Especial Genéricos 2016

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ESPECIAL

Parte integrante do ANO XXIII |Nº 282 | MAIO DE 2016

GENÉRICOS R E V I S TA

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Editorial

NÚMEROS CONTRADITÓRIOS EXPEDIENTE DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Vivian Lourenço EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues

A consolidação dos genéricos como medicamentos de qualidade, a despeito da desconfiança inicial, foi fundamental para que a categoria se desenvolvesse no País e fizesse com que cada vez mais consumidores optassem por esse produto nas farmácias. Sobretudo em períodos de crise econômica, como o atual, em que o fator preço faz toda diferença na composição do orçamento das famílias. Apesar de um ano difícil, um mercado avaliado em R$ 615,7 milhões pode ser incrementado ao segmento. Os 35 genéricos inéditos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado devem chegar às prateleiras das farmácias e aos hospitais ainda em 2016. Com os novos produtos na praça, calcula-se uma economia direta aproximada de R$ 215 milhões aos consumidores. Os genéricos continuarão a desempenhar um papel fundamental, principalmente, quando são levados em conta o envelhecimento acelerado da população brasileira e a importância de investir na prevenção de doenças de alto impacto para a saúde pública.

4 Especial Genéricos MAIO 2016

Em 2015, as vendas de genéricos somaram R$ 5,9 bilhões – alta de 11,75% frente a 2014. Embora se trate de um montante expressivo, entre 2013 e 2014 o crescimento foi maior – 14,88%. Em unidades, o desempenho dos genéricos melhorou em 12,19% entre 2015 e 2014. Foram comercializadas 978.333 milhões de unidades contra 872.044 milhões no mesmo período. Em volume, as vendas do ano de 2015 superaram os resultados alcançados entre 2014 em relação a 2013, porém ficaram menores do que a expansão registrada em 2013 em relação a 2012, que foi de 15,71%. Um dos nichos que deve ser fortemente explorado pelos fabricantes nos próximos anos é o de medicamentos biológicos e genéricos de alta complexidade inéditos no Brasil, por exemplo, os produtos inalatórios. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício

MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTE DE MARKETING E PROJETOS Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Noemy Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Flávia Corbó e Kathlen Ramos Revisão Mônica C. Galati IMPRESSÃO Prol

> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Genéricos é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200 E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.


20 DE MAIO, DIA NACIONAL DO MEDICAMENTO GENÉRICO. Mar/2016 Material destinado exclusivamente aos profissionais de saúde.

Em uma data tão especial como esta, a Sandoz agradece a sua confiança em nossos medicamentos. Esta relação só reforça a nossa credibilidade no cuidado com a saúde e segurança1,2 de pacientes ao redor do mundo.

GENÉRICOS SANDOZ, A QUALIDADE POR TRÁS DA CONFIANÇA. 1,2

Medicamento Genérico - Lei nº 9.787/ 99

1. www.sandoz.com.br. 2. CBPF publicado no DOU em 25/09/2014 - http://www.anvisa.gov.br/ certificadoBoasPraticas/principal/RESULTADO.ASP.

Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Rodovia Celso Garcia Cid - PR 445 km 87 CEP: 86183-600 - Cambé / PR - Brasil

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Assista ao video institucional. www.sandoz.com.br

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Sumário

08

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14 08 - Panorama Atualmente, os laboratórios que fabricam os medicamentos genéricos veem sua margem de lucro cada vez mais enxuta. Apesar do cenário desfavorável, esperam turbinar as vendas diante da crise que faz com que o consumidor opte por produtos mais baratos

14 - Conjuntura Apesar de a categoria de genéricos ter registrado crescimento abaixo das expectativas, o bom resultado de muitos produtos fez com que ainda obtivesse um desempenho acima da média do mercado farmacêutico

18 - Cenário

18

Um ano que já começou complicado ficou ainda pior quando 12 estados anunciaram o aumento do ICMS. Apesar de os genéricos serem líderes do mercado em algumas classes terapêuticas destinadas ao controle de doenças crônicas, a redução da alíquota beneficia a população brasileira

22 - Ponto de Venda Como o valor de venda dos genéricos fica até 35% mais barato que os produtos de referência, a concorrência de mercado obriga o varejista a conceder descontos. É preciso ter cuidado para que as ofertas não gerem prejuízo

24 - Atendimento

22

Nos dias de hoje, os genéricos são líderes de venda no mercado brasileiro. Porém, muitos consumidores ainda têm dúvidas em relação à eficácia e segurança desses medicamentos. Farmacêuticos e balconistas devem ajudar na divulgação e no esclarecimento de informações

34 - Serviços

MAIO 2016 Especial Genéricos 7


Panorama

EXPECTATIVAS E PROJEÇÕES Laboratórios fabricantes de genéricos estão com a margem cada vez mais enxuta, em virtude da alta do dólar e disparada do preço da energia elétrica. Ao mesmo tempo, esperam turbinar as vendas diante da crise que vem apertando o orçamento do consumidor Textos Flávia Corbó

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O momento vivido atualmente pelo mercado brasileiro de genéricos pode ser considerado contraditório. Ao mesmo tempo que a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) anunciou que a categoria teve um desempenho acima da média do mercado farmacêutico, os números apontam o pior índice de crescimento nos últimos três anos.

8 Especial Genéricos MAIO 2016

Em 2015, as vendas de genéricos somaram R$ 5,9 bilhões – alta de 11,75% frente a 2014. Embora se trate de um montante expressivo, entre 2013 e 2014 o crescimento foi maior – 14,88%. Em unidades, o desempenho dos genéricos melhorou em 12,19% entre 2015 e 2014. Foram comercializadas 978.333 milhões de unidades contra 872.044 milhões no mesmo período. Em volume, as vendas do Imagens Shutterstock


ano de 2015 superaram os resultados alcançados entre 2014 em relação a 2013, porém ficaram menores do que a expansão registrada em 2013 em relação a 2012, que foi de 15,71%. Para a presidente executiva da PróGenéricos, Telma Salles, o baixo desempenho da economia brasileira no ano passado foi determinante para um crescimento menor do que o esperado. “Entre os principais fatores que contribuíram para que esse resultado não fosse digno de se comemorar, estão os aumentos dos custos de produção, penalizados, sobretudo, com a alta do dólar e o aumento no custo da energia. Nesse contexto, podemos concluir que as margens das indústrias ficaram muito reduzidas, o que a médio e longo prazo pode produzir consequências nefastas ao setor, como redução de investimentos, por exemplo”.

pessoas passam a consumir menos. Não só a questão de preço, mas o ambiente em geral regula o comportamento do consumidor”, alerta o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “Nós vamos enfrentar uma fase difícil. Todo crescimento que a indústria farmacêutica experimentou nos últimos anos foi calcado na ampliação da classe média e no nível de emprego. Isso vem caindo de forma assustadora. Hoje já há uma redução dos participantes da classe média, que é a faixa da população que consome mais. Então, vamos observar todas as categorias sofrendo queda no faturamento”, continua Mussolini, fazendo uma importante ressalva: “É óbvio que medicamentos que têm mais concorrência, como os genéricos, são os últimos a sentir o impacto”.

OPÇÃO ECONÔMICA

OPORTUNIDADE NA CRISE Um desafio no caminho dos produtores de genéricos é aumentar o market share da categoria, que atingiu a fatia de 28,88% em unidades ao final de 2015. O percentual indica um avanço de menos de 2% na participação de mercado em volume. Para Telma, os números são preocupantes. Significa que menos pessoas têm conseguido comprar medicamentos no Brasil. “Quando a população não consegue se tratar adequadamente, o custo social aumenta. Doentes crônicos que não fazem uso correto do medicamento tendem a apresentar o quadro agravado e desenvolvem outras patologias. Essas pessoas vão recorrer a postos de saúde, ao Sistema Único de Saúde (SUS), e buscarão internações, aumentando o custo social”, afirma. A princípio, parece um cenário assustador. “Em momento de crise, todo mundo é prejudicado, porque as

A crise pode não ser de todo o mal para o setor de genéricos. Em função do cenário econômico pouco favorável, com aumento das taxas de desemprego e inflação de dois dígitos, os genéricos tornam-se a alternativa mais viável para o bolso enxuto dos consumidores por conta do preço mais acessível. “Em tempos de instabilidade, os genéricos tendem a crescer acima do mercado farmacêutico total, em razão, principalmente, da migração de demanda dos medicamentos de referência para os medicamentos genéricos pelo mercado consumidor, que busca economizar. Como medicamento é um item que o consumidor não pode ficar sem consumir, ele opta por uma alternativa mais econômica, no caso os medicamentos genéricos”, aposta o farmacêutico do setor de lançamentos do Laboratório Teuto, Thiago Lobo Matos.

DESEMPENHO DAS VENDAS DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS:

2012 X 2013 4.074 bilhões

4.668 bilhões

2013 X 2014 4.668 bilhões

5.363 bilhões

2014 X 2015 5.363 bilhões

5.994 bilhões

CRESCIMENTO

CRESCIMENTO

CRESCIMENTO

14,59%

14,88%

11,75%

Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos)

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Panorama

Apesar de o Brasil estar muito distante de mercados como o dos Estados Unidos, por exemplo, onde o setor representa cerca de 80% do volume comercializado, alguns sinais demonstram que a categoria está no caminho certo em busca do aumento na participação de mercado. Segundo pesquisa do Datafolha, em 2012, o índice de confiança era de 70% e, em 2014, já havia passado para 73% – o que mostra um crescente ganho de credibilidade para os brasileiros. Para Telma, o receio quanto à eficiência e qualidade dos genéricos é um obstáculo superado. “A desconfiança ocorreu em um primeiro momento, hoje, os consumidores entenderam que são produtos exatamente iguais; também passaram a reconhecer as empresas fabricantes, sabem que são sérias e renomadas. Se não houve um avanço em participação de mercado como gostaríamos, foi por conta de fatores econômicos”, ressalta.

ESFORÇOS NECESSÁRIOS Para atingir metas previamente estabelecidas, apesar das adversidades econômicas, as indústrias farmacêuticas têm buscado garantir a eficiência operacional em toda a cadeia. No entanto, para o diretor de negócios da Medley, Carlos Aguiar, os percentuais de crescimento dos genéricos não irão melhorar apenas com um esforço isolado dos fabricantes. “Cabe ressaltar a necessidade de esforço conjugado da indústria, governo e varejo, a fim de preservar as condições necessárias que garantam competitividade, qualidade e sustentabilidade desse segmento”, pontua Aguiar. De acordo com o diretor-geral da Sandoz Brasil, André Brázay, trabalhar bem as questões regulatórias também é um passo importante para aumentar a participação de genéricos no mercado. “É preciso continuar trabalhando em melhorias para agilizar os trâmites de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fortalecer os controles e a supervisão da comercialização de produtos farmacêuticos, sempre visando à garantia da qualidade do medicamento oferecido ao paciente”. A demanda por prazos de registro mais enxutos é antiga e já chegou até o Senado, com uma audiência pública para debater o Projeto de Lei do Senado (PLS) 727/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que altera os prazos de concessão de registro de medicamentos Anvisa e torna mais transparente a tramitação dos processos. Atualmente, a regra em vigor, baseada na Lei 6.360/1976, concede o tempo máximo de 90 dias para a conclusão dos registros, mas, na prática, o prazo é desrespeitado com frequência. No entanto, a realidade 10 Especial Genéricos MAIO 2016

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EVOLUÇÃO NO LANÇAMENTO DE GENÉRICOS INÉDITOS ANO

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Número de genéricos inéditos

33

21

28

25

23

35

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Genéricos altamente rentáveis já começaram a surgir nas prateleiras. A Neo Química, divisão de genéricos da Hypermarcas, prepara ainda para este ano o lançamento de genéricos de três dos 35 medicamentos que perderam a patente recentemente: tadalafila, celecoxibe e cliridato de olopatadina. A EMS, que lidera o mercado de genéricos há três anos, também prepara lançamentos importantes para 2016, com aproximadamente dez moléculas já aprovadas pela Anvisa, sendo que, destas, sete são inéditas, ou seja, representam a primeira versão genérica do medicamento após a expiração da patente. EM “Juntos, apenas esses lançamenFUNÇÃO DO BOAS PERSPECTIVAS tos de novos genéricos, previstos para chegarem às farmácias nos Apesar de ainda enfrenCENÁRIO ECONÔMICO próximos três meses, representar entraves no momento do POUCO FAVORÁVEL, OS registro de medicamentos, o tam um mercado de no mínimo GENÉRICOS TORNAM-SE A ano promete ser abundante em R$ 500 milhões em faturamenALTERNATIVA MAIS VIÁVEL lançamentos de genéricos. Um to”, destaca o diretor comercial levantamento realizado pela Próda unidade de Genéricos da EMS, PARA O BOLSO ENXUTO DOS Genéricos mostra que, em 2015, Aramis Domont. CONSUMIDORES POR a Anvisa autorizou a cópia de 35 Reforçando o cenário de CONTA DO PREÇO MAIS medicamentos de referência. “Claro contradição, a Sandoz, divisão de ACESSÍVEL que há muito a ser aprimorado, mas genéricos da Novartis, sofreu as connos últimos dois anos, a Anvisa vem se sequências do mau momento vivido pela mostrando bem competente no enfrentamento economia brasileira, mas, ainda assim, a fábrica dos problemas. E a priorização foi para os genéricos inédi- instalada em Cambé (PR) registrou recorde de produtos. Tem sido feito um trabalho muito bom. Percebemos ção, com 1,6 bilhão de comprimidos produzidos – auo esforço e a resposta tem sido satisfatória”, elogia Telma. mento de 23% em relação ao ano anterior. “Foi maior A expectativa é que as novas moléculas gerem um que a projeção, alavancada por alguns lançamentos ganho de R$ 615 milhões por ano. E não deve parar por bem-sucedidos, recuperação de portfólio, mas, princiaí: estima-se que a lista de medicamentos inovadores palmente, por um cuidadoso e consistente trabalho de que poderão ganhar cópias só tende a crescer. Até 2025, nossa equipe para entender e atender cada vez melhor as novidades que irão surgir no mercado deverão ser as necessidades de nossos clientes e pacientes”, acredicapazes de gerar um faturamento extra de R$ 1,7 bilhão. ta Brázay, da Sandoz Brasil. cumprida pela Agência é bem diferente. Em média, são necessários 1062 dias para a aprovação de registro de um medicamento genérico. Acompanhando de perto o trabalho da Anvisa, o presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Brito, garante que a entidade tem feito um grande esforço nos últimos dois anos para revisar os processos, reforçar a equipe e, com isso, reduzir os prazos para registro de produtos. “As estatísticas mostram que essa redução já começou a ocorrer. No entanto, o passivo era – e ainda é – tão grande que os prazos continuam sendo absolutamente insuportáveis.”

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Conjuntura

CATEGORIA DE RELEVÂNCIA Com desempenho acima do mercado total de medicamentos no Brasil, os genéricos se consolidam como categoria responsável pelo desenvolvimento do setor

E

Em 2015, o medicamento que teve maior faturamento no Brasil foi o genérico Losartana Potássica, utilizada no controle para hipertensão, fabricado pela Neo Química (divisão de genéricos da Hypermarcas). O Citrato de Sildenafila, fabricado tanto pela Neo Química quanto pela Eurofarma, e a Sinvastatina da Novartis também aparecem na lista entre os dez medicamentos que mais geraram lucro aos laboratórios fabricantes. Quando leva-

14 Especial Genéricos MAIO 2016

da em consideração a quantidade de unidades vendidas, três dos dez medicamentos que tiveram maior procura nas farmácias brasileiras foram genéricos. Nessa lista, aparecem novamente a Losartana Potássica (4º lugar) e o Citrato de Sildenafila (6º lugar), além da Dipirona Sódica (9º lugar), segundo dados do IMS Health. O bom desempenho de muitos produtos fez com que, apesar de a categoria de genéricos ter registrado Imagens Shutterstock


DESEMPENHO DOS GENÉRICOS EM COMPARAÇÃO ÀS DEMAIS CLASSES TOTAL

GENÉRICOS

REFERÊNCIA

SIMILARES

MIPS

Vendas em 2015 (R$)

-

R$ 46,4 bilhões

R$ 17,8 bilhões

R$ 3,6 bilhões

R$ 16,4 bilhões

Vendas em 2014 (R$)

-

R$ 41,9 bilhões

R$ 16,3 bilhões

R$ 3,3 bilhões

-

Crescimento (2014-2015)

10,65%

11,75%

9,29%

9,14%

-

Vendas anuais (unidades)

-

-

-

-

mais de 1 bilhão

Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos)

crescimento abaixo das expectativas, ainda obtivesse um desempenho acima da média do mercado farmacêutico. Sozinhos, os genéricos alcançaram um crescimento de 11,75% nas vendas em 2015, enquanto o mercado total avançou 10,65%, acumulando vendas totais de R$ 46,4 bilhões, contra R$ 41,9 bilhões em 2014. A consolidação dos genéricos como medicamentos de qualidade, a despeito da desconfiança inicial, foi fundamental para que a categoria se desenvolvesse no País e fizesse com que cada vez mais consumidores optassem por esse produto nas farmácias. Sobretudo em períodos de crise econômica, como o atual, em que o fator preço faz toda diferença na composição do orçamento das famílias. “Atribuo o crescimento principalmente ao fato de os medicamentos genéricos serem uma plataforma definitiva de acesso dos pacientes aos tratamentos e à combinação entre preço e número crescente de opções terapêuticas”, relata o diretor de negócios da Medley, Carlos Aguiar. As vendas acima da média do mercado permitem que os executivos do setor considerem os genéricos os grandes responsáveis por impulsionar o desenvolvimento do mercado farmacêutico nos dias atuais. “Além de ser o segmento que mais cresce na indústria farmacêutica, há 17 anos, desde que chegou ao varejo, os genéricos hoje representam parte significativa do faturamento das maiores farmacêuticas instaladas no País”, destaca a presidente executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles. Para a executiva, a categoria hoje funciona como um termômetro do setor, tamanha a representatividade alcançada. “Se os genéricos passam a crescer em um rit-

mo menor ou decrescer, como foi o resultado do último mês de fevereiro, que apresentou retração de 0,4% em relação a janeiro, as indústrias ficam preocupadas, pois esse cenário pode indicar problemas para a evolução de seus negócios.”

OUTROS SEGMENTOS Os genéricos tiveram também desempenho superior ao registrado pelos medicamentos referência, que são os produtos com proteção patentária. As vendas desse segmento acumularam, em 2015, R$ 17,8 bilhões, contra R$ 16,3 bilhões em 2014, apresentando crescimento de 9,29%. Os genéricos tiveram também desempenho superior ao registrado pelos similares, cópia de marca, que, desde 2014, podem ser intercambiáveis com os medicamentos de referência. As vendas dessa categoria cresceram 9,14% entre 2014 e 2015, somando vendas acumuladas de R$ 3,6 bilhões no ano passado contra R$ 3,3 bilhões em 2014, de acordo com dados da PróGenéricos. O desempenho das vendas de genéricos só não foi maior que o dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que, de 2014 a 2015, melhorou 14%. Hoje, esse mercado corresponde a R$ 16,4 bilhões e vende mais de 1 bilhão de unidades anuais. Já em comparação aos medicamentos fitoterápicos, segmento que começa a ganhar força no País, o desempenho foi semelhante – produtos naturais avançaram 10% no último trimestre de 2015. Um exemplo da força dos genéricos está dentro da Novartis, que possui um portfólio diversificado e ocupa posição de liderança em diversos medicamentos inovadores, cuidados com os olhos e na área de medicamentos genéricos. Globalmente, em 2015, as operações do

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Conjuntura

OS MEDICAMENTOS MAIS VENDIDOS NO BRASIL EM 2015 UNIDADES

FATURAMENTO

1

Neosoro – Hypermarcas

Losartana potássica (G) – Hypermarcas

2

Glifage Xr – Merck

Torsilax – Hypermarcas

3

Ciclo 21 – União Química

Dorflex – Sanofi

4

Losartana Potássica (G) – Hypermarcas

Citrato de Sildenafila (G) – Hypermarcas

5

Dorflex – Sanofi

Sinvastatina (G) – Novartis

6

Citrato de Sildenafila (G) – Hypermarcas

Citrato de Sildenafila (G) – Eurofarma

7

Puran T-4 – Sanofi

Glifage Xr – Merck

8

Salonpas – Hisamitsu

Neosaldina – Takeda

9

Dipirona Sódica (G) – Hypermarcas

Aradois – Biolab

10

Torsilax – Hypermarcas

Galvus Met – Novartis

Fonte: IMS Health

Grupo atingiram vendas líquidas de US$ 49,4 bilhões no mundo todo e US$ 9,2 bilhões desse total são de vendas líquidas da Sandoz, divisão de genéricos e biossimilares. “No Brasil, acompanhando o cenário farmacêutico e o crescimento da área de genéricos, a Sandoz foi a divisão do Grupo que mais cresceu. A fábrica localizada em Cambé, no Paraná, aumentou seu nível de produção em 23%, em comprimidos, quando comparado com 2014 e registrou recordes de produção em 2015”, revela o diretor-geral da Sandoz Brasil, André Brázay.

BOAS EXPECTATIVAS Apesar de um ano difícil por conta da crise, um mercado avaliado em R$ 615,7 milhões pode ser incrementado ao segmento de medicamentos genéricos, segundo expectativa da PróGenéricos. Os 35 genéricos inéditos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado devem chegar às prateleiras das farmácias e aos hospitais ainda neste ano. Segundo a Anvisa, o prazo para autorização do registro e a chegada do produto no varejo é de até um ano. Dos 35 produtos, 7, porém, são de uso predominantemente hospitalar, portanto, não são encontrados nas farmácias comuns. “Trata-se do maior volume de genéricos inéditos lançados nos últimos cinco anos”, afirma Telma, presidente executiva da entidade. Entende-se por genéricos inéditos apenas novas moléculas. A Anvisa também autorizou o 16 Especial Genéricos MAIO 2016

uso de 15 formas farmacêuticas inéditas de produtos já em uso no mercado. Com os novos genéricos na praça, a PróGenéricos calcula uma economia direta aproximada de R$ 215 milhões aos consumidores. “Esse montante teria que ser gasto caso não houvesse essa prerrogativa de descontos”, ressalta. Além do incentivo dos órgãos reguladores, que têm dado prioridade à liberação de registro de genéricos inéditos, a própria demanda da população deve impulsionar as vendas nos próximos anos. “Acredito que os genéricos continuarão a desempenhar um papel fundamental, principalmente, se considerarmos o envelhecimento acelerado da população brasileira e a importância de investir na prevenção de doenças de alto impacto para a saúde pública. Além disso, o mercado brasileiro possui muitos medicamentos não mais protegidos por patentes e que ainda não têm sua versão genérica”, aposta Aguiar. Um dos nichos que deve ser fortemente explorado pelos fabricantes nos próximos anos é o de medicamentos biológicos e genéricos de alta complexidade inéditos no Brasil, por exemplo, os produtos inalatórios. “A tecnologia é dominada por poucas empresas no mundo. Hoje, a SEM investe fortemente em Pesquisa e Desenvolvimento para se manter em posição de destaque e para atender a amplas demandas”, garante o diretor comercial da unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont.


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Cenário

BOA NOTÍCIA

Consumidores do estado de São Paulo podem encontrar genéricos até 6% mais baratos, depois que o governo estadual reduziu o ICMS que incide sobre a categoria

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Um ano que já começou complicado, com o agravamento da crise econômica e uma série de denúncias de corrupção, ficou ainda mais amargo quando 12 estados anunciaram o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que incide sobre todos os medicamentos comercializados no Brasil. A maioria dos reajustes ficou na casa de 1% de alíquota, o que gera um aumento no preço de tabela de 1,2%.

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A medida foi desanimadora para o setor farmacêutico, que há anos luta pela redução da carga tributária sobre os medicamentos no Brasil – uma das mais altas do mundo. Representantes de entidades do setor chegaram, inclusive, a levar a reivindicação ao Congresso Nacional, por meio de um abaixo-assinado com mais de 2,6 milhões de assinaturas, pedindo a redução de impostos para medicamentos. Imagem Shutterstock


REAJUSTE DE PREÇO DOS MEDICAMENTOS

O caminho tomado pelos governantes foi o oposto. No entanto, em meio à derrota sofrida, uma boa notícia se destacou: o estado de São Paulo reduziu a alíquota do ICMS sobre os genéricos. A Lei nº 16.005/2016, que diminui a tributação de 18% para 12%, entrou em vigor no final de fevereiro. A medida é importante, já que os genéricos têm 25% de participação de mercado no estado e foram responsáveis por movimentar R$ 4,8 bilhões em vendas no acumulado entre setembro de 2014 e setembro de 2015. São Paulo sozinho é responsável por 26,1% do faturamento do setor farmacêutico no País, que movimentou no mesmo período R$ 72 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos).

BENEFÍCIOS NA PONTA Qualquer movimentação na taxa de ICMS – seja para mais, seja para menos – tem um impacto importante, já que esse imposto é um dos principais responsáveis pelo preço final dos medicamentos no Brasil. Em alguns casos,

A partir do dia 31 de março, os preços dos mais de nove mil medicamentos comercializados no Brasil receberam um reajuste de até 12,5%, determinado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A decisão causou surpresa, pois pela primeira vez em dez anos o governo autorizou um reajuste acima do índice de inflação – calculada em 10,36%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Outra mudança foi que, diferentemente de outros anos, o governo determinou dessa vez apenas uma faixa de reajuste máximo para todas as categorias de medicamentos. Nos anos anteriores, os genéricos costumavam ter um percentual maior, pois enfrentavam maior concorrência. Mais uma vez, a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) acredita que a categoria surgirá como alternativa mais atrativa ao consumidor. “Embora o reajuste represente um peso para o orçamento das famílias, a PróGenéricos considera que os genéricos possam auxiliar os consumidores neste momento. A alta competitividade do mercado de genéricos deve garantir produtos a preços acessíveis e até minimizar os efeitos desse aumento no varejo. Diante desse contexto, esperamos até um acréscimo no consumo da categoria, forçado por essa nova realidade nos preços”, aposta a presidente executiva da PróGenéricos, Telma Salles.

o ICMS chega a representar 23,45% do preço final produto, segundo o estudo Resumo dos Tributos Incidentes sobre o Setor Farmacêutico, realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com isso a redução de 6% no ICMS tributado sobre medicamentos genéricos no estado de São Paulo deve resultar em uma economia de 7% no valor pago pelos consumidores nestes medicamentos nas farmácias paulistas. Em alguns casos, o benefício pode ser ainda maior. Medicamentos como a Losartana, destinado ao controle da hipertensão, podem ficar até 9% mais baratos. Ou seja, o medicamento antes vendido ao preço máximo de R$ 10,94 nas farmácias, hoje pode ser encontrado por R$ 9,60. Para a presidente executiva da PróGenéricos, Telma Salles, a redução do ICMS nos genéricos tem sido funda-

2016 MAIO Especial Genéricos 19


Cenário

A PRÓGENÉRICOS FEZ UMA SIMULAÇÃO DE COMO FICARAM OS PREÇOS COM O NOVO ÍNDICE DE TRIBUTAÇÃO DO ICMS NO ESTADO DE SÃO PAULO: GENÉRICOS MAIS VENDIDOS

PMC* ICMS 18% – R$

PMC ICMS 12% – R$

Losartana 50 mg caixa com 30

10,94

9,60

Sildenafila 50 mg caixa com 2

12,57

11,61

Dipirona Sódica 500 mg/gotas 20 mL

4,88

4,51

Atenolol 50 mg caixa com 30

14,17

13,20

Hidropclorotiazida 25 mg caixa com 30

2,58

2,40

Enalapril 10 mg caixa com 30

17,72

16,51

Metformina 500 mg caixa com 30

4,19

3,90

Paracetamol 750 mg caixa com 20

8,58

7,93

Nimesulida 100 mg caixa com 12

18,68

17,41

Simeticona 75 mg gotas 15 mL

11,11

10,27

*PMC (Preço Máximo ao Consumidor)

mental para promover a ampliação do acesso a medicamentos, a exemplo do que já acontece em Minas Gerais. “No momento em que ocorre, em meio a uma grave crise econômica, torna-se ainda mais salutar. Pessoas medicadas de forma regular e correta também representam redução no custo social do Estado”.

CARGA TRIBUTÁRIA Em meio às reivindicações para a redução da carga tributária sobre todas as categorias de medicamentos, a PróGenéricos julga justa a redução do ICMS para os genéricos, pois beneficia todos os consumidores do estado, sobretudo os portadores de doenças crônicas. “Eles constituem um público de extrema importância para o setor. Conseguem de forma regular e periódica, por meio dos genéricos, ter acesso a medicamentos mais baratos, mas ao mesmo tempo com qualidade, segurança e eficácia comprovadas”, afirma Telma. Apesar de os genéricos serem líderes do mercado em algumas classes terapêuticas destinadas ao controle de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol, a redução da alíquota de ICMS beneficia a população brasileira. “Hoje, a categoria está presente em todas as classes sociais e em todas as regiões do País. Temos uma forte concentração no sul e sudeste, que é natural por serem áreas em que há maior concentração de população e de renda”, detalha Telma. A presença da categoria entre a população brasileira se deve ao fato de que existem genéricos para apro20 Especial Genéricos MAIO 2016

ximadamente 90% das doenças que mais acometem a população. No entanto, ainda há muitos tratamentos conduzidos com produtos que não têm genéricos disponíveis, por isso Telma espera que a redução do ICMS em um estado representativo como São Paulo seja a indicação de futuras revisões da carga tributária sobre os medicamentos como um todo. “Seria benéfico para a população, tendo em vista que ainda existem muitos pacientes que utilizam medicamentos sem versões genéricas, portanto, sem opções mais baratas e acessíveis”, conclui. Além de prejuízos ao consumidor, o diretor-geral da Sandoz Brasil, André Brázay, lembra que o regime tributário brasileiro é danoso à cadeia farmacêutica. “A complexidade tributária e a diferença de tributos entre estados criam situações anômalas que prejudicam o livre mercado e acabam por dificultar o acesso de pacientes.” O grande entrave para que ocorra a redução da carga tributária sobre os medicamentos no Brasil é o medo que o governo tem de perder a verba obtida por meio da arrecadação de impostos. Para o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, está é uma visão pequena e de curto prazo. “O governo pode perder de um lado, mas sabemos que uma pessoa tratada de maneira eficaz gera menos custos com internação. Sai muito mais barato prevenir e tratar do que curar quando já se está doente.”



Ponto de Venda

PRECIFICAÇÃO CORRETA

Os genéricos já são vendidos a um valor 35% mais barato que os produtos de referência, ainda assim a concorrência de mercado obriga o varejista a conceder descontos. É preciso ter cuidado para que as ofertas não gerem prejuízo

C

Com o aumento de renda alcançado nos últimos anos, a classe C já responde por 71% do consumo do País. São milhões de brasileiros com poder de compra real, ávidos por adquirir produtos que antes não cabiam no orçamento. No entanto, a maior possibilidade de compra não diminuiu o interesse em obter o menor preço. Pelo contrário, com a chegada da crise econômica, a busca pelas melhores ofertas cresceu ainda mais. Uma pesquisa da agência de publicidade nova/sb, realizada com seis mil pessoas ao redor do País, aponta

22 Especial Genéricos MAIO 2016

que 77% dos entrevistados pretendem mudar a conduta em virtude do momento econômico. Para economizar, 53% fazem listas, 41% pedem desconto ou negociam condições de pagamento, 39% consultam sites comparadores de preços e 39% fazem “compras de mês”. Comportamento semelhante foi apontado por um relatório do Instituto Euromonitor, que mostra que o consumidor está disposto a ir mais longe por um bom desconto. Apesar de lidar com produtos de saúde, farmácias são comércio, logo, também devem estar atentas às Imagem Shutterstock


mudanças de comportamento da população. Por isso, o preço baixo costuma ser o atrativo da maioria das lojas, independentemente do tamanho ou da região em que atuam. A grande diferença entre farmácias e varejo em geral é que os medicamentos têm preços regulados, o que exige maior atenção no momento de conceder descontos. No caso dos genéricos, a lei determina que os produtos sejam, pelo menos, 35% mais baratos que os itens de referência. Ainda assim, o consumidor e a alta concorrência demandam por mais descontos. Diante desse cenário, o varejista precisa traçar estratégias corretas, que permitam oferecer um preço competitivo, mas sem gerar prejuízos ao ponto de venda. Nessa corda bamba, alguns erros são cometidos com frequência. De acordo com a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, os varejistas tendem a trocar de fornecedores constantemente, em busca de algumas ofertas com preço baixo, mas acabam não tendo vantagem alguma nos demais produtos. “Isso espanta o cliente que vem em busca de um produto que, a cada mês, se apresenta com um preço diferente”, aponta. Os equívocos de precificação ocorrem porque lojas de pequeno e médio portes tentam superar os preços fornecidos pelas grandes redes a qualquer custo. O consultor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Marcelo Cristian Ribeiro, aponta as consequências desse comportamento. “O varejista acaba por colocar um preço muito abaixo que o de mercado, sacrificando a rentabilidade geral. Outras vezes, comunica o preço, mas não tem o medicamento disponível, pois falta poder de negociação em volume.”

O CAMINHO DO PREÇO IDEAL Quando os genéricos foram lançados no Brasil, em 1999, a resistência ao produto foi enorme. Muitos varejistas acreditavam ser impossível obter lucro ao vender um produto com custo 35% mais baixo. Hoje, quem trabalha bem a categoria sabe que as vantagens são muitas, a começar pela relação indústria-varejo. Mesmo diante da pressão da concorrência, os especialistas em varejo garantem que é possível ser competitivo, sem sacrificar a rentabilidade da farmácia. “O percentual de desconto nos genéricos é bem maior no preço fábrica. Enquanto nos medicamentos de referência, a indústria costuma conceder descontos de 7% a 11%; nos genéricos, o fabricante disponibiliza uma condição comercial de 60% a 70% de desconto”, destaca o coordenador de treinamento do Laboratório Teuto, Claudio Louzada. Vale lembrar que boas condições de preço são concedidas quando há uma relação de fidelidade e confiança

A MAIOR POSSIBILIDADE DE COMPRA NÃO DIMINUIU O INTERESSE EM OBTER O MENOR PREÇO. PELO CONTRÁRIO, COM A CHEGADA DA CRISE ECONÔMICA, A BUSCA PELAS MELHORES OFERTAS CRESCEU AINDA MAIS entre o varejista e o fabricante ou distribuidor. Por isso, Silvia Osso destaca novamente a importância da escolha do fornecedor da farmácia. “É preciso ter ótimos parceiros, que permitam trabalhar com margens interessantes. O fundamental é não sair fazendo ‘leilão nas compras e nas vendas’ porque dessa forma sempre se sai perdendo.” Além de obter vantagem comercial com um fornecedor de confiança, estratégias de venda traçadas dentro do ponto de venda também são essenciais para garantir uma precificação competitiva e ao mesmo tempo vantajosa. No curso de capacitação que oferece a varejistas de todo o País, o laboratório Teuto utiliza cases de mercado para mostrar a importância de se ter margens de desconto diferenciadas, de acordo com o tipo de mercadoria vendida. “É preciso buscar uma política de preço mais competitiva na qual a percepção do valor do produto seja maior. Por exemplo, quando se trata de medicamentos de uso contínuo, o cliente sabe de cabeça quanto custa. Nesse caso, é importante que o desconto seja mais agressivo”, aconselha Louzada. “Por outro lado, quando se trata de um antibiótico de uso muito específico, pode ser dado um desconto menor.” O segredo da rentabilidade está em estabelecer uma média ponderada na hora de definir a precificação da farmácia. Na prática, é preciso despertar a percepção dos clientes em relação às vantagens dos genéricos. “Em produtos que o consumidor adquire de forma continuada, cujo gasto já está inserido no orçamento mensal da família, é fundamental que o varejista seja competitivo.” Com maior desconto nos produtos certos, a chance de conseguir a fidelização do cliente aumenta muito mais. “Com um atrativo para voltar, o consumidor vai à loja com muito mais frequência e acaba levando outros medicamentos, além de produtos de higiene e beleza, que costumam trazer muita rentabilidade ao varejista”, orienta Louzada.

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Atendimento

ESCOLHA CLARA Mesmo após 17 anos de circulação no mercado brasileiro, muitos consumidores ainda têm dúvidas em relação à eficácia e segurança dos genéricos. Farmacêuticos e balconistas devem ajudar na divulgação e no esclarecimento de informações

24 Especial Genéricos MAIO 2016

Imagens Shutterstock


H

Hoje, os genéricos são líderes de venda no mercado brasileiro. Mesmo diante da crise econômica que apertou o bolso do consumidor, os números só tendem a crescer e essa classe medicamentosa passa a ser a primeira opção de consumo da população. No entanto, nem sempre foi assim. Quando lançados, no ano de 1999, a então nova categoria foi recebida com preconceito e desconfiança de todos os lados – consumidores, varejistas e profissionais de saúde. Aos poucos as barreiras foram sendo ultrapassadas. Os empresários do varejo farmacêutico descobriram que era possível obter rentabilidade, apesar do custo reduzido do produto. Médicos passaram a acreditar na segurança dos medicamentos à medida que as exigências de comprovação da eficácia e segurança foram aumentando. A quantidade de unidades vendidas demonstra que o consumidor também se rendeu às atratividades dos genéricos, no entanto, há ainda muitas dúvidas que permeiam a cabeça deles. Prova disso é que o consumo de genéricos no Brasil, apesar de crescente, ainda é muito mais baixo que o de outros mercados mais maduros. “Na Alemanha, por exemplo, mais de 60% dos medicamentos consumidos no país são da categoria de genéricos. No Brasil, estamos chegando a 30%, o que mostra que há espaço para desenvolvimento e, com isso, consequente ampliação de acesso”, exemplifica o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Apesar da imensa fatia de mercado a ser explorada, o avanço dos genéricos no Brasil segue a passos lentos. Nos últimos três anos, o volume de unidades vendidas avançou apenas 2%, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). Mas, afinal, o que impede que um medicamento eficaz e mais barato conquiste de vez o consumidor? Segundo o coordenador de treinamento do Laboratório Teuto, Claudio Louzada, falta informação não só ao consumidor, mas também aos balconistas das farmácias, responsáveis por boa parte do atendimento e dispensação de medicamentos. “A grande dúvida é: como o genérico consegue ser tão mais barato? Se a pessoa no balcão hesitar em responder, a credibilidade do fármaco fica comprometida e o consumidor, consequentemente, desconfia da qualidade do medicamento”, exemplifica Louzada. “É preciso apoderar quem está no balcão para que ele saiba argumentar de forma clara e simples.”

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS Para o consumidor, um produto ser vendido 35% mais barato que outro com a mesma finalidade pode parecer confuso e indicar falta de qualidade. No entanto,

a explicação para tal valor é simples e deve ser dada pelo farmacêutico e balconista sempre que surgir um questionamento por parte do paciente. Todo medicamento genérico é “cópia” de um medicamento de referência, denominação dada a uma droga inovadora, fruto de descobertas científicas decorrentes de investimento financeiro elevadíssimo. “Os laboratórios investem anos em substâncias e testes para descobrir novos medicamentos que atuem de maneira segura e eficiente sobre um determinado sintoma ou doença”, explica a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti Depois de descoberto um novo medicamento, o produto passa por comprovação científica e aprovação regulatória. Comprovada a eficácia e segurança, o laboratório fabricante ganha o direito à patente, ou seja, é autorizado a atribuir uma marca e explorar o novo medicamento comercialmente com exclusividade. O montante de investimento e a inexistência de produtos concorrentes fazem com que o preço final dos medicamentos de referência seja mais alto. Após determinado período, que varia de acordo com a utilidade do medicamento, o laboratório fabricante do produto inovador perde a patente e a molécula pode ser comercializada por qualquer indústria interessada. Assim, surgem os genéricos e os similares (também cópias, mas possuem direito a uso de marca comercial). Como se trata de cópias de produtos já existentes, os fabricantes não precisam investir altas cifras em desenvolvimento e pesquisa, por isso essas categorias apresentam custo menor ao consumidor. Não há milagre nem ilegalidade nos preços mais baixos dos genéricos. A desinformação é que leva à desconfiança. “É interessante observar que ocorreu uma corruptela do termo ‘genérico’. As pessoas o utilizam para falar de produtos falsificados e, portanto, ilegais, o que é um enorme erro. Produto ilegal não pode ser qualificado com genérico. Medicamento genérico é um produto legal e deverá ser produzido conforme a legislação do segmento”, ratifica.

SEGURANÇA E EFICÁCIA A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui uma legislação específica para assegurar a eficácia, qualidade e segurança dos genéricos. Para que seja concedido o registro do medicamento, há obrigatoriedade de apresentação dos estudos de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica. A bioequivalência consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma far-

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Atendimento sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. A Anvisa analisa todas as informações necessárias para emitir a autorização de comercialização dos medicamentos antes que eles cheguem às prateleiras. Somente depois que os estudos de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade tenham sido apresentados, analisados e aprovados, o medicamento torna-se intercambiável, ou seja, a legislação permite que seja substituto legal de produtos de referência, mediante a concordância do usuário. “Em algumas situações, o prescritor não autoriza a intercambialidade e, nesse caso, o farmacêutico não poderá realizar a substituição de medicamentos, mesmo que o usuário queira”, lembra Maria Aparecida.

CUIDADOS NA DISPENSAÇÃO

macêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. Já a biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de 26 Especial Genéricos MAIO 2016

A legislação atual permite que o farmacêutico informe ao usuário do medicamento a possibilidade da troca do medicamento de referência pelo medicamento genérico ou similar, que apresenta preço mais baixo. No entanto, é preciso seguir diretrizes éticas para que a intercambialidade ocorra de maneira legal. A Lei nº 13.021/14 estabelece que farmácias/drogarias são estabelecimentos de saúde. O farmacêutico ou balconista não pode “empurrar” a compra de nenhum medicamento ou qualquer produto disponibilizado no estabelecimento. “A forma correta é oferecer a opção para o cliente, informando que há o genérico com qualidade e bom preço, e deixar o cliente escolher. Se houver mais de um parceiro comercial que venda o mesmo medicamento, deve-se mostrar todas as opções e deixar o cliente tomar a decisão. Nunca se deve dar opinião. Deve-se dar orientação e mostrar os preços e produtos que mais vendem, etc. A escolha é do cliente, já que todos os medicamentos à venda na farmácia são confiáveis”, orienta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Caso haja atividade ilegal na dispensação de medicamentos, a legislação prevê punições. No caso do balconista, por exemplo, caberá a aplicação de sanções disciplinares conforme estabelecido pela política da empresa. O balconista deve atuar diretamente sob a supervisão do farmacêutico, que, por sua vez, precisa seguir as diretrizes do Código de Ética da Profissão Farmacêutica. “A ética profissional envolve um conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta. Como profissional da saúde, o farmacêutico precisa executar todas as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, a fim de contribuir para salvaguardar não apenas a saúde pública, mas também todas as ações de educação dirigidas à comunidade na promoção da saúde”, detalha Maria Aparecida.



Institucional

GENÉRICOS DA EMS

SÃO SINÔNIMOS DE TRADIÇÃO E PIONEIRISMO Inovação, que permeia todas as áreas de atuação do laboratório, também está presente no desenvolvimento e produção desses medicamentos

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A EMS, maior laboratório farmacêutico no Brasil, é líder isolada do segmento de genéricos desde junho de 2013. Em 2015, a unidade de genéricos da empresa cresceu 11% em faturamento em comparação com 2014, encerrando o ano como líder no segmento com 18% de market share em reais e em unidades. Para alcançar esses resultados, o laboratório, que possui o maior portfólio de genéricos do País com cerca de 500 apresentações de produtos, continua investindo em pesquisa e desenvolvimento, reforçando o histórico de contribuição para a expansão do acesso a

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medicamentos no Brasil. Mesmo diante de um cenário em que os blockbusters tendem a ser cada vez mais escassos, a meta da EMS é prosseguir na liderança desse segmento, principalmente lançando de maneira pioneira genéricos ainda inéditos – como em 2010, quando disponibilizou o primeiro genérico para disfunção erétil, repetindo depois o feito com a atorvastatina, a olanzapina e outras moléculas – e, além disso, ocupando fatias importantes de mercado com medicamentos genéricos de alta complexidade, de difícil desenvolvimento e produção.

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www.ems.com.br

Com mais de 50 anos de história, a EMS busca a manutenção da liderança em genéricos como parte de seu plano de crescimento, que visa, ainda, ao fortalecimento e à liderança em todas as áreas de atuação, incluindo medicamentos de prescrição, de marca, isentos de prescrição e hospitalares. Outras importantes frentes da empresa para se consolidar no setor incluem o investimento em inovação incremental, com o lançamento de produtos com tecnologias exclusivas, sem similares no mercado brasileiro. A inovação radical, com iniciativas e investimentos no mercado norte-americano, segue também como foco estratégico da EMS, que anunciou em 2013 a criação da empresa Brace Pharma nos Estados Unidos da América (EUA). Como uma das farmacêuticas nacionais acionistas da joint venture Bionovis, a EMS também investe decisivamente no segmento de medicamentos biotecnológicos, considerados o futuro da indústria farmacêutica. A EMS, que possui mais de 80 patentes pelo mundo, também é proprietária de mais de 400 registros de medicamentos no exterior, o que mostra a força do laboratório. Além disso, a empresa exporta produtos para mais de 40 países, inclusive Alemanha, Polônia e Inglaterra, que possui uma das legislações sanitárias mais rigorosas do mundo, reforçando o padrão de qualidade internacional adotado.

PERSPECTIVAS POSITIVAS Dando continuidade à tradição de estar sempre à frente do mercado, a unidade de genéricos da EMS trará grandes lançamentos em 2016, com aproximadamente dez moléculas já aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sete delas são inéditas, ou seja, a primeira versão genérica do medicamento após a expiração da patente. Alguns desses lançamentos de genéricos inéditos são o antidepressivo trazodona, o relaxante muscular lisina + ciclobenzaprina e os indicados para hipertensão anlodipino + losartana e lercanidipino. Também se destacam o micofenolato de sódio para combater a rejeição

de órgãos transplantados e a galantamina para tratar o mal de Alzheimer. Para fechar a lista, há a combinação de ezetimiba + sinvastatina, que combate o colesterol alto e deve ser a responsável por uma das maiores receitas desses novos genéricos em 2016, um mercado de aproximadamente R$ 150 milhões. Juntos, apenas esses lançamentos de novos genéricos, previstos para chegarem às farmácias nos próximos três meses, representam um mercado de, no mínimo, R$ 500 milhões em faturamento. Além dos inéditos, a EMS lançou no último mês de março a tadalafila, indicada para a disfunção erétil.

DIÁLOGO COM DIFERENTES PÚBLICOS Visando à prestação de serviços para os pontos de vendas de todo o País, a EMS, por meio de sua unidade de genéricos, também investe em ações que se tornaram referência no setor farmacêutico. O ACADEMS, projeto de consultoria e capacitação profissional em que consultores altamente qualificados realizam pessoalmente treinamentos com profissionais do setor – gestores e funcionários de farmácias – e consultoria a proprietários de drogarias, já capacitou mais de 54 mil participantes. Ainda com o intuito de promover a saúde e tornar cada vez mais acessível o medicamento genérico a todos os lugares do País, a unidade de genéricos da EMS está presente em 90% dos pontos de vendas espalhados pelo Brasil. Sempre atenta às necessidades de seu público consumidor, essa unidade também está presente nas redes sociais – Facebook, Twitter e YouTube –, além de possuir um site com informações sobre saúde. Como reconhecimento pelo trabalho realizado nos últimos anos, pelos inúmeros lançamentos de produtos e pela qualidade dos medicamentos, foi eleita em 2012, 2013 e 2014 campeã na categoria Genéricos do prêmio Parceiros do Ano, um ranking anual da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que evidencia o trabalho da indústria e do atacado em prol da constante melhoria de atendimento ao varejo farmacêutico.

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Institucional

NEO QUÍMICA:

A FORÇA DA HYPERMARCAS NO MERCADO DE GENÉRICOS Empresa se consolida como a segunda maior entre as farmacêuticas que atuam nesse segmento e deve enriquecer seu portfólio com importantes lançamentos ainda neste ano

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Por Kathlen Ramos

Fundada em 2001, a Hypermarcas é a campeã nacional de produtos farmacêuticos no Brasil e, em 2015, liderou o ranking do mercado por unidades, segundo dados do IMS Health. A companhia compete em todos os segmentos relevantes do setor, com posição de liderança em diversas categorias. No segmento de genéricos, por exemplo, a Hypermarcas possui a força da Neo Química, marca que contabiliza mais de 50 anos de tradição no mercado. Como resultado dessa trajetória, a marca se consolidou na segunda posição do mercado de

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institucionalneoquimica_282_08.indd 30

genéricos e detém o maior crescimento entre as dez maiores do setor. Nessas cinco décadas, a Neo Química desenvolveu um portfólio rico e importante para o mercado nacional. A marca já contabiliza mais de 120 moléculas e 190 apresentações de genéricos nas principais classes terapêuticas: cardiovascular, respiratória, Sistema Nervoso Central (SNC), medicamentos Over The Counter (OTC), oftálmicos, hormonais, etc. Especificamente no mercado de genéricos, a Neo Química mantém diversos produtos entre os mais vendidos nesse segmento, a

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www.neoquimica.com.br

exemplo da losartana potássica e do citrato de sildenafila. Entre outros, também são relevantes orlistate e naproxeno sódico.

CRESCIMENTO CONTÍNUO A Neo Química vem combinando expansão de portfólio com ganhos de distribuição, consolidando-se entre as principais do Brasil. Para 2016, estão previstos lançamentos importantes da marca, com destaque para a tadalafila (genérico do Cialis), medicamento dirigido ao tratamento da disfunção erétil que foi lançado em março deste ano. Isso mostra que a Neo Química segue crescendo e investindo, mesmo diante da instabilidade econômica e política vivida no Brasil. Segundo a Hypermarcas, a demanda no mercado farmacêutico se mostra resiliente, e seu crescimento tem pouca correlação com o desenvolvimento do País. Além disso, a demanda da Neo Química continua com crescimento superior ao ritmo do mercado. A situação econômica dos brasileiros, com renda mais reduzida, também faz o mercado de genéricos ganhar mais força, ao passo que esses medicamentos garantem tratamentos de qualidade, a um preço reduzido. A Hypermarcas considera que o genérico é opção de baixo desembolso para a população, que busca por mais economia, especialmente em momentos de crise. Assim, estruturalmente, o mercado de genéricos cresce acima da média do mercado farmacêutico como um todo. Para que as farmácias também acompanhem o bom desempenho do mercado de genéricos, um passo importante é o investimento na capacitação dos profissionais que atuam nesses estabelecimentos, para que estejam aptos a promover informações corretas e assertivas sobre os medicamentos genéricos. A

Hypermarcas aconselha sempre estarem preparados a repassar o conhecimento aos consumidores, bem como a oferecer um tratamento seguro a seus clientes, que desejam ter acesso a produtos confiáveis e de qualidade, com mais economia.

DIVERSOS ALICERCES Além do destaque da Neo Química no segmento de genéricos e similares, a Hypermarcas também acumula outras forças no mercado brasileiro, consolidando-se, por exemplo, como a primeira no mercado de OTC, com cerca de 15% de participação. Possui, ainda, liderança nos segmentos de antigripais, analgésicos, estomacais, entre outros. Suas marcas são tradicionais e estão presentes no mercado há vários anos. Em alguns casos, são ícones de categoria, tais como Benegrip, Engov, Rinosoro, Epocler, Estomazil, Atroveran, Alivium, Tamarine, dentre outras. Em produtos de prescrição médica, a empresa se destaca nas posições de liderança em várias classes terapêuticas, com a marca guarda-chuva MantecorpFarmasa, dedicada a esse mercado. Nesse segmento, possui um portfólio bem estabelecido, como Predsim, Celestamine, Maxsulid, Diprospan, Mioflex-A, Addera D3. Esse segmento é amparado por uma força de vendas e visitação médica de ampla cobertura. A fortaleza da Hypermarcas no mercado farmacêutico é estruturada por uma operação de larga escala e baixo custo, com uma das maiores fábricas de medicamentos do mundo. Além disso, possui distribuição bastante robusta, tanto no canal de redes de drogarias, como nas lojas tradicionais, acessadas por meio de uma gama abrangente de distribuidores. Para o sucesso dessa plataforma operacional, há muito investimento em marketing, somado a uma política agressiva de inovação, com lançamentos contínuos de novos produtos.

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SANDOZ: LÍDER GLOBAL EM MEDICAMENTOS GENÉRICOS E BIOSSIMILARES E REFERÊNCIA EM ACESSO À SAÚDE NO MUNDO TODO Além de deter um portfólio importantíssimo e reconhecido pela população mundial, a empresa contribui com a disseminação de conhecimento entre pacientes, farmacêuticos e classe médica, auxiliando no acesso à saúde, às informações e aos medicamentos de alta qualidade

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Por Kathlen Ramos

A Sandoz faz parte do Grupo Novartis, com a divisão de genéricos e biossimilares, e ocupa posição de liderança nos dois segmentos. Um dos grandes diferenciais da companhia é a produção de medicamentos seguindo as principais referências de qualidade internacional, o que inclui também medicamentos de alta complexidade, como oncológicos injetáveis, respiratórios e biossimilares. Sua rede de 45 fábricas abastece o mundo todo, atingindo cerca de 90% da população mundial, o que reforça sua posição estratégica em proporcionar o acesso a medicamentos de alta qualidade ao maior número de pessoas possível. No Brasil, a fábrica da Sandoz está instalada na cidade de Cambé (PR), é considerada um centro de excelência em orais sólidos e o único centro global de produção de hormônios da companhia no

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mundo. “Nossa fábrica do Brasil tem registrado recordes históricos de produção e embalagem desde 2012, o que significa que cada vez mais estamos conquistando a confiança de nossos parceiros e dos pacientes brasileiros em nossa marca e em nossos valores”, comemora o diretor-geral da Sandoz Brasil, André Brázay. No portfólio da Sandoz, um dos destaques é a linha de contraceptivos já que hoje a empresa detém o maior número de medicamentos genéricos com esse fim comercializados no Brasil, totalizando cinco moléculas. A empresa também detém medicamentos dirigidos a outros tratamentos de relevância no portfólio, a exemplo da Sinvastatina, para o controle do colesterol; Atenolol, para doenças cardiovasculares; importados como o Omnitrope, hormônio biológico (somatropina)

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esa ica,

www.sandoz.com.br

para tratamento do distúrbio do crescimento; e a linha oncológica, com medicamentos como Gemcit, Lectrum, Tamoxifeno e Bortezomibe, primeira versão genérica lançada no mercado. Além de toda essa gama de produtos e investimentos, ainda estão previstos, para este ano, lançamentos em todas as áreas terapêuticas nas quais a empresa atua, como cardiologia, sistema nervoso central, antibióticos, saúde feminina e masculina, e oncologia.

INOVAÇÃO E EXPERTISE QUE VÊM DE FORA O mercado de biossimilares ainda é algo recente em todo o mundo, mas visto com grande potencial no futuro, já que muitas moléculas biológicas terão suas patentes expiradas. Referência no desenvolvimento e produção desses medicamentos, a Sandoz é líder global nesse setor – com mais de 50% de market share e atua em conjunto com órgãos reguladores internacionais com o objetivo de garantir maior acessibilidade, qualidade e segurança aos pacientes. Como exemplo, a empresa lançou recentemente o primeiro medicamento biossimilar nos Estados Unidos da América (EUA) que irá facilitar o acesso para pacientes com diferentes necessidades, já que o preço do biossimilar pode ser cerca de 15% inferior ao do medicamento original. “Nessa área, estamos conduzindo um estudo clínico em Fase III com anticorpos monoclonais no Brasil. Para o paciente, o desenvolvimento localmente é uma oportunidade de obter um medicamento de qualidade a um valor reduzido, com a mesma eficácia e segurança de moléculas de referência”, destaca Brázay.

PARTICIPAÇÃO ATIVA NO MERCADO O mercado nacional de genéricos, assim como o de biossimilares, tem avançado nos últimos anos. Na visão de Brázay, ainda há um grande potencial de desenvolvimento e a empresa tem contribuído fortemente em fazer a diferença nesses segmentos. “Atuando globalmente em mercados mais maduros como EUA e Europa, a Sandoz busca aplicar essa expertise no cenário local de diferentes formas a fim de ampliar a participação desses medicamentos no dia a dia dos brasileiros”, afirma. Ele acrescenta que a empresa também faz isso por meio da participação em diversos fóruns, como os desenvolvidos

pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), além do acompanhamento de ações desenvolvidas por clientes e parceiros da área.

ALIADOS FUNDAMENTAIS A importância do profissional farmacêutico vai muito além do bom atendimento e das vendas. Esses profissionais são indispensáveis no incentivo à adesão ao tratamento, seguindo as devidas orientações médicas. “Eles são os últimos a terem contato com paciente na cadeia da saúde. Assim, muitas vezes, acabam sendo os responsáveis por dar a última orientação e tirar as dúvidas dos pacientes”, pondera. Há uma grande sinergia entre esses profissionais e a Sandoz para alcançar o mesmo propósito: oferecer a segurança e eficácia do tratamento. Segundo Brázay, a empresa desenvolve diversas ações capazes de auxiliá-los. “Proporcionamos, além de treinamentos presenciais, o portal do atendente, que oferece atualizações, tira dúvidas e capacita o profissional, buscando sempre o melhor atendimento ao consumidor final”, aponta. A companhia também oferece um curso de extensão em farmácia – em parceria com a Universidade Estadual de Londrina – e publicações para o balconista de farmácia, com temas que os auxiliam no atendimento. A Sandoz também desenvolve campanhas específicas de informação, a exemplo do guia para atendimento aos estrangeiros em farmácias e drogarias no período de Copa do Mundo no Brasil, cuja finalidade foi a de garantir o auxílio ao turista durante os jogos. O mesmo trabalho será desenvolvido para as Olimpíadas 2016. “Recentemente, lançamos a Caravana Sandoz, proposta que busca percorrer vários pontos do Brasil, levando novos conhecimentos às farmácias independentes por meio de treinamentos”, acrescenta. Além das farmácias, outros públicos podem contar com a disseminação de conhecimento propagada pela Sandoz, como médicos e pacientes. São provas desse esforço o Portal Cuidamos da Saúde (www.cuidamosdasaude.com.br), que aborda o uso responsável dos antibióticos, e a parceria com a Living TV, que leva conteúdo educativo sobre o conceito de medicamentos genéricos a mais de 116 consultórios e clínicas médicas.

2016 MAIO Especial Genéricos 33


Serviços

A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) http://portal.anvisa.gov.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS (PRÓGENÉRICOS) www.progenericos.org.br

D DATAFOLHA http://dafolha.folha.uol.com.br DESENVOLVA CONSULTORIA E TREINAMENTO www.desenvolvaconsultoria.com.br

E EMS www.ems.com.br

F FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO www.fcf.usp.br

I IMS HEALTH www.imshealth.com INTERFARMA www.interfarma.org.br

34 Especial Genéricos MAIO 2016

M MEDLEY www.medley.com.br

T TEUTO www.teuto.com.br

S SANDOZ www.sandoz.com.br SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA) www.sindusfarma.org.br

U UNIVERSIDADE DE GUARULHOS (UNG) www.ung.br UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) www5.usp.br



Tão importante quanto lembrar dessa data é comemorar nossa parceria.

20 de maio

Dia do Medicamento Genérico

1

Nos últimos 17 anos não foi só o mercado de genéricos que cresceu. Cresceu também a importância da nossa parceria. Medley, o genérico de confiança e escolha dos médicos1 e a marca que os farmacêuticos2 e consumidores3 mais confiam.

Medicamento Genérico – Lei 9.787/99. ©Medley 2016. ®Marca Registrada. GNRC ANÚNCIO DIA DO GENÉRICO - GUIA DA FARMÁCIA - 27/04/2016. Referências: 1) Pesquisa realizada com Instituto IBOPE Inteligência entre 1/10 e 10/11/2014 com 1.000 médicos, por telefone, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belém e Florianópolis. 2) Pesquisa realizada com Instituto IBOPE Inteligência entre 1/10 e 10/11/2014 com 1.000 farmacêuticos, por telefone, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belém e Florianópolis. 3) Revista Seleções “Marcas de Sucesso”, setembro/2015.

1001.3A_DIA_DO_GENÉRICO_2016_ANUNCIO_FARMA.indd 1

Medley: o genérico de confiança e escolha dos médicos.1

27/04/16 16:09


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