Revista da Papelaria 167

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ano XVIII – julho de 2011 – nº 167 – R$ 9,90 – ISSN 1516-2354 – www.revistadapapelaria.com.br

Papelaria REVISTA DA

O mercado do compromisso A indústria já está pronta para oferecer os mais diversificados modelos de agendas para 2012 CONTRATAÇÃO TECNOLOGIA As propriedades da caneta gel que Em entrevista, especialista dá dicas para contratar bem a tornam tão especial e rentável

PAPELARIAS DO BRASIL Série de reportagem chega à Região Centro-Oeste



Nesta Edição

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Entrevista

Vanderléia Finco, especialista em gestão de pessoas, dá dicas para a contratação de funcionários: desde a análise do currículo até o que perguntar na entrevista.

Clínica Empresarial

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Como evitar o desperdício de produtos é a situação-problema apresentada por Márcia Cristina da Mega Papelaria, de Alto Alegre dos Parecis, Rondônia.

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Produto

2012 já começou para a indústria que apresenta suas novidades para a coleção de agendas.

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Conheça o que torna a caneta gel tão sedutora no ponto de venda e com uma rentabilidade muito melhor do que a tradicional esferográfica.

Papelarias do Brasil

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A série de reportagens chega à Região Centro-Oeste que, apesar de contar com uma localização estratégica, tem que conviver com os desafios da proximidade com a fronteira e com a precariedade das estradas.

EDITORIAL

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CIRCULANDO

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PERFIL DO VAREJO Arabesco Papelaria

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MERCADO Reestruturação da Credeal

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ARTIGO

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MERCADO GLOBAL

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VITRINE

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ONDE ENCONTRAR

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PONTO FINAL

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Tecnologia

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Editorial

Passamos da metade Cruzamos a metade de 2011, e este pode ser um bom pretexto para rever os seus planos para este ano. Ainda dá tempo para avaliar o quanto você se distanciou do seu objetivo inicial, rever as estratégias e até mesmo suas prioridades. O que importa é a consciência sobre o tempo que nos resta para realizar nossos sonhos para um 2011 que apenas chegou na metade de seu caminho. Se para grande parte do mercado de papelaria, especializado no nicho escolar, o período representa entresafra, ele também pode ser de atenção às datas festivas ou aos outros grupos de consumo: artesanato, gifts, escritório... Olhe para o lado e observe, o consumidor está ao seu lado. Aprenda a falar com ele, ele vai te ouvir e perceber como você pode atendê-lo. Enquanto você realiza o seu minibalanço de meio de ano, aproveite para um grande desafio: escolher os modelos de agendas 2012 que você terá em sua loja. A indústria passou pelo desafio de criar produtos capazes de deixar o mais objetivo dos consumidores em dúvida, e, agora, você deve enfrentar o seu e fazer a sua seleção diante de tantas possibilidades. A reportagem da seção Produtos, desta edição, elaborada pela jornalista Renata Medeiros, vai te ajudar. Ela fez uma seleção das principais linhas que devem conquistar o público. Nesta edição, a Renata também dedicou-se a conhecer as características do mercado de papelaria na Região Centro-Oeste. Ela revela em sua reportagem o que é conviver no centro do país (sem dúvida uma vantagem estratégica) e ter que enfrentar o alto custo do frete devido às péssimas condições das estradas. Além disso, os comerciantes da região fronteiriça dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm os países vizinhos como principais concorrentes. Confira esta situação na terceira reportagem da série Papelarias do Brasil. Já a repórter Carolina Berger pôde, nesta edição, acompanhar, com exclusividade, a apresentação de um novo posicionamento de mercado de uma tradicional empresa caderneira. Confira na seção Mercado, a entrevista com o fundador da empresa que fez a repórter se emocionar. Emoção também é o que você encontra no artigo escrito por João Gabassi sobre os 25 anos da feira Office PaperBrasil Escolar. Ela inspirou o artista Uri Adriano em sua charge mensal na seção Ponto Final. Varejistas e representantes comerciais, especialmente para vocês, esta edição é especialíssima. É nela que anunciamos uma proposta inovadora. A Francal Feiras e a REVISTA DA PAPELARIA vão premiar esses profissionais. A homenagem acontecerá na próxima Office PaperBrasil Escolar. Veja detalhes nesta revista e o regulamento completo em www.revistadapapelaria.com.br/premio2011, e comece a sua campanha!!!! &

ANO XVIII  JULHO/2011  Nº 167 ISSN 15162354 DIREÇÃO GERAL Jorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de Souza direcao@revistadapapelaria.com.br JORNALISMO Edição: Rosangela Feitosa Reportagem: Carolina Berger e Renata Medeiros Revisão: Rita de Cassia Carelli Ilustração: Uri Adriano jornalismo@revistadapapelaria.com.br ARTE Direção: Claudio Albuquerque Programação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque ATENDIMENTO AO LEITOR Luanna Coutinho atendimento@revistadapapelaria.com.br ADMINISTRAÇÃO Caroline Barros adm@revistadapapelaria.com.br CONSELHO EDITORIAL • Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR) conselhoeditorial@revistadapapelaria.com.br PUBLICIDADE Direção comercial: Jorge Vieira publicidade@revistadapapelaria.com.br ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULO Ericson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181 Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322 SEDE Av. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310 Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004 Tel./fax: (21) 2431-2112 DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadistas, distribuidores, representações e indústrias do setor e departamento de compras de corporações.

PUBLICAÇÃO MENSAL

ASSOCIADA A

Rosangela Feitosa - EDITORA rosangela@hamaeditora.com.br

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Entrevista Vanderléia Finco – Especialista em Gestão de Pessoas

Quem e

como contratar? Escolher um ou outro aspirante à vaga disponível nem sempre é tarefa fácil para os empresários. Sobre este desafio, a REVISTA DA PAPELARIA conversou com a psicóloga, consultora organizacional e especialista em gestão de pessoas, Vanderléia Finco. Ela dá uma série de dicas para ajudá-lo no momento de agregar à equipe o candidato que mais tem a ver com a sua papelaria. POR RENATA MEDEIROS Durante a análise de currículos, quais são os principais pontos a serem observados? Vanderléia Finco: O primeiro passo é estipular devidamente as tarefas, as responsabilidades e os requisitos exigidos para o cargo. Só depois, o lojista deve partir para a análise do currículo, lembrando que ele assume enorme importância no processo de seleção, funcionando como um portfólio. O entrevistador deve observar a formação acadêmica da pessoa que pretende ocupar a vaga, sua experiência profissional e evolução. Também é necessário analisar a disponibilidade e o objetivo profissional do candidato. Durante a entrevista, em que o varejista deve estar atento? Vanderléia Finco: A pergunta é a principal ferramenta do entrevistador. Dessa maneira, é preciso utilizá-la claramente e com uma linguagem à altura do candidato, buscando identificar

competências importantes que os dados curriculares não apontam. O ideal é ficar atento em como cada aspirante à vaga, com sua experiência e formação, pode contribuir para a empresa. Que tipo de assunto não deve ser deixado de lado? Vanderléia Finco: O entrevistador deve abordar temas como a vida pessoal e profissional do candidato, assim como avaliar seu posicionamento frente a questões éticas. O estado civil do aspirante à vaga, o que seus familiares fazem, se ele possui casa própria e se já tem filhos são questões que devem ser levantadas. Isso, porque, de uma maneira ou outra, tudo isso vai refletir no trabalho do funcionário. Já no quesito profissional, o empresário não deve deixar de perguntar quais funções o aspirante ao cargo já desempenhou, qual foi a sua contribuição para a última empresa em que trabalhou e

se ele cresceu dentro dela. O entrevistador deve permitir que o candidato dê o máximo de informações sobre o seu passado profissional e fale também sobre as aspirações para o futuro. Já para avaliar se o entrevistado está de acordo com as questões éticas defendidas pela empresa, o lojista pode criar situações e questionar qual seria a ação dele frente às mesmas. Para a escolha de candidatos é mais indicado realizar as entrevistas individualmente ou apostar nas dinâmicas? Vanderléia Finco: A seleção pode ser feita a partir de inúmeras técnicas e métodos, dependendo das atribuições da vaga que se pretende preencher, do perfil do candidato ideal, dos meios disponíveis para isso e dos objetivos organizacionais. Mas quanto maior o número de técnicas, como entrevista individual ou coletiva, dinâmicas de grupo, cases situacionais e avaliações de perfil, mais facilidade o entrevistador terá em identificar o que cada um dos candidatos pode dar de melhor dentro de sua aptidão. No caso das papelarias, cabe ao varejista avaliar qual procedimento se encaixa à realidade e ao perfil do seu estabelecimento. Para o papeleiro que pretende apostar na dinâmica de grupo, eu indicaria os livros “Dinâmica de grupo – teorias e sistemas” (Editora Atlas), “Dinâmica de grupos populares” (Editora Vozes) e “Jogos, dinâmicas e vivências grupais” (Editora Qualitymark). É aconselhável que o papeleiro contrate um profissional

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candidato se considerá-lo inadequado ao cargo, mesmo que ele seja indicado por alguém de sua confiança. Para cargos de maior responsabilidade, é viável contratar um novo funcionário ou promover um antigo? Vanderléia Finco: Recomendo a promoção interna. Ela permite aproveitar o investimento na formação e no reforço da experiência profissional, cria oportunidades de carreira aos trabalhadores e atua como fonte de motivação.

O varejista deve dar preferência ao funcionário que já passou por várias empresas, ficando pouco tempo em cada uma delas, ou àquele que trabalhou em poucas, porém, durante longo período de tempo? Vanderléia Finco: O funcionário que não troca de empresa a todo o momento é a melhor opção, pois mostra comprometimento. Essa é uma pessoa que busca oportunidades internas, que não perde as chances cedidas pelo empregador, lembrando que, para crescer, é preciso estabilidade.

Quais características o profissional do varejo não pode deixar de ter? Vanderléia Finco: Ele deve gostar de trabalhar visando aos resultados, aos objetivos e às metas. Essa pessoa deve ser ainda proativa, inovadora, uma espécie de agente de mudanças. Ter uma visão sistêmica também é essencial, assim como ter gosto pelo trabalho em equipe. Já o individualista, que ignora ou rejeita pontos de vista diferentes e não respeita o modo de ser de cada um, não possui perfil para atuar nessa área.

Em alguns estabelecimentos, funcionários são contratados por indicação de amigos e parentes que trabalham naquele mesmo local. Que cuidados o lojista deve tomar nesse tipo de contratação? Vanderléia Finco: Ele deve ter o cuidado e a consciência de que não existe perfil bom ou ruim, existe perfil adequado ou inadequado para uma determinada atividade profissional. O papeleiro não deve contratar um

É importante que, após a contratação, o lojista invista na capacitação de sua equipe? Vanderléia Finco: Sim, pois o treinamento é uma maneira eficaz de delegar valor aos funcionários e também aos clientes. Ele melhora as habilidades do profissional no desempenho de suas funções, lembrando que, para o empresário, o investimento no capital humano significa investimento em seu próprio patrimônio.

A experiência pode e deve ser levada em consideração, mas, entre o candidato inexperiente, porém hábil, e o experiente, porém instável, não hesitaria em contratar o primeiro. Que dica você daria para o dono de papelaria que hoje procura por funcionários? Vanderléia Finco: Para que se tenha o “homem certo no lugar certo” é necessário um bom método de recrutamento, seguido de boas técnicas de entrevista e seleção. O lojista não pode esquecer que, durante a integração de um novo membro à empresa, é importante que ele seja motivado a desempenhar as tarefas para às quais foi contratado. O acolhimento é fase igualmente importante, podendo ser determinante para o bom ou mau desempenho do funcionário que acabou de chegar. &

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que atua há anos na área ou uma pessoa inexperiente? Vanderléia Finco: É viável contratar pessoas que deem o melhor de si, independentemente da experiência. O mais importante é avaliar o lado comportamental do candidato, suas atitudes, seu perfil. Se ele possui comportamento favorável, o lado técnico passa a ser desenvolvido por meio de cursos e treinamentos. A experiência pode e deve ser levada em consideração, mas, entre o candidato inexperiente, porém hábil, e o experiente, porém instável, não hesitaria em contratar o primeiro.

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Circulando

NA ESTANTE

Papelarias e representantes ganham prêmio próprio

A Francal Feiras e a REVISTA DA PAPELARIA se uniram

para realizar uma ação inédita: valorizar os varejistas e representantes comercias do mercado de papelaria, concedendo-lhes um prêmio. A inciativa pioneira vai homenagear dois profissionais determinantes para o sucesso deste setor durante a Office PaperBrasil Escolar. Em 2011, o 1º Prêmio Desempenho em Papelaria será entregue a cinco representantes comerciais, sendo um de cada região geográfica do Brasil. Poderão participar os representantes das empresas fornecedoras expositoras da 25ª edição da Office PaperBrasil Escolar. Os homenageados serão

escolhidos pela votação dos lojistas e da indústria, que devem avaliar aspectos como competência, dedicação, prestação de serviços e ética do profissional. Já o 1º Prêmio Papelaria de Atitude será concedido ao varejo de papelaria a partir da votação de fornecedores e representantes comerciais. Também serão homenageados cinco varejistas, um de cada região do país. Devem ser destacadas características como ética, iniciativa e atuação consistente no mercado de empresas varejistas que contribuam para a disseminação dos produtos de escritório, informática, escolares, artesanato e expressão social.

Caderno de corrida

A Foroni lançou a linha de cadernos Carros 2 pensando no público ligado em games e tecnologia. A novidade vem com código

de acesso para o jogo de realidade aumentada “Volta Relâmpago”. Simulando uma volta rápida com o personagem principal do filme, o consumidor deve utilizar o caderno como volante para direcionar o carro na pista (foto). “Queremos estar perto do público. Por isso, ficamos atentos às tendências de mercado para desenvolvermos produtos que possibilitem esse tipo de integração”, comenta Marici Foroni, diretora de marketing da fabricante. &

Assim, os varejistas votarão nos representantes comerciais e vice-versa. Já os fornecedores terão que votar tanto nos varejistas como nos representantes comerciais. O regulamento completo e a votação está disponível no site www.revistadapapelaria. com.br/premio2011. Todos os vencedores serão premiados em uma cerimônia no dia 22 de agosto de 2011 durante a 25ª Office PaperBrasil Escolar. Além de receber troféu, certificado pelo título e ter divulgação na edição de setembro da REVISTA DA PAPELARIA, os homenageados serão presenteados pela Francal Feiras, com hospedagem para o período da feira. &

Empresas e vendedores estão sempre buscando aumentar as vendas e fidelizar os clientes. Informações práticas sobre como alcançar esses objetivos estão no livro A Bíblia de Vendas, com mandamentos do sucesso baseados nos princípios da educação e treinamento em vendas. O autor, Jeffrey Gitomer, é referência internacional no assunto, dando consultoria e conduzindo reuniões e treinamentos de diversas empresas, como Coca-cola, BMW e IBM. Jeffrey Gitomer / Editora M.Books – 296 páginas

Celebrando a arte Em 2012, serão celebrados os 90 anos da Semana de Arte Moderna. Unindo esta comemoração aos seus 250 anos, a Faber-Castell anunciou parceria para a fabricação de produtos que levam o nome da artista Tarsila do Amaral. Os lançamentos acontecerão em agosto e virão em embalagens especiais que remetem às obras da pintora. O contrato foi assinado pelo presidente da companhia no Brasil, Marcelo Tabacchi,

e pela sobrinha da artista, que também se chama Tarsila do Amaral (foto). “A difusão das artes e a manutenção da cultura brasileira sempre foram grandes preocupações da empresa, e essa parceria reflete isso”, afirmou Tabacchi. &

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Circulando Araras na cidade Nesse primeiro semestre de 2011, muitos brasileiros foram ao cinema assistir ao filme americano criado e dirigido pelo carioca Carlos Saldanha. A história de Rio se passa na cidade maravilhosa e conta a história da arara-azul chamada Blu. Vivendo em uma pequena cidade americana, Blu pensa que é a última ave de sua espécie. Com a possibilidade de procriar, ele vai ao Rio de Janeiro encontrar a independente Jade. Com os atritos devido a diferenças de personalidade, o casal enfrenta a aventura entre as belezas da cidade. Licenciado pela Redibra desde junho do ano passado, o filme, direcionado a meninos e meninas de 4 a 10 anos, agradou também os adultos e, rapi-

REPRESENTANTE COMERCIAL

Crescendo com Roraima

RIO NA PAPELARIA Credeal: Cadernos. Dermiwil: Mochilas, mochilas com rodinhas, malas, bolsas, sacolas, pochetes e nécessaires.

damente, chegou ao mercado de papelaria. Para a campanha de lançamento, os personagens estiveram no desfile da Salgueiro no último carnaval e no tradicional calçadão do Rio de Janeiro. Deve haver mais publicidade para o lançamento do DVD e para o Dia das Crianças. &

Brinquedos que educam De 4 a 7 de agosto, deste ano, acontecerá a V Feira de Brinquedos Educativos no Centro de Eventos São Luís, em São Paulo/SP. Em paralelo à feira, acontecerá o I Seminário de Integração Brinquedo, Educação, Saúde e Qualidade de Vida, e a I Bienal do Brinquedo Educativo vai divulgar esses produtos como objetos de lazer, educação e saúde para o consumidor final. Confira a programação completa em www.abrine.org.br. &

Quando Francisco Carlos Cândido Moraes chegou a Boa Vista, Roraima, há mais de dez anos, havia poucos representantes comerciais na cidade. Na época, os compradores costumavam adquirir os produtos em distribuidores de Manaus (AM). O aumento do número desses profissionais fez com que os lojistas passassem a comprar mais barato, diretamente das indústrias. Isso contribuiu para a melhoria econômica do comércio local. Com clientes mais exigentes, Francisco precisou investir em variedade de produtos e diferentes formas de pagamento. Para ele, a melhor estratégia para conquistar e fidelizar os clientes é identificar o que a loja precisa e mostrar ao comprador que aquele material será vendido. “O processo de venda, desde o início até a concretização, precisa ser satisfatório para os dois lados”, define o representante. Ele atende às cidades de Boa Vista, Pacaraima, Mucajaí e Rorainópolis e aponta as vantagens de vender em Roraima: “Como o estado é pequeno, a maioria dos estabelecimentos vende produtos de diversos ramos, sendo mais fácil inserir novos itens nas lojas”. Além disso, ele destaca que as áreas de livre comércio criadas na região aumentaram as oportunidades de negócios. Atualmente, Francisco vende produtos da Polibras, Adelbras, RST Realce, Grampline e Eduart. Ser representante comercial foi o objetivo traçado por ele desde que começou a trabalhar como office boy para uma empresa de representação, em Manaus, sua cidade natal. “Identifiquei-me com a profissão. Acredito que, quando se faz o que gosta, o trabalho é realizado com dedicação e, assim, consegue-se chegar onde quer”, afirma.&

Concurso em papel-cartão A segunda edição do concurso cultural Paper Toy Papirus, promovido pela fabricante de papelcartão Papirus Indústria de Papel, vai premiar três designers pela personalização de um dos bonecos de papel da família Vita,

criados exclusivamente para a campanha. “O designer de embalagens é quem realmente conhece e usa o nosso portfólio de papel-cartão. Queremos que ele conheça os nossos produtos e o diferencial de cada um deles”, explica

Amando Varella, diretor comercial da empresa. Os interessados em participar devem solicitar os bonecos no hotsite www. papirus.com/paper toy até o dia 7 de agosto. No mesmo endereço, serão votados os dez f inalis-

tas. Na segunda etapa, os três vencedores serão aqueles que receberem mais cliques em “curti” no Facebook. Entre a premiação, há um iPad 2 e a participação no encontro de design TRImarchi, na Argentina. &

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Retorno às prateleiras brasileiras Depois de oito anos fora do mercado brasileiro, a marca Paper Mate volta ao país com um portfólio que inclui a tradicional Kilométrica, caneta que fez sucesso na década de 1980. A empresa também relança o clássico Liquid Paper nas versões frasco, caneta e fita. A Newell Rubbermaid, empresa detentora da marca, traz ainda os marcadores da marca Sharpie. A ponta e a tinta do produto permitem que ele seja usado em diversas superfícies, como madeira, plástico, metal e papel. &

CONSUMO

A arte de enrolar papel O que é possível fazer com papel enrolado? Nas mãos de Fátima Carvalho, eles são transformados em cartões, convites, pingentes e até enfeites de cabelo. Fátima conheceu o quilling em uma revista. “Sempre gostei de trabalhos manuais e material de papelaria. Então, resolvi tentar”, conta a ex-secretária que fazia cartões como hobby. Quando começou a trabalhar com a técnica, mudou de profissão. Hoje, faz cerca de 30 trabalhos em quilling por dia. Ela diz que o mais difícil é achar o papel que precisa. “Quando uso um papel e gosto, vou procurá-lo novamente, mas dificilmente encontro o mesmo”, lamenta. Por isso, ela procura materiais diferentes em várias papelarias de São Paulo (SP) e não tem uma loja preferida. As encomendas são feitas, principalmente, por mulheres de todas as idades. No início, há cerca de dez anos, a divulgação foi toda boca a boca. “Comecei a fazer para familiares e amigos, e eles passaram a mostrar para outras pessoas”, conta. Em 2009, Fátima criou o blog fatimapapel.blogspot.com. “Já cheguei a enviar encomendas pelo correio, mas não é muito comum. Acho que as pessoas gostam mais quando veem pessoalmente, e não por foto”, afirma. &


Perfil do Varejo 12

Arabesco (Nova Friburgo/RJ)

Mais que papelaria Psicóloga e arquiteta, filhas de Papelaria, livraria e café: a loja inaugurada há 10 anos mexeu com o comércio local.

libaneses, largaram mão das profissões para atuarem como empresárias de papelaria. Até 1999, Soraya Saleme trabalhava como psicóloga no Rio de Janeiro (RJ). Todos os dias, ela ia à capital e voltava para Nova Friburgo, sua cidade natal. A distância e o desejo de mudar de trabalho fizeram com que ela e a irmã Nádia voltassem às origens. Descendentes de libaneses, a família era comerciante por tradição. Quando o pai delas faleceu, um dos imóveis que ele alugava foi desocupado, e os filhos decidiram abrir um negócio. Elas e os outros dois irmãos analisaram o comércio local e perceberam certa deficiência no ramo de papelaria. Nádia, que é arquiteta, fez o projeto da Arabesco Papelaria e Livraria com um visual moderno. “Acho que influenciamos o comércio da região. As lojas eram sempre iguais. Um estabelecimento diferenciado exigiu a atualização dos que estavam em volta”, opina Soraya. Atualmente, ela é responsável pelas compras, tarefa na qual usa seu conhecimento de psicologia: “Gosto muito desse trabalho, de tentar imaginar o que as pessoas vão gostar. Apesar da experiência, ela revela algumas dificuldades – temos que estar sempre ante-

nados nas novidades e trazê-las rápido para a loja”. Já com mais de dez anos de história, no auge da última volta às aulas, a papelaria sofreu com o forte temporal que atingiu a região serrana do estado. Fisicamente, a loja não foi afetada, mas teve alguns prejuízos, como um carregamento de livros perdido, que teve que ser comprado novamente. Não faltou solidariedade à papelaria. “Todos os fornecedores prorrogaram os prazos de pagamento, e pude repassar isso aos clientes”, lembra. Além de um local para compras, a Arabesco foi transformada em um ponto de encontro com a inauguração do Café Árabe e da livraria no segundo andar da loja. Entre comprar outra papelaria no centro da cidade e ampliar a seção de livros da loja, as sócias decidiram investir no próprio negócio. “Tínhamos feito uma consultoria financeira e usamos o que aprendemos”, afirma. Frequentemente, as irmãs recorrem a esse tipo de orientação. “É importante estar sempre revendo as atitudes”, considera Soraya. “Não podemos achar que deu certo e nos acomodar. Eu não sei se o cliente está sempre satisfeito”, afirma. Para manter a equipe atualizada, elas investem em treinamento. &

Direto da revenda Nome: Arabesco Papelaria e Livraria. Localização: Nova Friburgo (RJ), a 136 km da capital Rio de Janeiro. Site da papelaria: www.arabescopapelaria.com.br Data da fundação: 03/08/1999. Quantidade de funcionários: 15. Região que abrange: as cidades de Nova Friburgo, Bom Jardim, Cordeiro, Cantagalo e Cachoeiras de Macacu. Área: 200 m². Serviços oferecidos: entrega, encapa livros, café com rede wi-fi; além disso, são realizados eventos, como contação de histórias e lançamentos de livros. “Não posso fazer cópias por causa da livraria”. Perfil do cliente: mães. A vitrine precisa ter: um pouco de cada produto. “Tenho uma vitrine para a livraria e outra com itens de datas comemorativas”. Produtos mais vendidos: papel sulfite, lápis de cor e jogos didáticos. Melhores fornecedores: Caçula, Editora Moderna, Faber-Castell e Tilibra. Produto que gostaria de trabalhar: eletrônicos e itens de informática. “Já tentei trabalhar com periféricos, mas havia poucos representantes, e eles não ofereciam treinamento”. Que aspectos precisam ser discutidos: a qualidade no atendimento durante a volta às aulas. “É difícil montar uma estrutura em um período tão curto com funcionários temporários”. Como chegar: Av. Alberto Braune, 87 - Centro Nova Friburgo - RJ Telefone: (22) 2523-8680

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Clínica Empresarial

Diga não ao desperdício Muitos empresários precisam arcar com altos custos devido ao mau uso do material pelos funcionários. É preciso encontrar a solução adequada ao seu negócio para evitar maiores gastos. POR CAROLINA BERGER

Tesouras quebradas, canetas sem tampa, fitas adesivas que acabam em pouco tempo. Todo esse desperdício gera custos aos empresários das papelarias. Eles observam que, em muitos casos, o prejuízo é causado pelos próprios funcionários. Como agir diante dessa situação? Como fazer para que a equi-

Situação problema “Preciso solucionar o desperdício de produtos causado por meus funcionários. Canetas e fitas adesivas estão entre os produtos que mais são desperdiçados. Não gosto de cobrar dos vendedores porque o material é para uso da loja. Além disso, não consigo identificar se é uma prática realizada por todos, alguns ou apenas um dos meus quatro funcionários. Porém, há momentos em que o produto é estragado até na demonstração ao cliente. Acredito que a atitude correta seria a pessoa assumir o erro, mas isso não acontece. Já realizei reuniões para conversar sobre o problema, mas não adiantou. Isso acontece há cerca de três anos, quando comecei a contratar funcionários para a papelaria que tenho há seis. Já houve alteração no quadro de funcionários, mas o desperdício continua.” MARCIA CRISTINA proprietária da Mega Papelaria (Alto Alegre dos Parecis/RO)

pe seja mais cuidadosa? Esse tipo de dúvida fez com que Marcia Cristina, proprietária da Mega Papelaria (Alto Alegre dos Parecis/RO), entrasse em contato com a R EVISTA DA P APELARIA . Conheça agora a situação que ela enfrenta e o que outros empresários do setor sugerem como solução para o problema.

Reprimindo a falta de cuidado “Apesar de não ser frequente, às vezes, acontecem casos de desperdício na minha papelaria também. É preciso capacitar os funcionários para que isso não aconteça. Certa vez, vi um vendedor quebrar um produto. Cobrei dele o conserto porque percebi que tinha agido sem cuidado. Ele nunca mais quebrou nada. Se não é possível identificar o culpado, sugiro dividir o prejuízo com todos os funcionários. Se as pessoas que costumam ter bom uso não quiserem pagar, acredito que elas indicarão quem causou o dano.” ALCIDES FERIANI, proprietário da Papelaria Derby (São Paulo/SP)

Dividindo o prejuízo “Eu também conheço esse problema. Em março deste ano, tomei a decisão de repassar aos funcionários o custo do produto que tinha sido estragado. Não houve mais danos desse tipo. Quando não identifico o culpado, cobro de todos, e nunca recebi reclamação em relação a isso. Nunca cobrei o prejuízo de produtos estragados na demonstração ao cliente, apesar de ter vontade algumas vezes. Guardamos muita coisa em gavetas. Então, quando não guardam com cuidado, acaba amassando.” TEREZINHA VALDETE BOGER, proprietária da Papelaria Marielle (Tubarão/SC)

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Bonificação em vez de cobrança “Tenho sorte com meus funcionários, e isso não acontece na minha loja. Porém, acredito que a tática de gratificação que adoto com meus funcionários pode servir para este caso. Por exemplo, quando realizamos pedido de material, incentivo a negociação, e o desconto obtido é repassado para os funcionários. Isso faz com que eles lutem pelo negócio que é o sustento deles, percebendo que são beneficiados, se economizarem. Muitas vezes, realmente, não adianta conversar. Mas quando envolve dinheiro, todo mundo se sente afetado.” HAROLDO LUCENA, proprietário da Papelaria Lucena (Manaus/AM)

O responsável pelo material “Para reduzir o desperdício de caneta, por exemplo, adotei a padronização desse material para uso dos funcionários. Escolhi uma caneta que não é vendida aos clientes e determinei que, na loja, só é permitido usar este modelo específico. Assim, evito que os funcionários peguem qualquer uma no estoque. Se alguém pegar uma caneta que é vendida, deve pagar por ela e levar para casa, ela não poderá ser usada na loja. Outra medida que adotei foi eleger uma pessoa responsável pelo material de uso na loja. Esses itens sempre ficam guardados no mesmo lugar, e apenas este profissional pode pegá-los. Os outros funcionários devem solicitar à pessoa responsável o material que precisam usar.” IARA NUNES, proprietária da Papelaria Dunorte (Cuiabá/MT)

Muita conversa “Observo muito desperdício na minha papelaria por falta de cuidado. Isso é ainda mais comum entre os funcionários antigos, pois estão acomodados. Os que trabalham na loja há menos tempo dão mais atenção ao que falo. Para identificar o responsável pelos danos, dou um item de cada material a cada um de meus dez funcionários e coloco etiqueta com o respectivo nome da pessoa. Assim, cada um tem uma tesoura, por exemplo. Quando quebrar, sei quem foi. Quando falo diretamente com a pessoa, ela passa a ter mais cuidado. Porém, após dois ou três meses, o problema volta. Para que isso não aconteça, passei a tratar desse assunto nas reuniões mensais que eu já fazia para tratar sobre diversos assuntos da papelaria. Com essa lembrança mais frequente, o mau uso tem diminuído. Mas acho que esse problema nunca terminará completamente. Nunca repassei o prejuízo financeiro porque acho que é uma atitude radical, já que o salário não é alto. E também não quero que minha equipe esteja insatisfeita.” JOSÉ HEIMAR PINHEIRO JR., proprietário da Loja e Papelaria Junaísa (Ceará-Mirim/RN)


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Mercado Reestruturação da Credeal

O caderno em

sua geração fashion Completando quatro décadas, a fabricante de cadernos com maior capacidade de produção do país estudou as gerações Y e Z. Agora, a meta é atender o público com produtos de valor agregado e entrar na moda com visual novo. POR CAROLINA BERGER, DE FLORIANÓPOLIS

Fotos Ass. Imprensa / Ex-Libris

“Fazer do caderno um acessório de moda”. Essa foi a frase mais ouvida no Primeiro Encontro de Clientes Credeal, e define o atual objetivo da empresa. As mudanças realizadas para alcançar esta proposta foram apresentadas no evento que aconteceu dia 1º de julho, em Florianópolis, Santa Catarina.

Perto de completar 40 anos, a Credeal celebrou a data com cerca de 150 pessoas, entre clientes e representantes. Na ocasião, foi mostrado o novo posicionamento da companhia, que lançou a campanha “O Caderno que Faz Parte do seu Look”. Antecipar a divulgação da coleção 2012 está de acordo com o conceito de moda adotado pela empresa. “Como queremos fazer com que nossos cadernos sejam acessórios de moda, decidimos mostrar as coleções de verão. E faremos lançamentos menores em abril das coleções outono/inverno para a minivolta às aulas”, contou Fernando Carlos Alban, CEO da Credeal. O gerente nacional de vendas, Anselmo Lima, explicou que o momento escolhido para as mudanças foi baseado na nova realidade de consumo da população: “Consideramos as

opções de mercado. O aumento de emprego e, consequentemente, de renda fez com que os consumidores ficassem mais exigentes e abertos a produtos diferenciados”. As alterações mais visíveis estão nas capas dos cadernos. Elas foram divididas em “quatro mundos” da moda: fashion, cute, aventura e esporte. Como nos grandes desfiles de moda, cada um deles foi apresentado ao público unindo imagem, som e luz. As novas capas eram exibidas ao som de dance music, uma narração explicava o público-alvo, e a iluminação era transformada na cor correspondente ao “mundo”. Tantas novidades também resultaram em quantidade. Enquanto que a última volta às aulas teve 35 linhas da empresa, 2012 contará com 57. As mudanças não estão somente na aparência. Elas estão sendo acompanhadas por alterações internas necessárias para que tudo dê certo. O primeiro passo foi contratar, em setembro de 2010, como diretor financeiro e administrativo, Eurico Tatsch Nunes, profissional experiente em reestruturações. “Não conhecia a Credeal, e a primeira impressão que tive é que é uma empresa com um mar de

As linhas do “mundo” fashion possuem estampas voltadas para vários estilos.

O verde remete ao “mundo” esporte, composto por capas de times estilizadas.

O “mundo” cute, com linhas femininas, é representado pelo cor-de-rosa.

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Mercado

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Reestruturação da Credeal

Cinco perguntas a Carlos José Alban

Fotos Ass. Imprensa / Ex-Libris

O fundador da Credeal foi homenageado no vídeo “Valeu, Carlão” exibido no início do evento. Emocionado com a homenagem surpresa, Carlos viu o depoimento de sua mãe, dona Albina, e diversos familiares. Conheça um pouco mais deste empresário que aos 71 anos acompanha esta nova fase de sua empresa e ainda planeja passar uma temporada na Oceania.

oportunidades”, avaliou Eurico Nunes. Seu trabalho começou junto com o diretor comercial Ricardo Frederico e o gerente Anselmo Lima. “A Credeal já era bem conceituada no mercado, mas estava caracterizada pela vantagem competitiva nos preços. Agora, passamos a disputar o mercado de produtos de valor”, avalia Anselmo Lima. Cada um dos “mundos” ainda foi organizado de acordo com a idade do público. A geração Y, composta por jovens que nasceram nas décadas de 1980 e 1990, foi descrita por ter sido “educada” pela TV. Segundo os estudos realizados pela equipe da Credeal, esses jovens valorizam produtos que os tornem diferentes. Já a geração Z é formada por nascidos a partir de 2000. Eles foram “educados” pela internet e possuem a necessidade de compartilhar conteúdo. Apesar de serem sustentados pelos pais, esses pequenos consumidores decidem suas compras. Ao estudar o público jovem, a empresa percebeu a importância de estar conectada. Assim, a Credeal tem se comunicado pelo Facebook, Twitter e criou o blog Clube

O que o senhor imaginava quando decidiu produzir cadernos? Os cadernos são consequência da Gráfica Serafinense que existia desde 1960. Eu viajava de Serafina Corrêa (RS) a São Paulo de caminhão para vender notas fiscais em postos de gasolina e bares. A gráfica ia bem até que passou-se a exigir autorização para a confecção de nota fiscal. Isso tornou o processo mais demorado. Era preciso encontrar um produto que pudesse ser estocado e que a empresa não ficasse parada por falta de pedido. Minha ideia sempre foi crescer. Eu sonho o que gostaria de fazer e começo a organizar para, quando chegar o momento, realizar. Meu plano atual é morar por quatro ou cinco meses na Austrália ou na Nova Zelândia. Qual foi o seu primeiro sonho depois que começou a produzir cadernos? Educar meus filhos em faculdades no mesmo local em que eu tivesse a fábrica. Foi isso que me levou ao Rio de Janeiro. Em uma semana, comprei um apartamento e a única fábrica de cadernos que existia na cidade. Levei comigo o chefe de produção, o guarda noturno e o chefe da manutenção da Credeal. Meu irmão Luis Alberto não pode ser esquecido. Durante os 20 anos que fiquei no Rio, ele ficou administrando a fábrica em Serafina Corrêa. Seu filho Fernando está à frente da empresa. O senhor imaginava que um deles assumiria o negócio? Dou toda a força aos meus filhos que não estão na Credeal. Hoje, criamos um protocolo em que os familiares têm que trabalhar dois anos fora da empresa antes de serem

contratados e são avaliados de maneira profissional. E não é o dono quem diz se a pessoa está apta ou não, é o diretor, que faz entrevista. Com o Fernando foi diferente, eu não tinha a mesma ideia que tenho hoje. Coloquei ele, aos 14 anos, para trabalhar. Ele começou carregando caderno, fazendo pacotes. Depois, aprendeu a espiralar, vender, comprar... Fui feliz nessa atitude. Se eu não tivesse feito isso, quem iria me suceder? Esta é uma aflição de todo fundador de empresa: quem vai continuar? Mas, naquela época, eu pensava diferente. Hoje, penso o seguinte: profissionalize sua empresa. A empresa familiar só vai adiante, se você chegar ao ponto de profissionalizá-la. Como é produzir cadernos no Brasil? Algo que atrapalha muito é a guerra fiscal. Os políticos incentivam oferecendo terreno, desconto nos impostos, mas depois, não cumprem as promessas. Depois, tudo é cobrado com interesses pessoais. Na minha época, o desafio era aliar a qualidade do produto ao preço, que era a minha arma. A qualidade tentava melhorar a cada dia, mas não era boa. Cortava os cadernos com guilhotina manual. Minha guerra era fazer com que o caderno fosse aceito. A primeira vez que vendi um caderno, o cliente devolveu porque não conseguia revender por causa da qualidade. Hoje, chegamos ao ponto de fazer com que o caderno seja um acessório de moda. Vamos atingir o consumidor final, orientando o representante e o atacado a venderem a imagem. Internamente, é uma luta, porque não é minha cultura de caderno, mas acredito e me atualizo. A Cristina e o Ricardo (do departamento de marketing) fazem um ótimo trabalho, tenho que ouvi-los. Sou assim – faço planos e rezo. Depois, não desconfio. Não adianta perguntar o motivo de tudo porque a fé não tem explicação. Quando o senhor percebeu que a Credeal tinha dado certo? No início, eu tive muitos momentos de desânimo. Mas eu tinha dois anjos da guarda que me davam força, minha esposa Ilse e minha mãe. Fraquejei em alguns momentos, mas não me deixava ficar assim muito tempo. Sempre acreditei que dava certo. Posso ter tido momentos de recomeço, mas nunca desacreditei do que eu estava fazendo.

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Credeal, no qual são postadas informações relacionadas à moda e ao cinema, por exemplo. “Eu estava com a expectativa de uma coleção que seguisse os padrões dos anos anteriores. No entanto, fomos surpreendidos por uma coleção diferenciada, baseada em pesquisas e tendências”, observou Joel Basso, do departamento de compras do Grupo Bocchi (Cascavel/ PR). Ele também acredita nas consequências das mudanças internas: “Com certeza, os investimentos vão resultar em bons negócios. Foi feito um trabalho muito profissional, e, agora, a gente tem que estender isso à nossa equipe para atingir o consumidor final”.

Terezinha Valdete Boger compra cadernos da Credeal há cerca de 20 anos para abastecer a sua Papelaria Marielle (Tubarão/SC). Ela afirma que esta foi a mudança mais ousada que viu acontecer na empresa e aprova as novidades. “Os lançamentos estão compatíveis com o público. Tenho certeza que teremos uma venda expressiva. Já adianto que vou colocar, na frente dos caixas, o material desenvolvido para o ponto de venda”, afirma, fazendo referência aos displays preparados pela Credeal. Renato Souza, diretor comercial da atacadista Reval, acredita que a certeza de sucesso virá apenas com o retorno do consumidor, mas está otimista:

“Não é qualquer empresa que consegue completar 40 anos. Achei as linhas diferenciadas muito interessantes porque não são commodities, nem marca própria. Estou confiante em relação à campanha. Os consumidores estão nas redes sociais, e a Credeal também. Então, acho que a tendência é dar certo”. Entre os clientes presentes no encontro, estavam principalmente atacadistas e distribuidores. Porém, Anselmo Lima destaca que a empresa pretende se aproximar ainda mais dos varejistas por meio do material de ponto de venda e do treinamento que os representantes estão sendo incentivados a oferecer aos clientes. &




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Agendas

Prepare-se: 2012 As agendas para o próximo ano já estão disponíveis no

bate à porta

mercado, e, nesta reportagem, a REVISTA DA PAPELARIA reúne algumas novidades de diversos fabricantes, além de trazer dicas para ajudar você a montar o mix de sua papelaria. POR RENATA MEDEIROS

João Antonio Corniani afirma que em agosto já há cliente procurando agendas para o ano seguinte.

Embora estejamos a seis meses do fim do ano, a indústria sugere: é esse o período certo para o lojista começar a pensar nas agendas 2012 que estarão disponíveis em sua loja. Isso, porque nos primeiros meses do segundo semestre já existe cliente procurando pelo produto. “É possível encontrar agendas como opção para presente de

Dia dos Pais”, comenta o gerente comercial da São Domingos, João Antonio Corniani. Ele conta que, enquanto poucos papeleiros atendidos pela empresa optam por receber as agendas em setembro e outubro, a maioria deles prefere estar com elas nas prateleiras em agosto. Se em meados de junho os papeleiros devem ficar de olho nos lançamentos, o trabalho da indústria, geralmente, tem início bem mais cedo. Na Editora Luz e Vida, o processo de produção começa um ano e meio antes do ano vigente da agenda, assim como na Maio Gráfica. “Em julho, definimos temas, novos modelos, padronagens e cores. De novembro a março, fazemos os protótipos e decidimos os últimos detalhes. A produção é iniciada em fevereiro. Depois, fotografamos os produtos e imprimimos os catálogos, que são distribuídos para toda a área comercial”, explica Michelle Tristão, gerente de produto da empresa.

Variedade Definir um público-alvo para as agendas, de acordo com os fabricantes, é tarefa difícil, pois esse é um artigo que atende diversas idades, gêneros e perfis. Porém, há quem arrisque um palpite mais ousado. “As agendas são mais consumidas pelas adolescentes e por mulheres adultas”, opina a coordena-

dora de desenvolvimento de produtos da Luz e Vida, Rosi Ribas. “Mulheres e executivos são os que mais utilizam o item”, acrescenta a diretora de desenvolvimento de produto e marketing da Geográfica Editora, Maria Fernanda Vigon. O fato é que, menino ou menina, homem ou mulher, discreta ou despojada, parece haver uma agenda para cada tipo de pessoa devido à diversidade de produtos oferecidos no mercado todos os anos. No que depender da indústria, 2012 não será diferente. Empresa centenária, a Rotermund traz para o próximo ano capas ainda mais femininas, estampadas em florais e com cores chamativas. A agenda tradicional é outro investimento da companhia. “Não podemos nos esquecer do nosso público que gosta de produtos com cores básicas como preto e marrom”, comenta a coordenadora de vendas do varejo da Rotermund, Carla Rossi Castilho. Para 2012, a Geográfica Editora preparou uma linha clean, com capas inovadoras e modernas. A Editora Luz e Vida apostou em temas atuais e cores atrativas. O investimento em designs modernos é um dos diferenciais da Foroni, que lançou mais de 70 modelos, entre marcas próprias e licenciadas. “Entre as linhas que devem agradar a garotada estão Carros 2, Barbie, Paul Frank e Justin Bieber,

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sucesso na volta às aulas 2011”, acredita a diretora de marketing da empresa, Marici Foroni. Corniani conta que, além das tradicionais coleções da empresa, como Turma da Mônica, Olívia e Pica-Pau, terem sido totalmente repaginadas, a São Domingos traz novos licenciamentos para 2012. Um deles deu origem à agenda Harvard. Com capas sóbrias e discretas, ela é voltada tanto para o público universitário quanto para os fãs da renomada universidade norte-americana. Outra novidade é a coleção Hang Ten, que traz na capa o logotipo dessa famosa e despojada marca de roupas. Charuca, uma simpática personagem desenhada pela designer espanhola Charuca Vargas, Sirci e Lila, conhecidas pela campanha de combate ao cyberbullying nas redes sociais, são outras licenças que vão estampar as agendas da companhia. “Lançamos também a linha executiva Easy Week”, acrescenta Corniani, lembrando do público adulto. Os produtos licenciados

Não apenas prática, mas necessária e inseparável Nelas, é possível anotar o horário da reunião, o dia da consulta médica e até mesmo guardar segredos, como em um diário. Grandes ou pequenas, modernas ou tradicionais, as agendas fazem parte da vida de muitas pessoas, e se engana quem a imagina como coisa do passado. Segundo os fabricantes do produto, apesar do surgimento de outros meios que têm como intuito auxiliar as pessoas a se organizarem, como aparelhos eletrônicos e até mesmo a internet, a agenda possui espaço consolidado. Na Maio Gráfica, a venda desse artigo representa 70% do faturamento da empresa, e, de acordo com sua gerente de produção, Michelle Tristão, não há indícios de que o consumidor venha deixando a agenda de lado. “As pessoas, principalmente aqueles com mais de 30 anos, não abrem mão de concentrar informações importantes nas folhas de papel de uma agenda”, acredita. Gerente de marketing da Tilibra, Sidnei Bergamaschi (foto) concorda com Michelle e afirma que o avanço dos aparatos tecnológicos não afeta significativamente a venda desse artigo. “As agendas apresentam ótimo valor de custo x benefício, ajudam na organização pessoal e profissional, oferecem a praticidade da rápida anotação, são fáceis de carregar, além de terem apelo emocional por representarem o estilo de vida de cada um. Tudo isso contribui para que esse item não seja substituído tão cedo”, garante.

Segundo Carla Rossi Castilho, é impossível deixar de investir também em modelos tradicionais, com cores básicas.

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Michelle Tristão conta que a produção das agendas da Maio Gráfica tem início um ano e meio antes do seu ano vigente.

também são aposta da Jandaia, e, segundo o gerente de marketing da empresa, Fabricio Pardo, todos eles possuem adesivos coordenados, com aplicações de foil stamping metalizado e glitter. Para conquistar os clientes, a Tilibra ampliou os modelos de suas principais marcas e acrescentou às agendas novos atributos como gifts e cartela dupla de adesivos. Por meio de personagens próprios e exclusivos, representados pela simpática Dina Nina e seus companheiros, a Do Dance Brasil é outra empresa que traz novidades. “A partir deste ano, Dina Nina & Amigos passam a conversar com o público de forma mais íntima, contando histórias sobre manifestações artísticas, esportivas e culturais”, explica o diretor de arte da companhia, Breno Barbosa. Devido ao bom retorno obtido com a venda de produtos da Linha Executiva 2011, a DAC, que também fabricava agendas escolares, terá como foco em 2012 apenas o público adulto, como informou sua assistente de marketing, Michelle Cicera. Além da coleção executiva para o próximo ano, a empresa vai colocar no mercado agendas permanentes, aquelas que não possuem ano específico. A Grafset também promete movimentar o mercado. A companhia, que antes investia somente em agendas escolares do tipo permanente e em executivas para atender à demanda de brindes, abriu o seu leque de opções e, segundo seu diretor comercial, Téo Ramos, 2012 será um ano de oportunidades. “Essa é a hora e a vez da Grafset

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Produto 24

Agendas

Confira a opinião de alguns consumidores em relação às agendas e monte seu mix de acordo com o público-alvo de sua papelaria

“Utilizo a agenda para anotar consultas médicas, pagamentos efetuados, aniversários, entre outras coisas. Prefiro aquelas mais sóbrias, com capa dura, nas cores marrom ou preta. Uma página por dia é essencial, assim como espaçamento grande entre as linhas. O valor também é um diferencial, e, geralmente, levo para casa a de preço mais baixo”. MARIA JOSÉ BISPO QUEIROZ, APOSENTADA, 73 ANOS

“A agenda tem que ser mais ou menos do tamanho de uma folha A4 dobrada e em espiral. Sua capa deve ser resistente e em cores fortes. Em relação às páginas, prefiro uma inteira para cada dia útil da semana, e o espaçamento entre as linhas deve ser grande. Também gosto que ela tenha algumas folhas em branco para anotações em geral, além da agenda telefônica”.

“Gosto de agendas bem pequenas. Como anoto somente compromissos, preciso de pouco espaço, não sendo necessário uma página por dia. A capa tem que ser discreta, de preferência cinza ou marrom. Ela deve trazer páginas com serviços, como mapas, fuso horário, DDI e DDD. Também não abro mão de que ela tenha uma agenda telefônica”. LEELA DHAR, ARTISTA, 63 ANOS

“Tenho preferência por agendas simples, sóbrias e de capa acolchoada. Procuro comprar aquelas sem ano específico, pois podem ser utilizadas a qualquer momento, sendo possível, inclusive, reaproveitá-las. É também importante que ela seja do tamanho de uma folha A4 dobrada”. NILSON ALVES TEIXEIRA, PASTOR EVANGÉLICO, 38 ANOS

MANOEL BERNARDES, PUBLICITÁRIO, 46 ANOS

“Prefiro a agenda de cor neutra, capa plastificada e elástico para fechá-la. O tamanho deve ser aproximado ao de uma folha A4 dobrada. Cada dia útil precisa ter uma página específica. Prefiro o miolo feito com papel reciclado, pois esse tipo de agenda tem design mais arrojado. Gosto de adesivos e não abro mão da agenda telefônica. Acho ainda que a página para “Dados Pessoais” poderia vir com menos campos para preenchimento. É muita informação. Acho desnecessário”. ANA PAULA DE OLIVEIRA AMARAL, BIBLIOTECÁRIA, 35 ANOS

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NATÁLIA BOMFIM, UNIVERSITÁRIA, 22 ANOS

“Uso a agenda como uma espécie de diário. Ela precisa ter capa rosa e ser em espiral, porque é melhor para dobrar. As folhas precisam ter linhas, e, como tenho a letra grande, faço questão de uma página por dia. Também gosto que ela traga adesivos e páginas extras para anotações. Não há necessidade de agenda telefônica, pois tenho no celular os números que preciso”. AMANDA MELLO LOPES DA COSTA, ESTUDANTE, 14 ANOS

“Anoto meus deveres na agenda dada pela escola. Mas se eu fosse escolher uma, ela teria que ter a foto de um menino andando de skate ou bicicleta. Isso porque eu gosto muito de esportes. Também gostaria que ela viesse com agenda telefônica”. MATHEUS MUZZA, ESTUDANTE, 9 ANOS

“A agenda é importante para a escola. Nela, eu anoto o dever de casa e também o telefone das minhas amigas. Eu uso uma agenda dada pela escola, mas, se eu fosse escolher, ia querer uma com capa da Barbie. Isso porque eu amo a Barbie. Gostaria também que ela fosse grande, com bastante espaço para eu desenhar, e que trouxesse adesivos”. THAIS SANTA CLARA PERES, ESTUDANTE, 8 ANOS

explorar esse nicho de produtos, novo para nós, mas com potencial desafiador ”, avalia. Como opção para o público, a empresa lança agendas executivas, com perfil discreto, e também aquelas mais femininas, nos tamanhos míni e médio, com miolo decorado, oito opções de capa, um dia por página, adesivos, bolsa colorida de papel e marcador de página. As mulheres também são alvo da Maio Gráfica. Para 2012, a companhia coloca no mercado as agendas carteiras, que trazem compartimentos nos quais cheques e cartões de crédito podem ser guardados. Ela investe ainda em produtos que possuem capas forradas com fibras de folhas de bananeira, alternativa para quem não abre mão de produtos sustentáveis. E de onde vem tanta criatividade para colocar nas prateleiras das papelarias as mais diversas capas, os mais variados designs? Segundo os fabricantes, para se chegar ao resultado final são realizados várias estudos relacionados à moda, além de análises de tendência e de mercado. “Visitamos feiras internacionais, como a Paperworld Frankfurt, realizada na Alemanha, e a Licensing Expo, que acontece em Las Vegas, nos Estados Unidos. Fazemos pesquisas em Nova York, Londres, Paris, Amsterdan e Japão, com o intuito de verificarmos o que está na moda e na cabeça dos jovens. Avaliamos ainda os pontos de venda brasileiros e falamos com nossos principais clientes. Além disso, ficamos o tempo todo atentos aos costumes e ao comportamento dos nossos consumidores para descobrirmos e anteciparmos as nossas novidades”, explica o

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“A agenda tem que ser do tamanho de uma carteira, para caber dentro da bolsa. A capa, estampada ou lisa, precisa ser em tons pastel. Não gosto de agendas com cores chamativas. Faço questão que ela tenha calendário e traga uma folha para cada dia do ano. Também gosto quando a agenda possui páginas para anotações em geral e uma pequena caneta ao lado”.

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Produto 26

Agendas

Conheça alguns lançamentos para 2012 Para as meninas Os simpáticos porquinhos Monokuro Boo, que ilustram as agendas Jandaia, garantem atrair e encantar as meninas.

Em 2012, a Polly, ainda mais irreverente e moderna, volta a estampar as capas da Jandaia.

Da Geográfica Editora, Talita será amiga fiel de muitas garotas durante 2012. A linha Amigas para Sempre, da Foroni, traz capas com desing moderno com o intuito de agradar as meninas mais sofisticadas.

Para os estudantes

A linha Jolie Pet, da Tilibra, traz agendas para conquistar as meninas rômanticas e delicadas.

A aposta da Grafset para 2012 é em produtos coloridos e charmosos.

Dina Nina e Amigos representam as personalidades de cada signo e indicam as influências da lua sobre cada um deles.

gerente de marketing da Jandaia. “Estamos sempre antenados ao mundo fashion, além de buscarmos inspirações em diversos mercados, como no de acessórios. A escolha das características de cada produto é ainda pensada de acordo com o público”, completa Sidnei Bergamaschi,

gerente de marketing da Tilibra, empresa que possui como marca a Grafon’s, que também promete vários lançamentos para 2012.

Na papelaria Com tanta variedade no mercado, como saber qual agenda se encaixa melhor em uma ou outra

Neutra, a agenda escolar da Geográfica Editora é uma alternativa tanto para a menina quanto para o menino que faz questão de ter, na agenda, suas tarefas organizadas.

papelaria? Para responder a essa questão, os fabricantes aconselham que o papeleiro fique atento às necessidades de seus clientes. Depois de traçado o perfil do consumidor que frequenta o estabelecimento, o lojista deve oferecer a ele um mix variado, capaz de atender diferentes gostos

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Sofisticação é a marca da Agenda Zip Profissional, da Rotermund.

Agendas

Para os básicos e clássicos

Sóbrio e discreto, o modelo da Rotermund esbanja elegância.

O Riskini em couro, da Maio Gráfica, é ideal para quem não abre mão da praticidade.

Este ano focada no público adulto, A DAC traz diversos modelos de agendas executivas e permanentes.

Para os despojados

Com capas sóbrias e discretas, a agenda Harvard, lançamento da São Domingos, será sucesso entre os apreciadores da universidade norte-americana.

A Hang Ten, famosa marca de street wear, apreciada por surfistas, estampa as capas das agendas da São Domingos.

Em capa dura, com papel especial e aba flexível, a Linha Pantone Touch, da Teca, promete agradar aos mais diferentes públicos.

Visando conquistar um público mais informal, a Grafset investe em capas modernas e em cores fortes.

O divertido macaco Paul Frank estampa as capas da Foroni, sendo uma alternativa de agenda para crianças, adolescentes e adultos.

A linha Ecko, da Jandaia, é opção para os meninos, os adolescentes e os adultos de personalidade forte.

Na Jandaia, a Coca-Cola ilustra as capas das agendas, chamando a atenção dos fãs desse famoso refrigerante.

e estilos. “O ponto de venda tem que ter produtos diversos, que atendam tanto a mulher mais conservadora quanto a mais moderna”, exemplifica Michelle, da Maio Gráfica. “Analisar lançamentos, verificar tendências e estar aberto a novas propostas também são essenciais para a

montagem do mix”, completa Ramos, da Grafset. A agenda é sazonal, e o papeleiro deve ficar atento a esse ponto, aproveitando o período certo para o investimento no produto. “Para esse tipo de artigo, o giro é considerado grande em novembro, dezembro e janei-

ro, médio de agosto a outubro e baixo nos demais meses”, orienta Bergamaschi, da Tilibra. O estoque é outro assunto que não pode ser deixado de lado, e, para saber a quantidade certa de agendas a serem adquiridas, as dicas são: basear-se nas vendas de anos anteriores e estar ligado

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Agendas

Para os loucos por personagens

A Pucca é outra personagem que já caiu nas graças do público, e, em 2102, ela mostra todo o seu estilo nas agendas da Foroni. Sucesso em 2011, a linha O Pequeno Príncipe, da Jandaia, volta no próximo ano totalmente repaginada.

Charuca, personagem desenhada pela ilustradora e designer espanhola Charuca Vargas, é um dos novos lançamentos da São Domingos.

Junto à sua turma, o Smilinguido, da Editora Luz e Vida, promete agradar públicos diversos, sendo um grande companheiro em 2012.

Depois de lutarem contra o cyberbullying nas redes sociais, Sirci e Lila passam a estampar as capas das agendas da São Domingos.

Eles conquistaram a garotada nos anos 80 e 90, e agora os Smurfs voltam com força total nas agendas da Foroni.

Para os meninos O superlançamento da Jandaia para 2012 são as agendas Mutante Rex, que trazem na capa os personagens do desenho animado que é sucesso entre os garotos.

Já tradicionais, as coleções de agendas Turma da Mônica, Olívia e Pica-Pau, da São Domingos, foram totalmente repaginadas.

Hot Wheels e Carros são algumas das apostas da Foroni para atender as necessidades dos garotos.

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Para quem não abre mão... De produtos sustentáveis

De ser feminina

A Maio Gráfica traz modelos de agenda capazes de reproduzir toda sensibilidade das mulheres.

Entre outras opções, a Rotermund oferece também alternativas para a mulher discreta.

nos modelos mais solicitados pelos clientes. “O papeleiro que analisa o histórico do produto, avalia o motivo pelo qual aquela agenda encalha e percebe qual modelo possui maior giro, dificilmente erra ao fazer o pedido”, garante Corniani. Para não ficar com agendas encalhadas no estoque, a maioria dos fabricantes sugere que os lojistas façam promoções ou reduzam o preço já em março do ano a que elas se referem, incentivando assim a saída do produto. Aproveitar as festas de fim de ano, segundo Michelle, da Maio Gráfica, também é outra opção. “Nesse período, alguns clientes levam cinco ou seis agendas para dar de presente. O papeleiro pode, inclusive, ‘brincar’ com os artigos que possui na

Téo Ramos conta que, para 2012, a Grafset ampliou seu leque de opções e promete chamar a atenção do mercado.

De lindas mensagens

Para 2012, a Mig&Meg lança oito agendas com capas coloridas e modernas. O miolo decorado traz versículos, orações e pensamentos que resgatam valores bíblicos, inspirando o dia a dia.

loja. Agenda e bloquinho corde-rosa, com um chaveiro bem transado, tudo isso em uma caixa da mesma cor: aí está uma bela opção para o consumidor presentear alguém”, sugere. Por outro lado, a indústria também afirma que vale a pena deixar as agendas expostas na loja até junho do ano vigente, pois, vez ou outra, aparecem clientes retardatários que deixam para comprá-las em abril, e até mesmo em maio. Porém, se ao final deste ano a papelaria ainda tiver agendas 2011, o diretor comercial da Grafset enxerga uma alternativa: “Para as sobras, uma medida simples é a doação. Em escolas e creches as crianças podem, por exemplo, utilizar as páginas para desenhar e pintar”. Em relação à exposição do produto na loja, grande parte dos fabricantes sugere que elas sejam colocadas em local de fácil acesso e visualização, de preferência em displays, expositores ou gôndolas. Segundo eles, é também aconselhável separá-las de acordo com a faixa etária, gênero ou estilo de público que o papeleiro deseja atingir. “Instruir os vendedores para que eles atendam devidamente as necessidades dos clientes também é uma boa alternativa”, lembra Maria Fernanda, da Geográfica Editora. &

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Por meio da agenda permanente da Linha Ecomund, a Rotermund mostra sua preocupação com o meio ambiente.

Marici Foroni acredita que as linhas Carros 2 e Justin Bieber serão alguns dos destaques da Foroni que vão conquistar a garotada.

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Tecnologia 32

Caneta Gel

Para um traço moderno e Com glitter, aroma e em

cores metálicas, a caneta gel é a queridinha do público jovem. Nesta matéria, a REVISTA DA PAPELARIA mostra

particularidades desse produto e um pouco da tecnologia envolvida em sua fabricação, sendo ela uma das responsáveis pelo maior valor agregado desse artigo se comparado à esferográfica. POR RENATA MEDEIROS O sistema twinball, utilizado nas canetas da Sertic, é uma das técnicas utilizadas para garantir a qualidade da tinta.

sofisticado Quando a ponta da caneta toca o papel, liberando a tinta que permite fazer o contorno do desenho ou destacar um detalhe na folha do caderno, o consumidor final provavelmente não imagina a complexidade do mecanismo que torna possível o funcionamento da caneta gel. Diferente da esferográfica, que possui tinta à base de óleo, ela tem a água como o seu principal componente. É essa característica que, de acordo com o gerente comercial da Injex Pen, Flávio Nogueira, torna esse artigo mais frágil e complexo. “Apesar de ser um instrumento de escrita tal como a esferográfica, a caneta gel é outro produto tratando-se de fabricação”, compara. Devido à tinta à base de água, Nogueira explica que as canetas gel fabricadas pela empresa trazem uma borracha

no fundo da tampa, que, além de não deixar a tinta secar na esfera, evita vazamentos. Ele destaca também que a ponta do produto é composta por matéria-prima especial, capaz de resistir à corrosão, e calibrada para ser menos rugosa, “puxando”, assim, menor quantidade de tinta. Menos resistente às condições climáticas, a tinta gel precisa ainda de um sistema de isolamento, que na Injex Pen é realizado por meio de silicone colocado dentro do tubo de tinta. “O silicone tem a função de impulsionar e vedar a tinta”, esclarece Nogueira. Já as canetas gel da Sertic possuem sistema twin-ball, como define o gerente de marketing da empresa, Ricardo Ferreira. “Existem duas esferas na caneta, sendo que uma alimenta a outra de tinta

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Características A caneta gel traz ainda especificidades que podem ser percebidas facilmente pelos usuários. Sua escrita, se comparada à esferográfica, é mais macia, e sua tinta mais visível em superfícies escuras, como lembra a gerente de produtos da Faber-Castell, Ana Cláudia Mascitto. A variedade de cores, assim como a maior intensidade das mesmas, é outra marca desse produto, assim como a tinta com aromas usada, principalmente, nas canetas que têm como alvo o público infantil feminino. “O desenvolvimento da tinta gel permitiu variedade de cores e efeitos, como os tons neon, metálico e o glitter”, declara Ana Cláudia. De acordo com Ferreira, a esferográfica também poderia trazer essa diversidade de cores e aromas, mas não com a intensidade da gel. Isso, porque a tinta gel possui componentes que tornam a “impregnação” de essências mais ativa. Nogueira concorda com a afirmação e acrescenta que esse seria um investimento pouco viável.

“O procedimento é caro e de baixo retorno, uma vez que essas características já estão totalmente associadas à caneta gel. O mercado já se adaptou a isso”, acredita. Se comparada à esferográfica, a caneta gel borra mais, está mais suscetível a falhas e gasta tinta mais rapidamente. Porém, Andrea lembra que tais produtos possuem funções distintas. “Enquanto a gel tem o propósito de decorar e dar destaque ao texto, a esferográfica permite uma escrita muito mais longa. A diferença está presente até na faixa etária dos compradores dos dois produtos. A gel tem como público-alvo estudantes, crianças, adolescentes e artesãos. Já a outra caneta atinge um público universal”, alega.

A linha Tris, da Summit, traz produtos com efeito glitter e tons diversos.

Modelos Apesar da caneta gel ser mais utilizada pela garotada, a Injex Pen, que, há seis anos, investe na tecnologia desse produto, aposta, hoje, em um mercado diferente: o corporativo. Dessa maneira, a empresa traz artigos para uso diário em escritório nas cores básicas. “A caneta gel Stilus, com design inovador e escrita supermacia, tem como alvo o público office”, diz Nogueira. Na Summit, o artigo mais vendido dentro deste segmento é o estojo de seis cores da Tris Effect Glitter, como conta Andrea. “Esse produto não só se destaca pelo

efeito glitter que a tinta proporciona, mas pela gama de tons que o conjunto oferece, sendo eles prata, ouro, laranja, vermelho, verde e azul”, comenta. Com escrita macia, detalhes em cromo acetinado e grip emborrachado, a BIC Pro+Gel, disponível nas cores azul e preta, é um dos destaques da BIC, assim como a BIC Cristal Gel, nos tons azul, vermelho, preto e verde. Gerente de produtos da categoria de papelaria da empresa, Carina Narciso comenta ainda sobre a BIC Cristal Bold 1.6. “Essa é uma caneta esferográfica que traz o

A Roller Gel 064 é um dos destaques da Faber-Castell.

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e, ao mesmo tempo, isolam o compartimento desse mesmo material”, explica. Nos últimos anos, como destaca a gerente de desenvolvimento de produto e comunicação da Summit, Andrea Medeiros, a fórmula da caneta gel vem passando por evoluções, tornando-se, por exemplo, mais resistente à luz. “Também percebe-se desenvolvimento no design do produto, e, atualmente, já é possível encontrar esse artigo com traço fino, além do convencional mais espesso”, comenta.

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Tecnologia 34

Caneta Gel para o desenho, e sua tinta seca rapidamente”, diz.

Na papelaria

Investindo cada vez mais na tecnologia deste material, a Injex Pen oferece diversos modelos de caneta gel.

Comercializadas em nosso país pela Yes Brasil, a marca Bismark traz produtos com alto controle de fluxo de tinta.

benefício e a sensação da gel. A tecnologia aplicada na ponta do produto e o fluxo de tinta permitem uma escrita macia e cores vibrantes”, diz. A Faber-Castell estuda o lançamento de uma esferográfica com tinta semigel que, de acordo com Ana Cláudia, possuirá as mesmas características de uma caneta gel. Atualmente, a Roller Gel 064, com grip emborrachado e escrita fina, é um dos principais itens da empresa para esse tipo de produto. O u t r a c o mp a n h i a q u e aposta nas canetas gel é a Yes Brasil, distribuidora da marca Bismark no país. De acordo com o responsável pelo marketing da empresa, Leandro Siqueira, as canetas, com ponta de aço inoxidável e esfera 0.5 mm de carboneto de tungstênio, trazem uma série de benefícios aos seus usuários. “Elas escrevem em diferentes superfícies, possuem alto controle do fluxo de tinta, podendo ser usadas tanto para a escrita quanto

Apesar da evolução na fórmula da caneta gel, fabricantes e importadores lembram que ela é sensível e, dessa maneira, merece cuidados especiais. Segundo eles, é preciso evitar a exposição do produto ao sol, assim como mantê-lo longe da umidade e de altas temperaturas. Como sua validade varia entre 12 e 30 meses, os papeleiros devem ficar atentos no momento de reposição do estoque. Porém, os fornecedores do artigo alegam que, se armazenado adequadamente, ele pode durar mais tempo. Os displays são apontados como a melhor alternativa para a exposição das canetas gel na loja, lembrando que elas devem ficar sempre com a tampa fechada para evitar que a tinta seque. “Ele garante maior poder para atrair o consumidor e comunicar adequadamente os diferenciais do produto. Ao se deparar com um lindo display é praticamente impossível que o cliente não seja motivado a levar mais do que seria a sua intenção inicial de compra. As canetas gel demonstram uma grande performance de venda e com valor por unidade que justifica o investimento”, acredita Ferreira.

A BIC traz para o usuário várias opções, como a BIC Cristal Gel, a BIC Cristal Bold 1.6 e a BIC Pro+Gel.

A tecnologia utilizada em sua produção, os componentes usados na fabricação da tinta e o acabamento sofisticado fazem da caneta gel um artigo mais caro em relação à esferográfica. Mas, segundo Nogueira, esse é um produto que não pode faltar nas papelarias. “Para o papeleiro é imprescindível a presença tanto da caneta esferográfica quanto da caneta gel em seu estabelecimento. Porém, o lucro mais alto está no segund do produto, já que seu valor aagregado chega a ser quase dez vvezes maior se comparado ao d da esferográfica”, avalia. &

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Artigo

25 anos Nossa querida Feira Escolar, de roupinha nova e chique: Office PaperBrasil Escolar, completa vinte e cinco anos de idade. Um quarto de século! São muitas histórias a contar. São muitos fabricantes que, assim como ela, construíram suas histórias concomitantemente. Personagens que por lá desfilaram tiveram o poder de desfilarem também em nosso imaginário. Quem não tem um “causo” para contar da feira? Quem não riu com o pessoal do norte, nordeste ou do Rio que é pego de surpresa com o frio de São Paulo? Quantos casais, marido e mulher, donos de papelarias, não aproveitam a viagem para a feira para uma segunda, terceira, quarta, infinitas luas de mel? Não só agradeço por sua existência como me considero embaixador da mesma. A princípio, um caça-brindes. E dei sorte, porque vivi tempos áureos, com margens de lucro bem maiores, margens estas que faziam com que a generosidade dos expositores fosse, digamos, bem maior...

Depois, tive o orgulho de caminhar por seus múltiplos estandes, já como comprador de grandes companhias, como Rio Branco e Inforshop, e ser tratado como rei. Mais tarde, como expositor, pelas queridas Sistem e Print Label, foi a minha vez de ser anfitrião e devolver um pouco da alegria que o mercado me deu. São inúmeras as lembranças: Caravanas de Minas (como este povo anda em bando! São os bandomineiros...), compradores anônimos, representantes apressados... Wanira com seu carrinho... Quem nunca quis dar uma voltinha nele? Eu já matei minha vontade. Neste ano, lançarei meu quarto livro e, como sempre, o farei na amada feira. Às vésperas de sua vigésima quinta edição, duas palavras: Uma de gratidão. Obrigado, querida Feira! Pelas amizades que se fortaleceram, pelos negócios, por ser símbolo desta tão grande confraria dos suprimentos... Outra profética. Cresça, se fortaleça e mostre ao mundo que temos condições de representar nosso país e nosso continente, que somos competentes para realizar grandes eventos e, acima de tudo, capazes de unir empresas e empresas, mercados e mercados, mas acima de tudo, pessoas e pessoas! Obrigado, Francal! Obrigado, Office PaperBrasil Escolar, nossa, para sempre, querida Escolar! &

JOÃO LUIZ GABASSI – ESCRITOR, PALESTRANTE E DIRETOR DA INFORSHOP

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da nossa feira


Papelarias do Brasil 36

Região Centro-Oeste

Os desafios

da fronteira e do frete Com o setor industrial se consolidando e a chegada de novos investimentos, o Centro-Oeste torna-se cada vez mais atrativo. Por outro lado, a região enfrenta obstáculos, e, na terceira matéria da série Papelarias do Brasil, a REVISTA DA PAPELARIA aborda algumas questões que preocupam varejistas e fabricantes, como o alto preço do frete e a guerra fiscal. POR RENATA MEDEIROS

A Bruna Papelaria e Aviamentos chega a receber mercadoria extraviada e quebrada devido à precariedade das estradas do Mato Grosso.

Segunda maior região em extensão territorial, somente atrás do Norte, o Centro-Oeste é composto por quatro unidades federativas: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Fazendo fronteira com todas as demais regiões brasileiras, a localização privilegiada é um de seus pontos positivos, como argumenta o presidente do Sindilojas-GO, José Carlos Palma Ribeiro. “Temos fácil acesso a todo o país”, comemora. Apesar da geografia que favorece a ligação do CentroOeste com o restante do Brasil, o recebimento e o escoamento de mercadorias é, muitas vezes, um impasse tanto para os lojistas quanto para distribuidoras e indústrias locais. No Mato

Grosso, a precariedade das estradas é o principal problema, como afirma o vice-presidente da Fecomércio-MT, Hermes Martins. “As rodovias são fracas e, como por ali passam muitos caminhões, ficam ainda mais danificadas”, comenta. Proprietária da Bruna Papelaria e Aviamentos (Pontes e Lacerda/ MT), Helena da Silva concorda com Martins, pois sente na pele as consequências trazidas pela má condição das rodovias mato-grossenses. “Às vezes, a mercadoria chega extraviada ou até quebrada por causa da viagem”, conta. Segundo o gerente de vendas Valdemir Canevari da Cadernos Excelentes, fabricante de brindes plásticos, cadernos e agendas, com sede em Cuiabá, o transporte de mercadoria chega a ser, em algumas situações, um desafio. “Além das longas distâncias, sofremos devido à deficiência em logística e à precariedade das estradas”, avalia. Segundo o assessor econômico da Fecomércio-MS, Thales de Souza Campos, esse estado também sofre com a falta de logística

e de rodovias e ferrovias em boas condições para o recebimento e o escoamento de produtos. A situação precária das estradas do Mato Grosso é apontada por Martins como um dos motivos que faz com que o frete cobrado no estado seja o mais caro do país. Proprietário da Portal Papelaria e Informática (Cuiabá/MT), Marcelo Dorilêo ilustra a afirmativa. “O custo com a transportadora é muito alto. Pago pelo frete 10% do valor total da compra. Em outros locais, esse valor é, em média, de 5%”, conta. No Mato Grosso do Sul, a realidade não é diferente. Encarregada de compras da Zornimat (Campo Grande/MS), Sheila Mendes alega serem poucas as transportadoras a oferecerem preço acessível. Papeleiro do Distrito Federal, o proprietário da Colibri Papelaria e Armarinho (São Sebastião/DF), Welden Franklin Pelegrini, relata o mesmo problema. “As transportadoras com preço mais em conta demoram cerca de 15 dias para entregar a mercadoria, o que é muito tempo. Se há urgência em

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Raio-X da região

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Campeões de venda* Cadernos e papel A4

Fornecedores de destaque* Bic, Faber-Castell, Foroni, Sertic e Tilibra. A maioria dos papeleiros entrevistados para a matéria revelou preferir fazer suas compras diretamente com a indústria, uma vez que, segundo eles, ela oferece melhores preços e maior variedade de produtos. *Com base em entrevistas realizadas para a matéria

receber um produto, é preciso pagar caro”, reclama. A DF – Distribuidora de Papéis, com sede em Brasília, atua em todo o país e também sofre com a qualidade de serviços prestados pelas transportadoras. Segundo Odimar Silveira, gerente comercial da empresa, o problema está relacionado ao escoamento de mercadoria. “Levo entre 24 e 48 horas para receber uma encomenda procedente de São Paulo. Porém, para enviar o produto de Brasília para o Nordeste são cerca de oito dias”, revela. Silveira explica que isso acontece porque não há intensa saída de mercadoria do Centro-Oeste, com exceção de produtos agropecuários, o que faz dessa uma rota deficitária. “Como não existe um grande número de empresas enviando artigos para fora

da região, a transportadora, muitas vezes, gasta dias reunindo a carga de várias distribuidoras para, dessa maneira, levar a mercadoria de todas elas de uma só vez para fora do Centro-Oeste”, diz. O valor por elas cobrado é outro impasse apontado por Silveira. “O frete de São Paulo até Brasília custa de R$ 0,15 a R$ 0,20 o quilo. Para enviar a mercadoria de Brasília para o Nordeste, pago, pelo mesmo peso, R$ 1,00”, conta. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC), Newton Gibson, não há estudos na entidade confirmando que o preço do frete na região Centro-Oeste seja mais alto se comparado às demais regiões. Por outro lado, ele afirma que o Mato Grosso possui o frete mais caro do Brasil para escoamento de produção devido à precariedade das rodovias, à alta carga tributária mato-grossense e ao alto preço dos combustíveis no estado. Entre os papeleiros, a falta de apoio do governo ao CentroOeste também preocupa e gera insatisfação. Proprietário da Inkapel Papelaria, Foto e Informática (Maracaju/MS), Nilton Pereverzieff diz que, como o agronegócio é o carrochefe da região, a maioria dos investimentos é voltada para esse setor. “Há pouca aposta no varejo e em outros segmentos”, lamenta. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel), José Aparecido da Costa Freire, reclama que o Governo Federal esteve, nos últimos anos, com os

olhos voltados para o Nordeste, esquecendo-se do potencial das demais regiões. Também dono da Papelaria e Livraria JA (Brasília/DF), ele destaca ainda particularidades das papelarias de sua cidade. “Aqui, o varejo tem muita dificuldade para crescer e se desenvolver. Como a cidade é Patrimônio Histórico da Humanidade, qualquer reforma para aumento de uma loja, por exemplo, torna-se uma grande dificuldade, sendo preciso, inclusive, autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, conta. Apesar das reclamações, as perspectivas em relação à expansão econômica do Centro-Oeste, de acordo com informação divulgada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), continuam positivas, amparadas pelo dinamismo do mercado de trabalho e pela trajetória de crescimento dos

Mato-grossense, a Cadernos Excelentes atua em diversos estados brasileiros.

Marcelo Dorilêo (à esquerda), ao lado de sua equipe, reclama do preço do frete cobrado no Mato Grosso.

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População: 13.677.475 Área: 1.604.852 km² (18,9% do território nacional). Densidade demográfica: 7,4% PIB: 9,2%

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Região Centro-Oeste

Na foto, a equipe da Inkapel, papelaria situada em Maracaju, no Mato Grosso do Sul.

A fábrica da International Paper está localizada em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

preços das commodities agrícolas. O desempenho favorável da atividade varejista também merece destaque. De março de 2010 a fevereiro de 2011, o comércio da região cresceu 12,7%, se comparado aos 12 meses anteriores, fato que se reflete na Zornimat. “Percebemos um crescimento anual de 6% a 7% em nosso negócio”, comenta a encarregada de compras do estabelecimento. O proprietário do Armazém do Livro (Goiânia/GO), João Batista de Camargo, destaca o desenvolvimento econômico e a atual industrialização do Centro-Oeste como pontos positivos da região. Para ele, ter um negócio em um local em desenvolvimento é sinônimo de aprimoramento dos negócios. “Se a região cresce, crescemos também. Não estamos estagnados como outras regiões brasileiras”, avalia. A International Paper atua no Mato Grosso do Sul desde o

final da década de 80, quando adquiriu ali suas primeiras florestas de eucalipto. Em 2006, a empresa optou por construir no interior do estado uma fábrica de papel que recebeu, dois anos depois, licença para operação. De acordo com a assessoria de comunicação da companhia, Três Lagoas foi o município escolhido para o investimento, pois, além de ter base florestal, possui infraestrutura de logística para o recebimento de insumos e escoamento de produtos, estando ainda próximo a fontes de energia elétrica e de gás natural. Desde março, a Golden Distribuidora, com sede em São Paulo, passou a apostar na regionalização da sua área de vendas. Para sua atuação, a empresa dividiu o país em nove microrregiões, sendo que cada uma delas conta com um vendedor especializado naquela determinada área. “Dessa maneira, o cliente será atendido por um profissional que conhece as suas reais necessidades”, comenta o gerente comercial da companhia, Artur Cesar Barros Almeida. O Centro-Oeste é uma das microrregiões determinadas pela Golden Distribuidora, e uma das mais visadas pela empresa. “Essa é um região rica e, lá, temos bons clientes, com quem pretendemos estreitar ainda mais os laços”, garante. O Grupo Bignardi também vem aumentando sua atuação e investindo cada vez mais no Centro-Oeste. De acordo com seu gerente de marketing, Fabrício Pardo, o faturamento da empresa na região representa 15,17% e está crescendo cerca de 5% ao ano. “Apesar de existirem muitos

Artur Cesar Barros pretende estreitar os laços com os clientes que possui no Centro-Oeste.

atacados oferecendo produtos mais acessíveis, demonstramos que há um grande público final que prefere os cadernos de marcas mais conhecidas, não se importando em pagar um pouco mais por eles”, diz. Quando o assunto é contribuir para o desenvolvimento da região e trazer melhorias para o varejo, o trabalho das entidades localizadas no Centro-Oeste é bastante intenso. Em Goiás, o Sindilojas entrou recentemente com um pedido de redução de impostos para o varejo junto ao governo. “Com o intuito de pleitear o incentivo fiscal, fizemos inclusive uma pesquisa para saber onde os comerciantes pretendem investir seu lucro. Constatamos que 85% deles têm planos de apostar em seu próprio negócio e na capacitação de funcionários”, conta o presidente do sindicato. Para aquecer o ramo papeleiro do Distrito Federal, o Sindipel vem buscando junto ao governo alternativas para realizar em Brasília uma feira voltada para o setor. Segundo Freire, as negociações foram interrompidas no último ano, mas deverão ser retomadas ainda no segundo semestre de 2011. “A ideia é tornar esse projeto real até final de 2012”, comenta.

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Papelarias do Brasil 40

Região Centro-Oeste

Tudo em um só lugar

Além de produtos de papelaria, é possível encontrar artigos de decoração e brinquedos no Armazém do Livro.

Durante as décadas de 70 e 80, existiam dois tipos de papelarias em Brasília: as que se dedicavam às licitações e as especializadas em material escolar. Essa realidade, porém, foi deixada para trás e, se antes esses estabelecimentos eram segmentados e focados em um único serviço, atualmente a característica em comum entre as papelarias da cidade é a diversidade. “Em Brasília, há papelarias vendendo de brinquedo a sabonete. Elas se transformaram em uma espécie de bazar, onde o consumidor encontra de tudo. Essa mudança de perfil foi uma exigência do próprio mercado”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel), José Aparecido da Costa Freire. A diversidade de produtos, porém, parece não ser uma particularidade das papelarias localizadas na capital do país. A maioria dos papeleiros entrevistados para esta matéria também alegou apostar em artigos diversos, como João Batista de Camargo, proprietário do Armazém do Livro (Goiânia/ GO). “Tenho, na loja, artigos

de decoração e brinquedos. É importante investir em outros nichos para fugir da sazonalidade”, garante. Na Bruna Papelaria e Aviamentos (Pontes e Lacerda/MT), além dos artigos de papelaria, o cliente encontra gifts, artigos para festas e artesanato, brinquedos, bijuterias e até troféu. “Passamos a trazer esses produtos para a loja a pedido dos próprios consumidores. Acredito que essa aposta na variedade de itens oferecidos nas papelarias seja uma tendência em nossa região”, opina a dona do estabelecimento, Helena da Silva. Com a chegada dos shoppings em Goiânia, o lojista teve muito o que lamentar vendo o consumidor trocar as ruas da cidade pelo glamour do centro comercial. Por outro lado, nos últimos cinco anos, eles passaram a investir em melhorias para reconquistar os clientes. “O varejo passou a se modificar para responder à chegada dos shoppings, apostando, principalmente, em segurança e iluminação”, conta o presidente do Sindilojas-GO, Hermes Martins. Outra tática utilizada pelos lojistas goianienses é a setorização. Enquanto, em uma das ruas de Goiânia, o consumidor encontra várias lojas de roupas, na outra, são várias as opções de lojas de calçados. “Dessa maneira, o cliente vai às compras confortavelmente, já que, em um único local, ele encontra vários estabelecimentos de um mesmo segmento oferecendo o que ele procura”, comenta Martins. No Mato Grosso do Sul, o

Projeto de Desenvolvimento de Espaços Comerciais tem como intuito transformar as ruas de algumas cidades em uma espécie de shopping a céu aberto, apostando em iluminação, segurança e na construção de banheiros públicos. A proposta atinge todos os estados que fazem parte do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul): Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No único estado do Centro-Oeste a fazer parte do grupo, Campo Grande, Três Lagoas, Maracaju e Jardim são os municípios contemplados. “Um determinado espaço nessas cidades será escolhido para receber o investimento. As lojas terão o layout modificado, e a ideia é fazer com que as pessoas se sintam tão confortáveis quanto nos shoppings”, explica a coordenadora de projetos de varejo do Sebrae-MS, Adriane Maciel. O projeto, que tem como um dos objetivos incentivar o consumidor a fazer suas compras dentro do seu próprio município, teve início em julho de 2010. Em sua primeira fase, foram realizados estudos sobre a cultura local e o comportamento do consumidor. O momento agora, segundo Adriane, é de análise de custos e captação de recursos. “Esse é um trabalho a longo prazo. As lojas que participarão dessa mudança, porém, já vêm recebendo consultoria e treinamento”, comenta. No Mato Grosso do Sul, dos estabelecimentos que farão parte da iniciativa, 4% são papelarias.

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Papelarias do Brasil 42

Região Centro-Oeste

Concorrência desleal A vizinhança com a Bolívia e o Paraguai traz consequências às papelarias do Centro-Oeste, mais especificamente àquelas lojas que se encontram em áreas fronteiriças, estejam elas no Mato Grosso ou no Mato Grosso do Sul. Entre o primeiro estado e a Bolívia são 700 quilômetros de fronteira seca, sendo Cáceres um dos municípios que se encontra exatamente na divisa com o país de Evo Morales. É nessa cidade que está localizada a Contatos Livraria e Papelaria e, de acordo com sua gerente, Eliana Márcia Cristina, o estabelecimento sofre devido à concorrência de produtos vendidos na nação ao lado. “Muitas pessoas saem de Cáceres para fazer compras em San Matias, na Bolívia, a cerca de 100 quilômetros daqui. Lá, os produtos, inclusive de papelaria, são vendidos a preços menores”, conta. Helena da Silva, proprietária da Bruna Papelaria e Aviamentos (Pontes e Lacerda/MT), também na fronteira, é outra papeleira que sofre com a perda de clientes para o país vizinho. “Na Bolívia, é possível encontrar o produto que temos aqui na papelaria sendo vendido pela metade do preço. Isso prejudica os nossos negócios”, reclama. A cerca de 150 quilômetros do Paraguai, a realidade da Inkapel Papelaria, Foto e Informática (Maracaju/MS) mostra que no Mato Grosso do Sul a situação é a mesma. De acordo com o dono do estabelecimento, Nilton Pereverzieff, muitos consumidores

preferem fazer as compras em solo paraguaio devido ao menor preço das mercadorias. “Em minha papelaria, a caixa de lápis de cor de uma famosa marca custa R$ 11,90. A mesma caixa, no Paraguai, é vendida por R$ 2,54. A única diferença entre elas é que a caixa vendida no país vizinho, fabricada no Brasil, traz uma tarja com a seguinte descrição, em espanhol: ‘Produto exclusivo para exportação. Venda proibida em todo o território brasileiro’”, conta. Já em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, a Mateplas (Ponta Porã/MS) enfrenta a concorrência do Shopping China, localizado em solo paraguaio, porém, bem próximo à divisa com o Brasil. “Lá, é possível encontrar as mais diversas mercadorias, incluindo material escolar. Dos nossos clientes, 40% são fiéis. Os outros 60% oscilam, comprando um ou outro produto aqui na papelaria e o restante no Shopping China”, comenta Paulo Carvalho, funcionário do estabelecimento. Os impactos da concorrência conseguem afetar até a Zornimat (Campo Grande/MS), apesar da loja estar localizada a cerca de 320 quilômetros da área fronteiriça, na capital do estado. “A linha de informática e games acaba sendo prejudicada, porque grande parte dos consumidores procura por esses produtos no Paraguai”, diz a encarregada das compras de consumo do estabelecimento, Sheila Mendes.

Alternativas Na fronteira com o Paraguai, a proprietária da Contact Papelaria Presente e Informática (Coronel Sapucaia/MS), Ester Erhart Pereira, precisou diversificar seu mix de produtos para driblar a concorrência com os produtos paraguaios. Ela conta que, hoje, investe principalmente em marcas não comercializadas naquele país com o intuito de conquistar os clientes. “Ofereço artigos de qualidade e que os consumidores não encontrarão do outro lado”, afirma. Além disso, a papeleira passou a apostar em uma outra estratégia: oferecer opções de presentes para as datas comemorativas. “Tenho kit para o Dia das Mães e cestas para a Páscoa. É preciso inovar e ser criativo”, diz. Carvalho conta que na Mateplas uma das opções encontradas para diminuir a concorrência foi investir no atendimento diferenciado, oferecendo segurança ao cliente. “Na papelaria, damos toda a assistência caso o consumidor queira trocar o produto ou tenha levado para casa algo com defeito. Isso não acontece, por exemplo, no Shopping China”, afirma. Além disso, segundo Carvalho, a papelaria permite que o cliente parcele as compras e oferece um mix de licenciados mais completo.

Impostos O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, explica que a diferença entre os preços praticados no Brasil e

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no Paraguai está relacionada aos tributos brasileiros que, além de muitos, são altos. “O Paraguai possui menos tributação que o nosso país. Além disso, lá, há muitas pessoas trabalhando no mercado informal e, como elas não pagam corretamente os impostos, podem repassar a mercadoria a um preço mais baixo para o consumidor”, comenta. Em relação à caixa de lápis de cor fabricada em território brasileiro, exportada e comercializada na nação vizinha a preço mais baixo que o aqui praticado, Olenike lembra que a exportação em nosso país é praticamente isenta de impostos. “Essa mercadoria não possui o peso do ICMS, do PIS, do Cofins ou do IPI”, explica. Para ele, o Brasil só vai conseguir combater essa concorrência desleal quando diminuir a carga tributária de seus produtos. “Quando o consumidor sai daqui para comprar um produto no Paraguai, a riqueza que deveria circular dentro do país, circula lá fora. A sonegação e a pirataria, entre outros problemas, vão, infelizmente, continuar existindo devido à nossa alta carga tributária”, avalia.

Quando o consumidor sai daqui para comprar um produto no Paraguai, a riqueza que deveria circular dentro do país, circula lá fora. JOÃO ELOI OLENIKE , PRESIDENTE DO IBPT

Fiscalização Segundo dados da Receita Federal de Ponta Porã, o turista de nosso país que visita o Paraguai pode gastar até US$ 300. Se esse limite for ultrapassado, 50% do valor total da compra deverá ser pago aos cofres brasileiros. Cabe também ao consumidor, independentemente de ter gasto ou não a cota determinada, apresentar-se à Receita Federal, na área fronteiriça, apresentando, ali, a mercadoria adquirida em solo paraguaio, como informa o auditor fiscal Fábio José de Souza Monsores. “Se a pessoa não passar pelo setor de bagagem da Receita e for parada na estrada por algum órgão de vigilância, ela perde a mercadoria, mesmo que seu valor não tenha ultrapassado US$ 300”, alerta. Em relação à caixa de lápis de cor fabricada no Brasil e vendida

no Paraguai a R$ 2,54, Monsores explica que o consumidor brasileiro não fica impedido de adquiri-la, desde que para uso próprio. “O ilícito é a comercialização do artigo em território nacional. A mercadoria só será apreendida, e feita denúncia junto ao Ministério Público, caso o fiscal entenda que o indivíduo tenta atravessar a fronteira com o intuito de vender o material no Brasil. Nesse caso, ele vai avaliar a quantidade de produto transportado, lembrando que há limites de acordo com a legislação”, comenta. Monsores conta que os eletroeletrônicos são os produtos mais visados pelos turistas. Em segundo lugar, estão os brinquedos. Ele afirma que o número de pessoas que atravessa a fronteira com artigos de papelaria ainda é muito pequeno em relação a produtos de outras categorias. &


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Mercado Global É grande a expectativa das estrangeiras para a Escolar

As empresas estrangeiras prometem trazer uma série de novidades para a Office PaperBrasil Escolar 2011, com o intuito de conquistar o público brasileiro.

No próximo mês, de 22 a 25 de agosto, acontece a Office PaperBrasil Escolar 2011, e não é somente a indústria nacional, os distribuidores e os varejistas que aguardam o início da maior feira do país voltada para o setor papeleiro. Várias empresas estrangeiras já se preparam para viajar rumo à cidade de São Paulo, onde ela será realizada, com o intuito de participar pela primeira vez do evento. A expansão econômica do Brasil nos últimos anos é o principal fator quem vem chamando a atenção das companhias de outras nações, e os números provam isso. Em 2011, a feira vai reunir 75 empresas internacionais, dez a mais que no ano passado. “A Office PaperBrasil Escolar é referência para compradores que buscam inovação, qualidade e preço. Como recebemos importadores de vários países, sendo a maioria da América do Sul, empresas de diversos continentes querem atingir

esse público. Por isso, o evento é um palco internacional de negócios”, afirma a gerente de negócios Internacionais da Francal, organizadora da feira, Lúcia Cristina de Buone. A italiana Aricci Compassi é uma das estrangeiras que pretende explorar o potencial de nosso país. Há mais de 50 anos no mercado, a companhia especializada em compassos vem ao Brasil em busca de clientes. “Esperamos fazer bons contatos e dar início a negociações com pessoas interessadas em nossos produtos”, afirma Gilberto Aricci, da Aricci Compassi. Para a feira, a empresa vai trazer compassos profissionais para os adultos e, para as crianças, o mesmo artigo, porém com formatos divertidos e cores variadas. Para investir no mercado brasileiro, a também italiana Universal Spa participará do evento visando encontrar um distribuidor capaz de introduzir no Brasil a sua marca: Carioca. “Sabemos que o ramo papeleiro no Brasil possui uma variada gama de produtos, mas acredito que há espaço para novidades”, comenta o gerente de vendas da empresa, que trabalha com artigos de papelaria em geral e produtos escolares, Matteo Costanza. Formar parcerias e estabelecer a marca em nosso país também é desejo da chinesa Shenzhen, que vai expor em seu estande, entre outros produtos, variados modelos de mochilas e maletas para notebook. “Levaremos nossos artigos para o Brasil porque esse é

um mercado em crescimento. Além disso, o cliente brasileiro é muito amável”, elogia seu vice-presidente, Mike Peng. Já atuando no Brasil, a Essem International, fabricante de ponteiras e refil para canetas da Tailândia, pretende expandir seus negócios. “Decidimos participar da feira para estreitar os laços com antigos clientes e encontrar novos”, conta o seu gerente internacional de vendas, Arvind Gupta. Outra asiática que participa pela primeira vez da Office PaperBrasil é a S-Land, da Coreia do Sul. Atuando em 18 países, a companhia, de acordo com seu presidente, Ryu Si Rak, vai trazer para o evento novidades relacionadas a tinta para canetas, entre elas, uma tinta autossustentável, classificada como “Eco-friendly”. “Não poderíamos perder a oportunidade de introduzir nossos produtos na maior economia da América Latina. O Brasil está crescendo, e esperamos que potenciais compradores visitem nosso estande. O setor papeleiro nesse país me parece uma brilhante oportunidade de negócios”, comenta. Com sede na Índia, a Lexi Pens, fabricante de instrumentos de escrita, além de explorar o mercado brasileiro, vai utilizar a Office PaperBrasil como uma espécie de trampolim para, no futuro, conquistar toda a América Latina, como explica o diretor da companhia, Vinod Sachdev. “A feira é a melhor plataforma para desenvolvermos nossos contatos nessa área”, acredita. &

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Vitrine Som despojado As novas caixas de som da Maxprint vêm em formatos que chamam a atenção. O consumidor pode escolher entre os modelos Panda, Mini Panda ou Cartoon Octopus que tem formato de polvo. Os narizes dos animais possuem LED indicador luminoso, complementando o visual. Elas são ideais para computadores, players de música, celulares, etc. 0800-7017252 &

Aposta no estilo Investindo na qualidade de seus cadernos, a tradicional fabricante de canetas BIC aposta em qualidade e estilo na sua linha Animal Print. Direcionados ao público feminino adolescente, os cadernos são fabricados com capa dura e verniz. São duas estampas disponíveis: zebra e onça. O produto ainda inclui bolsa para folhas avulsas. 0800-0252959 &

Estampa moderna As mochilas da linha BTSB da Case Logic destacam-se pelas estampas gráficas em textura plastificada. Voltadas ao público jovem, a parte interna possui compartimento para notebooks de até 16 polegadas. Canetas, celulares e carteiras ainda podem ser presas a um elástico, ficando guardadas de maneira organizada. (11) 2166-8888 &

Opção de resolução A novidade dos mouses sem fio Diamond, da Newlink, é a tecnologia blue sensor, que possibilita maior precisão de movimentos. Os modelos destacam-se por permitir ajuste de resolução (800 dpi ou 1600 dpi). Funcionam em até 10 m do nano receptor em 360º. A alimentação é feita com duas pilhas AA, e o produto tem modo de economia de energia. 0800-7725015 &

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Passatempo feminino Pensando nas mulheres que utilizam o computador para entretenimento entre tarefas ou ao final do dia, a Neoplay lançou seis jogos da Big Fish Games, desenvolvedora de jogos casuais, em CDROM. Esse tipo de jogo se destaca pela simplicidade em relação aos eletrônicos tradicionais. Despertar, o Castelo sem Sonhos; Expedição Oculta, Amazônia; Drawn: A Torre Pintada; Casos Misteriosos: Ravenhearst; As Aventuras de Robinson Crusoé e Casos Estranhos, O Mistério da Carta de Tarô são os títulos lançados. Fáceis de aprender, servem como opção de passatempo para todas as idades e costumam agradar, principalmente, as mulheres. (41) 3312-9627 &

Kit armazenamento Pen drive, SD Card e Micro SD Card foram unidos em um único produto pela Super Memory. As três formas de armazenamento estão no kit Pen Drive 3 em 1, que pode ser conectado a portas USB ou leitoras de cartões. O adaptador USB faz a transferência de dados de qualquer microcartão SD sem necessidade de cabos. 0800-9406001&

Novidades para os artistas

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Durante a Mega Artesanal 2011, a Condor lançou a Espátula Dentada, acessório ideal para pintura artística e bricolagem. Confeccionada em plástico flexível, ela proporciona efeitos ilustrativos com movimentos em relevo. O produto vem com dois tipos de serrilhas para texturas, garantindo resistência em diversos tipos de massas e tintas. O design e o tamanho conferem conforto para as mãos do artista. 0800-476767 &

Proteção e segurançaa O iPod possui portabilidade como uma de suas características as mais importantes. Porém, isso aumenta o risco de quedas e arraanhões. Para protegê-lo, a Macally desenvolveu a 4 CaseStandT4. 4. Além de ser uma capa protetora, o acessório vem com suportee para apoiar o aparelho na posição horizontal. Com 12 meses dee garantia, a capa possui superfície texturizada, evitando que o aparelho escorregue. O produto ainda é acompanhado por um m limpador destacável. (11) 5567-0070 &

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Onde Encontrar Entrevistados e anunciantes ABTC www.abtc.org.br (61) 3321.7172

Faber-Castell 0800-701-7068 www.faber-castell.com.br

Arabesco Papelaria e Livraria (22) 2523-8680 www.arabescopapelaria.com.br

Fecomércio-MS (67) 3321-6292 www.fecomercio-ms.com.br

Aricci Compassi www.aricci.it

Fecomércio-MT www.fecomercio-mt.com.br (65) 3648-1400

Armazém do Livro (62) 3224-6941 BIC 0800-0252959 www.bic.com.br Bruna Papelaria e Aviamentos (65) 3266-1131

Foroni (11) 2067-2000 www.foroni.com.br Francal Feiras (11) 2226-3100 www.francal.com.br

Cadernos Excelentes (65) 3621-3339

Geográfica Editora (11) 4997-6511 www.geograficaeditora.com.br

Credeal 0800-7041366 www.credeal.com.br

Golden Distribuidora (11) 2106-6677 www.goldendistribuidora.com.br

Colibri Papelaria e Armarinho (61) 3335-2438

Grafset (83) 3233-4747 www.grafset.com.br

Contact Papelaria Presente e Informática (67) 3483-2279 Contatos Livraria e Papelaria (65) 3223-4424 DAC (11) 2404-9000 www.dac.com.br DF – Distribuidora de Papéis (61) 3344-2211 www.dfpapeis.com.br

Grupo Bignardi / Jandaia (11) 4442-8300 www.bignardi.com.br Grupo Bocchi (41) 3217-9000 www.ibocchi.com.br Henkel 0800-115010 www.henkel.com.br

Do Dance Brasil www.dodancebrasil.com.br

IBPT (41) 3074-9330 www.ibpt.com.br

Editora Luz e Vida 0800-701-4445 www.luzevida.com.br

Inkapel – Papelaria – Foto e Informática (67) 3454-1850

Editora M.Books (11) 3645-0409 www.mbooks.com.br

Injex Pen (14) 3302-2900 www.injexpen.com.br

Essem International www.essemtips.com

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Rotermund (51) 3589-5111 www.rotermund.com.br

Loja e Papelaria Junaísa (84) 3274-2775 Maio Gráfica (21) 3899-8380 www.maiografica.com.br

São Domingos (17) 3524-9000 www.saodomingos.ind.br

Mateplas (67) 3431-2800

Sebrae-MS (67) 3389-5507 www.sebrae.com.br/uf/matogrosso-do-sul

Mega Papelaria (69) 3643-1067 Melhoramentos www.melhoramentos.com.br Mig & Meg www.migmeg.com.br

Shenzhen www.hj-hk.com

Papelaria Derby (11) 2852-5736

Sindipel (61) 3425-2711 www.sindipel.com.br

Papelaria Dunorte (65) 2121-4455

Sindilojas-GO (62) 3541-3054 www.sindilojas-go.com.br

Papelaria e Livraria JA (61) 3032-1335 Papelaria Lucena (92) 3633-1603

S-Land www.slandgroup.com

Papelaria Marielle (48) 3622-0362

Summit (51) 3348-7649 www.summitbr.com.br

Paper Mate 0800-773-4433 www.papermate.com Papirus Indústria de Papel (11) 2125-3900 www.papirus.com Pérola Distribuição (62) 4015-8100 www.peroladistribuicao.com.br Portal Papelaria e Informática (65) 3645-8118 Receita Federal de Ponta Porã (67) 3431-3003 Redibra (11) 3383-1616 www.redibra.com.br Reval 0800-701-1811 www.reval.net

Foroni – página 29 Ispa – página 45 Jandaia – página 27 Luxor – página 11 Office PaperBrasil Escolar – página 39

Sertic (11) 3616-2112 www.sertic.com.br

Teca (11) 3081-4311 www.teca.com.br Tilibra (14) 3235-4003 www.tilibra.com.br Top Star Distributors www.topstardistributors.com 787-457-2486 União Para BioComércio Ético www.ethicalbiotrade.org Universal Spa www.carioca.it Yes Brasil www.yesbrasil.com.br Zornimat (67) 3025-7272

Pentel – páginas 9 e 35 São Domingos – páginas 20 e 21 Suzano – página 2 VMP – página 17 Waleu – página 5

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Ponto Final

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