ano XIx • nº 241 dezembro de 2012
impostos sobre
medicamentos A carga tributária é de 33,87% embutidos no preço final pago pelos consumidores. O que mais pesa sobre o valor final é o ICMS. Algumas propostas e movimentos em andamento pedem alterações, mas as expectativas de prazo são imprevisíveis
editorial
Ano de R$ 45 bilhões O mercado de varejo farmacêutico poucas vezes esteve tão aquecido no Brasil. Apesar de sucessivas crises na economia mundial, nos últimos cinco anos, o setor praticamente dobrou de tamanho, passando de R$ 23 bilhões em faturamento, e deve fechar 2012 com cerca de R$ 45 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Parte desse crescimento se dá também pelo potencial da cesta de higiene e beleza. De acordo com dados da Nielsen, depois de perecíveis, esta cesta é a segunda que mais cresce. O canal farma se destaca pela conveniência e por disponibilizar um sortimento mais premium, tornando-se exclusivo. O Guia da Farmácia desta edição traz um panorama completo sobre os resultados do setor que foi beneficiado pelos melhores índices de emprego e crescimento das classes C, D e E. Com poder aquisitivo maior, a população passa, gradativamente, a cuidar mais da saúde, o que reflete, diretamente, na aquisição de medicamentos. Expansão orgânica e aquisições por parte das grandes redes, pro-
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) assistente de redação Karina Dacol EDITORa de arte Mariana Sobral Assistentes de arte Larissa Lapa e Junior B. Santos DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
fissionalização do setor, menos informalidade, mais flexibilidade por parte da legislação, como por exemplo, a volta dos Medicamentos Isentos de Prescrião (MIPs) ao alcance do consumidor, e redes do exterior querendo investir no mercado brasileiro foram as principais transformações do ano. Para aproveitar o bom momento, empresários precisam aprender a planejar, sobretudo pequenos e médios varejistas. A reportagem de Rodrigo Rodrigues mostra que a virada do ano é, de fato, o melhor momento para colocar ações e desejos antigos em prática. E, como em todos os términos e inícios de ano, os impostos estão aí. A matéria de capa apresenta uma triste realidade do Brasil: a tributação. O País está entre os que mais aplicam impostos em medicamentos no mundo. Algumas propostas estão em andamento pedindo alterações. Vamos aguardar o desenrolar do assunto, que pode ter mudanças positivas já em janeiro. O mercado espera a isenção total, mas qualquer taxa de redução aplicada será uma vitória. Boas festas! Um 2013 cheio de realizações e ótimos negócios.
Nos últimos cinco anos, o setor praticamente dobrou de tamanho, passando de R$ 23 bilhões em faturamento, e deve fechar 2012 com cerca de R$ 45 bilhões
Lígia Favoretto Editora-chefe
assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta Marketing e Projetos Luciana Bandeira
Colaboradores da edição Revisão Iolanda Nascimento e Maria Stella Valli Textos Camila Guesa, Egle Leonardi, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Ludmilla Pazian, Marcelo de Valécio e Rodrigo Rodrigues Colunistas Anelisa Baungartner Lamberti, Camila Ramos da Silva, Cesar Boulos, Gustavo Semblano, Silvia Osso e Túlio Nakazato da Cunha IMPRESSÃO IBEP capa Shutterstock
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
analista de marketing Lyvia Peixoto
guia da farmácia dezembro 2012
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sumário #241 dezembro 2012
58 10 > Entrevista O professor doutor José Carlos Luxo, da FIA, fala em entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia sobre os resultados da economia em 2012. Ele acredita que as vendas de medicamentos e HPC sofrem menos por estarem ligadas diretamente ao consumo das famílias
CAPA
32 > debate O Brasil está entre os países que mais aplicam impostos em medicamentos. A realidade prejudica a população e toda a cadeia produtiva. Algumas propostas em andamento pedem alterações
44 > panorama Melhores índices de emprego e crescimento das classes C, D e E fazem com que o setor de medicamentos e HPC cresça a passos largos
58 > gestão – planejamento Pequenos e médios varejistas precisam aprender a planejar. A virada do ano garante o melhor momento para colocar a ação em prática
88 > tendência Ao identificar as necessidades dos consumidores, farmácias e drogarias conseguem ter capacidade de inteligência competitiva, o que gera competência de análise e tomada de decisão estratégica
e mais 08 16 18 26 42 64 70 76 83 96 98 102
> Cartas > on-line > Antena Ligada > Atualizando > perfil > gestão – caixa > desafios > gestão – plr > gestão – pessoas > Ponto de Venda > indústria > especial verão
Caderno Saúde 118 > hipertensão 132 > contracepção 138 > pele 144 > artigo 146 > má digestão 152 158 164 170
> beleza > categoria > Sempre em Dia > Serviços
colunas 24 41 94 100 156
> mercado Camila Ramos da Silva > competitividade Cesar Boulos > varejo Silvia Osso > inovação Túlio Nakazato da Cunha > consultor jurídico Gustavo Semblano
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c a r ta s Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
sua opinião é muito importante para nós Elogio bem-vindo
Eu, como farmacista, gostaria de elogiar o Guia da Farmácia, pois sempre que entro em uma loja encontro a lista de preços no balcão. Isso significa facilidade e transparência das informações aos clientes. Tudo o que a Contento publicar no mês, eu compro, devido às novidades e lançamentos constantes. Mailon Freitas, Tuntum (MA)
Tarja vermelha
Reconhecimento do leitor
Mensalmente recebemos, na drogaria onde trabalho, Droga Nova, um exemplar da revista Guia da Farmácia. Nos últimos meses tenho dedicado um tempo maior para ler as matérias e notei que elas realmente são muito boas. Gostaria de parabenizar a toda a equipe da revista pelo excelente trabalho. Rodrigo Valentim, Camanducaia (MG)
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Sou farmacêutica, sempre leio o Guia da Farmácia, e na edição do último mês, em especial a matéria Mais controle sobre o tarja vermelha, pág. 36, me chamou muito a atenção pelos pontos de vista que foram abordados. Os assuntos automedicação, uso racional e a lenda da obrigatoriedade da apresentação de receitas no ato da compra são muitíssimo mais complexos do que foi exposto pela revista e pelos renomados nomes citados na reportagem. Em um País que não banca o acesso à saúde para todos, onde, acredito eu, que nem 50% da população tem ao seu alcance o atendimento médico, dizer que a culpa pela automedicação ou pelo uso irracional é questão de “um hábito brasileiro” ou “uma prática antiga do varejo”, é querer tirar o foco de um problema político, dizendo ser cultural. Concordo plenamente que o uso indiscriminado de antibióticos durante tanto tempo só trouxe mais problemas e complicações, e que esta é sim uma classe de medicamentos que necessita ser controlada, mas dificultar o acesso da população a anticoncepcionais, por exemplo, alcança um nível imensurável de ignorância, pois certamente esta ação resultará cada vez mais em problemas aos sistemas de saúde, seja público ou privado. Por outro lado, fico contente em saber que há sensatez em reconhecer que é preciso “arrumar o mercado como um todo”, e que temos problemas mais urgentes para resolver, como a apresentação de alguns medicamentos. Aproveito para parabenizar a Contento, que sempre aborda seus temas de forma muito coerente e ética. Patrícia Sato, São Paulo (SP)
fotos: acervo
entrevista - josĂŠ carlos luxo, fia
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fotos: felipe mariano
Varejo farmacêutico
com crescimento em 2013 Consumo elevado das famílias deverá manter vendas das farmácias em alta no próximo ano. Nesse cenário, os investimentos no setor pedem prudência Por Marcelo de Valécio
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Depois de um primeiro semestre patinando, a economia brasileira abriu a segunda metade do ano com crescimento em alguns setores, como o farmacêutico. O Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu perto do zero no primeiro semestre, voltou a crescer no segundo, devendo fechar o ano com 1,6% de aumento. Pouco, pelas necessidades do País, tendo em vista o cenário econômico mundial adverso. Para 2013, espera-se um crescimento maior, mas nem tanto: cerca de 4%, nas previsões sempre otimistas do governo ou na casa dos 2,5%, na visão do mercado. Em termos gerais, nem tudo serão flores no próximo ano. A economia mundial ainda se ressentirá da crise europeia e da lenta recuperação dos Estados Unidos. No cenário interno, a inflação pode inibir novas ousadias governamentais desde 2012 e que incluiu também desoneração fiscal e redução dos spreads (diferença entre preço de compra e venda) dos bancos oficiais para
ampliar o poder de compra dos brasileiros. Por estar ligado mais diretamente ao consumo das famílias, o ramo de venda de medicamentos e de produtos de higiene pessoal e cosméticos (HPC) tem sofrido menos com a desaceleração interna provocada pela crise internacional e deverá se manter em alta no próximo ano, aproveitando-se dos estímulos oficiais. Essa é uma das conclusões do professor doutor José Carlos Luxo, da Fundação Instituto de Administração (FIA), apresentada nesta entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. O professor, que é também coautor de três livros – Crédito-Avaliação do Risco de Crédito, Testes para Certificação em Finanças-ANBID e Mercado Financeiro e Análise de Investimento –, comenta ainda sobre os riscos da política expansionista do governo e de uma possível elevação da inflação, além de analisar os reflexos da crise internacional. 2012 dezembro guia da farmácia
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entrevista - josé carlos luxo, fia
Guia da Farmácia • O PIB brasileiro apresentou crescimento modesto de 0,1% no primeiro trimestre e de 0,4% no segundo. O terceiro trimestre ensaiou uma recuperação mais forte, com analistas prevendo fechar o ano com 1,6% de elevação. Qual a sua expectativa para o PIB de 2012? Quais fatores foram determinantes para se chegar a esse patamar, caso as previsões se confirmem? José Carlos Luxo • No primeiro semestre, o desempenho da atividade econômica brasileira foi afetado adversamente pela crise internacional, sobretudo a da Zona do Euro, que se intensificou a partir do segundo semestre do ano passado. Tal crise provocou expectativas negativas por parte dos empresários, que por sua vez reduziram os investimentos, tornando também os consumidores mais cautelosos. O baixo crescimento do PIB foi afetado pela queda dos investimentos das empresas, que provocou crescimento negativo (-2,49%) na indústria no segundo trimestre, bem como crescimento negativo (-5,89%) na agricultura no primeiro trimestre, devido às intempéries climáticas que prejudicaram momentaneamente o desempenho do setor. Nesse sentido, o PIB (que mede o crescimento econômico) acumulou uma pequena elevação de 0,53% no primeiro e segundo trimestres do ano. Porém, devido às medidas estabelecidas pelo governo desde o fim de 2011, como a redução das taxas de juros e desonerações tributárias, o crescimento econômico começou a dar sinais claros de recuperação a partir do segundo semestre, evidenciando que deveremos fechar 2012 com crescimento do PIB por volta de 1,6%. Guia • Para estimular a economia, o governo diminuiu impostos de alguns setores, reduziu a taxa básica de juros e manteve o incentivo ao consumo. Quais as vantagens e as desvantagens dessa política? Luxo • O governo adotou uma política monetária expansionista, por meio da redução de 5,25% na taxa de juros Selic - Meta entre agosto de 2011 e outubro deste ano. Nesse período, a Selic caiu de 12,5% para 7,25%. Aliado a isso, adotou a redução dos spreads bancários das instituições financeiras públicas federais, bem como a desoneração tributária de alguns setores. Houve reduções de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) no crédito para pessoa física, desoneração da folha de pagamentos, diminuição de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para veículos e zeragem da Cide (Contribuição de Intervenção 12
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“Devido à tendência de aumento da nova classe média, o consumo no comércio em geral deverá apresentar crescimento superior aos dos demais segmentos, perdendo apenas para o setor de serviços” no Domínio Econômico), além de desonerações sobre encargos da eletricidade e sobre material de construção e bens de capital. Isso tudo proporcionou um estímulo ao consumo. A vantagem dessa política adotada diz respeito ao reaquecimento da economia via demanda – consumo das famílias. Já a desvantagem é que a desoneração tributária provocará uma renúncia fiscal estimada em R$ 35 bilhões anuais, e isso pode induzir o governo a fazer uma redução do superávit primário, que é a diferença entre a arrecadação tributária (receitas) e as despesas primárias (gastos do governo). Esse superávit primário é utilizado para pagamento dos juros da dívida pública. Como consequência, a relação dívida pública sobre o PIB terá uma elevação, ou seja, a dívida pública deverá subir.
Guia • Alguns economistas alertam que a política expansionista do consumo e do crédito, aliado à baixa taxa de desemprego, pode pressionar a inflação. Qual a sua visão sobre isso? Luxo • Há evidências de que a inflação no Brasil mudou de patamar nesses dois últimos anos, atingindo índice anual de 5,5%, porém com um crescimento econômico da ordem de 2,1% anual. Ou seja, baixo crescimento econômico com uma inflação acima dos demais países emergentes, com média anual de 3%. Portanto, as políticas econômicas adotadas para estimular o crescimento econômico tenderão a provocar fortes pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços e alimentos, fazendo com que a inflação se distancie do núcleo da meta (hoje em 4,5% anual), o que forçará uma política monetária com elevação da taxa básica de juros. Guia • De forma geral, qual a expectativa para o próximo ano? Produção, empregos e consumo estarão aquecidos no País? Luxo • As medidas econômicas adotadas a partir do fim do ano passado deverão estimular o crescimento do consumo (principalmente), produção e continuar a diminuir a taxa de desemprego, fazendo com que o crescimento seja superior à média 2011-2012, que deverá ser de 2,1%. Guia • A indústria ensaia uma retomada do crescimento neste segundo semestre. O senhor acredita em um crescimento mais robusto do setor industrial em 2013? Luxo • Apesar de a indústria dar sinais de retomada, existe uma expectativa negativa diante do cenário externo. A crise na Zona Euro, o crescimento lento da economia dos EUA e a desaceleração do crescimento da China preocupam. Dito isso, os investimentos industriais dependem de expectativas otimistas no horizonte de longo prazo, tanto interno quanto externo, ou seja, é o chamado índice de confiança industrial, para poderem se consolidar. Porém o cenário atual externo é contrário a isso. Guia • De fato, a Europa segue patinando para sair da crise, os EUA também não estão conseguindo uma retomada firme. Sendo assim, podemos nos preparar para conviver com um cenário internacional adverso também em 2013? Luxo • O cenário econômico externo para 2013
O mais não é nada animador, pois temos prudente é ainda algumas variáveis pendenter uma postura tes, como o resultado das eleições moderada nos investimentos dos EUA, uma solução definitiva em 2013 para a crise da Zona do Euro que ainda está por ocorrer, e a China que demonstra evidências (desde 2010) do início de um ciclo de crescimento econômico inferior aos últimos 20 anos. Assim, as variáveis externas deverão trazer impactos negativos para o nosso crescimento econômico de 2013. Guia • Nesse quadro, como o varejo deve se comportar? Pensando nas pequenas e médias empresas, onde se concentra boa parte dos empregos, os negócios continuarão em alta no próximo ano ou pode-se esperar um revés? Luxo • Na formação do PIB brasileiro sob a ótica da demanda, 60% são representados pelo consumo das famílias. Pelo estímulo via políticas econômicas adotadas, será possível ter um ano de 2013 com tendências de elevação do consumo e, consequentemente, provocando maior faturamento para as pequenas e médias empresas. Guia • Nesse contexto adverso no exterior combinado com consumo interno alto, o que as empresas devem fazer neste momento? É hora de acelerar ou segurar os investimentos? Se o senhor fosse consultado por uma rede de farmácias, por exemplo, recomendaria ousadia ou cautela para o próximo ano? Luxo • Prever o futuro no contexto do cenário mundial neste século é um grande desafio para os economistas. Diante da situação econômica interna, poderíamos acelerar os investimentos; porém, diante do contexto externo seria prudente freá-los. Assim, considerando-se ambos os cenários, acredito que o mais prudente seja ter uma postura moderada nos investimentos em 2013. Mas em relação ao segmento de varejo, especificamente o setor de farmácias, os investimentos podem ser de moderados para agressivos. Devido à tendência de aumento da nova classe média, o consumo no comércio em geral deverá apresentar crescimento superior aos dos demais segmentos, perdendo apenas para o setor de serviços. Basta lembrar que a classe ABC atingiu 128 milhões de pessoas em 2011, e a expectativa é de que, em 2014, esse contingente supere 143 milhões de brasileiros. 2012 dezembro guia da farmácia
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O Guia da Farmácia traz uma matéria completa sobre os principais resultados do ano para o setor. Acompanhe no Portal as expectativas para 2013. Onde e como investir. Uma grande oportunidade é apostar em itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, já que a categoria como um todo cresce a passos largos.
2012 termina e abre espaço para a chegada de um novo ano. Seu planejamento já foi feito? Este é o momento ideal para colocar a loja, as finanças e aquela velha vontade de implantação que nunca saiu do papel, em prática. Saiba como montar também um calendário sazonal.
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicaram uma pesquisa sobre o consumo de sal no Brasil e como isso prejudica a saúde da população. Conheça os grandes vilões da alimentação.
ano XIX dezemb • nº 241 ro de 2012
escolha da capa Os internautas puderam escolher, no último mês, a capa desta edição no Facebook. Participe e continue interagindo com a redação do Guia da Farmácia. Sua opinião é muito importante para o crescimento da revista. A capa escolhida foi a 02, sobre isenção de impostos. Foram 07 votos para capa 01 e 25 para capa 02.
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Acordos fechados A troca da tecnologia de produção de novos produtos, além de novas zonas de fabricação no Brasil, são os destaques desta edição. Acompanhe estes e outros assuntos que permearão o ano de 2013
Novartis e Furp fecham acordo de transferência
A Novartis e a Fundação para o Remédio Popular (Furp) fecharam acordo para a troca da tecnologia de produção de dois medicamentos para o combate à rejeição de órgãos transplantados. A expectativa é que a entidade, do governo do Estado, produza os medicamentos entre três e cinco anos, em fábricas nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense (SP). Enquanto a produção dos medicamentos não começar, o Ministério da Saúde irá centralizar a compra e a distribuição dos medicamentos da Novartis, como contrapartida. • www.novartis.com.br • www.furp.sp.gov.br
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Polo Industrial de Manaus
A portaria interministerial nº 241, publicada no Diário Oficial da União, autorizou a fabricação de medicamentos na Zona Franca de Manaus. O termo define etapas fabris, critérios de pontuação para as empresas, e ainda disponibiliza uma lista de 189 produtos liberados para a produção no Polo Industrial de Manaus (PIM). Entre as dez etapas fabris que devem ser cumpridas estão a análise físico-química e microbiológica tanto dos insumos quanto do produto acabado e a impressão da bula e das embalagens primária e secundária. • www.e-diariooficial.com fotos: shutterstock/divulgação
Drogasil aprova a incorporação da subsidiária Raia
O conselho de administração da RaiaDrogasil acordou os termos e condições da incorporação de sua subsidiária Raia, com a consequente extinção da marca, informou a companhia em comunicado. Segundo a rede de farmácias, em razão de a Raia ser subsidiária integral da RaiaDrogasil, a incorporação não levará a qualquer aumento de capital ou emissão de ações da RaiaDrogasil. A totalidade do patrimônio líquido, bens, direitos e obrigações da Raia serão incorporados pela RaiaDrogasil. • www.raiadrogasil.com.br
Meio milhão de casos de câncer em 2013 Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que no ano de 2013 devem ser registrados mais de 518 mil novos casos de câncer. Os tipos mais recorrentes serão os cânceres de pele não melanoma, mama, próstata, pulmão, cólon e reto, estômago, cólo do útero e glândula tireoide. Já considerado um problema de saúde pública mundial, o avanço do câncer deve continuar. Segundo previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2030 podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes da doença. • www.inca.gov.br • www.who.int 2012 dezembro guia da farmácia
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A arrecadação nos três níveis de governo cresceu acima do PIB e da inflação nos últimos anos e hoje cada cidadão brasileiro paga um valor 56% maior em impostos do que em 2000, descontada a inflação. A conclusão é de economistas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) que analisaram a evolução dos tributos. O estudo ‘Arrecadação Fiscal no Brasil 2005 a 2011’ foi lançado no fim de novembro pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). • www.sindusfarmacomunica.org.br :22 2 11
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Laboratório realiza visitas de profissionais da saúde
Com o objetivo de apresentar aos profissionais e estudantes da área da saúde o processo produtivo de um dos maiores complexos farmacêuticos da América Latina, o Teuto realizou a segunda edição do Visite Bem. O programa de visitas foi criado em 2001 para consolidar e aumentar a credibilidade da marca. Os profissionais foram convidados a participar de uma palestra no auditório da companhia e visitaram as dependências do complexo para conhecer os padrões de qualidade do laboratório. • www.teuto.com.br
Novidades do setor são apresentadas em evento
O Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular – Hemo 2012, realizado em novembro, no Rio de Janeiro, abordou temas ligados à segurança e eficácia dos testes em bancos de sangue, além de palestras científicas nas áreas de hematologia e hemostasia. O destaque ficou para o uso da tecnologia em exames diagnósticos. Em sorologia, um dos recursos apresentados no congresso foi o sistema cobas da Roche. Essa plataforma automatizada faz a detecção com grande sensibilidade e especificidade dos anticorpos do HIV, além de subtipos das hepatites B e C. • www.hemo2012.org.br 20
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Tratamento contra o câncer é liberado na europa
O medicamento Xalkori, produzido pela Pfizer para tratamento de um tipo específico de câncer de pulmão, será disponibilizado aos pacientes antes de a avaliação padrão ser concluída. A autorização condicional de comercialização foi concedida pela agência reguladora europeia (EMA). Esta medida é tomada em casos em que o tratamento em estudo apresenta benefícios significativos para doenças que ainda não possuem tratamentos satisfatórios. A autorização é renovada anualmente, até que se concluam todos os procedimentos necessários para a aprovação definitiva da comercialização. • www.pfizer.com.br • www.ema.europa.eu
Líder de mercado apoia trabalhos sociais
Em paralelo às atividades comerciais, a NS Indústria de Aparelhos Médicos, especializada no fornecimento e comercialização de inaladores para uso doméstico, mantém diversas ações de responsabilidade social. Em todas elas, a empresa prega a qualidade de vida. Na lista de iniciativas figuram o apoio à Associação Brasileira Pró Bem Estar Social – Prosocial Brasil e ao Projeto Hurra, que realizam trabalhos sociais em comunidades da capital paulista. No município de São Caetano do Sul, na região metropolitana da São Paulo, a empresa mantém patrocínio dos times de futebol infantil do Clube Fundação. • www.nsam.com.br
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Acesse redes s e conco
Anti-inflamatório natural
A publicação científica inglesa European Journal of Pharmacology trouxe no mês de novembro um artigo sobre estudos e descobertas de pesquisadores brasileiros. O grupo atua no desenvolvimento de um fitomedicamento anti-inflamatório, produzido a partir do princípio ativo euphol, extraído do látex da planta Euphorbia tirucalli (nome popular: Aveloz) encontrada no Nordeste do Brasil. Os dados apresentados nesse trabalho indicam que o tratamento tópico com euphol resultou num declínio consistente da inflamação cutânea. O medicamento produziu uma diminuição do edema e da infiltração de leucócitos na pele do local inflamado. • www.journals.elsevier.com/european-journal-ofpharmacology
combate ao melanoma
O medicamento Yervoy (ipilimumabe), utilizado no tratamento de melanoma inoperável e metastático, recebeu o Prix Galien USA 2012, prêmio mundial de pesquisa e desenvolvimento biofarmacêutico. Fabricado pela Bristol-Myers Squibb, o medicamento foi reconhecido como o melhor produto de biotecnologia. • www.bristol.com.br
Baxter firma parceria com instituto brasileiro
Mais de 10 mil brasileiros vivem com hemofilia A, doença genética em que o corpo não produz a proteína de coagulação em quantidade suficiente. Para proporcionar aos pacientes brasileiros maior acesso ao tratamento, a Baxter International Inc. fechou uma parceria com a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia). Neste acordo, a Baxter fornecerá o tratamento (Fator VIII recombinante) para o Brasil nos próximos 10 anos. Paralelamente, ambas as empresas trabalharão em conjunto na transferência de tecnologia para dar suporte ao desenvolvimento da capacidade de produção local pela Hemobrás. • www.baxter.com.br • www.hemobras.gov.br
Guia de Farmácia.pdf 1 01/10/2012 11:42:50
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“Estes produtos não devem ser consumidos por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades.” “Estes produtos não substituem uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico.”
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da farmácia
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ANTENA LIGADA
Obesidade infantil cresce 200% no Brasil
Biolab firma parceria com prêmio Nobel de medicina
Cerca de 1,5 milhão de pessoas em países pobres ou em crescimento, como o Brasil, sofrem do mal da diarreia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para desenvolver um medicamento inédito no mercado, a Biolab Farmacêutica iniciou a realização de pesquisas e buscou parceria com o Dr. Ferid Murad, Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1998. As análises pré-clínicas para o desenvolvimento desse novo medicamento começaram há cerca de um ano. A expectativa é que os estudos clínicos comecem no início de 2013 e as primeiras conclusões sejam conhecidas em dois anos. • www.biolabfarma.com.br
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou um aumento de mais de 200% na incidência de sobrepeso entre crianças de cinco a nove anos nas últimas três décadas. Para os especialistas em nutrição, esse dado mostra uma tendência comparável à epidemia de obesidade nos EUA. A fonte do problema pode estar na alimentação das crianças brasileiras. De acordo com a última Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares, também realizada pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, apenas 38,3% das crianças entre cinco e dez anos consomem frutas, legumes e verduras em sua dieta alimentar. • http://www.ibge.gov.br • www.saude.gov.br
Evento internacional de farmacovigilância
No início do mês de novembro, representantes de agências sanitárias de cinco países, da indústria farmacêutica e de secretarias de Saúde de diversos estados brasileiros se reuniram em Brasília para o 9º Encontro Internacional de Farmacovigilância das Américas. Este é o primeiro ano em que o encontro é sediado no País. Durante o encontro, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, elogiou os níveis de aproximação, cooperação e fortalecimento de cada uma das agências sanitárias presentes na região (Brasil, Colômbia, Argentina, México e Cuba). • http://portal.anvisa.gov.br 22
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Mudança estratégica
O site da Zambon Laboratórios Farmacêuticos está de cara nova. Como parte de uma ação estratégica de posicionamento da marca, a empresa investiu em um layout mais clean e uma navegação mais dinâmica. Entre as novidades, destaque para a história da empresa e as matérias divulgadas na imprensa. Para estreitar relacionamento com diferentes públicos, o site também conta com serviço de bulário e descrição de produtos – em áudio e fonte ampliada. • www.zambon.com.br
novidade da contento
A Contento apresentará ao mercado, em 2013 uma novidade voltada à capacitação dos profissionais do mercado: O Espaço do Conhecimento, uma iniciativa que objetiva a disseminação de conhecimento estratégico nas áreas de Gestão, Atendimento, Tributos e Legislação para os profissionais que atuam no varejo farmacêutico. O Espaço do Conhecimento acontecerá na Abradilan Farma & HPC 2013, a mais importante feira de negócios do setor, que no ano passado teve 220 estandes e reuniu mais de 18 mil pessoas de todo o País. No próximo ano, o evento será realizado nos dias 20, 21 e 22 de março. No Espaço do Conhecimento os visitantes terão acesso a palestras com especialistas consagrados do setor e poderão visualizar a aplicação prática de conceitos de Gestão por Categorias em uma área de exposição especializada. Para obter mais informações, entre em contato com: vinicius@contento.com.br ou gustavo@contento.com.br • www.contento.com.br
Anúncio_GuiadeFarmácias.pdf
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VI convenção da Abradilan A VI Convenção da Abradilan reuniu cerca de 350 pessoas, no último mês, em Fortaleza (CE). Estiveram presentes associados, sócios-colaboradores e toda a equipe da entidade. O evento foi patrocinado pela Sanofi/Medley, Neoquímica, Takeda/Nycomed, Pharlab, NS, Grupo PC Sistemas e Merck. O professor José Luiz Tejon ministrou a palestra com o tema “O Código da Superação – Liderança e Estratégia”, considerada um dos pontos altos da Convenção. O assunto abordado contribui para o pensamento estratégico de toda a cadeia. Segundo Tejon, “a força de seu trabalho está na capacidade de unir em suas palestras conteúdo consistente, motivação, sensibilidade e gestão para gerar resultados. E é isso que todos procuram, o caminho para geração de resultados positivos”, afirmou o palestrante. No encerramento, a Abradilan realizou um jantar e logo após a banda DONA ZEFA alegrou o ambiente com um show musical. O evento contou ainda com o show humorístico de Adamastor Pitaco. • www.abradilan.com.br
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mercado
O farmacêutico e o
transporte de medicamentos
A atuação diária do profissional no transporte é de extrema importância como preconiza a Resolução 433/2005 do Conselho Federal de Farmácia
Camila Ramos da silva Farmacêutica responsável pela unidade de São Paulo da Ativa Logística. Site: www.ativalog.com.br
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O
O setor de transporte de medicamentos e produtos farmacêuticos teve seu marco regulatório no ano 1998 com a publicação da Portaria 802/1988 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que institui o sistema de controle e fiscalização em toda a cadeia de produtos farmacêuticos. Esse sistema abrange as etapas da produção, distribuição, transporte e dispensação. Para efetuar as adequações necessárias ao cumprimento do Manual de Boas Práticas de Transporte, as empresas de logística contam com o auxílio do farmacêutico, que vem se destacando no mercado. A atuação diária do profissional no transporte é de extrema importância como preconiza a Resolução 433/2005 do Conselho Federal de Farmácia (CFF). As principais atribuições na transportadora são: 1° Zelar pelo cumprimento da legislação sanitária e demais legislações correlatas. 2° Permitir somente o transporte de produtos registrados e de empresas autorizadas pelo órgão sanitário competente. 3° Supervisionar e/ou definir adequação da área física, instalações e procedimentos da empresa. 4° Assessorar a empresa no processo de regularização em órgãos profissionais e sanitários competentes. 5° Organizar e implantar o Manual de Boas Práticas de Transporte. 6° Treinar os recursos humanos envolvidos, com fundamento em procedimentos estabelecidos no Manual de Boas Práticas de Transporte, mantendo o registro dos treinamentos efetuados. 7° Identificar e não autorizar o transporte
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de cargas incompatíveis no mesmo veículo. 8° Elaborar procedimentos e rotinas para: limpeza dos veículos e das instalações físicas; registro e controle da temperatura e umidade das instalações e veículos, quando for o caso; atividade de carga e descarga dos produtos farmacêuticos e farmoquímicos, com procedimentos específicos para produtos termolábeis e/ou que exijam condições especiais de movimentação, transporte e armazenamento; registro de ocorrências e procedimentos para avarias, extravios e devoluções; controle de pragas das instalações físicas e dos veículos; notificação ao detentor do registro, e/ou embarcador e/ou destinatário da carga, e as autoridades sanitárias e polícias, quando for o caso, de quaisquer suspeitas de alteração, adulteração, fraude, falsificação ou roubo dos produtos que transporta, informando o número da nota fiscal, número dos lotes, quantidade dos produtos, e demais informações exigidas pela legislação vigente. No transporte de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial, o farmacêutico deve: A – Providenciar a Autorização Especial de Funcionamento (AE). B – Exigir local específico com chave ou outro dispositivo de segurança para segregar produtos em caso de avaria e outras pendências, de acordo com as orientações do fabricante e órgãos competentes. Com todas as atribuições descritas acima, a rotina do farmacêutico em transportadora é dinâmica, assim como os produtos que são movimentados pela transportadora. foto: DIVULGAÇãO
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Inovações
reparadoras Laboratórios farmacêuticos disponibilizam produtos que atuam na saúde da população brasileira, de forma preventiva e corretiva RESFRILIV Geolab
A Geolab lançou o Resfriliv sachê, com sabor de mel e limão, que pode ser consumido como chá. Resfriliv é composto por paracetamol, maleato de clorfeniramina e cloridrato de fenilefrina, com ações analgésica, antitérmica, antialérgica e descongestionante. Resfriliv possui duas apresentações: caixa com dez e com 50 sachês. MS 1.5423.0181.002-0 (10 sachês) MS 1.5423.0181.003-9 (50 sachês) www.geolab.com.br
AXONIUM
SHAKELIFE MILK
Aché
Naturelife
MS 1.0573.0431 www.ache.com.br
MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10. www.naturelife.ind.br
O Aché lançou o Axonium, medicamento indicado para tratamento agudo e de manutenção da esquizofrenia e psicoses. Além disso, o produto é indicado para mania (pura ou mista) associada ao transtorno bipolar e para a prevenção de recorrência da condição. O medicamento tem a olanzapina como princípio ativo e é um antipsicótico de segunda geração, que apresenta melhor tolerabilidade e ação mais ampla nos sintomas da esquizofrenia. O produto vem em apresentações de 2,5 mg, 5 mg e 10 mg, todas com 30 comprimidos.
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O Shakelife Milk da Naturelife chega ao mercado como opção saudável para substituir refeições. Pode ser preparado em qualquer lugar, basta adicionar água. Está disponível nos sabores baunilha, morango, chocolate, banana e coco e reúne em sua formulação proteínas derivadas do leite e soja, colágeno, linhaça dourada, fibras prebióticas, além de 22 minerais e vitaminas essenciais para a manutenção de uma boa saúde.
fotos: divulgação
PRUDENCE Vintage DKT do Brasil
HEMORFREE Teuto/Pfizer
O Laboratório Teuto/Pfizer lançou o Hemorfree, pomada indicada no tratamento de hemorroidas e vendida em embalagem de 25 gramas, com cinco aplicadores. O produto pertence à classe anti-hemorroidal com corticoide e possui uma associação de quatro princípios ativos: hidrocortisona, que ajuda a reduzir a inflamação e aliviar a coceira e o inchaço; lidocaína, que age no alívio à dor e ao desconforto causado pelas hemorroidas; bismuto, com ação antisséptica; e zinco, que possui propriedade adstringente. O medicamento é indicado para casos internos e externos da doença e é de uso adulto. MS Medicamento de Notificação Simplificada conforme RDC 199/2006. AFE 1.00370-7 www.teuto.com.br
A DKT do Brasil, detentora da Prudence, lançou novos produtos em embalagem comemorativa Prudence Vintage. Criada para celebrar os 21 anos da empresa no País, a série limitada contava apenas com versões da linha Prudence Cores & Sabores. Agora, está disponível um mix que inclui o Prudence Clássico, Prudence Fire, Prudence Efeito Retardante, Prudence Ultra Sensível e Prudence Extreme. Para o Prudence Clássico também foi desenvolvida uma edição especial com dez modelos de cards colecionáveis com motivos de pin ups, que se encontram encartadas dentro das embalagens. A linha mantém o mesmo código de barras das versões usuais, o que dispensa novos cadastramentos, além de ter o mesmo preço sugerido e tamanho das versões em plástico. MS 10208250015 (Prudence Ultra Sensível) MS 10208250019 (Prudence Extreme) MS 10208250017 (Prudence Fire) MS 10208250014 (Prudence Efeito Retardante) MS 10208250001 (Prudence Clássico) www.useprudence.com.br
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Monitores de pressão
DROSPIRENONA + ETINILESTRADIOL
GERATHERM
Althaia
Os aparelhos da Geratherm, que alertam sobre alterações nos batimentos cardíacos, ganharam novas embalagens. Os monitores possuem tecnologia exclusiva e oferecem resultados precisos em até 30 segundos. Os produtos ganharam novos formatos e destaque para as informações que definem a decisão de compra. As embalagens dos monitores de pressão Desktop, Tensio Control e Wristwatch informam sobre a capacidade de memórias do produto, indicador sonoro, três informações no visor, visor extragrande, selo de clinicamente aprovado, botões grandes, detector de arritmia e a garantia total de três anos.
A Althaia marca sua entrada no mercado com o lançamento do Drospirenona + Etinilestradiol, contraceptivo genérico do Yasmim, o mais vendido no País. O lançamento é fruto da parceria da Althaia e a Chemo, empresa espanhola especialista em hormônios. A Althaia foi responsável por adaptar o produto, conforme as regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Drospirenona + Etinilestradiol é considerado um contraceptivo combinado de baixa dosagem. A drospirenona evita a retenção líquida, ameniza a sensação de inchaço e contribui para a manutenção do peso, além de aliviar os sintomas da tensão pré-menstrual. Como reflexo da atividade antiandrogênica que reduz a ação dos hormônios masculinos, a substância tem efeito benéfico em casos de acne e na diminuição da produção sebácea.
MS Wristwatch: Anvisa: 80200260004 MS Wristwatch: Inmetro: ML 217/2009 MS Tensio: Anvisa: 80200260008 MS Control: Inmetro: ML 217/2009 MS Desktop: Anvisa: 80200260003 MS Desktop: Inmetro: ML 218/2009 www.geratherm.com.br
Yes Naturals Shot Lifenergy
Yes Naturals Shot faz parte de uma linha de energéticos para conveniência. O produto é uma fonte de vitaminas e tem o objetivo de proporcionar a obtenção de energia com muito sabor e praticidade, através de matériasprimas naturais e que não geram efeito colateral. Mulheres e homens, de 16 a 60 anos de idade, podem consumir o produto. A apresentação é em shot de 60 ml (displays com 12 unidades). Em embalagem prática, pode ser ingerido com o mesmo nível de satisfação tanto Natural quanto Gelado. A indicação é de uso diário para atividades rotineiras, trabalho, esporte e lazer. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10. http://lifenergy.com.br 28
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MS 1.3517.0001.001-6 www.althaia.com.br
HERBAGE Herbarium
Herbarium lança a linha Herbage de nutricosméticos. Herbage naspontas é indicado para fortalecimento de cabelos e unhas e vem em embalagem de 30 comprimidos. Herbage nocorpo é indicado para melhorar a elasticidade da pele e prevenir a flacidez, com apresentação de 18 cápsulas de vitaminas e 54 cápsulas de colágeno. Herbage notempo é indicado para prevenção de rugas e envelhecimento da pele, com apresentação de 30 comprimidos. Herbage notom é indicado para proteção da pele na exposição solar e tem apresentação de 30 comprimidos. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 (Herbage naspontas) MS 4.8697.0104 (Herbage notom) MS 4.8697.0106 (Herbage notempo) MS 4.8697.0103 (Herbage nocorpocolágeno em cápsulas) MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 (Herbage nocorpo-suplemento de Vitamina A, Vitamina C e Zinco) www.herbarium.net
MOBILITY Sanofi
O Mobility, lançamento da Sanofi, é um suplemento nutricional que contribui diretamente na manutenção da cartilagem saudável. O produto contém colágeno de peptídeos biologicamente ativos que, absorvidos após a ingestão, são distribuídos e agem diretamente na parte estrutural do tecido cartilaginoso, estimulando a produção de condrócitos, importantes células presentes na cartilagem, que produzirão, por sua vez, o colágeno tipo II e proteoglicanas, fundamentais para o bom funcionamento e aumento da massa da cartilagem. Disponível em sachês de 10 g cada de colágeno hidrolisado, o suplemento não apresenta odor ou sabor e pode ser adicionado a bebidas e alimentos quentes ou frios. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10. www.sanofi.com.br
TERMOLEN Equaliv
Para potencializar o emagrecimento, a Equaliv acaba de lançar o Equaliv Termolen. O produto traz como diferencial a cápsula gelatinosa, que proporciona melhor absorção no organismo, além de ser mais fácil de engolir. Todas as embalagens contêm porta-cápsulas que facilitam o dia a dia dos consumidores. O Termolen é um nutracêutico que combina o óleo de cártamo e a cafeína e atua em duas fases no organismo: uma líquida, composta por óleo de cártamo, que age na inibição da enzima Lipálise Lipoproteica (LPL) que evita o acúmulo de gordura; e outra sólida, pequenas partículas compostas de cafeína, que aceleram o metabolismo, elevam a temperatura corporal e aumentam o gasto calórico por sua ação termogênica. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10. www.equaliv.com.br
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STREPSILS
BRAVAN
Reckitt Benckiser
Aché
Para tratar a dor de garganta localmente, Strepsils, a primeira pastilha do mercado brasileiro formulada com flurbiprofeno, combina ação anti-inflamatória e analgésica. O flurbiprofeno é uma molécula que garante uma rápida ação dupla no organismo, diminuindo a dor e a inflamação local ao mesmo tempo. Diferentemente do ibuprofeno, o flurbiprofeno possui uma atuação local e pode ser formulado em pastilhas para que suas propriedades analgésicas ajam diretamente na garganta. Strepsils está disponível no sabor mel e limão nas versões com 4, 8 e 16 pastilhas.
O Aché lançou o Bravan (valsartana), um medicamento indicado para tratamento de Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardíaca e Pós Infarto. A valsartana pertence à classe dos Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II. Bravan possui alta eficácia anti-hipertensiva e excelente tolerabilidade, proporcionando um rápido controle dos níveis de pressão arterial, sem a ocorrência de efeitos adversos importantes. O produto consiste em comprimidos revestidos de 80 mg, de 160 mg ou de 320 mg em embalagens com 30 comprimidos. É indicado para os tratamentos de pressão alta, insuficiência cardíaca e pós-infarto do miocárdio em pacientes recebendo terapêutica usual.
MS 1.7390.0003.004-05 www.strepsils.com.br
MS 105730434 www.ache.com.br
VERIFIK GRAVIDEZ
ÓLEO DE COCO
Analitic Tecnologia de Precisão
A Analitic Tecnologia de Precisão lança no mercado o Verifik Gravidez, especialmente para atender às necessidades das regiões Norte, Nordeste e Estado de Minas Gerais. A diferença está na embalagem, agora em BOPP, confeccionada em plástico com o objetivo de trazer um menor custo e maior praticidade, tornando-se mais acessível para toda a população. Com 99,4% de precisão, o teste detecta a presença do hormônio GCH na urina, que aumenta durante os primeiros três meses de gravidez. Não é necessário utilizar a primeira urina do dia.
A linha de nutracêuticos Equaliv apresenta o Óleo de Coco extravirgem, produto 100% natural que colabora para o emagrecimento. O Equaliv Óleo de Coco é extraído por prensagem a frio diretamente da polpa do coco in natura e triplamente filtrado, o que mantém o nível de pureza e as principais propriedades nutricionais da fruta. O produto traz em sua composição o Triacilglicerol de Cadeia Média (TCM), que auxilia no emagrecimento por retardar o esvaziamento gástrico e, assim, aumentar a saciedade. Já o Ácido Láurico promove a oxidação das gorduras e a vitamina E age na melhoria da imunidade, além de ter função antioxidante. O produto não contém glúten.
MS 10252080100 www.analitic.com.br
MS 6.2582.0036.001-6 www.equaliv.com.br
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Tributação: uma triste realidade para o Brasil país está entre os que mais aplicam impostos em medicamentos no mundo, prejudicando os consumidores e toda a cadeia produtiva P o r K at h l en R a m os 32
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O consumo per capita de medicamentos no Brasil é de aproximadamente US$ 110, média da América Latina. No entanto, de acordo com dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), em países desenvolvidos, esse valor sobe para US$ 1.000, US$ 2.000 ao ano. Sem dúvida, a renda dos brasileiros é um limitador para esse resultado, mas os impostos também têm grande parcela de contribuição. “Hoje, a carga tributária dos medicamentos de uso humano é de 33,87%, embutidos no preço final pago pelos consumidores”, constata o prefotos: shutterstock/divulgação
Tributos que incidem sobre medicamentos no Brasil • IPI, ICMS, PIS e Cofins, tributos incidentes sobre circulação e faturamento; • ISS sobre a prestação de serviços; • Imposto Sobre Importação (II), incidente sobre a compra do exterior de componentes para a fabricação de medicamentos; • Contribuição Previdenciária, FGTS e Terceiros (Sistema S), sobre a folha de pagamento; • IOF, sobre operações financeiras; • IRPJ e CSLL, sobre o lucro obtido; • IPVA, sobre a frota própria de veículos; • IPTU, sobre o imóvel urbano próprio; • Sindicais e Entidades de Classes, que são os valores pagos a instituições representativas da classe; • Contribuições de Melhorias, sobre eventuais melhorias na urbanização do local da sede da empresa; • Taxas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que são os pagamentos à entidade de fiscalização do setor; • CIDE – Royalties, pela utilização de patentes e licenças internacionais. Fonte: João Eloi Olenike, do IBPT
sidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike. Um dos impostos que mais pesam sobre o valor final dos medicamentos é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No Estado de São Paulo, por exemplo, esse imposto é de 18% e, no Rio de Janeiro, Pedro Bernardo, da 19%. “Hoje, temos a percepInterfarma, diz que no ção de que o governo brasiBrasil os pacientes arcam leiro arrecada mais com mecom 80% dos custos com medicamentos dicamentos do que gasta com o setor, o que fere qualquer lógica”, lamenta o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Esses números fazem o Brasil figurar entre as nações que mais cobram impostos sobre medicamentos no mundo. “O peso dos impostos nos produtos vendidos com prescrição médica no Brasil supera o de 37 países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Austrália, Canadá, Irlanda, México, Suécia, Reino Unido e Rússia não embutem nenhum imposto nos custos dos medicamentos. Na Polônia e Turquia, a carga tributária é de 8%; e no Chile e na Alemanha, de 10%”, destaca o presidente-executivo do Ins-
tituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Roberto Abdenur. Além disso, no Brasil, os medicamentos são pagos pelo consumidor e não há reembolso do governo ou dos planos de saúde, como ocorre em nações de primeiro mundo. “Em países desenvolvidos, o grande comprador de medicamentos é o Estado, que paga 80% desses gastos, ficando apenas os outros 20% para a população. No Brasil, a realidade é exatamente inversa e os pacientes arcam com quase todos os custos, aproximadamente 80%”, comenta o diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo. Portanto, de um mercado que faturou R$ 42,8 bilhões no ano passado, 71,4% foram pagos pelo consumidor*. Aliás, segundo a POF 2008/2009 – Pesquisa de Orçamentos Familiares – do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)**, os gastos com saúde estão em quarto lugar nas despesas das famílias e os medicamentos representam 48% desse total; além disso, 52% dos brasileiros abandonam o tratamento por falta de dinheiro para adquirir os medicamentos prescritos.
Argumentos válidos O que especialistas e entidades do setor acreditam é que há uma contrariedade ao que diz a Constituição federal, que orienta que a incidência tributária sobre produtos, mercadorias ou serviços deve se dar de acordo com a sua essencialidade. Dessa forma, quanto maior a importância do bem, menor deve ser a carga incidente sobre ele. “Na Constituição, no caso dos impostos federais, o que está determinado é que se deve observar a essencialidade dos produtos. Mas, no caso da contribuição federal (PIS/Cofins) e 2012 dezembro guia da farmácia
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debate
sentam carga tributária média de 33,9%, os de uso veterinário são isentos de PIS e Cofins e a totalidade dos tributos sobre eles é de 13,1%. Cabe destaque ainda à carga tributária sobre o preço final de alguns itens como, por exemplo, refeição em restaurantes – 32,3%, açúcar – 30,4%, teatro e cinema – 30,3%, embarcações e aeronaves – 28,3%, passagens aéreas – 22,3%, flores – 17,7%, dentre outros, que apresentam médias inferiores aos medicamentos***”, enumera o executivo do ETCO. “A saúde hu-
do imposto estadual (ICMS), ela diz apenas que poderá observar essa essência. Ou seja, nesses dois casos, não se fala ‘deverá’, se fala em ‘poderá’. Então, cabe aos governos, federal e estaduais, realizarem a sua interpretação. E sobre essencialidade, no caso dos medicamentos, isso é um fato, simplesmente, indiscutível. O que pode ser mais essencial do que o tratamento de uma doença?”, questiona o executivo da Interfarma. Também causa surpresa a comparação da carga tributária incidente no preço final dos medicamentos com a de outros produtos essenciais à população. Verifica-se que a necessidade da mercadoria não é considerada determinante, tanto que a carga tributária sobre medicamentos veterinários e rações animais é menor do que aquela que recai sobre os medicamentos de uso humano. “Enquanto os medicamentos de uso humano apre-
Nelson Mussolini, do Sindusfarma, diz que hoje o governo brasileiro arrecada mais com medicamentos do que gasta com o setor
incidência de impostos sobre medicamentos em alguns países (carga tributária média para o brasil) 40%
Brasil: 33,9%
35% 30% 25% 20% 15%
Média sem Brasil: 6,3%
10% 5%
Fontes: Talogdata; análise BCG, IBPT 34
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Brasil
Argentina
Áustria
Chile
Alemanha
Itália
Turquia
Finlândia
Grécia
Holanda
Bélgica
Japão
Portugal
Espanha
Suíça
França
Venezuela
México
EUA
Suécia
Colômbia
Canadá
Reino Unido
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debate
Paraná se diferencia nesse cenário Os paranaenses são destaque no Brasil quando o assunto é tributação sobre medicamentos. Em dezembro de 2008, o Estado do Paraná realizou uma pequena reforma tributária e, dentre as mudanças, se deu a redução da alíquota do ICMS sobre medicamentos, que passou a vigorar em abril de 2009. “Os medicamentos foram incluídos em uma desoneração ampla de produtos e mercadorias (95 mil itens) passando a sua alíquota interna de 18% para 12%”, conta o presidente do IBPT, João Eloi Olenike. A surpresa é que, mesmo com a queda, a arrecadação aumentou. “Como o benefício fiscal foi repassado para o preço final dos medicamentos, estes tiveram os preços reduzidos, aumentando o consumo e, consequentemente, provocando o aumento da arrecadação de tributos”, comprova Olenike. Efetivamente, a população do estado foi beneficiada por essa medida. “Um estudo da Federação das Indústrias do Paraná demonstrou que essa redução pouparia R$ 315 milhões por ano aos aposentados e pensionistas – um aumento de cerca de 1% na renda de 3,8 milhões de
mana por aqui é muito mais onerada. No caso do aposentado que gasta R$ 300,00 de medicamentos, R$ 100,00 são para impostos e isso não é justo, já que a Constituição prevê que produtos essenciais precisam de um tratamento diferenciado. E temos condições de redução, a exemplo do que acontece no Estado do Paraná, onde a alíquota do ICMS para medicamentos foi reduzida e a arrecadação aumentou”, considera o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. *Fonte: Interfarma ** Dados fornecidos pelo ETCO ***Fonte: IBPT
Projetos em andamento pedem mudanças Algumas propostas estão em andamento pedindo alterações na tributação do setor. São elas a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 115 de 2011, de autoria do senador Paulo Bauer, que isenta os medicamentos de uso humano de impostos; e o Projeto de Lei do deputado federal José Antônio Machado Regufe, que propõe a isenção de impostos para os medicamentos essenciais. Mas para que as medidas entrem, de fato, em vigor, as expectativas de prazo são imprevisíveis. “O processo das PECs pode durar anos. E o mais contraditório é 36
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paranaenses. Com a redução da tributação houve uma queda no preço final do produto, o que possibilitou que uma parcela maior da população tivesse acesso aos medicamentos. Paralelamente, a arrecadação de ICMS do setor apresentou crescimento de 106% em um ano”, demonstra o executivo do ETCO. E, por enquanto, a alíquota do ICMS nos Estados ainda não pode ser inferior a 12%. “Por decisão do Senado, de 1989, que prevalece até hoje, os impostos estaduais não podem ser menores do que o interestaduais. Logo, nesse cenário, hoje nenhum estado pode praticar o ICMS inferior a 12%”, constata o diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo. “O aumento do acesso da população aos medicamentos é dever constitucional e política explícita dos governos federal e estaduais; porém, a incidência de tributo sobre o consumo (o ICMS) eleva o preço final ao consumidor, expulsando do benefício justamente as parcelas de menor renda”, finaliza o membro efetivo do Fiesp Comsaude (Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde), Eduardo Perillo.
que quando se pergunta sobre a isenção de impostos para essa categoria, todos são a favor”, comenta Pedro Bernardo, da Interfarma. Entidades do setor também lideram movimentos reivindicando, no mínimo, redução da alíquota. A Interfarma, Roberto Abdenur, do ETCO, por exemplo, apoia, juncomenta que o peso dos to com outras entidades impostos nos produtos vendidos com prescrição do setor, a Frente Parlamédica no Brasil supera o mentar para Redução de de 37 países integrantes Impostos, que foi fundada OCDE e dos Brics da oficialmente em 20 de agosto, mas existia informalmente há muitos anos. Essa frente incentiva o uso de tributos de 7%. “Nós, da Interfarma, entendemos que os medicamentos são uma essencialidade, não deveriam ser tributados. Mas, mesmo sabendo que não existe concordância, hoje lutamos por uma alíquota intermediária, de 7%, que entende-
debate
brasil – carga tributária no preço final Medicamentos de uso humano
33,9%
Almoço ou jantar em restaurante
32,3%
Trator
31,8%
Açúcar
30,4%
Papel higiênico (com 4 rolos)
30,4%
Teatro e cinema
30,3%
Embarcações e aeronaves
28,3%
Leite em pó
28,2%
Frutas
21,8%
Ovos de galinha
20,6% 17,5%
Carne bovina Livros
15,5%
Arroz e feijão
15,3% 15,1%
Sal
14%
Farinha de trigo
13,1%
Medicamentos de uso animal
12,6%
Leite 0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Fontes: IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – Maio de 2008 Elaboração Sindusfarma/Gerência de Economia Ícones: Vectors designed by Björn Andersson, Scott Lewis (2), Jakob Vogel, Bram Van Rijen, CK, Dmitry Baranovskiy, Jayme Davis, Johan H. W. Basberg, Sergi Delgado, Anuar Zhumaev and Jacob Halton from The Noun Project
estados possam reduzir os seus impostos. A Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan) também apoia o movimento para redução dos tributos com o setor. “Estamos apoiando a criação de uma Frente Parlamentar Mista, composta por senadores e deputados. Essa Frente, que terá o objetivo de desonerar os medicamentos, deve ter seu lançamento oficial em breve”, revela a entidade. De acordo com o presidente-executivo do ETCO, na tentativa de contornar o problema, o governo criou programas para fornecer medicamentos gratuitamente ou fortemente subsidiados. “Um desses programas, o Farmácia Popular, permite avaliar o tamanho da demanda reprimida.
na tentativa de contornar o problema, o governo criou programas para fornecer medicamentos gratuitamente ou fortemente subsidiados mos não trazer prejuízos a nenhum dos envolvidos. Isso desestimularia, por exemplo, levar medicamentos para outros estados, reduziria o preço para o consumidor final e geraria empregos. No Paraná, por exemplo, o preço dos medicamentos caiu e arrecadação aumentou, trazendo benefícios a todos”, considera o executivo da entidade, salientando que, para que isso aconteça, por conta da lei, é preciso, primeiramente, que se baixe o tributo federal para que os
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39
debate
na medida em que os consumidores gastam menos com medicamentos, passam a comprar em outros setores, fazendo com que o estado possa arrecadar em outros lugares Desde que passou a fornecer, gratuitamente, medicamentos para hipertensão e diabetes, o número de atendimentos disparou. Segundo o Ministério da Saúde, em janeiro foram beneficiadas 3,2 milhões de pessoas. Em igual período de 2011, não passavam de 853 mil. Em 2012, o orçamento do Ministério da Saúde destinou R$ 9,8 bilhões para essas compras”, destaca Roberto Abdenur.
Isenção impacta de forma positiva Se o Brasil realizasse, de fato, uma reforma tributária que trouxesse a isenção de impostos para medicamentos, os benefícios viriam não só para os consumidores, que passariam a ter mais acesso aos medicamentos, como também para toda a cadeia produtiva que envolve o setor. “Acredito que a isenção seria excelente. Acabaria com a complexidade tributária, reduziria custos de classificação, jurídicos, preços, e também a guerra fiscal. Como cada estado tem um benefício, as indústrias migram de estado para estado durante o processo para ter algum benefício fiscal. E nessa transição são várias as perdas, como risco de roubos e até mesmo de qualidade do produto, que fica exposto a condições adversas”, justifica o diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo. “Na medida em que temos um produto com preço melhor, o consumo aumenta. E na medida em que os consumidores gastam menos com medicamentos, passam a comprar em outros setores, fazendo com que o estado possa arrecadar em outros lugares. Se estou numa farmácia e sobrou uma parcela do dinheiro que tinha para usar em medicamentos, posso comprar um cosmético, por exemplo”, exemplifica o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. Para o membro efetivo do Fiesp Comsaude (Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde), Eduardo Perillo, a redução da carga tributária sobre a cadeia produtiva da saúde traria um ganho sig40
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nificativo para os orçamentos públicos do setor, nos três níveis, permitindo realizar mais com os mesmos recursos atualmente existentes. “Hoje, uma parcela significativa desses orçamentos é esterilizada em tributos, não se transformando em serviços para a população e retornando para os cofres dos órgãos fazendários. Produtos desonerados significam menores preços praticados pela indústria, mais vendas e mais empregos, ganhos esses repassáveis para toda a cadeia produtiva, até o consumidor final, seja ele o paciente ou o próprio governo”, diz.
Problema generalizado em todos os setores A carga tributária brasileira, de cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), é mais alta do que a de países como Austrália, Japão, Suécia, Finlândia e Suíça se considerado o desempenho em termos de retorno à população dos impostos pagos, de acordo com o presidente-executivo do ETCO, Roberto Abdenur. “O Brasil está longe de oferecer o estado de bem-estar social proporcionado por esses países a seus habitantes. O mais grave é que ao taxar preferencialmente a produção e o consumo e não enfatizar a tributação do lucro e do patrimônio, o sistema nacional cria uma situação perversa. Os impostos embutidos em serviços e produtos, iguais para todos os contribuintes, oneram proporcionalmente a população de menor poder aquisitivo”, afirma. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fornecido pelo ETCO, mostra que pessoas com renda de até dois salários mínimos desembolsam 53,9% com o pagamento de impostos, enquanto quem recebe acima de 30 salários paga 29%.
competitividade
Sua empresa joga
M
Muitas empresas bem-sucedidas desenvolveram seus modelos de negócio à luz de uma lógica quase cartesiana. Processos rígidos que, respeitadas as peculiaridades de cada mercado, passavam de forma generalizada e “simplista” quase sempre por: 1) desenvolver conceitos criativos; 2) desenvolver bons produtos ou serviços; 3) vender vigorosamente; 4) ativar vendas e construção de marcas com propaganda e promoção massificada. As empresas que mais rapidamente compreenderam esse sistema tiveram condições de implantar processos para aprimorar sua produtividade. Como resultado fortaleceram suas marcas e construíram sólidas posições de mercado. Um modelo que funcionou, mas que deixa desperdícios, desbalanceamentos e ineficiências brutais por todo o ciclo que fica estruturalmente em xeque à luz das demandas que a nossa nova lógica de consumo introduz ao processo. As novas tecnologias e o fenômeno das redes sociais introduziram a “luz da verdade” ao longo de toda a cadeia de valor. E com uma velocidade difícil de prever até pelos mais visionários futurólogos. Com ela preços, margens, ineficiências e até mesmo estratégias de negócio, temas antes guardados a sete chaves nos níveis mais altos das organizações, passam a ser debatidos por clientes e consumidores com transparência e naturalidade que chega a deixar em pânico gestores seniores de grandes companhias. Essa nova realidade, somada à evolução concorrencial dos mercados, está transformando radicalmente o cenário de consumo. E essa realidade só irá aumentar. Vivemos a criação de um novo quadro no qual foram dadas apenas “algumas pinceladas”. Pela profundidade e comple-
foto: DIVULGAÇãO
o jogo da verdade? xidade da transformação, ainda é impossível vislumbrar o desenho completo que será formado. Mas as pinceladas dadas já começam a formar contornos e esboços que nos dão alguns indícios dos valores comuns dos novos protagonistas no jogo que será jogado daqui pra frente, como: transparência, relacionamento, agregação real de valores e definição clara de papéis. Obviamente, as empresas já bem posicionadas, que rapidamente absorverem em suas operações esses novos valores e tiverem a capacidade de se adaptar e transformar, têm plena condição de sair na frente e continuar “distribuindo as cartas do jogo” em seus negócios. Mas para tanto será fundamental a eliminação de ineficiências em toda a cadeia. Ganhos de produtividade passam a ser obrigatórios. Integrar em muitos casos passa a ser mais importante do que negociar. E quem estiver a mais deve sair. Simples assim. Se as organizações não forem capazes de implantar simplificações e racionalizações, alguém o fará por elas. E muito mais rápido do que imaginam. Por outro lado, não vamos simplificar o raciocínio para uma banal busca incessante pelo menor custo. Não é tão simples assim. O consumidor tem recursos para investir nos produtos e serviços que realmente ofereçam a ele soluções interessantes. E muito provavelmente terá cada vez mais! Oferecer essas soluções e ganhar dinheiro através delas é a “nova arte” que vai definir quem sai da mesa e quem segue jogando... Mas sem dúvida nenhuma, a velocidade e a profundidade da transformação abrem talvez uma das maiores janelas de oportunidade para a implantação de novas soluções e de novos modelos de negócio que já vivenciamos nas últimas décadas. E nesse novo cenário, será cada vez mais difícil.
As novas tecnologias e o fenômeno das redes sociais introduziram a “luz da verdade” ao longo de toda a cadeia de valor
C e s a r B o ul o s Sócio-diretor de Inteligência de Mercado da GS&MD-Gouvêa de Souza. E-mail: cesar.boulos@gsmd.com.br
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perfil
Sincamesp
tem novo
presidente Reinaldo Mastellaro assume o sindicato e promete dar continuidade ao trabalho desenvolvido por João Franco de Godoy Filho
F
Por lígia favoretto
Filho de italiano, o Sr. Reinaldo Mastellaro acredita que um bom país se constrói com muito trabalho, ou com muito “lavor”, como costuma dizer. Após a morte do Sr. João Franco de Godoy Filho, ele, que era vice, assume a presidência do Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas, Medicamentos, Correlatos, Perfumarias, Cosméticos e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo (Sincamesp). Seu currículo é extenso. Começou como propagandista de medicamentos, atuou na extinta Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), foi diretor da Fecomercio, conselheiro fundador da Fundação Pró Sangue (Hemocentro de São Paulo) e executivo de distribuidora e laboratório próprios. “Assumir a pre-
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sidência do Sincamesp hoje é fácil, sobretudo quando se conhece as reais necessidades do mercado e quando me deparo com um trabalho de luta pelo segmento construído de forma impecável.” Mastellaro lembra das conquistas que o sindicato teve na gestão do Sr. João: redução de descontos, exigência de prazos, melhorias no processo logístico, a valorização do Atacado Farmacêutico no Brasil –, o que comprova que distribuir reduz preços. “Se os varejistas fossem comprar direto dos fabricantes, seria tudo muito mais caro.” Ele comenta que a participação do Sr. João foi importante não só para o atacado, mas também para a indústria. “Ele sempre foi um elo de negociação com o governo, grande defensor do setor como um todo. A visão dele era para os pequenos munícipios, que não tinham acesso nenhum a medicamentos.” Na entidade, Mastellaro afirma que Sr. João deixou uma organização ímpar. “Sempre teve vontade de diminuir a carga fotos: shutterstock/felipe mariano
Reinaldo Mastellaro garante luta para alinhar indústria e varejo, além de melhores condições de trabalho
tributária e sempre negociou para a classe de empregados, em resumo, foi muito atuante e conquistou bons resultados, coisas essenciais para dar continuidade.” De acordo com ele, os objetivos sempre foram e continuarão sendo, dentro de sua gestão, alinhar indústria e varejo, ter melhores condições de trabalho. “Trata-se de uma cadeia: o que é bom para o atacado em geral é bom para o varejo. Além disso, não medimos esforços para a redução dos Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), em medicamentos. Desejo que todos os processos sejam alinhados e espero que isso ocorra. Confiamos na isenção total já em 2013, mas se chegar a 12%, por exemplo, está ótimo.” Mastellaro lembra que a geração de empregos, as fusões que ocorreram no varejo mudaram muito os resultados e comportamento das redes, sem falar no crescimento do Farmácia Popular, que fez com que 2012 fosse um ano vibrante.
Memórias nunca esquecidas O trabalho do Sincamesp é lembrado por diversos executivos do setor, que apostam na nova gestão e acreditam na continuidade do trabalho desenvolvido por João Franco de Godoy Filho. O Sr. César Miranda, aposentado, ex-funcionário do Sincamesp e da antiga Editora Price, lembra da luta do sindicato na área de contribuição, das negociações dos
correlatos. “A vida do Sr. João era negociar, todos os dias. Ele sempre foi muito atuante, ensinou coisas ao setor que ninguém jamais ensinara e ele sempre estava disposto a isso.” Miranda conta que ele não era de fazer elogios, mas sempre recomendava que as pessoas fossem à luta. “O Sr. João era um grande batalhador, percorreu o Brasil todo, ele realmente gostava do que fazia, sempre vou me lembrar com muita saudades, ele foi um grande benemérito, me deu oportunidade para crescer, aprendi muito. Espero que agora o sindicato possa dar continuidade ao legado deixado por ele, que fez um trabalho sério, conquistou um bom patrimônio, fazendo o que era obrigação e não favor.” O advogado do Sincamesp, desde 1995, German Alejandro San Martín Fernández, que também é conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) e professor de pós-graduação em Direito Tributário e Empresarial da Faap, recorda que as conquistas mais recentes foram a concessão do regime especial de ICMS para os distribuidores hospitalares e de vacinas de uso humano; a inexigibilidade da anuidade do CRF dos distribuidores e a dispensa de responsável técnico das distribuidoras de correlatos. “O Sincamesp, neste longo período e por agir dentro da mais rígida ética na defesa dos interesses do setor, adquiriu respeito e admiração das autoridades sanitárias e fiscais. O zelo pela livre concorrência e pelo respeito às leis e à Constituição, sem concessões a interesses particulares, fez com que a entidade se tornasse uma referência na defesa dos direitos coletivos da classe atacadista farmacêutica.” Fernández afirma que o Sr. João representa uma geração de líderes empresariais, infelizmente em extinção, cuja atuação foi sempre guiada pela defesa da ética concorrencial e da defesa intransigente dos principais vetores da ordem econômica. “Não é fácil reunir empresas com os mais diferentes interesses comerciais e daí extrair quais são de fato os assuntos que representam a vontade coletiva a ser defendida pelo sindicato, sem que este ou aquele sejam privilegiados. O legado, que há de ser seguido pelos seus sucessores, é o de continuar o trabalho sem desvios, utilizar o respeito adquirido nestes longos anos frente às mais diversas autoridades, na defesa de interesses legítimos de toda a sua base sindical.” O vice-presidente da DPSP S/A, Sr. Ronaldo José Neves de Carvalho, afirma que o Sr. João deixa um setor fortalecido e espera que, a partir de agora, os esforços da nova gestão estejam voltados para dar continuidade ao que já foi construído. 2012 dezembro guia da farmácia
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panorama
Saldo positivo
Beneficiado pelos melhores índices de emprego e crescimento das classes C, D e E, o setor de medicamentos e de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresce a passos largos no País, o que faz com que O ano de 2012 termine bem Por Kathlen R amo s
A
A ascensão das classes sociais C, D e E, somada ao crescimento nos índices de emprego no País foram fatores importantes para a prosperidade tanto da indústria quanto do varejo farmacêutico neste ano. Com poder aquisitivo maior, a população passa, gradativamente, a cuidar mais da sua saúde, consultando médicos e, consequentemente, aumentando o número de prescrições, o que reflete, diretamente, na aquisição de medicamentos. Em relação especificamente ao mercado varejista, espera-se que o canal farma feche 2012 com bons resultados, conforme projeta o professor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada
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(CPDEC), Rodnei Domingues. “Até 2017, a projeção é que este comércio cresça, em média, 13% em volume e 12% em receita ao ano. O volume das vendas de perfumaria em farmácias deverá crescer 15% ao ano e, em receita, 14%”, estima. Segundo o diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Marcelo Cristian Ribeiro, as farmácias mais atentas às oportunidades de mercado são as que obtiveram melhores resultados. “As farmácias mais preparadas foram as que aproveitaram o crescimento das classes C e D, e aproveitaram a ascensão do Farmácia Popular. Essas empresas estão mudando a gestão de suas lojas, trazendo uma melhor percepção de preço aos seus clienfotos: shutterstock/divulgação
panorama
tes, demanda imprescindível atualmente”, considera. Para o diretor farmacêutico da Farmácia Nacional, Marcelo Honorato Borges, o setor segue em plena transformação e expansão. “O mercado farmacêutico cresce a dígitos nunca antes vistos. É um segmento que ainda não se consolidou e tem Kal Rodrigues da Natulab, muito a crescer. Algumas das acredita que o desempenho transformações importantes da indústria em 2012 vai ser muito importante para que vimos são: expansão oro Brasil poder caminhar gânica e aquisição por parpara o quarto mercado te das grandes redes; profisfarmacêutico do planeta em 2017 sionalização do setor; menos informalidade; mais flexibilidade por parte da legislação, como, por exemplo, a volta dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ao alcance do consumidor; e redes do exterior querendo investir no mercado brasileiro”, enumera. Mudanças importantes no que diz respeito à capacitação do varejo farmacêutico também foram notadas. “O processo de profissionalização está acelerado e 2012 foi o ano em que essa ação mais evoluiu. Hoje, nas grandes cidades, é difícil encontrar uma loja que não tenha um software de gestão, que não adote estratégias mercadológicas avançadas e que não tenha um controle de estoque e de caixa eficiente”, destaca o professor Domingues, que prevê ainda um maior crescimento do canal farma nas cidades pequenas e nas periferias; aumento das vendas pela internet; das vendas ao público idoso; e ampliação de programas sociais. O diretor-executivo da Rede de Farmácias Nissei, Alexandre Maeoka, acredita também que grandes fusões, a exemplo do que aconteceu com Droga Raia e Drogasil; e Drogaria São Paulo com Drogaria Pacheco, devem continuar. “Fusões, aquisições e concentração do mercado nas grandes redes já são uma realidade. Esse mercado tem atraído os olhos de multinacionais, que já rondam o varejo brasileiro e devem entrar em breve, para concorrer com grandes e pequenos, que precisam se preparar, para oferecer diferenciais perceptíveis aos clientes. As marcas tendem a se tornar globais e a procura por produtos de higiene e beleza no canal tende a aumentar”, analisa. A indústria farmacêutica também teve um ano bastante promissor. “Não resta dúvida de que a previsão do IMS Health para o ano de 2012 da ordem de R$ 45,2 bilhões 46
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será facilmente atingida. O desempenho da indústria em 2012 vai ser muito importante para o Brasil poder caminhar para ocupar o quarto mercado farmacêutico do planeta em 2017, coincidindo com as atuais previsões do IMS”, acredita o gerente de trade marketing/inteligência de mercado da Natulab, Kal Rodrigues.
Higiene & Beleza O canal farma é o que mais cresce dentro dos auditados pela Nielsen. E parte desse crescimento se dá também pelo potencial da cesta de higiene e beleza. “Depois de perecíveis, esta cesta é a segunda que mais cresce”, destaca a coordenadora de atendimento da Nielsen, Fernanda Gomes, salientando que outros fatores também fazem o canal farma se destacar entre outros varejistas. “Na essência, o setor se diferencia porque é conveniente; disponibiliza um sortimento mais premium, tornando-se exclusivo; detém um preço 58% mais competitivo em itens comuns quando comparado a outros canais de autosserviço; e pela possibilidade de consultoria no momento da compra”, destaca. Em higiene e beleza, produtos mais relevantes para as farmácias são, respectivamente: fraldas, desodorantes, bronzeadores, tinturas, pós-xampus, cremes para pele, sabonetes, fraldas para incontinência e absorventes. “Esses itens representam 70% do negócio da categoria”, conta.
MIPs e genéricos Os MIPs estão acompanhando o desempenho do mercado farmacêutico em geral, segundo afirma o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Aurélio Saez. “Ainda não temos nada fechado, mas estimamos que haja um incremento de 8% em 2012 em relação ao ano anterior. As estimativas eram de crescimento entre 10% e 14%, mas o mercado e a economia não cresceram como se esperava. Acredito que essa estimativa tenha sido um excesso de otimismo do ano passado. De qualquer forma, o crescimento de 8% está condizente e bem acima do Produto Interno Bruto (PIB), que deve ficar entre 3% e 4%”, afirma salientando, que, neste ano, a grande vitória para o setor ficou na possibilidade de volta dos MIPs para as gôndolas. Para Saez, dentre os principais entraves a um maior crescimento dos MIPs está o surgimento, ainda restrito, de novas categorias. “Ele é pequeno no Brasil quando comparado com países como Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra, onde a categoria já é mais madura. Temos um problema muito grande com burocracia e morosidade na análise por par-
Fusões, aquisições e concentração do mercado nas grandes redes já são uma realidade. esse mercado tem atraído os olhos de multinacionais, que já rondam o varejo brasileiro e devem entrar em breve, para concorrer com grandes e pequenos, que precisam se preparar, para oferecer diferenciais percepíveis aos clientes te da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Abimip tem trabalhado justamente nesse sentido”, afirma. Outro entrave é o preço controlado em algumas categorias de MIPs. “É difícil encontrar um medicamento isento de prescrição que não tenha, pelo menos, dez produtos concorrenciais. Dessa forma, não há necessidade dessa análise. Esperamos que, em 2013, o problema possa ser resolvido”, projeta. Outro grande desafio do setor é a alta tributação sobre os medicamentos. Aliás, essa é uma preocupação unânime entre empresários da indústria ou do varejo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), hoje 33,87% do valor final sobre os medicamentos de uso humano são impostos. Para 2013, Aurélio Saez ainda vê um cenário um pouco “nebuloso”, então prefere ter cautela nas projeções, mas arrisca um crescimento de 8% para os isentos de prescrição. Em genéricos, no acumulado do ano, contabilizando as vendas em unidades entre janeiro e setembro, esses produtos apresentaram crescimento de 19,8% em unidades em relação ao mesmo período de 2011, segundo dados do IMS Health para a Associação Brasileira das Indústrias
de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). No ano passado, as vendas entre janeiro e setembro tiveram crescimento de 31,8%, enquanto que em 2010, analisando o mesmo período, apresentaram crescimento de 32,8%. Quando analisado o terceiro trimestre de 2012, as vendas registraram alta de 16,6% em comparação ao mesmo período do Fernanda Gomes, da ano anterior. Foram comercializaNielsen, diz que o canal dos 179,7 milhões de unidades farma se diferencia porque é conveniente contra 154,1 milhões. Em valores, as vendas de genéricos movimentaram R$ 2,8 bilhões entre julho e setembro de 2012 contra R$ 2,3 bilhões no mesmo intervalo do ano passado, apresentando evolução de 21%. Os resultados obtidos pelo setor de genéricos no período, embora robustos, indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento das vendas. Foi a menor expansão em um terceiro trimestre desde 2001, quando os genéricos começaram a ser vendidos no mercado brasileiro. Para a presidente da PróGenéricos, Telma Salles, em termos macroeconômicos o resultado é bastante positivo, mas chama atenção a diminuição do ritmo de crescimento. “Podemos ter nesse cenário algum reflexo de desaquecimento econômico ou comprometimento da renda”, analisa. O setor tem hoje 26,6% de market share. A PróGenéricos estima chegar a 30% no final de 2013.
Indústria farmacêutica A indústria farmacêutica brasileira deve fechar o ano de 2012 com crescimento de vendas entre 8% e 10% sobre os R$ 43 bilhões registrados no ano anterior, segundo projeção do presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Segundo ele, o setor manteve a tendência de crescimento de mercado dos últimos anos, mas experimentou uma queda de rentabilidade, provocada pela elevação de custos em várias frentes. “Tivemos o aumento dos gastos com matérias-primas, majoritariamente importadas, que subiram por causa da variação cambial e do reajuste de preços em dólar; o reajuste de tarifas, como da eletricidade e outros insumos; a concessão de reajustes salariais acima da inflação; e gastos maiores com a gestão fiscal resultantes da adoção de mecanismos como a substituição tributária”, enumera o especialista, complementando que, apesar desses fatores, o saldo foi positivo, especialmente pelo crescimento das classes C, D e E. O Aché, por exemplo, considerou suave a desaceleração da eco2012 dezembro guia da farmácia
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panorama
desempenho da indústria de medicamentos VALOR (R$) 09/2008
09/2009
09/2010
09/2011
09/2012
25.675.934.367,94
28.889.386.489,63
34.644.085.876,01
41.129.216.585,22
48.157.986.592,77
VOLUME (UNIDADES) 09/2008
09/2009
09/2010
09/2011
09/2012
1.606.507.928
1.710.163.824
1.992.611.813
2.272.532.677
2.537.653.288
Fonte: IMS Health
nomia para o setor farmacêutico este ano. Desta forma, a empresa não mudou os planos originais para 2013, mantendo investimentos programados em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e na ampliação da capacidade de produção, com a aquisição de novos equipamentos. Para 2012, espera crescer de 8% a 10% em receita líquida, sustentada pelos lançamentos e negócios do grupo. Para a EMS, 2012 também foi mais um ano de crescimento e de bom desempenho da indústria farmacêutica no Brasil, com destaque para o segmento de genéricos. “Entre janeiro e setembro de 2012, a EMS registrou um faturamento 30,3% maior em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o mercado farmacêutico faturou 16,6% mais. Em termos de unidades comercializadas pela empresa, houve crescimento de 20,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, e o mercado cresceu 11,4%”, revela o vice-presidente da EMS, Mário Nogueira. 50
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Neste ano, dentre os avanços da empresa, destaque para a parceria que resultou na formação da joint-venture Bionovis, que irá desenvolver medicamentos biotecnológicos, devendo se tornar, futuramente, uma referência global nesse segmento e importante ferramenta para tratamentos considerados complexos, como os de câncer e doenças imunológicas, competindo com multinacionais tradicionais nesse segmento. Também em 2012 a empresa realizou importantes lançamentos, como o do esomeprazol – único genérico 100% nacional do mercado brasileiro, utilizado para problemas estomacais. Com as novas unidades em funcionamento pelo País, a EMS irá aumentar a capacidade produtiva de atuais 600 milhões de unidades (caixas de medicamentos/ano) para um bilhão de unidades/ano. A Natulab também comemora um bom ano em
panorama
2012, com um dos seus maiores índices de crescimento da história. “O Grupo Natulab cresceu cerca de 75% em faturamento se comparado o período de janeiro a outubro de 2012, com o mesmo período do ano anterior. O processo de consolidação da marca, o crescente auAlexandre Maeoka, mento do portfólio e a meda rede de Farmácias lhoria na participação de Nissei, comenta que a previsão do IMS Health mercado em algumas repara 2012 da ordem de giões contribuíram diretaR$ 45,2 bilhões será mente para o forte crescifacilmente atingida mento”, revela o gerente de trade marketing/inteligência de mercado da empresa, Kal Rodrigues, complementando que um dos entraves para o maior crescimento da indústria no País está no processo de obtenção de registros de medicamentos, principalmente no que se refere ao tempo de análise. “Para alguns tipos de medicamentos a espera é de mais de 600 dias”, lamenta Kal.
Varejo farmacêutico
dentre os principais entraves para um maior crescimento dos mips está o surgimento, ainda restrito, de novas categorias. ele é pequeno no brasil quando comparado com países como austrália, nova zelândia e inglaterra, onde temos um problema muito grande com burocracia e morosidade na análise por parte da anvisa 52
guia da farmácia dezembro 2012
De modo geral, as farmácias do País tiveram, em 2012, um ano bastante positivo. A Farmácia Nacional, por exemplo, aproveitou para aumentar a profissionalização da empresa em todos os setores. “Demos um tempo para reavaliarmos alguns conceitos e fazer o planejamento para 2013 em todas as áreas. Em termos de vendas tivemos um crescimento em torno de 16%, não fugindo da média em nossa área de atuação”, diz o diretor farmacêutico, Marcelo Honorato Borges. Ele reforça que no setor de medicamentos, os genéricos tiveram grande destaque neste crescimento, devendo chegar até o final deste ano com a participação de aproximadamente 30%. Nos demais setores da loja, os HPCs se destacaram dos demais, especialmente pelos dermocosméticos. E para 2013, as projeções são de crescimento e consolidação cada vez maior da empresa. “Vamos começar o ano buscando avançar ainda mais em nossa área de atuação. Há previsão de abertura de novas unidades e, enfim, entrada, de vez, no mercado digital”, revela. O diretor da Rede de Farmácias Nissei, Alexandre Maeoka, considera que 2012 foi um ano de conquistas para as grandes redes. “Tivemos muita movimentação no mercado – entre fusões, aquisições, expansão de marcas para es-
resultados característicos ascensão das classes c, d e e + crescimento nos índices de emprego foram os principais responsáveis pelo crescimento em 2012 Em Higiene e Beleza, os itens mais relevantes, que representam 70% do negócio são:
MIPS Incremento de 8%. Estimativas eram de 10% e 14%, mas o mercado e a economia não cresceram como se esperava
Fraldas Desodorantes Bronzeadores
genéricos Tinturas
Pós-xampus Cremes para pele
No terceiro trimestre as vendas registraram alta de 16,6%. Foram comercializados 179,7 mihões de unidades X 154,1 milhões em 2011
Sabonetes Fraldas para incontinência Absorventes
Transformações de 2012
indústria Deve fechar o ano com crescimento de vendas entre 8% e 10% sobre os R$ 43 bilhões registrados no ano anterior
• Expansão orgânica. • Aquisições por parte das redes. • Profissionalização do setor. • Menos flexibilidade da legislação. • Revisão do artigo 10, da RDC 44/09. • Redes do exterior almejando investimentos no mercado brasileiro. • Consolidação do Farmácia Popular.
distribuição Cresceu 12% em volume e 10% em valor
até 2017 • Crescimento de 13% em volume e 12% em receita, por ano.
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panorama
para 2013, especialistas preferem ter cautela nas projeções, mas arriscam um crescimento de 8% para os medicamentos isentos de prescrição tados vizinhos. Todos esses fatores tornaram o mercado muito mais dinâmico. As redes cresceram em média 17%, conquistando novos nichos, e as farmácias independentes que focaram o relacionamento também estão apresentando bons resultados”, afirma, dizendo que para a Nissei não foi diferente. “Devemos encerrar 2012 nos mantendo na sétima posição no ranking Brasil da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), com um faturamento 20% maior que em 2011. As principais conquistas foram a entrada no mercado paulista, a consolidação no mercado catarinense e a liderança no mercado paranaense, com grande investimento em programas sociais e de relacionamento”, destaca o executivo. Para 2013, a Rede de Farmácias Nissei deve insistir nos clubes de relacionamento, como o Clube da Melhor Idade (voltado à qualidade de vida e reintegração do idoso na sociedade) e o Clube da Mulher (programa de fidelização com vantagens para o público feminino), que contam com mais de 400 mil sócios. “Nosso objetivo é manter a liderança absoluta no Paraná, ganhar mercado em Santa Catarina e continuar o plano de expansão no interior de São Paulo. A expectativa de crescimento para 2013 é de 20% em faturamento e um incremento de 30 novas lojas”, revela.
Redes associativistas As farmácias associadas estão crescendo na mesma média do mercado. De acordo com o diretor-presidente da Associação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, eles ainda não têm um levantamento preciso, mas é certo afirmar que vão crescer mais de 15%. “As principais vitórias para o setor estão em avanços tecnológicos. Neste ano trabalhamos muito focados no desenvolvimento de ferramentas gerenciais capazes de suportar a nova dinâmica concorrencial, lançamos o nosso cartão fidelidade, desenvolvemos uma ferramenta de compra e aprimoramos o sistema de informações”, descreve Tamascia. Para o executivo, um dos desafios para um crescimento maior no próximo ano está na profissionalização. “Precisamos focar mais a estratégia do que o operacional e dar mais atenção para o processo gerencial das lojas. Para 56
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2013 prevemos um mercado desafiador do ponto de vista concorrencial e a nós cabe preparar os empresários para atuar com essa característica”, diz.
Distribuição O segmento de distribuição encerrou o ano com perspectivas alinhadas ao mercado, ou seja, crescimento em volume de aproximadamente 12% e em valor cerca de 10% (valores já considerando descontos médios praticados no mercado), segundo dados da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma). Para a entidade, a consolidação do varejo é um dos pontos de maior atenção para o segmento distribuidor, já que amplia o poder de negociação do varejo frente aos seus fornecedores, reduzindo as margens do distribuidor. Mas questões positivas também devem ser pontuadas, como a ampliação do acesso a medicamentos através do programa Farmácia Popular e ampliação da renda da população. O distribuidor farmacêutico é o principal abastecedor de medicamentos às farmácias, sendo peça central nesse processo. Para 2013, foram mantidas as expectativas de crescimento, entre 8,5% e 9,5%. O aumento de renda não se concentrando apenas em grandes centros traz uma ótima oportunidade de negócios para o distribuidor farma. E, sendo a farmácia muito relevante para o segmento de perfurmaria e cosmético, conhecer esse setor também poderá trazer novas áreas de negócios”. Já de acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), as projeções de crescimento variam entre os associados, mas 45,5% deles esperam um crescimento acima de 30%. Para os demais, as expectativas variam entre 10% e 30%. Os destaques deste ano foram o crescimento da participação dos medicamentos genéricos e similares no mercado, bem como alta da participação de HPCs, que trazem uma previsão de crescimento em média de 25% por parte dos associados. Embora as expectativas sejam positivas, tanto Abafarma quanto Abradilan acreditam que a alta carga de impostos praticada no País seja um dos principais entraves para o crescimento neste ramo.
gestão - planejamento
Crescimento
projetado
planejar ações e investimentos é parte fundamental para a estratégia de crescimento do negócio. Saiba como isso contribui para o rendimento da loja P o r R o d r i g o R odr i g u es 58
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O
O mercado de varejo farmacêutico brasileiro poucas vezes esteve tão aquecido no Brasil. Apesar de sucessivas crises na economia mundial, nos últimos cinco anos, o setor praticamente dobrou de tamanho, passando de R$ 23 bilhões em faturamento, e deve fechar 2012 com cerca de R$ 45 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Até 2017, a previsão é que esse mercado atinja R$ 87 bilhões, de acordo com os cálculos do IMS Health. Para aproveitar o bom momento, o pequeno e médio empresário precisa aprender a planejar. A virada fotos: shutterstock
do ano e para o início do novo exercício são os melhores momentos de iniciar esse planejamento, segundo os especialistas ouvidos pelo Guia da Farmácia. Dados de uma pesquisa realizada a cada década pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que a falta de planejamento estratégico é uma das principais causas de falência de micro e pequenas empresas do País. Ouvindo 5.529 empresários que fecharam as portas nos últimos dez anos, a entidade constatou que a ausência dessa ferramenta foi decisiva para o encerramento de 32% das empresas consultadas no período. Se considerarmos os problemas de gestão causados pela falta de planejamento, esse índice sobe para 60% de todas as falências registradas pela pesquisa. Os números são graves e apontam uma necessidade cada vez maior do empresário conhecer o próprio negócio e ter metas claras sobre os objetivos que precisa alcançar. Na visão do consultor Fabiano Nagamatsu, do Sebrae (SP), qualquer grande decisão dentro de uma empresa deve ser precedida por uma análise prévia e detalhada da saúde financeira e logística do negócio. “Sem planejamento, o empresário não tem objetivos claros e não sabe onde estão os gargalos que atrapalham o crescimento da loja. Há uma cultura do empresário de analisar apenas o fluxo de caixa, sem fazer controle do que vende ou não e sem controlar as necessidades reais de produtos que adquire. Antes de planejar, acima de tudo, é preciso ter um raio x de todos os aspectos da empresa”, argumenta. Qualquer planejamento precisa ter como base principal informações corretas, sob o risco de ficar desalinhado com a realidade da empresa. No momento da execução, o varejista não pode pensar apenas em quanto vender, mas também planejar o que vender e quanto comprar, planejar treinamento para equipe, planejar reinvestimentos na estrutura física da empresa, nas despesas, entre outros assuntos.
executando passo a passo Para aproveitar esse período de expansão econômica e o início de um novo ano, o empresário deve observar seus fatores internos e analisar se a saúde financeira permite passos além do habitual. O bom planejamento estratégico deve levar em conta os resultados de 2012, identificar os índices de rentabilidade dos produtos, o volume de vendas e os produtos mais e menos consumidos, além de provisionar gastos e investimentos para o ano consecutivo.
Para que serve o planejamento estratégico? • Projeção de vendas e custos. • Identificação de riscos e oportunidades. • Identificação de onde expandir. • Identificação de onde readequar a operação. • Identificação de quando e quanto investir. • Projeção e análise do retorno alcançado e em que operações. • Determinação do provisionamento para modernização do negócio. • Minimização de riscos. Fonte: Sebrae (SP)
Se a intenção do varejista for simplesmente ampliar o volume de vendas, ele deve atrair mais clientes e fazer seus consumidores comprarem mais produtos. Para isso, o empresário também deve investir em divulgação, kits promocionais, oferta de produtos e aumento das opções de compra. No entanto, tudo isso só acontece com planejamento dos investimentos e conhecimento da sazonalidade dos produtos, a fim de preservar a rentabilidade e as margens de lucro da empresa. “O maior problema dos micros e pequenos empresários está no pensamento voltado apenas para as vendas, sem nenhum plano de metas. Poucos se preocupam em entender os movimentos dos produtos de acordo com o calendário. É preciso ter um controle rigoroso do estoque justamente para saber porque um determinado produto não vende ou só vende em meses quentes ou frios. Isso impede gastos desnecessários e evita que os varejistas caiam no canto da sereia dos fornecedores de baixa estação”, comenta Nagamatsu. Mesmo para implementar uma ação de marketing, o empresário necessita de planejamento para saber em que mídia vai investir, quanto pode gastar para ter esse resultado, quanto tempo ele vai demorar para ter o resultado desejado e, sobretudo, quando vai começar a colocar em prática as propostas. “Suponhamos que um microempresário tem uma farmácia na periferia de Salvador. Ele precisa identificar a concorrência direta, as necessidades reais do bairro e o tipo de mídia que vai impactar mais o consumidor que ele deseja atrair para o seu comércio. Fazer jornais promocionais é melhor que anunciar na rádio comunitária local, no jornal de 2012 dezembro guia da farmácia
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para aproveitar esse período de expansão econômica e o início de um novo ano, o empresário deve observar seus fatores internos e analisar se a saúde financeira permite passos além do habitual bairro ou contratar um carro de som para propagar as promoções? A resposta só sabe quem analisa todas as variáveis do negócio e consegue extrair disso proposta de mudanças.” De acordo com o executivo, não adianta gastar dinheiro anunciando num jornal ou fazendo o próprio jornal se no bairro o nível de escolaridade é baixo, se não há bancas nem interesse ou hábito dos moradores para ler esse tipo de mídia. “Nesses casos, a faixa, os cartazes e até o carro de som podem ser mais eficazes, dependendo de cada situação”, explica.
Processos e metas alinhados No levantamento nacional do Sebrae sobre mortalidade empresarial, 29% dos empreendedores que foram à falência nos últimos dez anos afirmaram que tiveram problemas com a falta de provisionamento de
verbas para investimentos. Para outros 46%, o problema estava na falta de informações sobre o hábito de consumo dos clientes e dos concorrentes diretos no mercado. “O planejamento estratégico é o farol que guia o negócio durante o ano fiscal e orienta todos os esforços da empresa. Precisa ser bem alinhado e divulgado entre os empregados para que todos entendam os objetivos do período e se adequem ao calendário estabelecido no documento. Divisão de etapas e prazos são obrigatórios para que a fiscalização e cobrança por metas sejam aceitas, assim como a mudança de rota, caso algo não se concretize ou tome novos rumos”, acrescenta o consultor do Sebrae (SP). Para o varejista que deseja ampliar o tamanho da loja, o segredo é criar um cronograma de reforma e calcular antecipadamente o dinheiro para o pagamento das melhorias ou para a compra de novas gôndolas, por exemplo. Ele também deve considerar o impacto da decisão nas contas da empresa e no dia a dia dos funcionários, que precisarão de mais tempo para abastecer as prateleiras ou limpar. “Será necessário contratar mais gente? Gastaremos mais com impostos, luz, água ou produtos de limpeza? Essas são respostas que o gestor precisa ter para garantir que nenhuma surpresa atrapalhe seus planos de expansão”, avalia a professora do Núcleo de Va-
qualquer planejamento precisa ter como base principal informações corretas, sob o risco de ficar desalinhado com a realidade da empresa. no momento da execução, o varejista não pode pensar apenas em quanto vender, mas também planejar o que vender e quanto comprar 60
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gestão - planejamento
como elaborar um bom plano de ação para 2013?
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Ampliar ou não as vendas está ligado a diversos fatores que fazem parte do planejamento estratégico. Por exemplo, melhorar o mix de produtos com certeza tende a aumentar a venda, porém, esse aumento de mix está planejado? Há capital de giro para esse investimento a mais em estoque? Dessa forma, o aumento de vendas está ligado a toda uma estrutura correta, seja de compra, capital de giro ou até mesmo de equipe. Esse é outro fator muito importante. Há muitas farmácias investindo em aumento de mix e propaganda para aumentar a venda, porém, querem continuar com o mesmo número de funcionários e não há um planejamento de treinamento para um aprimoramento constante no atendimento. Todo planejamento estratégico precisa de um cronograma de execução das ações. Não adianta somente planejar a ação e não planejar quando colocá-la em prática. A partir do momento que se coloca a ação em prática, dependendo da ação, pode-se medir seus resultados até diariamente. Com certeza uma análise mensal é primordial. Com um diagnóstico correto em mãos, é necessário elaborar ações estratégicas que visam sanar o problema o mais rápido possível, principalmente se o problema estiver interferindo drasticamente no resultado final da empresa. Para vender mais em 2013, é preciso investir em pessoas (treinamento de funcionários) e manter um mix diferenciado de produtos. Sem dizer que estar atento ao que está acontecendo no mercado e gerenciar de forma correta a farmácia também são fatores fundamentais para um crescimento consistente.
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só, que tem uma recompensa que não é só para o patrão. O empregador que deseja ter sucesso precisa vislumbrar uma retribuição para aqueles que trabalharam duro para o sucesso do negócio. A valorização e a parceria deixam o empregado mais satisfeito e comprometido com a bandeira que ele representa”, avalia a consultora.
E CO N TEÚDO
rejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e diretora da Shopfitting Consultoria, de São Paulo, Heloísa Omine. Entre os empresários que não se importam muito com a estrutura física da loja, ou que já julgam ideal para o modelo de negócio, ou ainda cujo objetivo seja simplesmente alavancar as vendas, a dica é ampliar o mix de produtos oferecidos na loja e planejar uma divulgação ambiciosa sobre os novos direcionamentos. Na opinião de Heloísa, o empregado que se sente parte da estratégia trabalha com mais força e dedicação, sabendo que haverá retorno na frente. “Trabalhar com metas é bom para empresas e empregados, porque todos se sentem parte de uma engrenagem
AL
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A elaboração de qualquer planejamento precisa ter como base principal informações corretas. Sem isso, todo planejamento pode ficar desalinhado com a realidade da empresa. Outro fator importante é que quando se fala de planejamento não se pode pensar apenas em quanto vender, mas também planejar o que vender e quanto comprar, planejar treinamento para equipe, planejar reinvestir na estrutura física da empresa, nas despesas, enfim, um planejamento aborda vários fatores que estão muito além de apenas quanto é preciso vender.
XT T RA NO POR
Calendário sazonal é uma opção de planejamento que deve ser feita no início do ano. Veja no Portal os parâmetros da ação. www.guiadafarmacia.com.br
gestão – caixa
Controlar
para crescer A gestão do caixa aponta os caminhos para que o varejista administre bem o negócio e, com isso, consiga realizar mais investimentos
O
Por Egl e Le onardi
Os especialistas afirmam que o maior problema dos empresários é não fazer contas. A gestão de caixa é a principal ferramenta para administrar uma empresa e é fundamental entender que gerir o negócio não é só pagar as contas, mas avaliar sua rentabilidade e as variações econômicas. Só com esse controle é possível investir no 64
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crescimento da empresa, com vistas à ampliação do ponto de venda, reestruturação de layout, compra de novas linhas de produtos, mobiliário específico e contratação de mais funcionários, por exemplo. A gestão de caixa é composta dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, fotos: shutterstock
a gestão de caixa possibilita fazer investimentos e assumir compromissos com fornecedores de maneira que possam ser honrados. Para isso é necessária uma previsão de entradas consciente, isto é, prever com muita segurança as receitas para que as contas sejam pagas de despesas, de saldos de aplicações e de todos os demais elementos que representem as movimentações de recursos financeiros de uma empresa. Esse instrumento gerencial informa todas as movimentações de um determinado período, que pode ser diário, semanal ou mensal. De acordo com o diretor do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP), Julio Linuesa Perez, a gestão de caixa é a fiel e concreta análise e o acompanhamento dos recursos disponíveis e realizáveis diante dos compromissos assumidos e necessários. “O objetivo maior dessa gestão é a visão e alocação dos recursos diante dos compromissos, projetando toda sua potencialidade de investimento, sem afetar, em qualquer hipótese, a atividade maior da empresa e do empresário”, explica Perez. Ele comenta que esse é um dos importantes instrumentos de apoio para qualquer tomada de decisão. É por meio da análise do seu fluxo (verificando seus pontos de maior ou menor saldo de liquidez e potencialidade) que as decisões serão tomadas com maior grau de comprometimento em novos investimentos e com a visão clara e objetiva do melhor planejamento, tanto no aumento dos estoques como de novos investimentos no estabelecimento. “Naturalmente, será também a análise e potencialidade que poderá demonstrar as vantagens ou não quanto à utilização dos recursos existentes no mercado financeiro, bancos e administradoras de cartões de crédito e débito, considerando as elevadas taxas e custeio, o que eleva im-
Vantagens do controle do fluxo de caixa na farmácia • Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado. • Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futuros já identificados. • Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa. • Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado. • Averiguar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços. • Constatar se os recursos financeiros próprios são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há necessidade de captar recursos com terceiros. • Medir se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período. • Examinar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços objetivando o ingresso de recursos na empresa. • Perceber a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos. • Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa. Fonte: Silvia Osso, consultora de varejo, especializada no setor farmacêutico
portante parcela da rentabilidade e resultado da atividade comercial empreendida”, alerta o especialista.
Compromissos honrados Segundo o contador e consultor especializado em gestão da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Luiz Antonio de Lima, somente com uma gestão de caixa segura é que se pode tomar as decisões necessárias. “Temos visto muitos empresários assumindo compromissos e, na hora de cumpri-los, acabam adquirindo capital de terceiros e pagando juros que, em algumas operações, chegam a ser maiores que a rentabilidade”, lamenta. Ele ressalta que a gestão de caixa possibilita fazer investimentos e assumir compromissos com fornecedores com condições de honrá-los. Para isso é necessária uma previsão de entradas consciente, isto é, prever com muita segurança as receitas para que se possam pagar as contas. “Tanto faz se ela é feita por meio de um sistema de gestão, com pla2012 dezembro guia da farmácia
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gestão – caixa
nilhas ou ainda numa agenda. O importante é que tenhamos uma análise diária e correta sempre”, alerta o contador. Segundo a consultora de varejo, especializada no setor farmacêutico, Silvia Osso, para o empresário conseguir realizar investimentos no negócio, principalmente na ampliação do ponto de venda, reestruturação de layout, compra de novas linhas de produtos e mobiliário específico e contratação de novos funcionários, é importante ter em mente o retorno do capital investido. “Com as informações em mãos, o administrador deve colocá-las no fluxo de caixa de forma a evidenciar a atividade principal da empresa e tomar as medidas mais corretas possíveis para cada situação em particular. Essa tarefa exige do administrador uma análse minuciosa do mercado e atividade empresarial, buscando acima de tudo a maximização da riqueza da empresa.” Silvia destaca que idealmente o capital deve ser investido de forma contínua e precisa, independentemente de haver ou não ameaças externas, como a instalação de outros concorrentes. Ela declara que todo investimento com foco, na maioria das vezes, leva ao retorno do capital investido com lucro e resultados positivos. Sem um controle eficaz em uma organização, a avaliação da atividade se torna mais difícil, principalmente sem informações sobre a rentabilidade e o grau de liquidez da empresa. Esses controles são baseados em relatórios internos que subsidiam os administradores na tomada de decisões. É por meio deles que são identificados os pontos fortes e fracos existentes na empresa, bem como as decisões que envolvem investimentos e financiamentos. “Os controles são úteis quando a empresa está crescendo e aumentando suas atividades, mas também no momento em que apresenta prejuízo, tornando mais fácil a visualização de problemas que estão levando a esse quadro, pois é fundamental que o administrador financeiro saiba gerir corretamente os recursos alocados na massa patrimonial ativa da empresa, independentemente do porte: micro, pequena, média ou grande empresa”, defende Silvia. Assim, a administração financeira ganha importância para auxiliar os administradores a tomar decisões, tanto no que se refere aos financiamentos (qualquer busca de recursos), quanto a investimentos (aplicação desses recursos).
Quando investir? Uma visão simplista dos saldos disponíveis em caixa ao fim de um determinado período não representam necessariamente o lucro apurado pelo estabelecimento. “Temos de levar em conta que esse saldo é o resultado do diferencial entre os valores aportados no negócio inicialmente, acrescido das en66
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gestão – caixa
a melhor forma de investimento é aquela com a qual se possa aproveitar ao máximo, tanto no giro dos produtos vendidos e em estoque como na melhor utilização de suas instalações no espaço físico existente tradas com origem em vendas versus saídas e pagamentos efetuados e, ainda, na manutenção do capital de giro necessário. Esses saldos são parte do referido lucro”, diz Perez. Outros elementos são indicadores no conjunto dos lucros auferidos resultantes da atividade da empresa, como aumento nos estoques existentes, aplicação e aquisição de novos ativos necessários ao desenvolvimento das atividades e outros investimentos que porventura tenham sido feitos. Para a justa avaliação e correta visão dos resultados aferidos, Perez afirma que é de vital importância que toda essa análise esteja fundamentada na correta utilização da contabilidade. Ela fornece todos os enfoques e elementos referentes aos ativos, passivos e saldos patrimoniais, apresentando o verdadeiro resultado do período e incluindo resultados financeiros com origem no fluxo de caixa. “Entendo que a melhor forma de investimento é aquela com a qual se possa aproveitar ao máximo, tanto no giro dos produtos vendidos e em estoque como na melhor utilização de suas instalações no espaço físico existente. Além disso, deve-se investir na ampliação dos serviços prestados a toda potencial clientela”, diz o contador.
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A melhor ferramenta que o empresário deverá utilizar para acompanhamento e visualização do seu fluxo de caixa e seus resultados operacionais é a integração dos conhecimentos, principalmente da potencialidade do mercado consumidor local, da ampliação das vendas por meio das diversas opções existentes, da criação de convênios e em domicílio e na melhor utilização da contabilidade e seus detalhamentos.
Ampliação do negócio Para fazer novos investimentos, primeiramente devem-se realizar diversas análises da potencialidade do local, da plena ocupação do espaço físico, da remodelação de apresentação dos produtos (atendendo às posturas legais exigidas) e da permanente modernização do estabelecimento. Após essas considerações, pode-se levar em conta a ampliação da empresa por meio da abertura de novos estabelecimentos, ou filiais, aumentando, dessa maneira, o poder de compra e a redistribuição dos estoques, o giro e, consequentemente, a redução nos custos gerenciais e administrativos. Perez avisa que esses investimentos podem ser obtidos perante bancos estatais e até mesmo privados, nos mais diversos projetos atuais existentes, com taxas financeiras relativamente satisfatórias e levando sempre em conta a apresentação da contabilidade da empresa para a devida análise e apreciação. Dessa forma, todo esse investimento reverterá em benefício do negócio. O especialista diz que a abertura do estabelecimento comercial, sua manutenção e o pleno desenvolvimento exigem investimentos contínuos em inovação, na capacitação plena dos proprietários e de toda equipe funcional e nas mais diversas ferramentas de gestão da tecnologia da informação. “É essa perfeita integração de fatores, em conjunto e com acompanhamento do profissional da contabilidade, que poderá dar condições harmoniosas e sustentáveis para crescimento, desenvolvimento e rentabilização do negócio”, finaliza. A Contento oferece o curso “Fluxo de Caixa” gratuitamenteno Portal do Guia da Farmácia no link: http://www. guiadafarmacia.com.br/fluxo-de-caixa/curso-fluxo-de-caixa. São quatro vídeos com conteúdo prático e relevante.
desafios
Na mira
da lupa
Término do exercício fiscal é o momento certo para elaboração do relatório de resultados, além de ser propício para traçar alternativas que revertam prejuízos P o r R o d r i g o R odr i g u es
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O fim do ano fiscal é o momento crucial para que o pequeno e o médio empresário avaliem os resultados do negócio. É o momento de saber o que deu errado, o que precisa melhorar e, sobretudo, o que deu certo, para poder investir ainda mais e conquistar novas vendas no ano seguinte. Segundo os manuais de administração de empresas, para obter um bom resultado financeiro no processo gerencial do negócio próprio, os empresários devem acompanhar permanentemente e avaliar os resultados financeiros das operações. Para isso, é necessário um bom planejamento financeiro, uma boa gestão do capital de giro, avaliar o defotos: shutterstock
desafios
sempenho do negócio – através dos indicadores financeiros e operacionais – analisar o retorno dos investimentos e ainda escolher as melhores alternativas em termos tributários para a farmácia. No relatório anual de resultados, itens como receitas operacionais e não operacionais, todos os custos fixos de manutenção e funcionamento da loja, controle de estoque, entre outros itens, devem estar presentes. “O relatório de resultados é o raio X que o empresário precisa ter para entender a realidade atual do negócio e saber se para ou continua no mercado. Sem ele é impossível dar um passo adiante. Por isso é preciso ter empenho na elaboração e, caso necessário, a ajuda de uma consultoria especializada”, diz o consultor da área de varejo farmacêutico da EMRE Consultoria, Everton Almeida. De acordo com diversas sondagens realizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a falta de acompanhamento das contas é um dos grandes vilões da falência de empresas em todo o Brasil. Por isso, o detalhamento dos custos de operação, dos excedentes de estoque e das margens de lucro de cada produto e suas sazonalidades é importante para o diagnóstico geral do negócio, diz o consultor do Sebrae-SP Fabiano Nagamatsu. “A importância do relatório financeiro reside justamente em apurar em profundidade os custos e margens gerais do negócio. Embora seja um item que frequentemente tenha que ser revisto, em virtude das variações de inflação e impostos, nem sempre o empresário tem tempo suficiente durante o ano para uma análise realmente apurada. O momento é agora e não se pode continuar empurrando com a barriga, sob o risco de falir e se prejudicar ainda mais”, comenta. Tendo o diagnóstico em mãos, o desafio é extrair dele estratégias de venda e melhoria do negócio. De acordo com Nagamatsu, os dados devem ser utilizados para a efetivação de um plano de resultados para o próximo período, que não pode ser revisto apenas nos meses de encerramento do ano fiscal. “A análise e o acompanhamento precisam ser feitos
Outras necessidades • Comparação mês a mês dos indicadores, a fim de mensurar e entender os movimentos periódicos de venda. • Toda informação que foge de um padrão de rotina precisa ter uma justificativa planejada. • Informações que variam de forma significativa de um mês para o outro merecem maior atenção. • Se durante o ano o índice de custo médio teve altos e baixos, ou se as contas foram acima da necessidade, com certeza é falta de planejamento. Se o resultado líquido não foi consistente ou não cresceu o suficiente, é preciso tomar algumas decisões para que o resultado melhore, seja pelo mark up (sistema de preços), ou pela diminuição dos custos.
constantemente. Seja bimestral ou trimestral, o empresário tem de transformar a gestão com lupa como item básico para uma boa gestão e administração da sua empresa”, avalia.
Auxílio primordial Para ajudar os varejistas a priorizarem e confeccionarem o relatório anual de resultados, o Guia da Farmácia preparou um resumo dos itens primordiais que precisam constar na análise da saúde financeira da sua empresa, baseado nas publicações do boletim “Planejamento Estratégico Empresarial” do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e no livro Finanças no Varejo – Gestão Operacional, publicado pela editora Saint Paul e escrita pelos professores Luiz Paulo Favero, Claudio Felisoni de Angelo e José Augusto Silveira. Receitas operacionais: nesse item é preciso mensurar todos os recebimentos à vista, em dinheiro, cheque ou cartão que a loja recebe. Receitas com convênios, vendas a prazo e cartões de crédito também precisam constar na avaliação desse tópico, porque são de fundamental importância para entender o movimento de vendas da loja. Receitas não operacionais: empréstimos que a loja tem a receber ou re-
no relatório anual de resultados, itens como receitas operacionais e não operacionais, todos os custos fixos de manutenção e funcionamento da loja, controle de estoque, entre outros itens, devem estar presentes 72
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desafios
Para quem nunca realizou O varejista que ainda não faz relatórios de resultados deve: • Apurar os resultados, como: saldo de fluxo do caixa mês a mês. • Comparar o planejamento anterior com o que realmente foi vendido durante o ano vigente, além de custos, compras, números de treinamentos realizados e comparar ainda, o crescimento de vendas com o crescimento que o mercado apontou. • Avaliar o que foi alcançado. • Analisar se o crescimento médio de venda, comparando 2011 com 2012, está apontando para 13% a 16% no geral. Não adianta crescer o que o mercado aponta, se o fluxo de caixa fechou negativo a maioria dos meses. Perguntas que o relatório precisa responder: • As necessidades foram supridas? cebeu ao longo do ano, lucro em aplicações financeiras revertido para a loja ou receitas oriundas de outras fontes não convencionais que ajudaram na gestão do ano vigente. Custo operacional fixo: são as despesas necessárias para manter o funcionamento da loja. Aqui o empresário vai somar todos os gastos com aluguel do ponto, água, luz, energia, taxas e tributos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), alvarás, lixo, mensalidades de associações, Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), sindicatos etc. O empresário também mensura os gastos com telefonia, conservação do prédio, serviços de contador, encargos sociais dos empregados, benefícios como alimentação, saúde, seguros, uniformes, treinamentos etc. Custos como material de limpeza, material de expediente e de divulgação e marketing. No caso das empresas que prestam serviços de aferição, aplicação de injetáveis, etc., os custos também precisam ser contabilizados. Custo operacional variável: nesse item, o varejista precisa calcular principalmente os gastos com produtos para reposição de estoque, comissões de salários de funcionários, taxas de movimentação bancária, embalagens, juros bancários, peças de reposição de equipamentos e máquinas. Encargos variáveis como Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Imposto de Renda (IR), Simples, Super Simples, Programa de Integração Social (PIS), Cofins, também precisam constar nessa conta. 74
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• Seu negócio anda de acordo com o que acontece no mercado?
Contas a receber no longo prazo: é importante que o varejista compute todos os ativos que tem a receber no futuro, como convênios com empresas, cheques pré-datados ou parcelamento na caderneta, para aqueles que ainda utilizam o método. Nesse item, o empresário também precisa mensurar a tão temida inadimplência, com os cheques devolvidos no período, mês a mês. Controle do estoque: o comerciante irá calcular as entradas e saídas de estoque nesse tópico do relatório, comparando no início e final de cada mês a diferença entre o que foi vendido e o que foi comprado. O varejista mais minucioso pode mensurar com ajuda de softwares específicos todos os itens que entraram, um por um, a fim de saber os mais vendidos, em que mês, e com que frequência, fazendo lista de maior e menor giro. Perdas mensais: item importantíssimo segundo os especialistas, aqui o empresário vai apurar as diferenças de estoque, os produtos vencidos e as perdas de produtos, oriundas de quebras, roubos ou furtos.
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Benefícios para empresas e colaboradores
A PLR é uma ferramenta de remuneração que tem como objetivo dividir os lucros com a equipe mediante o cumprimento das metas P o r E g l e Le ona r di
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A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é um programa em que a empresa divide com seus funcionários uma parte, previamente definida, dos lucros obtidos. Ela deve seguir algumas condições básicas conforme dispostas na Lei 10.101 de 19 de dezembro de 2000, que mostra as diretrizes para que os lucros possam ser distribuídos, de forma que sejam legalmente reconhecidos. O mais importante é não causar uma maior oneração previdenciária ou trabalhista para a farmácia ou drogaria que optar por essa forma de remuneração. Deve ser realizada nos termos da lei para que os fotos: shutterstock
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valores originados não constituam base de incidência de qualquer encargo trabalhista. A PLR pode e deve ser estabelecida em empresas que desejem o envolvimento dos colaboradores, a fim de que haja um aumento de produtividade ou como forma de atingir metas ligadas à produtividade, como um incentivo a vendas e melhor atendimento ao cliente. Segundo o farmacêutico diretor-geral do Instituto Bulla (Centro de Estudos em Administração, Consultorias e Cursos para Farmácias e Drogarias) e vice-presidente da Sociedade de Farmácia Comunitária – Regional Goiás (SBFC-GO), Rodrigo Antonio Magalhães, existem dois pontos cruciais que devem ser observados para se instituir a PLR na empresa. O primeiro ponto é a existência de regras claras quanto à fixação dos direitos da participação, inclusive mecanismos de aferição de informações pertinentes ao cum-
primento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo. É necessário que se tenha descrito com exatidão a forma e quais seriam os indicadores de verificação dos lucros ou resultados. Aliado a isso, deve haver um histórico dos resultados demonstrados pelos indicadores selecionados por essa regra. A segunda exigência é que deve haver uma comissão escolhida pelas partes, para fazer o acompanhamento do processo de forma integrada, também, por um representante recomendado pelo sindicato da respectiva categoria, no caso o Sindicatos dos Farmacêuticos e dos Práticos em Farmácia, ou então um acordo coletivo celebrado com os colaboradores e com a anuência do Sindicato da categoria. “A PLR é uma boa ferramenta para estimular a produtividade e causar uma ideia de envolvimento com a empresa aos colaboradores, mas tem de ser instituída com muito cuidado, para que não haja desconfiança da parte trabalhista nem problemas de
vantagens para a farmácia ou drogaria
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Possibilidade de inserir os valores pagos com a PLR como despesas de valor variável com a folha de pagamento de empregados, o que, em épocas de baixo lucro ou produção, reduziria os custos. Maior empenho e comprometimento dos empregados aumentando a produção, metas, e lucros da empresa. Maior comprometimento dos empregados com as tomadas de decisão da companhia. Isenção de encargos sociais, com a não incidência de qualquer encargo trabalhista sobre o valor da PLR. Dedução com despesas no imposto de renda da empresa.
Fonte: Rodrigo Antonio Magalhães, do Instituto Bulla e do SBFC-GO
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Melhoria do interesse dos funcionários no entendimento dos problemas de custos da empresa. Diminuição das perdas e desperdícios.
Redução de custos e de despesas operacionais. Segurança da regra definida anteriormente: havendo prejuízo, a empresa não paga a PLR, ou seja, se o funcionário não atinge as metas pessoais também não recebe.
vantagens para para o empregado
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Aumento nos vencimentos finais dos colaboradores, sem a contrapartida de aumento nos encargos sociais.
Maiores benefícios sem aumentar o desconto do imposto de renda.
Incentiva a solidariedade entre os empregados e entre estes e a empresa.
Sentimento de pertencer ao quadro societário (como se a empresa fosse deles).
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Motivação para perseguir os resultados para o próximo período. Desperta o interesse para os problemas de custos e despesas da empresa. Melhora o entendimento sobre os indicadores financeiros e indicadores de atividade da empresa (motiva o entendimento sobre a administração da farmácia ou drogaria).
Fonte: Rodrigo Antonio Magalhães, do Instituto Bulla e do SBFC-GO
ordem legal”, fala o especialista, que acrescenta: “quando feito assim, tem se mostrado de grande valia, inclusive para as pequenas e médias farmácias e drogarias, como forma de potencializar seus rendimentos”.
Ganha-ganha Para o farmacêutico bioquímico e diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma-SP), Juan Carlos Becerra Ligos, a PLR é uma negociação de ganha-ganha. “Ganha o colaborador, o estabelecimento e, principalmente, o cliente, que é a razão da existência das empresas”, afirma. Ele defende que a ação é uma ferramenta que oferece um plus aos colaboradores de acordo com o desempenho, tanto individual quanto em equipe. No entanto não se pode criar novas obrigações, principalmente para as micro e pequenas drogarias e farmácias, que já têm muitas. “Vale lembrar que, além das obrigações normais que qualquer empresa tem, recaem sobre as farmácias as regulamentações sanitárias. Assim, quem quiser pode e deve aplicar a PLR, mas não por obrigação”, defende Ligos. Em termos de resultados esperados, ele destaca aumento da lucratividade e rentabilidade, retenção de bons profissionais, fidelização de clientes por conta do melhor aten-
dimento, fortalecimento da empresa no mercado e comprometimento e atitude dos colaboradores para obter melhores resultados. Para as empresas que queiram instituir a PLR, o Sincofarma-SP dispõe de modelos que podem ser aplicados por qualquer empresa do setor, independentemente do porte e faturamento.
Motivação A prática da PLR proporciona outro nível de motivação da equipe em relação ao funcionamento da empresa. Pode-se observar que a participação nos lucros e resultados normalmente traduz um conceito de participação societária, que muitas vezes é confundida pelos colaboradores. Eles se sentem donos do negócio e mudam muito a sua forma de agir e tomar decisões, em benefício da própria empresa. Magalhães comenta que no final do ano aquelas companhias que já implantaram a PLR deverão repassar o lucro sobre o resultado aferido, sendo que esse procedimento beneficia em muito o fator motivacional para o próximo exercício, ou seja, o próximo ano. Mesmo que o valor não seja muito alto, ele deve ser distribuído com transparência, honestidade, lisura e de acordo com as regras que foram estabelecidas anteriormente. Isso 2012 dezembro guia da farmácia
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leva para a farmácia ou drogaria um novo ânimo de trabalho, que será muito proveitoso para o próximo período. Segundo o diretor, a grande importância de compartilhar os resultados ao fim de cada exercício (a cada seis meses, por exemplo) e em especial no final de cada ano, faz uma verdadeira transformação no formato de trabalho que move a farmácia ou drogaria, e que pode durar o ano todo. “Atenção para esta realidade: criar uma PLR já no término do ano, sem haver definido regras claras ou ter um histórico de dados, ou ainda, deixar obscuro para os colaboradores qualquer forma de aferição na obtenção dos lucros ou resultados, terá efeito contrário e poderá funcionar como um agente desmotivador e extremamente danoso para a empresa, na medida em que os colaboradores irão passar a desconfiar do corpo diretivo da farmácia ou drogaria”, alerta o especialista.
Indicadores Um dos bons indicadores utilizados na prática é a apuração ocorrida no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e no Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). Esses indicadores poderão servir de regra para que sejam levantados e demonstrados o lucro ou prejuízo obtido no exercício, antes de haver retirado o valor de pagamento do imposto de renda (IRPJ) e da contribuição social da empresa (CSLL). “Em nossas consultorias para farmácias e drogarias de pequeno e médio portes, sugerimos a substituição do DRE contábil pelo Demonstrativo de Lucros e Perdas (DLP), de cunho administrativo, mais simples e operacional”, explica Magalhães. 80
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O importante é que quaisquer que sejam os instrumentos decorrentes da negociação, ou que venham a ser escolhidos, deverão constar de regras claras e objetivas quanto à fixação dos mecanismos de aferição de informações pertinentes ao cumprimento do acordado. O diretor chama a atenção para que a empresa mantenha escrituração contábil capaz de comprovar a observância de todos os requisitos da PLR, das normas fiscais, comerciais e de direito econômico que lhe sejam aplicáveis. É importante que o contador faça todos os demonstrativos em consonância com o apresentado contabilmente.
Aplicabilidade “Sugiro a aplicação da PLR na farmácia ou drogaria a fim de utilizar em especial o DFC do período, que deve ser comparado com o DLP, para então serem realizados os repasses dos lucros”, ensina ele. No setor varejista farmacêutico, a PLR tem a sua aplicação numa vantagem ainda maior e mais abrangente: não somente vem a valorização do empregado, como também o reconhecimento pelo tratamento ao cliente, com mais seriedade e mais técnica. O colaborador, no momento do atendimento, deve ter conhecimento técnico e também amor pelo próximo. “Nesse padrão da PLR se consegue resgatar no colaborador o sentimento de participação e de trabalho em equipe. Nada é mais salutar e vital do que trazer um conceito de participação societária para que aflore esse sentimento”, ressalta Magalhães. As metas a serem estabelecidas para o programa devem
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O que diz a lei A Constituição Federal, no inciso XI do artigo 7ª, garante aos trabalhadores urbanos e rurais o direito à participação nos lucros ou resultados das empresas, além da remuneração. As medidas provisórias regulamentaram esse direito, e foram sucessivamente reeditadas, sendo a última delas a 1.982-77/2000. Em 19 de dezembro de 2000, a MP 1.98277/2000 foi convertida e a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas passou a ser regulada pela Lei 10.101, de 19 de dezembro de 2000 (alterada pela Lei 11.603, de 5 de dezembro de 2007). A Lei 10.101/2000 diz que a participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: a) comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; e b) convenção ou acordo coletivo. Dos instrumentos decorrentes da negociação, deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I – índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II – programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Existe uma diferença entre PLR e premiações ou gratificações por bons resultados. Sobre gratificações ou premiações, incidem INSS, FGTS e IRRF.
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ser claras e transparentes, assim como as regras e as formas que serão levantadas e aferidas. Devem ser numericamente projetadas no histórico de produtividade. Elas terão que ser tangíveis e possíveis de serem alcançadas, tendo como base a demonstração histórica dos resultados. De posse desses dados históricos, fazer simulações de produtividade e lucratividade final a ser distribuída é um ótimo artifício, que irá facilitar o entendimento de todos os colaboradores. Essas simulações deverão ser realizadas nos indicadores que foram selecionados para a obtenção dos resultados (que irão compor a PLR).
Outras metas Quando se tem como meta o aumento de produtividade (ou de vendas) atrelado a uma distribuição do lucro líquido operacional, fala-se de um lucro após a retirada das despesas operacionais (fixas e variáveis). Dessa forma, um maior valor de distribuição de lucro poderá ocorrer, não somente com o aumento das vendas, mas também com a economia nas despesas. Magalhães diz que é preciso simular todos esses detalhes nos indicadores, para que os colaboradores possam entender o processo final do lucro operacional. Uma vez entendido, passarão a ter também como meta a redução de determinadas despesas. Outro ponto importante é que os estabelecimentos que estão no regime do lucro real podem utilizar os valores da distribuição de lucros entre os empregados, como forma de reduzir o valor do imposto de renda a ser pago, juntamente com a contribuição social. “As grandes redes estão saindo na frente na utilização da PLR. Pequenas e médias farmácias ou drogarias, normalmente, não se informam nem cogitam tal formato de remuneração. Deixam, assim, de utilizar um ótimo formato para envolver os colaboradores e aumentar os seus lucros”, anuncia o especialista. Ele afirma que não é necessário que haja uma venda grande para se ter bons lucros. Mas é fundamental uma ótima administração para que se conquiste um grande lucro. Há farmacêuticos que estão muito mais preocupados em vender mais do que vender melhor e ter lucro. E para conseguir isso é preciso sempre o envolvimento de toda a equipe, pois atualmente não é mais possível errar na administração. “Para não errar precisamos que todos os colaboradores sejam tomadores de decisão. Isso só conseguiremos se buscarmos estratégias de valorização e de motivação para nossa equipe. A PLR é uma delas, e é de grande valia. Ela está pautada no lucro. A farmácia ou drogaria pode até ser pequena, mas os resultados não precisam ser”, finaliza Magalhães.
gestão – pessoas
Mais para
os melhores
Consultores indicam caminhos para premiar os profissionais que fazem a diferença na empresa. O cuidado é ser justo e Por marcelo de val é ci o não gerar conflitos com os incentivos
É
É imperativo ser competitivo para crescer e continuar existindo em um mercado global cada vez mais acirrado. Nesse cenário aumentam as exigências sobre as organizações, que, por sua vez, cobram alto desempenho de seus profissionais. Em contrapartida, precisam oferecer benefícios suficientes para reter os melhores talentos. Muitos gestores quebram a cabeça para resolver a equação de desenvolver políticas de incentivo aos colaboradores sem, contudo, azedar o clima organizacional. “A premiação por desempenho deve estar associada à avaliação de resultados, metas, projetos ou consecução de objetivos predeterminados”, afirma Francisco Rage Bittencourt, consultor sênior do Instituto MVC. “Os critérios devem ser claros, objetivos e fundamentados em
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Avaliação questões mensuráveis e de conhecimende desempenho contribui para to do profissional a ser avaliado.” Transgerenciar as parência é a forma mais indicada para rehabilidades dos duzir os elementos subjetivos que possam colaboradores influir na avaliação do colaborador. Há várias ferramentas que podem ajudar na análise dos funcionários: avaliação de desempenho e de competência, análise de performance, acompanhamento de metas e objetivos. Avaliação de desempenho contribui para gerenciar as habilidades dos colaboradores, identificar prováveis talentos e distribuí-los de acordo com projetos compatíveis existentes na empresa. “Todas as ferramentas são importantes, mas o sucesso está na mão de quem as utiliza. Cada empresa tem suas competências especificas, nicho de mercado e posicionamento estratégico diante do concorrente, sendo assim, a escolha da ferramenta é fundamental”, pondera Maria Inês Felippe, consul2012 dezembro guia da farmácia
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gestão – pessoas
trabalho em equipe
interesse
tora de gestão de pessoas. “Sugiro que as empresas premiem seus colaboradores pelas metas atingidas por meio de um desempenho solidário e ético. Como sempre explico aos líderes em geral: ‘Seu colaborador trabalha bem em equipe, mas faz o gol?’ Existem colaboradores que fazem gol, mas de que forma? Mentindo para o cliente, jogando para o futuro conflitos e problemas? É preciso estar atento aos detalhes”, completa Maria Inês. As melhores práticas para premiação devem considerar aspectos de desempenho e de comportamento, explica Janio Rodrigues, consultor com 30 anos de experiência como executivo em empresas nacionais e multinacionais. “Há colaboradores que desempenham muito bem suas atividades, porém criam ambientes péssimos em seu departamento, provocando a não produtividade dos demais funcionários, prejudicando sensivelmente os resultados da empresa”, afirma Rodrigues. Segundo o consultor, os critérios mais utilizados para analisar desempenhos são os indicadores de resultado e de eficiência, satisfação dos clientes e dos fornecedores internos e externos. Já os critérios mais indicados para comportamento incluem trabalho em equipe, empreendedorismo, inovação, foco em processo e em resultados. Vale observar que os indicadores devem estar relacionados com os interesses dos stakeholders. “Os incentivos devem fazer parte de uma política de gestão 84
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inovação
institucional de pessoas”, adiciona Francisco Rage Bittencourt. Bônus por desempenho, participação nos lucros, abonos extras são alguns dos benefícios adotados pelas empresas. Mas elas podem – e devem – variar, segundo os consultores, de acordo com as necessidades da organização. “Para determinado benefício atingir um objetivo, é preciso avaliar cada caso para poder indicar a estratégia correta. O que se tem a fazer é deixar as regras do jogo claras logo do início. Mais do que a premiação temos que pensar na estratégia para o projeto ter longevidade”, diz Maria Inês, que faz uma advertência. “É preciso cautela nas escolhas, pois o modelo de incentivo adotado poderá reduzir a aderência do colaborador para com a empresa e em determinados momentos também gerar rotatividade. Fica muito o contexto do ‘toma lá dá cá’”. Janio Rodrigues concorda. “As empresas devem planejar de forma minuciosa a implantação dos benefícios, que vão desde o simples prêmio em dinheiro até o oferecimento de curso superior, MBA, promoções e benéficos extras, como viagem. Porém tudo isso deve estar atrelado aos indicadores de desempenho da empresa, dos departamentos e o dos próprios colaboradores”, ensina. “No caso de envolver benefícios extras, como bens duráveis ou viagens, sempre é conveniente consultar o interessado”, acrescenta Bittencourt. “O que seria mais importante ou impactante para um operador? Um grupo de stock options (ações da empresa) ou um fogão novo que a esposa tanto deseja? E para um diretor? Tíquete alimentação ou a possibilidade de participar das festas da escola
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cinco dicas para implantar um programa de benefícios por desempenho 1. Visão de longevidade no programa. 2. Associação de outras ferramentas de gestão de pessoas. 3. Preparação dos líderes. 4. Metas e competências bem definidas. 5. Um projeto bem desenhado e amarrado com os objetivos organizacionais. Fonte: Maria Inês Felippe
do seu filho?”, questiona o consultor Márcio Lopes, sócio da Organiza Consultoria de Gestão Empresarial. Para ele, as organizações e os profissionais têm que chegar ao consenso para que todos estejam satisfeitos com os resultados gerados e os benefícios recebidos. Qual o melhor critério para distribuir as benesses? Premiar a empresa toda, uma equipe que se destacou no ano ou um profissional em particular? Variar de acordo com os resultados ou adotar políticas predefinidas? “A premiação por mérito é importante porque dá tratamento diferenciado aos melhores desempenhos. Pode ser coletiva, se estiver clara a ação da equipe, e pode servir de referência à política de retenção de talentos na me-
que foi buscar na Curva de Gauss uma explicação de como isso ocorre. “Imagine um sino com a boca para baixo. Divida esse sino em três partes, sendo que as duas extremidades são iguais e representam 10% da área da figura e o meio, 80%. Vamos colocar o efetivo da organização nessas áreas: 10% dos funcionários com desempenho abaixo do esperado ficam em uma das pontas; 80% vão para o meio; e 10% de desempenho acima da média ficam na outra ponta, são os profissionais diferenciados. O que a maioria das empresas faz? Trata todos da mesma forma no que se refere ao pacote de benefícios oferecidos.” Para Lopes, isso é um erro. “As empresas atentam que têm de cuidar de forma diferenciada dos profissionais responsáveis pelos melhores resultados da organização.” Mas são poucos os que conseguem negociar um pacote diferenciado. “Os gestores têm que começar a tratar os profissionais diferentes de forma diferente para que continuem a trazer resultados diferenciados. É um erro considerar todos iguais sem levar em consideração seus reais desejos, motivações e necessidades pessoais.” Janio Rodrigues prefere apostar no poder da equipe. “A política não deve priorizar o indivíduo em detrimento do coletivo e dos resultados. Há times de futebol com dois ou três craques, porém eles não ganham a partida sozinhos, precisam do comprometimento de toda a equipe. Assim deve ser na empresa”, acredita. “Cabe às organizações desenvolver seus colaboradores, capacitando-os para as competências exigidas, o que faz o processo mais igualitário e torna a organização uma retenção natural de talentos”, completa Rodrigues. Programas de incentivos são importantes para aumentar a produtividade, “porém a empresa deve ter cuidado para não ficar refém desse tipo de política”, pondera Maria Inês. “E quando a organização não tiver condições de adotá-la? Corre o risco de não ter o comportamento esperado. O tiro poderá sair pela culatra. Parece-me que estão adotando a cartilha de Pavlov, utilizando o condicionamento do bônus à execução de algo e isso é perigoso.” Outro erro comum que as empresas cometem, segundo Francisco Rage Bittencourt, consiste na associação mérito-desempenho. “Define-se primeiro o nível de premiação para depois fazer a avaliação, quando na realidade deve ser feito o contrário.” Janio Rodrigues aponta mais um equívoco, que é valorizar demais o “craque”, o superdotado. ”Isso cria um clima organizacional hostil, não considerando que os resultados vêm pelo comprometimento das equipes.”
a premiação por mérito é importante porque dá tratamento diferenciado aos melhores desempenhos. pode ser coletiva, se estiver clara a ação da equipe, e pode servir de referência à política de retenção de talentos na medida em que deixa evidente que a relação esforço-desempenhoresultados tem reciprocidade por parte da empresa dida em que deixa evidente que a relação esforço-desempenho-resultados tem reciprocidade por parte da empresa”, observa Francisco Rage Bittencourt. “Infelizmente, os profissionais e as empresas querem ser tratados de forma igual, mesmo alardeando para os quatro ventos que são diferenciados”, observa Márcio Lopes, 86
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tendência
Facilidades
competitivas
O alto nível concorrencial exige que os varejistas apresentem diferenciais estratégicos como referência de compra ao público consumidor P o r e g l e leo na r di
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Um dos fatores que contribuem para uma empresa ser mais eficaz que outra é a capacidade de inteligência competitiva. Isso exige competência de análise e tomada de decisão em relação às melhores estratégias. Sendo assim, farmácias e drogarias precisam conhecer seus concorrentes, entender o mercado, avaliar os benchmarks (referências de melhores práticas do setor) e, principalmente, identificar as necessidades dos consumidores. A realidade da rotina do gestor exige confinafotos: shutterstock
tendência
faça e vença Para oferecer cada vez mais facilidade de compra aos seus clientes, é preciso agir e apostar em diferenciais, para isso: Conheça seus concorrentes
Entenda o mercado
avalie benchmarks
pesquise sobre as necessidades do público consumidor
Tenha acesso à informação
Aposte nos funcionários que atuam no atendimento
Eleja grandes parceiros Ofereça delivery, vendas on-line e programas de fidelização
mento no ambiente de trabalho e não lhe proporciona tempo para pesquisar o comportamento do setor e de seus concorrentes, mas suas vantagens precisam estar claras, para tornar o negócio ainda mais competitivo. Segundo o diretor do Grupo Triunfo (empresa de consultoria e treinamento), Scher Soares, a atuação deve ser baseada na capacidade de análise e tomada de decisão quanto às melhores oportunidades. Para isso, há uma série de meios de acesso ao conhecimento. “Matérias e artigos de especialistas do mercado, pesquisas na internet e feiras do setor são excelentes oportunidades de obter informação, que é a melhor alavanca de competitividade para a farmácia”, diz. O especialista ressalta que algumas estratégias têm grande potencial de diferenciação, como: sell-out, prestação de serviços, atendimento e parcerias. Ele explica: “Uma farmácia eficaz em sell-out garante o giro dos produtos e maior retorno dos investimentos”. Com relação à prestação de serviços, o ponto de venda precisa ser percebido como um centro de prestação de serviços ao consumidor. Isso estimula a compra, aumenta a fidelidade e gera valor para a marca. Sobre atendimento, por mais explorado que o tema já tenha sido, ele ainda é uma das principais causas de perda de vendas. “Nesse sentido, a simples decisão (simples de tomar, mas não tão simples de implementar) de tornar sua equipe de balcão um time de alto nível já fará enorme diferença na competitividade”, defende Soares. Referindo-se às parcerias, o executivo comenta que as farmácias devem entender que a relação com seus principais fornecedores não pode se limitar à compra de produtos, negociação de descontos e prazos: “O farmacista deve eleger alguns grandes parceiros e estabelecer alianças de longo prazo que visem ao desenvolvimento de estratégias eficazes de geração de negócios e expansão”.
Ferramentas indispensáveis Facilite o pagamento, disponibilizando opções: a prazo, descontos e parcelamentos
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Para oferecer ao consumidor cada vez mais facilidade na compra, o PDV deve explorar ações de competitividade que o diferenciem perante a concorrência. O delivery, por exemplo, é uma forma de atendimento que cresce expressivamente. Isso porque vai ao encontro de uma tendência que já
tendência
está consolidada, que é a venda on-line. O comércio eletrônico faturou aproximadamente R$ 19 bilhões em 2011, o que representa um crescimento de 26% em relação ao ano anterior, quando atingiu R$ 14,8 bilhões. Em 2011, o e-commerce representou 11% do volume de pedidos em produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) e cresce 40% ao ano, como um todo. Os consumidores estão cada vez mais diversificados; hoje, 25% das vendas on-line são para idosos. A crescente oferta de produtos e serviços, aliada à entrada de novos consumidores das classes C e D, explica os bons resultados do varejo on-line. O tíquete médio anual é de R$ 700 mil, englobando toda a classe economicamente ativa, ou seja, o poder de compra é muito grande Atualmente, para diversas categorias de produtos, o cliente compra pela internet ou pelo menos faz uma busca de opções de compra antes de ir até a loja, ou seja, ele chega ao estabelecimento munido de informações. E quando há a proposta de vendas on-line, o básico é segurança, eficácia e rapidez no processo como um todo. Entre os elementos facilitadores de compra, o diretor afirma que as farmácias precisam conhecer qual seu percentual de vendas por delivery e estabelecer objetivos de crescimento para esse canal. “Um dos desafios do delivery é o aumento do tíquete médio, já que não há a compra por impulso. Assim, as farmácias precisam ter promoções, combos e ofertas especialmente planejados para serem oferecidos pelo delivery”, diz ele. “Com relação ao pagamento a prazo, descontos e parcelamento, se a loja quer aumentar seu tíquete médio, é fundamental dar condições de crédito. Um único item de dermocosmético pode custar em torno de R$ 100,00. Se pensarmos que essa é uma categoria com forte venda casada, em que o conceito de tratamento induz o shopper a comprar ao menos dois ou três produtos, flexibilizar o pagamento ajuda a viabilizar a compra”, aconselha a diretora-geral da consultoria Mind Shopper, Alessandra Lima. Para Scher Soares, do Grupo Triunfo, o consumidor brasileiro gosta mais de descontos do que de preços. A sensação ao se obter um desconto é de conquista de uma vantagem. Contudo, as farmá92
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para oferecer ao consumidor cada vez mais facilidade na compra, o pdv deve explorar ações de competitividade, que o diferenciem perante a concorrência. com relação ao pagamento a prazo, descontos e parcelamento, se a loja quer aumentar seu tíquete médio, é fundamental dar condições de crédito cias precisam parar de dar descontos automáticos sem que o consumidor peça, pois isso retira a percepção de valor do desconto. “Deu desconto? Enfatize, evidencie, mostre que dá para comprar algo com aquele desconto e transforme isso em vantagem para sua farmácia. Para isso, é necessário dar treinamento. Quanto ao prazo de pagamento, ele é bem importante principalmente para o público idoso e aposentados que têm grande volume de consumo de medicamentos e precisam adequar o uso ao orçamento”, alerta ele, que defende ainda que há um equívoco de percepção que faz com que muitos gestores de farmácia achem que os consumidores querem apenas o menor preço. “Isso cria uma profusão de campanhas de desconto e redução de preço. O consumidor precisa de outros elementos como apoio e ajuda na forma de orientação técnica, acesso a serviços alternativos, economia de tempo e agilidade, distração, entretenimento e informação”, finaliza o executivo. Alessandra Lima lembra que tanto o delivery quanto a facilidade no pagamento fidelizam clientes e diz que fidelidade é uma ferramenta poderosa, mas muito mal tra-
balhada não só pelo canal farma, mas por outros canais de consumo também. Ela afirma que a ferramenta deveria ter dois pontos centrais na sua aplicação: gerar relacionamento e munir a empresa de informações altamente estratégicas, sobre perfil do cliente e dinâmica de compra. “Infelizmente, na prática, até agora ninguém acertou. As ações são mal divulgados, o shopper não enxerga valor em participar de um programa de fidelidade, não há proatividade nem customização de promoções (que deveriam ser uma das ações dessa iniciativa) e também não há um olhar mais detalhado para a forma como os clientes cadastrados no programa de fidelidade compram, o que poderia gerar insights poderosos para aprimorar a execução na loja”, pondera.
Inovação na conveniência As farmácias precisam trabalhar o conceito espaço versus rentabilidade. “A farmácia é o único canal de venda que alia dois formatos de compra
interessantes: a compra destino nas A simples decisão de tornar categorias de medicamentos com a sua equipe de conveniência nas categorias de hibalcão um time de alto nível giene e beleza”, ressalta ela. fará diferença Olhar para essas seções de forma independente é fundamental. A especialista ensina como a loja pode ser referência para o shopper. Já para as categorias de higiene e beleza, é importantíssimo proporcionar ao consumidor uma experiência prazerosa de compra, antevendo suas necessidades e surpreendendo assim o cliente. “Na gestão de espaço versus rentabilidade o que se destaca é uma iniciativa das grandes redes de farmácia liderando processos de gerenciamento por categorias e gerenciamento de espaço”, afirma. Para isso, é necessário especialmente um olhar mais apurado para os números: o que vende?, como vende? e, para quem está sendo vendido?, ou seja, entender o que o shopper busca na sua ida até a loja e quais categorias efetivamente ele compra. Esse processo ajuda a gerir melhor os produtos. “Basicamente estamos falando em ter o produto certo, exposto corretamente, no preço justo. Para chegar a um bom modelo de negócio o ideal é distribuir os itens na loja de acordo com sua correlação (ocasiões de uso em geral refletem-se em ocasiões de compra, por exemplo, xampu, condicionador, creme para tratamento, escova de cabelo, secador de cabelo etc.) e dar às categorias e marcas um espaço proporcional às suas vendas”, destaca Alessandra. Uma experiência de compra diferenciada deve ser pautada mais em soluções e menos em categorias. A farmácia atende nichos de clientes que precisam e querem gastar na loja. Assim, soluções para diabéticos, alérgicos, mamãe & bebê, dermocosméticos, usuários de lentes de contato, entre outros, são fundamentais para elevar o nível de execução na loja e, consequentemente, agradar e fidelizar o shopper. De acordo com Alessandra, além do básico de mix e exposição, o desafio é desenhar um layout que faça sentido do ponto de vista do consumidor (agrupando categorias de acordo com seu uso e compra e dispondo-as numa sequência em que as de menor venda e mais lucrativas iniciem os corredores e as mais maduras e de maior giro finalizem a exposição). Outra missão é elevar o nível de atendimento, com profissionais preparados para tirar dúvidas de produtos e marcas, explorar promoções que fujam da guerra de preços, como brindes, gifts e serviços (especialmente na área de dermocosméticos, maquiagem e cutelaria). 2012 dezembro guia da farmácia
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varejo
Estratégia para 2013: qual será a sua?
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É preciso sair da rotina e do imobilismo. O ser humano sempre precisa de um texto novo, um incentivo para uma nova motivação, para descobrir um novo caminho para o sucesso
silvia os s o Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 94
“Ano novo, vida nova” – diz um ditado popular. Qual será a sua estratégia para 2013? O que vai mudar na sua empresa para que bons ventos voltem a soprar a seu favor? É você quem escolhe o resultado. O ano está acabando e, pelo que parece, a cada novo período, as coisas acontecem mais rapidamente. Você já reviu ou já criou seu Plano de Metas ou de Negócios para 2013? O seu planejamento financeiro está pronto? Aquele cronograma de treinamento, abandonado em 2011 e passado para 2012 que não saiu do papel, será colocado em prática? Aquele projeto de reforma na farmácia; a iluminação que precisava ser refeita; o estudo de um novo layout; melhores condições de trabalho e conforto para seus clientes; um mix mais adequado; certa “vida” no ambiente de trabalho para os seus funcionários; uma releitura da sua gestão; um estudo real da viabilidade de sua empresa são ações que isoladas ou somadas criam uma “alma” nova para um novo marco de resultados, não só financeiros. É preciso renascer a cada momento. Os clientes exigem isso de todos, cada vez com mais frequência. Em geral farmacistas pensam que só conseguem resultados positivos com grandes mudanças e grandes investimentos, e isso não é verdade. Todos aqueles empresários que aprenderam a pensar ricamente, sem envolver custos, conseguiram ótimos resultados em suas empresas. Muitas ações com investimentos mínimos podem produzir ganhos significativos. Que tal um treinamento sobre produtos para quebrar a rotina da sua força de venda? Uma arrumação adequada para a linha de produtos? Um treinamento para
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formar bons prestadores de serviço? Uma promoção criativa para desovar estoques? Uma parceria com alguém que está propondo qualificar seus funcionários? Ou, um estudo cuidadoso sobre o seu cliente: onde ele está, por que compra de você, quanto tempo fica dentro da loja, o que compra, o que falta para motivá-lo a visitar mais vezes seu ponto de venda? É preciso sair da rotina e do imobilismo. O ser humano sempre precisa de um texto novo, um incentivo para uma nova motivação, para descobrir um novo caminho para o sucesso. Passar 365 dias do mesmo jeito é envelhecer em cinco anos para o mercado e para os clientes. Dinamismo é a ordem dos novos tempos. Elimine as tarefas menos essenciais e concentre-se no que é importante: fazer a diferença! Modificar, inovar, alimentar a alma da equipe e do cliente, primar pela imagem e pelo espírito envolvente são ações que fazem parte da sua retomada de crescimento. Seu concorrente, com certeza, não estará esperando por você. Tente pôr em prática algumas atitudes e desafios novos: • Comece a olhar a sua farmácia como se você fosse um cliente. • Tente encontrar cinco motivos para preferir a sua farmácia à do concorrente. • Tente enxergar os pontos fortes do seu concorrente e os seus. Compare os dois e melhore o que precisa ser melhorado. • Encontre os pecados de sua farmácia. A crítica é o alicerce do crescimento. • Lembre que uma atitude vale mais do que mil palavras. Fale menos e faça mais. Desejo-lhes sucesso para 2013! Espero encontrá-los cheios de realizações e desafios. Boas festas. foto: DIVULGAÇãO
ponto de venda
Verão de
oportunidades
A sazonalidade da estação mais quente do ano possibilita o aumento de vendas de algumas categorias. Trabalhar com promoções é uma alternativa rentável P o r L u d mi ll a Pa zi a n
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Três meses. Essa é a antecedência mínima que profissionais do marketing recomendam para uma ação promocional de verão no ponto de venda. Para quem não conseguiu se planejar, nem tudo está perdido. As características típicas da estação perduram pelos meses de janeiro, fevereiro e março, o que possibilita diversas oportunidades de vendas. Para a sócia e VP Executiva da ShopperAge, Juliana Nappo, o verão representa a possibilidade de bons negócios: “Para o varejo farmacêutico brasileiro, significa certamente um aumento de margem, já que há um incremento na venda de itens rentáveis de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC). É possível garantir que esta seja uma época de alta rentabilidade”, avalia. Pensando nisso, realizar ações promocionais possibilita alavancar as vendas das categorias típicas da sazonalidade. Primeiramente, é preciso definir o mix a ser trabalhado, já que não há tempo hábil para investir nos produtos errados. Os itens de maior procura foto: shutterstock
pelo shopper na estação mais quente do ano devem liderar as promoções e incentivar a compra de outras categorias, o que significa ampliação da cesta de compras e aumento do tíquete médio. “Uma opção é usar protetores solares, campeões de vendas nesta época, para alavancar as vendas de cremes hidratantes, por exemplo”, opina Juliana. Uma ação promocional de verão no varejo farmacêutico pode ter, sumariamente, duas abordagens. Quem explica é a sócia-diretora da consultoria Shopfitting, Heloisa Omine: “A primeira, focada no crescimento de produtos de cuidado pessoal – como bloqueadores solares, filtros, hidratantes, maquiagem e cuidados com os cabelos –, e a segunda, baseada em categorias de suplementos, vitaminas e cosmecêuticos, que compõem uma cesta de itens também procurados na temporada.” De acordo com a executiva, a promoção sazonal ideal, entretanto, seria aquela que foca em categorias cujo tíquete médio é mais elevado e rentável.
Passo a passo da promoção sazonal Planejamento é a palavra-chave para qualquer promoção de sucesso. “Na prática, o primeiro passo é definir o objetivo da ação: quer-se alavancar uma determinada categoria ou um grupo maior de itens? Quer-se aumentar o número de visitas à loja, o tíquete médio, a quantidade de itens na cesta?”, avalia Juliana. Definir esses objetivos é fundamental para que a mecânica promocional seja criada. A seguir, é preciso determinar se haverá parceria com alguma marca específica; ou seja, se a promoção será compartilhada com algum fabricante. Essas parcerias podem, por exemplo, estabelecer kits promocionais, como o “pague 2 leve 3” ou a associação de dois produtos complementares, como protetor solar e creme hidratante. Também é nesta etapa que as características da promoção devem ser avaliadas. Quais as marcas que deverão estar em promoção, o tamanho da ação ou se haverão brindes ou descontos. “A fim de garantir o bom atendimento dos shoppers, é preciso um planejamento de estoque para que não faltem produtos nas prateleiras com o aumento (esperado) de demanda”, ensina Juliana. A divulgação da promoção sazonal é essencial. Para tanto, pode-se apostar na comunicação dentro da loja, em pontos “chave”, além disso, é preciso esclarecer de forma clara, o benefício da promoção. Heloisa Omi-
Categorias desejadas Confira, abaixo, alguns exemplos de categorias que costumam ter um aumento de demanda nos meses de verão e invista nos produtos adequados: • Protetor solar; • Bronzeadores; • Pós-sol; • Fármacos para tratar queimaduras solares; • Maquiagens em tons quentes; • Suplementos e vitaminas que potencializam e favorecem o bronzeado; • Cremes hidratantes corporais e faciais; • Protetores labiais; • Cremes de tratamento capilar com protetor solar; • Repelentes.
ne ressalta que, com a mudança de estação, o varejista pode tematizar o estabelecimento como um todo, ou criar alguns espaços específicos e caracterizados. Na prática, mesas de exposição, displays, iluminação diferenciada, cartazes e móbiles podem ser usados. O que deve ser avaliado é a verba disponível.
Ser visto é ser lembrado A exposição é sempre peça-chave para alavancar as vendas de qualquer categoria – e nas promoções sazonais de verão não é diferente. Juliana Nappo dá a dica: “Itens de maior giro na sazonalidade devem ser os mais visíveis na loja e devem também ocupar as vitrines, convidando o shopper a entrar na loja. Se possível, ajustes simples no layout podem propiciar a exposição casada”. O que não deve ser esquecido é que o principal objetivo de alterações de exposição durante promoções sazonais é atuar como uma solução para o shopper encontrar tudo o que precisa para o verão em um só lugar. Para o varejista, isso certamente significará cestas mais cheias e faturamento maior. Heloisa Omine recomenda que, no caso da exposição sazonal, o produto deve aparecer com destaque e, se possível – dependendo do tempo de duração da ação – substituir alguns produtos, informando que, em virtude do sucesso, a farmácia resolveu estender o período de duração da promoção”. 2012 dezembro guia da farmácia
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indústria
Homeopatia conquista
maior espaço no mercado A busca por uma melhor qualidade de vida e interesse no consumo de produtos menos agressivos colaboram para o bom momento vivido pelo setor
M
P or Fláv ia Corbó e L ígia Fav ore tto
Mesmo sendo reconhecida como especialidade médica no Brasil desde a década de 1980, e tendo o incentivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser implementada em todos os sistemas de saúde do mundo, a homeopatia ainda enfrenta a descrença de muitos profissionais e consumidores. Mas índices dos principais fabricantes instalados no País mostram que a realidade vem mudando, o que gera excelentes perspectivas para o setor. A busca por uma melhor qualidade de vida e maior consciência da origem dos produtos consumidos são alguns dos fatores que impactam o bom momento vivido pelo segmento. “Os tratamentos homeopáticos têm se difundido 98
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por serem menos agressivos ao organismo e por tratarem o indíviduo como um todo, não somente a doença”, opina o diretor de marketing do laboratório Schraiber, Paulo Egedy. A empresa apresenta um crescimento médio de 11% e investe na melhoria dos processos internos para manter o bom ritmo. A entrega dos pedidos ficará mais ágil com a automatização de todas as áreas de produção. “Também vamos aumentar a linha de suplementos nutricionais, fitocosméticos, probióticos e florais”, conta Egedy. Resultados positivos também foram registrados fotos: shutterstock
Apesar da boa fase, o mercado de homeopatia ainda precisa ultrapassar alguns obstáculos para consolidar-se no País pela Boiron, que aumentou as vendas em 92%, somente no primeiro semestre de 2012. Atualmente, os produtos da multinacional francesa estão presentes em fármacias de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mas, diante do bom desempenho, já foram iniciados planos de expansão para todo o território nacional. Em um primeiro momento, a Boiron chegará às cidades de Porto Alegre, Salvador e Goiânia. “Queremos nos consolidar principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, o que nos dá perspectivas de um rápido crescimento até 2014”, explicou o diretor da Boiron para o Brasil, Ricardo Ferreira. No segundo semestre, a empresa planeja sustentar o bom resultado motivado, principalmente, pelas vendas de um antigripal, que teve aumento de 70% nas vendas, quando comparado a 2011. “Esperamos ainda manter o crescimento com a entrada de mais três produtos, que aguardam liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, planeja Ferreira. A empresa tem cinco fábricas ao redor do mundo, mas ainda não vê a possibilidade de implantar uma unidade fabril no País. Por enquanto, o laboratório está focado em aumentar o número de medicamentos e se consolidar no Brasil.
Desafios Apesar da boa fase, o mercado de homeopatia ainda precisa ultrapassar alguns obstáculos para consolidar-se no País. Por serem medicamentos que visam cuidar da saúde como um todo, e não apenas agir no foco da doença, a comercialização nos pontos de venda deve ser feita de maneira individualizada. “Os varejistas precisam ser treinados para poder oferecer o medicamento mais adequado, pois o mesmo produto age de forma diferente para cada pessoa”, alerta Egedy, do Schraiber. Dependendo dos sintomas da doença e da intensidade com que eles são sentidos pelo paciente, o estímulo ao sistema imunológico e o tempo de tratamento variam. “A es-
colha dos medicamentos depende de uma série de avaliações e as ações deles ocorreram em longo prazo”, explica a coordenadora do curso de Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, Marisa Veiga. Além disso, no Brasil, alguns medicamentos homeopáticos necessitam de receita médica, pois devem seguir as regras impostas pela Anvisa. A prescrição de tais medicamentos, portanto, passa a ser de responsabilidade do médico. A concorrência com os medicamentos alopáticos, que recebem a maior parte dos investimentos da indústria farmacêutica, é outro fator que freia o crescimento do setor. “As oportunidades são proporcionais aos investimentos gerados pela indústria para colocação de seus produtos no varejo, onde existe uma grande pressão por bonificações e preços”, ressalta Egedy.
Entenda a homeopatia Os medicamentos homeopáticos são feitos a partir de substâncias retiradas de todos os reinos da natureza (vegetal, mineral e animal). A composição dos produtos contém diluições infinitesimais – uma parte do princípio ativo para 99 de água ou álcool. Devido à dose mínima diluída, não há risco de toxicidade nem de efeitos colaterais. Além disso, o tratamento à base de homeopatia não provoca tolerância, situação em que o organismo precisa de cada vez mais medicamento para conseguir o mesmo efeito desejado. Qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou condição física, está liberada para o uso. Tanto doenças crônicas quanto agudas podem ser tratadas pela homeopatia com rapidez. A concomitância, assim como alternância entre alopatia e homeopatia, são aceitas. 2012 dezembro guia da farmácia
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inovação
Lipossomas em teste estudos e pesquisas são feitos para que os produtos apresentem o mínimo de toxicidade possível
C
Pr of. T ul io Nakaz ato da Cunha Farmacêutico Industrial, é Doutor em Biotecnologia pelo Programa Interunidades USP/IPT/Instituto Butantan e professor de pósgraduação ICTQ – Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade. Site: www.ictq.com.br 100
Com a segunda Guerra Mundial, veio a preocupação em se minimizar os efeitos adversos derivados dos tratamentos medicamentosos. O fato deu força para o ressurgimento da ideia da vetorização de medicamentos – há algum tempo esquecida – para que atingissem alvos específicos no organismo e desenvolvessem um mínimo de toxicidade. Através da observação do comportamento dos tensoativos (substâncias que têm a capacidade de diminuir a tensão superficial da água e auxiliam na formação de emulsões), Weissman (1965) e Bangham desenvolveram o que hoje chamamos de lipossomas. São estruturas microscópicas, de formato esférico, cujos constituintes principais são fosfolipídios de origem natural. A disposição em “bicamadas” de seus constituintes confere aquilo que é considerado um de seus principais trunfos – a capacidade de transportar fármacos tanto hidro quanto lipossolúveis. Numerosos medicamentos e cosméticos têm tido seus comportamentos testados em lipossomas. Anticancerígenos, vitaminas, hormônios, antidiabetogênicos, componentes hidratantes, vacinas, antifúngicos, antialérgicos, entre outros. Estudos demonstram as inúmeras vantagens que estas substâncias apresentam frente às formulações convencionais, por se tratar de um sistema de liberação modificada e de alta especificidade. Podemos citar como exemplos a diminuição da toxicidade da doxorrubicina e anfotericina B inseridas em lipossomas, devido à redução da absorção em nível de coração, rins e trato gastrointestinal, com concentração no sistema retículo-endotelial do fígado e do baço.
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Hoje, as maiores indústrias de cosméticos do mundo conhecem a eficiência e utilizam largamente os lipossomas em diversos produtos como, por exemplo, para eliminar gordura localizada. Testes realizados mostraram a redução de até 10% nas medidas após trinta dias de uso. Nos tratamentos de pele (rugas, flacidez, fotoproteção e hidratação) observou-se uma melhora sensível dos quadros em virtude da estimulação das enzimas geradoras de colágeno e elastina e profunda hidratação e regeneração celular. Os lipossomas funcionam como um verdadeiro “escudo lipídico”, porque protegem o fármaco contra agressões orgânicas e físico-químicas – estas comprometeriam sua ação eficaz. Quando reduzimos os efeitos tóxicos promovidos pelos fármacos veiculados, isto resulta em um tratamento mais rápido e com o mínimo de efeitos adversos. Especificações – Quanto ao tamanho, podem ser divididos em unilamelares pequenos – possuem uma única bicamada fosfolipídica ou com várias bicamadas. São vários os métodos de obtenção dos lipossomas, os quais possuem uma base de preparação comum. Os pontos que diferenciam os métodos estão na forma de dispersão dos componentes lipídicos na fase aquosa, no tamanho, tipo e eficiência de encapsulação conseguidos, incluindo o tipo de agitação empregada durante o preparo. A Hidratação do Filme Lipídico e a Extrusão, através de membranas de policarbonato de poros definidos, estão entre as técnicas mais empregadas. Aconselha-se cuidado constante no controle da estabilidade dos lipossomas. Por serem estruturas lipídicas, estão muito sujeitas a alterações causadas por reações de hidrólise e oxidação. foto: DIVULGAÇãO
especial verão protetor, bronzeador e pós-sol
Lá vem
o sol
o mercado brasileiro de proteção solar tem crescimento médio de 16% ao ano. além disso, as vendas do primeiro bimestre são normalmente três vezes maiores do que as de maio e junho t e x to s e g le leo na r di
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A estação mais quente do ano está só começando. A temporada é típica do povo brasileiro, que se diverte sob o sol e esbanja alegria e descontração em passeios ao ar livre e muita energia para praticar esportes, de preferência em parques, piscinas e praias. Essas cenas específicas podem ficar ainda melhores se o consumidor lançar mão dos produtos que protegem e exaltam sua beleza, como protetor solar, pós-sol, bronzeador, depilatórios, repelentes e energéticos. Com foco nessas categorias, o ponto de venda (PDV) deve trabalhar melhor os itens, privilegiando a exposição, o atendimento personalizado e os lançamentos. Um dos fatores de sucesso para a categoria de proteção solar é a inovação para atender às necessidades dos diferentes perfis de consumidores, levando-se em consideração idade, sexo, cor de pele e outros aspectos. Outro ponto importante é que o consumidor brasileiro já está usando mais o protetor solar, fotos: shutterstock
especial verão protetor, bronzeador e pós-sol
Compra Feminina não só em períodos sazonais. Os diferenciais, Os produtos devem ficar Uma pesquisa realizada este ano pela Johnson & Johncomo atributos agregados, também são bem blocados, son com as consumidoras brasileiras revela que, atualmenprocurados: como hidratação, antimanchas e primeiramente por marcas te, quase 80% das compras da categoria de proteção soantienvelhecimento. Outro destaque fica por lar são feitas por mulheres. Elas são mães e esposas e comconta do aumento na procura por embalagens pram o produto para seus filhos e maridos. Especialmente no econômicas no Brasil. verão, a demanda aumenta, já que é a época em que a família “Inovações e alto investimento em tecnologia têm está de férias e está mais exposta ao sol. sido frequentes entre as indústrias, especialmente para O estudo também mostrou que o canal farma é o mais atraena pioneira Sundown, líder no segmento há 28 anos. te para a consumidora pela variedade, localização, atendimenA categoria vem ganhando novos lares e consumidoto personalizado, hábito de compra e ambiente – quesitos que res no País e, no último ano, a penetração passou de se destacaram nessa pesquisa da Johnson & Johnson. 68% das 26% para 27,7%, ganhando 1,3 pp de crescimento em relação a 2010 (Nielsen)”, destaca a gerente de clientes optam pelas farmácias. gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, O perfil do consumidor ainda é composto, em sua maioria, por mulheres pertencentes às classes A e B e idades entre 24 e Patrícia Gimenes. 59 anos. Elas compram, geralmente, dois produtos por tempoEla ressalta que a expectativa é que o crescimento rada. Já os produtos faciais são adquiridos durante todo o ano. progressivo de 16% para a categoria ao ano continue De acordo com a gerente de Skin Care de L’Oréal Paris, Flaneste verão e em 2013. “A estação é o melhor períovianne Baptista, as tendências de consumo de protetor solar nos do de vendas por ser a época do ano em que os consumidores mais usam o produto, além de fazer parte próximos anos serão atreladas as suas experiências de uso. “As consumidoras buscam, além da proteção solar com amplo esda cultura do brasileiro pensar em se proteger do sol pectro UVA e UVB, texturas e fragrâncias que proporcionem um principalmente na praia ou na piscina. No verão, as momento de prazer ao sol”, comenta a gerente de Ski Care de ações nos pontos de venda tendem a aumentar basL’óreal, Flavianne Baptista. tante e as compras mais que dobram quando compaSão consideradas hedonism seekers, ou seja, colecionadoradas com os meses de inverno.” ras de boas experiências. “Elas procuram prazer em tudo na vida e nas experiências do verão mais ainda. Querem sempre transformar o ordinário em extraordinário. Gostam de empreender uma vida de aventuras, novidades e mudanças, e sentem prazer em se cuidar. Gostam de marcas mais O período reúne dois tipos de consumidoras que inovadoras”, descreve Flavianne. alavancam a categoria: as regulares, que compram du“O canal farma representa 54% do mercado da categoria de proteção solar e é onde se encontra uma variedade de produrante todo o ano e buscam performance além da proteção (cuidados estéticos e de vida saudável) e as retos e marcas muito maior que em outros canais do varejo”, comenta a diretora de Marketing da BDF Nivea Brasil, Tatiana Poncreacionais, que compram apenas nas temporadas – ce. Além disso, há o atendimento mais personalizado com dermaior parte do volume do mercado. moconsultoras, que são treinadas para saber quais os benefíOs feriados apresentam os grandes picos de concios, a função e até fórmula dos produtos. sumo para proteção solar e foram responsáveis por A Coppertone revela que, 69% dos homens utilizam protemais da metade do volume de vendas do verão tores somente quando vão se expor ao sol na praia ou na pisci2011/2012. “O carnaval e o réveillon de 2011 reprena; já 54% dos consumidores de protetor solar no País costusentaram 40% do volume de vendas na categoria mam comprar protetor nas embalagens de 126 ml a 199 ml. (Nielsen). Vale comentar também que, no entanto, “Descobrimos ainda que 70% das mulheres utilizam o protetor não há sazonalidade para os protetores solares de diariamente (rosto) e também quando se expõem ao sol.”, diz uso diário facial”, explica ela.
no verão, as ações nos pontos de venda tendem a aumentar bastante e as vendas no varejo mais que dobram quando comparadas com os meses de inverno
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especial verão protetor, bronzeador e pós-sol
o mercado de pós-sol cresceu aceleradamente neste último ano, e a expectativa é que ele continue crescendo com novos formatos de aplicação e texturas a gerente da marca, Carolina Lapetina. Uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada em 2011, mostrou que 36% dos shoppers levam em consideração absorção, textura e perfume do produto no momento da compra; 29% consideram qualidade e confiança da marca, e 10% são atraídas por uma embalagem prática e bonita. Uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada em 2011, mostrou que 36% dos shoppers levam em consideração absorção, textura e perfume do produto no momento da compra; 29% consideram qualidade e confiança da marca, e 10% são atraídas por uma embalagem prática e bonita. “Para trabalhar a exposição da categoria de forma estratégica no canal farma, recomenda-se blocar os produtos primeiramente por marca, facilitando a identificação da categoria. De acordo com cada marca, agrupam-se os segmentos e as linhas de maior valor agregado, que devem ser posicionados na altura dos olhos. Exemplo: facial, labial, sport e bronzeadores”, ensina Patrícia, que complementa dizendo que em seguida devem agrupar as linhas regulares mais procuradas (geradoras de tráfego), na parte inferior da gôndola. Em segmentos e linhas, os produtos devem ser expostos em ordem decrescente de fator de proteção solar (FPS) – do maior para o menor FPS –, conforme o fluxo do corredor. A gerente da Johnson & Johnson defende que nos períodos de pré-verão e verão é muito importante dar destaque à categoria, garantindo sua presença na loja em locais de alto fluxo, por meio de pontos extras e cross merchandising, para facilitar a lembrança e decisão de compra. Mesmo durante o inverno, deve-se manter um bom sortimento, principalmente do segmento facial (cosméticos ou dermocosméticos). Isso é importante para promover o uso da categoria fora da sazo-
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nalidade e fidelizar os shoppers regulares. Farmácias de pequeno porte devem priorizar o portfólio de líderes, em vez de trabalhar com muitas marcas e poucas opções de FPS. Essa estratégia gera a sensação de loja completa. Lojas maiores, ou com foco em higiene e beleza, podem ampliar a categoria, trabalhando com todos os fatores de proteção solar. “Além do sortimento ideal, a garantia de produto em gôndola é fundamental, pois, quando há ruptura na loja, aproximadamente 14% dos shoppers substituem o ponto de venda”, alerta ela. “Durante o verão temos uma grande oportunidade de exposições extras e ambientação diferenciada nas lojas”, defende, Tatiana Ponce, da BDF Nivea Brasil. Ela comenta que, apesar de o País ocupar a primeira posição do mercado de proteção solar (considerando apenas protetores solares) no mundo, quando analisados protetores solares, pós-sol e autobronzeadores, o Brasil ocupa a segunda posição. De acordo com a executiva, as tendências do mercado para a categoria são produtos com FPS cada vez mais altos e embalagens econômicas. “Na categoria de protetor solar, observamos grande procura do consumidor por embalagens e modelos de aplicadores diferenciados, por exemplo, em spray”, ressalta. Em relação às linhas com crescimento expressivo, destacam-se as faciais e os produtos direcionados para as crianças. Os bronzeadores, por sua vez, estão caindo devido à conscientização do consumidor em relação aos malefícios da exposição ao sol sem proteção eficiente, como câncer de pele e envelhecimento precoce. O mercado de pós-sol cresceu aceleradamente neste último ano, e as expectativas é que ele continue crescendo com novos formatos de aplicação e texturas. A gerente explica que Coppertone tem investido de forma significativa em pesquisas para acompanhar as mudanças de hábitos de consumo e oferecer sempre os melhores produtos. Também é preciso oferecer promoções, do tipo leve 200 ml, pague 180 ml, que sempre chamam a atenção do consumidor no ponto de venda.
especial verão depilatórios
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sem pelos As mulheres desejam expor os corpos ao sol, mas não desejam ostentar pelos inestéticos, por isso o segmento de depilatórios cresce com a estação 108
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O mercado de produtos depilatórios é um dos que mais cresce no Brasil. O País está entre os três que lideram o ranking mundial. No verão, a venda desta categoria cresce cerca de 30%. De acordo com a gerente de marketing e produtos da DepiRoll, Cristina Pontes, os produtos depilatórios são usados durante todo o ano, porém, no verão, com o calor e a exposição natural do corpo, a vaidade feminina estimula um consumo maior, fotos: shutterstock
colaborando para que as mulheres estejam mais atraentes e com visual adequado ao clima. A gerente pleno de produtos da Veet, Renata Sato, explica que o mercado de cuidados pessoais cresce regularmente no País e é um dos mais impactados de maneira positiva pela recente formação da nova classe média brasileira, com potencial para movimentar um R$ 1 trilhão ao ano. “Veet acompanha essa evolução e oferece continuamente novos produtos que vão ao encontro dos desejos e das necessidades desse novo consumidor com diferentes soluções para a depilação doméstica”, ressalta a executiva. Segundo dados da empresa, depilatórios é uma categoria que vem crescendo 8% em 2011 se comparado a
momentos do dia a dia”, revela a especialista. Ela comenta que o consumidor de depilatórios está preocupado com a estética, mas sem abrir mão da proteção e do cuidado com o corpo. Tais razões de compra fazem com que a farmácia seja o principal canal de distribuição utilizado pelos fabricantes.
PDV A gerente da DepiRoll comenta que, no canal farma, a categoria de produtos depilatórios deve estar no corredor de higiene e beleza. As marcas DepiRoll devem ser posicionadas a 1,60 metro de altura, ao lado ou acima das lâminas de barbear o que garante aumento médio de 25% nas vendas. Para garantir sua participação no mercado, a empresa investe em pesquisa, mídia em TV, mídia em revistas de circulação nacional, material de PDV e treinamentos. “Investimos também em inovações, como o lançamento da Linha SPA Care, com ingredientes antes usados em SPAs. A expectativa é de crescimento de dois dígitos para 2013”. Para a consumidora final, há os cremes depilatórios corporais e para o buço, as loções depilatórias corporais, folhas prontas corporais e faciais, além de lenços prontos corporais e faciais. Já para os homens há a linha DepiRoll For Men. A compra pode ser mensal ou quinzenal, dependendo do tipo de produto. Itens à base de cera costumam ter uma periodicidade de compra mensal, enquanto cremes e loções depilatórias costumam ser consumidos semanalmente. “A categoria de depilatórios apresenta alta lucratividade e seu papel nas farmácias é ser geradora de lucro, por ser uma categoria de baixa sensibilidade-preço. Dessa forma, o principal fator para a alavancagem das vendas é a visibilidade destinada à categoria na loja”, defende Renata, da Veet. Ela indica que o local de exposição deve ser iluminado e com espaço de circulação adequado. Os produtos devem estar em prateleiras na altura da linha dos olhos para facilitar a visualização e também próximos a outros itens de higiene e beleza
o perfil desse público-alvo corresponde a mulheres das classes a e b entre 18 e 45 anos. as características mais valorizadas são a praticidade e a eficiência com a remoção completa dos pelos e a sensação de cuidados com a pele 2010, enquanto a categoria de lâminas femininas cresce 7% no mesmo período em valor. “O mercado está evoluindo e buscando por produtos ainda mais eficientes na remoção dos pelos e também menos agressivos para a pele, como a nova fórmula de Veet Cera Quente, à base de açúcar”, fala Renata. Ela acredita que os homens também começam a consumir esse tipo de produto, por isso os artigos desenvolvidos para a pele e o pelo masculino devem ganhar espaço no mercado de depilação. No Brasil o mercado de remoção de pelos femininos é dividido em duas categorias: Depilatórios (56%) e Lâminas (44%) e o País ainda tem grande potencial de crescimento baseado na preocupação da consumidora brasileira com categorias de higiene pessoal e beleza. O perfil desse público-alvo corresponde a mulheres das classes A e B entre 18 e 45 anos. As características mais valorizadas são a praticidade e a eficiência, com a remoção completa dos pelos e a sensação de cuidado com a pele. “A consumidora de produtos depilatórios não é fiel a um determinado tipo de produto. Ela escolhe a fórmula que melhor se adapta às diferentes regiões do corpo e aos diferentes
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especial verão depilatórios
produto consolidado As lâminas são as que têm maior incidência como método de depilação mais frequente. Cerca de 72% das mulheres fazem uso dela, principalmente pela conveniência e rapidez. Farmácias e perfumarias representam 15% das vendas da categoria, autosserviços 39% e o canal tradicional 46%. No ponto de venda, os atendentes podem orientar as consumidoras para que nas pernas, a lâmina seja passada no mesmo sentido do nascimento do pêlo. Em seguida, deve-se terminar a depilação no sentido contrário. A pele não deve ser exposta ao sol, até uma hora após a depilação. Nas axilas, é recomendado o uso de um espelho. A lâmina deve seguir a direção vertical e diz que os antiperspirantes ou desodorantes logo em seguida deve ser evitado. Nas virilhas, a mulher pode aplicar uma camada espessa de creme, espuma ou gel para depilação. Os movimentos são precisos e curtos. Quanto mais usado o aparelho estiver, maior a probabilidade de irritação. Por isso, a troca frequente é importante. Fonte: BIC Brasil
feminina, como sabonetes, hidratantes e absorventes. A farmácia também pode expor a categoria como dermocosmético, podendo trabalhar o cross merchandising próximo às lâminas de barbear e pontos extras como o checkout. “É preciso recomendar que as instruções das embalagens sejam seguidas à risca, respeitando o intervalo de aplicação. É preciso também ressaltar a importância do teste de alergia, especialmente no primeiro contato com o produto”, alerta a gerente. Veet conta com três segmentos diferentes de produtos: os cremes depilatórios oferecem a praticidade e a rapidez das lâminas associados à maior segurança, já que não há o risco de corte. Os cremes depilatórios também são mais hidratantes, tornando o processo de depilação menos agressivo. Existe aí um nicho que se chama creme para banho, cujo benefício é proporcionar à consumidora a praticidade ao se depilar. No segmento de químicos, há a loção, que é retirada da pele com espátula. O outro segmento de Veet é a cera quente, que vende a experiência de salão em casa para a consumidora e retira os pelos pela raiz, com maior durabilidade. O terceiro segmento é o de cera fria que, assim como o de cera quente e roll-on, oferece eficácia para a consumidora por quatro semanas, arrancando o pelo pela raiz e mantendo o resultado da depilação por mais tempo. 11 0
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especial verão
repelentes
Xô,
mosquito! O segmento de repelentes sofre uma forte sazonalidade no verão. As altas temperaturas provocam maior exposição da pele ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, aos insetos
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O mercado costuma oferecer produtos diversos como solução para combater os insetos, velas com ação repelente, aparelhos elétricos com repelentes, inseticidas, pulseiras e os próprios cremes e loções repelentes para aplicação direta na pele. De acordo com o diretor-geral do Laboratório Osler (multinacional francesa), Paulo Castejón Guerra Vieira, há estimativas de que esse mercado gire em torno de US$ 60 milhões. “A evolução desse segmento tem se dado de maneira muito peculiar. Houve um aumento da participação dos produtos de alta eficácia na medida em que a preocupação com as doenças transmitidas por insetos
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passou a fazer parte do dia a dia dos consultórios médicos”, diz ele. Complementando, Vieira ressalta que, embora o controle da larva do mosquito transmissor da dengue seja fundamental, numa situação de epidemia o mosquito já não é mais larva e a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o uso da proteção individual com repelentes mais concentrados e sem perfume. Em farmácias localizadas em regiões de alto poder aquisitivo, os repelentes mais concentrados e, portanto, mais caros, têm maior participação de mercado que as marcas mais populares com concentrações abaixo das recomendadas pela literafotos: shutterstock
especial verão
repelentes
tura médica. A Osler concorre no mercado, no nicho de repelentes de alta eficácia, com a marca Exposis. Outros players são Off! e Repelex, Loção Anti-Mosquito da Johnson & Johnson Repelente, da Turma da Mônica e Forinset. “Em cidades como Rio de Janeiro, onde a população tem uma demanda maior, as apresentações em gel têm um aumento significativo, sendo as preferidas no
Turismo ecológico Segundo o diretor do Laboratório Tayuyna (fabricante de Forinset), Sergio de Vivo, o mercado pode ser dividido em dois grupos principais de consumidores: os ligados ao turismo ecológico, que compram o produto pensando no lazer e turismo em regiões propícias para atividades ao ar livre; e os consumidores que compram o produto pensando em se proteger do risco da dengue. “Acreditamos que o mercado ligado ao turismo ecológico tem uma tendência forte de aumento. Já o destinado à prevenção da dengue tem tendência de queda devido às atuais políticas de combate e erradicação da doença, que minimizam os surtos a cada ano. É preciso ressaltar, porém, que o risco ainda continua sendo alto”, fala. Em termos de perfil de comprador, o diretor explica que seus clientes habituais, quando pensam em segurança, normalmente são mulheres e mães, que compram o produto com o objetivo de proteger o filho contra picadas de insetos, principalmente durante o período noturno. Os principais canais de compra são o alimentar e o farmacêutico. O Laboratório Tayuyna é fabricante da linha de repelentes Forinset, com duas apresentações: uma embalagem com válvula spray de 100 ml destinada às crianças, e uma versão para adultos em bisnaga com 90 ml. Para que esses produtos tenham melhor performance no ponto de venda, Vivo comenta que se deve focar duas principais áreas de exposição: junto aos produtos infantis (principalmente os repelentes que podem ser usados bebês a partir dos seis meses) e também próximo aos protetores solares (por se tratar de produtos com forte sazonalidade no verão). “Algumas farmácias costumam comercializar inseticidas. Esse pode ser um terceiro ponto de exposição. É importante ter um frasco provador para que o consumidor possa verificar os aspectos sensoriais do produto, como sua espalhabilidade, fragrância e absorção na pele”, aconselha ele. O diretor afirma também que é importante os atendentes das farmácias conhecerem essas principais diferenças entre as formulações e entenderem qual é o período de proteção de cada produto, que está diretamente ligado à concentração do ingrediente.
o atendimento personalizado é fundamental nessa categoria, pois há diferenças entre as marcas populares e as de alta eficácia caso dos repelentes de alta eficácia. Em outras cidades, as apresentações preferidas são as em spray”, destaca o diretor da Osler. Embora a variação sazonal de compra dessa categoria seja evidente, existem vários tipos de uso de repelentes de insetos que fazem com que a oscilação de venda seja diminuída. Na região Norte do País, onde a malária é endêmica, o fluxo é sempre contínuo. E para compensar a queda de vendas na região Sudeste no verão, a maior incidência de ataques de carrapatos e da doença que estes transmitem (febre maculosa) acontece no inverno, entre os meses de junho e novembro. A marca Exposis é vendida exclusivamente em farmácias. O canal farma traz mais credibilidade aos produtos que protegem contra doenças e são mais adequadas à prescrição médica, segundo Vieira. “Os produtos de alta eficácia devem ser expostos próximos aos outros itens comprados no verão, como os protetores solares, nos cantos da gôndola, à altura dos olhos do consumidor e, mesmo sendo um artigo de preço alto, também deve estar disponível no checkout. Nossas equipes de PDV constataram que no verão, o item de maior preço encontrado no checkout das grandes redes de farmácias era o repelente de alta eficácia”, revela. O atendimento personalizado é fundamental nessa categoria, pois há diferenças entre as marcas populares e as de alta eficácia. A concentração dos princípios ativos pode variar entre 7% e 50% o que interfere bastante na ação dos produtos. 11 4
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especial verão energéticos
Com mais pique
para viver Homens e mulheres ativos e urbanos desejam consumir produtos que melhoram o desempenho e bem-estar em diferentes situações ao longo do dia
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A coordenadora de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Smart Life, Ana Carolina Valente, comenta que, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), a categoria de bebidas energéticas cresceu 25% de 2010 para 2011. A projeção do instituto de pesquisa Euromonitor também é animadora e aponta para um crescimento de 70% da categoria até 2015 no mercado brasileiro. No mercado nacional esses produtos energéticos podem ser obtidos em forma de líquidos, em cápsulas, gel, pó e efervescente. “As apresentações em cápsulas e em menores volumes não gaseificadas estão crescendo a cada dia. O consumidor gosta de praticidade e procura por produtos com esse formato”, revela. foto: shutterstock
o posicionamento para essa categoria, segundo os players do setor, é bem definido. são jovens que apreciam esportes e vida noturna, além de trabalhadores e estudantes. o público não é classificado por critérios demográficos ou sociais, mas por estilo de vida. são pessoas ativas, dinâmicas e despojadas. é o jovem que estuda, trabalha, viaja, malha e precisa de energia para conseguir realizar todas as atividades Crescimento no período de festas
O posicionamento para essa categoria, segundo os players do setor, é bem definido. São jovens que apreciam esportes e vida noturna, além de trabalhadores e estudantes. O público não é classificado por critérios demográficos ou sociais, mas por estilo de vida. São pessoas ativas, dinâmicas e despojadas. É o jovem que estuda, trabalha, viaja, malha e precisa de energia para conseguir realizar todas as atividades. A Smart Life participa do mercado com seu carro-chefe, as Smartcaps Energy. Hoje, são fabricadas mensalmente um milhão de cápsulas de Smartcaps Energy. A empresa conta ainda com quatro produtos na linha Energy, sendo um deles voltado a Series Professional (EPRO1) e outro voltado a Clean e Repair (Detox), ou seja, desintoxicação causada por mal-estar ou má digestão.
O diretor de Marketing e Novos Negócios da Bionatus Laboratório Botânico, Fernando Rossini, comenta que o mercado de energéticos tem crescido em torno de 5% ao ano. A empresa disponibiliza o Guaraná, Guaraná com Açaí, Ginseng e Vigorax e deverá lançar, em 2013, mais um energético líquido. “Temos verificado que as apresentações líquidas têm mais potencial de crescimento e as cápsulas um pouco menos. O aumento maior do consumo dessa categoria se dá, especialmente, nas festas de fim de ano e no carnaval”, fala Rossini. Os consumidores dos itens da Bionatus são, principalmente, do sexo masculino, nas faixas entre 18 e 60 anos, com maior predominância na meia-idade. Os produtos têm como principal canal de distribuição as farmácias, com 98% das vendas. Para privilegiar a categoria, produtos líquidos devem ser expostos no canal farma nos checkouts e as cápsulas nas gôndolas, na parte de saúde e área dos artigos naturais. O atendente precisa conhecer bem os produtos. “Os melhores argumentos de venda para os energéticos são a redução do cansaço, maior agilidade mental e disposição física”, evidencia Rossini. 2012 dezembro guia da farmácia
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Perigo
silencioso
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A hipertensão é assintomática. Pessoas acometidas pela doença têm duas vezes mais chance de sofrer um infarto e três vezes mais chance de ter um derrame cerebral. Acompanhamento farmacêutico atua no controle P o r e g l e leo na r di 11 8
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Dados mundiais afirmam que sete milhões de pessoas morrem a cada ano e um milhão e meio adoece por causa da hipertensão arterial (ou pressão alta como é popularmente conhecida). Considerada um dos maiores fatores de risco à saúde, a hipertensão causa Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame cerebral, doenças do coração, diabetes e doenças renais. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, determinadas pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), pesquisas populacionais, realizadas nos últimos 20 anos, descobriram uma prevalência do problema acima de 30% no País, o que pode representar quase 58 milhões de indivíduos. Esse número deve chegar a mais de 50% na terceira idade fotos: shutterstock
Especial saúde
hipertensão
incidência e riscos
no mundo 7 milhões morrem
e está presente em 5% das crianças e adolescentes. Ela é responsável por 40% dos infartos, 80% dos AVCs e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Em cerca de um milhão de mortes no Brasil, 300 mil são em decorrência de doenças cardiovasculares. Desse número, a grande maioria tem a hipertensão como mecanismo desencadeante. Uma pessoa hipertensa está sujeita ao dobro da chance de ter um infarto do coração e ao triplo de ser acometida por um derrame cerebral.
Mecanismo do problema
1 milhão e meio adoece
por ano no brasil nos últimos 20 anos 30% a prevalência aumentou 30% isso equivale a 58 milhões de pessoas na 3ª idade isso aumenta 50%
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5% das crianças e adolescentes são atingidos
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ela é responsável por
40% de infartos Infográfico: Mariana Sobral 120
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25% de insuficiência renal terminal
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Infelizmente não há um vilão único causador da doença. Ela é multifatorial, já que há o caráter genético, a alimentação inadequada inclusive com excesso de sal, o sedentarismo, o sobrepeso, entre outros. A doença ocorre quando há uma pressão muito forte do sangue contra as paredes das artérias. Assim, uma pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial estiver maior ou igual a 140/90 mmHg (em milímetros de mercúrio) ou 14 por 9 (em centímetros de mercúrio). Para essa consideração, os dados devem ser medidos várias vezes, de forma correta, com aparelhos calibrados e por profissional capacitado. Em 90% dos casos ela é herança dos pais, mas pode ocorrer pelo envelhecimento, pela obesidade e pela raça, já que os negros são mais propensos à doença. Porém há outros fatores que influenciam os níveis de pressão arterial, como fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física. “A nossa maior batalha é a da conscientização da população. As pessoas precisam medir mais a pressão. Para se ter uma ideia, os eventos mais graves de infarto e AVC acontecem naqueles que não se cuidam”, ressalta a nefrologista, membro do Conselho Científico da SBH, Frida Plavnik. Ela aconselha que a medição da pressão seja feita, em indivíduos saudáveis, no mínimo uma vez ao ano. Caso haja alguma alteração, essa frequência deverá ser aumentada e o médico deverá ser consultado. “Não é muito comum a automedicação, mas ela ocorre. O medicamento da vizinha não serve para todos. Ao se automedicar, o paciente se expõe a alterações desnecessárias e acaba piorando o quadro”, alerta a médica.
Controle que vale a vida A questão da falta de controle da pressão arterial, em muitos casos, vai além da vontade do próprio paciente. “Todos os médicos, da rede pública ou privada, de-
Especial saúde
hipertensão
auxílio dos alimentos A alimentação contém substâncias que são importantes aliadas na prevenção e no tratamento de doenças. Conheça as propriedades de alguns alimentos relacionados ao controle da hipertensão. Alimentos Ativo Acelga
Kaempferol
Alho
Kaempferol, ácido ferrúlico, aliína, alicina, alixina
Cebola Maçã
Kaempferol, aliína, alicina, alixina, flavonoides D-catequina, hiperosídeo, isoquercitrina, avicularina, ácido benzoico, flavonoides, rutina
Morango
D-catequina, ácido elágico
Salsão
Xantotoxina, isoquercitrina
Soja
Isoquercitrina, kaempferol, quercitina, ácido gentísico, lupeol, daidzina
Uva
D-catequina, compostos fenólicos
Fonte: SBH
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Para que serve Anticoagulante, antialérgico, anti-inflamatório, combate viroses, diurético Analgésico, anticoagulante, ajuda a prevenir o câncer, protege o fígado, antialérgico, anti-inflamatório, combate viroses, diurético, antioxidante, antibiótico, estimula o sistema imunológico, previne o diabetes, reduz o colesterol, dissolve gorduras, combate fungos Previne doenças cardiovasculares, antioxidante, antialérgico, anti-iflamatório, antibiótico, dissolve gorduras Previne doenças cardiovasculares, antibiótico, antiinflamatório, fortalece artérias e veias, diurético, anestésico, expectorante Anti-inflamatório, antioxidante, ajuda a evitar o câncer, estimula o funcionamento do coração Diurético, antialérgico, dissolve gordura Diminui a retenção de líquido no corpo, tratamento da malária, combate o cálculo renal, ajuda a evitar o câncer, vasodilatador, antibiótico, tratamento de reumatismo, ação similar à do hormônio estrógeno, combate fungos anticoagulante, reduz o colesterol, estimula o coração
hipertensão
os índices da hipertensão arterial
Valores para adultos < 85 < 130 Normal Normal 85 - 89 130 - 139 Limítrofe Hipertensão 90 - 99 140 - 159 Leve Hipertensão 100 - 109 160 - 179 Moderada Hipertensão ≥ 110 ≥ 180 Grave Hipertensão Sistólica < 90 ≥ 140 Isolada Fonte: SBH
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Vilões da doença A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha que sejam consumidos apenas cinco gramas por dia de sal, mas os brasileiros estão utilizando, em média,12 gramas diárias de sal, cujo excesso pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Para tentar reduzir esse consumo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde (MS) lançaram a Campanha de Redução do Consumo de Sal com o objetivo de conscientizar a população sobre os benefícios de diminuir o uso da substância, além de orientar sobre escolhas mais saudáveis. O consumo em excesso de sal contribui para o aumento do risco de desenvolvimento da hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais. A meta estipulada pelo plano – elaborado pelo Ministério em parceria com outras associações da sociedade civil – é reduzir em 2% ao ano o número de mortes de brasileiros por essas doenças com menos de 70 anos. Grande parte do consumo de sal na mesa dos brasileiros vem de alimentos industrializados. Pesquisa da Anvisa, realizada em outubro de 2012, aponta os campeões em alto teor de sódio, que são: queijo parmesão ralado, macarrão instantâneo, embutidos (mortadela) e biscoito de polvilho. O queijo ricota, muito consumido em dietas, também apresentou altas variaçaões de sódio entre as marcas avaliadas. Ao todo, foram analisados 496 alimentos de 26 categorias. Os alimentos industrializados representam 20% da dieta alimentar. Em termos de custos ao Sistema Único de Saúde (SUS), no período de 2001 a 2010 houve aumento de 63% dos gastos em internações associadas à hipertensão. As internações por acidentes vasculares cerebrais, infarto do miocárdio e outras doenças isquêmicas oneraram em 2010 quase US$ 20 milhões o sistema de saúde brasileiro, de acordo com a Anvisa.
E CO N TEÚDO
veriam medir a pressão de seus pacientes, independentemente de sua especialidade”, apregoa o diretor da Unidade Clínica de Hipertensão do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (Incor), Luiz Bortolotto. O médico explica que isso pode ser feito pelo corpo de enfermagem, antes mesmo de o paciente entrar no consultório médico. Em termos de medicamentos, pouca coisa tem mudado, exceto algumas tentativas de usar combinações fixas no mesmo comprimido de duas ou três classes de medicamentos. Isso baixa o custo e facilita a adesão do consumidor ao tratamento, segundo Bortolotto. O médico comenta que há uma nova técnica no Brasil, que já vem sendo usada com sucesso na Europa e Austrália. É a chamada denervação renal e é recomendada a pacientes com hipertensão resistente. O procedimento é pouco invasivo e interrompe os nervos aferentes e eferentes (nervos aferentes conduzem sinais sensoriais da pele ou dos órgãos dos sentidos, por exemplo, para o sistema nervoso central, enquanto nervos eferentes conduzem sinais estimulatórios do sistema nervoso central para órgãos efetores, como músculos e glândulas). Usa energia de radiofrequência emitida por um cateter inserido pela virilha. O procedimento ainda está em fase de análise no País. O farmacêutico é o grande parceiro do médico. Ele é fundamental no processo de tratamento e controle da hipertensão, pois pode medir a pressão e consequentemen-
te constatar alguma alteração. “O profissional deve orientar o paciente sobre como e quando o medicamento precisa ser usado. Em muitos eventos, é recomendado ligar para o médico, caso algum problema seja identificado”.
AL
Especial saúde
XT T RA NO POR
Acompanhe no Portal a pesquisa completa feita pela Anvisa sobre o consumo de sal pela população brasileira e os riscos implícitos. www.guiadafarmacia.com.br
hipertensão
Guia
prático É muito comum surgirem dúvidas em relação à hipertensão, como diagnosticá-la e como tratá-la. Para dirimir essas e outras questões, acompanhe o roteiro a seguir e auxilie os pacientes de sua farmácia Por egle leo n ard i
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fotos: shutterstock
O que é a hipertensão (pressão alta) O sangue é bombeado pelo coração através das artérias para chegar aos órgãos e tecidos. Ele exerce uma força contra a parede dessas artérias. Se elas apresentam resistência para a passagem do sangue, acontece a hipertensão arterial. É um distúrbio assintomático no qual a elevação anormal da pressão nas artérias aumenta o risco de distúrbios, como o acidente vascular cerebral, ruptura de um aneurisma, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e lesão renal. Pode fazer com que o coração trabalhe mais vigorosamente, pois é forçado a ejetar o sangue através de um orifício mais estreito.
Como a pressão é medida O coração trabalha em dois tempos. O primeiro é a contração para expulsar o sangue. A força é máxima e esse processo é chamado de sístole. O segundo é o relaxamento do coração entre as contrações cardíacas. A força é mínima e esse processo é chamado de diástole. Com essas medidas, são determinadas duas pressões: Máxima (sistólica): quando o coração se contrai. Mínima (diastólica): quando ele se dilata. A pressão arterial é transcrita com o valor da pressão sistólica seguido por uma barra e o valor da pressão diastólica. Por exemplo: 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio). Lê-se: 120 por 80. Pode-se também usar em centímetros de mercúrio, lendo-se: 12 por 8.
Quando uma pessoa é considerada hipertensa A pressão arterial ideal para a minimização do risco de problemas cardiovasculares é abaixo de 120/80 mmHg. Para a maioria da população, a pressão arterial deve estar abaixo de 140 e 90 mmHg, exceto para os diabéticos (< 130/85 mmHg) e renais crônicos (indo até < 120/75 mmHg). Acima desses valores é considerado hipertensão.
Quais são as causas da doença É uma doença multifatorial. Na maioria das vezes não é possível conhecer com precisão sua causa, já que muitos elementos podem ser responsáveis, como: hereditariedade, idade, raça, peso, falta de exercício físico, má alimentação, sal em excesso, álcool, tabagismo e estresse.
Quais são os sintomas Esse é um grande problema: na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial não oferece sintomas. Por conta disso, as pessoas acabam não percebendo que têm o problema e não procuram ajuda médica. Quando um paciente apresenta hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, surgem dores de cabeça, vômito, dispneia ou falta de ar, agitação e visão borrada em decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.
Quais são os riscos Se não tratada, a pressão alta pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração), angina (dor no peito), insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão que podem levar à cegueira.
Como é feito o diagnóstico Por ser uma doença assintomática, o diagnóstico só é feito, em geral, por meio da medição da pressão com equipamento próprio para isso. Há também equipamentos caseiros que poderão servir para controle, mas, muitas vezes, não oferecem precisão. A pressão arterial deve ser aferida com o paciente sentado, respeitando um período de repouso de cinco minutos. Medidas com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg são consideradas altas, mas não é possível basear o diagnóstico apenas em uma leitura. Muitas vezes são necessárias várias leituras para estabelecer o diagnóstico. 2012 dezembro guia da farmácia
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Se a leitura inicial apresentar um valor alto, deve-se então, medi-la novamente, em seguida, mais duas vezes e, em pelo menos mais dois outros dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial. As leituras não apenas revelam a presença da hipertensão, mas também auxiliam na classificação de sua gravidade. Há também a hipertensão do “jaleco branco”, provocada pelo estresse decorrente da consulta a um médico. Esse problema pode ocasionar o diagnóstico de hipertensão em alguém que, fora do estabelecimento de saúde, apresentaria uma pressão arterial normal. Já a hipertensão mascarada é a situação na qual a média da pressão arterial determinada por meio de monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) ou monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) está elevada e a medida de pressão arterial em consulta médica está normal.
Em qual periodicidade deve-se medir a pressão Quem nunca apresentou histórico de hipertensão pode efetuar a aferição da pressão a cada ano. Quem é hipertenso e controla a doença com medicação pode fazer a medição uma vez na semana. O controle com equipamento caseiro pode ajudar, mas a aferição na farmácia ou nos postos de saúde costuma ser mais precisa.
É possível controlar a hipertensão Cuidar da hipertensão é fundamental para impedir complicações. Se não houver necessidade de medicamentos, a maioria dos pacientes pode reduzir a pressão por meio de tratamento não farmacológico, utilizando medidas gerais de reeducação para modificações no estilo de vida, como exposto a seguir: • Medir a pressão arterial regularmente. • Ter uma alimentação saudável, evitando açúcares e doces, frutas, derivados de leite na forma integral com gorduras, carnes vermelhas com gorduras aparentes e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados como embutidos, conservas, enlatados, defumados e charque. Melhor consumir alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes e produtos lácteos desnatados. • Praticar atividade física pelo menos cinco dias por semana. Fazer caminhadas, subir escadas em vez de usar o 128
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elevador, andar de bicicleta, nadar e dançar. • Manter um peso saudável. Também é importante avaliar a medida da circunferência abdominal (cintura), que no homem não deve ultrapassar 102 centímetros e na mulher 88 centímetros. • Diminuir a quantidade de sal na comida. Usar no máximo uma colher de chá para toda a alimentação diária. Não utilizar saleiro à mesa nem acrescentar sal no alimento depois de pronto. • Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas. • Não fumar. Depois da hipertensão, o fumo é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. • Controlar o estresse (nervosismo). Deve-se administrar problemas de maneira mais tranquila. A arte de viver bem é enfrentar os problemas do dia a dia com sabedoria e tranquilidade. • Seguir as orientações do médico, pois elas contribuirão para o controle da pressão arterial e para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares.
Como é feito o tratamento com medicamentos O objetivo do tratamento medicamentoso é reduzir a resistência vascular periférica, promovendo vasodilatação. É muito importante tomar as medicações conforme a orientação médica e, se houver dúvidas sobre o medicamento, vale conversar com o médico ou o farmacêutico a esse respeito, porém nunca se deve abandonar o tratamento. Os diferentes agentes anti-hipertensivos atuam por mecanismos diversos. Entre os agentes de primeira linha, é recomendado a utilização de: Diurético tiazídico: inicialmente promove diminuição da quantidade de sal e água do organismo e posteriormente promove dilatação das artérias, diminuindo dessa forma a resistência vascular e a pressão arterial. Antagonista do cálcio: produz dilatação dos vasos sanguíneos por meio de um mecanismo diferente, especial-
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hipertensão
mente indicado para os indivíduos de raça negra e idosos. Betabloqueador: bloqueia os efeitos do sistema nervoso simpático, sistema que pode responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial. Inibidores da ECA – enzima conversora da angiotensina: reduz a pressão arterial por meio da dilatação das artérias. Bloqueador do receptor da angiotensina II: reduz a pressão arterial por um mecanismo similar ao dos inibidores da enzima conversora da angiotensina, porém de forma mais direta e com menos efeitos colaterais. Além desses, outras classes usadas em associação são: Simpatolítico de ação central: atualmente tem o uso mais indicado em grávidas. Vasodilatador direto: dilata os vasos sanguíneos com outro mecanismo, normalmente utilizado em combinação com outros anti-hipertensivos. Diazóxido/nitroprussionato, nitroglicerina/labetalol (via intravenosa): utilizados em emergências hipertensivas, como a hipertensão arterial maligna, e quando é necessária a redução rápida da pressão arterial.
Quem está sujeito à doença De modo geral, todos estão sujeitos a ela, mas a pressão arterial costuma aumentar linearmente com a idade. Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais frequentemente apenas da elevação na pressão diastólica, enquanto, a partir dos 60 anos, o principal componente é a elevação da pressão sistólica. A prevalência global de hipertensão entre homens e mulheres insinua que sexo não é um fator de risco para hipertensão. No entanto estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sexta década. Hipertensão é mais prevalente em mulheres negras com excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas.
Por que os idosos estão mais propensos Com o passar dos anos, os depósitos de cálcio nos vasos sanguíneos vão enrijecendo e tornando-os mais estreitos, o que obrigatoriamente aumenta a pressão do sangue no seu interior. Mais ou menos 50% dos homens e mulheres acima dos 50 anos apresentam hipertensão. Aos 60 anos, essa porcentagem sobe para 60% e, daí em diante, não para de crescer. 130
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Órgãos alvos lesados pela Hipertensão Cérebro (derrame) Olhos (diminuição da visão por lesões na retina) Coração (doenças cardíacas) Rins (doenças renais) Artérias (doenças vasculares periféricas)
Fonte: SBH
Crianças também podem ter hipertensão Muitas evidências internacionais, incluindo estudos brasileiros, têm mostrado um aumento importante na hipertensão arterial entre crianças e adolescentes, tendo como causa principal o aumento de peso e a falta de atividade física. Assim, torna-se fundamental um trabalho de prevenção da obesidade, sobretudo entre os jovens, pelo incentivo de uma dieta mais saudável e prática de atividade física. É muito importante a avaliação precoce das crianças que tenham familiares com obesidade e hipertensão, e também das crianças que nasceram com baixo peso, pois já se sabe que essas crianças têm mais chance de apresentar hipertensão, diabetes e obesidade.
Ao medir a pressão na farmácia, qual deve ser a conduta do farmacêutico Se o farmacêutico, ao medir a pressão de um usuário, detectar que ele está com a pressão alta, deve orientá-lo sobre como proceder para controlar sua pressão em termos de alimentação correta, controle da obesidade, atividade física, ausência de fumo e de ingestão de bebidas alcoólicas. Além disso, o farmacêutico deverá encaminhá-lo ao atendimento médico para que, se necessário, receba a prescrição medicamentosa. É preciso também solicitar a esse paciente que retorne à farmácia com a receita médica para receber as devidas orientações em relação ao uso do medicamento prescrito. Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)
contracepção
Evolução
no compasso feminino Hoje são diversos os métodos contraceptivos hormonais capazes de atender mulheres de quaisquer perfis: desde as que se esquecem de tomar seus comprimidos até as que não querem mais menstruar P o r K at h len R a m os 132
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O mundo contemporâneo traz mulheres cada vez mais independentes, capazes de trabalhar e cuidar da família, que querem escolher quando devem engravidar; exigem ficar ilesas às cólicas menstruais; e até mesmo ter o poder de decidir se querem ou não menstruar. Esses desejos já podem se tornar realidade graças à evolução dos métodos anticoncepcionais que surgiram ao longo dos anos e se somam às tradicionais pílulas, como o dispositivo intrauterino (DIU), adesivo transdérmico, pílula injetável, implante subcutâneo e o anel vaginal. E, para garantir um bom atendimento às consumidoras, é fundamental que o farmacêutico conheça cada um desses métodos, já que, apesar de existirem há vários anos, ainda são o motivo de muitas dúvidas entre as usuárias. fotos: shutterstock/divulgação
Dúvidas frequentes sobre o uso de anticoncepcionais orais Muitas consumidoras chegam às farmácias com questionamentos sobre os procedimentos de uso da pílula anticoncepcional. Veja a seguir alguns esclarecimentos sobre os principais deles:
2) Interrompi o uso da cartela por um ou mais dias. O que fazer?
1) O risco de engravidar é grande com a interrupção de um único dia da cartela?
O primeiro passo é identificar a dose do etinilestradiol (EE2), hormônio estrogênio muito usado em pílulas anticoncepcionais orais compostos. Confira alguns tipos:
O risco de falha é muito pequeno, mas o problema maior é se o esquecimento ocorrer durante a primeira semana da cartela.
• anticoncepcional oral com 30 a 35 mcg de EE2: tomar a pílula esquecida, assim que possível, e o ideal é continuar a tomar as pílulas normalmente; • anticoncepcional oral com 20 ou 15 mcg de EE2: seguir a orientação acima; • anticoncepcional oral de regime estendido ou contínuo: o risco de falha é muito menor, e as orientações adotadas para esquecimento no regime cíclico só são necessárias com mais de sete pílulas consecutivas esquecidas. Se mais de três pílulas forem esquecidas, deve-se manter a cartela, associar proteção adicional (condom) e, caso não tenha ocorrido essa proteção adicional, o ideal é procurar uma anticoncepção de emergência.
3) Vou viajar e não quero menstruar no período. Posso emendar uma cartela na outra? Sim, há um excelente resultado na supressão menstrual. Caso queira voltar a menstruar, deve-se lembrar de fazer a pausa ao término da cartela.
4) Interrompi a cartela uma vez e no dia seguinte tomei duas pílulas. Há algum risco? Existem poucos, como irregularidade menstrual. Dependendo da semana em que isso ocorra e da dose do anticoncepcional oral, pode-se ter o risco de gravidez aumentado.
5) Quais são os hormônios que podem estar presentes nos anticoncepcionais femininos e como eles se diferem em sua ação? Toda pílula contém progestageno com estrogênio ou só progestageno. As diferenças estão nos tipos sintéticos das progesteronas e nas combinações de doses dos hormônios. Fontes: Respostas 1, 2, 3 e 4 do ginecologista do Hospital 9 de Julho, Dr. José Domingos Borges; 5 do ginecologista do Hospital e Maternidade Brasil, Pedro Awada 2012 dezembro guia da farmácia
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Especial saúde
contracepção
O método contraceptivo mais usado entre as mulheres hoje são as pílulas anticoncepcionais combinadas (estrogênio + progesterona), que estão há mais de cinco décadas no mercado, em constante evolução. De acordo com o ginecologista do Hospital 9 de Julho, Dr. A Dra. Denise Gomes, José Domingos Borges, os da Febrasgo, diz que as benefícios vão além da contraindicações de uso das pílulas são mínimas contracepção. “Os anticoncepcionais podem levar à melhora das manifestações androgênicas, como acne e hirsutismo (crescimento excessivo de pelos terminais), redução da síndrome de tensão pré-menstrual, além da diminuição do risco de cistos ovarianos funcionais e sintomas de endometriose”, diz. “Entre os múltiplos benefícios estão a proteção contra câncer de endométrio, ovário e colorretal, menor dor na menstruação e menor acne entre as usuárias”, reforça o professor titular de ginecologia do departamen134
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to de tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Dr. Luis Bahamondes. Mulheres portadoras de mioma ou ovários policísticos também podem ter benefícios com o uso das pílulas anticoncepcionais.“No caso dos miomas uterinos, O Dr. José Domingos os anticoncepcionais orais Borges, do Hospital de maneira contínua podem 9 de Julho, afirma que os determinar um bom controbenefícios da pílula vão além da contracepção le nos sangramentos. Pode haver crescimento mais lento dos tumores também, talvez pela ação das progesteronas sobre os miomas. Já para tratamento dos ovários policísticos, devido à ação inibitória do processo de estimulação ovulatória, esses medicamentos são excelente opção de controle dos sintomas incômodos dessa doença”, constata o Dr. Borges. Hoje existem, inclusive, anticoncepcionais de uso contínuo, no qual as mulheres deixam de menstruar. “O fato de não menstruar é uma opção e, em algumas situações, quando há a presença de menorragia e dismenorreias de difícil controle, podem ser uma boa alternativa recorrer a uma anticoncepção”, acrescenta o ginecologista do Hospital 9 de Julho. Mesmo com tantos benefícios atribuídos a esses medicamentos, ainda ouve-se falar que as pílulas podem causar infertilidade. Mas, na visão de grande parte dos especialistas da área, essas afirmações não passam de mitos. “O uso de pílula contraceptiva não traz nenhum prejuízo para a fertilidade. No fim do primeiro ano, após suspender qualquer método, 82% das mulheres estarão grávidas”, argumenta o Dr. Luis Bahamondes. De acordo com o diretor da Clínica GERA, ginecologista Joji Ueno, estudos mostram que, quando a mulher para de tomar as pílulas anticoncepcionais, elas voltam a ovular normalmente em até três meses. Muitas conseguem regularizar o seu ciclo de ovulação antes desse período. “Uma mulher pode começar a tentar engravidar logo após parar de tomar a pílula, pois não existem impedimentos. Em princípio, mulheres que utilizam anticoncepcionais orais podem engravidar assim que o uso das pílulas for interrompido”, afirma. “O que acontece é que algumas mulheres que apresentavam infertilidade não sabiam disso por fazer anticoncepção e, ao pararem de usar o anticoncepcio-
Opções disponíveis Conheça as diversas opções de métodos contraceptivos disponibilizados no mercado e saiba orientar a consumidora de sua farmácia sobre as principais diferenças e os benefícios entre eles: Pílula O método contraceptivo mais usado entre as mulheres hoje são as pílulas anticoncepcionais combinados (estrogênio + progesterona), que estão há mais de cinco décadas no mercado. Os benefícios vão além da contracepção, eles podem levar à melhora das manifestações androgênicas, como acne e hirsutismo (crescimento excessivo de pelos terminais), redução da síndrome da tensão pré-menstrual, além da diminuição de cistos ovarianos funcionais e sintomas de endometriose. DIU Constituído de estrutura de metal que tem ação espermicida intrauterina, o Dispositivo Intra-Uterino (DIU) é um pequeno aparelho inserido dentro do útero da mulher, através da vagina. Esse método é indicado quando se deseja ter um método contraceptivo de longa duração ou quando não se pode usar anticoncepcionais.
Pílula injetável Esse método tem efeito semelhante ao de uma pílula tradicional e tem aplicação mensal, que pode ser feita por um farmacêutico mediante receita médica.
Anel Vaginal Contraceptivo É um anel flexível, transparente e praticamente incolor que contém dois hormônios sexuais femininos (estrogênio e progestagênio), liberados lentamente dentro da vagina para impedir a gravidez. Deve ser inserido na vagina pela própria mulher uma vez ao mês e fica uma sem uso.
Adesivo transdérmico Colado na pele, libera os hormônios (estrogênio e progesterona) que impedem a contracepção gradativamente. A paciente usa o adesivo por três semanas e fica uma sem uso. Implantes subcutâneos No implante subcutâneo, bastonetes de quatro cm de comprimento, com etonogestrel (um tipo de progestagênio) em sua composição, são liberados gradualmente, impedindo a ovulação. Fontes: Rogério Bonassi Machado, presidente da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo, Dra. Denise Gomes, da Febrasgo e Pedro Awada, do Hospital e Maternidade Brasil
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Especial saúde
contracepção
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS MÉTODO
ANEL VAGINAL
ADESIVO TRANSDÉRMICO
PÍLULAS SÓ COM PROGESTAGÊNIO
EFICÁCIA
99,7%
99,7%
99,7% - DE MÉDIA DOSE (PÍLULA DE DESOGESTREL)*
FREQUÊNCIA DE USO
MENSAL
SEMANAL
DIÁRIA
SIM
SIM
SIM
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECEM-SE COM RAPIDEZ DEPOIS DE RETIRAR O ANEL
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECEM-SE COM RAPIDEZ DEPOIS DE RETIRAR O ADESIVO
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECEM-SE COM RAPIDEZ DEPOIS DE DEIXAR DE TOMAR A PÍLULA
DISPONÍVEL APENAS COM RECEITA? RETORNO DA FERTILIDADE
MÉTODO
pílulas combinadas
IMPLANTE SUBCUTÂNEO
SIU
INJETÁVEL MENSAL > 99%
EFICÁCIA
99,9%
99,95%
99,8% SIU (DIU HORMONAL)
FREQUÊNCIA DE USO
DIÁRIA
3 ANOS
5 ANOS (SIU)
MENSAL OU TRIMESTRAL
SIM
SIM
SIM
SIM
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECE-SE COM RAPIDEZ APÓS RETIRAR O DISPOSITIVO
ALGUNS DADOS SUGEREM QUE, COM O USO DO ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA (TRIMESTRAL), O RETORNO DA OVULAÇÃO É MAIS LENTO, EM TORNO DE 5,5 MESES, VENCIDO O PRAZO DE EFICÁCIA DO MÉTODO
DISPONÍVEL APENAS COM RECEITA?
RETORNO DA FERTILIDADE
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECEM-SE COM RAPIDEZ DEPOIS DE DEIXAR DE TOMAR A PÍLULA
O CICLO NATURAL E A FERTILIDADE RESTABELECEM-SE COM RAPIDEZ DEPOIS DE RETIRAR O IMPLANTE
TRIMESTRAL 99,8%
* No caso das minipílulas, a inibição da ovulação ocorre em torno de 57%, segundo alguns autores, diferentemente da pílula de desogestrel em que a inibição da ovulação acontece em 99% das vezes. Fontes: Dados fornecidos pelo presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, Dr. Rogério Bonassi Machado
nal oral, não conseguem engravidar e atribuem o fato ao uso prolongado da medicação”, justifica o ginecologista do Hospital 9 de Julho. As contraindicações de uso das pílulas anticoncepcionais são mínimas, conforme explica especialista em ginecologia e obstetrícia com título reconhecido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dra. Denise Gomes. “De modo geral, as contraindicações aos anticoncepcionais compostos ficam apenas para o risco de desenvolvimento de doenças tromboembólicas, para pacientes com his136
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tórico da doença; para pacientes acamadas por muito tempo, já que pode prejudicar a circulação; para mulheres acima de 35 anos fumantes; e para mães no período da amamentação. Mas nesses casos, pode ser feita a contracepção com pílulas apenas com progesterona”, resume a especialista, salientando que hoje, os riscos são muito pequenos. “O que acontecia antes é que a dosagem dos primeiros anticoncepcionais era muito alta e, dessa forma, trazia riscos. Hoje, eles trazem muito mais benefícios do que riscos, chegando a prevenir casos de câncer, por exemplo”, revela.
pele
Doenças comuns O calor e o aumento do suor típicos da estação favorecem o desenvolvimento de micro-organismos, como fungos e bactérias, que, por sua vez, infectam pele e unhas Por camila guesa
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fotos: shutterstock/divulgação
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A transpiração e a umidade do corpo aumentam no verão, com isso, doenças de pele são potencializadas nesta época do ano. O uso de roupas úmidas por períodos prolongados, como as de banho, e maior frequência em clubes, piscinas e praias propiciam o surgimento de infecções características, como micoses, herpes labial, irritações cutâneas, dermatites de contato, entre outras. “Isso acontece porque algumas peles são sensíveis ao conteúdo do suor. Com uma quantidade maior de água, podem ficar mais sensíveis a agressões externas”, pontua a dermatologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Gabriela Casabona. Veja a seguir os problemas mais frequentes que podem acometer a população e saiba orientar os clientes que porventura apresentem dúvidas específicas.
Acne solar “A acne solar está entre as doenças típicas da temporada e se caracteriza por uma erupção da pele que atinge principalmente o tronco e a raiz dos membros superiores e que surge poucos dias após intensa exposição dessas áreas ao sol”, informa o dermatologista Fernando Passos de Freitas. Formam-se lesões papulosas (bolinhas) e pustulosas (bolinhas de pus), sendo algumas delas doloridas e avermelhadas. Para prevenir a doença, a médica dermatologista Luciana Macedo de Oliveira recomenda o uso de filtro solar, sobretudo os específicos para peles oleosas ou peles com predisposição ao surgimento de acnes. “Recomendamos o uso de filtros oil-free, cuja aplicação deve ser feita antes e durante a exposição ao sol”, orienta a especialista.
Fitofotomelanose – “manchas de limão” A fitofotomelanose, por sua vez, é uma manifestação alérgica causada pela exposição ao sol da pele que teve contato com plantas ou frutas, principalmente frutas cítricas (limão e laranja, por exemplo). Outros produtos, como perfumes e refrigerantes, também podem causar a reação, sendo, nesse caso, uma fotomelanose. A doença se caracteriza pelo surgimento de
manchas escuras nas áreas afetaAlgumas peles das. O formato das manchas desão sensíveis ao suor. pende da exposição da pele às Por este motivo, os problemas são substâncias, sendo frequentes mais frequentes as lesões pontilhadas causadas no verão por respingos de limão espremido. Entre as áreas mais afetadas estão o dorso das mãos, colo e os lábios. “Pode levar a uma reação, sendo neste caso uma fotomelanose, que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras nas áreas afetadas”, explica a especialista dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Luanna Caíres Portela.
Herpes labial – “sapinho” Herpes labial é uma infecção viral com maior incidência no verão, pois o vírus é reativado com exposição solar. O contato com ele ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nessa época. O vírus fica latente em um nervo, até que, por algum motivo, vem a ser reativado. Os fatores para reativação são: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, ou qualquer situação que diminua a resistência orgânica. “Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do quadro. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento”, lembra o dermatologista Fernando Passos de Freitas. Inicia-se uma lesão nos lábios com coceira e ardência e então se formam bolhas que se rompem liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida (fase de maior transmissão da doença), que seca, concretizando-se em uma crosta que dará início à cicatrização. “São lesões bolhosas pequenas agrupadas com disestesia ou alteração da sensibilidade local associada ao quadro”, afirma a dermatologista Gabriela Casabona.
Miliária – “brotoeja” Também relacionada com aumento do calor e da produção do suor, a milária extravasa dentro da pele antes de atingir a superfície, provocando um processo inflamatório. Visualmente, é como uma erupção cutânea relacionada com as glândulas sudoríparas (que produzem o suor). Acomete crianças, mas também pode atingir os adultos. “A localização mais comum é o tronco e a região cervical. São comuns no verão porque a pele com suor causa maior obstrução dos po2012 dezembro guia da farmácia
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Especial saúde
pele
dicas de prevenção
Recomende aos clientes que: • Sequem sempre as dobras da pele. • Façam uso de proteção solar adequada. • Lavem bem as mãos após contato com frutas ácidas antes de se expor ao sol. • Usem roupas frescas no verão para que o suor não se acumule. • Evitem a exposição aos fatores precipitantes como calor e umidade. • Não usem toalhas de outras pessoas. • Evitem o calor nas áreas afetadas. Fontes: Hospital Samaritano de São Paulo e SBD
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ros, e o calor gera edema na pele, favorecendo o quadro”, esclarece Gabriela Casabona. “As lesões geralmente são acompanhadas por coceira. Formam-se ‘bolinhas avermelhadas’ ou vesículas (pequeninas bolhas) sobre pele, podendo, em alguns casos, formar lesões mais exuberantes”, pontua a dermatologista membro da SBD.
Pitiríase versicolor – “Tínea, pano branco ou micose de praia” No verão, o contato prolongado com a água é comum e o descuido com alguns detalhes essenciais para manutenção da saúde é frequente. “A falta de cuidados com relação à umidade, por exemplo, pode acarretar a proliferação de fungos (onicomicose) e ocasionar o descolamento das unhas”, diz Luanna Portela. Vulgarmente conhecida como pano branco ou mico-
Especial saúde
pele
Para que o paciente possa ser bem assistido, o farmacêutico deve conhecer as lesões. pode também, como profissional da saúde, orientar sobre produtos de higiene e modo de uso e dispensar o medicamento prestando todas as informações sobre o melhor horário de administração, riscos de interação medicamentosa e a duração do tratamento se de praia, a pitiríase versicolor é causada por um fungo que habita a pele de muitas pessoas, fixando-se principalmente em áreas mais oleosas como a face e a porção superior do tronco. O fungo invade a pele e produz as manchas típicas, pois impede os melanócitos (células responsáveis pela cor da pele) de desempenharem a sua função normal. Em alguns casos se desenvolve tão lentamente que pode levar meses até que seja notada. “A infecção é bastante comum, especialmente em adultos jovens, e pode se apresentar com máculas (manchas) que descamam e que podem ter coloração variada (avermelhada, branca ou escura, dependendo da pele), daí o nome”, explica. Os fungos causadores da pitiríase versicolor podem ser encontrados no chão, em animais e principalmente no próprio homem, e o contato com esses micro-organismos é frequente. Assim, a transmissão se dá de várias formas, mas especialmente em lugares quentes e úmidos, como banheiros e vestiários. Entre os principais sintomas causados pela doença estão o aparecimento de manchas vermelhas, descamação e coceiras na pele; fissuras e rachaduras entre os dedos dos pés; e manchas amareladas, deformadas e doloridas nas unhas. Portanto, caso seja notado qualquer um desses sinais, é importantíssimo indicar ao cliente que procure seu dermatologista para que seja descoberto o tipo de agente e tamanho da lesão. 142
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Quadro geral e tratamento Gabriela Casabona, do Hospital Samaritano, explica que, apesar de terem no verão um ponto comum, essas doenças são completamente diferentes umas das outras. “Herpes são bolhas e o quadro é autolimitado entre sete e quinze dias. Micoses são manchas que desA Dra. Luanna Caíres camam em áreas seborreicas. Portela, da SBD, Fitofoto é uma área de contadiz que no caso da fitofotomelanose, to que pode variar a forma e o surgimento de ficar escura ou até formar bomanchas escuras lha e depois descamar; e mié comum liárias são bolinhas avermelhadas que podem coçar ou não”, resume. Os tratamentos sempre vão variar de acordo com intensidade, duração da queixa, sintomas e micro-organismo causal. “Normalmente são administrados tratamentos somente tópicos com sabonetes, cremes, loções, xampus, pomadas ou géis e dependendo do grau de acometimento às vezes é necessária introdução de tratamentos sistêmicos”, relata Freitas. Para quadros virais são prescritos os antivirais; para os fúngicos, os antifúngicos; e para os de base bacteriana, os antibióticos. “No caso da pitiríase versicolor, o tratamento pode ser tópico (com cremes, spray, sabonetes) para os casos mais simples, ou oral (uso de um antifúngico) quando a região da pele acometida é mais extensa. Lembrar que após o tratamento pode persistir uma mancha branca (hipopigmentação residual) por alguns meses”, diz Luanna.
Auxílio profissional Para que o paciente possa ser bem assistido, o farmacêutico deve conhecer as lesões. Pode também, como profissional da saúde, orientar sobre produtos de higiene e modo de uso e dispensar o medicamento prestando todas as informações sobre o melhor horário de administração, riscos de interação medicamentosa e a duração do tratamento. “Essas orientações podem ser transmitidas mesmo que o paciente não solicite”, indica a dermatologista da SBD. Acompanhamento e educação do paciente; avaliação dos seus fatores de risco; informações que levem à prevenção de doenças; promoção da saúde e vigilância das doenças estão entre outros pontos que podem ser passados para complementar o tratamento e prevenção.
artigo
Como evitar que
queimaduras leves se tornem um problema grave Cada queimadura é única e cada tipo de lesão necessita de um tratamento específico, desde o mais simples ao mais complexo
Dra. Anelisa Baungartner Lamberti Dermatologista membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e American Academy of Dermatology (CRM 53414). 144
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As queimaduras são um risco eminente no cotidiano das pessoas e podem ocorrer por diversos meios, principalmente dentro de casa. O manuseio do fogão, o contato com a água quente, o uso de um ferro de passar ou a simples existência de um fio desencapado podem ocasionar lesões na pele que merecem atenção e tratamento especial. Embora o ideal seja sempre evitar queimaduras, uma vez que ocorram, é preciso cuidar para que tenham uma cicatrização adequada e não deixem marcas ou cicatrizes. As lesões podem ser classificadas conforme grau, tipo e extensão. A classificação pelo grau, mais usada e conhecida, é referente à profundidade da lesão. Já a denominação por tipo, é definida conforme a origem da queimadura, enquanto a extensão é definida por um percentual que representa a área do corpo que a queimadura atingiu. Identificar a profundidade da queimadura é importante na hora de procurar a ajuda correta. Em caso de queimaduras de 3º grau e grande extensão, é fundamental o socorro imediato e intervenção de um médico especializado. Queimaduras em alguns locais específicos do corpo, como rosto, mãos e articulações, devem sempre receber atenção e cuidados médicos. Cada queimadura é única e cada tipo de lesão necessita de um tratamento específico, desde o mais simples ao mais complexo.
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O primeiro e mais importante cuidado ao sofrer uma queimadura leve, de 1º ou 2º grau, é resfriar o local com água corrente e fria por aproximadamente 10 minutos. Além de evitar que a queimadura continue evoluindo, a água fria alivia a dor e o desconforto. Passar manteiga, pasta de dente, óleo de cozinha e gelo não é recomendável, pois esses elementos podem agravar a dor ou até mesmo causar complicações como infecção e inflamação do local. Além desse primeiro cuidado, é importante que o paciente retire a roupa que cobre a região afetada, tome um banho morno com sabonete suave e passe um hidratante neutro, sem perfume e álcool. Caso a roupa esteja colada à queimadura, é recomendado cortar com tesoura o tecido, com cuidado para que não lesione ainda mais a área. Já no início do processo de cicatrização das queimaduras pequenas, é indicado o uso de pomadas antibióticas, para evitar possíveis infecções na pele em recuperação. Para alívio da dor, é aconselhável o uso de analgésico ou anti-inflamatório. A orientação para o cuidado de queimaduras, principalmente de 2º grau, é não furar as bolhas que podem surgir. Sua perfuração facilita a entrada de bactérias. Já os curativos devem ser utilizados apenas em ambientes em que a pessoa fica exposta à poeira, poluição e riscos de contaminação. Em ambientes limpos e fechados, como em casa ou no escritório, o recomendado é deixar a área descoberta e seca, para facilitar a cicatrização do local. foto: DIVULGAÇãO
má digestão
Anormalidade
gástrica
Tratamento medicamentoso e mudanças de hábitos alimentares podem combater problemas do trato digestório
A
Por Ludmi ll a Pazian
A má digestão, clinicamente denominada dispepsia, pode ser definida como uma síndrome (conjunto de sintomas) que atinge a parte superior do sistema digestório. O paciente que apresenta o problema pode apresentar dor na parte superior do abdômen completa e saciedade precoce durante a alimentação – e sintomas como distensões abdominais (aumento no volume do abdômen, que pode ser causado por acúmulo de gases ou líquidos), eructações, náuseas e azia. As dispepsias podem ser classificadas como orgâni-
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cas ou funcionais. O primeiro tipo surge em função de um problema preexistente, como úlceras, infestação por vermes e outros parasitas intestinais ou neoplasias. Já a dispepsia funcional caracteriza-se pela ocorrência dos sintomas na ausência de qualquer evidência de doença orgânica ou anormalidade estrutural. “É uma desordem muito comum em todo o mundo, constituindo o mais importante dos distúrbios funcionais que afetam o estômago e o duodeno”, fotos: shutterstock
Alimentos que combatem a má digestão Existem alguns alimentos que são facilmente digeridos e, e alguns casos, as substâncias até favorecem o combate aos sintomas da má digestão. Confira alguns exemplos que, se inseridos na dieta do paciente, melhoram o processo digestivo. Mantenha seus consumidores informados: Mamão – rico em fibras e reconhecido por ajudar no funcionamento do organismo, possui a papaína, enzima que quebra as proteínas – o que facilita o processo de absorção do organismo.
Laranja – estimula a liberação de suco gástrico no estômago, o que facilita a digestão dos alimentos e diminui a sensação de peso após algumas refeições.
Couve – contém substâncias que auxiliam o processo de cicatrização da mucosa, desintoxicando o aparelho digestivo e acalmando os sintomas da indigestão.
Iogurte – é um aliado na reintegração da flora intestinal. Além disso, possui bactérias benéficas que agem no intestino, auxiliando na digestão e na absorção de nutrientes.
Água – sempre importante lembrar o consumidor de que é necessária a ingestão de dois litros da substância por dia para facilitar os processos digestivos.
Mel – apresenta função pré-biótica, favorecendo o crescimento da microbia intestinal – o que melhora, por sua vez, o funcionamento do intestino e a absorção de nutrientes.
estresse x má digestão O estresse é um mal comum nas grandes metrópoles, consequência do ritmo de vida acelerado e das pressões presentes na maioria das carreiras. Não existem comprovações científicas que provam que o estresse pode causar diretamente a má digestão. No entanto, alguns sintomas do quadro podem se manifestar no aparelho digestório – como o hábito de comer rapidamente, que pode aumentar as chances de aerofagia, ato de engolir em excesso, ou o aumento da acidez e das dores abdominais, causados por sua vez pelo aumento da produção dos ácidos que auxiliam nesse processo. Existem, porém, alguns alimentos que favorecem o combate ao estresse. Confira alguns exemplos: Alface – contém, principalmente nos talos, substâncias como a lactucina e lactupirina, que atuam como calmantes naturais. Carne, peixe e iogurte – são alimentos que contêm vitamina B12 – que promove o desenvolvimento adequado das células nervosas evitando a ansiedade e a irritabilidade. Laranja – auxilia no melhor funcionamento do sistema nervoso. A fruta é rica em vitamina C que, quando consumida, inibe a liberação de cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse no corpo.
Trigo – possui trimetilglicina, substância que contribui para a produção de vários compostos cerebrais que melhoram a energia, o bem-estar e a concentração. Peixes e frutos do mar – contêm zinco e selênio, nutrientes que agem diretamente no cérebro diminuindo o cansaço e a ansiedade.
Fontes: Nutricionista Selva Fierro/Takeda 2012 dezembro guia da farmácia
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Especial saúde
má digestão
medicamentos contra a má digestão • Bombas de prótons: bloqueiam a secreção ácida do estômago. • Antagonistas dos receptores H2: diminuem a produção da secreção ácida produzida pelo estômago. • Agentes pró-cenéticos: regularizam o trânsito intestinal. • Antiflatulantes: atuam contra a cólica causada por flatulência (gases). • Antiácidos locais: aumentam o pH gástrico, neutralizando o ácido clorídrico (HCI) liberado pelas células gástricas (células parietais).
Corrigindo o problema
revela o farmacêutico do Grupo Natulab, Olavo Rodrigues. O especialista afirma que em alguns casos os problemas gástricos estão relacionados com os hábitos do indivíduo, como ingestão de líquidos em excesso durante as refeições e alimentação muito rica em gordura. De acordo com o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, prof. Alexsandro Macedo Silva, a principal causa da má digestão é a doença do refluxo gastroesofágico – o que pode, inclusive, ser um indicativo péptico (lesão aberta, de caráter inflamatório na parede do estômago). “Além disso, os fatores envolvidos na dispepsia são a hipersensibilidade gástrica, H. Pylori, neuropatia vagal (envio de sinais errados do cérebro para diversas partes do corpo, como órgãos digestivos), vômitos e problemas psicossociais”, ensina o farmacêutico. Os maus hábitos alimentares também podem favorecer o aparecimento da doença, como a ingestão de alimentos ricos em gordura, grandes quantidades de líquidos durante as refeições e não mastigar os alimentos corretamente, por exemplo. 148
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Atualmente, existem diversas opções de tratamento para a dispepsia. “Há uma gama de produtos tanto sintéticos quanto fitoterápicos que são extremamente úteis. Como os fatores causadores do quadro são muitos e variados, cada medicamento vai apresentar aplicabilidade e eficácia diferenciada caso a caso”, opina Olavo Rodrigues, da Natulab. A preferência e a resposta de cada paciente devem ser avaliadas pelo médico no momento da escolha do medicamento. Para Rodrigues, a utilização de abordagens naturais, seja por meio de medicamentos fitoterápicos seja pela inclusão de alimentos de melhor digestibilidade e utilização de chás com ação relaxante e digestiva, é bastante benéfica por serem tratamentos mais acessíveis e apresentarem, em geral, menos efeitos colaterais. A duração de um tratamento para má digestão é muito variável, sobretudo quando se trata de dispepsias funcionais – as que não têm causa orgânica e bioquímicas prévias. Nesses casos, o tratamento é sintomático, ou seja, até o desaparecimento dos sintomas. No entanto, se eles permanecem por mais de uma semana, ou vierem acompanhados de qualquer anormalidade, é importante que se procure assistência médica. Quem explica melhor é o gerente médico da unidade de negócios OTC da Takeda Brasil, Dr. Jamilson Bellan: “Quando a ocorrência de má digestão for esporádica e de intensidade leve, existem como
Especial saúde
má digestão
Dicas úteis no ponto de venda Indique aos pacientes que possuem sintomas da má digestão que: • Estabeleçam uma mudança de hábitos alimentares e identifiquem os alimentos que causam o desconforto. • Evitem consumir alimentos gordurosos. • Mastiguem bem os alimentos. • Evitem o estresse. • Diminuam o consumo de líquidos durante as refeições. • Suspendam o uso de medicamentos caso não ocorra a melhora. • Procurem sempre aconselhamento médico.
opções medicamentos fitoterápicos e alopáticos que aliviam de forma rápida e satisfatória o quadro da má digestão ou mudança no padrão da digestão”. O que não pode ser esquecido, na opinião do farmacêutico Alexsandro Macedo Silva, do Centro Uni-
alerta. Além disso, a farmácia ainda é responsável por tirar possíveis dúvidas de clientes, como a atuação de soluções em pó e efervescentes. “A diferença básica está na presença de componentes da formulação que liberam CO2 ao contato com água, mas as formulações dos componentes podem ser solúveis em água, apresentar no ponto de venda, o profissional deve substâncias que possam melhorar o sabor e aroma do recomendar que não é benéfico fazer uso medicamento. Ou seja, gacontínuo dos medicamentos contra os rantem a qualidade sensorial final para que o medicamensintomas da má digestão, pois estes podem possa ser tomado pelo paalterar a fisiologia do sistema gastrointestinal to ciente. O fato de ter gás carbônico ao administrar o proversitário São Camilo, é que o tratamento medicamenduto, garante uma maior aceitação pelo paciente quantoso deve ser feito sempre em conjunto com a mudanto aos seus aspectos sensoriais, principalmente, saborça de hábitos alimentares e de vida – solução que pos-aroma. Pode mascarar o sabor extramente ácido, amarsibilita o alívio rápido dos sintomas. Com relação aos go ou salgado do princípio ativo.” medicamentos, eles podem atuar como inibidores, Ele explica que as duas apresentações teriam o como as bombas de prótons, antagonistas dos recepmesmo efeito no organismo, pois os componentes tores H2, agentes pró-cenéticos, antiflatulentes, anestariam solúveis e prontos para serem absorvidos. tiácidos locais e fitoterápicos com ação colagoga (faAliás, esta é a maior vantagem desse tipo de mecilita a transferência de bilis contida na vesícula biliar dicamento, quando comparado com as formas cáppara o duodeno). sulas e comprimidos. “Esses últimos devem sofrer “No ponto de venda, o profissional deve recomendar desintegração e dissolução para que o princípio atique não é benéfico fazer uso contínuo dos medicamenvo esteja disponível para a sua absorção. Ao se distos contra os sintomas da má digestão, pois estes posolver o pó ou o efervescente, o princípio ativo já dem alterar a fisiologia do sistema gastrointestinal”, garantiria a sua biodisponibilidade.” 150
guia da farmácia dezembro 2012
BELEZA
Toque
renovado
AS MÃOS SÃO UMA DAS ÁREAS MAIS AFETADAS PELO ENVELHECIMENTO, PRINCIPALMENTE AQUELE CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO FREQUENTE AOS RAIOS SOLARES. SAIBA COMO ORIENTAR SUAS CONSUMIDORAS
A
POR LUDMILLA PAZIAN
As mãos são o cartão de visita de qualquer pessoa e responsáveis pelo auxílio nas tarefas mais básicas da rotina. Porém, são elas também que deixam à vista os primeiros sinais do passar dos anos. Por estarem sempre à mostra, servem como lembrete de cuidados não tomados durante a juventude e a vida adulta, na forma das indesejadas rugas, da flacidez e das próprias manchas na derme, chamadas por muitos de “manchas de idade” – apesar de o termo não estar completamente correto, já que o tempo não é o único fator envolvido na equação. Acontece que, além dos efeitos naturais da cronologia, a área acaba sendo prejudicada pelos efeitos do fotoenvelhecimento, que é aquele causado diretamente pela radiação solar. Segundo o dermatologista do Hospital A.C.Camargo, Marco Antônio de Oliveira, as principais queixas das mulheres com relação às mãos são mesmo as citadas manchas escuras, nomeadas erroneamente de “manchas de idade”. Segundo o profissional, as mãos costumam, sim, ser uma das áreas mais afetadas pelo tempo. No entanto ele não é o principal vilão nesse caso, que é o sol. “Ao contrário do que
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muitos pensam, as manchas no dorso da mão são causadas pela exposição lenta e prolongada ao sol (desde a infância) e não pelo passar dos anos por si só. Além das manchas, essa exposição inadequada promove a perda do brilho e da elasticidade e afinamento da pele”, avalia o Dr. Marco Antônio, que ainda completa: o dano causado pela luz solar e pelo bronzeamento artificial também inclui o aparecimento das lesões pré-malignas e do câncer de pele. A dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Meire Parada, lembra outras queixas das pacientes com relação às mãos causados pela irradiação solar inadequada e frequente: “Elas costumam reclamar de manchas e atrofia da pele, o que deixa as mãos com aspecto magro, cadavérico”. Para a médica, a melhor maneira de lidar com o problema é o uso diário e frequente de um produto comum disponível nas prateleiras das drogarias e farmácias brasileiras: o filtro solar. De acordo com os profissionais, o uso do filtro solar (e sua reaplicação de quatro em quatro horas, em média, além de reaplicações em situações como banhos de pisciFOTOS: SHUTTERSTOCK
BELEZA
INFORMAÇÃO NECESSÁRIA Apesar de ser uma das principais reclamações das consumidoras, as manchas nas mãos não são o único efeito indesejado encontrado na área. Confira, abaixo, alguns sintomas que podem ser evitados e tratados com o uso frequente do protetor solar e mantenha suas consumidoras sempre informadas.
• Manchas brancas (popularmente chamadas de sardas brancas)
• Manchas marrons (conhecidas como sardas marrons)
• Feridas que demoram a cicatrizar
• Pequenos ferimentos
• Hematomas frequentes
• Fragilidade
• Flacidez
• Rugas
Fonte: Dra. Érica Monteiro, dermatologista colaboradora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
na e de mar) impede que as mãos, já mais agredidas naturalmente pelos agentes externos como poluição e mudanças de temperatura, ainda precisem arcar com as consequências da exposição inadequada ao sol. Além disso, para evitar os danos, quanto mais cedo atentar para o problema, melhor. Segundo a Dra. Érica, uma rotina ideal de cuidados com as mãos envolve, além do citado uso do filtro solar, práticas de hidratação na região. “Uma dica, por exemplo, é sempre que lavar as mãos usar hidratante, pois elas tendem a ficar ressecadas e com aspecto opaco. Fora isso, quando for dirigir, uma boa ideia é utilizar luvas com proteção solar”, ensina.
AS DICAS DA INDÚSTRIA PARA A FARMÁCIA O ponto de venda representa um importante foco disseminador de informações e auxílio no combate aos efeitos indesejados e nocivos à saúde produzidos pela exposição solar frequente e desprotegida, sejam eles nas mãos sejam em qualquer parte do corpo. “Quando avaliamos a proteção às mãos, como se trata de produtos específicos, é positivo haver uma comunicação na loja direcionada para tal necessidade”, avalia a gerente de trade marketing da Biolab Farmacêutica, Ana Cruzato. Segundo a profissional, a farmácia ou drogaria que pensa em disponibilizar informações relevantes sobre os cuidados da área pode, por exemplo, contar com pequenos displays acompanhados de take ones explicativos contendo informações sobre os 154
GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2012
benefícios do produto em questão (como hidratação ou esfoliação) para a área tratada ou sobre a prevenção contra o fotoenvelhecimento. “Além disso, pode-se criar um espaço na loja utilizando o título ‘Tratamento Mãos e Pés’ e colocar nesta área os produtos categorizados por necessidades”, ensina. Julia Seve, diretora de marketing de Vichy, também avalia que a informação no ponto de venda é essencial, tanto para a consumidora quanto para o rendimento da loja. “Deve-se lembrar a consumidora de utilizar o fotoprotetor nas mãos, uma das regiões mais expostas aos raios solares”, ensina. Para a diretora de marketing de Vichy, além de passar orientações pertinentes com os cuidados com as áreas das mãos, o gestor também pode aproveitar as oportunidades que a fotoproteção da área traz ao ponto de venda. “Elas (oportunidades) devem ser usadas explorando-se ao máximo o que as mulheres hoje esperam de um fotoprotetor, sempre trazendo inovações com benefícios agregados e texturas leves”, avalia. Segundo a profissional, o brasileiro está mais consciente da importância da fotoproteção para a saúde e beleza da pele. “Hoje, seguimos em nosso racional, para posicionamento da categoria, a rotina de tratamentos da mulher brasileira, em que o fotoenvelhecimento aparece como terceiro step do dia, abaixo de limpeza diária e hidratação do rosto”, conclui.
consultor jurídico
A cláusula de vigência no
contrato de locação
Em farmácias e drogarias, norma prevista no artigo 8º da Lei nº 8.245/91 garante segurança na vigência para o inquilino
Gustavo S e m blano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Rio de Janeiro (Ascoferj), OAB/RJ 113655 E-mail gustavo@semblano.com.br 156
N
Nestes últimos anos perdi a conta de quantos proprietários de estabelecimentos farmacêuticos atendi que, desesperados, se tornaram fragilizados por terem se esquecido de incluir nos contratos de locação de suas lojas a cláusula de vigência. Mas o que é a cláusula de vigência? É aquela que dá tranquilidade ao inquilino (locatário). Por exemplo, durante a vigência do contrato de locação residencial, pode acontecer de o proprietário resolver vender o imóvel em questão. O comprador deverá respeitar o contrato em vigor do inquilino/locatário, dando a este certa tranquilidade. Essa norma se encontra prevista no artigo 8º da Lei nº 8.245/91, que transcrevo: ”Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel”. Os requisitos legais para essa proteção ao locatário se encontram em disposições que devem constar do contrato de locação: a) ter prazo determinado; b) contar com essa cláusula de vi-
guia da farmácia dezembro
2012
gência de forma expressa (essa cláusula não se presume; deve constar efetivamente do contrato); c) ser registrado no Ofício de Registro de Imóveis à margem da matrícula do imóvel. Pode parecer uma besteira, mas não é; apresento um exemplo elucidativo: O proprietário X aluga um imóvel por cinco anos para a DROGARIA YYYYYYYYY por R$ 10.000,00 por mês, mas o inquilino não exige a cláusula de vigência nem registra o contrato de locação no Ofício de Registro de Imóveis. O inquilino investe R$ 150.000,00 para deixar o imóvel em excelente estado e atrair a clientela. Passados apenas oito meses de vigência do contrato, o proprietário X resolve anunciar e vender o imóvel, oferecendo em primeiro lugar ao inquilino (direito de preferência), que não tem condições de comprá-lo. O imóvel é, então, vendido para Z. O comprador Z não é obrigado a respeitar o contrato e pode notificar o inquilino a desocupar o imóvel em 90 dias, sob pena de desalojá-lo do imóvel. Conselho: leia bem e com bastante calma um contrato de locação antes de firmá-lo; sendo possível, recorra a uma assessoria técnica. foto: DIVULGAÇãO
categoria
Proteção essencial O canal farma detém, atualmente, 80% das vendas de preservativos, produto fundamental para a saúde dos brasileiros. Saiba como a indústria tem investido no aumento na adesão ao uso e como alocar o produto de forma adequada na loja P o r l u d m i lla pa zi a n 158
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Um mercado cheio de oportunidades. É o que define a gerente de marketing da DKT, Denise Santos, sobre a categoria de preservativos no Brasil: “a penetração é boa no segmento farma e cerca de 80% das vendas de preservativos acontecem nas farmácias e drogarias. O quadro ainda pode melhorar, pois o item é um produto que visa proteger a população e que deve estar acessível a todos”, define. Nesse quesito, existe a possibilidade de o varejo trabalhar em conjunto com a indústria. Além de pensar em alavancar as vendas, o profissional das drogarias deve sempre investir em informações no ponto de venda sobre a importância do uso do preservativo na prevenção de doenças sexualmente transfotos: shutterstock/felipe mariano
categoria
Dia Mundial de Combate à Aids
missíveis (DST), agindo como disseminador de saúde. “A proteção sempre está presente, mas incentivamos ainda as pessoas a usarem preservativos por meio de outro argumento, que é o prazer que a marca pode proporcionar. Acreditamos que essa é a melhor forma de convencer as pessoas a praticarem sexo seguro”, opina Denise. A população brasileira atual reconhece a importância do preservativo como um método eficaz de prevenção, mas ainda existe, em alguns consumidores, o pensamento de que as doenças relacionadas ao ato sexual estão sempre muito distantes, como a Aids. “Alguns assumem essa postura errada, devido aos avanços do tratamento, como o coquetel; e outras acabam por preferir o uso de pílulas do dia seguinte apenas para evitar a gravidez indesejada de mulheres que não utilizam o anticoncepcional”, avalia.
No dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids. Para marcar a data, o Ministério da Saúde, entre outros órgãos, promove diversas campanhas a fim de alertar a população brasileira para a importância do exame que detecta a doença e sobre os métodos de prevenção. A camisinha é o mais eficaz para prevenção contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. O Ministério defende que o preservativo, entretanto, não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, o item previne contra a reinfecção pelo vírus causador da Aids, o que pode agravar ainda mais a saúde do paciente. A impermeabilidade do preservativo é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, porém, esticaram e ampliaram em duas mil vezes o látex do preservativo masculino (utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros. A farmácia, como estabelecimento disseminador de saúde, deve sempre recomendar a seus consumidores o uso do preservativo. A forma mais eficiente na atualidade de prevenção à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis é o uso da camisinha em todas as relações sexuais. Se utilizada corretamente, o Ministério da Saúde considera que o risco de transmissão é de no máximo 5%. Isso acontece porque algumas doenças podem causar feridas em regiões não cobertas pelo preservativo, mas dificilmente uma pessoa com feridas abertas se submeteria ao ato. Em contrapartida, o risco de o paciente contrair HIV em uma relação sem preservativos não pode ser medido por porcentagens exatas, já que depende de diversos fatores. Outros dados são ainda preocupantes.
o consumo no varejo tem se mantido estável nos últimos três anos. como a principal causa da estabilidade observase a maior distribuição de preservativos realizada pelos órgãos públicos 160
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atualmente, os consumidores estão buscando produtos com benefícios, entre eles sabores e sensações extras que, consequentemente, têm um custo maior De acordo com a gerente de marketing da DKT, a partir do terceiro encontro com a mesma pessoa, a maioria dos casais para de usar o preservativo, pois entende que a relação é estável. “Esta é uma decisão irresponsável, pois, além de outros fatores, eles não investigam a existência de alguma doença antes de pararem de usar o produto”, revela.
Resultados apurados A categoria como um todo cresceu 2,8% em 2012 (em comparação ao ano anterior, segundo dados da DKT Prudence). “O consumo no varejo tem se mantido estável nos últimos três anos. Como a principal causa da estabilidade temos a maior distribuição de preservativos realizada pelos órgãos públicos”, opina o gerente de marketing de Blowtex, Bruno Koudela. Números da Nielsen revelam que em 2010 o volume de vendas (em 1.000 unidades) foi de 258.024,2, frente a 258.312,8, em 2009 e 263.346,8, em 2008. O que se tem visto, porém, é uma mudança de perfil de compra. “Atualmente, os consumidores estão buscando produtos com benefícios, entre eles sabores e sensações extras que, consequentemente, têm um custo maior”, avalia Denise Santos, da DKT Prudence, que completa: “trabalhamos muito forte a conscientização nas mídias sociais da marca, mas sempre dentro de um contexto divertido”. Ao avaliar a aceitação do preservativo feminino, a gerente de marketing ainda considera que as mulheres estão descobrindo o produto e conhecendo suas vantagens: “o que é normal, já que se trata de um mercado muito jovem”. Uma outra estratégia da indústria para conscientizar os consumidores é a ação de sampling (distribuição de brindes), que pode acontecer nas farmácias e drogarias. A experimentação dos produtos, segundo pesquisas, possibilita que o próprio
consumidor se torne um verdadeiro “embaixador” da marca, influenciando ainda a decisão de compra dos amigos. Na concepção das indústrias, investir em novas tecnologias resulta em produtos melhores. “Trabalhamos muito para desenvolver produtos que surpreendam os consumidores, despertando o interesse em usar camisinha. Transformamos algo que poderia ser considerado como incômodo em uma experiência diferenciada, por meio de novidades como sabor, cor, sensações quentes e frias, texturas e formatos inovadores”, avalia Denise. Em geral, o mercado de preservativos não é tão suscetível a sazonalidades, como o verão e o inverno. Porém, existem alguns picos de vendas em algumas datas especiais, como o carnaval. Quanto à exposição, é recomendável que o produto fique localizado no autosserviço, em gôndolas organizadas de preferência por segmento de benefício. “Normalmente, a categoria tem melhor desempenho de vendas quando exposta no checkout, assim como quando trabalhada com cross merchandising. Neste caso, os produtos devem ser expostos próximos daqueles voltados ao público masculino, como barbeador, desodorantes, entre outros”, conclui. Se possível, devem ser expostos ainda em pontos extras e na área de higiene íntima feminina. “As mulheres também compram preservativos, principalmente se eles estiverem em gôndolas que são frequentadas por elas”, esclarece Denise Santos. 2012 dezembro guia da farmácia
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institucional abradilan
Variáveis para o
sucesso de um negócio
www.abradilan.com.br
O mercado recompensa os empreendedores, que através de sua inteligência e seu trabalho demonstram competência para o setor dinâmico da distribuição de medicamentos
O
P o r J U L I A N O C U NHA V I NHA L - pr es i de nte do Co n se lh o Di ret iv o d a Abr ad ilan
O capitalismo tem proporcionado oportunidades para as pessoas que desejam entrar no mundo dos negócios. Cada vez mais, jovens, executivos, profissionais liberais e trabalhadores se transformam em empreendedores movidos por seus sonhos e oportunidades oferecidas pelo mercado. E no varejo farmacêutico não é diferente. Quanto mais aberto o mercado, mais oportunidades para que pessoas se arrisquem no mundo dos negócios. O livre mercado é a fonte natural de novas oportunidades para empreendedores. E, ao contrário do que alguns pensam, cada vez mais existirão novas alternativas de empreendimento. Para quem quiser observar isso com mais profundidade, basta analisar o ramo varejista farmacêutico e o de distribuição de medicamentos que têm atraído cada vez mais empreendedores oriundos de outras atividades.
Como o mercado conta com suas próprias leis e se move com grande velocidade, é preciso estar alerta. O mercado recompensa os empreendedores, que através de sua inteligência e seu trabalho demonstram competência para o setor dinâmico da distribuição de medicamentos. Por outro lado, o mercado é complexo e não hesita em penalizar muitos daqueles que se estabelecem. Inúmeros produtos, serviços e negócios simplesmente desapareceram. No entanto, surgem novas alternativas para produtos, serviços ou negócios que, pela mudança de hábitos da sociedade, proporcionam um terreno fértil para os que estão atentos a todas essas mudanças. São inúmeras as variáveis para se garantir o sucesso de um empreendimento: capital, ideias inovadoras, localização, experiência anterior, nível de diferenciação, forma de atendimento, serviços, etc.
Todas essas variáveis são importantes, mas uma delas vale destacar: a experiência, pois ela é a principal peça para o acerto ou, pelo menos, para minimizar os percalços. Muitas vezes, a ansiedade do novo empreendedor, somada à autoconfiança, o leva a arriscar-se num novo negócio, sem qualquer experiência, e já vimos vários deles em situação desconfortável por falta de um planejamento mais cuidadoso. Se não for possível contar com a experiência, o convívio indireto com a nova atividade e um conhecimento mínimo do mundo dos negócios poderão proporcionar bons passos. O que deve ser lembrado, também, é que cada caso é um caso e não existe receita de sucesso. O que existe são fatores que podem mais facilmente superar os desafios. Boa sorte a todos.
Empresas sócias colaboradoras da Abradilan 162
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sempre em dia
pequenos favorecidos Indústria cosmética oferece itens que atraem a atenção da criançada na hora do banho e outros que garantem suavidade e delicadeza às peles mais sensíveis
dentes saudáveis
A Linha Malvatrikids agora conta com um creme dental especialmente desenvolvido para crianças acima dos sete anos de idade: Malvatrikids Júnior Gel. Com sabor tutti-frutti e a concentração adequada de flúor e xilitol, o produto proporciona duplo efeito anticárie. Além da extensão de linha, a marca renovou também as embalagens de Malvatrikids Baby e F-Infantil, destacando a indicação de faixa etária em cada produto. • www.malvatrikids.com.br 164
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debaixo d’água A Johnson’s baby preparou uma ação especial para conquistar a criançada. Na compra de um xampu regular de 400 ml e um condicionador regular 200 ml, o consumidor leva também um submarino de brinquedo que espirra água. A ideia é transformar a hora do banho em um momento divertido. O brinquedo é indicado para crianças maiores de três anos e está disponível em três cores: verde, rosa e laranja. Além disso, a embalagem promocional oferece destaque para os produtos na gôndola. • www.johnsonsbaby.com.br fotos: shutterstock/divulgação
hidratação completa
A linha de hidratantes Fisiogel, fabricada pelos Laboratórios Stiefel, acaba de lançar no mercado a nova versão do Fisiogel A.I. Loção Cremosa, em embalagem de 500 ml e com válvula pump. O produto é indicado para o cuidado de peles sensíveis, secas e com tendência à irritação, proporcionando hidratação completa por meio de sua tripla ação, além de ser hipoalergênico e não comedogênico. Contém ceramidas, ácidos graxos, colesterol, e é livre de emulsificantes, corantes, conservantes e perfume. Pode ser usado na face e no corpo. • www.stiefel.com.br
fps 100 com efeito de base
A Biolab ampliou sua linha de fotoprotetores com nanotecnologia com o lançamento Photoprot FPS 100 Color, que confere efeito de base para peles claras e escuras. Ambos os produtos fazem parte da linha desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2009. Os dois novos itens da família Photoprot são Indicados para todos os tipos de pele, têm efeito de base de maquiagem matte e podem ser aplicados diariamente em diversas tonalidades de pele. • www.biolabfarma.com.br
bronzeado natural e seguro
Longe do culto do bronzeamento dos anos 1970, a prioridade hoje é bronzear-se com segurança. A proteção solar se tornou a garantia de beleza da pele e um gesto indispensável de prevenção. Com isso em mente, a Solar Expertise da L’Oréal apresenta, pela primeira vez, uma linha de alta proteção solar que concilia o prazer do bronzeamento com uma proteção eficaz: a Oil Protection. Os produtos possuem FPS 15 e 30 em textura óleo, proporcionando alta proteção, resistência à água, sem apresentar textura gordurosa ou pegajosa. A fórmula contém o exclusivo Mexoryl XL, que associa filtros orgânicos a filtros minerais e protege a pele contra raios UVA e UVB. • www.loreal-paris.com.br
tendências pastel
Os tons pastel têm conquistado o mundo da moda neste ano e prometem ser uma das grandes tendências para maquiagem durante o verão 2013. Com isso em vista, a Vult Cosmética lança quatro novas cores de lápis delineadores para os olhos: rosa antique, amarelo vintage, lilás plissê e azul retrô. Os lápis possuem textura macia e as novas cores permitem a criação de diversos visuais. • www.vult.com.br 2012 dezembro guia da farmácia
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sempre em dia
óleo de café verde contra o envelhecimento O café também é um aliado no combate e na prevenção ao envelhecimento da pele. Pensando nisso, a Biolab lançou a Linha Caffe Green, que oferece produtos derivados do fruto verde do café, cujo óleo possui atividade antioxidante e é o principal ativo na fórmula dos seis produtos que compõem a linha, em combinação com outros ativos anti-idade. É indicada para mulheres a partir de 30 anos que se preocupam com os cuidados essenciais da pele. A linha é composta por: Caffe Green Mousse de Limpeza Facial, Caffe Green Loção Tônica Facial, Caffe Green Gel Creme Facial de Uso Noturno, Caffe Green Gel Facial de Uso Diurno FPS15, Caffe Green Emulsão Hidratante Corporal e Caffe Green Serum para a Área dos Olhos. • www.biolabfarma.com.br
proteção delicada
Considerando as necessidades especiais dos bebês, a Pampers desenvolveu a Pampers Premium Care: uma fralda que conta com tecnologia de ponta no auxílio à proteção da pele delicada do bebê. O produto combina proteção ultrassuave a um moderno sistema de absorção. As fraldas estão disponíveis nos tamanhos P, M, G e XG, e oferecem uma exclusiva loção com aloe, que cria uma camada protetora na pele do bebê, ajudando a prevenir irritações. • www.pampers.com.br
cores da natureza
Para compor um look que realce a beleza feminina, a Tânagra Cosméticos lança os batons da linha Make Up. A coleção vem nas cores Super Sexy, Retro Rose, Sweet Lillac e Summer Orange, que são inspiradas em tons da natureza e nas tendências do mercado. De pigmentação intensa, acabamento cintilante, textura macia e alta duração, o produto oferece ingredientes extraídos do coco de forma sustentável e é considerado ecologicamente correto, hidratante e livre de fragrância. • www.tanagra.com.br 166
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sempre em dia
novidades para o pdv
depois do sol
A loção pós-sol Hydra Rays Plus da Payot é uma loção desodorante corporal hidratante que visa a minimizar os efeitos nocivos do sol. Contém Licopeno, uma substância de ação antioxidante, encontrada no tomate; Vital ET, substância com propriedades antieritema; D-Pantenol, que auxilia na hidratação da pele; e soybean oil, que previne o ressecamento. • www.payout.com.br
bronzeado intenso A Australian Gold, marca americana de aceleradores, bronzeadores e protetores solares, lança seu primeiro intensificador de bronzeamento no Brasil, o Bronzing Intensifier Dry Oil. Sua exclusiva tecnologia ColorBoost é responsável por proporcionar hidratação enquanto estimula o bronzeado. O produto é formulado com semente de cenoura, extrato de banana e aloe vera, que hidratam a pele e favorecem o bronzeamento. Além disso, contém Tirosina, um ativo que acelera e intensifica o bronzeado, e extratos naturais que promovem coloração dourada imediata à pele (Instant Bronzer). Sua textura é em óleo seco e de rápida absorção. • www.australiangold.com 168
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A RoC lançou o Minesol Oil Control FPS 70, que conta com exposição e ações promocionais diferenciadas nos pontos de venda. O layout da peça para a exposição do produto foi reformulado na cor laranja e todos os materiais de PDV apresentam uma linguagem unificada e integrada com a nova identidade visual. A campanha “Compre Minesol e Ganhe uma Miniatura” é outra novidade promocional da marca nas farmácias brasileiras. O objetivo é conquistar novas consumidoras já que a miniatura vem em uma embalagem para presente e pode ser compartilhada com amigas ou familiares. • www.roc.com
fragrância premium
A Axe acrescentou mais uma variante ao seu portfólio de produtos, a Axe Apollo. A marca recorreu à especialista americana Ann Gottlieb para trazer ao mercado uma inovação premium no segmento de desodorantes e de antitranspirantes. Direcionado para o público jovem, o aroma da variante Apollo transforma a família olfativa Fougère em uma fragrância moderna e sofisticada. O produto pode ser encontrado nos principais pontos de venda de todo o País. • www.unilever.com.br
argan na cabeça
A Acquaflora Cosméticos ampliou seu portfólio de produtos para os cuidados com os cabelos com o lançamento da linha Elixir, à base de óleos de argan, mirra, cálamo e Monoi do Tahiti. A linha é indicada para regeneração, emoliência e brilho intenso dos cabelos sem vida, e é composta pelos Elixir Shampoo e Elixir Condicionador para cabelos normais ou mistos e para cabelos secos ou danificados, além do Elixir Máscara. Ambos os xampus são livres de sal. • www.acquafloracosmeticos.com.br
clareamento com fps Hiperpigmentações podem surgir na pele em decorrência de três fatores principais: pós-gravidez, variações hormonais e exposição solar sem fotoproteção. Clariderm Clear é um dermocosmético clareador desenvolvido pela Stiefel que tem eficácia comprovada em estudo clínico e possui dois filtros solares contra os raios UVB (FPS 18) e UVA. A fórmula exclusiva possui três ativos clareadores, que clareiam e uniformizam o tom da pele. Em loção fluida oil-free, não provoca cravos, e é indicado para todos os tipos de pele. • www.stiefel.com.br
flocados com glitter
limpeza diária
A DNA Italy apresenta sua nova coleção, Sound, em edição limitada. São cinco opções que contam com a nova tecnologia Floc Glitter, que combina os efeitos flocados com o glitter . Todos os esmaltes podem ser usados sozinhos ou por cima de outro tom, como forma de realçá-lo. Os esmaltes foram nomeados com diferentes estilos musicais.
A rotina de beleza ideal começa com uma boa limpeza da pele. Remover resíduos de maquiagem e sujeira ajuda a manter a pele saudável e a prepará-la para a aplicação de produtos como hidrantes, antioxidantes, antirrugas e outros tratamentos. Pensando nisso, a Vichy traz para o Brasil a Pureté Thermale Espuma de Limpeza. Enriquecido com manteiga de Karité, que tem propriedades hidratantes e calmantes, e com água termal Vichy, o produto é hipoalergênico e ideal para peles sensíveis.
• www.dnaitaly.com.br
• www.vichy.com.br 2012 dezembro guia da farmácia
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serviços
a
e
i
Abafarma www.abafarma.com.br
EMS www.ems.com.br
IBGE www.ibge.gov.br
Abimip www.abimip.org.br
ESPM www.espm.br
IBPT www.ibpt.com.br
ABIR www.abir.org.br
ETCO www.etco.org.br
IMS Health www.imshealth.com
Abradilan www.abradilan.com.br
exposis www.exposis.com.br
Incor www.incor.usp.br
Abrafarma www.abrafarma.com.br Aché www.ache.com.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br
b Bionatus Laboratório Botânico www.bionatus.com.br
f Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp www.fcm.unicamp.br Farmácia Nacional www.farmacianacional.com.br Farmácia Popular www.farmaciapopular.net Farmácias Nissei www.drogariasnissei.com.br
Blowtex www.blowtex.com.br
Febrafar www.febrafar.com.br
boiron www.boiron.com.br
Febrasgo www.febrasgo.org.br Fiesp Comsaúde www.fiesp.com.br
c Centro Universitário São Camilo www.saocamilo-sp.br CFF www.cff.org.br Clínica GERA www.clinicagera.com.br Coppertone www.coppertone.com.br CPDEC www.cpdec.com.br CRFSP http://portal.crfsp.org.br
FIA www.fia.com.br
g Grupo Triunfo www.grupotriunfo.com
h Hospital 9 de Julho www.hospital9dejulho.com.br Hospital e Maternidade Brasil www.hospitalbrasil.com.br Hospital Samaritano www.samaritano.org.br
d DepiRoll www.depiroll.com.br Desenvolva Consultoria e Treinamento www.desenvolvaconsultoria.com.br
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Instituto Bulla www.institutoadtec.com.br Interfarma www.interfarma.org.br
J Johnson & Johnson www.jnjbrasil.com.br
k kantar worldpanel www.kantarworldpanel.com
L L’oréal www.loreal.com.br Laboratório Tayuyna (19) 3466 1188
M mind shopper www.mindshopper.com.br Ministério da Saúde www.saude.gov.br
n Natulab www.natulab.com.br Nielsen http://br.nielsen.com Nivea www.nivea.com.br
O Organização Mundial da saúde (OMS) www.who.int
P Pró Genéricos www.progenericos.org.br Prudence www.useprudence.com.br
R Roche Diabetes Care www.roche.com.br
S SBD www.sbd.org.br SBH www.sbh.org.br schraiber www.schraiber.com.br Sebrae www.sebrae.com.br Shopfitting www.shopfitting.com.br sincamesp www.sincamesp.com.br Sincofarma-SP www.sincofarma.org.br Sindusfarma www.sindusfarmacomunica.org.br Smart Life www.smartlife.com.br Sociedade brasileira de Farmácia Comunitária www.sbfc.org.br
t Takeda Brasil www.takedabrasil.com
v Veet www.veet.com.br