269 Abr/15 Varejo estrangeiro

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Passível de réplica?

ano Xxii • nº 269 abril de 2015

É preciso ir além da pura e simples venda de artigos de conveniência para aplicar o modelo de varejo farmacêutico americano no Brasil. Os processos operacionais e de relacionamento com o cliente exigem afinamento para que se possa fazer frente a essas gigantes

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Editorial

Estratégia de negócios

Diversas redes brasileiras almejam atuar da mesma forma que as gigantes americanas

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br)

Por que as operações das farmácias brasileiras estão tão distantes da maturidade observada nos Estados Unidos? Seria realmente interessante aplicar o modelo americano no Brasil, sendo que se tratam de mercados tão distintos? A venda de artigos de conveniência é o melhor caminho para aumentar a rentabilidade das farmácias, que têm a margem de lucro tão apertada por conta da guerra de descontos? As discussões sobre o quão viável é replicar o modelo americano de farmácias no mercado brasileiro aparecem de forma mais evidente e as respostas às dúvidas não devem tardar a chegar, já que especulações dão conta de uma internacionalização mais contundente do varejo farmacêutico brasileiro, ficam assim os questionamentos a respeito do impacto que as novas operações causariam no varejo farmacêutico nacional. Acompanhe a reportagem de capa, feita pela repórter Flávia Corbó, e analise as mais diversas opiniões do setor, sobre essa movimentação inevitável. A gigante americana CVS Caremark, por exemplo, já está presente no País, com 80% do controle da Onofre. E o que se tem visto nos noticiários dos últimos

DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira

meses é que a CVS vem assediando o grupo DPSP, dono das redes de farmácias Pacheco e Drogaria São Paulo (DPSP), apesar dos envolvidos negarem. Outra grande reportagem que merece destaque nesta edição fica por conta dos rumores de que a Brasil Pharma esteja vendendo parte de seus ativos para concorrentes ou a completa negociação da rede com a megabandeira norte-americana Walgreens. A Brasil Pharma passa atualmente pelo momento mais delicado desde quando começou a ganhar corpo como grande player do mercado, em 2005. Atolada em maus indicadores e dívidas, a rede comandada pelo Banco BTG Pactual não tem conseguido extrair bons resultados. No terceiro trimestre de 2014, a companhia que tem capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou prejuízo acumulado de R$ 92,5 milhões, mesmo com o aumento das vendas brutas em cerca de 6,6% no mesmo período. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

analista de marketing Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães e Noemy Rodrigues

> www.guiadafarmacia.com.br

Editora-assistente Flávia Corbó

DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues

Estagiária de Redação Carine Pessoas

coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri

EDITOR de arte Junior B. Santos

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício

Colaboradores da edição Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Diagramação Suelen Gregorio Colunistas Gustavo Semblano, Magnus Franzen, Silvia Osso e Silvio Laban

Assistentes de arte Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone

ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta

IMPRESSÃO Abril Gráfica

Marketing e Projetos Luciana Bandeira

capa Shutterstock

foto: shutterstock

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Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

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sumário E mais #269 abril 2015

6 > Guia on-line 10 > Entrevista 18 > Antena Ligada 26 > Atualizando 34 > Guia da Farmácia Responde 64 > Estratégia 68 > E-commerce 80 > Ponto de Venda

Especial saúde

64 38 > Atualidade Indústria e varejo temem que as mudanças no cálculo do reajuste dos medicamentos possam limitar os descontos oferecidos ao consumidor final

46 > DEBATE CAPA

Muitos varejistas sonham em implantar modelos de farmácias similares aos praticados nos Estados Unidos. Especialistas em varejo discutem se a realidade se encaixaria no mercado brasileiro

92 > Dengue 96 > Gripes e resfriados 102 > Imunidade 108 > Estresse 116 > Ansiedade 122 > Fertilidade 130 > Gravidez 138 > Hipertensão 146 > Sortimento 154 > Mix 162 > Categoria 168 > Oportunidade 174 > Correlatos 178 > Hiperidrose 180 > Evento 190 > Sempre em Dia 194 > Serviços

ARTIGOs 54 > Especulação A Brasil Pharma passa atualmente pelo momento mais delicado desde que despontou como grande player do mercado, em 2005, e aumentam os rumores sobre a venda da empresa para estrangeiros

76 > Prevenção O varejo brasileiro deixa de ganhar R$ 1 bilhão com perdas operacionais, roubos e furtos. Em tempos de instabilidade econômica, a cifra pode ser a diferença entre concorrentes

84 > Comportamento Com o shopper cada vez mais exigente, é necessário investir em ferramentas e ações que proporcionem uma experiência de compra satisfatória

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36 > Tecnologia Magnus Franzen 44 > Consultor jurídico Gustavo Semblano 62 > Opinião Silvio Laban 75 > Varejo Silvia Osso Erratas • Diferente do que foi publicado na matéria Obtenção ampliada, página 59, edição 268, o medicamento Arcoxia não é um antibiótico. Ele faz parte da classe dos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). • A dose diária de paracetamol que deve ser evitada é de 3 g e não 4 g, como informado na reportagem Os reis dos MIPs, página 140, edição 268.

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Este selo nos artigos da revista indica conteúdo extra. Acesse o Portal e confira

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Acesse o Portal e confira as informações complementares do conteúdo editorial da revista, além de textos exclusivos a cada edição.

conteúdo extra no portal (a partir do dia 15 de cada mês) Na palma da mão Os varejistas que desejam se manter competitivos precisam se preparar para mais uma tendência que já está se transformando em realidade: o mobile commerce.

Fluxo na loja Além de melhorarem a segurança, câmeras de vigilância podem ser utilizadas para desvendar as áreas da farmácia que apresentam maior circulação de clientes. 6

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De olho no vizinho Veja o quanto mercados concorrentes, como o de supermercados, estão deixando de ganhar por conta de roubos, furtos e falhas operacionais. fotos: shutterstock

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o que rola nas redes sociais

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Dicas para atender melhor em 2015

sua opinião é muito importante para nós Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

Cadê a crise?

Não dá para entender isso, desde o ano passado que as vendas vêm caindo e vocês colocam que as vendas estão aumentando. Todos os amigos que eu conheço que têm farmácia estão falando da queda nas vendas, e com essa crise, o mercado tem previsão de dobrar? Chega a ser engraçado isso. Darley Santiago, em resposta à nota Venda de medicamentos cresceu 20,2% em 2014, postada no Facebook do Guia da Farmácia no dia 19/03

Responsabilidade compartilhada

Rótulos devem ter informações de componentes que podem causar alergia

Enquanto o farmacêutico for responsabilizado pela falha do médico, o paciente será prejudicado. Se a receita chega sem as informações na farmácia, é o paciente que fica sem o medicamento. Quando o médico deixar de ser protegido e for cobrado por seu trabalho, as coisas irão funcionar. Lorraine Gomes, em resposta à nota Receitas chegam às farmácias parceiras da Farmácia Popular de forma irregular, postada no Facebook do Guia da Farmácia no dia 16/03

Discurso X prática

Anvisa esclarece situação dos medicamentos Urbanil e Frisium

Venda de medicamentos cresceu 20,2% em 2014. Setor farma tem perspectivas de dobrar vendas nos próximos anos online_269_39_2.indd 7

Entendo a portaria, porém, na prática, é improvável que os prescritores atendam à legislação. Farmacêutico e balconista sofrem... Jonathan Silva, em resposta à nota Receitas chegam às farmácias parceiras da Farmácia Popular de forma irregular, postada no Facebook do Guia da Farmácia no dia 16/03

Pergunte e nós responderemos!

Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 34.

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Entrevista - Febrafar

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fotos: Fabiano Viana

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15 anos de história Intensa dedicação, grandes desafios e importantes conquistas marcam a trajetória evolutiva da Febrafar

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P o r L í g i a Fav o r e t t o

Fundada em fevereiro de 2000, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) é fruto da união de redes de farmácias com ampla atuação em diferentes estados do País – um agrupamento de associação que, devido à necessidade de seus empresários em inicialmente sobreviver no varejo local, decidiram criar uma entidade estratégica para a expansão de suas farmácias em todo o território nacional, tanto em número de lojas como em participação de mercado. Resguardadas as características regionais, soube lidar com a sabedoria ao direcionar sua atuação para o fomento ao empreendedorismo no setor, não se envolvendo partidariamente em questões políticas do País. De um grupo composto por 16 sócias fundadoras, hoje, a Febrafar reúne 46 redes, universo que insere no painel da indústria (IMS Health) mais de 9 mil farmácias e drogarias associativas e independentes. Hoje, ela se destaca no mercado por meio de suas ferramentas de gestão e operação comercial de toda a comunidade. Até o momento, disponibiliza um painel de gerenciamento para o estabelecimento (PAI), sistema integrado para compras conjuntas (SIC) e de gestão (SIGPHARMA), ferramenta de integração de dados das vendas (ACODE) e para a captação de fidelização de clientes (PEC). O presidente da Febrafar, Edison Tamascia, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela os caminhos que ainda pretende percorrer. Guia da Farmácia • Qual a importância desse marco de 15 anos para a Febrafar? Edison Tamascia • Existem algumas datas que acabam sendo meio cabalísticas, mas ao mesmo tempo mágicas no sentido de se comemorar números redondos. Dez, cinco, quinze, vinte, assim por diante. Quinze nos faz ver que somos uma

empresa jovem, somos deste século, mas com uma evolução enorme, tanto do nosso trabalho no associativismo, quanto do próprio segmento farmacêutico, que teve um desenvolvimento muito grande em relação ao crescimento, às mudanças, regras regulatórias, mudanças no perfil de comercialização, à mudança no perfil concorrencial. Então tudo isso é muito importante e a gente conseguiu transitar dentro desse meio, fazendo um processo evolutivo natural para que pudesse participar de tudo isso e ao mesmo tempo, inovando e trazendo alguns conceitos que hoje são utilizados pelo mercado. De alguma forma, nós somos pioneiros, inovadores ou pelo menos de vanguarda. Guia • O senhor acredita que o principal desenvolvimento do canal farma como um todo aconteceu também durante esses 15 anos? Tamascia • Eu acredito que sim, se a gente pegar em termos evolutivos, o que é o mercado farmacêutico hoje, retroagindo quinze anos, nós vamos ver um mundo totalmente diferente. Nós tivemos, primeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), temos o genérico que é de 1999, então também é um assunto novo que foi introduzido no mercado, são dois grandes marcos, sem dúvida nenhuma. Ainda existe outra situação, uma mudança da legislação em termos de tributação que é sobre a mudança da margem, em função da cobrança de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), é um assunto bastante relevante, que a gente passou no período. Por fim, o outro marco é a vinda da Farmácia Popular para os nossos estabelecimentos. Guia • E falando de Febrafar, nesses 15 anos, o que o senhor consegue enumerar como principais conquistas e os principais desafios? Tamascia • Nós temos na Febrafar um processo evolutivo que se deu da seguinte forma, em um primeiro momento, basicamente, você começa a disseminar um sonho, sonho da possibilidade de unir forças e a partir dessa união de forças, você poder criar uma empresa ou uma entidade respeitada. Há uma segunda etapa, que talvez a gente 2015 abril guia da farmácia

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Entrevista - Febrafar

comece a consolidar o sonho porque, a partir do momento em que mais gente começa a compartilhar do mesmo sonho, passamos a ensinar e aprender. Quando eu começo a juntar as redes todas e um passa sua experiência ao outro, e o outro passa para um outro, vê-se a disseminação de boas práticas dentro de toda comunidade. Mas ainda muito no campo do sonho, porque você não tem nenhuma ferramenta concreta que possa comprovar que aquilo que você está compartilhando tem resultado. A etapa mais importante da Febrafar vem a partir de 2006, 2007, quando a gente começou efetivamente a desenvolver ferramentas gerenciais, sistemas, material que pudesse ser utilizado na prática. Uma ferramenta que pudesse mostrar a vantagem competitiva, porque quando nós começamos a desenvolver nosso sistema de e-commerce, quando começamos a desenvolver nosso sistema de integração de dados nas farmácias, quando nós passamos a desenvolver o software de gestão das nossas farmácias, cartão fidelidade, você ganha a visibilidade do consumidor e depois, no final de tudo isso, você consolida e dá vida ao sonho. Quando se consegue a auditoria do IMS Health e da Close Up, por exemplo, é a consolidação do que somos. Guia • Por que trabalhar com o modelo do associativismo? Como o senhor colocaria o associativismo como um diferencial no mercado? Tamascia • O associativismo é uma prática comum da humanidade, sempre existiu, nós somos associados por natureza, nós vivemos do agrupamento, se nós retroagimos ou voltarmos lá na nossa pré-história, existia associação para caça, para evolução da humanidade. A Maçonaria é uma associação de 1500, a Segunda Guerra Mundial foi vencida com a associação de países, isso é uma associação. A própria cultura brasileira do cooperativismo nada mais é do que uma associação de pessoas, então, o associativismo no modelo que nós utilizamos foi uma ferramenta possível para que pudéssemos ficar mais fortes perante uma economia que estava e está em constante mudança. Num país sem inflação ou com a inflação controlada, 14

é necessário que você tenha algumas ferramentas competitivas, talvez isso não fizesse sentido antes de 1994, a associação trouxe esse ganho de escala para todo mundo. Guia • Vocês falam muito das ferramentas de gestão, de se ter um controle de tudo o que é feito, por que gestão é tão importante? Por que o senhor acha que ela traz o sucesso do que vocês têm vivenciado hoje? Tamascia • Cada vez mais, alguns fatores são relevantes, como, por exemplo, a imagem de preço que a farmácia precisa ter, o nível concorrencial, empresas profissionalizadas, na maioria das vezes, empresas de médio e de grande porte, onde você não tem uma perda, abre mão de uma lucratividade diferente do que você tinha no passado, te leva à necessidade de gerenciar de uma forma mais precisa para que você continue atingindo os lucros. Não tem como fazer tudo isso de uma forma intuitiva, é preciso que você tenha ferramentas que te permitam tomar uma decisão mais assertiva e foi basicamente isso que nós fizemos ao longo dos últimos anos, disponibilizar, para nossas farmácias, ferramentas para que possam ter uma visão clara de qual caminho estão seguindo, qual é o efeito de uma ação involuntária ou voluntária que não foi medida de uma forma correta no seu negócio. Então foi isso que a gente sempre priorizou. Apesar de sermos uma farmácia individualmente pequena, como grupo, ela é grande e tem ferramentas que as grandes redes também têm para medir sua tomada de decisão. Guia • O senhor comentou que a lucratividade mudou, em que sentido? No sentido do que é consumido, no sentido do que a farmácia vende hoje? Tamascia • Na verdade, existe um conjunto de fatores, em uma economia estável, estabilizada, você tem naturalmente o aumento de medicamentos uma vez por ano. Então todo mundo sabe o preço do produto, todo mundo sabe quanto custa, o usuário do medicamento sabe disso. Então você tem cada vez mais concorrentes, competindo baseados no preço, nós não somos diferentes, nós também somos assim. Cada vez que você fala em preço, a tendência é que se diminua a margem para continuar a ser competitivo, por outro lado, você tem um aumento natural dos custos operacionais da loja, aumento salarial, aumento de impostos, aumento na operação como um todo, isso vai fazer com que, cada vez mais, a lucratividade seja menor. Ou seja, ela tem de ser mais bem gerenciada para que ela simplesmente aconteça. Muitas vezes, o cara não consegue medir, nem sabe se está tendo ou não resultado. Guia • E hoje, a população ainda vai em busca do melhor preço de medicamento?

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Tamascia • Ainda não, sempre foi e sempre vai ser assim. É obvio que existem outros fatores fundamentais na composição do estabelecimento para que ela seja objeto de escolha. Se você sair em qualquer esquina de qualquer estado brasileiro e tiver a possibilidade de andar 300 metros em qualquer lugar deste País, você vai achar duas, três, quatro farmácias, que em tese são exatamente iguais. Iguais em que sentido? Vendem os mesmos medicamentos, têm a mesma tabela de preços controlada pelo governo, dizendo qual é o preço de referência daquele produto. Para que você seja objeto de escolha, para não perder o consumidor, é preciso que se tenha um conjunto de fatores e eles passam por um processo de gestão. O conjunto de fatores começa pelo próprio atendimento, o mix de produtos, o layout da loja, a imagem que a farmácia conseguiu na comunidade. Esse conjunto de fatores é que fará com que a farmácia seja objeto de escolha de alguém. E tudo isso tem de ser medido, como é que eu tenho um mix adequado, a partir do meu sistema operacional, a partir das informações que eu tenho, como eu tenho um custo adequado para que eu seja competitiva no preço, o custo para manter esse estabelecimento aberto. Como é que eu tenho um bom atendimento? Oferecendo para ele um bom layout, uma precificação correta, uma exposição benfeita dos produtos. Então é esse conjunto de fatores que faz com que você escolha alguém. E não tem como fazer isso de uma forma intuitiva, tem de ser medido com uma ferramenta. Guia • O senhor acredita nas farmácias como um estabelecimento de saúde? Tamascia • Eu não acredito. Eu respeito. Guia • O senhor acha que não tem como desvincular, por exemplo, um estabelecimento comercial que visa lucro de um estabelecimento de saúde? Tamascia • Não tem como. Podemos até atuar no segmento de saúde, somos um estabelecimento comercial de produtos para saúde. Acho que esse desejo da farmácia se tornar um estabelecimento de saúde está muito mais na profissão do farmacêutico o qual eu respeito muito, mas não acredito sinceramente nesse modelo concorrencial. As pessoas ainda vão comprar buscando preço e se você gasta muito com o serviço, você acaba tendo um preço também menos competitivo. Guia • Essa questão das farmácias também se colocarem como centros de beleza ou venda de perfumaria, tudo bem? Está dentro do parâmetro comercial? Tamascia • Isso há muito tempo. O que as farmácias têm feito é sofisticar um pouco a linha de produtos com que trabalham, mas historicamente a venda de não

medicamento na farmácia tem sido, ao longo do tempo, nos últimos dez, quinze anos, em torno de 30%. O que talvez você tenha de diferencial, é que está sofisticando produtos que você comercializa. Guia • Umas das inovações da Febrafar foi a aposta nas redes mais populares. Por que isso aconteceu? Isso veio para combater, por exemplo, fusões e aquisições de grandes redes? Ou é mais uma estratégia de ampliar os produtos que vocês têm? Tamascia • Não, de forma nenhuma. Nós não fazemos nada para combater ninguém, o que nós fazemos aqui é ter um estudo de mercado que nos mostra para onde ir. E a gente percebeu, há 3, 4 anos, que existia um nicho sendo desenvolvido nesse mercado por algumas farmácias populares, por algumas iniciativas, que nos pareceu bastante plausível. Nós não queremos substituir uma farmácia por outra, mas nós queremos oferecer mais uma alternativa para o empresário. Guia • E quais são as novidades para a comemoração dos 15 anos? Tamascia • Eu não tenho nada de novidades, talvez a minha maior novidade é não ter nenhuma novidade. Nós estamos acompanhando a tendência de mercado, fazendo orientação ao nosso associado sobre qual caminho tomar e de que forma agir. Eu diria para você o seguinte, se eu imaginar que eu preciso ter uma farmácia competitiva enquanto empresário, e se eu utilizar todas as ferramentas que a Febrafar tem disponível, eu serei extremamente competitivo. Eu não preciso inventar mais nada, neste momento. Pode ser que, daqui a seis meses, o mercado mude e eu tenha de inventar alguma coisa, mas nesse momento, o que eu tenho como objetivo de comemoração é fazer com que todas farmácias que estão embaixo da nossa bandeira entendam a necessidade de otimização da ferramenta. Guia • E qual é o caminho para uma farmácia sobreviver no mercado? Tamascia • Sobreviver é só abrir a porta, agora, prosperar é outra coisa. Sobreviver é a coisa mais fácil do mundo, abriu a porta, ela vende o suficiente para sobreviver. Agora, prosperar é você atender à necessidade do consumidor, ou seja, prosperar é você ter uma estratégia. Essa estratégia passa por uma forma de reter o cliente que entra dentro da sua loja. Guia • O cliente é estudado todos os dias na Febrafar? Tamascia • Nós temos uma base de 3 milhões de clientes que acompanhamos diariamente. Hoje, nós temos um número significativo, nós medimos consumo, frequência de compra, tipo de compra, etc. 2015 abril guia da farmácia

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Ritmo de investimentos Setor farmacêutico evolui e investe em novas parcerias e segmentos para otimizar vendas. Aquisições de renovações de linhas e categorias estão entre as apostas Por Tassia Rocha

Transações no setor

A GlaxoSmithKline (GSK) e a Novartis anunciaram, no início de março deste ano, que concluíram uma série de troca de ativos no valor de mais de 20 bilhões de dólares que vai redesenhar as farmacêuticas. A GSK está formando uma joint venture de saúde para consumidores com a Novartis, ao mesmo tempo em que compra o negócio de vacinas da companhia suíça e aliena seu portfólio de medicamentos para o câncer à Novartis. A empresa, que agora planeja retornar 4 bilhões de libras (6,2 bilhões de dólares) a acionistas, disse que fornecerá uma visão aprofundada de suas perspectivas numa reunião com investidores a ser realizada quando divulgar seus resultados para o primeiro trimestre, em 6 de maio próximo. • www.gsk.com.br • www.novartis.com.br 18

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Fusão no setor

A Valeant Pharmaceuticals confirmou, no fim de fevereiro deste ano, um acordo para comprar a Salix Pharmaceuticals por cerca de US$ 10 bilhões, no mais recente sinal de que o ritmo de consolidação da indústria farmacêutica continua forte. A agência Bloomberg já havia informado anteriormente que a Valeant e a Salix haviam chegado a um acordo de US$ 158 por ação. A transação representa a união de duas empresas que tentaram, mas não conseguiram, se unir a outras companhias no ano passado, em meio a um frenesi de ofertas de compra no setor farmacêutico. Muitas empresas estão buscando fusões que podem ajudá-las a se tornarem mais eficientes e se manterem fortes para enfrentar os rivais. • www.valeant.com fotos: shutterstock

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CONFIANÇA DO CONSUMIDOR

EXPANDINDO O MERCADO

Player de um setor privilegiado, por lidar com itens de primeira necessidade e que vem se destacando nas vendas da categoria beleza (uma das que ainda crescem no Brasil), a rede gaúcha de farmácias Panvel prepara sua expansão para o mercado paulista. Hoje, a rede está presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas segundo o presidente, Julio Motin Neto, em 2016, a rede inaugurará sua primeira loja no estado de São Paulo. A flagship de 300 metros quadrados estará em um novo shopping construído no bairro do Morumbi – quase em frente ao shopping Jardim Sul. • www.panvel.com

CRESCIMENTO MENSAL

A Drogaria Nova Esperança tem apostado no mercado corporativo e nas parcerias com as empresas do Programa de Benefício de Medicamento (PBM) para expandir seus negócios pelo Brasil. A empresa registra um crescimento mensal de quase 10% no mercado corporativo e fornece periodicamente medicamentos para cerca de 16 mil vidas beneficiadas por programas de assistência farmacêutica, o que representa, em média, 300 pedidos por dia. A previsão da Nova Esperança é de um crescimento de 100% nesse mercado em 2015. • www.drogarianovaesperanca.com.br 20

Os medicamentos similares, que agora passam a se chamar equivalentes, vêm conquistando cada vez a confiança do consumidor brasileiro e começam a aparecer como fortes concorrentes aos genéricos no mercado doméstico, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), em parceria com o Instituto Datafolha. No ano passado, 54% da população respondeu confiar nesse tipo de produto para compra e consumo, com 19 pontos percentuais de avanço em relação à pesquisa anterior, realizada em 2012. Ao mesmo tempo, os genéricos e os medicamentos de referência ficaram praticamente estáveis. • http://ictq.com.br

PLANEJAMENTO DE 2015

O comando da Raia Drogasil, maior grupo de varejo de farmácias no País, informou, no início de março, que não pretende entrar em novos mercados neste ano, após anunciar a abertura de primeiras lojas em cinco estados do Nordeste em 2014. “Não estamos vendo novos mercados para 2015. Vamos explorar aqueles que já estamos desenvolvendo, inclusive os do Nordeste”, disse o presidente da empresa, Marcílio Pousada. A companhia informou ainda que planeja a abertura do primeiro centro de distribuição no Nordeste, em Recife, no fim de 2015, para iniciar a operação em 2016. O centro de distribuição conseguirá atender até 150 lojas. • www.raiadrogasil.com.br

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NOVO CEO

A Sanofi anunciou, em fevereiro deste ano, o nome de Olivier Brandicourt como seu novo executivo-chefe (CEO). O veterano da indústria farmacêutica vai liderar uma das maiores fabricantes de medicamentos e de vacinas do mundo, que enfrenta forte concorrência e se prepara para lançar novos produtos cruciais. A nomeação de Brandicourt encerra meses de especulação sobre quem iria tomar as rédeas da fabricante de medicamentos francesa, após a demissão abrupta de Christopher Viehbacher, em outubro de 2014. • www.sanofi.com.br

RESULTADO POSITIVO CONSOLIDAÇÃO DE UMA HISTÓRIA

A celebração dos 15 anos de história da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) acontecerá no dia 14 de abril de 2015, em jantar que será promovido no Salão Social do Círculo Militar de São Paulo, numa cerimônia que recepcionará em torno de 600 convidados. Além dos diretores da federação, participarão da solenidade ícones do associativismo e as principais personalidades do mercado farmacêutico. • Para obter mais informações, ligue (11) 3285 3494 (Central Administrativa da Febrafar) ou envie um e-mail para comunicacao@febrafar.com.br. • www.febrafar.com.br 22

A indústria farmacêutica registrou alta de 10,3% no valor de suas vendas, em janeiro de 2015, na comparação com o mesmo mês de 2014. O faturamento foi de R$ 5,5 bilhões. Apesar do resultado positivo, o crescimento foi o menor registrado em um mês de janeiro desde 2009, quando o setor avançou 3,71% . A desaceleração é creditada à crise econômica. Na comparação com dezembro de 2014, houve um recuo de 6,64% . De dezembro de 2013 para janeiro de 2014, a queda havia sido de 0,4% . “O custo de produção também está nos prejudicando. Cerca de 95% da nossa matéria-prima é importada e, com o dólar alto, fica difícil”, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. • www.sindusfarma.org.br

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Nova campanha

No início do mês de fevereiro de 2015, a Cifarma lançou a campanha de mídia da linha Probentol. A linha é composta por 4 produtos: Probentol Baby, Probentol Derma Solução, Probentol Derma Creme e Probentol Derma Hair Spray, sendo este o carro-chefe da linha e o único dexpantenol na versão spray. O coquetel de lançamento aconteceu em sua matriz, na cidade de Goiânia (GO), com a presença de farmacêuticos e gerentes das redes de drogarias e proprietários de algumas drogarias independentes da região, com um bate-papo entre blogueiras e a agência O.F. que fez toda a campanha de mídia do produto. A linha Probentol está na internet, através de seu site (www.probentol.com.br) e nas redes sociais como Instagram e Facebook. O comercial da linha Probentol está sendo veiculado em rede nacional pela Globo, SBT, Record, Rede TV e Gazeta. • www.cifarma.com.br

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INVESTIMENTO EM CONTEÚDO

O Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec) abriu inscrições para o curso Formação de Gestores de Alto Desempenho para Farmácias, que visa capacitar os participantes a controlar os fatores críticos de sucesso de uma farmácia e a desenvolver as competências necessárias para gerar os melhores resultados. O curso será ministrado em quatro dias, totalizando 32 horas de conteúdo, divididas em três módulos. As aulas ocorrerão entre os dias 27 e 30 de abril de 2015, das 8h30 às 17h30, na sede do Cpdec, em Campinas, interior de São Paulo. O valor do investimento no curso é de R$ 3,4 mil, mas associados à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) têm direito a 50% de desconto. Para mais informações, enviar e-mail para anapaula@cpdec.com.br.

SETOR EM ALTA

A retração do comércio varejista, observada por vários segmentos em 2014, não afetou as vendas do setor farmacêutico, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O estudo, realizado pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), revela que as grandes redes de farmácias fecharam o ano com um faturamento de R$ 32,39 bilhões em vendas, 12,81% maior do que no ano anterior. Desde 2010, o faturamento cresceu 90,34% , cerca de R$ 15,37 bilhões. • www.abrafarma.com.br 24

CURSO GRÁTIS SOBRE ATENÇÃO FARMACÊUTICA

Confira no Treina PDV Farma o curso rápido gratuito Como implementar a Atenção Farmacêutica nas farmácias e drogarias . O curso em vídeo apresenta conceitos e benefícios relacionados à Atenção Farmacêutica, etapas para implantar o serviço na farmácia ou drogaria, como fazer o planejamento e execução e o que diz a legislação sobre o serviço. O Treina PDV Farma é a plataforma de cursos on-line da Contento Comunicação para o varejo farmacêutico, em que estão disponíveis ainda diversos cursos rápidos gratuitos, além de um programa de capacitação composto por 12 módulos, ferramentas interativas, avaliações e certificados. O programa de capacitação requer o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custo-benefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Já para acessar os cursos rápidos gratuitamente, basta preencher um pequeno cadastro! Para conhecer e experimentar, acesse: • www.treinapdvfarma.com.br Informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento. com.br) ou ligue (11) 5082 2200

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Para todos os estágios A indústria farmacêutica disponibiliza medicamentos que agem contra dores e desconfortos dos mais diversos tipos e intensidades. Farmácias e drogarias devem ficar atentas às novidades do setor e oferecer um mix de qualidade Por Tassia Rocha

Tenoxicam Medquímica

A Medquímica apresenta o Tenoxicam Genérico, anti-inflamatório não esteroide, que tem como referência o Tilatil®. O medicamento é recomendado para tratamentos de inflamações degenerativas e dolorosas do sistema musculoesquelético, como artrite reumatoide, osteoartrite, osteoartrose, espondilite anquilosante, gota, dor pós-operatória, tendinites e bursites. Tenoxicam é encontrado na apresentação de 20 mg em caixa com 10 comprimidos revestidos e é mais um lançamento da linha de genéricos da Medquímica. MS 1.0917.0094.001-3 www.medquimica.com 26

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Migrainex

Hypermarcas

Para auxiliar o alívio da dor de cabeça, chega ao mercado Migrainex, produto de ação rápida indicado para todos os tipos e intensidades de dor de cabeça e enxaqueca. Migrainex é recomendado para pessoas com mais de 12 anos, não possui contraindicações vasculares e pode ser usado por hipertensos ou cardíacos. O produto já está disponível nas farmácias de todo Brasil em cartuchos de 20 comprimidos. MS 1.7287.0515 www.hypermarcas.com.br fotos: divulgação

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Frusalt

Grupo Cimed

O Grupo Cimed coloca no mercado um antiácido em pó efervescente composto por três ativos e sua principal ação é o alívio da azia e má digestão. O produto está disponível nas apresentações: em display com 60 sachês de 5 g cada e em pote com 100 g. MS 1.4381.0164 www.grupocimed.com.br

Geromax Femme Naturelife Suplementos Alimentares

O Grupo Natulab está lançando, por meio da Naturelife Suplementos Alimentares, o Geromax Femme. O produto é ideal para mulheres, contém as principais vitaminas e minerais antioxidantes (vitaminas A, C e selênio), além de ter em sua composição o licopeno, carotenoide que possui ação antioxidante, e colágeno, importante para a manutenção saudável do tecido epitelial. Juntos, os componentes do Geromax Femme formam um composto ideal que proporciona saúde e juventude à pele. MS 6.6339.0019.001-6 www.naturelifenutricao.com.br

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Hidroclorotiazida NesLac® Comfor Nestlé

A Nestlé acaba de lançar o NesLac® Comfor. Composto lácteo premium criado exclusivamente para o mercado brasileiro. Formulado com nutrientes importantes para a infância, que contribuem ao desenvolvimento saudável, o produto combina prebióticos, DHA, cálcio, ferro, zinco e vitaminas A, C e D, e não contém aromatizantes e nem sacarose em sua formulação. MS registro no Ministério da Agricultura 0017/468 www.nestle.com.br

Deltametril® Medquímica

A Medquímica retorna com o Deltametril®, um grande sucesso de vendas. O medicamento é indicado no tratamento e profilaxia da pediculose (piolhos), da fitiríase (chatos), da escabiose (sarna) e das infestações por carrapatos em geral. MS 1.0917.0047.001-7 www.medquimica.com 28

Teuto

O laboratório Teuto disponibiliza ao mercado farmacêutico mais um medicamento genérico. A novidade, que possui a Hidroclorotiazida como princípio ativo, possui propriedade diurética, ou seja, aumenta a eliminação de líquidos do organismo através da urina, sendo destinada ao tratamento da pressão alta, dos inchaços associados com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e eficaz no inchaço relacionado a várias formas de disfunção renal. O medicamento genérico Hidroclorotiazida está disponível nas concentrações de 25 mg e 50 mg, ambas com 30 comprimidos. MS 1.0370.0609.005-7 (25 mg) MS 1.0370.0609.007-3 (50 mg) www.teuto.com.br

Aceviton

Grupo Cimed

A vitamina C em comprimido efervescente é indicada como auxiliar no sistema de defesa do organismo, além de ser um importante antioxidante e fundamental para a produção de colágeno. Apresentação: caixa com 10 comprimidos efervescentes; diferencial: não contém açúcar. MS 1.4381.0165 www.grupocimed.com.br

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MULTIGRIP® MULTILAB

MultiGrip® é um medicamento para os múltiplos sintomas com ação em congestão nasal, coriza, febre, cefaleia, dores musculares e demais sintomas típicos de gripes e resfriados. Presente no mercado brasileiro desde 2002, fabricado por Multilab, uma empresa do grupo Takeda, o medicamento está disponível nas apresentações: caixa (20 cápsulas), blister avulso (10 e 4 cápsulas) e solução oral com aroma de frutas vermelhas. Classificado como Medicamento Isento de Prescrição (MIP), MultiGrip® é líder contra os sintomas da gripe. MS 1.1819.0021 www.multilab.com.br

DERMOPANTOL UNIÃO QUÍMICA

União Química lança Dermopantol, creme com alta concentração de pró-vitamina B5 (Dexpantenol) associada ao óleo de amêndoas doces e à lanolina, proporcionando hidratação intensa e ação regeneradora natural da pele, principalmente em áreas do corpo que necessitem de cuidados intensos, como: lábios, áreas depiladas, cutícula, cotovelo, joelho, calcanhar, áreas tatuadas e com atrito constante. Dermopantol é livre de corantes, conservantes, perfume – testado dermatologicamente. Disponível em creme – bisnaga 20 g. MS Aut. Func. 2.05203-1 - No Processo 25351.468473/2013-13 www.uniaoquimica.com.br

LINOLEIC NUTRIFY

Estudos revelam que o ganho de peso, especialmente na região abdominal, não está relacionando apenas a um descontentamento na questão da beleza e estética, mas também é um sinal de alerta para a saúde, pois o excesso de gordura ao redor da cintura aumenta os riscos de desenvolver doenças do coração e do fígado, diabetes e colesterol. Para auxiliar no foco de perder os centímetros a mais, a Nutrify apresenta ao mercado brasileiro o Linoleic, um suplemento nutricional com ativos importantes, que atuam diretamente na redução de gordura corporal. MS 4.9124.0146 www.integralmedica.com.br/linhas/nutrify

ALIVIOL AEROSSOL CIFARMA

A marca Aliviol ganhou mais um integrante: Aliviol Aerossol. Aliviol Aerossol foi desenvolvido para massagem muscular, com sensação de alívio e frescor imediato. Aliviol Aerossol também dá sensação de conforto e refrescância. Aliviol Aerossol é apresentado em frasco aerossol com 120 mL. MS AFE 2.04130-1 Nº Processo: 25.351.356384/2014-85 www.cifarma.com.br 2015 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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FINASTERIDA

Atorvastatina cálcica

O Laboratório Teuto lança mais um produto de sucesso no mercado, o genérico Finasterida de 1 mg. O medicamento, na forma de comprimido revestido, é um agente utilizado no tratamento da calvície masculina, reduzindo especificamente os níveis de di-hidrotestosterona (DHT), a causa principal de queda de cabelo de padrão masculino. Dessa maneira, a finasterida ajuda a reverter o processo da calvície, levando ao aumento do crescimento capilar e à prevenção de perdas adicionais de cabelo. Finasterida está disponível em embalagens contendo 30 e 60 comprimidos revestidos de 1 mg. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.teuto.com.br

A Neo Química traz ao mercado a atorvastatina cálcica: medicamento indicado para redução dos níveis de colesterol no sangue e prevenção de doenças cardíacas e vasculares. A atorvastatina faz parte da classe dos medicamentos conhecidos como estatinas, que agem no fígado inibindo as enzimas responsáveis pela produção de colesterol LDL, conhecido como o colesterol ruim, que em níveis altos pode levar ao entupimento de artérias, doenças cardíacas e AVC. MS 155.840.418 www.neoquimica.com.br

Teuto

Neo Química

Linha Nasojet

Natulab Laboratório Farmacêutico

Cicatrigel

União Química

Cicatrigel é um gel hidratante formulado a base de extratos naturais que promove a hidratação da pele, protegendo e melhorando a aparência da pele com cicatrizes. Pode ser utilizado nos casos de cicatrizes provenientes de acidentes, acne, estrias, entre outros. Cicatrigel possui fragrância suave e está disponível em gel - bisnaga 30 g. MS Aut. Func. 2.05203-1 - No Processo 25351.437753/2014-43 www.uniaoquimica.com.br 32

O Nasojet Maris spray é uma solução isotônica de cloreto de sódio, estéril, sem vasoconstritor e livre de conservantes. O produto é indicado como fluidificante e descongestionante nasal e utiliza a tecnologia BOV (Bag on Valve, em inglês), que permite a aplicação do spray com o frasco em qualquer posição. O medicamento tem apresentações de frasco com 100 mL, nas versões adulto, baby (com bico aplicador mais delicado e menor, utilizado em bebês e crianças) e a versão jato forte. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº 199/2006 AFE Nº 1.03.841-3 www.natulab.com.br

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Onde encontro a resolução que descreve qual a temperatura mínima e máxima para armazenagem dos medicamentos em uma drogaria? 34

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fotos: shutterstock/divulgação

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envie sua pergunta, nós respondemos!

M a r i a Apa r e c i d a N ic o l et t i

Pergunta enviada pelo farmacêutico Lourenço Furtado, de Caxias do sul (rS)

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Farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG)

Entre inúmeros fatores extrínsecos (luz, tempo, oxigênio, dióxido de carbono, microrganismo, umidade, temperatura, além do transporte) que afetam a estabilidade de medicamentos, a temperatura e a umidade são de extrema importância. A presença no ambiente de luz solar, lâmpadas que emanam calor, infiltrações e condições de infraestrutura física inapropriada (telhas que não permitem o isolamento térmico, por exemplo) são fatores que poderão incidir negativamente sobre os medicamentos que poderão ter a sua estabilidade comprometida (química, física, terapêutica, toxicológica e microbiológica). Para assegurar as Boas Práticas Farmacêuticas, foi publicada a Resolução RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009, que estabelece os critérios e condições mínimas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Outro aspecto que merece ser mencionado é sobre o estabelecimento das faixas de temperatura que estão descritas no medicamento. A Farmacopeia Brasileira, em sua 5ª Edição (2010), traz a informação quanto ao entendimento sobre faixas de temperatura. Saliente-se que o fabricante do medicamento indica em sua embalagem secundária em quais condições aquele medicamento deverá ter sua armazenagem correta e, portanto, deverá ser seguido por todos, drogarias e usuários de medicamentos. O prazo de validade é o tempo durante o qual o produto poderá ser usado, caracterizado como período de vida útil

e é fundamento nos estudos de estabilidade específicos. O estudo de estabilidade de medicamentos é a área do controle de qualidade em que se verificam, entre inúmeros aspectos importantes para o estabelecimento do prazo de validade, as condições adequadas de transporte e armazenamento do produto. Portanto, para que o medicamento seja efetivo e seguro, é necessário que sejam observadas as orientações descritas pelo fabricante, na respectiva bula do medicamento, embalagem primária e embalagem secundária do medicamento. Não há uma faixa única de temperatura que garanta a estabilidade de todos os medicamentos e, portanto, as condições de armazenagem estabelecidas para o medicamento devem ser seguidas, o que exige da farmácia/drogaria locais específicos para a manutenção da integridade dos medicamentos, de acordo com as diferentes temperaturas propostas. A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) traz, em seu site, o Roteiro de Inspeção de Drogarias que pode ser verificado pelo endereço eletrônico: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/upload/chamadas/roteiro_ inspecao_drogarias_1338492192.pdf. Entre as inúmeras considerações tratadas no roteiro, há o item: • Cada produto deve ter sua armazenagem de acordo com a orientação do fabricante, o que envolve a separação de áreas, conforme as diferentes temperaturas de armazenagem especificadas, com registros da medição para a comprovação da manutenção da faixa de temperatura em questão. 2015 abril guia da farmácia

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Tecnologia

Estabelecimento de projetos PDP eyeforpharma apresentará temas que estão em linha com as necessidades de mercado. O objetivo é fornecer conteúdo para embasamento dos negócios

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Magnus Franzen Head of Business Intelligence Pharma do eyeforpharma (mfranzen@eyeforpharma.com) 36

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Em maio deste ano, acontecerá o 3º Congresso Anual eyeforpharma Brasil 2015, com o tema: “Acesso ao Mercado Público e Privado”. O diretor-geral da Sanofi Pasteur, Hubert Guarino, apresentará o tema: “Análise das melhores práticas na transferência de tecnologia biológica: Lições aprendidas da Sanofi Pasteur”. O estabelecimento e concretização de projetos de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) na área da saúde no Brasil aparece como um tema de grande relevância para o setor. Trata-se de uma nova política industrial com o objetivo principal de desenvolver a indústria no País. Dentro da área da Saúde, o foco está em estratégias que visam ampliar o acesso da população a produtos estratégicos, diminuir a vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), reduzir a dependência produtiva e tecnológica e racionalizar o poder de compra do Estado. As primeiras PDPs foram as ligadas às vacinas, como a contra a gripe, concretizada pelo grupo Sanofi Pasteur, além da tríplice acelular pa-

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ra gestantes, a vacina contra HPV, a contra hepatite A, entre outras produzidas por laboratórios de outras multinacionais privadas. A lei de PDPs foi recentemente revisada e a nova regulamentação tenta significativamente melhorar o contexto regulatório, colocando as regras mais alinhadas com a prática, tanto para os eventos positivos, como também aos a ser melhorados e identificados com a experiência que o Brasil hoje detém. O tema do congresso, “Acesso ao Mercado Público e Privado”, se insere totalmente na estratégia que o governo estabeleceu e que tem se mostrado muito efetiva em estabelecer relações de colaboração e codesenvolvimento entre instituições privadas e públicas em melhorar a aquisição de tecnologia. O evento reunirá todos os atores que fazem parte desse modelo, incentivando debates de temas críticos e gerando ideias para uma redução da dependência e do déficit da saúde no Brasil dentro de um momento de limitações de recursos. foto: divulgação

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Reajuste questionável GOVERNO PROMOVE MUDANÇAS NO CÁLCULO DO PREÇO DOS MEDICAMENTOS VISANDO DESAFOGAR O CONSUMIDOR, MAS VAREJO E INDÚSTRIA AFIRMAM QUE O EFEITO PODE SER CONTRÁRIO POR FLÁVIA CORBÓ

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O mês de março é tradicionalmente conturbado dentro do setor farmacêutico, pois é quando o Ministério da Saúde e a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) divulgam a taxa de reajuste de preços. Em 2015, não foi diferente, mas o anúncio de um novo modelo de cálculo do percentual de reajuste fez com que as discussões a respeito do tema fossem ainda mais acaloradas que de costume.

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No dia 27 de fevereiro último, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vieram a público informar a respeito das alterações, que teriam sido feitas com o intuito de adequar o índice à realidade do mercado farmacêutico, favorecendo a concorrência. Um dos principais impactos da mudança é a redução do rol de medicamentos sujeitos ao maior reajuste de preço. Do total, 21,57% dos medicamentos regulados terão o maior reajuste. Esse grupo é composto por FOTO: SHUTTERSTOCK

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NOVA PROPOSTA O senador José Antônio Machado Reguffe (PDT-DF) apresentou ao Senado uma proposta de emenda à Constituição que acaba com a cobrança de impostos sobre medicamentos (PEC 2/2015). Ela é baseada em exemplos de outros países, como Inglaterra, Canadá e Colômbia, que isentam os medicamentos de tributos, enquanto que, no Brasil, 35,7% do preço dos medicamentos refere-se a impostos. Para o parlamentar, a cobrança é inaceitável por ser o medicamento um produto essencial à saúde e à vida do usuário. O senador relatou que, quando chegou à Câmara dos Deputados, em 2011, propôs o fim dessa tributação e quis saber quanto o governo perderia com a medida. O Ministério da Fazenda informou que a União deixaria de arrecadar R$ 3 bilhões, o equivalente a 0,1% do orçamento. De acordo com Reguffe, é um impacto muito pequeno, considerando que se trata de um benefício direto na vida de milhares de brasileiros. “E não dá nem para dizer que retirar impostos de medicamentos vai beneficiar laboratórios ou farmácias, já que o preço máximo que pode ser cobrado ao consumidor é regulado. Ou seja, é só reduzir o preço máximo na mesma proporção da isenção que vamos ter a garantia de que toda a isenção vai ser revertida diretamente para o consumidor final”, defende o senador.

medicamentos de maior concorrência e também pelos de menor preço e custo tecnológico, por isso, tendem à manutenção de preços mais baixos. A maioria dos medicamentos (51,73%) vai receber o menor índice de reajuste. São produtos de maior custo, de baixa concorrência e alta tecnologia, que compõem o grupo classificado como mercado altamente concentrado. Os de mercados moderadamente concentrados respondem por 26,70% do total.

Os três níveis de reajuste de preço são definidos conforme a concorrência dos grupos de mercados, classificados como não concentrados, moderadamente concentrados e altamente concentrados. A ampliação do grupo autorizado a fazer o menor reajuste de preço ocorre porque o novo cálculo adotará o modelo internacional para a medição do poder de mercado individual de empresas ou grupos econômicos – o Índice Herfindahl-Hirschman (IHH). A partir de agora, também será considerado o mercado como um todo, não somente o varejista, tanto que, pela primeira vez, serão incluídas as vendas hospitalares e compras públicas. De acordo com o governo, as novas medidas também vêm acompanhadas da intenção de trazer mais 2015 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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transparência a respeito dos critérios levados em consideração no cálculo de reajuste. Cada um dos fatores que compõem a fórmula, como produtividade (X), os ajustes de preços relativos entre setores (Y) e intrassetor (Z), terá uma data para ser publicado pela Cmed. O fator X deve ser divulgado em setembro, o Y, 30 dias antes do ajuste e o Z, até 60 dias após as empresas entregarem seus relatórios de comercialização com informações sobre faturamento e quantidade de produtos vendidos. E, a partir de agora, a atualização de dados por parte da indústria será semestral, com a intenção de facilitar o monitoramento de mudanças e tendências no mercado.

REPERCUSSÃO INEVITÁVEL O percentual de reajuste deverá ser divulgado pela Cmed no dia 31 de março, após a publicação oficial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como prevê a regra (o fechamento desta edição do Guia da Farmácia aconteceu no dia 23 de março). Com as mudanças no cálculo, a expectativa é de que o percentual médio de reajuste fique abaixo da inflação, a exemplo do que vem ocorrendo há alguns anos, mas, mais que isso, o percentual deve ser menor em relação ao que seria fixado com a regra anterior e mais medicamentos deverão receber o menor reajuste de preço. Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a nova metodologia trará um impacto expressivo nos gastos com medicamentos no País. “A expectativa é de ter uma redução na ordem de R$ 100 milhões, em um ano, para o mercado geral de medicamentos, para famílias, governos e prestadores de serviços que compram medicamentos”, afirmou, em nota oficial. Apesar do discurso otimista, representantes de outros players do mercado não pensam da mesma maneira a respeito das mudanças estabelecidas pelo governo. Há anos, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, critica o percentual de reajuste abaixo da inflação. “Isso vem deixando as empresas com rentabilidade muito apertada. A indústria não utiliza sua margem como ganho 40

próprio, quando há uma folga, ela transfere para o consumidor, em forma de desconto, porque a competição por market share é acirrada.” Para o executivo, a política retrógrada de reajuste segura o desenvolvimento da indústria. E as novas regras tendem a piorar o cenário, principalmente porque os fatores do cálculo não se restringem mais ao setor farmacêutico e sim, ao mercado geral. A fórmula, por exemplo, considera a variação cambial dos insumos importados pelo País como um todo e não só pela indústria farmacêutica. “Na matriz adotada pelo governo, o dólar tem peso só de 15%, mas para a indústria farmacêutica, a importação de produtos chega a 90% do total de insumos. Temos uma defasagem em relação ao dólar que é muito preocupante.” A disparidade entre a inflação, variação cambial e o valor do reajuste, se deve, principalmente, ao cálculo do fator Y da nova fórmula adotada pelo governo. Esse fator considera a concorrência entre setores da economia e tenta compensar possíveis discrepâncias. “Por exemplo, se o câmbio tem um peso de 30% no setor farmacêutico e no IPCA só está pesando 15%, é preciso criar uma fórmula que compense a perda da variação cambial no período. Antes, era usada uma fórmula de peso maior – de 29% – e o câmbio não estava subindo. Agora que o dólar está tendo elevação significativa, houve uma alteração nesse peso, que considera que a variação do dólar tem um impacto menor e, assim, fica difícil para a indústria recuperar essa perda”, explica o diretor de acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo.

NOVO MODELO DE CÁLCULO DO REAJUSTE DE MEDICAMENTOS DEIXA INDÚSTRIA COM POUCA MARGEM DE NEGOCIAÇÃO DE DESCONTO COM O VAREJO

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atualidade

Surpresa desagradável Em fevereiro deste ano, o setor farmacêutico foi surpreendido ao ser incluído em uma medida provisória que determina o aumento do Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre a importação de bens e serviços. A alíquota de contribuição para o PIS passou de 2,1% para 2,76% e a da Cofins, de 9,9% para 13,03%. Os novos valores valem a partir de primeiro de maio de 2015. Como as fabricantes de medicamentos são isentas do pagamento desses tributos graças a um decreto, a medida causou surpresa e desconfiança. O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelso Mussolini, lembra que o decreto pode ser

Os problemas que vêm sendo registrados na macroeconômica também impactam na rentabilidade do setor e se agravam quando os preços não se equiparam nem ao menos à inflação. “A rentabilidade caiu de forma assustadora, pois enfrentamos um aumento entre 15% a 18% no custo de produção. Nos últimos anos, os preços de medicamentos receberam um aumento quase 50% abaixo do reajuste salarial. Agora, com ajustes fiscais, como o aumento da carga tributária, da folha de pagamento, as empresas, provavelmente, vão cortar investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que já caíram de 7% a 10% no ano passado, além de reduzir a força de trabalho”, destaca Mussolini, que espera um ano complicado pela frente. “É extremamente preocupante, porque somos um dos poucos setores que estavam bem, com crescimento constante. Em 2015, se conseguirmos empatar o percentual de crescimento com a inflação, já vamos ter de fazer festa.”

Impactos no varejo Segundo o posicionamento do governo, o reajuste do medicamento abaixo da inflação é benéfico para o consumidor, que não sofrerá grandes impactos no bolso na hora de cuidar da saúde. No entanto, há algumas ressalvas, segundo o presidente executivo 42

revogado a qualquer momento pela presidente da República, Dilma Rousseff, e não duvida que tal atitude seja tomada. “Pela lógica, não teria nenhum motivo para mexer nas alíquotas se não houvesse a intenção de derrubar o decreto.” Segundo cálculos do executivo, as novas alíquotas atingirão cerca de 35% do mercado, o que corresponde a R$ 23,8 bilhões. Em resposta ao aumento do imposto, outros setores já anunciaram uma elevação dos preços. “O problema é que nós não podemos fazê-lo porque os medicamentos têm preços controlados”, ressalta Mussolini, lembrando que a margem dos fabricantes irá cair e a negociação de descontos será dificultada, o que pode impactar diretamente o bolso do consumidor final.

da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, que defenO reajuste de que o aumento do medicacostuma ficar abaixo da mento seja corrigido, no míniinflação mo, pela inflação. “Essas regras que o governo estabelece, com fatores X, Y e Z, reduzem o reajuste real, o que é ruim. Acabam não repondo o custo da indústria que, por consequência, repassa isto para o atacado, que repassa ao varejo. Aí, acaba sobrando para o consumidor, porque os descontos não são concedidos pelo varejo, não temos margem para isso. O desconto é fruto da negociação com a indústria e é determinado por ela. Em época de reajuste, o desconto some.” De acordo com Bernardo, da Interfarma, a elevação do preço ou queda dos descontos serão sentidas mais nos produtos que são totalmente importados, principalmente de moléculas novas e com tecnologias mais avançadas. “O câmbio tem um peso enorme nesses produtos. Então, imagine um produto novo, que entrou no mercado a dois, três anos atrás, quando o dólar estava em torno de R$ 1,80, e agora será importado com o dólar acima dos R$ 3,00. Obviamente, isso tem um potencial para criar grandes dificuldades.”

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consultor jurídico

O LTCAT e o PPP: autuações pela fiscalização

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farmacêuticos ainda se perdem em meio às normas da legislação

Gustavo S e mblano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 44

O varejo farmacêutico, de um modo geral, vem cumprindo a legislação sanitária e a farmacêutica, mas tenho visto cada vez com maior frequência o desatendimento da legislação previdenciária e trabalhista, o que vem gerando autuações e multas pesadas. Há pelo menos dois documentos imprescindíveis para uma farmácia ou drogaria possuir e evitar sofrer autuações e receber multas: o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) e o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). O LTCAT é um documento emitido por um médico do trabalho ou por um engenheiro de segurança do trabalho com o objetivo de comprovar a efetiva exposição do empregado a agentes nocivos químicos, físicos e/ou biológicos. O PPP é um documento, que deve ser obrigatoriamente elaborado pelas farmácias e drogarias, contemplando as informações sobre seus empregados, com o histórico laboral destes, sobretudo as atividades exercidas, eventuais agentes nocivos (quí-

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micos, físicos, biológicos) aos quais se submetem os empregados, a intensidade e a concentração de tais agentes, bem como exames médicos e dados das próprias empresas, além das avaliações ambientais e os resultados de monitoração biológica. A base de informações para o PPP é o LTCAT. Quando da rescisão do contrato de trabalho, deve-se entregar ao empregado uma cópia autêntica de tal documento, além de sempre poder ser oportunizadas ao empregado retificações das informações ali contidas. Tanto o LTCAT quanto o PPP se encontram previstos no artigo 58 da Lei Federal nº 8.213/91, e regulamentados no artigo 68 do Decreto Federal nº 3.048/99. Se em uma fiscalização não for encontrado o PPP, poderá ser aplicada uma multa mínima de R$ 1.925,81; se, no entanto, a empresa deixar de manter o LTCAT atualizado, ela receberá uma multa de pelo menos R$ 19.257,83. Por isso, fique sempre atento! foto: divulgação

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DEBATE

Modelo americano de negócios

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A grama do vizinho é sempre mais verde. O ditado popular expressa muito bem o que o varejo brasileiro sente quando observa o modelo de operação das farmácias estrangeiras. Lojas com múltiplos andares, metros e metros de corredores preenchidos por gôndolas abastecidas com as mais diversas categorias. Medicamentos ficam em uma área reservada, quase isolada de toda a imensidão de produtos à venda. Em meio a xampus, sabonetes e maquiagem, estão frutas, legumes, pratos congelados, bebidas alcoólicas, ferramentas, produtos de limpeza, ração de animais e muito mais do que a imaginação do consumidor brasileiro possa alcançar. Grande parte dos varejistas farmacêuticos sonha em replicar esse modelo de loja no Brasil. Em alguns estados, em que a legislação local permite a comercialização de artigos de conveniência nas farmácias, o sonho está mais próximo da realidade, em outros ainda é motivo de disputa entre empresariado e as Vigilâncias Sanitárias estaduais. Mas mesmo nas regiões em que não

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há restrições, ainda são pouquíssimas as lojas que se remetem ao modelo aplicado nos Estados Unidos. A observação de ambas as realidades leva a algumas reflexões. Por que as operações das farmácias brasileiras estão tão distantes da maturidade observada lá fora? Seria realmente interessante replicar o modelo, sendo que se tratam de mercados tão distintos? A venda de artigos de conveniência é o melhor caminho para aumentar a rentabilidade das farmácias, que têm a margem de lucro tão apertada por conta da guerra de descontos? As opiniões se divergem entre os especialistas em varejo entrevistados pelo Guia da Farmácia. Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, a expansão do tamanho das lojas e da variedade de produtos vendidos é uma tendência que deve ser perseguida e, inclusive, já é aplicada por algumas redes. “As lojas atuais já são bem maiores que há dez anos. Hoje, em média, as farmácias das grandes redes têm em torno de 250 metros, mas necessitamos de mais espaço para investir no crescimento de categorias. As lojas que serão inauguradas devem ter porte cada vez maior”, acredita, destacando o ILUSTRAÇÃO/FOTOS: SHUTTERSTOCK

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MUITOS VAREJISTAS ALMEJAM IMPLANTAR ESTILOS DE FARMÁCIAS SIMILARES AOS PRATICADOS NOS ESTADOS UNIDOS, COM LOJAS ENORMES E A VENDA DAS MAIS VARIADAS CATEGORIAS DE PRODUTOS, MAS FICA A DÚVIDA: ESSA REALIDADE SE ENCAIXARIA NO MERCADO BRASILEIRO? POR FLÁVIA CORBÓ

exemplo da Drogaria Araújo, que opera em Minas Gerais, um dos estados em que a venda de artigos de conveniência é liberada. ”A rede tem unidades com 800 metros quadrados, mais de um andar e escada rolante”, descreve. Acontece que, no Brasil, a grande maioria do número de lojas ainda pertence a pequenas e médias redes independentes ou associativistas. Para elas, uma operação similar à observada nos Estados Unidos talvez não seja tão interessante, como ressalta o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. “A partir do momento em que se libera a venda de artigos de conveniência, cria-se um nível concorrencial diferente. Hoje, conseguimos competir com qualquer um, mas para vender outros produtos, é preciso ter uma loja maior, mais bem setorizada. Aí, quem tem mais estrutura e recursos leva maior vantagem. Cria-se um modelo que privilegia instituições maiores”, destaca, ressaltando que se trata e de uma opinião pessoal, divergente da maioria dos associados da Febrafar. O receio de Tamascia pode ser confirmado ao observarmos os números do varejo farmacêutico nos Estados

Unidos. No Brasil, as quatro grandes redes farmacêuticas controlam apenas 25% do mercado nacional. Já nos Estados Unidos, esse percentual é de 60%. Enquanto no Brasil, os pequenos ou independentes detêm quase 50% do mercado, nos Estados Unidos, este valor não ultrapassa os 20%. Para defender-se da ameaça da chegada dos gigantes, as médias e pequenas redes precisam se imunizar. “É necessário buscar formas de se fortalecer, seja por meio de cooperativas, associações, unir-se para ganhar escala, aumentar o nível de profissionalização. Quinze anos atrás, as redes regionais eram maioria nos Estados Unidos, mas, aos poucos, foram sendo absorvidas pela Walgreens e CVS”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. No entanto, mesmo entre as gigantes, a venda de artigos de conveniência não se mostrou sempre tão eficiente. O varejo farmacêutico americano tem um exemplo clássico para ilustrar a afirmação. As maiores redes de farmácia dos Estados Unidos – CVS Caremak e Walgreens – operam ambas com 8 mil lojas espalhadas pelo país. No entanto, a CVS faturou o dobro que a concorrente no ano passado. 2015 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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DEBATE

A CVS já está presente no Brasil com 80% do controle da Onofre

De acordo com Terra, a Walgreens investiu massivamente em produtos de conveniência, como alimentos e bebidas, para fazer frente aos supermercados. Já a CVS concentrou os esforços em criar um conceito e não um portfólio de produtos. O grande diferencial da rede são as chamadas “MinuteClinic”, clínicas instaladas dentro das próprias farmácias, onde o cliente pode agendar consultas rápidas, para serviços médicos, como curativos, tratamento de lesões, infecções, entre outras enfermidades mais corriqueiras. Nessas unidades, existem enfermeiros e médicos que examinam e prescrevem medicamentos para os pacientes, que compram dentro da própria loja os produtos de que necessitam. “A rede decidiu que queria vender saúde e, a partir dessa premissa, foi diversificando os serviços. Hoje, quase todas as lojas contam com uma clínica farmacêutica, que oferece consultas rápidas ao cliente, sem necessidade de agendamento prévio”, analisa Terra. Para o executivo, a maior barreira encontrada pela Walgreens foi o tamanho dos concorrentes ao decidir se posicionar como um minimercado. “A CVS talvez tenha se dado melhor por apostar em um nicho em que a concorrência é menor, já a Walgreens concorre com todo mundo, Walmart, Target”, pontua Terra. Mesmo diante dessa dificuldade, Barreto da Abrafarma não considera que investir em saúde seja mais correto do 48

que em conveniência, ou que os caminhos sejam excludentes. O recomendável é que se analise as necessidades e perfil do público consumidor de cada loja, as atividades comerciais no entorno e o potencial dos concorrentes. “Se você acha que determinado mercado é mais carente de conveniência, a farmácia pode fazer o papel do mercadinho, da padaria. Na Walgreens, alimentos frescos, congelados, enlatados e bebidas convivem com produtos de higiene e beleza e com consultório médico. Não diria que investir apenas em saúde é o mais certo. Queremos acrescentar esse papel à farmácia, mas nem toda loja vai ter condições”, pondera Barreto, citando um exemplo hipotético. “Copacabana, no Rio de Janeiro, é uma área de grande tráfego, com forte apelo comercial, onde um atendimento clínico não se encaixa, ninguém tem tempo. Em outros locais, cabe um serviço mais demorado, personalizado.”

EXPECTATIVA E RUMORES As discussões sobre o quão viável é replicar o modelo americano de farmácias no mercado brasileiro continua, mas a resposta às dúvidas não deve tardar a chegar, já que especulações dão conta de que uma internacionalização mais contundente do varejo farmacêutico brasileiro – a CVS já está presente no País, com 80% do controle da Onofre – está próxima de ocorrer. Nos jornais, revistas

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debate

especializadas e conversas informais entre empresários do setor, o assunto é um só: propostas de compra que empresas estrangeiras teriam feito a grandes redes de farmácia brasileiras. Caso as negociações se concretizem, há uma expectativa a respeito dos rumos que o setor irá tomar. O primeiro alvo dos rumores foi a Brasil Pharma, como relatado na reportagem a seguir (página 54). Outra especulação ganhou os holofotes no último mês. Apesar dos envolvidos negarem, fontes do varejo farmacêutico afirmam que a CVS Caremark, mais rentável rede de farmácias dos Estados Unidos, vem assediando o grupo DPSP, dono das redes de farmácias Pacheco e Drogaria São Paulo. As conversas teriam se iniciado ainda em 2014 e sido retomadas no início deste ano, desta vez por iniciativa da companhia brasileira, sinal que indicaria certa disponibilidade do grupo de se desfazer do negócio, após recusar duas ofertas da CVS no ano passado. A negociação estaria estagnada devido a um impasse entre parte dos sócios da DPSP, liderados pelos controladores da cadeia paulista, que tem interesse na venda, e a família Barata, fundadora da Pacheco, que possui fatia de 51% do grupo. A rede chegou a recusar uma proposta de R$ 5 bilhões. A valorização do ‘passe’ se dá pelo fato que a Pacheco/São Paulo se vê como a uma das melhores opções para os planos de expansão da CVS no Brasil. Restam poucas alternativas entre operações de grande porte.

No início de 2015, outros rumores indicavam que teria sido feita uma nova proposta em torno de R$ 6,5 bilhões e que as conversas avançaram. A valorização do dólar pode contribuir para que o acordo seja selado. A fase de investigação e auditoria nas contas e nos negócios da DPSP já teriam começado, inclusive. Os envolvidos até agora não se manifestaram sobre o assunto. Cabe, então, a outros protagonistas da varejo farmacêutico darem seus palpites a respeito das movimentações. Para o presidente da rede Pague Menos, Deusmar Queiróz, a conclusão das negociações entre brasileiros e americanos pode demorar um pouco para ser efetivada. Em 2012, a Walgreens comprou 45% da Alliance Boots, rede de farmácia da Europa, com sede no Reino Unido, por US$ 6,7 bilhões. No final do ano passado, anunciou a compra da Farmacias A humada, por cerca de £ 400 milhões, dando o primeiro passo de entrada na América Latina. A compra abrange duas empresas principais, no México e no Chile, que em conjunto operam mais de 1.400 lojas. “Acredito que eles vão primeiro liquidar estes pagamentos para pensar em outras aquisições. Acho que não vai ser agora.” Já a CVS deve mesmo adquirir uma rede maior, pois o porte da Onofre não é suficiente para uma operação expressiva no Brasil. “A meu ver, eles passaram esses dois anos estudando o mercado nacional.” A negociação, no

Modelo de negócios da Walgreens é o desejo de algumas redes brasileiras

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debate

As discussões sobre o quão viável é replicar o modelo americano de farmácias no mercado brasileiro continua, mas a resposta às dúvidas não deve tardar a chegar, já que especulações dão conta de que uma internacionalização mais contundente do varejo farmacêutico brasileiro está próxima de ocorrer entanto, esbarra no valor e na relação pessoal que a família Barata possui com o negócio. “A informação que eu tenho é que, com o aumento da oferta feita pela CVS, a família está mais inclinada a aceitar a venda.” Além das questões internas que serão resolvidas entre as redes, o cenário macroeconômico e político do Brasil também pode frear as negociações. “Devem-se observar que as inseguranças políticas do País levam a um cenário internacional de restrição de entrada. O Brasil, que há alguns anos despontava como forte candidato a investimentos, perde seu lugar para países como México e até a Ásia branca”, acredita a diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e coordenadora acadêmica da Academia de Varejo, Patricia Cotti. Por vias das dúvidas, a Pague Menos já está investindo em novos modelos de loja para buscar diferenciação e brigar pelo consumidor não só no preço. A exemplo da Minute Clinic da CVS, as novas lojas da rede estão sendo inauguradas com um espaço reservado de dez metros quadrados para um atendimento individual do paciente. “Acredito que o futuro é esse. Vamos investir na aplicação de vacinas, exames mais simples. Vou tratar meu cliente melhor, resgatando o papel do farmacêutico de antigamente”, conta Queiróz.

O que muda? Ainda que uma consistente internacionalização do setor não tenha começado, ficam os questionamentos a respeito do impacto que as novas operações causariam no varejo farmacêutico nacional. Para Patricia, a princípio, as mudanças não devem ser radicais, pois o modelo de negócio das farmácias americanas é muito diferente e não será facilmente aplicado à realidade brasileira. “Os varejistas americanos trabalham a parte de retail separadamente da de medicamentos. Tratam-se de uma cultura e um modelo de negócios locais, construídos ao longo 52

dos anos e de comportamentos de consumo daquele tipo de população. Mesmo se as restrições legais não existissem, ainda assim, a barreira para esse tipo de modelo de negócio permaneceria, pois a cultura brasileira não está acostumada a esse tipo de compra”, aponta. Além das diferenças culturais, os estrangeiros não têm amplo conhecimento do mercado nacional, o que pode causar alguns equívocos nas estratégias operacionais. “O grande diferencial do empresário brasileiro é o fato de conhecer o local, o consumidor e o funcionamento das coisas. O operador local é sempre mais competente que o operador de fora”, defende Barreto, dando alguns exemplos. “É só você observar as redes brasileiras. A maior rede do Paraná é local, a maior rede do Rio é local, em São Paulo, a mesma coisa.” Mas ainda que a vida dos estrangeiros não seja tão simples em território nacional, é preciso enxergar que a internacionalização é iminente. E não é uma particularidade do varejo farmacêutico, é uma tendência global. Há três anos, apenas 12 das top 250 varejistas do mundo atuavam em solo brasileiro. Em 2014, esse número passou a ser de 35 empresas – mais que o dobro, de acordo com o último relatório da Deloitte. “O fenômeno da globalização do varejo deixou, há muito, de ser tendência para ser realidade, independentemente do tipo de produto que é vendido. Lógico que, em alguns segmentos específicos, como no caso farmacêutico, existem barreiras fortes de entrada a ser superadas (como a legislação local), mas isto não significa que a tendência não vá chegar. Resta saber quando”, analisa Patricia. E para competir com americanos, é preciso ir além da pura e simples venda de artigos de conveniência. Os processos operacionais e relacionamento com o cliente precisam estar muito afinados para que se possa fazer frente a essas gigantes. “Em termos de engajamento com o consumidor, essas redes exploram e valorizam muito o contato e relacionamento. Caso existam mudanças no modelo nacional, acredito que seja por meio de programas de engajamento e eficiência operacional interna (talvez apostando em otimização de processos, utilização de recursos tecnológicos, etc.)”, aposta o consultor da GS&AGR (divisão da GS&MD – Gouvêa de Souza), Marcelo Menta.

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Xeque-mate Dificuldades da BR Pharma, a terceira maior bandeira do varejo farmacêutico, coloca a companhia em uma encruzilhada desde sua criação e eleva as hipóteses sobre a venda da empresa para estrangeiros

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Por Rodrigo Rodrigues

Ex-menina os olhos do mercado varejista de farmácia em virtude da ascensão meteórica e a compra desenfreada de grandes concorrentes, a Brasil Pharma passa atualmente pelo momento mais delicado desde quando começou a ganhar corpo como grande player do mercado, em 2005. Atolada em maus indicadores e dívidas, a rede comandada pelo Banco BTG Pactual não tem conseguido extrair bons resultados das redes que abocanhou no mercado e, cada vez mais, alimenta rumores de uma possível venda de parte de seus ativos para concorrentes ou a completa negociação da rede com a megabandeira norte-americana Walgreens. Terceira maior rede de farmácias do Brasil, a BR Pharma comanda atualmente bandeiras, como Big Ben, Farmácias Sant’Ana, Rosário, Farmais

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e Mais Econômica. São cerca de 1.200 lojas espalhadas principalmente na região Norte e Nordeste, que geram um faturamento líquido de R$ 3,25 bilhões por ano para a empresa. Entretanto, no terceiro trimestre de 2014, a companhia, que tem capital aberto na Bolsa Valores de São Paulo (Bovespa), registrou prejuízo acumulado de R$ 92,5 milhões (os resultados finais de 2014 sairão no dia 25 de março e o fechamento desta edição ocorreu no dia 23), mesmo com o aumento das vendas brutas em cerca de 6,6% no mesmo período. No apagar das luzes de 2014, a empresa anunciou um empréstimo junto ao Bradesco de R$ 35 milhões, na oitava operação de financiamento por meio de crédito daquele ano. Entre dezembro e janeiro último, a BR Pharma adquiriu R$ 323,8 milhões em empréstimos para reforço de caixa, somando-se a outros R$ 400 milhões aplicados pelo BTG Pactual no mesmo período para socorrer a empresa. fotos: shutterstock

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Desde a formação da BR Pharma, especula-se que a intenção do BTG Pactual era a formação de uma rede que fosse atrativa para um grande investidor, já que o negócio foco de um banco nunca foi a operação no varejo, mas sim a realização de lucro numa grande operação

Em setembro de 2014, a posição total de dívida era de R$ 625,5 milhões, composta por R$ 532,5 milhões em empréstimos e financiamentos, além dos R$ 92,5 milhões em contas a pagar de parcelas futuras de aquisições. A dívida líquida da empresa somava R$ 588,2 milhões, para um valor de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) negativo de R$ 13,2 milhões.

Diagnóstico imprevisto No fechamento do terceiro trimestre, a empresa alegou que o prejuízo acumulado desde o início do ano passado era resultado do enfraquecimento da demanda no País, influenciado pela queda na confiança dos consumidores brasileiros. Porém, a justificativa não passa muito por aí, já que os dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias

e Drogarias (Abrafarma) apontam que as 29 redes que pertencem à entidade tiveram crescimento médio de 12,81% em 2014, praticamente o dobro do registrado pela BR Pharma. “A crise da BR Pharma é um misto de erros estratégicos e operacionais. A empresa vem sangrando há vários trimestres seguidos sem conseguir uma reviravolta na rentabilidade de lojas, como a Mais Econômica, por exemplo, que tem baixo retorno até agora, além de ter dificuldades de integração da Big Ben com as demais lojas da rede. A Big Ben oferece o maior faturamento médio por loja da BR Pharma e, três anos depois do fechamento do negócio, ainda não há uma integração total de sistemas, o que faz com que a rede funcione praticamente como organismo separado dentro da estrutura. Somam-se a isso as dificuldades de governança do ex-dono da Big Ben, Raul Aguilera – que ainda comanda a bandeira –, e temos então um problema operacional sério para a empresa”, avalia o analista financeiro do setor de healthcare da Fator Corretora – que acompanha os passos diários da empresa –, Caio Moreira. Devido a essa situação, informações que circulam no mercado dão conta de que a Brasil Pharma e o Banco BTG Pactual começaram uma nova sondagem do mercado, na tentativa de oferecerem parte dos ativos para concorrentes. Segundo publicação do jornal Valor Econômico, a empresa passou a ofertar aos grupos rivais algumas das redes adquiridas ao longo dos 2015 abril guia da farmácia

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zer investimentos, contratar funcionários e elevar, consequentemente, as despesas. Justamente na contramão que uma integração de operações pressupõem”, lembra o analista de healthcare da Fator Corretora, Thomas Benson. Nesse cenário, soma-se ao calvário da companhia, a decisão errada de ter iniciado em 2013 o incentivo às vendas de medicamento de marca, levando à compra exagerada desses produtos e diminuindo as vendas de genéricos. Um cenário desastroso, que mergulhou a empresa ainda mais na crise. Mesmo os menores empresários do varejo farmacêutico sabem que medicamentos genéricos são os que possibilitam maiores margens de lucro hoje para os farmacistas. Ao iniciar o programa de “Ruptura Zero”, indo na contramão do mercado, a BR Pharma viu o peso dos genéricos diminuir na conta geral das vendas e, consequentemente, um achatamento das margens operacionais. Com o estoque alto de medicamentos de marca, liquidar os produtos com ofertas antes do vencimento e oferecer incentivo de venda para desovar e não ter prejuízos agudos também ajudaram a derrubar ainda mais o lucro bruto da companhia que, trimestre atrás de trimestre, viu as margens diminuírem consideravelmente. Pintado o cenário, na análise do mercado, restam apenas duas saídas para resolver a crise interna da companhia: desfazer-se de parte dos ativos ou ganhar um novo aporte de recursos do banco controlador, o BTG Pactual. “A BR Pharma é a terceira maior Rede de Farmácias do País, controlada por um banco e, portanto, criada para gerar lucros. Se o conselho conseguir o valor estipulado, vão vender. Não para resolver problemas, mas para aumentar o lucro”, opina o consultor e diretor-geral da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Marcelo Cristian. As sondagens do mercado dizem que a BR Pharma tem conversas adiantadas com a bandeira Extrafarma, que pertence ao Grupo Ultra – da rede de postos de gasolina Ipiranga – e também com a Walgreens, a gigante americana. Procurada, a BR Pharma nega que esteja em tratativa com qualquer empresa nesse sentido. Para esclarecer o mercado em relação à questão, a varejista emitiu

em 2014, a empresa anunciou um empréstimo de R$ 35 milhões, na oitava operação de financiamento daquele ano. Entre dezembro e janeiro último, a BR Pharma adquiriu R$ 323,8 milhões em empréstimos para reforço de caixa últimos anos, na tentativa de equilibrar as contas da companhia e começar a operar no azul, em virtude, principalmente, do atual contexto da crise econômica no Brasil. A intenção inicial era oferecer aos concorrentes apenas as lojas da rede Mais Econômica, que tem cerca de 180 lojas na região sul do País. Mas devido ao baixo interesse do mercado por esses ativos, a empresa teria aberto a possibilidade de também ofertar no pacote a Big Ben, que tem cerca de 250 pontos de venda nas regiões Norte e Nordeste. O problema no negócio, porém, resvala justamente na falta de interesse do mercado em adquirir a Big Ben atrelada à Mais Econômica e os problemas impostos pela família Aguilera, que ainda comanda a rede. A separação da BR Pharma e a rede da família Aguilera não seria complicada, visto que a mesma ainda não se unificou totalmente aos sistemas operacionais do grupo. A Big Ben representa uma parte significativa das despesas da controladora, em virtude da aquisição que ainda não foi saldada completamente. A rede também possuí estrutura administrativa independente, gerando, portanto, ainda mais despesas para a controladora. A rede dos Aguilera, contudo, oferece o maior percentual de rentabilidade por loja da BR Pharma e, desta forma, traria um desequilíbrio para o resto do negócio. A Mais Econômica, por sua vez, exigiu grande investimento na unificação de sistemas, já que boa parcela das lojas no Rio Grande do Sul não tinham sistemas informatizados de controle. A integração completa da rede só foi concluída em junho de 2014 e, a partir daí, viu-se que o retorno e os estímulos dados para o crescimento dessa parte do negócio não estão correspondendo. “No ímpeto de formar uma grande rede, a BR Pharma adquiriu bandeiras com graus bem diferentes de desenvolvimento, que obrigou a empresa a fa56

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apenas um comunicado de duas linhas sobre o assunto: “Com relação ao questionamento, a companhia nega que haja qualquer negociação relacionada à venda de suas redes de farmácia, nada tendo a declarar nesse sentido”, adverte o documento.

Histórico de sondagens Desde a formação da BR Pharma, especula-se que a intenção do BTG Pactual era a formação de uma rede que fosse atrativa para um grande investidor, já que o negócio foco de um banco nunca foi a operação no varejo, mas sim a realização de lucro numa grande operação. Para o professor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (CPDEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rodnei Domingues, a hora parece que pode ter chegado. “O contexto econômico brasileiro mudou muito nos últimos meses. A alta do dólar passou a favorecer as redes estrangeiras a adquirir empresas nacionais, mas as perspectivas negativas divulgadas por algumas agências de riscos internacionais podem motivar esses 58

investidores a adiar seus planos. Todas as notícias relacionadas à possível entrada da Walgreens no mercado brasileiro divulgadas no ano passado não foram confirmadas. Porém, no cenário internacional, o Brasil é um mercado atraente para grandes redes, isto devido principalmente a dois bons motivos: o potencial de crescimento e a segurança que o mercado brasileiro oferece, que ainda é superior aos demais países em desenvolvimento, e também ao número de lojas independentes que o País ainda tem”, analisa Domingues. Num contexto internacional, um sinalizador de que o negócio com a Walgreens pode se concretizar finalmente diz respeito à saturação do mercado dos Estados Unidos para expansão e também à presença da CVS no País, com a compra da Onofre. Rumores do mercado dizem, inclusive, que a CVS negocia a compra da Drogaria São Paulo/Pacheco, mergulhando de vez a concorrente da Walgreens no mercado nacional, como se esperava há mais de dois anos. Informação publicada pela revista Exame no início de janeiro deste ano, afirma que a CVS ofereceu R$ 6 bilhões

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pela Pacheco/DSP, mas que as famílias controladoras iniciaram tratativas para se aproximarem o quanto mais da casa dos R$ 9 bilhões. Essas especulações elevam a certeza de que o Brasil é o mercado-alvo desses grandes varejistas internacionais no momento e deve ser a bola da vez para receber investimentos, dizem os especialistas consultados pelo Guia da Farmácia. “Entre os países em desenvolvimento, o Brasil é que tem o mercado de medicamentos mais atraente. Se compararmos o Brasil com os demais países do grupo dos BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), pode-se constatar que o volume, o potencial de crescimento e a segurança que o mercado brasileiro oferece ainda é superior aos demais países em desenvolvimento. O número de lojas independentes também é muito superior ao das grandes redes. E a maioria dessas lojas é mal administrada, o que permite espaço para as grandes redes crescerem no País”, afirma Domingues. A opinião é compartilhada pelo consultor Marcelo Cristian. Segundo ele, o mercado brasileiro de farmácias já provou ser bastante resistente às crises agudas do passado e se mantém há vários anos em crescimento acima de dois dígitos, o que torna o País mais atrativo entre os vários mercados do mundo ainda não explorados pelos estrangeiros. “A Walgreens tem um plano expansionista, iniciado com a compra da Aliance Boots. O Brasil é um excelente mercado, com importantes cidades não aproveitadas pelas grandes redes de farmácias. Com a alta do dólar, o interesse dos estrangeiros na compra de empresas brasileiras aumenta com toda certeza”, aponta o consultor.

Pequenos e independentes? Com esse iminente desembarque ianque efetivo em solo brasileiro, a pergunta que se faz é como ficará o mercado para os pequenos e médios empresários a partir de uma possível chegada dos dois maiores operadores mundiais do setor? A resposta, segundo os especialistas ouvidos, é que pouco ou nada deve mudar em curto e médio prazos: “O comércio varejista de medicamentos tende a se tornar mais competitivo, independentemente da entrada ou não da Walgreens. Assim como a CVS está precisando conhecer e se adaptar neste mercado, o mesmo irá acontecer com qualquer outra rede estrangeira que resolver entrar. A maior ameaça para as lojas existentes no 60

a rede comandada pelo Banco BTG Pactual não tem conseguido extrair bons resultados das redes que abocanhou no mercado e, cada vez mais, alimenta rumores de uma possível venda de parte de seus ativos Brasil não são as grandes redes estrangeiras que poderão se instalar por aqui, mas sim as lojas bem administradas que já conhecem nossos consumidores, a indústria que atua no País e os distribuidores. E que desejam obter maior participação nesse mercado”, diz Domingues. Na mesma direção vai a análise do presidente da Associação de Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil (AFPFB) e da rede Farma&Farma, Rinaldo Ferreira. Na visão dele, a entrada massiva do capital estrangeiro no mercado brasileiro de varejo farmacêutico deve trazer mais modernização, mas pouca mobilidade de concentração em curto período. “A Walgreens ou a CVS devem comprar ativos que já estão em competição no mercado, sem alterar o correlação atual de forças no curto prazo. Mas é possível que uma política de expansão abra mais lojas, embora nada que assuste. O mercado brasileiro tem se mostrado diverso até aqui, prezando também qualidade de serviço, não só preços. Acho que a entrada dessas empresas deve, contudo, impor uma modernização mais acelerada aos concorrentes e até trazer novidades dos Estados Unidos para cá, o que exigirá dos empresários brasileiros mais trabalho e equilíbrio das contas e precificação, mas que, sinceramente, não assusta”, avalia Ferreira. Enquanto o negócio de fato não é fechado e revelado ao público, as ações da BR Pharma na Bolsa de Valores de São Paulo (BPHA3.SA) sofrem com as expectativas do futuro da empresa, registrando desvalorização de quase 80% desde março de 2014. Um ano atrás, os papéis da empresa eram vendidos a R$ 5,13 e agora, na cotação de 16 de março deste ano, já estavam sendo negociados na Bovespa a R$ 0,79, indicando que talvez tenha chegado a hora do “xeque-mate” da empresa no jogo de xadrez mercadológico.

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opinião

Pode ser difícil

fazer o básico benfeito

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A complexidade dos processos pode acabar afastando o varejista dos consumidores

Silvio Laban Coordenador dos cursos MBA Executivo em Gestão de Saúde e Certificate in Healthcare Management do Insper 62

Em 2004, foi lançado, em português, um livro de autoria de Dieter Brandes, ex-CEO do ALDI, Os 11 Segredos do ALD I. Ainda que o ALDI seja uma empresa do varejo alimentício, seus princípios são universais e podem ser aplicados a diferentes contextos. Mais de dez anos depois, acreditamos ser oportuno resgatar esses princípios e adaptá-los ao varejo farmacêutico, principalmente, num momento em que as projeções indicam a necessidade de fazermos mais com menos: 1. Seja SIMPLES Simplificar significa reduzir, abrir mão, priorizar e aplica-se a processos, sortimento, comunicação, tecnologia, etc. 2. Conquiste a confiança dos clientes Consistência na execução e na operação, transparência e clareza na comunicação com seu público-alvo contribuem para construir confiança. 3. Trabalhe com metas claras Seja sempre transparente, claro e objetivo na comunicação com os colaboradores e tenha poucas metas que sejam medidas, acompanhadas e conhecidas por todos. 4. Aperfeiçoe os detalhes diariamente Cuide da operação, do sortimento e do atendimento, aprimorando atividades diariamente. Esteja presente no ponto de venda, escutando colaboradores e consumidores. 5. Não tente otimizar – maximize! Não há nada sobrando no seu sortimento? Os clientes encontram o que procuram e circulam bem pelo ponto de venda? E quanto ao atendimento?

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6. Foque em poucos indicadores relevantes É preciso analisar todos os números gerados pelos sistemas? Esses são os números mais importantes para os consumidores e para a operação? 7. Experimente imediatamente, aperfeiçoe depois Não perca tempo com análises demoradas e profundas que possam ser substituídas pela voz do cliente e dos colaboradores, experimente e meça. Rapidamente. 8. Ajude os fornecedores a melhorar Bons relacionamentos com fornecedores simplificam processos e criam oportunidades. 9. Administre de acordo com princípios, confiança e controle É difícil alcançar a simplicidade sem confiança e esta deve nortear as relações com fornecedores, clientes e funcionários. 10. Comunique-se de forma clara Sua comunicação é clara o suficiente para simplificar a vida do consumidor? E quanto à comunicação para os colaboradores? 11. Apesar do sucesso: mantenha uma operação simples Aprimorar ou melhorar não pode implicar no aumento da complexidade: simplicidade requer extrema consciência dos custos, instruções claras e esforços contínuos de evitar custos desnecessários. À primeira vista, os segredos do ALDI parecem ser muito óbvios e simples, porém servem para nos lembrar de quão difícil é fazer o simples, o óbvio. Ao mesmo tempo, permitem refletir quanto à complexidade que nos coloca num oceano de dados, alternativas, soluções e complexidades que nos afastam do real propósito do varejo: servir clientes e consumidores. foto: divulgação

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Estratégia

Profissionalizar para competir Grupo Ultra Popular cria empresa de gestão de marcas para ajudar varejistas do associativismo a aprimorar a capacidade de gestão e ganhar fôlego na competição com as grandes redes do mercado

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por Vinícius Oliveira e Rodrigo Rodrigues

Determinadas a brigar de igual para igual com as maiores empresas do varejo farmacêutico do País, as redes de farmácias associativistas brasileiras ganharam um novo aliado na busca de eficiência de gestão e lucros: a Farmarcas, primeira empresa de gestão de bandeiras do mercado associativista. Criada no início deste ano pelos mesmos idealizadores da Rede Ultra Popular – que engloba as bandeiras Ultra, Super e Maxi Popu-

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lar –, a nova companhia tem o objetivo de auxiliar na gestão das farmácias e bandeiras de pequeno e médio portes, que desejam se profissionalizar para garantir a sobrevivência no atual mercado. Comandada pelo presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, a nova joint venture quer garantir mais competitividade para as bandeiras associadas, segundo conta o próprio executivo. fotos: shutterstock/fabiano viana

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Estratégia

“Com o mercado farmacêutico cada vez mais disputado, qualquer perda pode significar desequilíbrio financeiro do varejista independente e queda da competitividade dele. A missão da Farmarcas é orientar, apoiar e servir nossos associados, para que eles atuem com alta eficiência operacional e continuem crescendo”, explica. Para garantir esses resultados, Tamascia conta que a nova empresa segue os mesmos princípios de gestão do Grupo Ultra Popular, criado e idealizado por ele mesmo, em 2012. Com menos de três anos, a Ultra Popular conquistou mais de 200 lojas associadas no Brasil, atraindo diversos empresários do setor associativista. A rede segue a linha das chamadas “farmácias populares”, que trabalham com produtos de alta vendagem e operam com baixo custo operacional, gerando rotatividade de caixa com as vendas em larga escala e os descontos na linha de medicamentos de grande saída. A Ultra Popular oferece diariamente uma série de indicadores de custos e fluxo de caixa aos associados, ajudando na correção de rota, na precificação de produtos e na estratégia de venda dos varejistas da rede.

Nova atuação Seguindo esses mesmos princípios, a empresa criada por Tamascia deve oferecer serviços, como cadastro centralizado de produtos em constante atualização, parcerias e estratégias de negociação com a indústria farmacêutica e distribuidores nacionais e regionais para obtenção de medicamentos e produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) em condições diferenciadas. Segundo o diretor executivo da Farmarcas, Paulo Roberto da Costa, a nova companhia também ofertará aos clientes um sistema de compras centralizado que permite rigoroso controle de estoque e desempenho das lojas, como já acontece no grupo Ultra Popular. Apesar da semelhança do portfólio de serviços, Costa argumenta que as empresas associadas à Farmarcas manterão a independência de marca e de estratégia comercial diante da Ultra Popular. “Além da excelência na gestão, o foco principal do Grupo Ultra Popular é o preço baixo e os altos descon66

tos. Portanto, não necessariamente um associado da Farmarcas passará a adotar uma de nossas bandeiras (Ultra, Maxi ou Super Popular) e nossa política agressiva de preços. Preservando a identidade própria, a marca e o ponto, esse novo associado Farmarcas adotará somente nosso modelo de gestão e passará a se comprometer com as muO diretor executivo danças sugeridas. A intenda Farmarcas, Paulo ção da Farmarcas é profisRoberto da Costa, sionalizar ainda mais a gesexplica que as tão dessas lojas, para que farmácias não precisam elas permaneçam disputanabandonar as bandeiras do espaço pelo Brasil”, comenta Costa, que também faz parte da diretoria do Grupo Ultra Popular. Apesar de menos de três meses de existência, a Farmarcas já conta com cerca de 400 lojas trabalhando nesse novo esquema de gestão compartilhada. Entre as bandeiras que já abraçaram a proposta da Farmarcas, estão a Farma 100 (28 lojas na capital, Grande São Paulo e litoral), Farmafort (22 lojas na região de Sorocaba) e a Entrefarma (155 lojas no estado de Minas Gerais). Para atender a essa grande demanda, a nova empresa conta com 40 empregados e avalia que deve elevar ainda mais esse número, à medida que novos clientes forem se incorporando ao portfólio da empresa. Nesse início, a Farmarcas recebe apenas associados que são filiados a alguma das 46 bandeiras que fazem parte da Febrafar, que hoje conta com mais de 9,3 mil lojas espalhadas pelo Brasil. Apesar disso, Tamascia garante que a nova empresa e a Febrafar trabalham de forma independente: “A Farmarcas auxilia diretamente na administração das farmácias das redes ligadas ao seu processo, enquanto a Febrafar trabalha no desenvolvimento das redes. Por isso, as redes que vierem a se incorporar à Farmarcas irão manter suas estratégias comerciais atuais, além de suas diretorias eletivas. Nosso objetivo é aperfeiçoar o processo de gestão das lojas”, afirma.

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Consolidação do comércio eletrônico

Em tempos de instabilidade econômica, não há espaço para a perda de clientes. Por isso, é preciso atuar em todos os pontos de contato com o consumidor, inclusive nos virtuais Por Flávia Corbó

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ilustração/foto: shutterstock/divulgação

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Caso ainda haja alguma dúvida de que o canal de compras on-line já faz parte da vida cotidiana do consumidor tanto quanto as lojas físicas, há diversos números que comprovam que não se trata de tendência ou modismo, é realidade. Em 2014, as vendas no comércio eletrônico no Brasil faturaram R$ 35,8 bilhões por meio dos bens de consumo. Com o montante, o segmento atingiu um crescimento nominal de 24% em relação a 2013, quando se vendeu um total de R$ 28,8 bilhões. O resultado confirmou a ascensão do segmento e alcançou um desempenho além do esperado. Mesmo com um cenário econômico não muito favorável, o primeiro semestre elevou as vendas em 26% e o segundo, em 23%, quando a expectativa era crescer em torno de 20% ao fim do ano. O bom desempenho pode ser explicado pelo número crescente de brasileiros que aderem às compras pela internet. No ano passado, 51,5

milhões de pessoas fizeram pelo menos uma compra on-line, sendo que 10,2 milhões delas fizeram sua estreia no consumo virtual. O número de pedidos feitos via internet foi de 103,4 milhões, quantidade 17% maior que o registrado no ano anterior (88,3 milhões). O total de pedidos alcança uma média de duas compras por consumidor, com tíquete médio de R$ 347 – 6% maior que em 2013 (R$ 327). “O e-commerce vem crescendo bastante e atingindo um nível de maturidade. Cresceu 24% em um ano atípico, com Copa do Mundo e eleições, apresentando resultado muito melhor que o varejo físico e o Produto Interno Bruto (PIB)”, avalia o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti. Mesmo com o baixo crescimento que se espera do País em 2015, o setor de comércio eletrônico promete repetir os bons resultados. A E-bit, empresa que avalia a satisfação dos consumidores no universo on-line, prevê que o e-commerce termine o ano com um faturamento de R$ 43 bilhões, 20% maior que o ano anterior. Isso porque estima-se que o número de pedidos aumente

CATEGORIAS MAIS VENDIDAS em 2014 (EM VOLUME DE PEDIDOS) 17%

Moda e Acessórios 15%

Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde Eletrodomésticos

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Telefonia/Celulares

8%

Livros/Assinaturas e Revistas

8%

Informática

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Casa e Decoração

7%

Eletrônicos

6%

Esporte e Lazer

4%

Brinquedos e Games

3% 0%

5%

10%

15%

20%

Fonte: E-bit informação (www.ebitempresa.com.br)

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em 38% e o tíquete médio fique em R$ 437, o que representaria um aumento de 16% em relação a 2014. De acordo com Guasti, os bons resultados ainda devem perdurar muitos anos, a exemplo do que ocorre em países em que o comércio eletrônico já atingiu a maturidade há muito tempo. “Para os próximos anos, esperamos crescer entre 20% e 18%, pelo menos até 2018. Nos Estados Unidos, onde o mercado já é bem desenvolvido, o índice de crescimento, no ano passado, ficou em 17%, o que mostra que mesmo lá ainda há espaço para crescer.”

Farmácia on-line Moda e acessórios são a categoria mais vendida nas lojas virtuais, mas o varejo farmacêutico vem logo atrás, já que artigos de perfumaria, cuidados pessoais e saúde estão em segundo lugar entre os produtos mais vendidos, seguidos de eletrodomésticos, telefonia e celular, livros e revistas. “Tinha-se a ideia de que a categoria de cosméticos e perfumes seria complicada de ser vendida de forma on-line. Afinal, quem iria comprar perfume pela internet,

sem sentir a fragrância? Mas o negócio pioneiro iniciado por uma rede chamada Sack deu certo. Eles inclusive foram comprados pela gigante Sephora, que hoje também tem lojas virtuais”, explica Guasti. Desde então, a categoria cresceu muito e, hoje em dia, todas as grandes redes de farmácias têm um braço virtual. E não é só a área de beleza e cuidados pessoais que possui peso na internet. Atualmente, os medicamentos têm mais representatividade em valor, sendo responsáveis por 55% das vendas do varejo farma on-line. Isso pode ser explicado pelo fato de que o grande público das farmácias e drogarias – os idosos – também está se rendendo à tecnologia. De acordo com a E-bit, cerca de 20% de tudo que é vendido na internet foi comprado por pessoas com mais de 50 anos. “Observamos um envelhecimento natural do consumidor e uma aceitação dos resistentes, que viam a internet com desconfiança e hoje aderiram principalmente ao tablet. As lojas também se adaptaram a esse público”, analisa Guasti. Ainda que a concentração das vendas da categoria esteja na mão das grandes redes de farmácias e drogarias,

evolução do número de e-consumidores (em milhões)

61.6 51.3 42.2 32

23.4 17.6

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2010

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Fonte: E-bit informação (www.ebitempresa.com.br)

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E-commerce

Por onde começar?

O CEO da Vannon, Bernardo Giovannone, acredita que toda farmácia deveria ter um serviço especial de atendimento, como televenda e e-commerce. Segundo ele, formas rápidas de entrega são sempre bem-vindas

Criar um portal de comércio eletrônico exige conhecimentos técnicos que não são comuns entre varejistas farmacêuticos, por isso, o primeiro passo para adentrar no universo de compras virtuais deve ser a contratação de uma consultoria especializada. “Existem soluções complexas e outras pontuais, tudo vai depender do tamanho da loja e do porte do investimento. A consultoria será capaz de indicar qual a plataforma mais adequada àquele tipo de negócio”, explica Giovannone da Vannon. Em seguida, vem a etapa do treinamento, também concedido pela consultoria especializada. “Não adianta ter um carro, se você não sabe dirigir”, exemplifica Giovannone. Por isso, a importância de uma orientação para ajudar nas decisões a respeito do tipo de plataforma, das métricas que serão aplicadas no sistema, além de outras definições do site, como colocação de banners, divulgação nas mídias sociais, ferramentas de busca no Google, etc. Uma vez implementado o sistema de compra on-line, a consultoria também fica encarregada de manter os serviços de manutenção e atualização do site.

Necessidades específicas especialistas defendem que a criação de um comércio on-line pode ser adotado por qualquer loja, independente do tamanho, desde que sejam respeitadas as particularidades de cada operação. “Toda farmácia deveria ter um serviço especial de atendimento, como televenda e e-commerce. Formas rápidas de entrega são sempre bem-vindas”, ressalta o CEO da Vannon, Bernardo Giovannone. A Vannon é uma empresa de soluções web, responsável pela plataforma de comércio eletrônico da Onofre, Drogarias Nissei, Poupafarma, entre outras. Além de aumentar o número de pontos de contato com o cliente, uma plataforma on-line ajuda na fidelização do consumidor. “Se você não estiver on-line, o cliente vai ao concorrente que está ali. É um investimento, mas cria relacionamento. Inclusive as pequenas ou médias farmácias devem atuar no e-commerce, pois se chega uma farmácia grande ao lado, é preciso se diferenciar no relacionamento. Internet é para isso”, complementa. A única ressalva a respeito de pequenos varejistas investirem na implementação de comércio eletrônico é a área de abrangência das entregas. “É preciso focar na região em que a loja física atua. Vender para o Brasil inteiro não faz sentido. Não há infraestrutura suficiente e, se o custo do frete for alto, inviabiliza a venda”, alerta Guasti da E-bit. 72

Como todos os envolvidos no mercado farmacêutico sabem, o setor é fortemente regulado pelos órgãos de vigilância sanitária. No universo on-line não é diferente. Ao montar um e-commerce voltado para a venda de medicamentos, é necessário seguir uma série de exigências determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a proibição de usar imagens de medicamentos no site, a necessidade de transportar certos medicamentos em ambientes e embalagens refrigeradas, a exigência da apresentação de receita médica para os medicamentos não isentos de prescrição, entre outros. Diante de tantas particularidades, recomenda-se que a plataforma de e-commerce seja adquirida de uma empresa que tem programas voltados especificamente para o varejo farmacêutico. “É um processo de venda especial, com produtos focados em saúde. É preciso atender às regras da Anvisa e aos serviços fundamentais. São muitos controles, o que exige um processo complexo e uma plataforma preparada”, aconselha Giovannone. Além disso, produtos voltados exclusivamente para o e-commerce de farmácia permitem que o varejista atenda a outros serviços adicionais, como trabalhar com convênios, com Programas de Benefício de Medicamentos (PBMs) e contar com uma biblioteca de dado com imagens, bula e descrição dos medicamentos.

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varejo

A importância

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do treinamento

No mercado atual, todos os empresários querem melhorar o atendimento, as vendas e conquistar a maior fatia do mercado, mesmo que achem difícil atingir. Há certa razão para isso: pode ser que o número absoluto dos concorrentes tenha crescido e as decisões de compras dos clientes tenham mudado influenciadas pela inflação ou pela falta de dinheiro. Pode ser ainda que o mercado esteja se tornando mais maduro ou sua tecnologia esteja “envelhecendo”. Como sua farmácia ou drogaria não é única no mercado, é preciso uma vantagem ou diferencial que faça com que o estabelecimento se mantenha melhor do que o de seus concorrentes. O ato de treinar ou capacitar colaboradores dentro da empresa é e sempre será um diferencial competitivo. Pessoas são e serão, em qualquer época, o maior patrimônio da empresa. De nada adianta investir em inovação se os profissionais não estão preparados para atender e prestar serviços de qualidade. Quando o treinamento é deficiente, consequências negativas se refletem nos resultados, como: • As expectativas da gerência em relação aos resultados não são comunicadas a todos os níveis de funcionários, fazendo com que esta falta de comunicação resulte em gerência e colaboradores trabalhando em objetivos diferentes. • Os colaboradores sentem falta de confiança em suas habilidades de oferecer os serviços ou produtos da empresa e, com isto, voltam ao método da “tentativa e erro” que demonstra despreparo. Quando isso acontece, há alta chance de não se alcançarem metas de vendas nem o rendimento esperado. foto: divulgação

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• Os colaboradores mal preparados para executar seu trabalho falham no atendimento e quando isto ocorre, a satisfação do cliente cai abaixo de níveis aceitáveis e uma perda do lucro e de clientes é o resultado mais provável. Quando o treinamento é adequado, geralmente está baseado no foco da empresa que basicamente é ter lucratividade. Quando a empresa entende que colaboradores são seu maior patrimônio, o treinamento mantém uma equipe valorizada e motivada. Há muitos motivos para treinar a equipe, os principais são: • Preparar os colaboradores a maximizar a eficiência de cada trabalho realizado ou de cada encontro com cliente. • Ensinar aos vendedores processos sistemáticos de vendas que facilitem aplicação de técnicas específicas, baseadas em sinais de compras dos clientes; melhor habilidade em cumprir estratégias de vendas; a entender motivações secretas de compra dos clientes; a manusear eficazmente objeções; e a melhorar a efetividade das vendas. • Ajudar vendedores experientes a obter mais sucesso em novas oportunidades. • Qualificar e priorizar oportunidades mais rapidamente. • Melhorar as relações com os clientes. • Reduzir o índice de rotatividade de seus colaboradores. • Reduzir os custos da empresa, trabalhando mais eficazmente. • Melhorar a autoestima da equipe. • Aumentar a motivação individual de todo o grupo. • Estimular os funcionários a usar os recursos dos treinamentos como forma de melhorar a autocapacitação.

Capacitar os colaboradores de farmácias e drogarias é um diferencial competitivo

s i lvia o sso Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br

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Prevenção

O preço da ineficiência As perdas no varejo brasileiro aumentam e somam R$ 1 bilhão de prejuízo às empresas. Em tempos de crise, não há margem para tamanho desperdício Por Flávia Corbó

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Aumentar a competência dos processos internos é uma das melhores maneiras de se proteger dos tempos turbulentos que são previstos devido à instabilidade da economia brasileira e queda na confiança do consumidor. O varejo farmacêutico passou por um forte processo de profissionalização, o que já aumentou a qualidade da gestão de farmácias e drogarias, mas uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), ao longo do ano de 2014, aponta que há ainda um longo caminho a percorrer. Ao entrevistar 5.202 lojas, entre farmácias, supermercados, casas de material de construção e pequenos varejistas – que juntas representam cerca de 11% de todo o varejo brasileiro –, a entidade percebeu algo preocupante: o índice de perda do setor passou de 1,83% do faturamento líquido das empresas, em 2012, para 2,31% em

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2013. À primeira vista, o percentual pode parecer pequeno, mas, quando somadas, as perdas resultam em prejuízo de R$ 1 bilhão. Além da perda financeira, o montante revela que o varejo brasileiro sofre mais com roubos, furtos e problemas operacionais do que os mercados estrangeiros. Os vizinhos da América Latina têm um índice de perda menor, em torno de 1,6%. No restante do mundo, não é muito diferente: América do Norte, 1,49%; Europa, 1,27%; e Ásia, 1,16%. A média global fica em torno de 1,36%, também abaixo do percentual brasileiro. Para o diretor de pesquisas do Programa de Administração do Varejo (Provar), professor doutor, Nuno Fouto, o crescimento do índice de perda no Brasil pode ser explicado por dois fatores. Primeiramente, pela maior eficiência na medição das perdas. Em segundo lugar, pelo descompasso entre o desenvolvimento do varejo e o investimento em medidas preventivas. “Com as informações disponíveis, é impossível saber quanto desse foto: shutterstock

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aumento se deve à melhora das condições de apuração e quanto é devido às dificuldades geradas pelo aumento do faturamento.” O fato é que os índices de perda tendem a piorar ainda mais em 2014, devido a fatores externos à operação das lojas. “Condições da economia e incertezas favorecem perdas, pois investimentos em prevenção são protelados. Além disso, em momentos de crise, costuma ser registrado um aumento na taxa de furto e roubo. Torna-se um problema sociológico”, explica o presidente do Ibevar, Cláudio Felisoni de Angelo.

Varejo farmacêutico A boa notícia é que entre todos os segmentos pesquisados, o setor farmacêutico foi o que apresentou menor taxa de perda (1,37%), contra 6,8% das pequenas e microempresas, 2,52% dos supermercados e 1,21% das lojas de material de construção. De acordo com Felisoni, o melhor desempenho das farmácias e drogarias pode ser explicado pelo modelo de negócio e natureza dos produtos comercializados. “Existe de fato a influência de características do mercado, como o valor das mercadorias, metragem da loja e número de SKUs, que tendem a facilitar os processos e reduzir os prejuízos operacionais. Além disso, o setor é muito regulado, por isso adota medidas mais restritivas, que acabam por amenizar as perdas. É uma combinação de fatores”, avalia. Quase 90% das farmácias que participaram da pesquisa afirmaram que possuem uma área voltada para a prevenção de perdas, o que faz com que 0,97% delas sejam identificadas, contra 0,40% que não se sabe a razão. Entre os prejuízos de origem conhecida, a maior parte deles (29%) se deve a quebras operacionais e a erros de processos (23%). Os índices revelam que há um grande espaço para melhoria interna, já que dentro das quebras na operação, 64% são relacionadas à mercadoria com data de validade vencida – problema facilmente contornado com um bom gerenciamento de estoque e maior eficiência logística.

Tecnologia X colaborador Os furtos externos (23%) e internos (12%) também são importantes fontes de perdas. Apesar disso, 100% das farmácias entrevistadas afirmam contar com um circuito interno de câmeras, além de fazer uso de coletor de dados para fazer o inventário. Quase 90% das lojas também trabalham com alarme-acesso, enquanto 78% possuem cofre boca-de-lobo, espelhos e etiquetas antifurto.

Confira os produtos mais furtados nas farmácias • Dorflex.

• Valda (tabletes).

• Desodorante.

• Aspirina.

• Chocolate.

• Protetor solar.

• Coristina.

• Centrum.

• Neosaldina.

• Dermacyd.

Fonte: Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar)

Estimativa de perdas

9% 23% 24% 12% 3% 29% Furto externo

Erros operacionais

Fraude de terceiros

Quebras operacionais

Furto interno

Outros

Fonte: Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar)

Apesar do alto percentual de adoção de tecnologias, outros números da pesquisa do Ibevar sugerem que os recursos não estão sendo tão bem empregados como deveriam. A análise de soluções de Produtos de Alto Risco (PAR) ilustra o cenário. Apenas 67% das farmácias expõem ou armazenam produtos visados em áreas controladas por câmeras ou em espaços confinados. Inventários frequentes e conferência detalhada da mercadoria são 2015 abril guia da farmácia

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Prevenção

Índices de perdas por segmento Supermercados

Farmácias e drogarias

Material de construção

Micro, pequenas e médias empresas 7,2%

6,3%

6,8%

4,3% 2,52%

1,95%

0,33% 0,5% 2012 2013 2014

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geral – Brasil 2,31% 1,96% 1,72%

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1,74%

1,86%

1,99%

2,05% 1,77%

1,75%

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1,83%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar)

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Veja uma comparação das perdas do varejo farmacêutico com as de outros setores. AL

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de prevenção de perdas, em mural de avisos, jornais e revistas, é a medida mais adotada, mas está presente em apenas 67% das farmácias entrevistadas. Treinamentos em prevenção de perdas para colaboradores são feitos apenas em 56% das lojas. Já iniciativas como, participação nos lucros, adoção de telefone-denúncia, introdução de processos mais rigorosos de recrutamento e seleção, e criação de concursos para incentivar redução de perdas, são aplicadas em menos da metade dos estabelecimentos.

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praticados por 56% dos estabelecimentos, enquanto somente 22% utilizam embalagens específicas para confinamento no transporte. Além de subutilizadas em muitas ocasiões, as tecnologias preventivas não são uma solução isolada e única para a redução de perdas. Aparato sofisticado pode inibir o resultado final, mas há uma etapa fundamental que antecede a escolha dos recursos tecnológicos. “O fator primordial é o comprometimento da equipe. É preciso trabalhar aspectos relacionados ao envolvimento do colaborador, como treinamento, participação nos lucros e reconhecimento de resultados. Com funcionários comprometidos, se reduzem as chances de furtos e operação ineficaz”, garante. De acordo com os números levantados pela pesquisa do Ibevar, algumas dessas iniciativas já são aplicadas, mas em número bem menor do que as tecnologias. A comunicação

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Ponto de venda

Métrica no varejo Tecnologias medem o fluxo de pessoas no comércio e ajudam varejistas a detectar aspectos fracos e traçar estratégias de melhoria

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Por F l áv i a C o r b ó

Há tempos, o varejo brasileiro é tido como a locomotiva do País, tanto pelo número de empregos, como pelo desempenho acima de outros setores e inclusive do Produto Interno Bruto (PIB). Na última década, o varejo cresceu 106% e hoje representa cerca de 40% de todo o valor produzido pelo País. Mesmo com tamanha relevância, muitos empresários perceberam que o varejo não tem métricas de desempenho, o que impossibilita perceber a necessidade de melhoria com base em histórico. Ao perceber essa defasagem, a

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Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) se juntou à Virtual Gate, empresa especializada no monitoramento de tráfego de pessoas em lojas, para criar índices de medição. O monitoramento se iniciou no segundo semestre de 2014, quando ainda foi registrado um aumento de fluxo em relação a meses anteriores e ao ano de 2013. Já os números colhidos no início deste ano não são tão promissores. No mês de janeiro, a circulação de clientes no comércio apresentou uma queda de 5,2% quando comparado com janeiro de 2014, de acordo com o Índice de Consumidores do Varejo Mensal (ICV 30). foto: shutterstock

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Como e por que medir?

A queda registrada pelo varejo em janeiro se manteve no fechamento do primeiro bimestre deste ano. O número de consumidores nas lojas no mês de fevereiro teve diminuição de 5,7% com relação a fevereiro de 2014. O carnaval também foi monitorado e apresentou retração de 13% na média diária em relação ao mesmo período do ano anterior. O estudo mostra ainda a queda de 8,7% em fevereiro quando comparado a janeiro de 2015. “O mês mais curto era esperado que apresentasse uma queda significativa. Partindo desse pressuposto, podemos estimar que, em março, deverá haver alguma alteração, por ser um mês com mais dias úteis”, avalia o diretor de relações institucionais da Virtual Gate, Caio Camargo.

Os índices são obtidos a partir do monitoramento de 1,2 mil lojas que contam com os serviços da Virtual Gate. Para que empresários possam incrementar seus negócios, conhecendo melhor o perfil dos seus clientes, a empresa desenvolveu um sistema de câmeras de vigilância que além de garantirem maior segurança, controlam o fluxo de pessoas dentro da loja. “Foi pensando na quantidade de informações que um cliente fornece, de maneira natural, ao circular pelas gôndolas, que decidimos oferecer essa solução para medição de fluxo de pessoas”, explica a diretora-geral da Virtual Gate, Heloísa Cranchi. Com uma tecnologia de captura de imagem, é possível contar quantas pessoas entram na loja e em qual horário, quantas desistem de uma compra pelo tamanho da fila, quantos vendedores são necessários para cada período do dia, entre outras coisas. Essas informações são colhidas a partir da análise quantitativa e qualitativa das imagens, que ajudam a entender o perfil do consumidor, descobrir os picos de movimento e em que momentos a taxa de conversão aumenta ou diminui. A adoção desse sistema permite que o varejo físico tenha a mesma acurácia do varejo on-line, que, até então, tinha vantagem quanto à métrica do negócio. Em apenas um clique, é possível descobrir quantos clientes acessaram o site, em que horário, qual o tempo médio de navegação, quais os produtos mais buscados, etc. Já na maioria das lojas físicas, a realidade é bem diferente. “Todo varejista sabe quando vendeu, qual o tíquete médio, mas não sabe quando deixou de vender”, exemplifica Camargo. O setor varejista que mais aderiu a esta tecnologia é o de moda. As medições mostraram que de todos os clientes que entram na loja por dia, apenas 20% efetuam a compra. “Isso mostra quanto espaço ainda há para crescer. Com informação obtida pelo monitoramento, desenvolvemos alguns trabalhos e os clientes conseguiram aumentar esta taxa já em 3%. É possível”, conta Camargo. Ainda são poucas farmácias, inclusive entre as grandes redes, que possuem um sistema de monitoramento de fluxo de pessoas. Mas, de acordo com Camargo, a ferramenta pode ser muito útil para esse modelo de negócio e acessível a empreendimentos de qualquer porte. O investimento mensal é na faixa de R$ 300. “Aqui, no Brasil, ainda existe 2015 abril guia da farmácia

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Ponto de venda

muito a cultura do farmacêutico que fica concentrado apenas nos trabalhos atrás do balcão, na venda de medicamentos, mas, aos poucos, o cenário está mudando. Mais do que vender equipamento, queremos criar uma nova cultura.” Hoje em dia, a única maneira que o varejista tem de mensurar a movimentação de pessoas é por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O problema é que esses dados são divulgados com uma defasagem de 50 dias. A medição do mês de janeiro só será divulgada no mês de março, aí o varejista perde muito tempo de ação”, destaca o presidente da SBVC, Eduardo Terra.

Projeções estimadas Para os especialistas em varejo, a necessidade de medição se torna ainda maior em tempos de mudanças na política econômica, retração no crédito e, principalmente, em relação à crise de confiança estabelecida no País e, quanto mais rápidas e personalizadas forem as informações obtidas, mais o varejista poderá tomar decisões precisas. A queda no consumo já era esperada, pois o consumidor está mais cauteloso. As mudanças têm acontecido em todas as esferas sociais, resultando em uma readequação dos hábitos de compra. Neste momento, é preciso pensamento estratégico e medidas que favoreçam a retomada. “O varejista vai ter de ser mais criativo, mais dedicado, tentar reduzir custos e apertar os cintos”, aponta Terra. Uma das soluções indicadas pelo especialista é investir em ações nas lojas para estimular as compras. “A inflação já está a 7%, o preço da energia elétrica subiu, a folha de pagamento vai custar mais. Se as vendas não subirem, fica complicado.” Os dois primeiros meses deste ano já refletem essa retração, mas os especialistas em varejo acreditam que o período de férias e de carnaval possa ter influenciado na queda dos resultados. A expectativa é de que o mês de março possa melhorar o índice do primeiro trimestre. Já o mês de abril será repleto de feriados, fator quase sempre negativo para o varejo. O desempenho do ICV 30 ainda não é calculado por segmento de varejo, mas a expectativa é de que o varejo farmacêutico não seja tão impactado como outros setores. De acordo com o coordenador de 82

Entenda o índice ICV 30 O Índice de Consumidores do Varejo Mensal (ICV 30) foi desenvolvido para medir o desempenho do fluxo de clientes/ consumidores durante o mês que antecede sua divulgação. A criação do ICV 30 tem como principal objetivo antever o que a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mensura, ou seja, o comportamento do comércio nos meses anteriores. A diferença é que a PMC faz isso com um gap de 50 dias, enquanto a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e Virtual Gate se propõem a divulgar os dados imediatamente após o fim de cada mês. Outro medidor criado nessa parceria foi o Índice de Consumidores do Varejo Sazonal (ICV Saz), que retrata o comportamento dos consumidores em datas comerciais. Desde o início do monitoramento, a primeira data avaliada foi a Black Friday, em novembro de 2014, que registrou movimento 46% superior ao mesmo período em 2013. Ambos os ICVs adotam a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) na sua versão mais atual 2.0, ponto de referência base 100 = janeiro de cada ano para comparativos anuais, e base = 100 primeiro mês analisado no comparativo mês a mês.

atendimento ao varejo da Nielsen, Carlos Gouveia, 2015 será mais um ano em que o consumidor buscará saídas para continuar a comprar os artigos de higiene e beleza com que está familiarizado. A tendência é de que o consumidor busque embalagens maiores para ter algum tipo de vantagem econômica ou o oposto – embalagens menores para garantir o uso de determinado produto, mas com gasto mais baixo. Com essas artimanhas, a cesta de higiene e beleza deve novamente ser a menos impactada, em um cenário de retenção econômica. Para avaliar os caminhos que o consumidor irá tomar no cenário atual, as ferramentas de fluxo de consumidores podem ser boas aliadas para o varejista que deseja permanecer competitivo.

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Comportamento

O shopper no centro das atenções O uso de estímulos no desenvolvimento de ações de marketing e merchandising, baseadas em insights, vai de encontro à satisfação das necessidades dos consumidores, proporcionando assim uma melhor experiência de compra

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Por Vivian Lourenço

Aquela época em que a única preocupação era oferecer produtos ao consumidor e garantir a venda final ficou para trás. Com o shopper cada vez mais exigente, é necessário investir não somente em qualidade, diversidade e quantidade das categorias oferecidas. Atualmente, sobrevive o estabelecimento que oferece uma experiência de compra satisfatória. O consumidor está sendo estudado e o varejista pode se beneficiar desses estudos para oferecer exatamente o que o seu cliente deseja, a fim de fidelizar o consumidor, garantir a venda e o aumento do tíquete médio. Uma das ações utilizadas para conquistá-lo é o shopper marketing, que significa utilizar ações de

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marketing e merchandising visando à satisfação das necessidades de grupos-alvos de shoppers (clientes-chaves), proporcionando melhor experiência de compra, resultados de negócios e valor das marcas para varejistas e fornecedores (visão mais recente da US Retail Comission), como explica a diretora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin. Mas para entender esse conceito, o professor da pós-graduação em marketing da Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte (MG), Christian Manduca, vai mais além. Antes de definir shopper marketing, é preciso conhecer quem é o shopper foco das ações de shopper marketing. “O shopper é o consumidor que circunstancialmente virou a chave mental para o modo de compra. Ou seja, é o consumidor que entrou na jornada de compra de um produto, serviço ou marca para satisfazer sua necessidade ou encontrar uma solução.” As pessoas compram soluções para as suas vidas baseadas nas necessidades, nos desejos e nos sonhos. A mídia massiva não consegue demonstrar todas as soluções. O ponto de venda (PDV) transforma-se em mídia, o que muda toda a comunicação. O shopper marketing anseia transformar consumidores em shoppers e shoppers em compradores.

O que é essa ferramenta O shopper marketing pode ser definido como o uso de qualquer estímulo de marketing e merchandising, baseado em um profundo entendimento do comportamento do shopper, e sua segmentação, desenvolvida para satisfazer suas necessidades e para melhorar a experiência de compra, criando valor para as marcas e os negócios dos fabricantes, varejistas e clientes finais. O shopper marketing desenvolve-se da experiência que o indivíduo tem ao pesquisar, ir até a loja, interagir no ambiente de compra, encontrar o produto, decidir e finalmente pagar. Para isso, Manduca esclarece que o shopper marketing influencia o varejo a partir do conhecimento do comportamento do shopper e criando a comunicação que impacta o consumidor no momento de decisão de compra. “Planejar experiências nas lojas que ofereçam o que os shoppers precisam ou estão realmente procurando. É estar com o produto certo na hora certa e pensar no desejo do shopper e como o consumidor se comporta quando está consumindo um produto.” Outra definição é dada pela professora da ESPM e fundadora da Shoppermkt Consultoria, Bia Cavalcante Chami. Ela explica que o conceito de shopper marketing 2015 abril guia da farmácia

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Comportamento

Praticar shopper marketing consiste em:

3 Mudança de cultura organizacional.

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Segmentação – identificar segmentos-alvos de shopper (cliente de maior valor).

Visão integrada do consumidor e do shopper e entendimento integrado da “Jornada de compra e consumo” – conhecer o cliente a fundo: quem é, comportamento e atitudes, necessidades a ser atendidas, drivers motivadores da compra, etc.

4 Iniciativas colaborativas varejo-indústria. Ambos unindo esforços e adotando uma filosofia efetivamente focada no shopper. O varejo, inclusive, deve ser o patrocinador e promover as práticas de shopper marketing.

5 Reais benefícios para o consumidor e para o shopper e um melhor retorno sobre o investimento (ROI).

6 Estruturas organizacionais capacitadas e alocação de recursos para a prática de shopper marketing. Faz-se necessário que ambas as organizações – varejo-indústria – desenvolvam conhecimentos, competências e habilidades específicas para assegurar que o trabalho desenvolvido seja de alta qualidade e duradouro.

8 Transformar as informações geradas em insights acionáveis (quem, o que, onde, como, quando, por que, que canais e estímulos são mais eficientes para inspirar o shopper a comprar).

7 Habilidade em gerenciar e disseminar a enorme quantidade de informações disponíveis sobre shoppers e seu comportamento.

11 Estratégias e objetivos bem definidos e delineados em relação aos shoppers e um plano de ação detalhado.

No plano de ação, devemos considerar a definição detalhada do “shopper-alvo”, toda a proposta de valor para crescer dentro deste grupo – com objetivos e metas específicas, mensuráveis e praticáveis e compartilhadas entre varejo-indústria e, por fim, todo o programa de atividades/ações considerando cada etapa da jornada do consumidor e shopper.

10 À indústria, envolver a visão varejo em seus processos de shopper marketing.

9 Ao varejo, integrar as funções de marketing e merchandising.

E para ter consistência e coerência entre o que se promete e entrega, exige-se uma Comunicação Integrada de Marketing (CIM), que consiste em um conjunto bem planejado e integrado de ações, estratégias e produtos de comunicação com o objetivo de agregar valor à marca e/ou consolidar a sua imagem junto ao seu público-alvo.

Fonte: diretora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin

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Comportamento

O shopper marketing pode ser definido como o uso de qualquer estímulo de marketing e merchandising, baseado em um profundo entendimento do comportamento do shopper, e sua segmentação, desenvolvida para satisfazer suas necessidades e para melhorar a experiência de compra, criando valor para as marcas e os negócios dos fabricantes, varejistas e clientes finais nasceu da metodologia de Gerenciamento por Categorias (GC). “Em GC, o entendimento do shopper no ato da compra tem um papel central para o desenho das estratégias e táticas de atuação. Isso se deu principalmente devido ao modelo de trabalho em conjunto entre o varejo e a indústria, proposto na metodologia de atuação, em que, para minimizar conflitos de interesse, o shopper era colocado como ponto central. Em 2009, o conceito de shopper marketing emergiu e se consagrou.” Nesse caso, o shopper é o papel exercido por uma pessoa que se encontra em alguma etapa do processo de compra, podendo ser o consumidor ou não. “Com isso, a principal característica do shopper é comprar. Assim, shopper marketing é fazer marketing para a pessoa que se encontra durante o processo de compra, para isso, é necessário entender o comportamento da pessoa durante a decisão sobre onde, como e o que comprar”, define Bia. 88

Sendo assim, o shopper marketing é um direcionamento estratégico das ações efetuadas em loja, que faz com que a indústria e varejo desenhem suas táticas (ações) com base em um conhecimento profundo da pessoa no ato da compra (o shopper). O objetivo é fazer com que o shopper tenha uma experiência de compra gratificante e satisfatória, e que o varejo e a indústria lucrem com isso, uma vez que aquele terá um maior desembolso (comprará mais). Conhecendo-se profundamente o shopper, é possível desenhar iniciativas que vão de encontro à sua satisfação e, por outro lado, o façam comprar. “É possível conhecê-lo por meio de pesquisas formais, ou simplesmente por meio de observações”, esclarece a professora da ESPM.

Influência direta no varejo O grande desafio do varejo nos dias de hoje é atrair, converter e reter o cliente. Para isso, é preciso garantir uma boa experiência de compra que passa por entregar efetivamente o que promete, orienta Fátima. Ter consistência e coerência entre a promessa (proposta de valor) e a execução. Desde ter um ambiente agradável, organizado, uma loja limpa, setorizada, um layout que facilite a jornada de compra do cliente, produtos bem expostos e sinalizados, uma comunicação simples, clara e objetiva, agilidade no processo de checkout, um atendimento de qualidade, com pessoas disponíveis a ajudar o cliente a solucionar seus “problemas” e ter seu processo de compra facilitado, etc. O shopper é imediatista, ativo e exigente, complementa Manduca. Ele quer se relacionar com as marcas em múltiplos canais e ter a mesma experiência em todos eles. Em geral, escolhe o PDV onde vai comprar e é fortemente atingido por promoções, sofre influência das variáveis no local,

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Comportamento

Novas etapas O conhecimento do shopper passa pelo entendimento das etapas do seu caminho de compra, chamado em inglês de Path to Purchase, etapas tais como: • Como é o seu planejamento de compra? Como decide onde comprar? • Qual é o seu comportamento durante o processo de decisão? • Qual é o conhecimento prévio que o shopper tem sobre a categoria/marca/produto? • A categoria/marca/produto é atrativa para ele? • Qual é o seu engajamento para com essa categoria/marca/produto? • O que o motiva a comprar essa categoria/marca/produto? • E finalmente, como esse produto é consumido, e qual é a influência do ato de consumo sobre o ato da compra? Fonte: professora da ESPM e fundadora da Shoppermkt Consultoria, Bia Cavalcante Chamie

como, por exemplo, o preço com comparação simultânea; quando compra/avalia custo-benefício do produto e compra para fins individuais e coletivos. Existem alguns aspectos, de acordo com Fátima, que, ao longo da jornada de compra, influenciam e impactam negativamente o cliente, fazendo com que ele não volte: • Não ter o sortimento adequado, “o cliente chegar à loja e não encontrar o produto/marca da preferência” –, boa parte abandona a compra e tem a sua experiência com o varejista frustrada; • Ruptura; • Falta de sinalização, setorização: “dificuldade em encontrar facilmente o produto”; • Exposição ruim e não orientada à hierarquia de decisão do cliente, ou seja, sem estar conectada com a maneira que os clientes decidem suas compras; • Falta de informação, comunicação ruim, de difícil entendimento; e, sobretudo, o atendimento... Mais de 50% dos clientes afirmam não voltar se forem mal atendidos... E no autosserviço, o atendimento tem a ver com todo o processo de compra. Mas em muitos casos, o varejista não percebe isso. A dinâmica diária dele, muitas vezes, faz com que ele não perceba os pequenos detalhes. “Dou um exemplo: a ponta de gôndola é uma das áreas mais nobres da loja e já vi em muitas situações varejistas exporem produtos sem nenhuma lógica, em vez de utilizá-la estrategicamente, oferecendo soluções ao cliente. Ou mais, colocar displays estragados, colados com fita crepe; outros que vendem beleza e possuem gôndolas sujas, encardidas, ou ainda um 90

display de um produto X em frente à gôndola de um produto Y, mas sem nenhuma similaridade ou complementação; um cartaz com muita coisa escrita e de difícil entendimento, fazendo com que o cliente necessite interpretar o texto; produtos sem precificação, ou mais caixas de produtos interrompendo corredores ou em frente a uma gôndola; entre outros”, exemplifica Fátima. O fato é que as práticas de shopper marketing devem ser encaradas de maneira estratégica, como um novo modelo de negócio, e não um simples projeto de marketing, comunicação ou de interação com o cliente. Porém, antes de inserir essas tendências dentro de suas agendas de prioridades de implementação, vale a seguinte observação, de acordo com o CEO da DOM Stratety Partners (consultoria 100% nacional focada em estratégia corporativa), Daniel Domeghetti: cada varejista precisa ser capaz de identificar e apropriar, em proporções adequadas, quais os desafios presentes que colocam em risco hoje o seu negócio versus as reais possibilidades e viabilidades de aderirem às tendências aqui apresentadas, e em que momento do tempo. Analisando todas essas tendências, é importante ressaltar que as novas soluções de varejo deverão ser compostas por inteligência incorporada, conhecimento compartilhado, atendimento customizado e decisões cocriadas entre loja e cliente. “Num processo de venda, não haverá a colocação um novo produto em linha se não obtiver anuência do cliente ou ainda, será providenciada a introdução de produtos identificados pelos clientes de sua loja”, finaliza Domeghetti.

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dengue

Um problema de todos A maior parte da população afirma ter amplo conhecimento teórico sobre a doença e o mosquito transmissor, mas na prática, pouco é feito para combater o problema Por Vivian Lourenço

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Não deixar recipientes, pneus e lixos acumulando água parada. A população parece saber como agir em casos de dengue, porém um estudo apontou que, na prática, pouco se faz. O Ministério da Saúde classifica a dengue como uma doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico: enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti e Aedes albopictus.

Difundir o conhecimento A pesquisa inédita “Eu amo SP sem dengue”, realizada pela marca de inseticida SBP, da Reckitt Benckiser, revelou aspectos importantes sobre o mosquito transmissor, assim como analisou o conhecimento do público sobre o tema. Foram entrevistados mil moradores de São Paulo e Rio de Janeiro, com idades de 25 a 55 anos, das classes A, B, C e D, sendo a mesma porcentagem entre homens e mulheres. De acordo com o biólogo entomologista e mestre em saúde pública, João Paulo Correia Gomes, o estudo mostrou que o principal responsável pelo 92

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combate à dengue é a própria população. “Porém, apenas uma a cada quatro pessoas afirma real engajamento com o problema, e esforços coletivos de combate estão entre os mais impopulares”. O baixo comprometimento contrasta com duas posições praticamente consensuais reveladas na investigação. Nove a cada 10 respondentes reconhecem que todos estão suscetíveis à picada do mosquito transmissor (92%), e a maioria (72%) já sofreu pessoalmente, ou conhece alguém próximo que contraiu o vírus. Porém, um a cada quatro (27%) afirmou não ter adotado novos hábitos de combate após o episódio de contato. Para 94% dos realmente comprometidos, a atenção para não ter água parada em casa é a principal medida de engajamento. Em segundo lugar, o alerta para água perto do lar é apontado por 68% do grupo. Por outro lado, outras ações para além dos limites do domicílio, como conversar com vizinhos, monitorar casos de dengue na região ou recolher lixo da rua são relacionadas por parcela inferior a 15%. A pesquisa também observou que os entrevistados demonstram possuir informações corretas que refletem o conteúdo de campanhas educativas. Nove a cada 10 sabem que a transmissão se dá pela picada do Aedes aegypti e conseguem inclusive identificar as características do mosquito. A quase totalidade das pessoas ouvidas afirma também acertadamente que a multiplicação foto: shutterstock

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Especial saúde

dengue

Perguntas e respostas sobre a dengue 1) O que é a dengue? A dengue é uma doença causada por vírus, com quatro tipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV4. Ela é transmitida ao homem pela picada da fêmea dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. 2) Quais são os sintomas da dengue? Entre os sintomas mais comuns à forma clássica da doença estão: febre alta e abrupta, perda do apetite, náusea e vômitos, dor de cabeça severa, dor atrás dos olhos, dores musculares e nos ossos e erupções cutâneas. Há, contudo, uma forma mais grave da infecção, conhecida como febre hemorrágica da dengue (DHF na sigla em inglês) com potencial letal. Essa variante soma aos sintomas acima algumas das seguintes implicações: dor de estômago forte e contínua, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, vômitos com ou sem sangue, suor excessivo, boca seca, pulsação fraca e rápida e dificuldades na respiração. 3) Como evitar a dengue? • Impedir o acúmulo de água limpa em baldes, calhas, garrafas, ralos, vasos, tanques, pneus velhos ou em recipientes de qualquer natureza. • Tampar por completo caixas d’água, tonéis, cisternas ou qualquer depósito doméstico. • Limpar os locais onde a fase jovem pode se instalar, esfregando com uma bucha o local contaminado. 4) Como identificar o mosquito transmissor da dengue? O mosquito Aedes aegypti tem coloração preta e as pernas e corpo (abdome) rajados de branco, enquanto o Culex, tradicional pernilongo doméstico, é marrom. 5) Quais são os hábitos do mosquito transmissor da dengue? O Aedes é diurno e pode picar várias vezes durante sua vida. Costuma se esconder em locais baixos e escuros, como embaixo das mesas, estantes, etc. As fêmeas costumam picar o ser humano no começo da

manhã ou no final da tarde e preferem as regiões dos pés, tornozelos e pernas. Isso ocorre, pois costumam voar a uma altura máxima de meio metro do solo. 6) Como é o tratamento da dengue? Em geral, recomenda-se repouso absoluto, hidratação intensa e o controle da febre, que pode persistir por dois a sete dias. 7) Qual a letalidade da dengue? A forma clássica da dengue raramente mata, mas sua variante mais grave, a febre hemorrágica (DHF), apresenta taxa de letalidade média de 5%, que é muito superior ao que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) no valor de 1%*. (*) http://www.estadao.com.br/noticias/geral,denguemata-mais-no-brasil-que-o-tolerado-pela-oms,371893 8) É possível pegar dengue fora de casa? Onde? Raio de alcance? O Aedes aegypti é um mosquito associado à presença do homem, já que a fêmea dessa espécie tem uma preferência por se alimentar de sangue humano (antropofilia) e precisa dele para a o amadurecimento dos ovos. Assim, qualquer local que reúna pessoas, seja uma escola, uma empresa, um parque ou uma praça, está suscetível aos perigos do inseto. 9) Como é o ciclo de vida do mosquito da dengue? No verão, entre a eclosão da larva e o aparecimento do mosquito adulto, são de 8 a 10 dias, em média. Esse ritmo de desenvolvimento desacelera no inverno. 10) Quantos dias após picado por um mosquito a pessoa começa a sentir os sintomas? Existe uma ordem nos sintomas? Os sintomas da dengue se manifestam após o período de incubação do vírus no organismo, que varia de 2 a 10 dias. Normalmente, a doença manifesta-se por febre alta e abrupta, dor de cabeça e mal-estar. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele sorotipo específico.

Fontes: biólogo e mestre em saúde pública, João Paulo Correia Gomes; Ministério da Saúde; Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

do vetor depende de água parada e clima quente. No entanto, há ainda significativo desconhecimento sobre hábitos do mosquito adulto, o que é muito importante para o combate e a prevenção. Somente 12% 94

acertaram que ele vive exclusivamente dentro das residências. Quanto ao período de maior atividade do vetor (entre a manhã e o final da tarde/início da noite), uma a cada duas pessoas errou ou admitiu não saber.

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Gripes e resfriados

Típicos da estação As baixas temperaturas promovem o aumento das doenças de inverno que atacam o sistema respiratório. População busca alívio rápido para os sintomas

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O verão acabou e a temporada de outono/inverno se aproxima. A mudança de temperatura faz com que os quadros de gripes e resfriados ocorram com mais frequência. Nos meses mais frios, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, com menor circulação de ar. Com isso, a transmissão de vírus é facilitada, já que os acometidos eliminam pequenas gotículas contaminadas pela tosse ou espirro, que são inaladas por outros indivíduos e o vírus sobrevive por um período de tempo maior nas superfícies quando a temperatura é baixa. Esse é justamente o principal fator desencadeante do problema, pois com o ar mais seco, ocorre a desidratação do muco, impedindo o corpo de eliminar de forma adequada as partículas virais. O aumento da incidência de gripe varia de ano a ano em decorrência da mudança de temperatura e umidade. De modo geral, os sintomas da gripe e do resfriado são bem parecidos, porém os da gripe acontecem com maior intensidade. A principal diferença é que o vírus da gripe – influenza – ocorre em

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todo o sistema respiratório, como traqueia, brônquios e eventualmente nos pulmões, demonstrando grande intensidade e abrangência no organismo. Devida à sua intensidade, uma gripe mal tratada pode levar a complicações graves, podendo, raramente, resultar em morte. Tanto na gripe como no resfriado, os principais sintomas são: dores em geral, febre, congestão nasal, dor de garganta e dor de cabeça. No resfriado, os sintomas tendem a ser mais brandos, com uma leve dor de garganta, coriza e febre baixa, quando presente. Geralmente, não causa mal-estar e o indivíduo não interrompe suas atividades rotineiras. Já a gripe causa bastante mal-estar, febre alta, dor de cabeça e exige repouso”, afirma a gerente médica da Bayer, Dra. Juliana Machado. Segundo a pneumologista do Instituto do Coração no Hospital das Clínicas de São Paulo, Dra. Samia Rached, existem vários vírus respiratórios que podem causar gripes e resfriados, pois eles sofrem mutações e se tornam diferentes com o tempo. “A vacina antigripal, fabricada a partir dos três principais tipos de vírus influenza, é muito eficaz na prevenção da gripe e, principalmente, da evolução desta para pneumonia. Apesar de não prevenir contra foto/ilustração: shutterstock

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Mitos e Verdades Espirro é sinônimo de gripe. MITO. Espirros podem estar presentes não só em gripes, mas também em resfriados e até mesmo em alergias respiratórias, como a rinite alérgica. Rinite vem após o resfriado. MITO. Rinite é uma doença alérgica que nada tem a ver com resfriado, que é viral. Porém, as pessoas alérgicas podem ter uma tendência um pouco maior para contrair o vírus do resfriado. O resfriado é uma doença provocada por inúmeros vírus. VERDADE. Vários tipos de vírus podem causar o resfriado, mas somente um de cada vez. Se a pessoa contraiu um resfriado, este é causado por um único vírus.

Crianças ficam mais gripadas. VERDADE. As crianças, assim como os idosos, são as pessoas que mais sofrem com as gripes e os resfriados. Seu sistema imunológico (de defesa) ainda não está bem amadurecido, então contraem doenças virais com maior facilidade. No caso dos idosos, o sistema imunológico pode já estar debilitado. A mão pode ser veículo de transmissão do vírus. VERDADE. Quando a pessoa está gripada ou resfriada, tende a levar a mão ao rosto com frequência. Até mesmo quando vai fazer a higiene nasal; o vírus pode ficar vivo durante alguns minutos. Quando a pessoa dá a mão para outra e esta leva a sua mão ao rosto, pode contrair a doença. Vitamina C previne gripes e resfriados. MITO. A vitamina C ajuda a fortalecer o sistema imunológico, mas não tem relação direta com os vírus da gripe e resfriado. Existem alguns trabalhos científicos demonstrando que a vitamina C ajuda a diminuir a gravidade e a duração dos sintomas do resfriado quando a doença já está estabelecida.

Fonte: gerente médica da Bayer, Dra. Juliana Machado

novos vírus ou mutantes, a vacina é um eficiente protetor e deve ser administrada principalmente naquelas pessoas com fatores de risco mais evidentes. A cada episódio de resfriado ou gripe, ganha-se imunidade para aquele vírus causador, mas é possível sempre ter novos episódios pela diversidade de vírus existentes”, informa.

Evolução do quadro Estima-se que de 10 a 15 mil mortes por ano no Brasil são por quadros iniciados pela gripe e que complicam com pneumonias ou descompensando doenças crônicas, como as cardíacas, respiratórias ou diabetes. Vale reforçar que nem todo quadro de pneumonia é uma evolução da gripe. A pneumonia pode ser uma complicação da gripe. Alguns sintomas podem ser iguais e confundidos. Porém, o que mais diferencia a pneumonia são as manifestações, como tosses, dores nas costas e falta de ar. “Com mais de 960 mil casos por ano, a pneumonia é a principal causa de internação hospitalar e a quinta causa de morte no Brasil”, completa a Dra. Samia.

Alívio dos sintomas Para buscar uma alternativa eficaz para amenizar o desconforto causado por gripes e resfriados, dessa forma, é comum que as pessoas recorreram às farmácias e drogarias. Nesses casos, é indicado o uso de medicamentos que aliviam os principais sintomas, como os analgésicos, os antitérmicos e os antigripais. O Dr. Ferreira informa que os medicamentos analgésicos e antipiréticos agem no organismo, controlando a inflamação, dor e febre, atuando em substâncias mediadoras destes sintomas, que causam o processo inflamatório. Além disso, os medicamentos presentes nos antigripais atuam aliviando a congestão nasal, provocando uma diminuição do calibre das artérias que irrigam o nariz (o que provoca a congestão). “Outros medicamentos contêm substâncias antialérgicas, que controlam a liberação de histamina, substância naturalmente existente no organismo, mas que, durante o processo inflamatório, é liberada em maior quantidade, provocando sintomas comuns das gripes e resfriados.” 2015 abril guia da farmácia

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Especial saúde

Gripes e resfriados

Do contágio à cura

1.

Em qualquer estação do ano, a transmissão do vírus da gripe e/ou resfriado ocorre da mesma forma: saliva ou secreção respiratória. A mudança de temperatura interfere em alguns mecanismos de defesa das vias aéreas, favorecendo o aparecimento dessas doenças, mas o principal vilão é o hábito das pessoas.

2.

O ciclo de uma gripe tem início no contágio, seguido pela instalação do vírus, que geralmente acontece na região da garganta, do nariz ou dos seios da face, posteriormente havendo uma multiplicação do vírus, e, logo após, vem a reação do corpo contra o invasor com o intuito de buscar a cura da doença. O período em que uma pessoa pode transmitir o vírus a outra é de um a sete dias depois que os sintomas começam a aparecer. Isso pode variar de acordo com a idade e de pessoa para pessoa.

3.

Após o contágio, vem a fase da instalação do vírus no corpo. Normalmente, ocorre no trato respiratório superior, o que contempla nariz, faringe e laringe, ou na traqueia. Isso acontece porque, nessas regiões, o vírus tem melhores condições de sobrevivência e, consequentemente, multiplicação. É durante este período que o indivíduo começa a sentir os primeiros sintomas da gripe.

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Episódios de gripes e resfriados Pelo menos

20% 2 a 3 da população apresenta um episódio por ano.

Um adulto pode ter cerca de

episódios por ano.

Nos meses de inverno,

Em crianças, pode chegar até

15%

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dos atendimentos de saúde são por gripes e resfriados, representando gastos importantes da saúde pública.

episódios ao ano.

4.

O sistema imunológico começa a reagir à presença do influenza e os sintomas se intensificam. Os glóbulos brancos identificam as células que foram afetadas e as eliminam. Após a destruição do vírus, outras células preparam ‘novas respostas’, que podem ser observadas pelo aumento do muco na garganta.

5.

Durante o processo da gripe, o vírus ‘procura’ por células para se hospedar e se reproduzir. Essa reprodução acontece quando o mesmo se fixa e penetra na membrana da célula. Por meio do material genético RNA (sigla para ácido ribonucleico, em inglês), há a multiplicação dos vírus nos núcleos das células do hospedeiro. Em contrapartida, o corpo continua reagindo para acabar com as células contaminadas pelo vírus.

6.

O problema tende a desaparecer de forma espontânea, em até três dias, normalmente, durante este período, o acometido faz uso de antigripais, analgésicos e antitérmicos, para alívio dos sintomas.

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imunidade

Queda da resistência Não é difícil perceber os sinais de que o sistema imunológico está pedindo ajuda. Um dos indícios são as complicações recorrentes do paciente e que demoram a ir embora Por Vivian Lourenço

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O sistema de defesa do organismo é um dos que devem estar em pleno funcionamento, já que é o responsável por evitar a maior parte das enfermidades e cuidar para que o corpo não fique debilitado, sendo porta de entrada para vírus e bactérias diversos. Para que se possa entender por que a baixa imunidade causa tantos problemas à saúde do organismo, primeiro é necessário entender como funciona o sistema imunológico – também chamado de sistema imunitário ou ainda sistema imune. Ele é um sistema de estruturas e processos biológicos que protege o organismo contra doenças. Quando funciona de forma correta,

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é o responsável por detectar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus aos parasitas, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo, protegendo contra a maior parte das doenças. O sistema imunológico cria uma espécie de memória imunitária, que é uma resposta a um agente específico, que permite com que o corpo possa responder de forma eficaz a novos ataques realizados por este mesmo agente.

Importância da imunidade em dia Como funciona como defesa contra os agentes causadores de doenças, das mais leves, como às mais graves, a imunidade deve ser um assunto de preocupação dos pacientes. fotos: shutterstock

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Especial saúde

imunidade

O clínico geral do Hospital San Paolo, Dr. Bento Carvalho Filho, destaca que uma das maneiras para manter a imunidade em dia é seguindo algumas regras, como respeitar os períodos de descanso e evitar o estresse. Somado a isso, deve-se ter sempre uma boa alimentação e prática rotineira de exercícios físicos, completa o autor do livro “Seu bebê em perguntas e respostas – Do nascimento aos 12 meses”, formado pela Faculdade de Medicina do ABC, com especializações e títulos pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp/ EPM), Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California – Los Angeles (Ucla), Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros. Já com relação a germes específicos, para os quais já existem vacinas, a imunização é a forma de aumentar nossa imunidade especificamente para cada micro-organismo. A imunidade é a capacidade de o organismo reagir às agressões externas, portanto, a baixa imunidade dificulta a recuperação e facilita a repetição de várias doenças. “Além disso, ela deixa uma porta aberta para invasão de micro-organismos, provocando doenças que podem ser graves”, complementa o Dr. Barros. Não existe um exame específico que aponte a baixa imunidade do organismo, mas é fácil perceber que algo está errado quando há repetições de várias complicações no organismo, que demoram a

O sistema imunológico cria uma espécie de memória imunitária, que é uma resposta a um agente específico, que permite com que o corpo possa responder de forma eficaz a novos ataques realizados por este mesmo agente 104

Vitaminas e minerais importantes para fortalecer o sistema imunológico Vitaminas: • Vitamina A, fontes: cenoura, abóbora, brócolis, vegetais verdes folhosos, melão, moranga, batata-doce, entre outros. • Vitamina C, fontes: frutas cítricas, tomate, vegetais folhosos crus. • Vitamina E, fontes: germe de trigo, óleo de soja, nozes, castanhas, vegetais folhosos. • Ácido Fólico, fontes: fígado, feijões e vegetais folhosos (brócolis, espinafre, agrião, couve). Minerais: • Selênio, fontes: castanha-do-pará, frutos do mar, algas marinhas. • Zinco, fontes: carnes, peixes (ostras e crustáceos, principalmente), feijões, sementes de girassol e de abóbora, nozes, entre outros.

ir embora. Se a pessoa apresentar um mesmo problema – ou mais de um – diversas vezes, deve procurar um profissional. “O diagnóstico pode ser feito pelo conjunto da história (anamnese) do paciente e exame físico”, acrescenta o Dr. Carvalho Filho. A baixa imunidade, de acordo com o Dr. Barros, é percebida quando o paciente apresenta infecções repetidas, com depleção do organismo em geral. “O diagnóstico também pode ser realizado com exames que dosam a quantidade de imunoglobulinas em nosso organismo.”

Problemas comuns De acordo com os especialistas, unhas fracas, queda de cabelo, alguns problemas de pele e até mesmo o cansaço podem ter na sua causa a baixa imunidade. Porém, é recomendado alertar que o diagnóstico não é assim tão simples. Os sintomas são vagos e podem, no fim, significar uma infinidade de complicações, doenças ou até fatores genéticos que podem ter ou não relação com as imunodeficiências.

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ESPECIAL SAÚDE

IMUNIDADE

EXEMPLOS DE DOENÇAS CAUSADAS PELA BAIXA IMUNIDADE OUVIDO: OTITES

BOCA: HERPES, AMIGDALITE E ESTOMATITE

SISTEMA RESPIRATÓRIO: GRIPES E RESFRIADOS

REGIÃO GENITAL: HERPES

“Os problemas que aparecem são os secundários às infecções repetidas: fraqueza, anemia, perda de peso, quadros febris de repetição, etc.”, avalia o pediatra.

PRINCIPAIS SINTOMAS • Infecções, como amigdalite ou herpes; • Doenças que demoram a passar, como gripe; • Pequenas infecções que se agravam facilmente; • Febre frequente e calafrios; • Cansaço excessivo; • Náuseas, vômitos ou diarreia.

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PELE: INFECÇÕES RECORRENTES, ABSCESSOS, DOENÇAS GERAIS CAUSADAS POR FUNGOS, VÍRUS E BACTÉRIAS

Para o clínico geral do Hospital San Paolo, o abuso de álcool e drogas ilícitas, a privação do sono, o desgaste físico causado por excesso de atividades físicas, o uso de algumas medicações, dietas sem supervisão de profissionais qualificados podem levar à baixa imunidade. Outros processos que podem desencadear o problema, além dos já citados, de acordo com o Dr. Barros são: alimentação não saudável, imunodeficiência congênita (hereditária), imunodeficiência adquirida (Aids, por exemplo), doenças autoimunes, em que o organismo destrói as células normais do corpo, etc. “Alguns alimentos podem ajudar o corpo a obter substâncias que aumentam a imunidade, como: frutas cítricas, oleaginosas, folhas escuras, peixe, azeite, tomate, gengibre, pimenta e antioxidantes”, complementa o Dr. Carvalho Filho.

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Estresse

O corpo pede equilíbrio Problemas emocionais e a luta para conseguir dar conta de todas as responsabilidades e tarefas cotidianas são dificuldades comuns entre os brasileiros. Saber reverter esses desafios nem sempre é tão simples quanto deveria

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Problemas no trabalho, contas para pagar, cuidar dos filhos e da família, muitas vezes, fica difícil não se estressar. São tantos compromissos no dia a dia da população, que é cada vez mais comum as pessoas precisarem de ajuda para lidar com a correria e os percalços do cotidiano. Falar de estresse já se tornou algo normal entre as pessoas, basta um aborrecimento durante o dia para o assunto vir à tona. Será que existe outra explicação para tal sentimento? E justamente por estar tão popular, fica cada vez mais difícil defini-lo. Segundo especialistas, o estresse é uma reação de adaptação do organismo, quando este é exposto a alguma ameaça ou exigência de resposta

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rápida. “Nos nossos ancestrais, esse mecanismo fisiológico (que libera vários hormônios) era importante para a sobrevivência em um ambiente cercado de ameaças. Embora hoje nós não corramos o risco de encontrar um leão na esquina de casa, vivenciamos muitas situações em que nos sentimos ameaçados e o nosso organismo não reage apenas na visualização de uma ameaça, reage especialmente quando nosso cérebro interpreta algo como ameaçador”, afirma a psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Rita Calegari. Dessa forma, segundo a psicóloga, o estresse não é uma doença, pelo contrário, é uma resposta saudável do organismo, que visa protegê-lo. O problema é que a resposta fisiológica desperta uma série de reações fotos: shutterstock

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Especial saúde

Estresse

Fases do estresse O estresse possui três fases. Saiba como identificar e oriente o consumidor. • Fase de alarme: momento em que o organismo se prepara para reagir à situação. Quando estiver seguro, o coração voltará ao funcionamento normal. • Fase de resistência: nessa, o organismo tentará se adaptar e restabelecer o equilíbrio, mas com perda de produtividade e risco para a saúde. • Fase de exaustão: nesse estágio, as reservas de energia e a resposta adaptativa começam a falhar. O organismo não é mais capaz de se equilibrar por si só e fica vulnerável às doenças do estresse. Nesse estágio, a pessoa poderá adoecer e necessitar de ajuda especializada. Fonte: psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Ghina Katharine Eugenia Dourado Meira Machado

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físicas que podem desgastar o organismo, quando se tornam repetitivas. No estresse bom, os mecanismos são ativados, o coração acelera, pupilas dilatam, as pessoas ficam em alerta geral para se defender (ou atacar se preciso for). Passou o perigo, uma onda de relaxamento invade o corpo e após o repouso, o indivíduo fica bem novamente. “Agora, uma coisa é sofrer uma situação de estresse hoje, outra daqui uns dias. Outra, é sair de uma e entrar em outra, sem parar. Aí, as reações, que são saudáveis, começam a desgastar o organismo e adoecemos. No mundo moderno, cercado de estímulos (trânsito, desemprego, crise econômica, violência, má alimentação, sobrecarga de atividades, duplas e triplas jornadas de trabalho, pouco descanso, sobrecarga de informações – mídias, internet, mídias sociais, etc.), parece um pouco complicado manter a serenidade e não entrar no círculo vicioso do estresse sem fim”, completa Rita. Os principais sintomas são: cansaço, tensão muscular e dor, azia sem causa aparente, esquecimento de coisas corriqueiras, irritabilidade excessiva, vontade de sumir, pensar em um só assunto, sintomas depressivos ou ansiosos,

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Métodos preventivos As dicas a seguir podem ser repassadas aos pacientes de farmácias e drogarias: 1. Aprender a relaxar o corpo e a mente. 2. Fazer exercícios físicos regularmente. As atividades físicas, além de relaxarem, aumentam a resistência aos estressores do dia a dia. 3. Ter uma alimentação balanceada. 4. Procurar manter uma rotina saudável de sono (dormir nos mesmos horários, em local e com roupas confortáveis). 5. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, fumo ou outras drogas. 6. Evitar consumo excessivo de café. 7. Reservar um momento do dia para si: dedicar-se ao programa ou leitura favoritos, a estar com alguém importante, a ficar sozinho ou fazer o que tiver vontade. 8. Mudar a rotina. Divertir-se mais, explorar ambientes diferentes, fazer uma pausa durante as atividades, ter um hobby. 9. Construir uma rede de amigos e familiares. Falar sobre as preocupações traz suporte emocional e ajuda a ter uma visão mais objetiva sobre o assunto.

10. Ser assertivo. Aprender a comunicar os sentimentos e opiniões em vez de tornar-se agressivo ou passivo. Aprenda a dizer não. 11. Garantir que aquilo que mais vale a pena esteja presente no dia a dia. O tempo e energia são muito importantes e convém utilizá-los no que é essencial. 12. Ter metas realistas. Metas irrealistas são sementes de frustrações futuras. 13. Tentar delegar mais. Escolher alguém capaz. 14. Focar na solução em vez de preocupar-se com o problema. 15. Procurar falar, comer, respirar e andar lentamente. Fazer uma coisa de cada vez. Escutar as pessoas. Observar o ambiente. 16. Evitar situações geradoras de estresse: sair mais cedo; levar uma revista ou algo para fazer se tiver de esperar por alguém. 17. Se não for possível evitar, sofrer apenas o necessário. O trânsito, por si só, já é bastante estressante. Irritar-se é sofrimento desnecessário. Ouvir o noticiário ou a música preferida. 18. Tornar-se mais flexível.

Fonte: psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Ghina Katharine Eugenia Dourado Meira Machado

distúrbios do sono, alterações de apetite, perda do interesse sexual, queda da resistência imunológica e muitos outros. Atualmente, de 50% a 75% de todas as consultas médicas estão direta ou indiretamente relacionadas ao estresse. “Algumas das doenças que podem estar relacionadas ao estresse são: insuficiência da suprarrenal, hipo ou hipertireoidismo; queda da resistência a doenças; diabetes; aumento das taxas de colesterol; maior propensão a acidentes vasculares, hipertensão arterial, depressão; ansiedade; infertilidade; perda do desejo sexual; enxaqueca, dores; alterações do sono; perda de energia; irritabilidade; baixo desempenho”, orienta a psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Ghina Katharine Eugenia Dourado Meira Machado. A gravidade do estresse depende da quantidade, frequência e intensidade dos sinais. O tempo necessário para controlá-lo varia de pessoa para pessoa, conforme sua vulnerabilidade e repertório de habilidades para enfrentá-lo.

Os mais acometidos Hoje em dia, devido à correria do dia a dia, fica difícil definir quais são os mais propensos a desenvolver o problema,

porém, são muitos os casos de jovens procurando ajuda de especialistas para lidar e controlar o desconforto. Ghina informa que poucos estudos se dedicam à investigação do estresse no adolescente e no adulto jovem. “Arnett (1999) considera que, apesar de nem todo adolescente ter estresse, a probabilidade de desenvolvê-lo é maior do que em qualquer outra faixa etária, dependendo da cultura e das diferenças individuais existentes. Em trabalho realizado no Brasil, em que foram contemplados 295 jovens, entre 15 a 28 anos de idade, 65, 60% apresentavam estresse. Sendo que, nas mulheres, verificou-se que 79,30% possuíam sintomas significativos de estresse enquanto que, nos homens, a porcentagem com sintomas de estresse era de 51,72%. (Calais et al., 2003)”, aponta. Considerando-se que a população jovem é suscetível e influenciável às estimulações externas, conhecer como o estresse se manifesta neste grupo é fundamental para elaboração de métodos eficazes. A melhor maneira de controlar o problema é equilibrar as atividades diárias, como organizar-se no horário de trabalho, praticar atividade física, dedicar um tempo 2015 abril guia da farmácia

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Especial saúde

Estresse

Se forem negligenciados, os sintomas do estresse podem levar o organismo a uma exaustão, uma crise física e psíquica de perda de controle ou de funções ou até mesmo ao surgimento de doenças

para as refeições, o sono e para o lazer, ter uma boa relação com amigos e familiares e celebrar conquistas. Possuindo uma vida equilibrada, é mais simples melhorar a qualidade de vida, diminuir os riscos de doenças decorrentes do estresse e o consumidor estará mais preparado para enfrentar os desafios do dia a dia, se adequando aos mesmos, sem perder o controle. “Diversos estudos afirmam que há maior prevalência de estresse em mulheres do que em homens. Esse dado pode ser baseado na exigente busca pela realização pessoal das mulheres, tanto no trabalho como em casa com a família. As crianças também são alvo do chamado estresse infantil. Um adulto consegue resolver situações desagradáveis racionalmente, mas o mesmo não acontece com a criança em situações estressantes, como a separação dos pais, brigas familiares, violência doméstica, bullying na escola, entre outras situações”, informa a farmacêutica e analista de inteligência de mercado da Natulab, Valnizia Mendes. Se forem negligenciados, os sintomas do estresse podem levar o organismo a uma exaustão, uma crise física e psíquica de perda de controle ou de funções 11 4

ou até mesmo ao surgimento de doenças – e a pessoa acabará necessitando de tratamento médico para reequilibrar-se. “Em boa dose, o estresse é saudável. Pode ser a mola propulsora que move muitas pessoas. Um baixo nível de tensão, suficiente só para tirar o consumidor da zona de conforto, pode ser a razão de muito do movimento do mundo. Mas como tudo na vida, não pode ultrapassar a homeostase do indivíduo. As primeiras reações são primitivas. E a primeira fase geralmente é desencadeada quando interpretamos algo como ameaçador, ou que, no mínimo, venha a alterar a ordem natural das coisas. Em seguida, um falso equilíbrio provisório. A pessoa pensa que está bem, e logo começa a ter alterações emocionais, de comportamento, raciocínio até as alterações fisiológicas. Que é geralmente quando definitivamente o sujeito percebe que algo realmente não vai bem e se não tratado, pode culminar numa resistência muito baixa do organismo que vai ocasionar infecções, entre várias outras doenças psicossomáticas”, orienta o personal e professional coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Fabrício Maurício.

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Ansiedade

Assintomática e perigosa Terapias, medicamentos e até mesmo técnicas de respiração e meditação ajudam a tratar esse problema que já atinge 20% da população mundial

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Por Adriana Bruno

Quem nunca sentiu aquele aperto no meio do peito, aquela sensação de angústia, se pegou roendo todas as unhas, esfregando as mãos sem parar, atacando aquela barra de chocolate no meio da noite ou simplesmente tomado de um medo que não se sabe de onde surgiu, que atire a primeira pedra. Tudo isso e um pouco mais são manifestações de ansiedade, um dos sintomas psíquicos mais frequentes em indivíduos espalhados pelo globo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos de ansiedade são o tipo mais comum de transtornos mentais que existem, afetando cerca de 20% da população mundial em algum momento de sua vida.

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“No Brasil, as pesquisas demonstram estatística semelhante, com poucas diferenças regionais. Nas mulheres, os transtornos de ansiedade são de duas a três vezes maiores que nos homens. O aparecimento dos sintomas ocorre, na maioria, na adolescência aos 14 anos, na idade adulta, aos 35 anos, podendo ocorrer em qualquer idade, espontaneamente ou desencadeado, não provocado, por situações de estresse. Há ainda diferenças entre os transtornos, como: fobias específicas, 18%; pânico, 4%; fobia social, 6% a 8%”, revela o psiquiatra supervisor do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP), Dr. Luiz Vicente Figueira de Mello. fotos: shutterstock

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Ainda, segundo o Dr. Mello, a ansiedade normal é uma manifestação psíquica e física de sobrevivência ou estado de alerta ou motor das ações voluntárias ou espontâneas dos seres humanos em geral. Outro dado aponta que uma a cada quatro pessoas em todo o mundo apresente algum grau de ansiedade. “Dados divulgados em 2012 pelo World Health Mental Survey, ligado à OMS, revelaram que, no Brasil, 20% das pessoas que vivem em São Paulo convivem ou já tiveram algum transtorno de ansiedade nos últimos 12 meses”, diz a psicóloga da Fluyr Saudável – Clínica de Combate à Dor e ao Estresse, Márcia L. M. Pozzobon. A ansiedade pode ser considerada uma doença quando está presente praticamente todos os dias por algumas semanas seguidas e traz comprometimento no desempenho de atividades cotidianas de uma determinada pessoa ou infringindo a ela um significativo grau de sofrimento emocional. A afirmação é do psiquiatra e segundo tesoureiro da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Miguel Roberto Jorge. “A ansiedade é um sintoma que pode ser encontrado em uma diversidade de situações normais ou patológicas. Em situações normais, é uma reação de alerta diante de um perigo presente ou iminente, que deve gerar uma reação de proteção ou de defesa. Pode ser descrita como uma aflição ou apreensão, e pode ou não se apresentar com componentes físicos, como suor, palpitação, tremedeira, dor abdominal, sensação de vertigem, urgência miccional, etc. Como sintoma patológico, pode fazer parte de uma série de transtornos mentais, isoladamente – como um quadro de ansiedade generalizada e constante – ou em associação com outros sintomas, como em fobias, no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), na forma de um ataque de pânico, como uma fissura por álcool ou drogas ou na abstinência destas substâncias, entre outros”, explica o Dr. Jorge. Para Márcia, a ansiedade em forma branda é um estímulo para o ser humano se defender. “Se você está numa rua escura e ouve passos atrás de você, a ansiedade vai aparecer na hora. E é muito bom que ela apareça, pois se você for tão tranquilo a ponto de não se defender, não vai sobreviver. A ansiedade que deve ser tratada é aquela que passou dos limites da sua autopreservação e está no ponto de causar prejuízo. É quando sua reação está

Os medicamentos homeopáticos e fitoterápicos podem ajudar no tratamento da ansiedade, pois proporcionam sensação de bem-estar e tranquilidade desproporcional. O pior da ansiedade é o comportamento de evitação por autodefesa exagerada, a pessoa passa a evitar contatos e confrontos que limitam a vida, muitas vezes a ponto de levar a pessoa à depressão”, diz.

Sem hora para chegar A ansiedade é democrática, não escolhe cor, sexo, idade, naturalidade ou classe social. Ela pode se desenvolver lentamente ao longo da vida, desde a infância até a idade adulta e pode chegar de repente, de forma abrupta, geralmente depois da vivência de uma ou mais situações traumáticas. Segundo o Dr. Jorge, pessoas ansiosas geralmente o são desde muito cedo na vida e estão quase sempre inquietas, com pressa, querendo resolver tudo “para ontem”, preocupadas com o que pode acontecer a seguir e ainda podem “herdar” esse transtorno dos familiares. “Em famílias em que existem pessoas com transtornos de ansiedade, a probabilidade de um novo membro vir a apresentá-lo é maior do que em pessoas que nascem em famílias em que estes transtornos não estão presentes”, diz. Vivências interpessoais e problemas na primeira infância podem ser importantes causas dos sintomas da ansiedade, segundo Márcia. “Além disso, existem causas biológicas, como anormalidades químicas no cérebro ou distúrbios hormonais. Ansiedade é um estado emocional que se adquire como consequência de algum fato ou ato”, completa. Como também estão associados a patologias, como problemas na tireoide, doenças severas, como o câncer, diabetes, problemas renais, síndrome do 2015 abril guia da farmácia

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ANSIEDADE

pânico e TOC, os sintomas da ansiedade podem surgir em decorrência de doenças que o indivíduo venha a apresentar ao longo de sua vida, principalmente nos idosos. De acordo com o psicólogo e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. José Roberto Leite, os sintomas da ansiedade são diferentes quando se trata de patologia ou sintoma de alguma das doenças já citadas. “A ansiedade é um processo emocional difícil de se caracterizar objetivamente. Quando está ligada a uma patologia, pode se manifestar em forma de medo, de pensamentos fixos em certas coisas e até mesmo de forma fisiológica, com taquicardias, sudorese, tensão muscular e úlceras gástricas”, diz. Ainda segundo o Dr. Leite, não devemos confundir algumas situações de expectativa com ansiedade. “É o caso, por exemplo, de algo que está por vir, uma viagem, ou mesmo uma criança que espera ganhar um presente. A isso chamamos de expectativa ansiosa, é algo positivo que gera uma série de sensações que irão embora depois do fato ocorrido ou objetivo alcançado”, comenta.

PERFIL DO ANSIOSO Como já dissemos, a ansiedade é democrática e não tem restrições para se instalar, porém está relacionada, também, tanto a um estado de humor como ao traço de personalidade e daí começamos a conhecer o perfil dos ansiosos. “Enquanto traço de personalidade, são pessoas imediatistas ou preocupadas. Com relação ao estado de humor, é esperado que qualquer pessoa responda com ansiedade a situações pertinentes”, comenta a psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Lúcia da Silva. Pessoas que manifestam de forma exagerada ou distorcida a ansiedade, o que é denominado ansiedade patológica, também são classificadas como ansiosas. Segundo o Dr. Mello, do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria, esse perfil é traçado quando elas manifestam um grupo de sintomas específicos e classificados no DSM-5 (manual estatístico e diagnóstico de doenças mentais) elaborado pela Associação Norte-Americana de Psiquiatria e adotado pela maioria dos psiquiatras ocidentais. “As pessoas manifestam ansiedade de maneiras particulares. Como, por exemplo: crises de pânico (crises agudas de falta de ar, palpitações, tremores, tonturas, formigamento, sensação de morte); 11 8

O QUE O PROBLEMA CAUSA NO DIA A DIA • Dificuldade em se concentrar em qualquer tipo de atividade. • Medo de sair de casa. • Estados de imobilidade e passividade. • Medo de sair desacompanhado. • Dificuldade nas relações interpessoais. • Dificuldade para ir ao trabalho. • Medo de sair para fazer compras ou ir ao supermercado. • Prejuízo do desempenho profissional.

ansiedade generalizada (preocupações excessivas com os fatos ou vida cotidiana com interferência no sono e sintomas somáticos); agorafobia (medo exagerado de se sentir mal em ambientes onde o socorro ou a fuga seriam difíceis); fobia específica (medo desproporcional ou irracional de objetos ou situações com sintomas ou crises de pânico associadas); fobia ou ansiedade social (medo ou receio exagerado da aprovação ou crítica das pessoas)”, explica. A psicóloga Márcia completa afirmando que as mulheres, talvez por questões culturais, em que é esperado muito mais delas, são mais propensas à ansiedade, além de pessoas que vivem em lugares onde há mais cobranças.

TRATAMENTO, CURA E CONTROLE Uma simples organização da vida pode ajudar a controlar e até mesmo a curar os sintomas da ansiedade. Segundo o Dr. Leite, a cura depende da causa, ou seja, quando se trata de sintoma, processo comportamental, é possível livrar-se do problema. “Existem manobras para lidar com a ansiedade como sintoma, entre elas exercícios de respiração diafragmática, a homeopatia e a fitoterapia que apresentam resultados em grande maioria dos quadros, além das terapias cognitivas, chamadas de terceira onda, que funcionam muito bem. Porém também há casos em que é necessário administrar medicamentos que atuam no sistema neurotransmissor inibidor da recepção da serotonina. Nos quadros em que a ansiedade é um sintoma de uma patologia, o uso de medicamento deve sempre vir acompanhado de psicoterapia”, comenta.

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Especial saúde

Ansiedade

Ainda para quem tem níveis leves de ansiedade, algumas medidas simples podem ajudar. “Entre elas, a meditação, porque ajuda a controlar a respiração e os batimentos cardíacos, fortalece o sistema imunológico e acalma a mente. Já os medicamentos homeopáticos e fitoterápicos também ajudam, pois proporcionam sensação de bem-estar e tranquilidade”, comenta Márcia. Segundo o Dr. Jorge, da AMB, o alívio imediato do sintoma de ansiedade é obtido com o uso de medicamentos benzodiazepínicos. “Em casos em que a ansiedade está presente de forma duradoura/crônica, dá-se preferência para o uso de medicamentos antidepressivos que tenham efeito ansiolítico claro. Na dependência do tipo de transtorno mental, em que a ansiedade 120

é observada, também está indicada psicoterapia, preferencialmente do tipo cognitivo-comportamental. O tratamento não é rápido. Segundo o Dr. Mello, não há cura completa, mas sim desaparecimento dos sintomas ou controle dos mesmos, após, em média, de um a dois anos de tratamento. Para reforçar a importância do controle, vale dizer que a ansiedade crônica pode causar ou se associar a uma série de doenças físicas por mecanismos complexos e não muito bem estabelecidos até hoje, conforme conta o Dr. Jorge. “Alguns exemplos são a hipertensão arterial, como um componente em quadros de alergia, na bronquite asmática, em gastrites e úlceras do estômago ou duodeno, em quadros de colite, entre outros”, finaliza.

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fertilidade

Sonho abreviado No Brasil, o número de casais com dificuldades para ter filhos gira em torno de 8 milhões. A endometriose pode ser uma das causas diagnosticadas como empecilho

A Por Vivian Lourenço

Apesar de a taxa de natalidade brasileira estar caindo nos últimos anos, a maternidade ainda é o sonho de mulheres, casadas ou solteiras e que pretendem formar uma família. Ter um filho, para essas pessoas, é sinônimo de vida plena e realização. Porém, engravidar, em alguns casos, não é tão simples quanto se imagina. São diversas as causas e também inúmeras as técnicas para reverter esse quadro. De acordo com o especialista em reprodução assistida do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, Dr. Marcelo Giacobbe, a infertilidade é uma situação que acomete cerca de 10% a 15% dos casais. Entende-se por infertilidade o casal que apresenta pelo menos um

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ano de atividade sexual regular sem uso de métodos contraceptivos e não consegue engravidar. Os problemas de fertilidade são distribuídos em partes iguais entre homens e mulheres (40% cada), sendo que 20% podem ser problemas relacionados ao casal ou desconhecidos, completa o especialista em Medicina Reprodutiva, sócio fundador e diretor científico do Fertility Medical Group, Dr. Edson Borges Junior. A dificuldade para engravidar aumentou substancialmente na última década. “Explicações para esse aumento envolvem principalmente razões socioeconômicas, já que o avanço tecnológico e industrial propiciou mudanças consideráveis na sociedade. Entre elas, destaca-se o adiamento da procriação fotos: shutterstock

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Especial saúde

fertilidade

Principais dúvidas das consumidoras sobre a infertilidade A. Um bom estilo de vida é suficiente para garantir fertilidade? Verdade! Ter um estilo de vida saudável é sempre recomendado para a fertilidade. Entretanto, outros fatores podem estar relacionados. Ter uma boa alimentação é recomendável e alguns alimentos são amigos da fertilidade, entre os principais se destacam: nozes, frutas vermelhas, tomate, brócolis, couve, espinafre e castanha-do-pará. Alimentação predominante com proteínas e a restrição de carboidratos parece também ser benéfica. B. Ter miomas uterinos é sinal de infertilidade? Mito! Apenas em alguns casos, quando o mioma deforma a anatomia do útero ou tem grandes dimensões, a fertilidade pode estar comprometida. Entretanto, há tratamento cirúrgico conservador para retirada dos nódulos de mioma, preservando a função reprodutiva do útero. C. Se a mulher já é mãe, pode ter outros filhos sem dificuldades? Mito! Engravidar naturalmente uma vez não é garantia de uma próxima gestação natural. Acontecendo naturalmente, é chamada de infertilidade secundária e é tão comum quanto à infertilidade primária. Com o passar dos anos, a saúde do casal pode se modificar, provocando a infertilidade. D. Ter menstruação regular significa que a mulher é fértil? Mito! Menstruar regularmente não significa que a mulher é fértil. Outros fatores podem implicar na dificuldade de engravidar, como problemas uterinos, tubários, cervical ou até mesmo razões desconhecidas. Lembrar sempre que o conceito de fertilidade envolve o casal, homem e mulher. E. Infertilidade é problema só das mulheres? Mito! Mulheres e homens dividem a causa. A medicina explica que em 40% dos casos o problema está com a mulher, em outros 40%, com os homens, em 10%, com os dois e 10% são causas desconhecidas. Quando o problema

for detectado, ambos devem procurar ajuda clínica. F. A mulher já fez tratamento e não funcionou. Já recorreu a uma clínica e o tratamento não deu certo. O caso não tem solução? Mito! Como a medicina não é uma ciência exata, fica impossível prever os resultados com exatidão. Médicos e pacientes gostariam que a gravidez ocorresse logo na primeira tentativa. Entretanto, nem todos os processos envolvidos estão sob o nosso controle. Por isso, é importante que o casal saiba que o processo de estar em tratamento de infertilidade pode envolver a necessidade de alguns ciclos de tratamento até que se consiga a gravidez. G. Ter endometriose é sinal de infertilidade? Mito! Existem evidências de que os quadros severos de endometriose (grau III e IV) estejam associados com a infertilidade. A endometriose leve e de lesões mínimas parece não causar comprometimento da fertilidade da mulher. H. Mulheres que não conseguem engravidar e recorrem a clínicas de fertilidade, buscando a fertilização in vitro, correm o risco de ter uma gravidez múltipla? Mito! Já que a fertilização in vitro não é a única técnica disponível nas clínicas de reprodução humana assistida, é um engano pensar isso. Há também a inseminação intrauterina e o coito programado. Quanto à questão da gravidez múltipla, ela varia de acordo com quantos embriões foram transferidos para o útero. Atualmente, já é possível minimizar o risco de gravidez múltipla, transferindo apenas um embrião para o útero. Ou seja, essa situação pode ser contornada.

Fonte: especialista em reprodução assistida do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, Dr. Marcelo Giacobbe

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Arno AI. et al. Up-to-date approach to manage keloids and hypertrophic scars: a useful guide. Burns, 40(7):1255-66, 2014. Produto para saúde (correlato) registrado sob o número 80070490001.

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Especial saúde

fertilidade

Os problemas de fertilidade são distribuídos em partes iguais entre homens e mulheres (40% cada), sendo que 20% podem ser problemas relacionados ao casal ou desconhecidos e constituição da família”, salienta o ginecologista do Hospital San Paolo, Dr. Leopoldo Vieira. Nossa sociedade moderna mudou seu comportamento nas últimas décadas em relação à constituição da família. Priorizou-se a carreira profissional, adiando-se o desejo de ter filhos. Diante disso, os casais começaram a manifestar o desejo por engravidar após os 35-38 anos de idade. Essa mudança faz com que eles iniciem suas tentativas justamente naquele período em que o “auge” da fertilidade da mulher está entrando em declínio. “Somando-se a isso, obesidade, fumo e hábitos sedentários de vida, têm impacto negativo na fertilidade de homens e mulheres. Doenças, como endometriose, miomas uterinos, e doenças sexualmente transmissíveis, entre outras, também colaboram negativamente nesse processo. Assim, constitui-se o cenário geral levando muitos casais a ter problemas”, analisa o Dr. Giacobbe. O Dr. Viera revela que a dificuldade para engravidar atinge aproximadamente 15% dos casais que estão tentando há um ano, sem proteção, e vem aumentando substancialmente na última década.

Causas da infertilidade Não existe um motivo específico para a dificuldade de ter um filho. As causas mais comuns são distúrbios da ovulação, como a síndrome dos ovários policísticos, e doenças que danificam as tubas, como aderências pélvicas e, principalmente, a endometriose. Porém, geralmente, a infertilidade feminina é causada por problemas relacionados à ovulação – que acontece quando o folículo ovariano é rompido e 126

o óvulo é liberado para que ocorra a fecundação ao encontrar o espermatozóide, como explica o Dr. Borges Junior. Quando o óvulo é fecundado, forma-se o embrião que, ao se implantar no útero, dá início à gravidez. Quando não fecundado, em poucos dias ocorre a menstruação. Mas existem alguns problemas que impedem a mulher de liberar óvulos – ou, ainda, a liberação ocorre em alguns ciclos, mas não em todos. Distúrbios ovulatórios ou hormonais costumam justificar por que mais de 20% das pacientes jovens não estão aptas à concepção. Em linhas gerais, outros fatores importantes que comprometem a fertilidade feminina são a idade, a obesidade ou magreza extrema, o fumo, o excesso de álcool ou outras drogas, e o estresse. O Dr. Giacobbe explica que a idade acima dos 35 anos é um fator de risco para a infertilidade feminina. O “envelhecimento” do material genético dos óvulos torna gradativamente mais difícil que a gravidez ocorra e aumenta também a taxa de abortamentos. Além disso, os distúrbios da ovulação e falência ovariana prematura também dificultam ou impedem o casal de engravidar. Assim como a síndrome dos ovários policísticos está associada a distúrbios hormonais, metabólicos e à disfunção ovariana, podendo levar à infertilidade. “Miomas uterinos, dependendo do seu tamanho e localização, deformam a anatomia uterina e prejudicam a implantação embrionária. Doenças sexualmente transmissíveis podem causar aderências e obstrução tubária, causando infertilidade. Transtornos endócrinos de origem diversa, como, por exemplo, os tireoidianos, podem afetar a ovulação e causar infertilidade”, completa o Dr. Giacobbe.

No centro do debate A endometriose é uma das doenças femininas mais prevalentes, afetando entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva (25 a 35 anos). Trata-se da presença de tecido endometrial fora do útero, podendo se localizar na pelve ou em qualquer outra parte do corpo, além de induzir uma reação inflamatória crônica e muito dolorida. Considerada doença imunológica, há muita controvérsia, ainda, no papel da endometriose na infertilidade. A endometriose reduz a fecundidade por alguns mecanismos. A anatomia pélvica pode ser danificada, levando a alterações nas trompas (ou tubas), impedindo o encontro entre espermatozoides e óvulos.

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Especial saúde

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Ao mesmo tempo, a ovulação costuma ser afetada, o que provoca a liberação de óvulos de pior qualidade. “Por fim, o endométrio dentro do útero pode ser influenciado pelas lesões endometrióticas, reduzindo a sua receptividade ao embrião”, explica o ginecologista responsável pelo Centro de Endometriose do Hospital Santa Catarina, Dr. Alexander Kopelman. Os mecanismos que explicam a infertilidade em pacientes com endometriose dependem da fase em que a doença se encontra. Quando mínima ou leve, a endometriose pode prejudicar a função ovariana, peritoneal, as tubas uterinas e o endométrio (camada que reveste o útero), levando a uma fertilização ou implantação defeituosas. “Já quando a doença é moderada ou grave, pode provocar a infertilidade ou redução nas taxas de gravidez quando comparadas com mulheres com endometriose em estágio inicial. Também pode haver um esgotamento prematuro da quantidade de folículos ovarianos”, ressalta o Dr. Borges Junior. 128

A endometriose pode causar basicamente dois sintomas na mulher: dor e infertilidade. A dor é traduzida por cólicas menstruais ou dor pélvica, geralmente de caráter cíclico com piora dos sintomas na época menstrual. A infertilidade é o seu sintoma mais silencioso. Não é obrigatório que a mulher apresente ambos os sintomas, de acordo com o Dr. Giacobbe. Geralmente, os quadros mais leves de endometriose estão pouco relacionados à infertilidade. Mas o Dr. Borges Junior alerta que outros fatores também podem estar envolvidos no desenvolvimento de focos de endometriose e na infertilidade, devendo ser investigados detalhadamente. “Quando a paciente tem mais de 35 anos, geralmente, indicamos a laparoscopia para eliminar os focos de endometriose e uma indução ovulatória. Se, num prazo de seis meses, a paciente não engravidar, sugerimos a reprodução assistida – mais especificamente a fertilização in vitro. Inclusive, esse método é a primeira opção para pacientes com endometriose moderada ou grave que queiram engravidar.”

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gravidez

Momento especial Muitas mudanças ocorrem no corpo da mulher desde o início da gravidez e continuam a acontecer diariamente até o final dela. A grande maioria dessas mudanças ocorre pelas alterações hormonais e pelo crescimento do feto Por Vivian Lourenço

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Conceber um filho não traz somente uma transformação na rotina, mas também no organismo e no psicológico da mulher. Esse é um período de transformação total, de preparação dela para se tornar mãe, aprender a lidar com os imprevistos e as alegrias que irão surgir ao longo desses nove meses. As mudanças no corpo da grávida são inúmeras, de acordo com o ginecologista do Hospital San Paolo, Dr. Gilberto Nagahama. “Citarei algumas das mais visíveis e relevantes transformações. São elas: o crescimento dos cabelos, alterações no paladar e olfato, sensibilidade na gengiva, mudança nas mamas, coloração da aréola, mudança de postura, acentuando a lordose; o trato gastrointestinal fica mais devagar; aparecimento de estrias nas mamas, barriga, coxas; linha nigra (linha escura no meio da barriga); e aumento do útero.” Conforme o bebê cresce, a mulher vai ganhando peso e o corpo precisa se adaptar a essa nova condição. “O estiramento rápido e excessivo da pele provoca o rompimento das suas fibras

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elásticas e dá origem às temidas estrias, que nada mais são do que pequenas cicatrizes na pele. Remover essas marcas é bem mais difícil do que evitá-las, por isso, a prevenção é o melhor remédio”, destaca a diretora de marketing dos óleos Paixão, Regiane Bueno. Além disso, a gerente médica da Bayer, Dra. Juliana Machado, destaca que outras alterações podem acometer a derme da gestante, como oleosidade e escurecimento da pele. O volume de sangue aumenta, fazendo com que o coração faça um esforço extra. As mamas se preparam para produzir leite e aumentam de tamanho. A digestão fica mais lenta e a coluna se desloca para ir acomodando o feto à medida que ele cresce. O útero também cresce e pode atingir um tamanho 20 vezes maior que o tamanho antes do início da gravidez. “No fim da gestação, os órgãos internos se deslocam para dar espaço ao feto. É principalmente nesta fase que podem ocorrer às estrias”, salienta a Dra. Juliana. Já no início da gravidez, os problemas mais comuns são enjoo e vômitos, azia e inchaços. Ao longo dos nove meses, é possível que ocorram problemas um pouco mais sérios, como descolamento da placenta, placenta fotos: shutterstock

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ESPECIAL SAÚDE

GRAVIDEZ

OS NOVE MESES EM ETAPAS 1º

mês

Mudanças relacionadas à mãe • Pode ocorrer prisão de ventre. • Náuseas e vômitos podem surgir, assim como tonturas. • Mamilos devem estar maiores e mais escuros. • Pode preferir alguns tipos de alimentos ou perder o apetite. • Os hormônios aumentam em quantidade e, por isso, a mulher passa a sentir mais sono, os reflexos ficam diminuídos e, às vezes, pode ocorrer insônia. • A vontade de urinar também aumenta, pois o útero começa a crescer e comprime a bexiga. • É nessa etapa que os enjoos, vômitos e náuseas começam a aparecer. Desenvolvimento do bebê • Nesta fase, seu crescimento é rápido e ele facilmente dobra de tamanho. • O embrião se parece com um cavalo-marinho. Nesse período, braços e pernas começam a se formar, assim como os órgãos internos. • Seus minúsculos dentinhos começam a se formar.

mês

Mudanças relacionadas à mãe • Maior sonolência. • Cólicas no baixo ventre são frequentes, assim como a vontade de urinar. • Intensas alterações de humor. • As mamas aumentam de volume e ficam mais sensíveis. Desenvolvimento do bebê • O coraçãozinho já bate. • O cérebro é o primeiro órgão a começar a se formar. • No final da 4ª semana, o embrião mede cerca de 4 mm e pesa menos de 1 g. 132

mês

Mudanças relacionadas à mãe • Seu útero já está quase do tamanho de um melão, revelando um pouco mais a barriga. • Apetite tem considerável aumento (atenção para o controle de peso). • Alterações na pressão sanguínea (quedas de pressão) causam leves inchaços e podem provocar tonturas. • Pode apresentar batimento acelerado do coração porque o volume de sangue que circula no corpo aumenta para que ele supra as necessidades da mãe e do feto ao mesmo tempo. Desenvolvimento do bebê • O embrião já é um feto. • Braços e pernas já estão mais definidos e os dedos já estão aparentes. As pálpebras, ponta do nariz, pescoço e os olhos já podem ser vistos, bem como as sobrancelhas e os cílios. • Seu coração está batendo mais forte e mais rápido entre 140 a 160 bpm. • Por ficar envolvido pelo líquido amniótico, o bebê se movimenta bastante. • Os primeiros tecidos ósseos aparecem. • A formação dos órgãos sexuais internos já está quase consumada. • O feto pesa em torno de 30 g e mede cerca de 10-12 cm.

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Mudanças relacionadas à mãe • A barriga começa a aparecer. • Tanto o estômago quanto o intestino podem ficar mais preguiçosos. • Você talvez já sinta os primeiros movimentos do bebê, “como um bater de asas de borboleta”.

mês

Desenvolvimento do bebê • O bebê se movimenta bastante e já consegue chupar o polegar. • Momento de desenvolvimento dos cinco sentidos. • Além de fios de cabelos, cílios e sobrancelhas, o bebê já tem unhas nos pés e nas mãos. • Todos os órgãos internos estão com suas estruturas principais formadas. • Algumas partes do cérebro já se desenvolveram. • O feto fica coberto por uma fina penugem e os primeiros pelos começam a aparecer, assim como as unhas.

mês

Mudanças relacionadas à mãe • O corpo está mais suscetível aos inchaços. Portanto, procure se deitar do lado esquerdo e tenha cuidado com comidas salgadas. • Você está armazenando gordura nos seios e nos quadris. • Deve redobrar os cuidados com a hidratação da pele para evitar o aparecimento das estrias. Desenvolvimento do bebê • O bebê já tem papilas gustativas em funcionamento. • Às vezes, tem soluços. • Nesta fase, tem cerca de um terço do peso que provavelmente terá ao nascer. • O feto ganha uma segunda proteção, a vernix caseosa, uma substância muito escorregadia e pegajosa que protege a sua pele. • A parte do cérebro responsável pelo raciocínio já está desenvolvida, por isso, nesta fase, já reage à dor.

Mudanças relacionadas à mãe • Como o ciclo de queda de cabelos é suspenso na gravidez, seus fios podem parecer mais grossos. • Tende a ficar com a pele e o cabelo mais oleosos. • A postura também começa a mudar.

mês

Desenvolvimento do bebê • O bebê tem uma vida bem ativa: abre e fecha as mãos, dá cambalhotas. • Nesta fase, ele também já enxerga e ouve. • Se o feto for menina, as trompas e o útero já aparecem e, se for menino, os órgãos genitais externos já podem ser vistos no exame de ultrassom. • Todos os músculos do rosto já estão formados, e o feto é capaz de piscar, franzir a testa. • O feto mede 25-30 cm e pesa em torno de 300 g. 2015 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

GRAVIDEZ

mês

Mudanças relacionadas à mãe • Umbigo pode ficar saliente e alongado. • Coração agora está trabalhando um quarto a mais do que antes da gravidez – pode se sentir cansada com mais frequência. • Os seios e quadris se apresentam bem maiores. • Podem aparecer manchinhas marrons na face, conhecidas como cloasma. • Pode sentir mais falta de ar, principalmente, quando está deitada devido ao tamanho da barriga que pressiona seus pulmões. Desenvolvimento do bebê • Está ganhando peso e adquirindo formas de recém-nascido – o esqueleto enrijece cada vez mais. • Geralmente, o bebê já fica de cabeça para baixo. • O feto pesa cerca de 1,3 kg e mede 40 cm. • Uma camada de gordura começa a se formar debaixo de sua pele e a cabeça fica mais proporcional ao resto do corpo. • A audição está mais desenvolvida e consegue perceber melhor as vozes e os ruídos. 134

Mudanças relacionadas à mãe • Seu peso vai aumentar mais que em qualquer outro período da gestação. • A vontade de urinar é ainda mais frequente. • Pode ter a presença de colostro, o primeiro leite bem rico em proteínas. • Os pés e os tornozelos podem inchar. • Podem ocorrer algumas contrações iniciais, que não causam dor. Desenvolvimento do bebê • Já está grande demais para flutuar no líquido amniótico e quase pronto para nascer. • Nesta fase, ele se encaixa na posição para o parto – seu sistema imunológico está quase todo desenvolvido. • O feto pesa cerca de 2-2,5 kg e mede 47 cm.

mês

mês Mudanças relacionadas à mãe • Este é o auge da retenção de líquidos. • Poderá sentir algumas contrações durante o período. • Aparecem dores no púbis e na região lombar. • Pode haver perda do “tampão mucoso”. • O corpo começa a se preparar para o trabalho de parto, podendo apresentar dores no quadril. À medida que a hora do parto vai chegando, as contrações começam a ficar mais evidentes. Desenvolvimento do bebê • Nesta fase, ele está clinicamente pronto para nascer – seu peso pode variar entre 2,9 a 5 kg. • A frequência cardíaca dele, geralmente, é duas vezes mais rápida que a da mamãe. • O feto se vira com a cabeça para baixo, encaixando na pelve da mãe.

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Especial saúde

gravidez

Os problemas mais comuns durante a gravidez • Nasais. Alterações hormonais e o aumento do fluxo sanguíneo durante a gravidez podem afetar o tecido nasal. Como resultado, podem acontecer sangramentos no nariz e congestão nasal. • Alterações da pele. Muitas mulheres notam alterações na pele além das estrias típicas durante a gravidez. A maioria vai desaparecer após o parto. • Coceira e abdômen seco. Assim como algumas partes da barriga, a pele pode ficar irritada e seca. Use um hidratante para resolver isso. • Áreas escuras. Podem aparecer áreas escuras no rosto, além disso, verrugas e sardas existentes podem ficar mais escuras. O escurecimento é um efeito de aumento de hormônios durante a gravidez. Usar protetor solar quando sair de casa é a recomendação. • Acne. Os hormônios extras podem fazer com que o corpo produza mais óleo que pode levar a espinhas. Lavar o rosto regularmente é uma das alternativas. • Linea nigra. Esta é uma linha escura que corre do umbigo ao osso púbico. Ela pode ter estado sempre presente na pele, mas os hormônios podem torná-la mais escura durante a gravidez. Ela vai desaparecer após a gravidez. • Varizes. A pressão que o bebê coloca no útero pode diminuir o fluxo sanguíneo para a porção inferior do corpo. Isso pode fazer com que as veias das pernas inchem. Para ajudar a evitá-las, é recomendado não usar meias ou meias muito apertadas, e elevar pernas e pés regularmente. • Azia. O crescimento do bebê aumenta a pressão sobre o seu estômago e intestinos. Essa pressão, juntamente com as mudanças hormonais, podem levar a azia, dor de estômago e inchaço. Fontes: Assistência Pré Natal. Projeto Diretrizes – APM e CFM. 2006; American Pregnancy Association. Skin changes during pregnancy; American Pregnancy Association. Pregnancy and heartburn; National Women’s Health Information Center. Healthy pregnancy: body changes and discomforts; American Congress of Obstetricians and Gynecologists. Skin conditions during pregnancy

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prévia (que é a implantação da placenta em local inadequado dentro do útero), aumento de pressão arterial e até mesmo aborto.

Momento de dúvidas Gerar um filho mexe com o psicológico de toda mulher. Além da responsabilidade de cuidar de uma vida ainda em formação, as futuras mães, por muitas vezes, não sabem como agir nesse período. Durante os nove meses de gestação, algumas dúvidas e anseios surgem, e a gestante fica com uma mistura de sentimentos, como, quando minha barriga começará a crescer? Até quando ficarei com enjoos? Ter muita dor de cabeça é normal? A partir de quantas semanas vou ouvir o coração do meu bebê e saber o sexo? Quando vou começar a sentir mexer? É normal fazer muito xixi? Até quando posso dirigir? Posso dormir de barriga para baixo? Posso ter relação sexual? Quais as chances de meu filho ter alguma síndrome? Poderei ter parto normal? Por isso, o Dr. Nagahama ressalta que é importante que durante este período haja paciência, compreensão, união da família, participação de pré-natal, tudo com muito amor e carinho. “As principais dúvidas são com relação a alimentação, exercícios físicos, controle de peso, medicamentos e tratamentos permitidos e proibidos, tempo de gestação em que é possível saber o sexo do bebê, quais os tratamentos estéticos permitidos (por exemplo: se pode tingir ou alisar os cabelos) e, ainda, dúvidas em relação ao parto”, explica a gerente médica da Bayer. As grávidas desejam que seu bebê tenha saúde, necessitam de amparo de um médico de confiança que as acompanhe durante todo o pré-natal para esclarecer dúvidas, bem como o apoio da família durante este período de sua vida.

Transformações à vista A ação dos hormônios durante a gravidez promove o desenvolvimento e alterações funcionais e estruturais de todo o organismo, notoriamente das mamas e do ventre, aumento do peso e também da pele que, associadas a fatores hereditários e à falta de adequada hidratação, levam ao surgimento de estrias (grande preocupação das mulheres). Observam-se também aumento da oleosidade, leve aumento de pelos e até crescimento e fortificação dos cabelos. Há predisposição à pigmentação em face, aréolas, axilas e região genital, principalmente em mulheres com a cútis morena.

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Cuidado diário Cuidado diário da pele sensível da pele sensível

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HIPERTENSÃO

Níveis elevados

A PRESSÃO ALTA É UMA DOENÇA SILENCIOSA E ATINGE MILHARES DE BRASILEIROS. ALGUNS FATORES, COMO HÁBITOS ALIMENTARES, OBESIDADE E SEDENTARISMO, ACELERAM O DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA

U

P O R TA S S I A R O C H A

Um a cada três adultos tem pressão alta e estima-se que, no mundo todo, haja em torno de 1 bilhão de indivíduos hipertensos. A hipertensão arterial é a principal causa de morte evitável, representando a origem direta de 54% dos derrames – Acidente Vascular Cerebral (AVC), e de 47% dos infartos. É responsável por quase 8 milhões de mortes por ano no mundo, o que corresponde a 13,5% de todas as mortes. Apesar disso, na maioria dos casos, a pressão alta se instala de forma silenciosa e o indivíduo passa longos períodos de tempo, por vezes anos, sem sentir nada de diferente e, portanto, sem saber que é hipertenso.

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O grande problema da hipertensão é o fato de não provocar nenhum sintoma que possa alertar a tempo e fazer com que o acometido procure por diagnóstico e tratamento. “Trata-se do principal fator de risco para doença coronariana e para o AVC, seja isquêmico ou hemorrágico. A cada aumento em 10 mmHg da pressão arterial duplica-se o risco de doença cardiovascular. A prevalência mundial de hipertensão arterial sistêmica nos indivíduos acima de 25 anos é cerca de 40%, pulando de 600 milhões nos anos 80 para cerca de 1 bilhão de pessoas nos anos de 2010. No Brasil, estima-se que a prevalência oscile na população urbana adulta brasileira entre 22,3% a 43,9%”, afirma o neurologista e médico assistente da Divisão Clínica Neurológica do Hospital FOTO: SHUTTERSTOCK

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Especial saúde

hipertensão

das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo de Doenças Cerebrovasculares e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neurológica, Dr. Maurício Hoshino.

Como tratar Segundo especialistas, em geral, o tratamento da hipertensão passa inicialmente pela modificação do estilo de vida com o objetivo de reverter o sobrepeso, quando este é a causa do problema. Isso significa dieta, atividade física e controle do estresse. Porém, é importante saber que, dependendo dos níveis de pressão do consumidor, pode ser necessária a prescrição de medicamentos já na primeira consulta. “Outro aspecto importante é que, muito frequentemente, o controle adequado da pressão requer a prescrição de mais de um medicamento. O que significa que é necessário um acompanhamento médico próximo e eficiente para garantir que o tratamento possa ser ajustado ao longo do tempo. Lamentavelmente, na maioria dos casos, isso não ocorre e menos de 50% dos pacientes tratados chegam de fato a normalizar a pressão”, informa o cardiologista da Unidade de Medicina Preventiva do Hospital Albert Einstein, Dr. Antonio Gabriele Laurinavicius. O especialista salienta que praticar atividade física é a forma mais fisiológica não somente de prevenir, mas de tratar a hipertensão arterial. “O motivo não é apenas a redução de peso que se espera, mas o fato que ela promove o condicionamento de todo o sistema cardiovascular. Os mecanismos desse condicionamento são bastante complexos, mas a título de exemplo, pode-se mencionar que, como consequência da atividade física regular, o organismo aumenta a produção endógena de substâncias vasodilatadoras, como o óxido nítrico, que promovendo a dilatação das artérias, facilitam a regulação da pressão arterial”, completa. É importante ressaltar que a hipertensão arterial é uma doença crônica cujo controle necessita que o tratamento seja mantido por todo o tempo de vida. O problema acomete tanto homens quanto mulheres. Antes dos 50 anos de idade, é mais frequente entre os homens, mas depois da menopausa, passa a ser um pouco mais frequente entre as mulheres. “A prevalência de hipertensão vai aumentando conforme a faixa etária considerada. Isso acontece pelo enrijecimento progressivo das artérias com o decorrer dos anos. Com o aumento da obesidade infantil, estamos assistindo a um dramático aumento de problemas que antes eram considerados quase exclusivos do adulto. Entre eles: 140

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Com o tratamento, o risco é efetivamente reduzido. Estudos mostraram que uma redução de apenas 2 mm da pressão sistólica já pode significar uma redução de 10% no risco de derrame e de 7% no risco de infarto diabetes, dislipidemia (aumento do colesterol) e hipertensão”, aponta o Dr. Laurinavicius. Assim como nos adultos, na maioria dos casos, esses quadros não trazem inicialmente nenhum sintoma. Por esse motivo, sua identificação requer um rastreamento proativo mediante a aferição da pressão arterial, principalmente entre as crianças obesas e aquelas com história familiar de pressão alta.

Como identificar Sendo uma condição silenciosa, a única forma de se chegar ao diagnóstico precocemente é medindo de forma proativa a pressão arterial. A medida deve ser repetida periodicamente a título de checkup e alguns grupos de risco devem efetuar controles com frequência ainda maior. “Em linhas gerais, a partir de 115x75 mmHg, o risco de morte por infarto ou derrame dobra a cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica (máxima) e/ou 10 mmHg na pressão diastólica (mínima). Com o tratamento, o risco é efetivamente reduzido. Estudos mostraram que uma redução de apenas 2 mm da pressão sistólica já pode significar uma redução de 10% no risco de derrame e de 7% no risco de infarto”, destaca o Dr. Laurinavicius. Na vigência de aumento da pressão arterial dentro dos vasos sanguíneos, progressivamente vão surgindo lesões nos órgãos-alvo, como cérebro, coração, rins e retina. Geralmente, é uma doença silenciosa: não dói, não provoca sintomas, entretanto, pode matar. Quando ocorrem sintomas, já decorrem de complicações. No caso da hipertensão, o efeito esperado da medicação não é a cura, a resolução definitiva do problema como no caso dos antibióticos para as infecções, mas apenas seu controle. Portanto, se faz necessário o uso crônico e regular dos medicamentos prescritos pelos médicos.

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Os 10 mandamentos para evitar a hipertensão 1. Medir sua pressão arterial regularmente. 2. Ter uma alimentação saudável. Evitar: açúcares e doces, frutas, derivados de leite na forma integral, com gorduras, carnes vermelhas com gorduras aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados, como embutidos, conservas, enlatados, defumados, charque. Preferir: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais, como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados. 3. Praticar atividade física. Pelo menos 5 dias por semana. Fazer caminhadas, subir escadas em vez de usar o elevador, andar de bicicleta, nadar, dançar. 4. Manter um peso saudável. Também é importante avaliar a medida da circunferência abdominal (cintura), que no homem não deve ultrapassar 102 cm e, na mulher, 88 cm. 5. Diminuir a quantidade de sal na comida. Usar, no máximo, uma colher de chá para toda a alimentação diária. Não utilizar saleiro à mesa e não acrescentar sal no alimento depois de pronto. 6. Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas. 7. Não fumar. Depois da hipertensão, o fumo é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. 8. Controlar o estresse (nervosismo). Tentar administrar os problemas de uma maneira mais tranquila. 9. Seguir as orientações do médico. Elas contribuirão para o controle da pressão arterial e para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares. 10. Nunca parar o tratamento, é para a vida toda. Fonte: secretário da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Dr. Gil Fernando da C. M. de Salles

“As evidências mostram que, lamentavelmente, apenas 30% dos indivíduos tratados controlam de forma adequada sua pressão arterial. O que acontece por vários motivos: muitos pacientes não tomam as medicações prescritas com a regularidade indicada; muitos não retornam ao médico para verificar os efeitos do tratamento e ajustar os fármacos e suas doses; muitos desistem do tratamento em função de efeitos colaterais. De qualquer forma, à base do problema, há sempre uma insuficiente relação médico-paciente”, afirma o cardiologista do Albert Einstein. Segundo o Dr. Hoshino, alguns fatores podem acelerar o desenvolvimento da doença: 1. Fatores de risco não modificáveis • Idade: o aumento da pressão arterial ocorre com o avançar da idade, aspecto de gravidade frente à vulnerabilidade frente às complicações cardiovasculares determinadas não só pela hipertensão, como também por outros fatores de risco que se acumulam com o passar do tempo. • Hereditariedade • Sexo: mais frequentes nas pessoas de sexo masculino.

2. Fatores de risco modificáveis • Tabagismo: o tabagismo colabora para o efeito adverso da terapêutica de redução dos lípides séricos e induz resistência ao efeito de drogas anti-hipertensivas. • Bebida alcoólica • Sedentarismo e obesidade • Hábitos alimentares: dietas ricas em sal, consumo elevado de refrigerantes, enlatados e massas, são fontes inadvertidas de cloreto de sódio em abundância, e não somente o sal de adição que se encontra sobre a mesa.

Agentes de saúde Farmácias e drogarias podem atuar de maneira preventiva, auxiliando os consumidores e realizando a aferição da pressão arterial dentro dos estabelecimentos, além de incentivar à adesão ao tratamento. Saiba como proceder de forma correta e segura: • É sempre necessário explicar o procedimento ao paciente, orientando que não fale e descanse por até dez minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável. 2015 abril guia da farmácia

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Especial saúde

hipertensão

Sendo uma condição silenciosa, a única forma de se chegar ao diagnóstico precocemente é medindo de forma proativa a pressão arterial. A medida deve ser repetida periodicamente a título de checkup e alguns grupos de risco devem efetuar controles com frequência ainda maior 144

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• Promover relaxamento, para atenuar o efeito do avental branco (elevação da pressão arterial pela tensão provocada pela simples presença do profissional de saúde, particularmente do médico). • Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos há 60-90 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; e não está com as pernas cruzadas. • Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver pelo menos 80%. • Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.

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Taxas sob controle Os monitores de pressão são essenciais para os negócios do canal farma, justamente por atuarem de forma preventiva, acompanhando, diagnosticando e até eliminando complicações oriundas da pressão alta ou de problemas cardíacos

A

Por Tassia Rocha

A hipertensão é uma doença silenciosa, quando o paciente percebe algum sintoma, já pode estar com o problema desenvolvido ou prestes a sofrer um Acidente Cerebral Vascular (AVC) ou outra reação grave. Trata-se da elevação crônica e sustentada da pressão arterial acima de níveis determinados normais para cada faixa etária. “Consideramos hipertensos adultos com níveis de pressão arterial maiores ou iguais a 140x90 mmHg. Apesar disso, sabemos que já a partir de 115x75 mmHg, o risco de morte por infarto ou derrame dobra a cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica (máxima) e/ou 10 mmHg na pressão diastólica (mínima).

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Por isso, criou-se o termo pré-hipertensão para identificar indivíduos com pressão entre 120x80 mmHg e 140x90 mmHg, que apresentam maior risco de vir a ser hipertensos no futuro e de sofrer um problema cardiovascular maior”, informa o cardiologista da Unidade de Medicina Preventiva do Hospital Albert Einstein. Dr. Antonio Gabriele Laurinavicius. Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 6% das crianças e adolescentes brasileiros já podem ser considerados hipertensos (em adultos, esta incidência é de 30%). Por isso, a necessidade e importância do monitor de pressão para prevenção e controle se tornam indispensáveis a quem deseja ter qualidade de vida e cuidados com a saúde. fotos/ilustrações: shutterstock/divulgação

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O farmacêutico deve orientar sobre produtos de qualidade, que contam com o selo do Inmetro, e auxiliar para a escolha do monitor dentro de cada necessidade e preferência do paciente Para auxiliar na prevenção e diagnóstico, a indústria oferece cada vez mais opções em aparelhos que medem a pressão arterial. Eles garantem resultados seguros e precisos. Para os hipertensos, o acompanhamento da pressão arterial deve fazer parte da rotina de hábitos diários. Utilizá-los em domicílio é uma alternativa prática para quem precisa estar atento ao controle das taxas. Dessa forma, os acometidos optam por aparelhos portáteis que permitem um monitoramento instantâneo. Atualmente, há uma grande variedade desses itens, que tendem a ser de fácil manuseio.

Por que investir neste segmento? Os monitores de pressão são produtos essenciais, necessários em qualquer farmácia, justamente por tratarem de questões de saúde, como pressão arterial e problemas cardíacos. Segundo dados da Omron Healthcare Brasil, em 2014, o mercado de monitores de pressão movimentou cerca de 1 milhão de unidades somente em monitores digitais. O item está relacionado diretamente com os hábitos das pessoas, especialmente com o crescimento do número de hipertensos. Ou seja, um produ-

to indispensável para quem deseja ter qualidade de vida e cuidados com a saúde. O levantamento realizado, em 2014, pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), revela que, mais uma vez, o segmento de não medicamentos manteve-se em alta, com aumento de 14,69%, o equivalente a aproximadamente R$ 10,71 bilhões em vendas, ou seja, 33% do faturamento total. “Os dados reafirmam uma nova tendência entre os consumidores, que vão às farmácias em busca de outros itens que não seja medicamentos”, afirma o presidente executivo da associação, Sérgio Mena Barreto. Segundo informa o executivo, nos últimos anos, o varejo farmacêutico vem passando por um processo de renovação, em que as prateleiras deixaram de ser exclusivas para medicamentos. “O consumidor atual busca proximidade, conforto e diversidade de itens num mesmo espaço. São clientes mais exigentes que se preocupam com a saúde e vaidade, buscando uma oferta e mix de produtos como os encontrados nas grandes redes de drogarias americanas que se assemelham às lojas de conveniência.” A categoria de monitores de pressão já se consolidou nas farmácias e drogarias, mas ainda necessita bastante da orientação de um profissional que possa informar os consumidores sobre o manuseio e a interpretação dos resultados. Se a rede não estiver abastecida com esses produtos, estará perdendo vendas frente a uma real necessidade do mercado. O gerente de marketing da MedLevensohn, Aloysio Barros, informa sobre a importância da categoria, pois muitas vezes o consumidor não visualiza o produto nas farmácias e drogarias, mesmo sendo um item muito rentável e cada vez mais procurado. “Os produtos podem ser comer-

CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS Pressão Sistólica

Pressão Diastólica

Classificação

Reavaliações

< 130

< 85

Normal

Reavaliar em 1 ano

130 a 139

85 a 89

Normal – limítrofe

Reavaliar em 6 meses

140 a 159

90 a 99

Hipertensão leve

A cada 2 meses

160 a 179

100 a 109

Hipertensão moderada

A cada 1 mês

> ou = 180

> ou = 110

Hipertensão grave

Imediata

> ou = 140

> 90

Hipertensão sistólica

A cada 2 meses

Fonte: III Consenso de Hipertensão Arterial – Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

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Inovações da indústria Omron Monitor de pressão arterial automático de pulso (Hem-6200) O aparelho é portátil e fácil de usar, tem ativação ao toque de um botão apenas. Possui visor de LCD de fácil visualização, leitura de pressão arterial e pulso.

MedLevensohn Microlife Cardio+ Fabricado pela empresa suíça Microlife e distribuído por aqui com exclusividade pela MedLevensohn, o Microlife Cardio+ diferenciase dos demais aparelhos de pressão convencionais pelo fato de ser especialmente projetado para funcionar conectado com os dispositivos da Apple, ou seja, Iphones, Ipads e Ipods Touch. A utilização do aparelho é altamente intuitiva. Basta conectar o dispositivo na base e seguir as instruções do aplicativo.

Omron Monitor de pressão arterial automático de braço (Hem-7200) O monitor faz leituras da pressão arterial sistólica, diastólica e de pulso, e alerta o usuário quando o monitor detecta arritmia cardíaca. Além disso, permite saber quando a braçadeira foi colocada de forma correta, reduzindo assim a possibilidade de uma medição incorreta.

Geratherm Monitor de pressão desktop-995 O produto é indicado para uso profissional e domiciliar, possui grande visor de cristal líquido de fácil visualização, 85 memórias, com hora e data, entrada para adaptador de energia elétrica. Totalmente automático, infla e desinfla automaticamente.

Incoterm Color Check Além de exibir os valores em números, o painel do medidor de pressão é luminoso e muda de cor, possibilitando a visualização da pressão de maneira fácil e rápida. No caso de pressão alta, ele fica vermelho. Se estiver normal, ou baixa, fica azul. O Color Check também armazena, separadamente, os resultados de até três usuários diferentes na memória, permitindo diferenciar as medições e manter registros.

cializados com margens extremamente vantajosas para o segmento, pois possuem forte valor agregado. Esse tipo de produto permite que o consumidor passe a fazer sua própria aferição de pressão e, neste sentido, praticar o que chamamos de atitude preventiva.”

Informações precisas O farmacêutico deve orientar sobre produtos de qualidade, que contam com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e auxiliar para a escolha do monitor dentro de cada necessidade e preferência do paciente. “Por se tratarem de produtos mais técnicos, é importante treinamento e orientação junto aos profissionais no ponto de venda. Para melhor transferência de conhecimento e informação, utilizamos os serviços de agentes promocio150

Bioland Aparelho de pressão digital automático de pulso Bioland O medidor de pressão de pulso, modelo 3002, possui 128 posições de memória, indicador de bateria fraca, embalagem para viagem e suporta calibração.

nais. A maioria dos shoppers decide a compra dentro da loja e, certamente, uma boa abordagem e merchandising sobre esses produtos impulsionarão maior faturamento. É importante também evitar a ruptura no ponto de venda e considerar um volume de atratividade dos medidores de pressão e outros itens, tais como: balanças, umidificadores, termômetros, nebulizadores, entre outros voltados a prevenção e cuidados com a saúde”, sugere a gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto. Ela informa que o papel do farmacêutico é fundamental para a venda desse item, destacando os benefícios e a prevenção que ele oferece à saúde das pessoas. “O ideal seria que todas as casas tivessem um medidor de pressão para que as pessoas controlassem suas oscilações e pudessem levá-las ao médico. Com uma rotina intensa de trabalho e maus hábitos alimentares, além do sedentaris-

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Recomendações de uso A primeira regra é a utilização de um produto com todos os requisitos de qualidade, normas e certificações em dia, pois isto é fundamental para os cuidados com a saúde. Oriente o consumidor a: • Descansar no mínimo de 5 a 10 minutos antes de realizar a aferição.

• Fazer as aferições sentado, de preferência no braço esquerdo. Com os pés encostados no piso e as costas na cadeira, ajustando a braçadeira confortavelmente.

• Durante a aferição, recomenda-se estar com as pernas descruzadas, não falar, não movimentar o medidor, pois isto pode influenciar no resultado.

• Utilizar o estojo que vem normalmente junto dos medidores como apoio para o braço na hora da aferição ajuda para que a braçadeira esteja na mesma altura do coração. • Sempre manter o médico informado e jamais fazer o uso de medicação sem consulta prévia.

• A parte superior do medidor deve estar aproximadamente um centímetro abaixo da palma da mão (modelo de pulso), colocar o cotovelo sobre a mesa. • Ter em mente que a pressão arterial varia naturalmente de tempos em tempos e também é afetada por diversos fatores, como cigarro, consumo de álcool, uso de medicamentos e atividades físicas.

Fonte: gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto

mo, o grupo de risco é cada vez maior e as pessoas precisam atuar na prevenção e não somente no tratamento das doenças”, afirma. Por tratar-se de um equipamento de medição eletrônico, o zelo deve ser constante. Por isso, é importante que o profissional de farmácia informe de forma correta como será o manuseio do aparelho. “É preciso evitar quedas e ter o aparelho sempre calibrado, isto não é divulgado e o consumidor não entende essa informação de forma clara. Em nossa opinião, a maior preocupação é com esse tema, pois como os aparelhos atualmente são muito robustos, sua durabilidade, em média, é de 3 anos”, aponta o diretor comercial da Geratherm, Marcio Souza. Existem hoje no mercado brasileiro tanto medidores de pressão digital, quanto os esfigmomanômetros ane152

roides. Nos modelos digitais, é possível encontrar monitores de pulso e de braço. O aparelho digital possui uma bomba interna na braçadeira que faz com que ela infle automaticamente quando colocada no braço ou pulso do consumidor, depois de alcançar automaticamente a pressão correta, os valores da pressão arterial sistólica (alta) e diastólica (baixa) e da frequência cardíaca são mostrados no visor. A pressão arterial pode ser medida em ambos os braços, mas aconselha-se o braço esquerdo pela sua proximidade com o coração. Ela está em constante oscilação, sendo assim, é normal detectar pequenas variações entre as pressões aferidas em momentos diferentes, mesmo que estes sejam espaçados por alguns poucos minutos. O ideal é sempre estar atento e qualquer alteração procurar um médico.

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MIX

Vendas de inverno Distribuir as pontas de gôndola para os fornecedores parceiros, ter um tabloide sazonal e fazer o consumidor perceber as ofertas dentro da loja, são algumas das maneiras de alavancar os negócios nessa estação Por Vivian Lourenço

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Ter o máximo de atenção com a sazonalidade. Essa é uma das principais dicas para aumentar o tíquete médio da loja em determinadas épocas e garantir a lucratividade ao longo do ano. E não é somente em datas comemorativas, as trocas de estações também precisam de atenção especial do varejista, principalmente com ações pontuais que cativam o shopper. Com a entrada do inverno, é necessário modificar o layout da loja, deixando-a mais atraente e específica para a estação. Dedicar espaço aos produtos sazonais se torna essencial. O varejo deve ter à mão os produtos mais vendidos e procurados, com a exposição de itens complementares de maneira paralela, como forma de maximizar as vendas e o lucro por meio do aumento da cesta de compras do consumidor, como orienta a diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e coordenadora acadêmica da

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Academia de Varejo, Patricia Cotti. Um erro muito comum dos varejistas nesta época é a exposição do que “se quer vender” e não do que “mais se procura”. Para não haver enganos, é aconselhável notar, ao longo do tempo, a curva de vendas dos produtos e realizar um planejamento voltado à sua realidade. “Outro imput importante de informações está relacionado com a ruptura, mas não apenas de produtos que não estão disponíveis em estoque, como também itens que o consumidor procura e não fazem parte do mix das lojas”, salienta o consultor da GS&AGR (divisão da GS&MD – Gouvêa de Souza), Marcelo Menta. A equipe de loja deve estar capacitada em absorver essas informações e repassar para que um estudo de implantação de novos portfólios seja avaliado. A maneira mais eficiente de organizar corretamente o estabelecimento, de acordo com o especialista em varejo do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte (MG), Leandro Silva, é, primeiramente, determinar o que é produto de consumo rápido e colocar isto no final da loja em vez de colocar de forma muito acessível. Entenda fotos: shutterstock

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que, nesse deslocamento, aumentam-se as possibilidades da realização de uma compra não intencional. Para tanto, Silva explica que o empresário tem de tentar entender quais são as doenças mais comuns nesse período e fazer um cruzamento com o mix de produtos que deseja ofertar e, a partir daí, determinar uma estratégia publicitária e de preços. “Por exemplo, não adianta fazer alusão ao frio e sim, aos sintomas derivados dessa estação. Não venda medicamento, venda saúde.” A mudança de estação faz com que a população fique mais gripada, desta forma aumenta a procura por produtos antipiréticos, descongestionantes nasais e os antigripais. “O frio também causa ressecamento da pele, assim os hidratantes labiais e corporais são importantes”, ressalva a consultora especializada em marketing de varejo da Ferrara Soluzioni, Tatiana Ferrara.

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Outra dica dos especialistas: ter sempre um histórico de vendas consolidado dos anos passados é uma ótima maneira de se provisionar o mix do próximo inverno. “Estar antenado com os fabricantes e saber filtrar as informações, também é uma forma de receber insights que ajudam na formulação do mix futuro”, observa Menta.

Investimento em marketing Para organizar a loja para o inverno, uma das alternativas, de acordo com Patricia, é sair do comum e pensar não somente na exposição do produto que se pretende vender, mas também na forma de utilização dele e no sentimento gerado para o consumidor. Com o aumento do número de empresas e de marcas disponíveis no mercado, é preciso gerar outro elo, que não só o da necessidade. As empresas que têm obtido sucesso são justamente aquelas que conseguem

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Dor e febre uso infantil

Dor e febre uso adulto

Anti-inflamatório

Analgésico uso adulto

Ibufran: Ibuprofeno. 30mg/mL, 300 mg e 400 mg. Indicações: como analgésico, anti-inflamatório e antitérmico. MS 1.5584.0136 Ibufran – ibuprofeno. Comprimido 600mg: Indicações: como analgésico, antiinflamatório e antitérmico. Nos processos inflamatórios reumáticos, nas inflamações agudas e crônicas, no pós-operatório e dismenorréia primária. Contraindicações: Para pacientes portadores de úlcera gastroduodenal, insuficiência hepática e renal graves, durante o primeiro trimestre de gravidez e fase de lactação, portadores de hipersensibilidade a Qualquer componente da fórmula e crianças menores de 14 anos. Precauções e advertências: Deve ser administrado com cautela em pacientes portadores de angioedema ou com reações de broncoespasmos induzidas pelo ácido acetilsalicílico ou outros antiinflamatórios não esteroidais; pacientes com disfunção renal devem ser cuidadosamente monitorados; o uso em portadores de doenças do colágeno pode aumentar os riscos de desenvolvimento de meningite asséptica; o uso em pacientes com história de descompensação cardíaca ou hipertensão deve ser feito após avaliação médica dos fatores risco/benefício. Ibufran interfere no mecanismo da coagulação sanguínea; recomenda-se precaução em pacientes que estejam sob o uso de anticoagulantes ou de outros medicamentos que interfiram na coagulação. Interações medicamentosas: não deve ser usado concomitantemente a salicilatos, furosemida, probenecida, iodetos, anticoagulantes cumarínicos, álcool, cortisona e ácido valpróico; aumenta a concentração sérica do lítio e da digoxina; agrava a toxicidade do metotrexato. O nifedipino ou verapamil aumentam suas concentrações plasmáticas e o risco de toxicidade. Reações Adversas: As mais comuns são de origem gastrintestinal: náuseas, vômitos, dispepsia, dor epigástrica e diarréia. Há relatos raros e isolados de insônia ou sonolência, depressão e distúrbios da visão. Posologia: A dose usual é de 2 comprimidos ao dia, preferencialmente após as refeições. A dose máxima não deve exceder 3.200mg diárias. MS 1.5584.0136. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. - Março / 2014.

CONTRAINDICAÇÃO: PARA PACIENTES PORTADORES DE ÚLCERA GASTRODUODENAL, INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA E RENAL GRAVE. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: NÃO DEVE SER USADO CONCOMITANTEMENTE A SALICILATOS, FUROSEMIDA, PROBENECIDA, IODETOS, ANTICOAGULANTES CUMARÍNICOS, ÁLCOOL, CORTISONA E ÁCIDO VALPRÓICO. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

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Momento da compra emocional • Shopper = Comprador do PDV: existem diversas estratégias de compra, assim como de vendas. É comum receber promoções em produtos específicos, alinhadas com a compra de outros SKUs que talvez nem fizessem parte da lista de compras, fazendo com que a compra ganhe um cunho “emocional”. Outro ponto que desemboca em compras emocionais são as projeções empíricas de previsão de demanda futura, quando isto acontece, pode resultar em um diferencial competitivo positivo, no caso de um acerto, ou em uma promoção de um produto com dias de estoque muito acima de média desejada. • Shopper = Consumidor final: esse tipo de compra é basicamente por impulso, ou seja, fora do check-list de compras que muitas vezes os consumidores levam para realizá-las. • Ações de trade marketing, vendedores treinados, promoções clusterizadas são ferramentas que podem gerar compras por impulso. Fonte: consultor da GS&AGR (divisão da GS&MD – Gouvêa de Souza), Marcelo Menta

gerar vínculo emocional e engajamento junto aos seus consumidores, de maneira a tirá-los do módulo racional voltado ao preço.

Ações que geram resultado Em termos de ponto de venda (PDV), a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, destaca a necessidade de distribuir um tabloide sazonal específico. “Um tipo de orientação de shopper seria o tabloide, mas ele só anda servindo para divulgar marcas e não promover venda naquela específica viagem de compras”, comenta Regina. As farmácias atualmente estão colocando seus tabloides nas sacolinhas de compra da consumidora na saída da loja. Isso é totalmente errado, pois só vai servir para a próxima compra, que já estará esquecida e com a tal oferta vencida, alerta a presidente do IEV. Se o shopper receber um tabloide menor, mas na entrada, ele terá a chance de ler e comprar algumas das 158

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Para organizar a loja para o inverno, o empresário deve entender quais são as doenças mais comuns neste período e fazer um cruzamento com o mix de produtos que deseja ofertar e, a partir daí, determinar uma estratégia publicitária e de preços ofertas. “Como sabemos que os sete minutos de passeio pela loja são curtos, temos de preparar as prateleiras para lembrar os itens do tabloide.” De acordo com os especialistas, dificilmente alguém que parte para o estabelecimento com uma lista volta apenas com os produtos desta. O trade marketing expõe os produtos para os consumidores que muitas vezes fazem compras por impulso ou até mesmo pelo fato de não terem se lembrado de preencher a lista de forma completa. A exposição é essencial para o incremento do tíquete médio.

Organizando a loja A reavaliação do mix deve ser feita constantemente, existem ótimos sistemas de gestão que geram relatórios e auxiliam na avaliação do mix. “Minha sugestão é que o mix seja avaliado quinzenalmente, sempre considerando um amplo histórico de vendas e projeções futuras”, avalia Menta. Um produto com margem baixa ou com baixo giro não significa que deve ser excluído do mix. As vendas normalmente estão relacionadas, podendo, inclusive, na falta desse produto de margem baixa e baixo giro, impactar na venda de outros produtos que talvez possam compensar a margem. Para Regina, o ideal é expor os lançamentos e os itens mais procurados (de marca conhecida) nos terminais que antecedem à categoria. Não adianta expor similares com nomes desconhecidos do público, pois estes só giram se ofertados no balcão.

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O empresário pode usar a setorização para categorizar a loja e deixar que os produtos sejam mais facilmente encontrados, ressalta Silva. Porém, além da setorização, quanto mais limpo, arejado e iluminado o ambiente for, maiores serão as chances do cliente se sentir bem. Entenda que de nada adianta os produtos serem bons se, aos olhos do cliente, o local parece sujo/ escuro. “Mas mesmo assim, o empresário pode enfeitar a loja, usar cores contrastando com a cor da farmácia, servindo de sinalização ou de enfeite chamativo, placas sinalizadoras das promoções, negociar preço e criar kits vantajosos (para ambas as partes) e ter um atendimento primoroso!” Toda farmácia possui suas gôndolas para aqueles produtos que não exigem prescrição médica, afirma Silva. É nessas gôndolas que o empresário deve maximizar a distribuição desses produtos. Entenda que, quando o cliente entrar em sua farmácia, ele deve ser “bombardeado” com uma sensação de que aquela farmácia, por menor que seja, vai conseguir atender às necessidades dele. O consumidor deve querer ficar na loja, sentir aquele local como algo que lhe é agradável, não só pelo interesse nos produtos, mas pelo próprio ambiente criado. “Com isso, a compra se seguirá naturalmente e de maneira fácil, não atrelada à racionalização e discussão de descontos e preços”, complementa Patricia. 160

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O VAREJO DEVE TER À MÃO OS PRODUTOS MAIS VENDIDOS E PROCURADOS, COM A EXPOSIÇÃO DE ITENS COMPLEMENTARES DE MANEIRA PARALELA, COMO FORMA DE MAXIMIZAR AS VENDAS E O LUCRO POR MEIO DO AUMENTO DA CESTA DE COMPRAS DO CONSUMIDOR Toda a exposição dos produtos na loja tem de estar relacionada entre si, seguindo uma ordem lógica de movimentação do cliente dentro do PDV. As zonas “quentes do PDV” (áreas com maior circulação de clientes) são os pontos mais valorizados para a exposição, tais como pontas ou expositores. “Existem diversos acessórios para o trade marketing, desde preços expostos de forma diferenciada, etiquetas eletrônicas, expositores de plástico (ou outro material), até ferramentas tecnológicas, como contadores de fluxo de pessoas, ferramentas de índice de conversão de vendas, sensores de zonas de calor, etc.”, indica Menta, da GS&AGR.

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Tomou a dor sumiu.

ácido acetilsalicílico e cafeína

Indicações: analgésico e antitérmico. MS 1.7817.0007. JAN/2015 COSMED S/A

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SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO NO CASO DE SUSPEITA DE DENGUE.

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Categoria

Vitamina C: uma grande aliada do sistema imunológico Nutriente indispensável para o bom funcionamento do organismo, também está disponível no mercado por meio de suplementação. Entenda os benefícios e garanta a visibilidade dos produtos no ponto de venda

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Por Kathlen Ramos

Essencial para diversas reações metabólicas e ainda para fortalecer o sistema imunológico, a vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é um nutriente indispensável para o bom funcionamento do corpo. Sinais de fraqueza, dificuldade de cicatrização e baixa resistência a infecções, por exemplo, podem denotar sua falta no organismo. Mas, felizmente, a vitamina C está presente tanto na alimentação, por meio de frutas (acerola, goiaba, caju), verduras (brócolis, couve-flor, alface) e legumes (cenoura, mandioca, batata); quanto sob a forma de medicamentos capazes de repor a deficiência.

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E esses suplementos vitamínicos têm apresentado um crescimento bastante significativo no País. “O mercado de vitamina C movimentou R$ 243 milhões no Brasil em 2014 e 560 milhões de doses (comprimidos e gomas), apresentando crescimento de 6% em valor e 7% em doses em relação ao ano anterior”, constatou a gerente de marketing de Redoxitos (Bayer), Sofia Almeida. Segundo ela, a categoria tem sido impulsionada pela entrada de produtos inovadores no mercado, lançamentos que atendem a todas as faixas etárias e classes sociais, e aumento da conscientização da população sobre a importância de tomar vitamina C ao longo de todo o ano. foto: shutterstock

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CATEGORIA

TODO O SEGMENTO DE VITAMINA C TEM UM AUMENTO EXPRESSIVO NAS VENDAS ENTRE MAIO E SETEMBRO, INFLUENCIADO PELO INVERNO. DURANTE ESSE PERÍODO, É MUITO IMPORTANTE QUE A CATEGORIA ESTEJA EM MAIOR DESTAQUE NAS LOJAS

MAIS VISIBILIDADE Como são vendidas praticamente com exclusividade pelo canal farma, seja em lojas físicas ou on-line, as farmácias têm muito potencial com a categoria e podem desenvolver ações para garantir vendas contínuas durante todo o ano. “Existem diversos suplementos vitamínicos que contêm vitamina C com até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR), podendo ser vendidos tanto no canal farma, quanto em outros canais, embora o farma represente a maior participação. Acima dessa concentração, são classificados como medicamentos e só podem ser vendidos em farmácias e drogarias”, explica Natiele. E o primeiro passo para garantir bons resultados é assegurando sua visibilidade, na opinião de Sofia. “O varejo farmacêutico deve buscar manter a categoria de vitamina C sempre visível para o consumidor, exposta do lado de fora do balcão e com acesso independente de um farmacêutico/balconista”, avisa. Outra orientação é para que a categoria de vitamina C esteja sempre junto às demais vitaminas e aos multivitamínicos. “Deve estar ao lado de produtos correspondentes à imunidade e resistência do organismo”, reforça Aline, acrescentando que a melhor maneira de exposição da categoria nas gôndolas seria de forma blocada na vertical. “Vale, ainda, agrupar as vitaminas por benefícios, para que o consumidor tenha melhor compreensão dos mesmos e facilidade de encontrá-las”, diz. Também é importante apostar nas exposições cruzadas com produtos correlatos, principalmente direcionados a quem busca melhorar a resistência do organismo. Para algumas versões que geram vendas por impulso, materiais de cross merchandising, como

Além disso, segundo anuncia a gerente de produto MIP do Grupo Cimed, Natiele Barreto, a indústria também tem investido em inovação na categoria, oferecendo novas apresentações a fim de movimentar, ainda mais, esse mercado. Uma das opções é a vitamina C efervescente, conhecida pela facilidade de adesão devido aos sabores. Os comprimidos revestidos são outra opção para reposição de vitamina C. “Normalmente, eles oferecem uma leve proteção contra oxidação devido ao filme de celulose. Têm um custo-benefício bem melhor que os efervescentes e praticamente não têm perdas, garantindo a entrega de todo o ativo ao nosso organismo”, diferencia a gerente de marketing da Sundown Naturals, Aline Germano. Há, ainda, as vitaminas C apresentadas sob a forma de gomas, com foco no público infantil.

TRABALHE A VISIBILIDADE DA CATEGORIA Gomas

Efervescentes

Gotas

Com benefício agregado/sabor

Cápsulas

As vitaminas devem estar expostas do lado de fora do balcão, sempre visíveis ao consumidor. Também devem ser posicionadas ao lado de outros produtos correspondentes à imunidade e resistência do organismo, de forma blocada na vertical. Fonte: Redoxitos

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Números de representatividade Mercado de Vitamina C – Valor (R$) Mat* Dez.-2010

Mat Dez.-2011

Mat Dez.-2012

Mat Dez.-2013

Mat Dez.-2014

248.803.476

268.938.284

302.631.088

370.461.713

399.795.597

Mercado de Vitamina C – Volume (unidades) Mat Dez.-2010

Mat Dez.-2011

Mat Dez.-2012

Mat Dez.-2013

Mat Dez.-2014

26.808.691

27.395.204

28.503.450

32.401.312

32.883.472

Top 10 Produtos: os mais vendidos em valor (R$) Ranking

Medicamento

Laboratório

1.

Redoxon

Bayer HealthCare Consumer

2.

Cewin

Sanofi

3.

Redoxon Zinco

Bayer HealthCare Consumer

4.

Vitergyl C

Cifarma

5.

Bio C

União Química

6.

Cenevit Zinco

Legrand

7.

Cenevit

Legrand

8.

Cebion

Merck Serono

9.

Energil C

EMS Pharma

10.

Redoxitos

Bayer HealthCare Consumer

Ranking Top 10 Produtos: os mais vendidos emMedicamento volume (unidades)

Laboratório

1.

Redoxon

Bayer HealthCare Consumer

2.

Cewin

Sanofi

3.

Bio C

União Química F N

4.

Cenevit

Legrand

5.

Redoxon Zinco

Bayer HealthCare Consumer

6.

Vitergyl C

Cifarma

7.

Redoxitos

Bayer HealthCare Consumer

8.

Viter C

Natulab

9.

Cebion

Merck Serono

10.

Energil C

EMS Pharma

Fonte: IMS Health Brasil Pmb – Dec/2014. Vitamina C pura e associada a outros minerais * Moving Annual Total (valor acumulado no ano móvel)

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Categoria

Fundamental ao organismo A vitamina C desempenha diversas reações bioquímicas no organismo e deve ser suplementada, via medicamentos, em pessoas que não conseguem ter uma alimentação com boas fontes deste nutriente. A nutricionista da Clínica Faciall, Viviane Scheifer, enumera, a seguir, alguns dos benefícios da vitamina C. • É essencial para síntese de colágeno e elastina, pois as enzimas envolvidas nesta ação são dependentes de vitamina C. • É importante para o metabolismo da serotonina, neurotransmissor responsável pelo bem-estar. • Atua como um potente antioxidante hidrossolúvel, por meio da varreção fisiológica das espécies reativas de oxigênio. • É requerida para a síntese dos hormônios de resposta ao estresse do organismo e correria do dia a dia. • Tem ação muito importante no sistema imune, contribuindo de forma positiva para o aumento de leucócitos e a baixa resistência imunológica. Resfriados frequentes, por exemplo, podem estar relacionados à deficiência de vitamina C.

clip-strip, possibilitam a colocação do material em outras categorias que possuem uma ligação com produtos infantis, como suplementos. “Nesse caso, para alavancar as vendas, espaços, como o checkout e pontas de gôndola, são de extrema importância”, avalia Sofia.

Atenção à sazonalidade Toda a categoria de vitamina C tem um aumento expressivo nas vendas entre maio e setembro, influenciado pelo inverno, segundo afirma a gerente de marketing de Redoxitos. Assim, durante esse período, é muito importante a categoria estar em maior destaque nas lojas, seja em pontos extras, como balcão, ponta de gôndola, ou até mesmo no checkout. “O inverno é uma época sazonal propícia e, portanto, é fundamental dispor de uma melhor organização do ponto natural, provendo informações por meio de materiais promocionais e uma melhor experiência de compra para o shopper. Assim, garante-se que não haja decisão de compra orientada apenas pela comparação de preços”, aconselha Aline. 166

• Tem a capacidade de proteger a função pulmonar. Dessa forma, a insuficiência respiratória pode ser decorrente de uma deficiência de vitamina C. Estudos indicam que o consumo adequado desse nutriente melhora os sintomas e a duração das infecções do trato respiratório, incluindo o resfriado comum. Além disso, também reduz a incidência de pneumonia. • Ajuda no aumento de cicatrização de feridas, queimaduras e ossos quebrados. • A deficiência da vitamina compromete a biodisponibilidade do ferro. Portanto, sua carência pode levar ao desenvolvimento de anemia. • Estudos recentes têm associado a deficiência de vitamina C com alterações na função dos osteoblastos, fraturas ósseas e o aumento do risco de osteoporose. • Para alguns grupos de pessoas, como o de fumantes, a necessidade de vitamina é ainda maior, devido a um maior desequilíbrio do estresse oxidativo e formação de radicais livres.

O cross merchandising da categoria com antigripais e a exposição de materiais fornecidos pela indústria também podem reforçar a presença desses produtos no ponto de venda (PDV). “O uso de materiais de PDV, como displays, sinalizadores e clip-strip, pode ser muito útil na exposição que é fundamental para a categoria”, garante Natiele. Vale, ainda, estar atento aos sinais apresentados pelo consumidor, como ensina a especialista da Cimed. “O varejo farmacêutico precisa estar atento aos clientes, identificando aqueles com uma eventual necessidade de suplementação de vitamina C, que pode contribuir com o aumento do tíquete médio da farmácia”, aposta. Apesar do incremento das vendas no inverno, é preciso lembrar que o consumidor de vitamina C é importante em qualquer estação. Assim, precisa-se garantir visibilidade constante no PDV. “O consumo da vitamina C é importante durante todo o ano, visto que o principal benefício do nutriente é aumentar a imunidade do corpo humano, prevenindo gripes e resfriados”, finaliza Sofia.

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Guia da Farmácia. O canal farma nas suas mãos.

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Oportunidade

Nutrição equilibrada Seja pelo baixo acesso à alimentação, pelo excesso de fast-foods ou hábitos diferenciados, é fato que muitos brasileiros sofrem de carência nutricional. Entenda a função dos suplementos capazes de suprir essas deficiências Por Kathlen Ramos

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São diversos os fatores que podem levar à carência nutricional. Nas classes sociais mais baixas, os motivos passam, basicamente, pela dificuldade de acesso a refeições de qualidade, por vezes isentas de carnes, frutas, verduras e legumes. Mas, atualmente, esse problema não se restringe apenas à população de menor poder aquisitivo. O boom da classe média associado ao dia a dia cada vez mais atribulado dos brasileiros, por exemplo, fizeram com que o clássico arroz, feijão, bife e salada tenha sido deixado de lado. Essa combinação tipicamente brasileira e tão valorizada pelos médicos passou a dar espaço a fast-foods, congelados ou lanches. “Apesar da praticidade, muitos desses alimentos são ricos em gorduras e carboidratos e deficientes em vitaminas e minerais, que são essenciais para manter uma vida saudável”, pondera a nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Marisa Resende Coutinho.

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Nesse cenário, a suplementação vitamínica ou alimentar tem sido cada vez mais indicada por médicos ou utilizada por pessoas que querem sanar essas deficiências, mantendo saudáveis os desempenhos físico e mental. Os suplementos vitamínicos ou minerais, por exemplo, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), servem para complementar os nutrientes em situações em que a ingestão, a partir da alimentação, é insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação. “Esses suplementos devem conter um mínimo de 25% e, no máximo, até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e ou minerais, na porção indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva”, explica a nutricionista do Hospital do Coração (HCor), Camila Gracia. Existem, ainda, os suplementos nutricionais, também conhecidos como alimentares que, segundo a resolução 390/06 do Conselho Federal de Nutrição (CFN), define que são “formulados de vitaminas, minerais, proteínas e aminoácidos, lipídios e ácidos graxos, carboifoto: shutterstock

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Oportunidade

dratos e fibras, isolados ou associados entre si”. “Disponíveis em líquido ou pó, alguns desses produtos possuem nutrientes específicos para necessidades diferenciadas, de acordo com a doença ou perfil do paciente”, resume Marisa. O médico nutrólogo e fundador da Integralmédica, Dr. Euclésio Bragança, lembra que, desde que haja um acompanhamento profissional, o uso de suplementos alimentares é uma maneira de aumentar o consumo diário de vitaminas, minerais, proteínas e outros nutrientes. “Eles melhoram o sistema imunológico, combatem o envelhecimento e previnem a manifestação de doenças”, defende. No Brasil, também existe a classe de alimentos para atletas, que podem ser divididos em várias categorias. O uso vai depender da indicação do profissional, sendo que podem ser combinados mais de um tipo para

uma mesma pessoa. “Esportistas e atletas se beneficiam do uso da suplementação, como os hipercalóricos, voltados para quem precisa ganhar peso, e os proteicos, para aumento da massa muscular”, exemplifica o Dr. Bragança. Há, ainda, outras categorias no mercado, a exemplo dos complementos alimentares. Segundo a nutricionista da Mead Johnson, Tania Rodrigues, esses produtos, que também não substituem alimentos e, portanto, não podem ser utilizados como dieta exclusiva, são elaborados com a finalidade de complementar a dieta cotidiana de uma pessoa saudável que deseja compensar um possível déficit de nutrientes. “O maior benefício do complemento nutricional é que ele ajuda a complementar a alimentação quando não se consegue ingerir diariamente todos os nutrientes e energia nas quantidades adequadas, au-

Personalizados ao consumidor Além das deficiências nutricionais gerais já citadas, alguns grupos de pessoas, dependendo da idade ou estilo de vida, podem ter carências ainda mais importantes. “Existem populações especiais que requerem maior atenção em relação à suplementação, que vão desde indivíduos irregulares em seus horários de refeição e que, por isso, não têm tempo de sentarem-se à mesa, até atletas, esportistas, idosos, veganos e indivíduos intolerantes a certos alimentos”, comenta o médico nutrólogo e fundador da Integralmédica, Dr. Euclésio Bragança. Para atender a essa demanda, os suplementos alimentares e vitamínicos mostram-se cada vez mais personalizados às necessidades específicas dos usuários. “As principais apostas da Pfizer Consumer Health (PCH), divisão da Pfizer com foco no mercado do consumo, estão na especificidade. A empresa tem um alto investimento em produtos adequados às necessidades do consumidor, o que é uma tendência mundial em todo o mercado”, conta o diretor médico para América Latina da Pfizer Consumer Healthcare, Dr. Luiz Fernandes. Prova disso, é a marca Centrum, que tem um multivitamínico para cada necessidade. Entre alguns deles, estão o Centrum Control (enriquecido com fitoesterol, auxiliando no controle do colesterol);

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Centrum Mulher (ajuda a manter a aparência e a saúde da pele, unhas e cabelo); Centrum Homem (ajuda a manter a saúde muscular e o funcionamento adequado do sistema imunológico); Centrum Select (indicado para quem tem mais de 50 anos); Centrum Select Mulher (possui fórmula ajustada às necessidades nutricionais das mulheres com 50 anos ou mais); o Centrum Select Homem (indicado para homens que têm 50 anos ou mais); e o Centrum Pronutrients Ômega 3 (auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos). Os complementos alimentares também trazem versões mais direcionadas, a exemplo de Sustagen (Mead Johnson), que divide seus produtos por faixa etária. Sustagen Kids, por exemplo, foi desenvolvido com foco nas crianças que rejeitam determinados alimentos, comem somente sua comida favorita e distraem-se facilmente. “Sustagen Kids possui 26 nutrientes presentes nos grupos de alimento da pirâmide alimentar, sendo o aliado das mães por uma nutrição mais completa”, adianta a nutricionista da Mead Johnson, Tania Rodrigues. Já Sustagen Nutrição & Energia é destinado ao público adulto, mas principalmente a pessoas com 55 anos ou mais. O produto é fonte de cálcio, nutriente que ajuda na prevenção da osteoporose e de proteínas, importantes para manutenção e reparo da massa muscular.

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Oportunidade

Panorama nutricional no Brasil • 99% da população tem o consumo de vitamina E abaixo do recomendável; • A ingestão da vitamina C está abaixo do recomendado em 80% da população; • Metade dos brasileiros não ingere a quantidade ideal de vitamina A; • O consumo de selênio e zinco não atende às necessidades diárias em 40% dos brasileiros; • 80% dos indivíduos não ingerem a quantidade ideal de magnésio; • A ingestão de potássio está seis vezes abaixo da quantidade diária recomendada internacionalmente; • 11,6% das mulheres e 17,7% dos homens não consomem a quantidade ideal de vitamina B2; • 90% da população consome cálcio abaixo da quantidade recomendada de 1.000 miligramas por dia; • O consumo de frutas, verduras e legumes é de um terço da quantidade recomendada. Um estudo Brazos, feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), aponta, ainda, que, nos últimos 50 anos, houve um decréscimo na ingestão de frutas, verduras e grãos; • Pelo menos 80% da população consome abaixo do recomendado para leite e derivados, frutas e sucos de frutas, cereais, tubérculos e raízes; • 60% dos brasileiros não cumprem os parâmetros indicados para legumes e verduras; 30% para feijões; e 8% para carnes e ovos; • Adolescentes apresentaram a maior inadequação para legumes e verduras (90%).

xiliando na prevenção de deficiências nutricionais e em suas consequências, sejam elas físicas ou cognitivas”, descreve.

Adesão crescente entre brasileiros O interesse pela suplementação aumentou relevantemente no País nos últimos anos. “O uso de suplementos vitamínicos no Brasil tem crescido bastante devido a uma maior conscientização sobre as carências nutricionais. Assim como em outros países, o brasileiro não se alimenta bem”, constata o diretor médico para América Latina da Pfizer Consumer Healthcare, Dr. Luiz Fernandes. No entanto, quando a realidade brasileira é comparada a outros países, a adesão dessa categoria pela população ainda é muito baixa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos um terço da população global ingere esses complexos diariamente. Somente nos Estados Unidos, existem 29 mil marcas à venda. O Dr. Bragança considera que essa é uma questão basicamente cultural e uma tendência de ‘tutela coletiva’, por parte do Estado, em achar que as pessoas não saberiam escolher o que querem e o que precisam para consumir. “Por aqui, é o Estado quem define, tirando a liberdade de consumo. Nos Estados Unidos, as pessoas são livres para comprar os suplementos de que precisam. Isso nos explica a grande adesão que a população americana tem neste tipo de compra”, compara. 172

Na avaliação de Camila, a cultura norte-americana pode não ser tão saudável quanto se imagina. “Não há necessidade de ingerir suplementos se não for necessário. O fato de, nos Estados Unidos, o comércio ser mais liberal permite que pessoas que não precisam comprem e tomem. É importante salientar que o consumo desnecessário pode levar a efeitos colaterais indesejados”, pondera.

Visibilidade no PDV Diferentemente de muitas das categorias vendidas em farmácias, os complementos nutricionais, por exemplo, não possuem restrições na comunicação. Assim, de acordo com o gerente de trade marketing da Mead Johnson, Marco Facci, para que esta categoria seja percebida, é importante deixá-la visível nas farmácias, seja nas gôndolas por meio de uma exposição vertical, seja em pontos extras (como pontas de gôndola, displays, cross-merchandising) e materiais de comunicação sobre os benefícios dos produtos (folhetos, faixas de gôndola, etc.). Além disso, informativos para toda a categoria são sempre bem-vindos. “Caberia ao canal farma maior atuação junto aos fabricantes de suplementos alimentares para a promoção de treinamento de farmacêuticos e balconistas, no sentido de conhecer melhor os produtos e, assim, poder ofertá-los aos consumidores e clientes”, aconselha o Dr. Bragança.

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correlatos

Tecnologia de precisão Realizar um autoteste com rapidez e eficiência é um recurso que muitos consumidores têm usado. Sistemas práticos, portáteis e de fácil manuseio ganham espaço no mercado

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Quando surge alguma dúvida em relação à saúde, é muito comum que alguns consumidores recorram às farmácias e drogarias, antes mesmo de ir ao médico, por exemplo, para comprar testes que garantam precisão no resultado. Hoje, devido à eficácia dos não medicamentos, existe maior conhecimento e consciência da população com respeito às alternativas para o devido automonitoramento de níveis hormonais com o uso de testes de gravidez, fertilidade e menopausa. Também já é possível que o consumidor faça o monitoramento dos níveis de glicose com glicosímetros, tiras de glicose e corpos cetônicos e monitoramento da pressão arterial, e isto é fundamental para o aumento nas vendas de correlatos no Brasil. O canal farma é de extrema importância para essa categoria, principalmente por estar relacionado à saúde e qualidade de vida.

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Por Kathlen Ramos e Tassia Rocha

Segundo dados do IMS Health, a categoria de testes para gravidez, por exemplo, ascendeu, em valor (reais), 336,8% em cinco anos (do acumulado de abril de 2010 a abril de 2014) e, em volume (unidades), a alta foi superior a 351%, atingindo 6,9 milhões de unidades comercializadas. Em relação aos testes de diabetes, os resultados também são extremamente positivos. Ainda segundo o IMS Health, nessa classe, o crescimento da categoria do acumulado de abril de 2010 a abril de 2014 atingiu 114,9% em valor. Em volume, a alta chegou a 76,3%, com 2,8 milhões de unidades vendidas. O mercado varejista de farmácias no Brasil movimenta milhões de testes para automonitorização de glicemia. Um dos principais motivos é o próprio crescimento da incidência de diabetes no Brasil e no mundo, que já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Com o desenvolvimento das farmácias, que para muitos consumidores faz as vezes de um one-stop-shop, a fotos: shutterstock

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indústria de não medicamentos descobriu nesse canal uma grande oportunidade. De acordo com a diretora da linha Confirme, Dra. Carolina Ynterian, as vendas de não medicamentos, incluindo higiene, perfumaria, conveniência e correlatos deve variar entre 20% e 30% das vendas de uma farmácia dependendo de sua localidade. Os números mostram a importância da categoria para o varejo farmacêutico. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a saúde. O monitoramento de algumas doenças é de extrema importância para manter a qualidade de vida e o dia a dia mais seguro, devido à eficácia da categoria e às opções existentes. A Geratherm revela que a categoria de não medicamentos é a que mais cresce dentro das farmácias, uma vez que nos últimos anos as pesquisas para estes itens ganharam mais foco.

O farmacêutico é essencial para garantir a segurança ao cliente no momento da venda, explicando o funcionamento correto dos produtos e outros benefícios. A indústria oferece todas as ferramentas possíveis para que um balconista também saiba oferecer os itens e passar as informações básicas para concretizar as vendas

Provas diagnósticas No Brasil, de acordo com estimativas da Roche, são cerca de 12 milhões de diabéticos, sendo que aproximadamente metade deles não sabe que possui a doença. A outra principal razão para o crescimento do mercado é a gradativa conscientização das pessoas sobre suas condições e tratamento, além de fácil manuseio, o que facilita a vida dos consumidores. “A pessoa com diabetes não pode ser curada, mas pode levar uma vida plena e saudável se seguir as orientações médicas e controlar bem os níveis de glicose no sangue. Pesquisas mostram que uma boa parte das pessoas com diabetes ainda não segue as diretrizes de controle dos níveis de glicemia recomendadas pelo médico. Acreditamos que a ampliação do acesso aos produtos, a conscientização e a educação da população sobre a doença por meio dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos) são fatores-chave para a melhora na qualidade de vida das pessoas que têm diabetes”, alerta o gerente de produto da Roche Diagnóstica, Leonardo Bia.

Aposte no conhecimento A categoria, que já se consolidou nos pontos de venda (PDVs), ainda necessita bastante da orientação de um profissional que possa indicar e prestar informações aos consumidores. Se a rede não estiver abastecida com esses tipos de produtos, estará perdendo vendas frente a uma real necessidade do mercado. O papel fundamental da farmácia é o de esclarecer e guiar seus consumidores para que façam a melhor escolha e realizem seus testes corretamente. No caso dos

monitores de glicemia, por exemplo, vale desenvolver ações que levem os futuros usuários a conhecer o produto de perto. “As farmácias podem realizar testes de glicemia e explicar as características de cada produto, uma vez que há uma grande diferença entre os aparelhos do mercado”, explica a gerente de produto de Diabetes Care da Bayer HealthCare, Patrícia Gaillard. Além da capacitação, vale aproveitar as oportunidades que o ponto de venda oferece para potencializar as vendas, fazendo uso do cross-merchandising. “Os testes hormonais devem ser oferecidos junto com os métodos anticoncepcionais e os testes de glicemia, glicose e corpos cetônicos, na área de diabetes”, avalia a Dra. Carolina. A mesma estratégia vale para os monitores de glicemia. “Esses produtos podem ser expostos ao lado de tiras, lancetas, produtos diets e álcool, que são aqueles normalmente associados à compra de monitores”, orienta Patrícia. O farmacêutico é essencial para garantir a segurança ao cliente no momento da venda, explicando o funcionamento correto dos produtos e outros benefícios. A indústria oferece todas as ferramentas possíveis para que um balconista também saiba oferecer os itens e passar as informações básicas para concretizar as vendas. A Dra. Carolina informa que não se pode vender bem o que não se conhece. “O treinamento e conhecimento são chaves fundamentais no comércio. Com profissionais bem treinados e informados, o ponto de venda poderá oferecer um atendimento eficiente para seu público. Promoções de preços também sempre são um fator que atrai e agrada aos clientes”, completa. 2015 abril guia da farmácia

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Principais dúvidas dos consumidores

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Além de conhecimento de todos os produtos, o profissional da farmácia precisa estar atento com a exposição no ponto de venda, de forma que estejam ao alcance dos olhos do consumidor e dos funcionários, em corredores de grande circulação e nunca escondidos em pontos cegos da loja. Os produtos da categoria de diabetes, por exemplo, devem ser agrupados em gôndolas e espaços com fácil visualização e acesso, para aproveitar ao máximo o cross-selling da categoria. “A pessoa com diabetes tem o maior tíquete médio de todas as doenças crônicas, mas o mais relevante para o bom atendimento desse perfil de consumidor é a prestação de serviço, com profissionais capacitados para responder às dúvidas sobre os equipamentos e medicamentos”, informa o gerente da Roche, Leonardo Bia. 176

Como os te stes de gra videz deve ser usados m para garan tir eficácia? Os testes deve m ser feitos se guindo instru dos fabricante ções s. O ideal é ag ua rdar o primei dia de atraso ro , pois a sensib ilidade é men O erro mais co or. mum é a mul her não ter controle do ci clo e errar a da ta do atraso.

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Segundo ele, existe uma tendência nas farmácias, não somente pautada pela categoria de diabetes, de desenvolver espaços reservados, dirigidos aos clientes crônicos, onde eles sentem-se à vontade para expor dúvidas. O uso dessa estratégia propicia um atendimento mais intimista e os pacientes se sentem mais confortáveis e seguros para comprar os produtos de que necessitam, o que reflete no aumento das vendas e na fidelização do cliente. “Além disso, o ponto de venda deve promover a capacitação dos profissionais que atendem o público. Ser uma fonte de informação é parte vital do relacionamento com o paciente. Por fim, envolver a comunidade local pode ser uma ótima ferramenta de promoção e um meio de desenvolver isso são campanhas de detecção precoce do diabetes”, aponta

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hiperidrose

Transpirando apenas bons negócios Como canal exclusivo para as vendas de produtos para tratamento da sudorese excessiva, é fundamental que as farmácias fiquem atentas a esse mercado, trazendo uma solução de compras mais eficiente e segura aos usuários

E

Por Kathlen Ramos

Estimativas apontam que entre 3% e 9% da população sofra por hiperidrose, estado em que os acometidos apresentam excesso na produção de suor nas axilas, mãos, pés ou face, e que pode gerar um grande desconforto social e profissional. Mas, felizmente, o mercado apresenta soluções bastante simples e eficazes para controlar essa doença, muitas delas disponíveis exclusivamente em farmácias e drogarias. “Em geral, a procura por tratamento só ocorre na vida adulta. Sendo assim, o canal farma pode contribuir muito para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, avalia o gerente nacional de vendas dermatologia da Biolab, empresa responsável pela marca MP Dry, Anderson Cardoso Alberto.

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O diretor técnico do Laboratório Osler do Brasil, responsável pela marca Perspirex, Paulo Guerra, reforça que 100% das vendas dos produtos para hiperidrose são realizadas em farmácias. Ele lembra, ainda, que diferentemente dos desodorantes comuns, que resolvem os problemas de suor e de mau cheiro, aqueles destinados ao tratamento da hiperidrose atendem às necessidades específicas dos acometidos. Assim, reforça-se a importância do canal farma em poder esclarecer os benefícios aos usuários. “Só esses estabelecimentos têm a credibilidade junto ao médico que vai prescrever o tratamento para a hiperidrose e, sobretudo, só o farmacêutico e sua equipe poderão identificar as necessidades deste cliente e orientá-lo sobre o correto modo de usar”, acrescenta Guerra.

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Por ter abordagem, finalidade e características diferentes dos desodorantes e antiperspirantes comuns, algumas indústrias, como Osler e Biolab, recomendam alocar a categoria junto aos dermocosméticos e, de preferência, com algum folheto de orientação ao cliente. “Esses itens requerem uma orientação do farmacêutico e do médico que o receitou”, reforça o diretor técnico da Osler. Já a Vichy, que tem em seu portfólio o Creme Dermocosmético Antitranspirante Eficácia Reforçada (indicado para casos de transpiração intensa e hiperidrose), recomenda que esses itens sejam organizados próximos aos artigos de higiene diária. “Os produtos devem ser expostos nas gôndolas, na categoria dos desodorantes”, aconselha o gerente de trade marketing da marca, Raphael Simões.

Dispensação responsável A hiperidrose requer um diagnóstico correto e o modo de usar não é trivial. Daí a importância dos farmacêuticos

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ou até mesmo dos dermoconsultores nesse atendimento. “Sugerimos que esses profissionais recebam, por parte da indústria, um treinamento sobre a ação do produto e como se deve usar para se obter o melhor resultado. Por exemplo, é preciso informar que se obtém uma melhor eficácia quando o tratamento é realizado à noite, pois é durante o sono que as glândulas sudoríparas também entram em repouso, facilitando a atividade do produto”, mostra a gerente de trade marketing da Biolab, Ana Paula Cruzato. Treinar farmacêuticos, balconistas e dermoconsultoras é a ação mais importante que as farmácias podem promover para potencializar as vendas desses produtos. Muitas pessoas sofrem desse problema, mas desconhecem a existência de tratamentos e é nesse momento que entra o conhecimento de quem está atendendo ao cliente. Além do treinamento, também é indicada uma boa sinalização na gôndola junto a um folheto com informações sobre o tema e qual a melhor forma de usar o produto.

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Conteúdo disseminado na prática Espaço do Conhecimento atraiu milhares de visitantes durante a Abradilan Farma & HPC 2015, no Expo Center Norte em São Paulo Por Flávia Corbó, Tassia Rocha e Vivian Lourenço

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A Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) realizou, entre os dias 18 e 20 de março deste ano, a 11ª edição da Abradilan Farma & HPC, no Expo Center Norte, na capital paulista. O evento, que apresentou os principais lançamentos do setor, incluindo medicamentos, produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), correlatos, mobiliário, softwares e serviços, teve, pelo terceiro ano consecutivo, o Espaço do Conhecimento, promovido pela Contento Comunicação, que ofereceu conteúdo relevante para a capacitação dos profissionais que atuam no setor, por meio de palestras dentro de uma farmácia conceito. Neste ano, o espaço contou com o patrocínio das empresas Muriel e L’Oréal. Para exemplificar a melhor exposição dos produtos para os cuidados com o cabelo, a L’Oréal foi a parceira escolhida. “Viemos mostrar que a exposição deve seguir a família do tratamento capilar, desde o xampu

até o creme de tratamento, e blocada por princípios ativos – cabelos secos, oleosos, cacheados”, detalha a promotora líder da região do Grande ABC, Daiana Pinheiro. Já a Muriel apresentou diversos lançamentos e estreitou relacionamento com varejistas e distribuidoras. “O nosso objetivo, na feira, é conhecer melhor os distribuidores da Abradilan e utilizar, para isso, o evento como um cartão de visitas. Estamos tentando um mercado diferente. A Muriel já teve no passado a cultura de trabalhar com distribuidor farmacêutico e agora estamos exercitando essa prática novamente e está sendo extremamente positivo. O convite para o Espaço do Conhecimento foi uma coincidência, pois nós acabamos de fazer o lançamento da linha infantil, ou seja, não haveria oportunidade melhor de divulgá-la, eu realmente não esperava que a exposição dos produtos dentro da Farmácia Conceito ficaria tão bonita”, revela o presidente da Muriel, Paulo Boldarim. O executivo falou ainda sobre as novidades de 2015. “Os consumidores de cosméticos, em geral, têm uma característica curiosa. A primeira coisa que fazem é

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cheirar aquilo que vão comprar e apesar disso, não existe nenhuma embalagem com cheiro. Nossa linha infantil traz a primeira embalagem com cheiro do mercado, o consumidor não precisa abri-la para sentir a fragrância do produto. Além disso, a nossa embalagem infantil procura explorar os demais sentidos, não somente os do bebê, como também os da mãe. Além do cheiro, as embalagens possuem um toque especial, meio aveludado e emborrachado, explorando o tato; parte da embalagem é feita com o mesmo material utilizado nos mordedores infantis e temos ainda um visual diferente, explorando a visão da criança, além do QR Code em todas as embalagens, que acionado por meio de celular ou tablet, leva o consumidor ao nosso canal do YouTube, encontrando informações sobre cuidados com o bebê”, completa. Há quem tenha aproveitado a exposição no Espaço do Conhecimento para comunicar, com maior visibilidade e alcance, mudanças importantes ocorridas na companhia. Foi o caso da Geolab, que promoveu uma repaginação da identidade visual das embalagens dos medicamentos. A intenção foi padronizar os genéricos e similares e atualizar o visual da linha de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), para aumentar a sensação de unidade dentro do ponto de venda. “Por isso, fizemos questão de participar da Farmácia Conceito. Nela, montamos um paredão de medicamentos, que mostra a uniformidade das novas embalagens”, explica a gerente de marketing da Geolab, Bibiana Nora.

A Herbarium também passou por uma reestruturação comercial e aproveitou o Espaço do Conhecimento para se reaproximar do público e aumentar a presença dentro do ponto de venda. Um dos objetivos desta nova fase é trabalhar para que produtos naturais e suplementos ganhem o devido destaque dentro das farmácias. “Identificamos que há uma grande dificuldade na exposição. Decidimos estar presentes na Farmácia Conceito para compartilhar nosso know-how a respeito desta categoria, que vem ganhando cada vez mais relevância, à medida que a população está cada vez mais preocupada em cuidar da saúde e em consumir produtos que não agridam o organismo”, revela o gerente de produtos OTC da Herbarium, Eduardo Oliveira. Já a motivação para a participação da Lip Ice no Espaço do Conhecimento foi outra. A marca está presente apenas há um ano e meio no Brasil e deseja ampliar a presença no varejo farmacêutico nacional. Para isso, mostrou aos visitantes a melhor maneira para expor produtos de menor valor agregado e que ocupam pouco espaço nas gôndolas, como protetores labiais. “Estamos sugerindo a exposição em gancheiras, próximas ao caixa, para estimular a compra por impulso. Além disso, os lip balms com fator de proteção solar podem ser alocados próximos aos protetores solares para pele e para o rosto”, orienta a responsável pela gestão de eventos da Mentolato. Para a fabricante de fraldas Baby Roger, a colaboração com o projeto foi importante para avaliar uma

Executivos da Abradilan fizeram a abertura do evento no dia 18 de março de 2015, no Expo Center Norte, em São Paulo 182

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Inovação que veio para ficar Esta foi a terceira vez que a Contento Comunicação, em parceira com indústrias e a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), apresentou ao público o Espaço do Conhecimento, que combina palestras de remonados especialistas em varejo e a Farmácia Conceito, onde conceitos de Gerenciamento por Categorias (GC) podem ser observados na prática. “Desde a primeira edição, o empreendimento agradou tanto ao público como aos apoiadores, por isso, decidimos investir novamente”, revela o diretor da Contento Comunicação, Gustavo Godoy. A iniciativa foi montada a pedido da Abradilan, que tinha o objetivo de levar informação, conhecimento e cultura aos visitantes da feira. Para atender à demanda, a cada ano, o Espaço do Conhecimento procura apresentar inovação e diferenciais no formato. Em 2015, a principal novidade foi levar as palestras quase para dentro da Farmácia Conceito, com um miniauditório montado no mesmo ambiente que a drogaria. “Conseguimos obter ainda mais sucesso, porque o formato possibilitou que os palestrantes interagissem com o espaço e mostrassem na prática o conteúdo que estava sendo passsado”, destaca Godoy. Devido à receptividade do público e dos apoiadores, a Contento Comunicação já tem planos de montar o Espaço do Conhecimento na próxima feira Abradilan Farma & HPC, que deverá ocorrer em 2016, em Curitiba (PR). “Vamos estar presentes novamente e com ainda mais inovação.”

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A Farmácia Conceito mostrou a importância da exposição correta dos produtos

futura exposição em uma feira do porte da Abradilan. “Nossa intenção foi iniciar a participação de maneira gradual, dentro de um espaço reservado como esse. Quem sabe, depois dessa experiência, partimos para um estande próprio?”, indaga a assistente de marketing, Ana Lúcia da Silva. Experiente no mercado de varejo farmacêutico, a Preserv também esteve no Espaço do Conhecimento. A aposta se deve à importância que a feira tem para a marca, conforme explica o diretor da Preserv, Alfredo Maluf. “Esse tipo de evento nos dá 100% de retorno comercial, então os investimentos acabam se pagando”, destacando que a novidade da marca é um gel lubrificante com embalagem maior, portanto, de maior duração. Além de contar com fabricantes de medicamentos e produto de HPC para exemplificar a exposição ideal dos produtos na farmácia, o Espaço do Conhecimento recebeu a colaboração da empresa Espaço Aço para a montagem estrutural da Farmácia Conceito e dos estandes ao redor. A novidade é que todas as paredes e divisórias foram fabricadas com aço e podem ser aplicadas para a construção de farmácias móveis. “Toda essa estrutura pode ser facilmente montada e desmontada. Ou seja, caso você erga sua farmácia de aço em

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um ponto de venda que não está dando resultado, basta desmontá-la e erguê-la em outra localidade”, explica o consultor empresarial, Miguel Gori. Mais que a mobilidade, as farmácias feitas com estrutura de aço apresentam vantagem na rapidez de montagem. “Uma farmácia de alvenaria não fica pronta em menos de 90 dias. Já com a de aço é possível iniciar a operação da loja dentro de 30 dias”, afirma o gestor comercial da Espaço Aço, Davidson Belo. Com todo o conteúdo que podia ser absorvido, alido às palestras que ocorreram no Espaço do Conhecimento, os visitantes saíram satisfeitos. “O modelo de drogaria que foi apresentado é no qual acreditamos, inclusive aplicamos na rede de franquias”, afirma o gestor da Compre Certo, Reginaldo Nascimento. Seguindo o modelo apresentado, a rede tem planos ambiciosos de expansão. “Já contamos com 112 lojas em quatro estados. Para este ano, já fechamos com nove novos proprietários e pretendemos chegar a 40.”

Credibilidade in loco O Espaço do Conhecimento reuniu palestras com foco em mudanças que o varejista pode fazer, tanto em atendimento, quanto em layoutização do ponto de venda. Quem passou pelo local, além de adquirir conhecimento, pôde perceber na prática como as mudanças podem fazer a diferença. Por meio da Farmácia Conceito, montada no local, eles puderem ter acesso aos materiais disponíveis para o mobiliário e também observar como a setorização pode fazer a diferença. As palestras, dentro do Espaço do Conhecimento, receberam muitos elogios dos visitantes da feira. “Dos últimos eventos da Abradilan que eu participei, esse é o maior, muito bom. Eu vim procurar novidades, por mais que digam que as feiras são todas iguais, eu sempre encontro lançamentos, além das palestras que são bem interessantes”, falou o varejista da Drogaria Positiva, do Rio de Janeiro (RJ), André Lopes. Ver a teoria aplicada à prática foi o principal diferencial apontado por quem visitou o local, como o farmacêutico Renan Lopes. “Pude observar algumas coisas simples e agora posso colocar em prática no meu negócio.” Para a varejista Sandra Regina Mesquita, tirar as dúvidas durante as palestras foi o ponto alto. “Muitas coisas sobre atendimento ao cliente que eu nem sabia que poderia mudar e que fazem a diferença.” Os materiais utilizados para a montagem também chamaram a atenção dos visitantes. Márcio Ferrazzo 186

pretende fazer uma reforma em sua loja e já teve ideia de quais materiais pretende utilizar. “Um acabamento mais fino realmente faz a diferença.” O diretor do Grupo Buzatto’s, Renato Diniz, responsável pelo mobiliário da Farmácia Conceito dentro do Espaço do Conhecimento, diz que a tendência do setor é buticalizar a loja, com a utilização do MDF e do vidro, sendo que o aço só deve ser usado para os medicamentos. A separação de HPC e medicamento também pode ser observada nessa montagem”, explica. Para Diniz, o principal erro do varejista é que ele não se preocupa com o seu próprio negócio. Mostrar uma loja bonita, limpa e que faz com que o shopper se sinta à vontade. Esse é o objetivo de todo o varejista e por meio de pequenas mudanças no layout ou na setorização, há a possibilidade de aumentar em até 40% o tíquete médio só no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Diniz apresentou a palestra “Rentabilizando a farmácia por metro quadrado” e destacou que uma das soluções para alavancar as vendas é o varejista olhar para o próprio negócio. “É necessário conhecer a história, a evolução do marketing para evitar erros.”

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A palestrante e consultora especializada em varejo farmacêutico,

O evento, que apresentou os principais lançamentos do setor, incluindo medicamentos, produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, correlatos, mobiliário, softwares e serviços, teve, pelo terceiro ano consecutivo, o Espaço do Conhecimento, promovido pela Contento Comunicação, que ofereceu conteúdo relevante para a capacitação dos profissionais que atuam no setor, por meio de palestras dentro de uma farmácia conceito

Silvia Osso, aposta na diferenciação para o sucesso dos negócios

A exposição dos produtos, segundo o executivo, deve ser alinhada, por exemplo, de acordo com as necessidades e raciocínio do consumidor. A mulher compra da mesma maneira que lê, ou seja, da esquerda para direita. “Os pequenos detalhes fazem a diferença. O shopper é fiel à loja e à marca.” Para a palestrante e consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, é importante que o varejista se diferencie dos demais. “Precisa ter um atrativo para o consumidor, ajustar o mix e o sortimento de produtos de acordo com o público local.” Esse tema foi abordado na palestra “De que forma a arrumação por categorias em uma farmácia é capaz de atrair o público e gerar uma compra por impulso”. Ela destacou que as facilidades oferecidas para os clientes acabam atraindo o shopper. “Precificação, por exemplo, ou um layout mais interessante. O segredo é se adaptar à dinâmica do cliente.” Silvia destacou ainda que é necessário clarear a loja. Medidas como piso e iluminação podem aumentar a sensação de altura, assim como a circulação, já que,

segundo ela, quanto mais curta as gôndolas forem, melhor para o cliente conhecer a loja. “O farmacista precisa dessa informação, já que ele não tem consciência do espaço que pode e deve ser utilizado”, finaliza. Fora os cuidados com a loja, o varejista também precisa ter atenção ao cliente, que, de acordo com o diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento e palestrante do Espaço do Conhecimento, Marcelo Cristian, se tornou um cliente profissional. Na palestra “Quem é o shopper da farmácia no Brasil e como preparar a sua equipe para atendê-lo”, Cristian destacou que o mal do século é a mesmice e, por isso, o varejista precisa tomar algumas ações, como ter uma farmácia linda e um time de pessoas capacitadas. “O maior desafio é ‘linkar’ a remuneração com o interesse do balconista. Acreditar que o atendente é importante para o aumento das vendas e se preocupar com os resultados”, esclarece. Para ele, o Espaço do Conhecimento, juntamente com a Farmácia Conceito, servem para ter o contato direto com o público, e assim simular o atendimento. 2015 abril guia da farmácia

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“A empresa que conhece o varejo sabe das necessidades e precisa continuar constantemente a se abastecer com informações.” Centenas de pessoas puderam conferir técnicas que auxiliam no dia a dia de farmácias e drogarias. “Eu acho muito válido um espaço como esse, para que os proprietários e funcionários consigam ver o que mais eles podem fazer dentro de uma farmácia; é uma oportunidade de visualizar as técnicas de como melhorar o

O livro Merchandising e Layout para Farmácias e Drogarias: Impulsionando as Vendas, publicado pela Contento Comunicação, foi lançado durante o evento pela autora Tatiana Ferrara 188

O Espaço do Conhecimento reuniu palestras com foco em mudanças que o varejista pode fazer, tanto em atendimento, quanto em layoutização do ponto de venda. Quem passou pelo local, além de adquirir conhecimento, pôde perceber na prática como as mudanças podem fazer a diferença próprio espaço. Para a minha palestra, eu quis mudar, ofereci aos visitantes um “turismo” dentro da farmácia, aproveitar o espaço e levar as pessoas para visualizarem os pontos corretos e quais são as técnicas que podem ajudar a farmácia a vender mais”, aponta a farmacêutica e consultora especializa em marketing, da Ferrara Soluzioni, Tatiana Ferrara. Ela apresentou a palestra “Merchandising” e na mesma ocasião, lançou o livro Merchandising e Layout para Farmácias e Drogarias: Impulsionando as Vendas. Outra palestra que atraiu muitos visitantes no Espaço do Conhecimento foi a do diretor de desenvolvimento de negócios na América Latina da Planorama, Henrique Bragança, que apresentou o tema “Como melhorar a exposição de produtos e reduzir rupturas utilizando tecnologia”. A palestra fez tanto sucesso durante o primeiro dia da feira, que foi preciso uma segunda apresentação. Bragança interagiu com os visitantes que puderam participar tirando dúvidas sobre como utilizar a tecnologia no dia a dia das farmácias e como melhorar a exposição dos itens, utilizando softwares para reduzir rupturas. Ele orientou os participantes que questionaram sobre como iniciar a utilização de tecnologia. Segundo o executivo, hoje já existem empresas especializadas em banco de dados e que podem auxiliar no desenvolvimento de planograma, que tem como objetivo mensurar e organizar produtos no ponto de venda, a fim de alavancar o resultado dos negócios e estimular a comunicação entre o varejista e o consumidor.

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Seja voluntário do Programa Adotei um Sorriso. E descubra que não existe recompensa melhor do que a alegria.

Adote um Sorriso. Seja voluntário da Fundação Abrinq. Você que é dentista, psicólogo, fonoaudiólogo, pediatra, nutricionista, oftalmologista e apaixonado pelo que faz pode fazer parte da equipe de voluntários da Fundação Abrinq e se dedicar a crianças e adolescentes que precisam de auxílio. A recompensa, não tenha dúvida, vem em sorrisos. Inscreva-se pelo www.fundabrinq.org.br/adotei Atuando no seu consultório ou dentro de organizações sociais, você vai fazer a diferença.

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sempre em dia

Fios renovados Na hora de cuidar dos cabelos, consumidoras não medem esforços e investem em produtos que proporcionam brilho, força e que recuperam os danos causados por processos químicos Por Tassia Rocha

Combinação exclusiva

Para trazer de volta a juventude dos cabelos, a Phytoervas lança a linha Rejuvenescedor 3D com uma combinação da fórmula exclusiva Phyto Complex ao DNA da maçã, com ação direta no couro cabeludo, que combate o envelhecimento cronológico e torna os cabelos mais fortes, de um complexo de aminoácidos, que penetra profundamente nos fios, repondo a massa capilar por meio do chamado efeito densificador e ao blend de 12 ativos nutrifuncionais (composto por óleo de argan, noz de karité, semente de algodão, coco, aloe vera, chá verde, camomila, cálamo, macadâmia, mirra, oliva e canela) que trata especialmente das pontas, acaba com a porosidade, devolve a lubricidade e proporciona alta reparação.

tratamento intenso

A ampola 3 Minutos Milagrosos de Pantene agora faz parte do portfólio da coleção HidroCauterização. A clássica ampola junta-se à “família” por selar e hidratar as cutículas instantaneamente, além de reparar os danos causados por tratamentos químicos e cabelos descoloridos. É uma verdadeira dose concentrada de nutrientes e vitaminas que penetra profundamente na cutícula. O produto, já conhecido pelas consumidoras, conta com o sistema surfactante que deposita silicone adicional aos fios, oferecendo mais proteção, hidratação, suavidade, brilho intenso e prevenção contra quebra. www.pantene.com.br

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Esponjas antialérgicas

A Océane Femme tem mais uma novidade. É a linha de esponjas composta por 13 modelos diferentes para o rosto e corpo. Elas são antialérgicas, resistentes a óleo e feitas de espuma hidrófila sem látex, o que dá maciez no toque com a pele. Entre as três categorias, as esponjas faciais permitem limpeza e esfoliação, as de maquiagem, uma aplicação uniforme de bases líquidas e cremosas, deixando o acabamento perfeito. Já a esponja corporal Tofu esfolia e massageia, deixando a pele limpa e fresca, livre de resíduos. www.oceane.com.br

Prático e rápido

Para auxiliar o dia a dia das brasileiras, a Phytoervas lança a linha Sun In para clarear e condicionar o cabelo e descolorir os pelos. Desenvolvida com óleo de macadâmia e camomila, a linha possui três produtos, um deles para as madeixas (em spray) e dois para o corpo, sendo um em spray e o outro em roll-on. Todos possuem o exclusivo Phyto Complex de cereais integrais, composto por linho, quinoa e trigo, que potencializa a nutrição, restauração e ação contra o envelhecimento dos cabelos e da pele. Além disso, são livres de ingredientes de origem animal, não possuem sal, sulfato, corantes, parabenos, além de não serem testados em animais. http://phytoervas.com.br

Limpeza e diversão

Com expertise de 40 anos no mercado brasileiro, a Phisalia, em parceria com a marca Patati Patatá, apresenta mais uma incrível novidade: a “Espuma colorida”. Voltada para meninos e meninas de 2 a 6 anos, a linha conta com fragrâncias marcantes, além de uma fórmula exclusiva, testada e aprovada por dermatologistas e oftalmologistas, que contém extrato de maçã e vitaminas, proporcionando uma limpeza suave, ideal para a pele das crianças. www.phisalia.com.br 2015 abril guia da farmácia

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sempre em dia

Produtos licenciados

A Neopan, uma das principais fabricantes de produtos de puericultura leve do País, apresenta novidades em sua linha de produtos licenciados da Galinha Pintadinha. A personagem favorita dos pequenos estampa travesseiros, conjuntos de alimentação e itens para pentear, tudo a fim de deixar a rotina dos bebês mais alegre e divertida. www.neopan.com.br

Contra a caspa

Pensando em oferecer ao consumidor um tratamento mais eficaz para o controle da caspa, a Cless desenvolveu uma fórmula patenteada em aerossol e lança o primeiro Xampu a Seco Anticaspa do mercado, nas versões feminina e masculina. O produto age diretamente no fungo causador da caspa e pode ser utilizado em dias alternados, garantindo uma ação mais rápida e combatendo a oleosidade, intercalando com as lavagens. www.cless.com.br

Cabelos recuperados

Dentes brilhantes

Sorriso, com o intuito de reforçar a linha Xtreme White, apresenta a nova variante “Brilho 5 Estrelas”, composta por gel dental anticárie com flúor e escova dental. O novo gel dental possui micropartículas branqueadoras que ajudam na remoção de manchas e deixam os dentes mais brancos e brilhantes em apenas duas semanas. Já a escova contém estrela polidora que ajuda a branquear os dentes e contribui com a remoção da placa bacteriana por meio das cerdas multinível, realizando uma limpeza entre os dentes e ao longo da linha da gengiva.

Regeneração. Essa é a palavra de ordem quando se fala do Kit Regeneramax Pro Complex da Amend. Com ele, cabelos danificados, frágeis, com pontas duplas e sem brilho são recuperados por meio de um tratamento inteligente e da prevenção pré-química. Os três produtos que compõem a linha: xampu, máscara de tratamento cosmético e leave-in selante e protetor foram desenvolvidos com a tecnologia do biomimetismo, que iguala o ingrediente ativo do produto às mesmas condições das propriedades perdidas da fibra capilar, repondo a proteína perdida por meio de 11 aminoácidos. www.amend.com.br

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Contra o envelhecimento

A linha Vitaliss está disponível nas farmácias de todo o Brasil em três frascos com 30 cápsulas cada. O diferencial dos produtos da linha são os complexos antioxidantes, como as vitaminas C e E em formato monodose, que oferecem proteção contra a oxidação na dose certa para a aplicação. A linha oferece, ainda, o delivery system, uma microesponja que facilita a permeação e garante a eficácia dos produtos até a derme. www.theraskin.com.br

Pele hidratada

Ativo exclusivo

A nova linha Monange Anticaspa conta com trikemint em sua formulação, um composto com ingredientes biofuncionais e extrato de menta, que são liberados gradativamente nos fios, atuam no couro cabeludo e reduzem a caspa desde a primeira aplicação, mantendo os fios mais hidratados e sedosos. Monange Anticaspa ainda oferece o ativo exclusivo HidraAbsolut, que garante a hidratação e nutre até a segunda camada da fibra capilar. www.monange.com.br

Aliado das mulheres que buscam manter as pernas saudáveis e bonitas, Goicodrat chega ao mercado oferecendo soluções específicas para esse público. Por meio de seus ativos, é possível melhorar a aparência da pele dessa região e deixá-la mais macia, hidratada e prolongar a sensação de relaxamento. Goicodrat Creme Hidratante acalma dores e auxilia as pernas com varizes a relaxar. www.grupocimed.com.br 2015 abril guia da farmácia

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serviços

A

E

I

Abradilan http://abradilan.com.br

E-bit www.ebit.com.br

Ibevar www.ibevar.org.br

Abrafarma www.abrafarma.com.br

E/OU-MRM www.eou-mrm.com.br

IBGE www.ibge.gov.br

AFPFB www.farmaefarma.com.br

Espaço Aço www.espacoaco.com.br

IDC Brasil www.idcbrasil.com.br

Alliance Boots www.walgreensbootsalliance.com

ESPM www2.espm.br

Ideia de Marketing www.ideiademarketing.com.br

AMB http://amb.org.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br

F

IEV http://iev.net.br

Fator Corretora www.fatorcorretora.com.br

IMS Health www.imshealth.com

Febrafar http://febrafar.com.br

Incoterm www.incoterm.com.br

Baby Roger http://babyroger.com.br

Ferrara Soluzioni www.ferrarasoluzioni.com.br

Integralmédica www.integralmedica.com.br

Banco BTG Pactual www.btgpactual.com

Fertility Medical Group http://fertility.com.br

Interfarma www.interfarma.org.br

B

Bayer www.bayer.com.br

G

L

Bovespa www.bmfbovespa.com.br

Geolab www.geolab.com.br

Lip Ice www.lipice.com.br

Brasil Pharma http://brasilpharma.com.br

Geratherm www.geratherm.com.br

L’Oréal www.loreal.com.br

Grupo Buzatto’s http://grupobuzattos.com.br

C

M

Centrum http://centrum.com.br

Grupo Cimed www.grupocimed.com.br

Mead Johnson http://meadjohnson.com.br

CFN www.cfn.org.br

Grupo Ultra Popular www.drogariasultrapopular.com.br

MedLevensohn www.medlevensohn.com.br

Compre Certo http://redecomprecerto.com

GS&AGR www.gsmd.com.br

Ministério da Saúde www.saude.gov.br

Confirme www.confirme.com.br

H

Muriel www.muriel.com.br

Connect Shopper www.connect-shopper.com.br

Hcor www.hcor.com.br

CRF-RJ http://crf-rj.org.br

Herbarium www.herbarium.net

Newton www.newton.com.br

CVS Caremak www.cvshealth.com

Hospital Albert Einstein www.einstein.br

Nielsen www.nielsen.com/br

D Desenvolva Consultoria e Treinamento www.desenvolvaconsultoria.com.br DOM Stratety Partners www.domsp.com.br Drogarias Pacheco www.drogariaspacheco.com.br Drogaria Positiva www.drogariaspositiva.com.br Drogaria Onofre www.onofre.com.br

Hospital das Clínicas de São Paulo www.hcnet.usp.br Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco www.saoluiz.com.br Hospital San Paolo www.hsanpaolo.com.br Hospital Santa Catarina www.hsc.org.br Hypermarcas www.hypermarcas.com.br

Drogaria São Paulo http://drogariasaopaulo.com.br

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N

O OLX www.olx.com.br Omron Healthcare Brasil http://omron.com.br

P

R Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo www.saocamilo.com Roche www.roche.com.br

S SBC www.cardiol.br SBH www.sbh.org.br SBVC www.sbvc.com.br Sebrae-SP www.sebraesp.com.br Senac www.senac.br SindFar-SC www.sindfar.org.br Sindusfarma www.sindusfarma.org.br Sociedade Brasileira de Coaching www.sbcoaching.com.br Sundown Naturals www.sundownvitaminas.com.br

T TOTVS http://TOTVS.com/TOTVS

U Ucla www.ucla.edu Unifesp www.unifesp.br USP www5.usp.br

V Vannon www.vannon.com.br Virtual Gate www.virtualgate.com.br

w Walgreens www.walgreens.com

Pague Menos http://loja.paguemenos.com.br Pfizer Consumer Healthcare www.pfizer.com Preserv www.preserv.com.br

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Alívio da sensação de peso e cansaço nas pernas e pés1,2

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