Almanaques_especial109

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ESPECIAL

DIA DO AUTOMÓVEL

TEXTO: DANILO RIBEIRO GALLUCCI ARTE: GUILHERME RESENDE FOTOS: CLÁUDIO LARANGEIRA

Simca

Romi-Isetta já e s1800Chambord ag rd o D a C el gW DrK Gu

18

de/h 90 km/h Velocidade Velocida 135 km deVelocidade da ci lo Ve Unidade s produzid as 3.000 e Unidades 9.500 duzidas produzidas pro idas des ade locidad da idauz Un od pr s de s Velocid V ni a U Tempo de992 produção 1956-1961 de produção Tempo 1976-1 pr/ohduzid dução sm ãopro pouçde Tem asod pr id de z po u Unidade k odueTe m d o 0 o a 100 ã r ç Não p alcança 25 s 0 a 100 r ad s de npid a 100 Tempo U 0 a 100 0 Peso 360 kg Peso 994 kg .665 çãoo 0 a 100 1 soproduPes Pe Potência 13 cavalos brutos e d tos 65 cavalos bru mpo ência Potência Peso Te Potência Pot 991 Potência1

e os carros, além do samba e do futebol, são paixão nacional, não há pesquisa que comprove. Talvez estejam mais para necessidade nacional, vagando nas frestas das grandes cidades brasileiras que nunca deram ao transporte público – ou mesmo ao individual, a pé ou de bicicleta – a devida atenção. Mas não é desses veículos que entopem ruas e largas avenidas que vamos aqui falar nesse Dia do Automóvel, celebrado todo ano em 13 de maio. E sim de carrinhos e carrões que fizeram a cabeça de diversas gerações desde que Santos-Dumont (sim, o pai da aviação) mandou trazer o primeiro carro que desfilou pelas ruas brasileiras. De lá até que fosse fabricado o primeiro veículo em série no Brasil muito tempo se passou. E apesar de toda a cerimônia – com JK chegando a Brasília a bordo dela e

O

primeir o carro meio es Brasil, temos q a ser produzido tr formato anho: tinha mo ue reconhecer, no e e lugar ovóide, uma ú tor de motocic ra leta, nica po para ap r e ta diante nho, ca nas dua p s ir litro, er az de rodar 25 pessoas. O car a r a adequ iq u il ôme do pósa guerra, do à realidad tros por mas foi e italian fabrican ab a te que a R Iso em 1956 andonado pela , mesm omi, de o ano e Santa B São Pau m ár lo são ítalo , iniciava a pr bara d’Oeste, odução -brasile da vervida: JK ira. Con , de nos presidente im tradições da sa p – e que indústria au ulsionador tomobil chegou ística Caravan a Brasíl ia a bordo d de Integração , depois da e N respons uma Romi-Is acional, a etta – fo ável pela lo, ao c io falência o apenas nceder facilida do modepa d de três ra automóveis es fiscais lugares c e duas p om mais ortas.

tudo mais – a Romi-Isetta não viveu nem mais dois anos para contar história. Mas entrou para a história. Assim como o Dodginho, o DKW, o Galaxie, o Miura e, claro, o Fusca. Carros projetados no Brasil ou que, apesar de terem vindo de fora, se ajustaram às nossas linhas de montagem e por aqui se sentiram tão em casa que podemos dizê-los naturalizados brasileiros. E para completar essa festa de nostalgia, eles estão todos apresentados no formato de um jogo de cartas que divertiu gerações de aficionados pelas máquinas sobre rodas, o Super Trunfo – embora não se tenha notícia de uma coleção só com carros brasileiros. Aproveite: recorde, compare suas características; copie e recorte as cartas, se quiser ir mais a fundo. Talvez até seja uma Boa diversão para quando estivermos presos num engarrafamento.


Fusca

E

m 1950, desembarca ram os primeiros Fuscas por aqui . Três anos depois, o carro com motor traseiro e porta-malas debaixo do capô produzido em territór começou a ser io pensão era capaz de nacional. A sussuportar as nossas piores estradas. Em 1962 de mercado. O veícu , já era líder lo do mundo superou mais vendido 21 milhões de unidades. Em 1986 , a produção foi suspensa no Brasil, mas mais foi esquecido. O o Fusca jaex Itamar Franco ainda -presidente incentivou sua 112 km/h ressurreição em 1993 . Mas, diante e ilhões da concorrência de m Velocidad ,3 3 s um a a id z u prod ração de carros popu nova ge996) Unidades 3-1986 (1 lar 5 9 es 1 o ã o Uno Mille, o Escort , como produç 39,4 s Hobby e o Tempo de Gol Mil, o Fusca não conseguiu 730 kg 0 a 100 se sair bem. Três an os de s s bruto a produção brasileira pois, Peso 30 cavalo foi suspensa definitivamente Potência .

Miura

Velocidade idas Unidades produz ução Tempo de prod 0 a 100 Peso Potência

65

135 km/h 9.500 -1 1976 992 25 s 994 kg cavalos brutos

Q

uando foi lançado, em 1966, o Ford Galaxie já esbanjava potênondiciocia e luxo. Inicialmente com ar-c mático auto bio câm ha gan 6 nado, em 196 ou-se Torn e bancos de couro hipermacios. dos e des rida o carro preferido das auto ão vers a ada lanç foi e, abastados. Mais tard , dau Lan xie Gala o 1, 197 em e, , Galaxie LTD e va-s taca o modelo mais equipado. Des rodas pela luz de ré e freios a disco nas bem 3), 197 em am dianteiras (que vier com de ue tanq no o teçã pro como pela luz de s bustível. Para completar, dois pare s – para na frente – além de dois trios atrá Com ros. escu s mai s iluminar os caminho us pne e V8 or mot o cios silen e e seu possant ncia sidê radiais, foi o carro oficial da pre da República de 1982 a 1991.

Gala

xie

E

m 1976, a Auto Cap empresa gaúcha as perce Aldo dência do be q m equipame omento são os v ue a teneíc nto Lamborg s modernos. In ulos com hini Coun spirada n tac o lança o M iura. Com h e no Mazda RX5 , arrojados camoteáv eis fa a vácuo, movidos por um róis esoc s ciais o ac arro tinha como istema diferenabamento gem elétr interno, r ica e A carroce de direção e freio gulas ABS. ria era fe ita com fi vidro. E, bra sup dade, alg ra-sumo da mod de erniuns mod eLo um sinteti zador de s possuíam voz que a sava se o vifr acionado eio de mão esta va ou se o c ombustív estava pre el ste ra os que s a acabar. E, paesqueciam to de seg do cinur dava o a ança, o sistema ler acioname ta e impedia o nto do m otor.

19

Velocidad e Unidades 155 km/h produzid as Tempo de 1.665 produção 0 a 100 1960-19 64 19 segun Peso dos Potência 1.360 kg 95 cavalo s líquidos

Primeiro carro tinha fornalha , caldeira e chaminé Quando Alberto Santos-Dumont avistou pela primeira vez um carro com motor de combustão interna, na França, em 1891, os automóveis eram a novidade do momento: “Parei diante dele como pregado pelo destino”, contou o pai da aviação. Acabou comprando um exemplar e trazendo para o Brasil. Foi o primeiro carro a circular por estas ban-

das. Fabricado pela Daimler, possuía fornalha, caldeira e chaminé. Anos depois, Alberto fez com que seu irmão Henrique lhe comprasse um outro automóvel para utilizar em suas experiências aeronáuticas, que culminariam, em 1906, com o 14-Bis. Maio 2008


ru

A

Uirapu

194 km/h 77 1964-1967 10,4 s 1.180 kg brutos 155 cavalos

Velocidade duzidas Unidades pro rodução Tempo de p 0 a 100 Peso Potência

DKW

O

20

124,8 km/h 51.072 1958-1967 31,3 s 940 kg brutos 44 cavalos

Velocidade roduzidas Unidades p produção Tempo de 0 a 100 Peso Potência

té o com e o merca ço da década d e 1960, do de es com pou po c Brasinca as opções no B rtivos contava ra a Rigoberto postou no proje sil. Até que a to do esp Soler: o B anhol tarde ba rasinca 4 tiz 2 sileiro d ado Uirapuru – 00 GT, mais e p caminhã vôo veloz. Usand ássaro brao, o carr o motor oe d 194 quil ômetros ra capaz de atin e gir por hora os 100 ain ,b Em algu da em primeira eirando mas ver marcHa. sõ gar a 17 0 cavalo es, podia ches. Possu elaborad ía p o. tinha co Além do velocím ainel nta-giros etro, m perímetr o, marc ecânico, amador de bustível, com de tempera pressão do óle tura da á oe gu para po ucos. Ao a. Mas era três ano longo do s s duzido, em que foi pro saíram d a apenas 7 7 unidad fábrica es.

7 Fiat 14

132 km/h e d 709.230 Velocida duzidas ro p s 6 e d a Unid 1976-198 ção u d ro p e d 20,5 s Tempo 780 kg 0 a 100 brutos Peso 55 cavalos Potência

1976 ,

DKW (fala-s e escas d o c a rr o fa decavê) foi o seg u n tempo so b ri c a d o e m B ra si l, d e p u m car . A Fiat faz sé bustí de comri o is a p e n a s e no s r u o vel ae de A Ve m a g tr d a R o m i- Is da Br o e asília, desempe stréia no P caro e 1958. A sig u x e o m o d e lo p a r a c tt a . s n aís co u d h m a o o Vo co la á Fiat 1 bem men lkswagen mparável m de força a , em alemão, significa e m , o ca va ano a 27, o mais r: o 147, mas de co ao gen), referê por (ou Dampf Kraft rro nterio ncia aos pri W v a e n dido derivado nno”, a r. “En fabricados m n d n pela empre eiros produtos fi u motor nciava a m, um c a Europa o sa mesmo nom n a f t o r a r e. Por suas germânica de r a b ã nsver Foi o 1964 se ab p sal e ricante. O o pequep riam para a ortas, que até r i b m 1 o 47 tin do em eiro c m esp frente do c – ou seja, n arro o se e sua série. Os arro a ál aço intern ha se convencio ntido contrário do q c v ue n consi es como pedais er ool produ o. apelido dos ou – o DKW ganhou um derad ov am zirapazes ate – em um o o car olante. Ch pequenos ntos à men possibilidad r e o gou a or mais do os a propa e es s das pernas de ver um pouco mais da Pe 365 degra ganda, apa tável do P er das moças us da a nha, n que adentra r e vam o mod ferent escad cia desce ís elo o Rio e , d ver). Com m : dechavê (ou deixa c centím ompac e Janeir aria da igr no e t o a máquina tor de dois tempos, de seu etros a me o, retangu . Design ja misturava g d l a n s r aso óleo, fazen Brasíl competid os do qu , media ido uma fu lina e e 4 ia e d m danada – d o Che ores direto o Fusca, u 0 e longe era aceira v m s e , t a t e p o o . prenunciar ss lado d sua chegad ível a a.

Combustível direto da pastelaria No início de 2007, o engenheiro mecânico Thomas Fendel homologou o primeiro carro movido a óleo de cozinha do Brasil. Depois de algumas tentativas fracassadas junto ao Detran, conseguiu uma ação judicial que au-

torizava seu Passat Variant 1995 a andar pelas ruas legalmente. O mesmo óleo que se joga no lixo depois de fritar uma batata ou um acarajé, Thomas aproveita para movimentar seu veículo. Serve óleo de soja, dendê, mamona, babaçu. Com essa tecnologia, garante o engenheiro, pode rodar até 50 quilômetros por litro.


FNM

0 200

(JK)

P

roduzido em conjunto pela Fábrica Nacional de Motores e pela Alfa Romeo, o FNM 2000 JK misturava luxo e esportividade. Lançado em 21 de abril de 1960, na mesma data da inauguração de Brasília, tornou-se brasileiros”. Eram o “Alfa Romeo dos brasileiros necessários quase 150 salários mínimos para obtê-lo. Levava o símbolo da nova Capital Federal e a assinatura de Juscelino Kubitschek no capô. /h Câmbio de 5 marchas, velocímetro 155 km 5 com uma fita vermelha no lugar do 6 1.6 ade id c s lo ponteiro e banco reclinável. Com a e 4 V 6 zid 960-19 s produ 1 e d um motor de quatro cilindros, foi a id Un 9s ução 1 d o r p produzido até o golpe de 1964, de Tempo kg 0 6 quando os dirigentes da Alfa re.3 1 s 0 a 100 o solveram reduzir o nome para id u alos líq FNM 2000 (que foi fabricado até Peso 95 cav ia c n 1968), para evitar problemas com 1968) Potê os militares.

Carajás

A

Gurgel foi fu engenheir ndada em 1969 pe o lo João Augu do Amara sto C l com um c Gurgel, que sempre onrado a Ele costum rro genuinamente b sonhara rasileiro. ava dizer q concorrên u cia, a fábri e, ao contrário da ca não era tinacional, u nal”. Em 1 mas sim uma “mu ma mul984, o em itonaciop maior carr o, o jipe X resário lançou seu por seu c 12 Carajás. on diesel pod sumo modesto, a Famoso ia ve sem abast rodar até 1.500 quil rsão a 130 km/h e c e r. A té 1990, foi ômetros so em seu Velocidade 5 um su 66 1. se uzidas governo C gmento. Porém, qua cesUnidades prod o 1 n ll 99 o 1984-1 a importa r abriu as portas do o ução ç ã para o Tempo de prod d e veículos, 26 s não pôde o Carajás re si 0 st 10 ir. No an 0a deixou de 1.225 kg ser produ o seguinte, d Peso zido e seus muit os os modelo . Apesar 85 cavalos brut B ia R nc s, como o -8 tê 00, o D Po Gurgel não elta e o Supermini, a du ve que fec har as port rou muito mais. Teas em 199 4.

Veículo pé de cana O primeiro carro a álcool do País, quem diria, ganhou as ruas nos idos de 1925. O Ford adaptado foi colocado à prova na primeira corrida do Automóvel Clube do Brasil, no Circuito da Gávea, Rio de Janeiro. A mistura contava com quase 70% de álcool hidratado. Era quase aguardente. E parece que o carro gostou da mistura: fez uma média de cinco quilômetros por litro.

a Simco rd b Cham

Velocidade uzidas Unidades prod ução Tempo de prod 0 a 100 Peso Potência

90

135,4 km/h 50.833 1959-1966 23,3 s 1.215 kg cavalos brutos

U

m dia meu pai chegou em casa / Nos idos de 63 / E da porta ele gritou orgulhoso / Agora chegou a nossa vez / Eu vou ser o maior, comprei um Simca Chambord. A música da banda Camisa de Vênus sintetiza a comoção que causou o primeiro carro de luxo brasileiro. Possuía suspensão eficiente e boa dirigibilidade. Mas seu fraco desempenho nos primeiros modelos lhe rendeu o epíteto “Belo Antônio” – em referência ao personagem do filme homônimo, de 1960, representado por Marcello Mastroianni: muito cobiçado, porém impotente. A brincadeira, no entanto, não impediu sua boa aceitação pelo público. Além de trava antifurto, o Simca vinha com luzes no motor e farol de neblina. Era espaçoso e confortável, o que garantiu amassos às escondidas para uma geração de namorados.

is a Ma tomóvel ria do Au

Saib

da Histó r u c h ( Te m p o e Aspectos • Alguns , d e F a b io S te in b n o B r a s il 2005). de m fibra , Memória, forjado e o h n o s – Um 04). • Gurgel ira (Labortexto, 20 Sousa e ld a C F a b io d e e d , Lélis a c s Fu aque do • A lm a n iouro, 2006). Ed Kataoka ( Rodas: a Quatro om.br st vi re a d ril.c • Site orodas.ab www.quatr

Maio 2008

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