SAテ好A
1
Nツー 3, v.1, marテァo/2015
COLAPSO DO CAPITAL E CONTEMPORANEIDADE
2
Seja a saída que você espera do mundo: Lê escreve faz arte ? Colabore conosco: gocanarim@gmail.com.
3
Nesta edição : Editorial
Sumário
Um fantasma ronda o mundo, na beira da
O INFERNO URBANO E A POLÍTICA DO FAVOR,
ponta de nossas línguas ele habita incólume,
TUTELA E COOPTAÇÃO 4
Panorama 4
é o fantasma da indignação. Solapar a sociedade
contemporânea,
baseada
na
Por Marilena Chaui.* 4 Notas de literatura 16 SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD 16
administração da pobreza humana que a si
PIERRE S. POSSAMAI 16
trouxe um agouro de morte colapsando-se
UT PICTURA POESIS 17
por meio do seu modus operandi, urge hoje
RESENHA 17
mais que nunca, em razão disso toda esta edição esta disposta.
JIMENEZ, MARC, O QUE É ESTÉTICA? 17 POR: GUILHERME ORESTES CANARIM 17 Critica roedora 24 PODEMOS DOCUMENTOFINAL DEL PROGRAMA
Redação :
COLABORATIVO 24 Exercícios ensaísticos 39 A GOOD MAN IS HARD TO FIND 39
Redação: Guilherme Orestes Canarim;
FLANNERY O'CONNOR 39
Gisele da Silva Resende;
Em breve novo caderno 57
Colaboração:; Alex Sander da Silva; Pierre S. Possamai Silva;Marilena Chaui; Flannery O'connor. Projeto gráfico: Guilherme Orestes Canarim
4
institucionalidade
Panorama
política
como
ponto de chegada), bem como o tratamento dado a elas pelos meios de comunicação (condenação inicial e
celebração
criminalização
final, dos
com
“vândalos”),
O INFERNO URBANO E A
permitam algumas considerações
POLÍTICA
mais gerais a título de conclusão.
DO
FAVOR,
O
TUTELA E COOPTAÇÃO
estopim
das
manifestações
paulistanas foi o aumento da tarifa do transporte público e a ação
Por Marilena Chaui.*
contestatória da esquerda com o Movimento Passe Livre (MPL), cuja
Os manifestantes, simbolicamente,
existência
malgrado eles próprios e malgrado
composto por militantes de partidos
suas afirmações explícitas contra a
de esquerda. Em sua reivindicação
política,
evento
específica, o movimento foi vitorioso
político: disseram não ao que aí
sob dois aspectos. Conseguiu a
está, contestando as ações dos
redução da tarifa e definiu a questão
Poderes
municipais,
do transporte público no plano dos
estaduais e federal, assim como as
direitos dos cidadãos, e portanto
do Poder Legislativo nos três níveis
afirmou
O que segue não são reflexões
democrática, qual seja, a criação e
sobre
manifestações
defesa de direitos por intermédio da
ocorridas no país, mas focalizam
explicitação (e não do ocultamento)
principalmente
dos conflitos sociais e políticos.
realizaram
um
Executivos
todas
cidade
de
as
as
São
ocorridas Paulo,
na
data
o
de
núcleo
2005
da
e
é
prática
embora
algumas
palavras
de
ordem
algumas
atitudes
tenham
e
O inferno urbano
sido
comuns às manifestações de outras
Não foram poucos os que, pelos
cidades (a forma da convocação, a
meios de comunicação, exprimiram
questão da tarifa do transporte
sua
coletivo como ponto de partida, a
manifestações de junho de 2013: de
desconfiança
onde vieram e por que vieram se os
com
relação
à
perplexidade
diante
das
5
grandes problemas que sempre
eletricidade e esgoto, os problemas
atormentaram o país (desemprego,
sendo evidentes, por exemplo, na
inflação, violência urbana e no
ocasião de chuvas;
campo) estão com soluções bem
aumento da exclusão social e da
encaminhadas
a
desigualdade com a expulsão dos
estabilidade política? As perguntas
moradores das regiões favorecidas
são justas, mas a perplexidade,
pelas
não, desde que voltemos nosso
imobiliárias
olhar para um ponto que foi sempre
expansão das periferias carentes e
o foco dos movimentos populares: a
de sua crescente distância com
situação
da
nas
relação aos locais de trabalho,
grandes
metrópoles
brasileiras.
educação e serviços de saúde. (No
e
vida
reina
urbana
grandes e
a
caso
cidade de São Paulo nos últimos
aponta Ermínia Maricato, deu-se a
anos
ocupação
das
regiões
mananciais,
pondo
em
sob
certos
aspectos,
extensíveis às demais cidades?
São
consequente
Quais os traços mais marcantes da
e,
de
especulações
Paulo,
como
de
risco
a
saúde de toda a população; em Resumidamente,
podemos
dizer
resumo:
degradação
da
vida
que são os seguintes:
cotidiana das camadas mais pobres
explosão do uso do automóvel
da cidade); o transporte coletivo
individual. A mobilidade urbana se
indecente, indigno e mortífero. No
tornou quase impossível, ao mesmo
caso de São Paulo, sabe-se que o
tempo em que a cidade se estrutura
programa do metrô previa a entrega
com um sistema viário destinado
de 450 quilômetros de vias até
aos
em
1990; de fato, até 2013, o governo
detrimento do transporte coletivo,
estadual apresenta 90 quilômetros.
mas nem mesmo esse sistema é
Além
capaz de resolver o problema;
metroviários não foi ampliada, está
explosão imobiliária com os grandes
envelhecida e mal conservada; à
condomínios (verticais e horizontais)
insuficiência
e shopping centers, que produzem
atender
uma
demográfica
atrasos constantes por quebra de
praticamente incontrolável, além de
trens e dos instrumentos de controle
não contar com redes de água,
das operações. O mesmo pode ser
carros
individuais
densidade
disso,
à
a
frota
de
quantitativa demanda,
trens
para
somam-se
6
dito dos trens da CPTM, também de
cidade
responsabilidade
responsabilidade pública, impondo o
do
governo
sem
assumir
nenhuma
estadual. No caso do transporte por
que chamo de inferno urbano.
ônibus,
responsabilidade
A tradição paulistana de lutas
cartel
domina
Recordando: a cidade de São Paulo
completamente o setor sem prestar
(como várias das grandes cidades
contas a ninguém: os ônibus são
brasileiras)
feitos com carrocerias destinadas a
histórica
caminhões,
para
contra as péssimas condições do
transportar coisas, e não pessoas;
transporte coletivo, isto é, a tradição
as frotas estão envelhecidas e
do quebra-quebra quando,
quantitativamente defasadas com
desesperados e enfurecidos, os
relação
da
cidadãos quebram e incendeiam
das
ônibus e trens (à maneira do que
periferias da cidade; as linhas são
faziam os operários no início da
extremamente longas porque isso
Segunda
as torna mais lucrativas, de maneira
quando usavam os tamancos de
que os passageiros são obrigados a
madeira – em francês, os sabots,
trajetos absurdos, gastando horas
donde a palavra francesa sabotage,
para ir ao trabalho, às escolas, aos
sabotagem
serviços de saúde e voltar para
máquinas). Entretanto, não foi esse
casa; não há linhas conectando
o
pontos do centro da cidade nem
manifestações atuais e valeria a
linhas interbairros, de modo que o
pena
uso do automóvel individual se torna
porque, vindo da esquerda, o MPL
quase
politiza
sob
municipal,
um
portanto
às
população,
feitos
necessidades sobretudo
inevitável
as
para
trajetos
menores.
tem de
uma
revoltas
populares
Revolução
–
caminho
indagar
para
tradição
Industrial,
quebrar
tomado
por
quê.
as
pelas
Talvez
explicitamente
a
contestação, em vez de politizá-la simbolicamente, como faz o quebra-
Em resumo: definidas e orientadas
quebra.
pelos imperativos dos interesses privados,
de
Recordando: nas décadas de 1970
da
a 1990, as organizações de classe
construção civil e empresas de
(sindicatos, associações, entidades)
transporte
e
veículos,
as
montadoras empreiteiras
coletivo
dominam
a
os
movimentos
sociais
e
7
populares tiveram um papel político
lógica é distinta daquela que rege
decisivo
da
os movimentos sociais; surgimento
pelos
de uma nova classe trabalhadora
na
democracia
implantação no
Brasil
seguintes motivos:
introdução da
heterogênea,
fragmentada,
ainda
ideia de direitos sociais, econômicos
desorganizada que, por isso, ainda
e culturais para além dos direitos
não tem suas próprias formas de
civis
da
luta e não se apresenta no espaço
da
público e, por isso mesmo, é atraída
liberais;
capacidade
afirmação
auto-organizativa
sociedade; introdução da prática da
e
devorada
por
democracia
participativa
como
individualistas como a “teologia da
condição
da
democracia
prosperidade” (do pentecostalismo)
representativa a ser efetivada pelos
e
partidos políticos. Numa palavra:
“empreendedorismo”
sindicatos, associações, entidades,
média),
movimentos sociais e movimentos
competição,
populares
conflito
eram
políticos,
a
ideologias
ideologia
que
do
(da
classe
estimulam
o
isolamento
interpessoal,
a e
o
quebrando
valorizavam a política, propunham
formas anteriores de sociabilidade
mudanças políticas e rumaram para
solidária e de luta coletiva.
a criação de partidos políticos como mediadores institucionais de suas
Erguendo-se contra os efeitos do
demandas.
inferno urbano, as manifestações guardaram
da
tradição
dos
Isso quase desapareceu da cena
movimentos sociais e populares a
histórica
organização
como
efeito
do
neoliberalismo, que produziu: fragmentação, precarização industrial
distinção
terceirização do
como
trabalho de
horizontal,
e
(tanto
serviços),
sem
hierárquica
dirigentes
e
diversamente
entre
dirigidos. dos
Mas,
movimentos
sociais e populares, tiveram uma
dispersando a classe trabalhadora,
forma
que se vê diante do risco da perda
transformou num movimento de
de seus referenciais de identidade e
massa,
de luta; refluxo dos movimentos
manifestantes nas ruas.
sociais
e
substituição
populares pelas
e
sua
ONGs,
cuja
de
convocação
com
que
milhares
O pensamento mágico
as
de
8
deram ocasião para que os poderes A convocação foi feita por meio das
existentes
redes sociais. Apesar da celebração
ditadura
desse tipo de convocação, que
gradativamente
derruba o monopólio dos meios de
mágica, cuja origem se encontra na
comunicação de massa, é preciso
natureza do próprio instrumento
mencionar alguns problemas postos
tecnológico empregado, pois este
pelo uso dessas redes, que possui
opera magicamente, uma vez que
algumas
os
características
que
o
passassem para
usuários
outra); uma
são,
de
uma
assume dimensão
exatamente,
aproximam dos procedimentos da
usuários, e portanto não possuem o
mídia: é indiferenciado: poderia ser
controle técnico e econômico do
para um show da Madonna, para
instrumento que usam – ou seja,
uma maratona esportiva etc., e
desse ponto de vista, encontram-se
calhou ser por causa da tarifa do
na
transporte público; tem a forma de
receptores
um evento, ou seja, é pontual, sem
comunicação
passado, sem futuro e sem saldo
dimensão é mágica porque, assim
organizativo porque, embora tenha
como basta apertar um botão para
partido de um movimento social (o
tudo aparecer, assim também se
MPL),
acredita que basta querer para fazer
passou
à à
medida recusa
que
cresceu
gradativa
da
mesma
situação dos
que
meios
de
massa.
os de A
acontecer. Ora, além da ausência
estrutura de um movimento social
de
para se tornar um espetáculo de
instrumento, a magia repõe um dos
massa. (Dois exemplos confirmam
recursos
isso:
de Wall
sociedade de consumo difundida
Street pelos jovens de Nova York,
pelos meios de comunicação, qual
que, antes de se dissolver, tornou-
seja, a ideia de satisfação imediata
se um ponto de atração turística
do desejo, sem qualquer mediação;
para os que visitavam a cidade; e o
a
caso do Egito, mais triste, pois, com
institucionais indica que estamos
o
diante de uma ação própria da
fato
a
ocupação
de
as
manifestações
controle
mais
recusa
real
sobre
profundos
das
massa,
o
da
mediações
permanecerem como eventos e não
sociedade
de
portanto
se tornarem uma forma de auto-
indiferente
à
organização política da sociedade,
classe social; ou seja, no caso
determinação
de
9
presente, ao se apresentar como
o inferno urbano é, efetivamente,
uma
responsabilidade
ação
da
juventude,
o
dos
governantes;
partidos
movimento assume a aparência de
políticos
que o universo dos manifestantes é
estrutural:
homogêneo ou de massa, ainda
autoritária e excludente, os partidos
que, efetivamente, seja heterogêneo
políticos
do ponto de vista econômico, social
privados de oligarquias locais, que
e político, bastando lembrar que as
usam o público para seus interesses
manifestações das periferias não
privados;
foram apenas de “juventude” nem
Legislativos nos três níveis é a mais
de classe média, mas de jovens,
baixa possível e a corrupção é
adultos, crianças e idosos da classe
estrutural; como consequência, a
trabalhadora.
relação de representação não se
no
no
Brasil,
tendem
a
a
plano
sociedade
ser
clubes
qualidade
dos
concretiza porque vigoram relações No
ponto
de
chegada,
as
de
favor,
clientela,
tutela
e
manifestações introduziram o tema
cooptação; a crítica ao PT: de ter
da corrupção política e a recusa dos
abandonado a relação com aquilo
partidos políticos. Sabemos que o
que determinou seu nascimento e
MPL é constituído por militantes de
crescimento, isto é, o campo das
vários partidos de esquerda e, para
lutas sociais auto-organizadas, e
assegurar a unidade do movimento,
ter-se transformado numa máquina
evitou a referência aos partidos de
burocrática e eleitoral (como têm
origem. Por isso foi às ruas sem
dito e escrito muitos militantes ao
definir-se
longo dos últimos vinte anos).
como
expressão
de
partidos políticos, e em São Paulo, quando, na comemoração da vitória,
Isso, porém, embora explique a
os
recusa, não significa que esta tenha
militantes
compareceram
às
partidários ruas
foram
execrados, espancados e expulsos como
oportunistas
–
sofreram
sido
motivada
pela
clara
compreensão do problema por parte dos
manifestantes.
De
fato,
a
repressão violenta por parte da
maioria deles não exprime em suas
massa. A crítica às instituições
falas uma análise das causas desse
políticas não é infundada, possui
modo
base concreta: no plano conjuntural:
partidos
de
funcionamento
políticos,
qual
dos
seja,
a
10
estrutura autoritária da sociedade
dos valores do espaço privado para
brasileira, de um lado, e, de outro, o
o espaço público), quando, na
sistema político-partidário montado
verdade, se trataria de afirmar a
pelos casuísmos da ditadura. Em
ética da política (isto é, valores
lugar de lutar por uma reforma
propriamente públicos), ética que
política,
dos
não depende das virtudes morais
manifestantes recusa a legitimidade
das pessoas privadas dos políticos,
do partido político como instituição
e sim da qualidade das instituições
republicana e democrática. Assim,
públicas
sob esse aspecto, apesar do uso
republicanas. A ética da política, no
das redes sociais e da crítica aos
nosso
meios de comunicação, a maioria
profunda reforma política que crie
dos
instituições
boa
manifestantes
mensagem anos
parte
a
aderiu
ideológica fio
difundida
depende
de
uma
democráticas
republicanas e destrua de uma vez por todas a estrutura deixada pela
comunicação de que os partidos
ditadura, que força os partidos
são corruptos por essência. Como
políticos a fazer coalizões absurdas
se sabe, essa posição dos meios de
se quiserem governar, coalizões
comunicação tem a finalidade de
que comprometem o sentido e a
lhes
finalidade de seus programas e
o
meios
caso,
instituições
de
conferir
pelos
à
enquanto
monopólio
das
funções do espaço público, como se
abrem
não fossem empresas capitalistas
corrupção. Em lugar da ideologia
movidas por interesses privados.
conservadora e midiática de que,
Dessa maneira, a recusa dos meios
por definição e por essência, a
de comunicação e as críticas a eles
política
endereçadas pelos manifestantes
promover uma prática inovadora
não impediram que grande parte
capaz de criar instituições públicas
deles aderisse à perspectiva da
que
classe
garantam
média
conservadora
as
é
comportas
corrupta,
impeçam a
a
para
trata-se
a
de
corrupção,
participação,
a
difundida pela mídia a respeito da
representação e o controle dos
ética.
dos
interesses públicos e dos direitos
a
pelos cidadãos. Numa palavra, uma
De
fato,
manifestantes,
a
maioria
reproduzindo
linguagem midiática, falou de ética na política (ou seja, a transposição
invenção democrática.
11
Ora,
ao
entrar
o
Eis porque surge a afirmação de
os
muitos manifestantes, enrolados na
manifestantes deixam de lado o fato
bandeira nacional, de que “meu
de que, até que uma nova forma da
partido é meu país”, ignorando,
política
talvez,
pensamento
em
cena
mágico,
seja
criada num futuro
que essa foi uma das
distante, quando, talvez, a política
afirmações
se
por
nazismo contra os partidos políticos.
república
Assim, em lugar de inventar uma
democrática (ao contrário de numa
nova política, de ir rumo a uma
ditadura), ninguém governa sem um
invenção
partido, pois é este que cria e
pensamento
prepara quadros para as funções
parte dos manifestantes se ergueu
governamentais
contra a política, reduzida à figura
realizará
sem
enquanto,
partidos,
numa
para
a
fundamentais
do
democrática, mágico
grande
concretização dos objetivos e das
da
metas
eleitos.
sabemos onde isso foi dar. E por
Bastaria que os manifestantes se
isso não nos devem surpreender,
informassem sobre o governo Collor
ainda que devam nos alarmar, as
para entender isso: Collor partiu das
imagens de jovens militantes de
mesmas afirmações feitas por uma
partidos e movimentos sociais de
parte dos manifestantes (partido
esquerda
político é coisa de “marajá” e é
ensanguentados
corrupto) e se apresentou como um
manifestação de comemoração da
homem sem partido. Resultado: não
vitória do MPL. Já vimos essas
teve quadros para montar o governo
imagens na Itália dos anos 1920, na
nem diretrizes e metas coerentes e
Alemanha dos anos 1930 e no
deu feição autocrática ao governo,
Brasil dos anos 1960-1970.
dos
governantes
corrupção.
de
o
Historicamente,
espancados durante
e a
isto é, “o governo sou eu”. Deu no que deu.
Conclusão provisória
Além disso, parte dos manifestantes
Do ponto de vista simbólico, as
está adotando a posição ideológica
manifestações possuem um sentido
típica da classe média, que aspira
importante que contrabalança os
por
problemas aqui mencionados.
governos
sem
mediações
institucionais, e, portanto, ditatoriais.
12
Não se trata, como se ouviu dizer
algumas observações merecem ser
nos meios de comunicação, que
feitas para que fiquemos alertas aos
finalmente os jovens abandonaram
riscos de apropriação e destruição
a
dessa
“bolha”
do
do shopping
condomínio
center e
e
decidiram
possibilidade
pela
direita
conservadora e reacionária.
ocupar as ruas (já podemos prever
Comecemos por uma obviedade:
o número de novelas e minisséries
como as manifestações são de
que
para
massa (de juventude, como propala
programa High
a mídia) e não aparecem em sua
School Brasil, da Rede Globo).
determinação de classe social, que,
Simbolicamente,
eles
entretanto, é clara na composição
suas
social
usarão
incrementar
próprios
o
e
afirmações
essa
ideia
malgrado malgrado
explícitas
contra
a
das
manifestações
periferias paulistanas,
é
das
preciso
política, os manifestantes realizaram
lembrar
que
uma
parte
dos
um evento político: disseram ‘não’
manifestantes
não
vive
nas
ao que aí está, contestando as
periferias
cidades,
não
ações
Executivos
experimenta a violência do cotidiano
e
federal,
experimentada pela outra parte dos
assim como as do Poder Legislativo
manifestantes. Com isso, podemos
nos
fazer
dos
municipais,
três
Poderes estaduais
níveis.
Praticando
a
das
algumas
indagações.
Por
tradição do humor corrosivo que
exemplo: os jovens manifestantes
percorre as ruas, modificaram o
de classe média que vivem nos
sentido corriqueiro das palavras e
condomínios têm ideia de que suas
do discurso conservador por meio
famílias também são responsáveis
da inversão das significações e da
pelo inferno urbano (o aumento da
irreverência, indicando uma nova
densidade demográfica dos bairros
possibilidade de práxis política, uma
e
brecha para repensar o poder, como
populares
escreveu um filósofo político sobre
distantes e carentes)? Os jovens
os acontecimentos de maio de 1968
manifestantes de classe média que,
na Europa.
no dia em que fizeram 18 anos,
a
expulsão
ganharam Justamente
porque
uma
para
de
dos
moradores
as
periferias
presente
um
nova
automóvel (ou estão na expectativa
possibilidade política está aberta,
do presente quando completarem
13
essa idade) têm ideia de que
magicamente
também
pelo
institucionais? Estão dispostos a se
inferno urbano? Não é paradoxal,
engajar na luta pela reforma política,
então, que se ponham a lutar contra
a fim de inventar uma nova política,
aquilo que é resultado de sua
libertária, democrática, republicana,
própria
participativa? Estão dispostos a não
são
ação
responsáveis
(isto
é,
de
suas
sem
sua
mediações
famílias), mas atribuindo tudo isso à
reduzir
participação
a
um
política corrupta, como é típico da
evento pontual e efêmero e a não
classe média?
se deixar seduzir pela imagem que deles querem produzir os meios de
Essas indagações não são gratuitas
comunicação?
nem expressão de má vontade a respeito
das
manifestações
de
Lastro
histórico:
quando
Luiza
2013. Elas têm um motivo político e
Erundina, partindo das demandas
um lastro histórico.
dos movimentos populares e dos compromissos com a justiça social,
Motivo
político:
anteriormente apropriação
assinalamos
propôs
risco
de
transporte público de São Paulo, ela
manifestações
explicou à sociedade que a tarifa
o das
a
Tarifa
para
precisava
autoritarismo.
possível
prefeitura e que não faria o subsídio
evitar esse risco se os jovens
implicar cortes nos orçamentos de
manifestantes levarem em conta
educação,
saúde,
algumas perguntas: estão dispostos
assistência
social,
a lutar contra as ações que causam
programas sociais prioritários de
o
portanto
seu governo. Antes de propor a
enfrentar pra valer o poder do
Tarifa Zero, ela aumentou em 500%
capital de montadoras, empreiteiras
a frota da CMTC (explicação para
e cartéis de transporte, que, como
os jovens: CMTC era a antiga
todos sabem, não se relacionam
empresa municipal de transporte) e
pacificamente (para dizer o mínimo)
forçou os empresários privados a
com
renovar sua frota. Depois disso, em
inferno
será
urbano,
demandas
e
sociais?
Estão
subsidiada
o
rumo ao conservadorismo e ao Só
ser
Zero
moradia isto
dispostos a abandonar a suposição
inúmeras
audiências
de
apresentou
todos
que
a
política
se
faz
pela
os
é,
e dos
públicas, dados
e
14
planilhas da CMTC e obrigou os
“negociaram” com os vereadores a
empresários
companhias
não aprovação do projeto de lei. A
privadas de transporte coletivo a
Tarifa Zero não foi implantada.
fazer o mesmo, de maneira que a
Discutida na forma de democracia
sociedade
participativa,
das
ficou
plenamente
apresentada
com
informada quanto aos recursos que
lisura e ética política, sem qualquer
seriam necessários para o subsídio.
mancha possível de corrupção, a
Ela propôs, então, que o subsídio
proposta foi rejeitada. Esse lastro
viesse de uma mudança tributária: o
histórico
IPTU progressivo, isto é, o imposto
pensamento mágico, pois não basta
predial e territorial seria aumentado
ausência
para os imóveis dos mais ricos, que
imaginam os manifestantes, para
contribuiriam para o subsídio junto
que tudo aconteça imediatamente
com outros recursos da prefeitura.
da melhor maneira e como se
Na medida que os mais ricos, como
deseja.
mostra
de
o
limite
corrupção,
do
como
pessoas privadas, têm serviçais domésticos que usam o transporte
Cabe uma última observação: se
público e, como empresários, têm
não levarem em consideração a
funcionários usuários desse mesmo
divisão social das classes, isto é, os
transporte, uma forma de realizar a
conflitos de interesses e de poderes
transferência de renda, que é base
econômico-sociais na sociedade, os
da justiça social, seria exatamente
manifestantes não compreenderão
fazer
o campo econômico-político no qual
com
que
uma
parte
do
subsídio viesse do novo IPTU.
estão
se
movendo
quando
imaginam estar agindo fora da Os jovens manifestantes de hoje
política e contra ela. Entre os vários
desconhecem o que se passou:
riscos dessa imaginação, convém
comerciantes
ruas
lembrar aos manifestantes que se
empresários
situam à esquerda que, se não
ameaçaram lockout das empresas,
tiverem autonomia política e se não
nos “bairros nobres” foram feitas
a defenderem com muita garra,
manifestações
poderão, no Brasil, colocar água no
fecharam
inteiras,
contra
o
“totalitarismo comunista” da prefeita
moinho
e
econômicos
os
poderosos
da
cidade
dos
mesmos e
poderes
políticos
que
15
organizaram grandes manifestações de direita na Venezuela, na Bolívia, no Chile, no Peru, no Uruguai e na Argentina. E a mídia, penhorada, agradecerá pelos altos índices de audiência. *
Publicado
revista Teoria
originalmente e
em 27 de junho de 2013.
na
debate,
16
Notas
de
A história conta as aventuras de um rapaz canadense que em meio a uma
literatura
vida
de
oscilações
de
emprego, sua banda e sua atual namorada,
uma
colegial
de
dezessete anos, se apaixona por uma
menina
nova
na
cidade,
Ramona flowers. Scott tenta fazer
SCOTT PILGRIM VS. THE
de tudo para se aproximar da “garota dos seus sonhos” mas
WORLD
infelismente tem de enfrentar seus
PIERRE S. POSSAMAI
sete ex-namorados do mau. Uma liga criada para que ninguém mais
Scott Pilgrim VS. The World é um dos
grandes
títulos
da
cultura
“Geek” ou cultura “pop nerd” como muitos chamam atualmente, escrito por Bryan Lee O’Manlley, Scott Pilgrim é o protagonista de uma série de histórias em quadrinhos que foram lançadas em seis livros. Aqui no Brasil a Companhia das Letras
agrupou
os
seis
livros
transformando em uma série de três volumes
em
uma
edição
de
“Pocket”. O livro trás elementos de desenho
extremamente
simples,
mas com traços que agradam a maioria
dos
personagens
leitores, têm
já
os
características
muito bem elaboradas e de grande envolvimento com o leitor de tal forma deixando a história mais atraente.
pudesse namorar Ramona. O tema parece clichê, mas o que realmente apaixona na história é sua ligação e suas
referencias
a
diversos
clássicos dos jogos tão adorados no meio pop, como por exemplo Super Mario e até mesmo Final Fantasy. Diversas vezes os personagens emanam certa ”Energia” e toda vez que um vilão é derrotado moedas são deixadas como “recompensa”. Isso pode atrapalhar quem estava esperando
uma
história
mais
realista, mas com certeza foi uma grande sacada do autor Bryan Lee O’Manlley. Vários
aspectos
que
podemos
observar demonstram a sociedade contemporânea, principalmente os jovens que tendem a se identificar com os personagens da história.
17
Outro grande ponto forte da série é
UT PICTURA POESIS
que o próprio protagonista (Scott)
RESENHA
sabe que está dentro de uma série de história em quadrinhos, assim podendo ter varias piadas nosense,
JIMENEZ, MARC, O QUE É ESTÉTICA?
ligadas a cultura pop.
POR: GUILHERME ORESTES
A ideia de ligar, quadrinhos, vídeo-
CANARIM
games, romance e aventura em uma única obra interliga diversos
O autor traça um percurso histórico
gêneros
gostos,
instigante na tentativa de encontrar
principalmente dos jovens (que são
respostas para o que é a Estética,
maior alvo de publico da série), foi o
para
principal fator de a série ter feito
importantes, principalmente no que
tanto
as
diz respeito à estética como ciência
brincadeiras de criança simples e ao
autônoma, apresentando as não
ar livre já perderam o interesse nas
coincidências
crianças
pontes
literários
sucesso,
de
e
já
hoje
que
em
dia,
isto,
entre
marcações
com
a
arte.
Faz
a
antiguidade,
o
o
contemporâneo
principalmente em uma sociedade
moderno
onde as crianças passam a ter uma
mostrando
desenvoltura impressionante com
superações e as consequências de
aparelhos
um
tecnológicos
e
a
influencia que sofrem dos mesmos.
e
faz
as
longo
rupturas,
processo
as
de
emancipação.
E o sucesso foi tanto que a série já rendeu um filme lançado em 2010 e
Neste audaz trabalho de Jimenez,
um jogo para as plataformas PS3 e
professor e pesquisador da escola
Xbox360. Assim podemos dizer que
superior de estética e artes
toda a cultura “Geek” quer percorre
Sorbonne, ele se propõe mais uma
nos dias de hoje foram compiladas
vez a um sisifeo escopo, qual seja,
em uma série de três volumes, um
o
filme e um game.
histórico, desde Baugmarten, com a
de
descrever
um
na
processo
ideia de aesthesis disciplina, ciência do belo, a atualidade com os frankfurtianos
e
a
arte
como
dispositivo sociogentico e espaço de
18
construção de um sentido ético, de
A exemplo disso, e como não
transformação das acepções do
poderia ser diferente sendo o autor
conceito de estética, nessa feliz
um
empresa ele alcança seu objetivo,
autores
de maneira que é possível por meio
Bemjamin
de sua obra compreender, em
contribuições para uma sociologia
alguma medida até de maneira
da arte e da estética, que leve a
sociológica,
da
uma compreensão da sociedade
por
que a produz e é produzida a partir
a
interpretação
historiografia do
conceito
germanista, alemães e
múltiplos pontos de vista. Desde a
de
estética como ciência do belo ao
potencialmente
estudo da sensibilidade, do
pedagógica.
ou
mesmo
da
arte
potencialidade
de
em
gosto
ele
cita
em
Adorno
sua
vários especial
e
suas
exprescividade etificante
e
sua
mimese
(repetição, copia), poiese(criação), e
Filósofo francês e germanista, Marc
musike ( construção).Ao longo do
Jimenez
texto Jimenez aborda de maneira
Universidade de Paris I (Panthéon-
historiografica as muitas formas de
Sorbone). Ensina estética na Unité
compreensão
de
de Formation et de Recherche
estética e de como este modificou-
d’Arts plastiques et Sciences de
se durante os últimos 3OO anos,
I’Art, participa de conferências em
bem como os seus vários e diversos
diversos
objetos de estudo, a sensibilidade, o
regularmente para revistas de arte.
gosto,
suas
Ele procura respostas para “O Que
contigencias, principalmente no que
é Estética?” título do livro, o desafio
diz
é
o
do
belo
respeito
a
a
conceito
arte
e
potencialidade
o
é
professor
países
da
e
da
escreve
compreensão
emancipadora e reflexiva desta em
ambiguidade
suas linguagens, formas de discurso
paradoxos e antinomias. Mostra
e
Ele
contradições e avanços, traçando
propõe-se esta pergunta O que é
um consistente mapa histórico de
estética ? e por
maneira
construções
simbólicas.
meio do texto
da
didática,
arte,
da seus
permitindo da
o
mostra as muitas antinomias e
esclarecimento
questão
dicotomias do estuda desta ciência
proposta. Na primeira parte do livro
do belo ou do gosto ou do desgosto.
Jimenez trata de esclarecer o que é
19
a autonomia estética e a sua
novo
composição, indo do artista ao
esclarecer um saber até então
artesão, da razão à sensibilidade,
nebuloso ou, talvez, pelo acréscimo
dos antigos aos modernos, do
a um novo ramo da ciência, mas,
criticismo
romantismo,
principalmente, por iluminar o olhar
construindo artezanalmente pontes
dos contemporâneos sobre a arte
entre Kant, Hegel, Schiller, Novalis
do passado, artistas e obras de sua
e outros pensadores, avançando até
época.Apesar
o nascimento da estética moderna.
correlações,
No segundo momento, trata da
estética não coincide em significado
heteronomia
com a autonomia da arte. A palavra
ao
da
ambiguidades,
arte
da
e
suas
nostalgia
à
arte
vocabulário
tem
de a
origem
capaz
ter
inúmeras
autonomia
latina
de
ars
da
=
modernidade, trazendo as ideias de
atividade, habilidade, herdeira do
Marx,
Schopenhauer,
século XI, designando até o século
Wagner e Freud, traçando paralelos
XV, atividades ligadas à técnica e a
entre as teorias e a estética. No
tarefas essencialmente manuais. Já
terceiro
conjunto
a estética, no sentido moderno,
Jimenez
discute
Nietzsche,
de
da
aparece somente quando a arte
tradição, modernidade e vanguarda.
passa a ser reconhecida pelo seu
Por
fim,
o
capítulos
declínio
apresenta
a
guinada
conceito, ou seja, como atividade
cultural
da
estética
intelectual, separada das técnicas e
conduzindo à cena Georg Lukács e
dos ofícios. Jimenez afirma que a
a questão do realismo, Heidegger e
autonomia da fase moderna da
o
Walter
estética, que aconteceu a partir de
Benjamin e a experiência estética, e
1750, não surgiu repentinamente
mais, Herbert Marcuse, Adorno,
graças ao filósofo Baumgarten. O
Habermas,
da
estabelecimento da estética como
e
tal, foi consequência de um longo
inicia
processo de emancipação que, diz
destacando a fundação da estética
respeito ao conjunto de atividades
como
autônoma,
intelectuais, filosóficas, artísticas e
identificando-a como acontecimento
espirituais a partir da Renascença.
de
não
A criação artística passou a não ser
apenas por ter-se inventado um
mais vista como privilégio de Deus,
política
e
retorno
origens,
e
modernidade: seus
às
a o
desafios.
pós-moderno Jimenez
disciplina
alcance
crítica
considerável,
20
mas dependente da ação humana.
ainda, os governantes passaram a
A complexidade passou a estar nas
referir-se
conexões e relações que a arte
senhores
proporciona. Para que o processo
próprios
criativo viesse a acontecer entrou
Renascença despontou a ideia de
em cena o reconhecimento dos
criação
mecanismos psíquicos e mentais
artista
(abstração),
políticas e sociais da Idade Média, o
resultando
na
aos
artistas
como
possuidores dos seus palácios.
autônoma, das
Com
a
libertando
coerções
religiosas,
materialização de um arranjo, de
que
algo concreto: a obra de arte. O
transformações. O Renascimento
aspecto
fundamental
proporcionou a representação do
estética
aconteceu
da
nova
profundas
o
homem, da natureza, do universo e
progressivamente
até mesmo de Deus, em um espaço
reconhecido como artista: a ideia de
temporal contínuo e homogêneo.
gênio em arte permaneceu sendo
Porém, o século XIX abriu as suas
um dom de Deus até a época
portas
romântica, porém, a força criativa
proposição de um espaço-tempo
passou a ser individual; o método
diferente, relativo, descontínuo e de
matemático tornou-se indispensável
progresso, alterando as relações,
na
da
formas de pensar e fazer arte. Para
impondo-se
discutir a ligação entre nostalgia e
rapidamente como o credo dos
modernidade, Jimenez traz à baila
pintores Renascentistas; as obras
três
passaram
conceituais
artesão
foi
realização
das
perspectiva,
a
ser
quando
trouxe
o
normas
assinadas;
os
e
dos
trouxe
com
maiores da
ele
a
artesãos
modernidade
no
artistas a escolher os seus próprios
século XX: Marx, Nietzsche e Freud,
temas e cores; o preço das obras a
encontrando
aumentar consideravelmente, não
“teórico do capital e da luta de
tendo mais por referência apenas os
classes”, o “profeta da morte de
materiais
de
Deus” e o “pai da psicanálise”, isto
produção); o tempo de criação, e
tudo no cenário das referências em
não mais de trabalho, tornou os
filosofia e estética. O destaque
artistas livres em função do renome
destes
e
um
necessariamente contemporâneos,
investimento no sujeito autônomo e,
se fez indispensável pelo motivo
talento,
utilizados
(custo
tratando-se
de
conexões
teóricos,
entre
o
não
21
dos três marcarem, em intervalos
preciso recorrer para elucidá-la,
próximos, o fim do humanismo e da
como a psicanálise, a psicologia, a
razão
sociologia,
clássica
lapidados
na
a
semiologia,
a
Renascença e, ainda, por terem
antropologia ou a linguística. Desde
derrubado as certezas traçadas do
o
homem como dono e possuidor da
considerada
natureza.
conhecimento,
Porém,
cada
qual
surgimento
da
da
estética
ordem
diversos
do
teóricos
interessou por conservarem, ao seu
contribuíram para a unificação da
modo,
da
razão e do sentimento, permitindo a
Antiguidade. A arte contemporânea,
distinção da estética entre vários
aproximadamente dos anos 60 aos
campos
nossos dias, passa por uma crise de
indistintos e que às vezes eram
legitimação. Vemos isso quando os
confundidos; talvez até hoje. O
artistas são acusados de fazer
estabelecimento da estética como
“qualquer coisa” em detrimento do
ciência autônoma significou afirmar
processo criativo. Apesar da busca
que o domínio da sensibilidade
pela legitimação contínua estimular
também
a
reflexão, reconhecendo a intuição e
certa
reflexão
nostalgia
sobre
desaparecimento
de
arte,
o
referências
a
do
saber
pode
ser
imaginação
até
objeto
como
de
chaves
induz à procura de novos padrões,
possíveis
de convenções ou critérios que
Como ciência do conhecimento e da
possam permitir o julgamento do
representação sensíveis, a estética,
gosto e da avaliação das obras.
disciplina em si mesma, reflete
Neste
Jimenez
sobre a arte e sobre as obras
questiona a necessidade de voltar o
compondo um universo constitutivo
olhar ao passado na tentativa de
do saber. A arte, por sua vez, torna-
recuperação das referências antigas
se
ou, ao contrário, aceitar a pós-
procedimentos
modernidade
das
aplicados a diferentes materiais.
formas, materiais e estilos. Jimenez
Torna-se evidente que a ideia de
chega ao sentido atual da estética
um
entendendo não ser possível tê-la
transcendente
como sinônimo de qualquer outra
negatividade dialetica, parte dos
ciência em particular as quais foi
anseios da estética contemporânea.
movimento,
no
ecletismo
deste
então
realidade
“belo”
conhecimento.
por
meio
de
específicos
ideal,
absoluto
e
não
alcança
a
22
O belo e o feio são entendidos na
passou a ter o desafio de aproximar
sua relatividade, considerando as
as
culturas, as civilizações diversas e
feitas
os distintos momentos históricos. A
apreciadores e estudiosos da arte.
história da estética deu-se por meio
Segundo Jimenez, o atraso da
de rupturas que a sensibilidade
estética em se manifestar quando
permitiu à razão e vice-versa . A
da apresentação das vanguardas ao
primeira aconteceu, provavelmente,
público não é considerado uma
na
do
desvantagem; este tempo serviu
movimento de renovação intelectual
para refletir sobre as inúmeras
que,
mudanças
Renascença,
em
quando
parte,
firmou-se
na
diversidades pelos
e
e
provocações
artistas
sensibilidades
aos
que
imitação dos antigos, possibilitando
inevitavelmente aconteceram entre
a emancipação religiosa, Reforma e
o passado e o presente, que por
da
algum tempo desestabilizaram os
Contra-Reforma,
esta
ação
permitiu a aceitação do poder do
referenciais
indivíduo e de seu desprendimento
acomodadas de pensar. Em arte
em relação às amarras mortiças da
não é preciso ter a compreensão
Idade Média obscura. O desenrolar
total dos conceitos de modo a
da
o
reproduzi-los; Se não, um técnico
autonomia
substituiria o lugar do artista. Se por
estética em sua versão moderna. A
um lado as novas técnicas surgem
modernidade rompeu os laços, em
trazendo novas formas de fazer
parte, com a Renascença e com a
arte, por outro lado, descobre-se
tradição herdada da Antiguidade. A
que os novos meios tecnológicos,
novidade, o inédito e o fora de
como
padrão passaram a incomodar; a
efemeridade, a interatividade das
criação
formas,
história
encontrou
reconhecimento
da
provocava
execrações.
Os
vanguardas
no
exclusões
movimentos
levantaram
e de
melhores
a
ou
formas
transitoriedade,
revelam-se formas
de
como traduzir
já
a
as o
suas
momento contemporâneo em arte.
bandeiras fazendo barulho visual e
Passa-se, assim da habilidade à
sonoro,
de
criação, do artesão ao artista, dos
desembaraçar-se do hábito que
métodos às estratégias, do tabu ao
representava
porto-seguro
totem. As transformações históricas
vigente. A estética contemporânea
levaram à autonomia da estética, ao
na
tentativa
o
23
surgimento da crítica, da história da arte, ao surgimento do sujeitoartista. No campo da ciência e também
da
arte,
explicações
simples e, talvez reducionistas no seu princípio, não alcançam mais a dimensão de nossas indagações. Permanecem as interrogações na medida em que a arte compartilha, no
contexto
histórico
contemporâneo de suspensão de parâmetros a priori e definidores, exigindo
tomadas
de
posição
estéticas e éticas. A obra de Marc Jimenez, O que é estética?, É fundamental para aqueles que se dispõem à compreensão da arte, da estética, das subjetividades e das relações humanas no transcurso da história; obra esta reconhecida pela atualidade irrestritos.
e
padrão
científico
24
Crítica
Programa de inversiones y políticas públicas
para
la
reactivación
económica, la creación de empleo
roedora
de calidad y la reconversión del modelo
productivo
hacia
una
economía basada en la innovación que
PODEMOS FINAL
DOCUMENTO
DEL
PROGRAMA
contribuya
al
bien
común
teniendo en cuenta criterios de responsabilidad
social,
ética
medioambiental. Promoción
COLABORATIVO
y del
protagonismo de la pequeña y mediana empresa en la creación
El
presente
resultado
documento
de
un
es
proceso
el de
elaboración colectiva del programa de Podemos a través de un método abierto y ciudadano en el que han participado
miles
de
personas.
Partiendo de la propuesta de un borrador el proceso ha consistido en tres
etapas:
aportaciones
(i) online
debate a
y título
individual, (ii) enmiendas colectivas de los Círculos Podemos y (iii) referéndum
online
sobre
las
enmiendas.
de empleo, resaltando el papel de las entidades de la economía social. Política
de
centrado en la creación de empleo decente en los países del sur de Europa
pública
favorable a la pequeña y mediana empresa
que
incluya
cláusulas
sociales en la adjudicación de los contratos. Reducción de la jornada laboral a 35 horas semanales y de la edad de jubilación a 60 años, como mecanismos para redistribuir equitativamente
el
trabajo
y
la
riqueza, favoreciendo la conciliación familiar. Prohibición de los despidos en
empresas
Derogación 1.1 - Plan de rescate ciudadano
contratación
laborales
con
de
benefcios.
las
implantadas
reformas desde
el
estallido de la crisis: 2010, 2012 y RD
3/2014.
mecanismos precarización
Establecimiento para del
combatir
de la
empleo,
especialmente en el empleo joven para contrarrestar el exilio juvenil.
25
Eliminación de las Empresas de
el
Trabajo
supeditación
Temporal.
signifcativo
del
Incremento
Central del
Europeo
mismo
a
y las
mínimo
autoridades políticas. Modifcación
interprofesional y establecimiento de
de sus estatutos e incorporación
un
como
salario
salario
Banco
máximo
vinculado
objetivos
prioritarios
la
proporcionalmente al salario mínimo
creación de empleo decente en
interprofesional . Derecho a disfrutar
el
de
prevención
una
pensión
contributiva,
de
pública
la
UE,
de
la
ataques
especulativos y el apoyo a la
garantice una vida decente tras la
fnanciación pública de los Estados a
jubilación,su cuantía igualará como
través de la compra directa de
mínimo
deuda
salario
y
de
que
el
calidad
no
conjunto
mínimo
pública sin
en
el
mercado
interprofesional. Derogación de la
primario
limitaciones.
última reforma de las pensiones y
prioritario a la fnanciación del gasto
prohibición de la privatización o
social de los Estados y de aquellos
recortes del sistema público de
sectores económicos, sociales y
pensiones
territoriales
en
situaciones
desfavorecidas Establecimiento
de
políticas
mecanismos
Apoyo
más
mediante redistributivos
y
redistributivas para la reducción de
cuando sea necesario, mediante la
la desigualdad social en el marco
creación
de
nacional
europeos.
Diferenciación
Convergencia
y
comunitario.
bonos
sociales de
la
del gasto social
normativa para la banca comercial y
sobre el PIB respecto al promedio
la banca de inversión, regulando las
de la Unión.
actividades especulativas a esta última.
1.3 - Conversión del BCE en una institución democrática para
1.4 - Creación de una Agencia
el desarrollo económico de los
Pública Europea de Ratin Creación
países
de una Agencia Pública Europea de Rating que sustituya a las tres privadas que hoy determinan la
Creación de mecanismos de control
política
económica
de
la
UE.
democrático y parlamentario sobre
Funcionará de acuerdo a criterios
26
democráticos,
transparentes
e
investigadores
y
científcos
independientes del interés privado
españoles
el
extranjero.
empresarial.
Dotación
en de
desarrollo 1.7-
Intercambio
fuido
y
recursos de
para
políticas
el de
movilidad coherentes, capaces de
transparente de información fscal
favorecer
de
manera
real
el
entre todas las Administraciones
intercambio del conocimiento en
tributarias europeas
todas las áreas. Reducción de la partida presupuestaria destinada al
Derogación del secreto bancario y
gasto
establecimiento
sector
de
una
norma
militar para destinarla de
la
al
investigación,
vinculante para todas las entidades
especialmente
fnancieras establecidas en Europa
básica. Diseño de los programas de
que
las
I+D+I orientados a la consecución
administraciones públicas toda la
de un benefcio común que revierta
información
en
obligue
a
facilitar
respecto
a
de
sus
la
la
investigación
ciudadanía,
en
estrecha
clientes, cualquiera que sea el país
colaboración con las universidades
en el que operen directamente o a
públicas. Promoción de un modelo
través de fliales. Establecimiento de
productivo orientado al reequilibrio
sanciones
de la actividad productiva entre los
graves
por
para
infracciones las
muy
entidades
y
diferentes
países
de
la
Unión
jurisdicciones que no colaboren.
Europea.
1.11 - Apuesta sostenida por el
1.12 - Derecho a una renta básica
cambio
para todos Derecho a una renta
mediante
del el
modelo
productivo un
básica para todos y cada uno de los
sistema de Investigación, Desarrollo
ciudadanos por el mero hecho de
e
serlo y, como mínimo, del valor
Innovación
desarrollo
de
de
mayor
valor
agregado
correspondiente al umbral de la pobreza con el fn de posibilitar un
Respaldo
presupuestario
y
nivel de vida digno. La renta básica
ampliación del desarrollo de los
no
centros
bienestar,
públicos
favoreciendo
así
de el
I+D+i,
retorno
de
reemplaza sino
al que
Estado
de
trata
de
adaptarlo a la nueva realidad socio-
27
económica.
Sustitución
las
sistemas electorales. Adopción de
prestaciones sociales condicionadas
compromisos para el incremento de
menores a la cuantía de este
la
ingreso
desprofesionalización de la política.
básico.
de
Financiación
a
rotación
y
la
través de una reforma progresiva del IRPF y de la lucha contra el
2.8 - Defensa
fraude fscal.
libertad
de
decidida expresión,
asociación, 2.
Conquistar
la
libertad,
de
la
reunión,
manifestación
y
participación política
construir la democracia Garantía 2.1-Impulso
de
una
Carta
Democrática Europea
de
hacer
efectivo
el
derecho de todas las personas, ya sea a nivel individual o colectivo, a participar en el gobierno de su país
Impulso de una Carta Democrática
y hacer real el acceso universal a la
Europea vinculante para todos los
representación
países miembros en materia de
decidida de la libertad de expresión,
mecanismos
reunión, asociación y manifestación
de
rendición
de
cuentas y transparencia. Exigencia
en
de
todas
política.Defensa
sus
formas,
muy
máxima
especialmente en aquellos casos en
cargo
los que se denuncie la violación de
de medidas y
derechos fundamentales por parte
mecanismos de participación directa
de organismos estatales, nacionales
de todas las personas en la toma de
o supranacionales.
decisiones
asuntos
Medidas para garantizar el acceso a
comunes y descentralización de
los cargos de representación de
dichos
toda
honorabilidad público.
en
Adopción
sobre
un
los
procesos,
incluyendo
participación
telemática
mecanismos
que
participación
efectiva
y
otros
aseguren
persona,
acceso
a
facilitando los
dicho
colectivos
la
discriminados socialmente a través
los
de estrategias de discriminación
colectivos en mayores difcultades y
positiva. Democracia paritaria entre
riesgo de exclusión.
hombres y mujeres.
de
Limitación de los niveles máximos de
desproporcionalidad
de
los
28
2.10 - La garantía de las libertades y
personas
de los derechos fundamentales se
transexuales,
considerarán la base principal de la
intersexuales a través de un sistema
seguridad,
jurídico de garantías que intervenga
la
justicia
y
la
democracia.
lesbianas,
gays,
bisexuales
e
tanto en el ámbito público como en el privado
Reformulación
del
concepto
de
seguridad en función del respeto de
Medidas
los derechos constitucionales.
defender la diversidad sexual para
Fin de las políticas antiterroristas y
garantizar
de
que
libertades de todas las personas
vulneren la libertad de expresión,
con independencia de su sexo, su
los derechos de asociación, de
orientación sexual o su identidad de
manifestación y de protesta, y las
género, combatiendo toda exclusión
garantías procesales que deben
lgtbifóbica o por razón de género.
asegurarse
las
Despatologización
los
opciones sexuales e identidades de
sistemas penitenciarios basados de
género no normativas y puesta en
manera efectiva en la reinserción y
marcha de políticas destinadas a
el respeto a los derechos humanos.
corregir
Derecho a la justicia gratuita y con
ejemplo garantizando el acceso al
todas las garantías de acceso a la
empleo público de las personas lgtbi
misma en condiciones de equidad.
en riesgo de exclusión social.
Avance y profundización en una ley
Promover
europea de la memoria histórica.
integral
Defensa de la Justicia Universal en
violencia de género y reforzar las
todos los estados miembros de la
políticas y medidas de atención y
Unión.
asistencia
seguridad
ciudadana
para
todas
personas.Reformulación
de
políticas
los
la
derechos
de
y
todas
discriminación,
una y
destinadas
norma
vinculante
a
a
las
las
por
europea contra
la
las mujeres y
menores. Dotación de presupuestos sufciente
para de
las
garantizar
la
víctimas,
el
2.11 - Garantizar el derecho a la
protección
seguridad y a una vida libre de
funcionamiento
violencia para las mujeres y las
medios de la Justicia, las ayudas
efectivo
de
los
29
para la reinserción sociolaboral de
y
las
estatuto que los derechos civiles y
mujeres,
la
formación
de
culturales
tengan
políticos,
prevención.
consustanciales a la condición de
educativas
que
políticas
aseguren
una
es,
mismo
profesionales y las medidas de Implantar
esto
el
que
sean
ciudadanía
educación no sexista ni lgtbifóbica y aumentar las medidas para prevenir los ataques y las agresiones en
Establecimiento de un sistema de
todos los ámbitos con especial
garantías
atención a los centros escolares de
europeo
menores.
protección efectiva del derecho a
Reconocimiento de la pluralidad de
la salud, la educación, la vivienda,
modelos de familia y reconocimiento
la jubilación, la vida independiente
en todos los países del derecho al
de las personas con discapacidad,
matrimonio civil, a la adopción y a
el cuidado y la atención de las
las
personas
técnicas
de
reproducción
reforzadas para
a
nivel
garantizar
la
dependientes,
la
asistida para todas las personas,
protección frente al desempleo y la
con independencia de su sexo, su
exclusión social, la protección de los
identidad de género y su orientación
derechos sexuales y reproductivos,
sexual.Garantizar el derecho de
la conciliación efectiva de la vida
asilo por motivos de violencia de
laboral y familiar, el derecho a la
género
ciudad, la movilidad y el transporte
o
violencia
contra
las
mujeres así como el derecho de
público, y el acceso a la justicia.
asilo para las personas que sufren violencia por motivos de orientación sexual e identidad de géner
3. 5 - Garantía del derecho al conocimiento,
3.
Conquistar
la
igualdad,
construir la democracia
la
formación
académica y una educación pública, gratuita,
laica
y
universal,
participada democráticamente por todos
los
miembros
de
la
3.1 - Apertura de un proceso
comunidad educativa Paralización
constituyente
que
de los procesos de privatización de
garantice que los derechos sociales
la educación y de todos los servicios
democrático
30
escolares. La gestión del centro
Puesta
escolar debe estar en manos de
orientadas a garantizar la gratuidad
suspropios órganos de gobierno,
del material escolar de todos los
fomentando
participación
niños y niñas de la Unión en
democrática y el consenso dentro
instituciones educativas de ámbito
de la comunidad educativa.
público,
Establecimiento
educación de 0 a 3 años en
que
la
de
garanticen
mecanismos un
en
la
marcha
medidas
gratuidad
de
la
sistema
centros públicos, y la gratuidad
educativo abierto a la innovación
según renta de los comedores
pedagógica,
sociales
descentralizado,
en
todos
los
centros
inclusivo y que contribuya a reducir
educativos.
las
sociales,
Aumento de las ayudas públicas
prestando especial atención a la
para estudiantes con difcultades
diversidad individual y cultural de los
económicas.
y las estudiantes, y fomentando las
Adopción de compromisos para el
prácticas de cooperación y ayuda
desarrollo de una política europea
mutua.
de alfabetización tecnológica de
desigualdades
Implementación educativos fomenten
en
los
planes
herramientas la
que
innovación,
el
todos
los
grupos
sociales
y
generacionales, prestando especial atención
a
aquellos
colectivos
pensamiento crítico, los procesos
con más difcultades y riesgo de
creativos y la educación profesional,
exclusión digital, como, por ejemplo,
y que garanticen la defensa de las
las personas con discapacidad y las
lenguas
personas mayores.
minoritarias
a
nivel
europeo. Eliminación de cualquier subvención
3.6 - Defensa de un modelo de
y ayuda a la enseñanza privada,
investigación independiente y de
incluida la modalidad de concertada,
una Universidad pública, gratuita,
destinando
la
laica y de calidad, que responda
fnanciación y mejora de los centros
verdaderamente a las necesidades
públicos.
de la sociedad y no a las de las
el
ahorro
Durante
su
a
etapa
obligatoria, la educación debe ser
grandes
empresas
gratuita.
fnancieroElaboración de un plan estratégico
que
y
el
estudie
capital
las
31
necesidades
de
la
universidad
investigación en todos sus niveles y
pública y aumente y garantice su
su aplicación en toda la cadena de
fnanciación. Fijación a nivel europeo
valor, particularmente en aquellos
de horquilla de inversión en relación
sectores que directamente mejoran
con el PIB de los estados miembros
la calidad de vida de las gentes.
de al menos un 2%. Derogación del Plan Bolonia y modifcación del Espacio Europeo
3.8 - Garantía de los derechos
de
sin
sexuales y reproductivos y del
menoscabo de la homologación
derecho a decidir sobre el propio
efectiva de los planes de estudio y
cuerpo para todas las personas
Educación
Superior,
títulos académicos a nivel europeo. Limitación
de
las
tasas
universitarias y dotación de becas
Despenalización
sufcientes de movilidad y ayuda al
acceso universal garantizado a la
estudio, con el fn de garantizar el
interrupción voluntaria del embarazo
acceso
en la sanidad pública para todas las
a
la universidad
independencia
de
la
con
capacidad
mujeres. Acceso
aborto
garantizado
iguales para becados y no becados.
educación
Creación de un fondo europeo de
anticonceptivos seguros y a las
ayudas para facilitar la movilidad del
técnicas de reproducción asistida en
personal docente e investigador y
el
de los estudiantes.
independientemente
universitaria,
la
autonomía
garantizando
una
sexual,
sistema
público
a
de
todas
de
personas
y
económica. Exigencias académicas
Defensa
las
del
una
a métodos
de
salud,
de
su
condición civil, su orientación sexual o su identidad de género.
progresiva democratización de los
Acceso
procesos
un
maternidad y paternidad libres con
incremento de la transparencia y de
medidas de protección social como
la
ayudas
de
decisión
participación
de
y
alumnos
y
garantizado
a
la
a
dependencia
una
y
trabajadores no docentes en el
actuaciones que imposibiliten la
gobierno de las universidades.
discriminación laboral por embarazo
Elevar un 200% en 10 años la
o por maternidad o paternidad.
fnanciación
pública
para
la
32
Despatologización
de
la
Reducción del IVA cultural del 21 al
transexualidad y derecho de todas
4%.
las personas a cambiar de sexo
Control
médicamente y/o civilmente.
garantizar
que
obtenidos
por
público
encaminado los
a
benefcios
la
difusión
y
distribución del arte nunca sean superiores a los del artista, así 3.10 - Democratización efectiva del
como para impedir que las patentes
derecho a la cultura, la creación y la
sirvan para obstaculizar el acceso
difusión
equitativo de la sociedad a la cultura
cultural
en
todos
los
sectores sociales.
y la tecnología.
Recuperación de los museos, los
4.
monumentos
construir la democracia
y
el
patrimonio
cultural
inmaterial
para
conjunto material las
del
Recuperar la
fraternidad,
e
grandes
4.1 - Impulso de la participación
mayorías sociales fomentando su gratuidad o un modelo de precios
Creación de un Comisariado de
reducidos mediante subvenciones
Participación
públicas.
Europea que, propuesto y elegido
Adopción de medidas activas de
por
apoyo a los trabajadores y las
mandato de fomentar, impulsar y
trabajadoras del ámbito de la cultura
verifcar
y a la industria cultural. Promoción
ciudadana sea un elemento central
de
de la construcción europea.
un
estatuto
europeo
del
el
en
la
Comisión
Parlamento,
que
la
tenga
el
participación
trabajador de la cultura en el que se
Puesta en marcha obligatoria de
garanticen los derechos laborales,
unos Presupuestos Participativos en
la
todos
protección
social, la
gestión
los
ámbitos
de
la
tributaria, los derechos de propiedad
administración (local, autonómica,
intelectual y el autoempleo, a partir
estatal y europea), y, gradualmente
del conocimiento y respeto a las
de una democracia participativa
condiciones específcas del mercado
en todos los ámbitos, con vistas a
de trabajo cultural.
un proceso constituyente europeo.
33
desarrollo y fortalecimiento efectivo 4.6 - Defender la paz Referéndum
de la negociación colectiva a escala
vinculante
de
europea. Auditoría de la deuda de
España de la OTAN. Rechazo de
los países del sur teniendo en
las intervenciones militares en la
cuenta
resolución
confictos
sostenibilidad ecológica. Garantizar
internacionales. Desmantelamiento
el cumplimiento del Programa de
de las bases militares extranjeras en
Opciones
terceros países. Impulso de las
Lejanía, del Arbitrio a la Importación
relaciones
y Entrega de Mercancías y la
sobre
la
salida
de
solidarias
entre
los
aspectos
relativos
Especifcas
por
la
Insularidad
UE en la paz mundial y creación de
económico
un Servicio Civil de Paz cuya
desaparición de la Reserva de
actuación quede
Inversiones
y
del
la
pueblos. Papel comprometido de la
circunscrita al
y
a
Fiscal,
Régimen así
como
Canarias
para
ámbito de la
interposición y que
garantizar un desarrollo social justo
sustituya
las
intervenciones
en las islas Canarias como “región
armadas. Promoción de nuevos
ultraperiférica” de la UE. Protección
tratados de desarme.
y
a
cuidado
de
reconocidas
sus
internacionalmente
4.7 - Potenciar la igualdad entre los
como
territorios de la UE
Especialmente Sensible”.
5. Exigencia
de
compensación fomenten
la
fórmulas territorial igualdad
de
aguas
“Zona
Marina
Conquistar la
soberanía,
construir la democracia
que de
los
territorios entre los diferentes países
5.2 - Modifcación de los Tratados de
de la UE.
libre comercio
Impulso de la armonización salarial europea
con
el
criterio
de
convergencia con los países con
Abandono
niveles de remuneración más altos.
suscripción del Tratado de Libre
Establecimiento del marco legal
Comercio entre Estados Unidos y la
comunitario
Unión Europea. Apertura de un
que
permita
el
del
proceso
de
34
proceso de revisión sustancial de
una mayor integración económica
los Tratados de Libre Comercio con
en el medio plazo en materia de
América Latina.
fnanciación, comercio e inversión a
Revisión sustancial de la política
todos los efectos, con los Países del
comercial de la Unión Europea y
Sur de Europa, de América Latina y
apuesta por una política comercial
del Magreb, como punto de partida.
basada en el respecto de los derechos humanos (lo cual implica
6.
revisar los acuerdos comerciales
la democracia
con
países
que
incumplan
fagrantemente
estos
derechos,
como
caso
es
sociales
el
y laborales,
de
Israel),
el
acceso
universal a los servicios públicos,
Recuperar la tierra, construir
6.1 - Nuevos criterios para una política sostenible en la UE
la soberanía alimentaria, el control de los mercados fnancieros y de los fujos
de
capitales,
intercambio
de
y
el
Aplicación
del
principio
de
y
precaución de manera que, de
buscando
forma efectiva, se convierta en un
reforzar el respeto de la soberanía
marco para todas las políticas de
de
conocimientos.
los
saberes
libre
Y ello
países,
regiones
y
la
desarrollar
el
decrecimiento en el uso de energías
pequeño comercio local sobre los
fósiles y materiales. Planifcación
intereses de las transnacionales.
democrática
Paralización
del
proceso
de
ecológica
negociación
del
Acuerdo
de
satisfacción
comunidades
a
UE.
Impulso
de al de
una
economía
servicio
de
la
las necesidades
Asociación Transatlántica para el
básicas
Comercio y la Inversión con Estados
humanidad
Unidos;
los
generaciones, respetuosa con la
Tratados de Libre Comercio ya
biosfera y basada en un modelo
frmados
con países de África,
productivo
América Latina y Asia. Ampliación
sostenible.
de las relaciones económicas y las
inviolabilidad de los bienes comunes
fórmulas de cooperación, buscando
e incremento de las penas por
revisión
de
todos
del
del necesario
conjunto y
de
las
de
la
futuras
ambientalmente Protección
de
la
35
delitos medioambientales. Revisión, actualización y fortalecimiento en la aplicabilidad de los preceptos de la
La gestión y propiedad de los
Carta Europea de Ordenación del
recursos hídricos debe ser pública,
Territorio, para convertirla en un
con una gestión democrática y
instrumento
la
transparente. Puesta en práctica de
mercantilización de los espacios y a
penalizaciones signifcativas a su
favor de una utilización racional de
uso
los mismos, según criterios de
contaminación o su privatización.
sustentabilidad ecológica, cohesión
Las
social y territorial y optimización de
conjunto de los ecosistemas y la
las
vida silvestre que las integran, son
contra
capacidades
Reforma
productivas.
ecológica
cuencas
su
derroche,
hidrográfcas,
su
el
la
bienes comunes y deben quedar
Contabilidad Nacional mediante la
excluidos de cualquier modalidad de
introducción
de
apropiación privada o semi-privada.
contabilidad ambiental que permitan
Gestión del agua en cada cuenca
evaluar
hidrográfca.
de
la
de
abusivo,
indicadores
economía
comportamiento
en
Consumo
limitado
con
por la tasa de renovación natural
valor
dentro de la cuenca. Protección de
monetario, según la metodología de
la calidad del agua conservando
la
independencia
biofísico,
su
de
ONU.
Impulso
su
de
la
caudales ecológicos, reduciendo el
generalizada
del
consumo y la contaminación de las
Sistema de Contabilidad Ambiental
aguas. Precios del agua urbana
y Económica Integrada (SCAEI).
progresivos
Apoyo
al
derecho al agua para todos y
las
penalicen el consumo excesivo.
ecologistas
Extensión de bonos sociales sobre
expresados en el documento “Un
el uso del agua que garanticen que
programa por la Tierra. Justicia
ningún usuario se vea privado del
social y ambiental para hacer frente
recurso por falta de pago. Fomento
a las crisis”.
de la sensibilización y educación en
implementación
a
las
Parlamento
peticiones
Europeo
organizaciones
de
que
garanticen
la cultura del ahorro del agua. 6.2 - Acceso al agua, derecho humano básico
el
36
6.3
-
Alimentación
saludable,
derecho inalienable de la población
mediante medidas legales y el esfuerzo público y privado en I+D+i. Creación de un banco de semillas locales y autóctonas y declaración
Políticas orientadas al logro de la
del territorio de la UE libre de
soberanía
transgénicos, lo que implica la
alimentaria,
sustentabilidad
agropecuaria,
inmediata
regulación
de
protección de la agro-biodiversidad
introducción
y
transgénicas. Regulación de los
cooperativismo
agrícola,
de
la
semillas
generando un banco público de
productos
transgénicos
por
terrenos agrícolas actualmente en
entidades
independientes
de
desuso y de los procedentes de la
intereses comerciales, garantizando
expropiación de las grandes fncas
la salud pública y obligatoriedad de
que deberán pasar
a
información a los consumidores.
comunal.
sobre
la
precios
de
Control
especulación
de
gestión
Estricto
control
del
uso
de
plaguicidas y de los abonos no
product os agrícolas y regulación
orgánicos,
de los mismos para evit ar el
químicos de síntesis. Regulación de
empobrecimiento
las prácticas comerciales de las
consumidores
de y
los
productores,
erradicación
grandes
de
los
corporaciones
quienes deberán tener asegurados
agroalimentarias europeas en los
unos precios mínimos. Puesta en
países empobrecidos para evitar los
marcha de mecanismos que eviten
abusos
la recalifcación
locales y la especulación con sus
especulativa de
terrenos. Reconversión de la PAC
materias
(Política Agraria Común) a través de
terrenos.
contra
primas
los
cultivadores
alimentarias
y
un plan de choque que favorezca a las pequeñas explotaciones, ayude a
los
agricultores
activos,
estimule
directos
entre
consumidores,
profesionales los
vínculos
productores y
elimine
y las
subvenciones a la gran propiedad. Potenciación de la agroecología
6.4 - La energía al servicio de las personas: parar el cambio climático, mejorar la calidad del aire
37
Acabar con la contaminación y el
energía primaria en 2030, siendo
riesgo
climático.
necesaria la puesta en marcha
Elaboración de un plan con fuerza
inmediata del cambio de modelo
vinculante destinado a reducir las
energético. Medidas de apoyo a la
emisiones
autogeneración
mediante
invernadero para no superar los 2ºC
impulso
la
que la comunidad científca estima
distribuida mediante renovables y
como
un
facilitar su conexión a la red general
efectos
para evacuar la energía sobrante, lo
de
cambio
de
gases
límite
cambio
de
para
climático
efecto
evitar de
de
devastadores. Reducción de las
que
emisiones
democratización
de
gases
de
efecto
se
generación
traducirá de
de
el
en la
una
energía.
invernadero en un 55% para 2030 y
Medidas
impulso
a
las
un 95% para 2050, así como de los
cooperativas
tóxicos óxidos de azufre (SOx),
energía. Moratoria nuclear. Cierre
óxidos de nitrógeno (NOx) y de
programado de
partículas
productoras
las
de
centrales
nocivas
(PM).
nucleares asegurando alternativas
de
los
de empleo para sus trabajadores.
Control
Políticas orientadas a la correcta
democrático social y público de las
gestión de los residuos nucleares.
fuentes
Cierre
Penalización incumplimientos.
energéticas
y
de
la
programado
de
las
producción eléctrica para acabar
centrales de gas y de carbón.
con el poder de los oligopolios del
Prohibición
sector. Plan de rápido desarrollo de
megaminería,
las energías renovables mediante la
agrocombustibles
inversión pública y dotado de una
acaparamiento de tierras con fnes
dotación sufciente
energéticos. Plan de rehabilitación
introducción
en I+D, su
masiva
instalaciones
en
de
del
fracking,
la
la
importación
de
y
el
las
energética
de
las
viviendas con
edifcios
y
de
objetivos anuales
administraciones y el apoyo a su
que, junto a su potencialidad en la
implantación
creación
en
particulares
los
inmuebles
residenciales
de
empleo
cualifcado,
y
permita un ahorro estimado para el
Las
fuentes
sector del 50% de su consumo
energía
deberán
energético respecto al nivel de
suponer al menos un 45% de la
2009, sin que todo ello suponga
empresariales. renovables
de
38
incremento
de
los
precios
de
alquiler. Impulso de la movilidad sostenible en el conjunto europeo. Nuevo
modelo
de
transporte
europeo sin emisiones de gases frente al actual basado en el uso de vehĂculos altamente contaminantes. Prioridad al transporte basado en la motricidad
elĂŠctrica
derivados del petrĂłleo.
sobre
los
39
ExercĂcios
aloose in it. I couldn't answer to my
ensaĂsticos
Bailey didn't look up from his
conscience if I did."
reading so she wheeled around then and faced the children's mother, a young woman in slacks, whose face was as broad and innocent as a
A GOOD MAN IS HARD TO
cabbage and was tied around with a green head-kerchief that had two
FIND
points on the top like rabbit's ears.
FLANNERY O'CONNOR
She was sitting on the sofa, feeding the baby his apricots out of a jar.
The grandmother didn't want to go to Florida. She wanted to visit some of her connections in east Tennessee and she was seizing at every chance to change Bailey's mind. Bailey was the son she lived with, her only boy. He was sitting on the edge of his chair at the table, bent
"The children have been to Florida before," the old lady said. "You all ought to take them somewhere else for a change so they would see different parts of the world and be broad. They never have been to east Tennessee."
over the orange sports section of the Journal. "Now look here, Bailey," she said, "see here, read this," and she stood with one hand on her thin hip
and
the
other
rattling
the
newspaper at his bald head. "Here this fellow that calls himself The Misfit is aloose from the Federal Pen and headed toward Florida and you
The children's mother didn't seem to hear her but the eight-year-old boy, John Wesley, a stocky child with glasses, said, "If you don't want to go to Florida, why dontcha stay at home?" He and the little girl, June Star, were reading the funny papers on the floor.
read here what it says he did to these people. Just you read it. I wouldn't take my children in any direction with a criminal like that
"She wouldn't stay at home to be queen for a day," June Star said without raising her yellow head.
40
"Yes and what would you do if this
Star on either side of her. Bailey and
fellow, The Misfit, caught you?" the
the children's mother and the baby
grandmother asked.
sat in front and they left Atlanta at
"I'd smack his face," John Wesley
eight forty-five with the mileage on
said.
the car at 55890. The grandmother wrote
this
down
because
she
"She wouldn't stay at home for a
thought it would be interesting to say
million
said.
how many miles they had been
"Afraid she'd miss something. She
when they got back. It took them
has to go everywhere we go."
twenty minutes to reach the outskirts
bucks,"
June
Star
of the city. "All right, Miss," the grandmother said. "Just re- member that the next
The
time you want me to curl your hair."
comfortably, removing her white
June Star said her hair was naturally
cotton gloves and putting them up
curly.
with her purse on the shelf in front of
The next morning the grandmother
the back window. The children's
was the first one in the car, ready to
mother still had on slacks and still
go. She had her big black valise that
had her head tied up in a green
looked
a
kerchief, but the grandmother had
hippopotamus in one corner, and
on a navy blue straw sailor hat with
underneath it she was hiding a
a bunch of white violets on the brim
basket with Pitty Sing, the cat, in it.
and a navy blue dress with a small
She didn't intend for the cat to be
white dot in the print. Her collars and
left alone in the house for three days
cuffs
because he would miss her too
were white organdy trimmed with
much and she was afraid he might
lace and at her neckline she had
brush against one of her gas
pinned a purple spray of cloth violets
burners and accidentally asphyxiate
containing a sachet. In case of an
himself. Her son, Bailey, didn't like
accident, anyone seeing her dead
to arrive at a motel with a cat.
on the highway would know at once
like
the
head
of
old
lady
that she was a lady. She sat in the middle of the back seat with John Wesley and June
settled
herself
41
She said she thought it was going to
"Tennessee
be a good day for driving, neither
dumping
too hot nor too cold, and she
said, "and Georgia is a lousy state
cautioned Bailey that the speed limit
too." "You said it," June Star said.
was fifty-five miles an hour and that
"In my time," said the grandmother,
the
folding her thin
patrolmen
hid
themselves
is
just
ground,"
a
hillbilly
John
Wesley
veined fingers,
behind billboards and small clumps
"children were more respectful of
of trees and sped out after you
their native states and their parents
before you had a chance to slow
and everything else. People did right
down. She pointed out interesting
then. Oh look at the cute little
details
Stone
pickaninny!" she said and pointed to
Mountain; the blue granite that in
a Negro child standing in the door of
some places came up to both sides
a shack. "Wouldn't that make a
of the highway; the brilliant red clay
picture, now?" she asked and they
banks slightly streaked with purple;
all turned and looked at the little
and the various crops that made
Negro out of the back window. He
rows of green lace-work on the
waved
of
the
scenery:
ground. The trees were full of silverwhite sunlight and the meanest of
"He didn't have any britches on,"
them sparkled. The children were
June Star said.
reading comic magazines and their mother and gone back to sleep.
"He probably didn't have any," the grandmother
explained.
"Little
"Let's go through Georgia fast so we
riggers in the country don't have
won't have to look at it much," John
things like we do. If I could paint, I'd
Wesley said.
paint that picture," she said.
"If I were a little boy," said the
The
grandmother, "I wouldn't talk about
books.
children
exchanged
comic
my native state that way. Tennessee has the mountains and Georgia has
The grandmother offered to hold the
the hills."
baby and the children's mother passed him over the front seat to her. She set him on her knee and
42
bounced him and told him about the
June Star guessed a cow and John
things they were passing. She rolled
Wesley said, no, an automobile, and
her eyes and screwed up her mouth
June Star said he didn't play fair,
and stuck her leathery thin face into
and they began to slap each other
his smooth bland one. Occasionally
over the grandmother.
he gave her a faraway smile. They
The grandmother said she would tell
passed a large cotton field with five
them a story if they would keep
or fix graves fenced in the middle of
quiet. When she told a story, she
it, like a small island. "Look at the
rolled her eyes and waved her head
graveyard!" the grandmother said,
and was very dramatic. She said
pointing it out. "That was the old
once when she was a maiden lady
family
she had been courted by a Mr.
burying
ground.
That
belonged to the plantation."
Edgar
Atkins
Teagarden
from
Jasper, Georgia. She said he was a "Where's
the
plantation?"
John
Wesley asked.
very good- looking man and a gentleman and that he brought her a watermelon
every
Saturday
"Gone With the Wind" said the
afternoon with his initials cut in it, E.
grandmother. "Ha. Ha."
A. T. Well, one Saturday, she said, Mr.
Teagarden
brought
the
When the children finished all the
watermelon and there was nobody
comic books they had brought, they
at home and he left it on the front
opened the lunch and ate it. The
porch and returned in his buggy to
grandmother ate a peanut butter
Jasper, but she never got the
sandwich and an olive and would
watermelon, she said, because a
not let the children throw the box
nigger boy ate it when he saw the
and the paper napkins out the
initials, E. A. T. ! This story tickled
window. When there was nothing
John Wesley's funny bone and he
else to do they played a game by
giggled and giggled but June Star
choosing a cloud and making the
didn't think it was any good. She
other two guess what shape it
said
suggested. John Wesley took one
she wouldn't marry a man that just
the shape of a cow and
brought
her
a
watermelon
on
Saturday. The grandmother said she
43
would have done well to marry Mr.
Inside, The Tower was a long dark
Teagarden because he was a gentle
room with a counter at one end and
man and had bought Coca-Cola
tables at the other and dancing
stock when it first came out and that
space in the middle. They all sat
he had died only a few years ago, a
down at a board table next to the
very wealthy man.
nickelodeon and Red Sam's wife, a tall burnt-brown woman with hair
They stopped at The Tower for
and eyes lighter than her skin, came
barbecued sand- wiches. The Tower
and took their order. The children's
was a part stucco and part wood
mother put a dime in the machine
filling station and dance hall set in a
and played "The Tennessee Waltz,"
clearing outside of Timothy. A fat
and the grandmother said that tune
man named Red Sammy Butts ran it
always made her want to dance.
and there were signs stuck here and
She asked Bailey if he would like to
there on the building and for miles
dance but he only glared at her. He
up and down the highway saying,
didn't
TRY
disposition like she did and trips
RED
SAMMY'S
FAMOUS
have
naturally
made
RED SAMMY'S! RED SAM! THE
grandmother's brown eyes were
FAT
HAPPY
very bright. She swayed her head
RED
from side to side and pretended she
LAUGH.
WITH A
THE
VETERAN!
SAMMY'S YOUR MAN!
nervous.
sunny
BARBECUE. NONE LIKE FAMOUS
BOY
him
a
The
was dancing in her chair. June Star said play something she could tap to
Red Sammy was lying on the bare
so the children's mother put in
ground outside The Tower with his
another dime and played a fast
head under a truck while a gray
number and June Star stepped out
monkey about a foot high, chained
onto the dance floor and did her tap
to a small chinaberry tree, chattered
routine.
nearby. The monkey sprang back
"Ain't she cute?" Red Sam's wife
into the tree and got on the highest
said, leaning over the counter.
limb as soon as he saw the children
"Would you like to come be my little
jump out of the car and run toward
girl?" "No I certainly wouldn't," June
him.
Star said. "I wouldn't live in a
44
broken-down place like this for a
they worked at the mill and you
million
know I let them
bucks!" and she ran back to the
fellers charge the gas they bought?
table.
Now why did I do that?" "Because you're
"Ain't
she
repeated, politely.
cute?"
the
stretching "Arn't
you
her
woman
a
good
man!"
the
grandmother said at once.
mouth
"Yes'm, I suppose so," Red Sam
ashamed?"
said as if he were struck with this
hissed the grandmother.
answer.
Red Sam came in and told his wife to quit lounging on the counter and
His wife brought the orders, carrying
hurry up with these people's order.
the five plates all at once without a
His khaki trousers reached just to
tray, two in each hand and one
his hip bones and his stomach hung
balanced on her arm. "It isn't a soul
over them like a sack of meal
in this green world of God's that you
swaying under his shirt. He came
can trust," she said. "And I don't
over and sat down at a table nearby
count nobody out of
and let out a combination sigh and
nobody," she repeated, looking at
yodel. "You can't win," he said. "You
Red Sammy.
can't
win,"
and
he
wiped
that, not
his
sweating red face off with a gray
"Did you read about that criminal,
handkerchief. "These days you don't
The Misfit, that's escaped?" asked
know who to trust," he said. "Ain't
the grandmother.
that the truth?" "I wouldn't be a bit surprised if he "People are certainly not nice like
didn't attack this place right here,"
they
said the woman. "If he hears about it
used
to
be,"
said
the
grandmother.
being here, I wouldn't be none surprised to see him. If he hears it's
"Two fellers come in here last
two cent in the cash register, I
week," Red Sammy said, "driving a
wouldn't be a tall surprised if he . . ."
Chrysler. It was a old beat-up car but it was a good one and these
"That'll do," Red Sam said. "Go
boys looked all right to me. Said
bring these people their Co'-Colas,"
45
and the woman went off to get the
six white columns across the front
rest of the order.
and that there was an avenue of oaks leading up to it and two little
"A good man is hard to find," Red
wooden trellis arbors on either side
Sammy said. "Everything is getting
in front where you sat down with
terrible. I remember the day you
your suitor after a stroll in the
could go off and leave your screen
garden. She recalled exactly which
door unlatched. Not no more."
road to turn off to get to it. She knew that Bailey would not be willing to
He and the grandmother discussed
lose any time looking at an old
better times. The old lady said that
house, but the more she talked
in her opinion Europe was entirely to
about it, the more she wanted to see
blame for the way things were now.
it once again and find
She said the way Europe acted you
out if the little twin arbors were still
would think we were made of money
standing. "There was a secret:-
and Red Sam said it was no use
panel in this house," she said
talking about it, she was exactly
craftily, not telling the truth but
right. The children ran outside into
wishing that she were, "and the
the white sunlight and looked at the
story went that all the family silver
monkey in the lacy chinaberry tree.
was hidden in it
He was busy catching fleas on
when Sherman came through but it
himself and biting each one carefully
was never found . . ."
between his teeth as if it were a delicacy.
"Hey!" John Wesley said. "Let's go see it! We'll find it! We'll poke all the
They drove off again into the hot
woodwork and find it! Who lives
afternoon. The grandmother took cat
there? Where do you turn off at?
naps and woke up every few
Hey Pop, can't we turn off there?"
minutes
with
her
own
snoring.
Outside of Toombsboro she woke
"We never have seen a house with
up and recalled an old plantation
a secret panel!" June Star shrieked.
that
this
"Let's go to the house with the
neighborhood once when she was a
secret panel! Hey Pop, can't we go
she
had
visited
in
young lady. She said the house had
46
see the house with the secret
"All right," Bailey said, "but get this:
panel!"
this is the only time we're going to stop for anything like this. This is the
"It's not far from here, I know," the
one and only time."
grandmother said. "It wouldn't take over twenty minutes." Bailey was
"The dirt road that you have to turn
looking straight ahead. His jaw was
down is about a mile back," the
as rigid as a horseshoe. "No," he
grandmother directed. "I marked it
said.
when we passed."
The children began to yell and scream that they wanted to see the
"A dirt road," Bailey groaned.
house with the secret panel. John Wesley kicked the back of the front
After they had turned around and
seat and June Star hung over her
were headed toward the dirt road,
mother's
the
shoulder
and
whined
grandmother
recalled
other
desperately into her ear that they
points about the house, the beautiful
never had any fun even on their
glass over the front doorway and the
vacation, that they could never do
candle-lamp
what THEY wanted to
Wesley said that the secret panel
do. The baby began to scream and
was probably in the fireplace.
in
the
hall.
John
John Wesley kicked the back of the seat so hard that his father could
"You can't go inside this house,"
feel the blows in his kidney.
Bailey said. "You don't know who lives there."
"All right!" he shouted and drew the car to a stop at the side of the road.
"While you all talk to the people in
"Will you all shut up? Will you all just
front, I'll run around behind and get
shut up for one second? If you don't
in
shut up, we won't go anywhere."
suggested.
"It would be very educational for
"We'll all stay in the car," his mother
them," the grandmother murmured.
said.
a
window,"
John
Wesley
47
They turned onto the dirt road and
The children were thrown to the floor
the car raced roughly along in a
and their mother, clutching the baby,
swirl of pink dust. The grandmother
was thrown out the door onto
recalled the times when there were
the ground; the old lady was thrown
no paved roads and thirty miles was
into the front seat. The car turned
a day's journey. The dirt road was
over once and landed right-side-up
hilly and there were sudden washes
in a gulch off the side of the road.
in it and sharp curves on dangerous
Bailey remained in the driver's seat
embankments. All at once they
with the cat gray-striped with a
would be on a hill, looking down
broad white face and an orange
over the blue tops of trees for miles
nose clinging to his neck like a
around, then the next minute, they
caterpillar.
would be in a red depression with the dust-coated trees looking down
As soon as the children saw they
on them.
could move their arms and legs, they scrambled out of the car,
"This place had better turn up in a
shouting,
minute," Bailey said, "or I'm going to
ACCIDENT!" The grandmother was
turn around." The road looked as if
curled up under the dashboard,
no one had traveled on it in months.
hoping she was injured so that
"It's
the
Bailey's wrath would not come down
grandmother said and just as she
on her all at once. The horrible
said it, a horrible thought came to
thought she had had
her.
so
before the accident was that the
embarrassing that she turned red in
house she had remembered so
the face and her eyes dilated and
vividly was not in Georgia but in
her feet jumped up, upsetting her
Tennessee.
valise in the corner. The instant the
Bailey removed the cat from his
valise moved, the newspaper top
neck with both hands and flung it out
she had over the basket under it
the window against the side of a
rose with a snarl and Pitty Sing, the
pine tree. Then he got out of the car
cat, sprang onto Bailey's shoulder.
and started looking for the children's
not
The
much
farther,"
thought
was
"We've
had
an
mother. She was sitting against the side of the red gutted ditch, holding
48
the screaming baby, but she only
Behind the ditch they were sitting in
had a cut down her face and a
there were more woods, tall and
broken shoulder. "We've had an
dark and deep. In a few minutes
ACCIDENT!" the children screamed
they saw a car some distance away
in a frenzy of delight.
on top of a hill, coming slowly as if the occupants were watching them.
"But nobody's killed," June Star said
The grandmother stood up and
with
waved both arms dramatically to
disappointment
as
the
grandmother limped out of the car,
attract
her hat still pinned to her head but
continued
the broken front brim standing up at
disappeared around a bend and
a jaunty angle and the violet spray
appeared
hanging off the side. They all sat
slower, on top of the hill they had
down in the
gone over. It was a big black
ditch, except the
their to
attention. come
again,
The on
moving
hearselike
car
slowly,
even
children, to recover from the shock.
battered
automobile.
They were all shaking.
There were three men in it.
"Maybe a car will come along," said
It came to a stop just over them and
the children's mother hoarsely.
for some minutes, the driver looked down with a steady expressionless
"I believe I have injured an organ,"
gaze to where they were sitting, and
said the grandmother, pressing her
didn't speak. Then he turned his
side, but no one answered her.
head and muttered something to the
Bailey's teeth were clattering. He
other two and they got out. One was
had on a yellow sport shirt with
a fat boy in black trousers and a red
bright blue parrots designed in it and
sweat shirt with a silver stallion
his face was as yellow as the shirt.
embossed on the front of it. He
The grandmother decided that she
moved around on the right side of
would not mention that the house
them and stood staring, his mouth
was in Tennessee.
partly open in a kind of loose grin. The other had on khaki pants and a
The road was about ten feet above
blue striped coat and a gray hat
and they could see only the tops of
pulled down very low, hiding most of
the trees on the other side of it.
49
his face. He came around slowly on
"We turned over twice!" said the
the left side. Neither spoke.
grandmother.
The driver got out of the car and
"Once", he corrected. "We seen it
stood by the side of it, looking down
happen. Try their car and see will it
at them. He was an older man than
run, Hiram," he said quietly to the
the other two. His hair was just
boy with the gray hat.
beginning to gray and he wore silver-rimmed spectacles that gave
"What you got that gun for?" John
him a scholarly look. He had a long
Wesley asked. "Whatcha gonna do
creased face and didn't have on any
with that gun?"
shirt or undershirt. He had on blue jeans that were too tight for him and
"Lady,"
the
man
said
to
the
was holding a black hat and a gun.
children's mother, "would you mind
The two boys also had guns.
calling them children to sit down by you?
"We've had an ACCIDENT!" the children screamed.
Children make me nervous. I want all you all to sit down right together
The grandmother had the peculiar
there where you're at." "What are
feeling that the bespectacled man
you telling US what to do for?" June
was someone she knew. His face
Star asked.
was as familiar to her as if she had
Behind them the line of woods
known him all her life but she could
gaped like a dark open mouth.
not recall who he was. He moved
"Come here," said their mother.
away from the car and began to
"Look here now," Bailey began
come
suddenly, "we're in a predicament!
down
the
embankment,
placing his feet carefully so that he
We're in . . ."
wouldn't slip. He had on tan and
The
white shoes and no socks, and his
scrambled to her feet and stood
ankles were red and thin. "Good
staring. "You're The Misfit!" she
afternoon," he said. "I see you all
said. "I
had you a little spill."
recognized you at once!"
grandmother shrieked.
She
50
"Yes'm," the man said, smiling slightly as if he were pleased in spite
"Yes mam," he said, "finest people
of himself to be known, "but it would
in the world." When he smiled he
have been better for all of you, lady,
showed a row of strong white teeth.
if you hadn't of reckernized me."
"God never made a finer woman than my mother and my daddy's
Bailey turned his head sharply and
heart was pure gold," he said. The
said something to his mother that
boy with the red sweat shirt had
shocked even the children. The old
come around behind them and was
lady began to cry and The Misfit
standing with his gun at his hip. The
reddened.
Misfit squatted down on the ground. "Watch them children, Bobby Lee,"
"Lady," he said, "don't you get
he said. "You know they make me
upset. Sometimes a man says
nervous." He looked at the six of
things he don't mean. I don't reckon
them huddled together in front of
he meant to talk to you thataway."
him
and
he
seemed
to
be
embarrassed as if he couldn't think "You wouldn't shoot a lady, would
of anything to say. "Ain't a cloud in
you?" the grandmother said and
the sky," he remarked, looking up at
removed a clean handkerchief from
it. "Don't see no sun but don't see
her cuff and began to slap at her
no cloud neither."
eyes with it. "Yes, it's a beautiful day," said the The Misfit pointed the toe of his
grandmother. "Listen," she said,
shoe into the ground and made a
"you shouldn't call yourself The
little hole and then covered it up
Misfit because I know you're a good
again. "I
man at heart. I can just look at you
would hate to have to," he said.
and tell."
"Listen," the grandmother almost
"Hush!"
screamed, "I know you're a good
Everybody shut up and let me
man. You don't look a bit like you
handle this!" He was squatting in the
have common blood. I know you
position of a runner about to sprint
must come from nice people!"
forward but he didn't move.
Bailey
yelled.
"Hush!
51
reached
the and
dark
edge,
supporting
Bailey
"I pre-chate that, lady," The Misfit
turned
himself
said and drew a little circle in the
against a gray naked pine trunk, he
ground with the butt of his gun. "It'll
shouted, "I'll be back in a minute,
take a half a hour to fix this here
Mamma, wait on me!"
car," Hiram called, looking over the raised hood of it.
"Come back this instant!" his mother
"Well, first you and Bobby Lee get
shrilled but they all disappeared into
him and that little boy to step over
the woods.
yonder with you," The Misfit said, pointing to Bailey and John Wesley.
"Bailey Boy!" the grandmother called
"The
in a tragic voice but she found she
boys
something,"
want he
to
said
ast to
you
Bailey.
was looking at The Misfit
"Would you mind stepping back in
squatting on the ground in front of
them woods there with them?"
her. "I just know you're a good man," she said desperately. "You're
"Listen," Bailey began, "we're in a terrible
predicament!
not a bit common!"
Nobody
realizes what this is," and his voice
"Nome, I ain't a good man," The
cracked. His eyes were as blue and
Misfit said after a second ah if he
intense as the parrots in his shirt
had
and he remained perfectly still.
carefully, "but I ain't the worst in the
considered
her
statement
world neither. My daddy said I was a The grandmother reached up to
different breed of dog from my
adjust her hat brim as if she were
brothers and sisters. 'You know,'
going to the woods with him but it
Daddy said, 'it's some that can live
came off in her hand. She stood
their whole life out without asking
staring at it and after a second she
about it and it's others has to know
let it fall on the ground. Hiram pulled
why it is, and this boy is one of the
Bailey up by the arm as if he were
latters.
assisting an old man. John Wesley
everything!"' He put on his black hat
caught hold of his father's hand and
and looked up suddenly and then
Bobby I,ee followed. They went off
away deep into the woods as if he
toward the woods and just as they
were embarrassed again. "I'm sorry
He's
going
to
be
into
52
I don't have on a shirt before you
somebody is always after you," he
ladies,"
murmured.
he
said,
hunching
his
shoulders slightly. "We buried our clothes that we had on when we
The grandmother noticed how thin
escaped and we're just making do
his shoulder blades were just behind
until
We
his hat because she was standing
borrowed these from some folks we
up looking down on him. "Do you
met," he explained.
every pray?" she asked.
we
can
get
better.
He shook his head. All she saw was "That's
perfectly
all
right,"
the
the black hat wiggle between his
grandmother said. "Maybe Bailey
shoulder blades. "Nome," he said.
has an extra shirt in his suitcase."
There was a pistol shot from the
"I'll look and see terrectly," The
woods, followed closely by another.
Misfit said.
Then silence. The old lady's head
"Where are they taking him?" the
jerked around. She could hear the
children's mother screamed.
wind move through the tree tops like a long satisfied insuck of breath.
"Daddy was a card himself," The Misfit
said.
"You
couldn't
"Bailey Boy!" she called.
put
anything over on him. He never got
"I was a gospel singer for a while,"
in
The
trouble
with
the
Authorities
Misfit
said.
"I
been
most
though. Just had the knack of
everything. Been in the arm service
handling them."
both land and sea, at home and abroad, been twict married, been an
"You could be honest too if you'd
undertaker, been with the railroads,
only try," said the grandmother.
plowed Mother Earth, been in a
"Think how wonderful it would be to
tornado, seen a man burnt alive
settle down and live a comfortable
oncet," and he looked up at the
life and not have to think about
children's mother and the little girl
somebody chasing you all the time."
who were sitting close together, their faces white and their eyes glassy; "I
The Misfit kept scratching in the
even seen a woman flogged," he
ground with the butt of his gun as if
said.
he were thinking about it. "Yestm,
53
"Pray,
pray,"
the
grandmother
began, "pray, pray . . ."
The Misfit sneered slightly. "Nobody had nothing I wanted," he said. "It was
a
head-doctor
at
the
I never was a bad boy that I
penitentiary said what I had done
remember of," The Misfit said in an
was kill my daddy but I known that
almost
"but
for a lie. My daddy died in nineteen
somewheres along the line I done
ought nineteen of the epidemic flu
something wrong and got sent to the
and I never had a thing to do with it.
penitentiary. I was buried alive," and
He
he looked up and held her attention
Hopewell Baptist churchyard and
to him by a steady stare.
you can go there and see for
dreamy
voice,
was
buried
in
the
Mount
yourself." "That's
when
you
should
have
started to pray," she said. "What did
"If you would pray," the old lady
you do to get sent to the penitentiary
said,
that first time?"
"That's right," The Misfit said.
"Jesus
would
help
you."
"Well then, why don't you pray?" she "Turn to the right, it was a wall," The
asked
trembling
with
delight
Misfit said, looking up again at the
suddenly. "I don't want no hep," he
cloudless sky. "Turn to the left, it
said. "I'm doing all right by myself."
was a wall. Look up it was a ceiling,
Bobby Lee and Hiram came ambling
look down it was a floor. I forget
back from the woods. Bobby Lee
what I done, lady. I set there and set
was dragging a yellow shirt with
there, trying to remember what it
bright blue parrots in it.
was I done and I ain't recalled it to this day. Oncet in a while, I would
"Thow me that shirt, Bobby Lee,"
think it was coming to me, but it
The Misfit said. The shirt came flying
never come."
at him and landed on his shoulder and he put it on. The grandmother
"Maybe they put you in by mistake,"
couldn't
name
what
the
shirt
the old lady said vaguely. "Nome,"
reminded her of. "No, lady," The
he said. "It wasn't no mistake. They
Misfit said while he was buttoning it
had the papers on me." "You must
up, "I found out the crime don't
have stolen something," she said.
matter. You can do one thing or you
54
can do another, kill a man or take a
Alone
with
The
Misfit,
the
tire off his car, because sooner or
grandmother found that she had lost
later you're going to forget what it
her voice. There was not a cloud in
was you done and just be punished
the sky nor any sun. There was
for it."
nothing around her but woods. She wanted to tell him that he must pray.
The children's mother had begun to
She opened and closed her mouth
make heaving noises as if she
several times before anything came
couldn't get her breath. "Lady," he
out. Finally she found herself saying,
asked, "would you and that little girl
"Jesus. Jesus," meaning, Jesus will
like to step off yonder with Bobby
help you, but the way she was
Lee
saying it, it sounded as if she might
and
Hiram
and
join
your
husband?"
be cursing.
"Yes, thank you," the mother said
"Yes'm, The Misfit said as if he
faintly.
dangled
agreed. "Jesus shown everything off
helplessly and she was holding the
balance. It was the same case with
baby, who had gone to sleep, in the
Him as with me except He hadn't
other. "Hep that lady up, Hiram,"
committed any crime and they could
The Misfit said as she struggled to
prove I had committed one because
climb out of the ditch, "and Bobby
they had the papers on me. Of
Lee, you hold onto that little girl's
course," he said, "they never shown
hand."
me my papers. That's why I sign
Her
left
arm
myself now. I said long ago, you get "I don't want to hold hands with
you a signature and sign everything
him," June Star said. "He reminds
you do and keep a copy of it. Then
me of a pig."
you'll know what you done and you can hold up the crime to the
The fat boy blushed and laughed
punishment and see do they match
and caught her by the arm and
and in the
pulled her off into the woods after
end you'll have something to prove
Hiram and her mother.
you ain't been treated right. I call myself
The
"because I
Misfit,"
he
said,
55
can't make what all I done wrong fit
balance. If He did what He said,
what
then it's nothing for you to do but
all
I
gone
through
in
punishment."
thow away everything and follow Him, and if He didn't, then it's
There was a piercing scream from
nothing for you to do but enjoy the
the woods, followed closely by a
few minutes you got left the best
pistol report. "Does it seem right to
way you can by killing somebody or
you, lady, that one is punished a
burning down his house or doing
heap and another ain't punished at
some other meanness to him. No
all?"
pleasure but meanness," he said and his voice had become almost a
"Jesus!" the old lady cried. "You've
snarl.
got good blood! I know you wouldn't shoot a lady! I know you come from
"Maybe He didn't raise the dead,"
nice people! Pray! Jesus, you ought
the old lady mumbled, not knowing
not to shoot a lady. I'll give you all
what she was saying and feeling so
the money I've got!"
dizzy that she sank down in the ditch with her legs twisted under her.
"Lady," The Misfit said, looking beyond her far into the woods,
"I wasn't there so I can't say He
"there never was a body that give
didn't," The Misfit said. "I wisht I had
the undertaker a tip."
of been there," he said, hitting the ground with his fist. "It ain't right I
There were two more pistol reports
wasn't there because if I had of
and the grandmother raised her
been there I would of known. Listen
head like a parched old turkey hen
lady," he said in a high voice, "if I
crying for water and called, "Bailey
had of been there I would of known
Boy, Bailey Boy!" as if her heart
and I wouldn't be like I am now." His
would break.
voice seemed about to crack and the grandmother's head cleared for
"Jesus was the only One that ever
an instant. She saw the man's face
raised
twisted close to her own as if he
the
dead,"
The
Misfit
continued, "and He shouldn't have
were
going
to
cry
and
she
done it. He shown everything off
murmured, "Why you're one of my
56
babies. You're one of my own
"Some fun!" Bobby Lee said.
children !" She reached out and touched him on the shoulder. The
"Shut up, Bobby Lee," The Misfit
Misfit sprang back as if a snake had
said. "It's no real pleasure in life."
bitten him and shot her three times through the chest. Then he put his gun down on the ground and took off his glasses and began to clean them.
Hiram and Bobby Lee returned from the woods and stood over the ditch, looking down at the grandmother who half sat and half lay in a puddle of blood with her legs crossed under her like a child's and her face smiling up at the cloudless sky.
Without his glasses, The Misfit's eyes were red-rimmed and pale and defenseless-looking. "Take her off and thow her where you thown the others," he said, picking up the cat that was rubbing itself against his leg. "She was a talker, wasn't she?" Bobby Lee said, sliding down the ditch with a yodel.
"She would of been a good woman," The Misfit said, "if it had been somebody there to shoot her every minute of her life."
57
Em breve novo caderno