Guia 264 - Intercambialidade

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ano XXi • nº 264 novembro de 2014

PROPOSTA DE

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Pela nova regra, os similares que já tenham comprovado equivalência farmacêutica poderão declarar que são substitutos dos medicamentos de marca

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EDITORIAL

Consensos

duvidosos

No início deste ano, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciaram a abertura de uma Consulta Pública para um novo parâmetro de comercialização dos medicamentos similares. A mudança previa impor testes mais rigorosos de bioequivalência, para que pudessem ser substituídos pelos de referência. Além disso, esses produtos custariam no máximo 65% do preço do medicamento de marca, método já utilizado para os genéricos. Eles teriam também alterações nas embalagens, que passariam a ser impressas com as letras EQ. No último dia 13 de outubro, a Agência publicou, no Diário Oficial da União, os requisitos necessários para que um medicamento similar possa substituir o de referência ou de marca. Pela nova regra, os que já tenham comprovado equivalência farmacêutica com o medicamento de referência da categoria poderão declarar na bula que são

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) EDITORA-ASSISTENTE Flávia Corbó EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

substitutos dos medicamentos de marca. O resultado decepciona os consumidores que aguardavam uma redução de preços e deixa os players do mercado mais aliviados, porém, há muita incerteza do que acontecerá com o mercado, sobretudo no que diz respeito à concorrência com os genéricos. Especialistas não acreditam em grandes alterações nos resultados comerciais, mas são veementemente contra a proposta de intercambialidade. Outro assunto polêmico, abordado nesta edição, fica por conta da liberação de venda dos medicamentos emagrecedores ou inibidores de apetite. O tema ganha novo rumo, mas continua sem uma definição concreta do que seria mais seguro para a saúde da população.

Especialistas não acreditam em grandes alterações nos resultados comerciais, mas são veementemente contra a proposta de intercambialidade

Lígia Favoretto Editoria-chefe

ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto

GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2014

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Boa leitura.

MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Claudia Manzzano, Flávia Corbó, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Caio Camargo, Gustavo Semblano, Marcelo Colapietro Rodrigues, Marcelo Cristian, Silvia Osso e Silvio Laban IMPRESSÃO Abril Gráfica

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

CAPA Shutterstock

FOTO: SHUTTERSTOCK

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SUMÁRIO

#264 NOVEMBRO 2014 E MAIS

96 CAPA

54 > ATUALIDADE Resolução da Anvisa determina que similares com testes de bioequivalência poderão ser intercambiáveis por medicamentos de referência

60 > POLÊMICA Denúncias apontam que a morosidade da Anvisa em conceder registro de medicamentos estaria prejudicando o mercado de genéricos

68 > PANORAMA Anvisa e Congresso Nacional entram em embate a respeito da comercialização de emagrecedores no Brasil

90 > CAPACITAÇÃO A dinâmica do mercado farmacêutico obrigada o profissional do setor a estar sempre buscando novos conhecimentos

114 > ESPECIAL SAÚDE – DENGUE Com a proximidade do verão, os casos da doença tendem a aumentar. Farmácias e drogarias devem orientar sobre medidas preventivas e alertar sobre os sintomas

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GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE AÇÃO CENÁRIO LEGISLAÇÃO DEBATE CONJUNTURA SOCIAL TRADE MARKETING PONTO DE VENDA

ESPECIAL SAÚDE 122 124 128 140 150

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ROTAVÍRUS MICOSES DIABETES DOR CRÔNICA DEPRESSÃO

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OPORTUNIDADE MIX CONSUMO SORTIMENTO SAZONAL BELEZA CATEGORIA TENDÊNCIA EVENTO SEMPRE EM DIA SERVIÇOS

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DISTRIBUIÇÃO Marcelo Colapietro Rodrigues GESTÃO Silvio Laban TREINA PDV FARMA Marcelo Cristian CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano OPINIÃO Caio Camargo VAREJO Silvia Osso

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CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) LUGAR COMUM Fuja dos erros básicos na organização de uma loja fazendo uso do planograma. Essa é uma ferramenta estratégica que otimiza vendas.

DOR E TRISTEZA Entenda mais a respeito da relação entre dor crônica e depressão.

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DIETA EM PAUTA Sibutramina é o emagrecedor mais utilizado no Brasil. Saiba tudo sobre o universo dessa substância.

FOTOS: SHUTTERSTOCK

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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS

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NOVO MEDICAMENTO PROMETE REDUZIR VONTADE DE BEBER

ESPECIFICAÇÃO POR CORES

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

TARJA VERMELHA

Apresentação? Quando? No Brasil, se for pedida a apresentação da receita médica para o medicamento de tarja vermelha ao cliente, ele te xinga e o dono da farmácia te demite. Daniele Meneses da Costa, em resposta à nota Especificação por cores, publicada no dia 15/10, no Facebook do Guia da Farmácia

MEDICAMENTO CONTRA ALCOOLISMO

Reduzir é o primeiro passo e todos sabemos que os efeitos colaterais de uma abstinência são horríveis. José Carlos Araújo, em resposta à nota Novo medicamento promete reduzir a vontade de beber, publicada no dia 18/10, no Facebook do Guia da Farmácia

MEDICAMENTOS GENÉRICOS AINDA GERAM DÚVIDAS

APLICAÇÃO DE INSULINA

É extremamente importante aplicar o medicamento na hora certa. Fernando Júnior, em resposta à nota Insulina que dispensa horário fixo para aplicação chega ao Brasil, publicada no dia 8/10, no Facebook do Guia da Farmácia

PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! EMPREGO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA CRESCE 3%

Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 36.

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ENTREVISTA - OMRON HEALTHCARE

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FOTOS: GUILHERME BESSA

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Sistema de

produção brasileiro A FABRICAÇÃO LOCAL ALIADA À REDE NACIONAL DE VENDAS AJUDARÁ A COMPANHIA A AUMENTAR SUA LUCRATIVIDADE E FLUXO DE CAIXA, COM A REDUÇÃO DE ESTOQUES

A

P O R L Í G I A FAV O R E T T O

A Omron Healthcare, gigante japonesa em dispositivos e equipamentos de cuidados para a saúde, anunciou a compra da NS Indústria de Aparelhos Médicos, empresa brasileira líder no mercado nacional de nebulizadores de uso domésticos. O contrato, assinado em 1º de setembro deste ano, marca a expansão da companhia nipônica no Brasil e é a primeira aquisição de uma linha de produção e de vendas fora do Japão, estimada como o maior valor já negociado pela Omron. A participação da NS, no mercado brasileiro de nebulizadores, gira em torno de 40%. Com a aquisição, a participação da Omron chegará próximo de 48%. A expectativa da companhia é trabalhar para alcançar 55% do mercado em três anos, passando de um faturamento de R$ 40 milhões, em 2013, para R$ 220 milhões em 2017. Pela acordo, a Omron assumirá a fábrica da NS, localizada na cidade de São Paulo, tornando-se a primeira planta de equipamentos médicos da empresa na América Latina, com o potencial de se tornar um polo exportador.

A integração entre as duas empresas será feita de modo a criar uma base de desenvolvimento global para nebulizadores. O objetivo é integrar o know-how de ambas; de um lado, a rede de distribuição e serviços da NS e de outro, a alta tecnologia e inovação da Omron. Dessa forma, segundo informa o diretor de operações da Omron Healthcare no Brasil, Wanderley Cunha, haverá uma estrutura diferenciada para ampliar a atuação na América Latina e, no futuro, galgar outros mercados. O executivo conversou com exclusividade com o Guia da Farmácia e revela o caminho de consolidação no Brasil. Ele é administrador de empresas com pós-graduação e MBA em Marketing pela ESPM e pela Universidade de São Paulo (USP), respectivamente. Com 23 anos de experiência na gestão de negócios em organizações multinacionais, atuou em start up de empresa de saúde no Brasil, onde foi responsável pela implantação de políticas internas e estruturas organizacionais. Atuou também em grandes companhias, como a Bayer, EMS e Abbott. Cunha está na Omron Healthcare desde 2009, quando estruturou as operações da empresa japonesa no País, superando as metas de vendas no primeiro ano e 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA - OMRON HEALTHCARE

estabelecendo o mercado brasileiro como o primeiro da América Latina. Após a aquisição da NS Aparelhos Médicos, ele será o representante da gigante nipônica no País à frente dos negócios nesta nova fase de expansão. Guia da Farmácia • Como se deu a negociação da compra de 100% da NS pela Omron? Wanderley Cunha • Devido ao crescimento desta categoria dentro do próprio Brasil, começamos a buscar parceiros, para que pudéssemos terceirizar nossa produção, o olhar foi focado na busca de parceiros brasileiros. Começamos a fazer o estudo de contratos, até que chegamos na NS, entre 2011 e 2012, com portfólio só de inaladores, que complementaria a linha da Omron. E a partir de então, começamos a entrar em contato, conhecemos os donos e falamos sobre a nossa necessidade de ter um parceiro local. Começaram as negociações que terminaram recentemente na aquisição de 100% da empresa. Guia • Por que a Omron decidiu por mudar o rumo dos negócios japoneses no Brasil? Cunha • Sobretudo pelo fator importação. A empresa, que depende hoje 100% da importação, corre vários riscos. Primeiro é sem dúvida o desembaraço da mercadoria, depois disso, você tem a fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Meu produto depende também do Inmetro para fazer todas as medições do produto e, por fim, da Receita Federal. Guia • Todo produto que chega ao Brasil passa pela inspeção da Anvisa e Inmetro? Cunha • Passa, sim. A Anvisa fiscaliza tudo e isso não acontece de forma rápida, o processo demora, no mínimo, 14

uma semana para poder ser visto e liberado. Aí fica mais uma semana na Receita Federal e eu só posso agendar, por exemplo, uma inspeção do Inmetro quando estou com a mercadoria em mãos, dentro do estoque, o que demora cerca de uma semana. Então é um mês de desembaraço, mas existe processo parado há dois meses e eu ainda não consegui liberação. São muitos detalhes, muita burocracia, que impossibilita a importação de 100% de um portfólio. Sem falar nas taxas de importação, que podem chegar a 70% do valor do produto. Tenho também de trabalhar com mais estoque do que eu trabalharia com a produção interna e esse investimento poderia estar sendo aplicado em ações de esclarecimento sobre o manuseio por parte da população e do varejo. Guia • A NS vai fabricar somente os inaladores e os outros produtos vocês vão continuar importando. Existe uma expectativa de que a NS assuma outras linhas de produção? Cunha • Existe, sim. A partir de 2016, nossa expectativa é de que a NS comece a produzir monitores de pressão. Guia • Como vai ficar a nova estrutura? A NS permanecerá ativa em todas as etapas do processo ou a mão de obra será japonesa? Cunha • Formalmente, não estamos pensando em tirar o nome da NS, porque ela tem um nome forte no varejo. Hoje, muitos balconistas reconhecem a marca, ela é forte, está no dia a dia do varejo. Então substituir uma marca por outra, não é a melhor estratégia. Mas de qualquer forma, vamos realizar uma pesquisa de lembrança de marca para ver o quão forte é a marca da NS. A minha intenção não é tirar a NS, é trabalhar com as duas marcas. Quanto à fabricação, eu acho que a consequência óbvia é de um possível aumento dentro da linha de produção. Guia • A Omron já estava presente no Brasil com portfólio completo? Cunha• Quase completo. Ainda temos alguns produtos internacionais que faltam chegar, mas são poucos, de outras categorias, mas monitores de pressão e inclusive inaladores, que são os dois principais nichos de negócios da Omron, já estão presentes aqui. Os inaladores começaram a ser importados em 2012 e os monitores de pressão, desde quando efetivamos as operações no Brasil. Guia • Todo o portfólio da Omron é voltado ao varejo farmacêutico. Qual a importância desse canal de vendas para a empresa? Quais são os outros canais de vendas? Cunha • Além do canal farma, nós estamos nas lojas cirúrgicas e hospitalares. Além do e-commerce tradicional, temos o e-commerce puro, como o B2W, o Netfarma,

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que é totalmente virtual. Quanto ao canal farma, trata-se de um canal que ainda tem muito a desenvolver, no que diz respeito às vendas de correlatos, principalmente monitores de pressão. Os inaladores já são bem mais maduros. A NS tem 47 anos de mercado e o principal canal deles é o farma, com 70% das vendas. Já os monitores, por exemplo, representam algo em torno de 50%, 55% do mercado total. Ou seja, esses 50%, 55% podem virar até mais de 70%, porque a categoria é muito específica e as farmácias e drogarias não sabem como trabalhá-la. Guia • E de que forma essa categoria poderia ser mais bem trabalhada pelo varejo farmacêutico? Cunha • Os monitores de pressão, até 5 anos atrás, não eram tão divulgados. Era raro você encontrar alguém que tivesse um e que pudesse chegar e falar “estou usando o monitor de pressão em casa e medindo minha pressão”. Mesmo porque é um paradigma ainda existente entre a classe médica. Preço é um fator que bloqueia, pois trata-se de um produto de alto valor agregado. Hoje, a farmácia deve pagar, a preço de custo, entre R$ 50 e R$ 60 por aparelho e vende a R$ 100, R$ 110, mais ou menos,

para quem adquire um produto de bem durável, mas não sabe manuseá-lo. A solução é que o varejo tenha informação suficiente para orientar o shopper e para que possa mostrar a forma correta de utilização, já que, hoje, os próprios médicos estão pedindo para que os pacientes tenham o monitor em casa. Guia • Essa atitude entra dentro de uma vertente de prevenção? Qualquer pessoa, mesmo que não portadora de pressão alta, deve ter um aparelho? Cunha • A pessoa que não tem predisposição, eventualmente, pode vir a ter problema de pressão, mas para quem já apresenta o quadro, o controle pode ser ainda melhor. E há uma coisa, os médicos recomendam mais o monitor de braço, não o de pulso. No mercado, hoje, o que se vê é totalmente o contrário: 90% de pulso e 10% de braço. Guia • E no que eles se diferem? Cunha • Se você medir tudo da maneira correta, não existe diferença. Mas o de pulso, normalmente, tem algumas especificações, para que o resultado seja preciso. Será que a pessoa vai ficar sentada para medir? Será que a pessoa vai estar na posição correta, descansada, vai fazer toda a preparação, por exemplo, que automaticamente faria para o medidor de braço. Porque, o de braço, você vai ter de colocar primeiro o produto numa mesa e você vai sentar ali para ajustar a braçadeira, vai colocar o braço na posição correta, colocar a braçadeira, e tudo mais. Querendo ou não, você acaba tendo uma posição mais correta da medição. No de pulso, a pessoa deve cruzar o braço no peito até ficar próximo o monitor do coração, quer dizer, tem de estar no mesmo nível do coração. Então sempre há a dúvida de se as pessoas estão ou farão da forma correta. Guia • Você acredita que com a Lei 13.201/14, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, para que a farmácia se torne um estabelecimento de saúde, as vendas de inaladores e monitores de pressão aumentem? Cunha • As farmácias podem prestar um serviço ou podem sugerir a venda de um produto, vai depender muito da forma de atuação de cada uma. O Brasil está vivendo agora uma tendência de realização de exames em casa, como os testes de glicemia e de pressão, o que tende a aumentar, acho que futuramente outros exames farão mais parte do dia a dia do consumidor, tanto na vertente preventiva quanto de controle. Da mesma forma, as farmácias serão mais buscadas para a prestação de assistência farmacêutica, já que cada vez mais ganham a confiança do consumidor. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESTRATÉGIA DE

EXPANSÃO O CRESCIMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO AVANÇA EM RITMO ACELERADO. INDÚSTRIAS BUSCAM PARCERIAS PARA OTIMIZAR VENDAS E INVESTEM EM NOVAS UNIDADES E PROJETOS POR TASSIA ROCHA

ATUAÇÃO ÚNICA

A P&G acaba de montar um escritório exclusivo para atender ao Nordeste. De olho na região que mais cresce atualmente no Brasil, a companhia, detentora de marcas, como Gillette, Pampers e Pantene, tem como objetivo obter o conhecimento profundo do consumidor local e atendê-lo da melhor forma possível, conforme suas aspirações, necessidades e cultura. Assim, levou para Recife um time multifuncional completo, com profissionais das mais diversas áreas, como Marketing, Finanças, Logística e Recursos Humanos, além de uma equipe de Vendas específica. • www.pg.com/pt_BR 18

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DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE

A farmacêutica Takeda anuncia o desenvolvimento de uma nova unidade de negócios, a Consumer Healthcare Brasil, que tem como objetivo atender ao potencial do mercado para produtos Over the Counter (OTC), RX (itens de marca) e similares. O projeto atuará na busca do bem-estar e da saúde do consumidor, visando ampliar a atuação no mercado brasileiro, expandir a linha de produtos e aumentar o acesso da população brasileira a medicamentos de qualidade. Essa mudança faz parte das ações de reestruturação global da empresa. • www.takedabrasil.com FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO/ARTHUR CALASANS

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NOVA UNIDADE

Sempre em busca de novos mercados e oportunidades, o Grupo Cimed acaba de desbravar mais um território e inaugura uma filial na cidade de Fort Lauderdale, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. “É um passo muito importante para a empresa, que é 100% brasileira”, declara o presidente do Grupo Cimed, João Adibe, que completa, “agora estamos entrando com processo de legalização e registro dos nossos medicamentos junto ao Food and Drug Administration (FDA), o órgão governamental responsável pelo controle de alimentos, suplementos alimentares, medicamentos, cosméticos, etc. Nossa intenção, neste primeiro momento, é continuar a produzir os produtos no Brasil e comercializar nos Estados Unidos”. • www.grupocimed.com.br

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VENDA EM ALTA

O comando mundial da Alcon, uma das maiores fornecedoras globais de produtos oftalmológicos, vê com otimismo o potencial de crescimento dos negócios no Brasil que, em 2014, vão imprimindo ritmo mais forte do que o esperado. Até agosto deste ano, a segunda maior divisão de negócios da Novartis registrou alta de 16% nas vendas no País, acima dos 12% previstos para o ano como um todo. • www.alcon.com

ATUAÇÃO BRASILEIRA TREINA PDV FARMA LANÇA CURSO ON-LINE GRATUITO

O site Treina PDV Farma, plataforma online de cursos da Contento Comunicação, disponibiliza mais um curso rápido gratuito, desde outubro deste ano. A videoaula comandada por Marcelo Cristian, da Desenvolva Consultoria, traz o tema “Atendimento a clientes da terceira idade” e aborda dados sobre o crescimento deste segmento da população e a importância de a farmácia estar preparada para atendêlo. Com o curso rápido, é possível que o varejista absorva dicas importantes sobre a fidelização do cliente idoso, além de otimizar os resultados da loja. Veja o artigo sobre o tema na página 52 ou você pode acessar agora mesmo o vídeo do curso com o QR Code, pelo seu celular! Além desse, existem ainda outros 5 cursos rápidos no Treina PDV Farma e para ter acesso, basta fazer o cadastro no site. Já o programa de capacitação traz 10 módulos (mais dois a serem lançados até o fim do ano) com ferramentas interativas, avaliações on-line e certificado de participação, disponíveis mediante o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custo-benefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Para conhecer e experimentar, acesse www.treinapdvfarma.com.br. E para informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento. com.br) ou ligue (11) 5082 2200. 20

O laboratório farmacêutico Gilead abre o primeiro escritório na América do Sul, para ampliar seus trabalhos no Brasil. A unidade de São Paulo (SP) será responsável por desenvolver estudos, parcerias e tratamentos específicos para a realidade do País. Em julho de 2015, a Gilead irá abrir um centro de qualidade e distribuição em Brasília (DF). Com a abertura de uma filial no Brasil, o vice-presidente executivo, Gregg Alton, pretende “ir além do sistema de saúde, a partir de parcerias locais”. Em conjunto com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o laboratório está desenvolvendo um projeto para o combate de hepatites virais na Amazônia. A universidade, reconhecida por suas pesquisas na área, irá capacitar médicos locais para diagnósticos e tratamentos. • www.gilead.com

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MENOS EXPORTAÇÕES

O desempenho negativo da balança comercial de produtos farmacêuticos deverá superar a marca de US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 14 bilhões) neste ano. O déficit cresceu de forma progressiva na última década e praticamente dobrou em um intervalo de cinco anos, segundo estudo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Só em 2013, as importações da área avançaram 8,5% , enquanto as vendas para o exterior evoluíram apenas 2% . • www.interfarma.org.br

9º MOTIVO INOVAÇÃO INOVAÇÃO

Somos reconhecidos nacionalmente por nossa capacidade de inovação, sendo pioneira no desenvolvimento de um software na web e um aplicativo visando facilitar a gestão de farmácias e drogarias.

GESTÃO POR MEIO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS

Sempre atentos às necessidades dos clientes, trabalhamos para levar soluções em produtos e serviços inovadores com tecnologia mobile, possibilitando ter uma gestão eficiente de sua farmácia por meio de celulares e tablets de qualquer lugar e a qualquer momento.

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SEGUNDO ENCONTRO FEBRAFAR 2014

Nos últimos dias 22, 23 e 24 de setembro, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) realizou o 2º Encontro Febrafar 2014, ocasião em que apresentou grandes novidades aos executivos das redes associadas e representantes dos principais players do mercado (indústrias, distribuidores e prestadores de serviços). Com o intuito de estimular a troca de experiências entre os empresários e fortalecer o relacionamento junto aos fornecedores parceiros da entidade, o evento representou para a diretoria da Febrafar uma importante oportunidade para o anúncio de novas ações e abordagem de temáticas que impactam o varejo farma. • www.febrafar.com.br

ESPAÇO SAÚDE

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza um novo espaço para a discussão de temas referentes à segurança do paciente em serviços de saúde. Profissionais, pacientes, familiares e acompanhantes podem utilizar o site para notificar e obter esclarecimentos sobre eventos adversos em clínicas e hospitais. Para os profissionais de saúde, o site disponibiliza alertas, publicações e um ambiente para divulgação de eventos científicos nacionais promovidos pelas vigilâncias sanitárias de estados e municípios e pelas coordenações de Controle de Infecção Hospitalar. Ainda oferece um local específico para realizar as notificações de incidentes e eventos adversos, infecções relacionadas à assistência à saúde, agregados de casos e surtos em serviços de saúde. • http://portal.anvisa.gov.br 22

NOVA IDENTIDADE

A Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, reuniu um seleto grupo de jornalistas no último dia 8/10, na Casa do Saber, na capital paulista, para anunciar a nova identidade da empresa no Brasil e no mundo. Estiveram presentes o vice-presidente sênior de Marketing da Abbott Global, Paul Magill, e o vice-presidente da Abbott, Robert Ford. Durante o encontro, Ford destacou a importância do Brasil para os negócios da companhia. “Os países emergentes representam 40% dos negócios da Abbott e, nos próximos cinco anos, representarão 50%. Para obter sucesso, é preciso ter equipes locais fortes, para que tenhamos o máximo de conhecimento.” Segundo ele, o objetivo é desenvolver soluções customizadas, por meio da expertise mundial. A Abbott está no Brasil há 77 anos, trazendo acesso com inovação. “As ideias brasileiras surgem para olhar problemas em termos mundiais.” Já Magill apresentou as crenças que capturam o espírito da empresa e de que forma elas serão trabalhadas dentro da nova identidade: “Life to the fullest”. “A saúde é fundamental e dá a possibilidade para as pessoas fazerem mais, vivendo de forma plena. Sem saúde, nada é possível.” • www.abbott.com

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BAIXA INOVAÇÃO

A modernização de um terço dos medicamentos vendidos no Brasil poderia ampliar em até R$ 10 bilhões o faturamento da indústria farmacêutica, segundo levantamento da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). Essa inovação abrange da modificação do sabor de um xarope, para se tornar mais palatável, à redução na dosagem de três para um comprimido ao dia, por exemplo. Seriam necessários R$ 3 bilhões em investimentos para dobrar o potencial de mercado dos 230 princípios ativos que hoje movimentam R$ 10 bilhões, segundo o estudo. “A falta de uma regulamentação própria, entretanto, desencoraja a indústria, pois precifica o produto de forma inadequada, sem considerar os investimentos feitos em inovação”, afirma o presidente executivo da entidade, Henrique Tada. • www.alanac.org.br

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PESQUISA EM EVOLUÇÃO

A Sandoz, divisão de genéricos e biossimilares da companhia suíça Novartis, está realizando um estudo clínico em Fase III com anticorpos monoclonais no Brasil, molécula Rituximabe. O primeiro estudo clínico de alto padrão com biossimilar no País revela que a substância pode ser uma opção para o tratamento de linfoma, o que poderia proporcionar acesso a centenas de pacientes. • www.sandoz.com.br

PROPOSTA INOVADORA

A EMS lança o Programa de Apoio ao Tratamento EMS Saúde e amplia o relacionamento com os consumidores. O novo canal com pacientes leva informações sobre saúde e oferece descontos especiais em medicamentos selecionados com o objetivo de proporcionar maior acesso ao tratamento médico. A empresa estima que, em um ano, a iniciativa deva conquistar 30 mil adeptos e será apresentada a 220 mil médicos pelos cerca de 1,5 mil representantes do laboratório – a maior força de vendas do País. Segundo o vice-presidente de Prescrição da EMS, Marcus Sanchez, “o programa também será importante para reforçar a atuação da unidade de medicamentos de prescrição, que possui marcas consolidadas, um portfólio com mais de 200 apresentações de produtos, e vem se destacando em crescimento, tendo evoluído 17% no último ano, enquanto o mercado ético nacional teve evolução de 12% no mesmo período, segundo dados da consultoria IMS Health (base abril/2014). A EMS trabalha fortemente para ser o primeiro laboratório em preferência prescritiva do Brasil”. • www.ems.com.br 24

MONITORAMENTO DE MEDICAMENTOS

Na esteira das medidas do governo federal de proteção à saúde do consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou um conjunto de ações para melhorar o monitoramento de medicamentos e produtos para a saúde. O objetivo é permitir a avaliação contínua da qualidade desses itens, depois que eles saírem da fábrica, e possibilitar uma intervenção do governo quando houver risco para a população. • http://portal.anvisa.gov.br

GENÉRICOS CRESCEM NO TRIMESTRE

Em um momento de fraco crescimento econômico, os medicamentos genéricos seguem registrando expansão de dois dígitos nas vendas e puxando a média do setor farmacêutico no País, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), com base em dados da consultoria IMS Health. Esse avanço deve persistir até o fim do ano, elevando a pelo menos 30% o market share dos genéricos no varejo, ante 28% nos três meses encerrados em setembro e 27,3% em igual intervalo de 2013. • www.progenericos.org.br

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ATUALIZANDO

GENÉRICOS EM ALTA

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA INVESTE E AUMENTA PORTFÓLIO DE MEDICAMENTOS COM A MESMA EFICÁCIA CLÍNICA E SEGURANÇA EM RELAÇÃO AO PRODUTO DE REFERÊNCIA POR TASSIA ROCHA

ESOGASTRO IBP EMS

ETINILESTRADIOL + DESOGESTREL SANDOZ

A Sandoz, divisão de genéricos do Grupo Novartis, acaba de lançar etinilestradiol + desogestrel, que passa a integrar a mais completa linha hormonal do mercado de genéricos, composta agora por quatro contraceptivos produzidos no Brasil, na unidade de Cambé, no Paraná, seguindo os padrões de qualidade e requisitos de autoridades reguladoras da União Europeia, Estados Unidos, Brasil, entre outras. A linha é composta pelos medicamentos desogestrel, drospirenona + etinilestradiol, etinilestradiol + desogestrel e gestodeno + etinilestradiol, vendidos nas farmácias em cartelas com 21 comprimidos e 24 comprimidos para o gestodeno + etinilestradiol. MS 1.0047. 0526 www.sandoz.com.br 26

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A EMS lança, com o apoio do Núcleo Brasileiro para Estudo do Helicobacter pylori, o medicamento Esogastro IBP, fruto de inovação incremental para o tratamento da doença, caracterizada pela infecção bacteriana responsável pelo desenvolvimento da gastrite crônica e pela maioria das úlceras que atingem o aparelho digestivo. Esogastro IBP é indicado para alívio dos sintomas dispépticos relacionados à infecção pela bactéria Helicobacter pylori, erradicação da mesma e tratamento de pacientes com úlceras pépticas (gástrica ou duodenal). MS 1.0235.1096.002-7 www.ems.com.br

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INNÉOV SILHOUETTE

INNÉOV (L’ORÉAL & NESTLÉ)

Com a proximidade do verão, a maioria das consumidoras sai em busca de um corpo perfeito. Mesmo após meses se preparando para a estação mais esperada do ano, com dieta balanceada e exercícios físicos, a gordura localizada e a celulite insistem em permanecer no corpo da maioria das mulheres. Para ajudar na conquista do corpo ideal, Innéov, uma joint venture da L’Oréal e Nestlé, lança, no Brasil, Innéov Silhouette, nutriconcentrado que possui ação 2 em 1, auxiliando na perda de peso e no combate à celulite. MS 6.4752.0006 www.inneov.com.br

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FUNCHIMED BABY GRUPO CIMED

Utilizado há mais de sete décadas como um dos principais alimentos para os recém-nascidos, o funcho é uma planta medicinal que produz sementes conhecidas como, por exemplo, a erva-doce, e pode ajudar no tratamento de cólicas dos bebês. Com Funchimed Baby, lançamento do Grupo Cimed, é possível proporcionar alívio aos bebês de maneira prática e segura. Além do funcho, o produto conta com extrato de camomila em sua formulação, que acalma e melhora a noite de sono dos pequenos, diminuindo a agitação. MS Produto Isento de Registro, conforme RDC nº 27/10 www.grupocimed.com.br

TANDRIFLAN® UNIÃO QUÍMICA

Tandriflan® chegou em nova apresentação: 100 comprimidos (10 blisters x 10 comprimidos). O medicamento possui em sua formulação a combinação do anti-inflamatório diclofenaco sódico e o analgésico/antipirético paracetamol com o relaxante muscular carisoprodol e ainda a cafeína, responsável por corrigir a sonolência causada pelo carisoprodol. Venda sob prescrição médica. MS 1.0497.1158 www.uniaoquimica.com.br

MATERPLENA GEST CRISTÁLIA

Ter uma dieta balanceada é essencial para que as mulheres mantenham a saúde em dia, especialmente durante a gravidez. Os obstetras recomendam o uso de um suplemento pré-natal, quando é necessário, para ajudar a cobrir eventuais lacunas nutricionais que a gestante possa apresentar. Para atender a essa necessidade, o Laboratório Cristália lança MaterPlena Gest, suplemento alimentar criado especialmente para as mulheres grávidas, que possui em sua composição nutrientes essenciais, como cálcio, vitamina C, magnésio e ferro. MS Produto Isento de Registro, conforme RDC nº 27/10 www.cristalia.com.br 28

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FINARID® TEUTO

O Laboratório Teuto relança no mercado mais um produto de sucesso de seu portfólio: Finarid®. O medicamento, que possui a substância finasterida como princípio ativo, é indicado no tratamento de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), condição onde a próstata, localizada próximo da bexiga, aumenta de tamanho, causando dificuldades para a passagem da urina. Finarid® é um inibidor da 5-alfa-redutase, diminui o volume aumentado da próstata e alivia os sintomas urinários, e ainda ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento de uma incapacidade de urinar repentina (retenção urinária aguda) e de necessidade de cirurgia. Está disponível em embalagem contendo 30 comprimidos revestidos de 5 mg. MS 1.0370.0543.002-4 www.teuto.com.br

LAVITAN BEAUTY GRUPO CIMED

Também conhecido como a pílula da beleza, esse nutricosmético atua na manutenção da beleza da mulher no seu dia a dia. Por agir de dentro para fora no organismo, proporciona resultados muito mais efetivos e duradouros, exatamente como as mulheres modernas desejam e necessitam. Sua fórmula contém colágeno, proteína de origem animal que tem como função dar firmeza à pele, às cartilagens e, de forma geral, às estruturas do corpo que não precisam da sustentação dos ossos, mas sim de um suporte. MS Produto Isento de Registro, conforme RDC nº 27/10 www.grupocimed.com.br

OMEPRAZOL NEO QUÍMICA

O laboratório Neo Química traz mais um lançamento para as gôndolas: omeprazol. A novidade faz parte dos genéricos da marca, que também conta com medicamentos similares de alta qualidade e tecnologia, com preços acessíveis e que atendem às necessidades das famílias brasileiras. Apresentações: 10 mg (caixa com 14 cápsulas); 20 mg (caixa com 14 cápsulas) e 20 mg (caixa com 28 cápsulas). Classe terapêutica: antiulcerosos. Indicação: tratamento de úlceras pépticas benignas (gástricas ou duodenais). MS 1.5584.0419 www.neoquimicagenericos.com.br 30

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CELECOXIBE TEUTO

Fruto da parceria entre Teuto e Pfizer, é disponibilizado ao mercado pelo Laboratório Teuto o único genérico com ativo Celecoxibe. Trata-se de um anti-inflamatório e analgésico que inibe especificamente a enzima COX-2, não interferindo na ativação da COX-1, que é essencial em processos fisiológicos. É indicado para o tratamento sintomático das osteoartrite e artrite reumatoide; alívio dos sintomas da espondilite anquilosante; alívio da dor aguda, no pós-operatório de cirurgia ortopédica, ou dental, e em entorses do tornozelo; alívio da cólica menstrual e de dores nas costas. O produto genérico Celecoxibe é de uso oral e está disponível nas apresentações de 100 mg com 20 e 200 mg com 10, 15 e 30 cápsulas gelatinosas duras. MS 1.0370.0598.003-2 (100 mg com 20) MS 1.0370.0598.009-1 (200 mg com 10) MS 1.0370.0598.010-5 (200 mg com 15) MS 1.0370.0598.012-1 (200 mg com 30) www.teuto.com.br

LAVITAN AZ MAIS

GRUPO CIMED

VALSARTANA NEO QUÍMICA

A Neo Química lança mais um genérico, o valsartana. O medicamento é um anti-hipertensivo simples, indicado para tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca. Apresentações: 80 mg (caixa com 30 comprimidos revestidos); 160 mg (caixa com 30 comprimidos revestidos); e 320 mg (caixa com 30 comprimidos revestidos). MS 1.5584.0416 www.neoquimicagenericos.com.br 32

O Grupo Cimed é pioneiro no desenvolvimento de uma linha completa de polivitamínicos com formulações balanceadas para cada situação e as principais vitaminas e minerais do dia a dia. Trata-se da linha Lavitan, que está cada vez maior e mais completa, principalmente com o lançamento de Lavitan AZ Mais, suplemento vitamínico mineral que proporciona uma dose extra de energia. MS Produto Isento de Registro, conforme RDC nº 27/10 www.grupocimed.com.br

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EPOCLER®

HYPERMARCAS

FLUTAMIDA

BLAU FARMACÊUTICA

A indústria BLAU Farmacêutica, de capital 100% nacional, acaba de lançar o primeiro e único Flutamida genérico do mercado. Utilizado para o câncer de próstata, o uso deste medicamento é praticamente obrigatório na grande maioria dos casos, pois atua na inibição dos hormônios que ajudam na proliferação das células cancerosas. MS 1.1637.0128.001-8 www.blau.com.br

Epocler®, líder em medicamentos para o fígado e indicado no tratamento de distúrbios metabólicos hepáticos, apresenta novidades ao mercado farmacêutico. Suas embalagens foram repaginadas e contam com nova identidade visual, inspirada nas tradicionais cores do produto. Além disso, agora, o consumidor poderá encontrar uma nova apresentação nas farmácias: caixas com seis flaconetes, que proporcionam mais praticidade na hora da compra. MS 1.7817.0079 www.epocler.com.br

LUBRIGEL®

MASTER FARMACÊUTICA

O LUBRIGEL® é um lubrificante íntimo, hipoalergênico e inodoro. Proporciona maior segurança, conforto e suavidade nas relações sexuais. Compatível com o uso de preservativo. Apresentações: bisnaga com 60 g, flowpack com 3 sachês e display com 50 sachês de 5 g cada. MS 80005910023 www.masterfarmaceutica.com.br

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DISTRIBUIÇÃO

Transporte e logística

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O FARMACÊUTICO TORNOU-SE O RESPONSÁVEL POR ADEQUAR A EMPRESA SEGUNDO AS NORMAS SANITÁRIAS E EFETUAR CONTROLE EFETIVO NESSAS ATIVIDADES

MARCELO COLAPIETRO RODRIGUES Sócio fundador do escritório HSC Advogados, responsável pela área trabalhista. Pós-graduado e mestrando em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC–SP) 34

Com a criação, no final da década de 1990, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram estabelecidas as normas sanitárias específicas para a armazenagem e o transporte de medicamentos e de insumos farmacêuticos. As atribuições do farmacêutico em distribuidoras e transportadoras estão definidas pelo Decreto nº 85.878/1981, pelas Resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e pela Deliberação nº 295/2012 do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). Assim, o farmacêutico passou a ser o profissional responsável e qualificado para acompanhar todo o processo de armazenagem e de distribuição de medicamentos; realizando a gestão técnica, operacional e regulatória das atividades da empresa; além de ser figura essencial para tomada de decisões voltadas ao controle das operações e das necessidades dos clientes. Tamanha é a importância da área de Distribuição e Transporte que o CRF-SP mantém, desde 1998, a Comissão de Distribuição e Transporte, “com o objetivo de propor normas, procedimentos e debates no setor, garantindo a qualidade do serviço e orientação na atuação do farmacêutico nesta área”. O profissional tem por escopo garantir que os processos operacionais e as atividades que eles abrangem estejam dentro das normas de Qualidade e das Boas Práticas previstas na legislação vigente, por meio da implantação de procedimentos escritos, garantindo o cumprimento dos mesmos por meio de treinamentos, com registros e certificados de comprovação. Tem-se que Boas Práticas é a parte da garantia da Qualidade que asseguram que os serviços prestados sejam controlados de modo consistente com padrões de qualidade apropriados para o desenvolvimento de todas as etapas de armazenagem de produtos, bem como de transporte, como se denota dos procedimentos abaixo: ARMAZENAMENTO

TRANSPORTE

Processos

Recebimento

Manutenção

Separação e Conferência

Limpeza e Sanitização

Consolidação e Expedição

Treinamento e Gestão de Pessoas

Carregamento

Recolhimento/Devolução

Rastreabilidade

Reclamações

Pendências

Controle de Pragas

Manutenção

Plano de Contingência

Limpeza e Sanitização

Plano Mestre de Validação

Controle de Pragas

Controle de Temperatura e Umidade

Monitoramento de Temperatura e Umidade

Com efeito, as condições inadequadas no transporte podem causar alterações químicas e físicas nos medicamentos e insumos; tem-se, assim, que a atribuição do farmacêutico nas atividades de armazenagem, distribuição e transporte é garantir que o produto mantenha todas as suas características, assegurando a qualidade e eficácia em seu uso. Imprescindível, pois, a presença do farmacêutico na área de Distribuição e Transporte, uma vez que somente ele tem conhecimento específico das diversas etapas do processo, garantindo, assim, a qualidade do serviço e produtos.

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de medicamentos

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COMO MOTIVAR OS FUNCIONÁRIOS SEM PARECER QUE ESTOU “PEGANDO NO PÉ” OU SENDO CHATA? 36

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ENVIE SUA PERGUNTA, NÓS RESPONDEMOS!

M E I R Y K AMIA

PERGUNTA ENVIADA POR ALEXIA MACEDO, ADMINISTRADORA DA DROGA REDE

M

Motivação traz um estado de espírito muito parecido com felicidade, e isto vem da inspiração. Motivar pessoas significa inspirá-las a fazer algo. Significa criar um sentido para a ação, uma finalidade, ou seja, é preciso que existam metas que sejam interessantes a todos. Não é necessário ter dezenas de metas, ao contrário, é possível ter uma meta apenas, mas a forma de comunicá-la e alcançá-la é que deve ser personalizada. O principal desafio dos líderes nesse caso é comunicar essa “visão” (ou metas) de forma que o cenário se torne interessante para cada funcionário, respeitando suas individualidades. Compreender o funcionamento da motivação é imprescindível para uma condução de equipes no mundo corporativo. Motivação nasce de uma necessidade. Cada ser humano tem necessidades muito particulares, por exemplo, algumas pessoas têm mais necessidade de segurança, enquanto que outras precisam de maior liberdade de ação. O líder deve conhecer o perfil de cada funcionário, o que os motiva, o que lhes interessa, e inspirá-los por meio da comunicação, criando um sentido para se desenvolverem juntos, atrelando metas pessoais e profissionais. Perceba então que motivação não significa dizer o que fazer, mas inspirar a fazer. É uma competência de liderança complexa que envolve conhecimento da natureza humana, raciocínio estratégico, habilidade de comunicação e muita proximidade com a equipe. Entretanto, essas

Palestrante, psicóloga, mestre em Administração de Empresas, consultora organizacional. Diretora da Meiry Kamia Consultoria, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas (www.meirykamia.com)

habilidades só podem ser desenvolvidas por meio do autoconhecimento. Não há como compreender o processo motivacional de outrem se não entender o próprio processo e compreender as dificuldades de manter a motivação em alta. O líder deve ajudar a equipe a levantar o astral, relembrar as metas, recriar o sentido, toda vez que a força de vontade da equipe esmaecer. Deve mostrar o quanto a equipe está se desenvolvendo, incentivar novos comportamentos, acompanhar e orientar o crescimento das habilidades pessoais e do sentimento de grupo. O trabalho do líder é árduo nesse sentido porque ao mesmo tempo em que precisa direcionar a equipe e mantê-la em nível de energia alto, também precisa dar conta dos seus próprios temores e dificuldades. É um trabalho que envolve muita dedicação, paciência e entrega. O exercício da liderança requer humildade, no sentido de compreender que sempre haverá algo a ser aprendido e que, muitas vezes, não haverá respostas prontas. Então, Alexia, o que posso lhe dizer é que não existe uma receita pronta para o bom exercício da liderança, mas dois ingredientes não podem faltar: a humildade e o autoconhecimento. A ausência da humildade leva à arrogância, que não permite reconhecer que o aprendizado é necessário. E sem autoconhecimento também não é possível o conhecimento dos processos internos e armadilhas psicológicas que minam o processo motivacional. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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GESTÃO

Pequenos gestos, grande impacto

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O RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES NÃO DEPENDE DE SOFISTICADOS E COMPLEXOS SISTEMAS, BEM COMO DE VULTOSOS RECURSOS HUMANOS OU MATERIAIS

SILVIO LABAN Coordenador dos cursos MBA Executivo em Gestão de Saúde e Certificate in Healthcare Management do Insper 40

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Você conhece o restaurante Perequim localizado na bela praia de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo? Provavelmente, não. Trata-se de um restaurante de cardápio diversificado, excelente atendimento e que tem uma privilegiada localização à beira-mar. Talvez você esteja se perguntando se mudamos de foco e passamos a abordar gastronomia ou dicas de lazer, porém não é nada disso. O tema sobre o qual iremos tratar é a gestão do relacionamento com os clientes ou utilizando jargão mais técnico e contemporâneo: Customer Relationship Management (CRM). Estive nesse restaurante há cerca de cinco anos e minha filha preencheu um pequeno pedaço de papel informando alguns dados básicos. Desde então, recebemos, por ocasião do Natal, um cartão de Boas-Festas e, além disto, no mês de outubro, o próprio Sr. João Bianchi, proprietário do restaurante, telefona para parabenizá-la em seu aniversário. Quando analiso as ações do Sr. João e penso no relacionamento que os clientes desenvolvem com muitos varejistas, bem como com prestadores de serviços, tais como: operadores de cartão, operadoras de telefonia celular, de TV a cabo, de internet, etc., fica evidente que o desenvolvimento de relacionamento com os clientes não depende de sofisticados e complexos sistemas, bem como de vultosos recursos humanos ou materiais. Na realidade, trata-se primeiramente de desenvolver uma real e sincera atitude de reconhecer a importância e o valor do seu público-alvo. Essa atitude que deve permear as ações da empresa e de seus colaboradores e necessita, obviamente, considerar um mínimo de informações adequadas e qua-

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lificadas a respeito deles. Nesse sentido, algumas questões podem ajudá-lo a refletir sobre o tema: • Você tem um cadastro de clientes? Num primeiro momento, como mostra o exemplo do restaurante, poucas informações são necessárias. Com o advento da Nota Fiscal Paulista e, respeitando questões legais, temos a possibilidade de registrar os clientes e, inclusive, suas interações com a loja. • Como está a qualidade das informações desse cadastro? Em muitos casos, a qualidade inicial das informações acaba sendo prejudicada pelo registro inadequado das mesmas: apesar de uma boa qualidade inicial, esta se deteriora como o passar do tempo, devido à inexistência de processos simples de atualização e acompanhamento. • O que você tem feito com as informações do cadastro? Quando foi a última vez em que você utilizou as informações do cadastro para entrar em contato com os clientes ou pelo menos com alguns deles, fosse para atualizar os dados, para dizer olá ou até mesmo para comemorar uma data festiva? Considerando a existência de múltiplos programas e cartões de relacionamento com o varejo farmacêutico, este tema pode parecer simples e até simplista. No entanto, convido-os a uma reflexão, colocando-se no papel de cliente de diversos serviços e estabelecimentos e avaliando se, de fato, atitudes simples como estas não são essenciais para melhorar sua percepção e opinião sobre esses mesmos serviços e estabelecimentos. Os mais de 30 anos do restaurante Perequim indicam que a longevidade de um negócio vai muito além da qualidade de produtos e serviços: passa pela genuína orientação e ação para o desenvolvimento do relacionamento com clientes. FOTO: DIVULGAÇÃO

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AÇÃO

Rastreabilidade

em pauta ATÉ 2016, TODAS AS EMBALAGENS TERÃO CÓDIGO QUE GARANTE MONITORAMENTO DOS PRODUTOS DESDE A SAÍDA DAS FÁBRICAS ATÉ CHEGAR ÀS FARMÁCIAS POR FLÁVIA CORBÓ

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Há tempos, o tema rastreabilidade vem sendo debatido pelos players do setor farmacêutico. Agora, depois de muita discussão teórica, foi dado o primeiro passo prático para que a implantação ocorra de fato, em 2016, como deseja a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para que o rastreamento dos produtos farmacêuticos seja possível, é preciso operacionalizar

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o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM). Por meio de um código bidimensional aplicado às embalagens, será possível monitorar a trajetória dos medicamentos desde a saída da fábrica até chegar ao consumidor no balcão da farmácia. A Libbs Farmacêutica saiu na frente e, no dia 8 de outubro de 2014, mostrou aos convidados presentes na fábrica de Embu das Artes, na Grande São Paulo, FOTO: SHUTTERSTOCK

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COMO FUNCIONARÁ? O código bidimensional impresso nas embalagens dos medicamentos funcionará como um RG e armazenará informações, como lote, validade, número de série e número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Todas as informações reunidas são chamadas de Identificador Único de Medicamento (IUM). Com isso, asseguram-se a autenticidade e a procedência legal do medicamento, evitando desvios na cadeia produtiva e permitindo uma ação mais rápida da vigilância sanitária. Em caso de problemas de qualidade ou necessidade de intervenção da vigilância, o sistema acelerará o processo de identificação e recolhimento das prateleiras, evitando a chegada do produto ao consumidor.

o setor da assistência farmacêutica como um todo. Ele auxiliará no combate a fraude, contrabando, falsificações, além de coibir o roubo de carga, porque o medicamento será rastreado”, explica Chioro. A rastreabilidade também traz ganhos à indústria, com a gestão mais eficaz dos riscos na cadeia produtiva, evitando erros e perdas por vencimentos e coibindo o roubo de cargas. Até 30 de setembro de 2014, a Anvisa foi notificada sobre as mais de 1.200 cargas de medicamentos roubadas ou extraviadas. Esse número, no ano passado, chegou a 1.964 e, em 2012, ultrapassou os 3 mil. “Essa rastreabilidade será muito importante porque irá melhorar a gestão da cadeia produtiva e, em particular, a identificação do vencimento dos medicamentos com possibilidade de rastrear com mais facilidade onde estão os produtos vencidos, o que resulta em maior rapidez para a retirada desses medicamentos do mercado. O que dá uma grande capacidade de gestão sobre o sistema de vigilância de medicamentos”, avalia o ministro Chioro.

LEGISLAÇÃO VIGENTE sua plataforma para monitoramento de medicamentos. Durante o evento, foi possível acompanhar o processo de impressão do código bidimensional em uma embalagem de medicamento. E, para demonstrar a rastreabilidade de ponta a ponta, também foi exibida, por meio de um link ao vivo, a leitura do código do produto que é feita a quase 1.200 quilômetros de distância, em uma drogaria de Brasília (DF). Até dezembro do próximo ano, todos os laboratórios farmacêuticos deverão colocar no mercado pelo menos três lotes rastreáveis. E, até o fim de 2016, todo o mercado farmacêutico deverá ter os mecanismos de rastreamento, capazes de operacionalizar o sistema SNCM.

EXPECTATIVAS RELATADAS O ministro da Saúde, Arthur Chioro, esteve presente no evento e comentou a respeito dos benefícios que serão obtidos a partir da adoção da rastreabilidade. “A melhoria da gestão na cadeia produtiva é evidente, além do benefício que irá trazer para o consumidor em termo de segurança, uma vez que o medicamento é controlado desde a saída da indústria até a sua comercialização. Trata-se de um sistema muito inteligente que traz benefícios importantes ao consumidor, do ponto de vista da segurança sanitária, e também para

A criação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos foi instituída pela Lei no 11.903/2009. A Anvisa é responsável por promover a articulação entre os setores envolvidos e usuários do sistema e criar os critérios e parâmetros técnicos para sua implantação. A Agência comanda o comitê gestor formado por 25 entidades públicas, privadas e do terceiro setor. A fim de facilitar a implantação da tecnologia, a Anvisa lançou uma série de ações para modernizar e ampliar o sistema de monitoramento de produtos no âmbito da vigilância sanitária no País. Uma das iniciativas é o Sistema de Gerenciamento de Amostras Versão Web (SGAWeb), que reunirá, pela primeira vez, em um único banco de dados, laudos e resultados de análises de 60 laboratórios que fazem parte da Rede Nacional de Laboratórios. Outras ações são o Programa Nacional de Verificação da Qualidade de Medicamentos (Proveme) – para verificar a qualidade de medicamentos consumidos no Brasil – e o Monitoramento de Materiais de Uso em Saúde – que avaliará a qualidade e a efetividade de produtos colocados à disposição do cidadão. As medidas permitirão o monitoramento dos produtos após o registro. Além de medicamentos, terá prioridade a análise de próteses e órteses. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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Produto precioso e insubstituível CONSUMIR MEDICAMENTOS FALSIFICADOS PODE TRAZER SÉRIOS RISCOS À SAÚDE. PARA IMPEDIR A AÇÃO DE CRIMINOSOS, VÁRIAS MEDIDAS LEGAIS ESTÃO SENDO TOMADAS

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Quem depende de medicamentos para tratar qualquer tipo de doença, das mais graves às mais moderadas, procura sempre seguir à risca as orientações médicas e farmacêuticas a fim de fazer o tratamento da maneira correta e assim obter o melhor resultado possível. A confiança que se almeja tem um motivo: é por meio das cápsulas ou pílulas que vêm dentro da caixinha que o paciente encontrará a solução para o seu problema. Para isso, é necessário que farmácias e drogarias certifiquem-se sempre da procedência dos medicamentos, e o consumidor, por fim, só os adquira em estabelecimentos regularizados. Consumir um medicamento falsificado pode trazer sérios riscos à saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a falsificação figura como um problema global de saúde 46

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POR VIVIAN LOURENÇO

pública, matando, incapacitando e ferindo adultos e crianças. O ato é um real perigo para a saúde pública, representando produtos que podem conter sustâncias nocivas em sua composição. Já foram encontrados, por exemplo, restos de tintas, reboco de parede e até veneno para ratos em fármacos falsificados no Brasil. A OMS estima que cerca de 50% dos medicamentos vendidos na internet sejam falsificados. Em alguns casos, as fórmulas originais são adulteradas com o uso de farinha, cimento ou gesso. Porém, desde que o governo adotou medidas contra a falsificação, como a classificação do delito como crime hediondo; com a publicação da Lei nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, a chamada Lei da Rastreabilidade; e com a criação da Agência IMAGEM/ FOTO: SHUTTERSTOCK

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Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), à qual foi delegado um papel determinante para as ações de prevenção e combate à falsificação de medicamentos, o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, salienta que não houve mais notícias sobre a falsificação de medicamentos. “O que há é o contrabando, principalmente do Paraguai; eles são vendidos em farmácias irregulares, feiras de rua, etc. Mas as medidas do governo também tornaram esse procedimento mais difícil.”

OS MAIS VISADOS Na lista de produtos falsificados identificados pela Anvisa, neste ano, a maioria é de medicamentos para combater o câncer, destaca o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Pedro Eduardo Menegasso. Além desses, destacam-se também aqueles para problemas de disfunção erétil e os emagrecedores, estes últimos não regulamentados no País. “Na década de 1990, era muito mais comum a falsificação de alguns tipos de medicamentos, como o Voltaren, para casos de câncer, anti-inflamatórios, etc.”, lembra Mussolini. Geralmente, eles são fabricados por empresas clandestinas que não possuem autorização perante a Anvisa e licença de funcionamento junto à Vigilância Sanitária local. “Segundo dados da Polícia Federal, a maior parte dos medicamentos falsificados é de cópias de especialidades farmacêuticas, sendo que os maiores alvos são os medicamentos com volume grande de vendas e os de maior

É NECESSÁRIO QUE FARMÁCIAS E DROGARIAS CERTIFIQUEM-SE SEMPRE DA PROCEDÊNCIA DOS MEDICAMENTOS, E O CONSUMIDOR, POR FIM, SÓ OS ADQUIRA EM ESTABELECIMENTOS REGULARIZADOS 48

valor agregado, como os antibióticos, medicamentos utilizados no tratamento do câncer, para disfunção erétil, hormônios e esteroides anabolizantes”, alerta Menegasso. Os riscos à saúde são imprevisíveis, podendo incluir desde a ineficácia até intoxicação e morte. Os medicamentos falsificados podem agravar a patologia, visto não oferecerem efeito terapêutico, ou a quantidade de princípio ativo estar abaixo da necessária para que o resultado final aconteça, complementa o presidente do CRF-SP.

COMO SE PROTEGER Segundo dados das autoridades sanitárias, os medicamentos falsificados são comercializados em drogarias irregulares, fábricas clandestinas, pela internet e em comércio ambulante. As medidas tributárias e a nota fiscal eletrônica tornaram o processo de contrabando e falsificação mais difíceis, de acordo com o presidente do Sindusfarma. Para se proteger, Menegasso orienta ser necessário que o varejista verifique se a embalagem do medicamento contém o número de registro na Anvisa/Ministério da Saúde, que se inicia com o número 1, e efetuar a pesquisa no site da Agência para confirmar as informações da embalagem, principalmente referente ao fabricante e ao medicamento. Dessa forma, é possível verificar se o produto foi proibido ou suspenso devido às irregularidades. “No site do CRF-SP, há uma área com comunicados sobre lotes de produtos interditados, suspensos e que foram alvos de falsificação (http://portal.crfsp.org. br/orientacao-farmaceutica-2/comunicados.html)”, aponta Menegasso. Devem-se também verificar o bom estado de conservação, a legibilidade do número de lote, o prazo de validade e a presença de mecanismo de conferência da autenticidade e origem do produto (código de barras), além de observadas outras especificidades legais e regulamentares vigentes. O rótulo e embalagem devem conter o nome do farmacêutico responsável e o número de inscrição no CRF, o número do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa, o selo de segurança que ao ser raspado mostra a palavra “qualidade” e a marca do fabricante. No momento do recebimento, deverão ser verificados o bom estado de conservação, a legibilidade do número de lote, o prazo de validade e a presença

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LEMBRETES IMPORTANTES

de mecanismo de conferência da autenticidade e origem do produto, além de observadas outras especificidades legais e regulamentares vigentes sobre rótulo e embalagem, a fim de evitar a exposição dos usuários a produtos falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou impróprios para o uso. Todos os medicamentos devem ser armazenados de forma ordenada, seguindo as especificações do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. Além disso, o CRF orienta que, no momento da dispensação dos medicamentos, deve ser feita a inspeção visual para verificar, no mínimo, a identificação do produto, o prazo de validade e a integridade da embalagem. Se o farmacêutico ou varejista se deparar com um lote suspeito, deve imediatamente notificar a autoridade sanitária competente e a autoridade policial, informando os dados de identificação do produto.

POSSÍVEL RETROCESSO De acordo com nota publicada na Agência Câmara Notícias, em 25 de agosto deste ano, a falsificação de 50

• Orientar os consumidores a adquirir medicamentos em farmácias e drogarias, de preferência conhecidas e que tenham um farmacêutico presente; • Nunca adquirir medicamentos em feiras camelôs, etc.; • er atenç o com romoções e liquidações preços muito baixos podem indicar que o medicamento tem origem duvidosa, nenhuma garantia de qualidade ou é mercadoria roubada; • i ir nota scal da farmácia ou dro aria oa dica uardar a nota scal a embalagem e a cartela ou o frasco do medicamento que está sendo usado, pois são seu comprovante, em caso de irregularidade, para posterior investigação; • ula n o ode ser uma c ia e a bula do medicamento não for original, não aceitar o produto; • N o com rar medicamentos com embalagens amassadas, lacres rompidos, rótulos que se soltam facilmente ou estejam apagados e borrados; • ara medicamentos in etáveis com rar rimeiro o medicamento e veri car os passos anteriores; • ara medicamentos de uso cont nuo ou rotineiro veri car se a em ala em que está acostumado a ver mudou de cor, de formato ou se o tamanho das letras no nome do produto foi alterado; se o sabor, a cor ou a forma do produto mudou; • Veri car se o ro ssional que o está atendendo o farmacêutico O nome dele deverá estar escrito em uma placa, pregada em local vis vel na farmácia ou dro aria sse ro ssional deve identi car se Fonte: professora do curso de Farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul, Luciane Faria

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NO MOMENTO DO RECEBIMENTO, DEVERÃO SER VERIFICADOS O BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO, A LEGIBILIDADE DO NÚMERO DE LOTE, O PRAZO DE VALIDADE E A PRESENÇA DE MECANISMO DE CONFERÊNCIA DA AUTENTICIDADE medicamentos pode deixar de ser crime hediondo. A medida vale se a adulteração não resultar em danos à saúde. É o que determina o Projeto de Lei 6975/13, do deputado Enio Bacci (PDT-RS). A proposta altera a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), que hoje caracteriza a prática como tal. O autor argumenta que o objetivo é atender à dogmática penal incorporada pelo Código Penal quanto à teoria finalista, que estuda o crime como atividade humana e, por isso, excetua tanto a forma tentada como a consumada, desde que não ocorra dano à saúde. O projeto tramita apensado ao PL 5853/09 e será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, depois, seguirá para o Plenário. O presidente do Sindusfarma comentou o projeto de lei, argumentando que é uma contradição dizer que medicamento falsificado não causa dano à saúde. “É uma proposta totalmente inconsequente. O Sindusfarma é contra qualquer lei que afrouxe as penas.”

CONTROLE E FISCALIZAÇÃO Além de permitir um recolhimento ágil de produtos que apresentem algum risco sanitário, há uma série de outros benefícios esperados com a rastreabilidade: controle e diminuição das falsificações de medicamentos, de roubos de cargas e desvios de produtos, possibilidade de gerenciar riscos, melhoras na cadeia logística, entre outros, de acordo com Menegasso, do CRF-SP.

É necessário A Lei nº 11.903, de 14 de janeiro que farmácias de 2009, dispõe sobre o rastreacertifiquem-se mento da produção e do consempre da procedência dos sumo de medicamentos por meio medicamentos de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados, de forma que todo e qualquer medicamento produzido, dispensado ou vendido no território nacional será controlado por meio do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM). A Anvisa publicou a RDC nº 54, de 10 de dezembro de 2013, que dispõe sobre a implantação do SNCM, e os mecanismos e procedimentos para rastreamento na cadeia dos produtos farmacêuticos, e, em agosto deste ano (18/8/2014), a Instrução Normativa nº 6/14, que dispõe sobre a especificação da interface entre os detentores de registro de medicamentos e a Anvisa, para a operacionalização do SNCM. Tais regulamentações preveem a implantação de um sistema de controle dos medicamentos que permite o rastreamento dos medicamentos desde a empresa tutora do registro do produto, fabricantes ou importadoras, até os prestadores de serviços envolvidos nas etapas de distribuição, transporte e dispensação (farmácias e drogarias), incluindo o serviço público e privado, permitindo o controle do produto ao longo de toda a cadeia, a fim de garantir a qualidade, segurança e eficácia do produto. A RDC 54/13 estabelece também que os dados de controle dos produtos deverão estar disponíveis e ser mantidos por no mínimo um ano após a expiração do prazo de validade do medicamento. “Essa normatização, que entrará em vigor após três anos de sua publicação, permitirá um maior controle dos medicamentos em todas as etapas envolvidas com os produtos, o que permitirá um maior controle da falsificação de medicamentos no País.” Porém, Menegasso finaliza orientando que, para que nenhum produto seja utilizado pelos pacientes sem as características previstas na legislação vigente, é crucial haver bons profissionais, cientes de suas responsabilidades e que tenham constante atualização técnica e gerencial, cumprindo os requisitos impostos pelas normas e instruções previstas nas boas práticas de fabricação/importação, distribuição, armazenamento, transporte, manipulação e dispensação. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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Falar sobre esse tema é de extrema importância, pois, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. A expectativa média de vida do brasileiro, há três décadas, em 1980, era de 62,6 anos e hoje é de 74 anos. Não só está aumentando a expectativa de vida, como também o número de idosos no Brasil. Representavam 6% e agora, 20 anos depois, já correspondem a 12,5% e com projeção de 30% em 2050. Essa faixa etária de idosos busca uma vida com mais qualidade, prevenindo e cuidando de sua saúde e beleza. Por esses fatores, essa população traz grandes oportunidades de negócios. Por isso, toda a atenção, cuidado e estratégia são necessários para atender aqueles que fazem a diferença dentro de nosso ponto de venda. Resumindo, por que devemos estar prontos para atender bem à melhor idade? 1) Seu poder de compra é grande devido aos produtos que consome; 2) Sua influência é grande na família e no amigos graças ao papel do marketing boca a boca que faz; 3) A farmácia precisa de sua constante e contínua compra para equilíbrio do caixa. A maioria dos produtos que consome é de uso contínuo; 4) A farmácia com idosos comprando transmite mais confiança ao público. Os motivos para tamanha importância estão baseados em alguns aspectos, como o alto poder de compra, devido aos produtos que consomem e por serem economicamente ativos.

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Atendimento a clientes da terceira idade Como sua farmácia, sua equipe, deve fazer para atender esse cliente tão especial? • Voz audível: sempre atenda com voz em bom tom, checando se está sendo claro. • Converse: invista tempo nesse atendimento, muitos estão ansiosos por uma conversa e não precisam só de dispensadores. • Interprete: explique tudo ao idoso, o porquê da receita, como tomar, e outras ações importantes para o atendimento. • Seja rápido: sabemos das limitações de muitos idosos. Por isso, concentre-se em oferecer um atendimento ágil. • Mas, se for demorar: ofereça a ele a oportunidade de sentar enquanto está no procedimento de venda. Coloque uma cadeira do lado de fora do balcão, ou peça para descansar na sala de aplicação. Ofereça água. • Serviços de entrega: mostre ao consumidor que você tem o serviço de entrega em residência. • Entenda o comportamento: lembre-se de que os clientes da terceira idade são fiéis a marcas, cores da caixa, comprimidos e é importante manter essa fidelidade. • Busque a fidelização: o desconto deve ser valorizado, como vantagens maiores com cartão fidelidade. Fale que ele terá descontos maiores se comprar sempre em sua farmácia. Lembre-se de que, pelo motivo de não pagar passagem de ônibus, ele cruza a cidade para adquirir o menor preço. E o medicamento é impactante no orçamento. Saliento os cuidados com as leis vigentes em relação a estacionamento, caixas preferenciais, fácil acesso à loja; e com iluminação excelente para que vejam o produto. FOTOS: DIVULGAÇÃO/CONTENTO

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ATUALIDADE

Intercambialidade

em vigor

DEPOIS DE MESES DE DISCUSSÃO EM CONSULTA PÚBLICA, A ANVISA APROVOU A POSSIBILIDADE DOS MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIAS SEREM SUBSTITUÍDOS POR SIMILARES COM TESTES DE BIOEQUIVALÊNCIA POR CLAUDIA MANZZANO E FLÁVIA CORBÓ

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK

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N

No início deste ano, o setor farmacêutico entrou em ebulição com o anúncio de uma proposta que prometia ser a grande mudança do mercado brasileiro de medicamentos desde a implantação do genérico, em 1999. O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciaram a abertura de uma Consulta Pública para a criação de uma nova linha de medicamentos chamada de “similares equivalentes”. A mudança previa impor testes mais rigorosos de bioequivalência entre os medicamentos similares e de marca. Ou seja, toda medicação similar deveria ter comprovação de funcionamento semelhante aos chamados “medicamentos de referência”. A partir de legislação mais “dura”, os similares poderiam então ser intercambiáveis com os medicamentos de referência. Além disso, as entidades desejavam que os medicamentos similares custassem no máximo 65% do preço do medicamento de referência, princípio já utilizado para os genéricos. Além do bolso do consumidor, os similares teriam alterações também no visual. A exemplo do que ocorre com genéricos, cujas caixas estampam a letra G em destaque, os similares passariam a ser comercializados em embalagens com as letras EQ, que fazem referência à palavra Equivalente. Antes que o resultado da consulta pública fosse divulgado, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) fez uma pesquisa para saber a opinião dos consumidores a respeito da proposta. De acordo com o resultado obtido, 41% dos entrevistados consideravam essa redução dos custos relevante. Na análise por classe social, os brasileiros das classes C e D foram os que demostraram mais interesse na redução dos preços. Dos indivíduos dessas classes sociais, 78% esperam pela aprovação da medida, enquanto somente 28% dos participantes da classe A veem como necessária a redução dos custos desses itens.

POLÊMICA NÍTIDA Enquanto boa parte dos consumidores se mostrou favorável às mudanças, entidades e especialistas do mercado farmacêutico divergiram de opinião e levaram suas insatisfações à Consulta Pública. “A posição que o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo

QUANTO À EMBALAGEM E AO PREÇO, NADA MUDA. NÃO SERÁ EXIGIDA A IMPRESSÃO DA SIGLA EQ NAS CAIXAS SECUNDÁRIAS E NÃO SERÁ OFERECIDO UM PREÇO MENOR QUE OS DE REFERÊNCIA. O IMPACTO DA MEDIDA DEVE SER SENTIDO MAIS EM RELAÇÃO AOS MEDICAMENTOS DE VENDA CONTROLADA (Sindusfarma) adotou desde fevereiro deste ano, quando a proposta foi feita, é de que não havia necessidade de fazer qualquer mudança na forma de apresentação e comercialização desses produtos. Em 2003, decidiu-se que os medicamentos similares teriam de passar pelos testes de biodisponibilidade para ser comprovada a equivalência farmacêutica, o intuito não era que pudessem ser intercambiáveis no futuro, mas sim que tivessem qualidade assegurada”, explica o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. “Tivemos problemas de eficácia, porque alguns medicamentos não apresentavam princípio ativo, ou eram falhos. Essa foi a motivação do legislador e regulador à época na Anvisa de exigir todos os testes de biodisponibilidades”, complementa. Opinião semelhante era defendida pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). “Não faz sentido uma empresa que está fazendo um trabalho de divulgação da sua marca, a esta altura do campeonato, mudar toda a sua lógica. A proposta original era inviável. Como a indústria pode baixar o preço, se ela montou toda a estrutura de vendas em cima de uma lógica? Ser um fabricante de similar de marca tem um custo. Como poderiam, agora, tornar o preço 40% mais barato? É como se o governo achasse que o fabricante estava praticando um preço irreal. E não é verdade. As empresas têm sua estrutura de custos, possuem uma estrutura econômica por trás”, reforça o presidente-executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto. Além disso, ainda havia o receio de que a aprovação da proposta criminalizasse os medicamentos de marca. “Com a nova medida, aqueles players que são menos sérios estariam fora do mercado, mas existe também uma apreen2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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são de que isso seja feito à custa da criminalização dos medicamentos de referência. Ou seja, que essa mudança de regra faça com que as pessoas fujam do medicamento de marca não só pelo preço, mas também pelo fato de eles serem feitos por um fabricante estrangeiro. É o temor de que se privilegiem apenas as coisas feitas aqui”, adverte o advogado, mestre em Propriedade Intelectual e especialista em Direito Farmacêutico, Benny Spiewak.

TEXTO FINAL Quase toda a indústria e o varejo estavam alinhados contra a proposta inicial do governo e expuseram os argumentos durante os debates da Consulta Pública. Para a decepção dos consumidores que aguardavam uma redução de preços, a pressão dos players do mercado deu certo e a regulamentação final foi aprovada com algumas alterações.

No último dia 13 de outubro, a Anvisa publicou, no Diário Oficial da União, os requisitos necessários para que um medicamento similar possa substituir o de referência ou de marca. Pela nova regra, os similares que já tenham comprovado equivalência farmacêutica com o medicamento de referência da categoria poderão declarar na bula que são substitutos dos medicamentos de marca, após enviarem petição eletrônica junto à Anvisa. Ou seja, a mesma prescrição médica, que atualmente permite a compra de um medicamento de marca ou de um genérico, permitirá também a aquisição do similar, que contém os mesmos princípios ativos, a mesma concentração e a mesma posologia que o de referência. De acordo com a Anvisa, a medida poderá ser adotada pelos fabricantes a partir de 1º de janeiro de 2015. As alterações na bula devem ser feitas em um prazo de 12 meses. A Agência também informou que vai manter uma

GENÉRICOS X SIMILARES

Enquanto os genéricos são “idênticos” aos medicamentos de marca, os similares são considerados apenas “semelhantes”. E essa diferença se mede pelos testes a que cada um é submetido. Os similares passam por provas de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade relativa. Enquanto o primeiro certifica que o similar contém o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características que o medicamento de referência, o segundo se relaciona à quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo na corrente sanguínea. Contudo, além de passarem pela equivalência farmacêutica, os genéricos também passam pelo teste de bioequivalência, que é mais completo que o de biodisponibilidade. A bioequivalência assegura que o medicamento genérico é o equivalente terapêutico do de referência. Isso quer dizer que o genérico tem a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em relação ao produto de marca. Com as mudanças de regra, os “similares equivalentes” passarão pelos mesmos testes dos genéricos e poderão ser considerados intercambiáveis com os medicamentos de referência. A conclusão da normatização de todo o processo e a chegada desses novos medicamentos ao mercado não têm data específica.

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lista atualizada dos similares intercambiáveis para orientar médicos, farmacêuticos e pacientes sobre quais produtos têm equivalência já comprovada. Quanto à embalagem e ao preço, nada muda. Não será exigida a impressão da sigla EQ nas caixas secundárias e não será oferecido um preço menor que os de referência. O impacto da medida deve ser sentido mais em relação aos medicamentos de venda controlada. Isso porque, na prática, as farmácias não cobram a prescrição médica na hora de vender medicamentos de tarja vermelha – a não ser aqueles cuja receita deve ser retida, como antibióticos – e, assim, essa troca pelo similar acaba já sendo feita livremente. No entanto, o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, declarou que “deveria funcionar o respeito às tarjas” e a obrigação de apresentação da receita. “Não dá mais para tratar um medicamento de tarja como se ele não a possuísse.” Segundo o diretor, os laboratórios pediram a prorrogação de um grupo de trabalho para avaliar formas de exigir a prescrição nas farmácias.

CONSIDERAÇÕES RELEVANTES Ainda que o governo tenha recuado bastante desde a proposta inicial, há quem não esteja completamente satisfeito com a nova política de comercialização dos similares. “Quando a Anvisa decidiu que algo deveria ser mudado, embora não houvesse obrigação legal para isso, o Sindusfarma entendeu que, se a empresa fabricante de similar deseja que seu medicamento seja intercambiável, deve pleitear a retirada da marca do produto e transformar seu produto em genérico”, defende Mussolini, do Sindusfarma. “O mercado está consolidado. Os genéricos estão em crescimento e há ainda muito espaço para expansão. Fazer qualquer mudança agora não vai trazer nenhum tipo de benefício sanitário ou financeiro ao consumidor.” Já a Abrafarma parece mais tranquila em relação à intercambialidade proposta pela Anvisa. “É bom para nós? Óbvio. A Abrafarma não trabalha com similar incentivado, apenas com o propagado, que já é equivalente. Agora, o que deve mudar é que alguns produtos, com os quais não trabalhamos e que já fizeram o teste, vão entrar no nosso portfólio. Passaremos a oferecer como alternativa ao consumidor.” A Pró Genéricos continua a reafirmar seu posicionamento de que a intercambialidade deveria continuar a ser uma premissa aceita somente para os genéricos. “Será preciso ampliar políticas de acesso e tomar medidas que garantam o avanço dos medicamentos genéricos que tanto fizeram 58

A MESMA PRESCRIÇÃO MÉDICA, QUE ATUALMENTE PERMITE A COMPRA DE UM MEDICAMENTO DE MARCA OU DE UM GENÉRICO, PERMITIRÁ TAMBÉM A AQUISIÇÃO DO SIMILAR e fazem por nossas indústrias e pela população brasileira. Temos de aumentar este mercado”, ressalta a presidente executiva da Pró Genéricos, Telma Salles. Na opinião do gerente de marketing de medicamentos do Grupo Cimed, Carlos Roberto dos Santos Jr., com a regulamentação, todos os medicamentos similares para a renovação dos registros precisam apresentar os mesmos estudos dos medicamentos genéricos. Dessa forma, eles podem ser intercambiáveis, já que comprovaram sua eficácia. Com a aprovação dessa proposta, similares e genéricos competirão no mesmo mercado. “Os pacientes serão os maiores beneficiados, pois terão mais opções de medicamentos para os tratamentos.” O vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, vê a mudança com bons olhos, mas faz algumas ressalvas. “Hoje, há uma confusão muito grande na cabeça do consumidor. Muitas vezes, ao ir à farmácia, lhe é oferecido um medicamento similar e, por ter uma marca, ele acaba confundindo com medicamento de referência. Com a exigência de bioequivalência para os similares, dá para se dizer que o similar vai ficar igual ao genérico.” Já o diretor-geral da Sandoz, André Brázay, faz uma análise mais profunda. Para ele, a proposta de regulamentação da intercambialidade de similares vem regularizar uma situação que, de fato, já existe em um segmento do canal de distribuição. A grande questão é como e quem vai tomar a decisão de intercambiar um produto por outro. Como similares não têm claramente o nome da molécula, como os genéricos têm, o risco de erro é maior. Além disso, os incentivos financeiros para que substituam uns medicamentos por outros podem comprometer a decisão fazendo com que a qualidade do produto não seja levada em conta. “Para que essa nova norma não incremente o risco, a fiscalização no ponto de venda deve funcionar de forma que garanta uma troca entre medicamentos que sejam comparáveis não somente na questão de formulação, mas também na qualidade, segurança e eficácia do produto.”

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POLÊMICA

O tempo de um genérico CONSTANTES MUDANÇAS AFETAM A LIBERAÇÃO DE REGISTRO E COMERCIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS, MAS ATÉ ONDE ISSO AFETA O MERCADO?

N POR CLAUDIA MANZZANO

Neste ano de Copa do Mundo, eleições e crise da água, os medicamentos genéricos no Brasil completaram 15 anos. Em vez de uma festa de debutante, o Brasil ganhou uma denúncia despercebida para muitos. O senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou em seu programa eleitoral gratuito que os medicamentos genéricos estavam sumindo das prateleiras das farmácias. A razão, segundo ele, era a morosidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em aprovar novos medicamentos. Tendo em vista que, nas prateleiras das farmácias visitadas pela equipe do Guia da Farmácia,

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aparentemente não faltavam medicamentos genéricos, fomos averiguar os dados do mercado para saber até onde a suposta falta tem afetado os consumidores. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), esses produtos continuam sendo o principal instrumento de saúde pública focado no acesso a medicamentos no Brasil, com 28,2% de participação de mercado e 85% dos produtos dispensados pelo Programa Farmácia Popular. “Nossa expectativa é fecharmos o ano que vem com 30% de participação e acreditamos em um mercado potencial de 40% a 45% de marketing share até 2020”, explica a presidente executiva da Pró Genéricos, Telma Salles. FOTOS: VICTOR ALMEIDA/DIVULGAÇÃO

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Ela também afirma que o consumo de centenas de substâncias essenciais à manutenção da saúde, sobretudo as destinadas ao controle de doenças crônicas, ampliou significativamente. Mercados de substâncias, como o anti-hipertensivo atenolol ou do produto destinado ao controle do colesterol, sinvastatina, cresceram mais de 200%. Telma Salles, presidente Em 2003, segundo a executiva da Pró Genéricos, Anvisa, 44 laboratórios esdiz que o rigor regulatório tavam autorizados a prodemandou investimentos duzir 889 medicamentos de mais de R$ 1,5 bilhão genéricos, em 1.802 aprenos últimos 10 anos sentações. Em 2008, 62 laboratórios podiam produzir 1.598 medicamentos em 3.239 apresentações. Em 2013, 73 laboratórios possuíam autorização para produzir 1.949 em 4.037 apresentações. Ou seja, o registro de genéricos revela tendência de crescimento. Além disso, o mercado de genéricos representa hoje 27,4% das vendas no mercado total de medicamentos alopáticos no Brasil. Do ponto de vista econômico, os genéricos também proporcionaram avanços sem precedentes para a indústria farmacêutica no Brasil. Segundo Telma, o rigor regulatório que garante a qualidade desses medicamentos demandou investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão nos últimos 10 anos em ampliação e construção de unidades fabris. Os medicamentos genéricos representam 24,5% da produção total de nove entre as dez maiores indústrias farmacêuticas no País. A categoria de medicamentos representa, ainda, 21,55% do faturamento dessas companhias. Para o diretor-geral da Sandoz, André Brázay, o André Brázay, diretor-geral mercado brasileiro de genéda Sandoz, afirma que um ricos ainda apresenta muigenérico leva em média to potencial de crescimento 36 meses para registro e, quando comparado com

mercados, como Alemanha e Estados Unidos, onde a cada dez medicamentos consumidos oito são genéricos, sabemos que esta ainda não é a realidade brasileira. Não tão otimista, o gerente de marketing de medicamentos do Grupo Cimed, Carlos Roberto dos Santos Jr., acredita que haverá uma desaceleração no mercado, tendo em vista que as principais moléculas já possuem genéricos. “No entanto, acreditamos que eles continuarão crescendo em cifras superiores ao mercado de medicamento”, analisa. Brázay ressalta que alguns pontos precisam ser melhorados para haver a aproximação com a realidade de outros países. Primeiro com relação ao reconhecimento da qualidade dos medicamentos por médicos e pacientes. “Para isso, é preciso garantir que 100% das plantas produtoras atendam aos níveis exigidos pelas boas práticas de fabricação e que os medicamentos comercializados atendam a todos os requisitos de segurança e eficácia”, afirma. Outro ponto é a estrutura tributária. “A complexidade do sistema de distribuição por conta da estrutura tributária complexa encarece o produto e faz com que o acesso a esses medicamentos seja prejudicado.” Em nenhum momento ele apontou a falta de celeridade da Agência reguladora como um impedimento para o crescimento do mercado.

DADOS RECENTES A Pró Genéricos publicou um estudo inédito analisando a importância do segmento para as dez maiores empresas do setor, considerando o período de agosto de 2013 e julho de 2014, em comparação com agosto de 2012 e julho de 2013. Entre as dez maiores, apenas a Bayer não fabrica e nem comercializa genéricos. As nove maiores empresas farmacêuticas em operação no Brasil faturaram US$ 5,924 bilhões com as vendas de genéricos entre Carlos Roberto dos Santos agosto de 2013 e julho de Jr., gerente de marketing 2014, o que representa um de medicamentos do grupo crescimento de 12,30%, Cimed, acredita em uma em relação aos US$ 5,274 desaceleração do mercado bilhões contabilizados entre 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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POLÊMICA

A ANVISA SALIENTA QUE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO EVOLUIU SIGNIFICATIVAMENTE E, DESTA FORMA, A LEGISLAÇÃO SANITÁRIA PASSOU A EXIGIR NOVOS TESTES E ESTUDOS QUE GARANTAM A QUALIDADE, SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS PRODUTOS. ISSO, CONSEQUENTEMENTE, REFLETIU EM UM AUMENTO NO TEMPO DE ANÁLISE DE UMA SOLICITAÇÃO DE REGISTRO agosto de 2012 e julho de 2013. Juntas, essas empresas representam 90% do faturamento total do segmento, que foi de US$ 6,6 bilhões. Em volume, foram responsáveis pela produção de 740,4 milhões de unidades de medicamentos genéricos no período, superando em 10,7% a produção registrada entre agosto de 2012 e julho de 2013, que foi de 668,8 milhões. A produção de genéricos dessas companhias corresponde a 88,2% da produção total do segmento, que foi de 838,8 milhões. “Tudo isso nos permite considerar que os genéricos se tornaram peça fundamental do portfólio dessas companhias. A maioria delas, sobretudo as nacionais, antes dos genéricos, estava longe do ranking que classifica as dez maiores indústrias farmacêuticas do País. O segmento foi crucial para o fortalecimento dessas indústrias e, consequentemente, de todo mercado farmacêutico brasileiro”, conclui Telma, da Pró Genéricos.

REGISTRO NA ANVISA Nestes 15 anos de genéricos, o Brasil já conta com 117 fabricantes de genéricos, responsáveis por mais de 3,5 mil registros de medicamentos que derivam de mais de 21,1 mil apresentações comerciais. Normalmente, as empresas iniciam os estudos de bioequivalência 62

A EVOLUÇÃO DO MERCADO COM O ADVENTO DO GENÉRICO Pré-genéricos (2000) Princípios Ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Registros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Apresentações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 702 Laboratórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Pós-genéricos (2014) Princípios Ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 Registros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3591 Apresentações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21151 Laboratórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Fonte: Pró Genéricos

dois anos antes do vencimento da patente para que, com os trâmites de registro da Anvisa e quando a patente vencer, o medicamento esteja apto a entrar em comercialização. Mas de acordo com a Pró Genéricos, a Anvisa tem demorado mais de 24 meses para conceder o registro do genérico e essa situação tem atrasado novos lançamentos. Telma explica que, em 2007, a Anvisa publicou uma norma visando priorizar a análise de registro de genéricos inéditos, a situação melhorou entre 2010 e 2012, voltando a piorar no fim de 2013. “Este ano, graças à intervenção da Pró Genéricos, a Anvisa está exercendo esforços para diminuir a fila de análise”, salienta Telma. O procedimento de análise dos medicamentos genéricos é o mesmo aplicado aos demais medicamentos submetidos a registro na Anvisa, como: os medicamentos novos, similares e fitoterápicos. O que difere são as provas exigidas para cada uma das categorias de produtos. Os processos de medicamentos são elaborados considerando duas premissas básicas: a tecnologia farmacêutica (que trata do processo produtivo) e a segurança e eficácia que contêm os dados dos estudos clínicos e bioequivalência. Quando são peticionados à Anvisa, esses processos percorrem, de acordo com suas características, áreas específicas (tecnologia, segurança e eficácia) que o avaliam por completo. Segundo a Anvisa, se o registro tiver priorização de análise e o processo estiver satisfatório, a aprovação não ultrapassa 90 dias. Uma vez que é feita uma

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POLÊMICA

REPRESENTATIVIDADE BRASILEIRA

As 9 maiores empresas farmacêuticas em operação no Brasil representam 90% do faturamento total do segmento, que foi de

US$ 6,6 bilhões

Elas faturaram

US$ 5,274 bilhões entre agosto de 2012 e julho de 2013 e

US$ 5,924 bilhões entre agosto de 2013 e julho de 2014. Um crescimento de 12,30%

exigência, a empresa tem 30 dias para cumpri-la. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 60 dias, caso seja solicitado pela empresa. Na maioria das vezes, explica a Anvisa, é isso que acontece. E por isso o processo pode ficar aguardando a manifestação por parte da empresa por até 90 dias. A Agência ainda salienta que o conhecimento científico evoluiu significativamente e, desta forma, a legislação sanitária passou a exigir novos testes e estudos que garantam a qualidade, segurança e eficácia dos produtos. Isso, consequentemente, refletiu em um aumento no tempo de análise de uma solicitação de registro. Santos Jr., do Grupo Cimed, concorda que as mudanças nos procedimentos ocorrem de acordo com a necessidade da população. O tempo de espera para liberação de um medicamento depende muito; se o medicamento é indicado para uma doença que acomete muito a população, a fila tende a ser menor. “Digamos que diminui com novos processos e novas legislações, tendendo sempre a ficar mais rápido.” 64

NESTES 15 ANOS DE GENÉRICOS, O BRASIL JÁ CONTA COM 117 FABRICANTES DE GENÉRICOS, RESPONSÁVEIS POR MAIS DE 3,5 MIL REGISTROS DE MEDICAMENTOS QUE DERIVAM DE MAIS DE 21,1 MIL APRESENTAÇÕES COMERCIAIS. NORMALMENTE, AS EMPRESAS INICIAM OS ESTUDOS DE BIOEQUIVALÊNCIA DOIS ANOS ANTES DO VENCIMENTO DA PATENTE O vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, também acha que hoje a morosidade é um pouco maior. “As exigências são maiores. E dada a essa exigência é que a qualidade dos medicamentos acabou subindo muito e, por isso, a credibilidade do medicamento também. É um medicamento mais confiável. Isso é muito positivo para o consumidor.” Já Brázay, da Sandoz, afirma que, atualmente, um genérico leva em média 36 meses para obter o registro. “Os trâmites sofreram atualizações que são naturais e esperadas conforme haja evolução do conhecimento científico mundial. Essas mudanças se traduziram em regulamentações mais complexas e semelhantes a países reconhecidos como de alta vigilância sanitária, como Estados Unidos e Europa.” Ele também lembra que essa maior complexidade se refletiu em um maior tempo de registro para o genérico, já que o quadro de funcionários não aumentou na proporção em que mais tempo se requeria para a análise. Além disso, conforme o Brasil se tornou uma economia mais atrativa, também aumentou o número de submissões no País. “Esse quadro de maior complexidade, maior volume de submissões, quadro de funcionários estagnado geraram um aumento de fila de análise que transformou o prazo para registro de 6 meses nos primórdios do genérico para os atuais 36 meses”, relata.

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CONSULTOR JURÍDICO

Quem está

com a razão

AO QUE PARECE, O ENTENDIMENTO TÉCNICO DA ANVISA FOI SOBREPOSTO PELO ENTENDIMENTO POLÍTICO DO SENADO FEDERAL

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GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 66

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como se sabe, é uma autarquia federal criada pela Lei nº 9.782/99 para promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária (art.6º), coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (art.7º, I), estabelecer normas (art.7º, III), proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde (art.7º, XV). Como se vê, um dos focos de atuação da Anvisa é o de proteger a saúde da coletividade, e faz isto de diversas formas, seja retirando produtos do mercado de consumo, seja proibindo o registro de medicamentos, seja editando normas restringindo a comercialização de produtos e medicamentos. De posse dos dados contidos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), a Anvisa realizou um estudo entre os anos de 2009 e 2011, concluindo pela existência de discrepâncias na venda de inibidores de apetite (por exemplo: mazindol, femproporex, anfepramona e sibutramina), notadamente pela indevida combinação dos mesmos com a fluoxetina (antidepressivo) ou com o clordiazepóxido (ansiolítico). É bom lembrar que essa associação de medicamentos já era proibida aos médicos pela Resolução CFM nº 1.477/97 e a

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farmácias, drogarias e farmacêuticos pela Resolução RDC nº 58/07 da Anvisa. Nessa linha de atuação, a Agência, no ano de 2011, editou a Resolução RDC nº 52/11 proibindo a fabricação, importação, exportação, distribuição, manipulação, prescrição, dispensação, o aviamento, comércio e uso de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham as substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais e isômeros, bem como intermediários, e restringindo a prescrição, dispensação e o aviamento de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham a substância sibutramina. Não há dúvidas de que a Anvisa mexeu em um “vespeiro”, pois fabricação, prescrição, dispensação e aviamento de tais medicamentos geram somas vultosas a todos os atores envolvidos, a saber, médicos, farmacêuticos, farmácias, drogarias e indústrias. Teve início, então, um logo trabalho de convencimento para que a Anvisa cedesse e “aliviasse” o texto da Resolução RDC nº 52/11; como ela não cedeu, o convencimento passou a se dar no Senado Federal que, após menos de 5 meses de discussões, aprovou o Decreto Legislativo nº 273/14, “derrubando” a norma da Anvisa. Ao que parece, o entendimento técnico da Anvisa foi sobreposto pelo entendimento político do Senado Federal, postura esta inadequada e perigosa, na medida em que, se mantida, de certo esvaziará as normas da Anvisa. No entanto, a Anvisa a qualquer momento elaborará uma nova Resolução RDC para abordar o assunto... FOTO: DIVULGAÇÃO

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PANORAMA

Vilões ou

mocinhos?

OS EMAGRECEDORES ESTÃO NO CENTRO DA DISCUSSÃO ENTRE CONGRESSO NACIONAL, ANVISA E CLASSE MÉDICA. AFINAL, POR QUE TANTA POLÊMICA EM TORNO DESSA CLASSE DE MEDICAMENTOS? POR FLÁVIA CORBÓ

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O mês de setembro deste ano foi marcado por uma disputa entre o Congresso Nacional e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que agitou a classe médica e farmacêutica. Desde 2011, a Agência reguladora baniu do mercado as anfetaminas e restringiu a venda da sibutramina, duas classes de inibidores de apetite. O argumento utilizado pelo órgão para estabelecer a proibição é de que medicamentos anorexígenos, em geral, apresentam resultados muito modestos, quando não nulos, no controle da obesidade e trazem o risco de graves efeitos

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colaterais, incluindo a dependência. “Por serem medicamentos antigos, não existem tantos estudos clínicos controlados disponíveis para avaliação, como ocorre com os medicamentos atuais”, explica o membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Dr. Walmir Coutinho. De acordo com a endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, o receio da Anvisa em relação a essa classe terapêutica surgiu com base no estudo Scout, realizado com pacientes obesos que já possuíam doença cardiovascular preexistente e/ou diabetes tipo 2 associado a outro fator de risco cardiovascular. Os pacienFOTO: SHUTTERSTOCK

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res. A decisão vai de encontro ao pensamento da maioria da classe médica. “Não se trata apenas de uma medicação para inibir o apetite. Trata-se de medicação para o tratamento da obesidade. A decisão da Anvisa tem um posicionamento ideológico e retrógrado que vai contra a Associação Médica Brasileira. Obesidade é uma doença crônica de grande impacto na saúde e na economia mundial. Nós, médicos, precisamos de opções de tratamento para auxiliar os pacientes”, opina o médico nutrólogo Dr. Guilherme Giorelli, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). No entanto, mesmo entre os profissionais de saúde, não há um consenso. “Alguns especialistas defendem que o risco dessas medicações não compensa os seus benefícios”, pondera a Dra. Tarissa. “Acredito que devam ser liberadas, porém usadas com critério em pacientes que não apresentem risco cardiovascular. É importante que não haja a ‘mistura’ de diversas drogas em fórmulas, o que aumenta a chance de efeitos colaterais. Os endocrinologistas têm de receitar com consciência para que haja mais benefício que risco aos pacientes.”

DECISÃO FIRME

tes foram tratados por longo período com sibutramina e os resultados mostraram que eles apresentaram maior incidência de eventos cardiovasculares não fatais. “A ideia inicial seria proibir a sibutramina, porém, após muita discussão entre a Anvisa e especialistas, decidiram proibir também a anfepramona, femproporex e mazindol e permitir o uso da sibutramina com restrições”, detalha a Dra. Tarissa. Agora, passados três anos desde a proibição, o Legislativo contestou a decisão e decidiu suspender a medida no início de setembro deste ano, com o argumento de que a Anvisa havia extrapolado sua competência legal ao determinar a proibição da venda de emagrecedo-

A Anvisa segue contrária à venda dessas substâncias e, em resposta à decisão do Congresso Nacional, decretou resolução determinando que, para voltarem a ser comercializados, os emagrecedores contendo mazindol, femproporex e anfepramona deverão ser registrados novamente pelos fabricantes. Com essa exigência, a Agência fará nova avaliação dos medicamentos, levando em conta a comprovação de eficácia e segurança dos produtos. Segundo a norma atualizada, aprovada no dia 23 de setembro deste ano, pela diretoria colegiada da Anvisa, as farmácias só poderão manipular os referidos medicamentos depois de registrados. A Agência determina também que o fármaco sibutramina continue sendo vendido com controle. O médico terá de assinar termo de responsabilidade na prescrição, o paciente assinará termo de consentimento de uso e a receita será retida na farmácia. Se registrados, os outros três emagrecedores terão as mesmas restrições de venda. Para o Dr. Coutinho, da Sbem, essa nova exigência representa uma séria ameaça à continuação da produção desses medicamentos. “Não sei se os fabricantes terão interesse em realizar novos estudos clínicos, porque não se sabe quais serão os critérios adotados pela Anvisa. Se forem os mesmos usados para julgar novos medicamentos, nenhuma empresa terá interesse em 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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PANORAMA

• Seguir a dieta de amigos e parentes: um grande erro é as pessoas se compararem com os outros. Cada indivíduo tem necessidades diferentes e reações distintas à dieta. • Errar no taman o das porç es: muito ou pouco é sempre uma questão do referencial de cada um. • azer grandes períodos de jejum: dietas agressivas muitas vezes colocam a vida em risco. • Criar uma dieta por conta pr pria: a recomendação é que sempre se procure um profissional de saúde. • Esperar por milagres: a mudança de estilo de vida definitiva, com dieta adequada e atividade física regular, é o tratamento indispensável para diminuição e manutenção do peso. • Contar com soluç es mais rápidas: colocar a medicação ou até mesmo a cirurgia bariátrica como os únicos responsáveis por atingir o objetivo, quando na verdade são coadjuvantes na mudança definitiva do estilo de vida para uma vida mais saudável.

investir milhões de dólares em pesquisas de uma molécula da qual eles não terão a patente. Isso inviabilizaria a disponibilização desses medicamentos no mercado.”

AÇÃO NO ORGANISMO

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E CO N TEÚDO

Mas, afinal, que efeito essas substâncias causam ao organismo para que haja tanta cautela em sua administração? Vendidos no mercado brasileiro desde 1959, esses medicamentos agem no sistema nervoso central, aumentando a ação de neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, e agindo como estimulantes. “Os mecanismos que envolvem a fome são complexos e abrangem muitos genes. Essas substâncias conseguem diminuir a fome e aumentar a saciedade. Servem para ajudar o paciente a fazer uma melhor escolha para sua alimentação”, explica o Dr. Giorelli, da Abran. Os medicamentos são indicados quando existe falha em atingir o percentual de gordura considerado saudável. A partir do sobrepeso – Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 25 –, aumenta a probabilidade do indivíduo ter doenças associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes, câncer de intestino e depressão. Devido à ação direta no sistema nervoso central, os efeitos colaterais incluem algumas mudanças de humor

e comportamento. “Ocorrem sensação de euforia, insônia, diminuição do apetite, irritabilidade. Podem também ocasionar aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial e cefaleia”, lista a Dra. Tarissa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Devido aos riscos associados ao uso desses medicamentos, os especialistas recomendam que sejam utilizados apenas com prescrição médica, em dosagem individualizada. “É necessário avaliação médica prévia. Indivíduos com pressão arterial descontrolada, histórico de Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença arterial oclusiva crônica ou problemas psiquiátricos, por exemplo, não devem utilizar.” Diante dos efeitos colaterais, muitos se perguntam se o uso desses medicamentos é mesmo necessário. Em visita recente ao Brasil, o ex-presidente da The Obesity Society, prof. Dr. Richard Atkinson, apresentou dados que revelam que apenas 5% das pessoas conseguem perder peso apenas com atividade física e dieta. “Não se trata apenas de força de vontade, trata-se de um problema de saúde pública, multifatorial, que aumenta a cada ano”, destaca o Dr. Giorelli. De acordo com o especialista, a obesidade é uma doença crônica com diferentes genes envolvidos em sua patogênese. Portanto, são necessárias abordagens específicas para tratar pacientes diferentes. “Algumas pessoas conseguem emagrecer apenas com alimentação, outras precisam também de atividade física, outras do auxílio de medicamentos e há aquelas que necessitam até de cirurgia.”

Conheça mais a respeito da sibutramina. AL

PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS PELOS PACIENTES

O LEGISLATIVO DECIDIU SUSPENDER A MEDIDA, COM O ARGUMENTO DE QUE A ANVISA HAVIA EXTRAPOLADO SUA COMPETÊNCIA LEGAL AO DETERMINAR A PROIBIÇÃO DA VENDA DE EMAGRECEDORES

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OPINIÃO

2015 não será um ano fácil QUAIS SÃO AS MÉTRICAS QUE O VAREJO FÍSICO PODE APRENDER COM O E-COMMERCE

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CAIO CAMARGO Gerente comercial da Virtual Gate 72

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As perspectivas econômicas para os próximos anos preveem uma retenção do consumo. E os estudos que estão sendo apresentados mostram que esse cenário acontecerá independentemente da nova perspectiva política. Por consequência, o varejo tende a ser uma das áreas mais afetadas, com vendas em baixa (principalmente bens duráveis), dólar, juros altos, demissões, entre outros fatores. E como buscar rentabilidade em tempos de crise? A resposta pode estar no e-commerce. Mas antes que você imagine que a solução é abrir uma operação virtual (caso você não tenha), refiro-me, principalmente, a adotar todas as métricas de uma loja virtual. Os varejistas brasileiros ainda são cegos no que se refere às métricas. Dos que as utilizam, além de faturamento, para entender seu negócio, poucos saem do trinômio “vendas, número de cupons e tíquete médio”. Eis algumas métricas importantes: • N mero de acessos • N mero de á inas visitadas • em o de ermanência • a a de convers o • a a de re eiç o • á inas mais visitadas • rodutos mais rocurados • Caracter sticas do consumidor • a a de a andono de carrin os Elas podem ser obtidas quase sempre em tempo real, permitem ao varejista eletrônico uma rápida tomada de decisão. Possibilitam, por exemplo, que tão logo verifique que um produto que possui um bom desconto não está sendo procurado ou vendido, possa colocar este item “na cara do gol”, na página principal, em local destacado.

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De outras formas, se esse mesmo varejista identifica que possui uma “taxa de rejeição” alta, ele busca aperfeiçoar questões como o tempo de carregamento ou a disposição de links e imagens no site, para melhorar a experiência do usuário. N o dá mais ara o vare o acreditar que o incremento de venda só acontece quando se atrai mais clientes Nem todo varejista tem o poder de fogo ou orçamento publicitário para estar em propagandas no rádio ou na televisão. O segredo talvez não esteja em buscar mais consumidores e, sim, em entender o comportamento dos que já frequentam sua loja e, assim, aperfeiçoar a experiência deles, tendo como consequência o aumento de faturamento. Para se ter apenas uma ideia do que estamos falando, empresas (varejo físico) que mensuram eletronicamente sua taxa de conversão, obtêm como resultados entre 20% e 25%. Mas o que isso significa? Significa que a cada cinco clientes que optam por entrar em sua loja, certamente com alguma intenção de compra, somente um cliente a realiza. Se existe a intenção de compra, ou seja, se já vi algo na vitrine, ou fui ao ponto de venda por gostar dos produtos da marca, por que não compro? Os motivos quase sempre são internos: mau atendimento (este sempre o grande campeão entre os motivos), falta de produtos ou tamanhos, preço e até mesmo filas. Sendo que os principais motivos são internos, e não externos, a receita que estamos buscando pode já estar hoje dentro do onto de venda Ca e ao vare ista entendê-la e trabalhá-la. FOTO: DIVULGAÇÃO

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LEGISLAÇÃO

Ciclo de vida ANTES DE SER CONSUMIDO PELO PACIENTE, O MEDICAMENTO JÁ PASSOU POR INÚMERAS ETAPAS. CADA UMA DELAS É ESSENCIAL PARA GARANTIR A QUALIDADE, EFICÁCIA E SEGURANÇA POR FLÁVIA CORBÓ

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Os medicamentos são alvos constantes de críticas tanto por parte dos consumidores quanto dos profissionais de saúde. O paciente reclama dos altos preços, principalmente de medicamentos de referência e de tratamento de doenças muito específicas. Do lado profissional, as críticas são em relação à demora para aprovação de pesquisas e de registros. O fato é que, desde a descoberta de uma nova molécula até a administração por meio do paciente, o medicamento passa por inúmeras etapas que tornam o processo lento e custoso. Para entender toda esta dinâmica, o primeiro passo é segmentar os diferentes tipos de medicamentos disponíveis no mercado, já que cada um deles responde a regras diferentes determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira grande diferenciação pode ocorrer entre os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que englobam alopáticos inscritos da farmacopeia brasileira, os homeopáticos e os oficinais, que já contam com fórmula sagrada. Já os demais medicamentos, que exigem prescrição médica, poderiam ser divididos em inovadores, genéricos e similares. Grande parte deles é de origem sintética – proveniente de uma síntese química, mas, há cerca de 20 anos, começaram a surgir os primeiros medicamentos biológicos, produzidos a partir de células vivas. Entre todas essas classes, o ciclo de vida mais detalhado, demorado e custoso é o dos medicamentos inovadores, também conhecidos como de referência. Isto porque se trata de uma inovação terapêutica, o primeiro registro de determinada molécula. O desenvolvimento desse tipo de produto pode levar até uma década e exige o gasto de milhões de dólares.

PROCESSOS A SER CONCLUÍDOS O alto investimento para a criação de um novo medicamento se deve, principalmente, à pesquisa e ao desenvolvimento do produto. “Ocorre primeiro a síntese do fármaco, depois a sua caracterização e purificação. Em seguida, são feitos os ensaios não clínicos, com animais, para, posteriormente, efetuarem testes em seres humanos”, detalha a professora do Departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Sílvia Storpirtis. Os testes são focados na farmacocinética, farmacosintética, segurança e eficácia clínica. “Mas,

DEPOIS DE CONCEDIDO O REGISTRO DO FÁRMACO, AS REGULAMENTAÇÕES DA ANVISA SE VOLTAM PARA AS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO nessa fase, também são avaliados os parâmetros de qualidade do medicamento, como temperatura ideal, umidade, dosagem, entre muitos outros”, detalha a consultora em varejo, Tatiana Ferrara. Com esses dados, a empresa faz o desenvolvimento da formulação e da forma terapêutica, já pensando nas apresentações que serão colocadas no mercado, como injetável, solução oral ou comprido. “Para esses medicamentos inovadores, existe uma regulação da Anvisa, que envolve toda a parte da pesquisa clínica e do desenvolvimento farmacotécnico, porque, para que ele seja aprovado, é preciso comprovar a qualidade, eficácia clínica e segurança”, explica a Dra. Sílvia.

SIMILARES E GENÉRICOS Devido ao alto investimento de tempo e recursos financeiros, os laboratórios fabricantes de medicamentos inovadores recebem a patente da molécula e podem comercializar com exclusividade por alguns anos. Depois, por questões de saúde pública e acesso, as patentes vencem e é liberada a venda de cópias de qualidade assegurada, surgindo os genéricos e os similares. Apesar de não trazerem inovação terapêutica e serem cópias de medicamentos já existentes, a Anvisa também exige que eles obedeçam a uma regulamentação e sejam submetidos a testes. “A eficácia e segurança do genérico é comprovada pela equilavência farmacêutica, associada à bioequivalência e à comprovação das boas práticas de fabricação, realizada em comparação ao medicamento de referência”, conta a Dra. Silvia. Os chamados medicamentos similares já existiam no mercado antes da chegada dos genéricos, mas, quando esta nova classe de medicamentos passou a ser comercializada no Brasil, em 2003, a Anvisa alterou a regulamentação de registro dos similares, para que todas as cópias pudessem atender aos mesmos critérios. “Para que os fabricantes de similares se adequassem às novas regras, a Anvisa criou um cronograma. Aos poucos, todos os medicamentos deveriam ser submetidos a testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência, em comparacão ao mesmo de referência que é indicado para registro do genérico.” 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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LEGISLAÇÃO

ETAPAS DETERMINADAS

1. Pesquisa e desenvolvimento Nesta etapa, ocorre a síntese do fármaco, em seguida, ensaios não clínicos, com animais, e, posteriormente, testes em seres humanos.

2. Registro Quando comprovadas a qualidade, eficácia clínica e segurança, o medicamento obtém o registro.

3. Produção Neste estágio, o fabricante deve seguir as boas práticas de fabricação, para garantir que o medicamento seja produzido corretamente.

4. Distribuição Depois de pronto, o medicamento é entregue às farmácias direto pelo fabricante ou por meio de distribuidoras. Medicamentos biológios necessitam de transporte especial.

5. Dispensação Aqui, o farmacêutico se faz essencial. Ele orienta a respeito do uso correto do medicamento e pode identificar problemas de adesão.

6. Descarte Sobras de medicamento ou produtos vencidos são descartados pelo consumidor, nem sempre da melhor forma.

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O prazo de adequação terminal é no fim deste ano, e a Anvisa já determinou novas regras que valerão a partir de 2015. Só continuarão no mercado os similares que já tenham comprovado equivalência farmacêutica com o medicamento de referência da categoria. Aqueles que estiverem dentro dos conformes poderão declarar na bula que são substitutos dos medicamentos de marca, depois de fazerem um requerimento à Anvisa. Ou seja, a mesma prescrição médica, que atualmente permite a compra de um medicamento de marca ou de um genérico, permitirá também a aquisição do similar.

PRODUÇÃO VÁLIDA Depois de concedido o registro do fármaco, as regulamentações da Anvisa se voltam para as boas práticas de fabricação, que devem ser seguidas ao longo da vida de produção dos medicamentos. Para garantir que as normas sejam cumpridas, estão previstas visitas periódicas de técnicos da vigilância sanitária de cada estado. E, a cada cinco anos, o registro de medicamentos deve ser validado. Para isso, a empresa precisa provar que não houve nenhuma alteração na formulação ou produção do fármaco. “Às vezes, por questões de problemas de fornecimento de matérias-primas, a indústria farmacêutica tem de mudar a formulação. Ou então, por ter adquirido um equipamento mais moderno, é preciso alterar o processo de fabricação. Antes de realizar a mudança necessária, a empresa precisa informar a Anvisa, para que o órgão verifique o impacto das alterações”, lembra a Dra. Sílvia. Esse processo de verificação das etapas de produção é chamado de farmacovigilância, que envolve atividades relacionadas a detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou a outros problemas relacionados ao uso de medicamentos. É um sistema que envolve a indústria, os profissionais de saúde e os consumidores. Nesse ponto, surge uma crítica comum à atuação da Anvisa. Fabricantes reclamam que o órgão possui um alto padrão de exigência para conceder o registro do medicamento, mas, depois, uma vez que já comercializado, não há fiscalização efetiva se os fabricantes continuam seguindo as normas exigidas. Esse seria um dos motivos pelos quais há médicos que ainda têm receio de prescrever genéricos, por exemplo. Falta de vigilância constante abre margem para que empresas não idôneas deixem de seguir as boas práticas de fabricação. “Há grandes problemas com a fiscalização em relação a todas as legislações, além da enorme impunidade. Isso

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prejudica o País e a população em diversos setores. O mundo ideal é aquele em que as legislações são feitas de forma a garantir o bem-estar da população, com fiscalização efetiva e punição adequada para aqueles que não cumprirem as regras”, enfatiza a consultora de varejo, Tatiana Ferrara. Já para a Dra. Silvia, a responsabilidade da fiscalização não pode ser concentrada apenas na atuação da Anvisa. “Qualquer pessoa pode notificar um evento adverso de um medicamento. O médico, o farmacêutico e, inclusive, o consumidor. A partir de notificações, é possível gerar ações, com a retirada do produto do mercado.”

DISTRIBUIÇÃO E DISPENSAÇÃO Assim como nas etapas de pesquisa e produção, há regulamentações que envolvem o transporte e armazenamento dos medicamentos a fim de garantir a segurança e eficácia do produto. A RDC 44/09, por exemplo, trata das boas práticas de distribuição e do transporte e dispensação dos medicamentos, que afetam distribuidores e farmácias. As regras de distribuição são mais rígidas principalmente com os medicamentos de alta complexidade, como os biológicos, que necessitam de condições especiais de transporte e armazenamento. Quando as características de temperatura não são levadas em consideração durante o transporte de uma vacina, por exemplo, corre-se o risco do frasco congelar aumentando a probabilidade de ocorrer trincas no vidro. Consequentemente, perde-se a esterilidade do produto, permitindo a entrada de micro-organismos, como bactérias. O grande problema é que a injeção desse material contaminado no organismo pode causar septicemia e até a morte do paciente. O mesmo pode ocorrer com medicamentos à base de proteínas. A alta temperatura inativa a função da proteína, 78

fazendo com que o medicamento perca o efeito. Ou ainda, em casos mais graves, pode desenvolver uma terceira substância tóxica que não estava prevista na composição. Os medicamentos comuns não precisam de cuidados tão específicos no transporte, mas dentro da farmácia, merecem atenção. Com a aprovação da Lei 12.012/14, que determina que as farmácias são estabelecimentos de saúde, que devem prestar atenção farmacêutica ao cidadão, esta responsabilidade fica ainda mais evidente. “Um paciente idoso ou portador de uma doença crônica pode ter dúvidas em relação ao uso do medicamento ou problemas de adesão ao tratamento. O farmacêutico tem condições de fazer um acompanhamento sistemático e documentado”, lembra Tatiana.

DESCARTE COMO PARTE DO TODO Depois de prestada a assistência no ambiente da farmácia, o consumidor leva o medicamento para casa. Ao finalizar aquele tratamento, surge uma nova etapa no ciclo de vida dos medicamentos: o descarte. De acordo com dados da publicação “Logística Reversa de Medicamentos”, lançada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Anvisa, e elaborada por especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a população brasileira é responsável por gerar mais de 10,3 mil toneladas por ano de resíduos em medicamentos, devido à falta de um sistema de descarte adequado. O programa Descarte Consciente foi implantado em novembro de 2010, mas ainda não se chegou a um modelo ideal. Os problemas que impedem a realização de um programa único e eficiente são muitos. Entre eles, estão a densidade populacional no Brasil e as diferenças econômicas, sociais e culturais entre as regiões do País.

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DEBATE

Informação

essencial

MESMO COM NOVAS REGULAMENTAÇÕES DA ANVISA, MUITAS BULAS CONTINUAM FORA DO FORMATO IDEAL E O BRASILEIRO SEGUE TOMANDO MEDICAMENTOS SEM O CONHECIMENTO NECESSÁRIO POR FLÁVIA CORBÓ 80

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“Gosto tanto de ler, que leio até bula de medicamento.” A brincadeira é comumente utilizada, fazendo referência ao visual nada agradável e conteúdo espinhoso contido na maioria das bulas dos medicamentos vendidos nas farmácias brasileiras. Letras pequenas, texto extenso e informações técnicas acabaram por criar uma relação difícil entre o consumidor e as bulas. Apesar de conterem dados relevantes a respeito da administração, dosagem e contraindicações, nem todos se dispõem a decifrar as informações ali escritas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) investigou a relação que o usuário do medicamento mantém com essa leitura. No estudo, os entrevistados responderam à seguinte pergunta: “Você sempre lê as bulas dos medicamentos que consome?”. Mais de 46% dos entrevistados responderam que não. Nos principais centros econômicos do País, o índice de negativas foi ainda maior. Em São Paulo, 78,2% disseram não e, no Rio de Janeiro, 62,4%. Já as capitais do Norte e Nordeste obtiveram resultado oposto. Em Belém do Pará, 76,8% dos entrevistados garantem que leem as bulas, enquanto em Fortaleza, o índice chegou a 74%. Os resultados levam a duas reflexões: regiões onde existe maior disponibilidade de profissionais da saúde, o hábito de leitura da bula tende a ser menor. Rio de Janeiro e São Paulo estão entre os três estados de maior concentração de médicos do País. Falta de tempo é a outra justificativa para a negligência na consulta à bula, citada por 38,1%. Conclui-se que o ritmo de vida mais frenético influencia no interesse em buscar informações mais detalhadas sobre medicamentos. De acordo com a responsável pela Farmácia Escola, do departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) e professora titular do curso de Farmácia da

NO BRASIL, HÁ MAIS DE 14 MIL MEDICAMENTOS QUE PRECISAM MODIFICAR SUAS BULAS. É UM NÚMERO MUITO GRANDE DE SOLICITAÇÕES DE REGISTRO EM UM PERÍODO REDUZIDO. POR ISSO, NENHUMA MULTA FOI APLICADA

Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, esse comportamento pode trazer prejuízos à saúde e à eficácia do tratamento. “Muitas pessoas não sabem fazer cálculo de dose ou a conversão de unidades, e isto é extremamente perigoso. São inúmeras as influências que poderão afetar negativamente a ação do fármaco no organismo. As informações contidas na bula abordam aquelas já observadas em relação ao medicamento em questão e, portanto, o usuário deverá conhecê-las antes da administração do medicamento.”

MEDIDAS DESCRITAS Ciente das dificuldades de compreensão do conteúdo das bulas farmacêuticas e dos problemas que isto pode acarretar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou resoluções que determinam novos padrões para as bulas, embalagens e frases de alerta dos medicamentos. A principal dessas novas regulamentações – RDC 47/09 – foi implantada há três anos. As regras criadas tratam da elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos, exigindo formatos diferentes para pacientes e profissionais de saúde. Informações técnicas, que envolvem apresentação, preparação, administração, advertências, contraindicações, interações medicamentosas, reações adversas, posologia, farmacocinética, entre outras necessárias para o entendimento do medicamento em questão, estão incluídas na parte da bula voltada ao profissional. Já a bula para o paciente é mais simples e deve conter três partes: identificação do medicamento, informações ao paciente e dizeres legais. As informações importantes para a utilização daquele medicamento são apresentadas em forma de perguntas e respostas, para que o texto seja claro e objetivo. “Entre os dados mais importantes, que devem estar em destaque para o consumidor, estão aqueles relacionados à segurança do uso do medicamento. Quando não fizer uso, quais males que pode causar, o que fazer se uma grande dose for ingerida, contraindicações”, detalha a farmacêutica do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos, do Conselho Federal de Farmácia (Cebrim/CFF), Pâmela Alejandra Saavedra. Além do conteúdo, também há regras a respeito da formatação da bula. A fonte do texto deve ser Times New, com tamanho mínimo de 10 pt (pontos), com espaçamento simples entre letras, texto com 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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DEBATE

espaçamento entre linhas de no mínimo 11 pt (pontos), colunas de texto com no mínimo 50 mm (milímetros) de largura, texto alinhado à esquerda ou centralizado, caixa alta e negrito para destacar os itens mais importantes. O papel de impressão deve ser branco e as letras, pretas, de forma que, quando a bula estiver sobre uma superfície, a visualização da impressão na outra face não interfira na leitura. “É bom ressaltar que a legislação também exige uma bula em formato especial, destinada aos portadores de deficiências visuais. As pessoas interessadas devem solicitá-la à empresa responsável pelo medicamento, por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor”, lembra Maria Aparecida.

REGULAMENTAÇÃO ESTIPULADA O prazo de adequação das empresas ao novo formato de bulas já expirou, mas, segundo pesquisa publicada em abril de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), há ainda diversas fora no novo padrão exigido. Mesmo após três anos desde a promulgação da RDC 47/09, no início de 2013, havia apenas 313 publicadas no bulário eletrônico. A maior parte delas era referente a fitoterápicos e homeopáticos. Entre os 94 alopáticos, o órgão analisou 17 medicamentos e descobriu que apenas seis deles cumpriam a regulamentação. Ao serem notificadas pelo Idec, as empresas alegaram que diante da enorme quantidade de bulas para serem aprovadas, a Anvisa estava demorando para publicá-las no bulário eletrônico, o que impedia que as mudanças fossem repassadas às bulas impressas. Passados mais de um ano e meio desde a realização da pesquisa do Idec, muitas bulas ainda são encontradas fora do formato exigido por lei. “A indústria farmacêutica é altamente controlada, contudo, reage de maneira lenta às mudanças. A resolução é de 2009, mas essas alterações exigem o desenvolvimento de novos materiais de embalagem, incluindo rótulos, cartuchos e bulas, pois estes três itens devem ter os mesmos dizeres. Em seguida, todos devem ser submetidos à Agência para aprovação. Até todas estas etapas serem concluídas, teremos no mercado medicamentos com a bula antiga”, explica Pâmela, do Cebrim/CFF. “No Brasil, há mais de 14 mil medicamentos que precisam modificar suas bulas. É um número muito grande de solicitações de registro em um período reduzido. Por isso, nenhuma multa foi aplicada. A Agência não pode multar, 82

se ela mesmo não dá conta da demanda. Mas o principal já aconteceu, que foi a criação da lei”, complementa. Na época da pesquisa do Idec, a Anvisa afirmou que estava tomando algumas medidas para acelerar o processo de regularização das bulas, como o desenvolvimento do Sistema de Bulas para o gerenciamento da informação; o estabelecimento de parcerias com universidades por meio do Projeto Bulas para validação do conteúdo e linguagem das bulas; e recrutamento de pessoas por meio de concurso público para recompor o quadro técnico. O órgão também decidiu mudar algumas regras referentes ao processo de autorização das bulas. Agora, as empresas não necessitam de autorização prévia para a publicação no bulário eletrônico. Os fabricantes podem disponibilizar a bula no sistema, para depois o documento sofrer análise. Atualmente, a Anvisa afirma que a submissão eletrônica de bulas iniciou-se no dia 15 de março deste ano. Inicialmente, solicitou-se que os medicamentos sem bula-padrão (novos, biológicos, específicos e similares sem bula-padrão) fizessem essa submissão, até 30 de junho deste ano. A partir dessa submissão, os medicamentos que possuem bulas-padrão têm 90 dias para submeter suas bulas, de acordo com as já disponíveis. A Coordenação de Bula e Rotulagem de Medicamentos e Produtos Biológicos (CBREM) está monitorando o andamento dos processos. Todas as bulas dos medicamentos de referência já constam no bulário e estão em processo de avaliação. “O processo de monitoramento dessas bulas é constante, assim como as solicitações de atualização das mesmas. Por se tratarem de mais de 10 mil, pode ser que a percepção sobre atualização seja sentida somente quando o trabalho estiver próximo do fim. A coordenação responsável está implementando estratégias de trabalho para garantir que a informação disponibilizada seja a mais correta possível”, garantiu a Agência, em resposta enviada por meio da assessoria de imprensa.

DISPENSAÇÃO FARMACÊUTICA “Mais importante do que o consumidor ler a bula, é o paciente entender e tomar o medicamento corretamente. O farmacêutico deve ser procurado para esclarecer as dúvidas. Deve ajudar na interpretação das informações, na escolha do melhor horário para a administração. Deve explicar quais os efeitos esperados e possíveis interações”, afirma a farmacêutica Pâmela, do Cebrim/CFF.

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OS PERIGOS DE NÃO SE LER A BULA Algumas informações contidas na bula podem confundir o usuário do medicamento ou seu responsável, por isso é sempre indicado que seja verificado com o farmacêutico. Um dos erros mais comuns é quanto ao estabelecimento da dose, o que pode levar a consequências seríssimas em alguns casos. Certos medicamentos estabelecem a dosagem a ser administrada em função do peso corpóreo, então, há necessidade de se calcular o quanto deverá ser administrado ao paciente considerando o valor rotulado do medicamento (aquele valor que aparece no cartucho do medicamento – caixa ou embalagem secundária como, por exemplo, 500 mg do fármaco X por comprimido ou, então, 100 mg do fármaco Y por ml da solução, etc.). A – Calcular a dosagem multiplicando o peso em quilos pela posologia estabelecida do medicamento. Por exemplo, se a criança pesa 25 quilos e o medicamento prescrito estabelecer que sejam administrados 2 mg/kg ao dia (deve ser entendido como dois miligramas por quilo da criança, ao dia), então a dosagem a ser administrada será de 50 mg do fármaco ao dia. Se, no caso, for um adulto, e pesar 75 kg, o mesmo deverá tomar 150 mg do medicamento ao dia (75 kg x 2 mg). B – A partir da quantidade necessária a ser administrada, o usuário deverá estabelecer o quanto do medicamento deverá ser medido e que contenha a quantidade do fármaco calculado, como descrito anteriormente. Os erros também pode ocorrer quando o medicamento estiver na forma farmacêutica comprimido. Se a apresentação estabelecer como valor rotulado 50 mg, o adulto deverá tomar 3 unidades (que correspondem a 150 mg de fármaco). Como para crianças se administra o medicamento em forma farmacêutica líquida, o medicamento líquido adquirido (forma de apresentação do medicamento) indica como valor rotulado 25 mg para cada 1 ml de medicamento. Então, deverão ser administrados 2 ml do medicamento, ou seja, se cada ml tem 25 mg, e a criança que pesa 25 kg, e indicação é de 2 mg por peso, deverão ser administrados 2 ml do medicamento líquido (que conterá 50 mg do fármaco – quantidade que a criança deverá tomar). Considerando outra situação para crianças, o medicamento disponibilizado em gotas: é estabelecido que 1 ml corresponde a 20 gotas, e o medicamento em gotas estabelece que o valor rotulado do fármaco é de 25 mg por ml, portanto, se a criança precisa de 50 mg do fármaco, deverão ser administradas 40 gotas.

A intervenção do farmacêutico na “transcrição” das informações contidas em bula é fundamental para o usuário do medicamento quando o nível das informações se torna incompreensível para o paciente ou ao seu cuidador. O farmacêutico tem ferramentas para assegurar se as informações foram compreendidas adequadamente, considerando todo o grau de complexidade relativo ao medicamento que está sendo dispensado. “O medicamento sem a dispensação correta torna-se um grande perigo, que afetará a saúde do indivíduo além, de muitas vezes, ter impacto, também, no ambiente familiar. Todos podem ser multiplicadores de informação, mas é imprescindível que a informação seja correta. A partir do momento em que o usuário receba a orientação certa e tenha a sua responsabilidade assumida, ele será um multiplicador de

informação, colaborando, assim, em seu ambiente doméstico, para a diminuição do uso irracional de medicamentos e suas consequências muitas vezes graves ou irreversíveis”, ressalta Maria Aparecida. Outro aspecto que deverá ser salientado é a responsabilidade do usuário do medicamento em utilizá-lo de maneira correta. “Para o sucesso terapêutico, todos devem desempenhar as ações de competência que lhes são inerentes, ou seja, tanto o que prescreve, o dispensador e o usuário de medicamento têm, cada um, no seu nível, a responsabilidade pela recuperação da saúde. Se o paciente não utiliza o medicamento adequadamente, a resposta terapêutica ficará prejudicada ou ausente. É muito importante reiterar a participação e responsabilidade do paciente no processo de recuperação da saúde.” 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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A união

faz a força? ENTIDADES REPRESENTANTES DE DIFERENTES SETORES DO VAREJO QUEREM SE UNIR PARA DAR MAIS VISIBILIDADE AO SETOR POR FLÁVIA CORBÓ

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“Varejo é o Brasil que dá certo.” A frase é repetida aos quatro ventos por varejistas e estudiosos de mercado, devido aos bons números que apresenta, mesmo diante dos tropeços que a economia brasileira vem dando nos últimos anos. O consumo das famílias brasileiras representa 64% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que somente o varejo é responsável por 25% deste montante. Um em cada quatro empregos criados por empresas privadas no Brasil está nesse setor. Só neste ano, mais de 350.000 vagas serão abertas. Hoje, o varejo ocupa o lugar de destaque que foi da indústria nos anos 80 e 90, que na época eram os maiores empregadores do mercado. A principal razão que levou a essa inversão de papéis foi a entrada de 35 milhões de brasileiros na classe média nos últimos dez anos. Para o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Pinto Veiga, o que torna o varejo tão forte é o consumidor brasileiro. “Tivemos crescimento de 6% no consumo da classe C em shoppings. Tenho segurança que vamos passar por esse momento econômico difícil e depois voltar a ter um mercado glorioso no Brasil”, avalia. A presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Cristina Franco, vai além: “Nós sabemos amolar o machado. Passamos por todas as variações, sempre crescendo a números acima do PIB. Sabemos navegar em qualquer situação: seja no ‘PIB do milagre’, ‘hiperinflação’, ‘pibinho’, o que vier”. Mas mesmo diante de tamanha força, muitas entidades representantes de setores do varejo acreditam que o segmento não recebe a devida atenção por parte do governo. Por apresentar bons resultados, o varejo é visto como um setor que “anda sozinho” e não recebe os mesmos incentivos que outros segmentos, como o automobilístico e fabricantes de linha branca, beneficiados durante muito tempo com a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). Em busca de criar uma visão única para o desenvolvimento do varejo brasileiro, e, assim ganhar maior força, representantes das

TODO MUNDO PAGA A MESMA CARGA TRIBUTÁRIA, MAS NÃO DÁ PARA UNIR DISCURSOS PORQUE A NECESSIDADE DO SETOR FARMA É DIFERENTE DOS OUTROS SETORES maiores entidades do setor estão ensaiando alguns encontros a fim de debater uma agenda comum. Os encontros vêm sendo realizados na sede da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e também ocorreu durante o evento BR Week, que aconteceu no início do segundo semestre deste ano.

AGENDA EM COMUM Mas o que setores de atuação tão distintas, como supermercados, shopping centers, vestuário, franquias e farmacêutico teriam para batalhar em conjunto? Para o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, o varejo como um todo depende do crescimento da economia, da renda e do emprego, já que deles vêm os recursos para a população consumir. Logo, todas as questões macroeconômicas afetam a todos e podem ser discutidas de maneira coesa. “Enquanto se tiver esse tripé econômico, estaremos todos representados. O varejo resplandeceu e é importante que nós, varejistas, reafirmemos essa posição de destaque em uma atitude apartidária, porém sem deixar de ser política”, finalizou. A disponibilidade de crédito, ferramenta fundamental para compra de bens duráveis, e o nível da taxa de juros, também são questões comuns. Os entraves da substituição tributária e o excesso de burocracia que envolvem toda a máquina pública também são outros problemas que tiram o sono de empresários varejistas em geral. Para o presidente da Associação Paulista de Supermercados, João Galassi, a base de impostos de mais de 30% não é uma ‘troca justa’ quando se coloca na balança o trabalho e o que se tem de pagar em carga tributária. Para que os nós que prejudicam a operação do varejo sejam desatados, o vice-presidente e coorde2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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nador-geral do Conselho do Varejo da ACSP, Nelson Felipe Kheirallah, acredita que a iniciativa deve partir sempre do varejista. “Se esperar alguma coisa do governo, nada vai acontecer. Preferimos que o governo apenas se contente em interferir menos”, afirma. O presidente da Abrasce, Luiz Fernando Pinto Veiga, corrobora: “Nós somos amantes da iniciativa privada e da economia de mercado. Queremos que nos deixem trabalhar, mais nada”.

ORGANIZAÇÃO PROPOSTA Atualmente, existem diversas entidades que representam setores específicos do varejo, mas, para muitos empresários, é chegada a hora de criar uma entidade-mãe, que abrigue em um guarda-chuva todos os setores. “Não existe ninguém que fale por nós. Precisamos nos organizar para que nossa voz seja mais forte”, afirma Veiga. Nelson Kheirallah compartilha da mesma opinião e diz que para fortalecer o setor, é essencial que cada varejista participe de uma entidade representativa, seja ela qual for. O mesmo pensamento é ressaltado pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Mauricio Stainoff, que entende que as dificuldades afetam muito mais as pequenas empresas do que as grandes e médias. “Em nossas entidades, o associativismo é espontâneo e os empresários contribuem para o fortalecimento da classe e a defesa das intervenções do governo. Isso dá uma maior legitimidade muito grande”, completa.

O VAREJO COMO UM TODO DEPENDE DO CRESCIMENTO DA ECONOMIA, DA RENDA E DO EMPREGO, JÁ QUE DELES VÊM OS RECURSOS PARA A POPULAÇÃO CONSUMIR. TODAS AS QUESTÕES MACROECONÔMICAS AFETAM A TODOS 86

VAREJO FARMACÊUTICO

Abrafarma Enquanto a maioria dos representanjulga ser tes de setores do varejo defende que impossível criar uma agenda seja criada de fato a ‘Associação das comum associações’, que consiga maior poder de negociação com o governo e seja mais condizente com a posição de destaque que o varejo tem na contribuição para a economia do País, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, diz que não há possibilidades de tirar o plano do papel. “Nós já temos uma agenda muito complicada dentro do nosso próprio setor para poder tocar coisas não resolvidas. Neste momento, não há nenhuma possibilidade.” Quanto à falta de representatividade que o varejo tem perante ao governo, Mena Barreto acredita que isto se dá mais pelas características da operação varejista do que pela falta de união e conversa entre setores. “O varejo é um setor terciário da economia, muito mais atrelada a serviços. Acaba andando bem sozinho.” O executivo só faz uma ressalva, quanto à aplicação do sistema de rastreabilidade de medicamentos, que deve entrar em vigor a partir de 2016. As discussões avançaram muito, mas ainda há pontos a ser definidos entre órgão regulador, entidades e empresariado. O principal deles é a respeito de quem vai pagar a conta de todo o investimento necessário. “Teremos de comprar muitos equipamentos, adquirir novos em softwares, talvez isto demandasse uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), mas são coisas pontuais, não é uma demanda frequente.” E mesmo em relação aos entraves em comum, como o excesso de tributação, o executivo da Abrafarma não vê a possibilidade de iniciar uma batalha em comum. “Todo mundo paga a mesma carga tributária, mas não dá para unir discursos porque a necessidade do setor farma é diferente dos outros setores. Como seria o Brasil, se todos não pagassem tributo. Não existira país, não existiria governo.” Mas para o executivo, o imposto tem outro peso quando se trata de medicamentos, por isso a questão é que o discurso deve ser separado. “Medicamento

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CONJUNTURA

INICIATIVA FARMACÊUTICA

Para que a relação entres os players do varejo farmacêutico seja melhor, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) decidiu fazer sua parte. Neste ano, realizou a primeira edição do Abrafarma Future Trends, evento voltado para networking e novos negócios. Mais de 1,3 mil participantes estiveram presentes, entre 650 parceiros da indústria farmacêutica e 350 diretores, gestores e executivos das 29 maiores redes do varejo farmacêutico nacional, que respondem por mais de 50% das vendas no setor. “O evento nasceu de uma constatação. Está faltando conversa no setor farmacêutico brasileiro. Não é uma conversa qualquer, tem de ser estruturada em torno daquilo que mais importa, do que podemos fazer juntos”, reforça o presidente-executivo da Abrafarma. O evento seguiu o mesmo modelo dos realizados nos Estados Unidos, com o objetivo principal de discutir estratégias, inovações, tendências futuras e oportunidades conjuntas entre as 30 empresas associadas e os principais fabricantes de medicamentos e de higiene e beleza do País. O conceito do congresso da Abrafarma foi criado em cima de três pilares: aglutinar, focar e antecipar. “Para aglutinar, reunimos as melhores cabeças do mercado farmacêutico a fim de compartilhar visões de como podemos melhorar o mercado. Para focar, criamos sessão encontro com varejistas, que colocou 370 membros das 29 redes associadas à disposição para conversa e realização de novos negócios. Por fim, com a realização de diversas palestras, temos a missão de antecipar tendências e desenhar os rumos do setor.”

é um bem essencial e tem de ser equiparado à cesta básica. As pessoas não escolhem tomar medicamento. Elas são obrigadas porque precisam sobreviver. É diferente de tecido, linha branca, material de construção.” 88

O empresário defende que mais importante que juntar setor com setor, é fortalecer a relação dentro dos limites de cada área. Indústria, atacado e varejo precisam se integrar e ainda há muita falta de conversa.

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CAPACITAÇÃO

Muito além

da graduação OS CINCO ANOS DE FACULDADE DE FARMÁCIA PODEM SER CANSATIVOS, MAS O PROFISSIONAL QUE DESEJA SE DESTACAR DEVE TER A CONSCIÊNCIA DE QUE É PRECISO BUSCAR ESPECIALIZAÇÕES ALÉM DO CURSO REGULAR POR FLÁVIA CORBÓ 90

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Há profissões em que as tarefas diárias são bem estáticas, seguem ordens e padrões preestabelecidos e pouco mutáveis, facilitando com que o profissional se aperfeiçoe em determinadas funções. Essa não é a realidade do mercado farmacêutico, marcado pelo dinamismo, tanto em relação à evolução tecnológica, pesquisa, ao desenvolvimento e surgimento de novos medicamentos, quanto à legislação vigente, uma vez que o segmento é dotado de uma forte regulação. “Nos últimos vinte anos, muitos novos fármacos e medicamentos foram introduzidos na terapêutica e a isto se aliam novos mecanismos de ação farmacológica e novas empregabilidades clínicas, que exigem um farmacêutico atualizado e capacitado para orientar devidamente os usuários. Além disso, novas legislações sanitárias e de regulamentação da atuação farmacêutica vêm sendo implementadas, exigindo mudanças de postura profissional e uma maior necessidade de atualização de conhecimentos técnicos e sociais”, afirma o professor do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), Lincoln Cardoso. Em um dos movimentos mais recentes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu decretar as farmácias estabelecimentos de saúde, destinadas a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. “Com a aprovação da Lei nº 13.021/14, a farmácia precisa estar atenta à prestação de assistência farmacêutica e à orientação sanitária individual e coletiva”, lembra a coordenadora da área de farmácia do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Giselle Palmisano. Além das constantes mudanças, já inerentes ao ofício do farmacêutico, o setor passa por um momento de expansão, com crescimento muito acima da média da maioria dos setores da economia e forte concorrência. Diante de tantos movimentos paralelos e simultâneos, nota-se uma escassez de mão de obra qualificada no setor. Para tentar reverter esse cenário, muitas instituições de ensino, laboratórios e rede de farmácias e drogarias investem em cursos que promovem treinamento de profissionais, colaboradores e funcionários recém-contratados e também de parceiros varejistas.

OPORTUNIDADES PARA TODOS OS GOSTOS A ESPM já tem mais de 60 anos de atuação, mas somente neste ano decidiu criar o curso Marketing do Varejo Farma, voltado para a capacitação de profissionais da indústria e do varejo que atuem na área de marketing. “Nossa estratégia é focar nos segmentos emergentes. Como o setor farmacêutico tem crescido muito nos últimos anos, decidimos criar um programa que atendesse este público”, explica o coordenador do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM, Ricardo Pastore. Para que a grade curricular atendesse às necessidades e expectativas desses profissionais, a ESPM entrou em contato com diversas entidades e empresas do setor para obter índices e dados que ajudassem a instituição a mergulhar nesse universo, até então pouco explorado. “Elegemos alguns parceiros, como o IMS Health, para nos ajudar a entrar no mercado, pois a escola não tem tanta tradição no setor farmacêutico.” Feita a pesquisa inicial, a primeira turma do curso foi formada no mês de outubro deste ano. Entre o conteúdo ministrado, estão conceitos e ferramentas avançadas de marketing, especialmente adaptadas ao segmento. A programação prevê aulas sobre comportamento dos shoppers, gerenciamento por categorias e ações no ponto de venda (PDV), incluindo novos conceitos como Varejo 3.0. Parte das aulas ocorre no Retail Lab, exclusivo ambiente experimental onde os alunos aprendem na prática o que veem em sala de aula. Criado há nove anos, o espaço reúne réplicas de lojas de varejo alimentar, farmacêutico,

LIMITAR-SE A TRANSFERIR INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NÃO ATENDE MAIS ÀS NECESSIDADES DE UM MERCADO GLOBALIZADO E ALTAMENTE TECNOLÓGICO. É NECESSÁRIO FORNECER FERRAMENTAS PARA FORMAR UM FARMACÊUTICO INTEGRADO, PREPARADO PARA ATUAR TANTO COMO GESTOR, COMO PROFISSIONAL CLÍNICO 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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CAPACITAÇÃO

O Retail Lab, da ESPM, é um ambiente exclusivo onde os alunos aprendem na prática o que veem em sala de aula. O espaço reúne réplicas de diversos formatos de lojas

DE QUE TIPO DE PROFISSIONAL O VAREJO FARMACÊUTICO PRECISA? De acordo com o professor do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), Lincoln Cardoso, o varejo está carente de profissionais farmacêuticos especializados e capacitados, que sejam capazes de implementar projetos exequíveis e viáveis que transformem farmácias e drogarias em verdadeiros estabelecimentos de saúde. “Não basta fidelizar clientes, uma vez que este procedimento muitas vezes custa muito caro por envolver promoções, descontos ousados, premiações, material gráfico de divulgação, entre outros custos. A grande diferença consiste em estabelecer relacionamentos com o cliente. Os pontos de venda, independentemente do seu porte e capital econômico, precisam estreitar o relacionamento com o seu público-alvo por meio de soluções concretas de saúde”, acredita. Diante deste novo momento do mercado, os cursos que incluem a atenção farmacêutica, com foco em farmacoterapia e prescrição farmacêutica, são os que mais vão de encontro às necessidades atuais. “Busque tornar-se um profissional capacitado em habilidades gestoras e clínicas. É aí que está o gargalo: nossas faculdades não formam farmacêuticos com esse perfil. Por isso a capacitação, por meio de especialização de qualidade, se torna uma escolha fundamental para o sucesso do profissional.”

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vestuário e eletroeletrônico, com gôndolas, balcão e áreas de checkout fiéis aos encontrados nas lojas. “Em um espaço pequeno, conseguimos integrar vários formatos varejistas, com o objetivo de oferecer ao mercado e aos alunos uma área capaz de reproduzir em ambiente controlado como o que encontramos na prática no mercado.” Outra instituição de ensino que possui cursos voltados para o setor farmacêutico é o Senac São Paulo. Desde 1962, a entidade trabalha um portfólio de cursos no segmento, que vai desde cursos para inserção do profissional no mercado, como a Capacitação de Balconista de Farmácia, passando pelo curso Técnico em Farmácia, além de cursos de aperfeiçoamento e pós-graduações lato sensu/especializações. “O mercado farmacêutico é muito dinâmico e a busca por atualização e aperfeiçoamento é extremamente importante para que o profissional acompanhe as mudanças e evoluções do mercado. O segmento reconhece a qualificação profissional como importante para o desenvolvimento das Boas Práticas, por isso é preciso investir em uma capacitação permanente, pois uma equipe com profissionais bem preparados gera valor e competitividade ao negócio”, acredita Giselle, do Senac.

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CAPACITAÇÃO

DIANTE DE TANTOS MOVIMENTOS PARALELOS E SIMULTÂNEOS, NOTA-SE UMA ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA NO SETOR. PARA TENTAR REVERTER ESSE CENÁRIO, MUITAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO, LABORATÓRIOS E REDE DE FARMÁCIAS E DROGARIAS INVESTEM EM CURSOS QUE PROMOVEM TREINAMENTO DE PROFISSIONAIS Para facilitar o acesso a essa capacitação, o Senac criou o Programa de Assistência ao Farmacêutico (PAF), em parceria com o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). Voltado exclusivamente para o farmacêutico, não envolvendo o técnico em farmácia ou o balconista de farmácia, o programa é gratuito e tem como um dos objetivos oferecer desconto de 25% e condições exclusivas para compras de serviços e produtos, como os cursos de pós-graduação lato sensu e de aperfeiçoamento.

OUTRA PARCERIA Também pensando na capacitação dos profissionais, o CRF-SP aproveitou o Dia Internacional do Farmacêutico, celebrado todo dia 25 de setembro, para criar nova parceria de ensino, desta vez, com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). Ambas as entidades assinaram um termo de cooperação técnica que prevê uma série de ações para capacitar as micro e pequenas empresas (MPEs) do segmento de drogarias e farmácias do estado. As farmácias de manipulação e drogarias representam 10% do número de MPEs na área do varejo no estado de São Paulo. Segundo dados do CRF-SP, ao todo são 15.076 estabelecimentos, sendo que 5.524 contam com farmacêuticos proprietários. O objetivo da parceria é orientar profissionais empreendedores ou com interesse em abrir seus próprios negócios sobre como fazer a gestão de farmácias e drogarias. Para o presidente do CRF-SP, Dr. Pedro Eduardo Menegasso, a parceria é um importante passo para 94

fortalecer o empreendedorismo. “É fundamental que, além das questões técnicas, os farmacêuticos tenham conhecimento sobre estratégias de administração, principalmente os que são proprietários ou que desejam montar seus estabelecimentos”, afirma. Já a gerente do Sebrae-SP, Ana Carolina de Oliveira, destaca a farmácia como um canal relevante para a economia paulista. “O setor farmacêutico apresenta muitas oportunidades aos pequenos negócios, mas é preciso estar preparado para aproveitá-las, o que se consegue com capacitação. O objetivo é fornecer as ferramentas para uma gestão eficiente”, ressalta. O projeto tem duração de dois anos e inclui a disponibilização de dez cursos e duas cartilhas com informações sobre empreendedorismo e boas práticas de gestão em drogarias e farmácias. Além disso, os cursos de Ensino a Distância (EAD) do Sebrae-SP poderão ser acessados no Portal do CRF-SP. Entre os temas dos cursos, estão: “Conquiste seu Cliente”, “Controle seu estoque e não perca dinheiro” e “Aprenda a fazer fluxo de caixa”.

BRASIL AFORA Boa parte dos cursos de especialização farmacêutica concentra-se nos grandes centros, o que acaba dificultando a pulverização de bons profissionais em todo o território brasileiro. Uma das poucas instituições que se faz presente em diferentes estados é o ICTQ, única instituição de ensino do País dedicada exclusivamente à especialização farmacêutica. “O Brasil conta com diversas instituições e empresas de ensino que oferecem capacitação. Entretanto, o País é extremamente deficitário em instituições que ofereçam capacitação e especialização de qualidade. O grande desafio de uma instituição de ensino de pós-graduação é compreender as verdadeiras necessidades do mercado e especializar seus alunos de modo que estes realmente se sintam capacitados e seguros para encarar novos desafios”, opina o diretor de pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. Limitar-se a transferir informação e conhecimento não atende mais às necessidades de um mercado globalizado e altamente tecnológico. É necessário fornecer ferramentas para formar um farmacêutico integrado, preparado para atuar tanto como gestor, como profissional clínico. “O ICTQ busca formar especialistas, por meio de uma metodologia ativa e dinâmica de ensino de pós-graduação. O objetivo é que o profissional se torne peça-chave para os resultados da empresa farmacêutica que representa, seja ele proprietário ou colaborador.”

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TENDÊNCIA SOCIAL

Só é preciso

vontade

TRABALHAR POR UMA CAUSA NOBRE, EM PROL DE PESSOAS NECESSITADAS OU SÓ PARA AJUDAR QUEM MAIS PRECISA NUM MOMENTO DE DESESPERO. O VOLUNTARIADO CORPORATIVO INCENTIVA COLABORADORES A SE ENGAJAREM ALÉM DA EMPRESA POR CLAUDIA MANZZANO

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Dizem que tudo que se faz sem ter obrigação é mais fácil e prazeroso. Talvez por isso o número de pessoas que se dispõem a trabalhos voluntários só aumente, segundo pesquisa da Rede Brasil Voluntário e do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Na averiguação de 2011, 25% da população brasileira declarou que fazia ou já tinha feito serviço voluntário e 87% dos indivíduos estavam totalmente motivados a continuar. A diretora executiva da Organização Não Governamental (ONG) Riovoluntário, Heloísa Coelho, acredita que mais pessoas têm vontade de trabalhar em prol de um terceiro, mas nem sempre

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está claro como conseguir isso. “As pessoas querem fazer algo, mas não sabem como, nem onde.” E nessa toada, o voluntariado empresarial (ou corporativo) tem se mostrado um caminho interessante para quem quer ajudar, e uma alternativa às empresas que promovem ações sociais. O termo empresarial ou corporativo tem o mesmo significado. No entanto, Heloísa acha a primeira palavra mais suntuosa e que acaba assustando um empresário mais modesto. Por exemplo, se uma farmácia quiser implementar o voluntariado, vai se sentir melhor ao dizer que é empresarial. O conceito é simples: iniciativa de empresas com ações voluntárias de públicos de relacionamento. Ou seja, é FOTOS: SHUTTERSTOCK

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uma ação de responsabilidade social desenvolvida por empresas no sentido de promover ações de participação cidadã de seus colaboradores e público de seu relacionamento (aposentados na empresa ou família de colaboradores). Para a gerente de projetos do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), Raquel Lordello Coimbra, o voluntariado corporativo é aquele em que a empresa dá o direcionamento da forma que ela vê o engajamento do voluntário em uma causa. Independente da denominação, existem vários tipos que ações que podem ser feitas no voluntariado promovido pelas empresas. Algumas bem básicas, como doação de bens e materiais, como cesta básica, recurso financeiro

ou doação de serviço pro bono (uma forma de trabalho voluntário que, ao contrário do voluntariado, implica que a atividade seja exercida com caráter e competências profissionais, não sendo, no entanto, remunerada). A auditoria da ONG Riovoluntário, por exemplo, é feita pela PricewaterhouseCoopers de maneira voluntária. Dessa forma, o voluntariado explora as habilidades específicas dos colaboradores. E estes se envolvem com mais profundidade nas atividades, gerando mais sentido para sua contribuição. Também é possível atuar em recreação, educação, esporte, etc. Quando o programa de voluntariado amadurece, algumas empresas estruturam mais esta área. Por exemplo, em alguns bancos, os colaboradores dão aula de educação financeira. Nesse caso, é preciso de material de apoio para o voluntário e o beneficiado. Em outros casos, a empresa oferece atividades one to one, como mentoria para jovens instáveis, por exemplo. Quando se faz um trabalho de mentor, explica Heloísa, se estabelece um relacionamento mais próximo e, geralmente, precisa-se de apoio psicológico. “É necessário suporte para saber como lidar com os problemas dos assitidos, que muitas vezes são bem complicados”. É, portanto, um programa mais elaborado. Raquel defende o voluntariado que leva à empresa a cultura de voluntário transformador, provocador de mudanças, que não seja puramente assistencialista. Segundo ela, existe a oportunidade de engajar o voluntário em ações de longo prazo, em que ele de fato se envolva com as pessoas e evite quebrar o vínculo criado. Para ela, é preciso privilegiar a formação de vínculo entre o voluntário e a organização. “Convergências são indicadores de sucesso”, explica. Quando já existe um programa de voluntariado estruturado, também é possível receber propostas de projetos dos próprios colaboradores. Muitas vezes, conta Heloísa, eles propõem atividades nas ONGs em que já trabalham e as empresas podem dar recursos para esses projetos. Em outros casos, os empregadores podem “doar” as horas de trabalho do colaborador para planejar e estruturar ações voluntárias. Heloísa explica que também existem empresas com voluntariado preparado para atuar em situações de emergência, como enchentes ou desastres. Geralmente, elas já têm tradição em atender a esses casos e são 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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organizadas para oferecer suporte às vítimas e fazer doação de mantimentos ou financeira.

COMO CONQUISTAR VOLUNTÁRIOS Lidar com pessoas não é fácil. Motivar e engajar colaboradores pode ser difícil até quando se tratam de tarefas dentro da função de cada um. Fazer com que eles sintam vontade de ser voluntários pode ser bem mais complicado. Heloísa explica que o mais comum é ter um comitê composto de pessoas de várias áreas da empresa, cerca de seis colaboradores, e é este grupo que vai escrever a política de voluntariado e pensar em como engajar as pessoas: seja por meio de uma campanha ou de um projeto mais amplo. Quando existem filiais, formam-se comitês locais para identificar as necessidades daquela região. Em alguns lugares, a política de voluntariado fica sob a responsabilidade de algum departamento específico, geralmente em comunicação ou na área de sustentabilidade. Outra maneira de engajar colaboradores é ter um (ou mais) voluntário próprio para essa função. De forma geral, são pessoas com bastante interação entre os setores e que conhecem bem o programa de voluntariado. Raquel acredita que o método mais usado e eficiente é fazer campanhas, com um trabalho forte do departamento de Recursos Humanos. Além disso, a empresa tem de encontrar os parceiros certos, ter sensibilidade no meio de campo para entender os voluntários e atender aos desejos pessoais distintos. “Para perpetuar as ações, é preciso despertar um desejo no voluntário, que não necessariamente é o mesmo do colega ao lado. Tem de olhar como o todo e de forma individualizada.” Todas essas preocupações interferem no retorno dos colaboradores ao programa de voluntariado. Mas não existe uma regra de adesão. O número de pessoas que participam das ações de voluntariado varia muito de empresa para empresa. Quando o projeto é bem organizado, a tendência é de que o engajamento cresça. Em algumas empresas, a taxa de participação em programas de voluntariado chega a 20%. Mas nesses casos, é quando há um algo a mais, os diretores participam, por exemplo, ou quando existem facilitadores para mobilização, como liberação do horário de trabalho. Para Raquel, ter um percentual de 12% é ótimo. Mas para chegar a esse número, é preciso um esforço para criar uma cultura de voluntariado no ambiente de trabalho. E lembra 98

EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE AÇÕES QUE PODEM SER FEITAS NO VOLUNTARIADO PROMOVIDO PELAS EMPRESAS. ALGUMAS BEM BÁSICAS, COMO DOAÇÃO DE BENS E MATERIAIS, COMO CESTA BÁSICA, RECURSO FINANCEIRO OU DOAÇÃO DE SERVIÇO PRO BONO que a empresa precisa fazer a parte dela, pois mesmo que haja pessoas interessadas, se elas estiverem sobrecarregadas ou com clima organizacional sem harmonia, não vai ser possível fomentar o voluntariado. “Não é só o perfil da pessoa que interfere nessa escolha”, aconselha. De qualquer forma, a personalidade de quem participa das ações sociais propostas pela companhia já é a de uma predisposição ao voluntariado. A esquisa da Rede Brasil Voluntário e do Ibope mostra que, tradicionalmente, o voluntariado era praticado por mulheres de classe média que antes tinham tempo livre para oferecer a essas atividades. Mas na pesquisa de 2012, é possível ver como isso mudou. O número de homens aumentou muito, sobretudo com a possibilidade de colaborar via internet. “Não precisa mais sair de casa para ser voluntário. E também, antes eles não se sentiam à vontade com algumas atividades”, conta Heloísa. O perfil de quem pratica o voluntariado, atualmente, está muito mais ligado à população economicamente ativa, ao contrário do que muitos imaginam. De acordo com a pesquisa, os voluntários, em sua maioria, são pessoas na faixa de 26 a 42 anos. E Raquel reforça que, dentro das empresas, o voluntariado é praticado por pessoas que já fizeram alguma ação no âmbito pessoal.

QUEM GANHA? De acordo com a experiência de Heloísa, da ONG Riovoluntário, o voluntariado melhora a relação da empresa com a comunidade, melhora a imagem institucional, favorece a integração dos colaboradores e

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consolida valores éticos neles. Raquel, do IDIS, explica que o engajamento dos funcionários com o próprio negócio e a melhoria de clima no ambiente de trabalho também são resultados de um programa de voluntariado empresarial eficiente. Os colaboradores também ganham ao desenvolverem novas habilidades e competências (equipe, compromisso, responsabilidade, liderança). Existe o fortalecimento do espírito de equipe e consolidação de valores de cidadania, e, muitas vezes, o colaborador passa a ter maior facilidade na resolução de problemas. Heloísa exemplifica com um contador que passa a ser diretor financeiro de uma ONG. Além do crescimento pessoal, sua autoestima melhora muito e se torna uma pessoa com muito mais facilidade em tomar decisões. 100

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NO SEU PONTO DE VENDA As farmácias de grande porte já realizam captação de recursos e doações. Ainda que ache interessante esse movimento, Heloísa acredita que é possível estender essa vocação para o atendimento às necessidades locais como, por exemplo, ajudar creches ou instituições próximas ao estabelecimento. “Pode ser com produtos que a própria farmácia venda ou, para o Natal, por exemplo, fazer campanha para doação de brinquedos”, sugere. Mas ela lembra que o maior cuidado para quem faz esse tipo de voluntariado é a transparência. Sempre deixar bem claro para onde estão indo as doações, ter fotos, quantificar o que foi doado. “Tudo isso é importante para não perder a confiança quando se trabalha com doação.”

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TENDÊNCIA TRADE MARKETING

O poder da exposição UM PLANOGRAMA BENFEITO É FUNDAMENTAL PARA CRIAR UM AMBIENTE DE LOJA FUNCIONAL E RENTÁVEL, POR ISSO, A CADA DIA, SURGEM NOVAS TECNOLOGIAS PARA AJUDAR NO PROCESSO POR FLÁVIA CORBÓ

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Interessada em aumentar a rentabilidade na gôndola, a RB (Reckitt Benckiser) decidiu investir em shopperception. O termo em inglês significa entender o comportamento do consumidor no momento da compra. Para isso, instalaram câmeras e sensores 3D em frente a gôndolas com produtos da marca, capazes de capturar a maneira como cada cliente interage com a prateleira e os produtos ali dispostos. Após alguns dias de análise, a empresa descobriu que, ao passarem pela gôndola da marca, 86% dos shoppers não paravam, 14% interagiam com os produtos e, entre estes, 76% compravam algum

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item. Ou seja, foi verificado um baixo índice de interação, mas um alto percentual de conversão. “Entendemos que, a partir do momento em que o consumidor se dispunha a olhar nossos produtos, a chance de levá-los era alta. Então, para que conseguíssemos aumentar a rentabilidade, era preciso melhorar a taxa de interação com a gôndola”, explica o vice-presidente de vendas da RB, Maurício Utiyama. Para atingir tal objetivo, a companhia decidiu criar um novo planograma – representações gráficas, diagrama ou esquema, que apresentam detalhadamente como e onde os produtos devem ser localizados e posicionados nas prateleiras varejistas. A tática se mostrou certeira. Com as IMAGEM/FOTO: SHUTTERSTOCK

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É VIÁVEL IMPLANTAR AS TECNOLOGIAS EM PEQUENAS FARMÁCIAS? As ferramentas de planograma ativo, que comunicam a necessidade de reposição de produtos na gôndola, exigem a instalação de um software e, consequentemente, um investimento maior. Para o gerente de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Marcelo Menta Jr., o maior problema não está no custo, mas, sim, na percepção dos resultados. “Ótimas tecnologias estão disponíveis para a elaboração de um planograma, apesar disto, não existe a percepção de retorno sobre o investimento dessas ferramentas. Não sabemos mensurar a diferença entre um planograma feito pela indústria x planograma elaborado via ferramentas (contador de fluxo, zona de calor, etc.), por isso a dificuldade do varejo em absorver a tecnologia e apostar em um payback desse investimento.”

mudanças em vigor, as mesmas ferramentas de monitoramento registraram um aumento de 32% na interação com a gôndola, queda de 32% no tempo de decisão e crescimento de 18% na taxa de conversão.

FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS A cada dia, surgem novas ferramentas desenvolvidas especialmente para o varejo, capazes de monitorar e investigar por completo a experiência de compra do shopper. De acordo com a diretora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin, esses recursos tecnológicos são capazes de identificar o caminho de compras (jornada), fazer a contagem de clientes e conversão de

compras, mapear as rotas mais comuns e criar mapas de calor, tanto em corredores quanto em gôndolas, para identificar pontos quentes e frios das lojas. Uma das empresas que disponibiliza este tipo de ferramenta é a Virtual Gate. Uma das tecnologias oferecidas é capaz de medir o fluxo de pessoas na loja, com número de visitantes e horários de pico, por meio da captura de imagens. Outra ferramenta desenvolvida pela Virtual Gate é chamada Hotzone. Sensores instalados no ponto de venda (PDV) são capazes de definir as áreas que concentram maior número de clientes. Outra tecnologia semelhante, chamada de Costumer Mapping, é utilizada pela Tectra. Por meio de câmeras de segurança comuns, são captadas fotos distintas que permitem acompanhar a movimentação dos clientes, traçando as rotas mais comuns e as direções seguidas entre os corredores. A partir das imagens, um software é capaz de fazer diversas análises de tráfego, fluxo, mapas de calor, selecionando diferentes filtros e períodos. “Há também tecnologias que permitem criar o desenho do planograma para que você faça a distribuição correta dos produtos, levando em conta o tamanho do produto e a largura da prateleira. O software calcula quantos itens cabem em cada gôndola”, exemplifica o gerente comercial da Virtual Gate, Caio Camargo. “Outra possibilidade já disponível no mercado é trabalhar com o planograma ativo. A cada produto retirado da gôndola e levado pelo consumidor, o sistema emite um aviso de que uma reposição é preciso ser feita na prateleira.” 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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TRADE MARKETING

Quando adequadamente desenvolvidos, os planogramas podem ajudar a maximizar prateleira e espaço de exposição ao deixar os produtos mais atraentes e acessíveis aos clientes. Varejo e indústria também são beneficiados, ou seja, todos saem ganhando. Aos clientes • el ora sua e eriência de com ra • el ora a locali aç o de rodutos (layout, setorização e planograma). • el ora a nave aç o na lo a e todo o processo de compra. • ermite maior facilidade ra ide e e ciência no processo de compra e decisão. Ao varejista • Controla a e osiç o dos rodutos e a eficiência do Gerenciamento por Categorias. • is oni ilidade de informações mais recisas e direcionadas como apoio efetivo a tomar decisões. • umento de vendas lucro e renta ilidade • aior retenç o do cliente or meio de ações mais direcionadas (produto certo, exposto adequadamente, serviços melhores, etc.). Para a indústria • el oria no relacionamento com vare istas • Controle so re a equi e de romotores • qui es mais informadas • aior con ecimento so re o com ortamento do shopper de suas marcas e a performance das mesmas nas diferentes lojas e formatos. • aior direcionamento e efetividade das ações promocionais. Fontes: diretora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopping market, Fátima Merlin

ORGANIZAÇÃO FUNDAMENTAL O principal trunfo que um bom planograma traz à loja é organização, item essencial para o sucesso de vendas de 104

E CO N TEÚDO

As informações captadas são, então, cruzadas com as taxas de venda. “Consigo ver que existem áreas de grande movimento, mas em que não se vende nada. A partir da identificação dos problemas, ajudamos os clientes a pensar em soluções. O que será que está acontecendo? Meu mix de produtos não está adequado? Devo mudar o planograma?”, exemplifica a diretora da Virtual Gate, Heloísa Cranchi.

uma farmácia, que trabalha com uma gama enorme de produtos. “Sem dúvida, o consumidor precisa encontrar o que procura na gôndola. Quanto mais rápido ele encontrar, mais coisas ele vai comprar”, lembra a consultora de varejo, Regina Blessa. Mas quando bem executado, o planograma ganha diversas outras funcionalidades. “Em cima do estudo do posicionamento dos produtos – tamanho da face ou altura na prateleira –, é possível avaliar o sucesso daquele item. Com cada produto com endereço certo, você consegue mensurar, item a item, qual é a eficiência dele naquele espaço promocional ou a eficiência de cada espaço que você tem na loja”, explica Camargo. É para captar essas informações, que a observação de um planograma pode oferecer, que se aconselha o investimento em tecnologia. Do funcionamento de uma loja física pode se extrair uma gama de dados importantes para a gestão, mas nem sempre é possível captá-los apenas com observação do fluxo diário. “A intenção é trazer para o varejo físico todos os tipos de métricas que o e-commerce tem de maneira simplificada”, define. Em apenas um clique, um gestor de uma loja on-line consegue avaliar quais produtos foram vendidos, o giro de estoque, o que está parado, que promoção deve ser feita, o tempo médio que o cliente navega na página, entre outras informações. “As tecnologias servem para que o dono do varejo físico também possa ter acesso a esses dados. Hoje em dia, a maioria dos varejistas não conta com isso. Trabalha apenas com feeling, sem números e dados reais.” Os resultados obtidos com as tecnologias têm sido determinantes para avaliar o efeito de um planograma e identificar possíveis necessidades de mudanças. Seguindo à risca as decisões táticas de localização e exposição baseadas nas análises estruturadas, estudos de mapa de calor, é possível alcançar ótimos resultados. “O planograma é uma conceito extremamente importante para o varejo, cases apontam para um aumento do sell-out de determinados produtos em até 23% quando posicionados estrategicamente no PDV”, destaca o gerente de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Marcelo Menta Jr.

Fuja dos erros mais comuns na hora de montar um planograma. AL

BENEFÍCIOS APURADOS

XT T RA NO POR

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VAREJO VAREJO

Preparando para o fim do ano JÁ É NOVEMBRO! OLHANDO PARA A VIDA REAL DO VAREJO, QUEM AINDA NÃO SAIU DA ROTINA E PAROU PARA PERCEBER ESTÁ BOBEANDO: O ANO ACABOU

N

SILVIA OS S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 106

Nunca foi tão importante dar atenção para a época mais importante do ano, o Natal. Por mais que exista gente que não acredite mais, Papai Noel sempre vem e auxilia o comércio a lucrar na maioria dos ramos de atividade e a farmácia é um deles. Alguns aspectos são vitais para que o Natal “exploda” e “arrebente” em resultados positivos: 1. Produtos competentes e impactantes: eles se dividem em itens básicos, de tendência e os sazonais. É hora de garantir a disponibilidade dos itens básicos, aqueles que constroem e sustentam sua empresa o ano inteiro. Há clientes que esperam o ano todo para comprá-los. No Natal, eles têm de estar lá, como, por exemplo, um dermocosmético que só pode ser adquirido com a presença do 13º salário. Os de tendência para o Natal e Ano-Novo têm de ser comprados em grande variedade, mas com uma profundidade dosada para não sobrar, como as novidades para embelezar os cabelos. Se possível, esses tipos de produtos devem acabar junto com o fim do ano. Claro que eles são o tempero da sua loja, mas ninguém come só tempero. Eles reforçam o básico. E não podem

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sobrar. Resista à tentação de recomprar o que acabou. Não vai chegar a tempo. Há ainda os sazonais, que permitem vender aquilo que os clientes procuram para a temporada, como os antidiarreicos; antiácidos; bronzeadores; protetores solares; entre outros. 2. A cara de Natal da loja: sua loja tem de estar com muita cara de Natal. O cliente que passar por ela tem de achar que Papai Noel está lá dentro esperando por ele ou por suas crianças e amigos. Capriche na execução dos temas natalinos com bom gosto. Treine seu pessoal para fazer lindos embrulhos e pacotes. 3. Gente competente e motivada: muitos varejistas treinam o seu pessoal em janeiro. Mês de pouco movimento quando sobra tempo. A pergunta vital é quando haverá mais necessidade de treinamento? Dezembro? Então de que adianta treinar em janeiro? Comece já e termine o treinamento para as vendas de Natal até o dia trinta de novembro. Funcionários temporários ou extras para o Natal? Se for contratar extras, comece a recrutar já. Mesmo que o Natal não seja excelente para todos, se você e sua farmácia estiverem muito bem preparados, ele vai ser muito bom para você. FOTO: DIVULGAÇÃO

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TENDÊNCIA PONTO DE VENDA

Venda de

oportunidade AO VALORIZAR A EXPOSIÇÃO DE ITENS DE BELEZA E PERFUMARIA, A FARMÁCIA MOSTRA AO CLIENTE QUE PODE ESTAR ALI O PRESENTE QUE ELE PROCURA PARA O NATAL

O

POR ADRIANA BRUNO

O canal farma figura entre os segmentos de varejo que mais têm se reinventado nos últimos anos. Lojas dedicadas apenas à venda de medicamentos não possuem mais espaço no mercado e pouco são lembradas pelo consumidor. Aliás, a chave da mudança é exatamente o consumidor, suas necessidades e seu comportamento no momento da compra.

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Com a diversificação e direcionamento do mix aliado ao sortimento de produtos, o shopper passou a ter, na farmácia e na drogaria, uma opção competitiva em preço e conveniente para a compra de itens, como de perfumaria, cosméticos e de higiene pessoal e beleza. Tratam-se de itens de oportunidade, ou seja, aqueles em que muitas vezes o consumidor não estava pensando, mas ao passar pela gôndola ou visualizar uma oferta, acabam FOTOS: SHUTTERSTOCK/VICTOR ALMEIDA

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SE A FARMÁCIA VAI INVESTIR EM AÇÕES DE TRADE, ENTÃO É PRECISO TER UM PLANO ESTRATÉGICO E DE GESTÃO BEM DELINEADO. O PRIMEIRO PONTO É O ESTOQUE sendo incluídos na cesta de compras. Então, por que não aproveitar essa oportunidade de vendas em uma época em que o consumidor está mais disposto a comprar produtos desse gênero para presentear, como o Natal, por exemplo? Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo deve movimentar R$ 31,8 bilhões no Natal deste ano, o que significa 5% de crescimento na taxa do volume de vendas desde 2005. As vendas sazonais garantem um bom incremento no tíquete médio do varejo e são bem exploradas em outros canais, como as perfumarias e lojas especializadas, e a farmácia pode importar ações desses pontos de venda, aplicá-las ao seu negócio e faturar também. “As farmácias e drogarias devem pensar e explorar um calendário de eventos, adotando iniciativas no ponto de venda que colaborem para aumentar o giro de certas categorias de produtos, como a criação de ilhas específicas, áreas mais sofisticadas dentro da loja ou mesmo a presença de demonstradoras. Tudo isso pode levar ao aumento do tíquete”, comenta o coordenador do Centro de Pesquisa em Estratégia do Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa, Luiz Fernando Turatti. Categorias como perfumaria, maquiagem, esmaltes, tinturas, hidratantes e até sabonetes mais sofisticados são itens de oportunidade com potencial para ser “transformados” em opções de presentes charmosos e com preço igualmente interessante nas farmácias e drogarias. Mas para isso, é preciso investir no layout da loja, na gôndola e na comunicação desses produtos com o cliente. “Devemos pensar no shopper que se influencia pelo ponto de venda. Criar ações promocionais com as marcas envolvendo promotor/demonstrador e setorizar as

categorias com customização de gôndolas são ações que influenciam a decisão de compra e aumentam as vendas”, orienta o consultor da Escola de Varejo, Henrique Marques. Para ele, o visual merchandising e o ponto focal são formas de destacar os produtos, criando materiais de ponto de venda e chamadas promocionais nas gôndolas. “Outra dica é posicionar os produtos alinhados no campo de visão do cliente. Tudo isso faz uma grande diferença na venda de itens de oportunidade”, completa Marques.

AMBIENTAÇÃO É PARTE DA VENDA Lugares agradáveis conquistam qualquer cliente. Isso vale para um restaurante, uma loja de vestuário, perfumaria e por que não para uma farmácia? Lojas bem ambientadas, organizadas, com boa iluminação e até música ambiente despertam o lado sensorial da compra, fazem com que o cliente fique mais tempo por ali, ande mais pelos corredores e, consequentemente, compre mais. No Natal, as pessoas já estão mais suscetíveis a gastos extras, portanto, investir na ambientação é mais do que palavra de ordem. Para a arquiteta da Valéria Casttro Arquitetura de Negócios e Visual Merchandising, Valéria Casttro, a ambientação é fundamental para a experiência de compra. “O ponto de venda precisa ser encantador, harmonioso e principalmente oferecer um magnífico diferencial em relação aos concorrentes. A ambientação perfeita vai alinhar todos os aspectos, ou seja, o layout, os equipamentos, a circulação entre eles, a iluminação, o conforto térmico e sonoro, as cores do ambiente, o cheiro, entre outros”, diz. Ainda segundo a arquiteta, a ambientação é fundamental no contexto e resulta em aumento de vendas, mas deve-se lembrar de que a ambientação não é a única responsável pelo aumento de vendas, é preciso ter produto bom, exposto corretamente e com preço justo ou promocional. Lojas que contem vitrines têm ainda uma vantagem. “A vitrine é o primeiro nível de comunicação do ponto de venda e uma comunicação benfeita gera interesse, e, ao entrar no ponto de venda, o shopper sofre influência. O lojista deve buscar informações e elementos, 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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PONTO DE VENDA

CINCO DICAS PARA DEIXAR A LOJA NO CLIMA DE NATAL 1- Aplicar as cores de Natal ou algum elemento visual nas gôndolas, materiais de comunicação, entre outros. 2- Usar um elemento de Natal na fachada, por exemplo, o chapéu do Papai Noel no logotipo da empresa. 3- Fazer uso de um item em todos os colaboradores, seja um chapéu, troca do uniforme, algo que remeta à data. 4- Em todas as categorias de produtos, não apenas de higiene pessoal, mas nas vitaminas, entre outros, oferecer kits de ofertas. 5- Escolher algo para sortear aos clientes na véspera de Natal. Bons exemplos são aparelho televisor, bicicleta, kits de perfumaria, cesta saudável, cesta de proteção solar, kit férias. Fonte: arquiteta da Valéria Casttro Arquitetura de Negócios e Visual Merchandising, Valéria Casttro

para a vitrine, que acompanhem o período e a disposição interna, agrupando produtos por temas”, diz Henrique Marques. Ainda segundo o consultor, a vitrine é um cenário e deve conter materiais e imagens para ambientar as temáticas, cada categoria deve estar ambientada com o tema. “O destaque vai depender da estratégia de gestão do estoque (promoções). O principal é que os 11 0

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produtos estejam agrupados em kits com itens sinérgicos pela temática”, indica. O espaço também deve priorizar produtos geradores de fluxo, ou seja, aqueles que atraem o cliente para dentro da loja; já dentro do estabelecimento, os demais itens devem estar organizados de modo a permitir que a experiência de compra se complete. Para o professor de Empreendedorismo do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Ibmec/RJ), Thiago Almeida, tão importante quanto o espaço é a execução das ações de trade no ponto de venda. “É muito importante que os produtos sejam trabalhados nas prateleiras de forma a levar em consideração a estratégia de cada marca. Um lançamento em cosméticos, por exemplo, precisa de destaque, por meio de displays e posicionamento privilegiado dentro

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PONTO DE VENDA

LEMBRE-SE • vitrine um vendedor • lo a um vendedor • O checkout é um vendedor. • O roduto um vendedor • odos seus cola oradores s o vendedores • ortanto erencie comunique e crie a sinergia para que todos esses personagens que fazem a loja acontecer entendam que vender faz parte do seu papel, tanto nas ações como no planejamento.

da loja, pois provavelmente será o produto que irá gerar fluxo para a loja”, diz. Na decoração do ponto de venda, a referência ao Natal é item obrigatório. Para Valéria Casttro, não é preciso fazer grandes mudanças, só o fato de trabalhar as cores do período já cria uma referência. “Pode-se optar pelas tradicionais, vermelho e verde, ou ainda explorar outras cores, como as da própria marca da farmácia, complementando com dourado ou prateado, além de alguma referência do Natal, mas, principalmente, alinhando a decoração à oferta de produtos pertinentes ao período, mas sempre cuidando do cenário das gôndolas, como no exemplo da vitrine. Ou seja, precisamos vestir a farmácia com o tema natalino, mesmo que seja apenas nas cabeceiras”, orienta.

PLANEJAMENTO É TUDO Se a farmácia vai investir em ações de trade para aproveitar o aumento nas vendas, durante o período que antecede o Natal, então é preciso ter um plano estratégico e de gestão bem delineado. O primeiro ponto é o estoque. Antes de lançar ofertas, é preciso saber se há produto suficiente em loja. “O primeiro passo é verificar no histórico de inventário da loja como foram as vendas das categorias de produtos que aconteceram no ano anterior. O varejista precisa saber o que vendeu mais e o que ficou parado e, preferencialmente, fazer este acompanhamento mesmo durante o período da ação promocional, com inventários rápidos, semanais. Isso é importante para 11 2

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AS VENDAS SAZONAIS GARANTEM UM BOM INCREMENTO NO TÍQUETE MÉDIO DO VAREJO. A FARMÁCIA PODE APLICÁ-LAS AO SEU NEGÓCIO E FATURAR TAMBÉM evitar ruptura, o que é péssimo para a imagem do estabelecimento. Esse inventário rápido serve para repor os produtos de alto giro e com boa lucratividade e indicar os de baixo giro para que haja tempo de colocá-los em alguma promoção, por exemplo. O ideal é que o planejamento de estoque, assim como a adequação dos espaços dedicados aos produtos sazonais estejam prontos no máximo na segunda semana de novembro”, orienta o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), José Carmo. Ele diz ainda que é possível oferecer, como diferencial, embalagens mais elaboradas ao vender os produtos. “A farmácia poderia fazer isso sempre, a exemplo das perfumarias. Essa ação pode ser até mesmo combinada em parceria com fornecedores. Além disso, algumas indústrias já fazem isso. Basta dar o destaque necessário na gôndola”, completa José Carmo. Trabalhar com antecedência também permite que a loja possa fechar parcerias com fornecedores que podem, entre outros, disponibilizar demonstradoras, promotoras ou dermoconsultoras na loja, estimulando a experimentação de lançamentos ou mesmo de produtos já em linha. “Existem várias formas de promoção, o que não se pode é repetir sempre a mesma coisa. Algo fundamental para a farmácia nesse período do ano é trabalhar três abordagens diferentes: a) produtos para presente, como kits e cestas de perfumaria; b) produtos para viagem, como kits com embalagens menores para serem levadas na bolsa, além de protetores solares e hidratantes; e c) ambiente de festa, itens, como maquiagem e por que não produtos para curar a ressaca”, destaca Turatti, do Insper.

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DENGUE

Época de

combate

A DOENÇA NÃO ESCOLHE VÍTIMA, POR ISSO, QUALQUER INDIVÍDUO PODE SER INFECTADO E O TRATAMENTO É PURAMENTE SINTOMÁTICO. FARMÁCIAS E DROGARIAS DEVEM ORIENTAR SOBRE A ELIMINAÇÃO DE POSSÍVEIS CRIADOUROS E ALERTAR SOBRE OS SINTOMAS POR VIV IAN LO URE N ÇO

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Se o barulho de um mosquito é capaz de tirar a paz de qualquer pessoa, imagine se ele também for o responsável por tirar a saúde! Uma picada, além de coceira e irritação, pode ser a porta de entrada da dengue, uma doença transmitida por um arbovírus, com evolução benigna na forma clássica, mas que pode ser muito grave quando se apresenta na forma hemorrágica. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 534.787

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casos prováveis de dengue no País até a Semana Epidemiológica (SE) 38 (14/9/2014 a 20/9/2014). A região Sudeste teve o maior número de casos prováveis (300.220, 56,1%) em relação ao total do País, seguida das regiões Centro-Oeste (105.975, 19,8%), Nordeste (79.761, 14,9%), Sul (24.190, 4,5%) e Norte (24.641, 4,6%). Observando esses números, o Ministério relata que, na análise comparativa em relação a 2013, observa-se redução de 62,3% dos casos no País. Em 2014, o Brasil começou a adotar a nova classificação de casos de dengue da Organização Mundial da FOTO/IMAGENS: SHUTTERSTOCK

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Saúde (OMS), sendo atualmente classificados como: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. Por essa razão, não é possível a comparação direta dos casos graves com o ano de 2013, tendo em vista que anteriormente adotavam-se as seguintes classificações: Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), Síndrome do Choque da Dengue (SCD) e Dengue Com Complicações (DCC). Com essa nova classificação, em 2014, da SE 01 até a SE 38, foram confirmados no País 610 casos de dengue grave e 7.633 casos com sinais de alarme. A região com maior número de registros de casos graves e com sinais de alarme é a região Sudeste (256 graves; 5.878 com sinais de alarme), com a seguinte distribuição entre seus estados: • São Paulo, 179 graves, 4.906 com sinais de alarme; • Minas Gerais, 44 graves, 625 com sinais de alarme; • Espírito Santo, 24 graves, 275 com sinais de alarme; • Rio de Janeiro, 9 graves, 72 com sinais de alarme. Houve também confirmação de 348 óbitos no Brasil, o que representa uma redução de 45% em comparação com o mesmo período de 2013, quando foram confirmados 636 óbitos. Apesar de o Ministério da Saúde apontar uma queda, em algumas cidades, houve aumento expressivo dos casos. “No estado de São Paulo, podemos citar Campinas, São Paulo, Taubaté, Americana, Osasco e Guarulhos, entre outras. Ou seja, o problema não está controlado. Parece ter havido redução dos óbitos entre as formas graves”, alerta a infectologista do Hospital Santa Catarina, Dra. Glaucia Varkulja.

O MOSQUITO E A TRANSMISSÃO Os vírus da dengue são transmitidos pela picada do mosquito do gênero Aedes aegypti. Ele mede menos de um centímetro, parece um mosquito comum, porém é possível distingui-lo por conta da cor, que pode ser café ou preta, além de possuir listras brancas no corpo e nas pernas. Diferente da maioria, ele pica durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum, que pica só durante o período noturno. O médico especializado em pediatria e homeopatia, Dr. Moises Chencinski, explica que a proliferação acontece dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis), em recipientes onde se acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, caixas d’água).

COMO É UMA DOENÇA DE CUNHO SOCIAL, OU SEJA, DEPENDE DA CONTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO PARA SER ERRADICADA, AS FARMÁCIAS E DROGARIAS PRECISAM ATUAR DE FORMA PREVENTIVA, ORIENTANDO OS CONSUMIDORES TANTO QUANTO AOS SINTOMAS, QUANTO ÀS FORMAS DE PREVENÇÃO E DE COMBATE O infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Jacyr Pasternak, destaca que apenas o uso de inseticidas não combate a doença, até porque o mosquito desenvolve resistência. Acabar com todas as poças de água e outros criadouros do Aedes não é impossível. “Oswaldo Cruz fez isso no Rio de Janeiro no começo do século passado, para acabar com a febre amarela, que é veiculada pelo mesmo mosquito. O problema é que ele causou uma revolta, numa época mais autoritária: não consigo ver hoje a polícia entrando em todas as comunidades e erradicando os focos”, exemplifica Dr. Pasternak. Há uma tentativa de usar mosquitos transgênicos que dariam prole estéril, o que, segundo o infectologista, pode ser uma solução, que só agora está sendo de fato experimentada em campo, trabalho da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por esse motivo que os especialistas colocam a dengue como um importante desafio de saúde pública nos países em desenvolvimento. “O crescimento populacional, sem urbanização planejada, com condições sanitárias precárias, somadas à ausência de controle do mosquito, e à facilidade de mobilidade humana e do vírus são fatores que contribuem com a emergência e reemergência desta arbovirose”, acrescenta a infectologista do Hospital Santa Catarina. O combate à dengue passa por ações de políticas públicas, e também individuais, com foco em 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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prevenção (e para isso é importante conhecer os modos de transmissão, a fim de evitar o nascimento do mosquito); e também em diagnóstico precoce e manejo adequado dos casos. Com relação à prevenção da doença, ações simples de manejo ambiental e controle químico, e sempre com objetivo de evitar ou destruir os criadouros do Aedes, como acúmulos de água (por exemplo, manter caixa d’água fechada, colocar areia nas bordas de vasos de plantas) e manutenção do local limpo, pois o ovo do mosquito pode permanecer “vivo” por meses, mesmo sem água.

QUALQUER UM PODE SER VÍTIMA Apesar de não haver grupo de risco, no caso da dengue, os que correm mais riscos de complicações por causa da doença são as crianças e os idosos, quando a doença pode se apresentar de forma mais grave. “O mosquito é domiciliar e entra em qualquer casa, desde que haja criadouro por perto. As regiões mais pobres com mais lixo, pneu velho e acúmulo de água são de mais risco”, orienta o Dr. Pasternak. Desconhecimento e descuido certamente facilitarão o acometimento, acrescenta a Dra. Glaucia. Um ambiente favorável para o desenvolvimento da larva do mosquito (temperaturas entre 25ºC e 30°C) e alta umidade relativa do ar são condições ideais para a multiplicação. A infectologista do Hospital Santa Catarina explica que fatores virais (alguns vírus mais virulentos que outros), exposição prévia à doença (quem já teve dengue antes, se tiver novamente, e por outro subtipo de vírus, tem maior risco de apresentar forma grave da doença), idade (menores de 11 anos parecem ter maior chance de quadros graves), estado nutricional e alguns fatores genéticos parecem influenciar a chance de desenvolver formas mais graves. “Buscar atenção médica aos primeiros sinais e sintomas é importante, pois o acesso a tratamento adequado poderá prevenir a evolução desfavorável”. A dengue é uma doença aguda que pode ter um quadro bem variável e inespecífico de sintomas, especialmente em sua fase inicial, destaca o Dr. Chencinski. “Febre alta (acima de 39ºC – 40ºC) que começa rapidamente (do nada), que pode durar até 7 dias; além disto, fraqueza, dor no corpo, nas articulações e no 11 6

ATENÇÃO À SAÚDE FEBRE CHIKUNGUNYA ESPECIAL Além da dengue, o Aedes aegypti também é responsável pela transmissão da febre chikungunya, que surgiu originalmente em mais de 30 países da África e Ásia, sendo importada para as Américas e Europa. Ela é causada pelo vírus CHIKV, dando origem a seu nome. Segundo dados do Ministério da Saúde, até a semana epidemiológica (SE) 39 (21/9/2014 a 27/9/2014) foram notificados 807 casos suspeitos, sendo que destes, 79 (9,8%) foram confirmados e 728 (90,2%) encontram-se em investigação. Dos 79 casos confirmados, 60 (76%) foram confirmados por critério laboratorial e 19 (24%), por critério clínico-epidemiológico. Dos 60 casos confirmados por laboratório, 22 (37%) são autóctones (nativos) e 38 (63%) são importados. Na chikungunya, além da febre, os sintomas são parecidos com os da dengue, como dores nas articulações e manchas avermelhadas na pele. A dor provocada pela chikungunya é bem mais forte e pode se arrastar por meses ou anos, deixando sequelas. O vírus, no entanto, possui uma letalidade menor do que a das variações mais pesadas da dengue. Como a doença não tem cura ou vacina, a única forma de proteção é evitar a picada pelos mosquitos transmissores.

fundo dos olhos, dor de cabeça, náuseas e vômitos são os sintomas mais comuns da dengue clássica.” Se além desses sintomas, houver dores abdominais contínuas, suor intenso e queda de pressão têm de se suspeitar de dengue hemorrágica.

CUIDADO NA HORA DOS MEDICAMENTOS O tratamento, de acordo com os especialistas, é puramente sintomático, sendo assim, não existe nenhum que interfira no vírus da dengue. É caso suspeito de dengue: pessoa que resida ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão da dengue ou tenha a presença do mosquito, que apresenta febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náusea, vômitos; cefaleia ou dor

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ESPECIAL SAÚDE

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PANFLETO EXPLICATIVO LICATIVO DEVE CONTER: As farmácias e drogarias comumente recebem clientes com os sintomas, portanto devem contar com cartazes e folhetos informativos.

, as e cabeça is sintom ), dores d Principa C ° 0 4 a s, e C çõ (39° s articula Febre alta cular e na s u s, m o r it o d m s, vô cansaço, ra, enjoo tu n ntes ao to a , lh o e ã sem le e p indisposiç a n s e membros e erupçõ o tórax e n manchas te n e com principalm que piora s o lh o s sarampo, o l. ás d bdomina s, dor atr os e dor a superiore sm e m s ento do o movim

Locais o nde se p rolifera Onde se m acumula á gua limp pneus ve a (vasos lhos, caix de planta as d’águ retirar a s, a). Não b água: os a s ta apena recipiente com um s s devem a esponja ser limpo , pois os paredes s o v os adere e podem m às sua permane s cer por meses até encontra r água no vamente e se desen volverem . Nova no menclat ura Dengue, dengue com sina alarme e is de dengue grave. Índices da doen ça

4,6% 24.641 casos vômitos alerta ontínuas, c e s Sinais de e rt fo ida, dominais , fria e úm Dores ab a d li á manchas p le gengivas, tes, pe n e te a c is o rs b e , p nariz gitação, nto pelo ncia ou a lê sangrame o n o s , a seca, s na pele siva e boc s e c x e vermelha erial. e d ressão art ntal, se p e e m d o a ã d s e confu ria e qu e respirató dificuldad

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retro-orbital; dor abdominal intensa e contínua; ou dor na palpação do abdômen. O tratamento, de acordo com a Dra. Glaucia, é de suporte, ou seja, foco no que é necessário para manter a vida do paciente. Para formas mais leves, incluem-se repouso e ingestão de bastante líquido (água, sucos naturais ou chá). “Os sintomáticos, como antitérmicos e analgésicos, como dipirona ou paracetamol, podem ser utilizados, porém devem ser evitados os que contêm em sua fórmula o ácido acetilsalicílico, como a aspirina, por exemplo. Pode haver necessidade de internação para hidratação endovenosa e medidas adicionais de suporte, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).” Na linha da prevenção, existem vacinas em estudo, inclusive de instituições nacionais. Porém, os dados mais promissores até o momento disponíveis ainda estão em fase III (envolvendo número maior de pessoas) e mostraram diminuição de pouco mais de 55% dos casos comparativamente ao grupo que tomou placebo. “Levando-se em conta que o Brasil apresentou quase 1,5 milhão de casos em 2013, com cerca de 1% de letalidade, uma possível redução dos casos por meio de um futuro imunobiológico deve ser, sim comemorada”, finaliza a infectologista do Hospital Santa Catarina.

PAPEL DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS Como é uma doença de cunho social, ou seja, depende da contribuição da população para ser erradicada, as farmácias e drogarias precisam atuar de forma preventiva, orientando os consumidores tanto quanto aos sintomas, quanto às formas de prevenção e de combate ao foco do mosquito transmissor. As farmácias podem auxiliar na educação da população, conversando com as pessoas sobre os sintomas e o que pode ser feito na casa para evitar que o mosquito procrie. Folhetos com orientações também podem ser distribuídos. “Além disso, alertar para o aumento na incidência dos casos graves da dengue, em especial a febre hemorrágica”, pontua a farmacêutica responsável pela Farmácia Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. 120

ESPECIALISTAS COLOCAM A DENGUE COMO UM IMPORTANTE DESAFIO DE SAÚDE PÚBLICA. DESCONHECIMENTO E DESCUIDO CERTAMENTE FACILITAM A PROPAGAÇÃO DA DOENÇA A ação, conforme relata a farmacêutica bioquímica, mestranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Vera Lúcia Pivello, pode se iniciar na orientação para a eliminação de possíveis criadouros: desde os de pequeno porte (pratinhos de vasos, pneus, garrafas, vasilhas), para que não haja acúmulo de água onde as fêmeas do mosquito Aedes aegypti colocam seus ovos. Além disso, não basta apenas retirar a água: os recipientes devem ser limpos com uma esponja, pois os ovos aderem às suas paredes e podem permanecer por meses até encontrar água novamente e se desenvolverem. Nos grandes recipientes (caixas d’água, tonéis, poços), deve ficar clara a necessidade de serem tampados sem deixar nenhuma fresta. Além da orientação para eliminação dos focos, a atenção aos sintomas é fundamental, até mesmo por conta dos medicamentos proibidos em caso de suspeita de dengue. “Verificar os sintomas e dizer ao paciente sobre a suspeita, bem como orientá-lo a procurar imediatamente um médico”, alerta a consultora especializada em marketing de varejo, Tatiana Ferrara. O farmacêutico pode ainda escrever em um papel indicando a sua suspeita e o histórico da conversa com o paciente para que ele entregue ao médico. Lembrando que o médico é o profissional que efetua o diagnóstico de doenças; assim, o farmacêutico pode suspeitar, mas nunca diagnosticar. Nesse sentido, Tatiana complementa dizendo que é muito importante treinar a equipe para que os medicamentos que podem mascarar os sintomas da dengue não sejam vendidos a pacientes com suspeita da doença.

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ROTAVÍRUS

Infecção sazonal EMBORA AS CRIANÇAS SEJAM AS PRINCIPAIS AFETADAS, ADULTOS NÃO ESTÃO LIVRES DO CONTÁGIO. O PROBLEMA PODE EVOLUIR FACILMENTE PARA A DESIDRATAÇÃO. FARMACÊUTICOS PODEM E DEVEM CONHECER O ASSUNTO E FORNECER ORIENTAÇÃO ADEQUADA

A P O R TA S S IA R OC H A

Algumas patologias são desconhecidas por grande parte da população, é o caso do rotavírus. Existem sete sorotipos diferentes de rotavírus, mas somente três deles infectam o homem e causam gastrenterite aguda. Essa variedade de sorotipos explica por que a pessoa pode ser infectada mais de uma vez, embora seja possível desenvolver certo grau de proteção cru-

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zada que torna mais leve a infecção por um tipo diferente de rotavírus. A infecção pode ocorrer em qualquer idade. A estimativa é que até os cinco anos todas as crianças terão pelo menos um episódio de infecção e que uma em cada 300 infectadas pode morrer em consequência das complicações. Nos adultos, a infecção costuma ser mais benigna. FOTO: SHUTTERSTOCK

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Sua transmissão é por via fecal-oral, o que significa que ele é eliminado pelas fezes. A doença é umas das principais causas de diarreia grave, vômitos e febre. Segundo informa o Dr. Dráuzio Varella, em alguns casos, a infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são: 1) diarreia aguda, geralmente aquosa, sem sinais de muco e sangue; 2) vômitos; 3) febre e mal-estar; 4) coriza e tosse, às vezes; 5) desidratação, nos quadros graves. Os quadros leves são autolimitados: a infecção dura alguns dias e regride. Os mais graves estão associados à desidratação e podem ter complicações fatais. De acordo com o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Alexandre Marra, o vírus pode ser transmitido a partir do contato direto entre pessoas, utensílios, brinquedos, alimentos e água contaminados. Os princípios básicos de higiene devem ser levados a sério. As mãos, que possam estar contaminadas, se tocarem os alimentos ou a água ingerida, também podem ser as transmissoras. Segundo o pediatra da MBA Pediatria e Nefrologia, Dr. Sylvio Renan, o fato da estação favorecer a infecção se deve, principalmente, por consequência do calor, que aumenta o metabolismo dos seres vivos, facilitando sua maior procriação. “No verão,

ORIENTAÇÃO NO PONTO DE VENDA Farmácias e drogarias são estabelecimentos de saúde e devem informar os pacientes sobre medidas de prevenção contra os vírus, como: • avar as m os cuidadosamente e com frequência, especialmente depois de usar o banheiro e de trocar as fraldas das crianças, antes das refeições e quando for preparar os alimentos; • avar em e dei ar mer ul ados em soluç o desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus; • sar á ua tratada ara e er e no re aro dos alimentos; • anter sem re em lim os os utens lios de mesa e os que são usados na cozinha; • em rar que o soro caseiro e os rodutos equivalentes contêm sais minerais importantes para reidratação não encontrados na água pura; • rocurar o m dico t o lo o a criança apresente episódios de diarreia aguda. Fonte: Dr. Dráuzio Varella

ROTAVÍRUS X NOROVÍRUS ma d vida muito comum entre os acientes a diferença entre o rotavírus e o norovírus. Ambos causam gastroenterocolite. O infectologista do os ital sraelita l ert instein r le andre arra e lica que os sintomas s o muitos semel antes O norov rus descrito mais em estudos como surtos or e em lo em cru eiros creches, asilos, etc.) e acontece em qualquer mês do ano O rotav rus mais sa onal “Não há como diferenciar um do outro se não for or m todo la oratorial O tratamento o mesmo edidas de su orte com idrataç o e uso de medicamentos para suprimir náuseas e vômitos, febre e dor abdominal.” O es ecialista alerta que a revenç o a mesma para os dois vírus, evitar contato pessoa a pessoa e realizar sempre a higienização das mãos. ara o ediatra da ediatria e Nefrolo ia r lvio enan a diferença rinci al que ainda n o foi desenvolvida uma vacina para o norovírus. “No entanto á e istem estudos avançados visando produção de vacina contra eles.”

o ar mais quente e seco facilita a propagação de micro-organismos.” Além disso, o Dr. Marra informa que existe uma relação da contaminação durante os meses mais quentes do ano devido ao maior conglomerado de pessoas nas cidades praianas. Esses locais podem apresentar problemas de saneamento básico ou falta da limpeza necessária. Ele informa que o principal método de prevenção é a higienização das mãos.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO Atualmente, existe vacina contra o rotavírus que é aplicada pelo governo e clínicas particulares, por via oral. Sua aplicação é feita em 2 ou 3 doses, devendo ser completada antes dos 6 meses de idade. Medidas de informação com orientações para a lavagem de mãos também devem ser realizadas com frequência, principalmente nos meses de verão. Segundo o Dr. Marra, não existe tratamento para o vírus. “A doença é autolimitada (24-48 horas), ou seja, os sintomas desaparecem. O que precisa é dar tratamento de suporte, com antitérmicos, antieméticos, hidratação oral ou endovenosa.” Os medicamentos utilizados habitualmente para o rotavírus são sintomáticos, ou seja, não necessitam de receita médica para a comercialização. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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MICOSES

Típicas e persistentes INFECÇÕES COMUNS DURANTE AS ESTAÇÕES MAIS QUENTES DO ANO, AS MICOSES SE PROLIFERAM DE FORMA RÁPIDA. DICAS SIMPLES AJUDAM NA PREVENÇÃO DO PROBLEMA E NA IDENTIFICAÇÃO DE CADA TIPO ESPECÍFICO P O R TA S S I A R OC H A

Q

Quase todas as pessoas já sofreram com a infecção de fungos e bactérias na pele ou nas unhas pelo menos uma vez na vida. Durante as férias e fim de ano, por exemplo, é normal o uso de piscinas públicas, onde diferentes pessoas circulam, sendo maior a contaminação.

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As micoses se propagam com facilidade, mas podem ser controladas. Por isso, é importante que seja feito um tratamento cuidadoso. Quanto mais cedo for curada, melhor. De acordo com a dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Daniela FOTOS: SHUTTERSTOCK

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INF REL CO INS SA DE MO PARA QUE O CONSUMIDOR ENCONTRE FACILMENTE OS MEDICAMENTOS CONTRA MICOSES, É PRECISO ALOCÁ-LOS NAS GÔNDOLAS, DE MANEIRA QUE FIQUEM VISÍVEIS. OS MEDICAMENTOS QUE CONTÊM CETOCONAZOL E MICONAZOL DE USO TÓPICO SÃO ISENTOS DE PRESCRIÇÃO E PODEM FICAR PARA FORA DO BALCÃO Schmidt Pimentel, as micoses são doenças causadas por fungos que se alimentam da queratina, substância encontrada na superfície da pele, unhas e cabelos, que, dependendo do tipo de fungo e lesão, podem provocar coceira, ardência, manchas no corpo e odor desagradável. “A micose aparece em forma de manchas brancas, acastanhadas ou avermelhadas, descamativas e bem delimitadas na pele. Nas unhas, as deixa esbranquiçadas, ocas e grossas e, às vezes, favorece o encravamento. Esse fungo, como a maior parte dos fungos da pele que causam infecções, sobrevive em condições úmidas e escuras. Ele pode ser ‘transferido’ de outra pessoa, do solo, de um animal doméstico ou mesmo de um objeto quando usado de forma compartilhada com alguém que tem o problema.” As pessoas estão mais acostumadas a identificar as micoses na unha. Mas é preciso orientar que o problema não acontece somente nessa região. Para diagnosticar corretamente a doença e o tratamento adequado, o ideal é que o cliente consulte um dermatologista. Outras doenças também podem causar alteração nas unhas, por isto, o diagnóstico correto é de extrema importância. Segundo a gerente de produto Vodol, Aline Souza Mendonça e do consultor de treinamento da União

ATUAÇÃO NO COMBATE A mudança de hábitos higiênicos é a melhor ESPECIAL SAÚDE forma para prevenir alguns tipos de micoses. Oriente seu consumidor a: • ecar o cor o muito em a s o an o rinci almente nas do ras como a ilas viril as e os dedos dos pés. Evitar o contato prolongado com água e sabão; • vitar andar descalço em locais midos como vestiário saunas lava s de clu es e iscinas • sar somente seu r rio material de manicure • vitar rou as mol adas or muito tem o • N o com artil ar toal as rou as escovas de ca elo e on s ois odem transmitir fun os • vitar usar calçados fec ados e sem ventilaç o • vitar rou as muito quentes e ustas como tam m tecidos sint ticos orque eles a sorvem o calor e o suor re udicando a trans iraç o da ele dei ando o local mido o que ideal ara a reprodução dos fungos. Fontes: gerente de produto Vodol, Aline Souza Mendonça e consultor de treinamento da União Química, Tome Castro

Química, Tome Castro, os fungos podem afetar qualquer área do corpo, no entanto, se manifestam com maior frequência em áreas de dobras, como: axilas, virilhas, entre os dedos das mãos e dos pés. Quando o fungo se instala entre os dedos, normalmente, provoca muita coceira, dor e fissuras (rachaduras). Os executivos informam ainda que o tratamento deve ser orientado por um médico e vai depender do tipo de micose que a pessoa apresenta. “Podem ser usadas medicações de uso local, como creme, pomada, talco, loção, spray ou medicações de uso oral isolado e combinado com o tratamento tópico. Geralmente o tratamento das micoses é prolongado, variando de cerca de 15 dias a vários meses, como é o caso das onicomicoses e, nos casos das micoses de unhas, muitas vezes, o tratamento pode levar até 12 meses. A persistência é fundamental para que a pessoa obtenha sucesso no tratamento”, completam. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

MICOSES

ESPECIAL TIPOS MAIS SAÚDE COMUNS • Ptiríase versicolor: conhecida popularmente como “pano branco” ou micose de praia. Na realidade, a essoa á ortadora do fun o e dado ao bronzeamento em função dos raios solares, o local fica com manchas esbranquiçadas que normalmente aparecem no pescoço, rosto, braços e tronco. Em geral, esse ti o de micose n o coça e o seu tratamento se dá com medicamentos de uso tópico ou via oral. • Infecções por tinhas (tipo de fungos): apresentam-se com manchas vermelhas de superfície escamosa, bordas nítidas e normalmente coçam bastante. As tinhas se instalam em várias artes do cor o e de endendo do local, recebem um nome específico, como: - Tinha dos pés – interdigital: localiza-se entre as falanges (entre os dedos) dos pés e na parte superior dos mesmos Coça astante - Tinha dos pés – plantar: o aspecto é muito semelhante com o da tinha interdigital, porém, este tipo de tinha ataca toda a planta dos pés. É também conhecida como de atleta Coça astante - Tinha das unhas: também conhecida como “onicomicose”. Tipo de fungo que ataca as unhas, tanto dos pés como das mãos, com maior incidência nas unhas dos pés. Provocam um tipo de micose que dei a a un a rossa descolada do leito escurecida ou amarelada (dependendo do grau), apresentando também fissuras na unha. O tratamento é feito com medicamentos de uso tópico e sistêmico, e a pessoa precisa ter paciência, porque o tratamento é demorado. Em alguns casos, pode chegar até 6 meses; - Tinha crural: tipo de fungo que ataca a virilha (região crural). Os sinais da micose são manchas vermelhas que começam nas dobras da virilha e se estendem para a co a e re i o anal Coça astante - Tinha do couro cabeludo: como o nome diz, atinge o couro cabeludo. Os sinais desse tipo de micose são placas com crosta e bastante coceira. O local onde se reproduz o fungo fica parecendo como se o cabelo tivesse sido cortado; - Tinha do corpo: atinge principalmente as costas com o formato de t neis avermel ados Coça astante - Tinha das mãos: tipo de micose que se localiza nas m os dei ando as com manc as vermel as e outras menos es ranquiçadas Coça astante Fontes: gerente de produto Vodol, Aline Souza Mendonça e consultor de treinamento da União Química, Tome Castro

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ESPECIAL SAÚDE

SINTOMAS DA MICOSE DE UNHA A micose de unha é uma infecção causada por fungos que pode acometer as unhas dos pés e das mãos. Surge de forma silenciosa e pode afetar homens e mulheres de todas as idades. Porém a sua prevalência aumenta com a idade, sendo mais comum em idosos e, pouco frequente, em crianças. Os sinais do problema envolvem: • lteraç o da coloraç o da un a amarelada esbranquiçada ou opaca; • n a levemente descolada • lteraç o da es essura e ou te tura da un a mais grossa, dura, fofa ou esfarelando. Algumas complicações podem acontecer se a micose n o for tratada como or e em lo • or e desconforto ao andar e calçar os sa atos • avorece o a arecimento de micoses na ele do pé (como o pé-de-atleta, “frieiras”); • arecimento de infecções acterianas • Contá io de outras essoas Fonte: Galderma/Loceryl

PARTICULARIDADES DA VENDA Para que o consumidor encontre facilmente os medicamentos contra micoses, é preciso alocá-los nas gôndolas, de maneira que fiquem visíveis. Os medicamentos que contêm cetoconazol e miconazol de uso tópico são isentos de prescrição e podem ficar para fora do balcão. “Como no verão aumenta a incidência desse tipo de doença, é importante que eles fiquem expostos nas gôndolas com maior destaque, ou seja, na altura do olhar e com mais de um faceamento por produto” afirma a gerente de produto MIP do Grupo Cimed, Natiele Barreto. Mesmo com os itens expostos em gôndolas, o farmacêutico também pode orientar o consumidor quanto à maneira correta de uso e posologia indicada em bula.

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DIABETES

Atenção constante VENCER O PRECONCEITO É O PRIMEIRO PASSO PARA A ACEITAÇÃO DO TRATAMENTO ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. A OMS ALERTA QUE A DOENÇA VEM AUMENTANDO, NÃO SÓ NOS PAÍSES INDUSTRIALIZADOS, MAS TAMBÉM NAQUELES QUE OCIDENTALIZARAM A ALIMENTAÇÃO

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POR VIV IAN LOURENÇO

Uma verdadeira epidemia. É assim que os médicos classificam, atualmente, o diabetes. A estimativa do aumento de novos casos, para os próximos anos, coloca um sinal de alerta na população, principalmente no que diz respeito a mudar seus hábitos de vida, no caso da incidência do diabetes tipo 2. Para os portadores do tipo 1, especialistas recomendam orientação e apoio, principalmente no caso dos pacientes mais novos. A International Diabetes Federation (IDF) estima que existam cerca de 250 milhões de diabéticos no mundo, número que deve aumentar para 380 milhões em 2025.

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Desses, praticamente metade não sabe ser portadora da doença, número que pode chegar a 80% nos países subdesenvolvidos. Aproximadamente 90% desses pacientes são diabéticos tipo 2, doença com componente genético, mas com grande influência de obesidade e sedentarismo, estima a endocrinologista do Hospital Albert Einstein, Dra. Lea Diamant. Do total, cerca de 10% são diabéticos tipo 1, doença autoimune que leva a uma destruição das células beta pancreáticas, produtoras de insulina. “A incidência do diabetes tipo 1 varia com a etnia e a geografia, sendo a Finlândia o país com a maior incidência mundial, 40 pacientes a cada 100 mil habitantes.” FOTOS: SHUTTERSTOCK

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Além disso, o IDF estima que o Brasil esteja na quarta posição do ranking dos dez países mundiais com maior índice de indivíduos com a condição. “Foi publicado recentemente o estudo The Global Diabetes Scorecard. Ele mostrou que são cerca de 12 milhões de pessoas diagnosticadas com diabetes no Brasil, o que corresponde a 9% da população”, acrescenta a endocrinologista voluntária da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) Diabetes Brasil, Dra. Denise Ludovico. Esses dados são complementados pela Dra. Lea que destaca ainda que a incidência do diabetes no Brasil é de cerca de 5% a 10% da população entre 20 e 79 anos de idade. Desses, a grande maioria é de diabéticos tipo 2, cujo número vem aumentando exponencialmente. A incidência de diabetes tipo 1 é de 7 casos a cada 100 mil habitantes. Fatores genéticos estão envolvidos em ambos os tipos, mas o diabetes tipo 1 é mais comum em crianças e adolescentes e as causas permanecem pouco elucidadas, explica a doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Maria Fernanda Barca. A do tipo 2, preferencialmente, se instala na maturidade, embora isto esteja mudando pelo sedentarismo, alimentação muita calórica e obesidade.

MAIS QUALIDADE DE VIDA Com o diabetes sendo uma das doenças que mais crescem no mundo, a medicina evolui no sentido de oferecer o maior conforto e tratamentos que tragam ao paciente mais qualidade de vida. A maior sobrevida dos portadores de diabetes ocorre, segundo a Dra. Denise, por intensificação do tratamento insulínico, sendo necessárias várias aplicações de insulina a fim de mimetizar o funcionamento do pâncreas de alguém não portador de diabetes (fisiológico). Além disso, houve evolução dos glicosímetros, desenvolvimento das insulinas análogas e outras formas de aplicação subcutânea (canetas, sistema de infusão contínua) além das seringas. A cada ano, são introduzidos no mercado medicamentos destinados ao tratamento do diabetes, com alvos de atuação diversos. A associação desses medicamentos permite que se obtenha um controle excelente do diabetes, com a quase normalização dos valores de glicemia.

ESPECIAL SAÚDE JOVENS MENOS SAUDÁVEIS O número de crianças com diabetes tipo 2 está aumentando, principalmente em países onde a incidência de obesidade é muito alta, como nos Estados Unidos, alerta a endocrinologista do Hospital Albert Einstein, Dra. Lea Diamant. A incidência está relacionada a maus hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo. No Brasil, já temos alguns casos de diabetes tipo 2 em crianças, mas a maior parte dos pacientes obesos atendidos apresenta intolerância à glicose, que antecede o diabetes tipo 2. O tipo 2 em crianças está associado aos hábitos de vida modernos, como: grande oferta de alimentos, como as bebidas adoçadas e os alimentos industrializados, com alta densidade calórica, além de muitas horas em frente a computadores e televisão e pouca prática de atividade esportiva. O ambiente hostil das grandes cidades, com crianças enclausuradas dentro de apartamentos, por motivos de segurança e locomoção restrita a automóveis, também colabora para o aumento da incidência da patologia.

Uma das novidades do mercado, de acordo com o médico endocrinologista e chefe do Centro de Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Antônio Roberto Chacra, é uma insulina basal de longa duração, fabricada pelo laboratório Novo Nordisk. O novo medicamento, a degludeca, é a única insulina de uso diário capaz de proporcionar até 42 horas de duração. Ela tem um perfil de ação plano e estável e reduz em 25% o risco de hipoglicemia noturna em diabéticos tipo 1 e em 43% nos diabéticos tipo 2. “A nova insulina representa um avanço para os pacientes, possibilitando uma expressiva melhora em sua qualidade de vida. Devido ao efeito ultralongo, o paciente não é mais obrigado a fazer suas aplicações sempre no mesmo horário do dia”, explica o Dr. Chacra. Os dispositivos para administração de insulina também se modernizaram muito, com a introdução de canetas muito precisas, além de insulinas com duração de ação variável. Além disso, os glicosímetros também se aperfeiçoaram, tendo atualmente o tamanho de uma caixa 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

DIABETES

ESPECIAL SAÚDE EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO DO DIABETES

1700

John Rollo faz o primeiro tratamento médico com dieta animal à base de pudim de sangue e carne.

1921

Dr. Banting isola a insulina.

Primeira aplicação de insulina em um paciente de 14 anos com diabetes. Inicialmente, a insulina era extraída de pâncreas de bois e porcos, porém, frequentemente, levava a reações alérgicas. Com o tempo, foi produzida a insulina humana e as insulinas sintetizadas por técnica de DNA recombinante.

1946

1922

Primeira insulina intermediária que tem duração de 12 horas a 20 horas. Primeira insulina de duração maior, a protamina, que tem duração de 18 horas a 24 horas.

1950 Primeira insulina humana.

1990

1982

Primeira insulina análoga ultrarrápida.

Primeira insulina ultralonga, a degludeca, que tem duração de até 42 horas.

130

Primeiro transplante de pâncreas.

2014

1970

1966

Bombas de insulina e medidores de glicose.

Primeira insulina análoga de ação lenta.

2000

Organização das Nações Unidas (ONU) declara diabetes como ameaça mundial e estabelece o dia 14 de novembro como o Dia Mundial do Diabetes.

2006

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ESPECIAL SAÚDE

DIABETES

O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA ÁREA DA SAÚDE QUE PODE AUXILIAR PESSOAS COM DIABETES COM DIVERSAS INFORMAÇÕES, SEJAM ELAS RELACIONADAS AO TRATAMENTO COM MEDICAMENTOS ORAIS, INSULINAS, À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E MONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA de fósforos, podendo ser transportados para a escola ou ao trabalho. “Tão importante quanto a medicação é a automonitorização, com aferições frequentes dos valores de glicemia, para que os medicamentos ou insulina possam ser administrados em tempos e doses corretas”, destaca a endocrinologista do Hospital Albert Einstein.

PEQUENOS GUERREIROS Não são somente a baixa qualidade de vida e os hábitos alimentares modernos os responsáveis pelo diabetes. Causas genéticas também podem desencadear a doença, principalmente em crianças e adolescentes, mais comumente atingidos pelo tipo 1, que necessita de aplicação de insulina exógena para seu tratamento, pois o pâncreas não a produz, orienta a médica endocrinologista formada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), médica assistente do Instituto do Cancêr do Estado de São Paulo (ICESP) e Hospital Santa Catarina, Dra. Priscilla Cukier. A especialista lembra que o diagnóstico do diabetes do tipo 1 pode ocorrer em qualquer idade, podendo até ser neonatal. A maior incidência do diagnóstico ocorre dos 10 aos 14 anos (período da puberdade). No entanto, atualmente, tem se observado um maior número de diagnósticos em crianças menores de 5 anos. Monitorar as crianças para que elas sigam à risca o tratamento nem sempre é tarefa fácil. Não são todas que aceitam as imposições do diabetes, como medições constantes, aplicações de insulina e dieta controlada, 132

por exemplo. Os adolescentes são os que apresentam maior resistência ao tratamento. “Um grande desafio é a mudança da rotina da família toda. É complicado ter um paciente diabético em casa e a insulina traz um grande desgaste emocional”, pontua o endócrino pediatra e coordenador do Centro de Excelência em Diabetes Tipo 1 do Hospital Infantil Sabará, Dr. Felipe Monti Lora. Os entraves são vários, pontua a Dra. Denise, da ADJ. Vencer o preconceito (nas escolas, na família, etc.); manter o nível glicêmico estável, dentro das metas estabelecidas pelo médico, sem grande risco de hipoglicemia; adaptação ao tratamento injetável; à alimentação saudável, caso já não a fizesse; e atividade física. Todo esse esforço se justifica para manter boa qualidade de vida na infância e adulta desses indivíduos, sem a evolução para complicações. O grande empecilho, para a Dra. Lea, do Hospital Albert Einstein, continua sendo a dificuldade de monitorar os valores glicêmicos, a fim de se poder adequar a medicação. Para um bom controle, necessita-se de pelo menos 6 testes de glicemia ao dia, o que implica em picadas nas pontas dos dedos, desconfortáveis à maior parte das crianças. Além disso, a Dra. Maria Fernanda, do SBEM, acrescenta que há certo preconceito ou pena de pessoas diabéticas que deve ser muito bem trabalhado junto à criança ou ao jovem. Isso faz com que o diabético se sinta diferente dos demais, o que, muitas vezes, gera raiva, frustração ou falta de aderência à dieta, à medicação, levando ao mau controle e a complicações futuras. “Eles devem aprender a contar calorias, açúcares, a injetar insulina. Tudo isso leva a uma grande ansiedade que deve ser muito trabalhada, procurando mostrar que eles são pessoas iguais a todas as outras.”

PRIMEIROS SINAIS E POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES É fundamental os pais estarem atentos aos primeiros sintomas das crianças e adolescentes que possam apresentar o diabetes. Observar se há perda de peso, se tem fome constante ou se toma muita água, esses são os primeiros indícios do problema, como relata o gastroenterologista infantil do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, Dr. Thiago Gara Caetano. O mau controle glicêmico acarreta em complicações desde infecções recorrentes, cetoacidose diabética, alterações visuais, alterações da função renal, doenças

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ESPECIAL SAÚDE

DIABETES

ESPECIAL SAÚDE DE TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO SITUAÇÕES ESPECIAIS • e a aquisiç o do medicamento em ouca quantidade ou se a ara ser usada ra idamente or e em lo um re l ou caneta descartável m n o á necessidade de iso or com elo ou olsa t rmica desde que o medicamento n o se a su metido a condições de tem eratura elevada ou resença de lu • e a aquisiç o ara estoque com ra de re s ou canetas descartáveis m ou frasco m necessário levar ou que a lo a ofereça o iso or com elo ou a olsa t rmica Na olsa t rmica n o á necessidade de elo • rma enamento dom stico o local ideal ara arma ená la em eladeira na aveta de le umes orta da eladeira local inadequado em ra o da rande variaç o de tem eratura que está su metida no a rir e fec ar constantes Cuidado ara n o colocar o frasco no fundo da eladeira ois insulina con elada deve ser descartada imediatamente eve ser sem re mantida na em ala em ori inal • insulina em uso ode ser trans ortada em tem eratura am iente evitando as variações de tem eraturas e resença de lu á a insulina de reserva deve ser trans ortada como mencionado anteriormente em olsa t rmica ou cai a de iso or com elo de forma a asse urar que o elo resente n o su meta a insulina tem eratura i ual ou menor que C o que invia ili aria sua utili aç o No caso de viagens • Caso se a oss vel via ar noite devido s tem eraturas serem mais amenas • Carre ar sem re a olsa t rmica ou iso or com elo m via ens de carro tomar cuidado com a e osiç o ao sol m via ens de ni us ou avi o a insulina sem re a a em de m o • Colocar a insulina de reserva na eladeira no local a ro riado assim que c e ar de via em • olsa t rmica conserva a tem eratura or tem o inferior que o iso or com elo or isso em via ens lon as re ra o iso or com elo nunca utili ar o elo seco • s insulinas de uso odem ser dei adas tem eratura am iente evitando sem re e osiç o a randes variações de tem eratura calor e cessivo ou frio intenso mas or este motivo ela tem a sua data de validade alterada ara dias a s o in cio do uso Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti

cardiovasculares, dores principalmente nos membros, má perfusão vascular com maior risco de úlceras e amputações de membros. As crianças tratadas inadequadamente desenvolvem complicações próprias do diabetes, cerca de 10 anos após o início da doença. Entre elas, as mais frequentes são retinopatia diabética, com perda da visão, nefropatia, evoluindo para diálise e, em última instância, transplante renal. “Entre as complicações, também temos a neuropatia diabética, tanto periférica quanto autonômica, com alteração na sensibilidade principalmente de membros inferiores e alterações digestivas e as complicações cardiovasculares, mais tardias”, alerta a endocrinologista do Hospital Albert Einstein. Quando as crianças são tratadas de forma correta, mantendo valores de hemoglobina glicada adequados, 134

a incidência de complicações é muito pequena, permitindo uma vida normal. No entanto, o uso excessivo ou em horários inadequados da insulina também pode causar hipoglicemia fato que provoca até a perda da consciência e morte. Crianças com diabetes do tipo 1 devem fazer uso regular de insulina, se alimentar de maneira adequada, realizar automonitorização glicêmica, evitar ganho de peso. O tratamento para crianças e adolescentes é semelhante, e se caracteriza pelo uso de insulina, variando apenas as doses, de acordo com peso, idade, alimentação, atividade física e vários outros fatores que influenciam no controle glicêmico. A aplicação de insulinas de ação prologada, uma ou duas vezes ao dia, associadas à insulina rápida, antes de cada refeição, deve ser realizada diariamente, aponta a

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ESPECIAL SAÚDE

DIABETES

Dra. Lea. Para adequar as doses aplicadas, é necessária uma monitorização frequente das glicemias, cerca de 6 vezes ao dia. Esse esquema é denominado basal-bolus. A insulina é aplicada por via subcutânea por meio de seringas ou canetas. As agulhas de aplicação de insulina são, hoje em dia, menores, promovendo maior conforto na sua aplicação. “O uso de canetas traz também mais praticidade, acurácia e conforto no uso de insulinas”, destaca a Dra. Priscilla. Existe também o uso de bomba de infusão contínua de insulina subcutânea. O controle glicêmico diário é feito pelo método de glicemia capilar, existem também alguns sensores de insulina que medem a glicemia intersticial contínua. “Já está em estudo o pâncreas artificial que controla a infusão de insulina baseada na medida de glicemia intersticial, sem a interferência do paciente. Existem também estudos para medida de glicemia capilar por meio de lentes de contato.”

CONSERVAÇÃO E USO ADEQUADO Para a conservação da insulina que não está em uso, a Dra. Denise, da ADJ, recomenda que ela seja refrigerada em uma temperatura que varia de 2 a 8 graus, na gaveta de frutas e legumes ou logo acima dela, para manter a temperatura, mas sem congelar a insulina. Já a insulina, que está em uso, pode ser mantida fora da geladeira, em temperatura de 15 a 30 graus, respeitando sua validade de cerca de 30 dias após início do uso da mesma. A caneta que está em utilização pode ser deixada fora da geladeira, desde que não exposta diretamente ao sol ou a temperaturas muito elevadas. Não se deve aplicar insulina gelada no paciente, pois provoca sensibilidade local. O tratamento somente será adequado quando dispusermos de um pâncreas artificial, que consistiria em um sensor que conseguisse se comunicar com a bomba de infusão constantemente, fazendo o cálculo a cada segundo da necessidade de insulina e a quantidade a ser infundida, sem a participação do paciente e dispensando a automonitorização. Outra linha de trabalho seria o melhor entendimento da doença autoimune, evitando o ataque das células beta pelos autoanticorpos ou a regeneração das células destruídas por meio do emprego de células-tronco. Tem se estudado o transplante de células beta, que ainda não obteve o resultado desejado, pois as mesmas 136

A FARMÁCIA PODE REALIZAR CAMPANHAS COM ORIENTAÇÃO SOBRE A DOENÇA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS. PODE EXISTIR UM MIX DE PRODUTOS COM FOCO NESSE PÚBLICO E UM ESPAÇO DE ATENDIMENTO PARA CLIENTES, COM MESA E CADEIRAS, PORÉM NÃO É ACONSELHÁVEL SINALIZAR ESPAÇOS COMO ‘CANTINHO DO DIABÉTICO’, POIS OS PACIENTES NÃO GOSTAM DE SER IDENTIFICADOS voltam a ser destruídas após um período curto, finaliza a Dra. Lea, do Hospital Albert Einstein.

PAPEL FUNDAMENTAL As farmácias são estabelecimentos de saúde, local apropriado para esclarecimentos de dúvidas da população, principalmente aquelas relacionadas às suas queixas de saúde. Em muitos casos, pais de crianças que apresentam sintomas, como os do diabetes ou glicemias mal controladas, podem ir até as farmácias buscar informações. O farmacêutico é um profissional da área da saúde que pode auxiliar pessoas com diabetes com diversas informações, sejam elas relacionadas ao tratamento com medicamentos orais (ação dos medicamentos), insulinas (tempo de ação, locais de aplicação, preparo da insulina, armazenamento), à alimentação saudável, prática de atividade física e monitorização da glicemia. A intervenção farmacêutica costuma ocorrer principalmente na identificação do diabetes tipo 2, o diabetes do adulto, complementa a farmacêutica bioquímica, mestranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Vera Lúcia Pivello. “Quantas vezes, na nossa rotina na farmácia, somos os primeiros profissionais a notar que as coisas não vão bem, em relação ao perfil glicêmico de uma pessoa,

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ESPECIAL SAÚDE

DIABETES

por meio de uma avaliação da glicemia capilar – e nosso alerta faz com que ela possa procurar o tratamento, pois até então, pela ausência de sintomas, não havia tomado nenhuma providência.” Porém, a farmacêutica responsável pela Farmácia Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, alerta que, caso haja a falta de entendimento e escolaridade dos pais para o acompanhamento do problema, o farmacêutico pode estabelecer contato muito próximo com o médico e, desta maneira, facilitar o esquema terapêutico proposto e, assim, aumentar a adesão ao tratamento, intervindo nos possíveis problemas relativos ao desconhecimento da doença e seu controle. No paciente diagnosticado, é fundamental que o profissional seja agente propagador da adesão ao tratamento, orientando-o a não interromper a medicação, e no esclarecimento de possíveis efeitos relacionados aos medicamentos (por exemplo, a metformina, geralmente muito bem tolerada, pode causar gosto metálico na boca, e descontrole intestinal); à hipoglicemia que pode ocorrer quando do uso das sulfonilureias (glicazida, glipizida glimepirida); orientando sobre os riscos associados à interação com outros medicamentos que o paciente utilize (as mesmas sulfonilureias citadas acima interagem com muitos medicamentos, como anti-inflamatórios, betabloqueadores e anticoagulantes), aumentando o risco de hipoglicemia. Nesse sentido, a consultora especializada em marketing de varejo, Tatiana Ferrara, orienta que a farmácia pode realizar campanhas com orientação sobre a doença e 138

A INSULINA É APLICADA POR VIA SUBCUTÂNEA POR MEIO DE SERINGAS OU CANETAS. AS AGULHAS DE APLICAÇÃO DE INSULINA SÃO, HOJE EM DIA, MENORES, PROMOVENDO MAIOR CONFORTO NA SUA APLICAÇÃO prestação de serviços farmacêuticos. “Pode existir um mix de produtos com foco nesse público e um espaço de atendimento para clientes, com mesa e cadeiras, porém não é aconselhável sinalizar espaços como ‘cantinho do diabético’, pois os pacientes não gostam de ser identificados, principalmente pelas doenças ou pela faixa etária.” As campanhas de conscientização sobre o diabetes devem alertar sobre os problemas que poderão advir se o diabetes não for tratado adequadamente, porque, em longo prazo, poderão surgir inúmeras complicações, como doenças cardíacas, hipertensão, acidente vascular cerebral, comprometimento da visão ou cegueira, problemas renais, comprometimento de nervos, periodontite, gengivite, amputações e complicações na gravidez, salienta Maria Aparecida. Outro aspecto que deve fazer parte das campanhas é o alerta aos principais sintomas da doença, como: sede, vontade frequente de urinar, fome, perda de peso, cansaço, cicatrização lenta, pele seca, perda de sensibilidade nos pés e formigamento nas mãos e pés, disfunção sexual e visão embaçada.

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DOR CRÔNICA

Companhia indesejável A DOR SERVE COMO UM SISTEMA DE ALERTA IMPRESCINDÍVEL PARA A SEGURANÇA DO SER HUMANO, MAS QUANDO ELA SE INSTALA DE MANEIRA PERMANENTE E SEM FOCO DEFINIDO, AFETA A QUALIDADE DE VIDA E GERA CONSEQUÊNCIAS AO ORGANISMO

P

POR FLÁVIA CORBÓ

Por muitos anos, a dor nunca esteve entre as principais preocupações do setor da saúde. Até a 2ª Guerra Mundial, os únicos recursos disponíveis para se combater dor eram morfina, ópio, ácido acetilsalicílico e dipirona. Foi o fim da guerra que permitiu a evolução na classe dos analgésicos e anti-inflamatórios. Sempre ligados às questões econômicas, os

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Estados Unidos perceberam que os soldados, que voltaram do combate com sequelas físicas, representavam cidadãos inativos, incapazes de produzir. Com a constatação de um problema endêmico, o governo americano decidiu reunir diversos especialistas para debater a definição de dor e determinar os possíveis caminhos para combatê-la. A partir desse momento, surgiram as principais direFOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

DOR CRÔNICA

trizes que permitiram a evolução dos analgésicos e anti-inflamatórios. “Dor é uma sensação desagradável, que se associa a uma emoção ruim, aliada a uma imagem simbólica de algo indesejável. São três dimensões”, explica o professor titular da Disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Manoel Jacobsen. Ainda assim, a dor é necessária. “Sem dor, o indivíduo não conseguiria sobreviver. Ela serve como um alerta de algo errado.” Um exemplo disso é a analgesia congênita, doença causada por uma disfunção do sistema nervoso central, que impede a pessoa de sentir qualquer estímulo doloroso, seja ele um corte, fratura ou queimadura, o que consequentemente a expõe a riscos constantes e feridas graves que podem evoluir para infecções e amputações de membros. “As pessoas com analgesia congênita precisam de atenção constante, pois não apenas as mais simples atividades cotidianas podem representar riscos, como também outras doenças em que a dor funciona como um alerta para que se possa procurar ajuda”, explica o neurocirurgião funcional especialista em dor, Dr. Claudio Fernandes Corrêa. “Os maiores riscos da doença se dão na infância, pela dificuldade natural de a criança identificar os perigos e até mesmo querer desafiá-los, muitas vezes querendo se exibir para amiguinhos ou familiares.”

INCÔMODO PERSISTENTE De mecanismo de defesa do organismo, a dor passa a ser um problema quando ela deixa de ser pontual, indicando que há algo errado a ser tratado, e passa a ser constante. “A dor aguda é neces-

DE MECANISMO DE DEFESA DO ORGANISMO, A DOR PASSA A SER UM PROBLEMA QUANDO ELA DEIXA DE SER PONTUAL, INDICANDO QUE HÁ ALGO ERRADO A SER TRATADO, E PASSA A SER CONSTANTE 142

ESPECIAL SAÚDE A EVOLUÇÃO DOS ANALGÉSICOS O ser humano sempre buscou formas de aliviar as dores. Os analgésicos mais antigos utilizados como medicamentos e com fundamentação científica são a morfina e o ácido acetilsalicílico, ambos amplamente utilizados no final do século 19. Desde então novos fármacos analgésicos foram descobertos e passaram a ser comercializados. O principal aprimoramento se deu em relação à segurança. Ao longo dos anos, foi-se percebendo quais analgésicos eram mais seguros e quais apresentavam efeitos colaterais importantes, inclusive, alguns foram tirados de comercialização, como a heroína e a cocaína. Hoje em dia, os analgésicos podem ser divididos em dois grupos: anti-inflamatórios e opioides. Analgésicos anti-inflamatórios Têm ação periférica, agindo, principalmente, por meio da inibição das ciclo-oxigenases. Entre os mais comuns, estão dipirona, ibuprofeno, ácido acetil salicílico, nimesulida, piroxicam, tenoxicam, diclofenaco, ácido menfenâmico, naproxeno e cetoprofeno. Analgésicos opioides São os derivados do ópio como, por exemplo, tramadol, codeína, morfina, oxicodona e fentanil. Têm ação central e podem oferecer maior qualidade de vida, na medida em que aliviam as dores, porém, é importante ressaltar que há diversos efeitos colaterais para estes fármacos, principalmente com o uso indiscriminado. Analgésicos indicados para dor crônica A dor crônica pode ser tratada com uma combinação entre os analgésicos citados acima com outras classes de medicamentos, como ansiolíticos e relaxantes musculares. O tratamento irá ser definido a partir da intensidade da dor, da natureza da dor e da relação risco/benefício que o medicamento oferece para o paciente. Fonte: consultora de marketing de varejo, Tatiana Ferrara Barros

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ESPECIAL SAÚDE

DOR CRÔNICA

MAPA DA DOR – TIPOS DE DORES Dores de cabeça aflingem pouco mais de 80% dos brasileiros. Distantes, mas ainda assim atingindo quase 50% dos entrevistados, aparecem as dores nas costas e nos membros inferiores. Também foi relevante o lugar ocupado pelas dores musculares. Não houve citações do tipo “nunca senti dor”. Dores de cabeça

81%

Dores abdominais

26%

Dores musculares

40%

Dores relativas a sentimentos e/ou psicológicas

9%

Dores nos braços e/ou mãos

22%

Dores nas costas

46%

Dores nas pernas e/ou pés

43%

Dor de dente

14%

Dor no peito

1%

Dor de ouvido

5%

Dor renal

3%

Não lembra

0,1%

Outros

26%

Outros: Dores na coluna, 53 citações (6%); Dores na garganta, 29 citações (4%); Cólicas, 20 citações (2%); Dor de parto, 20 citações (2%); Dor de estômago, 19 citações (2%); Dores nos joelhos, 17 citações (2%); sem opinião, 12 citações (1%); Dores nas articulações, 8 citações (1%); Dor no pescoço, tendinite, dor no coração, dor facial região T, dores nos ombros, artrose, apêndice, dor nos olhos, dor na mandíbula, dor nos ossos, dor no pulmão, nervo ciático, pedra na vesícula, todos com menos de 1% das citações. Base: 801 entrevistas Fonte: Mundipharma

sária para nossa vida. Já a dor crônica ultrapassa o limite esperado da resolução da condição causal, indicando que deve haver algum defeito no mecanismo de processamento da informação ou uma doença que se instalou no organismo”, diferencia o Dr. Jacobsen, da FMUSP. O tratamento da dor aguda também é muito mais simples do que o da dor crônica. Baseia-se em simplesmente combater o foco da dor – como tirar a 144

mão da chama quando sentir que está queimando. Na dor crônica, a raiz da dor não é clara e tratá-la torna-se uma tarefa mais complicada. “É a memória da dor aguda persistente. É vaga, é profunda, constante e causa sofrimento”, destaca o especialista. E as consequências físicas também são mais amplas, podendo provocar alterações metabólicas, reduzir a imunidade e causar dor muscular pela contração do corpo diante do problema.

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ESPECIAL SAÚDE

DOR CRÔNICA

DORES A COMBATER OU A CONVIVER?

Na opinião das mulheres, a dor é:

5%

23%

Normal, parte do universo feminino e algo com que as mulheres devem conviver.

69%

acham que devem conviver.

9%

É um incômodo, faz parte do universo feminino, mas algo que deve ser combatido.

Normal, parte do universo feminino, mas algo que deve ser combatido sempre.

16%

Base: Amostra (1.000)

É um incômodo, faz parte do universo feminino e é algo com que as mulheres devem conviver.

Fonte: Sanofi/Ibope

O BRASILEIRO E A DOR Em uma pesquisa realizada pela Mundipharma com 801 pessoas, em 11 capitais das cinco regiões brasileiras, descobriu-se que a maior queixa do brasileiro é em relação às dores de cabeça, que afligem pouco mais de 80% dos entrevistados. Na 146

sequência, as dores nas costas e em membros inferiores foram citadas por quase 50% dos participantes e, logo em seguida, com 40%, aparecem as dores musculares. Nenhum dos participantes do estudo citou algo como “nunca senti dor”. Inclusive, 24% deles reve-

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ESPECIAL SAÚDE

DOR CRÔNICA

DOR É UMA SENSAÇÃO DESAGRADÁVEL, QUE SE ASSOCIA A UMA EMOÇÃO RUIM, ALIADA A UMA IMAGEM SIMBÓLICA DE ALGO INDESEJÁVEL. A DOR AGUDA É NECESSÁRIA PARA A VIDA. JÁ A DOR CRÔNICA ULTRAPASSA O LIMITE ESPERADO laram estar sentindo dor no momento da entrevista, sendo que, na faixa etária entre 55 a 64 anos, o índice atingiu 34% e entre as mulheres, ficou em 30%, sugerindo que a idade e o sexo podem ter influência na prevalência da dor. Condição social e a prática de atividade física também parecem ser fatores importantes, segundo a análise dos dados obtidos pela Mundipharma. Apenas 20% das pessoas ativas declararam estar sentindo dor, enquanto 31% dos membros da classe D/E se queixaram de alguma dor. Entre os entrevistados que revelaram sentir dor, 11% têm dores contínuas, sem que seja possível citar uma causa específica. Mais uma vez, as mulheres largaram na frente. Cerca de 13% delas afirmam sofrer com dores crônicas, contra 9% dos homens. Apesar delas sentirem mais dores, são eles que declaram mais que a rotina diária é atrapalhada quando o corpo reclama – 80% de homens contra 75% de mulheres. Entre as áreas mais prejudicadas, estão o humor e a disposição, o desempenho e a disposição para o lazer. Muitas vezes, a dor é tamanha que 60% dos entrevistados afirmam que já deixaram de participar de alguma atividade social ou no trabalho.

idade, moradoras das cinco regiões brasileiras. De acordo com os dados obtidos, a cólica menstrual é a principal causa de dor entre as mulheres (76%), seguida de perto pela dor de cabeça (75%). Em relação às cólicas, 66% das entrevistadas afirmam sentir dores todos os meses, sendo que 15% sentem dores extremamente fortes e 46%, fortes. O quadro, frequentemente, é acompanhado por outros incômodos, como dores de cabeça, dores nas costas e no corpo em geral. Quando se fala especificamente da dor de cabeça, 32% das mulheres afirmam sentir mais de uma vez por semana e 24%, pelo menos uma vez por semana. A intensidade da dor é forte para 40% das entrevistadas. A convivência com a dor é tão próxima que, para 23% das mulheres, a dor é um incômodo que faz parte do universo feminino e que se deve aprender a conviver com ela. Mais de 40% delas esperam a dor atingir um nível insuportável para tomar um medicamento. Outras esperam sentir a dor por cerca de meia-hora, mesmo que em intensidade moderada ou baixa, para se medicarem. Uma vez medicadas, o efeito mais desejado pelas brasileiras (86%) é o alívio imediato.

ENTRE AS MULHERES

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Saiba mais a respeito da relação entre dor e depressão. AL

NTEÚDO

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A dor também foi tema de um estudo encomendado pelo laboratório Sanofi ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), mas, desta vez, com foco no sexo feminino. Para isso, foram entrevistadas mil mulheres de 16 a 40 anos de

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DEPRESSÃO

Muito além da tristeza APESAR DE SER TAXADA COMO UMA DOENÇA DA MODERNIDADE, ELA SEMPRE ESTEVE PRESENTE NA VIDA DAS PESSOAS, FAZENDO COM QUE HAJA DESCONSTRUÇÃO SOCIAL E ISOLAMENTO. O MAIOR PROBLEMA É O ABANDONO DO TRATAMENTO

D

POR VIV IAN LOURENÇO

Durante a vida, o ser humano passa por diversas situações e, muitas vezes, experimenta, de forma mais intensa, sentimentos e emoções como: tristeza, desânimo, falta de energia, pessimismo, entre tantos outros. O que passa a ser preocupante é a permanência do indivíduo nesses estados por tempo excessivo. “Para realizar o diagnóstico de depressão, é necessário avaliar a quantidade de sintomas simultâneos. Um quadro que permaneça por mais de duas semanas já deve ser avaliado com muito mais critério”, orienta o médico, professor e pesquisador na área de neurociência do comportamento, Dr. Jô Furlan. A depressão se caracteriza por alterações na área psíquica, física e social da pessoa. “Na área

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psíquica, temos sintomas que mostram um paciente com tristeza permanente e perda da vontade de viver, alterações de personalidade, distúrbios de sono e da alimentação, além do humor deprimido. Na área física, a depressão agrava doenças clínicas, entre as quais o diabetes, a hipertensão, as coronariopatias, as alterações endócrinas e os distúrbios da sexualidade. Ou vem a promover o início de quadros clínicos”, alerta o coordenador da equipe de psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Vladimir Bernik. Na área social, a depressão é a terceira causa de morte entre adultos [perde para o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e para as coronariopatias] e é a segunda causa de invalidez, perdendo somente para as lombalgias. Pode haver pensamentos de desencanto com a FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO

O FARMACÊUTICO DEVE OBSERVAR ESPECIALMENTE A VERACIDADE DA RECEITA, CONFERIR O REGISTRO DO MÉDICO RESPONSÁVEL NO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA E AINDA ANOTAR OS DADOS PESSOAIS DO COMPRADOR DE ANTIDEPRESSIVOS

vida e com o futuro e pensamentos de morte e de suicídio, que se tornam altos entre as pessoas deprimidas. O Dr. Bernik ressalta que, em função desse impacto social, torna-se uma doença que gera imensas perdas de recursos financeiros públicos e privados. Os pacientes com depressão apresentam dificuldades em seus relacionamentos pessoais, sociais e profissionais. Passam por uma fase de perplexidade enquanto a doença ainda não foi diagnosticada e então são mal compreendidos pelos familiares. Essa situação, numa pessoa ainda sem tratamento, agrava o seu estado de saúde, deixando-a improdutiva para suas tarefas habituais. Apesar de ser considerada uma doença moderna, a psicanalista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Silvana Martani, ressalta que a depressão sempre esteve presente na sociedade, porém era tratada apenas como tristeza. “Antigamente atingia mais as mulheres, porém não existem estudos realizados, nos últimos 10 anos, que possam fazer essa comparação.” Contudo, o psiquiatra do Hospital Samaritano, Dr. Sergio Klepacz, ressalta que as mulheres são mais suscetíveis, pois reagem ao estresse de modo muito mais intenso que os homens. “O perfil hormonal feminino também é por si só um fator de risco.” O Dr. Bernik salienta que a doença atinge mais mulheres que homens, numa proporção de duas mulheres para cada homem. “Não se sabe até hoje a causa, mas parece se dever a alterações genéticas, hoje cada vez mais em evidência.” O psiquiatra da Clínica Maia Prime, Dr. Celso Roberto Nunes, explica que a depressão pode afetar qualquer pessoa, porém fatores hereditários podem favorecer uma maior incidência, ou seja, um quadro familiar da doença. “Em países desenvolvidos, se faz também a prevenção

em grupos de risco, como, por exemplo, viúvas, pessoas em luto, pessoas com doenças degenerativas, etc.” Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um maior número de mulheres tem um risco significativo de apresentar sintomas depressivos em algum momento de suas vidas. A diferença é sutil, mas não deve ser desprezada. Os sintomas da depressão tendem a se manifestar com maior frequência no início da adolescência e nos períodos pré-menstruais, indicando uma coincidência com alterações hormonais. Também é notável o aumento do risco de depressão em condições pós-parto (coincidindo novamente com alterações hormonais). “Do ponto de vista comportamental e da saúde geral da família sabe-se também que os casados sofrem mais com o problema do que os solteiros”, acrescenta o diretor clínico e de pesquisa do Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento e membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Psicologia, prof. Dr. Roberto Alves Banaco.

ESTÁGIOS DO PROBLEMA Depressão menor:

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sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedonia (perda da capacidade de sentir prazer).

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Distimia:

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sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo.

Depressão maior:

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ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedonia (perda da capacidade de sentir prazer).

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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO CUIDADOS MEDICAMENTOSOS

PRINCIPAIS SINTOMAS DA DEPRESSÃO • riste a rofunda sem • udanças no a etite motivo es ec co • lterações no • n stia sono ins nia sono e cessivo ou am os • es nimo • ensamentos e ou • adi a erda de com ortamentos ener ia a atia suicidas • eduç o ou inca acidade de sentir ra er ale ria • ai a autoestima • ro lemas sicomotores a itaç o ou a atia sicomotora • Cul a e cessiva sentimento ermanente de cul a e inutilidade • essimismo • i culdade de concentraç o

SINAIS DE ALERTA No início do desenvolvimento do problema, os portadores de depressão apresentam quadros característicos, em especial a irritabilidade aumentada e a perda de prazer por coisas que anteriormente eram prazerosas. “Alterações no sono e no apetite também costumam ser sinais de depressão e podem ser identificados facilmente”, destaca o Dr. Banaco. Além desses sintomas, a pessoa ainda sente tristeza profunda e gradativamente mais intensa. “Falta de prazer para realizar tarefas, alterações do sono e do apetite, sentimentos e pensamentos negativos, ideias de morte ou suicídio recorrentes”, ressalta o Dr. Nunes, da Clínica Maia Prime. A depressão não tem idade para acontecer, porém existem alguns períodos determinantes, sendo os adolescentes e os idosos os principais grupos de risco. “Dependendo do grau da doença, o indivíduo pode ter comprometimento da sua vida social ou profissional. Os casos graves podem ser bem dramáticos”, afirma o Dr. Klepacz. 154

O psiquiatra do Hospital Samaritano relata que o tratamento é feito com antidepressivos, mas nos casos graves, podem ser usados também neurolépticos e/ou estabilizadores de humor. “Os casos mais leves podem necessitar de tratamento mínimo por um período de 6 meses, mas os casos mais graves, ou de depressão recorrente, podem necessitar de tratamento contínuo. Os antipsicóticos podem ser usados como hipnóticos e controladores dos distúrbios afetivos e oscilações do humor”, destaca o Dr. Sergio Klepacz. O prof. Dr. Roberto Alves Banaco explica que a medicina psiquiátrica é detentora de um tratamento medicamentoso, com um arsenal de substâncias que podem facilitar a retirada das pessoas deprimidas de seus estados afetivos negativos. “Quando se fala em uma depressão maior, é possível que seja necessário um tratamento pelo resto da vida, pois significa que a depressão não é circunstancial, ela é constitucional (ou seja, aquela sensibilidade maior que a pessoa apresenta às perdas). Nos demais casos, o tratamento medicamentoso e psicoterápico é temporário, até o momento em que a pessoa retoma seu padrão comportamental satisfatório.”

ATENDIMENTO CERTEIRO A venda do antidepressivo se dá por meio de receita aviada por um médico psiquiatra, preferencialmente. No entanto, não é raro que neurologistas, ginecologistas, cardiologistas, gastroenterologistas, dermatologistas ou outras especialidades da medicina mediquem seus pacientes também. “O farmacêutico deve observar a prescrição médica e reorientar o paciente sobre a forma correta de utilizar a medicação e os cuidados necessários ao uso”, alerta o Dr. Nunes. Observar especialmente a veracidade da receita, conferir o registro do médico responsável no Conselho Regional de Medicina e ainda anotar os dados pessoais do comprador de antidepressivos. “Acredito que seja muito importante uma conversa que oriente o paciente no sentido de fazer o tratamento adequadamente, evitando o uso desnecessário de medicação. A depressão tem tratamento e, apesar da possibilidade de recidiva, o uso indiscriminado dos medicamentos por tempo ilimitado não é recomendado, exceto nos casos de orientação médica especializada”, salienta o Dr. Jô Furlan. Como a venda não pode ser feita sem receituário, disponibilizar a medicação prescrita é fundamental, esclarecendo as eventuais dúvidas dos pacientes. “Num quadro clínico em que o índice de suicídios é elevado, recomenda-se seguir a receita sem mudar ou trocar por similares”, diz o Dr. Vladimir Bernik, do Hospital Alemão.

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OPORTUNIDADE

Escolha terapêutica OS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS VÊM GANHANDO ESPAÇO NAS GÔNDOLAS DE FARMÁCIAS E DROGARIAS E NA VIDA DA POPULAÇÃO. FIQUE POR DENTRO E SAIBA INFORMAR O CONSUMIDOR SOBRE ESSA CATEGORIA P O R TA S S I A RO C H A

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No dia 21 de novembro, é celebrado o Dia da Homeopatia. Você sabe o que é e quais são as patologias que podem ser tratadas com medicamentos homeopáticos? Para poder oferecer a categoria em sua loja e prestar atendimento de qualidade, é preciso, antes de tudo, entender um pouco mais sobre a ciência que a envolve o que está disponível no mercado. A Homeopatia é uma ciência médica, fundada no início do século 19 pelo alemão Samuel Hahnemann. Homeopatia deriva de duas palavras gregas: homoios que significa similar e pathos que significa sofrimento. 156

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VANTAGENS DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS • • • •

Fonte: diretora farmacêutica da Boiron Brasil, Maria Isabel de Almeida Prado

FOTO/IMAGENS: SHUTTERSTOCK

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APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

Uso interno: • Glóbulos • Comprimidos • Xaropes •

Uso externos: •

• Géis • Colírios • Supositórios • Óvulos

Fonte: diretora farmacêutica da Boiron Brasil, Maria Isabel de Almeida Prado

ATENÇÃO AO DIAGNÓSTICO

EXPOSIÇÃO NO PONTO DE VENDA

Fonte: farmacêutico e gerente industrial do Laboratório Homeopático Almeida Prado, Ezequiel Paulo Viriato

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OPORTUNIDADE

MITOS E VERDADES A diretora farmacêutica da Boiron Brasil, Maria Isabel de Almeida Prado, explica algumas curiosidades e dúvidas frequentes. Veja a seguir: • O medicamento homeopático não cura todas as doenças. VERDADE O medicamento homeopático é utilizado para despertar, modular ou iniciar uma reação do organismo, então ele não irá curar o paciente que não seja reativo. Mas é preciso entender que qualquer medicamento, alopático ou homeopático, é um instrumento de cura, não uma varinha de condão. Não existe uma terapêutica, nem um medicamento que cure todas as doenças. • O consumidor pode se automedicar com medicamentos homeopáticos. VERDADE A liberdade da automedicação existe. Ninguém pode impedi-la. O medicamento homeopático deve ser aplicado com conhecimento e isto significa que, de um lado, o paciente deve saber identificar corretamente o que vai ser tratado, de outro, saber escolher acertadamente o medicamento a utilizar. De toda forma, o medicamento homeopático tem a vantagem de não oferecer riscos, não desenvolver efeitos colaterais nem apresentar interação medicamentosa com outros medicamentos alopáticos que o paciente esteja tomando. • O tratamento homeopático é perigoso para gestantes. MITO Pelo contrário, por não oferecer risco, a Homeopatia é uma terapêutica de escolha para a mulher gestante. Muitos desconfortos ou doenças podem ser medicados com Homeopatia nesta fase, sem risco para a mamãe e o bebê. Na Europa, além de ser utilizada durante a gestação, é usada durante o trabalho de parto. As parteiras na França recentemente foram autorizadas a prescrever Homeopatia para o parto: na indução, na condução do trabalho e no pós-parto. Elas utilizam medicamentos homeopáticos de forma preferencial, justamente em função da ausência de risco e, é lógico, por sua eficácia. • A Homeopatia só é eficiente em doenças crônicas. MITO Não é verdade. A Homeopatia é extremamente eficaz nos processos agudos, como nas crises de asma, enxaqueca, intoxicações, doenças virais, etc. Ao longo dos mais de 200 anos de prática da Homeopatia, vários são os exemplos de 158

eficácia em tratamentos de casos agudos individuais ou coletivos. Esse é mais um mito que precisa ser derrubado, o de que uma opção terapêutica impede a utilização das outras. Existem várias terapêuticas à disposição dos prescritores: médicos, veterinários, dentistas e farmacêuticos, e a Homeopatia é uma delas que deveria ser incluída nas suas prescrições, para o benefício dos pacientes. • A Homeopatia pode ser considerada uma alternativa de medicina preventiva. VERDADE Sim, pois sendo uma terapêutica reacional, ela prepara a resposta do paciente frente a um agressor (emocional, físico, climático, etc.). Da mesma forma como um aluno pode ser preparado para um exame vestibular, visando ter a resposta certa às questões da prova, todos os pacientes podem ser preparados para melhorar seu padrão de resposta com o tratamento homeopático, amenizando a gravidade ou espaçando os episódios, até sua cura, que é o maior objetivo da Homeopatia. Há pessoas mais propensas a ficar gripadas todos os anos, mais que outras, e, ao iniciarem um tratamento homeopático no outono, previnem os episódios gripais do inverno. • Os medicamentos homeopáticos são menos agressivos. VERDADE Sim, pois são ultradiluídos, em função da terapêutica utilizar um medicamento semelhante ao quadro sintomático do paciente. O objetivo da terapêutica é despertar, modular ou desenvolver uma resposta do organismo que seja curativa. O medicamento homeopático é muito confundido com as vacinas, exatamente em função de ambas terapêuticas usarem o processo de diluição na sua preparação. No caso da vacina, utiliza-se a diluição e inativação da “causa”, do vírus, por exemplo, para desenvolver uma resposta do organismo, no caso a formação de anticorpos específicos, preparando o organismo para o enfrentamento. Idem pode curar o idem. No caso da Homeopatia, o semelhante pode curar o semelhante, outra lei natural de cura. A partir da experimentação de uma substância nos indivíduos sadios, observa-se um quadro, um conjunto de sinais e sintomas específicos, que quanto mais semelhante, quando comparado ao quadro apresentado pelo paciente, e em doses mínimas, desenvolve uma reação do organismo no sentido de curar o paciente. O medicamento homeopático é necessariamente diluído, pois em doses ponderáveis, ele agiria agravando os sintomas. Graças a isso, é menos agressivo e bastante eficaz.

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MIX

Diagnósticos

precisos

SISTEMAS PRÁTICOS, PORTÁTEIS E DE FÁCIL UTILIZAÇÃO CRESCEM NO PONTO DE VENDA. PRODUTOS GARANTEM SEGURANÇA, TECNOLOGIA E DISCRIÇÃO DURANTE O MANUSEIO POR PARTE DOS CONSUMIDORES POR TASSIA ROCHA

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Hoje, devido à eficácia dos testes, ou provas diagnósticas, a população está mais consciente e tem maior conhecimento sobre a importância do automonitoramento para diversas causas e/ou patologias. As mulheres, por exemplo, podem checar se estão ou não grávidas, se estão em seu período fértil ou se atingiram o período da menopausa. Também é possível que o consumidor faça o monitoramento dos níveis de glicose com glicosímetros, tiras de glicose e corpos cetônicos e aferição da pressão arterial em casa, fato que faz com que as vendas de não medicamentos, produtos para saúde ou correlatos aumente de forma significativa em farmácias e drogarias de todo o Brasil.

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Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), os não medicamentos vêm mantendo vendas crescentes, acumulando R$ 5,02 bilhões nos primeiros seis meses deste ano e representando 32,69% da comercialização total do período. Esse resultado corresponde a um aumento de 16,58% no primeiro semestre de 2014, quando comparado ao mesmo período de 2013, e praticamente repete o índice de crescimento do ano passado (16,82%). De acordo com a diretora da linha Confirme, Dra. Carolina Ynterian, as vendas de não medicamentos, incluindo higiene, perfumaria, conveniência e correFOTO: SHUTTERSTOCK

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ALÉM DO CONHECIMENTO DE TODOS OS PRODUTOS, O PROFISSIONAL DE FARMÁCIA PRECISA ESTAR ATENTO COM A EXPOSIÇÃO NO PONTO DE VENDA, DE FORMA QUE ESTEJAM AOS OLHOS DO CONSUMIDOR E DOS FUNCIONÁRIOS, EM CORREDORES DE GRANDE CIRCULAÇÃO E NUNCA ESCONDIDOS EM PONTOS CEGOS DA LOJA O mercado varejista de farmácias no Brasil movimenta milhões de testes para automonitorização de glicemia, por exemplo. Um dos principais motivos é o próprio crescimento da incidência de diabetes no Brasil e no mundo, que já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

PROVAS DIAGNÓSTICAS

latos, deve variar de 20% a 30% das vendas de uma farmácia, dependendo de sua localidade. Os números mostram a importância da categoria para o varejo farmacêutico. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a saúde; o monitoramento de algumas doenças é de extrema importância para manter qualidade de vida e o dia a dia mais seguro, por conta da eficácia das opções existentes. De acordo com dados recentes do IMS Health, fornecidos pela Geratherm, a categoria de não medicamentos é a que mais cresce dentro das farmácias, uma vez que, nos últimos anos, as pesquisas para estes itens ganharam mais foco, por serem produtos de grande representação para o canal.

No Brasil, de acordo com estimativas da Roche, são cerca de 12 milhões de diabéticos, sendo que aproximadamente metade deles não sabe que possui a doença. A outra principal razão para o crescimento do mercado é a gradativa conscientização das pessoas sobre suas condições e tratamento, além de fácil manuseio, o que facilita a vida dos consumidores. “A pessoa com diabetes não pode ser curada, mas pode levar uma vida plena e saudável se seguir as orientações médicas e controlar bem os níveis de glicose no sangue. Pesquisas mostram que uma boa parte das pessoas com diabetes ainda não segue as diretrizes de controle dos níveis de glicemia recomendadas pelo médico. Acreditamos que a ampliação do acesso aos produtos, a conscientização e a educação da população sobre a doença, por meio dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos), são fatores-chave para a melhora na qualidade de vida das pessoas que têm diabetes”, alerta o gerente de Produto da Roche Diagnóstica, Leonardo Bia. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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MIX

SAIBA MAIS Os testes caseiros são métodos práticos para diagnósticos rápidos e precisos, além de evitar a ansiedade pela espera do resultado. Veja alguns produtos que podem ser comercializados no ponto de venda: • Gravidez: o teste pode ser feito a partir do primeiro dia de atraso do período menstrual. Ele detecta a presença do hormônio GCH (Gonodotrofina Coriônica Humana) na urina – as quantidades deste hormônio aumentam durante os primeiros três meses de gravidez. • Fertilidade: por meio de uma amostra de urina, o teste detecta o aumento do hormônio LH (Hormônio Luteinizante). O hormônio é produzido durante todo o período menstrual, porém, no meio do ciclo, a quantidade dele aumenta, indicando o pico de ovulação, onde as chances de engravidar são maiores. Como o espermatozóide pode sobreviver até mais que 72 horas, é possível ficar grávida mantendo relações sexuais três dias antes do primeiro dia fértil. • Menopausa: o teste detecta pela urina a presença do hormônio FSH (Folículo Estimulante) – que aumenta significativamente quando a mulher chega à menopausa. • Glicose+Corpos Cetônicos: são tiras com membranas reagentes para glicose e cetonas afixadas numa das extremidades. A amostra e os resultados são obtidos comparando (por meio de uma amostra de urina) as cores desenvolvidas nas membranas com a tabela de cores no rótulo da embalagem. A detecção da glicose é baseada na reação cromogênica de oxidase-peroxidase. A detecção das cetonas é baseada no princípio onde o ácido acetoacético e cetona formam com o nitroprussiato de sódio, em meio alcalino, um complexo de cor violeta.

PREPARE O PONTO DE VENDA A categoria, que já se consolidou nos pontos de venda (PDVs), ainda necessita bastante da orientação de um profissional que possa indicar e prestar informações aos consumidores. Se a rede não estiver abastecida com esses tipos de produtos, estará perdendo vendas frente a uma real necessidade do mercado. O farmacêutico é essencial para garantir a segurança ao cliente no momento da venda, explicando o funcionamento correto dos produtos e outros benefícios. A indústria coloca à disposição todas as ferramentas possíveis a fim de que um balconista também saiba oferecer o produto e passar as informações básicas para vender qualquer item da categoria. A Dra. Carolina informa que não se pode vender bem o que não se conhece. “O treinamento e conhecimento são fundamentais no comércio. Com profissionais bem treinados e informados, o ponto de venda poderá oferecer um atendimento eficiente para seu público. Promoções de preços também sempre são um fator que atrai e agrada aos clientes”, completa. Além do conhecimento de todos os produtos, o profissional de farmácia precisa estar atento com a exposição no ponto de venda, de forma que estejam aos olhos do consumidor e dos funcionários, em corredores de grande circulação e nunca escondidos em pontos cegos da loja. 162

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Os produtos da categoria de diabetes, por exemplo, devem ser agrupados em gôndolas e espaços com fácil visualização e acesso, para aproveitar ao máximo o cross-selling da categoria. “A pessoa com diabetes tem o maior tíquete médio de todas as doenças crônicas, mas o mais relevante para o bom atendimento desse perfil de consumidor é a prestação de serviço, com profissionais capacitados a responder às dúvidas sobre os equipamentos e medicamentos”, esclarece Leonardo Bia, da Roche. Segundo informa o executivo, existe uma tendência nas farmácias, não somente pautada pela categoria de diabetes, de desenvolver espaços reservados, dirigidos aos clientes crônicos, onde eles sentem-se à vontade para expor dúvidas. O uso dessa estratégia propicia um atendimento mais intimista e os pacientes se sentem mais confortáveis e seguros para comprar os produtos de que necessitam, o que reflete no aumento das vendas e na fidelização do cliente. “Além disso, o ponto de venda deve promover a capacitação dos profissionais que atendem o público. Ser uma fonte de informação é parte vital do relacionamento com o paciente. Por fim, envolver a comunidade local pode ser uma ótima ferramenta de promoção, e um meio de desenvolver isso são campanhas de detecção precoce do diabetes”, aponta.

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TENDÊNCIA CONSUMO

O poder dos

esmaltes

A MULHER BRASILEIRA É VAIDOSA POR NATUREZA E NÃO ABRE MÃO DE MANTER AS UNHAS IMPECAVELMENTE BENFEITAS. A CONSTANTE TROCA DE CORES E A BUSCA POR NOVIDADES FAZ COM QUE O SORTIMENTO DE CUTELARIA SEJA ALTAMENTE RENTÁVEL

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POR VIVIAN LOURENÇO

Cabelos sedosos e pele impecável. Engana-se quem pensa que essas são as únicas preocupações das mulheres brasileiras. De nada adianta uma superprodução no visual, com direito a penteado, maquiagem e roupas da moda se as unhas estiverem sem vida. E isso significa mantê-las sempre benfeitas e com cores diferenciadas. Por isso, apostar na exposição eficiente dos itens que envolvem a categoria de cutelaria pode alavancar as vendas. Esmaltar as unhas, em diferentes tonalidades, cria na mulher a sensação de estar sempre na

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moda e chamando a atenção. No Brasil, o esmalte deixou de ser só um item básico de higiene para ser um acessório essencial que está intimamente relacionado com a moda, personalidade e estado de espírito. A mulher brasileira tem o hábito de fazer as unhas regularmente e possui à sua disposição diversos formatos e uma grande variedade de salões, como também de profissionais especializados. De acordo com a gerente de marketing da Betulla Cosméticos, empresa responsável pela marca de esmaltes Dote, Juliana Furtado da Silva, as mulheres brasileiras são consideradas as segundas mais vaidosas do FOTOS: DIVULGAÇÃO

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CONSUMO

O PRIMEIRO PASSO PARA CHAMAR A ATENÇÃO DA CONSUMIDORA É CATEGORIZAR O PRODUTO. A EXPOSIÇÃO DOS ESMALTES DEVE ACONTECER DE FORMA PRÁTICA E, SE POSSÍVEL, POR CATEGORIAS: CINTILANTE, CREMOSO, TRATAMENTO E GLITTER mundo e os cuidados com as unhas são indispensáveis para compor o look do dia a dia. Elas podem até mesmo trocar a cor do esmalte a cada três dias, dependendo da moda vigente e das atividades sociais ao longo da semana. As unhas das mulheres são o que mais chama a atenção em um primeiro contato. Muitos observadores dizem que os homens que reparam nas unhas é porque dão valor para as mulheres, acrescenta a gerente de marketing e desenvolvimento da Mohda Cosméticos, Marcela Goulart. “Delicada, romântica, clássica ou extremamente fashion, faz parte da vaidade feminina estar com as unhas constantemente benfeitas e esmaltadas.” Além disso, esse tipo de cuidado está diretamente ligado a uma imagem de limpeza, por isso que as mulheres fazem as unhas semanalmente, segundo o diretor de marketing da Yenzah Cosméticos, Rodrigo Goecks. “O hábito de fazer as unhas é tão enraizado entre as brasileiras que as mais aficionadas trocam as cores mais de uma vez por semana: há um grande número de sites, blogs e páginas nas redes sociais que testam e demonstram diferentes decorações e cores para as unhas”, esclarece a diretora de marketing da Risqué, Daniella Brilha. Porém, essa periodicidade vale apenas para as unhas das mãos. Para as dos pés, como explicam as empresas, é a cada 15 dias. No inverno, isso não é uma regra, já que as mulheres usam mais sapatos fechados, portanto, o período varia de 15 a 21 dias (mantendo as das mãos em uma vez por semana). 166

As mulheres Esmalte é um dos principais assaíram do básico e suntos do público feminino, por passaram a optar por isso, Risqué possui um portfólio esmaltes coloridos e chamativos completo de cores, com clássicos que estão sempre na moda, e Coleções Primavera/ Verão e Outono/Inverno que trazem as tendências nacionais e internacionais ao alcance de todas as brasileiras. “O clima tropical faz com que a mulher naturalmente queira se mostrar bela como um todo. Pesquisas revelam que os produtos cosméticos são o 12º item a ser cortado no orçamento feminino em caso de crise. O 13º é a educação dos filhos. Isso revela que estamos entre as prioridades dos investimentos e despesas femininas”, esclarece o diretor de marketing da Beauty Color, Amaury Daguano.

CORES PREFERIDAS As indústrias do setor lançam suas coleções conforme as estações do ano. As opções mais vibrantes são utilizadas nas mais quentes. Já no frio, as mais sóbrias ganham destaque. Porém, há algumas exceções, como relata Daguano: “Claro que não podemos esquecer que isso depende de região por região. No Nordeste, por exemplo, onde o clima é mais quente, as cores fortes prevalecem. A Beauty Color também tem as cores clássicas em suas coleções que são utilizadas durante o ano todo.” Porém, Juliana, da Betulla Cosméticos, pondera que quanto mais diversa a coleção, melhor, já que, para a consumidora, mudar de cor é divertido, descolado e desperta a criatividade. Para Marcela, da Mohda Cosméticos, as mulheres saíram do básico, que eram o branquinho e o vermelho, e passaram a optar por esmaltes coloridos e chamativos. “Existem as mais clássicas que ainda assim costumam usar branco, vermelho e preto, variando apenas para os tons de rosa, porém, isto não é mais uma regra”. Atualmente, elas preferem o que a moda dita no momento e acabam ousando em cores, efeitos e nail arts. A urbanik, a nova marca brasileira de esmaltes, também traz opções de cores clássicas e contemporâneas, que se mesclam em infinitas combinações de tons e estilos, apresentadas em 56 cores, distribuídas em oito linhas: tratamento, cremosos, cintilantes,

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CONSUMO

Os esmaltes devem ficar organizados por cor, ao alcance dos olhos das consumidoras. O modelo é proposto pela FlexSide

cromado, frozen, glitter, texturizado e pelúcia. A composição contém o exclusivo Nail Force, um ingrediente especial derivado da planta da oliva que hidrata profundamente, deixando as unhas mais resistentes e prontas para aproveitar o que a cidade tem a oferecer.

EXPOSIÇÃO EFICIENTE E LUCRATIVA O primeiro passo para chamar a atenção da consumidora é categorizar o produto. A exposição dos esmaltes deve acontecer de forma prática e, se possível, por categorias: cintilante, cremoso, tratamento e glitter. A fim de auxiliar o varejista, a FlexSide (do Grupo Buzatto’s) lançou um novo mobiliário para alocar os esmaltes e assim ajudar a rentabilizar a loja e fidelizar a cliente. De acordo com o diretor comercial da empresa, Renato Diniz, após uma pesquisa realizada, eles perceberam que existem atualmente no mercado mais de 200 tipos diferentes de esmaltes, já que cada empresa tem seu próprio display, o que inviabiliza o varejista a utilizar o mesmo mobiliário para diversas marcas. “O nosso modelo se adapta a qualquer tamanho de embalagem de esmalte”, destaca Diniz. Além disso, o esmalte fora do blister tem uma saída maior do que quando pendurado no expositor. Isso é explicado pelo fato de que a consumidora gosta de mexer no produto antes de levar para casa, de acordo com Diniz. “Ficam mais bonitos, chamam mais a atenção.” O mix adequado, como orienta Rodrigo Goecks, da Yenzah Cosméticos, não deve conter só os esmaltes, mas também toda a linha de tratamento e cutelaria. “Depois, material de ponto de venda (PDV) e pessoal treinado fazem a diferença.” 168

Segundo Daguano, da Beauty Color, “a regra é invariavelmente a mesma: estar sempre presente no ponto de venda, ao alcance dos olhos e das mãos das consumidoras. Costumo dizer: quem não é visto não é lembrado. Por isso, é fundamental a aplicação correta dos principais conceitos de visibilidade. Sortimento, preço, materiais de merchandising, planograma e a não ruptura, são alguns dos principais itens para se ficar atento de acordo com o tipo de loja e região”. Os esmaltes devem estar posicionados ao lado dos produtos de beleza, como maquiagens. “Os lançamentos são sempre desejados. Por isso a importância das lojas estarem constantemente atualizadas com as últimas novidades e, também, os clássicos que nunca saem de moda. Outra sugestão é posicionar o produto em pontos diferenciados dentro da loja e pontos extras próximos ao checkout, para incentivar a compra por impulso”, detalha Daniella Brilha, da Risqué. Além disso, Diniz, da FlexSide, orienta que o varejista organize os esmaltes por cor e tipo, por exemplo: todas as cores cintilantes em uma fileira, na debaixo, as cremosas e assim por diante; cada fileira, uma cor diferente. Para agregar mais valor às vendas, as empresas recomendam que os pontos de venda trabalhem oferecendo também os complementos da esmaltação, como os cremes, as bases da linha de tratamento e os removedores de esmaltes. Também é importante que o canal tenha sempre nas prateleiras uma variedade de cores que atenda a todo estilo de consumidora, das mais clássicas às mais ousadas.

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TENDÊNCIA SORTIMENTO

Sol e proteção na

medida certa

COM A CHEGADA DO VERÃO, AS PESSOAS BUSCAM POR PRODUTOS PROTETORES E BRONZEADORES. A INDÚSTRIA INVESTE EM NOVIDADES QUE TRAZEM BENEFÍCIOS AGREGADOS. EXPOR OS ITENS CORRETAMENTE PODE AUMENTAR O TÍQUETE MÉDIO DA LOJA NESTE PERÍODO

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POR VIV IAN LOURENÇO

A corrida pela cor do verão já começou. Basta os dias estarem mais quentes e com a presença constante do sol que as pessoas ficam mais expostas. Além de trazer o bronzeado desejado por muitos consumidores, o sol traz benefícios à saúde, porém, sem a proteção adequada, eles podem se reverter em malefícios. A nova temporada faz com que os indivíduos tenham mais atenção aos cuidados com a proteção solar. Porém, o hábito de se proteger ainda é baixo, já que o índice de penetração do protetor solar é de 26% em todo País (Fonte: Nielsen Homescan, 2014). Apesar de ainda não ser uma rotina, o gerente de marketing da Stiefel, Maurílio Teixeira, aponta que, no canal farma, o mercado de protetores solares dermocosméticos tem um grande potencial de desenvolvimento. Em 2013, o segmento

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registrou um crescimento de 7,5%, com mais de 596 milhões de doses comercializadas. “A Stiefel é a quarta maior empresa no segmento de proteção solar, movimentando, nos últimos 12 meses, mais de R$ 103 milhões (dados de agosto/2014).” Isso mostra que, apesar de uma mudança tímida, o brasileiro tem se preocupado cada vez mais com a proteção e os danos causados pela exposição excessiva aos raios solares, como câncer de pele e envelhecimento precoce. “O período de outubro a março, que corresponde ao alto verão, é responsável por cerca de 70% das vendas no País”, pondera a diretora de marketing de Cenoura & Bronze, Regiane Bueno. A Johnson & Johnson realizou uma extensa pesquisa: Usage Purchase Attitudes for Sun Care, Brasil 2014 – Sense Envirossel, com o objetivo de aprofundar o entendimento do comportamento do consumidor sobre proteção solar. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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O estudo mostrou que o sol está presente na rotina de 80% dos brasileiros, que ficam expostos seja a caminho do trabalho, da escola ou em atividades ao ar livre. Além do mais, cerca de 30% dos brasileiros fazem caminhadas e praticam esportes. E desse total, 64% dos que se expõem não intencionalmente (indo ao trabalho, à escola, etc.) também não usam o produto. “Infelizmente, o protetor solar ainda possui uma baixa penetração, comparada a outras categorias de higiene pessoal. Por isso, buscamos sempre alertar sobre os cuidados com a pele e o sol, por meio de novas campanhas, patrocínios e lançamentos de produtos que visam à proteção”, acrescenta Regiane.

IMPORTÂNCIA NO PDV Uma exposição eficiente pode atrair o consumidor e também incentivá-lo a se proteger dos danos causados pelos raios solares. O gerente de trade marketing DCA (marcas La Roche-Posay e Vichy), Raphael Simões, orienta que a exposição em pontas de gôndola, balcão de medicamentos e próxima ao checkout aumenta a visibilidade e impacta os consumidores. “A partir do período pré-verão, já é possível observar uma transformação nas gôndolas das farmácias, com o início do abastecimento de produtos relacionados à temporada.” O incremento nas vendas acontece não apenas na categoria dos filtros solares, mas também de outros produtos que têm forte aderência, como os hidratantes pós-sol, protetores labiais, etc. “O maior espaço na gôndola caberá ao produto que tem um volume de vendas maior e também um forte investimento em mídia. Afinal, são as marcas líderes que agregam valor e são geradoras de fluxo de consumidor para a loja”, complementa Teixeira. Esse tipo de produto deve ter uma boa e prática exposição, com um espaço próprio para ela, onde os produtos poderão ser apresentados de acordo com seus benefícios: anti-idade, com cor, controle de oleosidade ou labial. Com uma exposição organizada e bem visível, o consumidor tem mais praticidade e comodidade no ato da compra. Além disso, Regiane, de Cenoura & Bronze, alerta que é importante preparar-se para atender a uma demanda de produtos com mais saída. Mensurar os dados do ano anterior é uma excelente alternativa para planejar a previsão de estoque. Outra dica muito importante de planejamento é avaliar os produtos sazonais 172

COMO O BRASILEIRO SE RELACIONA COM O SOL, SEGUNDO PESQUISA DA J&J • O sol está resente na rotina de dos brasileiros, que ficam expostos seja a caminho do trabalho, da escola, ou em atividades ao ar livre. • O com ortamento do rasileiro quanto à exposição ao sol é linear em todo Brasil, independe da cidade ser litorânea ou não. • Cerca de dos rasileiros est o expostos ao sol, fazendo caminhadas e praticando esportes. • dos que se e õem n o intencionalmente (indo ao trabalho, à escola etc.) também não usam o produto. • Nos dois casos quem usa assa o mesmo protetor do corpo no rosto. • uando o assunto l o o rasileiro mais cuidadoso. O uso do protetor solar nas crianças é maior, mas apenas quando estão na praia ou na piscina. • m se tratando de crianças elas se e õem ao sol diariamente quando vão à escola, na hora do recreio, na aula de Educação Física, além das atividades ao ar livre que acontecem em média de 2 a 3 vezes por semana.

com base em históricos e nas ações de ponto de venda (PDV) que estarão vigentes no período. Porém, a boa exposição apenas não basta. A presença de dermoconsultoras é um fator que ajuda na hora das vendas. O ideal é posicionar o produto nas gôndolas que ficam no caminho para o balcão de medicamentos, que são os corredores de alto fluxo; no caso dos protetores solares, como eles são as grandes estrelas do verão, a alocação de produtos em pontas de gôndola também é muito interessante. “Não recomendamos a exposição de categorias distintas no mesmo espaço, pois a diferença de proposta e preço poderá confundir o consumidor”, destaca Simões. Outra forma de trabalhar a exposição, de acordo com a diretora de Marketing e S&CM da NIVEA, Tatiana Ponce, é com um planograma. No caso dos protetores solares, eles devem estar alocados em um módulo dentro da loja. No planograma de exposição, o mais adequado é iniciar com os itens de maior

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valor agregado e finalizar com os de menor. Essa regra também vale para os Fatores de Proteção Solar (FPSs), que devem ser do maior para o menor, assim como as embalagens econômicas. “O ideal é, durante a temporada, sempre ter exposições extras dos produtos da categoria nos pontos quentes (aqueles considerados os de maior circulação dos shoppers) da loja, além de realizar o cross category com itens típicos de verão”, explica Tatiana.

APLICAÇÃO EFICIENTE Protetores solares são produtos que auxiliam na redução dos efeitos nocivos do sol. Em um país tropical como o Brasil, eles se tornaram item de primeira necessidade, como um auxiliar na prevenção de doenças de pele, como o câncer de pele, e também um excelente recurso para prevenir o fotoenvelhecimento. Por isso, a orientação para uma aplicação precisa e eficiente deve ser elucidada e incentivada. “Para saber a quantidade ideal, do protetor a ser utilizada, pode-se usar, como medida, uma colher de chá. Assim, se utiliza uma colher de chá para o rosto, cabeça e pescoço; outra medida para o braço e antebraço direitos e outra para o braço e antebraço esquerdos”, destaca Teixeira, da Stiefel. Para o resto do corpo, duas medidas para a perna e coxa direitas, outras duas para a perna e coxa esquerdas e mais duas para o tórax e as costas. Em geral, o ideal para uma aplicação regular no rosto, é colocar na palma da mão meia colher de chá de fotoprotetor. Espalhar por alguns pontos no rosto (não esquecendo nariz, testa, linha do cabelo, atrás da orelha) e pescoço. “A aplicação deve ser refeita sempre que necessário, após banhar-se, secar-se com toalha ou exposição prolongada ao sol”, complementa a coordenadora de formação da L’Oréal Cosmética Ativa, Raquel Trovo. Além disso, Regiane, de Cenoura & Bronze, recomenda aplicar o filtro solar generosamente de 20 a 30 minutos antes de sair ao sol. Esse é o tempo necessário para a estabilização do protetor solar na pele, de modo que sua ação ocorra com maior eficácia.

DIFERENÇA ENTRE PRODUTOS Os fotoprotetores aplicados no rosto e no corpo são diferentes, assim como produtos diferenciados 174

PLANOGRAMA RECOMENDADO

Bloqueador facial e protetor labial

Protetor com cor

Protetor kids

Protetor FPS 50 e 30

Protetor FPS 15

Óleo bronzeador/pós-sol

Fonte: NIVEA e Cenoura & Bronze

a cada tipo de pele e aqueles que possuem benefícios agregados. Geralmente, as peles secas combinam com texturas cremosas, que protegem e hidratam. Já as oleosas são mais compatíveis com loções e produtos que não obstruem os poros (não comedogênicos). “Para o rosto, a consumidora sempre deve procurar um protetor solar que deixe claro que foi desenvolvido para o seu tipo de pele (oleosa, seca, sensível) e para o corpo, a escolha geralmente está ligada ao tipo da fórmula, como gel, loção, fluído ou até mesmo pelo formato, como bisnagas, sprays, frascos”, avalia o gerente de marketing da Stiefel. Hoje em dia, existem diversas opções com muitos benefícios além da proteção solar. Em protetores infantis, existe um cuidado maior para ativos mais tolerantes e aprovados ao uso das crianças. Além disso, a preocupação com os fatores de proteção são ainda maiores, já que se trata de uma pele muito frágil, finaliza Raquel.

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Prepare o estoque para o verão COM A PROXIMIDADE DO PERÍODO DE FESTAS E FÉRIAS, É IMPRESCINDÍVEL MANTER OS ESTOQUES ABASTECIDOS COM TODOS OS LANÇAMENTOS E PRODUTOS TÍPICOS DA ESTAÇÃO QUE PODEM FAZER PARTE DA BOLSA DE VIAGENS DO CONSUMIDOR

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POR KATHLEN RAMOS

Ao arrumar as malas para as tão desejadas viagens de fim de ano, um dos itens indispensáveis no checklist é a ‘farmacinha’ da família, que agrega tanto medicamentos quanto itens da cesta de higiene e cuidados pessoais. O primeiro produto que inicia essa lista é o protetor solar. Junto com ele também aparece o pós-sol que ajuda a refrescar a pele depois de um longo período de exposição e que oferece cada vez mais benefícios agregados, como a hidratação. Para essa temporada, a NIVEA aposta na linha Protect & Bronze, produto 2 em 1, que protege e bronzeia. A novidade fica para as versões 200 mL,

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nos FPS 15 e 30. A linha Protect&Fresh também aumentou. Somadas às versões aerossol, passam a estar disponíveis as versões spray transparente FPS 50 e FPS 30. Em pós-sol, o destaque da marca é o NIVEA SUN Loção Hidratante Pós-Sol. O produto contém aloe vera e óleo de abacate, ingredientes que restauram a perda de umidade e prolongam o efeito bronzeado. Na Johnson & Johnson, são muitos os lançamentos para a estação. NEUTROGENA® anunciou o Sun Fresh FPS 70, que oferece proteção avançada com alto poder hidratante e toque seco. Já SUNDOWN® reforça sua fórmula SunBalanceTM, que está presente na linha regular, e se mostra ideal para peles sensíveis, sendo hipoalergênica. Por FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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fim, a RoC consolida a linha de proteção solar facial MINESOL® Oil Control, com duas versões de FPS (30 ou 70) para atender a cada tipo de pele. Em Cenoura & Bronze, a novidade é a primeira linha de protetores com a exclusiva tecnologia Infra-V. Além de proteger a pele contra os raios UVA e UVB, a fórmula oferece proteção contra os efeitos dos raios infravermelhos, responsáveis pelos danos mais profundos na pele. A marca também lança uma linha de produtos com efeito dourado, que ajuda a acelerar o bronzeado. “Com o aumento da preocupação em relação aos danos causados pelo sol, os Fatores de Proteção Solar (FPSs) mais altos ganham maior importância. O FPS 30 é o mais vendido no verão. As embalagens econômicas (com 200 mL) também ganham espaço, embora as versões regulares (110 mL) ainda sejam as mais vendidas”, revela a diretora de marketing de Cenoura & Bronze, Regiane Bueno. Já na Stiefel, o destaque fica para o Programa de Educação e Acesso – Pele Mais Saudável sob o Sol, iniciativa da marca SunMax, que trará uma série de ações realizadas ao longo de 2015. “Essa ação tem o intuito de fazer o consumidor aprender a usar o protetor solar, a identificar qual o tipo de produto mais adequado a sua pele e necessidade”, descreve o diretor de marketing da Stiefel, Maurilio Teixeira, acrescentando que, nessa primeira ação, ao adquirir um protetor SunMax, o consumidor poderá levar outro item da mesma marca, pelo preço de um só produto. Entre cada universo de proteção solar, a diretora das marcas de suncare da Johnson & Johnson, Tatiana Miana, orienta separar os produtos por marcas no ponto de venda (PDV) facilitando a identificação da categoria. “Dentro de cada marca, iniciar a exposição com os segmentos mais específicos, na altura dos olhos, para que sejam desenvolvidos. Por exemplo: facial, sport e bronzeadores. Em relação aos segmentos, separar por aplicador (spray, bisnaga). Em seguida, agrupar as linhas regulares mais procuradas (geradoras de tráfego), na parte inferior da gôndola. Finalmente, entre segmentos/linhas, os produtos devem ser expostos em ordem decrescente de FPS (do maior para o menor) conforme o fluxo do corredor”, esclarece. Como há diversas marcas e produtos que oferecem diferentes benefícios, é sempre importante entender o perfil do shopper de sua região antes de realizar um pedido. “O ideal é oferecer na loja as marcas líderes e garantir um bom estoque dos itens de maior giro: FPS 30, 50 e 15 e embalagens econômicas (200 mL), que crescem em vendas ano a ano”, aconselha a diretora de marketing e S&CM da NIVEA, Tatiana Ponce. 178

O suor A consultoria também é fundamental, gera preocupação segundo afirma Maurilio Teixeira, da Stiedas mulheres fel. “Como esta é uma categoria com muiem relação à sua ta diversidade de produtos, muitas vezes, higiene íntima o consumidor necessita de mais informação e suporte para definir a compra e como não há a obrigatoriedade de prescrição pelo médico, é muito importante que o PDV invista em treinamento para as dermoconsultoras e os atendentes/balconistas, pois eles são grandes influenciadores na decisão de compra de um protetor solar”, finaliza.

FUGINDO DOS INSETOS A chegada do verão também anuncia a temporada de insetos e pragas, muitos deles responsáveis pela transmissão de doenças. Assim, os repelentes tornam-se uma categoria indispensável para toda a família. Na Osler, o lançamento é o Repelente de Alta Eficácia Exposis, na apresentação em gel. “O gel passou a ser um dos mais procurados por conta da indicação médica, mas as versões em spray (Extrême e Infantil) continuam a ser preferidas pela praticidade de uso”, afirma o diretor-geral da Osler, Paulo Castejón Guerra Vieira. Já no Grupo Cimed, o destaque fica para a apresentação aerossol que completa a família Xô Inseto. “Todas as nossas apresentações (loção e spray) têm uma ótima saída e temos uma grande expectativa na apresentação aerossol, pelo seu maior valor agregado”, conta a gerente de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) do Grupo Cimed, Priscilla Florêncio. No verão, a executiva lembra que os repelentes devem estar no autosserviço, em locais de grande circulação no PDV, explorando, inclusive, as pontas de gôndola. “A fim de potencializar as vendas, vale abordar assuntos como a dengue em folhetos explicativos para a conscientização sobre a importância do uso de repelentes e conscientização em relação à prevenção da doença”, ensina. Paulo Vieira alerta que, no caso dos repelentes que podem ser usados por crianças, um erro nas farmácias é colocar estes produtos apenas nas gôndolas destinadas a este público. “Quando há insetos e o risco de picadas, todos devem se proteger e já é uma tradição todas as marcas de repelentes estarem próximas aos produtos mais vendidos no verão, como os protetores solares”, avisa. Em relação aos picos de venda da categoria, Vieira alerta que eles ocorrem em três períodos do ano: feriados de fim de ano, carnaval e entre março e maio, quando acontecem os surtos e epidemias de doenças transmitidas por insetos.

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VERÃO COMBINA COM DEPILAÇÃO Manter a pele depilada faz parte da rotina de grande parte das mulheres, especialmente nos dias mais quentes do ano. Assim, nesse período, são muitos os lançamentos oferecidos pela indústria e vale estar por dentro dos principais deles. Na DepiRoll, o destaque fica para a linha hidrossolúvel aromas, nas versões maçã do amor e mel. “O foco desse lançamento é tratar a depilação como algo mais prazeroso. O perfume que fica após a depilação é delicioso, além de deixar a pele macia e hidratada”, descreve a gerente de marketing da marca, Tatiana D’Alessio Sombra. As tradicionais lâminas também ganharam novas versões, que aliam design diferenciado e bastante praticidade. Para o verão 2014-2015, a BIC traz ao País o depilador feminino BIC Soleil. “Com cores vibrantes, três lâminas, cabeça móvel, dupla fita lubrificante de leite de coco e vitamina E e excelente custo-benefício, o produto, produzido no Brasil e para as brasileiras, promete revolucionar o mercado nacional”, garante o gerente da categoria de barbeadores e depiladores da empresa, Luciano Andrade. A Gillette também aposta na diferenciação. “No portfólio de Gillette Venus, o destaque fica para o primeiro aparelho de depilação que funciona como 2 em 1, dispensando o uso de sabonetes. Já a novidade da Gillette para os homens é o aparelho Gillette Body, que visa à depilação em todo o corpo masculino”, revela a gerente de marketing de Gillette e Gillette Venus, Juliana Moretti. De modo geral, as farmácias são favorecidas por esse movimento que traz maior valor agregado às lâminas, já que, de modo geral, o público que frequenta esses estabelecimentos procura, de fato, benefícios superiores. “No canal farma, a participação de produtos premium é maior que a média do mercado, acelerando a tendência de trade up que se observa na categoria como um todo. Assim, os barbeadores e depiladores descartáveis de três lâminas com cabo ergonômico, bem como lâminas recarregáveis, possuem maior procura em farmácias”, destaca Luciano Andrade. Juliana Moretti, da Gillette, informa que, no Brasil, 70% das mulheres que usam lâminas, utilizam as masculinas. Portanto, na hora da exposição, as versões femininas precisam estar bastante visíveis na gôndola de lâminas masculinas. Segundo a especialista de Gillette, vale, ainda, deixar a categoria sempre ao lado dos demais depilatórios, como as ceras e os cremes, e também próxima aos demais produtos de beleza, pois aumenta a probabilidade de compra cruzada. 180

COM O AUMENTO DA PREOCUPAÇÃO EM RELAÇÃO AOS DANOS CAUSADOS PELO SOL, OS FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR (FPSS) MAIS ALTOS GANHAM MAIOR IMPORTÂNCIA. O FPS 30 É O MAIS VENDIDO NO VERÃO. AS EMBALAGENS ECONÔMICAS (COM 200 ML) TAMBÉM GANHAM ESPAÇO, EMBORA AS VERSÕES REGULARES (110 ML) AINDA SEJAM AS MAIS VENDIDAS Durante o verão, é importante, ainda, apostar no cross-selling, conforme explica o gerente da categoria de barbeadores e depiladores da BIC. “Categorias, como sabonete líquido, possuem alta sinergia com as lâminas depilatórias, já que, segundo pesquisa interna, vimos que mais da metade das mulheres ainda utiliza sabonete para deslizar melhor a lâmina”, justifica. Tatiana Sombra, da DepiRoll, também aconselha as vendas casadas e diz que, em períodos de sazonalidade, a sugestão fica para a exposição de depilatórios, como em folhas e cremes, ao lado de bronzeadores e protetores solares. Os pontos extras, como checkout, também podem ser explorados por toda a categoria.

CUIDADOS ÍNTIMOS O suor, típico do verão, gera a preocupação das mulheres em relação à sua higiene íntima, fazendo com que a indústria invista nesta demanda. “Nosso lançamento, Dermacyd Neutralize, ajuda a prevenir possíveis odores na região íntima, causados por fatores externos, entre eles, o abafamento da região íntima devido ao calor”, exemplifica a gerente de marketing da marca, Denise Calefe. Para potencializar as vendas, a prioridade fica em fazer a exposição da categoria junto com outros produtos de higiene e cuidados íntimos. Em períodos de sazonalidade, o checkout pode ser igualmente explorado.

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1- Sundown Pós-sol, refresca e hidrata a pele após a exposição ao sol. Fórmula com 95% de aloe vera, garante sensação de frescor deixando a derme suave e macia. 2- Cenoura & Bronze Efeito Dourado, primeira linha de protetores com a tecnologia Infra-V. 3- Gillette Venus Breeze, aparelho 2 em 1, dispensa o uso de sabonete. 4- Neutrogena Sun Fresh (FPS 50), a marca amplia portfólio com FPS mais altos. Oferece proteção avançada com alto poder hidratante e toque seco. 5- Bic Soleil, depilador feminino, com cores vibrantes, design diferenciado e desenvolvido exclusivamente para as brasileiras. 6- NIVEA Sun protect & fresh, além das versões aerossol, passam a estar disponíveis as versões spray transparente FPS 30 e FPS 50.

7- Xô inseto, destaque fica para a apresentação aerossol, que completa a família de produtos. 8- Dermacyd Neutralize, ajuda a prevenir possíveis odores na região intima, causados por fatores externos. 9- Sundown gold (FPS 15 e 30), desenvolvido para mulheres, possui toque seco e refrescante, ajuda no processo de bronzeamento, com agentes como Vrucum e Buriti. 10- Gillette Body, visa a depilação em todo o corpo masculino. 11- Exposis, repelente de alta eficácia na apresentação em gel. 12- Sun Max, apresenta ação que faz com que os consumidores aprendam a usar o protetor solar. 13- Gillettes Venus Dinive Sensitive, aparelho com 3 lâminas , proporciona corte rente e suave.

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ATENÇÃO ESPECIAL AOS MIPS A ocasião traz alguns problemas de saúde bastante peculiares, que passam por desidratação, parasitoses ou problemas de digestão, por exemplo. E considerando uma viagem a locais de difícil acesso a medicamentos e/ou atendimento médico, os consumidores devem abastecer a bagagem com alguns Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), prevendo imprevistos que possam ocorrer. A fim de facilitar as compras do cliente, as farmácias podem começar pela boa exposição. “A recomendação é que os MIPs estejam organizados pela categoria a que pertencem ao lado de todos os concorrentes. Organizar a localização das categorias de acordo com indicações de produtos que sejam correlacionadas pode gerar negócios incrementais”, orienta o gerente nacional de trade marketing da RB, João Claro. O coordenador de trade marketing da Boehringer Ingelheim, Rafael Modesto Oliveira, revela que vale a pena separar um espaço específico no autosserviço para as categorias de MIPs, o que auxilia o shopper na hora da compra. “Para organizá-los, é importante considerar os produtos que mais vendem dentro de cada uma delas e deixá-los sempre na altura dos olhos”, orienta. Para aumentar o tíquete médio da farmácia, o ideal é que, ao lado dos medicamentos de maior giro, como analgésicos, sempre estejam os produtos com maior valor agregado. “As categorias de polivitamínicos e antiespasmódicos (cólicas) ajudam neste papel de agregar valor à compra do shopper”, mostra o especialista. Ele considera, ainda, que ter pontos estratégicos no balcão ajuda bastante. “A exposição dos MIPs, mesmo que atrás do balcão, deve ser sempre na altura dos olhos. Vale, ainda, trabalhar com materiais de ponto de venda espalhados em locais com boa visibilidade, para que o shopper se lembre dos produtos”, finaliza Oliveira. A farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, mostra algumas das classes de MIPs importantes nesse período e em quais tratamentos eles podem auxiliar. Analgésicos: reconhecidos como medicamentos que diminuem ou interrompem as vias de transmissão nervosa, suprimindo a dor, tornam-se indispensáveis na bolsa de viagem. “Considerando, por exemplo, que alguns adultos podem exagerar em bebidas, levando à sensação de mal-estar, um analgésico pode amenizar este desconforto”, exemplifica. 182

Antiácidos: o período de férias é propício para errar na alimentação que, por vezes, sofre muitas mudanças e abusos. “A ingestão de alimentos que não fazem parte do cotidiano pode levar a alguma indisposição gástrica, e os antiácidos, normalmente, ajudam a aliviar os sintomas”, mostra Maria Aparecida. Antialérgicos: durante os dias mais quentes, é comum a maior presença de insetos em alguns ambientes. “As picadas de insetos podem causar muito desconforto, por isso, é sempre prudente ter, na mala de viagem, um antialérgico”, avisa. Vermífugos: o período de férias de verão torna mais frequente a visita a piscinas, acampamentos e praias. No entanto, por vezes, muitos desses locais não apresentam condições higiênicas adequadas ou é difícil encontrar lugares para a higienização das mãos. Assim, algumas parasitoses podem ocorrer, trazendo importância para os vermífugos. A farmacêutica faz apenas um alerta. “Caso exista suspeita de parasitose, sempre é indicado que se faça um exame de fezes para que seja usado o medicamento apropriado”, avisa. Restauradores da flora intestinal: as altas temperaturas características da estação favorecem a má conservação dos alimentos, podendo causar diarreias e outras situações de extremo desconforto. Nessas situações, os restauradores da flora intestinal podem auxiliar. “Com as manifestações diarreicas presentes, a administração de medicamento que tenha a ação de restaurar a flora poderá ajudar mais rapidamente na recuperação da saúde”, esclarece Maria Aparecida. Em casos de desidratação, vale, ainda, ter isotônicos em mãos. “A reposição de eletrólitos e de água são extremamente importantes”, finaliza. Dor de garganta: no verão, é comum que muitos locais fechados façam uso de ar-condicionado muito forte. “Sempre existe aquela mudança de temperatura que acaba afetando a nossa garganta, por exemplo. Para isso, é necessário ter uma maneira de aliviar os sintomas de maneira rápida e duradoura”, finaliza João Claro, da RB.

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Livres dos pelos e prontas para o verão A DEPILAÇÃO ESTÁ INSERIDA NA CULTURA DAS BRASILEIRAS E O ATO FAZ COM QUE ELAS SE SINTAM MUITO MAIS FEMININAS. POR ISSO, OFERECER UM MIX COMPLETO DE PRODUTOS É ESSENCIAL

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POR VIVIAN LOURENÇO

O Brasil é um país tropical, onde o público feminino valoriza sua sensualidade e higiene. Por ter uma vida dinâmica, repleta de atividades, a consumidora tende a se cuidar para estar com a autoestima elevada, saudável e bonita. Essa mulher busca por produtos que facilitem seu dia a dia e aperfeiçoem sua aparência. Nesse caso, é muito comum a opção por itens que agilizem o processo da depilação e tragam a comodidade da realização no conforto do lar. Esse hábito aumenta nas estações mais quentes do ano. Com a chegada da nova tempo-

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rada, por exemplo, o corpo fica mais exposto e, consequentemente, torna-se mais notado. “A beleza, para a mulher, é motivo de confiança, o que automaticamente gera uma sensação de liberdade e desprendimento”, destaca o gerente de categoria da RB, responsável pela marca Veet, Joaquin Ortega. A busca das mulheres por uma pele macia e sem pelos tem sido uma constante há séculos. O simples ato de removê-los faz com que a consumidora se sinta muito mais feminina. Por isso, a depilação acaba sendo uma prática comum e fundamental na rotina de beleza, enaltece a gerente de marketing de FOTOS: SHUTTERSTOCK/PAULO PEPPE

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BELEZA

Gillette Venus, Juliana Moretti. “Ainda mais agora com a proximidade do verão, época de maior exposição do corpo.” As tendências do mercado de depilação vão de encontro aos movimentos globais, garantidos pela conveniência, praticidade e sustentabilidade, cada vez mais valorizadas pelos consumidores. O aumento de renda também mudou os hábitos de lazer das brasileiras, que atualmente passam um tempo maior fora de casa e podem viajar com mais frequência. Recentemente, a P&G, em parceria com a Ilumeo, realizou um estudo para identificar os principais hábitos das consumidoras brasileiras e suas reais necessidades em relação à beleza e constatou que a maioria das entrevistadas (54%) sente mais necessidade em se depilar no verão. Algumas disseram que sentem essa necessidade porque é uma época em que usam roupas mais curtas (35%), outras afirmaram que o uso da lâmina no ato causa menos dor (31%) e 27% afirmam que se depilar é uma prática que as deixa mais felizes.

REGIÕES DEPILADAS

94%

das mulheres retiram os pelos das axilas

86%

das mulheres retiram os pelos da virilha

84%

das mulheres retiram os pelos das pernas

MÉTODOS PREFERIDOS Com tantas opções disponíveis no mercado, a consumidora acaba por ter suas preferências. Algumas se submetem à depilação com cera quente, o que envolve certo grau de sofrimento. Mas recentemente, surgiram agentes químicos que dissolvem o fio desde a raiz, lembra o diretor da Aspa Cosméticos, detentora da Depil Soft, Demetre Giokaris. São vários os métodos existentes: cera fria, cera quente, creme depilatório normal e até mesmo o que pode ser usado durante o banho, além das

A CATEGORIA DE DEPILATÓRIOS PODE FICAR EXPOSTA PRÓXIMA A UM SORTIMENTO COMPLEMENTAR DE OUTROS PRODUTOS DE CUIDADO COM O CORPO. AS CERAS EM BARRAS E REFIS ROLL-ON SÃO OS PRODUTOS MAIS PROCURADOS 186

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lâminas descartáveis. Com qualquer um deles, a mulher consegue autonomia, liberdade e privacidade, estando no controle de sua própria beleza, afirma Ortega, da Veet. De acordo com dados da BIC, apenas 10% das mulheres optam por arrancar os pelos, as demais usam apenas a lâmina (31%) ou uma combinação de técnicas, dependendo do local a ser depilado (58%). A preferência das mulheres se dá por uma série de fatores: a depilação por lâmina é mais barata, indolor, rápida, prática e pode ser realizada em qualquer lugar. A vantagem dos cremes depilatórios em relação às lâminas, segundo a coordenadora técnica da DepiRoll, Meire Carmo, é que, além de ser um processo indolor, o crescimento do pelo acontecerá a partir de 7 dias após a depilação, já com as lâminas, o processo deve ser repetido a partir de 2 dias. Ainda tendo como base o estudo da BIC, o gerente da categoria de Barbeadores e Depiladores da empresa, Luciano Andrade, acrescenta que 94% das mulheres retiram os pelos das axilas, 86% das virilhas e 84% das pernas. A frequência de depilação de cada área é distinta: as axilas costumam ser raspa-

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BELEZA

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA MÉTODO Depilação com lâmina Vantagens: preço menor e rapidez. Desvantagens: causa irritações na pele, podem ocorrer cortes no local e o pelo cresce rapidamente e desordenado. Depilação com cera quente Vantagens: remove o pelo por inteiro, dura em média de 15 a 25 dias, a temperatura da cera dilata os poros e facilita a remoção dos pelos. Desvantagens: a remoção dos pelos é dolorida. Depilação com cera fria Vantagens: fácil aplicação e remove o pelo por inteiro; dura em média de 15 a 25 dias. Desvantagens: a cera fria deve ser usada apenas nas pernas e o processo também é dolorido. Cremes depilatórios Vantagens: são práticos, rápidos e de fácil aplicação, os pelos crescem com as pontas arredondadas e deixam a pele macia e hidratada. Desvantagens: é necessário realizar o teste de sensibilidade e aguardar 24 horas para depois fazer uso do produto. Fonte: coordenadora técnica da DepiRoll, Meire Carmo

das 8,6 vezes ao ano; as virilhas, 6,7 vezes; e as pernas, 7,2 vezes, em média. Independentemente da frequência, Juliana, da Gillette Venus, destaca que a lâmina é o método mais utilizado por 62% das consumidoras devido à praticidade, agilidade e por ser indolor. Podendo indicar mais de um método, 83% das consumidoras disseram utilizar também a lâmina. Apenas 8% apontaram escolher a lâmina por ser um método mais barato. A depilação frequente ajuda a melhorar a aparência da pele, porém esta questão é bastante pessoal. 188

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Os produtos devem ser expostos à vista da consumidora, que gosta de manuseá-los e ler rótulo e contrarrótulo

EXPOSIÇÃO EFICIENTE A categoria de depilatórios pode ficar exposta próxima a um sortimento complementar de outros produtos de cuidado com o corpo. As ceras em barras e refis roll-on são os produtos mais procurados e, por isso, deve-se deixá-los sempre no início da gôndola e ao alcance das mãos. Outra dica é investir nos produtos da linha pré e pós-depilação. O sortimento de uma categoria fideliza o consumidor e garante um protocolo eficiente. Os itens deverão estar à altura dos olhos, pois toda vez em que a consumidora lê rótulo e contrarrótulo, ela tende a levar o produto para casa. “Deverá também existir um mix adequado ao público frequentador da loja”, orienta Meire. De acordo com Giokaris, da Aspa Cosméticos, os produtos, especialmente os que são novidade no mercado, devem ser expostos à vista da consumidora, para ela tomar conhecimento de sua existência. “Os folhetos que são disponibilizados pelo fabricante devem ser colocados junto com os produtos, devem ser oferecidos para a pessoa levar para casa e ler caso não decida pela compra no momento em que veja o produto”.

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CATEGORIA

Sem medo

de ser feliz

O MERCADO DE FIXADORES DE DENTADURA NÃO PARA DE CRESCER. OFERECER OPÇÕES DE PRODUTOS, MARCAS RECONHECIDAS E QUALIDADE NO ATENDIMENTO, É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DAS VENDAS P O R TA S S I A RO C H A

O

O uso de prótese dentária não é bem-visto por boa parte da população. As pessoas sentem vergonha de informar sobre o uso e, muitas vezes, de comprar produtos que auxiliam no manuseio e higienização no dia a dia. O constrangimento começa durante as relações sociais, pois, muitas vezes, a prótese não se encaixa perfeitamente na gengiva, causando, assim, desconforto ao falar.

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Mas a indústria dessa categoria vem se desenvolvendo cada vez mais, oferecendo produtos de qualidade que promovem segurança e bem-estar aos usuários. É possível encontrar soluções em cremes, películas, pós e fitas adesivas. As diversas opções garantem uma aceitação de um maior número de usuários. O ponto de venda (PDV) precisa estar preparado e disponibilizar todos os itens. FOTO: SHUTTERSTOCK

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O farmacista deve estar ciente de que quando o consumidor começa a utili ar uma r tese dentária ele assa or uma s rie de ada tações desde en iva língua e músculos faciais, até como se alimentar e falar, or isso o uso de adores se fa necessário “Vários usuários de dentadura reclamam que os alimentos muitas ve es cam retidos na oca fato desconfortável que causa dor e reocu aç o como o mau hálito. O uso de fixadores ajuda a bloquear partículas de alimentos e o consumidor a ter uma vida mais confortável e se ura ao comer a rma a erente de roduto da marca Core a driana dri O ador também melhora o conforto no uso da dentadura e pode fornecer fixação por até 12 horas, dando maior segurança em situações sociais.

NOVO NICHO Além dos fixadores, existem também os limpadores específicos para a manutenção. As dentaduras são mais macias do que os dentes e escová las com creme dental ode arran á las O consumidor n o conse ue ver os arran ões microsc icos mas eles criam condições ideais para o crescimento de bactérias que podem causar irritações ou mau hálito. Segundo Adriana, a maior concentração de usuários de r tese arcial e total está acima dos anos o e no rasil e istem mais de mil ões de usuários de r tese dentária dentadura que odem ser totais ou arciais a rma cate oria de adores astante rentável no V uma ve que todos os usuários utili am ou v o recisar utili ar o roduto Oferecer variedade e reços com at veis ao mercado deli a os clientes e undo o erente de l asiv auricio otarelli o mercado de adores de dentadura movimenta mensalmente mais de mil ões de reais a er identificar o local exato para expor esses produtos, é fundamental ara arantir as vendas “A exposição dos produtos do segmento de fixadores de dentadura costuma estar associada aos de cuidados ucais essa forma encontram se r imos aos cremes escovas dentais e en a uantes ucais com leta

ORIENTAÇÃO DE USO O ador de dentadura quando utili ado ela rimeira ve deve ser a licado em uma equena quantidade O e cesso de adesivo ode causar transbordamento, neste caso, recomende ao consumidor

DICAS IMPORTANTES Alguns erros podem acontecer durante o uso dos fixadores. Oriente o consumidor de forma simples o que é, ou não, permitido durante a aplicação: • N o usar o roduto mais de uma ve ao dia • N o utili ar uma quantidade rande no rimeiro uso ode levar al um tempo até encontrar a quantidade apropriada ao consumidor. • N o usar o roduto em e cesso ara dentaduras mal a ustadas N o há nenhum benefício na fixação ao aplicar mais produto que o indicado. • ncostar o ico da isna a so re uma dentadura molhada pode entupir a saída. Manter o bico da bisnaga seco e fec ar ara evitar entu imentos • ara a udar na lim e a das en ivas utili ar uma escova de dente macia e á ua morna • Consultar o dentista re ularmente ara garantir o formato adequado das dentaduras. Fonte: gerente de Categoria P&G, Luis Daniel Aguirre

a licar menos da r ima ve odem ser necessárias al umas tentativas ara a ustar a quantidade adequada de adesivo ara a r tese O consumidor deve a licar uma ve ao dia ara garantir adesão. Se for preciso, aplicar mais e procurar orientaç o do dentista l m disso r teses mal adaptadas podem ser prejudiciais à saúde. A ingestão de pequenas quantidades do produto, se usado conforme o recomendado ode ocorrer mas n o a resenta riscos a rma driana da Core a la recomenda que o consumidor lave e seque a r tese dental de ois a lique o ador n o muito erto das bordas, enxague e coloque corretamente na boca. Feito isso, informe ao cliente para que pressione firmemente e morda por alguns segundos. á ara remover a r tese a e ecutiva aconsel a que o consumidor faça um oc ec o com á ua e remova o roduto lentamente movimentando ara frente e ara trás e ois remover os res duos do roduto da r tese e da oca com au lio de á ua morna e uma escova macia 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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TENDÊNCIA

Fundamental

para a vida

A NUTRIÇÃO INFLUENCIA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E O HÁBITO ALIMENTAR SE CONSTRÓI NA PRIMEIRA FASE DA VIDA, POR ISSO É PRECISO TER CUIDADO COM O QUE COLOCAR NO PRATO DA CRIANÇA PO R ADRIANA BRUNO E KATHLEN RA MOS 192

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FOTOS: SHUTTERSTOCK/FELIPE MARIANO

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M

Meu filho não come nada! Não consigo fazer meu filho comer verduras e legumes! Ele só quer doces ou biscoitos! Essas são algumas das frases mais repetidas por mães de todos os cantos e classes sociais do País. A nutrição infantil é tão importante quanto difícil de ser conduzida como manda o figurino. Depois da fase da amamentação, que vai até os seis meses de vida, ainda bebês, eles experimentam de tudo, gostam mais de algumas coisas, menos de outras, mas provam o que lhes for oferecido. A partir do momento em que vão formando o seu próprio paladar, o cenário muda e nem sempre para melhor, para desespero das mães e responsáveis pela alimentação dos pequenos. De acordo com uma pesquisa realizada pela IPSOS Healthcare e comissionada pela Abbott em 2012, 51% das mães brasileiras afirmam ter filhos que não comem bem. Para 60% delas, a maior preocupação é de que a criança fique doente ou que o crescimento e o desenvolvimento fiquem comprometidos. A nutricionista do Hospital Infantil Sabará, Alessandra Coelho, lembra que, a partir do primeiro ano de idade, a criança já pode comer a comida da família, porém é preciso tomar todos os cuidados para formar um padrão alimentar saudável, com oferta de todos os grupos alimentares e de forma variada. “O hábito alimentar é construído nessa fase da vida, portanto é extremamente importante ter cuidado com as escolhas. A introdução alimentar deve ser orientada pelo pediatra ou nutricionista”, comenta. A nutricionista ainda ressalta que, até o sexto mês de vida, a criança deve ser alimentada exclusivamente com leite materno e não há necessidade de complementação com outros alimentos ou líquidos. “A partir do 6º mês, o aleitamento materno não atinge todas as necessidades nutricionais da criança e é importante estimular a mastigação. O aleitamento pode ser mantido, mas, concomitantemente, devem ser introduzidos de forma lenta e progressiva outros alimentos sólidos ou semissólidos (papas salgadas: legumes, cereais, leguminosas, verduras, carnes magras,

UMA EM CADA TRÊS CRIANÇAS ESTÁ ACIMA DO PESO. O PROBLEMA PODE CAUSAR DEFICIÊNCIAS VITAMÍNICAS E ESTÁ RELACIONADO A UMA SÉRIE DE FATORES, ENTRE ELES, INADEQUADO PADRÃO ALIMENTAR papas de frutas). Com relação à carne de peixe, recomenda-se o consumo após os 11 meses. Orienta-se evitar esses alimentos na forma de sopas ou sucos, pois isso reduz o valor nutricional. A água também é introduzida nessa fase, sempre nos intervalos entre as refeições. É importante evitar alimentos industrializados, como refrigerantes, chás, cafés, embutidos, salgadinhos, entre outros, além do mel”, indica.

DEFICIÊNCIAS VITAMÍNICAS Recém-nascidos e crianças são grupos de indivíduos mais suscetíveis à deficiência das vitaminas A e D e também de ferro. A nutricionista funcional Analuiza Nogueira dos Santos relata que tanto a deficiência de vitamina A como a de ferro ocorrem normalmente devido à ingestão inadequada dos alimentos fonte desses nutrientes; a prematuridade e o baixo peso ao nascer são considerados fatores de risco para a deficiência de ferro. “Já a deficiência de vitamina D ocorre na maior parte das vezes devido à exposição solar inadequada”, completa. Segundo a especialista, a carência de vitamina A pode causar problemas oculares, enquanto a de vitamina D, enfraquecimento dos ossos, e de ferro, retardo no crescimento, entre outros agravantes. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que, após o nascimento, os bebês recebam suplementação diária de vitamina A, D e K e ferro. “Isso pode variar caso a caso, conforme a necessidade da criança”, diz Alessandra, do Hospital Infantil Sabará. Ela ainda destaca que as necessidades nutricionais são individualizadas e a 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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TENDÊNCIA

OS TRÊS PILARES DA CATEGORIA NO PDV Para explorar o potencial máximo da categoria de fórmulas infantis, o canal farma deve trabalhar três pilares: sortimento, visibilidade e treinamento.

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Sortimento: a recomendação das fórmulas infantis é feita pelo pediatra e, no canal farma, é onde ocorrem as primeiras compras da categoria. Por isso, a ruptura significa perda de faturamento. Quanto mais completo for o portfólio da loja e maior for o nível de estoque dos itens de mais giro (latas grandes), melhor a possibilidade de conquistar e reter o cliente. Visibilidade: a categoria deve ser exposta próxima a outros itens do universo infantil, como: fraldas, artigos de higiene e utensílios. As fórmulas infantis possuem muitas variedades de apresentações, por isso devem estar na altura dos olhos da mãe para que ela possa encontrar a marca que procura e a variedade correta com mais facilidade. Por ser uma categoria geradora de fluxo para a loja, a visibilidade é crucial. Se as fórmulas estiverem na parte de baixo das gôndolas ou confinadas atrás do balcão, o consumidor não irá encontrar o que procura e a loja poderá perder vendas.

Treinamento: é importante que a equipe da loja conheça o portfólio das marcas e possa ajudar as mães a localizar a versão da fórmula prescrita pelo médico. Com os consumidores cada vez mais exigentes, a informação de credibilidade passa segurança e reforça a conveniência do atendimento personalizado.

Fonte: diretora de marketing da Danone Early Life Nutrition, Sonia Penim

avaliação do quadro deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar. “Em todos os casos de diagnóstico formal de deficiência nutricional, é indicado o uso de suplementos para correção do quadro. Porém, em casos de 194

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alimentação deficiente, com pobre valor nutricional ou padrão alimentar extremamente restritivo, pode-se usar suplementações de caráter preventivo”, avalia. A obesidade hoje é considerada uma epidemia mundial e as estatísticas confirmam esse quadro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada três crianças, entre 5 e 9 anos, está acima do peso recomendado. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma a cada três crianças também sofre com o problema. Para Alessandra, o tema ganha força na população jovem, pode causar deficiências vitamínicas e está relacionado a uma série de fatores, entre eles inadequado padrão alimentar. “Consumo excessivo de alimentos com alto valor calórico, ricos em gordura e açúcar e pobres em fibras, vitaminas e minerais, pode estar relacionado a quadros de hipovitaminoses”, diz. Em casos de hipovitaminose A, a orientação da nutricionista Analuiza é aumentar o consumo de alimentos fonte desta vitamina, tais como: mamão, abóbora, cenoura, gema de ovo, vegetais verdes-escuros, entre outros. “Além disso, há um Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, que consiste na suplementação de doses maciças desta vitamina em crianças e mulheres no pós-parto nas unidades de saúde”, recomenda.

O MERCADO DE NUTRIÇÃO INFANTIL Em 2013, o mercado de nutrição infantil brasileiro faturou acima dos R$ 2,5 bilhões, apresentando crescimento na casa dos dois dígitos em relação ao ano anterior, conforme informa a diretora de marketing da Danone Early Life Nutrition, Sonia Penim. “Nesse mercado, estão contempladas as categorias de fórmulas infantis, compostos lácteos, cereais e papinhas. O maior segmento dentro do mercado de nutrição infantil é o de fórmulas infantis, representando cerca de 40% do total, sendo também o mais dinâmico. Os compostos lácteos também apresentam uma oportunidade de desenvolvimento ao longo de 2014, tendo em vista a entrada de novos players que trazem inovação e aumentam a demanda pela categoria, ainda em desenvolvimento no Brasil”, relata a executiva da empresa. De acordo com a Divisão Nutricional da Abbott, a categoria de nutrição pediátrica tem mostrado crescimento significativo no canal farma. Dados da Nielsen revelam que, em 2013, a categoria cresceu 31%, em todos os segmentos, incluindo fórmulas especiais e suplementos nutricionais infantis. A empresa informa ainda que,

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TENDÊNCIA

DEFICIÊNCIAS VITAMÍNICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

VITAMINA A

VITAMINA D

FERRO

ANEMIA FERROPRIVA

Sua carência pode causar problemas oculares, retardo no crescimento e risco de infecções respiratórias e gástricas. O aparecimento de manchas esbranquiçadas nos olhos são sinais de uma hipovitaminose avançada.

Deve-se a locais onde a alimentação é basicamente composta por arroz refinado e farinhas refinadas. A criança apresenta fadiga, irritabilidade, falta de concentração, fraqueza e alterações nos movimentos de membros inferiores.

Sua deficiência pode causar enfraquecimento de ossos e dentes, fraqueza muscular e déficit do sistema imunológico.

Pode ser causada por dietas com baixa oferta de carnes ou por diarreia crônica, o que ocasiona uma baixa absorção. Os sintomas são anemia, irritabilidade, diarreia, entre outros.

Sua deficiência está associada ao retardo do crescimento, comprometimento da capacidade de aprendizado, da coordenação motora e da linguagem. Falta de atenção, fadiga, sonolência e baixa resistência a infecções também estão associadas à deficiência desse mineral.

Deve-se à redução do estoque de ferro no organismo. Pode causar palidez cutânea, palidez de mucosas, apatia, atraso no crescimento e desenvolvimento, baixa resistência.

Um dos sintomas é a dor intensa, o que pode gerar irritabilidade, hematomas, fraturas, sangramentos em mucosas e no globo ocular, além de febre.

Pode comprometer o crescimento, o sistema imunológico e o desenvolvimento neurológico e motor.

VITAMINA B1

VITAMINA B12

VITAMINA C

ZINCO

Fontes: vitaminas A, D e ferro: Analuiza Nogueira dos Santos; demais: Alessandra Coelho

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TENDÊNCIA

O CANAL FARMA É RESPONSÁVEL POR MAIS DE DOIS TERÇOS DAS VENDAS DE FÓRMULAS INFANTIS. QUANTO MAIS COMPLETO FOR O PORTFÓLIO DE UMA LOJA, MAIOR SERÁ A POSSIBILIDADE DE RETER E FIDELIZAR O CLIENTE adicionalmente, vários estudos e pesquisas de mercado mostram que as mães brasileiras seguem as recomendações dos pediatras no que diz respeito à alimentação dos seus filhos e raramente trocam de marca se estão satisfeitas. No entanto, é importante que as farmácias ofereçam uma gama completa de produtos e que eles estejam expostos de modo que possam ser facilmente encontrados pelo consumidor na gôndola. Isso pode ser feito quando se tem uma seção dedicada à nutrição pediátrica, que deve ser separada dos suplementos nutricionais para adultos, diabéticos, entre outros. O canal farma, segundo Sonia Penim, é responsável por mais de dois terços das vendas de fórmulas infantis. “O canal oferece ao consumidor um atendimento mais especializado para ajudar o cliente a localizar o produto que procura, a conveniência para quem busca uma gama completa de produtos e valoriza a proximidade à sua residência até mesmo em horários alternativos. Quanto 198

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mais completo for o portfólio de uma loja, incluindo as fórmulas especiais, maior será a possibilidade de reter e fidelizar o cliente, que verá aquela loja como uma referência de onde encontrar o produto sempre que precisar. As fórmulas infantis são geradoras de fluxo para a loja e categoria destino, trazendo um grande potencial de rentabilidade para o setor de produtos infantis”, indica. De acordo com a Divisão Nutricional da Abbott, os atributos mais importantes e valorizados pelo comprador de produtos para nutrição infantil são: que o produto forneça 100% de nutrição; que ajude a desenvolver o sistema imunológico e o desenvolvimento mental da criança; e que seja recomendado por médicos ou especialistas em nutrição. Com o avanço da tecnologia e de pesquisas na área, o mercado de fórmulas infantis evoluiu nos últimos anos, trazendo inovações. Sonia Penin, da Danone Early Life Nutrition, destaca que alguns componentes presentes nas fórmulas podem trazer diferenciais para os produtos disponíveis no mercado, como os prebióticos (fibras presentes no leite materno) que ajudam a manter a flora intestinal saudável e contam com estudos apontando benefícios ao sistema imunológico, e os ácidos graxos (DHA e ARA) que contribuem para o desenvolvimento cerebral, motor e visual. “O desenvolvimento do mercado de fórmulas especiais também trouxe uma evolução para a categoria e melhora na qualidade de vida dos consumidores, proporcionando uma nutrição ainda mais adaptada aos bebês com necessidades específicas, como: prematuridade, alergia à proteína do leite de vaca, intolerância à lactose, regurgitação, cólicas e constipação. As fórmulas especiais representam quase um quarto do faturamento da categoria”, finaliza. Para aumentar a lucratividade da categoria, a Abbott recomenda que, além de seguir as dicas de exposição,

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TENDÊNCIA

as farmácias devem investir no treinamento da equipe, ajudando o consumidor a tirar dúvidas sobre os produtos e também sobre as diferenças entre eles.

DHA É ESSENCIAL A presença de DHA (ácido docosahexanoico) em fórmulas infantis ou compostos lácteos é considerada essencial para o adequado desenvolvimento mental de crianças até os 5 anos. Essa é uma das conclusões de uma sondagem de opinião realizada com 130 pediatras de São Paulo, interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre abril e maio de 2013. A pesquisa de campo foi conduzida pela Resulta Inteligência, contratada pela Mead Johnson Nutrition, e teve como objetivo avaliar hábitos e atitudes de médicos pediatras. De acordo com o levantamento, para 50% dos consultados, o DHA é o nutriente essencial em uma fórmula infantil, seguido do ARA (ácido araquidônico), citado por 43% dos entrevistados. E 78% desses médicos avaliam que o DHA auxilia no desenvolvimento mental e 30% também atribuem o neuronutriente ao desenvolvimento visual.

DE OLHO NO UNIVERSO INFANTIL Neste momento, para a categoria de compostos lácteos, o mais importante é criar, de fato, esta categoria nas gôndolas, principalmente destinando o espaço correto de forma a evitar rupturas. “O crescimento da categoria tem sido muito alto, mas os espaços não têm sido suficientes”, lamenta a diretora de marketing da Mead Johnson Nutrition, Daniela Degani, acrescentando que a visibilidade também é fundamental para a categoria, seja nas gôndolas, por meio de uma exposição vertical, ou por meio de pontos extras (como pontas de gôndola, displays, cross merchandising). Evitar rupturas também é essencial para a saúde dos negócios, especialmente na categoria de fórmulas infantis. “O shopper (em geral, a mãe) não pode postergar a compra na maioria dos casos ou substituir o produto, fazendo com que procure em outra farmácia”, alerta. E, por fim, para gerar vendas agregadas, os produtos dessas categorias podem ser expostos ao lado de outros relacionados ao universo infantil.

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No ranking dos nutrientes essenciais apontados pelos médicos, as proteínas e o ferro ocupam o terceiro e quatro lugares, respectivamente. Comparando com dados de 2010, o DHA nem aparecia nas citações espontâneas dos entrevistados e o ARA era citado em nono lugar. O levantamento indica que tem crescido o conhecimento sobre os benefícios de introduzir uma dieta rica em DHA para crianças que não têm mais condições de ser alimentadas com leite materno. “Depois que as mães param de amamentar, é fundamental fornecer quantidades adequadas de DHA para auxiliar no melhor desenvolvimento mental da criança. Quando combinado com outros neuronutrientes – como ferro, colina, iodo e zinco –, o DHA apoia a concentração, memória e aprendizagem”, complementa o neuropediatra Mario Falcão, doutor em pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médico encarregado da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (Ucine) do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). O DHA, lipídio que compõe mais da metade do cérebro, é responsável pela melhor condução dos estímulos nos neurônios e pela formação da retina. Órgãos internacionais recomendam a ingestão de, no mínimo, 70 mg de DHA por dia. Seguindo a mesma tendência de alta, estão os compostos lácteos premium e fórmulas infantis, segundo afirma a diretora de marketing da Mead Johnson Nutrition, Daniela Degani. “Essa categoria mantém um alto crescimento desde 2012. No último ano, o crescimento desse mercado foi de 117% no canal farma (IMS – MAT’2014 x 2013), duplicando seu tamanho. Já o mercado de fórmulas infantis teve um crescimento de 31% em 2012; e de 21% em 2013, de acordo com dados do IMS Health”, contabiliza a especialista. Outra categoria de alimentos diferenciados que se apresenta em ascensão é a daqueles formados por produtos à base de soja, que ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Driblando o mito de que esses alimentos ou bebidas podem trazer sabor “ruim”, a indústria investe em novos sabores e apresentações, já testados e aprovados pelo consumidor. Além disso, diversas pesquisas mostram que a soja pode trazer benefícios à saúde, além de ser preventiva de doenças, atraindo novos usuários a cada dia. “Comparando 2012 com 2013, houve crescimento de até 25% em segmentos diferenciados de nossa linha”, aponta a coordenadora de eventos da Olvebra, Iara Leite.

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EVENTO

Beauty Fair comemora 10 anos

com sucesso de público A FEIRA QUE CONTOU COM 500 EXPOSITORES E 1.000 MARCAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS RECEBEU MAIS DE 140 MIL VISITANTES ENTRE PROFISSIONAIS E LOJISTAS DO SETOR

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A Beauty Fair 2014 contou com a participação de importantes empresas do segmento nacional e internacional, como Schwarzkopf, Unilever, L’Oréal Paris, Embelleze, Alfaparf, ItallianHairtech, Adcos, Ibramed, KLD, Bel Col, Inoar, Hypermarcas, Taiff, Vult Cosmética e Beauty Color, entre outras. Além disso, atraiu novamente muitas marcas estrangeiras, interessadas no mercado brasileiro.

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São empresas vindas da China, Itália, Paquistão, Polônia, Tailândia, Holanda, Turquia e Ucrânia. O diretor-geral da Beauty Fair, César Tsukuda, destacou o desenvolvimento da feira nestes anos. “Há uma década, ocupávamos 12 mil m2, hoje são 82 mil m2. Amar e acreditar em nosso País, sonhar e realizar, gerar riquezas agregando valor, ter determinação e disciplina, gerar relações comerciais e humanas, e ouvir o FOTOS: DIVULGAÇÃO

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EVENTO

EBC NA BEAUTY FAIR

P O R L Í G I A FAV OR ETTO

A EBC, Empresa Brasileira de Cosméticos, participa da Beauty Fair desde sua primeira edição. Neste ano, esteve presente com estande de mais de 200 m², com 20 posições de televendas, mais toda a equipe de gestores para receber clientes e fornecedores. Segundo informa a gerente de marketing da EBC, Cristina Pontes, o evento é um acontecimento que gera diversas possibilidades de negócios, tanto para lojistas, quanto para fornecedores e indústrias. “Dessa forma, é de suma importância para a EBC estar nesse evento.” A executiva revela que passaram pelo estande da empresa tanto o público que já é cliente, que foi lá para realizar compras efetivamente, quanto os novos clientes. “Levamos muitas promoções, lançamos mais uma campanha na feira, então esses nossos clientes já puderam se beneficiar de tudo isto. Quanto aos novos clientes, eles puderam ser orientados sobre a documentação necessária para abertura de loja e orientação do melhor mix para início de atividade.” Cristina revela que a EBC bateu a meta de vendas estabelecida para a feira. “O evento é um sucesso porque tem uma energia muito boa. Se existe uma palavra que eu aprendi estando aqui no grupo Ikesaki, é respeito. Então, esse evento é de sucesso porque acolhe as pessoas dessa forma, não tem aquela postura de arrogância, todo mundo faz de tudo um pouco; todos nos ajudamos, todos nos respeitamos. São valores que a gente não encontra em todos os lugares, mas aqui podemos vivenciar isso, por isso, a EBC está presente na Beauty Fair há dez anos e vai continuar por muitos e muitos.”

setor são alguns dos fatores que fizeram este grande evento evoluir e crescer.” O novo setor Nails atraiu a atenção dos visitantes, que puderam conferir as novidades em um só local. Uma exposição com a História do Esmalte, composta por 16 painéis ilustrados com fatos, curiosidades, histórias, encheu os olhos de quem passava pelo ambiente. Além da Esmalteria Conceito, que se destacou como projeto sustentável e inovador e o 1° Campeonato de Nail Design, que premiou os participantes em até R$ 3 mil. Uma homenagem aos profissionais da década também foi destaque e teve como mestre de cerimônias a apresentadora Adriane Galisteu. Na ocasião, grandes nomes subiram ao palco para entregar uma escultura criada pela artista plástica Francisca Junqueira. São eles: Celso Kamura, Kaká Morais, Eron Araújo, Viktor I, Ricardo Cassolari, Duda 204

Molinos, Rodrigo Cintra, Fernando Torquatto, Wanderley Nunes, Marcos Proença e Marco Antonio De Biaggi. Osvaldo Alcântara, diretor do Centro Técnico da Ikesaki, também foi homenageado e recebeu a escultura das mãos de Hirofumi Ikesaki, presidente de honra da Beauty Fair. O evento contou ainda com o Beauty Collection, arena de shows que revelou, em primeira mão, as principais tendências de beleza e moda para a primavera-verão. A atração trouxe pela primeira vez o conceito de look total, unindo grandes nomes do universo beauty com importantes estilistas das semanas de moda: Celso Kamura e Samuel Cirnansck; Ricardo dos Anjos e Fause Haten; Paulo Persil e Walério Araújo. Marcas do setor profissional também apresentaram suas coleções em shows exclusivos como L’Oréal, Wella, Schwarzkopf, Alfaparf, Yellow e Taiff.

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SEMPRE EM DIA

Lá vem o verão! A ESTAÇÃO MAIS ESPERADA DO ANO ESTÁ CHEGANDO E, COM ELA, AS PREOCUPAÇÕES COM A BELEZA E A SAÚDE DA DERME POR TASSIA ROCHA

CÚTIS RENOVADA

As manchas na pele atingem 97% das mulheres brasileiras. Para auxiliar no tratamento desse problema, que é uma das principais queixas de pacientes nos consultórios dos dermatologistas, a Libbs Farmacêutica traz para o Brasil o Lumixyl, dermocosmético de formulação exclusiva com decapeptídeo-12, princípio ativo que inibe a tirosinase, enzima responsável pela produção de melanina. Preço sugerido: R$ 140,00 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.libbs.com.br

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FORMULAÇÃO INOVADORA

A Stiefel, uma empresa GSK, líder global em dermatologia, traz ao Brasil o mais novo produto da marca Clindo Pele Acneica: Clindo Pele Acneica Liquid Soap. Sua formulação inovadora, indicada para pele oleosa e com tendência à acne, proporciona limpeza avançada ao rosto. Desenvolvido com o exclusivo complexo N3 (vitamina B3, pidolato de zinco e salicilato de silanediol), Clindo Pele Acneica Liquid Soap oferece uma limpeza efetiva sem ressecar a pele, desobstrui os poros e possibilita o controle da oleosidade por até 8 horas, comprovado em estudo clínico. Preço sugerido: R$ 10,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.stiefel.com FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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SEMPRE EM DIA

COLORAÇÃO PARA ELES

REMOÇÃO SEGURA

Apesar de parecer simples, a depilação feminina é cheia de detalhes que fazem muita diferença. Pensando nisso, a BIC traz ao Brasil o depilador que é sucesso e líder de vendas nos Estados Unidos, o BIC Soleil, desenvolvido especialmente para as mulheres. Com design diferenciado, cores vibrantes, três lâminas, cabeça móvel, dupla fita lubrificante de leite de coco e vitamina E e excelente custobenefício, o produto, produzido no Brasil, promete revolucionar o mercado nacional. Preço sugerido: R$ 9,70 Na gôndola: lâminas/depilatórios Site: www.bic.com.br

Biocolor Homem, marca líder no segmento de coloração masculina no Brasil, acaba de ganhar nova fórmula e embalagem mais moderna. Grande aliado dos consumidores que desejam cobrir os fios brancos com naturalidade e discrição, Biocolor Homem é um tonalizante prático que pode ser usado nos cabelos, barba, bigode e costeletas. A nova formulação de Biocolor Homem tonaliza os fios sem avermelhá-los e é composta por ativos que proporcionam fortalecimento e resistência, além de auxiliar no combate a um dos principais causadores da caspa. O resultado é um cabelo hidratado, com brilho e muito macio. Preço sugerido: R$ 16,70 Na gôndola: cuidados masculinos/tinturas e coloração Site: www.biocolor.com.br

UNHAS DECORADAS

Para mulheres que gostam de unhas fashion, a Kiss New York apresenta seis novos modelos do Nail Dress, um adesivo tridimensional. As novas estampas vão desde animal prints até rendas e arabescos, ideais para quem quer decorar as unhas de maneira rápida e prática, seguindo as últimas tendências da moda. O Nail Dress deve ser aplicado sobre as unhas naturais e tem duração de até uma semana. Os adesivos se ajustam a qualquer tamanho e formato de unha, dispensando o tempo de secagem necessário quando se usa o esmalte. Preço sugerido: R$ 10,28 Na gôndola: cutelaria Site: www.kissnewyork.com.br 208

PERFUME E SOFISTICAÇÃO

A linha Francis Clássico apresenta novos produtos. Com notas cítricas, de verbena e jasmim, a nova fragrância foi especialmente desenvolvida para trazer uma perfumação refrescante e sofisticada. Inspirada nos bosques perfumados da Itália, tem um delicado toque de notas amadeiradas e musk, que revitalizam a pele. Preço sugerido: R$ 1,20 Na gôndola: pele/banho Site: www.flora.com.br

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SEMPRE EM DIA

REVITALIZAÇÃO DOS FIOS

PARA TODAS AS IDADES

Sucesso entre as mulheres, a marca Ricca lança as escovas de cabelo com duas estampas diferentes. A primeira é a Hello Kitty Faces com o rostinho delicado da gatinha e o charme da cor rosa. Outro modelo Hello Kitty Comics conta com as cores preta e branca, clássicos que combinam com tudo e apresentam alguns detalhes também em rosa, que dão um destaque a mais ao produto. Preços sugeridos: Hello Kitty Faces Oval – R$ 20,00 Hello Kitty Faces Raquete – R$ 23,00 Hello Kitty Comics Oval – R$ 20,00 Hello Kitty Comics Raquete – R$ 23,00 Na gôndola: cabelos Site: www.belliz.com.br

PROTEÇÃO E CONFORTO Johnson’s® lança a linha de antitranspirantes Johnson’s®, especialmente desenvolvida para quem quer viver a vida bem de perto. Com fórmula de proteção pura, é a única linha do mercado brasileiro livre de álcool etílico, triclosan, parabenos, corantes e silicone e que contém apenas os ingredientes essenciais para máxima proteção. Preços sugeridos: Antitranspirante JOHNSON’S® Roll-on – R$ 7,29 Antitranspirante JOHNSON’S® Aerossol – R$ 11,59 Na gôndola: pele/desodorantes Site: www.jnjbrasil.com.br 210

A Charis Professional, marca especializada em produtos para tratamento capilar, apresenta a Linha Anti-Age, composta por xampu, condicionador, leave-in e máscara, tratamento recentemente conhecido como “botox capilar”, um complexo rejuvenescedor da fibra capilar. A linha atua na revitalização dos fios, agindo diretamente na fibra capilar. Contém ação antioxidante impedindo que os fios fiquem opacos e sem vida, proporcionando hidratação, leveza e proteção contra os raios solares, deixando-os mais jovens, saudáveis e brilhantes por mais tempo. Preço sugerido: R$ 38,25 Na gôndola: cabelos Site: www.charisperfumes.com.br

NOVA EMBALAGEM

A linha de loções para hidratação corporal Hidrat, que agora tem nova embalagem, é ideal para quem busca manter a pele hidratada e protegida 24 horas por dia. Seu principal ativo, a ureia, é um composto orgânico encontrado principalmente na urina e no suor, capaz de transportar a água do interior dos vasos sanguíneos para as células da pele, promovendo maior hidratação do tecido e um efeito esfoliante. Disponível em duas apresentações, ureia 3% e ureia 10%, a primeira pode ser utilizada por adultos e crianças, devido a menor concentração do composto. Preços sugeridos: R$ 23,00 (ureia 10%) e R$ 20 (ureia 3%) Na gôndola: pele Site: www.grupocimed.com.br

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PARA RELAXAR

Todos os consumidores merecem um tempo para cuidar de si mesmos, dar uma pausa na correria do dia a dia e simplesmente relaxar. Pensando nisso, a Condor traz ao mercado a linha Momento VIP, composta por sete produtos premium e fashion, com estampas animal print para tornar os rituais de higiene e beleza ainda mais especiais. A linha aumenta a eficiência dos cosméticos, massageia a pele e transforma o banho em um verdadeiro momento de relaxamento. Preços sugeridos: Máscara relaxante para olhos – R$ 7,03 Touca para banho – R$ 8,03 Escova facial com cerdas de nylon – R$ 8,03 Esponja facial de microfibra – R$ 7,03 Esponja de nylon com cabo – R$ 16,64 Esponja dupla face de nylon e fibra sintética – R$ 9,47 Esponja de nylon para banho – R$ 8,52 Na gôndola: pele/banho Site: www.condor.ind.br

PONTAS DUPLAS

Eliminar as pontas duplas dos cabelos sem precisar cortá-los é o desejo de muita gente. Por isso, a Maxiline Profissional indica o Selante Reparador, um finalizador com ação filmógena, que sela as cutículas capilares e combate as temidas pontas duplas instantaneamente. Com ação condicionante e fórmula enriquecida com silicones especiais, o finalizador forma um filme protetor nos fios que os protege das agressões causadas por secador, prancha e difusor. O produto conta ainda com proteção solar e térmica e garante brilho intenso aos fios. Pode ser usado em todos os tipos de cabelos, antes da escovação ou prancha. Preço sugerido: R$ 32,90 Na gôndola: cabelos Site: www.maxiline.com.br

FUTURAS MAMÃES TONS NEUTROS

Revlon ColorStay ShadowLinks™ são sombras individuais, que se encaixam facilmente, para customizar a paleta da consumidora. Ela pode escolher entre uma variedade de 18 tons neutros, rosas/ameixas, azuis/cinzas, verdes/dourados ou marrons/pretos, e diferentes acabamentos, que vão do mate ao acetinado até o muito brilhante. Preço sugerido: R$ 24,90 Na gôndola: maquiagem Site: www.revlon.com.br

A Mustela®, marca de dermocosméticos do laboratório francês Expanscience, apresenta no mercado brasileiro mais uma novidade para cuidados com a pele das mulheres grávidas: o Óleo de Cuidados Antiestrias que combina óleos preciosos e naturais que nutrem a pele, melhorando a elasticidade cutânea. Preço sugerido: R$ 85,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.mustela.com.br Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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INSTITUCIONAL ABRADILAN

O impacto nas empresas

www.abradilan.com.br

MODIFICAÇÕES NOS NEGÓCIOS QUE ALTERAM DIRETAMENTE A VIDA DO CONSUMIDOR E A PRÓPRIA SOCIEDADE COMO UM TODO SÃO INFLUENCIADAS E SE READEQUAM AOS NOVOS PRECEITOS DAS MUDANÇAS QUE RONDAM O SETOR

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P O R G E R A LDO M O NTEI R O – DI R ETOR EX EC U TIVO DA ABRADILAN

O cenário do mundo dos negócios nunca sofreu tanto com o impacto proveniente das mudanças impostas pelo processo de globalização como estamos percebendo na atualidade. Os consumidores, sem nenhuma distinção, sofrem de pouca disponibilidade de tempo de compra, também são mais exigentes devido ao mix de produtos ser crescente e, com ele, a concorrência também é crescente. Além desses dados, também temos a comoditização dos produtos; está cada dia mais difícil diferenciar os produtos uns dos outros, demandando assim com que cada empresa crie mecanismos de diferenciação. O processo de inovação gerado da incorporação da informática e a seguir da internet no dia a dia das empresas e das pessoas contribuiu de maneira grandiosa para o aumento das transformações no cenário de negócios. Outro efeito potencializador do processo de mudança nos últimos anos deve-se ao fato de que os meios de comunicação, transmissão de

dados e logística evoluíram sem precedentes, o que proporcionou o encurtamento das distâncias geográficas e imprimiu velocidade nos processos interativos, ora da sociedade, ora das empresas. Estamos vivenciando os efeitos da chamada globalização ou aldeia global, que afeta qualquer escopo de negócios, sejam eles no âmbito privado ou público. Novos conhecimentos são criados, paradigmas são substituídos e o conhecimento avança afetando todas as relações da sociedade. O consumidor, como personagem pró-ativo desse enredo, muda seu comportamento e assim passa a desempenhar papel de figura central neste novo cenário, já que o seu comportamento afetará diretamente o resultado das empresas envolvidas. O produto no momento certo e no local certo, interpretado por meio da conveniência, é cada vez mais exigido, sendo considerado uma das principais ferramentas de diferenciação utilizadas pelas empresas.

Cabe a elas repensarem suas atividades e reencontrarem seu caminho dentro desta nova realidade. Os efeitos das mudanças e a velocidade com que se disseminam em todos os setores foram propulsionados graças ao advento da informática. Não há como escapar ao processo evolutivo e ao imperativo das mudanças. As empresas devem buscar uma posição pró-ativa em relação ao panorama competitivo que impera no mercado, e não apenas reagir às mudanças que ocorrem no ambiente. As verdades de ontem não são as mesmas, os paradigmas são outros e a ciência evolui justamente com a substituição dos modelos explicativos, o que era uma verdade absoluta ontem, rapidamente é substituído pelo “novo”. Finalmente, cada organização terá de aprender a inovar. Porém, aprender a inovar não é fácil, principalmente porque vivemos em um mundo onde a única certeza é a incerteza.

Empresas sócias colaboradoras da Abradilan 2014 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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SERVIÇOS

G

A ABDI www.abdi.com.br

GILLETTE VENUS www.gillettevenus.com.br

ABRAFARMA www.abrafarma.com.br

GRUPO BUZATTO’S www.buzattos.com.br

ADJ www.adj.org.br

GRUPO CIMED www.grupocimed.com.br

ANVISA http://portal.anvisa.gov.br

GS&MD – GOVÊA DE SOUZA www.gsmd.com.br

APM www.apm.org.br ASPA COSMÉTICOS www.aspacosmeticos.com.br

B BEAUTYCOLOR www.beautycolor.com.br BETULLA COSMÉTICOS www.betulla.com.br BIC www.bicworld.com/pt/ BOIRON BRASIL www.boiron.com.br

H HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ www.hospitalalemao.org.br HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO LUIZ www.saoluiz.com.br HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN www.einstein.br HOSPITAL SANTA CATARINA www.hsc.org.br

I

C CENOURA & BRONZE www.cenouraebronze.com.br CNC www.cnc.org.br CONFIRME www.confirmeonline.com.br CONNECT SHOPPER www.connect-shopper.com.br CRF-SP http://crfsp.org.br

D DOTE www.esmaltesdote.com.br

IBMEC/RJ www.ibmecrj.br ICESP http://icesp.org.br

ESPM www2.espm.br

F FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE www.facis.edu.br FHB www.anvisa.gov.br/hotsite/ farmacopeiabrasileira/ homeopatica.htm FIOCRUZ http://portal.fiocruz.br

O OMRON BRASIL http://omron.com.br OMS www.paho.org/bra ONG RIOVOLUNTÁRIO www.riovoluntario.org.br

P P&G www.pg.com/pt_BR

VALÉRIA CASTTRO ARQUITETURA DE NEGÓCIOS E VISUAL MERCHANDISING www.valeriacasttro.com.br VEET www.veet.com.br VIRTUAL GATE www.virtualgate.com.br VODOL www.vodol.com.br

Y YENZAH COSMÉTICOS www.yenzah.com

R RECKITT BENCKISER www.rb.com RISQUÉ www.risque.com.br ROCHE DIAGNÓSTICA www.roche.com.br

S

IDIS http://idis.org.br/

SBD www.sbd.org.br

IMS HEALTH www.imshealth.com

SBEM www.endocrino.org.br

INSPER www.insper.edu.br

SEBRAE-SP www.sebrae.com.br

J

V

PRÓ GENÉRICOS www.progenericos.org.br

SANDOZ www.sandoz.com.br SANOFI www.sanofi.com.br

SENAC SÃO PAULO www.sp.senac.br SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br STIEFEL www.stiefel.com.br

L LABORATÓRIO HOMEOPÁTICO ALMEIDA PRADO www.homeopatiaalmeidaprado.com.br LIBBS FARMACÊUTICA www.libbs.com.br

M MINISTÉRIO DA SAÚDE www.saude.gov.br MOHDA COSMÉTICOS www.mohda.com.br MUNDIPHARMA www.mundipharma.com.br

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NIVEA www.nivea.com.br

ICTQ http://ictq.com.br IDF www.idf.org

JOHNSON & JOHNSON www.jnjbrasil.com.br

E

N

U UNG www.ung.br UNIÃO QUÍMICA www.uniaoquimica.com.br UNICAMP www.unicamp.br UNIFESP www.unifesp.br UNISA www.unisa.brr USP www5.usp.br

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