Revista da Papelaria 223

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ano XXIII - março/2016 - nº 223 - www.revistadapapelaria.com.br

Tendência, inspiração e visitantes com poder de decisão. Tudo isso é encontrado na Paperworld Frankfurt 2016. Estivemos lá e contamos para você

O coração

dos negócios




Nesta edição 16

Editorial .............................................. 6

Circulando .......................................... 8

Varejo .................................................12 Shoppingráfica

Tecnologia ........................................14 Caderneiras apostam em app

30 30

Capa ....................................................16 Paperworld Frankfurt 2016

Entrevista ..........................................24 Angelika Niestraht

Artigo .................................................28 Rubens Passos, Abfiae

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Giro no mix ......................................30 Gift Fair e D.A.D 2016

Mercado .............................................32 Balanço volta às aulas

Destaque............................................36 32

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Representante ..................................38 João Batista Reis

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Editorial

Cores, criatividade e negócios além-mar

P

Profissionalismo. Prosperidade. Perspicácia. Potência. Para você.

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or muitas vezes, relatei aqui que a papelaria mundial se reúne na Europa, mais especificamente na fria e moderna cidade alemã de Frankfurt, por ocasião da Paperworld. E sabem de uma coisa? Serei previsível e vou repetir: estava todo mundo lá! Expondo, visitando, inspirando-se ou negociando, os profissionais do mercado mundial de papelaria se rendem a esse evento sob o risco de perder o melhor momento do ano para renovar a mente e o caixa de suas companhias. Já pensou no potencial da reunião de 2.873 expositores e 83 mil visitantes?! A REVISTA DA PAPELARIA, mais uma vez, foi até a Paperworld para registrar as tendências mundiais do mercado. Desta vez, a jornalista Rachel Rosa preparou reportagem que conta a queda na participação brasileira, o aumento de visitantes internacionais, muitas novidades em produtos e, ainda, uma entrevista especial com a designer Angelika Niestrath. Nesta edição, você também poderá conferir um balanço do volta às aulas 2016. Registramos como o varejo superou esse período de aquecimento nas vendas de artigos escolares diante de toda conjuntura adversa de recessão e incertezas econômicas e políticas. O sucesso dos aplicativos dos fornecedores de cadernos e o perfil da Shoppingráfica, também assuntos de matérias desta edição, mostram que, apesar do cenário econômico atual, ainda é possível se reinventar e se manter no mercado e nos corações dos consumidores. Que você tenha um ótima leitura, muita inspiração e força para seguir em frente e com prosperidade!

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Rosangela Feitosa Editora rosangela@hamaeditora.com.br

Ano XXIII – MARÇO/2016 – Nº 223 ISSN 1516-2354 Direção-Geral Jorge Vieira e Rosangela Feitosa

Arte Direção: Claudio Albuquerque Programação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra e Nathalia Rodrigues

Distribuição nacional Papelarias, atacadistas, distribuidores, representações e indústrias do setor e departamento de compras de corporações.

rique Couto Faria (Escolar Representações) e Alexandre Caiado (JLM Papelaria) | Região Sul: Ismael Boeira (IFG Representações) e Mauricio Rodrigues (Zuliza Papelaria)

Publicidade Direção comercial: Jorge Vieira

Conselho editorial Região Norte: Ana Ruth da Silva Valin (Linear Representações) e Rosangela Cunha (Livraria Concorde) | Região Nordeste: Paulo Fernando de Lima Mahon (Mahon Representações) e Carlos Nascimento (Shopping do Estudante) | Região Centro-Oeste: Jorge Marcondes (Marcondes & Marcondes Representações) e Wilson da Silva Oliveira (Papelaria Grafitte) | Região Sudeste: Max Hen-

Sede própria Av. das Américas, 5001/309, Barra da Tijuca Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004 Tel/fax: (21) 2431-2112

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Jornalismo Edição: Rosangela Feitosa Subedição e redação: Rachel Rosa Reportagem: Gabriel Carrara Revisão: Laila Rejane Coelho jornalismo@revistadapapelaria.com.br

Atendimento Comercial em São Paulo Ericson Ortelan (11) 2978-8841 e (11) 99145-4181

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Circulando Encontro debate sobre setor de feiras e eventos “Por que feiras em tempos de crise?” e “Oportunidades em época de ajustes” foram alguns dos temas abordados na 11ª edição do ESFE – Encontro do Setor de Feiras e Eventos e 5º Fórum de Feiras e Eventos. Na ocasião, líderes do setor discutem o rumo do mercado de eventos e turismo de negócios. Marcaram presença grandes nomes do segmento, como Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil, e Carlos Arthur Nuzman, Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Na ocasião, foram homenageadas figuras proeminentes do setor de eventos e turismo nacionais e grandes lideranças empresariais, entre eles o presidente da Francal Feiras, Abdala

Jamil Abdala. O XI ESFE é organizado pelo Grupo Radar e, neste ano, o tema central foi “Inspirando pessoas, Conectando negócios”. O encontro recebeu 1.000 participantes e mais de 80 marcas. Veja mais informações em www.esfe.com.br.

Em dez anos, eventos internacionais no país cresceram 400%, passando de 62 para 315 por ano, número que coloca o Brasil como um dos dez maiores organizadores de eventos internacionais do mundo.

Governo reduz tributo no MS O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Fazenda (Sefaz), reduziu tributos do setor de papelaria para itens de material escolar e de escritório. Na prática, foi reduzida a margem de valor mínimo agregado (MVA) de itens sujeitos a cobrança de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo regime de Substituição Tributária (ST). A medida atende a pedido do setor de papelaria e foi publicada no Diário Oficial em 29 de fevereiro, por meio do Decreto nº 14.413, de 26 de fevereiro de 2016. De acordo com informações do portal www.noticias.ms.gov.br, em janeiro, o governo do estado publicou as tabelas de produtos sujeitos à substituição tributária, fixando o segmento de papelaria com 144% de margem de valor agregado. A margem compõe base de cálculo do pagamento antecipado do ICMS para novas mercadorias, que entrou em vigor em 1º de março. No geral, o setor teve uma redução no

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valor mínimo da MVA, que passou de 141% para 105,57% (para produtos adquiridos no estado), com redução maior de tributos para alguns itens. “Para o papel A4, por exemplo, está aplicada a margem de 53,33%. A margem é menor devido ao maior volume de venda. Entre os produtos que serão beneficiados com a redução, podemos citar canetas, cadernos, papéis, cartolinas e outros, basicamente todos aqueles ligados a material escolar e de escritório”, detalhou o secretário de Fazenda, Marcio Monteiro.

Nossa ideia principal é adequar os valores à realidade de mercado e estabelecer uma tributação mais justa para os contribuintes Marcio Monteiro

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Projetos que reduzem preço de materiais escolares continuam esquecidos pelo Governo Federal O Projeto de Lei 6.705/2009, aprovado no Senado há sete anos e em tramitação na Câmara Federal, e a PEC 24/2014, que dispõem sobre o fim dos impostos sobre os materiais escolares, continuam esquecidos pelo Governo Federal, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae). A entidade defende que a aprovação dos projetos seria solução imediata para a redução da carga tributária sobre material escolar existente no país, que, em alguns casos, chega a quase 50%. A boa notícia é a redução de tributos no Mato Grosso do Sul, por inciativa do Governo do Estado (vide pág. 8). Ao lado, a carga tributária sobre o material escolar.

ITEM Agenda escolar Apontador Borracha escolar Caderno universitário Caneta Cola Tenaz Estojo para lápis Fichário Folhas para fichário Lancheiras Lápis Livro escolar Livros Mochilas Papel pardo Papel-carbono Papel sulfite Pastas plásticas Régua Tinta guache Tinta plástica

CARCA TRIBUTÁRIA 43,19% 43,19% 43,19% 34,99% 47,49% 42,71% 40,33% 39,38% 37,77% 39,74% 34,99% 15,52% 15,52% 39,62% 34,99% 38,68% 37,77% 40,09% 44,65% 36,13% 36,22%

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

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Circulando Acrimet marca presença em feira nos EUA A crise no Brasil ampliou as margens de exportação de diversas empresas, entre elas, Acrimet. De acordo com a fabricante, com o crescimento das exportações, feiras e eventos internacionais servem de grande vitrine para expansão das marcas nacionais em outros continentes. Partindo desse princípio, Acrimet está com stand na International Home + Housewares Show 2016, com realização neste mês, em Chicago, EUA. A feira traz grandes tendências do ano para o varejo, e a tradicional fabricante brasileira busca ampliar oportunidades com mostra de novidades para o mercado norte-americano.

Candy Crush na versão Jelly Candy Crush, uma das marcas de jogos sociais mais bem-sucedidas do mundo e, no Brasil, de propriedade da Tycoon 360, lançou o terceiro jogo da franquia, Candy Crush Jelly. Já são mais de 10 milhões de downloads na Play Store e destaque na App Store. Dentro do reino dos doces, os jogadores – a maioria mulheres entre 18 e 35 anos – experimentam novos desafios e modos competitivos, que exigem movimentos cada vez mais estratégicos para vencer. Atenção para licenças que podem ser sucesso de vendas nas papelarias!

Curiosidades Menos bilionários no mundo A lista anual de bilionários da Forbes passou por grande reorganização de nomes, graças aos mercados voláteis, queda de preço de petróleo e valorização do dólar no último ano. 2016 começa com menos bilionários no mundo – de 1.826, o número foi para 1.810 – e com valor líquido somado de fortunas de US$ 6,48 trilhões, valor US$ 570 bilhões menor que o registrado no ano anterior. O dono da Microsoft, Bill Gates viu a fortuna cair de US$ 79,2 bilhões, em 2015, para US$ 75 bilhões, em 2016, queda que não o tirou do topo da lista. O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, de apenas 31 anos, aparece em sexto lugar do ranking, com US$ 44,6 bilhões, à frente de Larry Page, detentor da Google, que está em 12º lugar, com US$ 35,2 bilhões. O empresário do ramo de cerveja Jorge Paulo Lemann está na 19ª posição, com US$ 27,8 bilhões, e é o único brasileiro a constar na lista dos 20 mais ricos do mundo. Fonte: Exame.com

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Varejo

16 anos e três lojas depois...

Shoppingráfica diversificou atuação, aumentou o número de lojas e se tornou referência na região TEXTO: GABRIEL CARRARA

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ntes de entrar no ramo de papelaria, Shoppingráfica era uma distribuidora de material gráfico em Teresina/PI, no Piauí. Aberta em 2000, a loja atuava, principalmente, em licitações. Em 2005, vislumbraram no setor de papelaria um inves-

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timento promissor e decidiram abrir uma unidade no centro da cidade. Uma década e meia depois, Shoppingráfica mostrou que acertou na projeção. Só em Teresina são três lojas: além da primeira, há uma voltada para atacado, inaugurada em 2009, e ainda a

Shoppingráfica Store, loja conceito na zona nobre da capital piauiense. Fundada em 2010, possui design mais arrojado, organização diferenciada e oferece produtos e serviços de alta qualidade. E os investimentos não pararam por aí. A empresa continuou a expansão com

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loja em Oeiras/PI e uma distribuidora em São Luís/MA, no Maranhão. Toda o investimento exigiu superação de desafios. Segundo Nayanne Rêgo, diretora da empresa, adequar o espaço físico às demandas de expansão exigiu muita pesquisa. “A maior dificuldade foi encontrar um ponto com tamanho e localização ideais que atendesse a todos os critérios necessários para colocar o conceito de excelência em prática. Hoje, a Shoppingráfica se supera a cada dia, com clientela fidelizada e oferta, além do setor de papelaria, uma livraria infantil, um setor de festas bastante variado e uma gráfica rápida com alta qualidade de serviços”, relata a diretora. Para Nayanne, o investimento em novas lojas foi crucial para a saúde do empreendimento. Ao diver-

sificarem as atividades, a empresa conseguiu suportar todas as oscilações do mercado e se manter firme e atuante. Hoje, após mais de uma década atuando no setor, a papeleira se destaca pelas novidades. De acordo com a diretora, esse é um dos diferenciais para quem atua no setor. “O que mais gosto em meu trabalho é a possibilidade de inovar a cada dia e também o desenvolvimento de parcerias, principalmente com as escolas, possibilitando dar nossa contribuição em projetos educacionais. Acreditamos que nosso sucesso passa pela organização, inovação e qualidade de produtos e serviços”, revela ela. Afinal, sempre é possível se propor a novos desafios quando há a certeza do trabalho bem-feito.

Direto da Revenda Nome: Shoppingráfica Localização: Av. Jóquei Clube, 1.185 – Teresina/PI Fundação: 2000 Número de funcionários: 36 Região que abrange: Teresina/PI, Oeiras/PI e São Luis/MA Área: 300 m² Serviços oferecidos: material de papelaria, de escritório e de festa, informática, gráfica rápida e livraria infantil Principais fornecedores: 3M, Acrilex, Adere, BIC, BRW, CiaBrink, CiS, Compactor, Cromus, DAC, Dello, Delta, Dermiwil, Faber-Castell, Foroni, Frama, Ibel, International Paper, Jott Play, Maxprint, Mercur, Multilaser, Tilibra, Pilot, São Roque, Summit, Todolivro, VMP, Xalingo Para saber mais: www.shoppingrafica.com.br

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Tecnologia

Caderneiras apostam em

aplicativos Foroni e Tilibra querem se aproximar ainda mais do público por meio de plataformas virtuais

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ornecer produtos úteis e que cativam é o grande objetivo das fabricantes de cadernos, mas as empresas se preocupam, cada vez mais, em se aproximar do público e proporcionar momentos de diversão – nesse aspecto, a tecnologia é grande aliada.

Foroni e Tilibra contam com nova forma para interagir com o público e inspirar os fãs: por meio de aplicativos para dispositivos com sistemas Android ou iOS. No Foroni Pics é possível criar capas de caderno personalizadas e wallpapers. As ferramentas disponíveis

Em 2015, Tilibra Selfie teve mais de 400 mil downloads, quase 1 milhão de pageviews, ficou em 1º na tendência de buscas na App Store e conta com mais de 20 milhões de pessoas impactadas no ambiente digital.

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facilitam a mistura de fotos da galeria e selfies do usuário com ícones e gráficos superdivertidos. Entre os temas para personalização estão os personagens do universo Foroni, como Amigas para Sempre, Judy, Cross Racing e Smoogies. Tilibra acaba de lançar nova versão do aplicativo Tilibra Face, apresentado no ano passado. Através de selfie e reconhecimento facial, os usuários podem se transformar em diversos personagens e compartilhar as imagens ou animações em formato de vídeo nas redes sociais. Com a assinatura “O app que transforma você no seu ídolo”, a principal ideia da marca é aproximar fãs dos ídolos. Chaves, Monica Toy, Jolie, Hello Kitty, Titio Avô, Homer, Apple White, Finn e Garfield são alguns dos personagens disponíveis no aplicativo. Em breve, novas figuras farão parte, entre elas Equestria, Kratos e Assassins.

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Capa

Coração que pulsa e

impulsiona

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Paperworld Frankfurt consagra edição com melhor desempenho frente a anos anteriores e menor adesão de brasileiros no evento mundial TEXTO: RACHEL ROSA, ENVIADA À CONVITE DA MESSE FRANKFURT

“O

coração do negócio” para o setor de papel, materiais de escritório e artigos de papelaria pulsou com força de 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2016, com a realização da Paperworld Frankfurt. Esse foi o tema da edição de 2016, que revela a essência da feira: representação internacional de peso, efetiva viabilização de negócios, abertura de novos mercados, apresentação de tendências, produtos de alta qualidade e muita – muita! – inspiração. A edição de 2015 marcou novo ciclo no evento em virtude do aumento nos números, que mantiveram a ascendência em 2016. Foram 2.873 expositores – 40 a mais do que no último ano –, de 67 países, e cerca de 83 mil compradores profissionais alemães e de outras partes do mundo. Os dados somam a participação na Paperworld e nos dois eventos simultâneos, Creativeworld e Christmasworld.

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“Além de aumentar o número de expositores, também conseguimos atrair novos compradores internacionais para Frankfurt, melhorando, assim, as chances de vendas de nossos expositores. Estimulado pelos indicadores econômicos positivos, os visitantes foram mais do que dispostos a fazer encomendas”, disse Detlef Braun, membro do Conselho de Administração da organizadora do evento, Messe Frankfurt, em resumo aos resultados das numerosas discussões com expositores, associações comerciais e varejistas. Isso foi claramente visto durante os quatro dias da Paperworld: clima positivo no comércio e novo aumento na proporção de visitantes internacionais (69%), que assegurou a satisfação dos expositores, de acordo com informações da Messe Frankfurt. Os expositores mostraram-se satisfeitos e avaliaram o evento como ainda melhor do que em 2015 em todos aspectos

– qualidade de visitantes, novos contatos feitos, pedidos realizados e objetivos alcançados. “O trio Paperworld, Christmasworld, e Creativeworld em Frankfurt é ideal para reunir inspiração e fazer encomendas. Só aqui os compradores conseguem encontrar tal concentração de produtos específicos de seu nicho de atuação, bem como novas linhas e tendências, essenciais para aumentar vendas e atrair novos clientes”, concordou Thomas Grothkopp, diretor-geral da Associação Alemã para artigos de Casa e Escritório (na sigla alemã, BWB). Segundo pesquisa conduzida pela organizadora Messe, 73% dos visitantes profissionais eram executivos e, portanto, principais tomadores de decisão. Além do alto grau de internacionalidade do público, o alto padrão foi razão decisiva para o elevado nível de satisfação dos expositores, que aumentou um ponto percentual em relação ao ano anterior.

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Capa E o Brasil? O aquecimento do mercado europeu sinaliza que a crise na região é um capítulo encerrado. A situação é o contrário do que é vivenciado, atualmente, no Brasil, como exemplifica a participação brasileira na maior feira de papelaria do mundo. Em 2015, foram 13 empresas presentes de modo independente ou cooperado pelo projeto Abigraf-ApexBrasil. Em 2016, o cenário foi diferente. A caderneira Credeal é a empresa brasileira mais antiga na feira e registrou a 13ª participação, cumprindo o objetivo estratégico de fortalecer a marca, inserida em quase 30 países, e apresentar novidades. Acrilex, tradicional fabricante de tintas, expôs no evento pelo quarto ano consecutivo e fechava a adesão brasileira na feira mundial. “Pensamos que, com a

Do pó à explosão de cores Novidade exclusiva que chega ao Brasil neste mês, Color Burst impressiona pelo efeito inesperado. Tudo começa em pó, e o resultado é uma explosão de cores. São diversas tonalidades que, ao se adicionar água, os tons ganham vida e se misturam de maneira suave. O pó contido nas embalagens pode colorir de maneira abstrata, por meio de stencil ou com pincel. Criado pelo artista especialista em aquarela, o americano Ken Oliver, dono da marca Ken Oliver Crafts, Color Burst tem apenas um ano e estava, pela primeira vez, no evento de Frankfurt. “Estou muito empolgado com essa oportunidade de me conectar com lojas e pessoas do mundo todo. As pessoas aqui estão amando o produto e, em breve, estaremos no mercado do Brasil, inicialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo”, adiantou Oliver. O produto é voltado para adultos, mas as crianças também podem experimentar e se divertir.

crise no Brasil e o dólar alto, a melhor coisa é exportar. Viemos para continuar o trabalho que fazemos aqui, cuja ideia é expandir os negócios, principalmente na Europa, e fortalecer em outros países onde já vendemos. Foi estratégico vir mais um ano para mostrar novos produtos e melhorar nosso faturamento”, conta o diretor comercial da Acrilex, Sergio Kohashi. A empresa aumentou em 5% a exportação, já descontado os custos operacionais. “É um número que faz bastante diferença, sim. Crescer um pouco a cada ano tem mérito, e estamos falando de exportação. Competimos aqui com empresas da Alemanha, Itália, que são nossos concorrentes diretos e nada menos do que os papas da pintura, dos marcadores etc. São empresas enormes e aqui fazemos sombra para eles, o que é genial”, afirma o diretor. De acordo com Sergio, o europeu conhece pouco do potencial brasileiro. “Fazemos questão de colocar nossa bandeira do Brasil para mostrarmos que somos uma

As pessoas estão amando o produto e, em breve, estaremos no mercado do Brasil Ken Oliver

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marca própria”, ressalta ele. Mesmo assim, ainda é difícil associarem uma empresa brasileira a um produto. Os que visitam o estande da Acrilex tem curiosidade em saber o tamanho da companhia e se admiram quando descobrem que a empresa, inclusive, é quem fabrica a própria embalagem. “Empresas brasileiras que exportam para vários países é motivo de orgulho. Apesar do governo não subsidiar exatamente nada – não temos nenhum apoio financeiro ou qualquer outro –, estamos aqui, falando que somos brasileiros, levantando a bandeira com alegria. Essa é a sementinha de contribuição que queremos dar para nosso país. Os recursos vão para o Brasil, conseguimos manter os empregos e, assim, a Acrilex vem crescendo”, defende o gestor.

Visitação tupiniquim Atravessar o oceano em busca de tendências e novidades é um privilégio para poucos e bons brasileiros. Foi o caso dos irmãos Rodrigo e Gabriela Mascarenhas. Ao lado da mãe, são proprietários da Glacê Embalagens, empresa sediada em São Paulo/SP, que produz linha própria e linhas exclusivas para lojas e buffets. A feira faz parte do calendário de negócios. “Viemos para ficar atualizados, pois adaptamos em nossos produtos o que vemos aqui. Funciona mui-

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to bem”, comenta Rodrigo. “Para pegar tendências, essa é a melhor feira do mundo”, completa Gabriela. O resultado é a produção de itens criativos e de alta qualidade, cujo diferencial em material, cores e design é facilmente percebido pelos consumidores brasileiros. Carla Brasolin, uma das sócias nas empresas Evamax e Cortiarte, que tem foco em materiais de EVA e cortiça, respectivamente, visitou a Paperword 2016. Os responsáveis pelas empresas já visitaram a feira 17 vezes, sempre com foco em captar

novas ideias e matérias-primas, acompanhar tendências, levar novidades ao Brasil e atualizar a linha. “Cumprimos nossos objetivos na feira a cada ano. A organização é muito boa e a divisão dos setores, de forma clara, por linhas de produtos, facilita bastante a visita. Podemos aprender muita coisa e sempre inovar”, aponta ela. No grupo dos experts em Paperworld também está Ricardo Santos, diretor co-

Gabriela e Rodrigo Mascarenhas adaptam nos produtos da Glacê Embalagens as inspirações que tiram da Paperworld

Papelaria portátil A portuguesa Make Note, fundada há três anos, percebeu que havia espaço no mercado para produtos de papelaria com forte vertente de design. “Acreditamos muito no design, na diferenciação, nos pequenos pormenores que distinguem um produto e que o tornam diferentes, com um toque premium”, ressalta o responsável de negócio, Miguel Gomes. A Paperworld é fantástica para uma empresa como a nossa, que está começando. Não é uma feira regional, é verdadeiramente internacional. Tivemos aqui clientes do Chile, Eslovênia, Dubai, Romênia, ou seja, não só da Europa como de outros continentes, e também de países como Austrália e Singapura. É uma feira muito variada, que respeita a origem dos clientes”, salienta Miguel. Make Note carrega o slogan “Portable Wear”, pois a empresa acredita que, além de produtos de papelaria, os itens são contemporâneos, portáteis e complementam o dia a dia. “Escolhemos camisas, calças e também temos orgulho de escolher um caderno bonito. São artigos úteis, para levar para ara onde for, e daí o conceito portable wear”, explica ica o responsável. Grande sacada!

Paperworld é uma feira muito variada, que respeita a origem dos clientes Miguel Gomes março de 2016

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Capa mercial da Molin do Brasil, que vai à feira há 16 anos. A larga experiência o faz saber que, tratando diretamente dos negócios, o impacto não é imediato, mas sentido ao longo do tempo, com o ganho de mercado e desenvolvimentos de novos produtos, artes e embalagens. Segundo ele, os principais objetivos – 100% cumpridos em 2016 – são verificar as novidades no mercado escolar, office e tendências de embalagens, estreitar relacionamento com fornecedores internacionais, trocar experiências com empresas que atuam no mesmo segmento e no mercado eu-

ropeu e definir lançamentos para o próximo volta às aulas. “Sempre é possível tirar boas ideias de qualquer tipo de feira, mas esta, em especial, que é a mais importante do nosso segmento, nos mostra como o setor de papelaria está em constante mudança e como ele pode ser renovado anualmente, com produtos novos ou diferenciados, para ampliar o faturamento e conquistar novos consumidores”, aponta o gestor. Mesmo após tantos anos de participação, Ricardo se surpreende a cada edição com a organização do evento e qualidade dos expositores.

O sucesso da simplicidade Na edição de 2015, Buntbox ocupava um pequeno espaço, mas o interesse do público pelas caixas dobráveis e coloridas era nítida, e surpreendeu o diretor da empresa alemã, Simon Brodbeck. “Ano passado foi muito bom para nós e, agora, estamos maiores por conta do que foi feito aqui antes. Conquistamos novos clientes e fizemos novos produtos também”, aponta ele. A proposta é simples e eficaz. Tudo começou com o primeiro modelo de caixa, disponível, atualmente, em quatro tamanhos e 24 cores, sendo possível combinar qualquer parte superior com po a inferior. A partir desse modelo, surgiu a caixa cubo, a caixa em formato de travesseiro, a caixa sacola, entre outras. O lançamento na Paperworld é a entr caixa bolsa, e todas são dobráveis e superfáceis ca de guardar. A boa notícia para o Brasil é que d Buntbox, definitivamente, chegará ao país. B ““Tivemos visitantes brasileiros. Brasil é um mercado importante, é grande, e já estamos m eem alguns países da América Latina. Com certeza, o Brasil seria um ótimo mercado, afinal, os brasileiros têm a cara dos nossos produtos”, ressalta Simon. “Nunca sabemos como será a feira, mas fizemos bons contatos, tivemos boas conversas e estou com muito boas perspectivas. Estou impressionado com o público dessa vez”, completa o empresário. Simon Brodbeck

Brasil é um mercado importante, é grande, e os brasileiros têm a cara dos nossos produtos

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Olhar para o futuro Os visitantes e expositores da Paperworld têm a oportunidade de lançar um olhar à frente e conferir as próximas tendências, preparadas pelo estúdio alemão Bora.herke. palmisano. No setor Paperworld Trends 2016/2017, é possível conferir valiosas sugestões para o desenvolvimento de novos produtos que estarão em voga no futuro próximo. “Em 2015, mais de 70% dos visitantes afirmaram que as apresentações tiveram grande utilidade para o negócio”, destaca o diretor da feira, Michael Reichhold. Os consultores do estúdio identificaram os principais quesitos do mundo da moda, arquitetura, design de móveis, entre outros, e transferiram para o papel, material de escritório e artigos de papelaria. Dessa forma, chegaram a três temas. Confira abaixo: Vitalidade Gráfica: com cores intensas, que vão do preto e berinjela ao vermelho luminoso, turquesa e azul, combina tendências do mundo esportivo e tecnológico, com soluções para a vida moderna e profissional. Usa matéria que, muitas vezes, vem do mundo esportivo, com destaque às características funcionais. Os exemplos são tecidos com estrutura, materiais transparentes, plásticos e nylons ultraleves, que vêm em formas lineares, geométricas, padrões de divisão, tipografia, logotipos e ilustrações.

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Capa Serenidade Essencial: neste estilo discreto e minimalista, as formas são descomplicadas e as cores, combinadas com material de alta qualidade para criar calmaria no ambiente. Lança mão de linhas retas e design simples e proporcional, com princípios atemporais. As superfícies podem ser trabalhadas com veludo, couro liso, alumínio e também materiais têxteis, como algodão e lona. Os tons eleitos são neutros, como branco leitoso e cinza claro, azuis e bege escuros e a paleta de cor confere equilíbrio entre cores quentes e frias. Liberdade Floral: este estilo decorativo se baseia na fonte inesgotável das flores e mundo das plantas. O resultado são padrões altamente decorativos, criando visual estampado e enfeitado. O vintage encontra o clássico, o design retrô encontra novos materiais, monogramas e logotipos e incorpora qualidades femininas e também masculinas. Há delicadeza e força simultaneamente. Os tons passam pelo lilás, fúcsia, laranja, pistache, marfim, terracota e avelã. De acordo com a designer responsável Claudia Herke, os três estilos têm em comum um “estado de espírito”, seja animado, reservado ou romântico. Para o próximo ano, a profissional adianta que o setor Paperworld Trends 2017/2018 estará em novo

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local, na passagem entre os pavilhões 5.1 e 6.1. A maior feira de papelaria cumpre exaustivamente o papel de representar o enorme potencial do setor de papelaria, com todas as influências, transformações e oportunidades. Em 2017, como manda a tradição, a

R EVISTA DA P APELARIA estará novamente no evento, trazendo ao Brasil as notícias do mundo do papel em primeira mão, tanto na publicação impressa quanto no site e redes sociais. Ainda há muito conteúdo por vir, que você confere ao longo das próximas edições.

Papel que não molha Quantos produtos interessantes e inovadores é possível encontrar na Paperworld! Inclusive carteiras, cases, nécessaire e até cesto de roupa feitos de papel que não molha. A proposta é da Paprscut, empresa de Berlim, no mercado desde 2012. Na verdade, os itens são feitos de um material sintético chamado Tyvek, muito difícil de rasgar, à prova d’água e idêntico a papel. Além disso, são leves como pluma, duráveis e têm estampas superoriginais. “Já estamos há dois anos no mercado de feiras e fizemos cerca de seis eventos durante esse período. É uma oportunidade única para apresentarmos nossos produtos aos vendedores e levá-lo à esfera cada vez maior”, comenta a integrante da empresa, Laura Schulz. O estande da Paprscut não ficou vazio, e Laura afirma que o produto conquista cada vez mais clientes pela exclusividade.

Temos aqui uma oportunidade única de vender produtos em esfera cada vez maior Laura Schulz Revista da Papelaria



Entrevista

Papelaria: o lugar favorito do seu cliente Imagine a papelaria como um lugar onde seu cliente se sente atraído em visitar, pois sabe que lá vai encontrar ambiente agradável, serviço diferenciado e muita inspiração. Agora, que tal tornar isso realidade? É o que mostra, nesta entrevista exclusiva, Angelika Niestrath, designer da Paperworld Frankfurt e expert quando o assunto é tocar o público emocionalmente por meio de livros e artigos de papelaria. 24

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Foto: b.dietl berlin

Como surgiu a ideia do Mr. Books & Mrs. Paper na Paperworld? Em 2012, a Messe Frankfurt me pediu para desenvolver conceito para uma área especial na Paperworld, dedicada aos comerciantes de livros. Queríamos proporcionar a esses visitantes uma ideia de como criar espaços inovadores, combinando livros e produtos da feira de uma maneira muito nova e inspiradora. Assim inventei Mr. Books & Mrs. Paper. Começou em 2013 e, agora, estou indo para a concepção da quinta edição do show, na Paperworld 2017. Qual é o principal objetivo da proposta? Como mencionado antes, a área foi originalmente inventada para mostrar aos livreiros/papeleiros como expandir e atualizar sua gama de produtos com saudações, presentes e artigos de papelaria. Esse ainda é o principal objetivo. Claro, Messe Frankfurt também quer apoiar os expositores e, portanto, criar oportunidades para entrar em contato com públicos-alvo específicos. Além disso, é minha ambição pessoal encorajar as pessoas a criar conceitos de lojas que proporcionem aos clientes experiência de compra inspiradora, a fim de dar aos visitantes o máximo de ideias e benefícios práticos possíveis e explorar novas abordagens a cada ano. Como chegou ao tema deste ano? O tema central em 2016 foi “Lugares favoritos” – o que compramos e onde compramos

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É minha ambição pessoal encorajar as pessoas a criar conceitos de lojas que proporcionem aos clientes experiência de compra inspiradora março de 2016

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Entrevista

expressa, cada vez mais, nosso estilo de vida. Seguindo essa ideia, Mr. Books & Mrs. Paper criou locais privados convidativos, inspirados no dia a dia. Foram 12 espaços, cada um dedicado a um público-alvo particular da loja, que contavam histórias fascinantes de dentro do lar. A cena mostrou, em um só lugar, um retiro idílico para a mulher; em outro, um escritório elegante em casa ou um quarto de criança com decoração acolhedora. Todos eles equipados com os mesmos princípios simples: uma mesa, uma cadeira, uma prateleira de livro. No entanto, cada uma dessas janelas conta uma história emocionante e completamente diferente. Todas as cenas foram projetadas para atrair as pessoas de forma muito emocional e estimular desejos espontâneos. A resposta do público foi positiva? Em uma palavra: SIM! O feedback tem sido absolutamente incrível. Livreiros declararam que o show ofereceu muitas ideias práticas para as lojas, enquanto que os expositores confirmaram que o setor levou muitos visitantes aos estandes para encomendar os produtos que descobriram no Mr. Books & Mrs. Paper. Isso é exatamente para o que foi inventado, e acho que mostra muito claramente que a ideia de contar histórias e proporcionar apresentação emotiva é, definitivamente, a melhor maneira de atrair a

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atenção das pessoas e produzir decisões de compra espontâneas – não só no ponto de venda, mas também em uma feira! Qual sua sugestão para papelarias melhorarem o desempenho daqui em diante? Como acabamos de aprender, a melhor forma para impressionar as pessoas é emocionalmente. Hoje, muitos clientes não estão fazendo compras porque precisam de um item específico. Na verdade, eles estão, antes de tudo, à procura de uma experiência positiva e inspiração. Eles querem ter um momento prazeroso, descobrir lugares agradáveis , encontrar novos projetos e ideias surpreendentes. Então, temos que criar ambiente convidativo, fornecer experiência pessoal e ofertar produtos originais, além de apresentá-los de maneira inspiradora. Serviços adicionais, como embrulho para presentes, um bom café ou eventos atraentes também vão ajudar. Tudo se resume em como fazer da loja o lugar favorito dos clientes! O que é preciso saber para prover boas experiências aos clientes? Se queremos melhorar as emoções positivas e desejos espontâneos, um ponto importante é saber quem são nossos clientes. Como suas casas se parecem, o que eles estão sonhando? Quanto mais se sabe sobre

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essas coisas, mais seremos capazes de oferecer aos clientes exatamente o ambiente – e, claro, os produtos – que estão procurando. Lojas-conceito contemporâneas são baseadas na mesma ideia: concentre-se em um público-alvo especial e ofereça gama variada de tudo o que, provavelmente, gostariam de ter – seja em artigos de papelaria, presentes, livros, acessórios pessoais, alimentos, moda, móveis... Tudo disposto numa atmosfera convidativa. Claro que isso não significa que todas as lojas de artigos de papelaria ou livraria deve ser tornar uma loja-conceito. Mas a ideia básica pode ser adotada – que é o que fizemos no Mr. Books & Mrs. Paper quando projetamos os “lugares favoritos”. Você não tem que mudar todo o design da loja! É fácil instalar uma determinada situação no ponto de venda onde seja possível destacar temas para grupos específicos e que possa ser modificada constantemente.

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Por que é fundamental preocupar-se com o ambiente da loja? Atualmente, ninguém precisa sair para fazer compras apenas para satisfazer as necessidades diárias. Somos capazes de fazer isso virtualmente e, na verdade, mais e mais pessoas estão optando pelo modo on-line. Isso significa que apenas fornecer determinada gama de produtos não é mais suficiente. A fim de trazer as pessoas para nossas lojas, precisamos de novos e convincentes argumentos – como o ambiente, a experiência positiva de compra, coisas surpreendentes e interessantes para descobrir etc. Temos de “palco” nossas coleções e a certeza de que cada visita na loja torna-se um evento fantástico para os clientes. Se não for assim, muitos deles vão decidir por razões de preço e conveniência – e todos nós sabemos que sempre haverá uma outra loja com oferta melhor ou com serviço de entrega gratuita.

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Artigo

Impostos

deseducativos

É

um absurdo que, impondo à sociedade uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo, o Brasil tenha o segundo maior número absoluto de estudantes com baixo desempenho em matemática, ciências e leitura, num universo de 64 nações. Os dados, constantes de relatório que acaba de ser divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), demonstram que a educação, uma prioridade indiscutível, continua relegada a segundo plano em nosso país. Dos 12,9 milhões de estudantes com 15 anos de idade que não têm capacidades básicas para compreender o que leem e não detêm conhecimentos essenciais de matemática e ciências, 1,1 milhão são brasileiros. Ficamos à frente apenas da Indonésia, que tem 1,7 milhão de alunos na faixa de baixa performance. Em termos percentuais, o Brasil é o 10º pior avaliado, atrás de nações como Catar, Peru, Albânia, Argentina, Jordânia, Indonésia, Colômbia, Uruguai e Tunísia. O estudo da OCDE, intitulado “Alunos de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los?”, tem como referência dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), realizado pela própria organização. No ranking geral, o Brasil fica em 58º lugar, a seis posições da “lanterna”. Diante de tal quadro, é importante começarmos a responder à pergunta crucial contida no título do estudo, sobre como ajudar esses alunos de baixo desempenho. A resposta começa pela necessidade de se administrar melhor os recursos destinados à

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educação, que não são poucos, já que o setor tem verbas constitucionais vinculadas. Há, nitidamente, problemas de gestão, inclusive na aplicação do dinheiro. São muito baixos os salários dos professores no Brasil, em especial na Educação Básica (Infantil, Ensino Fundamental e Médio), a cargo dos municípios e dos estados. Numerosas escolas ainda enfrentam problemas em sua estrutura física, e é imensa a defasagem em termos de equipamentos e acesso aos recursos digitais em relação ao ensino privado. Além disso, a carga tributária sobre materiais escolares encarece esses itens importantes para a boa escolaridade, dificultando o acesso dos alunos de baixa renda. São impostos que contribuem para a deseducação! Enquanto isso, o Projeto de Lei 6.705/2009, aprovado no Senado em 2009, e a PEC 24/2014, que dispõem sobre o fim dos impostos sobre os materiais escolares, continuam esquecidos pelo governo federal. É inexplicável o pouco caso com a matéria. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) já demonstrou que os artigos escolares são taxados em até 47%, como no caso das canetas. O apontador e a borracha escolar têm alíquota de 43%; caderno universitário e lápis, 35%. Na média, os impostos Rubens Passos incidentes sobre itens essenciais do Presidente executivo ensino estão entre os mais elevados da Abfiae (Associação do Brasil, um país que cobra muito Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos e devolve quase nada à sociedade. Escolares e de Escritório)

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Giro no mix

Mix

de sucesso

O

maior evento de decoração e utilidades para casa, composto pelas feiras 52ª Gift Fair e 19º D.A.D. (Salão Internacional de Decoração, Artesanato e Design), realizado no Expo Center Norte, em São Paulo/ SP, comprovou que investir no design da casa e tornar os ambientes mais acolhedores e práticos é um setor da economia que se mantém aquecido no mercado brasileiro, e aponta para crescimento. Sorte das papelarias, que conseguem agregar múltiplos setores em um só lugar

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– e selecionados artigos para casa podem fazer parte disso. A edição de 2016 superou as expectativas de público: 65 mil visitantes, entre compradores e profissionais do setor, durante os quatro dias de realização. Os 700 expositores apostaram em lançamentos, inovação e criatividade, driblaram a crise e demonstraram a força da “moda casa”. De acordo com informações da assessoria de comunicação do evento, De Fatho, as empresas atingiram as metas e muitas até superaram expectativas de vendas. Um dos exemplos é o

Gift Fair e D.A.D. comprovam crescimento do setor de artigos para casa e boa aceitação de itens com design divertido Grupo Imaginarium, que cresceu em 50% os negócios na feira, o que sinaliza a boa aceitação do público para produtos com design divertido – que tal preparar setor na loja com artigos inspirados em fun design? “Incrementamos os lançamentos para aumentar a nossa oferta de produtos, com destaque para os licenciamentos”, declarou Thiago Colares, gerente de produto da marca. Além da Imaginarium, a empresa detém a marca Ludi, com produtos vendidos em mais de 650 pontos multimarcas de todo o país. O grupo fe-

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chou o faturamento de 2015 acima de R$ 200 milhões, com crescimento de 8% em relação a 2014. Outro case de sucesso é a marca Naxos, que participou pela nona vez da Gift Fair. A empresa, 100% nacional e com sede em Santa Catarina, é especializada em produtos criativos e utilidades domésticas para uso no dia a dia. Naxos registrou aumento no número de visitantes no estande e, principalmente, no volume de negócios fechados durante a feira. “Foi realmente uma excelente feira, nos surpreendemos. Antecipar a abertura no domingo também foi muito importante, pois tivemos volume de visitação muito grande”, destacou Waldemar Retke, diretor comercial. “Fechamos, ao menos, 60 novos pontos de venda, em diversas regiões do Brasil e recebemos representantes comerciais de outros países, com boas possibilidades de se concretizar abertura de novos mercados como Romênia, Bolívia, Uruguai, Peru e Colômbia”, finalizou. A empresa lançou, nesta edição da Gift Fair, duas novidades: a Vaquinha CortaPac (abridor de embalagens Tetra Pak em forma de imã de

geladeira) e o Kit de Costura, com 70 itens. Criada há 25 anos, Gift Fair movimenta anualmente diversos setores da economia e acontece simultaneamente ao salão D.A.D., que abriga as novidades em fabricação de mobiliário, iluminação e inúmeros objetos para decorar os ambientes da casa. Para o próximo ano, as feiras 53ª Gift Fair e 20ª D.A.D serão de 12 a 15 de fevereiro, com pré-abertura no domingo, 11/2.

Fun design em alta As cores vivas e as misturas de estampas estarão em evidência na decoração, seja nos utensílios, mesa, nos acessórios e móveis. A cultura pop incorporada em quadros icônicos, luminárias divertidas e outras peças de decoração com tom de humor são a aposta para conferir ar jovial e descolado a qualquer ambiente. Os padrões geométricos têm espaço em adesivos e almofadas. O Rosa Quartzo e o Azul Serenity, eleitas pela Pantone como as cores de 2016, aparecerão nas porcelanas, objetos, poltronas, entre outros. A madeira de reflorestamento continua sendo destaque em pequenos móveis, e a inspi-

ração industrial, que utiliza peças em metal, ícones de fábrica e grafismo, se apresenta, cada vez mais, em móveis e objetos. Os expositores com produtos fun design representaram 20% da feira. Objetos, novidades, tendências e muitos licenciamentos foram lançados em primeira mão ao mercado. Conheça outras empresas que tiveram destaque com artigos lúdicos e divertidos para compor o lar: Carambola Gifts (RS), que, em parceria com a Fiat, desenvolveu a luminária interativa “Meu Primeiro Fiat”; Fábrica Geek (PR), estreante no evento, lançou objetos e produtos para mesa posta com estampas de Street Fighter; Nadir Figueredo (SP), que lançou coleção inspirada na saga Star Wars; Trevisan Concept (RS), empresa que distribui com exclusividade, desde 2011, as peças assinadas pelo artista plástico Romero Britto, e lançou duas novas coleções de produtos licenciados na feira, The Simpsons e O Pequeno Príncipe; Vaca e Cia (PR), que apresentou linha licenciada baseada no clássico filme O Poderoso Chefão.

Evento provou que investir em itens com design e que tornam o ambiente acolhedor é aposta certa para atrair o público e aumentar as vendas.


Mercado

Crise, sim, mas fraquejar jamais Principal período para o setor apresentou queda no varejo. Mas a situação já era esperada etração da economia, aumento da inflação, do ICMS, alta do dólar, insegurança por parte do consumidor... Muitos motivos refletiram no desempenho do volta às aulas em 2016. Não foi surpresa para ninguém que haveria diminuição nas vendas. Em virtude disso, os papeleiros pisaram no freio no momento de abastecer o estoque e, dessa forma, conseguiram atingir as expectativas para um período peculiar. “Tivemos queda de 25% nas vendas, mas era previsto. Por isso, segurei o estoque. Em cima disso, não consegui virar os 100%, mas ficou próximo”, relata Lori dos Santos, proprietário da papelaria Novo Stylo, situada

R

Não deixar faltar e nem sobrar produto foi o comportamento dos papeleiros para o volta às aulas deste ano Sidiney Patriani - Brasil Escolar

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em Torres/RS. Após passar pelo comércio de alimentos e de confecção, está há quase seis anos no ramo papeleiro, onde acredita que permanecerá. Lori afirma que, se o desempenho fosse igual ao de dois anos atrás, o crescimento de vendas no período de volta às aulas atingiria 30%. A mesma situação foi vivenciada em João Neiva/ES, na Aquarela Bazar. A dona do empreendimento, Lucimeri Araújo, diminuiu as compras para o período em 30% e, assim, conseguiu vender todo o esperado. “Foi devagar, mas vendemos o necessário. Somente os apetrechos completares do material não foi adquirido pela maioria dos clientes”, revela. Promoções, principalmente em mochilas, um dos itens mais vendidos, foram importantes para atrair o público e converter em giro de venda. “Chegamos a dar 50% de desconto em mochilas do estoque antigo. Se não fosse isso, o volta às aulas teria sido muito pior”, afirma Lucimeri, à frente da Aquarela Bazar há 20 anos. Além dos descontos, a facilidade no pagamento incentiva os clientes a fechar negócio. O dono da Novo Stylo aponta que

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Clientes concorrem a carro zero km Rede Brasiles, em conjunto com associados e principais fornecedores, promoveu campanha inédita de volta às aulas para o varejo de papelaria. A cada R$ 50 em compras, os consumidores preenchiam cupom para concorrer a carro zero km. A campanha estimou público-alvo de 6 milhões de clientes da região e microrregiões do Estado de São Paulo. “Está sendo um sucesso como as anteriores, porém, um carro como prêmio potencializa demais e seduz o consumidor do nosso setor, que, raramente, ganha algo por comprar suas listas – algo que sacrifica bastante o orçamento da família nos meses de janeiro e fevereiro”, comenta o presidente associação, Roberto D’Avila. O período da promoção foi de 3/11/2015 a 27/2/2016. Até o fechamento da edição, o ganhador não havia sido sorteado. Acompanhe o resultado pelo site da REVISTA DA PAPELARIA. Vale ressaltar que toda a campanha foi homologada pela Caixa Econômica Federal através do Cerificado de Autorização Federal.

dividir a compra em até dez vezes sempre é boa estratégia na loja. O básico permaneceu como o principal quesito de compra entre os consumidores. “Diferentemente dos anos anteriores, 85% dos clientes se mantiveram na compra do que era essencial. Os pais também aproveitaram bastante material usado e até trocaram livros com colegas”, revela Elisia Barroso, dona da papelaria Santa Felicidade, em Belém/PA. “Os pais tentaram aproveitar o máximo de material possível”, concorda o diretor comercial da Brasil Escolar Rede Nacional de Papelarias, Sidiney Patriani.

Estratégia assertiva Segundo o diretor da associação de papelarias, o trabalho geral foi em cima de perspectiva de queda violenta. “Quem teve sobriedade para ter equilíbrio nas compras, não deixar falta produto e, ao mesmo tempo, não sobrar no estoque, se manteve na estabilidade. Isso era o que deveria ter sido feito para lutar contra o inevitável declínio, e foi esse o comportamento dos papeleiros para o volta às aulas deste ano”, declara Sidiney. Outro ponto em comum destacado pelo diretor comercial da Brasil Escolar é a diminuição nas contratações, prática muito comum – e necessária – nas papelarias para encarar o volta às aulas. “Tivemos que tra-

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balhar com pés no chão e isso culminou em trabalhar com o mínimo de pessoal e até não atender bem o cliente, mas foi a solução. Não houve muitas contratações”, salienta ele, que possui loja no segmento papeleiro há 35 anos. Mesmo papelarias que têm público garantido, como a Ponto.com, de Rogério Canuto, localizada dentro de um colégio e faculdade no Rio de Janeiro/RJ, houve retração nos pedidos. “Não faço promoções, tendo em vista a facilidade de estar muito próximo de quem precisa. Minha venda é certa, mas enxugou um pouco neste ano. Percebi que muitos pais optaram por repassar os livros”, corrobora o papeleiro. “Também percebi que houve muita venda pela internet para tentar comprar livros mais baratos. O problema é que há muita margem para erro. Clientes vieram até mim depois de comprar produtos de edição desatualizada ou porque, simplesmente, o item veio errado”, alerta Rogério.

Chegamos a dar 50% de desconto em mochilas do estoque antigo. Se não fosse isso, o volta às aulas teria sido muito pior Lucimeri Araújo - Aquarela Bazar

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Mercado Enquanto isso, nas indústrias... Diferentemente do cenário não tão favorável para as papelarias, os fabricantes conseguiram se manter em crescimento durante o período de volta às aulas. O momento é desafiador para a economia brasileira, as dificuldades são inúmeras, mas as estratégias criativas e o empenho das indústrias fizeram com que a principal temporada escolar se convertesse em saldo positivo. “Contrariando as expectativas do mercado nacional, a Jandaia manteve o crescimento sustentável que vem alcançando nos últimos anos, com aumento próximo a 15% em comparação ao volta às aulas de 2015”, afirma Thiago Dias, analista de marketing da tradicional caderneira. A entrada cada vez maior nos varejos de pequeno e médio porte é essencial para que a empresa se mantenha forte no segmento, de acordo com o analista. “Reforçamos a estratégia de nossa equipe de vendas para que possam estar cada vez mais presentes no atendimento a esses clientes”, afirma. Pesquisar para conhecer o consumidor, seus desejos e necessidades para atendê-lo sempre da melhor forma também fazem parte da atuação da. A estratégia da Faber-Castell priorizou o constante investimento em processos tecnológicos, aprimoramento de linhas de produção, qualificação dos recursos humanos e o desenvolvimento de matérias-primas de qualidade. “Todos os produtos voltados ao segmento escolar apresentaram bons resultados de venda. Assim como no

Os pais também aproveitaram bastante material usado e até trocaram livros com colegas Elisia Barroso, papelaria Santa Felicidade

ano passado, esse volta às aulas foi bastante positivo”, salienta Carlos Benhur, diretor de vendas e trade marketing no Brasil da bicentenária alemã. Apesar da retração de mercado, Juliana Rett, gerente de marketing da Dello, sinaliza que a empresa apresentou crescimento graças à transparência na política de vendas. “A solidez da empresa forneceu calma e foco suficientes para que os esforços se voltassem para a busca de novos canais de vendas e novas estratégias de negócio”, garante a profissional. Em meio ao panorama atual, certo atraso na aquisição de produtos para o período sazonal foi sentido, mas a situação não chegou a gerar prejuízos e, sim, aprendizado. “Apesar do período desafiador, o desempenho foi satisfatório e nos deu muita base e preparo para quando o mercado mostrar o primeiro sinal de reaquecimento”, finaliza. Fato é que a crise não é mais dúvida. No entanto, o mercado papeleiro, como sempre, atravessa períodos de turbulência, mas se mantém vivo e essencial para a população. É um momento importante compartilhado por todos os brasileiros, e a esperança é a real melhora do país, e as Os produtos da lista escolar estão, em média, 10% mais caros quando comparados a 2015, informou a Associação Brasileira dos papelarias, definitivamenFabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório te, sairão ainda mais fortes. (Abfiae). O presidente da entidade, Rubens Passos, disse que o Afinal, como afirma Sidiney cenário está pior em 2016 por conta, além da alta do dólar e do Patriani, o ramo de papelaria é aumento de impostos citados acima, da energia elétrica e da mão para quem gosta de trabalhar; de obra. Os produtos fabricados no país – como caneta e borracha e para quem trabalha de forma – subiram até 12%, segundo as projeções. Já os importados, como correta e honesta, o destino é mochilas e estojos, tiveram aumento de até 30%. apenas um: o progresso.

Preço mais alto

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Representante

Valor da persistência Com três décadas de atuação no currículo, Batista ressalta a necessidade de se empenhar na profissão

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á 30 anos, João Batista Reis vislumbrou grande oportunidade como representante no setor de papelaria. Antes focado na área alimentícia, ele percebeu que o desafio seria mais recompensador ao trocar de ramo e não ficar restrito a apenas uma empresa. No início, contou positivamente com o conhecimento que possuía da área de atuação no Vale do Aço, em Minas Gerais; mas tanto o produto quanto ele eram desconhecidos dos papeleiros da região. Foi preciso muito empenho para ultrapassar esse primeiro momento. “Comecei com uma oportunidade na Caderbras já como representante. O início foi muito difícil. A fábrica ainda não era conhecida e, na época, havia resistência às marcas menores, pois os papeleiros tinham medo de comprar e não receber. Além disso, era época do Plano Cruzado. Fiquei cerca de três anos com muita dificuldade”, relembra Batista. O começo cheio de percalços serviu de aprendizagem e, hoje, ele afirma que a perseverança é um dos principais atributos de um representante. Batista conta que chegou a receber propostas de outras empresas, mas estava convicto de sua escolha. “Representante precisa criar uma estrutura para aguentar o início da profissão, já que a despesa é toda

dele. Além disso, os pagamentos vêm a longo prazo, e o pico de vendas é sazonal. É preciso se planejar”, indica. Para Batista, a guinada na profissão veio após uma grande venda em Belo Horizonte, que, além do respaldo financeiro, ajudou a divulgar o produto e espalhá-lo em diferentes pontos de venda. Após esse momento, que o representante lembra com muito carinho, o negócio deslanchou, culminando, atualmente, em um escritório com outros três prepostos. Em três décadas de carreira, o representante aponta para a exigência do cliente, que cresceu e impactou o perfil dos produtos. “Vendíamos muito brochurão e cadernos flexíveis, que foram substituídos pelos de capa dura”, conta. Outro aspecto que Batista ressalta é a necessidade de manter os produtos diferenciados, principalmente pela atuação de novos pontos de vendas que incorporaram o mix da papelaria. “Uma dificuldade da papelaria hoje, por exemplo, é que o supermercado está entrando muito com material escolar, com uma marcação mais baixa. A papelaria tem de vender esse mesmo produto com um markup maior, já que concentra muito em um ano. É preciso diversificar para equilibrar, e não concentrar tudo em volta às aulas”, revela um dos ingredientes da receita de sucesso.

Organizações Reis Representação Área de atuação: norte de Minas Gerais e Grande BH | Tempo de estrada: 30 anos | Empresas que representa: Ibel, Labra, Norma, Stalo, Sul Brasil e Waleu

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