ano Xxii • nº 272 julho de 2015
Sistema predefinido
O projeto de rastreabilidade de medicamentos que está sendo implantado no Brasil é uma tendência mundial. Por meio dele, é possível acompanhar o produto desde a fábrica até o consumidor final
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EDITORIAL
Código transformador O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) – ou simplesmente sistema de rastreabilidade de medicamentos – tem por objetivo permitir o monitoramento dos medicamentos desde a produção até a dispensação nas farmácias. O modelo adotado pelo Brasil consiste na impressão de um código bidimensional, similar ao de barras, mas com mais informações, na embalagem do medicamento. Vinculado ao código está um número que identifica cada caixa, gerado por quem detém o registro deste número junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou seja, a fabricante ou importadora do medicamento. Há anos o setor discute qual o seria o melhor modelo para o Brasil, mas o fato é que não existe um modelo pronto a ser seguido, cada país deve encontrar seu próprio modelo, o que gera dúvidas, incertezas e, principalmente, pouco engajamento, ou melhor, ninguém quer pagar a conta que não é barata. Alguns laboratórios saíram à frente e já trabalham com seus projetos-pilotos. A Agência estima que a informalidade no setor de medicamentos no Brasil atinja a cifra de 30% do mercado
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) EDITORA-ASSISTENTE Flávia Corbó ESTAGIÁRIA DE REDAÇÃO Carine Pessoas EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
O modelo adotado pelo Brasil consiste na impressão de um código bidimensional, similar ao de barras, mas com mais informações, na embalagem do medicamento
Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Antônio Gambeta e Kátia Garcia
COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Claudia Manzzano, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio, Nayara Figueiredo, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha, Tatiana Ferrador e Vivian Lourenço Colunistas Cassia Verginia de Resende, Fabiana Sanchez, Gustavo Semblano, Marcelo Cristian Ribeiro, Silvia Osso e Tatiana Ferrara Barros
MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira
IMPRESSÃO Abril Gráfica
ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto
CAPA Shutterstock
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães e Noemy Rodrigues
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nacional. Enquadram-se nessa categoria os medicamentos falsificados, adulterados, sem registro no órgão sanitário, de origem desconhecida (fruto de roubo de carga, por exemplo), comercializados sem o recolhimento de tributos ou em desacordo com as exigências legais, inclusive de retenção de receita. A urgência da implantação do sistema é nítida, quanto a isso não há dúvidas, já que falsificações seriam evitadas e haveria uma garantia na transparência no recolhimento de impostos, entre outros benefícios para a sociedade. Acompanhe a reportagem de capa na íntegra e veja os rumos das discussões bem como os prazos predefinidos. Veja ainda de que forma o consumo desenfreado de medicamentos pode causar danos irreversíveis à saúde. A população tem o costume de se automedicar, não respeitar o tempo correto dos tratamentos e, ainda, tomar doses erradas. Dessa forma, o receituário e a dispensação são peças fundamentais para a segurança sanitária.
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.
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SUMÁRIO
E MAIS 8 > GUIA ON-LINE 12 > ENTREVISTA 20 > ANTENA LIGADA
#272 JULHO 2015
28 > ATUALIZANDO 36 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 62 > PONTO DE VENDA 82 > CONSUMO 92 > INVESTIMENTO 106 > GESTÃO 116 >
VIRTUAL
ESPECIAL SAÚDE
116 42 > CENÁRIO As grandes redes apostam na ampliação do número de lojas para manter o desempenho do segmento farmacêutico acima da média da economia
54 > MERCADO Ajuste fiscal promovido pelo governo gera temores sobre possíveis cortes no programa “Aqui tem Farmácia Popular”
122 > GARGANTA E OUVIDO 130 > DOR CRÔNICA 138 > ROTAVÍRUS 142 > APARELHO GASTROINTESTINAL
148 > ALTERNATIVA 154 > CATEGORIA 162 > CABELOS 168 > SAZONAL 172 > LAYOUT 176 > EVENTO 182 > SEMPRE EM DIA 186 > SERVIÇOS
CAPA
70 > DEBATE Às vésperas da data final para implantação do sistema de rastreabilidade de medicamentos, parte do mercado pede a prorrogação do prazo
ARTIGOS 40 > VAREJO Silvia Osso
96 > OPORTUNIDADE Pela variedade de sortimento e flexibilidade de precificação, produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos ganham cada vez mais espaço nas farmácias
50 > CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano 52
> TREINA PDV FARMA
60 > CORPORATIVO
110 > RECURSOS HUMANOS Com os smartphones cada vez mais inseridos no cotidiano, os gestores precisam saber orientar a respeito do uso dos aparelhos móveis durante o expediente 6
Tatiana Ferrara Barros Cassia Verginia de Resende
80 > OPERAÇÃO Fabiana Sanchez 90
> CARREIRA
Marcelo Cristian Ribeiro
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guia on-line www.guiadafarmacia .com.br Informações exclusivas na internet AL
E CO N TEÚDO
Este selo nos artigos da revista indica conteúdo extra. Acesse o Portal e confira
XT T RA NO POR
Acesse o Portal e confira as informações complementares do conteúdo editorial da revista, além de textos exclusivos a cada edição.
conteúdo extra no portal (a partir do dia 15 de cada mês) Cuidado dobrado Com sistema imunológico mais frágil, as crianças são vítimas fáceis de algumas doenças de alta predominância na população.
Exposição adequada Além da dispensação responsável, a venda de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) precisa estar associada a uma boa exposição dentro da farmácia. 8
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Exemplos estrangeiros A rastreabilidade de medicamentos é assunto novo por aqui, mas já é aplicada há alguns anos em muitos países. Confira os exemplos. fotos: shutterstock
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o que rol a na s redes sociais
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Quando e como utilizar o antibiótico?
sua opinião é muito imp ortante par a nós Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
Conteúdo educativo
Muito bom! Precisamos aprender sempre. Márcia Maciel Antunes, em resposta à nota Conheça oito erros mais frequentes ao tentar fidelizar clientes, publicada no dia 12 de junho no Facebook do Guia da Farmácia
Pesquisa em curso
Uso indiscriminado de anticoncepcionais pode trazer riscos à saúde
Pontos de venda multivitaminados
Victosa está sendo estudado para o tratamento da esteatose hepática. Rodrigo Alencar, em resposta à nota Saiba mais sobre esteatose hepática, publicada no dia 18 de maio no Facebook do Guia da Farmácia
Crítica às redes
Só no faturamento… pagar feriado, entre outros... nada. Augusto Pires Jr., em resposta à nota Ranking de redes farmacêuticas em maior faturamento e número de lojas, publicada no dia 13 de junho no Facebook do Guia da Farmácia
Pergunte e nós responderemos!
Oito pessoas morrem de asma por dia no Brasil
Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 36.
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Entrevista - Eyeforpharma
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Setor farmacêutico
sustentável
Assim como toda empresa privada, a eyeforpharma visa o lucro, mas garante que a grande missão da companhia é transformar a indústria farmacêutica em uma força positiva na assistência à saúde
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P o r L í g i a Fav o r e t t o
A eyeforpharma foi criada com a intenção de ser um ponto central em que executivos da indústria farmacêutica de nível sênior, grupos de pacientes e outros especialistas pudessem compartilhar ideias e manter informações sobre as tendências e práticas na indústria farmacêutica. Para tal, a empresa realiza eventos e publica relatórios e outros materiais especializados com informações e comentários de alto valor. Um dos maiores trunfos da companhia é a capacidade de reunir informações obtidas diretamente junto aos executivos, ao invés de recorrer a consultores e fornecedores, que já são fonte de informação da maioria das publicações especializadas no setor. A partir das discussões e compartilhamento de dados exclusivos, a eyeforpharma espera facilitar mudanças positivas, permitindo que o diálogo traga benefícios à indústria. Desde outubro de 2014, o responsável pelo desempenho global da empresa é o sueco Magnus Franzén, que ocupa, atualmente, o cargo de head analyst do eyeforpharma. O papel principal do executivo, que fala português já com boa fluência, é liderar e planejar o material de inteligência de mercado, por meio de pesquisas contínuas e atuação junto aos formadores de opinião da indústria farmacêutica, governos, profissionais de saúde e demais stakeholders. Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela algumas peculiaridades da saúde no Brasil em comparação a outros países.
Guia da Farmácia • Qual a importância do Brasil para a eyeforpharma? Magnus Franzén • O Brasil é de grande interesse para a eyeforpharma. A América Latina, em geral, possui um enorme potencial para nós, e percebemos que podemos fazer uma diferença real com nossos eventos. Queremos que eles se tornem pontos de encontro ainda mais importantes para a região. Por exemplo, embora altamente dependente do contexto nacional, há um grande potencial para intercâmbio de ideias e aprendizados com relação ao acesso ao mercado nos países. Guia • Quantos eventos são realizados anualmente no mundo todo e no Brasil? Franzén • A eyeforpharma organiza cerca de 30 conferências por ano em todos os cantos do mundo: Europa, Estados Unidos, Japão, África do Sul, Austrália e, claro, na América Latina (Brasil, Colômbia, Argentina e México) e nosso evento regional em Miami. No Brasil, temos apenas um evento até agora, mas esperamos expandir e, no próximo ano, organizar eventos relacionados a marketing digital, marketing multicanal e estudos clínicos. Outras áreas a que visamos são a cadeia de suprimento e distribuição, a biotecnologia e o desenvolvimento empresarial. Guia • A pauta das apresentações no Brasil se diferencia muito da dos Estados Unidos, por exemplo? Por quê? Franzén • O acesso ao mercado constitui sempre uma questão muito local, dependente da composição do sistema de saúde, regulamentações e instituições nacionais. Portanto, sob esse aspecto, os programas 2015 julho guia da farmácia
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ENTREVISTA - EYEFORPHARMA
são muito diversos. Entretanto, os desafios subjacentes são, na verdade, bastante similares. Não é apenas no Brasil que os sistemas de saúde estão lutando contra altos custos e uma população de pacientes que cada vez necessitará de mais atendimento de saúde. Esta é uma questão global. Para um evento de acesso ao mercado na Europa, os tópicos gerais ainda são como fornecer valor aos pagantes, como assegurar a sustentabilidade tanto em termos empresariais como de sistema e como interagir com eles e superar o fardo de má reputação do setor farmacêutico. Guia • Quais são os temas de maior repercussão hoje sobre a saúde no mundo? Franzén • Em minha opinião, os tópicos dominantes em todo o mundo são, como alcançar a sustentabilidade nos sistemas de saúde, desacelerar custos, reduzir desperdícios e, ao mesmo tempo, atender às necessidades de uma população cada vez mais velha e com mais doenças crônicas. Embora existam diversas soluções tecnológicas muito interessantes chegando ao mercado com rapidez crescente, o projeto e a modificação de processos serão fatores cruciais para qualquer solução, e eu acho que isto está cada vez mais claro para todos. Isso é muito importante para o setor farmacêutico, já que, em última análise, forçará as empresas a buscar novas maneiras de conduzir seus negócios. Guia • Como você avalia o sistema de saúde público e privado no Brasil? Franzén • Normalmente, deixo essa avaliação para os especialistas. O que percebo, como estrangeiro, é a situação muito lastimável e antagônica entre o setor e o governo. Os desafios são tão impressionantes que só podem ser tratados em conjunto. O setor tem uma grande responsabilidade de constituir uma força mais positiva na saúde no Brasil. Isso significará inevitavelmente decisões que não façam necessariamente sentido comercial no curto prazo. Significará também compreender e ter empatia com a situação do cliente. Os recursos são escassos, e será necessário encontrar uma maneira de oferecer soluções que correspondam à realidade. Certamente, o governo pode ser mais acessível. Por exemplo, para a conferência, eu propus um tópico sobre judicialização e como diferentes atores do sistema poderiam cooperar para assegurar que as decisões do judiciário sejam fundamentadas o máximo possível em melhores informações. 16
“SE A SITUAÇÃO DE JUDICIALIZAÇÃO NÃO PODE SER RESOLVIDA FACILMENTE, AS PARTES ENVOLVIDAS PRECISAM UNIR-SE PARA ENCONTRAR UMA MANEIRA DE TORNÁ-LA MENOS PREJUDICIAL PARA O SISTEMA. ISSO DEIXARIA MAIS DINHEIRO DISPONÍVEL PARA GASTAR EM OUTRAS COISAS“ Em uma conversa com uma pessoa de alto cargo no Ministério da Saúde, ela sentiu que a judicialização era uma situação perversa e que, em hipótese alguma, deveríamos discutir como auxiliar o Judiciário a tomar decisões bem fundamentadas em informações, para começo de conversa, essa pessoa não deveria tomar decisões. O que é verdade. O problema é que a judicialização é uma realidade, e isso não vai mudar amanhã nem na próxima semana. É uma realidade com a qual temos de conviver. Então, por que não fazê-lo da melhor maneira possível? Dito isso, em nossa conferência e também ao falar com diversas pessoas, há algumas importantes forças positivas, pessoas com missão e compreensão da importância da cooperação, no Brasil, no setor, no governo e no sistema privado de saúde. Forças que, tenho certeza, nos próximos anos, desempenharão um papel importante com relação à assistência à saúde no País. Guia • Quais foram os resultados desse último evento no Brasil? Seus objetivos foram atingidos? Franzén • Considerando o feedback que recebi, a conferência foi um grande sucesso. Acredito que o programa, da mesma forma que os palestrantes, foi mais forte do que nunca. Utilizamos um novo formato para permitir a efetiva discussão detalhada dos tópicos, o que me parece ter sido muito produtivo. Em termos de nossos objetivos, eu esperava um pouco mais de inscrições, mas, considerando a situação econômica do Brasil, acho que foi muito bom.
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Guia • Como você determinou os assuntos que foram abordados no evento? Franzén • Fazemos muita pesquisa. Imediatamente após o evento do ano passado, comecei a conversar com as pessoas e, ao publicar o programa, já havia tido mais de 50 conversas. Geralmente, conversamos apenas com o setor, mas fizemos um esforço real para entrar em contato também com planos de saúde, seguros, representantes do setor público e o governo. Tudo isso não só para determinar os tópicos de interesse do ponto de vista do setor, mas do sistema de saúde como um todo. Guia • Nos Estados Unidos, 50% das mortes podem ser prevenidas. Alternativas de prevenção seriam o caminho para proporcionar longevidade e maior qualidade de vida à população? Franzén • Prevenção é um tópico muito interessante. Recentemente, a J&J, por exemplo, anunciou que a prevenção será um elemento fundamental de seu crescimento no longo prazo. Acho isso excelente. De fato, a prevenção é uma parte importante da resposta a muitos dos desafios mencionados anteriormente. E este é definitivamente o caminho que estamos seguindo. O que é complicado para o setor é compreender qual será seu papel e como ganhar dinheiro com isso. Do jeito que está atualmente, o negócio do setor farmacêutico são as pessoas doentes, não as saudáveis. A questão é que, se o setor farmacêutico não compreender isso, outros o farão. Não se surpreenda se o panorama da assistência à saúde e do setor farmacêutico se mostrar muito diferente em cinco, dez anos. Guia • Como melhorar o acesso da população à saúde? Franzén • Ah! Essa é a grande questão. Evidentemente, não há respostas curtas. Mas basicamente, do meu ponto de vista, trata-se de: 1) trabalhar com a prevenção para assegurar que, para começo de conversa, menos pessoas realmente necessitem de assistência à saúde (o que pressionará menos o sistema e, assim, melhorará o acesso); 2) trabalhar com processos e projetos para tratar do inacreditável desperdício no sistema; e 3) aproveitar a nova tecnologia, visando à prestação de assistência à saúde mais barata, mais eficiente, mais cuidadosa e mais segura a mais pessoas. Talvez seja menos claro onde o setor farmacêutico se encaixa nesse processo, e eu acho que muitas empresas terão de refletir muito sobre isso nos próximos
anos. Algumas já se encontram nesse caminho; outras ainda precisam encontrá-lo. Guia • No Brasil, os medicamentos que não são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são pagos, em sua totalidade, pela população. De que forma isso poderia ser melhorado? Franzén • Outra grande questão. Um grande mercado de despesas pequenas evidentemente não é interessante, mas infelizmente essa é a situação vigente em muitos países da América Latina. De certa forma, os pontos mencionados anteriormente sobre como ampliar o acesso também se aplicam aqui, pois se trata basicamente de liberação de mais recursos no sistema público (e privado) para cobertura de mais medicamentos. Além disso, se a situação de judicialização não pode ser resolvida facilmente, as partes envolvidas precisam unir-se para encontrar uma maneira de torná-la menos prejudicial para o sistema. Repetindo, isso deixaria mais dinheiro disponível para gastar em outras coisas. Guia • Você acredita que o futuro para o tratamento de doenças raras e incuráveis está nos medicamentos biológicos? As análises clínicas são o principal entrave hoje para que haja uma produção efetiva e novas descobertas para biológicos? Franzén • Sim e não. Certamente, no sentido de os biológicos (e biossimilares) estarem aí para ficar. Mas não no sentido de que os medicamentos biológicos começarão a se mesclar com a eletrônica e outras tecnologias e que, no futuro, veremos “medicamentos” que serão algo mais do que meramente biológicos. Da maneira como o diagnóstico, a medicina personalizada, a nanotecnologia, etc. estão avançando, nos próximos anos, estaremos vendo algumas coisas de ficção científica. Em termos das análises clínicas constituírem um entrave. No Brasil, certamente. Como a tendência é pesquisar e desenvolver medicamentos para populações de pacientes mais específicas (seja por doenças raras ou populações mais limitadas em uma indicação), o custo e a complexidade de experimentos e pesquisa aumentarão – esse é um desafio global. E considerando que o Brasil já está enfrentando sérios desafios nessa área, o futuro não parece muito promissor. Repetindo, cooperação e colaboração serão cruciais. As partes envolvidas precisam se unir e, assim, o setor alcançará a confiança para poder tomar parte. 2015 julho guia da farmácia
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ANTENA LIGADA
Investimentos precisos O desenvolvimento de pesquisas e lançamento de produtos prometem aquecer o mercado. Momento mantêm-se estável para a indústria, mas o consumidor está apreensivo Semestre positivo
As vendas dos distribuidores de medicamentos no Brasil subiram 19,35% no primeiro trimestre de 2015, ante o mesmo período do ano anterior, segundo dados do IMS Health, divulgados em maio último, pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan). De janeiro a março, o faturamento do setor alcançou R$ 3,12 bilhões. Considerando as vendas em volume, houve crescimento de 14,48% no mesmo período. Foram comercializadas ao todo 196,07 milhões de unidades nos três primeiros meses do ano. De acordo com a Abradilan, o crescimento obtido no primeiro trimestre do ano está em linha com as expectativas dos distribuidores associados da entidade. • www.imshealth.com • www.abradilan.com.br 20
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Investimento em fitoterápicos
Com a sanção do novo marco legal da biodiversidade nacional, as indústrias farmacêuticas vão investir pelo menos R$ 332 milhões em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos até 2016. A estimativa é da FarmaBrasil, entidade que representa diversos laboratórios, com base em seus associados. A mudança trará segurança jurídica no desenvolvimento de drogas feitas a partir de plantas medicinais encontradas no Brasil e mais rapidez para a liberação. A autorização para o início de pesquisas clínicas demora cerca de quatro anos. Com o novo marco, as empresas precisarão somente de um cadastro autodeclaratório. “Além das indústrias que interromperam o desenvolvimento de novas drogas, há também laboratórios que ainda não estão nesse mercado, mas que querem entrar”, afirma o presidente da entidade, Reginaldo Arcuri. • www.grupofarmabrasil.com.br fotos: shutterstock/divulgação
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Aprovação pública
A Drogaria São Paulo foi eleita por 29% dos paulistanos a melhor rede de farmácia em uma pesquisa realizada pelo Datafolha. A aprovação é maior entre os habitantes da região leste da cidade (37%). Cosméticos e itens de higiene e perfumaria respondem hoje por 25% a 35% das vendas do setor, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma-SP), Natanael Aguiar Costa. A ampliação de propósitos e atrativos reflete tendência de varejo nascida nos Estados Unidos: a das “drugstores”, mercados de medicamentos que focam não apenas em remediar, mas também em prevenir e embelezar. Segundo o consultor especialista no setor, Gilson Coelho, além de atender à procura dos clientes, pluralizar as opções de produtos mitiga o risco de queda na rentabilidade do negócio. • www.drogariasaopaulo.com.br • www.sincofarma.org.br • http://datafolha.folha.uol.com.br
Semana Mundial do Brincar
A Nebacetin e o Instituto Brincante comemoraram a Semana Mundial do Brincar reunindo especialistas para defender a importância do brincar no desenvolvimento integral da criança. O evento foi realizado no dia 28 de maio último, na Casa Tupiniquim, em São Paulo. A fundadora do Instituto Brincante, Roseane Almeida, abordou a importância do resgate da criança que existe dentro de todos nós, e a dermatologista integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology, Dra. Anelisa Lamberti, falou sobre os cuidados ao brincar. Desde 2014, Nebacetin tem patrocinado o curso de formação de jovens brincantes, do Instituto Brincante, com o objetivo de formar novos profissionais educadores, especializados no entretenimento lúdico. • http://www.nebacetin.com.br • http://www.inpi.gov.br
Queda de preços
Uma reviravolta na produção de medicamentos no País – que permite baratear o preço com a fabricação de genéricos – começa a ser provocada graças a decisões da Justiça. Por maioria de votos, desembargadores federais da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal aceitaram o pedido de redução do prazo de patentes feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A disputa entre laboratórios, centros de pesquisas multinacionais e o Inpi envolve 37 processos na Justiça Federal, com 240 patentes de 53 medicamentos. Destes, seis ações foram julgadas e ainda cabe recurso às cortes superiores. “O que houve é que erramos na hora de aplicar a legislação. Estávamos autorizando dez anos a partir da concessão, quando deveria ser 20 anos do pedido. Estamos corrigindo com as ações judiciais. Afinal, não podemos permitir o monopólio indevido de medicamentos diante do enorme interesse público na questão”, justificou o procurador do Inpi, Mauro Maia. • www.inpi.gov.br 2 0 1 5 j u lh o g u i a d a f a r m á c i a
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Medicamento biossimilar
A empresa farmacêutica Hospira deve comercializar no Brasil, ainda neste ano, o Remsima®, um medicamento biossimilar indicado para doenças, como artrite reumatoide, psoríase e enfermidades inflamatórias intestinais. No nicho de medicamentos biológicos em que o Remsima® vai entrar, os gastos anuais estão na casa de R$ 1,3 bilhão. Os biossimilares costumam ser mais baratos do que os medicamentos biológicos de referência. A presença dessa categoria no mercado brasileiro deverá aumentar o acesso a produtos biológicos e reduzir as despesas com saúde, diz o vice-presidente sênior e diretor comercial da Hospira, Richard Davies. Os medicamentos biológicos, derivados da biotecnologia, são fabricados por biossíntese em células vivas, sendo a principal fonte de inovação da indústria farmacêutica, segundo informações da Interfarma, a associação do setor. • www.hospira.com.br/pt/index
Sob nova direção
Curso grátis
Neste mês, a Contento Comunicação lança mais um curso rápido gratuito na plataforma on-line Treina PDV Farma. O novo curso mostra os objetivos e benefícios do Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, descreve o conteúdo deste material e ainda dá o passo a passo para a elaboração do Manual na farmácia. Além de ser totalmente gratuito, o curso pode ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar: basta fazer o cadastro no site www.treinapdvfarma.com. br. O Treina PDV Farma oferece diversos cursos on-line grátis e um programa de capacitação composto por 12 módulos, com ferramentas interativas, avaliações e certificados. O programa de capacitação requer o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custobenefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Já para acessar os cursos rápidos, não é necessário nenhum investimento: basta se cadastrar! Para conhecer e experimentar acesse: • www.treinapdvfarma.com.br • Informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento.com.br) ou ligue (11) 5082-2200 22
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A Servimed Comercial Ltda. anunciou que o executivo Juarez Alves de Carvalho junta-se ao corpo diretivo da empresa, assumindo a posição de diretor-geral. O novo CEO traz consigo uma sólida experiência de 23 anos em liderança e desenvolvimento de negócios, assumindo desafios e entregando resultados nas áreas de venda, marketing, logística, controladoria e em projetos de reestruturação em organizações de diversos ramos de atividade. Em sua trajetória profissional, Juarez marcou passagem na maior companhia de distribuição de bens de consumo no País. • www.servimed.com.br
Crescimento diminui
Considerado um mercado resiliente, o setor de medicamentos demorou a sentir os impactos da crise financeira do País. Seus efeitos, contudo, já deverão ser notados neste ano, segundo o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma-SP), Nelson Mussolini. Para este ano, Mussolini prevê um crescimento “magro”, entre 7,5% e 8,5%, acompanhando a inflação. O segmento registrou expansão acima de dois dígitos nos últimos cinco anos, segundo ele. No ano passado, a receita do setor foi de R$ 65,8 bilhões, aumento de 13,3% sobre 2013. No mesmo período, o faturamento das indústrias de genéricos foi de R$ 16,25 bilhões, crescimento de 18,5% sobre 2013. Segundo o executivo, o setor não tem conseguido repassar custos, que incluem os de mão de obra, por conta do dissídio da categoria, e não descarta que as indústrias possam demitir. • http://sindusfarma.org.br
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Doping em medicamentos
A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) aprovou, no início de junho passado, exigência da inclusão de advertência, na embalagem e na bula dos medicamentos, a respeito da existência de substâncias consideradas doping no esporte. A proposta (PL 714/07), do deputado Deley (PSC-RJ), visa prevenir o “doping” involuntário de atletas. O relator da proposta, deputado Walney Rocha (PTB-RJ), fez uma única alteração para que a advertência seja obrigatória também para casos em que os metabólitos, e não a substância original do medicamento, tornam positivo o exame antidoping. Metabólitos são substâncias derivadas de um medicamento após seu processamento pelo organismo, uma espécie de subproduto, mas que às vezes é a substância desejada num tratamento. • www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/ comissoes/comissoes-permanentes/cssf
Anticoncepcional masculino
Apesar de parecer uma realidade ainda distante, em poucos anos, os homens deverão ter à disposição um anticoncepcional masculino. O produto, que está em fase de testes, deverá chegar ao mercado em 2018. Desenvolvido pela Fundação Parsemus, dos Estados Unidos, o Vasalgel será aplicado por meio de injeção nos vasos deferentes (que ficam nos testículos e carregam os espermatozóides até a ejaculação), bloqueando a passagem das células reprodutivas masculinas. O produto não modifica a produção de hormônios masculinos. Para a reversão, é injetada outra substância que dilui a primeira e, em algumas semanas, o homem fica apto para ter filhos novamente. A diretora da fundação, Linda Brent, explicou que o produto não influencia na ejaculação e no orgasmo. “A substância bloqueia e filtra o esperma, permitindo que o sêmen seja liberado normalmente. A ejaculação continua da mesma maneira, mas sem esperma”, afirma. • www.parsemusfoundation.org/vasalgel-home
Medicamento indisponível
Por meio de nota, a Boehringer Ingelheim do Brasil, farmacêutica desenvolvedora do medicamento Berotec, informou sobre o desabastecimento temporário do produto, que acontece devido à escassez da sua matéria-prima, o bromidrato de fenoterol, que é importado. Ainda segundo a empresa, a expectativa é de que a substância esteja disponível na Alemanha ainda no primeiro semestre deste ano, e para produção no Brasil, no segundo semestre. Durante esse período, a farmacêutica recomendou que os pacientes em uso do medicamento entrem em contato com seus médicos, em caso de necessidade, para que eles possam avaliar a melhor alternativa terapêutica. • www.boehringer-ingelheim.com.br
Variação de preços
Pesquisa feita pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) mostra que o preço dos medicamentos varia até 976% na capital paulista. O levantamento foi feito em 15 drogarias distribuídas em cinco regiões do estado. Foram pesquisados os valores de 68 medicamentos, sendo 34 de marca e 34 genéricos. A supervisora da equipe de pesquisa do Procon-SP, Mônica Leotta, explica que, embora as diferenças impressionem, os valores estão dentro do estipulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que reajusta os preços anualmente. Ela destaca que essa diferença pode ser explicada pela política de descontos das farmácias. “O governo estabelece preço máximo de venda e as farmácias estão livres para dar os descontos que quiserem”, esclareceu. • http://www.procon.sp.gov.br • http://portal.anvisa.gov.br 2 0 1 5 j u lh o g u i a d a f a r m á c i a
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ANTENA LIGADA
De cara nova
Em 20 de abril, o site Ao Farmacêutico da Medley, foi reformulado para se tornar mais moderno, interativo e de fácil navegação. O novo site visa refletir proximidade, inovação, flexibilidade, dinamismo e comprometimento – atributos da relação da empresa com os farmacêuticos. Entre as funcionalidades do portal, estão as calculadoras de Índice de Massa Corporal (IMC) e gasto calórico, além da ferramenta “Assistência Farmacêutica” que possibilita cadastro de pacientes pelos farmacêuticos. Também é possível ler notícias do setor, acompanhar a agenda de eventos da área, fazer consultas sobre legislação e acompanhar o catálogo de medicamentos da Medley. Além do novo projeto gráfico, que está mais dinâmico, as informações e os acessos foram organizados para facilitar a navegação. “Com a revitalização, pretendemos tornar o site ainda mais atraente e interativo, além de aprimorarmos a parceria da Medley com os farmacêuticos, oferecendo conteúdos cada vez mais relevantes e interessantes para esse público”, conta a responsável pelo site, Fabiana Calvi Norder. • www.aofarmaceutico.com.br • www.medley.com.br/portal
Discussão pode ir à Justiça
A discussão entre o ex-diretor do Instituto Butantan, Isaias Raw, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre o tempo de espera para que fossem autorizados testes de uma vacina contra a dengue pode acabar na Justiça. O executivo acusou a Anvisa de ter atrasado, em 2012, a autorização para a segunda fase de testes da vacina. O ex-presidente da Agência, Dirceu Barbano, irá pedir que ele apresente provas sobre o caso. “É inaceitável. Isso não pode ficar dito por alguém sem que apresente evidências de que é verdade”, afirmou. Barbano, que comandou a Anvisa por quatro anos, período em que o pedido foi realizado, diz que a análise da vacina “sempre teve prioridade” e que a autorização para a segunda fase de testes demorou por dúvidas da equipe técnica quanto à segurança dos voluntários. Na época, foram feitas cinco exigências de documentos para que os testes do Instituto passassem à fase 2, momento em que a vacina passa a ser testada em humanos. • www.butantan.gov.br • http://portal.anvisa.gov.br 26
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Alta de consumo
O registro nacional de fornecimento de medicamentos controlados aos usuários saltou de pouco mais de 113 mil caixas, em 2009, para quase 295 mil no ano passado. O aumento foi de 161%. O estado de São Paulo responde pelo maior volume, mas Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo lideram o ranking quando se compara a quantidade de produtos fornecidos ao tamanho da população de cada uma dessas unidades federativas. Os dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram divulgados durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) no dia 20 de maio último. Com início de operação em 2009, o sistema integra on-line toda a rede de farmácias do País, inclusive as dos hospitais públicos e privados. • http://portal.anvisa.gov.br • http://sngpc.anvisa.gov.br
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Necessidades distintas
Para atender às exigências de consumidores adeptos ao estilo de vida saudável, farmácias e drogarias devem ficar atentas aos lançamentos e oferecer mix de produtos de qualidade Por Tassia Rocha
Biozinc Aché
Biozinc é um suplemento alimentar de zinco na forma de gliconato de zinco (2 mg/0,5 mL). O zinco influencia mais de 300 enzimas do corpo humano, é necessário para o crescimento e desenvolvimento do organismo, tem ação antioxidante, é fundamental para o sistema imunológico e é importante para a saúde intestinal. Atua ainda na integridade da mucosa do intestino (o que impede a entrada de micro-organismos), favorece a multiplicação e diferenciação das células intestinais, além de influenciar a regulação da perda de água pelas fezes. Biozinc é disponibilizado em solução oral sabor guaraná com 75 mL e acompanha seringa dosadora. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.ache.com.br 28
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NOVAFIBRA® Eurofarma
A Eurofarma, indústria farmacêutica presente no Brasil e em 14 países da América Latina, lança no Brasil NOVAFIBRA®, um mix de fibras composto por inulina, oligofrutose e polidextrose, fibras prebióticas solúveis, que estimulam o crescimento e/ou as atividades de micro-organismos que, além de auxiliarem no funcionamento do intestino, contribuem para outros benefícios à saúde, como: controle da glicemia, colesterol e controle no ganho de peso, além de reduzir o risco de diferentes tipos de câncer, doenças cardiovasculares e inflamações no intestino. Os efeitos são comprovados cientificamente. MS 4721600200018 ■■www.eurofarma.com.br fotos: divulgação
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Bio salgante Matrix Health
Para salgar alimentos em substituição ao sal de cozinha tradicional, livre dos problemas nocivos do sódio. O produto é um pó cristalino, microgranulado, homogêneo, sem odor e com sabor característico salgante. Não contém glúten. MS 6 2575 0085 001 0 (Anvisa) ■■www.biosalgante.com.br
CORENE 3 Baldacci
Os Laboratórios Baldacci, referência no segmento da cardiologia, posicionam CORENE 3 – um de seus mais recentes lançamentos – para o tratamento das hipertrigliceridemias. A concentração dos ácidos graxos n-3, EPA e DHA é diferenciada nesse lançamento – são 724 mg de EPA (ácido graxo eicosapentaenoico) e 482 mg de DHA (ácido graxo docosahexaenoico), uma concentração altíssima e essencial para que a redução de triglicérides seja atingida. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.lbaldacci.com.br
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Systane®
ORALHAIR®
A embalagem da lágrima artificial Systane® UL na versão de 15 mL foi atualizada com a inserção de uma tarja amarela na parte superior da embalagem. A alteração tem como objetivo destacar o conteúdo e ajudar o consumidor a diferenciar as duas apresentações do produto no ponto de venda, que podem ser de 10 mL ou 15 mL. O produto promove alívio imediato e prolongado por meio da formação de uma matriz protetora entre o HP Guar e o Borato, que mantém ativos os demulcentes Polietilenoglicol e Propilenoglicol, agindo por mais tempo sobre a superfície ocular. O Systane® UL é indicado para o alívio temporário do desconforto ocular, ressecamento, irritação, ardor, sensação de areia e corpo estranho, provocados por fatores ambientais, como poeira, fumaça, raios ultravioleta, calor seco (sauna), ar-condicionado, vento, cosméticos, exposição prolongada a computadores e/ou aparelhos de televisão. MS 80153480163 ■■www.br.alcon.com
ORALHAIR® é uma inovadora e exclusiva combinação de nutrientes fundamentais para o desenvolvimento capilar, estimulando sua síntese e reparando os danos sofridos pelos fios por deficiências da ação de agentes externos, promovendo o fortalecimento dos cabelos. Tem ação na queda e previne a quebra. Entrega resultados excepcionais na qualidade de vida de homens e mulheres que sofrem de perda de cabelo, de uma forma segura, ética e natural. Tem como apresentação caixa com 60 cápsulas e sua posologia são 2 cápsulas via oral, duas vezes ao dia após as refeições por pelo menos três meses. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.oralhair.com
Alcon
Cintrafloro
Baclofeno Teuto
HYTÓS® PLUS União Química
O sedativo da tosse com ação antialérgica, HYTÓS® PLUS, agora é um medicamento Over The Counter (OTC), isento de prescrição médica, e pode ser exposto ao consumidor em gôndolas. HYTÓS® PLUS possui em sua formulação exclusiva o cloridrato de clobutinol associado ao succinato de doxilamina, indicado para o tratamento da tosse seca, não produtiva e alérgica. MS 1.0497.0226. ■■www.uniaoquimica.com.br 30
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Baclofeno é um medicamento usado para reduzir e aliviar a rigidez excessiva e/ou espasmos nos músculos que podem ocorrer em várias condições, tais como a esclerose múltipla, doenças ou lesões na medula óssea e certas doenças cerebrais. Devido ao relaxamento do músculo e consequente alívio da dor, Baclofeno melhora a habilidade de se movimentar, torna mais fácil o gerenciamento das atividades diárias e facilita a fisioterapia. O produto é apresentado na forma de comprimidos de 10 mg em caixas contendo 20 comprimidos. Contraindicado a pacientes com conhecida hipersensibilidade ao baclofeno ou aos demais componentes da formulação. MS 1.0370.0613.001-6 ■■www.teuto.com.br
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Natazy DHA Cifarma
Kollangel FF
Natulab Laboratório Farmacêutico
Os exageros do dia a dia e os maus hábitos alimentares acabam ocasionando o surgimento de dores no estômago, azia e queimação, má digestão e náuseas. Para auxiliar no combate a esses sintomas, o Grupo Natulab acaba de lançar o antiácido efervescente Kollangel FF. O medicamento age reduzindo o excesso de ácido gástrico produzido pelo estômago por meio de uma reação química de neutralização, reduzindo assim a acidez estomacal. O produto, que está disponível na apresentação de caixa com 50 sachês, nos sabores laranja e abacaxi, possui absorção mais rápida, provocando um rápido alívio dos sintomas. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº199/2006. AFE Nº1.03.841-3 ■■www.natulab.com.br
Chega ao mercado Natazy DHA: DHA (ômega3) concentrado, enriquecido com vitaminas e minerais para gestantes. O DHA tem importante função na formação e no desenvolvimento do cérebro e da retina do bebê. Natazy DHA traz o diferencial do ômega 3 – DHA concentrado, uma tecnologia avançada para maximizar seus benefícios. Natazy DHA é apresentado em caixa com 30 cápsulas gelatinosas moles. Natazy DHA participa do desenvolvimento do bebê, da gestação à amamentação. MS 6.7198.0045.001-7 ■■www.cifarma.com.br
Para onde sua empresa está indo? A Desenvolva Consultoria e Treinamento é uma empresa especializada no varejo farmacêutico. Com consultores especializados, linguagem direcionada e experiência no setor, a Desenvolva oferece projetos de treinamento sob medida, focados no desenvolvimento do fator mais importante para o sucesso das empresas: as pessoas. Entre em contato, invista na equipe, otimize os lucros e dê um novo rumo para o sucesso da sua empresa!
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Nasaliv®
cloridrato de DULOXETINA
Nasaliv®foi eleito como medicamento de referência pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passando a integrar a lista de medicamentos de referência a partir do dia 5 de maio passado. NASALIV® é um analgésico e antitérmico de múltipla ação que atua na congestão nasal/coriza/febre e dores em geral nos casos de gripes e resfriados – comercializado em solução oral de 60 mL. MS 1.0497.1164. ■■www.uniaoquimica.com.br
A unidade Genéricos da maior farmacêutica do Brasil lança mais uma opção para o tratamento da depressão e dor. Chega ao mercado o Cloridrato de Duloxetina na forma de cápsulas com liberação retardada. O mais novo produto EMS Genéricos possui mecanismo de ação dual no bloqueio de receptação de serotonina e noradrenalina, além da molécula ser a única da classe dos medicamentos duais que tem aprovação em bula para o tratamento de dores crônicas. MS 1.0235.1088 ■■www.emsgenericos.com.br
União Química
EMS GENÉRICOS
Aciclovir Teuto
Nevralgex® Ice Gel e Nevralgex® 30 cprs grupo Cimed
O Grupo Cimed aumenta a família Nevralgex® com Ice Gel e 30 comprimidos. Com ação gelada e efeito refrescante devido à sua fórmula conter arnica, mentol e cânfora, o Ice Gel chega para o alívio e frescor de dores e contusões. Já a apresentação de 30 comprimidos segue como embalagem econômica para o mercado de analgésicos, com indicação para alívio da dor. MS 1.4381.0051.007-6 (Ice Gel) MS 25351.694681/2014-81 (30 comprimidos) ■■www.grupocimed.com.br 32
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O Laboratório Teuto, pioneiro na produção de medicamentos genéricos, disponibiliza mais um genérico ao mercado. A novidade é o medicamento genérico que possui o aciclovir como princípio ativo e está disponível na forma farmacêutica de comprimido, na concentração de 200 mg. O medicamento Aciclovir é indicado como antiviral muito ativo contra o vírus do Herpes simplex (HSV), tipos 1 e 2, vírus da Varicela zoster (VVZ), vírus Esptein Barr (VEB) e Citomegalovírus (CMV), bloqueando os mecanismos de multiplicação desses vírus. Porém é contraindicado a pacientes com conhecida hipersensibilidade ao aciclovir ou ao valaciclovir. MS 1.0370.0610.001-1 ■■www.teuto.com.br
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GLICELIVY ADULTO E INFANTIL NATULAB LABORATÓRIO FARMACÊUTICO
O Grupo Natulab lança no mercado os supositórios Glicelivy adulto e infantil, laxantes naturais indicados para o tratamento e/ou prevenção da constipação intestinal (prisão de ventre). Os produtos são utilizados para provocar a evacuação natural e suave das fezes. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº199/2006. AFE Nº1.03.841-3 ■■www.natulab.com.br
DROSPIRENONA + ETINILESTRADIOL EMS GENÉRICOS
A linha de contraceptivos EMS Genéricos acaba de ser ampliada e trazer uma nova opção ao mercado. A apresentação 3 + 0,02 mg com 24 comprimidos revestidos é a mais nova integrante de um dos maiores portfólios de genéricos do Brasil. Além da contracepção, a nova apresentação traz benefícios adicionais ao público feminino, como a melhora dos sintomas associados à retenção de líquido, como distensão abdominal (aumento do volume do abdômen), inchaço ou ganho de peso. Além disso, é utilizada também para o tratamento da acne vulgaris moderada (espinha). MS 1.0235.1105 ■■www.emsgenericos.com.br
do bem™ BARRINHA
do bem
Acaba de chegar ao mercado um lançamento que promete agradar em cheio aos adeptos de lanches saudáveis, a do bem™ barrinha. Seguindo o mesmo conceito que tornou a do bem™referência no mercado de bebidas, os snacks da marca contam com um mix de nuts com frutas de verdade, sem adição de açúcar, xarope de glicose, aromas ou conservantes. Com castanha-de-caju, castanha-dopará e amendoim, a do bem™ barrinha é um ótimo aliado na redução do colesterol ruim. “As oleaginosas presentes nas barrinhas também contêm minerais, como o zinco, que melhora o sistema de defesa do corpo; o potássio, que participa do processo de contração muscular; e o selênio, que é um poderoso antioxidante”, explica a nutricionista da Equilibrium Consultoria, Alessandra Godoy. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.dobem.com
SEPTAGEN® BALDACCI
O Baldacci posiciona Septagen®, um dos seus mais recentes lançamentos, no mercado de suplementação vitamínica com ênfase na melhor idade, ou seja, auxiliando no equilíbrio nutricional em todas as faixas etárias, mais especialmente nos indivíduos acima dos 50 anos. Septagen® apresenta uma formulação exclusiva e que supre 100% do Índice Diário Recomendado (IDR) em vitaminas essenciais. Além disso, diferenciais, como a ausência de açúcar e glúten, beneficiam o uso por diabéticos e por intolerantes ao glúten, além de ser o menor comprimido do mercado – o que facilita a deglutição pelo idoso. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.lbaldacci.com.br 2015 JULHO GUIA DA FARMÁCIA
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envie sua pergunta, nós respondemos!
Maria Aparecida Nicoletti Farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG)
Pergunta enviada por Roberto Carlos Filgueiras, gerente da Comercial de Medicamentos Filgueiras, de Rio Real (BA)
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Houve um aumento considerável na aprovação de medicamentos genéricos em 2015. Saliente-se que alguns deles são inéditos, ou seja, cujos fármacos ainda não têm concorrentes no mercado. Do total de 114 medicamentos genéricos registrados em 2015, segundo o Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atualizado em 9 de junho passado, para medicamentos considerados genéricos inéditos (para determinada substância ativa ou associação), o número foi de 21. Para genéricos inéditos para determinada forma farmacêutica foram totalizados 5 registros. Portanto, dos 114 registrados até o momento, 18,42% são genéricos inéditos que contêm substância ativa ou associação. Veja que houve um aumento em relação ao ano de 2014 quando, então, foram registrados 23 genéricos inéditos. Alguns exemplos registrados em 2015 estão citados a seguir: • Cloridrato de palonosetrona: utilizado para prevenir náuseas e vômitos (após administração de certos medicamentos oncológicos ou após a recuperação de anestesia em processos cirúrgicos). • Bromidrato de galantamina: utilizado para tratar a demência do tipo Alzheimer de intensidade leve a moderada, com ou sem doença vascular cerebral relevante. • Cloridrato de propafenona: medicamento destinado ao tratamento das alterações do ritmo cardíaco. • Cloridrato de trazodona: antidepressivo utilizado para o tratamento de depressão mental com ou sem episódios de ansiedade, na dor neurogênica e em
outros tipos de dores crônicas e no tratamento da depressão maior. • Dienogeste: indicado para o tratamento dos sintomas dolorosos das lesões da endometriose. • Pitavastatina: utilizada para reduzir os níveis elevados de colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol), apolipoproteína B (Apo B) e triglicérides, além de possuir indicação para aumentar os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) em pacientes adultos com hiperlipidemia primária ou dislipidemia mista. • Capecitabina: indicado para o tratamento de câncer de mama, câncer de cólon e reto, e câncer gástrico em condições estabelecidas pela bula do medicamento. • Cloridrato de moxifloxacino: antibiótico com ação bactericida em infecções respiratórias, pneumonia, sinusite, bronquite crônica e doença inflamatória pélvica. • Ciclesonida: utilizado para o tratamento de sintomas de renite alérgica, incluindo congestão ou entupimento do nariz, coriza, coceira e espirros. • Baclofeno: relaxante muscular usado para reduzir e aliviar a rigidez excessiva e espasmos nos músculos em situações, como esclerose múltipla, doenças ou lesões na medula óssea e certas doenças cerebrais. • Cloridrato de olopatadina: solução oftálmica estéril indicada para o tratamento dos sinais e sintomas da conjuntivite alérgica. • Didrogesterona: utilizado na Terapia de Reposição Hormonal (TRH) para tratar sintomas da menopausa. 2015 julho guia da farmácia
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Varejo
O associativismo e a
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Crescentes dificuldades fizeram com que farmácias independentes adotassem estratégias para melhor competir com as grandes redes
silvia osso Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS e dos DVDs: Ética Profissional; Etiqueta Empresarial; Etiqueta Profissional I e II; Relacionamento Interpessoal no Trabalho I e II E-mail siosso@uol.com.br 40
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Os principais entraves para farmácias independentes agrupadas em associativismo; cooperativas; associações de compra; organização de marketing; licenciamentos ou franquias estão no crescimento do desemprego, na perda do poder aquisitivo e até na situação econômica do País. Mesmo assim, as grandes redes se tornaram cada vez mais fortes dentro do mercado e criaram um ambiente muito competitivo para as independentes. Essas crescentes dificuldades fizeram com que farmácias independentes adotassem estratégias para melhor competir com as farmácias de grandes redes e passassem a valorizar mais o associativismo e outras formas de associação. Diante das dificuldades para se manterem competitivas, adotaram inúmeras estratégias, que acabaram proporcionando uma grande mudança no varejo farmacêutico. Assim, hoje, é cada vez mais comum as farmácias independentes se ligarem a algum tipo de associação para tentar acompanhar parte da profissionalização das grandes redes. Entre as estratégias absorvidas, valem destacar os aspectos de efetuar compras centralizadas, obtendo resultados mais rentáveis; layoutização e ambientação de lojas; foco na prestação de serviços, visando à fidelização dos clientes, usando cartões de relacionamento; o uso do comércio eletrônico; e outras ações diferenciadas, tais como entregas em domicílio, call centers e convênio com empresas. Para incrementar o fluxo de pessoas dentro das lojas, as farmácias passaram também a oferecer serviços, como pagamento de contas de luz, água e telefone, recarga de celulares. Outras estratégias visam ao “atendimento perso-
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nalizado” e envolvem aferição de pressão arterial, checagem do nível glicêmico, sendo um diferencial na concorrência entre as farmácias. Outro foco é a diversificação do mix de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), impulsionado pela busca por maiores receitas além dos medicamentos; estratégia usada para captar novos clientes, aumentar vendas e enfrentar a concorrência. Tenho percebido que os independentes passaram a valorizar e praticar os benefícios de qualificação do que sua associação e que a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) oferece como forma de sobrevivência. Há muitas modalidades oferecidas, tais como: apoio jurídico e contábil; redução e otimização de custos financeiros, administrativos e operacionais, que são rateados por todos; o ganho na escala da compra, na garantia da qualidade e procedência de produtos não falsificados. Ponto de extrema importância também é o acesso às novas tecnologias de ponta e informações tecnológicas, como programas de controles de dados, automação comercial, relatórios financeiros, controle de estoque e curvas de vendas. Outra melhoria reside na preparação para a competitividade de mercado; na participação em feiras e eventos; acesso a grandes fornecedores com treinamentos e capacitação empresarial e, consequentemente, maiores lucros. Parabenizo, pois, todos os independentes que entenderam que o futuro é feito de partes que se somam e que juntos podem ser mais fortes. Que venham novos e muitos desafios, agora estão maduros para encarar! foto: DIVULGAÇãO
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Cenário
Desempenho do varejo farmacêutico Vendas do comércio caíram, em abril, 3,5%, pior resultado para o mês desde 2003. Segmento farmacêutico foi um dos poucos que tiveram resultado positivo, e as grandes redes apostam na ampliação do número de lojas para manter o crescimento
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Por Marcelo de Valécio
Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que as vendas no comércio caíram pelo terceiro mês seguido, sendo que abril registrou o pior resultado: queda de 3,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com março, o indicador recuou 0,4% e, no acumulado do ano, até abril, a queda é de 1,5%. Dos dez setores pesquisados pelo IBGE, sete tiveram queda nas vendas. O pior desempenho
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foi do setor de móveis e eletrodomésticos, em que as vendas caíram 16%. Já o Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo (INC – ACSP) referente a maio mostra que a confiança do consumidor brasileiro segue em patamares baixos, nunca antes registrados desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2005. O INC marcou 106 pontos em maio contra 104 em abril. Para se ter ideia do que isso representa, em maio do ano passado, o INC marcou 137 pontos e, no mesmo fotos: shutterstock
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Cenário
mês de 2013, foram 153 pontos. “O INC de maio nos mostra um cenário bastante preocupante para o varejo. E mesmo com o atual quadro econômico desfavorável, o Banco Central tornou a subir a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) e não sinalizou intenção de finalizar o ciclo de alta dos juros”, critica o presidente da ACSP, Alencar Burti. Para os analistas do IBGE, a queda do varejo é resultado da conjuntura atual, em que a renda está caindo, o orçamento das famílias está mais comprometido e o crédito está em baixa por conta dos juros elevados. Dois segmentos, contudo, têm conseguido resistir ao momento ruim do comércio – papelaria e informática, que cresceu 2,7%, e principalmente o ramo farmacêutico, que inclui também perfumaria, cosméticos e produtos ortopédicos, que teve as vendas elevadas em 6,2%. “De maneira geral, o consumidor adia a troca do carro ou da geladeira porque os juros estão mais altos, mas não deixa de comprar um produto de beleza ou um medicamento”, observa o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Thiago Carvalho. “Porém, esses tipos de bens são sensíveis à renda, e com a inflação elevada e a diminuição do poder de compra, eles também são afetados, como já observamos em São Paulo. Ainda que mantenham o consumo desses bens, os consumidores migram de produtos mais caros para outros mais baratos”, revela.
Estabilidade do setor Há mais de uma década que o ramo farmacêutico é um dos principais contribuintes para a taxa de crescimento global do varejo, sendo que, em momentos de baixa como agora, ele se torna um dos pilares do comércio. “A demanda do varejo farmacêutico é maior do que a oferta, ou seja, a elevação do faturamento do setor é maior do que o crescimento da quantidade de lojas”, informa o vice-presidente de operações de varejo da Drogasil, Antonio Carlos de Freitas. “Por comercializar produtos de primeira necessidade – medicamentos e itens de perfumaria –, o varejo farmacêutico é um setor defensivo, que não percebe mudanças de comportamento significativas em períodos de crise”, observa Freitas. O vetor mais importante desse desempenho, segundo ele, é o envelhecimento da população que, de acordo com o Banco Mundial, deve passar de 7% para 14% 44
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Uma tendência observada é que as grandes redes têm ido para praças menores. Os grandes centros estão saturados, mas ainda existem vários locais com oportunidades para uma drogaria bem estruturada do total até 2032. “Com o envelhecimento, a demanda por medicamentos será cada vez maior, e aquele que conseguir entregar o melhor nível de serviço para os clientes se sobressairá”, sustenta. O crescimento do varejo farmacêutico tanto em faturamento quanto em número de lojas pode ser explicado, segundo Carvalho, pelo crescimento da renda e baixo desemprego observados nos últimos anos, que permitiram a ascensão social das camadas mais pobres da população e também pelo envelhecimento e aumento da expectativa de vida. “Com maior poder de consumo, milhões de pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde e com o bem-estar e o crescimento do mercado de planos de saúde e de cosméticos confirmam tal comportamento.” O presidente do Programa de Administração de Varejo/ Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) e do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Cláudio Felisoni de Ângelo, pondera que a distribuição de renda, aliada à estabilização da economia, permitiu que o varejo crescesse de forma acentuada nos últimos anos. “Observamos uma queda gradual das vendas no varejo no último ano. Já o segmento farmacêutico é mais resistente, pois atua com produtos essenciais. O consumidor evita cortar não apenas medicamentos, mas também produtos de higiene e beleza, pois eles já estão incorporados ao seu dia a dia”, diz Felisoni de Ângelo.
Destaque para as redes De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o grande varejo farmacêutico comercializou mais de 3,1 bilhões de unidades em 2014, um incremento de 8,1%
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em relação ao ano anterior. As grandes redes de farmácias fecharam o ano com um faturamento de R$ 32,39 bilhões em vendas, 12,81% maior do que no ano anterior. Desde 2010, o faturamento cresceu 90,34% ou cerca de R$ 15,37 bilhões. Apesar de representarem 7,9% do total de farmácias existentes no País (estima-se que o Brasil tenha 71 mil farmácias), as grandes redes respondem por 44,5% das vendas de medicamentos no País. Já as farmácias independentes têm uma participação de 40,1% e as pequenas redes, 15,4%. “Muito da expansão das redes deve-se à abertura de novas lojas – cerca de 450 a 500 novas unidades todos os anos”, afirma o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, destacando que o segmento de higiene, beleza e dermocosmético mantém crescimento forte, o que tem feito expandir a categoria destes produtos nas vendas. 46
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“Como esses itens não têm preço controlado e são premium, sob o ponto de vista de preço, o seu crescimento tem peso importante no resultado final. Para 2015, esperamos manter o mesmo desempenho do ano passado, ou seja, crescer por volta de 12% a 13%, acima das expectativas do mercado, que está menos otimista, avaliando alta na casa dos 7%. Esperamos mais uma vez nos descolarmos da média”, afirma Barreto. Apesar de representarem um pouco menos de 8% do total de farmácias existentes no País, as grandes redes respondem pela maioria das vendas. “Dois fatores combinados explicam o bom desempenho das redes”, avalia o presidente da Drogaria Onofre, Mario Ramos. “O primeiro está relacionado ao mix de produtos – as redes independentes possuem um sortimento maior de produtos com margem alta, mas valor unitário menor. E o segundo é a localização. As grandes redes estão, em sua
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“Esse é um negócio de baixíssima margem, assim a gestão tem de estar muito bem azeitada para não dar prejuízo”, frisa o presidente da Abrafarma. Para o vice-presidente da Ultrafarma, Marcos Ferreira, as grandes negociações com a indústria são o que tornam as redes mais competitivas. “O poder de barganha das grandes redes permite que elas tenham uma política agressiva de descontos, atraindo os consumidores”, diz.
Competição entre pares
maioria, nos grandes centros urbanos com densidade maior, com isso, a venda por loja também aumenta, há uma capilaridade maior de consumidores atendidos”, afirma. Para Mena Barreto, uma palavra explica a vantagem competitiva das redes: gestão. “O resultado expressivo é fruto de sistemas cada vez melhores de gestão de estoques, que evitam rupturas, além de uma política de preços competitivos, que permite repassar ao consumidor os ganhos de escala obtidos em negociações junto à industria”, explica, destacando outros pontos, como o treinamento de pessoal e a introdução de novos produtos, o que atende aos anseios dos consumidores. Isso sem falar no uso de centros de distribuição próprios, o que possibilita o gerenciamento dos estoques com menor interferência de fatores externos e também da escolha de pontos de venda mais bem posicionados.
Entre as redes de drogarias, a concorrência é acirrada. Isso faz com que cada uma tenha de aumentar sempre o número de lojas, muitas coladas às concorrentes. Felisoni de Ângelo destaca que o setor trabalha com margens muito pequenas e a forma de aumentar o lucro é vendendo mais. “As margens das farmácias são muito comprimidas, por isso as redes estão sempre ampliando o número de lojas, para que tenham um giro maior.” Para alguns analistas, contudo, pode haver saturação. Também a rotatividade é considerada alta – em 2014, enquanto fecharam cerca de 10 mil farmácias (15% do mercado), foram abertas 11 mil lojas. Mena Barreto discorda da saturação e diz que a rotatividade é benéfica para depuração do setor. “Há espaço para lojas boas e se elas são abertas próximas a outras é porque há espaço para tal. As novas unidades certamente são mais bem estruturadas que as anteriores, e geralmente se está trocando uma operação menor por uma com mais espaço de exposição, equipamentos melhores e mais conforto para o consumidor”, observa. “É uma ilusão achar que dá para tocar um negócio com margens apertadas como as do setor na base do improviso. O lucro líquido das farmácias ligadas à Abrafarma caiu de 1,81%, em 2013, para 0,39% em 2014. Ou seja: de cada cem reais de venda, sobraram 39 centavos. Para um negócio que vende R$ 50 mil mensais, sobram R$ 195 reais.” Mena Barreto destaca ainda que, com base na Lei 13.021/14, é de se esperar que as novas lojas de rede tenham, daqui por diante, salas de serviços farmacêuticos. “É um movimento natural de revitalização, de melhoria e depuração do negócio”, diz. Uma tendência observada é que as grandes redes têm ido para praças menores. “Os grandes centros estão saturados, mas ainda existem vários locais com 2015 julho guia da farmácia
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Observa-se uma queda gradual das vendas no varejo no último ano. Já o segmento farmacêutico é mais resistente, pois atua com produtos essenciais. O consumidor evita cortar não apenas medicamentos, mas também produtos de higiene e beleza oportunidades para uma drogaria bem estruturada”, esclarece Ferreira. Já Freitas, da Drogasil, complementa que “o varejo farmacêutico brasileiro ainda é muito fragmentado”. Segundo ele, há espaço para crescimento orgânico, que caminha junto com a tendência de consolidação do setor. “A decisão pela abertura de uma loja depende da análise específica do ponto comercial, que leva em consideração o mercado local, o perfil do consumidor, o fluxo de pessoas. Investe-se onde se acredita que há o retorno esperado, seja em um grande centro ou no interior”, salienta. Na opinião de Ramos, da Drogaria Onofre, as grandes redes estão num momento de grande expansão com a abertura de lojas, e o crescimento do mercado é alavancado por esta expansão. “Elas estão aproveitando as lacunas existentes em alguns mercados para aumentar a participação, principalmente em lugares onde ainda não existiam farmácias de redes. No País, há grandes possibilidades de crescimento do varejo farma”, analisa Ramos. “O Brasil é muito grande, há boas médias e pequenas cidades que têm capacidade de receber uma farmácia mais bem estruturada”, faz coro Mena Barreto. “Quando uma loja de rede se instala numa cidade menor, todos os consumidores, que não tinham acesso aos melhores produtos, passam a tê-lo. Em uma era de acesso como a que estamos vivendo não faz sentido ter de viajar para um centro maior para comprar produtos comuns”, revela.
Oportunidade de negócios Sobre a expectativa de nova onda de consolidações no setor, o presidente da Abrafarma descarta. “O crescimento das grandes redes é notadamente orgânico: novas lojas são inauguradas ano após ano. Um cresci48
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mento planejado, consistente, pé no chão. Fusões e aquisições não são o padrão. Esse tipo de negócio é oportunidade.” “O ponto de equilíbrio situa-se mais em relação às redes/independentes do que ao número total de lojas”, pondera o diretor executivo da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), Jorge Froes de Aguilar. “A concorrência pode gerar aprimoramento e saída da zona de conforto. Nisso, estão incluídos o aproveitamento das oportunidades e a identificação de geração de renda nos municípios menores. Competência e incompetência, gestão e falta de gestão. É a dinâmica da atividade”, completa. Para o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, o que define os bons dos maus empreendimentos é a competência ou a falta dela. “Existe gente que se assusta com a concorrência, mas ela não é ruim, faz as pessoas se mexerem. O mercado cresce e surgem as oportunidades. Por isso discordo quando dizem que existem muitas farmácias e que a rotatividade é alta no País. Em todo lugar do mundo, existem empresas que abrem e fecham. Em 1995, quando tínhamos 20 mil farmácias, já se dizia que existiam muitos estabelecimentos.” Tamascia também destaca que há mercado para todo tipo de negócio. “As farmácias independentes vendem menos porque, por natureza, são estabelecimentos menores, ficam em lugares com menor fluxo de pessoas. São por essência empresas com menor custo de montagem, mix mais limitado e têm posicionamento estratégico voltado para ser uma loja de vizinhança. Esse processo não é exclusivo do segmento farma, o mesmo acontece com o canal alimentar, com as lojas de material de construção e com uma infinidade de outros segmentos. Isso não é um problema, apenas um fato. Não vemos as redes como ‘bichos-papões’. Há espaço para todos”, sustenta. Nesse cenário de diversificação, uma tendência que deve se consolidar também é a venda on-line. “O e-commerce será um canal bastante explorado nos próximos anos no varejo farmacêutico, tornando-se tendência, como já ocorre em vários países”, acredita Ferreira, da Ultrafarma.
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Os serviços e o adicional de insalubridade
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O benefício pode ser concedido aos farmacêuticos devido à exposição do profissional a agentes nocivos à saúde
Gustavo Semblano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 50
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Tendo por base recentes decisões proferidas pelo tribunal que dá a última palavra sobre direito do trabalho no País [Tribunal Superior do Trabalho (TST)], preciso apresentar esclarecimentos sobre o adicional de insalubridade devido a farmacêuticos que prestam serviços farmacêuticos. Mesmo sendo uma lei antiga (1943), a principal norma que trata de direito do trabalho é a conhecida Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que logo de cara explica que o salário e a remuneração não são sinônimos em seu artigo 457. Ao dispor que o salário inclui não apenas a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e os abonos pagos pelo empregador e que a remuneração compreende a soma do salário com as gorjetas que eventualmente receber. É bem comum que os farmacêuticos recebam, além de sua remuneração, os chamados “adicionais” (adicional de horas extraordinárias, adicional noturno, adicional de periculosidade, etc.), nos interessando aqui o adicional de insalubridade. A CLT define, em seu artigo 189, o que considera atividades ou operação insalubres, bem como “aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”. Enquanto essa situação persistir, deverá haver um incremento de 10%, 20% ou
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30% sobre o salário mínimo (arts.189 a 192), sendo pago ao farmacêutico além de sua remuneração. Mas o que isso tem a ver com os serviços farmacêuticos? Para a Justiça do Trabalho, tem tudo a ver. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/09 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata das Boas Práticas Farmacêuticas, permite às farmácias a prestação de serviços farmacêuticos (art.61), a saber: a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos, a atenção farmacêutica domiciliar, a aferição de parâmetros fisiológicos (pressão arterial e temperatura corporal) e bioquímico (glicemia capilar) e a administração de medicamentos (injetáveis, etc.). O que tem gerado mais problemas trabalhistas para farmácias são os serviços em que os farmacêuticos mais se expõem ao contato com sangue (aferição de glicemia capilar, administração de medicamentos injetáveis e perfuração do lobo auricular), pois o contato permanente com objetos que tenham sangue caracteriza insalubridade pelo Anexo 14 da Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho. No entanto, vale lembrar que não basta ser farmacêutico empregado de uma farmácia e prestar serviços farmacêuticos para se caracterizar a atividade como insalubre e passar a receber o adicional de insalubridade: é imprescindível a realização de uma perícia. Fica aqui o alerta. foto: DIVULGAÇãO
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Garantia necessária Ajuste fiscal promovido pelo governo gera temores sobre possíveis cortes no programa “Aqui tem Farmácia Popular”; Ministério da Saúde nega redução e garante orçamento, mas mercado pede sinais mais efetivos de um posicionamento claro
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Por Rodrigo Rodrigues
Em meio do maior ajuste fiscal promovido pelo governo federal desde os maus tempos de Fernando Henrique Cardoso e suas sucessivas crises econômicas, uma preocupação começou a sondar o mercado de varejo farmacêutico brasileiro: os cortes promovidos pela equipe ministerial de Dilma Rousseff preservarão o orçamento do programa “Aqui tem Farmácia Popular”? Presente em torno de 34,5 mil farmácias de todo o País, o programa de venda de medicamentos gratuitos na rede particular é uma das maiores parcerias com o mercado varejista de farmácia registradas no País. Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o “Aqui tem Farmácia Popular” gerou receita anual de R$ 584,1 milhões às 29 grandes redes de farmácia que pertencem à entidade, no ano passado. O número foi 13,4% maior que em 2013 e mostra que o programa tem ganhado importância pa-
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ra a composição das vendas dos varejistas de todo o País. Em 2014, o orçamento anual do programa federal foi de R$ 2,5 bilhões. Neste ano, caso não haja cortes, o Ministério da Saúde planeja gastar R$ 2,8 bilhões nas unidades de farmácia particulares e também nas redes próprias do governo espalhadas pelo Brasil. “Apesar do programa representar cerca de 8% de tudo que é faturado pelas farmácias do País, a preocupação nesse momento é se haverá redução da oferta de medicamentos ou lentidão e atraso no repasse das receitas de vendas às farmácias”, afirma o presidente da Associação dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácia do Brasil (AFPFB) e também do Grupo Farma & Farma, Rinaldo Ferreira. Segundo a Abrafarma, no ano passado, o “Aqui tem Farmácia Popular” levou às lojas das grandes bandeiras brasileiras cerca de 22,8 milhões de clientes. Nos cálculos do governo, foram mais de 18,5 milhões de brasileiros atendidos em todas as farmácias do País, contando as independentes e pequenas bandeiras participantes do programa. foto: melina menconi
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mercado
O que preocupa? O temor do mercado, de acordo com o professor de marketing e gestão de pontos de venda do curso de MBA do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec) – ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – e diretor da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), o empresário Rogério Lopes Júnior, está justamente na diminuição do fluxo de clientes nas lojas. “O programa ganhou importância estratégica porque, ao levar o cliente para dentro da loja, ajuda na compra por impulso. Às vezes, o comprador vai só para adquirir aquele medicamento para pressão, mas também acaba levando um sabonete, um xampu ou algum outro item que faltava em casa. Nesse ponto, a preocupação é de o programa propor dificuldades para a compra, impondo mais normas além das que já existem, fazendo um corte branco que afaste os compradores das lojas”, aponta Lopes Júnior. Os cortes orçamentários do governo federal, neste ano, somam R$ 69 bilhões, segundo o projeto enviado ao Congresso Nacional pela equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O projeto já começou a ser votado na Câmara e no Senado. Só o Ministério da Saúde teve um corte estimado de R$ 11,7 bilhões. O próprio ministro Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apressaram-se em dizer que a verba dos programas sociais do governo estão asseguradas, mesmo com o ajuste. Os dois ministros citaram em entrevistas os programas “Minha Casa, Minha Vida”, “Bolsa Família”, “Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)” e “Programa Universidade para Todos (Prouni)”, sem lembrarem uma única vez dos programas vinculados ao Ministério da Saúde nas coletivas. A ausência do “Aqui tem Farmácia Popular” no noticiário elevou o alerta do mercado em relação a possíveis cortes no programa. “O governo diz que não, mas, no Brasil, já existe há tempos a cultura política de negar o problema para depois fazer aquilo que se dizia que não faria”, comenta Ferreira. “O Ministério da Saúde e o governo federal precisam emitir sinais mais claros e contundentes para a população e os varejistas de que o “Aqui tem Farmácia Popular” continuará na mesma rota nestes tempos de contingenciamento. O programa adquiriu uma importância fundamental para os farmacistas e não se pode passar o ano sob insegurança”, avalia o gestor geral do Grupo Farma, 56
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Por meio de nota, o Ministério da Saúde reafirmou ao Guia da Farmácia o compromisso de não fazer cortes no programa “Aqui tem Farmácia Popular” neste ano rede mineira com mais de 64 lojas espalhadas pelo estado, Cleiton Blandin. Para apaziguar os ânimos do mercado, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, declarou, no último dia 25 de maio, que os cortes orçamentários não afetarão os programas sociais da pasta dele, citando nominalmente o “Aqui tem Farmácia Popular” e o “Mais Médicos”. Entretanto, o tom pessimista do ministro continua não agradando ao mercado, que cobra uma reunião com o setor para dar garantias mais efetivas aos varejistas. “Será um ano difícil, naturalmente, porque é necessário um ajuste na economia. Mas nós daremos nossa contribuição sem afetar o atendimento, sem afetar qualquer prioridade. Os programas que são prioridade estão totalmente preservados. Isso (o corte no orçamento) não comprometerá o funcionamento do sistema”, afirmou Chioro, ao participar da inauguração da reforma e ampliação da Unidade Básica de Saúde de Arrozal, no município de Piraí, a 97 quilômetros do Rio de Janeiro.
Decisões não definidas No meio desse imbróglio, chama a atenção até aqui a ausência das reuniões que acontecem periodicamente do comitê consultivo do Ministério da Saúde para o programa Farmácia Popular. O comitê é formado por representantes do mercado varejista e do governo, mas passado um semestre inteiro, ainda não se reuniu neste ano para falar de possíveis cortes ou não no programa, além de tratar de entraves e melhorias do mesmo. Membro do comitê, o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, minimiza o problema, embora assuma que não houve reuniões do grupo até agora em Brasília. “Não houve reunião do comitê este ano e não houve nenhuma manifestação a respeito do assunto [do ministro]. Se houve, eu desconheço. Quem está tentando assustar o se-
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Junho/2015. *Fonte: IMS/PMB MAT Marรงo/15 (unidades).
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MERCADO
DADOS DO PROGRAMA A evolução do “Aqui tem Farmácia Popular” entre os grandes varejistas: 2013
2014
2015
Variação
Vendas gerais
R$ 28.705.814.821,00 R$ 32.381.976.551,00 -
12,81%
Vendas – Farmácia Popular
R$ 515.174.063,00
R$ 584.193.981,00
-
13,40%
Clientes gerais atendidos
R$ 781.392.519,00
R$ 812.679.750,00
-
4,01%
Clientes atendidos – Farmácia Popular R$ 21.460.752,00
R$ 22.866.098,00
-
6,55%
Unidades gerais vendidas
R$ 2.104.093.433,00
-
6,47%
R$ 58.800.635,00
-
11,94%
Variação
R$ 1.976.274.182,00
Unidades vendidas – Farmácia Popular R$ 52.532.142,00 Fonte: Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)
Raio X do programa “Aqui tem Farmácia Popular” 2013
2014
2015
Orçamento
-
R$ 2,5 bilhões
R$ 2,8 bilhões 13%
Pacientes atendidos
15,8 milhões
18,5 milhões
-
17%
Farmácias credenciadas
29,5 mil
33,2 mil
34,5 mil
-
Fonte: Ministério da Saúde
tor são vocês [jornalistas]. Se não houve manifestação, tudo que se disser é tentativa de adivinhação. Portanto, se não sabemos, é melhor ficarmos quietos”, comenta o executivo. O presidente da Febrafar ainda manda um recado para aqueles que o mercado convencionou chamar de “profetas do apocalipse”, que falam em desaquecimento e quedas das vendas no setor neste ano: “É um temor desproporcional. Tem de parar de falar de crise. Nosso segmento cresceu 11% no primeiro trimestre deste ano, portanto, não há crise. O desempenho anual está em 8%, índice alto quando comparado à média mundial”, afirma Tamascia.
POSIÇÃO ATUAL Por meio de nota, o Ministério da Saúde reafirmou ao Guia da Farmácia o compromisso de não fazer cortes no programa “Aqui tem Farmácia Popular” neste ano: “Após o ajuste, o Ministério da Saúde foi contemplado com um limite de empenho da ordem de R$ 91,5 bilhões, semelhante ao Projeto de Lei Orçamentária (Ploa 2015) e, com adicional de R$ 3 bilhões acima do piso constitucional. Os valores atendem rigorosamente ao estipulado pela Emen58
da Constitucional 29, de que os estados e o Distrito Federal devem investir 12% de sua receita própria, municípios devem aplicar o mínimo de 15% e a União deve aplicar o valor destinado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB)”, afirma o documento. O Ministério da Saúde também afirma que as ações e os serviços públicos de Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) estão inteiramente preservados e vêm sendo executados conforme planejamento feito ano passado: “Mantêm-se os recursos para estados e municípios programados para este ano, que garantem o atendimento da população pelo SUS; o Programa Mais Médicos; o Programa de Vacinação; a Assistência Farmacêutica, incluindo o programa Farmácia Popular; e a Atenção Básica à Saúde”, declara a nota do órgão. Pelo sim ou pelo não, o mercado ainda espera mais estreitamento nas relações entre o governo e os varejistas, para afastar de vez as ameaças e os temores: “Cobrar transparência, atenção e proximidade do governo num assunto tão sensível é obrigação de quem defende os interesses dos varejistas independentes”, diz Ferreira.
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corporativo
Empresas valorizam profissionais bem-humorados
Uma postura inflexível e fechada não dá espaço para a criatividade
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Cassia Verginia de Resende Coach, consultora de desenvolvimento, coordenadora do grupo de estudos de Coaching da ABRH/SP, membro do grupo de excelência em Coaching do CRA-SP e sócia diretora da Questão de Coaching 60
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De um a dez, que nota você dá para o seu bom humor? Se o seu humor não é dos mais agradáveis, cuidado! O bom humor já é uma competência requerida e reconhecida no mercado de trabalho. As empresas cada vez mais buscam contratar pessoas com bom humor, uma vez que elas são capazes de influenciar outros membros da equipe e, consequentemente, contribuírem para a melhoria do clima organizacional. Geralmente, pessoas mal-humoradas são inflexíveis e fechadas e não dão espaço para a criatividade. Com a concorrência cada vez mais acirrada no mundo atual, o que diferencia as empresas e os profissionais é a criatividade. Além disso, o bom humor atrai as pessoas e ajuda a criar e fortalecer relacionamentos. O bom humor é um estado de espírito que pode e deve ser cultivado. Um profissional bem-humorado é aquele que tem uma atitude positiva frente aos acontecimentos do dia a dia. O bom humor começa com a possibilidade de você rir de si mesmo. Se você se levar muito a sério e não conseguir rir de si mesmo, terá dificuldade para ser bem-humorado. O humor mexe justamente com as nossas falhas, afinal ninguém é perfeito! Mas é preciso ter cuidado para não confundir bom humor com fazer
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piadinhas. Temos de saber quando e com quem brincar, analisar se o conteúdo da brincadeira não é algo preconceituoso, e se não envolve opções sexuais, doenças, mulheres, raça, religiões ou diferenças culturais, por ser de péssimo gosto. Um bom profissional bem-humorado sabe encarar as situações adversas do dia a dia sem perder o bom humor, ou seja, sabe enxergar o lado positivo das coisas que acontecem corriqueiramente. Por exemplo: se o chefe briga com você, ao invés de ficar mal-humorado, encare de maneira positiva e se pergunte “o que tem de bom nisso? Será que ele está dizendo alguma coisa interessante para o meu desenvolvimento?”. Outro exemplo bastante comum, se um cliente liga reclamando, que tal parar e pensar o que pode fazer para melhorar esse atendimento e fidelizá-lo? É encarar uma reclamação como uma oportunidade. O estilo de vida moderno, com certeza, é um dos fatores que geram o mau humor, mas não podemos nos esquecer de pensar no próximo, nas pessoas que estão à nossa volta. Pessoas bem-humoradas trazem alegria: uma boa palavra e ânimo encorajam os outros. Tanto o bom humor, como o mau humor contagiam o ambiente. foto: DIVULGAÇãO
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Genéricos e as mudanças do mercado Adoção da intercambialidade dos medicamentos similares não alterou a rotina de prescrição e dispensação de genéricos. Segmento se mantém como um dos mais pujantes do setor farmacêutico
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Tomada por analistas do setor como uma das maiores mudanças do mercado farmacêutico brasileiro desde a implantação dos genéricos, em 1999, a intercambialidade de medicamentos similares com produtos de referência começou a valer em 1º de janeiro deste ano. A mudança impõe testes de bioequivalência farmacêutica, biodisponibilidade e bioisenção
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Por Marcelo de Valécio
aos medicamentos similares que já estão no mercado atualmente e para os novos, elevando a segurança aos consumidores e garantindo eficácia no tratamento para quem optar pela intercambialidade no ato da compra nas farmácias de todo o País. Com isso, os similares se equiparam aos genéricos na possibilidade de ser intercambiáveis com os medicamentos de referência. Especulou-se que isso impacfotos: victor almeida/shutterstock
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Não há mudança para o consumidor se decidir comprar um genérico ou um similar, pois ambos passam pelos mesmos testes e estudos de comprovação de eficácia e segurança”, completa Tada.
ROTINA DE CONSUMO
taria o mercado de genéricos, com os similares “roubando” participação dos primeiros. Contudo, segundo analistas, o que se vê é um alargamento do mercado, com similares e genéricos ganhando espaço. “O que muda é a possibilidade de mais opções de tratamento ao consumidor, com preço acessível, elevando o acesso aos medicamentos. A concorrência pressiona o preço para baixo, aumentando o acesso e a adesão ao tratamento”, avalia o vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni. O presidente executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchio Tada, concorda que a medida aumenta a oferta de produtos para a população e, consequentemente, eleva a competição no mercado farmacêutico. “Não podemos afirmar que o similar irá ganhar maior participação de mercado com a nova diretriz. Outros fatores conjugados devem ser também considerados, como, por exemplo, o preço praticado, a oferta de produtos nas drogarias e farmácias, a propagação entre a classe de profissionais prescritores para os medicamentos tarjados”, explica. “Não há diferença técnica ou científica entre genéricos e similar. A alteração que existe é que o genérico usa na sua identificação o nome do princípio ativo, enquanto o similar ostenta marca ou nome comercial.
É difícil saber o que pode mudar nos hábitos do consumidor dos genéricos com a chegada dos similares intercambiáveis, observa o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “Mas acredito que um dos objetivos do governo, que é estimular o aumento da oferta de produtos, não será atingido, pois o mercado já encontrou seu ponto de equilíbrio. Ele contempla as três principais categorias de produto – referência, genéricos e similares –, a variedade de opções e preços já atende às necessidades do consumidor. Justamente por isso é improvável que a intercambialidade resulte em redução de preço e oferta de novos produtos, mesmo porque o similar somente pode substituir o seu correspondente de referência ou genérico, nunca outro similar, sob pena da farmácia estar cometendo uma infração sanitária.” Em princípio, segundo Mussolini, os medicamentos de marca devem manter a sua participação, pois o mercado já está consolidado. Já as autoridades sanitárias acreditam que a implantação dos similares equivalentes ou intercambiáveis deve elevar a concorrência no País entre os fabricantes de medicamento, barateando o custo do tratamento farmacológico a todos os brasileiros.
DIFERENÇAS MÍNIMAS Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as exigências de boas práticas de fabricação e parâmetros de qualidade são iguais para todos os produtos. A diferença entre similares e genéricos está no uso ou não de um nome de marca e na regra de definição de preços, já que genéricos têm de ter preço de entrada no mercado 35% menor que o produto de referência. “A decisão sobre qual medicamento utilizar e quais as alternativas de substituição a partir da lista de medicamentos intercambiáveis é resultante da relação do profissional de saúde habilitado e do paciente”, diz a Anvisa. “A prescrição é prerrogativa do médico ou de outro profissional legalmente habilitado. Assim, para utilizar quaisquer medicamentos sujeitos à prescrição ou para decidir sobre a substituição de um medicamento de re2015 JULHO GUIA DA FARMÁCIA
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Entrada e saída de petições de registro de medicamentos similares e genéricos na Anvisa 357
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Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
ferência pelo seu similar, um profissional de saúde habilitado deverá ser consultado”, completa a Agência, destacando que, em relação à dispensação, não há nenhuma previsão legal de troca do produto de referência pelo similar, se esta não foi a indicação do médico. Medicamentos intercambiáveis, sejam eles genéricos ou similares, têm as mesmas características dos de referência e são considerados bioequivalentes. Isso significa que possuem concentração, posologia e indicação terapêutica idênticas, podendo substituir os medicamentos de referência. Os similares intercambiáveis passam por testes clínicos iguais aos genéricos, o que assegura sua segurança. A diferença é que o similar pode variar em relação à forma do produto, prazo de validade, embalagem e rotulagem. Além disso, diferentemente dos genéricos, os similares intercambiáveis são vendidos sob marcas comerciais. Os medicamentos que já estão aprovados 64
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como bioequivalentes devem trazer na bula a informação de que são intercambiáveis.
Decisão de compra Por determinação da Anvisa, o paciente com a receita médica em mãos pode optar tanto pelo medicamento de referência, quanto pelo medicamento genérico ou similar intercambiável. A Agência lembra que a legislação vigente não prevê a intercambialidade entre similar e genérico, mas entre estes e os de referência. Segundo informa a Agência, desde a adoção da intercambialidade dos similares, não houve mudanças nos patamares de pedidos de registros de genéricos e de similares na Agência, mantendo-se a média registrada no mesmo período de 2014. O mercado de genéricos se mantém como o carro-chefe do setor farmacêutico, ainda que não se tenham os números fechados dos primeiros meses do ano.
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Previsões e expectativas A tendência, segundo Mussolini, é de que os genéricos ganhem participação de mercado, por conta da retração da economia em 2015. “As vendas do setor crescem, mas são insuficientes para compensar a perda de rentabilidade provocada pela disparada do câmbio, o aumento de tarifas e insumos e os reajustes salariais concedidos pelas empresas do setor a seus empregados nos últimos anos. Diante do clima de incerteza atual, que aponta para uma retração da atividade econômica e diminuição de renda da população, o Sindusfarma projeta um crescimento setorial, ao longo de 2015, alinhado com a inflação estimada para o período, em torno de 8%, o que representaria quase metade da evolução média de faturamento da última década. Essa situação poderá favorecer o segmento de genéricos, pois, com menos dinheiro disponível para cuidar da saúde, o consumidor poderá optar por produtos mais baratos na mesma classe terapêutica”, afirma o executivo, lembrando que a indústria farmacêutica é muito sensível em termos de emprego. “Quando o mercado de trabalho cresce ou se mantém estável, o setor vai bem; mas quando há instabilidade ou queda, a cadeia farmacêutica costuma sentir os efeitos negativos”, diz. A presidente executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles, concorda que a retração econômica pode beneficiar o segmento. “Com preços, em média, 60% inferiores aos dos produtos de referência, os genéricos ganham ainda mais relevância em cenários de economia estagnada e risco de comprometimento na renda”, diz a executiva, destacando que o desempenho acima da média do setor se dá principalmente pelo amadurecimento dos genéricos como uma política eficiente de saúde pública, aliando em um mesmo produto preço baixo, qualidade, eficácia e segurança. Mesmo que o mercado farmacêutico não tenha avançado como nos últimos anos, o segmento de genéricos tem mantido crescimento expressivo, respondendo por um quarto da receita do setor – encerrou 2014 com faturamento de R$ 16,2 bilhões. O montante foi 18,5% superior aos R$ 13,7 bilhões aferidos em 2013. Já em unidades, a performance dos genéricos foi ainda mais expressiva, se comparada com a do setor como um todo. Cresceu de 10,6%, frente a uma alta de 66
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O mercado de genéricos se mantém como o carro-chefe do setor farmacêutico, ainda que não se tenham os números fechados dos primeiros meses do ano 7,9% registrada pelo mercado em geral. Foram comercializadas 871,7 milhões de unidades de medicamentos genéricos ao longo dos 12 meses de 2014, contra 788,2 milhões no ano anterior. Os dados são da Pró Genéricos com base nos indicadores do IMS Health.
Resultados peculiares “Em um ano marcado pelo fraco desempenho da economia brasileira, o mercado de medicamentos genéricos conseguiu manter crescimento acima da casa dos dois dígitos em unidades, o que é expressivo”, sustenta Telma. “Grande parte da economia brasileira sofreu retração, no entanto, acreditamos que o genérico continuará crescendo a taxas superiores ao crescimento médio do mercado farmacêutico, pois a população continua tendo como opção medicamentos com preço acessível e qualidade garantida” pondera o gerente de produtos do Grupo Cimed, Leonardo Lopes. “Os três primeiros meses do ano foram ótimos para nós, pois continuamos crescendo dois dígitos acima do mercado, se comparado com o mesmo período do ano anterior, o que gera grandes expectativas”, adiciona Lopes, destacando que a Cimed investe na ampliação da capacidade fabril, no melhoramento dos processos produtivos e em pesquisa e desenvolvimento, por meio do Instituto Cláudia Marques. Nele, é realizada a parte laboratorial de equivalência farmacêutica, incluindo testes de bioequivalência e biodisponibilidade. “Além disso, temos uma quantidade considerável de medicamentos aguardando análise e aprovação por parte da autoridade reguladora, incluindo medicamentos similares equivalentes e genéricos”, finaliza Lopes. “Dois mil e quinze está sendo um ano mais difícil, ainda assim nossa perspectiva é de crescimento, princi-
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SIMILARES INTERCAMBIÁVEIS
MEDQUÍMICA
*Os medicamentos similares que tenham comprovado equivalência farmacêutica, bioequivalência/ biodisponibilidade relativa ou bioisenção analisados e aprovados pela ANVISA são intercambiáveis com o medicamento de referência.
Similar Medquímica
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Floxacin®
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Zoltec®
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Quem decide a troca? Se a receita previr o medicamento de referência, como deve agir o farmacêutico: fornecer ao cliente apenas o prescrito pelo médico, sugerir um genérico ou indicar um similar? De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a decisão sobre qual medicamento utilizar e quais as alternativas de substituição é uma prerrogativa resultante da relação do médico, do farmacêutico e do paciente orientado. A legislação vigente não prevê a intercambialidade entre similar e genérico. Ambos são intercambiáveis ao medicamento de referência, conforme lista disponível no portal da Anvisa.
palmente porque os genéricos têm potencial de expansão”, adiciona Maffissoni, da Prati-Donaduzzi. Segundo ele, mesmo com a retração da economia, a Prati-Donaduzzi tem mantido crescimento médio de 25% ao ano. “Uma das explicações para os bons resultados dos genéricos é o preço, que é inferior aos pro68
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dutos de referência. Neste ano, aplicaremos nossos recursos para melhoria do processo produtivo e introdução de novos produtos. Estamos ampliando também nossa capacidade de produção com a construção de uma nova planta”, revela Maffissoni. A nova unidade fabril, em Toledo, será inaugurada este ano, gerando 500 postos de trabalho e terá capacidade produtiva de aproximadamente 6 bilhões de doses terapêuticas por ano, aumentando em 50% a produção de medicamentos sólidos da Prati-Donaduzzi. Maffissoni revela que o principal foco dos genéricos vendidos atualmente é para as doenças crônicas, como a hipertensão e o diabetes, mas vai além. “O mercado como um todo também está investindo em novas frentes e apostando no desenvolvimento de medicamentos inovadores, que tenham como finalidade o tratamento de doenças mais complexas”, observa o executivo.
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No rastro do código A cadeia já se prepara para o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, mas parte do mercado quer prorrogar o prazo de implantação
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Por Claudia Manzzano
Toda cadeia que fabrica, vende ou transporta medicamentos já está ciente de que este ano ela tem um teste para fazer. Não vale nota, nem multa, mas o assunto é tão sério que não dá para ficar de fora.
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O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) – ou simplesmente sistema de rastreabilidade de medicamentos – tem por objetivo permitir o monitoramento dos medicamentos desde a produção até a dispensação nas farmácias. Esse proFotos: shutterstock
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cesso visa garantir a segurança sanitária dos medicamentos e vai valer para todo o País. O modelo adotado pelo Brasil consiste na impressão de um código bidimensional, similar ao de barras, mas com mais informações, na embalagem do medicamento. Vinculado ao código está um número que identifica cada caixa, gerado por quem detém o registro deste número junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou seja, a fabricante ou importadora do medicamento. A Anvisa vai poder conhecer os “passos” de cada caixa de medicamento fabricado no País por meio das informações contidas nos arquivos XML, documentos com os dados de cada número gerado pela indústria e que serão enviados para a Agência. Ainda que o modelo escolhido pelo Brasil seja único, até porque não há um modelo universal, medidas similares já ocorreram em diversos países. Portanto, vários especialistas indicam que o País está apenas seguindo uma tendência.
“O projeto de rastreabilidade de medicamentos que está sendo implantado no Brasil é uma tendência mundial. Com esse sistema, é possível acompanhar o produto desde a fábrica até o consumidor final, o que inibe falsificações e garante mais transparência no recolhimento de impostos, entre outros benefícios para a sociedade”, afirma o diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Marcelo Liebhardt. Ele endossa que, atualmente, a venda de produtos falsos, incluindo medicamentos, causa prejuízos superiores a R$ 30 bilhões por ano ao País. O roubo de cargas é outro problema grave, sendo que os medicamentos estão entre os produtos mais roubados, junto com eletroeletrônicos e cigarros. O mercado está de acordo que a medida deve proporcionar a redução desses problemas. “A rastreabilidade ajudará a reduzir a falsificação e roubo de produtos, pois criará uma nova dificuldade para fraudes e roubos, além de automatizar todas as etapas do processo logístico”, explica o CEO da Aspen Pharma no Brasil, Alexandre França. A Anvisa estima que a informalidade no setor de medicamentos no Brasil atinja a cifra de 30% do mercado nacional. Enquadram-se nessa categoria os medicamentos falsificados, adulterados, sem registro no órgão sanitário, de origem desconhecida (fruto de roubo de carga, por exemplo), comercializados sem o recolhimento de tributos ou em desacordo com as exigências legais, inclusive de retenção de receita. Para o diretor da Prosperity Consulting, Décio Tarallo, enfrentar esses problemas é positivo, no entanto, salienta que o monitoramento ameniza, mas não resolve a questão. Ele enxerga a importância da lei por outro ângulo. “A ideia é chegar à pessoa física, para a Anvisa saber quem está consumindo cada medicamento. Isso é importante porque muita gente morre por consumo errado de medicamento. O foco da lei são as pessoas.” Outro benefício é com relação à gestão dos estabelecimentos que atuam com medicamentos. O diretor executivo da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Monteiro, aponta que a lei pode melhorar processos, controles e, com isso, reduzir custos. A gerente de logística da Ativa Logística, Elisa Pellini, concorda. “Vai haver melhor monitoramen2015 julho guia da farmácia
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debate
to da distribuição dos medicamentos. Com o controle de estoque maior que as empresas vão ter, vai haver menos perda com vencimento, por exemplo.”
Estão prontos? O SNCM foi criado, em 2009, pela Lei n° 11.903, que dispõe sobre o rastreamento da produção e do consumo de medicamentos, por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados. Em 2013, com a publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 54, a Anvisa estabeleceu os mecanismos e procedimentos para a implantação do SNCM. Ali se determinou que, a partir de dezembro de 2016, todos os medicamentos deveriam estar enquadrados no novo sistema. E como o sistema é complexo e exige o envolvimento de toda a cadeia, a Agência determinou que, até dezembro de 2015, todos os fabricantes devem disponibilizar à Anvisa os dados de rastreamento completo de três lotes de medicamentos, da produção até a venda na farmácia. Mas essa data pode mudar, pelo menos se depender do senador Humberto Costa (PT-SP). Ele apresentou um Projeto de Lei (PL n° 276/2015) que propõe mudanças na lei inicial, adiando até dez anos a implantação do sistema, antes que os resultados da fase-piloto sejam apurados. O fato é que, nessa etapa do processo, com o mercado prestes a fazer um teste, nem todos estão de acordo com o senador Costa. A Interfarma, por exemplo, entende que a rastreabilidade seja um passo importante rumo a um mercado mais ético. Por isso, a entidade participou do acordo que estabelece as datas vigentes. “Assim que o prazo foi fixado, nossos associados começaram a fazer importantes investimentos e tomaram as providências necessárias para cumprir a lei. Hoje, praticamente todos estão prontos para entregar os três lotes da primeira etapa no prazo estipulado”, diz Liebhardt. O diretor ressalta que a entidade não se tornou insensível ao atraso de outros setores da indústria e às dificuldades de outros segmentos. Dessa forma, com o objetivo de buscar conciliação, a Interfarma propõe a todos apoiar uma prorrogação. 72
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“Como a lei tinha previsto três anos, por acordo de toda a cadeia farmacêutica, faríamos o entendimento de que esse prazo passaria a vigorar a partir de agora, quando a Anvisa concluir a regulamentação da rastreabilidade”, defende. Liebhardt explica que essa proposta não depende de alterações na legislação e chegou a ser apresentada para outros setores da cadeia farmacêutica. Contudo, ela foi recusada, visto que existem interessados em obter um prazo de dez anos. Para ele, “esse prazo não é razoável e colocaria todo o projeto de rastreabilidade em risco. Qual é, objetivamente, o problema que precisa de dez anos para ser resolvido? Queremos uma prorrogação para fazer a rastreabilidade e não para empurrá-la talvez para sempre”. Para algumas indústrias, como a Aspen Pharma, o adiamento da implantação definitiva do rastreamento se faz necessário devido à perda de produtividade que acarretarão os novos procedimentos. “Eu sou a favor, pois mesmo com o planejamento para implementar o sistema antes do prazo final, estamos prevendo uma perda na produtividade”, lamenta França. A Aspen Pharma começou seu processo em 2014, mas a tecnologia ainda não está implementada. “Temos um cálculo de perda de produtividade na ordem de 10% nos primeiros dois anos. Caso a empresa não recupere a produtividade, vamos buscar mais receita ou cortar gastos”, diz França. No total, a empresa já investiu R$ 5 milhões para produzir o primeiro lote de medicamentos com rastreabilidade. “A expectativa é de que consigamos entregar o primeiro lote já em novembro deste ano, um mês antes do prazo fixado pela Anvisa.” Elisa confessa que, para os operadores logísticos, a adaptação é mais simples. “Eu vejo que todo mundo está se movimentando. Mas não sei se vai dar tempo. Porque, para mim, é mais fácil, se eu implemento um equipamento para passar o código em um produto, estou pronta para passar em todos os produtos. Mas para a indústria, é mais complicado. Este ano, eles vão mexer apenas em uma linha de produção. Mas modificar todas as linhas é bem complexo. E ainda tem de se estruturar para receber as informações. Agora, para mim,
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ALCATOSS XAROPE, GUACO EDULITO HERBARIUM, RINOSPRAY E XAROPE DE GUACO HERBARIUM SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. , PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. • ALCATOSS XAROPE - Glycyrrhiza glabra 108 mg/ml. Apresentação: Frasco com 120 mL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 4 ANOS. Indicações: Tratamento de bronquite e tosse com catarro. Contraindicações: Gravidez, lactação, diabéticos, crianças menores de 4 anos de idade, pacientes que apresentam pressão alta, desordens cardíacas, renais ou hepáticas, neoplasias hormônio-dependentes, glaucoma, rigidez muscular e diminuição dos níveis de potássio no sangue. Advertências: O produto não deve ser administrado em altas doses e por mais de 6 semanas, visto que pode ocorrer aumento da pressão sanguínea, desequilíbrio eletrolítico e inchaço. Estes sintomas desaparecem após a descontinuação do uso. M.S.: 1.1860.0091. • IMUNOFLAN - Pelargonium sidoides 307,39 mg/mL - Apresentação: Frasco com 120 ml. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. Indicações: Tratamento de infecções agudas e crônicas do trato respiratório e ouvido, infecções de nariz e garganta como rinofaringites, amigdalites, sinusites e bronquites. Contraindicações: Pacientes com tendência a sangramentos, doenças renais e hepáticas. Pacientes com diabetes. Gravidez e lactação. Advertências: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações Medicamentosas: Não utilizar com anticoagulantes, anti-inflamatórios não-esteroidais (como o ácido acetilsalicílico e paracetamol) e medicamentos inibidores da agregação plaquetária. Posologia: Adultos e crianças maiores de 12 anos: ingerir 7,5 mL, 2 vezes ao dia. Crianças entre 6 e 12 anos: ingerir 5 mL, 2 vezes ao dia. Crianças entre 2 e 6 anos: ingerir 2,5 mL, 2 vezes ao dia. Crianças menores de 2 anos: ingerir 2,5 mL, 1 vez ao dia. Reações Adversas: Raramente pode ocorrer manchas vermelhas na pele, falta de ar, espasmos intestinais, falta de apetite, vômitos e inquietude. M.S: 1.1860.0089. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. • ÓLEO DE ALHO - Allium sativum - 45 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. M.S.: 4.8697.0017. • RINOSPRAY - Solução de cloreto de sódio 0,9% - estéril. Apresentação: Frasco com 100 ml. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. Indicação: Fluidificante e descongestionante nasal. Contraindicação: Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Advertências: Em bebês, o tempo de administração deve ser curto, de modo a não prejudicar a sua respiração. MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC ANVISA N°199/2006. AFE n° 1.01860.6. • XAROPE DE GUACO HERBARIUM* - Mikania glomerata 0,5 ml/5 ml - 120 ml. Indicação: Possui ação broncodilatadora e expectorante, o que torna o produto indicado para o tratamento de tosses persistentes e tosses com expectoração. Contraindicações: Gravidez, lactação, diabéticos e crianças menores de 2 anos. M.S.: 1.1860.0039. • GUACO EDULITO HERBARIUM* - Mikania glomerata 81,5 mg/ml - Solução oral (isento de açúcar) - 120 ml. Indicação: Elaborado com o extrato de guaco, auxilia no tratamento de afecções do trato respiratório, como tosses persistentes e tosses com expectoração. Contraindicações: Gravidez, lactação e crianças menores de 2 anos. M.S.: 1.1860.0078. *USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS. *Apresentação: Frasco com 120 ml. *Advertências: Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e câncer. Material destinado exclusivamente aos profissionais de saúde ou à classe médica. JUNHO/2015.
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DEBATE
PRAZOS PROPOSTOS PELO PL N° 276/2015 O órgão de vigilância sanitária federal competente implantará o sistema no prazo gradual de dez anos, dispostos da seguinte forma: I – até quatro anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, para que todos os medicamentos fabricados no Brasil ou importados contenham as informações previstas nos incisos do § 1º do art. 3º; II – até sete anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, para que os elos da cadeia de medicamentos estabeleçam sistemas de comunicação para transmissão dos dados do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos; III – até dez anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, para que sejam estabelecidos os mecanismos de consulta aos dados de movimentação dos medicamentos pelo órgão de vigilância sanitária federal competente. Fonte: Senado Federal
não há vantagem em adiar. Já que estou com tudo pronto para funcionar em agosto próximo, é melhor que comece.” Atualmente, os procedimentos da Ativa Logística, que manuseia cerca de três milhões de unidades de medicamentos por mês, contemplam ler o código de barras de todos os produtos, por isso, a aplicação da rastreabilidade não vai gerar perda de produtividade. A única mudança necessária foi no sistema, adaptação do software e novos leitores. Além de espaço para armazenamento de informações. Tanto o sistema quanto os servidores tiveram de ter melhorias. “O responsável por armazenar toda a informação é a indústria. Por isso, temos de ter controle de onde está cada produto. Se a indústria me vende lote x de produto y, tenho de saber onde cada caixa deste lote está, para quem vendi. Já começamos a adaptação do software e a desenvolver arquivo-padrão para enviar aos nossos clientes e à Anvisa”. A implantação do novo software deve ser finalizada em agosto próximo. O investimento total está em torno de R$ 800 mil. Segundo a observação de Tarallo, da Prosperity Consulting, algumas empresas têm demorado em começar a adaptação, pois existem muitos quesitos de tecnologia da informação para mudar, além da área física. “Sei que há empresa simplificando. Já que a Anvisa pede apenas três lotes, as empresas podem fazer três lotes do mesmo produto, mu74
dando, dessa forma, apenas uma linha de produção. Envolvendo apenas um distribuidor e ou até uma rede varejista.” Para ele, só a partir do teste até o final de 2015 será possível dimensionar e decidir se existe tempo hábil para a implantação em 2016. “Isso vai ser com base na necessidade real e pensar em soluções”, complementa. No caso da Prosperity Consulting, a mudança acontece principalmente nos equipamentos. O operador logístico tem de identificar de onde vem e para onde vai cada medicamento e armazenar toda a informação. Mas o investimento não se restringe a equipamentos. Todo o registro tem de estar conectado ao sistema de rastreabilidade. “E como tudo é novidade, precisa promover treinamento, revisão de processos, acompanhamento documental, além das compras”, aponta Tarallo. Hoje, eles não têm o custo de quanto tudo isso vai sair. Para o diretor da empresa, como esse investimento não vai servir a outros tipos de mercadoria, é inevitável que a operação logística repasse o custo. Mesmo com o controle de preço dos medicamentos para o consumidor final, ele acredita que as indústrias não vão ficar com o prejuízo e colocarão todos os custos na mesa na hora da negociação com o governo no próximo ano. A Abradilan salienta que os distribuidores seguem o calendário da indústria. “Uma vez que o laboratório já tenha código bidimensional, a empresa que
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com medo da
alergia?
Loritil®, nova embalagem com opção de dupla exposição na farmácia. Loritil ® (loratadina). MS 1.5423.0003. Apresentação: 10mg - cx. c/ 12 comprimidos. Indicações: Alívio dos sintomas associados com rinite alérgica tais como: coriza, espirros e prurido nasal, ardor e prurido ocular. Também indicado para o alívio dos sinais e sintomas de urticária e outras alergias da pele. Julho/2015. LORITIL® É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.
SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
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DEBATE O VAREJO As empresas varejistas (farmácias e drogarias), os estabelecimentos compradores e as unidades de dispensação de medicamentos deverão manter fluxo em tempo real de informações e armazenar em banco de dados as seguintes informações mínimas, as quais deverão estar relacionadas a cada Identificador Único de Medicamento (IUM) movimentado: II – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), razão social, endereço e Unidade da Federação (UF) das empresas remetentes do medicamento;
I – Identificador Único de Medicamento (IUM);
IV – CNPJ, razão social, endereço e UF das empresas transportadoras, quando aplicável;
III – CNPJ, razão social, endereço e UF das empresas ou estabelecimentos receptores do medicamento, quando aplicável;
V – Data e natureza das movimentações geradas no âmbito de sua atividade;
VI – Código identificador das embalagens logísticas, quando aplicável. Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
MEDICAMENTOS EM NÚMEROS
100 mil pessoas
foi a média anual de mortes por uso de medicamentos ilegais de 2000 a 2007.
20%
dos medicamentos consumidos no Brasil são ilegais, contra
10%
da média mundial.
US$ 75 bilhões
R$ 2,5 bilhões
foi a movimentação de medicamentos falsificados em 2010 em todo o mundo.
é a perda anual de arrecadação com medicamentos contrabandeados no Brasil.
50% dos
foi o crescimento que a venda de medicamentos ilegais apresentou no período de 2000 a 2007.
medicamentos comercializados na internet são pirateados.
800%
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada
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trabalha com ele terá de se adequar. Então, dependemos da indústria. Estamos nos adaptando a ela.” E grande parte da indústria está bem preparada. Entre as associadas da Interfarma, Liebhardt diz que praticamente todas já estão prontas para atenderem às exigências da Anvisa no prazo estipulado. “Contudo, a cadeia farmacêutica é grande e, nela, há quem tenha deixado para se preparar na última hora e, por isso, terá dificuldade em cumprir os prazos.” Um levantamento realizado pela entidade mostra que 55% das farmacêuticas associadas têm fábricas no País e 96% delas já estão prontas para cumprir a determinação da Agência. O investimento total realizado até o momento é de R$ 313 milhões para a adequação das linhas de produção, o que representa um investimento médio por indústria de R$ 8,7 milhões. Se considerado o total de associadas, o percentual de indústrias prontas para a mudança é de 84%. Ainda que haja especulação sobre a mudança ou não da data definitiva de implantação do SNCM, esta não é a única dúvida que ronda o mercado. Também há um impasse sobre o armazenamento das informações. Segundo resolução da Anvisa, elas ficariam a cargo das farmacêuticas. Mas o setor varejista tem grande preocupação com relação a esse ponto. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) entrou com uma ação judicial contra a Anvisa por entender que há risco no compartilhamento de alguns dados com os laboratórios farmacêuticos, o que poderia ferir a questão concorrencial. “Devolver a informação de quem comprou e prescreveu um medicamento para a indústria é uma coisa absolutamente perigosa. Nenhum país está fazendo assim”, afirmou o presidente da associação, Sergio Mena Barreto, em entrevista à Folha de S. Paulo. “Se um laboratório sabe o estoque que a rede tem, ele pode oferecer o produto para outra em condição melhor.”
o produto, e funciona como um RG do medicamento. A RDC nº 54/2013 estabeleceu que as seguintes informações, que compõem o Identificador Único de Medicamento (IUM), deverão estar contidas no código: número do registro do medicamento na Anvisa, número serial, data de validade e número do lote. As empresas detentoras de registro de medicamento deverão manter um banco de dados com registro de todas as movimentações do IUM na cadeia dos produtos farmacêuticos até a entrada na unidade de dispensação. No momento do envio do produto, o detentor do registro deverá informar, por meio de sistema informatizado, quais volumes estão na remessa e quais são os IUMs contidos dentro de cada volume. No Brasil, todas as transações de laboratórios e distribuidoras farmacêuticas são feitas por Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Esse documento já traz informações como o nome do medicamento, fabricante e número de lote. Para que a rastreabilidade seja implementada, o IUM de cada etiqueta também será incluído na NF-e. Essa informação vai para um banco de dados e ficará à disposição para que as autoridades possam consultar o trajeto do medicamento no mercado. Para a gerente de negócios da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, Ana Paula Maniero, a importância da escolha do padrão GS1 DataMatrix pela Agência, e também do uso do GTIN – número do código de barras do produto – para identificação dos medicamentos em todo esse processo é de fundamental importância para o sucesso do projeto. “O indicador do número de registro do medicamento foi incorporado aos padrões globais de automação pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, o que facilita o entendimento global da informação.”
Funcionamento real
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Confira como a tecnologia de rastreabilidade de medicamentos funciona em outros países. AL
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O código de barras bidimensional Datamatrix foi a tecnologia definida para acomodar os dados de rastreabilidade dos medicamentos comercializados no Brasil. Esse padrão, mundialmente utilizado, permite armazenar diversas informações sobre
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Operação
A logística como diferencial competitivo Flexibilidade e eficiência são fundamentais para atender à busca por medicamentos que salvam vidas e equipamentos modernos ao redor do mundo
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Fabiana Sanchez Diretora de desenvolvimento de negócios da DHL Supply Chain do Brasil 80
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Os provedores de logística precisam estar atentos para inovar no atendimento às necessidades crescentes da indústria farmacêutica. O acesso de todos os patamares da classe econômica à saúde, principalmente em economias emergentes como o Brasil, faz com que a cadeia de suprimentos do setor não permita índices de ruptura e erros. Em 2018, estudos indicam que os gastos globais com medicamentos atingirão US$ 1,3 trilhão. Dados do Fórum Econômico Mundial estimam que, até 2020, um terço de todas as despesas de saúde será proveniente das economias em desenvolvimento. Essas tendências estão desafiando a indústria para atender à crescente demanda. Com isso, as empresas farmacêuticas e de equipamentos médicos estão investindo para ampliar os negócios, já que o comércio global aumenta a um ritmo acelerado. As cadeias de suprimentos também acompanham esse cenário. Flexibilidade e eficiência são fundamentais para atender à busca por medicamentos que salvam vidas e equipamentos modernos ao redor do mundo. Sendo assim, a logística desempenha um papel essencial. O provedor logístico necessita fazer face à complexidade dessa cadeia de suprimentos em expansão de modo que os medicamentos não só cheguem aos pacientes que precisam, mas também nas condições certas e no momento correto. A indústria farmacêutica é um mercado altamente regulado, que está sujeito a controles rigorosos. Os medica-
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mentos que são sensíveis à temperatura requerem precisão no fluxo logístico. Para isso, as operações precisam contar com profissionais capacitados e com rigorosos padrões de qualidade que garantam o cumprimento de normas e regulações. Comunicação e processos definidos com os clientes finais são a chave para garantir a exatidão da entrega com a qualidade esperada. Nesse sentido, é fundamental ter uma agenda específica com os principais distribuidores que atendem ao mercado de saúde, bem como a grandes redes de farmácias e hospitais, já que é necessário atender às necessidades dos clientes e entregar os produtos de maneira efetiva. Esse setor também está na vanguarda de algumas inovações mais surpreendentes da tecnologia e da ciência. Assim como as descobertas estão transformando o mundo dos cuidados com a saúde, a logística está no patamar mais elevado das prioridades. Somos testemunhas de uma nova era de inovação no setor de saúde, incluindo os avanços em produtos biofarmacêuticos e áreas afins. E assim, teremos de continuar inovando, fornecendo soluções de qualidade para acompanhar a enorme e rápida evolução dessa indústria. Atuar com parceiros logísticos especializados dá a oportunidade de o segmento focar em seu real core business, com condições de operar na vanguarda da inovação, mantendo sua atenção sempre voltada ao futuro da saúde da humanidade. foto: DIVULGAÇãO
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CONSUMO
Que mal tem? USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS TRAZ INÚMEROS MALEFÍCIOS À SAÚDE E PODE LEVAR À MORTE. CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE OS PERIGOS DESSA PRÁTICA É A ARMA PARA COMBATER E ERRADICAR O PROBLEMA POR TATIANA FERRADOR
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Em uma feira livre, é comum que a sacola de compras venha muito mais carregada do que a previsão inicial, afinal há sempre aquele agrado do feirante, ou ainda, um preço mais atrativo que o faz adquirir mais alimentos do que o necessário, certo? Na farmácia, isso não pode acontecer. Nunca. Mas acontece. É comum que os clientes adquiram medicamentos sem a orientação de um farmacêutico apenas pelo fato “de que seu amigo tomou”, ou ainda “é o que existe de mais moderno para enxaqueca, dor de estômago, cólicas, etc.”, ou pior: “está em promoção”. Esses mesmos consumidores parecem esquecer-se de que medicamento incorreto também mata, e o que era para ser a tábua de salvação torna-se um calvário que compromete a saúde, colocando-a em risco e, em muitos casos, levando a óbito. O total de pessoas com agravantes em suas doenças ou até mesmo morte devido à intoxicação medicamentosa no Brasil chega a números preocupantes. Como apontam os dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aproximadamente 30% dos casos de intoxicação acontecem por uso indiscriminado de
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medicamentos, de forma errada ou aumento da dose por conta própria, sem orientação médica. Como explica o farmacêutico José Liporage, que integra a Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), e que foi o principal responsável pela estruturação da Farmácia do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), então Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec), também da Fiocruz, o uso indevido de medicamentos é considerado um grave problema de saúde pública não só no Brasil, mas mundialmente. “Uma das consequências mais frequentes de atitudes como essas é a intoxicação pelo uso inadequado de medicamentos que, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), revelam que o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%”, ressalta. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), somente em 2012, os medicamentos foram responsáveis por 27% dos casos de intoxicação registrados no País (e de plantas, mais 1,33%, que poderiam estar sendo usadas como medicamento). Os analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são os mais FOTOS: SHUTTERSTOCK
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usados pela população sem o atendimento às recomendações de profissionais de saúde e, por isso, são também os que causam mais intoxicação. “No caso dos antibióticos, o uso de maneira inadequada ainda pode provocar a resistência ao paciente e para a sociedade atual e das futuras gerações”, alerta o farmacêutico. A automedicação pode, ainda, agravar a doença, uma vez que a utilização inadequada de medicamentos pode mascarar alguns sintomas e fazer com que a doença evolua de forma mais grave. As interações medicamentosas, que são alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento ou do consumo de determinado alimento (interações do tipo alimento-medicamento), podem aumentar, reduzir ou até cortar o efeito de um determinado medicamento e assim colocar em risco a vida ou a qualidade de vida do paciente. “Um exemplo é a utilização de antiácidos com outros medicamentos,o que reduz o efeito do outro medicamento”, explica Liporage. Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Athila, a automedicação é um problema muito grave em todas as camadas sociais de nossa cultura. “Entre as razões que levam o usuário a se automedicar, estão as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, indicações de familiares e amigos, autodiagnóstico na internet ou repetição de receitas já passadas, por conta de sintomas semelhantes”, lembra. “Por isso, devemos então estar atentos a todos esses pontos e atuar de forma preventiva, conscientizando o cidadão com campanhas periódicas e também deixar claro que a população sempre pode contar com a orientação de um profissional farmacêutico”, diz. Athila ressalta que, antes de tomar qualquer medicamento, a população pode – e deve – contar com o atendimento qualificado do farmacêutico. “O acesso a esse profissional é mais viável para a maioria da população do que ao médico e o farmacêutico está capacitado para promover qualidade de vida a ela, e isso deve ser bem aproveitado”, conclui.
AUTOMEDICAÇÃO X USO INDISCRIMINADO O nutrólogo e pediatra do Hapvida, operadora de saúde do Norte e Nordeste, Dr. Marcelo Maranhão Filho, defende a importância de se diferenciar automedicação e uso indiscriminado. “Os dois são repreensíveis, mas o segundo pode estar relacionado a uma conduta profissional do médico”, ressalta. A automedicação consiste na utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas para tratamento de doenças cujos sintomas são 84
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A AUTOMEDICAÇÃO • Dificuldades de acesso aos serviços de saúde; • Indicações de familiares e amigos; • Autodiagnóstico na internet ou repetição de receitas já passadas, por conta de sintomas semelhantes. Fonte: Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ)
“percebidos” pelo usuário, mas sem a avaliação de um profissional de saúde. Já o uso indiscriminado está relacionado à “medicalização”, ou seja, uma forma de encontrar a cura para doenças e promover o bem-estar usando exclusivamente medicamentos, o que pode levar ao consumo excessivo e constante destes produtos. Segundo a gerente da Secretaria Central das Comissões de Ética do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Dra. Luciane Maria Ribeiro, o aumento significativo do consumo de medicamentos é uma consequência de diversos fatores, como a oferta de produtos farmacêuticos, o marketing da indústria farmacêutica, o grande número de medicamentos prescritos e a cultura da automedicação associados a fatores socioantropológicos, comportamentais e econômicos. Dados da OMS demonstram que há o Uso Racional de Medicamentos (URM) quando os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e à comunidade. “Sem dúvida, o farmacêutico tem um papel importante no acesso e promoção do URM, pois, por meio de sua atuação clínica, seja nas farmácias ou no ambiente hospitalar, pode promover o uso racional, de forma que os pacientes utilizem os medicamentos corretos na terapêutica e, deste modo, reduzindo os problemas relacionados com os medicamentos”, completa a Dra.Luciane.
MUDANÇA DE CENÁRIO A OMS revela que os percentuais de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassam 10%. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, houve quase 60 mil internações por intoxicação causada pelo uso incor-
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reto de medicamentos. O Sinitox aponta que os medicamentos (30,7%) estão entre as principais causas de intoxicação e, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ocupa o 1º lugar entre as registradas em todo o País, à frente dos produtos de limpeza, agrotóxicos e de alimentos estragados. O CRF-RJ, junto aos farmacêuticos, está em ação para mudar este cenário. “Hoje, trabalhamos de forma permanente, alertando a população sobre os riscos da automedicação com campanhas sociais, durante todo ano, realizando ações sociais em locais de grande movimentação pública”, explica Athila. “Os farmacêuticos podem contribuir muito ao prestar a orientação farmacêutica e devem sempre chamar a atenção dos usuários para os perigos e graves riscos da automedicação”, finaliza. Para Liporage, da Fiocruz, deveríamos ter uma assistência farmacêutica multiprofissional integral e humanizada em todas as esferas de serviços de saúde e desde o desenvolvimento do medicamento nos centros de pesquisa.“O medicamento deveria ser visto mundialmente como um direito da humanidade e com custos acessíveis a todos e com qualidade”, defende. Ele lembra que, no mundo, os profissionais farmacêuticos estão entre as cinco profissões de maior confiança da sociedade mundial. Vale lembrar que, na Turquia, o farmacêutico é o profissional de maior confiança e, no Brasil, é o quinto conforme a última pesquisa realizada em 2014. “Além disso, a legislação que transformou a farmácia em estabelecimento de saúde (Lei 13.021/14) deve ser um
avanço para o uso racional de medicamentos, como foi o controle dos antibióticos no País, que tornou obrigatória a retenção da receita. A educação sanitária dos medicamentos nas escolas deve também ser uma transformação para as próximas gerações.” Para Liporage, o fato de o fracionamento dos medicamentos não ter se tornado uma realidade no País também contribui muito para o uso irracional de medicamentos. “A qualidade das prescrições e receitas precisa realmente ser melhorada em todos os aspectos no Brasil, assim como o investimento na melhoria da qualidade da formação dos profissionais de saúde.” Na opinião da farmacêutica responsável do Hospital Santa Paula, Carla Fernandes, para se evitar efeitos indesejáveis com o uso de medicamentos, um conjunto de práticas deve ser seguido, como a escolha terapêutica adequada, considerando dose, posologia, contraindicações e possíveis reações adversas. “Pacientes que utilizam medicamentos ou alteram a posologia por conta própria, sem indicação médica ou farmacêutica, podem colocar a saúde em risco, pois o uso de uma dose maior do que a indicada pode levar a uma intoxicação que pode causar um leve desconforto ou até a morte”, explica. Em contrapartida, o uso de uma dose menor do que a indicada pode piorar a doença, gerando consequências graves, porque o uso de uma dose menor de antibiótico ou a interrupção do tratamento antes do tempo indicado podem levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, piorando a infecção que está em tratamento.
PRINCIPAIS DANOS NO USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS • Alergias; • Hemorragias; • Lesões no estômago; • Danos em órgãos vitais (rins e fígado); • Pode, ainda, camuflar patologias mais graves, potencializar, inibir ou anular o efeito de outros medicamentos que já estejam sendo ministrados, além do risco de alguns medicamentos causarem dependência química e até o óbito; • Outro fator ligado à automedicação é a interação com outros medicamentos, alimentos, bebidas e até os famosos chazinhos. Quem toma medicamentos por conta própria não sabe quais são as propriedades das substâncias que ingere e o quanto algumas combinações podem ser prejudiciais à saúde. Fontes: Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) e Hospital Santa Paula
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Cuidado nunca é demais • Datas, horários, doses e instruções indicados na receita devem ser seguidos rigorosamente; • Antibióticos: o uso exagerado e sem controle torna as bactérias mais resistentes; • Os medicamentos são feitos para agir no local certo e na dose certa. Quebrar comprimidos ou abrir cápsulas sem orientação adequada pode levar à perda do efeito; • Medicamentos administrados por conta própria, apenas pelo fato de terem sido úteis a uma pessoa, podem fazer mal a outra; • Os medicamentos devem ser armazenados em locais seguros, arejados, secos e protegidos da luz e sempre longe do alcance das crianças; • Todo medicamento tem um prazo de validade e depois dele, o mesmo deve ser descartado corretamente. O farmacêutico pode orientar sobre como fazê-lo. Fonte: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp)
Para o farmacêutico clínico Silvio Antão, o problema deve ser combatido com fiscalização e punição. “Enquanto as farmácias e drogarias continuarem comercializando medicamentos como se fossem mercadorias, estaremos à mercê desse absurdo que é a automedicação”, diz. “Se aumentarmos a autonomia do farmacêutico, que é o profissional que mais entende de medicamentos para que, em consultórios e farmácias, possa avaliar, prescrever ou encaminhar a um especialista o paciente, prestaremos um melhor serviço à população.” O profissional defende que, para tal, seria preciso também alargar a prescrição farmacêutica não somente aos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), mas para todos os medicamentos – com exceção dos que necessitam de receituários azuis ou de controle especial, além, é claro, dos antibióticos. “Com isso, criaríamos uma tarja azul ao invés de vermelha com os dizeres: venda somente sob prescrição médica ou farmacêutica”, sugere. A propaganda de medicamentos, bem como a venda nas farmácias sem a necessária apresentação de receita, precisam ser mais rigorosamente vigiadas, promovendo, assim, uma redução na aquisição de medicamentos de forma indevida. É o que defende o presidente do Departamento de Clínica Médica da Associação Paulista de Medicina, Dr. Abrão José Cury Jr., ressaltando, ainda, que o esclarecimento público feito pela mídia pode ser um importante recurso a se utilizar. “Não podemos nos esquecer de que a recomendação nas consultas médicas também é essencial para conscientizar as pessoas sobre o risco da automedicação.” A promoção do uso racional dos medicamentos é uma ferramenta importante para, senão eliminar, minimizar os 88
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problemas, como a automedicação e os efeitos adversos. Por esse motivo, o papel do farmacêutico é fundamental para a promoção da saúde, em especial no uso racional de medicamentos. O farmacêutico, além de acompanhar e verificar as prescrições de outros profissionais de saúde, avalia os efeitos adversos e atua na orientação de como o medicamento deve ser utilizado, principalmente sobre os riscos que a automedicação traz.
Bula: uma aliada Linguagem difícil, letra pequena, excesso de termos técnicos, muita coisa para ler, enfim, as desculpas para ignorá-la são inúmeras. Porém, além do caráter informativo, a bula pode proteger o paciente de riscos desnecessários. Sem contar no mecanismo de defesa que exerce em benefício do paciente caso algum sintoma não tenha sido previsto na bula. “Toda bula precisa dizer o que pode acontecer ao paciente e caso isso não aconteça, o paciente pode recorrer judicialmente, exigindo reparação”, diz Liporage. Em 2009, a Anvisa determinou que devem existir três tipos de bula: a do profissional de saúde, a do usuário (de linguagem mais simples e no formato de perguntas e respostas) e a bula em formato especial (destinada aos portadores de deficiência visual e que deve ser solicitada no estabelecimento, caso a caso). No caso da dispensação em farmácias comerciais, a bula que vem dentro da caixa do medicamento já é a do paciente. Já quando o medicamento é disponibilizado na rede pública de saúde, podendo vir fracionado, o cidadão pode solicitar a bula impressa. É obrigação do serviço de saúde fornecê-la.
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Agora a Medley está no GNT, no Discovery H&H e na casa de milhões de pessoas. A Medley está sempre antenada às expectativas dos consumidores. Além da programação na TV aberta, agora tem novidade na TV paga. São as “Cápsulas de Saúde” no GNT e no Discovery H&H, programetes com informações valiosas sobre os cuidados com a saúde, como dicas para controlar diabetes, hipertensão, refluxo, ansiedade e depressão. É a Medley marcando presença na mídia e em sua farmácia.
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Medley: o genérico de confiança e escolha dos médicos.1
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O que fazer para
não errar na contratação? SEGUIR DICAS CERTEIRAS AJUDA COM QUE O NOVO FUNCIONÁRIO DA ÁREA DE VENDAS TENHA MAIS SUCESSO DENTRO DA EMPRESA
MARCELO CRISTIAN RIBEIRO Farmacêutico e consultor da Desenvolva Consultoria e Treinamento 90
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Independente do tamanho de sua empresa, a contratação da equipe deve ser levada a sério, de modo profissional, evitando erros na contratação e, consequentemente, prejuízos. 1º. Selecione mesmo quando não estiver precisando Crie um banco de Curriculum Vitae (CV), avaliado mensalmente. Isso contribui para não contratar na pressão. Como criar o banco de CV 1. Consiga o maior número de CVs e por diversas fontes: • informe na farmácia mostrando que aceita CV; • site; • crie um programa de indicação de funcionários. 2. Selecione os melhores CVs. 3. Faça uma entrevista por telefone. 4. Marque uma reunião com os pré-selecionados. Pré-selecione os melhores, no máximo dois ou três para a entrevista. 2º. Não contrate apenas para preencher vagas Contrate com base nas necessidades e características da vaga versus o candidato. Você deve possuir objetivos claros do que está procurando nos candidatos. 3º. Fale menos que o candidato Entrevistadores devem falar menos que o candidato. Por isso, pergunte e deixe o candidato se expressar. 4º. Avalie os resultados Contratar para gerar resultado e comprovar se o candidato possui experiência nisso é importante. 5º. Faça uma análise das forças e fraquezas de seu candidato O talento do funcionário, suas forças,
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aprendizado e todo o potencial estarão à disposição na nova empresa. Perguntas para identificar o potencial: • Em que você é bom? • O que deu certo na outra empresa e a sua participação no resultado? • Como a empresa pode te ajudar a gerar mais resultado? • Conte-me uma experiência pela qual você passou que foi positiva na empresa (pergunte com base no CV). O mesmo serve para os pontos a desenvolver que devem ser identificados na entrevista. 6º. Contrate pelo caráter Aqui está um ponto crítico da entrevista. Atentar ao caráter do candidato é mais importante que suas habilidades para a tarefa. 7º. Veja se o candidato ama pessoas Um candidato que sabe se relacionar agrega, aumentando a performance da equipe. Por isso, vale a pena conversar e muito sobre relacionamentos interpessoais para não possuir problemas no futuro. 8º. Utilize as redes sociais Cada vez mais empregadores buscam razões para contratar ou não por meio das redes sociais. Observe a postura do mesmo e a imagem na rede social. 9º. Divida responsabilidades na hora de contratar Quanto mais dividida a decisão sobre o funcionário a ser contratado, melhor será, evitando erros. Se for o Recursos Humanos (RH), divida com o líder da loja e vice-versa. Não é fácil contratar pessoas. Mas com as dicas mencionadas, sua chance de sucesso aumenta e muito. FOTO: DIVULGAÇÃO
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Renovação constante Apresentações diferenciadas, novos sabores e mais praticidade para a adesão aos tratamentos são tendência entre os novos MIPs que surgem no mercado Por Kathlen Ramos
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Medicamentos mais eficazes e precisos, com tecnologia de ponta aliada para atender às demandas da classe médica e do consumidor; cifras altas em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para a apresentação de novas moléculas; e anos de muitos estudos a fim de comprovar a segurança de diversas formulações. Essa é a realidade de vários laboratórios brasileiros para sobreviver na acirrada disputa da indústria de medicamentos. E com as apresentações livres de prescrição, a realidade não é diferente. Aliás, o interesse da indústria tem sido uma grande alavanca para fazer com que o portfólio de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) seja constantemente renovado, trazendo novas opções ao consumidor. “Os focos de investimento na renovação de portfólio concentram-se em extensões de linha e pesquisas de novas combinações”, considera a vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Marli Sileci. O Grupo Cimed é um exemplo. “Para a renovação do portfólio de MIPs, estão sendo realizados diversos investimentos na fábrica, como compra de maquinários, expansão de áreas produtivas e modernização nos processos de produção”, afirma a gerente de produtos da linha MIP da companhia, Natiele Barreto. A EMS, igualmente, tem investido fortemente para atender à demanda do mercado farmacêutico nacional, inclusive para lançar novos MIPs e, desta forma, ampliar e renovar o portfólio da área. Segundo comunicado, a empresa investe 6% do faturamento anual no Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, localizado em Hortolândia (SP) e considerado o maior e mais moderno da América Latina. Além disso, mantém parcerias internacionais de licenciamento de produtos inéditos no mercado brasileiro e uma parceria técnico-científica, desde 2006, com o laboratório de pesquisa italiano MonteResearch. A Merck Consumer Health também considera o setor estratégico e tem foco na renovação do portfólio oferecido ao mercado. “A empresa
As novas queixas do consumidor também já podem ser tratadas com MIPs. Um exemplo são o estresse e a ansiedade característicos deste século está passando globalmente por um momento de transformação com grande foco em inovação em MIPs. Para os próximos anos, teremos inovações”, revela o diretor de marketing da companhia, Daniel Blumen.
Tratamentos diversos Os lançamentos na indústria de MIPs surgem em diversos grupos terapêuticos. O Grupo Cimed apostou no segmento de vitamina C efervescente e nos antiácidos em pó, nas apresentações sachê e pote. “Juntos, esses produtos movimentam um mercado de mais de R$ 350 milhões ao ano e a expectativa é de que eles sejam um dos principais da linha dentro de dois anos”, projeta Natiele. A EMS também traz novidades ao mercado e o último lançamento é o multivitamínico, com vitaminas e minerais essenciais, que traz mais equilíbrio dos nutrientes no organismo e contribui para uma maior disposição, energia e saúde. Outro lançamento da empresa é a vitamina D pura que ajuda a combater as doenças causadas por sua deficiência, como a artrite reumatoide, a osteoporose, os problemas cardiovasculares, a fraqueza muscular, entre outros. Até mesmo as apresentações têm tido mudanças, trazendo um paladar diferenciado ao consumidor e, assim, ajudando na adesão ao tratamento. Também no segmento de vitamina D, o Aché Laboratórios Farmacêuticos desenvolveu um suplemento vitamínico que contribui para atingir as quantidades mínimas diárias necessárias da substância, que possui papel importante na manutenção de ossos e dentes. O medicamento chega com o sabor maçã verde. Ainda no Aché, outra novidade fica por conta de um tablete mastigável (similar a uma bala) que suplementa as quantidades necessárias de cálcio e que, ainda, 2015 julho guia da farmácia
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combina uma dose de vitamina D, facilitando a sua absorção no organismo. A indicação é de que sejam consumidos de um a dois tabletes por dia, o que corresponde a 40% ou 80% da ingestão diária de cálcio recomendada, respectivamente. O suplemento também tem uma versão sem adição de açúcar sabor chocolate, assim como as versões originais do produto, que são oferecidas nos sabores chocolate e caramelo. “O grande diferencial do produto é que ele é bem diferente de outros suplementos disponíveis no mercado, que geralmente são comprimidos grandes e difíceis de deglutir”, comenta o diretor da Unidade de Negócio MIP da empresa, Carlos Cesar Bentim Pires. Outro diferencial presente nesse medicamento está na eficácia, já que ele apresenta 93% de dissolução em 60 minutos, contra apenas 10% dos comprimidos tradicionais de carbonato de cálcio.
Patologias da modernidade As novas queixas do consumidor também já podem ser tratadas com MIPs. Um exemplo são o estresse e a ansiedade característicos deste século. Segundo um estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade 94
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de São Paulo (FMUSP), aproximadamente 12% da população do País é ansiosa, o que representa 24 milhões de brasileiros com ansiedade patológica. Estima-se, ainda, que 23% das pessoas no Brasil terão algum tipo de distúrbio dessa natureza ao longo da vida. Pensando nisso, o Aché criou um medicamento que traz em sua base Passiflora incarnata L., uma planta perene também conhecida como flor-da-paixão, da família do maracujá. O fitomedicamento é indicado para tratar estados de irritabilidade, agitação nervosa, insônia e desordens de ansiedade. Segundo Pires, o Aché também pretende entrar, neste ano, no mercado da suplementação de zinco e com um medicamento indicado para o tratamento de dores articulares com extrato da rosa silvestre. A Merck Consumer Health, aposta em um grande lançamento. “Anunciamos o único probiótico associado a multivitamínico do País, que traz o benefício de mais imunidade e mais energia do que os multivitamínicos comuns. Isso se dá em função do probiótico LA14, que ajuda na absorção das vitaminas e minerais, bem como no equilíbrio da flora intestinal – já que 70% do sistema imune está no intestino”, finaliza Blumen.
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Aliados fundamentais Produtos de perfumaria, higiene pessoal e cosméticos ganham cada vez mais espaço no tíquete médio das farmácias e tornam-se aliados de peso do varejista na hora de fechar as contas no azul Por Rodrigo Rodrigues
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Em tempos de preocupação com um possível desaquecimento do mercado brasileiro de farmácias em virtude da crise e do ajuste fiscal do governo, é possível observar, no varejo farmacêutico, o crescimento significativo da importância nas vendas de produtos fora da lista de medicamentos nas drogarias de todo o País. Itens de perfumaria, higiene pessoal e cosméticos, dermocosméticos e até produtos de conveniência têm sido importantíssimos para os empresários fecharem as contas ao fim de cada período.
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Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontam que, a cada novo ano, esses produtos avançam até mesmo nas contas das grandes bandeiras varejistas do setor. Segundo a entidade, em 2014, os chamados não medicamentos geraram, às grandes bandeiras, cerca de R$ 10,7 bilhões em receitas. O número significou crescimento de 14,69% em relação ao ano de 2013, valor acima dos 11,91% registrados nos medicamentos como um todo e até dos genéricos – que são há vários anos a musa dos olhos do setor –, mas tiveram avanço de apenas 6,38% nas vendas do ano passado. foto: shutterstock
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Nas contas da Abrafarma, hoje, os não medicamentos representam cerca de 30% do faturamento de R$ 32,3 bilhões registrados no ano passado. Essa importância têm se refletido também nos números da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que, nos últimos cinco anos, praticamente dobrou o faturamento do setor. Em 2008, os números da entidade afirmavam que o segmento teve um faturamento de R$ 24,4 bilhões no País. Cinco anos depois, em 2013, esse valor somou R$ 38,2 bilhões. “Os itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) têm a vantagem de não terem preços controlados pelo governo, como acontece com os medicamentos. Isso permite aos varejistas maior maleabilidade de precificação e pode gerar uma diferença significativa na hora de fechar as contas. Entretanto, os tempos são outros e não se pode compensar os descontos dados em medicação nos itens de perfumaria. O consumidor sabe o valor das coisas no mercado. O varejista que coloca 50% de lucro em cima de um item vai sofrer com o encalhe e a fama de careiro na vizinhança”, afirma o presidente da Associação dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácia do Brasil (AFPFB) e também do Grupo Farma & Farma, Rinaldo Ferreira. Segundo Ferreira, nas lojas da bandeira Farma & Farma, que hoje tem cerca de 170 lojas na região sul do País, os itens de HPC respondem em média por 25% do faturamento das lojas da rede. “Tudo depende do local, da cidade e do clima do ponto de venda (PDV). Para a média chegar a isso, há lojas em que os não medicamentos chegam a 40% do faturamento, enquanto outras vendem apenas 10%. O importante é observar que a curva vem evoluindo, impulsionada principalmente pela queda de competitividade da linha ética e da disputa feroz do mercado, que tenta segurar a clientela apenas na base dos descontos”, declara.
Portfólio aumentado No último relatório conjuntural da Abihpec, a entidade que representa a indústria de HPC destaca que os produtos para cabelo, barbear e os itens de higiene oral são os mais vendidos e exportados do Brasil para outras nações, como Argentina, Chile e México – os três maiores destinos. 98
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o ganho da venda em escala com a ampliação dos sortimentos oferecidos nas lojas é mais eficaz do que a simples precificação do que está ofertado desde sempre nas lojas “Embora a venda de medicamentos não tenha registrado queda nesse período, parece que o mercado caminha para uma evolução natural de diversificação do mix . A competitividade e o controle de preços dos medicamentos pelo governo têm enforcado, sobretudo, os pequenos varejistas do setor. Entre os nossos associados, há um consenso já de investimentos graduais nos itens de perfumaria para tentar voltar a ganhar dinheiro”, afirma o gestor geral do Grupo Farma, rede mineira com mais de 64 lojas espalhadas pelo estado, Cleiton Blandin. O varejista conta que, em Minas Gerais, essa migração já vem crescendo consideravelmente desde 2010, quando passou a valer no estado a chamada “Lei das Drugstores”. Sancionada em 27 de dezembro de 2009 pelo então governador Aécio Neves (PSDB), a lei autoriza o funcionamento de serviços de conveniência e prestação de serviços dentro das farmácias. Com essa lei, as farmácias podem vender produtos de conveniência, tais como biscoitos, refrigerantes, salgadinhos, doces e balas, além de prestarem serviços de pagamento de contas e banco postal, por exemplo. A legislação, claro, ressuscitou o velho debate sobre a vocação das farmácias e drogarias para atendimento à saúde, obrigando até a Abrafarma a encomendar um parecer jurídico do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso, sobre a legalidade ou não da lei mineira sancionada pelo tucano.
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No parecer, Velloso compara o modelo norte-americano de farmácias para dar sinal verde ao funcionamento dessas novas drugstores em Minas Gerais. “Não existe impedimento legal ao funcionamento, num mesmo espaço físico, do comércio farmacêutico e das chamadas lojas de conveniência, sujeitando-se cada atividade à regulamentação e fiscalização da respectiva autoridade. Convém ressaltar que essas lojas prestam excelente serviço aos consumidores. Num mesmo local, encontram produtos de que necessitam, com economia de tempo. Em certas horas da noite, por exemplo, somente ali é que poderiam efetivar as suas compras. Nos Estados Unidos, as drugstores constituem a regra”, comenta o ex-presidente do STF. Embora os conselhos regionais sejam contra a visão e o parecer de Velloso, a chamada “Lei das Drugstores” parece ter caído no gosto dos varejistas da região. “Muitos dos nossos associados estão mudando o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e a razão social das empresas para poderem se adequar ao modelo estabelecido pela lei. Isso possibilitou maior aumento e oferta de produtos não medicamentosos nas lojas e é o que tem salvado alguns pequenos varejistas de fecharem as portas”, conta Blandin. Ao contrário do que se imagina, contudo, as farmácias mineiras não estão apostando apenas nos alimentos, segundo conta Blandin. O empresário afirma que o maior investimento dos associados tem sido na expansão e ampliação dos itens de HPC e dermocosméticos. “Por mais que alimentos e bebidas elevem o tíquete médio das lojas e tragam clientes para a compra, toda dona de casa ou pai que administra o lar sabe quanto se paga nesses produtos nos supermercados ou padarias do País. Nesse ponto, os itens de perfumaria possibilitam a flutuação das margens de forma muito mais eficaz para o varejista que os demais itens”, revela Blandin.
Vale a pena? O professor de marketing e gestão de pontos de venda do curso de MBA do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec) – ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – e diretor da Federação Brasileira das 100
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Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), o empresário Rogério Lopes Júnior, concorda com a tese de que é preciso ter cautela e estratégia ao apostar na ampliação dos itens de perfumaria das lojas. De acordo com ele, o ganho da venda em escala com a ampliação dos sortimentos oferecidos nas lojas é mais eficaz do que a simples precificação do que está ofertado desde sempre nas lojas. “Todo usuário de tintura de cabelo, fraldas, desodorante ou xampu sabe quanto custa o item que ele compra todos os meses. Ele é fiel à determinada marca e sabe o valor de cada item. A estratégia mais correta é estimular a compra por impulso, oferecendo sempre algo novo, que ele não costuma comprar todos os meses”, avalia. Para se chegar a resultados satisfatórios, o professor do Cpdec aconselha ao varejista a trabalhar muita a exposição dos itens, garantindo espaço de escolha, diversidade e destaque para os produtos de alto valor agregado e com preços atrativos. “As pesquisas já mostram que os itens de perfumaria diminuem o desconto médio e elevam o tíquete geral das lojas. Não há o que se discutir. Entretanto, com o aumento da diversificação, o ganho é por escala e volume, porque também é preciso manter preços minimamente competitivos. Por isso a importância da exposição bem definida dos itens e um leque amplo de sortimentos”, garante Lopes Júnior, que também é gestor da ban-
não se pode compensar os descontos dados em medicação nos itens de perfumaria. O consumidor sabe o valor das coisas no mercado. O varejista que coloca 50% de lucro em cima de um item vai sofrer com o encalhe e a fama de careiro
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A evolução dos não medicamentos nas grandes redes do varejo farmacêutico (em R$ bilhões)
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Venda de medicamentos
Venda de não medicamentos
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Fonte: Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)
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A evolução dos não medicamentos nas grandes redes do varejo
Xampus, condicionadores, tinturas e cremes para cabelos responderam,
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, por
em
de tudo que foi vendido
Na segunda posição, aparecem as lâminas e os produtos para barbear, que representaram
18,7%
das vendas, seguidos pelos cremes dentais, escovas e itens para higiene oral, que somaram
no Brasil ou exportado.
16,1%
Os sabonetes ocupam a
Os desodorantes aparecem com
quarta posição, com
14,1% de todas as vendas, seguidos pelos descartáveis – fraldas e itens para higienização pessoal –, com
8,4%
.
.
7,4%
,
enquanto os cremes para pele, bronzeadores e protetores solares chegaram a
6,5%
,
seguidos por maquilagens e talcos, com
3,4%
das vendas.
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec)
deira Farmafort, que administra 25 lojas na região do Sorocaba (SP). Sobre a polêmica de ampliação da venda de não medicamentos nas farmácias com a venda de produtos, como refrigerantes e alimentos, Lopes Júnior diz que se trata de um erro estratégico que nada acrescenta aos plano de negócio do varejista farmacêutico. “Dependendo em que local se está, existe uma padaria, um mercadinho, uma quitanda ou um posto de 104
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gasolina e bonbonnière onde o consumidor tem formado na cabeça que pode comprar esses produtos. São itens de baixíssimo valor agregado, que descaracterizam o PDV e pouco acrescentam no tíquete médio do comprador. Ampliar o leque para suplementos alimentares ou produtos alimentares da linha diet, light ou natural me parece uma decisão mais inteligente e eficaz para criar valor agregado ao PDV e valorizá-lo no longo e médio prazos”, avalia Lopes Júnior.
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gestão
É hora de profissionalizar Quando a administração do pequeno varejo foge às mãos do empreendedor, é o momento de buscar mais conhecimento e se capacitar Por Nayara Figueiredo
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O empreendedor busca um relatório mais preciso e não consegue, os somatórios do estoque não batem, as vendas estão caindo, o marketing é antiquado, a concorrência está cada vez mais agressiva e o dono da loja já não sabe o que fazer. Todas essas situações mostram que o varejista começa a perder as rédeas do negócio, são indícios claros de que chegou a hora de investir em profissionalização. Um estudo da GFK Brasil mostra que 84% dos mercados de bairro são empresas familiares, ou seja, o conhecimento e a loja vão passando de pai para filho. Quando isso acontece, a necessidade de se alinhar às novidades do mercado aumenta, caso contrário, a competitividade cai. “A experiência no negócio é importante, mas a capacitação é fundamental para o empresário e sua equipe de funcionários. Os resultados ficam melhores, as atividades tornam-se mais eficazes, além da retenção de talentos, uma vez que o funcionário percebe que estão investindo para que ele
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cresça”, enfatiza o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Daniel Palácio. Para o especialista, o varejista pode começar visitando feiras para se informar sobre as tendências do setor, quais são as ferramentas de gestão mais utilizadas e modelos mais adequados ao seu tipo de loja. Outra maneira é fazer um levantamento de fim de ano sobre as necessidades de treinamento de cada funcionário. Onde se pretende investir e em quais pontos os profissionais precisam melhorar são fatores que precisam estar presentes nesta análise.
Minha equipe Sabemos que muitos funcionários trocam de emprego por R$ 100 a mais no fim do mês ou por um ônibus a menos. Isso é sinal de que ele não vestiu a camisa, ou seja, não se sente parte da família. A afirmação é da presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa. “Quando o colaborador percebe que o valorizamos e que proporcionamos a ele um futuro melhor com capacitação, ele começa a sentir que pode crescer na carreira foto: shutterstock ilustrações: shutterstock
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Literatura especializada: onde encontrar? Sites • Guia da Farmácia www.guiadafarmácia.com.br • Falando de Varejo www.falandodevarejo.com • Sebrae www.ead.sebrae.com.br • Instituto de Estudos em Varejo www.iev.net.br • Treina PDV Farma www.treinapdvfarma.com.br Livros • Merchandising Farma Regina Blessa • Balconista de Farmácia Ana Claudia Naldinho Claudia Tereza Caresatto • Guia de Gerenciamento por Categorias Cristina Lopes • Meu cliente não voltou, e agora? Fátima Merlin • Merchandising e Layout para Farmácias e Drogarias: Impulsionando as Vendas Tatiana Ferrara Barros • Gestão Estratégica para Farmacêuticos Leonardo Doro Pires, Lenin Cavalcante Brito Guerra e Marcel Lima Ribeiro Dantas e progredir. Daí ele começa a pensar duas vezes antes de mudar de empresa”, diz, logo, a profissionalização de todos é uma maneira eficaz de manter uma boa equipe de trabalho. Um exemplo em destaque é a atuação do Sebrae, que ministra palestras, cursos e oficinas gratuitas a lideranças do segmento varejista, gerentes e proprietários, no intuito de que eles repassem o conhecimento adquirido de uma forma simples, clara e muitas vezes sem custos. De acordo com Palácio, os treinamentos aplicados na própria empresa são conhecidos como “On the job”, em que os funcionários mais experientes ficam responsáveis por ministrar o curso. Para o médio varejo, que dispõe de um pouco mais de capital para investir em profissionalização, uma saída é a contratação de consultorias especializadas. “O problema é que o pequeno e médio varejo não têm a ‘cultura’ de contratar consultor. O varejista quer: mais lojas, melhorar a logística, reformar lojas antigas. Consultoria não está no topo das prioridades, mas serve justamente para formar as pessoas naquilo que elas não sabem e
Revistas especializadas • Guia da Farmácia • Essencial • Decnews • Supermercado Moderno • Giro News • Super Hiper • Super Varejo Institutos de pesquisa • Nielsen • Delloitte • GfK Brasil • Fundação Getulio Vargas (FGV)
traz resultados que podem ser mensurados de uma maneira mais concreta”, explica a especialista em gestão de categorias e gestão de varejo da ESPM, Cristina Lopes. A presença de uma consultoria vai depender do nível de problemas da empresa. Se a loja vai indo bem e se os proprietários querem apenas fazer reciclagem na equipe, 2015 julho guia da farmácia
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gestão
O que levar em consideração para contratar um consultor Experiência no varejo
Acima de 25 anos
Existência da loja
Até 5 anos
16%
Até 5 anos 19%
De 21 a 25 anos 11%
22% De 16 a 20 anos
Acima de 25 anos
11%
24%
De 6 a 10 anos
15% De 11 a 15 anos
De 21 a 25 anos
16%
8% 19%
19% De 16 a 20 anos
De 6 a 10 anos
18% De 11 a 15 anos
Fontes: GfK Brasil
podem assistir a cursos livres e fazer troca de experiências em reuniões. Mas se há algo que não anda bem, o indicado é chamar um consultor especializado em varejo para fazer um diagnóstico do problema, assim ele será resolvido o mais breve possível. “Não chame o consultor só para o enterro da empresa. Ao primeiro sinal de problema e risco iminente ao negócio, veja se ele realmente pode ajudá-lo”, completa Regina.
Aprendendo a distância A modalidade que vem se popularizando cada vez mais é o aprendizado a distância por meio de cursos on-line, alguns exemplos são o Treina PDV Farma e o Academs, do laboratório EMS, programas de capacitação, criados para qualificar e atualizar o profissional farmacêutico. São formas rápidas e com níveis de investimentos, geralmente, menores do que os cursos presenciais. Entre as vantagens dessa modalidade, o consultor da empresa Superação Treinamentos e Consultoria, Marcos Sousa, destaca o acesso fácil na hora em que se quer e onde estiver. “O curso se adapta à agenda do estudante e não o contrário. Ele pode ver e rever várias vezes um curso. No caso de alunos tímidos que têm vergonha de 108
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perguntar em sala de aula, eles podem enviar suas dúvidas pela internet e tê-las respondidas em seguida”, diz. Além disso, nesse sistema, o aluno pode adaptar as aulas de acordo com seu ritmo de aprendizagem. Sem falar no preço dos cursos que são menores em função da dispensa de infraestrutura física (prédio) com todos os custos de manutenção. Também permite acesso a locais remotos, em que se encontram alunos interessados que não conseguiriam chegar à cidade onde existe o curso, escola ou universidade. Em contrapartida, as principais desvantagens são falta de interação pessoal com o professor e com outros alunos, especialmente, troca de experiência. Ainda que existam grupos criados nas redes sociais, uma interação olho no olho e contato humano intensificam as relações pessoais. “Outra desvantagem é a falta que o professor tem do retorno da turma. Eu, que já ministrei algumas aulas on-line, sei bem como é difícil falar para uma lente de câmera e não ter o feedback imediato de uma turma para medir se está acompanhando o conteúdo ou não”, ressalta Sousa. Ainda nas formas de aprendizado a distância, o varejista pode se informar por meio da internet e literatura especializada, revistas e livros que auxiliam na hora de encontrar as novas tendências do mercado.
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Recursos humanos
Com a cabeça na rede O uso de smartphone para navegar nas redes sociais pode causar perda de produtividade. Cabe ao gestor ter regras claras para isso não acontecer
Por Claudia Manzzano
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Com o surgimento das redes sociais e a empolgação inicial, que levou muita gente a passar horas navegando entre perfis e posts, os gestores do universo corporativo não viram com bons olhos seus colaboradores perderem tempo de trabalho com bate-papo ou públicações que não faziam parte de suas tarefas. No início, era fácil simplesmente bloquear sites indesejados no computador corporativo, mas com a popularização dos smartphones, ficou mais difícil controlar. O expert business coach da Sociedade Brasileira de Coaching Empresas, Rodrigo Collino, explica que há muitos dados controversos sobre o tema e pesquisas continuam sendo feitas. Por exemplo, existe um estudo de 2006 da Carnegie Mellon University mostrando que trabalhadores, que constantemente alternam entre tarefas – como usar ferramentas de chats e mensagens instantâneas de mensagens com assuntos não relacionados ao trabalho durante o expediente –, levam de 11 a 25 minutos para retornar às suas atividades principais, devido à mudança de contexto e tempo necessário para focar novamente na resolução de seu trabalho. Ilustrações: shutterstock
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Por outro lado, estudo da Universidade de Melbourne, feito em 2011, mostrou que o uso de redes sociais no expediente resulta em aumento de produtividade de até 9% quando o tempo total dedicado a isto não ultrapassa 20% das horas de trabalho de um dia. Ou seja, para um expediente de oito horas diárias, passar mais que 1,5 hora navegando em outras águas já começa a afetar a eficiência de um funcionário. Isso se explica pela necessidade de pequenos intervalos ao longo do dia, que podem ser benéficos para estimular a criatividade e execução de tarefas. Essa regra vale para qualquer outro tipo de intervalo em que o funcionário se beneficie, não necessariamente o uso de redes sociais ou similares. No Brasil, estudo realizado com 1,2 mil pessoas pela consultora em Recursos Humanos Eva Hirsch, em parceria com Cristina Panella Planejamento e Pesquisa e a agência LeadPix, em 2014, aponta que, apesar de os trabalhadores acreditarem não haver problema em acessar sites e aplicativos, como Facebook, Twitter, Instagram e outros, durante o trabalho, 71% deles acreditam que, quando os seus colegas acessam, perdem a concentração e o rendimento. Já 45% dos entrevistados reconheceram que as novas tecnologias atrapalham a concentração. O fato é que as redes sociais são uma realidade e não podemos ignorá-las, assim como seu uso no ambiente de trabalho. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques, nada como o bom senso para avaliar e se posicionar diante da situação. “A postura do gestor deve ser no sentido de manter a produtividade. Em algumas áreas, o uso das redes sociais é imprescindível, como marketing, relacionamento com o cliente e comercial, porém o bom senso deve prevalecer”, endossa. Segundo o especialista, o gestor deve delegar as responsabilidades e cobrar resultados e prazos, além de monitorar os processos de trabalho. Tudo isso implica em fazer a avaliação de desempenho e produtividade, ponderando os picos de distração, uso de redes sociais e navegação de sites que não condizem com a atividade profissional. Para fazer essa análise, o gestor precisa levar em consideração a empresa em que está atuando. “Cada empresa deve conduzir esse processo de uma maneira, dependendo do seu porte, segmento, profissionais e público”, completa Marques.
o correto é corrigir em particular por meio de uma conversa objetiva, transparente e construtiva, que traga mais consciência ao colaborador sobre suas atitudes e, depois, colocando-o como parte da solução
Também é importante determinar o que é “uso permitido” e o que é “uso excessivo” das redes sociais. Collino aponta que ter as regras esclarecidas e comunicá-las desde o processo de seleção e contratação é essencial para uma equipe bem informada e focada. “Aqui, a capacidade do líder em comunicação e em promover eficiência da equipe estarão à prova, pois somente aqueles que conseguirem engajar seus liderados de forma ativa (ao invés de punitiva) trarão maior sucesso para a empresa e seus clientes.” Para 29% dos entrevistados pela consultora Eva, a solução para acabar com as redes sociais no ambiente de trabalho seria a proibição, tanto do acesso às redes sociais quanto dos e-mails pessoais durante o experiente. Com punição grave, podendo acarretar até em demissão no caso de uma desobediência. Mas a palavra proibir não está na moda entre os especialistas em gestão de pessoas. Collino aponta que a proibição só acontece quando o líder ou a empresa, enquanto organização, falham na conscientização e engajamento de seus colaboradores. “É possível proibir de maneira consciente, estabelecendo regras de disciplina e produtividade que sejam saudáveis para todos os envolvidos – e cada empresa tem seu ‘ajuste fino’ nesta questão em função da área, cultura e dos objetivos que lhe são relevantes.” Marques concorda. Para ele, o melhor é a conscientização, e até mesmo a definição de um horário para o uso das redes sociais, se necessário. E lembra que, 2015 julho guia da farmácia
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Recursos humanos
em algumas áreas como a de produção, o uso do celular deve ser proibido, uma vez que há um tempo da linha de produção e qualquer distração pode acarretar em atraso e até mesmo em um acidente. Algumas empresas contam com a tecnologia para manter a produtividade do colaborador. O computador corporativo além de poder ser bloqueado, também pode ser monitorado. Já os celulares são aparelhos particulares, o que impossibilita bloqueios por parte da empresa. Collino diz que o fator diferencial deve ser o capital humano e, portanto, trata-se muito mais de um exercício de desenvolvimento da liderança junto à sua equipe do que uso de artefatos tecnológicos para bloqueio de aplicativos em celulares daqueles que deveriam, em teoria, estar jogando pelo seu time, remando o barco na mesma direção. “Se uma empresa está considerando usar esse tipo de tecnologia, recomendaria urgentemente uma reavaliação de sua missão, valores e capacidade de gestão e liderança frente a seus colaboradores”, ressalta Collino.
Atitude inevitável Para ajudar o colaborador a entender até onde ele pode ir com as redes sociais, campanhas internas e até o manual do colaborador podem vir com orientações quanto ao uso das tecnologias. “Conscientizar o colaborador do seu papel e da sua responsabilidade dentro da organização é de suma importância, bem como os resultados que a empresa espera dele. Assim sendo, ele deve evitar distrações ao longo do dia, como as redes sociais, navegando em sites e até mesmo estendendo a pausa para o cafezinho”, reforça Marques. Por outro lado, o especialista aponta que algumas empresas incentivam o uso das redes sociais como forma de divulgação, pois os clientes interagem com esse tipo de postagem. No entanto, essas ações devem ser feitas com cautela para não expor a organização de maneira negativa. Deve haver orientação e monitoramento quanto a isso. Collino acredita que as campanhas podem variar bastante em função da criatividade da equipe de recursos humanos juntamente com o departamento de marketing, e devem considerar a linguagem mais 11 2
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é importante um acordo sobre as consequências do cumprimento ou não daquilo que foi disposto entre ambas as partes e acompanhar os resultados para estimular a mudança real de comportamento. uma conversa individual com o colaborador que demonstrar baixa produtividade por excesso de distrações adequada ao perfil do público em questão – geração Y, Z, ou um pouco de todos. “O importante é conseguir relacionar os dados que impactam diretamente os colaboradores, a empresa e seus clientes. Por exemplo, tempo perdido em celulares e redes sociais versus impacto na produtividade ao fim do dia, semana ou mês.” No entanto, mesmo se com todos os esclarecimentos algum funcionário exagerar nas atividades que não estão relacionadas a seu trabalho, a postura do gestor faz toda a diferença. Collino diz que a regra da empresa deve ser igual para todos, comunicada desde a admissão do funcionário e por escrito. O problema começa a existir quando o que se promete não é cumprido, então, quando o líder percebe alguém destoando do grupo, o correto é corrigir em particular por meio de uma conversa objetiva, transparente e construtiva, que traga mais consciência ao colaborador sobre suas atitudes e, depois, colocando-o como parte da solução. O especialista sugere, por exemplo, que ele seja indagado da seguinte forma: “Tenho percebido que você está exagerando no tempo com atividades não relacionadas ao trabalho durante o expediente, e isto tem
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SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Maio/2015
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Recursos humanos
Números importantes
32%
têm acesso liberado durante todo o expediente
39%
dos entrevistados têm acesso restrito às redes sociais e e-mail pessoal na empresa
28%
afirmam que apenas uma parte dos funcionários tem liberdade de acesso
Fonte: pesquisa da consultora em Recursos Humanos Eva Hirsch, em parceria com Cristina Panella Planejamento e Pesquisa e a agência LeadPix
afetado x e y em seu desempenho, nossa equipe, meus resultados enquanto seu líder. Como você pode agir de agora em diante para evitarmos isto e conseguirmos resultados melhores?”. Por fim, é importante um acordo sobre as consequências do cumprimento ou não daquilo que foi disposto entre ambas as partes e acompanhar os resultados para estimular a mudança real de comportamento. Marques também indica uma conversa individual com o colaborador que demonstrar baixa produtividade por excesso de distrações. Segundo ele, dar um feedback é fundamental, pois o colaborador pode não estar se dando conta do tempo gasto com esse tipo de atividade. “Sendo assim, oriente-o da maneira adequada, seguindo o padrão da empresa. Caso isso não seja o suficiente, o departamento de recursos humanos pode ser acionado para aplicar uma advertência ao colaborador, mas é importante que o gestor tente evitar esse tipo de punição.” 11 4
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Peculiaridade do varejo O uso do celular por balconistas ou atendentes do varejo pode trazer problemas, como distração e falha no atendimento. Para Marques, a falta de atenção quando o cliente se aproxima pode passar a impressão de desinteresse do atendente. “Ao utilizar o celular, o profissional fica de cabeça baixa, sua postura muda, o que pode fazer com que um cliente passe despercebido.” Collino destaca que é difícil generalizar, por isso, é importante que o líder entenda o contexto maior e transmita a visão de seu negócio de forma inspiradora e positiva a todos de sua equipe e esteja sempre pautado em dados, indicadores de performance de sua equipe. “O combinado não sai caro nunca, e as empresas de maior sucesso são aquelas que conseguem admiradores em seu quadro de colaboradores, não apenas funcionários que seguem regras que são impostas de cima para baixo”, conclui.
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Você no bolso do cliente
Os aplicativos são ferramentas essenciais para qualquer usuário de smartphone. O seu varejo está preparado para entrar no celular do seu consumidor?
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Por Claudia Manzzano
É cada vez mais comum ver pessoas de todas as idades hipnotizadas pelos seus celulares inteligentes. De acordo com o instituto de pesquisa IDC Brasil (empresa de inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercado de consumo em massa de tecnologia, que analisa e prediz tendências), só no terceiro trimestre de 2014, foram vendidos 15,1 milhões de smartphones no País –, o que representa um crescimento de 11% em comparação ao período anterior e um aumento de 49% nas vendas em relação ao mesmo trimestre de 2013.
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Com esses aparelhos, os usuários se tornam poderosos consumidores de informação, onde quer que estejam. Uma das ferramentas mais usadas para alimentar a sede do internauta são os aplicativos – softwares que exercem uma função específica. E marcas de todos os segmentos estão aproveitando essa “onda” para ficar mais próximas do seu consumidor por meio de aplicativos exclusivos. “O varejista pode utilizá-lo para gerar um canal de relacionamento próprio, aumentar a intensidade da interatividade do cliente com marca, criar canal a fim de receber informações, pedidos de compra, reclamação”, afirma o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo foto: shutterstock
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(Sebrae-SP), Gustavo Carrer. Ao mesmo tempo, o aplicativo proporciona ao varejista enviar informações sobre produto, propaganda, campanhas, principalmente no setor de higiene e beleza, que não tem restrição para enviar promoções. As formas de usar o aplicativo para ficar mais perto do cliente são várias. Desde simplesmente enviar informações sobre produtos e promoções até criar campanhas diferenciadas, indicação de outros clientes, e divulgar a oportunidade nas redes sociais, por exemplo. Em outros casos, o varejista pode tornar a experiência dentro da loja mais valiosa. Carrer sugere que, logo após o cliente fazer check-in, ele receba cupons promocionais e informações incrementais sobre itens que estão ali. Outra opção é ensinar o cliente a navegar pela loja e como encontrar o produto na gôndola. O aplicativo também pode ajudar o cliente a comprar os itens mais frequentes com antecedência e a encontrar a loja mais próxima de sua localização. Por exemplo, quando chegar a data da compra de um medicamento ou outro item e o cliente estiver próximo a uma loja, o aplicativo identifica a proximidade por meio do GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português) e avisa o que precisa comprar. “É um universo amplo de possibilidades, um processo de ‘ludificação’. Isso humaniza o processo de escolhas. E o aplicativo ajuda a criar isso”, afirma Carrer. Mas o especialista lembra que leva tempo para mostrar resultados. “Não vai aumentar o tíquete médio da loja da noite para o dia. É um processo de maturação.”
E-commerce, o primeiro passo Realizar vendas no ambiente virtual exige uma infraestrutura bem direcionada para este canal. No caso dos aplicativos, a regra é a mesma, mas para quem já está atuando on-line, tudo fica mais fácil. Ainda que o smartphone não seja a primeira opção de canal de compra para grande parte dos consumidores, ele está ganhando importância à medida que os gadgets ficam mais rápidos e sofisticados. No Brasil, as vendas realizadas por meio de aparelhos móveis representam atualmente 9,7% das compras pela internet, segundo relatório WebShoppers. A maior parte dessas transações é originada de smartphones (56%), tendo superado o uso dos tablets (que chegou a ter 60%) para esta finalidade. Mas em países desenvolvidos, como Japão, esse valor já está por volta de 30%. Portanto, vale ficar atento às diversas formas de como vender por meio de aplicativos. Em alguns casos, 11 8
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as empresas oferecem a opção para o cliente realizar a compra dentro da loja, mas receber em casa. Em outros casos, o cliente pode comprar a caminho da loja e passar na farmácia só para pegar o pacote. O mais importante é oferecer alternativas.
Bate e volta Quem já baixou algum aplicativo deve se lembrar de que, antes de terminar o download, é preciso aceitar algumas condições. E é nesse detalhe que os varejistas devem se ater na hora de jogar seus aplicativos na rede. Essa autorização permite que o aplicativo obtenha dados do usuário do celular. Com essa permissão, o varejista consegue gerar estatísticas, visitas, quem é o público usuário de seu aplicativo. Esses dados podem ser muito úteis, já que os cadastros das lojas geralmente não são completos. Com essas informações, é possível gerenciar um pouco melhor as ações de marketing e mix da própria loja. A grande vantagem dos aplicativos é que uma vez baixado no celular do cliente, o varejista não precisa mais ficar ‘pescando’ a mesma pessoa na internet. “Você estará instalado no aparelho mais importante da vida do seu consumidor atualmente”, alerta o coordenador do curso Sistemas de Informação em Comunicação e Gestão, Rodrigo Tafner. Ele exemplifica com o case da OLX – empresa de anúncios classificados gratuitos na internet. O grande empenho deles é fazer com que os clientes baixem o aplicativo no celular, mesmo tendo um site tradicional.
Achados e perdidos O marketing é uma ciência muito delicada, pois as ferramentas mais eficientes podem ser grandes fracassos se não forem baseadas em estratégias bem desenhadas. No caso dos aplicativos, o perigo é a empresa fazer um grande esforço para o cliente baixar seu aplicativo e deixá-lo perdido no meio de tantos outros. “Achar que basta ter o aplicativo é pouco. Ele é só plataforma, se não definir estratégia e bom planejamento das ações, provavelmente as pessoas não vão se lembrar dele”, diz Carrer. Para o executivo, é preciso estimular as pessoas a usar o aplicativo, e isto acontece ao oferecer algo em troca, como pontuação para descontos, por exemplo. Já Tafner deixa claro que o consumidor só vai usar o aplicativo se for oferecido algo realmente relevante para o consumidor. “Você não consegue fazer um absorvente ser relevante para um homem”, ironiza, e ex-
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VIRTUAL
plica que a farmácia tem basicamente duas funções na vida das pessoas: em caso de doença ou para comprar produtos de beleza. No caso de produtos de higiene e beleza, as mulheres acham importante receber dicas de cuidados, por exemplo. E quando se trata de doença, o cliente deve se lembrar da farmácia, mas não vai querer ir até a loja. A ferramenta também pode oferecer informações gerais de saúde e, principalmente, conteúdo relacionado ao medicamento comprado. Por exemplo, se o cliente comprou um antigripal, avise-o que é importante beber bastante líquido para ter uma recuperação mais rápida.
GERAÇÃO A, B OU C? Quando se trata de tecnologia e inovação em comportamento de compras, muitos pensam que estas novidades são quase que exclusivas para os mais jovens. Mas o relatório da WebShoppers deixa claro que quando se trata de conversão em vendas, isso nem sempre é verdade. A média de idade do consumidor mobile é de 40 anos, sendo de 35 a 49 anos a faixa etária que mais realiza compras (39% mulheres e 38% homens). As classes A e B são as que mais consomem com a plataforma (62%), ante as classes C e D (27%). As mulheres são as que mais compram via smartphones ou tablets, representando 56% desse público. “As gerações Y em diante usam mais o celular e suas ferramentas, mas quem está no mercado de trabalho está inserido neste universo e usando o smartphone”, ressalta Tafner. Portanto, todos os perfis de públicos têm de estar no planejamento, sem preconceito. Carrer lembra que o aplicativo deve ser desenhado de acordo com o perfil de clientes que a loja já possui. Em muitas lojas, os mais jovens são visitantes inconstantes que buscam mais produtos de higiene e beleza. Nesse caso, não adianta desenhar uma interface muito moderna, porque os mais velhos vão se sentir desconfortáveis. Mas quem tem um público jovem frequentando a loja também não pode fazer uma interface muito ultrapassada, senão os jovens vão se sentir desmotivados a usar. Outras medidas para incentivar o uso do aplicativo também podem fazer a diferença. Ter o cuidado de promover a educação do público menos habituado com a tecnologia é um diferencial. Para isso, funcionários bem treinados são essenciais. Toda a equipe tem de conhecer o funcionamento do aplicativo e estar empenhada em aumentar o número de clientes usuários. 120
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AS FORMAS DE USAR O APLICATIVO PARA FICAR MAIS PERTO DO CLIENTE SÃO VÁRIAS. DESDE SIMPLESMENTE ENVIAR INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS E PROMOÇÕES ATÉ CRIAR CAMPANHAS DIFERENCIADAS, INDICAÇÃO DE OUTROS CLIENTES, E DIVULGAR A OPORTUNIDADE NAS REDES SOCIAIS, POR EXEMPLO Oferecer acesso grátis de Wi-Fi na loja é outro ponto importante. Dessa forma, os funcionários podem fazer com que os clientes baixem o aplicativo na mesma hora da compra.
PRODUÇÃO CUSTOMIZADA As agências de publicidade são as principais responsáveis pela criação de aplicativos exclusivos, mas atualmente existem bastante empresas especializadas neste produto. O proprietário da OBG Digital, Ton Martins, conta que algumas agências oferecem ferramentas prontas de aplicativos, mas o especialista acha que esta não é uma boa opção. “O objetivo da ferramenta é oferecer um serviço para o cliente, e se não for relevante para ele, as pessoas não vão usar.” De maneira geral, as agências desenvolvem um produto exclusivo para o cliente. O varejista apresenta a ideia ou o problema que quer resolver e os desenvolvedores aprimoram a ideia com sua expertise na área. Martins acredita que para fazer um aplicativo realmente relevante ao consumidor, o varejista não pode só olhar para seu negócio, ele deve estar atento aos interesses do usuário. O varejista precisa saber qual o melhor serviço a oferecer a seu público. Para informações institucionais, por exemplo, diz Martins, não é necessário um aplicativo, isso pode ser oferecido por meio de um site para mobile. “Quando a gente pensa que as pessoas passam muito mais tempo conectadas ao celular do que pelo computador, todo investimento em mobile faz sentido. Vale a pena proporcionar experiência no celular. A melhor situação nesse caso seria desenvolver um aplicativo”, conclui Tafner.
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garganta e ouvido
Cuidados redobrados com a resistência Uma infecção é a invasão de tecidos corporais por parte de organismos, como as bactérias, os vírus ou os fungos. Normalmente, inúmeros agentes infecciosos vivem no corpo de um indivíduo
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Por Vivian Lourenço
Com a chegada dos dias mais frios, o comportamento da população muda. Saem de cena as roupas leves e os passeios ao ar livre, que dão lugar a ambientes mais quentes – e fechados – e alimentação mais pesada. Com isso, a saúde fica debilitada. É no inverno que o corpo tende a estar mais vulnerável a infecções, principalmente, nas vias respiratórias. E são as crianças e os adolescentes que apresentam os maiores problemas relacionados à garganta e ao ouvido.
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O residente do terceiro ano de Otorrinolaringologia do Hospital Escola de Itajubá (MG), Dr. Diego Soares Marques Rodrigues, explica que existe uma diferença em relação às inflamações e infecções. As inflamações são reações do organismo a diferentes estímulos, como infecções, traumas, cortes, etc. Elas causam dor, edema e vermelhidão no local, enquanto o corpo tenta reagir. Não precisam necessariamente de um agente infeccioso para desencadear tal processo. Podem também partir do sistema imunitário inato que agride seu próprio organismo. Fotos: shutterstock
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Especial saúde
garganta e ouvido
“A inflamação da garganta é caracterizada, geralmente, apenas por vermelhidão, dor ou sensação de irritação e aumento das amígdalas. É muito comum nos períodos de resfriados e gripes ou durante outras síndromes virais e deve ser combatida com o uso de anti-inflamatórios e analgésicos.” Por outro lado, uma infecção, como relata o Dr. Rodrigues, é a invasão de tecidos corporais por parte de organismos, como as bactérias, os vírus ou os fungos. Normalmente, inúmeros agentes infecciosos vivem no corpo de um indivíduo sem causar doenças porque estão contidos pelo sistema imunológico da pessoa. No entanto, se esse equilíbrio for desfeito, sobrevém uma doença infecciosa. O sistema imunológico do hospedeiro reage, mas nem sempre é capaz de vencer os agentes infecciosos sem a ajuda de medicações. “Caso a infecção de garganta seja causada por bactérias, deverá ser feito uso de antibióticos. Se viral, o próprio corpo consegue reagir na maioria das vezes. Uma febre mais elevada (acima de 39ºC), prostração intensa do paciente, além de placas esbranquiçadas nas amígdalas que não melhoram em até 48 horas, são indicativos de infecções bacterianas.” Já no caso do ouvido, o otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula, Dr. Rafael Monaco Raposo, complementa salientando que a otite, geralmente, é causada por uma infecção bacteriana. O processo inflamatório pode ocorrer como resultado dessa e outras agressões a esse órgão (doenças virais, por exemplo).
Dores simultâneas Não é raro ver as pessoas reclamando de dor de ouvido e, logo em seguida, de dor de garganta ou vice-versa. Esse fator é explicado pelo otorrinolaringologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. André Ricardo Mateus. “Devido às características anatômicas da inervação sensitiva dos ouvidos e da garganta, uma dor por alteração na garganta pode desencadear uma representação da dor na profundidade dos ouvidos (chamada dor referida). Entretanto, por possuirmos um canal que comunica os ouvidos com a garganta (chamado tuba auditiva), uma infecção na garganta pode progredir para infecção no ouvido”, destaca. Uma dica importante para diferenciar as situações é a de que, quando existe uma infecção propagando para o ouvido e não apenas uma dor referida, é apre124
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o uso de anti-inflamatórios auxilia no alívio sintomático e, normalmente, eles são utilizados principalmente na fase inicial de tratamento que pode durar de sete a 21 dias sentada, concomitantemente, uma diminuição da audição ou zumbido e, por vezes, tontura. A situação de acometimento de ouvido e garganta merece avaliação do otorrinolaringologista para diferenciação. Além disso, o residente do terceiro ano de otorrinolaringologia do Hospital Escola de Itajubá (MG), ressalta que, quando se tem uma amigdalite ou faringite, ocorre dor na região da garganta devido à inflamação ou infecção. Esses patógenos podem chegar ao ouvido por disseminação direta através da tuba auditiva, uma comunicação que temos entre a faringe e o ouvido médio. Outro mecanismo que explica essa relação seria a dor irradiada, já que as amígdalas recebem alguns feixes nervosos comuns com o ouvido, como o nervo glossofaríngeo. Isso explica o porquê, após amigdalectomias, muitos pacientes acabam referindo dor de ouvido. “Em 60% das infecções de vias aéreas superiores (nariz e garganta), ocorre a evolução para infecção de ouvido (otite média aguda) devido à proximidade e ligação na anatomia dos mesmos”, observa o Dr. Raposo. Pesquisas mostram que até os sete anos de idade, 90% das crianças terão apresentado pelo menos um episódio de infecção de ouvido.
Os mais acometidos As amígdalas em desenvolvimento, no caso de crianças e adolescentes, são naturalmente mais expostas ao risco de inflamação. O sistema de defesa delas ainda não está completamente desenvolvido e não é tão forte quanto o dos adultos. Além disso, ambientes, como berçários e festas infantis, facilitam a transmissão de vírus e bactérias.
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Especial saúde
garganta e ouvido
É no inverno que o corpo tende a estar mais vulnerável a infecções, principalmente, nas vias respiratórias. E são as crianças e os adolescentes que apresentam os maiores problemas relacionados à garganta e ao ouvido Elas também correm maior risco de ter refluxo, que é um agravante. Além de possuírem a tuba auditiva menor e mais horizontalizada, favorecendo a migração de patógenos ao ouvido médio, oriundos da orofaringe. Além das crianças, pessoas imunocomprometidas (como idosos, pessoas em tratamento para câncer ou HIV+) possuem maior chance de adquirir essas enfermidades. “Quando as amigdalites são recorrentes, as amígdalas sofrem uma alteração no formato, de tanto inchar e desinchar. Além dos poros, elas ficam com mais relevo, dobras que facilitam o acúmulo de vírus 126
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e bactérias, facilitando o surgimento de novas infecções”, observa o residente.
Tratamento e prevenção As inflamações devem ser tratadas com repouso, analgésicos e anti-inflamatórios. Devem-se evitar bebidas geladas e ambientes frios, pois agravam a dor. Quando a região da garganta está irritada, o Dr. Rodrigues explica que os vasos sanguíneos sofrem dilatação, eles incham, o que é caracterizado como uma reação natural do organismo para sua defesa. “A partir do momento em que ingerimos sor-
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Especial saúde
garganta e ouvido
Como os anti-inflamatórios e antibióticos atuam no organismo? Os antibióticos são um grupo de drogas com ação contra bactérias. Os medicamentos usados contra outros germes invasores, que não bactérias, acabam recebendo outros nomes, de acordo com o organismo a ser combatido, como antivirais, antifúngicos ou antiparasitários. Os antibióticos são, consequentemente, as drogas indicadas para o tratamento de infecções provocadas por bactérias, tais como pneumonia, meningite, tuberculose, faringite, cistite, otites e amigdalites. Os antibióticos mais comuns e antigos são os do grupo da penicilina, descoberta no ano de 1928. Atualmente, já existem várias classes de antibióticos diferentes, com características e espectro de ações distintas. É sempre bom lembrar que existem milhares de tipos distintos de bactérias, sendo muitas delas biologicamente bem diferentes entre si. Por isso, é perfeitamente normal que um antibiótico seja extremamente eficaz contra uma infecção urinária, mas totalmente inofensivo contra uma pneumonia. O uso indiscriminado de antibióticos pode levar ao surgimento de bactérias resistentes. Se o regime antibiótico não for bem indicado, além de não erradicar a bactéria, ele ainda pode induzir a formação de cepas resistentes e de mais difícil tratamento. Como já dito, inflamação é uma resposta criada pelo sistema imunológico contra agressões. Toda vez que alguma área do organismo sofre uma injúria, o sistema imunológico recruta células de defesa e as envia para o local. A inflamação é o resultado da liberação de diversos mediadores químicos que têm como função proteger o organismo, reparar danos e atacar invasores hostis. Caracteriza-se clinicamente por calor, rubor, dor e inchaço. Os anti-inflamatórios são substâncias usadas para diminuir os sinais e sintomas indesejáveis desta reação de defesa do organismo. Esses medicamentos têm como características, além de diminuir os sinais de inflamação, o alívio da dor e da febre. Não há nenhum problema em se associar um anti-inflamatório a um antibiótico. Pelo contrário, o primeiro alivia os sintomas da inflamação, enquanto o segundo ainda não fez efeito. Fonte: residente do terceiro ano de Otorrinolaringologia do Hospital Escola de Itajubá (MG), Dr. Diego Soares Marques Rodrigues
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vete ou bebidas geladas, a temperatura da região diminui, dificultando esse processo natural, piorando a dor. A hidratação é extremamente essencial para a saúde do corpo em geral. Manter a garganta seca piora a dor significativamente quando está com infecção.” O Dr. Mateus complementa dizendo que o uso de anti-inflamatórios auxilia no alívio sintomático e, normalmente, eles são utilizados principalmente na fase inicial de tratamento que pode durar de sete a 21 dias. Já uma infecção deve ser tratada de acordo com a causa. Quando se trata de uma infecção viral, os mesmos tratamentos da inflamação devem ser instituídos. Quando há evidências de infecções causadas por bactérias, deve-se lançar mão de antibióticos. Se o paciente não melhorar em até 48 horas, troca-se o antibiótico por outro com um maior espectro de ação. Por isso é essencial diferenciar as doenças virais das bacterianas, evitando selecionar as bactérias, deixando-as mais resistentes. No que diz respeito à prevenção, é importante que os pacientes tenham uma boa alimentação, ingiram bastante líquido e pratiquem atividades físicas aeróbicas. Além disso, evitar ambientes com grande aglomeração humana e pouca ventilação nos dias frios e evitar a mudança brusca de temperatura corporal e manter as cavidades nasais umedecidas com soro fisiológico 0,9% são ações fundamentais.
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Dor crônica
Incômodo constante
A dor é uma doença silenciosa e está entre as dez que mais matam no mundo. Os sintomas estão no cotidiano e é essencial saber a diferença entre a dor crônica e a aguda para buscar o tratamento
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Por Vivian Lourenço
Sentir qualquer tipo de dor, por menor que ela seja, já é motivo suficiente para tirar o bom humor de qualquer pessoa. E dependendo do local que dói, a rotina da vida cotidiana fica prejudicada, e até a mais fácil das tarefas se torna um obstáculo a ser ultrapassado até que a pessoa deixe de realizar ações simples e cesse o convívio social. Não é raro que esses episódios se repitam com frequência, porém, sentir dor por um longo período pode fazer com que a pessoa se torne in-
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capaz. Por esse motivo que, apesar de muitos pensarem da mesma maneira, sentir dor não é normal. O que muitos pacientes com dores não sabem é que existem diferentes tipos delas. A dor aguda é recente e serve como sinal de alerta e se torna muito importante para o quadro clínico. Já a dor crônica é aquela que persiste por mais de seis meses; a aguda pode ser controlada e a crônica ainda é um desafio, já que o tratamento é totalmente diferente; ela é física e emocional e afeta por volta de 20% a 30% da população brasileira. Fotos: shutterstock
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Especial saúde
dor crônica
A indicação do analgésico deve ser feita de acordo com o tipo de dor, duração, intensidade, porque existem analgésicos que atingem o pico máximo de ação após 45 a 60 minutos, outros, após três a cinco dias Uma primeira grande demarcação entre os tipos clínicos de dor é a diferenciação entre dor aguda e dor crônica. A dor aguda em geral é acompanhada de manifestações predominantes de ansiedade, e de comportamentos mais específicos em busca de alívio da dor, enquanto a crônica frequentemente está associada a manifestações depressivas e a comportamentos muito mais complexos. A dor aguda, portanto, está cumprindo uma função adaptativa, sendo um poderoso sinal de alarme de que algo não está bem no organismo. A dor aguda se caracteriza como algo recente e funciona como um alerta, promovendo a cicatrização de qualquer área machucada. Embora ela seja desagradável, promove a sobrevivência. O problema é que a dor aguda pode evoluir para a crônica, ela persiste entre 10% a 50% dos pacientes que se submetem a tratamento cirúrgico, e ocorre em 2% a 20% desses pacientes. As evidências sugerem que o controle inadequado da dor aguda seja a causa de dor crônica. Já a dor crônica se caracteriza por ser de longa duração, mais de três meses. Geralmente, ela permanece mesmo após o tratamento da sua causa e pode derivar de diversos fatores. Exemplo de dor crônica: dor neuropática diabética, enxaqueca, fibromialgia, entre outras. As dores crônicas prevalentes na população brasileira não diferem das de outras populações, acrescenta o mestre e doutor em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, Dr. Claudio Fernandes Corrêa. De uma maneira geral, são as dores neuropáticas, tais como ocorre em neuralgia pós-herpética, polineuropatias periféricas, neuralgia do trigêmeo, dez por 132
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cento das lombalgias, nas dores por aumento da nocicepção (recepção de estímulos agressivos), geralmente fruto de processos inflamatórios, como nas artrites, epicondilites, bursites, entesites e as dores mistas, frequentes na doença oncológica, por exemplo.
Desmistificando a dor Tão importante quanto diagnosticar corretamente a doença de base é lançar mão dos recursos apropriados para controlar a dor, encarando-a como uma doença. Outro aspecto da maior relevância é a possibilidade de a dor ser desencadeada por alguns tipos de tratamento, tais como quimioterapia, radioterapia e alguns tipos de cirurgia. Muitas vezes, esses tratamentos, por si só, produzem dor moderada ou intensa, que deve ser tratada com a mesma veemência que outras dores crônicas. Hoje em dia, existem vários tipos de medicamentos que combatem a dor. Cabe aos médicos a utilização apropriada desses recursos. “O tratamento, seja medicamentoso, fisioterápico, acupuntura, deve ser direcionado de acordo com cada tipo de dor, localização, intensidade e duração”, avalia o anestesista e fundador responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Mauricio Nogueira. A intensidade da dor, segundo o Dr. Corrêa, é medida por meio de uma fita ou faixa de papel contendo vários tons de uma mesma cor, partindo de uma sequência da mais clara para a mais escura, o paciente aponta qual a cor que representa o seu nível de dor. Essa mesma escala pode ser utilizada com números, que vão de zero a dez, ou mesmo por meio de ilustração de carinhas (do sorriso à careta). Esta última alternativa muito utilizada com crianças. Lembrando, claro, que cada indivíduo sente a intensidade da dor de maneiras diferentes. Depois de descobrir a intensidade da dor, o profissional explica que as dores neuropáticas podem ser tratadas com terapêutica medicamentosa: anticonvulsivantes, neurolépiticos, antidepressivos, miorrelaxantes, entre outras. Com terapêutica utilizando-se da medicina física [acupuntura, Reeducação Postural Global (RPG), pilates, quiropraxia, yoga, fisioterapia analgésica, etc.], saúde mental (psicoterapia, por exemplo) e terapêutica cirúrgica envolvendo procedimentos neuroaumentativos (neuroestimulação e implante de sistemas de
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Especial saúde
dor crônica
Orientações ao paciente Sinais e sintomas de dor crônica 1. Imobilidade e suas consequências ao sistema musculoesquelético. 2. Depressão do sistema imune e susceptibilidade a doenças. 3. Distúrbios do sono. 4. Queda de apetite e desnutrição. 5. Dependência de medicação. 6. Superdependência na família e em outros cuidadores. 7. Sobreuso ou uso inapropriado de cuidadores e do sistema de saúde. 8. Queda de produção no trabalho, incapacidade. 9. Ansiedade e medo. 10. Amargura, frustração, depressão e suicídio.
As cinco dores mais comuns: Dores de cabeça (81%);
As dores crônicas mais comumente encontradas são aquelas provenientes de: • Neoplasias (câncer); • Diabetes; • Herpes zoster; • Pós-cirurgia de coluna; • Dor central.
Curiosidades
Dores nas costas (46%);
Dores nas pernas ou nos pés (43%);
Quase 1/5 dos indivíduos que buscam assistência médica geral referiu dor moderada ou contínua, com dano físico ou comprometimento funcional, com duração maior de 6 meses. A prevalência de dor crônica varia de 20% a 41% da população; sendo de intensidade leve-moderada em 2/3 dos casos, e severa no terço restante.
Dores musculares (40%);
Dores abdominais (26%).
Em 10%, há incapacitação pela dor crônica. A dor é constante em metade dos casos. Como podemos classificar o nível das dores? A dor apresenta estágios de intensidade. Ela pode ser:
Dor fraca: valor de 1 a 3
Dor moderada: valor de 4 a 7
Dor intensa: valor de 8 a 10
Em até 2/3 dos casos, a dor crônica geralmente localiza-se na região lombar e nas articulações; e em ¼, ocorre no segmento cefálico. A presença de dor crônica varia com a idade: 10% entre 15-24 anos; e 35% entre 75 anos ou mais.
Fonte: anestesista e fundador responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Mauricio Nogueira
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Especial saúde
dor crônica
infusão de drogas) e procedimentos ablativos (neurotomias, por exemplo). As dores por aumento da nocicepcão podem ser tratadas com terapêutica medicamentosa (anti-inflamatórios hormonais e não estereoidais, opiáceos, por exemplo), bloqueios terapêuticos, implante de dispositivos que liberam analgésicos em compartimentos específicos e implante de neuroestimuladores.
Duração da dor As dores por aumento da nocicepção duram pouco tempo, geralmente com a melhora da condição que as desencadeou. Por exemplo, a dor decorrente de cirurgias ortopédicas que costuma ser mais intensa nos primeiros três dias e diminui progressivamente em uma semana. “Assim também como a dor no parto, nos queimados, no infarto agudo do miocárdio, na cólica nefrética (renal), entre outras. Já as dores crônicas, que persistem por mais de três meses, podem durar por tempo indeterminado”, detalha o Dr. Corrêa. A duração da dor depende primordialmente da eficácia e da rapidez do início do tratamento. Após três a seis meses de tratamento, uma dor aguda não tratada adequadamente pode tornar-se crônica. A dor neoplásica, neuropática pode prolongar-se até o final de vida do paciente, completa o anestesista e fundador responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Efeito dos analgésicos Eles são drogas que, de certa forma, ativam o sistema inibidor da dor. Ativam estruturas do sistema nervoso que bloqueiam a percepção do quadro álgico. Nas con136
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traturas musculares, a ação relaxante do músculo contraído é a razão do seu emprego, alerta o Dr. Corrêa. Cada analgésico, relaxante, antitérmico tem um local adequado de atuação no organismo. Alguns analgésicos têm atuação no nível periférico, outros atuam na medula e outros no nível cerebral. Os relaxantes musculares atuam na musculatura. A duração do analgésico fica na dependência de cada um na prática diária. “A indicação do analgésico deve ser feita de acordo com o tipo de dor, duração, intensidade, porque existem analgésicos que atingem o pico máximo de ação após 45 a 60 minutos, outros, após três a cinco dias, e alguns adesivos são trocados a cada 12 horas, a cada três dias ou a cada sete dias”, avalia o Dr. Nogueira. Alguns analgésicos utilizados para tratamento de dor aguda (pós-operatória ou não) são usados por curto espaço de tempo. Algumas patologias (dores crônicas) demandam o uso de analgésicos por tempo prolongado e às vezes até o final de vida dos pacientes. Ainda com relação ao uso dos medicamentos, o Dr. Nogueira orienta que ele deve ser seguido de acordo com a escada analgésica proposta pela Organização Mundial da Saúde. (OMS): • Analgésicos fracos – Degrau 1: anti-inflamatórios, dipirona, Tylenol, Lisador e drogas adjuvantes (antidepressivos e anticonvulsivantes), relaxantes musculares. • Analgésicos moderados – Degrau 2: anti-inflamatórios, opioides fracos (Tylex, Tramal, Ultracet, Nubain), drogas adjuvantes e relaxantes musculares. • Analgésicos fortes – Degrau 3: anti-inflamatórios, drogas adjuvantes e opioides fortes (morfina, ketamina, metadona, Durogesic, Restiva, Toperma). • Procedimentos invasivos – Degrau 4.
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•Rápida ação •Extra poder analgésico
Estudos clínicos mostram que a combinação de dois analgésicos combate melhor as dores de cabeça, até as mais fortes.
TOMOU O NOVO DORIL ATÉ A ENXAQUECA SUMIU. www.doril.com.br
Ácido acetilsalicílico, paracetamol e cafeína MS 1.7817.0123. Indicações: Alívio de dores leves a moderadas e enxaquecas.
Jun/2015. COSMED S/A ESSE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO EM CASOS DE SUSPEITA DE DENGUE. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Referências bibliográficas: 1. Straube A, et al. BMC Neurol. 2011;11:43. 2. Bach PH, et al. Ren Fail. 1998;20(6):749-62. 3. Diener HC, et al. Cephalalgia. 2011;31(14): 1466-76. 4. Diener HC, et al. Cephalalgia. 2009 Feb;29(2):188-93.5. Cady R, et al. Primary headaches: a convergence hypothesis. Headache. 2002;42(3):204-16. 6. Schachtel BP, et al. Caffeine as an analgesic adjuvant. A double-blind study comparing aspirin with caffeine to aspirin and placebo in patients with sore throat. Arch Intern Med. 1991;151(4):733-7.
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ROTAVÍRUS
Infecção típica ÁGUA E ALIMENTOS CONTAMINADOS PODEM SER FONTES DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA GASTROENTERITE INFANTIL. SAIBA COMO ORIENTAR O PACIENTE E, PRINCIPALMENTE, OS PAIS DE PRIMEIRA VIAGEM QUE SOFREM COM O PROBLEMA
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POR TASSIA ROCHA
O rotavírus é a principal causa das gastroenterites virais em crianças menores de cinco anos de idade no mundo todo, principalmente nos países em desenvolvimento, mas pode acometer adultos também. Trata-se de um vírus que infecta os intestinos, provocando uma colite ou gastroenterocolite. Entre os sintomas que mais assustam, estão vômitos, diarreia líquida e febre; nos casos mais severos, podem ocorrer desidratação e outras complicações decorrentes da perda de líquidos. De acordo com o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Alexandre Marra, o vírus pode ser transmitido a partir de alimentos ou da água
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ingeridos que estejam contaminados. As mãos também são importantes veículos de contaminação. O Dr. Marra informa que existe uma relação da incidência durante os meses do verão pelo maior aglomerado de pessoas nas cidades praianas, que não estão acostumadas com o aumento populacional durante esses meses. Problemas de saneamento básico ou falta de higiene também influenciam. O pediatra da MBA Pediatria e Nefrologia, Dr. Sylvio Renan, lembra que o calor aumenta o metabolismo dos seres vivos, facilitando sua maior procriação. No que diz respeito ao atendimento prestado em farmácias e drogarias, o Dr. Renan afirma que, em FOTO: SHUTTERSTOCK
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ESPECIAL SAÚDE
ROTAVÍRUS
INFORMAÇÕES IMPORTANTES O farmacêutico pode orientar sobre a hidratação e recomendar ao paciente buscar avaliação médica na persistência de vômitos ou aceitação oral muito baixa. Veja algumas medidas de prevenção que podem ser repassadas ao consumidor: • Administrar a Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH) em crianças menores de seis meses; • Lavar sempre as mãos antes e depois de: utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais; • Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos; proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e guardar os alimentos em recipientes fechados; • Guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar a recontaminação; • Não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados; • Ensacar o lixo e manter sua tampa sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado; • Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias; • Evitar o desmame precoce. Fonte: Ministério da Saúde
PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES
NTEÚDO
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De acordo com o calendário vacinal 2015 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), existem duas vacinas disponíveis contra o rotavírus. A vacina monovalente incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI), indicada em duas doses, seguindo os limites de faixa etária: primeira dose aos dois meses (limites de um mês e 15 dias até no máximo três meses e 15 dias) e a segunda dose aos quatro meses (limites de três meses e 15 dias até no máximo sete meses e 29 dias). A vacina pentavalente, disponível na rede privada, é indicada em três doses, aos dois, quatro e seis meses. A primeira dose deverá ser administrada no máximo em até três meses e 15 dias e a terceira dose deverá ser administrada até no máximo em sete meses e 29 dias. O intervalo mínimo é de quatro semanas entre as doses. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar durante a administração da vacina ou depois dela, a dose não deve ser repetida.
O tratamento consiste em aumentar a oferta hídrica, repondo constantemente o líquido perdido nos vômitos e nas evacuações. O soro caseiro e os produtos equivalentes contêm sais minerais importantes para reidratar o paciente, não encontrados na água pura. “O principal risco do rotavírus nas crianças é a desidratação. Minha orientação é repor os líquidos com soluções prontas para a hidratação, via oral, que podem ser encontradas nas farmácias. Em casos graves, a criança deve ser direcionada ao hospital para tomar soro intravenoso. Em casa, os pais podem oferecer chá, água de coco, sucos e isotônicos. Em casos severos, com diarreia, é indicado procurar um médico para melhor avaliação, se há ou não a necessidade de usar repositores da flora intestinal”, completa o pediatra Dr. Renan.
Conheça outros males que costumam afetar crianças com certa frequência. AL
casos comprovados do vírus, o farmacêutico deve orientar quanto à necessidade de uma boa hidratação, com oferta de líquidos com frequência e, em casos suspeitos, encaminhar a um centro de atendimento.
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aparelho gastrointestinal
Funcionando como um relógio Intestino preso é um distúrbio comum e praticamente 15% da população, em alguma fase da vida, pode sofrer com o problema. É importante ressaltar que a prisão de ventre é um sintoma e não uma doença
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Por Vivian Lourenço
Para o bom funcionamento do organismo, é preciso consumir alimentos saudáveis a fim de que o corpo retire deles o que é necessário às funções vitais e o que não é aproveitado precisa ser descartado. Por isso que tão importante quanto à ingestão, é a evacuação e quando há dificuldades em eliminar o que o corpo não faz uso, a saúde pode ser prejudicada. Há pessoas que precisam fazer um esforço maior para evacuar ou ainda há aqueles que não conseguem evacuar na quantidade diária necessária. Os indivíduos que sofrem com esses
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sintomas geralmente apresentam uma irregularidade e podem ficar dias sem evacuar. Por isso, é importante o diagnóstico e o tratamento de forma individual. De acordo com a gastroenterologista do Hospital Santa Paula, Dra. Débora Poli, o intestino preguiçoso, ou constipação intestinal, é definido como evacuação irregular, difícil ou pouco frequente. Em geral, a queixa vem como “intestino que não funciona bem”. “Medicamente falando, definimos como diminuição da frequência das evacuações (menos de três evacuações por semana); dificuldade na eliminação das fezes (esforço para evacuar); fezes endurecidas ou ressecadas; Foto: shutterstock
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Especial saúde
aparelho gastrointestinal
Causas da constipação • Obstrução mecânica: câncer colorretal, retocele, estenoses, compressão extrínseca por neoplasias malignas, complicações pós-operatórias. • Doenças neurológicas: doença de Parkinson, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla, lesões medulares (meningocele, tabesdorsalis, traumas), neuropatia autonômica, tumores do sistema nervoso central. • Doenças endócrino-metabólicas: diabetes mellitus, hipotireoidismo, hipopituitarismo, hiperpara-tireoidismo, uremia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipercalcemia. • Outros: amiloidose, esclerodermia, porfiria, doença de Chagas, doença de Hirschsprung, depressão. Fonte: Hospital 9 de Julho
sensação de evacuação incompleta; e necessidade de manobras manuais ou uso sistemático de laxantes ou supositórios para facilitar a evacuação.” De acordo com os especialistas, existem vários mecanismos envolvidos na constipação, mas de maneira geral o intestino passa a trabalhar de forma mais lenta e a musculatura própria do intestino se contrai com menor frequência e menor força.
Como se dá o funcionamento? O intestino apresenta uma função motora que visa facilitar a digestão e absorção de nutrientes e fluídos durante o processo de digestão. As contrações no cólon (intestino grosso) resultam em segmentação e mistura do bolo fecal, facilitando a absorção de água e, ocasionalmente, ocorrem contrações de maior amplitude que são responsáveis pela propagação do bolo fecal, terminando na evacuação, como explica a Dra. Débora. Entre as causas do intestino preguiçoso, o gastroenterologista do Hospital Samaritano, Dr. Henrique 144
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Boruchowski, explica que podem ser divididas entre primárias ou secundárias. As primárias são caracterizadas pela falta de uma causa externa conhecida, seja em anormalidades ou em condição física. Entre as causas primárias ainda estão, a Síndrome do Intestino Irritável, distúrbio do assoalho pélvico, inércia colonica (redução das contrações no intestino grosso ou uma insensibilidade do reto à presença de fezes, resultando em uma constipação crônica) e constipação intestinal crônica. Já as causas secundárias devem-se a problemas que influenciam hábitos intestinais, tireoide, diabetes, doenças musculares, além de processos neoplásicos, distúrbios neurológicos e medicamentosos. Além disso, existem outros fatores relacionados com a constipação, como idade (quanto maior a idade, mais frequentemente ocorre); sexo feminino; falta de atividade física; e dieta pobre em fibras. Diversas doenças também estão associadas aos quadros de constipação: como as autoimunes, neurológicas, Parkinson, Acidade Vascular Cerebral (AVC), diabetes, etc., e podem ser algumas das causas do intestino preguiçoso, como completa a gastroenterologista do Hospital Santa Paula. “Diversos medicamentos também podem provocar constipação, como esteroides anabolizantes, analgésicos, anticonvulsivantes, antialérgicos, anti-hipertensivos, etc. Situações como ficar acamado ou imobilizado, mudança de dieta por viagens ou por qualquer outro motivo são as situações mais comumente relacionadas à constipação”, detalha a Dra. Débora. Apesar de acometer ambos os sexos, o Dr. Boruchowski destaca que a constipação intestinal é mais frequente entre as mulheres. Isso ocorre por motivos biológicos ou hormonais, mas também em função de fatores emocionais, como receio ou timidez. Estudos americanos estimam que 12% a 19% da população sofra com intestino preguiçoso. No entanto, esse dado deve ser subestimado, pois pelo menos 65% dos indivíduos que sofrem de constipação não procuram assistência médica imediata. A prevalência, em geral, aumenta com a idade, sendo estimado que mais de 30% dos indivíduos maiores de 60 anos apresentem obstipação crônica. A prevalência também é maior no sexo feminino (relação mulher: homem de 1,5:1) e em pacientes institucionalizados.
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aparelho gastrointestinal
a constipação intestinal é mais frequente entre as mulheres. Isso ocorre por motivos biológicos ou hormonais, mas também em função de fatores emocionais, como receio ou timidez Fármacos mais usados
Orientações ao paciente
• Fibras, preferencialmente as solúveis (causam menos gases), como o Psyllium, ou as sintéticas, como a Policarbofila cálcica. • Laxantes osmóticos (lactulose:polietilenoglicol). • Laxantes estimulantes ou irritativos: Sene, Picossulfato sódico e Bisacodil, Probióticos, Tegaserode e Prucaloprida.
• O uso crônico de laxantes pode levar à dependência. • No caso da lactulose, pode ocorrer um aumento da glicemia. • No caso dos laxantes irritativos, pode ocorrer alteração hidroeletrolítica. • O uso de Tegaserode deverá ser evitado por cardiopatas e pacientes acima de 55 anos de idade.
Métodos para aliviar o desconforto Em pacientes que apresentam constipação secundária a algumas patologias ou drogas, o tratamento ou correção do fator relacionado pode resolver os sintomas. Para os demais casos, manter o intestino funcionando regularmente é a melhor medida para evitar desconfortos, além disso, existem diversos medicamentos específicos. Os laxativos, por exemplo, podem ser agentes formadores de bolo fecal, osmóticos, lubrificantes ou estimulantes (irritativos). Esses agentes formadores de bolo fecal agem de forma semelhante às fibras da dieta. “Os laxativos osmóticos agem fluidificando as fezes por meio de substâncias osmoticamente ativas que não são absorvidas e produzem fluxo de água para dentro do intestino”, detalha a Dra. Débora. Existem ainda os laxativos estimulantes ou irritantes, que agem provocando aumento da motilidade intestinal por estímulo do plexo mioentérico (neurônios que se comunicam com a musculatura própria do intestino), mas estes devem ficar reservados para situações especiais. Já os lubrificantes agem justamente lubrificando as paredes do intestino e diminuindo a absorção de água pelo cólon. Existem ainda os medicamentos 146
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serotoninérgicos, que agem diretamente nos neurônios que regulam o funcionamento do intestino.
Regularidade do intestino O tratamento para o intestino preguiçoso baseia-se numa mudança no estilo de vida, que inclui medidas comportamentais, alimentares e reeducação da função intestinal. Medicamentos que causam constipação devem ser suspensos ou trocados se possível e o uso de medicamentos para tratar a constipação deve ser feito de forma gradativa, dependendo da resposta de cada indivíduo. Uma dieta rica em fibras é fundamental, uma vez que elas têm capacidade de reter água e aumentar o bolo fecal, melhorando a consistência das fezes e aumentando o estímulo para o intestino. Atividade física também ajuda a melhorar a motilidade do intestino, além de reforçar a musculatura abdominal, que participa da evacuação. “A reeducação funcional visa melhorar os hábitos diários com relação às evacuações (ter um horário para ir ao banheiro com tranquilidade, de preferência após as refeições, etc.) e inclui um tipo de fisioterapia da musculatura do assoalho pélvico (biofeedback)”, salienta a gastroenterologista do Hospital Santa Paula.
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alternativa
Em busca de harmonia
Os simbióticos e probióticos são recomendados porque conferem benefícios, como aumento da energia e imunidade. Podem ser especialmente indicados para pessoas em situação de estresse, com dieta não balanceada, idosos, obesos, pessoas com doenças crônicas e atletas Por Vivian Lourenço 148
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Um organismo em pleno funcionamento é fundamental para uma vida tranquila. Quando algo não vai bem, o corpo acaba sofrendo com as consequências; por menor que seja a disfunção, ela pode interferir nas demais atividades do corpo. Um dos males mais comuns que podem acometer a população são os problemas de digestão, que causam mal-estar e podem atrapalhar a vida social. Como alternativa para solucionar esse problema, a indústria investe nos probióticos e simbióticos, que ajudam na digestão, principalmente com os problemas relacionados ao intestino irritável, melhorando a absorção de nutrientes pelo organismo. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os probióticos são micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades apropriadas, conferem beneficio à saúde do hospedeiro, favorecendo o equilíbrio microbiano intestinal. Já simbióticos são produtos em que um probiótico e um prebiótico estão associados. A nutricionista, formada pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduada em marketing pela ESPM, especialista em equipe multidisciplinar na adolescência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Roseli Ueno Ninomiya, explica detalhadamente as diferenças. Os probióticos são micro-organismos vivos benéficos do organismo, ou seja, trazem benefícios para a saúde e estão presentes no intestino (as chamadas bactérias benéficas), e nos alimentos, como leites fermentados, iogurtes, sobremesas à base de leite, leites em pó, sorvetes, queijos. Podem ser achados também em cápsulas e pó para ser diluídos em líquidos– mais conhecidos como lactobacilos. Já os prebióticos, de acordo com Roseli, são as fibras que resistem ao processo de digestão (que não são digeridas) e, no intestino, estimulam o crescimento das bactérias benéficas. Como não são digeridas no intestino delgado, as fibras alimentares chegam ao intestino grosso, onde são fermentadas por bactérias benéficas e têm como efeito aumentar o número delas.
o investimento no pdv deve ganhar mais espaço, já que a população vem adquirindo um conhecimento maior sobre a importância das fibras na alimentação Já os simbióticos são produtos alimentares que têm na sua composição a combinação de prebióticos e probióticos, que são essenciais para a saúde intestinal. “Prebióticos e probióticos atuam de forma simbiótica e o seu consumo, de maneira combinada, traz resultados positivos ao corpo humano, porque auxilia o crescimento das bactérias benéficas ao organismo. O que resultará na prevenção do intestino preguiçoso, síndrome do intestino irritável, intestino solto (ou seja, melhora do funcionamentodo intestino), diminuindo o risco de infecções, melhorando a glicemia e o colesterol sanguíneo.” Alguns dos mais utilizados para os seres humanos são os com as associações de bifidobactérias + FOS (frutoligossacarídeo), lactobacilo + lactitol e bifidobactérias + GOS (galactolidossacarídeos). Em resumo, a gerente médica da divisão Consumer Health da Merck, Dra. Renata Prioli, complementa explicando a principal diferença entre eles: os probióticos aumentam a barreira de proteção contra micro-organismos patógenos, estimulam o sistema de defesa e melhoram a digestão de nutrientes. Já os prebióticos aumentam o número de bactérias benéficas e facilitam o trânsito intestinal. Em suma, facilitam o processo digestivo (restringindo sua atuação ao intestino), ao passo que os probióticos melhoram a imunidade e energia do organismo como um todo.
Ajuda fundamental Os probióticos são recomendados em situações em que o organismo esteja em desequilíbrio, ou seja, em disbiose. Assim, eles restabelecem a eubiose. São inúmeras as situações que promovem a disbiose, como o uso de antibióticos, má alimentação, estresse, infecções virais ou bacterianas, entre outros, como explica o gerente médico do Aché, Dr. Williams Santos Ramos. 2015 julho guia da farmácia
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No caso dos prebióticos, a Dra. Renata destaca que eles auxiliam a regularização do trânsito intestinal. O benefício conferido por probióticos é muito mais abrangente, trazendo melhorias que não se restringem ao funcionamento intestinal. Na região gastrointestinal, vive uma microbiota complexa – comunidade com mais de 1.800 gêneros de bactérias, como ressalta o gerente médico do Aché. A rotina estressante, a má alimentação e a utilização de antibióticos são alguns dos fatores importantes no que diz respeito ao desequilíbrio da microbiota intestinal. As fibras solúveis são uma opção importante. Elas retardam o esvaziamento gástrico, o tempo de trânsito intestinal e beneficiam a formação de uma microbiota intestinal saudável, por meio da fermentação. As fibras insolúveis apresentam efeito mecânico no trato gastrintestinal, aumentam o bolo fecal e a frequência evacuatória. 150
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Consumo e indicação O uso de probiótico não tem restrições, sendo recomendado para todos por conferir benefícios, como aumento da energia e imunidade. Pode ser especialmente indicado para pessoas em situação de estresse, dieta não balanceada, idosos, obesos, pessoas com doenças crônicas e atletas. Além disso, o marketing OTX & Community, da Danone Nutrição Especializada, Fernando Lopes, explica que as fibras podem ser adicionadas às preparações líquidas, aos alimentos doces ou salgados, como sopas, purês, molhos, iogurtes, pudins, papinhas, e na preparação de bolos e pães. Para uma melhor eficácia, recomenda-se que o consumo desse produto seja acompanhado da ingestão de líquidos, de preferência água. A indicação de consumo de fibras, pelo Ministério da Saúde, é de 25 gramas/dia. Porém, o brasileiro tem uma baixa ingestão de fibras. Isso pode ocasionar a dis-
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A Sandoz é pioneira e líder mundial na fabricação de antibióticos . 1
Sem a devida orientação de uso, os antibióticos podem perder sua eficácia2. Por isso, a colaboração de todos os profissionais da saúde é fundamental.
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O uso de probiótico não tem restrições, sendo recomendado para todos por conferir benefícios, como aumento da energia e imunidade. Pode ser especialmente indicado para pessoas em situação de estresse, dieta não balanceada, idosos, obesos, pessoas com doenças crônicas e atletas função intestinal comum, principalmente, em crianças, mulheres e idosos. O módulo de fibras alimentares pode ser indicado para auxiliar a suprir a necessidade de ingestão diária de fibras, para a regularização do trânsito intestinal e também para auxiliar no controle de doenças, como, diabetes, colesterol alto, hipercolesterolemia e diverticulite. Após o início do uso dos probióticos, a melhora constatada pelos pacientes, de acordo com a Dra. Renata, é com 15 dias de uso. “Já é possível sentir melhoria em sintomas, como fadiga, indisposição e baixa imunidade.” Porém a nutricionista Roseli alerta que tudo depende do caso. “Não dá para definir um prazo para curar uma síndrome do intestino irritável, pois cada caso precisa estudar outras variáveis, como o que a pessoa come, há quanto tempo está assim, se há uma doença mais séria por trás.”
Aposta rentável Essa é uma categoria de produtos que, apesar de não precisar de prescrição médica, ainda tem a indicação muito forte por meio do profissional de saúde. Mas o investimento no ponto de venda (PDV) deve ganhar mais espaço, já que a população vem adquirindo um conhecimento maior sobre a importância das fibras na alimentação, por exemplo, aumentando a busca espontânea por produtos desse tipo. “Por se tratar de um suplemento alimentar, não existe limitação no tempo de uso. É importante ter um acompanhamento de médico ou nutricionista para avaliar a necessidade de cada um”, alerta Lopes. O investimento em pesquisa é crescente, principalmente em busca de cepas que sejam específicas para a resolução de determinadas patologias. “O Aché, por exemplo, lançou recentemente dois probióticos para o equilíbrio da microbiota intestinal. Conhecido mundialmente por sua eficácia e segurança, o produto contri152
bui para a saúde intestinal e melhora da qualidade de vida”, ressalta o Dr. Ramos. A quantidade de probióticos disponíveis no mercado vem crescendo ao longo dos últimos anos, principalmente os indicados para saúde gastrointestinal.
Prós e contras Os benefícios de uma ingestão ideal de fibras são diversos, elas, como já relatado anteriormente, agem em todo o trato gastrointestinal, garantindo um melhor funcionamento e regularidade intestinal. “Além disso, algumas fibras prebióticas (Fos e Inulina, contidas no Stimulance) possuem uma função especial, pois são responsáveis pela promoção de uma flora intestinal saudável”, destaca o marketing OTX & Community, da Danone NutriçãoEspecializada. Pesquisas também têm evidenciado os efeitos benéficos das fibras alimentares para prevenir e tratar as doenças intestinais, melhorar o controle glicêmico de pacientes diabéticos e reduzir de níveis de colesterol no sangue. Para garantir os benefícios da ingestão de fibras, é muito importante o consumo concomitante de líquidos, uma vez que a fibra necessita de água para agir corretamente. Na falta, a fibra pode não conseguir agir da melhor maneira para garantir o melhor funcionamento intestinal. O consumo em excesso de fibras, principalmente se houver concentração de apenas um ou dois tipos de fibra, pode ocasionar problemas, como produção anormal de gases. Por isso, o acompanhamento do médico ou nutricionista é importante para as orientações sobre a melhor forma de encaixar um mix de fibras no dia a dia. Mas um alerta se faz importante: “Não adianta ingerir somente eles, é preciso associar sempre a um consumo adequado de alimentos, equilíbrio e ter hábitos saudáveis de vida”, finaliza a nutricionista Roseli.
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Sorriso em alta Preocupação com a saúde bucal movimenta um mercado que cresce em média 9,9% ao ano. Produtos premium e com ações específicas conquistam consumidores ávidos por novidades e proteção
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Por Tatiana Ferrador
A família Sheffield, precursora da primeira tentativa de higienização bucal, em torno de 1850, certamente não fazia ideia do que sua invenção se tornaria séculos depois. Do pó criado pelo dentista Washington Wentworth Sheffield e aprimorado por seu filho Lucas Sheffield, em formato de creme dental, muita coisa mudou. A começar pela composição: sal, pimenta, folhas de menta, flores de íris, carvão pulverizado, porcelana e até urina. Nos dias atuais, as fórmulas em nada lembram as que deram origem ao produto, pois contam
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com tecnologia de ponta em seus processos, com matérias-primas selecionadas, a fim de oferecer uma ampla gama de benefícios, desde a prevenção anticáries, melhora do hálito, combate a bactérias, clareamento e, claro, refrescância – principal atributo valorizado por pelo menos nove entre dez consumidores. Com propriedades cada vez mais específicas, o segmento de oral care ganhou linhas completas de produtos que complementam a eficácia dos cuidados bucais. São fios e fitas dentais, enxaguatórios, escovas especiais, limpadores de língua, entre outros que dividem as gôndolas e preferências nas farmácias. Com tipos, fotos: shutterstock
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sabores, tamanhos e funções variados, ganham novos consumidores a cada dia, pois estão preocupados em aliar um belo sorriso à saúde bucal. Segundo dados do Euromonitor, o Brasil segue como o 2º maior consumidor em produtos de higiene oral. O crescimento foi de 9,9% em 2014, comparado a 2013. Outros números mostram que, de 2009 a 2014, a categoria dobrou de tamanho, saltando de um faturamento de R$ 5,1 bilhões para R$ 8,3 bilhões. Ainda de acordo com o instituto de pesquisa, o destaque em 2014 foi para os enxaguatórios, que registraram um aumento de 14,2%, seguidos por produtos para cuidados com a dentadura (13,3%), escova dental (11%), creme dental (8,1%) e fio dental (7,6%). A consultoria alemã GfK divulgou, em um de seus estudos, o perfil dos consumidores mundo afora quanto aos seus hábitos de saúde bucal. Um fato curioso: 73% das mulheres e 62% dos homens cuidam mais dos dentes do que do resto do corpo. Isso abre precedentes para ótimas oportunidades no ponto de venda (PDV): o consumidor está em constante busca por novidades e valoriza um bom sortimento de produtos na hora das compras. Para tal, é preciso preparar a farmácia como um bom estoque e mix atualizado, de modo a contemplar marcas líderes, lançamentos, packs promocionais, ou seja, preparar seu PDV para atender a este potencial de consumo é essencial. Apostar na variedade de produtos relacionados à saúde bucal é importante para o incremento das vendas em uma farmácia, uma vez que, além da refrescância, outros atributos são valorizados pelo consumidor na hora das compras, como clareamento, proteção para dentes sensíveis, remoção de manchas e fortalecimento do esmalte. E, além disso, a forma de apresentação do produto: se há embalagens menores (para solteiros, por exemplo) e, em contrapartida, embalagens familiares, a valores mais atrativos. Mais do que o surgimento de cáries, uma má higienização bucal abre precedentes para doenças infecciosas e gengivais que provocam desde o mau hálito até problemas mais sérios, como periodontite (inflamação crônica na gengiva), deixando o organismo mais suscetível ao infarto, derrame, embolia pulmonar e perda total da visão, entre outras complicações provocadas pela formação de coágulos na corrente sanguínea.
DISPONÍVEIS NO MERCADO Atenta aos cuidados orais, a indústria lança novidades a todo o momento. A Colgate, por exemplo, apresenta ao mercado o Colgate Plax Ice Infinity Rock in Rio,
LANÇAMENTOS PARA ATENDER E ATRAIR A ATENÇÃO DAS CRIANÇAS INVADEM AS GÔNDOLAS COM FORMATOS, CORES, TEXTURAS E MODELOS DIFERENCIADOS. DE PRODUTOS PRÓPRIOS A LICENCIAMENTOS, AS NOVIDADES MOVIMENTAM UM MERCADO RENTÁVEL E PROMISSOR QUE CONTRIBUI PARA O AUMENTO DO TÍQUETE MÉDIO DO SETOR enxaguatório bucal com flúor e sem álcool que limpa profundamente e proporciona um hálito fresco intenso e duradouro sem queimar a boca. Como explica o diretor da área de oral care da empresa, Damian Pirichinsky, a fórmula possui milhões de microcristais que proporcionam uma refrescância duradoura e elimina até 99,9% dos germes, formando um escudo protetor que combate os efeitos nocivos da placa e das bactérias por até 12 horas. O novo produto é apoiador oficial do Rock In Rio 2015, que acontecerá entre os dias 18 e 20 e 24 e 27 de setembro próximo e comemora 30 anos de festival neste ano. Além do enxaguatório, a empresa apresenta o reforço da linha Xtreme White da Sorriso, com a nova variante “Brilho 5 Estrelas”, composta por gel dental anticárie com flúor e escova dental, com tecnologia que fortalece e ajuda a reparar o esmalte dos dentes, remover manchas e ainda branqueá-los, revitalizando seu brilho natural. Outra empresa que aposta na linha de enxaguatórios é a Johnson & Johnson, com o Listerine, que agora conta com um novo garoto-propaganda, o atacante Neymar. As novidades ficam por conta das versões Listerine Zero Menta Suave e Listerine Zero Menta Verde, enxaguatórios sem álcool em sua composição. Já a Closeup reforça a aposta na linha Closeup Diamond Attraction Platinum White, que traz gel dental, escova e enxaguatório. O gel dental, com tecnologia Blue Light, oferece mais poder para dentes instantaneamente mais brancos, enquanto a escova de den2015 JULHO GUIA DA FARMÁCIA
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Em 2014, o canal farma representou
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CONSUMO ORAL CARE FATURAMENTO DA CATEGORIA DE HIGIENE ORAL (BILHÕES DE R$)
das vendas totais de cremes dentais (Fonte: Nielsen Retail Index 2014 em valor)
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Oral-B Pro-saúde Sensi-Alívio TM
5,5 Linha Peppa Pig da Dentalclean
2011
2012
2013
2014
Fonte: Euromonitor
Creme Dental ocupa a 3ª posição no consumo mundial Escova Dental ocupa a 3ª posição no consumo mundial Fio Dental ocupa a 2ª posição no consumo mundial Enxaguatório Bucal ocupa a 2ª posição no consumo mundial
Closeup Diamond Attraction Platinum White
Linha de escovas Marco Boni
Xtreme White da Sorriso
ÁRVORE DE DECISÃO (CREME DENTAL E ANTISSÉPTICO BUCAL) Marca
Benefícios
Linha Higiene Bucal Divertida da Bitufo Linha Patati e Patatá da Sanifill
Preço
Sabor Fonte: P&G
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Linha de escovar Curaprox
COMO FAZER UM BOM GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS • O ideal é separar por usuário – adulto e infantil – e depois por marca. Nesse caso, vale ressaltar que o espaço de cada marca deve levar em conta sua participação de mercado; • Em seguida, lembre-se de que as marcas devem estar organizadas na vertical, posicionadas de acordo com o gradiente de valor agregado. Assim, a marca que mais gera tráfego deve estar no final do fluxo, de modo a incentivar o consumidor a percorrer toda a gôndola. No início, deve estar a marca geradora de maior valor para o varejista; • Os segmentos de maior valor agregado devem ficar posicionados horizontalmente nas prateleiras superiores, seguidos pelos de menor valor; • Já as variantes precisam estar posicionadas de modo que o maior destaque cromático às embalagens chame a atenção do consumidor; • E, finalmente, os lançamentos devem ser posicionados dentro do segmento correspondente, abrindo o fluxo da gôndola, mas lembrando-se sempre do contraste cromático. Fonte: Closeup
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Apostar na variedade de produtos é importante para o incremento das vendas, uma vez que, além da refrescância, outros atributos são valorizados pelo consumidor, como clareamento, proteção para dentes sensíveis, remoção de manchas e fortalecimento do esmalte te, com design Pininfarina, inspirada em instrumento utilizado por dentistas – por seu pescoço longo e fino e a cabeça pequena –, ajuda em um melhor alcance dos dentes posteriores. Finalmente, o enxaguatório bucal Closeup Diamond Attraction Platinum Fresh, com fórmula exclusiva em gel líquido, possui partículas de frescor contínuo que proporcionam uma refrescância de longa duração. A Sensodyne apresenta novidades em seus cremes dentais, com o Sensodyne Repair & Protect que ajuda a reparar de fato a dentina exposta, protegendo contra a dor da sensibilidade. “Há também os cremes dentais Whitening indicados para clareamento dos dentes que, nos últimos anos, ganharam uma fatia importante do mercado, já que o apelo de dentes claros é muito forte para os pacientes”, lembra a gerente de Shopper de Oral Health da GSK Consumer Healthcare, Vanessa Queiroz, que falou em nome da empresa. “Em relação a enxaguatórios, há componentes que ajudam a diminuir a formação de cálculo (tártaro) e também que apresentam o benefício do clareamento dos dentes”, pontua. O tratamento para a hipersensibilidade dentária também está presente na nova linha da Oral-B. O creme dental Oral-B Pro-Saúde Sensi-AlívioTM promete uma solução efetiva para dentes e gengivas sensíveis, pois sua fórmula estabilizada avançada de estanho com fluoreto bloqueia os túbulos dos estímulos quentes e frios, impedindo que o fluxo de líquidos nos túbulos acione a dor nos nervos. E mais, forma uma proteção microfina ao redor dos dentes para proteger contra os ataques de ácidos dos alimentos. A Bitufo acaba de relançar todo seu portfólio – com novas embalagens, logotipia e produtos – e aposta em tecnologia de ponta para assegurar o desempenho para seus produtos. Dividida em quatro famílias: Higiene 158
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Bucal Avançada (HBA), para sorrisos saudáveis; Higiene Bucal Básica (HBB), para sorrisos bem cuidados todos os dias; Higiene Bucal Clinical (HBC), para sorrisos que necessitam de cuidados especiais; e Higiene Bucal Divertida (HBD), para cuidar do sorriso com muita diversão. Com um diferencial, a Dental Clean apresenta a escova Ideal Intelligent, que possui cerdas pigmentadas que descolorem com o uso, indicando o momento da troca. Além disso, a escova possui 20% a mais de cerdas, o que aumenta o poder de limpeza. A empresa lança, ainda, o kit viagem Dentalclean, que contém uma escova de dente Viagem, um fio dental de 25 metros, um antisséptico Ice de 60 ml e um gel dental Ice de 30 gramas, acomodados em um nécessaire plástico, e reformula sua linha de antissépticos, como a linha H2Clean, que traz proteção contra o mau hálito e a gengivite. De olho no potencial do mercado de oral care, a Marco Boni, que há 33 anos atua no segmento de cuidados pessoais, higiene e beleza, aposta agora na higiene bucal e traz ao mercado diversos modelos de escovas dentais. De acordo com a gerente de marketing da empresa, Glaucia Nakahara, dos itens que compõem a cesta de higiene oral, a escova dental e creme dental detêm 80% de participação do valor das vendas. “As linhas especializadas em saúde bucal têm crescido no Brasil nos últimos anos e um dos motivos para o aumento do setor é a crescente preocupação da população com a higiene oral, por isso, decidimos expandir nossa linha de produtos para atender a uma parcela dos consumidores que busca produtos de qualidade com ótimo custo-benefício, no quesito oral care”, diz. Com o slogan “Você sempre sorridente”, a categoria oral care conta com três linhas de escovas dentais adultas: Linha Pro, Linha Super e Linha Basic. Além disso, a nova categoria conta ainda com os modelos Kids, cheios de cores e formatos de bichinhos, como elefante, girafa, além de carrinho e foguete, direcionados ao público infantil. Todas as opções são acompanhadas de capas protetoras, para garantir a higiene e a proteção da sua escova de dente. Fora a capa de proteção, os modelos têm
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limpador de língua, para prevenir o mau hálito, e cerdas branqueadoras, fatores que contribuem para que a escovação seja eficaz e a saúde da boca seja garantida.
Consumidores mirins Quanto mais cedo as boas práticas quanto à saúde oral forem passadas às crianças, menores serão as chances de problemas dentários e gengivais, apostam especialistas no assunto. Transformar o ato da escovação em uma prática prazerosa e divertida é uma das preocupações da indústria. Desse modo, lançamentos para atender e atrair a atenção das crianças invadem as gôndolas com formatos, cores, texturas e modelos diferenciados. De produtos próprios a licenciamentos, as novidades movimentam um mercado rentável e promissor que contribui para o aumento do tíquete médio do setor. Com um investimento de R$ 800 mil, a Dentalclean acaba de lançar aprimeira linha infantil brasileira de higiene oral com os personagens Peppa Pig cujo contrato de licenciamento com a Exim – representante brasileira da detentora dos direitos da personagem, a inglesa E-one – foi firmado em março deste ano. De acordo com o diretor de marketing da empresa, Lincoln Castro, a linha Peppa Pig destinada às crianças de dois a sete anos é composta pelas escovas infantis com os personagens Peppa Pig e George, fio dental e enxaguatório bucal. As escovas vêm com estojo plástico para proteger o produto, sendo ideal para levar à escola. Já o fio dental Peppa Pig foi especialmente desenvolvido para a garotada, pois é encerado e tem aroma de tutti frutti, assim como o enxaguatório, disponível em embalagens com 300 mL. 160
A Bitufo, detentora das licenças Cocoricó, Ben 10 e Monster High, divide sua linha em produtos para crianças de zero a cinco anos (linha Cocoricó), com massageadores de gengiva, escovas dentais para as diferentes fases da criança e o gel dental sem flúor; e a linha Ben 10 e Monster High, com produtos voltados para meninos e meninas de cinco anos em diante, com escova, gel, fio dental e enxaguatório Bucal Pinta-Dentes, indicando a presença da placa bacteriana. Já o Ortokit foi especialmente desenvolvido para usuários de aparelhos ortodônticos. Os palhaços Patati e Patatá são os destaques da Sanifill, com produtos que se destinam a bebês e crianças de zero a cinco anos, cujas embalagens e design foram modificados. Para os maiores, a empresa possui a linha Sanifill Kids Rio 2, destinada a crianças de cinco anos a 10 anos, e possui dois diferentes tipos de escova, gel dental, antisséptico bucal e fio dental. Uma boa organização dos produtos nas gôndolas associada a displays, faixas de gôndola, fita strip, stopper... vale tudo para aumentar a venda da categoria de oral care. Porém, contar com uma equipe preparada e com informação sobre cada produto, capaz de esclarecer dúvidas e orientar a compra, é fundamental para o sucesso nas vendas. “Falamos de um mercado em crescimento, mas que ainda tem muito a conquistar”, lembra o coordenador de marketing da Dental Clean, Marcos Augusto Odebrecht Schimidt. “Usuários de escovas dentais são, na grande maioria, experimentadores, ou seja, gostam de testar novos produtos, e por isso orientá-los da melhor forma quanto à indicação de cada produto, bem como novidades é fundamental”, conclui.
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Os tons da estação
Ruivos, pretos, marrons quentes, os tons mais escuros fazem a cabeça das mulheres no inverno. Mas, claro, sempre há espaço para os louros Por Adriana Bruno
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Se existe uma coisa que a mulher brasileira gosta de mudar é o cabelo. Seja o corte, a textura ou a cor, elas estão sempre renovando o visual para ficar mais bonitas, estar na moda ou simplesmente dar aquele up na autoestima. O inverno traz as cores mais escuras, quentes para o topo da lista de preferências. A estação mais fria do ano remete a sensações de aconchego, a mais elegância e, consequentemente, a cores mais escuras. “Diferente de dez anos atrás, em que colorir cabelo era só para esconder os fios brancos, hoje, as mulheres brasileiras adotam a mudança de visual conforme a moda e colorem os cabelos cada vez mais cedo. Elas são ousadas, modernas e adoram novidades. O cabelo é a primeira coisa que pensam em mudar. Com a facilidade e uma variedade de produtos que podem ser aplicados em casa, elas detêm o poder de fazer o que desejarem. Mudar sempre está relacionado a melhorar a autoestima, expressar desejos, comemorar conquistas e datas. Pois mudar o visual do cabelo é uma forma de mostrar para o mundo o que ela sente e quer”, diz a gerente de produto da Niely, Delane D’Azevedo.
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Ainda segundo Delane, durante todo o ano, os tons mais escuros são os campeões de venda, que vão desde um tom 1.0 Preto Azulado ao tom 6.0 Louro Escuro, porém havendo uma campanha para ressaltar essas cores, com a mídia e ações diferenciadas, o crescimento pode chegar a 40%. Em 2015, os ruivos devem dominar no inverno, se mostrando como uma forte tendência. “Os ruivos alaranjados têm ganhado adeptas por todos os cantos do Brasil. Mas a mulher brasileira gosta de inovar e está sempre em busca de novidades para cada nova fase que vive. Marrons quentes e louros pérolas e platinados já são tons muito procurados pelas brasileiras nesta época do ano e continuarão sendo tendência para as próximas estações. Agora, mais importante do que a tendência, é se identificar com a cor escolhida. A tonalidade dos fios revela a personalidade da mulher. É por meio da cor do cabelo que se expressam traços marcantes da personalidade. É possível querer se revelar uma mulher mais ousada e optar pelos fios ruivos, por exemplo, ou optar por uma postura mais elegante por meio de uma nuance escura”, diz a técnica da Embelleze, Daniele Nascimento. Castanhos mais profundos e louros quentes também são apostas da indústria e dos especialistas em cabelos. Toda essa diversidade de tendências está pautada no fato de que a mulher brasileira apresenta uma variedade enorFoto: shutterstock
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me de tons de pele, o que aumenta a grade de variações de cores e nuances. Segundo Delane, as mechas também continuam em alta, fazendo o uso de tons mais fechados que têm como inspiração o pôr do sol. “A ideia é dar iluminação ao cabelo de forma mais discreta e pontual. Misturando os tons de marrom com as mechas mais claras”, diz.
Consumidoras sabem o que querem O maior acesso ao poder de compra e às informações sobre os produtos que necessitam ou desejam adquirir faz com que as mulheres estejam mais exigentes e não hesitem em trocar de marca caso sintam que suas expectativas não foram atendidas. De olho nesse novo perfil de consumidoras, a indústria investe em pesquisa e lança produtos que somam benefícios agregados, como maior durabilidade da cor e hidratação dos fios. “Já faz algum tempo que a consumidora brasileira começou a ter um nível de exigência bem apurado. Ela já consegue distinguir qual é a melhor coloração para seus cabelos, sendo assim, procura por produtos que possuem maior durabilidade em relação à fixação da cor, cobertura total dos fios, maciez e por aqueles que proporcionam mais brilho. A consumidora busca eficiência e segurança nos resultados em uma coloração. A partir do momento em que ela encontra uma marca que lhe proporcione esse resultado esperado de forma eficiente, ela se torna fiel. A promessa deve ser atendida superando as expectativas dela”, comenta Delane. Menor agressão aos fios é outro desejo da consumidora de tinturas e colorações, como esclarece a coordenadora de trade marketing Beauty Color, Simara Scatolin Machado. “Acompanhando o momento da consumidora, que se preocupa cada vez mais com a qualidade dos fios no processo de coloração, atualizamos nossa formulação, investindo em mais ativos de tratamento, enriquecendo nossa fórmula com blend de óleos”, comenta. O nível de exigência da brasileira em relação aos produtos vem ao encontro do fato de que ela começa a colorir os cabelos cada vez mais cedo, em média com 25 anos de idade, segundo pesquisa de L’Oréal. “Nossas pesquisas também apontam que 63% das mulheres fizeram a primeira coloração em casa e 37% no salão”, comenta a gerente de gerenciamento de categoria da Divisão de Produtos de Grande Público da L’Oréal Brasil, Elaine Rocha. A executiva revela ainda que a compra da categoria é planejada e decidida. “Quando vão às compras, 89% de164
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Principal razão para que as mulheres tinjam os fios • Ficar mais bonita: 57%. • Mudar o visual: 49%. • Melhorar a autoestima: 22%. • Parecer mais jovem: 19%. • Está na moda colorir os cabelos: 10%. • Outros: 34%. Fonte: pesquisa L’Oréal “Hábitos e Atitudes de Coloração e Pesquisa do Shopper de Coloração” – U&A 2013
las já escolheram a marca antecipadamente; 85% já escolheram a cor; 84% já decidiram o tipo de produto; e 79% já decidiram o tipo de embalagem. Portanto, para facilitar o processo de compra, é importante que a exposição esteja de acordo com a Árvore de Decisão de Compras, e que a loja tenha o sortimento correto para atender à necessidade do shopper. Também é importante que a loja ajude a navegação em gôndola (categoria e marcas), bem como com materiais educacionais mostrando o benefício dos produtos”, orienta.
Farmácias devem investir no sortimento O canal farma vem ganhando importância como gerador de vendas da categoria ano após ano. Para Elaine, as razões que explicam esse cenário positivo são a experiência de compra que oferece – praticidade, conforto, capilaridade (várias lojas perto), sortimento, organização, etc. – e também a capacidade de gerenciar melhor a categoria, oferecendo mais rapidamente as inovações do mercado. Na categoria de coloração, o sortimento é muito importante. “Quando a cliente chega à loja, é importante que tenhamos o sortimento completo para oferecer. Podemos comparar a compra de coloração à de sapatos, ou seja, se ela não encontra o número desejado, vai para outra loja. Na categoria de coloração, em média, 80% das mulheres mudam de loja se não encontram a marca ou nuance desejadas. Portanto, é mais importante trabalhar com um número menor de marcas e sortimento completo do que muitas marcas com sortimento reduzido de cada marca”, diz Elaine. O passo seguinte é o planograma, que deve seguir o processo de decisão de compras do shopper. “Ele é importante porque facilitará a navegação do shopper na categoria,
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cabelos
Principais fatores levados em consideração na hora da compra de tintura e coloração
Marca de confiança:
26% Preço do produto:
5%
Efeito/resultado nos cabelos:
18%
Indicação de amigas e parentes:
Já ter tido boa experiência com o produto:
Durabilidade/ boa fixação do produto:
O benefício prometido pelo produto:
Ter informação sobre o produto:
Indicação de um cabeleireiro:
Ser de uma marca profissional:
14%
3%
2%
13% 2%
6% 2%
Fonte: pesquisa L’Oréal “Hábitos e Atitudes de Coloração e Pesquisa do Shopper de Coloração” – U&A 2013
ajudando-o a encontrar o produto que procura, tornando o processo de compras mais prazeroso e fazendo com seja fiel à loja”, conta Elaine. A executiva ainda destaca a importância do Gerenciamento de Categorias (GC). “O GC será efetivo à medida que o trabalho se inicia, com a identificação das necessidades do shopper da categoria e do shopper da rede. Feita essa análise, são realizados uma revisão de sortimento, gerenciamento do espaço e planogramas que atendam à Árvore de Decisão de Compras do consumidor. Quanto mais o cliente tem suas necessidades realizadas, mais será fiel à loja”, comenta. Expor os produtos de forma adequada e de acordo com o planograma da categoria é fundamental para estimular a venda e garantir uma boa experiência de compra à cliente. “Quando o shopper está no ponto de venda, ele procura primeiramente a cor de que precisa. Por isso, é importante que as colorações estejam organizadas horizontalmente de acordo com o gradiente de nuances (da mais clara para a mais escura na região Sul e vice-versa no restante do País) e verticalmente de acordo com a marca. As inovações da categoria devem ser expostas na altura dos olhos”, orienta a diretora de trade marketing da divisão consumo da Hypermarcas, Ana Aparecida Biguilin. Ela ainda completa afirmando que, em canais como a farmácia e perfumaria, por exemplo, essa categoria deve 166
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Árvore de decisão A consumidora escolhe seus produtos de acordo com o seguinte processo de decisão: 1) Marca. 2) Cor & Nuance. 3) Durabilidade. 4) Preço. 5) Tipo: tonalizante, permanente, com o sem amônia. 6) Com ou sem tratamento. 7) Produto em promoção. Fonte: pesquisa L’Oréal “Hábitos e Atitudes de Coloração e Pesquisa do Shopper de Coloração” – U&A 2013
ter destaque, uma vez que são caracterizadas como lojas especializadas em beleza. “O local indicado para exposição dos produtos é a seção de higiene e beleza, preferencialmente, próximos aos produtos de cuidado capilar, ou a própria sessão de coloração. Em relação à exposição, o ideal é que o número da tonalidade seja exposto horizontalmente, iniciando-se da cor mais escura para a mais clara e que os lançamentos e os formatos mais inovadores estejam em destaque”, diz.
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sazonal
Em todas as estações Mesmo nos meses mais frios do ano, a proteção solar deve fazer parte da rotina de cuidados diários. Apesar de a luminosidade ser maior em dias sem nuvens e durante o verão, os cuidados precisam ser mantidos ao longo do ano Por Tassia Rocha
A
A incidência de raios UVA e UVB nos dias mais frios e nublados é praticamente a mesma que nos dias de verão, em especial, a radiação UVA. Essas radiações podem causar envelhecimento precoce, manchas e até câncer de pele, por isso, o uso do protetor solar deve ser contínuo durante todo o ano. “Vários fatores influenciam na incidência dos raios solares na Terra, como latitude, altitude, época do ano, nuvens e poluição atmosférica,
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porém, mesmo com todas estas variações, os níveis de radiação ultravioleta em condições de céu claro são sempre muito elevados em todas as regiões do Brasil”, afirma a gerente médica da Consumer Care de Coppertone, Dra. Juliana Machado. A radiação solar que atinge o planeta compreende três tipos: radiação ultravioleta (10%), luz visível (40%) e radiação infravermelho (50%). A radiação ultravioleta é a que mais causa danos, tanto em relação ao envelhecimento como aos cânceres de pele. Os foto: shutterstock ilustrações: shutterstock
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malignos; e a UVC, que atinge apenas a camada córnea, sendo em sua maioria barrada pela camada de ozônio, não chegando a atingir a Terra. “As radiações ultravioleta atingem diretamente o DNA (sigla em inglês de Deoxyribonucleic Acid) das células, daí sua capacidade de causar mutações que podem levar à formação de tumores. Além disso, os raios Ultravioleta (UV) reduzem a capacidade de trabalho do sistema imunológico, facilitando doenças infecciosas e autoimunes e gerando uma inflamação crônica, à custa da formação de muitos radicais livres, que envelhecem e mancham a pele”, completa a Dra. Tatiana. Sendo assim, é importante considerar que apesar de no inverno os níveis de radiação serem menos intensos, eles existem e a proteção contra a radiação deve ser mantida. O grande problema ainda hoje é que muitos consumidores associam proteção solar ao verão, nos dias de temperatura elevada. Nos dias mais frios, como agora no inverno, a proteção é deixada de lado. “Em todas as regiões do Brasil é necessário o uso do filtro solar, mas em especial nas regiões mais próximas da linha do Equador, no caso, o Norte e Nordeste, e também nas regiões tropicais do País que correspondem à região Sudeste e ao estado do Paraná, pois nestas localidades o índice de radiação ultravioleta é muito alto o ano todo”, informa o farmacêutico, especialista em Cosmetologia, Maurício Pupo. “Para uma fotoproteção adequada, deve-se combinar o maior número possível de medidas, levando-se em consideração o perfil do indivíduo, idade, características, como cor da pele, olhos e cabelos, atividade profissional (trabalhador ao ar livre) e histórico familiar ou pessoal de doenças relacionadas ao sol. As áreas expostas devem estar protegidas e o filtro solar ideal deve ser de no mínimo com Fator de Proteção Solar (FPS) 30”, alerta a Dra. Juliana.
Produto certo outros tipos de radiação podem causar alergias solares e manchas em pessoas predispostas, mas não estão relacionadas a malignidades. De acordo com a médica dermatologista, Dra. Tatiana Jerez, existem três tipos de radiação ultravioleta: a UVA, tipo mais profundo, que atinge até a derme e está muito relacionada ao envelhecimento; a UVB, que é uma radiação mais superficial, atingindo a epiderme e mais relacionada às queimaduras solares e à carcinogênese, que é a indução de tumores
O mais importante é saber recomendar o FPS correto para cada tipo de pele. Os protetores disponíveis no mercado trazem formas de aplicação diferenciadas e indicadas para situações específicas, como a prática de esportes, uso com a pele molhada e para o dia a dia, entre outras. Tanto as loções quanto os produtos em spray ou aerossol oferecem uma proteção eficiente, desde que sejam aplicados corretamente. Hoje, a indústria já oferece produtos que garantem praticidade e facilidade para o dia a dia das consumidoras. “Há alguns anos, os protetores solares 2015 julho guia da farmácia
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sazonal
Quantidade exata
30
O correto é aplicar
2 mg/cm²
minutos a cada duas horas, sendo a antes da aplicação inicial recomendada exposição solar.
Para facilitar, é importante sugerir ao consumidor a regra da colher de chá: 1 porção =
2,5 mL ½ =
colher de chá
Face e pescoço: 1 porção.
Braços e ombros: 2 porções.
Tronco: 2 porções.
Pernas e pés: 4 porções.
Total: 9 porções =
22,5 mL
Fonte: diretora de marketing e trade da BDF NIVEA e Eucerin no Brasil, Tatiana Ponce
dermocosméticos costumavam apresentar um FPS maior, assim como uma proteção contra os raios UVA mais eficiente do que os protetores massivos. Porém, hoje em dia, com uma regulamentação muito mais exigente com relação a fotoprotetores, os testes relacionados a fotoproteção são similares em produtos com FPS iguais, o que muda são os benefícios adicionais, como efeito antioleosidade, antienvelhecimento, cobertura com cor, etc. Além disso, os fotoprotetores dermocosméticos apresentam uma textura mais elaborada e mais adaptada ao uso diário e geralmente um PPD (sigla em inglês para Persistent Pigment Darkening) mais alto”, salienta a farmacêutica e gerente de comunicação científica da La Roche-Posay, Giselle Canavaci. 170
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Atenção varejista O inverno é o período mais procurado pelos pacientes para realização de tratamentos de pele mais agressivos, como peelings e laser. Nesse momento, é fundamental que a proteção solar seja feita de maneira eficaz para garantir bons resultados, evitando complicações, como manchas e cicatrizes. Por isso, manter o estoque abastecido, também nas estações mais frias do ano, é fundamental. “No ponto de venda, o produto segue com exposição regular, em móveis da marca, voltando a exibição em pontos especiais de acordo com a sazonalidade de verão, geralmente a partir de setembro” orienta a diretora de marketing e trade da BDF NIVEA e Eucerin no Brasil, Tatiana Ponce.
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Hipoalergênico Ação antioxidante Alta proteção UVA e UVB Referências: Embalagem da linha Actsun | AFE nº 2.03540-1. Processo nº 25351.256631/2012-99, 25351.256612/2012-84, 25351.256644/2012-98, 25351.256640/2012-81, 25351.256633/2012-47.
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Mobilidade estrutural Modelo já utilizado no exterior ganha força no Brasil. A construção feita de aço traz possibilidade de mudar a loja de lugar quando quiser
V
Você já pensou em poder desmontar sua loja de um lugar e remontá-la novamente em outro, como uma casa de bonecas? Isso já é possível. A Espaço Aço está trazendo uma inovação para o mercado brasileiro: a substituição da alvenaria pela solução de aço. Dessa forma, a construção dispensa o uso de alvenaria e transforma sua loja em um espaço móvel. “Seu amigo tem um terreno vazio, mas daqui a cinco anos, ele vai construir um prédio.
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Por Claudia Manzzano, Flávia Corbó e Lígia Favoretto
Antes desses cinco anos, ele não vai fazer nada. O que fazer? Cimenta o chão e nós vamos lá colocar uma drogaria para você. Passaram-se os cinco anos? Nós vamos lá, desatarraxamos a drogaria e levamos para outro lugar. Nós estamos fazendo a drogaria móvel”, explica o gestor comercial da Espaço Aço, Davidson Belo. A ideia é diminuir o tempo de implantação de uma loja, deixá-la móvel e ainda investir em um negócio mais sustentável. O consultor empresarial, Miguel Gori, afirfoto: divulgação
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ma que tanto para a construção quanto para revitalização de um espaço como uma drogaria de alvenaria, não seria possível terminar a obra em menos de seis meses. O Espaço Aço garante que, em 30 dias, é possível ter uma drogaria pronta para abrir as portas e receber os clientes. Isso é possível porque o material de aço é pré-moldado e não há necessidade de muita mão de obra, apenas dos montadores da loja. A grande inovação da proposta do Espaço Aço é a possibilidade do empresário não perder dinheiro caso o ponto escolhido para abrir sua loja não apresente bons resultados. “Você está pagando por uma coisa que é parecida com a alvenaria, mas ela é sua. Porque a drogaria precisa de um tempo para maturação, uns dois anos, no mínimo. No caso de, em dois anos, o ponto não vingar, você não vai ficar ali, leva a drogaria com você para um ponto mais próspero. E se for de alvenaria, você tira?”, argumenta Gori. Mas se tudo correr bem, a estrutura oferece a possibilidade de aumentar o espaço, já que pode ser ampliada para dois ou mais andares.
Riqueza brasileira Além da facilidade apresentada pelos sócios da Espaço Aço, as especificidades brasileiras trazem mais uma vantagem para esse modelo de construção, pois o País é o segundo maior produtor de minério de ferro do mundo e a indústria do aço brasileira foi responsável pela produção, em 2014, de 33,9 milhões de toneladas de aço bruto, chegando a 9ª posição no ranking da produção mundial deste metal. A matéria-prima em abundância é uma vantagem estratégica com relação ao preço, pois não há dependência do dólar ou de outros fatores externos. O aço tem características bem diferentes da alvenaria. Muitos podem pensar que ele é perigoso pelo fato de atrair carga elétrica, tornando-se vulnerável em caso de raios. Mas Belo explica que é justamente o contrário. O aço é o maior condutor de energia que existe, portanto, ele transmite toda a energia para o solo. Isso significa que quem está dentro de uma estrutura de aço não é afetado por essa energia. “Vamos supor que você esteja dentro de um carro durante uma tempestade com raios, onde você está mais seguro? Do lado de dentro ou do lado de fora? Lembrando que o carro é uma estrutura de aço. Dentro. O que acontece normalmente é que mesmo assim instalamos um para-raios, seis poços de aterramento, aí a pessoa fica mais segura ainda”, afirma Belo. 174
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As construções da Espaço Aço só têm a base de alvenaria. São necessários o piso e a estruturação – colunas para segurar os perfis. Essa base representa 3% da obra completa. “É a única coisa que você perde na hora em que se muda”, diz Belo. Mas isso não deve ser um empecilho para quem ainda está em dúvida sobre os benefícios de ter um varejo instalado dentro de uma estrutura de aço. O gestor comercial da Espaço Aço recorda que, na Alemanha, 70% das construções são feitas com este material. “O Brasil é o país mais atrasado com relação ao aço. Há muita coisa acontecendo que a maioria das pessoas não sabe. Nós construiríamos hoje uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em 60 dias, do jeito que você quiser. Não precisa de pedreiro, de carpinteiro...”, conta Belo. A estrutura de aço leva outros componentes. Entre o aço que fica do lado de fora e de dentro da estrutura, há uma camada de isopor. Derivado do petróleo, o isopor é um tipo de plástico. Por isso apresenta características muito diversas e é usado de diferentes formas. Nesse caso, o isopor é importante por três razões: manter o ambiente interno fresco, não difundir sons e evitar a propagação de incêndios. “O uso do isopor é muito importante, além de ser isolante térmico e acústico, é uma inovação porque não propaga a chama. É uma coisa que, por exemplo, se fosse no caso da Boate Kiss, não teria morrido nenhuma pessoa. Porque ele não gera uma reação química, não vai queimar, você pode até colocar a mão por baixo”, explica Gori. Com relação ao investimento, Belo afirma que o preço de uma drogaria de alvenaria ou aço é igual. Ele explica que a drogaria móvel oferece mobilidade, portanto, ela te permite mudar, o que a torna mais barata. O fato de a construção ser móvel apresenta uma desvantagem: o financiamento. Como explica Belo, se a construção é um bem móvel, como você financia em 30 anos como imóvel? “Corre-se o risco de a pessoa não pagar e ainda levar a estrutura com ele e sumir.” Mas para que isso não se torne um problema a quem quer construir sua drogaria móvel, os próprios fabricantes oferecem financiamento. A expectativa da Espaço Aço é de que vendam 100 drogarias de aço em um ano, entre 2015 e 2016. E Belo está confiante. “Nós estamos fazendo um Lego gigante, sabe qual é o limite deste lego? É o da sua criatividade.”
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evento
Tendências em destaque A 7ª edição do PharManager promoveu debates e exposições sobre os temas mais atuais do setor farmacêutico
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Entre os dias 16 e 17 de junho, representantes da indústria, distribuição e varejo se reuniram no Expo Center Norte, em São Paulo, para conferir o PharManager 2015. O evento, que já chega à 7ª edição, funciona como um fórum de discussão sobre as oportunidades e desafios do setor farmacêutico. Para isso, diversos executivos dos principais players do mercado são convidados a realizar palestras e debates a respeito dos temas que mais tenham causado impacto no funcionamento do setor na atualidade. Como a instabilidade econômica é o assunto mais debatido na mídia, entre profissionais e população em geral, o tema não poderia ficar de fora da edição deste ano. Para tratar dos desdobramentos que a crise pode gerar no setor farmacêutico, o presidente executivo do Sindicato
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da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, foi convidado a abrir o ciclo de palestras. De acordo com o executivo, a alta do dólar, o portfólio tributário e a perda da renda real dos trabalhadores já estão causando impacto na indústria farmacêutica, apesar dos números ainda estarem muito melhores do que em outros setores como o automobilístico. “Precisamos ser realistas. Nem otimistas demais, senão quebramos, nem pessimistas demais, senão quebramos também. Mas o fato é que não se trata de uma marola, é uma onda grande.” Para ilustrar melhor o cenário retratado por Mussolini, a palestra seguinte foi realizada pelo diretor de relacionamento com provedores de informações da América Latina do IMS Health, Edu Rocha, que trouxe números exclusivos sobre o desempenho do setor e da ecofotos: divulgação
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EVENTO
O FÓRUM NACIONAL PHARMANAGER 2015 FOI SUCESSO DE PÚBLICO E SUPEROU AS EXPECTATIVAS DEVIDO À PRESENÇA DE PLAYERS DE TODO O MERCADO nomia em geral. Os dados mostram que a desaceleração já chegou ao mercado farma. Nos últimos anos, o setor farmacêutico apresentou crescimento de dois dígitos, até 2016, pelo menos, a realidade deve ser outra. Neste ano, o crescimento deve ser de 6% em volume e 9,1% em valores. A boa notícia é que, em relação ao preço médio, já se nota um aumento de 3% em relação ao ano passado. “Estamos em crise. O consumidor entra na farmácia e tem de fazer escolhas, mas, mesmo assim, estamos bem melhores que outros setores. Será um ano difícil, mas bom”, ponderou Rocha. Esse pensamento é compartilhado entre alguns dos expositores do PharManager, que mesmo diante da instabilidade, fizeram questão de estar presentes na feira e aproveitar as oportunidades que surgem mesmo em um mercado receoso com o futuro. “Acreditamos que o conteúdo apresentado aqui pode nos ajudar a achar soluções e novos caminhos. Justamente por estarmos vivendo uma crise, temos de fortalecer o relacionamento com clientes, buscar informações novas, apresentar nossos lançamentos”, afirma a responsável pela Merck Genéricos, Thaís Motta. Para passar de maneira mais suave por este período turbulento, é bom estar atento às mudanças no cenário. Segundo o também palestrante, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, oito elementos transformaram o consumidor e obrigam as lojas a se reinventarem. São eles: aumento da renda, crédito, violência e trânsito, envelhecimento da população, novas gerações, massificação da tecnologia, redes sociais e mulheres no mercado de trabalho. “Essa evolução provoca mudanças na missão e no formato de compra. As drugstores, que tentam transformar a ida à farmácia em uma experiência, que vende saúde e não doença, é a tendência que se encaixa nisso.” Para se encaixar, é preciso transformar o tra178
dicional formato de farmácia com a adoção de novas categorias de não medicamentos. De olho neste novo momento pelo qual o varejo farmacêutico está passando, a Prati-Donaduzzi quer estreitar o relacionamento com os varejistas para expandir a presença do laboratório no canal farma. Uma das estratégias adotadas foi, justamente, estar presente no PharManager. “Este é o terceiro ano que participamos e sempre obtivemos resultados muito positivos. Dentro da nossa estratégia de expansão, precisamos estar presentes em eventos e trabalhar o lado institucional da marca”, explica a analista de marketing, Franciele Felin. A briga dos laboratórios por presença maior nas farmácias promete ser boa, já que, segundo as tendências apontadas pelos palestrantes, os não medicamentos devem estar cada vez mais presentes nas farmácias. Para o diretor regional Latam da Close-up, Paulo Paiva, o melhor termo para se definir o novo papel das farmácias é beyond the pill (além da pílula, em inglês). “É preciso ir além da venda de medicamentos. É preciso oferecer serviços e acompanhamento do paciente.” Dando continuidade às palestras realizadas, o 3º Fórum-Inovação, Tecnologia e Operações levou, aos participantes, palestras que abordavam temas como: gerenciamento do sortimento para prevenir perdas no varejo, realizada pelo consultor e especialista em varejo, Antonio Sá, que apresentou de forma bastante clara como gerir sortimento e soluções, como conhecer o cliente, por meio de parcerias com a indústria, principalmente com os líderes de categoria, para que haja uma troca de informação. Para dar continuidade ao assunto, a diretora de marketing/e-commerce da Netfarma, Edilaine Godoi, apresentou os desafios do e-commerce do segmento farma, que hoje funciona com restrições, como, por exemplo, o uso de imagens de medicamentos, segundo a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 96/08. Para finalizar o 3º Fórum, o sócio diretor da Cherto Atco Educação Corporativa, Américo José da Silva Filho, informou que é preciso saber trabalhar as duas realidades, do on-line e do off-line, que o segmento precisa inovar e que o varejista precisa investir no ponto de venda para driblar a forte concorrência.
EXPECTATIVAS ATINGIDAS O Fórum Nacional PharManager 2015 foi sucesso de público e segundo o diretor da DPV Nice, Nilson Ribeiro, o evento superou as expectativas. “Nós já falávamos
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Guia da Farmácia. O canal farma nas suas mãos.
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evento
Representantes do varejo, indústria e distribuição se reuniram para debater temas que estão
no ano passado que tínhamos chegado ao nível máximo de consolidação, agora que termina a edição 2015, eu posso dizer que, realmente consolidamos o PharManager, pois nós tivemos a presença maciça dos clientes, representados pelas médias redes, pelas farmácias independentes, pelos distribuidores dos dois lados, tanto a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), quanto da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e o evento superou todas as nossas expectativas. Então, realmente podemos concluir, nesse processo, que todos os nosso objetivos, todas as nossas estratégias para fechar o PharManager 2015 foram atendidos em sua plenitude, na organização, no conteúdo e na presença de público. Então o que a gente espera para 2016 é um grande desafio, que é superar o que nós conseguimos fazer em 2015”. De acordo com Ribeiro, o espaço era para mil pessoas, mas logo no primeiro dia foram 1.050 participantes. “Praticamente dobrando o número de público que tínhamos como meta e isso para nós é uma grande realização. Nós trabalhamos com local reservado, com clientes selecionados, então, dentro do que a gente quis, a seleção de clientes que a gente faz, nós chegamos ao ápice e superamos quase duas vezes aquilo que a gente poderia ter como presença de público.” 180
movimentando o setor farmacêutico
A especialista em gerenciamento de categoria da Nestlé, Gabriela Condino, compartilhou que é o quarto ano que a Nestlé participa do evento. “Várias pessoas passaram pelo nosso stand e vieram perguntar de lançamentos, então é muito bom para divulgar novidades e falar um pouco sobre a categoria, nesse sentido, é muito positivo participar.” O diretor de marketing da EMS, Carlos Nahum, informou que o evento é muito importante, principalmente, para atualizar o grupo do varejo no geral, pois, segundo ele, hoje o grupo de farmacêuticos não tem uma matéria de gestão na faculdade, então é importante que eles se atualizem nesse sentido. “A EMS procura dar esse incentivo ao grupo do varejo, especialmente nós que temos uma academia própria, que é a academia do varejo farmacêutico, a gente treina essa equipe em vários modelos. Os eventos vão evoluindo, a gente percebe a participação do canal farma como um todo, estão todos aqui presentes, fazendo suas inovações, lançamentos de produtos, então eu acredito que, nesse sentido, o aprimoramento de um ano para o outro é muito grande. Embora saibamos das dificuldades do dia a dia, nós tivemos ‘a casa’ cheia nos dois dias, o apoio da indústria é fundamental para a realização desses eventos e a EMS está sempre junto, tanto é que somos patrocinadores premium no PharManager”.
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Rápida absorção
Eucerin Sun Fluid Mattifying é um protetor facial com alta proteção UVA e UVB. Sua composição contém o ativo antioxidante Licochalcona A e ácido glicirretínico, que auxiliam em uma proteção biológica contra danos causados pelo sol, a qual fortalece a estrutura de proteção natural da pele e os mecanismos de reparação do DNA, prevenindo manchas causadas pela exposição solar. Além disso, possui um efeito matificante com polímeros de silicone que ajudam a absorver a oleosidade. O produto também possui uma textura fluida e não oleosa de rápida absorção, fórmulas resistentes à água e sem perfume. O Sun Fluid Mattifying é comercializado na embalagem de 50 mL. ■■www.eucerin.pt
Supernovidade
Admirada por consumidoras de personalidade forte, com lifestyle descomplicado e despojado, as badaladas fórmulas de sucesso de Aussie prometem ser ainda mais queridas pelas brasileiras, até mesmo porque agora não será mais preciso viajar ao exterior para buscar esses itens tão desejados. A P&G trouxe, em junho passado, xampu, condicionador e tratamento da marca importados dos Estados Unidos, que estarão disponíveis em farmácias, drogarias, perfumarias, supermercados e hipermercados selecionados de todo o País. ■■http://www.pg.com/pt_BR/ 2015 julho guia da farmácia
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institucional – abradilan
A importância de uma boa gestão
www.abradilan.com.br
A sobrevivência de uma empresa depende, basicamente, de sua capacidade de agregar valor para as partes interessadas – os chamados Stakeholders P o r G e r a l d o M o ntei r o - di r etor ex ec u ti v o da A bradilan
T
Toda empresa precisa agora, mais do que nunca, acompanhar as constantes alterações no seu ambiente, identificando as ameaças existentes, sem deixar de buscar novas oportunidades de crescimento. Ou seja, manter os diferenciais competitivos no nicho de mercado em que atua. Os processos da gestão do negócio visam à organização da rotina, à definição de objetivos e metas, ao planejamento e execução das estratégias, à redução de custos, à prestação de contas em relação às metas traçadas e ao desenvolvimento das lideranças.
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guia da farmácia julho 2015
A implantação de um modelo de gestão é baseada em oito princípios básicos: • Foco no cliente • Liderança • Envolvimento das pessoas • Abordagem por processo • Abordagem sistêmica para gestão • Melhoria contínua • Abordagem factual para tomada de decisões • Benefício mútuo na relação com fornecedores Muitas empresas não têm dado a atenção necessária aos itens acima relacionados e, com isto, têm sofrido as
consequências e, por muitas vezes, não conseguem reverter os resultados negativos. Isso acontece porque muitos empresários são como costumamos chamar: excelentes técnicos. Entendem muito bem dos seus produtos e serviços, porém falta o conhecimento gerencial para administrar o seu negócio e, além disso, também gerenciar pessoas. Uma nova era já se inicia e você precisará de profissionais especializados em gestão empresarial para dar suporte ao seu negócio, independente de qual o tamanho ou ramo de atividade em que a empresa opera.
Empresas sócias colaboradoras da Abradilan
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Seja voluntário do Programa Adotei um Sorriso. E descubra que não existe recompensa melhor do que a alegria.
Adote um Sorriso. Seja voluntário da Fundação Abrinq. Você que é dentista, psicólogo, fonoaudiólogo, pediatra, nutricionista, oftalmologista e apaixonado pelo que faz pode fazer parte da equipe de voluntários da Fundação Abrinq e se dedicar a crianças e adolescentes que precisam de auxílio. A recompensa, não tenha dúvida, vem em sorrisos. Inscreva-se pelo www.fundabrinq.org.br/adotei Atuando no seu consultório ou dentro de organizações sociais, você vai fazer a diferença.
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serviços
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Abafarma http://abafarma.com.br
Danone Nutrição www.danonenutricao.com.br
Hospital 9 de Julho www.hospital9dejulho.com.br
OMS www.paho.org/bra
Abihpec www.abihpec.org.br
Dental Clean http://dentalclean.com.br
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Hospital Alemão Oswaldo Cruz www.hospitalalemao.org.br
Abradilan www.abradilan.com.br Abrafarma www.abrafarma.com.br Aché www.ache.com.br AFPFB www.farmaefarma.com.br Alanac http://alanac.org.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br Aspen Pharma no Brasil www.aspenpharma.com.br Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil www.gs1br.org Associação Comercial de São Paulo http://portal.acsp.com.br Associação Paulista de Medicina www.apm.org.br Ativa Logística www.ativalog.com.br
E Embelleze www.embelleze.com EMS www.ems.com.br Espaço Aço www.espacoaco.com.br ESPM www2.espm.br Euromonitor www.euromonitor.com eyeforpharma www.eyeforpharma.com/brazil
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Bitufo http://bitufo.com.br
Closeup www.closeup.com.br Colgate http://colgate.com.br
Hospital Samaritano www.samaritano.org.br Hospital Santa Paula www.santapaula.com.br Hypermarcas www.hypermarcas.com.br
I IBC www.ibccoaching.com.br Ibevar www.ibevar.org.br
Prosperity Consulting www.prosperityconsulting.com Provar-FIA http://provar.fia.com.br PSDB www.psdb.org.br PT-SP www.pt.org.br
S
IMS Health www.imshealth.com
SBP www.sbp.com.br
Fiocruz www.fiocruz.br
Interfarma www.interfarma.org.br
Sensodyne www.sensodyne.com.br
FMUSP www.fm.usp.br
G GfK www.gfk.com/br Grupo Cimed www.grupocimed.com.br
GSK Consumer Healthcare www.gsk-ch.in
J Johnson & Johnson www.jnjbrasil.com.br
L LeadPix http://leadpix.com.br L’Oréal www.loreal.com.br
M Merck http://merck.com.br
CRF-RJ http://crf-rj.org.br
Ministério da Saúde www.saude.gov.br
CRF-SP www.portal.crfsp.org.br Cristina Panella Planejamento e Pesquisa www.cristinapanella.com.br
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Pró Genéricos www.progenericos.org.br
Fecomercio – SP www.fecomercio.com.br
Febrafar www.febrafar.com.br
Cpdec www.cpdec.com.br
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Prati-Donaduzzi www.pratidonaduzzi.com.br
Sanifill http://sanifill.com.br
Grupo Farma www.grupofarma.com.br
C
Hospital Israelita Albert Einstein www.einstein.br
P P&G www.pg.com/pt_BR
IBGE www.ibge.gov.br
B Beauty Color www.beautycolor.com.br
Hospital Escola de Itajubá www.medicinaitajuba.com.br
Sindusfarma www.sindusfarma.org.br Sociedade Brasileira de Coaching Empresas www.sbcoaching.com.br/Coaching STF www.stf.jus.br
U Unesp www.unesp.br Unicamp www.unicamp.br Unifesp www.unifesp.br Universidade de Melbourne www.unimelb.edu.au
N Niely www.niely.com.br
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Hidratação efetiva em 3 níveis
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Restaura a barreira cutânea1
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Sensorial marcante2 Excelente custo x benefício3
Referências (1) Kosmoscience. Avaliação da hidratação da pele por corneometria. 2012. Data on file. (2) Rotulagem do produto Dermovance S. (3) IMS Health - PMB Jun/14 (em Reais), comparativo DERMOVANCE LOC S P SECA 200 ML x CETAPHIL RESTORADE LOC CORP HID 295 ML. AFE Nº 2.03.540-1 Processo Nº 25351.751627/2013-13 Junho 2015
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