pedir. Outras oferecem mais do que o cliente precisa. 6) Pesquise os produtos vendidos na concorrência Estabeleça isso como uma rotina para os produtos mais vendidos em sua farmácia. Esta ação auxilia você a contornar objeções de preço, por exemplo, cedendo menos a pressões e ajudando na precificação. 7) Possua diferenciais competitivos difíceis de copiar Isso ajuda o cliente a olhar para sua empresa, fato que constrói uma relação de valor excelente. 8) Ofereça uma imagem de preço baixo em sua empresa Jornais de ofertas, kits de produtos, vantagens promocionais são bem-vindos como estratégia para redução de desconto. 9) Treine sua equipe Capacite seu time por temas, como negociação de clientes. Isso fará com que o tíquete médio aumente, compondo um mix de produtos com desconto médio menor.
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Avanços e retrocessos
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STF RECONHECE A CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS ESTADUAIS QUE PERMITEM A COMERCIALIZAÇÃO DE DIVERSOS PRODUTOS NÃO FARMACÊUTICOS NO VAREJO
GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 36
Ninguém tem dúvidas de que a Lei nº 5.991/73 precisa ser modernizada, pois foi elaborada para um contexto social do fim da década de 1960 e início de 1970, época em que havia poucos farmacêuticos e poucas farmácias e drogarias no País. O Brasil cresceu e o varejo farmacêutico, bem como os cursos de graduação em farmácia, também, mas a Lei nº 5.991/73 ficou para trás, ainda que pendentes de apreciação, no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, diversos projetos de lei para atualizá-la. Recentemente surgiu a Lei nº 13.021/14 que trouxe algumas novidades ao cenário, mas nada tão impactantes. Por alguma razão, no entanto, já naquela época, o legislador deixou uma brecha no parágrafo 1º do artigo 5º da Lei nº 5.991/73 para que leis estaduais e distritais (DF) pudessem permitir que farmácias e drogarias comercializassem determinados correlatos, que a própria lei define como aqueles produtos, substâncias, aparelhos ou acessórios que não sejam medicamentos, drogas ou insumos farmacêuticos (por exemplo: cosméticos, perfumes, produtos dietéticos, produtos óticos, produtos de acústica médica, produtos odontológicos, produtos veterinários, entre outros). Esses correlatos passaram a ser chamados, na prática, de artigos de conveniência e, com tal previsão legal, diversos estados (e o DF) criaram leis locais permitindo que farmácias e drogarias comercializassem diversos produtos, como, por exemplo, a Lei Estadual nº 2.149/09 do Acre, que permite a venda de câmeras digitais, meias elásticas, sorvetes, salgados, lentes de contato coloridas, bem como a prestação de serviços de fotocópias e recebimento de contas para pagamento. Há leis do Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Paraíba, e outros entes federativos.
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O Conselho Federal de Farmácia (CFF) nunca concordou com tais leis e requereu ao procurador-geral da República do Ministério Público Federal (MPF) que ingressasse com demandas judiciais para que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarasse que todas essas leis fossem reputadas inconstitucionais. Um dos argumentos do CFF foi o de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu o que pode ser comercializado no varejo farmacêutico por meio da Resolução RDC nº 44/09 e da Instrução Normativa nº 09/09. O STF, para quem não sabe, é o órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro e é quem dá a última palavra sobre se uma lei é constitucional ou inconstitucional. Para grande surpresa do CFF e daqueles que não concordam com o teor das leis mencionadas, o STF, em julgamentos ocorridos nos meses de agosto e setembro deste ano, declarou essas leis constitucionais, legítimas e coerentes. Aliás, o STF foi além, ao estabelecer claramente que nunca, jamais uma norma feita pela Anvisa (resolução, instrução normativa, portaria, etc.) pode restringir a venda de produtos se uma lei estadual ou distrital autorizar tal venda, isto é, se a Agência proíbe a venda de pilhas em uma farmácia, mas no estado do Rio de Janeiro a Lei Estadual nº 4.663/05 autoriza a venda, prevalece esta lei sobre as normas da Anvisa. Esses julgamentos foram deveras relevantes na medida em que acabam por orientar que os órgãos de vigilância sanitária revejam o treinamento dos agentes de fiscalização para, antes de autuar os estabelecimentos, verifiquem se neste ou naquele estado há lei permitindo a comercialização de determinados produtos. FOTO: DIVULGAÇÃO
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Outras apresentações: Gel 30 e 60g. Indicações: No tratamento local de inflamações de origem traumática nos tendões, ligamentos, músculos e articulações. Registro MS : 1.5584.0305 - Outubro / 2014
O remédio da família brasileira. www.neoquimica.com.br JOB 1040 NEOCOFLAN DEZEMBRO PAGINA SIMPLES OUT 2014 pantone.indd 1 FECHAR ANÚNCIOS GUIA.indd 70
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Opção alternativa MEDICAMENTOS OFF-LABEL SÃO AQUELES PRESCRITOS PARA USO DIFERENTE DO INDICADO NA BULA. A PRÁTICA É ADOTADA QUANDO OUTROS TRATAMENTOS FALHARAM
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POR FLÁVIA CORBÓ
O medicamento campeão de vendas do laboratório Pfizer surgiu quase sem querer. Durante testes para avaliar a ação da substância sildenafila no combate à hipertensão e angina, descobriu-se que a droga tinha como efeito colateral a indução à ereção peniana. O laboratório decidiu, então, mudar a direção das pesquisas e investir na criação de um medicamento contra disfunção erétil. Em 1996, foi lançado o Viagra, um dos medicamentos mais famosos da história da indústria farmacêutica mundial, pela sua capacidade de prolongar a qualidade da vida sexual dos homens.
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A droga tornou-se um fenômeno e, entre os anos de 1999 e 2001, as vendas anuais excederam 1 bilhão de dólares. Somente no Brasil, desde 1998, já foram vendidos mais de 114 milhões de comprimidos. Esse é um exemplo clássico de que uma mesma substância não tem, necessariamente, uma única aplicação farmacológica. Mesmo medicamentos já aprovados pelas agências reguladoras ao tratamento de determinada doença, podem vir a ser empregados em outra situação. Para esses casos, usa-se a expressão “off-label”. Essa denominação refere-se a um uso diferente do que foi aprovado no registro do medicamento – e que consta da bula do mesmo; também se refere ao uso de proFOTOS: SHUTTERSTOCK
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APÓS A COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA DO USO EXTRAOFICIAL DE DETERMINADO MEDICAMENTO, É POSSÍVEL QUE A UTILIZAÇÃO OFF-LABEL TORNESE OFICIAL, SE AS EVIDÊNCIAS PUDEREM ESTABELECER SITUAÇÕES CLÍNICAS ONDE O USO SEJA VANTAJOSO duto não registrado no órgão de vigilância sanitária do país que, no Brasil, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Quando um medicamento é aprovado para uma determinada indicação, isto não implica que esta seja a única possível, e que o medicamento só possa ser usado para ela. Outras indicações podem estar sendo, ou vir a ser estudadas, as quais, submetidas à Anvisa quando terminados os estudos, poderão ser aprovadas e passar a constar da bula”, explica a farmacêutica bioquímica, mestranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Vera Pivello. O termo “off-label” pode se referir tanto ao uso diferente do especificado na bula, como a uma dosagem diferente, administração por uma via não prevista na aprovação, ou para grupos aos quais o medicamento não foi avaliado, especialmente em pediatria, geriatria e para gestantes – pois estes são grupos onde há muitas dificuldades, ou mesmo impossibilidade de realizar os testes clínicos que são feitos antes da liberação de um medicamento para a comercialização. Um dos casos mais antigos de medicamento off-label é o do ácido acetil salicílico, fármaco desenvolvido, em 1897, como analgésico. Posteriormente, foram estudados vários outros usos para o ácido acetil salicílico, como antitérmico, anti-inflamatório, antirreumático e na prevenção da trombose e de infartos e reinfartos do miocárdio. Recentemente, cientistas da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, anunciaram que a ingestão diária do me-
dicamento pode reduzir as chances de se desenvolver certos tipos de câncer. Os casos da doença no intestino, estômago e esôfago, por exemplo, chegam a ser reduzidos entre 30% e 40%. Também foram encontrados indícios de que a droga pode diminuir os riscos que provocam câncer de mama, de próstata e de pulmão.
APLICAÇÃO PROPOSTA O uso off-label é feito quando alternativas de tratamento falharam, ou quando, após avaliação médica, conclui-se que o medicamento pode ser útil para um paciente que tenha uma condição semelhante a outra à qual o mesmo é utilizado. A prática da indicação off-label não é ilegal, mas o uso off-label, em qualquer circunstância, deve ser apoiado em evidências clínicas que apontem benefícios para tal utilização. “O uso off-label é, por definição, não autorizado por uma agência reguladora, mas isto não implica que seja incorreto”, informa a Anvisa. Enquanto as novas indicações não são aprovadas, seja porque as evidências para tal ainda não estão completas, ou porque a agência reguladora ainda as está avaliando, é possível que um médico já queira prescrever o medicamento a um paciente. “Podem também ocorrer situações de um médico querer tratar pacientes que tenham certa condição que, por analogia com outra semelhante, ou por base fisiopatológica, ele acredite que possam vir a se beneficiar de um determinado medicamento não aprovado para ela”, esclarece a assessoria de imprensa da Anvisa. No entanto, a Agência deixa claro que a indicação off-label é feita por conta e risco do médico que o prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, embora, em grande parte das vezes, trate-se de uso correto, apenas ainda não aprovado. Por isso, é preciso tomar algumas precauções antes de prescrever o uso extraoficial de um medicamento. “Do ponto de vista ético, a indicação não pode ser feita apenas porque o médico acha melhor, tem de estar baseada em evidências clínicas. Além disso, o paciente deve saber que está fazendo uso diferente daquele indicado na bula. Recomenda-se, inclusive, que se exija assinatura de termo consensual. A prática deve ser sempre informada ao conselho do hospital, não pode ser algo solto, pois existem riscos“, explica o as2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Conforme esclarecimento dado pela Anvisa, o que é hoje off-label, no Brasil, pode já ter o uso aprovado em outro país. Não necessariamente o medicamento virá a ser aprovado aqui, mas como os critérios de aprovação estão cada vez mais harmonizados internacionalmente, a aprovação tem grande possibilidade de acontecer. “A aprovação no Brasil, porém, pode demorar, por vários motivos, entre os quais o de que o pedido de registro pode ser feito muito mais tarde aqui do que em outros países. Também pode ocorrer que o medicamento receba aprovação acelerada em outro país, baseada na apresentação de estudos preliminares ou incompletos, o que, em geral, não é aceito pela Anvisa”, explica a assessoria de imprensa do órgão. Um caso bem atual ilustra a situação. O canabidiol, substância presente na planta usada para produzir maconha, tem o uso off-label debatido, já que apresenta resultados positivos no tratamento de certas doenças neurológicas graves. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) publicou uma resolução, em outubro último, regulamentando o uso do canabi-
diol para o tratamento de epilepsias graves da infância, que não responderam aos tratamentos convencionais. Para a Anvisa, a substância ainda é considerada proscrita (proibida). No entanto, a Agência já aprovou, recentemente, muitos pedidos excepcionais de importação do canabidiol para tratamento de doenças neurológicas. A proibição do uso medicinal poderá mudar em breve, de acordo com o que foi sinalizado pelo representante da Anvisa, Luiz Klassmann, no 4º Simpósio Internacional da Cannabis Medicinal, ocorrido em maio de 2014, em São Paulo. Na abertura do evento, Klassmann informou que o canabidiol será retirado da Lista F2, de Substâncias Proscritas da Portaria 344/98 (Portaria que regulamenta as substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial), sendo reclassificado como substância legal. Mas há casos em que a indicação off-label nunca será aprovada por uma agência reguladora, como em doenças raras cujo tratamento medicamentoso só é respaldado por séries de casos. Tais indicações possivelmente nunca constarão da bula do medicamento porque jamais serão estudadas por ensaios clínicos.
Veja a forma mais segura de prescrição de um medicamento off-label. AL
sessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF), José Luis Maldonado. Após a comprovação da eficácia do uso extraoficial de determinado medicamento, é possível que a utilização off-label torne-se oficial, se as evidências, fundamentadas por especialistas, e dentro de padrões e protocolos para a prescrição, puderem estabelecer situações clínicas onde o uso seja vantajoso, havendo aprovação da agência reguladora de cada país. “Há muitos casos assim, uma vez que os critérios de utilização de medicamentos são dinâmicos e mudam, como ocorre em todas as áreas do conhecimento”, destaca Vera. No entanto, a farmacêutica lembra que também há situações em que o uso off-label é descartado. Entre os anos de 2010 e 2011, uma revista nacional de larga escala divulgou que o medicamento Victoza® (liraglutida) estava sendo prescrito como “emagrecedor”, apesar de possuir aprovação apenas para o tratamento do diabetes tipo 2. Em nota oficial, a Anvisa declarou que não reconhece seu uso para indicação diferente da aprovada (que é como antidiabético), e afirmou que seu uso para qualquer outra finalidade caracteriza elevado risco sanitário para a população.
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rumos para
a cidade SÃO PAULO APROVOU UM PLANO DIRETOR QUE PRETENDE TRAZER MAIS HARMONIA ENTRE OS LOCAIS DE MORADIA, TRABALHO E COMÉRCIO. VEJA COMO O VAREJO PODE SER IMPACTADO POR FLÁVI A CO RBÓ
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O Conjunto Nacional, importante edifício e centro comercial situado na avenida Paulista, em São Paulo, foi construído na década de 1950, mas é utilizado como exemplo entre os defensores do novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo. O projeto do arquiteto David Libeskind ficou marcado por ser um dos primeiros grandes edifícios multifuncionais implantados na
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capital paulista. O complexo reúne espaços residenciais, comerciais e de lazer. O prédio ocupa quase uma quadra inteira e possui o andar térreo aberto, como uma galeria, onde se concentram algumas lojas, restaurantes e uma livraria. Nos demais andares, há apartamentos e escritórios. Algumas dessas características devem ser replicadas em outros edifícios da cidade de São Paulo, caso o novo Plano Diretor Estratégico saia do papel. FOTO/ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK
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Aprovada no dia 30 de junho de 2014 e sancionada em 31 de julho pelo prefeito Fernando Haddad, a nova Lei (16.050/14) traz uma série de diretrizes para orientar o desenvolvimento e o crescimento da cidade pelos próximos 16 anos, como projetos e ideias nas áreas social, ambiental, imobiliária, cultural e econômica. Uma iniciativa semelhante foi implantada na cidade de Medellín, na Colômbia que, em 1992, foi considerada uma das mais perigosas do mundo. No ano de 2004, foi construído um plano diretor, a partir de sugestões e reivindicações da população. Nove anos depois, Medellín foi premiada pelo Urban Land Institute, como a cidade mais inovadora do mundo. Lá, a ação foi chamada de Projecto Urbano Integral (UPI) e tinha como principais metas a inclusão social, com investimentos em educação, redução da pobreza e aumento da qualidade de vida, a partir de mobilidade, espaços públicos e áreas verdes. Para isso, foram identificadas as áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para dirigir investimentos na criação de empregos, saneamento básico, infraestrutura viária, adensamento de moradias populares.
SÃO PAULO Para a maior cidade do País e da América Latina, os planos possuem um foco um pouco diferente. A intenção é criar uma cidade mais amigável, com deslocamentos mais curtos e menos atravancados com congestionamentos de veículos e poluição em excesso. “Queremos que a cidade seja compacta e policêntrica, com adensamento ao longo dos eixos de transporte”, descreve o relator da revisão do Plano Diretor Estratégico, vereador José Police Neto. Ou seja, o emprego tem de estar mais próximo da moradia e ambos devem estar concentrados nas
áreas próximas a estações de Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e de corredores de ônibus. “A ideia é sobrepor o mapa de transporte a pontos em que a cidade já opera e, a partir disto, definir onde haverá incentivo urbanístico e fiscal. Assim, conseguimos associar atividade econômica com a moradia”, complementa. No quesito estrutural, o novo plano diretor também prevê a valorização do pedestre, proporcionando calçadas mais largas, revitalização das ruas de comércio e a redução das vagas públicas de estacionamento. “Não iremos abolir a utilização do carro e sim racionalizar. Esse novo formato possibilitará o desenvolvimento de novos Polos Econômicos nas regiões periféricas, com incentivos para novas empresas se instalarem, contribuindo com a urbanização da cidade”, explica a consultora de Real Estate da BG&H, Cristiane Novais. Uma iniciativa que já está em vigor é o Programa de Incentivos Fiscais para prestadores de serviços na região da zona leste do município de São Paulo, sancionada em dezembro de 2013, com a intenção de contribuir para o desenvolvimento social e aquecimento econômico da Região Leste da cidade de São Paulo. O projeto atual objetiva evitar a guerra fiscal dentro do município e facilitar o direcionamento de investimentos para a Região Leste, que possui 35% da população paulistana, mas apenas 16% dos empregos da cidade. O programa irá incentivar a instalação de corporações do setor de serviços intensivas em mão de obra, tais como empresas de call center, telemarketing e centrais de resposta audível, informática, educação e ensino, hotelaria, entre outras. As empresas prestadoras desses serviços já estabelecidas, ou que vierem a se estabelecer na região, terão isenção de tributos,
MUDANÇA PARA O VAREJO • Incentivos a térreos ativos. • Possibilidade de construir 4 vezes a área do terreno. • Atrairá Polos Geradores de Tráfego (PGTs). • Grandes Formatos (incluindo Power Centers). • Formatos distintos para atender públicos, sejam por fluxo, concentração ou residente.
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como redução do Imposto sobre Serviços (ISS) para 2%; desconto de 100% do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU); desconto de 100% do ISS (para serviços de construção civil da obra); e desconto de 100% do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) na aquisição do terreno. Essas isenções serão concedidas por 20 anos, considerando que as empresas têm cinco anos para se habilitar. “Atualmente, os imóveis da Região Leste são grandes, feitos para famílias inteiras. Mas os filhos têm de se deslocar para estudar, os pais, para trabalhar. Pelo menos duas pessoas de cada núcleo familiar se deslocam diariamente para outras regiões. Esse êxodo cultural acaba provocando um desequilíbrio na cidade”, analisa o presidente da construtora Porte, Marco Antônio Merlo.
ABRANGÊNCIA E CONCEITO SOCIAL: moradia, mobilidade, infraestrutura e acesso aos equipamentos sociais; AMBIENTAL: equilíbrio entre as áreas edificadas e os espaços livres e verdes na área urbanizada; IMOBILIÁRIA: a produção de edificações destinadas à moradia e ao trabalho; ECONÔMICA: atividades produtivas, comerciais e/ou de serviços indispensáveis para gerar trabalho e renda; CULTURAL: fundamental para garantir a memória, a identidade e os espaços culturais e criativos.
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cios instalados, para que haja harmonia e precisão do no mix de serviços oferecidos em cada região. “É um grande desafio que será enfrentado, mas será imprescindível para o crescimento sustentável de nossa cidade”, analisa Cristiane, da BG&H, lembrando que Belo Horizonte passou por um processo de revitalização de ruas comerciais, que incluía o alargamento de calçadas, e a resposta não foi positiva. “O alargamento eliminou 400 vagas de estacionamento. Durante o período de obras, o varejo já com a queda de movimento, mesmo depois de concluído, não se recuperou.” Já para o vereador Police Neto, para o varejo será fundamental que as mudanças deem certo e o estímulo ao uso de transporte público será capaz de garantir o movimento das lojas. “Queremos estimular a convivência nos espaços públicos, agregar vida ao térreo dos prédios, gerando movimento. Com uma boa iluminação e maior circulação de pessoas em todos os horários, ganha-se segurança.”
Confira mais algumas propostas do novo Plano Diretor Estratégico. AL
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Muitas das iniciativas do novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo terão influência direta na atuação do varejo na cidade. Primeiro, quanto aos locais para abertura de novas lojas. Nesse quesito, há duas direções diferentes que deverão ser trabalhadas. Uma delas visa incentivar o crescimento comercial nos eixos de transporte público, facilitando a vida do cidadão que está em deslocamento. Mas haverá também um estímulo aos comércios de bairro, inclusive com a liberação de atividade comercial em vias locais, para incentivar a criação de polos comerciais de bairro. A ideia é que os residentes não tenham de percorrer longas distâncias para suprir necessidades básicas, como adquirir um medicamento em uma farmácia. O comércio de rua deve ganhar força, com a proposta da construção de edifícios com fachada ativa, a exemplo do Conjunto Nacional. Por definição, esse tipo de construção corresponde à exigência de ocupação da extensão horizontal da fachada por uso não residencial com acesso direto e abertura para a rua, sem muros, grades ou qualquer tipo de vedação. Além disso, há previsão de alargamento das calçadas, para facilitar a circulação dos pedestres nesses pontos. Entre as regras previstas está que, em eixos de transporte público, os térreos ativos deverão ocupar 50% da área do terreno não computável. Já em térreos ativos nos bairros, 20% da área do terreno. Haverá também a preocupação em integrar os comér-
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Cadeia em sintonia PARA QUE O ESTOQUE DE UMA FARMÁCIA SEJA BEM GERENCIADO, É FUNDAMENTAL QUE VAREJO E DISTRIBUIÇÃO MANTENHAM SINERGIA POR FLÁVIA CORBÓ
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A julgar pelo números, o mercado de distribuição de medicamentos vai de vento em popa. De acordo os dados do painel Abradilan/IMS Health, os membros da Associação Brasileira de Distribuição de Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) – responsável pela distribuição de 19% das unidades de medicamentos vendidos em todo o País – registra-
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ram um faturamento de R$ 3,23 bilhões no terceiro trimestre de 2014, o que representa um aumento de 7,67% em relação ao segundo trimestre e 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já em termos de unidades vendidas, no terceiro trimestre deste ano, a entidade alcançou 203.836,881 milhões de unidades, um aumento de 8,08% em relação ao seFOTOS: SHUTTERSTOCK
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gundo trimestre e de 14,03% em relação ao mesmo período do ano anterior. Devido ao crescimento do mercado farmacêutico brasileiro, o setor de distribuição foi obrigado a se profissionalizar para ter capacidade de atender à demanda crescente. O bom funcionamento do processo de logística reflete diretamente no dia a dia da farmácia e colabora para que problemas de gestão, como ruptura, sejam minimizados. No entanto, há ainda espaço para melhorias. Enquanto especialistas avaliam que o índice aceitável de falta de produtos em uma farmácia ou drogaria deve gerar em torno dos 3% do total de itens da loja, o varejo farmacêutico brasileiro apresenta um percentual médio de 10%. O valor sofre uma redução quando avaliadas apenas as grandes redes, que apresentam índice de ruptura na casa dos 5%. De acordo com o coordenador do Curso de Pequenas e Médias Empresas dos Cursos de Férias da ESPM, Roberto Nascimento Azevedo de Oliveira, nos quesitos abastecimento de loja e planejamento de compras, o varejo brasileiro ainda está muito atrasado. A falta de produtos na gôndola pode ter diversas explicações, que variam desde má gestão até problemas estruturais do País. Para minimizar o problema, é fundamental que exista uma boa relação entre varejo e distribuição. “No mercado farmacêutico, a pontualidade das entregas é um fator estratégico de negócios, cuidados como, otimização de roteiros, equipe qualificada e treinada, com profissionais com expertise diferenciada no segmento farma, são itens primordiais e fundamentais para o sucesso da demanda dos produtos” avalia o diretor de Relações Institucionais da Ativa Logística, Davilson de Almeida.
VAREJO E DISTRIBUIÇÃO Apesar de primordial para o bom andamento de uma farmácia, a relação entre varejista e distribuição muitas vezes é prejudicada por interesses comerciais que se sobrepõem à parceria entre as partes. A busca cega pelo maior preço é a grande vilã dessa relação. “Compradores que não têm empresas parceiras e praticam apenas compras de oportunidade – levando em conta apenas qual laboratório 48
DEVIDO AO CRESCIMENTO DO MERCADO FARMACÊUTICO BRASILEIRO, O SETOR DE DISTRIBUIÇÃO FOI OBRIGADO A SE PROFISSIONALIZAR PARA TER CAPACIDADE DE ATENDER À DEMANDA CRESCENTE dá mais desconto no mês – não conseguem fidelizar clientes, pois estes, sendo mais informados, são conservadores no que diz respeito aos medicamentos e se não o encontram, vão a outra farmácia. Os compradores mais profissionais têm sempre a fidelidade dos clientes, ofertando o que eles querem a tempo e hora”, destaca a palestrante e consultora especalizada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo, Silvia Osso. Além da falta de construção de parcerias, outro problema detectado dentro do varejo é no controle de estoque. Há muitos farmacistas que ainda não se utilizam de dados concretos para realizar novos pedidos de mercadoria. “Muitos ainda trabalham na base do ‘achômetro’. O comprador se acha conhecedor de fatores influentes nas vendas e no mercado e, assim, estima a procura e a evolução de vendas”, destaca Silvia. Devido à enorme quantidade de itens à venda em uma farmácia hoje em dia, para efetuar um bom controle de estoque, é preciso investir em um bom software de gestão, que permita, no mínimo, calcular as vendas médias, verificar as saídas e entradas de mercadorias, a curva ABC – método de classificação de informações baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor –, entre outros índices. “Os softwares de hoje em dia controlam tudo, desde que se façam os lançamentos corretamente, dando entrada nas Notas Fiscais de Entrada (compra) e as saídas no ponto de venda e nas ocorrências, se houver. O próprio sistema do software se encarrega dos cálculos, se bem usado”, garante
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FOCO CENTRAL O estoque é o coração da farmácia; se ele não vai bem, o restante também não vai. É preciso saber investir bem, controlando as entradas e saídas para não faltar nem sobrar nada. A composição do mix também é muito importante e ela deve levar em consideração: • Em primeiro lugar, o bom senso. • Privilegiar os medicamentos com maior saída e giro rápido. • Conhecer o ponto comercial. • Conhecer a clientela. • Comprar as embalagens de tamanho adequado. • Considerar a sazonalidade. • Cuidar de novidades e lançamentos. • Observar as promoções e propagandas.
Silvia. “Um bom abastecimento, baseado em ponto de chamada ou estoque de segurança, permite que não sobre e nem falte mercadorias na farmácia”, detalha. De acordo com o diretor da Delage, Bruno Honório, o ideal é que se busquem sistemas voltados exclusivamente para operações do setor de produtos farmacêuticos. “Existem softwares generalistas, que têm uma operação mais abrangente, pois precisam servir para o maior número de segmentos possíveis, e os especialistas. Esses são voltados à realidade do mercado farmacêutico, então possuem um maior nível de aderência. Por estar mais próximos ao negócio, podem ser implantados mais rapidamente e dão retorno mais cedo.” 50
Dentro dos sistemas especialistas, o trabalho se inicia no momento em que a distribuidora faz uma cotação de compra com o fabricante. Para ajudar o usuário a realizar a melhor compra, o software indica a quantidade mais adequada de acordo com a demanda, visando manter bons níveis de estoque e vendas. O sistema ainda fornece uma série de informações sobre custo, imposto e negociações anteriores, a fim de que o gestor tome a melhor decisão.
INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA Os problemas de gerenciamento de estoque e de ruptura não podem ser atribuídos apenas a problemas de gestão interna das farmácias. Há tam-
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bém problemas ligados às distribuidoras e aos fornecedores, que nem sempre conseguem cumprir os prazos estabelecidos. De acordo com Almeida, da Ativa Logística, as falhas ocorrem devido a vários fatores: situações adversas, grande concentração de vendas em determinados períodos, sazonalidade, adequação de novas leis (Trânsito, Normas Sindicais, Adequação de Controle de Jornadas). “Se o Brasil não tivesse uma logística tão dependente do sistema rodoviário, talvez os custos pudessem ser menores e um problema menos comum. A maioria dos laboratórios está concentrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais, ou seja, basicamente na região Sudeste. Desses quatro estados, sai toda a mercadoria para o restante do País. Isso pode afetar a chegada do produto e gerar ruptura nas gôndolas, caso não haja uma boa gestão de estoque“, alerta o diretor executivo da Abradilan, Geraldo Monteiro. As consequências dessas falhas são graves e comprometem todo o processo da cadeia farmacêutica. “Desde o investimento no produto à visibilidade da marca, abrindo precedentes para a entrada de um novo concorrente, perdendo assim espaço de mercado e, consequentemente, este produto deverá passar por um retrabalho de conquista de espa-
ço, em toda a sua cadeia, que enO processo de volve médicos, lojistas, represenlogística reflete tantes de vendas, balconistas e diretamente farmacêuticos.” no dia a dia da farmácia Para que as falhas sejam administradas e, consequentemente, diminuídas, todo o caminho do centro de distribuição até o varejista precisa ser bem estruturado. “Uma empresa que preza por qualidade, deve ter em seu portfólio o cumprimento dos prazos pré-acordados. O prazo de entrega garante a satisfação e fidelização do consumidor final”, lembra Almeida. Para que o bom serviço prestado seja satisfatório, além de uma boa gestão de frota com equipamentos e veículos adequados e dedicados ao setor, é preciso sinergia entre as áreas de produção, marketing, vendas e operações que devem cada vez mais fortalecer a cadeia de distribuição. A Ativa Logística, por exemplo, aposta no treinamento e desenvolvimento dos profissionais, com grande investimento tecnológico, seguindo todas as normas e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A meta da operadora é ter um índice de 98% de assertividade nas operações de transporte e logística. Dar conta de atingir um objetivo ambicioso e corresponder aos índices de crescimento de dois dígitos do varejo farmacêutico exige um alto investimento. O Centro de Distribuição (CD) de São Paulo conta com um espaço de mais de 25.300 m² e abriga 24 docas para carregamento, 14 para descarregamento e 14 para transferência. “A montagem dessa estrutura foi projetada para atender ao sistema de distribuição que permite que a mercadoria recebida seja redirecionada de forma mais ágil, sem armazenagem prévia (Cross Docking), além de CD Logístico que conta com um estrutura de mais de 11 mil porta- pallets”, explica Almeida.
Integração entre varejo e distribuidora evita rupturas. AL
APESAR DE PRIMORDIAL PARA O BOM ANDAMENTO DE UMA FARMÁCIA, A RELAÇÃO ENTRE VAREJISTA E DISTRIBUIÇÃO MUITAS VEZES É PREJUDICADA POR INTERESSES COMERCIAIS QUE SE SOBREPÕEM À PARCERIA ENTRE AS PARTES. A BUSCA CEGA PELO MAIOR PREÇO É A GRANDE VILÃ DESSA RELAÇÃO
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Segmento farmacêutico atrai executivos que buscam desafios
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QUEDAS DE PATENTES OBRIGAM INDÚSTRIAS A SE REINVENTAREM. MOVIMENTO EXIGE PROFISSIONAIS NOVOS E CADA VEZ MAIS CAPACITADOS
VALÉRIA CARINHATO Diretora para o segmento de Life Scienses da Fesa, consultoria de busca e seleção de altos executivos 52
Há 15 anos, a introdução dos medicamentos genéricos no Brasil trouxe significativos efeitos sociais para o País, seja no amplo acesso da população aos tratamentos de saúde, seja pelos relevantes impactos econômicos. Criados em 1999 como uma política para aumentar a oferta de medicamentos baratos à população, os genéricos foram os grandes responsáveis por impulsionar a indústria farmacêutica nacional. Prevendo retornos decrescentes com seus portfólios de medicamentos similares e diante da impossibilidade de copiar medicamentos que apresentavam patentes, os laboratórios farmacêuticos nacionais iniciaram um movimento de associação de esforços para viabilizar suas iniciativas. De fato, quando ocorre a queda da patente, uma preocupação acontece nas empresas multinacionais, já que causa fortes impactos nos seus resultados financeiros. Nesse sentido, uma das alternativas é o estudo e o relançamento de medicamentos existentes com outras indicações, em que a indústria solicita nova proteção e comercializa um novo produto, meses antes do vencimento da patente. Ainda nessa mesma linha, observa-
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-se também a participação das grandes empresas do setor em incursões na área da biotecnologia, seja por meio de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) próprios ou por alianças cooperativas. Surge também a necessidade da realização de fusões entre as empresas, em que gigantes multinacionais adquirem importantes laboratórios nacionais. Os investimentos em fusões e aquisições têm sido fundamentais para que o Brasil tenha empresas mais robustas e competitivas nesse setor. Devido às constantes transformações no segmento farmacêutico, a busca por um tipo de profissional até então pouco visto nesse mercado passa a ser mais frequente. Executivos altamente qualificados, com visão global de negócios e que tenham um histórico de resultados significativos são competências atualmente avaliadas. Além disso, competências comportamentais, como fácil adaptação às mudanças, equilíbrio emocional para assumir suas tarefas de forma satisfatória mesmo diante de pressão e antecipação aos problemas ao trazer soluções assertivas, são também levadas em consideração na hora da contratação. FOTO: DIVULGAÇÃO
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ESTRATÉGIA
Requisitos
documentais necessários ESTAR EM DIA COM A DOCUMENTAÇÃO GARANTE A QUALIDADE E SEGURANÇA DO PRODUTO FARMACÊUTICO
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MARIELE BALCONI DE MOURA OLIVEIRA Farmacêutica responsável pela filial Campinas (SP) da Ativa Logística 54
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O medicamento percorre um longo caminho desde a fabricação até o consumidor final. Para que o produto alcance o efeito desejado, a transportadora necessita, além de uma boa gestão operacional e de atendimento ao cliente, possuir todos os documentos necessários para exercer a atividade. Algumas exigências são comuns para qualquer transportadora. Para o transporte de medicamentos, acrescentam-se os seguintes documentos: Autorização de Funcionamento de Empresa, Licença de Funcionamento, Licença Sanitária, Certidão de Regularidade Técnica, Auto de Vistoria de Corpo de Bombeiros, Autorização Especial, sendo esta última específica para o transporte de produtos e substâncias controlados. A Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) trata-se de uma autorização expedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contendo permissão para que as empresas exerçam as atividades sob regime de Vigilância Sanitária, mediante comprovação de requisitos técnicos e administrativos específicos. A obtenção é feita por pedido junto à Anvisa por meio de um peticionamento eletrônico (site da Anvisa) com posterior envio da documentação requerida. Também conhecida como Alvará Sanitário, a Licença Sanitária é o documento expedido pela vigilância sanitária local que habilita o funcionamento do estabelecimento nos níveis municipal/estadual conforme legislação vigente. 2014
Certidão de Regularidade Técnica é o documento expedido pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF), que comprova que o estabelecimento possui qualificação profissional para exercer a atividade requerida. Para a transportadora que deseja trabalhar com o transporte de medicamentos controlados, além dos documentos citados, também deve possuir a Autorização Especial (AE), concedida pela Anvisa, para o exercício de diversas atividades, entre elas, o transporte dos medicamentos e insumos farmacêuticos sujeitos a controle especial (Portaria Anvisa nº 344/98). Sua obtenção é realizada igualmente ao processo da AFE. Para o transporte de produtos químicos controlados, há legislações específicas e estes são controlados pelos seguintes órgãos: Polícia Federal, Polícia Civil, Exército e Órgãos Ambientais, a fim de evitar transações ilegais para o uso final de tais produtos. Para transportar os produtos químicos controlados pelo Exército, é necessário o documento Certificado de Registro (CR) junto ao Ministério da Defesa. Uma das atribuições do farmacêutico é orientar e adequar a estrutura da empresa. Com isso, é interessante tomar ciência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O AVCB é um documento oficial emitido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, atestando que a edificação possui condições de segurança contra incêndio. FOTO: DIVULGAÇÃO
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DEBATE
Cabo de guerra VAREJO E ÓRGÃOS REGULADORES DISCUTEM NA JUSTIÇA A PROIBIÇÃO DA VENDA DE ARTIGOS DE CONVENIÊNCIA NAS FARMÁCIAS DO BRASIL
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Os brasileiros ocupam a terceira posição em uma lista de turistas que mais gastam nos Estados Unidos, atrás apenas de britânicos e japoneses, de acordo com o Departamento de Comércio americano. Desde 2003, eles aumentaram suas despesas nos Estados Unidos em 250%, o que os levou a escalar quatro colocações no ranking, deixando para trás franceses, australianos, sul-coreanos e alemães. A valorização do real e o acréscimo dos preços dentro do País são alguns dos motivos que geraram esse aumento. Os atrativos que levam a essa invasão brasileira são diversos, como boas compras, restaurantes e atrações turísticas. Mas há outro item que também fascina quem visita o território americano: as farmácias. Lojas com mais de 200 m2
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POR FLÁVIA CORBÓ
e alguns andares impressionam. Nas gôndolas, o sortimento oferecido vai muito além de medicamentos e produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). Alimentos frescos e industrializados, bebidas alcoólicas e não alcoólicas, produtos de limpeza, ferramentas e até ração para cachorros e gatos podem ser comprados dentro de um mesmo espaço. Empresários do varejo farmacêutico sonham em replicar o modelo no Brasil, mas esbarram em questões regulatórias impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O principal impedimento fica por conta da restrição de categorias de produtos que o órgão sanitário permite que sejam comercializadas dentro das farmácias e drogarias. Em 2009, a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 44/09, que veda a venda de itens alheios à saúde, como comidas e bebidas, nesses estabelecimentos. FOTOS: SHUTTERSTOCK/VICTOR ALMEIDA
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OS NÚMEROS SUGEREM QUE, NOS ESTADOS EM QUE HÁ VENDA DE ARTIGOS VARIADOS, O CONSUMIDOR REALMENTE PASSA A TER UMA PERCEPÇÃO MAIS AMPLA DO PAPEL COMERCIAL DA FARMÁCIA “Nessa legislação, além dos medicamentos, existe um rol de produtos permitidos para se comercializar em farmácias, os quais estão diretamente ao sentido da farmácia enquanto estabelecimento de promoção, proteção e recuperação da saúde”, explica o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Dr. Pedro Menegasso. Entre os produtos permitidos pela Anvisa estão: cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal, produtos médicos e para diagnóstico in vitro, mamadeiras, chupetas, bicos e protetores de mamilos, alimentos para fins especiais com alegações de propriedade funcional e/ou de saúde, suplementos vitamínicos e/ou minerais, entre tantos. Desde então, iniciou-se uma disputa entre varejo e Anvisa. Para os empresários, garantir a venda desses itens é um ganho significativo de rentabilidade. O varejo continua apresentando números expressivos de crescimento, mas, atualmente, os responsáveis pelos bons números são, basicamente, os produtos de higiene e beleza, incluindo os dermocosméticos e produtos premium, de alto valor agregado. Com a venda de artigos de conveniência, o ganho seria expandido. De acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a venda desses produtos alheios à saúde e à beleza corresponde a 30% do faturamento total dos estabelecimentos que os vendem. Em busca de garantir esse direito, alguns estados criaram leis estaduais e municipais que permitem a li-
beração da venda de artigos de conveniência. A partir disso, a disputa ganhou esfera judicial. Recentemente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim da comercialização de artigos de conveniência em farmácias e drogarias nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Roraima. O pedido foi negado e os estados puderam continuar a vender os produtos. Segundo a advogada do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma-MG), Fernanda Silva Vieira, o STF entendeu que a venda de conveniência não é um incentivo à automedicação e não dispõe sobre saúde, mas sobre o comércio local. “A decisão unânime é extremamente relevante para o setor”, avalia a especialista. O STF entendeu que a lei estadual é constitucional, não fere nenhuma competência da União e, portanto, deve ser cumprida”, complementa a advogada.
GUERRA DE ARGUMENTOS A Anvisa e outras entidades que defendem a proibição da venda de artigos de conveniência nas farmácias afirmam que a comercialização destes produtos descaracterizaria o estabelecimento como um provedor de saúde. O argumento ganhou ainda mais força com a aprovação da Lei 13.021/14, que afirma que as farmácias e drogarias são estabelecimentos de saúde, que devem prestar serviços de Atenção Farmacêutica ao cliente. “Produtos não relacionados nas normativas, além de ilegais para venda em farmácia – o que caracteriza in2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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fração sanitária –, não contribuem para a imagem da farmácia como estabelecimento de promoção, proteção e recuperação da saúde, alterando a percepção da população do verdadeiro papel social deste estabelecimento”, afirma o Dr. Menegasso do CRF-SP. “Já os produtos relacionados nas normativas, auxiliam o farmacêutico a prover qualidade de vida ao usuário – o qual entendemos que, além de cliente, é um paciente – na recuperação e manutenção de sua saúde. Ou seja, são produtos que atendem às necessidades do público-alvo da farmácia.” Para pesquisar se a venda afeta realmente a visão que o consumidor tem das farmácias, o Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) investigou a percepção que o brasileiro tem destes estabelecimentos. Dentro do universo pesquisado, 16% já percebem a farmácia como estabelecimento de saúde, conforme prevê a Lei 13.021/14. Outros 31% a veem como minimercado; 25%, como loja de conveniência; e 28%, como loja de cosméticos. O estudo também mostrou o universo de produtos que mais chamam a atenção do consumidor nas farmácias e drogarias: medicamentos ou remédios, com 52%; cosméticos ou produtos de beleza, 27%; produtos de higiene pessoal, 17%; alimentos, 2%; e bebidas, 1%.
VAREJO ESPECÍFICO Os números sugerem que, nos estados em que há venda de artigos variados, o consumidor realmente passa a ter uma percepção mais ampla do papel comercial da farmácia. Mas, para as entidades de varejo, esse fato não prejudica a prestação de serviços de saúde. “Ninguém quer tirar essa função da farmácia. Sabemos que, nos Estados Unidos, as grandes redes têm uma área restrita de saúde, mas vendem de tudo”, destaca o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Para o Dr. Pedro Menegasso, do CRF-SP, essa comparação não é pertinente, devido às inúmeras diferenças entre as farmácias brasileiras e americanas. “A relação do paciente com a farmácia foi construída numa base diferente da brasileira. Pelo rigor criado para a aquisição do medicamento, o cliente/paciente tem a clara percepção de que não está adquirindo um produto qualquer. Sabe que é um produto de grande ris58
OS LIBERADOS A RDC 44/09 veda a venda de itens alheios à saúde, como comidas e bebidas, em farmácias e drogarias, mas não especifica os itens proibidos. Já os produtos relacionados ao trato da saúde, que podem ser vendidos junto aos medicamentos, são citados. Veja alguns deles: • Cosméticos. • Perfumes. • Produtos de higiene pessoal. • Produtos médicos e para diagnóstico in vitro. • Mamadeiras, chupetas, bicos e protetores de mamilos. • Alimentos para fins especiais com alegações de propriedade funcional e/ou de saúde, suplementos vitamínicos e/ou minerais, entre tantos.
co e deve ser usado de forma correta. Isso não acontece por aqui.” Para Mussolini, não é a restrição da venda de artigos de conveniência dentro da farmácia que será capaz de moralizar a dispensação de medicamentos. “Ao contrário, eu acho que se a farmácia tivesse chance de ter uma rentabilidade maior, poderia se dedicar melhor à dispensação.” Para o executivo, a solução para a falta de respeito à receita médica, ainda observada em muitos locais do País, deve passar pela regulamentação da prática. “Precisamos estabelecer quais produtos precisam, efetivamente, da tarja vermelha. E aqueles em que é necessária, devem ter uma comercialização vinculada à prescrição médica, em nome da segurança do paciente. Outra questão é que os prazos de validade de uma receita de medicamento contínuo também poderiam ser muito maiores.”
RENTABILIDADE ASSEGURADA Em meio à disputa, a chegada de redes estrangeiras é vista como um trunfo para os defensores da liberação dos artigos de conveniência. Com alto poder econômico e de barganha, essas multinacionais poderiam ser aliadas na pressão que se faz sobre o governo e órgãos reguladores.
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A Anvisa e outras entidades que defendem a proibição da venda de artigos de conveniência nas farmácias afirmam que a comercialização destes produtos descaracterizaria o estabelecimento como um provedor de saúde
“Elas têm toda uma experiência de anos e depoimentos de como esses produtos são importantes para aumentar a receita da farmácia. Tenho perguntado ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) como por lá um farmacêutico ganha US$ 10 mil e aqui ganha US$ 1 mil? Se você tiver uma loja que vende mais produtos com melhor margem, você não teria condição de pagar melhores salários?”, questiona o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto. Quanto à influência das redes estrangeiras e à ampliação da gama de produtos oferecidos, o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, tem outra visão. “Não acho que produtos de conveniência atrapalham o papel de saúde, a questão que coloco é que 90% das lojas falam em ter conveniência, mas não têm espaço, pois contam com lojas de 70 m2 a 90 m2. Grandes cadeias serão mais competitivas. Devido ao poder econômico, elas podem investir em uma loja de 400 m2 e ser muito mais competitivas. Muita gente quer vender conveniência, mas não sabe o porquê.” 60
Por essas diferenças entre as farmácias estrangeiras e brasileiras, o CRF-SP defende que se construa um modelo de farmácia que respeite a história e realidade brasileiras. Quanto à perda de rentabilidade, o órgão acredita que é possível atrelar o cumprimento do papel social da farmácia com a viabilidade econômica do estabelecimento, sem precisar fazer uso de produtos de conveniência que não estão previstos na legislação. “O que nos parece é que algumas empresas não conseguem compreender qual é o seu negócio, qual é sua estratégia, qual é o seu público-alvo”, ressalta, citando um exemplo: “o que um paciente diabético precisa para possuir qualidade de vida? Qual é o conjunto de produtos e serviços que uma empresa pode ofertar quando ele a procura? Além dos medicamentos, será que não é muito mais interessante, tanto do ponto de vista social quanto do comercial, que essa empresa farmacêutica se empenhe a fornecer-lhe acompanhamento farmacoterapêutico, alimentos especiais, palmilha adequada? Em vez disso, algumas empresas insistem em um mix de produtos que nada tem a ver com seu negócio e papel social”.
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Os desafios de
uma nova era
DEPOIS DE DEZ ANOS CRESCENDO EM UM RITMO INVEJÁVEL, O VAREJO BRASILEIRO DÁ SINAIS DE DESGASTE E PROVOCA INCERTEZAS QUANTO AO PRÓXIMO ANO PO R FLÁ V I A C OR B Ó
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Desde a criação do Plano Real, que conferiu estabilidade à moeda e controlou os índices de inflação, o Brasil começou a construir a base do que viria a ser um período de bonança nunca visto antes na história do País. A boa fase consolidou-se a partir do ano de 2003, quando se estabeleceu um modelo econômico baseado no estímulo ao consumo interno e na melhor distribuição de renda. Com o alargamento da faixa populacional que recebe de quatro a dez salários mínimos, milhões de pessoas migraram das classes D e E para a classe média, ganhando poder de compra e de escolha. Brasileiros que, até pouco tempo tinham de conviver com o mínimo necessário, puderam se permitir vivenciar novas experiências. Os produtos básicos foram, aos poucos, sendo substituídos por itens mais práticos e sofisticados, gerando uma qualificação do consumo. Esse fenômeno foi responsável, inclusive, pela sobrevivência do Brasil à crise mundial de 2008. Enquanto grandes potências instauraram severas medidas de restrições econômicas e estimularam a população a apertar os cintos, o governo brasileiro seguiu na contramão. Lançou mão de incentivos fiscais, como isenção de impostos para certas linhas de produtos, a fim de estimular o consumo e manter o mercado interno aquecido, protegido dos tempos áridos que assolavam o restante do mundo. A tática funcionou por pelo menos dez anos, principalmente para o setor de varejo, diretamente vinculado ao poder de consumo da população. Entre 2003 e 2013, o varejo brasileiro cresceu, em média, 3,5 vezes mais que o Produto Interno Bruto (PIB). Foi uma década de muito êxito, que deixou frutos importantes, como a expansão e profissionalização do varejo farmacêutico, mas que dá sinais de esgotamento.
O FIM DE UMA ERA? Para o presidente do Conselho do Programa de Administração de Varejo/Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Provar/FIA), Cláudio Felisoni D’Angelo, o fôlego acabou. “Podemos comparar a uma corrida. Pessoas preparadas conseguem correr dis-
tâncias maiores. Já os amadores, percorrem distâncias mais curtas. O Brasil tinha pouco oxigênio para seguir a maratona”, define. Ainda que as políticas de distribuição de renda tenham elevado famílias inteiras a novos patamares de consumo, o poder de gasto do brasileiro ainda é baixo. A renda média da população ocupada não passa de R$ 2 mil. “O gás do consumidor acabou, ele não é maratonista, é um atleta de fim de semana”, descreve Felisoni. Mas o brasileiro percebeu da pior forma que o bolso tem capacidade limitada. Sem experiência para lidar com concessão de crédito e possibilidade de parcelamento, acabou se complicando, gastando mais do que recebe, tornando impossível fechar a conta em um saldo positivo. Um estudo realizado pelo Serasa Experian, que levou em conta todos os municípios brasileiros com mais de mil habitantes, revelou que quando avaliadas dívidas atrasadas a mais de 90 dias, com valor superior a R$ 200,00, os inadimplentes somam 35 milhões de pessoas, o que equivale a 24,5% da população. A região que mais concentra devedores é a Norte, atingindo 31,1% da população, seguida pela região Centro-Oeste, com 26,4%. Quando analisados por faixa etária, os cidadãos entre 26 e 30 anos são os mais numerosos em termos de inadimplência, com 29,9% de representatividade. Já preocupante, a situação dos endividados tende a se complicar. Depois de anos de crescimento, a renda disponível das famílias – o mon-
O CRESCIMENTO EM LARGA ESCALA OBSERVADO NA ERA DE OURO DO VAREJO REALMENTE SE ESGOTOU, MAS, AINDA ASSIM, O SETOR É UM DOS GRANDES RESPONSÁVEIS POR EVITAR QUE O PIB BRASILEIRO NÃO ATINJA PATAMARES AINDA MAIS DESANIMADORES 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ECONOMIA
tante que resta depois de todos os gastos – manteve-se praticamente inalterada. Além de brigar com o bolso, o brasileiro teve de reaprender a lidar com um inimigo que há tempos estava adormecido: a inflação. Entre todos os itens que compõem a política econômica, esse é o que afeta mais diretamente o poder de compra do consumidor, pois impacta diretamente no preço final das mercadorias. Lembrando que, se os índices divulgados pelo governo já são preocupantes, na vida real, os impactos são maiores. Itens básicos, como alimentos, são fortemente impactados e pesam no bolso todo o mês. Na tentativa de conter a alta da inflação, o governo foi aumentando as taxas de juros, que se transformaram em outra barreira entre o consumidor e o desejo de adquirir novos bens. Um dos reflexos dessa política econômica foi a queda na intenção de uso de crediário, que registrou baixa de 3,8% no segundo trimestre deste ano.
Essa conjuntura de fatores acaba impactando a confiança do consumidor. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a maior prova dos temores da população quanto aos rumos futuros no País foi vista entre os meses de junho e julho do ano passado, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o aumento das passagens de ônibus e Metrô, além de uma série de outras insatisfações. “Essa movimentação toda gerou uma crise de confiança ou de expectativa. O pai de família não perdeu o emprego, não está ganhando menos, o banco não está dando menos dinheiro para ele, mas ele ficou com medo de gastar, com receio de algo ruim acontecer. Isso resultou em um freio no consumo”, avalia. Ainda segundo o executivo, a origem da inquietação do brasileiro começou com o aparecimento de notícias ruins, como suspeitas de corrupção na
É HORA DE SE REINVENTAR? “Precisamos ser bons em inovação. O que vale mais? A fábrica de iPhone ou a tecnologia que concebeu a ideia?” Com essa provocação, o presidente da Rio Bravo Investimentos e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, expôs a necessidade do País tornar-se provedor de novas ideias e não apenas um replicador de conceitos já existentes. O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, rebate o questionamento com exemplos. “O Brasil conseguiu reinventar a livraria, algo que nos Estados Unidos eles ainda não fizeram. Saraiva, Livraria Cultura e Livraria da Vila são modelos de varejo que servem de exemplo para o mundo inteiro. A gente criou modelos de hiper e supermercados que ninguém tem. O atacadão está sendo copiado em diversos países. O Boticário e as próprias redes de drogarias nacionais estão conseguindo se desenvolver. Isso não quer dizer que não se possa ter referências de fora.” Quando se trata especificamente do mercado farmacêutico, o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, acredita que há sim fatores que impedem que a inovação seja mais bem trabalhada. “Um dos problemas que temos é em relação à pesquisa clínica, que era para ter sido resolvido este ano, mas não foi.” De acordo com o executivo, o trabalho da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) evoluiu muito com a chegada do novo coordenador, Jorge Venâncio, mas, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a pesquisa clínica ainda é um nó que precisa ser desatado. “Isso reflete diretamente na inovação do País. Pesquisa é a mola propulsora da inovação. A Anvisa não pode seguir regulamentando aquilo que já está regulamentado pela Conep. A Anvisa precisa controlar a segurança do produto.” Outro entrave da inovação da indústria farmacêutica é a queda da rentabilidade das empresas. O setor reclama que há 12 anos o reajuste dos medicamentos fica abaixo da inflação e do aumento de salário. “Com menor rentabilidade, estamos atrasando investimentos em tecnologia e inovação. O regulador toma medidas sem olhar para o Brasil. Inovação só vem quando encontra terreno fértil para recompensa.”
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Petrobras e câmbio desfavorável à importação. O ambiente foi aos poucos se contaminando de insegurança, um fenômeno mais ligado a fatores psicológicos do que econômicos. “Já vamos completar quase um ano e meio desde que as manifestações ocorreram, mas ainda há um forte impacto no consumo e na economia como um todo.”
O VAREJO EM 2014 O crescimento em larga escala observado na Era de Ouro do varejo realmente se esgotou, mas, ainda assim, o setor é um dos grandes responsáveis por evitar que o PIB brasileiro não atinja patamares ainda mais desanimadores. Com movimentações atípicas, como Copa do Mundo e eleições presidenciais, o ano de 2014 termina com o registro de desaceleração do varejo, mas com índices superiores à média dos demais setores. Enquanto o PIB deve crescer entre 0,3% a 0,5%, a expectativa é de que o varejo cresça 2,5%. A boa notícia é que, para o mercado farmacêutico, os números são bem mais favoráveis. Isso pode ser explicado a partir da ótica do consumidor. Desde que o brasileiro conquistou maior poder de compra, saúde e cuidados pessoais passaram a ser itens cada vez mais valorizados. Uma vez conquistado o poder de consumo dessas categorias, a tendência é de que não se volte atrás. O consumidor pode pesquisar melhor os preços, pensar em custo-benefício, experimentar novas marcas, mas não abre mão de certos prazeres adquiridos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Provar, da Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, são os bens duráveis que sofrem mais com as oscilações econômicas. Entre julho e agosto de 2014, o índice de consumidores que pretendiam efetuar uma compra era de 46,6%, cerca de 6,6% menor do que o registrado no segundo trimestre de 2014, em que se verificou 53,2%. Enquanto isso, os itens de saúde e beleza cresceram 30% a mais que a média. Os bons números são confirmados pelas entidades representantes do setor farmacêutico. “Ainda é cedo para fazermos a projeção final do ano, mas a expectativa é de que fique em torno de 12% a 15%”, afirma o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. Para o executivo, o bom desempenho se deve ao 66
fato de que o varejo farmacêutico não se abala tanto com deslizes na política externa, depende de fatores internos, como emprego e renda, que seguem em patamares positivos e estáveis. Para a indústria farmacêutica, o ano também foi bom, inclusive superou as expectativas. “Foi melhor do que esperávamos. Projetamos um crescimento de 12% a 15%; até agora já está em 13,9%. Foi um ano positivo, sem dúvida”, afirma o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. No entanto, o executivo ressalta que há questões a ser debatidas e solucionadas. “O que tem preocupado as empresas é a questão da rentabilidade, que tem nos causado grande impacto. Começamos o ano com o dólar na casa de R$ 1,60 e, agora, estamos fechando em torno de R$ 2,40. Isso afeta muito nossos negócios, quando temos quase 95% das matérias-primas sendo compradas na moeda americana”, destaca. Outra questão que vem atrapalhando o sono dos empresários do setor envolve os critérios de reajuste de preço dos medicamentos, praticados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Para Mussolini, o percentual ficou muito aquém da inflação do período e do aumento de salários. “O rea-
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juste médio de preços ficou na casa dos 3,5%, enquanto os salários aumentaram em torno de 7,5%. Isso tem nos prejudicado nos últimos anos”, alerta Mussolini.
O VAREJO EM 2015 Durante a disputa das eleições presidenciais, o mercado deu sinais de que era desfavorável à reeleição da candidata Dilma Rousseff. Quando a presidente subia nas pesquisas, o índice da Bolsa caía. A maioria da população que compareceu às urnas mostrou pensar diferente do empresariado e ela foi reeleita. Agora, fica a expectativa de como a economia brasileira será tratada no segundo mandato. Para Felisoni, do Provar/FIA, ajustes profundos devem ser feitos, para que a confiança do consumidor e do empresariado seja restabelecida. “É preciso acabar com o desprezo em relação ao mercado, com a tolerância à inflação e à excessiva intervenção da economia. Em outubro deste ano, tivemos o pior resultado da balança comercial nos últimos 16 anos”, enumera. Já Eduardo Terra, da SBVC, acredita que não há tantas razões para se preocupar. “A boa notícia é que esta crise de confiança e expectativa não afetou fundamentos essenciais para o bom andamento do varejo, que são o crédito, o emprego e a renda, e ela pode mudar rapidamente.” O executivo, inclusive, acredita que o modelo econômico baseado no consumo interno ainda não está esgotado. No entanto, faz uma ressalva: “A expansão observada nos últimos dez anos não será vista novamente tão cedo, mas isso não quer dizer que o futuro seja ruim. Está na hora do Brasil investir em infraestrutura, mas sem esquecer o consumo”. Na Febrafar, o otimismo é palavra de ordem. “O índice de confiança do empresário não é tão relevante. Já estão sendo tomadas medidas para acalmar o mercado, como a sinalização de mudança na Secretaria da Fazenda e no Banco Central”, espera Tamascia. No varejo farmacêutico, as expectativas também são boas. Projeções pré-fixadas pelo IMS Health e Close-Up International estimam crescimento em torno de 68
11% em 2015. “Vai dar uma diminuída, mas continua um índice muito bom, de dois dígitos.” Como as expectativas e projeções só se confirmarão – ou não – ao longo do próximo ano, Felisoni recomenda que os empresários não deixem de investir, mas tenham cautela. “O Brasil tem muitas oportunidades no mercado de consumo. O melhor momento para se investir na Bolsa, por exemplo, é quando ela está em baixa. A questão está em saber onde apostar. É o momento de ser mais seletivo nos programas de investimentos.” Além das incertezas econômicas e políticas, os players do mercado farmacêutico se viram envolvidos em diversas reviravoltas nas questões regulatórias, como novas regras para os medicamentos similares e a Lei 13.021/14, que instituiu as farmácias como estabelecimentos de saúde, que devem prestar serviços de Atenção Farmacêutica à população. Em 2015, não deve ser diferente. Há muitos assuntos importantes em pauta, que devem ganhar maiores definições no próximo ano. Entre os temas em voga, estão a logística reversa e a rastreabilidade de medicamentos.
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Para salvar o ano APESAR DA ECONOMIA RUIM, COMÉRCIO ESPERA NATAL MAIS POSITIVO PARA RESGATAR O ATÍPICO ANO DE 2014. ECONOMISTAS RECOMENDAM ESTICAR PRAZOS E CONCEDER CRÉDITO PARA ATRAIR MAIS CLIENTES NESTE FIM DE ANO
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POR RODRIGO RODRIGUES
Mesmo com o grande sucesso da Copa do Mundo no Brasil, 2014 será um ano que muitos comerciantes gostariam de esquecer. Depois de quase meia década de crescimento contínuo, as perspectivas para o fechamento do ano são um tanto desalentadoras ao setor varejista, principalmente em virtude da inflação que persiste em extrapolar o teto da meta e a crise de confiança gerada pela acirrada disputa eleitoral de outubro.
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Apesar disso, economistas e especialistas do setor varejista vislumbram um Natal mais positivo para encerrar este ano tão atípico. O otimismo moderado é pautado pelas últimas pesquisas de endividamento do comércio e também dos consumidores brasileiros, que vêm mostrando recuo moderado e permitem prever uma retomada gradual das vendas na data mais aguardada pelos comerciantes no ano. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Você sabia?
A hipertensão arterial (HA) é uma doença que cada vez mais acomete crianças 1-3 e adolescentes, ainda que muitas vezes não seja diagnosticada e tratada. A prevalência da HA aumenta progressivamente com o Índice de Massa Corpórea 1 (IMC) e a doença é detectável em aproximadamente 30% das crianças obesas. 4
A incidência de HA é até 6x maior em jovens obesos que em jovens magros.
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A HA em crianças e adolescentes leva a doença aterosclerótica coronariana (DAC) 6 e Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE).
A maioria dos pacientes com HA pediátrica primária deve passar por um tratamento não farmacológico antes de iniciar o tratamento farmacológico. A perda de 4-7 kg e atividade física de 30-40 minutos, 3-4 vezes por semana, podem levar a uma 7 redução relevante da PA.
Caso haja necessidade de intervenção farmacológica, busque um anti-hipertensivo com potência superior para diferentes perfis de pacientes *8-12
13,14
*Na redução da PA.
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BENICAR® (olmesartana medoxomila) Apresentações: embalagem com comprimidos revestidos de 20 mg ou 40 mg. Uso adulto e pediátrico acima de 6 anos. Composição: cada comprimido revestido contém 20 mg ou 40 mg de olmesartana medoxomila (OM) e excipientes qsp 1 comprimido. Indicações: tratamento da hipertensão arterial, em monoterapia ou combinado com outros anti-hipertensivos. Contraindicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, coadministração com alisquireno em pacientes diabéticos ou durante a gravidez. Cuidados e advertências: em pacientes cujo sistema renina-angiotensina esteja ativado, como aqueles com depleção de volume e/ou sal, pode ocorrer hipotensão sintomática após o início do tratamento. Em pacientes cuja função renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), por exemplo ICC, o tratamento com inibidores da ECA e BRAs foi associado com azotemia, oligúria ou, raramente, com insuficiência renal aguda. Em pacientes com estenose uni ou bilateral de artéria renal tratados com medicamentos que afetam o SRAA há risco aumentado do desenvolvimento de insuficiência renal. Gravidez: quando diagnosticada, deve-se interromper a administração o mais rápido possível. Lactação: descontinuar a amamentação ou o uso do fármaco levando em conta a importância deste para a mãe. Crianças: não deve ser utilizado em pacientes com menos de 35 kg. Não foi observada nenhuma diferença entre pacientes pediátricos e pacientes adultos quanto à eficácia e segurança. Idosos: observar as precauções e advertências mencionadas. Interações medicamentosas: os seguintes fármacos podem interagir com a olmesartana: anti-inflamatórios não esteroidais, fármacos que atuam sobre o sistema renina angiotensina, lítio, colesevelam e alisquireno em pacientes diabéticos. Interações com o álcool: não são conhecidas interações entre o medicamento e o álcool. Interações com alimentos: os medicamentos podem ser administrados com ou sem alimentos. Reações adversas: tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, enteropatia semelhante à doença celíaca, aumento de enzimas hepáticas, tosse, insuficiência renal aguda, aumento dos níveis de creatinina sérica, rash cutâneo, prurido, angioedema, edema periférico, cefaleia, hipercalemia, mialgia, astenia, fadiga, letargia, indisposição e reação anafilática. Posologia: 20 mg uma vez ao dia como dose inicial, podendo-se aumentar a dose para 40 mg uma vez ao dia. Doses acima de 40 mg não aparentaram ter efeito superior. O início do efeito usualmente manifesta-se dentro de 1 semana e a redução máxima da PA em geral é obtida com 2 a 4 semanas. Não é necessário ajustar a dose inicial para idosos, pacientes com insuficiência renal leve a moderada, ou com disfunção hepática leve a moderada. Pacientes com possível depleção de volume intravascular, insuficiência renal grave ou insuficiência hepática grave, iniciar o tratamento sob supervisão e considerar uma dose inicial inferior. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Informações adicionais à disposição da classe médica. Benicar® 20 mg ou 40 mg: MS – 1.0454.0172. Farm. Resp.: Dr. Eduardo Mascari Tozzi – CRF-SP nº 38.995. Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda. SAC 08000-556596. MBV 15 Referências bibliográficas: 1. National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Children and Adolescents. The fourth report on the diagnosis, evaluation, and treatment of high blood pressure in children and adolescents. Pediatrics. 2004;114:555–576. 2. Chobanian AV et al. Seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension. 2003;42.(6):1206-52. 3. Flynn JT et al. Blood pressure in children with chronic kidney disease: a report from the Chronic Kidney Disease in Children study. Hypertension. 2008;52(4):631-7. 4. Schwandt P et al. Body fat distribution and elevated blood pressure in 22051 youths: The PEP Family Heart Study. European Society of Cardiology (ESC) 2014 Congress. Disponível em <http://www.escardio.org/about/press/press-releases/esc14-barcelona/Pages/body-fat-elevated-blood-pressure-youth.aspx>. Acesso em 20/10/2014. 5. Berenson GS et al. Association between multiple cardiovascular risk factors and atherosclerosis in children and young adults. The Bogalusa Heart Study. N Engl J Med. 1998;338(23):1650-6. 6. Daniels SR et al. Left ventricular geometry and severe left ventricular hypertrophy in children and adolescents with essential hypertension. Circulation. 1998;97(19):1907-11. 7. Trachtman H. Short- and long-term physiologic and pharmacologic control of blood pressure in pediatric patients. Integr Blood Press Control. 2011;(4):35-44. 8. Zannad F et al. Blood pressure-lowering efficacy of olmesartan relative to other angiotensin II receptor antagonists: an overview of randomized controlled studies. Fundam Clin Pharmacol. 2007;21(2):181-90. 9. Giles TD et al. Comparison of increasing doses of olmesartan medoxomil, losartan potassium, and valsartan in patients with essential hypertension. J Clin Hypertens (Greenwich). 2007;9(3):187-95. 10. Brunner HR et al. Antihypertensive efficacy of olmesartan medoxomil and candesartan cilexetil assessed by 24-hour ambulatory blood pressure monitoring in patients with essential hypertension. Clin Drug Investig. 2003;23(7):419-30. 11. Oparil S et al. Comparative efficacy of olmesartan, losartan, valsartan, and irbesartan in the control of essential hypertension. J Clin Hypertens (Greenwich). 2001;3(5):283-91, 318. 12. Chrysant SG et al. Antihypertensive efficacy and safety of olmesartan medoxomil compared with amlodipine for mild-to-moderate hypertension. J Hum Hypertens. 2003;17(6):425-32. 13. Hazan L et al. A Double-Blind, Dose-Response Study of the Efficacy and Safety of Olmesartan Medoxomil in Children and Adolescents with Hypertension. Hypertension. 2010;55:1323-1330. 14. Bula do produto.
Material destinado exclusivamente à classe médica. BHA(80) Novembro/2014 - 550569
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QUADRO COMPARATIVO 2013
2014
Intenção de presentear alguém no Natal
67%
87%
Intenção de comprar mais presentes
50%
40%
4,3
4,3
R$ 86,59
R$ 122,40
Pagarão compras de Natal em dinheiro
57%
50%
Pagamentos com cartão de crédito
16%
27%
Número médio de presentes comprados por pessoa Tíquete médio
Fonte: Pesquisa Intenção de Compras para o Natal/Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil
De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil que medem o índice de endividamento das empresas varejistas no País, o atraso nas contas dos comerciantes teve alta de 6,22% no último mês de setembro, na comparação com os meses anteriores. O número aponta o décimo mês seguido de crescimento dos números, mas mostra também um recuo do avanço das empresas endividadas no comparativo mensal. No mês de agosto deste ano, a alta foi de 7,94%, indicando leve recuo das contas em atraso dos comerciantes. O mesmo ocorre com o índice de endividamento dos consumidores brasileiros medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) que recuou 2,5 pontos porcentuais no mês de outubro deste ano. O índice aponta que o número de famílias endividadas passou de 47,8% para 45,3%, entre setembro e outubro deste ano. Na comparação com o mês de outubro do ano passado, a retração foi ainda maior: 9,1 pontos percentuais, passando de 54,4% para 45,3%. Para a assessora econômica da Fecomercio-SP, a economista Fernanda Della Rosa, os valores refletem um movimento sazonal já esperado para o fim do ano, mas também indicam que os consumidores terão mais margens para gastar em presentes de Natal. “O comércio hoje é muito guiado pelo crédito. É natural que, no fim do ano, os consumidores apertem os cintos e paguem as dívidas, vislumbrando necessidades de compras de fim do ano. No início de cada ano, o sentido é exatamente o contrário, o endividamento aumenta por causa das dívidas contraídas nesse perío72
do. De qualquer forma, os valores mostram que o Natal deve ser mais positivo que o resto do ano e hoje trabalhamos com uma perspectiva de crescimento do comércio geral de até 1% nessa data”, afirma a economista. Segundo Fernanda Della Rosa, no Natal, é esperado um movimento de compras em média 30% maior no comércio do que o registrado na média geral de 2014. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o comércio vive uma crise que é reflexo da desconfiança dos consumidores em relação ao futuro da economia. Na opinião dela, essa atmosfera tem influenciado o redirecionamento das dívidas familiares, temendo uma piora do cenário econômico nacional. “Dois mil e quatorze foi um período de desaceleração econômica, apesar de ainda não ter afetado os índices de emprego no País. Isso faz com que a confiança do consumidor se retraia, principalmente no que diz respeito à perda de emprego e à grande alta da inflação, que faz com que o salário dele esteja valendo menos no mês seguinte. Portanto, as parcelas que foram contraídas antes, já não cabem tanto no bolso como na época da compra. Cem reais hoje não compram as mesmas coisas do mês passado. Somado à elevação das taxas de juros dos bancos, pagar as contas é a melhor solução agora para que a correção não seja um problema maior no futuro”, comenta. Mesmo com a nova realidade, a executiva afirma que o Natal deve trazer algum alento para esse cenário de apreensão. Pesquisa realizada pela própria empresa aponta que os consumidores brasileiros estão dispostos a gastar 32,5% a mais na compra do presente para os familiares na comparação com o ano passado, mes-
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É NATURAL QUE, NO FIM DO ANO, OS CONSUMIDORES APERTEM OS CINTOS E PAGUEM AS DÍVIDAS, MAS OS VALORES MOSTRAM QUE O NATAL DEVE SER MAIS POSITIVO QUE O RESTO DO ANO mo dizendo na pesquisa que vão comprar o mesmo número e tipo de presentes do ano anterior. Outro número muito positivo da pesquisa do SPC diz que 87% dos brasileiros ouvidos pretendem presentear alguém no Natal. O valor é 20 pontos percentuais maior que na pesquisa do ano passado. Desses 87%, cerca de 40% deles têm intenção de comprar mais presentes neste ano que em 2013, diz a pesquisa. “O Natal é a época em que as pessoas vão às compras e estão dispostas a desembolsar mais dinheiro para tanto, mesmo num ano ruim. Quando a gente pergunta ao consumidor se ele está disposto a gastar mais, a resposta é que ele quer gastar menos. Mas quando abrimos o valor do gasto na pesquisa, percebemos que ele está disposto a pagar mais que no ano passado. O tíquete médio aumentou 32,5%, já em valores deflacionados. Ou seja, o valor por presente aumentou bem acima da inflação, o que é uma ótima notícia para os comerciantes”, comenta Marcela.
A PERDER DE VISTA Para atrair esse contingente de consumidores a fim de gastar, as economistas ouvidas pelo Guia da Farmácia aconselham o trabalho forte na concessão de crédito e descontos, seja por intermédio dos chamados “cartões fidelidade” ou pelo próprio sistema de cartão de crédito. Para Fernanda Della Rosa, da Fecomercio-SP, a injeção do décimo terceiro salário na economia deve elevar o apetite para o consumo, mas ainda sob a égide da cautela sobre o cenário no ano que vem. “O consumidor neste ano está mais atento ao futuro de curto prazo, já que em janeiro há diversas contas obrigatórias, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), matrícula na escola e despesas de férias. Como acontece todos os anos, parte do décimo terceiro é reservado para essas despesas e ao pagamen74
PERCEPÇÃO DOS BRASILEIROS SOBRE O NATAL 2014 • 87% dos entrevistados têm intenção de presentear alguém no Natal; • 40% querem aumentar o número de presentes adquiridos neste ano; • 45% dos entrevistados pretendem adquirir cosméticos e perfumes neste fim de ano; • O tíquete médio terá 32,5% de aumento real em 2014, chegando a R$ 122,00 por pessoa; • 4,3 é a média de presentes que os entrevistados pretendem adquirir; • 50% dos consumidores usarão dinheiro para pagar as suas compras; • 27% dos consumidores admitem usar o cartão de crédito e parcelar as compras de Natal neste ano. Fonte: Pesquisa Intenção de Compras para o Natal/ Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil
to de contas em atraso. Portanto, o consumidor quer ser surpreendido por preços baixos. Atrair esse contingente desconfiado é o desafio do comerciante neste fim de ano. Para tanto, esticar os prazos de parcelamento, criar ofertas de ‘leve 1 e pague o segundo pela metade’ são alguns dos caminhos que podem ser adotados pelos varejistas”, diz Fernanda Della Rosa. A pesquisa de Natal feita pelo SPC Brasil conseguiu capturar essa disposição dos consumidores neste ano por crédito e constatou uma queda de sete pontos percentuais no número de brasileiros que dizem que pagariam em dinheiro as compras de Natal. No ano passado, a mesma pesquisa mensurou um total de 57%, mas neste ano esse contingente caiu para 50%, segundo os números da sondagem. O levantamento também mostra que subiu de 16% para 27% o número de compradores que afirmam que realizarão as compras usando o cartão de crédito. “Nesse cenário de desconfianças, os consumidores estão preferindo parcelar as compras visando, principalmente, ao início do próximo ano, que também é cheio de gastos. Com isso, um leque de oportunidades surge nesse contexto para os comerciantes que oferecerem mais facilidade e prazos longos de pagamento”, finaliza.
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CONSUMO
Baixa renda, altos lucros A BASE DA A PIRÂMIDE BRASILEIRA BR ASILEIRA JÁ NÃO É MAIS A MESM MESMA. A. ENTÃO, NTÃO, QUAL QUA L SERIA QU A ELA? EL A? POR CLAUDIA MANZZANO
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O Brasil sempre foi um país reconhecidamente desigual, com poucos ricos e muitos pobres. O advento da inflação exorbitante nos anos 1980 aumentou essa diferença, empurrando a classe média brasileira à pobreza. Mas esse movimento se inverteu a partir de 2000, com a recuperação de renda das classes C/D/E o que provocou a mobilidade social. Por essa razão, a pirâmide socioeconômica do Brasil passou de um triângulo para o losango, explica a antropóloga e diretora técnica da Plano CDE, Luciana Aguiar. Mas ela lembra que essa transformação deixou o varejista um pouco confuso sobre quem é o consumidor de baixa renda no Brasil. O conceito de classe média, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, engloba classe B2 e classe C. Isso representa 97 milhões de pessoas. Só na classe C são 67 milhões. A renda gira em torno de R$ 293 a R$ 1 mil per capita. Luciana explica que a classe média não é de padrão internacional, mas de um país desigual. A pesquisadora analisa que, embora tenha ganhado renda nos últimos anos, vale se perguntar se a classe média está instrumentalizada para permanecer neste lugar e se consolidar como tal. De acordo com a especialista, as 35 milhões de pessoas que saíram da classe D ainda não se consolidaram como classe C. Uma das razões é que a mesma família pode se classificar de maneiras diferentes ao longo do ano porque a renda oscila, mesmo com emprego formal, 53% deles. “E isso tem impacto claro nas estratégias de consumo. Quais escolhas ela faz a cada mês para a renda se acomodar ao seu padrão de consumo, ou estratégias novas de padrão de consumo, já que ampliou a cesta?” Nem sempre o supérfluo sai perdendo nesse jogo. “O consumidor começa a abrir mão da compra que faz no supermercado – trocar marca, diminuir quantidade – para dar conta de manter o novo padrão”, diz Luciana. A diretora de marketing do Lojão do Brás (rede de lojas de departamentos), Andréia Bessa Vieira Rocha, conta que, em uma pesquisa feita pela empre-
63% DAS FAMÍLIAS SÃO ORGANIZADAS E NÃO FICAM NO VERMELHO; 20% SÃO DESORGANIZADAS; E OUTROS 20% SÃO ORIENTADAS PELA DÍVIDA – RECEBEM DINHEIRO E LIBERAM CRÉDITO NO MERCADO, AMPLIANDO, DESSA FORMA, A POSSIBILIDADE DE CONSUMO POR MEIO DO CRÉDITO sa, descobriu que suas consumidoras deixam de pagar até a faculdade para andar na moda.
ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO Atualmente, 27 milhões de brasileiros estão inseridos na chamada classe D. É verdade que eles ainda são pobres, mas foi o segmento que mais teve sua renda aumentada (cerca de 6% ao ano) nos últimos anos. Por isso, não devem ser menos considerados quando se pensa em estratégia de negócios. O problema é saber como este grupo vai lidar com a alta da inflação e o endividamento. “Se a inflação consome renda, o que fica para esse público? Quem está mais instrumentalizado para se manter na posição que conquistou?”, pergunta a especialista. E ela mesma responde que o olhar deve estar direcionado para quem conseguiu investir em ativos ao longo dos anos e tem maior resiliência para se consolidar no patamar conquistado. De acordo com a pesquisadora, a classe C está mais próxima disso, pois apostou mais em capital humano (educação); capital social (redes de relacionamento inserem de outro jeito na sociedade, instrumentalizam e são fonte de renda indireta); capital financeiro (consegue gerir sua própria vida). Estes itens conversam diretamente com valores que são muito caros à nova classe média. “Educação está relacionada a um projeto de vida melhor e um plano muito claro de ascensão. Capital social é uma estratégia de resistência ao meio e de ampliar oportunidades (escola melhor para seu filho, emprego). 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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A BASE DO CRESCIMENTO Diferença no crescimento de grupos sociais comparados à média (em pontos percentuais anuais) 1,69
1,69
1,12
2003-14 2013-14 1,07
1,02
1,01 0,81
0,40
Mulheres
Negros
Periferia
Menos de 7 anos de estudo
Qual fonte de renda contribuiu mais para o crescimento? 2001-2013 Contribuição de fontes de renda para o crescimento de diferentes grupos em pontos percentuais anuais Fontes de Renda
40%-
Grupo do Meio 40-90
5%+
Trabalho
3,86
2,78
1,82
Benefícios de Prestação Continuada
0,28
0,12
0,00
Previdência
0,88
0,95
0,28
Outras (Bolsa Família)
0,82
0,03
-0,05
Total
5,80
3,82
2,01
Nesse ritmo de crescimento, levaria 29,5 anos para os 5% mais ricos dobrarem a renda contra 11,3 anos para os 40% mais pobres. Fonte: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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DE 2003 A 2013, NOS ÚLTIMOS 12 ANOS, OS 5% MAIS POBRES DA POPULAÇÃO TIVERAM CRESCIMENTO REAL PER CAPITA DE 113%; E OS 5% MAIS RICOS TIVERAM CRESCIMENTO DE 27%. GRUPOS TRADICIONALMENTE EXCLUÍDOS FORAM OS QUE MAIS CRESCERAM E capital financeiro tem a ver com estar instrumentalizado para construir ativos e ter maior resiliências com essas oscilações da renda.” Mas entre os perfis existentes, a pesquisadora destaca alguns protagonistas que merecem mais atenção na hora de traçar uma estratégia: jovens, idosos, mulheres e negros.
JOVENS CONSUMIDORES Para começar, os mais jovens são mais escolarizados que seus pais. A diferença média é de cinco anos entre mais jovens e idosos. E há alguns que investem mais em educação, como os evangélicos. “Isso fala muito com a teologia da prosperidade, que orienta uma visão de mundo protestante e evangélica”, lembra Luciana. Mas é a conectividade que afeta mais diretamente a diferença entre os jovens. “Quando se olha para usuários de smartphone, a penetração média no Brasil na classe C é de 17%; 60% dos alunos de escola pública têm smartphone. Falar com jovem e pensar numa plataforma de TI faz todo sentido.” Ela também destaca que recortar esse mercado de uma maneira distinta pode ser uma boa estratégia de comunicação e aproximação com o jovem da base da pirâmide. Ele vai entrar no mercado, nos próximos anos, muito mais instrumentalizado que os seus pais e muito mais sofisticado em termos de informação e escolaridade. Portanto, a estratégia de comunicação tem de ser muito diferente se for direcionada para ele.
IDOSOS NO TODO O Brasil está em anos de bônus demográfico, ou seja, atualmente, existem mais pessoas em idade economicamente ativa do que idosos aposentados. Mas essa situação vai se inverter em cerca de dez anos. Hoje, temos em torno de 25 milhões de idosos no Brasil. O número mais que dobrará de 2012 a 2050, serão 16 milhões de idosos só nas classes C/D/E. 80
É bom que as empresas comecem a pensar estrategicamente nisso, pois o mercado futuro das classes C/D/E será envelhecido. “Isso nos coloca desafios tão grandes quanto a questão de como eu desenvolvo um modelo de negócio para um público de menor renda. Eu vou ter de pensar como eu direciono o meu negócio para atender um público que é mais envelhecido e que tem demandas específicas em função disso.” Mas hoje, o idoso já tem um papel importante dentro da família de baixa renda. Os aposentados são arrimos de família e dão sustentabilidade resolvendo o problema da oscilação da renda. Além disso, eles são fontes de indulgências para netos, pagam a escola e podem ser fonte de crédito para a família. “Muitos ainda trabalham por conta própria para complementar a renda. É preciso olhar como alguém que é ativo e a tendência é de que permaneça ativo à proporção que a longevidade aumenta”, complementa Luciana.
MULHERES NO COMANDO Todos conhecem o poder que o público feminino têm para se comunicar e negociar. Luciana confirma que são elas as articuladoras de capital social, sobretudo no seu bairro. Elas investem mais em escolarização. E o reflexo disso é que mulheres mais escolarizadas têm menos filhos, maior potencial de inserção no mercado de trabalho e, em geral, investem isso nos filhos. A pesquisadora também destaca que elas são consultoras de capital cultural e importantes para pensar na estratégia a longo prazo. “Sem dúvida, vão permanecer no mercado por mais tempo e são consumidoras mais informadas, interessadas e mais fáceis de trabalhar em momento de oscilação. É a shopper e quem decide na casa.” Por essa característica, algumas são gestoras de orçamento familiar e são muito eficientes. No estudo Diários Financeiros, da Plano CDE, 120 foram estudadas. O resultado é que, no geral, 63% das famílias são organizadas e não ficam no vermelho; 20% são desorganizadas; e outros 20% são orientadas pela dívida – recebem dinheiro e liberam crédito no mercado, ampliando, dessa forma, a possibilidade de consumo por meio do crédito.
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Mas enquanto, nas classes D e E, 71% são organizadas, na classe C, 28% são orientadas pela dívida. Portanto, mesmo que, em geral, se pense mais na classe média como estratégica porque tem mais renda, às vezes o orçamento está mais comprometido. “Vale a pena olhar para quem tem orçamento menor”.
NEGROS DENTRO DO NEGÓCIO De acordo com o último Censo, 97 milhões de pessoas no Brasil são negras. Embora haja uma enorme oportunidade de negócios para esse público, Luciana destaca que ainda isto não foi vislumbrado. Para efeito de comparação, a Nielsen dos Estados Unidos tem um estudo específico para negros, ele aponta que este é o segmento com maior crescimento. Eles trazem desafios importantes relacionados ao consumo de algumas categorias específicas. “É um consumo muito distinto de comunicação e de mídia. A gente tem de parar de ter essa relação intuitiva com os negros e considerá-los dentro de uma estratégia específica de negócio”, diz Luciana. Para começar, é importante entender que a diferença não está tão relacionada à cor da pele, mas porque grande parte deste público está no grupo de menor renda. Existem vulnerabilidades importantes relacionadas com diferença de salário, diferença de escolaridade e o fato de serem vítimas de violência.
PONTO DE VISTA OFICIAL Em uma apresentação para o Centro Integração Escola-Empresa (CIEE), o ministro da Secretaria de
Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, mostrou sua tese de que o Brasil está andando no que ele chamou de Caminho do Meio: eliminando a desigualdade sem deixar de manter o crescimento, ainda que em um ritmo menos acelerado. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 a 2013, nos últimos 12 anos, os 5% mais pobres da população tiveram crescimento real per capita de 113%; e os 5% mais ricos tiveram crescimento de 27%. “Grupos tradicionalmente excluídos foram os que tiveram crescimento maior nos últimos anos. Essa é a face humana dessa redução da desigualdade de renda”, comemora o ministro Neri. Do ponto de vista da sustentabilidade do crescimento, o ministro acrescenta que a valorização do trabalho não qualificado dos últimos anos teve maior peso no crescimento da renda que os programas sociais. “Só a renda dos trabalhos dos 40% mais pobres cresceu mais do que todas as rendas dos outros grupos da sociedade, principalmente dos mais ricos. Então o Bolsa Família desempenha um papel coadjuvante. A função principal é desempenhado pelo trabalho.” Outro ponto de destaque é a escolaridade do grupo dos mais pobres. De acordo com o ministro Neri, caso tudo ficasse constante (nenhuma mudança na Previdência, no Bolsa Família, na quantidade de trabalho, no salário por anos de estudo), ainda assim, a renda dos 40% mais pobres teria de crescer 3% ao ano, só pelo aumento de educação de um nível muito ruim para um nível menos ruim. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PONTO DE VENDA
Dinâmica
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CONQUISTAR NOVOS CONSUMIDORES É O FOCO DA MAIOR PARTE DOS VAREJISTAS, PORÉM, MUITOS SE ESQUECEM DE ADOTAR ESTRATÉGIAS PARA MANTER OS ANTIGOS POR VIVIAN LOURENÇO
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O desejo de toda loja é ver o movimento crescer a cada dia e, nesta busca, os novos clientes são os mais cobiçados. Porém, o foco não deve se manter somente em aumentar a cartela de shoppers que frequentam o local. É pre-
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ciso cuidar para que eles voltem e indiquem a loja a outras pessoas. Essa nova percepção do varejo, de se preocupar em fidelizar os clientes antigos é chamada de funil invertido. Diante do cenário cada vez mais comFOTOS: SHUTTERSTOCK
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petitivo – acirramento da concorrência, competitividade e complexidade do mercado, altos investimentos em inovação, tecnologia acessível a todos e, sobretudo, frente a um consumidor mais consciente, seletivo, conectado, informado, multimarca e multicanal –, atrair, conquistar e reter o cliente são desafios diários no dia a dia do varejo, pontua a diretora executiva da Connect Shopper, especializada em varejo e Shopper Insights, Fatima Merlin. A inversão de funil, de acordo com o CEO da Wroi, Fábio Sayeg, é entender que o investimento de marketing de uma empresa é muito baseado em trazer novos clientes e é necessário estar mais atento com quem já é consumidor, do que buscar um novo. “A maioria direciona os esforços para o novo cliente e depois que a venda é efetuada, não se preocupa em mantê-lo.” Porém, essa não é uma tarefa fácil, segundo a consultora especializada em marketing de varejo, Tatiana Ferrara, muito pelo contrário. O relacionamento com o cliente é delicado, pois o esforço para conquistá-lo é grande, basta um erro para perdê-lo. “O varejista precisa entender a fundo as necessidades declaradas e não declaradas de seus clientes para tentar oferecer o que eles desejam. É necessário desenvolver pesquisas com o consumidor e, na sequência, efetuar as ações de relacionamento.” Para o varejista, de acordo com Tatiana, a principal diferença entre manter um cliente ou conquistar um novo cliente é o custo. É muito mais caro conquistar novos clientes do que manter os atuais. Hoje, no entanto, o varejo gasta de 4 a 5 vezes mais com a atração (foco em ações para trazer o cliente à loja), do que gastaria para retê-los, exemplifica Fatima. “Para se ter uma ideia, em média, o varejo troca entre 60% a 70% de sua base de clientes ao ano... o que significa um esforço tremendo para atrair novos.”
ENTENDENDO A AÇÃO Para manter o consumidor, é necessário, primeiramente, permitir que, em sua jornada de compra, tenha acesso ao conhecimento do produto e/ou canal de compra/loja. “Ele precisa saber que você existe para que você (enquanto loja ou marca) possa estar dentro de suas opções de escolha – já que ele vai variar”, orienta Fatima.
OS INVESTIMENTOS EM MARKETING SE CONCENTRAM MUITO EM CONQUISTAR NOVOS CLIENTES, QUANDO DEVERIAM ESTAR MAIS ATENTOS COM QUEM JÁ É CONSUMIDOR Para Sayeg, são diversas ações que podem ser feitas a fim de se manter esse consumidor. Uma delas é conquistá-lo efetivamente como cliente ativo, ou seja, uma personalização do atendimento (conhecer nome, hábitos, costumes, etc.). “Fazer com que ele se sinta parte da empresa, mostrar sua importância. Por fim, trazer sempre um benefício ao shopper.” Isso porque, em primeiro lugar, os clientes fiéis gastam mais na farmácia, ressalta Tatiana. Em segundo lugar, o shopper fidelizado pode fazer divulgação porque acaba falando bem da empresa para sua rede de conhecidos. “O cliente satisfeito pode ou não falar bem da loja a outros consumidores. Entretanto, é mais provável que um cliente insatisfeito fale mal da farmácia para outras pessoas, o que acaba por prejudicar a empresa.” É necessário inverter esse processo para que o cliente propague a marca e a loja, o que se converterá em novos clientes, sem se esquecer dos antigos. “É necessário interagir de volta com o cliente, personalizar a comunicação”, complementa o CEO da Wroi. Para tanto, é fundamental mudar a política cultural da empresa. Pode-se analisar como e quando o primeiro cliente entrou e o que ele fez até o momento. Se atentar para onde e como fazer a captação de novos clientes, e depois, realizar ações para mantê-lo dentro do seu portfólio. Blindar esse cliente para não ir ao concorrente, principalmente usando uma relação mais humana. “A indústria farmacêutica faz cada vez mais isso, trazendo benefícios agregados aos consumidores”, considera Sayeg.
INVERTENDO O FUNIL O primeiro passo para reter os clientes é entender como funciona o processo de fidelização. Se colo2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PONTO DE VENDA
carmos os clientes de certa empresa em um funil tradicional, temos que muitos clientes entram na loja, entretanto, poucos são fidelizados e gastam dinheiro na empresa. Ao inverter o funil, a consultora especializada em marketing explica que a mentalidade é de aproveitar mais cada cliente que entra na loja, mesmo sendo poucos, ao serem trabalhados, gastam uma boa quantia de dinheiro na empresa. Nesse sentido, Sayeg observa que a propaganda boca a boca dos antigos shoppers pode ser mais eficiente do que reunir esforços para captação de novos clientes. “Principalmente nas redes sociais, por isso é essencial fazer um bom trabalho de fidelização depois da venda.” Entre as etapas, a diretora executiva da Connect Shopper ressalta que é preciso fazer o consumidor querer, desejar. “Querer, desejar comprar o produto/ marca e querer ir até determinada loja!” As mídias tradicionais têm um papel fundamental para gerar desejo e conhecimento. Mas já há tecnologias sendo usadas e, muito, na geração desse desejo e na geração de fluxo. Ao passar as informações sobre produto e marca e de onde encontrar, pode-se seguir para o segundo passo da jornada: desenvolver ações para que o mesmo entre na loja, circule facilmente pela seção 84
onde o produto e marca de interesse estão adequadamente expostos. “A farmácia precisa entender qual é o diferencial que irá oferecer a seus clientes. A equipe deve ser treinada para aproveitar cada oportunidade com aqueles que estão na loja”, complementa Tatiana. Nesse sentido, os varejistas e fornecedores podem colaborar para facilitar e estimular a compra. A começar pela organização da loja e do layout , permitindo uma passagem fluída e livre, sinalização adequada de onde se encontra o que se busca e exposição eficiente, entre outros. Quando o shopper estiver na seção/corredor onde o produto está exposto, o desafio é envolvê-lo e engajá-lo na compra daquele item. “Esse terceiro passo da jornada de compras é de extrema importância para caminhar rumo ao aumento das vendas. Mas antes, é necessário envolvê-lo e isso tem a ver com estabelecer vínculos ou conexões emocionais”, pontua Fatima. Esse envolvimento parte de ações relacionadas ao uso de imagens, sons, iluminação diferenciada, aromas, ou seja, estímulos sensoriais que permitem estabelecer fortes vínculos ou, ainda, ações que permitam ao shopper provar o produto em si.
ATENÇÃO ESPECIAL Fidelizar o cliente, sem esquecer-se da captação de novos, exige certo cuidado dos varejistas. Para a consultora de varejo, Tatiana, manter o profissionalismo é fundamental, principalmente na área farmacêutica, quando o relacionamento com o consumidor deve ser cuidadoso. O atendimento precisa ser adequado a cada cliente, à linguagem, manter a confidencialidade, ser empático, entre outras. Um dos caminhos é fazer o shopper experimentar, provar o produto, por meio de degustações, amostras grátis, entre outros. “Dar a ele a certeza de que ‘boa compra’ também é sinônimo de sucesso na busca por envolvê-lo. Um exemplo é a garantia de satisfação ou o dinheiro de volta, amplamente utilizada em diversos setores”, destaca Fatima. Contudo, não se pode resumir apenas a isso. É preciso oferecer informações que facilitem a decisão e isso se torna um grande diferencial competitivo entre varejistas e marcas. É como se fosse uma prestação de serviço de suporte à decisão nesta etapa de envolvimento. “E se esse suporte vier somado à oferta de soluções, ‘o pacote estará completo’! E você atingiu seu
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PONTO DE VENDA
VETORES DA EQUAÇÃO COMERCIAL QUE AUMENTA VENDAS 1) Ampliar a base de clientes (atrair, conquistar e converter novos). 2) Aumentar a intensidade de compra (frequência/ recompra ou volume). 3) Aumentar as transações – tíquete médio.
objetivo na busca por envolver o shopper”, destaca a diretora executiva da Connect Shopper. Nesse quesito, destaca-se o conceito do “cross merchandising”, ou seja, organizar as gôndolas por solução, agrupar produtos de acordo com as necessidades dos shoppers, com a ocasião de consumo e/ou uso, agrupar produtos complementares, etc. São práticas que, sem dúvida, contribuem para essa entrega de solução.
PERSONALIZANDO A INFORMAÇÃO Conhecer o consumidor. Esse é o primeiro ponto a ser analisado para a inversão do funil. Segundo Sayeg, da Wroi, o consumidor não busca apenas o melhor preço, mas também uma experiência de compra diferenciada. Até pouco tempo, o “share” (participação) era o indicador-chave de desempenho de mercado utilizado, inclusive, por diversas empresas, nas metas de seus executivos. Hoje, um novo indicador vem 86
ganhando destaque. A briga é por maior conversão, alerta Fatima. Para conquistar clientes, torna-se imprescindível entender toda a dinâmica do shopper, quem está comprando e quem será o usuário, como se comporta, qual a ocasião de uso, árvore de decisão no canal, entre outros. Para conhecer o cliente, Tatiana indica alguns caminhos: podem ser feitas pesquisas, utilização de cadastros com informações sobre o histórico do shopper para, posteriormente, efetuar ações, como descontos e promoções personalizadas. Mas também algumas medidas simples podem ser tomadas, como adotar o hábito de chamar os clientes pelo nome o que acaba por oferecer uma experiência mais individualizada. É necessário se colocar no papel dele para entender de fato as melhorias necessárias para promover uma boa experiência e fazê-los recomprar... (funil invertido = a sair do foco do produto, marca, operação, para o foco no cliente)”, finaliza Fatima.
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E-COMMERCE
Potencialize as vendas, entrando no mundo virtual INVESTIR EM COMÉRCIO ON-LINE É UMA TENDÊNCIA MUNDIAL E, PARA QUEM QUER APOSTAR NESTE FORMATO, O MARKETPLACE PODE SER A SAÍDA PARA AUMENTAR A LUCRATIVIDADE
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POR VIVIAN LOURENÇO
Um mundo cada vez mais conectado. Atualmente, as pessoas podem fazer tudo apenas usando o computador ou o smartphone, desde pagar uma conta, checar o saldo bancário e, principalmente, comprar: seja um eletroeletrônico, calçados, roupas, medicamentos e produtos de higiene e beleza. Alguns consumidores ainda privilegiam somente as lojas físicas, mas a tendência mundial é de que o comércio eletrônico ganhe cada vez mais adeptos
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e, para isto, as empresas precisam estar atentas a esse novo cenário e entender as necessidades do shopper. Abrir uma loja virtual e começar a disponibilizar os produtos on-line requerem investimento que nem todos os varejistas têm condições de disponibilizar, de forma imediata. Por esse motivo, muitos resolvem investir em plataformas chamadas de marketplace, que significa, em português, a praça, ou seja, o local onde a empresa irá disponibilizar seus produtos. O e-marketplace é FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Esse foi o primeiro momento do marketplace on-line. Ou seja, hoje, nada mais é do que uma loja virtual vendendo produtos de outras lojas. Por ser um portal colaborativo de e-commerce, também pode ser considerado um shopping virtual com dois níveis de acesso, um para consumidores e outro para lojistas. “O lojista de um segmento de nicho ou não, dependendo da proposta do marketplace, pode vender seus produtos através da plataforma de terceiros, e o cliente, dentro de um só lugar, encontra produtos de vários fornecedores e marcas”, complementa o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti.
COMO INVESTIR
a disponibilização de um produto pelo meio eletrônico, seja por um site, rede social ou aplicativo, como explica a consultora especializada em marketing de varejo, Tatiana Ferrara. O marketplace é um conceito que surgiu há muito tempo. De uma forma simplista, os varejistas se reúnem para expor seus produtos e os clientes podem encontrar produtos e lojas no mesmo lugar, mais facilmente, como detalha o sócio diretor de contas corporativas da VTEX, Rafael Campos. “O próprio shopping ao qual você vai no fim de semana com a sua família pode ser visto como um marketplace. Porém, só a partir do ano 2000, vimos esse movimento acontecer também no canal on-line. A Amazon foi a primeira empresa no mundo a reunir e comercializar dentro da sua loja virtual, o www.amazon.com, produtos de outras lojas virtuais.”
Para o varejista entrar nesse tipo de comércio eletrônico, não é complicado, de acordo com o especialista em e-commerce e sócio da D Loja Virtual, Marcio Eugênio. É um processo relativamente fácil. O varejista não precisa necessariamente ter um e-commerce para participar, basta se cadastrar com o marketplace e incluir seus produtos. O primeiro passo, segundo explica a consultora Tatiana, é o varejista saber se vai conseguir realizar a entrega. “Essa é a parte mais difícil. Além disso, tem de oferecer uma experiência integrada, ou seja, não podem ocorrer diferenças entre a loja física e a loja virtual.” O investimento que uma loja tem de fazer para poder vender por intermédio dessas plataformas é integrar o seu sistema de comércio eletrônico ao desses grandes varejistas. “Às vezes, isso não é uma tarefa tão simples e requer grande investimento e tempo. Já existe tecnologia mais simples e barata no Brasil para que a sua empresa possa vender através dos marketplaces”, alerta Campos, da VTEX. Atualmente, existem algumas opções de marketplace no Brasil, como Extra, Walmart, Americanas, Submarino, etc., exemplifica Guasti, da E-bit. Os modelos de venda são parecidos entre eles, ou seja, a loja virtual paga uma comissão sobre a venda de seus produtos originada nesses marketplaces. “Essa comissão de venda pode variar de 5% a 15% dependendo do produto e da categoria comercializados. Além do acordo comercial, é importante entender quais são as premissas técnicas para integração das plataformas do vendedor e do marketplace, quais as informações que serão disponibilizadas e qual o nível de interação que a loja virtual terá com o consumidor”, salienta Campos. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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O investimento para lançar uma loja virtual simples, de acordo com o diretor executivo da E-bit, pode começar com menos de R$ 5.000,00. Existem boas soluções com investimentos até menores. O mais importante após o lançamento é entender como atrair tráfego qualificado para gerar vendas. “O Buscapé, em parceria com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), lançou uma solução para quem deseja começar seu negócio virtual chamado Meu Comércio On-line com planos a partir de R$ 99,00 ao mês.”
PRÓS E CONTRAS DA VIRTUALIDADE Como todo tipo de comércio, o on-line, apesar de ser uma tendência, tem seus prós e contras. Entre as facilidades, Eugênio, da D Loja Virtual, ressalta que, geralmente, esses sites possuem uma visitação diária imensa, portanto, é mais fácil os clientes encontrarem os produtos por ali. Já para a consultora Tatiana, a vantagem do comércio eletrônico é oferecer mais opções aos clientes e conquistar novos por este meio. “A principal vantagem é potencializar as vendas de forma muito rápida para um novo consumidor que provavelmente ainda não é cliente da loja virtual”, complementa Guasti. Para Campos, da VTEX, existem muito mais prós que contras. Uma loja virtual, ao se conectar a uma plataforma virtual, na verdade, está repassando para o marketplace alguns serviços. Por exemplo, geralmente ele é o responsável pela plataforma virtual, pela geração de tráfego da loja, pelo custo da contratação da bandeira (cartão, por exemplo) e pela análise de risco do pedido. “Como uma pequena loja virtual possui custos muito altos para ela mesma realizar esses serviços, quando os terceiriza com o marketplace, obtém um bom ganho de margem.” Para dar um exemplo, ele cita somente o custo do cartão. Para uma loja de pequeno porte, pode custar até 5% e já para um grande varejo, o marketplace, esse valor pode ser bem mais baixo, de apenas 1,5%. Portanto, ao participar desse modelo de negócio, provavelmente será cobrado uma quantia menor do que 5% para esse tipo de serviço, o que fará com que a loja virtual economize. Nesse sentido, uma das desvantagens apontadas pela consultora Tatiana é que, se não for bem administrado, a empresa fica mais exposta aos consumidores. 90
PARA ENTRAR NO MARKETPLACE, O VAREJISTA VAI PRECISAR: • Plataforma de comércio eletrônico: serve como a vitrine da loja para expor seus produtos, criar as regras de promoção, cadastrar o custo do envio (frete), entre outros. • ERP: sistema que fará a gestão da loja virtual. Controlará o estoque, os pedidos, as contas a pagar, as contas a receber, etc. É o coração da loja. Esse sistema geralmente é integrado à plataforma de comércio eletrônico. • Filiação com um meio de pagamento: para cobrar dos clientes e ter integrado cartões de crédito, como Visa, Master, Amex, Elo, etc., é necessário criar uma conta junto a um meio de pagamento, como MOIP, BCash, Paypal, Cielo, Rede, entre outros. • Sistema de gestão de fraude: no mundo virtual, o risco da fraude é do próprio lojista. Ou seja, se um cliente roubar os dados de cartão de uma pessoa, entrar na sua loja virtual e comprar um produto, você pode até enviá-lo ao comprador, mas posteriormente o dono do cartão não reconhecerá a compra e irá pedir o estorno do valor. Logo, a sua loja virtual não receberá o dinheiro referente ao produto, mesmo tendo enviado. Para isso, existem sistemas que controlam esse processo. Eles analisam qual o risco do pedido ser uma fraude ou não. • Fulfillment: todo o processo de receber o produto ou armazená-lo, fazer o recolhimento quando um pedido é realizado, embrulhá-lo para entrega e disponibilizar para a transportadora retirar. É um processo totalmente diferente do mundo de loja física. Muitas empresas não possuem nem processos nem sistemas para isso. Portanto, é necessário se adaptar. Fonte: sócio diretor de contas corporativas da VTEX, Rafael Campos
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Outro ponto negativo apontado pelo sócio diretor de contas corporativas da VTEX, é que o cliente sempre será do marketplace. Ou seja, o e-mail do cliente, que é o maior ativo do e-commerce, na verdade, não é passado para a loja virtual. Com isso, não poderá interagir posteriormente com o cliente, incentivando novas compras.
FÍSICO X VIRTUAL Um dos medos dos varejistas são as vendas on-line superarem as das lojas físicas e assim afastarem os consumidores do local de compra. A compra pela internet é mais rápida, prática e ainda pode ser feita de qualquer local. Além disso, vem apresentando grande crescimento. Para manter a loja física viva, Tatiana alerta que é preciso que ela ofereça mais que produto, deve oferecer uma experiência de compra. A compra na loja física possibilita maior interação, o vendedor pode guiar o consumidor pelo processo. Já para Campos, da VTEX, o on-line não ameaça em nada o mundo físico. Isso é um mito. Eles se complementam. “Não existe um consumidor que seja só on-line ou só off-line. Na verdade, o que o cliente faz é interagir em diferentes canais em diferentes momentos. Ou seja, eu sou um comprador muito forte de loja 92
virtual, gosto e acho mais prático. Mas se eu preciso de uma camisa social para uma reunião hoje à tarde, eu preciso ir à loja física e comprar.” É natural o varejista perceber muito mais a união e trabalho em conjunto do on-line e off-line. Recentemente, foi publicado um artigo comprovando que uma empresa de moda mundial gera, para cada dólar gasto na loja virtual, outros 5 dólares em novas compras no mundo off-line nos próximos 10 dias. Também já há um dado do mercado que comprova que 32% dos clientes primeiro fazem a busca on-line e depois compram em uma loja física, exemplifica Campos. Tudo isso comprova que os canais se complementam e não canibalizam mercado. Marcio Eugênio, da DLoja Virtual, relata que: se o empreendedor possuir um ponto físico, ele pode deixar visível o endereço de seu site em embalagens, fachadas, e outras identidades visuais. Se ele possui cadastro de clientes, pode também enviar um e-mail marketing avisando que também possui atividades pela web. “Outra dica que pode ser utilizada tanto para quem possui uma loja física ou quem deseja ter apenas uma loja virtual é com anúncios no Google e Facebook, por meio de palavras-chave que estejam de acordo com o mercado em que ele atua”, finaliza.
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POR VIV IAN LOURENÇO
O interesse por uma vida saudável, tanto na parte das práticas esportivas, quanto nos cuidados com a alimentação, passou a fazer parte da vida dos brasileiros. Eles buscam por produtos naturais e que agridam menos o organismo, trazendo diversos benefícios, além do cuidado com a saúde. Muitos ainda não associam a venda desses produtos em farmácias e drogarias. Porém, diante do posicionamento que assumiram, para estabelecimentos de saúde, o varejista passa a apostar nessa tendência para atrair um shopper cada vez mais exigente e saudável.
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Entre os produtos naturais mais procurados, estão as frutas secas, suplementos e energéticos, como comprimidos energéticos, entre outros, que não são usados apenas por esportistas. Porém, os nutricionistas alertam que o varejista precisa saber orientar o consumidor sobre a maneira correta de consumo desses itens. A nutricionista e especialista em Nutrição Materno-Infantil, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) e sócia da Clínica ENDOdiagnostic, Liliam Teixeira Francisco, explica que as frutas secas podem ser consumidas livremente. O FOTO: SHUTTERSTOCK
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DEVIDO AO AUMENTO DO INTERESSE DO BRASILEIRO POR UMA VIDA SAUDÁVEL, O VAREJISTA PRECISA INVESTIR EM UM MIX DE PRODUTOS NATURAIS PARA ATRAIR UM SHOPPER CADA VEZ MAIS EXIGENTE único alerta é em relação ao teor de açúcar, que consumido em excesso, no caso dos diabéticos, pode ser prejudicial. “As frutas secas são ótimas, se consumidas na quantidade certa, pois são práticas, não precisam de geladeira e podem ser carregadas na bolsa/bolso. Também são doces e podem ajudar nessa necessidade”, destaca. Os suplementos podem ser muito benéficos, mas precisam ser prescritos de forma individualizada. Isso acontece, pois existe um para cada necessidade específica, como para ansiedade, para diminuir vontade de comer doce, termogênicos, etc.
INVESTIMENTO CERTEIRO As empresas do setor comemoram o aumento da procura desses produtos e suplementos naturais. E o varejista que apostar nessa nova categoria pode aumentar o tíquete médio, além de gerar a fidelização do cliente que está em busca dessa tendência. O primeiro passo para o varejista ter esse sortimento, de acordo com o gerente de marketing da Brasil Frutt, Pedro Duarte, é verificar as possibilidades de comercialização em relação às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para cada segmento apresentado, existe uma regra de comercialização, e é necessário estar atento a isso. Após as verificações junto à Agência, o lojista pode investir na categoria sem receio, e para o diretor presidente da Banana Brasil, Claudemir Fodi, a vantagem de farmácias e drogarias é dar aos consumidores uma opção de compra desses produtos que são tendência no mercado. No caso específico de frutas secas, há uma tendência muito forte de consumo devido à possibilidade de prevenção e da condição funcional que os produtos apre-
sentam em termos de nutrientes e benefícios à saúde a médio e longo prazo, explica Duarte. Apesar de ser um produto ainda considerado novidade, as empresas do setor apostam em um aumento no consumo. “A aceitação do público tem sido bastante positiva em virtude da tendência em se consumir alimentos saudáveis”, complementa Fodi.
EXPOSIÇÃO CERTEIRA Devido à forte movimentação de mercado, é de fundamental importância que esses produtos estejam expostos de forma estratégica nas prateleiras, a visualização, seguida de um pós-venda informativo eficaz, orientando de forma clara e esclarecedora as vantagens de adquirir esses produtos, são ações que garantem bons resultados. Para que o consumidor ache facilmente o sortimento, o executivo da Banana Brasil orienta, também, que os produtos sejam expostos em locais onde existe uma concentração de produtos do mesmo segmento: naturais, práticos e saudáveis. A orientação sobre como utilizar a categoria também é essencial para fidelizar o shopper, além de uma ação diferenciada no ponto de venda, para indicar a novidade aos consumidores mais desavisados. Esse processo pode ser realizado, de acordo com o gerente de marketing da Brasil Frutt, por meio da comunicação diferenciada (merchandising) e um trabalho pós-venda eficaz, informando a melhor maneira de consumo, suas propriedades nutricionais e as vantagens oferecidas. Os produtos podem ser indicados para pessoas que buscam uma alternativa prática em alimentos saudáveis, de acordo com Fodi. Eles podem ser recomendados para atletas com dietas de restrições alimentares ou para quem busca uma opção em barras com baixa caloria. Com um trabalho eficiente de marketing e orientação, o varejista pode conseguir aumentar o tíquete médio de compra do seu cliente. A rentabilidade da categoria, de acordo com Duarte, depende muito de como o varejista tratará o assunto. Essa questão, segundo ele, reflete muito sobre a estrutura de cada bandeira e sua política comercial; no segmento de frutas secas, a margem pode contribuir muito para o aumento do tíquete médio do estabelecimento, que gira, em média, a partir de 40%. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Vivendo com o vírus
DADOS OFICIAIS APONTAM QUE 720 MIL BRASILEIROS CONVIVEM COM O HIV E COM A AIDS, E TÃO ALARMANTE QUANTO ESTE NÚMERO É O FATO DE QUE, DESTE TOTAL, 150 MIL PESSOAS DESCONHECEM SER SOROPOSITIVOS POR ADRIANA BRUNO
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Há 30 anos, falar de vírus HIV e de aids era um tabu. Hoje, para alguns, talvez ainda seja, mas o fato é que a ciência e a medicina evoluíram bastante quando o assunto é o tratamento da doença, o aumento da sobrevida e, principalmente, da qualidade de vida de quem convive com o vírus e com a aids. Sim, porque ser portador do vírus não significa ter aids, muitas pessoas podem possuir o vírus e não apresentar nenhum sintoma da doença por muito tempo, mas mesmo assim podem infectar outras pessoas em relações sexuais desprotegidas. O Ministério da Saúde (MS) estima que, no Brasil, 720 mil pessoas vivam com o HIV e com a aids. Porém,
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desse total, 150 mil não sabem de sua condição sorológica, o que aumenta o risco de transmissão do vírus. No que diz respeito à mortalidade, os dados mais recentes são de 2013 em comparação a 2012, porém uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet constatou que as mortes em decorrência da aids no Brasil registram queda anual de 2,3% entre 2000 e 2013, enquanto a média global é de redução de 1,5% ao ano. Muito desse resultado se deve ao avanço da medicina, da ciência e também à adesão ao tratamento da doença. “O tratamento vem evoluindo com importante melhoria da qualidade vida da pessoa que convive com o HIV para que ela viva de forma plena e produtiva. Os FOTO/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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ESPECIAL SAÚDE
AIDS
O FARMACÊUTICO TEM MUITO A COLABORAR COM A PESSOA QUE VIVE COM O HIV. O INÍCIO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL É SEMPRE UM PERÍODO MUITO DIFÍCIL, POIS TRANSMITE A SENSAÇÃO DE ESTAR DOENTE, E LEMBRANÇA RECORRENTE DA DOENÇA medicamentos evoluíram muito e são capazes de controlar a replicação do vírus de forma eficiente. Além disso, em comprimidos com coformulações, é possível reduzir o número de doses. A maioria dos tratamentos utiliza hoje apenas uma ou duas ingestões diárias. Além disso, importantes complicações, como as dislipidemias, e as modificações corporais, como a lipodistrofia [concentração excessiva de gordura no abdome, tórax e nuca e perda de gordura na face, braços e pernas de pessoas soropositivas que estão utilizando a Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART), também conhecida como terapia de combinação ou coquetel para o tratamento anti-HIV], são bem menos frequentes com os tratamentos atuais”, explica a médica infectologista e presidente do Comitê de Retroviroses (HIV/HTLV) da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Dra. Heloísa Lacerda de Melo. Entretanto, a dificuldade de acesso e a qualidade dos serviços públicos ainda é um obstáculo a ser superado pelo País. “Hoje, o Brasil possui importantes protocolos e serviços para pessoas vivendo com HIV – inclusive comparado a países de primeiro mundo. Mas, mesmo assim, há um grande problema de acesso e também de garantia da qualidade dos serviços. Quando um paciente que se descobre com HIV consegue acessar o serviço de saúde e passa por um aconselhamento que respeita suas decisões, tem opção de escolher onde vai se tratar tem garantido seu sigilo, podemos ter um caso de sucesso na adesão ao tratamento. Com uma boa adesão e o vínculo estabelecido com o serviço de saúde, o paciente poderá optar por iniciar a Terapia Antirretroviral (TARV) a qual98
quer momento (sem pressão) e o risco de transmitir o vírus pode ser reduzido em até 96%. Por outro lado, se o paciente inicia a medicação de forma obrigatória, é maltratado nos serviços de saúde e não consegue fazer uma boa adesão, ele poderá afastar-se e desenvolver um vírus ainda mais resistente, já que a medicação não deve ser descontinuada”, relata o assistente da coordenação executiva da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), Salvador Corrêa. Segundo o Ministério da Saúde, desde 1996, o Brasil distribui, gratuitamente, o coquetel aintiaids e atualmente estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) 22 medicamentos com 39 fórmulas. Atualmente, mais de 350 mil pessoas com aids estão em tratamento na rede pública de saúde, sendo que, entre 2005 e 2013, o País dobrou o número de atendimentos, passando de 165 mil, em 2005, para 353 mil, em 2013. Mesmo assim, segundo Corrêa, a realidade de pessoas que vivem com o HIV no Brasil ainda é deficitária. “Infelizmente temos recebido muitas denúncias como: dificuldades de marcar médicos, preconceito de profissionais de saúde, falta de medicamentos antirretrovirais, dificuldades de acesso ao preservativo (alguns casos chegam a exigir receita médica para dispensar), dificuldades para acessar serviço de psicologia (a depressão é o transtorno mental que mais acomete pessoas com HIV). Como os canais de comunicação do governo com a sociedade civil estão fragmentados, o Brasil perde com grandes retrocessos. O País já obteve uma resposta à epidemia reconhecida internacionalmente justamente em função dessa construção coletiva com a sociedade, que hoje se perdeu”, diz. Para ele, avançamos em estratégias biomédicas como prevenção. “A principal via de infecção hoje é sexual. Especialmente a relação que não possui nenhum tipo de prevenção. Vale ressaltar que a camisinha pode prevenir muitas doenças, inclusive a infecção por HIV, e também é um método anticoncepcional. Entretanto, existem outras formas de prevenção do HIV, algumas já disponíveis no SUS, mas ainda com dificuldades de acesso”, comenta. O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/ AIDS (Uniaids) estima que, em todo o mundo, em 2014, cerca de 14 milhões de pessoas estarão tendo acesso a terapia retroviral. O Unaids ainda aponta que, no mundo todo, há 35 milhões de pessoas com vírus HIV e aids e que o Brasil figura entre os 15 países que respondem por mais de 75% dos 2,1 milhões de novas infecções por HIV que ocorreram em 2013.
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AIDS
INCIDÊNCIA NO BRASIL
720 MIL
PESSOAS VIVEM COM O HIV E COM A AIDS. DESSE TOTAL,
150 MIL
O QU
NÃO SABEM DE SUA CONDIÇÃO SOROLÓGICA.
A PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO NA POPULAÇÃO SEXUALMENTE ATIVA
15 A 49 ANOS) É DE
(
0,4%
,
CONSIDERADA ESTÁVEL DESDE
PERFIL É MÚLTIPLO O relatório do Unaids revela que, no mundo, a prevalência de HIV é 28 vezes maior entre pessoas que usam drogas injetáveis; 12 vezes maior entre os profissionais do sexo; e até 49 vezes maior entre transexuais femininas quando comparada ao restante da população adulta. Já no Brasil, o Ministério da Saúde diz que os casos de aids são concentrados em populações de risco acrescido de vulnerabilidade, como gays e homens que fazem sexo com homens, com taxa de prevalência de 10,5%; pessoas que usam dro100
2004.
gas, com taxa de prevalência de 5,9%; e profissionais do sexo, com 4,9%. O MS ainda informa que considerando os últimos 10 anos (2003 a 2012), o perfil etário dos casos de aids mudou para um perfil mais jovem, tanto em homens como em mulheres. Nesse período, observa-se que as maiores taxas estão na faixa etária de 30 a 49, com tendência de queda dos 30 a 39 e estabilização de 40 a 49. Observa-se ainda uma tendência de aumento nas taxas de detecção entre jovens de 15 a 24 anos e entre adultos com 50 anos ou mais.
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20 100 MIL 39 MIL
A TAXA DE DETECÇÃO DE AIDS NO BRASIL É DE
CASOS PARA
CADA
O QUE REPRESENTA CERCA DE
EM
2012, HOUVE
HABITANTES,
NOVOS CASOS TODOS OS ANOS.
11.896
ÓBITOS.
APESAR DO NÚMERO, A TAXA DE MORTALIDADE POR AIDS ESTÁ EM CURVA DECRESCENTE NO BRASIL, PASSOU DE PARA
5,5
6,4
100 MIL 100 MIL
MORTES POR
MORTES POR
Corrêa, da Abia, lembra que qualquer pessoa que possua uma relação sexual sem nenhuma prevenção pode estar vulnerável à infecção por HIV. “Não existe perfil do portador do vírus, embora, de tempos em tempos, sejam divulgados dados epidemiológicos para tentar compreender o trânsito da epidemia. Esse aumento da incidência já ocorreu em pessoas idosas, mulheres, prostitutas, travestis, e pessoas do interior do País. Recentemente, os dados epidemiológicos apontam crescimento da epidemia entre jovens gays de 15 a 24 anos – fato que impera uma resposta e campanhas voltadas para essas
2003 HABITANTES EM 2012. HABITANTES EM
populações. Além disso, a educação sexual compreensiva deve ser praticada pelas escolas de ensino regular, visando formar adultos mais informados acerca das possibilidades de prevenção e promotores de combate ao preconceito e à discriminação”, comenta.
QUALIDADE DE VIDA Do uso correto de medicamentos antirretrovirais à prática de atividade física, a pessoa que convive com o vírus ou já tem aids hoje tem notadamente mais qualidade de vida do que há algumas décadas. “O tempo 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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AIDS
NÃO EXISTE PERFIL DO PORTADOR DO VÍRUS, EMBORA, DE TEMPOS EM TEMPOS, SEJAM DIVULGADOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS PARA TENTAR COMPREENDER O TRÂNSITO DA EPIDEMIA de sobrevida varia de acordo com cada organismo, mas estudos apontam que o uso precoce da medicação antirretroviral pode prolongar a qualidade de vida e retardar o avanço da doença. Baseado nisso, desde dezembro de 2013, o Ministério da Saúde garantiu via portaria o direito de todo paciente (que assim desejar) iniciar a TARV independente de seus exames de CD4. É importante ressaltar que o início da TARV deve ser discutido com o médico, que deverá relatar ao paciente todas as informações indispensáveis para que o mesmo possa fazer uma escolha consciente”, conta Corrêa. O representante da ABIA acrescenta ainda que o governo precisa resgatar o diálogo com a sociedade civil em espaços efetivamente representativos e discutir todos os problemas apresentados de modo a viabilizar a construção coletiva dessa resposta. “A simples importação de modelos de outros países, mesmo que tenham boas estratégias, não será suficiente para recuperar o êxito na resposta brasileira para enfrentar a epidemia, que segue crescendo em alguns grupos da população brasileira”, diz. Acolhimento e a redução do preconceito também são os primeiros passos para que o paciente com HIV ou aids viva melhor. “O segundo é um diagnóstico precoce e um tratamento de boa qualidade. O terceiro é mostrar que todos os avanços são reais e que há possibilidade, inclusive, de ser produtivo e constituir uma família e ter filhos sem a infecção. A supervisão dos profissionais experientes pode ter grande impacto nessa maneira de enfrentar o problema”, diz Heloísa de Melo, da SBI.
COMPLICAÇÕES CARACTERÍSTICAS A aids é o grau mais avançado da doença que ataca as defesas do organismo, deixando o corpo vulnerável a uma série de patologias. De acordo com a infectologista, as principais complicações da aids podem ser divididas em dois grupos: a) aquelas relacionadas à deficiência imune, ou seja, as infecções como tuberculose, pneumonias, citomegalovírus e cânceres de colo ute102
AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO O farmacêutico tem muito a colaborar com a pessoa que vive com o HIV. O início da terapia antirretroviral é sempre um período muito difícil, pois trasmite a sensação de estar doente, e lembrança recorrente da doença – o que já traz um sofrimento. A farmácia pode colaborar com muita empatia e incentivando a boa aderência, bem como criando vínculo com a pessoa para que se torne um lugar de estímulo ao retorno. O que o farmacêutico pode fazer: a) Estimular a adesão ao tratamento. b) Esclarecer que o uso correto dos medicamentos pode reduzir em até 90% as chances de transmissão do vírus a parceiros sexuais, além de evitar a transmissão ao recém-nascido da mãe que vive com HIV. c) Esclarecer dúvidas sobre os medicamentos. d) Ser um canal aberto para o diálogo. Fontes: médica infectologista e presidente do Comitê de Retroviroses (HIV/HTLV) da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Dra. Heloísa Lacerda de Melo e o assistente da coordenação executiva da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), Salvador Corrêa
rino, anal, sarcoma de Kaposi; e b) aquelas relacionadas ao processo inflamatório crônico, ou seja, imunossenescência, doença cardiovascular, doença óssea, cânceres. Para Corrêa, o uso da Terapia Antirretroviral pode melhorar a imunidade e impedir o surgimento de doenças oportunistas. “O uso prolongado de antirretroviral também pode alterar as taxas do organismo, por isso é sempre importante acompanhar os exames de rotina com o médico responsável”, diz. Mas talvez um dos piores complicadores da doença seja mesmo o preconceito. “Betinho, fundador da ABIA, em conjunto com Hebert Daniel, designou a expressão “Terceira Epidemia” para se referir ao preconceito que assola a humanidade. Sem dúvida, o vírus social é o mais cruel e, certamente, mata mais do que a doença. Se viver com a aids é difícil, viver com o preconceito deixa tudo ainda mais complicado. Felizmente muitas organizações, redes e outros movimentos da sociedade civil têm mostrado ao mundo que assim como aprendemos o preconceito, também podemos desconstruí-lo e aprender o real significado da solidariedade”, finaliza Corrêa.
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COLESTEROL E DISLIPIDEMIA
Sinal de alerta ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS DE COLESTEROL E TRIGLICÉRIDES SÃO INDICATIVOS DE QUE ALGO NÃO VAI BEM E DE QUE É HORA DE MUDAR HÁBITOS, ADERIR AO TRATAMENTO E AFASTAR FUTURAS COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
E
POR ADRIANA BRUNO
Em todas as rodas de conversa há sempre alguém que ouviu falar de um amigo ou parente que está fazendo dieta ou iniciando um tratamento para baixar o nível do colesterol ruim e também dos triglicérides. O problema tem sido uma constante descoberta nos exames sanguíneos de rotina feitos em pessoas de todas as idades, de crianças a idosos. Mas antes de tudo é preciso saber que o colesterol é uma substância importante para a saúde. Ele é a base para a produção de hormônios
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sexuais e ainda auxilia na formação da membrana das células do corpo e de alguns outros hormônios. O colesterol também serve como uma espécie de capa protetora para os nervos, além de ser necessário para a produção de vitamina D e da bile. As informações são da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) que também alerta que o colesterol não é solúvel no sangue e seu excesso deve ser eliminado do organismo. De acordo com o endocrinologista, membro do departamento de Dislipidemia e Arteriosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia FOTOS: SHUTTERSTOCK
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ESPECIAL SAÚDE
COLESTEROL E DISLIPIDEMIA
(SBEM), Dr. Rodrigo Oliveira Moreira, temos diferentes tipos de colesterol no sangue. “O LDL (em inglês: Low Density Lipoprotein) colesterol é o chamado colesterol ruim, principal responsável pelas doenças cardiovasculares no mundo (principalmente o Infarto Agudo do Miocárdio). Já o HDL (em inglês: High Density Lipoprotein) colesterol é o colesterol bom. A principal diferença entre eles é que o LDL, quando em excesso, se deposita na parede das principais artérias do corpo, formando a chamada aterosclerose (acúmulo de gordura na parede das artérias). As principais artérias acometidas são as coronárias e seus ramos, o que leva à Angina Pectoris e ao Infarto Agudo do Miocárdio, à Isquemia Cerebral Transitória e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Já o HDL colesterol faz o papel inverso – ele retira colesterol da parede das artérias, contribuindo para a redução da aterosclerose. Dessa forma, níveis elevados de HDL colesterol são considerados protetores”, explica o Dr. Moreira. Ele ainda acrescenta que não existe um nível adequado de colesterol que possa ser aplicado para todas as pessoas. “Cada indivíduo tem um ‘alvo’ desejado para o LDL colesterol. Pessoas com história prévia de infarto, AVC, angina, entre outros, devem ter níveis de LDL colesterol muito baixos (abaixo de 70 mg/dL). Já indivíduos jovens e saudáveis podem ter níveis de LDL entre 100 e 130 mg/dL”, diz. Essas alterações nos níveis de colesterol são gatilhos que podem desencadear doenças cardiovasculares e coronarianas. As doenças cardiovasculares são responsáveis por um número expressivo de mortes no Brasil. De acordo com a SBC, elas afetam, no Brasil, cerca de 17,1 milhões de pessoas, número que assusta quando se conclui que mais de 300 mil mortes acontecem, todos os anos, em decorrência de doenças como infartos, derrames e mortes súbitas. Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, controlando o colesterol, há 20% menos risco de derrame; 25% menos risco de morte; e 33% menos risco de infarto. O médico assistente da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Márcio Hiroshi Miname, ressalta que as alterações nos níveis de colesterol não causam sin106
ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS DE COLESTEROL SÃO GATILHOS QUE PODEM DESENCADEAR DOENÇAS CARDIOVASCULARES E CORONARIANAS. ELAS SÃO RESPONSÁVEIS POR UM NÚMERO EXPRESSIVO DE MORTES NO BRASIL tomas e que apenas o exame laboratorial pode indicar se há ou não um problema instalado ou a caminho. “Como não há sinais, o ideal é que se faça checkups regulares, mas àquelas pessoas que estão em grupos de risco para a doença, como diabetes, pessoas com histórico familiar de alterações no colesterol, por exemplo, ou que tenham o somatório destes problemas, devem fazer acompanhamento mais rigoroso, além, claro, de cuidar da alimentação e praticar exercícios físicos”, comenta. O desequilíbrio nos níveis de colesterol, do bom ao ruim, recebe o nome de dislipidemia. “Dislipidemia é uma palavra que se relaciona à elevação do colesterol e dos triglicérides que é uma gordura que pode ser dosada na corrente sanguínea”, explica o cardiologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Abrão Cury. Segundo o médico, as causas podem estar relacionadas a hábitos alimentares errados com a ingesta de alimentos gordurosos e com alto teor de carboidratos que podem acarretar a alteração dos triglicérides (massas e doces). “Outra causa importante é decorrente de distúrbio metabólico, por vezes até de ordem genética, e que demanda necessariamente o uso de medicamentos”, comenta. Ainda segundo o Dr. Cury, a dislipidemia também pode causar outras alterações especialmente quando relacionadas ao aumento dos triglicérides, como a pancreatite.
MUDANÇA DE HÁBITOS A alimentação tem influência direta na ocorrência de dislipidemia, isto porque cada dia mais as pessoas dei-
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O QUE EVITAR - CERTO E ERRADO • Alimentos ricos em ácidos graxos saturados ou trans, como vísceras, embutidos, leite integral e derivados, frutos do mar, ovos e pele de aves. • Alimentos de origem vegetal também ricos em ácidos graxos saturados, como óleo de dendê e a polpa e leite de coco. • Gorduras trans, presentes em alimentos industrializados, como, por exemplo: biscoitos recheados, sobremesas cremosas, molhos para salada, pães recheados, chocolates, sorvetes cremosos, margarinas, bolos prontos, tortas, entre outros. O que ingerir • Ácido graxo poli-insaturado, como peixes de água fria (salmão, sardinha, arenque), a linhaça e a soja. • Ácido graxo monoinsaturado, como o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas, amendoim). • Fibras solúveis, uma vez que reduzem a absorção intestinal de colesterol. A recomendação é ingerir cerca de cinco a dez gramas por dia e suas principais fontes são: pectina (contida em frutas), farelo de aveia e gomas (cevada, aveia, feijão, grãos de bico, lentilha e ervilha). • Fitosteróis, conhecidos como coadjuvantes no combate à dislipidemia, pois exercem função análoga ao colesterol, isto é, reduzem o mesmo por competirem com sua absorção no lúmen intestinal. O fitosterol mais conhecido é a proteína da soja, ingrediente de diversos alimentos, como: óleo de soja, queijo de soja (tofu), leite de soja, feijão de soja, entre outros. • Antioxidantes, especialmente os flavonoides. Tais elementos têm a função de evitar a oxidação do LDL e inibir a agregação plaquetária. Inúmeros são os exemplos: cereja, amora, jabuticaba, cebola, rabanete, escarola, batata, grãos, berinjela, feijão marrom, chá, vinho tinto e suco de uva. Fonte: nutróloga e educadora física Dra. Sílvia Santamaria Correa da Fonseca
xam de alimentar-se corretamente, trocando refeições por opções de fast-foods ou mesmo produtos industrializados repletos de gorduras, açúcar e sódio. Aliada ao sedentarismo, essa combinação é um passo para diversos problemas de saúde, entre eles a dislipidemia. “A alimentação saudável ajuda a controlar o problema, uma vez que alguns alimentos possuem o poder de reduzir o colesterol total, LDL e triglicerídeos plasmáticos. Dessa forma, a inclusão e o consumo regular desses alimentos contribuem de maneira significativa na melhora do perfil lipídico”, comenta a nutróloga e educadora física Dra. Sílvia Santamaria Correa da Fonseca. Ela acrescenta que alimentos ricos em ácidos graxos saturados, principalmente os de origem animal, são verdadeiros inimigos do bom colesterol. “Podemos citar como exemplos: vísceras, embutidos, leite integral e derivados, frutos do mar, ovos e pele de aves. Além disso, alguns alimentos de origem vegetal também são ricos nesse tipo de ácido graxo, tais como o óleo de dendê e a polpa e leite de coco. A ingestão desse tipo de gordura acarreta em aumento do LDL (colesterol ruim) e diminuição do HDL (coles108
terol bom). Também, torna-se necessário enfatizar os ácidos graxos provenientes da hidrogenação de óleos vegetais, ou seja, os trans. Isso porque, os ácidos graxos trans têm a capacidade não só de aumentar os níveis de LDL e diminuir o HDL, mas também contribuem para o aumento dos triglicerídeos. Esse tipo de gordura, produzido pela indústria, está comumente presente em biscoitos recheados, sobremesas cremosas, molhos para salada, pães recheados, chocolates, sorvetes cremosos, margarinas, bolos prontos, tortas, entre outros”, alerta. E como as festas de fim de ano estão aí, a orientação no ponto de venda é fundamental, recomende aos pacientes cautela nas ceias. “Ninguém precisa ficar sem comer ou deixar comemorar com a família ou amigos. Basta ter bom senso e saber dosar aquilo que será ingerido. O exagero é inimigo da boa saúde, portanto, a indicação é consumir os alimentos e bebidas em pequenas quantidades”, comenta o Dr. Miname, do InCor. Outro aliado ao combate à dislipidemia é o exercício físico. Segundo o educador físico e membro associado da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFs),
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OS MEDICAMENTOS MAIS IMPORTANTES PARA A REDUÇÃO DOS NÍVEIS DO LDL COLESTEROL SÃO AS CHAMADAS ESTATINAS. ALÉM DE PROMOVER UMA REDUÇÃO ENTRE 30% E 60% NOS NÍVEIS, ESTAS MEDICAÇÕES COMPROVADAMENTE REDUZEM O RISCO DE INFARTO, AVC E MORTE CARDIOVASCULAR Ciro Romelio Rodriguez Añez, a atividade física promove a metabolização das gorduras, ou seja, o seu uso como energia além das suas funções fisiológicas normais como a renovação das membranas e a formação de hormônios. “A alimentação adequada permite que todos os nutrientes sejam ingeridos em qualidade e quantidade adequadas. Uma vez estabelecido o quadro de dislipidemia, a dieta, a perda de peso e a prática de exercício físico são coadjuvantes no tratamento. As diretrizes do American College of Sport Medicine sugerem melhoras de 2% a 5% nos níveis de lipídios e lipoproteínas com exercícios aeróbicos realizados de 3 a 5 vezes por semana, durante 20 a 60 minutos com intensidade de 55% a 90% da frequência cardíaca máxima”, completa. Para ele, o primeiro passo é criar o hábito para realizar exercícios físicos, que não devem ser feitos apenas nos momentos de crise ou doença e sim, sempre. “Pode-se iniciar com uma atividade aeróbica que seja do agrado do indivíduo. Pode-se iniciar com dois dias por semana e progredir até 5 ou mais, preferencialmente todos os dias. Inicia-se com intensidades moderadas e progressivamente evolui para atividades vigorosas”, indica. A melhora na qualidade da partícula de HLD é atribuída por especialistas à prática de atividade física e de acordo com a Dra. Sílvia Santamaria Correa da Fonseca, a maior parte dos estudos tem mostrado modificações benéficas do exercício sobre os níveis e composição química das frações e subfrações da HDL. “Na maioria das vezes, o aumento dos níveis de HDL é diretamente proporcional à demanda de energia e 11 0
ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES Controlando o colesterol, há
20% 25% 33%
menos risco de derrame;
menos risco de morte; e
menos risco de infarto
inversamente proporcional aos níveis basais de HDL. Os mecanismos determinantes do efeito da atividade física sobre as concentrações plasmáticas de HDL podem ser vários. Durante o exercício, ocorre maior utilização dos triglicérides para produção de energia, pelo incremento da atividade da lípase lipoproteica (LLP). Essa maior atividade lipolítica acarreta diminuição dos triglicérides e, como consequência, elevação dos níveis de HDL, por redução de permutas lipídicas pela proteína de transferência de colesterol esterificado [Cholesteryl Ester Transfer Protein (CETP)]. Outras vias também podem colaborar como a atividade da Lecitina-Colesterol Aciltransferase (LCAT). Além disso, devido à maior metabolização das VLDL (do inglês Very Low Density Lipoprotein) e quilomícrons pela ação da lípase lipoproteica, acontece uma maior produção de partículas de HDL na circulação sanguínea pela remoção de componentes das lipoproteínas ricas em triglicérides”, explica.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Nem sempre a mudança de hábitos é suficiente para devolver os níveis de colesterol ao normal. Em muitos casos, uso de medicamentos se faz necessário. De acordo com o Dr. Cury, do HCor, o tratamento medicamentoso deve ser instalado sempre que houver pouca resposta ao tratamento dietético, quando houver simultaneidade com doenças cardiovasculares e também quando e, principalmente, na avaliação médica, houver necessidade dessa tomada de decisão.
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ESPECIAL DICAS PARA SAÚDE A CEIA As farmácias podem atuar como agentes preventivos, por isso, recomende aos pacientes que: • Não cheguem às festas com mais de três horas sem comer; do contrário estarão com muita fome e acabarão comendo mais do que o necessário; • Antes da ceia, comam uma porção de oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas, entre outras), pois elas colaboram com a sensação de saciedade; • Iniciem a ceia com um prato repleto de salada. De preferência, temperem com limão, vinagre de maçã ou pouco azeite. Evitem o sal; • Deixem como prato principal, uma proteína (peru, chester, bacalhau), já que a mesma sacia mais que o carboidrato e exige mais do corpo para ser digerida, ou seja, há um gasto calórico maior. No caso das aves, que não se esqueçam de retirar a pele; • Deem preferência aos carboidratos integrais, optando por somente um carboidrato. Por exemplo: arroz ou farofa. Batata ou massa; • Não se esqueçam de que um grama de álcool tem sete calorias, quase o dobro do açúcar. Para não abusar, optem por uma dose de destilado ou uma dose de vinho ou duas latas de cerveja; • Evitem sobremesas à base de cremes, pudins e bolos. Prefiram frutas, doces de frutas, gelatina ou sorvetes à base de água. Fonte: nutróloga e educadora física Dra. Sílvia Santamaria Correa da Fonseca
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“Dieta adequada e prática de atividade física regular são importantes na prevenção e também no tratamento dessas alterações. Pessoas cujos antecedentes familiares tiverem pacientes com doenças cardiovasculares e, principalmente, pessoas com elevação das taxas de colesterol e triglicérides, devem tomar cuidados mais precoces porque essas pessoas têm maior risco para desenvolver dislipidemias”, diz. Os medicamentos mais importantes para a redução dos níveis do LDL colesterol são as chamadas estatinas. “Além de promover uma redução entre 30% e 60% nos níveis do LDL colesterol (dependendo da estatina e da dose utilizada), estas medicações comprovadamente reduzem o risco de infarto, AVC e morte cardiovascular. Entretanto, elas não devem ser utilizadas para todas as pessoas. A prescrição das estatinas envolve primeiro a identificação do grupo de risco do paciente”, explica o Dr. Moreira da SBEM.
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Proteção contra quedas A FRAGILIDADE ÓSSEA ATINGE UMA EM CADA TRÊS MULHERES BRASILEIRAS COM MAIS DE 45 ANOS; OS HOMENS TAMBÉM SÃO ACOMETIDOS PELA DOENÇA. ORIENTAR O PACIENTE A SE PREVENIR É ESSENCIAL
A
POR VIV IAN LOURENÇO
A qualidade de vida está diretamente relacionada com a saúde e, portanto, o mau funcionamento de alguma parte do corpo acaba se tornando um grande problema para qualquer pessoa. Quando se trata de uma fratura, por exemplo, o longo tempo de recuperação e o afastamento das atividades diárias podem se tornar um pesadelo.
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A osteoporose atinge 10 milhões de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dados da International Osteoporosis Foundation (IOF) apontam que a doença causa cerca de 9 milhões de fraturas anualmente no mundo, o que equivale a uma fratura a cada 3 segundos. Na maioria dos casos, a osteoporose é uma condição relacionada ao envelhecimento e pode manifestar-se em FOTO/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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ESPECIAL SAÚDE
OSTEOPOROSE
ambos os sexos, sendo que acomete, em sua maioria, as mulheres. Uma em cada três, acima de 45 anos de idade são portadoras da doença. A proporção, em relação aos homens é de um para cada quatro mulheres, já que a queda dos níveis de estrogênio após a menopausa contribui para a perda de massa óssea. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) e professor de Reumatologia, Dr. Sebastião Cezar Radominski, as principais causas são deficiência de cálcio, envelhecimento e menopausa, doenças autoimunes, por exemplo, ou medicamentos (como cortisona e anticonvulsivantes). A osteoporose normalmente é descoberta quando ocorre uma fratura, seja ela de forma espontânea ou por pouco impacto. A dor está diretamente associada ao local em que ocorreu a fratura ou desgaste ósseo. “A osteoporose é muda, mas a fratura grita”, esclarece o Dr. Radominski.
PROBLEMA SILENCIOSO O primeiro sinal da osteoporose pode aparecer quando ela está numa fase mais avançada e costuma ser a fratura espontânea de um osso que ficou poroso e muito fraco, a ponto de não suportar nenhum trauma ou esforço por menor que seja. É comumente observada em mulheres após a menopausa. As fraturas mais comuns, como relata o reumatologista, assistente doutor da Disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) da Escola Paulista de Medicina, Dr. Charlles Heldan de Moura Castro, ocorrem no antebraço, coluna vertebral e quadris e podem limitar muito a capacidade do indivíduo e sua qualidade de vida. Exames preventivos como a densitometria óssea são capazes de detectar a osteoporose antes do aparecimento das fraturas. Tais exames devem ser realizados em mulheres ao redor da menopausa e em indivíduos com histórico familiar. Estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida, de acordo com o Ministério da Saúde. Entre as mulheres entrevistadas na pesquisa A Hora Certa de Cuidar da Saúde Óssea, realizada pela Pfizer e pela Abrasso, 84% acreditam que as fraturas podem estar associadas à doença, e que ela pode dificultar a realização de movimentos comuns (como andar e subir escadas).
PRINCIPAL BARREIRA A pesquisa também revelou que 71% das mulheres desconhecem o fato de que a perda de cálcio dos ossos começa a partir dos 35 anos, momento em que principal11 6
DESENVOLVIMENTO DA OSTEOPOROSE Diversos fatores podem aumentar a chance de surgimento da doença: • Baixa ingestão de cálcio; • Baixa exposição solar; • Alcoolismo; • Idade avançada; • Histórico familiar de osteoporose, principalmente mãe ou pai; • Mulheres e homens orientais, por uma alteração genética que acarreta problema anatômico no fêmur; • Histórico prévio de fratura por trauma mínimo, mesmo que não tenha sido em decorrência da osteoporose; • Tabagismo, pois o cigarro inibe os osteoblastos, responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea; • Baixa atividade física, pois o exercício estimula a produção e resistência óssea; • Imobilização prolongada, em caso de hospitalização; • Ausência de períodos menstruais (amenorreia) por longo período, como no caso de atletas; • Baixo peso corporal, pois pouca massa muscular não estimula o fortalecimento da massa óssea, nem nas atividades do dia a dia. Fonte: presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) e professor de Reumatologia, Dr. Sebastião Cezar Radominski
mente as mulheres devem redobrar seus cuidados com o consumo de cálcio. O levantamento mostra ainda que, apesar de 98% das entrevistadas afirmarem ter conhecimento sobre a osteoporose e 94% acreditarem na prevenção da doença, apenas 55% consomem alimentos que são fontes de cálcio todos os dias, e ainda em quantidade abaixo da recomendada. Os dados trazem também a informação de que apenas uma em cada quatro mulheres toma sol diariamente, ou seja, a falta de informação é um entrave. A endocrinologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, revela que o maior risco é o desenvolvimento de fraturas, que muitas vezes levam os pacientes a complicações que podem resultar em óbito. “No Brasil, a cada ano, ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose e 200 mil pessoas morrem.” Por esses motivos que a qualidade de vida de pacientes pode ser bastante comprometida em decorrência de
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OSTEOPOROSE
A DOENÇA EM NÚMEROS
1 EM CADA 3 MULHERES tem osteoporose a partir dos 45 anos no Brasil.
No Brasil
10 MILHÕES DE PESSOAS têm osteoporose.
Fonte: Abrasso e Pfizer
fraturas, a principal complicação da doença, mas também por dor crônica, depressão, deformidade e perda da independência. “A osteoporose é, também, uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos, em decorrência de complicações por fraturas de fêmur e quadril”, complementa o Dr. Radominski.
VITAMINA D E REPOSIÇÃO DE CÁLCIO Uma das maneiras de evitar e prevenir o aparecimento da osteoporose é através da reposição de cálcio, que deve ser aliada à obtenção da vitamina D. “Por não estar presente na maioria dos alimentos, é preciso obtê-la com a exposição ao sol ou, quando isto não for possível, por meio da sua suplementação”, explica o Dr. Shiraishi, da Clínica Fares. A reposição de cálcio é necessária sempre que a pessoa não tem ingestão adequada do mesmo. Ele está presente no leite e derivados e em menor quantidade nas verduras de cor escura, feijão branco, etc. O recomendado é a in11 8
gestão de cerca de 1.000 mg de cálcio por dia, destaca a Dra. Tarissa. O cálcio participa da formação óssea e também como mediador intracelular, como na contração muscular. Ele possui função fundamental na formação estrutural de ossos e dentes. A perda de cálcio é um processo natural do corpo humano, mas pensar que a osteoporose é uma consequência do envelhecimento e não pode ser prevenida é um grande engano. “Nossa preocupação é tentar conscientizar o paciente a consumir a quantidade recomendada de cálcio por meio da alimentação, mas nem sempre isso é possível. Por essa razão, a suplementação é uma opção adotada com eficiência. O baixo consumo pode ser decorrente da correria do dia a dia, intolerância à lactose ou por não gostar de leite e seus derivados, principais fontes de cálcio”, alerta o Dr. Radominski, da Abrasso.
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A perda de cálcio nos ossos começa
A PARTIR DOS 35 ANOS
A CADA 3 SEGUNDOS, uma fratura acontece por osteoporose no mundo.
Para as mulheres, o
RISCO DE UMA FRATURA NO QUADRIL em decorrência da osteoporose é maior que o risco de cancêr de mama, ovário e útero juntos.
Já a vitamina D é a principal aliada no processo de absorção de cálcio no intestino. Ela ajuda a absorver e fixar o cálcio pelo organismo e é fundamental para a saúde do esqueleto. Para aqueles que não conseguem ingerir ou têm alguma restrição médica ao consumo de alimentos fontes de cálcio, o uso de suplementos de cálcio pode corrigir as potenciais deficiências. Da mesma forma, em pacientes com deficiência de vitamina D, a suplementação desta vitamina é crucial para a manutenção da saúde dos ossos. De nada adianta somente a reposição de cálcio no organismo sem pensar na vitamina D, já que é por meio dela que o cálcio é absorvido no intestino. Se o organismo tem carência de vitamina D, somente entre 10% e 15% do cálcio é absorvido e, sozinho, ele não consegue se fixar nos ossos, podendo ocorrer a desmineralização óssea, o que aumenta o risco de quedas e fraturas.
A exposição ao sol deve ser entre 15 e 20 minutos (e não mais do que isso) sem proteção nos braços e pernas (pode-se proteger o rosto) perto do meio-dia. O consumo de suplemento de vitamina D em associação ao cálcio também é uma alternativa.
ORIENTAÇÃO NECESSÁRIA Como é uma doença silenciosa e ainda de pouco conhecimento da população, é papel das farmácias e drogarias orientarem os clientes a fazer o exame de densitometria, a partir dos 50 anos de idade. É necessário que se crie campanhas de incentivo junto aos profissionais, principalmente no alerta para a reposição de cálcio e a correta obtenção da vitamina D. Pelo fato da expectativa de vida no País estar cada vez maior, devemos, pelos meios de comunicação, levar conhecimento sobre a doença e suas complicações para toda a população, finaliza o Dr. Shiraishi, da Clínica Fares. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Vigilância contínua ALÉRGICOS PRECISAM DE CUIDADOS CONSTANTES PARA EVITAR DANOS GRAVES À SAÚDE. MEDICINA É GRANDE ALIADA, TRAZENDO MEDICAMENTOS EFICAZES E COM REDUÇÃO DOS EFEITOS COLATERAIS
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POR KATHLEN RAMOS
A alergia, ou reação de hipersensibilidade, é uma resposta imunológica exagerada que se desenvolve após a exposição a um determinado antígeno (substância estranha ao organismo). Ela se dá em pessoas suscetíveis (geneticamente) e previamente sensibilizadas. Asma, rinite, diarreia e urticária são algumas das manifestações que o quadro alérgico pode desencadear, variando de casos mais leves aos mais graves. “Os sintomas podem ser respiratórios (asma e rinite); digestivos (diarreia, vômitos, sangramento nas fezes, etc.); ou cutâneos (urticária, eczemas, dermatites de contato)”, enumera o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Dr. Fábio Morato
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Castro, reforçando que entre 35 % e 40% da população sofre por algum tipo de alergia. O grau de intensidade das manifestações alérgicas varia de acordo com o paciente, conforme explica a alergologista do Fleury Medicina e Saúde, Dra. Barbara G. Silva.
AS RESPIRATÓRIAS No trato respiratório, a rinite é o sinal alérgico mais comum, acometendo cerca de 30% da população, segundo estimativa da Asbai. A doença se caracteriza como uma inflação alérgica da mucosa nasal e traz sintomas, como espirros repetidos, além de coriza líquida e abundante, prurido e obstrução. Podem ocorrer, ainda, coceira nos olhos (é comum a associação com a conjuntivite alérgica), céu da boca e ouvidos. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Alguns ambientes mostram-se mais favoráveis para o desencadear da rinite, conforme explica a Dra. Barbara. “Quando se pensa em alergia respiratória, como a rinite, cujos desencadeantes principais são os ácaros e a poeira, há correlação entre ambientes com muitos objetos, não arejados e úmidos”, alerta a especialista do Fleury, avisando que os mecanismos reconhecidos como não alérgicos também podem piorar ou desencadear as crises, como as mudanças de tempo e os cheiros “fortes”, produtos de limpeza, perfumes e a poluição. O pneumologista do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, Dr. Alexandre Kawassaki, lembra, ainda, que outro grande vilão para as alergias respiratórias é o tempo seco e frio. “Nessas condições, as partículas potencialmente alergênicas ficam mais leves e menores, permanecendo mais tempo em suspensão no ar. Assim, conseguem atingir locais mais distais das vias aéreas”, justifica. Para completar, fatores, como poluição e baixa umidade relativa do ar, devido aos longos períodos sem chuvas, também são elementos que podem trazer ainda mais prejuízos aos quadros alérgicos. A asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores e que acomete 10% da população, também pode ser reflexo de alergias nas vias respiratórias. “A doença se manifesta com falta de ar, tosse, chiado no peito e cansaço”, explica o Dr. Okamori. Os ambientes de risco são semelhantes aos responsáveis pelos quadros de rinite.
DE PELE Os quadros alérgicos na pele podem ter causas variadas e diversos desencadeantes para a coceira e a irritação características. Nesses casos, grande parte das crises acontece nos dias mais quentes do ano, conforme explica o Dr. Castro, da Asbai. “No verão, cresce o número de alergias cutâneas devido ao aumento na utilização de cosméticos, protetores solares e pela maior exposição ao sol. O aumento da ingestão de sucos e refrigerantes com corantes artificiais e número crescente de insetos nessa época também favorecem o cenário”, justifica o especialista. As alergias podem se manifestar com pruridos (coceira), urticas (placas elevadas), manchas na pele (geralmente avermelhadas e edemaciadas) ou até como pápulas (brotoejas), segundo explica a dermatologista do Hospital 9 de Julho, Dra. Samantha Kelmann, salientando que boa parte da população pode sofrer com esses problemas. “A urticária, por exemplo, leva cerca de 15% da população a pelo menos um episódio agu122
do da doença durante a vida, sendo que, deste contingente, 2% tem a necessidade de procurar atendimento médico especializado”, diz.
ANTIALÉRGICOS: MAIS EFICÁCIA COM MENOS EFEITOS COLATERAIS Para tratamentos de alergias, os medicamentos mais usados são os anti-histamínicos. “Esses medicamentos agem bloqueando os receptores de histamina, que é a principal substância geradora dos sintomas”, explica o Dr. Castro. Alguns tratamentos podem trazer outras associações de medicamentos. “Pode haver associação de um anti-histamínico com um corticoide, que tem uma ação anti-inflamatória (e antialérgica) ou com um descongestionante, em casos de obstrução de vias aéreas”, resume o Dr. Okamori. No entanto, as queixas sobre os antialérgicos eram muitas entre os usuários. Entre as principais delas, estava a sonolência que, de fato, acontece com o uso de algumas classes de medicamentos. “Alguns anti-histamínicos são também sedativos. Isso ocorre porque penetram a barreira hematoencefálica e chegam ao sistema nervoso central. Devem inclusive, ser evitados por motoristas”, avisa a Dra. Samantha. Outra reclamação recorrente pelos usuários de antialérgicos é o inchaço ou o suposto ganho de peso, quando o tratamento é feito à base de corticoides. “Os
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• Estima-se que as reações alérgicas alimentares acometam entre 6% e 8% das crianças com menos de três anos de idade e entre 2% e 3% dos adultos. • A rinite alérgica afeta entre 10% a 30% da população mundial adulta e 40% infantil. Essa prevalência encontra-se em crescimento. • Mais de 40% dos doentes com rinite alérgica sofrem de asma, enquanto que mais de 80% dos asmáticos sofrem de rinite. • Estima-se que 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de asma. • Aproximadamente 50% dos asmáticos vivem em países em desenvolvimento, com acesso limitado a medicamentos essenciais. Fonte: alergologista do Fleury Medicina e Saúde, Dra. Barbara G. Silva
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antialérgicos associados a corticosteroides podem levar ao aumento do peso porque eles elevam o apetite e provocam retenção de líquido. Então, o ideal é evitar o uso prolongado ou frequente desses medicamentos”, adverte o Dr. Okamori. Mas, felizmente, os tratamentos para alergias evoluíram relevantemente, trazendo muitos benefícios aos acometidos, que passam a sofrer menos com esses efeitos colaterais. Os anti-histamínicos, por exemplo, agora são divididos em duas classes principais: os de primeira geração (que produzem sono) e o de segunda geração (não sedantes), que proporcionam outra realidade ao tratamento das alergias. “Medicamentos, como fenoxifenadina, bilastina e a loratadina, provocam menos efeitos colaterais com ações iguais ou até melhores”, comemora o Dr. Castro. A dermatologista do Hospital 9 de Julho acrescenta, ainda, que os antialérgicos de última geração são de posologia mais cômoda – apenas uma vez ao dia –, e agem de maneira mais eficaz com o menor número possível de efeitos colaterais. “Praticamente não há ação sobre o sistema nervoso central”, comenta.
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BEBÊS
Atenção redobrada ALERGIAS, CÓLICAS, ASSADURAS E FEBRES SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS PAIS NO DIA A DIA DAS CRIANÇAS. SABER RECONHECER CADA DESCONFORTO É FUNDAMENTAL PARA AUXILIAR OS CONSUMIDORES QUE BUSCAM POR ALÍVIO IMEDIATO
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POR TASSIA R OCHA
São inúmeras as patologias que acometem os bebês nos primeiros meses de vida. Na grande maioria das vezes, o caso é simples, mas importante o bastante para deixar qualquer mãe preocupada. Quando os sintomas de desconforto aparecem (febre, tosse, vermelhidão, espirros, entre outros), são um conjunto de manifestações que ocorrem
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em decorrência de uma determinada doença. Assim, é preciso tratar a doença e não o sintoma. O retardo no tratamento de um problema pode ter uma evolução mais séria, principalmente, quando se tem a falsa sensação de cura, quando é feita a automedicação. Nesta época do ano, são corriqueiros os quadros de diarreia aguda em que os vírus se tornam muito comuns, FOTOS: SHUTTERSTOCK
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podendo chegar a quadros de desidratação se não controlados. “Portanto, nessa situação, os bebês devem ingerir muito líquido, soro de hidratação oral e dieta obstipante. Outro quadro comum nesta época são as queimaduras na pele provocadas por excesso de exposição ao sol. Os pais precisam estar atentos aos horários para que a exposição não seja prejudicial, além de realizarem a aplicação do protetor solar”, afirma a pediatra do Hospital e Maternidade Santa Joana, Dra. Daniela de Melo Miranda Gonçalves.
PATOLOGIAS MAIS COMUNS Para entender mais o universo dos bebês, veja, a seguir, os problemas que podem surgir e assustar os pais. As informações foram concedidas pela pediatra do Hospital Albert Einstein, Dra. Milena de Paulis. Alergia alimentar: é uma reação imunológica exagerada do organismo a um determinado alimento (principalmente leite de vaca, crustáceos, amendoim e nozes) ou aditivo alimentar (corantes, como a tartrazina, sulfitos e glutamato monossódico). Acomete, principalmente, as crianças menores de 3 anos de idade (cerca de 7%), mas, também, ocorre nos adultos, em porcentagem menor (3%). Podem ocorrer desde reações simples, como coceira nos lábios, até reações graves, como a anafilaxia, que é potencialmente fatal. Existem medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas da crise aguda; para os casos leves, estão indicados os antialérgicos e para os casos de anafilaxia, é necessária a aplicação de adrenalina na forma de injeção intramuscular. Alergia de pele: geralmente chamada de dermatite atópica, é uma doença crônica, não contagiosa, que causa inflamação da pele, caracterizada por prurido, ressecamento generalizado e lesão avermelhada (eczema) simétrica atrás dos joelhos, cotovelos, face e pescoço. Algumas vezes, pode minar água dessas lesões. Seu início é precoce, no primeiro ano de vida, quando são introduzidos os primeiros alimentos, como, por exemplo, o leite de vaca. Pela coceira intensa, é possível aparecer feridas que podem causar infecção na pele, além de muita irritabilidade na criança, comprometendo a sua qualidade de vida, principalmente, por interferir no sono, podendo repercutir, inclusive, no desempenho escolar. Problemas emocionais podem acontecer devido à aparência da pele. Oriente as mães de sua farmácia a hidratar bem a pele dos bebês, todos os dias e sempre que necessário. O banho deve ser rápido e com água morna. O uso de corticoide tópico deve ser feito com cuidado para evitar os efeitos colaterais da sua eventual absorção e a atrofia de pele. 126
Rinite: inflamação crônica da mucosa do nariz, acompanhada por crise de espirros, coriza, prurido e obstrução nasal, geralmente desencadeada após exposição aos alérgenos (poeira, ácaros, fungos, pelo de animais, como cão e gato), fumaça de cigarro e mudanças bruscas de temperatura. Tem fator hereditário. Pode causar infecções bacterianas, como otite (inflamação nos ouvidos) e sinusite (inflamação das cavidades existentes na face). A obstrução nasal causa roncos e faz com que a criança não durma bem à noite e respire pela boca. A higiene ambiental é de fundamental importância para evitar o contato com a substância que desencadeia os sintomas, como, por exemplo, passar pano úmido no chão para remover a poeira, arejar bem a casa, retirar bichos de pelúcia, cortinas e tapetes. Asma: é uma doença inflamatória crônica dos brônquios com períodos agudos, com aumento da produção
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OS ANTIALÉRGICOS E OS CORTICOIDES DEVEM ESTAR PRESENTES NA LISTA DOS PAIS. OUTROS ITENS IMPORTANTES SÃO: TERMÔMETRO, ÁLCOOL GEL, ATADURAS, ESPARADRAPO, TESOURA DE PONTA REDONDA, BOLSA DE ÁGUA QUENTE/FRIA, LUVAS, COMPRESSAS LIMPAS E SORO FISIOLÓGICO de secreção, falta de ar e chiado no peito. Há uma reatividade exagerada do indivíduo a diversos estímulos, como partículas alergênicas, irritantes, poluentes, exercícios físicos, mudanças de temperatura ambiente. Se não tratada adequadamente, a asma pode causar desde quadros leves de dificuldade para respirar até quadros graves com insuficiência respiratória e morte. Para o alívio imediato do chiado e da falta de ar, a inalação com o broncodilatador é essencial porque age diretamente nos brônquios. O corticoide também é um aliado do broncodilatador no alívio da inflamação dos brônquios. Assaduras: são uma inflamação da pele causada pelo calor e umidade da fralda, geralmente devido a urina e fezes que ficam em contato com a pele do bebê. Também podem ser causadas pelo uso excessivo de lenços umedecidos, sabonetes e antibióticos. Não têm fator hereditário envolvido. Se não tratadas adequadamente, causam dor, irritabilidade e podem causar infecções de pele. Para aliviar o problema, recomende ao consumidor aumentar a troca das fraldas; usar fraldas com gel superabsorvente; evitar o uso de lenços umedecidos (os componentes podem irritar ainda mais a pele do bebê); lavar a região com água morna e algodão. Pode-se fazer compressa fria para aliviar a dor. Cólica do bebê: é uma dor abdominal aguda espasmódica, que se caracteriza por choro súbito inexplicável e inconsolável (pode durar horas). O bebê se estica, fica vermelho, flete as coxas sobre o abdome e os pais ficam bastante ansiosos. Não se sabe a causa exata, mas pode ser por imaturidade do intestino, excesso de gases, aumento da motilina (hormônio que aumenta a contração intestinal), temperamento da criança, ansiedade dos pais, personalidade da mãe, problemas na dinâmica familiar. O tipo de aleitamento, seja materno ou artificial, não influencia em ter mais ou menos cólica. 128
FEBRE. ALIADA A OU INIMIG INIMIGA? A? Para muitos pais, a febre é sempre um sinal negativo. Mas o que muitos não sabem, é que pode ser positivo, pois ela indica que o sistema imunológico está combatendo o “agente invasor” (geralmente vírus e bactérias). A febre deve ser tratada com medicamentos, como dipirona, paracetamol ou ibuprofeno, que vão agir no hipotálamo (região do cérebro que controla a temperatura). Prática muito comum entre as mães, a Dra. Milena, do Hospital Albert Einstein, informa que o banho e as compressas não abaixam a febre. Eles são métodos físicos que só trocam o calor do corpo com o ambiente. “Eles podem ser feitos depois que a criança tomou o medicamento, mas sozinhos, não funcionam.” No entanto, a febre deve ser avaliada quando: • Febre de 37,8ºC ou mais em recém-nascidos ou crianças até 3 meses de vida. • Febre de 39°C em crianças de 3 meses a 3 anos de idade, sem tosse, coriza, alteração da urina ou das fezes. A chamada de febre sem sinais localizados. • Criança que quando abaixa a febre fica quietinha, não brinca, fica muito chorosa, tem respiração rápida ou fica gemente. • Criança com muita dor de cabeça e vômitos. • Criança com manchas roxinhas no corpo. • Criança com tremores em todo o corpo junto com pele arrepiada, boca e dedos das mãos e dos pés arroxeados. • Criança que tem doença crônica, como diabetes, fibrose cística, anemia falciforme, entre outras. • Febre com mais de 3 dias de duração. O ideal é que os pais tenham em casa um kit com os principais medicamentos, aliviando, assim, os primeiros sinais. “Se existe caso de alergia, os antialérgicos e os corticoides também devem estar presentes. Outros itens importantes são: termômetro, álcool gel, ataduras, esparadrapo estilo micropore, tesoura de ponta redonda, bolsa de água quente/fria, luvas, compressas limpas e soro fisiológico”, afirma.
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CUIDADOS
Erros e acertos na fotoproteção infantil PESQUISA APONTA QUE EMBORA SE TENHA CONSCIÊNCIA DA IMPORTÂNCIA DO USO DO FILTRO SOLAR E DOS RISCOS DA EXPOSIÇÃO EXAGERADA AO SOL, NA PRÁTICA, A REALIDADE MOSTRA-SE BEM DIFERENTE POR KATHLEN RAMOS E TASSIA ROCHA
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Pais e educadores ainda têm muitas dúvidas sobre como devem proteger crianças e jovens dos efeitos nocivos do sol. O resultado está em uma pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP). O objetivo do levantamento era o de avaliar
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se os brasileiros entendem, de fato, a necessidade da proteção solar desse público, inclusive fora dos meses de verão, e também em situações específicas, como passeios com criança na praia. “O dado mais preocupante é que, de fato, tanto os pais como os educadores acreditam que estão FOTOS/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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atuando da forma correta na proteção solar”, lamenta o presidente da SBD-SP, Dr. Paulo Ricardo Criado. “Os pais já sabem que devem utilizar o protetor solar, por exemplo, durante as férias de verão. Mas esquecem que, mesmo nos dias nublados, a criança está exposta aos raios ultravioleta (UV), muitas vezes, até mais nocivos do que nos dias de sol”, alerta. Apesar de 58% dos pais e 57% dos educadores afirmarem que a exposição excessiva na infância pode levar ao câncer de pele, o comportamento de risco das crianças e adolescentes brasileiros em casa ou na escola revela que teoria e prática não andam juntas quando o assunto é prevenção. Ainda assim, há um número relevante – 23% dos pais e 19% dos educadores – que ignoram também o risco da exposição solar excessiva.
CONTRADIÇÕES ALARMANTES Embora 89% dos pais afirmem que usam protetor solar em seus filhos; a grande maioria nunca reaplica o produto, o que os deixa vulneráveis a radiação solar da mesma forma. Entre os 11% que declaram nunca usar o protetor solar, 42% alegam que esquecem; 32% não compram por ser muito caro; e 15% não consideram o produto importante. E as discordâncias não param por aí: 69% dos pais declaram que sempre estimulam os filhos a se proteger do sol, evitando o horário de pior incidência (entre 10 horas e 16 horas), porém, quase metade dos educadores analisados (45%) deixam os alunos expostos ao sol nos piores horários ou o dia todo; e 29% deles afirmam que nunca estimularam a proteção solar entre seus alunos. O extremo também acontece, 6% dos pais e 27% dos educadores dizem que nunca deixam seus filhos ou alunos ficarem expostos ao sol. “O sol tem propriedades importantes para o crescimento. É preciso encontrar o equilíbrio e percebemos que isso não acontece no País”, lembra o Dr. Criado.
O SOL AGE NA REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO VIGÍLIA/ SONO, NA MELHORA DO HUMOR E, AINDA, NA PRODUÇÃO DA VITAMINA D
OS MAIS VULNERÁVEIS Perguntados sobre a proteção diária, pelo menos 1/3 dos pais não considera necessário aplicar protetor solar se não estiverem na praia; e 38% deles desconhecem a necessidade de proteção nos dias nublados ou fora do verão. Entre educadores, esses índices foram de 24% e 25%, respectivamente. A pesquisa mostra, ainda, que as crianças abaixo dos três anos são as mais vulneráveis: 32% dos pais afirmam que iniciaram o uso de proteção solar somente após os três anos de idade ou mais, indicando um longo período sem proteção. Grande parte dos pais e educadores acredita que deve ensinar os filhos a se protegerem do sol desde cedo (57% dos pais e 71% dos educadores), porém, 15% dos pais consideram que não se deve usar proteção solar nas crianças abaixo dos dois anos e 25% têm dúvidas sobre o uso nesta faixa etária. Entre os educadores, este número é maior – 20% discordam sobre o uso de proteção solar na primeira infância e 28% têm dúvidas. Um terço dos entrevistados afirmou que nunca levou ou levou apenas uma vez o filho ao dermatologista. O médico só entra em ação quando há alguma alteração na pele do filho (58%). Mas esse comportamento de risco é preocupante para o aumento do número de casos de câncer de pele, que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), já é o mais frequente no Brasil, representando 25% dos tumores malignos. “Apesar dos avanços em informação sobre a incidência solar e os prejuízos do acúmulo de exposição inadequada ao sol para a saúde, as pessoas ainda veem o melanoma como algo distante da sua realidade, por se tratar de uma doença de longo prazo”, explica o Dr. Criado.
COMO DEVERIA SER São muitos os motivos que levam a derme das crianças a merecer atenção redobrada quando expostas ao sol. Primeiro porque, em geral, ela é mais fina do que a dos adultos e a criança também passa mais tempo ao ar livre do que a maioria deles. “A pele da criança ainda não possui células em número suficiente na camada córnea, que é a mais externa, para dar uma resistência como a da adulta. Isso a deixa mais suscetível a qualquer agressão”, lembra o membro do departamento de dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Dr. Valcinir Bedin. 2014 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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EMBORA 89% DOS PAIS AFIRMEM QUE USAM PROTETOR SOLAR EM SEUS FILHOS; A GRANDE MAIORIA NUNCA REAPLICA O PRODUTO Além disso, os efeitos danosos da radiação ultravioleta (UVR) no DNA (Ácido Desoxirribonucleico em português) das células da pele humana é um somatório ao longo dos anos. “Podemos dizer que o câncer de pele é semeado na infância, adubado na adolescência e colhido na vida adulta”, resume o Dr. Criado, acrescentando que as escolas poderiam contribuir, deixando as atividades físicas fora dos horários de pico. O especialista da SBD-SP lembra que o Fator de Proteção Solar (FPS) varia de acordo com o fototipo da pele, o que é dado pela quantidade de melanina produzida. Ele lembra que os dermatologistas classificam a pele humana em seis fototipos. “A classificação vai desde o fototipo I (olhos claros, pele clara,
cabelos ruivos, sempre se queima ao se expor ao sol e nunca se bronzeia) até o fototipo VI (quase sempre não se queima, indivíduo negro, olhos escuros e cabelos escuros)”, mostra. Outro alerta é o de que a proteção solar deve ser contínua, inclusive fora do verão. Afinal, o Brasil é banhado por altos índices de radiação ultravioleta em qualquer estação. “Não devemos utilizar o verão ou inverno como condição para a prática da fotoproteção e nem pensar que ela se limita ao filtro solar. Ela é, sim, um conjunto de medidas que visam evitar a exposição excessiva da pele ao sol. Quando o assunto é proteção solar na infância, estamos falando, principalmente, na prevenção do câncer de pele. A dose de radiação UV é cumulativa e aquela recebida na infância é especialmente relevante”, avalia o médico dermatologista do Hospital Infantil Sabará, Dr. José Jabur da Cunha.
EQUILÍBRIO NECESSÁRIO Sabe-se que o sol em excesso pode, sim, causar importantes danos à saúde, como o câncer de pele, catarata, depressão imunológica, entre outros fatores. Em contrapartida, a exposição regular e res-
ORIENTE PARA OS CUIDADOS IDEAIS EM CRIANÇAS • A partir dos seis meses de idade, a criança deve tomar o banho de sol. A proteção ideal, com filtros solares, se dá a partir dos dois anos. Mas se a criança tiver de se expor antes dessa idade, pode e deve usar o produto adequado. • O filtro solar tem de ser aplicado sempre na sombra e meia hora antes da exposição ao sol. Não se pode esquecer nenhuma área do corpo, com atenção para as orelhas e parte superior dos pés. • Se a criança está numa piscina ou no mar, a cada entrada na água, deve-se repetir a aplicação. • O ideal é que o filtro seja espalhado uniformemente por todo o corpo, numa camada fina, mas constante. Filtros entre FPS 30 e 50 são os mais indicados para crianças, nos formatos de loções ou cremes. O ideal é que sejam resistentes à água.
• A fotoproteção é uma recomendação individualizada e leva em conta diversos aspectos, desde hábitos da família, antecedentes pessoais e familiares, além de dados de exames físicos. • A fotoproteção não se resume apenas ao uso do filtro solar. Assim, os pais e educadores devem evitar horários muito quentes (entre 10 horas e 16 horas) e, quando as atividades ao ar livre forem prolongadas, associá-las a roupas leves e mais seguras, como bonés e camisetas. • O filtro deve ser reaplicado a cada duas ou quatro horas. • Caso os pais tenham dúvidas ou alguma particularidade, precisam procurar a opinião de um especialista que vai poder orientar para a fotoproteção mais adequada a cada caso.
Fontes: membro do departamento de dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Dr. Valcinir Bedin e médico dermatologista do Hospital Infantil Sabará, Dr. José Jabur da Cunha
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DADOS APONTADOS PELA PESQUISA DA SBD-SP MISCIGENAÇÃO Cinquenta por cento dos pais declararam que os filhos têm a pele branca, com cabelos e olhos escuros; 28% declararam que os filhos têm a pele branca, com olhos e cabelos claros; 5% declaram que os filhos são negros. OPORTUNIDADE Apenas 25% das escolas alertam, com cartazes, sobre a exposição solar segura e 41% dão palestras sobre o tema aos alunos. Entre os pais, essas ações da escola caem para 24%. PROTETOR SOLAR Oitenta e nove por cento dos pais afirmaram aplicar protetor solar em seus filhos. Os 11% que não usam, não o fazem porque se esquecem de ou porque consideram caro. Além disso, muitos não levam em conta (ou sequer sabem) que o suor, as atividades físicas e a não reaplicação do produto diminuem o Fator de Proteção Solar (FPS). CONTRADIÇÃO Embora pais e educadores estejam cientes sobre os piores horários, na prática, não é o que acontece. Grande parte dos pais diz não ter controle sobre esses horários e 31% dos filhos ficam expostos ao sol entre 10 horas e 16 horas; e, nas escolas, 45% deixam os alunos expostos nos piores horários. DERMATOLOGISTA Esse profissional só entra em ação quando há alguma alteração na pele do filho (58%). E isso ocorre, principalmente, entre os pais com nível de escolaridade maior (pós-graduados ou com ensino superior).
INFÂNCIA Sessenta e oito por cento dos pais começaram a usar o protetor solar em seus filhos quando eles tinham menos de três anos; e 70% dos educadores consideram que crianças menores de três anos também devem começar o uso de protetor solar. ATENÇÃO Sessenta e nove por cento dos pais e 41% das escolas alegam que sempre estimulam os filhos/alunos a se protegerem do sol, evitando horário entre 10 horas e 16 horas. Esse número se soma aos 36% das escolas que alegam estimular os pais de seus alunos a proteger seus filhos, evitando os horários de risco. REAPLICAÇÃO Apenas 17% dos pais reaplicam do filtro solar nos seus filhos após quatro horas de uso. Onze por cento dos entrevistados alegaram nunca reaplicar. INFORMAÇÃO Quando questionados sobre as maiores dificuldades em esclarecer ou disseminar o cuidado e proteção solar junto aos filhos, a maioria dos pais (12%) alegou falta de informação e entendimento sobre o assunto. RISCOS Cinquenta e oito por cento dos pais e 57% dos educadores afirmaram que a exposição excessiva à luz do sol na infância contribui para o desenvolvimento de câncer de pele na idade adulta. Na mesma ordem, apenas 45% e 53% afirmam que o uso de protetor solar deve ser diário, seja no shopping ou na praia.
Amostra: a pesquisa ouviu 823 pais de todo o País, usuários de internet, e com perfil sócio demográfico não intencional, ou seja, de acordo com a amostra encontrada. Todos eles têm filhos menores de 14 anos (crianças) e entre 14 a 17 anos (jovens). Também participaram da amostra 157 educadores brasileiros, de escolas públicas e particulares, com alunos dessas faixas etárias. O perfil foi, igualmente, não intencional.
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ponsável também é essencial para o bom funcionamento do organismo. Os especialistas afirmam que o sol age na regulação do equilíbrio vigília/sono, na melhora do humor e, ainda, na produção da vitamina D. “Essa vitamina é necessária ao crescimento ósseo e sistema imune à exposição dos braços e pernas”, lembra o especialista da SBD-SP. Assim, segundo orienta o Dr. Bedin, o melhor caminho é a exposição controlada. “Meia hora pela manhã, antes das 10 horas e mais meia hora à tarde, depois das 16 horas, são suficientes Dr. Paulo Ricardo Criado, para o desenvolvimento da SBD-SP, afirma que da criança, sem riscos de pais e educadores queimaduras ou desenvolpensam estar agindo vimento de tumores, que certo quanto à proteção são as maiores agressões solar, mas não estão da luz solar”. 136
ESPECIALMENTE PARA OS PEQUENOS A pele do bebê, ainda muito imatura e sem o total desenvolvimento para proteção, precisa dos ingredientes corretos para uma nutrição completa quando exposta ao sol. De acordo com gerente de Marketing da Mustela no Brasil, Marina Lima, até os 5 anos, a pele da criança é de 40% a 60% mais fina se comparada a de um adulto, o que a torna muito vulnerável aos raios UV e, por isto, exposta mais facilmente aos riscos solares. Por essa razão, necessita de cuidados especiais, com produtos específicos para esse fim. “Itens que protegem contra os raios ultravioleta (UV) do sol, mas que ao mesmo tempo tenham outras benefícios, como elevada tolerância, hipoalergênicos, resistentes à água e ao suor, entre outros”, orienta. As mães devem escolher produtos com textura leve e Fator de Proteção Solar (FPS) alto para proteção. A aplicação deve ser feita de maneira uniforme, em todo o corpo da criança, inclusive em áreas, como as dobrinhas dos braços e atrás das orelhas. “Recomenda-se que a reaplicação seja feita a cada duas horas ou sempre que a criança sair da água.”, aconselha Marina.
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POR KATHLEN RAMOS
O verão se aproxima e, com ele, a indústria dispara na produção de produtos de higiene pessoal e cosméticos voltados para a estação, trazendo uma infinidade de lançamentos. Embora esse seja um período bastante positivo para os consumidores, que passam a contar
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com vasto portfólio nas gôndolas, para o varejista, esse é um grande desafio. Afinal, diante de tantos lançamentos, para quais produtos deve-se abrir espaço no ponto de venda (PDV)? Para o diretor de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Artur Motta, o segredo para escolher o FOTOS/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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ESCLAREÇA OS BENEFÍCIOS DIFERENCIADOS NA HORA DA EXPOSIÇÃO Protetor solar Para facilitar a compra do consumidor, uma ação importante é a de separar os filtros solares massivos dos filtros das marcas dermocosméticas. “Os filtros dermocosméticos têm comprovação científica e grande número de estudos clínicos, que garantem maior segurança para a pele. Os protetores solares dermocosméticos são prescritos e recomendados por dermatologistas, os grandes especialistas da pele”, lembra o gerente comercial da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, Raphael Simões. Caso o produto escolhido seja uma maquiagem com Fator de Proteção Solar (FPS), na hora das vendas, vale lembrar as consumidoras que esses produtos também precisam ser reaplicados ao longo do dia. “Todo protetor solar, para ter sua eficácia de proteção garantida, precisa ser retocado a cada duas horas. Sendo assim, a maquiagem com protetor solar também precisaria ser retocada nesse intervalo de tempo”, alerta a gerente da Australian Gold Brasil, Letícia Guarnieri. Hidratantes Assim como acontece com os filtros solares, a categoria de hidratantes também está dividida entre produtos massivos e dermocosméticos. A gerente de trade marketing da Galderma Brasil, Andréia Niedzielski, sugere que os itens de maior valor agregado fiquem em uma área de destaque, preferencialmente nos armários de dermocosméticos. Já para os massivos e cosméticos, a sugestão da especialista é para que fiquem no meio da loja, em uma das gôndolas de corredor. Como os hidratantes são uma categoria na qual os consumidores gostam de interagir e ler as embalagens, identificando se as propriedades do produto se adéquam ao seu tipo de pele, reforça-se a importância da boa comunicação das gôndolas. “Esses espaços devem ser identificados por categorias, subcategorias, como tipo de pele, necessidade (óleos, emulsão, creme, loção). Esses diferenciais sobre a apresentação ou funcionalidade dos hidratantes permite ao consumidor uma experiência mais assertiva sobre sua escolha”, lembra Andréia, acrescentando que atividades de visibilidade extra como ponta de gôndola, checkout, balcão
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com materiais e merchandising chamam atenção e lembram os consumidores sobre esses itens de verão. O bom atendimento completa o trabalho da exposição. “Os promotores de venda desenvolvem um papel importante na escolha do produto de acordo com a pele do consumidor”, destaca a diretora de marketing e Shopper & Customer Marketing (S&CM) da NIVEA Brasil, Tatiana Ponce. Para potencializar ainda mais as vendas do verão vale, ainda, explorar ações que tornem o ponto de venda (PDV) diferenciado. “Pode-se apostar em blitz com dermoconsultoras entregando amostras e explicando sobre o produto, organização de eventos como dia de produto, promovendo temas sobre cuidados para os pés e hidratação da pele, que aumentam o giro de pessoas na farmácia nesse dia e atraem consumidores com disposição para experimentação”, aconselha a especialista da Galderma. O cross merchandising pode contribuir muito para a exposição. “Na categoria de cuidado corporal, os produtos da marca podem ser associados a itens de cuidado durante o banho ou com desodorantes, por exemplo”, lembra Tatiana. Repelentes No verão, estação em que os passeios ao ar livre são mais frequentes e quando a incidência de insetos torna-se maior, os repelentes são procurados por muitos consumidores. Portanto, os produtos precisam de uma boa exposição para facilitar as compras. “A categoria deve estar sempre próxima dos produtos para proteção individual, como os protetores solares, por exemplo. Se o consumidor está exposto ao sol, é muito provável que estará exposto aos insetos”, comenta o diretor-geral da Osler, Paulo Castejón Guerra Vieira, alertando que os produtos para crianças precisam ser alocados juntos aos demais da categoria. “Não há nenhum motivo para proteger as crianças menos que os adultos, com produtos mais diluídos. São exatamente as crianças que devem usar os produtos mais eficazes. Sendo assim, deve-se evitar o posicionamento da categoria nas áreas para crianças”, esclarece. Nas gôndolas, também é válido dividir a exposição de acordo com o tipo de apresentação do produto, segundo mostra o diretor da divisão de inseticidas da
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Flora, Alencar Borne. “Idealmente, a exposição na gôndola deve ser feita por tipo. Por exemplo: aerossóis, loções e sprays, separados por apresentação”, avisa. E, durante o verão, os repelentes também podem ganhar pontos extras, como pontas de gôndolas, bem como ações de vendas cruzadas. “As vendas conjugadas podem ser estimuladas durante todo o verão. Assim, esses artigos podem estar próximos a filtros solares, cuidados pessoais (como desodorantes), cuidados com o cabelo e categoria de camping”, ensina Borne. Radar Recentemente, o Ministério da Saúde emitiu comunicado alertando para o grande risco de uma epidemia de febre chikungunya, doença transmitida pelo mesmo Aedes aegypti que transmite a dengue. E, segundo a literatura médica, somente os repelentes com concentrações entre 20% e 25% de icaridina são considerados eficazes na prevenção. Fonte: Osler
Depilatórios As épocas mais quentes do ano também fazem com que as pessoas deixem o corpo mais à mostra, levando a depilação a ser cada vez mais frequente. Assim, é importante evitar rupturas e caprichar na exposição. “Recomendamos que os produtos faciais fiquem na parte superior da gôndola; os cremes corporais devem ser o foco do ponto de venda, na parte central; e as ceras corporais e a linha masculina devem ficar posicionadas na parte inferior da gôndola”, aconselha o gerente da categoria de higiene da RB, Joaquin Ortega, salientando que os produtos Veet devem estar sempre onde as lâminas se encontram, já que o giro da categoria duplica com esse modelo. O gerente da categoria de barbeadores e depiladores da BIC, Luciano Andrade, lembra, ainda, que, nesse período do ano, as mulheres tendem a ser mais disciplinadas com cosméticos para o cuidado com a pele. Assim, hidratantes, óleos corporais e protetor solar são categorias em que vale apena apostar no cross selling com depiladores. “Sabonetes líquidos também possuem alta sinergia com as lâminas depilatórias, já que, segundo pesquisa interna, vimos que mais da metade das mulheres ainda utilizam sabonete para deslizar melhor a lâmina”, diz Andrade.
Também é importante estar atento às ações promocionais desenvolvidas pela indústria, que podem trazer algumas oportunidades. “Na atual temporada, que começou em setembro e se estenderá até março de 2015, criamos uma promoção onde, na compra de dois produtos Veet (cera fria facial mais cera fria corporal ou creme facial mais creme corporal), o consumidor ganha uma frasqueira customizada. Estamos com algumas ações nos pontos de venda, como tabloides, display de chão e pontas de gôndolas especiais”, exemplifica Ortega. Energéticos Para suportar o pique dos dias mais agitados, os energéticos ganham destaque no período, inclusive nas farmácias. No entanto, de acordo com o diretor da agência E4 Marketing, empresa segmentada especializa em nutrição, esporte e saúde, Gustavo Negrini, posicionar alimentos em suas gôndolas ainda é um desafio para o canal. “Analisando o comportamento de compra do consumidor em farmácias, o ideal é alocar os energéticos nas geladeiras expositoras disponíveis, uma vez que o cliente irá buscar um consumo imediato”, avisa, reforçando que é importante também ter o produto nas prateleiras, para informar ao consumidor que, eventualmente, não passa pelo produto exposto na geladeira. É possível, ainda, explorar as vendas casadas. Segundo o especialista da E4 Marketing, o ideal é expor a categoria junto à linha disponível de suplementação esportiva, que a maioria das farmácias já oferece. Durante o verão, também vale apostar em campanhas de incentivo, apontando os benefícios do produto. “Os energéticos, em sua grande maioria, têm o ativo taurina em sua composição. Isso poderia ser explorado no ponto de venda, como ação de marketing”, exemplifica Negrini. No entanto, é preciso que as farmácias também façam o seu papel de estabelecimentos de saúde e alertem para as contraindicações desses produtos para alguns pacientes, especialmente por conta da cafeína, substância presente em muitas linhas. Hipertensos ou pessoas com problemas cardiovasculares devem evitar o consumo ou procurar um médico antes do uso. Vale lembrar, ainda, que os energéticos não devem ser misturados com bebidas alcoólicas.
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sortimento de produtos no verão (e no restante do ano) é conhecer bem o cliente. “O consumidor possui marcas e locais de compras preferidos e esses fatores devem ser considerados na avaliação do mix. Por exemplo: se sua operação fica situada em uma região litorânea, será fundamental investir mais em filtros solares, cremes pós-sol e xampus para cabelos danificados, pois as drogarias têm essas categorias como destino”, mostra o especialista. Ele acrescenta, ainda, que as marcas a ser priorizadas são aquelas que já são trabalhadas na loja. “Evite arriscar muito em experiências com novas marcas e produtos, pois os artigos sazonais costumam reduzir muito o giro quando acaba a estação ou o clima não colabora”, alerta.
AMBIENTAÇÃO, O SEGUNDO PASSO Assim como acontece a mudança de clima a cada estação do ano, as lojas também devem ser sensíveis a estas alterações, fazendo com que o consumidor embarque na atmosfera do período. “Utilize uma decoração alegre e que chame a atenção do consumidor, lembrando-o de comprar os produtos. Alguns pontos de venda chegam a informar a previsão do tempo para o fim de semana próximo ao protetor solar para aumentar as vendas”, exemplifica Artur Motta. Vale, ainda, satisfazer o desejo do consumidor, que gosta de interagir com produtos cosméticos lendo os rótulos, sentindo perfumes e experi-
COMO GRANDE PARTE DAS COMPRAS DESSA CATEGORIA ACONTECE POR IMPULSO, A VISIBILIDADE DOS PRODUTOS É FUNDAMENTAL PARA ESTIMULAR AS VENDAS. NO PRÉ-VERÃO, É MUITO IMPORTANTE POSICIONAR A CATEGORIA EM LOCAIS DE ALTO FLUXO 142
É preciso separar os filtros solares dermocosméticos dos de marcas massivas
mentando-os, para identificar qual deles mais se adéqua ao seu perfil. Outra orientação válida é ser parceiro da indústria e fornecedores nesse momento da ambientação. Essas empresas podem oferecer diversos materiais capazes de dar “mais vida” ao PDV, além de outros benefícios. “Eles podem conceder material de exposição, venda com prazo de pagamento estendido e, principalmente, capacitação da equipe para explicar quais os produtos ideais de consumo”, conta. E, na hora da ambientação, lembre-se de que é importante, sim, chamar a atenção do consumidor, mas sem exageros. “A organização dos produtos por categorias, benefícios e marcas deve seguir o racional de compra. A organização pode apresentar informações por escrito ou distribuições físicas que permitam ao consumidor identificar, rapidamente, a seção que está procurando e investir mais tempo interagindo com ela”, sugere Motta. Ele lembra que uma das maiores falhas que ocorrem no quesito organização dos produtos é a ausência de precificação. Por isso, uma sugestão é oferecer o leitor de preços para facilitar a consulta. Para finalizar, lembre-se de que junto com a ambientação vem a exposição, e produtos sazonais, especialmente aqueles que são vendidos pela lembrança do consumidor, merecem ser alocados em áreas de maior visibilidade, as chamadas áreas quentes, como a entrada da loja e laterais de gôndola. “Produtos com maior possibilidade de compra por impulso podem e devem possuir uma dupla exposição na área do caixa”, finaliza Motta.
FILTROS SOLARES E PÓS-SOL Uma das maiores atrações do verão nas farmácias (e outros canais concorrentes) são os filtros solares, que merecem um cuidado especial nesse período. Como todo o varejo que atua nessa área realiza algum tipo de ação especial (sejam elas ofertas ou exposição diferenciada), é importante focar em oferecer a melhor solução ao consumidor, para não perder vendas. A diretora das marcas de suncare da Johnson & Johnson, Tatiana Miana, aconselha que, primeiramente, na seção de proteção solar, dentro de cada universo, o ideal é separá-los por marcas e, dentro
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ATUAÇÃO DOS NUTRICOSMÉTICOS Imagine oferecer às consumidoras a possibilidade de manter o bronzeado por mais tempo apenas tomando uma cápsula? Diferente dos cosméticos, que exigem um tempo maior para aplicação e manuseio, os nutricosmésticos são fáceis e práticos, como explica o diretor comercial da Nano Labs, Bruno Menin, porque basta a ingestão das cápsulas na quantidade recomendada. “Por exemplo: uma das nossas linhas de produtos que faz muito sucesso com os consumidores é a Luminova, que oferece um bronzeado mais saudável, duradouro e uniforme”.
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de cada marca, iniciar a exposição com os segmentos mais específicos, bem na altura dos olhos, para que sejam desenvolvidos. Exemplo: facial, sport e bronzeadores. “Dentro dos segmentos, separar por aplicador (spray, bisnaga) e, em seguida, agrupar as linhas regulares mais procuradas (geradoras de tráfego), na parte inferior da gôndola. Finalmente, dentro dos segmentos/linhas, os produtos devem ser expostos em ordem decrescente de Fator de Proteção Solar (FPS) (do maior para o menor) conforme o fluxo do corredor”, mostra a especialista. Informações adicionais sobre os produtos também podem ser inclusas no PDV. “O ideal é que sejam colocadas tiras nas prateleiras informando o FPS do produto, se possui ou não algum benefício extra
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TÁTICAS PARA AS VENDAS DE VERÃO • Lembre-se de que a boa exposição de produtos é uma das principais ferramentas de vendas. • A capacitação de funcionários auxilia o consumidor a tomar a melhor decisão e, muitas vezes, a fidelizá-lo. • Ações promocionais, como encartes de divulgação, promoções “Leve, Pague” e programas de fidelização costumam trazer ótimos resultados. • Um dos fatores mais importantes para potencializar as vendas é antecipar as compras e as ações de venda. • Os produtos sazonais podem oferecer boas promoções casadas. Assim, tente misturar produtos de maior giro com produtos que tenham frequência de compra mais espaçada para aumentar as vendas deste último. • Coloque produtos de menor tíquete em promoções de maior quantidade, como a Leve 4 Pague 3, para elevar seu tíquete médio. • Crie promoções utilizando produtos complementares de venda. Fonte: diretor de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Artur Motta
(como hidratação, antioleosidade, antirrugas, etc.) e, por fim, se são para o rosto, corpo, ou rosto/corpo”, aconselha o gerente comercial da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, Raphael Simões. E como grande parte das compras dessa categoria acontece por impulso, a visibilidade e destaque para os produtos é fundamental para estimular as vendas. “Nos períodos de pré-verão e verão, é muito importante dar destaque à categoria, garantindo sua presença na loja em locais de alto fluxo, próximo a categorias com grande tráfego de pessoas, por meio de pontos extras”, resume Tatiana. São exemplos desses pontos, a ponta de gôndola, checkout, papa-fila, display de chão e balcão. “Esses pontos são essenciais não apenas para lembrar o consumidor, mas também para garantir um estoque adequado dos produtos na farmácia. Nessa época do ano, o sell out dispara e é importante que o PDV esteja bem abastecido”, avisa Simões. 146
JUNTO COM A AMBIENTAÇÃO VEM A EXPOSIÇÃO, E PRODUTOS SAZONAIS, ESPECIALMENTE AQUELES QUE SÃO VENDIDOS PELA LEMBRANÇA DO CONSUMIDOR, MERECEM SER ALOCADOS EM ÁREAS DE MAIOR VISIBILIDADE, AS CHAMADAS ÁREAS QUENTES, COMO A ENTRADA DA LOJA E LATERAIS DE GÔNDOLA O cross merchandising também é válido, alocando esses produtos próximos a outras categorias, como absorventes internos, xampus específicos para a praia e piscina ou desodorantes. “Hidratantes, loções pós-sol e nutriconcentrados que preparam a pele para a exposição solar são os principais. A água termal também é um produto com forte apelo ao verão, já que hidrata, refresca e acalma a pele”, acrescenta o executivo da L’Oréal. A diretora de marketing e Shopper & Customer Marketing (S&CM) da NIVEA Brasil, Tatiana Ponce, lembra que como há diversas marcas e produtos que oferecem diferentes benefícios, é sempre importante entender o perfil do shopper de sua região antes de realizar um pedido. “De modo geral, o ideal é oferecer as marcas líderes e garantir um bom estoque dos itens de maior giro: FPS 30, 50 e 15. As embalagens econômicas (200 ml) também crescem em vendas ano a ano”, complementa. Para finalizar, lembre-se de que dados os riscos da exposição solar durante todo o ano, é importante que os trabalhos com a categoria sejam constantes no PDV. “A mudança de cultura está permitindo uma maior conscientização dos cuidados com a pele, principalmente cuidados com o sol. Sendo assim, o papel do PDV em dar continuidade ao trabalho durante o atendimento, conscientizando o consumidor sobre a importância da proteção solar a qualquer estação, é necessário e vai garantir a continuidade das vendas por todo o período”, justifica a gerente da Australian Gold Brasil, Letícia Guarnieri.
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EVENTO – ABRADILAN
Encontro internacional
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ABRADILAN LEVA SEUS ASSOCIADOS PARA A TERRA DO MICKEY MOUSE POR SANDRA TAKATA
A Convenção da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), realizada entre os dias 11 e 18 de outubro deste ano, não poderia ser melhor traduzida como um evento mágico. Isso porque este ano a confraternização foi realizada na terra no Mickey Mouse, ou seja, em Orlando, estado da Flórida, nos Estados Unidos. A delegação, composta por 300 pessoas entre associados e seus familiares, passou dias incríveis visitando todos os parques Disney, Universal, Sea World, Busch Gardens, Legoland, entre outros ou assistindo aos espetáculos do Blue Man Group ou Cirque Du Soleil, ou até mesmo fazendo suas refeições em restaurantes temáticos, como T-Rex, Rainforest Café, em Downtown Disney (localizado em frente ao Hilton Hotel Lake Buena Vista, onde todos estiveram hospedados) e muitas compras em outlets.
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E foi mesmo mágico. O café da manhã foi especial já que o Mickey esteve presente. O camundongo ficou disponível para tirar fotos e mostrou muita simpatia. Não dava para perder o olhar das crianças ao ver o personagem criado por Walt Disney. Já em termos de capacitação, os associados tiveram uma oportunidade ímpar. Foi realizada uma visita técnica aos parques Magic Kingdom e Epcot com os instrutores do Instituto Disney para explicar toda a gestão. O encontro foi seguido por um almoço no restaurante Fogo de Chão, que faz muito sucesso em Orlando, com a palestra do consultor e ex-funcionário da Disney, Claudemir Oliveira. Ele explicou toda a filosofia de Walt Disney, além de apresentar os bastidores desta grande empresa. Na sexta-feira, um dia antes da volta ao Brasil, a Abradilan promoveu um jantar com direito a muita música e confraternização. Todos os eventos foram patrocinados por Neo Química, Sandoz e PC Sistemas. FOTOS: DIVULGAÇÃO
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EVENTO – ABRADILAN
Associados da Abradilan aprenderam sobre liderança e empreendedorismo
SHOW DE GESTÃO NOS PARQUES DA DISNEY Com 66 mil funcionários somente na Flórida, a Disney é um exemplo de gestão. Não foi à toa que os associados ficaram entusiasmados com as aulas concedidas e guiadas pelos instrutores do Instituto Disney ao vivo e em cores nos parques Magic Kingdom e Epcot Center. Conta a lenda que Walt Disney queria construir alguns setores administrativos numa parte subterrânea para que os funcionários pudessem descansar, fossem mais ágeis para entrar em corredores e chegar do outro lado do parque e separar o mundo real do mundo da fantasia. No entanto, como na Flórida as águas eram muito altas, isso não foi possível. O jeito foi construir corredores e salas no primeiro andar, deixando o Magic Kingdom em si no segundo piso. “Ninguém imagina que o parque fica no segundo andar, mas se prestar atenção, o castelo da Cinderela é mais elevado”, explica uma das instrutoras do Instituto. E foi justamente a esses famosos “túneis” que os associados da Abradilan tiveram acesso. “Foi uma experiência incrível, pois pudemos ver como Walt Disney e seu irmão Roy eram visionários. Tudo foi construído com processos e sistemas de produtividade e eficiência baseados em uma linha mestra que era ´transformar sonhos em realidade´”, diz o presidente da Abradilan, Jony Sousa. De fato, Walt Disney era um visionário. Nascido em 5 de dezembro de 1901, foi o criador do parque temático na Califórnia batizado de Disneylândia. Com o sucesso do empreendimento, o setor imobiliário começou a vender vários lotes ao redor do local onde foram construídos restaurantes e hotéis. Com isso, Disney percebeu que não tinha mais área para aumentar o seu parque. Foi então que 150
pesquisou vários locais nos Estados Unidos e comprou nada menos que cerca de 111 quilômetros quadrados de terras na Flórida, o equivalente a cidade de São Francisco ou mais de mil Maracanãs. Hoje, os parques ocupam apenas 40% do terreno, ou seja, há ainda muito o que construir. Atualmente, no complexo Disney, há quatro parques temáticos, dois parques aquáticos, Downtown Disney (o centro de compras), 26 hotéis, quatro campos de golfe e todo o complexo ESPN (que também é uma empresa da Disney). Os visitantes da Abradilan tiveram acesso ainda a lavanderia da Disney, onde chega toda a roupa de cama e banho da rede hoteleira da empresa e puderam conferir os processos automatizados do local e como atuam todos os funcionários. E por falar em funcionários, todos são chamados de “cast members” (membros do elenco) e todos os clientes de “guests” (convidados), diferencial que toda a equipe de gestão faz questão de ressaltar. Quem se impressiona com a limpeza do parque, pode reparar que nenhum chiclete é vendido em todo o complexo. Além disso, uma pesquisa foi realizada e mostrou que as pessoas jogam papéis no chão depois de 27 passos dados. Por isso, a cada 26 passos, você encontra uma lata de lixo na Disney. Além é claro, do próprio Disney ter deixado o seu legado de valores, ao pegar um papel no dia da inauguração da Disneylândia e ser repreendido pela diretoria que disse: “Pode deixar que o pessoal da limpeza pega”, afirmaram os diretores. Walt Disney pegou o papel do chão e ordenou: “Aqui no meu parque, eu vou pegar o lixo do chão, vocês vão pegar e o meu pessoal da limpeza também”. Ou seja, um pequeno gesto para demonstrar que o criador de um império pensava muito grande.
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EVENTO – ECONOFARMA MG
Força e potencial do player mineiro
A
TERCEIRA EDIÇÃO DA ECONOFARMA MG REGISTROU BONS ÍNDICES DE NEGÓCIOS A cidade de Belo Horizonte recebeu, nos dias 6 e 7 de novembro deste ano, na Serraria Souza Pinto, a 3ª Econofarma MG. A edição mineira reuniu 700 participantes representando mais de mil CNPJs inscritos. A Econofarma MG é um evento regional direcionado exclusivamente ao player mineiro: indústria, distribuidora e ponto de venda. O sucesso gerado em oportunidades de negócios, network e capacitação com conteúdo de qualidade é marca consolidada da Econofarma. Esses atributos reforçam a certeza de crescimento sistemático do varejo farmacêutico de Minas Gerais para o ano de 2015. A 3ª edição contou com a participação de distribuidoras e empresas locais na apresentação de grandes lançamentos e oportunidades de bons negócios. Toda essa expectativa foi comprovada na disposição de 50 indústrias que preencheram o espaço da Serraria Souza Pinto.
WORKSHOPS: CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E COMPLETO CONTEÚDO FARMA Na quinta-feira, 6 de novembro, a 3ª edição da Econofarma contou com a presença do palestrante Rodrigo Fagundes, supervisor de treinamento da EMS e consultor responsável pelo Projeto ACADEMS, apresentando o tema: “Gerência Farmacêutica: Uma Tendência do Varejo Farmacêutico e uma Oportunidade de Crescimento Profissional”. A sexta-feira, 7 de novembro, ficou reservada para a palestrante, consultora de 152
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empresas e especialista em Varejo Farmacêutico, Silvia Osso, discursar sobre o tema: “O Futuro das Farmácias e Drogarias Brasileiras”.
DROGARIA MODELO: CAMINHO INTELIGENTE E GARANTIA DE RENTABILIDADE Por meio de uma estrutura montada no pavilhão, os visitantes que prestigiaram a Drogaria Modelo conferiram de perto como colocar em prática as tendências e oportunidades de ponto de venda, aliando layoutização de loja, ambientação adequada, eficiente comunicação visual do estabelecimento e moderno mobiliário.
HISTÓRICO DA ECONOFARMA E DA PH EVENTOS Lançada em 2003, a Econofarma estreou na capital paulista com apenas 20 expositores e cerca de 500 farmácias associativas – ligadas à Febrafar. Responsável pela integração das principais indústrias e distribuidoras de medicamentos ao comércio varejista, a feira surpreendeu tanto que, no ano seguinte, o número de fornecedores e visitantes triplicou. A Econofarma começava a conquistar respeito e credibilidade no mercado. A partir da terceira edição, a PH Farma inovou o conceito “Feira de Negócios”, ampliou a participação de players e abriu o evento para o varejo farma nacional, uma iniciativa estratégica que representou um marco para a consolidação da Econofarma como um dos maiores eventos do setor. Apesar de garantir um público fiel, a abertura de mercado contribuiu para que a Econofarma, ano após ano, registrasse altos índices de visitação e movimentasse milhões em negócios. FOTO: ANDRÉ RICARDO CHIACHERINI
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COBERTURA DAS IMPERFEIÇÕES
Os já conhecidos fotoprotetores com base Episol Color, que promovem alta proteção contra os raios UVA, UVB, infravermelho e luz sensível, contam agora com FPS 70 nas tonalidades Pele Clara e Pele Morena, além do já existente FPS 30. Episol Color possui textura foundant, que torna a aplicação mais fluida, garantindo toque seco e efeito matificante (antibrilho) imediato quando finalizado. O produto possui pigmentos minerais que agem como um inovador sistema de dispersão, proporcionando melhor cobertura das imperfeições da pele e impedindo a formação de aglomerados de pigmentos, garantindo mais uniformidade. Preço sugerido: R$ 64,06 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.mantecorpskincare.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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SEMPRE EM DIA
EFEITO DOURADO
Cenoura & Bronze apresenta a primeira linha de protetores com a exclusiva tecnologia Infra-V. Além de proteger a pele contra os raios UVA e UVB, a nova fórmula oferece proteção contra os efeitos dos raios infravermelhos, responsáveis pelos danos mais profundos na pele. A marca também lança uma linha de produtos com efeito dourado, que ajuda a acelerar o bronzeado. Preços sugeridos: Loção Bronzeadora com Cor Efeito Dourado FPS 15 - R$ 21,90 Protetor Solar FPS 30 (110 ml) - R$ 23,70 Na gôndola: pele Site: www.cenouraebronze.com.br
CONTRA O ENVELHECIMENTO
Sempre preocupada em desenvolver produtos que ofereçam um amplo espectro de proteção para seus consumidores, a ADA TINA traz o NormalizeTM FT Compatto FPS 60, único Duo Cake no mercado brasileiro que impede a ação dos radicais livres e atua na prevenção dos danos causados pela luz azul, também conhecida como “luz maléfica”. O produto protege tanto contra a luz azul quanto contra toda a faixa da luz visível, além da clássica proteção anti-UVA e anti-UVB. E oferece fotoproteção estabilizada por até 12 horas, com eficácia comprovada em 15 minutos após a aplicação, evitando o aparecimento dos sinais de envelhecimento precoce, como rugas, flacidez e manchas na pele. Preço sugerido: R$ 117,90 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.adatina.it
FÁCIL DE ESPALHAR
Desenvolvido especialmente para as mulheres que gostam de se cuidar e entendem a necessidade de se proteger do sol, mas que não abrem mão do bronzeado saudável, Sundown® Gold traz o primeiro protetor loção em aerossol, que alia a proteção confiável da marca a ingredientes naturais que ajudam no processo de bronzeamento, como urucum e buriti. Com uma fórmula leve, fácil de espalhar de toque seco e imediata refrescância, o produto chega ao mercado em duas versões de FPS. As novidades contêm emolientes naturais e vitamina E que hidratam a pele, prevenindo que ela descasque. Preços sugeridos: FPS 15 - R$ 30,40 FPS 30 - R$ 38,75 Na gôndola: pele Site: www.sundown.com.br 156
PÓS-SOL
Enriquecido com Perséose de Abacate®, óleo de jojoba e manteiga de cupuaçu, o produto Mustela Pós-Sol acalma e nutre a pele dos bebês e crianças, deixando-a levemente perfumada. Além de refrescante, o pós-sol hidrata e fortalece a derme, diminuindo a sensação de pele seca. Indicado para uso no corpo após o banho. Preço sugerido: R$ 45,00 Na gôndola: bebês Site: www.mustela.com.br
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EUROFARMA conquistou o penta e
DESTAQUE
mantém supremacia na modalidade.
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TÊNIS DE MESA FEM.
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PONTUAÇÃO X EMPRESA
ADES
ALID MOD
GERAL
MEDALHAS
RANKING
Diego Alejandro E. Bravo (Butantan)
MODALIDADES
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EUROFARMA
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SANOFI
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BUTANTAN
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CRISTÁLIA
5º
ACHÉ
6º
BAYER
7º
AMGEN/BERGAMO
8º
ASTRAZENECA
8º
THERASKIN
LID
SO
16 5 8 12 6 4 2
9º BRISTOL 9º
ZAMBON
10º BAXTER 10º BIOLAB 11º BOEHRINGER 11º UCI-FARMA
DA
IE
AR
EMPRESAS
3 2 2
FUTEBOL DE CAMPO
TÊNIS DE MESA
16 8 4
12 16 6 8 4 5
12 6 5 2 3
BASQUETE BASQUETE ATLETISMO FEM. MASC.
12 8 16
16 6 12 8
8 12 16 5 3 6
3 2 4
TOTAL
80 55 46 41 25 23 6 5 5 4 4 3 3 2 2
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SEMPRE EM DIA
CONTROLE E BARREIRA
SEM ÁLCOOL
As consumidoras estão sempre em busca de inovações que proporcionem a melhor experiência sob o sol, seja por meio de fatores de proteção mais altos, embalagens práticas e produtos de textura leve. Atenta a essas necessidades, L´Oréal Paris desenvolveu um produto inovador: o Aerosol Toque Seco, de Solar Expertise, o primeiro aerossol sem álcool. Preços sugeridos: Aerosol FPS 30, 200 ml - R$ 45,50 Aerosol FPS 50, 200 ml - R$ 53,90 Na gôndola: pele Site: www.loreal.com.br
A La Roche-Posay apresenta um produto revolucionário em sua linha de proteção solar: Anthelios AIRlicium FPS 30. Após cinco anos de pesquisa e centenas de fórmulas desenvolvidas, os laboratórios La Roche-Posay encontraram na ciência espacial o ativo AIRlicium, capaz de prolongar o controle da oleosidade e umidade da pele, proporcionando uma sensação de pele limpa por 9 horas. Esse ativo, desenvolvido inicialmente para capturar poeira interestelar em operações espaciais, teve seu uso em dermocosméticos patenteado pela L’Oréal para trazer tecnologia de ponta às suas formulações. Composto por micropartículas matificantes, encapsuladas em 99% de ar, controla dinamicamente o brilho toda vez que a pele produz oleosidade ou umidade. Preço sugerido: R$ 66,90 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.laroche-posay.com.br
DEFESA FACIAL PROTEÇÃO DOS BEBÊS
Indicado para proteger o rosto e corpo de bebês e crianças desde o nascimento, a loção Mustela® Protetor Solar Infantil – Loção FPS 50+ apresenta elevada tolerância e alta proteção contra os efeitos nocivos do sol. Especialmente elaborado para suprir às necessidades da pele frágil dos pequenos, o produto é resistente à água e ao suor. Possui ingredientes ativos e naturais, como o Perséose de Abacate®, que reforçam a proteção celular contra agressões externas. Disponível nas versões de 100 ml e 200 ml. Preços sugeridos: 100 ml - R$ 69,00 200 ml - R$ 99,00 Na gôndola: bebês Site: www.mustela.com.br 158
A proteção solar facial foi incorporada à rotina de cuidados diários de muitas brasileiras, mas ainda restam dúvidas sobre compatibilidade e o produto indicado para o tipo de pele. Hoje, 56% das mulheres apresentam características de oleosidade na derme, principal motivo por levá-las a procurar a ajuda de dermatologistas. Pensando nisso, RoC® Minesol® Oil Control oferece as versões FPS 30 e 70 para atender as consumidoras que procuram também os FPSs mais altos. RoC® Minesol® Oil Control FPS 70 veio para ampliar o portfólio da marca e juntar-se ao sucesso do RoC® Minesol® Oil Control FPS 30. Preços sugeridos: FPS 30 - R$ 62,90 FPS 70 - R$ 66,90 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.roc.com.br
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O sol é fonte de luz, calor, energia e também auxilia na produção de vitamina D. Sejam crianças, adultos e idosos, o sol beneficia a todos, mas se não for desfrutado de forma adequada, a exposição aos raios solares pode provocar sérios danos a longo prazo. Foi pensando em oferecer proteção e segurança no convívio com a luz natural e artificial que a Galderma anuncia sua entrada no mercado de fotoproteção brasileiro com o lançamento de Cetaphil Daylong, uma linha completa de fotoproteção com produtos para todos os tipos de pele. Desenvolvida na Suíça e especialmente testada na pele brasileira, Cetaphil Daylong foi avaliada cientificamente e obteve comprovação de eficácia e segurança nos mais altos padrões. Preços sugeridos: Cetaphil Daylong FPS 30 Spray 150 ml - R$ R$ 88,00 Cetaphil Daylong FPS 30 Loção Facial 50 ml - R$ 68,00 Cetaphil Daylong FPS 30 Loção Lipossomal 100 ml - R$ 78,00 Cetaphil Daylong FPS 50+ Loção Lipossomal 50 ml - R$ 72,00 Cetaphil Daylong FPS 30 Gel Fluid Facial 30 ml - R$ 68,00 Cetaphil Daylong FPS 30 Gel Creme 100 ml - R$ 78,00 Cetaphil Daylong FPS 50+ Gel Creme 50 ml - R$ 72,00 Cetaphil Daylong FPS 30 Sensitive 100 ml - R$ 78,00 Cetaphil Daylong FPS 50+ Sensitive 150 ml - R$ 88,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.cetaphil.com.br
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ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA www.epm.br
MUSTELA www.mustela.pt
ABRAFARMA www.abrafarma.com.br ABRASSO http://abrasso.org.br ANVISA http://portal.anvisa.gov.br ASBAI www.asbai.org.br ATIVA LOGÍSTICA http://ativatransportes.com.br
F FEBRAFAR www.febrafar.com.br FECOMERCIO-SP www.fecomercio.com.br FLEURY MEDICINA E SAÚDE www.fleury.com.br
H
B BANANA BRASIL www.bananabrasil.com.br BG&H www.bgeh.com.br BRASIL FRUTT http://brasilfrutt.com.br
CFF www.cff.org.br CIEE www.ciee.org.br CONNECT SHOPPER www.connect-shopper.com.br CLÍNICA FARES www.clinicafares.com.br CLOSE-UP INTERNATIONAL www.close-upinternational.com CNDL www.cndl.org.br CONEP www.conselho.saude.gov.br CREMESP www.cremesp.org.br CRF-SP http://crfsp.org.br
D
NIELSEN www.nielsen.com/br
O OMS www.paho.org/bra
P
HCOR www.hcor.com.br
PFIZER www.pfizer.com.br
HOSPITAL ALBERT EINSTEIN www.einstein.br
PLANO CDE http://planocde.blogspot.com.br
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ www.hospitalalemao.org.br
PORTE www.porte.com.br
HOSPITAL INFANTIL SABARÁ www.hospitalinfantilsabara.org.br
C
N
HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA JOANA www.hmsj.com.br HOSPITAL 9 DE JULHO www.hospital9dejulho.com.br
I IBGE www.ibge.gov.br ICTQ http://ictq.com.br IMS HEALTH www.imshealth.com INCA www2.inca.gov.br INCOR www.incor.usp.br IOF www.iofbonehealth.org
D LOJA VIRTUAL www.dlojavirtual.com
T TAKEDA www.takedabrasil.com
U UNIVERSIDADE QUEEN MARY www.qmul.ac.uk USP www5.usp.br
V VTEX www.vtex.com.br
W WROI www.wroi.com.br
PROVAR http://provar.org
R REDE DE HOSPITAIS SÃO CAMILO DE SÃO PAULO www.saocamilo.com
S SBAFS www.sbafs.org.br SBC www.cardiol.br SBD-SP www.sbd.org.br SBEM www.endocrino.org.br SBI www.sbi.org.br SBVC www.sbvc.com.br SERASA EXPERIAN www.serasaexperian.com.br SINCOFARMA-MG www.sincofarmamg.org.br SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br SPC https://spcbrasil.org.br SPSP www.spsp.org.br
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GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2014
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Distribuidores no Brasil Região Norte RECOL REPRESENTACOES E COM LTDA RB DISTRIBUIDORA DE MED LTDA AMERICAN FARMA DIST FARM LTDA TAPAJOS COM DE MEDICAMENTOS LTDA SB COMERCIO LTDA IMIFARMA PROD FARMAC E COSMET SA DISTRIBUIDORA BIG BENN LTDA PALMED - PALMAS MEDICAMENTOS LTDA
AC/RO AC AL AM AM/PA/RO PA PA TO
Região Nordeste
Linha de produtos Herbarium.
Nas maiores distribuidoras de medicamentos do Brasil* Promoção Médica
Suplementos Nutricionais
Fitoterápicos Tradicionais
Androsten Clifemin Cranberry CR Gamaline • V Hipericin Imunoflan Imuno • Max Isoflavine Lactofos Ômega Mater Probiovit Prostatal Recalm
Beta Bronze Biocártamo Cálcio de Ostras Chlorella Colagenan Fitoesterol Guaraná Lecitina de Soja Levedo de Cerveja Licopene Óleo de Alho Óleo de Coco Óleo de Fígado de Bacalhau Óleo de Linhaça Óleo de Peixe Prímoris Quitosana Spirulina
Alcachofra Herbarium Cáscara Sagrada Herbarium Castanha da Índia Herbarium Centella Herbarium Espinheira Santa Herbarium Garra do Diabo Herbarium Ginkgo Herbarium Hipérico Herbarium Kava Kava Herbarium Maracujá Herbarium Sene Herbarium Unha de Gato Herbarium
Produtos OTC Arnica Gel Alcatoss Xarope Guaco Edulito Herbarium Herbage NasPontas Passiene Rinospray Xarope de Guaco Herbarium
Linha Essenchia Essenchia - Grãos de Chia - 300 g Essenchia - Grãos de Chia - Sachê Essenchia - Óleo de Chia
Linha Bioslim Bioslim Quitosana 500 mg Bioslim Shake Diet Baunilha Bioslim Shake Diet Chocolate Bioslim Shake Diet Morango Bioslim Shake Diet Maçã & Banana
Linha Fito-Óleos Óleo de Rosa Mosqueta
PANPHARMA DIST DE MEDICAMENTOS LTDA NAZARIA DIST DE PROD FARM LTDA FITOHERB NORDESTE DIST LTDA PROFARMA DIST PROD FARM LTDA DIST DE MED SANTA CRUZ LTDA ALTO MIUDEZAS COMERCIAL LTDA DISTRIBUIDORA BIG BENN LTDA AMERICAN FARMA DIST FARM LTDA JORGE BATISTA E CIA LTDA
BA - CE BA - CE - MA - PB - PE - RN BA BA - CE - PE BA - MA MA PE PE PI
Região Centro-Oeste PANPHARMA DIST DE MEDICAMENTOS LTDA DIST DE MED SANTA CRUZ LTDA PROFARMA DIST PROD FARM LTDA STAR DIST DE PROD FARM LTDA D CENTER DISTRIBUIDORA LTDA. SERVIMED COMERCIAL LTDA DIST BRASIL DE MEDICAMENTOS LTDA UNIMED CUIABA COOP DE TRAB MEDICO
DF - GO - MS - MT GO GO GO GO GO GO/MT MT
Região Sudeste SERVIMED COMERCIAL LTDA PROFARMA DIST PROD FARM LTDA DIST FARMACEUTICA PANARELLO LTDA DIST DE MED SANTA CRUZ LTDA PANPHARMA DIST DE MEDICAMENTOS LTDA MG FARMA DISTRIBUIDORA LTDA MARK UP 2008 SUPL PROD NAT LTDA SOLFARMA COM PROD FARM LTDA HERBARIUM DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS UNIMED NORD PAULISTA-FED COOP MED
ES - MG - SP ES - MG - RJ - SP ES ES - MG - RJ - SP MG - RJ - SP MG RJ SP SP SP
Região Sul HERBARIUM DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DIST FARMACEUTICA PANARELLO LTDA DIST DE MED SANTA CRUZ LTDA DIMED SA DISTRIB. DE MEDICAMENTOS PANPHARMA DIST DE MEDICAMENTOS LTDA PROFARMA DIST DE PROD FARM SA
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ALCATOSS XAROPE, ARNICA GEL, CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM, RINOSPRAY E XAROPE DE GUACO HERBARIUM SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. • ANDROSTEN – Tribulus terrestris 94 mg - Apresentações: Embalagem com 15 ou 30 comprimidos. USO ADULTO. Indicações: Indicado para melhora do desequilíbrio hormonal e aumento da produção de espermatozoides em pacientes que apresentam alterações das funções sexuais devido a uma baixa concentração do hormônio dehidroepiandrosterona (DHEA) no organismo. Contraindicações: Gravidez, crianças e hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. Advertências: Portadores de hiperplasia benigna de próstata somente devem utilizar este produto após avaliação médica. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações Medicamentosas: O uso do produto com outros medicamentos hormonais pode potencializar o seu efeito. Posologia: Ingerir 1 comprimido, 3 vezes ao dia, de 8 em 8 horas. A dose diária não deve ultrapassar 3 comprimidos ao dia. Reações Adversas: Pode ocorrer irritação da mucosa gástrica e refluxo. M.S.: 1.1860.0070. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. • ALCATOSS XAROPE - Glycyrrhiza glabra 108 mg/ml. Apresentação: Frasco com 120 mL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 4 ANOS. Indicações: Tratamento de bronquite e tosse com catarro. Contraindicações: Gravidez, lactação, diabéticos, crianças menores de 4 anos de idade, pacientes que apresentam pressão alta, desordens cardíacas, renais ou hepáticas, neoplasias hormônio-dependentes, glaucoma, rigidez muscular e diminuição dos níveis de potássio no sangue. Advertências: O produto não deve ser administrado em altas doses e por mais de 6 semanas, visto que pode ocorrer aumento da pressão sanguínea, desequilíbrio eletrolítico e inchaç o. Estes sintomas desaparecem após a descontinuação do uso. M.S.: 1.1860.0091. • ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g. Apresentação: Bisnaga contendo 30 g ou 50 g. USO ADULTO. Indicação: Tratamento de contusões, hematomas e equimoses. Contraindicações: Gravidez e crianças. Advertências: Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. M.S.: 1.1860.0093. • BETA BRONZE – Suplemento de vitamina A à base de Betacaroteno - 30 cápsulas. O betacaroteno é o precursor da formação da vitamina A e a sua grande vantagem é poder ser armazenado facilmente em nosso organismo. NÃO CONTÉM GLÚTEN. Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir este produto sob orientação de nutricionista ou médico. • BIOCÁRTAMO - Óleo de Cártamo 1000 mg - 90 cápsulas. Produzido a partir do óleo das sementes do Carthamus tinctorius, Biocártamo contém ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados tais como o ácido linoleico (ômega 6) e ácido oleico (ômega 9). NÃO CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0095. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. • CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM Aesculus hippocastanum 100 mg - Apresentação: Embalagem com 45 comprimidos. USO ADULTO. Indicações: Tratamento de sintomas da insuficiência venosa, como sensação de dor e peso nas pernas, inchaço, cãibras, prurido e varizes dos membros inferiores, e fragilidade capilar. Contraindicações: Crianças, mulheres grávidas e pacientes com desordens no fígado e rins. Advertências: Pacientes idosos só devem utilizar o medicamento após orientação médica. M.S.: 1.1860.0080. • ÓLEO DE ROSA MOSQUETA - Óleo Hidratante Revitalizante – 100 ml. Rico em ácidos graxos insaturados, nutrientes essenciais responsáveis pela formação e manutenção de uma pele bonita e saudável. Suas propriedades emolientes conferem lubrificação à pele, mantendo a hidratação natural. Restrições de uso: descontinue o uso em caso de sensibilização Res. ANVISA nº 343/05. Aut. Func. da empresa: 2.01145-5. • RINOSPRAY - Solução de cloreto de sódio 0,9% - estéril. Apresentação: Frasco com 100 mL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. Indicação: Fluidificante e descongestionante nasal. Contraindicação: Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Advertências: Em bebês, o tempo de administração deve ser curto, de modo a não prejudicar a sua respiração. MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC ANVISA N°199/2006. AFE n° 1.01860.6. • XAROPE DE GUACO HERBARIUM - Mikania glomerata 0,5 ml/5 ml - Apresentação: Frasco com 120 ml. USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS. Indicação: Possui ação broncodilatadora e expectorante, o que torna o produto indicado para o tratamento de tosses persistentes e tosses com expectoração. Contraindicações: Gravidez, lactação, diabéticos e crianças menores de 2 anos. Advertências: Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e câncer. M.S.: 1.1860.0039. Novembro/2014.
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