ano Xxii • nº 274 setembro de 2015
Análise clínica no Brasil O desenvolvimento de um novo medicamento demanda, em média, US$ 900 milhões de investimento da indústria farmacêutica. No mundo, o setor fatura US$ 1 trilhão mundialmente, mas cerca de US$ 120 bilhões a US$ 160 bilhões são investidos em pesquisa
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editorial
Descobertas promissoras Pesquisadores analisam doenças na tentativa de desvendar o que as causa. A partir dessas descobertas, a indústria farmacêutica passa a estudar moléculas que poderão ser eficazes. As apostas para que uma delas surta os efeitos esperados são muito altas. A cada dez mil pesquisadas, apenas uma obtém resultados satisfatórios, que a permitirão se tornar um medicamento no futuro. Mas antes que isso ocorra, se passam, em média, dez anos de estudo. Somente para se obter autorização dos órgãos reguladores para testar uma molécula em seres humanos, são necessários, em média, seis anos de pesquisa. Quando o laboratório farmacêutico recebe tal autorização, inicia-se outra bateria de testes. Obviamente, estudos tão específicos e longos apresentam um custo muito alto, é o que revela a matéria de capa desta edição. A repórter Flávia Corbó apurou que o desenvolvimento de um novo medicamento demanda, em média, US$ 900 milhões de investimento da indústria farmacêutica. Acompanhe a reportagem na íntegra e veja os entraves do avanço da pesquisa clínica no País e a complexidade DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br)
de todas as fases que envolvem o processo como um todo. Outro tema polêmico, que merece destaque e atenção das autoridades públicas e de todos os profissionais da cadeia é a judicialização da saúde. Esse movimento consiste no ato de o paciente acessar os tribunais brasileiros para garantir o direito aos tratamentos de alto custo. O tempo médio de um processo judicial da área de Saúde no Brasil é de cerca de dois ou três anos até a finalização total dos recursos. A boa notícia é que uma liminar de emergência pode sair em um ou dois meses, graças ao artigo 1.211-A do Código de Processo Civil, que assegura a prioridade na tramitação de processos para pacientes portadores de graves doenças. O que se tem de levar em consideração, não é o número de processos, mas a quantidade de vidas que podem ser preservadas.
Lígia Favoretto Editora-chefe
DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) assistente do Comercial Mariana Batista Pereira
Editora-assistente Flávia Corbó
DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues
Estagiária de Redação Carine Pessoas
coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri
EDITOR de arte Junior B. Santos
DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
Assistentes de arte Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes
ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta Marketing e Projetos Luciana Bandeira
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A cada dez mil moléculas pesquisadas, apenas uma obtém resultados satisfatórios, que a permitirão se tornar um medicamento no futuro
Boa leitura.
analista de marketing Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães e Noemy Rodrigues Colaboradores da edição Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Claudia Manzzano, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Jorge Bertolino Filho, Maria Isabel de Almeida Prado, Nelson Mussolini, Silvia Osso, Silvio Laban e Tatiana Ferrara Barros IMPRESSÃO Abril Gráfica capa Shutterstock
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.
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E MAIS
SUMÁRIO
08 > GUIA ON-LINE 12 > ENTREVISTA 18 > ANTENA LIGADA 26 > ATUALIZANDO 36 > COMPETITIVIDADE 54 > ATUALIDADE 82 > MERCADO
#274 SETEMBRO 2015
ESPECIAL SAÚDE
164 44 > CAPACITAÇÃO Em tempos de crise econômica, colaboradores capacitados e engajados são o maior ativo de uma empresa
60 > TRIBUTOS Entender o regime de Substituição Tributária pode ser complicado, por isso, o Guia da Farmácia esclarece tudo o que você precisa saber sobre a tributação em cinco passos
CAPA
66 > CIÊNCIA Com dez anos de pesquisa e US$ 900 milhões investidos no lançamento de cada medicamento, a indústria farmacêutica é considerada o setor que mais investe em inovação
74 > ACESSO Aumento do número de pacientes que procuram a Justiça para garantir tratamento contra doenças sem cobertura do SUS ou dos planos de saúde preocupa as autoridades
88 > FARMACOLOGIA Além de ser prestativo e simpático, um bom atendente de balcão de farmácia deve possuir conceitos básicos sobre medicamentos
94 > OLHOS 102 > HERPES LABIAL 106 > PÉS 110 > SEDENTARISMO 116 > CORAÇÃO 126 > AVC 132 > HIPERTENSÃO 138 > CATEGORIA 142 > BELEZA 148 > TENDÊNCIA 154 > OPORTUNIDADE 160 > SORTIMENTO 164 > PELE 172 > MULHER 178 > CONSUMO 184 > SEMPRE EM DIA 188 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 194 > SERVIÇOS
ARTIGOS 16 > DEBATE Nelson Mussolini 34 > VAREJO Silvia Osso 42 > CENÁRIO Silvio Laban 52 > TREINA PDV FARMA Tatiana Ferrara Barros 182 > A VOZ DO FARMACÊUTICO Maria Isabel de Almeida Prado
CRÔNICA 190 > O CASO DO PARAFUSO Jorge Bertolino Filho
ERRATA Diferente do que foi publicado na matéria Higiênicos e lucrativos do Suplemento Especial Produtos para a Saúde, pág. 16, edição 272 (julho 2015), a segunda colocada no ranking das cinco marcas mais vendidas em fraldas geriátricas é a Biofral Confort (SCA Brasil). 6
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25 de setembro: Dia Internacional do Farmacêutico.
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ESTE SELO NOS ARTIGOS DA REVISTA INDICA CONTEÚDO EXTRA. ACESSE O PORTAL E CONFIRA
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Acesse o Portal e confira as informações complementares do conteúdo editorial da revista, além de textos exclusivos a cada edição.
CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) AÇÕES DE MELHORIA A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou novas regras de aprovação de pesquisa clínica para tentar agilizar o processo. Entenda o que mudou.
CORAÇÃO EM ALERTA Você sabia que o tempo seco aumenta a ocorrência de doenças cardiovasculares? Entenda o por quê. 8
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CUIDADO NO ATENDIMENTO Alguns medicamentos requerem atenção extra quanto à indicação da via de administração. Saiba quais são eles. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS
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MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ: ESPECIALISTAS APONTAM O QUE PODE PREJUDICAR O FETO
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DESEMPENHO QUESTIONADO
Pena que os salários e os investimentos nos profissionais não acompanhem esse crescimento todo. Kelly Siqueira, em resposta à nota Farmacêuticas brasileiras estão entre as maiores empresas do País, postada no Portal do Guia da Farmácia no dia 07/08
DEPENDÊNCIA MASCULINA ANVISA SUSPENDE MEDICAMENTOS QUE ERAM COMERCIALIZADOS COM REGISTRO CANCELADO
AS CINCO DORES MAIS COMUNS
ENTIDADES DEFENDEM A RASTREABILIDADE DE MEDICAMENTOS EM DEBATE
Se não tem uma mulher pra ficar no pé, nenhum homem se cuida. Pior que nem os profissionais de saúde. Marta Campos, em resposta à nota Homens realizam seis vezes menos exames do que as mulheres, postada no Portal do Guia da Farmácia no dia 07/08
DESCONFIANÇA À TONA
Pelo jeito, mais uma coisa que vai acabar em pizza neste País. Lúcio Shuer, em resposta à nota Por que rastrear medicamentos é preciso?, postada no Portal do Guia da Farmácia no dia 08/08
PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 188.
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Entrevista - Libbs
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Implantação
possível
O laboratório Libbs sai à frente da concorrência e, desde 2009, trabalha com um projeto-piloto para a rastreabilidade de medicamentos. O objetivo é oferecer uma ferramenta adicional que garantirá que cada embalagem produzida siga um caminho com total garantia sanitária e segurança para os clientes P o r L í g i a Fav o r e t t o
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Contribuir para que as pessoas alcancem uma vida plena. É com esse propósito que, há 57 anos, a Libbs, indústria farmacêutica brasileira e de capital privado, produz medicamentos que oferecem mais do que suas funcionalidades, dando atenção a todos os aspectos que agregam valor ao que é desenvolvido. O método científico conduz os produtos, disponibilizando mais de 70 tipos dentro das especialidades de oncologia, ginecologia,
sistema nervoso central, dermatologia, cardiovascular, respiratória, transplantes e outras. O diretor de operações da Libbs, Carlos Reis, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela que a coesão dos negócios depende do compartilhamento de valores entre os mais de 2.400 colaboradores diretos que atuam em um parque fabril de 48.508 mil m², em Embu das Artes (SP), em uma unidade administrativa, e por meio da força de vendas que está presente em 1.175 cidades do Brasil. 2015 setembro guia da farmácia
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Entrevista - Libbs
Segundo ele, todos na Libbs são agentes de inovação. Em 2013, por exemplo, a empresa anunciou sua entrada no segmento de biotecnologia com a construção de uma nova unidade fabril, com previsão de inauguração em 2016, onde produzirá cinco produtos destinados ao tratamento de câncer e doenças autoimunes. Por entender sobre a importância da rastreabilidade de medicamentos no País, desenvolveu um projeto pioneiro, que já tem rendido bons resultados e serve de exemplo para quem quer inovar e sair à frente da concorrência. Esse foi o principal assunto abordado no bate-papo. O executivo é graduado em Engenharia pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), possui especialização em Lean-Seis Sigma e pós-graduação em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, está cursando MBA em Gestão de Negócios na Fundação Instituto de Administração (FIA). Reis ingressou na Libbs em 2008 como coordenador de processos industriais. Atuou como gerente de processos industriais e melhorias, foi gerente de administração de produção e gerente executivo de operações. Confira. Guia da Farmácia • Por que a Libbs decidiu criar um modelo próprio de rastreabilidade? Carlos Reis • O sistema de rastreabilidade desenvolvido na Libbs é totalmente aderente ao marco regulatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Lei 11.903 de 14 de janeiro de 2009, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados da trajetória dos medicamentos. Guia • Quais as maiores dificuldades enfrentadas no processo? Reis • Tivemos diversos desafios nesse processo, mas o principal foi identificar e implementar os ajustes necessários ao longo da cadeia que é extensa e diversificada. Isso vai desde a operacionalidade da impressão do código na embalagem do medicamento até a padronização para gestão do banco de dados onde as informações estarão disponíveis on-line. Nesse trajeto, nós tivemos de encontrar fornecedores adequados, rever alguns processos 14
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“O segredo foi não ficar parado esperando uma solução pronta, mas correr atrás daquilo que acreditávamos, buscando parceiros que comungassem do mesmo objetivo: tornar a rastreabilidade uma realidade no Brasil” internos e trabalhar articuladamente com todos os integrantes da cadeia farmacêutica. Esses processos ainda estão no ciclo de revisão e melhoria contínua. Guia • O que vocês aproveitaram do modelo tido como “ideal” hoje para o Brasil? Reis • O modelo do SNCM proposto usa um código bidimensional Datamatrix que pode armazenar diversas informações ao mesmo tempo. Todas elas reunidas são chamadas de Identificador Único de Medicamento (IUM). Ele armazena um conjunto de informações, como lote, validade, número de série, número de registro da Anvisa e histórico do produto. Isso permitirá um amplo monitoramento dos medicamentos brasileiros em toda a sua trajetória, desde a sua produção até a chegada em farmácias e hospitais de todo o Brasil. Guia • Esse modelo tem muitos problemas? Por que não sai do papel? Reis • Esse modelo é um desafio e implicará em profundas mudanças processuais, tecnológicas e culturais em toda a cadeia farmacêutica. Para o sistema poder operar integralmente, é necessário que todos os fabricantes tenham os produtos com o código bidimensional Datamatrix na embalagem e que todos os estabelecimentos, inclusive farmácias e hospitais, estejam equipados e integrados. Guia • De que forma a empresa transformou uma barreira em oportunidade?
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Reis • Nós, da Libbs, identificamos no SNCM um benefício para todos os públicos envolvidos e, a partir desta conscientização, não medimos esforços para superarmos os desafios. Às vezes, desenvolvendo novas formas de fazer algo, outras compatibilizando soluções de novas áreas para a rastreabilidade. O segredo foi não ficar parado esperando uma solução pronta, mas correr atrás daquilo que acreditávamos, buscando parceiros que comungassem do mesmo objetivo: tornar a rastreabilidade uma realidade no Brasil. Guia • Quanto tempo foi despendido na elaboração e implantação do projeto-piloto? Reis • Nós estudamos e fizemos testes de rastreabilidade desde 2009. Logo que foi publicada a lei do Congresso, nossos gestores já entenderam o benefício do projeto e que era um futuro sem volta. Por isso, desde aquela época, nos dedicamos integralmente à proposta do SNCM e não passamos mais do que 15 dias sem fazer testes e consultar fornecedores. Guia • Quais os resultados obtidos até o momento e de que forma vocês pretendem dar continuidade? Reis • Neste momento, nós estamos implementando a rastreabilidade com lotes de um medicamento, que é o contraceptivo Iumi. A impressão é feita em um processo contínuo, dentro das etapas normais de embalagem do medicamento. Temos 78 produtos, com 173 apresentações de medicamentos comercializados. Todos estarão com o código bidimensional impresso na embalagem até a data final prevista pela Anvisa, que é dezembro de 2016. Ainda em 2015, faremos testes com medicamentos de uso exclusivo em hospitais e com amostras grátis. Guia • Como conciliar segurança com viabilidade? Reis • Com muito planejamento. É claro que nem todas as embalagens estavam preparadas para receber um código bidimensional. Mas trabalhamos antecipadamente e pudemos inserir as adaptações necessárias para que a rastreabilidade fosse um processo rotineiro de atualizações, ou seja, desperdício zero por descarte de troca de artes nas embalagens. Outro fator importante foi a antecipação. Ou seja, pensar em rastreabilidade desde 2009 nos
possibilitou planejar a modernização de nossas linhas dentro do contexto do SNCM. Guia • Vocês acreditam que as empresas devem se posicionar como transformadoras de vidas e não apenas como fabricantes de medicamentos. Como isso é possível e que tipo de transformação a Libbs almeja para o País? Reis • Acreditamos que a nossa responsabilidade vai além dos nossos limites e os nossos produtos devem ser agentes de melhoria da saúde, indo além da sua funcionalidade e incorporando elementos agradáveis e facilitadores. Essas crenças estão presentes em nossas ações. Um exemplo é a adequação ao SNCM da Anvisa. Nós desenvolvemos o projeto internamente e de forma antecipada e pioneira, mostrando que é viável, apoiando os diversos elos. Ao disponibilizarmos o nosso sistema implantado como benchmarking, atuamos como agentes de transformação. Guia • A rastreabilidade veio para ficar? Como deixar de ser fato para ser factível? Reis • Sim, o SNCM proposto pela Anvisa, além de ser bom para o Brasil, é factível e viável. Vemos exemplos claros que não são divulgados intensamente. Por exemplo, na China, onde todos sabemos que se trata de um mercado de custo e preço baixo, o governo está implementando a rastreabilidade em cinco anos. Naquele país, no fim deste ano, todos os medicamentos deverão ter um meio de rastreabilidade semelhante ao nosso. Outros países também têm os seus projetos. A viabilidade não é apenas uma questão para atender a uma legislação, mas principalmente para o benefício do paciente, ao nos equipararmos com padrões internacionais, proporcionamos mais segurança. Guia • De que forma a rastreabilidade impactará o varejo farmacêutico? Reis • O histórico permitirá um amplo monitoramento dos medicamentos brasileiros em toda a sua trajetória – desde a sua produção até a chegada em farmácias e hospitais de todo o Brasil, evitando, por exemplo, o comércio clandestino, falsificação ou comercialização de cargas roubadas de medicamentos, já que cada embalagem terá um código único. O controle vai servir para proporcionar mais segurança a todos. 2015 setembro guia da farmácia
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Debate
Rastreabilidade viável e eficaz
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É inegável a importância da adoção da tecnologia, entretanto, algumas barreiras foram detectadas durante os estudos de implantação
Nelson Mussolini Presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e membro do Conselho Nacional de Saúde 16
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Todos – indústria, atacado e varejo – têm claro entendimento de que a rastreabilidade de medicamentos deve ser levada a cabo. Mas será que basta a vontade desses atores para que o consumidor brasileiro tenha a seu dispor um sistema que funcione? Os medicamentos comercializados no Brasil já possuem rastreabilidade há bastante tempo. Desde a publicação da Portaria n.º 802/1998, do Ministério da Saúde (MS), que instituiu o sistema de fiscalização e controle em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos. Com base na legislação existente, os sistemas de qualidade dos fabricantes e importadores de medicamentos garantem alto grau de segurança aos seus produtos. Por exemplo, a “raspadinha” nas embalagens permite que o próprio paciente verifique a originalidade do produto no momento da dispensação. É possível, também, elaborar rapidamente um mapa de distribuição de todos os produtos comercializados, uma vez que cada nota fiscal emitida pelos fabricantes e distribuidores de medicamentos deve informar o lote, o quantitativo e o destinatário dos produtos. É inegável a importância da Lei n.º 11.903/2009, que dispõe sobre o rastreamento da produção e do consumo de medicamentos. Entretanto, algumas barreiras relevantes foram detectadas durante os estudos de implantação realizados pelas indústrias farmacêuticas no Brasil. A maioria das distribuidoras e do varejo sequer iniciou os trabalhos. E o setor público
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também não está preparado. Não podemos fazer uma rastreabilidade sem a efetiva participação de todos os agentes – inclusive o governo, que dispensa mais de 30% dos medicamentos produzidos no Brasil. O setor industrial farmacêutico instalado no Brasil apoia toda e qualquer evolução da rastreabilidade que seja técnica e economicamente viável e, principalmente, sanitariamente responsável. Sendo o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, o Brasil necessita de regras que considerem sua magnitude. Sem uma implementação gradual, com prazos realistas, que levem em consideração todas as variáveis envolvidas, a rastreabilidade não existirá de fato, pois a cadeia farmacêutica não será capaz de atender à regulamentação. Por isso, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) defende a prorrogação de prazo por três anos, a partir da regulamentação pela Anvisa, e a adoção de um cronograma equalizado com as necessidades e capacidades operacionais e financeiras do governo, laboratórios públicos e privados, atacado e varejo. Nos Estados Unidos, o sistema será introduzido em dez anos! Não podemos e não devemos utilizar de dados e informações falsas, somente para atender aos interesses de grupos que querem a rastreabilidade, não para colocar um melhor produto no mercado, mas para criar um novo “negócio” na área da saúde, onerando todo o sistema. foto: divulgação
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Crescimento contínuo Apesar da crise, o canal farma segue firme. Lançamentos, abertura de novas lojas e aquisições movimentam, ainda mais, o mercado Decisão estratégica
Até o fim deste ano, a rede Raia Drogasil irá inaugurar 130 novas lojas em todo o País, especialmente em bairros periféricos. “Gostamos mais de esquinas do que a concorrência e queremos abrir mais lojas nelas”, afirma o presidente da empresa, Marcílio Pousada. A estratégia adotada pela rede paulista segue a tendência do segmento nos últimos anos. As lojas de bairro, mais próximas à residência do consumidor, apresentam maior rentabilidade, já que têm custos menores de operação, como a locação do imóvel. A empresa, que é fruto da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, em 2011, e faturou R$ 7,3 bilhões no ano passado, está crescendo a um ritmo próximo a 20%. No primeiro trimestre deste ano, suas vendas aumentaram 19,2%, superior a 12% da média do setor. • www.raiadrogasil.com.br 18
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Valeant compra Amoun
O grupo farmacêutico canadense Valeant chegou a um acordo definitivo para a compra da Mercury Holdings, holding que controla o laboratório egípcio Amoun Pharmaceutical, por US$ 800 milhões mais “pagamentos contingentes”. A Amoun é a maior companhia farmacêutica do Egito, fabrica produtos líderes de mercado nas áreas terapêuticas de anti-hipertensivos, antibióticos e de tratamento à diarreia. Em nota, a Valeant informa que a Amoun servirá de plataforma para futura expansão de seus negócios nos mercados africano e do Oriente Médio. A Valeant atua nas áreas de dermatologia, saúde ocular, neurologia e similares. • http://valeant.com.br • www.amoun.com fotos: shutterstock/divulgação
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Investimento em MIP
As farmacêuticas estão ampliando os investimentos em linhas de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) para alavancar as vendas. Com crescimento constante nos últimos anos, o segmento vem ganhando relevância na estratégia das empresas do setor. “O mercado de MIPs cresce um pouco mais quando comparado ao restante do setor farmacêutico, padrão que deve se manter nos próximos anos”, avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Jonas Marques. Para ele, a quantidade de inovações em produtos e o preço baixo em relação aos medicamentos que exigem prescrição ajudam a explicar esse avanço em ritmo mais acelerado. “Considerando o fato de que esse mercado ainda não está consolidado no País, então temos muito espaço para crescer”, afirma. A diminuição da renda dos consumidores, entretanto, tem impactado a demanda por esses medicamentos e, em 2015, o avanço deve ser mais fraco quando comparado a anos anteriores. • www.abimip.org.br
Novo presidente
Depois de nove meses de gestões interinas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem agora, como diretor presidente, o médico sanitarista Dr. Jarbas Barbosa da Silva Júnior. Ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o médico tem vasta experiência, nacional e internacional, em saúde pública e epidemiologia aplicada aos serviços de saúde, bem como de vigilância, prevenção e controle de doenças. Antes de assumir a direção da Agência para mandato de três anos, o sanitarista especialista em saúde pública exerceu diferentes funções no Ministério da Saúde, onde foi secretário de Vigilância em Saúde duas vezes – de 2003 a 2007 e de 2011 até o início deste ano. • http://portal.anvisa.gov.br
Distribuidores regionais
Milésima loja
O grupo que reúne as Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco (DPSP) chegou à sua milésima filial. A conquista faz parte de um intenso processo de expansão iniciado em 2011, quando as duas redes uniram suas operações. Nesses quatro anos, a DPSP consolidou sua presença em oito estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Bahia e Pernambuco –, além do Distrito Federal. “É uma grande satisfação anunciarmos a milésima loja. O número simboliza a concretização do nosso objetivo de crescimento contínuo, atendendo cada vez mais consumidores em todo o Brasil”, celebra o diretor de marketing do Grupo DPSP, Roberto Tamaso. • www.drogariasaopaulo.com.br • www.drogariaspacheco.com.br
Em maio de 2015, os associados da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) alcançaram um faturamento de R$ 12,8 bilhões e movimentaram 802 milhões de unidades de medicamentos. De acordo com o diretor executivo da entidade, Geraldo Monteiro, o crescimento obtido nos primeiros cinco meses do ano ficou muito próximo ao percentual projetado pelos seus associados. “Nesse período, os distribuidores de medicamentos associados obtiveram um crescimento de 17,11% no faturamento em relação ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 11,74% de unidades vendidas.” Responsáveis pela distribuição de 20% das unidades vendidas dos medicamentos no Brasil, e 26,8% dos medicamentos genéricos, os associados da Abradilan visitam 96% dos municípios do País e atendem 79% das farmácias em todo território nacional. Presentes em 24 estados, os 140 associados da Abradilan empregam 10.800 pessoas diretamente. • www.abradilan.com.br 2 0 1 5 se t em b ro g u i a d a f a r m á c i a
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Medicamento para artrite
Pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) estudam a funcionalidade analgésica e anti-inflamatória do veneno da abelha para criação de uma pomada que atuará no tratamento da artrite. O estudo é um dos projetos apoiados pelo Programa de Incentivo à Inovação (PII), promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de Minas Gerais (Sebrae-MG) e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas Gerais (Sectes-MG). Conhecido como apitoxina, o veneno de abelha já é usado como medicamento para doenças, como nevrites, traumas, tendinites, bursites e inflamações comuns. A principal inovação desse projeto é realizar o fracionamento da apitoxina para retirar seus componentes alergênicos, já que, como qualquer outro veneno, pode produzir reações alérgicas nas pessoas. “Deixamos só a porção ativa, que tem efeitos no controle da artrite. A apitoxina atua estimulando a produção de uma substância que age sobre os processos alérgicos e inflamatórios”, explica a pesquisadora da Funed, Esther Bastos. • www.funed.mg.gov.br • www.sebrae.com.br • www.tecnologia.mg.gov.br
Fatores prejudiciais
As importações do setor farmacêutico sofreram uma queda de 11,1% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução confirma a tendência sugerida em 2014, quando as importações diminuíram 2,7% após dois anos de crescimento. “A alta do dólar afeta todas as importações, inclusive as de medicamentos. Isso é reflexo do momento que o País enfrenta na economia, em que outros setores também estão encontrando o mercado interno menor”, afirma o presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Britto. A queda apontada pela Interfarma tem como base os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com a redução nas importações de medicamentos, o efeito aparente é benéfico; o déficit da balança comercial acabou diminuindo 9,6%. Mas isso não representa algo positivo para o mercado farmacêutico. • www.interfarma.org.br • www.mdic.gov.br 22
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Ascoferj celebra Dia Nacional da Farmácia
No dia 5 de agosto, foi comemorado o Dia Nacional da Farmácia. Para celebrar a data, a Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) promoveu um evento de amplo alcance no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro. Durante o evento, farmacêuticos voluntários cedidos por algumas redes cariocas estavam no local prestando serviço à população. A Ascoferj reconhece que, atualmente, a farmácia vem ganhando cada vez mais destaque em território nacional, principalmente depois da Lei n.º 13.021/14, que a definiu como “unidade singular de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária, individual e coletiva”. Para a farmacêutica e consultora em Atenção Farmacêutica da Ascoferj, Ana Lucia Caldas, a farmácia é um centro prestador de serviço, onde há, além da venda e dispensação de medicamentos, atenção à saúde da população. “Seja ela grande ou pequena, a farmácia é parte primordial do círculo de atenção à saúde, que começa pelo prescritor, passa pelo medicamento, segue com a educação e a orientação farmacêutica e vai até a manutenção da terapia, prevenção de doenças e promoção da saúde do paciente. Nessa concepção, a farmácia passa a ser vista como estabelecimento de saúde, com atendimento qualificado e diferenciado”, reconhece Ana Lucia. • www.ascoferj.com.br
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Compras on-line
A drogaria Onofre criou um aplicativo indicado para quem procura conveniência e agilidade. Disponível para sistemas Android e IOS, a ferramenta possibilita que os pedidos sejam feitos pelo celular e o cliente receba suas compras em até quatro horas. O aplicativo oferece ferramentas para pesquisa de preços por leitura de código de barras, localização de lojas próximas, consulta de medicamento referência e seus genéricos, agenda com lembretes de horários e mais de 15 mil bulas, além da opção “Fale com o farmacêutico”, permitindo contato com o profissional, que responde todas as dúvidas sobre posologia e uso de medicamentos em até 24 horas. Outro diferencial do aplicativo da Onofre é o serviço “Sua compra feita com apenas um click”, basta fotografar o código de barras do produto que o consumidor tem em casa e deseja efetuar uma nova compra e, instantaneamente, o produto é adicionado ao carrinho, agilizando ainda mais o processo. • www.onofre.com.br
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Medicamento mais barato
Comprar pela internet é uma opção que vai além da comodidade: os mesmos produtos saem, em média, 47% mais baratos se comparado lojas virtuais com as físicas. É o que conclui uma pesquisa feita pela MultiFarmas, plataforma de análise de preços do setor. Como base para comparação, foi registrado o preço mais baixo disponível para cada um dos itens cotados, sem distinção de laboratórios fabricantes. O resultado contrapõe apenas os valores entre as lojas físicas e on-line da mesma rede. Em todos os casos, os e-commerces apresentaram valores mais baixos. “Esses dados indicam que, mesmo que o consumidor tenha uma rede de preferência, ainda assim vale a pena consultar a internet em busca do melhor preço”, diz o sócio da MultiFarmas, David Almeida. • www.multifarmas.com.br
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Crescimento contínuo
A receita de vendas do comércio varejista ampliado apresentou alta de 1,9% em junho deste ano, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em maio, o crescimento foi de 0,4%, também em relação ao mesmo mês de 2014. Ao todo, a soma dos efeitos de calendário impactou positivamente em 1,3 ponto percentual o ICVA de junho de 2015. O Índice acompanha mensalmente a evolução do comércio, de acordo com a receita de vendas, com base em um grupo de 24 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do Índice é definido pelo seu desempenho no mês. • www.releaseindicecielo.com.br
110 anos no mercado
Novo curso grátis: Qual a Importância do SNGPC
Este mês, a Contento Comunicação lança mais um curso rápido gratuito na plataforma on-line Treina PDV Farma. Com o tema Qual a Importância do SNGPC, o novo curso fala dos conceitos e objetivos do Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) e explica o passo a passo para a implantação do sistema na farmácia e cadastramento da empresa e dos responsáveis técnicos. Esse é o quinto curso lançado este ano e é totalmente gratuito: pode ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar, basta fazer o cadastro no site www.treinapdvfarma.com.br. O Treina PDV Farma oferece ainda um programa de capacitação composto por 12 módulos, com ferramentas interativas, avaliações e certificados. O programa de capacitação requer o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custo-benefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Já para acessar os cursos rápidos, não é necessário nenhum investimento: basta se cadastrar.
• Informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento.com.br) ou ligue (11) 5082 2200
A Droga Raia comemora seus 110 anos com uma iniciativa para presentear os clientes. Durante todo o mês de agosto e começo de setembro, realiza a campanha “aniversário Raia 110 anos – 13 milhões de pontos Muito Mais Raia para você!”. Para participar, basta comprar produtos de perfumaria com o cartão Muito Mais Raia. Nas compras com valores superiores a R$ 50,00, os consumidores têm direito a uma raspadinha na qual concorrem a prêmios de 300 a três mil pontos para ser utilizados no Programa Muito Mais Raia. A promoção teve início no dia 5 de agosto e vai até 4 de setembro em todas as lojas Droga Raia espalhadas pelo País. • www.drogaraia.com.br
Anvisa autoriza fabricação compartilhada
Após quatro anos de estudos e intensas negociações, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aceitou a proposta do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), publicando, no dia 4 de agosto último, a Instrução Normativa n.º 2, que autoriza o compartilhamento de instalações e equipamentos para a fabricação de medicamentos, cosméticos, produtos para a saúde e suplementos alimentares. O trabalho, coordenado pelo gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma, Jair Calixto, em conjunto com as empresas associadas, demonstrou a viabilidade de produção de determinados produtos nas mesmas instalações farmacêuticas. • http://portal.anvisa.gov.br • http://sindusfarma.org.br 24
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Novo centro de distribuição A distribuidora farmacêutica Panpharma definiu a abertura de um novo centro de distribuição na cidade de Jundiaí (SP). A nova unidade substitui a do bairro do Pari, na capital paulista, destruída por um incêndio em 19 de abril de 2015. As operações do novo centro de distribuição devem ser iniciadas em novembro deste ano. A nova unidade é aproximadamente 20% maior que a anterior, com uma área de 9.615 metros quadrados, e irá operar de maneira automatizada e com equipamentos de última geração, para melhor atender os clientes. Segundo a Panpharma, o novo centro de distribuição irá permitir que a companhia desenvolva significativamente suas operações na região. • www.panpharma.com.br
Acima da expectativa
A Pfizer teve lucro e receita acima das expectativas do mercado, auxiliada pela forte demanda por sua vacina contra pneumonia Prevnar 13 e vendas do Ibrance, medicamento para câncer de mama. A companhia, que elevou sua projeção de lucro ajustado para o ano inteiro, disse que a receita da unidade global de vacinas cresceu 44% para US$ 1,58 bilhão. A unidade foi responsável por cerca de 13% da receita total. A farmacêutica elevou sua projeção de lucro ajustado em 2015 para entre US$ 2,01 e US$ 2,07 por ação, ante US$ 1,95 e US$ 2,05 por papel. O lucro líquido caiu para US$ 2,63 bilhões, ou US$ 0,42 por ação, no segundo trimestre deste ano ante US$ 2,91 bilhões, ou US$ 0,45 por papel, um ano antes. A Pfizer registrou lucro de US$ 0,56 por ação. A receita caiu 7% para US$ 11,85 bilhões, impactada pelo dólar mais valorizado no período. • www.pfizer.com.br
Para onde sua empresa está indo? A Desenvolva Consultoria e Treinamento é uma empresa especializada no varejo farmacêutico. Com consultores especializados, linguagem direcionada e experiência no setor, a Desenvolva oferece projetos de treinamento sob medida, focados no desenvolvimento do fator mais importante para o sucesso das empresas: as pessoas. Entre em contato, invista na equipe, otimize os lucros e dê um novo rumo para o sucesso da sua empresa!
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Os Laboratórios Baldacci, referência no segmento de cardiologia, lançam TECNOFER®. Trata-se de um produto inovador, que traz a tecnologia e inovação na forma de ferro quelato efervescente. É destinado ao tratamento e profilaxia dos quadros anêmicos por deficiência de ferro. Cada comprimido efervescente contém 14 mg de ferro elementar (100% da IDR) e sua característica química permite uma elevada absorção da substância, sem aparecimento de sintomatologia colateral e sem interação com alimentos e medicamentos. Não contém açúcar, glúten e lactose em sua fórmula. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.lbaldacci.com.br 26
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A família Bio-C ®, vitamina C mais vendida no mercado na concentração de 1 g, possui um novo aliado: Bio-C ® Zinco, a combinação da vitamina C 1 g com o zinco 10 mg. O zinco é um mineral que completa a ação da vitamina C e possui importantes benefícios para a saúde: ajuda a manter o sistema imunológico saudável, possui ação antioxidante e atua na cicatrização de feridas. Bio-C ® Zinco estará disponível nas apresentações com 10 e 30 comprimidos efervescentes. Sabor laranja e zero açúcar. MS 1.0497.0021 ■■www.uniaoquimica.com.br FOTOS: DIVULGAÇÃO
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A pele do bebê é fina e sensível, ficando mais vulnerável ao aparecimento de assaduras. O contato prolongado com a urina e as fezes cria um meio de cultura para fungos e bactérias, que provocam irritação, inflamações e assaduras. O Grupo Natulab lança as pomadas Baby-D e Baby-D Menina, que protegem o bebê das assaduras e brotoejas. Sua fórmula contém vitaminas A e D, incorporadas a agentes penetrantes, emoliantes e hidratantes que protegem a pele. A apresentação menina possui cheiro doce e agradável. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa N.º 199/2006. AFE N.º 1.03.841-3 ■■www.natulab.com.br
CLARICURE GEL CIFARMA
A Cifarma lança no mercado uma extensão da linha Claricure: Claricure Gel. O produto é indicado no tratamento de cicatrizes, é dermatologicamente e clinicamente testado com resultados que comprovam a melhora no tamanho, na cor e na textura das cicatrizes, além de hidratar e melhorar a aparência da pele. Claricure Gel é apresentado em bisnaga de 30 g. MS 2.5351.658.323/2014-42 ■■www.cifarma.com.br
BROMETO DE PINAVÉRIO TEUTO
NEOVITE MAX BAUSCH + LOMB
A Bausch + Lomb lança uma evolução em sua fórmula de suplementação antioxidante. Neovite Max tem maiores concentrações de luteína e de zeaxantina, carotenoides que filtram a luz azul e possuem ação antioxidante. Além da Luteína FloraGlo, que proporciona uma melhor absorção da luteína, não contém vitamina A nem betacaroteno, que podem favorecer o desenvolvimento de câncer de pulmão em fumantes e ex-fumantes. As cápsulas do Neovite Max são gelatinosas, pequenas e de fácil deglutição. Apresentações em 30 e 60 cápsulas. MS 6.7222.0001.001-6 ■■www.bausch.com.br 28
Já presente no mercado na concentração de 50 mg, o Laboratório Teuto traz uma nova apresentação para seu medicamento genérico brometo de pinavério, agora com 100 mg. Indicado para tratar cólicas e distúrbios funcionais do intestino, aliviando a dor e os espasmos, o medicamento é comercializado em embalagens com 30 e 60 comprimidos revestidos. O produto é contraindicado para pessoas alérgicas a qualquer um de seus componentes. MS 1.0370.0581.017-1 (30 comprimidos) MS 1.0370.0581.018-8 (60 comprimidos) ■■www.teuto.com.br
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SOPA REDUBÍO GRUPO CIMED
A Nutracom, empresa do Grupo Cimed especializada em nutracêuticos, produtos para a complementação vitamínica, auxiliares na redução de peso e suplementos alimentares, lançou a Sopa Redubío que, além de saudável, auxilia no emagrecimento e favorece a sensação de bem-estar. Sem glúten, com apenas 56 calorias e o menor teor de sódio em relação às outras sopas da mesma categoria (somente 1/3), o produto é aliado dos consumidores que buscam uma dieta saudável, já que contribui para que o consumo diário de sódio não seja ultrapassado. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 ■■www.grupocimed.com.br
SUMAXPRO
LIBBS FARMACÊUTICA
Para auxiliar no tratamento da enxaqueca, a Libbs Farmacêutica lança no mercado brasileiro o Sumaxpro, a primeira combinação de dois princípios ativos em um único comprimido para os momentos de crise. O medicamento bicamada associa a sumatriptana, responsável pelo alívio rápido da dor e o naproxeno, substância anti-inflamatória. MS 1.0033.0176.001-2 ■■www.libbs.com.br
MONTELUCASTE DE SÓDIO TEUTO
BETACARE®
MUNDIPHARMA
Toda mãe convive com um eterno dilema: apesar da vontade de permitir que o filho seja livre para viver novas experiências, há o receio de deixá-lo exposto e vulnerável a infecções e pequenos acidentes que acontecem. Para ajudar nessa tarefa, a farmacêutica Mundipharma acaba de anunciar em parceria com a ADV o lançamento de Betacare® (iodopolividona), antisséptico antimicrobiano de ação rápida e amplo espectro, que oferece prevenção e cura de infecções causadas por bactérias, vírus e fungos. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa N.o 199/2006. AFEN: 1.03.841-3 ■■www.mundipharma.com.br 30
O Laboratório Teuto disponibiliza no mercado mais um produto destinado ao sistema respiratório. O montelucaste de sódio, um antagonista do receptor de leucotrienos, é indicado para o tratamento de asma, incluindo a prevenção dos sintomas durante o dia e a noite, para a prevenção do estreitamento das vias aéreas causado pelo exercício e para a rinite alérgica, incluindo sintomas diurnos e noturnos como congestão nasal, coriza e coceira. O montelucaste de sódio genérico do Teuto é lançado na concentração de 10 mg e apresentado em caixas com 10 e 30 comprimidos revestidos. O produto é contraindicado para pessoas alérgicas a qualquer um dos seus componentes. MS 1.0370.0608.002-7 (10 comprimidos) MS 1.0370.0608.004-3 (30 comprimidos) ■■www.teuto.com.br
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BUSCOPLEX® COMPOSTO NATULAB
FIBRACIL®
KRESS FARMACÊUTICA
Fibracil® é uma fibra alimentar solúvel (polidextrose) da Kress Farmacêutica, com a função de auxiliar a manter o bom funcionamento do intestino e estimular seletivamente o crescimento e a atividade de uma ou mais bactérias do cólon, melhorando o trânsito intestinal. Está disponível no mercado nas apresentações: caixa com 10 e 30, stick sachês de 8 g e pote com 240 g. MS 6.1973.0028.001-9 ■■www.kress.com.br
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ABBOTT
Para assegurar uma dieta mais equilibrada aos adultos e prevenir os riscos nutricionais associados ao envelhecimento, a Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, traz ao mercado o Ensure® Protein, suplemento nutricional, fonte de proteínas que ajudam no ganho de massa magra, tão importante para a saúde e o bem-estar. MS 4.7432.0359 ■■www.abbottbrasil.com.br
O Grupo Natulab lança no mercado o Buscoplex® Composto, o medicamento é indicado para o tratamento dos sintomas de cólicas intestinais, estomacais, urinárias e menstruais. Buscoplex ® Composto é uma associação medicamentosa de dois princípios ativos de comprovada ação terapêutica, butilbrometo de escopolamina e dipirona sódica, que aliviam de forma rápida e prolongada cólicas, dores e desconfortos abdominais. O produto está disponível na apresentação frasco com 20 mL. MS 1.3841.0066 ■■www.natulab.com.br
GERIADERM ADV
Com o aumento da expectativa de vida e do envelhecimento da população, a ADV desenvolveu a linha Geriaderm, com produtos voltados exclusivamente para adultos e idosos, sendo a solução para a prevenção de assaduras. De alta absorção e de remoção prática e imediata, o produto se espalha de maneira fácil, garantindo nutrição e hidratação. É dermatologicamente testada e indicada como pomada secativa e cicatrizante. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa N.º 199/2006. AFE n.º 1.00210-4 ■■www.advfarma.com.br 2015 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Varejo
Sempre há
oportunidade
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Quem ficou apenas observando o crescimento de consumo sem fazer melhorias hoje tem uma difícil missão. É preciso discursar menos e agir mais
silvia osso Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS e dos DVDs: Ética Profissional; Etiqueta Empresarial; Etiqueta Profissional I e II; Relacionamento Interpessoal no Trabalho I e II E-mail siosso@uol.com.br 34
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As farmácias e drogarias bem administradas não podem reclamar da crise. O canal farma cresceu 16,6% no primeiro semestre de 2015. No Brasil, que é o sexto maior mercado farmacêutico em todo o mundo, as vendas no primeiro semestre somaram R$ 36 bilhões. As vendas de medicamentos genéricos impulsionaram o faturamento da indústria farmacêutica brasileira no primeiro semestre deste ano em R$ 9,1 bilhões e o crescimento foi de 24,6%. Apesar disso, muitos farmacistas reclamam, dizendo que o dia a dia está difícil como há anos não se via. Pressão de custos, despesas altas, carga tributária e queda de vendas. Muitos estão assustados, outros sem saber o que fazer e, infelizmente, alguns não passarão ilesos por este momento. Uma coisa é certa: em situações como essas é que, muitas vezes, os negócios se desenvolvem, os processos são revistos e novos modelos são descobertos. A “zona de conforto” que muitos viveram deixa de existir e a inteligência, criatividade, persistência e força de trabalho voltam à cena, ainda que por necessidade. Para aqueles que apenas ficaram observando o crescimento de consumo dos últimos anos sem cuidar da melhoria do negócio, hoje se deparam com a difícil missão de descobrir o que fazer e como agir para recuperar os resultados. Por outro lado, todos os que aprenderam não só com os erros, mas com os acertos e melhoraram a gestão, administração e os processos de seus negócios nos últimos anos, continuam ten2015
do a receita à mão e sabem o que fazer quando o que foi construído não atender à necessidade do mercado. Quem procurou ajuda em associativismo, franquia, licenciamento, associação com empresas que pudessem ajudá-lo e cumpriu as orientações com foco e objetividade está se saindo bem. Independente do lado em que esteja ao ler este artigo, a hora é de reflexão e ação. Melhor fazer o resultado vir do que se consolar com a falta dele. É nessa hora que as atitudes e ações falam mais do que palavras. Procure então: • Reduzir os custos fixos e eliminar os desperdícios da loja; • Controlar diariamente o capital de giro, evitando bancos ou factorings, para empréstimos ou descontos de duplicatas; • Analisar o mix de produtos, com preferência aos de maior valor agregado, eliminando os que não dão retorno ou dão retorno baixo; • Pesquisar concorrentes e ouvir os seus clientes. Esteja atento a serviços e soluções de forma descomplicada e ágil; • Qualificar, envolver e comprometer toda equipe, mantendo-a informada sobre os rumos da empresa; • Por fim, não dramatize a situação. O País não vai acabar e a sua empresa não irá morrer se você fizer minimamente a lição de casa acima citada. E, se for contratar uma consultoria, contrate consultores competentes, isto é, não se impressione com discursos, currículos e títulos. Veja o que já fez ou está fazendo, com resultados comprovadamente positivos, em outras empresas. foto: DIVULGAÇãO
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Competitividade
A nata do varejo Ranking formulado pelo Ibevar mostra quais são as empresas varejistas mais eficientes do mercado e as mais bem comentadas entre os consumidores por meio on-line Por Flávia Corbó
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Do total de consumo de bens no Brasil, 30% está relacionado às 120 empresas varejistas de maior faturamento no País, segundo o Ranking Ibevar, divulgado em agosto último. Juntas, elas faturaram mais de R$ 424 bilhões em 2014, o que representa um crescimento de 11,8% em relação ao ano de 2013. O percentual mostra uma desaceleração, quando comparado com o crescimento obtido entre 2012 e 2013, que chegou a 13%. O setor de Super, Hiper e Atacado ainda possui as companhias mais rentáveis do País, com Grupo Pão de Açúcar, Grupo Carrefour e Grupo Walmart ocupando as três primeiras colocações da lista, respectivamente. Completando o grupo das cinco maiores do País estão representantes do grupo de eletroe-
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letrônicos e móveis – Lojas Americanas e Magazine Luiza, nesta ordem. Entre as gigantes que mais faturam, também estão algumas representantes do setor farmacêutico. A mais bem colocada é a Raia Drogasil, que ocupa a 10ª posição, seguida pelo grupo DPSP, na 11ª. Mais atrás, surgem Farmácias Pague Menos (17ª), Brasil Pharma (22ª), Drogaria Araújo (62ª), Drogarias Catarinense (72ª), Drogaria Nissei (73ª), Extrafarma (76ª) e Drogaria Onofre (119ª). Além das redes, a Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos também aparece entre as maiores empresas do Brasil, na 40ª colocação. Quando analisada mais de perto a lista das varejistas que mais faturam dentro do ramo farmacêutico, é possível enxergar a representatividade do setor. As empresas do ramo de farmácia – juntamente à rede O Boticário, que foi foto: shutterstock
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Competitividade
colocada na mesma categoria pelos realizadores do estudo – representam 9,3% da soma do faturamento total das 120 maiores empresas do País. Em 2014, essas varejistas conseguiram aumentar em 14,1% o faturamento, índice superior a todos os outros segmentos analisados, com exceção de moda e esporte, que faturou 15,3% a mais.
Eficiência acima de tudo Esta já é a 5ª edição do Ranking Ibevar, mas, neste ano, o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar) foi além da análise do faturamento para construir a pesquisa, a fim de fornecer informações ainda mais completas das companhias que lideram a atividade de varejo no País. Um das novidades é o Ranking de Eficiência Produtiva, que considerou fatores, como produção, número de empregados e o número de lojas, para apurar as empresas mais eficientes de cada segmento do varejo. A análise conjunta de todos os setores leva à conclusão de que quanto à produtividade por funcionário, o desempenho das empresas não varia muito. “A atividade do varejo é muito similar, independente do que se venda”, avalia o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo. Já os índices de produtividade por loja apresentam variações significativas. “A tecnologia de operação adotada faz muita diferença.” Ao analisar somente as empresas de varejo farmacêutico, chama a atenção a baixa produtividade por funcionário de todas as redes inclusas no ranking. Já a produtividade por loja apresenta resultados interessantes. A Drogarias Catarinense, por exemplo, que não configura entre as primeiras em faturamento, apresenta o melhor índice de produtividade por loja, enquanto o Grupo DPSP – destaque em lucro bruto – não teve bom desempenho quanto ao rendimento no ponto de venda (PDV).
As mais bem faladas Outra novidade da pesquisa de 2015 foi a criação do Ranking Imagético, feito em parceria com a Epistemics. Para a realização do estudo, foram analisadas duas milhões de mensagens espalhadas pelas redes sociais – Facebook, Twitter, Google, Instagram, Tumblr, YouTube e Wordpress, que citavam as 30 empresas com maior faturamento do País. Com a ajuda de recursos de linguística, tecnologia da informação e estatística, foram separadas aquelas mensagens de conteúdo positivo. Assim, foram levantadas as companhias mais bem faladas pelos consumidores nas mídias digitais. São elas: Magazine Luiza, Leo Madeiras, O Boticário, C&C e Telha Norte. 38
Densidade Imagética Total
Empresas
Densidade Imagética Total*
Magazine Luiza
100
Leo Madeiras
91,4
O Boticário
89,3
C&C
37,2
Telhanorte
36
Cassol
30,4
Pague Menos
24,7
Pernambucanas
24,2
Raia Drogasil
22,9
Drogaria São Paulo
22,9
Leroy Merlin
22,7
Marisa
20,8
Am/Pm
20,3
Lojas Americanas
17,2
IMC
15,6
C&A
15,3
Riachuelo
14
Bob's
13,5
Bretas
13,1
Fastshop
12
Habib's
11,7
Pão de Açúcar
11,7
Makro
11
Mc Donald's
10,7
Renner
10,6
Máquina de Vendas
9,4
Carrefour
8,9
Walmart
7,6
Brasil Pharma
6,5
Lojas Cem
6,5
*(total de manifestações + compartilhamentos nas redes sociais)/ total de manifestações Fonte: Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar)
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Competitividade
rendimento por loja X produtividade por funcionário 1.400.000 Produtividade por funcionário (em R$)
O Boticário 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 Alta produtividade Panvel por funcionário/baixa produtividade por loja
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Alta produtividade por funcionário/ alta produtividade por loja
Onofre
Brasil Pharma DPSP Pague Menos Baixa produtividade por funcionário/ baixa produtividade por loja
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Catarinense
Araújo Baixa produtividade por funcionário/ alta produtividade por loja
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Produtividade por loja (em R$) Fonte: Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar)
Drogarias e Perfumarias
9,3%
do faturamento das 120 (8,8% em 2013). As cinco maiores empresas detêm
81%
do faturamento
80% em 2013).
(
Crescimento do faturamento total entre 2013 e 2014:
14,1%.
O Boticário Raia Drogasil Drogaria DPSP Farmácias Pague Menos Brasil Pharma
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As redes farmacêuticas Raia Drogasil, Drogaria São Paulo e Pague Menos aparecem entre as primeiras colocadas do Ranking Imagético, no entanto, com pontuação bem abaixo da primeira colocada. Enquanto Magazine Luiza tem índice máximo de 100, as varejistas do setor farma não fizeram mais que 15,4 pontos na análise de densidade imagética parcial (somente comentários positivos). Um desdobramento desse ranking avaliou ainda quais companhias tinham maior difusão imagética. Ou seja, qual empresa tinha um maior número de mensagens positivas compartilhadas nas redes sociais. Na liderança da lista, está a Pague Menos, com índice máximo de 100. Drogaria São Paulo (65,4) e Raia Drogasil (64,1) são as outras varejistas farma mais bem colocadas. Já quando o número de comentários positivos e o grau de compartilhamento são combinados, em um ranking chamado de Densidade Imagética Total, o desempenho do varejo farma volta a cair. A Pague Menos surge bem longe do índice ideal de 100, com apenas 24,7 pontos. Raia Drogasil (22,9) e Drogaria São Paulo (22,9) vêm em seguida. Dados da pesquisa Total Retail 2015, realizada pela PWC, mostram a necessidade urgente dessas empresas melhorarem seus posicionamentos na esfera virtual. Segundo o estudo, 77% dos brasileiros dizem que se relacionar com uma empresa nas redes sociais influencia na decisão de compra.
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cenário
Os gregos e a
experiência de compra no varejo
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Diversos estudos acadêmicos indicam que os consumidores, ao realizar suas compras, podem avaliar o consumo a partir de duas perspectivas distintas: obrigação ou diversão
Silvio Laban Coordenador dos cursos MBA Executivo em Gestão de Saúde e Certificate in Healthcare Management do Insper 42
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Para os gregos, existem duas formas distintas de ver e sentir o tempo que têm como base o perfil de dois de seus deuses: Cronos e Kairos. Cronos pode ser identificado como o tempo linear, sequencial, medido em anos, dias, horas, minutos e segundos: é o tempo medido, quantitativo e relacionado a prazos, planejamento, compromissos e obrigações. Refere-se ao tempo que sempre é insuficiente para organizar e dar conta de todas as atividades e obrigações de nossa vida. Kairos, por sua vez, é identificado como o tempo especial: uma oportunidade, a ocasião certa, que não pode ser medida objetivamente. Trata-se do tempo existencial, qualitativo e pessoal. Considerar Cronos na experiência de compra consiste em reconhecer que os consumidores têm cada vez menos tempo para realizar suas atividades e que a experiência de compra deve ser eficiente com processos simples e, sobretudo, bem executados. Como exemplos, podemos considerar a oferta de sortimento adequado, sem rupturas, a preços competitivos em um ambiente organizado e limpo, de fácil exploração e utilização com serviços que simplifiquem as atividades dos consumidores,
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tais como meios de pagamento e entrega e atendimento adequado. Em outras palavras, Cronos está associado aos aspectos logísticos e quantitativos da experiência de compra. Incorporar Kairos na experiência de compra significa reconhecer que em um contexto cada vez mais complexo, global e homogêneo, os consumidores buscam individualidade, distinção, bem como desejam utilizar seu tempo e experiência de forma mais enriquecedora e gratificante. A contribuição de Kairos para a experiência de compra consiste em oferecer um sortimento mais amplo, diferenciado e um serviço acolhedor e personalizado, aumentando a percepção de valor em um ambiente agradável, educativo e surpreendente. Em síntese, Kairos representa os aspectos emocionais e qualitativos da experiência de compra. Portanto, diferentemente da mitologia grega, no caso do varejo e da experiência de compra, não existe oposição direta entre Cronos e Kairos e, por esta razão, os varejistas de qualquer segmento devem considerar os dois, principalmente num contexto de retração da economia, em que eficiência aliada à diferenciação pode significar a diferença entre o fracasso e o sucesso. foto: divulgação
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A hora da virada A crise econômica gera uma nova visão estratégica do negócio, em que o maior ativo da empresa passa a ser colaboradores qualificados e engajados
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Por Tatiana Ferrador
Nunca se falou tanto em crise como nos últimos tempos. Hoje, o País atravessa um período de instabilidade econômica que gerou uma retração rápida e intensa, abalando toda a cadeia produtiva, causando desemprego e, consequentemente, enfraquecendo o varejo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, até maio de 2015, as vendas do varejo tiveram queda de 7% e que o recuo de 0,9% nas vendas do varejo restrito (em que estão inseridos os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria
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e cosméticos) é o maior desde 2001. Essa desaceleração imprime novas regras para o comércio e é preciso foco para criar oportunidades, pois a cadeia produtiva de bens de consumo básicos e serviços continuará gerando demanda, ainda que com maior parcimônia. No dicionário, a palavra crise é definida como um “ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão”. E é exatamente nisso que crê o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar) e idealizador do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), Claudio Ilustrações: shutterstock
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Felisoni de Angelo, ao defender que o atual cenário é uma oportunidade para repensar as operações de modo a considerar acertos e erros, o que agrega valor e o que não agrega. “Ninguém repensa a vida quando está em êxtase e, sim, quando algo sai da expectativa inicial”, considera. “O varejo tem a função de ser um elo entre a indústria e o consumidor e de adotar estratégias sustentáveis para que isso ocorra, e quando interferências externas – como uma crise econômica, por exemplo – acontecem, é preciso identificar quais são os diferenciais sustentáveis que farão com que a empresa seja o menos atingida possível”, explica. Felisoni acredita que, em situações como esta, os valores intangíveis, como a qualificação dos colaboradores, bem como o comprometimento com as metas, são os mais importantes para a sustentabilidade de uma organização. Em tempos de crise, o essencial é enxergar quais são as deficiências do mercado, os pontos mais críticos e investir em soluções para conseguir se destacar. “É como ter apenas uma pizza de oito pedaços com dez pessoas querendo saboreá-la e somente as que chegarem mais rápido poderão comer. Provavelmente, os menos capacitados ficarão para trás e passarão fome, explica o diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas), Mário Rodrigues. “No comércio, cuja disputa é grande, a tendência é de que a situação seja cada vez mais semelhante a essa, já que com a escassez de oportunidades, apenas os mais preparados terão chances de realizar bons negócios.”
Equipe preparada Diante de grandes desafios econômicos, concorrência em alta e margens cada vez mais estreitas de lucro, é necessário investir no maior ativo da empresa: os colaboradores. Com pessoas qualificadas, podem-se oferecer produtos e serviços distintos, criando diferenciais competitivos e, assim, sobreviver a tempos difíceis. Em outras palavras, o sucesso vai estar ao lado de quem tiver, em todas as áreas, colaboradores de qualidade, capazes de despertar o encantamento do consumidor, prestar-lhe serviços e estabelecer com ele um clima de confiança. A capacitação cria satisfação, promove o crescimento pessoal e profissional e contribui para diminuir a rotatividade se todo o sistema de gestão estiver focado em um mesmo objetivo.
é importante não generalizar a palavra crise. Ela impactará famílias e empresas de formas distintas, já que há pessoas e empresas abaixo e acima da média. Entender essa diferença é fundamental No entanto, essa prática ainda é um grande gargalo para os varejistas de todos os segmentos, que consideram a iniciativa um custo e não um investimento necessário. Em tempos de retração econômica, então, recursos financeiros para o treinamento são quase inexistentes. Como explica o superintendente do Boavista Shopping, Marcelo Rodrigues, para um varejista de pequeno porte, por exemplo, o termo “investir” pode ser confundido com “custo”, porque tem uma capacidade de capital de giro pequena, enquanto que do lado do funcionário este papel também acontece, porque a remuneração não atinge um patamar de resultado que justifique parar para analisar um momento de destinar algo para seu futuro. “Esse impasse das partes provoca uma estagnação das operações e, consequentemente, um enfraquecimento da capacidade profissional do capital humano, mas isto é só uma parte. Temos também o outro lado, o do varejo que cresceu de forma descontrolada, aumentando proporcionalmente seus custos e que não consegue destinar valores para investimentos, mas força cada vez mais as operações a trazer resultados para suprir seus efetivos gastos. Isso vale para todos os segmentos, inclusive o farmacêutico”, diz. Rodrigues, do IBVendas, acredita que é preciso pensar e conduzir o varejo de forma diferente, mais colaborativa e planejada. “Analisando a situação do varejo, é muito comum encontrarmos profissionais do setor de vendas que não estão preparados para enfrentar 2015 setembro guia da farmácia
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Cinco motivos para treinar a equipe em época de crise
1 2 3 4 5 Sair da inércia: a primeira razão e a mais direta é porque, durante o treinamento, descobre-se quem da equipe está a fim de encontrar novos caminhos e novas soluções para sair destes momentos de tensão e quem está somente querendo reclamar e não sair do lugar.
Gerar força na sua equipe: é possível potencializar as forças da equipe. Forças que muitas vezes as pessoas não enxergam ou, nestes casos, simplesmente são abafadas por ruídos de mercado, como: “o desemprego é grande” ou ainda “não estamos vendendo nada” ou o top que é “melhor não fazer nada... nessas horas, é melhor ter cautela”.
Melhorar a comunicação: é em momentos de crise que a equipe consegue em uma sala de aula ver o que está realmente faltando, desperdiçando ou ainda perdendo tempo, que é uma coisa que não volta... É nesses momentos que há melhora da comunicação entre líderes e liderados e entre empresas e mercado.
Desenvolver um espírito de equipe: é perceptível a união de todos quando em uma sala de treinamento o propósito coletivo fica mais claro. Quando todos descobrem para onde e por onde querem caminhar, quando encontram soluções em uma sala de aula, essa energia irradia para toda a empresa, fazendo com que pessoas de outras áreas interajam melhor entre si.
Acreditar na mudança: é em uma sala de aula que há a percepção do que significa mudar, com dinâmicas que nos desafiam cada vez mais a descobrir o que acontece quando se muda o comum, quando se criam caminhos novos e, principalmente, quando se enxerga que mudar fará parte da vida hoje, amanhã e para sempre.
Fonte: fundador da SMSA – Desenvolvimento de Pessoas, Silvio Acherboim
as dificuldades e só criam estratégias para reverter as adversidades após o surgimento delas. Ou seja, trabalham sempre em situação de emergência para resolver os problemas. Essa postura pode trazer uma série de riscos à empresa e gera desgaste e perda de recursos. As consequências podem ir de uma redução no quadro de funcionários à falência”, explica o diretor. Como apontam estudos realizados pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), em momentos de retração econômica, há uma tendência de redução dos investimentos em treinamento e desenvolvimento como ação de contenção de gastos. Na prática, essa decisão se mostra inadequada e pode retardar a retomada de ritmo de crescimento quando a economia voltar a crescer. A capacitação do ser humano não é tão rápida quanto à mudança de perspectiva dos mercados. Por isso, é importante mostrar os impactos mensurados do treinamento sempre que um orçamento previsto para um determinado período estiver ameaçado de redução, por conta de uma crise momentânea. 46
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Para o diretor da consultoria Vecchi Ancona – Inteligência Estratégica, Paulo Ancona Lopez, a capacitação dos profissionais pode ir muito além do bom atendimento. Ela deve abranger todos os aspectos da gestão do negócio, como: controles de fluxo de caixa para garantir a saúde da empresa; definição de compras para garantir mais e melhores negociações, além do desenvolvimento de novos fornecedores com melhores condições; gerenciamento de pessoas para que se evite a rotatividade que custa sempre muito caro a qualquer empresa; e o próprio atendimento, que além dos aspectos de cortesia e educação, deve ter um papel muito importante em alavancar vendas por meio de ações proativas e sugestivas. “Em resumo, o varejo deve se qualificar melhor nos aspectos de gestão dos negócios, divulgação e em capacidade de venda”, defende Lopez. O fundador da SMSA – Desenvolvimento de Pessoas, Silvio Acherboim, compartilha da mesma opinião de Lopez, e acredita que a melhor solução são os treinamentos no próprio ponto de venda (PDV), de modo a
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BETACARE™. O AMIGO LARANJA DOS MACHUCADOS. A Mundipharma, empresa com mais de seis décadas de presença no mercado farmacêutico global, apresenta o seu primeiro lançamento OTC no Brasil: Betacare™, o produto que indica quando deve ser reaplicado pela intensidade da cor. - Amplo espectro de atuação, mata bactérias, vírus e fungos.(2) - Eficaz para o contínuo ataque aos germes.(2) - Rápida ação após a aplicação.
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criar uma sinergia entre a teoria e a prática em tempo real. “Quando o colaborador acredita que aquele modelo que está sendo construído em sala de aula funciona na prática e faz todo o sentido para ele, as soluções em tempo de crise aparecem”, diz. “O que vale é acreditar em novas saídas, em novos modelos que ampliam a atuação e fazem com que os colaboradores sintam-se mais engajados às metas e aos desafios que a crise impõe”, pondera.
O varejo farmacêutico neste cenário Os antigos balconistas possuem atualmente uma função muito mais estratégica e interativa, passando a consultores 48
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de vendas e não mais apenas a dispensadores de medicamentos e correlatos. Essa nova maneira de lidar com o mercado exigiu – da mesma forma que os demais segmentos da economia –, qualificação e treinamento, já que a diferenciação entre um ou outro PDV se dá, basicamente, apenas pelo atendimento, pois não há grandes variações quanto ao mix de produtos. Com argumentos reais a respeito daquilo que está sendo ofertado e abrindo sempre um diálogo com o consumidor, que hoje é muito mais exigente, atento e bem informado, o vendedor potencializa o
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Como agir diante de uma situação de crise?
• Tenha visão estratégica: aja antes do menor sinal de crise. Dessa forma, é possível antever fatos e encaminhar soluções que não sejam do tipo apagar incêndio. • Vislumbre novas possibilidades: o cenário depois de uma crise sempre muda e é preciso estar preparado para planejar a etapa seguinte, ainda que isto signifique nova captação de clientes e mudança de posicionamento estratégico da empresa. • Mude, isso fará bem à sua empresa: busque profissionais com novas visões, abra a cultura da empresa para a inovação, melhoria de processos e capacitação do pessoal, com uma clara definição de um novo caminho que deverá ser construído. • Aposte na capacitação de colaboradores: não apenas quanto ao atendimento, mas, sim, sobre o entendimento do negócio como um todo. Quando possuem uma visão macro da empresa, tendem a entender melhor as limitações, bem como as possibilidades. • Invista na gestão do negócio: controles de fluxo de caixa para garantir a saúde da empresa, gerenciamento de compras para garantir melhores negociações, desenvolvimento de novos fornecedores com melhores condições, além da gestão de recursos humanos a fim de evitar a rotatividade, devem ser previstos e mensurados durante todo o tempo. • Valorize o capital humano: bem preparados, esses profissionais podem sustentar suas operações em momentos de oscilações econômicas. Caso contrário, comprometem todo o resultado da operação. • Defina seu público: compreenda quem é seu público primário (quem é o seu principal cliente). É importante saber que missão ou ocasião de compra
a empresa atende e como a empresa é relevante para ele. E depois: como sua empresa é percebida por este cliente? A partir da resposta, redefina ou reforce um posicionamento estratégico: o que eu quero ser para quem? Como seremos relevantes? Qual é o nosso propósito? Estabelecer um significado é essencial. • E não se esqueça de fazer o básico, mas da melhor forma: harmonize o ambiente para as compras, priorize um bom sortimento de produtos, aposte no conforto e na informação qualificada ao seu cliente, tenha belas vitrines e mercadorias dispostas de forma a surpreender o consumidor, invista em redes sociais, no cadastro de clientes para fidelização com incentivos, além de soluções de preços justos e formas especiais de pagamento.
Fontes: Boavista Shopping, Retailor Adivsors, Vecchi Ancona
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desejo de consumo e o cliente se sente mais seguro de que está fazendo uma excelente aquisição. Para o executivo da Vecchi Ancona, há desafios a ser superados, tanto para os varejistas, como para os funcionários que, em virtude da crise, temem em perder seus empregos. “O varejista precisa da consciência de que tempos de crise são tempos de investir em pessoas, em novas estratégias, em novos processos e novos caminhos, que até ontem poderiam parecer desnecessários. Para os funcionários, cabe o entendimento de que o emprego deve ser preservado e que, para isso, é necessário ter uma postura não passiva e, sim, colaborativa e, por que não dizer, de cooperação e de iniciativa para ajudar a empresa a encontrar novos caminhos”, defende. “Independentemente da ajuda da empresa, cabe a cada colaborador buscar seu aperfeiçoamento profissional e pessoal”, conclui.
Realidade do setor Especialistas acreditam que o varejo farmacêutico não será tão afetado quanto os demais, já que vem registrando bons índices de crescimento – na casa dos dois dígitos – ao longo dos últimos anos. Mesmo assim, apostam em um volume de vendas mais modesto, já que produtos de segunda necessidade tendem a ser reduzidos ou excluídos da cesta de compras nos próximos meses ou enquanto durar a retração do mercado de modo geral. Como forma de não ser tão impactado, o executivo sugere algumas medidas imediatas por parte dos varejistas. “Uma das alternativas cada vez mais utilizadas pelas indústrias é a de parcerias com o varejo em programas de fidelidade de compra direta em certos medicamentos, o que é vantajoso para todas as partes e deve ser ampliado como conceito de participação no mercado. As maiores redes acabam sofrendo menor retração de vendas, pela capacidade de diversificar produtos, de manter estoques e pela maior fidelização de clientes graças a programas de pontos e descontos”, explica Lopes. “Por outro lado, o pequeno varejo precisa se reinventar de alguma forma para sobreviver. Uma das possibilidades, além da fidelização de clientes, é a localização de unidades em pontos estratégicos dentro de bairros mais afastados ou de cidades de menor porte, onde a marca consiga criar um elo forte com os consumidores.
Uma das formas possíveis será a difeEm tempos de renciação por meio de atendimento crise, é preciso a nichos específicos, como idosos ou investir em diabéticos, além da melhor capacitatreinamento ção de seu pessoal de atendimento e compras. As parcerias com fornecedores em promoções conjuntas são também uma fonte de renda adicional, especialmente em datas específicas. E, por fim, outra opção que ainda tem muito terreno a ser explorado é a do comércio eletrônico, cada vez mais presente no dia a dia do consumidor, bem como a fixação de sua marca com ações junto às redes sociais”, diz Lopes. De toda forma, ele acredita que o arrocho da economia se fará sentir até que o mercado se reequilibre e possa passar por uma nova onda de crescimento, fato que será agravado pela questão da alta do dólar, uma vez que muitos insumos da indústria são importados, o que acabará provocando majoração de preços. O diretor da Retailor Adivsors, Olegário de Araújo, ressalta que é importante não generalizar a palavra crise. “Ela impactará famílias e empresas de formas distintas, já que há pessoas e empresas abaixo e acima da média. Entender essa diferença é fundamental”, diz. “Frequência de compras, número médio de tíquetes, valor médio do tíquete, área de influência da loja e rentabilidade continuarão sendo questões que tirarão o sono do varejista. Por outro lado, embora com menos dinheiro disponível, as necessidades dos consumidores continuam as mesmas. Este é um bom momento de se fazer uma revisão estruturada do negócio que inclui estratégia, pessoas e processos”, finaliza.
Disponível no mercado Atualmente, existem muitas opções para qualificar colaboradores, que vão desde cursos específicos oferecidos por escolas técnicas, até módulos a distância, livros customizados, congressos e feiras do setor farmacêutico. A Contento Comunicação, por exemplo, oferece uma gama imensa de produtos destinados para a capacitação do farmacista. Além do Guia da Farmácia, tem diversos livros publicados, que podem ser encontrados pelo site www.lojacontento.com.br e o Treina PDV Farma, que oferece cursos on-line gratuitos, basta acessar www.treinapdvfarma.com.br. 2015 setembro guia da farmácia
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Responsável legal pela farmácia precisa dominar o SNGPC
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O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) é um sistema que foi disponibilizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obtenção de dados sobre a produção, o comércio e o uso de medicamentos que estão sujeitos a algum controle especial. Todas as farmácias que trabalham com medicamentos antimicrobianos ou pertencentes a lista da Portaria 344/1998 devem enviar a movimentação destes produtos para a Anvisa. Sendo assim, tanto o farmacêutico quanto o responsável legal pela empresa necessitam conhecer o sistema e saber como utilizá-lo. O representante legal é responsável por atribuir ao farmacêutico o perfil de responsável técnico. Já o farmacêutico é responsável por enviar a movimentação dos produtos ao SNGPC. A fiscalização das vigilâncias sanitárias em relação ao envio das informações no SNGPC é intensa. Entretanto, ainda restam dúvidas sobre a operação do sistema. Pensando nisso, a Contento Comunicação elaborou um programa de capacitação, desenvolvido especialmente para os profissionais que atuam no
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varejo farmacêutico, contribuindo para a qualificação e atualização destes profissionais. Os módulos em vídeos do Treina PDV Farma contemplam, de forma prática, temas muito relevantes para o varejo farmacêutico. Um destes temas é o SNGPC. O treinamento aborda quais os objetivos do SNGPC e um passo a passo para a implantação do sistema. Em forma de tópicos, é possível seguir as etapas e realizar as seguintes ações: • Cadastramento da empresa (ou atualização de seu cadastro); • Cadastramento do Gestor de Segurança; • Cadastramento do Responsável Técnico (RT); • Cadastramento do Responsável Legal (RL); • Atribuir o perfil “sngpc-empresa” para o RT; • Atribuir o perfil “sngpc-rl” para o RL. Essa capacitação permite esclarecer diversas dúvidas e, em etapas, realizar as principais ações no SNGPC. Além disso, é explicado como finalizar o inventário, quais os cuidados que devemos ter em relação ao sistema e como realizar a impressão do Certificado Digital, que deve estar afixado na farmácia. foto: divulgação
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Leque de informações Banco de dados mantido pelo Ministério da Saúde pode ser uma ferramenta primordial para quem busca ir além da venda e deseja prestar atenção farmacêutica Por Flávia Corbó
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Desde novembro de 2013, o Ministério da Saúde (MS) mantém o Portal Saúde Baseada em Evidências, em que é disponibilizada uma imensa base de dados com informações a respeito de todos os medicamentos comercializados no País, além de artigos científicos publicados no mundo inteiro. Profissionais de saúde, como farmacêuticos, médicos, nutricionistas, odontologistas, entre outros, podem acessar, de maneira gratuita, informações sobre princípios ativos e evidências clínicas para tomar decisões certeiras no dia a dia da gestão em saúde.
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Apesar de existir há quase dois anos, muitos profissionais desconhecem a ferramenta e perdem a oportunidade de aprimorar a atuação profissional e oferecer melhor atendimento ao paciente. A possibilidade de consultar material científico atualizado e revisado periodicamente democratiza o acesso à informação e qualifica o trabalho do profissional de saúde. Desde a promulgação da Lei 13.021/14, que transforma a farmácia em estabelecimento de saúde, cresceu a discussão em torno da necessidade do farmacêutico e sua equipe irem além da venda de medicamentos e passarem a prestar o serviço de fotos: shutterstock
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Atenção Farmacêutica. O consumidor deve ser visto como paciente. Para os profissionais que desejam se enquadrar nessa nova visão da farmácia, contar com uma ferramenta gratuita que fornece informação técnica atualizada e confiável sobre medicamentos, normalmente não disponíveis em bases internacionais, é essencial.
PARCERIA ESTRATÉGICA Grande parte dos dados disponíveis no Portal Saúde Baseada em Evidências é fornecida pela empresa Truven Health Analytics, que administra o banco de informações Micromedex ®. Fundada há 40 anos, a companhia possui uma equipe editorial própria, composta por especialistas nas áreas médica, farmacêutica, ciência da informação e outras, responsáveis pela revisão de artigos científicos do mundo inteiro. Em um ano, mais de 90 profissionais revisam 500 mil artigos e utilizam as informações coletadas para alimentar o banco de dados. Além da parceria com órgãos públicos, como o MS, a Truven possui entidades privadas de saúde como clientes. Nesses casos, as informações a respeito dos medicamentos são mais completas e detalhadas do que as disponíveis para parceiros governamentais. “Hoje, você encontra informação sobre medicamentos no Google. O nosso diferencial é que os dados disponibilizados passam por um processo editorial muito mais criterioso. Por ano, são publicados cerca de dois milhões de artigos. Nem tudo tem qualidade. Há muitos estudos feitos sob pressão, na correria. Nossa equipe editorial avalia os artigos, se o método de pesquisa foi adequado e, somente depois disso, coloca a informação na base de dados. Tudo tem evidência. Não é achismo”, explica o gerente de negócios do Micromedex ®, Henrique Pereira. Atualmente, a maioria dos clientes privados da Truven são hospitais. De acordo com o responsável pela área de treinamento, Jorge Siqueira, a demanda por informações precisas nessa área de saúde é muito grande. “O farmacêutico hospitalar lida com uma menor variedade de produtos do que aquele que atua no varejo, mas a avaliação da prescrição necessita ser muito mais precisa”, lembra. Um paciente internado, normalmente, faz uso de diversos medicamentos simultaneamente, por isso é imprescindível avaliar dose, interação, forma de administração. “A nossa base de dados fornece todas essas 56
APESAR NÃO SE MOSTRAREM DISPOSTOS A PAGAR POR UM BANCO DE DADOS MAIS COMPLETO, OS FARMACÊUTICOS SÃO OS PRINCIPAIS USUÁRIOS DA BASE DE DADOS GRATUITA DO PORTAL SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS informações. Inclusive, é possível pesquisar toda a relação de medicamentos de um mesmo paciente e verificar a possibilidade de interação entre eles.” O varejo farmacêutico ainda não é adepto do uso da versão paga da ferramenta Micromedex ® dentro do ponto de venda (PDV), por enquanto, apenas alguns distribuidores contam com a base de dados e disponibilizam aos clientes. “É uma questão cultural. No Brasil inteiro, não existe a prática da Atenção Farmacêutica. Os profissionais estão tão ocupados tentando bater metas e cotas, que não conseguem se dedicar ao paciente”, opina Pereira. Apesar do profissional do varejo não ter a necessidade de tanta riqueza de informações como aquele que atua dentro de um hospital, o executivo acredita que a adoção da ferramenta no PDV também é capaz de trazer ganhos, principalmente quanto à segurança ao paciente e otimização do tempo. “No caso de um paciente que irá comprar dois medicamentos, eu não preciso ler as duas bulas para avaliar o risco de uma interação. Com o uso do sistema, tenho a resposta na hora. Além disso, contamos com muito mais informações do que aquelas obrigatórias disponíveis na bula.”
MELHORIAS À VISTA Para aproximar a ferramenta de pesquisa do varejo farmacêutico, há tempos a Truven busca estreitar o relacionamento com conselhos regionais. “Vemos um espaço. Os hospitais estão lotados, sendo que muitos ali têm casos simples, que poderiam ser resolvidos na farmácia. Um profissional bem informado seria capaz de solucionar o problema, mas
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ATUALIDADE
muita gente nem sabe que há um banco de dados gratuito no MS”, lamenta Pereira. O mais recente passo da Truven junto ao setor farmacêutico foi buscar o Conselho Federal de Farmácia (CFF) em busca de uma parceria para viabilizar a inserção de informações sobre medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em sua base de dados. Atualmente, o banco de informações não contempla cerca de 200 medicamentos com registro do órgão regulador brasileiro, restringindo-se aos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e European Medicines Agency (EMA), da Europa. A aproximação foi vista com bons olhos pelo CFF, pois apesar não se mostrarem dispostos a pagar por um banco de dados mais completo, os farmacêuticos são os principais usuários da base de dados gratuita do Portal Saúde Baseada em Evidências. Por isso, o empenho do CFF para que essa parceria se viabilize. “A inclusão dessas informações será útil para milhares de instituições, organizações e profissionais da saúde. O uso da ferramenta que a empresa disponibiliza é importante porque fornece respostas rápidas e objetivas para questões usuais da prática clínica envolvendo medicamentos”, destaca o farmacêutico do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Federal de Farmácia (Cebrim/CFF), Rogério Hoefler. Para selar a parceria, executivos da Truven foram recebidos no fim de junho último na sede do CFF, em Brasília, e definiram a elaboração de um projeto-piloto para estudar a viabilidade de assinatura de um termo de cooperação técnica prevendo a inserção das informações sobre medicamentos aprovados pela Anvisa na base de dados Micromedex®. “Estamos trabalhando nesse projeto-piloto, o que levará cerca de um mês. Caso se concretize a parceria, os resultados serão graduais e em médio prazo”, revela Hoefler Junto à farmacêutica Alessandra Russo, ele irá tratar diretamente com a equipe da Truven para desenvolver esse estudo inicial. A partir do levantamento de informações e da compilação de dados sobre alguns medicamentos de diferentes classes, serão estabelecidas as bases para o possível termo de cooperação visando contemplar a totalidade dos itens que ainda não constam da base de dados Micromedex®. 58
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Substituição Tributária sem errar
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ENTENDA TUDO O QUE ENVOLVE O REGIME QUE RECOLHE ANTES O IMPOSTO A SER PAGO
Para muitos contribuintes, o regime de Substituição Tributária (ST) do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) é incompreensível. Sem dúvida, entender as nuances das leis fiscais do Brasil não é fácil, mas nem por isso os contribuintes devem deixar tudo nas mãos dos contadores. O Guia da Farmácia esclarece tudo o que você precisa saber sobre ST em cinco passos. 1. A substituição se aplica apenas a alguns produtos e serviços No regime regular de tributação, quando o consumidor final faz uma compra e o varejo não emite nota fiscal, o governo deixa de receber o ICMS da última etapa de recolhimento. Para resolver este problema, o governo encontrou uma maneira de antecipar o imposto: a ST, ou seja, regime que antecipa para o início da cadeia pro-
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POR CLAUDIA MANZZANO
dutiva o recolhimento do ICMS. Nesse caso, quando a primeira etapa da cadeia produtiva (geralmente a fábrica) vende o produto, já recolhe o imposto que pagaria normalmente mais os impostos do restante da cadeia. Portanto, o imposto que incide sobre o produto vendido pela farmácia é recolhido pela fábrica antes mesmo do produto ser vendido pelo varejista. A professora de Direito Tributário da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Leonor Leite Vieira, explica que, inicialmente, este regime foi implementado apenas para categorias específicas de produtos, como automóveis. Com o passar dos anos, novos produtos foram inseridos no regime e, hoje, alguns estados já o utilizam em diversos setores. Para saber quais produtos estão inseridos no regime de ST, indica a consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo (Sebrae-SP), Sandra Regina Bruno Fiorentini, o contribuinte ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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pode acessar o site da Secretaria da Fazenda do seu estado ou checar a nota de aquisição de mercadoria, em que vem destacado Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços – Substituição Tributária (ICMS-ST). Nesses documentos, constam dados dos tributos pagos no caso de estarem inseridos no regime. Ainda assim, o advogado do escritório Orsini & Schmid, Ivan Schmid, aconselha os contribuintes a sempre consultarem um especialista, como um advogado tributarista ou um profissional habilitado nessa área, pois a legislação é muito extensa e muda com frequência. O especialista indica que se pode também formular uma consulta perante as autoridades fiscais para obter esclarecimentos e saber se determinado setor/categoria ou produto está inserido na substituição. Mas ele destaca que essas consultas devem ser formuladas com objetividade, precisão e descrição detalhada da situação e do que se busca esclarecer, pois as autoridades não respondem a consultas genéricas do tipo “meu setor/produto X está enquadrado na substituição? Se sim, eu sou o substituído ou o substituto? O que devo fazer?”.
2. As regras para a ST variam de estado para estado A alíquota de ICMS de cada estado é diferente. E por isso, o valor pago varia bastante. No entanto, o funcionamento da ST é idêntico em todas as unidades da Federação. As diferenças, explica o professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Edmundo Emerson de Medeiros, normalmente estão associadas aos critérios para a fixação da base de cálculo que será adotada pelo substituto tributário (normalmente o fabricante). No caso de medicamentos no estado de São Paulo, por exemplo, adota-se até 30/09/2015: o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) fixado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o preço praticado pelo substituto acrescido do Índice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) ou, ainda, o valor de referência divulgado pelo Ministério da Saúde para os medicamentos comercializados no âmbito do Programa Farmácia Popular do Brasil. “Normalmente, existem regras que determinam a quebra da cadeia de substituição quando a venda é feita de um estado para o outro (operações interestaduais em contraposição às operações internas, integralmente realizadas no território de um só estado)”, afirma Schmid. Mas há situações em que os estados assi-
Preço-base para cálculo da Substituição Tributária Para cada um dos setores inseridos no regime de Substituição Tributária (ST) há uma entidade que congrega e que vai estabelecendo preço do produto no mercado para que governo não estabeleça alíquota mais alta. No caso do medicamento, é a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento (CMED) que regulamenta o mercado e estabelece critérios para a definição e o ajuste de preços anual de medicamentos – que passa para a Secretaria da Fazenda de cada estado a lista de preço que será base para a cobrança do imposto. Fonte: professora de Direito Tributário da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Leonor Leite Vieira
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nam convênios e protocolos entre si para que a substituição se mantenha quando a cadeia de produção-consumo se inicia em um estado e termina no outro. 3. Entender a mecânica da ST traz benefícios para a empresa Todos os especialistas concordam que entender o regime de tributação ajuda a loja a ter bons resultados no negócio. Uma das mais simples razões é que, como o valor do imposto é cobrado antes da venda para o consumidor, produto parado no estoque é dinheiro parado. E se não vender, não interessa, é mais prejuízo ainda, pois o imposto já foi pago. Maria Leonor também destaca que o contribuinte precisa saber fazer escrituração e ver na contagem do estoque tudo que antecipou e o que vendeu. Com o registro, é possível ter garantia de que não está pagando mais imposto. E Schmid aponta que é preciso saber como devem ser preenchidas as notas fiscais e as demais declarações que devem ser entregues mensalmente ou anualmente para as autoridades fiscais, o que depende também de cada produto e legislação.
Inseridos no Simples Nacional No caso do negócio do contribuinte estar inserido no Simples Nacional (SN) e o produto vendido no regime de ST, ele vai ter de calcular bem o imposto para não pagar duas vezes. Ainda que a alíquota seja única, ele precisa subtrair o imposto que já foi pago no início da cadeia produtiva. Sandra, do Sebrae-SP, exemplifica o funcionamento dos cálculos com o hipotético caso: Farmácia faturamento ano anterior de R$ 180.000,00. Anexo I – Simples Nacional – a alíquota cheia é de 4% – composta de (IRPJ/CSLL/PIS/Cofins/CPP e ICMS) julho/15 = faturamento de R$ 15.000,00. Deverá separar as receitas/faturamento de revenda de produtos com ST da revenda de produtos sem ST: • R$ 10.000,00 revenda de mercadoria com ST (ICMS já foi pago/antecipado para o governo), portanto, não deverá pagar novamente o ICMS. Assim deve solicitar ao contador para deduzir da alíquota cheia do SN o percentual referente ao ICMS. • R$ 5.000,00 de revenda de mercadoria sem ST – (ICMS não foi pago/antecipado para o governo), portanto, deverá utilizar a alíquota cheia do SN. EXEMPLO DE CÁLCULO: • R$ 10.00,00 com ST x R$ 2,75 = R$ 275,00 • R$ 5.000,00 sem ST = R$ 200,00 TOTAL DE IMPOSTO DEVIDO = R$ 475,00 62
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Caso o dono da farmácia não separe as receitas de revenda de produto com ST da revenda de produtos sem ST irá pagar mais imposto. Exemplo: Faturamento R$ 15.000,00 x 4% = R$ 600,00 Medeiros explica que, independentemente do regime de tributação ao qual esteja submetido o varejista (Lucro Real, Presumido ou SN), os produtos por este adquiridos, na condição de substituído tributário, não estarão sujeitos a uma nova incidência tributária. Ele expõe o exemplo de um varejista optante pelo SN e cuja receita bruta, nos 12 meses anteriores ao de apuração, tenha sido de R$ 1 milhão.
Receita Bruta em 12 meses (R$) De 900.000,01 a 1.080.000,00 Alíquota IRPJ 8,28%
CSLL
Cofins PIS
CPP
ICMS
0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
Nesse caso, explica, o varejista não recolherá 8,28% calculado sobre o seu faturamento (Tabela I da Lei Complementar nº 123/06), vez que antes deverá excluir da apuração os percentuais referentes ao ICMS, Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), cujos recolhimentos já foram feitos antecipadamente pelo substituto. O percentual a ser recolhido pelo substituído sobre o seu faturamento, portanto, será 4,04%. O faturamento pertinente aos produtos não sujeitos à ST do ICMS ou à incidência monofásica das contribuições (PIS e Cofins), evidentemente, estariam sujeitos ao percentual de tributação de 8,28% nesse exemplo. Varejistas tributados pelo Lucro Real ou Presumido, a seu turno, não recolhem ICMS, PIS e Cofins (nestes dois últimos casos 0,65% e 3% para o presumido e 1,65% e 7,6% para o lucro real, respectivamente) sobre as vendas que realizam na condição de substituídos tributários. 4. ST deve integrar o cálculo feito para o preço final dos produtos Considerando que na ST geralmente haverá um recolhimento para toda a cadeia, dependendo do modelo utilizado, poderá haver um fator de ajuste para fins de cálculo do imposto, que aumenta, para fins tributários, o valor do produto (base de cálculo), de forma a compensar a ausência de recolhimentos pelos substituídos. Schmid explica que esse fator de ajuste pode ser um percentual ou um valor fixo para determinados produtos constantes de listas oficiais que podem variar em cada estado.
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Substituição Tributária pode ser questionada em algumas situações? De acordo com o advogado do escritório Orsini & Schmid, Ivan Schmid, sim. Segundo o especialista, o método da Substituição Tributária (ST) deve chegar o mais próximo da realidade econômica da cadeia. Assim, quando o fator de ajuste gera um imposto a pagar muito maior do que o total que seria pago por todos os elos/agentes da cadeia, se não houvesse a substituição, então é possível questionar e requerer uma revisão do fator de ajuste para que ele se adapte ao máximo à realidade comercial, reduzindo-se o imposto devido na ST. Há também situações em que as operações acabam não se concretizando na cadeia por eventos imprevistos, como acidentes, perdas e roubos e, nestes casos, o contribuinte pode também questionar (pontualmente) o recolhimento feito para se ressarcir do imposto pago na ST.
Na ST para frente (isto é, antecipação do imposto), normalmente existe esse fator que reajusta o preço do bem para calcular o imposto do restante da cadeia. Ou seja, mesmo que a mercadoria seja vendida por R$ 100, o valor – para fins de cálculo do imposto sobre as operações posteriores – geralmente é maior. Nesses casos, além dos R$ 100,00 referentes ao preço da mercadoria, o substituto tributário também cobra o valor do imposto do comprador, que seria, no final, o contribuinte substituído. Ou seja, o substituto age como verdadeiro agente arrecadador. 5. Adquira o hábito de consultar um simulador tributário para facilitar as finanças Para Schmid, qualquer ferramenta tecnológica que auxilie o contribuinte substituto tributário é de grande valia para tornar mais rápida, precisa e organizada a gestão fiscal da empresa. No entanto, como a ST é muito complexa e mutável, é importante tomar o cuidado de atualizar e parametrizar bem os sistemas que estão sendo implementados e utilizados. Medeiros lembra que o empresário deve estar atento principalmente no momento de opção pelo regime de tributação ao qual estará submetido durante todo o exercício. Apesar de, em geral, o regime do SN ser a opção mais econômica para a maioria das empresas, há casos em que o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso. Por isso, uma simulação da carga tributária que considere todos os cenários é imprescindível para que se alcance a menor tributação possível. 64
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CIÊNCIA
Aposta arriscada PARA QUE UM MEDICAMENTO CHEGUE ÀS MÃOS DO CONSUMIDOR, PELO MENOS DEZ ANOS DE PESQUISA E US$ 900 MILHÕES FORAM GASTOS, POR ISSO A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA É CONSIDERADA O SETOR QUE MAIS INVESTE EM INOVAÇÃO
Q
POR FLÁVIA CORBÓ
Quando um consumidor recebe do balconista da farmácia uma caixa de medicamento, não imagina o longo ciclo que aquele produto atravessou até que pudesse ser vendido com segurança e eficácia garantidas. Esse caminho desconhecido pelos leigos se inicia com a descoberta de uma molécula promissora. Pesquisadores analisam doenças na tentativa de desvendar o que as causa. A partir dessas descobertas, a indústria farmacêutica passa a estudar moléculas que poderão ser eficazes no combate a essas doenças, impedindo que elas avancem e até mesmo fazendo com que elas regridam. As moléculas podem ser sintéticas, quando produzidas em laboratórios, oriundas de componentes naturais que já existem ou produto de bioengenharia. Nessa etapa inicial, as apostas são muito altas. Até o mais ousado jogador ficaria intimidado. A cada dez mil moléculas pesquisadas, apenas uma
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obtém resultados satisfatórios, que a permitirão se tornar um medicamento no futuro. Mas antes que isso ocorra, se passam, em média, dez anos de estudo. Somente para se obter autorização dos órgãos reguladores para testar uma molécula em seres humanos, são necessários, em média, seis anos de pesquisa. Quando o laboratório farmacêutico recebe tal autorização, inicia-se outra bateria de testes. Nesse momento, as farmacêuticas recrutam voluntários portadores da doença pesquisada e também indivíduos sadios para efeito de comparação dos benefícios proporcionados pelo tratamento estudado. “Para angariar voluntários, os institutos de pesquisa costumam anunciar seus estudos em diversos meios de comunicação, como jornais, revistas, internet, mídias sociais, etc. Sociedades médicas e entidades de paciente, dependendo do caso, também são informadas”, enumera o presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Britto. FOTO: SHUTTERSTOCK ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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Ciência
Os estudos com humanos são realizados em três fases. Na primeira delas, o foco principal está na segurança do tratamento. Como ele ainda não está assegurado, são recrutados poucos voluntários. Caso os resultados sejam positivos, inicia-se a segunda fase, feita com mais pessoas, com a intenção de analisar a eficácia e dosagem do novo medicamento. Por fim, a terceira fase é realizada com um número expressivo de pacientes voluntários e tem como objetivo comprovar a eficácia e a segurança do medicamento em uma grande variedade de pessoas. Muitas vezes, o trabalho não termina aí. “Mesmo depois do medicamento ser aprovado, outras pesquisas podem continuar em andamento para definir novas indicações de uso ou aperfeiçoar a droga, aumentando sua eficácia e reduzindo suas reações adversas”, explica Britto.
Alto investimento Obviamente, estudos tão específicos e longos apresentam um custo muito alto. Em média, o desenvolvimento de um novo medicamento demanda US$ 900 milhões de investimento de uma indústria farmacêutica. No mundo, o setor fatura US$ 1 trilhão mundialmente, mas cerca de US$ 120 bilhões a US$ 160 bilhões são investidos em pesquisa clínica. São cifras como essas que colocam as empresas farmacêuticas como as maiores investidoras em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), antes mesmo de setores aclamados pela novidade, como tecnologia e automóveis. Enquanto a indústria farmacêutica investe algo entre 12% e 16% do total de faturamento, outras áreas aparecem bem atrás: indústria de softwares (9,5%), hardwares (7,9%), eletrônica (5,1%), automobilística (4,2%) e aeroespacial (4,1%).
O Brasil exige uma Atualmente, boa parte dos gastos aprovação tripla da indústria farmacêutica com P&D para cada está focada na busca de novos trataestudo mentos para doenças complexas, como o câncer e a esclerose múltipla. A grande promessa da área são os medicamentos biológicos, pois são capazes de agir praticamente de forma individualizada em determinados tratamentos, ampliando as possibilidades de cura e minimizando os efeitos colaterais. Estima-se que, até 2018, essa categoria represente 50% do faturamento dos cem medicamentos mais vendidos no mundo.
Entraves nacionais Da média de US$ 140 bilhões gastos mundialmente com P&D, o Brasil recebe apenas US$ 300 milhões por ano. “É rigorosamente medíocre”, aponta Britto, ressaltando que os investimentos em pesquisa clínica no País só aumentarão quando dois grandes problemas forem solucionados. O primeiro deles é a relação entre a universidade e a iniciativa privada. “Os principais centros geradores de novas drogas no mundo são aqueles em que o governo apoia pesadamente a pesquisa básica; a indústria e a universidade trabalham de forma muito integrada.” No Brasil, essas duas esferas têm resistência quanto a uma cooperação. A universidade resiste em trabalhar com a iniciativa privada, e a iniciativa privada resiste em assumir riscos. “É cultural. A nossa academia é voltada para estudos e pouco preparada para o mercado. Temos uma grande produção acadêmica e poucas patentes. Por questões ideológicas, não se busca ganhar dinheiro com as pesquisas”, acrescenta o presidente executi-
PROTOCOLOS DE PESQUISA EM SERES HUMANOS APRECIADOS pelo conep Aumento de 83% de protocolos aprovados do primeiro para o segundo semestre de 2013: I Semestre (N)
II Semestre (N)
Variação I - II (%)
Total (N)
Percentual (%)
Aprovados
129
236
83%
365
25%
Não aprovados
23
26
13%
49
3%
Pendentes
117
239
104%
356
25%
Retirados
26
37
42%
63
4%
Devolvidos
218
399
83%
617
43%
TOTAL GERAL
513
937
83%
1450
100%
Fonte: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep)
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MS 1.7817.0039. Indicações: alívio da azia e mal-estar, medicação antiácida. Ago/15. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO
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CIÊNCIA
PASSO A PASSO Conheça todas as etapas da pesquisa clínica: Pré-Clínica: essa fase é composta por testes em laboratório (em situações artificiais e em animais) e sua conclusão pode durar anos. A meta principal dessa fase é verificar se a medicação em questão tem potencial para acabar com o câncer no ser humano, por exemplo. Clínica: essa etapa é composta por quatro fases sucessivas e necessárias para a aprovação da nova medicação dos órgãos de vigilância sanitária e posterior liberação e disponibilização para uso geral. Fase I: um estudo de fase I é a primeira etapa de testes em seres humanos de uma medicação cuja eficácia foi comprovada em animais na fase pré-clínica. Nessa fase, a medicação é testada em pequenos grupos (de 20 a 100) de voluntários sadios. O objetivo é avaliar se a medicação é segura, como se distribui pelo corpo (farmacocinética), como funciona e como age no organismo (farmacodinânica). Também busca a melhor forma de ser utilizada (oral, injetada, etc.) e a dose mais segura (maior dose tolerável), menor dose efetiva, relação dose/efeito, duração dos efeitos e efeitos colaterais. Fase II – Estudo TerapêuticoPiloto: o número de pacientes que participa nessa fase é maior (de 100 a 200). Nessa fase, os voluntários já possuem a doença a ser tratada. Os estudos são realizados para obtenção de informações mais detalhadas sobre a segurança e avaliação da eficácia da medicação. Buscase também a dose mais efetiva. A taxa de resposta para um estudo dessa fase precisa ser igual ou maior que a obtida em um tratamento-padrão para que se passe para um estudo de fase III.
Fase III: nesse estágio, o novo medicamento é comparado com o tratamento-padrão existente. O número de pacientes mínimos é de aproximadamente 800; esses estudos normalmente são internacionais, em vários centros (multicêntricos). Normalmente, são divididos em dois grupos: o grupo controle (recebe o tratamento-padrão) e o grupo investigacional (recebe a nova medicação). Alguns estudos da fase III envolvem a adição de uma nova medicação a uma já comprovada combinação de medicamentos para verificar se a combinação da nova droga com a droga do tratamento-padrão é mais efetiva. Nessa fase, há o estabelecimento do perfil terapêutico, como indicações, dose e via de administração, contraindicações, efeitos colaterais, medidas de precaução e demonstração de vantagem terapêutica (comparação com outros medicamentos). Esses estudam determinam o resultado do risco/benefício a curto e longo prazos e reações adversas mais frequentes. Fase IV: esses estudos são realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior (fase III) são aplicáveis em uma grande parte da população doente. Essa fase se dá após a aprovação do medicamento onde ele já é comercializado. São estudos de vigilância pós-comercialização, para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas ou confirmação das reações já conhecidas e estratégias de tratamento.
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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Chegou:
O medicamento de escolha para o tratamento da
rinite alérgica
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1. Carr W, Bernstein M, Lieberman P, et al. A novel intranasal therapy of azelastine with fluticasone for the treatment of allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol 2012;129(5):1282-89. 2. Meltzer E, Ratner P, Bachert C, et al. Clinically relevant effect of a new intranasal therapy (MP29-02) in allergic rhinitis assessed by responder analysis. Int Arch Allergy Immunol 2013;161(4):369-77. 3. Price D, Shah S, Bhatia S. A new therapy (MP29-02) is effective for the long-term treatment of chronic rhinitis. J Investig Allergol Clin Immunol 2013;23(7):495503. 4. Leung DYM, Szefler SJ and the Associate Editors of the JACI. The Editors’ Choice – MP29-02: a major advancement in the treatment of allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol 2012;129(5):1282-89
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Podem ocorrer efeitos sistêmicos de corticosteroides nasais, particularmente se prescritos em altas doses e por períodos prolongados. Tais efeitos são muito menos prováveis que com os corticoides orais, podem variar em cada paciente e entre diferentes preparações com corticoides. Os potenciais efeitos sistêmicos podem incluir: síndrome de Cushing, manifestações Cushingoides, supressão adrenal, retardo do crescimento em crianças e adolescentes, catarata, glaucoma e, mais raramente, uma série de efeitos psicológicos ou comportamentais, incluindo hiperatividade psicomotora, distúrbios do sono, ansiedade, depressão ou agressividade (particularmente em crianças). Dymista® contém cloreto de benzalcônio, um irritante que pode causar reações cutâneas e mucosas. O contato do medicamento com os olhos deve ser evitado. Interações: deve-se ter cautela ao administrar propionato de fluticasona em pacientes que tomam concomitantemente inibidores muito potentes do citocromo P450 3A4 (inibidores de protease, por exemplo, ritonavir). O uso concomitante de fluticasona intranasal e ritonavir pode levar ao aumento da concentração sistêmica da fluticasona, resultando em redução acentuada de concentrações séricas de cortisol. Foram relatados casos de síndrome de Cushing e supressão adrenal. A combinação deve ser evitada, exceto se o benefício superar o aumento do risco de reações adversas dos glicocorticoides sistêmicos. Outros inibidores do citocromo P450 3A4, como a eritromicina e o cetoconazol, geram leves aumentos da exposição sistêmica ao propionato de fluticasona, sem reduções significativas nas concentrações séricas de cortisol. Quanto ao cloridrato de azelastina, não foram realizados estudos específicos de interação com cloridrato de azelastina em spray nasal. Há estudos de interação feitos com altas doses orais, no entanto, eles não têm relevância como dado sobre azelastina em spray nasal, pois a dose nasal recomendada resulta em exposição sistêmica mínima. Gestação/Lactação: Categoria de risco na gravidez: C. Dymista® não deve ser utilizado por grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Não existem dados, ou apenas dados limitados, quanto ao uso de cloridrato de azelastina e propionato de fluticasona em grávidas, portanto, Dymista® deve ser usado durante a gravidez apenas se o benefício potencial superar o risco potencial ao feto. Não se sabe se o cloridrato de azelastina e seus metabólitos, ou o propionato de fluticasona e seus metabólitos, administrados por via nasal, são excretados no leite humano. Como muitos medicamentos são excretados no leite materno humano, deve-se ter cuidado ao administrar Dymista® para lactantes. Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas: Efeitos como fadiga, cansaço, exaustão, tonturas ou fraqueza podem ser causados pela própria doença tratada, mas também podem ocorrer com o uso de Dymista®, portanto recomenda-se evitar essas situações, pois a capacidade de conduzir e utilizar máquinas pode ser prejudicada. Idosos: não há necessidade de ajuste de dose para idosos. Reações adversas: os efeitos colaterais mais comuns com o uso de Dymista® foram sintomas como: sangramento nasal, dor de cabeça, disgeusia, odor desagradável, desconforto nasal, espirros, ressecamento do nariz e garganta, tosse e irritação da garganta. Reações muito raras incluem: hipersensibilidade, angioedema, broncoespasmos, tonturas, sonolência e sintomas de aumento da pressão intraocular, catarata, perfurações do septo nasal, erosão da mucosa, náuseas, exantemas, prurido e urticária, fadiga e fraqueza. Posologia: a dose recomendada para adultos e adolescentes é de um jato em cada narina duas vezes ao dia. A duração do tratamento deve corresponder ao período de exposição ao agente alergênico. Via de administração: nasal. Venda sob prescrição médica. Registro MS: 1.9298.0002 A PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação a Meda Pharma Importação e Exportação de Produtos Farmacêuticos Ltda. através do SAC 0800 7705553 ou no endereço: Rua da Paz 2059 – Chácara Sto. Antônio – CEP: 04713-002 DYM-006-2015
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Ciência
Demora excessiva
Órgãos públicos O Brasil é o único país no mundo que exige uma aprovação tripla para cada estudo, que se inicia em um dos cer72
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ca de 700 Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs), distribuídos em cada região, e se concretiza na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa é a maior razão para a demora nas aprovações de pesquisas clínicas. “É fundamental mantermos um padrão elevado de análise ética das pesquisas clínicas submetidas à aprovação, mas não podemos demorar tanto para isso. Essa morosidade acaba fazendo com que muitos estudos deixem de ser feitos no País, o que dificulta o acesso dos pacientes às drogas experimentais e também prejudica o avanço da ciência no Brasil”, diz Britto. Ciente dos prejuízos que o prazo alongado está trazendo para o setor de pesquisa no Brasil, a Conep iniciou uma série de melhorias no órgão e já vem colhendo resultados, conforme dados apresentados pelo coordenador da Conep, Jorge Venâncio, durante a 256.ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde. Entre as mudanças realizadas estão: acréscimo de 92% de assessores técnicos, aumento de 80% no número de relatores, colaboração de 29 relatores ad hoc convidados e ampliação das câmaras técnicas. O resultado foi um aumento de 83% de protocolos analisados, segundo dados divulgados em 2014.
E CO N TEÚDO
O segundo obstáculo encontrado por quem tem interesse em investir em pesquisa pública no Brasil é o tempo de aprovação desses estudos. Enquanto os líderes mundiais – Estados Unidos, União Europeia, Coreia do Sul, Canadá, Japão e Austrália – avaliam um estudo clínico em até 90 dias, a média nacional é de 365 dias, prazo que, às vezes, é ainda maior, caso haja necessidade de ajuste nos protocolos. A demora acaba por deixar o País fora dos estudos multicêntricos, que são os de maior relevância. De acordo com o Clinical Trials, o Brasil detém apenas 2% das 160 mil novas pesquisas sendo realizadas em 180 países. Um levantamento realizado pela Interfarma mostra que 16 estudos multicêntricos deixaram de ser realizados pelas farmacêuticas associadas nos primeiros meses do ano justamente pela morosidade das avaliações. Segundo o presidente do comitê gestor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil (APCB), Vitor Harada, a situação real pode ser ainda bem pior. “Nós só conseguimos mensurar os estudos que tentamos submeter à aprovação, mas existem muitas outras pesquisas que as empresas nem cogitam em trazer para o Brasil.” Quando um estudo é aprovado pelos órgãos nacionais, há outros impasses a ser driblados. De acordo com a Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (Abracro), entre janeiro de 2013 e março de 2014, sete empresas brasileiras do setor de pesquisa clínica fizeram 812 solicitações de licença de importação de materiais e medicamentos para desenvolvimento de estudos. O órgão demorou, em média, 13 dias para liberar os pedidos e, em alguns casos, concluiu os processos apenas após mais de três meses.
A cada dez mil moléculas pesquisadas, apenas uma obtém resultados satisfatórios, que a permitirão se tornar um medicamento no futuro. Mas antes que isso ocorra, se passam, em média, dez anos de estudo
A Anvisa promoveu algumas mudanças de regras para agilizar as autorizações de pesquisas clínicas. AL
vo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. De acordo com o executivo, não há motivos para temer a aproximação entre mercado e universidade. Outros setores, como a agricultura, mostraram que a parceria cria um cenário em que todos os personagens saem ganhando. “Dentro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa visão já existe. A colaboração entre as partes trouxe crescimento para a área. Os institutos de pesquisa ganham dinheiro vendendo inovação, podem contratar melhores pesquisadores e o setor avança com a adoção das tecnologias pesquisadas. É a roda da fortuna”, define.
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Saúde no banco dos réus
Cresce no País o número de pacientes que procuram a Justiça para garantir tratamento contra doenças sem cobertura do SUS ou dos planos de saúde. Excesso de judicializações preocupa as autoridades, mas pode ser a última esperança de vida de muitos brasileiros
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Por Rodrigo Rodrigues
A falta de tratamento para diversas doenças criou no Brasil uma dinâmica chamada de “Judicialização da Saúde”. Esse movimento consiste no paciente acessar os tribunais brasileiros para garantir o direito aos tratamentos de alto custo, pagos principalmente pelo estado ou pelos planos de saúde, que muitas vezes se isentam do fornecimento de alguns medicamentos ou procedimentos cirúrgicos e terapêuticos. Mais comuns em casos de pacientes com alguns tipos raros de câncer e doenças autoimunes, esses processos têm chegado cada vez em maior número ao Poder Judiciário brasileiro, lotando os já abarrotados tribunais. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2011, tramitavam no País em torno de
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241 mil processos de pessoas que recorreram aos tribunais para conseguir medicamentos e tratamentos de alto custo. No primeiro semestre de 2014, contudo, esse número saltou para 393 mil – um aumento de 63%. Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados onde mais se concentram esses processos, segundo o CNJ. Nos cálculos do grupo de trabalho criado pelo órgão para analisar o assunto, o governo federal gastou, em 2014, em torno de R$ 843 milhões para atender a essas demandas judiciais por tratamentos. Em 2011, contudo, esse valor era bem menor, chegando em torno de R$ 221 milhões, número quatro vezes menor que o atual. Para o advogado, especialista em Direito da Saúde e sócio do escritório ACJ Advogados Associados, Rodrigo Araújo, a crescente procura pelo sistema judiciário para fotos: shutterstock
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ter acesso a tratamento médico decorre da má gestão dos recursos públicos pela União e pelos estados. “O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um serviço muito aquém das expectativas mínimas do cidadão. Agendar uma consulta com um especialista ou até mesmo um exame é tarefa árdua e exige meses de dedicação e insistência, sem garantia de efetivamente conseguir esse atendimento em tempo hábil. Há pacientes que não podem esperar meses para iniciar um tratamento sem sofrer consequências irreversíveis para a sua saúde e integridade física. Nenhum cidadão está disposto a ir à justiça e ajuizar uma ação se esta não fosse a última alternativa. Antes de recorrer ao Poder Judiciário, o cidadão procura outros meios administrativos para conseguir seu tratamento médico, mas esgotados os meios administrativos, é o Judiciário quem tem amparado esses pacientes para fazer valer seus direitos”, justifica Araújo.
Medicamento importado No Brasil, a maior parte das ações diz respeito ao acesso a medicamentos importados e de alto custo, que não são fornecidos pelo SUS ou pelos convênios, e também de cirurgias de emergência não autorizadas por operadoras. Segundo o Ministério da Saúde (MS), foram gastos, em 2014, em torno de R$ 314 milhões na compra de medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), justamente para atender a essas demandas judiciais. Por ser importados e pagos em moeda estrangeira, essa crescente judicialização tem alto impacto no orçamento da Saúde em todas as esferas do Estado brasileiro. O gasto total estimado que a União e os governos estaduais tiveram com demandas judiciais em 2014 superou o valor de R$ 1,2 bilhão, podendo chegar a R$ 1,7 bilhão neste ano, segundo estimativas do governo de São Paulo. Só em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde paulista gastou R$ 430 milhões com o cumprimento de ações judiciais no ano passado. Desse montante, R$ 56,2 milhões pagaram medicamentos importados ainda sem aprovação da Anvisa. O número total corresponde a mais de um terço de todo o dinheiro gasto pela pasta em assistência farmacêutica para 76
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Casos mais recorrentes de ações contra: O Sistema Único de Saúde (SUS) • Medicamentos de alto custo; • Exames de alta complexidade; • Tratamentos oncológicos; • Cirurgias de urgência e emergência. Os planos de saúde • Cobertura de procedimentos que não constam do rol mínimo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); • Medicamentos de alto custo; • Quimioterapia e radioterapia; • Materiais utilizados em cirurgias; • Carência para doenças que são consideradas pelos planos de saúde como preexistentes; • Cirurgias e exames de alta complexidade. Fonte: ACJ Advogados Associados
a população de baixa renda em hospitais e unidades de saúde estaduais. Na esfera federal, o gasto do MS com essas demandas judiciais foi de R$ 843 milhões em 2014, valor 500% superior ao gasto com o cumprimento de ações em 2010, quando esse montante era de apenas R$ 139 milhões. Segundo o MS, ao menos R$ 258 milhões desses R$ 843 milhões foram usados para compra de apenas 11 tipos de medicamentos não registrados na Anvisa.
Reação das autoridades O secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, prevê que até o fim de 2015 essas despesas com ações judiciais cresçam para pelo menos R$ 700 milhões no estado. Em reunião do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais – Uip afirmou que o excesso de judicializações pode inviabilizar as contas públicas e o orçamento da pasta. “Por conta das ações judiciais, chegamos a ter de oferecer 69 tipos de fraldas. Tivemos uma ação judicial de R$ 20 milhões só para comprar medicamentos que vão atender 37 pessoas. Entendo o lado do juiz, mas ninguém pergunta se o estado tem essa verba
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para cobrir todas as ações judiciais concedidas”, declara o secretário. A projeção do MS é de que, em 2015, as despesas com judicialização ultrapassem a cifra de R$ 900 milhões na esfera federal. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, também criticou o uso exacerbado do Poder Judiciário para, segundo ele, “desorganizar o sistema público de Saúde”. “Não estou questionando o direito de cada brasileiro ir à Justiça garantir o seu acesso. Estou me insurgindo contra a utilização do Poder Judiciário para transformar o nosso País em uma plataforma para lançamento de medicamentos, insumos, órteses e próteses sem nenhum critério, produzindo profundas iniquidades no acesso da população à Saúde. Quando sou obrigado a comprar um medicamento em fase dois de teste na Itália por 400 mil dólares, o dinheiro vai fazer falta para centenas, para milhares de brasileiros que dependem daquele recurso. Isso é profundamente desorganizador. É o Poder Judiciário determinando como o Executivo vai utilizar seu orçamento”, criticou Chioro. As declarações do ministro da Saúde convergem diretamente com um levantamento divulgado pelo estado de São Paulo, que afirma que dois terços das ações judiciais contra o SUS no estado são iniciadas por pessoas com convênios médicos particulares ou que frequentam clínicas privadas. O estudo mostra que 65% das prescrições na origem dos processos partem de médicos particulares. “É uma situação complexa, quase uma espécie de Robin 78
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Hood às avessas, onde é tirado dos mais pobres para dar a quem tem condições de pagar por um bom advogado”, afirma Uip. As críticas são endossadas pelo diretor do Centro Cochrane do Brasil, Dr. Álvaro Atallah. Há 25 anos, o Cochrane trabalha junto às autoridades judiciárias do País para levar e discutir o que de realmente viável existe no mundo em avanços medicinais. A ideia de difundir esse conhecimento científico é justamente para embasar as sentenças jurídicas de juízes e magistrados, separando o joio do trigo entre os inúmeros pedidos que chegam todos os dias ao Poder Judiciário. O Dr. Atallah diz abertamente que certas judicializações servem interesses financeiros dos grandes fabricantes de medicamentos, que fazem lobby na Anvisa e no MS para ter seus medicamentos de alto custo incluídos no sistema de gratuidade. “A judicialização de fato é um direito individual do cidadão, mas é preciso separar o que é realmente relevante ou não. Ela só existe porque a Medicina muda todo ano com novas descobertas, mas o Direito Público infelizmente passa por reforma a cada 70 anos. O que é preciso registrar, no entanto, são o interesse e o lobby de grandes empresas. Eles estão presentes não só nos corredores de Brasília, como também no meio médico. Os conselhos de medicina tentam combater, mas a última crise das próteses cirúrgicas está aí para mostrar que o Direito não pode ignorar esse conluio com certos profissionais da medicina pelo País”, afirma o Dr. Atallah. Para Araújo, entretanto, as declarações do ministro e do secretário invertem o papel do Estado no
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Documentos necessários para ingressar com ação contra: O Sistema Único de Saúde (SUS) • Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); • Cartão SUS; • Laudo de exames relacionados ao procedimento médico; • Relatório médico atualizado com a descrição do quadro clínico do paciente, evolução clínica, prescrição do tratamento e justificativa; • Documentos que demonstrem que o paciente procurou pelo atendimento; • É recomendável que o paciente notifique, por escrito, as ouvidorias do SUS, com cópia para a Secretaria de Saúde. Os planos de saúde • Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); • Comprovante de pagamento das últimas três mensalidades do plano de saúde; • Cartão do plano de saúde; • Contrato do plano de saúde; • Laudo de exames relacionados com o procedimento médico; • Relatório médico atualizado com a descrição do quadro clínico do paciente, evolução clínica, prescrição do tratamento e justificativa; • Pedido de autorização do procedimento; • Negativa de autorização emitida pelo plano de saúde (quando não for verbal). Fonte: ACJ Advogados Associados
problema, transformando em vilão apenas o cidadão que busca tratamento. “O problema não é o excesso de ações, mas sim a má gestão da saúde no País. Não se pode aceitar uma inversão de papéis. A culpa do excesso de ações é da ineficiência do serviço. O cidadão que precisa agendar uma consulta chega às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – postos de saúde – às cinco da manhã e não sabe se conseguirá ser atendido pelo clínico geral. Se precisar de uma consulta com um especialista, a UBS irá encaminhá-lo para a UBS Especialistas e essa outra consulta pode levar mais de quatro meses para acontecer. 80
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Portanto, os tratamentos médicos autorizados por meio de medidas judiciais nada mais são do que os tratamentos médicos que deveriam ter sido oferecidos, sem resistência, pelo SUS e é para essa finalidade (garantia de atendimento médico) que o orçamento público deve servir”, declara o advogado.
processo de espera O tempo médio de um processo judicial da área de Saúde no Brasil é de cerca de dois ou três anos até a finalização total dos recursos, segundo os especialistas. Mas uma liminar de emergência pode sair em um ou dois meses, graças ao artigo 1.211-A do Código de Processo Civil, que assegura a prioridade na tramitação de processos para pacientes portadores de graves doenças. Com a ajuda de entidades, como o Centro Cochrane do Brasil, por exemplo, alguns órgãos, como o Tribunal de Justiça de São Paulo, já contam com câmaras técnicas, onde representantes médicos fazem a análise de alguns processos mais complexos e até tentam conciliações, na tentativa de desafogar mais o sistema judicial. A experiência está sendo replicada em vários estados e, segundo a advogada Rosana Chiavassa, que também é especialista em Direito da Saúde, já há mais resistência do Poder Judiciário no acolhimento de liminares para certos casos. “O Poder Judiciário está mais criterioso, principalmente em casos de hepatites e cirurgias eletivas não emergenciais. A lógica é ‘quanto maior o risco de morte, mais célere a sentença ou a liminar’. Os juízes continuam sensíveis à vida, porque sabem que a judicialização, em diversos casos, é a única esperança para muitos pacientes. Mas claramente já há uma disposição em protelar casos que possam ser objeto de conciliação ou de adequação de tratamento dentro da realidade atual”, conta Rosana. Para ela, a manutenção da vida está acima de qualquer orçamento público: “A atual situação de fato mostra que é preciso repensar a universalidade da saúde pública brasileira, assim como acontece em outros países. Os 300 mil processos atuais não representam nem 1% dos 150 milhões de brasileiros com direito ao tratamento digno pelo SUS, nem os 50 milhões que usam os planos de saúde. Para muitos pacientes, a judicialização é o fio de esperança que os prendem à vida. E enquanto juízes forem humanos, sentenças favoráveis à vida serão dadas. O contrário é a negação da humanidade do magistrado, e até de nós mesmos”, declara a advogada.
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Boa adaptação Quando o governo mostrou interesse em mudar a legislação em torno dos medicamentos similares, o mercado farmacêutico ficou apreensivo. Hoje, com as alterações já em vigor, pouco mudou Por Flávia Corbó
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No dia 13 de outubro de 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial da União, os requisitos necessários para que um medicamento similar possa substituir o de referência. As regras entraram em vigor no dia 1º de janeiro de 2015 e, desde então, os similares que já tenham comprovado equivalência farmacêutica podem declarar na bula que são substitutos. Dentro das farmácias, a mesma prescrição médica que permite a compra de um medicamento de referência ou de um genérico passou a viabilizar a
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aquisição do similar, que contém os mesmos princípios ativos, a mesma concentração e a mesma posologia que o de referência. Quanto à embalagem e ao preço, nada mudou. O projeto inicial visava à impressão da sigla EQ nas caixas secundárias e um preço menor que os de referência, mas indústria e varejo se uniram e conseguiram derrubar as medidas, antes mesmo que entrassem em vigor. Especulava-se, então, que só seria sentida uma mudança quanto aos medicamentos de venda controlada. Isso porque, na prática, as farmácias não solicitam a prescrição médica na hora de vender medicamentos de tarja vermelha – foto: shutterstock
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a não ser aqueles cuja receita deve ser retida, como antibióticos – e, assim, essa troca pelo similar acabava já sendo feita livremente. Agora, passados nove meses desde que a intercambialidade dos similares entrou em vigor, indústria e varejo conseguem ver, de fato, os impactos que as mudanças na legislação causaram no setor farmacêutico. A indústria, representada pela figura do presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, a princípio, via como desnecessária as mudanças na legislação. Quando o tema ainda estava em debate, o executivo declarou que a empresa fabricante de similar que desejava que seu medicamento fosse intercambiável, deveria pleitear a retirada da marca do produto e transformá-lo em genérico. Com a lei em vigor, a opinião não difere muito. “Não mudou nada, continuam vendendo medicamentos sem receita; nos locais em que já era feita a troca, a prática segue. Não houve ampliação de mercado dos similares. Todos seguem no mesmo ritmo.” Ou seja, os produtos de referência e genéricos não foram marginalizados, como alguns players do setor temiam. Segundo Mussolini, o fenômeno não ocorreu porque a possibilidade de troca de referência por similar não chegou ao consumidor final. “As pessoas nem sabem disso. Tarjados não têm propaganda, então essa possibilidade não chega à população.”
Farmarcas, associação que administra sete redes associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, o mercado seguiu seu curso normal. “Todas as categorias de produtos cresceram sua participação em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas o maior crescimento foi do genérico, fato esse semelhante aos períodos passados.” A situação parece ser diferente quando são analisados apenas os medicamentos tarjados, que não podem ser anunciados em campanhas comerciais, segundo dados fornecidos pelo diretor administrativo da FarmaFort e membro do conselho da Febrafar, Rogério Lopes Júnior. A análise da ferramenta Acompanhamento Corporativo de Demandas (Acode), solução de gerenciamento de dados, que integra as informações das farmácias associadas à Febrafar, aponta que, entre 2014 e 2015, os medicamentos propagados tiveram um crescimento de 7,94%; os genéricos, de 20,65%; e os não propagados, categoria em que há mais substituição pelos equivalentes, de 44%. A performance foi melhor, inclusive, do que a dos produtos de perfumaria, que cresceram 25%. Para a diretora da rede Agafarma, Janete de Matos, o desempenho dos similares no varejo pode mudar muito de uma loja para outra, pois envolve diversos fatores. “A aceitação do consumidor varia muito de acordo com as regiões do País e, até mesmo, pela maneira como o proprietário da farmácia enxerga a classe C e decide trabalhar as categorias de similares, genéricos ou referência.”
Rotina do varejo
Análise de confiança
Os noves meses de consolidação da intercambialidade dos similares parecem não ter causado impacto também nas farmácias e drogarias. De acordo com o presidente da
Os números podem indicar que os medicamentos similares são bem-aceitos pela população, sem qualquer dúvi-
Crescimento em valores - Brasil x Febrafar MAT.* 4/2014 x MAT. 4/2015
Grupos
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Trimestre** (2/14 a 4/14) x Trimestre (2/15 a 4/15) Brasil
Mês 4/2014 x Mês 4/2015
Febrafar
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Referências
6,59%
9,18%
7,00%
9,90%
6,52%
8,83%
Similares
12,24%
17,36%
14,46%
20,09%
12,78%
19,29%
Genéricos
20,13%
32,38%
23,26%
31,11%
16,13%
25,32%
Total
12,29%
19,95%
13,79%
20,80%
11,18%
18,28%
* MAT. = Moving Annual Total (Movimento Anual Total, em português) ano móvel acumulado – 12 meses móveis ** Trimestre: fevereiro a abril
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Evolução dos medicamentos entre 4/14 e 4/15 Referências 8,83% 6,52%
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Febrafar Similares 19,29%
12,78%
da a respeito da segurança e eficácia. “Os similares de laboratórios mais conhecidos e conceituados geralmente são bem-aceitos, principalmente se o farmacêutico, no atendimento, explicar a questão dos similares intercambiáveis e as alterações de legislação que tivemos com o passar do tempo”, opina Janete. Para a varejista, quando há resistência a um medicamento similar, o motivo não é a desconfiança quanto à qualidade do produto. “O consumidor não dispõe de conhecimento para separar o que é um produto de referência e o que é um produto similar; quando existe a resistência na troca, é por convicção de que ele deve tomar o que foi receitado pelo médico.” O ideal seria o atendente explicar que, para que seja autorizada a substituição do medicamento, os similares devem apresentar os testes de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica, que atestam que o produto apresenta o mesmo comportamento que o medicamento de referência. Mas, de acordo com Lopes Júnior, a realidade no dia a dia do balcão é bem diferente. “Recebemos pouca informação sobre intercambialidade, sobre quais produtos estão inseridos neste contexto. Tentamos passar o conhecimento para a equipe, mas temos poucos materiais sobre o tema.”
Opção mais em conta Brasil
Febrafar Genéricos 25,32%
16,13%
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Quando faltam dados para os profissionais que atuam na área da saúde, é certo que os consumidores também estão carentes de informação. Por isso, para o executivo, a boa aceitação dos similares e o crescimento da categoria de medicamentos propagados pouco têm a ver com confiança na qualidade dos intercambiáveis. Para o varejista, é o bolso que tem falado mais alto, principalmente em tempos de incertezas econômicas. “Temos sete lojas em Sorocaba e outras nove na região. Já vemos alguns clientes desempregados, outras pessoas ganhando menos, aí o cliente opta pelo produto pelo qual vai pagar menos.” A opinião pode ser comprovada quando comparado o crescimento de genéricos (20%) com os de referência (8%). “O consumidor conhece muito pouco a respeito da diferença entre um medicamento de referência e um similar, mas entende de contas na hora de fazer economia. Quer o produto com menor preço”, complementa. Por enquanto, a rede gerenciada por ele não ampliou o portfólio de similares vendidos nas lojas, mas o movimento pode estar ocorrendo naturalmente. “Como o crescimento dos não propagados está bem acima das demais categorias, o estoque está se esgotando. Quando você vende mais, compra mais, amplia o mix de produto.”
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Atendimento de ponta Muito mais do que ser prestativo e simpático, um bom atendente de balcão de farmácia deve possuir conceitos básicos sobre medicamentos, para que possa passar informações seguras aos consumidores
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Por Flávia Corbó
Gostar de lidar com pessoas é uma característica imprescindível que todo profissional que trabalha na área de atendimento de uma farmácia precisa ter. Saber ouvir o cliente, com atenção e paciência, é fundamental, ou seja, um sorriso no rosto não é suficiente. Um bom profissional deve estar preparado para passar informações e orientações corretas e garantir a segurança e eficácia do tratamento que o paciente busca. Por isso, é preciso conhecer os produtos vendidos na farmácia. A área que analisa desde a formulação do princípio ativo até a ação terapêutica que aquela substância tem no organismo é a farmacologia. “É o
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estudo de substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, ou seja, o estudo dos efeitos destas substâncias no funcionamento de sistemas vivos”, detalha a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. Atualmente, na estrutura da farmacologia, estão inseridas muitas áreas como, neurofarmacologia, imunofarmacologia, farmacocinética, entre outras. Nos currículos das faculdades de Farmácia, todos esses desdobramentos são amplamente estudados. O profissional que atua no varejo pode compreender de maneira bem mais resumida fotos: shutterstock
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Indicações: protege a pele contra assaduras. MS 1.5584.0080. Agosto / 2015 *Fonte: Bula o Produto.
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farmacologia
O que o balconista precisar saber
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PRINCÍPIO ATIVO
É a parte ativa do medicamento, aquela que tem a ação farmacológica, que fará o efeito. O fármaco é o princípio ativo, então, por exemplo: diversos componentes integram um comprimido de ácido acetilsalicílico, mas o princípio ativo é o próprio ácido acetilsalicílico. “Cada princípio ativo (fármaco) tem suas especificidades. O conhecimento dos fármacos se faz necessário para as orientações quanto à terapia medicamentosa dos pacientes, considerando todos os fatores interferentes, além da possibilidade de interações medicamentosas ou alimentares e das possíveis reações adversas”, pontua a professora titular e farmacêutica responsável pela FarmáciaEscola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti.
PRINCIPAIS FORMAS FARMACÊUTICAS/VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
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De acordo com conteúdo publicado no livro Farmacologia – Como agem os medicamentos, escrito pela farmacêutica docente na Faculdade Método de São Paulo (Famesp), Vera Pivello, o mercado oferece muitos medicamentos com o mesmo princípio ativo, mesmo nome comercial, frequentemente, com diversas formas farmacêuticas diferentes. Por exemplo: • Metoclopramida: disponível em comprimidos, gotas pediátricas, ampolas; • Cetoprofeno: cápsulas, supositórios, ampolas, comprimidos, drágeas, cápsulas gelatinosas e gotas pediátricas; • Ibuprofeno: comprimidos, drágeas, cápsulas gelatinosas e gotas pediátricas; • Dipirona: comprimidos, gotas, solução oral, injetável, supositórios. “Por que tantas apresentações diferentes para um mesmo princípio ativo? São vários os motivos, por exemplo, de acordo com cada apresentação, o tempo para o início da ação do medicamento será diferente. No uso oral, as gotas dissolvidas em água começam a agir mais depressa no organismo que as cápsulas e os comprimidos, porque já estão dissolvidas e o medicamento será mais facilmente absorvido”, explica Vera. Mas não é só para obter efeito mais rápido que existem várias apresentações; há outros motivos, como: a necessidade de liberação mais lenta de um princípio ativo; não desejar que ele se desintegre no estômago e, sim, no intestino; quando a substância não pode ser usada por via oral, porque é passível de ser destruída pelos sucos digestivos; comodidade, praticidade, facilidade de transporte; necessidade de evitar gosto desagradável; apelos de marketing.
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FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO Segundo Maria Aparecida, a escolha da via de administração do medicamento depende de fatores diversos e o paciente deve ser analisado com suas particularidades específicas: necessidade ou não da rapidez na ação da droga; efeito local e sistêmico; propriedades da droga e da forma farmacêutica; idade do paciente; conveniência para o paciente e estado geral de saúde; quantidade a ser administrada; velocidade de absorção e distribuição; pico e tempo de ação ou efeito do fármaco; duração do tratamento; particularidades inerentes ao paciente e cuidador (no caso de crianças, idosos, pacientes com necessidades especiais, etc.); utilização de outros medicamentos; etc.
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VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Via oral • Vantagens: fácil administração, confortável, facilidade para carregar e transportar. • Desvantagens: interação com alimentos, limitação para pacientes inconscientes, idosos, crianças, efeito de primeira passagem. Via sublingual • Vantagens: fácil administração, boa vascularização da via, não apresenta efeito de primeira passagem, utilização em situação de agudização da enfermidade, resposta rápida. • Desvantagens: limitação para pacientes inconscientes e para uso pediátrico. Via retal • Vantagens: utilizada para pacientes que não podem colaborar em decorrência do estado de saúde (inconsciência, vômito), além dos pacientes idosos que apresentam dificuldade na deglutição e também crianças. É uma alternativa à via oral quando há limitações de uso. • Desvantagens: incômodo da administração, eliminação da forma farmacêutica após a administração, absorção irregular. Via intramuscular • Vantagens: é uma via de depósito, fácil aplicação. • Desvantagens: pode ser dolorosa, não pode ser utilizada para a administração de grandes volumes.
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TIPO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS
• Ação local: o medicamento age no local onde foi depositado, não atingindo a corrente sanguínea. Por exemplo: colutórios, gotas otológicas, etc. • Ação sistêmica: o medicamento precisa passar pela corrente sanguínea para chegar ao local de ação. Exemplo: xaropes, comprimidos, cápsulas, suspensões, soluções, etc.
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ADESÃO
Adesão é a aceitação do paciente, ou usuário do(s) medicamento(s) ao tratamento. Essa etapa é essencial, pois a pessoa passa pelo médico, faz os exames solicitados, mas deve também utilizar os medicamentos que lhe foram prescritos. “Não adianta não cumprir o tratamento medicamentoso (bem como as outras orientações dadas pelo médico e demais profissionais de saúde), ou desistir dele no meio do caminho”, ressalta Vera.
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MÉTODOS PARA CONSEGUIR ADESÃO
Para Vera, o melhor método é o esclarecimento do paciente sobre as consequências de cumprir e/ou não cumprir o tratamento. A conscientização sobre seu tratamento, sobre a ação de cada medicamento e a forma como cada um age despertará no paciente a responsabilidade sobre a condução de seu tratamento. Caso a conversa não resolva, há outras técnicas disponíveis, segundo Maria Aparecida, como avaliação das condições sociais e econômicas de cada indivíduo (que estão relacionadas ao seu modo de vida), criação de uma rotina de administração do medicamento, sistemas (porta-medicamentos) que facilitem a administração de medicamentos, sistemas que por telefone celular alertam o horário da administração de medicamentos, contato do farmacêutico com os pacientes crônicos de determinados medicamentos, entre outras.
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Orientação necessária
O leque de assuntos relacionados à farmacologia é extenso, mas há alguns pontos-chave que devem ser repassados aos atendentes para garantir um bom atendimento, seja para venda de medicamentos sob prescrição médica, seja para os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Para os profissionais do atendimento, os pontos mais cobrados incluem o porquê determinado medicamento está sendo utilizado, os efeitos adversos que pode causar, as precauções de seu uso e as interações medicamentosas, caso o paciente utilize mais de um.
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Conhecimento básico
Alguns medicamentos requerem atenção redobrada no momento de indicar a via de administração correta. Saiba mais.
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Ainda que seja necessário investir no preparo dos balconistas, é válido ressaltar que os colaboradores devem realizar as atividades sob a supervisão do farmacêutico responsável técnico ou do farmacêutico substituto, dentro dos padrões técnicos definidos e o limite de atribuições e competências estabelecidos pela legislação. “A farmácia/drogaria deve ter um farmacêutico presente durante todo o período em que o estabelecimento estiver aberto e, portanto, os atenden-
tes não poderão ficar sem supervisão. O farmacêutico responde pelos atos que praticar ou pelos que autorizar no exercício da profissão”, alerta Maria Aparecida. O farmacêutico responsável técnico se responsabilizará por todos os atos praticados no estabelecimento, respondendo, em qualquer situação, solidariamente com os demais funcionários em decorrência de responsabilidade relacionada a escolher a equipe e a distribuir as tarefas, bem como, a de vigiar a execução das atividades. Portanto, o farmacêutico responde também pelos erros de sua equipe (responsabilidade solidária).
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os princípios da farmacologia, mas deve dominar os conceitos básicos para prestar um atendimento satisfatório. “Conhecer os fármacos (que, na nossa atividade, foram devidamente ‘preparados’ pela indústria farmacêutica ou pelos processos de manipulação), nos dá a condição de orientar as pessoas que atendemos sobre a forma de utilização, os efeitos colaterais e o perigo de misturar medicamentos – o que pode causar problemas devido à interação medicamentosa”, defende a farmacêutica docente na Faculdade Método de São Paulo (Famesp), Vera Pivello. Maria Aparecida vai além. Acredita que os atendentes devem receber treinamento sobre diversos outros temas, para que possam atender satisfatoriamente às solicitações dos farmacêuticos, particularmente, na hora da dispensação e no acompanhamento de atividades relacionadas à Atenção Farmacêutica. “Os colaboradores devem ter conhecimento sobre vários assuntos relacionados às atividades desenvolvidas. Se eles não estiverem capacitados adequadamente, se tornarão somente ‘atendentes’ com a função de venda, o que não é mais aceitável considerando que a farmácia é um estabelecimento de saúde.”
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Distúrbios oculares
Olhos vermelhos, ardência, irritação, lacrimejamento, sensação de areia na vista, visão embaçada no fim do dia, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente ao computador? Esses sintomas afetam grande parte da população Por Tassia Rocha
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Você já ouviu falar na Síndrome do Olho Seco? Sabe o que é? Pois bem, as lágrimas são produzidas pelo olho o tempo todo para hidratar a superfície ocular e evitar que esta importante área fique seca, além de proteger da ação de agentes externos, como bactérias e partículas de poeira. Dissolvidas na lágrima, existem inúmeras substâncias, como proteínas e enzimas que auxiliam na nutrição e na defesa da superfície ocular. Quando há falta de lágrimas ou quando elas são produ-
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zidas em quantidade menor do que o necessário, a síndrome é desencadeada. “Sempre pensamos na lágrima como um lubrificante natural do olho e esta, de fato, é uma importante função. Entretanto, existem diversas outras relacionadas ao bom funcionamento do olho como um todo: a lágrima regulariza a superfície ocular auxiliando na visão; tem uma importante função antibacteriana por meio de anticorpos presentes em seu conteúdo; é responsável pela nutrição de grande parte da superfície ocular, principalmente da córnea que fotos: shutterstock
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Os lubrificantes atuam no organismo de forma diferenciada dos colírios. O colírio age com rapidez e com menor dosagem ao se comparar a via sistêmica. O lubrificante age diretamente no olho, aumentando a lubrificação da superfície ocular e diminuindo a evaporação das lágrimas
é um tecido avascular e, portanto, não recebe nutrientes pela circulação sanguínea; funciona como uma barreira protegendo o olho de danos causados por pequenos corpos estranhos; além disso, auxilia na mecânica do piscar, suavizando as superfícies de contato”, explica a oftalmologista e gerente médica da Johnson & Johnson Vision Care, Dra. Wânia Freire. Segundo informa a especialista, quando os olhos não são lubrificados de maneira suficiente, existe a sensação de olho seco caracterizada por desconforto e até por dificuldade visual em alguns casos. A Síndrome do Olho Seco, ou Síndrome da Disfunção Lacrimal, é uma doença crônica caracterizada pela diminuição da produção de lágrima ou alteração em algum de seus componentes. Esse distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea, o que facilita o aparecimento de lesões. Pode estar relacionada à exposição a determinadas condições do meio ambiente (poluição, computador), trauma (queimaduras químicas), alguns medicamentos, idade avançada, menopausa (nas mulheres) e doenças 96
do sistema imunológico (síndrome de Sjögren, Stevens-Johnson e outras). O problema é mais comum entre as mulheres que fazem uso de anticoncepcional, antidepressivo e/ou que estão na menopausa, devido às alterações hormonais. Além disso, pode ser frequente nos pacientes com doenças reumáticas, que também, de modo geral, acometem mais o público feminino. “Os principais sintomas são ardência, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, secura, vermelhidão e coceira. Nos casos mais graves, o acometido pode apresentar maior produção de muco, dificuldade de movimentar as pálpebras, além de fotofobia. Alguns pacientes apresentam também olhos vermelhos quando acordam pela manhã, fato que tende a melhorar no decorrer do dia, e pioram com a exposição ao vento e ao ar condicionado. Outros piscam muito, têm visão embaçada ou lacrimejamento excessivo, principalmente quando prestam mais atenção numa leitura ou quando estão usando o computador”, informa o diretor médico da Alcon, Dr. Marcelo Gomes. A Computer Vision Syndrome (CVS), ou Síndrome da Visão do Computador, pode afetar qualquer pessoa que, com muita frequência, passa mais de duas horas diante do PC, sem pausa, o que gera o ressecamento dos olhos, miopia transitória, etc. “O filme lacrimal é reposto a cada piscar que, em situações normais, ocorre entre sete e dez segundos. O uso prolongado do computador faz com que o intervalo entre um piscar e outro se estenda, muitas vezes, além de 60 segundos, deixando, desta maneira, a superfície do olho sem hidratação por tempo prolongado, pois a lágrima evapora mais precocemente e não é reposta no tempo ideal”, alerta a oftalmologista consultada pela Allerga, Dra. Myrna Serapiã. Ela informa que o mesmo ocorre com a exposição prolongada ao ar condicionado, onde ocorre a evaporação excessiva da lágrima, ocasionando o surgimento dos sintomas de ressecamento.
Medidas preventivas O bem-estar ocular nem sempre é visto como prioridade por muitos pacientes. Algumas alterações graves podem apresentar-se inicialmente assintomáticas, portanto, é importante que visitas re-
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Composição da lágrima
A lágrima é composta, basicamente, por três camadas: 1. A camada proteica, constituída por mucina que está em íntima relação com a córnea e é responsável por manter a camada aquosa distribuída por toda superfície;
2. A camada aquosa (cerca de 90% do filme lacrimal) que contém, além de água, inúmeras substâncias solúveis;
3. E a fina camada lipídica superficial que mantém o filme lacrimal intacto, evitando a evaporação excessiva da camada aquosa. Fonte: oftalmologista e gerente médica da Johnson & Johnson Vision Care, Dra. Wânia Freire
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A Síndrome do Olho Seco, ou Síndrome da Disfunção Lacrimal, é uma doença crônica caracterizada pela diminuição da produção de lágrima ou alteração em algum de seus componentes. Esse distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea
gulares sejam feitas ao oftalmologista, mesmo na ausência de sintomas. Para a prevenção do olho seco, o ideal é hidratar os olhos várias vezes ao dia, antes que tenham “sede” ou desidratem, da mesma forma como deve ser feito com o organismo, por meio da ingestão 100
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frequente de água. Normalmente, o tratamento do olho seco se dá pela utilização constante de lágrimas artificiais, que agem com o objetivo de hidratar e manter a superfície ocular hidratada por mais tempo. Segundo o oftalmologista do Hospital San Paolo, Dr. Alexandre K. Misawa, a utilização de lubrificante artificial, a realização de pausas regulares durante o uso do computador, diminuição do brilho do monitor, ingestão de muito líquido e permanecer com os olhos fechados em intervalos regulares são atitudes que garantem maior conforto e alívio. Os lubrificantes atuam no organismo de forma diferenciada dos colírios. O colírio age com rapidez e com menor dosagem ao se comparar a via sistêmica. Os lubrificantes agem diretamente no olho, aumentando a lubrificação da superfície ocular e diminuindo a evaporação das lágrimas. A Síndrome do Olho Seco é um processo crônico, assim sendo, o tratamento deve ser de uso contínuo ou de acordo com a orientação do médico. O oftalmologista revela que, quando a causa é a diminuição da produção da lágrima, o importante é investigar a etiologia e tratar a doença de base. “No início, podem ser usadas lágrimas artificiais e, em casos mais avançados, é recomendado o uso de pomadas lubrificantes, que possuem poder de lubrificação maior, e até casos cirúrgicos para preservar a lágrima.”
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Evitando o contágio e
o constrangimento o problema pode ser fator de grande incômodo entre os acometidos, devido às lesões visíveis. Conheça os métodos preventivos e formas de tratamento mais efetivas para a doença
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Por Kathlen Ramos
Dor, ardência e coceira nos lábios, acompanhadas de lesões no local, são sinais comuns de uma doença infecciosa que pode acometer boa parte da população: o herpes labial. “Trata-se de uma doença causada pelo vírus herpes 1 (HSV-1), que aparece, geralmente, na região próxima aos lábios, mas também perto do nariz ou bochecha, de um só lado da face, tendo um aspecto avermelhado com vesículas agrupadas, sendo pruriginoso e até doloroso”, descreve a dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Samantha Kelmann. Conforme já citado, os sintomas são bastante incômodos, passando por dor e prurido no local, onde aparecem vesículas agrupadas
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sobre uma base avermelhada ou eritematosa. “O principal sintoma é o aparecimento de vesículas no lábio. Essas lesões evoluem para crostas e cicatrizam espontaneamente, após sete a dez dias”, afirma o infectologista do Laboratório Exame, de Brasília, Dr. Alberto Chebabo. O infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. José Ribamar Branco, lembra que horas ou um dia antes do aparecimento das vesículas na pele, algumas pessoas pressentem a crise pelos sintomas desagradáveis de ardor, queimação ou coceira no local afetado, porque o vírus está replicando e “caminhando” pelo nervo. Ele reforça, ainda, que pacientes com crises podem passar por bastante dor, o que tem um motivo. “O foto: shutterstock
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Fatores desencadeantes
orientação indispensável 1) O herpes vírus é altamente infectante. Assim, a primeira orientação que se dá aos pacientes sempre diz respeito aos cuidados locais de higiene. 2) Deve-se lavar bem as mãos, evitar contato direto com outras pessoas e não furar as bolhas sob nenhum pretexto. 3) É indispensável prevenir uma infecção secundária por bactéria, o que iria piorar muito o quadro. 4) Deve-se, ainda, minimizar o risco de disseminação indireta, lavando bem itens, como toalhas e talheres ou copos, antes de reutilizá-los. 5) De preferência, não compartilhar itens com uma pessoa infectada, principalmente quando ela tiver lesões de herpes. 6) Evitar desencadeadores (principalmente exposição ao sol), se tiver tendência ao herpes labial. 7) Evitar o sexo oral quando estiver com lesões de herpes na boca ou perto da boca. Os preservativos podem ajudar a reduzir (mas não a eliminar totalmente) o risco. Fontes: infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. José Ribamar Branco; e infectologista do laboratório Exame, Dr. Alberto Chebabo
vírus tem afinidade pelas terminações nervosas (tropismo), onde permanece silencioso. Quando a pessoa tem uma baixa de resistência, ele começa a se multiplicar, o nervo inflama e surgem os sintomas citados, antes mesmo de o quadro clínico se instalar”, mostra. Segundo o Dr. Branco, o herpes labial pode apresentar várias recorrências durante um ano ou apenas uma ou duas durante toda a vida. “A frequência é determinada por vários fatores, entre eles, a competência do sistema imune do paciente e o tipo de vida que o mesmo leva. Conforme os anos vão passando, as recorrências tendem a se tornar mais fracas e espaçadas.”
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Sabe-se que mesmo quando uma pessoa é infectada pelo HSV-1, nem sempre isto significa que a doença vá se manifestar. “Cerca de 80% a 90% da população com mais de 40 anos de idade já teve contato com o vírus do herpes labial em algum momento da vida. No entanto, apenas 1/3 desenvolve a doença, apresentando lesões recorrentes da boca. Os outros 2/3 desenvolvem anticorpos, não apresentam sintomas e se tornam imunes ao vírus”, mostra o Dr. Branco. Como o vírus fica latente, bloqueado pelo sistema imunológico, qualquer fator que reduza a imunidade pode levar à manifestação clínica da doença, com aparecimento de lesões. “Entre os fatores que podem desencadear a doença, estão o uso de medicações imunossupressoras, as doenças que reduzem a imunidade, como câncer, além da exposição exagerada ao sol”, enumera o Dr. Chebabo, lembrando que qualquer pessoa é susceptível ao HSV-1, desde que exposta ao vírus. No entanto, pacientes imunossuprimidos têm maior chance de apresentar lesões mais extensas. Vale lembrar, ainda, que pacientes com quadros de estresse ou ansiedade, também estão mais propensos ao problema. A transmissão se dá como em qualquer vírus, seja pelo contato direto ou indireto. “Nos adultos, a transmissão mais comum acontece através do beijo ou de talheres e copos contaminados. Porém, a maioria das pessoas se contamina com o vírus herpes simplex tipo 1 ainda na infância, quando o contato com secreções orais é muito comum”, esclarece o especialista do Hospital São Camilo.
Formas de tratamento Devido ao local da lesão e seu aspecto, o herpes labial pode causar, além de dor, muito constrangimento entre os acometidos. Assim, reduzir o número de crises ou torná-las mais amenas é uma busca constante entre os pacientes. O tratamento deve ser indicado para todos aqueles com herpes labial, porque, assim, tornam-se reduzidas as possibilidades de contágio, segundo lembra o Dr. Branco. “Estudos demonstram que algumas pomadas de uso tópico ajudam a diminuir o período de evolução da crise herpética, mas o efeito é muito discreto, se comparado com o dos casos em que elas não foram aplicadas. Por isso, os medi-
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Dúvidas frequentes apresentadas pela população 1) O vírus HSV-1, responsável pela maioria dos casos de herpes labial, também pode desencadear herpes genital? O herpes genital é causado pelo HSV-2. Porém existem de 10% a 20% de casos de herpes labial (HSV-1) encontrados em várias partes do corpo, inclusive na região genital. 2) O vírus pode permanecer latente por muito tempo no organismo? Uma vez que a infecção primária tenha desaparecido, o vírus herpes simplex tipo 1 não morre. Ele permanece vivo no corpo, adormecido nas células dos nervos, à espera de uma baixa do sistema imunológico para voltar a atacar. Muitos pacientes não apresentam a infecção primária pelo herpes. Isso não significa que o vírus não esteja vivo dentro das células nervosas. Se o paciente apresentar alguma queda na imunidade, e isso pode ocorrer, por exemplo, durante períodos de estresse, o herpes labial pode aparecer pela primeira vez somente anos depois da contaminação. Quando o paciente não apresenta a infecção primária, é quase impossível determinar a data em que o mesmo foi contaminado. 3) O herpes labial pode gerar complicações quando não tratado? Se sim, quais são elas? As complicações se dão quanto maior o grau de imunodeficiência do paciente, como faringite, meningite e encefalite herpética. Mas a grande maioria dos casos de herpes labial é autolimitada. 4) A primeira manifestação da doença pode ser mais grave? Em cerca de 20% dos indivíduos que desenvolvem sintomas do herpes labial, a primeira vez em que as lesões surgem, chamada de infecção primária, costuma ser a que apresenta os sintomas mais intensos. O paciente pode apresentar febre, mal-estar, perda do apetite, dor de garganta e aumento dos linfonodos do pescoço. Nas crianças, é comum haver gengivite (inflamação da gengiva), enquanto, no adulto, uma faringite forte, com pus e úlceras na faringe e nas amígdalas, é o sintoma mais comum da infecção primária pelo vírus herpes simplex tipo 1. O quadro costuma durar até duas semanas e desaparece espontaneamente. Fontes: dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Samantha Kelmann; e infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. José Ribamar Branco
camentos antivirais por via oral são os mais recomendados para o tratamento da doença”, sugere o especialista. “O quadro pode ser muito mais grave, se a imunidade estiver deprimida, e exigirá internação hospitalar e tratamento com antivirais por via endovenosa”, acrescenta o médico. Além dos antivirais, o mercado já oferece substâncias inovadoras que podem auxiliar na prevenção. Uma delas é o cloridrato de lisina. Alguns estudos demonstram que o uso da lisina reduz as infecções de repetição causadas pelo vírus do herpes simples, não permitindo que o vírus se multiplique novamente. A professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP), e professora titular do curso 104
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de Farmácia da Universidade de GuaruNem todas lhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, as pessoas lembra que o cloridrato de lisina é infectadas irão um aminoácido essencial e entra na composição de determinados medimanifestar a camentos polivitamínicos ou polimidoença nerais e, portanto, no País, deve ser considerado como medicamento. “Este aminoácido é encontrado em medicamentos indicados para a necessidade aumentada de vitaminas e do aminoácido essencial lisina em situações, como período de crescimento, deficiência de vitaminas decorrente de dietas restritivas, convalescença pós-cirúrgica, doenças infecciosas ou outras enfermidades”, diz.
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Odor característico O mau cheiro oriundo dos pés, mais conhecido como chulé, é decorrente de ações bactericidas. Existem diversas alternativas disponíveis para o controle do problema Por Tassia Rocha
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Popularmente conhecida como chulé, a bromidrose é o suor com cheiro desagradável, produzido pelas glândulas sudoríparas, que tanto causa constrangimento aos pacientes que sofrem com o problema. O odor nos pés surge pela decomposição do suor gerado por microrganismos presentes na região que, por meio de um processo de fermentação, liberam gases. “Transpiração é uma função fisiológica natural e essencial que regula a temperatura do corpo. Uma pessoa, em média, transpira até um litro diariamente. Entretanto, a transpiração pode ser tanto inconveniente quanto embaraçosa. Marcas úmidas nas roupas, mãos pegajosas, pés que cheiram mal são desconfortáveis e incômodos sintomas de transpiração excessiva”, alerta o diretor-geral da Osler, Paulo Castejón Guerra Vieira. Segundo informa o executivo, o excesso de suor nos pés não é tão visível quanto a hiperidrose nas axilas ou nas mãos. Porém, suar nos pés é bem inconveniente, já que passam a maior parte do tempo cobertos, favorecendo a proliferação de bactérias que causam o mau odor e fungos que podem causar o ‘pé de atleta’. Descobrir a origem do suor é o primeiro passo quando surge o problema de sudorese excessiva. Assim, podem-se distinguir os dois tipos diferentes de hiperidrose: a primária e a secundária. “A hiperidrose primária afeta de 1% a 3% da população mundial e não há causa específica para a origem do suor, apesar de algumas pessoas acharem que os fatores genéticos influenciem neste caso. Os acometidos pela hiperidrose primária começam a apresentar os sintomas bem cedo, quase sempre antes dos 25 anos de idade. Já a hiperidrose secundária é consequência de uma medicação ou de uma doença subjacente e pode, portanto, aparecer de uma hora para outra”, afirma Vieira.
Fim do constrangimento Para muitos, o mau cheiro é somente consequência da falta de banho. Mas algumas pessoas sofrem com o suor excessivo e isto vai além dos cuidados com os pés. Trata-se de um desequilí2015 setembro guia da farmácia
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Mitos e verdades 1- Os pés devem ser lavados com esponja ou bucha e sabonete. Mito: a esponja ou bucha usadas em demasia podem ferir a pele e provocar infecções. Como em todo o corpo, os pés devem ser lavados com sabonete diariamente, mas com delicadeza. 2- Uma secagem benfeita pode evitar o alojamento e a proliferação das bactérias. Verdade: um dos principais motivos das doenças dermatológicas e do aparecimento de fungos e bactérias que provocam o mau cheiro é a umidade gerada pelo suor ou quando os pés e calçados se molham. Nunca se deve deixar os pés molhados. 3- Os pés precisam respirar. Verdade: o principal motivo para a ocorrência de mau cheiro e a proliferação de bactérias é promovido pelos pés impedidos de respirar por causa dos calçados.
4- Meias de algodão são a melhor opção. Verdade: os tecidos orgânicos devem ser preferidos aos sintéticos, pois absorvem melhor a umidade, deixando a pele dos pés mais seca. 5- Não usar os mesmos calçados dias seguidos. Verdade: sapato, bota, tênis, sandália ou chinelo não devem ser usados dois ou mais dias seguidos. E depois de usados, eles devem ser deixados em lugar seco, aberto e arejado (de preferência ao sol) para que a umidade do corpo seque por completo. 6- Fazer uso de antitranspirante. Verdade: quem sofre de suor excessivo e, consequentemente, de mau cheiro nos pés deve usar sempre um antitranspirante com cloreto de alumínio em base álcool.
Fonte: diretor-geral da Osler, Paulo Castejón Guerra Vieira
Transpiração nos pés Para evitar constrangimentos e não precisar conviver com o famoso chulé, é necessário que as pessoas reduzam o nível de bactérias da área por meio de uma limpeza cuidadosa. Com mais de 250 mil glândulas sudoríparas, os pés expelem o suor que, por sua vez, não consegue se dissipar no ar por conta de meias e sapatos. O cheiro, na verdade, é provocado por bactérias que ficam sobre a pele e que absorvem a umidade e excretam a sobra, produzindo um odor forte. Indivíduos que transpiram mais tendem a apresentar mau cheiro intenso e frequente – o que pode, inclusive, piorar em determinada situações (nervosismo, estresse). Recomende ao consumidor lavar os pés com sabonete antibactericida, usar meias limpas e arejar os calçados. Evitar calçar o mesmo tênis todos os dias. Colocar o calçado em local arejado durante 48 horas antes de usá-lo novamente. Lavar os calçados que podem ser lavados e secá-los ao sol. Fonte: Unilever
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brio do organismo que pode provocar situações desagradáveis e de grande embaraço, afetando fortemente a autoestima de quem tem hiperidrose. Por isso, a indústria disponibiliza no mercado diversos produtos que ajudam no dia a dia do consumidor que sofre com esse terrível problema. Os itens podem ser encontrados em talcos, sprays e loções, alguns agem apenas como desodorantes, enquanto outros têm ação antibacteriana. “Para prevenir e tratar odores nos pés, indicamos o uso de talcos, como o polvilho, que combatem diretamente esses microrganismos devido às ações antisséptica, antifúngica e secativa. Também é recomendado secar bem os pés depois do banho, alternar o uso de tênis e sapatos sempre usando meias de algodão, manter o interior dos calçados limpos e andar com os pés ventilados”, sugere o farmacêutico da Granado, Elder Machado. Segundo os especialistas, a hiperidrose não tem cura, mas pode ser controlada com o uso de produtos eficazes.
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sedentarismo
Rotina exaustiva
Comportamento induzido por hábitos decorrentes do conforto dos dias atuais prejudica a saúde dos pacientes. A modernidade proporcionou diversas formas de impedir a prática de qualquer esforço
O Por Tassia Rocha
O sedentarismo já é considerado a “doença” do próximo milênio. Trata-se de um fenômeno comportamental induzido por hábitos que decorrem de comodidades e confortos da vida moderna, em que a evolução da tecnologia substituiu as atividades que demandavam gasto energético por facilidades automatizadas; o ser humano adota, cada vez mais, o hábito de esforçar-se menos, reduzindo assim o gasto energético do seu corpo. Quando a pessoa começa a ter dificuldades em completar atividades normais e simples da sua rotina, como limpar a casa, levar o cachorro para passear, lavar a louça e ca-
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minhar pequenas distâncias, são os primeiros sinais de que algo está errado. As mudanças na sociedade e no estilo de vida parecem estar contribuindo de forma significativa para o aumento do sedentarismo, por meio de opções de lazer que não envolvem qualquer tipo de atividade física, tais como a televisão, o computador e as demais tecnologias disponíveis. “Mais importante do que classificar o sedentarismo como uma doença, devemos reconhecer os problemas relacionados à falta de atividade física. Não se discute, atualmente, que a prática de atividade física na medida certa está relacionada a benefícios funcionais, que a inatividade da pessoa pofoto: shutterstock
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Especial saúde
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de contribuir para um aumento no risco de certas doenças e que pessoas que praticam atividade física de forma correta tendem a ser mais saudáveis. Por outro lado, não devemos entender que o sedentarismo seja a causa de todos os males, nem que a prática de atividade física seja suficiente para prevenir ou tratar todas as doenças que acometem as pessoas”, afirma o gerente médico da unidade MIP Aché, Dr. Carlos Eduardo Travassos. Segundo dados do Ministério da Saúde (Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2013, 33,8% da população adulta das capitais praticava exercícios. O índice é maior que o de três anos anteriores (33,5%), o que aponta para uma tendência de aumento desse hábito. O sedentarismo tem sido associado a diversos problemas graves de saúde, junto com outros comportamentos nocivos, como o tabagismo e a dieta inadequada. Sabe-se, hoje, que a prática de atividade física regular traz para o organismo diversos benefícios fisiológicos e psicológicos necessários para a manutenção de uma vida saudável: mantém e melhora a densidade mineral dos ossos, prevenindo, assim, a perda de massa óssea; melhora a força, a massa muscular e a flexibilidade, principalmente em indivíduos acima dos 50 anos de idade; proporciona melhora do equilíbrio; aumenta a capacidade respiratória; estimula a circulação periférica e ajuda no controle da pressão arterial; melhora o controle da glicose no organismo; melhora o perfil lipídico; melhora a autoestima e a autoconfiança, auxiliando também na manutenção da saúde mental. “No extremo oposto, a falta da atividade física priva o organismo de todos esses benefícios, o que pode levar, em maior ou menor grau, a problemas de saúde importantes. Assim, por exemplo, a falta de mineralização óssea, associada a outras condições pessoais, pode favorecer o aparecimento da osteoporose, doença fortemente associada a um risco aumentado de fraturas, que levam à grande incapacidade e maior mortalidade, principalmente em idosos”, informa o Dr. Travassos. Ele cita que outro exemplo é o desenvolvimento de condições clínicas relacionadas à doença cardiovascular. Nesse caso, o sedentarismo aumenta a chance de obesidade, diabetes, hipertensão e 11 2
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somente 17% dos brasileiros disseram ter disposição para realizar atividades de lazer e 74% afirmaram que não se exercitam regularmente. Ou seja: a qualidade de vida está em segundo plano, condição que pode acarretar ganho de peso, problemas cardiovasculares e até mesmo depressão dislipidemia (alteração nas quantidades de gordura no sangue), condições que aumentam o risco de o indivíduo evoluir para uma doença aterosclerótica com o passar do tempo, estando sujeito a complicações, como infarto ou derrame. “As artérias e veias são responsáveis por levar e trazer o sangue para o músculo, como ele não é utilizado devido à falta de prática de atividades, o corpo fecha esse caminho para gastar menos energia e leva o sangue para partes que necessitam mais. Dessa forma, os músculos vão ficando pouco irrigados e, consequentemente, com pouca mobilidade”, explica o membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) do estado de São Paulo, Dr. Márcio Jansen de Oliveira Figueiredo.
Como combater Segundo especialistas, a orientação de um estilo de vida mais saudável deve incluir, entre outras recomendações, a prática de atividade física, e essa orientação pode ser feita por qualquer profissional da área da saúde, inclusive por profissionais de farmácias. Existem, entretanto, alguns pontos a ser observados. Em primeiro lugar, deve-se lembrar de que, em alguns casos especiais, é importante que seja feita uma avaliação médica prévia do estado de saúde da pessoa, de forma a identificar eventuais riscos envolvidos e a melhor maneira de iniciar a prática.
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sedentarismo
Mudanças de hábito. Oriente os clientes da farmácia 1°. Passo: fazer uma avaliação física (teste de flexibilidade, força muscular, composição corporal e teste ergométrico – avalia o esforço do coração em condições de estresse). Esse passo é importante para avaliar a condição física atual e ajudará a traçar as metas pessoais. 2°. Passo: estabelecer metas realistas, alcançáveis e mensuráveis a curto (um a três meses), médio (quatro a sete meses) e longo prazo (um a dois anos). Atingir e perceber os benefícios associado à atividade física é a forma mais motivadora de manter as mudanças. 3°. Passo: escolher um exercício de sua preferência; mesmo que musculação, caminhada e corrida sejam os mais comuns, talvez o mais prazeroso para o consumidor seja pilates, yoga, badminton ou dança de salão. Isso varia de indivíduo para indivíduo. 4°. Passo: se o paciente não está acostumado a se exercitar, deve começar a atividade física aos poucos, com uma intensidade leve e respeitando os limites do corpo. Isso vai ajudar a evitar lesões e diminuirá as chances de se sentir desestimulado. 5°. Passo: não desistir dos novos hábitos, pois é normal que imprevistos do dia a dia o impeçam de cumprir com os objetivos estabelecidos. Diversos estudos comprovam que o número de desistência dos novos hábitos antes dos três meses é muito maior do que a manutenção dos mesmos. Portanto, nunca desistir na primeira barreira. Tentar quantas vezes forem necessárias! Quando o paciente começar a sentir os benefícios físicos, cardiovasculares e mentais proporcionados pela atividade física, perceberá que todo aquele esforço valeu a pena. Fonte: fisioterapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein, Felipe Gambetta
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De acordo com a fisioterapeuta pela Universidade Metodista de Piracicaba, com doutorado em Reabilitação pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora científica do Centro de Estudos em Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemafe), Dra. Gerseli Angeli, combater o sedentarismo exige boa vontade e disciplina. “É uma questão de escolha, pois, muitas vezes, o consumidor precisa abrir mão do conforto (como ir caminhar, ao invés de chegar em casa e se ‘jogar’ no sofá para descansar. Acordar mais cedo para se exercitar, ao invés de dormir até mais tarde, etc.) De acordo com uma pesquisa recente encomendada por Targifor ao Conectaí, somente 17% dos brasileiros disseram ter disposição para realizar atividades de lazer e 74% afirmaram que não se exercitam regularmente. Ou seja: a qualidade de vida está em segundo plano, condição que pode acarretar ganho de peso, problemas cardiovasculares e até mesmo depressão”, completa. As vitaminas são compostos de grande importância, necessárias ao crescimento, à reparação dos tecidos, ao funcionamento orgânico, essenciais para reações metabólicas específicas no meio celular e vitais para o funcionamento dos órgãos. “Em geral, são obtidas de forma adequada por meio de uma dieta saudável, sendo que o uso de suplementação apenas é necessário em casos de deficiência comprovada. O problema é que, muitas vezes, a dieta do indivíduo moderno não é adequada no que se refere às quantidades ingeridas de vitaminas, e não é incomum a ocorrência de deficiências subclínicas de certas vitaminas. Além disso, em algumas condições específicas, pode haver um aumento transitório das necessidades de uma ou outra vitamina, e a suplementação pode ter efeito benéfico”, orienta o Dr. Travassos. Segundo o especialista, a decisão de suplementar, ou não, esse tipo de nutriente, depende da avaliação individual de cada caso, mas deve-se ter em mente que o consumo excessivo também pode trazer prejuízos conforme o tipo de vitamina. “Por sua vez, o termo energético pode se referir a substâncias conceitualmente diferentes. Os chamados estimulantes causam aumento temporário da energia, mas este efeito é seguido por um período de diminuição acentuada da capacidade de trabalho, resultando em reações desagradáveis”, completa.
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Sistema partido Apesar da necessidade da adoção de hábitos saudáveis ser amplamente divulgada, o número de brasileiros vítimas de doenças cardiovasculares cresce numa projeção preocupante
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Por Flávia Corbó
Em meio a guerras, conflitos e desastres naturais, são as doenças cardiovasculares a principal causa de morte no mundo, levando a óbito mais de 17 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ou seja, 43% de todas as mortes mundiais são provocadas por complicações do aparelho circulatório.
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A situação é ainda mais grave em países em desenvolvimento, como o Brasil. Por aqui, a cada um minuto e meio, uma pessoa sofre um infarto, o que equivale à queda de seis aviões comerciais por mês, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). E o ritmo com que o problema avança pode levar a situação a um estágio ainda mais alarmante. Caso não haja uma reversão fotos: shutterstock
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segundo o cardiologista intervencionista e presidente da Comissão Permanente de Certificação Profissional da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica, Dr. Décio Salvadori Júnior. Quando esses comportamentos estão associados a maus hábitos e doenças crônicas, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e hipertensão, o problema aumenta. “Muitas vezes, há uma carga genética associada, mas o infarto é uma soma de vários fatores. É uma regra matemática. Quanto maior a combinação de fatores de risco, maior a chance de se ter um infarto.” Por isso, ninguém está livre, nem mesmo aqueles indivíduos sem histórico familiar. “O fator emocional é muito importante. O estresse libera adrenalina entre outras substâncias químicas, que constringem os vasos e aumentam a chance de formação de trombos, que dificultam a circulação do sangue no organismo”, comenta o Dr. Salvadori Júnior.
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desses índices, estima-se que, até 2040, ocorra um aumento de 205% na incidência das doenças cardiovasculares no Brasil. A exemplo do que é observado mundialmente, os males do aparelho circulatório são a principal causa de morte por doenças no País, superando inclusive os cânceres. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), todos os anos morrem entre 300 a 400 mil pessoas, sendo 79 mil delas vítimas de infarto. Além do crescente número de casos, outro fator preocupante é a democratização do perfil do acometido pelas doenças cardiovasculares. Até alguns anos atrás, a incidência era maior na quarta e quinta década de vida. Hoje, as vítimas de problemas do aparelho circulatório, em especial o infarto, são cada vez mais jovens. A vida competitiva, o aumento da ansiedade e o estresse são algumas das explicações para o fenômeno,
Outra mudança ocorrida no perfil dos doentes cardiovasculares no Brasil foi em relação às mulheres. À medida que elas foram adotando um estilo de vida cada vez mais semelhante ao dos homens, passaram também a sofrer mais com doenças antes relacionadas a eles. Dados do HCor – Hospital do Coração, mostram que, hoje, 40% das mulheres brasileiras apresentam aumento da cintura abdominal, mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm seus níveis de pressão arterial acima do ideal e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol, além de estarem cada vez mais inseridas no mercado de trabalho e, portanto, acumularem o estresse do trabalho com o dos cuidados da família. Características exclusivamente femininas também explicam o alto índice de problemas cardíacos entre elas. A associação da pílula anticoncepcional com o cigarro, por exemplo, representa uma das maiores causas de infarto em mulheres jovens, em idade fértil, aumentando o risco delas em até cinco vezes. “A combinação do estrogênio semissintético com o cigarro pode levar à formação de coágulos nas artérias e veias, interrompendo a irrigação do músculo cardíaco e levando-o ao infarto. Também cresce a chance de doenças vasculares periféricas, como varizes, tromboses e até o Acidente Vascular Cerebral 2015 setembro guia da farmácia
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além da medicação, pacientes com problemas cardiovasculares precisam mudar o estilo de vida, o que inclui manter peso adequado, não fumar, praticar atividade física e controlar taxas de colesterol e pressão arterial (AVC)”, explica o cardiologista do HCor – Hospital do Coração, Dr. Leopoldo Piegas. A menopausa também é outro fator de alerta quando se aborda a saúde do coração feminino. As chances de uma mulher desenvolver doenças cardiovasculares aumentam, principalmente, após os 50 anos de idade, quando se encerra a vida fértil. A partir desse período, ocorre uma diminuição da produção do estrogênio. Fabricado no ovário, o hormônio é um grande aliado do coração, porque estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Após a menopausa, a proteção hormonal oferecida pelo estrogênio começa a cessar, aumentando as chances de doenças cardiovasculares. Atualmente, cerca de 30% dos casos de infarto têm mulheres como vítimas. Estudos constatam que elas têm uma chance maior de morte do que os homens depois de instalado o infarto. No Brasil, mais de 200 mulheres morrem por dia vítimas de infarto, sendo as doenças cardio e cerebrovasculares a principal causa de morte entre elas, chegando a matar seis vezes mais que o câncer de mama, tão temido pela população feminina. A alta incidência e taxa de mortalidade pode ser explicada pela apresentação do quadro clínico inicial da doença. Assim como idosos e diabéticos, as mulheres podem ter sintomas pouco característicos, atípicos, que são confundidos com outras situações clínicas menos importantes, como falta de ar, dor de estômago, náuseas, dor na mandíbula. “Por ser mais resistente à dor, a mulher tende a esperar mais tempo para procurar ajuda e, no caso do infarto, o 120
atendimento imediato faz a grande diferença. A demora no diagnóstico compromete mais o músculo cardíaco, retardando o tratamento adequado para desobstruir a artéria comprometida e promover a liberação da passagem de sangue para o coração”, explica o médico do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Alexandre Galvão.
PRINCIPAIS DOENÇAS Quando se fala de problemas no aparelho circulatório, o ataque cardíaco, como é popularmente chamado, é a doença mais lembrada. O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é feito quando uma artéria do coração tem o fluxo de sangue interrompido por um estreitamento. Parte do músculo cardíaco (miocárdio) deixa de ser irrigado e para de receber oxigênio e nutrientes, causando lesões importantes que podem levar até a morte das células. O bloqueio da circulação do sangue ocorre pelo desprendimento de placas de gorduras acumuladas nas paredes das artérias ou pela formação de coágulos. “As plaquetas detectam uma fissura e tentam fazer um ‘curativo’, o que faz com que o caminho do sangue seja totalmente interrompido”, detalha o Dr. Salvadori Júnior, da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica. Muitas vezes, o infarto é a consequência final de outros males que atingem o sistema responsável pela circulação sanguínea e irrigação dos órgãos. Antes das placas de gordura se desprenderem e bloquearem a corrente sanguínea, elas provocam outros malefícios ao organismo, como a aterosclerose. A doença surge com o avançar da idade e o acúmulo dessas placas. Aos poucos, as artérias vão se tornando duras e estreitas, o que pode causar fortes dores no peito, fadiga e confusão mental, dependendo da localização do problema. Já aterotrombose caracteriza-se pela formação de trombos ou coágulos no sangue, como resultado de uma obstrução progressiva das artérias. Em casos mais graves, pode causar AVCs ou infarto agudo do miocárdio. A doença é mais comum em indivíduos com predisposição genética e fumantes. A insuficiência cardíaca é outra doença de alta prevalência. Cerca de 26 milhões de pessoas no mundo vivem com o problema, enfrentando risco de morte e tendo a qualidade de vida afetada. O problema ocorre quando o músculo do coração se enfraquece
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ou enrijece com o passar do tempo e, por isso, torna-se incapaz de bombear a quantidade de sangue suficiente para levar nutrientes e oxigênio para o corpo. O mal pode ser resultado das consequências de um ataque cardíaco ou de complicações, como diabetes e hipertensão.
TRATAMENTOS DISPONÍVEIS Tratar as consequências das doenças cardiovasculares sai até quatro vezes mais caro para o sistema público de saúde do que custariam os investimentos em prevenção. Somente o tratamento de insuficiência cardíaca, por exemplo, representa um gasto anual de mais de US$ 45 bilhões para a economia global. Em 2030, esse custo deverá dobrar e o número de pacientes aumentar em 25%. No Brasil, o cenário é ainda mais alarmante: cerca de 100 mil novos casos são diagnosticados por ano e a mortalidade pela doença no País está entre as mais altas do mundo, sendo, na fase intra-hospitalar, três vezes maior do que a norte-americana e duas vezes maior do que a europeia, segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O custo do tratamento é alto porque, normalmente, envolve uma terapia medicamentosa robusta, em que vários fármacos devem ser associados para se obter um resultado satisfatório. Entre os medicamentos mais utilizados, estão os anti-inflamatórios, que ajudam a afinar o sangue e facilitam a circulação; os betabloqueadores, que diminuem o consumo de oxigênio das fibras danificadas do coração, colaborando para melhor funcionamento do órgão; as estatinas, usadas na redução dos níveis de colesterol; e a insulina, necessária para o controle da glicemia. “Hoje, também já estão disponíveis medicamentos antiplaquetários, que diminuem a chance de formação de trombos nas artérias”, complementa o Dr. Salvadori Júnior. O número de medicamentos é ainda maior quando há outras comorbidades associadas, como problemas na tireoide, hipertensão e diabetes. Essas doenças crônicas precisam ser controladas porque têm efeito direto no funcionamento do aparelho circulatório. O diabetes, por exemplo, 122
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provoca um estado inflamatório crônico das artérias e deixa os vasos coronarianos mais afilados. Parte dessa terapia medicamentosa é subsidiada pelo SUS, como os betabloqueadores, o ácido acetilsalicílico e alguns fármacos para diabetes e hipertensão. “Mas, infelizmente, não são os medicamentos mais atuais e eficazes”, lembra o Dr. Salvadori Júnior. O especialista também ressalta que, além da medicação, pacientes com problemas cardiovasculares precisam mudar o estilo de vida, o que inclui manter peso adequado, não fumar, praticar atividade física e controlar taxas de colesterol e pressão arterial.
MORTE SÚBITA
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A necessidade de manter hábitos de vida saudáveis é amplamente discutida e, mesmo assim, o número de vítimas de doenças cardiovasculares não para de crescer. O fato pode ser explicado pela baixa percepção de risco. Cerca de 60% dos brasileiros acreditam, equivocadamente, que o câncer é a doença que mais mata no País. As enfermidades cardíacas são citadas por apenas 17% da população. O melhor caminho para reverter esse jogo é a prevenção. Praticar exercícios físicos com regularidade, ter uma alimentação saudável – dando preferência a carnes brancas, grelhadas ou assadas; evitar fritura; comer mais frutas e vegetais; beber água regularmente; evitar o estresse; checar a pressão arterial com frequência; e sempre medir o colesterol são atitudes fundamentais para que a população mantenha um estilo de vida benéfico. Uma pesquisa feita este ano por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, revelou que o maior fator de risco para o aparecimento de doenças cardíacas em mulheres acima de 30 anos de idade é a falta de exercício.
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Infelizmente, ainda que a medicina e a tecnologia em saúde tenham avançado muito, possibilitando um diagnóstico mais precoce e uma qualidade de vida maior aos acometidos por problemas circulatórios, há muitos casos em que não há tempo hábil para se iniciar um tratamento. Cerca de 50% de pacientes que estão sofrendo um infarto agudo do miocárdio morrem antes mesmo de chegar ao serviço médico. O mal súbito é mais comum entre jovens, pois, nesta faixa etária, a doença não costuma apresentar sintomas, o que impede o tratamento e um atendimento mais rápido. Para evitar que isso venha a ocorrer, os médicos recomendam exames de rotina desde cedo, principalmente em crianças e adolescentes que vão iniciar prática esportiva ou que possuem histórico de doença cardiovascular na família. Uma boa consulta cardiológica e um eletrocardiograma bem interpretado podem diagnosticar mais de 90% dos problemas cardíacos, principalmente os congênitos, poupando milhares de vidas, afirma o cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das
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o infarto é uma soma de vários fatores. É uma regra matemática. Quanto maior a combinação de fatores de risco, maior a chance de se ter um infarto
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Clínicas e presidente do Congresso vítimas de problemas do Internacional de Eletrocardiologia, aparelho circulatório Dr. Carlos Alberto Pastore. são cada vez mais Quanto antes essas doenças fojovens rem diagnosticadas, maiores as chances de sucesso no tratamento e de que a criança e o adolescente tenham vida normal quando adultos. Caso contrário, se forem expostos a uma condição de estresse cardiovascular sem preparo, esses jovens cardiopatas poderão ser em breve uma das 140 mil pessoas que sofrem de morte súbita anualmente no Brasil.
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Ele é uma das principais causas de morte e de sequelas tanto no mundo quanto no Brasil. O Acidente Vascular Cerebral atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada ano. Desse total, seis milhões morrem Por Vivian Lourenço
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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se caracteriza pelo rompimento ou atrofia das veias do Sistema Nervoso Central (SNC). Ele ocorre quando a circulação de sangue no cérebro é subitamente interrompida, usualmente quando um coágulo entope uma das artérias que levam oxigênio para o cérebro (AVC isquêmico). Menos comum, um AVC pode também ser causado por um sangramento no cérebro (AVC hemorrágico). Além desses dois tipos, o coordenador do centro de AVC do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Roberto Carneiro, destaca um terceiro, a trombose
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das veias do cérebro, mais comum em mulheres fumantes e que são usuárias das pílulas anticoncepcionais. Um conjunto de fatores pode levar uma pessoa a ser acometida por um AVC. Hipertensão arterial, doença cardiovascular, aterosclerose (colesterol alto), diabetes mellitus, obesidade, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, doenças genéticas de coagulação e idade avançada, são alguns deles, de acordo com o especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB) e integrante da equipe de cardiologia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Américo Tângari Junior. foto: shutterstock
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Além desses fatores, o uso de anticoncepcionais, anabolizantes, termogênicos e anoréxicos podem causar vasoconstrição grave, levando à incidência do AVC, principalmente em jovens, completa o Dr. Carneiro. “O risco do AVC aumenta com a idade, sobretudo após os 55 anos. Pessoas da raça negra e com histórico familiar de doenças cardiovasculares também têm mais chances”, salienta a neurologista do Hospital Santa Paula, Dra. Renata Simm.
Sintomas e tratamentos do AVC Incapacidade de mexer alguma parte do corpo, diminuição repentina da força muscular, dormências ou perda da consciência são alguns dos sintomas de quem está tendo um acidente vascular. Porém, o Dr. Carneiro alerta que esses sinais não são regra. Os sintomas dependem da região do cérebro que foi acometida. “O déficit sempre se inicia de forma abrupta, apenas a hemorrágica é acompanhada de dor de cabeça.” Por isso, os especialistas aconselham a procurar ajuda médica imediata. Conhecer bem os sintomas é essencial para o rápido atendimento, já que quanto mais cedo o diagnóstico for feito, menores são as chances de sequelas e mais rápida é a recuperação. Segundo informa o diretor científico da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), Dr. Eduardo Benchimol Saad, primeiro é importante identificar rapidamente os sintomas para que o paciente possa ser encaminhado o quanto antes a um serviço de emergência. Pedir para que a pessoa sorria, abrace ou pronuncie uma frase são procedimentos que facilitam a identificação do surgimento de um AVC. “Sempre é necessária a realização de exames de neuroimagem, como tomografia de crânio ou ressonância magnética para identificar a área do cérebro afetada e o tipo de derrame (isquêmico ou hemorrágico)”, salienta a gerente do Programa de Neurologia do Hospital Israelita Albert Einstein, Dra. Gisele Sampaio. Dependendo do tipo identificado, o AVC terá diferentes tratamentos. Caso seja isquêmico, frequente em 80% dos casos, o tratamento consiste em medicamentos para dissolver coágulos e cateterismo cerebral. O ideal é que o atendimento ocorra em até quatro horas após o início dos sintomas para que a resposta seja satisfatória, como explica o Dr. Tângari Junior. 128
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A vida pós-AVC Depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), dependendo da intensidade das sequelas, o paciente necessitará de acompanhamento de uma equipe médica multiprofissional, composta inclusive de um fisioterapeuta, de extrema importância para uma recuperação eficiente. O envolvimento de amigos e familiares, terapia ocupacional e fonoterapia, para casos de distúrbio da fala, também são indicados. Além disso, o acompanhamento de um psicólogo pode ajudar. A neurologista do Hospital Santa Paula, Dra. Renata Simm, destaca que é necessário que o paciente inicie uma vida saudável. Parar de fumar, tomar corretamente as medicações prescritas, controlar os fatores de risco, alimentação correta e exercícios físicos regulares, mantendo a reabilitação quando indicada. “Não existe um tempo definido, no entanto, sabemos que quanto antes iniciar a reabilitação e isto significa começá-la já no hospital durante a internação, melhor será a resposta.” Dependendo da intensidade das sequelas, o paciente poderá realizar suas atividades rotineiras normalmente após o período de recuperação. Nos casos mais graves, o paciente deverá ter um acompanhamento médico recorrente. “Há casos leves, em que a recuperação se dá em poucos meses e, nos casos mais graves, o paciente está sujeito a submeter-se a tratamento pelo resto da vida”, enfatiza o especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB) e integrante da equipe de cardiologia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Américo Tângari Junior.
Passada a fase aguda, o paciente deverá receber medicamentos que evitam a formação de novos coágulos, como antiagregantes ou anticoagulantes. Em casos de AVC hemorrágico, o tratamento é conservador (controle da hipertensão arterial) e, em quadros graves, pode ser necessária cirurgia para alívio do sangramento.
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Especial saúde
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Principais interações medicamentosas Anticoagulantes
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Antiplaquetários
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Aumento do risco de sangramento
Digitálicos
x
Anticoagulantes
=
Redução do efeito anticoagulante
Anticoagulantes
x
Anticoncepcionais orais, corticoides, digitálicos ou barbitúricos
=
Redução do efeito anticoagulante
Antibióticos
x
Anticoagulantes ou amiodarona
=
Potencializam o efeito anticoagulante
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA)
x
Espironolactona
=
Aumentam o risco de hipercalemia
Clopidogrel
x
Ácido Acetilsalicílico (AAS)
=
Interação benéfica para prevenção de isquemia
Digitálicos
x
Diuréticos
=
Risco de intoxicação digitálica
Estatinas
x
Imunossupressores, antifúngicos ou bloqueadores do canal de cálcio
=
Podem ocorrer dor, fadiga muscular ou, ainda, câimbras
Anticonvulsivantes
x
Antipsicóticos
=
Podem causar a diminuição do efeito anticonvulsivante, além de aumentar a depressão do Sistema Nervoso Central (SNC)
Fonte: coordenador do centro de AVC do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Roberto Carneiro
Sequelas causadas As consequências, de acordo com a Dra. Renata, podem ser muito grandes, dependendo da área cerebral acometida e, principalmente, se o paciente não for atendido em tempo hábil. Costumam ocorrer paralisia total ou parcial de um lado do corpo, dificuldade para falar e compreender e dificuldade para andar. Apenas 17% dos pacientes após um ano do AVC evoluirão sem sequelas. Elas dependem do tempo em que o tratamento é iniciado, sendo maior quanto mais a demora em tratar. As mais comuns são perda dos movimentos, dificuldades da fala e alterações da sensibilidade. Em casos graves, pacientes podem ficar em estado vegetativo (coma permanente). Como os AVCs podem ser isquêmicos ou hemorrágicos, as sequelas serão diferentes em cada caso, 130
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como orienta o Dr. Tângari Junior. “Nos isquêmicos, temos o AVC-t (transitório), que dura um tempo menor e, geralmente, não deixa lesões. O hemorrágico depende da área afetada pelo sangramento e de sua intensidade.” O AVC é considerado uma doença grave, pois as sequelas podem ser incapacitantes para os pacientes e é um problema de saúde pública, pois atinge uma significativa parcela da população. “É a principal causa de morte no Brasil e a segunda no mundo”, alerta o integrante da equipe de cardiologia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Segundo dados do Ministério da Saúde [Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)], a incidência do AVC é de 108 casos para cada 100 mil habitantes.
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hipertensão
Alteração perigosa A pressão alta é a grande causadora de doenças cardiovasculares, mas trata-se de um fator de risco modificável, que pode ser combatido com mudanças de hábito Por Flávia Corbó
É
É difícil encontrar alguém que não conheça uma pessoa próxima que tenha hipertensão. A incidência da doença entre a população mundial é muito alta e, no Brasil, não é diferente. Segundo estimativas divulgadas pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), 30% da população adulta brasileira sofre de pressão alta. O problema só piora com o avançar da idade. Entre os idosos do País, a taxa de hipertensão chega a mais de 50%. Engana-se quem pensa que crianças e adolescentes estão ilesos. Atualmente, 5% deles já sofrem com taxas alteradas de pressão arterial.
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Mesmo convivendo muito de perto com o fantasma da hipertensão, o brasileiro parece não estar preocupado com a saúde e segue ignorando os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do problema. O número de brasileiros obesos, por exemplo, cresce ano a ano. Dados divulgados em abril último pelo Ministério da Saúde (MS) mostram que, em 2006, 43% da população estava acima do peso. Hoje, o índice chega a 52,5%. Ou seja, mais da metade dos brasileiros apresenta pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como a hipertensão. ilustração: shutterstock foto: shutterstock
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dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) ocorrem devido ao descontrole da PA.
Efeitos no organismo Por que a hipertensão é tão perigosa e aparece como o principal fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares? Segundo descreve a Dra. Beatriz, a pressão alta compromete o equilíbrio entre o relaxamento e a contração dos vasos, levando a um aumento da tensão sanguínea, isto é, a força que o sangue exerce sobre as paredes das artérias, sendo capaz de prejudicar a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos irrigados. Quando o organismo está sob o efeito desse desequilíbrio, inúmeras podem ser as consequências: complicações vasculares (para cada 10 mmHg de elevação da PA o risco vascular se eleva em 28%); Doença Arterial Coronariana Aguda e Crônica (DAC); Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC); Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo (HVE); AVC Isquêmico e Hemorrágico; Insuficiência Renal Crônica; e Hipertensão Maligna.
Como prevenir e tratar
O aumento do número de pessoas de mal com a balança pode ser explicado pela falta de atividade física. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 46% da população – um total de 67,2 milhões pessoas – com 18 anos de idade ou mais é sedentária, o que ajuda a agravar o quadro de hipertensos no País. Outros maus hábitos, o avanço da idade e características raciais também podem influenciar no descontrole da Pressão Arterial (PA). “Há um importante aumento da prevalência em pessoas acima de 65 anos de idade e em negros (principalmente mulheres). A ingestão excessiva de sal e álcool, tabagismo e fatores socioeconômicos também são causadores da doença”, relata a cardiologista do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, Dra. Beatriz da Silva Costa. A consequência dessa falta de cuidado com o corpo é perigosa. Todos os anos, 300 mil pessoas morrem no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares, sendo que mais da metade das complicações fatais tem origem na pressão alta. Pelo menos 40% dos infartos e 80%
A hipertensão é considerada um dos principais fatores de risco modificáveis. Hereditariedade e idade avançada são fatores que não podem ser trabalhados, mas há diversos outros agentes da doença que, se evitados, podem reduzir – e muito – a chance de desenvolvimento do problema. Antes de ser obrigado a procurar um médico e passar a ter de se medicar diariamente, há uma série de comportamentos que pode ser adotada por uma pessoa que deseja frear os riscos de se tornar um doente crônico. “A prevenção primária e a detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar as doenças e devem ser metas prioritárias dos profissionais de saúde”, acredita a Dra. Beatriz. Segundo a nefrologista membro da SBH, Dra. Frida Liane Plavnik, para evitar a hipertensão, é preciso tomar medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida. A mudança de hábitos é necessária, principalmente, em indivíduos com PA limítrofe (PA < 140/90 mmHg). Entre as novas atitudes, devem estar: medição regular da PA, alimentação saudável, prática de atividade física pelo menos cinco dias por semana, manutenção de peso adequado, diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e controle do estresse (nervosismo). “Tente administrar seus problemas de uma maneira mais tranquila. A arte de viver bem é enfrentar os 2015 setembro guia da farmácia
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O farmacêutico pode ajudar na prevenção e no controle ? O procedimento de aferição da Pressão Arterial (PA) pode ser realizado por todos os profissionais da área de saúde habilitados para tal. No entanto, apesar do procedimento ser simples, existem algumas particularidades que precisam ser respeitadas. É importante que todos os profissionais de saúde tenham conhecimento das técnicas padronizadas para a ação. Os mesmos devem ser treinados e certificados como aptos a realizar a medição e periodicamente reavaliados para confirmar a adequação de como a PA está sendo avaliada. Da mesma forma, o local onde a medida de pressão será feita deve respeitar algumas exigências. Há necessidade de uma sala separada onde o paciente possa permanecer em repouso por no mínimo de três a cinco minutos e que o ambiente não sofra interferência de sons externos. Não é correto fazer a medida em condições ambientais diferentes da situação exposta acima. Em nota, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) afirma que não é contrária à medida de pressão na farmácia, desde que o profissional responsável por tal procedimento seja devidamente treinado e certificado. A instituição tem, inclusive, disponível material educativo para profissionais da saúde e pode promover treinamento, quando solicitado.
O sódio é vilão? De acordo com a nutricionista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Alimentação de Nutrição (Sban), Dra. Roberta S.L. Cassani, não é adequado apontar um alimento como um único responsável pela hipertensão. O desenvolvimento da doenças pode estar relacionado a vários fatores, incluindo um padrão alimentar ruim, que, além do excesso de sal, pode envolver outros erros. A Sban recomenda o consumo diário de, no máximo, dois gramas de sódio – o que equivale a cinco gramas de sal – por dia, mas há várias outras mudanças no padrão dietético que devem ser adotadas. A nefrologista membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Dra. Frida Liane Plavnik, lista algumas delas. É importante orientar aos pacientes da farmácia que: Evitem: açúcares e doces, derivados de leite na forma integral, carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados, como embutidos, conservas e enlatados. Prefiram: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais, como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados.
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problemas do dia a dia com sabedoria e tranquilidade”, aconselha a Dra. Frida. As baixas taxas de conhecimento a respeito dos fatores de risco e da possibilidade de controle tornam a hipertensão uma doença de alto custo socioeconômico, aumentando a cada ano o número de pessoas hipertensas. Para reverter o avanço desse quadro perigoso, é mais fácil que os hábitos saudáveis sejam estimulados desde a infância e adolescência. “O governo investe em algumas políticas públicas, como o programa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mas a iniciativa deve começar dentro de casa, nos meios de convivência da criança”, afirma a nutricionista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Alimentação de Nutrição (Sban), Dra. Roberta S.L. Cassani.
Terapia medicamentosa A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos imediato, como no caso de pacientes com níveis de PA acima de 180/110 mmHg, a maioria dos pacientes, primeiramente, deve ter oportunidade de tentar reduzir a PA por meio de tratamento não farmacológico, a partir das modificações no estilo de vida citados anteriormente. No entanto, uma vez já instalada a hipertensão, medidas farmacológicas devem ser instituídas. A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações. Em indivíduos com PA limítrofe, recomenda-se tratamento medicamentoso ape-
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Inúmeros são os medicamentos anti-hipertensivos com suas diferentes atuações. Confira os principais: Diuréticos: o mecanismo de ação relaciona-se inicialmente aos seus efeitos diuréticos e natriuréticos com diminuição do volume extracelular e posteriormente com diminuição da resistência vascular periférica (hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida, espironolactona, etc.). Inibidores adrenérgicos: os de ação central atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos no Sistema Nervoso Central (SNC), diminuindo o tônus simpático (alfametildopa, reserpina, clonidina, etc.); os betabloqueadores agem pela diminuição inicial do débito cardíaco, diminuindo a secreção de renina, readaptando os barorreceptores e diminuindo catecolaminas nas sinapses nervosas (atenolol, bisoprolol, propranolol, metoprolol, carvedilol, nebivolol, etc.). Vasodilatadores diretos: atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular e vasodilatação com diminuição da resistência vascular periférica (hidralazina, minoxidil). Bloqueadores dos canais de cálcio: seu efeito decorre da diminuição da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas (verapamil, diltiazem, anlodipina, nifedipina, etc.). Inibidores da enzima conversora de angiotensina: agem pela inibição da enzima conversora de angiotensina, bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos (captopril, enalapril, lisinopril, ramipril, etc.). Bloqueadores do receptor de angiotensina: antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico dos seus receptores AT1 (candesartana, losartana, irbersartana, olmesartana, valsartana, etc.). Inibidores diretos da renina: promovem inibição direta da ação da renina consequente da diminuição da formação de angiotensina II (alisquireno). É necessário buscar o melhor controle dos hipertensos já conhecidos e ampliar o grau de conhecimento para prevenção dos fatores de risco e de Doenças Cardiovasculares (DCV). Como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma síndrome multifatorial, contar com a contribuição de toda equipe multiprofissional de apoio ao hipertenso é conduta desejável. As estratégias para essas ações devem envolver toda a comunidade multiprofissional da área da saúde. Fonte: cardiologista do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, Dra. Beatriz da Silva Costa
nas em condições de Risco Cardiovascular Global alto ou muito alto. Esse risco é definido como a probabilidade de um indivíduo ter um evento [angina, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), AVC ou morte], durante um período de dez anos. Quanto maior o risco, maior o potencial benéfico de uma intervenção terapêutica ou preventiva. Apesar de eficazes, os medicamentos não conseguem realizar a tarefa da redução de PA sozinhos. O sucesso do tratamento depende fundamentalmente de mudança comportamental e da adesão a um plano alimentar saudável. “Pequena perda do peso corporal está asso136
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ciada a reduções na PA em pessoas com sobrepeso. Reduzir a ingestão de álcool para no máximo 30 g de etanol para homens e 15 g para mulheres também surte efeitos, assim como a cessação do tabagismo”, aponta a Dra. Beatriz. Quando benfeito, o tratamento farmacológico junto a atitudes saudáveis conseguem reduzir a morbidade e mortalidade. Assim, os anti-hipertensivos e as mudanças de hábito são capazes não só de reduzir a PA, como também diminuir os eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
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Medidas ajustadas Com uma rotina intensa de trabalho e maus hábitos alimentares, além do sedentarismo, o grupo de risco de pessoas hipertensas é cada vez maior. Pensando nisso, a indústria oferece aparelhos que atuam no controle das taxas
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Por Kathlen Ramos e Tassia Rocha
Um a cada três adultos tem pressão alta e estima-se que, no mundo, haja em torno de um bilhão de indivíduos hipertensos. A hipertensão arterial é a principal causa de morte evitável no mundo, representando a causa direta de 80% dos derrames [Acidente Vascular Cerebral (AVC)] e de 40% dos infartos. É responsável por quase oito milhões de mortes por ano no mundo, 13,5% de todas os óbitos. Apesar disso, na maioria dos casos, a pressão alta se instala de forma silenciosa e o in-
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divíduo passa longos períodos de tempo, por vezes anos, sem sentir nada de diferente e, portanto, sem saber que é hipertenso. Pensando nisso e na qualidade de vida do paciente, a indústria farmacêutica oferece cada vez mais aos consumidores aparelhos que atuam na prevenção e não somente no tratamento das doenças, como, por exemplo, no caso de hipertensão, em que os clientes já podem optar por itens que auxiliam no tratamento. Por ser um problema que atinge cada vez mais a população, consumidores estão optando por monifoto: shutterstock
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Recomendações de uso
Lucratividade e giro
Oriente o consumidor a: • Fazer a medição sentado, de preferência no braço esquerdo. Com os pés encostados no piso e as costas na cadeira, ajustando a braçadeira confortavelmente. • A parte superior do medidor deve estar aproximadamente um centímetro abaixo da palma da mão (modelo de pulso), colocar o cotovelo sobre a mesa. Utilizar o estojo como apoio para o braço, isso vai ajudar para que a braçadeira esteja na mesma altura do coração. • Descansar no mínimo de 5 a 10 minutos antes de realizar a medição. Durante a medição, recomenda-se estar com as pernas descruzadas, não falar, não movimentar o medidor, pois isto pode influenciar no resultado. • Ter em mente que a pressão arterial varia naturalmente de tempos em tempos e também é afetada por diversos fatores, como cigarro, consumo de álcool, uso de medicamentos e atividades físicas. • Sempre consultar o médico e jamais fazer uso de medicação sem consulta prévia com o especialista. • Utilizar um produto de alta eficácia e com todos os requisitos de qualidade, normas e certificações em dia, pois para cuidar da saúde, não se devem medir esforços.
• Usualmente, a margem bruta com a venda desse produto gira em torno de
Fonte: gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto
tores de pressão portáteis que permitem um monitoramento mais preciso e que possa ser realizado em suas residências. Atualmente, há uma grande variedade desses produtos disponíveis no ponto de venda (PDV) e eles são de fácil utilização e com resultados rápidos e seguros. De pulso, de braço, automáticos ou semiautomáticos. São diversas as versões disponíveis no mercado para a categoria de monitores de pressão arterial. E a eficácia e praticidade desses aparelhos são cada vez menos contestáveis.
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• Atributos como parcelamento fazem a maior diferença na hora da venda. • Embora a hipertensão seja uma doença que se dá independentemente da época do ano, a procura por monitores aumenta no inverno. Fontes: Controller e Incoterm
“A nova tecnologia, que está sendo desenvolvida pela Omron, é a venda de monitores com sensor de posicionamento APS. Ela tem como objetivo ajudar o usuário a encontrar a posição correta para a medição e melhorar a precisão dos resultados obtidos”, conta o diretor operacional da Omron, Wanderley Cunha. O entendimento dos resultados também tem sido facilitado. “Novas tecnologias, como gráficos de nível de hipertensão e detecção de arritmia, são as mais novas características que encontramos nos medidores de pressão”, aponta o gerente de marketing da Accumed-Glicomed, Pedro Henrique Abreu. A facilidade no uso, igualmente, tem sido prioridade na indústria. O modelo Color Check, da Incoterm, por exemplo, indica, por meio de cores no visor, a classificação da pressão, segundo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a programação pode atender até três usuários, e o aparelho pode detectar a arritmia cardíaca, com a indicação de pulsação irregular. Os monitores de pressão são produtos essenciais, necessários em qualquer farmácia, justamente por tratarem de questões de saúde, como pressão arterial e problemas cardíacos. O item está relacionado diretamente com os hábitos das pessoas, especialmente com o crescimento do número de hipertensos. Ou seja, um produto indispensável para quem deseja ter qualidade de vida e cuidados com a saúde. 2015 setembro guia da farmácia
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Por ser um problema que atinge cada vez mais a população, consumidores estão optando por monitores de pressão portáteis que permitem um monitoramento mais preciso e que possa ser realizado em suas residências Segundo a gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto, o canal farma é o mais importante para as vendas, sendo que os demais são praticamente irrelevantes para os resultados. “As farmácias e as casas de comercialização de produtos médicos hospitalares (casas cirúrgicas) são os PDVs mais procurados pelos consumidores. Isso se dá porque esses canais contemplam diversificação de modelos, serviços e informações que os próprios balconistas prestam ao consumidor”, afirma.
Informações precisas O farmacêutico deve orientar sobre produtos de qualidade, que contam com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e que sigam as normas, orientando para o tipo de monitor dentro de cada necessidade e preferência do cliente. Como cada vez mais surgem consumidores com necessidades diferentes, a sugestão é ter, pelo menos, um modelo de cada tipo (braço e pulso). Mas as quantidades dependem do tamanho e fluxo da farmácia. “Por se tratar de produtos mais técnicos, é importante treinamento e orientação junto aos profissionais no PDV. Para melhor transferência de conhecimento e informação, utilizamos os serviços de agentes promocionais. A maioria dos shoppers decide a compra dentro da loja e, certamente, uma boa abordagem e merchandising sobre esses produtos impulsionarão maior faturamento. É importante também evitar a ruptura no PDV e considerar um volume de atratividade dos medidores de pressão e outros itens, tais como: balanças, umidificadores, termômetros, nebu140
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Modelo de exposição A dificuldade em conseguir espaço para a exposição dos monitores de pressão é o maior entrave da indústria para o crescimento da categoria. Muitos consumidores ainda não sabem que podem achar esses produtos em farmácias. Assim, eles precisam ficar visíveis, precificados e com material promocional. Por ser produtos de tíquete médio elevado, a sugestão é fazer uso das pontas de gôndola ou do balcão, expostos na altura exata do campo de visão. Vale, ainda, apostar na criatividade para atrair os consumidores. Montar ilhas, usar expositores diferenciados, colocá-los no checkout da loja, utilizar tabloides e ações promocionais no ponto de venda (PDV). As promoções casadas também podem ser realizadas. Os monitores podem ser vendidos com balanças para acompanhamento de peso, já que o hipertenso tende a ter problemas relacionados à composição corporal. Além disso, monitores de atividade física podem ser interessantes para esse consumidor. O balconista também pode estar atento às chances de venda para aqueles consumidores que adquirem medicamentos para hipertensão. Caso a farmácia tenha receio de furtos, uma sugestão é alocar os produtos dentro do balcão, na altura dos olhos do consumidor e no checkout, por se tratar de um produto de alto valor agregado, mas utilizando a estratégia das embalagens vazias. Fontes: Accumed-Glicomed, Incoterm e Omron
lizadores, entre outros voltados a prevenção e cuidados com a saúde”, sugere Ana Paula. Ela informa que o papel do farmacêutico é fundamental para a venda desse item, destacando os benefícios e a prevenção que ele oferece à saúde das pessoas. “O ideal seria que todas as casas tivessem um medidor de pressão para que as pessoas controlassem suas oscilações e pudessem levá-las ao médico. As pessoas precisam atuar na prevenção e não somente no tratamento das doenças”, afirma.
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Marcas evidentes Os adolescentes são os mais acometidos pela acne, pois há uma transição hormonal que faz com que os folículos produzam uma maior quantidade de sebo, mas o problema tem controle
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Por Vivian Lourenço
Nem bem a fase adulta começou e os adolescentes já têm grandes preocupações quando o assunto é beleza. É difícil encontrar um jovem que não tenha no rosto uma marquinha característica: os temidos cravos e espinhas. A acne surge por uma produção aumentada de sebo pelos folículos pilosos e sebáceos. Isso acontece porque na pele existe a unidade pilossebácea que faz a produção do sebo. Quando essa produção está aumentada, favorece o surgimento da inflamação. O problema também pode surgir devido à associação com o Propionibacterium acnes, bactéria que coloniza a pele e que eventualmente pode estimular o folículo, causando então as espinhas. A dermatologista, Dra. Carla Góes, detalha melhor o surgimento: as manifestações da doença ocorrem devido ao aumento da secreção se-
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bácea associada ao estreitamento e obstrução da abertura do folículo pilossebáceo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e fechados (cravos brancos). Essas condições favorecem a proliferação de microrganismos que provocam a inflamação característica das espinhas, sendo o Propionibacterium acnes o agente infeccioso mais comumente envolvido. “A acne é uma doença de predisposição genética cujas manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais”, ressalta. Por esse motivo é que os adolescentes são os mais acometidos, pois há uma transição hormonal nesta faixa etária que faz com que os folículos produzam uma maior quantidade de sebo. “As lesões surgem na puberdade, época em que esses hormônios começam a ser produzidos pelo organismo, atingindo a maioria dos jovens de ambos os sexos”, complementa a Dra. Carla. fotos: shutterstock
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tome nota Rotina de cuidados diários para orientação aos consumidores
1º passo: limpeza da pele/ higienização. Fazer uma lavagem com produtos para pele oleosa, de preferência com ácido salicílico na formulação ou o asebiol, um derivado da azeloglicina
2º passo: tonificação com o uso de adstringente, que é mais usado nas peles mais oleosas
3º passo: uso de protetor solar pela manhã e, logo após, um creme de tratamento. Se a pele estiver muito oleosa, usar produtos à base de ácido retinoico para fazer a secagem da pele
Graus da acne • Grau 1: cravos e seborreias. • Grau 2: oleosidade excessiva e o aparecimento de espinhas. • Grau 3: surgimento de cistos. • Grau 4: espinhas inflamadas e eliminação de pus que podem causar cicatrizes. • Grau 5: caso bem raro, provoca febre, dores musculares e mal-estar. A combinação de tratamentos, caso seja necessária, deverá obedecer à classificação do tipo de acne. O médico dermatologista ao atender um paciente com acne classificará a daquele paciente em um dos seus tipos e, a seguir, direcionará o tratamento.
Fontes: dermatologista da Haute Dermatologia e Estética, Dra. Patrícia Fagundes; e dermatologista, Dra. Carla Góes
Porém, a especialista alerta que a doença não atinge apenas adolescentes, podendo persistir na idade adulta, com o quadro mais frequente nas mulheres. “As meninas são mais propícias à acne por uma questão genética, há um aumento hormonal maior”, destaca o especialista em Dermatologia pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP/Ribeirão Preto) e titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Alberto Cordeiro. 144
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Produtos que devem ser utilizados: • Espuma de limpeza suave que ajuda a remover e a prevenir a acne. Remove impurezas e oleosidade em excesso e desobstrui os poros. • Loção esfoliante com fórmula suave que remove as células superficiais mortas. Reduzindo assim o excesso de oleosidade que pode levar ao surgimento da acne. Também acalma irritação e vermelhidão. • Máscara à base de argila branca que ajuda a tratar e prevenir a acne, além de eliminar o excesso de oleosidade. Sua fórmula ajuda a limpar e desobstruir os poros. Em apenas cinco minutos, a pele parece mais limpa, macia e com menos irritações. Fórmula suave que não resseca e nem irrita a pele. • Medicamentos indicados pelo médico, como ácidos ou antibióticos tópicos, além de medicamentos via oral, como em alguns casos, a isotretinoina oral. • O filtro solar sempre deve ser usado por último (menos na hora de dormir).
Sendo doença de duração prolongada e algumas vezes desfigurante, a acne deve ser tratada desde o começo, de modo a evitar as suas sequelas, que podem ser cicatrizes na pele ou distúrbios emocionais, devido à importante alteração na autoestima de jovens acometidos pela acne. O constrangimento está relacionado, na verdade, com a fase da vida em que as indesejáveis marcas surgem. “A adolescência é uma fase em que temos uma não aceita-
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ção da nossa própria imagem. Isso tudo leva a um isolamento social, timidez, acomete bastante o psicológico dos adolescentes”, revela o Dr. Cordeiro.
Métodos preventivos e de tratamento A dermatologista da Haute Dermatologia e Estética, Dra. Patrícia Fagundes, diz que para evitar a piora da acne, é preciso manter uma pele limpa de forma adequada, ter uma alimentação equilibrada, não manusear (“espremer” ou “cutucar”) e não usar maquiagem em excesso. O hábito de lavar o rosto, que ajuda a remover o óleo na superfície da pele, também é uma forma de prevenção, já que tende a reduzir a multiplicação de bactérias que causam acne e vivem nos poros da face. “Pessoas com a pele oleosa e acneica precisam realizar o procedimento com maior frequência, às vezes até três vezes ao dia. Assim, o produto a ser usado como limpeza deve ser eficaz, mas não deve agredir a pele”, orienta a gerente de comunicação científica da Vichy, Fernanda Balbi. Os consumidores acometidos pelo problema devem ser orientados a usar produtos livres de óleos, tanto o filtro solar quanto os hidratantes e as maquiagens. Passar todo dia o filtro solar, de preferência oil-free. Outra 146
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dica é se a pessoa também tem cabelo oleoso, deve optar por produtos específicos, e pelo menos dentro de casa, evitar que eles fiquem no pescoço e na testa, pois podem piorar ainda mais o quadro da acne. Além disso, a Dra. Patrícia recomenda o uso de adstringentes, anti-inflamatórios tópicos, antibiótico tópico e oral; agentes comedolíticos tópicos, retinoides derivados da vitamina A de uso tópico e oral. “Todos devem ser prescritos e orientados por um médico dermatologista.”
Papel do varejo farmacêutico Com tantas dúvidas nessa fase da vida, e tentando solucionar da melhor forma o problema que está, literalmente, estampado na cara, o varejo farmacêutico deve dispensar uma atenção especial para esse shopper. A farmácia pode trabalhar os produtos em uma seção para adolescentes, já que é a faixa etária mais propícia a desenvolver a acne e também focar nos produtos não oleosos em uma ala separada dos produtos para peles oleosas. Uma dica, de acordo com Fernanda, é expor os produtos em um mobiliário especial, que reúna os produtos para essa finalidade. Essa é a melhor opção para exposição no ponto de venda (PDV) para aumentar as vendas.
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Proteção diversificada O uso de preservativos deve ser incentivado independentemente da ocasião. a Indústria investe em novidades que atraem atenção e curiosidade dos consumidores
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Por Kathlen Ramos e Vivian Lourenço
Não é somente em datas sazonais, como o carnaval, por exemplo, que a importância da camisinha deve ser disseminada. Mais do que impedir uma gravidez indesejada, os preservativos evitam o contágio das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). A frequência de uso, porém, ainda é muito baixa, não só no Brasil, mas em todo o mundo, devido a tabus culturais, falta de informação e ao preconceito. Por isso, farmácias e drogarias devem deixar o produto bem exposto, para que seja facilmente encontrado pela população, além de oferecer
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um mix completo que agrade aos mais diferentes tipos de consumidores. Nos últimos anos, a categoria de preservativos passou por uma grande evolução, com o objetivo de atender melhor às novas demandas do público. Assim, em média, semestralmente, a indústria apresenta lançamentos de linhas, que ganham sabores e sensações. “A principal tendência do segmento é o investimento, dos grandes players, no desenvolvimento de preservativos mais finos, produzidos com materiais diferentes do látex, capazes de aumentar a sensibilidade dos parceiros e oferecer uma sensação mais natural Ilustração: shutterstock foto: shutterstock
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durante o ato”, afirma o gerente de trade marketing da Reckitt Benckiser (RB), detentora da marca Durex, Mariel Graziano. A exposição da categoria deve ser assertiva, como explica a diretora de trade marketing da divisão de consumo da Hypermarcas (Olla e Jontex), Ana Aparecida Biguilin. Apesar de estar ao alcance de todos, a gerente de marketing da DKT do Brasil, Denise Santos, complementa, destacando que um dos motivos pelo baixo uso de preservativos é que as pessoas perderam o medo de contrair o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, sigla em inglês de Human Immunodeficiency Virus). Isso acontece porque, diferentemente do passado, em que a aids era sinônimo de uma sentença de morte, hoje existe uma forma de tratar a doença. Porém, as pessoas se esquecem de que continua sendo uma doença sem cura. E o pior é que o coquetel de medicamentos que o paciente tem de tomar diariamente reduz a qualidade de vida, resultando em vários efeitos colaterais. “Por essa razão, é muito mais seguro e prazeroso fazer sexo protegido do que colocar a própria vida e a do parceiro em risco”, salienta Denise. Outro ponto importante é a banalização com que as mulheres tomam as pílulas do dia seguinte. O que deveria ser um método de emergência, algo de uso esporádico, é utilizado sem critério por muitas. “Por todos esses fatores é que aumentamos as nossas campanhas de prevenção e a comunicação sobre o assunto”, destaca. O gerente da marca Durex, Eduardo Magalhães, complementa afirmando que não há um diálogo aberto e natural sobre o assunto. “Os pais não falam com seus filhos sobre sexo e ainda há um forte constrangimento para que isso aconteça. Segundo a Durex Globax Sex Survey, 53% dos brasileiros não estão satisfeitos com a sua vida sexual e o tabu é um ponto forte para contribuir nessa insatisfação.” O que não pode acontecer, segundo a coordenadora de projetos da Semina Indústria e Comércio Ltda., importadora e distribuidora do preservativo feminino da marca Della, Simone Martins, é deixar passar oportunidades para informar ainda mais sobre a importância do sexo seguro.
Nas mãos do consumidor Cores, sabores, fórmulas especiais e de todos os tamanhos. Atualmente, a indústria traz novidades para incentivar cada vez mais o consumidor a aderir ao uso do preservativo. 150
As dez marcas mais vendidas Produto
Fabricante
Jontex
Hypermarcas
Olla
Hypermarcas
Blowtex
Blowtex
Prudence
DKT do Brasil
Blowtex Skyn Durex Blowtex Retardante
Blowtex Reckitt Benckiser Blowtex
Prudence Cor e Sabor
DKT do Brasil
Eros
Trade Center
Blowtex Action
Blowtex
Fonte: IMS Health. MAT. abril/15 (ano móvel acumulado de maio de 2015 a abril do ano anterior)
Apesar da linha clássica ainda ser preferida dos consumidores, o diretor da Preserv, Alfredo Maluf, lembra que desde o mais simples até o modelo com agente retardante, todos vendem bem. “O Preserv Extra Premium é um campeão de aceitação tanto pelos clientes quanto pelo varejo, pois aumenta o tíquete médio das vendas.” Mas vem crescendo o consumo de itens voltados para o estímulo, tais como os preservativos elaborados em poli-isopreno que passam a sensação de usar nada, relata o diretor de marketing da Blowtex, Bruno Koudela. A proposta é oferecer produtos premium para que os consumidores possam experimentar novas opções com segurança e criatividade. Opções como as camisinhas saborizadas, que contam com sabor e aroma, também são uma alternativa para o consumo. Por isso, Ana Aparecida salienta que o varejista deve dispor de um mix completo de produtos para atender a todos os perfis de consumidores. Tradição e qualidade são atributos valorizados e fatores decisivos na escolha do produto. O consumidor tem medo de arriscar e é mais difícil trocar de marca, já que a categoria de preservativos existe para garantir proteção e segurança. “As marcas Jontex e Olla são referência na categoria, por isso devem estar presentes em todos os pontos de venda
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Mulheres protegidas sempre
Desde a sua chegada aqui no Brasil em 1997, as vendas do preservativo feminino crescem ano a ano, tanto no setor privado quanto no setor público. Após um estudo de aceitabilidade feito pelo Ministério da Saúde (MS), que demonstrou um índice de 71% de aceitação por parte das mulheres e seus parceiros, o próprio MS iniciou a aquisição e distribuição do produto. Desde então, já são mais de 40 milhões de unidades distribuídas gratuitamente em diversos serviços públicos de saúde. O preservativo feminino de borracha nitrílica é uma bolsa de aproximadamente 17 cm de comprimento, com um anel interno e um anel externo, ambos flexíveis, explica a coordenadora de projetos da Semina Indústria e Comércio Ltda., importadora e distribuidora do preservativo feminino da marca Della, Simone Martins. A borracha nitrílica é um material macio e superfino. É antialérgico, ou seja, ideal para pessoas que têm alergia ao látex. Além disso, não causa efeitos colaterais. A camisinha feminina é algo novo para esse público e ele adora novidades, mas o preservativo feminino ainda não atingiu todo o seu potencial. “Parte disso se deve ao fato de que boa parte das farmácias ainda não comprou a ideia e não colocou o sortimento em linha, daí as consumidoras terem dificuldades em adquirir o produto. Recebemos muitos contatos de consumidoras pedindo indicação de farmácias que vendem preservativos femininos”, complementa a gerente de marketing da DKT do Brasil, Denise Santos. Geralmente, farmácias e drogarias expõem o preservativo feminino no mesmo espaço dedicado aos preservativos masculinos, o que é válido. Porém, é importante que o preservativo feminino também seja exposto próximo aos produtos de higiene íntima, como absorventes, lenços umedecidos, sabonete íntimo, etc. Por se tratar de um produto ainda novo, o ideal é que ganhe espaço nas mais variadas áreas das lojas.
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(PDVs). Além disso, as novidades devem ter um destaque na gôndola para facilitar a localização do shopper e incentivar suas vendas”, explica a executiva da Hypermarcas. É interessante deixar o produto próximo a categorias masculinas de autotráfego, como desodorante ou xampu, e também próximo a produtos femininos, como higiene íntima e absorvente, complementa Koudela, da Blowtex. “Mas, como cerca de 80% do consumo de preservativo é feito pelo homem, é essencial que o preservativo esteja na área ‘masculina’ no PDV.” É importante também estar próximo de produtos pertinentes, como barbeador, lâmina de barbear, desodorante, etc. Além do ponto natural, a presença em pontos extras, checkouts e perto de absorventes femininos acelera a compra por impulso, salienta Ana Aparecida. O processo de compra de preservativos é discreto, por isso os produtos devem estar bem dispostos e em locais que facilitem o acesso e a compra. “É fundamental que o gerenciamento dessa categoria seja feito levando-se em conta os dados de mercado e relevância das marcas. Além disso, um PDV organizado, com o sortimento correto, gera fidelização e garantia de recompra no canal.”
Aposte nos acessórios Além da venda dos preservativos, os consumidores procuram, também, por outros produtos, como géis, lubrificantes, acessórios, etc. Investir nesse sortimento pode, além de incentivar a compra do shopper, aumentar o tíquete médio do estabelecimento. O gerente da marca Durex esclarece que há dois tipos de clientes para esses produtos: os que procuram um pouco mais de diversão durante a relação sexual e o segundo tipo, que são os consumidores que procuram lubrificante para proporcionar maior conforto durante a relação sexual, aliviando a secura vaginal, por exemplo. “Os géis são produtos complementares e precisam ser mais bem explorados. É um produto que vale a pena ser trabalhado em ponto extra na área de higiene pessoal feminina, pois as mulheres são grandes consumidoras desse produto”, analisa a gerente de marketing da DKT do Brasil.
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Personalização específica Espaços temáticos dentro de farmácias, que envolvam o universo infantil, podem ajudar a potencializar as vendas de toda a categoria, fazendo as compras irem muito além da lista planejada
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As compras de produtos de higiene infantil constituem um momento de grande prazer para as mães. Para elas, o ponto de venda (PDV) reflete todo sentimento de carinho e afeto existente na relação com seu bebê. E essa característica pode ser percebida observando a interação dessas consumidoras com o portfólio da categoria. “Elas observam atentamente, pegam, cheiram, experimentam e imaginam como será o momento em que usarão os produtos para cuidar de seu filho”, afirma a gerente de shopper & gerenciamento por categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes.
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Por Kathlen Ramos
Assim, além de proporcionar essa experiência agradável de compra, o PDV é considerado uma importante fonte de informação e aliado nesse momento. Afinal, é nesses espaços que essas consumidoras podem tirar suas dúvidas, conhecer as novidades e estreitar o vínculo com a categoria. Dessa forma, torna-se uma grande oportunidade desenvolver um espaço temático, que cative essa cliente e que a faça se sentir segura e envolvida com o local de compras. “É fundamental que a loja crie um ambiente agradável e eficiente. O ‘Cantinho do Bebê’ ainda é a solução ideal para atingir essas consumidoras”, avalia Patrícia. foto: divulgação
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ter o sortimento completo e sem rupturas é fundamental para realizar a venda. As mães procuram práticas que facilitam o dia a dia e reduzem o tempo dentro da loja, resumindo, assim, a compra de vários itens em um só lugar Esses espaços podem ajudar as farmácias a alavancar as vendas de toda a categoria, já que criam oportunidades de incentivar a interação do shopper com outros produtos que, por vezes, estão fora da lista de compras, como colônias, loções hidratantes, óleos de limpeza e outros. “Os espaços temáticos atraem a atenção da consumidora e a direcionam ao consumo de forma eficaz. Além disso, estimula a compra por impulso e potencializam a comunicação aplicada no PDV”, resume a diretora de marketing sênior da Lillo, Rosana Fiorelli. Segundo a gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci, a última pesquisa desenvolvida pela empresa com mães de bebês e crianças revelou que esses espaços são muito valorizados por esse público. “Elas entendem o tratamento diferenciado dos itens; consideram prático, por poderem encontrar tudo de que precisam em um mesmo espaço; conseguem ter melhor acesso às novidades; e se sentem muitas vezes motivadas a comprar outros itens que não comprariam”, resume. Para desenvolver o cantinho do bebê, uma série de elementos precisa ser pensada estrategicamente, passando por ambientação, sinalização, boa exposição, sortimento correto e atendimento especializado. Acompanhe, a seguir, os principais passos.
1. Ambientação Na hora de compor um espaço dedicado ao universo infantil, é importante contemplar elementos que facilitem a compra e, ao mesmo tempo, tornem este momento agradável. “É essencial criar um ambiente diferenciado, que reflita a ternura e o cuidado da mãe com o bebê”, resume Patrícia. Assim, a ambientação pode contemplar peças da indústria (como testeiras ou faixas de gôn156
dolas) e ainda trazer materiais lúdicos ou explorar sensações. “Espaços bem sinalizados, com produtos bem expostos e fáceis de encontrar podem ser uma introdução ao ambiente. Ele ainda poderá ser mais incrementado de acordo com o espaço da loja e foco de atuação, considerando alteração de pisos, sensorial de fragrâncias no ar, iluminação e até destaques além da gôndola”, ensina Francis.
2. Sinalização Tão importante quanto adequar o ambiente com as características do bebê, é sinalizar o espaço, por meio da adoção de materiais que sinalizem os segmentos e rotinas de higiene do bebê, como banho, pós-banho, troca de fralda e fralda. Segundo Patrícia, esse racional facilita a visualização dos produtos que as mães estão procurando. Vale, ainda, ter alguns cuidados nas gôndolas. “Espaços limpos e sem poluição visual, destacando apenas o que é relevante para a marca, produto e/ou serviço são elementos fundamentais”, lembra o coordenador de marketing e produto da Biotropic, Sérgio Fernandes.
3. Consultoria de vendas As consumidoras são bastante criteriosas na escolha de produtos e marcas de higiene infantil, principalmente as mães de primeira viagem, que gostam de escutar opiniões e informações sobre os lançamentos e benefícios que as diferentes marcas oferecem. “De acordo com a pesquisa realizada, recentemente, com as mães, identificamos que algumas vantagens das farmácias e drogarias são a proximidade e oportunidade de obter informações e esclarecimentos facilmente. Isso valoriza o ponto”, analisa Francis, da Phisalia. Segundo a especialista da Johnson & Johnson, a busca por essas informações começa muito antes do PDV, seja pela internet, com as amigas, mães, sogras, enfermeiras e com os pediatras. Porém, o PDV exerce grande influência na escolha da consumidora. “A ajuda de um profissional nesse momento é excelente para orientar a mãe a escolher o produto certo e com confiança. Isso torna a experiência de compra ainda mais agradável e aumentará a chance de fidelizá-la à loja”, justifica Patrícia. Além disso, Fernandes lembra que os produtos desenvolvidos para o universo infantil têm grandes particularidades e esses diferenciais devem ser levados ao consumidor. “A forma mais eficaz é o atendimento personalizado e o repasse de informações certas para cada
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O que não pode faltar? Na hora do desenvolvimento do mix de produtos, é importante estar atento à rotina do bebê, que envolve artigos de higiene, além de acessórios de puericultura. Confira alguns dos itens indispensáveis em cada uma das rotinas: • Alimentação: mamadeira, bicos, itens de limpeza da mamadeira, prato, copo, colher, babador, tira leite e almofada para amamentação. • Banho: sabonetes, xampus, condicionadores, sabonetes líquidos e em barra, esponjas, cortador de unha e termômetro da água. • Pós-banho: spray, óleo, hidratante, escova, pente e tesoura. • Higiene: fraldas, lenços e toalhas umedecidos, cremes para prevenir assaduras, talco, gel e creme dental. • Diversão e desenvolvimento: mobile, músicas, livrinhos, mordedor, tapetes de atividades e brinquedos. • Outros: chupeta, fita para fralda, inalador, umidificador de ar e mordedores. Fontes: Biotropic, Johnson & Johnson, Lillo e Phisalia
necessidade”, afirma, lembrando que, nesse sentido, a parceria entre a indústria e o varejo pode ser de grande valia para a conquista de informações mais assertivas sobre os produtos.
4. Sortimento A rotina atribulada das mães, que se desdobram entre o trabalho e a família, é uma característica cada vez mais presente entre as brasileiras. Por isso, ter o sortimento completo e sem rupturas é fundamental para realizar a venda. “As mães procuram práticas que facilitam o dia a dia e reduzem o tempo dentro da loja, resumindo, assim, a compra de vários itens em um só lugar”, destaca Rosana, da Lillo. O mix deve, ainda, ser adequado ao perfil do público da loja, considerando, também, o tamanho do ambiente dedicado ao “Cantinho do Bebê”. “É importante focar nas principais marcas da categoria, privilegiando as extensões de linha em detrimento a um grande número 158
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de marcas”, orienta Patrícia. Assim, é preferível ter poucas marcas que atuam em vários segmentos (xampu, condicionador, sabonete, colônia, lavanda, etc.) do que ter muitas marcas que atuam em apenas um segmento cada uma. “Isso passa para o consumidor a sensação de loja completa”, finaliza. Para o especialista da Biotropic, também é responsabilidade das farmácias contemplarem produtos de qualidade e com preço justo, que ofereçam segurança e qualidade para pais e bebês.
5. Exposição Para acertar na exposição, devem-se ter em mente as principais rotinas do bebê e organizar as gôndolas dessa forma, divididas por banho (xampu, condicionador, sabonete...), pós-banho (colônia, lavanda...), troca de fraldas (algodão, lenços umedecidos, creme de assaduras, fraldas...), alimentação (papinhas) e acessórios (chupetas, mamadeiras...). Depois disso, dentro de cada rotina, deve-se agrupar por tipo de produto (xampu, condicionador, sabonete...) e expor as marcas premium na parte nobre da gôndola (altura dos olhos), deixando as marcas de baixo preço em uma posição menos privilegiada. Vale, ainda, a segmentação por idade. “O grupo de ‘2 ou + anos’ deve vir antes do de ‘0 a 2 anos’, exceto quando houver apenas um módulo para a categoria; ‘0 a 2 anos’ deve ficar nas prateleiras superiores e ‘2 ou + anos’, nas inferiores”, explica Patrícia. Nos itens de puericultura, de acordo com Rosana, o ideal é separar produtos de meninos e meninas, além de construir uma frente mais completa. “O lojista organiza, de forma consciente e organizada, um mix racional que torna a compra mais simples e direta, evitando abrir espaços para dúvidas e até a troca da marca escolhida”, ensina. As vendas casadas são permitidas, mas existem algumas restrições. “É proibido, por lei, a venda casada de mamadeiras, chupetas e protetores para seios. Com exceção desses itens, pode-se fazer esse tipo de venda com acessórios, como copos, pratos, talheres e itens de higiene. Essa prática impulsiona as vendas e estimula a compra por impulso”, ensina Rosana. São, igualmente, permitidas ações de cross-merchandising com produtos correlatos. “Pode-se, por exemplo, colocar um clip strip de aspiradores nasais para bebês ao lado de produtos para a higiene e cuidado”, sinaliza o gerente de produto da Multilaser, Thiago Maniezzo.
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Higiene premium Para a compra de itens que saem das versões tradicionais, como sabonetes antissépticos ou álcool em gel, farmácias se destacam ao disponibilizar portfólio com produtos diferenciados e de maior valor agregado Por Kathlen Ramos 160
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Quando se trata de itens especializados, o canal farma é bastante importante e representativo nas vendas, já que permite a oferta de itens premium e exclusivos. Assim, categorias como as de álcool em gel ou sabonetes antissépticos/antibacterianos passam a ter destaque. “Para linhas diferenciadas de sabonetes antibacterianos, por exemplo, o canal ganhou ênfase com a chegada da linha Lifebuoy Care&Clinical, que apresentou o primeiro sabonete líquido em espuma e cuja fórmula oferece proteção superior”, mostra a gerente de marketing de Lifebuoy, Cristina Carvalho. Na Granado, o varejo farmacêutico representa mais da metade dos estabelecimentos que comercializam os sabonetes antissépticos da marca. “Muitas vezes, o produto é receitado e os clientes o encontram junto de toda a linha antisséptica”, conta a diretora de marketing e vendas da empresa, Sissi Freeman. Para Dettol, o canal farmacêutico é responsável por 60% das vendas dos sabonetes antibacterianos e é importante, pois as farmácias representam cuidado, que é justamente o maior benefício destes produtos.
Cuidados pessoais O modelo de exposição ideal para os sabonetes antibacterianos é na seção de higiene pessoal, no corredor/gôndolas de sabonetes, conforme explica a especialista de Lifebuoy. “Eles dividem a atenção do consumidor juntamente com outros produtos de higiene pessoal, como os direcionados ao cuidado com os cabelos e com a higiene oral. Por esse motivo é tão importante manter uma boa exposição no ponto de venda (PDV)”, reforça Cristina. Assim, segundo ela, para facilitar o trânsito do consumidor por diversos produtos, a gôndola de sabonetes deve ser organizada primeiro por segmento (benefício): especiais, hidratação, masculino, antibacteriano, perfumados e básicos, e só depois por marcas. O responsável pela área de trade marketing de Dettol, Rafael Modesto de Oliveira, ensina a segregação entre opções líquidas e em barra dos sabonetes. “As versões líquidas devem estar na parte superior da gôndola e, aquelas em
Tanto com os géis antissépticos quanto com os sabonetes, não há registro de sazonalidade. Assim, é importante garantir a presença desses produtos nas gôndolas durante o ano todo barra, na parte inferior. Cestões na parte baixa ajudam na disposição das barras. Já o álcool em gel pode estar nas primeiras prateleiras, junto à categoria de personal care e próximo aos sabonetes líquidos”, diz. Ainda em relação aos géis antissépticos, podem-se explorar as vendas fora do ponto natural. “Esses itens são comprados como conveniência. Estarem bem expostos, principalmente próximo aos checkouts, auxilia no impulso das compras”, ensina Oliveira. Para incrementar as vendas da categoria, é possível, ainda, realizar promoções casadas ou ações de cross-merchandising. “Já foram realizadas ações de sabonetes com desodorantes, loções, cremes dentais e até kits masterbrand para o canal, com sabonete, desodorante e loção. Em loja, as ações de cross-merchandising acontecem nas gôndolas de perfumaria, com exposição em cabelos, desodorante e loções”, exemplifica Cristina. As categorias correlatas também podem ser exploradas em conjunto. “Os sabonetes antissépticos já fazem parte da cesta de produtos do consumidor. Outros itens podem aproveitar o giro dela, como gel antisséptico”, explica.
Vendas constantes A comercialização de sabonetes antibacterianos, bem como dos géis antissépticos, não é sazonal. “Ao contrário do que se pensa, as compras desses produtos são muito mais frequentes no inverno. Devido ao aumento de gripes e resfriados nesta época, vemos uma linearidade das vendas ao longo do ano”, esclarece Cristina. A gerente sênior de marketing de Dettol, Jeanne Lin, reforça, inclusive, que é justamente no inverno 2015 setembro guia da farmácia
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Entenda a função dos antissépticos Os sabonetes antibacterianos ou antissépticos são recomendados por ser mais eficazes na remoção de germes e bactérias da pele, deixando-a mais limpa e protegida contra doenças causadas por alguns microrganismos. Os sabonetes antibacterianos Dettol, em barra, por exemplo, são indicados para o uso diário, tanto para a limpeza e higienização das mãos como do corpo. Além de fragrâncias agradáveis e do cuidado com a pele, eles têm o diferencial de matar bactérias* nocivas à saúde. Segundo o professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Dr. Wagner Montor, os sabonetes antissépticos, quando usados adequadamente, eliminam mais de 90% dos microrganismos, em testes padronizados, onde microrganismos em uma escala crescente de resistência são utilizados. “Se comparados aos sabonetes comuns, apresentam composição que garante maior eliminação dos microrganismos mais resistentes e têm ainda efeito residual, deixando as mãos protegidas por mais tempo”, comprova. A gerente de marketing de Lifebuoy, Cristina Carvalho, lembra que os produtos da marca podem ser usados no corpo todo e por toda a família, sendo contraindicados apenas em casos da pele estar lesionada ou irritada. E quando o uso for direcionado a crianças, é recomendado que seja acompanhado por um adulto, como grande parte dos produtos de higiene. Já os géis antissépticos (conhecidos popularmente como álcool em gel) são recomendados para a higiene das mãos fora de casa. “Embora não substituam o sabonete e a lavagem com água, eles são um forte aliado que complementa o combate à transmissão de doenças, à medida que matam germes** nocivos à saúde”, explica a gerente sênior de marketing de Dettol, Jeanne Lin. Segundo o Dr. Montor, o problema do uso constante do álcool gel é o ressecamento das mãos e possíveis alergias a componentes da fórmula. “Existem formulações glicerinadas no mercado, que evitam o ressecamento. Havendo água e sabonete disponíveis, lavar as mãos é o ideal, com a utilização subsequente de álcool gel ou não”, indica. De acordo com a diretora de marketing e vendas da *Bactérias testadas: C. xerosis ATCC Granado, Sissi Freeman, pesquisas internas mos373 e E. coli ATCC 11229. traram que os consumidores sabem da importância ** Testados: S. aureus ATCC 6538, de cuidar bem da pele para evitar doenças e infecP. aeruginosa ATCC 15442, E. coli ções causadas, principalmente, pelas bactérias. Além 10536 e E. hirae ATCC 10541. disso, hoje, esses produtos evoluíram e vão muito além da proteção. “Os sabonetes ainda oferecem o benefício da lanolina, que evita o ressecamento excessivo da pele, podendo ser usados por pessoas de pele oleosa e normal”, esclarece a executiva.
o período em que as vendas podem crescer. “Tanto com os géis antissépticos quanto com os sabonetes, não há registro de sazonalidade. No entanto, no inverno, pode haver eventualmente aumento de vendas, por precaução contra gripes”, justifica. 162
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Assim, é importante garantir a presença desses produtos nas gôndolas durante o ano todo. “Os sabonetes antibacterianos não são indicados para uma estação em específico, mas, sim, para todas elas”, reforça Cristina.
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Contra o tempo Uma derme livre de marcas, sobretudo as ocasionadas pelo envelhecimento, é o objetivo de todas as mulheres. Assim, a categoria de dermocosméticos cresce cada vez mais com a venda dos produtos anti-idade
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Por Tassia Rocha
Cuidar da saúde da pele é uma prática indispensável no dia a dia da mulher moderna. Com o aumento da expectativa de vida da população, a preocupação com o visual se torna mais evidente. Atualmente, a aparência tem ganhado bastante importância na vida pessoal, social e até mesmo no trabalho das consumidoras. Elas buscam se apresentar sempre da melhor maneira possível, no que diz respeito à pele, aos cabelos e às unhas, e isto requer muito cuidado. Farmácias e drogarias precisam estar atentas às novidades do mercado para oferecer as melhores opções aos clientes, afinal, o Brasil é um grande consumidor de produtos face care, o que
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mostra uma atenção especial com a aparência e também com os efeitos do tempo na pele. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), fornecidos pela diretora de marketing e trade marketing da BDF NIVEA e Eucerin no Brasil, Tatiana Ponce, os produtos faciais representam 39% do consumo no País e este dado apresenta uma tendência real de crescimento estimulado pelo maior consumo das jovens brasileiras, aumento da expectativa de vida e a alta no consumo pelo público masculino. “Quando falamos em produto anti-idade, segundo dados da Mintel, apenas 15% da população utiliza itens desta categoria, o que mostra uma oportunidaFoto: shutterstock Ilustrações: shutterstock
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Sinais do tempo As rugas são as marcas mais nítidas do envelhecimento cutâneo. Surgem em decorrência de uma série de fatores que inclui a expressão facial, a exposição à radiação ultravioleta (UV), infravermelha e poluição, o processo de glicação (ligação de açúcar às estruturas cutâneas) e a ação dos radicais livres, que podem ser provenientes de fontes externas (sol, poluição) e internas (metabolismo e respiração). Podem aparecer em diversas partes da face e em diferentes intensidades. São classificadas da seguinte maneira: Rugas glabelares: entre as sobrancelhas
Pés-de-galinha: rugas ao redor dos olhos
Rugas nasolabiais: o famoso “bigode chinês”
Rugas supralabiais: se localizam acima dos lábios e são muito frequentes em fumantes
Rugas horizontais do pescoço: geralmente são mais difíceis de tratar
Rugas perilabiais: se localizam ao lado dos lábios
Fonte: gerente de comunicação científica de SkinCeuticals, Miriam Szrajbman
de de crescimento. De acordo com as pesquisas, mulheres a partir dos 55 anos de idade já utilizam o produto, mas há uma tendência de penetração entre a população mais jovem, principalmente entre as classes A e AB”, informa. De acordo com Tatiana, este mercado é estimulado pela oferta de ativos inovadores e também pela indicação de itens que atendem às necessidades específicas de diferentes tipos de pele. “Hoje, os produtos anti-idade fazem mais do que combater rugas. A partir de intensas discussões e intercâmbios na rede de cien166
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tistas e dermatologistas de Eucerin, entendemos que os consumidores não só desejam um creme que combata de forma eficaz às rugas, mas que também ofereça uma aparência mais uniforme e radiante”, aponta.
Sinais característicos As rugas, segundo ela, são linhas ou depressões que surgem na pele como consequência ao envelhecimento cutâneo. Formam-se com o passar dos anos, pela repetida marcação de um local em função da contração muscular ou pela posição ao dormir, o que é chamado de li-
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Fique por dentro Três dicas para repassar ao consumidor:
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Ter hábitos saudáveis, como atividade física regular e controle sobre a dieta. Atividade física regular e alimentação adequada auxiliam na melhora do organismo como um todo, diminuindo a formação de agentes oxidantes que culminam com a aceleração do envelhecimento da pele.
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O sol é um dos fatores mais importantes relacionados ao envelhecimento da pele. Portanto, recomende sempre o filtro solar.
Pele hidratada, além de ter uma aparência mais saudável, também é menos susceptível ao envelhecimento.
Fonte: médico dermatologista de Profuse, marca do Aché Laboratórios, Dr. Alexandre Fabris
nhas do sono. A perda de colágeno e elastina causada pelo envelhecimento e agravada em muito pela exposição solar facilita o surgimento desses sinais. Já as linhas de expressão são rugas que só aparecem com a movimentação ou contração muscular. Quando não tratadas, evoluem para rugas estáticas, ou seja, que são visíveis mesmo em repouso. “Há duas classificações para as rugas: dinâmicas e estáticas. As rugas de expressão são consideradas dinâmicas, pois atingem a derme (camada da pele situada entre a hipoderme e a epiderme), sendo visíveis apenas por meio de movimentos faciais. Elas podem surgir por movimentos repetitivos (como sorrir, chorar, piscar), aparecendo especialmente na região da testa, ao redor da boca e na lateral dos olhos”, afirma a cientista da Johnson & Johnson, Cristina Vendruscolo. A especialista aponta que o processo de envelhecimento da pele se dá por conta da gravidade, junto de outros fatores, como alimentação, estresse, hábitos não saudá168
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veis, como fumar e não dormir durante a noite, além da exposição excessiva ao sol, sem a proteção adequada, até mesmo nas épocas mais frias do ano. Com isso, a pele passa por alterações biológicas, ocasionando perda de elasticidade e do brilho natural. Elas são acentuadas na região do rosto, pois esta é a parte do corpo mais exposta a fatores extrínsecos (como a radiação solar).
Momento certo para começar Hoje em dia, é muito comum que as consumidoras busquem por produtos que garantam beleza e saúde da pele cada vez mais cedo. Mas é preciso cuidado e atenção, pois para cada tipo de pele, existe um produto diferente. Para os especialistas, o início do uso de produtos anti-idade varia bastante, já que o envelhecimento acontece de forma diferente em cada pessoa. No passado, era comum fazer uso de produtos anti-idade apenas após o aparecimento de rugas e manchas, com o objetivo de corrigir os sinais de envelhecimento. Hoje, a prevenção é o ideal.
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apenas 15% da população utiliza produto antiidade, o que mostra uma oportunidade de crescimento. mulheres a partir dos 55 anos de idade já utilizam o produto, mas há uma tendência de penetração entre a população mais jovem “Os antioxidantes se mostram uma excelente alternativa dermocosmética, pois, além de prevenir o aparecimento dos sinais do envelhecimento, tratam eficazmente a pele, diminuindo os sinais já existentes. É bom que as pessoas comecem cedo para evitar as marcas do envelhecimento. Usar produtos que podem retardar o aparecimento das rugas é uma boa alternativa. Por isso, conscientes da necessidade dos cuidados com a pele, homens e mulheres estão iniciando o uso de itens dessa categoria cada vez mais cedo”, esclarece a gerente de comunicação científica de SkinCeuticals, Miriam Szrajbman. Ela sinaliza que a vitamina C é um ativo de referência na prevenção dos sinais do envelhecimento e no tratamento das rugas e perda de firmeza por aumentar a produção de colágeno e neutralizar os radicais livres na pele. Seu uso em altas concentrações é mais eficaz. “Além disso, hoje em dia, não trabalhamos mais com a ideia de um produto para idade entre 30-45 anos, por exemplo. Afinal, cada pele tem uma idade diferente da cronológica e depende, por exemplo, de fatores, como exposição ao sol, alimentação e uma vida saudável. Levando esses pontos em consideração, o benefício é indiscutível”, conclui.
Dermocosméticos x nutricosméticos Segundo a gerente médica da Mantecorp Skincare, Dra. Liliana Bechelli, os produtos dermocosméticos são destinados ao tratamento tópico da pele. Eles são formulados com ativos capazes de melhorar textura, hidratação, viço, luminosidade e possuem substâncias que atuam na melhora das rugas, linhas de expressão e firmeza da pele. Existem diversos tipos de dermocosméticos que atuam na prevenção e no tratamento da derme. Normalmente, 170
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eles são compostos de ativos antioxidantes, como vitamina C, resveratrol e ácido ferúlico; substâncias que estimulam a formação do colágeno, como o retinol; agentes clareadores, como ácido kójico; e ativos hidratantes. É importante reforçar que cada dermocosmético tem sua indicação, de acordo com o perfil de cada um. Já os nutricosméticos são combinações de vitaminas e substâncias que devem ser ingeridas e são necessárias para a saúde da pele, possuem ativos antioxidantes e ingredientes que são essenciais para a formação do colágeno e, consequentemente, melhora da qualidade da pele. Além disso, alguns produtos são capazes de fortalecer cabelos e unhas.
Fidelizando o cliente As consumidoras que procuram por produtos anti-idade são exigentes. Por isso, é preciso uma orientação especial para este público que busca, por meio do ponto de venda (PDV), encontrar soluções individuais para cada tipo de pele e idade. “Devido ao cenário de complexidade que o shopper encontra frente à categoria no PDV, a exposição dos produtos deve ser simples e ter um racional que facilite o entendimento por meio da lógica. O primeiro passo é blocar os produtos por marca. Após separar por marca, os produtos de rosto e de corpo devem ficar divididos. Em seguida, é necessário agrupar por linha de produto; dentro das linhas, coloque os produtos por rotina na seguinte ordem: limpeza, hidratação e proteção solar, isto facilita o entendimento da categoria”, orienta a gerente de shopper & gerenciamento por categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes. De acordo com ela, garantir produtos limpos, em embalagens conservadas e organizados em gôndolas bem sinalizadas é essencial. Mas alguns diferenciais podem alavancar muito a venda da categoria, como: • A exposição e ambientação especial desses produtos podem fazer toda diferença para as vendas, já que pertencem a uma categoria extremamente emocional; • A presença de dermoconsultoras, pois cumprem o papel de promover expectativas e evitar erros e frustrações. Essas profissionais devem ser posicionadas como especialistas em beleza e conhecedoras da categoria e não como “vendedoras” ou balconistas da farmácia (que, para o shopper, é um especialista em medicamentos). • É relevante a loja divulgar e disponibilizar informações que ajudem o shopper a escolher seu produto – os folhetos são mais eficientes se oferecidos pelas demonstradoras, acompanhados das devidas informações.
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Pesadelo feminino Com causas multifatoriais, a celulite e a gordura localizada fazem parte do rol de preocupações estéticas das mulheres em todo o mundo. A boa notícia é que há como prevenir e tratar esses problemas
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Celulite e gordura localizada são palavras que causam arrepios nas mulheres. Se ouvir falar assusta, sentir na pele é ainda pior. A celulite não surge do nada, ela é multifatorial, ou seja, existem vários fatores que promovem o seu aparecimento, entre eles, a genética e os comportamentais. Por exemplo, mães que têm celulite tendem a ter filhos que desenvolverão o mesmo problema, é o que explica o dermatologista e assessor
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Por Adriana Bruno
do departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Carlos Roberto Antonio. Ele diz ainda que por fatores comportamentais entende-se o uso de roupas apertadas, salto alto e até a postura, que alteram o formato das células. “Há ainda os fatores desencadeantes que são: sedentarismo, alimentação errada, falta de exercícios, alterações hormonais e uso de anticoncepcionais”, completa. fotos: shutterstock Ilustração:shutterstock
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O fato é que, segundo dermatologistas, em algum momento da vida, a celulite vai aparecer e são raros os casos de mulheres que não as têm. “A celulite é uma das maiores preocupações estéticas da mulher brasileira, afetando, inclusive, a qualidade de vida de muitas delas. Dificilmente conhecemos uma mulher que não tenha e não se queixe da celulite. Isso acontece porque a mulher é regida por hormônios diferentes dos masculinos, que fazem a gordura desenvolver e conduzir o formato feminino. Assim, a mulher tem mais tecido gorduroso e o desenvolve mais para estabelecer o bonito contorno feminino. A mulher brasileira tem formas que nenhuma do mundo tem e isto a torna especial. Por ser tão especial no quesito beleza, a sociedade a cobra nesses detalhes”, explica o Dr. Antonio. Para entender como a celulite se forma, a dermatologista e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Carla Albuquerque, conta que tudo começa com a retenção hídrica que é favorecida pela ação do hormônio feminino, estradiol. “O estradiol age nas células de gordura, aumentando o tamanho das mesmas. As mulheres que possuem os quadris largos e pernas grossas têm maior tendência a desenvolver celulite, já que costumam ser mais ‘sensíveis’ à ação desse hormônio. Além da retenção hídrica e aumento das células gordurosas, há também formação de fibroses, que resultam nos indesejáveis ‘furinhos’ e nódulos. Todas essas modificações no tecido podem levar a uma diminuição
cada vez mais as mulheres estão sendo conquistadas pelo uso dos nutricosméticos, pela praticidade. Eles oferecem minerais e vitaminas em uma forma química que permite melhor absorção pelo organismo da oxigenação local, podendo causar dor e inchaço”, explica. Já a gordura localizada tem como fator principal os maus hábitos alimentares, mas também pode estar relacionada a fatores genéticos e ainda à falta de exercícios físicos e até mesmo de uma alimentação regrada e preferencialmente feita a cada três horas. Isso porque ao ficar muito tempo sem receber alimento, o organismo começa a fazer uma espécie de estoque, “guardando” calorias para se manter ativo e assim formam-se verdadeiros depósitos de gordura corporal, principalmente na região do abdômen. E por falar em alimentação, a nutricionista Maiara Fidalgo afirma que ela pode sim ajudar na aparência
Mudanças que fazem a diferença Os consumidores devem: • Adotar uma alimentação fracionada, a cada três horas; • Reduzir o consumo de sal; • Reduzir o consumo de alimentos gordurosos e frituras; • Aumentar o consumo de alimentos integrais; • Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes; • Beber dois litros de água por dia; • Praticar exercícios físicos regularmente, especialmente os aeróbicos. Fonte: dermatologista e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra.Carla Albuquerque
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Saiba mais! Além de fazer uso de cosméticos e nutricosméticos típicos para o tratamento de celulites e gordura localizada, os consumidores precisam manter uma dieta equilibrada. Veja, a seguir, os alimentos que são amigos da pele: • Uva roxa: é um protetor natural devido ao resveratrol, substância que age como um protetor natural e está, principalmente, na semente e na casca da uva roxa. • Ameixa: contém flavonoides que deixam a pele mais bonita e saudável porque neutralizam os efeitos dos radicais livres. • Chá verde: apresenta polifenóis, que ajudam a evitar o envelhecimento precoce, mantendo a pele mais firme ao mesmo tempo em que diminuem o risco de câncer de pele. • Manga, cenoura, tomate, mamão e melancia: são alimentos ricos em betacaroteno (que no organismo é transformado em vitamina). • Frutas vermelhas: morango, amora, cereja e framboesa, são ricas em cianidina e vitamina C. Fonte: nutricionista Maiara Fidalgo
da celulite. “Devem ser utilizados alimentos que auxiliem na redução da inflamação e do inchaço como, por exemplo, gengibre, chá verde, limão, morango e outras berries (blueberry, cranberry, etc.), cebola, alho-poró, açaí (sem açúcar/xarope guaraná), melão, melancia, entre outras frutas ricas em água. O chá de cavalinha contém silício, mineral importante na hora de manter a firmeza da pele e de ajudar a prevenir celulites indesejáveis”, recomenda. Portanto nota-se que, excluindo a genética, os hábitos de vida têm uma grande parcela de culpa no surgimento da celulite e da gordura localizada. Sendo assim, a palavra de ordem para as consumidoras é cuidar-se desde cedo e abandonar maus hábitos. 174
“Para evitar esses problemas, os cuidados devem ser intensificados logo no início da puberdade. Ter uma alimentação balanceada, beber dois litros de água por dia e praticar exercícios físicos, em especial os aeróbicos, são mandatórios para quem quer se ver livre da celulite”, diz a Dra. Carla. A dermatologista ainda dá um aviso às fumantes: o cigarro atrapalha a oxigenação dos tecidos, gerando radicais livres e causando flacidez. “Parar de fumar ajuda a melhorar a oxigenação dos tecidos, o que pode ajudar na melhora do aspecto da celulite”, diz.
Cosméticos a favor da beleza da pele Se muitas mulheres têm a genética contra, a indústria possui um arsenal de produtos a favor da saúde e da beleza da pele e do corpo. Segundo a gerente de comunicação científica de Vichy, Fernanda Balbi, é mais comum as mulheres apresentarem acúmulo de gordura nas coxas, nos culotes, no abdômen e nos braços e, portanto, são áreas onde se buscam maior tonificação e elasticidade. Fabiana revela ainda que uma pesquisa feita por L’Oréal, em 2012, apontou que uma a cada duas mulheres se diz incomodada com a celulite. Os produtos destinados ao tratamento do aspecto da pele de quem tem celulite possuem ação complementar à combinação com outros tratamentos. Nesse cenário, os nutricosméticos ganham cada vez mais destaque. Para o médico, nutrólogo e fundador da Integralmédica Suplementos Nutricionais, Dr. Eclésio Bragança, os nutricosméticos são cápsulas de beleza que possuem como objetivo trazer beleza e saúde de “dentro para fora”. “Eles contêm uma associação de vitaminas, minerais, carotenoides e flavonoides, entre outras substâncias, que combatem a oxidação dos tecidos e suas carências nutricionais, além de auxiliar na estimulação das funções da pele, promovendo uma restauração da beleza do corpo e rosto. A cada dia, têm se tornado um recurso cada vez mais interessante, atuando como grandes aliados em tratamentos para celulite, gordura localizada e estrias, além de promover um rejuvenescimento facial”, diz. Ainda segundo o Dr. Bragança, cada vez mais as mulheres estão sendo conquistadas pelo uso dos nutricosméticos, pela praticidade. “Eles oferecem mi-
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Se muitas mulheres têm a genética contra, a indústria possui um arsenal de produtos a favor da saúde e da beleza da pele e do corpo nerais e vitaminas em uma forma química que permite melhor absorção pelo organismo, quando comparados aos suplementos tradicionais”, completa. Esses produtos trazem uma gama de ativos que juntos atuam melhorando o aspecto da pele. “Os princípios ativos mais eficazes são cafeína, centella asiática, carnitina, amarashape e retinol (este é útil quando há celulite associada à flacidez). Existem ainda ativos, como o liporeductyl, que é um pró-lipossoma que associa clássicos extratos anticelulíticos (como cafeína, rutina, carnitina e compostos iodados) à ação do tripeptídeo GHK. Essa forma lipossomada facilita a penetração de ativos, transportando-os até camadas mais profundas da pele. Têm ação lipolítica e ativadora da microcirculação”, explica a Dra. Carla. Ela ainda diz que os cremes funcionam desde que façam parte de um tratamento global, que inclua exercícios, dieta balanceada, hábitos saudáveis de vida, drenagem linfática, entre outros, sendo ótimos coadjuvantes. “Quanto mais precoce for o início do tratamento, melhores serão os resultados. Quanto menor o grau da celulite, melhores serão os resultados também. Ou seja, é possível melhorar (e não eliminar) o aspecto da celulite em todas as idades”, completa.
Oportunidade para farmácias Essa preocupação com a saúde da pele faz com que as mulheres procurem o varejo especializado não apenas para comprar, mas também esclarecer 176
dúvidas sobre os mesmos. E é nesse nicho de mercado que as farmácias podem encontrar oportunidades de concretizar vendas e fidelizar clientes. Segundo Fabiana, especialmente em se tratando de produtos para celulite, a presença da dermoconsultora é fundamental para explicar a forma de utilização e as técnicas de massagem que auxiliam no tratamento. “As dermoconsultoras são treinadas para tirar as principais dúvidas das consumidoras e orientá-las sobre o uso e funções de cada produto. Assim, elas podem ajudar as consumidoras na hora da compra”, afirma. Ter uma área dedicada a essas categorias e valorizar as novidades é fundamental para que a consumidora encontre com facilidade o que procura ou tenha despertado o desejo de compra por impulso. “As mulheres adoram experimentar lançamentos nessa área. Assim, apresentar as novidades da área, tanto com uma exposição diferenciada quanto com o atendimento ao cliente, pode ser uma forma de divulgar e vender mais esses produtos. Essas categorias em especial não são compradas de forma rápida. As mulheres vão querer ler os rótulos, perguntar sobre o produto. Assim, a exposição deve ser feita em locais que permitam essa análise mais cuidadosa. Uma exposição diferenciada também pode ser interessante, utilizando materiais, como folhetos dos produtos, cubos e outros feitos pelos fabricantes”, orienta a farmacêutica especializada em marketing de varejo da Ferrara Soluzioni, Tatiana Ferrara Barros.
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consumo
O artificial dá lugar ao natural Utilizados para as mais diversas funções, esses cosméticos possuem resultados excelentes, pois são formulados com ingredientes extraídos diretamente da natureza Por Vivian Lourenço
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Conservantes, agentes químicos, industrializados e artificiais. Tudo isso faz parte da formulação da maioria dos produtos utilizados no dia a dia do consumidor. Mas muitos estão em busca de uma vida mais saudável e isto implica em consumir produtos que contenham cada vez menos agentes industrializados e mais naturais. E nessa onda, os cosméticos naturais e orgânicos saem na frente na preferência do shopper. Mas existe alguma diferença entre o cosmético natural e o orgânico?
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A resposta é dada pelo coordenador do curso de Pós-Graduação “Cosmetologia Aplicada à Estética” do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), João Paulo Correia Gomes. Segundo ele, a diferença está na porcentagem de ingredientes certificados orgânicos na fórmula, que é fiscalizada por certificadoras famosas como Ecocert (organismo de inspeção fundado na França, em 1991) e Instituto Biodinâmico (IBD). “O cosmético considerado orgânico, tanto para o Ecocert quanto ao IBD, deve conter em sua fórmula 95% de ingredientes orgânicos, ou seja, a matériafoto: shutterstock
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grado de Bem-Estar, Thaís Lopes. Porém muitos desses produtos naturais são criados em meio a um ambiente rico em agrotóxicos, mutações transgênicas e hormônios, a fim de que se tenha todo e qualquer tipo de safra o ano todo disponível no mercado. “Já os produtos orgânicos são inteiramente livres desses aditivos, causando menos riscos alérgicos e de desenvolvimento de algumas doenças.” O cosmético natural deve conter pelo menos 5% de matérias-primas orgânicas. Portanto, quando um cosmético é natural, ele não necessariamente é orgânico, porém quando um produto é orgânico, ele sempre será natural.
Benefício ao consumidor
-prima deve ser controlada desde a sua origem, assim como todo o processo de produção deve ser sustentável”, detalha Gomes. Além disso, a embalagem deve causar o mínimo de impacto possível ao meio ambiente e conter a marca dos selos que atestem que ele de fato é orgânico. As matérias-primas orgânicas desses cosméticos devem ser provenientes da agricultura orgânica certificada – não utiliza hormônios de crescimento, antibióticos, fertilizantes químicos, mão de obra infantil ou escrava, nem técnicas de engenharia genética. “Além disso, não são testados em animais e não têm produção de resíduo”, complementa a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Flavia Ravelli. Já o produto natural é todo aquele com componentes extraídos diretamente da natureza e combinados de maneira a otimizar seus potenciais ativos, explica a cosmetóloga e terapeuta do Auraclara Centro Inte-
Existe uma grande variedade de produtos no mercado para atender o shopper, entre eles estão sabonete, xampu, condicionadores, hidratantes, maquiagens, esfoliantes, repelentes, desodorante, creme dental, entre outros, destaca a Dra. Flavia. Apesar de existirem produtos de diferentes marcas e até mesmo com valores bem atrativos, o importante é ficar sempre atento à composição química descrita na embalagem e de preferência se tiver o selo “orgânico”, comprovando ser livre de aditivos químicos. Com relação à formulação de cada produto, Gomes, do Senac, alerta que as matérias-primas vegetais orgânicas são mais íntegras em função do baixo processo de síntese química, que desta forma contribui com mais possibilidade benéfica de suas propriedades que uma substância sintética a qual apresenta somente uma propriedade esperada. O coordenador do Senac explica que os óleos vegetais penetram na pele de forma mais efetiva que os óleos minerais. Além disso, os óleos vegetais são ricos em nutrientes, como vitaminas e sais minerais. Por outro lado, os óleos minerais não penetram com facilidade e apresentam a sensação de matéria-prima densa e de baixa espalhabilidade. Os cosméticos anti-idade faciais orgânicos, por exemplo, apresentam eficácia comprovada em função dos benefícios de suas matérias-primas ricas em ácidos graxos essenciais orgânicos, vitaminas A, C e E orgânicas. Os produtos orgânicos para cabelos são realmente eficientes, pois apresentam, por exemplo, as seguintes composições: substituição do Lauril Éter Sulfato de Sódio (LESS), matéria-prima extremamente agressiva e irritativa da pele, por derivados naturais, como o milho ou a cana-de-açúcar que realizam a função de limpeza e formação de espuma de maneira mais 2015 setembro guia da farmácia
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consumo
suave e menos agressiva e, além disso, são livres de sal e silicone, deixando os cabelos menos ressecados e menos densos. Segundo os especialistas, os cosméticos naturais e orgânicos podem ser utilizados por qualquer pessoa, desde que não possua hipersensibilidade a nenhum componente da fórmula. As finalidades de uso, como orienta Thaís, são inúmeras. Desde queda de cabelo ao controle da celulite e uniformização da textura da pele. “E geralmente os resultados são excelentes, apenas utilizando produtos extraídos diretamente da natureza mesmo.” Por esses motivos, os cosméticos orgânicos são indicados para quem tem suscetibilidade ao quadro alérgico, pois têm função seletiva de uso de matérias-primas como, por exemplo, seleção de conservantes naturais, de não uso de matérias-primas derivadas do petróleo e matérias-primas livres de agrotóxicos. “Entretanto não se deve considerar que são hipoalergênicos, pois, para se afirmar isso, há necessidade de testes para comprovação”, acrescenta Gomes.
produtos naturais no PDV Com o consumidor tendo hábitos de vida mais saudáveis, oferecer ao shopper esses cosméticos pode ser uma alternativa interessante. Porém, Thaís revela que este é um trabalho minucioso, mas que certamente vale a pena. “Com a nossa ‘evolução’, nós nos afastamos da natureza e de tudo que é melhor para nós. Mas com tantos casos alérgicos e de tantas outras doenças
O cosmético natural deve conter pelo menos 5% de matérias-primas orgânicas. Portanto, quando é natural, não é necessariamente orgânico, porém quando um produto é orgânico, ele sempre será natural 180
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(causadas por materiais sintéticos produzidos em laboratórios), naturalmente as pessoas começarão a buscar alternativas ‘da vovó’, ou seja, receitas mais caseiras com produtos naturais e, principalmente, orgânicos. Mas é claro que nós, os profissionais da área da saúde, precisamos, e é nosso dever, orientar os clientes/pacientes a levar um estilo de vida mais natural, ao começar pelo que se alimentam e utilizam como cosmético na pele, afinal tudo o que colocamos na pele chega rapidamente à corrente sanguínea”, esclarece Thaís. Além disso, a Dra. Flavia também complementa dizendo que, antes de tudo, é importante esclarecer que, no Brasil, não existe regulamentação oficial sobre os cosméticos naturais e orgânicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sendo assim, pessoas que se interessem pelos produtos necessitam procurar o selo de certificação de cosmético natural nas embalagens. No Brasil, os principais selos são da Ecocert e do IBD, mas mesmo assim cada um utiliza critérios próprios para definir os produtos. Para disseminar essas informações importantes e pertinentes à área da saúde em geral, o coordenador do Senac avalia que é necessário explicar corretamente o uso até para potencializar os benefícios e minimizar os riscos. “Acredito ser importante dar aos consumidores todas as opções possíveis de cosméticos do mercado (principalmente aos consumidores ‘verde’)”, acrescenta a dermatologista da SBD. Esses cosméticos possuem como benefícios a sustentabilidade, não serem testados em animais e são facilmente biodegradáveis (geram menos poluição). Com relação ao custo ao consumidor, Thaís esclarece que o preço é algo muito relativo. Marcas, composição e finalidade do produto estão em jogo para que se chegue a um determinado preço para o consumidor final. Os orgânicos podem sair mais caros devido à safra de alguns produtos ser apenas em uma época específica do ano. Por ser feitos a partir de produtos manufaturados, o preço pode ser mais alto que os demais cosméticos. “A maioria deles ainda tem custos mais elevados, pois a produção é em pequena escala comparada com os cosméticos tradicionais. Acredito que se a produção crescer, esse custo será equivalente ao convencional”, finaliza Gomes, do Senac.
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Atualize-se! Com o Guia da Farmácia você mantém os preços da sua loja sempre atualizados e consulta os medicamentos online. Além disso, tem acesso diário às notícias do mercado e informações sobre tendências, eventos e assuntos mais comentados do setor.
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a voz do farmacêutico
Opção a mais
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Existe uma cultura de que medicamentos homeopáticos não são vendidos nas grandes redes de farmácias, entretanto, também podem estar disponíveis nestes estabelecimentos
Maria Isabel de Almeida Prado Diretora farmacêutica da Boiron no Brasil 182
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Diariamente, percebemos os avanços da terapêutica homeopática no mundo, o que também pode ser observado aqui no Brasil. Por outro lado, ainda há certo desconhecimento da população e, de certa forma, algum preconceito em relação a essa opção de tratamento. Reconhecida como especialidade médica no nosso País desde 1980, a homeopatia é utilizada, na maioria das vezes, como forma de prevenção, mas, em algumas ocasiões, é deixada de lado quando o assunto é o tratamento de patologias. Há alguns anos, os medicamentos homeopáticos eram mais facilmente encontrados somente nas farmácias de homeopatia, e, por isso, especialmente no Brasil, existe uma cultura muito enraizada de que não seriam medicamentos encontrados nas grandes redes de farmácias. Na verdade, os medicamentos homeopáticos também estão disponíveis nestes estabelecimentos para o tratamento de diversas doenças, como gripes, distúrbios do sono e ansiedade. Os medicamentos homeopáticos industrializados são preparados considerando uma determinada patologia e ocupam as prateleiras de uma drogaria, ao lado da medicação alopática e até mesmo fitoterápica. Isso permite aos pacientes, em todo o mundo, fazerem sua escolha, considerando os benefícios, isto é, no caso dos homeopáticos, por sua eficácia, ausência de efei-
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tos colaterais e por não interferirem com outros medicamentos alopáticos, que por ventura estejam sendo utilizados. Esses medicamentos são seguros e aprovados pelo orgão regulador, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde o fim de 2006, a homeopatia passou a fazer parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e também ganhou destaque nesse ano no tratamento dos sintomas da dengue. Segundo a Associação Médica Homeopática Brasileira, a homeopatia está presente na rede pública em 20 unidades da Federação, 16 capitais, 158 municípios e conta com 457 profissionais médicos homeopatas. É importante lembrar que a homeopatia e a alopatia podem caminhar juntas, uma vez que a primeira não apresenta interação medicamentosa. O tratamento se torna mais eficiente quando as especialidades trabalham em conjunto, como no caso da vacina da gripe. A homeopatia tem benefícios comprovados, e a ausência de efeitos colaterais indesejáveis faz com que o tratamento seja abrangente, podendo ser utilizado por crianças, adultos, idosos e grávidas. É fundamental reforçar que o medicamento homeopático faz parte do arsenal terapêutico e deve ser considerado por médicos, de qualquer especialidade, e pelos pacientes, quando buscarem uma opção para o tratamento de qualquer doença. foto: DIVULGAÇãO
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sempre em dia
Pele perfeita Que as brasileiras são apaixonadas por produtos de beleza, todo mundo sabe. Mas os queridinhos das consumidoras são os itens que realmente proporcionam aparência jovem e saudável Por Tassia Rocha
Viço e hidratação garantidos
Para minimizar os efeitos causados pelo envelhecimento, a equipe de Desenvolvimento de Produtos da Vichy criou, em parceria com os Laboratórios L’Oréal, um produto que resolve as principais queixas da mulher com pele madura: perda de viço, falta de hidratação, perda de firmeza e de densidade da pele. Surgiu Neovadiol Concentrado – dermocosmético contendo um complexo substitutivo capaz de compensar os efeitos da menopausa na pele e, consequentemente, minimizar o envelhecimento causado pela queda do DHEA, o “hormônio da juventude”. ■■www.vichy.com.br 184
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Livre de estrias
A Mustela®, marca francesa de dermocosméticos premium pertencente ao Laboratório Expanscience, lança o Survival Kit Anti-Estrias para cuidados com a pele da mulher durante o período de gestação e também no período pós-parto. Os itens que compõem o kit – Creme Anti-estrias Dupla Ação e Óleo Anti-estrias – foram especialmente formulados para prevenir o surgimento de novas estrias e favorecer, ainda, a redução de estrias recentes na pele. ■■www.mustela.com.br fotos: shutterstock/divulgação
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Remoção das caspas
Pielus é um xampu anticaspa indicado para caspa moderada a grave, que possui em sua formulação o ácido salicílico, zinco PCA, piroctona olamina e quatro agentes condicionantes, que ajudam a reduzir a descamação do couro cabeludo sem agredir os cabelos. O produto protege os fios, deixando o cabelo macio e saudável. O ácido salicílico auxilia na remoção da caspa e a piroctona olamina é um antifúngico que age contra o Malassezia furfur, fungo associado à formação da caspa. Pielus não contém agentes irritantes e diminui a recorrência do problema. ■■www.mantecorpskincare.com.br
Tez renovada
Eucerin Dermo DENSIFYER Noite acelera a renovação celular, reforça a estrutura da pele e aumenta a luminosidade. Sua composição contém o extrato de arctiin, peptídeos-apiacea e dexpantenol, que estimulam a formação de colágeno e renovação natural da pele. O Dermo DENSIFYER Noite é recomendado para todos os tipos de pele e é comercializado na embalagem de 50 g. ■■www.eucerin.com.br
Sorriso mais branco
Colgate Luminous White apresenta o seu mais recente lançamento: Colgate Luminous White Advanced. A novidade traz em sua fórmula o peróxido de hidrogênio, o mesmo princípio ativo que é utilizado pelos dentistas em tratamentos para o clareamento no consultório. A fórmula do novo creme dental foi desenvolvida especialmente para atender os consumidores que buscam um sorriso mais branco e que agora podem contar com um toque profissional no dia a dia. ■■www.colgate.com.br
Linha completa
A Granado amplia a sua linha Terrapeutics, de produtos com benefícios terapêuticos e sensoriais, e lança a fragrância Chá Branco, com propriedade revigorante. São itens para o banho (sabonete líquido, esfoliante e óleo corporais), para o corpo (hidratante, creme para mãos e manteiga corporal) e para a casa (vela perfumada e difusor de ambiente). Seu perfume traz, na saída, notas frescas de bambu, flor de laranjeira e chá verde; no corpo, notas envolventes de mel e chá branco, com um toque surpreendente do alecrim. ■■www.granado.com.br 2 0 1 5 se t em b r o g u i a d a f a r m á c i a
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sempre em dia
Tecnologia inovadora
A Unilever acaba de lançar os antitranspirantes comprimidos. Os produtos oferecem o mesmo rendimento, benefício, eficácia e duração dos antitranspirantes em aerossol regulares, porém, em embalagem menor. A novidade será oferecida ao público feminino em três variantes de Dove e cinco variantes de Rexona pelo mesmo valor das versões regulares, em pontos de venda (PDVs) de todo o País. As embalagens dos antitranspirantes comprimidos trazem uma redução de 30% de alumínio nas embalagens; 50% de redução de gás propelente (responsável pela saída do produto de dentro da lata); 39% menos caminhões nas ruas; 65% mais produtos acondicionados por pallets e 39% de redução no número de pallets necessários para transportar os produtos, o que entrega uma redução de 30% de impacto no meio ambiente durante o ciclo de vida do produto. ■■www.desodorantescomprimidos.com.br
Hidratação duradoura Desenvolvido pelo Grupo Cimed, Hidrat Luva de Silicone tem como objetivo criar uma camada protetora e atuar contra o ressecamento da pele das mãos causado por agentes externos, como baixa temperatura, sabonetes e produtos de limpeza. O silicone, conhecido por formar uma película que preserva e reduz a perda de água da pele, é a melhor solução para quem busca hidratação prolongada, maciez e um delicioso perfume nas mãos durante muito mais tempo. ■■www.grupocimed.com.br
Público masculino
Para cuidar do visual dos torcedores mais fanáticos, o kit da linha ‘Times’ contém xampu (250 mL) e condicionador (250 mL), com embalagem diferenciada em formato de busto vestindo a camisa do clube, e um sabonete em barra (70 g) em forma de bola de futebol. Desenvolvidos para atender às necessidades dos homens, os itens contam com agentes vegetais e fragrâncias agradáveis. ■ ■www.biotropic.com.br 186
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Longa duração
Pele oleosa
A Stiefel traz ao Brasil o mais novo produto de sua marca de cuidados com a pele: Clindo Pele acneica Esfoliante. Sua formulação inovadora, indicada para pele oleosa e com tendência à acne, proporciona limpeza avançada e forma suave. Desenvolvida com o moderno complexo Advanced C3, a novidade conta com uma tecnologia inovadora que transforma os ingredientes esfoliantes em partículas menores, promovendo uma esfoliação mais suave, que ajuda a remover células mortas e impurezas da pele.
A marca referência em cuidados para mãos e unhas, Mavala, apresenta dois lançamentos: o Mavala Anti-Spot Cream e o Mavala Gel Finish Top Coat . O Mavala Anti-Spot Cream clareia e previne o aparecimento de manchas, ajuda a regular a pigmentação natural e unificar a pele. O produto penetra facilmente e deixa uma película protetora sobre a pele, além do perfume suave e muito agradável. Já o Mavala Gel Finish Top Coat é um finalizador e oferece aspecto ultrabrilhante, assim como um acabamento de gel – mas sem o uso de produtos químicos –, diminuindo o risco da unha lascar, com longa duração e secagem rápida. ■■http://mavala.com.br
■■www.stiefel.com.br
Proteção prolongada Esmalte regenerado
Oitenta por cento dos problemas dentários, como cáries e amarelamento, podem ser causados pela erosão do esmalte e ataque de ácidos. Por isso, Regenarete oferece o Creme Dental Avançado de uso diário, que atua nos estágios iniciais e invisíveis da erosão; e o Serum Potencializador de uso mensal por três dias consecutivos, que aumenta a eficácia do Creme Dental Avançado, maximizando o poder de regeneração do esmalte, mesmo em locais de difícil acesso, como entre os dentes. ■■www.regeneratenr5.com.br
Protex apresenta o novo Protex COMPLETE 12®, um produto que oferece 12 vezes mais proteção, ajudando a proteger a pele contra o crescimento de bactérias, com proteção de até 12 horas. Por meio de estudos com consumidores, a marca percebeu que eficiência e proteção prolongada são benefícios relevantes e aspiracionais para pessoas que buscam uma pele saudável e protegida. O novo Protex COMPLETE 12® chega para fortalecer as credenciais da marca, oferecendo benefícios de saúde e proteção, além de eliminar 99,9% das bactérias. ■■www.colgate.com.br/protex 2 0 1 5 se t em b r o g u i a d a f a r m á c i a
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De que forma a farmácia deve proceder quando um medicamento é devolvido pelo cliente? 188
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fotos: shutterstock/Leandro Kendy
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envie sua pergunta, nós respondemos!
Maria Aparecida Nicoletti
Pergunta enviada por Wilian Café, gerente da Farmácia do Trabalhador, de Santo Antônio do Antar (MG)
S
Professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG)
Segundo normatizado pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90), o estabelecimento deverá aceitar a devolução do produto quando for identificado desvio de qualidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece o conceito de Desvio da Qualidade de Medicamentos como sendo o afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um produto ou processo. Portanto, os medicamentos que apresentam desvio de qualidade são produtos que durante o processo de fabricação, transporte ou armazenamento se afastaram dos parâmetros de qualidade estabelecidos em seu registro na Anvisa. Alguns desvios de qualidade observados em medicamentos são: alterações de aspecto, cor, odor, sabor, número de comprimidos na embalagem, volume ou presença de corpo estranho ou mesmo falta de efeito. A devolução também poderá ocorrer quando dispensado um medicamento cuja posologia para o tratamento prescrito ultrapasse a validade do produto. Saliente-se, entretanto, que não há obrigatoriedade do estabelecimento em receber a devolução de medicamentos que se enquadrem em justificativas como, por exemplo, a falta de adesão ao tratamento e/ou interrupção do tratamento por outros medicamentos prescritos. Entretanto, não há legislação que proíba o estabelecimento em receber o medicamento do usuário, desde que não seja medicamento que conste da lista/atualizações da Portaria 344/1998 (Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial).
É importante ressaltar que o estabelecimento que tenha definido como política da empresa o recebimento da devolução do medicamento não deverá incorporá-lo novamente ao estoque, considerando que não poderão ser garantidas as condições do armazenamento correto (risco sanitário) enquanto o medicamento esteve sob a guarda do usuário, o que inviabiliza a sua comercialização. Esses medicamentos deverão ser segregados e encaminhados conforme destinação prevista no Plano de Gerenciamento de Resíduos (RDC 306/14 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde). Considerando os medicamentos constantes da Portaria 344/1998 (medicamentos sujeitos a controle especial), bem como suas atualizações e, também, da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n.º 20/11 (dispensação e controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição médica, isoladas ou em associação), a Anvisa estabelece que: “um produto desta categoria, ao sair do estabelecimento farmacêutico, deve ter sua ‘baixa’ efetuada pelo farmacêutico no Livro de Registro Específico, através da receita ou notificação de receita do paciente/comprador. Para que um produto possa ter sua ‘entrada’ efetuada neste Livro citado, esta entrada somente pode ser feita por Nota Fiscal de compra e não por qualquer outro meio, como, por exemplo, a devolução do medicamento. Ou seja, a impossibilidade da devolução decorre de dois fatores: o risco sanitário somado ao fator legal”. 2015 setembro guia da farmácia
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Crônica
O caso do parafuso
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Tenho uma pequena oficina em minha casa simplesmente porque os trabalhos manuais me divertem. Sempre fui adepto do conceito DIY (Do It Yourself), expressão em inglês que significa faça você mesmo, muito difundido na cultura americana. E foi assim que, em um belo sábado de inverno, acordei cedo para realizar uma série de pequenos consertos domésticos. Entre os vários materiais necessários, havia um que não constava do meu estoque: um parafuso allen de rosca fina para o sistema de exaustão da minha cozinha. Fui até uma loja especializada procurar pelo item. Ao me aproximar do balcão, fui prontamente atendido por um jovem rapaz que me perguntou o que eu desejava. Ele foi para os fundos da loja e voltou cerca de dois minutos depois dizendo que infelizmente aquele parafuso tinha acabado. Um pouco desapontado, agradeci e me virei para sair da loja. Foi nesse instante que outro vendedor, que até aquele momento estava apenas observando a conversa, me disse: “Senhor, aguarde mais um momento que eu vou ver se consigo achar esse parafuso”. Ele voltou com os parafusos na mão. Então me disse: “Eu achei os parafusos, vou fazer uma nota e senhor pode pagar no caixa”. Agradeci, peguei a nota e fui pagar. Mas a minha atenção ficou totalmente voltada para a conversa que se seguiu entre os dois vendedores. – Cara, onde você encontrou esses parafusos? – Ah! Eu sabia que tinha uma caixa, mas ela estava bem no fundo da prateleira. – Por que você não me avisou? – Se eu tivesse avisado, a comissão de venda seria sua. Assim, como fui eu que vendi, a comissão é minha. – Isso é jogo sujo! Eu vou dar o troco! Foi uma situação constrangedora que eu, como cliente, não deveria jamais ter presenciado.
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No mundo dos negócios, sempre enfatizamos a importância do trabalho em equipe, mas é preciso lembrar que uma equipe só é sinérgica quando todos os seus membros atuam de forma cooperada. Ao instituir um modelo de comissionamento sobre as vendas, ou seja, um modelo de competição interna, certamente o gestor da loja achou que estava criando uma grande vantagem para todos. De fato, o estímulo à competição é saudável, pois invariavelmente eleva os resultados da empresa e premia os profissionais de melhor desempenho. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados. Em primeiro lugar, é preciso haver regras claras e compartilhadas. É fundamental que todos saibam exatamente como tudo funciona e tudo tem de funcionar exatamente conforme o combinado. Em segundo lugar, o processo deve apoiar-se em critérios de meritocracia, ou seja, o gatilho que dispara os ganhos de cada empregado precisa basear-se no mérito verdadeiro. O protecionismo não pode, em hipótese alguma, ter lugar de destaque nos sistemas competitivos. Terceiro e o mais importante: os empregados precisam estar preparados para trabalhar em ambientes competitivos. Nesse caso, treinamento, capacitação e, consequentemente, conscientização são as palavras-chave. Muitos empresários não investem em treinamento porque acham dispendioso, além de pouco efetivo. Mas isso não é verdade. O investimento em treinamento é muito pequeno quando comparado com o custo dos problemas que ele pode evitar. Além disso, é preciso compreender que os resultados dos processos de aprendizagem aparecem apenas em médio e longo prazo, mas quando surgem, estão entre os principais fatores que definem o sucesso da empresa. A loja de parafusos já não mais existe e é quase certo que sua extinção esteja diretamente relacionada com um somatório de fatos como esses.
Jorge Bertolino Filho Engenheiro elétrico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio diretor da Kwaap Consultoria Ilustração: shutterstock
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Independentemente do tamanho da empresa, inserir um sistema de informação só traz benefícios. O gerenciamento de informação é uma grande fonte para potencializar suas vendas, pois utiliza recursos e ferramentas que melhoram o relacionamento com clientes e fornecedores. Com um sistema de informação, é possível aumentar sua eficiência e agilidade nos processos. Viabiliza também conhecer melhor sua empresa mediante relatórios emitidos dia a dia referentes a custos, faturamento, perdas e outros. Isso o leva a decifrar também seu cliente, já que dessa forma saberá exatamente o que está agradando ou não!
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Imagine poder saber quais os tipos de produtos que seu cliente mais compra ou consome ou possuir dados sobre as formas de pagamentos. Com esses detalhes, você terá um controle geral de compra, vendas, pagamentos, ou seja, seu real faturamento. Diante do sistema de informação, além de todas as vantagens já explanadas, é possível também gerenciar o cadastro de fornecedores e seus respectivos produtos, valores negociados e relatórios comparativos, entre outros. Com o sistema de informação, você também poderá limitar os dados que seus colaboradores poderão ou não
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acessar, permitindo assim um trabalho em equipe sem aquele estresse da vigilância acirrada sobre eles. Atualmente, não se cogita mais fazer uso de anotações apenas em “papeizinhos” que se perdem em nossos bolsos e acabam virando pó na máquina de lavar, aliás, não podemos permitir em tempo algum a palavra “perda”, principalmente hoje com inúmeras possibilidades de armazenamento de informações, além da informatização em todos os aspectos da nossa vida. É importante que sejamos mais simpatizantes da tecnologia e não opositores, afinal, todos nós, atualmente, somos dependentes dela.
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Hospital Alemão Oswaldo Cruz www.hospitalalemao.org.br
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Hospital Samaritano de São Paulo www.samaritano.org.br Hospital San Paolo www.hsanpaolo.com.br Hypermarcas www.hypermarcas.com.br
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IBVendas www.ibvendas.com.br Incoterm www.incoterm.com.br
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