Revista da Papelaria 166

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Nesta Edição Entrevista

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Alexandre Bortoletto, especialista em Programação Neurolinguística (PNL), fala sobre a prática, que pode ser aplicada também no varejo.

Clínica Empresarial

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Marcos Henrique Sposito expôs suas dificuldades em administrar o estoque e recebeu dicas de outros empresários, que também contaram suas experiências.

Tecnologia

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Entenda as características e utilidades do papel sulfite, um dos produtos mais vendidos em papelaria.

Oportunidade

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Fique por dentro das novidades para a Office PaperBrasil Escolar 2011 e saiba como aproveitar os serviços que podem facilitar sua visita à feira.

Papelarias do Brasil Na segunda matéria da série, você vai conhecer um pouco mais sobre o varejo nordestino, que atualmente comemora o crescimento econômico da região.

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EDITORIAL

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CIRCULANDO

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PERFIL DO VAREJO Papelaria Anderpel

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ANIVERSÁRIO Carbrink

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VITRINE

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MERCADO GLOBAL

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ONDE ENCONTRAR

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PONTO FINAL

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Editorial

Você é o especialista Eu não tenho dúvidas de que você é o mais preparado e o que apresenta melhor desempenho em algum aspecto da gestão de sua empresa. Seja em como motiva seus funcionários, como compra, como arruma a loja, como controla o fluxo de caixa ou como recebe os clientes. De outro lado, também tenho certeza de que há algo em sua empresa com que você não está satisfeito, que você gostaria de explorar ou administrar melhor uma situação. Esta certeza me levou a criar uma seção editorial na revista baseada na especialidade e na experiência de um varejista para ajudar e sugerir soluções a outro varejista. A seção é a Clínica Empresarial que começa com um caso de gestão do estoque de uma loja em Bauru, São Paulo. Reunimos dicas e propostas de soluções para a situação problema dele vindas de empresários de papelaria de todo o Brasil. É lógico que esta seção só terá vida longa se você, profissional do setor, desejar compartilhar seus conhecimentos e suas dúvidas. Se for assim criaremos um grande fórum de desafios e oportunidades no varejo de papelaria. Confira como ficou o “caso” de estreia e participe. Nesta edição, é a vez do Nordeste ser retratado na série de reportagens Papelarias do Brasil. A jornalista Renata Medeiros estudou a região, entrevistou donos de papelaria e entidades do comércio. O resultado é a história de uma área que não é mais apenas sinônimo de grandes mazelas sociais. Ela representa grandes oportunidades de investimento e de estímulo para fixação e crescimento econômico de sua população. Ainda na área de oportunidades, fomos checar com a Francal Feiras o que o comprador pode esperar da 25ª edição da Feira Office PaperBrasil Escolar, agendada para acontecer de 22 a 25 de agosto no Anhembi. A organização do evento destacou o transporte para acesso ao pavilhão via ônibus credenciados, descontos em passagens aéreas e a setorização como facilidades para o visitante. Além dos serviços para representantes comerciais, como a Bolsa de Oportunidades. Na Entrevista, conversamos com o especialista em Programação Neurolinguística, Alexandre Bortoletto, que explica como as técnicas de PNL podem ser aplicadas para otimizar o desempenho de sua equipe. E para a capa deste mês, a repórter Carolina Berger pesquisou sobre o quanto o papel, em sua forma mais popular: o sulfite, ainda está presente em nossas vidas e por consequência nos negócios das papelarias. Bem, apesar de todo apelo ecológico e da imensa circulação de informação no meio digital, o papel sulfite é soberano no ponto de venda. Confira você mesmo na reportagem da seção Tecnologia. Até a próxima edição. Espero que você faça uma boa leitura. Compartilhe com sua equipe e tenha ótimos negócios. &

ANO XVIII – JUNHO/2011 - Nº 166 ISSN 1516-2354 DIREÇÃO GERAL Jorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de Souza direcao@revistadapapelaria.com.br JORNALISMO Edição: Rosangela Feitosa Reportagem: Carolina Berger e Renata Medeiros Revisão: Rita de Cassia Carelli Ilustração: Uri Adriano jornalismo@revistadapapelaria.com.br ARTE Direção: Claudio Albuquerque Programação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque ATENDIMENTO AO LEITOR Luanna Coutinho atendimento@revistadapapelaria.com.br ADMINISTRAÇÃO Caroline Barros adm@revistadapapelaria.com.br CONSELHO EDITORIAL • Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR) conselhoeditorial@revistadapapelaria.com.br PUBLICIDADE Direção comercial: Jorge Vieira publicidade@revistadapapelaria.com.br ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULO Ericson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181 Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322 SEDE Av. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310 Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004 Tel./fax: (21) 2431-2112 DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadistas, distribuidores, representações e indústrias do setor e departamento de compras de corporações.

PUBLICAÇÃO MENSAL

ASSOCIADA A

Rosangela Feitosa - EDITORA rosangela@hamaeditora.com.br

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trutores. Ao todo, são 20 pessoas oficializadas ligadas a ela. A PNL é divulgada no mundo inteiro, sendo bem popular principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. No Brasil, a prática está cada vez mais conhecida, e acredito que, em breve, ela será reconhecida por nossos conselhos de medicina e psicologia.

Podemos dizer que, por meio da prática, o vendedor tornase capaz de manipular o consumidor? Alexandre Bortoletto: Manipular significa impor algo ao outro, dizer ao outro que ele tem que fazer as coisas do meu jeito. Definitivamente, nós não trabalhamos isso. O que fazemos é investir em uma linguagem capaz de influenciar as pessoas. O funcionário, por meio da PNL, vai ficar mais apto a olhar para o cliente e a enxergar a sua necessidade, atendendo-o de maneira diferenciada, garantindo assim o seu retorno à loja. Qual é o papel da SBPNL? Alexandre Bortoletto: A sociedade segue dois caminhos: o comercial, com venda de cursos e palestras, e o de pesquisa. A SBPNL possui um presidente, Gilberto Cury, diretores e ins-

Os cursos atendem também os pequenos lojistas? Alexandre Bortoletto: Os cursos da SBPNL são acessíveis tanto ao pequeno quanto ao grande empresário, sendo importante lembrar que esse é um investimento que traz retorno. Os treinamentos visam desenvolver o que a pessoa tem de melhor, além de estimulá-la a enfrentar o que ainda a limita, sendo importante tanto para a vida profissional quanto para a pessoal. &

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Por meio da PNL, o funcionário vai estar mais preparado para bater metas, negociar e divulgar seu produto ou serviço.

Como os papeleiros podem ter acesso a esses cursos? Alexandre Bortoletto: Eles podem acessar o site da SBPNL (www.pnl.com.br), e lá irão encontrar também entrevistas e explicações sobre o tema. A sede da sociedade fica na cidade de São Paulo, onde geralmente são realizados os cursos. Empresários de outros municípios ou estados também podem contar com o serviço por meio da visita de um instrutor. Para dar início ao trabalho, é feito um briefing para avaliar as necessidades da determinada empresa. Os cursos são variados, podendo durar de um dia a um ano, havendo casos em que o instrutor continua a acompanhar a realidade de seus participantes durante um certo período. “Comunicação e Objetivos” e “Vendas e Negócios” são alguns dos nossos treinamentos de caráter profissional.

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Circulando Mais perto dos clientes O Programa de Reconhecimento e Incentivo ao Colaborador Excelente - PRICE, desenvolvido pela Inforshop, incentiva e reconhece o trabalho de sua equipe. Agora, o projeto foi estendido aos clientes da companhia, que podem convidar o gerente João Gabassi para

apresentar, gratuitamente, palestras comportamentais e de liderança. Outra novidade da empresa é sua nova filial, inaugurada em maio, no Rio de Janeiro. “Tem aumentado muito a clientela no Rio. Agora podemos estar mais próximos das

Palestras sobre liderança do Programa de Reconhecimento e Incentivo ao Colaborador Excelente da Inforshop foram estendidas aos clientes.

empresas que atendemos na cidade”, comemora Gabassi. A filial vai atender empresas que utilizem a

NA ESTANTE

Plástico reciclado em cartucho A empresa HP atingiu a marca de 1 bilhão de cartuchos de tinta produzidos com plástico reciclado. A conquista é parte do compromisso assumido pela companhia de utilizar 100 milhões de quilos de plásticos reciclados em 2007 e 2011. Apenas para este

ferramenta de compras b2b, gestor que permite ampla visualização de compras e vendas. &

ano, a empresa assumiu outras metas ambientais, como reduzir em 50% a quantidade de papel e plástico usados nas embalagens das impressoras da marca e utilizar 45 mil toneladas de plástico reciclado na fabricação de novos produtos de impressão. &

De cara nova O visual da Editora Luz e Vida foi repaginado sem abandonar a identidade da marca. Primeiro, foram realizadas alterações na logomarca da empresa. “A mudança foi sutil, sem interferir na tradição que a editora conquistou ao longo de seus 57 anos”, analisa o webdesigner Filippe Santos. Acompanhando o visual clean e moderno, a editora está também com um novo site. O acesso às informações está mais fácil, e os internautas conseguem obter mais conteúdo. Do site principal, é possível entrar em páginas específicas das linhas Smilinguido e Turminha Querubim, e nelas, visualizar informações de cada personagem separadamente. &

Com o objetivo de disponibilizar no mercado mais livros para empresários e empreendedores, o Sebrae tem o projeto “Parceria com Editoras”, no qual a instituição patrocina parte da tiragem dos livros e se encarrega da distribuição. Atualmente, são 29 editoras credenciadas no projeto, que já editou 22 títulos. Um deles é Como garantir 3 vendas extras por dia, que trata do processo de vendas, desde a conquista do cliente até sua fidelização, após a consolidação da venda. Além disso, são abordadas técnicas para manter a equipe motivada, como a celebração constante e o estabelecimento de metas. Evaldo Costa / Editora CampusElsevier – 216 páginas

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Papelaria lança kit Pensando na praticidade e estilo dos clientes, a PaperLab (Curitiba/ PR) desenvolveu o Fashion Note (foto), kit que une cadernos e estojos estilosos. Diminuindo o risco de perda de material, o estojo pode ser acoplado ao caderno por um cinto elástico. O caderno tem padrão preto com poá colorido. Enquanto o estojo está disponível em três modelos com tecido laminado impermeável. A novidade foi criada pela designer da papelaria,

Thelma Souza tem edição limitada e custa R$ 68, cada. Separadamente, o estojo com elástico custa R$ 35, e o caderno é vendido por R$ 37. &

Livre de grampos Há cinco anos no mercado de produtos promocionais, a Tom Promocional, empresa que também atende a papelarias de todo o Brasil, possui uma ampla linha de produtos sustentáveis. Entre eles, estão os Grampeadores Ecológicos, fabricados com material reciclado e com novo sistema que dispensa o uso de grampos. &

Otimismo para o próximo ano Após passar por uma reestruturação administrativa e pela reavaliação de seu portfólio, a importadora Desart começa com otimismo o período que antecede a volta às aulas 2012. A empresa já confirmou sua presença na Office PaperBrasil

2011, evento em que pretende lançar novas linhas. A companhia fornece duas marcas: a Desart, que produz, entre outros itens, lapiseiras, marcadores de texto e tesouras, e a Genmes, fabricante de materiais para escritório.&

Missão de exportar Com o objetivo de intensificar a exportação de produtos de papelaria e escritório para as Américas Central e do Norte, o Grupo Graphia, consórcio de empresas gerenciado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), levou, no final de maio, representantes a Honduras, El Salvador, Guatemala, Costa Rica e Estados Unidos. A ação, que pretende estabelecer redes de distribuição nessas regiões, tem apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Governo Federal (Apex-Brasil). &

Mais produtos de informática A Golden Distribuidora, tradicional empresa que trabalha com equipamento de informática, ampliou seu mix, incluindo itens de hardware, como monitores, notebooks, processadores, memórias, estabilizadores e periféricos. Para complementar o aumento da capacidade da empresa,

foi implantada uma nova unidade de negócios, comandada pelo experiente gestor Paulo Soares, que tem como missão implantar este novo segmento na distribuidora. A companhia também tem investido cada vez mais em infraestrutura, treinamento de equipe e ações de marketing. &


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Circulando REPRESENTANTE COMERCIAL

Em dupla O planeta protegido pelo anel verde A história, que possui fãs de quadrinhos e heróis desde 1941, chega aos cinemas brasileiros em 19 de agosto deste ano, prometendo agradar a crianças de três a oito anos. A Tropa dos Lanternas Verdes é uma força intergaláctica formada pelos mais virtuosos seres de todo o Cosmos. Hal Jordan, o personagem principal do filme Lanterna Verde, foi o primeiro humano a entrar para o grupo. Ele ganhou reputação sendo o mais corajoso piloto de teste vivo da Força Aérea Americana. Por ser destemido e corajoso, Hal recebeu o Anel do Poder de um outro Lanterna Ver-

de que estava à beira da morte. Agora, a missão de Hal é cuidar do setor 2814, que inclui a Terra. Com os poderes do anel, ele pode viajar pelo espaço, traduzir sinais e dialetos alienígenas, construir objetos na cor verde e usá-lo para antigravidade. O Anel de Poder do Lanterna Verde é uma arma poderosa e escolhe somente os mais valorosos seres vivos como seus portadores. O personagem, licenciado pela Warner Bros. Consumer Products desde o primeiro trimestre de 2010, aparece em mais de 100 quadrinhos por ano, incluindo sua própria revista, chamada Lanterna Verde.

LANTERNA VERDE NA PAPELARIA Foroni: cadernos. Molin: caneta hidrográfica, canetas 3D, caneta esferográfica, lápis preto, lápis de cor, maleta de pintura e apontador. OTB: canetas. Pacific: mochilas.

Aos 22 anos de idade, Guaraci Raposo Braga trabalhava em uma papelaria, quando um amigo o convidou para ser representante comercial. Hoje, com 25 anos de carreira, ele afirma que é apaixonado por seu trabalho, e completa: “Acho que não saberia fazer outra coisa”. Há tanto tempo no mercado, Guaraci revela que, geralmente, é procurado pelos clientes para visitar a loja. “Nesses casos, considero que a maior parte da venda já está feita, pois já existe a intenção de comprar”, comenta. No início, foi preciso conquistar a credibilidade de cada papeleiro individualmente. “Não adianta ter estratégias porque os clientes são diferentes uns dos outros. Tenho que observar o jeito de cada um e me adaptar”, explica. Enquanto Guaraci viaja, sua esposa, Eliene Nascimento Braga, fica ao telefone divulgando novidades e recebendo relatos de eventuais problemas com a venda. O apoio por telemarketing veio há dez anos. “Vi o quanto ele gostava do trabalho e quis entrar no ramo. É bom fazer amizade com os clientes e organizar meu próprio horário”, conta Eliene, que precisou vencer a timidez para começar a vender. “Aqui no interior de Minas Gerais é importante ter um contato de telefone fixo. Tenho clientes que nem têm celular. O trabalho da Eliene é muito importante, não teria paciência para ficar em casa, adoro viajar! Trabalhamos juntos, cada um do seu jeito”, define Guaraci, que vende produtos da Acrilex, Policart e Sertic para as regiões do Vale do Aço e Zona da Mata, ambas em Minas Gerais. Os problemas, garantem os representantes, são prontamente solucionados. “Tentamos resolver tudo para deixar o cliente satisfeito sem gerar custos”, afirma Eliene. &

ICMS será prorrogado durante a feira Office Paper 2011 No dia 29 de abril, foi publicado em Diário Oficial o decreto que garante a prorrogação em um mês do ICMS para os fornecedores do estado de São Paulo que venderem produtos na Office PaperBrasil Escolar 2011. Esta decisão não é aplicada aos itens com substituição tributária. O decreto pode

ser acessado na íntegra pelo site do Simpa-SP. O benefício é resultado da reunião entre o presidente do Simpa-SP, Antônio Martins Nogueira, o segundo tesoureiro do sindicato, Cláudio Thies, e o diretor comercial da Rede Nacional de Papelarias, Antônio Sereno,

com representantes da Secretaria Estadual da Fazenda. Como o órgão é responsável por São Paulo, não foi possível incluir na decisão os fornecedores de outros estados. Isso seria resultado de um processo mais longo já iniciado pelo Simpa, em contato com o Confaz (Conselho

Nacional de Política Fazendária). Na ocasião, a direção do Simpa também reivindicou a prorrogação do imposto para o varejo durante a volta às aulas, com parcelamento em fevereiro e março. Porém, a aplicação desta medida ainda não foi decidida. &

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Cadernos para adultos Atuando desde 2002 no mercado gráfico, a Mídia Gráfica desenvolveu a marca Royal Paper para entrar no mercado de papelaria fornecendo cadernos. A equipe da companhia procurava um produto que pudesse ser comercializado, e a ideia de fabricar cadernos foi reforçada durante a visita à Office PaperBrasil Escolar 2010. “Apesar de haver muitas empresas de caderno no mercado, os produtos são muito semelhantes. Não queremos concorrer com as fabricantes tradicionais, pretendemos conquistar um novo público”, explica Wellington Duchnicky, gerente comercial da empresa. Foi assim que, em fevereiro, a marca começou a atender

o mercado papeleiro do estado de São Paulo. “Queremos que os cadernos tornem-se nosso principal produto, vendendo para todo o Brasil e até para o exterior”, revela Duchnicky. Para conhecer o público-alvo, foram realizadas pesquisas de mercado, e a produção se adequou às exigências dos compradores. “Uma vez, observamos o comportamento dos consumidores em uma grande rede que vende cadernos. Uma mulher com mais de 25 anos olhou alguns, mas não comprou. Fomos até ela perguntar por que e escutamos que nenhuma capa tinha lhe agradado. É este público que queremos atingir”, conta o gerente. Pensando em consumido-

res com mais de 17 anos, universitários e executivos, a marca é composta por duas linhas. A Empresarial possui capas mais formais, com laminação fosca, e a Universitária traz estampas alternativas e modernas. “Como ainda não estávamos completamente preparados na última volta às aulas, nosso forte tem sido o mercado empresarial, que é menos sazonal, mas queremos ganhar força na linha universitária”, informa o gerente. Ele destaca como diferencial, além do foco em um público mais velho, a qualidade dos produtos: “Trabalhamos com o duplo anel wire-o, papel com certificação FSC e impressão em offset de alta qualidade”. &

Boneca de sucesso Há seis meses, a famosa bonequinha Mila é licenciada pela agência Andréia Boneti Licenciamentos e já apresenta grandes resultados, totalizando 13 empresas licenciadas. Entre elas, a Santino (mochilas), Art Manual (estojos) e Jandaia (cadernos e agendas). Uma das mais recentes conquistas da marca, que reforçará a imagem de Mila no mercado, foi o licenciamento de móveis. &


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Circulando CONSUMO

De mãe para filho Sonia Regina Guedes gosta tanto de papelaria que influenciou o filho a abrir uma. “Ele já tinha uma loja de informática e percebeu que não havia papelarias próximas”, conta a mãe de Daniel, proprietário da Papelaria Bibbane, em Engenheiro Paulo de Frontin, município a 85 km da capital do Rio de Janeiro. “Fiz questão de que ele incluísse todo tipo de produto porque sei que alguns itens são muito difíceis de achar em cidades do interior”, explica. Em 2005, ela e o marido saíram do interior do Rio e foram morar em Lauro de Freitas, próximo a Salvador, Bahia, onde eles têm um escritório de engenharia, profissão dele. Nesse ambiente, as canetas coloridas, produto preferido de Sonia nas papelarias, já foram úteis. “Antigamente, era bom ter canetas de várias cores para fazer plantas à mão, etc. Hoje, com a informática, elas não são tão necessárias. Mas continuo comprando, mesmo quando não uso. Muitas vezes, elas só ficam guardadas!”, revela a ex-professora primária, profissão que exerceu por cerca de dez anos. “Sempre fui criativa e os trabalhos manuais que fazia para as aulas me levaram a desenvolver a prática do artesanato”, lembra Sonia, que, no final do ano, coloca caixas, biscuit e outros itens à venda na Bibbane. &

Comemoração com história e conteúdo A agência de licenciamento Redibra, responsável por grandes marcas como Coca-Cola, Ben 10 e Avatar, completou 45 anos. A comemoração foi iniciada no

último dia 15 de abril com a inauguração do blog reconectar.blog.br, no qual foram postados 45 capítulos contando a história da empresa, um capítulo por dia. Quem

O Centro de Cultura Judaica recebeu a equipe e os parceiros comerciais da Redibra para a celebração dos 45 anos da agência licenciadora.

acessou também pôde ler outros posts com conteúdos que falavam sobre comportamento, design e inovação. A ideia inicial era que o blog ficasse no ar durante o período de comemoração, mas a aceitação positiva fez com que a empresa decidisse mantê-lo, publicando conteúdos relevantes para seus parceiros comerciais. Depois de 45 dias de história na página virtual, em 30 de maio, aconteceu o Re:Conectar, evento que recebeu mais de 300 parceiros comerciais no

Centro de Cultura Judaica, em São Paulo. Na ocasião, os convidados assistiram a palestras de temas variados, como Construção de Marca, Internet das Coisas e Loja e Consumidor: o Futuro da Conexão. “Buscamos uma celebração alinhada ao nosso objetivo maior: agregar valor a nossos parceiros comerciais”, comentou David Diesendruck, atual diretor da empresa e filho de seu fundador, Elcan Diesendruck, que veio de Israel especialmente para prestigiar as comemorações. &

tados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Amapá, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná e Santa Catarina. A sede da ABRE está em São Paulo, e a primeira filial já foi inaugurada, no dia 21 de maio, em Minas Gerais. &

CORRIGINDO... O telefone da Atto Brinquedos, citada na edição 165, é (48) 3034-7446. O kit da Pixxo, publicado na Vitrine da edição 164, só possui botão liga/desliga no mouse. Corrigindo a edição 165, a região Norte representa 5,1% do PIB brasileiro, e a Nordeste, 13,1%.

Comprando junto A Rede Nacional de Papelarias Brasil Escolar inaugurou a ABRE, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), tipo de empresa formada pela associação de várias razões sociais. O objetivo é realizar compras em conjunto para as papelarias participantes.

Quem quiser aderir à novidade precisa ser associado à Brasil Escolar. O novo modelo foi apresentado por um de seus fundadores, João Marcos Albuquerque Constantino, no encontro nacional da rede, que foi realizado no dia 30 de abril e recebeu associados dos es-

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Perfil do Varejo 20

Papelaria Anderpel (Cascavel/PR)

A arte de manter

clientes fieis

“Os consumidores não são clientes da loja, são clientes do vendedor!” Foi com esse pensamento que Eliseu Anderle abriu seu primeiro negócio. Aos 19 anos, Eliseu Anderle era vendedor externo da Papelaria Nacional, tradicional loja que está há 40 anos no centro de Cascavel, Paraná. Depois de quatro anos, em 1987, ele deixou o cargo para abrir a Papelaria Anderpel. “Eu tinha muitos clientes e percebi que, se vendesse metade do que vendia, ganharia mais que meu salário”, revela. Então, Eliseu passou a dividir o quartinho em que morava com o estoque e a atender as empresas que conhecia. Como ficou a relação entre Eliseu e o então dono da Nacional, Paulo Sasso? “Paulo passou quase seis meses chateado comigo, mas logo ficou tudo bem. Ele é padrinho da minha filha e sou padrinho de casamento dele!”, conta Eliseu. Depois de um ano, ele alugou uma loja. “Passei por dificuldades

financeiras, como qualquer pequena empresa. Então, economizei em gastos pessoais e direcionei mais dinheiro para o negócio”, explica. Em 1992, Eliseu comprou o terreno no qual construiu um prédio de dois andares e, nos fundos, a casa onde mora. A papelaria e o depósito ocupam o andar de baixo do edifício. Em 2005, seu concorrente, amigo e ex-chefe chegou com a proposta: “Vou parar de trabalhar na Nacional e quero vendê-la para você.” Eliseu não resistiu: “Financeiramente, não precisava, mas foi uma satisfação pessoal ser dono da loja em que comecei!” Assim, a esposa Luciane ficou responsável pela Nacional, enquanto Eliseu trabalha na Anderpel. Com mais de 20 anos de experiência, Eliseu acredita

Direto da revenda Nome: Papelaria Anderpel. Localização: Cascavel (PR) a cerca de 500 km da capital Curitiba. E-mail: anderpel@terra.com.br Fundação: julho de 1987. Funcionários: cinco. Região que abrange: além da cidade Cascavel, as regiões oeste e sudoeste do Paraná. Área: 240 m² Serviços: cópia, encadernação e entrega. Perfil do cliente: órgãos públicos e colégios. A vitrine precisa ter: lançamentos. “O que

que a qualidade no atendimento fidelize os clientes. “Invisto em cursos de treinamento para os funcionários e estabeleço metas. Quando elas são atingidas, retribuo com bonificação e brindes.” As facilidades mais recentes na comunicação fizeram Eliseu usar e-mail, mas ele não se rendeu completamente: “A papelaria não tem site porque não gosto de computador”. O proprietário pretende passar o comando do negócio para o irmão mais novo. “Quero viajar, e é preciso renovar o negócio. Meu irmão é mais moderno, talvez até faça um site”, completa. &

todo mundo sabe que tem fica no fundo, não precisa ser tão exposto.” Produtos mais vendidos: grampos, clips, bobina de fax e itens de informática. Melhores fornecedores: Acrilex, Bic, FaberCastell, Pilot e Tilibra. Produto que gostaria de trabalhar: equipamentos de informática, como notebooks e impressoras. Que aspectos do mercado precisam ser discutidos: “Os fornecedores deveriam respeitar mais as papelarias. Durante a volta às aulas, são oferecidas condições iguais ou melhores para

A fachada da papelaria Anderpel, localizada na periferia do centro de Cascavel, e a parte interna da Nacional, que fica em um ponto bem movimentado da cidade.

os supermercados. É claro que os fabricantes não deixarão de vender para eles, mas devem considerar que são clientes apenas neste período. Quando chegar a Páscoa, vão comprar ovos de chocolate! Deveríamos ter preferência, já que compramos os produtos deles o ano todo.” COMO CHEGAR R. Pernambuco, 1.582 – Centro Cascavel – PR CEP: 85810-021 Telefone: (45) 3226-7273

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Clínica Empresarial

A medida certa

do estoque

No comércio varejista, a compra e venda de produtos faz parte do dia a dia do empresário. E lidar com o controle de estoque não é tão simples quanto pode parecer para quem olha de fora.POR CAROLINA BERGER Como é impossível prever o comportamento exato do consumidor, sempre há grandes chances de o empresário se colocar em situações inesperadas e que precisam ser solucionadas. As dúvidas do empresário

Marcos Henrique Sposito sobre o estoque em sua loja nos inspirou a criar uma seção onde os próprios empresários do setor avaliam a situação e oferecem caminhos para solucionar o problema. Afinal, o

que hoje é um problema para ele já pode ter sido de muitos outros. Inspire-se com as dicas e nos envie também sua questão. Nós nos encarregamos de encontrar os especialistas para te ajudar.

Situação problema “Adquiri a Prisma Papelaria há cerca de dois anos e ainda não identifiquei a quantidade de produto que devo comprar para repor estoque e a época certa em que isso deve ser feito. Estou em Jardim Marambá, um pequeno bairro de Bauru, São Paulo, e desconfio que muitos moradores da região costumam ir ao Centro comprar material. Tenho feito pedidos frequentes dos produtos que saem mais, como material de escrita e mídia, mas não sei o que fazer com os que estão parados. Tenho mochilas aqui de um ano atrás, por exemplo. Não tenho comprado mais mochilas com personagens, apenas as básicas, porém não sei se essa é a atitude correta. O mesmo acontece com fichários e blocos licenciados, é difícil acertar o gosto de todos os clientes!” MARCOS HENRIQUE SPOSITO, proprietário da Prisma Papelaria (Bauru/SP)

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O poder aquisitivo do cliente “Só com experiência será possível saber o tempo certo de repor o estoque e a quantidade a ser comprada! Com um relatório minucioso de compras, vendas, faltas e falhas (com datas, produtos e quantidades), a próxima compra será mais precisa e na época certa. Para a volta às aulas, relacione tudo o que comprou e diminua o estoque atual. Assim, terá um simples relatório do que vendeu e o que sobrou. Com a ajuda dos colaboradores, devem ser determinadas as faltas, as falhas (principalmente as sobras de um determinado produto) e pedidos dos clientes, que devem ser considerados no ano seguinte. Tanto as mochilas como os fichários devem ser comprados de acordo com este relatório de vendas. Não acho que se deve parar de comprar mochilas licenciadas. Os produtos com personagens são muito importantes, mas devem ser comprados pensando na idade do cliente. Os alunos do pré, do 1º e do 2º ano do ensino fundamental compram mochilas com rodinhas e mochilas pequenas com personagens. Já os maiores compram produtos sem licença, básicos. Os personagens mudam de um ano para o outro, os fabricantes lançam diversos personagens que estão na mídia, mas cada bairro e cidade têm os seus gostos e tendências. Temos que prestar muita atenção nisso, levando em consideração o poder aquisitivo dos clientes, pois produtos licenciados são geralmente mais caros. Os fichários e blocos apresentam o mesmo padrão de vendas. Eles sofreram queda de vendas por causa do preço, que subiu muito nos últimos anos devido à sofisticação dos mesmos. As meninas que começam o ensino fundamental gostam de personagens, mas não muito infantis. Os fichários básicos sempre vendem bem e não saem de moda no ano seguinte.” MAURO KOGA JÚNIOR, proprietário do Bazar Cruzeiro (Flórida Paulista/SP)

Atenção ao que é tendência “Uma boa forma de controle é anotar os produtos que estão quase acabando e já incluí-los no próximo pedido para não deixar que faltem. Também é importante observar quanto tempo dura cada produto na loja. Por exemplo, na minha papelaria, sei que a caixa de uma determinada caneta dura seis dias. É preciso tomar cuidado com os produtos no período de volta às aulas. Realizei um trabalho acadêmico no qual pesquisei a situação das papelarias de São Paulo depois que começou a distribuição de material pelo governo estadual. O resultado foi uma queda média de 80% no faturamento das lojas. Como varejistas, nossa pesquisa acontece em tempo real. Por isso, temos que comprar com cautela. Cada personagem atende a um público diferente. A sugestão é comprar um pouco de cada. A feira Office PaperBrasil Escolar também dita fortemente a tendência para a próxima volta às aulas. Por isso, é importante estar atento a ela, assim como aos produtos expostos nos atacados e ao que os clientes começam a procurar desde novembro. No caso dos produtos licenciados que ficaram encalhados, sugiro fazer uma promoção para vendê-los a preço de custo ou até abaixo deste valor. No ano seguinte, provavelmente, estes personagens não estarão mais na moda.” ANTÔNIO MARCOS DA SILVA, proprietário da Paradigma (São Paulo/SP)


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Clínica Empresarial Informação e moda Menor quantidade e maior variedade “Uma papelaria não pode ficar sem estoque. Sempre que sentir necessidade, deve haver reposição. No período de volta às aulas, a quantidade de produtos deve aumentar um pouco. Para isso, é importante ter noção da quantidade de clientes que se tem. Além de estar atento aos novos clientes, que geralmente aparecem nessa época. Em compensação, é preciso ter cuidado para não se exceder. Em uma cidade pequena, como a que estou, por exemplo, é válido comprar menores quantidades e maior variedade porque grande parte das meninas não quer ter produtos iguais aos das amigas. Na minha papelaria, a procura por produto licenciado é muito maior. Então, eu não deixaria de adquirir os itens com personagens. Para evitar que algo fique encalhado, já reduzo os preços em março, no final da volta às aulas. E em agosto, coloco à venda por metade do preço. É melhor ter o lucro um pouco menor que não vender o produto.” BEATRIZ INÊS LISBOA DA SILVA, proprietária da IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA)

Desafio até para experientes “A questão de estoque encalhado é complicado até para os mais experientes... Pois os consumidores são mutantes. Hora eles são apaixonados por um personagem, hora chega outro, e eles mudam de opinião! E como as fábricas exigem compra mínima por produto, o papeleiro fica preso a isso e arrisca! Isso é comum. Temos que tomar muito cuidado com licenciamentos que estão na moda, como um ator ou cantor específico. É preferível investir em linhas que costumam ser renovadas e duram por mais tempo. Uma pesquisa com clientes seria interessante. Uma sugestão é mostrar o catálogo de produtos para alguns adolescentes e crianças. Veja a reação deles diante das novidades e contabilize o percentual de aceitação de cada item. O que o meu cliente quer talvez não seja o que o cliente de São Paulo queira... O Brasil é muito diverso! Acredito que o Marcos Henrique, que está tão perto dos grandes atacadistas, tenha a oportunidade de se arriscar menos e atender o cliente com pequenas reposições. Também tenho itens encalhados, e isso realmente acontece muito com mochilas! Então, faço promoção delas nos períodos de volta às aulas e da minivolta às aulas. Entre essas épocas, reduzo um pouco o preço, mas não invisto em divulgação porque, dificilmente, as mochilas são vendidas. Quando chega a época em que o público começa a precisar, utilizo o menor preço desses itens como chamariz. Outra sugestão é aumentar o desconto à vista.” DITINHA MORAES, proprietária da Papel e Cia (Altamira/PA)

“Acho importante ter um histórico da comercialização de produtos. Eu criei o meu com papéis e cadernos, produtos pelos quais sou responsável de comprar. O computador pode ajudar muito, mas isso também pode ser feito em um simples bloco. Dá trabalho, mas depois alivia. Eu sempre avalio o que foi comprado nos anos anteriores. Outra prática que adotei foi definir o dia 30 de abril como o fim do período de volta às aulas. Mesmo que as aulas escolares sejam retomadas em fevereiro e março, no período posterior, sempre tem cursos sendo iniciados. Então, nesta data, avalio como foi o resultado. Se vendi 70% do que comprei, ano que vem, meu pedido será 30% menor, e ao longo do ano, realizarei promoções para vender o que sobrou. Se precisei repor durante a volta às aulas, isso também é considerado, e compro mais no ano seguinte. A partir desses valores, começo com um número total de itens e depois começo a classificá-los de acordo com estilos e licenças. Acredito que a melhor época para comprar seja quando o fornecedor nos procura para vender, mesmo que esteja longe da volta às aulas. Assim, é possível negociar descontos e parcelamentos. De acordo com o tipo de produto, algumas indústrias começam a vender em épocas diferentes. Sobre a venda de mochilas licenciadas, é importante observar os clientes. Se está saindo mais modelos sem licença, estes devem receber mais investimentos mesmo. Pode-se até comprar um item ou outro apenas para enfeitar a loja. Na matriz da Casa Cruz, no Centro, por exemplo, já observamos que os consumidores buscam produtos licenciados. Enquanto nas lojas filiais, os clientes procuram preços mais baixos. Sobre a questão dos fichários, é importante observar uma forte sazonalidade para este item. A cada dez anos, aproximadamente, as meninas alternam a preferência entre cadernos e fichários. Atualmente, elas têm preferido o caderno. Só vale a pena investir no fichário que tenha um apelo muito forte, como uma licença muito procurada. Utilizo as meninas como exemplo porque o mercado de papelaria é voltado, principalmente, para o público feminino. Costumo prestar atenção nos destaques do mundo da moda e na TV. Se o vermelho está em alta nas passarelas, por exemplo, vejo que estampas combinam com a cor que as meninas vão vestir na próxima estação. Sei que muitas delas carregam os cadernos na mão e se preocupam com isso. Assisto a vários desfiles! Na televisão, o foco deve ser nas emissoras abertas. Mesmo um grande sucesso da TV fechada não vai atingir tanto público quanto o que é transmitido para todos.” ROBERTO MATTOS, comprador da Casa Cruz (Rio de Janeiro/RJ) &

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Tecnologia 26

Papel Sulfite

O que há por trás de uma folha de papel Engana-se quem pensa que a produção de papel foi reduzida por manifestações ambientalistas e pelo desenvolvimento tecnológico. O tipo mais comum – sulfite branco de tamanho A4 – continua presente no dia a dia de empresas, escolas, em casa e, consequentemente, nas papelarias. POR CAROLINA BERGER

Na foto, a produção de papel na fábrica da Suzano, que possui certificação FSC em toda a linha de produtos.

Uma simples folha em branco é o ponto de partida para muitos trabalhos. Seja o importante relatório de uma empresa, o criativo desenho de uma criança ou o texto de um futuro best-seller. Não à toa, os principais programas de edição de texto em computador utilizam como base o tradicional formato retangular de uma folha de papel branca, o que garante a imediata identificação de quem

estava acostumado a utilizar o item em sua forma física. Atualmente, o papel utilizado para as tarefas mais comuns é o sulfite, cuja matéria-prima é a celulose derivada da madeira. De acordo com informações no site da fabricante International Paper, a matéria mais utilizada no Brasil é a celulose de fibra curta encontrada no Eucalipto, devido à sua alta produtividade e à boa adaptação ao clima do

país. Há quatro anos, a GCE Papéis lançou o Ecoquality, papel branco obtido de maneira alternativa. “O produto é fabricado a partir do bagaço da cana, que é proveniente da produção de etanol, açúcar e de outros produtos derivados da cana. Quando não reaproveitado para a produção de papel, ele é aterrado ou incinerado para gerar energia termoelétrica”, detalha Luiz Machado, diretor comercial da companhia. Útil a diversos públicos para diferentes atividades, o papel sulfite pode ser encontrado com algumas características variáveis. O papel em tamanho A4 é o mais utilizado em impressões e trabalhos escolares. Essas medidas são obtidas a partir de cortes em uma folha em formato-base com área de 1 m². Por isso, o papel sulfite em tamanho A4 também é conhecido no mercado como “papel cut-size” e por sua tradução – “papel cortado”. A especificação mais marcante no papel é a gramatura – peso, em gramas, de uma folha com área igual a 1 m². De acordo com informações do site da Suzano

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Papel de cana O papel produzido pela GCE Papéis possui características visuais e técnicas muito próximas às do sulfite comum, “pois o bagaço da cana-de-açúcar é uma matéria-prima virgem, assim como a celulose de eucalipto”, afirma o gerente Luiz Machado. “Somente um expert em papel provido de equipamentos de análises poderia identificar a diferença”, alega. Já em comparação com os papéis reciclados, o que se destaca é a praticidade na fabricação. “Na maioria dos casos, são papeis pós-consumo, cujas aparas precisam de tratamento, tornando o processo mais trabalhoso e caro. Além disso, normalmente, possuem o aspecto rústico, limitando a utilização”, compara Machado. Papel e Celulose, este fator influencia na espessura, opacidade e desempenho na impressão. A gramatura mais comum no mercado é a de 75 g/m², indicada pelos fabricantes para uso geral. “É o papel ideal para uso profissional (impressoras a laser) e no dia a dia (imprimir e escrever)”, afirma Gisele Gaspar, gerente de marketing da International Paper. A Chamex, uma das principais marcas da empresa é formada por cinco produtos; dentre os quais, quatro possuem 75 g/m². O quinto item é o Chamex Super, com 90 g/m², voltado para materiais que demandam uma apresentação superior. A Suzano investe no conceito de utilizar o papel de 90 g/m² de maneiras variadas e, por isso, incluiu o item na Report Multiuso, linha carro-chefe da empresa. “A fim de atender a demandas específicas, a companhia desenvolveu o papel mais espesso, muito procurado por escritórios para apresentação de contratos a clientes, alunos de faculdade para entrega de trabalhos de conclusão de curso e empresas que desejam entregar um documento em um papel mais apresentável”, explica Adriano Canela, gerente executivo de estratégia e marketing da companhia. Já a gramatura de 63 g/m² é indicada pelo Grupo Bignardi para uso escolar, conforme informou a assessoria de imprensa da empresa. O produto da International Paper voltado para o público infantil é o Chamequinho, que tem 75 g/m² e vem em pacotes com 100 folhas, diferentemente dos produtos da Chamex, que vem



O consumo do papel especial cresce todos os anos, mas de forma muito tímida, por falta de uma maior divulgação por parte dos fabricantes. JORGE PALMIERI, GERENTE COMERCIAL  SISTEM

Eles são especiais Algumas vezes, as mesmas atividades do papel sulfite são realizadas em papéis especiais, pois segundo Daniel Grassiotto, gerente operacional comercial da Filiperson, eles possuem a mesma finalidade: impressão em equipamentos a laser, jato de tinta ou copiadoras. Mas Grassiotto destaca: “as semelhanças param por aí”. O gerente ainda exemplifica as características que os tornam diferenciados. “Eles podem ser especiais pelas texturas (vergê, casca de ovo, pérsico, etc.), brilhantes ou de superfícies sedosas, diferentes dos papéis sulfite que são lisos, foscos e ásperos”, explica. Outra vantagem destacada por Grassiotto é a capacidade de receber as tintas de impressões em altas resoluções, diferentemente dos papéis sulfite, que costumam borrar quando impressos em resoluções maiores. O gerente comercial acredita que esse tipo de papel valoriza o documento impresso nele. “Como

em qualquer outra situação no mundo, o conceito de raridade agrega valor. Algo que saia do comum, do cotidiano é sempre mais valorizado”, afirma. Ele também enfatiza a importância de combinar o produto com o equipamento. “Não adianta ao consumidor comprar uma impressora capaz de imprimir em altíssima resolução e não possuir papéis especiais que possibilitem extrair essas vantagens”, esclarece. Por isso, ele afirma que quanto mais avançada a tecnologia de impressão digital, maior é o mercado para os papéis especiais. Porém, para Jorge Palmieri, gerente comercial da Sistem, o mercado tem crescido lentamente. “O consumo do papel especial cresce todos os anos, mas de forma muito tímida, por falta de uma maior divulgação por parte dos fabricantes. A cultura da utilização do papel especial no Brasil ainda é muito pequena”, avalia. Já Grassioto relaciona o consumo de papel especial à renda da população. “O consumo tem crescido substancialmente na mesma medida em que melhora a renda de nosso povo, incluindo mais consumidores entre os potenciais usuários de produtos mais sofisticados. A tendência é que esse panorama continue se ampliando”, observa. &

www.revistadapapelaria.com.br

vação do meio ambiente”. Mas ele tem expectativa de que isso mude. “O produto passou a ser procurado no varejo pelo consumidor que utiliza esse produto no ambiente profissional. As papelarias terão um importante papel em suprir esse anseio do consumidor”, acredita.

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Oportunidade Office PaperBrasil Escolar

Você vai estar lá? A menos de três meses do evento mais importante do Brasil para o mercado de papelaria, a organização está trabalhando para aprimorar a Office PaperBrasil Escolar 2011, atendendo às necessidades de expositores e visitantes. Quem não quiser ficar de fora, deve se planejar e acessar a Em 2010, a feira Office PaperBrasil Escolar recebeu mais de 41 mil profissionais do mercado de papelaria.

Todo ano, varejistas, atacadistas, distribuidores, compradores corporativos, importadores e fabricantes encontram-se na Office PaperBrasil Escolar. Vindos de todos os cantos do Brasil, profissionais do setor de papelaria, escritório e material escolar passam meses planejando a ida à capital paulista. Com data marcada para o período de 22 a 25 de agosto de 2011, chega a hora dos cerca de 42 mil visitantes esperados para este ano organizarem a ida ao Pavilhão de Exposições do Anhembi, local onde a feira é, tradicionalmente, realizada. Para chegar a São Paulo, uma das opções é a Must Tour, agência de viagens oficial do evento, que oferece pacotes de passagem e hospedagem. Sobre

maior quantidade possível de informações sobre a feira. POR CAROLINA BERGER

as menores tarifas disponíveis na internet – sem incluir as taxas –, a agência negocia de 15% a 25% de desconto com as companhias aéreas. Uma vez em São Paulo, é preciso decidir como enfrentar o trânsito. Se optar por ir de carro, o Anhembi Parque disponibiliza 7.500 vagas a preços fixos. São cobrados R$ 25,00, para automóveis e vans; R$ 15,00, para motos; e R$ 50,00, para ônibus e microônibus. Uma alternativa é utilizar o traslado oferecido pela Francal Feiras, empresa organizadora do evento. Ele é gratuito e sairá da estação de metrô Tietê, passando também por hotéis conveniados. Os horários do traslado e a lista de hotéis serão futuramente divulgados no site da feira. Entrando no pavilhão, a

primeira coisa a ser feita é o cadastro, efetuado em um dos guichês, e depois pegar o crachá com o nome do visitante e da empresa. Para agilizar o processo, é possível realizar este cadastro no site da feira e encontrar o crachá pronto quando chegar na recepção do evento. A mesma identifi-

Só para a representação Os representantes comerciais, peças fundamentais no contato e comercialização entre indústria e varejo, possuem um espaço exclusivo. Na Sala do Representante Comercial, esses profissionais têm acesso gratuito à internet, telefonia e fax. Além disso, eles podem participar da Bolsa de Oportunidades, sistema em que o representante deve se cadastrar para estabelecer contato com empresas expositoras que necessitem de seu trabalho. Da mesma maneira, os expositores devem ir a este local e cadastrar as vagas disponíveis em sua empresa.

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“As pessoas da classe C estão comprando mais”, conta Camila Palhares, sócio-proprietária da Livraria e Papelaria Auta de Souza (Macaíba/RN). Se antes os clientes do Atacadão Setta de Papéis (Juazeiro do Norte/CE) costumavam levar somente metade do que era pedido na lista de material escolar, atualmente todos os itens são adquiridos pelos pais dos alunos, como revela o dono do estabelecimento, José Humberto Martins. “Os clientes passaram a dar mais importância à marca, e não somente ao preço dos produtos”, diz. “Atualmente, o consumidor está mais preocupado com a qualidade”, completa a dona da Livraria e Papelaria Santos Variedades (São Luís/ MA), Vera Lúcia dos Santos. Apesar de há apenas um ano no mercado, o proprietário da Casa Nobre (Aracaju/SE), José Adelmo dos Santos, pensa em abrir, no futuro, outra papelaria. “É preciso aproveitar esse aquecimento da economia”, comenta. Investir em um sexto estabelecimento também está nos planos de Paulo Freire, proprietário da Livraria Mec (Jaboatão dos Guararapes/PE). Porém, segundo ele, essa não será tarefa fácil devido à valorização dos imóveis na cidade. “O crescimento econômico fez com que

Estimativa de crescimento do PIB para 2011 Brasil – 4,00% Nordeste – 5,06% Pernambuco – 6,14% Ceará- 5,26% Bahia – 5,22% Maranhão – 5,07% Piauí – 4,72 % Sergipe – 4,28% Rio Grande do Norte – 3,86% Alagoas – 3,76% Paraíba – 3,71% Fonte: Datamétrica Consultoria

Fornecedores de destaque na região* Compactor Faber Castell Tilibra

Produtos campeões de venda* Canetas Papel A4

Saiba mais População: 51.871.449 Área: 1.558.196 km² Densidade demográfica: 27,8% PIB (Produto Interno Bruto): 13,1% * Com base em entrevistas realizadas para a matéria


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Região Nordeste Foto Thiago Lubambo

Carlos Magno Lopes afirma que o mercado nordestino tem ficado cada vez mais atraente.

o valor do aluguel, nos últimos anos, duplicasse”, reclama. Outros fatores que modificaram a realidade do varejo nordestino foram o aumento do número de shoppings nas cidades e a chegada de grandes redes atacadistas à região. Em Salvador, capital baiana, essa proliferação teve início há oito anos. “Hoje, temos seis grandes shoppings, com mais de 250 lojas cada, e quatro médios, que possuem entre 100 e 250 estabelecimentos”, ilustra o presidente do Sindicado dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas Bahia), Paulo Motta. Para ele, essa nova realidade é benéfica, pois moderniza o

Paulo Motta acredita que a proliferação dos shoppings e das grandes redes traz pontos positivos, mas também negativos para o comércio.

varejo e oferece mais opções aos consumidores. Por outro lado, ele pondera dizendo que os grandes grupos levaram desconforto aos microempresários. “Pequenas papelarias fecharam as portas, pois não conseguiram concorrer com as grandes redes de livrarias que vieram para o estado”, lamenta. Com sede na Paraíba, e atuando de maneira bastante expressiva nesse estado e, ainda, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte e no Ceará, a Grafset, fabricante de agendas e cadernos, entre outros produtos, é uma das empresas que aproveita o momento favorável. De acordo com seu diretor comercial, Téo Ramos, a companhia, impulsionada pelo crescimento econômico nordestino, investiu na ampliação de suas instalações e aumentou seu mix de produtos. “Muitos fatores contribuíram para esse quase ‘milagre nordestino’. Não sentimos nem de perto os efeitos da crise que assolou o mundo há cerca de três anos, e o aumento do poder de compra das classes chamadas ‘menos favorecidas’ foi muito maior que o de muitas regiões do país”, comenta. De acordo com especialistas, após crescimento expressivo em 2010, o Nordeste deve apresentar desenvolvimento menos acentuado em 2011. Essa perspectiva de moderação, como informada pelo BC, mostra-se consistente com as medidas adotadas pelo governo para evitar que a inflação coloque em risco os ganhos conquistados em anos recentes. “A região não vai crescer na mesma velocidade do último ano, mas o fato é que a economia nordestina conti-

Sobre a cultura No Nordeste, a festa de São João, comemorada este mês, afeta diretamente o varejo. A maioria dos estabelecimentos, inclusive as papelarias, são enfeitadas com bandeirinhas e ornamentadas para a grande festa, uma das mais importantes da região. Durante essa época do ano, o faturamento na ABC Papelaria (Picos/PI) aumenta devido à venda de enfeites e papel. Já na Centauro Papelaria (João Pessoa/PB), o movimento cai, principalmente próximo a 24 de junho, dia do santo. “As pessoas têm o hábito de deixar a capital e aproveitar a festa no interior, onde ela é ainda mais forte”, explica o proprietário do estabelecimento, Paulo Mendes. A devoção a Padre Cícero, referência para muitos católicos, movimenta o comércio da cidade onde ele faleceu, Juazeiro do Norte, no Ceará. Dono do Atacadão Setta de Papéis (Juazeiro do Norte/ CE), José Humberto Martins afirma que durante as principais peregrinações religiosas, que acontecem três vezes ao ano, o aumento na venda de fita adesiva e embalagens é bastante expressivo. “Os comerciantes que trabalham com lembrancinhas vêm até minha loja para se abastecer”, comenta. Além disso, ele conta que, no dia 20 de cada mês, algumas pessoas se vestem de preto lembrando a data de morte de Padre Cícero, que faleceu em 20 de julho de 1934. O costume também influencia os negócios do papeleiro. “Com isso, acabo vendendo muita tinta preta para tecido”, diz.

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Foto Genilson Rodrigues

Gilmara Bomfim aposta no treinamento de seus funcionários com o intuito de conquistar os clientes e se destacar no mercado.

nua aquecida e em expansão”, garante o professor e consultor Carlos Magno Lopes.

Impasses Apesar da onda de otimismo, os papeleiros também apontam alguns problemas. Um deles é a dificuldade de encontrar, na região, mão de obra especializada para o trabalho no varejo. “Durante um processo seletivo, é quase impossível receber o currículo de alguém que já tenha participado de cursos voltados para a área”, exemplifica a proprietária da ABC Papelaria (Picos/PI), Gilmara Bomfim.

Ela acredita que grande parte dos lojistas nordestinos ainda não enxergou o treinamento dos empregados como algo que pode beneficiar a loja e, dessa maneira, quando tem oportunidade, ela inscreve seus funcionários em palestras dadas por instituições como a Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae). “Prezo pelo bom atendimento, e isso é possível por meio da capacitação. Isso é o que nos difere dos demais”, garante. De acordo com o presidente do Sindilojas Bahia, o papeleiro, muitas vezes, deixa de capacitar os empregados por falta de

Impulsionada pelo desenvolvimento da região, a Grafset aumentou as suas instalações.


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Região Nordeste

“Sempre acreditei não ser necessário sair do Nordeste para crescer”

Para Cloves Nogueira, o varejista nordestino precisa investir mais em capacitação.

Os clientes da Santos Variedades estão mais preocupados com a qualidade dos produtos.

opção. Ele conta que em seu estado são poucas as atividades voltadas para o varejo promovidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) ou pelo Sebrae. Proprietário da JR Center (Muritiba/BA), Cloves Nogueira Leal Júnior concorda com a afirmativa. “Na Bahia, não há muitas alternativas de cursos. O varejo nordestino é formado por um grande número de pessoas que não se profissionalizou e que não se preocupa em se atualizar”, opina. Para capacitar seus funcionários, Martins, do Atacadão Setta de Papéis, aproveita os treinamentos realizados pelos próprios fornecedores, muitas vezes realizados no ponto de venda. É da indústria que ele também compra grande parte de sua mercadoria, já que dos 11 estabelecimentos que possui, dois são atacado. “É dessas duas lojas que abasteço o restante”, explica.

Entre as décadas de 60 e 80, a oferta de trabalho em outras regiões do país, principalmente no Sudeste, fez com que várias famílias nordestinas migrassem em busca de oportunidades, entre elas, a do hoje proprietário do Atacadão Setta de Papéis, José Humberto Martins (foto). Dos dez irmãos, ele foi o único a permanecer em Juazeiro do Norte, cidade localizada no interior do Ceará. “Havia uma ilusão muito grande de que a vida em São Paulo seria promissora. Dessa maneira, quando completavam 18 anos, um a um de meus irmãos iam rumo à capital paulista”, comenta. Martins ainda se lembra do semblante de tristeza no rosto dos pais cada vez que um dos filhos deixava Juazeiro do Norte, e foi esse um dos motivos que o fez nunca sair da cidade. “Aquela situação me deixava revoltado, e, por isso, decidi que não deixaria a terra onde fui criado. Sempre acreditei não ser necessário sair do Nordeste para crescer”, diz. Aos nove anos, Martins começou a trabalhar na roça. Depois, virou engraxate, e foi ainda vendedor de pão e também de picolé. Aos 14 anos, carregando caixas no mercado da cidade, ele aprendeu um pouco sobre o funcionamento do comércio, passando a vender sal em uma feira. Em pouco tempo, Martins montou ali mesmo uma barraca onde, além do sal, oferecia aos clientes sabão, palha de aço, pasta de dente, linha, botões, entre outros produtos. Em 1985, aos 21 anos, ele abriu sua primeira loja, onde também vendia de tudo um pouco, inclusive canetas, cadernos e lápis. “Com isso, percebi a carência de papelarias na região, e fui deixando os outros produtos de lado, investindo, cada vez mais, em artigos desse mercado”, comenta. O negócio deu certo, e, hoje, ele possui 11 papelarias, sendo duas de atacado e nove de varejo. Oito delas estão localizadas no Ceará, uma na Paraíba, uma em Pernambuco e outra na Bahia. Para cuidar das lojas, o papeleiro conta com o apoio da mulher e dos quatro filhos. “Para que eles não deixassem a cidade, construí um prédio de seis andares, capaz de abrigar toda a família”, conta. Além das papelarias, Martins possui um restaurante e uma área de camping. Há dois anos, o papeleiro, também formado em teologia, concluiu o curso de administração. O intuito não poderia ser diferente: se aperfeiçoar. Na universidade em que estudou, assim como nas escolas da região e em empresas localizadas em São Paulo, ele é frequentemente convidado para, por meio de palestras, dividir suas experiências com quem também deseja crescer. Dos irmãos que se mudaram para São Paulo, seis voltaram para o Nordeste, indo de encontro à migração inversa que atualmente acontece na região. “Essa é uma terra promissora, e muitos nordestinos estão retornando às suas origens. Porém, acredito que o segredo para se vencer na vida é, além de aproveitar as oportunidades, acreditar nos sonhos, independentemente do lugar onde a pessoa esteja”, avalia.

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Proprietário da Livraria Mec, Paulo Freire pensa em abrir um sexto estabelecimento, mas reclama da valorização dos imóveis devido ao crescimento econômico nordestino.

A maioria dos demais papeleiros entrevistados também afirma comprar a mercadoria diretamente dos fabricantes, como Paulo Mendes, dono da Centauro Papelaria (João Pessoa/PB). “A indústria possui um

leque de opções mais variado e, muitas vezes, é mais barato comprar diretamente com ela, em vez de adquirir a mercadoria com o distribuidor”, alega. Freire, da Livraria Mec, conta ter percebido uma mudança de comportamento dos fornecedores nos últimos anos, provavelmente provocada, segundo ele, pelo desenvolvimento da região. “Antes, os fabricantes estavam preocupados somente em vender. Hoje, eles parecem mais propensos em estabelecer uma boa relação com o papeleiro. Acho que a indústria percebeu que somos

Lápis de cor ou coleção? Apesar das semelhanças entre muitas das lojas localizadas no Nordeste, cada uma delas possui características próprias. A realidade não poderia ser diferente, já que o Nordeste é formado por nove estados, e cada um deles possui realidades diferentes, além de culturas distintas. O fato levou a proprietária da ABC Papelaria (Picos/PI), Gilmara Bomfim, a enfrentar dificuldades quando saiu da Bahia para montar seu negócio em outro estado. “Lápis de cor, no Piauí, é coleção. Pasta com elástico é colecionador. Quase fiquei louca no início, porque não entendia o que os clientes queriam”, brinca. Gilmara, que antes de abrir seu próprio negócio já tinha trabalhado em algumas papelarias, tanto na Bahia quanto em Pernambuco, teve ainda que aprender a ficar atenta ao gosto do público. “A saída da Pasta AZ colorida era grande nos estabelecimentos onde trabalhei. Quando vim para Picos, comprei várias delas, porém, fiquei com produto encalhado no estoque. Percebi que os clientes daqui preferiam a Pasta AZ preta tarde demais”, lembra.


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Região Nordeste nós o principal canal entre ela e o consumidor final. Nunca recebi tanta visita de diretores, gerentes nacionais de venda e presidente de empresas como nos últimos dois anos”, conta. Apesar do desenvolvimento econômico nordestino, os papeleiros reclamam dizendo que o bolo cresceu, mas ainda não foi repartido para todos, e números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome comprovam isso: 59% dos 16,2 milhões de brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza vivem no Nordeste. “Aqui há muito descaso em relação à educação, e quando você está inserido em um local onde o nível educacional das pessoas é baixo, é difícil evoluir”, avalia Nogueira, da JR Center. “Falta estrutura, atenção à necessidade geral da população. Falta ainda investimento no segmento varejista, que poderia se desenvolver ainda mais”, completa Mendes, da Centauro Papelaria. Outros pontos considerados como negativos são a falta de grupos, sindicatos ou associações que representem, exclusivamente, os interesses do varejo de papelaria e o pequeno número de fabricantes do ramo na região. A maioria deles está concentrada no Sul e no Sudeste. “Com o respaldo de uma organização voltada para os papeleiros estaríamos mais amparados. Por meio dela seria possível, por exemplo, ter mais dados sobre novas legislações e o mercado em geral”, acredita Nogueira. “Estamos afastados dos fornecedores, e seria ideal se existissem mais indústiras regionais”, comenta o proprietário da Livraria Mec.

Gerando Demanda 2011 chega à região POR CAROLINA BERGER

Na foto, o público assiste atento à palestra de Fabio Nemer, em Recife (PE), que foi um dos destaques da segunda edição do evento na cidade.

Em maio, os treinamentos do Gerando Demanda pelo Conhecimento aconteceram na região Nordeste. As capitais Recife (PE), no dia 17, e Fortaleza (CE), no dia 19, foram as primeiras a receber o evento com o novo patrocínio das marcas BIC, Sheaffer e Pimaco. “Não participamos antes porque uma empresa concorrente patrocinava. Agora, foi uma boa oportunidade para entrarmos em um projeto tão interessante. Acredito que levar treinamento e técnica de vendas aos lojistas seja o caminho para desenvolver nosso mercado”, contou Luciano Santos, gerente de desenvolvimento do canal papeleiro da BIC Brasil. Antes das palestras, os varejistas assistiram a um filme institucional da empresa, que também realiza o projeto Empreender para Crescer. “Neste outro projeto, recebemos profissionais de papelarias que já compram conosco. No Gerando Demanda, podemos ter contato com novos clientes, que são atraídos pelas outras empresas parti-

cipantes”, analisa o gerente. O objetivo do Gerando Demanda pelo Conhecimento é capacitar o mercado de office, levando a profissionais do varejo diversos assuntos relacionados a vendas e qualidade no atendimento ao cliente. Quem esteve presente nas edições nordestinas de 2011 assistiu às palestras Programação Neurolinguística Influência e Convencimento para Vender Mais e Excelência em Atendimento, entre outras. O palestrante Fábio Nemer ainda apresentou um vídeo demonstrativo sobre como as expressões faciais em situações adversas podem influenciar nas vendas, assim como a decisão de compra pode sofrer interferências do som ambiente de um estabelecimento. Esta é uma das práticas já adotadas pela proprietária da Livraria Bom Conselho (Recife/PE), Eunice de Paiva Mesquita que, depois de ouvir Nemer, também passou a oferecer cafezinho e colocar essência de lavanda na loja. “Em fevereiro

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deste ano, assumi o negócio que era da minha irmã. Ela já conhecia o projeto e indicou que eu fosse”, conta Eunice, que também levou os dois funcionários da papelaria. Além de elogiar as palestras, ela destaca a importância do contato com as empresas presentes. “Costumava comprar com distribuidores. Conhecendo os representantes comerciais, percebi que posso comprar direto com eles e oferecer um preço melhor aos meus clientes”, comemora. Estas foram a primeira edição do evento em Fortaleza e a segunda em Recife. “Superamos a quantidade de pessoas na capital pernambucana, que teve mais de 100 visitantes em cada turno. A receptividade no Ceará foi boa, e, conhecendo o potencial do estado, acredito que também apresentará grande crescimento”, analisa Fábio Nemer, um dos palestrantes do Gerando Demanda. Ele contou que havia muitos representantes de empresas distribuidoras e destacou em que esses profissionais precisam melhorar: “O representante comercial não deve se limitar a falar do produto. É preciso atender, além de vender”. Nemer explica que a maior parte do varejo ainda não tem o hábito de contratar treinamento, e o projeto tem a função de “preencher esse espaço”, como define. “Essa questão está muito relacionada ao custo. Acredito que este seja o único projeto que alcance um público que não pode ter acesso a treinamento”, afirma. A gerente da Livraria Pedro I (Fortaleza/CE) costuma mandar seus funcionários a palestras e eventos. Dessa vez, Natalia

Gerando Demanda Este ano, o Gerando Demanda pelo Conhecimento ainda vai visitar outras cidades do país. Seguem as datas: 14/06 – Vitória/ES 19/07 – Cuiabá/MT 23/08 – Office PaperBrasil Escolar/SP 20/09 – Palmas/TO 18/10 – Belo Horizonte/MG Para participar, as inscrições devem ser feitas pelo site www. gerandodemanda.com.br Cristina Vasconcelos Dutra foi uma delas e aprovou a experiência. “Foi interessante porque, quando os palestrantes falavam, eu reconhecia situações que realmente acontecem na loja.” A vendedora elogiou a dinâmica das palestras, que possibilitou grande interação dos participantes e solução de dúvidas. Ela também já mudou sua forma de atendimento. “Antes, eu andava atrás do cliente. Aprendi que devo deixá-lo à vontade e, quando houver dúvidas, ele virá perguntar”, explicou. Nos intervalos entre as palestras, os papeleiros tiveram acesso ao showroom com produtos das empresas patrocinadoras. Também foram realizados sorteios de prêmios, como kits decorativos da Dello, livros da Editora Thomas Nelson, calculadoras Procalc, cases para CD da Imex e kits de produtos da BIC. Em Recife, a Livraria Arte e Cultura e a Livraria MEC foram sorteadas com estadias oferecidas pelas Francal Feiras para o período da Office PaperBrasil Escolar, em São Paulo. &


Aniversário 40

Carbrink

Comemorando uma história de inovação Na ocasião de um aniversário tão importante, lembramos um pouco da história da tradicional fabricante de brinquedos e carimbos, que tem qualidades como comunicação e inovação destacadas por seus clientes. POR CAROLINA BERGER

Da esquerda para direita, o diretor comercial Valter C. Miranda, a diretora financeira Cibele Miranda Grimberg e o gerente de produção Antônio Carlos Moura Miranda.

O mês de maio foi de comemoração para a Carbrink, fabricante de carimbos, artigos de papelaria, home office e brinquedos. A empresa completou 35 anos e marcou a data com promoções de carimbos e o lançamento da linha de marcadores de texto e CDs. Valter Miranda, diretor comercial da companhia, trabalha há 30 anos na empresa e destaca

a consolidação no mercado de papelaria como uma das maiores conquistas ao longo desse tempo. “Até 1996, produzíamos apenas carimbos. Os avanços tecnológicos causaram redução na utilização deste produto e tivemos que inovar. Optamos por expandir a quantidade de produtos para escritório, pois seria possível manter os mesmos clientes e aproveitar algumas máquinas”, lembra Miranda. O diretor explica que é possível utilizar o mesmo equipamento para injetar carimbos e porta-fita adesiva, por exemplo. Ele conta que, na época, a adaptação foi bem recebida por representantes comerciais e lojistas, que aprovaram a ampliação do mix de produtos. O aumento de itens não fez com que a empresa se afastasse dos produtos com os quais começou. Segundo os compradores Elionaldo de Freitas, da Clovis Atacadista, e Milena Massetto, da Reval Atacado de Papelaria, os carimbos automáticos e as almofadas para ca-

rimbos estão entre os produtos mais vendidos, junto com apagadores para quadro branco e jogos recreativos. O crescimento da linha de produtos continua sendo uma das maiores qualidades da empresa, como destaca Elionaldo Freitas. “Sempre lançando produtos, a Carbrink consegue inovar e encontrar alternativas para não depender da sazonalidade”, constata o comprador. Milena Massetto ressalta, além da boa revenda dos produtos, a qualidade no atendimento. “Os profissionais da Carbrink estabelecem uma boa comunicação e estão sempre dispostos a solucionar problemas. Outro ponto positivo é a entrega rápida. Tudo isso forma um bom relacionamento, fundamental para fazer com que o produto venda cada vez mais”, avalia Milena. Atualmente, a companhia atende a todo o Brasil e é comandada pela terceira geração da família de José Ângelo Miranda, fundador da empresa que valoriza seus colaboradores e o aprimoramento tecnológico dos produtos. Para os próximos anos, o plano é reforçar as conquistas. “Pretendemos aumentar ainda mais nossa linha de produtos de papelaria e brinquedos, e trabalhar para manter nossa marca consolidada no mercado”, conta Valter Miranda. &

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Vitrine Qualidade de som Compatível com computadores e aplicativos sonoros, o Headset Joy, da Mtek, possibilita isolamento acústico, tornando jogos virtuais ainda mais reais. O acessório também pode ser usado em conversas pela internet. O item possui hastes ajustáveis, é reciclável e vem com garantia de 12 meses. (11) 5567-0070 &

Batalha virtual Os fãs de jogos para computador têm mais uma opção de diversão. A NC Games, distribuidora da SEGA, lançou o Total War: Shogun 2. O game é ambientado em um período turbulento da história japonesa, com enredos épicos e grandes batalhas entre samurais. (11) 2236 1157 &

Pequenos fragmentos Conhecida pelo fornecimento de calculadoras eletrônicas, a CHTech lança uma nova fragmentadora da marca Procalc. O modelo ES5015CD é voltado para o mercado corporativo. Ela é capaz de fragmentar até 15 folhas ou um CD ou um cartão, que são reduzidos a partículas de 4 X 43 mm. Possui indicador de excesso de papel, proteção contra superaquecimento, além de rodas que facilitam o transporte. (12) 3932-0199 &

Moderna organização A linha D&S da Tilibra alia, como indica o nome, design e estilo (design e style). Porta-blocos, porta-cartões e carteiras somam dez itens divididos em duas coleções. Os produtos da coleção Classic são direcionados a mulheres clássicas e estão disponíveis em preto e vermelho. Já a linha Trendy é para as mais antenadas, seguindo tendências de moda, com opções em marrom e rosa. 0800-12766 &

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Para usar e decorar Aqueles que se preocupam em adequar tudo à decoração do ambiente têm boas alternativas com a linha Steel da Multilaser. Disponível nas cores preta, rosa e vermelha e com superfície brilhante, o mouse, teclado e caixas de som podem ser conectados em portas USB. (11) 3616-8600 &

Monitor elegante Painel ultrafino e sofisticação são as características diferenciais das duas novas séries de monitor da LG Eletronics. O modelo LG E2290V possui tela de 7,2 mm de espessura e detalhes em aço escovado, além da base cromada com entradas para conexões, possibilitando melhor organização dos cabos. Enquanto a linha LG E60 possui pedestal em acrílico, conferindo leveza e elegância. Com alta qualidade de imagem, o monitor permite redução de 30% no consumo de energia, comparado ao monitor LCD convencional. As telas, iluminadas por lâmpadas LED são sustentáveis, pois não contêm mercúrio em sua composição. www.lg.com &

HD protegido Ampliando sua atuação no mercado de acessórios para equipamentos eletrônicos, a Case Logic lança o portaHD externo. Disponível em azul e preto, o case é compacto e rígido, feito de EVA moldado e possui fechamento em zíper. Além de proteger o HD, o produto tem espaço para armazenar os cabos. (11) 2166-8888 &


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Mercado Global CONEXÃO* CHINA De 28 a 30 deste mês acontece a China Stationery Commodity Fair, uma das feiras de papelaria mais antigas do país. Criada em 1953, ela já foi realizada em 45 cidades e, a partir de 2009, passou a ter endereço fixo – Xangai. Em 2011, o evento chega à sua 105ª edição.

Para mais informações, acesse: www.shcnlm.com/whh/en. ESTADOS UNIDOS Entre janeiro e abril, a norteamericana HP registrou aumento nas vendas. Por outro lado, a empresa teve suas expectativas para 2011 reduzidas devido ao terremoto seguido de tsunami que assolou o

Japão em março. O incidente diminuiu a demanda por computadores e serviços na terra do sol nascente. INGLATERRA Mais um produto da International Paper, o HP Everyday Paper passou a trazer o selo Forest Stewardship Council (FSC). A folha A4, produzida em usinas brasileiras,

é fabricada com fibras de madeira virgem de florestas sustentáveis. EMIRADOS ÁRABES UNIDOS Os produtos da Edding já podem ser encontrados também nos Emirados Árabes Unidos. A empresa Al Gurg Stationery é a responsável pela distribuição dos artigos na região. &

* Com a colaboração das revistas associadas à Ispa (International Stationery Press Association) e ISG-Guide.

Reciclagem e meio ambiente em pauta na Paperworld China A Paperworld China, que será realizada de 21 a 23 de setembro, vai, pela primeira vez, ser palco do Remax, evento que tem como objetivo incentivar a reciclagem de toners e cartuchos de impressão. “Expositores e visitantes terão a oportunidade de discutir e aprofundar interesses relacionados a essa área”, comenta Evan Sha, diretor geral da Messe Frankfurt em Xangai, empresa organizadora da feira. Na Paperworld Frankfurt, realizada na Alemanha, o Remax já é sucesso. Em 2010 e 2011, ele reuniu várias empresas que trabalham com tais produtos e abraçaram a causa ecologicamente correta. Na área destinada ao evento, participantes da maior feira de papelaria do mundo tiveram a oportunidade de assistir palestras e participar

de discussões sobre o tema. Mais de 200 companhias já confirmaram a participação na Paperworld China, que será realizada no Shanghai New International Expo Centre, na cidade de Xangai. De acordo com seus organizadores, empresas de países como, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia e Estados Unidos, além, é claro, da China, vão mostrar uma série de novidades. “Nosso retorno à feira é animador, especialmente porque estamos expandindo nossa distribuição na China. Como expositor, divulgo a minha marca e encontro clientes, tanto novos quanto antigos”, garante Patrick Lin, da empresa suíça Premec. A feira, que, em 2011, chega à sua sétima edição, recebeu 18.700 visitantes e 566 expositores no ano passado. &

A PaperWorld China, que acontecerá em Xangai de 21 a 23 de setembro, vai receber pela primeira vez um evento dedicado ao mercado de reciclagem de cartuchos e toners de impressoras. No ano passado, a edição chinesa da PaperWorld recebeu mais de 18 mil visitantes.

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www.revistadapapelaria.com.br




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Ponto Final

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