especial
Parte integrante do ano XxiI |nº 270 | maio de 2015
genéricos
R e v i s ta
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www.neoquimica.com.br
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editorial
Dinâmica própria
expediente DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-Chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) assistente de redação Vivian Lourenço EDITOR de arte Junior B. Santos Assistentes de arte Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira
Apesar das incertezas que marcam o cenário econômico brasileiro neste ano, analistas da indústria acreditam que as perspectivas para o setor farmacêutico no Brasil sejam favoráveis. Descolado em parte da realidade vivida atualmente, o canal farma manteve o crescimento em 2014. A indústria elevou suas vendas em 12%, com faturamento de R$ 65,8 bilhões, contra R$ 58,1 bilhões em 2013. Enquanto os principais mercados farmacêuticos cresceram 1% ou 2%, o faturamento da indústria farmacêutica brasileira aumentou 12%. O panorama dos próximos anos vai depender de o plano econômico do governo criar as condições necessárias para a retomada dos investimentos, por meio de medidas como controle de gastos públicos, redução da carga tributária e melhoria da infraestrutura. Um dos principais responsáveis pelo bom desempenho da indústria farmacêutica brasileira é o segmento de genéricos, que responde por um quarto da receita do setor – encerrou 2014 com faturamento de R$ 16,2 bilhões. O montante foi 18,5% superior aos R$ 13,7 bilhões aferidos em 2013. Em unidades a performance dos genéricos foi ainda mais expressiva, se comparada com a do setor como um todo. Cresceu de 10,6%, ante a uma alta de 7,9% registrada pelo mercado em geral. Ao longo dos 12
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meses de 2014, foram comercializadas 871,7 milhões de unidades de medicamentos genéricos contra 788,2 milhões no ano anterior. Para 2015, as perspectivas do segmento mostram-se positivas, mesmo com o provável acirramento da concorrência com similares, agora também intercambiáveis com os de referência. Esse é o principal tema tratado neste suplemento especial. Acompanhe as reportagens e veja que há mercado para todas as categorias e os genéricos seguirão ocupando seu espaço, já que são os únicos medicamentos que, de saída, já custam 35% a menos que os produtos de referência. Outro destaque fica por conta dos genéricos inéditos colocados no mercado no ano passado e no início deste ano. Ao que tudo indica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende agilizar os processos de aprovação e garantir maior acesso da população à saúde. Somente nos primeiros meses de 2015 foram aprovados sete genéricos inéditos. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues Coordenador de circulação Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
Marketing e Projetos Luciana Bandeira Assistente de marketing e projetos Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães e Noemy Rodrigues
Colaboradores da edição Textos Egle Leonardi e Marcelo de Valécio Revisão Mônica C. Galati IMPRESSão Abril
> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Genéricos é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
AO LADO DO REFERÊNCIA SOMOS EquIvALENtES. AO LADO DO VAREJO SOMOS MAIS FORTES. 4
Referência
20 de maio Dia do medicamento genérico Nos últimos 16 anos não foi só o mercado de genéricos que cresceu. Também cresceu a importância da nossa parceria e da marca Medley, o genérico de confiança e escolha dos médicos1, e ainda o que os farmacêuticos e consumidores mais confiam2,3.
Genérico Medley
1 Serviço de Informações Medley
0800 7298000
www.medley.com.br 1) Pesquisa realizada com Instituto IBOPE Inteligência entre 1/10 e 10/11/2014 com 1.000 médicos, por telefone, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belém e Florianópolis. 2) Pesquisa realizada com Instituto IBOPE Inteligência entre 1/10 e 10/11/2014 com 1.000 farmacêuticos, por telefone, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belém e Florianópolis. 3) Revista Seleções “Marcas de Sucesso”, setembro/2014. 4) Medicamento Genérico - Lei 9.787/99. Medicamento Genérico - Lei 9.787/99 ©Medley 2015. ®Marca Registrada. Material destinado aos farmacêuticos - GNRC_DIA_DO_GENERICO_04/2015_50521425 - 17/04/2015.
Medley: o genérico de confiança e escolha dos médicos.1
sumário
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08 6 Especial Genéricos MAIO 2015
08 – Balanço Descolado em parte da realidade da economia brasileira, o setor farmacêutico manteve o crescimento em 2014, sendo que a indústria elevou suas vendas em 12%. A expectativa é que os medicamentos genéricos fechem 2015 com 30% de participação
16 – Regulamentação Além de trazer benefícios para o consumidor, a intercambialidade de similares também trata da adequação desses medicamentos com o objetivo de torná-los equivalentes e intercambiáveis com os medicamentos de referência. Antes, somente os genéricos podiam ser intercambiáveis
24 – Credibilidade
34
A percepção da população quanto à efetividade dos genéricos é alta, já que, de acordo com uma pesquisa, 58,8% dos entrevistados consideraram os medicamentos genéricos tão efetivos quanto os de referência
28 – Atualidade A recente norma que autoriza a comercialização de similares intercambiáveis com medicamentos de referência introduziu um componente a mais na difícil disputa no mercado de produtos genéricos
34 – Debate A Pró Genéricos salienta a importância da anulação da carta patente do bevacizumabe, que não é apenas econômica, mas também prioritária para o desenvolvimento industrial no País
38 – Atendimento
38
Os genéricos fizeram o consumidor gastar menos e ganharam a preferência de muitos usuários País afora. O desafio do segmento agora é enfrentar a concorrência cada vez mais intensa, sobretudo com a nova legislação
50 – Serviços MAIO 2015 Especial Genéricos 7
balanço
Crescimento no setor, apesar da economia fraca Segmento farmacêutico mantém expansão bem superior ao do Produto Interno Bruto brasileiro em 2014, com a expectativa de fechar 2015 com bons resultados. Genéricos mais uma vez puxaram a elevação das vendas Por Marcelo de Valécio
O
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil quase ficou no traço em 2014, marcando crescimento de 0,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado é o mais fraco desde 2009, quando houve uma retração de 0,2%. Para alguns analistas, foi até uma surpresa positiva, pois se previa que a economia do País ficaria menor, tangenciando a recessão. Em valores correntes, a riqueza gerada em 2014 atingiu R$ 5,52 trilhões (US$ 1,73 trilhão). Já o PIB per capita ficou em R$ 27.230. Mesmo assim, o resultado é bem pior do que o de 2013 quando o PIB chegou a 2,7%. De acordo com levantamento do IBGE, a pequena alta no ano passado foi puxada pelos serviços, que cresceram 0,7%; e pela agropecuária, com avanço de 0,4%. O consumo das famílias e do governo também cresceu: 0,9% e 1,3%, respectivamente. Já a indústria foi uma das que mais sofreu, encolhendo 1,2%. Os investimentos também tiveram baixa de 4,4%. Para alguns analistas financeiros, a expectativa para 2015 é de um ano difícil, de ajustes, com crescimento baixo para a economia como um todo. A taxa de juros do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) em patamar mais elevado para segurar a inflação, que teima em não ceder, associada à redução do consumo interno, à reticência dos investidores externos em aplicar mais no Brasil e ao cenário político conturbado são fatores que devem conter a expansão da economia brasileira. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento econômico global de 3,5% para 2015, com a recuperação dos países desenvolvidos
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em um contexto favorável de queda dos preços do petróleo. Segundo o Fundo, as economias avançadas deverão crescer 2,4% neste ano, em relação ao 1,8% de alta em 2014. Para a China, motor da economia global, que nos últimos anos apresentou crescimento anual de dois dígitos, o relatório do organismo aponta avanço moderado de 6,8% neste ano. A maioria dos emergentes, contudo, podem ter o quinto ano de desaceleração, a um ritmo de 4,3% de alta contra 4,6% de 2014. Já a América Latina deve sofrer mais, com crescimento de apenas 0,9%.
Canal Farma Descolado em parte da realidade da economia brasileira, o setor farmacêutico manteve o crescimento em 2014. A indústria elevou suas vendas em 12%, com faturamento de R$ 65,8 bilhões, contra R$ 58,1 bilhões em 2013, segundo levantamento da consultoria especializada em mercado farmacêutico, a International Marketing Services Health (IMS Health). Em unidades, a expansão foi de 7,9%, passando de 2,9 milhões de caixas para 3,1 milhões. Apesar das incertezas deste início de ano, os analistas da indústria acreditam que as perspectivas para o setor farmacêutico no Brasil sejam favoráveis. “Se a taxa de desemprego permanecer baixa e a inflação estiver sob controle, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) projeta para o ano um crescimento de dois dígitos – de 12% a 13%”, afirma o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. O panorama dos próximos anos vai depender de o plano ecoFoto Shutterstock
nômico do governo criar as condições necessárias para a retomada dos investimentos, por meio de medidas como controle de gastos públicos, redução da carga tributária e melhoria da infraestrutura, alerta Mussolini. Assim sendo, “acreditamos que o País continuará, por muito tempo, a ser promissor para a indústria farmacêutica e os demais elos da cadeia”, diz Mussolini. “Em linhas gerais, o Brasil é visto pela indústria farmacêutica internacional como um País diferenciado e com dinâmica própria, em virtude do tamanho de sua economia e de sua população e, também, de seu amplo sistema de saúde público-privado”, afirma o executivo, lembrando que em 2014, por exemplo, enquanto os principais mercados farmacêuticos cresceram 1% ou 2%, o faturamento da indústria farmacêutica brasileira aumentou 12%. Além disso, as compras governamentais diretas e os programas de acesso como o “Aqui Tem Farmácia Popular” vêm crescendo ano a ano. “O Brasil deverá continuar a atrair empresas e investidores internacionais interessados em explorar as potencialidades do setor. Ainda mais se a esperada estabilização econômica nos Estados Unidos e na Europa se confirmar, o que poderá canalizar mais recursos para o País”, acredita Mussolini.
Parte Importante Um dos principais responsáveis pelo bom desempenho da indústria farmacêutica brasileira é o segmento de genéricos, que responde por um quarto da receita do setor – encerrou 2014 com faturamento de R$ 16,2 bilhões. O montante foi 18,5% superior aos R$ 13,7 bilhões aferidos em 2013. Em unidades a performance dos genéricos foi ainda mais expressiva, se comparada com a do setor como um todo. Cresceu de 10,6%, ante a uma alta de 7,9% registrada pelo mercado em geral. Ao longo dos 12 meses de 2014, foram comercializadas 871,7 milhões de unidades de medicamentos genéricos contra 788,2 milhões no ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) com base nos indicadores do IMS Health. “Em um ano marcado pelo fraco desempenho da economia brasileira, o mercado de medicamentos genéricos conseguiu manter crescimento acima da casa dos dois dígitos em unidades, o que é expressivo”, afirma a presidente executiva da Pró Genéricos, Telma Salles. “Com preços, em média, 60% inferiores aos dos produtos de referência, os genéricos ganham ainda mais relevância em cenários de economia estagnada e risco de comprometimento na renda”, acrescenta a executiva, destacando que o desempenho acima da média do setor se dá principalmente pelo amadurecimento dos genéricos como uma política eficiente de saúde pública, aliando em um mesmo produto preço baixo, qualidade, eficácia e segurança. “Conquistamos a confiança do consumidor e dos profissionais da saúde que sabem que podem contar com os genéricos”, analisa.
Os genéricos mais vendidos (em unidades) 1. Citrato de Sildenafila (Neo Química) 2. Losartan Potassium (Neo Química) 3. Levotiroxina Sódica (Merck Serono) 4. Citrato de Sildenafila (Eurofarma) 5. Hidroclorotiazi (EMS Pharma) 6. Dipirona Sódica (EMS Pharma) 7. Losartan Potassium (EMS Pharma) 8. Sinvastatina (Sandoz do Brasil) 9. Losartan Potassium (Teuto Brasileiro) 10. Simeticona (Medley)
Os 10 maiores laboratórios (em faturamento) 1. EMS Pharma 2. Neo Química 3. Aché 4. Eurofarma 5. Medley 6. Sanofi 7. Sandoz do Brasil 8. Novartis 9. Teuto Brasileiro 10. Legrand Fonte: IMS Health
Para 2015, as perspectivas do segmento mostram-se positivas, segundo Telma, mesmo com o provável acirramento da concorrência com similares, agora também intercambiáveis com os de referência. “Há mercado para todas as categorias e os genéricos seguirão ocupando seu espaço. São os únicos medicamentos que, de saída, já custam 35% a menos que os produtos de referência”, destaca a executiva. Vale observar também que a intensa presença dos genéricos no mercado brasileiro se reflete no peso que alcançaram no faturamento das dez maiores farmacêuticas instaladas no País. Segundo levantamento da Pró Genéricos, entre fevereiro de 2014 e janeiro deste ano, a categoria representou pouco mais de um quarto (25,34%) das receitas das gigantes do setor. Na relação dos dez maiores laboratórios do País em faturamento, ranqueados pelo IMS Health, todos produzem genéricos diretamente ou por meio de subsidiárias. Líder da indústria, a EMS, com faturamento de
2015 MAIO Especial Genéricos 9
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balanço Evolução do PIB brasileiro (%) 7,5 6,1
5,7
5,2 4 3,2 2,7
2,3 1 0,1
-0,3
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Variação do faturamento (R$ bilhões)
Vendas unitárias (milhões) 788,3
16,3
681,3
13,7 11,2 8,8
871,7
582,7 438,8
6,2
2010 2011 2012 2013 2014
2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: IMS Health
US$ 5,5 bilhões nos 12 meses pesquisados pela Pró Genéricos, é também a maior vendedora de genéricos, com receitas de US$ 2,084 bilhões, cerca de 38% do total.
Participações Particulares A Hypermarcas, dona do laboratório Neo Química – segunda maior farmacêutica no ranking geral com US$ 3,536 bilhões faturados no mesmo intervalo – teve receitas de US$ 830,8 milhões com genéricos. Na terceira do ranking geral do setor, a Aché, os genéricos responderam por 22,45% do faturamento; enquanto na Teuto, nono lugar, o peso foi 37,7%. Em unidades, o levantamento da Pró Genéricos indicou que as empresas do ranking geral da indústria que atuam no mercado de genéricos produziram 775 milhões de unidades entre fevereiro do ano passado até janeiro, com crescimento de 9,93% em comparação com 705 milhões de unidades produzidas um ano an12 Especial Genéricos MAIO 2015
tes. Esse volume correspondeu a 88,44% do total de medicamentos produzidos no Brasil no período. Os genéricos encerraram 2014 com 28% de participação de mercado contra 27% registrado no final de 2013; e a expectativa é fechar 2015 com 30% de participação, segundo informa a Pró Genéricos. Em 2014, segundo o diretor da unidade de negócios de CMCare & General Medicines da Merck Serono, divisão farmacêutica do grupo alemão Merck, Renato Oliveira, apesar das variações do mercado, os genéricos cresceram impulsionados pela chegada de novos produtos. Na Merck Serono, os genéricos representaram 12% do faturamento. “Em 2015, nossa expectativa é de alcançar 22% neste segmento, o que representa o dobro do crescimento estimado para o mercado da categoria. Estão previstos cinco lançamentos da empresa, já em fase de planejamento e avaliação”, revela Oliveira. A fábrica da empresa no Rio de Ja-
balanço neiro está se expandindo e a expectativa é elevar de 10% a 30% a sua capacidade operacional total, conta o executivo. Hoje, são produzidos cerca de 1,2 bilhão de comprimidos por ano, entre medicamentos de referência e genéricos. Com a previsão de lançar entre três e quatro novos medicamentos genéricos em 2015, a Medquímica está otimista. Em 2014, mesmo tendo sido um ano atípico com Copa do Mundo e eleições, a empresa manteve o crescimento na casa dos dois dígitos. “Para 2015, estamos com perspectiva de crescimento para todas as linhas de produtos”, afirma o diretor industrial da Medquímica, Jadir Vieira Júnior. Segundo o executivo, a empresa tem investido continuamente no lançamento de novos genéricos, pois esse é um ramo farmacêutico em franco crescimento, proporcionando ao laboratório grande visibilidade tanto no mercado público quanto no privado. “Além disso, a Medquímica passou, nos últimos dois anos, por uma total reformulação do parque fabril, com a inauguração, no final de 2013, da nova planta de sólidos, atualmente em total operação, com capacidade instalada de 250 milhões de comprimidos por mês”, completa. Em 2014, a Geolab cresceu bem acima do mercado na linha de genéricos, com um faturamento 60,9% superior em relação a 2013. Para 2015, as perspectivas são ainda mais otimistas, segundo a gerente de marketing da empresa, Bibiana Dalla Nora. “Nosso planejamento é crescer na casa dos 80%. Estamos preparados para suprir a demanda comercial planejada para 2015. Investimos na planta industrial no decorrer de 2014, obtendo um ganho significativo em capacidade produtiva”, ressalta. Ainda para o primeiro semestre, está previsto o lançamento de 11 novas apresentações de genéricos, que vão desde moléculas mais tradicionais do Programa Farmácia Popular até produtos semi-exclusivos, como é o caso de alguns colírios genéricos de cadeia fria, pondera a executiva. “Embora a taxa de crescimento dos genéricos esteja diminuindo ao longo dos anos, esse segmento continua se desenvolvendo a um ritmo superior ao do mercado farmacêutico total. Sabemos que existem muitas oportunidades a serem exploradas nessa categoria de medicamentos”, avalia o gerente de produto da Cimed, Leonardo Silva. “Se compararmos a penetração dos genéricos no Brasil e em mercados mais maduros, como EUA, Alemanha e Japão, as oportunidades ficam ainda mais evidentes”, revela o executivo, lembrando que 2014 foi um ano muito proveitoso para a Cimed, pois a empresa manteve o crescimento de dois dígitos. “Já 2015 é um ano de muitas expectativas, pois teremos lançamentos importantes. Estamos investindo na ampliação da capacidade fabril para atender à crescente demanda por nossos produtos. Pretendemos aumentar o portfólio da empresa, investindo ainda mais em nosso instituto para pesquisa e desenvolvimento de produtos.” 14 Especial Genéricos MAIO 2015
Mesmo com o mercado de genéricos não avançando no ano passado conforme o esperado, a Prati-Donaduzzi continua crescendo, em média, 25% ao ano. A afirmação é do vice-presidente da empresa, Eder Maffissoni. “Para 2015, nossa perspectiva é de avanço no segmento. Acredito que será um período mais difícil, mas os genéricos têm potencial de expansão. Uma das explicações é o preço, que é inferior ao dos produtos de referência”, afirma Maffissoni, destacando as diretrizes da empresa para o ano. “Estamos ampliando a capacidade de produção. Inauguraremos a nova unidade fabril com capacidade produtiva de aproximadamente seis bilhões de doses terapêuticas por ano, aumentando 50% a produção de medicamentos sólidos da Prati-Donaduzzi.” Atualmente, há 77 produtos protocolados para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No primeiro trimestre do ano, a empresa pretende lançar o genérico da substância cloridrato de metformina de liberação prolongada com 30 comprimidos. O medicamento é um genérico inédito do produto referência Glifage XR, do laboratório Merck, e é indicado para tratar Diabetes tipo 2 em adultos (isolado ou como complemento) e tipo 1 (por complementação à insulina) e, também, para a Síndrome dos Ovários Policísticos. A concentração de 500 mg já está disponível pelo Programa Farmácia Popular.
Reflexos no varejo Considerando as grandes redes de farmácias, o crescimento da receita em 2014 também foi expressivo, atingindo 12,81% em comparação com o ano anterior, que havia crescido 13,84% em relação a 2012. Ou seja, o varejo farma conseguiu manter as vendas apesar da queda do consumo no País. O faturamento do varejo farmacêutico cravou R$ 32,39 bilhões ante a receita bruta de R$ 28,7 bilhões obtida em 2013, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), com base em levantamento da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). A Abrafarma reúne as 29 maiores redes de farmácias, as quais representam cerca de 40% das vendas de medicamentos no País. Já no radar da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), que reúne as drogarias independentes, os genéricos têm aumentado participação nas vendas. Somente no segundo semestre de 2014, os genéricos encerraram com fatia de 25,6% das vendas, considerando apenas medicamentos. Para o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, a intercambialidade dos similares não deve modificar o quadro atual de vendas dos genéricos. “Em princípio, acredito que não haverá mudanças significativas. É óbvio que a entrada em vigor da nova lei criou uma expectativa muito grande, mas, na prática, não estamos observando uma movimentação que possa mudar a dinâmica do mercado”, acredita.
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regulamentacão
Intercambialidade de similares: o que muda para os genéricos Analistas avaliam como os consumidores e o mercado podem reagir com a adoção dessa medida cujos medicamentos terão que comprovar eficácia e segurança, conforme determinação da Anvisa
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Considerada por alguns especialistas do setor como a maior mudança do mercado farmacêutico brasileiro desde a implantação dos genéricos, em 1999, a intercambialidade de medicamentos similares com produtos de referência começou a valer em 1º de janeiro deste ano. Essa mudança impõe testes de bioequivalência farmacêutica, biodisponibilidade e bioisenção aos medicamentos similares que já estão no mercado hoje e para os novos, elevando a segurança aos consumidores e garantindo eficácia no tratamento para quem optar pela intercambialidade no ato da compra nas farmácias de todo o País. A medida, adotada em outubro por meio da RDC 58/14 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), determina que toda medica-
16 Especial Genéricos MAIO 2015
Por Marcelo de Valécio ção similar deverá ter comprovação de eficácia e segurança. Além de trazer benefícios para o consumidor, a resolução também trata da adequação dos similares com o objetivo de torná-los equivalentes e intercambiáveis com os medicamentos de referência. “Os similares que foram testados e aprovados na comparação com os medicamentos de referência são considerados tecnicamente equivalentes terapêuticos e devem declarar isso na bula do produto”, ressalta a assessoria de imprensa da Anvisa.
O que muda Para as autoridades sanitárias, a implantação dos similares equivalentes ou intercambiáveis deve elevar Fotos Shutterstock
a concorrência no País entre os fabricantes de medicamentos, barateando o custo do tratamento farmacológico a todos os brasileiros. Segundo a Anvisa, as exigências de boas práticas de fabricação e parâmetros de qualidade são iguais para todos os produtos. A diferença entre similares e genéricos está no uso ou não de um nome de marca e na regra de definição de preços, uma vez que os genéricos são introduzidos no mercado com o valor de seus produtos 35% menor que o dos medicamentos de referência. “A decisão sobre qual deles utilizar e quais as alternativas de substituição a partir da lista de medicamentos intercambiáveis é resultante da relação do profissional de saúde e do paciente”, diz a Anvisa. “A prescrição é prerrogativa do médico ou de outro profissional legalmente habilitado. Assim, para utilizar quaisquer fármacos sujeitos à prescrição ou para decidir sobre a substituição de um medicamento de referência pelo seu similar, um profissional de saúde habilitado deverá ser consultado”, completa a assessoria da Agência, destacando que, em relação à dispensação, não há nenhuma previsão legal de troca do produto de referência pelo similar, se essa não foi a indicação do médico. Questionada sobre o porquê de adotar a política de similares intercambiáveis se já existiam os genéricos e se isso não poderia provocar uma concorrência predatória, retirando alguns desses medicamentos do mercado, a Anvisa revela que não há risco para a política de genéricos. “A questão dos similares foi, na verdade, um avanço no padrão de qualidade desses produtos, que tiveram de se adequar e comprovar equivalência com os de referência. Até então havia no mercado uma série de produtos que não tinham comprovado equivalência. Ou seja, atualmente há um padrão de qualidade claro para os medicamentos consumidos pela população e uma maior oferta de produtos farmacêuticos para os médicos”, explica a Agência. Para o presidente executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchio Tada, a medida aumenta a oferta de produtos para a população e, consequentemente, eleva a competição no mercado farmacêutico. “Não podemos afirmar que o similar ganhará maior participação de mercado com a nova diretriz. Outros fatores conjugados devem ser também considerados, por exemplo: o preço praticado, a oferta de produtos nas drogarias e farmácias e a propagação entre a classe de profissionais prescrito-
Diferenças entre genéricos e similares Medicamentos similares intercambiáveis têm as mesmas características dos de referência e dos genéricos e são considerados bioequivalentes. Isso significa que possuem concentração, posologia e indicação terapêutica idênticas, podendo substituir os fármacos de referência. Os similares intercambiáveis passam por testes clínicos iguais aos dos genéricos, o que comprova sua segurança. A diferença é que o similar pode variar em relação à forma do produto, ao prazo de validade, à embalagem e à rotulagem. Além disso, diferentemente dos genéricos, os similares intercambiáveis são vendidos sob marcas comerciais. Os medicamentos que já estão aprovados como bioequivalentes devem trazer na bula a informação de que são intercambiáveis. Por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o paciente com a receita médica em mãos pode optar tanto pelo medicamento de referência quanto pelo genérico ou pelo similar intercambiável. Os medicamentos de referência são inovadores e, quando lançados, representam uma nova alternativa de tratamento antes inexistente na medicina e fruto de muitos estudos, explica o diretor de Acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo. Em média, são necessários dez anos de pesquisas complexas em diversas partes do mundo e cerca de US$ 900 milhões (R$ 2,8 bilhões) de investimentos para criar um medicamento. “Hoje, as terapias de referência representam quase 40% do mercado nacional. São essas vendas que custeiam as pesquisas necessárias para a medicina continuar avançando, revela.
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Potência Duração de até 36 horas4
regulamentacão
Fique atento A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publica em seu site a relação dos similares, indicando os medicamentos de referência com os quais são intercambiáveis. Nem todos os similares podem ser intercambiáveis. Somente aqueles que já tenham comprovado equivalência farmacêutica com os medicamentos de referência da categoria. Um similar não pode ser intercambiável com outro similar. Todos os similares intercambiáveis terão na bula a seguinte informação: “Medicamento similar equivalente ao medicamento de referência”.
res para os medicamentos tarjados”, explica Tada. “Não há diferença técnica ou científica entre genéricos e similares. A alteração é a seguinte: o genérico usa em sua identificação o nome do princípio ativo e o similar ostenta marca ou nome comercial. Não há mudança para o consumidor se decidir comprar um genérico ou um similar, pois ambos passam pelos mesmos testes e estudos de comprovação de eficácia e segurança”, completa.
Credibilidade Comprovada O diretor de pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), Marcus Vinicius de Andrade, acredita que os medicamentos similares devem ganhar participação de mercado com as novas diretrizes, com base no grau de confiança que passam a ter. “Claramente duas categorias de medicamentos – de referência e genéricos – ganham um forte concorrente. A mudança nas normas para produção de medicamentos similares no Brasil já trouxe um grau de confiança muito mais relevante nos últimos dois anos, o que, com certeza, deve sustentar a base de crescimento na venda desse tipo de medicamento. O similar deve ganhar espaço e concorrer fortemente com as demais categorias”, avalia o especialista, lembrando que nos últimos dois anos houve uma estagnação no grau de confiança dos medicamentos de referência e dos genéricos na faixa de 70% a 80%. “No entanto, houve crescimento muito 20 Especial Genéricos MAIO 2015
relevante na confiança em similares. As pesquisas realizadas pelo ICTQ e pelo Datafolha sobre o grau de confiança dos consumidores brasileiros detectaram que, em 2012, a confiabilidade nos medicamentos similares era de 35% e, em 2014, saltou para 54%”, revela Andrade. Na visão do diretor de Acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo, os similares intercambiáveis passam a representar mais uma alternativa na hora da compra e podem acontecer mudanças no mercado, mas é preciso estar atento ao cumprimento das normas de vigilância sanitária. “Não é apenas uma questão comercial. Quando um medicamento é prescrito pelo médico, qualquer intercambialidade realizada na farmácia deve ser registrada para que, em caso de reações adversas ou ineficácia do produto, a vigilância sanitária possa averiguar o que houve”, pondera. “Se o medicamento prescrito for de referência, por exemplo, mas o farmacêutico oferecer outro, essa troca precisa estar registrada no verso da receita e com o carimbo do farmacêutico, pois ele passa a ser o responsável pela mudança”, afirma Bernardo, lembrando que os genéricos têm uma lista de intercambialidade nas farmácias que aponta as possíveis trocas com medicamentos de referência. “Além disso, eles não adotam nomes, usam como identificação apenas o princípio ativo. Isso evita assimetrias de informações que possam levar o consumidor a comprar medicamentos inapropriados. O mesmo não acontece com os similares, pois eles não têm uma lista de intercambialidade e são identificados pelo nome comercial na receita, o que pode confundir o consumidor”, argumenta o executivo. “A intercambialidade não precisa ser apenas de medicamento de referência para similar, ela pode acontecer no sentido inverso. Existem muitas situações em que o medicamento de referência tem preço mais competitivo e é aconselhável ao consumidor consultar sempre o preço dos produtos de referência. Em favor dos genéricos, existe o preço 35% menor que o dos medicamentos de referência e a confiança dessa categoria construída nos últimos 15 anos”, completa Bernardo.
Preferência Indeterminada É difícil saber o que pode mudar nos hábitos do consumidor dos genéricos com a chegada dos similares intercambiáveis, observa o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “Acredito que um dos objetivos do governo, que é o de estimu-
lar o aumento da oferta de produtos, não será atingido, pois o mercado já encontrou seu ponto de equilíbrio. Este contempla as três principais categorias de produto – referência, genéricos e similares – e a variedade de opções e preços já atende às necessidades do consumidor. É improvável que a intercambialidade resulte em redução de preço e oferta de novos produtos, mesmo porque o similar somente pode substituir o seu correspondente de referência ou genérico, nunca outro similar, sob pena de a farmácia cometer uma infração sanitária.” Existem diferenças mercadológicas e comerciais entre eles, explica. O genérico adota o nome do princípio ativo e é uma cópia idêntica do medicamento de referência. Já o similar tem um nome de marca próprio, concorrendo com a marca dos produtos de referência. Em princípio, segundo o executivo, os medicamentos de marca devem manter a sua participação, pois o mercado já está consolidado. Ele também destaca que não há precedente internacional para a intercambialidade entre produtos de marca e, em todo o mundo, somente o genérico pode ser trocado pelo de referência. “No caso da intercambialidade dos similares, desde o iní-
cio o Sindusfarma se preocupa com o aspecto sanitário da medida. A intercambialidade entre o similar com o de sua referência sem a supervisão de um farmacêutico habilitado é um risco sanitário”, adverte Mussolini. “Acredito que não haverá mudanças significativas no mercado. É obvio que a entrada em vigor da regulamentação da intercambialidade dos similares criou uma expectativa muito grande, mas, na prática, não estamos observando uma movimentação que possa mudar a dinâmica do mercado”, afirma o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. “Até porque os genéricos têm condições comerciais tão ou mais atrativas do que a maioria dos similares.” A consultora especialista em varejo farmacêutico, Silvia Osso, também não acredita em mudanças significativas do mercado. “Um ponto que deve ser considerado será a readequação de preços dos similares equivalentes, tendo em vista que os custos para a comprovação da bioequivalência são altos e, provavelmente, serão repassados ao valor final do produto. Sendo assim, o genérico deve continuar sendo um medicamento economicamente atrativo”, avalia.
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Pesquisas revelam o grau de confiabilidade dos fármacos no País Discernimento dos brasileiros em relação aos medicamentos de referência, genéricos e similares foi estudado Por Marcelo de Valécio
A
A percepção da população quanto à efetividade dos genéricos é avaliada em estudo conduzido pelo Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde (Grides) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a empresa Foco Opinião. De acordo com essa pesquisa, 58,8% dos entrevistados consideraram os medicamentos genéricos tão efetivos quanto os de referência. Apesar da percepção positiva encontrada pelo Gri-
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des, quase um terço da população (30,4%) ainda disse acreditar que os genéricos são medicamentos menos efetivos. Mesmo com a apuração das informações, não é possível apontar os motivos que levaram a tal percepção. “Pelos dados levantados, não é possível entender o motivo pelo qual uma parte da população reluta em aceitar os genéricos”, salienta a farmacêutica e pesquisadora da Unifesp, Elene Paltrinieri Nardi, uma das autoras do estudo. “Para isso, seria necessário aprofunFotos Shutterstock
os desconhece e acaba pensando que esses medicamentos são mais fracos que os produtos de referência. “Quem usa sabe que alguns funcionam e outros não, por isso acabam preferindo marcas confiáveis. O fato é que quem tem dinheiro e tem um problema grave de saúde não arrisca, a não ser que já tenha usado e aprovado. É uma questão de experiência particular”, avalia.
diferencial: Sexo e faixa etária Foi observado também na pesquisa da Unifesp que a maior utilização de genéricos ocorre no público feminino (49,2%) e nas pessoas acima de 65 anos de idade (61,1%). O curioso é que, apesar de consumirem mais genéricos, os idosos têm maior percepção negativa sobre esses medicamentos do que os mais jovens. Além disso, 59,2% disseram que prefeririam tomar o medicamento de referência em um cenário em que os preços fossem parecidos e 41% relataram que os genéricos são mais apropriados para doenças menos graves. “Esses resultados sugerem uma subutilização ou um aumento da desconfiança no uso desses medicamentos no caso de uma doença mais grave”, explica Elene. “A visão negativa observada na população mais idosa levanta preocupações que envolvem barreiras na utilização dos genéricos e na potencial redução da aderência à terapia medicamentosa por esse grupo”, reitera Elene. Para a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, dois motivos podem explicar esse tipo de percepção dos genéricos. Grande parte dos idosos foca a economia na hora da compra do fármaco, considerando ser o genérico, no mínimo, 35% mais barato que o de referência. Outro motivo está ligado ao aumento da adesão ao Programa Farmácia Popular, cujo número maior de usuários é composta de idosos e, na dispensação, o programa foca o genérico. “Podemos atribuir também aos mitos populares que existem sobre essa categoria de medicamentos e que, se forem levados como verdade pelos idosos, o índice de reversão do conceito é muito baixo”, explica Silvia. dar as questões levantadas com outros estudos que investigassem, por exemplo, se a percepção negativa é causada por falta de conhecimento da população em relação aos diferentes tipos de medicamentos ou se a regulação e a vigilância que envolvem esses fármacos são suficientes para garantir produtos realmente efetivos e seguros”, pondera. A presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, destaca que quem não adquire genéricos
quesito renda Ao contrário do esperado, a população de menor poder aquisitivo expressou na pesquisa maior desconfiança em relação aos genéricos. O percentual de 32,4% dos que recebiam até dois salários mínimos mensais creem que os genéricos são medicamentos menos efetivos. Já os 24,3% da população que recebia mais de dez salários mínimos concordam com a mesma afirmação. Para Silvia Osso, alguns fatores devem ser considerados
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credibilidade
para explicar a forma de pensar dessa faixa da população: o mínimo acesso à informação, a crença popular de que o genérico não faz efeito e o pouco tempo que esse tipo de medicamento existe no Brasil. “Se formos comparar com os Estados Unidos, o genérico representa 60% do mercado farmacêutico em unidades e, no Brasil, gira em torno de 25%. A diferença é que o genérico está presente nos EUA desde 1960, mas, no Brasil, teve seu início em 1999. Certamente, com o passar dos anos e com a continuidade da comprovação da qualidade e eficiência do genérico, atingiremos no País o mesmo patamar do mercado americano”, observa Silvia. Regina Blessa pensa um pouco diferente. “Quem está acostumado a não gastar com produtos de alto padrão não tem a percepção de comprar um produto de segunda linha. Para as classes C e D, o importante é poder comprar. Em razão do baixo índice de informa26 Especial Genéricos MAIO 2015
ção, eles são facilmente clientes da “empurroterapia” de farmácias populares e só se preocuparão com essa questão se o medicamento adquirido não funcionar.” Elene Paltrinieri Nardi vê com apreensão o desconhecimento dos genéricos. “As visões mais negativas em relação aos genéricos, observadas em pessoas de menor renda e nas mais idosas, levantam preocupações, uma vez que esses grupos precisam adquirir medicamentos com custos reduzidos, seja pela restrição orçamentária seja pela concomitância de doenças crônicas levando, consequentemente, à utilização de um número expressivo de medicamentos”, conclui a pesquisadora. Outro estudo, realizado em setembro de 2014 pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), e pelo Datafolha, revela que a maior parte dos brasileiros confia nos genéricos. Na enquete, 73% das pessoas disseram isso contra 70% dos que responderam
pesquisa semelhante em 2012. No estudo, os mais confiantes nesse tipo de fármaco são os idosos, a partir dos 60 anos. Entre eles, a taxa de confiança atinge 78%. “A população brasileira com idade a partir dos 60 anos acredita e confia mais nos medicamentos genéricos do que a população mais jovem. No entanto, vale salientar que a diferença no grau de confiança entre os jovens e os brasileiros da terceira idade é mínima – fica em, no máximo, quatro pontos percentuais”, afirma o diretor de pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. As pessoas que mais confiam nos genéricos estão principalmente nas classes A e B e são do gênero masculino, adiciona Andrade. Em termos regionais, a população do Sudeste ostenta o maior índice de confiança: 76%. No Centro-Oeste, região que sedia um dos maiores polos de fabricação de genéricos do País (AnápolisGO), apresentou o menor índice: 67%. Andrade faz outra ponderação. “O grau de confiança nos genéricos, de modo geral, estagnou nos últimos dois anos. A variação em termos percentuais está dentro de uma margem de erro que não representa mudança significativa na pesquisa. O que nos chamou a atenção é que a diferença no grau de confiança entre as diversas faixas etárias se inverteram – mesmo com poucos pontos percentuais de diferença. Há dois anos, os jovens com idades entre 26 e 40 anos, em termos percentuais, eram os que mais acreditavam nesse tipo de medicamento. Atualmente, são os idosos com idade a partir dos 60 anos.” A confiança entre os brasileiros da terceira idade nos medicamentos genéricos cresceu de 65%, em 2012, para 78% em 2014. Outro ponto de destaque na pesquisa, na visão do diretor do ICTQ, revela que, nos últimos dois anos, também houve estagnação no grau de confiança dos
Confiança nos medicamentos de marca e similares
• Em 2014, segundo pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ)/Dataflolha, 78% das pessoas acreditavam plenamente nos medicamentos de referência. São, principalmente, os brasileiros das regiões Norte e Centro-Oeste, do gênero masculino, com nível superior, e as classes socioeconômicas A e B. • Na pesquisa do ano passado, 54% dos brasileiros residentes nas regiões metropolitanas no Sudeste do País, do gênero masculino e com idade a partir dos 60 anos mostravam confiar plenamente nos similares. Fonte: Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ)/Datafolha
medicamentos de referência na faixa próxima de 80% – em 2012, o índice era de 79%. Em 2014, ficou em 78%. “No entanto, houve um crescimento muito relevante da confiança nos medicamentos similares. Em 2012, esse índice era de 35%; em 2014, o grau de confiança saltou para 54%”, salienta Andrade. Isso pode ser reflexo de mudanças determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nas quais os testes de bioequivalência dos similares são os mesmos dos genéricos, comprovando a qualidade e a equivalência terapêutica em relação ao medicamento de marca.
objetivo principal
Certamente, com o passar dos anos e com a continuidade da comprovação da qualidade e eficiência do genérico, o País atingirá o mesmo patamar do mercado americano
Os genéricos foram estabelecidos no Brasil pela Lei nº 9.787, de fevereiro de 1999, como uma forma de fortalecer o acesso da população aos medicamentos com melhor qualidade, mais segurança e mais econômicos. Eles apresentam o mesmo princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, via de administração e indicação terapêutica que o seu respectivo medicamento de referência. Apesar disso, em quase 16 anos, sua aceitação e substituição ainda geram dúvidas na população. “A pesquisa da Unifesp pode contribuir para promover políticas públicas de saúde que incrementem o acesso da população a medicamentos seguros e com qualidade e, também, para auxiliar as estratégias que visem à otimização dos gastos em saúde com medicamentos”, observa o diretor do Grides, Marcos Bosi Ferraz.
2015 MAIO Especial Genéricos 27
atualidade
Cenário para os genéricos Com acirramento da concorrência e diminuição da expiração de patentes de blockbusters, há tendência de estabilização para o segmento nos próximos anos Por Marcelo de Valécio
A
A recente norma que autoriza a comercialização de similares intercambiáveis com medicamentos de referência introduziu um componente a mais na difícil concorrência no mercado de produtos genéricos. Apesar de desfrutar números expressivos e de se tornar o carro-chefe do setor farmacêutico, em expansão – fechando o ano passado com alta de 18,5% em faturamento e de 10,6% em vendas unitárias, o setor de genéricos se defronta, pela primeira vez no País, com um futuro menos promissor, considerando a taxa de crescimento anual superior a 25% ao ano em quantidade que o segmento obteve nos últimos dez anos. Como consequência, de 2004 a 2014 a participação dos genéricos no mercado farmacêutico brasileiro saltou de cerca de 9% para 28%
28 Especial Genéricos MAIO 2015
das unidades comercializadas. As perspectivas do segmento, contudo, estão atingindo um limite para grandes saltos, uma vez que o volume de patentes de produtos de referência considerados blockbusters, isto é, campeões de venda, está em declínio. Entre 2008 e 2012, diversos medicamentos de referência líderes em venda perderam a proteção patentária no mundo, oferecendo oportunidade expressiva para a inserção de genéricos. Nesse período, o valor das patentes vencidas alcançou US$ 149 bilhões apenas para os produtos de síntese química, com destaque para o Lipitor (atorvastatina) e o Viagra (citrato de sildenafila), ambos da Pfizer. O auge desse movimento ocorreu em 2012, ano em que mais de 40 medicamentos de Foto Shutterstock
referência perderam a proteção de patentes, com valor de vendas de US$ 50 bilhões. No Brasil, de 2008 a 2013 pelo menos 15 blockbusters tiveram suas patentes vencidas. Somadas, as receitas anuais desses 15 medicamentos atingiram R$ 1 bilhão. Contudo, a perspectiva para o período 2013-2017 é de uma redução no número de medicamentos de síntese química com patente a expirar, alcançando pouco mais de 120 bilhões de dólares em valor de mercado, montante 20% inferior em relação ao período anterior. Esse novo cenário vem alterando a estratégia das empresas com maior portfólio do segmento. Diversificar tem sido a alternativa na maioria dos laboratórios, sobretudo naqueles muito focados em genéricos, para garantir a rentabilidade do negócio. Alguns deles estão investindo em medicamentos inovadores, outros ensaiam entrar na área de biológicos e a maioria aposta nos similares.
Atuação dos fabricantes Gigantes do setor, como EMS, maior produtor de genéricos do País, têm apostado na diversificação da linha. O mesmo acontece, em maior ou menor intensidade, em empresas como Eurofarma, Aché, Teuto e União Química. Estudo denominado O novo cenário de concorrência na indústria farmacêutica brasileira, realizado pelos pesquisadores do Departamento de Produtos para Saúde da Área Industrial do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Renata Gomes, Vitor Pimentel, Márcia Lousada e João Paulo Pieroni, aponta as mudanças em curso no segmento de genéricos. “Embora as perspectivas desse setor ainda sejam bastante positivas, um cenário de concorrência mais agressiva se desenha para os próximos anos. Tanto as pressões no portfólio, com a redução das oportunidades para desenvolver novos genéricos e as mudanças regulatórias nos medicamentos similares; quanto os preços, em função da consolidação das redes de varejo e do aumento de relevância dos pagadores institucionais, devem afetar as margens da indústria, levando-a a adotar comportamentos competitivos”, diz a pesquisa.
Parâmetros comerciais Outro aspecto que influencia a rentabilidade das empresas com os genéricos está relacionado com a política de descontos praticada no mercado. Medicamentos de referência, similares e genéricos lançam mão de estratégias de comercialização bem distintas. Para medicamentos de referência e similares, o médico é o alvo da propaganda e a escolha se dá pela marca; no caso dos medicamentos genéricos, o foco é o ponto de venda ou de distribuição e a escolha é feita por princípio ativo. Por esse motivo, se houver vários genéricos para
um aspecto que influencia a rentabilidade das empresas com os genéricos está relacionado com a política de descontos praticada no mercado. Medicamentos de referência, similares e genéricos lançam mão de estratégias de comercialização bem distintas
uma mesma molécula, todos intercambiáveis, a competição no segmento é naturalmente maior. A fim de garantirem as vendas e avançarem em participação de mercado, os laboratórios passaram a adotar, como principal estratégia, a política agressiva de reduções nos preços, principalmente na rede de varejo. Segundo o estudo do BNDES, a média de descontos vem crescendo de forma significativa nos últimos anos – alcançando mais de 60% em 2012 – em determinados medicamentos genéricos, os descontos chegam a 90%. “Esse tipo de competição, em alguns casos predatória, parece estar chegando ao limite. Se, por um lado, a simples manutenção de descontos agressivos torna-se inviável no longo prazo; por outro, o aumento dos custos de produção, principalmente em matéria-prima e mão de obra, vem pressionando ainda mais a margem de lucro das empresas”, aponta o estudo. “Nesse cenário, em busca de maior previsibilidade e estabilidade de margens e de rentabilidade anual, empresas líderes de vendas começam a rever não apenas suas estratégias comerciais, formando parcerias ou reduzindo descontos, mas também suas estratégias de portfólio, diversificando o mix de produtos e reduzindo a dependência de genéricos.”
Índices positivos Vale observar que muitos analistas do setor não acreditam ter chegado a uma saturação do mercado de genéricos no Brasil, pois há ainda muito espaço para crescer. Se comparado a mercados maduros, como o dos Estados Unidos, da Alemanha, do Japão, onde a participação de mercado dos genéricos atinge entre 60% e 80% do total em quantidade, espera-se que o segmento de genéricos continue a liderar o crescimento do mercado brasileiro, podendo representar entre 35% e 40% das vendas totais até 2020. “Os genéricos encerraram 2014 com 28% de participação de mercado, contra 27% no final de
2015 MAIO Especial Genéricos 29
atualidade Genéricos inéditos 2014/2015 (até março de 2015)
ATIVO
MÊS DO REGISTRO
Sulfato de atazanavir
Janeiro de 2014
Micofenolato de sódio
Fevereiro de 2014
Fumarato de tenofovir desoproxila + lamivudina
Março de 2014
Fulvestranto
Abril de 2014
Everolimo
Maio de 2014
Candesartana cilexetila + hidroclorotiazida
Junho de 2014
Cloridrato de nalbufina
Junho de 2014
Etoricoxibe
Julho de 2014
Cloridrato de raloxifeno
Setembro de 2014
Tadalafila
Outubro de 2014
Voriconazol
Outubro de 2014
Temozolamida
Novembro de 2014
Ertapeném sódico
Novembro de 2014
Nitazoxanida
Dezembro de 2014
Cloridrato de moxifloxacino
Janeiro de 2015
Ciclesonida
Janeiro de 2015
Baclofeno
Janeiro de 2015
Dienogeste
Janeiro de 2015
Pitavastatina
Janeiro de 2015
Estradiol + didrogesterona (1 mg + 5 mg)
Março de 2015
Estradiol + didrogesterona (1 mg + 0 mg e 1 mg + 10 mg)
Março de 2015
Os genéricos seguirão ocupando seu espaço. São os únicos produtos que, de saída, já são
Participação de mercado 27%
28%
30% Com preços, em média,
60%
2013 2014 2015
inferiores aos de produtos de referência, os genéricos ganham ainda mais relevância em cenários de economia estagnada e risco de comprometimento na renda
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
30 Especial Genéricos MAIO 2015
35%
mais em conta
Em 2014 foram realizados 368 novos registros na área de medicamentos Fitoterápicos Inéditos
13 23
Biológicos
Outros 40
Inovadores
44
Somente nos primeiros meses de 2015, foram aprovados mais sete genéricos inéditos
210
78 Similares
Genéricos Outros
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
2013. A expectativa é fechar 2015 com 30% de participação”, afirma a presidente da Pró Genéricos, Telma Salles. “Com preços, em média, 60% inferiores aos de produtos de referência, os genéricos ganham ainda mais relevância em cenários de economia estagnada e risco de comprometimento na renda”, esclarece Telma. “Os genéricos seguirão ocupando seu espaço. São os únicos produtos que, de saída, já são 35% mais em conta”, finaliza. “Embora a taxa de crescimento dos genéricos esteja diminuindo ao longo dos anos, esse segmento continua expandindo a um ritmo superior ao do mercado farmacêutico total e sabemos que existem muitas oportunidades a serem exploradas por essa categoria de medicamentos”, avalia o gerente de produto da Cimed, Leonardo Silva. “Se compararmos a penetração dos genéricos no Brasil com a de mercados mais maduros, as oportunidades ficam ainda mais evidentes”, revela o executivo, lembrando que 2014 foi um ano muito proveitoso para Cimed, pois a empresa manteve o crescimento de dois dígitos. “Em 2015 há muitas expectativas, pois teremos lançamentos importantes. Estamos investindo na ampliação da capacidade fabril para atender à crescente demanda por nossos produtos. Pretendemos aumentar o portfólio, investindo ainda mais no nosso instituto para pesquisa e desenvolvimento de produtos”, revela Silva.
Novos produtos Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2014 foram realizados 368 registros novos na área de medicamentos. Desse total, 158 eram de genéricos, sendo 23 inéditos, 78 de similares, 40 de biológicos, 13 de fitoterápicos e 44 de inovadores (medicamentos que não existiam no País). Somente nos primeiros meses de 2015, foram aprovados mais sete genéricos inéditos: cloridrato de moxifloxacino, ciclesonida, baclofeno, dienogeste, pitavastatina e dois novos compostos feitos com a associação estradiol e didrogesterona. Genéricos inéditos são medicamentos que substituem os produtos de referência para os quais, até então, não havia concorrentes desse tipo. Esta parece ser uma nova forma de atuação da Anvisa a fim de agilizar o acesso da população a produtos inovadores. “Há algum tempo a Anvisa vem trabalhando com o intuito de priorizar os medicamentos mais relevantes para a população. Está muito claro que registrar um genérico inédito é mais importante que aprovar um produto que já possui diversos concorrentes no mercado”, afirma a Anvisa. “É importante esclarecer que o conceito de prioridade para genéricos inéditos não engloba apenas o primeiro produto, mas os três primeiros, o que permite que em pouco tempo um mercado tenha quatro concorrentes em vez de apenas um”, completa a assessoria da Anvisa.
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Como conciliar patente e acesso a medicamentos A Pró Genéricos recorreu à anulação de uma concessão para que medicamento contra o câncer pudesse chegar ao SUS e, consequentemente, à população Por Marcelo de Valécio
A
A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) conseguiu anular a patente do composto bevacizumabe, ativo biológico utilizado na produção de medicamento para tratar vários tipos de câncer, entre eles o de cólon, reto, mama e pulmão. É a primeira vez que a entidade ingressa com uma ação de reversão de patente no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Neste caso, a Pró Genéricos obteve ação de nulidade da carta patente PI9809388-6.
34 Especial Genéricos MAIO 2015
O medicamento resultante da molécula é de uso hospitalar e, atualmente, é adquirido apenas pelo sistema privado ou via judicialização (em que o governo, por meio de determinação judicial, é obrigado a comprar o produto para o paciente que o requerer), pois não está disponível na rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS). Bevacizumabe, cujo medicamento de referência é o Avastin da Roche, estava com a proteção patentária concedida à companhia Genentech. A unidade desse Fotos Shutterstock
bevacizumabe são formadas entre as empresas Instituto Vital Brasil (IVB)-Bionovis, Butantan-Libbs, BiomanguinhosOrygen e Tecpar-Biocad. “Essas PDPs irão viabilizar a distribuição do produto pelo SUS”, informa Telma. Outro ponto destacado pela presidente da Pró Genéricos se refere ao procedimento da Pró Genéricos. “Sempre partimos do Poder Judiciário para reverter as patentes. Dessa vez, focamos a desconstrução da carta patente por meio de uma ação interna no próprio INPI, com base não apenas em argumentos técnicos e administrativos, mas também no cumprimento dos trâmites e das exigências do órgão”, explica. Para o diretor de Acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo, essa atitude da Pró Genéricos resultou em um tema puramente técnico-jurídico, em que cada caso deve ser avaliado pela Justiça. “Isso não tem relação com a quebra de patentes que se trata de uma ação mais preocupante e que deve ser evitada. A patente é uma garantia de exclusividade de mercado por um determinado período. Esse direito possibilita novos investimentos em pesquisas para desenvolver fármacos mais eficientes”, diz Bernardo. Os medicamentos de referência tornam-se inovadores. Quando lançados, transformam-se em uma alternativa de tratamento, antes inexistente na medicina, e são resultantes de muitos estudos. “Em média, para criar um medicamento são necessários dez anos de pesquisas complexas em diversas partes do mundo e cerca de US$ 900 milhões (R$ 2,8 bilhões) de investimentos. É um trabalho gigantesco para que os cientistas desenvolvam uma molécula viável. Esse esforço viabiliza o avanço da medicina, pois propicia novos tratamentos para doenças antes sem cura ou sem controle. Hoje, as terapias de referência representam quase 40% do mercado nacional. As pesquisas necessárias para a medicina desenvolver medicamentos ainda mais eficientes contra doenças e minimizar as reações adversas são custeadas pelas vendas”, completa.
Pesquisa e Desenvolvimento fármaco custa, em média, R$ 10 mil e, em 2014, o produto movimentou R$ 369,4 milhões no Brasil. Em âmbito mundial, a molécula gera mais de US$ 7 bilhões ao ano. Segundo a presidente da Pró Genéricos, Telma Salles, a importância da anulação da carta patente do bevacizumabe não é apenas econômica, mas também prioritária para o desenvolvimento industrial no País, sem contar o aumento do acesso da população a um tratamento moderno para uma doença complexa. “O produto ficará significativamente mais barato, garantindo essa acessiblidade. Além disso, o governo brasileiro chancelou quatro Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) envolvendo o produto, que será desenvolvido no Brasil”, revela. As PDPs consolidadas para a produção local do
Segundo a Interfarma, a indústria farmacêutica mundial aplica entre US$ 160 bilhões e US$ 180 bilhões em pesquisas. A crescente complexidade para desenvolver novos medicamentos faz com que, de cada 10 mil tentativas de novas moléculas, apenas uma chegue ao final do processo já transformada em medicamento, distribuída e comercializada no mundo. Portanto, esse único medicamento que dá certo, em 10 mil tentativas, tem que carregar o custo das 9.999 que não deram certo. Além disso, cada medicamento deve passar por quatro fases de pesquisa. Para se ter uma noção do que o investimento em novos medicamentos representa, os laboratórios Roche, Novartis, Johnson & Johnson e Merck Sharp & Dohme (MSD) investiram juntos US$ 35,6 bilhões em inovação em 2014, quantia próxima ao faturamento de toda a indústria farmacêutica instalada no Brasil.
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debate
Estudo do ViS Research Institute aponta que a participação global do Brasil em estudos clínicos atinge 1,2%. A indústria farmacêutica baseada no País aplica somente 10% do faturamento em pesquisa – cerca de R$ 4 bilhões anuais, a metade do que é colocado nos países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, que aplicam 20% todos os anos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). No entanto, alguns avanços têm ocorrido. Segundo o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, as grandes empresas de capital nacional, que ganharam musculatura com o crescimento do mercado, mantêm projetos bem estruturados de inovação. “Algumas investem entre 10% e 12% do faturamento em P&D e já possuem medicamentos patenteados nos EUA e na Europa”, salienta Mussolini. “Nós temos indústrias nacionais trabalhando com nanotecnologia e biotecnologia”, acrescenta o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, professor Alexsandro Macedo Silva, destacando que a área mais estudada atualmente é a do câncer.
conquistas limitadas Mesmo com esses avanços, o acesso da população a tratamentos mais modernos é limitado por ainda depender de medicamentos importados e caros. O INPI considerou os argumentos da Pró Genéricos, no caso da nulidade de patente do bevacizumabe e não atendimento ao requisito da novidade, falta de atividade inventiva, falta de suficiência descritiva e falha de fun36 Especial Genéricos MAIO 2015
A crescente complexidade para desenvolver novos medicamentos faz com que, de cada 10 mil tentativas de novas moléculas, apenas uma chegue ao final do processo
damentação. “Invertermos a lógica das empresas que sempre recorriam de nossos questionamentos no Poder Judiciário, muitas vezes se aproveitando da morosidade da Justiça brasileira para manter seus privilégios”, afirma Telma Salles. A executiva afirma que, com o apoio técnico e a celeridade do INPI, “que se sensibilizou nesse caso tão importante para a saúde pública brasileira, devemos assistir a uma mudança de paradigma”. Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), se o produto não tem patente, qualquer laboratório pode submeter o registro à Anvisa e colocar o medicamento no mercado. “O papel da Agência nesse caso é analisar o pedido com prioridade para que o fármaco chegue às prateleiras. É importante destacar que o pedido de prioridade pode ser feito pelo laboratório ou pelo próprio Ministério da Saúde (MS)”, afirma o órgão.
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atendimento
Genéricos e
o mercado Eles conquistaram boa parte do consumidor brasileiro. O desafio agora é continuar a crescer e ampliar a fatia de usuários desses medicamentos Por Marcelo de Valécio
A
Além de contribuir para aumentar o acesso da população aos tratamentos de saúde, os genéricos fizeram o consumidor gastar menos e ganharam a preferência de muitos usuários País afora. O desafio do segmento é enfrentar a concorrência, cada vez mais intensa, sobretudo com a nova legislação que tornou os medicamentos similares intercambiáveis com os de referência, e ganhar a confiança daqueles usuários ainda reticentes aos genéricos. Diversos fatores ocorridos nos últimos anos fizeram com que o setor farmacêutico – e o segmento de genéricos em particular – ganhasse corpo. O aumento da renda do brasileiro, a ampliação do acesso a planos privados de saúde, o envelhecimento da população e, principalmente, os programas oficiais,
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como o Farmácia Popular, aumentaram o acesso das pessoas aos medicamentos. Os genéricos tornaram-se, ainda, instrumento regulador dos preços de mercado, uma vez que, por obrigatoriedade legal, têm de custar, no mínimo, 35% menos que os medicamentos de referência. Não por acaso, esse tipo de remédio acabou conquistando a preferência da maioria dos brasileiros. Segundo o Levantamento Nacional sobre o Perfil do Consumidor de Medicamentos no Brasil, estudo que mapeou as preferências dos compradores de fármacos no País, realizado pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), juntamente com o Instituto Datafolha, 68% dos entrevistados têm o hábito de comprar medicamentos Fotos Shutterstock
genéricos. Preço mais baixo, recomendações de médicos e farmacêuticos e confiança no produto fazem desse tipo de medicamento o preferido da maioria dos brasileiros consultados. O índice de confiança nesse tipo de fármaco saltou de 70%, em 2012, para 73% no ano passado.
Atualmente, o perfil do consumidor de genéricos na farmácia segue duas linhas distintas. Na primeira, está o cliente que escolhe o genérico pelo preço. O Benefícios Nítidos segundo perfil de usuário é o cliente que Prestes a completar 16 anos de mercado no possui informação sobre a qualidade e a Brasil, os genéricos permitiram uma economia eficiência do medicamento e usualmente acumulada de R$ 55,4 bilhões aos consumidores suas dúvidas não são voltadas para o que optaram por substituir os produtos de referência, com base no levantamento da Associação preço, mas para a confiabilidade do Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos laboratório e para os benefícios (Pró Genéricos). Esse montante é a soma da econoque aquele medicamento mia realizada pelos consumidores que, desde 2001, oplhe proporcionará taram em alguma situação por comprar o genérico e não o produto de referência. Além disso, os genéricos representam 85% dos medicamentos dispensados no Programa Farmácia Popular. Em termos de mercado, o surgimento dos genéricos contribuiu para que as vendas da indústria farmacêutica como um todo crescessem mais de 80% em volume no período.
Quem consome Atualmente, o perfil do consumidor de genéricos na farmácia segue duas linhas distintas, segundo levantamento da consultora especialista em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Na primeira, está o cliente que escolhe o genérico pelo preço. “Geralmente, esse consumidor chega ao balcão e pede o medicamento mais barato ou questiona se o medicamento prescrito tem a opção genérica”, revela Silvia. O segundo perfil de usuário de genérico é o cliente que possui informação sobre a qualidade e a eficiência do medicamento e usualmente suas dúvidas não são voltadas para o preço, mas para a confiabilidade do laboratório e para os benefícios que aquele medicamento lhe proporcionará. O estudo realizado pelo Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde (Grides) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a empresa Foco Opinião, avaliou a percepção da população brasileira em relação aos medicamentos genéricos. Segundo essa pesquisa, 58,8% dos entrevistados consideraram os medicamentos genéricos tão efetivos quanto os de referência. Contudo, 59,2% disseram que prefeririam tomar o de referência em um cenário em que os preços fossem parecidos e 41% relataram que os genéricos são mais apropriados para doenças menos graves. Quase um terço
da população (30,4%) disse ainda acreditar que os genéricos são medicamentos menos eficazes. “A percepção negativa do medicamento genérico é apenas cultural e pode até ser atribuída ao termo adotado”, acredita Silvia Osso. “Temos o costume de mencionar a palavra ‘genérico’ para tudo o que não é original e até a usamos para caracterizar um produto de segunda linha ou paralelo. Sendo assim, há uma ideia de que tudo o que não é original é genérico, criando inconscientemente uma percepção negativa da palavra e, no momento de adquirir o medicamento, essa ideia é transmitida, mesmo que todos os testes de eficácia tenham sido comprovados e que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha aprovado o produto como intercambiável ao medicamento de referência”, sustenta. Já a pesquisadora da Unifesp, Elene Paltrinieri Nardi, uma das autoras do estudo de percepção dos genéricos, diz que não foi possível concluir o motivo pelo qual parte da população reluta em aceitar os genéricos. “Para isso, é necessário aprofundar as questões levantadas com outros estudos que investiguem, por exemplo, se essa percepção negativa é causada por falta de conhecimento da população em relação aos diferentes tipos de medicamentos ou se a regulação e a vigilância necessárias desses fármacos são suficientes para garantir produtos realmente efetivos e seguros.” Foi observado também na pesquisa da Unifesp que a maior utilização de genéricos nos últimos três meses ocorreu no público feminino (49,2%) e na população acima de 65 anos de idade (61,1%). Realizado entre abril e maio de 2013,
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atendimento
Dados relevantes
58,8%
dos entrevistados consideraram os medicamentos genéricos tão efetivos quanto os de referência
41%
relataram que os genéricos são mais apropriados para doenças menos graves
59,2%
disseram que prefeririam tomar o de referência em um cenário em que os preços fossem parecidos
30,4%
disseram ainda acreditar que os genéricos são medicamentos menos eficazes
Fonte: Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde (Grides) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
o trabalho contou com a participação de cinco mil pessoas com idade entre 15 e 99 anos, em 16 capitais brasileiras, das cinco regiões do País, e foi publicado na revista BMC Public Health.
Papel da farmácia Ainda sobre o perfil do usuário de genéricos, considerando a quantidade de vezes que o comprador do medicamento vai a farmácia e o tíquete médio dessa compra, depende muito mais da forma de trabalho do farmacista do que do perfil do comprador propriamente dito, avalia Silvia Osso. “Há farmácias que disponibilizam, principalmente, produtos de uso contínuo, com a venda do medicamento para seis meses de tratamento. Outras preferem ligar para os clientes quando o fármaco está acabando, estimulando a revisita do cliente na loja”, explica a consultora. Já o tíquete médio varia de acordo com os produtos em foco para cada farmácia. “Existem 40 Especial Genéricos MAIO 2015
algumas que priorizam produtos de baixo valor agregado, encartelados, e optam por ter sua rentabilidade no grande volume de vendas. Outras farmácias preferem trabalhar com um mix de produtos diferenciados e com a capacitação da equipe em fazer venda agregada na área de higiene, perfumaria e cosméticos”, afirma Silvia. O papel do varejo deve focar o esclarecimento de dúvidas, posicionando o genérico como um medicamento com a mesma qualidade e eficiência dos de referência, porém com uma economia ao cliente, observa Silvia. “Funcionários capacitados esclarecem de forma prática os testes de bioquivalência e biodisponibilidade, não apenas posicionando o genérico com a qualidade comprovada, independentemente de este ser um anticoncepcional ou um psicotrópico; mas também garantindo ao usuário a eficácia esperada. Com essa postura, o varejo conseguirá minimizar a percepção negativa por parte dos consumidores”, finaliza.
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institucional
Cimed cresce
dois dígitos Em 2015 o laboratório disponibilizará lançamentos importantes e continuará sua escalada de expansão no País Por Egle Leonardi
E
Embora a taxa de crescimento dos genéricos esteja diminuindo ao longo dos anos, esse mercado continuará se desenvolvendo a um ritmo superior ao do farmacêutico total, pois ainda oferece muitas oportunidades em diversas frentes e segmentos. Essa é a opinião do gerente executivo de marketing do Grupo Cimed, Peter Lay. Ele aponta que, se for comparada a penetração dos genéricos no Brasil com a de mercados mais maduros, como nos Estados Unidos, na Alemanha e no Japão, essas oportunidades ficam ainda mais evidentes. “O ano de 2014 foi muito proveitoso para o Grupo, pois mantivemos o crescimento de dois digítos acima
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do mercado. Em 2015 há muitas expectativas, uma vez que teremos lançamentos importantes para o Grupo Cimed e para o varejo farmacêutico.” Com 38 anos de experiência, o Grupo Cimed possui 2.300 funcionários e 23 centros de distribuição, atendendo a mais de 40 mil pontos de venda em todo o Brasil. É uma empresa 100% nacional e seu portfólio, inicialmente com oito produtos, agora apresenta mais de 800 itens nos setor de medicamentos, suplementos alimentares e cosméticos. Dez empresas compõem o Grupo: Cimed Farmacêutica, Neckerman Indústria Farmacêutica, Tec Color/Nouvelle, rede de salões de beleza Comece pela
Fotos Divulgação
www.grupocimed.com.br
O Grupo Cimed tem excelentes expectativas para 2015, já que apresentará importantes lançamentos ao mercado
Cor, Distribuidora Predileta, Instituto Claudia Marques de Pesquisa e Desenvolvimento (ICM P&D), Nutracom, a escuderia da Stock CarVoxx Racing Team, Indústria de Embalagens Claudia Marques (IECM) e Associação Educacional Claudia Marques (AECM). O Grupo Cimed está ampliando sua capacidade fabril para atender à crescente demanda por seus produtos. Também pretende aumentar o portfólio da empresa, investindo ainda mais no Instituto Claudia Marques de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos (ICM P&D). Com relação aos lançamentos de genéricos programados para este ano, Lay contabiliza um número considerável de medicamentos aguardando análise e aprovação por parte da autoridade regulatória. “O Grupo Cimed tem um vasto portfólio para suprir as necessidades do pequeno, médio e grande varejo. E pretendemos expandir ainda mais essa oferta promovendo o crescimento da capacidade fabril, diversificando os produtos nos mais variados segmentos do mercado farmacêutico e ampliando não apenas a gama de itens com acessibilidade e qualidade para o consumidor, mas também a rentabilidade para nossos parceiros comerciais”. Para o executivo, os genéricos estão seguindo um caminho de crescimento natural. Algum tipo de resistência quanto a seu uso pode ser considerado uma questão cultural, que, com tempo e maior entendimento das pessoas e profissionais envolvidos, será cada dia mais aceito, como nos países da Europa e nos Estados
Unidos, onde os medicamentos genéricos são comercializados há mais de 30 anos.
Intercambialidade A configuração do mercado farmacêutico pode mudar com a intercambialidade dos similares com os medicamentos de referência, antes possível apenas com os genéricos. “Com a aprovação da RDC 58, a população terá mais opções de medicamentos de qualidade a preço acessível, e a Cimed está preparada para suprir essa demanda por meio de seu portfólio de genéricos e similares equivalentes”, lembra o gerente. Vale lembrar que, anteriormente, só para medicamentos genéricos eram exigidos os testes de bioequivalência e biodisponibilidade, comprovando a mesma eficácia do medicamento referência. Atualmente, com a nova lei de equivalência, todos os medicamentos similares serão também submetidos aos mesmos testes de comprovação. Para o consumidor, a possibilidade de escolher um produto de qualidade com o preço mais acessível é extremamente vantajoso. “A diferença está não apenas na presença ou não de uma marca comercial para o produto, mas também no preço que ele é oferecido ao consumidor na farmácia. É importante ficar atento ao valor praticado, pois não faz sentido o consumidor pagar mais por um medicamento com a mesma qualidade e eficácia que a de outro mais acessível”, finaliza Lay.
2015 MAIO Especial MAIO 2015 EspecialGenéricos Genéricos 43
institucional
EMS tem histórico
de pioneirismo A empresa visa medicamentos que auxiliem na contracepção e no tratamento de asma, dor, depressão, doenças cardiovasculares e disfunção erétil Por Egle Leonardi
A
A EMS, maior laboratório farmacêutico brasileiro, é líder isolada do segmento de genéricos desde junho de 2013. Segundo dados do International Marketing Services Health (IMS Health), a unidade de genéricos da empresa encerrou o último ano com R$ 3,2 bilhões em faturamento e 19,7% de market share neste mercado. A companhia possui aproximadamente cinco mil colaboradores e tem sede em Hortolândia (SP) e em São Bernardo do Campo (SP). Desde agosto de 2014, passou a contar também com a Novamed, localizada em Manaus (AM) e considerada uma das cinco maiores e mais modernas fábricas de medicamentos sólidos do
44 Especial Genéricos MAIO 2015
mundo. Em 2016, deverá ser inaugurada mais uma unidade da empresa, dessa vez em Brasília (DF), sem considerar ainda a unidade de Jaguariúna (SP). Em 2014, a EMS lançou quatro moléculas e quatro apresentações no mercado de genéricos: Candesartana Cilexetila, Candesartana Cilexetila + Hidroclorotiazida, Pantoprazol (apresentação com 42 comprimidos), Oxalato de Escitalopram (apresentação 15 mg), Valsartana + Hidroclorotiazida (apresentação 320 + 12,5 mg), Dicloridrato de Pramipexol e Sibutramina. “Com certeza, as inovações perseguidas pela EMS foram fatores importantes para a construção dos resultados
Foto Divulgação
www.ems.com.br
em 2014. Além da expertise e do pioneirismo da empresa no segmento de genéricos (a EMS foca os genéricos de alta complexidade), os medicamentos frutos de inovação incremental lançados ultimamente fortaleceram o extenso portfólio do laboratório, que possui mais de 2,6 mil apresentações de produtos, mais de 80 patentes concedidas pelo mundo e vários pedidos de patente depositados no Brasil”, fala o diretor de marketing da unidade de Genéricos da EMS, Carlos Nahum. Ele ressalta que o movimento que a EMS está realizando internamente tem o objetivo de agregar ao portfólio medicamentos exclusivos, com grande potencial. Com isso, pretende conquistar uma presença de mercado ainda mais forte e ampla, tanto no segmento de genéricos quanto no de prescrição, Over the Counter (OTC), medicamentos de marca e hospitalar.
Canal farma Visando à prestação de serviços aos pontos de vendas de todo o País, a EMS investe fortemente em ações no canal farma. Com isso, a empresa busca fortalecer o ótimo relacionamento estabelecido com o setor. Algumas das ações da EMS, inclusive, se tornaram referência no setor farmacêutico. Pode-se destacar o ACADEMS – projeto de consultoria e capacitação profissional em que consultores altamente qualificados realizam pessoalmente treinamentos com profissionais do setor (farmacêuticos e gestores de farmácias) e consultoria a proprietários de drogarias, que já capacitou mais de 40 mil participantes de todo o Brasil. Outra ação realizada para se aproximar dos clientes é o programa Onda Azul, que acompanha de perto o dia a dia dos pontos de venda para que a EMS entenda as necessidades dos clientes e consiga oferecer, de forma ágil, soluções que os auxiliem nos desafios diários. Ainda com o intuito de promover a saúde e tornar cada vez mais acessível o medicamento genérico a todos os lugares do País, a EMS lançou em 2014 o Pharmalink, Central de Atendimento que entra em contato com estabelecimentos mais distantes dos grandes centros. Com isso, consegue disponibilizar com mais agilidade as versões genéricas de todo o portfólio da empresa.
“Em 2015, nosso foco será contribuir para lançar medicamentos que auxiliem na contracepção e no tratamento de asma, dor, depressão, doenças cardiovasculares e disfunção erétil. Vale lembrar que, no segmento de genéricos, a EMS tem um histórico de pioneirismo (foi a primeira a produzir e a comercializar esses medicamentos no Brasil) e é líder isoladamente do segmento desde junho de 2013, por isso, a postura e os desafios são de novos desenvolvimentos“, destaca o diretor. Ele diz que a empresa está voltada para o lançamento de genéricos de alta complexidade, de difícil desenvolvimento e produção. Isso significa inovação em um segmento, inaugurado no Brasil pela EMS, no qual baseia seu crescimento, consagrando-se nos últimos 15 anos e solidificando sua expertise. Em 2015, a EMS continuará trabalhando para permanecer chegando à frente e disponibilizar primeiramente às farmácias e drogarias os principais lançamentos de medicamentos, tanto de genéricos quanto de prescrição médica, OTC, entre outros segmentos. “A EMS está muito preparada para atender à demanda do mercado farmacêutico nacional, desenvolvendo medicamentos de maior complexidade e inovadores por meio, principalmente, do seu Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, que recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos, e por meio de parcerias internacionais de licenciamento de produtos inéditos no mercado brasileiro e da parceria técnico-científica assinada em 2006 com o laboratório de pesquisa italiano MonteResearch. A EMS está voltada para o futuro e continua tendo visão para crescer com as oportunidades”, afirma Nahum. A EMS vem apostando no fortalecimento de sua marca junto ao esporte e no incentivo à pratica de exercícios físicos, no intuito de que as pessoas tenham uma vida cada vez mais saudável. Atualmente, patrocina o piloto Átila Abreu na Stock Car, apoia o Campeonato Paulista de Vôlei, o time do Vôlei São Bernardo, a equipe do Franca Basquetebol – uma das mais tradicionais do País, algumas equipes de futebol profissional, além de inúmeros eventos amadores, como corridas de rua, caminhadas, campeonatos de stand up paddle, bike, wakeboard, entre outras ações de variados segmentos.
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institucional
Medley lançará 23 novos produtos até 2017 A empresa é reconhecida pelo setor e se mantém preparada para atender com ainda mais eficiência a toda sua cadeia de negócios Por Egle Leonardi
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A Medley segue entre as líderes do segmento, condição conquistada por sua postura de vanguarda, qualidade e respeito aos consumidores e parceiros, os genéricos são responsáveis pela maior parte do faturamento da empresa. Segundo a diretora de marketing Genéricos e trade marketing da Medley, Maria Cláudia V. Pontes, além do sucesso de mercado, a empresa tem muito orgulho das pesquisas e premiações que a referendam como a mais confiável e admirada do setor. “Em 2014, por exemplo, conquistamos inúmeros prêmios. Destaques: Prêmio Marcas de Confiança (Revista Seleções/IBOPE), genérico Top of Mind e o mais defendido da categoria (ABA Top Brands), genérico mais recomendado pelos consumidores (ABA Top Brands), empresa que mais respeita o consumidor no Brasil (Revista Consumidor Moderno/ Shopper Experience) e melhor empresa para o consumidor (Prêmio Época Reclame Aqui). Além disso, a Medley é o genérico que os médicos e farmacêuticos mais confiam, recomendam e escolhem (IBOPE)”. No ano passado, o segmento de genéricos foi o que mais evoluiu no mercado farmacêutico brasileiro. A empresa acredita que os genéricos seguirão impulsionando o crescimento do mercado total brasileiro nos próximos anos, pois existem ainda muitas moléculas sem patente e sem genéricos, o que proporciona excelentes oportunidades de crescimento. Além disso, o papel dos genéricos como medicamentos de qualidade, que promovem o acesso de saúde e bem-estar às pessoas, está diretamente relacionado com o envelhecimento da população e na consequente prevenção de doenças para ter mais qualidade de vida. “A perspectiva para 2015 é manter o crescimento sustentável que a Medley vem obtendo. Temos vários lançamentos programados e a empresa, como um todo, está muito mais estruturada em razão de uma série de projetos que foram implantados nos últimos meses. A Medley está forte, é reconhecida pelo setor e se mantém preparada para atender com ainda mais eficiência toda a sua cadeia de negócios”, comenta a executiva.
Um pouco da história
A Medley Indústria Farmacêutica é uma empresa Sanofi – uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil. Com a sede em Campinas (SP), e outra unidade fabril em Brasília (DF), a empresa produz e comercializa mais de 300 SKUs, dentre comprimidos, cápsulas, drágeas, líquidos, pomadas, cremes e suspensões. No total, somadas as equipes da força de vendas, a empresa emprega cerca de 1.600 colaboradores.
A Medley mantém um bom relacionamento com o canal farma. Atualmente, cerca de 400 profissionais visitam os pontos de venda pelo Brasil, disponibiliza ferramentas de desenvolvimento profissional, como o site Ao Farmacêutico; além disso, promove ações coordenadas pelo trade marketing e time de merchandising. Já na campanha de mídia Eu escolho, que será veiculada até outubro, estão previstos não apenas filmes nas TVs abertas e por assinatura, dicas de saúde, anúncios em revistas, spots de rádio, mas também de material específico para o ponto de venda. “Outra ação é a Caravana dos Genéricos, que atendeu cerca de 6,9 mil pessoas em 2014. Esse projeto consiste em promover gratuitamente em algumas praças do País avaliações clínicas (testes de glicemia) e exames físicos (pressão arterial, peso, altura e IMC), além de apresentar filme em 3D sobre o conceito dos medicamentos genéricos e suas vantagens”, lembra a diretora. A Medley pretende lançar 23 novos produtos nos próximos três anos: 80% deles serão genéricos. Estão previstos medicamentos nas áreas de disfunção erétil, cardiologia, sistema nervoso central e gastroenterologia e ainda alguns inéditos.
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institucional
Neo Química é a segunda maior
marca de genéricos do País
Em 2015, a participação da empresa superou o patamar de 16% do total da demanda de genéricos no Brasil em unidades Por Egle Leonardi
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A Neo Química, marca institucional da Hypermarcas para o segmento de genéricos, tornou-se, desde fevereiro de 2015, o segundo maior nome de genéricos do País em unidades, segundo o International Marketing Services Health (IMS Health). Em valores, a Neo Química já é a terceira maior empresa do mercado, sendo uma das que mais crescem em relação aos principais laboratórios. Nos três primeiros meses deste ano, a participação da Neo Química superou a marca de 16,3% do total da demanda de genéricos no País. O crescimento de 25% foi o maior em comparação com os cinco primeiros colocados em unidades, consolidando em março a segunda posição no Year-To-Date (YTD).
48 Especial Genéricos MAIO 2015
Em 2014, os medicamentos genéricos da Neo Química contribuíram com cerca de 12% da receita líquida da Hypermarcas, uma das mais diversificadas empresas farmacêuticas do Brasil, com forte presença em todos os segmentos importantes para o varejo farmacêutico. Refletindo essa força, a empresa assumiu em março de 2015 a liderança em volume do mercado farmacêutico nacional, de acordo com os dados do IMS Health. No último ano, a Neo Química avançou no mercado farmacêutico brasileiro, com ganhos consistentes de participação relacionados ao aumento da penetração de seus produtos no varejo, especialmente em grandes redes de drogarias. Tal avanço tornou-se possível
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• Valsartana – apresentações com 80 mg, 160 mg e 320 mg do anti-hipertensivo. • Alendronato de sódio – indicado para o tratamento da osteoporose em homens e em mulheres na pós-menopausa, prevenindo fraturas.
Um pouco da história
graças a uma estratégia que combina desenvolvimento do portfólio, forte presença na mídia e nos pontos de venda, além de altos investimentos na expansão da capacidade de produção. Em 2014, a Neo Química introduziu em sua grade novos produtos como: • Atorvastatina – apresentações com 10 mg (30 e 60 comprimidos), 20 mg (30 e 60 comprimidos), 40 mg (30 comprimidos) e 80 mg (30 comprimidos), para baixar os níveis de colesterol no sangue. • Omeprazol – apresentações com 10 mg (14 cápsulas) e 20 mg (14 ou 28 cápsulas). É uma das principais moléculas no tratamento de úlceras pépticas benignas (gástricas ou duodenais).
Fundada em 2001, a Hypermarcas é a maior empresa brasileira de produtos de marcas de saúde e bem-estar, com presença sólida nos segmentos de medicamentos, saúde, beleza e higiene pessoal. Tem um portfólio completo de produtos e marcas, construído por meio de diversas aquisições de sucesso, lançamentos e intenso trabalho de marketing e inovação. A divisão Farma da companhia detém um dos mais completos portfólios do País, com presença nos principais segmentos farmacêuticos do mercado brasileiro e liderança em Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ou, em inglês, Over the Counter (OTC) e similares, além de participação crescente em genéricos e posição de destaque em produtos de prescrição. Das principais marcas da divisão, destacam-se as seguintes: Addera D3, Torsilax, Biotônico Fontoura, Doralgina, Engov, Histamin, Lisador, Neosoro e Neo Química. Em março de 2015, a Hypermarcas assumiu a liderança do mercado farmacêutico brasileiro em unidades, segundo dados do IMS Health. A Neo Química, que completou 55 anos em 2014, consolidou-se firmemente nos últimos anos como líder no mercado de medicamentos similares e ainda como terceira maior marca de medicamentos genéricos do País, em valor. Adquirida pela Hypermarcas em dezembro de 2009, a empresa vem investindo na expansão de seu portfólio de moléculas e no aumento de sua capacidade produtiva para acompanhar o crescimento acelerado da demanda por similares e genéricos no Brasil. Desde fevereiro de 2015, a Neo Química passou a ocupar a vice-liderança em volume do mercado brasileiro de genéricos. A Hypermarcas tem cerca de 13 mil funcionários. Sua força de vendas abrange alcance nacional e suas atividades operacionais concentram-se no estado de Goiás. A sede da companhia está localizada em São Paulo.
2015 MAIO Especial MAIO 2015 EspecialGenéricos Genéricos 49
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serviços A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) http://portal.anvisa.gov.br Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) www.progenericos.org.br Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) www.abrafarma.com.br Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) www.alanac.org.br
C Cimed www.grupocimed.com.br
F Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) http://febrafar.com.br Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP) www.fia.com.br
G Geolab www.geolab.com.br
50 Especial Genéricos MAIO 2015
I IMS Health www.imshealth.com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) www.ibge.gov.br Instituto de ciência, tecnologia e qualidade (ICTQ) http://ictq.com.br Interfarma www.interfarma.org.br
M Medquímica www.medquimica.ind.br Merck www.merck.com.br
P Prati-Donaduzzi www.pratidonaduzzi.com.br
R Regina Blessa www.blessa.com.br
S Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) www.sindusfarma.org.br
U Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) www.unifesp.br